eu não acredito nesse deus! - diocese de viana do castelo · muitas a subirem ao palco da casa das...

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director Paulo Gomes aulo Gomes aulo Gomes aulo Gomes aulo Gomes ano XXXVII / 17 / 17 / 17 / 17 / 1749 / 9 / 9 / 9 / 9 / 0,7505 / M M M M Maio aio aio aio aio / 2016 Semanário emanário emanário emanário emanário Gr Gr Gr Gr Grupo de Sta. M upo de Sta. M upo de Sta. M upo de Sta. M upo de Sta. Mar ar ar ar arta e ta e ta e ta e ta e ar ar ar ar artesão esão esão esão esãos de s de s de s de s de Viana no ana no ana no ana no ana no Méxic Méxic Méxic Méxic México O Grupo Folclórico de Santa Marta de Por- tuzelo e dois artesãos de Viana, Conceição Pi- menta e Francisco Cruz, vão representar Por- tugal no Festival Mundial Folkloriadas, a reali- zar em Zacatecas, no México, entre 30 de Julho e 14 de Agosto CIM quer CIM quer CIM quer CIM quer CIM quer Alt Alt Alt Alt Alto Minho o Minho o Minho o Minho o Minho com r om r om r om r om regime de isenção gime de isenção gime de isenção gime de isenção gime de isenção de por de por de por de por de portagens tagens tagens tagens tagens A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minhodefende que a região deve integrar um projecto-piloto para testar a aplicação de regime de isenção total das portagens e de re- dução dos preços de combustíveis. Mostr str str str stra dá um mês a dá um mês a dá um mês a dá um mês a dá um mês de de de de de Teatr eatr eatr eatr eatro a o a o a o a o a Ar Ar Ar Ar Arcos de s de s de s de s de Valde alde alde alde aldevez vez vez vez vez Arcos de Valdevez recebe a “Mostra de Tea- tro Luso-Brasileiro” durante mais de um mês, entre os dias 6 de Maio e 10 de Junho, com muitas a subirem ao palco da Casa das Artes. p 5 p 3 Pont ont ont ont onte de Lima e de Lima e de Lima e de Lima e de Lima apr apr apr apr apresenta pr esenta pr esenta pr esenta pr esenta progr ogr ogr ogr ograma ama ama ama ama das F das F das F das F das Feir eir eir eir eiras N as N as N as N as Novas ovas ovas ovas ovas A Associação Concelhia das Feiras Novas assinala a efeméride dos 190 anos da Romaria Minhota mais antiga de Portugal p p p p p 3 p 4_5 4_5 4_5 4_5 4_5 Eu não Eu não Eu não Eu não Eu não acr acr acr acr acredit edit edit edit edito o o nesse deus! nesse deus! nesse deus! nesse deus! nesse deus! última última última última última

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director PPPPPaulo Gomesaulo Gomesaulo Gomesaulo Gomesaulo Gomes ano XXXVII / 17 / 17 / 17 / 17 / 17444449 / 9 / 9 / 9 / 9 / 0,75€05 / M M M M Maio aio aio aio aio / 2016 SSSSSemanárioemanárioemanárioemanárioemanário

GrGrGrGrGrupo de Sta. Mupo de Sta. Mupo de Sta. Mupo de Sta. Mupo de Sta. Marararararta eta eta eta eta eararararartttttesãoesãoesãoesãoesãos de s de s de s de s de VVVVViiiiiana noana noana noana noana noMéxicMéxicMéxicMéxicMéxicooooo

O Grupo Folclórico de Santa Marta de Por-tuzelo e dois artesãos de Viana, Conceição Pi-menta e Francisco Cruz, vão representar Por-tugal no Festival Mundial Folkloriadas, a reali-zar em Zacatecas, no México, entre 30 de Julhoe 14 de Agosto

CIM quer CIM quer CIM quer CIM quer CIM quer AltAltAltAltAlto Minhoo Minhoo Minhoo Minhoo Minhocccccom rom rom rom rom reeeeegime de isençãogime de isençãogime de isençãogime de isençãogime de isençãode porde porde porde porde portagenstagenstagenstagenstagens

A Comunidade Intermunicipal (CIM) doAlto Minhodefende que a região deve integrarum projecto-piloto para testar a aplicação deregime de isenção total das portagens e de re-dução dos preços de combustíveis.

