evora100limites
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1º número do projecto Évora100Limites do qual fui percursor, através da Direcção do Projecto que ainda hoje marca o aniversário do semanário A Defesa.TRANSCRIPT
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Dentro de um mundo por descobrir,E com o céu em si espelhado,Nasce uma cidade a sorrir,Edificada no Passado.
Tens muralhas, tens ruelasTens estradas e calçadasTens igrejas das mais belasE paisagens por ti criadas…
És sábia e maravilhosaTens tanto para nos contar.Possuis a cor luminosaDe um Alentejo por criar.
Segreda-nos a tua história,Que perdida anda nessas ruas,Alimenta-nos a memóriaCom fantasias e lembranças tuas…
O Templo, a Sé, a Capela…Quantos encantos em ti comportas?Deixem-me viver e olhar p’ra ela:A cidade dos sonhos, da arte, das Portas.
Teresa Calado
ÉvoraEncantada
Ficha Técnica - Director: Salvador dos Santos | Direcção de Projecto: Rui Miguel Baptista e David Simões | Equipa Redacto-rial: Rui Miguel Baptista, David Simões e Pedro Conceição | Fotografia: André Gonçalves | Agradecimentos: Teresa Calado, Adria-na Mello, Jorge Gabriel, Clara de Sousa, Guilherme Simões, Nuno Eiró, Augusto Simões, Palmira Marques e Paulo ArcanjoPaginação e Impressão.: Gráfica Eborense | Periocidade: 1.ª Edição - Anual - Março 07 | Tiragem: 15.000 ex. | Distribuição Gratuita
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Foi entre as encruzilhadas de Évora,ruas antigas e labirínticas, cheias de segre-dos e histórias para contar que a doisjovens nasceu a ideia, cresceu a obra, eé aqui, nas páginas que se seguem, apre-sentadas ao mundo e especialmente a si.
Évora100limites não é apenas uma publicação decelebração dos 84 anos do Semanário “a defesa”, queaproveito desde já para felicitar, é sobretudo o preen-chimento de uma lacuna na cidade.
É fundamentalmente para si que esta revista foicriada com conteúdos que decerto lhe interessarão,devido á proximidade que deles tem. Tratados comrigor e isenção, desejo que se delicie e se perca naspáginas que se seguem, confiante de que no final irádar como bem empregue o tempo dispensado parafolhear Évora100limites.
Editorial
“a defesa” fez 84 anos, dia19 de Março, também dia deS. José.
Nesta celebração decidimosinserir a publicidade numa re-vista que é enriquecida comalgumas entrevistas.
No meio de todas as dificul-dades por que passa a impren-sa regional, é consolador en-contar a compreensão e dedi-cação de tantos leitores quenão se esquecem do seu jor-nal em dia de aniversário e qui-seram apoiar a iniciativa dosnossos dedicados colaborado-res, por sinal os mais novos,Rui Miguel Baptista, DavidSimões e Pedro Conceição.
Esta revista, que sai comosuplemento de “a defesa”, serágratuitamente distribuída e tam-bém separadamente. Assim sejustifica a tiragem de uns milha-res de exemplares.
Resta-nos agradecer a cola-boração de todos e em dia donosso patrono, S. José, a to-dos lembrar.
A abrir
Em busca de algo
Évora100limites nasce de um sonhoque em apenas um mês se tornourealidade. Nasce também da vontade dedesenvolver os meios de comunicaçãosocial de Évora principalmente, paraestimular o interesse pela informação.
Marcados pelo passado, conscientesdo presente e estimulados pelo futuro, realizámos umarevista a pensar em si, para que conheça um poucomais da sua cidade.
Com 84 anos, o Semanário “a defesa” que está deparabéns, proporcionou-nos esta oportunidade e comisto pretendo incentivar a que apareçam mais iniciativascomo esta, para desenvolver a cidade em todos osaspectos.
Com todo o esforço e dedicação compensados pelosucesso deste projecto, é com muito gosto e satisfa-ção que vos convido a desfrutar de Évora100limites.
Do sonho à realidade
David Simõ[email protected]
Pe. António Salvadordos Santos
Rui Miguel [email protected]
04 | Mais Évora, mais cultura06 | Évora palco literário08 | “Queremos fazer uma mudança para melhor”10 | “Évora uma das mais bonitas cidades”12 | “a defesa” tem pernas para andar”14 | TV Évora, um projecto inovador16 | Rumo ao futuro sem esquecer o passado22 | De fora para dentro
24 | Parabéns e Felicidades26 | Évora terá Urgência Polivalente28 | “Uma questão de atitude”30 | Parque Desportivo da Cidade32 | Ecopista de Sucesso33 | Robô que dá emprego34 | “Vista” olha para Évora36 | Fundação Eugénio de Almeida
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Mais Évoramais cultura
Para o ano de 2007 sãoesperadas muitas e diversasactividades culturais na cida-de. Alguns dos acontecimen-tos já fazem parte do calen-dário anual de actividades,outras ainda se encontram emanálise devido a várias condi-cionantes, tais como, a Praçade Toiros que está a ser trans-formada num pavilhão mul-tiusos que virá a breve trechocolmatar uma lacuna em Évo-ra. Será um espaço que permi-tirá a realização de grandes
eventos com uma assistênciacómoda para cerca de 3 a 4mil pessoas. A inauguraçãoestá prevista para o final domês de Junho por altura dafeira de S. João, e se não hou-ver atrasos deixará de ser umacondicionante para passar aser uma certeza no panoramacultural eborense.
A Temporada de Dança, aFeira do Livro e as comemo-rações do 25 de Abril são ou-tros eventos que já se encon-tram em programação.
Évora tem uma riquezacultural imensa, com inúmeroseventos e espectáculos, noentanto no mundo global emque hoje vivemos é necessá-
Rui ArimateiaChefe da Divisão dos Assuntos Culturais
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rio chegar até ao público eestimulá-lo para que este sesinta motivado a ir ver as acti-vidades que se vão realizando.
Como refere Rui Arima-teia, Chefe da Divisão dosAssuntos Culturais, “uma dasgrandes lacunas é exactamen-te a divulgação dos eventos.Teoricamente, em termos orça-mentais, 25% do valor do es-pectáculo seria para investirem publicidade. Nos últimosanos, devido a um grande es-forço financeiro e à crise quese parece ter instalado no nos-so país, não tem sido possívelefectua os investimentos publi-citários necessários. Temosapostado numa programaçãoforte e com maior qualidade,contudo não há volta a dar eserá mesmo necessário inves-tir mais em publicidade. Destaforma, vai ser publicada umaagenda cultural totalmenterenovada, com uma periodici-dade mensal, sendo elabora-da em parceria com a Câmarae a associação Bate Pé. Nãoconseguimos de forma algu-ma ser redundantes, porque
não temos as paredes cheiasde cartazes como Lisboa ePorto, devido a regras muitorígidas”.
Toda esta capacidade cul-tural que tem Évora do séculoXXI tem muito a ver com o esta-tuto alcançado em 1986, atri-buído pela UNESCO de ser ci-dade património mundial queajudou na divulgação externados eventos da cidade e daregião.
Seria para Évora um acon-tecimento único ter a possibi-lidade de ser capital Europeiada Cultura. É com toda a certe-za uma ambição legítima detodos, mas só com a continua-
ção do trabalho realizado atéagora será possível alcançarum dia tão audaz objectivo. Oacolhimento deste eventopoderá ir para cima da mesaquando todas as obras nassalas de espectáculo exis-tentes forem concluídas. Nofinal deste ano o Teatro Garciade Resende poderá ver 60%das intervenções terminadasao nível da segurança. O SalãoCentral Eborense é outra obraque há muito aguarda o iníciodos trabalhos, que ainda nãotem data marcada pois a câ-mara irá este ano ainda can-didatar-se a dinheiros doPOC.
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Évora,Cidade considerada Patri-
mónio Mundial da Humanida-de, Évora não pertence apenasaos alentejanos, já é proprieda-de do mundo inteiro graças aosseus encantos arquitectónicoshistóricos únicos. Lugar de cru-zamento de povos, a cidadesempre apaixonou os que por
Ferreira (1916-1996) ainda épossível. Basta acompanhar opercurso do professor, AlbertoSoares, personagem principaldescrito no romance “Apari-ção”. Aqui recordamos o anti-go Liceu, com os seus claus-tros onde o mestre circulou eaté podemos sentir a lumino-
dos séculos e dos sonhos doshomens (…)”.
Mas não é só Vergílio Fer-reira que aclama as qualidadesda cidade eborense. Entre mui-tos autores mais ou menos co-nhecidos, destacamos a pro-fessora Margarida Pedrosa,com o livro de ficção histórica
palco Literário
aqui passaram e foram váriosos escritores que se deixaramenredar pelo feitiço desta cida-de–museu. Partilhar um poucodo que cada autor escreveusobre Évora é ver e sentir umacidade multifacetada que jáserviu de cenário para muitascriações literárias.
