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BARTOLOMEU FÉLIX TANGUNE EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO: MÉTODOS EMPÍRICOS, APRENDIZADO DE MÁQUINA E GEOESPACIAL Botucatu 2017

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BARTOLOMEU FÉLIX TANGUNE

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO:

MÉTODOS EMPÍRICOS, APRENDIZADO DE MÁQUINA E GEOESPACIAL

Botucatu

2017

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BARTOLOMEU FÉLIX TANGUNE

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO:

MÉTODOS EMPÍRICOS, APRENDIZADO DE MÁQUINA E GEOESPACIAL

Tese apresentada à Faculdade de Ciências

Agronômicas da Unesp Câmpus de Botucatu,

para obtenção do título de Doutor em

Agronomia (Irrigação e Drenagem).

Orientador: Prof. Dr. João Francisco Escobedo

Botucatu

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMEN-TO DA INFORMAÇÃO – DIRETORIA TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP – FCA – LAGEADO – BOTUCATU (SP) Tangune, Bartolomeu Félix, 1982- T164e Evapotranspiração de referência no estado de São Pau- lo: métodos empíricos, aprendizado de máquina e geoespa- cial / Bartolomeu Félix Tangune. – Botucatu : [s.n.], 2017 124 p. : grafs. color., ils. color., tabs. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Fa- culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2017 Orientador: João Francisco Escobedo Inclui bibliografia 1. Evapotranspiração. 2. Krigagem. 3. Meterologia. 4. Redes neurais (Computação). 5. Radiação solar. I. Esco- bedo, João Francisco. II. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Câmpus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas. III. Título.

“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte”

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A Deus,

Pela vida, proteção, sustento e presença em todos os momentos

OFEREÇO

Aos meus pais Félix Sobrinho Tangune e Mónica Francisco Miambo, pelo amor,

presença em todos os momentos e pela motivação.

À minha esposa: Ângela Carvino Chibamo, pela motivação e apoio oferecido.

Aos meu sogros: Carvino Chibamo e Angélica Mabecua, pelo amor e motivação.

Aos meus avós (in memória), pela lição da vida.

Aos meus irmãos: Jorgina Tangune, Anacleta Tangune, Isabel Tangune, Jonas

Tangune e Moíses Tangune, pela confiança, motivação e amor

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo amparo.

Aos meus pais, pela motivação, ensinamento e amor imensurável.

À Universidade Estadual Paulista, em particular a Faculdade de Ciências

Agronômicas – Câmpus de Botucatu, pela oportunidade de frequentar o curso.

Ao Prof. Dr. João Francisco Escobedo (orientador), pelo apoio, amizade,

ensinamento e pela motivação. Muito obrigado!

À todo corpo docente do curso de Pós- Graduação em Agronomia (Irrigação e

Drenagem) da UNESP, Câmpus de Botucatu;

Aos amigos do laboratório: Cícero Manoel, Maurício Prado, Esteban Conde, pelos

conhecimentos compartihados.

Á todos amigos e colegas do curso, pela troca de conhecimento e experiência.

Aos amigos: Zeca Timbe, Catine Chimene, Joel Nuvunga, os meus agradecimentos.

À todos irmãos em Cristo do Templo do Poder de Deus e da Assembleia de Deus

em Botucatu, pelo amor, carinho e ensinamentos.

À CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela

bolsa de doutorado.

À Universidade Eduardo Mondlane, em particular a Escola Superior de

Desenvolvimento Rural, pela autorização concedida a fim de dar continuidade aos

estudos.

À todos que direta ou indiretamente tenham contribuidos para a realização desta

pesquisa.

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RESUMO

A evapotranspiração de referência (ETo) é importante na agricultura para satisfazer

as necessidades de água das culturas e para o manejo dos sistemas de irrigação. A

ETo pode ser estimada com precisão a partir do método padrão de Penman

Monteith FAO 56, porém, o seu uso é bastante complexo. Sendo assim, vários

métodos empíricos de uso simples vem sendo desenvolvidos por diversos

pesquisadores, todavia, a sua escolha deve ser feita de forma cuidadosa, pois

apresentam um desempenho que varia em função das condições climáticas de cada

local. A variabilidade do desempenho dos métodos empíricos tem levado os

pesquisadores a procurarem outros métodos alternativos. Como resultado dessas

pesquisas, há que destacar a técnica de aprendizado de máquinas (TAM): redes

neurais artificiais (RNAs) e máquina vetor de suporte (MVS). Diante do exposto, o

presente trabalho foi dividido em três capítulos, onde no primeiro capítulo foi

avaliado o desempenho dos métodos empíricos de temperatura (Benevides e Lopez

- BenL, Hamon -Ham, Blaney Criddle Original e Hargreaves Samani -HS) e de

radiação solar (Abtew, Jensen Haise - JensH, Makkink e Irmak) na estimativa da

ETo no estado de São Paulo. Todos os métodos foram avaliados em relação ao

método padrão em escala anual e sazonal. Os resultados obtidos na escala anual

mostraram que o método de Abtew apresentou o melhor desempenho. Na escala

sazonal, observou-se que o método de JensH foi melhor no inverno, o de Irmak e de

Abtew no verão e outono. O método de Abtew foi também melhor na primavera. No

segundo capítulo, foi avaliado o desempenho dos métodos de HS, e de Abtew

(melhores métodos empíricos em escala anual), RNAs e MVS. A RNA utilizada foi do

tipo Multilayer Perceptron, com algoritmo de aprendizado Backpropagation e na MVS

utilizou-se a função Radial Basic Function de Kernel, com algoritmo Regression

Sequential Minimal Optimization. Os resultados obtidos na escala anual mostraram

que a R6 (da RNA) e a M6 (da MVS) compostas por temperatura máxima (Tmax),

mínima (Tmin), média do ar (T), radiação extraterrestre (Ra) e Rs produziram o

melhor desempenho. Na escala sazonal, o melhores resultados foram observados

nas arquiteturas R3 e M3, R4 e M4, R5 e M5, R6 e M6, compostas por: Tmax, Tmin,

T, Ra e velocidade do vento; Tmax, Tmin, T, Ra e umidade relativa do ar; T e Rs,

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respectivamente. Tanto no capítulo 1 quanto no 2, as análises estatísticas foram

feitas com base nos índices MBE (Mean Bias Error), RSME (Root Mean Square

Error), “d” de Willmott e R2 (coeficiente de determinação). No terceiro capítulo, foi

avaliada a técnica de interpolação por krigagem ordinária pontual (KOP), cujos

variogramas obtidos foram avaliados com base na soma dos quadrados dos

resíduos, em escala anual e sazonal. Todos os modelos variográficos obtidos

apresentaram uma dependência espacial forte. A posterior, fez-se a validação

cruzada da KOP com base nos coeficientes angular e linear da reta de

regressão linear simples, MBE, RSME e MSDR (Mean squared deviation ratio ),

cujos resultados mostraram um ótimo desempenho da KOP.

Palavras – chave: Krigagem ordinária. Máquina vetor de suporte. Métodos de

temperatura. Penman – Monteith.

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ABSTRACT

The reference evapotranspiration (ETo) is important in agriculture for crop water

management and irrigation systems management. The ETo can be estimated

accurately by the FAO 56 standard method of Penman Monteith, however, its use is

complex. Thus, several empirical methods of simple use have been developed by

many researchers, but their choice must be made carefully because they present a

performance that change according to the climate conditions of each location. The

variability of the performance of empirical methods has led researchers to look for

alternative methods. As the result, we must highlight the machine learning technique

(MLT), such as artificial neural networks (ANNs) and support vector machine (SVM).

This work was divided into three chapters. In the first chapter, four temperature-

based (Benevides e Lopez - BenL, Hamon -Ham, Blaney Criddle Original e

Hargreaves Samani -HS) and four radiation- based (Abtew, Jensen Haise - JensH,

Makkink and Irmak) ETo methods were tested against FAO 56 method, using annual

and seasonal scale in the state of São Paulo. The results obtained in the annual

scale showed that the Abtew method presented the best performance. On the

seasonal scale, it was observed that the JensH method was better in the winter, the

Irmak and Abtew methods were better in the summer and autumn. The Abtew

method was also better in the spring. In the second chapter, HS and Abtew methods,

ANNs and SVM were used. The ANN used was Multilayer Perceptron with

Backpropagation learning algorithm, and in the SVM, was used Kernel Radial Basic

Function with Regression Sequential Minimal Optimization learning algorithm. The

obtained results in the annual scale showed that R6 for RNA and M6 for MVS

composed of maximum temperature (Tmax), minimum temperature (Tmin), average

air temperature (T), extraterrestrial radiation (Ra) and global solar radiation (Rs) had

a better performance. On the seasonal scale, the better performance was observed

in R3 e M3, R4 e M4, R5 e M5, R6 e M6 architectures, composed of Tmax, Tmin, T,

Ra and wind speed; Tmax, Tmin, T, Ra and relative humidity); T and Rs; R6 and M6,

respectively. All methods were analyzed using MBE (Mean Bias Error), RMSE (Root

Mean Square Error), “d” of Wilmot (1985) and R2 (determination coefficient). In the

third chapter, the technique of interpolation by ordinary punctual kriging (OPK) was

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evaluated, whose variograms were evaluated based on the residuals sum of squares,

on an annual and seasonal scale. All the variographic models obtained showed a

strong spatial dependence. Afterwards, cross-validation of OPK was performed

based on the angular (β1) and linear (βo) coefficients of the simple linear regression

line, MBE, RSME and MSDR (Mean squared deviation ratio), whose results showed

an excellent performance of OPK.

Key words: Backpropagation. Support vector machine. Artificial neural networks.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ET Evapotranspiração

ETo Evapotranspiração de referência (mm d-1)

INMET Instituto Nacional de Meteorologia, Brasil

CEPAGRI Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a

Agricultura da Unicamp

FAO Food and Agriculture Organization

PMF 56 Método padrão de Pernman Monteith FAO 56

BenL Método de Benevides e Lopez

Ham Método de Hamon

BCO Método de Blaney Criddle Original

HS Método de Hargreaves e Samani

JensH Método de Jensen e Haise

Mak Método de Makkink

AB Método de Abtew

MBE Mean Bias Error

RMSE Root Mean Square Error

d Índice de Willmott

R2 Coeficiente de determinação

Ra Radiação extraterrestre (mm d-1)

Rs Radiação solar global (mm d-1)

dr Distância relativa terra – sol (rad)

ws Ângulo horário do nascer e do por do sol (rad)

Declinação solar (rad)

Tmax Temperatura máxima do ar (ºC)

Tmin Temperatura mínima do ar (ºC)

T Temperatura média do ar (ºC)

UR Umidade relativa do ar (ºC)

U2 Velocidade do vento a 2 m de altura (m s-1)

TAM Técnica de Aprendizado de Máquinas

MLP Multilayer Perceptron

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RNAs Redes Neurais Artificiais

MVS Máquina Vetor de Suporte

R1 a R6 Arquiteturas das RNAs

M1 a M6 Arquiteturas da MVS

WEKA Weikato Envioronment of Knowledge Analyis

RgSMO Algoritmo Regression Sequential Minimal Optimization

RBF Kernel Radial Basic Funtion

, e Parâmetros do WEKA

KOP Krigagem Oridinária Pontual

KO Krigagem Oridinária

IDW Método de inverso da distância ponderada

MSDR Mean squared deviation ratio

SD Desvio padrão

CV Coeficiente de variação (%)

Co Efeito pepita

Co+C Patamar

IDE Índice de dependência espacial (%)

SQR Soma dos quadrados dos resíduos

Coeficiente angular da reta de regressão

Coeficiente linear da reta de regressão

GS+ Geoestatistical for the Environmental Sciences

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................... 19

CAPÍTULO 1 - ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA

NO ESTADO DE SÃO PAULO: MÉTODOS EMPÍRICOS................................... 23

1.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 25

1.2 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 27

1. 2.1 Localização e descrição do estudo ............................................................ 27

1.2.2 Método padrão de estimativa da ETo .......................................................... 29

1.2.2.1 Declividade da curva de pressão de saturação de vapor .......................... 30

1.2.2.2 Constante psicronométrica ........................................................................ 30

1.2.2.3 Pressão de saturação e atual do vapor d’água ......................................... 30

1.2.2.4 Saldo de radiação ..................................................................................... 31

1.2.3 Validação dos métodos empíricos ............................................................... 34

1.2.4 Análise de sazonalidade.............................................................................. 35

1.3.1 Métodos empíricos de estimativa da ETo em escala anual ......................... 35

1.3.1.1 Métodos empíricos de temperatura para a estimativa da ETo .................. 35

1.3.1.2 Métodos empíricos de radiação solar para a estimativa da ETo ............... 38

1.3.2 Erros dos métodos empíricos no estado de São Paulo em escala anual .... 41

1.3.3 Comportamento da ETo no estado de São Paulo em escala anual ............ 42

1.3.4 Desempenho sazonal dos métodos empíricos no estado de São Paulo ..... 45

1.3.5 Análise de sazonalidade dos oitos métodos de estimativa da ETo ............. 48

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1.4 DISCUSSÃO ................................................................................................... 50

1.5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 52

Escala anual: ........................................................................................................ 52

Escala sazonal: ..................................................................................................... 53

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 54

CAPÍTULO 2 - MODELAGEM DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA

NO ESTADO DE SÃO PAULO: TÉCNICA DE APRENDIZADO DE MÁQUINAS E

MODELOS EMPÍRICOS ....................................................................................... 59

2.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 61

2.2 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 63

2.2.1 Localização e descrição do estudo .............................................................. 63

2.2.2 Método padrão de estimativa da ETo .......................................................... 65

2.2.3 Métodos empíricos de estimativa da ETo .................................................... 66

2.2.3.1 Método de Hargreaves – Samani ............................................................. 66

2.2.3.2 Método Abtew ........................................................................................... 66

2.2.4 ETo nas escalas anual, sazonal e softwares utilizados ............................... 66

2.2.4.1 Redes Neurais Artificiais (RNAs) .............................................................. 67

2.2.4.2 Máquina vetor de suporte (MVS) .............................................................. 68

2.2.5 Validação dos métodos empíricos e das TAM ............................................. 69

2.3 RESULTADOS ............................................................................................... 70

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2.3.1 Desempenho das TAM e métodos empíricos nas cidades do estado de São

Paulo .................................................................................................................... 70

2.3.2 Desempenho anual dos métodos empíricos, RNas e MVS ......................... 75

2.3.3 Erros dos métodos empíricos e da TAM em escala anual .......................... 77

2.3.4 Comportamento da ETo no estado de São Paulo em escala anual ............ 78

2.3.5 Desempenho sazonal dos métodos empíricos, RNas e MVS ..................... 81

2.3.6 Erros dos métodos empíricos e da TAM em escala sazonal ....................... 84

2.4 DISCUSSÃO .................................................................................................. 84

2.5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 86

Escala anual: ......................................................................................................... 86

Escala sazonal: ..................................................................................................... 87

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 88

CAPÍTULO 3 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE

SÃO PAULO: MÉTODO GEOESPACIAL ........................................................... 94

3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 96

3.2 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 98

3.2.1 Área de estudo ............................................................................................ 98

3.2.2 Método padrão de estimativa da ETo ........................................................ 101

3.2.3 Análise espacial dos dados ....................................................................... 101

3.2.3.1 Validação cruzada e interpolação ........................................................... 102

3.3 RESULTADOS ............................................................................................. 104

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3.3.1 Estatística descritiva dos valores da ETo .................................................. 104

3.3.2 Análise variográfica da ETo no estado de São Paulo na escala anual e

sazonal ............................................................................................................... 106

3.3.3 Krigagem da ETo ....................................................................................... 108

3.3.4 Validação cruzada dos modelos variográficos ........................................... 112

3.3.5 Erros de estimativa produzidos pela validação cruzada ............................ 114

3.4 DISCUSSÃO ................................................................................................. 114

3.5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 115

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 117

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 121

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 122

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INTRODUÇÃO GERAL

A evapotranspiração (ET) é utilizada para expressar o processo de perda de

água de uma determinada superfície vegetada, pela junção dos processos de

evaporação da superfície do solo, rios e lagos e da transpiração das superfícies

vegetadas. A disponibilidade de água no solo, fisiologia das plantas e os elementos

meteorológicos (radiação solar, vento, temperatura, umidade, etc.) influenciam na

taxa da ET (ALLEN et al., 1998; MAVI;TUPPER, 2004).

Conhecendo-se o valor da ET, é possível executar o balanço hídrico de cultivos

(agronômico ou florestal) e verificar se há necessidade de irrigações corretivas. É

possível também executar o balanço hídrico climatológico regional e planejar o uso

dos recursos hídricos disponíveis pelas diferentes atividades humanas (PEREIRA et

al., 2013). Para os mesmos autores, o termo ET é associado às diversas

adjetivações, sendo o de referência (ETo) um deles.

Jensen (1973) definiu a ETo como sendo a ET máxima que ocorre numa cultura

de alfafa (Medicago sativa L.) com altura de 0,3 a 0,5 m e com aproximadamente

100 m de área tampão. Por seu porte, a alfafa seria mais representativa das

condições aerodinâmicas (rugosidade) de outras culturas do que a grama que é de

porte rasteiro. Em regiões de clima com inverno muito frio, a alfafa adapta-se melhor

aos rigores térmicos do que as gramíneas típicas de postos meteorológicos

(PEREIRA et al., 2013). Mais tarde, os boletins da FAO 24 (DOOREMBOS;PRUITT,

1975) e FAO 33 (DOOREMBOS;KASSAM, 1994), expandiram o conceito de ETo,

definindo como a perda de água por evaporação e transpiração de uma superfície

extensa vegetada de grama com uma altura de 0,08 a 0,15 m, em pleno crescimento

ativo, com uma cobertura total do solo e sem restrição hídrica. Por último, a Food

and Agriculture Organization (FAO 56), introduziu o conceito de superfície de

referência. Neste boletim (FAO 56), a ETo é definida como sendo a perda de água

por evaporação e por transpiração em uma cultura hipotética, com altura fixa de 0,12

m, albedo de 0,23 e resistência do dossel de 70 s m-1 (ALLEN et al., 1998). Vale

ressaltar que segundo Pereira et al (2013), a grama é adotada como vegetação

padrão (superfície de referência), pois ela é utilizada na maioria dos postos

meteorológicos de regiões com climas que permitem cultivo agronômico.

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A estimativa precisa da ETo em áreas irrigadas é necessária para melhor

planejamento das atividades agrícolas e boa gestão das fontes de água, conforme já

mencionado. Para tal, torna-se necessário o uso de lisímetros, porém, são pouco

utilizados em virtude dos elevados custos de sua aquisição e complexidade na sua

instalação (SENTELHAS et al., 2010). Kumar et al (2008) acrescentaram que o uso

de lisímetros demanda tempo e necessita de experimentos cuidadosamente

planejados. Diante disso, na prática, a ETo é estimada com base nos métodos

indiretos. Dentre os métodos indiretos, o de Pernman Monteith FAO 56 (PMF 56) é

considerado padrão (ALLEN et al., 1998). Este método pode ser utilizado em

qualquer local sem necessidade de calibração e é relatado por diversos autores

como sendo um método que apresenta ótimo desempenho quando comparado com

o uso dos lisímetros (CAO et al., 2015; GOCIC;TRAJKOVIC, 2008). De acordo com

Martinez e Thepadia (2009), o método de PMF 56 apresenta a grande desvantagem

de requerer uma série de dados (radiação solar, umidade relativa do ar, temperatura

do ar e velocidade do vento), os quais muitas das vezes não se encontram

disponíveis em vários locais, além de por vezes os registros serem incompletos ou

de qualidade questionável.

Em resposta às dificuldades encontradas no uso do método de PMF 56,

pesquisadores como: Tabari (2010) e Tabari et al. (2011) relataram a necessidade

de uso de métodos indiretos mais simples (métodos empíricos). Para Sobrinho et al.

(2011), a utilização de métodos indiretos proporciona resultados satisfatórios, é

barrato e demanda pouco tempo do que os métodos diretos. Os métodos empíricos

podem ser separados em três categorias. Na primeira estão aqueles que utilizam

medidas apenas da temperatura do ar, os quais são de aplicação mais fácil e de uso

geral. Na segunda, estão aqueles que além da temperatura, utilizam também a

radiação solar e na terceira os que utilizam medidas de evaporação direta em tanque

ou evaporímetros (PEREIRA et al., 2013).

De acordo com Khoob (2008), os métodos baseados na temperatura do ar para a

estimativa da ETo são frequentemente utilizados e recomendados, pois exigem

poucos dados de entrada, são de fácil obtenção, além da simplicidade dos cálculos

envolvidos. Contudo, há que se ressaltar que todos os métodos empíricos

apresentam grande variabilidade do seu desempenho em função das condições de

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clima de cada local. Portanto, como o estado de São Paulo apresenta uma

diversidade climática (ROLIM et al., 2007), existe uma necessidade de se avaliar o

desempenho desses métodos, sob risco de escolher métodos que apresentem

elevada sub ou superestimativa da ETo.

Uma alternativa diante do exposto, pode ser o uso de técnicas de aprendizado

de máquinas (TAM). De acordo com Fonseca Junior et al. (2011), a TAM é uma

subárea da inteligência artificial, cuja importância não é só prever, como também

estimar valores perdidos em base de dados, o mesmo foi relatado por Leal et al.

(2011). A TAM é de fácil utilização e apresenta ótimos resultados, muitas vezes

superiores aos métodos empíricos (KISI, 2013; LADLANI et al., 2012; WU;LIU,

2012). Existem vários tipos de TAM, por exemplo: redes neurais artificiais (RNAs),

máquina vetor de suporte (MVS), sistemas neuro fuzzy, etc.

As RNAs são modelos matemáticos similares aos neurónios biológicos, dotadas

de capacidade computacional adquirida através do aprendizado e da generalização

(BRAGA et al., 2000) e são ferramentas úteis para a modelagem de sistemas não

lineares, portanto, podem ser utilizados para a modelagem da ETo. Vários trabalhos

relatam que as RNAs produzem resultados confiáveis na estimativa da ETo

(ZANETTI et al., 2008; CHAUHAN;SHIRIVASTAVA, 2012).

