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EVASAo ESCOLAR: PRESEN1E E FUTURO DE UMA NA~Ao Curitiba 2005. SETOBIAL BMllGUi

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EVASAo ESCOLAR: PRESEN1E E FUTURO DE UMA NA~Ao

Curitiba

2005. SETOBIAL BMllGUi

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Andressa Christina Grocheveski

EVAS.Ao. ESCOLAR~ PRESEN-lE E FUTURO. DE UMA.NA<;.AO

Trabalho de Conclusao de Curso apresentadocomo reqLJisito p;ucial para obU:nc;;ilo do grau delicenciada ern Pedagogia, do curso de Pedagogia,da Faculdade de Cj~ncjas Humanas. Letms eArtes, dOl Universidade Tuiuti do Parana.

Orientadora: ProfessQI'.1 ElizAbeth Hartog.

Curitiba

2005

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j£ Universidade Tuiuti do Paranau~

FACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

Curso de Pedagogla

TERMO DE APROVA<;AO

NOME DO ALUNO: ANDRESSA CHRISTINA GROCHEVSKI

TfTULO: A evasao escolar na educa~ao de jovens e adultos

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTEN<;AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE

PEDAGOGIA, DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

ISSAO AVALIADORA:

ORIENTADOR( ) tPROF(a). RENATO GROSS

MEMBROD~CA

PROF(a) IV~EIRO LOPES

MEMBRO DA BANCA

DATA: 29/11/2005

MEDIA: !P _CURITIBA - PARANA

2005

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AGRADECIMENTOS

Agradec;p a Deus pela vida abem;oada que tenho e pelos dons que me foram

dados e pela familia a qual pertenyo, em especial aos meus pais.

Agradeyo aD corpo docente da instituiyao de ens ina Tuiuti, na qual trilhei

meus estudos desde 0 primario, em especial ao saudoso Reitor Professor Sidney

Lima Santos, exemplo de dedicat;ao, sa bed aria e visao no trato das questoes

aeade-micas.

Agradeyo aos Professores da Universidade Tuiuti que de forma direta au

indireta contribuiram na minha formac;ao academica.

De modo diferenciado agrade~o a orientadora deste TCC - Professora

Elizabeth Hartog pela dedica,ao e atent;ao dispensada.

Agradec;o a amizade e apoio que Rosane Teresinha da Silva e Clemencia

Santa da Cunha, sempre tiveram para comigo com atitudes e palavras de incentivQ

que colaboraram para superayao de dificuldades que 5e apresentaram no decorrer

desses anos de curso.

Agrade<;o tambem a todos os colegas do curso, pedindo que Deus os

abenc;oe e ilumine seus caminhos nessa nova fase que certamente se iniciara com a

conclusao do Curso de Pedag.ogia, pela oportunidade de convivio, aprendizagem e

traca de experiemcias, pessoas que muito contribufram na minha vida pessoal e

academica_

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DEDICATORIAS

Dedico este trabalho aos Diretores e Professores que participaram da

pesquisa, parte integrante do TCC, os quais atraves do preen;himento do

questionario, fazendo usa da vivencia, experiencia e conhecimento, de forma

significativa, contribuiram para a conclusao e exito do objeto deste trabaJho.

Ao dedicar este trabalho a esses Professores, par extensao regi5tro a

homenagem aos demais profissionais que atuam na area educacional, os quais S8

defrontam diariamente com os problemas aqui apontados. Dedico a esses as

soluyoes encontradas e colocadas como propostas a diminui~o da eva sao escolar,

na certeza que atraves da dedicac;ao desses profissionais teremos a possibilidade

de num futuro proximo termos urn pais mais culto e melhor para S8 viver e que tenha

foco investimentos nas crianc;as para que elas possam dedicar-se 80S estudos, ao

inves de lutarem dia a dia pela sobrevivencia.

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"A diversidade cultural e a riqueza dahumanidade"

Moacir Gadotti

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SUMARIO

RESUMO .........................................•........................................................................ Vll

1 INTRODUQA.O ••........•........•................................ ~ ..........•. __ •...............• _ 8

2.1 SUPOSTAS. CAUSAS DA EIlASA.O ESCOLAR ..... ...•... . . .. 12

2.2 DESIGUALDADE SOCIAL E CULTURAL QUE CONDUZ A EVASAo ESCOLAR 18

2.3 PODER POLiTICO E ECONOMICO: FATORES DECORRENTES DA MA OISTRIBUIGAo DE

RENDA .. ..... 23

2.4 EDUCA<;Ao DE JOVENS E ADULTOS: CORRENDO ATRAS DO PREJUIZO DA EVASAo 30

3. 0 DIREITO AO ACESSO E PERMANENCIA DA CRIANQA E DO

ADOLESCENTE.NA ESCOLA_ ••••......__ ...•...... _~~ ... _._ ••......•..._ ••••....35

4 PROCEDIMEN.TOS ME.TODOLO.GICOS .••••_••••_ •••.•...••._•._ ••.•••••••__ •..••••~ 37

5 RESULTADOS 38

6 RESULTADOS E.DISCUSSOES ~_ ..........•...•. _ ...........•.... _ ......••_ 41

REFERENCIAS ••~ •.••••..••......••~ __.•.....•........ _ ..••••••••••...••..•.•••_ .•..•...•_•.•......•••_ 45

ANEXO ~7

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RESUMO

Este estudo tern como objeto principal identificar e analisar as fatores maisrelevantes da evasBo escolar, e as possiveis mecanismos de correC;2o dessadistor~o educacional, que possam ser adotados pelos 6rga05 e pessoas enl/olvidasna sua solu<;Bo. De forma pontual, analisa-se qual a fun<;Bo da escola. da familia eda sociedade perante as aJunos, sempre voltada a eva sao escolar. Buscou-se napesquisa bibliografica, a compreensao do que cad a 81.Itor analisQu e registrou sobreevasao escatar e na aplicar;:ao dos question arias ap6s tabula<;6es e analises, aconstatayBo de pontcs comuns entre aquilo que foi escrito e as questionariosindicaram. Deve-se conscientizar a popula~o e 0 9.0verno da importancia de S8

investi na educa~o das crian<;as e adolescentes, a fim de, num futuro proximo, ter-se um pais desenvolvido social e culturalmente. Com a elabora<;Bo deste trabalho,conclui-se facilmente, sabre a importancia dos aspectos politicos, econ6micos,culturais e sociais, os quais, como urn todo, complementam a educa980 dos jovensbrasileiros, de forma a mini mizar a responsabilidade da eva sao escolar.

Palavras-chave: eva sao escolar; aluno, professor, politica educacional.

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1 INTRODUc;:Ao

Ao analisar 0 universo de crian~s no Brasil, compreendidas na faixa eta ria

escolar de ensina do Ensino Fundamental e do Ensine Media, constata-s8 elevado

percentual dessa populac;ao, no item estalistico do segmento educa~20, definido

como Uevasao escolar".

A evasao escolar e urn assunto de constante preocupa~o e aten~o por

parte dos gestores e dos estudiosos da area E~ducacional, sendo tambem dos

governantes e dirigentes dos setores econ6micos do pais, decorrente da

necessidade e demanda de profissionais qualificados e especializados a mercado de

trabalho cada vez mais exigente decorrente da atual competitividade mundial do

mercado d con sumo. Ora, se isto ja e uma preocupa920 atual 0 que dizer do futuro

imediato? Hojet no mercado de trabalho ja nao nos defrontamos mais com fronteiras,

seja ela territorial, cultural ou de idioma; ou seja: em algum lugar do mundo sempre

havera alguem habilitado para ocupar uma vaga de trabalho aqui, podendo

acontecer com competiC;80 ou nao. De igual modo, como estao sen do preparando os

alunos brasileiros par.a.esse mercado competitiv~?

Justifica-se a decadimcia da escola, devido as condi<;6es socioecon6micas

dos estudantes, aos problemas das escolas e professores, dos conteudos

programaticos esvaziados e dos procedimentos educativos burocratizados. Depara-

se com urn quadro que retrata alunos ~ue passam fome, frio, e sem condi<;Oes

financeiras, sequer para pagar a passagem de onibus para irem a escola.

Decorrente dista, esses alunos VaG a busca de trabalho informal, visando ao seu

sustento e ao de seus familiares.