MMMMMooooostrstrstrstrstra dá um mêsa dá um mêsa dá um mêsa dá um mêsa dá um mêsde de de de de TTTTTeatreatreatreatreatro a o a o a o a o a ArArArArArcccccooooos des des des des deVVVVValdealdealdealdealdevezvezvezvezvez

Arcos de Valdevez recebe a “Mostra de Tea-tro Luso-Brasileiro” durante mais de um mês,entre os dias 6 de Maio e 10 de Junho, commuitas a subirem ao palco da Casa das Artes.

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PPPPPontontontontonte de Limae de Limae de Limae de Limae de Limaapraprapraprapresenta presenta presenta presenta presenta progrogrogrogrogramaamaamaamaamadas Fdas Fdas Fdas Fdas Feireireireireiras Nas Nas Nas Nas Novasovasovasovasovas

A Associação Concelhia das Feiras Novasassinala a efeméride dos 190 anos da RomariaMinhota mais antiga de Portugal

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Eu nãoEu nãoEu nãoEu nãoEu nãoacracracracracreditediteditediteditooooo

nesse deus!nesse deus!nesse deus!nesse deus!nesse deus!

últimaúltimaúltimaúltimaúltima

44444 NOTíCIAS de VIANA1749 ||||| 05 Maio 2016igreja

O padre e teólogo checoTomás Halík esteve em Bragaa participar nas JornadasTeológicas organizadas pelaRevista “Cenáculo” e pelaAssociação de Estudantes daFaculdade de Teologia. Horasantes da sua conferência, o“Igreja Viva” e o InstitutoCatólico de Viana do Casteloestiveram à conversa sobre osgrandes temas da sua reflexãoteológica.

O povo porO povo porO povo porO povo porO povo português iden-tuguês iden-tuguês iden-tuguês iden-tuguês iden-tifica-tifica-tifica-tifica-tifica-se muitse muitse muitse muitse muito co co co co com mani-om mani-om mani-om mani-om mani-festações defestações defestações defestações defestações devocionaisvocionaisvocionaisvocionaisvocionaiscccccomo as promo as promo as promo as promo as procissões, ima-ocissões, ima-ocissões, ima-ocissões, ima-ocissões, ima-gens pergens pergens pergens pergens pereeeeegrinas, santuári-grinas, santuári-grinas, santuári-grinas, santuári-grinas, santuári-ooooos, mis, mis, mis, mis, milagrlagrlagrlagrlagres. Pes. Pes. Pes. Pes. Porém, mui-orém, mui-orém, mui-orém, mui-orém, mui-tas vezes otas vezes otas vezes otas vezes otas vezes os crs crs crs crs crentententententes igno-es igno-es igno-es igno-es igno-rrrrram não só oam não só oam não só oam não só oam não só os cs cs cs cs contontontontonteúdoeúdoeúdoeúdoeúdos das das das das dafé cristã, mas até as “forfé cristã, mas até as “forfé cristã, mas até as “forfé cristã, mas até as “forfé cristã, mas até as “for-----mas” cristãs de ormas” cristãs de ormas” cristãs de ormas” cristãs de ormas” cristãs de oração.ação.ação.ação.ação.CCCCComo se pode ajudar asomo se pode ajudar asomo se pode ajudar asomo se pode ajudar asomo se pode ajudar aspessoas a caminhar parpessoas a caminhar parpessoas a caminhar parpessoas a caminhar parpessoas a caminhar paraaaaauma fé mais esclaruma fé mais esclaruma fé mais esclaruma fé mais esclaruma fé mais esclarecida,ecida,ecida,ecida,ecida,mais adulta?mais adulta?mais adulta?mais adulta?mais adulta?