A MVS é também uma ferramenta poderosa para modelar processos não

lineares. Ela foi originalmente desenvolvida por Vapnik (1995) e é bastante robusta,

segundo o mesmo autor. He et al. (2014) e Wen et al. (2015) constataram que a

MVS produz resultados mais satisfatórios do que a RNAs e Mohammadi et al. (2015)

relataram que a MVS tem ganhado um grande destaque para resolver problemas

não lineares em diversas áreas de conhecimento. Não obstante o sucesso das

RNAs e a MVS, poucos são os trabalhos realizados com a ETo no Brasil, em

particular no estado de São Paulo, principalmente com a MVS.

Outra preocupação dos pesquisadores consiste em encontrar métodos que

permitam estimar de forma eficiente valores desconhecidos num determinado ponto

a partir de valores amostrados em pontos vizinhos, utilizando métodos de

interpolação. Segundo Kurtzman e Kadmon (1999), os métodos de interpolação

podem ser determísticos (não geoestatísticos) e geoestatísticos. Os métodos

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geoestatísticos, como a krigagem, têm a vantagem de considerar as relações

espaciais entre os dados em qualquer posição, sem tendência e com variância

mínima, sendo assim, um ótimo interpolador (BURGESS;WEBSTER, 1980). Existem

vários tipos de krigagem, sendo a krigagem ordinária, opção pontual (KOP) de

utilização mais simples.

Com base nas constatações acima, o presente trabalho teve como objetivo

principal modelar a ETo no estado de São Paulo, utilizando métodos empíricos, TAM

(RNAS e MVS) e método geoespacial (KOP). Para tal, dividiu-se o trabalho em três

capítulos, o primeiro capítulo intitulado ” ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO:MÉTODOS EMPÍRICOS”, o

segundo intitulado ”MODELAGEM DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA

NO ESTADO DE SÃO PAULO: TÉCNICA DE APRENDIZADO DE MÁQUINAS E

MODELOS EMPÍRICOS” e o terceiro intitulado “EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE

REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO: MÉTODO GEOESPACIAL”.

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CAPÍTULO 1

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE

SÃO PAULO: MÉTODOS EMPÍRICOS

RESUMO

A evapotranspiração de referência (ETo) é fundamental na agricultura, pois permite

quantificar a demanda hídrica das culturas irrigadas, dimensionar sistemas de

irrigação e fazer o manejo de água na irrigação. Este trabalho teve como objetivo

avaliar o desempenho dos métodos empíricos de temperatura (Benevides e Lopez -

BenL, Hamon -Ham, Blaney Criddle Original e Hargreaves Samani -HS) e de

radiação solar (Abtew, Jensen Haise - JensH, Makkink e Irmak) na estimativa da

ETo em relação ao método padrão FAO 56, utilizando dados meteorológicos de 22

estações automáticas do estado de São Paulo (temperatura máxima, mínima e

média do ar; umidade relativa do ar; velocidade do vento e radiação solar global -

Rs), em escalas anual e sazonal. Os índices estatísticos utilizados foram: MBE

(Mean Bias Error), RMSE (Root Mean Square Error), índice “d” de Willmott e

coeficiente de determinação (R2). Os resultados da escala anual mostraram que o

método de Abtew apresentou melhor desempenho. Contudo, o método de HS pode

ser utilizado na ausência de dados de Rs. Na escala sazonal, observou-se que o

método de JensH apresentou melhor desempenho no inverno, o de Irmak e Abtew

no verão e outono, sendo que o método de Abtew também apresentou melhor

desempenho na primavera. Na falta de dados de Rs, pode-se utilizar o método de

HS na primavera e no inverno, de Ham no verão e de BenL no outono. Foi

observado o efeito de sazonalidade, em que as equações anuais (métodos)

subestimaram as sazonais na primavera e no verão, equanto no outono e no

inverno, foi observado o oposto.

Palavras – chave: Dados meteorológicos. Penman – Monteith. Radiação solar.

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24

ABSTRACT

The reference evapotranspiration (ETo) is fundamental in agriculture because it used

to quantify crop water requirements, design irrigation systems and irrigation water

management. The aim of this study was to evaluate the performance of four

temperature based (Benevides and Lopez - BenL, Hamon - Ham, Blaney Criddle

Original and Hargreaves Samani - HS) and four radiation ETo methods (Abtew,

Jensen Haise - JensH, Makkink and Irmak) against FAO 56 standard method. It was

used meteorological data (maximum, minimum and average air temperature, relative

humidity, wind speed and global solar radiation - Rs) from 22 automatic stations in

São Paulo, on annual and seasonal scales. Statistical indicators, such as MBE

(Mean Bias Error), RMSE (Root Mean Square Error), “d” of Wilmot (1985) and R2

(determination coefficient) were used. The results on the annual scale showed that

the Abtew method presents better performance, however, the HS method can be

used in the absence of Rs data. On the seasonal scale, it was observed that the

JensH method presented better performance in the winter, the Irmak and Abtew

methods in the summer and autumn. The Abtew method also presented better

performance in the spring. In the absence of Rs data, the HS method can be used in

the spring and winter, Ham in the summer and BenL in the autumn. The seasonality

effect was observed, in which the annual equations (methods) underestimated the

seasonal methods in the spring and summer. In the autumn and winter, the opposite

results were observed.

Keywords: Meteorological data. Penman - Monteith. Solar radiation.

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1.1 INTRODUÇÃO

A evapotranspiração de referência (ETo) é definida como sendo a taxa de perda

de água de uma cultura hipotética que cobre totalmente o solo, com uma altura de

0,12 m, em pleno crescimento ativo e uniforme, com uma taxa de reflecção de 23%,

resistência da superfície de 70 m s-1 e adequadamente irrigada (ALLEN et al., 1998).

O conhecimento do valor da ETo permite dimensionar sistemas de irrigação, fazer o

manejo da água na agricultura e fazer o balanço hídrico para diferentes finalidades.

A disponibilidade de água no solo, a fisiologia das plantas e os elementos

meteorológicos (radiação solar, vento, temperatura, umidade, etc.) influenciam na

taxa de evapotranspiração (ALLEN et al., 1998; MAVI;TUPPER, 2004). Segundo Liu

e Scott (2001), a radiação solar está diretamente relacionada aos processos físicos,

químicos e biológicos que ocorrem na interação solo-planta-atmosfera, sendo

considerada um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento das plantas,

interações plantas/hospedeiros/patógenos e germinação de sementes (VAN DIJK et

al., 2005).

A estimativa mais precisa da ETo em áreas irrigadas é necessária para melhor

planejamento das atividades agrícolas e gestão das fontes de água. Para tal, torna-

se necessário o uso de lisímetros, porém, são poucos utilizados em virtude dos

elevados custos de sua aquisição e complexidade na sua instalação (SENTELHAS

et al., 2010), além de demandarem tempo e necessitarem de experimentos

cuidadosamente planejados (KUMAR et al., 2008). Diante disso, na prática, a ETo é

estimada com base nos dados climáticos disponíveis em estações meteorológicas

(XING et al., 2008).

Allen et al. (1998) apresentaram o método de Penman Monteith FAO 56 (PMF

56) como padrão para a estimativa da ETo com base nos dados climáticos, o qual é

mundialmente reconhecido. Este método apresenta ótimo desempenho quando

comparado com o método de lisímetro (CAI et al., 2007; CAO et al., 2015;

MOHAWESH, 2011; XU;CHEN, 2005), todavia, requer uma série de elementos

meteorológicos, os quais nem sempre se encontram disponíveis em várias situações

(MARTINEZ;THEPADIA, 2010; VICENTE SERRANO et al., 2014). Sendo assim,

vários métodos alternativos (empíricos) vêm sendo testados em diversas literaturas,

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os quais, podem ser divididos em métodos baseados na temperatura do ar, métodos

baseados na radiação solar e métodos baseados na transferência de massa

(BERENGENA;GAVILÁN, 2005; XU;SINGH, 2002).

De acordo com Khoob (2008), os métodos baseados na temperatura do ar para a

estimativa da ETo são frequentemente utilizados e recomendados, pois exigem

poucos dados de entrada, são de fácil obtenção, além da simplicidade dos cálculos

envolvidos. Tabari (2010) relatou a necessidade de uso de métodos mais simples.

Não obstante a simplicidade desses métodos, existe a necessidade de se estimar a

ETo com métodos mais precisos.

Landeras et al. (2008) observaram melhor desempenho do método de radiação

de Makkink em relação à alguns métodos de temperatura no Norte da Espanha. Por

outro lado, melhores desempenhos do método de radiação solar de Turc que o

método de temperatura de Hargreaves Samani foram relatados por diversos

pesquisadores em clima úmidos (NANDAGIRI;KOOVOR, 2006; XU et al., 2013;

YODER et al., 2005). Porém, Tabari et al. (2012) observaram melhor desempenho

dos métodos de temperatura (Hargreaves Samani e Blaney Criddle) do que os

métodos de radiação de solar (Turc, Makkimk, Jensen Haise, Abtew, etc). Outros

autores relataram melhor desempenho de alguns métodos de temperatura em

comparação aos de radiação solar em diferentes locais (ER RAKI et al., 2010;

VICENTE SERRANO et al., 2014; DJAMAN et al., 2015; AHOOGHALANDARI et al.,

2016). Entretanto, o desempenho dos métodos empíricos varia de local para local de

acordo com o clima. Sendo assim, a sua escolha deve ser feita de forma cuidadosa,

sob risco de escolher métodos que apresentam baixo desempenho.

Diante do exposto, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho

estatístico dos métodos empíricos de temperatura (Benevides – Lopez - 1970;

Blaney Criddle - 1950; Hamon - 1961 e Hargreaves Samani - 1985) e de radiação

solar (Abtew - 1966; Jensen Haise – 1963; Makkink - 1957 e Imak -2003) na

estimativa da ETo no estado de São Paulo, em escalas anual e sazonal. Os dados

meteorológicos utilizados (temperatura máxima, mínima e média do ar; umidade

relativa do ar; velocidade do vento e radiação solar global) são de 22 estações

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meteorológicas automáticas disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia

do Brasil (INMET).

1.2 MATERIAL E MÉTODOS

1. 2.1 Localização e descrição do estudo

Na Figura 1 está exposta a localização das 22 estações/cidades do estado de

São Paulo que foram utilizadas para realizar este trabalho. Ressalta-se que o

período utilizado em cada cidade, apresentava pelos menos 80% de dados.

Figura 1- Mapa de 22 estações automáticas do estado de São Paulo

Com base na Tabela 1, nas cidades do estado de São Paulo que compõem o

presente estudo, destacam-se quatro tipos de clima, a saber: Aw, Cwa, Af e Am,

conforme a classificação climática de Köppen apresentada por Cepagri (2016). De

acordo com Vianello e Alves (2012), as letras Aw, Af e Am caracterizam o clima

tropical de savana, clima tropical de selva chuvosa e clima de montanha,

respectivamente, enquanto as letras Cwa representam o clima temperado ou tropical

de altitude. Mais detalhes dos tipos climáticos em questão foram apresentados por

alguns autores (KOTTEK et al., 2006; SOUZA et al., 2013), a saber:

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Aw: neste tipo de clima a temperatura média do mês mais frio é superior a 18ºC,

com inverno seco no qual pelo menos um dos meses apresenta uma precipitação

média inferior a 60 mm; Cwa: a temperatura do mês mais frio do ano varia entre -3º

e 18ºC, com inverno seco e cuja precipitação média é inferior a 60 mm em um dos

meses dessa estação. O verão é quente com temperatura média do mês mais

quente superior a 22ºC; Af: apresenta chuvas durante todo ano, com precipitação do

mês mais seco superior a 60 mm, e Am: apresenta uma estação seca curta, chuvas

intensas durante a maior parte do período do ano e temperatura média do mês mais

frio superior a 18ºC.

Dentre vários tipo de clima que o estado de São Paulo apresenta, o clima Aw é

um dos mais predominantes (ROLIM et al., 2007). Este tipo climático é também

predominante nas 22 estações meteorológicas utilizadas.

Tabela 1- Estações meteorológicas automáticas do estado de São Paulo

Código Estações

(Cidades)

Latitude

(graus)

Longitude

(graus)

Altitude

(m)

Período

(anos)

Clima

A-736 Ariranha -21,01 -48,83 525 2008 - 2015 Aw

A-725 Avaré -23,00 -48,88 654 2007 - 2015 Cwa

A-705 Bauru -22,30 -49,70 550 2005 - 2015 Aw

A-738 Casa Branca -21,77 -47,01 730 2008 - 2015 Aw

A-708 Franca -20,57 -47,37 1026 2005 - 2015 Aw

A-737 Ibitinga -21,85 -48,80 492 2008 - 2015 Aw

A-712 Iguape -24,70 -47,55 3 2007 - 2015 Af

A-714 Itapeva -23,97 -48,85 707 2007 - 2015 Cwa

A-733 Jales -20,02 -50,58 457 2008 - 2015 Aw

A-735 José Bonifácio -21,00 -49,68 405 2008 - 2015 Aw

A-727 Lins -21,65 -49,73 459 2007 - 2015 Aw

A-716 Ourinhos -22,95 -49,85 448 2007 - 2015 Am

A-726 Piracicaba -22,70 -47,62 574 2007 - 2015 Cwa

A-707 Presidente Prudente -22,01 -51,40 436 2005 - 2015 Aw

A-718 Rancharia -22,37 -50,97 350 2007 - 2015 Aw

A-711 São Carlos -21,95 -47,87 863 2007 - 2015 Cwa

A-740 Luis do Paraitinga -23,22 -45,52 874 2008 - 2015 Cwa

A-715 São Miguel de

Arcanjo

-23,85 -48,00 678 2007 - 2015 Cwa

A-701 São Paulo -23,50

-46,62 792 2007 - 2015 Cwa

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A-728 Taubaté -23,00 -45,52 571 2007 - 2015 Cwa

A-734 Valparaiso -21,32 -50,92 374 2007 - 2015 Aw

A-729 Votuporanga -20,40 -49,95 486 2007 - 2015 Aw

Além dos dados da Tabela 1, coletou-se dados de temperatura máxima, mínima,

umidade relativa média do ar, velocidade do vento e radiação solar global, os quais,

foram disponibilizados na escala horária pelo INMET. Posteriormente, estes dados

foram transformados para escala diária a fim de se estimar a ETo. Na

transformação, utilizou-se o critério de média aritmética para a temperatura do ar,

umidade relativa do ar e velocidade do vento, todavia, foi utilizado o critério de

integração para a radiação solar global.

A ETo foi estimada com base em 8 métodos empíricos, os quais foram divididos

em 2 grupos, sendo métodos de temperatura do ar e de radiação solar. Os métodos

de temperatura (Benevides -Lopez, Hamom, Blaney-Criddle Original e Hargreaves-

Samani) foram selecionados para representar as estações meteorológicas que

medem apenas a temperatura ou temperatura e umidade relativa do ar (situação

comum no Brasil) e os de radiação (Abtew, Jensen-Haise, Makkink e Irmak) para

representar uma situação pouco comum, na qual além da temperatura, a estação

meteorológica mede a radiação solar global. Em seguida, todos os métodos foram

avaliados em relação ao método padrão de PMF 56, em escala anual e sazonal. A

seguir, são apresentadas as equações utilizadas no método padrão (Equação 1) e

nos métodos empíricos (Tabela 2).

1.2.2 Método padrão de estimativa da ETo

A Equação 1 recomendada por Allen et al. (1998) foi utilizada como referência

para a estimativa da ETo.

2

2

*34,01*

**273

900***408,0

U

eaesUT

GRn

ETo

(1)

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Em que: ETo = Evapotranspiração de referência, mm d-1; Rn = Saldo da radiação,

MJ m-2 d-1; G = Densidade de fluxo de calor para o solo, MJ m-2 d-1; = Constante

psicométrico, kPa oC-1; T = Temperatura média do ar, ˚C; U2 = Velocidade do vento a

2 metros de altura, m s-1; = Pressão de saturação a temperatura de bulbo seco,

kPa; = Pressão real ou atual de vapor d’água, kPa; = Declividade da curva da

pressão de saturação de vapor, kPa oC-1; 0,408 = Fator de conversão de MJ m-2 d-1

para mm d-1.

1.2.2.1 Declividade da curva de pressão de saturação de vapor

23,237

3,237

*27,17exp*6108,0*4098

T

T

T

(2)

1.2.2.2 Constante psicronométrica

P*10*665,0 3 (3)

25,5

293

*0065,0293*3,101

AP (4)

Em que: P = Pressão atmosférica do local, kPa e A = Altitude, m.

1.2.2.3 Pressão de saturação e atual do vapor d’água

3,237

*27,17exp*6108,0

T

Tes (5)

100*UR

esea (6)

Em que UR = Umidade relativa do ar, %.

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1.2.2.4 Saldo de radiação

RnlRnsRn (7)

RsRns *1 (8)

Em que: Rns = Radiação solar de ondas curtas, MJ m-2 d-1; Rnl = Radiação solar de

ondas longas, MJ m-2 d-1, Rs = Radiação solar global, MJ m-2 d-1 e α = albedo. O

albedo médio da grama é de 0,23, considerado como referência para o estudo da

ETo em agricultura.

35,0*35,1**14,034,0**

4

Rso

RseaTRnl K (9)

RabaRso * (10)

cos*29,0a (11)

)(*coscos****60*24

wssensensenwsdrGscRa

(12)

365

**2cos*033,01

Jdr

(13)

39,1*

365

*2*409,0 Jsen

(14)

tan*tanarccos ws (15)

A densidade do fluxo de calor no solo (G) foi considerada igual a zero (0), pois de

acordo com o boletim da FAO 56, em escalas diárias assume valores desprezíveis.

Em que: σ = Constante de Stefan – Boltzamn, 4,903*10-9 MJ m-2 K-4 d-1; Tk =

Temperatura média do ar, K; Rso = Radiação solar teórica para dia de céu aberto,

MJ m-2 d-1; a e b = Constantes que dependem da composição atmosférica de cada

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local em função da época do ano (admensional); Ra = Radiação solar no topo da

atmosfera, MJ m-2 d-1;Gsc = Constante solar, 0,082 MJ m-2 min-1; = Latitude, rad;

= Declinação solar, rad; dr = Distância relativa terra-sol, rad; ws = Ângulo horário do

nascer ou pôr do sol, rad; J = Dias julianos.

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Tabela 2 - Métodos empíricos de estimativa da ETo

Método/Modelo Referência Equação Parâmetros Métodos de temperatura do ar

Método de Benevides e Lopez

(BenL)

Benevides e Lopez (1970)

3,2T*21,0UR*01,01*10*21,1EToT5,237

T*5,7

T, UR

Hamon (Ham) Hamon (1961)

4,25*100

exp*95,4*

12*55,0

*062,02

TNETo

T

Blaney Criddle Original (BCO) Blaney Criddle Original (1950) )13,8*457,0(* TpETo T

Hargreaves e Samani (HS) Hargreaves e Samani (1985) )8,17(*min)max(**408,0*0023,0 5,0 TTTRaETo T, Tmax, Tmin, Ra

Métodos de radiação solar

Abtew Abtew (1966) RsETo *

53,0

T,Rs

Jensen-Haise (JensH) Jensen e Haise (1963) )078,0*0252,0(**408,0 TRsETo T,Rs

Makkink (MAK) Makkink (1957)

12,0**61,0*408,0

RsETo

T,Rs

Irmak Irmak et al. (2003) T,Rs

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1.2.3 Validação dos métodos empíricos

A validação dos dados foi feita com base nos seguintes índices estatísticos: erro

relativo médio (MBE = Mean Bias Error), raiz quadrada do quadrado médio do erro

(RMSE = Root Mean Square Error), coeficiente de Willmott (1985), “d”, e coeficiente

de determinação (R2). Valores positivos de MBE indicam que o método superestima

os valores medidos ou de referência e os negativos indicam uma subestimativa. é

indicativo da precisão do método e quanto mais próximo de zero estiver, mais

preciso é o método avaliado. Os índices MBE, RMSE, R2 foram utilizados em

trabalhos sobre ETo por vários autores (MOELETSI et al., 2013; SENTENHAS et al.,

2010).

Os índices “d” e o R2 indicam uma concordância (perfeição) e ajuste matemático

do método avaliado, respectivamente. Estes índices, quanto mais próximos de um

estiverem, melhor é o desempenho do modelo e variam de 0 a 1. Em seguida são

apresentadas as equações utilizadas para fazer as análises estatísticas.

N

i

ii OPN

MBE1

1 (16)

5,0

1

2

N

i

ii

N

OPRMSE (17)

N

i

ii

N

i

ii

OOOP

OP

d

1

2

1

2

1 (18)

N

i

i

N

i

ii

OO

OP

R

1

2

1

2

2 1 (19)

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Em que: Pi = Valores estimados pelos métodos estatísticos, mm d-1; Oi =Valor

estimado pelo método Padrão, mm d-1; N = Número de estimativas por período e O =

Média aritmética de ETo estimado pelo método padrão, mm d-1.

1.2.4 Análise de sazonalidade

A análise de sazonalidade das equações anuais em relação as sazonais foi feita

com base no cálculo dos desvios lineares percentuais (DL,%), conforme a Equação

20. DL < 0, significa que a equação anual subestima a sazonal e DL > 0, significa o

inverso.

)(

*100(%)a

sa

ETo

EToEToDL

(20)

Em que: aETo = Valor médio de ETo do método empírico na escala anual e sETo =

Valor médio da ETo do método empírico na escala sazonal, expressos em mm d-1.

1.3 RESULTADOS

1.3.1 Métodos empíricos de estimativa da ETo em escala anual

A seguir estão apresentados os resultados dos métodos empíricos baseados na

temperatura do ar e radiação solar em escalas anual.

