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Rua da Consolação, 65 - conj. 42 - Centro - São Paulo – SP CEP 01301-911 - Tel.: (11) 2888-5200 - Fax: (11) 2888-5210 E-mail: [email protected] - www.malufadv.com.br EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO – SP. FABIO FIDALGO DUARTE, brasileiro, casado, montador de produção, portador da Cédula de Identidade RG nº 34.066.768-0 SSP/SP, do CPF nº 221.843.918-24, do PIS nº 12626841937, nascido em 05/02/1981, filho de Marica de Fatima Fidalgo, residente e domiciliado na Rua Visconde de Inhauma, 191, apto. 22, Bairro Gonzaga, São Caetano do Sul, SP, CEP 09571-010, vem perante V.Exa., por seu advogado, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, nos termos do artigo 840 da CLT em face de VOLKSWAGEN DO BRASIL LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 59.104.422/0057- 04, estabelecida na Marginal Via Anchieta, KM 23,5, Bairro Assunção, São Bernardo do Campo, SP., CEP: 09823-000, pelos seguintes motivos: 1. DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante foi admitido aos serviços da reclamada em 26/08/2008, exercendo as funções de montador de produção, percebia ultimamente a remuneração de R$ 3.723,84 mensais e foi demitido sem justa causa em 13/02/2014 e com a projeção do aviso prévio indenizado o contrato de trabalho foi extinto em 30/03/2014.

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Rua da Consolação, 65 - conj. 42 - Centro - São Paulo – SP

CEP 01301-911 - Tel.: (11) 2888-5200 - Fax: (11) 2888-5210

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO

TRABALHO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO – SP.

FABIO FIDALGO DUARTE,

brasileiro, casado, montador de produção, portador da

Cédula de Identidade RG nº 34.066.768-0 SSP/SP, do

CPF nº 221.843.918-24, do PIS nº 12626841937, nascido

em 05/02/1981, filho de Marica de Fatima Fidalgo,

residente e domiciliado na Rua Visconde de Inhauma,

191, apto. 22, Bairro Gonzaga, São Caetano do Sul,

SP, CEP 09571-010, vem perante V.Exa., por seu

advogado, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, nos termos

do artigo 840 da CLT em face de VOLKSWAGEN DO BRASIL

LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 59.104.422/0057-

04, estabelecida na Marginal Via Anchieta, KM 23,5,

Bairro Assunção, São Bernardo do Campo, SP., CEP:

09823-000, pelos seguintes motivos:

1. DO CONTRATO DE TRABALHO

O reclamante foi admitido aos

serviços da reclamada em 26/08/2008, exercendo as

funções de montador de produção, percebia ultimamente

a remuneração de R$ 3.723,84 mensais e foi demitido

sem justa causa em 13/02/2014 e com a projeção do

aviso prévio indenizado o contrato de trabalho foi

extinto em 30/03/2014.

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2. DAS FUNÇÕES EXERCIDAS PELO OBREIRO

O reclamante quando da sua

contratação em 26/08/2008 até a extinção do contrato

de trabalho em março/2014 exerceu as funções de

montador de produções e durante todo o pacto laboral

realizou as seguintes tarefas:

SETOR DA ACABAMENTO E CHICOTES DOS VEÍCULOS

- carregava o banco dos veículos;

- carregava a parafusadeira e a caixa de parafusos;

- laborava montando os bancos e montando o teto dos

veículos;

- laborava montando o chicote dos veículos.

SETOR FAHRWERK E VIDROS DOS VEÍCULOS

- laborava montando a homocinética dos veículos;

- laborava montando o alternador dos veículos;

- laborava montando o ar-condicionado dos veículos.

3. DA JORNADA DE TRABALHO

Durante todo o pacto laboral o

reclamante cumpriu as seguintes jornadas contratuais:

- das 14:55 às 23:36 horas pelo período de 2 anos

(2008 a 2010) no setor de acabamento/chicotes;

- das 22:15 às 06:00 horas pelo período de uns 3 anos

(2010 a 2013) no setor Fahewerk/Vidros;

- das 14:55 às 23:36 pelo período de 3 meses

(2013/2014) no setor de acabamento/chicotes.

4. DO TRAJETO DA PORTARIA ATÉ O SETOR DE TRABALHO

TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR – HORAS EXTRAS

APLICAÇÃO DO ARTIGO 4º DA CLT

APLICAÇÃO DA SÚMULA 429 DO TST

O reclamante anotava o cartão de

ponto quando chegava no setor de trabalho.

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Ocorre que o ônibus fretado

deixava o reclamante na portaria da reclamada e o

obreiro tinha que se deslocar a pé até o setor de

trabalho.

Na saída o reclamante terminava

os serviços, batia o cartão de ponto e tinha que se

deslocar do setor de trabalho até a saída pela

portaria para pegar o ônibus fretado.

