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Série: O EVANGELHO As Boas Novas da Parte de Deus 4ª Edição – Jun/2018 Copyright do Autor – Ver Informações de Uso no Próprio Material O Evangelho do Criador - Ensino Sistêmico sobre a Vida Cristã -

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Série: O EVANGELHO

As Boas Novas da Parte de Deus

4ª Edição – Jun/2018

Copyright do Autor – Ver Informações de Uso no Próprio Material

O Evangelho

do Criador

- Ensino Sistêmico sobre a Vida Cristã -

Considerações Gerais Sobre o Uso Deste Material:

Este material tem como objetivo servir de apoio ao conhecimento e aprofundamento

do estudo da Bíblia e da Vida Cristã.

Tendo como base o entendimento de que na Bíblia Cristã está contida a consolidação

dos registros fundamentais e formais dos escritos inspirados por Deus para a

humanidade e para cada indivíduo dela, os conteúdos expostos neste material não

visam jamais acrescentar algo à Bíblia, e nem jamais retirar algo dela, mas almejam

contribuir na exploração daquilo que já foi registrado e repassado a nós pelo Único

Criador e Senhor dos Céus e da Terra ao longo de milhares de anos da história.

O que se pretende apresentar são assuntos agrupados, coligados, organizados e

sistematizados, visando abordar temas e considerações específicas contidas na Bíblia

Cristã, com o intuito de auxiliar nas abordagens de alguns tópicos especiais dentre tão

vasto conteúdo que ela nos apresenta.

Eclesiastes 12:11 As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem fixados as sentenças coligidas, dadas pelo único Pastor.

As palavras coligadas, postas juntas, como ditas no texto bíblico acima, servem como

pregos de apoio para fixação, sustentação. Assim, um dos objetivos neste material é

estudar e buscar um mais amplo entendimento das verdades que nos foram entregues

pelo Único Pastor, O Deus Criador dos Céus e da Terra.

Sugerimos que a leitura e o estudo sejam sempre acompanhados da prudência e

averiguação devida, considerando que isto é um hábito muitíssimo saudável a ser feito

em relação a qualquer material que é apresentado por outrem.

O ato de aceitação, rejeição, ou o “reter o que é bom”, é um atributo pessoal e

individual dado àqueles que recebem a sabedoria de Deus e que deveria ser exercitado

ou usado por eles em relação a todo o material que chega às suas mãos.

Provérbios 8:12 Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de conhecimentos e de conselhos.

Atos 17:11 Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois

receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.

Provérbios 16:1 O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos

lábios vem do SENHOR. 2 Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o SENHOR pesa

o espírito. 3 Confia ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.

Mais detalhes sobre estas considerações de uso foram postadas em

www.ensinovidacrista.org.

Ronald Gortz e Irmelin Gortz, servos do Senhor Jesus Cristo!

Considerações Sobre Cópias e Distribuição Deste Material:

Este material específico, impresso ou em mídia digital, está autorizado a ser copiado

livremente para uso pessoal. Ele é direcionado àqueles que têm sede e fome de

conhecerem mais sobre o Deus Criador dos Céus e da Terra, o Pai Celestial, sobre a

Bíblia Cristã, a Vida de Cristo e a Vida Cristã, ou mesmo aqueles que somente querem

iniciar um conhecimento sobre estes aspectos.

Apocalipse 21:5 E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e

verdadeiras. 6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.

Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.

A disponibilização livre desses materiais é tão somente a adoção de uma prática

similar do exemplo e da maneira como o Rei dos Reis, O Senhor dos Senhores, distribui

da fonte da água da vida àqueles que têm sede por ela.

Se uma pessoa, para quem este material for benéfico, desejar compartilhá-lo com

outras pessoas, poderá fazê-lo, preferencialmente, indicando o “Site” da Internet sobre

este Ensino Sistêmico sobre Vida Cristã, onde ele pode ser obtido livremente.

(www.ensinovidacrista.org).

Entretanto, se uma pessoa quiser compartilhar este material com alguém que tenha

restrições ou dificuldades ao acesso direto do “Site” em referência, ela poderá

compartilhar uma cópia diretamente à outra pessoa, impressa ou digital, respeitando a

reprodução completa do material, inclusive com as citações sobre os critérios de uso e

de cópias.

Enfatizamos, porém, que este material não está autorizado a ser copiado e

distribuído, sob nenhuma hipótese, quando houver qualquer ação comercial envolvida.

Não está autorizado a ser vendido, dado em troca de ofertas, incluído em “sites” com o

objetivo de atrair público ao “site”, incluído em “sites” para atrair “clicks” em “links”

patrocinados e comerciais, e situações similares. Também não está autorizado a ser

incluído em materiais de eventos ou cursos ou retiros com inscrições pagas ou para

qualquer promoção pessoal de “preletores”, instrutores, instituições ou similares.

A permissão de uso livre tem o objetivo de deixar o material amplamente disponível

às pessoas em geral que quiserem ter acesso a ele para sua leitura, estudo e proveito

naquilo que lhes for benéfico, bem como para compartilhá-lo, também livremente,

àqueles que têm restrições ou dificuldades de acesso direto ao “site” mencionado.

1Timóteo 2:3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, 4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno

conhecimento da verdade.

Mais detalhes sobre estas considerações de uso foram postadas em

www.ensinovidacrista.org.

Índice

Conteúdo

Índice .............................................................................................. 4

C1. Ampliando a Percepção da Diversidade de Tópicos Relacionados ao Evangelho

de Deus . .............................................................................................. 6

C2. A Propriedade e a Fonte Primária do Evangelho .................................... 13

C3. A Suprema Motivação de Deus para Apresentar uma Oferta Tão Elevada ou

Sublime ao Mundo ................................................................................ 20

C4. A Importância do Discernimento dos Propósitos das Ofertas ..................... 26

C5. A Pluralidade de Propósitos do Evangelho de Deus ................................. 40

C6. O Divino Propósito do Evangelho de Enaltecer o Criador Eterno e Ofertante do

Evangelho .......................................................................................... 46

C7. A Suficiência Contida no Evangelho de Deus para o Cumprimento dos Seus

Propósitos .......................................................................................... 60

C8. Os Termos de Oferecimento, da Aceitação e da Entrega de Uma Oferta ......... 71

C9. A Definição do Público-Alvo de Uma Oferta ......................................... 78

C10. A Comunicação da Disponibilidade da Oferta de Deus ao Público-Alvo ........ 81

C11. O Público-Alvo Propriamente Dito .................................................... 95

C12. A Entrega e a Sustentação dos Aspectos Oferecidos por Deus por meio do Seu

Evangelho ........................................................................................ 104

C13. Concorrências, Resistências e Oposições ao Evangelho de Deus ............... 111

A. A Inabalável Posição do Evangelho de Deus Diante das Opções

Alternativas Contrárias a Ele ............................................................... 111

B. O Ponto em Comum das Opções Que São Apresentadas como Alternativas

ao Evangelho de Deus ....................................................................... 114

C. Razões Cruciais Pelas Quais as Pessoas Buscam e Aceitam as Opções

Alternativas ao Evangelho de Deus ........................................................ 117

C14. O Recebimento do Evangelho de Deus Resulta na Glorificação do Criador para

o Bem da Própria Criatura ..................................................................... 129

Bibliografia ................................................................................... 146

6

C1. Ampliando a Percepção da Diversidade de Tópicos

Relacionados ao Evangelho de Deus

O material exposto no presente tema, sob o título “O Evangelho do Criador”, é parte

da Série “O Evangelho, As Boas Novas da Parte de Deus,” sendo precedido pelos

seguintes assuntos:

1) “Muito Mais do que Uma Mensagem: Uma Oferta de Vida!”

2) “O Limite do Evangelho Ilimitado.”

Recordando ainda os dois estudos em referência acima, ressaltamos que já a partir

deles foi realizada uma abordagem introdutória de vários aspectos com vistas a

evidenciar que o Evangelho de Deus é inabalável, eterno e que nele está contido o mais

nobre dos propósitos a serem almejados por uma pessoa, bem como a mais sublime e

eterna das dádivas já oferecidas aos seres humanos.

O Evangelho de Deus é o aspecto mais importante já pré-anunciado, anunciado,

ofertado e registrado em todos os tempos em relação ao objetivo de Deus para a vida de

todas as pessoas, o qual, portanto, também deveria ser considerado por todos como

sendo digno de receber a prioritária atenção de cada ser humano.

As Escrituras, acentuadamente e repetidamente, exaltam sobremaneira o Evangelho

de Deus expondo, em muitas palavras, a grandeza e as condições singulares que nele se

encontram, assim como, por exemplo, é apresentado nos textos a seguir das cartas

escritas por Paulo, apóstolo do Senhor Jesus Cristo:

Romanos 1:16 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e

também do grego. 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé,

como está escrito: O justo viverá por fé.

2 Timóteo 2:8 Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário,

participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus,

9 que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que

nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, 10 e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo

Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho.

Por meio do Evangelho de Deus as pessoas de todos as nações, povos, raças e línguas

podem receber remissão dos pecados, salvação eterna, vida crescente na justiça de

Deus, vida crescente mediante a fé no Senhor, vitória sobre a condenação eterna da

morte, a imortalidade ou também a denominada vida eterna ou novidade de vida no

Senhor.

7

Desta forma, ainda diante da abundante exposição das Escrituras sobre a

fundamental importância e abrangência do Evangelho, também fica notório que uma

abordagem mais ampla de algo tão sublime, supremo e abrangente necessita ser

realizada de tal forma que os principais aspectos deste Evangelho também sejam vistos

a partir de algumas perspectivas mais detalhadas.

Sem averiguar o Evangelho de Deus mais de perto em suas diversas partes mais

expressivamente expostas nas Escrituras, e de acordo com os principais e múltiplos

aspectos que estão correlacionados a este Evangelho nos escritos bíblicos, também a

tarefa de alguém alcançar uma perspectiva ou um panorama mais amplo sobre as

principais características deste Evangelho, e daquilo que por meio dele é oferecido,

pode vir a ficar significativamente limitada.

Desta forma, já no primeiro estudo da série sobre o Evangelho de Deus, denominado

“Muito Mais do que Uma Mensagem: Uma Oferta de Vida”, foi objetivado expor, antes

dos demais aspectos, que o Evangelho de Deus não se refere somente a uma mensagem

informativa sobre alguns intentos específicos de Deus.

Já desde o primeiro estudo da série, foi procurado evidenciar a perspectiva de que o

Evangelho de Deus é uma oferta real e prática do conjunto que contém as dádivas para

a novidade de vida que Deus apresenta aos seres humanos para ser iniciada já a partir

do momento em que eles ouvem e recebem este Evangelho, pois quando se observa

algum aspecto sob a perspectiva de uma oferta, também pode ser percebido que as

ofertas, em geral, necessitam estar associadas a diversas características que as

constituem como tais.

Precisamente pelo fato do Evangelho ser estendido às pessoas como uma

oferta é que ele também apresenta um grande leque de aspectos a serem

conhecidos pelas pessoas nesta sua condição de oferta.

Uma vez que o Evangelho de Deus é equiparado a uma oferta ou dádiva,

e não somente a uma mensagem que transmite conhecimento, ele também

é apresentado pelo Senhor com as devidas características de uma oferta e

com as características que há no entorno de uma oferta.

Uma oferta que de fato visa ser benéfica para uma pessoa, não é composta somente

por aquilo que é prometido na oferta, mas também, dentre outros, por aquilo que deu a

origem à oferta, aquilo que constitui os diversos aspectos ofertados, bem como aquilo

que acompanha, dá suporte ou está associado à oferta caso esta venha a ser aceita.

Portanto, tendo em vista que o Evangelho de Deus é a expressão de uma oferta e que

ele também deveria ser observado sob este prisma a fim de que uma percepção mais

ampla dos aspectos que o compõem possa ser alcançada, entendemos ser de grande

valia considerar aqui que, em geral, as ofertas e o seu entorno abrangem, no mínimo, os

seguintes pontos:

1) O criador e ofertante da oferta;

2) As motivações que levam o ofertante a criar e apresentar uma oferta a outros;

3) Os propósitos associados a uma oferta;

4) Um conjunto de aspectos que compõem o que de fato está sendo oferecido e

que supostamente deveria suprir o que é necessário para que os propósitos

anunciados possam ser atingidos;

8

5) O estabelecimento dos termos de oferecimento, de aceitação, de entrega e de

garantia daquilo que é oferecido;

6) A definição do público-alvo da oferta;

7) A comunicação da disponibilidade da oferta ao público-alvo, ou seja, o

anúncio da oferta disponibilizada;

8) O próprio público-alvo, ou seja, os destinatários da oferta;

9) A realização da entrega e a sustentação dos aspectos oferecidos.

10) A concorrência, oposição e resistência à oferta apresentada.

Vendo a lista de itens expostos acima, pode ser observado que o processo

relacionado à avaliação de uma oferta é muito amplo, pois a oferta não passa a existir a

partir dela mesma, bem como uma oferta não deveria existir para ela mesma.

Para que uma oferta venha à existência, é necessário que haja um ofertante que

conceba e apresente esta oferta e, por outro lado, para que uma oferta tenha um

propósito significativo, é necessário que ela tenha destinatários para quem possa ser

direcionada.

E se fôssemos adotar um caminho mais sequencial para discorrer sobre os diversos

aspectos do processo da constituição, da apresentação e da entrega dos conteúdos de

uma oferta, o mais lógico seria iniciar pelas considerações que dão início a todo o

processo, ou seja, pelas considerações relacionadas ao criador e ofertante de uma

oferta.

Entretanto, através dos dois estudos prévios da série sobre o Evangelho de Deus, foi

feita a opção por iniciar pelas considerações relacionadas ao posicionamento dos

destinatários da oferta de Deus, visto a imprescindível importância que a predisposição

dos destinatários tem na avaliação e aceitação do que lhes é oferecido.

Uma vez que uma pessoa, na qualidade de destinatária de uma oferta, tem uma

posição muito determinante e poderosa em aceitar ou não aceitar aquilo que lhe é

proposto, também procuramos expor este aspecto por primeiro, pois sem a disposição

de sequer dar atenção à oferta de Deus, uma pessoa também não se coloca em uma

posição favorável para conhecer os demais aspectos desta mesma oferta.

O estudo sobre “O Limite do Evangelho Ilimitado” foi, então, propositalmente

apresentado como o segundo material da série em referência, e antes dos demais

estudos do Evangelho de Deus, pois se o destinatário da oferta não tiver o interesse de,

ao menos, conhecer a oferta que lhe é apresentada, também o ofertante, por melhor que

ele se apresente ou apresente a sua oferta, fica restrito a respeitar a “fronteira de

aceitação que o destinatário estabelecer em relação ao que lhe é oferecido”.

A partir de agora, porém, dando sequência ao objetivo de conhecer mais

características do Evangelho de Deus conforme mencionado na última lista de tópicos

exposta acima, gostaríamos também de avançar para as considerações sobre os outros

aspectos correlacionados a uma oferta e ao seu entorno.

Assim, se, por um lado, o destinatário de uma oferta tem um papel

determinante na aceitação ou rejeição de uma oferta, por outro lado, ele

também precisa estar suficientemente informado ou respaldado para

tomar uma decisão adequada em relação ao que é oferecido a ele.

9

Se por um lado a decisão de aceitar ou rejeitar uma oferta compete ao destinatário

da oferta, por outro lado, como esperar que o destinatário de uma oferta possa optar

adequadamente por algo se ele não conhece os aspectos principais do que lhe é

oferecido ou não conhece nada sobre aqueles que estão lhe ofertando algo?

A disposição do destinatário em aceitar uma oferta precede a sua efetiva

aceitação, mas para que a aceitação seja feita com entendimento e com

voluntariedade, também se faz necessária uma apropriada exposição dos

principais aspectos envolvidos na oferta.

A fim de que uma pessoa possa avaliar se quer receber algo, ela precisa

que alguém lhe exponha o que está sendo oferecido, mas também para

conhecer aquilo que lhe está sendo oferecido, uma pessoa precisa se dar ao

tempo para avaliar a oferta a ela exposta.

A disposição do destinatário em conhecer mais sobre uma oferta e a

apresentação da oferta pelo ofertante são pontos que complementam um

ao outro.

Talvez a introdução deste estudo e a abordagem mais detalhada para fins didáticos

sobre várias características de uma oferta possam parecer inicialmente complexas para

alguns leitores, mas este tipo de situação está corriqueiramente presente na vida da

grande maioria das pessoas. Diariamente uma pessoa é exposta a muitas ofertas e

diariamente uma pessoa aceita ou rejeita os diversos aspectos que lhe são propostos.

No texto que segue abaixo, portanto, estão contemplados os dois aspectos

mencionados nos últimos parágrafos, mostrando a necessidade da exposição dos

aspectos correlacionados a uma oferta, bem como também a necessidade de que os

destinatários da oferta avaliem o que lhes é apresentado.

Romanos 10:9 ... Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10 Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz

confissão para a salvação. 11 Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será

confundido. 12 Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um

mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. 13 Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

14 Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como

crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?

15 E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas

boas!

16 Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?

17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.

18 Mas digo: Porventura, não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu a voz deles, e as suas

palavras até aos confins do mundo. (RC)

10

A exposição mais ampla do Evangelho de Deus tem um papel crucial em

todo o processo de divulgação da oferta de Deus à humanidade e também

da sua aceitação, pois a exposição do Evangelho de Deus, pela própria

palavra de Deus, também é um meio para que um indivíduo possa alcançar

a fé que é concedida por Deus para crer no Evangelho, bem como para

alcançar a fé que é dada por Deus para efetivamente receber o Evangelho

no coração.

Deus oferece a sua oferta às pessoas apresentando diversos ângulos do

seu Evangelho, bem como de maneiras repetidas, porque Deus deseja o

bem aos seres humanos e deseja que eles conheçam a veracidade da sua

oferta a partir de suas múltiplas características a fim de que também a

aceitem de bom grado no coração.

As ações para uma pessoa receber o Evangelho de Deus são muito

simples e com efeitos práticos disponíveis imediatamente após a aceitação

dele. Todavia, aquilo que é oferecido aos destinatários da oferta de Deus é

algo muito especial, singular, amplo, majestoso e maravilhoso, e Deus não

se furta de apresentar a sua oferta de forma ampla e com a exposição das

suas múltiplas características a fim de que as pessoas possam conhecer o

que necessitam saber sobre o Seu Evangelho para, também, poderem ter o

devido entendimento para recebe-lo voluntariamente.

1 Timóteo 2: 3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, 4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao

pleno conhecimento da verdade. 5 Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os

homens, Cristo Jesus, homem, 6 o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se

deve prestar em tempos oportunos.

Visto que a divulgação dos aspectos relacionados ao Evangelho de Deus é tão

importante e essencial para que os destinatários a quem ele é direcionado também

estejam munidos das informações necessárias para poderem crer naquilo que o

Evangelho propõe, procuraremos, então, a partir do presente estudo, abordar o tema

do Evangelho de uma forma mais sequencial, apontando também de forma mais ampla

para o início do Evangelho, para os propósitos para o qual ele foi concebido e para os

conteúdos que compõem o conjunto daquilo que é oferecido por Deus por meio do

Evangelho a todos os seres humanos.

O intuito do presente estudo, e dos demais estudos sobre o Evangelho de Deus que

estão apresentados na sequência, portanto, não objetivam repassar meros

conhecimentos teóricos aos leitores, mas objetivam expor considerações e reflexões que

estejam em concordância com a vontade de Deus a fim de cooperar para que os leitores

possam enxergar, principalmente pela palavra de Deus e pelo Espírito de Deus, vários

pontos centrais e fundamentais da oferta que o Senhor direciona a eles, assim como

também para que possam perceber o suporte que o próprio Senhor dá ao Evangelho

oferecido.

11

O objetivo destes materiais, de nenhuma forma, visa acrescentar algo ao

imensurável e perfeito Evangelho de Deus e nem visa apresentar algo que possa propor

uma supressão ou diminuição do que está contido no perfeito Evangelho do Senhor.

O objetivo de desmembrar diversos assuntos e tecer diversos comentários sobre as

várias grandes partes do Evangelho de Deus, já a partir das características de sua

origem, visa tão somente apresentar estas considerações como ferramentas de apoio

que cooperem com as pessoas na compreensão do que lhes é oferecido por Deus,

principalmente para que possam fazer a opção voluntária de receber em suas vidas o

que Deus lhes oferece já para o tempo presente, bem como para toda a eternidade.

Uma constante, renovada e mais detalhada reflexão sobre os aspectos fundamentais

e primordiais do Evangelho de Deus, sob a ótica das características de uma oferta, é de

vital importância para cada geração, pois ao longo dos anos e séculos, muitas pessoas

tentaram associar ao Evangelho de Deus partes que não compõem e jamais irão compor

de fato o verdadeiro Evangelho Celestial.

A renovação do entendimento de uma pessoa sobre o Evangelho de Deus

pode ocorrer através do conhecimento daquilo que é desconhecido a ela,

mas também pode ocorrer pela renovação de entendimento daquilo que foi

conhecido somente superficialmente ou até de forma distorcida.

O objetivo de averiguar mais detalhadamente o Evangelho de Deus sob a ótica dos

diversos aspectos de uma oferta e sob a perspectiva das múltiplas características

centrais do Evangelho de Deus, portanto, visa propor também uma oportunidade de

retornar à averiguação das bases deste Evangelho desde a sua fonte a fim das pessoas

não ficarem somente na camada de conhecer o Evangelho pelo que lhes foi repassado

informalmente ou meramente por meio de tradições e culturas.

Ter ouvido falar sobre o Evangelho de Deus, não necessariamente significa ter

ouvido o verdadeiro Evangelho de Deus, razão pela qual retornar a averiguar as

condições fundamentais do Evangelho, em suas várias características de uma oferta

apresentada pelo Deus Eterno, pode ser de tão grande importância.

Nos próximos capítulos e nos próximos estudos do Ensino Sistêmico sobre a Vida

Cristã, portanto, poderão ser observados muitos pontos da grandeza do Evangelho de

Deus, bem como também muitos pontos do entorno do Evangelho de Deus que dão

credibilidade e sustentação a ele.

O Evangelho de Deus e o seu entorno são dignos da mais ampla atenção

e dedicação por parte dos seres humanos, lembrando que quando as

pessoas não dão atenção ao Evangelho de Deus, elas estão deixando de dar

a atenção à maior e mais vital dádiva já oferecida para o real benefício

delas.

Muitas ofertas são oferecidas diariamente às multidões que habitam na

Terra, mas nenhuma oferta do mundo é comparável ao Evangelho Eterno

do Criador e nenhuma oferta do mundo chega próximo ao valor do

Evangelho Celestial, pois nenhuma oferta do mundo tem a consistência e o

entorno que o Evangelho de Deus possui devido à fonte da qual esta oferta

originou.

12

Apesar de o Evangelho de Deus ser ofertado em simplicidade e

humildade às pessoas, e poder ser recebido nestas condições, ele não é

uma mensagem pobre e desprovida de grandes e maravilhosos recursos. O

Evangelho do Criador é a apresentação da maior ação do amor de Deus já

revelada à humanidade, diante dos anjos e diante de todos os principados e

potestades, motivo pelo qual o conhecimento mais amplo de cada uma das

suas principais características também é tão precioso para a vida de cada

ser humano.

1 Pedro 1: 10-13

Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros

destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que

neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam.

A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros,

ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o

evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.

Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de

Jesus Cristo.

13

C2. A Propriedade e a Fonte Primária do Evangelho

Quando um assunto, um tópico ou um aspecto da vida é muito amplo e abrangente,

também é frequente que a ele sejam atribuídos múltiplos referenciais ou vários nomes

compostos.

Já o uso de nomes compostos, por sua vez, apresenta várias finalidades e é utilizado

para identificar e explicar um mesmo aspecto de acordo com os diversos ângulos ou as

principais características que o compõem.

E esta prática de atribuir nomes compostos a temas de grande amplitude, também

se mostra ser especialmente aplicável ao Evangelho que está sendo estudado na

presente série. Várias partes do Evangelho em pauta, e do seu entorno, são tão grandes,

amplas ou expressivas que para cada uma delas é adicionado um nome complementar

ao próprio Evangelho a fim de que estes diferentes e principais aspectos que o integram

possam ser caracterizados, apresentados, explicados e ofertados de uma maneira mais

detalhada ou específica.

A abrangência do Evangelho de Deus, como uma oferta destinada aos

seres humanos, é tão ampla que mais de um nome se faz necessário para

comportar a exposição de tantos aspectos que ele contempla, pois este

mesmo Evangelho é oferecido pelo Senhor não somente para um ponto

específico, mas para expressar múltiplas facetas e grandezas da graça de

Deus, conforme anunciado nos primeiros versos das palavras abaixo escritas por João:

João 1:16 Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça.

Assim que, tendo em vista a amplitude dos aspectos associados aos grandes grupos

de características do Evangelho em referência, ou das múltiplas facetas da graça de

Deus, pretendemos dividir os estudos a seguir desta série de acordo com os nomes

compostos que estão associados ao Evangelho nas Escrituras, começando neste estudo

pelo nome “Evangelho de Deus” ou “Evangelho do Criador”.

O fato de denominar o Evangelho também exposto nas Escrituras bíblicas como o

“Evangelho de Deus” ou as “Boas Novas vindas de Deus”, já define uma ampla gama de

aspectos sobre ele.

A atribuição da expressão ou nome ao Evangelho como sendo este “de

Deus” ou como este sendo “do Criador”, primeiramente, define que:

1) O Evangelho em referência pertence a Deus;

2) O Evangelho em referência tem a origem em Deus;

3) O oferecimento do Evangelho é um oferecimento de Deus aos

destinatários do Evangelho, sendo Deus o seu ofertante.

Atribuir ao Evangelho o nome como sendo “de Deus” ou “do Criador”,

implica também em declarar que toda a intenção para que o Evangelho

fosse concebido, a sua própria concepção e o oferecimento dele se

originaram no próprio Deus do Evangelho.

14

Declarar que o Evangelho é uma oferta originada em Deus para ser

destinada à humanidade, é também declarar que o Evangelho é algo que

Deus oferece diretamente a todos os seres humanos.

Dizer que o Evangelho é uma oferta originada em Deus, também é

declarar que o Evangelho é uma oferta distinta de toda e qualquer outra

oferta que exista no Universo que não tenha a sua origem diretamente em

Deus.

Dizer que o Evangelho é uma oferta originada em Deus, é também dizer

que o desprezo e a não aceitação desta oferta é um desprezo e uma não

aceitação de uma dádiva direcionada diretamente por Deus a cada pessoa.

Conforme o texto abaixo, uma oferta somente pode ser apresentada para ser dada

legitimamente a outrem por aquele que detém a propriedade dos aspectos que são

ofertados e por aquele que tem condições de cumprir a entrega daquilo que ele oferece

aos outros.

2 Coríntios 8:12 Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem. (RC)

Portanto, Deus pode oferecer o Evangelho como uma oferta à

humanidade porque o Evangelho que Ele oferece, e tudo que acompanha

este Evangelho, pertencem a Ele e porque o Senhor é Todo-poderoso para

também concretizar e sustentar a entrega de tudo aquilo que o Evangelho

oferece.

No mundo, há muitas ofertas sobre muitas coisas sendo cotidianamente

apresentadas às pessoas. Há ofertas de equipamentos, imóveis, serviços, alimentos,

instruções e educações, bem como também há uma enormidade de propostas que se

nominam espirituais e que se apresentam como caminhos de salvação para a vida dos

seres humanas.

No mundo, contudo, e apesar de haver muitas ofertas que propõe o bem para as

pessoas, também pode haver várias ofertas que não beneficiem as pessoas de fato e que,

inclusive, são potencialmente enganosas e falsas.

As ofertas enganosas e falsas, por sua vez, são aquelas que oferecem algo que de fato

não é intentado ser entregue pelos ofertantes aos destinatários ou algo que de fato não

pode ser cumprido porque os ofertantes não apresentam as devidas qualificações e

condições para entregarem ou garantirem o que prometem.

Muitas pessoas por diversas vezes, infelizmente, ficam mais compenetradas nas

projeções e palavras que os ofertantes apresentam sobre as ofertas do que

compenetradas em checar se o ofertante de fato apresenta as condições adequadas para

cumprir e sustentar o que promete.

Segundo as Escrituras bíblicas, por exemplo, nenhum ser humano pode ofertar

verdadeiramente a remissão dos pecados e a salvação eterna a outras pessoas se ele não

tiver as condições de realizar e sustentar efetivamente esta salvação. E, segundo as

mesmas Escrituras, nenhum ser humano é verdadeiramente capaz, habilitado ou tem

os recursos para realizar e sustentar tal oferta, conforme exemplificado nos textos a

seguir:

15

Salmos 49:7 até 10

Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate para que continue a viver perpetuamente e

não veja a cova (pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre); porquanto vê-se morrerem os sábios e

perecerem tanto o estulto como o inepto, os quais deixam a outros as suas riquezas.

Atos 4: 11 Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular.

12 E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa

que sejamos salvos.

O que o Evangelho oferece jamais poderia, pode ou poderá ser criado e

sustentado por outro ser que não seja o próprio Senhor Deus.

O fato de o Evangelho ser denominado já desde o seu início como o

Evangelho “de Deus” ocorre porque ele pertence a Deus, bem como porque

Deus é quem o sustenta e dá a devida credibilidade e provisão a tudo o que

é necessário a fim de que aquilo que por meio deste Evangelho é prometido

também possa ser realizado.

Deus não somente é a origem e o ofertante do Evangelho, mas Ele

também é o fundamento, a sustentação e a garantia de todos os aspectos do

Seu Evangelho.

E uma vez que Deus é a própria garantia do Seu Evangelho, o próprio

Evangelho também carrega o nome do seu Criador e contempla a

apresentação da glória deste único Deus garantidor a fim de que as pessoas

possam saber em quem estão confiando ao aceitarem a oferta que lhes é

apresentada no Evangelho do Senhor.

Ao longo das Escrituras, não só aquilo que Deus oferece aos seres humanos é

exposto, mas também, e de certa forma prioritariamente, as Escrituras apresentam

quem é o Deus que oferece às boas dádivas às pessoas e igualmente oferece as garantias

de que Ele as irá cumprir, conforme descrito em mais um texto abaixo:

Hebreus 6:17 Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs

com juramento, 18 para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o

refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; 19 a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra

além do véu, 20 onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado

sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.

16

Se as pessoas avaliassem melhor “aqueles” que são apresentados como

os “garantidores” das ofertas que lhes são feitas e quais são as evidências

de garantia que estão por detrás dos ofertantes, elas não aceitariam tão

facilmente ou imprudentemente tantas ofertas falhas ou falsas que lhes são

expostas.

Por mais bonita que possa parecer uma determinada forma de apresentar ou expor

uma oferta, esta oferta será falsa se aquele que faz a oferta não tem as condições de

reunir ou garantir aquilo que é necessário para uma entrega apropriada do que está

sendo oferecido. Ainda que um ofertante tenha uma intenção em cumprir o que

promete, se ele prometer algo além do que pode efetivamente cumprir, a sua oferta não

é firmada no solo da verdade.

Com frequência, entre os seres humanos, ocorre o fato das pessoas

confiarem excessivamente nas propostas ou ofertas que lhes são

apresentadas, sem de fato realizarem um melhor julgamento do que lhes é

oferecido e, principalmente, por quem algo lhes é oferecido.

No mundo, há muitas pessoas fazendo propostas salvadoras falsas a outras pessoas,

mas, por outro lado, também há muitas pessoas que as aceitam por não checarem a

origem e os aspectos que deveriam dar garantia e sustentação a estas propostas.

Há muitas ofertas no mundo que são apresentadas como “boas novas”, mas que não

o são porque não têm o lastro e o fundamento para realizarem e sustentarem o que elas

alegam oferecer, conforme mais dois exemplos das Escrituras abaixo:

Gálatas 1:6 Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho,

7 o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.

2 Coríntios 11:4 Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes

recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais.

Nos últimos textos mencionados acima, pode ser observado o quão crucial é

averiguar a origem do que está sendo oferecido a uma pessoa e o quão enganador pode

ser o caminho que uma pessoa adentra quando a origem de uma suposta proposição do

Evangelho de Deus não é apropriadamente discernida.

Entretanto, em função do desafio que está associado ao discernimento de ofertas e

ofertantes, pode ser que ainda algumas outras indagações possam surgir na mente de

algumas pessoas, tais como: Se a averiguação de uma oferta é tão desafiadora, por que,

então, o Evangelho é apresentado em um contexto em que uma pessoa tem a

possibilidade de escolher por outras proposições que não são compatíveis com o

Evangelho do Senhor? Não bastaria existir somente uma opção para uma pessoa

adotar?

Em resposta às perguntas do parágrafo anterior ou similares a elas, convém ressaltar

que se o Evangelho de Deus fosse a única alternativa que o ser humano

tivesse para optar, o Evangelho não seria uma oferta e já não seria uma

17

opção a ser escolhida ou não escolhida, aceita ou não aceita, mas o

Evangelho seria uma imposição, deixando, assim, de ser uma oferta.

No contexto de ofertas, é normal considerar que os destinatários das ofertas venham

a estar expostos a mais de uma opção, assim como no contexto de avaliações de ofertas

também deve ser pressuposta a possibilidade de que uma oferta possa ser comparada

com outras opções.

No presente mundo, por exemplo, há possibilidades de uma pessoa andar segundo o

Evangelho de Deus ou andar em desacordo com o Evangelho de Deus, o que no mínimo

já expõem duas opções. No presente mundo, há possibilidades de uma pessoa andar na

luz ou andar em trevas, e ainda que as pessoas tenham à disposição delas a opção de

andarem na luz, há muitos que optam por andar nas trevas, aspecto também

claramente exposto pelos escritos de João, conforme segue:

João 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha

a vida eterna. 17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado,

porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. 19 O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens

amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.

20 Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras.

21 Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.

No próprio anúncio do Evangelho de Deus feito pelo Senhor Jesus Cristo, no

anúncio feito por aqueles que propagavam o verdadeiro Evangelho e nos anúncios de

várias outras partes das Escrituras, são encontrados, muitas vezes, alertas para que

averiguações sobre os ofertantes e sobre os mediadores dos ofertantes sejam feitas

pelas pessoas antes de uma proposição ser aceita, como também está exposto a seguir:

Mateus 24: 23 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;

24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.

25 Vede que vo-lo tenho predito.

1 João 1:1 Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm

saído pelo mundo fora.

Portanto, a propriedade, a procedência, o fundamento e os aspectos que

dão suporte e continuidade a uma oferta que alega prover vida são itens

que jamais deveriam ser deixados de lado quando uma proposição é

avaliada ou a sua confiabilidade é checada.

18

Deus não tem receio algum de que Seu Evangelho seja colocado sob

avaliação, pois o que o Senhor apresenta em Seu Evangelho é plenamente

legítimo, verdadeiro e perfeito, mas também perfeitamente amparado no

Senhor.

Desta maneira, gostaríamos de ressaltar mais uma vez que o fato do Evangelho

também receber o nome composto de “Evangelho de Deus ou do Criador”

está diretamente associado ao aspecto de que tudo o que foi incorporado a

este Evangelho procedeu e procede de Deus.

O Evangelho de Deus pertence ao Senhor, por isto também carrega o Seu

nome, e não porque algum ser humano o concebeu e o concedeu ao

Senhor. O Evangelho de Deus pertence ao Senhor porque todo o Evangelho

e todos os seus detalhes foram concebido pelo próprio Deus.

A propriedade que Deus detém sobre o seu Evangelho é devida a Ele pelo

fato do Senhor também ser a fonte primária de todos os aspectos que

constituem este Evangelho, assim como de todos os aspectos que garantem

a sustentação eterna deste mesmo Evangelho.

A oferta das “boas novas” de Deus, também chamada de Evangelho, é a

oferta de verdadeiras “boas novas” porque elas são originadas em Deus, a

única fonte de toda boa dádiva e de todo dom perfeito.

Tiago 1:17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou

sombra de mudança.

O Senhor é luz, concebeu a sua oferta em luz e apresenta aquilo que

oferece também de acordo com a sua luz eterna, anunciando com clareza

porque a origem de todo Evangelho está no próprio Deus.

Uma oferta plenamente perfeita somente pode ser oferecida se ela foi concebida de

forma perfeita e se tudo o que ela oferece é perfeito. E uma oferta plenamente perfeita

somente pode ser concebida de forma perfeita se aquele que a concebeu também é

perfeito.

O Evangelho de Deus é completo e perfeito em tudo o que ele propõe

porque ele foi concebido de forma perfeita e, principalmente, porque

Aquele que o concebeu é perfeito.

O Evangelho Eterno recebe o nome composto de “Evangelho de Deus ou

do Criador” porque o Senhor também é o “Deus Eterno deste Evangelho”.

O Evangelho de Deus é a maior oferta que um ser humano pode receber

em toda a sua existência, porque o Evangelho de Deus é uma oferta que

proporciona vida eterna oriunda no próprio Deus, bem como porque ela é

uma oferta sustentada eternamente pelo Criador dos Céus e da Terra e

tudo o que neles há.

É no próprio Deus, o Criador, o Senhor Excelso que não depende de que alguém faça

algo para Ele no sentido de que se mantenha como um Deus reto e justo, que o

Evangelho, estendido aos seres humanos pela graça celestial para ser recebido

voluntariamente, tem a sua fonte, fundamento e eterna sustentação.

19

Portanto, é de suma importância que os tópicos da origem, concepção, propriedade,

motivação, propósito e composição do Evangelho de Deus sejam conhecidos, pois são

estes os primeiros fatores que lhe dão a credibilidade para ser crido e aceito com

segurança pelos destinatários desta oferta.

