estudo teórico e experimental do processo de secagem do abacate

140
Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnologia PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA - Mestrado - Doutorado Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate (Persea americana Mill.) SUÊRDA BEZERRA ALVES JOÃO PESSOA - PARAÍBA MARÇO, 2014

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Page 1: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

Universidade Federal da Paraíba

Centro de Tecnologia

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

- Mestrado - Doutorado

Estudo teórico e experimental do processo de secagem do

Abacate (Persea americana Mill.)

SUÊRDA BEZERRA ALVES

JOÃO PESSOA - PARAÍBA

MARÇO, 2014

Page 2: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

SUÊRDA BEZERRA ALVES

Estudo teórico e experimental do processo de secagem do

Abacate (Persea americana Mill)

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Mecânica da Universidade Federal da

Paraíba, em cumprimento às exigências para a

obtenção do Grau de Doutor.

ORIENTADOR: Prof. Dr. José Maurício de Alves Matos Gurgel

JOÃO PESSOA - PARAÍBA

MARÇO, 2014

Page 3: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

A474e Alves, Suêrda Bezerra.

Estudo teórico e experimental do processo de secagem do

abacate (Persea americana Mill) / Suêrda Bezerra Alves.- João

Pessoa, 2014.

140f. : il.

Orientador: José Maurício de Alves Matos Gurgel

Tese (Doutorado) - UFPB/CT

1. Engenharia mecânica. 2. Secagem - abacate. 3.Cinética. 4.

Isoterma. 5. Modelos matemáticos - secagem por convecção a ar.

UFPB/BC CDU: 621(043)

Page 4: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate
Page 5: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

DEDICATÓRIA

“Tudo posso naquele que me fortalece: Jesus Cristo”.

Novamente Consagro este trabalho a Deus. Dedico ao meu esposo e companheiro de todas as horas José Nildo.

Ofereço a meu pai (in memoriam) Severino Bezerra e toda a minha família: minha mãe Rita Alves, minhas irmãs Suelia e

Samara e minha sobrinha Ana Luíza.

“Obrigada Senhor Jesus”.

Page 6: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao grande criador dos céus e terra, o nosso Deus, porque sem a permissão Dele

não teria chegado aonde eu cheguei.

Ao meu amado José Nildo que em todos os momentos desta caminhada me incentivava,

mesmo em grandes lutas.

Ao professor Dr. José Mauricio Gurgel pelas orientações.

As amigas e professoras doutoras: Márcia Ramos Luíz (UEPB) e Joselma Araújo de Amorim

(UFPB), não esquecendo o velho amigo e companheiro Dr. Herbet Melo.

A meus pais Severino (in memoriam) e Rita que sempre me deram à oportunidade de estudar

e as minhas irmãs Suelia e Samara como também a minha sobrinha Ana Luíza que mesmo

distantes souberam me compreender.

A Igreja Batista Filadélfia pelas constantes orações.

Aos vizinhos e irmãos em Cristo Lidiane Cândido e Jurailson Suassuna pelas orações e apoio

incondicional.

A todos que fazem o LES (Laboratório de Energia Solar): professores, alunos e funcionários.

A Universidade Federal da Paraíba pela oportunidade de ampliar meus conhecimentos.

A CAPES pelo apoio a pesquisa e suporte financeiro.

Finalizando agradeço a todos que de alguma maneira contribuiram para a realização deste

sonho.

Page 7: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

(Persea americana Mill)

RESUMO

O abacate é um fruto conhecido pelo seu alto teor lipídico contido em sua polpa e como a

maioria dos produtos agrícolas apresenta também um alto teor de umidade em sua

composição. A secagem do abacate é importante, uma vez que é realizado o aproveitamento

do fruto, para a obtenção de um produto de maior valor agregado como, por exemplo, o óleo

que serve de matéria prima para a produção do biodiesel. Esta pesquisa foi desenvolvida com

o objetivo de contribuir com o estudo teórico e experimental do processo de secagem por

convecção a ar quente, para o abacate in natura, através de análises experimentais, modelos

matemáticos reportados na literatura e incremento de novas equações. Para o processo de

secagem foi utilizado um secador convectivo, operando na faixa de temperatura (40,50, 60 e

70)ºC. A geometria das amostras e a vazão do ar de secagem foram consideradas constantes.

Para as isoterma de desorção foi utilizado uma faixa de temperatura entre (40, 50, 60, 70, 80 e

90)ºC. A validação dos modelos utilizados nesta pesquisa foi realizada através do Método dos

Mínimos Quadrados, de posse dos dados experimentais das cinéticas e das isotermas de

desorção do abacate in natura. Os resultados experimentais da cinética de secagem foram

expressos por modelos que predizem a perda de umidade através do coeficiente convectivo de

massa e a difusividade efetiva de massa. A perda de massa na superfície do abacate foi

expressa pela Lei de resfriamento de Newton, enquanto que a interna foi expressa pelos

modelos empíricos representados por Page e Page Modificado. Para as isotermas de dessorção

os resultados experimentais foram demonstrados através de modelos que predizem a umidade

de equilíbrio obtida experimentalmente em relação à atividade de água pré-estabelecida. A

isoterma de desorção do abacate in natura foi expressa pelos modelos empíricos de Copace e

Sigma-copace. Foram ainda desenvolvidos novos modelos matemáticos para representar à

cinética e a isoterma do abacate in natura.

Palavras chaves: secagem, cinética, isoterma, abacate, modelos matemáticos.

Page 8: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

Theoretical and experimental study of the drying process of the Avocado

(Persea americana Mill)

ABSTRACT

The avocado is a fruit known for its high fat contained in the pulp and like most agricultural

products also features a high moisture content in your composition. Drying of the avocado is

important since the use of the fruit is performed to obtain a product of greater value, for

example, oil serving as a raw material for biodiesel production. This research was developed

with the aim to contribute to the theoretical and experimental study of convection drying

process of hot air to the avocado in nature, through experimental analysis, mathematical

models in the literature and reported an increase of new equations. For the drying process a

convective dryer was used, operating in the temperature range of temperature (40, 50, 60 and

70)°C. The geometry of the samples and the flow rate of the drying air were considered

constant. For the isotherm Desorption was used a temperature range between was (40, 50,

60, 70, 80 and 90)°C. The validation of the models used in this research was performed by the

method of least squares, in possession of the experimental data the kinetic and the desorption

isotherms for the avocado in nature. The experimental results of drying kinetics were

expressed by models that predict moisture loss through convective mass coefficient and the

effective mass diffusivity. The loss of mass on the surface of avocado was expressed by

Newton law of cooling, while the inside was expressed by the empirical models represented

by Page and Modified. For desorption isotherms the experimental results were demonstrated

using models that predict the equilibrium moisture content obtained experimentally in relation

to the activity of pre-established water. The desorption isotherm avocado in nature was

expressed by the empirical models and Copace amd Sigma-copace. We also developed new

mathematical models to represent the kinetic and isotherm avocado in nature.

Keywords: Drying kinetics, isotherm, avocado, mathematical models.

Page 9: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

ix

Sumário

1 - INTRODUÇÃO...................................................................................................... 17

1.1- MOTIVAÇÃO......................................................................................................... 17

1.2 - OBJETIVO GERAL................................................................................................. 19

1.2.1- OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................... 19

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 21

2.1 - SECAGEM.............................................................................................................. 21

2.1.1- Tipos de Secagem.................................................................................................... 23

2.1.2- Métodos para Secagem............................................................................................ 25

2.1.3- Processos de Secagem.............................................................................................. 27

2.1.4- Cinética de Secagem................................................................................................ 29

2.1.5- Métodos Matemáticos para cinética de Secagem.................................................... 32

2.1.5.1- Modelos Teóricos..................................................................................................... 33

2.1.5.2- Modelos Semi-teóricos............................................................................................ 35

2.1.5.3- Modelos Empíricos.................................................................................................. 39

2.2 - ÁGUA NOS ALIMENTOS..................................................................................... 44

2.2.1- Conteúdo de Umidade.............................................................................................. 45

2.2.2 - Atividade de Água................................................................................................... 47

2.3- ISOTERMAS DE SORÇÃO................................................................................... 50

2.3.1- Tipos de isotermas de sorção................................................................................... 51

2.3.2- Métodos para as isotermas de sorção....................................................................... 56

2.3.3- Modelos Matemáticos de isotermas de sorção......................................................... 58

2.3.3.1- Modelos Teóricos..................................................................................................... 59

2.3.3.2- Modelos Empíricos.................................................................................................. 62

2.4 - ABACATE............................................................................................................... 65

3- MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................... 68

3.1- MATÉRIA – PRIMA............................................................................................... 68

3.2 - METODOLOGIA.................................................................................................... 69

3.2.1 - Padronização das amostras do abacate in natura..................................................... 69

3.2.2 - Procedimentos experimentais para a Secagem Convectiva..................................... 72

3.2.3 Procedimentos experimentais para as Isotermas de Sorção..................................... 76

Page 10: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

x

3.2.3.1- Preparo dos recipientes............................................................................................ 77

3.2.3.2- Preparo das soluções................................................................................................ 83

3.2.4- DETERMINAÇÕES DAS TRANSFERÊNCIAS DE MASSAS............................ 86

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 89

4.1 - CARACTERIZAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA.................................................... 89

4.2 - CINÉTICA DE SECAGEM.................................................................................... 90

4.3 - DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE CONVECTIVO DE

TRANSFERÊNCIA DE MASSA...........................................................................

95

4.4- DETERMINAÇÕES DA DIFUSIVIDADE EFETIVA DE MASSA................... 97

4.5 - DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO MATEMÁTICA PARA A CINÉTICA DE

SECAGEM DO ABACATE....................................................................................

105

4.6 - DETERMINAÇÕES DA ISOTERMAS DE DESORÇÃO................................... 107

4.7 - DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO MATEMÁTICA PARA A ISOTERMA

DE DESSORÇÃO DO ABACATE........................................................................

116

CONCLUSÕES....................................................................................................... 119

PERSPECTIVAS FUTURAS.................................................................................. 122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 123

Page 11: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 2 1 - Curvas Típicas de Secagem (PARK ET AL.2001a). ............................................ 30

Figura 2 2 - Classificação das isotermas de BRUNAUER ET AL. (1940). ............................. 51

Figura 2 3 - Isoterma de sorção (RIBEIRO E SERAVALL, 2004). ........................................ 53

Figura 2 4 - Isotermas de adsorção e de desorção (Histerese).................................................. 54

Figura 3 1 - Abacates in natura utilizados. ............................................................................... 68

Figura 3 2 - Paquímetro utilizado. ............................................................................................ 70

Figura 3 3 - Fatiador utilizado. ................................................................................................. 70

Figura 3 4 - Abacate cortado com 5mm de espessura. ............................................................. 71

Figura 3 5- Antes da secagem................................................................................................... 72

Figura 3 6 - Depois da secagem................................................................................................ 72

Figura 3 7 - Secador utilizado para o experimento (FIOREZE, 2004). .................................... 73

Figura 3 8- Esquema do secador de bandejas (FIOREZE, 2004). ............................................ 74

Figura 3 9–Termohigrômetro. .................................................................................................. 75

Figura 3 10– Anemômetro ........................................................................................................ 75

Figura 3 11- Estufa utilizada. ................................................................................................... 76

Figura 3 12- Balança utilizada. ................................................................................................. 76

Figura 3 13-Aparato de Fioreze (20040). ................................................................................. 77

Figura 3 14- Aparato de Marcinkowski, (2006). ...................................................................... 78

Figura 3 15-Fiorentin et al.(2010). ........................................................................................... 79

Figura 3 16- Pacheco (2011). ................................................................................................... 79

Figura 3 17- aparato n1 desenvolvido no LES. ........................................................................ 80

Figura 3 18- Aparato n2 desenvolvido no LES. ....................................................................... 81

