etapa dedicação

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. Então, vamos entender melhor os primeiros passos do desenvolvimento desse trabalho? Boa leitura! Caro professor, Bem-vindo à segunda etapa do SuperAção Já!, a Dedicação! Na etapa anterior, você apresentou a seus alunos uma nova forma de crescer como leitores, a partir da Leitura Livre, ou seja, da leitura por prazer e vontade própria. Eles puderam atuar como protagonistas leitores, escolhendo os livros que querem ler, praticando a leitura colaborativamente e aprendendo como se organizar com as tarefas escolares. Além disso, os estudantes tiveram contato com estratégias de aprendizagem para utilizarem antes, durante e depois da leitura, que fortalecem a compreensão e o controle leitor. O mais importante de todo esse trabalho de formação de leitores, é que ele foi palco para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e não cognitivas, como a comunicação (oralidade), colaboração e autoconfiança para aprender. Para que os estudantes continuem a exercitar essas competências na sua formação leitora, “pilotando” seus processos de aprendizagem na escola e ao longo da vida, este Roteiro oferece continuidade às conquistas já obtidas e traz novas atividades para aprimorar a capacidade de organização para os estudos e a utilização de estratégias de leitura. Continue ao lado de seus alunos a favor da educação protagonista, superando cotidianamente a visão negativa que os associa a problemas, incapacidades e carências. Sigam agindo, juntos, como solução, aprendendo a ser, conviver, conhecer e fazer na escola. SUPERAÇÃO Já! ETAPA DEDICAção Superação Determinação Motivação Dedicação Etapas Outubro/ Novembro Julho/Agosto Setembro Março/Abril Maio/Junho Quando Roteiro da etapa Superação (5ª série/6º ano) Roteiro da etapa Determinação/Perfeição (5ª série/6º ano) Roteiro da etapa Motivação (5ª série/6º ano) Roteiro da etapa Dedicação (5ª série/6º ano) Roteiros Na etapa anterior, os estudantes foram motivados a crescerem como leitores a partir do seu protagonismo na leitura livre. Nesta etapa, aprenderão o valor da dedicação, ou seja, da curiosidade e vontade de aprender, para se fortalecerem na leitura, no trabalho colaborativo, na comunicação com seus pares, na organização para os estudos e na autoconfiança para enfrentar seus desafios de aprendizagem. Os conteúdos específicos são: leitura de imagens, produção escrita e formulação e checagem de hipóteses a partir da leitura de um texto. Objetivo Escola de Tempo Integral Hora da Leitura

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Superação Jovem

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Page 1: Etapa dedicação

. Então, vamos entender melhor os primeiros passos do desenvolvimento desse trabalho?

Boa leitura!

Caro professor, Bem-vindo à segunda etapa do SuperAção Já!, a Dedicação! Na etapa anterior, você apresentou a seus alunos uma nova forma de crescer como leitores, a partir da Leitura Livre, ou seja, da leitura por prazer e vontade própria. Eles puderam atuar como protagonistas leitores, escolhendo os livros que querem ler, praticando a leitura colaborativamente e aprendendo como se organizar com as tarefas escolares. Além disso, os estudantes tiveram contato com estratégias de aprendizagem para utilizarem antes, durante e depois da leitura, que fortalecem a compreensão e o controle leitor. O mais importante de todo esse trabalho de formação de leitores, é que ele foi palco para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e não cognitivas, como a comunicação (oralidade), colaboração e autoconfiança para aprender. Para que os estudantes continuem a exercitar essas competências na sua formação leitora, “pilotando” seus processos de aprendizagem na escola e ao longo da vida, este Roteiro oferece continuidade às conquistas já obtidas e traz novas atividades para aprimorar a capacidade de organização para os estudos e a utilização de estratégias de leitura. Continue ao lado de seus alunos a favor da educação protagonista, superando cotidianamente a visão negativa que os associa a problemas, incapacidades e carências. Sigam agindo, juntos, como solução, aprendendo a ser, conviver, conhecer e fazer na escola.

SUPERAÇÃO Já! ETAPA DEDICAção

Superação

Determinação

Motivação

Dedicação

Etap

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Outubro/ Novembro Julho/Agosto

Setembro

Março/Abril

Maio/Junho

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Roteiro da etapa

Superação (5ª série/6º ano)

Roteiro da etapa

Determinação/Perfeição

(5ª série/6º ano)

Roteiro da etapa

Motivação (5ª série/6º ano)

Roteiro da etapa

Dedicação (5ª série/6º ano)

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Na etapa anterior, os estudantes foram motivados a crescerem como leitores a partir do seu protagonismo na leitura livre. Nesta etapa, aprenderão o valor da dedicação, ou seja, da

curiosidade e vontade de aprender, para se fortalecerem na leitura, no trabalho colaborativo, na comunicação com seus pares, na organização para os estudos e na autoconfiança para enfrentar

seus desafios de aprendizagem. Os conteúdos específicos são: leitura de imagens, produção escrita e formulação e checagem de hipóteses a partir da leitura de um texto.

Ob

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vo

Escola de Tempo Integral Hora da Leitura

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 2

Leitura livre, estratégias de leitura e habilidades Especialmente quando se trata de adolescentes e jovens é urgente encontrar novas rotas para aproximar a leitura do seu universo existencial, pois muitos deles ainda não desenvolveram suas preferências de leitura nem aprenderam a usar estratégias que permitam ler com compreensão a diversidade de textos a que são expostos na escola e na vida cotidiana, perdendo assim o interesse pela leitura, conforme evoluem na vida escolar. O desafio é, então, manter os estudantes antenados com a leitura ao longo de sua vida escolar e para além dela, formando leitores proficientes. Para isso, aprender a gostar de ler – ler por prazer, como hábito e por interesse próprio – e aprender a ler com compreensão diversos gêneros textuais são duas habilidades fundamentais para o desenvolvimento cognitivo dos alunos e sua participação em diversas práticas sociais. Essa foi uma das conclusões do PISA1 2009, cujo foco foi leitura: “Em todos os países [participantes da avaliação], estudantes que têm maior prazer em ler apresentam desempenho significativamente melhor do que aqueles que têm menor prazer em ler.” Além disso, os resultados do PISA apontam que “para que os estudantes se tornem leitores proficientes é essencial o domínio de estratégias que ajudam a aprendizagem - com métodos para memorizar, compreender ou resumir textos, e hábitos diversificados de leitura. A leitura por prazer é particularmente benéfica quando associada a altos níveis de pensamento crítico e aprendizagem estratégica.”2 Ou seja, o ensino de leitura que alie o gosto pela leitura (o prazer em ler, a leitura livre) com estratégias de compreensão leitora é mais eficaz para melhorar o desempenho dos estudantes em leitura. No SuperAção Já! a prática de leitura está ancorada nesses dois pilares (gosto e compreensão) traduzidos em sequências de atividades que visam reconhecer as leituras praticadas pelos alunos fora ou dentro da escola, ampliar seus interesses, promovendo a escolha de títulos pelos alunos, qualificar gradualmente essas escolhas, contagiando-os para outras leituras e favorecer o aprendizado de atitudes e habilidades fundamentais para garantir o envolvimento com a leitura e o controle antes, durante e depois da leitura. Além disso, a dimensão do trabalho colaborativo com professor e entre pares - em dupla e em quartetos - amplia a experiência leitora para além da mera prática individual, constituindo-se também como uma experiência de convívio com leitores, livros e histórias. A proposta do SuperAção Já! compreende o desenvolvimento de habilidades cognitivas e não cognitivas que são fundamentais para o desenvolvimento integral dos estudantes. Por isso, antes de começar a trabalhar com as atividades propostas nessa segunda etapa, relembre o quadro abaixo e, no caso de dúvida ou do desejo de se aprofundar, releia a “Reflexão 3 - Competências e Habilidades”, que está no Roteiro da Etapa Motivação – 5ª série (6º ano), página 6.

1 O PISA, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que analisa a qualidade, equidade e eficiência dos

sistemas escolares em cerca de 70 países, entre os quais, o Brasil. A edição de 2009 teve como foco a pesquisa das habilidades e conhecimentos dos estudantes em leitura. 2 Resultados do PISA 2009: aprendendo a aprender – Envolvimento, estratégias e práticas dos estudantes (volume

III), p.13. OCDE, Editora Moderna Ltda, 2011.

Reflexão 1

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 3

O ensino de leitura que engloba concomitantemente a prática de habilidades que impulsionam a construção da autonomia, a colaboração, a comunicação, a autogestão e capacidade de leitura favorece a entrada dos estudantes num ciclo de desempenho virtuoso, em que “as atitudes em relação à leitura e à aprendizagem, a motivação, envolvimento em atividades de leitura e proficiência em leitura reforçam-se mutuamente”3. Conheça mais sobre o ensino de estratégias de leitura na próxima reflexão.

Hora do Desafio: as estratégias de leitura Segundo Isabel Solé4, formar leitores autônomos também significa formar leitores capazes de aprender a partir dos textos. A compreensão leitora depende de um grande número de fatores, muito complexos e interrelacionados. Conhecer esses fatores permite detectar as fontes das dificuldades de compreensão e, numa perspectiva pedagógica, mediar a interação do leitor com o texto. Na atividade da Hora do Desafio presente neste roteiro, busca–se levar os alunos a exercitarem procedimentos de leitura que colaboram para o desenvolvimento de algumas das capacidades – ou estratégias – de compreensão transcritas abaixo, classificadas por Roxane Rojo em seu artigo “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania”5 :

3 Resultados do PISA 2009: aprendendo a aprender – Envolvimento, estratégias e práticas dos estudantes (volume

III), p.13. OCDE, Editora Moderna Ltda, 2011, p. 27. 4 SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura, Porto Alegre: Artmed, 1998.

