“eu vim para servir” - franciscanos.org.br · este caminho quaresmal ... celam na jornada...

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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | MARÇO - 2015 | ANO LXII • N o 03 | A Editora Vozes faz aniversário no dia 5 de março: 114 anos. Frei Volney Berkenbrock destaca em entrevista que, antes de ser uma empresa, a Vozes é um espírito coletivo, um espírito unido em torno da evangelização e da cultura. CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2015 “EU VIM PARA SERVIR” ENTREVISTA

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Província Franciscana da imaculada conceição do Brasil | MARÇO - 2015 | ANO LXII • No 03 |

A Editora Vozes faz aniversário no dia 5 de março: 114 anos. Frei Volney Berkenbrock destaca em entrevista que, antes de ser uma empresa, a Vozes é um espírito coletivo, um espírito unido em torno da evangelização e da cultura.

CAmpAnhA dA FrAtErnidAdE 2015“Eu Vim pArA sErVir”

EntrEVistA

Província Franciscana da imaculada conceição do BrasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP

www.franciscanos.org.br | [email protected]

Sumário

Mensagem do Ministro Provincial “Eu vim para servir” ...................................................................................................................................................................131

Formação Permanente “A ação no social como expressão evangelizadora”, de Frei José F. C. dos Santos ..................134 Oração pelo Capítulo Geral ...............................................................................................................................................137

Sav Favs: 18 jovens em oito fraternidades .......................................................................................................................138 Convento São Francisco: celeiro da Província hoje .........................................................................................140

Formação e Estudos Ituporanga: ano letivo começa com 22 alunos .................................................................................................141

Angola: casa cheia no “Monte Alverne” ....................................................................................................................142 Frei Douglas será ordenado diácono no dia 24 .................................................................................................144 Início do ano letivo em Rodninha ................................................................................................................................146 Entrega de obras franciscanas marca início do ano letivo na FAE e na USF ...............................147 Início do ano acadêmico no ItF ....................................................................................................................................148 Encontro dos frades de 1ª transferência ..................................................................................................................149

Fraternidades Rondinha: Frei João Mannes celebra 25 anos de vida sacerdotal .......................................................150 Convento São Franciso: religiosos celebram Dia da Vida Consagrada ............................................152 Convento São Francisco: Catequistas em missão de férias ......................................................................155 Símbolo religioso do século passado é encontrado em Xaxim ...........................................................156 Paróquia Nossa Senhora Aparecida acolhe o Frei tadeu ..........................................................................157

Evangelização Entrevista: Frei Volney Berkenbrock fala sobre os 114 anos da Vozes ..............................................158 Amazônia: 3ª experiência missionária .......................................................................................................................164 Amazônia: Depoimento de Frei Alvaci Mendes da Luz .............................................................................168 Frente da Comunicação aposta em projetos conjuntos para a evangelização .......................170 “As férias também ensinam”, artigo de Frei Luís Iakovacz .........................................................................171

Definitório ...........................................................................................................................................................................172 Encontro de 23 a 26 de fevereiro em São Paulo ..............................................................................................171

Notícias e informações .................................................................................................................................................. Com o Ano da Paz, Igreja quer superação da violência ..............................................................................177 Na providência de Deus .......................................................................................................................................................178 Encontro provincial de jovens .........................................................................................................................................179

agenda 2015 ...................................................................................................................................................................180

| Comunicações | Março 2015 | 131

Mensagem

Caríssimos confrades e demais irmãs e irmãos,

Que o Senhor vos dê a paz e todo o bem!

este ano de 2015, através da Campanha da Fraternidade que é feita ao longo da cami-

nhada quaresmal, a Igreja convida--nos a “aprofundar, à luz do Evange-lho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus” (objetivo geral da Campanha da Fra-ternidade). Este caminho quaresmal é dinamizado pelo lema “Eu vim para servir”, exigência evangélica que Cristo apresenta ao final dos re-latos do terceiro anúncio da paixão e da manifestação ambiciosa dos apóstolos (cf. Mc 10, 32-45), ainda desfocados do reto caminho da obe-diência de Jesus Cristo que culmina na paixão, morte e ressurreição.

O itinerário espiritual da Qua-resma, por ser exigente, diariamente nos oferece a graça de uma parada para escutar e refletir a Palavra de Deus, uma vez que é ela a Luz que nos conduz ao mistério mais profundo da Ressurreição do Senhor, sem o te-mor da cruz e nem o risco da traição e da negação. E, assim, neste ‘tempo favorável’ (1Cor 6,2), iluminados e animados pela Palavra, prosseguimos nosso caminhar penitencial, cantan-do: “Quero uma igreja solidária, ser-

“Eu Vim pArA sErVir”

(Mc 10,45)

| Comunicações | Março 2015 |132

Mensagem

vidora e missionária, que anuncia e saiba ouvir, a lutar por dignidade, por justiça e igualdade. Pois eu vim para servir” (refrão do Hino da CF).

sErVir, umA ExigênCiA do EVAngElho

Como Igreja de Deus, somos to-dos convidados a dialogar e a colabo-rar com a sociedade e nela apresentar a Boa-Nova do Reino proposta por Je-sus Cristo que nos diz: “Eu vim para servir”. Servir é uma ação exigente, é um verbo a ser conjugado atentamen-te nesta caminhada quaresmal e em

vir é concretizar as palavras do Papa Francisco quando se referiu a uma frase do livro de Jó, por ocasião do Dia Mundial do Doente: «Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo» (Jó 29, 15), “na perspectiva da sapientia cordis, da sabedoria do co-ração”.

Nesse sentido, a glória do discí-pulo está no servir à sociedade da forma como Cristo, na sua humilda-de e pobreza, serviu à humanidade do seu tempo. Portanto, é ilusório o discípulo imaginar-se sentado ‘à di-reita’ ou ‘à esquerda’, enganando a si

que cria tiranos e opressores camufla-dos em belas aparências. A todas essas ambições humanas, Jesus admoesta categoricamente: “Assim, porém, não há de ser entre vós; ao contrário, se algum de vós quiser ser grande, seja vosso servidor; e quem dentre vós quiser o primeiro, seja escravo de to-dos” (Mc 10, 43-44).

Portanto, o caminho que conduz o discípulo à glória não está desasso-ciado do caminho que levou Jesus à glória. É por isso que Cristo substitui a linguagem e a tentação demoníaca do poder, tal como as tentações que

mesmo, acomodado em falsas inten-ções de proximidade com o Senhor. Jesus mesmo desmonta a artimanha dos dois discípulos, bem como a su-tileza dos demais discípulos abor-recidos que, internamente, também almejavam estar sentados e arraiga-dos em tronos do poder, semelhante aos ‘grandes deste mundo’. Os ‘chefes deste mundo’ ambicionam o poder dos cargos de mando, o poder do ter dinheiro e das contas bancárias, o po-der dos carros luxuosos e blindados, o poder político sem compromisso com o social, o poder do individualismo exacerbado que gera toda forma de ganância, o poder das estatísticas ex-ternas nem sempre acompanhadas de méritos morais e espirituais, o poder da barganha e do suborno, o poder do fundamentalismo, enfim, o poder

todos os dias da vida do cristão. Servir, sem dúvi-da alguma, provoca-nos a entrar na contramão da história de toda ambição humana que almeja estar sentado ‘à direita’ ou ‘à es-querda’ dos reinos da van-glória, isto é, próximos dos que exalam os odores do poder e do mando.

A Palavra de Deus proclamada na Quarta--feira de Cinzas, ponto de partida desta caminhada quaresmal, nos ensinou que servir é “rasgar o coração” (Jl 2,12) para melhor atender ao Senhor mediante uma oração verdadeira-mente encarnada, mesmo se procla-mada em silêncio (Mt 6,5-6); servir é jejuar, isto é, libertar-se de tudo o que é supérfluo para abraçar com to-tal liberdade todas as exigências da Cruz do Senhor (Mt 6,16-18); servir é oferecer a esmola mais preciosa do coração (Mt 6, 2-4), gesto que pra-ticamos quando amarramos uma toalha à cintura e, humildemente, nos inclinamos para operar gestos concretos de amor, simbolizados no exercício do lava-pés (Cartaz da CF); servir é estender a mão e o coração para o perdão e a misericórdia; servir é estar atento para escutar o clamor de todo o sofrimento humano e ali fazer-nos solidários e serviçais; ser-

ele mesmo enfrentou no deserto (cf. Mt 4,1-11), pela linguagem do serviço e da doação da vida como sinal de redenção (cf. Mc 10,45).

umA igrEjA sErVidorA

O Concílio Vaticano II recorda-nos que a Igreja inteira existe para servir e não ser servida. É a pessoa humana que deve ser ser-vida, é a sociedade huma-na que deve ser renovada (cf. GS 3). E ainda: “A Igre-

ja não reclama para si nenhuma au-toridade que não seja a do servir aos homens caridosa e fielmente, ajudada por Deus” (AG 12). E “o maior serviço que todos os cristãos podem oferecer ao mundo de hoje é o testemunho da caridade” (cf. GS 93).

“Quero uma igreja solidária, ser-vidora e missionária”. Também o Papa Francisco insiste e sonha com uma Igreja que seja servidora e que tenha no seu centro Jesus Cristo, uma Igreja que está em permanen-te missão e em constante saída, evi-tando o risco de ser uma ‘ONG’ que apenas cuida de si mesma, ou se ilude na sua autorreferencialidade, sujeita a adoecer e morrer. A Igreja deve ser Esposa e não administra-dora; deve ser servidora e não con-troladora. A Igreja é servidora, soli-

o papa Francisco insiste e sonha com uma igreja que seja servidora e que tenha no seu centro jesus Cristo, uma igreja que está em permanente missão e em constante saída, evitando o risco de ser uma ‘ong’ que apenas cuida de si mesma, ou se ilude na sua autorreferencialidade, sujeita a adoecer e morrer.

| Comunicações | Março 2015 | 133

Mensagem

dária e missionária quando é capaz de dar passos significativos em todos os que se encontram nas periferias existenciais da sociedade. É ali que a Igreja se torna magnânima porque se identifica com a vida e as atitudes do ‘bom samaritano’, enaltecido por Cristo como aquele que está verda-deiramente ao lado do ‘próximo’ que o leva a alcançar a “vida eterna” (cf. Lc 10, 25-37).

‘serviens’, ‘servo’). Os mesmos Es-critos indicam os sujeitos, isto é, os ‘servos’ (‘servus’ = irmão/irmã me-nor) em ação nos diversos ‘serviços’ (‘servitius’) específicos.

Para Francisco e Clara o ‘servir’ é fundamental para quem assumiu a forma de vida segundo o Santo Evangelho. No servir ao Criador, cada irmão e irmã é criatura; no ser-vir às criaturas, todos são irmãos e

do itinerário penitencial francisca-no e fortalece no irmão e na irmã a grandeza da vida em fraternidade, ainda mais quando se possuem dois exemplos perfeitos de Servos: o Filho de Deus e a sua Mãe Santíssima.

Para Francisco, deixar de servir é apagar em si a virtude da humildade presente no “ser servo inútil”; deixar de servir leva o irmão ao deleite da vanglória da ciência e do poder, ten-

E falando aos Bispos do CELAM na Jornada Mundial da Juventude no RJ e citando o prólogo da Gaudium et Spes (GS 1), o Papa Francisco trata da Igreja no seu serviço (diaconia) à sociedade e ao mundo atual, dizendo: “A resposta às ques-tões existenciais do homem de hoje, especialmente das novas gerações, prestando atenção à sua linguagem, implica numa mudança profunda que deve-mos realizar com a ajuda do Evangelho, do Magistério e da Doutrina Social da Igreja. Os cenários e areópagos são os mais variados... Se continuar-mos apenas com os parâmetros da ‘cultura de sempre’..., o resul-tado acabará anulando a força do Espírito Santo. Deus está em toda a parte: há que saber descobri-lo para poder anun-ciá-lo no idioma dessa cultura; e cada realidade, cada idioma tem um ritmo diferente”.

FrAnCisCo dE Assis: “VAmos ComEçAr A sErVir, irmãos”

Se o ser servo e servir é um man-dato de Jesus Cristo a toda sua Igre-ja, logo este serviço (diaconia) tam-bém fez parte do cotidiano da vida de São Francisco e de Santa Clara de Assis. Nos Escritos que eles nos deixaram encontramos uma cente-na de passagens que nos remetem à dinâmica existencial tão própria do carisma franciscano presente no verbo ‘servir’ (‘servare’, ‘servio’,

irmãs entre si. Francisco de Assis, profundo conhecedor da alma hu-mana, também reconhece que entre os irmãos existem os que ambicio-nam sentar ‘à direita’ ou à ‘esquerda’. Não é à toa que ele faz esta admoes-tação: “É agradável ao corpo praticar o pecado e amargo servir a Deus” (2CtFi 69). Daí a necessária e perma-nente predisposição do coração para servir a “toda humana criatura”, seja ela um leproso, um vassalo, um ser-vo, um rei, um soldado, um campo-nês, uma criança, um pobre, um do-ente, um sarraceno... Servir faz parte

tação que coloca o servo de Deus numa situação de risco na sua identidade mais pro-funda “criada à imagem e se-melhança do Filho de Deus”; deixar de servir é perder o re-ferencial maior da “glória” da criatura humana que são as suas “fraquezas e o carregar dia-a-dia a santa cruz de Nos-so Senhor Jesus Cristo”. Para vencer esta tentação, Francis-co nos ajuda neste ato de con-trição: “As criaturas todas que estão debaixo do céu, a seu modo, servem e conhecem e obedecem ao seu criador me-lhor do que tu... quando te de-leitas em vícios e pecados” (cf. Adm 5).

Servir, enfim, foi um dos últimos imperativos de Fran-cisco, quando, muito doente e sentindo a proximidade da irmã morte corporal, recor-dou a grandeza das origens,

destacando particularmente o ser-viço aos leprosos: “Vamos começar a servir a Deus, meus irmãos, porque até agora fizemos pouco ou nada” (1Cel 103).

Portanto, prossigamos a nossa ca-minhada quaresmal proclamando: “Quero uma igreja solidária, servido-ra e missionária” e dialogante com a humanidade de hoje.

Fraternalmente,

Frei Fidêncio Vanboemmel OFMMinistro Provincial

| Comunicações | Março 2015 |134

introdução

Capítulo Provincial de 2012 teve como uma de suas pau-tas a “Ação Evangelizadora

da Província”. O encaminhamento, naquele momento, foi a instituição das cinco frentes de evangelização. Estas, por sua vez, determinaram a reconfiguração do Secretariado de Evangelização.

Como já se comentou, esta de-liberação não trouxe nenhuma novidade além do que já está “con-solidado” como vida e trabalho na Fraternidade Provincial. Mas, há pelo menos duas formas de se com-preender esta “novidade” chamada frente de evangelização. A primei-ra, podemos compreender sob um olhar administrativo: uma formata-

ção lógica daquilo que são os frades e suas atividades. Um dado técnico importante, mas que não passa da superficialidade do funcional. A se-gunda consiste em acolher como um “fator novo” que, naquele momento histórico, se colocou como fren-te de evangelização. Neste aspecto, as “novas frentes”, muito aquém de sintetizar uma resposta, colocam-se como um questionamento que deve perpassar a trivialidade do dia a dia. Questões que variam de acordo com as peculiaridades de cada frente.

Neste nosso texto queremos par-tilhar especificamente as indagações que brotam do confronto do que es-tudamos e experimentamos a partir da Frente da “solidariedade para com os empobrecidos”. É em sintonia com a segunda opção que temos feito um caminho para compreender os desa-fios e as possibilidades de um traba-

lho evangelizador no campo social. As ideias que vamos partilhar aqui, em três edições, não são respostas ob-jetivas e muito menos definitivas. Fa-zem parte da construção de um saber que, olhando para a história, não terá sua conclusão em nós. Mas, com cer-teza, terá a nossa contribuição neste tempo em que o Senhor nos concede viver e trabalhar. Para tanto, é funda-mental a disposição e o interesse para indagar, pesquisar e, a partir do coti-diano, promover o debate que ajude a obter um discernimento razoável das opções que devemos fazer e do cami-nho que deveremos seguir. Porque o desenho de um organograma em si, e a readequação de pessoal está muito longe de ser uma resposta evangélica à sociedade de hoje.

Nossa reflexão foi dividida em três partes: primeiro, um olhar sobre a realidade; segundo, um discerni-

Formação Permanente

A Ação no soCiAl ComoExprEssão EVAngEliZAdorA

FREI JOSÉ F. C. DOS SANTOS

| Comunicações | Março 2015 |

põem um olhar mais amplo sobre a realidade. É o que propomos aqui.

Olhando rapidamente para a his-tória, percebemos que a hegemonia da Igreja, no campo da organização e controle social, teve seu auge na Idade Média. A partir da segunda metade do século XIII, a Igreja viveu um con-texto de forte tensão política e social.

Desde a origem dos Estados na-cionais ou Estados modernos, no século XV, até a consolidação dos

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mento a luz do Evangelho (cf. EG nº 50); e, terceiro, as contribuições e desafios da ação evangelizadora no campo social.

Mas, antes de entrar nos temas que achamos importante partilhar, vamos citar quatro pontos que ire-mos dar como pressupostos:

Primeiro: não podemos falar de Igreja e questões sociais sem falar de política. Ação social sem debate po-lítico só é possível para quem está no exercício do poder ou participa di-reta ou indiretamente dele de forma autoritária. O que não deixa de ser também um posicionamento político.

Segundo: não dá para tratar das questões so-ciais exclusivamen-te pelo método das ciências positivas. Pois é impossível no âmbito social realizar um estudo isento das influ-ências de seu con-texto e imparcial em seu resultado. Quando falamos das questões sociais, so-mos influenciados pelo meio que nos cerca e, sobretudo, pelos interesses que nos motivam.

