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  • GRAVEL ISSN 1678-5975 Junho - 2008 V. 6 n 1 27-45 Porto Alegre

    Eventos Bioestratigrficos, Paleoclimticos e Paleobatimtricos do Talude Continental Superior da Bahia, evidenciados atravs do Estudo da Fauna de Foraminferos Arajo T.M.F.1 & Machado A.J.1 1 Universidade Federal da Bahia ([email protected]).

    RESUMO Neste trabalho foi analisada a microfauna de foraminfero presente

    em 40 amostras selecionadas em quatro testemunhos, de 1,90 m de comprimento, do talude continental superior, do norte do Estado da Bahia, entre profundidades de 480 e 790 m. Nas amostras do sedimento dos testemunhos foram isolados 10.544 espcimes pertencentes a 312 Taxa. Dessa forma, foi possvel a seleo de foraminferos planctnicos caractersticos de guas frias e quentes e seus percentuais colocados em grficos que mostram variaes paleoclimticas. Os padres de distribuio e freqncia dos foraminferos planctnicos atriburam s assemblias dos testemunhos conotao bioestratigrficas possivelmente correspondente s biozonas internacionais do Perodo Quaternrio: Zona Z (Holoceno interglacial) e Zona Y (Pleistoceno glacial). As variaes da freqncia das espcies planctnicas bioindicadoras e da freqncia entre os hbitos bentnicos e planctnicos dos foraminferos, ao longo dos testemunhos, sugerem variaes eustticas do nvel relativo do mar, que esto relacionadas aos eventos climticos que ocorreram durante o Quaternrio.

    ABSTRACT

    This work analyses the composition of the foraminifera fauna present

    in fourty sediment samples from four 1.90 m long cores from the continental upper slope of the north coast of the State of Bahia, in depths between 480 and 790 m. From all cores 10,544 specimens were piched up and 312 Taxa were identified. The study allowed the selection of planktonic foraminifers indicating cold and warm waters and their percentages plotted in graphs showed paleoclimatic variations. The frequency and distribution patterns of the planktonic foraminifera suggest the presence of assemblages that might be correlated with the international biozones of Quaternary time: the Z zone (Holocene Interglacial) and the Y zone (Pleistocene Glacial). Variations observed in the frequency of the planktonic bioindicators as well as the relation between benthonic and planktonic habits, in the samples from the cores, suggest eustatic sea level variations, which may be correlated with climatic changes that occurred during Quaternary time.

    Palavras chave: Foraminferos, Bioestratigrafia, Talude Continental Superior.

  • Eventos Bioestratigrficos, Paleoclimticos e Paleobatimtricos do Talude Continental Superior da Bahia, evidenciados atravs do Estudo da Fauna de Foraminferos

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    INTRODUO

    A margem continental do Brasil est caracterizada por uma longa e contnua linha de costa e por uma grande diversidade de morfologias, de ambientes e de tipos de sedimento. Durante o perodo Quaternrio a plataforma continental foi influenciada por mudanas climticas e variaes do nvel relativo do mar (Martin et al., 1980), as quais deixaram registros, sobretudo, nas associaes dos foraminferos preservados nos sedimentos do fundo ocenico (Arz et al., 1999).

    Os foraminferos so protozorios predominantemente marinhos, que respondem rapidamente s mudanas ambientais. O estudo desses organismos tem grande importncia em vrios ramos das cincias naturais, sendo largamente utilizados em estudos relacionados Geologia Costeira Sedimentar, principalmente na identificao de variaes ambientais e reconstrues paleoambientais do Quaternrio (Ericson & Wollin, 1968; Vicalvi et al., 1978; Vicalvi, 1999).

    Numerosos trabalhos tm utilizado foraminferos como indicadores biolgicos, geolgicos e oceanogrficos e dentre os desenvolvidos no oceano Atlntico destacam-se: Bertels, 1984; Boltovskoy & Boltovskoy, 1988; Boltovskoy et al., 1992; Mackensen et al., 1995. Reconstituies paleoceonogrficas do Quaternrio na margem continental sul brasileira foram realizadas por Lohmann (1978) e Kowsmann & Costa (1979) e na margem continental nordeste brasileira por Arz et al. (1999).

    A documentada sensibilidade dos foraminferos s condies ambientais, sugere que estes organismos so capazes de fornecer dados de mudanas ambientais recentes, registradas nos sedimentos (Kucera & Kennett, 2000; Kawagata, 2001). notria a aplicabilidade da utilizao de foraminferos como indicadores ecolgicos, geolgicos e paleoceanogrficos. Assim, este trabalho fundamenta-se na distribuio e freqncia da fauna dos foraminferos e na variao dos hbitos bentnico e planctnico desses organismos, presentes no sedimento de subsuperfcie do talude continental da parte norte do Estado da Bahia (Fig.1).

    REA DE ESTUDO A rea de estudo est situada entre os

    municpios de Salvador e Mata de So Joo e tem uma extenso costeira de aproximadamente 131 km, entre as coordenadas longitudinais 3730W e 3830W e latitudinais 12S e 138S (Fig. 1).