5 Este artigo pode ser lido na íntegra em: http://bit.ly/rojaneroxo

Reflexão 2

FORMAÇÃO PARA

Autonomia (Habilidades

para fazer escolhas)

Colaboração

(Habilidades de convívio)

Gestão (Habilidades de

gestão)

Leitura

(Habilidades de pensamento)

HABILIDADE

Autoconfiança: favorece a autonomia dos estudantes.

Colaboração e Comunicação: favorece a colaboração entre os estudantes e com o

professor.

Autogestão: favorece a administração do tempo e das tarefas escolares.

Leitura: favorece a capacidade de ler por prazer e o uso de estratégias de leitura na escola e na vida.

Aprender a SER (Competências pessoais)

Aprender a CONVIVER

(Competências relacionais)

Aprender a FAZER (Competências produtivas)

Aprender a CONHECER

(Competências cognitivas)

DIMENSÃO

Ativação de conhecimentos de mundo Previamente à leitura ou durante o ato de ler, o leitor está constantemente colocando em relação seu conhecimento amplo de mundo com aquele exigido e utilizado pelo autor no texto. Caso esta sincronicidade falhe, haverá uma lacuna de compreensão, que será preenchida por outras estratégias, em geral de caráter inferencial. Estas estratégias de caráter inferencial são amplamente utilizadas pelos leitores proficientes para construir o sentido dos textos, afinal são conseguidas no diálogo com o texto.

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 4

Assim, as atividades desenvolvidas na Hora do Desafio são exercícios que objetivam desenvolver estratégias que permitem monitorar a compreensão antes, durante e após a leitura. Podemos dizer que as capacidades de leitura elencadas por Roxane Rojo podem ser entendidas como processos cognitivos desenvolvidos a partir do exercício das estratégias que os leitores competentes utilizam para construir o sentido do texto.

Generalização (conclusões gerais sobre fato, fenômeno, situação, problema, etc. após análise de informações pertinentes ) Uma das estratégias que mais contribuem para a síntese resultante da leitura é a generalização exercida sobre enumerações, redundâncias, repetições, exemplos, explicações etc. Ninguém guarda um texto fielmente na memória. Podemos guardar alguns de seus trechos ou citações que mais nos impressionaram, mas em geral armazenamos informações na forma de generalizações, responsáveis, em grande parte, pela síntese.

Produção de inferências locais No caso de uma lacuna de compreensão provocada, por exemplo, por um vocábulo ou uma estrutura desconhecidos, recorremos a estratégias inferenciais, isto é, descobriremos, pelo contexto imediato do texto (a frase, o período, o parágrafo) e pelo significado anteriormente já construído, novo significado para este termo até então desconhecido.

Produção de inferências globais Nem tudo está dito ou posto num texto. O texto tem seus implícitos ou pressupostos que também têm de ser compreendidos numa leitura efetiva. Para fazê-lo, o leitor lança mão, ao mesmo tempo, de certas pistas que o autor deixa no texto, do conjunto da significação já construída e de seu conhecimento de mundo.

Comparação de informações Ao longo da leitura, o leitor está constantemente comparando informações de várias ordens, advindas do texto, de outros textos, de seu conhecimento de mundo, de maneira a construir os sentidos do texto que está lendo. Para atividades específicas, como as de resumo ou síntese do texto, esta comparação é essencial para medir a relevância das informações que deverão ser retidas.

Localização e/ou cópia de informações Em certas práticas de leitura (para estudar, para trabalhar, para buscar informações em enciclopédias, obras de referência, Internet), o leitor está constantemente buscando e localizando informação relevante, para armazená-la – por meio de cópia, recorte-cole, iluminação ou sublinhado – e, posteriormente, reutilizá-la de maneira reorganizada. É uma estratégia básica de muitas práticas de leitura (mas não de outras, como a leitura de entretenimento ou de fruição), mas também não opera sozinha, sem a contribuição das outras que estamos comentando.

Antecipação ou predição de conteúdos ou propriedades dos textos O leitor não aborda o texto como uma folha em branco. A partir da situação de leitura, de suas finalidades, da esfera de comunicação em que ela se dá; do suporte do texto (livro, jornal, revista, outdoor etc.); de sua disposição na página; de seu título, de fotos, legendas e ilustrações, o leitor levanta hipóteses tanto sobre o conteúdo como sobre a forma do texto ou da porção seguinte do texto que estará lendo. Esta estratégia acontece durante toda a leitura e é também responsável por uma velocidade maior de processamento do texto, pois o leitor não precisará estar preso a cada palavra do texto, podendo antecipar muito de seu conteúdo.

Checagem de hipóteses Ao longo da leitura, no entanto, o leitor estará checando constantemente essas suas hipóteses, isto é, confirmando-as ou desconfirmando-as e, consequentemente, buscando novas hipóteses mais adequadas. Se assim não fosse, o leitor iria por um caminho e o texto por outro.

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 5

A prática de aspectos metacognitivos pela explicitação do uso de estratégias favorece comportamentos mais conscientes, mais ativos entre os estudantes. Podemos dizer que, a partir do exercício de metacognição (em que se trazem à consciência os processos de aprendizagem),

colabora-se para o desenvolvimento das capacidades para realizar atividades de leitura.

Oralidade Apesar de lerem mais e demonstrarem atitudes protagonistas diante da leitura, muitas vezes percebemos que, nos momentos de debate e discussão organizados em sala de aula ou na escola, os alunos apresentam dificuldades com a oralidade: timidez, vocabulário pobre, argumentação frágil etc. Por que isto acontece? Não é raro constatar que há certo descuido com a prática oral em sala de aula, o que vem causando diversos problemas na formação dos estudantes, tanto de ordem linguística quanto social. Os problemas de natureza linguística correspondem à falta de habilidade dos alunos em expor suas opiniões e pontos de vista. Eles têm dificuldades de utilizar a linguagem para argumentar em seu favor, defender ou refutar ideias, tampouco para simplesmente fazer sugestões (SCHNEUWLY & DOLZ, 2004). O segundo problema, de natureza social, relaciona-se com o primeiro: se os alunos não conseguem organizar sua fala para argumentar, expor, opinar e sugerir, consequentemente, não conseguem participar efetivamente de determinadas práticas sociais, pois não conhecem outra variedade oral da língua que não a coloquial. Os estudantes precisam compreender que a oralidade é a primeira habilidade pela qual serão avaliados quando estiverem fora da escola - por exemplo, no mundo do trabalho - e esta, por sua vez, precisa criar situações que coloquem em foco esta compreensão. Concordamos com Schneuwly (2004) que, ao optarmos pelo ensino oral da língua materna, é necessário refletirmos sobre o que é o “oral” que a escola precisa desenvolver. Conforme postula o autor, a oralidade deve ser concebida como lugar em que vários componentes estão envolvidos, englobando não apenas aspectos fônicos, fonológicos, de entonação ou timbre de voz, mas também elementos mais amplos, como o contexto e a situação de produção do texto oral, os interlocutores envolvidos, o espaço em que a fala se dá, entre outros. Assim, é necessário compreender que há vários “orais” que não estão totalmente livres da expressão escrita da língua, mas que podem relacionar-se com ela, seja de maneira mais ou menos próxima. Ao mesmo tempo em que há gêneros orais que dependem totalmente da escrita, como o teatro, a leitura dramática, as ladainhas religiosas; há outros que estão mais distanciados, como as conversas do cotidiano e o debate. Dessa forma, entendemos que existem práticas de linguagem muito diferenciadas que envolvem a oralidade, e todas elas parecem ser passíveis de tornarem-se objetos de trabalho escolar. Para os PCNs, o ensino de língua oral deve ir além da interação dialogal de sala de aula. Assume-se que o aluno dispõe de competência discursiva e linguística para uso cotidiano, mas não está devidamente preparado para a "fala pública" e para os seus campos discursivos, isto é os contextos e as situações de comunicação em que a oralidade se instaura: como na ciência, na religião, na filosofia, na política, na arte, na literatura etc. Verifica-se, portanto, a necessidade de levá-lo a desenvolver competências para dar conta da variedade de usos linguísticos que as situações sociais contemporâneas exigem do campo da língua oral, como por exemplo apresentações públicas,

Reflexão 3

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 6

entrevistas profissionais, debates... Assim, propõem-se objetivos, estratégias e abordagens embasadas na diversidade de gêneros do oral e das situações de uso público da fala. Propondo uma simetria de valores, em que o oral e o escrito aparecem destacados e evidenciados como conteúdos a serem desenvolvidos, os PCNs identificam dois campos bem articulados (linguagem oral/linguagem escrita) pelas práticas de escuta/leitura e produção de textos orais/escritos. Nos seus objetivos de ensino estas práticas da oralidade apresentam-se resumidamente assim:

É importante reforçar a ideia de que falar, escutar, escrever e ler, nas práticas sociais contemporâneas, são atividades complementares e imbricadas. Assim, ao se tratar didática e pedagogicamente a linguagem oral e a escrita, é preciso levar em conta a impregnação mútua que as práticas cotidianas de linguagem requerem de qualquer cidadão. Acreditando nesta indicação, propomos que as atividades de leitura e de protagonismo desenvolvidas neste Roteiro estejam também preocupadas com o desenvolvimento das habilidades orais. Assim, chamamos a atenção para dois blocos de habilidades que envolvem as capacidades de falar e ouvir:

No processo de escuta de textos orais, espera-se que o aluno:

amplie, progressivamente, o conjunto de conhecimentos discursivos, semânticos e gramaticais envolvidos na construção dos sentidos do texto. Esse conjunto de conhecimentos discursivos, semânticos e gramaticais está relacionado aos vários aspectos envolvidos na situação do texto oral: fônicos, fonológicos, de entonação ou timbre de voz, o contexto de comunicação, os interlocutores envolvidos, o espaço em que a fala se dá, entre outros.

reconheça a contribuição complementar dos elementos não-verbais (gestos, expressões faciais, postura corporal);

utilize a linguagem escrita, quando for necessário, como apoio para registro, documentação e análise;

amplie a capacidade de reconhecer as intenções do enunciador, sendo capaz de aderir a ou recusar as posições ideológicas sustentadas em seu discurso.