Percorrer as ruas de Évorana companhia de Vergíl io
sidade que a cidade reflectenos seus espaços brancos: “A cidade resplandecia a um solfamiliar, branca, enredada deruas como de velhas ciladas,semeada de ruínas, de arcospartidos, nichos de santos deorações de outras eras, jane-las góticas, como olhares em-bicados. Évora mortuária, en-cruzilhada de raças, ossário
“Só ao Bispo me Confesso”que nos remete para outrostempos, época do reinado deD. João II, altura em que a per-sonagem principal (Inês deToledo), feiticeira e física da cor-te é preparada para morrer naPraça do Giraldo. Pelas mãosde Margarida ultrapassamos asfronteiras da mouraria e da ju-diaria, atravessamos ruas, en-
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tramos nas igrejas e conhece-mos antigos costumes.
Também o prémio Nobelda Literatura, José Saramago,um dia sonhou escrever sobreo nosso Alentejo. Assim, surgiuo romance “Levantado doChão”. Outro grande nome daliteratura portuguesa, Eça deQueirós (1845-1900) viveu du-rante um ano (1867) em Évora,onde editava “O Distrito deÉvora” um jornal financiado pe-lo agricultor alentejano JoséMaria Eugénio de Almeida,destinado a opor-se ao Gover-no. Nas páginas deste periódi-co, encontramos referênciasdirectas aos acontecimentoslocais, como é o caso da cró-nica que se refere à Feira deSão João: “Uma festa e umafeira; as barracas e as foguei-ras, as cavalhadas e a alegria,os panoramas e as alcacho-fras, os saltimbancos e os de-voradores de espadas, e asfontes de madrugada, tudojunto, tudo no mesmo dia!”
Poetisa de excessos, Flor-bela Espanca (1894-1930), na-tural da vizinha Vila Viçosa,oferece-nos versos carregados
de emoção sobre a cidadeonde estudou: Évora! Ruas er-mas sob os céus/ Cor de vio-letas roxas...Ruas frades/ Pe-dindo em triste penitência aDeus/ Que nos perdoe asmíseras vaidades!(…)
Mário Ventura Henriques(1936-2006), escritor, jornalista efundador do Festival de cinemade Tróia que se considerava“alentejano por afeição” publi-cou duas obras que falam do
Alentejo: “Vida e Morte dosSantiagos” e “Évora e os diasde Guerra”.
Além dos referidos, estáclaro, muitos outros nomes dasletras também respiraram osares da capital do alto Alentejopara elaborar os seus textos. E,no futuro, outros escritores,poetas e cronistas vão inspirar--se neste recanto e, com cer-teza, novas vozes literárias es-tarão por vir!
A. Mello
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Em Fevereiro passadofez um ano que a actual di-recção da ACDE tomouposse. Que balanço se po-de fazer?
José Neves – Creio queainda é prematuro fazer um ba-lanço. No entanto, neste pri-meiro ano actuámos em duasvertentes. Por um lado, arrumá-mos algumas coisas dentro daACDE, alterando alguns proce-dimentos. Por outro lado, pro-curámos aproximar-nos maisdo Associado, que é o nossoobjectivo principal.
Ao longo do ano queactividades foram feitas emÉvora para que a actividadecomercial no centro histó-rico fosse mais activa?
J. N. - Tivemos várias acti-vidades ao longo do ano, sen-do que no mês de Dezembro,se desenvolveu uma campa-nha mais intensa, porque oNatal é a época em que, paraa maioria dos associados, seconseguem potenciar as ven-das. Assim, apostámos emdar alegria e dinâmica à volta
“QueremosEntrevista a José Neves,
do comércio tradicional. Tam-bém no Carnaval, apesar dotempo não ter ajudado, procu-rámos dar mais dinâmica aocentro histórico da cidade.
Em tempos de crise docomércio tradicional comovê a realidade económicados comerciantes nesteano de 2007?
J. N. - A situação há umano estava complicada e as-sim continua, não se preven-do que 2007 seja melhor doque 2006. A esmagadoramaioria dos nossos associa-dos vendeu igual ou menosem 2006 do que em 2005,sendo raros os casos queaumentaram o número dasvendas.
Além disto, temos a in-cógnita em relação ao nú-mero de novas grandes super-fícies comerciais para a cida-de, que estão em estudo, oque leva à apreensão em re-lação ao futuro, porque não sesabe que concorrência o co-mércio tradicional terá e quaisserão as regras do jogo.
Neste momento já háuma grande superfícieaprovada. Quantas maisestão em fase de estudo?
J. N. - Sim, neste momen-to já existe uma unidade apro-vada. O estudo, que está a serdesenvolvido pelo departa-mento de geografia da Facul-dade de Letras da Universi-dade de Lisboa, é relativo aquatro projectos e procuraapurar a capacidade do distrito
fazer uma mudançapara melhor”
Presidente da Associação Comercial do Distrito de Évora:
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e da cidade em acolher novasgrandes superfícies comer-ciais.
A realização deste estu-do já é uma vitória para aACDE?
J. N. - Sim é uma peque-na vitória. Conseguimos fazersentir às várias entidades dacidade que não era possível teresse número de superfíciescomerciais. Temos que fazeresse estudo, apurar a capaci-dade, e depois escolher a me-lhor e a que trará valor acres-centado à cidade e aos co-merciantes. Que fique claro quenão quisemos nem queremosarranjar nenhuma luta com asgrandes superfícies, simples-mente queremos que haja umacomplementariedade e quetodos possamos ganhar comesses investimentos.
Na visão da ACDE, alémda unidade que já estáaprovada, há lugar paraquantas mais?
J. N. - Nós pensamos queo ideal era ter apenas uma.Aprovar mais, depende, donosso ponto de vista, do ta-manho das unidades, porquenos outros projectos em es-tudo há unidades com 20 milmetros quadrados, igual àaprovada, mas há outra quetem o dobro. Portanto, vamosaguardar a conclusão do es-tudo para tirarmos as nossasilações.
Quando estará termina-do o estudo?
J. N. - Penso que deveráser entregue até ao final dosemestre deste ano. Depois,a Câmara Municipal terá aprimeira palavra, porque foi aentidade que encomendou oestudo. Deverá ser a Câmaraa torná-lo público, chamando-nos, para depois se definir oque irá acontecer.
Para 2007, qual o traba-lho da Associação Comer-cial no sentido de atenuareste efeito de recessão?
J. N. - A ACDE continua atrabalhar com a mesma linhade orientação que tivemos noano passado. Vamos fazervários eventos, porque noscandidatámos ao ModCom,procurando atrair mais clientespara o comércio tradicional.Continuamos com a nossa ba-
Muito se especula acer-ca de quem ou do quêserá responsável pela cri-se no comércio tradicionalna cidade de Évora. Noentanto que medidas visí-veis têm sido tomadas nosentido de promover e es-timular a compra no cen-tro histórico. Aos olhos detodos está claro que pou-co ou nada tem sido feitopara que exista um retro-cesso nesta tendênciaabismal que parece nãoter retorno.
Problemasemretorno?
opinião
talha em relação aos horáriosporque não é fácil fazer a rees-truturação do alargamento dehorário. Estamos neste mo-mento também a negociar ocontrato colectivo de trabalhopara o comércio, com vanta-gens para os comerciantes epara os trabalhadores.
A nível interno criámosagora um gabinete de estu-dos para ajudar os comer-ciantes a concorrer aos váriosprogramas operacionais queexistem.
Queremos fazer uma mu-dança para melhor, mas nãode uma forma radical.
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O que significa Évora nopanorama turístico Nacionale Mundial?
Andrade Santos – A nívelnacional, Évora é uma das maisbonitas cidades do país, senão a mais bonita. O seu Cen-tro Histórico é o maior portugu-ês e um dos maiores da Euro-pa, com sinais de diferentesépocas, com um elemento ro-mano muito bem conservado,um traçado medieval. Portan-to, foi justamente consideradohá 20 anos como Património daHumanidade, pela sua preser-vação, mesmo ao longo daevolução do mundo moderno.Por isso, a marca Évora, a níveleuropeu, é mais conhecida doque a marca Alentejo, de talforma que 70% dos turistas quevisitam o Alentejo, pernoitamem Évora.
Este é um dos benefíci-os que a conquista do título
de Património Mundial pelaUNESCO trouxe à cidade?
A. S. - Isso é inevitável. Tudoisto devido à faculdade que acidade teve de preservar o seupatrimónio, o que não invalidoualgumas alterações. De registartambém, que nos anos 90,Évora teve uma das melhorestaxas de ocupação do país,logo a seguir aos grandes cen-tros, tornando-se o grande pólode atracção do Alentejo e uma“bandeirinha” de Portugal lá fora.
Tendo em conta Portu-gal, qual a promoção doAlentejo e em particular deÉvora junto dos portugue-ses oriundos de outras re-giões do país?