    A plataforma continental norte do Estado da Bahia apresenta declividades acentuadas, com valores de 1:80 (entre a linha de costa e a isbata de 10 m), 1:300 (entre as isbatas de 10 e 30 m) e 1:570 (entre as isbatas de 30 e 50 m). A largura mdia na parte norte do estado (ao norte de Salvador) de 20 km e a largura mnima de 8 km em frente cidade de Salvador. A borda da plataforma (shelf break) localiza-se entre as isbatas de 60 e 80 m a uma distncia de aproximadamente 18 km da linha de costa. Em frente foz do rio Joanes encontra-se uma depresso com profundidade superior a 50 m. Entre Au da Torre e Arembepe o fundo ocenico raso, onde esto localizados os esturios dos rios Pojuca e Jacupe. Caractersticas como largura reduzida da plataforma continental e um sistema de cordes litorneos poucos desenvolvidos na plancie costeira define a peculiaridade da margem continental na poro norte da Bahia.

    Os teores de sedimentos siliciclsticos da plataforma norte do Estado da Bahia so superiores a 80% na linha de praia, diminuindo para 20% em direo ao fundo dos canais que margeiam as construes carbonticas e a plataforma externa. A na plataforma externa, eles so substitudos por areias calcrias constitudas de fragmentos esqueletais, principalmente de algas calcrias (Arajo, 2004). Sedimentos lamosos esto acumulados nas zonas de menor energia, onde a profundidade ultrapassa 35 m, na regio entre as desembocaduras dos rios Joanes e Jacupe (Dominguez et al., 1996; Arajo, 2004) (Fig. 1).

    Na plataforma interna ao norte do Estado da Bahia, ocorrem cordes internos e externos de arenito de praia (beach-rock) e construes recifais de corais e algas coralinas que esto relacionados aos eventos transgressivos que ocorreram durante o Quaternrio. Esses eventos correspondem a uma fase transgressiva cujo mximo alcanou 5 m acima do nvel mdio atual a 5.100 anos A.P. (conhecida como ltima Transgresso), seguida de uma fase regressiva

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    at o presente. Esta regresso foi caracterizada por duas oscilaes de alta freqncia, onde o nvel do mar desceu at ligeiramente abaixo do nvel atual e logo aps subiu rpido at sua posio anterior (Martin et al., 1985). Durante a

    regresso houve progradao da linha de costa com conseqente soterramento da rea ps-recifal e aumento do teor de turbidez das guas costeiras (Dominguez et al., 1996).

    Figura 1. Localizao da rea de estudo e das estaes de coleta das amostras.

    MATERIAL E MTODOS

    Foram coletados quatro testemunhos (132,

    141, 147, 169) de 1,90 cm de comprimento. Os tubos contendo os testemunhos de sedimento foram secionados verticalmente, em dois hemi-cilndros. Uma metade do testemunho foi arquivada e a outra metade foi macroscopicamente descrita, levando-se em

    considerao as variaes de granulometria e colorao dos sedimentos.

    A cada 20 cm dos testemunhos, foram coletadas amostras de 2 cc resultando num total de quarenta amostras. Essas amostras foram pesadas, lavadas em gua corrente em peneira com espaamento de malha de 0,062 mm para eliminao de sais e separao da frao lama, e secas em estufa a 50C.

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    Foram identificados 300 gros de cada amostra para anlise de composio do sedimento. Esses gros foram multiplicados pelo peso da amostra para obteno dos percentuais de cada componente. Foram separadas as 300 primeiras testas de foraminferos para identificao das espcies. A classificao sistemtica genrica dos foraminferos foi baseada em Loeblich & Tappan (1988) e o nvel de espcies de acordo com diversas publicaes de foraminferos recentes.

    Para verificar se houve alguma variao batimtrica ao longo de cada testemunho foi calculada a freqncia relativa dos hbitos bentnico e planctnico das espcies de foraminferos de cada amostra do testemunho. RESULTADOS

    Foram selecionados 10.544 espcimes de

    foraminferos e identificados 312 Taxa pertencentes a 96 gneros, 302 espcies, sete subespcies, oito formas (seis tpicas) e duas variedades. As espcies esto distribudas nas subordens da seguinte maneira: na subordem Textulariina 6 espcies, Spirillinina 3, Miliolina 68, Lagenina 39, Robertinina 2, Globigerinina 36, e Rotaliina 158. Dentre os 312 Taxa de foraminferos identificados, 276 possuem hbito bentnico e 36 so planctnicos. As espcies planctnicas, com freqncia relativa igual ou maior que 1% esto relacionadas na Tabela 1 (Figs. 7 e 8). A abundncia absoluta das espcies planctnicas bioindicadoras de guas quentes e guas frias, ao longo dos testemunhos est relacionada na Tabela 3.

    O testemunho 132 difere dos outros por possuir sete amostras com ndices mximos de fragmentos de vegetais. Alm disso, dentre estas sete amostras, este testemunho apresenta duas amostras a 132 4 (60 cm de profundidade) e a 132 6 (1 m) com apenas um pequeno percentual de foraminferos (2,7%) e algas coralinas (0,3%) estando ausente nas amostras restantes os demais componentes carbonticos. No testemunho 132 predominam os foraminferos de hbito planctnico (Tab. 2) (Fig. 2 A).