No processo de produção de textos orais, espera-se que o aluno:

planeje a fala pública usando a linguagem escrita em função das exigências da situação e dos objetivos estabelecidos;

monitore seu desempenho oral, levando em conta a intenção comunicativa e a reação dos interlocutores e reformulando o planejamento prévio, quando necessário;

considere possíveis efeitos de sentido produzidos pela utilização de elementos não-verbais;

considere os papéis assumidos pelos participantes, ajustando o texto à variedade linguística adequada (esse conceito está relacionado com a ideia de que a língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes, pois este uso está sujeito a variações de época, de região, de classe social etc., além de precisar se adequar a diferentes situações (formais e informais), a diferentes lugares sociais e campos discursivos (profissionais, acadêmicos, religiosos etc.) e assim por diante. Isto é, nem individualmente podemos afirmar que o uso da língua seja uniforme: dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades.

saiba utilizar e valorizar o repertório linguístico de sua comunidade na produção de textos.

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 7

Relativas à comunicação, ao saber ser e conviver, que se referem à oralidade no campo relacional, do respeito ao outro, do cuidado.

Relativas à cognição, que refletem a clareza, a capacidade de compreensão, a riqueza de vocabulário, a adequação da linguagem à finalidade da situação etc.

É fundamental, portanto, reconhecer que todas as atividades aqui propostas precisam ser também encaradas como possibilidades de fortalecer a oralidade dos estudantes, entendidas como exercícios planejados para que estes, sendo envolvidos em ações que exigem protagonismo (nos debates, nas apresentações, nas tomadas de decisões etc.) desenvolvam as capacidades leitoras e, tenham também, a oportunidade de desenvolver a oralidade.

A Etapa Dedicação é composta por sete atividades. Confira como estão organizadas:

Conheça este Roteiro

Ler faz bem!

Estimular a reflexão sobre o prazer da leitura a partir da leitura e produção de imagens.

2 h/aula

16

Jogo da Sílaba Um divertido jogo para trabalhar aspectos da comunicação (oralidade)

dos alunos!

2 h/aula

19

Atividade Descrição da Atividade

CH prevista P.

Detetives escolares! Apresentar a nova etapa de trabalho e suas atividades. Promover a aproximação entre alunos e professores por meio de uma entrevista.

3 h/aula

9

Leitura para que te quero!

Mantendo a estratégia de leitura em duplas, a atividade propõe um momento para a troca de experiências leitoras, estimulando a expressão

oral.

2 h/aula

13

Page 8: Etapa dedicação

© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 8

Bom trabalho! E não se esqueça: Seus alunos são a solução!

Equipe do Programa SuperAção Já! - Instituto Ayrton Senna

Expediente: Instituto Ayrton Senna: Viviane Senna – Presidente Simone André – Coordenadora da Área de Educação Complementar Equipe Superação Jovem – ETI/ São Paulo: Helton Lima e Silvia Mattiazzo –Gerentes de Programas Vanessa Lira – Assistente de Programas Daniela Capelletti– Assistente Administrativo Elaboração de materiais didáticos: Cynthia Sanches e Simone André Consultora em Leitura: Roselene dos Anjos Coordenação de Agentes Técnicos: Renata Monaco Maria Regina dos Santos Agentes Técnicos: Cléa Ferreira Juliana Sales Helena Faro Lisandra Saltini Rosimeire Moreira Silvia Lima

Leitura para que te quero!

Mais uma atividade dedicada à leitura. Novamente a estratégia de leitura em duplas é estimulada.

.

2 h/aula

21

Tem avaliação na área!

Promover um espaço de autoavaliação da turma e troca de experiências das conquistas e desafios da etapa!

1 h/aula

22

Hora do Desafio: Depois do jantar

Estimular, de maneira lúdica a capacidade de compreensão leitora, utilizando estratégias para decifrar um conto de Carlos Drummond de

Andrade. .

2 h/aula

23

Atividade Descrição da Atividade

CH prevista P.

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 9

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DDeetteettiivveess eessccoollaarreess!! Objetivo da atividade: Apresentar a nova etapa de trabalho no SuperAção Já! na oficina de Hora da Leitura e promover a aproximação entre professores e estudantes para fortalecer a relação entre eles e o pertencimento escolar. Materiais necessários: Cópias da introdução e Capítulo 1 (páginas 1 a 4 do Caderno do Estudante). Principais habilidades trabalhadas: Autoconfiança, Colaboração, Comunicação e Autogestão.

Planejando a execução da atividade:

Leia todo o passo a passo da atividade buscando compreender a intencionalidade pedagógica da primeira atividade do SuperAção Já!. Essa atividade deve ocupar 3 aulas.

A primeira atividade da Etapa Dedicação tem como objetivo de apresentar o propósito dessa nova etapa de trabalho e, principalmente, promover uma aproximação entre os alunos e seus professores por meio de uma entrevista dirigida. Lembre-se que um dos desafios dos alunos nos primeiros anos do segundo ciclo do EF é aprender a relacionar-se produtivamente com um grande número de professores com estilos, demandas e expectativas diferentes. A oportunidade de conhecê-los melhor é uma forma de facilitar esse aprendizado. Ao final desta atividade, é esperado que a turma demonstre maior envolvimento e confiança em seus professores, o que se traduz em maior confiança em si mesmos e maior capacidade de organização, participação na sala de aula e abertura para o aprendizado.

Observe que a atividade já se inicia com a turma reunida nos quartetos de trabalho. Durante a realização das atividades do Roteiro anterior, seus alunos tabalharam intensamente em duplas e em quartetos. Continuaremos a trabalhar dessa forma, a fim de aprofundar a dimensão colaborativa entre pares e a capacidade de liderança dos alunos. Quando estão trabalhando juntos, é sempre orientado que eles assumam uma atitude de corresponsabilidade com o aprendizado do outro.

Lembre-se que preparar um bom ambiente na sala de aula é um aspecto importante para que a aprendizagem ocorra. A sua organização, além de ser uma ótima atitude contra os “ladrões do tempo” que atrapalham a aula, também serve de exemplo e motiva os alunos a se organizarem. Para essa atividade, prepare as cópias da primeira página e do Capítulo 1 do Caderno do Estudante (páginas 1 a 4 para cada quarteto de trabalho) e convide os alunos a organizarem suas carteiras dessa forma antes de sua chegada à sala de aula, evitando assim, perder tempo hábil na oficina.

Continue exercendo a presença pedagógica, pois ela é uma das bases para a criação de um bom clima de aprendizagem e um dos pilares do ensino eficaz. Olhe com cuidado para cada aluno, chame-os pelo nome, elogie-os quando superam desafios ou quando persistirem na busca da resolução de um problema (seja de leitura ou de convívio), deixe claro que deseja ouvi-los, escute todos com atenção e interesse, sinalize àqueles que não estão participando que deseja conhecer suas opiniões. Enfim, veja seus alunos como protagonistas que estão em crescimento e que precisam de adultos que cuidem e se responsabilizem com eles pelo seu aprendizado.

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 10

1. Reúna a turma nos quartetos de trabalho (eles podem se reunir nos mesmos quartetos que trabalharam nas atividades do Roteiro anterior ou podem experimentar novas parcerias). Esclareça que vocês estão iniciando a segunda etapa do SuperAção Já!, a Etapa Dedicação. Esclareça a eles que a dedicação é um tipo de esforço que se faz por prazer, por paixão. Peça que eles deem exemplos de coisas que fazem por prazer, mas que exigem dedicação. Diga-lhes que nessa oficina eles irão aprender a dar para a leitura esse mesmo lugar na vida deles. Pergunte-lhes se estão se dedicando às leituras escolhidas, questionando se para eles “ler é um prazer ou é um desafio?”. Peça que levantem as mãos para pedir a palavra e ouça alguns comentários. Nesse momento, é importante que possam falar livremente, enquanto você anota no quadro a sínteses das diversas falas.

2. Após essa rápida prospecção, diga que quanto mais eles se dedicarem a ler na escola e no tempo livre, mais crescerão como leitores e superarão os desafios na escola e na vida. Esclareça que na Etapa Dedicação, todos estão convidados a avançar ainda mais!

3. A seguir, pergunte-lhes como está a dedicação deles com a atualização e o uso do calendário de compromissos escolares, trabalhado na atividade “Vamos nos organizar?”, do Roteiro anterior. Peça que cada quarteto discuta essa questão entre si e, depois de um breve tempo estabelecido, peça que um líder de cada quarteto diga para toda a turma qual foi a resposta do seu grupo.

1ª aula!