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Par issa, 0 tema, alem de sar urn assunto atual e de suma importancia, emerecedor de especial atenyao e cuidados par parte dos governantes e da

sociedade como urn todD. Ressalte-se nesse contexto, a responsabilidade dos

diversos setores envolvidos na perspectiva do futuro da nagao, au seja: sabre 0 que

S8 planeja au deixa-se de planejar hOje, sabre 0 que 58 realiza au deixa-se de

realizar hoje, sem qualquer sombra de duvida, 0 futuro cobran3 responsabilidade,

quer seja da popula~o menos favorecida, quer seja do desempenho e resultados

dos setores produtivos do pais, como ja registramos aeirna, sabre a falta e 0 nfvel da

educayao praticada na capacitac;ao profissional e passoal das criang8s.

Atualmente, constata-S9 que poucos alunos conseguem concluir as primeiras

oito series do ensino basico e, dentre esses, muitos aprendem pouco das

habilidades essenciais de leitura, escrita e aritmetica elementar, e isso de forma

precaria. Certamente, existe algo de errado no ensine e aprendizado em sala de

aula. 0 que ocorre na sal a de aula? Por que es alunos passam dias, meses e anos

de suas vidas numa institui9ao que Ihes da tao pouco em troca! Em muitos casos,

ela term ina per estigmatiza-Ios pelo fracas so escolar e pela repetencia.

Nao ha duvida alguma de que um pais somente conseguira desenvolvimento

interno e a respeito das Qutras nar;:oes, 58 investir na forma9ao sOCiocultural de seu

povo. Essa realidade somente tornar-se-a viavel, per meio do trabalho comprometido

com a educa<;ijoda atual gera~o de crianc;as,pOiselas serao 0 futuro do Brasil.

Que futuro planeja-se para 0 povo brasileiro e para 0 Brasil? 0 que se realiza ou se

realizara de forma efetiva em forma de planejamento, visando ao futuro des sa

na9<3o?

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Par que as (atores economicos, politicos, socials e culturais afetam de

maneira tao profunda a quest~o da evasao escolar?

Constata~se que nao sao poucos as (atores que causam a eva sao escolar,

mas alguns tern participay80 mais significativa no incremento do indice, Pois bern,

este e urn dos que merecem urna analise e comentario especial.

A situayao financeira familiar e urn dos (atores que S8 destaca como fator

motivador. 0 aluno, ainda crianya, e obrigado a deixar de frequentar a escola para

trabalhar, visando ao sustento seu e dos membros de sua familia. Ao lnves dessa

crian98 estar sent ado no banco da sala de aula aprendendo, esta nas ruas lutando

pela sua sobrevivemcia e aprendendo sa be Deus 0 que au com quem!

o presente estudo tern como objetivos identificar, pela retomada do

referencial teorico, as aspectos que levam a evas80 escolar, Ainda, avaliar as

causas da eva sao escolar, por meio da observac;.ao e da aplicayao de instrumentos

de pesquisa, junto aos professores, bem como, analisar as resultados da pesquisa

de abordagem qualitativa e quantitativa, visando possiveis implementa<;6es de

medidas que diminuam esses indices da evasao.

Esse trabalho se divide em einco capitulos, as quais se apresentam da

seguinte maneira:

• Capitulo 2 - Evidencia-se as fatores que causam a Evasao Eseolar,

ressaltando a desigualdade social e cultural, assim como a questao da ma

distribuic;ao de renda e Politica de Educac;ao .

•Capitulo 3 - ExpOe-se as direitos e deveres da crian<;a e do adolescente,

segundo 0 Estatuto da Crian"" e do Adolescente e a Constituic;:'io Federal. Para

tanto, comentando as programas que auxiliam no combate da evasao eseolar.

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•Capitulo 4 - Apresenta-se a metodologia cnde S8 registra como foi

realizada a pesquisa .

•Capitulo 5 e 6 - Registram-se os resultados e discussces da pesquisa de

campo e final mente na conclusao comparam-se 0 resultado obtido na pesquisa de

com 0 que as autores referem nas obras citadas neste estudo.

Como universo de pesquisa foi utilizada urna Escola Municipal de Curitiba,

de Ensino Fundamental, sendo que a investigac;ao foi feita no periodo de setembro e

outubro do corrente ana, com a aplica~o de questionario, tendo como amostra 15

profissionais, dos quais, alguns exerciarn suas fun<;6es na dire980 da eseela e as

demais eram professores.

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2 FUNDAMENTA\fAO TEO RICA

2.1 SUPOSTAS CAUSAS DA EVASAo ESCOLAR

A eva sao escolar e urn problema complexo e S8 relaciona com Qutros

importantes temas da pedagogia, como formas de avaliac;ao, reprovayao escolar,

curricula e disciplinas escola(es. E urn dos problemas pertinentes na educ8yao

brasileira, causando urn deficit educacional significativQ afastando crianyas e jovens

da escola as motivDs que levarn 0 alune do ensina regular a eva sao escolar sao

muitos: as dificuldades de acesso as escolas das zonas rura;s; a reprovayao nas

primeiras series do ensina regular; a idade dos alunos; a trabalho para a

sobrevivencia e a expuls~o da escola par comportamentos inadequados.

Apesar da lei dizer que a educayAo e urn direito e dever de todos, as portas da escola estliofechados para rnuilos .... Os d;dos estatisticos prov;m que, para 0 Brasil tornado como urnlodo, apenilS 2 crian~s em cada 3 tern realmente acesso a escola. (CECCON, OLIVEIRA &OliVEIRA 1997, p.24).

Segundo Abramiwicz & Moll (1997) outro motivo que leva a eva sao escolar ea segrega<;;80 que ocorre com os educandos provenientes de escolas especiais que

foram inseridos em eseolas regulares, passando a ser segregados agora em uma

nova realidade escolar, a reaJidade dos ditos normais. No ensino regular, de aeordo

com Ceccon, at all (1997), as causas que provocam a evasao escolar sao a pr6pria

escola tradicional com a irnposic;;ao de seus regulamentos, normas, horarios rigidos e

outras coisas mais, como tar trazido para si a responsabilidade social e familiar,

desviando-se do objetivo principal que e a escolariza,ao.

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Para com bater a evasao escolar e preciso atacar em duas frentes: uma de

ac;ao imediata que busca resgatar a aluno "eva dido", e outra de reestruturayao

interna que implica na discU5sao e avalia<;ao das diversas questOes enumeradas

aeirna,

Uma das causas da eva5~o pode ser confirmada atraves do depoimento

muito significativ~ de urn menino de rua com 14 anos da cidade de Porto Alegre,

pois reflete a dar de estar fora da escola pela exclusao socioecon6mica.

Eu estudava na primeira serie e costalla muito da escola - tinha arnicas merenda, (ulebor naaula de educa~o fisica. S6 nao Qostalla do meu apelido, "VO'lO" - eu em 0 mais vetha quetodo mundo rodei tr!s vezes. Faz Ires anos que deixei 8 escola pre ajudar meu Pl'!li,que epapeleiro. Agora, passo 0 dia na rua, Rota muila confus~o, e ruim. Eu queria vollar a estudarpm ter um fuluro (Ronalda, 14 anos, menino de rua em Porto Alegre, In: VICTOR, 2001,p.63).

A ideia deste menino de estudar para tar um futuro e 0 que todos os

educadores trabalham nas salas de aula quando querem estimular seus alunos a

estudar repetindo a celebre frase: "0 que voce quer ser lixeiro, varredor de rua?

Estude para ter um futuro melhor". Esta e a ideia ter um futuro melhor. No entanto

no Brasil 0 futuro melhor nem sempre advem palo estudo.

Neste capitulo procura-S8 apresentar alguns dos principais fatores que levam

a eva sao escolar. Sobre esse problema, Libaneo (1994, p. 40) escreve que:

.. ao longo dos oito anos de escolarizayAo observam-se suces.sivamente perdas de alunos.Sabemos que esse fato deve ser explicado par fatores externos a escola, mas e evidente quea exclusilio das criant;:as tern a ver, em grau significativo, com aquilo que a escola e 0$professores fazem au deixam de fazer.

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Diante dessa coiocal'ao de Libaneo (1994). pode-se supor que a evasao

escolar pode sar causada par varios fatares externos a escola como alguns ja

citados aeirna e num grau significativo sa destaca a parcela de culpa da escota e de

seus professores nesse contexto. Pode~se dizei'" que as escolas vern contribuindo de

alguma forma para que a evasao S8 efetive atraves das desigualdades sociais

vividas principal mente nos meios and a este problema e mais pertinente. A escola

publica tern como objetivo atender as classes menos favorecidas que dependem

desta educa~o como (mica e exclusiva forma de adentrar no mundo do

conhecimento e consequentemente no mercado de trabalho. A funyao primeira da

escota publica e a socializ8980 do saber e dos que nela 85tao, no entanto devido

aos problemas que passa a eduea98o, isto pareee estar esquecido e a eseola aeaba

por apenas transmitir conteudos que parecem em nada atrair aos alunos que vivem

na periferia ou renegados a uma vida sem muita import~ncia ja que a eseola Ihes

mostra um mundo muito distante do seu cotidiano.