Eu não tenho muita experi-ência com este tipo de religio-sidade popular porque crescinuma família secularizada econverti-me do humanismo se-cularizado através da leitura delivros religiosos, de teologia,estética, etc. e através de en-contros com alguns padres quepassaram muitos anos na prisão,durante o regime comunista.Mas no nosso país temos regi-ões muito diferenciadas no quediz respeito à religião.

O problema da religiosida-de tradicional no nosso país éque as pessoas não conseguemtransmiti-la à nova geração por-que a biosfera sócio-culturaldessa religiosidade era a aldeiatradicional pré-moderna queestá a desaparecer com o pro-cesso de modernização e urba-nização. Existe, hoje, um fossogeracional porque os jovens vi-vem no mundo das redes soci-ais e da internet e não acolhema herança religiosados pais. Mas estepode ser tambémum momento paraa conversão, a par-tir da religião tradi-cional, para uma fépessoal.

Quando seQuando seQuando seQuando seQuando setttttorororororna ena ena ena ena evidentvidentvidentvidentvidente ae ae ae ae afffffrrrrragiagiagiagiagilllllidade daidade daidade daidade daidade darrrrr e le le le le li g i oi g i oi g i oi g i oi g i os i d a d es i d a d es i d a d es i d a d es i d a d etrtrtrtrtradicional?adicional?adicional?adicional?adicional?

O grande confronto ocorreatravés dos problemas da vida.Por isso a religiosidade tradici-onal não é capaz de responderàs questões levantadas por umasociedade pluralista. Trata-se dodesafio de ensinar a pensar cor-rectamente. É absolutamentenecessário ter conselheiros es-pirituais que possam dar apoioe coragem à tarefa de pensar areligião. Não há motivo para termedo de perguntas difíceis, nãodevemos ter medo desta novacultura. Precisamos de desco-

brir as nossas raízes profundasno Evangelho. Por isso, creioque é necessário reflectir sobreo Evangelho, voltar ao Evange-lho, mas também discutir sobreo mundo contemporâneo. Ébom ser confrontado com gen-te que pensa diferente. É im-portante o estudo da doutrinada Igreja, mas ainda mais im-portante é ter uma profundaespiritualidade pessoal. Não sórecitar as antigas orações, mas

também estudar, meditar, teruma experiência pessoal de vidaespiritual.

PPPPPo ro ro ro ro rtugal é ctugal é ctugal é ctugal é ctugal é conhecidoonhecidoonhecidoonhecidoonhecidopela sua lpela sua lpela sua lpela sua lpela sua ligação ao lutigação ao lutigação ao lutigação ao lutigação ao luto, aoo, aoo, aoo, aoo, aosofsofsofsofsofrimentrimentrimentrimentrimento, à saudade... Éo, à saudade... Éo, à saudade... Éo, à saudade... Éo, à saudade... Épopopopopossível anuncissível anuncissível anuncissível anuncissível anunciar a salva-ar a salva-ar a salva-ar a salva-ar a salva-ção sem subção sem subção sem subção sem subção sem sublllllinhar tantinhar tantinhar tantinhar tantinhar tanto eso eso eso eso es-----tas dimensões?tas dimensões?tas dimensões?tas dimensões?tas dimensões?

Para mim é muito estranhaessa acentuação da tristeza e dador. Gostaria de a percebermelhor. Creio que teria que vi-ver cá por um tempo (risos), ou

estudar mais a literatura e a his-tória portuguesas, porque achoque a espiritualidade e a religi-osidade pessoal têm as suas ra-ízes na história, na experiênciapessoal, na cultura, e o Evange-lho surge sempre encarnadonum “milieu” cultural específi-co.