O Evangelho de Deus é uma oferta que nasceu em Deus, pertence a Deus

e por Deus é oferecida a todos os seres humanos para que aqueles que

estão dispostos a recebe-la também possam alcançar, em conformidade

com a vontade de Deus, aquilo que lhes foi prometido pelo Senhor.

Se alguém pensa que Deus criou todas as coisas para depois se manter distante da

criação, meramente deixando-a seguir no próprio curso da criação, essa pessoa ainda

não conhece o Evangelho de Deus e muito menos o Deus do Evangelho.

O Senhor, como Aquele que concede o Evangelho, sempre quis e continua querendo

se revelar para que as pessoas saibam “em quem” elas estarão depositando a sua

confiança se elas aceitarem o Evangelho que da parte do Senhor lhes é oferecido, bem

como “em quem” estarão confiando para que as promessas do Evangelho lhes sejam

também entregues de acordo com o estabelecido nas características desta oferta.

Salmos 34:8 Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.

Salmos 86:5 Pois tu, Senhor, és bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que te invocam.

20

C3. A Suprema Motivação de Deus para Apresentar uma

Oferta Tão Elevada ou Sublime ao Mundo

O tópico que procuraremos abordar neste novo capítulo é de grandíssima

importância no contexto das proposições de ofertas, mas, ao mesmo tempo, ele

também é um assunto que necessita de uma dedicação especial para que as barreiras da

superficialidade sejam transpostas a fim de que este ponto possa ser melhor assimilado.

Muitas pessoas, organizações e empresas, nos dias atuais, têm passado a adotar uma

prática de divulgação das visões e missões que dizem ter escolhido como meta para os

seus projetos.

Algumas destas pessoas, instituições ou empresas ainda têm avançado, inclusive,

também na divulgação de uma lista de valores e credos que afirmam seguir nas suas

condutas para atingirem as visões e missões que anunciaram.

Já essas divulgações das visões, missões, lista de valores e lista de credos, na grande

maioria, procuram ser utilizadas como instrumentos de divulgação dos intentos dos

ofertantes ou projetos para que sirvam de introdução e referência para as proposições

de ofertas que pessoas, instituições e empresas querem apresentar a outras pessoas.

No contexto de ofertas, quando as pessoas ou organizações querem expor as suas

visões, missões, valores ou credos a outros, geralmente elas o fazem com o intuito de se

divulgarem como ofertantes que possuem certo grau de credibilidade para realizarem o

que prometem, visando também por meio disto serem aceitos pelos destinatários de

suas ofertas.

A divulgação de um conjunto de informações sobre os ofertantes, portanto, é parte

integrante do contexto das proposições de ofertas que são apresentadas no mundo.

Assim, de certa forma, quando Deus apresenta o Seu Evangelho associado ao fato

Dele mesmo ser a origem desta oferta, o próprio Senhor também se utiliza da

divulgação a respeito de Si, como ofertante, para mostrar a origem daquilo que Ele está

oferecendo e como aquilo que está sendo oferecido é respaldado.

Contudo, se a divulgação que Deus faz de Si mesmo for observada mais atentamente,

pode ser percebido que esta divulgação específica contém um elemento que não está

contemplado em grande parte das exposições que os ofertantes do mundo fazem de si

mesmos.

Apesar de uma parte das divulgações de ofertas que há no mundo procurarem expor

algumas informações sobre os ofertantes por meio do anúncio das suas visões, missões,

valores e credos, a maioria delas não declara abertamente e diretamente as suas

motivações reais, diferentemente de Deus, que anuncia também amplamente as

motivações que o moveram a apresentar as proposições que se encontram no Seu

Evangelho.

Apesar de que, em princípio, possa parecer que a identificação da origem de uma

oferta também torne, automaticamente, notória a motivação pela qual a oferta foi

concebida, nem sempre somente a informação da origem de uma oferta evidencia de

forma clara a motivação ou as motivações pelas quais uma oferta específica foi gerada

ou exposta às pessoas.

21

Embora a identificação da origem de uma oferta possa esclarecer de

quem partiu uma determinada proposição, em diversas situações ainda

será necessária uma identificação complementar das motivações que

originaram uma oferta para esclarecer aquilo que de fato propulsionou a

geração desta oferta.

O conjunto das motivações ou razões que propulsionaram a geração de

uma oferta é um dos principais fatores determinantes para esclarecer o

que de fato fez um ofertante iniciar a elaboração e apresentação da

referida oferta.

Compreender que o Evangelho de Deus teve origem no Senhor Criador dos Céus e

da Terra é muitíssimo importante, pois diferencia o Evangelho de qualquer outra oferta

apresentada por iniciativa de alguma criatura.

Entretanto, compreender a motivação pela qual Deus manifestou o Seu

Evangelho para ser apresentado aos seres humanos, é dar um passo mais

adiante no conhecimento de alguns aspectos mais profundos sobre o

coração de Deus como o ofertante deste Evangelho.

Enquanto no capítulo anterior foram abordados aspectos sobre a relevância de

conhecer a origem do Evangelho, objetivando fortalecer a confiança de que a oferta de

Deus tem um sólido suporte e garantia, neste novo ponto, pretendemos acrescentar um

destaque sobre a importância do discernimento da motivação Daquele que faz a oferta,

e isto, a fim de cooperar para que os destinatários do Evangelho vejam também com

mais firmeza e confiança que toda esta oferta foi gerada pelo Senhor para o bem deles,

sendo ela, portanto, ou também por isto, digna de toda a aceitação.

Apesar de nem sempre ser fácil distinguir claramente a origem, a

motivação e o propósito de uma oferta, a distinção destes aspectos pode

ser extremamente determinante na avaliação e no julgamento que o

destinatário de uma oferta faz sobre a proposição que lhe é apresentada.

Em muitas situações, uma pessoa pode visualizar com admiração a oferta que um

ofertante lhe apresenta, mas ainda assim rejeita-la por desconfiar da motivação que vê

por detrás da apresentação da oferta ou do propósito anunciado.

Assim, se, por um lado, muitas pessoas rejeitam ou desprezam o

Evangelho de Deus por não acreditarem que ele de fato teve a origem em

um Único Deus Criador dos Céus e da Terra, ou que o Senhor é poderoso

para sustenta-lo, por outro lado, muitas pessoas também rejeitam o

Evangelho de Deus porque não confiam que aquilo que lhes é oferecido por

Deus é oferecido com uma real motivação de beneficia-las.

Quando as pessoas deixam de enxergar a motivação de Deus que está

associada ao Seu Evangelho, elas também deixam de enxergar muitos

aspectos da profundidade dos benefícios que Deus tem para elas.

Reforçamos aqui mais uma vez, que a motivação também não deve ser confundida

com o propósito, pois estes dois aspectos, apesar de complementarem um ao outro, são

distintos.

A motivação precede o propósito, e é também por meio da motivação

que um propósito é gestado.

22

Compreender que a motivação é precursora do propósito pode ser muito

significativo, pois um propósito irá ser verdadeiramente bom se ele

também nascer de uma verdadeira e boa motivação. Razão pela qual, o

Senhor Deus não se omite em apresentar as suas motivações, pois cada

uma delas é perfeita, justa, reta e visa o bem de todas as pessoas.

As motivações do Senhor são completamente compatíveis com quem o

Senhor é, permeando assim também tudo o que Deus faz, conforme é

exemplificado nos textos a seguir:

Salmos 145:9 O SENHOR é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras.

Salmos 25:8 Bom e reto é o SENHOR, por isso, aponta o caminho aos pecadores.

A motivação que gerou a manifestação do Evangelho está perfeitamente

alinhada com o Criador do Evangelho, pois em Deus não há variação entre

o que Ele é e aquilo que Ele faz.

Tiago 1:17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou

sombra de mudança.

Assim que, a compreensão de que o Evangelho procede de Deus e pertence

ao Senhor também deveria contemplar a compreensão de que o Evangelho

Celestial é todo constituído a partir das motivações perfeitas de Deus.

E, por sua vez, um conhecimento mais amplo das motivações de Deus

quanto à manifestação do Seu Evangelho, pode ser a grande diferença para

algumas pessoas darem o passo decisivo na direção de abrirem o coração

em confiança para receberem aquilo que Deus lhes oferece.

Quando Deus declarou que deu o Seu Filho para o bem das pessoas, Ele

o fez porque de fato quer que as pessoas recebem as dádivas da sua

bondade.

Em outras palavras, a oferta de Deus é para o bem das pessoas porque ela

nasceu da motivação da abundante e perfeita bondade de Deus.

O Evangelho de Deus e a bondade de Deus são inseparáveis, aspecto repetidamente

anunciado pelo Senhor conjuntamente com o anúncio do seu Evangelho, conforme

segue:

Lucas 2:8 Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite.

9 E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor.

10 O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo:

23

11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.

13 E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo:

14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.

Se uma pessoa não aceita o Evangelho de Deus, ela não rejeita somente

uma oferta originada em Deus, mas ela também rejeita a maior oferta de

verdadeira bondade direcionada ou apresentada a ela.

Portanto, as motivações de Deus, que estão inseparavelmente associadas

ao Evangelho, também deveriam ser anunciadas, no mínimo, tanto quanto

o anúncio de que o Evangelho procede de Deus.

A falta de um conhecimento mais aprofundado das motivações que há em Deus e

que o levaram a apresentar o Seu Evangelho ao mundo, é um dos expressivos motivos

que têm mantido muitas pessoas afastadas do Evangelho ofertado a elas pelo Senhor

em sua bondosa graça.

Algumas pessoas podem até acreditar na existência de Deus, mas ainda assim serem

temerosas de se abrirem ao Evangelho de Deus por acreditarem que o único intento de

Deus é puni-las pelos pecados que cometeram ao longo da vida ou por acreditarem que

o Evangelho não se aplica a elas por pensarem que não são perfeitas para recebe-lo.

Por outro lado, não há razão para as pessoas permanecerem no desconhecimento

das motivações de Deus, pois a começar pela motivação central de Deus em apresentar

o Evangelho ao mundo, as suas motivações estão amplamente descritas desde os

primeiros textos de Gênesis e seguem sendo descritas ao longo das Escrituras, sendo,

certamente, o texto que segue abaixo, um dos escritos que mais sumariza este ponto de

uma forma surpreendentemente sublime e magistral:

João 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu

Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Se o texto de João 3, verso 16, for observado de forma atenta, pode ser percebido que

já nas suas duas primeiras palavras, a saber, “Porque Deus”, é introduzido e

esclarecido, sem margens de dúvida, a origem da oferta narrada.

A clara e direta descrição da origem da oferta em referência exibe como ela é

singular e sem paralelos, pois somente o Deus Criador dos Céus e da Terra poderia dar

algo que tivesse a dimensão e abrangência para se estender sobre toda a Sua criação,

aspecto testemunhado também no texto que segue abaixo:

Colossenses 1: 19 Porque aprouve a Deus que, nele (em Cristo), residisse

toda a plenitude 20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele,

reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.

24

É importante sermos continuamente relembrados da grandeza e majestade de Deus

a fim de que não ocorra de acharmos que a oferta de Deus é comparável a qualquer

obra ou oferta feita por mãos humanas.

O texto de João 3, verso 16, porém, não se limita a informar de que a

maior oferta de todos os tempos foi originada em Deus, mas ele também

informa porque Deus a fez.

As palavras “Porque Deus amou o mundo de tal maneira”, expressam a

motivação que levou Deus a ofertar o que Ele manifestou ao conceder o seu Filho

Unigênito ao mundo.

Deus ofertou o Seu Filho movido pelo Seu amor por toda a criação e, em

especial, pelo Seu amor por todos os seres humanos.

Saber que Deus é o Criador e o suporte inabalável de toda a criação é

saber que Deus é o garantidor das Suas promessas, mas compreender de

forma mais específica sobre as motivações de Deus, ou seu posicionamento

interior em relação aos seres humanos, também pode vir a servir de

instrumento muito útil ou cooperativo para que as pessoas confiem no

Senhor.

Conhecer as motivações de Deus pode cooperar significativamente com

o fortalecimento da convicção de fé ou confiança que uma pessoa pode

exercer em relação ao Senhor, conforme também Paulo testemunhou no texto a

seguir:

2 Timóteo 1:12 E, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele

é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia. 13 Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e

com o amor que está em Cristo Jesus. 14 Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em

nós.

No texto de 2Timóteo, recém apresentado acima, pode ser observado que o próprio

Deus e a sua motivação estão associados um ao outro de forma inseparável. O texto

declara que Deus é poderoso para sustentar a fé que uma pessoa deposita Nele, mas ele

também declara que aqueles que creem no Senhor são igualmente sustentados pelo Seu

amor que está em Cristo Jesus.

Somente por causa da motivação do amor de Deus que o Evangelho

existe e tem um tão esplendoroso, maravilhoso e sublime propósito.

A compreensão mais aprofundada da motivação central de Deus e que

levou o Senhor a oferecer o Seu Evangelho ao mundo, é um ponto de

parada obrigatória para quem também deseja aprofundar-se no

conhecimento e na experiência da novidade de vida que Deus oferece às

pessoas através do seu Evangelho.

Efésios 3:14 Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, 15 de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a

terra,

25

16 para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;

17 e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor,

18 a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade

19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.

Quão glorioso é saber que o Evangelho de Deus tem a sua origem no

próprio Deus, mas quão glorioso também é saber que o Evangelho de Deus

é fruto do seu inestimável e maravilhoso amor.

O Evangelho não é somente uma simples e comum dádiva direcionada

aos seres humanos, o Evangelho é uma oferta nascida das entranhas do

amor de Deus por cada pessoa.

Considerando que a palavra de Deus nos apresenta o fato de que Deus é

amor, chamar o Evangelho pelo nome composto de “Evangelho de Deus”,

portanto, também nos permite chamar o Evangelho como o Evangelho do

Amor de Deus.

Desse modo, o Evangelho de Deus, como o Evangelho nascido do Amor de

Deus, é plenamente digno de toda aceitação, honra, exaltação, testemunho

e amplo anúncio, pois ele foi todo gerado a partir das profundezas das

maravilhosas virtudes e motivações do Senhor Eterno.

1 Timóteo 1: 14 Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.

15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.

1 João 4: 14 E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo.

15 Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus.

16 E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus,

nele.

Por fim neste capítulo, gostaríamos de mencionar que o tema das motivações de

Deus, baseadas no Seu amor, certamente é um tema digno da mais profunda e

extensiva abordagem, mas por ele estar tão permeado em todo o Evangelho, esta

abordagem será realizada de forma mais detalhada e prolongada em cada uma das

partes que se seguem nos próximos capítulos, bem como em todos os outros estudos da

presente série sobre o referenciado Evangelho do Senhor.

O Evangelho de Deus é uma expressão perfeita de Boas Novas, porque

ele nasceu de uma fonte cheia de Boas e Perfeitas Motivações

completamente respaldadas pelo Amor Perfeito do Senhor.

26

C4. A Importância do Discernimento dos Propósitos das

Ofertas

Quando uma pessoa inclina o seu coração para buscar a Deus mais intensamente e o

Seu Evangelho de forma mais sistêmica, ela logo perceberá que diante dela está uma

realidade gigantesca e imensuravelmente sublime, assim como tudo o que envolve a

busca sincera e direta pelo Senhor Criador dos Céus e da Terra.

Jeremias 33:3 Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.

Assim, a compreensão de que o Evangelho é uma oferta de Deus para todas as

pessoas do mundo, sem paralelos que possam ser equiparados a ele, e a compreensão

de que o amor de Deus é que motivou o Senhor a manifestar esta oferta, por si só já são

revelações que compreendem aspectos inesgotáveis da bondade de Deus.

No entanto, e apesar das preciosas realidades já vistas sobre o Evangelho de Deus

até aqui, avançar para outros aspectos que também se encontram revelados pelo

mesmo Evangelho pode acrescentar ainda muitos outros benefícios àqueles que

seguirem por este caminho.

Ponderar sobre diversos aspectos que fazem parte do contexto das ofertas pode ser

desafiador, pode consumir um bom tempo de uma pessoa, mas, ao mesmo tempo,

também pode conduzir a recompensas extraordinárias que jamais seriam percebidas se

não houvesse a devida dedicação em pormenorizar o assunto objetivado.

Apesar de o Evangelho ser apresentado por Deus de forma que os “pequeninos ou os

simples” possam compreende-lo, e apesar de Deus oferecer o Evangelho de forma que

ele possa ser recebido em humildade e em simplicidade, a ação para uma compreensão

crescente deste Evangelho não está, necessariamente, isenta de uma dedicação e

interesse substancial das pessoas que almejam alcançar um entendimento mais

aprofundado das características essenciais deste Evangelho.

O fato de ter sido citado por diversas vezes acima que o Evangelho de Deus precisa

ser conhecido de forma mais intensa ou profunda, não implica em dizer que ele seja

complicado de ser compreendido, pois ele foi dado por Deus para poder ser aceito e

compreendido por todos os tipos de pessoas em todos os povos. Por outro lado,

entretanto, o fato de que o Evangelho pode ser aceito e compreendido pelas pessoas em

suas mais diversas situações, também não implica em dizer que não haja necessidade

de esforço e dedicação de tempo de uma pessoa para ouvir, estudar e meditar sobre

aquilo que o Evangelho oferece a ela.

Um aspecto é verificar se há uma complexidade ou simplicidade de compreensão de

algo, outro aspecto, porém, é a necessidade de dedicação para que a compreensão seja

alcançada ainda que um aspecto não seja complexo de ser assimilado. Deus concede o

Evangelho de forma que ele não seja complexo de ser entendido por aqueles que

anelam por receber em sua vida a bondade do Senhor, mas por outro lado, como um

tesouro inestimável, o Evangelho de Deus é mais profundamente revelado àqueles que

também dedicam horas preciosas de sua vida a ele.

Quando o Senhor Jesus Cristo agradeceu ao Pai Celestial pelo fato Dele ter revelado

o Evangelho aos “pequeninos ou simples”, o Senhor estava fazendo referência aos seus

27

discípulos, os quais eram denominados desta maneira porque também dedicavam

tempo em seguir e permanecer com o Senhor para serem ensinados por Ele.

Ao mesmo tempo em que Deus oferece a sua abundante graça ao anunciar o seu

Evangelho ao mundo todo e pela mesma graça que torna o Evangelho mais e mais

compreensível aos indivíduos que creem no Senhor Jesus e recebem a sua oferta, Deus,

por meio das Escrituras, também instrui as pessoas a se posicionarem de forma intensa

na busca dos que lhes é oferecido pela graça, relembrando aqui mais uma vez, que o

destinatário da oferta também tem um papel essencial em se apresentar voluntarioso

para receber o que lhe é oferecido, conforme exemplificado em mais alguns textos

abaixo:

Lucas 10:21 Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas

coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. (RC)

Romanos 10:4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.

2 Coríntios 6: 1 E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus

2 (porque ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis,

agora, o dia da salvação).

Mateus 6:33 Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

João 8:31 Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus

discípulos; 32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

Deus não somente demonstrou a sua condição de Senhor Todo-poderoso por meio

da criação dos Céus e da Terra, mas Ele também continua a se manifestar como o

Senhor Todo-poderoso por meio da manutenção e sustentação que provê para toda a

criação, tendo o Evangelho um papel vital neste processo. Deus permite que o seu

poder possa ser percebido nos grandes e memoráveis eventos históricos, mas Ele

também permite que o Seu poder possa ser visto na direção diária que é concedida

àqueles que recebem o Evangelho Celestial e que se apresentam ao Senhor para

continuarem a ser ensinados de forma crescente nele.

Por meio do Evangelho, Deus oferece a sua graça que estende a

possibilidade de salvação eterna tão necessária a todos os seres humanos.

Entretanto, por meio da permanência e crescimento no Evangelho

recebido, Deus também oferece a provisão da sua graça que ensina como

esta salvação atua a fim de que ela seja experimentada ou manifestada

mais intensamente na vida daqueles que a receberam.

28

As Escrituras sobre o Evangelho de Deus apresentam uma narrativa

sobre como Deus providenciou o caminho para a salvação de cada ser

humano, mas o crescimento no conhecimento e na vida oferecida pelo

Evangelho também desvenda todo um conjunto de aspectos que cooperam

para que esta salvação seja firmemente estabelecida na vida de uma

pessoa.

Por meio do Evangelho, o Senhor, de forma graciosa e clara, oferece a

todas as pessoas a verdadeira liberdade para que elas possam passar a

andar de acordo com a vontade de Deus, mas também, pelo mesmo

Evangelho, o Senhor oferece às pessoas um crescimento que as ensina a

como procederem para permanecerem andando na liberdade que está em

conformidade com a vontade do Pai Celestial.

Deus protege as pessoas diariamente de muitos perigos sem que elas sequer estejam

conscientes disto, e Deus é poderoso para fazer isto através de maneiras muito

surpreendentes, mas Deus também demonstra a Sua proteção às pessoas ao oferecer a

elas as instruções adequadas para poderem caminhar pelas condutas que lhes são

favoráveis. E é também por meio do crescimento no conhecimento do Evangelho que o

Senhor ensina às pessoas os procedimentos diários e práticos segundo a Sua vontade,

bem como concede a elas as instruções sobre aquilo que deve ser evitado por não estar

alinhado com o Seu bom querer.

De forma similar, também a imensurável provisão que Deus já realizou no passado

para oferecer a salvação celestial a todas as pessoas expressa um aspecto esplendoroso

e magnífico do seu Evangelho. Entretanto, este mesmo Evangelho também foi

anunciado e manifesto para mostrar que Deus se importa com as decisões e ações

cotidianas das pessoas, pois elas podem ter significativas implicações para a salvação e

a vida de cada ser humano.

Uma grande parcela das ações de intervenção de Deus a favor das pessoas não está,

necessariamente, nas denominadas ações extraordinárias do Senhor, mas está naquelas

ações que são corriqueiras e que estão relacionadas às decisões e escolhas que as

pessoas fazem no seu cotidiano. Outra razão pela qual o crescimento no Evangelho de

Deus é tão significativo, pois também é através do Evangelho que as pessoas são

ensinadas e fortalecidas pelo Senhor para realizarem discernimentos corretos e

decisões que serão apropriadas ou benéficas para a vida delas.

Decisões e escolhas são aspectos cruciais da existência humana, e

podem influenciar substancialmente a vida das pessoas tanto no curto,

médio, no longo e longíssimo prazo.

Por outro lado ou por sua vez, o aprendizado sobre o “fazer escolhas ou

tomar decisões”, inevitavelmente, passa pelo aprendizado de analisar e

averiguar ofertas disponíveis na vida.

Assim que, um dos fatores primordiais para que apropriadas decisões

sejam adotadas, é um adequado discernimento que um indivíduo necessita

ter em relação às diversas ofertas que lhe são apresentadas ao longo do seu

tempo de vida na Terra.

O fato de uma oferta poder ser aceita ou rejeitada, já estabelece no mínimo duas

opções de escolha ou duas opções de decisão, ou seja, onde há ofertas há opções, e onde

há opções, automaticamente, também estarão presentes o cenário e a necessidade de

decisões, escolhas e discernimento.

29

Portanto, saber fazer escolhas ou decidir adequadamente diante dos mais

diversos aspectos da vida é um dos aspectos mais valorosos da existência

de qualquer ser humano na Terra, e para o qual uma pessoa também

encontra ensino e amparo no Evangelho do Criador.

Devido à importância ou às significativas implicações que as escolhas e decisões

podem acarretar na vida das pessoas, as próprias Escrituras sobre o Evangelho de Deus

tratam extensivamente, e até repetidamente, este assunto, começando pelo fato de que

o próprio Evangelho é apresentado por Deus a cada ser humano como uma oferta que

pode ser recebida ou rejeitada.

Devido à importância das decisões que cada indivíduo adota na vida, o Senhor Jesus

Cristo, em palavras diretamente proferidas por Ele na Terra, deixou muitas exortações

e exemplos às pessoas para que elas estejam atentas e de sobreaviso sobre a

multiplicidade de ofertantes e ofertas que se apresentam no mundo. Cristo destacou,

repetidas vezes, o quão crucial é discernir a diferença que há entre os diversos

ofertantes e ofertas que se apresentam na vida a fim de que uma pessoa não siga os

falsos ofertantes e os seus falsos caminhos, como, por exemplo, na série de textos

mencionados a seguir:

Mateus 7:15 Acautelai-vos dos falsos profetas ...

Mateus 10:17 E acautelai-vos dos homens;

Mateus 16:6 E Jesus lhes disse: Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.

Mateus 24:4 E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane.

Lucas 21:34 Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da

embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço.

Lucas 12:15 Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos

bens que ele possui.

Mateus 26:41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.

Mateus 24:23 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;

24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.

25 Vede que vo-lo tenho predito.

Lucas 21:8 Respondeu ele: Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não os sigais.

30

João 14:27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

Similarmente, Paulo, Pedro, João, apóstolos do Senhor Jesus Cristo, e outros

escritores, também descreverem sobre a necessidade de uma devida cautela a respeito

de ofertantes e das suas proposições, conforme exemplificado brevemente abaixo:

Filipenses 3:2 Acautelai-vos dos cães! Acautelai-vos dos maus obreiros! Acautelai-vos da falsa circuncisão!

1 João 4:1 Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo

mundo fora.

1 Pedro 4:3 Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências,

borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias. 4 Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo

excesso de devassidão, 5 os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e

mortos. ----

Diferentemente do que nas Escrituras sobre o Evangelho de Deus, e apesar da

grande relevância que os processos de escolhas e decisões representam na vida das

pessoas, é interessante observar que este tema raramente é tratado e abordado de

forma ampla, direta e objetiva por uma grande parte dos sistemas educacionais do

mundo.

De forma geral, não são muitos os currículos escolares de ensino básico e médio que

preveem uma matéria com um título sobre “tomadas de decisões na vida” ou similar a

ele. Inclusive em muitos cursos superiores, não há uma abordagem efetiva e conceitual

dos parâmetros envolvidos nos contextos dos processos de escolhas de ofertas. Muitos

cursos superiores ensinam conhecimentos, técnicas e práticas de grande qualidade

sobre manuseios de informações, equipamentos e habilidades, mas muitos não ousam

avançar no treinamento direto de pessoas sobre critérios de tomadas de decisões em

relação a diversas ofertas cruciais da vida que lhes são apresentadas diariamente.

Assim que, considerando os aspectos mencionados no presente capítulo e o aspecto

mencionado no capítulo anterior de que a motivação pela qual um ofertante gerou uma

oferta é um aspecto distinto dos propósitos para os quais uma oferta é apresentada,

embora ambos se complementem, gostaríamos de avançar aqui um pouco mais sobre a

necessidade de considerar também o apropriado discernimento de propósitos como um

ponto crucial para que uma pessoa possa avaliar ou averiguar apropriadamente as

propostas que são oferecidas a ela.

Embora o discernimento da motivação pela qual um ofertante apresenta uma oferta

possa ser muito útil e determinante para avaliar se uma proposição visa ou não o bem

do destinatário da oferta, nem sempre, na prática, a realização do discernimento da

motivação dos ofertantes se mostrará possível de ser realizada diretamente. Situação na

31

qual, então, abre-se a necessidade de que uma apropriada averiguação de uma oferta

seja alcançada também por meio do discernimento dos propósitos que estão associados

à oferta em consideração.

Relembrando ainda do capítulo anterior, foi comentado nele que a motivação ou as

motivações para um ofertante apresentar uma oferta precedem o propósito ou os

propósitos que visam ser atingidos por meio da oferta apresentada aos destinatários

almejados. Por outro lado, se os propósitos forem considerados como a consequência

das motivações, também é razoável considerar que, no final das contas, os

propósitos, em sua essência, acabarão refletindo as motivações que os

geraram.

Embora o reconhecimento direto das motivações possa ser mais desafiador de ser

alcançado se o ofertante tentar oculta-las em seu interior, esta possibilidade de

reconhecimento, ainda que de forma indireta, torna-se mais ampla ou facilitada

quando pessoas, grupos ou organizações começam a expor seus propósitos, pois por

meio destes propósitos eles acabam revelando também em parte as motivações que

deram origem às suas ofertas.

Se, por um lado, os propósitos são conceitualmente diferentes das

motivações, por outro lado, eles não podem ser dissociados das

motivações, pois quando os propósitos são expressos por palavras e,

principalmente, pelos atos que vão sendo manifestos visando alcançar os

alvos propostos, os propósitos tornam as motivações dos ofertantes mais

visíveis e tangíveis.

Seguindo ainda no mesmo raciocínio, uma vez que ocorre a manifestação de um

propósito, a possibilidade de apontar para a motivação que originou o propósito

também, em princípio, se torna mais ampla, pois, em geral, o objetivo é mais tangível e

mensurável do que a motivação. A motivação é firmada em termos menos mensuráveis

pelas métricas humanas naturais, o que, provavelmente, faz com que a compreensão e

avaliação da motivação sejam mais desafiadoras do que dos propósitos.

Portanto, se, por um lado, a motivação tem um papel crucial na criação de

uma oferta ou de um propósito, por outro lado, o discernimento dos reais

propósitos que acompanham uma oferta tem um papel crucial na revelação

da motivação que levou esta oferta a ser gerada ou apresentada.

No verso 16, do capítulo 3 do livro de João, utilizado no capítulo anterior para

exemplificar a identificação da origem do oferecimento do Evangelho e da motivação

que levou Deus a fazê-lo, também pode ser encontrada com clareza a descrição de um

específico e firme propósito para o qual Deus concedeu o Seu Evangelho.

Vejamos abaixo, então, mais uma vez o referido texto:

João 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha

a vida eterna.

Assim, se o “porque Deus” mostra a origem da oferta de Deus ao mundo e o

“amou o mundo de tal maneira” mostra a motivação de Deus para realizar uma

oferta, o “para que” começa a mostrar o propósito para o qual a oferta foi apresentada

ao mundo.

32

O propósito mostra a finalidade de uma oferta e mostra o que o

ofertante quer atingir ou realizar por meio da oferta.

Se o propósito pelo qual Deus deu o Seu Filho Unigênito ao mundo não objetivasse o

bem das pessoas a quem o Filho foi e continua sendo manifestado, o propósito

denunciaria que também a motivação de amor, declarada no mesmo texto de João 3,

não estaria de fato presente nesta oferta apresentada pelo Senhor aos seres humanos.

O Evangelho de Deus, como uma oferta perfeita, portanto, somente detém

esta característica pelo fato de estar firmado em uma origem perfeita, em

uma motivação perfeita, mas também em um propósito perfeitamente

alinhado com a sua origem e com a motivação pela qual foi gerado.

Se as pessoas atentassem mais em conhecer a origem, as motivações e os

propósitos que estão associados ao Evangelho de Deus ou do Criador

Eterno, elas também estariam mais preparadas e amparadas para avaliar e

discernir os reais propósitos das visões e missões de outras ofertas que

lhes são apresentadas no mundo.

Considerando que o Evangelho de Deus é a oferta mais importante do Universo e de

todos os tempos já apresentada aos seres humanos, este Evangelho e o

aprofundamento no conhecimento dele também deveria estar no lugar de mais alta

estima na vida de cada pessoa e ter a primazia diante de todas as outras ofertas que há

no mundo.

Se as pessoas dedicassem mais atenção em perceber, à luz do Evangelho de Deus, os

reais propósitos que estão por detrás das muitas proposições de visões e missões que há

no mundo, a fim de também detectarem a origem e as motivações associadas às ofertas

a elas apresentadas, elas não se deixariam enredar tanto em visões e missões que são

contrárias à vontade de Deus e que, por isto, também são contrárias às suas próprias

vidas.

A tentativa de suprimir a necessidade do conhecimento dos reais propósitos dos

ofertantes e que estão associados às suas ofertas, a fim de que também a origem e a real

motivação de uma oferta permaneçam obscurecidas, muitas vezes objetiva, inclusive

intencionalmente, produzir a redução de uma compreensão mais completa do real

entorno que há em uma determinada proposição a fim de que as pessoas não rejeitem o

que por elas deveria ser rejeitado, bem como para que não aceitem o que por elas

deveria ser aceito.

Enquanto a motivação de um ofertante aponta para os aspectos que o

levaram a gerar ou apresentar uma oferta, os reais propósitos que estão

associados a uma oferta apontam para o destino que é objetivado ser

alcançado por meio da apresentação de uma oferta para as pessoas. Razão

pela qual, é tão crucial discernir, à luz da vontade celestial, os aspectos

principais das proposições às quais uma pessoa está exposta.

A necessidade das pessoas terem um discernimento sóbrio concedido por Deus é

vital, pois no mundo há muitas visões e missões sendo apresentadas às pessoas que são

incompatíveis com a vontade de Deus porque não nasceram de uma motivação

alinhada com a vontade de Deus e que, por isto, também não tem o propósito de que as

pessoas permaneçam na comunhão com Cristo, Aquele que foi estabelecido por Deus

para ser o Cabeça de cada indivíduo do Corpo de Cristo, conforme mais um exemplo

exposto a seguir:

33

Colossenses 2:18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem

motivo algum, na sua mente carnal, 19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem

vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.

As próprias Escrituras sobre o Evangelho de Deus trazem inúmeras narrativas sobre

uma diversidade de proposições que são feitas às pessoas, tanto as que estão de acordo

com a vontade de Deus como as que não estão de acordo com a Sua vontade, mas as

Escrituras sobre o Evangelho de Deus também trazem preciosas instruções em como,

pelo Evangelho, uma pessoa pode se posicionar em relação a cada tipo de oferta

apresentada a ela.

Entretanto, se as pessoas na Terra não conhecem os propósitos para os

quais Deus lhes enviou o Seu Evangelho, como poderão discernir, pelo

Evangelho, as demais proposições que são oferecidas a elas?

Considerando que o Evangelho é a oferta principal apresentada por Deus para a vida

de uma pessoa, se ela não se aplica a conhecer mais detalhadamente os propósitos do

Evangelho de Deus e das Escrituras sobre ele, como um indivíduo poderá, então, estar

preparado para discernir as muitas outras ofertas que diariamente estão ao seu redor?

Se as pessoas não conhecem os propósitos centrais de Deus para a vida delas, como

poderão discernir quais são as visões e missões que têm a origem a partir de motivações

alinhadas com a vontade de Deus e quais são as visões e missões que são criadas de

forma dissociada do querer de Deus?

E como as pessoas aprenderão a diferenciar os propósitos de Deus para as suas vidas

se elas nem se dão ao trabalho de saber que cada oferta tem por trás dela uma origem,

motivações e propósitos?

Destacando este ponto mais uma vez, conhecer e praticar o reconhecimento

dos reais propósitos das ofertas são aspectos que têm um papel vital na

vida das pessoas, porque o conhecimento dos propósitos também coopera

para revelar antecipadamente a colheita que está por vir ao destinatário da

oferta se ele vir a acolhe-la em sua vida.

As motivações, de certa forma, são os desejos que uma pessoa abriga em sua vida. E

os desejos, quando nutridos, tornam-se os geradores de planos, alvos ou propósitos, os

quais, por sua vez, quando contrários à vontade de Deus, também pavimentam os

caminhos que conduzem a resultados muito prejudiciais àqueles que os seguem, como

está descrito, por exemplo, a seguir:

Tiago 4:1 De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De

onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? 2 Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; 3 pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em

vossos prazeres. 4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de

Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

34

No universo, há motivações e propósitos de paz. Entretanto, no mundo, também há

motivações que têm aparência de paz, mas que em seus propósitos visam a satisfação

de ambições e desejos da carne que são contrários à vontade de Deus. Propósitos estes,

que têm por consequência a colheita de contendas e conflitos destruidores para aqueles

que se rendem a este tipo de proposições.

Quando o Senhor Jesus Cristo foi tentado pelo diabo com proposições apresentadas

por este, o Senhor refutou veementemente as propostas do diabo, porque sabia que de

uma fonte de motivações amargas não poderia vir uma oferta salutar e um propósito

verdadeiro e benéfico. Entretanto, Cristo também refutou as proposições que o Diabo

lhe apresentou porque não ambicionava nenhum dos propósitos que o diabo estava lhe

oferecendo. O Senhor Jesus Cristo não foi iludido pelas ofertas do diabo porque os

propósitos do Senhor estavam em acordo com os propósitos de Deus e do seu

Evangelho.

O Senhor Jesus Cristo, também em sua posição de Filho do Homem, era conhecedor

do Evangelho de Deus e sabia que o propósito da sua vinda ao mundo não era para

acumular riquezas materiais e poder de dominação opressiva sobre os povos, assim

como era o propósito de tantos indivíduos, reis, sacerdotes e governantes do mundo. O

Senhor Jesus Cristo sabia que o Evangelho de Deus tinha por propósito que o caminho

da redenção e salvação para todas as pessoas fosse anunciado, revelado e firmemente

estabelecido entre os seres humanos de uma vez para sempre por meio da sua

humilhação e crucificação na cruz do Calvário.

A humildade no coração de Cristo, bem como o conhecimento e a fidelidade aos

propósitos do Evangelho de Deus cooperaram com o Senhor Jesus na condição de Filho

do Homem para guarda-lo em uma hora de tão grande tentação. E assim, por meio do

seu exemplo e das Escrituras sobre o Evangelho de Deus, Cristo nos diz para

aprendermos com Ele a igualmente confiarmos no Evangelho de Deus para também

conhecermos e seguirmos os propósitos de Deus para a nossa vida.

Mateus 11:29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa

alma.

Hebreus 2:17 Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos

pecados do povo. 18 Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é

poderoso para socorrer os que são tentados. Hebreus 3:1 Por isso, santos irmãos, que participais da vocação

celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus,

2 o qual é fiel àquele que o constituiu, como também o era Moisés em toda a casa de Deus.

