evoluçao holocenica da planicie costeira de jacarepagua...

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ANAIS DO XXXlll CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984 EVOLUÇAO HOLOCENICA DA PLANfClE COSTEIRA DE JACAREPAGUA (RJ) Mdrcia do Carmo de Azevedo Costa Maia CNPq -Observatório Nacional; Departamento de Geoflsica - Rua General Bruce, 586 - (20921) Rio de Janeiro, RJ Louis Martin 6RSTOM - CNPq - Observatório Nacional; Departamento de Geofisica - Rua General Bruce, 586 (20921) - Rio de Janeiro, RJ Jean-Marie Flexor CNPq - Observatório Nacional; Departamento de Geofísica - Rua General Bruce, 586 - (20921) Rio de Janeiro, RJ Antonio Expedito Gomes de Azevedo Programa de Pesquisa e Pós-Graduçãoem Geoflsica e Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia -, Rua Caetano de Moura, 123 - (40000) - Salvador, BA ABSTRACT During the Quaternary, the sea level suffered several oscllla- tions, resulting from the combination of global (glacio-eustatic) and local (isostasy , tectonism) factors. There happened three great transgressions during the Quaterna- ry, but just the last two are well known. The latest Transgression,the best known, started at 17.000 years BP and continued during the Holoce- ne. In Jacarepaguá Plain there is evidence of deposits left by. the latest Transgression only. We can describe four evolutive stages in the Holocene. Stage I 7.000 - 5.000 years BP; the drowned plain beca- me partially isolated from the sea by a barrier island, wich moved to- ward the land until the transgression's maximum; stage II a regression allowed the barrier island's progradation, building the first prograda- tion zone; stage III 3.800 - 3.500 years BP; a new transgressive event partially eroded the first progradation zone; a new barrier island was established, isolating a new lagoon from the sea: stage IV the sea le- vel lowed down until the present level; during the regression, the se- cond barrier island prograded, forming the second progradation zone. i. INTRODUÇÃO 1.1. h=A ESTUDADA A Planície Costeira de Jacarepaguá localiza-se no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, limitada pelos paralelos 22955'00"S e 23905'00'1S e pel s meridianos 43918'30"W e 43?32'301'W, possuindo uma extensão de 400km 2 . Na área emersa, podemos evidenciar quatro províncias geomorfo- lógicas distintas (Roncarati e Neves, 1976). A primeira constitui-se em uma região montanhosa, formada por rochas do embasamento cristalino,que circunda a planicie a leste, norte e oeste, atingindo até 1.025m. Segue-se uma regiao de transiçao entre as montanhas e a planí- cie denominada clinoplano perif&ico, formada a partir da coalescência de leques aluviais. Inclina-se suavemente para o centro da Baixada de Jacarepaguá, com altitudes variando de 14 a 3m. A planície, formada por dep6sitos sedimentares marinhos e lagunares , divide-se em duas par- tes. A primeira, mais extensa, e' limitada pelo clinoplano periférico e pela restinga interna. Nela se localizam as lagoas de Jacarepaguá, Camorim e Tijuca.A segunda planície estende-se entre as duas restingas e nela se situa a lagoa de Marapendi. As duas restingas são barreiras alongadas de cons- cotas de ORSTOM Fonds Documentaire

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ANAIS DO XXXl l l CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984

EVOLUÇAO HOLOCENICA D A PLANfClE COSTEIRA DE JACAREPAGUA (RJ)

Mdrcia do Carmo de Azevedo Costa Maia CNPq -Observatório Nacional; Departamento de Geoflsica - Rua General Bruce, 586 - (20921) Rio de Janeiro, RJ Louis Martin 6RSTOM - CNPq - Observatório Nacional; Departamento de Geofisica - Rua General Bruce, 586 (20921) - Rio de Janeiro, RJ Jean-Marie Flexor CNPq - Observatório Nacional; Departamento de Geofísica - Rua General Bruce, 586 - (20921) Rio de Janeiro, RJ Antonio Expedito Gomes de Azevedo Programa de Pesquisa e Pós-Gradução em Geoflsica e Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia -, Rua Caetano de Moura, 123 - (40000) - Salvador, BA

ABSTRACT

During the Quaternary, t h e sea l e v e l su f f e red seve ra l o s c l l l a - t i o n s , r e s u l t i n g from t h e combination of g loba l (g lac io-eus ta t ic ) and l o c a l ( i sos t a sy , tectonism) f a c t o r s .

There happened t h r e e g rea t t ransgress ions during the Quaterna- ry , bu t j u s t t he las t two a r e w e l l known. The la tes t Transgression, the bes t known, s t a r t e d a t 17 .000 years BP and continued during t h e Holoce- ne.