1.3.1.1 Métodos empíricos de temperatura para a estimativa da ETo

Na Tabela 3 estão apresentados os índices estatísticos dos métodos empíricos

de temperatura para a estimativa da ETo em relação ao método padrão de PMF 56

no estado de São Paulo.

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Tabela 3 - Estimativa da ETo a partir dos metodos de temperatura do ar

Estações Benevides Lopez (BenL) Hamon (Ham) Blaney Criddle Original (BCO) Hargreaves Samani (HS)

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

Ariranha -0,49 0,76 0,79 0,88 -0,78 0,89 0,81 0,85 -0,90 1,08 0,79 0,86 0,99 1,03 0,81 0,94

Avaré -1,07 1,19 0,66 0,81 -1,15 1,25 0,67 0,72 -1,15 1,28 0,62 0,74 0,30 0,46 0,95 0,88

Bauru -0,50 0,64 0,81 0,88 -0,71 0,82 0,79 0,76 -0,77 0,89 0,70 0,77 0,88 0,95 0,79 0,92

Casa Branca -0,38 0,53 0,84 0,85 -0,69 0,84 0,76 0,67 -0,75 0,89 0,69 0,69 0,86 0,93 0,77 0,88

Franca -1,10 1,17 0,59 0,86 -1,46 1,58 0,51 0,37 -1,46 1,57 0,48 0,42 -0,07 0,57 0,87 0,58

Ibitinga -0,97 1,12 0,70 0,86 -1,20 1,30 0,69 0,76 -1,29 1,44 0,61 0,76 0,59 0,65 0,91 0,94

Iguape -0,29 0,58 0,88 0,85 -0,12 0,34 0,97 0,90 -0,18 0,55 0,88 0,90 0,68 0,73 0,89 0,94

Itapeva -0,99 1,09 0,70 0,83 -0,95 1,04 0,74 0,81 -0,94 1,07 0,69 0,81 0,41 0,52 0,94 0,92

Jales -0,72 0,86 0,74 0,88 -1,24 1,45 0,60 0,40 -1,61 1,76 0,50 0,44 -0,79 1,08 0,69 0,42

José Bonif. -0,92 1,08 0,70 0,86 -1,36 1,47 0,65 0,67 -1,51 1,65 0,57 0,69 0,36 0,48 0,94 0,90

Lins -0,72 0,88 0,76 0,88 -1,11 1,24 0,70 0,71 -1,27 1,41 0,61 0,74 -1,27 1,41 0,61 0,88

Ourinhos -0,51 0,65 0,85 0,88 -0,65 0,77 0,85 0,81 -0,74 0,89 0,74 0,83 0,96 1,02 0,80 0,92

Piracicaba -0,87 0,98 0,73 0,86 -0,99 1,10 0,73 0,74 -1,05 1,18 0,66 0,76 0,68 0,73 0,87 0,92

President. P -0,33 0,60 0,82 0,79 -0,79 0,93 0,78 0,72 -0,94 1,09 0,67 0,74 0,49 0,59 0,91 0,90

Rancharia -0,59 0,74 0,83 0,85 -0,65 0,79 0,85 0,79 -0,74 0,91 0,75 0,79 1,25 1,28 0,72 0,94

São Carlos -1,01 1,08 0,66 0,85 -1,17 1,25 0,64 0,71 -1,15 1,25 0,60 0,74 1,22 1,31 0,68 0,86

S. Luis Pi. -1,01 1,09 0,70 0,88 -0,87 0,94 0,77 0,85 -0,84 0,96 0,71 0,86 0,77 0,80 0,85 0,94

S. Miguel A. -0,92 1,01 0,72 0,85 -0,75 0,83 0,81 0,85 -0,74 0,87 0,74 0,86 0,74 0,79 0,86 0,94

São Paulo -0,67 0,77 0,77 0,85 -0,79 0,87 0,77 0,79 -0,80 0,90 0,70 0,81 0,41 0,55 0,92 0,90

Taubaté -0,56 0,69 0,83 0,85 -0,63 0,76 0,84 0,79 -0,68 0,83 0,75 0,81 1,01 1,06 0,78 0,92

Valparaiso -0,88 1,04 0,71 0,83 -1,27 1,44 0,65 0,56 -1,45 1,60 0,57 0,59 0,41 0,60 0,91 0,83

Votuporanga -0,76 0,89 0,72 0,85 -1,25 1,41 0,61 0,50 -1,45 1,58 0,53 0,52 0,31 0,56 0,90 0,76

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37

Com base na Tabela 3, observou-se que os métodos de BenL, de Ham e BCO

subestimaram o método de PMF 56 em todas as cidades do estado de São Paulo

(MBE < 0). Com relação ao método de HS, notou-se que superestimou a ETo (MBE

> 0), com a exceção das cidades de Franca, Jales e Lins onde se observou o

inverso. Observou-se ainda que os métodos de BenL e de Ham apresentaram

valores máximos de MBE de -1,10 e -1,46 mm d-1, acontecendo na cidade de

Franca, respectivamente. Nos métodos de BCO e HS observou-se valores máximos

de -1,61 e -1,27 mm d-1 nas cidades de Jales e Lins, respectivamente.

O método de BenL apresentou uma precisão (RMSE) variando de 0,53 a 1,19

mm d-1, cujos valores são observados nas cidades de Casa Branca e de Avaré; o de

Ham de 0,34 a 1,58 mm d-1 para as cidades de Iguape e Franca; o de BCO de 0,55

a 1,76 mm d-1 para as cidades de Iguape e Jales, e o de HS de 0,46 a 1,41 mm d-1

para as cidades de Avaré e Lins, respectivamente. O método de HS apresentou

mais valores de RMSE<1,0 mm d-1, mostrando a tendência de maior precisão

(Tabela 3). Na mesma tabela, verificou-se que o índice “d” de Willmott (1985) nos

métodos de BenL, Ham e BCO variou de 0,59 a 0,88; de 0,51 a 0,97; e de 0,48 a

0,88 para as cidades de Franca e Iguape, respectivamente, e no método de HS

assumiu valor de 0,61 para a cidade de Lins e de 0,95 mm d-1 para a cidade de

Avaré. Com base nesses resultados, notou-se que o desempenho mínimo (“d” =

0,61 mm d-1) observado no método de HS é superior em relação aos desempenhos

mínimos observados nos demais métodos e o desempenho máximo (“d” = 0,95) é

superior ao observado nos métodos de BenL e de BCO.

Em média, notou-se que o método de HS apresentou melhor desempenho na

estimativa da ETo em comparação aos métodos de BenL (MBE = -0,74 mm d-1 e

RMSE = 0,88±0,212 mm d-1; “d” = 0,75±0,074 e R2 = 0,85±0,025), Ham (MBE = -

0,94 mm d-1 e RMSE = 1,06±0,312 mm d-1; “d” = 0,74±0,104 e R2 = 0,71±0,141) e

BCO (MBE = -1,02 mm d-1 e RMSE = 1,17±0,329 mm d-1; “d” = 0,66±0,098 e R2 =

0,73±0,133), pois apresentou menor valor de MBE (0,51 mm d-1), menor valor de

RMSE (0,82±0,287 mm d-1), maior valor de “d” (0,84±0,095) e maior valor de R2

(0,87±0,129), significando menor superestimativa, maior precisão, alta concordância

e alto ajuste matemático, respectivamente, expostos nas Figuras 2 (a, b, c,d).

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38

Figura 2 - Desempenho médio dos métodos de temperatura do ar

Os resultados apresentados mostraram que o método de BCO apresentou o

menor desempenho. Isto deve-se ao fato deste método não considerar os

coeficientes de ajuste local, os quais são recomendados no boletim da FAO-24 por

Doornbos e Pruitt (1975). Comportamento similar foi observado por Kariyama (2014)

e Tabari et al. (2012).

1.3.1.2 Métodos empíricos de radiação solar para a estimativa da ETo

A seguir está apresentada a Tabelas 4 que ilustra o desempenho dos métodos de

radiação solar (Abtew, Jensen Haise - JensH, Makkink - Mak e Irmak) na estimativa

da ETo no estado de São Paulo em relação ao método padrão.

Ben

L

Ham

BCO

HS

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

MB

E (

mm

d-1)

a)

Ben

L

Ham

BCO

HS

0.0

0.3

0.6

0.9

1.2

1.5

RM

SE

(m

m d

-1)

b)

Ben

L

Ham

BCO

HS

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

"d"

c)

Ben

L

Ham

BCO

HS

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

d)

R2

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39

Tabela 4 - Estimativa da ETo a partir dos metodos de radiação solar

Estações Abtew Jensen Haise Makkink Irmak

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

Ariranha -0,37 0,58 0,92 0,86 0,65 1,03 0,86 0,85 1,12 1,35 0,77 0,85 -0,36 0,54 0,92 0,83

Avaré -0,06 0,23 0,98 0,94 0,60 0,78 0,89 0,94 1,38 1,45 0,70 0,94 -0,32 0,44 0,93 0,94

Bauru -0,09 0,25 0,97 0,92 0,77 0,90 0,83 0,92 1,35 1,41 0,66 0,92 -0,16 0,32 0,95 0,92

Casa Branca -0,23 0,38 0,93 0,90 0,58 0,69 0,86 0,90 1,17 1,21 0,67 0,90 -0,25 0,40 0,91 0,88

Franca -0,25 0,43 0,89 0,81 0,56 0,69 0,84 0,81 1,38 1,43 0,59 0,83 -0,53 0,66 0,76 0,81

Ibitinga -0,04 0,30 0,97 0,92 1,05 1,21 0,80 0,92 1,65 1,72 0,66 0,92 -0,30 0,48 0,93 0,92

Iguape 0,26 0,32 0,97 0,98 1,00 1,14 0,83 0,98 1,49 1,55 0,72 0,98 0,25 0,35 0,96 0,96

Itapeva 0,06 0,21 0,99 0,98 0,61 0,75 0,90 0,96 1,42 1,47 0,69 0,98 -0,19 0,32 0,96 0,96

Jales -0,88 1,09 0,68 0,58 0,89 1,20 0,72 0,56 1,05 1,28 0,66 0,52 -0,83 1,03 0,67 0,50

José Bonif. -0,57 0,77 0,86 0,76 0,69 1,10 0,83 0,76 1,13 1,35 0,74 0,76 -0,68 0,85 0,81 0,74

Lins -0,30 0,50 0,92 0,88 0,95 1,10 0,81 0,86 1,41 1,48 0,68 0,86 -0,43 0,61 0,87 0,86

Ourinhos 0,05 0,29 0,97 0,96 0,97 1,06 0,82 0,96 1,53 1,56 0,66 0,96 -0,06 0,32 0,96 0,95

Piracicaba 0,00 0,29 0,97 0,94 0,87 0,99 0,83 0,92 1,54 1,58 0,65 0,94 -0,21 0,40 0,94 0,92

President. P -0,61 0,66 0,87 0,90 0,46 0,74 0,89 0,90 0,86 0,98 0,82 0,92 -0,51 0,60 0,87 0,92

Rancharia 0,03 0,32 0,97 0,96 0,90 1,01 0,84 0,96 1,46 1,49 0,70 0,96 -0,07 0,34 0,96 0,94

São Carlos 0,02 0,28 0,96 0,92 0,63 0,72 0,87 0,92 1,49 1,52 0,61 0,92 -0,28 0,42 0,91 0,90

S. Luis Pi. 0,42 0,47 0,93 0,98 0,90 0,98 0,83 0,98 1,83 1,86 0,60 0,98 0,06 0,26 0,97 0,96

S. Miguel A. 0,33 0,39 0,95 0,98 0,86 0,97 0,84 0,98 1,68 1,73 0,63 0,98 0,05 0,23 0,98 0,96

São Paulo -0,17 0,27 0,97 0,98 0,43 0,56 0,92 0,96 1,14 1,18 0,72 0,96 -0,27 0,36 0,94 0,96

Taubaté -0,13 0,30 0,97 0,96 0,57 0,71 0,90 0,96 1,19 1,24 0,74 0,96 -0,18 0,33 0,96 0,92

Valparaiso -0,59 0,77 0,84 0,76 0,68 1,00 0,83 0,76 1,09 1,24 0,75 0,77 -0,67 0,85 0,79 0,77

Votuporanga -0,55 0,72 0,81 0,76 0,82 1,01 0,78 0,74 1,22 1,32 0,66 0,76 -0,62 0,79 0,76 0,74

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40

Os métodos de JenH e de Mak superestimaram a ETo em relação ao método

padrão em todas cidades, atingido valores máximos de MBE de 1,05 mm d-1 na

cidade de Ibitinga e de 1,83 mm d-1 na cidade de São Luís de Piraitinga,

respectivamente. Já os métodos de Abtew e de Irmak apresentaram um

comportamento diferenciado com tendência à subestimativa, atingido valores

máximos de -0,88 e -0,83 mm d-1 na cidade de Jales, respectivamente (Tabela 4).

Com base no RMSE, observou-se que os métodos de Abtew, JensH, Mak e

Irmak apresentaram valores de 1,09; 1,21; 1,86 e 1,03 mm d-1, respectivamente.

Estes valores são observados nas cidades de Jales para os métodos de Abew e

Irmak, Ibitinga para o método de JensH e São Luís de Piraitinga para o método de

Mak. Os valores máximos de RMSE dos métodos de Abtew e de Irmak são inferiores

em relação aos valores máximos dos demais métodos, indicando que eles têm a

tendência de serem mais precisos na estimativa da ETo. Em relação ao índice “d”,

observou-se que variou de 0,68 a 0,99 no método de Abtew, de 0,67 para 0,98 no

método de Irmak, de 0,72 para 0,92 no método de JenH e de 0,59 para 0,82 no

método de Mak, mostrando que os métodos de Abtew e de Irmak chegaram a ser

mais próximos de 1 (Tabelas 4).

Em média, verificou-se que o método de Abtew apresentou valores médios de

MBE = -0,17 mm d-1 e RMSE = 0,45±0,229 mm d-1, os quais foram inferiores em

relação aos valores observados nos métodos de Irmak (MBE = -0,30 mm d-1 e RMSE

= 0,50±0,268 mm d-1), de JensH (MBE = -0,75 mm d-1 e RMSE = 0,92±0,188 mm d-1)

e Mak (MBE = 1,34 mm d-1 e RMSE = 1,43±0,203 mm d-1), mostrando uma

subestimativa inferior e uma alta precisão, respectivamente. Já em relação ao índice

“d”, observa-se valores de 0,92±0,074; 0,84±0,045; 0,69±0,057 e 0,90±0,085 para os

métodos de Abtew, JensH, Mak e Irmak, respectivamente, confirmando que o

método de Abtew é o melhor para estimar da ETo no estado de São Paulo (Figura 3

a, b e c). Este método apresentou um ajuste matemático aceitável (R2 = 0,89±0,102,

Figura 3 d).

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41

Figura 3 - Desempenho dos médio dos métodos de radiação solar

1.3.2 Erros dos métodos empíricos no estado de São Paulo em escala anual

O diagrama de caixa (box plot) ilustra os valores máximos, mínimos, médios e as

medianas dos erros produzidos pelos métodos empíricos no estado de São Paulo

(Figura 4). Onde: a marca que se encontra dentro da caixa representa o valor médio

do erro, as extremidades indicam os valores máximos, e mínimos e a parte central

do diagrama representa a mediana.

Figura 4 - Box plot dos erros de oito métodos empíricos em escala anual

Da Figura 4 verificou-se que entre os métodos de temperatura, o de HS produziu

erros mais baixos (0,43±0,240 mm d-1) e o de BCO erros mais elevados (-

0,86±0,419 mm d-1), enquanto entre os métodos de radiação solar, os erros mais

baixos são observados no método de Abtew (-0,17±0,251 mm d-1) e os mais

Abtew

Jens

HMak

Irmak

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

MB

E (

mm

d-1)

a)

Abtew

Jens

HMak

Irmak

0.0

0.3

0.6

0.9

1.2

1.5

RM

SE

(m

m d

-1)

b)

Abtew

Jens

HMak

Irmak

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

"d"

c)

Abtew

Jens

HMak

Irmak

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0d)

R2

BenL Ham BCO HS AbtewJensH Mak Irmak-3.00

-2.25

-1.50

-0.75

0.00

0.75

1.50

2.25

3.00

Err

os d

os m

éto

do

s (

mm

d-1)

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42

elevados no método de Mak (1,23±0,372 mm d-1). Métodos com erros mais baixos

são os que apresentam erros médios maís próximos de zero e com diagrama de

caixa com bigode mais estreito e vice-versa. Portanto, comparando todos os

métodos, observou-se claramente que o método de Abtew é o mais confiável para a

estimativa da ETo. Por outro lado, observou-se que todos os métodos subestimaram

a ETo (diagramas de caixa abaixo da reta Y = 0), com a exceção dos métodos de

HS, JensH e Mak que superestimaram.

1.3.3 Comportamento da ETo no estado de São Paulo em escala anual

Nas Figuras abaixo é apresentado somente o comportamento dos valores da ETo

estimados pelos melhores e piores métodos, tanto de temperatura do ar como de

radiação solar. Os melhores métodos são observados nas Figuras 5 (a – l) e 6 (m –

v) e os piores nas Figuras 7 (a – l) e 8 (m – v).

Nas Figuras 5 (a – l) e 6 (m – v), verifica-se claramente que o método de Abtew

teve a tendência de apresentar baixa dispersão dos pares de dados (alta precisão)

em comparação ao método de HS, pois o método de Abtew apresentou em geral as

suas retas de regressão mais próximas à reta Y = X (reta 1:1), além de ter

apresentado um bom ajuste matemático (valores R2 mais elevados, em geral).

Observa-se ainda que em geral as retas de regressão do método de Abtew

estiveram abaixo da reta Y = X, confirmando a tendência de subestimar a ETo. O

inverso é observado no método de HS.

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43

Figura 5 - Dispersão da ETo estimada pelos métodos de HS e de Abtew

Figura 6 - Dispersão da ETo estimada pelos métodos de HS e de Abtew

0

2

4

6

8

101:1

Abtew = 0,91X-0,05

R2 = 0,86

HS = 0,86X+1,55

R2 = 0,94

a) Ariranha

ET

o (

mm

d-1)

c) Bauru1:1

Abtew = 0,89X+0,18

R2 = 0,94

HS = 1,05X+0,12

R2 = 0,88

b) Avaré

1:1

Abtew = 0,86X+0,34

R2 = 0,92

HS = 1,25X-0,03

R2 = 0,92

0

2

4

6

8

101:1

Abtew = 0,75X+0,60

R2 = 0,90

HS = 1,18X+0,21

R2 = 0,88

d) Casa Branca

ET

o (

mm

d-1) 1:1

Abtew = 0,66X+1,01

R2 = 0,81

HS = 0,88X+0,45

R2 = 0,58

e) Franca

1:1

Abtew = 0,84X+0,48

R2 = 0,92

HS = 0,99X+0,64

R2 = 0,94

f) Ibitinga

0

2

4

6

8

10

1:1

Abtew = 0,93X+0,42

R2 = 0,98

HS = 0,95X+0,82

R2 = 0,94

g) Iguape

ET

o (

mm

d-1)

1:1

Abtew = 0,88X+0,28

R2 = 0,98

HS = 1,12X

R2 = 0,92

h) Itapeva

1:1

Abtew = 0,55X+1,47

R2 = 0,58

HS = 0,61X+1,17

R2 = 0,42

i) Jales

0 2 4 6 8 100

2

4

6

8

10

Abtew = 0,8X+0,29

R2 = 0,76

HS = 0,9X+0,84

R2 = 0,90

1:1j) José Bonifácio

ET

o (

mm

d-1)

ETo PMF 56 (mm d-1)

0 2 4 6 8 10

Abtew = 0,74X+0,77

R2 = 0,88

HS = X+0,44

R2 = 0,88

1:1k) Lins

ETo PMF 56 (mm d-1)

0 2 4 6 8 10

Abtew = 0,81X+0,65

R2 = 0,96

HS = 1,1X+0,61

R2 = 0,92

1:1l) Ourinhos

ETo PMF 56 (mm d-1)

0

2

4

6

8

101:1

Abtew = 0,81X+0,59

R2 = 0,94

HS = 1,05X+0,48

R2 = 0,92

m) Piracicaba

ET

o (

mm

d-1) 1:1

Abtew = 0,88X-0,09

R2 = 0,90

HS = 1,08X+0,18

R2 = 0,90

n) Presidente Prudente

1:1

Abtew = 0,81X+0,61

R2 = 0,96

HS = 1,02X+1,18

R2 = 0,94

o) Rancharia

0

2

4

6

8

101:1

Abtew = 0,79X+0,58

R2 = 0,92

HS = 1,27X+0,22

R2 = 0,86

p) São Carlos

ET

o (

mm

d-1) 1:1

Abtew = 0,87X+0,57

R2 = 0,98

HS =1,09X+0,47

R2 = 0,94

q) São Luis do Piraitinga

1:1

Abtew = 0,91X+0,40

R2 = 0,98

HS = 1,1X+0,40

R2 = 0,94

r) São Miguel de Arcanjo

0

2

4

6

8

10

ET

o (

mm

d-1)

1:1

Abtew = 0,85X+0,24

R2 = 0,98

HS = 1,21X-0,31

R2 = 0,90

s) São Paulo

ET

o (

mm

d-1)

1:1

Abtew = 0,84X+0,32

R2 = 0,96

HS = 1,14X+0,52

R2 = 0,92

t) Taubaté

1:1

Abtew = 0,71X+0,68

R2 = 0,76

HS = 0,91X+0,81

R2 = 0,83

u) Valparaíso

0 2 4 6 8 10

v) Votuporanga

Abtew = 0,65X+1,04

R2 = 0,76

HS = 0,92X+0,69

R2 = 0,76

1:1

ETo PMF 56 (mm d-1)

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44

Nas Figuras 7 (a – l) e 8 (m – v) verificou-se que os métodos de BCO e de Mak

apresentaram as suas retas de regressão linear mais afastadas à reta Y = X em

comparação aos métodos apresentados nas Figuras 5 e 6, mostrando um

desempenho inferior. Comparando o método de BCO e de Mak entre si, verificou-se

que o primeiro apresentou em média as suas retas de regressão menos afastada à

reta Y = X e apresentou baixa dispersão dos pares de dados. Com isso, pode-se

dizer que o método de BCO estimou melhor a ETo. Isso evidencia que embora a Rs

seja importante na estimativa da ETo, o seu efeito varia em função da variabilidade

climática entre o local de origem do método e o de avaliação.