    Os teores mais elevados de areia e mais baixos de lama encontram-se no testemunho 141. Existe uma concentrao alta de carbonatos no topo at 40 cm de profundidade (amostra 141 3). A partir de 60 cm de profundidade (amostra 141 4) at a base do testemunho dominam os gros siliciclsticos em lama predominantemente mista. No testemunho 141 apenas a amostra 141 1 apresenta o percentual mais elevado de foraminfero (25%), e as nove amostras restantes possuem maiores percentuais de moluscos, que variam de 17,7 a 31,7%. Do topo at 40 cm de profundidade do testemunho 141 as amostras possuem maiores percentuais de foraminferos planctnicos, e a partir de 60 cm de profundidade at a base todas as amostras apresentam mais de 50% de foraminferos de hbito bentnico (Tab. 2) (Fig. 3 A).

    Existe no testemunho 147 um predomnio de gros carbonticos. A partir do topo at 60 cm de profundidade (amostra 147 4) predomina lama carbontica, e da at a base predomina lama mista. No testemunho 147 tambm uma amostra (147 1) apresenta o mximo de concentrao de gros constitudos de foraminferos (29,7%) e as nove amostras restantes apresenta percentuais mximos de moluscos que variam de 25,3 a 35%. Este testemunho est caracterizado pela presena marcante de foraminferos planctnicos. No topo deste testemunho at 60 cm de profundidade (amostra 147 4) predomina os foraminferos planctnicos e na base o predomnio dos foraminferos bentnicos (Tab. 2) (Fig. 4 A).

    O testemunho 160 se diferencia dos demais testemunhos, devido predominncia de gros siliciclsticos ao longo de toda a sua extenso. Neste testemunho apenas duas amostras (160 7 e 160 4) apresentam percentuais mais elevados de algas coralinas (10,7 e 13% respectivamente) e as oito amostras restantes tm maior concentrao de moluscos, variando de 8,7 a 19,3%. No testemunho 160 todas as amostras apresentam percentuais acima de 50% de foraminferos bentnicos, caracterizando dessa maneira este testemunho (Tab. 2) (Fig. 5 A).

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    Figura 2. A: Percentagens de foraminferos planctnicos ao longo do testemunho 132. B: Freqncia absoluta

    das espcies de foraminferos planctnicos bioindicadores de massas de guas frias. C: Freqncia absoluta das espcies de foraminferos bioindicadores de massas de guas quentes. D: Distribuio ao longo do testemunho 132 das principais espcies de foraminferos bioindicadores de massas de guas frias e quentes.

    Figura 3. A: Percentagens de foraminferos planctnicos ao longo do testemunho 141. B: Freqncia absoluta

    das espcies de foraminferos planctnicos bioindicadores de massas de guas frias. C: Freqncia absoluta das espcies de foraminferos bioindicadores de massas de guas quentes. D: Distribuio ao longo do testemunho 141 das principais espcies de foraminferos bioindicadores de massas de guas frias e quentes.

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    Figura 4. A: Percentagens de foraminferos planctnicos ao longo do testemunho 147. B: Freqncia absoluta

    das espcies de foraminferos planctnicos bioindicadores de massas de guas frias. C: Freqncia absoluta das espcies de foraminferos bioindicadores de massas de guas quentes. D: Distribuio ao longo do testemunho 147 das principais espcies de foraminferos bioindicadores de massas de guas frias e quentes.

    Figura 5. A: Percentagens de foraminferos planctnicos ao longo do testemunho 160. B: Freqncia absoluta

    das espcies de foraminferos planctnicos bioindicadores de massas de guas frias. C: Freqncia absoluta das espcies de foraminferos bioindicadores de massas de guas quentes. D: Distribuio ao longo do testemunho 160 das principais espcies de foraminferos bioindicadores de massas de guas frias e quentes.

    DISCUSSO BIOESTRATIGRAFIA

    O perodo Quaternrio pertencente Era

    Cenozica teve seu incio a aproximadamente 1,9 Ma (Berggren et al., 1985). Ele est

    subdividido em duas pocas, Pleistoceno e Holoceno. O Pleistoceno est caracterizado pelas sucessivas glaciaes e deglaciaes globais, que resultaram em estdios temperados ou interglaciais e estdios frios ou glaciais, acompanhados respectivamente da contrao e expanso das capas de gelo polar sobre vastas

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    reas continentais. Aps o recuo das geleiras pleistocnicas, teve incio a poca Holoceno que j dura aproximadamente 11.000 anos. Esta poca caracterizada pelo retorno das guas quentes ao oceano Atlntico aps o mximo glacial (intervalo ps-glacial).

    Essas mudanas climticas esto registradas nos depsitos geolgicos sedimentares que se encontram preservadas de forma quase contnua no ambiente marinho. Devido ao curto espao de tempo do perodo Quaternrio e a ausncia de marcos evolutivos irreversveis, difcil obter uma boa resoluo estratigrfica para este perodo. Como os foraminferos planctnicos so excelentes indicadores marinhos, devido a sua sensibilidade a mudanas ambientais, eles so utilizados na bioestratigrafia e paleoecologia para caracterizar eventos Meso-Cenozico, principalmente, os eventos do quaternrio.