I n Jacarepaguá P la in the re i s evidence of depos i t s l e f t by. t h e l a t e s t Transgression only. W e can descr ibe four evolu t ive s tages i n the Holocene. Stage I 7.000 - 5.000 years BP; t he drowned p l a i n beca- me p a r t i a l l y i s o l a t e d from t h e sea by a b a r r i e r i s l and , wich moved to- ward the land u n t i l t he t r ansg res s ion ' s maximum; s t age II a regress ion allowed the b a r r i e r i s l a n d ' s progradation, bu i ld ing t h e f i r s t prograda- t i o n zone; s t age III 3.800 - 3.500 years BP; a new t ransgress ive event p a r t i a l l y eroded the f i r s t progradation zone; a new b a r r i e r i s l a n d w a s es tab l i shed , i s o l a t i n g a new lagoon from the sea: s t age I V the sea le- ve l lowed down u n t i l t h e present l eve l ; during the regress ion , t he se- cond b a r r i e r i s l and prograded, forming the second progradation zone.

i. INTRODUÇÃO

1.1. h=A ESTUDADA

A Planíc ie Cos te i ra de Jacarepaguá local iza-se no l i t o r a l s u l do Estado do Rio de Jane i ro , l imitada pelos pa ra l e los 22955'00"S e 23905'00'1S e pe l s meridianos 43918'30"W e 43?32'301'W, possuindo uma extensão de 400km 2 .

N a área emersa, podemos evidenciar qua t ro províncias geomorfo- lóg icas d i s t i n t a s (Roncarati e Neves, 1 9 7 6 ) . A primeira cons t i tu i - se em uma região montanhosa, formada por rochas do embasamento c r i s t a l ino ,que circunda a p l an ic i e a leste, nor te e oes t e , a t ingindo até 1.025m. Segue-se uma reg iao de t r ans i çao en t r e as montanhas e a p lan í - c i e denominada clinoplano per i f&ico , formada a p a r t i r da coalescência de leques a luv ia i s . Incl ina-se suavemente para o cent ro da Baixada de Jacarepaguá, com a l t i t u d e s variando de 1 4 a 3m. A p l a n í c i e , formada por dep6sitos sedimentares marinhos e lagunares , divide-se e m duas par- tes. A primeira , m a i s extensa, e' l i m i t a d a pelo cl inoplano p e r i f é r i c o e p e l a r e s t inga in te rna .

N e l a se localizam a s lagoas de Jacarepaguá, Camorim e Tijuca.A segunda p l a n í c i e estende-se e n t r e as duas res t ingas e ne l a s e s i t u a a lagoa de Marapendi. As duas r e s t ingas são b a r r e i r a s alongadas de cons-

cotas de

ORSTOM Fonds Documentaire

t i t u i ç ã o arenosa. A m a i s i n t e rna 6 mais la rgn e a t r e sen ta cotas maxi- mas de l l m . A r e s t inga externa a t inge cotas tie a t e 6m. A s bases das duas barreiras assentam-se aproximadamente e n t r e 3 e 4m acima do n íve l do m a r (Roncarati e Neves, 1986).

Para a á rea submersa f r o n t e i r a d Planíc ie de Jacarepaguá ,exis- t e uma carta bat imétr ica composta por Roncarati e Neves, 1 9 7 6 , a p a r t i r de dados obt idos pe la DHN e UFRJ e PETROBdS (Pro je to Jacarepagub). Ob- serva-se que a declividade da brea f r o n t e i r a C razfavelmente acentuada, com as profundidades aumentando rapidamente juntcr a pra ia .

1 . 2 AS OSCILAÇÖES DO NrVEL RELATIVO DO MAR

N o f i n a l da década de 70 e i n í c i o da de 80 foram realizados di- ' versos estudos sobre o Quaternár io c o s t e i r o b r a s i l e i r o , ao longo do li- t o r a l baiano, p a u l i s t a e sul-fluminense e nas p l an ic i e s cos t e i r a s jun- t o 2 foz de grandes r i o s (Bi t tencour t e t a l . , 1 9 7 9 , Bi t tencourt e t a l . , 1982, Dominguez e t a l . , 1981, "inguez e t al . , 1982, Dominguez, 1982, Flexor e t a l . , 1979 a e b, Martin e t a l . , 1 9 7 9 a , b e c, Martin e t a l . , 1980, Suguio e Martin, 1978, Suguio e t a l . , 1982). Os t rabalhos desen- volvidos evidenciaram, para a quase to t a l idade da área estudada, do is conjuntos de te r raços m a r i e o s arenosos, com cazacterís ticas d i s t i n t a s , formados durante as regressoes que se seguiram as duas Ú l t i m a s fases t r a n sgre s si va s.