Figura 7 - Dispersão da ETo estimada pelos métodos de Mak e de BCO

0

2

4

6

8

101:1

Mak = 0,91X-0,05

R2 = 0,85

BCO = 0,44X+1,28

R2 = 0,86

a) Ariranha

ET

o (

mm

d-1) 1:1

Mak = 1,34X+0,07

R2 = 0,94

BCO = 0,46X+0,93

R2 = 0,74

b) Avaré

1:1Mak = 1,3X+0,26

R2 = 0,92

BCO = 0,52X+0,98

R2 = 0,77

c) Bauru

0

2

4

6

8

10

BCO = 0,51X+1,01

R2 = 0,62

1:1Mak = 1,14X+0,68

R2 = 0,90

BCO = 0,33X+1,4

R2 = 0,42

d) Casa Branca

ET

o (

mm

d-1) 1:1

Mak = 1,01X+1,35

R2 = 0,83

BCO = 0,44X+1,08

R2 = 0,76

e) Franca

1:1Mak = 1,28X+0,48

R2 = 0,92

BCO = 0,52X+1,24

R2 = 0,90

f) Ibitinga

0

2

4

6

8

10

1:1Mak = 1,39X+0,34

R2 = 0,98

g) Iguape

ET

o (

mm

d-1)

1:1Mak = 1,32X+0,28

R2 = 0,98

BCO = 0,51X+0,78

R2 = 0,81

h) Itapeva

1:1

Mak = 0,83X+1,89

R2 = 0,52

BCO = 0,3X+1,89

R2 = 0,44

i) Jales

0 2 4 6 8 100

2

4

6

8

10

Mak = 1,22X+0,13

R2 = 0,76

BCO = 0,41X+1,17

R2 = 0,64

1:1j) José Bonifácio

ET

o (

mm

d-1)

ETo PMF 56 (mm d-1)

0 2 4 6 8 10

Mak = 1,12X+0,90

R2 = 0,86

BCO = 0,44X+1,15

R2 = 0,74

1:1k) Lins

ETo PMF 56 (mm d-1)

0 2 4 6 8 10

Mak = 1,21X+0,76

R2 = 0,96

BCO = 0,53X+0,98

R2 = 0,83

1:1l) Ourinhos

ETo PMF 56 (mm d-1)

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45

Figura 8 - Dispersão da ETo estimada pelos métodos de Mak e de BCO

1.3.4 Desempenho sazonal dos métodos empíricos no estado de São Paulo

Na Figura 9 está mostrado o desempenho sazonal (primavera, verão, outono e

inverno) dos métodos empíricos de estimativa da ETo no estado de São Paulo com

base nos seguintes índices estatísticos: MBE, RMSE, “d” de Wilmontt e coeficiente

de determinação (R2).

0

2

4

6

8

101:1

Mak = 1,22X+0,70

R2 = 0,94

BCO = 0,49X+0,90

R2 = 0,66

m) Piracicaba

ET

o (

mm

d-1) 1:1

Mak = 1,34X-0,49

R2 = 0,92

BCO = 0,47X+1,17

R2 = 0,67

n) Presidente Prudente

1:1Mak = 1,29X+0,79

R2 = 0,96

BCO = 0,53X+0,95

R2 = 0,75

o) Rancharia

0

2

4

6

8

101:1

Mak = 1,19X+0,76

R2 = 0,92

BCO = 1,27X+0,22

R2 = 0,60

p) São Carlos

ET

o (

mm

d-1) 1:1

Mak = 1,31X+0,79

R2 = 0,98

BCO =0,53X+0,74

R2 = 0,71

q) São Luis do Piraitinga

1:1Mak = 1,36X+0,48

R2 = 0,98

BCO = 0,55X+0,77

R2 = 0,74

r) São Miguel de Arcanjo

0

2

4

6

8

10

ET

o (

mm

d-1)

1:1Mak = 1,28X+0,17

R2 = 0,96

BCO = 0,55X+0,87

R2 = 0,75

s) São Paulo

ET

o (

mm

d-1)

1:1Mak = 1,26X+0,28

R2 = 0,96

BCO = 0,39X+1,3

R2 = 0,57

t) Taubaté

1:1

Mak = 1,08X+0,74

R2 = 0,77

BCO = 0,37X+1,45

R2 = 0,53

u) Valparaíso

0 2 4 6 8 10

v) VotuporangaMak = 0,99X+1,28

R2 = 0,76

BCO = 0,37X+1,45

R2 = 0,53

1:1

ETo PMF 56 (mm d-1)

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46

Figura 9 - Desempenho sazonal de oito métodos de estimativa da ETo no estado de São Paulo

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

-2

-1

0

1

2

MB

E (

mm

d-1)

Primavera

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

-2

-1

0

1

2

Verão

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

-2

-1

0

1

2

Outono

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

-2

-1

0

1

2

Inverno

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

RM

SE

(m

m d

-1)

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

"d"

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

R2

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

BenL

Ham

BC

O

HS

Abte

w

JensH

Mak

Irm

ak

0.0

0.5

1.0

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47

Com base na Figura 9, observou-se que os métodos de BenL, Ham e BCO

subestimaram a ETo em todas as estações do ano, acontecendo o inverso nos

métodos de HS, JensH e Mak. Já os métodos de Abtew e Irmak apresentaram um

comportamento variado, no qual notou-se uma superestimativa da ETo no outono e

subestimativa nas demais estações do ano.

Os valores de RMSE mostraram que dentre os métodos de temperatura, o de HS

apresentou maior precisão na primavera (RMSE = 0,88±0,292 mm d-1) e no inverno

(RMSE = 0,57±0,367 mm d-1), enquanto o de Ham foi mais preciso no verão (RMSE

= 0,72±0,242 mm d-1), e o de BenL no outono (RMSE = 0,35±0,251 mm d-1). Nos

métodos de radiação solar, o de Abtew foi mais preciso na primavera (RMSE =

0,37±0,172 mm d-1), no verão (RMSE = 0,16±0,367 mm d-1) e no outono (RMSE =

0,15±0,110 mm d-1), embora nessas duas últimas estações tenha apresentado

valores de RMSE próximos aos do método de Irmak: 0,17±0,100 mm d-1 e 0,18±0,11

mm d-1, respectivamente, e, no inverno, o método de JensH apresentou elevada

precisão ( = 0,15±0,21mm d-1). O comportamento dos valores de RMSE seguiu a

mesma tendência dos valores de MBE.

Em geral, todos os métodos com elevado desempenho apresentaram valores de

“d” e R2 mais próximos de um (Figura 9). A Figura 10 ilustrou melhor a precisão de

todos métodos, onde métodos mais precisos apresentam Box plot mais estreitos e

com erros médio mais próximo de zero.

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48

Figura 10 - Box plot da ETo na escala sazonal

1.3.5 Análise de sazonalidade dos oitos métodos de estimativa da ETo

Na Figura 11 estão ilustrados os desvios relativos percentuais (DL,%) referentes

a análise de sazonalidade das equações anuias em relação as sazonais. DL

negativos indicam que quando os métodos empíricos foram utilizados na escala

anual subestimaram os valores da escala sazonal, e DL positivos mostram que as

equações anuaís (métodos) superestimaram as sazonais.

BenL Ham BCO HS Abtew JensH Mak Irmak-2.25

-1.50

-0.75

0.00

0.75

1.50

2.25

Primavera

Err

os

(mm

d-1)

BenL Ham BCO HS Abtew JensH Mak Irmak-2.25

-1.50

-0.75

0.00

0.75

1.50

2.25Verão

BenL Ham BCO HS Abtew JensH Mak Irmak-2.25

-1.50

-0.75

0.00

0.75

1.50

2.25Outono

Err

os

(mm

d-1)

BenL Ham BCO HS Abtew JensH Mak Irmak-2.25

-1.50

-0.75

0.00

0.75

1.50

2.25

Inverno

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49

Figura 11 – Análise de sazonalidades dos métodos empíricos

Com base na Figura 11, os DL foram negativos na primavera e no verão, e

positivos no outono e no inverno. Tanto na primavera quanto no verão, os valores

extremos de DL foram observados nos métodos de BenL (-9,87% na primavera e -

13,69% no verão) e de Ham (-20,68% na primavera e -27,80% no verão),

significando que os valores de ETo da escala anual subestimaram mais os valores

do verão. Similarmente à primavera e verão, no outono e no inverno, os valores

extremos de DL foram observados nos métodos de BenL (13,06% no outono e

9,55% no inverno) e de Ham (23,05% no outono e 24,75% no inverno), os quais

mostram que as equações anuais superestimaram os resultados sazonais dessas

estações do ano.

O método de Abtew, o qual apresentou o melhor desempenho da presente

pesquisa, apresentou DL = -15,09% na primavera, DL = -15,36% no verão, DL =

15,63% no outono e DL = 13,75% no inverno, conforme a Figura 11. O valor

absoluto desses DL é próximo, mostrando que embora tenha havido efeito

sazonalidade, ele pode ser considerado similiar. Portanto, nos demais métodos, o

BenLHam

BCO H

S

Abtew

JensH M

ak

Irmak

-30

-20

-10

0

10

20

30

DL (

%)

Primavera

BenLHam

BCO H

S

Abtew

JensH M

ak

Irmak

-30

-20

-10

0

10

20

30

Verão

BenLHam

BCO H

S

Abtew

JensH M

ak

Irmak

-30

-20

-10

0

10

20

30

Outono

DL (

%)

BenLHam

BCO H

S

Abtew

JensH M

ak

Irmak

-30

-20

-10

0

10

20

30Inverno

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50

efeito de sazonalidade é menos regular devido à maior variação dos valores

absolutos de DL, com a exceção do método de Irmak.

1.4 DISCUSSÃO

Na comparação entre os métodos baseados na temperatura do ar, escala anual,

constatou-se que a inclusão da radiação extraterrestre (Ra) no método de HS

explica o seu melhor desempenho, pois a Ra é uma das principais fontes de energia

para à realização da ETo no planeta, cujo efeito depende do grau de espalhamento

provocado pelos constituintes atmosféricos (vapor d’água, nuvens, gases,

aerossóis). Ademais, como todos os métodos de temperatura utilizados foram

desenvolvidos para condições de clima seco, então, é relevante a justificação

apresentada. Resultados inferiores a este método foram reportados por Sentelhas et

al. (2010): RMSE = 1,103 mm d-1; Tabari et al. (2012): MBE = - 0,851 mm d-1 e

RMSE = 0,901 mm d-1; Alexandris et al. (2008): MBE = 0,741 mm d-1, RMSE = 1,007

mm d-1 e R2 = 0,823; Melo e Fernandes (2012): RMSE = 1,04 mm d-1, “d” = 0,71 e R2

= 0,77. Contudo, a literatura destaca alguns resultados superiores: RMSE = 0,224 e

0,294 mm d-1 em duas cidades (WANG et al., 2008); MBE = 0,13 mm d-1 e RMSE =

0,69 mm d-1 (VANDERLINDEN et al., 2004); RMSE = 0,47 mm d-1 (MAEDA et al.,

2011).

Entre os métodos de radiação solar, escala anual, o de Abtew apresentou melhor

desempenho. Outras pesquisas também relataram elevado desempenho deste

método em diversos locais (DE BRUIN, 1981; ZHAI et al., 2010). Em clima semi –

árido de Irã, Tabari et al. (2010) observaram que o método de Abtew (RMSE = 1,705

mm d-1 e R2 = 0,823) superou o desempenho dos métodos de Irmak (RMSE = 1,849

mm d-1 e R2 = 0,674) e Mak (RMSE = 2,098 mm d-1 e R2 = 0,715) e teve

desempenho inferior ao método de JensH (RMSE =1,274 mm d-1 e R2 = 0,734 ).

Ademais, baixo desempenho do método de Abtew que alguns métodos empíricos foi

observado em vários trabalhos (SAMARAS et al., 2014; TABARI et al., 2010;

XU;SINGH, 2000).

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51

Ainda na escala anual, quando se fez a análise de todos os métodos, os

resultados mostraram que o método de Abtew apresentou o desempenho mais

elevado. O uso da Rs neste método foi apontado como um dos motivos que fez com

que apresentasse melhor desempenho do que o método de HS, todavia, observou-

se que este método apresentou melhor desempenho do que os métodos de JensH e

Mak que utilizaram a Rs como uma das variáveis de entrada à semelhança do

método de Abtew. Ressalta-se que o método de HS é adequado para condições

áridas e semí-áridas (ALLEN et al., 1998; LINGLING et al., 2013; TODOROVIC et

al., 2013), o de JensH para condições áridas e semí-áridas (JENSEN HAISE, 1963),

o de Mak para condições áridas e semí-áridas (MAKKINK, 1957) e o de Abtew para

condições úmidas (ZHAI et al., 2010; LINGLING et al., 2013; SAMARAS et al.,

2014). Portanto, isto revela que além das variáveis de entrada, o clima desempenha

um papel fundamental, mostrando à necessidade de uma seleção cuidadosa dos

métodos empíricos. Os diagramas de caixa com bigodes e os índices estatísticos

utlizados confirmaram uma elevada potencialidade do método de Abtew na

estimativa da ETo no estado de São Paulo. Por outro lado, evidenciaram que na

falta de dados de Rs, o método de HS pode ser utlizado como alternativa.

Na escala sazonal (métodos de temperatura do ar), o método de HS apresentou

melhor desempenho no inverno, o qual é adequado para climas secos, conforme já

relatado. Portanto, isso justifica o desempenho observado, pois no estado de São

Paulo, o inverno é seco (ROLIM et al., 2007), ou seja, apresenta pouco efeito dos

constituintes atmosféricos. Este método também apresentou bons resultados na

primavera. Segundo Cavalcante Júnior et al. (2011), o método de Ham subestima a

ETo em condições áridas e semi-áridas, contradizendo os resultados do presente

trabalho. Borges e Mendiondo (2007) observaram que este método subestimativa a

ETo em todos os meses do ano, corroborando com os resultados dessa pesquisa.

Em relação ao método de BenL, Bezerra et al. (2014) observaram melhor

desempenho em todas as estações do ano, diferindo desta pesquisa (melhor

desempenho no outono).

O método de Irmak foi desenvolvido para climas úmidos (IRMAK et al., 2003) e o

de Abtew também para climas úmidos, justificando os altos valores de desempenho

observados no verão (quente e chuvoso). Os bons resultados observados no outono

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52

nesses dois métodos, talvez sejam explicados pelo fato dessa estação sofrer efeitos

climáticos do verão. No método de JensH, o melhor desempenho foi observado em

condições de clima quente e úmido (IRMAK et al., 2003; ZHAI et al., 2010), porém,

no presente estudo foi observado em condições de clima pouco úmido e seco

(inverno). Contudo, segundo Jensen Haise (1963) e Medeiros (2008), o método de

JensH foi desenvolvido para condições áridas e semí-áridas, concordando com a

presente pesquisa.

Em geral, observou-se que os métodos de Abtew e Irmak foram melhores no

verão e no outono, enquanto o de JensH foi no inverno. O método de Abtew também

foi melhor na primavera. No entanto, na prática nem todas as estações

meteorológicas medem a Rs que é necessária nesses métodos. Sendo assim, na

ausência de dados de Rs, pode-se utilizar os métodos de HS na primavera e no

inverno, de Ham no verão e de BenL no outono. Observou-se ainda que os métodos

da escala anual subestimaram a primavera e o verão, e superestiram o outono e o

inverno. Isto mostrou a existência do efeito de sazonalidade, o qual pode ser

explicado pela variação da cobertura do céu ao longo das estações do ano e pelas

condições de origem dos métodos.

1.5 CONCLUSÃO

Escala anual:

Dentre os métodos empíricos de temperatura (Benevides – Lopez - BenL, Hamon

– Ham , Blaney Criddle Original – BCO e Hargreaves Samani - HS) e de radiação

solar avaliados (Abtew, Jensen Haise - JensH, Makkink -Mak e Irmak), observou-se

que o de Abtew apresentou melhor desempenho, cujos valores obtidos foram: MBE

= -0,17 mm d-1 e RMSE = 0,45 mm d-1. Estes valores significam que este método

apresentou uma menor subestimativa da ETo, maior precisão, respectivamente. O

menor desempenho foi apresentado pelo método de Mak, cujos valores obtidos

foram: MBE = 1,34 mm d-1 e RMSE = 1,43 mm d-1. É nesse método que observou-se

os valores mais baixos de “d” (0,69) e R2 (0,89).

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53

Foi observado que na ausência de dados de radiação solar global - Rs, o método

de HS pode ser utilizado, o qual apresentou os seguintes valores de desempenho:

MBE = 0,51 mm d-1 e RMSE = 0,82 mm d-1.

Escala sazonal:

Os resultados obtidos mostraram que o método de JensH foi melhor no inverno

(MBE = 0,17 mm d-1 e RMSE = 0,22 mm d-1), o de Irmak no verão (MBE = -0,13 mm

d-1 e RMSE = 0,17 mm d-1) e no outono (MBE = 017, mm d-1 e RMSE = 0,18 mm d-1)

e o de Abtew na primavera (MBE = -0,34 mm d-1 e RMSE = 0,37 mm), além de

outono (MBE = 0,10 mm d-1 e RMSE = 0,15 mm d-1) e verão (MBE = -0,15 mm d-1 e

RMSE = 0,16 mm d-1). Os valores de “d” e R2 mais baixos foram de 0,83 e 0,90

observados na primavera utilizando o método de Abtew, respectivamente.

Na falta de dados Rs, pode-se utilizar o método de HS na primavera (MBE = 0,64

mm d-1 e RMSE = 0,88 mm d-1) e no inverno (MBE = 0,32 mm d-1 e RMSE = 0,57 mm

d-1), de Ham no verão (MBE = -0,66 mm d-1 e RMSE = 0,72 mm d-1) e de BenL no

outono (MBE = -0,3 mm d-1 e RMSE = 0,35 mm d-1). Os valores mais baixos de “d” e

R2 foram de 0,55 e 0,53 verificados no verão, método de Ham, respectivamente.

Análise de sazonalidade:

Na análise de sazonalidade, observou-se que as equações anuais (métodos)

subestimaram as sazonais na primavera e no verão, ocorrendo o oposto no outono e

no inverno. O método de Abtew teve efeito de sazonalidade considerado similar,

pois apresentou valores absolutos de desvios lineares mais próximos (DL), sendo DL

= -15,09% na primavera, DL = -15,36% no verão, DL = 15,63% no outono e DL =

13,75% no inverno.

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CAPÍTULO 2

MODELAGEM DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE

SÃO PAULO: TÉCNICA DE APRENDIZADO DE MÁQUINAS E MODELOS

EMPÍRICOS

RESUMO

A evapotranspiração de referência (ETo) é importante na agricultura, pois permite

calcular a demanda de água das culturas. Neste trabalho avaliou-se os métodos

empíricos (Hargreaves – Samani e Abtew) e duas técnicas de aprendizado de

máquinas - TAM (Redes Neurais Artificiais - RNA e Máquina Vetor de Suporte -

MVS) em relação ao método padrão da FAO 56 no estado de São Paulo em escalas

anual e sazonal, a partir de dados meteorológicos de 22 estações automáticas. A

RNA utilizada foi do tipo Multilayer Perceptron (MLP), com algorítimo de aprendizado

backpropagation e na MVS utilizou-se a função Radial Basic Function (RBF) de

Kernel, com algorítimo de aprendizado Regression Sequential Minimal Optimization.

Cada TAM foi composta por seis arquiteturas, em que 70% dos dados foram

utilizados para treinar e 30% para validar. As análises estatísticas foram feitas com

base nos índices MBE (Mean Bias Error), RMSE (Root Mean Square Error), “d” de

Willmott e R2 (coeficiente de determinação). Os resultados obtidos na escala anual

mostraram que a R6 para RNA e M6 para MVS compostas por temperatura máxima

(Tmax), mínima (Tmin), média do ar (T), radiação extraterrestre (Ra) e radiação solar

global (Rs) produziram o melhor desempenho. Na escala sazonal, os melhores

desempenhos foram observados nas arquiteturas compostas por Tmax, Tmin, T, Ra

e velocidade do vento (R3 e M3); Tmax, Tmin, T, Ra e umidade relativa do ar (R4 e

M4); T e Rs (R5 e M5); e na R6 e M6.

Palavras – chave: Backprppagation. Máquina vetor de suporte. Redes neurais

artificiais.

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ABSTRACT

The reference evapotranspiration (ETo) is important in agriculture because it allows

the calculation of crop water demand. In this work, it was assessed the empirical

methods (Hargreaves – Samani and Abtew) and two machine learning techniques –

MLT (Artificial Neural Networks – ANNs and Support Vector Machine – SVM) against

FAO 56 standard method in the state of São Paulo on annual and seasonal scales,

from meteorological data from 22 automatic stations. The ANNs used was of

Multilayer Perceptron type (MLP) with backpropagation learning algorithm, and in the

MVS, it was used the Kernel Radial BasicFunction (RBF) with Regression Sequential

Minimal Optimization learning algorithm. Each MLT was composed of 6 architectures,

in which 70% of the data was used for training and 30% for validation. The statistical

analyses were performed based on MBE (MeanBias Error), RMSE (Root Mean

Square Error), “d” of Wilmot and R2 (determination coefficient). The obtained results

in the annual scale showed that R6 for RNA and M6 for MVS composed of maximum

temperature (Tmax), minimum temperature (Tmin), average air temperature (T),

extraterrestrial radiation (Ra) and global solar radiation (Rs) rendered a better

performance. On the seasonal scale, the better performance was observed in

architectures composed of Tmax, Tmin, T, Ra and wind speed (R3 and M3); Tmax,

Tmin, T, Ra and relative humidity (R4 and M4); T and Rs (R5 and M5); and in the R6

and M6.

