excelentÍsimo senhor doutor juiz federal da … · atividades enquadram-se nas atribuições...

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Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul Serviço Público Federal - Órgão de Fiscalização da Engenharia e Agronomia Rua São Luís, nº 77 - Fone: (51) 3320.2100 CEP 90620-170- Porto Alegre RS www.crea-rs.org.br EXCELENTÍSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE PORTO ALEGRE- RS URGENTE! O CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO GRANDE DO SUL, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob o n° 92.695.790/0001-95, com sede na Rua São Luís n° 77, no Município de Porto Alegre, e SINDICATO DOS ENGENHEIROS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SENGE-RS, entidade sindical, CNPJ 92.675.362/0001-09, com sede na Av Erico Verissimo, nº 960, Menino Deus, Porto Alegre RS, CEP 90.160-180, por seus procuradores, conforme instrumento de mandato anexo, vêm, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO pelo rito ordinário, c/c pedido de tutela antecipada em face do MUNICÍPIO DE IVOTI, inscrito no CNPJ nº 88.254.909/0001-17, com sede na Av. Presidente Lucena nº 3527, Centro - Ivoti - RS - CEP: 93900-000, caixa postal 42, forte nos fatos e fundamentos que passa a expor: I - DOS FATOS: O Município de Ivoti por meio do edital nº 069/2015 (em anexo), abriu o concurso público nº 01/2015 sob regime estatutário - Lei Municipal nº 2372/2008, para provimento de vagas legais e formação de cadastro reserva do quadro geral dos servidores do Município Ocorre que para o cargo de Analista Ambiental e Licenciador, restringiu ilegalmente que candidatos com formação em Engenheira Florestal possam participar do concurso, nos seguintes termos:

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Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul

Serviço Público Federal - Órgão de Fiscalização da Engenharia e Agronomia Rua São Luís, nº 77 - Fone: (51) 3320.2100 – CEP 90620-170- Porto Alegre – RS

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EXCELENTÍSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE

PORTO ALEGRE- RS

URGENTE!

O CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO

GRANDE DO SUL, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob o n° 92.695.790/0001-95,

com sede na Rua São Luís n° 77, no Município de Porto Alegre, e SINDICATO DOS

ENGENHEIROS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – SENGE-RS, entidade

sindical, CNPJ 92.675.362/0001-09, com sede na Av Erico Verissimo, nº

960, Menino Deus, Porto Alegre RS, CEP 90.160-180, por seus procuradores,

conforme instrumento de mandato anexo, vêm, à presença de Vossa Excelência,

propor AÇÃO pelo rito ordinário, c/c pedido de tutela antecipada em face do

MUNICÍPIO DE IVOTI, inscrito no CNPJ nº 88.254.909/0001-17, com sede na Av.

Presidente Lucena nº 3527, Centro - Ivoti - RS - CEP: 93900-000, caixa postal 42,

forte nos fatos e fundamentos que passa a expor:

I - DOS FATOS:

O Município de Ivoti por meio do edital nº 069/2015 (em anexo), abriu o

concurso público nº 01/2015 sob regime estatutário - Lei Municipal nº 2372/2008, para

provimento de vagas legais e formação de cadastro reserva do quadro geral dos

servidores do Município

Ocorre que para o cargo de Analista Ambiental e Licenciador, restringiu

ilegalmente que candidatos com formação em Engenheira Florestal possam participar

do concurso, nos seguintes termos:

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Serviço Público Federal - Órgão de Fiscalização da Engenharia e Agronomia Rua São Luís, nº 77 - Fone: (51) 3320.2100 – CEP 90620-170- Porto Alegre – RS

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Com se verifica, segundo o edital só estão habilitados a disputar a vaga

de analista ambiental pessoas com formação em: gestão ambiental, bacharel em

ciências biológicas ou geologia. O Edital simplesmente ignorou os Engenheiros

Florestais.

Analisando a descrição das atividades do cargo, tem-se que tais

atividades enquadram-se nas atribuições legais do Engenheiro Florestal.