O Senhor Jesus Cristo veio ao mundo para anunciar e manifestar de forma viva o

Evangelho de Deus e os seus propósitos, mas o Senhor Jesus Cristo também ensinou e

demonstrou em sua própria vida, na condição de Filho do Homem, a importância do

discernimento dos propósitos do Evangelho e da fidelidade a eles para discernir e

resistir a tantas proposições que se opõem à vontade do Senhor.

35

Se voltarmos a ver de forma mais detalhada os textos em que o Senhor Jesus Cristo

admoesta as pessoas a estarem atentas aos falsos anunciadores de proposições para a

vida delas, pode ser averiguado que neles o Senhor não somente alerta sobre os falsos

anunciadores de ofertas, mas também chama a atenção das pessoas para observarem os

propósitos que estes falsos anunciadores almejam alcançar, a fim de que estes sejam

discernidos em sua condição contrária à vontade de Deus, conforme está descrito, por

exemplo, no texto a seguir:

Mateus 7:15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.

16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?

17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.

18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.

19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.

20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus,

mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor!

Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos

milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos

de mim, os que praticais a iniquidade.

No último texto apresentado acima, o Senhor Jesus Cristo expõe uma situação que

inicialmente pode parecer não muito esclarecedora, mas que finalmente é revelada pelo

propósito daqueles que pretendem apresentar as suas obras a Deus para serem

reconhecidos pelos Senhor, mostrando a importância da identificação dos propósitos

para o discernimento da origem e das motivações de uma proposição.

Um tema como o que está sendo tratado nos últimos parágrafos dificilmente será

compreendido apropriadamente por uma pessoa se ela se mantiver somente na

superficialidade do conhecimento do Evangelho de Deus, pois para um discernimento

mais acurado de algumas proposições que procuram ocultar o mal que está inserido

nelas, também é necessário um maior aprofundamento na compreensão das

características fundamentais do Evangelho do Senhor, conforme mencionado no texto

abaixo:

Hebreus 5: 13 Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na

palavra da justiça, porque é criança. 14 Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela

prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.

No contexto diário dos seres humanos, há uma variedade de motivações que levam

ofertantes a apresentarem ofertas ou propostas às pessoas. Razão pela qual, também é

tão necessário que haja um conhecimento mais amplo do Evangelho do Criador para

36

que elas possam ser discernidas sobriamente ou apropriadamente, pois entre estas

múltiplas ofertas também há proposições que derivam da ganância, do egoísmo, do

medo, de ciúmes, de invejas e da indignação humana, ressaltando, ainda, que muitas

destas ofertas inclusive são apresentadas revestidas de sutis enganos e falsidades.

No mundo, há muitas proposições que são apresentadas sob a aparência ou

maquiagem de que elas estão associadas a bons propósitos, mas à luz do Evangelho de

Deus, as reais motivações não podem ser mantidas ocultas por todo o tempo, porque as

palavras e as ações das pessoas acabam mostrando os propósitos que elas têm

assentado em seus corações e que conflitam com as características fundamentais do

Evangelho do Senhor.

Cristo, diretamente, instruiu os seus discípulos a não atentarem somente para aquilo

que as pessoas querem que seja ouvido pelos outros, mas instruiu os seus discípulos a

observarem o que as pessoas almejam de fato e como elas se comportam na vida delas

para alcançar o que almejam.

Muitas pessoas, em cada uma das gerações, ficaram e podem ficar indevidamente

muito impressionadas com as denominadas “grandes oratórias”, “eloquentes discursos”

ou com a “sublimidades de palavras de homens ou mulheres”, cuja prática foi ainda

mais acentuada na história pelos exímios oradores da Grécia antiga e depois

incorporada na cultura de muitos povos. Cristo, porém, em vários momentos, avisou

aos seus discípulos que eles deveriam atentar mais aos frutos que as pessoas

objetivavam alcançar por meio das suas obras do que somente às próprias obras e falas

delas, e deveriam fazê-lo até mesmo ou especialmente quando os ofertantes clamam a

Ele como Senhor ou declaram agir em Seu nome.

O Senhor Jesus Cristo disse que muitos tentariam enganar, inclusive, ao próprio

Deus, que, obviamente, demonstrou que não se impressiona com aquilo que as pessoas

falam e com aquilo que querem falsear para tentarem enredar ao próprio Senhor.

O propósito, portanto, é um fruto muito importante a ser observado.

Algumas palavras e até alguns atos ou obras podem ser mascarados, mas

mais cedo ou mais tarde o propósito pelo qual as ações são realizadas vem

à tona, o fruto aparece, pois, uma motivação do coração, se cultivada e

nutrida por uma pessoa, fará com que também o propósito gerado a partir

desta motivação se torne o alvo de busca desta pessoa.

Motivo pelo qual, entendemos ser muito significativo também relembrar aqui o

seguinte texto do livro de Provérbios:

Provérbios 4: 20 Filho meu, atenta para as minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina os ouvidos.

21 Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração.

22 Porque são vida para quem os acha e saúde, para o seu corpo. 23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele

procedem as fontes da vida. 24 Desvia de ti a falsidade da boca e afasta de ti a perversidade dos

lábios. 25 Os teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras, diretamente

diante de ti. 26 Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam

retos.

37

Assim, compreender as palavras do Senhor Jesus Cristo, como, por exemplo, as

mencionadas acima do livro de Mateus, capítulo 7, é muito representativo e pode ser

crucial no discernimento de proposições que verdadeiramente estão alinhadas com a

vontade de Deus, assim como aquelas que se opõem à vontade do Pai Celestial ainda

que de forma velada.

Em princípio, o texto de Mateus 7 em referência, pode até vir a parecer intrigante

pelo fato de que pessoas que proferiram palavras e realizaram atos em nome do Senhor

Jesus Cristo sejam consideradas como pessoas praticantes da iniquidade precisamente

em relação a estes atos. Entretanto, quando o foco do discernimento é colocado mais

especificamente no propósito pelo qual as referidas ações foram realizadas, fica mais

evidente o que era almejado por aquelas pessoas e o quanto aquilo que era almejado

estava em contrariedade aos propósitos do Evangelho de Deus.

Embora os falsos profetas ou anunciadores de falsas proposições de vida possam vir

a se manifestar em grande número, como preanunciou o Senhor, e inclusive possam

vir a se manifestar com aparência de piedade ou devoção à Deus, a falsidade que há em

seus corações não pode subsistir à exposição dos propósitos deles à luz do Senhor e do

seu Evangelho.

Ainda em outras palavras, o fruto que desqualificou o grupo de pessoas ao

qual o Senhor Jesus Cristo fez referência no texto de Mateus 7 não era,

necessariamente, os atos que eles praticaram, as obras que fizeram ou as

palavras que proferiram, mas era o propósito do coração deles, era aquilo

pelo qual praticavam os atos que praticavam e falavam o que proferiam.

As motivações e propósitos reais associados a uma proposição de vida

nem sempre são aqueles que aparecem nas superfícies, falas, obras,

declarações de visões, missões e valores, mas são aqueles que muitas vezes

estão submersos e que somente se tornam revelados diante da percepção

de um objetivo mais específico que é pretendido ser alcançado e que

somente pode ser conhecido à luz da verdade do Senhor e do Seu

Evangelho.

Há muitos textos das próprias Escrituras que podem, inclusive, ser interpretados

muito erroneamente quando o Evangelho de Deus não é conhecido de forma mais

minuciosa e profunda.

Portanto, no texto de Mateus 7, a menção do Senhor aos frutos que

servem para o discernimento de falsos ofertantes não era,

necessariamente, uma menção ao fato de usarem as palavras “Senhor,

Senhor”, e também não era, necessariamente, a menção às obras que

fizeram em nome de Jesus, mas era o perverso propósito de tentarem se

justificar perante Deus através das obras que faziam.

Por não se aprofundarem no conhecimento das características do

Evangelho de Deus ou por desprezarem aquilo que pelo Senhor é revelado

sobre o Evangelho, muitos falsos profetas se manifestam pelo erro de

tentarem se justificar perante Deus mediante as suas obras e não pela

justificação oferecida por Deus por meio do seu Evangelho, recaindo eles

de volta a preceitos similares à lei de Moisés ou da Antiga Aliança, pela

qual “ninguém” pode ser justificado perante o Senhor Eterno para obter a

vida eterna que está no Senhor.

38

Gálatas 2:16 Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em

Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.

A motivação de fazer obras em nome de Deus ou em nome do Senhor

Jesus Cristo para alcançar o propósito de ser aceito por Deus, ou de ser

reconhecido como digno de atenção ou da comunhão com Deus por causa

das obras realizadas, se opõe diretamente ao Evangelho de Deus pelo fato

deste posicionamento ser uma tentativa de obscurecer a justificação

provida inteiramente e exclusivamente pela graça do Senhor e pela obra de

Cristo na cruz do Calvário.

O real propósito de uma oferta sempre deveria ser visto primeiramente

à luz de como são os aspectos fundamentais do Evangelho do Senhor, e não

somente sob a ótica de como as pessoas gostariam que as propostas ou

ofertas fossem vistas ou sob a ótica daquilo que os anunciantes das ofertas

narram sobre elas.

Uma vez que Cristo, segundo o Evangelho de Deus, foi manifesto pelo

Pai Celestial como a oferta de justificação de todos os seres humanos,

qualquer pessoa que, perante Deus, quiser obter a justificação da sua

própria vida ou de outros por meio de obras humanas, passa a se submeter

a uma iniquidade que confronta diretamente a vontade do Pai Celestial.

A busca pelas obras, mesmo aquelas denominadas de “obras feitas para

Deus”, ou o oferecimento de sacrifícios a Deus com o propósito de

justificação perante o Senhor, são atos de iniquidade que se opõem ao

Evangelho da crucificação de Cristo e da justificação provida

exclusivamente pela vida do Cristo crucificado, morto, sepultado, mas

também ressuscitado ao terceiro dia.

Razão pela qual, também Paulo era tão insiste sobre o tema da crucificação do

Senhor Jesus, da sua ressurreição e da justiça que procede de Deus, conforme abaixo:

1 Coríntios 2: 1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de

sabedoria. 2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este

crucificado.

Romanos 1:16 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e

também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé,

como está escrito: O justo viverá por fé.

39

Sem o conhecimento do Evangelho de Deus, o conhecimento da justiça

de Deus também fica obscurecido e, por isto, tantas pessoas tropeçam nas

coisas mais essenciais da vida.

Sem a compreensão da justiça de Deus, revelada no Evangelho de Deus

de fé em fé, uma pessoa tem suas faculdades muito limitadas para

discernir os reais frutos ou propósitos daqueles que lhes propõem ofertas,

conforme o texto repetido mais uma vez a seguir:

Hebreus 5:13 Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança.

14 Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não

somente o bem, mas também o mal.

Se uma pessoa quiser deixar de ser imatura no entendimento e

discernimento das escolhas e decisões que se apresentam a ela em relação

às ofertas que lhe são expostas, ela precisará deixar de ser criança quanto

ao entendimento da palavra da justiça, pois, por fim, o entendimento que

uma pessoa tem sobre a justiça do Senhor também permeará os propósitos

que ela buscará alcançar ou pelos quais se deixará atrair.

A justiça de Deus, por sua vez, é revelada por Deus principalmente por

meio do Seu Evangelho. Assim, se alguém quer ser adulto no

entendimento, ele inevitavelmente necessitará conhecer mais de perto o

Evangelho de Deus, no qual todo aquele que crê no Senhor é também

chamado a conhece-lo de forma crescente.

O desafio para crescer no assunto da justiça é um tema repetidamente

enfatizado nas Escrituras que fazem referência ao Evangelho de Deus,

porque também é pelo crescimento na justiça de Deus que o discernimento

de uma pessoa sobre os propósitos de outras proposições fica mais

amplamente exposto à luz do Senhor.

Romanos 4:6(a) Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras. (RC)

1 Coríntios 14:20 Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento. (RC)

Efésios 5:14 Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te

iluminará.

40

C5. A Pluralidade de Propósitos do Evangelho de Deus

Tendo em vista a abordagem, no capítulo anterior, sobre o princípio de que o

discernimento dos propósitos do Evangelho de Deus serve como firme, precioso e

essencial ponto de referência para a averiguação das mais diversas proposições às quais

as pessoas são expostas no mundo, parece-nos que o tópico mais pertinente a ser

abordado na sequência seria, então, a respeito de um panorama mais amplo sobre

quais são alguns dos principais ou supremos propósitos do Evangelho do Criador

propriamente dito.

Conforme também foi visto anteriormente, conhecer fatos sobre a origem do

Evangelho e a motivação de amor que há em Deus para que este Evangelho tenha sido

revelado ao mundo, já são aspectos que manifestam a sua imensurável grandeza, mas o

Evangelho, como uma oferta de um conjunto de boas dádivas e dons

perfeitos de Deus para com os seres humanos, tem a sua grandeza

evidenciada de maneira toda especial também pelos nobres propósitos

para os quais ele foi revelado ao mundo.

Compreender os propósitos de uma oferta é compreender as finalidades

de uma oferta, é compreender aquilo que se objetiva atingir por meio da

concessão da oferta.

Portanto, considerar que o Evangelho de Deus é uma revelação, exposição

ou apresentação clara de uma oferta, também implica em dizer que o

Evangelho de Deus é acompanhado de finalidades específicas ao ser

apresentado como uma oferta.

Por mais que os fatos históricos associados à revelação do Evangelho sirvam como

referenciais ao fundamento do Evangelho e sejam dignos de ampla contemplação,

permanecer somente na contemplação das narrativas dos fatos históricos, sem de fato

reconhecer e avançar para os propósitos do Evangelho, ainda mantém uma pessoa

somente na condição de expectadora do Evangelho, e não como recebedora do que é

oferecido a ela por meio deste mesmo Evangelho.

Entretanto, uma vez que o tema dos propósitos do Evangelho de Deus é

visto com mais atenção ou de forma mais objetiva, também pode ser

percebido mais de perto porque o reconhecimento dos propósitos do

Evangelho é tão crucial e precioso para cada indivíduo.

Buscar se inteirar dos propósitos do Evangelho de Deus também é reconhecer a

sublimidade, o significado ou o valor daquilo que o Senhor estabeleceu como alvos a

serem alcançados por meio do seu Evangelho.

Seguindo ainda adiante na consideração de que o Evangelho é apresentado por Deus

ao mundo não somente para ser contemplado pelas pessoas, mas também para que os

propósitos do Evangelho sejam reconhecidos e almejados, quando este for o caso, pode

ser observado nas descrições das Escrituras que este tema dos propósitos do Evangelho

é constituído de alguns conjuntos que abrangem uma ampla diversidade ou múltiplas

finalidades que estão associadas a ele.

O Evangelho do Criador, no que tange aos propósitos que estão

associados a ele ou no que tange às finalidades para as quais ele foi

manifestado ao mundo, apresenta uma extensão muito ampla, pois por

meio do Evangelho:

41

1) Muitos propósitos de Deus já foram realizados;

2) Muitos propósitos de Deus continuam sendo realizados a cada dia;

3) Muitos propósitos de Deus ainda virão a ser realizados ou

cumpridos no porvir.

Assim, partindo do primeiro grupo de propósitos citado no parágrafo anterior, as

Escrituras nos ensinam que o Evangelho de Deus foi concedido ao mundo

primariamente com a finalidade de que o Senhor Jesus Cristo viesse a ser manifesto

como o Redentor e Salvador da humanidade por meio da sua presença na Terra

também como Filho do Homem, propósito que já foi plenamente cumprido e declarado

pelo Senhor Jesus como já “consumado”.

O propósito de Deus que manifestou ao mundo que Cristo é o eterno e

único Redentor da humanidade, foi plenamente cumprido e manifestado

(1) pelas ações e obras de Cristo diante do mundo enquanto Ele esteve em

carne entre a humanidade, (2) pela sua crucificação na cruz do Calvário

para prover o perdão dos pecados de todas as pessoas e (3) por meio da sua

ressurreição dentre os mortos a fim de manifestar também o caminho para

a novidade de vida ou vida eterna que está no Senhor, conforme exemplificado

em alguns textos a seguir:

1 Timóteo 1:15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o

principal.

1 Timóteo 3:16 Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito,

contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.

1 Pedro 3:18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na

carne, mas vivificado no espírito.

João 11:25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;

26 e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?

Portanto, em relação aos propósitos do Evangelho, uma parcela deles já

foi completada ou cumprida, e nada do que uma pessoa faça ou deixe de

fazer poderá afetar o que já foi realizado.

O “novo e vivo caminho que Cristo nos consagrou” por meio de sua

crucificação na cruz do Calvário e por meio da sua ressurreição dentre os

mortos, tendo sido também pré-anunciado por séculos, sempre foi um

propósito primordial e central do Evangelho de Deus, o qual, porém, já foi

manifesto e já está estabelecido de forma inabalável ou eterna,

independentemente do que as pessoas fizerem ou deixarem de fazer.

42

De forma similar, também há uma série extensa de outros propósitos que Deus já

cumpriu por meio do Evangelho Celestial, tais como a manifestação da fragilidade e

inutilidade do viver debaixo da lei de Moisés, da lei da Antiga Aliança ou do sacerdócio

segundo a ordem de Arão, a manifestação do firme anúncio da posição de Cristo como o

Sumo Sacerdote Eterno segundo a Ordem de Melquisedeque para todos aqueles que

Nele creem, e tantos outros aspectos imensuravelmente preciosos.

Por outro lado, e apesar da imensurável grandeza e preciosidade dos

propósitos que já foram cumpridos por Deus por meio do Evangelho, é

crucial uma pessoa, também em relação a estes, não se limitar a

contempla-los ou admira-los sem reconhecer as finalidades “para as quais”

uma série de propósitos primordiais ou supremos do Evangelho já foram

cumpridos.

Avançando, portanto, para o segundo e terceiro grupos de propósitos que estão

associados ao Evangelho de Deus, pode ser observado nas Escrituras que uma série

de propósitos servem de base, fundamento, requisito ou precondição para

que ainda outras finalidades possam ser realizadas, mostrando que, além

de conhecer os principais propósitos do Evangelho, também pode ser de

grande benefício uma pessoa vir a conhecer o que denominamos aqui de

“encadeamento de propósitos”, “sucessão de propósitos” ou “propósitos

dos propósitos”.

Assim, se, por exemplo, olharmos o aspecto do encadeamento de propósitos sob a

ótica do objetivo primário do Evangelho em estabelecer a provisão para o caminho da

salvação por meio de Cristo Jesus, claramente pode ser percebido nas Escrituras que

este propósito não tinha um fim em si mesmo, mas, sim, de pavimentar o caminho para

um segundo propósito de que as pessoas também recebam a salvação que lhes é

apresentada como uma oferta a ser recebida voluntariamente.

Muitas pessoas até reconhecem que Cristo veio ao mundo para manifestar o

caminho de salvação eterna, mas ao não se atentarem ao fato de que o propósito da

provisão da salvação foi realizado para que se cumpra nelas o propósito de que também

recebam pela fé esta salvação na vida delas, estas pessoas somente ficam na admiração

da primeira camada ou grupo de propósitos do Evangelho, privando-se, assim, daquilo

que de fato as conectaria aos demais propósitos do Evangelho do Senhor.

João 1:10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.

11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem

feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem

da vontade do homem, mas de Deus.

Algo similar ao ponto descrito no parágrafo anterior ainda pode ocorrer também na

próxima sequência de propósitos, onde uma pessoa talvez até avance para o crer e o

receber a salvação a ela apresentada pela Evangelho de Deus, mas deixa de avançar

para o terceiro grupo de propósitos que é passar a viver e andar na salvação que dos

céus lhe foi concedida.

43

Portanto, perceber que há propósitos que já se cumpriram em termos

históricos, que há propósitos que talvez até já se cumpriram na vida

pessoal, mas que eles são propósitos prévios para que ainda outros

objetivos sejam alcançados, também pode representar um benefício de

inestimável valor para aqueles que perceberem esta pluralidade ou

encadeamento de finalidades que cooperam umas com as outras.

Vejamos abaixo mais dois exemplos que mostram que Deus quer que as pessoas (1)

reconheçam os propósitos que já foram cumpridos por meio do Evangelho, (2) recebam

o que já lhes está disponível neste mesmo Evangelho, e (3) também avancem para os

propósitos que podem ser alcançados justamente pelo que já foi realizado pelo Senhor e

reconhecido ou recebido por um indivíduo:

Tito 2: 11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens,

12 educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e

piedosamente, 13 aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do

nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, 14 o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda

iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.

Colossenses 2:5 Pois, embora ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, alegrando-me e verificando a vossa boa ordem e a

firmeza da vossa fé em Cristo. 6 Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,

7 nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.

No primeiro grupo de propósitos do Evangelho, Deus fez a provisão para

que no segundo grupo de propósitos as pessoas possam receber o

Evangelho na vida delas a fim de que, por meio do Evangelho, possam

alcançar o terceiro grupo de propósitos que é viver e andar segundo o que

lhes foi, é e ainda será oferecido por meio deste mesmo Evangelho.

Devido à provisão da salvação já manifesta por meio do Evangelho, uma pessoa pode

avançar para o propósito de receber a salvação oferecida a ela a fim de que também

possa experimentar e crescer na salvação que lhe é conferida por Deus por meio do

mesmo e único Evangelho, aplicando-se este mesmo princípio, pluralidade ou

encadeamento de propósitos também em relação à paz, justiça, graça, poder e amor de

Deus para com cada indivíduo que crê no Senhor e no seu Evangelho.

No primeiro grupo de propósitos, por exemplo, já foi manifestada a justiça de Deus

para que uma pessoa possa vir a se reconciliar com Deus. Assim, levando em conta o

segundo grupo de propósitos do Evangelho, uma pessoa já pode ser agraciada com a

reconciliação com o Senhor ao receber esta justiça pela fé em Cristo. Reconciliação que,

por sua vez, objetiva que a pessoa também avance para o terceiro grupo de propósitos,

o qual contempla o viver e andar na justiça de Deus recebida em sua vida por meio do

mesmo Evangelho Celestial, conforme mais dois exemplos a seguir:

44

2 Coríntios 5: 18-21 Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da

reconciliação, a saber, que (1) Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões,

e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus

exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, (2)

rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que,

(3) nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

Romanos 5:17 Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a

morte, muito mais os que (2) recebem a abundância da graça e o (1)

dom da justiça (3) reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.

Assim, em primeiro lugar, pela proclamação pública das Escrituras sobre os

propósitos já realizados por meio do Evangelho, Deus anuncia que tudo o que era

necessário ser feito conjuntamente com a revelação do Evangelho já foi feito.

Em segundo lugar, pela proclamação pública das Escrituras de que o propósito do

Pai Celestial é que todos recebam o Evangelho, o Senhor anuncia e descreve como uma

pessoa pode receber o que lhe é oferecido pela graça celestial.

E em terceiro lugar, pela proclamação pública das Escrituras sobre os demais

propósitos associados ao Evangelho e que Deus almeja para as pessoas após o

receberem o próprio Evangelho, o Senhor anuncia e descreve que os propósitos já

cumpridos e o recebimento do Evangelho não são o fim da experiência viva de uma

pessoa com este mesmo Evangelho, mas somente o início de um relacionamento com a

vida e as dádivas eternas que estão no Senhor.

Enquanto muitas pessoas querem esconder os reais propósitos que as levam a

elaborar e apresentar proposições, para que as suas motivações não sejam claramente

visíveis, isto não ocorre com Deus. Deus, por meio do Seu Evangelho, revela tanto as

Suas motivações como os Seus diversos grupos de propósitos, pois o Senhor é perfeito e

porque em Deus não há nenhuma incompatibilidade entre quem o Senhor é, o que o

Senhor fez, faz e o que promete que irá fazer.

Hebreus 13:8 Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.

Apocalipse 15:3 E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas

obras, Senhor, Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos!

45

Quando o Evangelho de Deus é observado sob a ótica de sua pluralidade

ou multiplicidade de propósitos já cumpridos, mas também disponíveis de

serem reconhecidos e recebidos na vida pessoal a fim de que outro vasto

leque de propósitos possa ser alcançado, pode ser percebido notoriamente

que o Evangelho de Deus é uma fonte inesgotável de revelações sobre Deus

e de bons propósitos que o Senhor estabeleceu para serem oferecidos à

humanidade.

Com a finalidade de que as pessoas possam beber eternamente da fonte

de novidade de vida ou de vida eterna é que Deus, em seu Evangelho,

apresenta uma pluralidade ou extensão tão ampla, perfeita e preciosa de

propósitos.

O amor, a bondade e as misericórdias de Deus, que fundamentam todo o

Evangelho Eterno, são aspectos da mesma fonte de vida que gerou, gera e

continuará a gerar benefícios eternamente e que nunca cessarão.

João 7: 37 No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.

38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.

João 4:14 Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a

jorrar para a vida eterna.

46

C6. O Divino Propósito do Evangelho de Enaltecer o

Criador Eterno e Ofertante do Evangelho

Após abordar o aspecto dos propósitos do Evangelho em seus grandes grupos

quanto ao que já foi cumprido e quanto às dádivas que o Senhor oferece para que uma

pessoa possa se relacionar com a fonte infindável de novidade de vida, gostaríamos de

abordar ainda alguns propósitos que Deus estabeleceu no Evangelho em relação a si

mesmo, mas que, por fim, também cooperam com aqueles que percebem estes

propósitos que Senhor estabeleceu em relação a Ele mesmo.

Embora os propósitos do Evangelho sempre tenham em vista o benefício

dos destinatários dele, Deus também estabeleceu que os propósitos

associados ao Evangelho cooperem para o anúncio e exaltação do Nome e

da Glória do Ofertante deste Evangelho.

Quando Deus oferece o Seu Evangelho, Ele o faz porque almeja o bem de todas as

pessoas, como já vimos anteriormente, mas Deus também o faz com finalidades

relacionadas a Ele mesmo, como pode ser visto em diversas descrições das Escrituras.

Desta forma, exemplificamos abaixo, alguns textos nos quais é encontrada,

simultaneamente, (1) a descrição de propósitos que visam o benefício dos destinatários

das dádivas do Senhor, bem como (2) a descrição de propósitos específicos em relação

ao Ofertante das referidas dádivas, conforme segue:

Romanos 3: 21-26 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus

testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem.

Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a

redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua

justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua

justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.

Jeremias 32:39 Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que

me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos.

Isaías 42: 6-8 Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela

mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios; para abrires os olhos aos cegos, para tirares da

prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas. Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a

darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura. ----

47

Quando Deus pré-anunciou, depois manifestou e continua a anunciar e

oferecer o Seu Evangelho ao mundo, Ele certamente o fez, e continua a

fazer, para beneficiar diretamente os seres humanos de uma forma

imensurável. Entretanto, o Senhor igualmente o fez, e continua a fazer, por

amor do seu Nome e da sua Glória, e isto também, a fim de que os seres

humanos saibam que é no Senhor que estão os benefícios do Evangelho ou

que não há a possibilidade de existir um Evangelho de fato verdadeiro e

benéfico dissociado do Senhor.

O Evangelho de Deus também foi introduzido no mundo para que

muitas das facetas da glória de Deus fossem anunciadas aos seres humanos

e para que a glória do Senhor se tornasse especialmente conhecida em todo

o Universo por meio daquilo que o Senhor estava disponibilizando em

Cristo Jesus a todas as pessoas.

João 1: 14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

... 18 Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do

Pai, é quem o revelou.

O Evangelho de Deus é poderoso, pois é uma oferta motivada das

entranhas do amor de Deus por cada ser humano, mas o Evangelho do

Criador também é uma manifestação inigualável de poder e amor para que

todos os seres do Universo possam vir a saber que o único Criador dos

Céus e da Terra é o Senhor e que somente Ele é Deus.

O Evangelho de Deus é a apresentação de uma oferta de benefícios

incalculáveis e eternos que Deus oferece a cada pessoa. Entretanto, o

Evangelho de Deus também é um testemunho para todas as nações e povos

sobre o próprio Deus e como Ele age, ao ponto de que o fim previsto da

presente era também está diretamente associado ao amplo anúncio deste

Eterno Evangelho do Criador dos Céus e da Terra.

Mateus 24:14 E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.

A revelação de Deus sobre Ele mesmo, por meio do seu Evangelho, é tão

sublime e perfeita que uma vez que o testemunho deste Evangelho tenha

sido devidamente e verdadeiramente estendido a todas as nações, não há

outro testemunho mais elevado que Deus possa dar a respeito de Si mesmo

a fim de que as pessoas estejam instruídas sobre o crer Nele para que

também recebam a salvação e a novidade de vida que se encontra no

Senhor.

Conforme mencionado no capítulo anterior, o Evangelho de Deus foi e continua

sendo apresentado ao mundo para inúmeras finalidades. Deus não oferece somente um

propósito por meio do Seu Evangelho. Deus oferece inúmeros propósitos por meio do

Evangelho, ao ponto de o Evangelho necessitar ser apresentado por múltiplos nomes

compostos, como o Evangelho do Reino Celestial, da Graça de Deus, da Justiça de

48

Deus, da Salvação, da Paz do Senhor, do Poder de Deus e, por fim, o Evangelho da

Glória de Deus, de Cristo e das insondáveis riquezas de Deus em Cristo Jesus, aspectos

estes a serem abordados particularmente nos estudos mais à frente.

Entretanto, toda a diversidade ou pluralidade de propósitos do Evangelho

de Deus encontra-se diretamente e inseparavelmente ligada também ao

divino propósito de que a glória do Senhor seja revelada ao mundo por

meio de cada parte do Evangelho, glória da qual as pessoas se distanciaram

tanto por causa da postura delas de rejeição a Deus por meio do pecado.

A multiplicidade, pluralidade ou encadeamento de propósitos, sujeitos a propósitos

ainda mais centrais ou supremos, como mencionado no parágrafo anterior, é um

aspecto vital do funcionamento da vida em geral, conforme pode ser visto também no

texto a seguir:

Isaías 28: 23 Inclinai os ouvidos e ouvi a minha voz; atendei bem e ouvi o meu discurso.

24 Porventura, lavra todo dia o lavrador, para semear? Ou todo dia sulca a sua terra e a esterroa?

25 Porventura, quando já tem nivelado a superfície, não lhe espalha o endro, não semeia o cominho, não lança nela o trigo em leiras, ou

cevada, no devido lugar, ou a espelta, na margem? 26 Pois o seu Deus assim o instrui devidamente e o ensina.

27 Porque o endro não se trilha com instrumento de trilhar, nem sobre o cominho se passa roda de carro; mas com vara se sacode o

endro, e o cominho, com pau. 28 Acaso, é esmiuçado o cereal? Não; o lavrador nem sempre o está debulhando, nem sempre está fazendo passar por cima dele a roda

do seu carro e os seus cavalos. 29 Também isso procede do SENHOR dos Exércitos; ele é

maravilhoso em conselho e grande em sabedoria.

Seguindo ainda o exemplo do texto de Isaías exposto acima, pode ser observado nele

que na vida há diversos propósitos que são cruciais em alguns momentos e

que são dispensáveis em outros, mas também há propósitos que sempre

permanecerão indispensáveis ou que deveriam estar presentes em todos os

momentos da vida de um indivíduo.

Uma pessoa, por exemplo, pode arar e limpar a terra para plantar grãos nela, mas o

faz porque também almeja uma produção ou colheita multiplicada dos grãos semeados.

Já os grãos colhidos, por sua vez, podem ser associados a múltiplos propósitos, pois

uma parte dos grãos pode ser usada para variados processos de consumo ou

distribuição com os seus respectivos propósitos, enquanto ainda outra parte dos grãos

deveria ser guardada para servir como sementes para as novas semeaduras e colheitas.

No final das contas, porém, olhando sob a ótica de propósitos mais centrais ou

supremos que outros, o processo de semeadura de grãos visa produzir alimentos para a

sustentação da vida física, a qual, por sua vez, não deveria visar somente objetivos

terrenos e materiais, pois a alma é eterna.

Algumas atividades específicas da cadeia produtiva exemplificada nos escritos do

profeta Isaías recebem uma importância maior ou menor em função do tempo

pertinente a cada uma delas, mas também pode ser observado nos mesmos escritos que

49

há uma atividade que deveria estar presente na vida de um ser humano continuamente

e em todos os seus afazeres, a saber, “a instrução constante de Deus” que dá vida e

suporte a todo bom propósito que uma pessoa possa vir a ter.

Assim, diante da grande diversidade de processos e finalidades mais

temporais, os seres humanos necessitam estar muito atentos a não ficarem

envolvidos excessivamente com alguns destes propósitos a fim de que não

se distanciem da percepção da glória de Deus e dos propósitos mais

centrais ou supremos do Senhor para eles.

João 6:27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará;

porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo. 28 Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar

as obras de Deus? 29 Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele

que por ele foi enviado.

A criação de Deus, em todos os sentidos, é surpreendente e maravilhosa. E quando

Deus ofereceu as coisas criadas para que o ser humano delas se beneficiasse, Deus

colocou o ser humano em uma posição extremamente favorável, conforme expresso no

seguinte Salmo:

Salmos 8: 1 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!

2 Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres calar o inimigo e vingativo.

3 Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;

4 que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?

5 Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.

6 Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés:

7 todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo; 8 as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas

veredas dos mares. 9 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda

a terra! (RC)

A criação de Deus é extremamente maravilhosa em todas as direções para as quais

uma pessoa pode olhar. Se alguém olhar para o céu, pode perceber que ele é

surpreendente a cada novo dia. Se alguém olhar para os campos e para as montanhas e

observar suas belezas, pode ver que elas são imensuráveis. Se alguém observar as

espécies vivas que há no planeta, pode ver que a sua beleza mostra novas facetas a cada

instante. Se alguém examinar as profundezas da Terra ou os microrganismos que estão

em todo lugar do planeta, pode ver que também no profundo ou no pequeno existe um

“universo” insondável.

50

Deus sempre permitiu e continua a permitir que o ser humano tenha

amplo acesso a inúmeros aspectos do que Ele criou e que o ser humano se

beneficie das coisas criadas. Todavia, há um aspecto central no

relacionamento do ser humano com a criação que se opõe à essência do

que foi estabelecido por Deus, porque este aspecto se opõe ao princípio da

verdade dos fatos e da glória eterna do Senhor.

Quando o ser humano começa a desconsiderar a posição singular e

soberana do Criador de sua vida em relação aos demais aspectos da

criação, ele começa a enveredar pelo caminho da mentira e começa a

propagar fatos distorcidos sobre o seu Criador, sobre si mesmo e sobre

toda a criação, afastando-se do que é devido ao nome de Deus e à sua glória

eterna.

O pecado que levou Adão e Eva à queda e que continua a tentar as pessoas na Terra,

sempre teve e continua tendo a sua raiz no questionamento ou confronto da posição e

glória singular de Deus em relação à toda criação. Raiz que, invariavelmente, também

se expressa pelas tentativas de colocar a criação em posição equiparada a Deus ou, no

mínimo, pelas tentativas de colocar a criação em uma posição em que ela não precise

mais ser tão dependente de Deus como deveria ser. Por meio de Adão, o pecado que

confronta a glória do Criador passou a entrar na humanidade, estendendo-se também

por todas as gerações que se seguiram.

Romanos 5:12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a

todos os homens, porque todos pecaram.

Tanto a tentativa de colocar a criação em uma posição equivalente à

posição do Criador, como a tentativa de colocar a criação em uma posição

de independência de Deus, visam à obtenção de uma autonomia da criação

em relação ao seu Criador, ainda que parcial.

Em outras palavras, a raiz do pecado que leva os seres humanos à sua queda, é o

posicionamento, a postura ou a ação de oposição e resistência precisamente contra

Aquele que os criou, posicionamento que, por sua vez, e conforme já comentado,

evidencia um conjunto de tentativas contra a verdade de como a criação foi concebida e

estabelecida.

Deus, ao criar o homem, como declara o Salmo 8, o estabeleceu em uma posição

extremamente nobre e sublime, o coroou de glória, mas em momento algum Deus

instruiu o ser humano para que este tentasse colocar de lado o seu Criador, por

qualquer forma ou motivo que fosse. O Salmo 8 declara a nobre posição do ser

humano, mas este Salmo começa declarando que foi Deus quem o fez, bem como

termina anunciando que é a Deus que pertence a glória e a honra de ter criado o ser

humano e de ter colocado a este na posição nobre em que foi colocado em relação aos

outros aspectos da criação.

Deus concedeu ao ser humano o acesso a uma grande parte da criação

para que, sob a instrução do seu Criador, ele se beneficiasse dela, e não

para que, por paixão ou atração pela criação, o ser humano se afastasse de

Deus.

51

O ser humano não foi concebido por Deus para gerenciar a criação

somente por si mesmo ou para se entregar à criação para ser gerenciado

por ela.

Uma árvore ou qualquer outro aspecto da natureza não foram criados para

administrar a vida de uma pessoa. Nenhum animal foi criado por Deus para ser

constituído como ídolo que instrua ou guie a vida de uma pessoa. Os seres humanos

não foram criados para serem os guias, ídolos ou deuses na vida de seus semelhantes. E

nem mesmo os anjos recebem de Deus uma posição para serem os guias, ídolos, deuses

ou “o cabeça” da vida das pessoas.

Todo ser humano necessita da instrução pessoal de Deus para viver a vida de acordo

com a vontade de Deus para ele. E inclusive os anjos necessitam da instrução de Deus

para atuarem a favor das pessoas em conformidade com a vontade do Senhor,

conforme é ensinado no seguinte Salmo:

Salmos 91: 1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente

2 diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.

... 11 Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te

guardem em todos os teus caminhos. ...