O pr imeiro conjunto de t e r r aços , cujo to?o a t inge co tas de 8 a 10m, per tence ao Pleis toceno, com idades próximas a 120.000 anos @(-Ma2 t i n e t a l . , 1982 a ) e associa-se 2 Penúltima Transgressão, cujo máximo ocorreu e m to rno des ta época. Os depósitos se foimaram,, , provavelmente, na fase f i n a l do evento t ransgressivo e na regressiio sul?seqknter

O segundo conjunto de te r raços marinhos local iza-se , e m gera l , nas pa r t e s ex ternas dos t e r raços mais ant igos. Seu topo s i tua-se e n t r e - 4 e 5m acima do n íve l do m a r no i n t e r i o r , decaindo a té menos de lm nas par t e s m a i s externas, o que Q uma f o r t e evidência de que sua formaçao ocorreu durante uma. f a se regressiva. Amostras datadas pelo S t o d o do carbono-14 permitiram situar os t e r raços no Holoceno, associados 2 O l t & ma Transgressão (Bit tencourt e t al . , 1982).

Com base nos te r raços marinhos holocênicos e e m outros t e s t e m ; @os associados O l t i m a Transgressao, como a ren i tos de p r a i a e incrusta- çoes de vermetideos, a lgas ca l ch r i a s e co ra i s ern promontórios rochosos, f o i poss íve l construir-se curvas das osc i laçoes do n íve l r e l a t i v o do m a r nos Últimos 7.000 anos, para diversos segmentos homogêneos do l i to r a l b r a s i l e i r o (Martin e t a l . , 1 9 7 9 a e b, Martin e t al. , 1980, Suguio e Martin, 1978).

As curvas u t i l i z a d a s nes t e t raba lho foram construidas para o l i t o r a l p a u l i s t a e fluminense (Martin e t a l . , 1 9 7 6 b ) . A curva do tre- cho e n t r e Cananéia e Iguape apresenta as seguin tes característ ícas:~fig.D c - o primeiro mbximo, com amplitude de 3 , 5 (f 0,5)m, ocorreu e m torno de 5.100 anos BP; - o minimo seguin te , provavelmente pouco i n f e r i o r ao n ive l a t u a l , ocor- reu há cerca de 3.800 anos BP; - o segundo máximo, de 3.500 anos B P I alcançou uma cota aproximada de 3,O (f 0,511~; - a segui r iniciou-se o abaixamento progressivo do n ive l do mar o va lor a t u a l .

a t ë

Para o segmento e n t r e Santos e Bertioga, construiu-se ou t r a curva completa, que apresenta comportamento semelhante 5 de Cananéia- Iguape, mas Cujas amplitudes são cerca de 1 , O m m a i s elevadas. Para O r e s t a n t e do l i t o r a l , a t é a baia de I l h a Grande ( R J ) , não f o i poss íve l construir-se curvas completas pe l a escassez de dados. Entretanto , os segmentos esboçados concordam com as duas curvas da brea, se, apenas, uma pequena defasagem em amplitude.

observando-

J

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n

v

l i

O comportamento g e r a l destas curvas 6 bem semelhanee ao das elaboradas para o l i t o r a l da Bahia (Martin e t a l . , 1 9 8 0 ) . Dife-

r e m , apenas, pela presença de um segundo minimo e um t e r c e i r o máximo nas curvas do l i t o r a l baiano. Sua ausência nas curvas aqui apresenta- das pode ser devida 5 escassez de dados para o periodo correspondente (Martin e t a l . , 1 9 7 9 a e b).

1.3 INFLUBN¿IA DAS VARIAÇÖES DO N ~ V E L REVTIVO DO MAR NOS PROCESSOS DE SEDIMENTAÇÃ0 COSTEIRA

p e r f i l de e q u i l i b r i o da zona l i t o r a l . A tend8ncia n a t u r a l 6 o re torno ao es tado de e q u i l i b r i o , a t r avés da migraçao desse p e r f i l ao longo da plataforma.

Segundo Bruum ( 1 9 6 2 , e Dominguez, 1982) , uma elevação do n i v e l do m a r a f e t a r i ? o estado de e q u i l i b r i o , que seria- restaurado a- t r avés de uma migraçao do p e r f i l de e q u i l i b r i o e m d i reçao ao continen- te . Em consequência, o prisma de p r a i a seria erodido e o material t ransportado e depositado na an tepra ia , provocando a elevação do seu assoalho da m e s m a magnitude da elevação s o f r i d a pelo n i v e l do m a r . A profundidade da lâmina d'água permaneceria, po is , constante, Embora a t e o r i a tenha s ido desenvolvida apenas para o caso de elevaçoes do ni-

redução do n ive l marinho acarreteria a t rans lação do p e r f i l de e q u i l i - b r i o e m direçã0 ao mar. O assoalho da an tep ra i a ser ia , então, erodido e o material fransportado e depositado no prisma de p r a i a , poowocando uma progradaçao. O processo cont inuar ia a t 6 a profundidade a n t e r i o r 5 regressa0 ser restabelecida.