    Em vista disso, foram construdas curvas climticas para o Quartenrio baseadas nas mudanas de freqncia do plexo Globorotalia menardii, que foi relacionado a estdios interglaciais nos sedimentos do Oceano Atlntico Equatorial, Mar do Caribe e Golfo do Mxico, por Ericson & Wollin (1968). O plexo Globorotalia menardii, agrupa algumas espcies indicadoras tpicas de guas quentes: G. menardii s.s., G. fimbriata, G. struct e G. flexuosa. Dessa maneira, as zonas climticas identificadas foram denominadas por letras do alfabeto em ordem decrescente (Z a Q), correspondendo a ordem crescente da idade do depsito sedimentar (Holoceno ao incio do Pleistoceno). A Zona Q a mais antiga e corresponde ao incio do Plesitoceno. Porm, normalmente as Zonas W, X, Y e Z so as mais estudadas nos trabalhos regionais brasileiros, devido curta extenso dos testemunhos.

    Assim, na parte superior do Pleistoceno foram identificadas as Zonas W, X e Y. A Zona W se estende de 165.000 a 127.000 anos (Broecker & Van Dock, 1970), correspondendo a um perodo de clima relativamente frio. Esta zona caracterizada pela presena constante de Globorotalia inflata e Globorotalia truncatulinoides, tidas como espcies indicadoras de massas de guas frias, para o oceano Atlntico sul; pela ausncia ou pelos percentuais muito inferiores do plexo Globorotalia menardii e do plexo Pulleniatina; e pela ausncia da espcie Globorotalia flexuosa. O plexo Pulleniatina rene as espcies

    P. primalis, P. obliquiloculata e P. finalis (Vicalvi, 1997).

    A zona X compreende o perodo entre 127.000 e 84.000-85.000 anos (Broecker & Van Dock, 1970) e representa um intervalo de clima quente (ltima interglacial), caracterizado pela presena dos plexos Globorotalia menardii e Pulleniatina, e pela presena da espcie Globorotalia flexuosa. Vicalvi (1997), durante o zoneamento bioestratigrfico e climtico dos sedimentos do talude da bacia de Campos, Rio de Janeiro, ao observar oscilaes nos percentuais do plexo Globorotalia menardii e constatar que as espcies indicadoras de massa de guas frias, Globorotalia inflata e Globorotalia truncatulinoides, em alguns intervalos da deposio apresentam um registro significativo, dividiu a Zona X em 11 subzonas. Desse modo, as subzonas que apresentam percentuais menardiformis acima de 5 %, representam perodos mais quentes dentro da ltima interglacial do Pleistoceno e foram identificadas com nmeros mpares (X1, X3, X5, X7, X9, e X11), e as subzonas que apresentam percentuais menardiformis abaixo de 5%, representam perodos mais frios, sendo identificadas com nmeros pares (X2, X4, X6, X8, e X10).

    A zona de letra Y corresponde ao Pleistoceno desde 84.000 anos (Damuth,1975) at 11.000 anos (Broecker et al., 1960). Esta zona representa um intervalo de tempo glacial, sendo identificada atravs da ausncia ou da baixa freqncia do plexo Golborotalia menardii, e pela elevao na freqncia das espcies Globorotalia inflata e Globorotalia truncatulinoides. Os registros da espcie Pulleniatina obliquiloculata ou do plexo Pulleniatina sugerem caracterizar temperaturas intermedirias em um domnio glacial. Dessa maneira, a presena/ausncia do plexo Pulleniatina foi utilizada por Vicalvi (1997), para subdividir a Zona Y, de Ericson & Wollin (1968), em Subzona Y1, localizada na parte superior, e Subzona Y2, localizada na parte inferior. O plexo Pulleniatina aparece na Subzona Y2, est ausente na Subzona Y1 e reaparece prximo ao limite entre o Pleistoceno e o Holoceno.

    A zona de letra Z corresponde poca Holoceno, que se estende desde 11.000 anos at o Recente, sendo representada pelo reaparecimento e predominncia das espcies

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    Globorotalia menardii e Globorotalia tumida; pelo reaparecimento das espcies Globorotalia fimbriata e Globorotalia ungulata; e pela ausncia ou rara presena da espcie Globorotalia inflata. Vicalvi (1997) subdividiu a zona Z de Ericson e Wollin (1968), em Subzonas Z1 e Z2. A parte superior da Zona Z, com percentuais do plexo Globorotalia menardii entre 3 e 7%, foi denominada de Subzona Z1, e a parte inferior, cuja percentagem desse mesmo plexo varia entre 1 e 3%, foi denominada de Subzona Z2.

    Portanto, variaes da freqncia de foraminferos planctnicos permitem o estabelecimento de uma bioestratigrafia detalhada e de uma histria paleoclimtica para sedimentos depositados durante o neoquaternrio, porque esto relacionadas com a profundidade da gua em um ambiente marinho estvel (Ericson & Wollin, 1964; 1968; Vicalvi, 1977, 1997; Van Der Zwaan et al., 1990).