Figura 3 19- Cesto para a amostra. ........................................................................................... 82

Figura 3 20-Suporte para as cestas. .......................................................................................... 82

Figura 3 21 - Imersão da amostra em antifúngico. ................................................................... 83

Figura 3 22 - Pesagem das amostras. ........................................................................................ 85

Figura 3 23 -Amostras acondicionada nos potes ...................................................................... 86

Page 12: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

xii

Figura 4 1- Curvas das cinéticas de secagem do abacate................................................ 92

Figura 4 2- Ajustes do modelo Newton........................................................................... 96

Figura 4 3- Ajustes do modelo de Fick............................................................................ 101

Figura 4 4- Ajustes do modelo Page................................................................................ 102

Figura 4 5- Ajustes do modelo Page Modificado............................................................ 103

Figura 4 6- Ajustes do modelo Wang e Sing................................................................... 104

Figura 4 7 - Curvas geradas pelo Polinômio das cinéticas.............................................. 106

Figura 4 8 - Curvas das Isotermas de desorção do abacate in natura............................... 108

Figura 4 9 - Ajustes do modelo Gab................................................................................. 111

Figura 4 10 Ajustes do modelo Bet.................................................................................. 112

Figura 4 11 Ajustes do modelo Bet Modificado.............................................................. 113

Figura 4 12 Ajustes do modelo Copace............................................................................ 114

Figura 4 13 Ajustes do modelo Sigma Copace................................................................ 115

Figura 4 14 Curvas geradas pelo Polinômio das isotermas.............................................. 117

Page 13: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

xiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 2 1 - Modelos para ajustes das cinéticas. ...................................................................... 43

Tabela 2 2 - Modelos matemáticos para ajuste de isotermas ................................................... 65

Tabela 2 3 - Composição centesimal média da polpa do abacate in natura para 100g (NEPA,

2006). ........................................................................................................................................ 66

Tabela 2 4 - Teores de umidade da polpa de algumasvariedades de abacate (TANGO, 2004).67

Tabela 3 1 - Valores de atividade de água relacionados às soluções salinas saturadas nas

temperaturas de 40, 50, 60, 70, 80 e 90ºC. ............................................................................... 84

Tabela 4 1- Caracterização física da amostra do abacate "in natura".......................................90

Tabela 4 2 - Caracterização físico-química do abacate, variedade quintal. ........................ .....91

Tabela 4 3 - Caracterização das cinéticas de secagem. ............................................................ 94

Tabela 4 4 - Umidade de equilíbrio para a cinética de secagem. ............................................. 95

Tabela 4 5 - Ajuste do modelo convectivo para da amostra do abacate in natura. ................... 98

Tabela 4 6- Ajuste do polinômio para a cinética do abacate in natura...................................107

Tabela 4 7 - Ajuste dos modelos de Isotermas para a amostra do abacate in natura..............109

Tabela 4 8- Ajuste do polinômio para a isoterma do abacate in natura.................................117

Page 14: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

xiv

NOMENCLATURA

A Área superficial da amostra (m2)

a Constante do modelo

Aw Atividade de água

b Constante do modelo

c Constante do modelo

Def Difusividade efetiva de massa (m2/s)

f Fugacidade do solvente na solução (Kpa)

f0 Fugacidade do solvente puro (Kpa)

hm Coeficiente convectivo de transferência de massa (m/s)

K Constante de secagem do modelo (s-1

)

K1 Constante do modelo

K2 Constante do modelo

L comprimento característico, meias espessura da

amostra

(m)

m Número de camada molecular

meq Massa de equilíbrio (g)

m1 Número de camada molecular 1

m2 Número de camada molecular 2

MR Razão do teor de umidade

ms Massa seca (g)

mf Massa final da amostra (g)

mi Massa inicial da amostra (g)

n Parametro de ajuste (mols)

n1 Número de mols do soluto (mols)

n2 Número de mols do solvente

N Número de pontos experimentais

P Erro Relativo Médio (%)

p Pressão parcial da água contida no alimento (Kpa)

p0 Pressão de vapor da água pura a mesma temperatura (Kpa)

xi

Page 15: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

xv

R2 Coeficiente de correlação

RH Umidade relativa de equilíbrio (%)

T Temperatura do ar (ºC)

T (+273,15) (K)

t Tempo (s)

X Umidade no tempo (g/g)

x Concentração de massa da amostra

(g/m3)

x Concentração de massa do ar ambiente

(g/m3)

X0 Umidade inicial (g/g)

Xbs Teor de umidade em base seca

Xbu Teor de umidade em base úmida

Xeq Umidade de equilíbrio (g/g)

Xm Umidade da monocamada (g/g)

Page 16: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

xvi

Subscritos

bs Base seca

bu Base úmida

ef Efetiva de massa

eq Equilíbrio

f Final do processo

i Inicio do processo

m Massa

s Amostra após a secagem

0 Inicial

1 Soluto

2 Solvente

Ar ambiente

Símbolos Gregos

δ Derivada

Gradiente

Page 17: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentada a importância do estudo da secagem do abacate, tendo em

vista que o processo de secagem do abacate é realizado no intuito de aproveitar o fruto para a

obtenção de produtos com maiores valores agregados.

1.1 - MOTIVAÇÃO

Nos últimos tempos, com o desenvolvimento de novas tecnologias na área de

alimentos, o processo de secagem passou a ser uma operação unitária muito importante e

utilizada para o desenvolvimento de novos produtos alimentícios.

Segundo Brod (2003), a secagem é definida como uma das mais antigas e usuais

operações unitárias, bastante praticada em diversos seguimentos industriais, tais como: em

indústrias agrícolas, cerâmicas, químicas, alimentícias, farmacêuticas, de papel e celulose,

mineral, polímeros dentre outros.

Nesta operação unitária o conhecimento da umidade de equilíbrio do material a ser

seco é de grande importância, pois esta indica o término deste processo, sendo que a umidade

de equilíbrio é alcançada quando a pressão parcial do vapor na superfície do material se iguala

à pressão do vapor na fase gasosa.

A operação de secagem é uma das operações mais complexas, devido à dificuldade da

descrição dos fenômenos envolvidos de transferência simultânea de calor e massa. No

decorrer deste processo a evolução das transferências de calor e massa é caracterizada por três

períodos, onde nestes períodos são analisadas as curvas de evolução do teor de água do

produto, de sua temperatura e da velocidade de secagem também chamada de cinética de

secagem, ao longo do tempo (PARK et al., 2004).

A secagem compreende ainda diferentes tipos de processos de transferência de calor,

são eles: condução, convecção e radiação. E de acordo com Park et al. (2007), a secagem por

convecção é a mais comum de todas, podendo ser natural ou forçada, onde o calor sensível é

transferido para o material a ser seco através do ar pré-aquecido, que passa sobre o sólido,

evaporando a umidade.

Page 18: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

18

A transferência de massa, ou seja, a eliminação de umidade de qualquer alimento

requer aplicações de variáveis do ar de secagem (temperatura, umidade, velocidade) bem

dimensionada, para assegurar uma boa compreensão deste processo nos produtos agrícolas.

Uma das maneiras de se obter o teor de umidade dos produtos agrícolas é através das

isotermas de sorção. As isotermas de sorção instituem uma ferramenta empregada para

predizer mudanças na estabilidade dos alimentos, determinar métodos de estocagem,

selecionar embalagens e ingredientes, e também o desenvolver e otimizar equipamentos para

o processo de secagem (STENEL, 2004).

As isotermas de sorção são representadas por curvas que descrevem a relação de

equilíbrio da quantidade de água sorvida por componentes do produto e da pressão de vapor

ou umidade relativa, a uma dada temperatura (PARK E NOGUEIRA, 1992).

Podem-se utilizar as curvas de isotermas de sorção para descrever o fenômeno de

adsorção e desorção nos alimentos, para conduzir a secagem até estabelecer a umidade final

ou a atividade de água do produto.

Diversos são os produtos agrícolas que utilizam o processo de secagem e as isotermas

de sorção como forma de prevenção contra a deterioração microbiológica e enzimática,

aumentando assim sua vida de prateleira como também agregando novos valores aos mesmos.

Dentre estes produtos tem-se o abacate (Persea americana Mill), que é um alimento

composto em sua maior parte de umidade e que requer o processo de secagem como também

as curvas de isotermas antes de qualquer procedimento industrial.

Por ser uma matéria-prima perecível, estudar os parâmetros de secagem de abacate

pode contribuir na redução com os custos de armazenamento e seu possível aproveitamento

para posteriores processos de extração e refino do óleo, já que a alta concentração de óleo nos

frutos e as diferentes épocas de maturação são algumas das características essenciais para a

viabilidade da implantação de novos projetos de pesquisa nesta área (FARIA 2012).

A motivação deste trabalho é mostrar as informações geradas através do processo de

secagem, pela cinética e pelas isotermas do abacate in natura, que poderão ser úteis na

otimização deste processo como também no desenvolvimento de novos produtos oriundos do

abacate.

Page 19: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

19

1.2 – OBJETIVO GERAL

Contribuir com o estudo teórico e experimental do processo de secagem por

convecção a ar quente, para o abacate in natura, por meio da avaliação da cinética de secagem

e da isoterma de desorção, como também pela determinação das propriedades térmicas desta

fruta através da Difusividade Efetiva de Massa (Def) e o Coeficiente Convecção de massa

(hm).

1.2.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar o efeito da temperatura sobre a cinética de secagem do abacate in natura;

Averiguar a influência da temperatura sobre as isotermas de desorção do abacate in

natura;

Avaliar diferentes modelos matemáticos através de ajustes, para representar à cinética

e as isotermas de desorção desta fruta;

Determinar a Difusividade Efetiva de Massa (Def) e o Coeficiente Convecção de

massa (hm) em faixa de temperatura pré-estabelecida para esta pesquisa.

ESTRUTURA DA TESE

Este trabalho está organizado em cinco capítulos, incluindo também algumas sugestões para

pesquisas futuras e a bibliografia consultada.

Capítulo I – Introdução: Neste capítulo é apresentada a importância do estudo da secagem do

abacate, tendo em vista que o processo de secagem do abacate é realizado no intuito de

aproveitar o fruto para a obtenção de um novo produto com o maior valor agregado.

Capítulo II – Revisão Bibliográfica: Neste capítulo, são abordados os temas mais

significantes referentes ao processo de secagem em alimentos.

Page 20: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

20

Capítulo III – Materiais e Métodos: O presente capítulo tem como foco central apresentar o

aparato experimental necessário para o estudo da cinética de secagem e isoterma. A matéria-

prima, como também todos os procedimentos metodológicos usados para a preparação da

amostra em análise.

Capítulo IV – Resultados e Discussão: Neste capítulo apresentam-se as análises dos

resultados obtidos experimentalmente para a secagem (cinética e isoterma) do abacate in

natura. Expõem-se também os resultados alcançados experimentalmente das isotermas de

desorção através da umidade de equilíbrio e a atividade de água.

Conclusões e Perspectivas Futuras: Apresenta as conclusões sobre as análises dos

resultados obtidos e as propostas para trabalhos futuros.

Referências Bibliográficas: Expõe o acervo utilizado para realização desta pesquisa.

Page 21: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

21

CAPÍTULO II

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo, são abordados os temas mais significantes referentes ao processo de

secagem em alimentos, sendo mencionado: os fatores que interferem no processo, as

categorias da secagem, os tipos, os métodos, o processo da cinética, bem como os modelos

matemáticos utilizados na cinética de secagem. Ainda é abordado: os tipos de umidade

encontrados nos alimentos, a atividade de água, a estabilidade dos alimentos em função da

atividade de água, as isotermas de sorção com suas particularidades. Além disso, são

apresentados os modelos matemáticos que representam as isotermas e o alimento objeto de

pesquisa (abacate).