Os problemas existentes na escola publica decorrem de forma difereneiada

da sua estrutura, dos reeursos financeiro de que disp6e, da estrutura organizaeional

que Ihes sao disponibilizados assim ao que pareee as eseolas partieulares

apresentam urn 6timo nivel de ensino, enquanto as eseolas publicas deixam a

desejar sobre todos os aspectos, devido a imensa fana dos mesmas recursos que as

escolas particulares tem.

Para 0 ensino publico, nao ocorre investimento significativo prineipalmente

nas escolas localizadas nas periferias ou zona rural, estas nao mostram numeros e

nao aparecem na mfdia, portanto nao merecem maior aten9Bo par parte dos

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governantes, a n~o ser em spaca de eleiyao. 15to js faz parte da hist6ria politica do

Brasil.

Segundo Tamoto (2001), dois cases mostram come pode ser diferente a

realidade educacional das crian9as brasileiras:

Os exemplos de Victoria Marin Bontempo e dos c~meosWilliam e Wellington do Nascimento,lodos com 8 anos, moslram bern, as efeitos das desigualdades sociais. A pequena Victoriaestuda desde as 2 anos em escolas para sua idade e ja sabe ter. Os irmaos s6 agoracomeyam a ser alfabelizados. A mfie de Victoria, Cassia Renata Munhoz, paoa quase RS 1mil de mensalidade para a filha freqUentsr a Escola Internacional de Alphaville [ ... J Filhos domotorists Jose Rodriguez do Nascimento e da dona de CClsa Launts Luiza do Nascimento.eles ainda esUio aprendendo a escrever. Nao fosse a insi-st&ncia de Laurita, per muito poucoeles estariam prestes. a chegar ao ~1l5ino fundamental sem reconhecer nenhumil lelra doalfabelo (TAMOTO, 200, p. 42),

As classes mais abastadas freqOentam escolas particulares com rnelhores

recursos em todas as areas: De ci€!ncias e tecnologia, esportiva, cultural, etc.

tendo tambem em seu quadro docentes professores mais bem remunerados e

conseqOentemente com melhor qualificat;Ao. Alem dista, os recursos de atendimento

aos alunos e diferenciado pois quando um aluno apresenta urn problema de

aprendizagem e logo encaminhado e possui recursos financeiros para reeeber

atendimento adequado. Nao ha 0 que discutir onde hit urna maior concentrat;Ao de

renda existe tam bern maior facilidade em resolver estes problemas e neste caso na

escola particular nao ha eva sao. Com todos esses privi!egios segundo Piletti (2001)

os alunos conseguem conduir todas as .series, chegando assim, ao terminG dos

estudos. Decorrente da melhor forma9aO escolar, esses a!unos conseguirao posi9ao

social diferenciada dos demais, Eo a manuten<;l'lo da diferenc;a de classes existentes

e a manutenc;ao da escola para os ricas e a escola para as pobres.

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Sendo assim, 0 pobre freqOenta a eseela fsita para ele, a eseela publica,

eseela essa que luta atraves de seus gestores e docentes por urna qualidade de

ensino mesma com recurSDS precarios e tendo que lutar por outras conquistas como

melhores salarios e melhor qualificac;:ao profissional atraves dos cursos ofertados

pelos Governos que paraee apenas S8 preocupar com numeros. A eseDla publica

caminha a passos curtos, implorando par urna ateny80 e embora busque formar

cidadaos que contribuam para a mudanya, sente-s8 inca paz quando descobre que

seus alunos "fog em" da eseela.

Com esses rotineiros problemas, as alunos nao sao motivados a concluir seus

estudos e conseqOentemente, nao ocorre melhoria no seu padrao de vida social,

econ6mica e tampouco intelectual.

A escola publica tern como fun<;ao reverter essa situa<;ao, buscando propiciar

oportunidade de melhores condi<;6es de aprendizagem para seus alunos, trazendo

recursos materia is didaticos para dentro das escolas. Cabe a escola mostrar que

essa situa<;ao pode ser revertida, partindo da atitude de cada membra da

comunidade escolar e assim juntos, garantir que 0 aluno da escola publica desfrute

de 6timas escolas. Mas quem sao os que podem fazer acontecer? Urn destes atores

da escola publica e 0 professor, ele e 0 escriba, 0 leitor, 0 cientista, a poeta, a

detentor do conhecimento. S6 ele pode provocar no aluno 0 desejo de aprender, de

pensar e de pesquisar. Ele deve conquistar seus alunos, contamina-Ios com 0 saber.

Muitas escolas nao estao preparadas com seu corpo docente para educar urn

aluno de forma a pravocar 0 desejo em aprender, eo fato e qJ.Jea eva sao escolar se

da muitas vezes pelo que 0 professor faz ou deixa de fazer em sala de aula

(LiBANEO, 1994, p.44).

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o professor deve estar consciente de que, ao assumir 0 comando de urna

sala de aula, S8 deparara com alunos que apresentar~o caracteristicas e

comportamentos diferenciados, em inumeros aspectos: culturais, sociais, flsicos,

intelectuais, econ6micos entre Qutros. Mas, 56 cabe a ele, 0 professor saber

conduzir, aceitar essas caracterfsticas, que diferem em cada individua, Mas para tal

ele deve estar capacitado para compreender essas diferenyas, 0 resultado de seu

trabalho sera no minimo satisfatorio. Como afirmam Brandao, Baeta e Rocha (1983)

sempre e necessaria sar res salta do que 0 trabalho executado pelo profissional da

area de educayao e de extrema importancia para a formayao e eduC8r;BO da crianr;8

e do jovem.

Conforme afirma Libim80

... colocar as alun05 em condict>es de continua rem estudando e aprendendo durante toda avida e inculcm valores e conviC¢es democraticas, tais como: respeito pelos companheiros,solidariedade, capacidade de participac;.aoem atividades coletivBS, crenc;:asnas possibilidadesde transforma~o da sociedade, coerencia entre palavras e a¢es e 0 sentimento decoletividade onde todos se preocuparn com a bern de cada um se preocupa com 0 bern detodos. (L1MNEO, 1994, p.440

o fato de 0 aluno estar inserido na escola, nao significa que ele esta

aprendendo; portanto, 0 que deve haver nas escolas sao professores competentes

e condi90es adequadas de docencia para que ocorra 0 processo de aprendizado de

forma concreta e objetiva. De igual modo, os gestores e a equipe pedag6gica devem

observar os professores como trabalham e atuarn junto aos alunos. Faci] e observar

o fracasso da pratica pedagogica pelo resultado apresentado no final de urn

bimestre. Infelizmente segundo Brandao, Baeta e Rocha (1983) muit05 professores

usam como desculpa a pobreza, a falta de cultura e de recursos, acabando por fazer

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desses fatores muleta de urn trabalho fracassado, que deixa a desejar para SI

pr6prio e para seu aluno Sobre isso, Gadotti afirma que:

Boa e a escola que desper1a, no atun~, 0 gosto para aprender e participar da vida emsociedade como cidadlio. NeS-5e sentido, 0 in!urno instrucional maLs barato sAo os livros.textos e principalmente, a forma9Ao pcrmanente do professor. (GADOTTI. 2001. p.33)

Mais urna vez a autor confirma 0 que ja ficou explicito no decorrer desta

discussao 0 que e irnportante S8r trabalhado e investido para que se possa ter urna

educa9llo de qualidade: investir no professor, em sua forma98o enos materia is

didaticos de qualidade. Vale a pena ressaJtar que 0 aluno 56 ira ser urn leitor S8 tiver

examplo para tal, da familia e da escola. Os professores e pais nao h~em a sufiClente

quanta deveriam. Infelizmente somos um pars ande a cultura da leitura nao e uma

retina, ao inves disto temos a cultura da teievisao.

2.2 DESIGUALDADE SOCIAL E CULTURAL QUE CONDULA EVASAo ESCOLAR

Os problemas culturais e sociais sao bem 'Visiveis; muitas escoJas publicas

pecam por deixarem seus alunos tao distantes do universo cultural. e tal fato tem

como causa principal a falta de preparo do professor. Neste sentido chega-se a

conclus~o que a formayao do aluno da escola basica inicia-se na universidade com

a formaC;8o de seu professor. Este deve ser a cicio, a aruno bem formado, par um

professor bem formado que originara novamente num aluno bem formado e assim

sucessivamente

Para Lib~mio (1994), 0 meio em que a aluno esta inserido influencia sua

constru9<3o de pensamenlo, tanto cuituralmenle como socialmenle, cabendo ao

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professor, junta mente com a escola, favorecer-Ihe condi90es necessarias, de prepare

para enfrentar esse tipo de situayao, propiciando-Ihe novas horizontes.