f a ses regress ivas depende diretamente da declividade da plataforma f r o n t e i r a 5 região. Observa-se que dreas f r o n t e i r a s a plataformas suaves apre - sentam, freqdentemente, amplas zonas de progradação, formadas por ter- raços marinhos arenosos, depositados durante as f a ses regressivas ,ocor- r i d a s no Quaternár io (Bi t tencour t e t a l . , 1979 , Bit tencour t e t a l . 3 8 2 , Dominguez e t a l . , 1982, Dosnguez, 1982, Suguio e Martin, 1978, Suguio e t a l , , 1982). A inc l inaçao suave permite que o sedimento depositado na an tepra ia s e j a re t rabalhado pe las ondas, colocado e m suspensão e de- posi tado nas c r i s t a s de p ra i a . Se a plataforma f o r ingreme, as profun- didades jun to 5 cos t a serao relat ivamente grandes e o material nao po- derá ser colocado em suspensão t ã o facilmente. A quantidade de sedimen t o s depositada na c r i s t a de p r a i a será, pois , pequena e a l i nha de cos- t a não progradará muito.

A s oscilaçÕes do n íve l marinho acarretam perturbações no

v e l do mar, 6 possivel ap l icá- la 2s regressões (Dominguez, 1982). A

O processo de progradação de uma l i nha de cos ta durante

2. FO~ZMAÇ~ES SEDIMENTARES DA PLAN~CIE COSTEIRA DE JACAREPAGUA

A descr ição dos dep6si tos sedimentares da área da P lan íc i e de Jacarepaguá, baseia-se e m Roncarati e Neves, 1976 . Devido ao ' enfoque deste t raba lho , se rão enfat izados apenas os dep6si tos de origem marinha e lagunar. O s de origem cont inenta l serão t ra tados superficialmente. Una descr içao m a i s detalhada pode ser encontrada no r e l a t ó r i o dos autores c i tados .

2 . 1 SEDIMENTOS CONTINENTAIS

Localizam-se e m toda a p e r i f e r i a da ,Planicie de J a c a r e p a g u ä i - do , e m sua maioria, remanescentes erosivos de leques a l u v i a i s coalesce; t e s (Roncarati e Neves, 1 9 7 6 ) .

Os sedimentos mais ant igos t ê m i'dade Pl iocênica (Roncarati e Neves, 1 9 7 6 ) . Entretanto, sob os depösitos de leques a l u v i a i s , foram obt idas amostras de sedimentos lagunares, Cujas idades se s i tuaram em uma f a i x a e n t r e 5.740 5 150 e 5.200 2 150 anos BP, per tencentes 5 pr& m e i r a f a se lagunar holocênica. A deposição dos sedimentos cont inenta i s deve ter ocorr ido, portanto, durante toda a h i s t ó r i a geológica da reg i - ão.

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2 . 2 AREIAS LAGUNARES

Esta c l a s s i f icaçao engloba os sedimentos arenosos , depositados nas lagunas formadas na reg iao durante os máximos tr_ansgressivos ocor- r idos nos Últimos 7 .000 anos. Parte dos depósitos nao a f l o r a , estando recoberta por camadas de t u r f a .

Na p e r i f e r i a , ass inalando os limites d 1 an t iga zona lagunar,e- xistem corpos alongados e t . s t r e i t o s , denominados cordões de laguna. E s - tes depósitos assinalam a loca l ização de an t igas p ra i a s lagunares, for- madas durante o período de máximo t ransgress ivo (Roncarati e &ves,l976).

OS cordões Lagunares apresentam carapaças de organismos, provavelmente, devido l i x iv i açao por águas p luv ia i s (Roncarati e N e - ves , 1 9 7 6 ) . Portanto, não dispomos de dados de idades para estas f e i - çÕes. Ent re tan to , 6 prov6vel que tenham se formado durante o período ' '

de estabi1,ização do n ive l do m a r no máximo de 5.100 anos BP ou pouco depois. Uma amostra de conchas$ obt ida e m areias l a g y a r e s sob os CO; dÕes, forneceu idades de 5.065 - 220 anos BP e 4 845 - 1 5 0 anos BP, o que parece confirmar e s t a suposiçao.

N a s a r e i a s lagunares existem feições dom a forma de patamares t r i angu la re s , cujo v é r t i c e aponca para o i n t e r i o r da laguna. Sao den0 minadas cúspides lagunares, formadas a p a r t i r do retrabalhamento das a r e i a s da laguna por cor ren tes c i r cu la re s in te rnas (Roncarati e Neves, 1 9 7 6 ) .