A. S. - Costumo dizer quetoda a promoção que se façaé sempre insuficiente. Na dé-cada de 90, com o apoio quetivemos da Comissão de Co-ordenação de Desenvolvimen-
to Regional do Alentejo, pude-mos fazer uma promoção quedeu muitos frutos, como acon-teceu em 1998, com a Expo.Na actual década, o apoio re-duziu-se muito, numa altura emque era necessário promo-ver fortemente. Na verdade, osapoios que temos são mui-to abaixo das necessidades.
Que iniciativas estão emcurso para atrair cada vezmais turistas estrangeiros ànossa cidade?
A. S. - Nos últimos anos,através da Agência de Promo-ção Externa do Alentejo, temosinvestido em mercados estran-geiros que são preferenciaispara nós, Espanha, França,Reino Unido, Bélgica, Holandae Alemanha: actualmente, co-meçamos à ter resultados comuma procura de estrangeiros acrescer mais depressa do queos nacionais.
“Évorauma das mais
Entrevista a Andrade Santos,Presidente da Região de Turismo de Évora
bonitas cidades”
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O trabalho concreto passa porvárias iniciativas: presença emfeiras através de stands, sen-do um dos mais caros. Por is-so, temos vindo a reduzir a pre-sença, estando apenas nasprincipais a nível mundial; esta-mos a apostar em feiras quepromovem o contacto com opúblico; trabalhamos comagências de comunicação,procurando trazer jornalistas eagentes de viagens. Procura-mos também promover o dis-trito de Évora e toda a região,equilibrando a visibilidade doterritório. Usamos ainda publici-dade em meios de comunica-ção social e outras acções, co-mo em Maio, teremos um auto-carro todo decorado com moti-vos do Alentejo que percorrerá onorte de Espanha e estará emMadrid.
As infra-estruturas de quea cidade é dotada são sufici-entes para acolher bem? Senão, o que necessita de ajus-tes ou melhoramentos?
A. S. - Gostaríamos que oalojamento e a oferta turísticanão se concentrasse apenasem Évora, mas que há voltasurjissem outros locais, paratoda a região poder beneficiar.Mas Évora ainda representa ¾da oferta, sendo, no entanto,um facto que à medida queÉvora cresce, também crescea oferta no distrito.
Contudo, nunca se dispõede tudo do que se quer, mas
nesta altura o existente corres-ponde às necessidades.
O Alqueva tem um po-tencial turístico elevado parao Alentejo. O que falta paraque este seja realmenteaproveitado?
A. S. – Alqueva neste mo-mento é o plano de água. Masuma oferta turística deve permi-tir arrecadar receitas, procuran-do que o turista pernoite, comorefere a definição de turista. Porisso, ainda há muito trabalho afazer, porque há poucas ofer-tas de alojamento e serviços.Alqueva ainda é muito virtual.Ponho em dúvida que os gran-des empreendimentos turísti-cos, de que se falam, sejam amelhor forma de preservar a
identidade da nossa região emtermos turísticos. Não quer di-zer que estejamos contra osgrandes empreendimentos,devemos, sim, ter para cuida-do que os investimentos nãodescaracterizem o Alentejo.
Se o Templo Romano forconsiderado uma das 7 ma-ravilhas de Portugal, achaque o turismo interno vaiaumentar no que respeita avisitas a Évora?
A.S. - Penso que sim. Masestamos a falar de concursos,no mundo do entretenimento,por isso, devemos olhar comalgum distanciamento. Para aRTE é muito importante que em21 sítios/ monumentos valoriza-dos, apareçam três oriundosdo nosso distrito, o que reflectea riqueza que possuímos.
Qual o balanço que fazdo ano passado relativa-mente ao número de pesso-as que visitaram a cidade?Houve um aumento ou osresultados ficaram aquémdas expectativas?
A.S. - Ainda não há núme-ros a nível distrital, só a nível na-cional e números planos. Temosestimativas de crescimento em2006, à escala do Alentejo. Seo distrito de Évora tiver um cres-cimento equivalente pelos nú-meros do Alentejo, passámosde mais de 320 mil dormidas,em 2005, para cerca de 350 mil,em 2006.
foto paraaqui
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Entrevista a Pe. António Salvador Santos, director do jornal “a defesa”
O que significam 84anos como meio de comu-nicação social de referênciada cidade de Évora?
Pe. António Salvador San-tos – Évora é uma cidade quese orgulha do seu passado.Também no campo da comu-nicação, Évora tem uma tradi-ção enraizada, desde o inícioda Universidade Henriquina atéaos nossos dias.
Até há pouco tempo, Évorae o Alentejo orgulhavam-se deter dois diários – Notícias deÉvora e Diário do Sul, para alémde vários semanários e men-sários que não conseguiram so-breviver, à excepção do jornal “adefesa” que agora completa84 anos e que, no ano de 1948,chegou a sair diariamente.
“A defesa” não só tem sidoum jornal de referência citado
de norte a sul, como é um jor-nal de proximidade que os lei-tores esperam, ansiosos, rece-ber cada semana.
Durante toda a sua vida,quais as mais valias que ojornal “a defesa” trouxe paraa região?
A. S. S. - O jornal “a defesa”tem sido incansável na defesados valores éticos, mas tam-bém da região a que pertence.
Uma pleiade de colabora-dores de grande nível intelec-tual, escreveram artigos inédi-tos sobre assuntos tão diver-sos como religião, literatura, ar-queologia, arquitectura, músi-ca, liturgia, etc, etc, sublinhan-do bem o desenrolar do Con-cílio Vaticano II, onde participoucomo secretário do ArcebispoD. Trindade Salgueiro, o entãodirector de “a defesa”, Monse-nhor José Filipe Mendeiros.
Ademais, na defesa da rea-bertura da Universidade, conti-nuidade de diversas direcçõesregionais, abertura de escolas,construção de barragens, de-fesa da agricultura e pecuária
e até do desporto, mormentequando o Lusitano militou na di-visão maior. “A defesa” ao lon-go destes anos tem sido umjornal de referência em todo opaís, quer pela fidelidade àdoutrina Cristã quer pelo huma-nismo que defende...
Vivendo a comunicaçãosocial tempos de mudança,quais são as perspectivasde a defesa para o futuro?
A. S. S. - Costuma dizer-seque o futuro a Deus pertence.Contudo, atrevemo-nos a dizerque apesar das dificuldadesque atravessa a comunicaçãosocial regional em Portugal, “adefesa” tem pernas para andar,já pela estrutura tecnológica deque se equipou, quer pela or-ganização empresarial que asustenta. Assim o queiram osnossos leitores, assinantes eanunciantes já que são eles aforça maior deste jornal.
Lamentavelmente hoje háalguns autarcas que nos des-criminam sobretudo na distri-buição de publicidade. Mastambém já lhe mostrámos que
”a defesa“tem pernas
para andar
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vivemos mesmo sem contar noplano de distribuição de publi-cidade, já que para as notíciasgrátis entopem os canais decomunicação...
Como actual director ecolaborador há 30 anos, emque primou sempre a inova-ção nas suas políticas, quebalanço faz deste período?
A. S. S. - Às vezes quaseme esqueço que há 30 anosque colaboro neste jornal. Pri-meiro como estudante a quemo Monsenhor Mendeiros pediapontualmente colaboração empequenas reportagens e co-berturas de reuniões, nomea-damente desportivas.
Depois, a pedido do Arce-bispo D. David como organiza-dor administrativo, por doença
do administrador de então. An-tes mesmo de terminar a Teo-logia já passava para respon-der à correspondência e cum-prir as responsabilidades deuma casa aberta...
Logo que fui ordenado depresbítero, a minha nomeação foipara me dedicar a tempo inteiro(parcial, porque já leccionava) àSIRE, a que pertence “a defesa”.
Orgulho-me de dizer quede 1977 atéhoje me te-nho dedicadode alma e co-ração a estatarefa, quegosto de rea-lizar, mas tam-bém porqueacredito nopoder da co-
municação que chega ondenós não conseguimos entrar...por todas estas razões a nos-sa imaginação tem-se multipli-cado para conseguir que “adefesa” seja um semanário fielao seu estatuto editorial queleve, cada semana, até aos lei-tores uma informação verda-deira e uma esperança renova-da, porque inspirada no evan-gelho de Jesus.
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A TV Évora é um projectoque surge englobado na em-presa Campo dos Media, quedetém também a TV Beja. “Aideia surgiu há cerca de umano e meio, no final de 2005,na sequência de termos feitouma análise à imprensa regio-nal, e verificarmos que erapossível juntar a TV. Ao texto,partindo para um projecto on-line, porque era interessantecomplementar a imprensaregional e outros meios com oaudiovisual, dando imagem àactualidade. A partir daí, des-poletamos o processo, desen-volvendo a plataforma tecno-lógica, que está a ser vendidapara outros projectos. Criámosuma equipa, lançamos oprojecto em Beja que correumuito bem”, explica MiguelCorreia, director do projecto.
Até ao momento, o pro-jecto tem tido um feedbackmuito positivo das pessoas doconcelho e dos emigrantes.