14 Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome.

15 Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei.

16 Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação.

Deus não criou o ser humano para uma de independência do seu

Criador e nem criou o ser humano para que este busque a sabedoria

somente nas coisas criadas. Deus criou o ser humano para que este viva e

ande em contínua comunhão com o Senhor e na dependência do seu

Criador.

Olhando as considerações acima também por outro ângulo, pode ser concluído,

então, que a pior perda que um ser humano pode sofrer não é a perda de itens da

criação, como, por exemplo, bens e recursos. A pior perda de um ser humano também

não é perda de um ente querido ou ainda a perda da sua própria vida na Terra. A pior

perda que um ser humano pode sofrer é a perda do relacionamento pessoal com o seu

Criador.

1 João 2:17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

Qualquer perda que um ser humano possa vir a ter, por mais doída, triste ou sofrida

que ela seja, em nada é comparável à perda do relacionamento com o Criador da sua

vida. Muitas perdas do ser humano podem ser restauradas a ele por Deus nesta vida ou

na vida eterna, exceto a perda do relacionamento com o seu Criador se o ser humano

insistir em rejeitar Aquele que o criou.

52

O ser humano, dissociado do Seu Criador, não tem a luz adequada para

enxergar como deveria enxergar os aspectos mais vitais para a sua vida.

Mateus 16:26 Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?

O ser humano, dissociado do Seu Criador, tem a sua habilidade de

raciocinar de forma sóbria sobre o querer de Deus e aquilo que é

realmente importante corrompida, não somente em relação à presente

vida, mas também para a vida que vem depois do seu tempo no presente

mundo.

Desta forma, se dissermos que um dos supremos propósitos de Deus por

meio do Evangelho é salvar o ser humano, e de fato é, também precisamos

saber do que o ser humano precisa ser salvo.

E o principal aspecto do qual todo ser humano precisa de salvação, é a

falta de um relacionamento vivo, pessoal e intenso com o seu Criador.

O ser humano sem a instrução de Deus não compreende “as coisas de Deus”, pois se

obscurece somente nas informações que estão disponíveis debaixo do céu e não

compreende que todo pensamento efetivamente bom que ele já teve na vida, ele

somente o teve porque Deus o concedeu a ele.

Se alguma ideia realmente boa foi colocada em prática ou se alguma obra realizada

foi realmente boa, isto somente pode ser alcançado porque Deus concedeu e concede

coisas boas aos seres humanos. E Deus, muitas vezes, concede “coisas boas” inclusive

para aqueles que insistem em rejeitar ao Senhor, fazendo-o para que estes, ainda que

em oposição a Ele, possam se deparar com a manifestação da graça e da misericórdia de

Deus a fim de que também possam alcançar o arrependimento.

Tiago 1:17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou

sombra de mudança.

1 Coríntios 2:14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se

discernem espiritualmente.

2Pedro 3:9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco,

não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.

A razão das misérias humanas não está primariamente na falta de algum

item ou recurso da criação. Não é o acréscimo de mais itens da criação ao

ser humano que o salva da sua pior perdição.

A causa dos caminhos tortuosos dos seres humanos é eles deixarem de se relacionar

com o Seu Criador. A raiz da razão central que leva os seres humanos a se colocarem

em grande carência da vida segundo a vontade celestial, por mais ricos que alguns deles

53

possam vir a ser no aspecto material, sempre esteve e continua a estar no abandono da

reverência e do respeito ao Senhor Eterno, ao seu Nome e à sua Glória, assim como no

afastamento da comunhão com o Criador.

Por mais formosa ou grandiosa que seja a criação de Deus, incluindo de

forma especial o ser humano, a criação de Deus não foi criada para ser

adorada, para que procure se elevar à condição de Criador ou para

disputar o lugar ou a posição que pertence exclusivamente ao Senhor.

Ao fazer uma observação mais detalhada do texto de Romanos exposto mais abaixo,

para o qual sugerimos especial atenção, pode ser observado que em essência o pecado

ou posicionamento impróprio do ser humano passa por um ponto central ou

convergente, a partir do qual derivam os seus demais pensamentos, posicionamentos e

ações que são contrários à vontade de Deus e que, por consequência, também são

contrários ao próprio ser humano e aos seus semelhantes.

A rendição de uma pessoa à distorção de entendimento de como o ser

humano deveria ver a si mesmo e a criação em relação ao seu Criador, ou

seja, a sujeição de uma pessoa à distorção da verdade sobre a glória devida

à Deus, e respectivamente à glória devida à criação, compromete ou

corrompe a sobriedade de pensamento e entendimento desta pessoa sobre

Deus, sobre ela mesma e sobre toda a criação, conforme descrito a seguir:

Romanos 1:20-32 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio

das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o

glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração

insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do

Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.

Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu

corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito

eternamente. Amém! Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as

mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente

em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.

E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e

maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males,

desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. (RA)

54

Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também

consentem aos que as fazem. (RC)

Quando as pessoas tentam (1) equiparar Deus à criatura ou (2)

equiparar a criatura a Deus, a “um deus” ou a “deuses”, elas também

passam a deixar de distinguir a Deus e a criatura como deveriam

distinguir, bem como se afastam do sóbrio entendimento sobre quem

deveriam temer, dar a devida glória e honra ou a quem não deveriam

temer.

As raízes dos erros ou pecados da humanidade sempre têm alguma

conexão com o afastamento das pessoas da condição apropriada de

criatura em relação ao Criador delas.

Quando as pessoas, em seus corações e em suas atitudes, aceitam a distorção de

entendimento sobre quem elas são e quem é o Único Criador do universo, elas

começam a se tornar corrompidas em seus próprios pensamentos e se inclinam ao

caminho da insensatez ou da oposição à vontade divina para a vida delas.

Quando o entendimento de que a vida da criatura depende do Criador fica confuso

na mente e coração das pessoas, estas também passam a ficar mais sujeitas à

possibilidade de criarem imaginações e confusões amplamente bizarras e absurdas,

entregando-se cada vez mais ao caminho que resulta em densas e profundas trevas.

A Bíblia, de maneira muito explícita, narra que existe somente um único

Deus Vivo e que somente existe um Deus Criador dos Céus e da Terra.

Qualquer variação do princípio de que somente há um Criador é fator

causador de trevas para aqueles que a acolhem, pois, segundo as

Escrituras, ela é uma tentativa de mudança da verdade em mentira. E onde

é dado espaço para a mentira atuar, há também toda a sorte de loucura,

contenda e confusão, conforme o texto já mencionado acima e do qual uma parte

encontra-se repetida mais uma vez a seguir:

Romanos 1: 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da

imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.

... 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e

servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!

Quando o ser humano, como criatura, tenta (1) reduzir a glória de Deus em

semelhança à imagem do homem corruptível ou de aves, quadrúpedes e répteis, bem

como (2) tenta elevar a glória da criatura ao nível em que ela passa a ser reverenciada e

adorada em lugar do Criador ou em posição equivalente a Ele, o ser humano atua na

tentativa simultânea de tornar a verdade em mentira e a mentira em verdade, sob a

ideia equivocada de que uma insistência em um pensamento ou em um credo poderá

fazer com que o ser humano venha a se tornar naquilo que, em seus pensamentos

distorcidos e corrompidos, almeja ser.

55

Quando a criatura pensa que pode viver adequadamente a sua vida de forma

independente do seu Criador, ela, ao mesmo tempo, (1) propõe uma desqualificação

dos atributos do Criador e (2) propõe a elevação da criação a uma posição indevida,

tentando se convencer da loucura ou insensatez de que a criação, por meio de uma

pretensa evolução, tem ou poderá ter uma posição com poder de controlar todos os

eventos da vida.

O último texto de Romanos referenciado acima, e descrito no contexto da

proclamação do Evangelho de Deus, é de uma riqueza e objetividade singular ou toda

especial, pois ele desvenda com clareza e precisão a raiz do maior problema de todos os

seres humanos, o qual, conforme já mencionado, é a tentativa recorrente de viver uma

vida não dependente do seu Criador.

Entretanto, apesar das pessoas terem se oposto de forma tão expressiva e

direta ao seu Criador, Deus não se esqueceu delas e não as abandonou ao

governo de si mesmas, pré-anunciando, manifestando, oferecendo e

anunciando para todos os povos o seu eterno Evangelho de salvação, bem

como também da revelação da sua eterna glória.

Assim que, o Evangelho de Deus, juntamente com a característica de ser o

Evangelho da Salvação, é também o Evangelho que contempla a

possibilidade ou o caminho para as pessoas poderem voltar a ver a glória

devida a Deus segundo a verdade. E isto, para que as pessoas também

possam, então, abandonar o caminho enganoso no qual pensavam que

poderiam viver uma vida vitoriosa dissociada ou parcialmente dissociada

do Criador Eterno.

Considerando que a base dos problemas dos seres humanos está na glorificação

indevida tanto de Deus como deles mesmos, causando o afastamento do

relacionamento das pessoas com o Senhor, faz-se necessário que o Evangelho que

oferece a salvação para todas as pessoas também contemple a solução do problema

central que causou a ruptura da comunhão entre o ser humano e o seu Criador.

Desta forma, o Evangelho de Deus também é uma dádiva oferecida por

Deus às pessoas para que elas, na sua mente e no coração, possam se

reposicionar sobre o entendimento da ordem correta de funcionamento da

vida a fim de que possam se arrepender dos seus caminhos corrompidos e

encontrar o caminho que o Senhor sempre intentou para todas as pessoas.

O Evangelho de Deus, juntamente com o oferecimento da salvação, é a oferta de um

caminho de Deus para que a desordem em que a criatura escolheu se colocar possa ser

alinhada com a ordem estabelecida por Deus.

Saber que Deus, por meio do Seu Evangelho, oferece muitos benefícios a

serem entregues aos seres humanos é crucial, mas igualmente vital ou até

ainda mais importante, é saber os propósitos centrais ou supremos para os

quais o Senhor concede o Seu Evangelho, sendo o conhecimento da glória

de Deus, do seu Nome e das suas instruções, por meio de um

relacionamento vivo com Ele, um destes supremos e indispensáveis

propósitos que o Senhor almeja que todas as pessoas percebam e

alcancem.

Por outro lado, também convém ressaltar aqui que o Evangelho de Deus, gerado a

partir do amor e da graça de Deus, não foi gerado por um acaso e nem foi gerado em

resposta a um comportamento humano. Antes mesmo de criar o ser humano, o

56

Evangelho já estava disponível em Deus para ser manifestado e disponibilizado à

humanidade em caso dela incorrer na rejeição do seu Criador Eterno.

O Evangelho, já desde a fundação do mundo, estava associado ao propósito de

manifestar, no tempo oportuno, a glória de Deus às pessoas também em sua condição

de afastamento do Senhor caso incorressem nela. O Evangelho, existente já desde antes

da criação do ser humano, sempre esteve associado ao propósito de Deus de

manifestar, “na plenitude dos tempos”, a sua glória também por meio da provisão

que possibilita os seres humanos se arrependerem e retornarem à vida eterna em Deus

e ao conhecimento da condição eterna da glória do Senhor ainda que tenham se

afastado do seu Criador Eterno.

Portanto, o Evangelho também foi concedido para demonstrar a glória e

soberania de Deus em prover de antemão a redenção e resgate da criação

das consequências que lhe poderiam sobrevir caso ela optasse pelo

caminho de se afastar do Senhor, ou seja, caso optasse por seguir pelo

caminho do pecado.

Por meio do Evangelho, Deus amplamente manifestou e continua a

manifestar ao mundo as suas virtudes de justiça, retidão, misericórdia e

perdão que de antemão ou eternamente já estavam e continuam a estar em

Deus, mas que não eram conhecidas tão amplamente pelas pessoas antes

do Pai Celestial oferecer a elas a redenção em Cristo Jesus.

O Evangelho Eterno já de antemão estava guardado em Deus para que,

no tempo oportuno, fosse manifesto ao mundo de que o Senhor também é

soberano sobre tudo aquilo que se opõe à sua criação e, inclusive, que o

Senhor de fato é poderoso para prover o perdão, a remissão, o resgate e o

caminho para que os seres humanos possam se arrepender dos seus maus

caminhos, aspecto exposto por vários textos das Escrituras, dos quais segue uma lista

a seguir:

Isaías 55: 3 Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste

nas fiéis misericórdias prometidas a Davi. 4 Eis que eu o dei por testemunho aos povos, como príncipe e

governador dos povos. 5 Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que

nunca te conheceu correrá para junto de ti, por amor do SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel, porque este te glorificou.

6 Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

7 Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o

nosso Deus, porque é rico em perdoar.

Gálatas 4:3 Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo;

4 vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,

5 para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.

57

Hebreus 9:26(b) ... agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si

mesmo, o pecado.

1 Pedro 1:17 Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor

durante o tempo da vossa peregrinação, 18 sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos

pais vos legaram, 19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem

mácula, o sangue de Cristo, 20 conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém

manifestado no fim dos tempos, por amor de vós 21 para que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou

dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.

1 Coríntios 2:7 mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;

8 a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.

João 17:24 Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me

conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.

Romanos 16: 25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação

do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos, 26 e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno,

para a obediência por fé, entre todas as nações, 27 ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo,

pelos séculos dos séculos. Amém!

O Evangelho de Deus foi manifesto ao mundo para salvar o ser humano

da condição de sujeição à mentira, falsidade, crenças e entendimentos

corrompidos que o levaram a uma ruptura de comunhão com o Seu

Criador, a fim de que, tendo sido remidas, as pessoas possam viver e andar

em conformidade com a instrução e novidade de vida de Deus

compartilhadas a elas por meio de um relacionamento restaurado com o

Senhor.

Deus está em todo lugar, e é impossível uma pessoa se ausentar completamente da

presença de Deus e nem Deus se ausenta completamente da vida de uma pessoa na

Terra, pois se assim o fizesse a pessoa deixaria de respirar e existir. Contudo, ainda

que Deus esteja em todo lugar, o relacionamento de um amor recíproco

entre uma pessoa e o Senhor somente é estabelecido, nos dois sentidos, se

a pessoa amada também aceitar amar a Deus com o amor oferecido a ela

pelo próprio Deus por meio do seu Evangelho.

58

Relembrando o estudo sobre Palavras Coligadas e Enigmas da Antiguidade,

gostaríamos de ressaltar que as próprias Escrituras esclarecem os pontos chaves que

elas mencionam. Portanto, a salvação de Deus mencionada em João 3, verso

16, também é explicada em João 17, verso 3, mostrando que a salvação

oferecida por Deus por meio do Evangelho é também, de forma

inseparável, o convite para o conhecimento da glória do Pai Celestial e do

Senhor Jesus Cristo.

João 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha

a vida eterna. +

João 17:3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.

----

Repetindo, portanto, de forma resumida, e apesar dos muitos benefícios que Deus

oferece às pessoas por meio do seu Evangelho, o propósito divino associado a este

mesmo Evangelho também sempre irá incluir:

1) A oferta da restauração do entendimento de que o Senhor é o Deus Criador

dos Céus e da Terra e tudo o que neles há;

2) A oferta da restauração do entendimento de que cada ser humano é muito

especial para Deus e que Deus o ama com as profundezas do Seu amor, mas que

também, em nenhuma hipótese, o ser humano é chamado para se colocar na

posição de Deus ou procurar rebaixar a glória de Deus ao status de mera

criatura;

3) A oferta da restauração do relacionamento da criatura com o Criador,

mediante a reconciliação provida por Cristo Jesus e com base na verdade sobre a

glória que é devida a Deus como o Único Criador Eterno.

O amor de Deus, oferecido por meio do seu Evangelho, sempre está

associado ao propósito de remir todas as pessoas do pecado, da lei e da

condenação a fim de que desfrutem de um relacionamento vivo com o

Senhor, mas tudo isto também está igualmente associado ao propósito de

que o entendimento das pessoas sobre a glória de Deus e do seu Nome seja

em conformidade com a verdade da posição singular e soberana do

Criador e Senhor sobre toda a criação.

Isaías 45:22 Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.

23 Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo

joelho, e jurará toda língua. 24 De mim se dirá: Tão-somente no SENHOR há justiça e força; até

ele virão e serão envergonhados todos os que se irritarem contra ele. 25 Mas no SENHOR será justificada toda a descendência de Israel e

nele se gloriará.

59

Isaías 43:11 Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há salvador.

Apocalipse 14:6-7 Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai

aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.

Hebreu 8:10 Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as

minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

11 E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me

conhecerão, desde o menor deles até ao maior. 12 Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos

seus pecados jamais me lembrarei.

Romanos 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,

seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus

mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;

11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a

reconciliação.

60

C7. A Suficiência Contida no Evangelho de Deus para o

Cumprimento dos Seus Propósitos

Até o presente ponto deste estudo foi considerado que uma oferta também necessita

de um entorno com vários aspectos para que todo o processo, desde a sua geração até a

sua efetiva entrega, seja passível de ser realizado ou completado.

Além disso, dentre os aspectos que compõem o contexto das ofertas, também já

foram abordados até aqui os tópicos sobre a origem, motivações e propósitos que se

encontram associados às ofertas.

Dando sequência ao assunto, contudo, convém observar e entender que a oferta

efetivamente não é a origem, nem as motivações e nem os propósitos dela. Uma oferta é

distinta de todos estes itens, por mais que estes itens tenham sido a base da sua

constituição.

Uma motivação e um propósito precisam de um meio para que seus objetivos sejam

realizados. Se uma oferta tiver uma ótima origem, uma perfeita motivação, e um

excelente propósito, ela, ainda assim, somente poderá atingir as finalidades para a qual

foi concebida se as condições daquilo que foi proposto também puderem ser atendidas

em concordância aos propósitos estabelecidos.

Assim, a oferta, propriamente dita, é o conjunto de aspectos que

realmente são oferecidos aos destinatários da oferta para que, por meio

destes aspectos, os propósitos associados à oferta possam ser alcançados e

completados de fato.

E uma vez que a própria oferta é colocada em foco, é interessante observar o quanto

de espaço que é dedicado nas Escrituras para descrever também os aspectos que

compõe a própria oferta denominada de Evangelho. Apesar de que, em princípio,

parece que o Ofertante é maior do que a oferta que ele apresenta, o espaço ocupado nas

Escrituras para descrever aquilo que Evangelho contém é tanto quanto ou ainda mais

amplo que o espaço dedicado para descrever o próprio Ofertante e a motivação Dele em

apresentar a sua oferta aos seres humanos.

Conforme já citado anteriormente, quando a própria oferta de Deus é colocada em

primeiro plano de observação, pode ser visto nas Escrituras que a sua amplitude é tão

extensa que ela necessita de vários nomes compostos para poder ser descrita de forma

mais completa, os quais, por sua vez, servem como referência a grandes grupos de

aspectos contidos no Evangelho e que, por esta razão, também serão abordados em

estudos específicos.

A oferta, propriamente dita, então, é o meio pelo qual o ofertante e os destinatários

da oferta de fato podem entrar num acordo no sentido de dar ou receber, ou no sentido

do que é realmente ofertado e do que realmente pode ser recebido.

A oferta necessita estar composta de elementos substâncias que visem atender o que

é prometido a fim de que a proposição apresentada seja legítima e para que os

destinatários da oferta também possam receber o que lhes é necessário para os

propósitos anunciados.

Portanto, o Evangelho de Deus, propriamente dito, recebe um destaque

todo especial nas Escrituras, pois é no Evangelho e por meio dele que Deus,

como Ofertante, disponibiliza de fato aquilo que Ele está oferecendo aos

seres humanos.

61

Desta forma, assim como a origem e as motivações de um ofertante são

reveladas pelos propósitos de uma oferta, a própria oferta é revelada

principalmente pelo que nela está contido, o que, por fim, também se soma

à revelação de quem é o ofertante e quais são as suas motivações e

propósitos.

Na vida prática, muitas vezes, pode ocorrer que uma pessoa não compreenda muito

um ofertante e nem seus propósitos até que ela veja de forma mais tangível aquilo que

de fato está contido no que lhe foi oferecido. O contato com a oferta e o que nela está

contido, portanto, é o ponto que ratifica se aquilo que vinha sendo anunciado ou

prometido também pode vir a ser de fato tornado disponível e entregue.

A oferta é o ponto onde todas as concepções previamente anunciadas

são expressas e demonstradas em termos concretos, palpáveis e reais, para

que também possam ser avaliadas e, se for o caso, acessadas ou recebidas.

O Evangelho de Deus, como sendo também uma oferta, manifestou e

tornou verdadeiramente acessível o que muito antes já havia sido previsto

e pré-anunciado.

As Escrituras, por muitas ou repetidas vezes, testemunham da manifestação prática

e tangível daquilo que constitui o Evangelho de Deus, como está descrito, por exemplo,

na série de textos a seguir, na qual gostaríamos de sugerir especial atenção ao quesito

da revelação e manifestação com possibilidade também de acesso ou recebimento do

que é oferecido por Deus às pessoas:

João 1:11-17 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não

nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já

existia antes de mim. Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre

graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade

vieram por meio de Jesus Cristo.

João 2:11 Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.

Atos 10:37-40 Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia, tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João

pregou, como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a

todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele; E nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e

em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro.

A este ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto.

62

Romanos 3: 21-26 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que

há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter

Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo

presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.

2 Coríntios 1:5 Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa

consolação transborda por meio de Cristo.

1 Timóteo 3:16 Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito,

contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.

2 Timóteo 1: 8-10 Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário,

participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e

manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a

imortalidade, mediante o evangelho.

Tito 2:11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.

Hebreus 9:26(b) ... agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si

mesmo, o pecado.

Tito 3:4-7 Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça

praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele

derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus

herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.

1 Pedro 1:17-21 Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor

durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes

63

resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem

mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós

para que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança

estejam em Deus. ----

O Evangelho do Criador, o Evangelho do Amor de Deus, foi concedido ou

introduzido no mundo para que o propósito supremo de Deus de salvar as

pessoas e reconcilia-las com Ele mesmo não ficasse somente no campo da

promessa, mas, sim, no campo da realidade prática e acessível.

Romanos 5:11 ... Nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.

2 Coríntios 5:18 Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,

19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos

confiou a palavra da reconciliação. 20 ... Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com

Deus.

Colossenses 1: 21 E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas,

22 agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e

irrepreensíveis, 23 se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a

toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro. ----

O Evangelho de Deus, em uma parte de suas provisões práticas, foi concedido para

oferecer um caminho real e verdadeiro para os seres humanos se apartarem do grande

erro de pensarem que eles podem esquadrinhar os seus próprios corações ou os

corações dos seus semelhantes, ou ainda, de que eles podem prover tudo o que lhes é

necessário para caminharem rumo aos planos que designam para eles mesmos.

A necessidade que o ser humano tem de se relacionar em humildade com o seu

Criador é a mais importante necessidade que precisa ser suprida, pois sem o

relacionamento com o Deus, o ser humano não tem condições nem de conhecer a si

mesmo. E ainda, algo que todas as pessoas deveriam estar conscientes, é que as

motivações e propósitos que mais necessitam ser expostas à luz, são aquelas que cada

pessoa propõe para si mesmo, conforme exemplificado a seguir:

64

Marcos 7:21 Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os

adultérios, 22 a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a

soberba, a loucura. 23 Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.

Romanos 7:18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o

efetuá-lo. ----

O Senhor pode instruir o ser humano em todas as áreas da sua vida, inclusive

aquelas que estão no mais profundo de cada coração, porque como o Criador, o Senhor

conhece o mais íntimo de cada ser humano, conforme Ele declarou no seguinte texto:

João 2:24 Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia

25 e não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem. (RC)

Assim, se uma pessoa não compreender o que a impossibilita de realizar algo,

também se torna mais desafiador mostrar a ela a solução para a sua vida.

Desta forma, por meio do Evangelho, Deus evidencia aos seres humanos,

quão crítica é a carência deles de um relacionamento com o Senhor, mas,

ao mesmo tempo, o Senhor igualmente revela e oferece tudo o que supre

de fato aquilo que as pessoas necessitam para passarem a desfrutar do

relacionamento com Deus.

O Evangelho do Criador é uma concessão de uma ajuda real e verdadeira de Deus

para que as pessoas possam ficar livres de “endeusamentos da criação” a fim de que

elas também possam ficar livres das mazelas do próprio coração e do pecado. Todavia,

ou por outro lado, o Evangelho também é uma oferta que estende às pessoas a

instrução e provisão que necessitam para poderem viver e andar no caminho da

verdadeira liberdade que é encontrada no Senhor.

João 8:31 Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus

discípulos; 32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. ...

36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. ----

O Evangelho de Deus não é a proposição de algo abstrato ou meramente

conceitual, nem é somente a proposição de concessão de mais

conhecimento natural. O Evangelho é a concessão da possibilidade de um

relacionamento com a própria novidade de vida divina que procede do

Senhor e que desnuda a mentira, instrui em verdade e fortalece para viver

e andar no caminho da verdade que liberta.

65

O Evangelho de Deus é uma oferta de um relacionamento vivo e prático entre o

Ofertante e o destinatário da oferta, por meio do Senhor Jesus Cristo. Portanto, receber

o Evangelho é receber o relacionamento vivo e pessoal com Deus, assim como o não

aceitar o Evangelho de Deus também é rejeitar o relacionamento vivo e pessoal com

Deus.

Por meio do Evangelho, o ser humano consegue trocar maldição por benção à

medida em que troca a confiança em si mesmo, nos seus semelhantes ou na criação

pela confiança no Criador, pelo relacionamento com Deus e pela dependência do

Senhor Eterno.

Jeremias 17:5 Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no

homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!

+ Jeremias 17:7 Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança

é o SENHOR. 8 Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as

suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem

deixa de dar fruto. 9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e

desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? 10 Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos;

e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.

2 Coríntios 3: 4 E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus;

5 não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência

vem de Deus, 6 o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito

vivifica. ----

O Evangelho de Deus distingue muito claramente o Criador de criatura,

o Criador da criação, mas, por outro lado, ele apresenta uma oferta de uma

aproximação real entre o Criador e a criatura de uma forma íntima e

pessoal como ainda não era conhecida até o Evangelho ser revelado.

O Evangelho de Deus veio para tornar claro e tangível aquele mistério que a criatura,

afastada em seu entendimento de Deus, não conseguia mais ver, ou seja, o mistério de

que todo ser humano tem a necessidade da comunhão prática e diária com o Criador

para, assim, também poder viver e andar, de forma prática, em conformidade com a

vontade do Senhor para ele.

Colossenses 1:26 O mistério que estivera oculto dos séculos e das

gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; 27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da

glória;

66

28 o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo

homem perfeito em Cristo.

1 João 1: 1 O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas

mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida 2 (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos

testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada),

3 o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco.

Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. ----

Ainda em outras palavras, o Evangelho do Criador também é a provisão e a

concessão da Luz celestial bem presente no coração daquele que crê no

Senhor para que ele possa ser ajudado por Cristo a voltar a entender o

caminho do Senhor e a ordenar a sua vida de acordo com a direção prática

do Criador para ele.

Lucas 2:29 Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra;

30 porque os meus olhos já viram a tua salvação, 31 a qual preparaste diante de todos os povos:

32 luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.

Isaías 42:6 Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para

os gentios; 7 para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do

cárcere, os que jazem em trevas. 8 Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a

darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura. 9 Eis que as primeiras predições já se cumpriram, e novas coisas eu

vos anuncio; e, antes que sucedam, eu vo-las farei ouvir. 10 Cantai ao SENHOR um cântico novo e o seu louvor até às

extremidades da terra, vós, os que navegais pelo mar e tudo quanto há nele, vós, terras do mar e seus moradores.

João 8:12 De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da

vida.

Aquele que recebe a Cristo, recebe, inclusive, a LUZ para compreender

também os outros aspectos que há no Evangelho de Deus. Por outro lado,

aquele que rejeita a Cristo, também rejeita de forma prática o “Deus

Conosco”, o “Salvador” e a “Luz Celestial” para, inclusive, compreender o

Evangelho de Deus.

67

Todas as Escrituras sobre o Evangelho de Deus, o seu Ofertante, as suas motivações

e os seus propósitos passam despercebidos e não são visíveis a uma pessoa quando ela

rejeita a presença prática do “Deus Conosco” ou da “Luz de Deus” em sua vida, a qual

de forma prática é a presença de Cristo Jesus no coração daquele que O recebe.

Aquele que não aceita ou não recebe de fato a Cristo Jesus como Senhor, também se

priva de compreender adequadamente os aspectos práticos do Evangelho de Deus, pois

ele rejeita a Luz prática do Evangelho. E uma vez que uma pessoa não compreende o

Evangelho de Deus, ela também não compreende a condição prática da provisão da

salvação do Senhor e Criador Eterno para com ela.

2 Coríntios 4:3 Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto,

4 nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de

Cristo, o qual é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como

Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento

da glória de Deus, na face de Cristo.

Muitas confusões e muitas pregações distorcidas sobre o Evangelho de Deus têm

sido produzidas a partir de uma multidão de conceitos advindos daquilo que as

próprias pessoas pensam que o Evangelho de Deus venha a ser, mas que são

desprovidos da Luz do Evangelho por não considerarem que o Evangelho lhes oferece a

Luz pela presença real, viva e prática do Senhor Jesus na vida delas, não sendo o

Evangelho somente um conjunto de mensagens teóricas ou de palavras sem poder que

foram escritas ao longo dos séculos.

João 1:1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada

do que foi feito se fez. 4 A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.

5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

... 9 a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo

homem.

Assim, quando uma pessoa recebe a Cristo como a Luz celestial prática da

sua vida também para o tempo presente na Terra, em vez de rejeita-lo, ela

poderá ver ou compreender o quanto Deus, por meio do Evangelho, não

somente chama as pessoas para se apartarem do pecado, mas também

oferece o caminho e a provisão que necessitam para poderem se afastar do

caminho do pecado e para poderem passar a viver e andar no novo

caminho que o Senhor lhes aponta, oferecendo às pessoas de todos os povos a

possibilidade de também experimentarem o que está anunciado no texto a seguir:

68

Salmos 23:1 O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. 2 Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto

das águas de descanso; 3 refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do

seu nome. 4 Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal

nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.

5 Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda.

6 Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre.

----

O Evangelho de Deus foi manifesto para prover Luz celestial a fim das

pessoas poderem ver a sua necessidade de serem remidas e salvas, mas o

Evangelho também continua a se manifestar para que as pessoas, de forma

prática, possam experimentar a salvação e possam passar a viver e andar

como indivíduos que encontraram no Senhor uma verdadeira e prática

novidade de vida.

Quando Deus, por meio das Escrituras, anuncia os propósitos do Seu Evangelho, o

Senhor manifesta o Seu intento em suprir a carência que os seres humanos têm de

serem guiados pelo Criador da vida deles, mas através da concessão da oferta ou do

Evangelho, o Senhor também confere àqueles que Nele creem todo o suprimento ou

provisão para uma vida segundo a vontade celestial anunciada pelas Escrituras.

Crer em Cristo e crer no Pai Celestial, ou seja, confiar a vida a Cristo e ao Pai

Celestial, é a obra prática que Deus aguarda que as pessoas adotem em relação ao seu

Evangelho, pois também Ele oferece de forma prática, por meio do seu Evangelho,

todas as demais instruções e provisões a serem concedidas, no devido tempo, para

aqueles que recebem a Cristo e permanecem Nele.

Cristo, o Filho Eterno de Deus, que é Deus e já estava com Deus antes de qualquer

ser humano existir, tomou a forma de criação, a forma de Filho do Homem, para

manifestar de forma prática toda a provisão para a remissão, redenção e salvação do ser

humano, mas também para manifestar qual é a provisão de Deus para que aqueles que

recebem o Evangelho do Senhor possam experimentar de forma prática a vida e o

benefício de serem instruídos e fortalecidos pelo relacionamento com o Senhor.

O Evangelho do Criador é uma oferta, acompanhada de toda a provisão

necessária, para que a própria presença de Deus, Emanuel, Deus conosco

venha a habitar no coração do ser humano, e de tal forma que o próprio

Deus ajude cada pessoa a viver e andar de acordo com a verdade e com a

boa, perfeita e agradável vontade celestial.

Mateus 1:21,23 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.

... Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo

nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). ----

69

Por fim, neste capítulo, gostaríamos de reiterar mais uma vez que a concessão de

Deus do Senhor Jesus Cristo ao coração daquele que O recebe, é a essência

mais prática da provisão celestial para a novidade de vida ou vida eterna.

Por outro lado, a aceitação de Cristo no coração, como o SENHOR, é a

resposta mais prática que uma pessoa pode dar a Deus para receber a

oferta celestial a fim de que também possa, pelo Senhor, experimentar de

forma crescente tantas outras provisões que fazem parte do Evangelho do

Criador.

Cristo é a oferta perfeita ou plenamente suficiente do Pai Celestial para

que os propósitos do Evangelho de Deus fossem realizados, de forma

prática, no passado, para que se realizem no presente e para que também

continuem a se realizar de forma perfeita no futuro e por toda a

eternidade.

Hebreus 13:8 Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.

1 João 5:10 Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no

testemunho que Deus dá acerca do seu Filho. 11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida

está no seu Filho. 12 Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de

Deus não tem a vida. 13 Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida

eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus. 14 E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos

alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.

O Evangelho de Deus já foi manifestado pelo Senhor com uma provisão

completa e perfeita para o perdão e remissão do pecado da humanidade,

mas ele também é uma oferta de provisão prática de novidade de vida para

o momento presente e para o futuro, pois quando uma pessoa permite o

Criador habitar em seu coração e ser Deus em sua vida, o Evangelho

continua a se manifestar de forma viva através da própria operação de

Deus a seu favor, tanto no querer quanto no realizar.

Filipenses 2:12 Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha

ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; 13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,

segundo a sua boa vontade.

70

Em Cristo está toda a provisão que todo ser humano necessita para ser

remido e salvo do pecado, da condenação e da morte eterna, mas em Cristo

também está a suficiência de instrução, justiça, graça, poder, misericórdia

e amor para que uma pessoa possa viver e andar na condição de salvo ou

remido do Senhor.

Romanos 1:16 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e

também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé,

como está escrito: O justo viverá por fé.

1 Coríntios 1:30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no

Senhor.

Colossenses 1:18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a

primazia, 19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude

20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra,

quer nos céus.

Colossenses 2:6 Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,

7 nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.

8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos

do mundo e não segundo Cristo; 9 porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da

Divindade. 10 Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo

principado e potestade. 11 Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos,

mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo,

12 tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que

o ressuscitou dentre os mortos.

71

C8. Os Termos de Oferecimento, da Aceitação e da Entrega

de Uma Oferta

Um dos aspectos que patrocina a mídia em geral nos dias contemporâneos é a

propaganda ou a publicidade, ou seja, a divulgação de ofertas dos ofertantes aos

possíveis destinatários das proposições.

Entretanto, ainda que as pessoas adquiram muitos produtos e serviços que lhes são

oferecidos, a maioria das ofertas apresentadas às pessoas acaba não avançando de fato

para um acordo de aceitação entre os ofertantes e os destinatários destas ofertas.

Muitas ofertas apresentadas no mundo não se concretizam em aceitação e entrega

de fato porque os destinatários não as entendem ou não as querem, mas muitas ofertas

também não se concretizam em entrega porque os destinatários das proposições não

atendem aos requisitos estabelecidos pelos ofertantes.

Ofertante e destinatário das ofertas precisam chegar a um acordo mínimo para que

uma oferta passe do estágio de uma proposição para o estágio de uma efetivação de

entrega do conteúdo da oferta.

Uma pessoa, por exemplo, pode sonhar em adquirir um determinado bem, ela pode

se imaginar usando ou ocupando o bem almejado, mas, ainda assim, estar muito longe

de poder alcançar os termos mínimos para poder adquirir ou receber aquele bem.

Além disso, até mesmo aquilo que é oferecido de graça às pessoas está associado a

termos de oferecimento, aceitação e entrega. O fato de o ofertante dizer que a sua oferta

é concedida de graça não significa que ela é oferecida sem qualquer termo ou que ela

deva ou irá ser aceita pelo destinatário da oferta. O destinatário, por exemplo, pode

rejeitar uma oferta apresentada exatamente por ela não ter custo e preço para ele. O

destinatário pode rejeitar a oferta que lhe é oferecida gratuitamente por pensar que

algo que é oferecido de maneira gratuita provavelmente também é algo de pouco valor.

Portanto, em relação aos aspectos citados nos parágrafos acima, entendemos ser

muito relevante destacar aqui que o Evangelho de Deus também apresenta termos

específicos para ser oferecido, aceito e entregue, e cujo conhecimento e compreensão

podem ser vitais quanto à aceitação ou rejeição do que está sendo oferecido.

Pelo fato do Evangelho ser a expressão de uma oferta, também é

inevitável o fato de que o Ofertante dele deva estabelecer quais são os

termos para que ele possa vir a ser recebido pelo destinatário do

Evangelho, ainda que este Evangelho seja oferecido para ser recebido

gratuitamente ou segundo a graça de Deus.

Além disso, o fato do Evangelho de Deus poder ser recebido gratuitamente

pelos destinatários é precisamente um dos pontos que caracteriza um dos

termos mais explícitos, básicos, vitais e imutáveis que estão associados ao

oferecimento, aceitação e entrega deste Evangelho.

O Evangelho de Deus é ofertado pela graça de Deus, e somente por esta

via é que ele pode ser recebido!

O Evangelho de Deus não é comprável, cambiável ou conquistável pelo esforço

humano. O Evangelho do Senhor somente pode ser aceito como uma dádiva de Deus

para aqueles a quem é destinado.