Libitneo escreve que:

o trabalho do docenle constitui 0 exercicio profissionat do professor e este e 0 seu primeirocompromis.so com a socied~de. Sua responsabilidade e preparar as alunos para se tomemcidadlios alillos e participantes na familia, no trabalho, nas associaC6es ns vida cultural epolitiCCl.E urns atividade fundamentalmente social, porque contribui parD a formac;::ao cutturale cientifica do povo, larefa indispens3vel para outras conquistas democrilticas. (LiSANEO,1994, p. 132)

RessaUa-se como e import ante a participa<;:ao do professor na formayao do

atuno, aD mostrar-Ihe a possibilidade de modificayao da sua vida a, par extensaa, a

de seus familiares, at raves de seus pensamentas e de suas atitudes perante a

saciedade.

A sociedade brasileira atraves de organizagoes nao governamentais vem

tentando inverter a situat;ila educacional no pais, tendo COr.-IO principal meta,

socializar todas as classes mas, infelizmente, os resultados nao sao satisfatorios,

pOis nao ocorre 0 interesse por parte dos governo. Segundo Piletti (2001) a

educagao se encontra com enorme deficit e nao havendo apoio par parte das

entidades gavernamentais, fica dificil aos dirigentes educacionais reverter esse

quadro.

Moacir Gadotti afirma que:

Faltam recurso5 para a educa~o. 0 financiamento da educacao brasileira e 0 5eu principalproblema. 1550 porque, se voce nao tern recursos suficientes para poder financiar aeduca~o, vo~ arela a educa~o no al~, vo~ arel~ a infra-estrutura da escola, os salariosdos professores. Realmente nao se investe em educa~o. (GADOTTI. 2001, p. 132)

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Para que realmente acont898 urna educa9ao seria e efetiva e preciso que

ocorram investimentos par parte do governo, como destaca Gadotti. 0 grande

problema e que 0 recurso destinado a educac;ao nao supre suas necessidades,

causando assim, sempre maior deficit a cada ana.

Nao bastassem as dificuldades apresentadas, alguns alunos enfrentam 0

autoritarismo par parte dos educadores e demais funcionarios das institui90es

escolares, quando em algumas escolas, sao separados em turmas par classes

socia is. Esle autoritarismo pode proceder dos integrantes das escolas como:

diretores, professores, administradores, funcionarios entre Quiros. Segundo Piletti

(2001) estes pod em demonstrar aos alunos que eles naG tern a direito a sua pr6pria

educayao, simplesmente, passando a ser objetos, desrespeitando-os total mente.

Os criterios utilizados para decidir qual sala de aula 0 aluno ira freqOentar 0

ana todo, e qual sera sua professora, nao visam as necessidades do aluno, mas sim

o pr6prio conforto do professor. Prime ira mente, se 0 educadar for 0 mais antigo

funcionario ou a rna is dedicado, au ata, aquele "queridinho· da diretora, esse tern

direito de escolher em que sala ira desenvolver 0 seu trabalho; obviamente,

escolhendo as turmas que Ihe interessa, isto a corporativismo. Segundo Collares

(1996) ao fazer usa destes critarios, os grandes prejudicadas sao os educandos.

Libaneo afirma que alguns professores rotulam os alunos que nao S8

destacam par nao serem as melhores na sala de aula, mostrando-se mais

simpaticos com aqueles que tern maior facilidade de aprender; isso faz com que 0

aluna desfavorecido fique cada vez mais desinteressado em aprender. 0 que a

professor nao percebe a que ele a necessario para aquale que nao aprende pais 0

que tern facilidade apesar do professor ira aprender, pois se tiver boas condic;:oes e

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acesso atraves de Qutros meies sera beneficiado po is a ~r6~ria natureza ia 0

beneficiou com uma qualidade, no entante S8 0 professor nao cons~gue perceber

ista vai fiear fadado ao medo de urn dia perder seu !ugar para Qutros meios

educativos, a saber as midias, que tanto aterrorizam a funyao do professor. Muitos

alunos aprendem mais pela midia do que pela sala de aula, qual sera a motivo?

Urn outro motivQ que deve ser lembrando e a questao do curricula, como ele

S8 apresenta. Na indagayao feita aeirna S8 pergunta porque 0 aluno aprende pela

midia conteudos que a escola deveria estar ensinando? Isto e reflexo de urn

curricula desgastado. Conceitos, conteudos cientfficos, tecnol6gicos e hist6ricos

devem fazer parte do programa da escola, pois e isto a que ela deve trabalhar. Isto eo classico da educa9E10 mas temos que nos adaptar ao tempo. 0 tempo hoje clama

par mudan~s, e a escola deve busca-las. Nao esquecendo 0 classico mas

parcerizando com a novo, com as tecnologias a disposiyao da escola.

Gadotti (2000, p. 32) afirma que:

... 0 curriculo monocultuml oficial repre$enta, nes.se aspecto, urn grande desafio. Ao contrario,os resultados obtidos com 0 curricula multiculturais, que lev~m em conts a cuitura do ~lul1o.~a mais eficazE',s para despertar 0 intere5.se do illuno. (GADOTT1, 2000, P.32)

Ao que parece temos que atender a uma cultura unica como se no Brasil

todos fossem iguais. A regionalizac;ao do curriculo ja e uma pratica em alguns

estados no entanto em algumas disciplinas isto nao ocorre. Partir daqutlo que a

aluno conhece, do sin.gular par 0 plural, do ernpirico para a cientifico, esta e a funt;ao

real da educa~o formal ofertada pela escala. seja esta publica ou privada.

o professor tern que saber qual sera 0 conteudo a ser ensinado para seus

alunos; urn exemplo: 0 conteudo que a professor ministrou com uma metodologia na

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23 sarie do ana passado, nao pode sar ensinado da masma maneira para a turma

desse anD, pais as alunos sao pessoas diferentes, vindas de classes sociais e

culturai3 diferentes. A individualidade par si 56, faz com que urna passoa nao seja

igual a Dutra. 0 professor deve tar "jogo de cintura~ \ no trato do dia-a-dia; pais ao

saber qual a melhor forma de conduzir os estudos em sala de aula, obtera a

dedica«'i0 e aplica~ao dos alunos. 0 educador nBo deve desprezar a realidade

vivida palo aluno, mas deve sim mostrar 0 mundo que ale naD conhece e que nac

asta acostumado a viver, de uma forma que Ihe desperte 0 interesse e nao Ihe

cause qualquer trauma ou rejeic;ao aD novo.

Nessa fase inicial da vida escolar da crianya, e fundamental 80 educador

fincar, de forma s6lida e bem sustentada, as estacas do conhecimento nos alunos,

para que estes possam, par meio desse aprendizado, enfrentar as desafios da vida,

quer seja aplicando-Qs no trabalho, no seu dia-a-dia au nas lutas pela

democratiza~o da sociedade. Segundo Libaneo (1994) quando 0 profissional da

educa<;ao tern consciencia de como a seu desempenho em sala de aula efundamental na forma<;ao dos individuos, engajando-se na luta das classes

desfavorecidas pelo busca e dire ito de melhores condi<;Oes de vida e de trabalho e,

principalmente, pela transformacyao nas condi<;Oes sociais e culturais desses

indivfduos, e visivel a transformac;tlo de pensamento ocorrida nesses sujeitos.

Libimeo afirma que:

... a caracter1stica mais importilnte da alividade profissional do professor e a media~o entre 0aluno e a sociedade, entre as condic6~·s de origem do aluno e sua destinacao social nasociedade, papel que cumpre provendo 1)S condi¢es e os meios que assegurem 0 encontrodo aluno com as materias de estudos. (LiSANEO, 1994, pAS)

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Para que a escola desempenhe bom papel na forma~o do aluna, sobretudo

quando esse possui condi¢es socioeconomica desfavorecidas, e importante que

ela esteja bern estruturada; com professores competentes. salas de aula adequadas

ao ensina, numero de alunos em sala de aula adequado, etc., pois, alem dos

problemas estruturais, a eseela sempre S9 defronta com outro confrito, os culturais.