Key words: Backpropagation. Support vector machine. Artificial neural networks.

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2.1 INTRODUÇÃO

A evapotranspiração de referência (ETo) é um fenómeno complexo, o qual

consiste na perda d’água na forma de vapor para a atmosfera, podendo ser por

transpiração de superfícies vegetadas e por evaporação do solo e/ou de superfícies

vegetadas. A ETo acontece em uma cultura hipotética com 0,12 m de altura, albedo

de 0,23, resistência do copado de 70 s m-1, em crescimento uniforme e ativo,

cobrindo totalmente uma área extensa e sem restrição hídrica, conforme Allen et al.

(1998). A ETo é fundamental na irrigação para o cálculo da demanda de água das

culturas (ETc) que se obtem multiplicando a ETo pelo coeficiente de cultura (Kc)

(YODER et al., 2005).

A ETo pode ser estimada utilizando diversos métodos indiretos, dentre os quais,

o de Penman Monteith FAO 56 (PMF 56) é considerado padrão por Allen et al.

(1998). Vários autores constataram que este método apresenta melhor desempenho

comparado aos demais métodos indiretos (CAI et al., 2007; CAO et al., 2015;

GARCIA et al., 2004; MOHAWESH, 2011; XU;CHEN, 2005), contudo, é de uso

bastante limitado por requerer uma série de elementos meteorológicos, os quais

nem sempre se encontram disponíveis em várias estações meteorológicas. Sendo

assim, vários métodos alternativos vêm sendo desenvolvidos (GEORGE et al., 2002;

ITENFISU et al., 2003), principalmente os métodos empíricos, tais como: Hargreaves

samani, Abtew, Makkin, etc. Estes métodos são de uso simples e prático, todavia, a

sua escolha deve ser feita de forma cuidadosa, pois o seu desempenho é

influenciado pelo clima de cada local.

Khoob (2008) observou que o método de HS subestimou e superestimou o

método PMF 56 em 20 e 37% em escala mensal, respectivamente. Kisi (2006)

observou que este método superestimou PMF 56 numa faixa de 118 – 167%.

Valipour (2015) avaliando 22 métodos de estimativa da ETo em 31 Províncias de Irã,

constatou que o desempenho dos mesmos variava de local para local. Com isso,

este autor recomendou o ajuste dos parâmetros dos métodos para cada tipo de

clima. A variabilidade do desempenho dos métodos empíricos tem levado os

pesquisadores à pesquisas contínuas. Como resultado dessas pesquisas, há que

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destacar algumas técnicas de aprendizado de máquinas (TAM): Redes Neurais

Artificias (RNAs), Sistemas Neuro Fuzzy, Máquina Vetor de Suporte (MVS), etc.

As RNAs são modelos matemáticos, cujo princípio assemelha-se aos neurônios

biológicos. Elas são adequadas para a modelagem de processos não lineares como

a evapotranspiração (ESLAMIAN et al., 2008; HAYKIN, 1998; LANDERAS et al.,

2008). Vários pesquisadores utilizaram as RNAS para estimar a ETo a partir de

diferentes arquiteturas, cujos resultados apontaram elevado desempenho em

relação ao método PMF 56 do que os métodos empíricos (JAIN et al., 2008; KISI,

2006; KISI, 2007; NOURANI;FARD, 2012; TRAORE et al., 2010; ZANETTI et al.,

2007). Por outro lado, existem pesquisas que constataram que as RNAs estimam

melhor a ETo que o método PMF 56 (KUMAR et al., 2002; PARASURAMAN et al.,

2004). Dentre os vários tipos de RNAs existentes, segundo KUMAR et al. (2011), a

Multilayer Perceptron (MLP) com algoritmo backpropagation é a mais utilizada, com

mais de 70% de trabalhos publicados. Vários trabalhos relataram elevado

desempenho dessas RNAs (AMINI, 2008; TRAORE et al., 2010; WANG et al., 2009;

WANG et al., 2011).

Quanto à MVS, existem poucos estudos feitos comparado às RNAs,

principalmente sobre estimativa da ETo. Contudo, os trabalhos existentes têm

relatado que a MVS é mais eficiente na estimativa de processos complexos do que

as RNAs. Segundo Kumar e Kar (2009), a MVS é uma metodologia poderosa para

resolver problemas não lineares, a qual Vapnik (1998) relatou que é bastante

robusta. Para Amari e Wu (1999), o desempenho da MVS depende fortemente da

função Kernel utilizada, portanto, há necessidade de uma escolha cuidadosa do tipo

de função a utilizar.

Kisi (2013), avaliando os métodos de estimativa da ETo, observou que a MVS

least square apresentou melhores resultados que as RNAs e métodos empíricos.

Outros trabalhos que sustentam a superioridade da MVS do que as RNas e métodos

empíricos de estimativa da ETo foram apresentados por Kisi e Cimen (2009), Tabari

el. (2013) e Wen et al. (2015). Em outras pesquisas, Samui e Dixon (2012) e Hamidi

et al. (2014) observaram melhores resultados da MVS que as RNAs na estimativa

das perdas por evaporação e na estimativa da precipitação, respectivamente.

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Todavia, resultados opostos foram observados por Tezel e Buyukyildiz (2016), onde

as RNAs MLP e radial basis function network apresentaram melhor desempenho do

que a MVS na estimativa da evaporação.

Com o presente trabalho, pretende-se avaliar o desempenho dos métodos

empíricos (Hargreves – Samani e Abtew) e as TAM (RNAs e da MVS) na estimativa

da ETo no estado de São Paulo em relação ao método de PMF 56, em escalas

anual e sazonal, a partir de dados meteorológicas de 22 estações automáticas. Nas

TAM são utilizadas várias combinações de variáveis de entrada, simulando a

estimativa da ETo em diferentes situações.

2.2 MATERIAL E MÉTODOS

2.2.1 Localização e descrição do estudo

Na Figura 1 está exposta a localização das 22 estações meteorológicas

automáticas do estado de São Paulo utilizadas no presente estudo. Os dados

dessas estações foram disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia do

Brasil (INMET).

Figura 1 - Mapa de 22 estações automáticas do estado de São Paulo

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Na Tabela 1 estão os dados das coordenadas geográficas (latitude, longitude e

altitude), período de coleta dos dados (composto por pelo menos 80% de dados) e

do clima das 22 estações meteorológicas que compõem a presente pesquisa. Da

mesma tabela, observa-se quatro tipos de clima: Aw, Cwa, Af e Am, os quais

seguem o critério de classificação climática de Köppen, conforme Cepagri (2016).

As letras Cwa caracterizam o clima temperado ou tropical de altitude, enquanto

as letras Aw, Af e Am caracterizam o clima tropical de savana, clima tropical de selva

chuvosa e clima de montanha, respectivamente (VIANELLO;ALVES, 2012). Nos

climas Aw, a temperatura média do mês mais frio é superior a 18ºC, com inverno

seco no qual pelo menos um dos meses apresenta uma precipitação média inferior a

60 mm; No Cwa, a temperatura do mês mais frio do ano varia entre -3º e 18ºC, com

inverno seco e cuja precipitação média é inferior a 60 mm em um dos meses dessa

estação. O verão é quente com temperatura média do mês mais quente superior a

22ºC; No Af, ocorrem chuvas durante todo ano, com precipitação do mês mais seco

superior a 60 mm, e no Am, ocorre uma estação seca curta, chuvas intensas durante

a maior parte do período do ano e temperatura média do mês mais frio superior a

18ºC (KOTTEK et al., 2006; SOUZA et al., 2013).

Dentre vários tipo de clima que o estado de São Paulo apresenta, o clima Aw é

um dos mais predominantes (ROLIM et al., 2007). Este tipo climático é também

predominante nas 22 cidades utilizadas.

Tabela 1 - Estações meteorológicas automáticas do estado de São Paulo

Código Estações

(Cidades)

Latitude

(graus)

Longitude

(graus)

Altitude

(m)

Período

(anos)

Clima

A-736 Ariranha -21,01 -48,83 525 2008 - 2015 Aw

A-725 Avaré -23,00 -48,88 654 2007 - 2015 Cwa

A-705 Bauru -22,30 -49,70 550 2005 - 2015 Aw

A-738 Casa Branca -21,77 -47,01 730 2008 - 2015 Aw

A-708 Franca -20,57 -47,37 1026 2005 - 2015 Aw

A-737 Ibitinga -21,85 -48,80 492 2008 - 2015 Aw

A-712 Iguape -24,70 -47,55 3 2007 - 2015 Af

A-714 Itapeva -23,97 -48,85 707 2007 - 2015 Cwa

A-733 Jales -20,02 -50,58 457 2008 - 2015 Aw

A-735 José Bonifácio -21,00 -49,68 405 2008 - 2015 Aw

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65

A-727 Lins -21,65 -49,73 459 2007 - 2015 Aw

A-716 Ourinhos -22,95 -49,85 448 2007 - 2015 Am

A-726 Piracicaba -22,70 -47,62 574 2007 - 2015 Cwa

A-707 Presidente Prudente -22,01 -51,40 436 2005 - 2015 Aw

A-718 Rancharia -22,37 -50,97 350 2007 - 2015 Aw

A-711 São Carlos -21,95 -47,87 863 2007 - 2015 Cwa

A-740 Luis do Paraitinga -23,22 -45,52 874 2008 - 2015 Cwa

A-715 São Miguel de

Arcanjo

-23,85 -48,00 678 2007 - 2015 Cwa

A-701 São Paulo -23,50

-46,62 792 2007 - 2015 Cwa

A-728 Taubaté -23,00 -45,52 571 2007 - 2015 Cwa

A-734 Valparaiso -21,32 -50,92 374 2007 - 2015 Aw

A-729 Votuporanga -20,40 -49,95 486 2007 - 2015 Aw

Além dos dados apresentados na Tabela 1, coletou-se dados de temperatura

máxima, mínima, umidade relativa média do ar, velocidade do vento e radiação solar

global, também disponibilizados pelo INMET. Esses dados estavam na escala

horária, sendo assim, foram transformados para escala diária, tendo-se aplicado o

critério de integração para a radiação solar global e de média aritmética para os

demais dados.

Em seguida, estimou-se a ETo na escala anual e sazonal, utilizando-se o método

empírico de temperatura (Hargreaves Samani - HS), e de radiação solar (Abtew -

AB) e as TAM. Os resultados obtidos, tanto nos métodos empíricos quanto nas TAM

foram avaliados em relação ao método de PMF 56, considerado como padrão por

Allen et al. (1998). A seguir são apresentadas as equações utilizadas no método

padrão, métodos empíricos e a arquitetura de cada TAM.

2.2.2 Método padrão de estimativa da ETo

A Equação 1 é recomendada por Allen at al. (1998) e é utilizada como padrão

para a estimativa da ETo na ausência de lisímetros.

2

2

*34,01*

**273

900***408,0

U

eaesUT

GRn

ETo

(1)

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66

Em que: ETo = Evapotranspiração de referência, mm d-1; Rn = Saldo da radiação,

MJ m-2 d-1; G = Densidade de fluxo de calor para o solo, MJ m-2 d-1; = Constante

psicométrico, kPa oC-1; T = Temperatura média do ar, ˚C; U2 = Velocidade do vento a

2 metros de altura, m s-1; = Pressão de saturação a temperatura de bulbo seco,

kPa; = Pressão real ou actual de vapor d’água, kPa; = Declividade da curva da

pressão de saturação de vapor, kPa oC-1; 0,408 = Fator de conversão de MJ m-2 d-1

para mm d-1.

2.2.3 Métodos empíricos de estimativa da ETo

2.2.3.1 Método de Hargreaves – Samani

O método de Hargreaves – Samani (1985) estima a ETo (mm d-1) a partir da

amplitude térmica, temperatura média do ar e da radiação extraterrestre (Equação

2).

)8,17(*min)max(**408,0*0023,0 5,0 TTTRaETo (2)

Em que: Tmax = Temperatura máxima do ar e Tmim = Temperatura mínima em ˚C.

2.2.3.2 Método Abtew

A Equação 2 de Abtew (1966) estima a ETo (mm d-1) a partir de dados de

radiação solar global (Rs) e o K assume um valor médio de 0,53.

RsK

ETo *

(3)

2.2.4 ETo nas escalas anual, sazonal e softwares utilizados

Para o uso da das RNAs e da MVS, tanto na escala anual quanto na sazonal,

combinou-se várias variáveis de entrada (arquitetura) para simular inúmeras

possibilidades de estimativa da ETo (Tabela 2). Dessas variáveis de entrada, 70 %

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67

(Percentage Split) foram utilizados para o treinamento e o remanescente para a

validação. Segundo da Silva et al. (2010), o subconjunto de treinamento é composto

aleatoriamente com cerca de 60 a 90% das amostras do conjunto total. Ressalta-se

que as letras R e M na Tabela 2 correspondem à RNas e MVS, respectivamente.

Tabela 2 - Arquitetura das RNAs e MVS utilizada na escala anual e sazonal

Variáveis de entrada Arquitetura da RNAs e da MVS

T R1 e M1

T, Tmax, Tmin e Ra R2 e M2

T, Tmax, Tmin, Ra e U2 R3 e M3

T, Tmax, Tmin, Ra e UR R4 e M4

T e Rs R5 e M5

T, Tmax, Tmin, Ra e Rs R6 e M6

A estimativa da ETo pelas TAM foi feita no programa WEKA versão 3.6.13

(Weikato Envioronment of Knowledge Analyis), o qual é de acesso livre. Mais

detalhes sobre o WEKA foram apresentados por Hall et al. (2009).

2.2.4.1 Redes Neurais Artificiais (RNAs)

As RNas têm a capacidade de apreender e de se adaptar a qualquer ambiente,

podendo ser um ambiente conhecido ou novo, além de que o aprendizado pode ser

supervisionado ou não supervisionado.

Dentre as redes existentes, a Perceptron de Múltiplas Camadas (MLP) é mais

utilizada (HAYKIN, 1998). Ela é composta por três camadas de neurônios

interligadas, sendo a primeira, a segunda e a terceira designadas camadas de

entrada (Xi,j), intermediária ou oculta (wi,j) e de saída (yi), respectivamente. A camada

intermediária possui pelo menos uma camada oculta por vários neurônios (Figura 2).

É nessa camada que os dados de entrada são multiplicados pelos pesos atribuídos,

e a posterior passados para a camada de saída donde são liberados quando os

erros da modelagem forem mínimos.

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68

Figura 2 - MLP com uma camada oculta

Existem vários algoritmos de aprendizado que podem ser utilizados para treinar a

MLP, mas neste trabalho é utilizado o backpropagation. Neste tipo de algoritmo, o

aprendizado faz duas passagens nas diferentes camadas da rede, sendo uma para

frente, denominada propagação e outra para trás, denominada retropropagação

(HAYKIN, 1998). No final, uma função de ativação dos neurônios é aplicada para

gerar os dados de saída, geralmente, uma função logística sigmoidal (HUO, et al.,

2012), conforme a Equação 4. No WEKA foi aplicada uma função sigmoidal,

considerando learning rate = 0,3; momentum = 0,2 e training time = 500. Testou-se

várias camadas ocultas (1 a 10 camadas), tendo sido selecionado o parâmetro

padrão do WEKA “a”, pois apresentou melhores resultados.

x

xf

exp1

1)(

(4)

2.2.4.2 Máquina vetor de suporte (MVS)

A MVS é um classificador derivado da teoria de aprendizagem estatística e foi

introduzida por Vapnik (1995). A MVS pode ser utilizada tanto para fazer a

classificação como a regressão. Segundo He et al. (2014), a MVS produz resultados

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69

mais confiáveis e com elevado desempenho do que as RNAs nas mesmas

condições de treinamento, contudo, é importante que se faça uma seleção

adequada da função, dos algoritmos e dos parâmetros a serem utlizados.

Na MVS existe a necessidade de uso das funções Kernel (DAVID;SÁNCHEZ,

2003; LIN;YEH, 2009). Neste trabalho foi utilizada a função Radial Basic Funtion

(RBF) de Kernel e o algoritmo Regression Sequential Minimal Optimization

(RgSMO). Este algoritmo é rápido, consome menos memória e é pouco complexo.

Quando se utiliza a RBF é preciso fazer um ajuste adequado dos parâmetros

(custo), (gama) e (épsilon), porém, este último não é recomendável, deixando-se

o valor padrão do WEKA (0,001). Segundo Raghavendra e Deka (2014), os

parâmetros e são dependentes e valores elevados de C produzem uma

aprendizagem complexa e baixos uma aprendizagem inadequada. Neste trabalho,

os parâmetros e foram determinados por tentativa, tendo sido

selecionado a combinação que produziu melhores resultados. Meyer et al. (2003)

relataram valores de e .

2.2.5 Validação dos métodos empíricos e das TAM

Tanto os métodos empíricos quanto as TAM foram avaliados em relação ao

método de PMF 56 com base em índices estatísticos. Os índices estatísticos

utilizados foram: erro relativo médio (MBE = Mean Bias Error), raiz quadrada do

quadrado médio do erro (RMSE = Root Mean Square Error), coeficiente de

concordância de Willmott (1985), “d” e coeficiente de determinação (R2). MBE > 0

indica que o método avaliado superestima os dados reais, MBE < 0 indica uma

subestimativa, RMSE indica a precisão do método avaliado, “d” indica a exactidão do

método e R2 indica o grau de ajuste matemático. Os valores de MBE e RMSE são

considerados melhores quanto mais próximos de zero estiverem, enquanto os de “d”

e R2, indicam melhores resultados quanto mais próximos de um estiverem e variam

de zero a um. As Equações 5 a 8 foram utilizadas para o cálculo dos índices

mencionados.

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70

N

i

ii OPN

MBE1

1 (5)

5,0

1

2

N

i

ii

N

OPRMSE (6)

N

i

ii

N

i

ii

OOOP

OP

d

1

2

1

2

1 (7)

N

i

i

N

i

ii

OO

OP

R

1

2

1

2

2 1 (8)

Em que: Pi = Valores estimados pelos métodos estatísticos, mm d-1; Oi = Valor

estimado pelo método Padrão, mm d-1; N = Número de estimativas por período e O =

Média aritmética de ETo estimado pelo método padrão, mm d-1.

2.3 RESULTADOS

2.3.1 Desempenho das TAM e métodos empíricos nas cidades do estado de

São Paulo

Nas Tabelas 3, 4, 5 e 6 estão mostrados os resultados do desempenho

estatístico das TAM e dos métodos empíricos de estimativa da ETo em diferentes

cidades do estado de São Paulo.

Nas mesmas tabelas, observa-se que a R1 e a R5 tiveram a tendência de

superestimar a ETo (MBE > 0 mm d-1). As demais RNAs e MVS, mostraram tanto

resultados de subestimativa (MBE < 0 mm d-1) quanto de superestimativa, e em

algumas cidades não houve sub ou superestimação da ETo (MBE = 0,00 mm d-1).

Todas TAM apresentaram valores absolutos de MBE < 0,5 mm d-1, com a exceção

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71

da R5 (MBE = 0,65 mm d-1), cidade de Votuporanga (Tabelas 3, 4 e 5). Na Tabela 6,

nota-se que os métodos de Hargreaves Samani (HS) e de Abtew (AB) tiveram a

tendência de superestimar e subestimar a ETo em todas cidades, respectivamente,

apresentando mais valores de MBE > 0,5 mm d-1 do que a TAM.

Em relação aos índices RMSE, “d” e R2, verificou-se valores extremos de

desempenho mais baixos tanto na RNAs como na MVS quando se utilizou a

temperatura média do ar como variável de entrada, para RNA: RMSE = 0,38 a 0,74

mm d-1, “d” = 0,77 a 0,96 mm d-1; R2 = 0,52 a 0,88 mm d-1 e para MVS: RMSE = 0,37

a 0,62 mm d-1, “d” = 0,80 a 0,96 mm d-1; R2 = 0,53 a 0,88 mm d-1. Em geral, o

aumento do número de variáveis de entrada, melhorou os valores extremos do

desempenho (Tabelas 3, 4 e 5). Nos métodos de HS e AB foram observados os

seguintes valores extremos: (RMSE = 0,46 a 1,41 mm d-1, “d” = 0,61 a 0,95 mm d-1;

R2 = 0,42 a 0,94 mm d-1) e (RMSE = 0,21 a 1,09 mm d-1, “d” = 0,68 a 0,99 mm d-1; R2

= 0,58 a 0,98 mm d-1), respectivamente (Tabela 6).