Todavia, embora regularmente oficiado para corrigir o equívoco em seu

Edital (doc. Em anexo), o Município de Ivoti não atendeu o pedido do Crea-RS para

que o edital fosse retificado.

No entanto, o prazo fatal para as inscrições é o dia 29/07/2015 o qual é

extremamente exíguo.

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Isso posto, não restou outra alternativa, senão o ajuizamento da

presente ação;

II – DA LEGITIMIDADE ATIVA:

Os Conselhos e os Sindicatos Profissionais tem razão histórica de ser e

existência precípua na qualidade de defensores e fiscalizadores dos direitos

individuais e coletivos das categorias que representam, em termos há muito previsto

em Constituições Nacionais e na Legislação Internacional. Direito reconhecido em

Constituições Federais do Brasil e na Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943,

no disposto nos artigos 511 e 513 e, também, para esfera judicial de forma geral no

art. 839, alínea "a", como na lei nº 5.584, de 1970.

Atualmente está explícito este poder amplo e maior no inciso III, do artigo

8, da Constituição Federal, promulgada em 5.10.88, depois de muita discussão da

Assembléia Nacional Constituinte, foi insculpido nos seguintes termos:

"Art. 8, III, da CF - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e

interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive

em questões judiciais ou administrativas;"

A seguir este critério de representação, postulação e defesa coletiva

especial, passou para a legislação ordinária na forma do art. 8, da Lei n. 7.788, de

03.07.89, com redação abaixo:

"Nos termos do inciso III, do art. 8, da Constituição Federal, as

entidades sindicais poderão atuar como substitutos processuais

da categoria, não tendo eficácia a desistência, a renúncia e

transação individuais."

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Hoje vigora na base infraconstitucional o artigo 3, da Lei 8.073, de

30.07.90, sancionada pelo Presidente da República, com os seguintes termos, exatos

e devidamente sucintos:

"As entidades sindicais poderão atuar como substitutos

processuais dos integrantes da categoria."

Assim, comparecem os Autores, nesta Justiça, com a presente ação, em

nome dos ENGENHEIROS E DE TODOS OS EXERCENTES DAS ATIVIDADES

LEGAIS DA ENGENHARIA (Lei 5.194/66, v.g. arts. 7º e 8º) e, assim, também estão

totalmente preenchidas as condições estabelecidas no art. 6° do Código de Processo

Civil Brasileiro.

III – DO DIREITO:

As atividades descritas para o cargo estão assim delineadas no edital do

Concurso Público:

Auxiliar o biólogo/licenciador na regulação, controle, fiscalização dos

licenciamentos ambientais; assessorar o biológo nas pesquisas e pareceres

técnicos no âmbito da competência municipal, bem como executar outras

atividades que, por sua natureza, estejam inseridas no âmbito das atribuições

do cargo e da área de atuação. Prestar apoio na elaboração de projetos de

pesquisa para preservação do meio ambiente; auxiliar nas fiscalizações

ambientais e na análise dos requerimentos e documentos de licenciamentos

ambientais; analisar requerimentos, interpretando a legislação ambiental ou

sanitária; realizar vistorias “in loco”, elaborar relatórios técnicos ambientais e

laudos; analisar, avaliar e acompanhar projetos; participar da elaboração de

projetos de educação sanitária e ambiental; desenvolver campanhas

educativas para proteção e recuperação ambiental, visando a conservação

dos recursos naturais; prestar informações sobre as atividades

desenvolvidas, elaborando relatórios; zelar pela limpeza e conservação do

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ambiente de trabalho e pela guarda dos bens que lhe forem confiados;

realizar outras atribuições compatíveis com sua especialização profissional.

Nos termos da Lei nº 4.643/65 os Engenheiros Florestais tiveram a sua

profissão regulamentada, veja-se:

Art. 1º A especialização de engenheiro florestal fica incluída na

enumeração do art. 16 do Decreto-lei nº 8.620, de 10 de janeiro de

1946.