Os patamares aprese;itam cotas variando dt> 4 ,O-a 0,5m (Roncarz ti e Neves, 1976) , o que parttce ind ica r que sua formaçao se deu duran- t e uma fase regressiva. Apenas nos patamares m a i s : internos,com cotas i n f e r i o r e s a 1 , 0 m , foram encontradas carapaças calcZreas,muitas ainda fechadas, indicando jazimento " in s i t u" . A ausência de r e s t o s nos pa- tamares m a i s elevados pode sctr devida ä l i x iv i açao por åguas p luvia i s . (Roncarati e Neves , 1 9 7 6 ) . 2.3 BARREIRAS ARENOSAS

Na p a r t e s u l da p l a n í c i e de Jacarepaguá estendem-se, parale- l a s ao l i t o r a l , as res t ingas de Jacarepaguá e da Pra ia dos Bandeiran- tes - Avenida Sernambetiba, rfispectivamente denomir adas r e s t ingas in- terna e externa (Roncarati e Neves, 1 9 7 6 ) .

A res t inga in t e rna estende-se por 1 7 500m, com l a rgu ra máxima de 950m a oeste , estrei tando-se a l e s t e , onde possui 150m.

A a l t u r a Gxima h de 9 ,Om no oes te , 11,5m no cen t ro e 8,5m no leste. A cota máxima s i tua-se em torno de 3,0m, abaixo da qua l encon- t ra -se encoberta por areias lagunares (Roncarati e Neves, 1 9 7 6 ) .

A restinga. .externa, estende-se por aproximadamente 18.00Om,com largura de 300m no oes te a 20x11 a leste. As cotas máximas variam de 5,5m no oes te a 6,5m no centro e 4,5m no leste. A cota minima 6 da - ordem de .3 ,Om, abaixo da qual se acha encoberta por sedimentos laguna- res de um lado ,e da p ra i a a t u a l do out ro (Roncarati e Neves , 1 9 7 6 ) .

Na extremidade oes t e da res t inga externa , e x i s t e uma d i feren- c iaçã0 morfolÕgica, pela presença de um treclfo com 2.00019 de extensao, de cordões l i to râneos para le los . E s t e s cordoes sao compostos por mate r i a l mais grosseiro que o r e s t a n t e da res t inga . A diferenciaçao de- vzu-se provavelmente, 5 elevada energia hidrodinâmica da á rea e condi coes pecul iares de topograf ia (Roncarati e Neves , 1 9 7 6 ) .

Não foram encontrados , nas res t ingas , r e s tos o r g z i c o s pass í - v e i s de dataçÕes e , portanto , não existem dados de idades radiccarbono.

2.4 LEaUES DE ARROMBAMENTO

1

108

Localizam-se a sudoeste, na hrea a no r t e do Morro do Rangel. O s dep6sito.s e s t ao parcialmente recobertos por t u r f a s (Roncarati e N e - ves, 1976).

Sua origem deve-se, provavelmente, ao arrombamento da r e s t in - 5- i n t e rna pe lo m a r t ransgress ivo , durante a elevaçao que culminou no segundo mhximo, há 3.500 anos BP.

2.5 MANGUES

São dep6si tos com grande quantidade de matéria orgânica, res- t o s animais e vegetais . Ocupam fa ixas e s t r e i t a s e alongadas 5 margem das lagoas a t u a i s , e m áreas onde a sa l in idade m a i s elevada.

2.6 TURFAS

Recobrem grande extensão da p l an ic i e de Jacarepaguá, e m dreas de an t igas lagunas. Constituem-se basicamente de r e s t o s vegetais . 0- riginam-se a p a r t i r da colmatação das lagunas pe la vegetaçao.

2.7 VASA ORGANICA DE FUNDO DE LAGUNA

E s t e s dep6si tos , loca l izados sob a l h i n a d'água, não e s t ã o m a peados. E poss íve l que ocorram sob a s camadas de t u r f a s , nas áreas das paleolagunas (Roncarati e Neves, 1 9 7 6 ) . Formam-se a p a r t i r da decompo- s i ção da vegetaçao aquát ica e x i s t e n t e nas lagunas.

3. " 0 HOLOCENICA DA PLANfCIE DE JACAREPAGUA

A reconstrução dos e s t ág ios evolut ivos holocênicos da P lan ic i e de Jacarepaguh , baseou-se em:

a. es tudos sobre o Quaternhrio cos t e i ro , desenvolvido para os l i t o r a i s baiano, p a u l i s t a e fluminense por Bi t tencour t e t a l . , 1979 e 1982, Dominguez e t a l . , 1 9 8 1 e 1982, Martin e t a l . , 1979 a , b e c e 1980, Suguio e Martin, 1978 e Suguio e t a l . , 1982.

das .em amostras coletadas na regiao.