Desta forma, temos que o

reclamante tinha que se deslocar a pé da portaria até

o setor de trabalho na entrada e do setor de trabalho

até a portaria na saída. Esse deslocamento durava 10

minutos em cada trajeto.

Assim, temos que o reclamante já

está à disposição do empregador desde o momento em

que entra pela portaria da reclamada e no retorno

quando sai das dependências da empresa, nos termos do

artigo 4º da CLT e da Súmula 429 do TST.

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

“Art. 4º. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. PARÁGRAFO ÚNICO. Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho.”

SÚMULA DO TST

“Nº 429 TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários.”

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Diante do exposto, faz jus o

obreiro ao pagamento de 20 minutos extras por dia

trabalhado (10 minutos na entrada e 10 minutos na

saída), bem como seus reflexos para efeito de

descansos semanais remunerados (Súmula 172 do TST),

férias + 1/3 (Artigo 142, §5º, da CLT), adicional

noturno (OJ 97 da SDI-1 do TST), 13º salários (Súmula

45 do TST), aviso prévio e FGTS + 40% (Artigo 15 da

Lei 8.036/90 e Súmula 63 do TST).

5. DO INTERVALO PARA REFEIÇÃO E DESCANSO

NORMA DE PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR

APLICAÇÃO DO ARTIGO 71 DA CLT

APLICAÇÃO DA SÚMULA 437, I E III, DO TST

Conforme análise dos horários de

trabalho descritos no item “3” o Reclamante durante o

período de 3 anos laborou no horário contratual das

22:15 às 06:00 horas.

O horário contratual seria das

22:15 às 06:00 horas com 50 minutos de intervalo para

refeição e descanso das 01:00 às 01:50 horas.

Ocorre que, na realidade dos fatos

o reclamante não desfrutava do intervalo para refeição

corretamente, pois descia do ônibus fretado na

portaria por volta das 21:15 horas indo para o setor

de trabalho bater o cartão de ponto e tinha que ir

direto para o refeitório voltando para o setor de

trabalho às 23:05 horas para iniciar as suas

atividades laborais.

Assim, temos que o horário de

intervalo para refeição das 01:00 às 01:50 horas que

aparece nos controles de ponto é fraudulento, pois o

reclamante não desfrutava desse intervalo.

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Esclarece o obreiro que durante as

atividades laborais desfrutava de apenas 15 minutos de

café das 03:00 às 03:15 horas, o que é vedado pelo

“caput” do artigo 71 da CLT:

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

“Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é obrigatório a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas. ...”

Desta forma, nos termos do

parágrafo 4º do mesmo artigo consolidado e da Súmula

437, I e III, do TST, faz jus o obreiro ao pagamento

de 1 hora extra por dia trabalhado e seus reflexos

para efeito de descansos semanais remunerados (Súmula

172 do TST), férias + 1/3 (Artigo 142, §5º, da CLT),

13º salários (Súmula 45 do TST), adicional noturno

(OJ 97 da SDI-1 do TST), aviso prévio e FGTS + 40%

(Artigo 15 da Lei 8.036/90 e Súmula 63 do TST).

SÚMULA DO TST

"Nº 437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT I - Após a edição da Lei n. 8.923/1994, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. ... III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, §4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. ..."

6. DA ISONOMIA SALARIAL - VALOR DELTA

APLICAÇÃO DO ARTIGO 7º, XXX, DA CF

Conforme análise dos horários de

trabalho descritos no item “3” o Reclamante durante o

período de 3 anos laborou no horário noturno.

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Durante o período laborado no

horário noturno no setor FAHRWERK/VIDROS o reclamante

percebia o adicional noturno de 25%.

Ocorre que seus colegas de

trabalho que também trabalhavam no setor

FAHRWERK/VIDROS além do adicional noturno de 25%

recebiam o valor delta.

Desta forma, nos termos do

artigo 7º, XXX, da CF (Princípio da Isonomia

Salarial), faz jus o obreiro ao pagamento do valor

delta, bem como seus reflexos para efeito de

descansos semanais remunerados, férias + 1/3, 13º

salários, aviso prévio, horas extras e FGTS + 40%.

7. DA MOLÉSTIA PROFISSIONAL – ACIDENTE DO TRABALHO

APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 19, 20 E 21 DA LEI 8.213/91

Em suas atividades, o autor

trabalhava com a montagem de veículos, ficando muito

tem com o braço levantado e laborando em postura

inadequada e devido à agressividade das condições de

trabalho por efetuar movimentos repetitivos, adquiriu

moléstia profissional nos dois membros superiores

(TENDINITE + EPICONDILITE + BURSITE), o que não lhe

permite desenvolver suas antigas funções com a mesma

perfeição técnica e o mesmo desempenho, conforme

exames e relatórios médicos (docs. anexos).