    As curvas de variao de freqncia dos foraminferos planctnicos, da rea de estudo, demonstram que a espcie Globigerinoides ruber e as espcies pertencentes ao plexo Globorotalia menardii mostram maiores freqncias a partir do topo at a amostra 132 3 (40 cm de profundidade) no testemunho 132; at a amostra 141 3 (40 cm de profundidade) no testemunho 141; at a amostra 147 4 (60 cm de profundidade) no testemunho 147; e at a amostra 160 3 (40 cm de profundidade) no testemunho 160 (Figs. 2 C, D; 3 C, D; 4 C, D; 5 C, D), (Tab. 3). Essas espcies so caractersticas de massas de guas quentes (Boltovskoy, 1959; Reiss et al., 1971; Boltovskoy, 1973; Vicalvi, 1977; Debenay & Redois, 1997) e a presena do plexo Globorotalia menardii com freqncia significante nesse intervalo de deposio no Atlntico, caracteriza-o como intergalcial (Ericson & Wollin, 1968; Vicalvi & Palma, 1980). O estudo da presena / ausncia / abundncia relativa desse plexo utilizado como mtodo mais rpido para marcar limites Pleistoceno/Holoceno (Vicalvi, 1997) e tem sido confirmada por numerosos trabalhos (Barash et al., 1983; Schroeder, 1986; Martin et al., 1990; Sanjins et al., 2003).

    Alm disso, as espcies que s ocorrem no Holoceno, Globorotalia menardii f. fimbriata e Globorotalia menardii f. ungulata, esto restritamente representadas neste intervalo deposicional dos testemunhos citados acima, e a espcie Globorotalia inflata que considerada como indicativa de guas frias, rara ou ausente. Ento, esses dados sugerem que a deposio ocorrida nestes intervalos, deve ter sido realizada num perodo de predomnio das massas de guas quentes e clima quente, durante o Holoceno. Esta subdiviso climtica identificada por Ericson & Wollin (1968) com Zona Z (ps-glacial), (Fig. 6).

    A espcie Globigerinoides ruber a partir da amostra 132 4 (60 cm de profundidade) at a amostra 132 8 (1,40 cm) do testemunho 132; da amostra 141 4 (0,60 cm) do testemunho 141; da amostra 147 5 (0,80 cm) do testemunho 147; e da amostra 160 4 (0,60 cm), do testemunho 160 apresenta uma diminuio da freqncia (Figs. 2 C, D; 3 C, D; 4 C, D; 5 C, D), (Tab. 3). E nesses intervalos dos testemunhos, observa-se o aumento na freqncia das espcies Globigerina bulloides e Globorotalia truncatulinoides (Figs. 2 B, D; 3 B, D; 4 B, D; 5 B, D), (Tab. 3), que so espcies caractersticas de massas de guas frias (Boltovskoy, 1959; Ericson & Wollin, 1968; Vicalvi & Palma, 1980; Debenay & Redois, 1997). A ausncia do plexo Globorotalia menardii nesse intervalo deposicional no testemunho 132 e a baixa freqncia desse plexo nos outros testemunhos denotam caractersticas glaciais do Pleistoceno (Ericson & Wollin, 1968), (Tab.3). Ento, esses dados sugerem que este intervalo estratigrfico deve ter sido depositado num perodo em que as massas de guas frias predominavam, e o clima estava frio, durante o Pleistoceno. Esta subdiviso climtica identificada por Ericson & Wollin (1968), como Zona Y (ltima glacial), (Fig. 6).

    O datum Pulleniatina obliquiloculata, utilizado para identificar variaes climticas no Pleistoceno (Prell & Damuth, 1978; Vicalvi, 1997; Sanjins et al., 2003), no foi analisado porque no foram encontrados exemplares suficientes dessa espcie no sedimento dos testemunhos estudados.

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    Figura 6. Diagrama ilustrativo das biozonas interpretadas, a partir da distribuio das espcies de

    foraminferos planctnicos bioindicadores, ao longo dos testemunhos 132, 141, 147 e 160. Z = Zona Z, corresponde poca Holoceno, que se estende desde 11.000 anos at o Recente; Y = Zona Y, corresponde poca Pleistoceno, que se estende de 84.000 anos (Damuth, 1973, 1975; Prell, 1974) at 11.000 anos (Broecker & Van Dock, 1970).

    ASPECTOS INDICATIVOS DE VARIAES DO NVEL DO MAR HBITOS DOS FORAMINFEROS, COMPOSIO DOS SEDIMENTOS E DISTRIBUIO DE ESPCIES BIOINDICADORAS AO LONGO DOS TESTEMUNHOS

    As variaes climticas tm sido relacionadas a variaes do nvel relativo do mar, tanto em escala regional quanto global. Tooley (1993) atribui esta relao aos processos de eustasia glacial. Dessa maneira, durante os estdios glaciais havia aumento no volume de geleiras e capas de gelo em altas e mdias latitudes e conseqentemente recuo do nvel do mar. De outra forma, nos estdios interglaciais

    havia diminuio no volume de geleiras e capas de gelo e conseqente avano do mar nos continentes (Kennett & Huddlestun, 1972; Tooley, 1993).