72

Embora o Evangelho seja a melhor e mais crucial oferta que um ser

humano pode receber em toda a sua vida, ele é oferecido sob a condição

inegociável de poder ser recebido somente pela via de uma dádiva e sem a

necessidade de paga por ele.

O fato de o Evangelho ser concedido pela graça não é um ponto que

somente visa beneficiar aqueles que não têm recursos ou que têm poucos

recursos no mundo, mas é um termo aplicável a todas as pessoas que o

quiserem receber, pois diante da magnitude e sublimidade do Evangelho,

absolutamente ninguém no mundo teria condições de oferecer algo que

sequer chegasse próximo ao valor daquilo que é oferecido por Deus por

meio do Evangelho.

Se alguém quiser pagar um valor, ofertar sacrifícios, fazer penitências ou fazer obras

para Deus ou para o Evangelho a fim de merecer recebe-lo ou para adquiri-lo, a pessoa

se coloca em uma posição contrária aos termos irrevogáveis de Deus para a concessão

do Evangelho e se desqualifica da posição de recebedora aceitável do Evangelho.

O Evangelho é uma dádiva celestial apresentada por Deus para revelar e

oferecer o amor do Senhor a todas as pessoas, e o amor celestial não exige

e nem aceita que ele seja comprado. O amor do Senhor é dado livremente e

gratuitamente a todos aqueles que o querem receber.

João 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha

a vida eterna.

Romanos 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.

9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.

10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados,

seremos salvos pela sua vida; 11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso

Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.

Romanos 5:5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi

outorgado. ----

Por outro lado, conforme já foi comentado anteriormente, apesar do Evangelho

ser apresentado como uma oferta que somente pode ser recebida pela

graça celestial e não por preço, esforço ou sacrifício humano para merece-

lo ou para compra-lo, o oferecimento, a aceitação e o recebimento das

dádivas do Evangelho de Deus não são aspectos inteiramente desprovidos

de termos para que uma pessoa possa vir a acessa-las ou recebe-las em sua

vida.

73

Embora o Evangelho seja oferecido pela graça e desprovido da

necessidade de paga por parte do destinatário, condição que é imutável, a

sua aceitação e o recebimento específico na vida de um indivíduo também

estão associados ao reconhecimento e invocação, por parte do

destinatário, de Cristo como o Senhor e a Deus como o Único Criador

Eterno, ações estas que, respectivamente, são realizadas no coração de

uma pessoa e pela confissão da sua boca.

Romanos 10: 9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás

salvo. 10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa

a respeito da salvação. 11 Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será

confundido. 12 Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é

o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Atos 8:37 Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.

O Evangelho de Deus é uma oferta apresentada por Deus pela sua graça

a todos os seres humanos. Entretanto, considerando que o Evangelho é

uma oferta, o recebimento dele na vida pessoal do destinatário

inevitavelmente está associado aos termos desta oferta, os quais

basicamente são crer em Deus, na sua obra redentora por meio de Cristo

Jesus e pela verbalização de aceitação de Cristo como o Senhor de sua vida.

No texto de João 3, verso 16, e outros textos das Escrituras, pode ser visto

claramente a declaração de Deus sobre aquilo que o motivou a revelar o Evangelho ao

mundo, mas os referidos textos também apresentam o funcionamento do processo da

aceitação da oferta apresentada por Deus ao mundo.

Deus amou o mundo de tal maneira que deu a Cristo em favor de todos

os seres humano, mas é pela condição de crer no Senhor e na dádiva de

Deus que todo aquele que crê se habilita a receber esta dádiva da vida

eterna em sua vida pessoal.

Apesar da grandeza imensurável do Evangelho e das consequências

incalculavelmente benéficas que ele proporciona, os termos de

recebimento do Evangelho de Deus são muito simples, mas de forma

alguma são descartáveis ou desprezíveis.

João 6:29 Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.

João 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome.

74

João 11:25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;

26 e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?

João 20:30 Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.

31 Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu

nome. ----

A perfeita e mais importante dádiva que uma pessoa pode receber é

concedida da forma mais simples ou singela que pode existir, porém, ainda

assim, faz parte deste mesmo contexto, a condição inegociável que o

destinatário do Evangelho concorde em recebe-lo e o receba de acordo com

a maneira que o Senhor estabeleceu para que ele possa ser recebido.

João 7:38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.

João 3:17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado,

porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

Hebreus 11:6 De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e

que se torna galardoador dos que o buscam.

1 Coríntios 1: 22 Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria;

23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;

24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

26 Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos,

nem muitos de nobre nascimento; 27 pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para

envergonhar as fortes; 28 e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e

aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; 29 a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.

----

75

O Evangelho de Deus é ofertado pela graça de Deus a todos, mas

somente é conferido àqueles que também aceitam receber esta graça do

Senhor em suas vidas.

Romanos 3: 21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;

22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção,

23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, 24 Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a

redenção que há em Cristo Jesus.

Romanos 5: 17 Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da

justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. 18 Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os

homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.

----

E embora a concessão da oferta salvadora e de vida eterna, que é o

Evangelho do Criador, esteja associada a termos tão simples e que, sem

acepção de pessoas, são os mesmos para todos, é precisamente esta

simplicidade de oferecimento do Evangelho que também representa uma

dificuldade ou pedra de tropeço para muitos.

No mundo, muitas pessoas são habituadas a tentarem burlar os termos de

oferecimento, aceitação e recebimento de muitas ofertas a fim de obterem o que

almejam, mas os termos da concessão e recebimento definidos por Deus em relação ao

Evangelho não são passíveis de serem contornados e nem sujeitados a manipulações,

subornos ou corrupções.

Os termos da salvação pela graça são termos também opostos aos

termos das tentativas de salvação pelas obras, e Deus, sob nenhuma

hipótese, aceita as tentativas de mesclar a salvação pelas obras com a

salvação que é pela graça e mediante a fé no Senhor.

Uma pessoa não pode trabalhar ou fazer obras para merecer ou

conquistar a graça celestial. A graça oferecida por Deus para a salvação e

novidade de vida não é algo que alguém conquista por seu próprio esforço

ou mérito, mas é algo que é aceito ou é rejeitado.

Efésios 2:8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;

9 não de obras, para que ninguém se glorie.

Romanos 11:6 E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.

76

Gálatas 2:16 Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em

Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.

Romanos 4:6 E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras.

----

Assim, de forma similar aos outros capítulos, uma vez mais gostaríamos de destacar

também aqui que:

1) Tudo o que Deus concede por meio do Seu Evangelho, Ele o

concede por meio do Senhor Jesus Cristo;

2) A aceitação da graça de Deus também passa pela aceitação do

Senhor Jesus Cristo.

Sendo Deus o Ofertante do seu Evangelho, o próprio Deus estabeleceu

que se alguém recebe em seu coração a Cristo como o Senhor, ele também

recebe a graça salvadora de Deus. Por outro lado, se alguém rejeita a Cristo

também rejeita a graça salvadora de Deus.

A aceitação, no coração, de Cristo Jesus como o Senhor, é um termo ou

uma condição que está presente em todo o processo de oferecimento,

aceitação e recebimento do Evangelho de Deus e das dádivas que o

acompanham.

Atos 4: 11 Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular.

12 E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa

que sejamos salvos.

Hebreus 1: 1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,

2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.

3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade,

nas alturas, 4 tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais

excelente nome do que eles.

João 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;

13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

77

João 1:17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.

1 João 5: 9 Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do

seu Filho. 10 Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele

que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho.

11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho.

12 Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.

13 Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.

----

Por fim, considerando que o tópico do presente capítulo também contém uma

abordagem amplamente detalhada nos diversos estudos específicos sobre cada um dos

nomes compostos do Evangelho de Deus, como, por exemplo, o Evangelho da Justiça

de Deus, o Evangelho da Salvação e o Evangelho da Graça de Deus, nós não

objetivamos aqui nos estender mais neste ponto a fim de que também possamos, no

presente estudo, nos manter no foco de abordar a lista de grandes tópicos que se

encontram associados à apresentação do Evangelho quando este é visto como uma

oferta do Senhor ao mundo.

78

C9. A Definição do Público-Alvo de Uma Oferta

Dando continuidade à lista dos grandes grupos de aspectos que constituem uma

oferta e o seu entorno, citada no capítulo primeiro, podemos ver que uma proposição

ou dádiva obviamente somente se caracterize como uma oferta se houver um público-

alvo a quem o ofertante almeja apresentar a sua proposição.

De forma similar, o Evangelho de Deus, na condição de uma proposição ou

oferta, somente pode ser caracterizado como tal porque para ele existem

também destinatários almejados ou um público-alvo.

Além disso, o Evangelho de Deus não somente é direcionado a um público-

alvo, mas ele também é a oferta anunciada oficialmente ao longo da

história humana que objetivou e ainda objetiva o maior ou mais

abrangente público-alvo que possa vir a existir, pois:

1) O Evangelho de Deus é direcionado a todos os seres humanos;

2) O Evangelho de Deus é direcionado a todas as nações e dentro de

cada uma das nações a todas as pessoas que nelas se encontram;

3) O Evangelho de Deus não é apresentado de forma discriminatória

ou seletiva, ou seja, Deus oferece o Evangelho a todos, sem

parcialidade ou acepção de pessoas;

4) O Evangelho de Deus, em seu pré-anúncio, manifestação e

continuidade de anúncio, é a única oferta que cruzou e cruzará todos

os séculos da história humana e que, a cada nova geração que surge

na face da Terra, continua a ser oferecido com as mesmas

características primordiais, fundamentais e vivas.

Aqui, mais uma vez, também não poderíamos deixar de citar o texto de João 3, verso

16, o qual também define o público-alvo de Deus, além de tudo o que já vimos sobre

este mesmo texto.

João 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha

a vida eterna.

O ponto da compreensão da definição do público-alvo do Evangelho é de

suma importância, pois repetidamente as pessoas têm procurado

apresentar alegações inapropriadas de que o Evangelho de Deus não é

direcionado para alguns subgrupos de pessoas ou que ele não é

direcionado para as pessoas de todas as idades, raças, povos, línguas ou

nações.

No mundo há, sim, muitas pessoas que fazem acepção do Evangelho e que escolhem

não aceitar ou receber o Evangelho de Deus, que rejeitam passivamente ou ativamente

o Evangelho de Deus. Entretanto, isto ocorre a partir do posicionamento das próprias

pessoas, pois Deus, como Ofertante, não estabeleceu nenhum critério de seleção ou

acepção de pessoas para divulgar ou ofertar a eles o Evangelho Celestial, conforme pode

ser visto também nos textos a seguir:

79

Romanos 2:11 Porque para com Deus não há acepção de pessoas.

Tito 2:11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.

1João 1:1 Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai,

Jesus Cristo, o Justo; 2 e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos

nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.

1 Timóteo 2: 3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, 4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao

pleno conhecimento da verdade. ----

O Evangelho de Deus é de abrangência global, no sentido de que Deus

quer que pessoas de todos os lugares o conheçam, mas o Evangelho

também é global no sentido de que o Senhor quer que, em todos os lugares,

cada indivíduo o conheça.

Marcos 16:15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a

toda criatura.

O público-alvo da oferta de Deus é o público ao qual Deus amou a tal

ponto de dar o Seu Filho Unigênito, e Deus amou a todos os seres

humanos, sem exceção. Deus deu o Seu Filho amado por todos, mesmo por

aqueles que insistem em permanecer na posição de negar, não reconhecer

ou não receber no coração a Cristo Jesus como o seu Senhor e Salvador.

Toda a alegação que procura seccionar o público-alvo do Evangelho, por quaisquer

que sejam as características de alguns indivíduos ou de alguns grupos de indivíduos, é

uma alegação distorcida, falsa e que, portanto, se opõe à amplitude do público-alvo que

Deus, como Ofertante, estabeleceu para o seu Evangelho.

Da parte de Deus, quanto a apresentar e oferecer o seu Evangelho Eterno, não há

discriminação de pessoas. Contudo, conforme já comentado acima, as pessoas podem

discriminar o Evangelho de Deus e o amor de Deus nele oferecido, pois o Evangelho,

em sua característica de oferta, pode ser aceito ou recebido, assim como pode ser

desprezado ou rejeitado.

O Evangelho de Deus não foi manifesto por Deus para chamar pessoas

boas ou cumpridoras perfeitas da lei para receberem a salvação. O

Evangelho do Criador tem sido manifesto para chamar pecadores ao

arrependimento e à salvação, pois se isto não fosse assim, ninguém

poderia optar em receber o Evangelho uma vez que todos pecaram e, à

parte do Evangelho, carecem da glória e da luz de Deus para viverem e

andarem em conformidade com o caminho do Senhor, aspecto também

amplamente exposto nas Escrituras conforme segue:

80

Mateus 9:13 Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao

arrependimento.

Marcos 2:17 Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não

precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.

Lucas 5:32 Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao

arrependimento.

Romanos 3:10 Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus;

12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.

... 23 Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,

24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.

----

Por fim, neste capítulo, destacamos que certamente este tema é merecedor de uma

exposição toda especial e uma exposição que necessitaria de mais de um capítulo para

ser explanado. Entretanto, visto o foco de abordar de forma mais resumida os tópicos

objetivados desde o primeiro capítulo deste estudo, nos limitaremos aqui apenas a

introduzir o presente item para que a ampliação dele possa ser feita de forma mais

extensa nos outros estudos sobre o Evangelho do Senhor e, de forma ainda mais

objetiva, no estudo sobre o tema “A Quem se Destina O Evangelho de Deus”.

81

C10. A Comunicação da Disponibilidade da Oferta de Deus

ao Público-Alvo

Quando o Evangelho de Deus é observado mais de perto, pode ser visto que em cada

um dos aspectos relacionados a ele há uma vasta e ampla riqueza a ser explorada. O

Evangelho de Deus é surpreendente em todos os ângulos em que pode ser conhecido.

O Evangelho de Deus é maravilhoso quanto à sua origem, quanto às motivações e

propósitos pelos quais e para os quais foi concebido, ele é maravilhoso em cada um dos

aspectos contidos naquilo que é oferecido, bem como é maravilhoso no aspecto do

público-alvo ao qual ele é oferecido a fim de beneficiar os destinatários dele.

Entretanto, para que uma oferta seja conhecida pelo público-alvo a quem

é direcionada, o que também se aplica ao Evangelho, é necessário que a

oferta seja comunicada devidamente àqueles a quem o ofertante deseja

apresentar o que está oferecendo ou propondo.

Por melhor e mais benéfica que seja uma proposição a ser oferecida aos

destinatários, isto não a exime de que também deveria ser anunciada com clareza ou ter

os seus termos devidamente expostos, conforme também é mencionado nos textos

abaixo sobre a comunicação do Evangelho e da palavra de Deus:

Romanos 10: 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

14 Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há

quem pregue?

1 Coríntios 14: 6 Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de

revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? 7 É assim que instrumentos inanimados, como a flauta ou a cítara, quando

emitem sons, se não os derem bem distintos, como se reconhecerá o que se toca na flauta ou cítara?

8 Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?

9 Assim, vós, se, com a língua, não disserdes palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis? Porque estareis como se falásseis ao

ar. ----

Por outro lado, avançando particularmente para o aspecto da comunicação em si de

uma oferta ao seu público-alvo, pode ser observado que esta comunicação pode ser

realizada de várias maneiras, tais como:

1) Uma comunicação direta do ofertante ao público-alvo;

2) Uma comunicação por meio daqueles que já receberam a oferta, ou seja, a

comunicação por meio de propagadores ou testemunhas que já foram expostos

ao anúncio da oferta;

3) Uma comunicação escrita ou registrada em mídias que podem ser acessadas

repetidamente ao longo dos anos;

82

4) Uma comunicação por meio de comunicadores especialmente designados

para comunicar de forma mais intensa a oferta que é disponibilizada pelo

ofertante.

Observando ainda a lista apresentada acima, pode ser percebido que cada uma das

formas mencionadas nela é de grande amplitude e merecedora de uma análise

particular, expondo o fato de que também o tópico sobre a “comunicação de uma

oferta” engloba todo um conjunto específico do entorno das ofertas.

Entretanto, e visando não se distanciar do objetivo de abranger a lista de tópicos

relacionados ao contexto das ofertas, mencionada no capítulo primeiro, procuraremos

nos ater aqui primordialmente ao primeiro aspecto relacionado acima, considerando

também que já neste primeiro ponto poderão ser observadas várias características

especiais das surpreendentes e sublimes maneiras que Deus estabeleceu para

comunicar o seu Evangelho às pessoas.

Dando sequência, então, ao aspecto da comunicação de uma oferta, gostaríamos de

destacar aqui em primeiro lugar que o Evangelho de Deus, além de ser a oferta

mais importante e essencial de todos os tempos apresentada aos seres

humanos, também é a oferta que apresenta a maior exposição que uma

oferta poderia vir a ter perante à humanidade.

A comunicação das finalidades e da disponibilidade do Evangelho de Deus é o

projeto que incomparavelmente ou mais amplamente foi divulgado sobre a face da

Terra, pois a comunicação do Evangelho é:

1) A comunicação que cobre o maior tempo de exposição de uma oferta, ou seja,

a comunicação mais duradoura de uma proposição apresentada à humanidade;

2) A comunicação mais repetida em todos os tempos;

3) A comunicação mais persistente que já existiu pelos séculos;

4) A comunicação com a mais extensa diversidade de conteúdos já oferecidos aos

seres humanos;

5) A comunicação que utilizou a maior diversidade de meios para ser exposta ao

longo dos séculos;

6) A comunicação que apresenta a oferta de maior valor de todos os tempos, não

somente no mundo presente, mas também pela eternidade.

Aquilo que está contido no Evangelho de Deus foi pré-anunciado desde o Éden e

continuará sendo anunciado até o final dos séculos e, inclusive, pela eternidade.

Quanto aos proclamadores do Evangelho de Deus, nenhum outro anúncio de uma

oferta poderá chegar perto da amplitude que o Evangelho de Deus alcançou. Além de

ter sido pré-anunciado e anunciado pelos mais variados homens, mulheres e crianças

ao longo da história humana, o Evangelho de Deus também foi pré-anunciado e

anunciado por miríades de anjos.

Não bastando isso, Deus não se limitou a somente delegar a outros a tarefa

de pré-anunciar e anunciar o Seu Evangelho. O próprio Senhor também

expôs diretamente e amplamente aos destinatários o que Ele ofereceu e

continua a oferecer ao mundo por meio do Seu Evangelho.

83

Considerando que a aceitação de uma oferta é um dos pontos cruciais

para um relacionamento com ela, Deus não se omitiu e nem se omite de Ele

mesmo expor o Evangelho que foi manifestado a partir do Seu amor.

Apesar da grande relevância que há nos muitos testemunhos das

pessoas a respeito do Evangelho que elas receberam, o testemunho do

próprio Ofertante sobre a sua oferta é sempre superior ao testemunho

daqueles que comunicam o que lhes foi concedido para proclamar.

O ponto mencionado nos parágrafos anteriores, pode ser visto descrito também no

seguinte texto, o qual, inclusive, já foi mencionado anteriormente neste estudo:

1 João 5: 9 Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do

seu Filho. 10 Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele

que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho.

11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho.

12 Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.

13 Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.

Como são impressionantes e como são esclarecedoras as palavras de Deus que se

encontram expostas na 1ª carta de João.

Visto que o testemunho do próprio Pai Celestial é maior que qualquer

outro testemunho, também é o testemunho do próprio Senhor que

estabelece todos os pontos de referência para qualquer outra divulgação do

Evangelho de Deus.

A comunicação do Evangelho de Deus, segundo o testemunho do Pai

Celestial, define todas as diretrizes de conteúdos que podem ou deveriam

ser usadas na divulgação deste Evangelho.

Além disso, a comunicação do Evangelho de Deus que é de acordo com o

testemunho do Pai Celestial, converge sempre para a comunicação que

anuncia que a vida oferecida por Deus está em Cristo Jesus, bem como

anuncia que a aceitação de Cristo é o único caminho para uma pessoa ter

acesso à vida em conformidade com a vontade de Deus.

Assim, se as pessoas pelo mundo afora falarem ou anunciarem algo sobre

o Evangelho de Deus que é diferente do testemunho superior do próprio

Ofertante deste Evangelho, o que elas dizem não é o anúncio da verdade

sobre o singular Evangelho do Senhor.

Por meio do Evangelho, o próprio Deus também se manifestou

diretamente ao mundo ao introduzir o seu próprio Filho Eterno como

Filho do Homem entre os seres humanos. Em Cristo, Deus se fez carne a

fim de que a Sua oferta de salvação, reconciliação e vida eterna fosse

apresentada de forma direta e tangível diante das pessoas, como também

84

pode ser visto em muitos textos das Escrituras e dos quais alguns estão exemplificados

abaixo:

João 1:14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

15 João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto

já existia antes de mim. 16 Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre

graça. 17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a

verdade vieram por meio de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do

Pai, é quem o revelou.

João 14:8 Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.

9 Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-

nos o Pai?

João 8:12 De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da

vida.

João 11:25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.

Em todos estes últimos versos acima, pode ser observado o que já foi comentado

anteriormente sobre o Evangelho, que Cristo é a essência da oferta de Deus e que

é em Cristo que todo o Evangelho se cumpre.

O Evangelho de Deus, a boa nova provida por Deus para as pessoas, tem

a sua característica de oferta para a remissão da humanidade e de vida

celestial toda centrada na revelação do Senhor Jesus Cristo, mas aqui

ainda destacamos que igualmente a comunicação dos aspectos essenciais

do Evangelho também está centrada naquilo que o próprio Cristo veio

revelar ao mundo.

O que, portanto, gostaríamos de salientar neste ponto mais uma vez, é que Aquele

que declara e dá o testemunho de que a essência do Evangelho é Cristo, é o próprio

Deus.

O Deus das Escrituras, o Deus Criador dos Céus e da Terra, e tudo o que

neles há, não pode ser dissociado de forma alguma do pré-anúncio, da

apresentação e da revelação de Cristo Jesus como o fundamento e a

essência do Evangelho ou da oferta celestial de salvação e de vida eterna.

Não existe Evangelho de Deus sem a oferta viva do Senhor Jesus Cristo,

e o primeiro a testemunhar e a declarar como é o Seu próprio Evangelho é

o próprio Deus, quer seja através do Pai Celestial, do Senhor Jesus Cristo

ou do Espírito do Senhor.

85

O testemunho direto de Deus é o melhor testemunho sobre o Seu próprio

Evangelho. O testemunho dos homens pode cooperar significativamente com o

testemunho do Evangelho, entretanto, conforme já visto acima no texto de 1João, o

testemunho de Deus é superior aos testemunhos dos seres humanos.

Desta forma, antes das pessoas ouvirem muitas considerações que os seus

semelhantes têm a fazer sobre a pessoa do Senhor Jesus Cristo, ofertado por Deus aos

seres humanos por meio do Evangelho a fim de também Nele receberem a novidade de

vida e as demais dádivas que a acompanham, elas deveriam buscar conhecer aquilo que

o próprio Deus já manifestou, anunciou ou declarou sobre a essência do Evangelho, a

qual é a vida no Filho Amado do Pai Celestial.

Se as pessoas prestassem mais atenção no testemunho que o próprio

Deus dá sobre o Senhor Jesus Cristo, elas poderiam evitar uma

enormidade de considerações distorcidas que fazem sobre o Evangelho de

Deus ou sobre o Senhor Jesus Cristo.

Desde a antiguidade o Senhor Deus prometeu o Seu Evangelho ou a Cristo Jesus

como a oferta celestial ao mundo para a salvação e novidade de vida, fazendo-o

diretamente como, por exemplo, no caso de Abraão, ou fazendo-o por meio dos seus

profetas ou mensageiros que falaram a respeito de Cristo inspirados pelo Espírito

Santo, conforme mencionado também nos textos abaixo:

Gálatas 3:8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé

os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.

1 Pedro 1: 10 Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros

destinada, 11 investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as

circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos

referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. 12 A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros,

ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o

evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar. ----

Mais tarde, já mais próximo à manifestação mais evidente do Seu Evangelho ao

mundo, Deus separou um profeta desde o ventre da sua mãe para ser Sua testemunha

para preanunciar e também anunciar a real chegada do Evangelho Celestial diante de

humanidade, conforme os textos a seguir:

Lucas 1:63 Então, pedindo ele uma tabuinha, escreveu: João é o seu nome. E

todos se admiraram. 64 Imediatamente, a boca se lhe abriu, e, desimpedida a língua, falava

louvando a Deus. 65 Sucedeu que todos os seus vizinhos ficaram possuídos de temor, e por toda a

região montanhosa da Judéia foram divulgadas estas coisas. 66 Todos os que as ouviram guardavam-nas no coração, dizendo: Que virá a

ser, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele.

86

67 Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68 Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo,

69 e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo, 70 como prometera, desde a antiguidade, por boca dos seus santos profetas,

71 para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam; 72 para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa

aliança 73 e do juramento que fez a Abraão, o nosso pai,

74 de conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adorássemos sem temor, 75 em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias.

76 Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos,

77 para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados,

78 graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas,

79 para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.

80 O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel.

João 1:6 Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. 7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de

todos virem a crer por intermédio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz,

9 a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. 10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o

mundo não o conheceu. 11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;

13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

15 João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de

mim. 16 Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça.

17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.

18 Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.

19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?

20 Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. 21 Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu

o profeta? Respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles

que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? 23 Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o

caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. 24 Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.

87

25 E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?

26 Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis,

27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.

28 Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

29 No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

30 É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim.

31 Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.

32 E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.

33 Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza

com o Espírito Santo. 34 Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.

35 No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos

36 e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! ----

João Batista foi separado por Deus para apontar como e quem era Aquele que é a

própria expressão da boa nova de Deus, Aquele que é a própria expressão da oferta de

Deus.

O testemunho de Deus sobre Jesus Cristo, por meio de João Batista, é muito claro

quanto a procedência de Cristo e que Cristo já estava com Deus desde a eternidade e de

que Cristo era um com Deus. E, ainda, de que por meio de Cristo, Deus estava vindo aos

seres humanos para manifestar a sua glória e oferecer-lhes a reconciliação com o

Criador de suas vidas.

João Batista, como profeta do Deus Altíssimo, declarou verdades de quem Cristo era

desde a eternidade, bem como aquilo que Cristo manifestaria aos homens como o

Cordeiro de Deus, a oferta perfeita, sem mácula e sem pecado. João Batista declarou

que o Senhor Jesus era o Cristo enviado por Deus, o ungido de Deus, o Messias

esperado por séculos.

Entretanto, não bastando todo pré-anúncio sobre a vinda da oferta de

Deus ao mundo e não bastando a apresentação oficial que João Batista fez

do próprio Cristo às pessoas no mundo, o próprio Pai Celestial e o Senhor

Jesus Cristo também foram participantes diretos em todo o anúncio e

apresentação de Cristo ou do Evangelho ao mundo.

Desde o anúncio da vinda de Cristo em forma de criança recém-nascida

até os dias de ser assunto ao céu como o Cristo que venceu a morte pela

ressurreição dentre os mortos, o Pai Celestial, ainda que o fazendo

algumas vezes também por meio de anjos, não silenciou o Seu próprio

testemunho sobre a vida do Seu Filho no mundo e nem Cristo se absteve de

anunciar o Evangelho que Ele viera a manifestar de forma tão explícita e

tangível.

88

Além disso, quando o testemunho de Deus sobre a vinda do Seu Filho ao

mundo é observado atentamente, pode ser visto, por exemplo, que nas

Escrituras não há tal coisa de que Deus estivesse enviando a Jesus Cristo à

Terra para ser o “menino Jesus” que iria salvar os seres humanos, como é

de costume ser considerado por algumas pessoas que indevidamente

insistem em querer anunciar ao Senhor Jesus nesta condição.

O próprio Deus, ao fazer menção do seu próprio Filho antes e logo após

o nascimento Dele como Filho Homem, apesar de nascido como “criança”

ou “menino”, apresenta a Cristo pelo que está associado ao seu nome, ao

que Ele sempre foi e àquilo que Ele veio manifestar pela sua vinda em

carne na Terra.

Os aspectos mencionados nos últimos parágrafos podem ser observados também

nos textos a seguir:

Lucas 1:30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus.

31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus.

32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;

33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.

34 Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?

35 Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que

há de nascer será chamado Filho de Deus.

Lucas 2:6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, 7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa

manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam

o seu rebanho durante as vigílias da noite. 9 E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor

brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. 10 O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de

grande alegria, que o será para todo o povo: 11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo,

o Senhor. 12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e

deitada em manjedoura. 13 E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial,

louvando a Deus e dizendo: 14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem

ele quer bem. ----

Deus, no testemunho apresentado por Ele mesmo, declarou que o

nascimento de Cristo como “menino” era um sinal, mas Deus não

introduziu o Seu próprio Filho, agora nascido também de mulher, como o

“menino Deus”, o “menino Cristo”.

89

O Pai Celestial em todos os momentos apresentou o Seu Filho Amado

como o Salvador, o Cristo, o Senhor dos Senhores, o Rei dos Reis, pois a

fase de menino foi somente transitória para que o propósito de Deus se

cumprisse por meio do Cristo também como “Filho do Homem

amadurecido e perfeito”.

É importante que a comunicação, o anúncio ou testemunho do próprio

Deus a respeito de Cristo seja conhecido acima de outras considerações, a

fim de que as pessoas não sigam pensamentos ou fantasias que são

divergentes daquilo que Deus estabeleceu e comunicou sobre Cristo e

sobre o Seu Evangelho.

O Senhor Jesus Cristo somente foi menino ou criança pelo mesmo tempo normal

que qualquer outra pessoa é criança, foi um tempo passageiro, um breve momento na

vida de Cristo, mas o “menino Jesus” já não existe mais e jamais existirá outra vez.

Cristo realizou a obra de salvação da humanidade como um homem

amadurecido, que foi tentado em todas as coisas e que tinha as faculdades

plenamente amadurecidas para tomar uma decisão sóbria e voluntária de

doar a sua vida em favor de todos os pecadores, conforme pode ser visto em

vários textos bíblicos e dos quais expomos mais alguns a seguir:

Lucas 2:52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de

Deus e dos homens.

Isaías 53:3 Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens

escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.

Hebreus 5: 7 Ele (Jesus), nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da

morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, 8 embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu

9 e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem,

10 tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.

João 10: 14 Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me

conhecem a mim, 15 assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a

minha vida pelas ovelhas. 16 Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e

um pastor. 17 Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a

reassumir. 18 Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a

dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.

Hebreus 4:15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa

compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.

90

----

Apesar da vinda de Cristo ao mundo ter passado pelo nascimento como

criança e pela sua fase de infância, nunca houve, aos olhos de Deus, um

“menino Deus” a ser seguido e adorado pelos séculos, pois este “menino

Deus” deixou de existir quando Cristo cresceu como Filho do Homem e

cumpriu o querer de Deus de forma consciente e voluntária.

Mateus 3: 16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre

ele. 17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em

quem me comprazo.

Mateus 17: 1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte.

2 E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.

3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. 4 Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui

três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. 5 Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis,

vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi.

2 Pedro 1: 16 Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente

inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade,

17 pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho

amado, em quem me comprazo. 18 Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com

ele no monte santo. ----

E além do exposto nos últimos parágrafos, destacamos aqui ainda que assim como

Cristo já não existe mais como menino, assim também, segundo o

Evangelho e testemunho do próprio Deus, não há como uma pessoa adorar

em Espírito e em verdade um “Cristo” ainda pendurado na cruz do

Calvário, pois o Eterno Senhor Jesus Cristo não está mais lá pendurado no

madeiro e nem em qualquer outra cruz na qual as pessoas colocarem uma

estátua ou imagem denominada de “Cristo” como se Ele estivesse nela.

A obra de Deus na cruz do Calvário é eterna e tem efeitos eternos. Cristo

sempre foi, é e será o Cordeiro que foi morto para a provisão da remissão

dos pecados da humanidade, mas Ele também é o Cordeiro que foi

ressuscitado pelo poder de Deus e que neste momento está vivo e

assentado à destra do Pai Celestial. É isto que o Evangelho de Deus,

segundo o testemunho de Deus, anuncia sobre o Vivo e Eterno Senhor

Jesus Cristo, o Leão da Tribo de Judá.

91

Os textos das Escrituras sobre o Evangelho de Deus, inclusive os textos

do livro de Apocalipse, apresentam e reconhecem todas as condições pelas

quais Cristo se manifestou em carne na Terra, mas eles também

reconhecem e claramente comunicam um testemunho sobre Cristo na

posição que Ele obteve diante do Pai Celestial após nascer como menino e

após ser morto, ressuscitado e ter sido assentado à destra do Pai Celestial

como Sumo Sacerdote e Rei Eterno segundo a Ordem de Melquisedeque.

Quando as pessoas, então, buscam adorar um suposto “Cristo” que não é segundo o

Evangelho de Deus, que não é segundo o testemunho do próprio Deus, ainda que

possam apresentar um denominado “Cristo” segundo as situações ou condições pelas

quais o Senhor Jesus se manifestou no passado, elas não estão se inclinando para

adorar em verdade ao Cristo do Evangelho de Deus e segundo o testemunho de Deus,

mas estão se inclinando a adorar figuras, imagens ou posições que Cristo assumiu no

passado, mas nas quais Ele já não se encontra mais.

O testemunho de Deus, e que é maior que o testemunho dos seres

humanos, é um testemunho completo, que reflete a condição passada de

Cristo, mas também a condição viva presente e eterna do Senhor Jesus.

Quando Deus anuncia que em Cristo está a vida eterna para todo aquele

que também crê no testemunho do Senhor, é sobre a condição viva e eterna

do Filho Unigênito do Pai Celestial que o próprio Deus dá o seu

testemunho, conforme já visto no texto de 1João 5 e mais alguns textos a seguir:

Lucas 24: 1 Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado.

2 E encontraram a pedra removida do sepulcro; 3 mas, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus.

4 Aconteceu que, perplexas a esse respeito, apareceram-lhes dois varões com vestes resplandecentes.

5 Estando elas possuídas de temor, baixando os olhos para o chão, eles lhes falaram: Por que buscais entre os mortos ao que vive? 6 Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos

preveniu, estando ainda na Galileia, 7 quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia.

8 Então, se lembraram das suas palavras.

1 Timóteo 3:16 Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito,

contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.

Apocalipse 1:10 Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta,

11 dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

12 Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro

13 e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.

92

14 A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo;

15 os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas.

16 Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. 17 Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim

a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último 18 e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos

séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. ----

Segundo as Escrituras do Senhor, é fato que Cristo entrou no mundo

como menino nascido de mulher, é fato que Cristo foi morto numa cruz, é

fato que Cristo foi colocado morto num sepulcro. Entretanto, segundo as

mesmas Escrituras sobre o Evangelho de Deus, Cristo não é mais menino,

Cristo não está mais em uma cruz e nem Cristo está em um sepulcro, pois

depois de passar por todas estas condições, a fim de manifestar a provisão

para a remissão e salvação de todas as pessoas, Cristo foi ressuscitado e

posto à direita do Pai Celestial, do Deus Todo-Poderoso, e com Ele Cristo já

reina como Rei dos Reis e Senhores dos Senhores para toda a eternidade.

Nos relatos bíblicos, podemos ver que houve pessoas que viram a Cristo fisicamente

ainda em forma de menino, mas que também viam que Ele era muito mais que um

menino porque aceitaram o testemunho de Deus sobre aquela criança, conforme o

seguinte exemplo:

Mateus 2: 1 E, tendo nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém,

2 e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo. (RC)

Por outro lado, assim como houve nos dias antigos, também há nos dias atuais,

muitas pessoas que não olham para Cristo segundo o testemunho de Deus sobre Ele,

porque preferem olhar para Cristo por meio dos testemunhos distorcidos de homens. E

por isto, muitos ainda continuam a ver a Cristo como um menino, como um homem

que talvez até tivesse algumas características de destaque ou como o Cristo que ainda

está sofrendo em uma cruz, quando, porém, Ele de fato, e a muito tempo, já não está

mais nestas condições.

A fé em Cristo Jesus que é de acordo com a verdade ou com o querer de

Deus, também é estabelecida na vida de um indivíduo quando uma pessoa

vê a Cristo segundo o próprio Evangelho de Deus, segundo o próprio

testemunho de Deus sobre a sua oferta de amor já manifesta pela cruz do

Calvário, mas também manifesta e anunciada pela ressurreição de Cristo

dentre os mortos e pela sua ascensão aos céus para ser assentado à direita

do Pai Celestial. Posição da qual, o Senhor Jesus Cristo continua a

manifestar e manifestará eternamente os atributos da sua glória, bem

como da qual compartilha e compartilhará eternamente a sua novidade de

vida com aqueles que creem no testemunho de Deus.

93

1 Pedro 1:3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva

esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4 para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível,

reservada nos céus para vós outros 5 que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a

salvação preparada para revelar-se no último tempo.

Romanos 6: 4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória

do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. 5 Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte,

certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, 6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem,

para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;

7 porquanto quem morreu está justificado do pecado. 8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele

viveremos, 9 sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já

não morre; a morte já não tem domínio sobre ele.

Romanos 10:17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. (RC)

Notemos que o texto de Romanos 10, verso 17, não diz que a fé vem pelo

ouvir a palavra de Deus, mas vem pelo ouvir “pela” palavra de Deus, ou

seja, vem pelo ouvir todas as coisas por meio do próprio testemunho e

comunicação de Deus sobre Cristo.

A comunicação de Deus sobre o seu Evangelho não é a comunicação de um

Evangelho sobre um homem qualquer e muito dotado que nasceu e veio a ser rei.