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Tabela 3 - Desempenho estatísticos das redes neurais artificias e máquina vetor, arquiteturas 1 e 2, em diferentes cidades do estado de São Paulo

Estações R1(T) M1(T) R2 (Tmax, Tmin, T, Ra) M2(Tmax, Tmin, T, Ra)

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

Ariranha 0,02 0,39 0,96 0,88 -0,03 0,37 0,96 0,88 0,06 0,24 0,99 0,96 0,02 0,23 0,99 0,96

Avaré 0,48 0,70 0,84 0,71 -0,01 0,51 0,90 0,69 0,27 0,40 0,95 0,90 0,05 0,27 0,98 0,92

Bauro 0,41 0,57 0,87 0,77 -0,03 0,38 0,94 0,77 0,22 0,28 0,97 0,96 0,04 0,16 0,99 0,96

Casa Branca 0,11 0,44 0,89 0,71 -0,01 0,41 0,91 0,72 -0,09 0,24 0,98 0,92 0,00 0,22 0,98 0,92

Franca 0,22 0,59 0,77 0,52 -0,16 0,59 0,80 0,53 0,09 0,32 0,95 0,85 -0,68 0,85 0,75 0,61

Ibitinga 0,08 0,54 0,91 0,74 0,00 0,52 0,92 0,74 -0,07 0,28 0,98 0,94 0,00 0,23 0,99 0,96

Iguape 0,22 0,48 0,94 0,85 -0,02 0,44 0,95 0,83 0,02 0,25 0,99 0,94 0,02 0,25 0,99 0,94

Itapeva 0,15 0,46 0,92 0,77 -0,01 0,48 0,93 0,77 0,00 0,25 0,98 0,94 -0,03 0,25 0,98 0,94

Jales 0,35 0,60 0,87 0,71 -0,12 0,50 0,91 0,71 -0,04 0,34 0,96 0,86 -0,11 0,37 0,95 0,85

José Bonif. 0,27 0,62 0,88 0,72 -0,04 0,54 0,92 0,72 -0,15 0,32 0,97 0,92 -0,03 0,27 0,98 0,94

Lins 0,21 0,53 0,91 0,77 -0,06 0,48 0,93 0,77 0,12 0,30 0,97 0,94 0,02 0,24 0,99 0,94

Ourinhos 0,14 0,44 0,94 0,83 -0,13 0,44 0,94 0,83 0,04 0,24 0,98 0,94 0,00 0,24 0,98 0,94

Piracicaba 0,25 0,51 0,91 0,76 -0,04 0,46 0,93 0,76 0,17 0,28 0,97 0,94 0,02 0,22 0,99 0,94

President. P 0,36 0,60 0,88 0,72 0,01 0,48 0,91 0,72 0,21 0,29 0,97 0,96 0,01 0,20 0,99 0,96

Rancharia 0,20 0,54 0,92 0,76 -0,03 0,51 0,92 0,76 0,02 0,30 0,98 0,92 0,01 0,27 0,98 0,92

São Carlos 0,12 0,39 0,93 0,81 -0,09 0,37 0,94 0,81 0,17 0,30 0,96 0,92 -0,02 0,24 0,98 0,92

S. Luis Pi. 0,09 0,38 0,95 0,83 -0,08 0,37 0,95 0,85 0,07 0,19 0,99 0,96 0,06 0,18 0,99 0,96

S. Miguel A. 0,03 0,39 0,95 0,81 -0,04 0,40 0,95 0,81 -0,12 0,24 0,98 0,96 0,01 0,19 0,99 0,96

São Paulo 0,10 0,39 0,93 0,79 -0,01 0,37 0,94 0,79 0,00 0,20 0,98 0,94 -0,02 0,21 0,98 0,94

Taubaté 0,04 0,38 0,95 0,83 -0,02 0,40 0,95 0,81 0,05 0,24 0,98 0,94 0,01 0,22 0,98 0,96

Valparaiso 0,39 0,74 0,82 0,62 -0,04 0,62 0,88 0,64 0,19 0,40 0,96 0,88 0,06 0,36 0,96 0,88

Votuporanga 0,25 0,51 0,91 0,76 -0,04 0,46 0,93 0,76 0,35 0,48 0,92 0,86 -0,01 0,29 0,97 0,88

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73

Tabela 4 - Desempenho estatísticos das redes neurais artificias e máquina vetor, arquiteturas 3 e 4, em diferentes cidades do estado de São Paulo

Estações R3 (Tmax, Tmin, T, Ra,U2) M3 (Tmax, Tmin, T, Ra,U2) R4 (Tmax, Tmin, T, Ra,UR) M4 (Tmax, Tmin, T, Ra,UR)

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

Ariranha -0,07 0,22 0,99 0,96 -0,02 0,20 0,99 0,96 0,07 0,23 0,99 0,96 0,01 0,19 0,99 0,96

Avaré 0,19 0,29 0,97 0,94 0,05 0,23 0,98 0,94 0,13 0,26 0,98 0,94 0,07 0,22 0,99 0,94

Bauru 0,12 0,19 0,99 0,96 0,03 0,15 0,99 0,96 0,10 0,19 0,99 0,96 0,02 0,14 0,99 0,96

Casa Branca -0,05 0,16 0,99 0,96 -0,02 0,16 0,99 0,96 0,10 0,19 0,99 0,96 0,00 0,31 0,96 0,85

Franca 0,11 0,26 0,97 0,92 -0,06 0,25 0,97 0,90 -0,15 0,25 0,97 0,94 0,02 0,20 0,95 0,94

Ibitinga -0,14 0,28 0,98 0,94 0,00 0,22 0,99 0,96 -0,08 0,25 0,98 0,94 0,01 0,20 0,99 0,96

Iguape -0,02 0,25 0,99 0,94 0,00 0,24 0,99 0,94 -0,02 0,25 0,98 0,96 -0,03 0,24 0,99 0,96

Itapeva 0,02 0,18 0,99 0,96 0,03 0,18 0,99 0,96 0,00 0,18 0,99 0,96 0,02 0,17 0,99 0,96

Jales -0,03 0,30 0,97 0,88 -0,11 0,33 0,96 0,88 0,06 0,25 0,98 0,92 0,01 0,22 0,98 0,94

José Bonif. -0,13 0,27 0,98 0,94 -0,04 0,23 0,99 0,96 -0,03 0,24 0,99 0,94 -0,04 0,22 0,99 0,96

Lins 0,01 0,20 0,99 0,96 -0,01 0,18 0,99 0,96 -0,03 0,23 0,99 0,96 -0,02 0,20 0,99 0,96

Ourinhos 0,03 0,21 0,99 0,96 0,00 0,22 0,99 0,94 0,00 0,21 0,99 0,96 0,00 0,21 0,99 0,96

Piracicaba 0,10 0,20 0,99 0,96 -0,01 0,17 0,99 0,96 0,03 0,19 0,99 0,96 0,00 0,17 0,99 0,96

President. P 0,17 0,23 0,98 0,96 -0,03 0,17 0,99 0,96 0,08 0,17 0,99 0,98 0,00 0,16 0,99 0,98

Rancharia 0,06 0,25 0,98 0,94 0,00 0,25 0,98 0,94 0,05 0,25 0,98 0,94 0,01 0,23 0,99 0,94

São Carlos 0,12 0,24 0,98 0,94 0,00 0,21 0,98 0,94 0,01 0,18 0,99 0,96 -0,01 0,17 0,99 0,96

S. Luis Pi. 0,05 0,18 0,99 0,96 0,02 0,15 0,99 0,98 0,09 0,19 0,99 0,98 -0,01 0,15 0,99 0,98

S. Miguel A. -0,03 0,18 0,99 0,96 0,03 0,18 0,99 0,96 -0,07 0,18 0,99 0,96 0,01 0,15 0,99 0,98

São Paulo 0,09 0,17 0,98 0,96 0,00 0,17 0,99 0,96 0,03 0,16 0,99 0,96 0,01 0,15 0,99 0,96

Taubaté 0,09 0,23 0,98 0,94 -0,02 0,21 0,99 0,94 0,11 0,26 0,98 0,94 -0,01 0,23 0,98 0,94

Valparaiso 0,02 0,22 0,99 0,96 -0,02 0,22 0,99 0,96 0,10 0,25 0,98 0,96 0,06 0,21 0,99 0,96

Votuporanga 0,10 0,24 0,98 0,94 -0,04 0,21 0,99 0,94 0,05 0,22 0,98 0,94 -0,01 0,19 0,99 0,96

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74

Tabela 5 - Desempenho estatísticos das redes neurais artificias e máquina vetor, arquiteturas 5 e 6, em diferentes cidades do estado de São Paulo

Estações R5 (T, Rs) M5 (T, Rs) R6 (Tmax, Tmin, T, Ra,Rs) M6 (Tmax, Tmin, T, Ra,Rs)

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

Ariranha 0,22 0,42 0,95 0,88 -0,04 0,33 0,97 0,90 0,09 0,19 0,99 0,98 -0,01 0,18 0,99 0,98

Avaré 0,24 0,31 0,97 0,96 0,00 0,20 0,99 0,96 0,22 0,28 0,98 0,96 0,02 0,17 0,99 0,96

Bauru 0,42 0,47 0,92 0,92 -0,08 0,22 0,98 0,94 0,21 0,25 0,98 0,98 0,01 0,11 0,99 0,98

Casa Branca 0,15 0,28 0,97 0,90 -0,08 0,27 0,97 0,90 0,01 0,20 0,98 0,94 -0,05 0,21 0,98 0,94

Franca 0,27 0,40 0,93 0,85 -0,10 0,33 0,95 0,85 0,21 0,29 0,96 0,94 -0,06 0,25 0,97 0,90

Ibitinga 0,23 0,34 0,97 0,94 -0,03 0,25 0,98 0,94 -0,01 0,13 1,00 0,98 0,06 0,59 0,88 0,69

Iguape 0,05 0,13 1,00 0,98 0,01 0,12 1,00 0,98 0,03 0,08 1,00 1,00 0,00 0,05 1,00 1,00

Itapeva 0,17 0,23 0,99 0,98 0,00 0,14 0,99 0,98 0,09 0,14 0,99 0,98 -0,02 0,12 1,00 0,98

Jales 0,36 0,61 0,86 0,71 -0,24 0,57 0,88 0,67 0,03 0,32 0,97 0,88 -0,05 0,34 0,96 0,86

José Bonif. 0,29 0,56 0,91 0,79 -0,08 0,51 0,93 0,77 -0,09 0,28 0,98 0,94 0,00 0,24 0,99 0,94

Lins 0,31 0,45 0,94 0,90 -0,07 0,32 0,97 0,90 0,12 0,22 0,99 0,96 0,12 0,18 0,99 0,96

Ourinhos 0,14 0,21 0,99 0,98 0,03 0,17 0,99 0,98 0,08 0,12 1,00 1,00 0,01 0,08 1,00 1,00

Piracicaba 0,40 0,45 0,94 0,94 -0,03 0,20 0,99 0,96 0,10 0,21 0,99 0,96 0,01 0,19 0,99 0,96

President. P 0,18 0,29 0,97 0,94 -0,08 0,23 0,98 0,94 0,09 0,17 0,99 0,98 -0,01 0,15 0,99 0,98

Rancharia 0,07 0,20 0,99 0,96 0,02 0,19 0,99 0,96 0,01 0,13 1,00 0,98 0,00 0,13 1,00 0,98

São Carlos 0,27 0,35 0,95 0,94 -0,05 0,22 0,98 0,94 0,13 0,19 0,99 0,98 0,00 0,12 0,99 0,98

S. Luis Pi. 0,11 0,16 0,99 0,98 0,00 0,12 1,00 0,98 -0,03 0,07 1,00 1,00 0,00 0,06 1,00 1,00

S. Miguel A. 0,03 0,13 1,00 0,98 -0,02 0,13 1,00 0,98 -0,06 0,12 1,00 0,98 -0,01 0,10 1,00 0,98

São Paulo 0,06 0,16 0,99 0,96 -0,02 0,15 0,99 0,96 -0,02 0,13 0,99 0,98 0,01 0,11 0,99 0,98

Taubaté -0,01 0,19 0,99 0,96 -0,01 0,18 0,99 0,96 -0,09 0,13 0,99 0,98 0,00 0,10 1,00 0,98

Valparaiso 0,20 0,51 0,93 0,79 -0,08 0,46 0,94 0,81 0,16 0,36 0,97 0,90 0,00 0,32 0,97 0,90

Votuporanga 0,65 0,77 0,81 0,77 -0,18 0,46 0,91 0,77 0,28 0,39 0,94 0,90 -0,01 0,26 0,98 0,90

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75

Tabela 6 - Desempenho estatísticos dos métodos empíricos, em diferentes cidades do estado de São Paulo

Estações Hargreaves – Samani (HS) Abtew (AB)

MBE RMSE “d” R2

MBE RMSE “d” R2

Ariranha 0,99 1,03 0,81 0,94 -0,37 0,58 0,92 0,86

Avaré 0,30 0,46 0,95 0,88 -0,06 0,23 0,98 0,94

Bauru 0,88 0,95 0,79 0,92 -0,09 0,25 0,97 0,92

Casa Branca 0,86 0,93 0,77 0,88 -0,23 0,38 0,93 0,90

Franca -0,07 0,57 0,87 0,58 -0,25 0,43 0,89 0,81

Ibitinga 0,59 0,65 0,91 0,94 -0,04 0,30 0,97 0,92

Iguape 0,68 0,73 0,89 0,94 0,26 0,32 0,97 0,98

Itapeva 0,41 0,52 0,94 0,92 0,06 0,21 0,99 0,98

Jales -0,79 1,08 0,69 0,42 -0,88 1,09 0,68 0,58

José Bonif. 0,36 0,48 0,94 0,90 -0,57 0,77 0,86 0,76

Lins -1,27 1,41 0,61 0,88 -0,30 0,50 0,92 0,88

Ourinhos 0,96 1,02 0,80 0,92 0,05 0,29 0,97 0,96

Piracicaba 0,68 0,73 0,87 0,92 0,00 0,29 0,97 0,94

President. P 0,49 0,59 0,91 0,90 -0,61 0,66 0,87 0,90

Rancharia 1,25 1,28 0,72 0,94 0,03 0,32 0,97 0,96

São Carlos 1,22 1,31 0,68 0,86 0,02 0,28 0,96 0,92

S. Luis Pi. 0,77 0,80 0,85 0,94 0,42 0,47 0,93 0,98

S. Miguel A. 0,74 0,79 0,86 0,94 0,33 0,39 0,95 0,98

São Paulo 0,41 0,55 0,92 0,90 -0,17 0,27 0,97 0,98

Taubaté 1,01 1,06 0,78 0,92 -0,13 0,30 0,97 0,96

Valparaiso 0,41 0,60 0,91 0,83 -0,59 0,77 0,84 0,76

Votuporanga 0,31 0,56 0,90 0,76 -0,55 0,72 0,81 0,76

2.3.2 Desempenho anual dos métodos empíricos, RNas e MVS

Em média, observou-se que o método empírico de HS e as RNAs

superestimaram a ETo no estado de São Paulo. O método de HS apresentou um

valor de MBE = 0,51 mm d-1 e as RNAs apresentaram valores mais elevados na R1

(MBE = 0,20 mm d-1) e na R5 (MBE = 0,22 mm d-1), os quais mostraram uma menor

superestimativa comparado com o método de HS. Já o método de AB (MBE= -0,17

mm d-1) e a MVS (MBE = -0,05 mm d-1 na M1 e M5) subestimaram a ETo. M1 e M5

representam os valores máximos observados, sendo assim, a MVS teve uma

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76

subestimativa inferior. Com base no índice RMSE, observou-se que o método de AB

teve uma precisão mais elevada (RMSE = 0,45±0,229 mm d-1) que o método de HS

(RMSE = 0,82±0,287 mm d-1), R1 (RMSE = 0,51±0,106 mm d-1) e M1 (RMSE

=0,46±0,072 mm d-1), Figura 3.

Em relação ao índice “d” e R2, observou-se que tanto o método de AB (“d” =

0,92±0,074) quanto a TAM (“d” = 0,90±0,047 na R1 e “d” = 0,92±0,034 na M1, sendo

os valores mais baixos) apresentaram melhor concordância em relação ao método

de HS (“d” = 0,84±0,095), todavia, o método de HS (R2 = 0,87±0,128) apresentou

melhores ajustes matemáticos em relação a R1 (R2 = 0,76±0,079) e M1 (R2 =

0,76±0,076), expostos na Figura 3. Com a exceção da R1 e M1 que apresentaram

baixos resultados do que o método de AB, nota-se claramente que as TAM

produziram maiores desempenhos.

Figura 3 - Desempenho médio das RNAs, MVS e métodos empírico, escala anual

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6

0.0

0.5

1.0

R2

X Axis Title

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6

0.0

0.5

1.0

"d"

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6

0.0

0.5

1.0

RM

SE

(m

m d

-1)

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6

-0.3

0.0

0.3

0.6

MB

E (

mm

d-1)

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77

Em geral, observou-se que o aumento do número de variáveis de entrada nas

TAM melhorou o seu desempenho. As arquiteturas R6 (MBE = 0,07 mm d-1; RMSE =

0,20±0,090 mm d-1; “d” = 0,99 ±0,015 e R2 = 0,96±0,033) e M6 (MBE = 0,00 mm d-1;

RMSE = 0,18±0,120 mm d-1; “d” = 0,98 ±0,026 e R2 = 0,95±0,069) produziram

resultados mais elevados. Este comportamento também foi relatado na literatura,

sendo nas RNAs: RMSE = 0,21 a 3,19 mm d-1; R2 =0,79 a 1,00 (YASSIN et al.,

2016), RMSE = 0,31e 0,43 mm d-1; R2 =0,90 e 0,95 (TRAJKOVIC, 2009), RMSE =

0,27 mm d-1; “d” = 0,99 e R2 =0,99 (LAABOUDI et al., 2012) e na MVS: RMSE = 0,09

a 0,19 mm d-1 e R2 =0,91 a 0,99 (ABDULLAH et al., 2015), RMSE = 0,02 a 0,07 mm

d-1 e R2 =0,95 a 1,00 (TABARI et al., 2012). Alguns desses desempenhos são

inferiores aos constatados no presente estudo.

2.3.3 Erros dos métodos empíricos e da TAM em escala anual

O diagrama de caixa (box plot) mostra os valores dos erros produzidos pelos

métodos empíricos e pelas TAM em relação ao método de PMF 56. A marca que se

encontra no centro da caixa representa o erro médio e as extremidades representam

os valores extremos dos erros. Nesse diagrama, observou-se que a R6 e a M6

apresentaram um erro médio mais próximo de zero e caixas mais estreitas. Isto

confirma a tendência desses métodos não sub ou superestimarem a ETo (MBE

) e a elevada precisão relatada através dos índices RMSE, sendo M6

mais preciso que R6. Os demais métodos apresentaram caixas mais largas,

significando serem menos confiáveis do que a R6 e a M6 quanto menos estreita for

a sua caixa e mais distante de zero estiver. Os piores resultados são observados no

método de HS. Observa-se também que o método de Abtew tem melhor precisão

que R1 e M1,confirmando os resultados já relatados (Figura 4).

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78

Figura 4 - Box plot de erros dos doze métodos, escala anual

2.3.4 Comportamento da ETo no estado de São Paulo em escala anual

A seguir é apresentado os gráficos que ilustram o comportamento da ETo

estimada pelos melhores (AB, R6 e M6) e piores métodos (HS, R1 e M1). As Figuras

5 (a – l) e 6 (m – v) representam os melhores métodos e as Figuras 7 (a – l) e 6 ( m

– v), os piores.

Nas figuras em questão, notou-se que tanto a R6 quanto a M6 apresentaram em

geral as suas retas de regressão sobrepostas à reta Y = X (1:1), significando que os

valores de ETo estimados por esses métodos são muito próximos aos do método de

PMF 56. Observou-se também que o par de dados da ETo (formado pelos métodos

de PMF 56 vs R6 e M6) está muito próximo da reta de regressão de cada TAM,

mostrando uma melhor precisão e elevados ajustes matemáticos, confirmando os

resultados já relatados. Em relação ao método de AB, verificou-se uma tendência de

subestimar a ETo, pois em geral as suas retas de regressão estiveram abaixo da

reta Y = X e apresentaram um alto grau de espalhamento dos pares de dados da

ETo, conferindo que a R6 e a M6 apresentaram melhor desempenho. Embora seja

difícil verificar a diferença entre a R6 e M6, este último apresentou desempenho

mais elevado, contudo, provavelmente as diferenças entre elas não tenham

relevância estatística.

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

ET

o [E

stim

ado-P

MF

56] (m

m d

-1)

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79

Figura 5 - Dispersão da ETo estimada pelos melhores métodos

Figura 6 - Dispersão da ETo estimada pelos melhores métodos

0

2

4

6

8

10

M6

R6

AB

1:1a) Ariranha

ET

o (

mm

d-1)

M6

R6

AB

1:1b) Avaré

M6

R6

AB

1:1c) Bauru

0

2

4

6

8

10

M6

R6

AB

1:1d) Casa Branca

ET

o (

mm

d-1)

M6

R6

AB

1:1e) Franca

M6

R6

AB

1:1f) Ibitinga

0

2

4

6

8

10

M6

R6

AB

1:1g) Iguape

ET

o (

mm

d-1)

M6

R6

AB

1:1h) Itapeva

M6

R6

AB

1:1i) Jales

0 2 4 6 8 100

2

4

6

8

10

M6

R6

AB

1:1j) José Bonifácio

ET

o (

mm

d-1)

ETo PMF 56 (mm d-1)

0 2 4 6 8 10

M6

R6

AB

1:1k) Lins

ETo PMF 56 (mm d-1)

0 2 4 6 8 10

M6

R6

AB

1:1l) Ourinhos

ETo PMF 56 (mm d-1)

0

2

4

6

8

10

M6

R6

AB

1:1m) Piracicaba

ET

o (

mm

d-1)

M6

R6

AB

1:1n) Presidente Prudente

M6

R6

AB

1:1o) Rancharia

0

2

4

6

8

10

M6

R6

AB

1:1p) São Carlos

ET

o (

mm

d-1)

M6

R6

AB

1:1q) São Luis do Piraitinga

M6

R6

AB

1:1r) São Miguel de Arcanjo

0

2

4

6

8

10

M6

R6

AB

ET

o (

mm

d-1)

1:1s) São Paulo

ET

o (

mm

d-1)

M6

R6

AB

1:1t) Taubaté

M6

R6

AB

1:1u) Valparaíso

0 2 4 6 8 10

M6

R6

AB

v) Votuporanga1:1

ETo PMF 56 (mm d-1)

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80

Ao contrário das figuras anteriores, nas Figuras 7 (a – l) e 8 ( m – v) observou-se

que as retas de regressão da R1, M1, e HS distanciaram-se mais da reta de

regressão Y = X e apresentaram os pares de dados mais espalhados. Isto significa

que esses métodos apresentaram valores de subestimativa (gráficos abaixo da reta

Y = X) ou superestimativa (gráficos acima da reta Y = X) mais elevados do que os

métodos anteriores e baixa precisão, consequentemente, pior desempenho

estatístico. Observou-se ainda que o método de HS foi o pior de todos, seguido pela

R1.

