exame mod 2 - 2.ª versão - proposta de correção

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Didáxis Cooperativa de Ensino, RA A Cultura do Senado Módulo II Cotação da questão Cotação da questão 1. Lê o Texto A. Texto A «O reinado deste Imperador é tragicamente famoso pelo terrível incêndio que devastou Roma durante nove dias […]. Muitas relíquias preciosas da antiga Roma ficaram perdidas para sempre e milhares de habitantes sem casa.» Anna Liberati e Fábio Bourbon, Antiga Roma, Lisboa, Editorial Verbo, 2004 1.1 Selecione a única opção que refere as condições urbanas que favoreceram a propagação do incêndio de Roma, no ano de 64 d. C. A. Ruas estreitas e desalinhadas, casas de madeira e insulae de altura elevada. B. Villae de altura elevada, ruas largas e ortogonais e casas de madeira. C. Ruas estreitas e desalinhadas, casas de pedra e domus com jardins. D. Domus de altura elevada, ruas largas e ortogonais e casas de pedra. 1.2 Indique o nome do Imperador que governava Roma, no ano de 64 d. C. Quem governava Roma nesta altura era Nero. 2. Sobre a origem e a fundação de Roma, os escritores latinos da Antiguidade recorrem à «tradição romana» como fonte de inspiração. A lenda de conta-nos a chegada de colonos troianos sob o comando de Eneias, o herói que desposara Lavínia, filha do rei Latino, lançando mais tarde os fundamentos da cidade de Lavinium. 2.1 Explica a lenda da fundação de Roma. Segundo a lenda, dois recém-nascidos terão sido encontrados a boiar nas águas do Tibre, tendo sido recolhidos e amamentados por uma loba. Mais tarde adotados por um pastor, que os criou, Rómulo e Remo fundaram Roma sobre o monte Palatino. Já adultos, durante uma discussão, Rómulo mata Remo e torna-se o primeiro rei de Roma, em 753 a. C.. 2.2 Enuncia os regimes políticos que Roma conheceu, situando-os no tempo. Roma conheceu três regimes políticos: a Monarquia desde 753 a. C. a República, - a partir de 509 a.C. o Império - a partir de 27 a. C. 2.3 Identifica a obra literária latina a que alude o texto e refere o seu autor. O texto alude à “Eneida”, de Virgílio. 3. Texto B “A tranquilidade que pairou em todo o império durante o reinado de Octávio é conhecida na história pelo nome de «Paz Octaviana». Político arguto e prudente, recusa aparentemente o título de rei e ditador. Confia o exército a Agripa e Tibério, cerca-se de hábeis conselheiros como Mecenas e, dando ao povo a doce ilusão do triunfo democrático, vai silenciosamente acumulando todos os poderes desde o de Sumo Pontífice, até ao de tribuno da plebe (para se tornar impune e ter direito de veto sobre o Senado), tornando-se imperador, com poder absoluto e recebendo do Senado o título de Augusto, próprio dos deuses. Fundou uma guarda própria chamada a «Guarda Pretoriana», reprimiu a imoralidade, desenvolveu o comércio abrindo novas vias de comunicação, ampliou as fronteiras do Império do Danúbio e Elba.” 3.1 Refere os poderes que Octávio César Augusto acumulou. Octávio acumulou todos os poderes: Como Sumo Pontífice, quer dizer, sacerdote supremo, era chefe da religião romana; como Tribuno da Plebe, tinha o direito de veto sobre as decisões do Senado; como imperador, assumia poder absoluto, tornando-se comandante supremo do exército; Com o título de Augusto - título divino até aí reservado a certos deuses nascia o culto do imperador, a quem se levantara templos e altares. Este adotou, então, o nome de Octávio César Augusto. 3.2 Explica a expressão sublinhada no texto. A expressão sublinhada significa que Augusto, apesar de passar a ideia de que o povo é que decidia e mandava, foi acumulando, lentamente e de forma astuta, todos os poderes, tornando-se senhor absoluto de Roma. 3.3 Diz quem foi Caio Mecenas. Caio Mecenas, grande amigo e colaborador de Augusto, mereceu o cognome de «Pai dos artistas» pelo carinho incansável com que patrocinou, protegeu e apoiou grandes artistas e escritores, como os poetas líricos Horácio, Ovídio e Virgílio - este último autor da poesia épica Eneida. O seu nome (mecenas e mecenato) ficou para sempre associado à proteção das artes e do saber. 5 DEPARTAMENTO CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS ANO LETIVO 2012 /2013 TESTE DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES MÓDULO II A CULTURA DO SENADO 1TM1215 ALUNO ____________________________________ N.º _____ JANEIRO DE 2013 PROFESSORA: TERESA GONÇALVES Fig. 1 - Loba capitolina