Não acredito num optimis-mo superficial, no “sorriso” cris-tão; é claro que a alegria é algosubstancial para os cristãos, o

“Euangelion” é aboa notícia. Paramim, o humor ésempre sinal deuma espirituali-dade saudável.Enquanto con-sultor do Pontifí-cio Conselhopara o Diálogocom os não-cren-tes, lembro-mede uma semanaem Roma com

bispos e teólogos de todo omundo. Ao meu lado sentou-seum teólogo indiano que me in-terpelou: “Olha para este bis-po! Estamos aqui há quatro diase nunca sorriu”. Eu respondi-lhe: “É uma pessoa perigosa!”(risos). Ele acrescentou: “Tenhouma sensibilidade relativamen-te às pessoas. Se alguém viverelaxado, se é uma pessoa dehumor, sei que tem uma espiri-tualidade profunda e saudável”.

Mas, a sensibilidade para a“dimensão trágica da vida” é

também importante e deveriafazer parte da nossa fé, aindaque sendo apenas uma parte.

Johann-Baptist Metz, teólo-go alemão, afirmou que “se pro-clamamos o evangelho da Res-surreição e não há sinal do gri-to do Crucificado, então é sómitologia e não teologia cristã”.Ora, precisamente esta “Sexta-feira Santa”, esta experiência do“Deus silencioso” é típica demuitos não-crentes. Costumodizer-lhes que é uma parte [im-portante] da nossa fé, uma par-te da história cristã: a Sexta-fei-ra Santa, o sofrimento, a dimen-são trágica! Sem isto, seria su-perficial. Mas esta não é a últi-ma palavra.

Qual seriQual seriQual seriQual seriQual seria então a últi-a então a últi-a então a últi-a então a últi-a então a últi-ma palavrma palavrma palavrma palavrma palavra?a?a?a?a?

Quando se atravessa esta“noite escura” nasce uma novaalegria, mais profunda. O sécu-lo XX foi, em certo sentido,uma “noite escura da alma” co-lectiva. Muitas pessoas perde-ram a sua fé, entre elas teólo-gos e capelães na Primeira e naSegunda Guerra Mundial.

Depois perceberam que nãopodemos proclamar o Deustodo-poderoso e bom sem levara sério a experiência das pesso-as na guerra, na qual foram con-frontados com o sofrimento, atragédia, o lado negro da vida.Trata-se, pois, de uma provoca-ção, um desafio para ir maisfundo e descobrir Deus, que

entrevista

“““““NNNNNo co co co co corororororação deação deação deação deação decada atcada atcada atcada atcada ateu há umeu há umeu há umeu há umeu há umcrcrcrcrcrententententente esce esce esce esce escondido”ondido”ondido”ondido”ondido”

EEEEExistxistxistxistxisteeeee, hoje, hoje, hoje, hoje, hoje, u, u, u, u, um fosso gem fosso gem fosso gem fosso gem fosso gerrrrraaaaacional porcional porcional porcional porcional porquequequequequeos joveos joveos joveos joveos jovens vivem no muns vivem no muns vivem no muns vivem no muns vivem no mundo das rndo das rndo das rndo das rndo das redeedeedeedeedes so-s so-s so-s so-s so-ciais e da intciais e da intciais e da intciais e da intciais e da inteeeeerrrrrnet e não anet e não anet e não anet e não anet e não acccccooooolhlhlhlhlhem a hem a hem a hem a hem a heeeeerrrrraaaaan-n-n-n-n-ça rça rça rça rça relielielielieligiosa dos paisgiosa dos paisgiosa dos paisgiosa dos paisgiosa dos pais. M. M. M. M. Mas eas eas eas eas eststststste pode see pode see pode see pode see pode serrrrrtatatatatambém umbém umbém umbém umbém um momem momem momem momem momento panto panto panto panto parrrrra a ca a ca a ca a ca a conveonveonveonveonversãorsãorsãorsãorsão,,,,,a paa paa paa paa partir da rrtir da rrtir da rrtir da rrtir da relielielielieligião trgião trgião trgião trgião traaaaadicionaldicionaldicionaldicionaldicional, a u, a u, a u, a u, a uma féma féma féma féma fépepepepepessoalssoalssoalssoalssoal.....