Esclarece o reclamante que

ajuizou ação acidentária na Justiça Estadual Comum em

face do Instituto Nacional do Seguro Social

(Previdência Social) para postular o benefício do

auxílio-acidente, processo nº 1002792-

39.2015.8.26.0565 que tramita perante a 1ª Vara Cível

da Comarca de São Caetano do Sul (docs. anexos).

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Na ação acidentária foi realizada

a perícia média, sendo que estamos aguardando a

apresentação do laudo pericial pelo Sr. Perito.

88.. DDAA RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEE PPAATTRROONNAALL PPOORR DDAANNOOSS

OO DDEEVVEERR PPAATTRROONNAALL DDEE EEVVIITTAARR OOSS AACCIIDDEENNTTEESS DDEE TTRRAABBAALLHHOO

AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDAA SSÚÚMMUULLAA VVIINNCCUULLAANNTTEE 2222 DDOO SSTTFF

Quando de sua admissão, o autor

submeteu-se a todos os exames médicos pré-

admissionais, sendo considerado apto e em perfeitas

condições físicas para as funções e desempenhar.

Diante dos fatos acima narrados,

entende o reclamante que a reclamada deve ser

responsabilizada pelos danos causados ao obreiro, “a

priori” pela incapacidade laboral decorrente do

acidente de trabalho / doença profissional e “a

posteriori” a empresa no mínimo agiu com imprudência

e negligência estando ciente, dos males que a

agressividade do local de trabalho estava causando ao

obreiro.

A mais importante base legal que

estabelece a obrigação patronal sobre prevenção dos

acidentes de trabalho está no artigo 7º, inciso XXII,

da Constituição Federal:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ... XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; ...”

Na legislação infraconstitucional

consta a obrigação empresarial pelo cumprimento das

normas sobre saúde, higiene e segurança do trabalho

da seguinte forma:

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CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

“Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: I – promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; II – adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; III – impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do artigo 201.”

“Art. 157. Cabe às empresas: I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.”

A Lei nº 8.213/91, que cuida do

plano de benefícios previdenciários, estabelece nos

§§ 1º, 2º e 3º do artigo 19 que:

LEI 8.213/91

“Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente e temporária, da capacidade para o trabalho. §1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. §2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. §3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular ...”

As regras de Segurança e

Medicina do Trabalho, regidas pelas Normas

Regulamentadoras, aprovadas pela Portaria nº 3214, de

08 de junho de 1978, baixada pelo Ministério do

Trabalho, nos termos da Lei nº 6.514, de 22 de

dezembro de 1977, assim dispõe:

“NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS. 1.7. Cabe ao empregador:

a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

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b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:

I – prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

II – divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem conhecer e cumprir;

III – dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas;

IV – determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;

V – adotar medidas determinadas pelo MTb;

VI – adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras do trabalho;”

Entende o reclamante que a

matéria relativa à responsabilidade patronal deve ser

analisada pela inteligência do “caput” e parágrafo

único do artigo 927 do Código Civil de 2002, sendo

plausível apenas observar ao caso em tela a presença

do dano e do nexo de causalidade para justificar a

responsabilidade civil do agente, no caso o

empregador, senão vejamos:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts.186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a

repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos

casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do

dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.

(destaques nossos)

A Reclamada foi negligente e

imprudente na condução dos fatos, não respeitando as

regras de segurança e medicina do trabalho a que

estava legalmente obrigada.

De todo o narrado, constata-se

que a Reclamada foi negligente e imprudente na

condução dos fatos e, portanto, culpada pelo evento

ao expor o obreiro a um risco inútil e desnecessário.

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Com relação à teoria, dita

objetiva ou do risco, no seu entendimento, VENOSA

ensina que, “quem, com sua atividade ou meios

utilizados, cria um risco deve suportar o prejuízo

que sua conduta acarreta, [...] desde que não se

onere a vítima a provar nada mais além do fato danoso

e nexo causal”.(VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito

Civil: responsabilidade civil, Ed. Atlas. SP, 2004,

p. 20.).

O Direito Moderno substituiu a

idéia de culpa tradicional, que fundamenta a

responsabilidade civil subjetiva, pela

responsabilidade objetiva, que não depende da

comprovação de culpa, porque a teoria subjetivista

mostra-se cada vez mais insuficiente para atender às

imposições do progresso da humanidade em todos os

seus setores.

Assim, temos critérios que

determinam a responsabilidade objetiva fixados na lei

ou em razão de atividade de risco (parágrafo único do

artigo 927 do Código Civil).