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Page 1: Exame mod 2  - 2.ª versão - proposta de correção

Didáxis – Cooperativa de Ensino, RA A Cultura do Senado – Módulo II

Cota

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1. Lê o Texto A. Texto A

«O reinado deste Imperador é tragicamente famoso pelo terrível incêndio que devastou Roma durante nove dias […]. Muitas relíquias preciosas da antiga Roma ficaram perdidas para sempre e milhares de habitantes sem casa.»

Anna Liberati e Fábio Bourbon, Antiga Roma, Lisboa, Editorial Verbo, 2004

1.1 Selecione a única opção que refere as condições urbanas que favoreceram a propagação do incêndio de Roma, no ano de 64 d. C.

A. Ruas estreitas e desalinhadas, casas de madeira e insulae de altura elevada. B. Villae de altura elevada, ruas largas e ortogonais e casas de madeira. C. Ruas estreitas e desalinhadas, casas de pedra e domus com jardins. D. Domus de altura elevada, ruas largas e ortogonais e casas de pedra.

1.2 Indique o nome do Imperador que governava Roma, no ano de 64 d. C. Quem governava Roma nesta altura era Nero.

2. Sobre a origem e a fundação de Roma, os escritores latinos da

Antiguidade recorrem à «tradição romana» como fonte de inspiração. A lenda de conta-nos a chegada de colonos troianos sob o comando de Eneias, o herói que desposara Lavínia, filha do rei Latino, lançando mais tarde os fundamentos da cidade de Lavinium.

2.1 Explica a lenda da fundação de Roma. Segundo a lenda, dois recém-nascidos terão sido encontrados a boiar nas águas do Tibre, tendo sido recolhidos e amamentados por uma loba. Mais tarde adotados por um pastor, que os criou, Rómulo e Remo fundaram Roma sobre o monte Palatino. Já adultos, durante uma discussão, Rómulo mata Remo e torna-se o primeiro rei de Roma, em 753 a. C..

2.2 Enuncia os regimes políticos que Roma conheceu, situando-os no tempo.

Roma conheceu três regimes políticos:

a Monarquia – desde 753 a. C.

a República, - a partir de 509 a.C.

o Império - a partir de 27 a. C.

2.3 Identifica a obra literária latina a que alude o texto e refere o seu autor. O texto alude à “Eneida”, de Virgílio.

3. Texto B

“A tranquilidade que pairou em todo o império durante o reinado de Octávio é conhecida na história pelo nome de «Paz Octaviana».

Político arguto e prudente, recusa aparentemente o título de rei e ditador. Confia o exército a Agripa e Tibério, cerca-se de hábeis conselheiros como Mecenas e, dando ao

povo a doce ilusão do triunfo democrático, vai silenciosamente acumulando todos os poderes – desde o de Sumo Pontífice, até ao de tribuno da plebe (para se tornar impune e ter direito de veto sobre o Senado), tornando-se imperador, com poder absoluto e recebendo do Senado o título de Augusto, próprio dos deuses. Fundou uma guarda própria chamada a «Guarda Pretoriana», reprimiu a imoralidade, desenvolveu o comércio abrindo novas vias de comunicação, ampliou as fronteiras do Império do Danúbio e Elba.”

3.1 Refere os poderes que Octávio César Augusto acumulou. Octávio acumulou todos os poderes:

Como Sumo Pontífice, quer dizer, sacerdote supremo, era chefe da religião romana;

como Tribuno da Plebe, tinha o direito de veto sobre as decisões do Senado;

como imperador, assumia poder absoluto, tornando-se comandante supremo do exército;

Com o título de Augusto –- título divino até aí reservado a certos deuses – nascia o culto do imperador, a quem se levantara templos e altares.

Este adotou, então, o nome de Octávio César Augusto.

3.2 Explica a expressão sublinhada no texto.

A expressão sublinhada significa que Augusto, apesar de passar a ideia de que o povo é que decidia e mandava, foi acumulando, lentamente e de forma astuta, todos os poderes, tornando-se senhor absoluto de Roma.