Esses conflitos, quando nao administrados de forma sensata e pacifica, so mente

desfavorecem 0 rendimento escolar do aluno. Para Brandao, Baeta e Rocha (1983)

asses agentes devem sempre, andar passo a passo com os dernais fatores

educacionais, para que ocorra um born resultado final na formar;a,o de carater do

aluno.

2.3 PODER POliTICO E ECONOMICO: FATORES DECORRENTES DA MADISTRIBUICiio DE RENDA

Parte do rendimento escolar do atuno 8sm diretamente vinculado as

questoes economicas, devido a inumeros aspectos: a renda familiar, 0 estado

nutricional e a saude do aluno, entre outras inumeras questoes, que vao desde 0

vestuario, meios de locomoc,;:aoate 0 convivio social. 0 aluno fracassa muitas vezes,

em seus objetivos, porque a familia n~o Ihe fornece apoio, pais e mal estruturada;

familias nas quais se encontram pais separados, viciados, drogados. sem qualquer

vontade ou condiyao de suprir as necessidades basicas de sustento dessas

crianc;as. Para Brandao, Baeta e Rocha (1983) do ponto de vista do aspecto

pSicol6gico, nesse ambiente familiar raramente, existira algum tipa de estimula au

incentivo aos Whoso

Na Revista Educar;:~o,de setembro de 2001, consta que:

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... criant;as e jovens de niveis sociais menos favorecidos ainda tern de lutar para exercer 0direito constitucional de freqOentar urns s~la de aula - de onde muitos sAo expulsoS par umcotidiano de dificuldades econOmi~s e sociais. E D famasa evaso1o escolar, linha imaginariaque de forma concreta conde nil uma crianca a campor, no futuro. as indices da pobreza e daignon1ncia (GIL,2001, p. 67).

Apesar de ser lei 0 direito das crianc;:as frequentarem sala de aula, e evidente

o descasa com que 0 governo trata esse assunto da eva sao escolar; pareee ate que

este tern interesse em manter a povo, em sua maiaria, sob a julgo da ignorancia, 0

que per sua vez resulla numa popula~o economicamentepobre e socialmente

ignorante. Com relac;a,o as condiya8s de vida das familias brasileiras vale a pena

saber que:

Segundo a Fundac;:io Instituto Brasileiro de Geografia e EstaHstica (IBGE), 6rgAagovernamenlal, dais tervos da populayAo brasileira - au 111 milhOes de pe~oas -sobrevivem de rends familiar mensal de ate dais salarios minimos. Oulros 20~. dOlpopula~oatravessam a mes com menos de melO salano minima. Exislem, no nosso pais, 15 milhOesde sem-terra, Para complicar, lemos urn requinle de perversidade econOmica: 1% dosbrasileiros (1,6 milhOes de- pessoas) concentra' em suas mAos fortuna equivalente aorendimento de 50% mOIlSpobres - au 63 milhOesde pessoas. Somos campeOes mundiais emdesiguald.ade social, de rna distribuic;ao de rends e assassinatos urbanos (RAINHO, 2001, p.56).

o retrata da rna qualidade da educa~a pubica brasileira esta reJacianada

com falta de verbas destinadas para a educac;ao, de comprometimento politico com

os brasileiros e nao com acordos internacionais que tendem apenas a captar

recursos e naa redistribuf-Ios de forma adequada a atender as necessidades da

populayao que mais necessita del a.

E de responsabilidade da escola disponibilizar recursos e meios ao aluno que

busca adquirir conhecimento e concluir a formac;ao academica. Oesta forma, esse

individuo no futuro, sera capaz de transformar as situa90es de desigualdade social,

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sera formador de opiniao, tera a responsabilidade de banir da vida publica politicos

corruptos e de buscar melhor renda, minimizando a rna distribuic;ao, podendo mudar

asses entre Qutros falares de desigualdade socioeconomica. Da renovayao do

pensamento do individua, ter-se-a a transformac;ao de urn pais; pois ES pessoas

pens am, refletem, questionam e pOem em pratica suas ideias; e 0 individuo

integrado na comunidade.

Para Piletti (2001) as questoes politicss e econOmicas devem estar sempre

presentes em sala de aula, para que as alunos possam saber 0 que esta

acontecendo no mundo et principal mente, poderem identificar quais sao as seus

direitos e deveres .

E. direito de todo cidadao brasileiro ter acesso ao ensine, naD impoctaodo as

condi90es socials, econ6micas e eulturais do individuo. Cabe aos pais e

responsaveis rnatrieular seus filhas na aseela. 0 que muitas pessaas naa sa bern eque toda erianya esta am parada pela lei e que poueos pais fazern usa desse direito

legal. Segundo Konzen (1999) a questAo de conseguir uma vag a escolar nao esimplesmente, a direito por si s6 de ter essa vaga; rnais do que isso e 0 direito de

permaneeer e freqOentar sala de aula. Essa sim e urna das mais difieeis tarefas de

se eoneluir, a de fazer com qua a aluno permane9a dentro da eseola.

o governo vem eomemaranda as estatistieas favoravais, a aumenta das

matriculas eseelares. Esse aumento de indices ocorre em to do a Brasil. No entanto,

as matrieulas acontecem mas isto nao significa que 0 aluno ira permaneeer na

escota. Ao que pade-s8 afirmar qua 0 mais dificil nao e matricular 0 aluna pais a

demanda existe, 0 mais difieil ainda e manter 0 aluno na aseola.

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A Revista EduCBC;BO, de setembro de 2001, mostra esse avani;O na relayao

percentual de matrfcula efetuadas no ensine fundamental e diminuic;ao no ensina

media durante a periodo de 2001. Isto e urna realidade da educa980 brasileira ja que

nem sempre a alune que termina a ensina fundamental tern acesso ao ensina

media, ate porque este nao e obrigat6rio pois segundo 0 que afirma a lei ele eofertado gratuitamente de acordo com a demanda. Neste case 0 govern a passa a

responsabilidade palo nao acesso a esta modalidade de ensina ao jovem e a familia.

A POPULACAO NA ESCOLA

Regioes Enslno fundamental EnslllO medIc ••Regiao Norte 932% 163%

Rond6nia 919% 206%

Acre 91.7% 18.3%

Amazonas 925% 16.6%

Roraima 93.4% 316%

Para 93.7% 135%

!AmaQa 926% 24.4%

Tocantins 93.8% 17.5%

Regiao Centro Oeste 956% 317%

Mato Grosso do Sui 946% 327%

Mato (2rosso 94% 274%

Goias 959% 28.8',1,·

Distrito Federal 979% 432%

Regiao Nordeste 97.6% 157%

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Maranhao 914% 133%

Piaui 918% 108%

Ceara 93.5% 192%

Rio Grande do Norte 923% 20.4%

Paraiba 93.2'" 143%

Pernambuco 933% 20 5%

Alagoas 906% 1155%

Sergi(;!e 90 5% 134~

Bahia 93.9% 14.1%

Regiao Sudeste 976% 45°/"

Minas Gerais 975% 34%

Es~irito Santo 946% 395%

Rio de Janeiro 968% 369%

Sao Paulo 982% 54.3%

Regiao Sui 966% 477%

Parana 973% 49.4%

Santa Catarina 963% 448%

Rio Grande do Sui 95.8% 47.5%

Fonte. ReV/sta Educay~o, setembro de 2001.

Observa-s9 0 aumento das matrfculas no ensina fundamental, na rede de

ens ina publico em todo 0 Brasil, e 0 grande responsBvel par esse aumento s~o as

programas de incentivo do governo federal, como exemplo: a Bolsa-Escola e a

Bolsa-familia. Alguns ince~tivos tambem sao ofertados pelos estados e municipios

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atraves das Secretarias de Assistemcia Social e isto depende muito dos recursos de

cada uma, pois existe urna gritante diferenya em arrecadac;ao de recursos de urna

regiao para Dutra. No Brasil tem-se Estados mais ricas do que outros enos Estados,

Municipios mais rleas do que Qutros. Isto tude refiete na vida de seus moradores.

A tabela abaixo discrimina as taxas de evasao, repetemcia e aprovac;ao ao

nfvel de Brasil e nas diversas regi6es do pais, podendo nos fornecer informayoes

mais detalhadas a raspeito de as quantas andam estas questoes a nivel regional.

Como ja comentado as matriculas ocorrem e a demanda par estas vag as existe 0

que nao quer dizer que as alunos permane9am na escola.