2.1 – SECAGEM

A secagem de alimentos é considerada como uma tecnologia antiga que vêm sendo

constantemente pesquisada e aperfeiçoada para obtenção de novos produtos com maior

qualidade em menor tempo de processamento (KOTOVICZ, 2011).

Desde os primórdios da historia da civilização humana há relatos sobre a secagem de

alimentos, onde a mesma já era usada como forma de preservar os alimentos por mais tempo.

No Egito Antigo o método mais arcaico de processar frutas era a secagem feita usando a

energia emitida por meio dos raios solares, onde uvas eram expostas a luz solar sem nenhum

tratamento prévio, ou seja, de forma totalmente empírica.

Segundo Keey (1972), a secagem durante séculos, foi realizada com métodos

totalmente sem técnica, sendo que com o passar do tempo à secagem de alimentos foi se

aperfeiçoando através de processamentos térmicos, com a conservação de frutas pelo calor.

Page 22: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

22

Durante a Revolução Industrial na França foi descrita uma das primeiras técnicas de

secagem de papel em folhas em uma sala com circulação de ar. Um século depois, outra

técnica foi descrita em Londres para a secagem de papel em cilindros aquecidos. Leite em pó

e vegetais também eram secos através de um pequeno aquecimento (BROD 2003).

A partir da Segunda Guerra Mundial, veio à necessidade de desenvolver novos

métodos de secagem, mais rápidos e eficientes, para os alimentos, pois os mesmos precisavam

ser transportados para os soldados das guerras, de forma segura quanto a sua higienização e

conservação. Com este intuito, a obtenção e o aproveitamento de novos produtos alimentícios

permitiu que os mesmos apresentassem um valor agregado mais elevado em sua elaboração,

encarecendo assim o sistema de produção deste processo.

Para o sistema de secagem Park et al. (2001a), destacam algumas vantagens no que se

refere aos alimentos, tais como:

Facilidade na conservação do produto;

Estabilidade dos componentes aromáticos à temperatura ambiente por longos períodos

de tempo;

Proteção contra degradação enzimática e oxidativa;

Redução do peso;

Economia de energia por não necessitar de refrigeração;

Disponibilidade do produto durante qualquer época do ano, dentre outras.

No processo de secagem existem alguns fatores que podem interferir nos atributos de

qualidade, entre os principais podem-se destacar os que estão ligados diretamente ao produto

a ser seco como (espessura e características do produto), e ainda também, com os que estão

ligados com o ar de secagem (temperatura, velocidade, umidade) (QUINTERO, 2007).

Na literatura este processo é apresentado de forma natural expondo o alimento

diretamente ao sol, e de forma artificial utilizando equipamentos como estufas e secadores

sendo a transferência de calor feita por três mecanismos distintos, a saber: convecção com a

passagem de fluxo de ar aquecido, condução através da superfície sólida de contato e por

irradiação. Dos três, a convecção é o mais utilizado (PARK ET AL., 2001b).

Page 23: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

23

Borges et al. (2008), ao estudarem a secagem de fatias de abóbora (Cucúrbita

moschata L.) por convecção natural e forçada, observaram que as fatias no secador forçado

(por convecção forçada) apresentaram um menor encolhimento em virtude das condições de

temperatura e velocidade do ar de secagem sobre controle, aplicando assim o uso da

tecnologia para este processo.

Em estudos realizados por Braga (2007), é visto que novas tecnologias utilizando os

meios de secagem têm sido desenvolvidas com o objetivo de atender a manutenção da

qualidade de alimentos concentrados. Tais tecnologias tratam-se do uso de alguns fatores

(temperatura, velocidade e umidade do ar) que governa a secagem, melhorando e otimizando

os métodos de conservação já existentes. Por conta desses fatores, tem-se um controle maior

quanto aos atributos de qualidade do alimento, como: aroma, sabor, cor, valores nutricionais,

dentre outros.

Na literatura são apresentados alguns tipos de secagem, os quais devem ser escolhidos

de acordo com a composição do produto e sua condição de colheita. A seguir serão

apresentados os tipos de secagem que foram pesquisados para este trabalho.

2.1.1 – Tipos de Secagem

Para o processo de secagem é compreendido alguns tipos de secagem que se emprega

visando diversas finalidades. Para os produtos alimentícios, é empregada principalmente na

conservação, permitindo também o transporte e armazenamento sem refrigeração. Os tipos de

secagem mais dinâmicos são os mecânicos que são classificados da seguinte forma:

Secagem estacionária

A designação de secagem estacionária é dada quando não há movimentação do

produto durante a secagem. Geralmente é utilizada em grãos que são colocados em silos-

secadores que sofrem a ação do ar aquecido. Este tipo de secagem apresenta baixa capacidade

de secar em função da altura da camada de sementes serem regulada pela distância da entrada

da secagem e o fluxo de ar envolvido.

Page 24: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

24

Garcia et al. (2001) relatam que a secagem estacionária de sementes de trigo com ar

forçado resultou diferenças de grau de umidade entre as camadas e que o tempo de secagem

com esse método varia com o fluxo de ar e com a altura da própria camada das sementes.

Secagem contínua

Neste sistema de secagem geralmente se utiliza grãos, onde os mesmos entram

úmidos e mantêm contato com o ar aquecido, nisto eles perdem água e se aquecem. Portanto,

a secagem contínua consiste em passar as sementes uma única vez pela fonte de calor, de tal

forma que ingressem úmidas no topo do secador e recebem a ação do aquecimento. Fluindo

assim continuamente no corpo do mesmo por gravidade e saindo seca na sua base o que vem

ser o local de resfriamento da massa de sementes dentro da câmara de secagem.

Neste tipo de secagem Torres (2006) classifica este sistema de acordo com o sentido

de deslocamento das sementes e do ar de secagem, tais como:

Concorrente - o produto juntamente com o ar de secagem desloca-se

paralelamente, em sentidos iguais no interior do equipamento;

Contracorrente - o produto juntamente com o ar de secagem desloca-se

paralelamente em sentidos divergentes no interior do equipamento;

Corrente cruzada - o ar de secagem possui um deslocar-se perpendicular, onde

se constata que a maioria dos equipamentos de secagem apresenta esse fator.

Secagem Intermitente

A secagem intermitente é um tipo de secagem descontínua, com períodos de energia

e aplicação de calor. É caracterizada pela passagem descontínua do ar pela massa do produto

em movimento, promovido pela recirculação das sementes no secador. A secagem

intermitente visa à taxa de entrada de calor para a cinética de secagem do material a ser seco,

de maneira que evite a degradação térmica dos produtos sensíveis ao calor.

Fungueto (2003), avaliando os efeitos da secagem intermitente sobre a germinação

de sementes de arroz, observou que esse tipo de secagem é um processo viável e que não

houve degradação térmica na germinação dessas sementes.

Page 25: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

25

Secagem de camadas delgadas

O processo de secagem em camadas delgadas promove o envolvimento do produto

pelo ar de secagem em regime turbulento. Devido à resistência interna da umidade, a

migração do líquido é um fator limitante da secagem, e por isso as duas maneiras mais

aplicadas na tentativa de dimensionar essa migração é através da teoria difusional de líquidos

ou de equações empíricas.

Monte et al. (2008) relatam que no sistema automático para secagem de produtos

agrícolas em camada delgada não houve diferença significativa entre os valores medidos e os

pré-definidos, validando assim uma série de resultados confiáveis, com elevada precisão e um

excelente desempenho.

Secagem de camadas espessas

A secagem em camadas espessas se dá através da passagem do fluxo de ar que vai

perdendo parte de sua energia e ganha vapor de água a partir do momento em que o mesmo

vai passando através do produto. Observa-se que nesse tipo de secagem o produto oferece

resistência a passagem do fluxo de ar, podendo impedir a passagem do mesmo nas suas

últimas camadas, que consequentemente poderá ocasionar uma possível deterioração.

Fioreze (2004) afirma que em alguns casos, na secagem de produtos com alto teor de

umidade e baixo fluxo de ar, a umidade retirada do produto na parte inferior, pode ser

depositada no produto em sua parte superior, umedecendo-o mais.

Ainda no tocante a secagem de alimentos é relevante destacar os métodos para a

realização desta operação unitária. Visando esclarecer estes métodos serão apresentados os

mais utilizados na literatura, a saber:

2.1.2 – Métodos para Secagem

No que se refere aos métodos de secagem Weber (1995), classifica a determinação

do teor de umidade dos produtos da seguinte maneira: direto e indireto. Nos métodos diretos,

a umidade do produto é extraída numa estufa, por destilação ou raios infravermelhos,

enquanto que nos indiretos são feitas passagem de uma corrente elétrica através do produto.

Page 26: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

26

Métodos Diretos

Nos métodos diretos toda a água é retirada do produto, comumente por processo de

aquecimento e o teor de umidade é calculado pela diferença de peso das amostras no início e

término do processo. Esta diferença corresponde à quantidade de água retirada do produto.

Devido à sua maior confiabilidade os métodos diretos são empregados como padrão para a

aferição de outros procedimentos.

O método direto mais utilizado é o da estufa por convecção natural ou forçada. As

temperaturas e o tempo de secagem variam de acordo com a finalidade do processo.

Geralmente, a secagem na estufa é até peso constante do produto entre duas ou mais pesagens

sucessivas. Esse método de peso constante é o mais adequado, baseando-se na retirada da

umidade por aquecimento, onde o ar aquecido é absorvido por uma camada muito fina dos

alimentos.

O aquecimento direto da amostra em estufa a 105ºC é o método recomendado pelo

Instituto Adolfo Lutz, 1985, onde a pesagem da amostra deve ser feita somente após resfriá-la

completamente no dessecador, pois a pesagem a quente levaria a um resultado falso, devido

às interferências causadas pela temperatura.

Métodos Indiretos

Os métodos indiretos são aqueles onde o teor de umidade é considerado em função das

propriedades elétricas do produto em uma determinada condição. Os dois métodos mais

utilizados são o da resistência elétrica e o da capacitância, sendo estes calibrados para cada

produto através de um método direto, cujo princípio de funcionamento baseia-se na passagem

de uma corrente elétrica através do produto.

Esses métodos são práticos e rápidos, mas estão sujeitos a erros decorrentes da

variação das propriedades físicas do produto, da temperatura ou da distribuição da umidade

no interior dos mesmos (FIOREZE, 2004).

Compreendendo a importância dos métodos da retirada de umidade dos alimentos,

será abordado nos tópicos a seguir o processo físico da secagem com seus respectivos

mecanismos de transporte.

Page 27: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

27

2.1.3 – Processo de Secagem

Nesse processo, utiliza-se energia para retirar parte da umidade ou quase toda

umidade de produtos agrícolas, sob condições de temperatura, umidade e velocidade do ar,

adequadamente controlado, tendo como principal objetivo a manutenção das qualidades do

produto, como também, uma redução no gasto de energia e no tempo do processo (PARK ET

AL., 2001b).

Quando se coloca o produto em contato com o ar quente, ocorre uma transferência de

calor do ar ao produto sob efeito da diferença de temperatura existente entre eles, a qual

depende das condições externas, tais como: temperatura do ar, umidade do ar, fluxo e direção

do ar, área de exposição do sólido e pressão.

Simultaneamente, a diferença de pressão parcial do vapor de água existente no ar e da

água presente na superfície do produto determina uma transferência de massa para o ar, na

forma de vapor de água. A remoção da umidade da superfície do produto é função tanto da

área do produto em exposição ao ar, como da capacidade do ar de retirar a água da superfície.

Logo, quanto maior a área superficial do produto, maior será a área de troca de calor e massa

com o fluxo de ar, facilitando assim a remoção de água.

Bendlin (2003) relata que a transferência de calor e massa entre o ar de secagem e o

produto é um fenômeno comum em qualquer condição de secagem, logo as características

específicas de cada produto associadas às propriedades do ar de secagem, determinam

diversas condições deste processo.