Neste momento o estúdioestá em Beja, mas apontamospara Abril, Maio a abertura deum estúdio em Évora, paradesenvolvermos mais progra-mas específicos.
O projecto procura promo-ver e divulgar o que de positivo
o Alentejo tem. Queremosfazer um jornalismo pela positi-va. “Depois procuramos fazera convergência de suportes,com o texto, a imagem, e osom, numa única plataforma.No futuro não haverá grandediferença entre TV, jornal erádio, unidos na Internet”,aponta Miguel Correia.
O projecto é suportadofinanceiramente pela Campodos Media, que vende a plata-forma tecnológica que desen-volveu para muitos projectosde norte a sul do país e queestão a surgir online. Por outrolado, a publicidade é outrafonte de receita.
“Estes projectos existemporque temos noção que a
TV Évora,um projecto inovador
largura de banda daqui a doisanos vai permitir que vejamosqualquer tv-oline como vemosum canal de televisão hertzia-no. Com a maior largura debanda e a maior interacçãoentre TV e Internet, será o fu-turo. Daqui a dois anos vai serpossível ver uma emissãocontínua, ou ver à escolha oque quer ver, com uma actua-lização de peças novas todosos dias”, explica Miguel Correia.
“Auguro um futuro muitopositivo, porque até aqui temsuperado as expectativas.Cada vez mais seremos olha-dos como um meio de comu-nicação social. A qualidadeserá o crivo para a prevalênciados projectos”, conclui.
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É do conhecimento público queantes de ser Presidente da Câma-ra Municipal de Évora era médicoginecologista. Como aconteceuessa mudança?
José Ernesto - Não foi propria-mente uma mudança, foi uma evo-lução natural embora aparentementenão tenha uma relação directa a mi-nha profissão com a actividade queactualmente desempenho. Eu sem-pre tive uma grande paixão pela cau-sa pública, pela política no sentidode luta por causas, por transforma-ções com o objectivo de criar ummundo mais justo, mais fraterno, eonde todas as potencialidades dohomem pudessem ser aproveitadase desenvolvidas. Por isso, não creioque exista um grande distanciamen-to entre a profissão de médico e aprofissão de autarca.
Estando já a meio do seu segun-do mandato, em que se centra a suapolítica?
J. E. - Continuar fiel ás razões queme levaram a apresentar a primeiravez há 10 anos ao eleitorado e con-celho de Évora, que é a concretiza-ção de um projecto de desenvolvi-mento sustentado, em que o cresci-
mento e o desenvolvimento social,económico e cultural da cidade sefaça rumo à modernidade, mas comrespeito pelo nosso passado epatrimónio.
Passados 20 anos de Évora serconsiderada pela UNESCO CidadePatrimónio Mundial, que análise fazdos benefícios culturais e turísticos?
J. E. - A análise está aos olhosde todos nós. Quem conheceu Évorahá 20 anos e conhece Évora hoje,verifica que passámos de uma cida-de província, uma cidade patrimó-nio considerada museu um poucofechada muito virada para si mes-mo, para uma cidade de projecçãonacional e internacional que veio aafirmar-se como um destino turísti-co qualificador do nosso país. Évoraé hoje reconhecida cá dentro e láfora como um modelo de gestãopatrimonial. Eu penso que o melhorexemplo disso é o prémio que acidade recebeu no ano passado,Swiss Award, entregue pela Confe-deração Suiça de Turismo, o galar-dão que premeia a cidade que me-lhor soube aproveitar o patrimóniopara ser um destino turístico dequalidade.
Évora encontra-se na lista para aeleição da 7 maravilhas de Portugalpelo Templo de Diana. Como vê a pos-sibilidade de este monumento serconsiderado uma das maravilhas dePortugal?
J. E. - Todo o nosso centro histó-rico classificado como patrimóniomundial pela UNESCO deveria seressa a maravilha de Portugal, poiso Templo Diana, sem tirar mérito ejustiça à sua nomeação, é apenasum elemento do centro histórico epenso que este sim é a nossa gran-de maravilha. O Templo Diana e asua possível eleição para uma das7 maravilhas de Portugal, enche oPresidente da Câmara de orgulhosendo uma responsabilidade detodos os eborenses. Para que issoaconteça, basta votarem emwww.7maravilhas.pt, sendo a formacorrecta para poderem testemunharo seu amor à cidade e ao seu patri-mónio. Se conseguirmos levar to-
Rumo ao futuro,sem esquecer
o passado
Entrevista a José Ernesto, Presidente da Câmara de Évora
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dos os eborenses, todos os alen-tejanos, e todos os amigos de ebo-renses e alentejanos e tambémtodos os portugueses que quiseremfazê-lo admito que vamos conse-guir. A votação é até ao dia 7 de Julhoe até lá vamos ter um conjunto deacções que à medida que se foremaproximando os meses de maior pro-cura, vão sendo dados a conhecer,que passarão por uma campanhaintensa dirigida a todos aqueles queestão ligados a Évora e que nos visi-tam para que sejam convidados aparticipar nesta votação.
É sabido que existe um êxodo dacidade para os bairros.
O que há a fazer em relação às ca-sas degradadas no centro da cidade?
J. E. - Será criada uma sociedadede recuperação urbana, Évora Viva.Esta obedece à nossa estratégia deutilizar todos os mecanismos legais,e aqueles que no próximo quadrode referência estratégica, vão per-mitir a definição de uma política deprivilégio para recuperação da ci-dade. Como é sabido a maior partedo património é privado, emborahaja algum público, ainda que nãoda Câmara Municipal. Sendo estepatrimónio privado, o papel destasociedade será intermediar a mobi-lização dos meios nacionais comu-nitários públicos e privados comvista a aumentar o número de ha-bitantes dentro do centro histórico,pelo menos a política de facilitar epromover a construção nova não émais possível sem que previamentese dê uma resposta aquilo que é avocação habitacional no centro his-tórico. Não podemos continuar acrescer no sentido exterior das mu-
ralhas e deixar o centro histórico de-finhar, e mesmo ameaçar ruína, emmuitos casos. De forma que, a nos-sa orientação é cada vez mais pro-mover a recuperação habitacional,e trazer com isso famílias jovens pa-ra habitar o centro histórico para con-trariar esta tendência e o abandono.
Existe uma perspectiva de cres-cimento populacional para a cidadeque justifique o progressivo cresci-mento urbanístico continuar?
J. E. - Vamos entrar na fase dediscussão pública do PDM e existeuma perspectiva de crescimento pa-ra a cidade nos próximos 10 anosmantendo até a tendência que temvindo a ser verificada nos últimoscensos com crescimento entre 10a 15 mil pessoas, isto é, dando umaperspectiva de mais ou menos 4 a5 mil famílias o que significará, paraalém da ocupação dos meios habi-tacionais que actualmente temos, anecessidade de continuar a crescercompativelmente com este au-mento populacional. As perspecti-vas que estão lançadas no PDMdeste aumento populacional têm aver com três ordens de razões. Pri-meiro novos projectos de investi-mento previstos para a nossa cida-de, projectos industriais, turísticos,que vão criar emprego e que vãoajudar a fixar pessoas. Segundo, umreforço de uma vocação de Évoracomo uma periferia qualificadora daárea metropolitana de Lisboa, ouseja, há muitas pessoas com osinvestimentos que estão previstosnas áreas das acessibilidades no-meadamente do TGV, que podendotrabalhar em Lisboa optaram, ao
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Rumo ao futuro,sem esquecer o passado
de uma forma coerente e como umtodo urbano de qualidade. Não seráuma zona para densificar a cons-trução, será sim uma zona de equi-pamentos. Está prevista a cons-trução de uma biblioteca, de maisuma escola EB1, de algumas infra-estruturas desportivas que comple-mentem a oferta da cidade a estenível, espaços verdes, zonas pedo-nais, equipamento terciário nomea-damente comércio e, naturalmente,habitação, mas é um projecto paraser desenvolvido ao longo dos pró-ximos 10 a 15 anos.
A chamada “Avenida das Disco-tecas” é falada há vários anos. Éapenas um boato ou existe mesmo oobjectivo de a câmara retirar bares ediscotecas do centro da cidade?
J. E. - Existe mesmo esse obje-ctivo, as chamadas Docas Secassão para ser desenvolvidas entre as
Portas da Lagoa e as Portas d’Avizna zona que hoje é preenchida porum grande parque automóvel. Es-te projecto foi entregue ao arquitectoManuel Salgado e já tem uma ma-quete formulada. No entanto, obri-gará a resolver os problemas deposse de terrenos. Um dos compo-nentes desse projecto é a cons-trução de um parque subterrâneopermitindo à superfície desenvolve-rem-se então espaços de animaçãonocturna que a cidade necessita,mas fora do convívio do centro his-tórico. Temos uma cidade univer-sitária que há que aproveitar cadavez mais em termos de dinâmicapara continuar também a crescer.Cerca de 20% da nossa populaçãovive relacionada com a comunidadeeducativa, alunos, professores,sendo uma população que nos inte-ressa acolher bem em Évora, paraalém disso o turismo também ne-cessita dessas zonas de animação,porém agora temos de construir emlocais que não sejam conflituaiscom o direito ao repouso dos nos-sos moradores.