    Assim, o predomnio de foraminferos bentnicos na base dos testemunhos 141, 147 e 160 aliado mudana na freqncia do hbito dos foraminferos bentnicos na base, para planctnicos no topo dos testemunhos 141 e 147, indica uma variao no nvel relativo do mar na rea de estudo (Figs. 2, 3, 4, 5 e 6). O aumento da composio siliciclstica em direo base nos testemunhos 132, 141 e 147, os ndices mximos de quartzo e fragmentos de plantas e ndices mnimos de componentes biognicos marinhos no testemunho 132, a partir de 60 cm de profundidade (amostra 132-4) at a base, sugerem que estas sedimentaes

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    ocorreram com forte influncia continental, indicando uma proximidade da linha de costa. Alm disso, Orbulina universa e Globigerina bulloides, que apresentam 80% de freqncia de ocorrncia no testemunho 132 so bioindicadoras de ressurgncia ou presena de nutrientes na gua (Tinoco, 1980; Debenay & Redois, 1997; Hilbrecht, 1996). Esses nutrientes provavelmente so oriundos dos depsitos sedimentares da plataforma, que recebem sedimentos terrgenos e matria orgnica transportados principalmente pelos rios Joanes, Jacupe, Pojuca, Saupe e Subama que desembocam nesta rea (Fig. 1).

    Muitos trabalhos tm sido desenvolvidos no Brasil e no mundo aliando vrias tcnicas, como as citadas acima, ao zoneamento ecolgico dos foraminferos. Passos et al. (2001), ao estudarem um testemunho coletado em Abrolhos, a 1.225 m de profundidade, obteve, por datao radiomtrica 14C em Globigerinoides ruber, idade de 4.100 anos a 10 cm de profundidade e 11.350 anos a 35 cm de profundidade, resultando em taxa de sedimentao de 0,02 mm / ano at 10 cm, e de 0,03 mm / ano de 10 cm a 35 cm. Neste testemunho o intervalo entre 23 cm de profundidade e a base apresenta diminuio na percentagem de foraminferos planctnicos, diminuio na freqncia de Globorotalia menardii, aumento na abundncia relativa de Globigerina bulloides e Globorotalia truncatulinoides, e tendncia a valores positivos na razo isotpica de 18O. Estas caractersticas reforam a hiptese de que durante a deposio desses sedimentos o nvel relativo do mar estava mais baixo, o clima estava mais frio e o local de deposio estava mais prximo da linha de costa. Neste mesmo testemunho, entre a superfcie e 25 cm de profundidade, foi registrada a mudana de associao de foraminferos de guas frias para associao de foraminferos de guas quentes, seguida em direo ao topo, do predomnio das espcies planctnicas de guas mais quentes como Globigerinoides ruber e Globigerinoides sacculifer e ausncia de Globorotalia truncatulinoides. Vicalvi et al. (1978), ao estudarem um testemunho coletado na plataforma de Abrolhos tambm verificaram, que a 11.000 anos AP, essa regio apresentava o nvel do mar mais baixo e provavelmente estava exposta subaereamente.

    Em dezesseis testemunhos analisados por Carvalho (1980) na plataforma e talude continental do porto do Rio Grande do Sul ao Arroio Chu, foi observado significativo aumento quantitativo e qualitativo das espcies de foraminferos, da base para o topo. Apenas quatro testemunhos apresentaram alguns exemplares nas amostragens de base. A ausncia de foraminferos planctnicos na base dos testemunhos foi relacionada regresso marinha resultante da ltima glaciao (Pleistoceno), que apresentou uma queda do nvel do mar em torno de 100 m e conseqentemente, afastou o plncton da costa. Canais de drenagem de forma dendrtica localizados entre o banco Royal Charlotte e Abrolhos no Estado da Bahia, que cortam a plataforma na profundidade de 60 m (Leo & Brichta, 1996), so evidencias dessa queda do nvel do mar. Alm disso, a presena de espcimes bentnicos limonitizados na base de um testemunho localizado a 60 m de profundidade com 1,35 m de comprimento, foi considerada como uma suposta exposio subarea dos sedimentos. Os aumentos quantitativos e qualitativos de foraminferos planctnicos verificado no meio e no topo dos testemunhos foram relacionados Transgresso Flandiana (Holoceno), quando os espcimes planctnicos foram lentamente trazidos posio atual. A autora admite que as variaes na distribuio dessas espcies evidencia o deslocamento da Corrente do Brasil desde a ltima glaciao at os dias atuais.