Fotos©Arquidiocese de Braga

55555NOTíCIAS de VIANA1749 ||||| 05 Maio 2016 igreja

não é apenas um “regisseur”,um director cinematográfico,mas encontra-se na profundida-de, que é Ele mesmo a profun-didade da vida!

O PO PO PO PO P. H. H. H. H. Halík defende que aalík defende que aalík defende que aalík defende que aalík defende que adiferdiferdiferdiferdiferença hoje não rença hoje não rença hoje não rença hoje não rença hoje não reside naeside naeside naeside naeside nadistinção entrdistinção entrdistinção entrdistinção entrdistinção entre oe oe oe oe os crs crs crs crs crentententententes ees ees ees ees eooooos não-crs não-crs não-crs não-crs não-crentententententes, mas entres, mas entres, mas entres, mas entres, mas entreeeeeooooos que “s que “s que “s que “s que “habitamhabitamhabitamhabitamhabitam” e o” e o” e o” e o” e os ques ques ques ques queandam à prandam à prandam à prandam à prandam à procurocurocurocurocura. Ma. Ma. Ma. Ma. Mas tal-as tal-as tal-as tal-as tal-vez exista uma tvez exista uma tvez exista uma tvez exista uma tvez exista uma terererererccccceireireireireira ca-a ca-a ca-a ca-a ca-ttttteeeeegorigorigorigorigoria: pessoas que nema: pessoas que nema: pessoas que nema: pessoas que nema: pessoas que nemcrêem nem prcrêem nem prcrêem nem prcrêem nem prcrêem nem procurocurocurocurocuram cam cam cam cam coisaoisaoisaoisaoisaalguma. Nalguma. Nalguma. Nalguma. Nalguma. Nesse caso, cesse caso, cesse caso, cesse caso, cesse caso, comoomoomoomoomoestabelecestabelecestabelecestabelecestabelecemoemoemoemoemos um diálogo?s um diálogo?s um diálogo?s um diálogo?s um diálogo?

Sim, de facto, hoje há tam-bém o “apateísmo”, ou seja, nãosó os “ateus” mas os “ap-ateus”,isto é, pessoas que são apáticasem relação à religião. É maisdifícil comunicar com os “ap-ateus” do que com os “ateus”militantes. Por vezes penso queno coração e na mente de cadacrente há um não-crente, assimcomo também no coração decada ateu há um crente escon-dido. De igual modo, os ateusmilitantes não estão completa-mente felizes com o seu ateís-mo e têm dúvidas sobre as suasdúvidas.

E há também essas pessoasque não estão interessadas nes-tes problemas. Mas cada pessoatem algo que é sagrado para ela,e nós devemos perguntar-lheso que é mais sagrado. Às vezesquestiono-lhes: “Certo, tu nãoacreditas em Deus, mas queaparência tem esse deus em quetu não acreditas? Porque, aomenos, uma certa imagem deDeus deves ter”. Então, quan-do me contam algo sobre essedeus, eu digo: “Graças a Deusque tu não acreditas num deusassim! Eu também não acredi-to!”. Às vezes, as pessoas têmuma imagem muito primitiva,uma estúpida caricatura deDeus. E, por isso, dizem: “estedeus não existe”. E eu concor-do, esse deus verdadeiramentenão existe, graças a Deus!