Terceiro: em nossas questões acerca da ação evangelizadora no campo social vamos tratar sempre sobre a compreensão da relação Igreja e Estado. Isso torna os assun-tos mais tangíveis, pois sobre este tema corremos o risco de falar de forma generalista.

Quarto: as considerações que fare-mos são a partir do trabalho na área da assistência social. Porém, quando nos referimos às questões sociais não nos restringimos ao trabalho da as-sistência compreendido, apenas, no acolhimento e cuidado dispensado

aos empobrecidos. As possibilidades de participação no campo social ul-trapassam esta dimensão do cuida-do, e o Estado brasileiro compreende como políticas sociais a saúde, a edu-cação, a assistência social, o trabalho, a moradia, dentre outras.

A igrEjA E o ContExto soCiAlUma aproximação aos fenômenos

sociais e as possibilidades de compre-endê-los, ainda que parciais, pressu-

Estados democráticos de direito na forma de república, obtivemos um longo e progressivo processo de des-construção do “status quo” da con-cepção medieval. A sociedade pas-sou por uma profunda mudança de compreensão em todas as esferas da atividade humana: econômica, polí-tica, social, cultural e religiosa.

Dentre as consequências destas transformações temos: a ascensão de uma nova classe social, a burguesa; a gênese de um novo método cien-tífico; e a aplicação da tecnologia em todos os processos da atividade hu-

mana. Com isso, inaugurou-se uma nova ordem social que é

simbolizada pela organiza-ção do Estado Democrá-

tico de Direitos.Entre eventos que

se tornaram marco histórico desse gra-dual processo de conquistas burgue-sas podemos citar: a criação dos Estados Nacionais, a Refor-

ma Protestante, o Ilu-minismo, a Revolução

Francesa, a Revolução Industrial e a construção

do Estado Democrático de Direitos.Na Idade Média, o Estado

se caracterizou pelo exercício do poder autoritário. As monarquias eram absolutistas. Regime em que a pessoa do monarca atraía para si a elaboração e a execução das leis. Não havia eleições. O monarca recebia o poder pela hereditariedade e era apoiado pela nobreza. Junto à nobre-za organizava-se a Igreja. Não havia participação popular, transparência, nem prestação de contas. O monar-ca não era responsabilizado. As deci-sões eram de caráter secreto.

Neste contexto, a burguesia não contava com ambiente favorável

Formação Permanente

| Comunicações | Março 2015 |136

para o desenvolvimento de seus in-teresses que eram basicamente eco-nômicos. Por isso, aos poucos foi se buscando “desobstruir” o caminho. Com isso, não queremos afirmar que houve um plano pré-concebido. Mas, sob a égide econômica cada época foi conduzida para esta finalidade. O processo foi longo, mas com conquis-tas importantes que foram somando favoravelmente. Sobretudo aquelas que buscavam dar novo sentido às realidades sob a ótica dos interesses econômicos.

Para suplantar o velho entendi-mento por parte dos burgueses, des-tacamos alguns campos que contri-buíram favoravelmente: o campo do conhecimento que defendia o avanço da ciência e da razão como funda-mento da verdade em detrimento das concepções da cosmovisão religiosa. O campo econômico que tinha como bandeira a liberdade econômica. No campo da política se plasmou o Es-tado Moderno como democrático e de direitos, garantido a liberdade e a igualdade. Entre os fundamentos do Estado Moderno estão: a soberania do Estado, no qual não se permite que sua autoridade dependa de ne-nhuma outra autoridade. E a distin-ção entre Estado e sociedade civil que traz como características para a relação entre ambos: a publicidade das decisões (transparência), a des-centralização do poder, o exercício de direitos (desejos) garantidos pela vontade da maioria, a igualdade e a liberdade. Aqui, o desejo e a liberda-de são de caráter individual e tensio-nam com a igualdade que é de caráter coletivo. Este equilíbrio foi confiado ao princípio republicano. Assim, o Estado moderno não é apenas demo-crático, mas também republicano. No campo social declarou-se o direito do homem e se defendeu o exercício da democracia (participação ampla e plena) para todos os cidadãos. Todas

as ações eram baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

Com a implantação destes ideais, a sociedade burguesa se livrou, em grande parte, da Igreja, da religião, da nobreza e todas as suas estruturas. Por outro lado, a Igreja nunca ficou indiferente e nem saiu incólume des-te processo. Desde a contrarreforma, passando pela condenação do ilumi-nismo e, nos últimos tempos, através da Doutrina Social, a Igreja nunca es-teve em situação favorável. Pois, quase nunca buscou aproximar e compreen-der o que seria este “novo” chamado “moderno”. Questionada, se colocou numa posição defensiva, o que sem-pre lhe conferiu resultados desfavorá-veis ao logo de toda a história.

Estas situações levaram a Igreja a um constante estado de crise. Frei Estêvão, na coluna Formação Perma-nente de janeiro/2015, pág. 7, citou a crise e as possibilidades de concebê--la. No que se refere à evangeliza-ção, olhando pelo aspecto histórico, podemos concluir que a crise como desafios para Igreja já vem de longa data, ou seja, ela tem sido desafiada a repensar não somente a sua ação evangelizadora, mas a sua própria identidade. Porque a Igreja não per-deu somente a hegemonia do campo social, mas, consequentemente, per-deu também a capacidade de partici-pação na nova sociedade.

Assim, podemos concluir que o Estado, como o concebemos hoje, é uma invenção da burguesia, funda-do nos ideais mercantis do capital. Até mesmo as concepções de bem--estar social não têm fundamento evangélico, mas de proteção e servi-ço ao grande ídolo dinheiro (cf. EG nº 55). Não se trata aqui de fazer um juízo moral da questão, mas apenas uma constatação da realidade. Pen-so que o caminho não é buscar recu-perar a cristandade (durante todos os tempos a Igreja constrói um his-

tórico de reações e nunca de propo-sições), mas descobrir dentro dessa complexidade o espaço que cabe à Igreja e ocupá-lo. Para tanto, é preci-so mudar as concepções de mundo e de projeto para o social. Deve-se abrir mão da busca pela manuten-ção do poder e assumir a proposta evangélica no debate social: o meu reino não é deste mundo (cf. Jo 18,36), denunciando as injustiças e tudo o que fere a dignidade da vida humana. A Igreja foi mudada de lu-gar na atual composição social.

Por isso, quando a Constituição Brasileira de 1988 atribui ao Estado toda responsabilidade sobre as políti-cas sociais e, no ano 2000, a Província é “obrigada” a organizar seu trabalho, sobretudo na área da assistência, de acordo com a regulamentação das leis do Estado Brasileiro, não é algo “novo” a ponto de nos surpreender. São expressões deste longo e históri-co processo que chega de forma “de-finitiva” em nossa vida. Interferindo de forma direta e, diria, positiva no nosso dia a dia. É um fato dado. Não nos cabe escolher. Por outro lado, não acolher é colocar-se à margem e abrir mão das possibilidades de melhorá--lo ou até modificá-lo. O desafio está em se aproximar e deixar-se desafiar pelo novo jeito de ser e de se organi-zar de nossa sociedade. Para nós, que somos filhos da Igreja, vale lembrar que o mundo está pautado por uma cosmovisão que não é a da Igreja. O que não significa estar fechado aos valores evangélicos. O que não cabe mais é a concepção da realidade nos moldes de um cristianismo socioló-gico.

A Igreja foi mudada de lugar na composição social e, para explicitar melhor esta afirmação, faremos na próxima publicação, um diálogo com a parábola de Lc 10, 25-37, usando as imagens construídas por Jesus.

Formação Permanente

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Formação Permanente

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Altíssimo e glorioso Deus,Tu nos chamaste a seguir as pegadasdo teu Filho diletocomo irmãos mais pequeninosdo teu servo Francisco.Envia-nos o teu Espíritopara iluminar o nosso coraçãona preparação doCapítulo Geral de Pentecostesque vai acontecer emSanta Maria da Porciúncula.Renova em nós a alegria do Evangelho,a fim de que possamos proclamar no nosso tempoa tua misericórdia e a tua bondade para com todos.Santa Maria dos Anjos, Virgem feita Igreja,nos acompanhe na busca por seguir seu Filho,nosso Senhor Jesus Cristo,e em nossa caminhada rumo a Ti,que vives e reinas na Trindade perfeita ena Unidade simples,e és glorificado,Deus Onipotente, por todos os séculos dos séculos.Amém!

orAção pElo CApÍtulo gErAl

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SAV

elo 5º ano consecutivo, a Pro-víncia Franciscana da Ima-culada Conceição do Brasil

tem a alegria de acolher nossos jo-vens aspirantes nas Fraternidades de Acolhimento Vocacional (FAVs), cujo objetivo é propor ao jovem o acompanhamento e o discernimen-to vocacional, através da experiência concreta do nosso carisma na pers-pectiva do “Vinde e Vede” (Jo 1,39).

Partindo do princípio de que a melhor animação vocacional con-siste no testemunho alegre da radi-calidade de nossa vida franciscana, através da oração, da devoção e da vida em fraternidade e em minori-dade, a cada ano o Governo Provin-cial, com seu Definitório, nomeia diferentes fraternidades para acolher

e acompanhar os aspirantes durante o primeiro semestre do ano. Além das FAVs, todas as fraternidades da Província são chamadas a colaborar no acompanhamento dos jovens, proporcionando períodos de convi-vência e formação.

Neste ano, 18 jovens iniciarão esta etapa de discernimento (veja quadro) até julho. A segunda etapa do Aspirantado se dará no Seminá-rio São Francisco de Assis, em Itupo-ranga, no segundo semestre.

“A acolhida dos aspirantes na fraternidade estimula não só o cres-cimento dos próprios jovens, mas também dos nossos frades e frater-nidades, dentro de uma relação re-cíproca de crescimento e formação. Afinal, a formação franciscana não

se refere somente a um período de-terminado de aprendizado de conte-údos necessários à realização de uma tarefa, mas trata-se de um processo que envolve toda a vida de um frade menor (CCGG 135)”, explica o co-ordenador do Serviço de Animação Vocacional, Frei Diego Atalino de Melo.

Frei Diego agradece a todas as fraternidades que ao longo destes cinco anos já foram FAVs, bem como àquelas que durante este ano recebe-ram esta missão confiada pela Pro-víncia. “Que a presença destes jovens aspirantes seja também estímulo vo-cacional para todos nós e que o Bom Deus nos faça sempre perseverar no chamado que um dia recebemos”, es-pera o coordenador.

FAVs: 18 joVEns Em oito FrAtErnidAdEsFraternidade de Acolhimento Vocacional em Amparo

| Comunicações | Março 2015 |

SAV

nome cidade idade FavRodrigo Martins Jorge São Paulo - SP 25 AmparoGuilherme Plotegher Neto Gov. Lindemberg - ES 25 AmparoAntonio Edson Maciel Rocha Rio de Janeiro - RJ 26 AmparoJoão Manoel Zechinatto Amparo - SP 22 ConcórdiaPaulo Ricardo Ap. dos S. Silva S. Luís de Paraitinga - SP 21 ConcórdiaDanilo Lima de Oliveira Mairinque - SP 22 GasparCarlos Leonardo Neves Pinto Magé - RJ 18 GasparMoisés Rodrigues da Silva Taboão da Serra - SP 33 LagesRenan C. Alves São Paulo - SP 17 LagesMarcelo Dias Soares Rio de Janeiro - RJ 30 LagesTiago da Silva Barboza Serra – ES 25 PariFrancisco Henrique da Cruz Rodrigues Rio de Janeiro - RJ 28 PariCarlos Henrique Durante da Silva São Paulo - SP 20 Santo Amaro da ImperatrizBruno Gonçalves Cezário Nilópolis - RJ 17 Santo Amaro da ImperatrizGuilherme de Souza Jesus São Paulo - SP 17 São João do MeritiDiego Martendal S. Amaro da Imperatriz - SC 24 São João do MeritiIvan Carlos Pereira Osasco - SP 37 Vila VelhaRodrigo José Silva Campo Largo - PR 31 Vila Velha

Rodrigo Martins Jorge

Carlos Leonardo Neves Pinto

Carlos Henrique Durante da Silva

Guilherme Plotegher Neto

Moisés Rodrigues da Silva

Bruno Gonçalves Cezário

Antonio Edson Maciel Rocha

Renan C. Alves

Guilherme de Souza Jesus

João Manoel Zechinatto

Marcelo Dias Soares

Diego Martendal

Paulo Ricardo Ap. dos S. Silva

Tiago da Silva Barboza

Ivan Carlos Pereira

Danilo Lima de Oliveira

Francisco Henrique da Cruz Rodrigues

Rodrigo José Silva

ConhEçA os 18 joVEns AspirAntEs E suAs rEspECtiVAs FAVs

| Comunicações | Março 2015 |140

SAV

o domingo, dia 8 de fevereiro, o Convento São Francisco de Assis, no centro de São Paulo,

celebrou o envio de 8 jovens aspiran-tes à vida na Ordem dos Frades Me-nores. São eles: Rodrigo, Ivan, Carlos Henrique, Renan, Danilo, Moisés, Guilherme e Flávio. Estes jovens irão para as Fraternidades de Acolhimen-to Vocacional (FAVs) nas próximas semanas, dando início ao seu cami-nho vocacional.

A igreja estava repleta de fiéis. Além da comunidade local, familia-res e amigos dos aspirantes estiveram presentes, para celebrar com estes jo-vens este momento tão especial.

Em sua homilia, Frei Alvaci Men-des da Luz, coordenador do PVF (Pró-Vocações e Missões Francisca-nas) e animador deste grupo de vo-cacionados, falou sobre os desafios da vida religiosa e da sua responsabilida-de diante do acompanhamento destes jovens.

“A gente não consegue olhar e di-zer se eles irão perseverar ou não. O que a gente sabe é que existe um de-sejo, uma vontade e um chamado”, afirmou o frade.

Sobre o Evangelho deste domingo, Frei Alvaci destacou o aspecto missio-nário da missão de Jesus Cristo. “Jesus veio anunciar um Reino que só acon-tece se cada um de nós fizer também a mesma coisa que Ele fez: partir em

missão, estar com as pessoas, visitar os doentes”, acrescentou.

O animador vocacional deixou uma palavra de ânimo para os jovens. “Sejam corajosos. Eu acho que Jesus está bem cansado de pastores abati-dos, pastores que não têm coragem de andar”, aconselhou.

Frei Alvaci pediu ainda que a co-munidade local, os familiares e ami-gos rezassem por estes jovens, para que eles possam perseverar neste caminho. O frade partilhou um con-selho de sua mãe, em certa ocasião: “Comece bem, mas termine bem”. E animou os jovens a permanecerem fi-éis às coisas de Deus, lembrando sem-pre do frescor deste chamado, retor-nando cada dia ao começo, trazendo

à memória os motivos que os fizeram dizer sim.

Para Ivan Carlos, que irá para Vila Velha nesta primeira etapa da for-mação, a celebração de envio foi um momento especial, de recordação do caminho. “Cheguei cedo ao convento e no início fiquei um pouco nervoso. Quando iniciou a procissão de entra-da, ao ver meus familiares e amigos nos bancos já percebi que seria difícil segurar a emoção”, afirmou.

Durante a procissão do ofertório, foram entregues os símbolos francis-canos junto ao pão e o vinho. Após a comunhão, Frei Alvaci chamou Frei Alexandre Rohling, Frei Albino Ga-briel, Frei Odorico Decker e Frei Sér-gio Calixto para entregar aos jovens uma lembrança, um pequeno crucifi-xo de São Damião. O frade destacou a diferença de carismas e missões entre os frades. Cada um, a seu modo, serve a Deus e aos irmãos.

Após a missa, os jovens receberam com alegria os cumprimentos da co-munidade, dos seus familiares e ami-gos. O clima foi de alegria e confrater-nização. Após a missa, os aspirantes e os vocacionados de 2015 se reuniram para o primeiro encontro do ano.

ConVEnto são FrAnCisCo: CElEiro dA proVÍnCiA hojEÉRIKA AUGUSTO

| Comunicações | Março 2015 | 141

SAV

s aulas recomeçaram na se-gunda-feira, dia 23 de feve-reiro, no Seminário São Fran-

cisco de Assis. Após duas semanas de entrosamento, trabalhos, ensaios de canto e orações, a fraternidade se pre-para para o início do ano letivo.

Os novos alunos chegaram antes, no dia 13, para passarem um tempo de entrosamento e adaptação a esta caminhada vocacional. São, ao todo, 12 novos seminaristas que vêm para o ingresso no primeiro e segundo anos do Ensino Médio.

Acreditando na importância da leitura para nossa formação, a biblio-teca do seminário está sendo rees-truturada, para que sua organização facilite o acesso dos seminaristas aos livros.

Inicialmente, apenas os livros de literatura brasileira e estrangeira e os livros de franciscanismo poderão ser emprestados. Isso porque a ideia é ca-dastrar todos os livros com um novo sistema de identificação, etiquetá-los

e listá-los todos no computador, para que a busca pelo livro desejado seja facilitada. Como este processo ainda levará um tempo, pouco a pouco, as outras sessões serão abertas, como catequese, vida dos santos, enciclopé-dias, história e filosofia...

Enfim, somente estas três sessões já somam mais de 3.000 livros, o que já dá uma ideia do trabalho que ain-da temos à frente. Nada que desani-me aqueles que assumiram esta tarefa para melhorar sempre mais a Biblio-teca Frei Jerônimo Back.

Na verdade, as atividades no Semi-nário São Francisco de Assis começa-ram antes, no dia 31 de janeiro, quan-do os professores se reuniram para um dia de encontro pedagógico e pre-paração do ano letivo no seminário.