O Evangelho de Deus é a vinda daquele que já era Filho de Deus e que

entrou, sim, no mundo como criança. Entretanto, o Senhor o fez para

alcançar a condição de Filho do Homem aperfeiçoado pela dependência

constante do Pai Celestial a fim de que também pudesse prover a única

oferta plena e viva de salvação, reconciliação com Deus e vida eterna para

os seres humanos, a qual, porém, somente é uma oferta viva e eterna

porque o Filho do Homem também veio a ressuscitar dentre os mortos

pelo poder de Deus.

O Evangelho de Deus é a oferta de novidade de vida em Cristo para todos

aqueles que o recebem no coração como o Senhor “Vivo” e Eterno, bem

como também é a oferta da novidade de vida que está no Pai Celestial, e

que é concedida para todo aquele que recebe o Cristo ‘Vivo” e Eterno

conforme o Pai Celestial o apresenta e oferece.

O Evangelho do Criador, em todas as suas formas pelas quais foi anunciado e

comunicado por Deus, sempre evidencia o propósito do amor de Deus que é o

relacionamento Dele com aqueles que o recebem por meio do vivo, bem presente e

eterno Cristo, conforme Deus também fez dar a conhecer a José para lhe confortar a

respeito do fato de que a criança que Maria carregava em seu ventre era o Senhor

94

Eterno concedido por Deus para que a Sua presença esteja eternamente com aqueles

que Nele creem.

Mateus 1: 20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua

mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele

salvará o seu povo dos pecados deles. 22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor

por intermédio do profeta: 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo

nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). ----

Deus testemunhou de Cristo, como a essência do Seu Evangelho, em viva

voz, pelas Escrituras, por muitos sinais e milagres, pela rendição de Cristo

à cruz do Calvário, pela sua ressurreição, pela ascensão de Cristo aos céus,

por meio do Seu Espírito Santo, e continua a fazê-lo também em nossos

dias e Ele mesmo o fará por todo o sempre.

João 15:26 Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará

testemunho de mim.

Existe um lugar todo especial no plano de Deus para que os seres

humanos possam cooperar significativamente com Deus na divulgação do

Seu Evangelho, aspecto que será tratado de forma mais ampla em outros estudos,

mas a primazia da comunicação do Evangelho de Deus sempre pertenceu,

pertence e sempre pertencerá ao Pai Celestial, ao Senhor Jesus Cristo e ao

Espírito do Senhor.

Toda pessoa que quiser participar genuinamente da multiplicação da

comunicação do Evangelho de Deus, deveria, portanto, buscar se

solidificar na comunhão com a fonte do Evangelho e de todo testemunho

genuíno sobre ele a fim de também estar apta a compartilhar um

verdadeiro testemunho do Evangelho por meio daquele que é o Senhor e

Ofertante deste Evangelho.

João 15:26 Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará

testemunho de mim; 27 e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o

princípio.

1 João 4:9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio

dele.

95

C11. O Público-Alvo Propriamente Dito

Em um primeiro momento, pode até parecer que o tema deste novo capítulo já tenha

sido abordado no capítulo sobre a definição do público-alvo do Evangelho, mas convém

destacar que os dois apresentam distinções.

A definição do público-alvo de uma oferta se refere a uma definição de quais

destinatários o ofertante que criou uma oferta quer alcançar. A definição do público-

alvo, inclusive, pode ser feita pelo ofertante independentemente da opinião, do desejo e

do comportamento dos destinatários da oferta.

Já o aspecto do público-alvo, propriamente dito, considera o tema do

ponto de vista prático dos destinatários da oferta, pois o contexto de uma

oferta também deve levar em conta, distintamente, o lado do ofertante e o

lado dos destinatários da oferta.

Relembramos aqui também que uma grande parte da posição dos destinatários de

uma oferta já foi exposta com mais detalhes no estudo “O Limite do Evangelho

Ilimitado”, e por isto, não objetivamos abordar aqui todas as mesmas considerações já

mencionadas naquele material.

Por outro lado, embora já tenha sido comentado no estudo acima referenciado que

os destinatários de uma oferta têm um papel determinante na aceitação ou na rejeição

de uma oferta que lhes é apresentada, no referido material não foi feita uma abordagem

particular sobre a existência de dificuldades que tentam impedir que os destinatários

do Evangelho de Deus possam fazer uma opção livre por ele.

A palavra “Evangelho”, conforme visto nos estudos referidos acima, basicamente

significa a oferta de “Uma Boa Nova”, “Boas Dádivas” ou o “Ato de Anunciar e Ofertar

as Boas Novas Anunciadas”.

Desta maneira, considerando que o Evangelho é a oferta de um conjunto de “Boas

Novas”, por que, então, o anúncio dele poderia despertar desconfortos às pessoas ou até

resistências? Considerando que o Evangelho é um conjunto de “boas dádivas”, não

deveria ser ele saudado sempre com alegria e sem tentativas de impedimentos?

Em um primeiro momento, alguém pode vir a pensar, sim, que algo “novo e bom”

sempre será bem acolhido. Entretanto, como o novo é novo, ele traz proposições de

mudanças. Além disto, se algo denominado de novo não traz consigo proposições de

mudanças, ele não é de fato novo.

No estudo “A História Contada pelo Pai de Todos os Filhos e Filhas” foi comentado

sobre a postura resistente das pessoas de um grupo de Atenas que se diziam ávidas por

novidades, mas que ao ouviram o inusitado, o completamente novo, se esquivaram, em

sua maioria, do encontro com o novo. Ao verem o novo, elas o rejeitaram porque a

novidade exposta poderia vir a afetar as suas maneiras culturais ou tradicionais de

crerem e se posicionarem sobre os aspectos fundamentais da existência humana, da

vida presente, bem como da vida eterna.

Inúmeras proposições de novidade apresentadas às pessoas no mundo podem

mostrar-se mais desafiadoras do que inicialmente aparentam, pois se uma proposição

apresenta algo que de fato é novo, ela também, em uma análise mais detalhada, acabará

se mostrando como uma proposição que contrapõe alguns aspectos anteriormente

conhecidos, estabelecidos ou praticados. A apresentação de algo novo pode englobar,

96

inclusive, proposições de revisão e mudança das convicções e crenças mais profundas

nas quais uma pessoa tem assentado a sua confiança, ainda que inconscientemente.

Apesar de que possa parecer contraditório, muitas vezes as ofertas ou proposições

que mais concedem às pessoas a liberdade de escolha por algo novo, também são

aquelas que mais desafiam e até atemorizam as pessoas pelo fato delas não saberem

como lidar com a novidade quando este contrasta com as suas concepções e práticas

anteriores, algo que pode acontecer de forma muito acentuada ou em especial também

em relação ao Evangelho do Criador.

O Evangelho, tendo a característica de uma oferta de um conjunto de

“boas novas”, propõe muitos “aspectos novos” que possibilitam as pessoas

que o recebem também passarem a viver e andar em conformidade com a

“novidade de vida” que lhes é oferecida pelo Senhor. Entretanto, o

acréscimo de “coisas novas” também pode conflitar com algumas “coisas

antigas ou anteriores” com as quais as pessoas estavam associadas.

O Evangelho de Deus, pelo fato de apresentar “novidade de vida”,

simultaneamente ou inevitavelmente também expõe muitos aspectos

anteriores que as pessoas seguiam ou praticavam e que, inclusive, podem

ter sido praticados já há muito tempo por elas ou na sociedade em que

vivem.

O Evangelho de Deus é um conjunto de dádivas e condições que pode

causar um enorme impacto na vida daqueles a quem é direcionado, razão

pela qual o oferecimento do Evangelho do Criador também se depara com

os mais diversos tipos de reações dos seres humanos.

Ao adentrar nos mais diversos aspectos sobre o Evangelho de Deus,

diversas posições contrárias ao que uma pessoa pratica ou pensa sobre os

aspectos essenciais da vida podem vir à tona, mas não somente isto,

também oposições acentuadas contra a dedicação de uma pessoa ao

precioso e singular Evangelho podem ser erguidas por outros contra ela,

conforme também é claramente mencionada nas Escrituras:

João 15:20 Lembrai-vos da palavra que vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardarem a minha palavra, também

guardarão a vossa.

2 Timóteo 3:12 E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. (RC)

----

Pelo fato do Evangelho ser uma oferta fundamentada na justiça de Deus,

na verdade eterna, e ainda ser distinto de tudo que há no mundo, ele pode,

inclusive, ser evitado por alguns pelo sentimento de vergonha em relação

ao que por meio dele é oferecido, conforme alertado diretamente pelo Senhor

Jesus Cristo às pessoas no mundo:

Marcos 8:35 Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á.

97

36 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

37 Que daria um homem em troca de sua alma? 38 Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do

Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.

Ainda em relação à vergonha, como causa de resistência das pessoas ao Evangelho

de Deus, Paulo, apóstolo de Cristo, explica a sua posição contra a vergonha para com o

Evangelho e porque ele não deixava que a vergonha lhe impedisse de continuar

seguindo ao Evangelho do Senhor:

Romanos 1:16 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e

também do grego; 17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está

escrito: Mas o justo viverá da fé.

2 Timóteo 1:8 Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das

aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, 9 que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos

foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, 10 e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção,

pelo evangelho. (RC) ----

Pelo fato do Evangelho de Deus ser um instrumento que manifesta a glória do

Criador Eterno, também para que as pessoas possam se arrepender da depreciação da

glória que conferem ao Senhor e da imprópria ou excessiva glória que conferem a si

mesmas ou à criação, é inevitável que, diante do Evangelho, as pessoas também sejam

expostas ao ponto que trata da questão sobre o “a partir de quem uma pessoa busca ser

glorificada ou exaltada”.

Por sua vez, a busca por inapropriadas glorificações, reconhecimentos ou

exaltações também pode gerar forte resistência das pessoas ao Evangelho

do Criador, e até fazer com que multidões se privem ou se afastem da

central dádiva celestial que Deus oferece à humanidade, exemplificado por

mais dois textos abaixo:

João 5:39 Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida

eterna, e são elas que de mim testificam. 40 E não quereis vir a mim para terdes vida.

41 Eu não recebo glória dos homens, 42 mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus.

43 Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis.

44 Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros e não buscando a honra que vem só de Deus?

98

João 12:42 Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos

da sinagoga. 43 Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de

Deus. 44 E Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas

naquele que me enviou. 45 E quem me vê a mim vê aquele que me enviou.

46 Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. (RC)

----

Ainda outro fator que pode gerar resistência dos destinatários da oferta de Deus,

quanto à aceitação e recebimento dela, é o sentimento de insegurança deles em relação

ao Evangelho do Senhor.

O sentimento de insegurança é um fator que pode representar uma significativa

influência nas decisões das pessoas, o que, por um lado, não necessariamente é algo

ruim ou danoso se ele servir como prevenção contra decisões precipitadas, mas que,

por outro lado, também pode vir a ser prejudicial se as pessoas estiverem confiantes em

algo que de fato não é tão seguro como elas pensam que é, ou se este sentimento levar

as pessoas a não optarem por aquilo que de fato lhes seria benéfico.

Portanto, as ofertas que contrastam de forma acentuada e clara pontos

que servem de parâmetro de segurança no entendimento das pessoas,

como é o caso do anúncio do Evangelho de Deus, são ofertas que podem

encontrar significativa resistência porque muitas pessoas se apegam

fortemente a aspectos que até então lhes causavam sentimento de

segurança, ainda que aquilo no que confiam não seja seguro de fato.

Diante de algo novo, as pessoas podem adotar uma postura de resistência ao que

lhes é exposto simplesmente por ficarem em uma posição de receio de serem

dissuadidas ou coagidas a deixarem aquilo que até aquele momento lhes pareceu

seguro, e nem chegarem a avaliar de fato aquilo que o Evangelho do Senhor lhes

propõe.

Conforme já comentado acima, a resistência àquilo que causa um sentimento de

insegurança, em muitos casos, pode representar um grande benefício ou servir de

especial proteção a uma pessoa. Por outro lado, muitas vezes, também aquilo que pode

levar uma pessoa à verdadeira liberdade no Senhor pode ser resistido ou rejeitado, e

isto, pelo fato de uma pessoa desconhecer ou não confiar nos aspectos fundamentais

que precisamente são aqueles que ela mais necessita para se posicionar na condição de

verdadeira segurança para a vida dela.

1 Ts 5:3 Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que

está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. 4 Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como

ladrão vos apanhe de surpresa; 5 porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não

somos da noite, nem das trevas.

99

6 Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios.

7 Ora, os que dormem dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam.

8 Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da

salvação; 9 porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a

salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, 10 que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos,

vivamos em união com ele. ----

Além do mais, quando uma pessoa se depara com a proposição do

Evangelho de Deus, que de fato lhe dá liberdade de escolha, também pode

ocorrer a situação dela resistir ou rejeitar o que lhe é proposto por pensar

que ao obter mais informações ela se torne mais responsável pelas suas

decisões, não podendo, portanto, continuar a se ocultar atrás de um

pretexto de responsabilizar ou acusar outros por decisões que na realidade

ela necessita adotar em sua vida.

Assim, embora tenha sido comentado no estudo “O Limite do Evangelho Ilimitado”

de que os destinatários do Evangelho têm um papel determinante no reconhecimento e

aceitação do Evangelho, o entendimento de que no mundo há uma diversidade

de posturas sutis e que levam as pessoas a se posicionarem de forma

contrária ao Evangelho, também pode ser muito significativo para que as

pessoas não se deixem vencer por aquilo que procura se interpor entre elas

e o Evangelho de Amor que lhes é oferecido pelo Senhor.

Por último neste capítulo, gostaríamos de destacar ainda que apesar da resistência

ao Evangelho de Deus muitas vezes se expressar pelo fato das pessoas rejeitarem

ativamente ou passivamente a luz do Senhor porque preferem as trevas, a glória dos

homens ou porque não querem abrir mão daquilo no qual se sentem seguras, a

resistência à dádiva do Senhor também pode ocorrer, em expressiva parte

das situações, pelo fato das pessoas desconhecerem que o Evangelho de

Deus é uma oferta que é fundamentada também na misericórdia, bondade

e longanimidade do Senhor para com cada ser humano.

Deus apresenta o Seu Evangelho de uma maneira tal que os seus destinatários

possam aceitar a Cristo na condição e no local que se encontram quando ouvem o seu

anúncio.

Deus não requer que uma pessoa seja perfeita e isenta de pecados para receber o seu

Evangelho, pois é precisamente por meio do seu Evangelho que o Senhor oferece ajuda

às pessoas para passarem a ser vitoriosas sobre o pecado.

O Evangelho de Deus não exige que os seus destinatários sejam

primeiramente capazes de andar em retidão para que recebam este

Evangelho, pois é por meio do Evangelho que Deus capacita as pessoas a

andarem em retidão e para se reerguerem quando, porventura,

tropeçarem.

A vida em conformidade com o Evangelho de Deus não é como a proposição de vida

sob a lei de Moisés ou da Antiga Aliança, debaixo da qual uma pessoa primeiramente

100

precisaria cumprir toda a lei, o que é impossível, para que, por intermédio das obras da

lei, pudesse obter uma condição de justificação perante a condenação do pecado e

perante o Senhor.

A aceitação do Evangelho de Deus é algo que começa no coração. É algo

que começa por uma confiança interior em Deus e que se expressa em

palavras dirigidas por uma pessoa a Deus a fim de que ela, a partir do

recebimento do Evangelho, também receba a novidade de vida do Senhor

para ser guiada e fortalecida pelo Espírito do Senhor.

As dificuldades ou resistências que as pessoas apresentam para aceitarem o

Evangelho de Deus, são dificuldades que as próprias pessoas, o mundo ou o império

das trevas tentam interpor em relação ao recebimento do Evangelho de Deus.

Razão pela qual, pode ser também tão significativo ter um conhecimento sobre as

maneiras pelas quais as pessoas resistem à dádiva do Senhor para com elas, a fim de

que cada indivíduo possa distinguir que não é o Evangelho que é complexo de ser

recebido e nem é Deus que não quer que as pessoas recebam este Evangelho. Pelo

contrário, Deus amplamente declara o seu anelo para que todos venham a conhecer a

verdade e sejam salvas em Cristo Jesus, bem como declara a simplicidade com a qual o

seu Evangelho pode ser recebido no coração daquele que o quer receber.

1 Timóteo 2:1 Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os

homens, 2 pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e

honestidade. 3 Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,

4 que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.

5 Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem,

6 o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo. (RC)

Romanos 10:8 Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.

9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa

a respeito da salvação. 11 Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será

confundido. 12 Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é

o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

O Senhor Jesus Cristo não fez objeção em estender o Evangelho da Salvação ao

ladrão que foi pendurado em uma cruz ao lado dele, pelo contrário, no exato momento

em que o ladrão clamou ao Senhor por salvação, ele também a recebeu do Senhor,

ainda que em um estado deplorável em que se encontrava crucificado ao lado de Cristo.

101

Paulo, apóstolo do Senhor Jesus Cristo, quando ainda era chamado pelo nome

Saulo, foi perseguidor de Cristo e dos verdadeiros cristãos, e nem mesmo isto foi

impedimento para que recebesse prontamente o Evangelho de Deus quando o Senhor o

ofereceu a ele.

Paulo dá testemunho a respeito de si mesmo dizendo que se Deus estendeu a graça

inclusive a ele quando ainda era perseguidor ferrenho de Cristo e opressor dos filhos de

Deus, Deus certamente também estenderá a graça do Seu Evangelho a todos os demais

destinatários que a quiserem receber no coração.

1 Timóteo 1:15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o

principal. 16 Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que,

em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele

para a vida eterna.

O Senhor Jesus Cristo, Paulo e os demais escritores das Escrituras

afirmam reiteradamente que o Senhor concedeu o Seu Evangelho para a

salvação das pessoas nas suas piores e mais obscuras circunstâncias,

exemplificado por mais alguns textos a seguir:

Marcos 2:17 Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim

pecadores.

Lucas 5:32 Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.

Romanos 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,

seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus

mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;

11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a

reconciliação. ----

Apesar dos seres humanos serem os destinatários do Evangelho de Deus

e ser-lhes estendido também o poder para optarem por aceita-lo ou de

rejeita-lo, eles não têm a capacidade, neles mesmos, de primeiramente se

libertarem das suas prisões e cadeias para, então, se tornarem em algum

tipo de “pessoa boa” que poderia vir a alcançar um mérito apropriado para

receber este Evangelho.

102

Os seres humanos, como destinatários do Evangelho de Deus, cometem

um grande engano quando pensam que podem se libertar das suas

fraquezas, transgressões ou pecados para somente então merecerem ou

estarem aptas a receber o Evangelho de Deus.

Portanto, a percepção de que é impossível se apresentar perfeito diante de

Deus para somente depois receber o Evangelho, pode ser uma percepção

crucial para que uma pessoa saiba que ela não necessita esperar nenhum

minuto a mais para abrir o seu coração para receber o Evangelho do

Senhor.

Lucas 23: 39 Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.

40 Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?

41 Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.

42 E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.

43 Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

O Evangelho de Deus é oferecido pela graça do Senhor a todas as pessoas.

Entretanto, se uma pessoa não compreender que a graça celestial estende a ela também

a misericórdia de Deus para receber o Evangelho em sua condição de pecadora e que

ela necessita do Senhor para alcançar o arrependimento e a novidade de vida, esta

pessoa poderá se deparar com acentuadas dificuldades ou resistências para

compreender que ela sempre foi e no tempo presente continua a ser um destinatário a

quem o Evangelho de Deus já está disponível para ser recebido.

Por fim, para concluir este capítulo, gostaríamos de mencionar ainda que embora

Deus confira às pessoas a oportunidade para elas poderem optar pelo seu Evangelho ou

resisti-lo, o período em que há condições favoráveis para um indivíduo fazer a sua

opção pelo Evangelho não está sob o controle deste pelo tempo que, eventualmente, ele

possa pensar que está, no sentido de achar que pode protelar indefinidamente aquilo

que deveria ser feito no dia que se chama hoje.

Deus, por meio das Suas misericórdias, é poderoso para intervir a favor das pessoas

nas mais obscuras circunstâncias em que elas possam vir a se encontrar. Porém,

também é por isto que os destinatários do Evangelho jamais deveriam desprezar a

bondade de Deus quando esta é oferecida a eles, pois o fato de postergarem a aceitação

da oferta de bondade e misericórdia para com eles, também implica em irem se

distanciando cada vez mais, no coração deles, das únicas dádivas que podem leva-los ao

arrependimento e salvação no Senhor.

Embora a misericórdia de Deus seja capaz de salvar as pessoas em suas

piores condições, se uma pessoa rejeita a misericórdia de Deus,

encontrada também no próprio Evangelho do Senhor, nada lhe resta para

alcançar o arrependimento dos seus maus caminhos.

103

Romanos 2:4 Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao

arrependimento?

A misericórdia de Deus é outro aspecto maravilhoso do próprio

Evangelho do Criador e que jamais deveria ser tomado em pequena conta

por todo aquele a quem o Evangelho celestial é oferecido.

Se, da parte de Deus, a definição do público-alvo do Evangelho abrange

todas as pessoas no mundo, os destinatários deste Evangelho jamais

deveriam considerar a misericórdia de Deus com leviandade e desprezo,

pois ela é o meio que lhes concede a possiblidade de responderem de forma

apropriada ao convite que Deus lhes estende para receberem a salvação e a

novidade de vida do seu Evangelho.

E ainda devido à sua vital importância, o tema sobre a misericórdia de Deus em prol

dos destinatários será tratado muitas vezes nos demais estudos sobre o Evangelho de

Deus, bem como também de forma bem específica no estudo “A Grande Misericórdia

do Pai Celestial” da série de estudos sobre “A Vida do Cristão no Mundo”.

Lamentações 3: 21 Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. 22 As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos

consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; 23 renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.

24 A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.

25 Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.

104

C12. A Entrega e a Sustentação dos Aspectos Oferecidos

por Deus por meio do Seu Evangelho

Um dos momentos de grande alegria para muitas pessoas que fazem alguma

encomenda é o momento da entrega do bem encomendado, tendo em vista que uma

pessoa pode ter sido exposta a uma oferta, ter entrado em um acordo de aceitação desta

oferta, mas ainda assim não ter recebido a entrega do que lhe foi ofertado.

Se uma pessoa, por exemplo, compra um carro, ela geralmente se dirige à loja para

retirar o seu carro. A entrega do carro, neste caso, se dá no espaço indicado pelo

ofertante.

Se uma pessoa compra algo pela internet, geralmente o bem adquirido é enviado ao

local de entrega solicitado pelo comprador.

Se uma pessoa aceitou uma oferta de trabalho, geralmente ela recebe a sua paga pelo

serviço em uma conta bancária.

Se uma pessoa aceitou uma oferta onde outra pessoa lhe oferece a prestação de um

serviço, esta prestação de serviço é realizada no local acordado pelas duas partes, mas,

por outro lado, somente pode ser realizada onde o prestador de serviço pode realiza-la.

O que se conclui do exposto acima, então, é que assim como há uma diversidade de

ofertas, também há uma diversidade de formas de entregas daquilo que é oferecido

pelos ofertantes.

Portanto, a entrega efetiva de algo que foi ofertado também é um aspecto

singular, determinante, muito importante e especial em todo o processo

que envolve o entorno das ofertas, não sendo isto diferente também no que

se refere ao Evangelho de Deus.

Ao longo do presente estudo, o Evangelho de Deus foi considerado como uma oferta

que também entrega o que promete, mas a questão que ainda não foi explorada mais

amplamente até aqui é o que ocorre em relação à entrega do Evangelho ofertado pelo

Senhor.

Ainda outro ponto a ser destacado aqui, é que o fato de ter havido um acordo entre o

ofertante e o destinatário de uma oferta, não garante que aquilo que foi ofertado

sempre chegue a ser entregue de fato. Dependendo do que é oferecido e acordado,

muitas coisas poderão acontecer entre o acordo e a efetiva entrega, podendo ocorrer,

inclusive, uma entrega equivocada ou não esperada de alguns itens.

Se o momento da aceitação de uma oferta sela um acordo entre

ofertante e o destinatário, o momento da entrega serve como ponto de

ratificação do que foi acordado.

O momento da entrega daquilo que foi ofertado ou daquilo que o destinatário espera

receber pode ser um ponto de grande alegria, mas pode ser também um ponto de

grande desapontamento e frustração.

Muitas vezes quando as pessoas concordam em aceitar algumas ofertas que lhe são

apresentadas, elas não avaliam de fato o que lhes está será entregue e quais são as

consequências de receber aquilo que lhes será entregue.

Assim, certamente, uma das formas de avaliar uma oferta apresentada ao

destinatário, é também o exercício de pensar no que será de fato entregue e

qual será o efeito de receber aquilo que será entregue.

105

Uma pessoa, por exemplo, pode se sentir atraída por uma oferta de um móvel que

lhe é apresentado por algum proponente, fazer o acordo de compra deste móvel, mas

perceber que o móvel, após a entrega, trouxe mais desconforto ao ambiente para o qual

foi previsto do que a utilidade ou o conforto almejado.

E os pontos citados nos parágrafos acima, são também de grande importância no

que tange ao Evangelho de Deus.

Pelo fato do Evangelho de Deus ser uma oferta, ele também é

acompanhado de entregas dos aspectos que por meio dele são oferecidos,

mas, por outro lado, convém destacar que Deus somente entrega o que faz

parte deste Evangelho.

Muitas pessoas esperam receber do Evangelho de Deus algumas coisas que não

fazem verdadeiramente parte do Evangelho do Criador ou expressam o desejo de

receber o Evangelho pensando ser ele um meio pelo qual podem alcançar somente o

que elas almejam alcançar. Algumas pessoas se desapontam com o Evangelho de Deus

por não objetivarem de fato o que Deus oferece por meio do Evangelho ou por terem

em mente que o Evangelho é um meio para alcançar o conjunto de dádivas que uma

pessoa pode definir e apresentar a Deus para ser atendido por Ele.

O Evangelho de Deus não é somente uma mensagem, mas também não é um

conjunto de feitos que Deus faz em conformidade com os mais diversos anelos daqueles

que alegam querer receber este Evangelho.

Por meio do Evangelho, Deus provê, sim, inúmeras dádivas e benefícios

em favor daqueles que o recebem. Entretanto, o Evangelho de Deus não é

somente a realização de obras e dádivas de Deus em prol do ser humano de

acordo com o que as pessoas pensam que lhes é necessário.

Deus, por meio do Evangelho, outorga ou confere aspectos

fundamentais, vitais e substanciais necessários às pessoas para que elas

possam viver e andar no caminho da verdade e da salvação de Deus por

meio de um relacionamento com o Senhor. Deus, por meio do Evangelho,

não entrega às pessoas o que elas mesmas pensam que lhes é necessário

para alcançarem o que entendem por salvação, satisfação ou felicidade.

Se uma pessoa fez alguma aproximação com apreço ao Evangelho de Deus, mas não

chegou a experimentar a entrega de alguns aspectos fundamentais que caracterizam o

recebimento do Evangelho em sua vida, ela ainda pode estar em uma condição de

carência do Evangelho apesar de ter expressado uma admiração por ele.

Vejamos a seguir, então, alguns exemplos de aspectos que Deus entrega àqueles que

recebem o Seu Evangelho, o qual também é uma referência à denominada “Nova

Aliança em Cristo”:

Romanos 5:5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é

derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.

Atos 2:17 E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas

profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; 18 até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do

meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.

106

Gálatas 4:6 E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!

Colossenses 1: 26 O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos;

27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da

glória.

Jeremias 32: 39 Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos.

40 Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se

apartem de mim.

Efésios 4:30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.

----

Por meio do Evangelho, Deus confere uma diversidade de benefícios às pessoas que

o recebem, mas por causa disto, também é importante que as pessoas não olhem

somente para as dádivas mais periféricas e fiquem atentas a não se distanciarem das

dádivas centrais que o Senhor lhes concede por meio deste mesmo Evangelho.

Receber o Evangelho de Deus, primariamente, é receber a salvação e a

novidade de vida do Pai Celestial e de Cristo por meio do Espírito Santo

outorgado ao coração daquele que o recebe. E esta novidade de vida é

concedida para ser experimentada de acordo com a vontade do Criador

Eterno, e não de acordo com a vontade das paixões da humanidade.

Receber o Evangelho de Deus também contempla a entrega de uma

condição pela qual uma pessoa pode ter paz com Deus e pode ter acesso

contínuo à graça do Senhor, mas nenhum destes aspectos é entregue

mediante o Evangelho de Deus a um indivíduo de forma dissociada da

entrega, também conjunta, de Cristo Jesus no coração daquele que recebe

o Evangelho do Senhor.

Romanos 5:1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;

2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da

glória de Deus.

Assim, se alguém pensa em receber o Evangelho de Deus sem querer que

também Cristo seja-lhe entregue ou venha a estar em seu coração, esta

pessoa não está de fato almejando o Evangelho do Senhor por não

objetivar o que o Evangelho entrega primariamente e como pré-condição

para as demais dádivas que o acompanham.

107

Embora muitas pessoas que recebem o Evangelho de Deus não façam uso de vários

aspectos que nele estão disponíveis a todos, e nem por isso ficam impedidas de receber

outros itens que o Evangelho oferece, há em relação a este mesmo Evangelho uma série

de aspectos que, quando não aceitos, representam impedimentos para a sua entrega. Se

uma pessoa não quiser que os aspectos fundamentais do Evangelho também lhe sejam

entregues conjuntamente com o próprio Evangelho, ela pode se colocar em uma

posição em que nenhuma parte do Evangelho possa lhe ser entregue.

Se uma pessoa quiser algumas dádivas do Evangelho, como por exemplo a salvação,

mas ela não quiser receber a Luz do Evangelho, ela coloca impedimentos que a abstém

de desfrutar do que o Evangelho entrega, pois tudo o que o Evangelho provê é

permeado pela luz celestial e pela verdade.

João 3: 20 Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras.

21 Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.

Continuando ainda no exemplo acima, se uma pessoa quer receber o Evangelho para

receber a entrega de recursos com o objetivo de crescer em suas práticas do mal, esta

pessoa não está apta a ver a entrega do Evangelho em sua vida, não porque Deus não

queira que ela receba o verdadeiro Evangelho, mas porque aquilo que a pessoa quer

receber não é o Evangelho do Senhor de fato.

Ainda outro ponto a ser visto sobre o que Deus entrega por meio do seu

Evangelho àqueles que o recebem, é o fato de que aquilo que Deus entrega

como aspectos fundamentais do Evangelho para a vida de uma pessoa

também pode causar efeitos de contrariedade ou conflito com alguns

outros aspectos na vida daquele que recebe o Evangelho do Senhor.

Quando uma pessoa recebe a Cristo, ela recebe a paz de Cristo, ela recebe o Espírito

da Paz, mas ao receber o Espírito de Deus, como resultado da entrega do que foi

prometido pelo Evangelho, um conflito desta pessoa com a carne e com o mundo

também pode vir a se intensificar em alguns aspectos, conforme exemplificado abaixo:

Gálatas 5: 16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.

17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que,

porventura, seja do vosso querer.

Além dos feitos de Deus em favor daqueles que recebem o Seu

Evangelho, a presença daquilo que é entregue pelo Evangelho Celestial

também traz grandes efeitos na vida e sobre a vida daquele recebe este

Evangelho.

Se uma pessoa pensa ter recebido o Evangelho de Deus, e absolutamente nada

mudou em sua vida, principalmente no seu interior, ela deveria checar com Deus se ela

já recebeu de fato o que o Senhor lhe prometera no Seu Evangelho.

108

E sabedor de que as pessoas têm dificuldades em validar se elas de fato

receberam o Evangelho de Deus, o próprio Senhor estabeleceu vários

pontos de checagem para confirmar a entrega efetiva do seu Evangelho a

uma pessoa, conforme mencionado em vários textos das Escrituras e dos quais

relembramos alguns abaixo:

Romanos 8:16 O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

Romanos 8:14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.

1 João 1:1 Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai,

Jesus Cristo, o Justo; 2 e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos

nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.

Colossenses 3:15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.

----

O recebimento do Evangelho do Senhor implica em ações de Deus a

favor daquele que o recebe, implica em fatos que registram o recebimento

acontecido, como, por exemplo, ter o nome arrolado na lista celestial dos

membros da família de Deus. Todavia, o recebimento do Evangelho

também implica em que virtudes de Deus sejam depositadas no coração de

quem o recebe, a fim de que uma nova maneira de viver e andar no mundo

seja colocada em prática por meio da instrução, fortalecimento e auxílio

daquilo que foi entregue àquele que creu na oferta de Deus.

Efésios 5:8 Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz

9 (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade),

10 provando sempre o que é agradável ao Senhor. ----

E por fim, neste capítulo, queremos ressaltar mais uma vez que o Evangelho de Deus

também disponibiliza condições para a novidade de vida no Senhor, as quais, sem o

Evangelho, de forma alguma seriam possíveis de serem acessadas.

Hebreus 10:19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,

20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne,

21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus,

109

22 aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com

água pura.

Por meio de Cristo, Aquele que é o aspecto central entregue à pessoa que

recebe o Evangelho de Deus, um indivíduo pode se apresentar perante o

seu Criador e pode desfrutar da comunhão que o Pai Celestial oferece a

todo aquele que recebe o Seu Evangelho, algo que jamais seria possível sem

o recebimento deste mesmo Evangelho Eterno.

Se uma pessoa recebeu verdadeiramente o Evangelho, ela recebeu

também a Cristo em seu coração, e é Cristo que a guiará na restauração da

comunhão com o Pai Celestial.

João 14:6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

Logo após o recebimento do Evangelho, pode ser que uma pessoa ainda não conheça

a Cristo em suas diversas características que já foram anunciadas por Deus ao mundo

por meio do Evangelho. Entretanto, se uma pessoa já recebeu o Evangelho de Deus, ela

já recebeu a Cristo com todas as características que Nele estão.

Assim, nos demais estudos sobre o Evangelho de Deus que seguem adiante, muitas

características de Cristo estão expostas para que o leitor possa ser ensinado sobre

aquilo que já está disponível no Senhor àqueles que recebem a oferta celestial, pois se

alguém já recebeu no seu coração a Cristo como o Senhor, ele também já recebeu a

Cristo com as suas múltiplas virtudes.

Romanos 8:32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com

ele todas as coisas?

Em Cristo, uma nova condição de vida interior é entregue por Deus

aqueles que o recebem, pois em Cristo uma pessoa recebe a novidade de

vida no Senhor para viver e andar nos propósitos de Deus para a sua vida.

2 Coríntios 5:17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.

Deus, por meio do Seu Evangelho, concede as plenas condições para

uma pessoa pode ser colocada na posição de “estar em Cristo”. E uma vez

que uma pessoa aprende o que é “estar em Cristo”, ela também, pelo

mesmo Evangelho, pode aprender como é esta condição de Nova Criatura

que lhe é entregue ao receber o Evangelho de Deus.

Por meio do Evangelho, Deus entregou o seu Filho Amado ao mundo como oferta

para a remissão dos pecados. Entretanto, no tempo presente, Deus continua

entregando o Seu Filho Amado ao coração daqueles que creem Nele, a fim de que estes

110

possam viver e andar em Cristo e para que Cristo possa viver naqueles que o recebem. E

isto, ainda, para que aqueles que recebem a Cristo em sua vida também possam

experimentar a vida da Nova Criatura a qual também lhes é entregue conjuntamente

com o Evangelho de Deus.

Cristo é o meio pelo qual Deus nos oferece a Sua oferta, Cristo é o meio

pelo qual Deus nos entrega a Sua oferta, e Cristo é o meio pelo qual Deus

sustenta de forma viva e plena o que nos é entregue por sua oferta. Cristo é

a oferta que garante a entrega e a sustentação de todas as outras partes da

oferta de Deus concedida às pessoas por meio do Evangelho do Senhor.

Mais uma vez entendemos, então, ser tão importante reconhecer o que está

apresentado nos textos a seguir:

João 1: 15 João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia,

porquanto já existia antes de mim. 16 Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre

graça.

Romanos 5:17 Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça

reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.

111

C13. Concorrências, Resistências e Oposições ao Evangelho

de Deus

A. A Inabalável Posição do Evangelho de Deus Diante das

Opções Alternativas Contrárias a Ele

Concluindo a lista de tópicos que foram citados no primeiro capítulo do presente

estudo, nós gostaríamos de tratar brevemente aqui sobre o ambiente de concorrências

que ocorre em relação às ofertas que são apresentadas às pessoas e, de forma mais

específica, a concorrência que existe no mundo em relação ao oferecimento do

Evangelho de Deus.

Considerando que este último tópico da lista em referência é tão intenso na vida

cotidiana das pessoas, entendemos que este estudo não poderia se eximir de adentrar

em um assunto tão relevante, pois se em relação à exposição de uma proposição ou

oferta apresentada não houver também opções de proposições que se apresentam como

distintas, uma proposição não poderia ser equiparada a uma oferta, aspecto este, que

também se aplica à apresentação do Evangelho de Deus à humanidade.

Não abordar o ambiente ou o cenário de concorrências, resistências e opressões

contra o Evangelho de Deus, seria deixar de mostrar o contexto no qual o Evangelho de

Deus é oferecido e no qual ele também é entregue aqueles que o reconhecem e recebem

em sua vida.

Apesar de ser uma oferta de paz, o Evangelho de Deus não é ofertado pelo Senhor às

pessoas em ambientes de paz, pelo contrário, o Evangelho de Deus é uma oferta de paz

exatamente para quem está em um contexto que se opõem à paz verdadeira.

Mateus 4:16 O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.

Lucas 1:79 Para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.

Por outro lado, avaliar ou observar a oferta do Evangelho de Deus pelo ângulo de

opções que são apresentadas como alternativas a ele também pode elucidar e

evidenciar ainda mais as características singulares do Evangelho do Criador.