    Kennett & Huddlestun (1972), realizando zoneamento paleoclimtico no Golfo do Mxico, utilizaram o desaparecimento de Globorotalia flexuosa para identificar a ltima zona interglacial (Zona X) datada de 84.000 anos por Prell (1974). Na bacia Cariaco, situada no Caribe, Rgl & Bolli (1973) realizaram interpretaes climticas segundo as propores relativas de foraminferos caractersticos de guas quentes e frias. Prell & Damuth (1978), utilizaram a variao da presena/ausncia do datum Pulleniatina obliquiloculata para avaliar mudanas climticas no Atlntico equatorial, Golfo do Mxico e Caribe. Thunell (1984) utilizou a variao quantitativa de Globorotalia inflata, como indicadora de guas frias e dos plexos Globorotalia menardii e Pulleniatina obliquiloculata, como indicadores de guas quentes para identificar zonas climticas do Pleistoceno do Golfo do Mxico. Vicalvi (1997)

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    estudou testemunhos dos taludes de Marlim e Albacora na bacia de Campos, Rio de Janeiro, e atravs do datum Pulleniatina obliquiloculata e registro da presena/ausncia de Globorotalia flexuosa, realizou um zoneamento paleoclimtico, identificando zona e subzonas do Holoceno (Z) e do Pleistoceno (W, X, Y). Ao sul do mar da China, na calha Okinawa a espcie Globorotalia truncatulinoides foi utilizada como indicadora da estrutura trmica da camada de gua superior do oceano e das flutuaes termoclnicas (Jian et al., 2000), e a espcie Pulleniatina obliquiloculata como indicadora paleoceanogrfica (Baohua et al., 1997).

    FORAMINFEROS PLANCTNICOS, VARIAO DE SALINIDADE E TEMPERATURA

    As espcies Globigerinoides ruber e Globigerina bulloides so constantes e principais nos diferentes testemunhos, variando a maior abundncia ao longo dos testemunhos, entre elas mesmas. Globigerinoides ruber vive em guas superficiais da zona ftica com temperaturas entre 14 e 30C, apresentando maior abundncia entre 21 e 29C (Tinoco, 1980). Para esta espcie as condies timas de salinidade so aquelas entre 34,5 e 36 (Carvalho, 1980). Em reas quentes a distribuio de Globigerinoides ruber e Globigerinoides sacculifer dependem mais da salinidade do que da temperatura da gua (B & Tolderlund, 1971). Globigerina bulloides encontrada em guas com temperaturas entre 0 e 27C, e maior abundncia em temperaturas de 3 a 19C (B & Tolderlund, 1971). Segundo Boltovskoy (1969), na zona do Atlntico tropical ela ocorre em profundidades maiores que 200 m, como espcie mesopelgica, devido temperatura alta da camada superficial (submergncia tropical).

    Em reas que sofrem influncia do Rio da Prata, onde a salinidade varia de 30,5 a 31, portanto mais baixa do que o normal, foram encontrados exemplares de Globigerina bulloides, Globigerina quinqueloba e Globigerinoides ruber (Boltovskoy & Lena, 1974). A espcie Orbulina universa tambm tolera salinidades semelhantes (Boltovskoy, 1970). Esses dados parecem ser indicativos de que durante o Pleistoceno, com a proximidade da linha de costa a rea estudada sofreu variao na salinidade e essas espcies tiveram condies

    de tolerar esta variao, por isso foram sempre observadas ao longo dos testemunhos.

    As espcies Globigerina bulloides e Globorotalia inflata penetraram na bacia Cariaco, na Venezuela, durante os estgios glaciais do Pleistoceno. Porm, com a chegada do estdio ps-glacial, Globigerina bulloides, espcie euritrmica, pode resistir ao aumento trmico e continuar presente na bacia at hoje e, Globorotalia inflata, espcie estenotrmica, se extinguiu (Boltovskoy, 1970). Provavelmente este mesmo fenmeno tenha ocorrido tambm na rea de estudo, e o carter euritrmico da Globigerina bulloides, seja outra explicao para a presena contnua dessa espcie ao longo dos testemunhos. Passos et al. (2001) tambm encontraram Globigerina bulloides dominando associaes ou ocorrendo como a segunda espcie mais abundante ao longo dos testemunhos coletados no talude de Abrolhos. Entretanto, nos Estados de Alagoas e Sergipe ela registrada na camada mesopelgica com freqncia espordica e apresentando pequenas dimenses (Tinoco, 1980).

    CONCLUSES

    Os dados obtidos nas anlises das amostras

    dos testemunhos possibilitaram constatar que: - As anlises dos padres de distribuio e

    freqncia das espcies de foraminferos planctnicos forneceram a caracterizao de biofcies de conotao paleoceanogrfica, possivelmente correspondente s biozonas internacionais do perodo Quaternrio: Zona Z (Holoceno interglacial) e Zona Y (Pleistoceno glacial). Os intervalos limites das Zonas Z e Y nos testemunhos so: 132 3 (0,40 cm); 141 3 (0,40 cm); 147 4 (0,60 cm); 160 3 (0,40 cm).

    - A distribuio ao longo dos testemunhos das freqncias das espcies de foraminferos planctnicos bioindicadores pode ser indicativa de eventos climticos globais ocorridos no perodo Quaternrio. O intervalo relacionado ao estdio interglacial apresenta maior freqncia das formas caractersticas de guas quentes e o intervalo relacionado ao estdio glacial dominado, ou apresenta maior freqncia, de formas caractersticas de guas frias.