Como é costume, foi chamado um

palestrante para falar aos professores em uma manhã de formação. Neste ano, a fonoaudióloga Ana Paula Pam-plona da S. Müller, de Blumenau, foi convidada para refletir junto ao cor-po docente sobre as dificuldades de aprendizagem decorrentes de trans-tornos neurológicos. A palestrante focou nos distúrbios mais comuns como o TDAH (Transtorno de Dé-ficit de Atenção e Hiperatividade), TEA (Transtorno do Espectro Au-tista), Dislexia e Discalculia, falando dos principais sintomas aos quais os professores devem ficar atentos para uma possível diagnóstico, bem como formas de educar as crianças e adoles-centes que apresentam tais transtor-nos, uma realidade não tão incomum no meio educacional.

No período da tarde, os profes-sores voltaram-se para as questões cotidianas da escola, como o quadro de aulas e calendário escolar, alguns avisos e lembretes sempre importan-tes, e a reflexão sobre a Feira de Co-nhecimentos deste ano, que deverá tratar do tema da linguagem e comu-nicação. Os professores puderam ex-por algumas ideias de como abordar o tema para oferecer mais uma feira de qualidade aos alunos que vêm nos visitar.

ituporAngA

Ano lEtiVo ComEçA Com 22 Alunos

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Na continuação das festas do Ju-bileu dos 25 anos da presença da Ordem dos Fra-des Menores em Angola e na come-moração dos 10 anos de funciona-

mento do Seminário Monte Alver-ne de Malange, Deus nos presenteia chamando 65 vocacionados a abra-çarem a vida franciscana. Entre eles, 23 farão o aspirantado, que é o ano de preparação ao postulantado.

Os seminaristas e aspirantes pro-vêm de diversas regiões de Angola e também do país vizinho São Tomé. No seminário, eles recebem forma-ção acadêmica como também a for-mação específica franciscana. Além dos estudos há atividades pastorais nas aldeias e no bairro que circunda o seminário.

Muitos desses jovens que in-gressam em nosso seminário fo-ram acompanhados por diversas irmãs, irmãos e padres de outras congregações ou mesmo diocesa-nos. A eles só temos de agradecer o empenho, generosidade e disponi-bilidade em mostrar o caminho de

São Francisco como possibilidade de vida.

Queremos agradecer à Provín-cia da Imaculada Conceição por ter acreditado e acreditar neste projeto, que, olhando para frente, acena para uma primavera de bênçãos tendo em vista o grande índice de perseveran-ça. Também não podemos deixar de agradecer aos nossos benfeitores que são missionários, como nós, através da generosidade da oração e da do-ação. Como se diz aqui: “Estamos juntos”.

Recentemente, em Kibala, 13 jovens ingressaram no Postulanta-do.

Formação e Estudos

CAsA ChEiA no “montE AlVErnE”FREI ALOÍSIO PAULO (MOCOCA)

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2001

Fevereiro: • Frei Genildo é o novo Presidente da FIMDA.• Férias de Frei Hermenegildo – 03 de janeiro, retorno em 16/02.• Frei Ângelo Vanazzi assumiu em 1º de janeiro a Paróquia de São Lucas, em Luanda.• O angolano Manuel Mendes é encaminhado ao noviciado de Rodeio.• Assembleia da Missão – Malange (27 e 28 de janeiro).• Abertura do ano letivo no Seminário Diocesano de Malange – 29 de janeiro.• Nomeação de Frei Atílio Abati (novembro/2000) como Coor-denador do Departamento da Evangelização Missionária e Frei Simão como Procurador da Missão.março: • Agradecimento de Frei Atílio Abati aos guardiães e coordena-dores reunidos em Agudos pelo interesse em ajudar as Missões em Angola. abril: • Frei Nélson Jaime Cristóvão fala de sua experiência em Zâmbia.• Frei Atílio Abati fala sobre como ser um “Missionário”.maio: • Mensagem de Frei Atílio Abati, agenda das visitas às paróquias.• Encontro dos futuros missionários para Angola: Frei Evaristo Spengler, Frei José Antônio dos Santos e Frei Ivair Bueno de Car-valho, no Convento Santo Antônio do Rio, nos dias 17 a 20 de abril.Junho: • Envio missionário de Frei Ivair, Frei José Antônio e Frei Evaristo (31 de maio).agosto: • “A África nos chama” – publicação sobre os 10 anos da Funda-ção – Frei Atílio Abati.setembro: • Visita de Frei Atílio Abati e Frei Jurandir Cristofolini a Luanda e Malange (15 a 29 de agosto).• Cinco dias em Malange – Frei Atílio e Frei Jurandir. • Frei Márcio de Araújo Terra pede ajuda para poder manter e me-lhorar as péssimas condições existentes na “Escolinha da Missão”. novembro: • Carta de Frei Evaristo Spengler em que relata suas primeiras impressões sobre a Missão em Angola (escrita em 29 de agosto).dezembro: • Situação atual de Angola e a Missão – Frei Samuel Ferreira de Lima.• Retorno de Frei Pedro Caron à Missão.• Cinco jovens angolanos vão para o noviciado em Rodeio. Che-gada em 30 de dezembro com Frei Genildo. • Ordenação Sacerdotal de Frei José Antônio dos Santos (14 de abril).• Frei Alexandre Magno retorna de Roma ao Brasil para depois seguir para Luanda em Angola.

Continua

CronologiA dA missão Em AngolA (V)

Formação e Estudos

| Comunicações | Março 2015 |144

Formação e Estudos

om o lema “Eis que venho fazer com prazer a vossa vontade, Senhor” (Sl 39), Frei Douglas Paulo Ma-chado será ordenado diácono no dia 24 de março, às

19 horas, pelo bispo diocesano de Joaçaba (SC), D. Mário Marquez, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Con-córdia (SC).

Natural de Florianópolis, onde nasceu no dia 4 de abril de 1987, Frei Douglas é filho de Dilma e Milton Machado e tem mais dois irmãos: João Carlos e Marcos Roberto. Aos 13 anos, já manifestou o desejo de ingressar no seminário e foi encaminhado pelo pároco de São José para o Semi-nário Menor da Arquidiocese de Florianópolis, em Brus-que, onde ficou um ano. “Durante esse tempo, comecei a ter contato com a literatura franciscana na biblioteca do se-minário. Em casa, meu avô paterno contava histórias dos franciscanos de Coronel Freitas, onde ele morou por mui-tos anos, antes de se mudar para São José, e com quem teve muito contato. Aos poucos, surgiu em mim um interesse, que crescia alimentado pela curiosidade em conhecer a vida religiosa franciscana. Decidi, então, deixar o seminário dio-cesano para ingressar no franciscano”, contou, lembrando que para isso teve a ajuda e colaboração da Paróquia Santo Antônio, em Florianópolis, quando era pároco Frei Dalvino Munaretto e, depois, Frei Günther Max Walzer. “A eles agra-deço imensamente. Depois ingressei no Seminário Santo

Pastoral:2008-2009 – Pastoral Vocacional, em Rondinha;2010 – Paróquia Senhor Bom Jesus, Ferraria, Campo Largo;2011-2012 – Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Nilópolis;2013 – Pastoral Vocacional – Sagrado, Petrópolis;2014 – Paróquia Santa Clara – Petrópolis.

Formação:2002 – Seminário Menor da Arquidiocese de Florianópolis, em Brusque – SC;2003–2005 – Ensino Médio noSeminário Santo Antônio, em Agudos – SP;2006 – Postulantado, em Guaratinguetá – SP;2007 – Noviciado, em Rodeio – SC;12/01/2007 – Vestição03/01/2008 – Profissão Simples10/08/2013 – Profissão Solene2008-2010 – Filosofia, em Rondinha – PR;2011-2014 – Teologia, em Petrópolis – RJ.

dados Pessoais:nome: Frei Douglas Paulo Machado, OFMnascimento: 04/04/1987naturalidade: Florianópolis – SCPai: Milton Machadomãe: Dilma Machado (solteira: Dilma Kuczkowski)irmãos: João Carlos e Marcos Roberto

FrEi douglAs sErá ordEnAdo diáCono no diA 24

MOACIR bEGGO

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Formação e Estudos

Antônio, em Agudos, e daí em diante percorri todas as etapas formativas na Província até completar a Teologia no ano passado em Petrópolis”.

Residindo agora em Concórdia, a partir do dia 24, Frei Douglas se tor-nará diácono, “aquele que se ocupa sobretudo do âmbito caritativo (dia-conia), embora possa também ensinar, fazer catequese, anunciar o Evangelho, pregar na Missa e assistir às celebra-ções litúrgicas” (Youcat, p. 145).

“O Diaconato é, como sugere o nome, um serviço, mas não qualquer serviço. Trata-se de uma doação de si mesmo. Exige abnegação. Ninguém é ordenado para si mesmo, assim como “ninguém vive ou morre para si mes-mo” (Rm 14,7). Se há uma honra em ser diácono, ela não está na pessoa do ordenado, mas sim no próprio Senhor, que o chama para seu serviço”, explica Frei Douglas.

“Como franciscanos, é bem ver-

dade que não ingressamos na Ordem para sermos clérigos. Mas é igualmen-te verdadeiro que desde muito cedo a Ordem chamou para si a missão de evangelizar. E sempre desempenhou esse seu papel também por meio da administração dos sacramentos. A preocupação de São Francisco, longe de distinguir clérigos e leigos, era a do anúncio da Boa Nova, por meio princi-palmente do testemunho”, acrescenta.

Segundo ele, está longe de cumprir todas as exigências da Ratio Forma-tionis Franciscanae para as ordens sa-cras. “Posso asseverar que não possuo e talvez nunca alcance todas elas, mas a mesma motivação em pedir os mi-nistérios ordenados também a tenho para exercer os pontos colocados pelo documento. Quem de nós é servo e pobre como Nosso Senhor Jesus? E, no entanto, todos almejamos isso tenaz-mente”, observa.

Segundo ele, a data da ordenação

diaconal contribui para compreen-der melhor as exigências desse mi-nistério: dia 25 de março é Solenida-de da Anunciação do Senhor. “Vê-se aí o Verbo eterno que se encarna no seio da Virgem Maria após ela ter consentido em ser a serva do Senhor. A exemplo dela, também o diácono aceita o serviço de Deus, dizendo como o salmista: ‘Eis que venho fazer com prazer, a vossa vontade, Senhor!’ (Sl 39). Esse é, aliás, o lema da Orde-nação, que se coaduna com o lema da Campanha da Fraternidade desse ano: ‘Eu vim para servir’ (Mc 10,45). Servindo a Cristo, o Diácono da hu-manidade, anseio ser, como Ele, fiel anunciador do Reino de Deus e de-dicado servidor dos irmãos e irmãs, principalmente aqueles que mais necessitam, os preferidos de Deus; pois como Ele, também eu ‘não vim para ser servido, mas para servir’ (Mt 20,28)”, completa Frei Douglas.

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Formação e Estudos

a manhã do dia 8 de janeiro, na Celebração Eucarística com a participação do povo,

foram apresentados à comunidade os frades vindos de sua primeira pro-fissão religiosa, a fim de integrarem a nova fraternidade São Boaventura.

Frei Fábio César Gomes, mes-tre dos professos temporários, deu as boas vindas ao Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, vigário da casa e vi-ce-mestre. Na ausência de Frei João Mannes, apresentou os novos con-

frades. Frei José Lino Zimmermann, transferido da fraternidade Santo Antônio de Agudos, completou a fraternidade permanente. Também foram apresentados os seguintes frades de profissão temporária, que cursarão o primeiro ano de estudo acadêmico em Filosofia. São eles: Frei Angelo Fernandes Baratella, Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Da-vid Belineli, Frei Douglas da Silva, Frei Erick de Araújo Lazaro, Frei Heberti Senra Inácio, Frei Leandro Ferreira Silva, Frei Raoni Freitas da Silva, Frei Samuel Santos Soares, que disseram sua naturalidade. Feita a

apresentação, deu-se continuação à santa Missa.

Em sua homilia, Frei Fábio des-tacou que “como Cristo, cada cristão autêntico sente também a urgência de levar essa mensagem a todos não por iniciativa pessoal, mas por força do próprio batismo”. Disse ainda que “a nossa vida franciscana é uma vida segundo o Evangelho (...), uma vida de discípulos missionários. Estamos aqui em Rondinha para fazer isso: ouvir a cada dia a Boa Nova de Jesus, acolhê-La, tentar praticá-La e, como diz S. Francisco, quando virmos que agrada ao Senhor, anunciá-la com

inÍCio do Ano Em rondinhAFREI DOUGLAS DA SILVA E FREI RAONI FREITAS

| Comunicações | Março 2015 |

Formação e Estudos

palavras em nossas diversas frentes de evangelização: a pastoral paro-quial, nas visitas às famílias, pastoral da saúde e promoção humana”.

Assim, animados e revigorados pelo Espírito do Senhor somos cha-mados a ser Frades Menores levando ao mundo a paz e o bem. Agradece-mos a acolhida feita pelos frades da fraternidade permanente e de toda a comunidade presente. Acreditamos que, juntos, iremos aprender a cami-nhar rumo ao Reino que Deus pre-parou para nós. Como finalizou Frei Fábio em sua homilia: “Precisamos fazer tudo isso, não para nos tornar-mos famosos, para atrairmos as pes-soas para nós, mas para conquistá-las para Jesus Cristo, para que, também através de nós, o Reino de Deus cres-ça cada vez mais no meio do mundo”. Que o Senhor nos conceda um bom ano acadêmico com a proteção da bem-aventurada Virgem Maria e com a intercessão de São Francisco e São Boaventura.

Para marcar o início do ano letivo de 2015, a FAE-Cento Universitário e a Universidade São Francisco (USF) prepa-raram uma surpresa para professores e alunos. Na FAE, os professores foram presenteados com a obra “Do pensar e agir franciscanamente”, de autoria de Frei Orlando Ber-nardi, OFM. O autor, que é especialista em Franciscanis-mo, desenvolve uma reflexão em torno da novidade presente no modo franciscano de educar, apontando pistas e valores que devem balizar a educação francis-cana.Na USF, cada um dos 2900 alunos ingressantes rece-beu um exemplar dos “Escritos de São Francisco de Assis”, assim como todos os professores da instituição. No texto de apresentação da obra, o Ministro Provin-cial e Chanceler da USF, Frei Fidêncio Vanboemmel, escreveu: “Nosso desejo, ao entregar em suas mãos este exemplar dos ‘Escritos de São Francisco’, é ofe-recer a você aquilo que temos de mais precioso: as palavras e ensinamentos de nosso Pai e Fundador”.

EntrEgA dE oBrAs FrAnCisCAnAsmArCA inÍCio do Ano lEtiVo nA FAE E nA usF

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a manhã do dia 19 de feve-reiro teve início o ano acadê-mico no Instituto Teológico

Franciscano. Estudantes, professores, funcionários e amigos do ITF parti-ciparam da Missa, da aula inaugural e dos outros momentos.

A celebração eucarística foi presi-dida pelo bispo de Duque de Caxias (RJ), Dom Tarcísio Nascentes dos Santos, que, durante a homilia, num primeiro momento e revisitando as leituras litúrgicas do dia, discorreu sobre a importância da escolha do caminho a ser seguido pelo cristão. Essa escolha, frisou, deve ser renova-da sempre, seja em ocasiões especiais, seja no cotidiano do dia a dia, à luz

da fé, em harmonia com a Palavra de Deus, e concluiu retomando o convi-te: “escolhe, pois, a vida!” No segun-do momento, ecoando as palavras do Papa Emérito Bento XVI e do Papa Francisco, Dom Tarcísio dirigiu-se a todos os estudantes de Teologia pre-sentes, ressaltando a importância de bem equacionar vida eclesial, ativi-dade pastoral e estudo acadêmico, es-tudo teológico. Se assim não se fizer, alertou, pode-se cair no academicis-mo ou no descaso da razão. A missão do sacerdote, especificou, consiste em levar Deus às pessoas.

Após a Missa houve uma breve pausa para o cafezinho, seguida da aula inaugural, no salão nobre. Frei João Fernandes Reinert discorreu sobre sua tese doutoral, cujo título é: “Paróquia e iniciação cristã cate-

Formação e Estudos

inÍCio do Ano ACAdêmiCo no itFNEUCI L. SILVA (TEXTO)

E ADÉLIA MOZER (FOTOS)Também estiveram presentes,

na ocasião, Frei César Külkamp, se-cretário do Secretariado para a For-mação e os Estudos, e Frei Evaristo Pascoal Spengler, representando o governo da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, mantenedora do Instituto. Ele lem-brou a importância do ITF por seu trabalho de formação e pesquisa e sublinhou sua abertura às dioceses vizinhas.

Ao término da aula inaugural, Frei Antônio Everaldo Palubiack Marinho, Diretor da faculdade, de-sejou a todos um frutuoso ano de estudos e agradeceu o valioso aporte de Frei João Reinert.

O ato acadêmico foi encerrado com um almoço de confraterniza-ção.

cumenal: uma relação urgente – A interdepen-dência entre renovação paroquial e mistagogia catecumenal”.

“Hoje não há mais ‘cristandade’. Não se nas-ce cristão, faz-se uma opção religiosa”, em de-corrência da atual con-juntura cultural e urba-na, afirmou Frei Reinert.

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Formação e Estudos

que vos parece?” Com essa pergunta, Jesus lan-ça para seus ouvintes a

responsabilidade de se questio-narem e responderem sobre a re-alidade da vida e do seguimento a Ele. E foi com esse Evangelho (Mt 21, 28-32) que iniciamos o dia, com a celebração da Euca-ristia, às 8h, presidida pelo neo- presbítero e aniversariante do dia (16/12), Frei Paulijacson Pessoa de Moura. De fato, a liturgia da Palavra do dia era propícia para o encontro convocado pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanbo-emmel, para uma avaliação do pri-meiro ano numa fraternidade fora da Formação Inicial, pois falava da necessidade de sermos coerentes na vida, fazendo em todas os mo-mentos a vontade do Senhor e co-locando n’Ele nossa esperança.