Durante o processo de secagem, para que se tenha a evaporação de água da superfície

do material ao ambiente, a água deve ser conduzida do interior do produto até a superfície. O

movimento de água é avaliado pelos mecanismos de transferência de massa, que indicarão a

dificuldade de secagem. Esse fator depende da estrutura interna do produto e do gradiente de

concentração (BROD, 2003).

Durante esse processo os mecanismos mais importantes de transporte para a água em

alimentos são:

Difusão líquida: acontece por causa da existência do gradiente de concentração, pois

com o aumento do gradiente de concentração através do aumento da temperatura e/ou

diminuição da umidade do fluxo de ar, geralmente aumenta a rapidez da secagem;

Page 28: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

28

Difusão de vapor: acontece por causa do gradiente de pressão de vapor, e devido à

presença do gradiente de temperatura, pois com o aumento da temperatura/pressão do

sistema, tem-se a presença destes gradientes entre as camadas internas e externas do

produto a ser seco;

Escoamento de líquido e de vapor: acontece por causa da diferença de pressão

externa, da concentração, da capilaridade e da alta temperatura, pois com o aumento

de qualquer um destes fatores de forma individual ou em conjunto o processo de

secagem ocorre de forma mais acelerada.

A composição dos alimentos e seu teor de umidade influenciam na migração de

água, em forma de vapor, dos alimentos para o meio ambiente, assim como a temperatura e

umidade relativa deste ambiente. Em uma dada temperatura constante, o teor de água do

alimento troca continuamente com o ar atmosférico calor e massa até que alcance um

equilíbrio com a pressão de vapor no ar ambiente.

A umidade de equilíbrio está ligada ao processo de secagem e armazenagem de

produtos alimentícios, fornecendo informações sobre o ganho ou perda de umidade de

produtos nestes processos, em função das condições de temperatura e umidade relativa do ar

de equilíbrio. Portanto, pode-se entender a umidade de equilíbrio como sendo a umidade

limite que um produto pode ser seco para uma determinada condição de temperatura e pressão

em equilíbrio com a umidade da fase gasosa insaturada (FRUTHOTEC, 2001), ou seja, com o

ar de secagem; neste momento, as pressões de vapor na superfície do produto e no ar são

iguais (FIOREZE, 2004).

s

Seq

eqm

mmX

(2.1)

Onde:

Xeq: umidade de equilíbrio (g água/g matéria seca)

meq: massa de equilíbrio (g água /g matéria seca)

ms: massa seca depois do processo (g matéria seca)

Page 29: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

29

Visto a importância da compreensão do processo físico da secagem nos alimentos, a

seguir será demonstrada a cinética de secagem, ou seja, a forma de como ocorre este processo

através de suas respectivas curvas (umidade e temperatura).

2.1.4 – Cinética de Secagem

Os estudos de transferência de calor e massa, além de estabelecer o mecanismo de

migração interna de umidade, possibilitam o estabelecimento da taxa de secagem. Com o

conhecimento destes fatores envolvidos no processo para um determinado produto pode-se

avaliar, projetar e/ou otimizar o tempo de secagem.

A evolução das transferências simultâneas de calor e massa no decorrer da operação

de secagem faz com que esta seja dividida esquematicamente em três períodos, onde são

analisadas as curvas de evolução do teor de água do produto, de sua temperatura e da

velocidade de secagem, também chamada de cinética de secagem ao longo do tempo para um

experimento utilizando ar com propriedades constantes. Sejam eles: período 0 ou período de

se entrar em regime operacional; período 1 ou período de secagem à taxa constante; e período

2 ou de secagem à taxa decrescente (PARK ET AL., 2001a).

A Figura 2.1 demonstra o processo de secagem, baseado na transferência de calor e

de massa dividido em três períodos.

Page 30: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

30

Figura 2 1 - Curvas Típicas de Secagem.

Fonte: Park et al. (2001a).

Análise dos Períodos:

O primeiro período (0): trata-se do processo inicial da secagem. Nesse período tem-

se o surgimento de uma elevação gradual da temperatura do produto e da pressão de vapor da

água, onde não ocorre a perda de umidade do alimento.

O segundo período (1): é a taxa constante do processo de secagem, onde a velocidade

do processo é constante. Para este período a água evaporada do alimento é a que se encontra

sobre a sua superfície “água livre”, ou seja, é a água de fácil remoção dos alimentos.

Enquanto houver umidade na superfície do produto para ocorrer à evaporação, a taxa de

secagem será constante.

No terceiro período (2): o comportamento da curva de secagem é decrescente. O

índice de umidade existente na superfície do produto é menor, por esse motivo têm-se uma

redução na transferência de massa. Já em relação ao fluxo de calor, observa-se que o mesmo

não é compensado pela transferência de massa; o fator limitante nessa fase é a redução da

migração de umidade do interior para a superfície do produto. Ao longo do processo de

Page 31: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

31

secagem a temperatura do produto é elevada, atingindo a temperatura do ar de secagem. Tais

mudanças persistem até o instante em que o produto atinge o ponto de umidade de equilíbrio

em relação ao ar de secagem, onde o processo é encerrado.

Análise das Curvas:

Curva (a): caracteriza a diminuição do teor de umidade do produto durante a

secagem, ou seja, o conteúdo de umidade do produto em base seca (Xbs), em relação à

evolução do tempo de secagem (t). Logo, a curva é obtida através do peso do produto durante

o procedimento da análise numa determinada condição do processo.

Curva (b): caracteriza a velocidade de secagem do produto, ou seja, a variação do

conteúdo de umidade do produto por tempo, (dX/dt) em relação à evolução do tempo (t),

sendo que quanto maior o tempo do processo mais demorada é a perda de umidade do

produto.

Curva (c): demonstra as mudanças da temperatura do produto no decorrer da secagem

(variação da temperatura do produto (T) em relação à evolução do tempo t), ou seja,

representa a curva resultante da medição da temperatura do produto durante o processo.

Correlacionando os períodos de secagem com as curvas, é notório que no decorrer do

período (1) de velocidade constante, o ar recupera, sob a forma de vapor, o que perdeu sob a

forma de calor. Logo a temperatura do produto é semelhante à do ar de secagem, por isso os

fluxos de calor e massa são recompensados. Já no período (2) de velocidade decrescente de

secagem, a transferência de calor do ar para o produto não é compensada pela transferência do

vapor de água e, consequentemente, a temperatura do produto aumenta, tendendo atingir a

temperatura do ar de secagem. Portanto, a taxa de transporte interno de água é menor do que a

taxa de evaporação (BROOKER ET Al., 1992).

A complexidade dos fenômenos de secagem conduz os pesquisadores a proporem

numerosas teorias e múltiplas fórmulas empíricas para predizerem a taxa de secagem. Os

modelos de cálculo da taxa de secagem são diferentes quando se trata de período de

velocidade constante ou decrescente, pois no primeiro período, as transferências de calor e

massa são analisadas na superfície do material e ar de secagem, enquanto que no segundo

período as análises são baseadas nas transferências internas que conduzem a secagem.

Page 32: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

32

Devida a estas complexidades no processo de secagem, alguns autores descrevem este

processo físico através de modelos matemáticos. Para uma melhor compreensão a respeito

deste tema, serão abordados a seguir alguns modelos matemáticos mais relevantes para a

secagem de alimentos.

2.1.5 – Modelos Matemáticos na cinética de secagem

A grande diversidade de produtos biológicos existentes na literatura, com suas

características específicas, consentem que durante o processo de secagem ocorra uma relação

entre os fenômenos físicos e as equações matemáticas para descreverem tal processo.

A aplicação de modelos matemáticos confiáveis torna possível prever o

comportamento de diversos fenômenos que ocorrem no processo, bem como possibilita a

redução do seu custo operacional, representando satisfatoriamente a perda de massa do

produto durante o processo de secagem, cujo princípio se fundamenta na transferência

simultânea de calor e massa.

Alguns pesquisadores estudam o processo referente à secagem, com base nas

condições externas do ar, da umidade relativa e da temperatura. Já outros, no entanto, ao

analisarem este mesmo processo, buscam compreender as condições internas do produto,

onde são evidenciados os mecanismos de movimento de umidade e seus efeitos. Portanto,

devido a essa complexidade é necessário à utilização de modelos matemáticos, que

apresentam por finalidade a diminuição de umidade durante a secagem dos produtos.

Descrevendo assim, matematicamente uma realidade física através de fórmulas ou expressões.

Dentro da literatura pesquisada é possível verificar que algumas equações foram

arquitetadas de forma teórica, partindo de hipóteses que permitissem a simplificação do

tratamento matemático. Outras foram obtidas de forma empírica ou organizadas a partir de

modelos teóricos com coeficientes de correlação obtidos experimentalmente. Panchariya et al.

(2002) e Mwithiga e Olwa (2005) na busca de melhorar a qualidade do produto e otimizar o

processo, utilizaram modelos matemáticos para descreverem a secagem de materiais

biológicos. Tais modelos são classificados de formas: teórica, semi-teórica e empírica.

Logo neste trabalho, serão utilizados modelos de características teóricas representadas

pela segunda Lei de Fick, semi-teórico representado pela Lei de Resfriamento de Newton e

empíricos representados por alguns modelos reportados na literatura que resultam de

Page 33: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

33

simplificações da Lei de Fick. Sendo que os modelos teóricos e empíricos levam em

consideração a resistência interna da transferência de umidade, enquanto os semi-teóricos

consideram apenas a resistência externa da transferência de umidade entre o ar e o produto.

2.1.5.1– Modelos Teóricos

Os modelos teóricos além de empregarem fundamentos de transferência de calor e

massa, descrevem o perfil de distribuição de água no interior do produto. Esse método exige

uma relação funcional entre o coeficiente de difusão, o teor de umidade e a temperatura.

A teoria da difusão líquida tem sido amplamente empregada na área de secagem,

embora existam algumas hipóteses a serem consideradas para sua aplicação, tais como:

encolhimento desprezado, não existência do efeito de capilaridade, equilíbrio térmico

instantâneo com o ar e os efeitos da transferência de energia e massa de um corpo para outro

admitido como desprezíveis.

Os modelos teóricos que descrevem a taxa decrescente de secagem de um produto

consideram como mecanismo principal, a difusão baseada na segunda Lei de Fick, que

expressa o fluxo de massa por unidade de área proporcional ao gradiente de concentração de

água (PARK ET AL., 2001b).

Quanto ao que se refere à teoria difusional, Oliveira et al. (2006) demonstram que a

essa também apoia-se exclusivamente na segunda Lei de Fick.

XDt

Xef

(2.2)

Onde:

X: umidade no tempo (g água /g matéria seca)

Def: difusividade efetiva de massa (m2/s)

t: tempo (s)

: operador diferencial (gradiente)

Para o caso de secagem em sistemas de coordenadas cartesianas, com difusão

unidirecional, tem-se:

Page 34: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

34

y

XD

yt

Xef

(2.3)

Existem várias soluções da equação de difusão baseada na segunda Lei de Fick

aplicadas aos sólidos de formas geométricas simples, tais como: placas, cilindros e esferas. A

lei de Fick também pode ser usada quando a difusividade for constante ou variar linearmente

ou exponencialmente com a concentração de água.