Há pessoas que dizemHá pessoas que dizemHá pessoas que dizemHá pessoas que dizemHá pessoas que dizem“““““eu não acreu não acreu não acreu não acreu não acrediteditediteditedito em Deus,o em Deus,o em Deus,o em Deus,o em Deus,mas sei que existmas sei que existmas sei que existmas sei que existmas sei que existe algumae algumae algumae algumae algumacccccoisa acima de toisa acima de toisa acima de toisa acima de toisa acima de todoodoodoodoodos nós”…s nós”…s nós”…s nós”…s nós”…

Sim, costumo dizer que esta“alguma coisa” é a religião maisprofessada no meu país! Pode-mos comunicar com este tipode crença? A verdade é que cadaser humano é, ao mesmo tem-po, crente e não-crente. Assimcomo Lutero afirmava que so-mos “simul justus et peccator”,eu penso que somos todos“simul fidelis et infidelis”. Há

pessoas que, de noite, nas suasorações, procuram e pensamem Deus, mas Deus não ocupanenhum espaço no seu estilo devida. E, por outro lado, há pes-soas que durante o dia são mui-to religiosas mas, à noite, so-frem com dúvidas e com o sen-timento trágico.

Esta mistura de crente enão-crente é muito comum nohomem moderno. A pluralida-de está dentro de nós, não de-vemos ter medo disso. Precisa-mos de conselheiros espirituaisque nos ajudem através dodiálogo, que não sejam apenaslíderes, mas que saibam acom-panhar as pessoas.

PPPPPororororortanttanttanttanttanto, oo, oo, oo, oo, os padrs padrs padrs padrs padres sãoes sãoes sãoes sãoes sãohoje chamadohoje chamadohoje chamadohoje chamadohoje chamados a sers a sers a sers a sers a ser, sobr, sobr, sobr, sobr, sobre-e-e-e-e-tudo, actudo, actudo, actudo, actudo, acompanhantompanhantompanhantompanhantompanhantes espi-es espi-es espi-es espi-es espi-rituais.rituais.rituais.rituais.rituais.

Sim, creio que esta será umagrande missão para a Igreja nofuturo: acompanhar aquelesque estão à procura, estes“buscadores”. É claro que have-rá sempre gente que será fiel eirá regularmente à Igreja, gra-ças a Deus; e têm todo o direi-to a serem servidos pelos pa-dres. Mas penso que não é sufi-ciente que os padres sejam trei-nados apenas para servir estaspessoas tradicionais que seidentificam completamentecom a Igreja. É claro que per-manece a missão “clássica”, maseu estou a falar de uma “tercei-ra via”: trata-se de acompanharos “buscadores”, não apenas in-troduzi-los nas nossas “estrutu-

ras”, mas abrir as nossas estru-turas internas para esta nova ex-periência destes “buscadores”,porque eles são também umdom de Deus para nós.

TTTTTalvez seja uma leituralvez seja uma leituralvez seja uma leituralvez seja uma leituralvez seja uma leituraaaaasimplsimplsimplsimplsimplista, mas poderíamoista, mas poderíamoista, mas poderíamoista, mas poderíamoista, mas poderíamosssssdizer que o Pdizer que o Pdizer que o Pdizer que o Pdizer que o Papa Bentapa Bentapa Bentapa Bentapa Bento o o o o XVIXVIXVIXVIXVIprprprprpreferiu uma aboreferiu uma aboreferiu uma aboreferiu uma aboreferiu uma abordagemdagemdagemdagemdagemmais doutrinal parmais doutrinal parmais doutrinal parmais doutrinal parmais doutrinal para a ea a ea a ea a ea a evan-van-van-van-van-gelgelgelgelgelização enquantização enquantização enquantização enquantização enquanto o Po o Po o Po o Po o PapaapaapaapaapaFFFFFrrrrranciscanciscanciscanciscancisco opta por umao opta por umao opta por umao opta por umao opta por umaaboraboraboraborabordagem mais existdagem mais existdagem mais existdagem mais existdagem mais existenci-enci-enci-enci-enci-al. Qual é o caminho maisal. Qual é o caminho maisal. Qual é o caminho maisal. Qual é o caminho maisal. Qual é o caminho maisadequado no noadequado no noadequado no noadequado no noadequado no nosso csso csso csso csso contontontontontexexexexex-----ttttto?o?o?o?o?