    - A assemblia de foraminferos planctnicos, do sedimento dos testemunhos, indicadores de massas de guas frias constituda pelas espcies Globigerina bulloides,

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    Globigerinita glutinata e Globorotalia truncatulinoides. E a assemblia de foraminferos planctnicos indicadores de massas de guas quentes constituda pelas espcies: Globigerinoides ruber, Globigerinoides sacculifer e plexo Globorotalia menardii.

    - As variaes de freqncia ao longo dos testemunhos entre os hbitos bentnico e planctnico dos foraminferos, e a composio dos sedimentos, sugerem variaes eustticas do nvel relativo do mar, que esto relacionadas aos eventos climticos globais Quaternrios. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ARAJO, T.M.F. 2004. Estudo da Microfauna

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  • Arajo & Machado

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    Figura 7. 01. Biorbulina bilobata (dOrbigny, 1846), 02. Candeina ntida (dOrbigny, 1839), 03. Globigerina

    bulloides (dOrbigny, 1825), 04. G. calida (Parker, 1962), 05. G. conglomerata (Schwager, 1866), 06. G. dutertrei (dOrbigny, 1839), 07. G. pachyderma (Ehrenberg, 1861), 08. G. quinqueloba (Natland, 1938), 09. Globigerinella aequilateralis (Brady, 1879), 10. Globigerinita glutinata (Egger, 1893), 11. Globigerinoides conglobatus (Brady, 1879), 12. G. elongatus (dOrbigny, 1826), 13. Globigerinoides ruber (dOrbigny, 1839).

  • Eventos Bioestratigrficos, Paleoclimticos e Paleobatimtricos do Talude Continental Superior da Bahia, evidenciados atravs do Estudo da Fauna de Foraminferos

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    Figura 8. 01. Globigerinoides ruber (dOrbigny) f. pyramidalis (Van Den Broeck, 1876), 02. G. saculifer

    (Brady, 1877), 03. G. trilobus (Reuss, 1850), 04. Globorotalia crassaformis (Galloway et Wissler, 1927), 05. G. hirsuta (dOrbigny, 1839), 06. G. inflata (dOrbigny, 1839), 07. G. menardii (dOrbigny, 1826), 08. G. menardii (dOrbigny) f. fimbriata (Brady, 1884), 09. G. menardii (dOrbigny) f. tumida (Brady, 1884), 10. G menardii (dOrbigny) f. ungulata (Bermudz, 1961), 11. G. scitula (Brady, 1882), 12. G. truncatulinoides (dOrbigny, 1839), 13. Orbulina universa (dOrbigny, 1839), 14. Sphaeroidina bulloides (dOrbigny, 1826).

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    Tabela 1. Freqncia relativa total das espcies de foraminferos nos testemunhos do litoral norte da Bahia.

    TESTEMUNHOS 132 141 147 160 TOTALFREQNCIA % % % % % ESPCIES PLANCTNICASBiorbulina bilobata 1, 1,Candeina nitida 6, 6,Globigerina bulloidess 130,2 108,4 83,4 102,9 424,9 Globigerina calida 1, 1,Globigerina conglomerata 1, 1,Globigerina dutertrei 27,6 13,3 7, 6, 55,1 Globigerina pachyderma 2, 2,Globigerina quinqueloba 30,8 9, 21,2 22,7 84,0 Globigerina sp. A 1, 1,Globigerinella aequilateralis 2, 1, 1, 4,Globigerinita glutinata 6, 1, 7,Globigerinoides conglobatus 5, 3, 1, 10,0 Globigerinoides elongatus 28,6 20,9 24,7 10,0 84,2 Globigerinoides ruber 110,7 228,7 235,3 86,3 661,0 Globigerinoides ruber f. pyramidalis 19,0 27,0 22,7 68,7 Globigerinoides saculifer 2, 7, 1, 10,0 Globigerinoides sp. A 11,4 8, 20,1 Globigerinoides trilobus 31,5 39,9 64,3 1 154,7 Globorotalia crassaformis 1, 1,Globorotalia hirsuta 2, 2,Globorotalia inflata 2, 1, 3,Globorotalia menardii 6, 7, 8, 1, 23,5 Globorotalia menardii f. fimbriata 1, 1,Globorotalia menardii f. tumida 4, 1, 4, 10,5 Globorotalia menardii f. ungulata 3, 3, 6,Globorotalia scitula 2, 2,Globorotalia truncatulinoides 13,3 15,0 14,0 12,4 54,7 Orbulina universa 286,6 1, 1, 1, 289,6 Sphaeroidina bulloides 36,1 10,6 11,9 1, 59,9

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    Tabela 2. Valores absolutos e relativos dos foraminferos bentnicos e planctnicos dos testemunhos. AB = Freqncia absoluta; AR = Freqncia relativa. Prof. Am. = profundidade na seo do testemunho.

  • Arajo & Machado

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    45

    Tabela 3: Abundncia absoluta das espcies bioindicadoras nas amostras dos testemunhos. Prof. (Am) = profundidade na seo do testemunho.

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