Brasil: Taxa de aprova9ao, reprova93o e evasao no ensino Fundamental -1988/1995/1996/2001

Regi50 1988 1995 1996 2001Ap. Rep Ev. Ap. Rep Ev. Ap. Rep Ev. Ap. Rep Ev.% % % % % % % % % % % %

Brasil 60.6 18.8 20.6 68,4 15.1 16.5 72.6 14.1 13.3 60.5 11.2 6.3Norte 57.1 22.4 20.5 56.6 17.9 23.3 61.6 16.5 19.7 72.7 14.6 12.7Nordeste 54.3 22.3 23.4 160,7 19.1 20.2- 62.5 17.15 20.35 72.5 14.5 13.0Sudeste 64.5 17.4 18,1 74,0 12.5 13.5 62.19 10,11 7.7 66.9 6.9 4.2Sui 69.4 17.1 16.1 75.1 15.0 93 76.69 14,7 6.61 85.3 11.4 3.3Centro Oeste 51.5 15.0 33.5 68.6 14.9 16,5 70,Sg 14-,7 14,71 79,2 11.2 9.6Fonte. MECIINEP/SEEC. Infonne Estatlstlco 1996, 2002.

Fa~mos uma pequena compara98o entre a taxa de matriculados na regiao

norte no ana de 2001 que fai de 93.2% (ver tabela p.26) e a taxa de evasaa neste

mesmo ana que foi de 8,3% ou seja da populay8o de meninos e meninas

matriculados neste ano no ensino fundamental dos 93,2% da populay8o que tiveram

acesso as vagas ofertadas apenas 8,9% evadiram, na.o e muito se comparado aa

outras regi6es como por exemple a regiao nordeste que pas sui um maior numero de

eva sao e reprovayao. 5e levarmes em conta que quem evade da escola tambem

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reprova teremos urn indic8, nesta regiao de 27,3% do total de matriculados. 0

elevado numero de crianr;:8s e jovens fora do sistema de ensina, acre sci do do

processo de retardamento da escolaridade provocado palos elevados indices de

eva sao e repetencia, acabam par provocar tambem altissimas taxas de defasagem

idade/serie. Em 2001, 0 indice de defasagem idade-serie era de 50% para a 5.'

serie, 0 que quer dizer que apenas metade dos alunos que freqOentavam esta serie

estava na idade adequada, 10 ou 11 anos; 45,7% na B.a serie; 58% na 1.tI serie do

Ensino Media e 50,8% na 3. a serie desse nive!.

Neste sentido, verifica-se que a medida que 0 acesso ao ensina fundamental

foi S8 democratizando ficou-se mais evidente 0 fen6meno da seletividade da escola,

analisado a partir das taxas de repetencia e de evasao eseolar. Segundo Beisegel

(1981) ainda que 0 fen6meno oeorresse desde a primeira meta de do sEkulo, a

entrada de grande quanti dade da popula9<3o de baixa renda, nas eseolas, tornou

mais evidentes as difieuJdades da eseola em Jidar com as caracteristicas dessa

populac;ao e, no final dos anos 70 e inicio dos 80, 0 drama era tal, que comec;ou a

tamar vulto a ideia de que a culpa dos altos indices de repetencia e de uma suposta

rna qualidade de ensino era fruto da abertura exagerada de escolas em curto

periodo.

Nesta ultima decada, foram inumeras as proposic;Oes de educadores e

pensadores de varias areas para melhorar a qualidade de ensino, refJetidas inclusive

na legislac;iio.

A Constitui~ao Federal, no seu artigo 214 conclama para melhoria da

qualidade de ensina e para tanto, define a existencia de urn Plano Nacional de

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Educa~o Plurianual, articulando as diversos niveis de ensina e as ac;:oes do poder

publico.

A LOB - Lei de Diretrizes e Bases da EduCBc;:ao Nacional - (Lei Federal

9.394/96 de 20-12-96) alem de definir, no seu artigo 22, a finalidade da educa980

basica em desenvolver 0 educando, assegurar -I he a educayao comum indispensavel

para 0 exercicio da cidadania e fornecer-Ihe meies para progredir no trabalho e em

estudos posteriores, tambem propOe diferentes formas de organiza<;ao da escola

para a alcance de tal finalidade. Entre as a~Oes, flexibiliza a organiza980 da

escolaridade (series, ciclos, semestres, etc.) e 0 calendario (artigo 23) torna

obrigatoria a recupera~aode alunos (artigo 24) e, para a ensino fundamental, prop6e

a progressao continuada, sem prejuizQ da avaliac;a.o do processo ensino-

aprendizagem.

A preocupa~aocom a qualidade de ensino gerou e tem gerado estudos que

visam debelar as bases da repetencia e da evasao escolar e indicam a avaliayao

como urn dos mecanismos mais importantes na produyao desse fracasso,

inviabilizando 0 processo de democratizayao do ensino.

2.4 EDUCA<;:Ao DE JOVENS E ADULTOS: CORRENDO ATRAS DO PREJUIZO

DA EVASAo

A Educa~o de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil tern procurado resgatar a

educayao escolar de muitos brasilejros, os quais foram exclufdos da escola em

decorn3ncia de inumeros fatores. Nao basta apenas oferecer uma nova chance para

os alfabetizandos; mas sim, oportunizar urna leitura mais critica do mundo, ao adulto

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discriminado nessa sociedade seletiva, que desqualifica de imediato, 0 analfabeto. A

esse, resta um mercado de trabalho caracterizado pela oferta de empregos brayais,

insalubres e desqualificados. Gadotti (2001) afirma que !laO S8 pade nagar a

importancia dos projetos que vern acontecendo, quanta a educay80 de adL<ltos; ales

sao fundamentais e todos devem ter consciimcia deles .

PressupOe-se segundo Freire (1978) que a escola trata 0 problema do

aprendizado do aduJto, da mesma forma como 0 faz com a crianc;a que ingressa nela

na idade adequada, au, saja, a partir dos seis anos; sendo assim, 0 grau de

interac;ao social difere da crianya para 0 adulto, criando muitas determinantes que

emperram 0 processo de aprendizagem, causando incerteza e direcionando a

trabalho em sala de aula para busca de solu90es prontas

o grande problema das escolas para jovens e adultos e que elas precisam

ser criadas para 0 aluno e nao 0 aluno para a aseela, porque a aluno ja tern

experiencia de vida e responsabilidades. A escola tern a dever de aproveitar as seus

interesses e experiencias, para ser real mente uma escola voltada para 0 a/uno e nao

uma sobrecarga de conteudos superiiciais e descontextua/izados. A escola precisa

ser vista por eles como urn apoio, urn incentivo para a melhoria da qualidade de vida

de cada aluno determinado e presente em sala de aula.

Sobre isso, Arroyo escreve que:

A educaytio popular, a EJA e os principios e as conce~es que as inspiram na decada de 60continuam lao atuais em tempos de excluslo, miseria. desemprego, luta pela terra, pelo teta,pelo trabalho, pela vida. T~o atuais que nAo perderam sua radicalidade, porque a reatidadevivida pelos jovens e adurtos populares continuam radlcalrnente excludente. (ARROYO, 2001.p.11)

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A crise pela qual a educac;:;ao brasileira tern pass ado nos ultimos anos, tern

como resultado, entre Qutros a elevado numero de pessoas analfabetas da

populac;:ao. Associada a eSSB realidade, a evasao escolar torna-S9 tambem, urn fator

de seletividade social, que tem contribuido para que a escola dita publica e gratuita

torne-S9 urn mecanisme seletivo. Pois ela, ao excluir das salas de aulas as crianc;:as,

por meio de instrumentos de relac;ao de poder, como disciplina e avaliac;:ao, esta

promovendo urn processo seletiva.

Na que sa diz respeito aD analfabetismo, pode-s9 considerar como urn dos

principais fatores a falta de investimento na educac;ao e a ausimcia de interesse em

erradicar 0 analfabetismo, pOis a governo ainda tern interesses politicos, conforme a

dito popular· .. quanto mais burro 0 povo, mais facil de governar ..." 0 exemplo esta

nos baixDs salarios oferecidos para professores alfabetizadores. Para Gadotti

(2001) um analfabeto e facil de manipular, de dirigir, lanc;:ando-o no mercado de

trabalho como mao-de-obra barata, sem 0 conhecimento do exercicio de sua

cidadania.

As condiy6es precarias da educaC;8o brasileira vem desde multos anos atras,

partindo do tempo do sistema escravista, quando os jesuitas nao partem do principio

real de "educar", mas sim do de pregar serm6es sobre a questao moral crist~ e a fe

cat6lica.