A tendência da TAM apresentar melhor desempenho em relação aos métodos

empíricos foi reportado por diversos pesquisadores (KHOOB, 2008; KISI, 2013;

KUMAR et al., 2008; LADLANI et al., 2012).

Figura 7 - Dispersão da ETo estimada pelos piores métodos

0

2

4

6

8

10

M1

R1

HS

1:1a) Ariranha

ET

o (

mm

d-1)

M1

R1

HS

1:1b) Avaré

M1

R1

HS

1:1c) Bauru

0

2

4

6

8

10

M1

R1

HS

1:1d) Casa Branca

ET

o (

mm

d-1)

M1

R1

HS

1:1e) Franca

M1

R1

HS

1:1f) Ibitinga

0

2

4

6

8

10

M1

R1

HS

1:1g) Iguape

ET

o (

mm

d-1)

M1

R1

HS

1:1h) Itapeva

M1

R1

HS

1:1i) Jales

0 2 4 6 8 100

2

4

6

8

10

M1

R1

HS

1:1j) José Bonifácio

ET

o (

mm

d-1)

ETo PMF 56 (mm d-1)

0 2 4 6 8 10

M1

R1

HS

1:1k) Lins

ETo PMF 56 (mm d-1)

0 2 4 6 8 10

M1

R1

HS

1:1l) Ourinhos

ETo PMF 56 (mm d-1)

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81

Figura 8 - Dispersão da ETo estimada pelos piores métodos

2.3.5 Desempenho sazonal dos métodos empíricos, RNas e MVS

O método de HS superestimou a ETo em todas as estações do ano, o de AB

superestimou somente no outono e as TAM apresentaram um comportamento

variado. Observou-se ainda que estes métodos apresentaram valores absolutos de

MBE superiores do que as RNAs e a MVS em todas as estações do ano,

significando que tanto as RNAs quanto a MVS subestimaram ou superestimaram

menos os valores da ETo. Resultados de subestimativa e superestimativa mais

baixos das TAM são observados no verão e no outono. Os piores resultados de MBE

aconteceram no método de HS, seguido pelo método de AB (Figura 9). A tendência

do método de AB subestimar e superestimar a ETo em alguns período do ano foi

observada por Abtew et al. (2011).

Com base no RMSE, notou-se que o método de HS apresentou elevada precisão

no outono (0,60±0,367mm d-1), e no inverno (0,57±0,251 mm d-1) e o de AB no verão

(0,16±0,110 mm d-1) e no outono (0,15±0,110mm d-1). As RNAS e MVS mostraram

precisão mais baixa na primavera e no inverno principalmente nas seguintes

0

2

4

6

8

10

M1

R1

HS

1:1m) Piracicaba

ET

o (

mm

d-1)

M1

R1

HS

1:1n) Presidente Prudente

M1

R1

HS

1:1o) Rancharia

0

2

4

6

8

10

M1

R1

HS

1:1p) São Carlos

ET

o (

mm

d-1)

M1

R1

HS

1:1q) São Luis do Piraitinga

M1

R1

HS

1:1r) São Miguel de Arcanjo

0

2

4

6

8

10

M1

R1

HS

ET

o (

mm

d-1)

1:1s) São Paulo

ET

o (

mm

d-1)

M1

R1

HS

1:1t) Taubaté

M1

R1

HS

1:1u) Valparaíso

0 2 4 6 8 10

M1

R1

HS

v) Votuporanga1:1

ETo PMF 56 (mm d-1)

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82

arquiteturas: R1, M1, R2 e M2, cujos resultados foram de 0,41±0,116; 0,38±0,115;

0,26±0,111; e 0,28±0,112 mm d-1 e 0,25±0,112; 0,27±0,117; 0,18±0,09 e; 0,11±0,09

mm d-1, respectivamente (Figura 9). Todas essas precisões são superiores as

melhores precisões observadas no método de HS, porém, em média inferiores as

melhores precisões observadas no método de AB.

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83

Figura 9 - Desempenho médio das RNAs, MVS e dos métodos empíricos no estado de São Paulo, escala sazonal

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

-0.5

0.0

0.5

1.0

MB

E (

mm

d-1)

Primavera

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

-0.5

0.0

0.5

1.0

Verão

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

-0.5

0.0

0.5

1.0

Outono

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

-0.5

0.0

0.5

1.0

Inverno

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

RM

SE

(m

m d

-1)

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

"d"

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

R2

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

HS

AB

R1

M1

R2

M2

R3

M3

R4

M4

R5

M5

R6

M6

0.0

0.5

1.0

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84

2.3.6 Erros dos métodos empíricos e da TAM em escala sazonal

Os resultados do box plot (Figura 10) ilustraram de forma clara que as

arquiteturas: R3, M3, R4, M4, R5, M5, R6 e M6 são melhores para a estimativa da

ETo em relação aos demais métodos avaliados em todas as estações do ano, pois

apresentaram box plots mais estreitos e erros médios mais próximos de zero.

Entretanto, são confiáveis na estimativa da ETo em relação ao método padrão.

Observou-se ainda que essas arquiteturas produziram resultados mais confiáveis no

verão e no outono. Analisando os métodos empíricos, verificou-se que o método de

AB produziu resultados mais confiáveis no verão e o de HS no outono e inverno,

confirmando os resultados anteriores.

Figura 10 - Box plot de erros dos doze métodos, escala sazonal

2.4 DISCUSSÃO

Comparando o desempenho dos métodos em avaliação na escala anual,

observou-se o pior desempenho no método empírico de HS. Já o método empírico

de AB (RMSE =0,45±0,229 mm d-1) comportou-se melhor em relação ao método de

HS (RMSE =0,82±0,287 mm d-1), R1 (RMSE =0,51±0,106 mm d-1) e M1 (RMSE

=0,46±0,072 mm d-1). A elevada precisão do método de AB em relação a R1 e M1,

pode ser explicada por ter utilizado mais variáveis de entrada (T e Rs), pois quando

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5Primavera

Err

os (

mm

d-1)

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5Verão

Inverno

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

Outono

Err

os (

mm

d-1)

HS AB R1 M1 R2 M2 R3 M3 R4 M4 R5 M5 R6 M6-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

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85

se combinou essas variáveis nas TAM, verificou-se uma precisão mais elevada (R5:

RMSE = 0,35±0,171 mm d-1 e M5: RMSE = 0,26±0,132 mm d-1). Existem estudos

que relataram o aumento do desempenho das TAM com o aumento do número de

variáveis de entrada (ADELOYE et al., 2012; HUO et al., 2012; LANDERAS et al.,

2008; TRAORE et al., 2010; TRAORE et al., 2016; WEN et al., 2015), corroborando

com os resultados apresentados. Embora o método de AB tenha sido mais preciso

em relação a R1 e M1, apresentou valor de MBE (-0,17 mm d-1) mais elevado,

contudo, foi considerado bom por estar próximo de zero.

Comparando as TAM com o mesmo número de variáveis de entrada, observou-

se que em média a MVS apresentou melhor desempenho. A tendência da MVS

apresentar melhores resultados do que as RNAs para a mesma arquitetura foi

observada por vários pesquisadores (KISI, 2013; WEN at al., 2015). Segundo Tabari

et al. (2013), a MVS possui uma boa flexibilidade e habilidade de modelar

fenômenos complexos em relação as RNAs, pois procura soluções mais otimizadas.

A R6 (MBE = 0,07 mm d-1; RMSE = 0,20±0,090 mm d-1; “d” = 0,99 ±0,015 e R2 =

0,96±0,033) e M6 (MBE = 0,00 mm d-1; RMSE = 0,18±0,120 mm d-1; “d” = 0,98

±0,026 e R2 = 0,95±0,069) apresentaram o desempenho mais elevado da presente

pesquisa. O elevado desempenho em relação as arquiteturas R1, M1, R2, M2, R5,

M5 foi justificado pelo uso de mais variáveis de entrada, conforme anteriormente

demonstrado. A R3, M3, R4 e M4 utilizaram o mesmo número de variáveis de

entrada utilizado na R6 e M6, cuja diferença esta na U2 utilizada na R3 e M3 e na

UR utilizada na R4 e M4 no lugar da Rs utilizada na R6 e M6. Com isso, notou-se

que a inclusão da Rs na R6 e M6 explica o seu melhor desempenho, pois é um dos

elementos meteorológicos que mais influencia na ETo. Comportamento similar foi

observado em outros trabalhos (ARUN RAJ;JAIRAJ, 2014; LANDERAS et al., 2008;

TABARI et al., 2012; VYAS;SUBBAIAH, 2016; WEN et al., 2015). O elevado

desempenho da R6 e M6 foi confirmado pelo diagrama de caixa com bigodes, o qual

mostrou estimativas mais confiáveis (elevada precisão e erros de estimativa

próximos de zero).

À semelhança da escala anual, o método de HS apresentou o pior desempenho.

O método de AB apresentou melhor desempenho do que a R1, M1, R2, M2 e HS no

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86

verão. Este método é adequado para estimar a ETo em climas quentes e úmidos

(LINGLING et al., 2013; SAMARAS et al., 2014; ZHAI et al., 2010), portanto, isto

justifica os resultados obtidos no verão, o qual é quente e chuvoso. Contudo, a

superioridade desse método não é observado quando é comparado com outras

arquiteturas das TAM, evidenciando que o aumento das variáveis de entrada

melhora a qualidade de estimativa das TAM e que a Rs é uma das variáveis mais

importantes na taxa de ETo.

Em geral, as arquiteturas R3, M3, R4, M4, R5, M5, R6 e M6 produziram melhores

resultados na estimativa da ETo em todas estações do ano, pois apresentaram

valores de MBE e de RMSE mais próximos de zero e de “d” e R2 mais próximos de

um, significando baixa sub ou superestimativa, elevada precisão, elevada

concordância e elevado ajuste matemático, respectivamente.

2.5 CONCLUSÃO

Escala anual:

O método empírico de HS apresentou menor desempenho que o método de

Abtew (AB), redes neurais artificiais (RNAs) e máquina vetor de suporte (MVS).

O método de AB apresentou um desempenho melhor (MBE = -0,17 mm d-1 e

RMSE = 0,45 mm d-1) em comparação as RNas (R1) e MVS (M1) que tiveram a

temperatura média do ar (T) como variável de entrada. Todavia, apresentou um

desempenho inferior as arquiteturas: R5 (MBE = 0,22 mm d-1 e RMSE = 0,35 mm d-

1) e M5 (MBE = -0,05 mm d-1 e RMSE = 0,26 mm d-1), as quais usaram as mesmas

variáveis de entrada exigidas no método de AB (T e Rs).

A R6 (MBE = 0,07 mm d-1 e RMSE = 0,20 mm d-1) e M6 (MBE = 0,00 mm d-1 e

RMSE = 0,18 mm d-1), as quais utilizaram a temperatura máxima -Tmax, mínima -

Tmin, T, radiação extraterrestre - Ra e Rs como variáveis de entrada, superaram o

desempenho de todos modelos/métodos.

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87

Escala sazonal:

Observou-se que o método de HS apresentou piores desempenhos em todas as

estações do ano. O método de AB apresentou melhores resultados no verão (MBE =

-0,15 mm d-1 e RMSE = 0,16 mm d-1) e no outono (MBE = 0,10 mm d-1 e RMSE =

0,15 mm d-1), os quais superaram os resultados produzidos pela R1, M1, R2 e M2. A

R2 e M2 utilizaram a Tmax, Tmin, T e Ra como variáveis de entrada.

As arquiteturas R3, M3, R4, M4, R5, M5, R6 e M6 produziram melhores

resultados que os demais modelos avaliados, pois os seus valores de MBE e RMSE

foram praticamente iguais a 0,00 mm d-1 e os de “d” e R2 foram mais próximos de

um. R3 e M3 utilizaram a Tmax, Tmin, T, Ra e U2, enquanto R4 e M4, utilizaram UR

no lugar de U2, permanecendo as demais variáveis. É de ressaltar que todos os

métodos relatados como melhores, apresesentaram elevados valores dos índices “d”

e R2, tanto na escala anual quanto sazonal.

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88

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94

CAPÍTULO 3

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO:

MÉTODO GEOESPACIAL

RESUMO

A interpolação da evapotranspiração de referência (ETo) permite o seu

conhecimento em locais onde não se dispõe de nehuma informação, facilitando a

realização de inúmeras atividades agrícolas. Com este trabalho, pretende-se

apresentar a variabilidade espacial da ETo no estado de São Paulo a partir de dados

meteorológicos de 31 estações, utilizando a krigagem ordinária pontual (KOP) como

interpolador geoestatístico. A ETo foi estimada a partir do método de Penman

Monteith FAO 56, em escala anual e sazonal (primavera, verão, outono e inverno).

Os variogramas obtidos foram analisados com base na soma dos quadrados dos

resíduos, tendo-se verificado que o modelo esférico foi melhor em todas as escalas,

com a exceção da primavera onde o modelo guassiano apresentou melhor

desempenho. Todos os modelos apresentaram uma dependência espacial forte. A

posterior, fez-se a validação cruzada da KOP com base nos coeficientes angular

e linear da reta de regressão linear simples, R2 (Coeficiente de

determinação), MBE (Mean Bias Error), RMSE (Root Mean Square Error) e MSDR

(Mean squared deviation ratio), cujos resultados mostraram um ótimo desempenho

da KOP. Finalmente, fez-se a confecção dos respectivos mapas.

Palavras – chave: Interpolação de dados. Krigagem Ordinária. Método de Penman

– Monteith.

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95

ABSTRACT

The interpolation of the reference evapotranspiration (ETo) allows its knowledge in

places where there is no information available, facilitating the accomplishment of

many agricultural activities. This study carried out is intending to present the spatial

variability of the ETo in the state of São Paulo by collecting and using data from 31

meteorological gauge stations using ordinary point kriging (OPK) method as

geostatistic interpolator. The ETo was estimated from the Penman-Monteith method

FAO 56, on an annual and seasonal scale (spring, summer, autumn and winter). The

obtained variograms were analyzed based on residuals sum of squares and verified

that the spherical model was better in all the scales with the exception of the spring

where the Gaussian distribution model has shown better performance. All models

showed strong spatial dependence. Afterwards, it was carried out cross-validated for

OPK based on the angular (β1) and linear (βo) coefficients of the simple linear

regression line, R2 (Determination Coefficient), RMSE (Root Mean Square Error) and

MSDR (Mean squared deviation ratio) whose results showed a good performance of

OPK. Finally, the respective maps were outlined.

Keywords: Data interpolation. Ordinary Kriging. Penman - Monteith method.

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96

3.1 INTRODUÇÃO

Uma estimativa precisa da evapotranspiração de referência (ETo) é fundamental

para estudos agrícolas, hidrológicos, gestão de recursos hídricos, e bacias

hidrográficas, principalmente para estimar a demanda das culturas, planejamento da

irrigação, gestão da seca e estudos sobre mudanças climáticas (RAZIEI;PEREIRA,

2013). Segundo Allen et al. (1998), a ETo representa a perda de água por

evaporação e transpiração de uma extensa superfície vegetada em condições

padrão: sem estresse hídrico; cobertura total da superfície terrestre; albedo de 0,23;

crescimento ativo e uniforme (0,12 m de altura).

Existem várias equações de estimativa da ETo, dentre elas, a equação de

Penman Monteith, recomendada em 1998 no boletim da FAO 56 tem apresentado

ótimo desempenho em diferentes condições climáticas (ALLEN et al., 1998; JIA et

al., 2009; KANG et al., 2003; MOHAWESH, 2011). Contudo, não são todos os locais

que dispõem de elementos climáticos suficientes para utilizar essa equação.

Segundo Kamali et al. (2015), a ETo em locais com falta de informação pode ser

estimada a partir dos valores de outros locais, utilizando o método de interpolação.

Por outro lado, Zhou et al. (2007) relataram que os métodos de interpolação espacial

vêm sendo utilizados em diversas áreas, principalmente em ciências ambientais. É

de ressaltar que a precisão de estimativa dos valores depende do desempenho do

tipo de interpolador escolhido.

Os métodos de interpolação podem ser divididos em dois grupos, sendo

determísticos e geoestatísticos. Os métodos determísticos estimam os valores de

um determinado ponto a partir de valores registrados nos pontos vizinhos

(KURTZMAN;KADMON; 1999), por exemplo, o método de inverso da distância

ponderada (IDW) e método Spline. Estes métodos baseiam-se no princípio básico de

que os pontos próximos devem estar fortemente relacionados em relação aos pontos

mais distantes do local interpolado. Os métodos geoestatísticos como a krigagem

têm uma base estatística bastante poderosa, sendo utilizados em diversas áreas. A

krigagem pressupõe que a distância e a direção entre pontos amostrados reflete

uma correlação espacial que pode ser utilizada para explicar as variações na

superfície (CHILDS, 2004). Segundo Matheron (1963), a krigagem quantifica a

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correlação espacial entre os dados e depois faz uma previsão dos valores em locais

sem dados medidos. Para obter as previsões desses locais, a krigagem usa modelos

de variograma, correlação espacial entre os dados e os dados medidos em pontos

vizinhos (KAMALI et al., 2015). O termo krigagem é em homenagem ao engenheiro

Sul Africano chamado Krige.

Segundo Li e Heap (2011), os métodos IDW, krigagem ordinária (OK) e a

Cokrigagem são frequentemente mais utlizados, porém, os métodos de krigagem

produzem melhores resultados do que os métodos não geoestatísticos. Para

Dalezios et al. (2002), uma ótima interpolação usando técnicas da geoestatística,

como a krigagem, pode ser utilizada para o mapeamento de variáveis

regionalizadas. Dentre os vários tipos de krigagem, a krigagem ordinária é mais

comum (CHILDS, 2004).

Cob-Martínez (1996), avaliando três interpoladores geoestatísticos (OK,

cokrigagem e krigagem residual) na predição da ETo e da precipitação, observaram

bons resultados dos três, embora a krigagem residual tenha produzido um resultado

relativamente inferior. Na China, Liu e Yang (2010) selecionaram a OK como melhor

interpolador. Outro trabalho realizado na China por Yang et al. (2011), mostrou que a

OK é ótimo interpolador da ETo tanto na escala anual quanto sazonal em relação

aos métodos IDW e Spline. A OK pode ser o método mais preciso para fazer a

interpolação e produz superfícies visualmente atraentes a partir de dados

irregularmente espaçados (RAZIEI;PEREIRA, 2013). Contudo, a literatura relata

alguns trabalhos em que a krigagem ordinária apresentou erros mais elevados em

relação aos outros interpoladores (ASHRAF et al, 1997; DALEZIOS et al., 2002;

RAY;DADHWAL, 2001). Entretanto, qualquer interpolador precisa ser avaliado antes

da confecção dos mapas.

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho

da OK, opção pontual na representação da variabilidade espacial da ETo no estado

de São Paulo em escala anual e sazonal. Foram utilizados elementos

meteorológicos de 31 estações (temperatura média do ar, umidade relativa do ar,

velocidade do vento, insolação e radiação solar global), das quais, nove são

estações vizinhas.

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98

3.2 MATERIAL E MÉTODOS

3.2.1 Área de estudo

O mapa dos locais onde foram coletados os dados meteorológicos para realizar o

presente estudo encontra-se na Figura 1. No total são 31 estações meteorológicas,

das quais 22 são estações automáticas localizadas dentro do estado de São Paulo e

as remanescentes, são estações vizinhas a fim de se obter uma boa interpolação

dos dados. É de ressaltar que todos os dados meteorológicos foram disponibilizados

pelo Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (INMET).

Figura 1 - Estações meteorológicas utilizadas na interpolação da ETo

Na Tabela 1 está apresentado as coordenadas geográficas utilizadas para

confeccionar o mapa da Figura 1, período de coleta dos dados em cada estação

(composto por pelo menos 80% dos dados) e o código de cada estação. A letra A

que antecede o código significa que a estação é automática, sendo o oposto,

estação convencional.

O estado de São Paulo apresenta uma grande diversidade climática, devido ao

seu relevo acidentado, posição geográfica e diferentes influências de massas de ar

(ROLIM et al., 2007). Cepagri (2016), utilizando a classificação climática de Köppen,

identificou a existência de sete tipos de clima no estado de São Paulo: Cwa, Cwb,

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99

Aw, Am, Cfa, Cfb e Af. Dentre vários tipos climáticos existentes no estado de São

Paulo, Rolim et al. (2007) relataram que os climas de maior ocorrência são Aw e Cfa.

De acordo com Vianello e Alves (2012), as letras Aw caracterizam o clima tropical

de savana. Nesse tipo de clima, a temperatura média do mês mais frio é superior a

18ºC, com inverno seco no qual pelo menos um dos meses apresenta uma

precipitação média inferior a 60 mm (KOTTEK et al., 2006; SOUZA et al., 2013). O

clima Cfa apresenta verão quente, sem estação seca do inverno e com temperatura

média do mês mais frio entre 18 e - 3°C, conforme Cepagri (2016).