São casos importantes de

responsabilidade objetiva, consagrados no Direito

brasileiro, os a seguir mencionados:

Art. 938 do Código Civil, que trata da

responsabilidade do habitante de casa ou prédio

pelos danos decorrentes das coisas que dele caírem e

atingirem alguém, causando danos (Aquele que habitar

prédio, ou parte dele, responde pelo dano

proveniente das coisas que dele caírem ou forem

lançadas em lugar indevido);

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Art. 927, parágrafo único, do Código Civil, que, na parte final, como importante novidade, trata da

responsabilidade decorrente de atividade de risco

normalmente desenvolvida pelo agente do dano (Haverá

obrigação de reparar o dano, independentemente de

culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a

atividade normalmente desenvolvida pelo autor do

dano implicar, por sua natureza, risco para os

direitos de outrem);

Arts. 932 e 933 do Código Civil, que tratam da

responsabilidade dos pais, tutores, curadores e

patrões pelos atos das pessoas por quem são

responsáveis (As pessoas indicadas no inciso I a V

do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de

sua parte, responderão pelos atos praticados pelos

terceiros ali referidos);

Art. 187 do Código Civil que, inovando no Direito brasileiro, determina a responsabilidade objetiva do

agente que pratica abuso de direito, pelo critério

finalístico deste, ampliando assim os casos de

responsabilidade, tanto contratual como

extracontratual, de modo a melhor amparar os

direitos da vítima dos atos lesivos e causadores do

dano (Também comete ato ilícito o titular de um

direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os

limites impostos pelo seu fim econômico ou social,

pela boa-fé ou pelos bons costumes);

Lei de Política Nacional do Meio Ambiente – Lei

6.938/81, art. 14, §1º, que determina a

responsabilidade civil do causador do dano ambiental

tanto no aspecto genérico como no tocante aos danos

causados a terceiros (Sem obstar a aplicação das

penalidades previstas neste artigo, é o poluidor

obrigado, independentemente da existência de culpa,

a indenizar ou reparar os danos causados ao meio

ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade);

Art. 21, inciso XXIII, letra c, da Constituição

Federal, que estabelece a responsabilidade por dano

nuclear independentemente da existência de culpa (A

responsabilidade civil por danos nucleares independe

da existência de culpa);

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Art. 225, §3º, da Constituição Federal, que cuida da responsabilidade por danos ao meio ambiente, também

independentemente de culpa (As condutas e atividades

consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os

infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções

penais e administrativas, independentemente da

obrigação de reparar os danos causados;

Código Brasileiro de Proteção e Defesa do Consumidor – CDC, que trata da responsabilidade pelo fato do

produto ou serviço;

Na legislação esparsa, a Lei de acidentes de

trabalho aplica a responsabilidade objetiva para

assegurar aos segurados e dependentes os benefícios

previdenciários independentemente de culpa do

acidentado (Lei nº 8.213/91).

Na esfera do direito do trabalho

merece destaque a responsabilidade objetiva do

empregador, consagrada no artigo 2º da CLT, que

considera empregador a empresa, individual ou

coletiva, que assumindo os riscos da atividade

econômica, admite, assalaria e dirige a prestação

pessoal de serviços.

Assim, na ocorrência de um

acidente do trabalho, cabe ao empregador provar que

cumpriu todas as obrigações na forma da lei. Caso não

comprove, deverá arcar com todas as consequências

reparatórias.

A reclamada agiu de má-fé e

culposamente ao:

1º - expor o reclamante ao ambiente agressivo,

mantendo-o executando tarefas no ambiente com

movimentos repetitivos, sabidamente, agressivas e

prejudiciais a saúde do obreiro;

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2º - ao não proporcionar ao obreiro as condições

mínimas de higiene, saúde e segurança no ambiente de

trabalho (artigo 7º e incisos XXII e XXVIII da CF),

decorrente das atividades que exercia no setor,

tampouco atendeu as normas ergonômicas da NR 17;

Destarte, o conjunto dos atos

supra mencionados, s.m.j., torna a reclamada culpada

(negligência e imprudência), fazendo jus o obreiro a

uma indenização (artigo 7º, XXVIII, CF) por danos

materiais e morais (súmula nº 37, STJ), eis que a sua

saúde não é um produto descartável para ser tratado

com indiferença e descaso, como o foi pela reclamada.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL ”Art. 7º: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ... XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa ...”.

99.. DDOO DDAANNOO MMOORRAALL

As sequelas apresentadas pelo

reclamante acarretaram-lhe prejuízos morais, vindo a

interferir em seus direitos mais valiosos, como a

vida privada, a intimidade, sua vida social e

familiar, todos estes assegurados constitucionalmente

(artigo 5º, incisos V e X, da CF).

Certo de que as moléstias de que

é portador são decorrentes diretamente do trabalho

realizado na reclamada, deixando o obreiro com

sequelas irreversíveis, cabe analisar o quanto estas

foram agravadas pela atitude da empresa, decorrente

da execução de suas atividades em locais de risco,

sendo a reclamada imprudente e negligente ao obrigá-

lo se ativar nas mesmas funções, sabendo que o

obreiro sempre foi, assim como ainda é, portador de

sequelas acidentárias.