Cranck (1975) apresentou diversas soluções analíticas em forma de série para a

equação de difusão, considerando diferentes condições iniciais e de contorno, além de casos

em que a difusividade pode variar de forma linear ou exponencial com a concentração de

umidade. Tratando-se de um fenômeno de migração complexo, trabalha-se com a difusividade

que engloba todos os efeitos que podem intervir neste fenômeno, porém essas soluções se

aplicam a sólidos de formas geométricas simples e constantes, ao longo do processo. As

soluções são dadas pelas seguintes equações:

Placa Plana:

2

22

0

22

0 4

12exp

12

18

L

tDn

nXX

XXMR

ef

neq

eq

(2.4)

Cilindro

tDb

n neq

eq efnebaXX

XXMR

2

022

0

14

(2.5)

Esfera

2

22

022

0

18r

tDn

neq

eq ef

enXX

XXMR

(2.6)

Page 35: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

35

Onde:

MR: razão do teor de umidade

X: teor de umidade em base seca (g água/g matéria seca)

X0: teor de umidade inicial em base seca (g água/g matéria seca)

Xeq: teor de umidade de equilíbrio em base seca (g água/g matéria seca)

Def: difusividade efetiva de massa (m2/s)

L: comprimento característico, meia espessura da amostra (m)

t: tempo (s)

Neste trabalho a forma geométrica considerada é a de placa plana e o perfil de

umidade interno para a utilização da segunda Lei de Fick. Por integração da Equação (2.4)

obtém-se a solução para a umidade média no tempo, expressa em base seca, fazendo-se

necessário considerar as seguintes hipóteses:

Difusividade efetiva de massa constante;

Geometria como uma placa plana infinita de espessura L;

Teor de umidade interna é unidirecional.

A umidade de equilíbrio é alcançada através de experimentos feitos em laboratórios,

utilizando a equação (2.1) descrita no item 2.1.3.

A difusividade efetiva de massa é uma importante propriedade do produto, sendo

bastante útil na análise das operações de processamento alimentício, como por exemplo, a

secagem de alimentos. Sendo a mesma obtida por ajuste das curvas teóricas aos dados

experimentais deste processo.

Nicoleti (2005) ao estudar a secagem de caquis utilizou a solução analítica da segunda

lei de Fick e as curvas de secagem foram adequadamente descritas. Tal modelo foi também

utilizado por Babalis e Velessiotis (2004) para secagem de figos. Além destes, Hawlader et al.

(1991) fizeram o uso do modelo supracitado durante a secagem de tomates.

2.1.5.2 – Modelos Semi-teóricos

Os modelos semi-teóricos também empregam fundamentos de transferência de calor e

massa, descrevendo o perfil de distribuição de água no exterior do produto. A medição

Page 36: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

36

experimental da distribuição de massa na superfície dos produtos, de forma precisa e direta,

torna-se complexa, o que dificulta a determinação correta deste parâmetro, onde as equações

mais precisas encontradas na literatura apresentam uma margem de incerteza considerável.

Quando um produto encontra-se saturado com água e submetido a uma condição

favorável de secagem, ocorre inicialmente a transferência de calor da água contida na

superfície do material para o meio externo. Nesta fase, a umidade do produto movimenta-se

com maior rapidez para manter a condição de saturação da superfície do material e a

velocidade de secagem é controlada pela velocidade de transferência de calor do produto para

a superfície.

Segundo Machado (2009), a taxa de secagem sobre a superfície do produto é

considerada constante e de relativa importância para o processo, pois o potencial de secagem

do ar é muito baixo ou então a umidade do alimento é muito alta, como é o caso de frutas.

Logo, neste período o processo ocorre como à evaporação de um líquido, sem haver

influência direta do produto no processo, ou seja, a taxa de secagem independe do teor de

umidade do produto.

Na transferência de massa por convecção, em produtos agrícolas, ocorre um

movimento global do fluido que se combina com a difusão interna.

Este movimento promove o transporte de umidade para o qual existe um gradiente de

concentração sobre a superfície do produto em análise, gerando um coeficiente convectivo de

transferência de massa (hm). Portanto, esse coeficiente é muito importante nos processos que

envolvem a convecção, pois uma das causas de erro nos cálculos da massa dentro do sólido

tem origem pela avaliação deste coeficiente.

Segundo o Incropera e Dewitt (2006), as equações definindo as transferências de

massa na superfície dos produtos para o cálculo do coeficiente convectivo de massa (hm) são

estabelecidas fazendo referência a uma noção de condutância de superfície interpretada por

um fenômeno conhecido como camada limite. Onde se forma uma fina camada de ar

escoando ao redor da partícula, havendo assim um equilíbrio de temperatura e umidade entre

o ar e a superfície desta partícula. Sendo dependente: das condições na camada limite, da

natureza do movimento do fluido e das propriedades termodinâmicas.

Na literatura tem-se observado que os modelos semi-teóricos concorrem para que

haja harmonia entre a teoria e a facilidade de uso. Tais modelos se baseiam, de modo geral, na

Lei de Newton para resfriamento aplicado à transferência de massa.

Page 37: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

37

Ao fazer uso dessa Lei, considerar-se que as condições sejam isotérmicas onde a

resistência ao fluxo de umidade se limite tão somente a parte superior do produto

(BROOKER ET AL., 1992).

O período da taxa constante de secagem é representado por:

XXAhdt

dXm .. (2.7)

Onde:

dt

dX

: taxa de transferência de massa (g matéria seca/s)

hm: coeficiente de convectivo de transferência de massa (m/s)

A: área superficial da amostra (m2)

XX : concentração de massa da amostra e do ar ambiente (g matéria seca/m3)

Para formulação do modelo, faz-se necessário considerar as seguintes hipóteses:

Coeficiente Convectivo de Transferência de massa constante;

Geometria como uma placa plana infinita de espessura L;

Teor de umidade externa é unidirecional;

Encolhimento do produto desprezado.

Aplicando a integral na equação (2.7) obtêm-se o perfil externo da concentração de

umidade no tempo, expressa em teor de umidade em base seca:

dtAhXX

dXm

eq

..

(2.8)

t

m

x

xeq

dtAhdXXX 0

..1

0

(2.9)

Page 38: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

38

tm

x

xeq tAhXX 0..ln0

(2.10)

tAhXXXX meqeq ..lnln 0

(2.11)

tAhXX

XXm

eq

eq..ln

0

(2.12)

tAhmeqXX

eqXX

ExpExp..ln

0

(2.13)

AhtExpXX

XXMR m

eq

eq..

0

(2.14)

Onde:

MR: razão do teor de umidade

X: teor de umidade em base seca (g água /g matéria seca)

X0: teor de umidade inicial em base seca (g água /g matéria seca)

Xeq: teor de umidade de equilíbrio em base seca (g água /g matéria seca)

t: tempo (s)

hm: coeficiente convectivo de transferência de massa (m/s)

a: área superficial do produto (m2)

2.1.5.3 – Modelos Empíricos

Em algumas circunstâncias, os modelos teóricos e semi-teóricos não são adequados

para ajustar o comportamento da taxa de secagem devido a intervenções no efeito das

resistências interna e externa do produto, daí a necessidade de utilizar modelos totalmente

empíricos.

Karim e Hawlader (2005), ao estudarem uma modelagem matemática para

experimentos de secagem de frutas tropicais, realizaram experimentos com amostras de

Page 39: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

39

bananas e desenvolveram modelos empíricos para descreverem o processo de secagem

decrescente, ou seja, interno ao alimento. Eles relatam que tais modelos foram úteis para

estimar a taxa de secagem decrescente em qualquer condição de umidade do material e

também o tempo deste processo.

Ceylan et al. (2007), também utilizaram modelos matemáticos classificados como

empíricos para descreverem a perda de umidade para algumas frutas incluindo o abacate. Foi

verificado então que, estes modelos também se aplicam para o abacate, descrevendo de forma

satisfatória a perda de umidade desta fruta.

A solução destes modelos (empíricos), que considera a taxa de secagem decrescente, é

similar ao modelo de Fick para tempos de secagem longos, tomando-se, apenas, o primeiro

termos da série. Este primeiro termo da série é linearizado e em seguida são plotados gráficos

de ln(X) em função do tempo para a obtenção da inclinação da reta representado pela

constante de secagem (K) (MENEZES ET AL., 2013).

Logo da Equação de Fick por simplificação, obtêm-se as constantes para os modelos

empíricos denominada de (K), onde a determinação desta constate se aplicam a sólidos de

forma geométrica simples como: placa plana, cilindro e esfera.

Placa Plana:

2

2

4L

Dk

ef

(2.15)

Cilindro

efDk

(2.16)

Esfera

2

2

r

Dk

ef

(2.17)

Page 40: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

40

O emprego destas equações, para a descrição do processo de secagem de alimentos é

uma pratica bastante usual entre pesquisadores que almejam descrever a transferência de

massa interna do produto.

Nesta pesquisa é utilizada a Equação para placa plana (2.15), onde (K) é denominada

de constante de secagem. Esta constante é averiguada por alguns pesquisadores que

estabeleceram que (K) pode ser apresentado como uma equação do tipo Arrhenius em função

da temperatura do ar de secagem Henderson & Pabis (1961, APUD GUEDES E FARIA,

2000). Esta constante depende: do tempo de residência e da umidade relativa do ar.

No decorrer desta pesquisa é essencial a descrição para cada modelo com suas

principais características como mencionado a seguir, pois os mesmo serão analisados

individualmente para verificar se servirão para predizer a secagem da polpa do abacate in

natura.

PAGE

O modelo de Page (1949) foi desenvolvido no intuito de verificar a taxa de umidade

ao longo do processo de secagem nos alimentos através da constante (K). Este modelo tem

sido utilizado por alguns autores que vem desenvolvendo pesquisas com legumes e frutas

(DOYMAZ, 2007).

Silva et al. (2003), ao analisar a cinética de secagem para banana maça em secador de

leito fixo, observaram que dentre os modelos em questão, o de Page apresentou de forma

adequada a cinética para esta fruta.

Azoubel et al. (2008), estudaram a modelagem matemática da cinética de secagem

para mangas e verificaram que o modelo de Page foi o que apresentou um melhor ajuste aos

dados experimentais da secagem. Já para os autores Ceylan et al. (2007), ao utilizarem os

modelos empíricos na secagem de frutas (kiwiw, banana e abacate), constataram que o

modelo de Page foi o que melhor se ajustou aos dados experimentais da cinética de secagem

dessas frutas.

Do mesmo modo El-Aouar et al. (2007), também utilizou o modelo de Page na

estimação da difusividade efetiva na secagem de frutas com conteúdos de umidade inicial

próximos. Estes observaram que o modelo de Page representou satisfatoriamente as cinéticas

de secagem das amostras em analise.

Page 41: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

41

O modelo de Page é expresso da seguinte forma:

n

eq

eqtK

XX

XXMR .exp

0

(2.18)

Onde:

MR: razão do teor de umidade

X: teor de umidade em base seca (g água /g matéria seca)

X0: teor de umidade inicial em base seca (g água /g matéria seca)

Xeq: teor de umidade de equilíbrio em base seca (g água /g matéria seca)

K = constante de secagem do modelo [s-1] = 22 .4/. LDef

t: tempo (s)

n = parâmetro de ajuste (adimensional)

A introdução do parâmetro n neste modelo apresenta uma implicação de moderação do

tempo e retifica os prováveis erros resultantes da negligência da resistência interna para a

transferência de umidade (AZZOUZ ET AL., 1998).

PAGE MODIFICADO

Outro modelo empregado na cinética de secagem em alimentos é o de Page

Modificado. Este modelo faz parte de um ajustamento do anterior, onde o mesmo permite

uma melhor adequação para os dados experimentais.

O modelo de Page Modificado é expresso da seguinte forma:

n

eq

eqKt

XX

XXMR

exp

0

(2.19)

Onde:

MR: razão do teor de umidade

X: teor de umidade em base seca (g água /g matéria seca)

Page 42: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

42

X0: teor de umidade inicial em base seca (g água /g matéria seca)

Xeq: teor de umidade de equilíbrio em base seca (g água /g matéria seca)

K: constante de secagem do modelo [s-1] = 22 .4/. LDef

n: parâmetro de ajuste (adimensional)

Waughon e Pena (2008), ao pesquisarem a Modelagem da secagem em camada

delgada da fibra residual do abacaxi, observaram na correlação entre os valores experimentais

e os preditos que os melhores ajustes foram apresentados por alguns modelos empíricos

inclusive o de Page Modificado.