Acredito mesmo que o Es-pírito Santo trabalha na Igrejae que cada pessoa é escolhidapara o momento justo. JoãoPaulo II – que conheci bem –foi um grande Papa e teve gran-de impacto na nossa história,especialmente no nosso lado daEuropa. Comunicou de formacarismática com milhões depessoas. Depois veio o PapaBento XVI, um intelectual in-trovertido. Era engraçado vê-loa tentar reproduzir os mesmos

gestos de João Paulo II, mascom uma tal timidez que pare-cia estar a dizer “por favor, nãome toques!” (risos).

Talvez fosse muito cautelo-so pelo facto de ter sido prefei-to da Congregação para a Dou-trina da Fé. Mas penso que apósa sua eleição ficou mais aberto.

O que cO que cO que cO que cO que consideronsideronsideronsideronsidera maisa maisa maisa maisa maissignificativo no seu pensa-significativo no seu pensa-significativo no seu pensa-significativo no seu pensa-significativo no seu pensa-mentmentmentmentmento?o?o?o?o?

Pensemos no “pátio dosgentios”. Sobre isto, o discursomais importante de Bento XVIfoi proferido aos jornalistasdurante o seu voo até Portugal.Nele defendeu a compatibilida-de entre o humanismo seculare a fé católica; disse que nãoestão em conflito e que preci-sam um do outro, e que esta éuma característica da culturaeuropeia.

E o PE o PE o PE o PE o Papa Fapa Fapa Fapa Fapa Frrrrranciscanciscanciscanciscancisco?o?o?o?o?O Papa Francisco tem o ca-

risma da proximidade das pes-soas e está a fazer descobrir denovo o Evangelho. É uma com-

binação muito interessante dedois carismas da Igreja Católi-ca, o franciscano e o jesuíta.

Tem a coragem enérgica esistemática dos jesuítas, a von-tade de mudar as coisas e de iraos sítios mais perigosos. Masconjuga, ao mesmo tempo, ocarisma de Francisco: estar pró-ximo das pessoas, dos pobres eentender as situações complica-das.

Penso que a sua última exor-tação sobre o amor no matri-mónio é um documento revo-lucionário. Há um novo espíri-to! Não há mudanças na lei ouna doutrina, mas antes umamudança de espírito e de lin-guagem. E a linguagem é impor-tante: a linguagem do coraçãoque fala ao coração – “cor ad corloquitur”.

Jesus veio pelos pecadores.Gosto muito quando o Papa dizque, para imitar hoje o BomPastor, temos de deixar sozinhaa única ovelha para ir à procuradas noventa e nove perdidas (ri-sos).

Estou profundamente con-vencido que o Papa Franciscodeu início a um novo capítulona história do Cristianismo. Háum novo espírito que toca oscorações de muitas pessoas,mesmo aquelas que estão paraalém da Igreja, do cristianismo,especialmente da Igreja Cató-lica. Os meus amigos protestan-tes dizem: “eu já não sou pro-testante. Já não tenho nada aprotestar!” Aceitam-no total-mente. (risos).

UUUUUma gma gma gma gma grrrrraaaaande missão da Inde missão da Inde missão da Inde missão da Inde missão da Igggggrrrrreja no futueja no futueja no futueja no futueja no futuro sero sero sero sero seráráráráráaaaaacccccompaompaompaompaompanhnhnhnhnhaaaaar ar ar ar ar aquelequelequelequelequeles que as que as que as que as que andandandandandam à pm à pm à pm à pm à procurocurocurocurocurrrrraaaaa, os, os, os, os, os“busc“busc“busc“busc“buscaaaaadordordordordoreeeees”, pors”, pors”, pors”, pors”, porque são taque são taque são taque são taque são também umbém umbém umbém umbém um dom dem dom dem dom dem dom dem dom deDDDDDeus paeus paeus paeus paeus parrrrra nósa nósa nósa nósa nós

Fotos©Arquidiocese de Braga