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Page 1: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)
Page 2: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

Exames laboratoriais:

Informações e Indicadores úteis para:

estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes

(estágio da doença) planejar o tratamento mais adequado avaliar a eficácia do tratamento instituído caracterizar populações

Page 3: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

Interpretação:

A interpretação inadequada de um exame pode levar ao clínico à tomada de decisões erradas em relação ao seu paciente.

Decisões clínicas, quando baseadas nos testes laboratoriais que foram realizados em espécimens corretamente colhidos, identificados , realizados por processos bem definidos e controlados, são adequadas.

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Interferência de fârmacos

A terapia por drogas pode aumentar ou diminuir o nível aparente de determinados constituintes na análise química de diversos líquidos biológicos (sangue ou urina)

O desconhecimento desses efeitos pode induzir a uma interpretação errônea dos resultados, causando desnecessários aumentos no custo do tratamento.

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As drogas podem causar problemas nas investigações químicas de duas diferentes maneiras:

a) “In vitro” - ou seja, interferência metodológica.

b) ”In vivo” - ou seja, efeitos biológicos

As drogas

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Enquanto na interferência “in vivo” o laboratório

pode oferecer ao clínico informações sobre a ação do

interferente, na interferência “in vitro” , que ocorre

quando o medicamento interfere na reação, que pode

ser química e física, esta exige conhecimento do

profissional do laboratório sobre a interferência.

Interferência “In vitro”

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Química: o medicamento reage com o reativo

cromogênico ou inibe a reação enzimática, propiciando

resultados falso positivos ou falso negativos. É o que

observamos quando a Bilirrubina indireta reage com

AAS por reação com o sulfato de benzeno diazônio,

promovendo um falso aumento deste pigmento.

Interferência “in vitro”

Page 8: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

As drogas ou seus metabólitos podem interferir

com a reação química utilizada. É importante entender

que a interferência com um método analítico poderá

não estar necessariamente presente com outros métodos

de análise. Isto implica em dizer que os métodos

analíticos devem ter uma alta especificidade.

Interferência “in vitro”

Page 9: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

Pequenas diferenças na técnica podem ser decisivas

no grau de interferência da droga. Isto se aplica, por

exemplo, a dosagem da creatinina, que pode ser afetada

por drogas como o ácido ascórbico ou metildopa.

Devemos lembrar que as implementações nas

metodologias analíticas têm, nos últimos anos,

diminuído estas interferências.

Interferência “in vitro”

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Podemos citar como exemplo o exame de hormônios

tireoideanos por metodologias ELFA ou E.I.E., em

substituição as técnicas de ligação protéica e que,

portanto, não sofrem interferência com a administração

de iodo. O mesmo ocorre nas determinações de glicose,

creatinina sérica e colesterol, atualmente analisadas

por metodologias enzimáticas, superiores às

colorimétricas.

Interferência “in vitro”

Page 11: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

As drogas podem interferir em exames freqüentes no

laboratório, como o exame sumário de urina, no qual a

presença de ácido ascórbico pode interferir na pesquisa

da glicose dando falsos valores baixos. O mesmo

pode-se dizer da pesquisa de hemoglobina, que

também pode sofrer interferência da droga citada

anteriormente.

Interferência “in vitro”

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O teste do nitrito ,da mesma forma, sofre interferência

pela presença de ácido ascórbico na urina. E mesmo a

pesquisa de sangue oculto nas fezes pode sofrer

interferência, resultando em falso negativo, causado pela

presença da mesma droga. Infusões de lipídios (intralipid) podem causar distúrbios

mecânicos na contagem de eritrócitos e leucócitos, como

também em certas análises espectrofotométricas.

Interferência “in vitro”

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Reconhece-se que os resultados sofrem alterações

significativas quando as amostras são tomadas muito

próximas da infusão de emulsões lipídicas. É difícil

para o médico reconhecer estas limitações e, assim

sendo, é importante que , não sendo o método

escolhido muito específico, o médico seja informado

dessas interferências.

Interferência “in vitro”

Page 14: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

Os efeitos biológicos das drogas com influência na

interpretação dos resultados dos exames laboratoriais

podem ser encontrados:

a) regularmente - em todas as pessoas testadas sob o uso

de certas drogas.

b) irregularmente - observado somente em um grupo

pequeno de pessoas. (Idiossincrasias)

Interferência “in vitro”

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Os hormônios sexuais freqüentemente têm um efeito

metabólico considerável e causam significantes mudanças

no padrão das proteínas plasmáticas. A concentração

plasmática de certas proteínas como a haptoglobina e

albumina decresce enquanto as concentrações de outras

proteínas como as lipoproteínas, Transferrina e alfa 1

antitripsina, aumentam.

Efeitos regulares

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Os aumentos na concentração de algumas das

proteínas no plasma são extremamente acentuadas. Isto

é verdadeiro para a Ceruloplasmina e este aumento é

acompanhado por aumento do T4 plasmático e Cortisol

plasmático na mulher que está tomando contraceptivos

ou fazendo terapia estrogênica.

Efeitos regulares

Page 17: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

Os contraceptivos orais mudam o metabolismo dos

lipídios. Em estágio inicial pode ser observado um

aumento de triglicerídios, colesterol e HDL colesterol,

sob a influência do componente estrogênico.

Um outro exemplo de efeito regular das drogas é a

hipercalcemia observada durante tratamento com

tiazidas.

Efeitos regulares

Page 18: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

Fatores constitucionais podem ser decisivos no

desenvolvimento de dano hepático causado por certos

esteróides. Elevação da Fosfatase alcalina é comum, bem

como a elevação das Transaminases séricas. Esteróides

anabólicos, podem causar colestase hepática, bem como

aumento da F. alcalina.