Portanto, apesar do Evangelho de Deus, na sua maior parte, poder ser

compreendido pelo conhecimento de suas próprias características, em

grande parte ele também pode ser compreendido por aquilo que ele não é

por aquilo que é evidenciado pelas diferenças que há em relação às opções

que são apresentadas como alternativas ao Evangelho do Senhor.

O objetivo de expor considerações também em relação ao contexto de

opções que são apresentam como alternativas ao Evangelho de Deus, é

tornar ainda mais evidente os benefícios singulares do Evangelho Eterno e

corroborar com eles para que as pessoas possam abrir o seu coração ao

entendimento de que o Evangelho de Deus é uma dádiva sem precedentes

ou incomparável apresentada a elas pelo Senhor Eterno.

112

O fato do Evangelho de Deus ser apresentado em um contexto no qual há outras

ofertas que pretendem competir com ele, que o resistem ou que se opõem a ele, não

denigre em nada o Evangelho do Senhor. Pelo contrário, o fato do Evangelho ser

exposto em meio à diversidade de alternativas também faz com que a sua singularidade

se torne ainda mais exaltada.

O Evangelho de Deus foi manifestado para oferecer justiça celestial, redenção,

libertação, salvação e novidade de vida às pessoas em meio a inúmeras outras

proposições também para que as pessoas saibam que nem a diversidade ou

multiplicação de alternativas, por mais extensa que ela seja, pode prover o caminho de

salvação e suprir o que somente o Evangelho do Senhor pode suprir.

A manifestação do Evangelho de Deus ao mundo foi concedida em meio à

diversidade de alternativas para que as pessoas que o recebem passem a ter

discernimento do bem ou da singular oferta realmente benéfica à vida delas, mas

também para que possam ter discernimento do mal a fim de que percebam e rejeitem

com entendimento celestial as proposições que são apresentadas como alternativas ao

Evangelho e, portanto, contrárias à vontade de Deus.

Hebreus 5:14 Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não

somente o bem, mas também o mal.

O Evangelho de Deus nada tem a temer em relação às alternativas que

procuram se opor a ele ou que procuram oferecer caminhos alternativos

aos seres humanos, pois uma vez que somente o Evangelho tem a luz

celestial, a verdade e o perfeito amor por fundamento, ele jamais poderá

ser abalado, equiparado e muito menos derrotado ou destruído.

A luz não teme as trevas, pois prevalece sobre elas. A verdade não teme a

mentira, pois a mentira é desvendada diante da verdade. E toda vez que a

mentira é desvendada, a evidência da inabalável posição da verdade fica

ainda mais notória.

Aquilo que é perfeito não teme o que é imperfeito, pois o imperfeito

também tem um encontro marcado com o abalo dos seus defeituosos e

corrompidos fundamentos.

João 1:5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

2 Coríntios 13:8 Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade.

1 Coríntios 3:13 Manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a

obra de cada um o próprio fogo o provará. ----

113

Ao longo de todos os séculos da vida na Terra, os seres humanos têm procurado

caminhos alternativos ao caminho de Deus para as suas vidas. Entretanto, também pelo

fato de repetidamente não terem encontrado algum caminho minimamente satisfatório

para os seus maiores desafios, as suas proposições alternativas, invariavelmente,

reiteram que a criatura, por si só, não consegue solucionar aquilo que somente o

Criador Eterno pode prover aos seres humanos.

Em suas buscas por proposições que são apresentadas como possíveis alternativas

ao Evangelho de Deus, sem de fato encontrarem uma solução satisfatória, as pessoas

acabam por demonstrar, vez após vez, que o Evangelho de Deus é distinto de todas as

demais proposições que há no mundo.

Além disso, quando as pessoas procuram propor caminhos alternativos ao

Evangelho de Deus que, inclusive, procuram reproduzir aspectos apresentados pelo

próprio Evangelho, tanto mais elas também tornam evidente a distinta posição e o

valor que o Evangelho do Criador representa, chegando ao ponto de tentarem copiá-lo,

imitá-lo ou assemelhá-lo em algumas de suas características.

Por mais que se multiplique a diversidade de proposições que são

apresentadas como alternativas ao caminho de salvação e novidade de vida

que Deus oferece em Cristo Jesus, o Evangelho de Deus sempre deteve e

sempre deterá uma posição única ou distinta de qualquer outra proposição

que possa surgir no mundo, não podendo ele ser copiado, imitado,

igualado, emparelhado ou substituído.

Salmos 146:3 Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação.

4 Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.

5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no SENHOR, seu Deus,

6 que fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e mantém para sempre a sua fidelidade.

Isaías 45:21 Declarai e apresentai as vossas razões. Que tomem conselho uns com os outros. Quem fez ouvir isto desde a

antiguidade? Quem desde aquele tempo o anunciou? Porventura, não o fiz eu, o SENHOR?

Pois não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim.

22 Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.

24 De mim se dirá: Tão-somente no SENHOR há justiça e força; até ele virão e serão envergonhados todos os que se irritarem contra ele.

114

B. O Ponto em Comum das Opções Que São Apresentadas

como Alternativas ao Evangelho de Deus

Uma das características dos contextos de ofertas, já mencionada anteriormente, é a

multiplicidade de opções que uma pessoa tem diante de cada proposição.

Se algo é oferecido a uma pessoa e ela, por exemplo, pode decidir por aceita-lo ou

por rejeitá-lo, ela já tem diante de si ao menos duas alternativas.

Portanto, qualquer opção de poder não aceitar uma determinada

proposição exposta já caracteriza uma opção alternativa à oferta

apresentada.

Aplicando, então, a consideração do parágrafo anterior ao Evangelho de Deus,

poderíamos dizer que qualquer posicionamento de não aceitação do Evangelho também

é uma opção alternativa a este Evangelho.

Qualquer sugestão de postura, ação ou caminho que sinalize aos seres

humanos alguma alternativa de não aceitação deste Evangelho, ou que

indique uma possibilidade de postergação da aceitação deste Evangelho, é,

portanto, também uma opção alternativa ao Evangelho.

Os destinatários das mais variadas ofertas podem também ter variadas atitudes em

relação a cada uma das proposições. Uma pessoa pode ignorar uma oferta, pode rejeita-

la de forma ativa, pode aceita-la ou pode postergar para um momento futuro a decisão

de aceitação ou rejeição da oferta.

Entretanto, a existência de opções alternativas a uma determinada oferta

não implica em dizer que cada uma destas opções alternativas seja

realmente boa e que tenha como objetivo o bem daquele a quem a opção é

oferecida.

O fato de uma pessoa ter a possibilidade de optar pela aceitação ou pela rejeição de

uma oferta não significa dizer que qualquer escolha que ela fizer desembocará em uma

boa destinação ou em consequências benéficas. Se uma oferta é apresentada para uma

pessoa para o bem efetivo dela e a opção de rejeição desta implica em danos a esta

pessoa, a opção alternativa de não aceitação da oferta efetivamente não é boa.

Portanto, o simples fato do Evangelho de Deus ser apresentado aos seres

humanos como uma oferta, e o fato das ofertas, por sua vez, serem

apresentadas em contextos com uma diversidade de opções, não implica

em dizer que possam existir outras opções alternativas boas ou

verdadeiras para a salvação e novidade de vida no Senhor além da opção

da aceitação do Evangelho de Deus.

Apesar do Evangelho de Deus ser apresentado como uma oferta e, por isto, ser

facultado às pessoas não o receberem, a não aceitação dele não é benéfica para aquele

que opta por uma opção alternativa a este Evangelho.

Apesar de muitas pessoas fazerem grandes defesas em prol das francas

concorrências e da diversidade de ofertas, isto jamais deveria ser tomado como uma

verdade absoluta, pois há muitas concorrências que são muito más, perversas e que

multiplicam muitos danos entre as pessoas.

115

Uma enorme parte das competições entre os seres humanos nascem de

preocupações ou desejos indevidos ou maus e que são contrários à vontade de Deus,

exemplificado por alguns textos a seguir:

1 Coríntios 3:3 Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?

Tiago 3:13 Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras.

14 Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a

verdade. 15 Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena,

animal e demoníaca. 16 Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda

espécie de coisas ruins.

Eclesiastes 4:4 Então, vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é

vaidade e correr atrás do vento.

Salmos 36:1 Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos.

2 Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniquidade não há de ser descoberta, nem detestada.

3 As palavras de sua boca são malícia e dolo; abjurou (renunciou,

renegou) o discernimento e a prática do bem. 4 No seu leito, maquina a perversidade, detém-se em caminho que

não é bom, não se despega do mal. ----

As considerações sobre as motivações e os propósitos associados às concorrências

são muito importantes de serem observados, principalmente quando elas se referem ao

Evangelho de Deus.

A questão da concorrência em relação ao Evangelho de Deus é muito

diferente de diversas concorrências que há no mundo, pois, no caso

específico do Evangelho, não há competição ou concorrência com ele que

tenha por objetivo o bem das pessoas a quem o Evangelho é direcionado.

Uma vez que o Evangelho oferecido pelo Senhor é apresentado como a

única oferta digna de ser recebida para a salvação eterna e para que o

relacionamento e a comunhão com o Criador possam ser reestabelecidos

nas condições que Deus intenta para as pessoas, qualquer concorrência ao

Evangelho de Deus é uma concorrência desonesta, desleal aos propósitos

do Evangelho e que, ao final, não objetiva o bem dos destinatários deste

Evangelho.

Não há como tentar fazer uma concorrência ao Evangelho de Deus sem

entrar no campo da concorrência que apela para a mentira, para o engano

e para a tentativa de distorção dos aspectos apresentados pelo Evangelho

do Senhor.

116

O fato dos aspectos oferecidos pelo Evangelho de Deus serem singulares,

incomparáveis, insubstituíveis e que não podem ser superados jamais, ou até igualados,

também implica no fato de que nenhuma outra oferta ou proposição no universo possa

oferecer o que o Evangelho de Deus oferece, restando às outras opções que objetivam

concorrer com o Evangelho apresentarem somente caminhos que são contrários ao

caminho do Senhor.

Portanto, conforme dito pelo Senhor Jesus Cristo, quanto ao Evangelho de Deus,

somente há duas posições que uma pessoa pode adotar, a saber:

Mateus 12:30 Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não

ajunta espalha.

Qualquer oferta que tente concorrer com o Evangelho não tem

propósitos, motivações e fundamento que procedem de uma fonte que

almeje verdadeiramente o bem daqueles a quem ela é oferecida.

Um aspecto que é encontrado em todas as ofertas que tentam fazer concorrência ao

Evangelho de Deus, é que elas são proposições que visam provocar uma resistência e

oposição a este Evangelho, ainda que alguma pessoa que as apresente não o faça

consciente da contrariedade que está oferecendo contra o Evangelho do Senhor.

Por fim neste tópico, considerando que o Evangelho de Deus é a suprema “boa nova

de Deus”, a única maneira de uma pessoa alcançar a justiça e salvação de Deus, e o

único caminho para uma pessoa retornar à instrução de Deus para a sua vida, as

apresentações de ofertas denominadas como benéficas, mas que contrariam as

verdades do Evangelho de Deus, são tentativas de “chamar o mal de bem e o bem de

mal”. São tentativas que se insurgem contra a verdadeira sabedoria e que têm por alvo

obstruir a única justiça que realmente pode remir e reestabelecer o ser humano à

condição digna que Deus almeja para cada indivíduo.

Isaías 5:20 Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da

escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!

21 Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!

22 Ai dos que são heróis para beber vinho e valentes para misturar bebida forte,

23 os quais por suborno justificam o perverso e ao justo negam justiça!

Assim, ainda a respeito do ponto em comum à todas opções que se

apresentam como alternativas ao Evangelho de Deus, é que elas não são

somente opostas a este Evangelho, mas elas essencialmente são opostas

também àqueles a quem o Evangelho de Deus é direcionado, ainda que

muitas vezes se escondam atrás de uma alternativa aparentemente boa ou

até com algumas aparências de similaridade com o Evangelho do Senhor.

João 7:24 Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta

justiça.

117

C. Razões Cruciais Pelas Quais as Pessoas Buscam e

Aceitam as Opções Alternativas ao Evangelho de Deus

Nos diversos capítulos anteriores deste estudo, procuramos expor muitas razões

pelas quais o Evangelho de Deus foi introduzido no mundo como uma oferta e porque

uma pessoa deveria considerar recebe-lo, mas neste novo tópico gostaríamos de

ponderar também sobre quais poderiam ser algumas das principais razões pelas quais

há tantas opções alternativas no mundo e que visam fazer com que as pessoas não

cheguem a receber o Evangelho do Senhor ou para que não permaneçam nele.

Tende em mente que o Evangelho de Deus é a suprema oferta de Deus à

humanidade e a maior “boa nova” de todos os tempos, a indagação das razões pelas

quais as pessoas não o querem receber pode parecer intrigante, mas na realidade ela

pode ser muito significativa.

Saber que há e quais são algumas das mais expressivas opções alternativas ao

Evangelho de Deus pode ser muito útil para discernir as opções que se opõem à este

Evangelho, mas conhecer as razões que levam as pessoas a buscarem e optarem por

estas opções alternativas é ir mais a fundo no assunto, é avançar para pontos mais

objetivos na identificação das raízes destas opções alternativas.

Conforme também mencionado nos capítulos anteriores, considerar que toda opção

alternativa ao Evangelho de Deus é contrária ao Evangelho, não implica em dizer que

toda opção alternativa ao Evangelho tenha sido criada conscientemente ou

intencionalmente pelo ofertante para ser contrária ao Evangelho. Por outro lado,

entretanto, isto também não implica em dizer que toda opção alternativa ao Evangelho

tenha sido criada somente por ignorância. Por isto, pode ser tão importante refletir e

falar abertamente sobre as razões que estão por detrás do surgimento das opções

alternativas ao Evangelho de Deus, quer tenham surgido por ignorância, de forma

premeditada ou por ação intencional.

Assim, partindo primeiramente do aspecto da ignorância, as Escrituras relatam

que o fato de diversas pessoas ainda não terem ouvido falar sobre o Cristo

do Evangelho, naturalmente também expressa uma das grandes

possibilidades pelas quais o Evangelho ainda não tenha sido recebido por

muitos, bem como também pode ser um fator de contribuição para o

surgimento de muitas alternativas contrárias a ele.

Há vários textos das Escrituras que mencionam a atuação da condição de ignorância

também no sentido de as pessoas seguirem caminhos contrários à vontade de Deus por

causa do desconhecimento do caminho do Senhor, conforme exemplificado abaixo:

1 Coríntios 12:2 Sabeis que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados.

1 Pedro 1: 13 Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na

revelação de Jesus Cristo. 14 Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que

tínheis anteriormente na vossa ignorância. ----

118

Por outro lado, conforme já mencionado, as Escrituras também nos informam que o

desconhecimento da oferta do Evangelho de Deus não é o único motivo para ele não ser

aceito. Há muitas pessoas que já foram expostas ao Evangelho de Deus, mas que ainda

assim preferem escolher as opções apresentadas como sendo alternativas ao Evangelho.

As Escrituras são claras em afirmar que nem todas as pessoas estão dispostas a

receber o que lhes é oferecido graciosamente dos céus, aspecto também exemplificado

no texto a seguir:

Romanos 10:18 Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até

aos confins do mundo. ...

16 Mas nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação?

O fato de uma pessoa que teve a oportunidade de ouvir o anúncio do Evangelho de

Deus optar por permanecer ignorante sobre o Evangelho, já a coloca em uma situação

na qual a alegação de ignorância não é mais cabível. A opção de uma pessoa por sequer

querer ouvir sobre o Evangelho que é anunciado a ela, a coloca em uma situação que ela

não mais se enquadra nos casos de não lhe ter sido oferecido conhecer ao menos alguns

aspectos do Evangelho, pois já lhe foi oferecido o “tempo para deixar de ser ignorante”

sobre o Evangelho do Senhor.

Embora o desconhecimento de que o Evangelho de Deus é destinado a todos os seres

humanos possa representar uma significativa parcela das razões pelas quais o público-

alvo do Evangelho não o receba, há também outras razões que fazem as pessoas

resistirem ao Evangelho ou buscarem por outras opções ainda que já tenham ouvido o

anúncio sobre ele.

Assim, após observar que algumas pessoas não recebem o Evangelho do

Senhor mesmo após ouvirem o anúncio dele, pode ser visto que o

Evangelho, apesar de ser a suprema e mais preciosa “boa nova” de Deus

para os seres humanos, não agrada a todas as pessoas e nem ele é visto

como uma dádiva desejável por todas as pessoas.

Apesar do Evangelho de Deus ser oferecido pelo Senhor por meio da Sua graça, do

Seu amor e para o bem daqueles a quem é direcionado, ele não é bem-vindo ou bem

aceito por todos que ouvem sobre ele, pois nem todos querem aquilo que o próprio

Deus oferece diretamente a eles.

2 Timóteo 4:3 Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias

cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4 e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.

Todavia, saber que o Evangelho de Deus não é agradável a todos também ainda não

é o cerne da questão.

119

O cerne da questão que leva as pessoas às opções apresentadas como

alternativas ao Evangelho, quando elas já não podem mais alegar

ignorância por terem tido a oportunidade de conhecer o Evangelho, está,

então, nas razões pelas quais o Evangelho não é de interesse de ser

recebido por aqueles que já tiveram a oportunidade de ouvir o anúncio

sobre ele ou que até já chegaram a se informar de forma mais detalhada

sobre o Evangelho.

Conhecer as razões pelas quais o Evangelho de Deus não é de agrado a todos para os

quais ele é anunciado é mais significativo do que simplesmente saber que ele não é

aceito por todos.

Portanto, dando sequência a uma averiguação específica sobre algumas razões pelas

quais as pessoas se inclinam para opções apresentadas como alternativas ao Evangelho

de Deus, sendo a simples rejeição do Evangelho também uma destas opções, pode ser

percebido que o desagrado com o Evangelho de Deus, entre outros, pode ser causado

também:

1) Pela imutabilidade do que O Evangelho é;

2) Pelo que o Evangelho contém, oferece e entrega;

3) Pelo que o Evangelho propõe produzir ou causar na vida daquele que o recebe.

Em relação ao primeiro item acima exposto, há no mundo muitas pessoas que

se desagradam do Evangelho por não poderem acrescentar ou suprimir

nele características fundamentais que elas gostariam de ver modificadas

no Evangelho do Senhor.

No mundo, há muitas pessoas que, por exemplo, e conforme já comentado

anteriormente, se desagradam do Evangelho de Deus por ele não ser passível de ser

adquirido por preço ou por obras, pois desta forma também não podem exigir do

Evangelho o que elas querem em troca da paga que gostariam de fazer para obtê-lo.

No mundo, também há muitas pessoas que se desagradam do Evangelho de Deus

por ele ser anunciado pelo Senhor como o caminho singular para a vida eterna, pois

muitos prefeririam que o Senhor anunciasse o Evangelho como uma possível opção ou

um dos caminhos, entre vários, para a vida eterna, a fim de que pudessem ser poupados

de constrangimentos por não precisarem rejeitar outras opções que lhes são propostas.

Em relação ao segundo item acima exposto, há muitas pessoas que se

desagradam do Evangelho por não desejarem receber alguns dos aspectos

que por meio dele são conferidos à vida delas.

No mundo, há muitas pessoas que até gostariam de receber diversas partes do

Evangelho de Deus, como, por exemplo, a salvação, a paz interior, possíveis bênçãos

materiais, mas que, ao mesmo tempo, não querem receber outros aspectos que

inevitavelmente acompanhariam o Evangelho caso o recebessem, como, por exemplo, a

luz e a justiça do Senhor para discernirem o bem e o mal, a presença do Espírito Santo

chamando-os para andarem como filhos da luz, e assim por diante, conforme já visto

também no capítulo sobre o público-alvo do Evangelho.

Entretanto, talvez seja no terceiro item acima mencionado que também o primeiro e

o segundo aspectos se tornem mais notórios, pois em relação ao Evangelho de

Deus há muitas pessoas que se desagradam dele por causa daquilo que o

Evangelho pode produzir, causar ou modificar na vida delas.

120

Saber que o Evangelho de Deus é uma oferta acompanhada de uma proposição de

mudanças profundas na vida de quem o recebe, pode ser crucial para a decisão de

receber o Evangelho e permanecer nele ou para a decisão de rejeitá-lo, optando uma

pessoa, neste último caso, passivamente ou ativamente por caminhos denominados de

alternativos ao Evangelho do Senhor.

À luz do que uma oferta pode causar na vida de uma pessoa, fica evidenciado que o

valor de uma oferta está associado àquilo que ela é, ao que ela contém e entrega, mas

também àquilo que ela pode produzir de mudança na vida daqueles que a recebem.

A intervenção de Deus por meio do Seu Evangelho na vida de um indivíduo está

longe de ser fraca, pequena, medíocre ou pouco expressiva. O recebimento do

Evangelho de Deus abre o caminho para que uma pessoa experimente fatos e ações na

sua vida que jamais poderão ser produzidos por qualquer outra oferta que há no

Universo. Por meio da atuação do Evangelho, ocorrem rompimentos de cadeias,

grilhões, opressões e dominações nos mais profundos recônditos da alma de uma

pessoa, transformando a pessoa de dentro para fora, do interior para exterior.

Romanos 8:15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para

viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.

Gálatas 5:1 Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.

Hebreus 2:15 e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

Romanos 1:16 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e

também do grego. 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé,

como está escrito: O justo viverá por fé.

Apesar do Evangelho de Deus ter sido apresentado diante do mundo em humildade

e em circunstâncias onde Deus permitiu que ele fosse desprezado, está muito claro nas

Escrituras que o Evangelho jamais careceu de firmes propósitos e de consistente

fundamento para que cada um dos seus propósitos também fossem e continuem a ser

cumpridos. O fato de Deus apresentar a si mesmo e a Sua oferta em humildade não

diminui em nada a Sua força e o Seu poder.

1 Coríntios 1:25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

1 Coríntios 2:4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do

Espírito e de poder, 5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no

poder de Deus.

121

Efésios 1: 17 ... para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de

revelação, 18 tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que

saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos

19 e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,

20 que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus,

21 acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no

vindouro.

O fato de Deus apresentar o Seu Evangelho cordialmente e com longanimidade não

deve ser considerado como falta de solidez, firmeza de propósito e consistência do

conteúdo ou de qualquer parte do Evangelho.

O fato de o Evangelho ser oferecido com singeleza, de forma respeitosa, e em

humildade jamais deveria ser confundido com a ideia de que no Evangelho há falta de

poder ou que a sua manifestação na vida de um indivíduo refere-se a uma intervenção

débil ou inexpressiva.

O Evangelho de Deus compreende um conjunto enorme de fatores reais, poderosos e

práticos que acompanham a sua aceitação por uma pessoa. E não é possível dissociar o

recebimento do Evangelho de Deus dos itens centrais que o compõe e que estão

determinados para serem entregues no momento em que as pessoas o recebem.

O Evangelho de Deus não é um conceito teórico, não é uma mera mensagem

composta por belas palavras que visam prover efeitos de “autoajuda” inspiradores e

animadores naqueles que ouvem o seu anúncio, nem é uma proposição que visa induzir

as pessoas à busca de pensamentos positivos sobre si mesmas ou pensamentos

otimistas sobre a vida.

O Evangelho de Deus, dentre muitos outros aspectos, é:

1) Uma oferta substancial que causa uma mudança consistente e profunda;

2) Uma oferta de um novo nascimento com um espírito renovado por Deus;

3) Uma oferta que concede um novo coração àquele que o recebe;

4) Uma oferta que concede a presença do Senhorio de Cristo no coração de quem

Nele crê;

5) Uma oferta de concessão do Espírito Santo ao coração das pessoas para atuar

nelas como uma fonte de águas vivas que nunca cessam;

6) A oferta de “Deus Conosco” na menor distância possível, pois é “Deus

Conosco” dentro do próprio coração daquele que o recebe;

7) A oferta do recebimento de um novo conjunto de virtudes celestiais,

percepções e instruções sobre a vida que igualmente é colocado junto ao coração

e que pode ser acessado pela comunhão com o Senhor Cristo Jesus;

8) A oferta celestial que permite uma pessoa experimentar a passagem de status

de criatura para a condição de um Filho do Deus Vivo gerado por meio do novo

nascimento mediante a fé em Cristo Jesus.

122

Há uma vasta quantidade de textos nas Escrituras que explicam o que está sendo

exposto acima, sendo que a seguir citamos somente alguns deles:

João 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;

13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

Ezequiel 36:26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.

Efésios 3:17 E, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor.

Colossenses 1:27 Aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a

esperança da glória. ----

O pensamento de receber o Evangelho de Deus sem esperar grandes e

impactantes mudanças é completamente contrário ao que o próprio

Evangelho de Deus propõe.

Entretanto, por mais estranho que possa parecer, apesar do Evangelho de Deus

ser uma dádiva concedida à partir do amor e da graça de Deus, e apesar do

Evangelho ser dado por Deus para o bem de todas as pessoas, muitos

indivíduos não querem receber a dádiva que lhes é oferecida, precisamente

por causa dos efeitos que o bem, a verdade e a justiça de Deus podem vir a

representar na vida deles no mundo.

Embora o Evangelho de Deus seja concedido pela graça de Deus e não por preço

para ser adquirido, isto não significa que a aceitação do Evangelho não implique em

grandes consequências na vida daquele que o aceita, bem como no relacionamento

desta pessoa com aquelas que estão ao seu redor, o que, por sua vez, também causa

resistência ao recebimento do Evangelho.

Algo muito relevante a ser compreendido sobre as dádivas é que mesmo que elas

sejam dadas não por preço, sejam dadas de graça, elas podem vir a ocupar um espaço

na vida daquele que as recebem, bem como podem vir a competir com outras coisas que

já estão ocupando alguns espaços.

Portanto, as concorrências, resistências e oposições contrárias ao

Evangelho de Deus são em tão grande número pelo que o Evangelho vale,

bem como também pelo que ele produz, e não pelo que ele não vale ou pelo

que ele não produz.

O poder de transformação concedido por Deus, por meio do Seu

Evangelho, é também uma das razões que desperta tão grande competição,

resistência e oposição ao Evangelho do Criador.

123

Aquilo que o poder transformador do Evangelho pode vir a produzir na

vida de um indivíduo, pode vir a conflitar com outros interesses que

também são almejados pelas pessoas, inclusive também por aqueles que

até poderiam vir a demonstrar uma certa simpatia ou interesse em receber

algumas partes do Evangelho do Senhor.

O desagrado ou a decepção com o Evangelho muitas vezes ocorre também pelo fato

do Evangelho não ser amoldável a tudo aquilo que as pessoas gostariam de ter, manter

ou ser simultaneamente à presença do Evangelho na vida delas.

Uma das grandes resistências à aceitação do Evangelho de Deus está no fato de que

o Evangelho conflita com muitas outras coisas que diversas pessoas também apreciam e

que não necessariamente cooperam para o bem delas.

Destacamos aqui, então, que o Evangelho de Deus é uma oferta de paz em

um determinado sentido, mas ele também é uma oferta de confronto a

diversas posições que muitas pessoas querem continuar adotando.

João 14:27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

Mateus 10: 32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos

céus; 33 mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o

negarei diante de meu Pai, que está nos céus. 34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas

espada.

O Evangelho de Deus é uma oferta que expande os horizontes que uma

pessoa pode atingir, mas ele também é uma oferta que propõe reduções de

alguns espaços que muitas pessoas querem preservar.

O Evangelho de Deus é uma dádiva que oferece benefícios imensuráveis

àqueles que o recebem, mas ele também é uma oferta que propõe uma

restrição às opções das inclinações do coração em relação a uma série de

práticas ou coisas que muitas pessoas almejam alcançar ou continuar

possuindo.

Apesar do Evangelho de Deus ser uma oferta que oferece vida sem fim

ou eterna em Deus, ele também apresenta uma proposta de vida que tem

por característica respeitar uma série de limites para o benefício daqueles

que a recebem.

Mateus 7:13 Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que

entram por ela; 14 E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida,

e poucos há que a encontrem. (RC) ----

124

Apesar do Evangelho de Deus ser uma oferta reconciliatória, ele também

expõe muitas coisas que são opostas a ele e que jamais poderão ser

conciliadas com ele.

Não há como conciliar, por exemplo, a busca de uma vida dependente de Deus com a

busca por uma vida independente de Deus, assim como não há como conciliar a escolha

por uma forma de viver e andar que procura realizar a vontade de Deus com uma forma

de viver e andar que quer realizar vontades contrárias à vontade eterna do Senhor.

O Evangelho de Deus foi manifesto ao mundo para expor novos desafios

à vontade do ser humano, e ele, inclusive, foi concedido para oferecer uma

nova maneira de um indivíduo lidar com o seu querer e em relação ao

querer daqueles que o rodeiam, aspecto este, que para muitos, também

causa tão grande desagrado ou resistência ao Evangelho do Senhor.

Portanto, as proposições apresentadas como alternativas ao Evangelho de

Deus, no final das contas, estão associadas, de alguma forma, à raiz de um

conflito de interesses entre a vontade da criação e do Criador.

Um fato inevitável no mundo é que nele há uma série de opções não

conciliáveis umas com as outras, e é neste espaço de incompatibilidade que

as opções denominadas de alternativas ao Evangelho também encontram o

seu lugar de manifestação e aceitação por muitos.

Escolher algumas coisas em detrimento de outras é uma parte inegociável da vida, é

uma parte integrante da vida prática. Entretanto, ao mesmo tempo, a necessidade de

realizar escolhas ou decisões, pode gerar enormes conflitos de interesses, os quais, por

sua vez, na tentativa de acomodar os desejos e interesses individuais das pessoas,

podem vir a se tornar a motivação e a força para a criação da diversidade de opções que

se apresentam como alternativas ao Evangelho.

Quando uma pessoa começa a almejar algo que não lhe é pertinente ou apropriado

diante dos olhos do Senhor, ela começa a adentrar em uma esfera muito delicada e

começa a adentrar em uma área de grande risco para a sua própria vida, pois nem tudo

o que alguém deseja lhe é cabível ou lhe será benéfico se for almejado, alcançado ou

recebido, conforme mais um exemplo abaixo:

Provérbios 23:4 Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a tua inteligência.

5 Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois, certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos

céus. 6 Não comas o pão do invejoso, nem cobices os seus delicados

manjares.

Há muitas situações na vida em que uma pessoa pode escolher simultaneamente

vários aspectos, mas por outro lado, também há várias situações na vida em que uma

pessoa é exposta a selecionar um só aspecto em detrimento de outros.

As situações em que uma pessoa precisa optar por um aspecto em detrimento de

outro, podem ser, por exemplo, em função de restrição de espaço, tempo, recursos ou a

incompatibilidade entre as opções diante das quais a pessoa se encontra.

125

Uma pessoa não pode estar fisicamente em dois lugares ao mesmo tempo. Uma

pessoa não tem todo o tempo do mundo para poder fazer todas as coisas que lhe são

sugeridas para serem feitas em um mesmo dia. Por mais que uma pessoa tenha

abundância de recursos, ela não pode comer diariamente toda a comida que os seus

recursos lhe permitem comprar.

Por mais recursos que uma pessoa possua, ela não pode ter tudo. Por mais

habilidade que uma pessoa tenha na otimização do seu tempo, ela não pode fazer tudo.

Por mais disponibilidade de tempo que uma pessoa tenha, ela não poder ir e estar em

todos os lugares ao mesmo tempo.

O ser humano, como criatura, é um ser limitado que não tem tudo, que não sabe

tudo e que não consegue estar ao mesmo tempo em todos os lugares que almeje estar, e

particularmente também é esta limitação que muitas vezes e em todas as gerações tem

se tornado em um ponto de reincidente tentação.

Adão e Eva, apesar de terem à disposição deles uma farta abundância, foram

tentados e cederam ao pecado precisamente na área de suas limitações.

Assim, um adequado posicionamento de uma pessoa em relação às suas

limitações é um dos pontos mais cruciais da sua vida e, principalmente,

também quanto ao posicionamento dela em relação ao Evangelho de Deus.

Se, por um lado, há muitas superações de limitações que são benéficas ao ser

humano, por outro lado, há várias limitações em relação às quais o esforço para tentar

supera-las é em vão.

Deus, como o Criador do ser humano, é todo-poderoso e oferece riquezas e

maravilhas inesgotáveis para serem exploradas e conhecidas. Entretanto, Deus também

é santo, reto e justo para com todos, sendo o próprio Senhor Criador respeitador de

muitos limites sem que isto o torne em um Deus que seria desprovido de soberania,

poder e insondáveis recursos e riquezas.

Quando uma pessoa almeja crescer no conhecimento de Deus e naquilo que o

próprio Deus lhe oferece e disponibiliza, ela está em concordância com o querer de

Deus, pois Deus também almeja que as pessoas se aproximem Dele e conheçam mais ao

Senhor de suas vidas e as abundâncias que Ele tem para oferecer a elas. Há uma

enormidade de aspectos que Deus deseja compartilhar com as pessoas, há um número

incontável de benefícios e boas dádivas que Deus quer compartilhar com aqueles que o

buscam.

2 Coríntios 9: 8 E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência,

superabundeis em toda boa obra. (RC)

Entretanto, um expressivo conflito do ser humano se manifesta quando

uma pessoa não se satisfaz com aquilo que Deus quer lhe dar ou não se

satisfaz com as condições de retidão e justiça pelas quais o Senhor quer

repartir as suas dádivas ou, ainda, quando uma pessoa não se satisfaz com

o que Deus recomenda ela abrir mão para o próprio bem dela.

126

Os desejos e ações que levaram o ser humano a carecer da glória e do

relacionamento com Deus, continuam sendo os mesmos desejos e ações que resistem

ao Evangelho e que rivalizam com os aspectos e propósitos de Deus apresentados aos

seres humanos por meio do seu Evangelho.

A inclinação à uma vontade que conflita ou contraria a vontade de Deus

é uma das razões centrais que motiva as pessoas a buscarem com tanto

afinco pelas opções que são apresentadas como alternativas ao Evangelho

Celestial.

A raiz das razões centrais da busca pelas opções apresentadas como

alternativas ao Evangelho de Deus, exceto quando as pessoas ainda não

ouviram falar sobre ele, portanto, está baseada em um “conflito de

vontades”.

Mateus 7:21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

Um dos principais conflitos do ser humano, a quem é concedido a

possibilidade de escolher aceitar o Evangelho de Deus mediante a fé ou de

poder rejeita-lo passivamente ou ativamente, sempre foi e continua sendo

a opção de escolha entre a vontade de Deus e a vontade própria ou da

criação.

Há um espaço particular na vida de cada ser humano onde este pode escolher se ele

será ou não ocupado pelo Senhor. Embora este espaço não seja, por criação, um espaço

destinado a ser exclusivamente do ser humano, é dado ao ser humano escolher se Deus

terá ou não a primazia nele. Razão pela qual, a resistência à primazia que é devida a

Deus neste lugar tão precioso também se torna em um dos motivas centrais pelos quais

muitas pessoas apreciam tanto as opções consideradas como alternativas ao Evangelho

de Deus.

De certa forma, poderíamos dizer, então, que a aceitação ou a rejeição do Evangelho

de Deus pode ocorrer até independentemente do Evangelho e do que nele está contido.

Ou seja, se uma pessoa não estiver disposta a permitir que a sua própria vontade seja

confrontada, ela também resistirá o Evangelho, independentemente do quão precioso

ou benéfico seja aquilo que o Evangelho lhe oferecer.

Não há como uma pessoa querer amar, glorificar e adorar a Deus

sustentando, ao mesmo tempo, o próprio querer dela em primeiro lugar ou

acima da vontade do Senhor.

Uma questão central com a qual o ser humano se depara diariamente é

sobre quem ocupa o primeiro lugar em sua vida ou do seu amor. Uma área

extremamente preciosa do ser humano é o espaço no qual é definido a

“quem” um indivíduo ama acima de todos e de todas as outras coisas.

A disputa em torno do primeiro amor de um coração é o território da

mais significativa disputa e conflito que pode haver para uma pessoa.

E a verdadeira liberdade é aquela que proporciona a liberdade para uma

pessoa poder escolher amar Àquele a quem é devido o amor acima de todos

e de todas as coisas.

127

O Evangelho de Deus, portanto, (1) é uma manifestação da motivação e

ação do amor de Deus, que resultou em (2) uma oferta de amor, para que

(3) as pessoas também possam ser livres para poderem fazer uma opção de

amarem a Deus a partir da mesma fonte de amor pela qual elas são amadas

pelo Senhor.

1 João 4:19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.

A liberdade oferecida por Deus, por meio de Cristo Jesus, é a liberdade

que possibilita os seres humanos poderem optar por Aquele que deveria

ser o primeiro amor de cada indivíduo, o qual é o próprio Senhor Criador.

Por outro lado, uma proposição de liberdade que não concede ao coração de uma

pessoa a possibilidade e as condições para ela poder escolher amar a Deus em primeiro

lugar não é, de fato, uma verdadeira liberdade.

João 8:36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. ----

No final das contas, aceitar ou receber o Evangelho de Deus está muito

associado à opção do ser humano aceitar e receber em seu coração o seu

Criador para amá-lo e para viver e andar na sua vontade, enquanto que as

opções alternativas ao Evangelho de Deus estão muito associadas à não

aceitação e não recebimento do Criador, do seu amor e da Sua vontade.

João 1:11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem

feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem

da vontade do homem, mas de Deus.

1 João 2:17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

----

Amar a Deus, então, engloba (1) amar o Deus que o Evangelho revela, (2)

amar aquilo que o Senhor concede por meio do Evangelho, bem como

também (3) amar aquilo que o Evangelho realiza na vida daquele que o

recebe.