Tabela 1 - Estações meteorológicas do estado de São Paulo e de áreas vizinhas

Códigos Estações (Cidades) Latitude

(graus)

Longitude

(graus)

Altitude

(m)

Período (anos)

Estado de São Paulo

A-736 Ariranha -21,01 -48,83 525 2008 - 2015

A-725 Avaré -23,00 -48,88 654 2007 - 2015

A-705 Bauru -22,30 -49,70 550 2005 - 2015

A-738 Casa Branca -21,77 -47,01 730 2008 - 2015

A-708 Franca -20,57 -47,37 1026 2005 - 2015

A-737 Ibitinga -21,85 -48,80 492 2008 - 2015

A-712 Iguape -24,70 -47,55 3 2007 - 2015

A-714 Itapeva -23,97 -48,85 707 2007 - 2015

A-733 Jales -20,02 -50,58 457 2008 - 2015

A-735 José Bonifácio -21,00 -49,68 405 2008 - 2015

A-727 Lins -21,65 -49,73 459 2007 - 2015

A-716 Ourinhos -22,95 -49,85 448 2007 - 2015

A-726 Piracicaba -22,70 -47,62 574 2007 - 2015

A-707 Presidente Prudente -22,01 -51,40 436 2005 - 2015

A-718 Rancharia -22,37 -50,97 350 2007 - 2015

A-711 São Carlos -21,95 -47,87 863 2007 - 2015

A-740 Luis do Paraitinga -23,22 -45,52 874 2008 - 2015

A-715 São Miguel de Arcanjo -23,85 -48,00 678 2007 - 2015

A-701 São Paulo -23,50

-46,62 792 2007 - 2015

A-728 Taubaté -23,00 -45,52 571 2007 - 2015

A-734 Valparaiso -21,32 -50,92 374 2007 - 2015

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A-729 Votuporanga -20,40 -49,95 486 2007 - 2015

Estações vizinhas

A-849 Diamante do Norte -22,63 -52,89 362 2005-2015

83738 Resende -22,45 -44,44 434 2005-2015

83565 Paranaíba -19,75 -51,18 331 2005-2015

83767 Maringá -23,4 -51,91 542 2005-2015

83683 Machado -21,68 -45,94 873 2005-2015

83766 Londrina -23,31 -51,13 566 2005-2015

83813 Castro -24,78 -50,00 1009 2005-2015

83577 Uberaba -20,00 -47,95 737 2005-2015

83579 Araxá -19.6 -46,94 1024 2005-2015

Além dos dados mencionados, fez-se a coleta dos dados de temperatura do ar,

umidade relativa do ar, velocidade de vento, radiação solar global e de insolação. Os

dados de insolação foram utilizados apenas em estações meteorológicas

convencionais a fim de se estimar a radiação solar global, a partir da equação de

Angstrom (Equação 1).

RaN

nbaRs **

(1)

Em que: Rs = Radiação solar global,

= Razão insolação, Ra = Radiação no topo

da atmosfera, a e b = Fração de Ra que chega na superfiície terrestre em dias

claros. Os valores de a e b podem ser assumidos iguais a 0,25 e 0,5,

respectivamente (ALLEN et al., 1998).

Todos os dados foram fornecidos na escala horária e a posterior foram

transformados para a escala diária. A partir dos dados na escala diária, estimou a

ETo pela equação padrão de Penman Monteith FAO 56 para as escalas anual e

sazonal (primavera, verão, outono e inverno), Equação 2 (ALLEN et al., 1998).

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3.2.2 Método padrão de estimativa da ETo

2

2

*34,01*

**273

900***408,0

U

eaesUT

GRn

ETo

(2)

Em que: ETo = Evapotranspiração de referência, mm d-1; Rn = Saldo da radiação,

MJ m-2 d-1; G = Densidade de fluxo de calor para o solo, MJ m-2 d-1; = Constante

psicométrico, kPa oC-1; T = Temperatura média do ar, ˚C; U2 = Velocidade do vento a

2 metros de altura, m s-1; = Pressão de saturação a temperatura de bulbo seco,

kPa; = Pressão real ou actual de vapor d’água, kPa; = Declividade da curva da

pressão de saturação de vapor, kPa oC-1; 0,408 = Fator de conversão de MJ m-2 d-1

para mm d-1.

3.2.3 Análise espacial dos dados

Após a estimativa da ETo, fez-se a análise descritiva dos dados e o teste de

normalidade de Kolmogorov – Smirnov à 95% de intervalo de confiança. Em

seguida, procedeu-se com a seleção dos modelos teóricos de variogramas que

melhor representam quantitativamente a variação da ETo no estado de São Paulo,

utilizando o Programa Geoestatístico GS+ “ Geoestatistical for the Environmental

Sciences”, Versão 7.0.17 Gama. Os melhores modelos foram escolhidos com base

na soma dos quadrados dos resíduos (SQR). Segundo Da Silva et al. (2011), o

variograma analisa o grau de dependência espacial das amostras e define os

parâmetros necessários para a estimativa de valores para locais não amostrados,

utilizando a interpolação por krigagem. O variograma deve ser estimado de forma

confiável e modelado com funções matemáticas válidas (OLIVER;WEBSTER, 2014).

O variograma é representado na Equação 3.

hN

i

hxizxizhN

h1

2

2

1 (3)

Em que: = Variância estimada na distância h; N(h) = Número de pares de

pontos separados por distância h; z(xi) = Valor da variável no ponto xi; z(xi+h) =

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Valor da variável no ponto xi+h. versus h representa o variograma experimental,

o qual expressa a variabilidade espacial dos dados amostrados.

À medida que aumenta o valor de h da Equação 3, a variância [ ] também

aumenta até atingir um valor máximo, denominado patamar (Co+C) e a distância

correspondente denomina-se alcance. Por outro lado, quando o valor de h tende a

zero, atinge-se o efeito pepita (Co).

A classificação da variabilidade espacial da ETo foi realizada com base no índice

de dependência espacial (

) proposto por Zimback (2001). Segundo o

mesmo autor, quando : tem-se fraca dependência espacial; quando

: moderada dependência espacial e quando :

dependência espacial forte.

3.2.3.1 Validação cruzada e interpolação

Verificada a existência da dependência espacial, fez-se a adequação dos

variogramas escolhidos através da técnica de validação cruzada. Esta técnica é

simples, consiste na remoção de cada ponto individualmente do conjunto de dados

amostrados e a posterior é estimado com base nos interpoladores, conforme Myers

(1997); Oliver e Webster (2014). Os resultados obtidos foram analisados com base

nos parâmetros da equação de regressão linear simples (Equação 4).

1100

* * ixzxz (4)

Em que: = Valor de ETo estimado pela krigagem; = Valor de ETo real;

Coeficiente angular da reta; = Coeficiente linear; Erro de estimativa.

As melhores estimativas dos valores da ETo, são encontradas quando

ixzxz *10

* , ou seja, quando os pares de dados obtidos na validação cruzada

estão sobre a reta Y = X. Portanto, isso é observado quando os parâmetros e

são iguais a zero, um e zero, respectivamente. Por conseguinte, o R2 fica igual a

um, o qual é obtido a partir da Equação 5.

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103

N

i

ii

N

i

ii

xzxz

xZxz

R

1

2

1

2*

2

)()(

)()(

1 (5)

Além dos parâmetros da regressão linear simples, foram analisados os seguintes

índices estatísticos: MBE (Mean error), RMSE (Root Mean Square Error) e MSDR

(Mean squared deviation ratio). Valores de MBE indicam uma subestimativa (MBE <

0) ou superestimativa (MBE > 0), de RMSE indicam a precisão do modelo e os de

MSDR indicam o grau de ajuste do modelo. Ressalta-se que quando

e , o desempenho do modelo escolhido é ótimo.

As Equações 6, 7 e 8 foram utilizadas para calcular os índices MBE, , MSDR,

respectivamente.

N

i

ii xzxZN

MBE1

* )()(1

(6)

N

i

ii xzxZN

RMSE1

*2

)()(1

(7)

N

i ik

ii

x

xzxZ

NMSDR

12*

*

)(

)()(12

(8)

Em que: = Valor real na ponto xi; = Valor estimado pela krigagem na

posição xi, N = Número de observações e )(2*

ik x = Variância da krigagem.

A KO utilizada foi a pontual. A KO é uma técnica de interpolação utilizada em

geoestatística para fornecer as estimativas dos valores não amostrados

(GUTIÉRREZ DE RAVÉ et al., 2014; NOSHADI;SEPASKHAH, 2005;

OLIVER;WEBSTER, 1990), conforme a Equação 9.

)(*)(1

0

*

i

N

i

i xzxZ

(9)

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Em que: = Valor estimado no local xo; N = Números de observações;

Valor real no local xi e i = Pesos associados ao valor real na posição xi. Melhores

resultados de são obtidos quando o estimador é não tendencioso e a

variância da estimativa é mínima.

Finalmente, confeccionou-se os mapas de distribuição espacial da ETo no estado

de São Paulo no programa QGIS versão 2.8.3 –Wien.

3.3 RESULTADOS

3.3.1 Estatística descritiva dos valores da ETo

A Tabela 2 mostra os valores máximos, mínimos, médios, desvio padrão (SD) e

coeficiente de variação (CV) da ETo no estado de São Paulo, em diferentes

períodos. De acordo com a mesma tabela, os valores da ETo estimados pelo

método padrão da FAO 56 são menos homogéneos no inverno (CV = 22,15%) e

mais homogéneos na primavera (CV = 11,25%) e verão (CV = 11,19%).

Tabela 2 - Estatística descritiva da ETo no estado de São Paulo

Período ETo ( mm d-1) CV (%)

Máximo Mínimo Médio SD

Primavera 5,20 3,12 4,16 0,47 11,25

Verão 5,54 3,42 4,48 0,50 11,19

Outono 4,04 2,02 3,03 0,43 14,21

Inverno 4,68 1,94 3,31 0,73 22,15

Anual 5,00 2,64 3,82 0,51 13,43

Em termos médios, observou-se que a primavera e o verão apresentaram

elevados valores da ETo. Este resultado era de se esperar, pois nessas estações do

ano, o estado de São Paulo é caracterizado por chuvas e temperaturas elevadas,

por conseguinte, elevada demanda atmosférica (Tabela 2). É de ressaltar que além

da estatística descritiva apresentada, fez-se o teste de normalidade de Kolmogorov –

Smirnov, o qual foi significativo a 5% de nível de significância em todos os períodos.

O teste de normalidade é recomendado em diversos trabalhos como um prê-

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105

requisito para o uso da krigagem ordinária (KAMALI et al., 2015; WEBSTER;OLVER,

2001; XIAO et al., 2016).

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106

3.3.2 Análise variográfica da ETo no estado de São Paulo na escala anual e sazonal

Tabela 3 - Parâmetros variográficos da ETo

Período Modelo Efeito pepita

Co

Patamar

C+Co

Alcance R2 SQR Estrutura

C/(C+Co)

Depedência

espacial

Anual Esférico 0,0010 0,370 5,380 0,914 0,0090 0,997 Forte

Primavera Gaussiano 0,0420 0,368 6,045 0,987 0,0010 0,886 Forte

Verão Esférico 0,0001 0,296 4,040 0,801 0,0114 1,0 Forte

Outono Esférico 0,0001 0,262 5,320 0,910 0,0046 1,0 Forte

Inverno Esférico 0,0010 0,749 5,480 0,854 0,0670 0,999 Forte

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107

Com base na Tabela 3, observou-se que o modelo esférico foi escolhido para o

ajuste dos variagramas em todos os períodos, com a exceção da primavera que foi

escolhido o modelo gaussiano. A escolha do melhor modelo teórico, baseou-se nos

valores da SQR, conforme já mencionado. Quanto mais próximo de zero for o valor

da SQR, melhor é o modelo de ajuste dos variogramas. Em estudos similares,

Mardikis et al. (2005) e Kamali et al. (2015) também utilizaram a SQR para a escolha

dos modelos teóricos na Grécia e no Irã, respectivamente.

Na Tabela 3, observou-se ainda uma dependência espacial forte tanto no período

anual quanto sazonal, com base na classificação de Zimback (2001). Para o melhor

entendimento dos parâmetros da Tabela 3, a seguir está apresentado na Figura 2 (a,

b, c, d, e) os variogramas isotrópicos para a ETo.

Figura 2 (a, b, c, d, e) - Variogramas isotrópicos da ETo

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Os variogramas isotrópicos mostraram que a maior distância (alcance) na qual

verificou-se a dependência espacial entre os valores da ETo acontecou na primavera

(6,045 graus decimais) e a menor, no verão (4,040 graus decimais). Acima dos

valores de alcance apresentados na Tabela 3, os valores da ETo apresentam

distribuições espaciais aleatórias, ou seja, são independentes e por conseguinte,

devem ser analisados a partir da estatística clássica. Segundo Trangmar et al.

(1985), amostras separadas por distâncias menores do que o alcance são

espacialmente relacionadas e vice-versa.

O patamar expressa a variabilidade dos valores da variável em análise.

Entretanto, a Figura 2 (a, b, c, d, e) mostra claramente que no inverno existe uma

maior variabilidade da ETo do que nos outros períodos, pois observou-se maior valor

conforme apresentado na Tabela 3 (Co+C = 0,749) e também observou-se maior

desvio padrão na Tabela 2 (SD = 0,73).

3.3.3 Krigagem da ETo

Nos mapas abaixo, a cor vermelho alaranjado representa os locais com maior

demanda atmosférica (ETo) e a azul representa os locais com menor demanda. Os

níveis de demanda atmosférica variam conforme a tonalidade das cores. Em média,

observou-se os seguintes valores de ETo: 4,24; 4,74; 2,98; 3,36 e 3,81 mm d-1 na

primavera, verão, outono, inverno e ao longo do ano, respectivamente. Portanto,

verificou-se elevada demanda atmosférica no verão e baixa no outono.

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109

Em todos períodos verificou-se maiores valores da ETo nas regiões

compreendidas entre as latitudes 20 e 22º S, decrescendo à medida que a latitude

aumenta. Por outro lado, verificou-se uma tendência de diminuição da ETo com o

decréscimo da longitude, sendo mais nítido no verão (Figura 3 c). O decréscimo da

ETo com a latitude é explicada pelo fato das regiões de menor latitude estarem maís

próximas do Equador, portanto, recebem mais energia irradiante. O comportamento

da ETo verificado ao longo da longitude não é explicado por nenhum fator

astronómico. Entretanto, o microclima de cada local precisa ser analisado para o

entendimento da variação da ETo com a longitude.

Figura 3 a - Krigagem da ETo ao longo do ano

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Figura 3 b - Krigagem da ETo na primavera

Figura 3 c - Krigagem da ETo no verão

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111

Figura 3 d - Krigagem da ETo no outono

Figura 3 e - Krigagem da ETo no inverno

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112

3.3.4 Validação cruzada dos modelos variográficos

Na Tabela 4 estão dispostos os resultados da validação cruzada da krigagem

ordinária pontual (KOP): onde representa o coeficiente angular da reta de

regressão linear simples e representa o coeficiente linear.

Tabela 4. Validação cruzada da Krigagem ordinária pontual dos valores da ETo.

Período R2 MBE RMSE MSDR

Anual 0,884 0,41 0,536 0,027 0,348 0,671

Primavera 0,984 0,06 0,531 0,016 0,315 0,825

Verão 0,885 0,48 0,506 0,049 0,352 0,765

Outono 0,842 0,44 0,482 0,029 0,311 0,775

Inverno 0,954 0,14 0,548 0,014 0,486 0,729

Com base na Tabela 4, observou-se que o inverno apresentou maior valor de

RMSE (0,486 mm d-1), significando que a KOP teve uma precisão mais baixa nesse

período. Esta constatação é confirmada na Figura 4 e, pois observou-se um maior

grau de espalhamento dos pares de dados à volta da reta de regressão Y = X (1:1)

do que nos demais períodos. Na mesma tabela, observou-se que todos os valores

de MBE foram positivos e muito próximo de zero. Estes valores mostram que a KOP

apresentou uma baixíssima tendência de superestimar os valores reais da ETo.

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113

Figura 4 (a, b, c, d, e) - Dispersão dos valores da ETo no estado de São Paulo

Os coeficientes apresentaram valores próximos de um e zero em todo

período, respectivamente, Figura 4 (a, b, c, d, e). Isto mostra que as equações de

regressão linear simples de cada período sobrepõem-se a equação Y = X (situação

desejada), confirmando que a KOP produziu resultados que representam a

variabilidade espacial da ETo no estado de São Paulo. Este resultado já era

previsível, pois na análise variográfica apresentada na Tabela 3 observou-se uma

dependência espacial forte. Contudo, observa-se na Tabela 4 que a validação

cruzada da KOP apresentou valores de R2 que provavelmente não representem um

bom ajuste matemático. Os valores de R2 possivelmente aumentariam trabalhando

com uma base de dados maior. Neste trabalho, isso não foi possível, pois o estado

de São Paulo apresenta poucas estações meteorológicas automáticas e pequena

base de dados por estação.

ET

o

real

(mm

d-1)

ET

o

real

(mm

d-1)

y = 0,984x+0,06

R2=0,531

ET

o

real

(mm

d-1)

1:1 b) Primavera

0

2

4

6

8

y = 0,885x+0,48

R2=0,506

1:1c) Verão

y = 0,842x+0,44

R2=0,482

1:1d) Outono

0 2 4 6 80

2

4

6

8

y = 0,954x+0,14

R2=0,548

ETo estimado (mm d-1)

1:1e) Inverno

0

2

4

6

8

y = 0,884x+0,41

R2=0,536

1:1a) Anual

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114

3.3.5 Erros de estimativa produzidos pela validação cruzada

O diagrama de caixa (Box plot), Figura 5, demonstra que a KOP apresentou um

valor médio de erros (marca central nas caixas) próximo de zero em todo período

avaliado. Com base nesses resultados pode-se dizer que a KOP não apresentou

nenhuma tendência de subestimar e nem de superestimar a ETo estimada pelo

método da FAO 56, mostrando ser um ótimo interpolador espacial. Observou-se

ainda que no inverno, o diagrama de caixa apresentou mais valores adjacentes

(valores atípicos) do que nos outros períodos, principalmente abaixo da reta

, confirmando o elevado RMSE observado na Tabela 4 (elevado grau de

espalhamento).

Figura 5 - Box and plot de erros da Krigagem ordinária pontual

3.4 DISCUSSÃO

Em todos modelos variográficos escolhidos, sendo esférico para verão, outono,

inverno, e escala anual e gaussiano para primavera, verificou-se uma forte

dependência espacial. Essa dependência, mostrou que a escala utilizada para sua

identificação foi adequada, portanto, é relevante a aplicação da geoestatística. Não

obstante a existência da dependência espacial, o patamar observado no inverno

(Co+C = 0,749) mostrou uma maior variabilidade dos dados em relação aos demais

períodos. Mesmo assim, o variograma selecionado mostrou-se adequado à

semelhança dos outros períodos, pois verificou-se baixo efeito pepita ( , SQR

Anual Primavera Verão Outono Inverno-2.0

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

Err

os

da

K

OP

(m

m d

-1)

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115

próximo de zero e elevado ajuste matemático ( , embora este último

não seja decisivo na seleção de variogramas.

Se o modelo de variograma for corretamente escolhido, os valores de MSDR

devem estar próximos de um (KERRY;OLIVER, 2007; MINASNY;MCBRATNEY,

2005; OLIVER;WEBSTER, 2014). Sendo assim, embora se verificou baixa precisão

no inverno (RMSE = 0,486 mm d-1), mais uma vez, pode-se afirmar que todos

variogramas foram bem escolhidos para expressar a variabilidade espacial da ETo

no estado de São Paulo. Por conseguinte, justificando o ótimo desempenho do

interpolador utilizado (KOP), ou seja, a escolha inadequada dos variogramas

influencia negativamente o desempenho dos interpoladores e vice-versa. Por outro

lado, a análise dos erros dos modelos feita através de Box plot confirmou que a KOP

é um otimo interpolador, pois apresentou erros médios próximos de zero e caixas

estreitas. Vários trabalhos também constataram que a krigagem ordinária é um ótimo

interpolador da ETo (COB – MARTÍNEZ;CUENCA, 1992; LIANG et al., 2011; LIU et

al., 2010; XU et al., 2006).

A KOP mostrou ainda uma elevada demanda atmosférica no verão (ETo = 4,74

mm d-1) e baixa no outono (ETo = 2,98 mm d-1), a qual, é explicada pelo fato deste

ser mais quente e mais chuvoso no estado de São Paulo. Vários autores relatam

que a disponibilidade energética e a água são os principais fatores que determinam

a taxa de evapotranspiração (BUDYKO, 1974; DONOHUE et al., 2007), justificando

os presentes resultados.

3.5 CONCLUSÃO

A distribuição espacial da evapotranspiração de referência (ETo) no estado de

São Paulo pode ser melhor representada através dos variogramas esféricos tanto na

escala anual quanto sazonal (primavera, verão, outono e inverno), com a exceção

da primavera que o melhor modelo é gaussiano. Todos os modelos apresentaram a

soma dos quadrados dos resíduos, efeito pepita próximos de zero e R2 próximo de

um, além de uma forte dependência espacial.

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116

A validação cruzada da interpolação por krigagem ordinária pontual (KOP)

mostrou-se eficiente para gerar os mapas de variabilidade espacial da ETo. Os

valores máximos dos principais índices estatísticos utilizados foram: MBE = 0,049

mm d-1 no verão, RMSE = 0,486 mm d-1 no inverno, evidenciando uma baixa

superestimativa dos valores reais da ETo e elevada precisão da KOP,

respectivamente. Já os valores do índice MSDR estiveram próximos de um, variando

de 0,671 a 0,825, mostrando que os variogramas foram corretamente escolhidos.

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117

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121

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para o manejo ou dimensionamento de sistemas de irrigação é fundamental que

os métodos empíricos sejam selecionados de forma cuidadosa para garantir uma

máxima produtividade das culturas agrícolas. É também fundamental que se analise

o efeito de sazonalidade das equações anuais em relação às sazonais a fim de se

escolher métodos que apresentam baixo efeito de sazonalidade, por conseguinte,

evitando sob ou superdimensionamento de sistemas de irrigação.

As redes neurais artificiais, principalmente a máquina vetor de suporte, são

excelentes ferramentas para a estimativa da ETo em qualquer estação do ano.

Contudo, produziram desempenho estatístico quase similiar em diferentes

arquiteturas. Sendo assim, testes de análise de significância dos resultados devem

ser realizados, assim como estudos de viabilidade económica, para que seja feita

uma escolha mais adequada possível.

Embora a krigagem ordinária pontual tenha se mostrado eficiente para estimar a

ETo em lugares não amostrados no estado de São Paulo, outras técnicas de

interpolação devem ser analisados.

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122

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