Nesse sentido Fraile et al. (2005), ao analisarem a determinação das curvas de

secagem do resíduo do leite de soja em leito de jorro com inertes e da curva fluidodinâmica

para o material inerte, usaram o modelo de Page modificado para ajustar os dados

experimentais da cinética de secagem e obtiveram bons resultados.

WANG E SING

Vários são os modelos empíricos utilizados no processo de secagem para alimentos.

Dentre os tais, observa-se que o modelo de Wang e Sing é também empregado para descrever

de forma satisfatória a cinética de secagem de alimentos.

Segundo Dionello et al. (2009), este modelo foi o que melhor descreveu a secagem por

convecção de coroas circulares de abacaxi dentre os apresentados na pesquisa.

O modelo de Wang e Sing é expresso da seguinte forma:

2

0

1 btatXX

XXMR

eq

eq

(2.20)

Onde:

MR: razão do teor de umidade

X: teor de umidade em base seca (g água /g matéria seca)

X0: teor de umidade inicial em base seca (g água /g matéria seca)

Xeq: teor de umidade de equilíbrio em base seca (g água /g matéria seca)

a e b: constantes do modelo(adimensional)

Page 43: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

43

Após a descrição dos modelos matemáticas para a cinética de secagem com suas

respectivas particularidades; será apresentado a seguir por meio da Tabela 2.1 um resumo de

tais modelos para uma melhor visualização.

Tabela 2.1 - Modelos matemáticos para ajustes das cinéticas.

MODELOS EQUAÇÕES Nº

FICK

2

22

022

0 4

12exp

12

18

L

tDn

nXX

XXMR

ef

neq

eq

(2.4)

LEI DE

RESFRIAMENTO

DE NEWTON

AhtExpXX

XXMR m

eq

eq..

0

(2.14)

PAGE neqtK

XX

XXMR .exp

00

(2.18)

PAGE

MODIFICADO n

eq

eqKt

XX

XXMR

exp

0

(2.19)

WANG E SING 2

0

1 btatXX

XXMR

eq

eq

(2.20)

Tendo em vista a utilização de modelos matemáticos na secagem de produtos

biológicos, percebe-se a relevância de tais modelos para a simulação matemática da operação

física de secagem como também das variáveis envolvidas no processo.

No processo de secagem em alimentos além da importância de cada modelo

matemática exposto acima, é interessante a abordagem da água nos alimentos, através do

conteúdo de umidade presente nestes, da atividade de água e da estabilidade dos alimentos em

função da própria atividade de água.

2.2 – ÁGUAS NOS ALIMENTOS

A água é um componente essencial para o processo vital, aparência, sabor, bem como

para a deterioração química, enzimática e microbiológica dos alimentos. Quanto maior a

disponibilidade de água (teor de umidade) nos alimentos, mais susceptível à deterioração, e é

Page 44: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

44

por isso que a maioria dos processos de preservação de alimentos baseia-se na remoção de

umidade seja através da adição de solutos, congelamento, refrigeração ou secagem.

Em estudos realizados por Park e Antônio (2006), mostram que a determinação do teor

de umidade de produtos biológicos exerce um papel fundamental nos processos

microbiológicos, como também no surgimento de fungos, leveduras e bactérias.

O teor de umidade presente nos alimentos se encontra de duas formas: conteúdo de

umidade e atividade de água.

2.2.1 – Conteúdo de Umidade

Um dos principais parâmetros do material a ser seco é o conteúdo de umidade do

produto, que é a grandeza direta entre a massa de água presente no material e a massa de

material isenta de água, ou seja, massa seca.

A água que constitui os alimentos encontra-se distribuídas em duas formas distintas:

água livre e água ligada, sendo a soma das duas parcelas conhecidas por conteúdo de umidade

do produto.

a) Água livre – apresenta as mesmas propriedades da água pura, onde está

disponível para o crescimento de microrganismos, para reações físicas e enzimáticas que

afetam diretamente a qualidade dos alimentos. Essa umidade corresponde à umidade de

saturação, ou seja, a umidade em excesso ao teor de umidade de equilíbrio.

Segundo Marcinkowski (2006), a água livre é de fácil remoção dos alimentos, pois a

mesma diz respeito às moléculas de água contidas no alimento que se encontram fracamente

ligadas aos solutos.

A eliminação da água livre nos alimentos geralmente acontece pelo processo de

secagem, onde ocorre à eliminação da água do material por meio de evaporação que provoca

as mesmas alterações da desidratação osmótica, com exceção da incorporação de sólidos

(KOTOVICZ, 2011).

b) Água ligada – apresenta mobilidade restringida devido o contato com solutos e

outros constituintes não aquosos do alimento. Segundo Ribeiro e Seravalli (2004) existem

vários graus de ligação da água, sendo subdividida em:

Page 45: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

45

Água constitucional – água ligada mais fortemente aos constituintes não aquosos do

alimento, através de ligações iônicas;

Água vicinal – água que ocupa os sítios mais próximos da maioria dos grupos

hidrofílicos presentes nos constituintes não aquosos;

Água de multicamadas – água ligada de forma mais fraca aos constituintes não

aquosos do alimento, mas que ainda possui uma intensidade de ligação com os solutos.

A água ligada é aquela que está presente ao redor de compostos não aquosos, como

por exemplo, os solutos e que apresenta propriedades significantemente distintas da água

predominante no mesmo sistema. Possui algumas propriedades como baixa pressão de vapor,

alta energia de ligação, não esta disponível como solvente e apresenta baixa mobilidade

molecular (FENNEMA, 1985).

Este tipo de água ligada constitui a principal fração da água presente nos alimentos,

sendo que qualquer alteração na sua quantidade ou forma de ligação com os sólidos afeta

diretamente na qualidade do alimento.

Devido à relevância do teor de umidade nos alimentos é de fundamental importância a

sua determinação através de alguns métodos para assegurar a qualidade dos produtos

alimentícios. Valores de umidade considerados seguros para esses tipos de produtos são

conhecidos e devem ser respeitados para que a qualidade dos mesmos se mantenha durante a

utilização.

Para Brod (2003) o teor de umidade é expresso em forma de valores obtidos

experimentalmente, onde o conteúdo de umidade de um produto é a relação direta entre a

massa de água presente no material e a massa de matéria seca. O teor de umidade pode ser

expresso por (Xbs) para base seca e por (Xbu) para base úmida, o qual é dado em percentagem

(%), como segue:

s

sibs

m

mmX

(2.21)

100*si

ibu

mm

mX

(2.22)

Page 46: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

46

Onde:

Xbs: teor de umidade em base seca

Xbu: teor de umidade em base úmida

mi: massa inicial da amostra antes do processo (g matéria seca)

ms: massa seca da amostra depois do processo (g matéria seca)

Na literatura ainda existem métodos que expressam o teor de umidade, baseados em

reações que se dão em presença de água. Dentre estes, os mais utilizados na literatura são os

recomendados pelas normas do (INTITUTO ADOLFO LUTZ, 1985).

Reações químicas: o mais usual é o método de Karl Fischer que é fundamentado na

diminuição de iodo pelo dióxido de enxofre, na presença de água;

Destilação: é utilizada em situações em que substâncias voláteis existam no alimento,

a determinação de umidade é feita por processo de destilação com líquidos imiscíveis;

Medidas físicas: geralmente se usa em alimentos de composição padronizada com

certas medidas físicas (índice de refração, densidade etc.), provendo uma estimativa da

umidade de modo rápido, mediante o uso de tabelas ou gráficos já estabelecidos;

Aquecimento direto: este método se dá com o aquecimento direto da amostra em

estufa calibrada a temperatura de 100ºC, ou quando o alimento é sensível ao calor e as

amostras dos alimentos que se decompõem ou iniciam transformações a esta

temperatura, devem ser aquecidas em estufas a vácuo, onde se reduz a pressão e se

mantém a temperatura de 70°C.

Portanto, compreender o teor de umidade das matérias-primas e sua obtenção é um

procedimento relevante para se garantir a qualidade nas fases de conservação,

armazenamento, e comercialização de produtos alimentícios. Os alimentos também

apresentam a atividade de água como outra forma de expressar o seu teor de umidade.

2.2.2 – Atividade de Água

O termo atividade de água foi designado para indicar quanto de água está disponível

no alimento, ou seja, indica a intensidade com que a água está associada aos constituintes não

Page 47: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

47

aquosos, e consequentemente, a água disponível para o crescimento de microrganismos e para

que se possam realizar reações químicas e bioquímicas.

A atividade de água é uma medida relativa a um estado padrão para a água pura

(pressão de 101,325kPa e temperatura de 25ºC), a qual possui um valor de atividade igual a 1;

sendo que nos alimentos essa atividade será sempre menor que 1, pois os seus constituintes

diminuem a mobilidade da água (RIBEIRO E SERAVALLI, 2004).

A determinação da atividade de água provê uma avaliação real da quantidade de água

contida nos alimentos, entretanto, correlaciona-se com as velocidades de crescimento

microbiano e de outras reações de deterioração, sendo assim, uma referência útil quanto à

segurança microbiológica e a estabilidade dos alimentos.

Torrezan et al. (1997), relatam que o estudo da influência da Aw sobre os alimentos,

como modelos científicos, começou há cerca de quarenta anos. No entanto, há milhares de

anos que a Aw é utilizada com o objetivo de prolongar a vida de prateleira dos alimentos.

A atividade de água de um alimento pode ser diminuída pelo aumento da concentração

de solutos na fase aquosa do alimento, tanto pela remoção de água como pela adição de

solutos, como por exemplo, sal ou açúcar.

Segundo Pereda et al. (2005), quando se acrescenta qualquer soluto em água, ocorre

uma desidratação parcial ou total, onde as moléculas da água orientam-se na superfície do

soluto e, consequentemente, diminui o ponto de congelamento, aumentando o ponto de

ebulição e reduzindo a pressão de vapor. Logo, pela a Lei de Raoult: “a diminuição relativa da

pressão de vapor de um líquido ao dissolver-se em um soluto é igual à fração molar do

solvente”, sendo a expressão matemática da Lei de Raout representada por:

2

1

2

0

nn

n

P

P

(2.23)

Onde:

P: Pressão parcial da água contida no alimento (kPa)

P0: Pressão de vapor da água pura a mesma temperatura (kPa)

n1: número de mols de soluto (mols)

n2: número de moles de solvente (mols)

Page 48: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

48

Se não houver solutos, a relação entre as pressões é a unidade; consequentemente, a

atividade de água dos alimentos é sempre inferior a um. Essa explanação é esclarecida pelo

fato de que os constituintes químicos presentes nos alimentos imobilizam parcialmente a

água, reduzindo sua capacidade de evaporação e sua reatividade química.

Deste modo, a atividade de água (Aw) pode ser definida como sendo a relação entre a

pressão parcial da água contida no alimento (P) e a pressão de vapor da água pura a mesma

temperatura (P0). Esta relação está baseada sob a hipótese do sistema estar em equilíbrio

termodinâmico.

0P

PAw

(2.24)

Onde:

Aw: atividade de água

P: Pressão parcial da água contida no alimento (kpa)

P0: Pressão de vapor da água pura a mesma temperatura (kpa)

Em alimentos, a hipótese do equilíbrio termodinâmico muitas das vezes não é real,

principalmente, nos de umidade baixa e intermediária que apresentam um teor elevado de

sólidos. Neste caso, o que ocorre é um estado de metaestabilidade termodinâmica. Logo a

Equação (2.30) pode ser reescrita da seguinte forma:

0P

PAw

(2.25)

A atividade de água, por analogia, também pode ser definida pela razão entre as

fugacidades do solvente na solução )( f e a fugacidade do solvente puro )( 0f , entendendo

por fugacidade, uma propriedade termodinâmica que descreve o critério de equilíbrio de um

sistema (PARK ET AL., 2008).