3.1 ESTAGIO I (FIGURA 2)

b. datações radiométr icas pelo método do carbono-14 , r e a l i z a

Por vo l t a de 17.000 anos BPI o n i v e l do mar, que se encontrava cerca de 1 2 0 m abaixo do n ive l a t u a l começou a subir, caracterizando-se a altima Transgressão, cujo Gximo ocorreu e m torno de 5.100 anos B P I a t ingindo co tas e n t r e 4 e 5m.

Durante a f a se f i n a l da t ransgressão, e n t r e 7.000 e 6 .000 a- nos BP, formou-se uma i l h a b a r r e i r a i3olando do mar aber to uma ampla laguna. Uma amostra datada e m 5.970 - 230 anos BP, obtida na laguna ex te rna , permite supor que, por vo l t a de 6 .000 anos BP, a i l h a b a r r e i r a ocupasse uma posiçao m a i s externa que época do máximo. Com-a eleva- ção continua do n i v e l do mar, a i l h a b a r r e i r a migrou e m direçao ao con- t i nen te , es tabi l izando-se, no mhximo de 5.100 anos BP, na posição hoje ocupada pe la r e s t inga in te rna .

A s a r e i a s do fundo da laguna in t e rna possuem grande quantidade de conchas, muitas a inda fechadas, o que ind ica jazimento " in s i t u " . Vh rias amostras foram datadas e as idades e s t ão+ l i s t adas na tabela I. O z resu l tados situam-se e m uma f a i x a e n t r e 5.740- 150 anos BP ( sedimentos recobertos por leques a l u v i a i s ) e 4 .090 f 1 1 0 anos B P I o que parece CO;

f i rmar que a pr imeira f a s e lagunar j h es tava e s t abe lec ida antes da ép2 ca do máximo.

p ra i a que são erodidos pe la açao das dguas ou recobertos por outros sedimen- t o s , 5 medida que o n íve l do m a r se eleva. Ent re tan to , os cordões for- mados durante os mhximos ou nas regressÓes subseqtientes, podem ser pre- servados, como ocorre no topo dos te r raços marinhos regressivos.

Durante a s f a ses t ransgress ivas são formados cordões de

7 o9

P a P1anin:ie de Jacarepaguá afloram segmentos de cor_dÕes de pra ia forrados e m torno do máximo t ransgress ivo e na regressao pos te r i - o r , conforme indicam a s idades obt idas e m sedimentos lagunares sob os cordões, 5.065 f 1 2 0 anos BP e 4.845 2 1 5 0 anos BP.

3 .2 ESTAGIO II ( F I G U R A 3 )

Apdâ_o-máxitno de 5.100 anos BP iniciou-se nova fase regressiva, durante a qu,I.l a i l h i -ba r re i r a sof reu uma progradaçao formando a restin ga in te rna .

As amostras das cÚspides lagunares, formadas no período de má- ximo e na regressão pos t e r io forneceram idades osci lando e n t r e - 4.890 2 100 anos BI? 2 4.130 l'll0 anos BP.

3.3 ESTAGIO III FIGURA 4)

Por v o l t a de 3.800 anos B P I o n í v e l do m a r elevou-se novamente, a t ingindo o m'urimo en 3.500 anos BP.

Durante a t ransgressão a res_tinga in t e rna f o i parcialmente erg dida. A oes t e , onde e x i s t e uma regiao de a l t a energia hidrodin-&cal a r e s t inga f o i arrombada pe lo mar, formando os dep6si tos de leques de arrombamento. amostra des tes depdsi tos , vem confirmar es ta suposiçao. Outra amostra, ob t ida sob os l eques de arrombamento, forneceu a idade de 4.450 180 anos BP, pertencendo, Fortanto, S primeira f a se lagunar.

Antes do má*;io t ransgressivo, hh aproximadamente 3.700 anos BPI j h es tava :ormada uma segunda i l ha -ba r re i r a , isolando do mar uma nova laguna, cvnsidera-Telmente menor que a an te r io r . As idades , obt idas em amostras de vasa orgânica da laguna externa, oscilam entre3.670 * 90 anos BP e 3.139 f 130 anos BP.

3.4 ESTAGIO IV (FIGURA 5.)

A idade de 3.780 f 200 anos BE, obt ida e m uma

~

Após o a m o , o n íve l marinho começou a ba ixar lentamente a t é a t i n g i r o zero a tua l . A segunda i lha-bar re i ra , com a primeira, . sa f reu progradação , porém e m e sca l a consideravelmente menor. A res t inga r e s u l t a n t e , chamada de r e s t inga externa, 5 e s z r e i t a e apenas na extremidade oes t e são percept íve is ves t ig ios de cordoes l i to râneos .