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Como é sabido a LER/DORT é

moléstia de caráter acidentário por exposição a

movimentos repetitivos e não obstante a sua gradação,

a mesma é progressiva.

O reclamante atingido pela

redução de sua saúde resultante de acidente / doença

do trabalho, sente, em seu âmago, intranquilidade,

insatisfação, desânimo, descrença, insegurança e toda

sorte de incômodos e desequilíbrios psíquicos,

afetando-lhe no mais íntimo de seu ser, encontrando-

se efetivamente limitado em suas condições físicas,

lhe sendo devida a indenização por danos morais,

sendo este o entendimento de nosso tribunais:

“Dano moral e ou material em razão de infortuito laboral: Nos termos previstos no artigo 7º e incisos XXII e XXVIII da Constituição Federal compete a empregadora a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança" (inc. XXII) e, entre outros "seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Em assim sendo, restando demonstrado de forma cabal e inconteste que a empregadora não zelou ou propiciou condições adequadas e seguras aos seu empregados, impõe-se a condenação desta a indenização por danos morais e ou materiais ao empregado que foi vítima de infortuito ocupacional ocorrido em seu local de trabalho"(TRT 2ª Reg., 8a T., RO 00453-2006-252-02-00-4, Rel. Lílian Lygia Ortega Mazzeu, SP, 15.01.2008, “in” www.trt02.gov.br).

“DANO MORAL DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO. BASE DE REGULAÇÃO E DE QUANTIFICAÇÃO. ANÁLISE DE CONDIÇÕES PESSOAIS, ECONÔMICAS E SOCIAIS DO ACIDENTADO. CONDENAÇÃO TEM INTUITO RESSARCITÓRIO E PREVENTIVO. A RECLAMADA DEVE CUIDAR DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E DO TREINAMENTO DOS SEUS EMPREGADOS. O valor da indenização imposta para a recorrida precisa ter o peso necessário a alertá-la para não mais descuidar de seus empregados e não expor os trabalhadores a risco, sem o competente treinamento. Isto é, a condenação visa também, além do caráter ressarcitório, a servir de medida preventiva, para que tais sinistros não reincidam. O obreiro tem 30 anos de idade; até completar 65 anos, teria pela frente mais 35 anos de vida produtiva, não fosse o acidente que abruptamente reduziu sua capacidade produtiva e vem causando sofrimento físico e mental. Fatores como idade, condições pessoais, familiares e condição econômica devem ser sopesados para determinação das bases, e para se chegar ao "quantum" da indenização. Recurso adesivo a que se dá provimento parcial, para elevar em mais 50 (cinqüenta) salários mínimos, correspondendo a 200 (duzentos), a indenização por dano moral, que somada aos 30 (trinta) salários mínimos por dano estético, totaliza 230 (duzentos e trinta) salários mínimos.” (TRT 2ª Reg., 10a T., RO 01069-2005-471-02-00-2, Rel. Marta Casadei Momezzo, SP, 29.01.2008, “in” www.trt02.gov.br).

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Destarte, para efeito de

reparação do dano moral, o obreiro pleiteia o

pagamento de uma indenização, que modestamente estima

no mínimo em 50 (cinquenta) salários nominais,

calculados com base na sua última remuneração.

1100.. DDOO DDAANNOO MMAATTEERRIIAALL

O dano patrimonial tem por regra

básica no ordenamento jurídico o artigo 402 do Código

Civil, o qual disciplina que salvo exceção legal, as

perdas e danos abrangem, além do efetivamente

perdido, o que razoavelmente se deixou de ganhar.

Surge daí o dano emergente e os lucros cessantes.

Em razão da sua incapacidade

laboral, decorrente do acidente de trabalho / doença

profissional e principalmente pela conduta da

reclamada que agravou sua enfermidade, pleiteia o

reclamante uma pensão vitalícia correspondente ao

grau de redução de capacidade laborativa sofrido por

este, (com base na legislação acidentária, a saber, a

lei n° 8.213/91, é de no mínimo 50% - cinquenta por

cento, com base no salário percebido a data de sua

demissão, incluindo-se o 13º salário, com as

prestações vencidas a contar da data em que o

reclamante foi desligado, além das vincendas), além

do pagamento de convênio médico vitalício (o mesmo

convênio concedido pela reclamada), visando conceder

ao obreiro e seus dependentes de maneira razoável, a

recuperação da situação anterior ao do seu

desemprego, uma vez que é irreversível a sua

incapacidade laboral, senão vejamos:

“1. DANO MATERIAL. ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO. PENSÃO VITALÍCIA. CABIMENTO: "A indenização pecuniária, na forma de pensão, somente é devida quando a vítima, em virtude do acidente sofrido, tem sua capacidade laborativa reduzida ou eliminada".