No que se diz respeito a educacyao no Brasil, 9sta se encontra num processo

muito lento ate 0 seculo XVIII, ocorrendo apenas a partir de 1870, a criac;ao das

escoJas noturnas. Essas escolas 5e direcionam as pessoas que, na infancia nac

puderam freqOentar as salas de aula. Nessas escolas as aulas eram extrema mente

rigidas, os professores publicos ganhavam uma pequena gratifica~ao para atuar no

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periodo da noite, e a frequencia dos alunos diminufa no decorrer do ano Diante

desses fatos, 56 restou extinguir as escoias chamadas noturnas.

Diante do quadro de analfabetos, a Ministerio da Educa9-~o e do Oesporto, no

auge do regime militar no Brasil no govern a Medici, criou 0 polemico ~Movimento

Brasileiro de Alfabetiz89ao", 0 Mobral, cujo objetivo era 0 de mostrar ao mundo um

Brasil mais culto e de pessoas escolarizadas. 0 fracasso do Mobral deixou em

dormencia alguns projetos para a Alfabetizayao de adultos que, depois de alguns

anos, passaram a ser conhecidos em todos os lugares.

Segundo Gadotti (2001) a Educayao de Jovens e Adultos nao tem sido vista

como prioritaria no Brasil, e ainda esta para reeeber urn tratamento de malhor

qualidade, a fim de ocupar 0 lugar de destaque que the cabe no sistema educacionaJ

brasileiro, on de existem milh6es de pessoas que nao conclurram os estudos basicos

em tempo habil; que n~o chegaram a escola, ou dela sairam sem terem aprendido 0

minimo indispensavel para poderem assumir a sua cidadania.

Assim, pensar a escola para esses alunos significa ter como objetivo: elaborar

e definir uma programa98o adequada voltada a Educayao de Jovens e Adultos;

significa incluir no conteudo programatico, elementos rninimos como marco

referencial a equivalencia das quatro primeiras series do ensino fundamental,

definindo urn padrao basico a nivel nacional. A esses conteudos basicos, poderao

ser adicionados pelo professor, os conteudos relacionados a experiencias

socioculturais da populayao local, suas necessidades e caracteristicas, seus

interesses definidos no relacionamento professor e aluno; bem como com a

comunidade. Assim, apontar as principais dificuldades de aprendizagem,

diagnosticadas na Educa9ao de Jovens e Adultos e enumerar estrategias e recursos

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empregados no atendimento para tais dificuldades. Para que assim possam abter

resultados satisfatorios ao termino das atividades.

Arroyo (2001, p.1 0) res salta que:

A educar;ao de jovens e adultos - EJA - tern sua hist6ria rnuito mais tensa do que a hist6riadOle(juca~o basica. Nela ~ cruzaram e cruzam interesses menas consensusis do que naeducagao da inf~ncia e da adotesci!ncia, sobretudo quando as jovens e adultos saoIrabalhadores pobre.$, negros, subdesempregados, oprirnidos, excluidos. 0 lema nos remeteit rnem6ria das ultimas dec;adns e nos chama para 0 presente: 3 realidade dos jovens eadu!tos excluidos.

Esse autor mastra qual e 0 tipo de educar;ao que as jovens e adultos vern

recebendo, observando assim. como a desi9ualdade social esta presente dentro das

salas de aulas, 0 que tamoom reflete a desigualdade que e vivida fora delas.

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3. 0 DIREITO AO ACESSO E PERMANENCIA DA CRIAN!;A E DOADOLESCENTE NA ESCOLA

No Brasil, criancyas e adolescentes sao amparados pelo Estatuto da CrianC;B e

do Adolescente (EGA), que foi criado pela Lei n' 8069 de 13 de julho de 1990

(BRASIL,1990). Gonforme essa Lei afirma, a crian"" e 0 adolescente tern direito a

educayao, a igualdades de condic;oes para 0 acesso e a permanencia na aseela,

alem de acesso a aseela publica e gratuita proxima de sua residemcia.

Assegurar a criang8 e ao adolescente a igualdade de condic;6es para a

acesso e a permanemcia na aseela vale dizer que a Direito a EducaC;8o da crianc;a e

do adolescente impoe-se ao sistema educacional, consider ado no seu todo, em

relayao a qualquer urna de suas instituic;oes de ensina, em particular com a

eliminac;aode todas as formas de discrimjna~o para a matricula ou para a

permanencia escolar.

Relata 0 Art. 54, que e dever do Estado assegurar a crian"" e ao adolescente

o Ensino Fundamental, que e obrigatorio e gratuito, inclusive para os que nao

tiveram acesso a ele na idade propria; bern como a oferta de ensino noturno regular,

adequando as condi~Oes do adolescente trabalhador(BRASIL, 1990).

o educando deve saber que 0 ensino da primeira a oitava serie deve ser

oferecido gratuitamente, a todo brasileiro, inclusive para os que nao tiveram acesso

a ele na idade propria. Vale dizer que 0 acesso ao ensino fundamental e direito certo

de qualquer cidadao brasileiro maior de sete anos, exigfvel do Poder Publico a

qualquer tempo, sem importar a condi<;ilo econ6mica ou social do estudante.

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o Art. 55 define que, as pais au responsaveis pelas criancas em idade escolar

tern obrigac;ao de matricular seus filhos au pupilos na rede regular de ensina.

Tambem ressalta 0 Art. 56, a responsabilidade aos dirigentes de estabelecimentos

de ensina fundamental, que deverao comunicar ao Canselho Tutelar as casas de:

reitera~ao de fallas injustificadas e de evasao escolar (BRASIL, 1990).

A obrigatoriedade <.ioensina fundamental confere aos pais ou ao responsavel

(guardiao au tutor) 0 dever da matricula. Se nao houver 0 comprometimento deles, 0

resultado sera 0 abandono. A ausemcia de matriculas e da regular freqOencia nas

salas de aula, podera calocar a crian<;a au a adolescente em SitU89BO de tutela.

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4 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

o presente trabalho de pesquisa tern como objeto de estudo as causas que

levarn os alunos a evasao escolar.

Realiza-S9 assim, a pesquisa por intermedio de question aria previamente

definido, tendo com base inieial de analise para a elaboratyao dessas indagacyoes 0

objetivo deste trabalho que e refletir as causas da eva sao escolar.

A pesquisa foi realizada numa Escola Municipal de Curitiba, de Ensino

Fundamental, com a aplica~o de urn questionario, no perfedo de setembro e

outubro de 2005, utilizando como amostra 15 (quinze) profissionais sendo que um

professor exerce a func;ao de diretor e os demais eram professores. Buscou-se de

forma objetiva, por meio das indaga9oes, identifiear sob a otica dos entrevistados,

pel as suas experiencias e pelo convivio dickio com as alunos, as principais fatores

que resultam na evasao.

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5 RESULTADOS

Tabela 1

Causas que contribuem para a evasao escolar:

QuestOes N,' De Respostas Obtidas

a) condiy6es precarias das escolas publicas; 01

b) desigualdade social e cultural; 06

c) situa<;l§o economica dos pais dos alunos; 02

d) desinteresse do poder politico em garaAtir a 06

permanencia do aluno nas escolas.

TOTAL 15

Com os resultados obtidos na primeira questao, identifica-se que segundo os

educadores s~o varios 0$ fatores que causam a evasao escolar. Percebe-se no

entanto que a desigualdade social e economica e 0 des interesse do poder politico

em garantir a permanencia do aluno na escota foram mais citados.

Tabela 2

A evasao escolar esta relacionada A atuay30 do professor e da equipe

pedag6gica?

SIM NAO TOTAL

13 2 15

86,67% 13,33'A> 100%

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Constata-se nessa tabela, como €I de extrema importancia 0 papel do

professor na atuagao em sala de aula, juntamente com a equipe pedagogica da

escala, na opiniao dos proprios educadores.

Tabela 3

A dificuldade de matricular as alunos e a falta de vag as interfere na

evasao escolar?

81M NAO TOTAL14 1 15

93,33% 6,67% 100%

Como js. descrito neste trabalho existe a demand a e a oferta par vagas e

significativa e segundo dados referendados a taxa de matriculas e elevada. 0 que

as professores talvez queiram expressar e que muitos alunos nao estao na escola

porque existem dificuldades em matricular na escola que a familia queira ou que 0

aluno queira freqOentar ou que devido a problemas de transporte a familia nao

matricula 0 seu tilho na escola. 0 que S8 deseja deixar claro e que 56 e evadido 0

aluno que esta matriculado na escola. para fins de estatistica 0 que fica fora da

escola por nao estar matriculado neo esta em situac;ao de eva sao. ele neo desistiu

ele simples mente esta fora da escola.

Tabela 4

A dificuldade de acesso a escola contribui para a evasao escolar?