0f

fAw

(2.26)

Page 49: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

49

Onde:

f : fugacidades do solvente na solução (kPa)

0f : fugacidade do solvente puro (kPa)

Segundo Lopes (2001), a fugacidade foi expressa com o objetivo de demonstrar o

potencial químico de forma universal para uma variável real, ou seja, para uma variável

denominada de pseudo-pressão.

Portanto, a razão entre as fugacidades pode ser definida como atividade de água,

considerando que a fugacidade no estado de referência (água líquida pura na mesma

temperatura) pode ser interpretada como uma pressão de vapor baixa, sendo esta aproximada

para a psat.

Na realidade em baixas pressões, a diferença entre a fugacidade e a pressão de vapor é

tão pequena (inferior a 1%) que normalmente se fala de pressões, visto que o que se mede

realmente são as pressões.

No equilíbrio termodinâmico existe uma relação entre a atividade de água (Aw) e a

umidade relativa do ar (RH %) em ambiente. Esta relação permite prever quais alimentos irão

ganhar ou perder umidade, quando forem expostos a um ar com determinada umidade

(COULTATE 1996, APUD DITCHDIELD, 2000).

100RHAw

(2.27)

Sendo importante lembrar que a atividade de água do alimento é uma propriedade

intrínseca da amostra, enquanto que a umidade relativa (de equilíbrio) depende da atmosfera

em equilíbrio com a amostra. No prosseguimento desta pesquisa será apresentado às isotermas

de sorção de água, onde as mesmas são representadas por gráficos e/ou funções matemática

que correlacionam à umidade e a respectiva atividade de água do alimento.

2.3 – ISOTERMAS DE SORÇÃO

As isotermas de sorção de água são definidas como representações gráficas que

descrevem, em uma umidade específica, a relação de equilíbrio de uma quantidade de água

sorvida, por componentes dos alimentos, e a pressão de vapor ou umidade relativa, a uma

dada temperatura (MORAIS, 2010).

Page 50: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

50

Esta relação de equilíbrio estar sujeita a composição química dos alimentos, como sua

quantidade de gordura, amido, açúcar e proteínas, onde se aplica no estudo de alimentos in

natura ou processados (PARK, 2001a).

A relação entre o teor de umidade de equilíbrio e a umidade relativa do ar, em uma

temperatura constante, pode ser expressa por meio de curvas de isotermas, onde o

conhecimento das mesmas é muito importante para o estudo da secagem de produtos

biológicos.

De acordo com Gabas (2002) e Iguedjtal (2008), a construção das isotermas de sorção

é de suma importância, devido ao risco de alterações em que o alimento tende a passar se

acondicionado em ambientes com determinadas umidade relativa. Dentre diversas aplicações

para os conhecimentos das isotermas, as mais importantes são:

Estabilidade dos alimentos;

Vida de prateleira dos alimentos;

Projeto de secadores;

Predição das condições finais de misturas de diversos ingredientes em alimentos

formulados;

Projeto de embalagens, dentre outros.

As isotermas de sorção são obtidas colocando-se um produto qualquer em contato

com várias atmosferas de umidades relativas modificadas através de sais e/ou ácidos. Com o

passar do tempo, depois de atingido o equilíbrio a massa do produto é verificada de acordo

com o objetivo da analise, ou seja, com ganho ou a perda de massa do mesmo.

A partir deste estágio, por maior que seja o tempo de exposição do produto na

atmosfera modificada pelos sais e/ou ácidos, não ocorrerá mais nenhuma modificação no seu

teor de umidade. Logo a pressão de vapor do meio na mesma temperatura denomina-se

pressão de vapor de equilíbrio, e a razão entre a pressão de vapor de equilíbrio e a pressão de

vapor de saturação é conhecida como umidade relativa de equilíbrio ou atividade de água

(Aw).

Vários são os trabalhos reportados na literatura sobre as isotermas para alimentos,

dentre os quais se tem o estudo de isotermas de frutas, fato que demonstra a importância do

estudo das isotermas para a garantia da qualidade de produtos deste segmento.

Page 51: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

51

Kurozawa et al.(2005) obtiveram as isotermas de dessorção de cogumelo in natura e

desidratado osmoticamente. Desenvolvendo estudos semelhantes sobre as isotermas Park et

al. (2001b) pesquisaram as curvas das isotermas de sorção e modelagem matemática para a

pêra bartlett (Pyrus sp.) com e sem desidratação osmótica. Já para o estudo de tâmaras Prado

et al. (1999) analisaram as curvas de sorção destas frutas para as temperaturas de 60, 70 e 80°

C, dentre outros.

Dentre as variadas pesquisas para as isotermas de alimentos têm-se os tipos de curvas

apresentadas na literatura para cada tipo de produto agrícola. Visando esclarecer os tipos de

curvas de isotermas, serão apresentadas a seguir as mais usuais.

2.3.1 – Tipos de isotermas de sorção

O entendimento dos tipos das curvas de isotermas é de fundamental importância em

alimentos, pois as mesmas retratam as características destes produtos.

A variação destas curvas pode ser observada nos sistemas alimentares de varias

formas. Wolf (1983, APUD MUHTAZEB, 2002) pesquisou muitas diferenças em relação à

curva e extensão para as isotermas de alimentos desidratados, onde ressaltou que as

características são dependentes do tipo de alimento e da temperatura.

As isotermas de sorção são representadas por diversas curvas e cada uma com sua

particularidade; Porém, a maioria destas pode ser agrupada em cinco classes, sendo as

mesmas propostas por (BRUNAUER ET AL., 1940).

O formato dessas curvas indica o tipo de forças existentes na ligação de água com a

superfície do material higroscópico, permitindo assim analisar a estrutura do material. Na

Figura (2.2) é apresentado um esboço destes tipos de isotermas.

Figura 2 2 - Classificação das isotermas.

Fonte: Brunauer et al. (1940).

Page 52: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

52

I – Sua forma é atribuída aos adsorventes microporos, por causa do tamanho dos poros

do sólido. Pode ser limitada a poucas camadas moleculares, onde os poros excedem um pouco

o diâmetro molecular do adsorvente.

II e III – As isotermas dos tipos II e III procedem de adsorventes, onde existe uma

ampla variação de tamanhos de poros. Esta variação permite ao adsorvente a capacitação de

avançar de forma contínua de uma adsorção da monocamada para multicamada, seguida de

condensação capilar, sendo que a do tipo II é a mais comum de todas (SCHWANKE, 2003).

Materiais como farinha de trigo, amido, amido modificados, dentre outros, apresentam

isotermas de sorção do tipo II, cuja forma é segmoidal. Enquanto que, as do tipo III

geralmente são utilizadas para representarem isotermas de sorção de alimentos que

apresentam bastante umidade, como por exemplo, as frutas (SANTOS, 2011).

IV – Este tipo de isoterma é caracterizado pela formação de duas camadas desiguais,

onde uma é sobre a superfície plana e a seguinte sobre a parede do poro. Outra característica

desta isoterma é em relação ao diâmetro, sendo que o mesmo apresenta-se bem maior que o

diâmetro molecular do sorbato.

V – A isoterma tipo V é formada quando existem atrações intermoleculares muito

grandes, sendo que estas atrações ocorrem quando as moléculas adsorvidas são mais fortes

que as interações sorbato-superfície.

De acordo com Brunauer et al. (1940), as isotermas que apresentam configurações do

tipo I, IV e V não são de interesse para a área de alimentos, sendo que a grande parte das

isotermas nos alimentos apresenta forma de “S – sigmóide”, tipo II, como mostra a Figura

(2.3).

Page 53: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

53

Figura 2 3 - Isoterma de sorção.

Fonte: Ribeiro e Seravall (2004).

De acordo com a Figura 2.3 é possível observar que as isotermas de sorção de água

apresentam três zonas pouco delimitadas que indicam a forma como a água está ligada aos

alimentos, são elas:

Zona A – representa a umidade mais fortemente ligada ao produto e menos móvel. É

denominada como a água da monocamada, a qual é fixa aos grupos polares de certos

compostos como o amido, fibras, etc. A entalpia de vaporização dessa água é maior que a da

água pura, não se congela a (-40ºC), não atua como solvente e apresentam propriedades como

as de um sólido. Essa umidade constitui uma quantidade muito pequena da água no alimento e

corresponde a uma atividade de água inferior a 0,2 até 0,3.

Zona B – corresponde a umidade das camadas de hidratação dos constituintes solúveis

de um alimento, ou seja, proteínas, sais, açúcares e etc. Esta umidade é denominada de

multicamada, sendo ligada por pontes de hidrogênio e interações dipolo-dipolo ou retirada

fisicamente por micro capilares dos alimentos, cujo diâmetro é inferior a 1μm. A atividade de

água nesta zona da isoterma está entre 0,25, 0,3 e 0,8 aproximadamente.

Zona C – compreende a umidade ligada aos alimentos mais fracamente e mais móvel,

sendo denominada de água livre, onde possui a mesma entalpia de vaporização da água pura.

Encontram-se retida fisicamente em membranas, capilares, géis e etc. É congelável e está

Page 54: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

54

disponível como solvente, sendo suficientemente para permitir o desenvolvimento de

microrganismos, reações enzimáticas e químicas. Equivale à atividade de água de 0,8 a 0,9.

As linhas divisórias entre as três regiões não são definidas por nenhum valor

determinado e por isso a posição e o formato da isoterma são definidos por vários fatores,

como: estado físico, composição da amostra, temperatura, metodologia, dentre outros.

O processo de secagem para alimentos é muito complexo, seja na adsorção ou

desorção, pois um alimento seco pode ser mantido por períodos mais longos que um similar

“in natura”, uma vez que, o baixo nível de umidade, dificulta a ação das enzimas, que

necessitam desse meio para agirem na estrutura do alimento. Por outro lado, os

microrganismos que causam a deterioração do produto biológico, não podem crescer e nem

multiplicar-se em ambientes com baixa umidade.

Um dos principais fatores que governam a conservação ou deterioração de um

alimento é a atividade de água (Aw), já definida nesta pesquisa, como sendo a relação entre a

pressão parcial da água contida no alimento (P) e a pressão de vapor da água pura a mesma

temperatura (P0).

Pela própria definição de atividade de água, observa-se que a mesma é numericamente

igual à umidade relativa do ar (RH %), em equilíbrio com a umidade do alimento (Xeq). As

isotermas que relacionam essas duas umidades, do produto e do ar, podem se representadas

como na Figura (2.4), onde cada uma dessas curvas representa um valor de temperatura

constante.

Figura 2 4 - Isotermas de adsorção e de desorção (Histerese). Fonte: Ribeiro e Seravall (2004).

Page 55: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

55

Para se obter uma isoterma de sorção é necessário que o produto atinja o equilíbrio

cedendo água ao ambiente (desorção), ou ganhando água do ambiente (adsorção), Labuza

(1968, APUD KUROZAWA et al., 2005), portanto:

Isotermas de adsorção – é quando se submete o alimento seco em diversas

atmosferas com o aumento da umidade relativa, verificando o aumento de peso do alimento,

gerado pelo ganho de água durante o processo de hidratação.

Isoterma de desorção – é quando se submete o alimento úmido sob as mesmas

condições atmosféricas designadas para adsorção, verificando a diminuição de peso do

alimento, gerada pela perda de água durante o processo de desidratação.

A isoterma de adsorção não se sobrepõe a de desorção e esse fenômeno é denominado

de histerese, sendo a histerese a diferença existente entre as duas curvas.

A falta de coincidência dos dois gráficos da histerese é detectada na zona

intermediária, onde sua magnitude é variável. De acordo com Rahman (2008), a intensidade

da histerese, a forma das curvas, os pontos iniciais e finais podem variar em função de

diversos fatores, tais como:

Mudança de fase;

Impurezas na superfície;

Mudanças na estrutura física do material;

Condensação capilar;

Temperatura.