No encontro, na sala do Defi-nitório, estavam presentes: Frei Fi-dêncio, conduzindo a reunião; Frei Weliton Bortolon, da fraternidade

Nossa Senhora do Amparo, São Se-bastião; Frei Sérgio Silas Damasce-no, da fraternidade São Boaventura, Campo Largo; Frei Alex Ferreira da Silva, da fraternidade Santo Antônio do Pari, São Paulo; Frei Paulijacson Pessoa de Moura, da fraternidade São José, Gaspar; Frei Valdeci Bento de Moura, da fraternidade do Sa-grado Coração de Jesus, Petrópolis; e Frei Leonardo Pinto dos Santos, da fraternidade Santo Antônio, Bauru.

De forma bastante espontânea e leve, cada um foi partilhando suas ale-grias, anseios e dificuldades encontra-das neste primeiro ano vivido após o término da Formação Inicial. E o que ficou claro em cada fala foi a alegria de se viver em fraternidade, mesmo com as dificuldades encontradas; e que se faz necessário, a cada dia, ratificar a vocação à qual cada um foi chamado, sendo “alegres na esperança, pacien-tes na tribulação e perseverantes na oração”, assim como o Papa Francisco nos exorta, neste ano dedicado à vida consagrada: onde estão os religiosos, haja alegria e um verdadeiro testemu-nho de vida.

E, após todos falarem, Frei Fi-dêncio agradeceu a cada um pela resposta ao chamado e pela parti-lha sincera; em seguida, falou sobre seu “primeiro amor”, que foi em Campos do Jordão. Falou também que não há comunidade perfeita, mas que devemos sempre oferecer à fraternidade o melhor que puder-mos. Partilhou também sobre suas angústias e alegrias com relação à Província, tais como o redimensio-namento, a missão de Angola, ou-tras frentes de evangelização. Ain-da comentou sobre o crescimento numérico expressivo que a FIMDA apresentou nesses últimos anos e que faz parte do trabalho evange-lizador e missionário de muitos confrades.

Para finalizar, reiterou que a cri-se pela qual estamos passando não é motivo de desânimo nem deses-pero, mas um modo de podermos encontrar meios diferentes de res-ponder e viver nossa vocação nos dias atuais, e que devemos sempre ter um coração agradecido e con-fiante no Senhor.

EnContro dos FrAdEs dE 1ª trAnsFErênCiA

FREI LEONARDO L. DOS SANTOS

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Fraternidades

Fraternidade São Boaven-tura celebrou, na manhã do domingo, 22 de fevereiro,

Missa de Ação de Graças pelos 25 anos de Vida Sacerdotal de Frei João Mannes, que, emocionado e junta-mente com seus familiares presen-tes, especialmente seu pai Ovino João Mannes, fez memória daquele dia tão especial em sua vida: a orde-nação presbiteral em 17 de fevereiro de 1990, na Igreja São João Batista, em Luzerna (SC).

Tendo invocado a Santíssima Trindade, Frei João disse que era uma grande alegria celebrar seu ju-bileu e, com toda a Igreja, bendizer a Deus pela busca e dedicação de

todos em transmitir a mensagem de Deus na Terra.

Com entusiasmo, Frei João reve-lou que aos 12 ou 13 anos começou a pensar na ideia de ser padre: “Primeiro disse para a mãe e só depois para o pai”. O sincero sorriso em Frei João confir-mou o importante papel de seus fami-liares em seu discernimento vocacio-nal. Segundo ele, em 1975 iniciou-se o seu processo formativo na Ordem dos Frades Menores. Enfatizou ainda que seu pai foi quem o levou pessoalmente ao Seminário de Luzerna.

Frei João afirmou com toda con-vicção que se tornou sacerdote não só por seu mérito, mas sim pela iniciativa de Deus, que o chamou e o concedeu

rondinhA

FrEi joão mAnnEs CElEBrA 25 Anos dE VidA sACErdotAl

| Comunicações | Março 2015 |

Fraternidades

irmãos aqui reunidos, como fiz em todos os dias do sacerdócio a mim conferido, render graças pelo amor com que Deus me amou. Peço per-dão por todo erro, queda ou vacila-ção. E quero também, na alegria do sacerdócio, prometer mais uma vez unir-me sempre de novo a Cristo, viver em seu serviço, imbuir-me do espírito do Evangelho, sendo entre os homens um sinal permanente do amor de Deus. Peço-vos, irmãos, que rogueis por mim, para que seja fiel ao chamado de Senhor”.

Representando o Ministro Pro-vincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, Frei Nelson José Hillesheim recebeu a renovação presbiteral do jubilando. A comunidade entoou solenemente o refrão: “Dou graças, Senhor, por teu grande Amor!”, consagrando este grande momento de fidelidade e amor a Deus.

A Celebração Eucarística prosse-

guiu revelando o Mistério da Encar-nação do Cristo mediante a vocação presbiteral de Frei João. Os cantos, as preces, as ofertas e a comunhão con-sagraram este primeiro domingo da Quaresma, renovando nossa conver-são ao Pai.

Depois da oração final, foram dirigidas algumas homenagens a Frei João pelo seu serviço prestado à Igreja e ao Povo de Deus. No final, foi convidado a ajoelhar-se em frente à assembleia para receber a bênção de São Francisco, e, logo após, invocou a bênção de Deus para todo o povo.

A festa terminou com um festivo almoço na Fraternidade. Ele também foi homenageado no café da manhã, quando apresentou os familiares. Frei Jean Ajluni fez uma bela homenagem em agradecimento pelo exemplo de vida e doação, emocionando o jubi-lando. Ele foi presenteado com alva túnica e estola.

A Comunidade de São Sebastião, de onde Frei João é natural, celebrou com ele no dia do Padroeiro.

O dia estava muito bonito. O tem-po colaborou. Não fez aquele calor que costuma fazer nesta época e também não choveu (típicas pancadas de ve-rão).

No início da missa, às 10h30, o páro-co deu as boas vindas e o comentarista desta Missa foi o mesmo de quando ele

celebrou a primeira missa. Relembrou aquele momento e falou da família que é muito católica. Família de 5 homens e 5 mulheres... A mãe Maria e uma irmã, Terezinha, são falecidas.

Estavam presentes na missa: Frei João, eu, Frei Leo Schmidt e Frei Nolvi Dalla Costa.

Capela cheia, alguns em pé. Na ho-milia, Frei João lembrou a brevidade da nossa vida... (primeira leitura). Tudo

passa muito rápido... Seu pai estava completando 83 anos! Se fosse pergun-tar a ele, diria que passou tudo muito rápido!

No final, agradeci a Deus e a ele por esse dom da vocação e sua irmã Luzia fez a homenagem em nome da família.

Ainda um momento emocionante marcou a festa: o pai lhe entregou um buquê com 25 rosas vermelhas!

Frei Germano Guesser

CElEBrAção nA ComunidAdE do triângulo

vim para Servir”, como sinal de nos-sa missão na Igreja e na sociedade. “Na medida em que a mensagem de Cristo se difundiu na terra, a Igreja foi se formando e unindo pessoas, e por isso, somos uma família que luta para colaborar com Jesus neste processo de transformar a sociedade numa fraternidade”, disse o Defini-dor e guardião da Fraternidade.

“O sacerdote recebeu de Jesus essa nobre missão: transformar o pão e o vinho em Corpo e Sangue do Senhor que dão força para a caminhada, uma vez que também sofremos ten-tações nesta travessia do deserto da existência. Quero rezar por todos vo-cês e peço que rezem por mim e por este ministério que exerço na Igreja. Amém”, pediu Frei Mannes.

Após a homilia, Frei João reno-vou seu compromisso sacerdotal recitando o seguinte desejo: “Que-ro, diante de Deus e diante de vós,

a graça da perseverança até os dias de hoje.

Recordando as pala-vras do Apóstolo Paulo “Ai de mim se eu não evangelizar”, ressaltou seu ardente desejo de continuar contribuindo na obra de Cristo para a realização de um mun-do mais fraterno e ir-mão. Relembrou ainda o tema da Campanha da Fraternidade: “Eu

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Fraternidades

entenas de religiosos de toda a Arquidiocese se reuniram no dia 02 de fevereiro, na Igreja

do Convento São Francisco, para ce-lebrar a Solenidade da Apresentação do Senhor, dia em que também se recorda a vida consagrada na Igre-ja. As atividades, coordenadas pelo núcleo paulista da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), tiveram início às 13h30, com a Adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida pelo Bispo Auxiliar de São Paulo e responsável pela Vida Religiosa na Arquidiocese, Dom Julio Endi Aka-mine. Em seguida, a assembleia, for-

mada por religiosos e também leigos e leigas em geral, se dirigiu para a Igreja da São Francisco das Chagas, da Ordem Franciscana Secular, que fica ao lado do convento, onde teve início a celebração da Missa Sole-ne, presidida pelo Arcebispo de São Paulo, o Cardeal Dom Odilo Sche-rer, com a acolhida da Assembleia e a bênção das velas, conforme pres-creve o Missal Romano. Em segui-da, todos se dirigiram em procissão luminosa para a Igreja do Convento, onde a celebração continuou. A mis-sa contou ainda com a participação do Bispo da Diocese de Lorena, o franciscano Dom João Inácio Müller, do Abade do Mosteiro de São Bento,

Dom Mathias Tolentino Braga, além de outros diversos sacerdotes de dife-rentes institutos de vida consagrada.

Na homilia, Dom Odilo recordou o episódio narrado pelo Evangelista Lucas, celebrado na Solenidade da Apresentação do Senhor. Também lembrou que a história de São Paulo está intimamente ligada com a pre-sença da vida consagrada. “São Paulo começou com os religiosos. Lembre-mos os jesuítas, São José de Anchieta, Padre Manoel da Nóbrega. E depois as grandes ordens que aqui se estabe-leceram por primeiro, franciscanos, beneditinos, carmelitas, começando um trabalho permanente e estável aqui”, ressaltou. Falando sobre a atu-

ConVEnto são FrAnCisCo

rEligiosos CElEBrAm diA dA VidA ConsAgrAdAFREI GUSTAVO MEDELLA

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Fraternidades

alidade, disse se sentir grato a Deus pelo grande número de institutos, com diversos carismas e vocações, que estão presentes na Arquidiocese. Dom Odilo aproveitou ainda para incentivar os religiosos a seguirem firmemente o caminho da vocação que abraçaram. “Minha palavra é de encorajamento. Vocês dão um grande testemunho do seguimento de Cristo. Permaneçam firmes neste caminho bonito, resgatem a vida e a história de seus fundadores, sejam testemunhas fiéis de Cristo”, exortou.

Em nome do núcleo de São Pau-lo da Conferência dos Religiosos do Brasil, a Irmã Inês Camargo, Francis-cana Seráfica, fez um agradecimento à Arquidiocese, na pessoa de Dom Odilo, e também à Fraternidade Franciscana do Convento São Fran-

cisco, referindo-se ao guardião Frei Luiz Henrique Aquino, pela acolhida a todos que participavam da celebra-ção. Frei Luiz, por sua vez, também se disse contente com a presença de todos e convidou os participantes para partilharem, após a missa, um bolo no refeitório do convento, em celebração pelo Dia da Vida Consa-grada e também comemorando os 13 anos da Ordenação Espiscopal de Dom Odilo, que agradeceu pela lembrança. “Há exatos 13 anos, no dia 02 de fevereiro de 2002, data que não dá para esquecer, eu era ordena-do na cidade de Toledo, PR. Depois, logo vim para São Paulo, como bispo auxiliar e por aqui fiquei. Peço que rezem por mim e eu rezarei por vo-cês. Nós bispos, precisamos muito da oração do povo e também por isso o

Papa Francisco sempre pede que re-zem por ele”, recordou Dom Odilo.

pArA o Bispo rEsponsáVEl pElos ConsAgrAdos, sEm A VidA rEligiosA, A igrEjA sEriA inComplEtA

Na opinião do Bispo Auxiliar e responsável por acompanhar a Vida Religiosa na Arquidiocese de São Pau-lo, Dom Julio Akamine, que também é membro de um instituto de Vida Consagrada (Sociedade do Apostola-do Católico – Palotinos), com 36 anos de consagração, a vida consagrada é parte constitutiva da Igreja, e, por este motivo, uma Igreja sem a presença dos religiosos seria “uma Igreja in-completa, na qual faltaria um elemen-to essencial”. Além desta lacuna insti-tucional, Dom Julio apontou algumas

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Fraternidades

ral, e faltaria também o testemunho profético daqueles que vivem com radicalidade o seguimento de Jesus Cristo”, explicou Dom Julio.

opção é VistA Como CAminho dE rEAliZAção

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que os religiosos devem testemunhar para o mundo que a realização plena do ser humano se encontra em Deus. Num mundo de muitas ofertas de sen-tido, para o cardeal, a vida religiosa é um sinal de busca e de encontro com um sentido capaz de tornar a vida plena. Para a jovem Irmã Giuliane, de

carências práticas que poderiam ser notadas na Arquidiocese de São Pau-lo caso não houvesse a presença da Vida Religiosa nesta porção da Igreja Particular: “No aspecto prático, ha-veria uma carência muito grande na área da educação, pois os religiosos e religiosas sempre se dedicaram muito a esta área. Faltaria também uma pre-sença muito forte na assistência social, no cuidado para com os mais pobres, com os marginalizados, a presença nos meios populares, nas periferias, na área da saúde. Faria falta também o trabalho que os religiosos realizam nas paróquias, o atendimento pasto-

religiosa, que tem nove anos de vida consagrada, atualmente se dedica ao trabalho educacional em um dos co-légios da congregação.

Trilhando o caminho da vida consagrada há mais tempo, Irmã Maria de Nazaré, da Congregação das Filhas da Caridade de São Vicen-te de Paulo, tem 56 anos de caminha-da como religiosa. O instituto à qual pertence possui uma grande varie-dade de trabalhos de evangelização. Atualmente, Irmã Maria, que lecio-nou por muitos anos, trabalha em um colégio, auxiliando na direção. “Todos os dias eu agradeço a Deus pelo dom da minha vida, maior pre-sente que eu poderia ter recebido”, relata a irmã com um largo sorriso.

Responsável pela animação dos cantos na celebração, Irmão Célio Leite, natural de São Miguel, RN, é Rogacionista do Coração de Jesus há quatro anos. O carisma de sua con-gregação é promover a oração e o trabalho em prol das vocações para a vida religiosa. “Como religioso, me sinto muito realizado e grato a Deus por Ele estar conduzido minha vo-cação e minha missão nesta terra de São Paulo”, relata Irmão Célio.

30 anos, da Congrega-ção das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, a vida religiosa tem diante de si um horizonte de muita es-perança: “A gente sabe que é o Espirito Santo que move a vida con-sagrada da Igreja. E ele é dinâmico. De formas diferentes, o Espírito continua suscitando bons frutos na vida consagrada”, relata. A

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Fraternidades

de sem medo para servir”. Com esta mensagem do Papa Francisco estampada na camiseta e em nos-

sos corações, saímos em missão nos finais de semana de Janeiro para visi-tar as famílias que moram nos prédios invadidos e pensões que pertencem à região de nossa Paróquia, com o obje-tivo de conhecer as famílias da região e convidar crianças para a catequese.

O primeiro prédio que visitamos era uma invasão. Deparamo-nos com 98 famílias e, para nossa surpresa, fomos muito bem recebidos e fize-ram questão de nossa visita em suas casas. A melhor parte foi a iniciativa das próprias crianças em participar da catequese, entre elas algumas já são batizadas.

Nos dias seguintes, continuamos com a nossa missão e nos deparamos com algumas realidades difíceis: as condições de vida das pessoas, as si-tuações familiares e a desconfiança com que alguns nos recebiam. Tam-bém encontramos algumas famílias de outras religiões, que, por sinal não fecharam suas portas para nós, mas se abriram ao diálogo com muito respei-to e atenção.

O nosso último dia de missão foi bastante recompensador. Famílias em condições precárias nos receberam com muito carinho e dividiram co-nosco as dificuldades e as realidades do seu dia-a-dia. Como recompensa de todo esforço, ganhamos sorrisos

CAtEQuistAs Em missão dE FériAs

ÉRIKA AUGUSTO

sinceros das crianças que nos envol-viam em suas histórias. E no olhar de cada uma, pudemos enxergar a espe-rança, a alegria no coração e a certeza de que tudo valeu a pena.

O grupo de catequistas da Paró-quia São Francisco é composto por: Marlene Ribeiro Cavalcante – coor-

denadora da catequese, Anderson de Moraes Mariano, Edgar Araújo, Alice Cunha, Fernando Luiz Alves Miran-da, Jacinta dos Santos Malaquias, Ca-rolina Ribeiro, Dom Camilo de Jesus Dantas, OSB – catequese de adultos; e Frei Alvaci Mendes da Luz – frade responsável pela catequese.

ConVEnto são FrAnCisCo

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Fraternidades

tExto puBliCAdo no jornAl “lê notÍCiAs” dE xAxim

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o domingo (08/02), a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Nilópolis, com suas seis Comuni-dades, se reuniu para a Missa de acolhida ao Frei

Tadeu Luiz Fernandes, designado pelo Definitório Pro-vincial para desenvolver seu trabalho nesta Paróquia.

Foi um momento significativo a apresentação de Frei Ta-deu, feita pelo Pároco Frei Walter Ferreira Júnior, bem como a presença de vários frades concelebrantes, o Pe. Alessandro, amigo pessoal do Frei Tadeu, familiares e paroquianos.

Foi uma celebração muito bonita, presidida por Frei Tadeu, que, ao final, foi acolhido por membros do Con-selho Paroquial, com palavras de boas vindas e a sua consagração a Nossa Senhora Aparecida.

Que Deus o abençoe e ilumine o seu trabalho nesta Paróquia!

Vida: caixinha de surpresas.Sua lógica me provoca.Em momentos precisosme apanha de improvisofeito tiro à queima-roupa,punhalada pelas costas,soco na boca do estômago,tremendo tapa na caraou rasteira para um tombo certoe a morte... Tantas situaçõesque do meu controle fogem...Pois que assim seja:Aceito o desafio,perigosa e velha mestra,vida que me molda humilde e sábio.Sem meias palavras,tu me provas e ensinasque, embora inteligente,do mundo não sou dono.