Por sua vez o Decreto nº 8.620/1946 assim dispõe:

DAS ESPECIFICAÇÕES

Art. 16º Fica autorizado o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura a proceder à consolidação das atribuições referidas no capítulo IV do Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, com as das suas Resoluções, bem como a estabelecer as atribuições das profissões civis de engenheiro naval, construtor naval, engenheiro aeronáutico, engenheiro metalúrgico, engenheiro químico e urbanista. (Vide Lei nº 3.427, de 1958) (Vide Lei nº 4.643, de 1965)

Nesse contexto, os Engenheiros Florestais foram incluídos dentro do

Sistema Confea/Crea com as seguintes atribuições:

Decreto nº 23.569/1933:

Art. 37. Os engenheiros agrônomos, ou agrônomos, diplomados pela Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária do Rio de Janeiro, ou por escolas ou cursos equivalentes, a critério do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, deverão registrar os seus diplomas para os efeitos do art.10. Parágrafo único. Aos diplomados de que êste trata será permitido o exercício da profissão de agrimensor e a realização de projetos e obras concernentes ao seguinte : a) barragens em terra, que não excedam a cinco metros de altura; b) irrigação e drenagem, para fins agrícolas; c) estradas de rodagem de interesse local e destinadas a fins agrícolas, desde que nelas só haja boeiros e pontilhões até cinco metros de vão; d) construções rurais, destinadas a moradia ou fins agrícolas;

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e) avaliações e perícias relativas à matária das alíneas anteriores.

Lei nº 5.194/66 que assim dispõe:

Art. 7º As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro-agrônomo consistem em: a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada; b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária; c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica; d) ensino, pesquisas, experimentação e ensaios; e) fiscalização de obras e serviços técnicos; f) direção de obras e serviços técnicos; g) execução de obras e serviços técnicos; h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.

Regulamentando a Lei nº 5.194/66, a qual dispõe que o Conselho

Federal pode regulamentar o seu o teor nos termos do art. 27, alínea “f”, a Resolução

Confea nº 218/1973 assim dispõe:

Art. 10 - Compete ao ENGENHEIRO FLORESTAL:

I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução,

referentes a engenharia rural; construções para fins florestais e suas

instalações complementares, silvimetria e inventário florestal;

melhoramento florestal; recursos naturais renováveis; ecologia,

climatologia, defesa sanitária florestal; produtos florestais, sua

tecnologia e sua industrialização; edafologia; processos de

utilização de solo e de floresta; ordenamento e manejo florestal;

mecanização na floresta; implementos florestais; economia e

crédito rural para fins florestais; seus serviços afins e correlatos.

(grifou-se)

A fim de dar sequência, as atividades descritas no artigo 1º são:

Art. 1º - Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura

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e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica; Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação; Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica; Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria; Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico; Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica; Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; Atividade 09 - Elaboração de orçamento; Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 - Produção técnica e especializada; Atividade 14 - Condução de trabalho técnico; Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparoou manutenção; Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo; Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação; Atividade 18 - Execução de desenho técnico.

Nesse contexto, verifica-se que os Engenheiros Florestais têm atribuição

legal para a realização de todas as atividades descritas no edital.

Mais, a Constituição Federal em seu art. 5º inc. XIII, assim dispõe sobre

o livre exercício das profissões:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas

as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

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Nesse sentido, qualquer restrição ao livre exercício da profissão de

Engenheiro Florestal, sem amparo legal, ou com amparo em ato infralegal é

absolutamente inconstitucional, uma vez que cerceia o sagrado direito ao livre

exercício da profissão.

Em caso análogo, é o Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª e 1ª.

Região, respectivamente, que assim vêm decidindo:

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.

PERITO CRIMINAL. FORMAÇÃO. ENGENHEIRO AERONÁTICO. 1.

A norma do edital que impossibilita a participação profissional

com formação na área de Engenharia Aeronáutica para o

concurso para provimento de cargo de perito, enquanto permite

a participação de profissionais da área de Engenharia Mecânica,

viola o princípio da igualdade de condições quanto ao acesso a

cargos públicos. 2. O autor logrou aprovação nas provas objetivas e

discursivas do concurso público para Perito Criminal, demonstrando

na prática aptidão para o cargo. (TRF4, AC 2004.70.00.028568-3,

Quarta Turma, Relatora Marga Inge Barth Tessler, D.E. 13/10/2008)

(grifou-se)

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO.