Por outro lado, mencionando mais uma vez, as opções apresentadas como

alternativas ao Evangelho, de uma ou de outra forma, ainda que com

aparência de serem benéficas, sempre resistem, desde a sua raiz, aos

aspectos essenciais associados ao Evangelho do Senhor.

128

Tiago 3:18 Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.

4:1 Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros

guerreiam? 2 Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis

alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. 3 Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos

deleites. 4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é

inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

5 Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?

6 Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes.

7 Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos,

pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração. 9 Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso

riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza. 10 Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará. (RC)

Jeremias 29:11 Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que

esperais. 12 Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. (RC)

Efésios 5:14 Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.

15 Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios,

16 remindo o tempo, porque os dias são maus. 17 Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade

do Senhor. (RA+RC)

129

C14. O Recebimento do Evangelho de Deus Resulta na

Glorificação do Criador para o Bem da Própria Criatura

Lucas 2:10 O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo:

11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.

13 E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo:

14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.

Apocalipse 14:6-7 Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a

cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e

adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.

Apesar de já ter sido mencionado em capítulos anteriores que o Evangelho do

Senhor foi manifestado ao mundo também com o propósito divino de exaltação do

Senhor e do seu Nome, gostaríamos de retornar a este aspecto mais uma vez devido à

sua expressiva importância e devido ao fato de que o presente estudo carrega em seu

título composto exatamente o nome do Criador que designou a manifestação do seu

Eterno Evangelho ao mundo.

Além disso, entendemos ser de grande valor retornar ao ponto do propósito divino

de exaltação do Senhor e do seu Nome para reforçar, mais uma vez, que também neste

propósito em particular o objetivo do Senhor está inseparavelmente associado ao

propósito de beneficiar aos destinatários da sua oferta celestial manifesta ao mundo.

Portanto, quando Deus associa a manifestação da sua glória à

manifestação do seu Evangelho, e quando Deus, por meio do seu

Evangelho, chama a todos os seres humanos a reconhecerem a sua glória

ou glorificaram ao Criador das suas vidas, Deus o faz porque a glorificação

ao Senhor é imprescindível para o bem de cada indivíduo.

No texto de Apocalipse em referência no início deste capítulo, a instrução de

glorificação e adoração a Deus está apresentada de forma muito objetiva e prática pelo

fato soberano de que Deus é Aquele que fez os Céus, a Terra, o mar e as fontes das

águas. Já no texto referenciado de Lucas, a glorificação a Deus está associada ao

reconhecimento de Deus como Aquele que está acima de todos e de todas as coisas.

Entretanto, toda a referida instrução de glorificar a Deus, de forma alguma, está

dissociada do fato de que o Senhor almeja o bem a todas as pessoas e que Ele, também

por isto, é digno de receber honra e reverência de todos.

O chamado para a glorificação do Criador Eterno não se refere a uma

vontade de Deus de querer ser adorado para que seja estabelecido como

Deus. Deus é Deus se as pessoas o adorarem, mas Deus também continua

sendo Deus ainda que as pessoas não se disponham a adora-lo.

130

O propósito do chamado do Senhor para que as pessoas temam ao

Criador e reconheçam a sua glória manifestada por meio do seu

Evangelho, por fim, é inseparável do fato primordial de que este chamado

é motivado pelo amor de Deus por todas as pessoas e para que este amor

seja manifesto com abundância na vida daqueles indivíduos que também

atendem ao chamado de Deus para glorificarem ao seu Criador Eterno.

Romanos 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,

seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus

mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;

11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a

reconciliação.

Deus não manifestou o Seu Evangelho como que precisando algo da criação e nem o

fez como que necessitando da adoração das pessoas para se manifestar como o Senhor

Soberano e Eterno. Pelo contrário, conforme já visto anteriormente, Deus, a partir de si

mesmo, manifestou amplamente o seu Evangelho quando as pessoas mais

acentuadamente rejeitaram ao seu Criador, aspecto testemunhado também em várias

outras partes das Escrituras e das quais relembramos mais alguns exemplos abaixo:

Atos 17:24 O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos

humanas. 25 Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa

precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais.

Romanos 3: 10 Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus;

12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.

13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios,

14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue,

16 nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz.

18 Não há temor de Deus diante de seus olhos. 23 ... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,

24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.

Isaías 59:4 Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam

falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade.

131

14 ... Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar.

15 Sim, a verdade sumiu, e quem se desvia do mal é tratado como presa. O SENHOR viu isso e desaprovou o não haver justiça.

16 Viu que não havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a

salvação, e a sua própria justiça o susteve.

Isaías 53: 4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de

Deus e oprimido. 5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e

pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se

desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

Assim, o fato de Deus chamar todas as pessoas para glorificarem ao seu

Criador para o benefício delas mesmas é amplamente demonstrado pelas

Escrituras, assim como também foi e continua sendo demonstrado em

tantos momentos da história humana.

A “boa nova da parte de Deus” denominada de Evangelho, oferece às pessoas o

caminho pelo qual elas podem voltar a conhecer e reconhecer a glória devida a Deus a

fim de não mais estarem obscurecidas sobre esta glória e para que possam deixar de

estar destituídas da instrução, sabedoria e novidade de vida celestial que procede do

Criador Eterno.

Por outro lado, tanto pelas Escrituras, bem como pelos séculos da história

humana, é demonstrado vez após vez que o ser humano, em sua falta de

conhecimento e reconhecimento da glória de Deus, repetidamente acaba se

enveredando por caminhos que não lhe são propícios e benéficos,

principalmente em seus conceitos sobre a vida eterna.

O ser humano, quando se afasta da sobriedade sobre a glória de Deus e a correta

posição da criatura em relação ao seu Criador, acaba enveredando os seus pensamentos

para os caminhos e para as ações mais bizarras e irracionais que possam ser

imaginadas.

Uma pessoa que se afasta do devido conhecimento da glória de Deus também fica

muito vulnerável a pensar de si mesma e da criação mais do que convém ou, por outro

lado, fica muito vulnerável a pensar de si mesma ou da criação menos do que convém.

Quando uma pessoa carece do conhecimento e do reconhecimento da glória de

Deus, ela, por um lado, fica vulnerável a adentrar pelos caminhos da soberba e do

orgulho. Por outro lado, quando uma pessoa pensa de si menos do que convém, ela fica

mais suscetível a adentrar pelos caminhos da depreciação ou desprezo de si mesma.

Além disso, o ser humano que em seus pensamentos e ações se afasta do

reconhecimento da glória de Deus, que inclina o seu coração para não crer no Senhor

ou para crer em Deus segundo as proposições contrárias ou denominadas de

alternativas ao Evangelho de Deus, coloca-se também no caminho da futilidade e do

caminho onde a mente se volta às coisas temporais e terrenas ou às coisas que fazem

132

alusões às mais impressionantes loucuras sobre a vida que está por vir após o tempo de

um indivíduo na Terra, também exemplificado mais uma vez em alguns textos a seguir:

Filipenses 3:18 Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da

cruz de Cristo. 19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória

deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.

Romanos 1:21 Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração

insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos.

1 Coríntios 15: 32 Se, como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos,

que amanhã morreremos. 33 Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons

costumes. 34 Tornai-vos à sobriedade (ou justiça), como é justo, e não pequeis;

porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa.

As consequências daquilo que uma pessoa pensa sobre Deus e reconhece

sobre a glória do Criador são muito mais amplas do que uma pessoa pode

imaginar, pois aquilo que as pessoas pensam, reconhecem ou creem sobre

a glória de Deus, ou deixam de reconhecer sobre ela, afeta o cotidiano das

pessoas desde os mínimos detalhes até os grandes aspectos das suas vidas.

Muitas pessoas podem alegar que elas não reconhecem a glória de Deus porque elas

nem chegam a crer na existência do Único Deus Criador ou porque elas preferem crer

no poder do ser humano ou da criação. Elas também podem dizer que não creem na

história narrada na Bíblia e nem nas afirmações que a Bíblia apresenta. Entretanto,

apesar daquilo que uma pessoa pensa sobre Deus não poder mudar quem Deus é, o que

uma pessoa pensa sobre Deus pode alterar muito aquilo que esta pessoa poderá vir a se

tornar, bem como pode alterar significativamente a sua postura em relação à vida em

geral.

Quando o ser humano adentra o caminho da falta de sobriedade sobre a existência

de Deus e sobre a glória do Criador, ele fica sujeito a se tornar uma pessoa irreverente e

sem temor daquilo que seria apropriado ser temido e passa a temer coisas que não

deveriam ser temidas.

Isaías 51:12 Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não

passa de erva?

133

As pessoas que rejeitam a Deus e o seu Evangelho se colocam em linha com os

caminhos que conduzem a degradações crescentes e a um cativeiro de corrupção nos

quais não há sequer uma alternativa de saída que possa advir das soluções dos próprios

seres humanos.

Romanos 8:20 Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou,

21 na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.

Desta forma, as implicações do desprezo da devida glória de Deus que

apresenta ao Senhor como o supremo Criador e as implicações da

distorção da posição do ser humano além ou aquém da medida que lhe é

devida, podem resultar em consequências devastadoras para as pessoas

tanto na esfera espiritual como nas mais diversas áreas sociais da

humanidade.

Governantes sem o devido temor a Deus ficam mais vulneráveis a se entregarem à

ideia e à tentativa de dominarem seus semelhantes. Juízes sem temor ao Criador

podem ficar mais sujeitos a julgar com parcialidade e leviandade os casos que lhes são

apresentados e ficam mais vulneráveis aos subornos. Pais dissociados do conhecimento

da glória de Deus podem passar a pensar que podem determinar toda a vida dos filhos

ou, em outro extremo, podem passar a pensar e ensinar que a vida não tem valor

algum. Maridos e esposas que se distanciam do temor a Deus também ficam mais

vulneráveis a passarem a tratar os cônjuges de forma depreciativa ou ofensiva, e muitos

outros exemplos.

O Senhor Jesus Cristo, ao ensinar sobre a necessidade que as pessoas têm de um

relacionamento com o Criador por meio da oração, também descreveu, a partir do

exemplo de um juiz que não temia a Deus, o comportamento que pode ocorrer quando

uma pessoa deixa de reconhecer ao Senhor como ela deveria fazê-lo, conforme segue:

Lucas 18:1 Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer:

2 Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem algum.

3 Havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário.

4 Ele, por algum tempo, não a quis atender; mas, depois, disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum; 5 todavia, como esta viúva me importuna, julgarei a sua causa, para

não suceder que, por fim, venha a molestar-me.

Ao narrar as palavras do exemplo acima relacionado a um juiz injusto, o Senhor

Jesus mostrou que a origem do comportamento distorcido daquele juiz não estava

necessariamente em leis corrompidas, mas estava no comportamento do referido juiz

advindo do fato dele não temer a Deus.

A falta de temor a Deus, que é outra maneira de expressar o não reconhecimento da

glória devida ao Criador Eterno, é um aspecto muito importante e deveria sempre ser

134

observado mais de perto, pois a falta de temor a Deus, como no caso do juiz citado,

afetava uma parte da vida de todas as pessoas que dependiam deste juiz.

A falta do temor a Deus, como foi o caso do juiz exemplificado, também colabora

para levar os seres humanos a um não respeito aos seus semelhantes, bem como

também a si mesmos, pois o juiz em referência não estava disposto a avançar em alguns

casos que deveria julgar, e assim, nem mesmo continuou a respeitar a sua própria

profissão e função na sociedade.

A forma de ser e atuar de uma sociedade civil, judiciária, política,

militar, ou qualquer outra, em grande parte da sua expressão,

inevitavelmente é o resultado direto das crenças pessoais que seus

cidadãos carregam em seus corações em relação à glória do Senhor Eterno.

Gálatas 6:7 Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.

Salmos 50:16 Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança,

17 uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras? 18 Se vês um ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas.

19 Soltas a boca para o mal, e a tua língua trama enganos. 20 Sentas-te para falar contra teu irmão e difamas o filho de tua

mãe. 21 Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu

igual; mas eu te arguirei e porei tudo à tua vista. 22 Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que

não vos despedace, sem haver quem vos livre. 23 O que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me

glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus.

Muitos e acentuados danos podem ser causados por uma pessoa que assume o

governo de uma cidade, estado, país, nação ou de uma organização se ela tiver a

mentalidade de que o Deus Eterno é desprezível, que a sua glória não é digna de toda

honra, que a vida é só material ou que não há futuro ou juízo após a morte.

Conforme já foi citado no presente estudo, Deus ama as pessoas e sempre quer o

bem delas, mas Deus não as obriga a caminharem em um relacionamento pessoal com

Ele. Portanto, a raiz das mazelas da humanidade não está no fato das pessoas andarem

próximas de Deus, mas é resultante das pessoas tentarem andar dissociadas de Deus.

E se nos aspectos sociais e civis a posição do reconhecimento indevido da glória de

Deus já causa tantos disparates e consequências deploráveis, quanto maior não são os

danos causados por esta atitude na esfera espiritual?

As pessoas dissociadas do reconhecimento devido da glória do Único Deus Eterno

flutuam do extremo da negação de Deus, o qual é Espírito, até o extremo de criarem os

seus deuses ou divindades materiais, as suas religiões segundo as concepções

elaboradas pela criação, inclusive as religiões que são denominadas de cristãs, mas que

são dominadas pelos homens, ou ainda, até o extremo de se auto intitularem deuses ou

comparáveis a eles.

135

As pessoas afastadas do conhecimento e do reconhecimento da glória devida a Deus

criam estilos de vida e projeções de futuro completamente dissociados da vontade do

Criador e que apresentam muitas proposições sem sentido até para uma simples

análise racional.

Se as pessoas, por exemplo, advogam não haver vida ou juízo após a morte natural,

por que elas continuam a se preocupar, então, em fazer o bem para as próximas

gerações para que o nome delas seja “lembrado” ou “imortalizado” no futuro?

Ora, vejamos bem, se após a morte um indivíduo deixasse de existir, se nada

sobrasse dele no universo, que diferença fará o que os outros irão pensar ou deixar de

pensar sobre ele no futuro? Se um indivíduo deixasse de existir por completo depois da

morte natural, aquilo que alguém viesse a pensar sobre ele, inclusive algumas supostas

divindades, jamais lhe afetaria, assim como ninguém poderia lhe oferecer um único

reconhecimento válido, pois como morto e extinto eternamente, um indivíduo nada

mais poderia receber, pois ele alega que simplesmente não existirá mais.

Se as pessoas não irão existir depois de sua passagem temporal na Terra, porque,

então, inclusive muitos daqueles que alegam crer nesta hipótese se preocupam tanto

com os seus legados que alegam pretender deixar no mundo?

Todas as tentativas de negação de que há vida após a morte física, por mais sutis que

sejam, são tentativas de negação da glória do Deus Criador e do seu Evangelho e vice-

versa, mas as condutas práticas daqueles que adotam estas tentativas de negação

repetidamente acabam entrando em contradição com o pensamento que alegam

defender.

Por outro lado, ou seja, do lado oposto à negação da divindade, mas quando as

pessoas ainda continuam afastadas do conhecimento e reconhecimento da glória

devida ao Único Deus Criador e do seu Evangelho, nós podemos encontrar uma outra

mentalidade em que as pessoas inclusive chegam ao ponto de tentarem criar os seus

próprios deuses ou imagens de deuses a serem idolatrados.

Quando as pessoas tentam equiparar à glória de Deus à semelhança de imagens do

“homem corruptível” ou tentam elevar aspectos da criação à condição de deuses, elas

começam a enfraquecer a compreensão delas sobre a distinção sóbria entre Deus e a

criatura, e elas assim, em seus pensamentos, chegam às vias de atribuir poderes divinos

aos mais absurdos aspectos da criação, o que diante de Deus é claramente visto como

um grave desvio de conduta, conforme exemplificado mais uma vez também no texto

abaixo:

Isaías 44: 8 Não vos assombreis, nem temais; acaso, desde aquele tempo não vo-lo fiz ouvir, não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus

além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça. 9 Todos os artífices de imagens de escultura são nada, e as suas coisas

preferidas são de nenhum préstimo; eles mesmos são testemunhas de que elas nada veem, nem entendem, para que eles sejam confundidos.

10 Quem formaria um deus ou fundiria uma imagem de escultura, que é de nenhum préstimo?

11 Eis que todos os seus seguidores ficariam confundidos, pois os mesmos artífices não passam de homens; ajuntem-se todos e se apresentem, espantem-

se e sejam, à uma, envergonhados.

136

12 O ferreiro faz o machado, trabalha nas brasas, forma um ídolo a martelo e forja-o com a força do seu braço; ele tem fome, e a sua força falta, não bebe

água e desfalece. 13 O artífice em madeira estende o cordel e, com o lápis, esboça uma imagem; alisa-a com plaina, marca com o compasso e faz à semelhança e beleza de um

homem, que possa morar em uma casa. 14 Um homem corta para si cedros, toma um cipreste ou um carvalho, fazendo escolha entre as árvores do bosque; planta um pinheiro, e a chuva o faz crescer. 15 Tais árvores servem ao homem para queimar; com parte de sua madeira se

aquenta e coze o pão; e também faz um deus e se prostra diante dele, esculpe uma imagem e se ajoelha diante dela.

16 Metade queima no fogo e com ela coze a carne para comer; assa-a e farta-se; também se aquenta e diz: Ah! Já me aquento, contemplo a luz.

17 Então, do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, prostra-se e lhe dirige a sua oração, dizendo: Livra-me, porque tu és o meu

deus. 18 Nada sabem, nem entendem; porque se lhes grudaram os olhos, para que

não vejam, e o seu coração já não pode entender. 19 Nenhum deles cai em si, já não há conhecimento nem compreensão para

dizer: Metade queimei e cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne e a comi; e faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ia eu diante de um

pedaço de árvore? 20 Tal homem se apascenta de cinza; o seu coração enganado o iludiu, de

maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Não é mentira aquilo em que confio?

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Se os deuses dos seres humanos, as suas imagens ou os seus ídolos são criados pelas

pessoas, conforme mencionado no texto acima, estes deuses ou imagens não são deuses

de fato. Como criaturas feitas por mãos humanas ou como concepções criadas nas

mentes humanas, os deuses imaginados e criados são inferiores aos criadores deles, ou

seja, eles são deuses sujeitos aos próprios seres humanos que os criaram, eles são

deuses imaginários em conformidade com a glória que a criatura colocou em suas

próprias criações.

E, provavelmente, a mais triste de todas as condições já citadas acima, é quando o

ser humano começa a ver a si mesmo ou a seus semelhantes como deuses.

Muitos seres humanos, depois que eles se cansam dos deuses que criaram de acordo

com os seus desejos e imaginações, ainda ousam ir adiante ao ponto de começarem a

pensar que eles mesmos podem ser deuses.

Embora muitas pessoas não se denominem diretamente como deuses e não se

apresentem abertamente como tais, elas, por não reconhecerem a glória de Deus,

muitas vezes tentam agir e ensinar uns aos outros como se eles fossem deuses.

Ao citar a história do juiz não temente a Deus, o Senhor Jesus Cristo mostra que

aquele juiz passou a usar critérios próprios e unilaterais de conduta na sua profissão.

Ou seja, ele começou a se achar no direito de atender quem ele quisesse ou quem lhe

importunasse, passando a deixar de lado os que não se enquadravam nestes grupos. O

juiz do texto referido, começou a fazer as coisas conforme o seu interesse ou o seu

desejo, como se ele fosse detentor de uma autonomia para decidir tudo conforme

quisesse, e já não se sujeitava mais a nada e ninguém, nem mesmo a Deus ou ao temor

a Deus.

137

As mensagens de exaltação exacerbada dos seres humanos e dos seus

poderes, se permitidas, vão adentrando nas mentes e corações das pessoas

ao ponto de causarem uma ampla inversão de mentalidade sobre a

concepção da glória de Deus, da glória da criação e da ordem de justiça e

sustentação da vida.

No mundo, há muitas propostas de elevação inadequada ou tentativas de

“endeusamento” da criatura, mas é óbvio, conforme já foi comentado, que muitas

destas propostas não são declaradas de forma clara e direta. Elas muitas vezes,

inclusive, são anunciadas por meio de declarações de “humildade fingida” na tentativa

de encobrir as suas falsas pretensões.

As tentativas de divinização da criatura feitas pelo ser humano podem ser

apresentadas de formas muito sutis no objetivo de ocultar a idolatria que está na raiz

delas. Elas podem ser expostas de formas veladas por palavras bonitas e até mesmo

através de práticas que se aparentam com a vida cristã, mas que na essência não o são.

Muitas pessoas, nos dias contemporâneos, inclusive têm dito e repetido em alto tom

que creem no “poder da fé”. Entretanto, muitas destas pessoas não definem o que

entendem por fé e aquilo no qual alegam depositar a sua fé.

Por exemplo, o conceito do pensamento positivo, a autoconfiança, a autoajuda, a

auto intitulação de poder ser equiparado a uma divindade ou maior que os seus

semelhantes, e tantas outras propostas similares, também não passam de tentativas de

distorção da glória de Deus e dos propósitos supremos que o Senhor evidencia e oferece

aos seres humanos por meio do seu Evangelho.

As declarações tais como “confie em você mesmo, porque você pode”, “você sabe”,

“você em si mesmo tem a força”, e muitas outras similares a estas, também são

expressões que procuram levar a criatura a pensar que é possível ela alcançar a

capacidade independentemente de Deus, as quais em sua essência, portanto, procuram

atuar em detrimento da confiança das pessoas no Criador.

O que, porém, estas proposições de autoajuda e expressões de confiança na criatura

deixam de anunciar, são a frágil condição e o frágil fundamento que o ser humano tem

em seus próprios pensamentos distanciados do Senhor e em sua própria limitada glória

como criatura.

Jeremias 17:5 Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do

SENHOR!

Tiago 4:16 Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna.

Jeremias 6:18 Portanto, ouvi, ó nações, e informa-te, ó congregação, do que se fará entre eles!

19 Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas

palavras e rejeitam a minha lei. ----

138

A fé de Deus, a fé associada ao Evangelho, é a fé em Deus, é a confiança

em Deus de que toda a instrução, provisão e força para a vida segundo a

vontade celestial provêm do Senhor.

Jeremias 17: 7 Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja

esperança é o SENHOR.

Por outro lado, a crença do ser humano na sua própria força interior, e

que as pessoas diversas vezes também tentam mascarar de fé ou como a

confiança do ser humano que confia numa fé que ele alega ter em si

mesmo, continua sendo uma tentativa velada de divinização do próprio ser

humano.

As pessoas no mundo literalmente chegam a dizer que creem na própria fé, como se

a fé fosse um elemento como poder em si mesmo. Há pessoas que se referem a fé

pensando que é possível ter “fé na fé” ou que a “fé na fé” lhes pode ser útil ou produtiva.

Ora, a crença, por si só, nada é, uma vez que a fé precisa de alguém que

dê vida e sustentação a ela para que possa produzir algo ou dar suporte a

uma pessoa.

Quando uma criança, por exemplo, pede para um pai pega-la no colo, a criança crê

ou tem confiança de que o pai dela tem a capacidade de ergue-la e sustenta-la no colo.

A criança deposita a sua confiança no pai e na capacidade dele, e não em sua própria

confiança.

Portanto, o Evangelho de Deus foi concedido por Deus ao mundo para

anunciar a necessidade do retorno das pessoas para a confiança em Deus, e

não como um chamado para as pessoas crerem ou confiarem nas suas

próprias crenças ou confiança.

O Evangelho de Deus é um anúncio de que o Senhor perdoa o

afastamento dos seres humanos da confiança no seu Criador, mas ele

também oferece a cada indivíduo o caminho de retorno à comunhão com

Deus para que, mediante a fé em Cristo, as pessoas retornem à apropriada

confiança no Único Criador, Aquele que também é o único firme e

confiável fundamento para a vida eterna.

Confiar na “confiança do ser humano” é confiar no vazio, naquilo que não é

substancial ou naquilo que não tem firme e eterno fundamento. É como golpear em vão

o ar.

As Escrituras que já vimos no presente estudo, ensinam que as tentativas de

eliminar a distinção entre Deus e a criatura podem tornar os seres humanos que as

seguem como que nulos em seus pensamentos. Afastados do apropriado conhecimento

das principais diferenças entre a glória de Deus e a glória do homem, as pessoas

passam a ficar envoltas em pensamentos desprovidos de proveito e, apesar de se

acharem sábias, passam a rumar para os pensamentos sujeitos às loucuras de suas

meras sabedorias humanas.

Segundo a Bíblia, uma raiz de toda a sorte de confusão entre os seres

humanos começa a se manifestar quando as pessoas se entregam a

pensamentos que tentam trazer desordem ao entendimento dos quesitos

fundamentais sobre a glória de Deus e sobre a glória da criação ou da

existência humana.

139

Nas Escrituras, é recorrente o testemunho que Deus sempre intentou guiar a vida

das pessoas, mas também é recorrente a descrição de que muitos indivíduos se

esquivam da direção viva do Criador delas porque que deliberadamente querem andar

segundo os seus próprios pensamentos, conforme mais um exemplo a seguir:

Jeremias 7: 21 Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne.

22 Porque nada falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou

sacrifícios. 23 Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que

eu vos ordeno, para que vos vá bem. 24 Mas não deram ouvidos, nem atenderam, porém andaram nos

seus próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante.

Andar nos próprios conselhos ou escolher outras pessoas para obter conselhos, sem

primeiramente dar atenção devida aos conselhos de Deus, nada mais é do que a pessoa

se colocar na posição de Deus sobre a sua própria vida ou eleger outra pessoa para ser o

“deus” sobre a vida dela.

A vida dissociada da busca pelo conselho de Deus, porém, é um caminho para ir de

mal a pior, e nela, em vez de avançar, a pessoa retrocede.

Além disso, o ser humano precisa de Deus para conhecer ao seu Criador, mas

também precisa do Criador para conhecer a si mesmo, conforme nos é ensinado pelas

seguintes Escrituras:

Isaías 5:21 Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!

Salmos 139:23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos;

24 vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.

Provérbios 3:5 Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.

6 Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.

O ser humano precisa de Deus para ser salvo do pecado e da sua

condenação por causa do pecado, mas ele também precisa ser salvo dos

pensamentos que não foram concebidos em conformidade com a vontade

do Criador e que podem levar um indivíduo à escravidão ao pecado e às

trevas.

140

Efésios 2:1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,

2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos

da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as

inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os

demais.

Por mais elevados que sejam os projetos em geral dos seres humanos, por mais

complexos que sejam seus sistemas religiosos e por maior que seja a quantidade dos

sacrifícios que eles tentem oferecer a Deus, nada disto pode ser equiparado ao

propósito e à imensurável provisão do Evangelho, por meio da qual o ser humano pode

receber a justificação, a salvação, retornar à confiar em Deus, se deixar ser guiado pelo

seu Criador e compreender que seguir as instruções do Senhor Eterno, no final das

contas, é o caminho do verdadeiro e eterno bem para a sua vida.

Hebreus 10:7 Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade.

8 Depois de dizer, como acima: Sacrifícios e ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com isto te deleitaste

(coisas que se oferecem segundo a lei), 9 então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua

vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. 10 Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do

corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.

O que Deus quer do ser humano são coisas mais simples e diretas do que é proposto

por muitos caminhos que o ser humano procura estabelecer em conformidade com os

seus muitos pensamentos vãos ou corrompidos. E o chamado de Deus através do

Evangelho, também engloba o chamado para que as pessoas retornem ao Criador para

serem ensinadas e guiadas por Ele a fim de que possam se desfazer de tantas cargas

pesadas que elas puseram sobre si mesmas ou que elas deixaram que fossem postas

sobre suas vidas.

Mateus 11:28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.

29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.

O Evangelho, revelado uma vez por todas para todas as gerações, é a boa nova de

que o ser humano não precisa permanecer andando em conformidade à sua própria,

limitada ou confusa sabedoria. O Evangelho de Deus é uma oferta apresentada por

Deus para que Ele mesmo ensine, guie, auxilie e fortaleça a todos aqueles que aceitarem

a ajuda e a direção do Eterno Criador.

141

Enquanto muitas pessoas procuram elaborar ou seguir os confusos

caminhos apresentados como opções alternativas ao Evangelho de Deus, o

Evangelho se mantém como a suprema, perfeita e única opção alternativa

aos caminhos confusos da criação, pois somente o Evangelho é a opção

verdadeira de vida eterna que procede de Deus para a criatura.

Atos 17:28 Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.

29 Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados

pela arte e imaginação do homem.

Atos 14:15 Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o

evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles.

----

Diante da incapacidade do ser humano poder viver e andar

apropriadamente por sua limitada glória de criatura, o Evangelho foi

concedido para também comunicar às pessoas que a fonte da verdadeira

sabedoria e da verdadeira capacidade para viver e andar em retidão e em

novidade de vida é o Criador Eterno.

Tiago 3:13 Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras.

14 Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a

verdade. 15 Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena,

animal e demoníaca. 16 Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda

espécie de coisas ruins. 17 A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois,

pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.

18 Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.

----

O anúncio do Evangelho não é um anúncio de uma oferta de

revitalização das capacidades que muitos seres humanos pensam que têm

em si mesmos, pelo contrário, ele é o anúncio das fraquezas dos seres

humanos e o quanto cada pessoa deveria depender de Deus para alcançar

uma vida apropriada diante dos olhos do Senhor.

O Evangelho de Deus não se refere a uma oferta que visa dar poderes

“independentes” aos seres humanos a fim de que eles tenham poderes

divinos a partir de deles mesmos. O verdadeiro anúncio do Evangelho

torna claro que os seres humanos não têm poderes nem para guiarem a si

próprios e nem para serem mediadores de outros perante Deus.

142

O Evangelho de Deus é uma oferta de Deus para que o ser humano

reconheça que ele necessita do Senhor em tudo o que for realizar e para

que também receba de Deus o que Dele necessita para viver e andar

segundo a vontade do Senhor.

2 Coríntios 3: 4 E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em

Deus; 5 Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma

coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus,

2 Coríntios 12: 9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de

Cristo.

Portanto, crer em Deus como o singular Criador Eterno também implica

em crer que o ser humano depende de Deus e das virtudes da sua glória.

Crer no Evangelho de Deus é também crer que Deus é Deus e que o ser

humano não é Deus e, ainda, que a criatura sempre dependerá do seu

Criador e das virtudes da sua glória para permanecer com vida e para

poder viver e andar segundo a vontade do Senhor.

Uma pessoa em conjunto com Deus pode vir a fazer muitas coisas boas,

mas sem a direção e o fortalecimento de Deus e das virtudes da sua glória,

ela não consegue realizar os aspectos da vontade de Deus para a sua vida.

Filipenses 4:13 Tudo posso naquele que me fortalece.

João 15:5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

Quem atenta para o testemunho de Deus nos escritos sobre a vida de fé em Deus,

segundo o Evangelho do Senhor, sabe que o conceito de divindade atribuído aos seres

humanos ou às coisas que eles criam, é feito por aqueles que não compreendem ou não

recebem o Evangelho de Deus, pois por meio do anúncio do Evangelho, a atribuição da

glória ao Senhor, como sendo Ele o Único, Soberano e Eterno Deus, é inequívoca.

1 Coríntios 8:3 Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele.

4 No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus.

5 Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores,

6 todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual

são todas as coisas, e nós também, por ele. 7 Entretanto, não há esse conhecimento em todos; porque alguns, por efeito da familiaridade até agora com o ídolo, ainda comem

dessas coisas como a ele sacrificadas; e a consciência destes, por ser fraca, vem a contaminar-se.

143

2 Coríntios 6:16 Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse:

Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

Assim, repetindo mais uma vez, um dos pontos mais centrais da glorificação

a Deus está em atribuir a Deus a glória de que somente Ele é Deus e que o

ser humano foi criado por Ele para também viver e andar no Senhor.

A Bíblia declara que Deus não é igual a um ser humano, assim como também

anuncia que o ser humano não é e nunca será Deus. E o fato de Deus ter criado o ser

humano à sua imagem e semelhança não implica em dizer, pelas Escrituras, que o ser

humano será Deus e que poderá viver independente da direção do Senhor.

Semelhança e imagem pode significar ter características daquele de quem as pessoas

derivam, mas não implica em dizer que são ou serão completamente iguais.

Dessa forma, ainda em outras palavras, a glorificação a Deus engloba

principalmente dois aspectos simultâneos:

1º) Atribuir a Deus a glória exclusiva que lhe é devida como Criador da criatura e

que, portanto, o Criador não é a criatura;

2º) O reconhecimento de que a criatura, por ser criada por Deus como tal, não é

Deus. É o reconhecimento de que a criatura não é o Criador e que ela depende do

Criador.

O fato imutável que foi anunciado desde o início, também é ratificado e manifestado

mais amplamente pelo Evangelho do Criador. Ou seja, aquilo que jamais poderá ser

alterado por já estar estabelecido pelo Senhor e por ser um fato, também é reafirmado,

manifestado e explanado mais amplamente pelo Senhor por meio do seu Evangelho,

conforme segue:

Gênesis 1:1 No princípio, criou Deus os céus e a terra.

Números 23:19 Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido,

não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?

1 Coríntios 8:6 Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo,

pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.

Efésios 4: 5 Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de

todos e está em todos. 7 e a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de

Cristo.

144

1 Timóteo 2:5 Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,

6 o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos.

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O Evangelho também entregue ao anjo ou ao mensageiro mencionado no livro de

Apocalipse para mais uma vez ser anunciado, é o Evangelho que tem uma instrução

expressa para todas as pessoas de todas as nações, tribos, línguas e povos voltarem a

temer a Deus e glorificarem a Ele como Criador dos Céus, da Terra, do mar e das fontes

das águas, porque através do retorno Àquele que sustenta a vida de toda a criatura,

também podem ser encontradas a cura e a sanidade de entendimento que tanto cada

pessoa necessita para também optar pela novidade de vida que o Senhor oferece em

Cristo Jesus.

1 Timóteo 1:15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o

principal. 16 Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que,

em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele

para a vida eterna. 17 Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória

pelos séculos dos séculos. Amém!

O Evangelho de Deus é anunciado, sim, para a exaltação e louvor do

Senhor Eterno, mas a exaltação da glória do Senhor, por sua vez, jamais

deixou de ter o propósito de servir aos seres humanos como uma

demonstração do quanto o Senhor os ama e lhes quer bem.

Por fim, aqueles que olham para os textos acima expostos e começam a enxergar a

sua pequenez, as suas limitações, suas errôneas interpretações da vida, da criatura e de

Deus, talvez se perguntem: “Mas como posso me relacionar, então, com o meu Criador,

com o meu Deus a fim de obter o entendimento apropriado sobre a vida?”

E aqui, em resposta à esta última pergunta, novamente gostaríamos de ressaltar que

a forma mais objetiva de uma pessoa glorificar a Deus, é ela receber no

coração a Cristo Jesus como o Senhor e com a sua boca confessar esta

ação, pois como uma pessoa poderia louvar e glorificar genuinamente a

Deus, dizendo que ele é bom, justo, gracioso e bondoso, se ela não aceita o

que Deus lhe oferece segundo a sua graça e bondade?

O fato de alguém reconhecer que ele ou ela “não é Deus”, e reconhecer

que necessita do Seu Criador, já pode ser um passo significativo para a

restauração da sua condição de vida diante de Deus, mas também é

necessário aceitar o Evangelho a fim de avançar para a confiança prática

de receber o Senhor no coração para por Ele ser guiado, fortalecido e

aperfeiçoado.

João 6:29 Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.

145

Provérbios 3:5 Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.

6 Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.

7 Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal.

Romanos 10:9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás

salvo. 10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa

a respeito da salvação. ----

Concluindo, portanto, o presente estudo, pode ser visto ao longo dele que, sem

dúvida alguma, um dos aspectos que mais evidencia os verdadeiros

anúncios do Evangelho de Deus é o fato destes, de alguma forma, sempre

serem acompanhados também da manifestação da glória de Deus para que

cada indivíduo também possa conhecer a glória do Senhor e glorificar o

Criador do Evangelho e da sua vida.

E ainda, considerando que o Evangelho de Deus foi manifesto ao mundo

para que as pessoas pudessem voltar a conhecer a glória do Criador

Eterno, e isto, a fim de passarem a depositar a sua confiança no Senhor,

também é pela efetiva confiança no Senhor que uma pessoa reconhece ou

glorifica a glória de Deus dada a conhecer a ela pelo Evangelho do Senhor.

Salmos 20:7 Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus.

Apocalipse 15:4 Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor?

Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos.

Apocalipse 4:11 Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da

tua vontade vieram a existir e foram criadas.

Romanos 16:25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação

do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos, 26 e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno,

para a obediência por fé, entre todas as nações, 27 ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo,

pelos séculos dos séculos. Amém!

146

Bibliografia

Observação sobre Textos Bíblicos referenciados:

1) Os textos bíblicos sem indicação específica de referência foram extraídos

da Bíblia RA, conforme indicado abaixo.

2) Os destaques nos textos bíblicos, como sublinhado, negrito, ou similares,

foram acrescentados pelo autor deste estudo.

Bíblia EC - João Ferreira de Almeida Edição Comtemporânea (1990).

Editora Vida.

Bíblia LUT - Alemão - Tradução de Martinho Lutero (1912) - CD Online

Bible.

Bíblia NKJV - Inglês - New King James Version (2000) - CD Online

Bible.

Bíblia RA - Almeida Revista e Atualizada (1999) - CD OnLine Bible.

Bíblia RC - Almeida Revista e Corrigida (1995) - CD OnLine Bible.

James Strong, LL.D, S.T.D. - Léxico Hebraico e Grego de Strong - CD

Online Bible.