Retirar a Feira de S. João do Ros-sio é um projecto falado há váriosmandatos camarários. Como irá serconstruído o Parque de Feiras e Ex-posições, onde e quando?
J. E. - Permita-me que comecepor introduzir uma pequena cor-recção que julgo que muitos ebo-renses ainda não adquiriram. A
exemplo do que aconteceu emmuitas outras cidades periféricas degrandes metrópoles da Europacomo é o caso de Toledo, Ávila, Se-góvia, em Espanha, Chatres emFrança, Bruges em Bruxelas, por vi-ver em Évora, que assim, dotadadesses meios novos de acessibi-lidades também venha recuperarmais habitantes. E terceiro, o factoda qualidade de vida que nós que-remos afirmar e que vai ser cada vezmais uma exigência das populaçõesdo século XXI.
Especula-se que irá ser construídauma grande zona urbanística noseguimento do Bairro da Horta dasTâmaras em redor da variante. É umprojecto com futuro?
J. E. - É um projecto que é cha-mado zona de expansão dos Leões.É uma união dessa zona e dos bair-ros do Bacelo, Frei Aleixo e Granito
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intenção não é que o parque deactividades económicas e exposi-ções transfira a parte lúdica da feirade S. João de local. Tudo aquilo aque corresponde a feira tradicionalfaz parte da identidade das festaspopulares de S. João e de S. Pedroda nossa cidade, e como tal, conti-nuará a desenvolver-se na zona doRossio de S. Brás. O que se deslo-cará para o parque de actividadeseconómicas será apenas a feira co-mercial. Com muito melhores con-dições, o parque de actividadeseconómicas de feiras e exposiçõesnão será para realizar apenas umafeira por ano, mas sim várias ligadasà actividade comercial e industrialda nossa zona incluindo-se assima promoção do turismo e de pro-dutos regionais. O Parque de Feirase Exposições estará localizada deacordo com a proposta de PlanoDirector Municipal na Herdade daCaeira, na parte compreendida entrea estrada que vai para Reguengos,a linha do caminho-de-ferro, e o rioCharrama.
Em Abril, a cidade recebe uma novaorganização de transportes públicos,protagonizada pela SITEE. Fale-nosdessa mudança e dos seus objectivos.
J. E. - A cidade tem vindo a cres-cer, surgindo novas bacias de em-prego e centralidades. Face a estaevolução os transportes públicos nadefinição das suas carreiras têm queter correspondência com essas no-vas necessidades. É preciso ter emconta os circuitos definidos pela po-pulação estudantil, pelas pessoasquando se dirigem para os seus em-pregos, assim como que os bairros
hoje estão muito afastados do cen-tro histórico justificando cada vezmais que a rede transportes funcio-ne como opção ao transporte priva-do. Depois dos estudos técnicosque foram elaborados pelo SITEEcom uma equipa especializada doInstituto Superior Técnico, con-cluiu-se que para que haja umaredução significativa do transporteprivado na cidade no seu conjuntoe particularmente no centro históri-co, é necessário adaptar as carreirasurbanas reforçando as ligaçõestransversais norte/sul, este/oeste.
A construção da Variante Nascenteserá outra artéria que irá retirar muitotrânsito da cidade, principalmente deveículos pesados.
J. E. - Sem duvida nenhuma, porisso mesmo o projecto foi encomen-dado. Foi um projecto que demoroualgum tempo, porém agora está emcondições de ir a reunião de Câmarapara a aprovação do mesmo. O pro-jecto já tem parecer das várias enti-dades e será posto a concurso aindaeste ano e esperando começar a
construção desta nova variantedurante o próximo ano.
A empresa Skylander tem sidomuito falada pela sua vinda para Évora.Quais os apoios dados à empresa,quais as mais valias que trará para acidade e para quando o inicio delaboração?
J. E. - O projecto Skylander doqual faz parte a construção de umavião com o mesmo nome é prota-gonizado pela empresa GSI Interna-cional e por uma empresa sedeadaem Évora que é a Skylander Aircraft.O projecto neste momento está emfase de ultimação da engenhariafinanceira que suportará o mesmo,nomeadamente, através da entradada banca privada portuguesa. Con-tará com apoios da parte do Governoportuguês, como é habitual nosprojectos de dimensão estratégica,já que o mesmo foi considerado deinteresse nacional. Da parte da au-tarquia tem contado com acompa-nhamento desde a primeira hora,motivando a Fundação Eugénio de
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Almeida, titular e proprietária dosterrenos, que desde o primeiro mo-mento se mostrou interessada naconcretização do mesmo e natural-mente no acompanhamento que osnossos serviços têm feito na mon-tagem das infra-estruturas necessá-rias para a concretização do projectode enorme importância para a cida-de de Évora e para a região. Prevê-se a criação de 900 postos de traba-lho directos que podem ser muitosmais, pois numa indústria destanatureza são criadas muitas outrasindústrias adjacentes, e portanto onúmero de trabalhadores indirectosatravés do projecto Skylander numavelocidade cruzeiro poderá atingiros 2000. Os franceses têm o pro-jecto em condições para arrancarquase de imediato, assim que oEstado Português dê luz verde aoprojecto de engenharia financeira.
Muito tem sido falado acerca dos4 ou 5 novos centros comerciais quese vão instalar em Évora. Quais sãoeles e que benefícios trarão?
J. E. - Foi criada a ideia, não seicom que intenção, de que iriam sercriados 4 ou 5 centros comerciaisna cidade de Évora. Nunca foi nossointento licenciar esse número, nemestou convencido que da parte deiniciativa privada tal fosse possível.Decerto que a alguém interessoucolocar esse boato a circular e criardemagogicamente, e de forma ma-nipuladora essa expectativa. Há umcentro comercial de dimensão mé-
dia em construção em Évora, queestá licenciado, e há intenção pormais dois promotores, sabendo-sede antemão que dificilmente pode-rão ser os dois licenciados. Apesardisso a Câmara Municipal e bem,por unanimidade decidiu antes delicenciar qualquer outra superfíciecomercial elaborar um estudo deimpacto que estas têm sobre o co-mércio tradicional situado no centrohistórico. Esse estudo está em cur-so, por isso até lá todos os licencia-mentos estão suspensos. Com basenesse documento e nas suas con-clusões a Câmara decidirá entãoquantas superfícies comerciais éque poderão vir a ser instaladas, eque sem querer de maneira nenhu-ma antecipar a decisão que a Câma-ra tomará, penso na minha opinião,porque como cidadão posso tê-la,não haverá espaço para além doÉvora Fórum.
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Envoltos em polémica os centroscomerciais vão trazer uma grande crisepara o comércio tradicional. Existe al-gum projecto para evitar este proble-ma?
J. E. - A crise do comércio tradi-cional já existia antes dos centroscomerciais chegarem a Évora. Exis-te em todo o país, em toda a Europa,tanto o comércio como a indústria,como em todos os outros sectoresde actividade, sofrendo alteraçõesimpostas por novos conceitos decomercializar. São precisas trêsprioridades de intervenção a níveldo nosso centro histórico.
A primeira prioridade de inter-venção passa por estancar a hemor-ragia da saída de população, ten-tando com isso que o nosso comér-cio tradicional possa ter vantagenscomo comércio de proximidade.
A nossa segunda prioridade é oestacionamento no centro histórico.Temos que criar mais lugares de es-tacionamento, que é o que estamosa fazer, aproveitando todas as bolsasdisponíveis. Vamos abrir a curtoprazo a rodoviária frente ao jardimpúblico com lugares disponíveis.Estamos também a negociar com auniversidade a abertura de parquesda instituição para criar mais lugares.
A terceira prioridade é ajudar ocomércio tradicional como fizemosno Natal e no Carnaval, ou seja,criando condições de animação docentro histórico e requalificando osespaços no sentido de os tornarmais agradáveis ao “passeio”.
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”Évora está na minhavida como a porta para oAlentejo. Apesar da mi-nha origem paterna ser doAlém-Tejo profundo, omeu pai é de Moura, foipor influência académica einquietude juvenil que
desvendei a capital da alta planicie. Des-frutar do centro histórico entre imagináriasbatalhas mouriscas, recuando até ao im-pério romano com os eleitos costumes deoutrora, por entre as colunas de Dianaapurou-me o gosto conventual, da cozinhareligiosa.
Contemporâneos, os karts, desloca-ram-me vertiginosamente em loucas horasde corridas com meta garantida no Fialho.O meu homónimo restaurante - sou JorgeGabriel Fialho - proporcionou-me longashoras de conversa e repasto inesquecível.As suas gentes não suscitam novidade.São alentejanos solidários, de olhar pro-fundo, riso comedido e hospitaleiros.”