Observe se nas falas de seus alunos, a leitura aparece associada ao prazer, pois este trabalho de formação de leitores a partir da leitura livre deve permitir que os estudantes possam escolher suas leituras a partir de seus interesses e a pratiquem individualmente e com seus pares, tanto na escola quanto no tempo livre. Comentários que associam a leitura com prazer indicam que o seu trabalho está no caminho certo, pois o compromisso pessoal com a leitura está bem dosado com o interesse, colaboração e vontade de aprender.

No caso de falas que revelam a leitura como um desafio, ajude-os a confiar em suas capacidades e a entender os desafios como parte do aprendizado. Saber apreciar os desafios e crescer com eles é um aprendizado tão importante quanto ter prazer em ler. Observe se as dificuldades dizem respeito diretamente aos aspectos cognitivos da leitura (os estudantes têm dificuldades de manter o controle da leitura, por conta de ausência de estratégias que os ajudem a superar as lacunas de compreensão, por exemplo) ou se estão ligadas à habilidades não cognitivas que impactam diretamente a capacidade de ler, tais como: autorganização, autoconfiança e participação colaborativa nas atividades.

É importante que você mostre aos alunos que tanto aqueles que já encontraram prazer na leitura quanto aqueles que ainda não descobriram esse prazer terão mais oportunidades de se aperfeiçoarem e de crescerem como leitores. Afinal, as pedras no caminho também fazem parte da história de todos os leitores e o importante é não desistirem de construir essa história. As atividades propostas no SuperAção Já! são planejadas para fazer avançar aqueles que já demonstram maior iniciativa e proficiência como leitores e também para alavancar aqueles que demonstram maiores dificuldades, seja por motivos ligados à aprendizagem da leitura, seja por questões atitudinais.

Ler é um prazer para seus alunos?

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Dedicação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 11

4. Para encerrar, amarre as ideias levantadas pelos seus alunos e diga que todas as atividades dessa etapa exigirão deles muita dedicação, ou seja, serão atividades gostosas em que eles se dedicarão para ler cada vez mais e melhor e para se organizarem cada vez mais com as demandas escolares. Distribua para cada quarteto as cópias da página 1 do Caderno do Estudante e peça que um aluno leia, em voz alta, o texto inicial. A seguir, peça que cada quarteto leia o nome das atividades que compõem a Etapa Dedicação e tentem advinhar do que elas tratam, elaborando “suspeitas inteligentes” (essa é uma maneira de envolver a turma para o que será realizado, formando boas expectativas de aprendizagem e, também, uma ótima oportunidade para ouvir o que projetam).

5. O próximo passo é oferecer aos quartetos uma nova estratégia que os ajudará a fortalecer a organização para os estudos. Para isso, entregue para cada quarteto uma cópia do Capítulo 1 (páginas 2 a 4 do Caderno do Estudante), peça que escolham seus líderes e leiam a tarefa.

Observe se a turma “tomou posse” do calendário e se este está os ajudando na organização das tarefas e provas escolares. O uso do calendário pela turma indica o envolvimento deles na melhoria da organização coletiva . Nesse caso, parabenize-os pela atitude protagonista e incentive-os a continuarem atualizando esse instrumento.

Caso a turma ainda não tenha se apropriado corretamente do calendário, incentive-os a utilizar esse recurso, evitando argumentos na linha “vocês precisam/ vocês devem”, mas sim, expondo as vantagens que esse tipo de organização pode oferecer para a vida escolar deles e que como protagonistas, é importante que tenham iniciativa para fazer acontecer!

Questione, também, se alguém se motivou a fazer uma agenda pessoal (lembre-se que ao final da atividade “Vamos nos organizar?”, os alunos foram convidados a fazer uma agenda pessoal que tivesse uma dupla função: organizar as tarefas do dia-a-dia e registrar anotações pessoais). Em caso positivo, parabenize-os pela iniciativa!

Procure conversar com o coordenador pedagógico da escola e com os demais professores sobre como a turma está utilizando ou não o calendário, pois essa é uma estratégia de organização dos alunos que diz respeito a todos.

O uso do calendário de compromissos escolares.

O Capítulo 1 da Etapa Dedicação apresenta aos quartetos uma nova oportunidade de se exercitarem como “detetives”. Na Etapa anterior, os estudantes puderam conhecer mais de perto a sala de leitura e o professor que nela atua. Para dar continuidade à essa apropriação afetiva da escola e das pessoas que fazem parte dela, agora propomos que eles escolham e entrevistem um professor do período regular.

Essa estratégia auxilia a habilidade de organização para os estudos, pois aproxima alunos e professores por meio de um bate papo. Conhecer os professores ajuda muito no envolvimento dos estudantes para aprender e fortalece a colaboração entre eles fora e dentro da sala de aula. Os professores entrevistados são convidados a rememorar momentos de sua trajetória escolar e a dar dicas de autogestão.

Essa atividade exigirá bastante organização do quarteto, pois é uma ação que exige planejamento e divisão de tarefas. Observe que o Capítulo 1 traz o passo a passo para

>>> Continua...

Detetives Escolares!

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6. Ao final da primeira aula, cada quarteto deve ter escolhido o professor que quer entrevistar, bem como ter avançado no planejamento da entrevista. Termine a aula perguntando aonde cada quarteto parou e tome nota, pois o trabalho será retomado na aula seguinte.

7. Na próxima aula, oriente os quartetos a finalizarem o planejamento da entrevista, que compreende a elaboração do convite para o professor escolhido e do roteiro de perguntas que será feito. Observe que o Capítulo 1 já traz 10 questões previamente escolhidas e, cada grupo, é incentivado a elaborar outras questões de seu interesse.

8. Finalize essa aula com uma roda, em que os líderes de cada quarteto possam dizer se o

grupo está bem preparado para executar a entrevista, se as tarefas de cada membro do grupo foram divididas para a realiação da entrevista etc.

9. Oriente, então, que façam as entrevistas e marque uma data para que tragam os

resultados dessa atividade.

10. Na terceira e última aula, faça uma roda de conversa e introduza o objetivo do dia: socializar as descobertas de cada quarteto nas entrevistas! Peça para que cada líder apresente uma síntese de como foi a recepção do professor e as respostas da entrevista, de maneira objetiva.

11. Finalize a aula parabenizando a turma pelos resultados e pela dedicação na tarefa. Faça

sua devolutiva sobre o trabalho do quarteto e dos líderes, em especial. Entregue para

2ª aula!

Caso dois ou mais quartetos tenham escolhido o mesmo professor, apresente as seguintes questões: (1) será que vale a pena dois grupos fazerem uma entrevista com o mesmo professor? (2) não seria mais rico termos um panorama mais diversificado, com grupos entrevistando professores diferentes? (3) se vocês escolheram esse professor porque gostam dele, que tal escolher um outro que vocês ainda não conheçam tão bem? Vocês têm a oportunidade de descobri-lo!

Deixe-os com liberdade para pensar e fazer a escolha. Caso os quartetos se mostrem irredutíveis e não queiram diversificar a escolha, compreenda bem seus motivos e deixe claro que eles podem seguir em frente, mas que serão convidados a trabalhar com professores diferentes em outros momentos!

Escolhemos o mesmo professor. E agora?

3ª aula!

a realização da tarefa e, durante o trabalho das equipes, percorra a sala e visite cada grupo para checar como estão trabalhando, bem como se precisam de alguma orientação extra. Nesse caso, fique de olho: os alunos, de modo geral, tendem a querer a solução imediata de suas dúvidas e dificuldades, recorrendo ao professor. Esse comportamento reforça a dependência dos alunos com o professor, além de sublinhar um tipo de relacionamento entre professor-alunos que está baseado na ideia de que o “professor sabe” e os “alunos não sabem”.

Para romper com esse círculo vicioso e ensinar seus alunos a pensar e resolver problemas a partir dos próprios dados e informações presentes no texto ou em determinada situação, é fundamental que o professor evite responder às duvidas prontamente, insistindo sempre que as duplas ou quartetos procurem compreender o que está sendo pedido a partir dos recursos que dispõem. Dessa forma, antes de dizer “não sabemos”, eles procurarão identificar com clareza qual é a raiz do desafio e se unirão na busca da superação do problema.

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cada quarteto uma pasta e peça-lhes que guardem os Capítulos 1. Lembre-os que a aula que vem será dedicada à leitura livre. Portanto, todos devem trazer seus livros!

1. Reúna os alunos em uma grande roda, perguntando como estão se dedicando à leitura: se leem em casa e em outros momentos ou lugares quando não estão na escola; se terminaram a primeira leitura e já estão na segunda leitura escolhida (lembre-se que na Etapa Motivação, seus alunos escolheram, cada um, quatro livros que têm interesse de ler); se estão lendo com sua “dupla leitora” ou com mais colegas; se a família deles

1ª aula!

AAtt ii

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LLeeiittuurraa ppaarraa qquuee ttee qquueerroo!! Objetivo da atividade: Realizar, em duplas, a leitura dos livros escolhidos. Materiais necessários: Livros escolhidos pelos jovens, Painel do Leitor (modelo no Anexo 1, página 27 deste Roteiro). Principais habilidades trabalhadas: Autoconfiança, Leitura (Gosto e Compreensão).

Seus alunos demonstraram envolvimento na realização das entrevistas? Eles dividiram tarefas, atuaram colaborativamente e conseguiram realizar um bom planejamento da tarefa, com autonomia crescente em relação à você?

Eles estão se comunicando melhor, respeitando os turnos de fala e ouvindo os colegas com atenção?

A capacidade de autogerir os compromissos escolares e se organizar para aprender está sendo bem incorporada pelos seus alunos? Eles estão levando esse comportamente para além de suas aulas na oficina? Pesquise isso com os demais professores da escola!