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2. DANO MORAL. ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO - FIXAÇÃO DO "QUANTUM": 2.1. "Presentes os elementos que configuram a responsabilidade do empregador, ou seja, a ação ou omissão, o dano, o nexo causal entre o evento e as atividades desenvolvidas pelo obreiro e a existência de culpa ou dolo do agente, é cabível a reparação pelos danos provocados". 2.2. "O 'quantum' indenizatório tem caráter satisfativo-punitivo; deve ser justo e proporcional, a fim de que se obtenha a reparação do dano causado, compensando o sofrimento da vítima e penalizando o infrator, inibindo, assim, a reiteração de atos lesivos". Recurso Ordinário a que se dá provimento parcial.” (TRT 2ª Reg., 11ª T., RO. 02132-2005-315-02-00-1, Rel. Dora Vaz Treviño, SP, 07.08.2007, “in” www.trt02.gov.br).

A responsabilidade patronal é

notória no caso em tela, uma vez que há o dano

(moléstias), o nexo causal (acidente no ambiente de

trabalho / doença profissional) e culpa e dolo da

reclamada (negligência e imprudência), em decorrência

de todos os fatos supra narrados, o que caracteriza a

responsabilidade civil, ensejadora da reparação pelos

danos materiais ao obreiro, abrangendo, além do que

efetivamente foi perdido, o que razoavelmente se

deixou de ganhar, uma vez que o reclamante, está

limitado pela sua enfermidade, sendo esta uma

barreira muito grande a ser quebrada em busca de novo

emprego, promoções e reconhecimento profissional,

pois no atual mercado de trabalho, a competição é

cada vez mais acirrada e restrita a um determinado

grupo de pessoas.

O fato de o obreiro continuar

laborando para a reclamada não o impede de receber as

indenizações requeridas na petição inicial, pois o

reclamante após ser acometido das moléstias/sequelas

relatadas perdeu várias chances de promoções efetivas

e potenciais, bem como a preservação da sua profissão

de metalúrgico, tanto é verdade que até hoje o

reclamante continua desempregado.

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Conforme nossa legislação e

jurisprudência, a empregadora é responsável pelos

prejuízos causados aos seus empregados quando não

forem adotadas medidas efetivas para evitar a

ocorrência de moléstias profissionais. No caso em

tela, a empregadora lhe causou além de prejuízos

morais, grandes prejuízos econômicos (efetivo ou

potencial, emergentes, lucros cessantes, perda de uma

chance, perda da profissionalidade).

A reclamada é uma empresa

multinacional, sendo certo que o valor a título de

danos materiais deve corresponder com o dano

irreversível causado ao autor pela moléstia

profissional, que vem sofrendo várias privações em

sua vida pessoal, social e laboral.

Acrescenta-se, que devem ser

observados os princípios da razoabilidade e da

proporcionalidade, tendo em vista a capacidade

econômica do reclamante e do porte da empresa, sendo

certo que a valoração do dano, nos moldes pleiteados

pelo obreiro, não irá “arruinar financeiramente o

réu”, que fatura milhões anualmente.

Razão pela qual entende o reclamante

pela aplicação dos seguintes dispositivos (CF, arts. 5º, V e X, 170; CCB,

arts. 186, 187 e 944; LICC, art. 5º):

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-se

aos brasileiros e aos estrangeiros residentes

no País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

...

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V - é assegurado o direito de resposta,

proporcional ao agravo, além da indenização por

dano material, moral ou à imagem;

...

X - são invioláveis a intimidade, a vida

privada, a honra e a imagem das pessoas,

assegurado o direito a indenização pelo dano

material ou moral decorrente de sua violação;

...”

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na

valorização do trabalho humano e na livre

iniciativa, tem por fim assegurar a todos

existência digna, conforme os ditames da

justiça social, observados os seguintes

princípios:

...”

“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão

do dano.

...”

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão

voluntária, negligência ou imprudência, violar

direito e causar dano a outrem, ainda que

exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular

de um direito que, ao exercê-lo, excede

manifestamente os limites impostos pelo seu fim

econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons

costumes.”

Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá

aos fins sociais a que ela se dirige e às

exigências do bem comum.

Não se faz ocioso dispor os

pontos relevantes que demonstram a ilicitude da

conduta da reclamada no tocante às moléstias

apresentadas pelo obreiro:

(1) o reclamante é portador de doença profissional /

acidente do trabalho, de modo a lhe resultarem sequelas

incapacitantes;

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(2) o obreiro permaneceu exposto a movimentos repetitivos

em uma jornada diária de trabalho;

(3) o autor postulou na Justiça Estadual Comum benefício

do INSS de 50% devido às moléstias adquiridas;

(4) há nexo causal no tocante às moléstias adquiridas;

(5) o reclamante laborou durante muitos anos sob as mesmas

condições agressivas.