Frei José Ariovaldo da Silva

ViVEndo E AprEndEndo

Fraternidades

pArÓQuiA nossA sEnhorA ApArECidA AColhE o FrEi tAdEu

nilÓpolis

FREI wALTER FERREIRA JR.

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Evangelização

om o enredo em aberto, a trama se armando, e o final da histó-ria ainda distante, não dá para

prever o futuro do livro. Mas se pode dizer, com certeza, que nunca “essa invenção genial” sofreu uma ameaça tão frontal com a chegada do livro em formato eletrônico, um produto mágico e revolucionário que, segundo estudio-sos, veio para ficar. Ao mesmo tempo, o mercado livreiro brasileiro foi sacudido com fusões e aquisições de grupos in-ternacionais.

Esse cenário, contudo, não tira o sono de Frei Volney Berkenbrock. À frente da gestão colegiada da Edito-ra Vozes desde 1999, Frei Volney vê a editora robusta e mais forte ainda ao completar, no próximo dia 5 de março,

114 anos de fundação. Poucas empre-sas tiveram esse fôlego para atuar por tanto tempo neste segmento e, a seu fa-vor ela tem, antes de ser uma empresa, um espírito coletivo, um espírito unido em torno da evangelização e da cultu-ra.

Para Frei Volney, essa “invenção genial” tem vida longa. “Um livro é um conteúdo. Este conteúdo pode ser apresentado em formatos diversos. O formato impresso é o mais conhecido, o mais popular e – de longe – o mais uti-lizado”, enfatiza. No mercado, a Vozes cada vez mais valoriza a sua marca, inovando e criando para um mundo plural. A editora católica lá do início do século passado é hoje um centro irradiador de cultura franciscana, hu-mana e cristã para diversos segmentos da sociedade brasileira. Nesta entrevis-

ta, Frei Volney aprofunda esse papel da Vozes hoje.

ComuniCAçõEs - A centenária Edi-tora Vozes fará 114 anos no dia 5 de março próximo. Como ela consegue essa longevidade? Qual o segredo?

Frei Volney Berkenbrock - Sem dúvida, hoje poucas são as empresas que têm 114 anos. E muito menos as que têm 114 anos atuando no mesmo segmento, como é o caso da Vozes. Uma longevidade de mais de cem anos para uma empresa é de fato algo incomum. Constatar isto é fácil; agora explicar o porquê ou ainda dizer qual o segredo que se esconde por trás dis-to, aí já é outra história. É óbvio que a longevidade de uma empresa está ligada a uma série de fatores, como a permanência do segmento de merca-

EntrEVistA – FrEi VolnEY BErKEnBroCK

EspÍrito VoZEsMOACIR bEGGO

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Evangelização

do onde ela atua, ter um público fiel, tem uma administração adequada a cada época, saber ler os sinais dos tempos e renovar-se continuamente, conjugar dinamicidade com tradição etc. Mas penso que não é só isto que fez a Vozes permanecer por este tem-po todo. A Vozes, antes de ser uma empresa, é um espírito coletivo, um espírito unido em torno da evange-lização e da cultura. Sua longevidade se deve, penso, ao fato de nestes 114 anos ter sempre existido um grupo de pessoas que manteve este espírito. É isto que faz a sua longevidade: a con-tinuidade deste espírito ao longo do tempo.

ComuniCAçõEs - Como é adminis-trar esse catálogo gigantesco da Vo-zes (mais de 5 mil títulos), a atenção dada às obras que já foram publica-das e a prospecção para novos auto-res?

Frei Volney Berkenbrock - O grande responsável pelo catálogo da Vozes é o seu público. Os leitores é que vão selecionando e fazendo com que obras publicadas sejam mantidas ou não no catálogo. Cabe à estrutura da Editora Vozes, com sua gráfica, rede de distribuidoras e de livrarias, manter a oferta dos livros em todo o território nacional. Esta é a tarefa nossa; mas a responsabilidade pela

manutenção do catálogo é em princí-pio dos leitores. O grande desafio que se coloca, no que tange ao catálogo, é justamente a escolha de novos títulos a serem lançados. Para esta tarefa, a Vozes tem atualmente cinco edito-riais: o editorial cultural (responsável pela busca de obras de ciências huma-nas como antropologia, sociologia, ecologia, psicologia, história, letras, pedagogia, filosofia etc.), o editorial teológico-espiritual, o editorial cate-quético-pastoral, o editorial de pro-dutos sazonais e o editorial dos selos Vozes Nobilis e Vozes de Bolso. Cada editorial é coordenado por um(a) editor(a), a quem cabe receber/buscar

Frei Volney nasceu no dia 24 de novembro de 1960, em Forquilhi-nha (SC). De um total de seis irmãos, Volney é o terceiro filho de Max José Berkenbrock e Elisabeth Her-dt Berkenbrock. Uma curiosidade: o casal deu a todos os filhos nomes iniciados com a letra “V”. Assim, por

ordem de idade: Vanda, a primeira fi-lha, casada com Antônio Mateus, com quem tem dois filhos: Gislene e Felipe. Vilma, a segunda filha, casada com Eluir Brunel, com quem tem uma fi-lha: Érica.

Volney, o primeiro filho. Valda, a caçula das filhas, casada com Osimar

Bolsoni, com quem tem duas filhas: Gabriele e Eduarda. Vilson, o segun-do filho, falecido aos 22 anos de idade em um acidente automobilístico em Jaraguá do Sul (SC). Valberto, o caçu-la de todos, casado com Sônia Pasini, com quem tem dois filhos: Patrick e Fernanda.

os Filhos dA lEtrA “V”

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Evangelização

e analisar textos tanto nacionais como estrangeiros. As propostas dos edito-res são levadas ao Conselho Editorial, a quem cabe decidir pela publicação ou não das propostas. Em média são analisadas na Vozes mensalmente mais de 150 propostas e o número de lançamentos mensal é em torno de 15 obras.

religioso no mercado brasileiro. É muito difícil dizer, no entanto, se isto é uma tendência ou não, pois o lança-mento de alguns livros religiosos com vendas muito acima da média (como Ágape e Kairós do Padre Marcelo, ou então Nada a Perder, já no volume 3, de Edir Macedo) desequilibram as estatísticas. Dentro da Vozes aconte-ce o mesmo fenômeno: a colocação,

mercado do livro evangélico. Isso preocupa as editoras católicas ou mais especificamente a Vozes?

Frei Volney Berkenbrock - Não, isto não é uma preocupação. Na área religiosa, os livros são lançados geral-mente para um segmento bastante claro de mercado, e assim sendo não acontece que um segmento abocanhe o outro. É claro que o crescimento

ComuniCAçõEs - Segundo pesquisa feita na Escola Su-perior de Propaganda e Ma-rketing (ESPM), em 2012 o mercado religioso editorial movimentou aproximada-mente R$ 12 bilhões no país. Essa tendência continuou nos anos seguintes? Quais as perspectivas para a Vozes neste cenário?

Frei Volney Berkenbro-ck - Existem diversos insti-tutos de pesquisa no Brasil sobre o mercado de livros e estes usam diferentes meto-dologias de cálculo. Nalgu-mas se usa uma classificação por editora, noutras por gê-nero de produtos. Na classi-ficação por editora, a Vozes é considerada editora religiosa e toda a sua produção é assim classificada. Noutras se usa uma classificação por gêne-ro de produtos. Não saberia dizer qual o método usado pela ESPM. Pelos dados da GFK, que pesquisa o mercado do varejo do livro e do qual a Vozes participa com seus dados, o livro religioso participou em 2013 com 7,5% do total do mercado, tendo caído esta participação para 6,1% no ano de 2014 em número de exemplares. Como o livro religioso tem em média um preço menor, a par-ticipação no faturamento teria sido de 4,6% em 2013 e 4% em 2014. Seguin-do, pois, esta pesquisa, teria havido certa queda na participação do livro

por exemplo, do livro Encontro Diário com Deus no catálogo de vendas da Avon, representa um salto grande no número de exemplares. Se formos re-tirar estes produtos excepcionais que desequilibram as estatísticas, eu diria que tem havido um crescimento em alguns gêneros de livros religiosos, destacando sobretudo o crescimento de livros de Espiritualidade.

ComuniCAçõEs - Nesse mesmo cres-cimento, 10% foi abocanhado pelo

do número de evangélicos faz crescer o consumo de livros evangélicos. Mas esta já não é uma questão tão relacionada com a Vozes. Por outro lado, há o fenô-meno do consumo de livros religiosos, independente da confessionalidade. Por exemplo, livros de estudos bíblicos são consumidos por cristãos, de um modo geral, independentemente da confissão.

ComuniCAçõEs - Um dos grandes problemas para a maioria das editoras é a distribuição. A Vozes tem uma boa visibilidade nas livrarias. Qual a política da editora em relação à distri-buição?

Frei Volney Berken-brock - De fato, boa parte dos livros produzidos no Brasil nunca chega às livra-

rias. Podem ser encomendados ou comprados somente nas respectivas editoras, pelo fato de a editora não ter distribuição. A Vozes mantém uma rede própria de 13 distribuidoras (além de sua rede de livrarias), que cobre todo o território nacional. Isto tem a vantagem de estarmos próxi-mos a praticamente todas as livrarias do Brasil, podermos apresentar a elas os nossos produtos e fazer a reposição com uma boa agilidade. Por outro lado, a manutenção desta rede tem

para nós hoje já está bastante claro que é necessário fazer uma distinção: um livro é um conteúdo. Este conteúdo pode ser apresentado em formatos diversos. o formato impresso é o mais conhecido, o maispopular e – de longe – o mais utilizado.

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Evangelização

um custo alto. Até o momento, a de-cisão da empresa é manter esta rede e não terceirizar a distribuição de seus produtos.

ComuniCAçõEs - A fusão da Com-panhia das Letras com a Objetiva, consequência direta da aquisição de todos os selos literários da espanho-la Santillana pela Penguin Random House (PRH), assusta a Vozes?

Frei Volney Berkenbrock - Sim, é preciso estar atento às tendências do mercado livreiro, como fusões e aquisições que estão ocorrendo. Pa-rece haver uma tendência de aglome-ração, de editoras e de selos editoriais com o objetivo de ampliar a partici-pação no mercado, com uma estru-tura mais enxuta. Justamente atenta a esta tendência, a Editora Vozes ampliou o seu leque de selos edito-riais. Assim, foi lançado em outubro de 2005 o selo Vozes Nobilis. Trata--se de uma linha editorial especial,

com autores de renome e capacidade superior de venda, com livros de um acabamento mais aprimorado. Este selo editorial visa especialmente au-mentar a presença da Editora Vozes em livrarias de grande circulação, como aeroportos e shopping centers. Passados quase 10 anos, este selo – hoje com cerca de 70 títulos - tem já uma participação significativa no fa-turamento da empresa. Seguindo na mesma linha de ampliar a presença no mercado, a Editora Vozes lançou em 2011 o selo Vozes de Bolso, pelo qual são publicados textos clássicos em formato de bolso e preços mais acessíveis. Este selo tem tido tam-bém um desempenho interessante. Em breve, o selo Vozes de Bolso irá lançar uma nova linha de produtos, mas não posso adiantar aqui qual...

ComuniCAçõEs - Nas listas dos li-vros mais vendidos no Brasil, qua-se a totalidade deles foi escrita por

jornalistas, sejam as biografias, li-vros de história, ou com conteúdo memorialista. Ao contrário disso, vemos raríssimos livros de ficção nacional nessas listas. Como você analisa essa faceta do mercado edi-torial brasileiro?

Frei Volney Berkenbrock - A lis-ta de livros mais vendidos concentra cada vez menos obras e autores. É a tendência de investir muito mais em um número menor de produtos. E o caminho mais auspicioso é seguir o que é feito em outros países, ou seja, publicar aqui autores/títulos que já são sucesso noutros lugares. Neste sentido, é bastante lógico que a maio-ria dos livros da lista dos mais vendi-dos seja de autores estrangeiros. Com isto, o espaço dado a autores nacio-nais de ficção é bem menor. Alguns podem dizer que não temos mais es-critores de peso no Brasil, como um Jorge Amado, mas, por outro lado, talvez bons autores de ficção não es-

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Evangelização

tejam recebendo o devido espaço/in-vestimento.

ComuniCAçõEs - Com tantos livros à disposição e tantas plataformas de au-topublicação, qual o papel do editor atualmente no mercado editorial?

Frei Volney Berkenbrock - Quanto maior o número de obras e de formas de publicação, mais crucial se torna o papel do editor. Costumo dizer que há uma diferença entre livro e papel impresso em formato de livro. Livro é aquilo que tem leitores, que circula, que é comentado. Há milha-res de exemplares de papel impresso em forma de livro, empilhados em depósitos (inclusive da Vozes), mas que não circulam nem encontram lei-tores. Neste cenário, o papel do editor é cada vez mais complexo e decisivo. Mas passou o tempo do editor que sabe das coisas e que é o guru. As de-cisões por publicação ocorrem hoje muito por processo de discussões onde sentam lado a lado editores, di-retores, coordenadores de venda, es-pecialistas de marketing, etc.

ComuniCAçõEs - O que é preciso

para um produto atingir o êxito edi-torial no mercado?

Frei Volney Berkenbrock - Se al-guém tiver esta fórmula, com certeza não irá revelar...

ComuniCAçõEs - Hoje, no mercado editorial se fala em mega-seller no lugar de best-seller. De que modo isso interfere na escolha de um novo título, principalmente pensando em autores estrangeiros? Quem são os mega-sellers da Vozes?

Frei Volney Berkenbrock - Claro que o sonho de uma editora é ter um produto seu na lista dos mais vendi-dos. Mas esta é apenas uma faceta do mercado editorial, a que mais aparece para o público. Entretanto não é a que mais ocupa a Editora Vozes e – creio – a maioria das editoras. A preocupa-ção na Vozes ao discutir a publicação de um título vai muito mais na linha de por um lado examinar com cui-dado o manuscrito ou a proposta de tradução e por outro lado pensar no público daquele tipo de conteúdo. Concretamente, pensar no leitor de espiritualidade, no estudante ou pro-fessor de teologia, no profissional de

psicologia, no devoto de algum san-to, no estudioso de filosofia e assim por diante. Uma publicação é viável se conteúdo e público se encontram. Não precisa, pois, ser um best ou me-ga-seller. Mas a Vozes tem, sim, seus mega-sellers. Em termos de produtos, a Folhinha do Sagrado Coração de Je-sus é e continua sendo o campeão de vendas, com vendas em torno de 550 mil exemplares por ano. Ela é seguida pelo Encontro Diário com Deus, um livro com mensagens religiosas para cada dia do ano. Este livro, na edição de 2014, já ultrapassou os 400 mil exemplares vendidos num ano. Outro mega-seller é o Minutos de Sabedoria, que continua com vendas anuais aci-ma de 200 mil exemplares.

ComuniCAçõEs - No ano passado, em entrevista ao “O Estado de S. Pau-lo”, Jason Merkoski, um dos membros da equipe da Amazon que desenvol-veu o primeiro leitor de livros digitais Kindle, lançado em 2007, decretou o fim dos livros impressos em sua obra. Mas as vendas de tablets e leitores di-gitais estão se estabilizando sem que isso tivesse acontecido. Pelo visto, o

Quando coroinha na sua cidade, cresceu a ideia de ir para o seminário. Assim, aos 11 anos de idade, deixou a família para estudar no Seminário São Francisco de Assis de Ituporan-ga, onde cursou a 5ª e 6ª séries, e no Seminário Santo Antônio de Agudos, onde cursou as duas últimas séries do ensino fundamental e concluiu o ensi-no médio. Vestiu o hábito franciscano no dia 20 de janeiro de 1979 e, tendo terminado em fins de 1985 os estudos de Filosofia e Teologia, foi ordenado sacerdote por Dom Osório Beber em janeiro de 1986. No começo de 1988 foi transferido para Bonn, Alemanha,

Estudioso dAs rEligiõEs

onde iniciou os estudos de pós-gra-duação na Rheinische Friedrich-Wi-lhelm-Universität. Em 1995 recebeu desta universidade o título de Doutor

em Teologia. Além de diretor e mem-bro do conselho editorial da Vozes, Frei Volney é professor de Teologia Sistemática no Instituto Teológico Franciscano desde 1995 e professor e pesquisador do Departamento de Ci-ência da Religião no Instituto de Ciên-cias Humanas e Letras da Universida-de Federal de Juiz de Fora (MG) desde 1998. Leciona neste programa as dis-ciplinas de História das Religiões, Es-tudo Comparado das Religiões, Reli-giões Afro-Brasileiras e A Questão da Inculturação. É membro do grupo de pesquisa da área Religião Comparada e Perspectivas de Diálogo.

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Evangelização

crescimento do livro digital vai de-morar?

Frei Volney Berkenbrock - Não tenho bola de cristal e por isso não sei se algum dia o livro digital irá substi-tuir o livro impresso. Minha impres-são é que não. Na realidade brasileira,

não toma o lugar de outra, mas elas vivem num tipo de co-habitação, que é mutuamente benéfica. Você acha que isso é possível entre os livros im-pressos e digitais?