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

Planejando a execução da atividade:

Leia todo o passo a passo da atividade buscando compreender sua intencionalidade pedagógica. A atividade seguirá a mesma rotina iniciada no Roteiro anterior, da Etapa Motivação, ou seja, os alunos se reunirão em duplas para ler.

Você pode realizá-la sob a sombra de uma árvore, na sala de leitura, com os alunos sentados em almofadas etc. O importante é que, nesse momento de leitura, eles possam relaxar e se sentir confortáveis com o livro. Nesse momento, é recomendável que você se reúna com a turma em um mesmo espaço ou em espaços contíguos para facilitar a sua supervisão do grupo. Essa atividade deve ocupar 2 aulas.

Combine com o professor da sala de leitura, bem como com os demais funcionários que seus alunos poderão ir até lá para ler, porque essa atividade faz parte da oficina de Hora da Leitura.

É importante que você leve para a sala de aula alguns títulos adequados para a sua turma, pois caso haja algum estudante que tenha esquecido seu livro ou, até mesmo, não tenha conseguido realizar uma escolha, ele possa contar com a sua orientação.

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sabe do quanto estão interessados pela leitura; se têm momento preferido do dia para ler etc.

2. As respostas dos alunos serão bons indicadores de como estão se organizando para realizar as leituras para além do horário de aula. Ouça alguns depoimentos de quem está gostando muito da leitura e peça que falem um pouco sobre o livro. Procure identificar se alguém ainda não iniciou a leitura e, com naturalidade, peça que conte sua história: quem é o vilão que está atrapalhando sua vida de leitor. Nesse caso, fique de olho nesses alunos durante a realização desta atividade, pois pode ser que existam dificuldades mais acentuadas que exigirão uma intervenção personalizada para apoiá-los.

3. Apresente o Painel do Leitor para a turma ( o modelo está no Anexo 1, página 27 deste Roteiro) e explique o funcionamento dele: a cada livro lido, eles registrarão ali suas avaliações, de modo que eles possam conhecer a avaliação de seus colegas para diversos livros e possam escolher novas leituras com base nessas avaliações!

4. A seguir, explique que a atividade de leitura será realizada de uma forma que já

conhecem: cada estudante deve ser reunir com a sua “dupla de leitura” (formada na Etapa de trabalho anterior) para ler os livros escolhidos! Por isso, certifique-se de que cada um esteja com o seu livro em mãos, para dar início à leitura ou para continuá-la.

As duplas farão uma “leitura conjunta”: cada um deve ler um trecho do seu livro em voz alta para seu colega.

Quem está ouvindo a leitura pode pedir para parar a qualquer momento, seja porque não entendeu determinado trecho e quer que o colega o releia, seja porque gostou muito de determinada passagem e quer comentá-la!

Quem está lendo precisa ficar atento: não vale começar a leitura sem contar ao colega sobre o que já leu (caso já tenha iniciado a leitura em casa) e não vale ler muito rápido ou muito baixo. Vale parar a qualquer momento para comentar a leitura!

Relembre-os das regras da leitura em dupla!

O Painel é um instrumento de avaliação do processo. Ele é útil para que os alunos possam acompanhar a leitura de seus colegas e verificar quais são os livros que estão fazendo sucesso na escola! Conforme ele seja preenchido, ‘leia’ o Painel do Leitor com sua turma e comemore cada livro lido.

A função do Painel é agregar qualidade ao processo de leitura e não medir a quantidade numa perspectiva de ‘leitura bancária’. Segundo o professor e especialista em leitura Ezequiel Theodoro da Silva, a leitura bancária é “aquela que se preocupa com o número de obras ou de páginas lidas, desviando-se do adentramento crítico do texto”. Não faça do Painel um instrumento de pressão para a leitura nem o transforme em mero quadro quantitativo: utilize-o como instrumento de disseminação e motivação para a leitura.

Se possível, coloque o Painel na parede da sala de leitura. Dessa forma, outros alunos da escola podem conferir o que seus alunos estão lendo. Lembre-se de que as paredes podem se tornar ‘janelas para o conhecimento’.

Estimule os alunos a atualizarem o Painel sempre que finalizarem a leitura de um livro.

Para que serve o Painel do Leitor? .

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5. Regras esclarecidas? Então, oriente que eles escolham um local confortável na sala de aula ou no local escolhido e lembre-os que é importante que as duplas procurem não interferir na leitura de outras duplas!

6. Peça que estabeleçam um tempo para a leitura de cada um. Dessa forma, eles

conseguem organizar que cada estudante leia um pouquinho e cada dupla fica por dentro das histórias escolhidas!

7. Minutos antes de terminar o tempo da aula, peça-lhes, de maneira delicada, para que voltem ao ‘mundo real’. Formem uma roda de conversa e compartilhem as sensações proporcionadas pela leitura. Peça para que algumas duplas falem sobre essa experiência de ler junto.

8. Oriente-os que continuem a ler em casa e no tempo livre! Mostre que se eles se organizarem, podem dedicar um momento do dia para ler!

9. Repita essa atividade de leitura por mais uma aula.

2ª aula!

Verifique se todos estão à vontade com os livros. Garanta um ambiente de calma e tranquilidade – nada de muito barulho ou interrupções! Para aprender a gostar de ler é preciso entrar de cabeça na aventura do livro, é preciso um tempo para ‘desligar’ do mundo real.

Observe a reação de cada aluno durante a leitura: as duplas estão interagindo positivamente com os textos? Percorra a sala e observe como estão trabalhando!

Aproveite este momento para observar de perto aqueles alunos que disseram ainda não ter começado a leitura ou aqueles que você já avaliou com dificuldades leitoras. Leia junto com eles e pratique a suspeita inteligente a partir dos livros escohidos por eles. Você pode descobrir , por exemplo, que o livro escolhido frustrou as expectativas e que esses alunos querem escolher outro título.

Para estimular a leitura:

Se as duplas utilizaram o período da aula dedicando-se à leitura, isso é um ótimo sinal! Indica que estão trabalhando de forma colaborativa e trocando experiências leitoras. Estimule-os a continuar a leitura de seus livros em casa e após terminá-la, caso tenham interesse, podem ler também o título escolhido pelo colega!

Para os alunos que você identificou com dificuldades leitoras, você conseguiu observar qual é a dificuldade real deles? A estratégia de se sentar com eles e praticar suspeitas inteligentes a partir do texto fortaleceu a autoconfiança deles para ler? Se precisar de ajuda, não deixe de entrar em contato com os profissionais responsáveis pelo acompanhamento de sua escola na Diretoria de Ensino e/ou no Instituto Ayrton Senna.

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

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1. Inicie a aula, anunciando aos alunos que eles serão convidados a assistir ao filme vencedor do Oscar 2012 para filme de animação em curta metragem. Solicite a atenção de todos e apresente o vídeo disponível em bit.ly/mrmorris. Explique aos alunos que eles deverão assistir ao vídeo, guardar seus comentários e opiniões para o trabalho em quartetos que será sugerido logo em seguida.

2. Após a apresentação do vídeo, organize a turma em quartetos. Peça a eles para formarem os grupos com organização e sem fazer muito barulho, para não quebrar o clima de concentração.

3. Com os quartetos organizados, explique que eles deverão eleger um líder redator e um líder coordenador do grupo para que o trabalho fique bem organizado.

1ª aula!

O filme francês aborda o poder curativo dos livros, numa história de amor aos livros, afinal, é na leitura que podemos encontrar a fonte da juventude! É uma história sobre pessoas que dedicam suas vidas aos livros e de livros que devolvem esse favor. Com o título original "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" foi o vencedor do Oscar 2012 para filme de animação em curta metragem.

Sinopse: Depois de um furacão que destrói sua cidade, o personagem Morris é levado para uma velha casa colorida, cheia de livros que ganham vida e interagem com ele, espalhando felicidade pela comunidade. Ele continua cuidando dos livros por anos até que chega a hora de passar a tarefa a outro guardião. (trecho traduzido livremente do site http://www.imdb.com/title/tt1778342/plotsummary ).

Do que se trata o curta metragem?

AAtt ii

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LLeerr ffaazz bbeemm!! Objetivo: Estimular o hábito da leitura, exercitar a leitura de imagens e a produção de cartazes com legendas. Materiais necessários Papel sulfite; Cola; tesoura, pincel atômico, computadores ligados à internet, cópias do Capítulo 2 (página 5 do Caderno do Estudante) e cópias do Anexo 2 (páginas 28 e 29 deste Roteiro). Principal habilidade trabalhada: Leitura (compreensão, extrapolação, criatividade e produção escrita a partir da leitura de imagens).

Planejando a execução da atividade:

Esta atividade exigirá um bom planejamento, pois envolve a apresentação de um vídeo disponível na internet. Então, verifique se a sala de informática está disponível, ou, em caso de utilizar um computador na própria sala de aula, já deixe o vídeo carregando para não gastar tempo.

Também é necessário fazer as cópias do Capítulo 2 (página 5 do Caderno do Estudante) para cada quarteto de trabalho, bem como as cópias do Anexo 2 (páginas 28 e 29 deste Roteiro). Essa atividade deve ocupar 2 aulas.

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4. Dadas estas explicações, oriente os quartetos a conversarem sobre o vídeo, respondendo à seguinte pergunta:

5. Dê 15 minutos para que os grupos conversem sobre as melhores respostas e oriente que deverão ser escolhidas pelo menos três mensagens em cada quarteto. Conforme ficou combinado, os líderes redatores devem fazer os registros.