A Constituição Federal, no seu

artigo 170, insere a valorização do trabalho humano

como princípio e fundamento da ordem econômica.

Desse princípio, emerge a função

social da empresa, e que, na atual sociedade, passa

da condição de mera produtora de bens e serviços para

a de instituição detentora de responsabilidades

sociais. Dela provêm bens e serviços consumidos no

mercado, muitas receitas fiscais do Estado e,

principalmente, a subsistência de inúmeras famílias

de trabalhadores.

Não se pode olvidar sua

necessidade de obter lucro, mas isso não significa

que deva ser alcançado a qualquer custo. Daí, na sua

relação com os empregados, o propósito lucrativo deve

atuar em harmonia com uma postura humana,

alicerçando-se no respeito à dignidade, saúde e vida

dos empregados, que necessitam do trabalho honesto

como forma de sustento próprio e das famílias.

1111.. DDOO RREESSSSAARRCCIIMMEENNTTOO DDAASS DDEESSPPEESSAASS PPRROOCCEESSSSUUAAIISS

APLICAÇÃO DO ARTIGO 8º DA CLT

APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 389 E 404 DO CÓDIGO CIVIL

Nos termos do artigo 8º da CLT e

dos artigos 389 e 404 do Código Civil, a Reclamada

deverá ressarcir a Reclamante com juros e correção

monetária e ressarcir inclusive as despesas de

honorários de advogado, no importe de 25% do valor da

condenação.

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Os honorários previstos nos

artigos 389 e 404 do Código Civil de 2002 estão

relacionados com os contratados entre o cliente e o

seu advogado, não se trata de sucumbência, mas de

ressarcimento integral do dano.

Em outras palavras, esse

ressarcimento legal direcionado ao lesionado não se

interage com a verba honorária imposta pela

sucumbência, havendo, assim, uma plena autonomia dos

honorários sucumbenciais em relação aos contratuais.

A verba honorária imposta pelo

Novo Código Civil é uma indenização de Direito

Material, não guardando nenhuma relação com o Direito

Processual, sendo que o seu titular é o lesionado e

não o seu advogado.

Diante da violação de seus

direitos, não só em eventuais situações

extrajudiciais como judiciais, o trabalhador deve ser

indenizado pelas despesas havidas com o seu advogado,

sob pena de violação da própria razão de ser do

Direito do Trabalho, ou seja, de sua origem

protetora.

A restituição do seu crédito há

de ser integral, como bem assevera o disposto no

artigo 389 do Novo Código Civil, ou seja, as perdas e

danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão

pagas com atualização monetária segundo índices

oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo

juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo

da pena convencional.

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A decisão judicial deverá fixar,

a título de indenização, os valores efetivamente

contratados entre o trabalhador e o seu advogado,

quando de fato houver o reconhecimento da procedência

parcial ou total da postulação deduzida em juízo.

Claro está que essa indenização

será um crédito do empregado, na qualidade de parte

da relação jurídica processual, já que se trata de um

ressarcimento das despesas havidas por ele em face da

atuação profissional de seu advogado.

CÓDIGO CIVIL

“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”

“Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.

...”

12. DOS RECOLHIMENTOS FISCAIS

APLICAÇÃO DO ARTIGO 114, VIII, DA CF

APLICAÇÃO DO ARTIGO 876 DA CLT

APLICAÇÃO DA LEI 12.350/10

APLICAÇÃO DA OJ 400 DA SDI-1 DO TST

Com relação aos recolhimentos

fiscais, entende o reclamante que os descontos não

incidem sobre todas as verbas postuladas (indenização

por danos morais e materiais, manutenção de convênio

médico e honorários de advogado).

Requer a aplicação da Instrução

Normativa RFB nº 1.127 de 7.02.2011 que trata dos

procedimentos a serem observados na apuração do

Imposto de Renda Pessoa Física incidente sobre os

rendimentos recebidos acumuladamente.

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O texto segue os ditames da

Medida Provisória 497, de 28 de julho de 2010,

convertida na Lei 12.350, de 20 de dezembro de 2010,

e apresenta uma tabela progressiva pela qual os

limites de isenção e parâmetros das alíquotas mensais

aplicáveis para a retenção do IR são multiplicados

pelo número de meses envolvidos nos cálculos de

liquidação.

Registre-se, que nos termos da

Orientação Jurisprudencial nº 400 da SDI-1 do TST os

juros de mora não integram a base de cálculo do

imposto de renda, independentemente da natureza

jurídica da obrigação inadimplida.