3.3 Diz quem foi Caio Mecenas.

Caio Mecenas, grande amigo e colaborador de Augusto, mereceu o cognome de «Pai dos artistas» pelo carinho incansável com que patrocinou, protegeu e apoiou grandes artistas e escritores, como os poetas líricos Horácio, Ovídio e Virgílio - este último autor da poesia épica Eneida. O seu nome (mecenas e mecenato) ficou para sempre associado à proteção das artes e do saber.

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DEPARTAMENTO CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

ANO LETIVO

2012 /2013

TESTE DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES

MÓDULO II – A CULTURA DO SENADO 1TM1215

ALUNO ____________________________________ N.º _____ JANEIRO DE 2013 PROFESSORA: TERESA GONÇALVES

Fig. 1 - Loba capitolina

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Didáxis – Cooperativa de Ensino, RA A Cultura do Senado – Módulo II

Cota

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4. O Coliseu, também conhecido como

anfiteatro Flávio deve seu nome à expressão latina Colosseum, devido à estátua colossal do

imperador romano Nero, que ficava nas suas proximidades. Localizado no centro de Roma, é uma exceção de entre os anfiteatros pelo seu volume e relevo arquitetónico. Foi construído a leste do Fórum Romano e demorou entre oito a dez anos a ser construído

4.1 Diz o que sabes sobre este monumento. Grande anfiteatro oval mandado construir por Vespasiano, por volta do ano 70, e

concluído, com três andares, em 82, por Domiciano. No século III foi-lhe acrescentado mais um andar.

Com uma altura de 48 m, as bancadas eram de mármore (entretanto desaparecido) e tinham capacidade para mais de 50 000 espectadores. Externamente, o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos. Trata-se do exemplo mais espetacular de sobreposição das ordens: a toscana (dórica), de aspeto mais robusto, foi aplicada no andar inferior, seguindo-se a jónica e a coríntia. No último andar, as colunas foram substituídas por pilastras de ordem compósita. Essas colunas eram, na verdade, meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Por isso, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de a ornamentar.

O recinto destinava-se ao combate de gladiadores e à representação de tragédias e comédias. Também foi aqui que muitos cristãos perderam a vida, lançados às feras. Neste espaço colossal, chegaram mesmo a realizar-se simulações de batalhas navais.

4.2 Identifica as ordens arquitetónicas criadas pelos Romanos.

Os Romanos criaram a ordem compósita e a ordem Toscana.

4.3 Refere outros elementos originais da arquitetura romana. Outros elementos originais da arquitetura romana foram a cúpula, a abóbada de berço e o arco de volta perfeita.

5. O Arco de Triunfo é um presente que a romanidade

ofereceu à arquitetura. 5.1 Justifica esta afirmação.

Esta afirmação significa que esta tipologia foi criada pelos Romanos para celebrar grandes vitórias militares e influenciaram fortemente a arquitetura europeia que, entre o Renascimento e o século XIX, delas fez numerosas cópias

e recriações.

5.2 Diz o que sabes sobre estas monumentais construções. Os Arcos do Triunfo foram uma espécie de monumento introduzida pelos romanos. Cada arco simboliza a vitória numa batalha durante o reinado de um imperador, constituindo-se assim como memória dessa batalha e desse imperador.

Painéis de figuras, esculpidas representando feitos militares, decoravam os arcos de triunfo, sob os quais desfilavam os exércitos vitoriosos conduzindo longas filas de prisioneiros acorrentados.

Em Roma, há três Arcos principais: o Arco de Constantino, o Arco de Tito e o Arco de Septímio Severo. 5.3 Identifica o da figura 3.

A figura 3 mostra o Arco de Constantino.

6. Tal como hoje, em Roma, as

diferenças sociais refletiam-se na qualidade do alojamento.

6.1 Distingue as habitações dos ricos das dos pobres nos centros urbanos. Tal como hoje, as diferenças sociais refletiam-se na qualidade do alojamento. Os mais ricos habitavam uma casa própria, unifamiliar, de modelo tradicional: a domus. Normalmente de um só piso, a domus isola os seus habitantes do movimento da rua, já que praticamente não tem janelas para o exterior. Os aposentos organizam-se em redor de um átrio central ao qual, nas moradias mais ricas, se acrescenta um outro espaço aberto - o peristilo - dotado de belas colunas, estátuas e recantos ajardinados. A maioria da população não tinha, porém, possibilidade de usufruir de uma domus. Como em todas as grandes urbes, em Roma, o espaço faltava e a cidade cresceu em altura, enchendo-se de extensos e atamancados bairros de insulae. Com janelas para a rua estreita, suja e barulhenta, a insulae subdividia-se em pequenos apartamentos de aluguer onde se amontoava, geralmente numa só dependência, toda a família.