6. Ao término do tempo estabelecido, distribua aos grupos o Capítulo 2 (página 5 do Caderno do Estudante) e peça que leiam. Ao final, verifique se eles compreenderam bem a tarefa.

7. Esclareça que o desafio de cada quarteto é se inspirarem na ideia do poeta e produzirem cartazes de incentivo à leitura. Para isto, deverão utilizar as mensagens escolhidas nos quartetos, relacionando cada mensagem a uma das figuras que você entregará (as figuras estão no Anexo 2, páginas 28 e 29 deste Roteiro, caso consiga faze as cópias coloridas, melhor!).

Explique que o líder coordenador vai organizar as falas de cada um, cuidando para que todos tenham oportunidade de contribuir com a discussão: quando um membro falar, os outros devem ouvir com atenção até que o líder coordenador decida o próximo a tomar a palavra.

Esclareça que o líder relator ficará incumbido de anotar os textos que forem eleitos pelo quarteto.

Explique sobre a tarefa de cada líder!

Que mensagens de incentivo à leitura são transmitidas pelo vídeo?

Entre as várias lições que aprendemos sobre letramento e leitura está na célebre frase de Paulo Freire (2006): “A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele”. Cada vez mais, a produção de imagens tem sido explorada como instrumento de comunicação, transformando-se em mecanismo educativo presente nas instâncias socioculturais. É preciso compreender que as imagens não cumprem somente a função de informar ou ilustrar, mas também de educar e produzir conhecimento.

A partir dessa compreensão da pedagogia da imagem, Kellner (1995) argumenta que ler criticamente implica aprender a apreciar, decodificar e interpretar as imagens, analisando tanto a forma como elas são construídas e operam em nossas vidas, como o conteúdo que comunicam em situações concretas.

Na mesma direção, Freedman (2003), afirma que a cultura visual dá forma ao nosso mundo, ao mesmo tempo em que é nossa forma de olhar o mundo e propõe que a escola se envolva no trabalho com a cultura visual, desenvolvendo e ampliando as experiências de leitura dos jovens e atentando para o caráter cada vez mais interativo das artes visuais. A autora destaca três objetivos que podem proporcionar os fundamentos de um enfoque social no trabalho com a cultura visual: o desenvolvimento de ideias, a visualização e a reflexão crítica.

>>> Continua...

Por que aprender a ler imagens?

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8. Oriente-os a definirem as imagens que serão utilizadas e as recortarem com cuidado para colarem numa folha de sulfite. Na mesma folha em que a imagem for colocada, eles deverão escrever a mensagem a ela associada. Lembre de pedir que caprichem na produção do cartaz, escolhendo bem a posição da imagem e a distribuição do texto na folha.

9. Após a realização dos cartazes, espalhe-os, junto com seus alunos, pela escola. É importante que eles participem ativamente dessa ação, pois a construção da iniciativa e da autonomia só acontece quando são o aluno é envolvido, tem suas opiniões consideradas e possui espaço para implantar suas ideias. Combine antecipadamente com o coordenador pedagógico em quais locais da escola os cartazes podem ser colocados e converse com a turma sobre essas possibilidades.

2ª aula!

O texto da mensagem deve ser curto e bem chamativo (caso as frases que eles produziram estejam muito longas, sugira que eles façam cortes para deixa-las mais sintéticas e impactantes).

A imagem não precisa ficar quadradinha na página: ela pode ser colada de outras formas.

O texto deve ser escrito de forma a ficar bem legível para poder ser lido de longe.

Antes de passar o texto para o cartaz, a ortografia e a gramática devem ser revisadas;

Se os grupos quiserem, podem colorir o sulfite para decorar melhor o cartaz e torná-lo mais bonito e chamativo!

Ofereça dicas para a produção dos cartazes: :

Durante a atividade, houve envolvimento e cooperação de todos para a realização das tarefas propostas?

Os quartetos utilizaram as imagens como referência para a produção dos cartazes?

As frases produzidas saíram do senso comum e realmente demonstraram ter havido uma leitura crítica e criativa a partir do video e das imagens?

Percebeu-se a preocupação estética na produção dos cartazes?

Os cartazes mostraram uma atitude positiva dos alunos em relação ao hábito de ler?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade: :

Para saber mais sobre esse tema, sugerimos a leitura dos títulos: FREEDMAN, K. The Importance of student artistic production to teaching visual culture. Art Education, v.56, n.303, p.38-43, mar.2003. FREIRE, P. A Importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1983. JOLY, M. Introdução à análise da imagem. São Paulo: Papirus, 1996. KELLNER, D. Lendo imagens criticamente: em direção a uma pedagogia pós-moderna. In: SILVA, T. T. (org.) Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação.Petrópolis: Vozes, 1995. p.104-31

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1. Organize uma roda e explique aos estudantes que você proporá um jogo oral que testará a capacidade que cada participante terá de ouvir e de dar continuidade às falas dos colegas. Explique também que, embora cada um tenha sua responsabilidade individual, sua participação será considerada em termos de pontos para o seu quarteto. Esclareça que será formado um novo quarteto de trabalho para que eles conheçam outros colegas e possam trabalhar com pessoas com quem ainda não trabalharam juntos!

2. Alerte que será necessário criar um ambiente propício para que todos se concentrem, escutem as falas dos outros e contribuam para que o jogo seja divertido.

3. Divida o número de alunos por quatro para saber quantos grupos terá na sala. Em

seguida, escolha um aluno, determine que ele seja o numero 1 e vá, a partir dele, na sequência da roda, apontando os números 2, 3, 4, 5, 6 ... (para o caso de serem 6 grupos). Quando chegar no número correspondente ao número de grupos, reinicie a numeração e siga assim até o último aluno da roda.

4. Após este procedimento, explique que todos os alunos de número 1 pertencem ao grupo 1, todos os de número 2 pertencem ao grupo 2 e assim por diante. Solicite que todos permaneçam no mesmo lugar da roda durante o jogo.

5. Distribua recortes de folha sulfite aos alunos e peça a eles que escrevam nelas o

número de seu grupo e colem na roupa, como um crachá. (Peça que deixem os números bem visíveis).

6. Anote na lousa uma tabela com os números do grupos e, à frente de cada um, registre

o número 100. Explique que no jogo todos os grupos iniciam com 100 pontos. Peça aos alunos que reproduzam a tabela numa folha em branco e solicite a eles que ajudem a fazer as marcações durante o jogo.

AAtt ii

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e 44

JJooggoo ddaa ssííllaabbaa Objetivo da atividade: Desenvolver as habilidades linguísticas de falar e de escutar. Materiais necessários Folha sulfite, fita adesiva e tesoura. Principais habilidades trabalhadas: Comunicação e Colaboração.

1ª aula!

Planejando a execução da atividade:

Nesta atividade, os alunos serão desafiados a ouvir com atenção os colegas, desenvolvendo habilidades linguísticas de falar e de escutar. Trata-se de um jogo em que cada participante deverá dizer uma palavra que comece com a mesma sílada da palavra dita pelo colega anterior.

Para que o jogo dê certo e prossiga, é necessário que todos os alunos se envolvam num clima de atenção e concentração. A classe deverá ser dividida em quartetos, de modo que a participação dos componentes somarão pontos para os grupos.

Trata-se, portanto, de uma atividade individual, mas, ao mesmo tempo, coletiva, uma vez que propõe o trabalho em quartetos. Deixe as regras bem claras para que todos participem do jogo com responsabilidade e cooperação. Você precisará de 2 aulas para realizar essa atividade.

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Modelo de tabela:

Grupo 1 100

Grupo 2 100

Grupo 3 100

......

7. Depois de todos estes preparativos, peça a atenção de todos e descreva as regras do

jogo.

8. Pergunte aos alunos se as regras ficaram claras e, caso seja necessário, esclareça os

detalhes não compreendidos.

9. Defina o número de rodadas que serão realizadas, tomando sempre o cuidado de dar a oportunidade a todos e inicie o jogo.

10. Vá anotando a pontuação na lousa. Exemplo:

Grupo 1 100 -

Grupo 2 100 - +

Grupo 3 100 + -

......

11. No final do jogo, calcule a pontuação de cada grupo, verifique se há alguma discordância ou observação dos alunos. Caso verifique que a argumentação dos alunos é válida, corrija algum possível problema e anuncie o grupo ou os grupos campeões. Caso ache necessário, proponha novamente o jogo em uma próxima aula.

Esclareça as regras do jogo e certifique-se que todos compreenderam: 1. Você falará uma palavra e indicará alguém da roda para começar o jogo.O aluno

indicado terá que dizer uma palavra que comece com a última sílaba da palavra que você falou. Por exemplo, se você falar "faca", o aluno escolhido deverá dizer uma palavra que comece com a sílaba "ca", como "cachorro", por exemplo. Isso significa que o próximo aluno da roda deverá dizer uma palavra que comece com a sílaba "ro", e assim por diante.

2. A roda seguirá no sentido antihorário e não será permitido repetir palavras. 3. Quando alguém da roda errar ou não conseguir encontrar uma palavra adequada, o

time perde 1 ponto e a vez passa para o próximo da roda. 4. Se ninguém conseguir encontrar uma palavra para continuar o jogo, o grupo que

propôs a última palavra ganha 1 ponto. E, o último aluno que disse a palavra “complicada” tem o direito de escolher outra palavra para dar continuidade ao jogo.