81M NAO TOTAL13 2 15

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86,67% 13,33% 100%

Os resultados da pesquisa, em relayao a dificuldade de acesso a eseela,

mostram sua forte relac;ao com 0 fato que evidencia e explica par que as alunos nao

freqOentam as aulas.

Tabela 5

o govemo e suas politicas educacionais tern tornado alguma

providencia em relactao a evasao escolar?

SIM NAO TOTAL

15 15

100% 100%

as entrevistados, na sua totalidade (15), evidenciam que 0 governo tem

adotado polfticas educacionais e demais providencias voltadas a diminuic;ao e

combate da evasa;o escolar, a que nao deixa de ser interessante, urna vez que todos

eles trabalham em eseola publica.

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6 RESULTADOS E DISCUSSOES

Os autores relatam que a evasao escolar e causada par diversos motivDs,

dentre as quais, eles evidenciam aspectos culturais, sociais, pol iticos e econ6micos.

Decorrente da desigualdade social constata-s8 que crian~as com idade

escolar, ao inves de estarem freqOentando as salas de aulas, sao encontradas nas

ruas, buscando recursos para a sua sobrevivencia e ajudando no sustento de seus

familiares; desta forma, as estudos ficam em ultimo plano. A desqualifica9ao

academica e profissional dos professores, quando no exercicio de suas atividades

em sala de aula, gera nos alunos, desinteresse no aprendizado, falta de atratividade

nas atividades escolares, a que tambem interage com a eva sao escolar.

No tocante aos aspectos socioecon6micos, destaca-se a situayaa financeira

familiar e, par muitas vezes, a dificil acessa as dependencias da escaia, em funyaa

da faUade estrutura de transporte.

Os governos, ao adotarem medidas na solu980 do problema de permanencia

do aluno na escola tem demonstrando interesse atrav8S da Politicas Educacionais,

em combater da eva sao escolar, constando assim que existe a necessidade social

da permanencia das crianc;as nas escolas e nao nas ruas. A reversao dos problemas

do menor e do adolescente, sem duvida 8, 0 que objetiva 0 programa bolsa-escola,

tendo em vista encontrar atraves da motivac;ao via familia a soluc;ao de permanencia

destes alunos no ambiente escolar.

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7CONCLusAo

A partir da analise dos autores estudados e da pesquisa realizada no

decorrer da elaborac;ao desse trabalho, pode-se afirmar que, por forc;a da lei, aos

pais determina-sa a obrigatoriedade de matricular seus filhos nas escolas, quando

asses atingirem idade escolar e ao poder publico a oferta de vag as. A partir dar,

depara-se com urna importante questao no desempenho e sucesso do aluno nas

atividades escolares: a estrutura~o familiar e a estrutura da escota. A familia deve

contribuir acompanhado 0 aluno nas atividades escolares, verificando sua

frequemcia, ofertando condic;6es basicas de alimentac;ao, material escolar,

vestuarios, etc. Para tal dave estar bern estruturada do ponto de vista social,

econ6mico e psicologico pois ista, certamente, influenciara no aproveitamento

escolar do aluna. E claro que existem casas em que embora a familia oferte urna

estrutura de qualidade a crian9a e ao jovarn aste tende a ter urn aproveitarnento

inferior na escola chegando muitas vezes a apresentar problemas que neste

trabalho nao buscamos contemplar, ja que nao e foco de nossa pesquisa, mas que

influenciam na desist~ncia aos estudos escolares tambem.

E de fundamental importancia ao aluno, atuando como diferencial no seu

comportamento escolar, estar cansciente de que pode contar a qualquer maGento,

com 0 apoio dos pais. Isto Ihe da tranqOilidade e paz, propiciando-Ihe facilidade na

absorc;ao dos ensinamentos e na concentrac;ao tao necessaria. Fato lamentavel

acorre 80 contrario, quando se observam alunas cujas familias sao desestruturadas.

Quao negativamente isso influencia na crian98, tanto no seu comportamento, quanto

o desempenho das suas atividades escolares.

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Outro fatar que S8 destaca na vida do aluno e a figura do professor. Sendo a

escola 0 ambiente ande 0 aluno passa praticamente 1/4 de seu dia, pode-s9 que

dizer que, 0 professor e as demais funcionarios exercem influencia sabre sua

formayao, enquanto as alunos estao sob sua guarda. Essa consciencia, dedicayao e

responsabilidade par parte do professor, refletida no desempenho de suas

atividades na sala de aula, Ei fator fundamental de integra9ao, motiva,ao e

desenvolvimento da auto-estima dos alunos. Cabe ao professor, naD ser apenas urn

simples educador, mas deve ele sa fazer presente na vida de seu aluno de forma

efetiva. Quando uma pessoa resolve ser urn profissional da area de educayao, deve

ter a c[areza que precisa incorporar paix8o, comprometimento e responsabilidade

com a profissao que e a de Professor/Educador. Este deve ser sabedor e

consciente das dificuldades que ira enfrentar, tais como: salarios baixos, escolas

precarias e muitas vezes sem recursos materiais para realiza~o das atividades

curriculares; Polftica Educacional nao comprometida com a realidade do cotidiano

escolar entre inumeros outros obstaculos que se apresentarao. Mas nao por is so,

devera ele realizar seu trabalho diario s6 por realizar, como um "cumpridor de

horario·. 0 professor realmente cornprometido com 0 sucesso de seu trabalho, lutar

por seus direitos p~r melhores salarios por uma educayao de qualidade para si e

para 0 seu alunado assim poden3 sentir-se gratificado aD ver seus alunos aprovados

no final do anD e matriculados no ana seguinte na nova serie. Melhor do que essa

satisfa~o e, no futuro, poder ver um ex-aluno bern sucedido profissionalmente,

sabendo que contribuiu como urn meio para que isso acontecesse.

Nesse trabalho, evidencia-se na evasao escolar, a influencia de diversos

fatores: politicos, socia is, culturais e econ6rnicos.

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Dentre esses, S8 destaca a fator economica, 0 qual deveria ser visto pelo

gaverna, de forma que as necessidades basicas dos individuQs fossam supridas.

Nao da para tratar desse assunto sem envolver a responsabilidade do govern!.),

principal mente quando as alunos sao obrigados a optar par irem a eseDla au em

busca de dinheiro para seu sustento e de seus familiares. Esse problema tern origem

nas diferenc;as de classes que originam familias sem poder aquisitivQ em que as pais

nao conseguem sustentar as filhos e, par conseqOencia, nao podem propiciar-Ihes

urna vida digna perante a sociedade. 0 que S8 verifiea e que, na primeira

oportunidade, as crianc;as tambem entram para 0 mercado de trabalho com a

objetivo de buscar recursos financeiros, nas mais diversas formas e praticas da

economia informal.

Qualquer que seja a ordem desses componentes - familia, professor e fator

econ6mico - no que diz respeito a analise da eva sao escolar, nao se encontra urn

nivel de satisfa980 de suas estruturas, condizente e compativel com as sociedades

modernas e desenvolvidas. A tendencia e 0 problema se agravar com 0 passar dos

anos. Assim sendo, 0 momenta para reverter asta situayao e agora, pois 0 amanha

sera tarde demais.

o profissional da educac;ao deve ter consciemcia da sua rasponsabilidade

perante a sociedade. Os governos devem ser rnais comprometidos com as politicas

publicas e menes corruptos. Todos devem entender que e na escola q.ue se

preparam as crianc;as brasileiras de hoje, para que estas sejam os adultos de

amanha, educades e capacitados para 0 exercfcio de suas profissoes, sabedores

dos seus deveres e direitos, e que sonham com a realidade de urn Brasil mel her

para elas e para as futuras gera,oes que hao de VIr.

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ANEXO

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Questiomirio:

1- Assinale a questao que indica uma das causas para evasao escoJar:

a) ( ) condi~6es precarias das escolas publicas;

b) ( ) desigualdade social e cultural;

c) ( ) situa~o economica dos pais dos alunos;

d) ( ) desinteresse do poder politico em garantir a permanencia do aluno nas

escolas.

2- A eva sao escolar esta relacionada a atua~o do professor e da equipe

pedagogica?

Nao ( Sim ( Talvez () Outros (

Cite: _

3- A dificuldade de matricular os alunos e a falta de vag as interfere na evaslio

escolar?

Sim( Nao (

4- A dificuldade de acesso a escola contribui para a evasao escolar?

Sim( Nao (

5- 0 governo e suas politicas educacionais lem tornado alguma providencia em

rela9ao a evasao escolar?

Sim( Nao (