Influências irregularese idiossincrasias

Page 19: Exames laboratoriais: Informações e Indicadores úteis para: estabelecer diagnósticos avaliar a gravidade das patologias existentes (estágio da doença)

O fumo promove mudanças agudas e crônicas na

concentração de analitos sangüíneos. O fumo promove

aumento dos ácidos graxos, epinefrina, aldosterona e

cortisol. Estas alterações são observadas uma hora após

fumar. Alterações crônicas são referidas como

alterações nas contagens dos leucócitos, lipoproteínas,

hormônios e marcadores tumorais (CEA).

Fumo

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Dentre os efeitos agudos, que ocorrem entre 2 a 4 horas

após o consumo de etanol, verifica-se diminuição da glicose

sérica e um aumento do lactato devido a inibição da

gliconeogênese hepática. O Metanol é metabolizado a

acetoaldeído e em seguida a acetato. Isto aumenta a

formação de ácido úrico hepático. Juntamente com o lactato,

o acetato diminui o bicarbonato sérico resultando em acidose

metabólica.

Álcool

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Drogas como Anfetamina, Morfina, Heroína, Cannabis

e Cocaína podem influenciar os resultados dos testes

laboratoriais. Morfina causa espasmos do esfíncter de

Oddi, elevando assim os níveis de enzimas como Amilase

e Lipase. Observamos na tabela em anexo os efeitos

biológicos dessas drogas e seus respectivos efeitos nos

analitos.

Drogas aditivas

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Anfetamina: Aumenta os ácidos graxos livres. Morfina: Aumenta alfa Amilase, TGO, TGP, F.

Alcalina, TSH e prolactina. Heroína: Aumenta pCO2, T4, Colesterol, potássio.

Diminui: PO2, Albumina Cannabis: Aumenta Na, K, uréia, Cl. Diminui:

Creatinina, Glicose, Ácido úrico.

Drogas aditivas

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As interferências por medicamentos sobre as contagens

de espermatozóides e sobre a motilidade espermática,

ocorrem de forma fisiológica “in vivo”. Assim, temos

como exemplo de medicamentos que diminuem a

contagem dos espermatozóides “in vivo”: Cimetidina

(quadros de oligozoospermia transitória);Griseofulvina

(oligozoospermia)

Espermograma

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Metrotexato - tem potente ação anti-espermatogênica,

levando a quadros variáveis de oligozoospermias e

azoospermias.

Tabaco - O tabagismo pode, a longo prazo, produzir

casos de oligozoospermia, azoospermia e

astenozoospermia

Espermograma

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Vários medicamentos têm ação “in vivo”sobre a

determinação da glicose, elevando-a ou diminuindo-a

Provocam diminuição - Agentes anestésicos (stress);

Aspirina (aumento da absorção)

Medicamentos que atuam“in vivo”sobre a glicose

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Outros medicamentos provocam aumento “in

vivo”da glicemia: Clonidina, Cortisona, Fenitoína,

Morfina, Prednisona, Reserpina, Teofilina (diminuição

da tolerância à glicose.

Medicamentos que atuam“in vivo”sobre a glicose

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O exame de urina pode sofrer alterações “in vitro”

por modificação, por exemplo, da cor (Piridium) ou

alterações pelo uso, por exemplo, de antibióticos que

inibem o crescimento bacteriano “in vitro”, embora

possa não estar apresentando ação “in vivo”

Alterações “in vivo”e “in vitro”Exame de Urina

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Alterações in vivo podem ser observadas: Pelo uso de contrates radiológicos que elevam a

densidade urinária. Uma outra alteração “in vivo” com

modificação da densidade urinária é a eliminação de

grandes quantidades de glicose. Glicose: (glicose-oxidase)Ácido ascórbico mascara a

presença de glicose (falso negativo)

Alterações “in vivo”e “in vitro”Exame de Urina

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Bilirrubina (glicose-oxidase): Sofre interferência pelo

metabólitos de fármacos que dêem cor a um pH baixo

( Piridium , selenium). Ácido ascórbico (falso negativos)

Corpos Cetônicos (nitroprussiato de Na): Em Urinas

muito pigmentadas ou metabólitos de metildopa podem

aparecer resultados falso positivos

Alterações “in vivo”e “in vitro”Exame de Urina

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Nitrito: (ácido para arsanilico)Ácido ascórbico

Leucócitos: (éster derivado de aminoácido

pirrólico)níveis altos de fármacos podem causar reações

falso-positivas. A nitrofurantoína dá a urina uma cor

parda que mascara a cor da reação.

Alterações “in vivo”e “in vitro”Exame de Urina

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Inibição do crescimento bacteriano pelo uso de

antibióticos ou Quimioterápicos, sobretudo na utilização

de metodologias tradicionais. Esta interferência pode ser

minorada quando se utiliza metodologias automatizadas.

Hemoculturas

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Complemento C3 : Hidralazina < fis.

Metildopa < fis.; Fenitoína < fis. Cimetidina > fis.;

Contraceptivos orais > fis.; Complemento C4: Metildopa < fis.; Contraceptivos

orais > fis.; Complemento total: Ac. Valpróico < fis.

Imunologia

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Young, D. S. Effects of Drugs on Clinical Laboratory Tests - 4a

edição, 1995.

2. Krol, M.H. Elin, R.J. : Interference with Clinical

Laboratory analyses - Clinical Chemistry ano 1994 - no 40 pag

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3. Guder, W. G. e cols. Samples: From the Patient to the

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Bibliografia