3.5 OBSERVAÇ~ES

Durante toda a h i s t ó r i a geológica da P lan íc ie de Jacarepaguh depositaram-se, na p e r i f e r i a , sedimentos cont inenta i s sob a forma de 12 ques a l u v i a i s e th lus .

ao abaixamento do n ive l do mar durante as fases regressivas . O n í v e l Q s ãguas lagunares , acompanhando o n íve l marinho , conforme evidenciam OS sucessivos patamares das cúspides lagunares , abaixava, transformando as lagunas e m áreas pantanosas, onde se desenvolviam vas tas t u r f e i r a s , que ho je recobrem grandes extensões da p lan íc i e .

O assoreamento das lagunas efetuou-se, principalmente , devido %

4 . CONCLUS~ES

A Plan ic ie de Jacarepa-pá forma um sistema praticamente i so la - do, encravado e n t r e duas projeqoes do eeasamento c r i s t a l i n o . O aporte sed imen ta r proveniente de out ras hreas e pouco s i g n i f i c a t i v o , uma vez

As duas zonas de progradaçao foram, por tan to , construidas,principalmente , com o material exposto na plataforma f r o n t e i r a pe la regressao e mobili- zado pe la s ondas.

Uma perfilagem e l é t r f c a , rea l izada na P lan ic ie de Jacarepaguá, revelou que o embasamento na area emersa 6 praticamente plano. Entre -

que as projeçoes rochosas formam b a r r e i r a s ao t r â n s i t o l i t o r%eo .

110

t an to , a área submersa f r o n t e i r a 5 p lan ic i e , apresenta um gradiente a- sentuado.Esta brusca quebra na decl ividade do embasamentopode fornecer explicação para as d i fe renças de extensão e n t r e as duas zonas de pro - gradação .

A pr imeira i l ha -ba r re i r a instalou-se em posição in t e rna , sobre uma ãrea p1ana.A decl ividade da região submersa f r o n t e i r a e r a muito suave,de modo que uma quantidade razoãvel de sedimentos f o i r e t r aba lhg da durante a regressão e depositada nas c r i s t a s de p r a i a , construindo a zona de progradação-No entantoluma comparação com out ras hreas do l& t o r a l mostra que a progradação não f o i muito s i g n i f i c a t i v a , p o i s embora a i l ha -ba r re i r a tenha se estabelecido na p a r t e plana do embasamento, a regiao submersa com declividade suave não era muito extensalcedendo ra pidamente lugar aos gradientes acentuados da á rea submersa a t u a l .

p lanalde modo que a área submersa f r o n t e i r a apresentava gradiente ace; . tuado.Como conseqll&cia,a quantidade de sedimento disponivel para construção da zona de progradação f o i muito pequena e es ta consideravelmente menor.

A segunda i l ha -ba r re i r a instalou-se na extremidade da reg ião

a r e su l tou

Pelo exposto no decorrer des te trabalh0,podemos conclu i r que, em gera1,as osci lações do n íve l r e l a t i v o do m a r são importantes condi- c ionantes na dinâmica de uma ãrea costeira,desempenhando o papel de p r i n c i p a l fornecedor de sedimentos para a construção das zonas de pro- gradação durante as fases regressivas.A P lan ic i e de Jacarepaguã é um s xemplo de como a pequena quantidade de sedimentos ret rabalhados pe lo mar regressivo,devido ao decl ive acentuado da ãrea submersa,limitou o desenvolvimento das zonas de progradação holocênicas.

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112

LfABELA I

AMOSTRAS

ESTAÇÃO

J A - 1 1705- 7 1673- 9

1 6 7 3 - 9

1673- 9

1 6 7 3 - 9

1673-. 9

1699-13 .JA - 4 1699-13 1699-12 1673- 9

1527-18 JI - 5 1 6 9 9 - 2 1677-21

1 6 7 7 - 2 1 JA - 8 1 6 3 9-14 1 6 ’7-21 1677-22 J A - 3 1 6 13-28 17:.9-28 16“7- 2 1 1 7 1 9-28 1699-14 1693-14 1677-21 1699-14 1 6 9 9-14 J A - 2 MY - 3

1527-18

- MY - 1

DATADAS PELO &TODO DO CARBONO-14

NATUREZA

conchas madeira conchas

conchas

conchas

conchas

conchas

conchas conchas conchas conchas conchas

conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas conchas. conchas conchas

gânica vasa o r gânica vasa 02 gânica

MSa or-

D E P ~ S ITO SEDIMENTAR

cúspides da laguna externa a r g i l a s f l u v i a i s areias lagurares remberkas por aluviões m i a s lagunares rocdxrtas por dLWi0”eS areias lagunares reabertas por alLN&s areias lagunares reoAertas por alusYi& areias l a m s reosbertas por all%ì& areias do fur& da laguna interna areias & fundo da laguna intema areias do fundo da laguna i n t . areias do fut-& da laguna interna areias lagunares rembertas por a l a + cordões de laguna mias do fundo da laguna interna areias do fundo da laguna i n ” a cúspides da laguna in t e rna cordoes de laguna cúspides da laguna in t e rna cúspides da laguna in t e rna areias do fundo da laguna interna cúspides da laguna in t e rna cúspides da laguna in t e rna areias do fundo da laguna interna cúspides da laguna in t e rna areias do furdo da laguna interna cúspides da laguna in t e rna areias do fudo da lagum interna areias do fun& da laguna interna areias do fur& da laguna interna cúspides da laguna in t e rna areias do fuxb da laguna interna areias do fundo da laguna interna leques de arrombamento