Frei Volney Berkenbrock - Para nós hoje já está bastante claro que é

conteúdo, ou seja, venda apenas de partes ou capítulos de um livro. Isto é muito utilizado no ensino superior e acontece tanto em forma impressa (apostila) ou arquivo digital (que se disponibiliza para o tablet do aluno). Esta convivência de diversos formatos

passou o tempo do editor que sabia das coisas e que era o guru. As decisões por publicação ocorrem hoje muito por processo de discussões, onde sentam lado a lado editores, diretores, coordenadores de venda, especialistas de marketing etc.

necessário fazer uma distinção: um livro é um conteúdo. Este conteúdo pode ser apresentado em formatos di-versos. O formato impresso é o mais conhecido, o mais popular e – de longe – o mais utilizado. Ao lado dele apareceram outros formatos: o áudio--livro, o livro digital, etc. No passado já tivemos outros formatos, dos quais atualmente quase ninguém mais ouve falar, como o livro em micro-filme. Há uma outra forma de disponibili-zação de livros hoje, talvez nem tanto conhecida do público geral, mas que tem um certo volume de comercia-lização, que é a venda fracionada de

o e-book ainda é apenas uma notícia e uma promessa. A tecnologia existe, existem milhares de títulos que já po-dem ser adquiridos em for-mato digital, mas o percen-tual de participação do livro digital no mercado do livro é ainda muito pequeno. A Edi-tora Vozes também oferece títulos em formato digital (e--book), já desde 2011. Temos mais de 200 títulos em oferta nesta modalidade. Já tive-mos inclusive um título livro na lista dos mais vendidos do Brasil no formato digital. Mas o percentual de partici-pação deste formato no total de vendas da Vozes está ain-da longe de chegar a 1%.

ComuniCAçõEs - Você acha que existe a possibilidade de o livro digital se popularizar?

Frei Volney Berkenbro-ck - Penso que pode ser sim

já existe e certamente conti-nuará existindo.

ComuniCAçõEs - Ainda segunda Darnton, livros impressos em papel duram séculos. Já os livros digitais não duram tanto, devido às constantes mudanças tecno-lógicas que podem colocar a perder grandes acervos. Esse é um outro ponto a fa-vor do livro impresso, não?

Frei Volney Berkenbro-ck - O formato impresso é, indubitavelmente, uma in-venção genial. Ele tem inú-meras vantagens. O forma-to digital tem uma série de questões não resolvidas. As rápidas mudanças tecnoló-gicas representam um sério problema. Quem garante que certo formato de arqui-vo digital será ainda legível por aparelhos produzidos daqui a cinco anos? Mas há

outros problemas cruciais como o di-reito de posse, por exemplo, de um e--book. Onde ele deverá ficar armaze-nado? No aparelho pessoal? E se este queimar? No fornecedor, que deveria manter o acesso permanente ao usu-ário? Como identificar este usuário (para que só ele tenha acesso e não possa multiplicar o arquivo digital)? Pelo IP do computador? E se ele mu-dar de computador? Poderíamos as-sim continuar listando um monte de questões ainda não suficientemente resolvidas e que fazem o futuro do li-vro em formato digital ser ainda uma grande incógnita.

uma tendência. Mas não acho que a popularização do livro digital ande na mesma velocidade e volume que a po-pularização das mídias para este fim. Estas têm centenas de outras funcio-nalidades que a de leitura de um livro. Penso que também será uma questão cultural. Novas gerações, que cresce-ram num mundo mais digitalizado, talvez tendam a tornar o livro digital mais popular.

ComuniCAçõEs - Segundo Robert Darnton, responsável pelo trabalho à frente da Biblioteca de Harvard, na História da Comunicação, uma mídia

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e 05 a 30 de janeiro de 2015, realizou-se em Orellana, às margens do rio Ucayali, no

Vicariato Apostólico de Requena, em Loreto - Peru, a terceira experi-ência missionária na Amazônia, pro-movida pela fraternidade do Projeto Amazônia.

Participaram da experiência 27 missionários, oito missionários e mis-sionárias provenientes do Brasil, cin-co da Argentina, um do Paraguai, um do Equador, um do México, e onze do Peru, sendo quatro da Amazônia. Entre eles, onze são frades, uma reli-giosa e quinze leigos e leigas, dentre os quais quatro são da OFS. Dentre os frades, é bom destacar que cinco estão no período de formação.

Falo em experiência, porque o convite foi exatamente para “reali-zar uma experiência missionária na

Amazônia, e tomar contato com uma realidade amazônica local”. O primei-ro objetivo era “oferecer aos irmãos e irmãs a possibilidade de uma ex-periência missionária na Amazônia”, destinado principalmente a quem não conhece a Amazônia ou que não mora na Amazônia. Não deixa de ser também a oportunidade para um dis-cernimento vocacional, para ser mis-sionário além-fronteiras.

A experiência já começou em Pu-callpa, ponto de encontro dos mis-sionários, onde fica o aeroporto mais próximo. Além de aeroporto, Pucall-pa também tem estrada. Está ligada à malha rodoviária do país, por onde entra a maioria dos produtos que chegam à Amazônia. A partir de Pucallpa não tem mais estradas e o transporte é fluvial. A viagem por rio foi o primeiro contato dos missioná-rios com a Amazônia e tiveram que esperar dois dias para a saída do bar-

co. Isso porque já estava agendado e confirmado que sairia, mas como não tinha toda a carga, não saiu! As-sim é por aqui, os barcos são de car-ga, tem o seu lucro no transporte de carga e não saem enquanto não tem a carga completa. Os passageiros são uma carga a mais, não têm conforto (viaja-se em redes), não têm digni-dade, não têm direitos e pouca segu-rança. Aliás, não existe nem política de transporte público. A viagem de-morou umas 30 horas, para quem se localiza em quilômetros, como eu, para vencer uma distância de uns 180 km, num percurso de um pouco mais de 300 km. Viajar na Amazônia é um exercício de paciência. O que retarda a viagem são as paradas, para carga e descarga.

Orellana está situada às margens do Rio Ucayali, na Região de Loreto. Com 78 anos de emancipação políti-ca, capital de distrito, é uma pequena

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3ª ExpEriênCiA missionáriA nA AmAZÔniAFREI ATÍLIO bATTISTUZ

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cidade com uns 8.000 habitantes, uma pacata vila típica da selva peruana, com seis bairros, um comércio bási-co, pouquíssimas ruas pavimentadas, poucos serviços, energia elétrica 5 horas por dia, no anoitecer, forneci-mento de água do rio, também algu-mas horas diárias, um hospital, esco-las em todos os níveis, e apenas uma extensão universitária, telefone fixo somente público, telefonia móvel, e no momento sem internet ao público (somente o hospital e uma escola têm internet para serviços internos). O povo vive basicamente da agricultura de subsistência e da pesca. O point da cidade é o amanhecer, quando, como num ritual diário, grande parte da po-pulação vai à feira, chamada de “mer-cado”, próximo à praça, à margem do rio, ou para vender, ou para comprar, ou mesmo para visitar.

A Paróquia N. S. do Perpétuo So-corro, além do centro urbano com a matriz e duas capelas nos bairros, tem umas 30 vilas ribeirinhas ou “casarios”. Conta com uma fraternidade de Irmãs

Franciscanas da Natividade de Maria, e agora a Fraternidade dos Frades do Projeto Amazônia. Um frade espanhol foi missionário aqui por 50 anos, até a sua morte, aos 82 anos de idade em 2010. Após sua morte ficou um inter-valo de dois anos sem a presença de um padre, apenas com visitas esporá-dicas. Nos últimos anos já não visita-va os casarios. Quem ainda visita com rotina é uma irmã com alguns leigos.

o QuE FiZErAm os missionários?A missão propriamente dita foi

de 11 a 25 de janeiro, com abertura na missa dominical e encerramento também na missa dominical. Antes disso, é claro, foi a viagem, a chegada, a recepção, entrosamento dos missio-nários, informações sobre a realida-de local e a Amazônia, organização, temática, metodologia da missão e composição das equipes ou frater-nidades e oração. Depois dessa data houve a avaliação, confraternização e viagem de regresso até Pucallpa.

A programação teve dois momen-

tos distintos: a primeira semana foi na cidade, e a segunda nos casarios ribei-rinhos. Assim, todos os missionários tiveram a possibilidade de realizar as duas experiências. Divididos em seis “fraternidades”, foram atendidos os seis bairros. A programação foi sim-ples, durante o dia visitas às famílias, comércio, instituições públicas, e à noite, encontro de formação e estudo bíblico. As visitam foram acompa-nhadas também por missionários lo-cais, dos próprios bairros. As crianças sempre foram em número maior, e demandaram uma programação es-pecial, mais criatividade e muito mais energia dos missionários. O conteúdo da catequese já estava previsto com um subsídio temático e um encontro diário dos missionários para o estudo do tema de cada dia. O tema central foi a “Boa Notícia de Jesus Cristo de que o Reino está próximo”. A sequên- cia dos temas atendia aos objetivos de “animar a vida crista”, “despertar e promover novas lideranças comu-nitárias” e, a longo prazo, ”criar co-

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munidades eclesiais de base” nos bairros. Para concluir a semana, no sábado foram realizados três encontros unin-do todos os bairros, um com crianças, um com jovens e outro com adultos, e no domingo a celebração dominical nos mesmos lugares dos encontros realizados durante a semana.

Na segunda semana, as mesmas fraternidades se des-locaram para diferentes lugares para visitar casarios e vilas. A temática foi a mesma, mas a dinâmica e a programação, adaptada a cada realidade. O tempo de permanência tam-bém foi de um a cinco dias, dependendo das circunstân-cias e do número de habitantes. Alguns casarios têm algu-mas famílias, com menos de cem habitantes, outros são verdadeiras vilas com mais de dois mil habitantes. Alguns têm animadores, outros não têm. Em alguns são todos católicos, em outros a maioria é evangélica. Alguns rece-bem visita com frequência, outros não recebem há muito tempo, não faltando lugares que nunca receberam a visita de um missionário. Merece menção a visita a um “pueblo”, afastado da margem do rio. Foram necessárias mais de três horas de caminhada, amassando barro argiloso e enfren-tando chuva, e outras tantas de regresso, compensadas pela fraterna acolhida e animadora participação das famílias.

o QuE lEVAm os missionários?O impacto da realidade e a riqueza da experiência.

A realidade externa é diferente: lugar, transporte, comi-da, clima, a arquitetura, as casas, o povo, a exuberância e abundancia da natureza. A falta de energia elétrica, de internet, de celular, ou de instalações confortáveis, não chegou a ser problema. Os missionários tiveram oportu-nidade de contemplar a exuberância da mata, a majes-tade do rio, a escuridão da noite, o brilho das estrelas, a sinfonia da floresta, o colorido de um pôr do sol, a poesia da lua, mas também puderam sentir o calor do sol pican-te, a intensidade das chuvas, o esforço de andar no barro, a insegurança e o medo diante do desconhecido, das via-gens de canoa, a preocupação com ratos e serpentes, as picadas dos mosquitos e insetos. No entanto, nada disso diminuiu a alegria e o entusiasmo. Foi típico o clima festi-vo, de risos e piadas, e uma convivência fraterna saudável e espontânea.

Para avaliar, nada melhor do que dar a palavra aos mis-sionários: “Estou muito contente por vir”. “Foi das experi-ências mais ricas da minha vida”; “Uma missão muito viva para mim, muito aprendizado, um aprendizado incrível, uma graça de Deus”; “Tivemos o privilegio de conhecer o que outros não conheceram”; “Realizei um sonho, cresci um pouco”; “Todos nos receberam muito bem, pudemos partilhar a convivência, o trabalho”; “É uma realidade nova

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que se abre para mim”; “Vi um povo pobre, sofrido, mas com alegria de viver”; “Aqui conseguem viver com pouco, nós temos mais do que necessitamos”; “Marcou-me muito o abraço de uma criança”; “A convivência foi muito bonita”; “Viver a missão é um presente de Deus”; “A missão é um estilo de vida”; “Foi um sair, cheguei sem conhecer nada e me senti acolhido”; “Tenho que agradecer tudo o que vivi”; “Obrigado porque nos convidaram”; “Obrigado por tudo”.

o QuE dEixAm os missionários? Deixam muitas preocupações, questionamentos e até

indignações, diante dos problemas sociais, ambientais e desafios pastorais: “Pouca participação”; “Ausência nos en-contros, faltam animadores, falta catequista”; “A vida co-munitária não conta, não existe”; “A pobreza é agressiva, as pessoas morrem de anemia, as mulheres só servem”; “Mui-tos problemas sociais, crianças na lama, lixo em todo lu-gar”; “As pessoas sobrevivem, não vivem!”; “Como falar de Deus para as pessoas que têm fome de pão?”; “Como está nossa Igreja?”; “Como os católicos vivem a fé?”; “Muita in-diferença religiosa”; “O nosso discurso já não atrai! Onde estamos falhando?”; “Se o batismo é um evento social, falta muitíssima evangelização”; “Temos que fazer algo mais”. A intenção não é fazer um diagnóstico, mas mostrar algumas reações que mostram ao mesmo tempo a realidade social, a fragilidade da Igreja, e o desafio da missão na Amazônia, uma tarefa de todos os batizados.

Mas os missionários também deixam esperanças e perspectivas de futuro. É claro que uma missão como esta não resolve os problemas, nem tem este objetivo, mas traz novo ânimo e levanta esperanças. Perceberam que existem muitos sinais do Reino na vida do povo, há um grande po-tencial comunitário, eclesial, é preciso investimento e dedi-cação, e isso vai depender da equipe local de missionários e missionárias. De forma bem sucinta, a sugestão que os missionários deixam é: Continuar com os estudos bíblicos; fortalecer a pastoral juvenil; formar animadores e catequis-tas; visitar os casarios com mais frequência.

umA pAlAVrA FinAl: Obrigado aos missionários e mis-sionárias que aceitaram o convite, se disponibilizaram e doaram de seu tempo, foram desprendidos, abriram mão de suas férias, tiveram despesas pessoais (cada um assu-miu as despesas de viagem), correram risco de doenças, enfrentaram o desconhecido, e trouxeram alegria, viveram intensa vida fraterna, cativaram a simpatia do povo, deram testemunho do Evangelho, anunciaram a boa notícia do Reino de Deus, mostraram um potencial da Igreja, reno-varam esperanças.

¡Muchas gracias! Dios les bendiga!

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“Um cristianismo que não é mis-sionário, não é cristianismo”, já bem lembrou o nosso Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gau-dium. Foi neste espírito que nós, fra-des e leigos, da Província Franciscana da Imaculada Conceição, abraçamos o convite dos frades que atuam no “Projeto Amazônia” para estar com eles durante um mês, conhecendo e ajudando um pouco nesta realidade.

Trata-se de um projeto da Ordem dos Frades Menores para revitalizar a presença franciscana nas regiões amazônicas, a princípio na Amazônia Peruana, em grandes territórios onde há mais de cem anos os franciscanos chegaram e semearam entre os povos nativos a semente do Evangelho.

Neste ano, o grupo de missio-nários vindos de diferentes países chegou ao número de 23, dentre eles argentinos, peruanos, equatorianos, mexicanos, paraguaios e um bom número de brasileiros. Da Província da Imaculada participaram três fra-des (Alan Maia, Alvaci Mendes da Luz e Gabriel Vargas) e duas leigas da OFS de Paty do Alferes (Lúcia e Luzia). Um grupo distinto cultural-mente, porém unido com um mes-mo objetivo: conhecer estes povos e depois trabalhar mais pelas comu-nidades que vivem às margens do grande rio Ucayali.

Foram dias de experiências inten-sas, vivenciando realidades que ja-mais havíamos vivido. Como a chega-

da a Pucallpa, nossa porta de entrada na Amazônia, onde esperamos alguns dias para poder embarcar em um barco que nos levaria até a paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sede da missão, que fica na cidade de Orellana.

Depois de quase trinta horas via-jando em um barco, única forma de chegar ao nosso destino, chegamos ao porto de Orellana. O barco segue, como de costume, cheio de mercado-rias e pessoas. Esperavam-nos os dois frades que vivem na paróquia: Frei Eugenio Ortiz, frade argentino, mais conhecido como Peppo, e Frei Atílio Battistuz, que é de nossa Província. Ali nos instalamos e nos preparamos nos primeiros dias.

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dEpoimEnto dE FrEi AlVACi mEndEs dA luZ

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O território paroquial é muito extenso, a cidade de Orellana tem seis bairros e há ainda várias co-munidades ribeirinhas, algumas maiores com uma média de 2 mil habitantes e algumas bem peque-nas, com apenas algumas famílias. Muitas delas há um bom tempo sem receber visitas, seja dos sacer-dotes, seja das irmãs. Orellana é a cidade mais pobre do Peru: falta infraestrutura, saneamento básico, educação, enfim, há grandes neces-sidades fundamentais. O povo vive da pesca e da agricultura de subsis-tência.

No que diz respeito à comuni-dade católica, estamos falando de uma Igreja que necessita muito de lideranças, de pessoas que estejam mais junto com a comunidade e

que possam formar membros ati-vos. Por muitos anos, estas regiões ficaram sem assistência religiosa e com isso a comunidade se acostu-mou a participar pouco. É preciso muito trabalho para revitalizar o espírito de comunidades cristãs. Os frades que lá estão, chegaram há alguns meses e estão conhecendo ainda a realidade e tudo o que pre-cisam fazer no trabalho pastoral.

Aos missionários coube a tare-fa de visitar casas, bairros, órgãos públicos, estabelecimentos comer-ciais, seja na cidade sede da paró-quia, seja nas comunidades ribei-rinhas. Visitar famílias que nunca foram visitadas, locais que há anos não contavam com a presença da Igreja Católica, foi uma experiên-cia marcante e um desafio também.

Afinal de contas, por alguns dias fomos para aquele povo o rosto e o testemunho do Evangelho no qual cremos.

Enfim, fica o convite por parte dos confrades e dos leigos que par-ticiparam desta experiência missio-nária 2015 a todos os que se sentem chamados à missão: a Amazônia continua sendo um desafio, porém, para além das dificuldades físicas está um povo amável, acolhedor, fraterno e disposto a ajudar. Uma Igreja carente, mas com coração e braços abertos para acolher cada um que se dispõe a ser com eles tes-temunho do Evangelho. À Província da Imaculada, nosso agradecimento pela oportunidade de ter participa-do de uma experiência tão única e tão gratificante.