5. A pontuação dos grupos será anotada no quadro por você, mas deve ser acompanhada e checada por todos os alunos. Se houver qualquer dúvida ou discordância em relação ao que você anotou, os alunos devem anotar na sua folha e somente deverão colocá-la no final do jogo, quando a pontuação for fechada.

6. Explique que não será permitida nenhuma conversa durante o jogo. Caso isto aconteça, os grupos dos alunos envolvidos serão penalizados com 1 ponto.

As regras do jogo! :

2ª aula!

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1. Essa atividade é dedicada à mais uma rodada de prática de leitura pelos alunos reunidos em duplas. Relembre o passo a passo da atividade na página x deste Roteiro.

A turma conseguiu manter o clima de concentração e atenção durante a atividade? Houve participação de todos? Cada um se esforçou para contribuir com a sua participação, levando em conta o sucesso de seu grupo?

As palavras foram pronunciadas com clareza por todos?

A turma soube seguir as regras do jogo e aceitar com maturidade e responsabilidade os momentos de perder e ganhar pontos?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade: :

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LLeeiittuurraa ppaarraa qquuee ttee qquueerroo!! Objetivo da atividade: Realizar, em duplas, nova atividade dedicada à leitura dos livros escolhidos. Materiais necessários: Livros escolhidos pelos jovens, Painel do Leitor (modelo no Anexo 1, página 27 deste Roteiro). Principais habilidades trabalhadas: Autoconfiança, Leitura (Gosto e Compreensão).

Planejando a execução da atividade:

Essa atividade propõe uma nova rodada de leitura livre. Para que o trabalho se fortaleça, a mesma estratégia de leitura em duplas deve ser utilizada, bem como a estratégia de atuação do professor (observar como as duplas leem, buscar verificar os avanços e dificuldades dos alunos na leitura, praticar suspeita inteligente com os alunos que apresentam maiores dificuldades, dar devolutivas etc.)

Essa atividade deve ocupar 2 aulas.

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1. Peça que os alunos se reúnam em quartetos e esclareça que o objetivo dessa atividade é promover uma avaliação das atividades da Etapa Dedicação.

2. Comece perguntando se os vilões identificados por eles durante a realização da avaliação final da Etapa Motivação ainda os estão atrapalhando. Para relembrá-los de qual foram as escolhas dos vilões, vale a pena rever como ficou o preenchimento do Capítulo 3 trabalhado na etapa anterior. Pergunte-lhes se estão conseguindo superar esses vilões e ouça algumas respostas. Incentive-os a continuarem lutando contra esses vilões!

3. A seguir, entregue para cada quarteto uma cópia do Capítulo 3 (página 6 do Caderno do Estudante). Oriente-os que escolham um novo líder para organizar essa tarefa e tomar nota. Estabeleça um tempo para que concluam a tarefa. Acompanhe os trabalhos percorrendo a sala e esclareça as dúvidas que surgirem.

4. Ao final do tempo combinado, reúna a turma em roda e convide os líderes para ficar em pé. Combine com a turma que é o papel de todos apoiá-los nesse momento, ouvindo-os com atenção e respeito.

5. A seguir, pergunte quem quer começar pela leitura da primeira questão qual foi a atividade preferida nessa etapa do SuperAção Já!. Anote no quadro as respostas de todos os grupos. O resultado final permitirá que todos descubram as atividades que a turma mais curtiu fazer.

6. A seguir, peça que digam como foi a autoavalição dos integrantes do quarteto, se de modo geral, todos estão satisfeitos e dedicados às leituras. Não é necessário que os líderes leiam todas as respostas, mas deixe claro que você irá conhecer o que cada

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TTeemm aavvaalliiaaççããoo nnaa áárreeaa!! Objetivo da atividade: Avaliar o desenvolvimento da etapa Dedicação. Materiais necessários Cópias do Capítulo 3 (página 6 do Caderno do Estudante). Principais habilidades trabalhadas: Autoconfiança e Comunicação.

Planejando a execução da atividade:

Leia todo o passo a passo da atividade para compreender a intencionalidade pedagógica da atividade. Essa é uma atividade que propõe uma avaliação, em que os estudantes elaboram e organizam suas experiências até o momento. É uma avaliação do processo que serve para que o professor acompanhe o desenvolvimento da turma ao longo do ano. Essa atividade deve ocupar 1 aula.

É importante que você tenha feito uma avaliação prévia do desenvolvimento dos alunos a partir dos seguintes pontos: participação nas atividades, desempenho nos trabalhos em duplas e em quartetos e aprendizado das habilidades de leitura apresentadas. Nesse exercício, você deverá identificar aqueles alunos que estão se saindo muito bem e aqueles cuja participação ou desempenho podem ser melhorados. É especialmente interessante confrontar as suas observações sobre esses estudantes mais fragilizados com a autoavaliação que farão na atividade.

Providencie cópias do Capítulo 3 (página 6 do Caderno do Estudante) para cada quarteto.

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um disse a partir das anotações feitas. Por isso, é importante que os quartetos se certifiquem que as respostas estão identificadas com o nome de cada estudante.

7. Faça a sua devolutiva sobre o que observou do desempenho da turma com relação ao trabalho em duplas/quartetos: o que mostraram que têm de melhor e no que podem melhorar? Faça comentários positivos estimulando-os a superar as dificuldades identificadas na próxima etapa do SuperAção Já!.

8. Continue abrindo espaço para que eles falem sobre o seu desempenho! Mostre que você está sempre se aperfeiçoando como professor e que a troca de opiniões é importante!

9. A seguir, peça àqueles que já terminaram suas leituras para fazer suas avaliações no Painel do Leitor. Sempre que você observar dados interessantes que possam ser explorados a partir do Painel, problematize-os com a turma. É possível saber por meio dele, por exemplo, quais são os livros mais lidos, aqueles que estão com a maior quantidade de avaliações positivas ou negativas, quantos livros cada estudante já leu até o momento etc.

10. Peça que guardem os Capítulos 3 em suas pastas e aproveite para ler as avaliações, pois elas podem fortalecer a avaliação que vem fazendo ao longo do trabalho. Parabenize a turma e esclareça que antes de iniciar a próxima etapa, vocês farão um desafio de leitura colaborativa muito legal!

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DDeeppooiiss ddoo jjaannttaarr Caro professor, Você e seus alunos terminaram a etapa Dedicação do SuperAção Já!, parabéns! Mas, antes de passarmos para a próxima etapa, propomos um desafio de leitura colaborativa aos alunos! Por isso, é hora do desafio! Objetivo da atividade: Exercitar e desenvolver algumas das capacidades de leitura, principalmente, de formular e validar hipóteses, a partir da identificação de pistas textuais. Materiais necessários: Cópias do Capítulo 4 (páginas 7 a 9 do Caderno do Estudante). Principal habilidade trabalhada: Formulação e checagem de hipóteses a partir da exploração dos recursos linguísticos e da direção de sentidos dada pelo autor do texto.

A atividade prevista tem como finalidade desafiar os alunos a mobilizarem capacidades de leitura que normalmente são utilizadas pelos leitores proficientes, quando interagem com o texto literário e entram no diálogo proposto pelo autor. É importante desenvolver com os estudantes a ideia de que os textos literários são prazerosos, possibilitam uma compreensão mais ampliada do mundo e das pessoas - e até de nós mesmos -, ampliam nossas possibilidades de criação e de domínio da linguagem.

>>> Continua...

Notas preliminares.

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1. Peça aos estudantes que se reúnam em quartetos e explique que terão como desafio uma atividade de leitura colaborativa em que deverão bancar os detetives para completar as falas que foram apagadas, com base nas pistas das falas anteriores e posteriores, fazendo ‘suspeitas inteligentes’ bem fundamentadas.

2. Explique para a turma que o texto que será lido é um conto cuja história é contada quase exclusivamente pelo diálogo dos personagens. É um conto diferente porque o narrador aparece pouquíssimas vezes e o leitor vai desvendando fatos a partir de revelações que acontecem durante a conversa.

3. Pergunte quem já leu ou está lendo contos e converse sobre as possibilidades de encontrarmos contos românticos, contos de terror, contos de humor, contos de fada etc. Estimule-os a falarem dos contos que gostaram de ler.

4. Converse sobre o título do conto: “Depois do Jantar”. Peça que os alunos levantem hipóteses sobre as histórias que poderiam ser contadas a partir deste título. O que duas pessoas poderiam acontecer neste conto? Que tipo de papo poderia acontecer depois do jantar?

5. Peça-lhes que escolham seus líderes e distribua as cópias do Capítulo 4 (entregue, nesse momento, somente a página 7 do Caderno do Estudante) para cada quarteto e leia, junto com os alunos, o primeiro trecho do conto, que traz duas falas suprimidas.

6. A seguir, peça aos quartetos para identificaram, neste trecho, quem está “falando” em cada parágrafo. Esclareça que o narrador também conta. Estimule-os a descobrirem sozinhos que no trecho, além do narrador, as falas são de dois homens. Oriente-os, então, a anotarem à frente de cada parágrafo, o seguinte: N (para narrador), H1 (para o primeiro homem) e H2 (para o segundo homem). Este procedimento os ajudará na realização do desafio, posteriormente.

1ª aula!

Busque cativar os alunos para a leitura, procurando fazê-los interagir com o texto de modo a sentirem-se envolvidos pelo jogo que ele provoca. A atividade é introduzida pela ativação do conhecimento prévio sobre o sentido do texto, então, espera-se que as expectativas de leitura apareçam de tal maneira que os adolescentes se sintam incitados a conhecer a história narrada. A motivação da leitura deve levar os alunos a perceberem que os títulos dos textos e dos livros são boas pistas para a ativação do interesse pela leitura do texto literário.