CARGO DE ANALISTA DO MPU. ÁREA DE PERÍCIA. ESPECIALIDADE EM

ENGENHARIA CIVIL. CANDIDATA APROVADA E NOMEADA PORTADORA DE

DIPLOMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CIVIL. NEGATIVA DE POSSE.

RESOLUÇÃO CONFEA Nº 288/83. COMPATIBILIDADE DE ATRIBUIÇÕES

ENTRE AS DUAS PROFISSÕES. RECONHECIMENTO ADMINISTRATIVO DO

PEDIDO. SEGURANÇA CONCEDIDA. SENTENÇA MANTIDA. 1. A Lei

5.194/66, que regulamenta o exercício das profissões de Engenheiro,

Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, confere ao Conselho Federal de

Engenharia e Agronomia - CONFEA, em seu art. 27, a atribuição de

examinar e decidir em última instância os assuntos relativos no exercício

das profissões de engenharia, arquitetura e agronomia, bem como publicar,

periodicamente, a relação de profissionais habilitados. 2. A Resolução

CONFEA nº 288/83 dispõe que os profissionais diplomados em Engenharia

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de Produção ou Engenharia Industrial, oriundos da área CIVIL, possuem o

título de Engenheiro Civil, bem como desempenham as atribuições de

Engenheiro Civil, previstas no art. 7º, da Resolução nº 218/73. 3.

Comparando-se as atividades desempenhadas pelo profissional de

Engenharia de Produção Civil com as atribuições do cargo de Perito, com

especialidade em Engenharia Civil, conforme descritas no edital do certame,

constata-se a compatibilidade de atribuições entre as duas profissões, em

especial no que concerne à realização de perícias, vistorias, avaliações,

estudos técnicos, prestação de informações técnicas sob a forma de

pareceres, laudos e relatórios, planejamento, orientação, coordenação,

fiscalização e acompanhamento de execução de projetos, obras e serviços

técnicos, bem como nas atividades de assistência e assessoria técnica. 4. A

impetrante juntou aos autos certidão emitida pelo Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia de Minas Gerais - CREA/MG, datada de

12/03/2014, certificando que "a requerente com titulação em Engenharia

de Produção Civil, possui atribuições conforme as atribuições do Engenheiro

Civil, artigo 7º da Resolução 218 de 29/06/1973, do CONFEA". 5. No

Processo Administrativo nº 1.10.00.00218/2014-76, instaurado no âmbito

do Ministério Público da União com a finalidade de apurar a situação da

candidata ora impetrante, a Assessoria Jurídica Administrativa do MPU

emitiu parecer opinando pela regularização da posse da candidata na via

administrativa. 6. A impetrante, profissional de engenharia de produção

civil, está habilitada a exercer as atribuições do profissional de engenharia

civil, inexistindo óbice legal para que ela exerça as atividades atinentes ao

cargo de perito, especialidade em engenharia civil, de que trata o Edital

MPU nº 1/2013. 7. Não se trata de negar aplicação aos princípios da

legalidade, isonomia e vinculação ao edital, mas, sim, de privilegiar os

princípios da razoabilidade e eficiência, já que a Administração, por meio de

concurso público, busca selecionar o candidato mais capacitado. 8. O

Secretário-Geral Adjunto do Ministério Público da União, por meio do Ofício

nº 1042/2015/SG, de 18/03/2015, manifestou-se nos autos informando

que o diploma da impetrante foi reconhecido administrativamente como

apto a preencher o requisito de escolaridade para a posse da candidata no

cargo Analista do MPU/Perícia/Engenharia Civil. 9. Apelações e remessa

oficial a que se nega provimento.

(AMS 00021164420144013000, DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON

GUEDES, TRF1 - QUINTA TURMA, e-DJF1 DATA:08/06/2015 PAGINA:898.)