Um abraço,Jorge Gabriel
Apresentador de Televisão
De fora para dentroAdmito que não tenho
especiais l igações aoAlentejo ou a Évora emparticular. Mas sempre medeixei seduzir por locaisque têm muito para nosensinar, com um apeloque lhes vem das maisprofundas entranhas, como se colado àsfundações das suas casas, monumentos,das suas gentes. E Évora tem tudo isso.Tem esse apelo. Essa sedução. Nascidano Estoril, mas com raízes em Aveiro e VilaReal de Trás-os-Montes, a descoberta dasterras mais para sul de Lisboa surgiu já navida adulta. Em criança e na adolescência,os caminhos levavam-me sempre paranorte e do Alentejo restava uma vaga masalegre memória de uma tarde de compa-nheirismo, de vara na mão, batendo comforça em oliveiras, numa típica tarde deapanha de azeitonas. Évora foi-me “apre-sentada” por um dos meus maioresamigos. Filho de alentejanos, gente boa,bom garfo como eu, rendido à culinária daregião. Convenceu-me. Mais tarde, emtrabalho, moderei o debate autárquico naBiblioteca Pública. Um espaço carregadode história e com um espólio importantíssi-mo, relativo à época das Descobertas. Aliao lado, conheci finalmente, in loco, o fa-moso Templo Romano. Não fiquei esma-gada pela dimensão. Aliás, lembro-me deter pensado que era muito mais pequenodo que imaginava. Fiquei esmagada simcom outra percepção. Como um monu-mento construído há dois milénios conse-gue remeter-nos, sem grande esforço, ànossa enorme “pequenez”.
Clara de SousaJornalista
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De fora para dentroopinião
Évora é uma cidadeque me deixa sempre boasrecordações …não porqueaí tenha passado a infânciaou bons momentos dejuventude mas, por incrívelque pareça, porque aíestive a trabalhar e fui sempre bemrecebido.
Eu e o meu amigo Nuno Graciano esti-vemos nessa bela cidade alentejana a gra-var um Flagrante Delírio, programa de apa-nhados que na altura apresentámos, e semduvida, obtivemos o melhor resultadopossível…a simpatia, fair play e, em certoscasos, até ingenuidade dos habitantes.Para além disso e como somos “bonsgarfos” deliciámo-nos com iguarias locais,onde não faltaram as sempre bem-vindassericaia e pão de rala.
Já em 2006, voltei para gravar o pro-grama” sic no país do natal” e a hospita-lidade manteve-se.
Por tudo isto, só me apraz dizer, VIVA APRAÇA DO GIRALDO, VIVA A SERICAIA,VIVA O VINHO ALENTEJANO!!! …enão…não estou bêbado!!!!!
Nuno EiróApresentador de Televisão
Ao escrever sobre
Évora recordo a emoção
que tive em criança ao
ver materializado o meu
sonho, estimulado pelocinema e pela televisão,
de mergulhar nas praças
da Roma antiga. Talvez
seja uma emoção demenino, mas asseguro-
vos que levitei, por segundos, ao pisar as
velhas pedras do Templo de Diana. Sin-
tome bem na monumental Évora. Mas
não é essa a principal razão que me leva arepetir, tantas vezes, o mesmo destino.
Busco agora as gentes, a boa mesa, o
bom vinho e um enquadramento natural
único. Ai as migas, os migos, o lombo, asopa de cação, os queijos, os tintos da
Cartuxa, o sericá, e os doces conventuais
de ovos. Ai a minha dieta que fica adiada
de sexta para segunda cada vez que voua Évora.
Guilherme Simões
Apresentador de Televisão
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A celebração do aniversá-rio deste vetusto periódico le-vou-me ao tema que vou tra-tar, o dos vinhos espumantes,aqueles que habitualmentesão erguidos nos copos na tra-dicional “saúde” ao festejado.Diz-nos a História que foi, noséculo XVII, o monge bene-ditino francês Dom Pérignon ocriador do primeiro espuman-te, no seu convento perto deReims, na região de Cham-pagne. Mas, pensa-se que atécnica de espumantização jáera anteriormente conhecida,faltando assegurar-se a con-servação do gás, sendo essaa descoberta do honrado fra-de, pela utilização de robus-tas garrafas de vidro e de ro-lhas de cortiça, capazes desuportar uma pressão internavárias vezes superior à dospneus que usamos nos nos-sos automóveis.
O primeiro espumante por-tuguês, o “Vinho do Prado”chegou aos consumidorescerca de 1850 e era elabora-do por João Le Cocq em Cas-telo de Vide. No entanto, foi noúltimo decénio daquele sécu-lo que, na Escola de Viticulturada Anadia, o professor Tavaresda Silva desenvolveu os estu-dos que possibilitaram a fun-dação das Caves Monte Cras-to, as primeiras a produzir nonosso país à escala industrial.
Ainda antes de 1900 a RealCompanhia Velha, no Douro,e as Caves da Raposeira, emLamego, juntaram-se-lhe, fa-
Parabéns e Felicidadeszendo pelo método champa-nhês vinhos bastante apreciá-veis. Passado mais de um sé-culo, as regiões com maior ex-pressão continuam a ser as daAnadia e Lamego, conquantodesde o Minho ao Alentejo seproduzam vinhos gasosos,com grande variedade de mar-cas e um enorme fosso naqualidade apresentada, ha-vendo mesmo uma terrível pro-liferação de vinhos brancos or-dinários com uma imensaquantidade de gás carbónicoadicionado, que se distinguempor serem denominados de“espumosos”, enquanto osverdadeiros, os que têm o gáspor fermentação dentro dagarrafa, são os espumantes.
Elaborados com as castastradicionais dos franceses –Pinot Noir, Pinot Meunier eChardonnay – ou com outras,incluindo as mais conhecidasdas nacionais, tanto brancascomo tintas, obtêm-se vinhoscom características bem dis-tintas, merecedores de provaatenta para concluir quais osque merecem o seu favoritis-mo, sem perder de vista queo bom verdadeiro champanhecontinua a ser o padrão poronde todo o Mundo se guia.
Como já disse em colabo-ração anterior, para beber asolo ou a acompanhar sobre-mesas prefira o meio seco,pois o bruto poderá mostrar-se excessivamente ácido, peloque o deve reservar paraacompanhar comida cozinha-
da. Resta-me lembrar que de-verão ser consumidos entre os8 e os 10ºC e que o copo tipoflute, de vidro branco e fino, éo mais indicado.
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Augusto Simões
DELGADO
Vinhos
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A dra. Rosa Matos, presi-dente da Administração Regi-onal de Saúde do Alentejo(ARSA), desde Maio de 2005,em entrevista ao jornal a defe-sa, em novembro passado, fa-lou-nos do futuro das urgênci-as em Évora.
Segundo aquela responsá-vel, o Hospital de Évora ficarádotado com uma urgênciapolivalente, situação confirma-da, aquando da publicação dorelatório final da Comissão Téc-nica de Apoio ao Processo deRequalificação das Urgências,em Fevereiro passado.
Assim, o Hospital de Évoraficará com uma urgênciapolivalente e os Hospitais dePortalegre e Beja terão urgên-cias médico-cirúrgicas.Na entrevista, Rosa Matos es-clarece o Hospital de Évora
Évora terá Urgência
deverá receber “um reforço enovas especialidades para setornar um Urgência Polivalente,o que incluirá a instalação deuma Unidade Hemodinâmicaque permita cardiologia de in-tervenção, de equipamentosde ressonância magnética nu-clear, de ampliação da UCI ede criação de um serviço deneurocirurgia. Estas serão as-sim novas valências, que im-plicarão reforço de recursoshumanos.”
A Presidente da ARSAaponta ainda, naquela entrevis-ta, que o Alentejo possui “umaboa rede de cuidados domi-ciliários, que pode obviamentemelhorar” e que está em insta-lação o Serviço de Apoio Mé-dico (SAM), que engloba osseguintes módulos: prescriçãode medicamentos, que permi-
Polivalente
te a prescrição de medicamen-tos partindo da base de dadosde todos os medicamentosexistentes à venda nas farmá-cias privadas cuja actualização
Dra. Rosa MatosPresidente da A.R.S.A.
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é da responsabilidade doInfarmed; prescrição de MeiosComplementares de Diagnós-tico e Terapêutica; certificadosde incapacidade temporária,que permite a emissão dosCertificados de IncapacidadeTemporária (CIT’s) e envio, emformato digital, para o CentroRegional de Segurança Socialrespectivo no próprio dia; egestão de agenda electrónicapor parte do médico.
“Temos ainda a consultadirecta do centro de saúdepara o hospital, em que outente que se dirija ao centrode saúde e, se precisar de umaconsulta no hospital, poderá
fazer a marcação directamentedo centro de saúde, deixandode ser necessário dirigir-se aohospital para fazer a marca-
ção”, revela ainda Rosa Matos,dando exemplos de projectosem curso na área da saúde noAlentejo.