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Paróquia do Projeto Amazônia

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programa de rádio Sala Franciscana, uma iniciativa da Província que está no ar

há dois anos e meio, entra em uma nova fase neste mês de março. Con-tando desde o início com o apoio da Fundação Cultural Celinauta, especificamente da Rádio Celinau-ta, AM, de Pato Branco, no Paraná, a atração agora passa a ser editada e gerada a partir da emissora do sudoeste paranaense. Além de cui-dar da distribuição do programa, a Rádio Celinauta também passa a fazer parte da rede de emissoras que leva ao ar a Sala Franciscana, formada, a partir de agora, pela Rá-dio 9 de Julho, de São Paulo, Rádio Imperial, de Petrópolis, RJ, Rádio Celinauta, de Pato Branco, PR, Rá-dio Coroado, de Curitibanos, SC, e Rádio Mirandela, de Nilópolis, RJ. Desde sua estreia, o programa vinha sendo montado na Rádio 9 de Julho, primeira emissora que o levou ao ar.

Criado com o objetivo de ofe-recer uma programação de rádio com característica franciscana, com formação, informação e devoção, o Programa Sala Franciscana tem ain-da como objetivo promover a comu-nhão entre as diferentes expressões evangelizadoras da Província pela via da comunicação. E é por este mo-tivo que, nesta nova fase, o programa vai trazer quadros específicos, como o “USF em Foco”, produzido e apre-sentado pela equipe de comunicação da Universidade São Francisco, o “Solidariedade em Ação”, de respon-sabilidade do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), o “Juventude e Vocação”, do Serviço de Animação Vocacional (SAV) e a “Dica de leitura da Editora Vozes”.

Com grande aceitação e caris-ma junto ao público ouvinte, Frei Alexandre Rohling (Xandão), es-treia um novo quadro, chamado de “Você sabia?”, onde apresenta uma série de curiosidades. Outros

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FrEntE dA ComuniCAção ApostA Em projEtos Conjuntos pArA A EVAngEliZAção

frades com participação fixa na Sala Franciscana são Frei Nelson Rabelo, Frei Renato Pezenti, Frei Alvaci Mendes da Luz e Frei Feli-pe Gabriel Alves, no quadro “Sim-plesmente Falando”. Também deve fazer parte deste grupo Frei Valdir Nunes Ribeiro, representando a Rádio Coroado, de Curitibanos.

Esta transição na caminhada do Programa Sala Franciscana, embora seja algo discreto, indica um dire-cionamento prático das propostas surgidas nos dois encontros Provin-ciais da Frente de Evangelização da Comunicação, realizados em 2013 e 2014 em Rondinha. O pedido de maior aproximação entre os diferen-tes trabalhos, da busca de um dire-cionamento provincial, da partilha mais efetiva de conteúdos e produ-ções encontra um início de resposta nesta iniciativa.

Além de ocupar papel central nesta nova fase do Programa Sala Franciscana, a Fundação Cultural Celinauta também passa a ter parti-cipação fundamental na nova fase do Programa “Evangelho Dominical”, da WebTV Franciscanos, que ago-ra passa a se chamar “Caminhos do Evangelho”. O programa será exibi-do semanalmente na TV Sudoeste, de Pato Branco, e também contará com o apoio daquela emissora na parte de montagem e edição. Outra iniciativa que envolveu diretamente a Celinauta foi a produção de uma série de entrevistas para rádio em torno da Campanha da Fraternidade 2015, que mobilizou a equipe de rá-dio da emissora e está sendo veicula-da e distribuída para rádios de todo o Brasil pelo site da Rede Católica de Rádio (RCR).

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omo de costume, passo as fé-rias com os familiares e paren-tes, que são muitos! Visito cada

um deles, juntamente com a benção da casa; é uma tradição das famílias polonesas/italianas. Quando possível, à noite, reunimo-nos para uma con-fraternização à base de peixe, polenta e vinho. A conversa é a mais variada, desde piadas até assuntos religiosos. É uma ocasião oportuna para esclarecer as dúvidas. Todos somos humildes e pobres, isto é, termos o necessário para uma vida digna. Os que estão aposentados, exceto os doentes, con-tinuam trabalhando para garantir um futuro mais seguro, especialmente no caso de doenças.

Nessas últimas férias, me cha-mou a atenção duas famílias que fogem um pouco deste nosso pa-drão: uma é empresarial e a outra do agronegócio.

A primeira possui 250 carretas “câmara fria” e um razoável número de imóveis. A outra, 1.500 hectares de lavoura, aparelhada com as melhores máquinas agrícolas. Ambas, porém,

são simples e não “esquecem as raí-zes” donde vieram. Ao contrário, o entrosamento é solidário e fraterno. São essas duas famílias que mais pe-dem esclarecimentos religiosos.

Sem querer emitir julgamentos, pois Jesus recomenda “não jugueis segundo as aparências” (Jo 7,26), gos-taria de tecer três considerações sobre os bens materiais.

Nas primeiras páginas da Bíblia, Deus promulga esta premissa funda-mental para o ser humano: “Com o suor do rosto ganharás o pão de cada dia, até voltares ao solo do qual foste tirado” (Gn 3,19). Disso se depreen-de que, até o fim da vida e enquanto a saúde o permitir, precisamos traba-lhar, independentemente de salário ou aposentadoria. São Francisco diz que o trabalho é “uma graça” (Test 5,1) e “eu trabalhava e ainda quero trabalhar” (Test 5,19), “não por in-teresse de salário, mas por causa do bom exemplo e para evitar o ócio” (Test 5,21).

A segunda consideração vem do próprio Cristo: “Tomem cuidado com o dinheiro porque, ainda que seja rico, a vida do homem não é ga-

rantida pelos seus bens” (Lc 12,15); mais ainda, o dinheiro é “iníquo” (Lc 16,9), isto é, tem, dentro de si, uma força de atração tão forte que é capaz de levar a pessoa para um caminho que não tem volta. Por isso, o apóstolo Paulo é taxativo ao afirmar que a “ga-nância pelo dinheiro é a raiz de todo o pecado” (1Tm 6,10). Pelo dinheiro, o ganancioso é capaz de fazer tudo, inclusive, cometer homicídios.

Por fim, Jesus insiste que, com o dinheiro – mesmo sendo iníquo e sendo fruto do suor do rosto – é pre-ciso praticar a caridade: “Façam ami-gos com o dinheiro iníquo para que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas” (Lc 16,9). No episódio de Zaqueu, Jesus ensinou que a “salvação entrou nesta casa”, não só pelo compromisso de devolver até quatro vezes o defraudado (isto é mais questão de justiça), mas porque espontaneamente “vou dar a meta-de dos meus bens aos pobres” (cf. Lc 19,1-10). O juízo final, na versão de Mateus 25,31-46, é um texto pro-tótipo da caridade feita por causa de Cristo.

Então, estejamos atentos!!!

As FériAs tAmBém EnsinAm

FREI LUIZ IAKOVACZ

EvangelizaçãoArtigo

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Definitório

No primeiro dia da primeira reu-nião do Definitório Provincial deste ano, assim como nos demais, os De-finidores se juntaram aos frades da Fraternidade Imaculada Conceição, da Vila Clementino, para a oração das Laudes, às 7h45, na igreja paroquial, com a presença de fiéis da comunida-de. Já na sala do Definitório, às 9h00, Frei Fidêncio acolheu os Definidores e passou a moderação da reunião a Frei Evandro. Frei Valmir Ramos, Visitador Geral, não se fez presente, e justificou sua ausência. Os assuntos tratados nos dias de reunião do Defi-nitório são os que seguem abaixo.

1) o CApÍtulo proVinCiAl nAs

CCgg, nos EEgg E nos EEpp - EnCAminhAmEntosOs Definidores se inteiraram dos

artigos da legislação da Ordem e da Província referentes ao Capítulo Pro-vincial e destacaram os procedimen-tos a serem encaminhados proxima-mente e também mais a longo prazo.

2) Comissão prEpArAtÓriA E dECrEto No dia 26 de fevereiro, foram

convocados oficialmente pelo Visi-tador Geral para compor a comissão preparatória do Capítulo os confra-des: Frei César Külkamp (secretário da Formação e Estudos), Frei Antô-nio Michels (secretário da Evangeli-zação), Frei José Francisco (anima-

dor do Sefras), Frei Diego Atalino de Melo (animador do SAV), e ainda Frei Estêvão Ottenbreit (Frente da Missão e moderador da Formação Permanente), Frei João Reinert (pe-rito), Frei José Idair Ferreira Augusto (vice-secretário da Evangelização), Frei Nilo Agostini (Frente da Educa-ção), Frei Gustavo W. Medella (Fren-te da Comunicação), Frei Valdecir Schwambach (Frente das Paróquias e Santuários) e um frade estudante professo solene (Frei Marcos Viní-cius Motta Brügger).

Também pelo Visitador Geral, após a 1ª reunião da Comissão Pre-paratória, será feito o decreto de aber-tura do processo de preparação do Capítulo, no qual serão comunicados aos confrades data e local do Capítu-lo, proposição do tema central, objeto de estudo e encaminhamentos para a Fraternidade Provincial.

3) rEdimEnsionAmEnto – rEFlExão Em VistA dE um projEto do dEFinitÓrioO Definitório dedicou um dia

de reunião para analisar as poten-cialidades e os desafios da vida da Província, em vista de elaborar um projeto de redimensionamento que se faz cada vez mais necessário. O as-sunto não é novo, mas volta à pauta justamente pela necessidade que se impõe. O resultado da discussão e também a indicação de ações con-

cretas de redimensionamento serão encaminhados à reunião do Conse-lho de Evangelização e da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial, dos dias 4 e 5 de março.

4) insCriçõEs E loCAl do CApÍtulo proVinCiAl 2016Os Definidores analisaram a pos-

sibilidade de realização do Capítulo no Espaço Anhanguera, nos arre-dores de São Paulo. Apesar do fácil acesso, das belas dependências e agradáveis espaços, os preços tornam a opção inviável. Assim, provavel-mente, o Capítulo será realizado em Agudos ou em Rondinha. Os Defini-dores farão sondagem nos Regionais quanto aos frades que tomarão parte no Capítulo. Já a inscrição oficial de cada frade (professo solene) – em fi-cha que será enviada pela secretaria provincial -, deverá ser feita até o dia 31 de julho.

5) Comissão pArA rEVEr os EstAtutos pArtiCulArEs E CiVis dA proVÍnCiA - nomEAção Em vista do Capítulo Provincial,

foram nomeados para fazer revisão dos EEPP e civis da Província: Frei Mário Tagliari, Frei Salésio L. Hille-sheim e Frei José Francisco de Cássia dos Santos. Contarão com a asses-soria da Dra. Luana e da Irmã Ana Lúcia Coelho.

São Paulo, 24 a 26 de fevereiro de 2015

Notícias DoDefiNitório ProviNcial

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Definitório

6) rEunião dos guArdiãEs, CoordEnAdorEs E pároCos - prEpArAçãoOs Definidores se dedicaram a

pensar a programação da reunião dos guardiães, coordenadores e párocos, que acontecerá em Rondinha, nos dias 27 a 30 de abril. A temática prin-cipal será a presença evangelizadora nas paróquias. No dia 27 de manhã, haverá a assembleia civil, com aprova-ção de contas; a tarde do dia 27 e todo o dia 28 serão dedicados à temática principal da reunião, sob a coordena-ção do Secretariado de Evangelização; a manhã do dia 30 será reservada para assuntos diversos da Província e ou-tras questões administrativas.

7) EnContro dos irmãos lEigos dA proVÍnCiA - progrAmAçãoOs Definidores apreciaram a pro-

gramação preparada para o Encontro dos Irmãos Leigos da Província, a se realizar nos dias 12 a 15 de março, em Agudos. Todos os irmãos já a recebe-ram por e-mail, como também rece-beram a carta convite. Esperam-se as inscrições até o dia 28 de fevereiro.

8) rEgionAis – rEFlExãoOs Definidores também conversa-

ram sobre os encontros regionais des-te ano. Estão levando para cada frade cópia do Instrumento de Trabalho do Capítulo Geral. A intenção é que o texto possa servir para a reflexão não apenas nos encontros regionais, mas também nas fraternidades locais.

9) rEtiros proVinCiAis – dAtAs E insCriçõEsEstão confirmados os seguintes

retiros para 2015: a) 13 a 17 de julho, em Rondinha,

orientado por Frei João Mannes; b) 26 a 30 de outubro, em Agudos,

orientado por Frei Vitorio Mazzuco;c) Rio de Janeiro – Convento S. Antô-

nio (20 vagas) - Frei Neylor Tonin;

Assim que for definida a data do retiro com Frei Neylor, serão enviadas as fichas de inscrição a todos aos cui-dados dos guardiães e coordenadores.

10) rEgimEntos dAs CAsAs dE FormAção - AproVAdosTendo sido levados em conta al-

guns questionamentos do Definitório Provincial, na reunião de novembro passado, os Definidores agora aprova-ram os Regimentos das casas de for-mação, revistos e reformulados pelo conselho de Formação da Província.

11) rEprEsEntAntE dos FrAdEs EstudAntEs dE tEologiAO Definitório tomou ciência de

que Frei Juliano Fachini Fernandes foi escolhido como representante dos frades estudantes de Teologia.

12) rEunião Com os FrAdEs dE 1ª trAnsFErênCiA – rElAto Frei Fidêncio relatou aos Defini-

dores como foi a reunião com os fra-des de 1ª transferência, ocorrida em São Paulo, na Sede Provincial, no dia 16 de dezembro. Frei Sérgio Silas, Frei Weliton Bortolon, Frei Leonardo dos Santos, Frei Paulijacson Moura, Frei Valdeci Bento e Frei Alex Ferreira fa-laram de suas alegrias, expectativas e também desafios encontrados nessa primeira experiência de viver e traba-lhar em fraternidades diversas, após o período de formação inicial e estudos.

13) pEtrÓpolis – sAgrAdo – Construção dE sAlão pAroQuiAlO Definitório aprovou que se leve

adiante o projeto de construção de salão paroquial da paróquia do Sagrado, em Petrópolis, no pátio da antiga Escola Gra-tuita São José, dos Canarinhos, mediante entendimentos com a Editora Vozes.

14) trAnsFErênCiAs1. Frei Cid Tadeu Passos – da Frater-

nidade Bom Jesus dos Aflitos, de Sorocaba, para a Fraternidade São Francisco Solano, de Curitibanos, como vigário paroquial.

2. Frei Clésio Tadeu Wiggers – da Fraternidade São Pedro Apóstolo, de Pato Branco, para a Fraternidade Imaculada Conceição, na Vila Cle-mentino, em São Paulo, aos cuida-dos do ministro provincial;

3. Frei José Lino Zimmermann – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, Campo Largo, para a Fraternidade Bom Jesus dos Per-dões, de Curitiba, para serviços fraternos.

4. Frei Lauro Both – da Fraternidade São Francisco – Noviciado São José, de Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, Campo Largo, para serviços diversos.

5. Frei Marcelo Paulo Romani – da Fraternidade do Patrocínio de São José, de Coronel Freitas, para a Fra-ternidade N. Sra. do Amparo, de São Sebastião, como vigário paro-quial.

6. Frei Neuri Reinisch – da Frater-nidade São Francisco Solano, de Curitibanos, para a Fraternidade São Pedro Apóstolo, de Pato Bran-co, a serviço da Comunicação e como vigário paroquial;

7. Frei Olivo Luiz Tondello – voltan-do à Província, após serviço presta-do por vários anos à Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora, para a Fraternidade São José – Pos-tulantado Frei Galvão, de Guara-tinguetá, como atendente conven-tual.

8. Frei Raul Budal da Silva – da Fra-ternidade Bom Jesus dos Perdões, de Curitiba, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragan-ça Paulista, para tratamento (trans-ferência de 27.11.2014).

9. Frei Róger Brunorio – da Frater-nidade São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo, para

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Definitório

a Fraternidade Santo Antônio, no Largo da Carioca no Rio de Janei-ro, a serviço do restauro.

15) nomEAçõEs diVErsAs1. Frei Alex César Rodrigues – ani-

mador do SAV local da Fraternida-de N. Senhora Aparecida, de Niló-polis;

2. Frei Aloísio P. Agostinho dos San-tos – assistente espiritual da Frater-nidade OFS Santa Isabel da Hun-gria, de Luanda;

3. Frei André Becker – animador do SAV local da Fraternidade Santo Antônio do Valongo, em Santos;

4. Frei André Luiz da Rocha Henri-ques – representante do Ministro Provincial junto à CRB-SC;

5. Frei Carlos Pierezan – animador do SAV local da Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista;

6. Frei Guido Moacir Scheidt – reno-meado assistente espiritual do Ins-tituto Secular das Catequistas Mis-sionárias de S. Francisco de Assis (Irmãs do Jaraguá, em São Paulo).

7. Frei Leonardo Pinto dos Santos – assistente espiritual da Fraternida-de OFS Imaculada Conceição, de Agudos;

8. Frei Reinaldo Menezes da Silva – assistente espiritual da Fraternida-de OFS Nossa Senhora do Dester-ro, de Quissamã, RJ;

9. Frei Sérgio Silas Damasceno – vi-gário da casa da Fraternidade N. Senhora do Amparo, de São Sebas-tião;

10. Frei Valdir Nunes Ribeiro – guardião da Fraternidade São Francisco Solano, de Curitibanos, e pároco;

16) FimdA – Construção dE CAsA pArA os FrAdEs EstudAntEsLevando em conta o crescente nú-

mero de frades estudantes da FIMDA e a dificuldade do demorado desloca-

mento diário de Viana para Luanda, o Definitório aprovou projeto de cons-trução de módulo de residência para eles, junto à Fraternidade São Fran-cisco, sede da FIMDA, em Luanda. A questão será abordada na reunião dos guardiães e coordenadores. O Defi-nitório conta com a mobilização dos confrades em visto de fundos para a construção, através de campanha, mais ou menos nos moldes daquela realizada para a construção da escola de Malange.