sedimentos da laguna externa

sedimentos da laguna externa

sedimentos da laguna externa

XDADE

9 7 0 f 2 3 0 (anos BPI

5883 f 98

5 7 4 0 150

5 7 1 5 ?150

5 7 0 0 ?160

5 6 1 5 + l 5 0

5570 ? 1 6 0 5 3 5 0 * 1 5 0

5 2 2 0 5 1 5 0 5 2 2 0 f 1 5 0

5 2 0 0 f150 5 0 6 5 5 1 2 0 4980 2 2 1 0

4890 2100

4740 2 1 5 0 4620 2 1 4 0 4620 2 1 4 0 4570 2 1 5 0 4460 2 1 5 0 4450 2 1 8 0 4440 5 1 5 0 4320 2 1 5 0 4290 $ 1 2 0 4270 - 90 4245 2 1 4 0 4130 $110 4130 2110 4110 f 1 2 0 4090 i l l 0 3780 2 2 0 0

3670 2 90

3 6 5 0 2 1 3 0

3 1 3 0 2 1 3 0

5280 2 2 3 0

a n 2 0 . 2 1 0 0

4845 5150

-

€ZF. LAB.

Bah-1207 Bah- 3 9 7

Bah- 6 4 9

Bah- 6 4 5

Bah- 6 4 8

Bah- 390

Bah- 6 4 7

Bah- 1 2 1 0 Bah- 6 9 9 Bah- 3 9 4

Bah- 6 4 6 B a h - 6 7 1 B a h - 1 2 1 1 B a h - 3 9 1 Bah- 6 9 2 Bah- 633 Bah- 6 9 7 Bah- 654 Bah-: 654 B a h - 6 9 0 Bah- 6 9 8 Bah- 1 2 0 9 Bah- 650 Bah- 6 7 3 Bah- 7 0 6 Bah- 444 B a h - 652 Bah- 6 5 3 Bah- 6.95 Bah- 4 4 1 Bah- 6 5 5 Bah-1208

Bah- 6 4 2

Bah- 6 4 1

Bah- 6 4 0

B&- 698

113

-

- i

0 -

A

nmm /- ’, I - 7 6 5 3 2 I O ;i- d‘

- i

0 - nmm /- ’, I - 7 6 5 3 2 I O ;i- d‘

-5j / ldodes x 1000 onos

-10 I / ldodes x 1000 anos

C +5

O

ldodes x 1008 onos

-15 i’ Figura I - Variaçöes do nível médio do mar durante os Últimos 7000 anos para as regiöes de : A. Canada- lguape ; B. Santos - Bertioga . b

Figura I C - Comparaçä0 entre a s curvas do nível relativo do mar de diferentes setores da costa entre Cananda e Angra dos Reis, A - Sä0 Sebastião - Ubatuba B - Praia Grande - Morro da Juréia c - Cananéia - lguape D - Parati - Angra dos Reis (Segundo Martin et al. , 1979 b )

114

b 43°d0'00"

-; Ln + + O N c\J

+

o 1 2 3 4 5

+ + +

a +

b 9-l-

m a n + inn

+ +

t

+

t

+ @ :.:.a:.,:.:. . . i ..

.. ..:a,?. ."I" - ."" U n ,

Embasamento cristalino ilha-barreira - posipäo em 6000 Bp

a

¡gura 2 - Estágio

Sedimentos continentais m i l h a - b a r r e i r a - posiç60 no máximo de 5100 BP

- 7000- 5000 anos BP - Estabelecimento da primeira ilha-barreira e da primeira zona lagunar ___ -- -- - -

3- 43O 30100" +

o 1 2 3 4 5 + + +

O

Figura 3 - Esta'gio II - Regressão de 5100 a 3800 anos BPiconstruçäo da primeira zona de progradaçdo --

I C L 2

+

o 1 2 3 4 5 + + +

Restinga interna

a Leques de arrombamento

Segunda Ilha-barrelra

+

O

:¡gura 4 - Estágio III - Máximo de 3500 anos BP- Estabelecimento da segunda ilha-barreira e da segunda laguna . .

‘V I

I '0 43" 30'00'' -O In + + + Lo

Cu Cu

llcl o 12-

+ + +

I

+ 430'7'30"

+

+