Rua Padre António Vieira, n.º 10 r/c dt.º - Quinta da Vista Alegre7000 - 922 ÉVORA - telefone: 266 086 288
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Ana Fernandes de 19 anosaluna do 2º ano de enferma-gem da Universidade de Évora,tinha 12 anos e era uma crian-ça feliz que fazia tudo o que osseus pares faziam. Praticavanatação de competição quan-do lhe foi diagnosticado umLinfoma de Othsking, bilateralna região do mediastino. Des-de que nasceu que diziam quetinha asma e alergia até que umdia se lembraram, como amesma refere, de fazer um RaioX ao tórax. Fez inúmeros exa-mes deste género naquela tar-de e todos mostravam a corpreta. Após um diagnóstico ini-cial ainda incerto, foi para ohospital de Évora em que lhedisseram que teria de ser ope-rada de urgência. Já na mesade operações, alguém interveioa tempo e parou a operação,porque o que a Ana tinha erarealmente um cancro.
Foram 8 meses de quimio-terapia e mais 3 de radiotera-pia de imensas viagens diáriase de muito sofrimento devidoà agressividade dos tratamen-tos na época.
Com os seus tenros 12anos assumiu uma posturadescontraída perante a doen-ça e os tratamentos, só verten-
do as primeiras lágrimas quan-do teve de cortar o cabelo.
Apesar de todas estas con-trariedades impostas pela vida,Ana nunca perdeu a nenhumano escolar.
Foi no final dos tratamen-tos que se iniciou um novo ci-clo em que integra a Acreditar,uma associação de pais eamigos de crianças com can-cro. Fá-lo como voluntária paradar o exemplo aos mais novose refere que “nesta doença omais importante é o factor psi-cológico, pois se porventuranão tivesse esta posição quemantenho até hoje, se calharnão me tinha safado”.
“Uma questãode atitude”
Segundo Palmira Mar-
ques, pro-pr ie tár ia
de Palmi-
ra Cabe-
leireiros, ovisual é
um dos
factores importantes na re-
cuperação deste tipo dedoença. Tal como refere,
“o apontar de dedo por
parte de quem está de
fora, devido às sequelas
mais visíveis como a que-da do cabelo, pode pro-
vocar uma quebra psico-
lógica durante os trata-
mentos, podendo contri-buir desta forma para uma
recuperação mais lenta. O
apoio psicológico dado
pela profissional que trata
do visual é também umaspecto a ter em conta,
pois tentamos encontrar
uma cabeleira o mais na-
tural possível para quenão exista qualquer cons-
trangimento junto da so-
ciedade”.
Importânciado visual
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Há muitos anos que Évora,cidade Património Mundial,reclama o crescimento de umespaço único para a práticadesportiva, onde todas aslacunas a este nível sejamdebeladas seguindo as orien-tações de um crescimentosustentado em todos os as-pectos económicos e sociais.A câmara municipal investiu jámais de um milhão de eurosna aquisição de um terreno,localizado no bairro de Almei-rim, que vai acolher as futurasinfra-estruturas desportivas dacidade.
O projecto, que está a serdesenvolvido pelo arquitectoGonçalo Birne, vai crescer
Parque Desportivo
faseadamente devido aosgrandes investimentos neces-sários para o sucesso de enge-nharia do Parque Desportivo.
Toda esta imponente obraserá distribuída por três fasesdistintas. A primeira delascaracteriza-se pela construçãode um campo de Rugby e deuma pista de atletismo que hámuito é pedida pelos amantesda modalidade e pela licencia-tura em Desporto da Universi-dade de Évora, sendo a ci-dade a única capital de distritoque ainda não possui umainfra-estrutura do género paraservir os seus cidadãos e osalunos que dela necessitampara melhorar e aprender tudo
o que está relacionado com oatletismo, podendo destaforma pôr em pratica toda ateoria adquirida num ambientede qualidade e bem-estar.
Numa fase posterior cres-ceram bancadas com umalotação de 2000 especta-dores para que este seja maisum palco privilegiado para oacolhimento da prática des-portiva com qualidade esegurança.
Por fim, numa terceira faseserá construído um outro cam-po para a prática desportivaem geral, que não somente oRugby, e um pavilhão munici-pal para acolher diversasmodalidades desportivas.
da Cidade
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caei
A únicacom circuitos turísticosde coches com cavalos
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Um caso de sucesso, as-sim se pode definir a conver-são do antigo ramal ferroviáriode Mora em Ecopista. Esteprojecto vem no sentido defazer a ligação integrada naregião, promovendo assim oexercício físico e a proximidadeentre as populações.
Caracteriza-se pelo seutapete de alcatrão na áreaurbana, atravessando diver-sos bairros da cidade de Évo-ra, fora dela o terreno é apre-sentado, ao natural, em terrabatida deixando a todos oseborenses e alentejanos des-frutar na plenitude a sua liga-ção à natureza em verdadeirosmomentos de descontracçãoe bem estar.
Foi em Abril de 2005 quese fez a ligação entre a cidadede Évora e a Graça do Divorcom um troço de 13km, comuma inauguração compompa e circunstânciaenvolvida de grandefesta e alegria.
Esta intervençãono antigo ramal deMora veio trazer umanova ambiência à en-volvente urbana dacidade, tirando aquelevazio deixado aquandoda desactivação dalinha. Assim, aquele
Ecopista Aindaopinião
espaço ganhou uma nova vidaque todos os dias dá abrigo adesportistas e transeundes quea util izam com propósitosdistintos mas com um mesmoobjectivo, desfrutar da sua cida-de em qualidade e segurança.
Impulsionadora à activida-de física é ali que muitos ebo-renses fazem o seu exercíciodiário. Não fazendo distinçãoentre idades esta pista recebepessoas de todas as faixasetárias, tal como, famílias inteirasque de bicicleta ou a pé alidesfrutam no final do dia ou deum passeio matinal de fim-de-semana.
de sucessoA ecopista continua às
escuras, sem iluminaçãoartificial, o que torna peri-goso a sua utilização du-rante a noite pelos uten-tes. As prometidas obrasde instalação de can-deeiros de iluminaçãopública entre o Bairro doBacelo e o Bairro GarciaResende/Chafariz d’El Reicontinuam por fazer. Aárea compreendida entreestes bairros é sem som-bra de dúvida a zona maisutilizada para o desportoe lazer dos eborenses, noentanto quando a noitecai, a população que saià rua para um passeionocturno para descontrair,sente-se insegura devidoà penumbra insistenteneste percurso.
no escuro
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Robô que dá empregoRápido, eficaz e inteligente assim se pode
definir o robô que figura na despensa da Far-mácia Paços.
Num corrupio diário este robô faz ganhartrês horas por dia ao farmacêutico que, destaforma, pode dedicar-se mais ao aconselhamen-
PAULONOGUEIRA ARCANJO
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to do doente. Antes desta nova era tecnológicao farmacêutico perdia dois terços do seu tempona arrumação e disponibilização dos medica-mentos.
Para além da rapidez e eficiência demons-trada, a inteligência também marca presençanas características desta máquina, pois quandoum medicamento é requisitado ele escolheaquele que tem o prazo de validade mais curto.Dispõe de uma autonomia energética de cercade oito horas permitindo assim que a laboraçãocontinue normalmente, caso exista um corte deenergia prolongado.
Segundo o Dr. António Paços, para alémde todas as características positivas que trouxeao funcionamento da farmácia, “o robô nãocolocou ninguém no desemprego, pelo con-trário houve uma necessidade de admitir cincopessoas exactamente por toda a envolventetecnológica do mesmo, desde o manusea-mento, manutenção e usufruto”.
Todo este processo de modernização ve-rificado no mundo das farmácias, e neste casoparticular da Farmácia Paços, a primeira emÉvora a dispor desta tecnologia, fez com que oprémio Consiste 2006 “Evolução”, viesse até ácidade património mundial, premiando aempresa pela sua modernidade.
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Passados cinco anos dolançamento do Windows XP, aMicrosoft deu a conhecer aomundo a nova versão dosistema operativo Windowsque traz consigo uma novaforma de interagir com ocomputador. O seu aspectográfico foi totalmente alterado,
“Vista” olha para Évorades de trabalho em rede epossibilidade de guardar ainformação no caso de falhasde sistema; e o WindowsVista Ultimate, que se apre-senta como topo de gama,reunindo todas as capaci-dades das outras três versõesanteriores.
opinião
o Windows Vista, apresentaum vasto leque de inovaçõescriadas para vários géneros deutilização, que estão distribuí-dos pelas quatro ediçõesactualmente disponíveis nomercado: Home Basic, parauso simples e acesso à Inter-net; Home Premium, para umuso doméstico intensivo emque os jogos e a gestão mul-timédia marcam lugar; Busi-ness, para pequenas e médiasempresas, já com capacida-
Neste momento já che-gou, na plenitude das suasversões, o Vista na língua deCamões, facilitando assim oacesso a todos os que delequeiram desfrutar.
