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EVOLUCIONISMO CULTURAL: Tylor, Morgan e Frazer. Prof. Elson Junior Santo Antônio de Pádua, Fevereiro de 2018

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EVOLUCIONISMO CULTURAL: Tylor, Morgan e Frazer.

Prof. Elson Junior

Santo Antônio de Pádua, Fevereiro de 2018

Edward Tylor (1832-1917)

• Edward Tylor (1832-1917) Tylor lançando-se no

debate da época no qual as diferenças entre os

homens deveriam ser explicadas pela diferença de

local de origem (determinismo geográfico) ou de raça

(determinismo biológico), posiciona-se contra estes,

porque assume teoricamente o evolucionismo como

explicação da variabilidade (de grau) da Cultura, bem

como a origem única do homem, o monogenismo,

afirmando que:

• para o presente propósito, parece tanto possível

quanto desejável eliminar considerações de variedades

hereditárias, ou raças humanas, e tratar a humanidade

como homogênea em natureza, embora situada em

diferentes graus de civilização.

• Considerava a humanidade um todo em crescimento

através dos tempos, indo da infância à maturidade,

estando os povos primitivos situados no estágio infantil.

• Atribuía aos antropólogos a tarefa de estabelecer, de

modo geral, uma escala da civilização, colocando as

nações europeias em um extremo da série social e, na

outra, as nações selvagens.

• Achava que as instituições humanas eram

distintamente estratificadas, tal como as diferentes

camadas da terra, que se sucedem em séries uniformes

por todo o globo, independentemente das raças ou da

linguagem.

• Tylor procurou das um cunho cientifico à Antropologia,

usando o que chamou de “aritmética social”, ou seja,

a disposição dos costumes em tabelas para ver como

se relacionavam. Por isso pode ser considerado o

fundador do método comparativo.

• A comparação deve ser feita entre elementos da

cultura (armas; mitos, ritos e cerimônias), pois “um

primeiro passo no estudo da civilização é dissecá-la em

detalhes e, em seguida, classificá-los em seus grupos

apropriados”.

• Tylor afirma que a comparação deveria ser entre

“raças que se encontram em torno do mesmo grau de

civilização”, não sendo levado em consideração a “o

tempo histórico e local geográfico.

• O elemento que o ajudaria a traçar o curso da

evolução seria as “sobrevivências”, pois como seriam

“processos, costumes, opiniões que, por força do hábito,

continuaram a existir num novo estado de sociedade

diferente daquele no qual tiveram sua origem”, seriam

evidências, “provas e exemplos de uma condição mais

antiga de cultura que evoluiu em uma mais recente”.

Lewis Morgan (1818-1881) Estados Unidos

Morgan apresentou a tese evolucionista na introdução

de seu livro Ancient Society (1877).

Para ele, é incontestável que parte da família humana

viveu em estado de selvageria, outras em estado de

barbárie e outras, ainda, em estado de civilização,

sendo também inegável que essas três condições

distintas estavam ligadas umas às outras por uma

sequência do progresso natural (ver quadro a seguir).

• Quando organizadas e comparadas tendem a mostrar

a origem única da humanidade, a semelhança de

desejos humanos em um mesmo estágio de avanço e a

uniformidade das operações da mente humana em

condições similares de sociedade.

• Lewis Morgan debruçou-se sobre o parentesco na

tentativa de compreender os estágios de evolução

cultural do homem. Morgan percebia que o parentesco é

um elemento universal, estando presente em todas as

culturas, porém, de formas diversas.

James Frazer (1854-1941)

• Frazer pesquisou a noção de “magia” entre os nativos

com um determinado objetivo de pesquisa, que foi

Perceber que a magia faz parte de uma etapa do

desenvolvimento humano que é superada pela religião e,

por fim, pela ciência.

• "O ramo de ouro" é uma obra onde o autor faz um

estudo comparativo dos mitos e do folclore de várias

sociedades, e levanta a tese de que o pensamento

humano evoluiu de um estágio mágico para outro

religioso, e daí para um nível científico.

Unidade psíquica da espécie humana

• A grande questão que tomava conta do debate

antropológico e sobre os quais os antropólogos

buscavam respostas era:

Como pode haver uma grande diversidade cultural

entre os povos se há uma origem comum?

• A solução a esta questão é a existência de uma

evolução, isto é, haveria um caminho a ser trilhado por

todas as sociedades, numa trajetória vista como

obrigatória, unilinear e ascendente, partindo do estágio

“selvagem”, passando pela barbárie até chegar à

civilização.

• A partir desse pressuposto, os antropólogos deveriam

estudar os povos antigos ou a cultura primitiva para

traçar essa trajetória.

Postulados básicos da teoria

evolucionista da cultura

• Sucessão unilinear: Existência de um fio singular

ou evolução unilinear através de toda a história

cultural; mesmo havendo, em determinado momento,

degeneração, a tendência geral era sempre

ascendente.

• Significa que diferentes grupos humanos partiram,

em tempos remotos, de uma condição geral de

carência de cultura e, devido à unidade da mente

humana e à consequente resposta similar a

estímulos externos e internos, evoluíram em todas as

partes aproximadamente do mesmo modo,

parecidos.

• A história cultural encontra, portanto, “raízes em uma

unidade psíquica pela qual todos os grupos humanos

teriam supostamente o mesmo potencial de

desenvolvimento evolucionário, embora alguns

estivessem mais adiantados do que outros devido ao

clima, ao solo e outros fatores”.

• Método comparativo.

• Sobrevivência: vestígios através dos quais se poderia,

num trabalho semelhante ao de um detetive, reconstituir o

curso da evolução cultural humana.

Aspectos negativos e positivos

• Aspectos negativos:

Não consideração do fator tempo e espaço.

Emprego indiscriminado do método

comparativo/falta de rigor teórico.

Conceito de sobrevivência, que teria retardado o

trabalho de campo.

• Aspectos positivos

Contribuições teóricas como: análise da realidade

social e conhecimento de diferentes sociedades, para o

entendimento geral da humanidade.

Primeiros a empregar o conceito de cultura e a livrar

este conceito de sua primitiva confusão com o de raça.

Enriqueceram o vocabulário com a introdução de

termos como: exogamia e endogamia, magia

simpática, totemismo, clã, tribo, e tantos outros.