7. A recuperação de duas cidades que tinham sido soterradas pela lava e cinzas do vulcão Vesúvio permitiram-nos recuperar não só os murais das luxuosas casas, mas também todo o tipo de objetos pertencentes à vida quotidiana dos seus habitantes há cerca de dois mil anos. A pintura e os mosaicos serviam de elementos decorativos de paredes e de pavimentos dos edifícios.

7.1 Identifica as cidades de que fala o texto.

O texto refere-se às cidades de Pompeia e de Herculano.

Figura 3

Figura 2 – Coliseu de Roma

Figura 5 – fresco de Pompeia

Figura 4

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Didáxis – Cooperativa de Ensino, RA A Cultura do Senado – Módulo II

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7.2 Caracteriza a pintura romana. A pintura e os mosaicos serviam de elementos decorativos de paredes e de pavimentos dos edifícios. Os principais temas representados na pintura eram paisagens, construções, episódios históricos e mitológicos. As cidades de Pompeia e Herculano, soterradas pela lava do vulcão Vesúvio, permitiram-nos recuperar não só os murais das luxuosas casas, mas também todo o tipo objetos pertencentes à vida quotidiana dos habitantes destas cidades há cerca de dois mil anos atrás. A pintura era feita a fresco (os frescos são normalmente pinturas feitas nas paredes, também chamadas pinturas murais, enquanto o gesso ou a argamassa ainda está por secar), recorrendo-se a cores vivas e às leis da perspetiva, que criavam a ilusão de profundidade.

Nos mosaicos, as construções geométricas e figurativas foram muito utilizadas. 7.3 Indica o estilo a que pertence a pintura a fresco apresentada na figura 5.

A figura cinco ilustra um fresco do chamado 1.º estilo (imitação de mármores).

8. A Coluna de Trajano é a mais ambiciosa das colunas comemorativas. 8.1 Diz o que sabes sobre este monumento.

A Coluna de Trajano (106 – 113 d. C.) é a mais ambiciosa das colunas comemorativas. Tem aproximadamente 30 metros de altura mais oito metros de pedestal, perfazendo 38 metros. Mostra um relevo narrativo de figuras esculpidas, representando feitos militares envolvendo a coluna em mais de duzentos metros de espiral ininterrupta, comemorando batalhas em mais de 150 cenas. Constituída por vinte blocos de mármore, cada um pesando 40 toneladas, com um diâmetro de quatro metros. No seu interior, uma escada em espiral com 185 degraus dá acesso à plataforma do topo, de onde se obtém uma vista periférica.

9. Os Romanos desenvolveram a escultura, nomeadamente a estatuária e os relevos. 9.1 A partir da figura 7, refere as principais caraterísticas da escultura romana. Os Romanos desenvolveram a escultura, nomeadamente a estatuária e os relevos. O

alto e o baixo-relevo serviram de elemento decorativo à arquitetura. A escultura romana caracterizava-se pelo idealismo, realismo e idealização, visível, sobretudo, no retrato ao nível da ondulação dos cabelos, da expressão dos olhos e das feições do rosto que, por vezes, chegavam a transparecer traços da personalidade. Os temas da escultura variavam entre os episódios da política, da guerra, do quotidiano e da mitologia.

Augusto de Primaporta (fig. 7), executado a maneira grega de Policleto, por volta do nascimento de Cristo é a imagem do Imperador, que cedo ganhou o sentido simbólico de um emblema nacional. Para tal, seguindo a tradição dos etruscos, os romanos aperfeiçoaram e utilizaram constantemente a arte do retrato para passar essa imagem de poder. A ideia de atribuir estatura sobre-humana ao Imperador cedo se tornou política oficial para lhe conferir a aura de divindade e poderio supremo.

10. Observa o seguinte conjunto documental.

10.1 Identifica cada uma das figuras.

Fig. 8 - L’arringatore – O Orador - é uma estátua-retrato que representa o cidadão de plenos direitos, o patrício em pleno ato de discursar, no exercício dos seus direitos e deveres cívicos; Fig. 9 – Panteão romano ou Panteão de Agripa.; Fig 10 – Casa dos Vetti, Pompeia – 1.º estilo da pintura romana.; Fig. 11 – Ara Pacis ou Altar da Paz; Fig. 12 – Ponte de Gard, França.

Figura 7

Figura 6 – Coluna de Trajano

Figura 9

Figura 8

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Figura 10

Figura 11

Figura 12