Quanto a preços, a actuali-zação para o Vista HomePremium, Business e Ultimatecustam, 270, 330 e 440 euros.Por sua vez, o sistema opera-tivo completo tem um valor de400, 490 e 670 euros respecti-vamente.
O WindowsVista é o maisrecente sistemaoperativo lança-do pela Micro-soft para fazerface ao futuro. SegundoPaulo Arcanjo, técnico demanutenção informáticaeste é um Windows que abreve trecho irá estar pre-sente nas pequenas emédias empresas da ci-dade, sendo este ade-quado para responder atodas as necessidadesdas mesmas. Este novoWindows tem novos e po-derosos recursos de se-gurança que protegem asinformações mais impor-tantes da sua empresa.Para poder usufruir destenovo Windows o seucomputador deve tem umprocessador a partir de a800 MHz, 512MB de me-mória RAM, e uma placagráfica ou chip gráficocompatível com o Di-rectX9. O Windows Vistaapresenta-se como omais seguro do mundo,possuindo um conjuntode novas funcionalida-des, incluindo um modoprotegido do InternetExplorer.
“O mais segurodo mundo”
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Criada em 1963 pelo Eng.Vasco Maria Eugénio de Al-meida, a Fundação Eugénio deAlmeida é uma instituição dedireito privada e utilidade públi-ca, sedeada em Évora.
A vocação institucional daFundação Eugénio de Almeidaconcretiza-se nos domínioscultural e educativo, social eassistencial, e espiritual, visan-do o desenvolvimento e eleva-ção da região de Évora.
O Conselho de Administra-ção da Fundação é compostopor um representante da Arqui-diocese de Évora, que preside,um representante da Universi-dade de Évora, um delegadodo corpo docente do InstitutoSuperior de Teologia de Évorae dois vogais cooptados pelosanteriores.
Até à morte do Instituidor, aFundação concentrou a suaactividade na criação, em 1964,e na manutenção do ISESE -
Instituto Superior Económico eSocial de Évora, no apoio àconstrução do Oratório de S.José e à manutenção do Con-vento da Cartuxa, objectivosdecorrentes dos seus Estatu-tos.
Na prossecução dos seusfins, a Fundação promove e di-namiza um conjunto integradode iniciativas próprias, em ex-clusivo ou em parceria, alémdos apoios a projectos de ou-tras entidades, abrangendo umlargo espectro actividades nosdiferentes domínios do seucampo de actuação.
O crescente reforço da sualigação com a comunidadeenvolvente é resultado da mes-ma determinação que a con-duziu a uma posição de refe-rência na concretização deprojectos de interesse relevan-te para a região, sempre orien-tados de acordo com padrõesde qualidade e excelência.
Da criação artística à pro-moção do conhecimento, dareflexão e debate de ideias àsalvaguarda e qualificação dopatrimónio, a Fundação procu-ra lançar e envolver-se em pro-jectos que, de forma efectiva,concorram para uma assunçãoplena da cultura enquantofactor de realização humana eesteio do avanço da socieda-de. São exemplos, neste do-mínio, as exposições que játrouxeram a Évora obras degrandes nomes das artes plás-ticas mundiais, como Vieira daSilva, Miró, Chagall, Braque ePicasso, entre outros; ou oprojecto do Inventário Artísticoda Arquidiocese, que tem per-mitido dar a conhecer uma par-te significativa de um patrimó-nio histórico-artístico que é umadas marcas mais valiosas danossa identidade cultural. Des-taque, ainda, para os váriosprogramas permanentes, co-
Fundação Eugéniode Almeida
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mo o Prémio Eugénio de Al-meida, atribuído anualmente aalunos da Universidade deÉvora; as Bolsas de Mestradoe Doutoramento, um incentivoà investigação científica e à ino-vação; e a linha editorial asso-ciada a temas culturais, de on-de sobressaem os catálogosdas exposições e a revistaPortefólio.
Na área social, a Fundaçãodinamiza um conjunto de pro-jectos orientados para a forma-ção e qualificação das organi-zações e agentes sociais, bemcomo estudos sociológicosprospectivos que promovam oconhecimento rigoroso da re-alidade envolvente. Destacam-se, como instrumentos desta li-nha de acção da FundaçãoEugénio de Almeida, o Obser-vatório Social do Alentejo e oBanco de Voluntariado. A Fun-
dação intervémigualmente juntodos estratos maiscarenciados dapopulação atra-vés de ajudas fi-nanceiras a parti-culares e a institui-ções privadas desolidariedade so-cial e Bolsas deEstudo para estu-dantes do EnsinoSuperior.
Inspirada namatriz axiológicado cristianismo, a Fundaçãoapoia regularmente organiza-ções de inspiração cristã, comou sem carácter religioso. Esteseu eixo de acção, desenvol-vido em colaboração com aArquidiocese de Évora visa, emparticular, promover a formaçãode agentes de pastoral, incre-
mentar a vida litúrgica,dignificar os lugares deculto e contribuir para orestauro, conservação epreservação do patrimó-nio artístico religioso.A Fundação Eugénio deAlmeida assegura ainda amanutenção da Cartuxa deSanta Maria Scala Coeli.
Para além de um con-junto de edifícios de gran-de valor histórico e arqui-tectónico localizado nocentro da cidade, a Fun-dação possui um vastopatrimónio rústico noconcelho de Évora, onde
desenvolve uma exploraçãoagro-pecuária e industrial. Elavisa garantir a auto-sustentabili-dade económica da instituiçãoe a prossecução dos seus fins,contribuindo ainda para a pro-moção do desenvolvimentoeconómico e social da região.Neste projecto, inovador doponto de vista tecnológico,destaca-se a oleicultura e avitivinicultura, actividades dasquais resultam os azeites Car-tuxa, S. Bruno, Azeite dos Ála-mos, e os vinhos brancos e tin-tos Pêra-Manca, Cartuxa, Foralde Évora e EA.
Constituindo-se como umprojecto institucional perpétuopor definição, a FundaçãoEugénio de Almeida tem pro-curado manter-se fiel às suasorigens, adaptada ao seu tem-po e preparada para os de-safios emergentes de ummundo em permanente trans-formação.
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Pianista João Paulo SoloTerça-feira |1 de Maio | 21h30
Marta Hugon |TGBQuarta-feira | 2 de Maio | 21h30
Espectáculo de FadosDomingo | 29 de Abril
Malgré Nous, Nous Étions Lápela CIA. Paulo RibeiroSábado | 5 de Maio| 21h30
Além as Estrelas são a Nossa Casade Abel Neves | pelo CenDrev | José Russo17 de Maio a 2 de Junho | 21h30
10ª Bienal Internacional de Marionetas de Évora - BIME5 a 10 de Junho
LIVE pela CDCECompanhia de Dança Contemporânea de Évora15 e 16 de Junho | 21h3018 e 19 de Junho | 10h00/14h30
Rita ou o Marido EnganadoÓpera de Donizetti10 a 13 Julho | 21h30
À Manhãde José Luís Peixoto | pelo Teatro MeridionalNatália Luíza e Miguel SeabraQuarta-feira | 16 Maio | 21h30
Dom GiovaniÓpera de MozartSábado | 7 Julho | 21h30
Dido e EneiasÓpera de Henry PurcellSábado | 14 Julho | 21h30
AgendaTributo a Zeca Afonso
Quinteto de Jazz de LisboaSábado | 17 de Março | 21h30
Petit Psaume du Matinpela CIA. Josef Nad (França)Quarta-feira | 21 de Março | 21h30
Um Inimigo do Povode Henrik Ibsen | pelo CenDrev27 de Março a 7 de Abril | 21h30
Por Detrás dos Montespelo Teatro Meridional | Miguel SeabraQuarta-feira | 11 de Abril | 21h30
Teatro de Papel/Convidado de Pedra de Tirso de Molinapelo Teatro Nacional de S. João | Marcelo Lafontana13 e 14 de Abril | 21h30
João AfonsoDomingo | 15 de Abril | 21h30
Caldo Verdede Rui Ramos | pelo BAAL 1718 de Abril | 15h00/21h30
O Efeito dos Raios Gama nas Margaridas de Campode Paul Zindel | pelo Teatrão - Teatro para a InfânciaJoão Mota | 20 de Abril | 21h30
Houdini Blues | BALLASábado | 21 de Abril | 21h30
El Hombre Almohada de Martin McDonaghpelo Teatro del Noctámbulo (Espanha)Domingo | 22 de Abril | 21h30
INJAZZ - Jazz em PortuguêsCarlos Martins QuartetoSexta-feira | 27 de Abril | 21h30
Sexteto Mário BarreirosSábado | 28 de Abril | 21h30
Organização: Câmara Municipal de Évora | Apoio: Centro Dramático de Évora
PROGRAMAÇÃO | MARÇO | JULHO | 2007
TEATRO MUNICIPAL“GARCIA DE RESENDE”Cultural
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quando a noite cai...Fotos: André Gonçalves
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esporão