Antes da leitura: o título e os conhecimentos prévios.

O conto escolhido para este desafio traz ingredientes capazes de envolver os leitores mais jovens na leitura, pois, construído em torno de um diálogo, traz, a cada fala, elementos textuais que vão sutilmente criando expectativas e exigem o acompanhamento atento do leitor para formular hipóteses e antecipar acontecimentos.

O objetivo da atividade é que os alunos: elaborem hipóteses (antecipação); confirmem ou as refutem à medida que avançam na leitura (checagem); identifiquem novas hipóteses e as justifiquem com base no sentido já atribuído e em novas pistas linguísticas; descubram o significado de palavras desconhecidas a partir do contexto (inferência local) e identifiquem as intenções do autor. O exercício deste desafio possibilita aos alunos experimentar o movimento de leitura que normalmente é realizado pelos leitores para a construção de sentidos.

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7. Confira com eles para verificar se as anotações foram colocadas corretamente, como mostra o trecho abaixo:

8. Aproveite para lembrar que, na escrita de um diálogo, a fala dos personagens deve ser marcada com o travessão (as aspas também são utilizadas) e, para indicar a mudança do personagem que fala, deve-se iniciar outro parágrafo e abrir novo travessão. Explique que foi esta organização na escrita que orientou a leitura, possibilitando a coerência, a construção do sentido, e permitindo a fácil identificação das falas de cada personagem.

9. Depois disto, peça a três alunos que assumam, cada um deles, as falas do narrador, do homem 1 e do homem 2 e leiam o trecho em voz alta.

10. Em seguida, pergunte aos três alunos o que eles acham que vai acontecer na sequência da conversa, mas peça-lhes que analisem bem os comportamentos dos personagens e as falas anteriores, principalmente a que mostra que o homem 2 está interessado no relógio do homem 1.

11. Após as sugestões dos alunos, revele o que o homem 2 fala nos dois trechos suprimidos. Oriente os quartetos a anotarem as duas falas, completando dessa forma o trecho do conto.

12. Converse com eles sobre as hipóteses que haviam levantado sobre o título e sobre a

continuidade do texto: elas se confirmaram? Por quê?

13. Peça que agora, a partir deste primeiro trecho lido, levantem as hipóteses sobre como continuará esta conversa: o que vai acontecer? Como os dois vão acabar este papo?

14. Distribua, então, o segundo trecho do texto que está no Capítulo 4 (páginas 8 e 9 do Caderno do Estudante) e oriente os quartetos a lerem e preencherem as falas que estão faltando até o final do texto.

N Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar. N O vulto caminhava em sua direção, chegou bem perto, estacou à sua frente. Decerto ia pedir-lhe um auxílio. H1 — Não tenho trocado. Mas tenho cigarros. Quer um? H2 — Não fumo, respondeu o outro. N Então ele queria é saber as horas. Levantou o antebraço esquerdo, consultou o relógio: H1 — 9 e 17... 9 e 20, talvez. Andaram mexendo nele lá em casa. H 2— Não estou querendo saber quantas horas são. Prefiro o relógio. H1 — Como? H2 — ................... H1 — Mas ... H2 — ..................

— Já disse. Vai passando o relógio.

— Mas ...

— Quer que eu mesmo tire? Pode machucar.

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15. Oriente que eles façam as marcações das falas dos personagens também neste segundo trecho e chame a atenção para o fato de que o trecho suprimido não tem travessão, sendo, portando, a fala final do narrador da história.

16. Dê 20 minutos para os grupos concluírem a atividade.

17. Na aula seguinte, depois de completadas as falas, peça que cada quarteto escolha três de seus membros para fazerem a leitura em voz alta para a classe, assumindo a fala do narrador e dos dois personagens.

18. Avalie com a turma, após cada leitura, se os quartetos conseguiram manter a coerência do texto, preenchendo as lacunas com falas lógicas para dar sequência ao sentido proposto pelo autor.

19. Após a participação de todos os quartetos, leia o texto completo para os alunos (Anexo 3, páginas 30 e 31 deste Roteiro) e termine a aula pedindo que eles falem o que imaginam que tenha acontecido entre os dois personagens depois desta conversa curiosa.

20. Caso os alunos demonstrem envolvimento e empolgação, sugira que eles façam uma rápida encenação para apresentar suas ideias sobre o destinos das personagens.

2ª aula!

A leitura do início do texto, dirigida e orientada por você, ao mesmo tempo em que chama a atenção para a checagem das hipóteses anteriormente levantadas, deve estimular a formulação de outras a partir da ênfase em pistas textuais dadas pelo autor.

Oriente os alunos a fazerem a tarefa sempre tendo em vista as pistas que estão no texto. Explique que, durante a leitura, eles devem checar se suas hipóteses são válidas ou não e, ao perceberem algum “furo”, eles devem voltar atrás para reescrever alguma fala anterior que não se encaixa bem com a continuação do texto.

Durante a leitura: elaborando suspeitas inteligentes.

Houve envolvimento e participação de todos na formulação e checagem de hipóteses?

Os alunos se basearam nas pistas linguísticas para formular e checar suas hipóteses e garantir a construção de sentidos e coerência do texto?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade: :

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ANEXO 1 Caro professor, Reproduza o modelo do Painel do Leitor abaixo em tamanho grande e coloque-o na parede da sala. Escreva o nome dos livros escolhidos no espaço indicado. Cada estudante deve dar sua opinião após a leitura do título lido, indicando:

Painel do Leitor Estudante

Livros

Se não curtiu a leitura...

Se curtiu a leitura e a recomenda!

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ANEXO 2

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Anexo 3

Depois do Jantar

Carlos Drummond de Andrade

Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar. O vulto caminhava em sua direção, chegou bem perto, estacou à sua frente. Decerto ia pedir-lhe um auxílio. — Não tenho trocado. Mas tenho cigarros. Quer um? — Não fumo, respondeu o outro. Então ele queria é saber as horas. Levantou o antebraço esquerdo, consultou o relógio: — 9 e 17... 9 e 20, talvez. Andaram mexendo nele lá em casa. — Não estou querendo saber quantas horas são. Prefiro o relógio. — Como? — Já disse. Vai passando o relógio. — Mas ... — Quer que eu mesmo tire? Pode machucar. — Não. Eu tiro sozinho. Quer dizer... Estou meio sem jeito. Essa fivelinha enguiça quando menos se espera. Por favor, me ajude. O outro ajudou, a pulseira não era mesmo fácil de desatar. Afinal, o relógio mudou de dono. — Agora posso continuar? — Continuar o quê? — O passeio. Eu estava passeando, não viu? — Vi, sim. Espera um pouco. — Esperar o quê? — Passa a carteira. — Mas... — Quer que eu também ajude a tirar? Você não faz nada sozinho, nessa idade? — Não é isso. Eu pensava que o relógio fosse bastante. Não é um relógio qualquer, veja bem. Coisa fina. Ainda não acabei de pagar... — E eu com isso? Então vou deixar o serviço pela metade? — Bom, eu tiro a carteira. Mas vamos fazer um trato. — Diga. — Tou com dois mil cruzeiros. Lhe dou mil e fico com mil.

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— Engraçadinho, hem? Desde quando o assaltante reparte com o assaltado o produto do assalto? — Mas você não se identificou como assaltante. Como é que eu podia saber? — É que eu não gosto de assustar. Sou contra isso de encostar o metal na testa do cara. Sou civilizado, manja? — Por isso mesmo que é civilizado, você podia rachar comigo o dinheiro. Ele me faz falta, palavra de honra. — Pera aí. Se você acha que é preciso mostrar revólver, eu mostro. — Não precisa, não precisa. — Essa de rachar o legume... Pensa um pouco, amizade. Você está querendo me assaltar, e diz isso com a maior cara-de-pau. — Eu, assaltar?! Se o dinheiro é meu, então estou assaltando a mim mesmo. — Calma. Não baralha mais as coisas. Sou eu o assaltante, não sou? — Claro. — Você, o assaltado. Certo? — Confere. — Então deixa de poesia e passa pra cá os dois mil. Se é que são só dois mil. — Acha que eu minto? Olha aqui as quatro notas de quinhentos. Veja se tem mais dinheiro na carteira. Se achar uma nota de 10, de cinco cruzeiros, de um, tudo é seu. Quando eu confundi você com um, mendigo (desculpe, não reparei bem) e disse que não tinha trocado, é porque não tinha trocado mesmo. — Tá bom, não se discute. — Vamos, procure nos... nos escaninhos. — Sei lá o que é isso. Também não gosto de mexer nos guardados dos outros. Você me passa a carteira, ela fica sendo minha, aí eu mexo nela à vontade. — Deixe ao menos tirar os documentos? — Deixo. Pode até ficar com a carteira. Eu não coleciono. Mas rachar com você, isso de jeito nenhum. É contra as regras. — Nem uma de quinhentos? Uma só. — Nada. O mais que eu posso fazer é dar dinheiro pro ônibus. Mas nem isso você precisa. Pela pinta se vê que mora perto. — Nem eu ia aceitar dinheiro de você. — Orgulhoso, hem? Fique sabendo que tenho ajudado muita gente neste mundo. Bom, tudo legal. Até outra vez. Mas antes, uma lembrancinha. Sacou da arma e deu-lhe um tiro no pé.

Texto extraído do livro "Os dias lindos", Livraria José Olympio Editora — Rio de Janeiro, 1977, pág. 54.