1133.. DDOOSS PPEEDDIIDDOOSS

Diante do exposto pleiteia o

reclamante a procedência da Reclamação Trabalhista

para condenar a reclamada nas obrigações de fazer e

no pagamento das seguintes verbas:

a) Pagamento das horas extras pelo

tempo de trajeto da portaria até

o setor de trabalho, nos termos do

item “4” a apurar

a1) Reflexos das horas extras em DSR’s a apurar

a2) Reflexos das horas extras nas férias + 1/3 a apurar

a3) Reflexos das horas extras no 13º salário a apurar

a4) Reflexos das horas extras no adicional noturno a apurar

a5) Reflexos das horas extras no aviso prévio a apurar

b) Pagamento de 1 hora extra por dia de

de trabalho pela não concessão do

intervalo legal para refeição e

descanso, nos termos do item “5” a apurar b1) Reflexos das horas extras em DSR’s a apurar

b2) Reflexos das horas extras nas férias + 1/3 a apurar

b3) Reflexos das horas extras no 13º salário a apurar

b4) Reflexos das horas extras no adicional noturno a apurar

b5) Reflexos das horas extras no aviso prévio a apurar

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c) Pagamento das diferenças salariais em

decorrência da isonomia salarial, nos

termos do item "6" a apurar c1) Reflexos das diferenças salariais em DSR’s a apurar

c2) Reflexos das diferenças salariais nas férias + 1/3 a apurar

c3) Reflexos das diferenças salariais no 13º salário a apurar

c4) Reflexos das diferenças salariais nas horas extras a apurar

c5) Reflexos das diferenças no adicional noturno a apurar

c6) Reflexos das diferenças salariais no aviso prévio a apurar

d) FGTS sobre as verbas acima + 40% a apurar

e) Indenização por danos morais, como

descrito nos itens “7”, “8” e “9” a apurar

f) Indenização por danos materiais, nestes

compreendidos além da indenização, a

pensão vitalícia e o 13º salário, nos

termos dos itens “7”, “8” e “10” a apurar

g) Manutenção do convênio médico, como

fundamentado no item "10" a apurar

h) Ressarcimento das despesas do autor

com honorários de advogado, como

descrito no item “11" a apurar

i) Recolhimentos fiscais, nos termos do

item “12”.

1144.. DDOOSS RREEQQUUEERRIIMMEENNTTOOSS

Requer que a reclamada junte aos

autos todas as fichas médicas referentes ao

reclamante, e exames médicos por ele realizados,

também as ordens de serviços com os riscos,

referentes aos locais onde o reclamante esteve

ativado.

Nos termos do parágrafo 3º, do

artigo 625-D, da CLT, informa o Reclamante que não

passou pela Comissão de Conciliação previa de sua

categoria.

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Vale ressaltar que a passagem

pela mesma é facultativa, não constituindo condição

da ação e nem tampouco pressuposto processual na

reclamatória trabalhista, não se perdendo de vista o

princípio maior colhido da Carta Constitucional de

que nenhuma lesão ou ameaça a direito poderá ser

excluída pela lei da apreciação do Poder judiciário,

nos termos do art. 5º, XXXV, da CF (Inteligência da

Súmula n.2 do TRT da 2ª Região).

Requer o Reclamante a concessão

dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, por ser pessoa

pobre na acepção legal do termo, pois sua atual

situação econômica não lhe permite pagar as custas do

processo sem prejuízo do sustento próprio e de sua

família, nos termos do art. 5º, LXXIV, CF, dos arts.

2º e 3º, II, e 4º da Lei 1.060/50, da OJ 269 da SDI-1

do TST, e da súmula nº 05 do TRT da 2ª Região.

Em face do exposto, pede e

espera o Reclamante, seja a presente ação julgada

totalmente procedente, condenando-se a Reclamada no

pagamento das verbas pleiteadas, monetariamente

atualizadas, computados os juros de mora, além de

custas e despesas processuais.

Para tanto, requer se digne

V.Exa., determinar a notificação da Reclamada, no

endereço declinado para que, querendo, contestem a

presente Reclamação, sob pena de sofrerem os efeitos

da revelia.

Finalmente, requer provar o

alegado por todos os meios de prova em direito

admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do

representante legal da Reclamada, sob pena de

confissão, oitiva de testemunhas, prova técnica

médica para aferir as moléstias de que é portador e

outros, se necessários.

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1155.. DDOO VVAALLOORR DDAA CCAAUUSSAA

Dá à causa o valor de R$

50.000,00 (cinquenta mil reais – procedimento

ordinário), para efeito de custas e alçada.

OBS: TODAS AS NOTIFICAÇÕES E INTIMAÇÕES DEVERÃO SER

FEITAS, EXCLUSIVAMENTE, EM NOME DO DR. MARCO ANTONIO

SILVA DE MACEDO JUNIOR, COM ESCRITÓRIO NA RUA DA

CONSOLAÇÃO, 65, CONJ. 42, CENTRO, SÃO PAULO, SP.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

São Paulo, 28 de novembro de 2015.

MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR

OAB/SP 148.128

INI_VOLKS - FABIO FIDALGO