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Dessa forma, latente a ilegalidade contida no edital, mostra-se imperiosa

a declaração judicial de sua nulidade.

IV – DA TUTELA ANTECIPADA:

Em sede de tutela antecipada, busca o Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia e o Sindicato dos Engenheiros garantir o livre exercício da

profissão de Engenheiro Florestal, o qual foi cerceado pelo ato administrativo que se

busca ver anulado.

A ilegalidade administrativa contida no edital afronta ao exercício da

Engenharia, e em face de seu caráter proibitivo, produz de imediato efeitos

irreversíveis, uma vez que veda aos Engenheiros Florestais o direito legal e

Constitucional de também exercerem as atividades listas no edital.

Mais, a continuidade do concurso público, sem a participação dos

Engenheiros Florestais traz prejuízos irreparáveis àqueles que estão impossibilitados

de participar do certame.

Nesse sentido, é o que dispõe o art. 273 do Código de Processo Civil:

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. § 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento. § 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. § 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A. (...)

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Verifica-se o preenchimento de todos os requisitos para o deferimento

da tutela antecipada, vejamos:

a) existe prova inequívoca de que há efetivo cerceamento do exercício

da profissão de Engenheiro, sem qualquer amparo legal;

b) a verossimilhança das alegações está comprovada no fato de que é

notório que os Engenheiros Florestais têm atribuição para fiscalizar licenciamentos

ambientais; realizar pesquisas e pareceres técnicos no âmbito da competência

municipal, bem como executar outras atividades que, por sua natureza, estejam

inseridas no âmbito das atribuições do cargo e da área de atuação. Prestar apoio na

elaboração de projetos de pesquisa para preservação do meio ambiente; auxiliar nas

fiscalizações ambientais e na análise dos requerimentos e documentos de

licenciamentos ambientais; analisar requerimentos, interpretando a legislação

ambiental ou sanitária; realizar vistorias “in loco”, elaborar relatórios técnicos

ambientais e laudos; analisar, avaliar e acompanhar projetos; participar da elaboração

de projetos de educação sanitária e ambiental; desenvolver campanhas educativas

para proteção e recuperação ambiental, visando a conservação dos recursos naturais;

prestar informações sobre as atividades desenvolvidas, elaborando relatórios; zelar

pela limpeza e conservação do ambiente de trabalho e pela guarda dos bens que lhe

forem confiados; realizar outras atribuições compatíveis com sua especialização

profissional;

c) o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação é

latente na medida em que há profissionais e empresas que estão impossibilitados de

participar do certame e o prazo fatal para as inscrições é o dia 29/07/2015.

d) inexiste perigo de irreversibilidade do provimento, uma vez que a

tutela buscada apenas autoriza que os Engenheiros Florestais participem do concurso

e tomem posse, acaso aprovados.

V – DO PEDIDO:

Isso posto, requer a procedência dos pedidos infra:

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a) o deferimento da tutela antecipada, inaudita altera pars,

determinado que a parte ré autorize os Engenheiros Florestais a participarem do

concurso público, inclusive dando-lhes posse em caso de aprovação, publicando

edital retificador para que todos os Engenheiros Florestais possam participar do

concurso público;

b) a declaração de que o ato administrativo encontra-se eivado de

nulidade, uma vez que cerceia o livre exercício da profissão de Engenheiro Florestal,

sem amparo legal e/ou constitucional;

c) a citação da parte ré, para que esta, em desejando, apresente

contestação;

d) protestar por todos os meios de prova admitidos em direito, em

especial a prova pericial, documental e testemunhal.

e) o cadastro dos procuradores do SENGE-RS neste processo

(e-proc) a fim de que possam ser devidamente intimados sobre o andamento do feito.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00

Nesses termos, pede deferimento.

Porto Alegre, 06 de julho de 2015.

Alexandre Irigoyen de Oliveira Luiz Jacomini Righi Oscar José Plentz Neto Marcelo Abbud OAB-RS 59.567 OAB-RS 22.594 OAB-RS 18.061 OAB-RS 29.008