17) FrEi lEonArdo AurEliAno dos

r. t. sAntos E FrEi rEnAto pEZEnti - CursosFrei Leonardo e Frei Renato, que

se especializam em Roma em Teo-logia Moral e em Exegese, respecti-vamente, farão, durante as férias do verão europeu, curso de línguas. Frei Leonardo estudará alemão em Met-tingen, na Alemanha, e Frei Renato, francês em Paris.

18) soroCABA - dEVolução do sErViço pAstorAl dA pArÓQuiA s. FrAnCisCo No dia 15 de fevereiro, Frei Estê-

vão esteve presente na celebração eu-carística em que foi devolvida à Dio-cese de Sorocaba a responsabilidade pelo serviço pastoral na Paróquia São Francisco. Frei Cid Tadeu Passos, úl-timo pároco da Província à frente da paróquia, ao final da celebração, no pátio, foi saudado demoradamente por muitas pessoas que formaram fila.

19) VigênCiA do mAndAto dAs dirEtoriAs dAs EntidAdEs dA proVÍnCiA - AjustEO Definitório Provincial (em ter-

mos civis, diretoria da Província) determina que se iguale, em termos de datas, a vigência do mandato das diretorias das Entidades da Província à vigência do mandato da própria di-retoria da Província.

20) prorrogAção do mAntAdo dA dirEtoriA dA proVÍnCiA Uma vez que o próximo Capítu-

lo Provincial será realizado somen-te em janeiro de 2016, o mandato da atual diretoria da Província, devido a questões jurídicas, será prorrogado até 1º de fevereiro de 2016.

21) FrEi BoAVEnturA dA silVA – sEFrAs-CuritiBAFrei Boaventura, que há tem-

po se faz presente diariamente no projeto “Chá do Padre”, do Sefras--Curitiba, e é muito estimado pe-los voluntários do Serviço e pelos moradores de rua, contribuindo significativamente com aquela pre-sença franciscana que se busca em todas as nossas atividades solidá-rias, passa a fazer parte da equipe responsável pelo Sefras de Curitiba. O pedido veio do próprio grupo que coordena as atividades do Sefras na cidade. Frei Boaventura é também vigário paroquial.

22) liCEnçAs pArA morAr ForA dA FrAtErnidAdE – FrEi WEliton E FrEi sÍlVioPor questão delicada de saúde de

familiares, Frei Weliton Bortolon, que era membro da Fraternidade de São Sebastião, pediu licença para morar fora da Fraternidade Provincial por um ano.

Frei Sílvio T. Mascarenhas tam-bém pediu e recebeu licença para mo-rar fora da Fraternidade Provincial pelo mesmo período de tempo.

23) AgEndA dA proVÍnCiA 2015 – ACrésCimos E AltErAçõEs Confira na última página destas

Comunicações.

24) orçAmEnto dA proVÍnCiA pArA 2015 - AproVAção Na tarde do dia 24, às 16h00, Frei

| Comunicações | Março 2015 | 175

Definitório

Raimundo Castro e Adriel Moura se fizeram presentes na reunião do De-finitório para apresentar a proposta orçamentária da Província para o presente ano. Após explicações sobre os critérios utilizados na formatação do orçamento, e a sua apresentação como tal, o Definitório o aprovou e, mais uma vez, agradeceu a Frei Rai-mundo e equipe seu trabalho criterio-so e dedicado.

25) AutoriZAçõEs dE ViAgEm Por motivos diversos, receberam

autorização para viajar ao Exterior: Frei Angelo José Luiz, Frei Estêvão Otten-breit, Frei Ivo Müller, Frei Rozântimo A. Costa, Frei Carlos José Körber, Frei Cé-sar Külkamp, Frei João Pereira Lopes;

EnCErrAmEntoÀs 17h00 do dia 26 de fevereiro,

Frei Fidêncio, encerrando a última

sessão do Definitório, convidou os confrades a rezar uma Ave-Maria, na intenção de podermos conti-nuar nossa caminhada com espe-rança, clareza e caridade, dizendo sempre o nosso sim, como ela. E, por fim, invocou a bênção de Deus sobre todos.

Frei Walter de Carvalho JúniorSecretário

JUNHO16 a 18 Definitório Provincial - São Paulo20 a 24 Petrópolis – Sagrado e Guadalupe25 e 26 Petrópolis - ITF27 e 28 Paty do Alferes29 e 30 Duque de Caxias - Imbariê

JULHO01 e 02 Duque de Caxias – Campos Elíseos03 a 05 Nilópolis – Conceição e Aparecida06 e 07 São João de Meriti08 e 09 Curso de Formadores - Petrópolis11 a 14 Rio de Janeiro – S. Antônio15 e 16 Rio de Janeiro - Rocinha17 a 19 Niterói21 e 22 Vila Velha - Penha23 a 25 Colatina26 a 29 Vila Velha - Santuário30 a 02 Pausa

AGOSTO03 e 04 Bauru05 e 06 Agudos07 a 09 Sorocaba10 a 12 Amparo13 a 15 Bragança Paulista17 a 21 Definitório Provincial - Guaratinguetá17 a 23 Guaratinguetá – Postul. e Fazenda24 e 25 São Sebastião26 a 28 São Paulo - Pari29 a 31 São Paulo – Largo São Francisco

SETEMBRO01 e 02 Santos04 a 07 Rondinha – S. Boaventura08 e 09 Rondinha - Aldeia10 a 12 Curitiba14 a 28 FIMDA - Angola29 a 04 Pausa

OUTUBRO05 e 06 Coronel Freitas07 e 08 Xaxim09 e 10 Luzerna11 a 13 Concórdia14 e 15 Mangueirinha16 e 17 Chopinzinho18 e 19 Pato Branco20 a 22 Definitório Provincial23 a 25 Pausa26 e 27 Forquilhinha28 e 29 Florianópolis30 e 31 Santo Amaro da Imperatriz

NOVEMBRO01 e 02 Angelina03 a 05 Lages06 e 07 Curitibanos08 a 10 Ituporanga - Paróquia11 a 13 Ituporanga - Seminário14 a 16 Rodeio17 e 18 Blumenau19 e 20 Gaspar21 a 23 Balneário Camboriú24 a 26 São Paulo – V. Clementino

VisitA CAnÔniCA 2015 – FrEi VAlmir rAmos

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Capítulo Provincial 2016

| Comunicações | Março 2015 |

m 2014, os bispos da Conferên-cia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovaram, por una-

nimidade durante a 52ª Assembleia Geral, o Ano da Paz. Trata-se de um período de reflexões, orações e ações sociais, que se estenderá até o Natal de 2015.

Com a proposta do Ano da Paz, a Igreja no Brasil quer ajudar na supe-ração da violência e despertar para a convivência mais respeitosa e fraterna entre as pessoas, explica o bispo auxi-liar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner. “A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da es-cola na formação do cidadão, do des-prezo pela vida simples”, pontua Dom Leonardo.

De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2012. Os jovens são os principais afetados neste contexto, somando mais de 27 mil vítimas naquele ano.

Dom Leonardo afirma que as re-lações mais próximas, na atualidade, encontram dificuldade de manterem--se vivas e que há uma violência gene-ralizada. “Violência que se manifesta na forma da morte de pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública, na impunidade.

Para a celebração do Ano da Paz, serão aproveitados os meses temáticos do Ano Litúrgico, como os meses vo-cacional, da Bíblia e da missão. “Vamos refletir durante o ano sobre o porquê da violência e sobre a necessidade de uma convivência fecunda e frutuosa. O Ano Litúrgico nos oferece oportunidades para pensar sobre a paz e a realidade da violência”, lembrou Dom Leonardo.

Com o Ano dA pAZ, igrEjA QuEr supErAção dA ViolênCiA

O arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da CNBB, Dom José Belisário da Silva, afirma que o Ano da Paz é um convite para reflexão sobre os motivos de tantos acontecimentos violentos. “Está na hora da socieda-de brasileira dar passos no sentido de buscar uma harmonia maior no rela-cionamento humano. Os nossos rela-cionamentos estão muito desgastados”, ressalta.

Para Dom Leonardo, o Ano Litúr-gico oferece oportunidades para refle-tir sobre a paz e a realidade da violên-cia. “Os meses temáticos como agosto, mês das vocações, setembro, mês da Palavra de Deus, outubro o mês das missões. Mas desejamos ter um dia

para manifestar nas ruas de nossas ci-dades que acreditamos na paz, na fra-ternidade”.

Dom Leonardo Steiner citou como exemplo a Campanha da Fraternidade 2015, que tem como tema “Fraternida-de: Igreja e Sociedade” e traz elementos de reflexão sobre a paz.

“Que possamos viver este Ano da Paz com muitas bênçãos. Atitudes, gestos concretos e sempre pedindo ao Senhor que nos ilumine e que traga esta paz aos nossos corações, às famí-lias e a todo o mundo. Que a Paz reine em nossas fronteiras! Sejamos propa-gadores e testemunhas da paz, aquela paz que vem do Senhor”, disse o carde-al D. Orani Tempesta.

177

Notícias e informações

| Comunicações | Março 2015 |178

o domingo, dia 1º de feverei-ro, professaram solenemente 17 frades da Fraternidade

de São Francisco na Providência de Deus. A celebração realizou-se na Catedral de São José do Rio Preto, SP. Coube ao Cardeal Dom Orani Tempesta, atual arcebispo do Rio de Janeiro, presidir a solene celebra-ção da Profissão Solene do primeiro grupo de frades. Foi Dom Orani, quando ainda era bispo de São José do Rio Preto, quem deu a primeira aprovação para a fraternidade fun-dada por Frei Francisco Belotti. O atual bispo diocesano, Dom Tomé Ferreira da Silva, também concele-brou, juntamente com outros bispos e diversos sacerdotes. Da Província Franciscana da Imaculada Concei-ção do Brasil, estiveram presentes o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o Vigário, Frei Estê-vão Ottenbreit, os definidores, Frei Mário Tagliari e Frei José Francisco dos Santos, além de Frei Raimundo Castro.

FREI ESTêVãO OTTENbREIT

nA proVidênCiA dE dEusCongregação de inspiração franciscana celebra profissão definitiva de seus primeiros frades.

FrAnCisCAnos nA proVidênCiA dE dEus

A Fraternidade de São Francis-co na Providência de Deus ainda é de direito diocesano. Ela surgiu a partir da pessoa e do engajamento junto aos dependentes químicos do Pe. Nélio Belotti, que recebeu então o nome de Frei Francisco. Aos pou-cos, juntaram-se a ele companheiros. Hoje administram principalmente hospitais, reinterpretando o encon-tro de Francisco de Assis com o le-proso: administrar bem hospitais – na maioria públicos – para que o pobre possa ser dignamente atendi-do nas suas necessidades de sáude.

A ligAção Com A proVÍnCiA dA imACulAdA

Por intermédio de Dom Orani, que já conhecia a fraternidade desde os tempos em que estava em São José do Rio Preto, se estabeleceu o conta-to com Frei Francisco, num momen-to muito difícil na administração do Hospital da Venerável Ordem Ter-ceira do Rio de Janeiro. Em seguida, nossa Província entregou a eles tam-bém a administração do Hospital Universitário da USF (Universidade São Francisco), em Bragança Pau-lista. Em contrapartida, a Província ajuda no que pode na formação dos frades.

Notícias e informações

| Comunicações | Março 2015 |

DATA E LOCAL: Chegada até às 9h do dia 18/04/2015, no Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá. Após o almoço, os jovens irão em Caminhada para a Fazenda da Espe-rança, onde acontecerá o Encontro. O encerramento está previsto para as 8h do dia 21/04/2015, com o café da manhã.

PROGRAMAçãO: Formação sobre o Carisma Franciscano;Momentos de oração e reflexão;Caminhada Franciscana; Partilha das diferentes realidades juvenis de nossa Província; Preparação para o Encontro Nacional da Juventude – CFMB; Integração e convivência com os jovens da Fazenda Esperança.

PERFiL DOS PARTiCiPANTES:Para jovens de 16 a 30 anos. Dentre outros objetivos, este encontro visa a preparação do Encontro Nacio-nal de Jovens, organizado pela CFMB, em julho deste ano. Assim, seria interessante se cada paróquia/frater-nidade pudesse enviar 3 jovens que já tenham uma caminhada e um engajamento eclesial e que, poste-riormente, pudesse escolher dentre estes 1 ou 2 para participar do referido Encontro Nacional, de 9 a 12 de Julho, em Anápolis – GO.

Comunico o falecimento do meu pai Vicente do Nascimento Viana, no dia 14 de fevereiro último, às 20h15, aos 85 anos.Foi um católico praticante. Nunca faltava à Missa dominical. Deixou bons exem-plos como esposo e pai. Partiu deixando esposa e 8 filhos, cinco homens e três mulheres. Que Deus o tenha em sua gló-ria!

Frei Pedro Viana

FrEi mArCos hollmAnn - sAÚdENo dia 02 de fevereiro, Frei Marcos Hollmann, da Fraternidade Fran-ciscana do Convento São Francisco (São Paulo), teve uma consulta médica de rotina, na qual foi constatada uma hérnia de considerável extensão. Diante do quadro, o médico orientou para que fosse realiza-da uma cirurgia de urgência. No mesmo dia, à tarde, Frei Marcos foi internado no Hospital São Luiz, da Rede D´Or, no Bairro Jabaquara. A operação foi realizada com sucesso no dia seguinte, terça-feira, 03, pela manhã. Frei Marcos teve alta na quarta e veio para casa, com orienta-ção de evitar movimentos bruscos e também que não carregasse peso. Passa muito bem, já está de volta às atividades normais e agradece as orações e o apoio de todos.

FAlECimEnto

EnContro proVinCiAl dE joVEns

CUSTOS:R$ 130,00 por participante (hospedagem, alimenta-ção e camiseta). Como sugestão, cada jovem enviado pela paróquia/fraternidade poderia também entrar com uma contri-buição própria, talvez 20% do custo da inscrição.

O qUE LEVAR: Roupa e calçado para a Caminhada, toalha de banho, roupa de cama (lençol, fronha, cobertor e travesseiro).

iNSCRiçõES: Até o dia 30 de março, pelo link: http://goo.gl/6LQovH Para maiores informações: [email protected]

Notícias e informações

AGENDA 2015Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados

2016janeiro 05 Primeira Profissão dos Noviços (Rodeio)15 Vestição dos Noviços (Rodeio)18 a 26 Capítulo Provincial

Maio16 a 20 Reunião da UCLAF (Cochabamba, Bolívia)

Março 02 e 03 Encontro do Regional do Alto Vale do Itajaí e Planalto

Catarinense (Lages)04 e 05 Reunião do Conselho de Evangelização (S. Paulo - S.

Francisco)06 e 07 Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense09 Encontro do Regional de Pato Branco09 Encontro do Regional São Paulo (Vila Clementino - SP)09 e 10 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Forquilhinha)09 a 20 Tempo Forte do Definitório Geral09 a 21 1ª etapa do curso de formadores -

SERFE - CFMB (Petrópolis)10 Conselho Diretor do Sefras ( Pari – SP)10 e 11 Assembleia do SAV (Rondinha)12 a 15 Encontro dos Irmãos Leigos (Agudos)16 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio)16 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá)16 Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (Nilópolis-Aparecida)16 Encontro do Regional de Agudos (Bauru)16 e 17 Encontro do Regional do Contestado23 Encontro do Regional do Espírito Santo (Projeto Santa

Clara)24 Ordenação diaconal de Frei Douglas Paulo Machado

(Concórdia)24 a 27 Assembleia da CFMB (São José do Rio Preto-SP)

aBril15 a 17 Reunião do Definitório Provincial;18 a 21 Encontro Provincial de Jovens (Guaratinguetá - Fazenda

Esperança)27 a 30 Reunião de guardiães e coordenadores e párocos

(Rondinha)

Maio 02 Profissão solene de Frei Rafael Teixeira do Nascimento

(Niterói – RJ)04 Reunião dos Mestres da Formação05 e 06 Conselho de Formação e Estudos (S. Paulo - S. Francisco)10 a 07 (jun) Capítulo Geral (Assis)18 Encontro do Regional de Pato Branco21 e 22 Reunião do Conselho Gestor das Entidades da Província

(Sede Provincial)

junho 16 a 18 Reunião do Definitório Provincial22 a 26 Assembleia do SIFEM (Bacabal)28 a 02/07 Congresso da Comissão Educativa da CFMB (Curitiba, FAE)29 a 11 2ª etapa do curso de formadores -

SERFE - CFMB (Petrópolis)

julho 04 Ordenação Presbiteral de Frei Sérgio Silas Damasceno

(São Bernardo do Campo - SP)09 a 12 Encontro Nacional de Jovens - CFMB (Anápolis)13 a 17 Retiro Provincial (Rondinha)

agosto 06 a 09 Assembleia Ordinária da FFB (São Paulo)09 a 12 Encontro Nacional de Jovens da CFMB (Anápolis, GO)17 a 21 Retiro e reunião do Definitório Provincial24 a 28 Encontro dos Ecônomos da CFMB, (São Luís, MA)31 a 01 Encontro do Regional do Contestado

seteMBro01 a 04 Assembleia da CFMB (Manaus, AM)04 a 09 Encontro dos Irmãos Leigos OFM, OFMCap e OFMConv

(Agudos)14 Reunião dos Mestres da Formação14 Encontro do Regional de Pato Branco15 e 16 Conselho de Formação e Estudos (Petrópolis)27 Celebração dos 25 anos da Missão de Angola

outuBro20 a 22 Reunião do Definitório Provincial26 a 30 Curso de Franciscanismo (Rondinha)26 a 30 Retiro Provincial (Agudos)

noveMBro18 e 19 Encontro do Regional de Pato Branco (Recreativo)31 a 01 Encontro do Regional do Contestado

DezeMBro07 a 08 Jubileus;14 a 17 Reunião do Definitório Provincial