Ética santo agostinho e são tomaz de aquino

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resumo de umas aulas de ética de conteúdo suplementar elementar e de fácil acesso e entendimento.

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Universidade Federal da BahiaDisciplina: ticaDocente: Jarlee Oliveira Silva SalvianoDiscente: Rodrigo Caldas PereiraResumo do texto: Textos Bsicos de tica - De Plato Foucault: Santo Agostinho e So Toms de AquinoA tica agostiniana se baseia fundamentalmente na tica platnica, interpretando-a a luz do cristianismo. Talvez a questo mais central, ou, ao menos, uma das questes mais centrais na tica agostiniana o problema da Origem do Mal, que parte do questionamento de que se Deus todo poderoso e perfeito, consequentemente tudo que Ele faz o bom, como pode existir o Mal, assumindo que Ele mesmo criou tudo o que existe? Para responder a este questionamento Agostinho se inspira em Plato e prope, ento, que o Mal no existe, s o Bem; o Mal seria apenas ausncia de Bem. Deus, Ser Perfeito, totalmente bom, mas os seres criados so imperfeitos, perecveis. O pecado original de Ado, que agiu contrariamente a lei moral, simboliza a condio humana de suscetibilidade ao Mal, a imperfeio; e por este estado de imperfeio, que aparenta fazer parte da definio da humanidade, o ser humano estaria compelido a agir contrariamente moral. Este raciocnio poderia conduzir a concluso de que h um determinismo em que o homem estaria fadado a pecar; no obstante, o livre-arbtrio confere, segundo Santo Agostinho, a responsabilidade moral; o ser humano seria responsvel por suas escolhas e decises, e assim sendo responsvel por agir moralmente ou imoralmente. O pecado estaria exatamente na submisso da razo pelas paixes. Outra questo central na tica de Santo Agostinho : Por que, ento, Deus conferiu o livre-arbtrio para os seres humanos, sendo que isto culminou na existncia do Mal atravs do pecado original? Partindo de sua definio do Mal como ausncia do Bem, e compreendendo que o ser humano, como uma criao divina, originalmente bom; ento, sendo bom, o ser humano teria que ter vontade livre, livre-arbtrio para agir desse modo; Agostinho, assim, destaca a necessidade de haver o livre-arbtrio, pois sem ele no seria possvel ao homem agir corretamente. Da mesma maneira que seria injusta a punio aos que agissem imoralmente e a recompensa aos que agissem moralmente. E, por fim, notvel que Santo Agostinho enfatizou que apenas sua f inabalvel o permitiu entender o sentido da criao divina.J so Toms de Aquino alicera seu sistema tico em Aristteles, mas, assim como Agostinho, interpretando-o luz do cristianismo. so Toms, inclusive, possibilitou a legitimao da leitura de Aristteles no final do sculo XIII. A tica de so Toms diverge da de Santo Agostinho, na medida em que esta ltima parte da premissa de que o homem imperfeito, marcado pelo pecado original, e so Toms, partindo do conceito aristotlico de virtude, considera que a natureza humana capaz de ser aperfeioada. O pecado original pode ser superado (exclusivamente) pela redeno. O objetivo da tica de so Tomas o ser beato, se tornar beato ou possuir beatitude, que poderia ser o par para a funo da eudaimonia aristotlica. Em sua principal obra Suma teolgica, so Toms recorre tanto a Bblia quanto aos filsofos antigos (principalmente Aristteles). Nesta obra o autor recusa a noo de Mal como algo, como uma entidade, ele o entende como parte da natureza, no sentido da imperfeio ou da corrupo das coisas criadas por Deus. Ele concebe que para que a perfeio exista, precisa haver nveis (degraus) dela: ele exemplifica que h coisas to boas que no podem deixar de existir, como, tambm, h coisas boas que podem deixar de existir. H coisas incorruptveis, que no podem perder o prprio ser e h, tambm, coisas corruptveis, que podem perder o prprio ser. De maneira que a perfeio do universo depende que haja as duas coisas; e, assim, o mal estar presente nas coisas. E mesmo assim, como no dizer do prprio so Toms Deus to poderoso que pode fazer o bem a partir do mal. So Toms justificava a existncia do livre-arbtrio pelo prprio fato do ser humano possuir racionalidade, que, segundo ele, poderia conduzir a aes em direes opostas como nos mostram os silogismos e os argumentos retricos, sendo assim, o ser humano forosamente possui a liberdade do ato voluntrio. Toms de Aquino postulava que o livre-arbtrio possibilitava uma escolha racional em que haveria o discernimento do que bom e do que mal. E, devido o fato do ser humano ser o que , seu fim ultimo a beatitude e seus mritos so obtidos pelas virtudes e pelos hbitos.