A temperatura exerce uma forte influencia sobre a histerese. Ao representar as

isotermas de sorção de água de um alimento, é necessário indicar a que temperaturas foram

construídas, pois a atividade de água é dependente da temperatura, onde influi também nas

isotermas de sorção.

Os alimentos com uma atividade de água determinada, a uma temperatura constante,

apresentam maior conteúdo de água durante a desorção do que na adsorção, pois quando se

coloca um alimento em ambiente com umidade relativa inferior a umidade relativa de

equilíbrio, ela fixa o vapor de água, tendendo a alcançar o equilíbrio, isto é, cedendo água

mediante o processo de desorção.

Page 56: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

56

Para o processo da isoterma de desorção é necessário maior pressão de vapor para

chegar à umidade de equilíbrio do que para a adsorção, sendo este fenômeno explicado pela

dificuldade de remoção da água contida no interior do alimento submetido à desorção.

A isoterma de desorção possui valores de umidade de equilíbrio superiores aos da

isoterma de adsorção a uma dada atividade de água, onde as de adsorção são utilizadas para a

medida de produtos higroscópicos, e as de desorção para acompanhamento de processos de

secagem.

A partir da isoterma de desorção, é possível prever o efeito da alteração do teor de

umidade sobre a atividade de água do produto, o que influencia diretamente a estabilidade

durante o armazenamento. Além disso, é possível identificar a atividade de água na qual o

alimento é estável como também o tempo de secagem necessário para atingir a umidade

desejada através de alguns métodos expresso na literatura, dentre os quais se destacam: o

estático, semi-estático, dinâmico e a extrapolação gráfica.

2.3.2 – Métodos para as isotermas de sorção

As isotermas de sorção são características de muitos produtos alimentícios e conforme,

Fioreze (2004) elas podem ser determinadas experimentalmente pelos métodos: estático,

semi-estático e dinâmico.

a) Estático – é o mais utilizado na determinação de umidade de equilíbrio, onde o

produto num recipiente fechado acima de uma solução salina saturada ou ácida não entra em

contato com a mesma. Para se determinar a umidade de equilíbrio neste método, o recipiente

deve estar em ambiente com temperatura constante, e o produto pesado periodicamente, até

manter peso constante.

b) Semi-estático – difere em relação ao estático, onde o produto sofre uma

pequena agitação, promovendo a difusão de umidade próxima a sua superfície para o

ambiente, o que torna este processo um pouco mais rápido que o anterior.

c) Dinâmico – consiste em submeter o produto a uma determinada temperatura

constante em uma cápsula com um sensor de umidade relativa, com o menor espaço livre

possível. Devido a esse pequeno espaço livre a umidade de equilíbrio é ligeiramente atingida

Page 57: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

57

e a umidade relativa do ambiente, quando não sofre mais variações, corresponde à atividade

de água do produto.

d) Extrapolação gráfica– método em que consiste na obtenção de uma curva de

secagem através de dados experimentais deste processo, sendo que ocorre uma extrapolação

gráfica para estimar o teor de umidade de equilíbrio para a secagem. Este método é muito

utilizado por ser prático e simples.

Nesta pesquisa é utilizado o método estático devido a sua simplicidade e por

apresentar um menor custo na sua montagem. Segundo Moreira (2000b), este método também

apresenta como vantagens o uso de soluções salinas ou ácidas saturadas e a obtenção das

condições termodinâmicas constantes, com mais facilidade.

O método estático está baseado na obtenção da variação de massa da amostra em

equilíbrio com diferentes pressões de vapor de água, sendo que esta variação diz respeito ao

manejo do peso da amostra, que é feita de maneira contínua ou descontinua.

Neste método geralmente é feito o controle da umidade relativa através de um gerador

de umidade ou utilizando o conceito do equilíbrio alcançado em um ambiente fechado,

contendo sistema químico, que proporcione a pressão de vapor de equilíbrio. Neste ultimo

caso (em um ambiente fechado), em que a umidade de equilíbrio é alçada o custo é bem

menor em relação ao primeiro, além de ser um método simples.

Segundo Wolf (1983, APUD MUHTAZEB, 2002) a maior parte das pesquisas em

isotermas de sorção empregam soluções áqueas saturadas de diferentes solutos, seguindo a

metodologia padrão, que consiste em optar por soluções aquosas saturadas, e cuja atividade de

água esteja na faixa de 0,1 a 0,9. Recipientes são utilizados para armazenar as amostras do

produto e a solução saturada ao fundo, não entra em contato direto entre estas.

Geralmente é usual utilizar como recipiente, um dessecador de laboratório para montar

o aparato, sendo que este apesar de fornecer uma excelente vedação do ar interno e externo,

apresenta o inconveniente de ocupar muito espaço. Após o acondicionamento das amostras

nos recipientes apropriados, os mesmos são acondicionados em estufa, mergulhados em um

banho termostático e mantidos na temperatura desejada para a pesquisa. Logo após decorrido

o tempo de equilíbrio, a massa final da amostra é obtida em balança de precisão, com 0,0001

de casas decimais, e comparando com a massa inicial calcula-se a umidade do produto.

Page 58: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

58

Na maioria das vezes, determinadas alterações são feitas neste procedimento

experimental, de posse das instalações e dos materiais do laboratório, onde o estudo está

sendo realizado. As principais alterações feitas nesta metodologia é quanto o equipamento

com temperatura controlada em substituição do banho termostático é substituído por

recipientes herméticamente fechados.

Ascheri (1999) no estudo de óleo de laranja obteve isotermas pelo método estático,

com alterações no experimento, utilizando soluções saturadas de diversos sais em

temperaturas variadas. Essas alterações são permitidas pela literatura, onde a oscilação de

temperatura no equipamento tem que ser mínima e as novas medições nos recipientes não

podem prejudicar a transferência de massa do sistema.

Pacheco et al. (2011) em um estudo de isotermas de equilíbrio para ração de peixe

também utilizou o método estático, variando a umidade relativa e temperatura, garantindo

assim a massa de equilíbrio da amostra em diferentes pressões de vapor de água.

Para uma maior confiabilidade nos resultados experimentais é recomendável utilizar

amostras em duplicata ou triplicata no procedimento, o que aumenta a credibilidade dos

resultados. Nesta pesquisa o experimento será feito em triplicata de posse do método estático

para a obtenção das isotermas de abacate, onde os dados experimentais das analises serão

substituídos em modelos matemáticos para ajuste das mesmas.

2.3.3 – Modelos Matemáticos de Isotermas de Sorção

O comportamento higroscópico dos alimentos tem sido estudado por vários

pesquisadores, que apresentaram diversos modelos matemáticos para expressar o teor de

umidade de equilíbrio em função da temperatura e umidade relativa do ar ou atividade de

água (Aw).

Considerando a importância das isotermas e as aplicações no campo da secagem, na

armazenagem e no manuseio dos produtos agrícolas, têm-se empregado bastante empenho

para o desenvolvimento de novos modelos matemáticos para representar estas, que expressem

o teor de umidade de equilíbrio para os diversos produtos agrícolas in natura ou processados.

De acordo com Pena et al. (2000) a maior vantagem da utilização de modelos

matemáticos para a obtenção das isotermas, está no fato de que com poucos pontos

experimentais, pode-se construir uma isoterma a qual, por outro lado, pode ser facilmente

Page 59: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

59

interpolada ou extrapolada para a obtenção de pontos nas regiões de baixas e altas (Aw),

pontos esses de difícil determinação experimental.

Mulet et al.(2002) relatam que esses modelos diferem tanto em sua base teórica ou

empírica quanto na quantidade de parâmetros envolvidos, sendo que alguns podem ser

considerados mais adequados que outros, devido à descrição de maior precisão do fenômeno

de sorção numa vasta faixa de atividade de água e parâmetros que relacionam o efeito da

temperatura.

As equações teóricas são baseadas nas teorias de cinéticas de adsorção de Kelvin,

Langmuir e BET (Brunauer, Emmett e Teller). Os modelos teóricos nem sempre conseguem

prever com precisão a umidade de equilíbrio, em uma ampla faixa de temperatura e umidade

relativa do ar. Este fato motivou o aparecimento de vários modelos empíricos e semi-

empíricos, na tentativa de aumentar a precisão na estimativa desta variável (BARROZO ET

AL., 1998).

Normalmente são utilizados modelos matemáticos de dois e três parâmetros para o

ajuste dos dados experimentais em isotermas para alimentos, onde estes modelos têm sido

analisados por pesquisadores, sendo sua representação conhecida como equação de isoterma

de sorção ou, simplesmente, equação de sorção.

Exemplos destes modelos, capazes de predizer o comportamento de sorção de diversos

produtos, encontram-se na literatura em grande número. Geralmente os mesmos expressam os

dados experimentais de umidade de equilíbrio de um alimento associado à concernente

atividade de água. Os modelos matemáticos ainda possibilitam a quantificação de constantes

para cada tipo de alimento em análise.

Dentre os diversos modelos matemáticos existentes para as isotermas, os apresentados

a seguir, descrevem o fenômeno da perda de umidade dos alimentos. São eles: os teóricos, os

empíricos e os baseados na termodinâmica dos processos irreversíveis (PARK, ET AL.,

2008). Nesta pesquisa foram abordados os modelos teóricos e os empíricos.

2.3.3.1 – Modelos Teóricos

É importante advertir que não existe uma equação geral para as isotermas de

alimentos, uma vez que a atividade de água depende bastante da composição dos mesmos e da

influência dos diferentes constituintes com a água em condições de equilíbrio termodinâmico

(WELTI-CHANES E VERGARA, 1997).

Page 60: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

60

Os modelos teóricos de isotermas aplicados em alimentos são: Bet, e Gab, dentre

outros.

BET – BRAUNAUER, EMMETT E TELLER

O modelo de Braunauer, Emmett e Teller (BET) é empregado para prover a umidade

na monocamada adsorvida na superfície do alimento, sendo que nos alimentos desidratados o

teor de umidade da monocamada está relacionado com a sua estabilidade física e química.

Segundo Gomes (2009), o modelo de BET está fundamentado nas seguintes hipóteses:

Cada molécula adsorvida na monocamada pode ser considerada como fornecedora de

trocas iônicas para a segunda (multicamada) e subsequente camada (água livre);

As moléculas na multicamada e subsequente camada (água livre), que estão em

contato com seguintes moléculas orgânicas, comportam-se como líquido saturado;

A entalpia da multicamada é a entalpia da própria adsorção;

A entalpia da multicamada e subsequente camada (água livre) são iguais à entalpia de

vaporização.

A teoria de BET é útil para a definição de alguns fatores na área de alimentos, tais

como: teor de umidade ótima para secagem, estabilidade da estocagem, como também na

estimativa de sua área de superfície, pois a mesma proporciona um ajuste satisfatório para

atividade de água entre 0,1 a 0,5 (RIBEIRO e SERAVALLI, 2004).

A equação de BET é expressa da seguinte forma:

1

1

.111

.11..

m

www

m

w

m

wwmeq

AcAcA

AmAmAcXX (2.28)

Onde:

Xeq: umidade de equilíbrio (g água /g matéria seca)

Xm: umidade da monocamada (g água /g matéria seca)

Aw:Atividade de água (adimensional)

c: constante do modelo (adimensional)

Page 61: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

61

m: número de camadas moleculares (adimensional)

Esta equação segundo Park et al. (2008), apresenta as seguintes situações:

para m = 1 (a equação fica igual a de Langmuir);

para m = ∞ (a equação fica linearizada).

Logo a equação de Bet utilizada para esta pesquisa foi a de forma linear, considerando

m = ∞, como segue:

Www

wmeq

AAcA

AcXX

111

.. (2.29)

Pena et al. (2010), pesquisando o comportamento higroscópico do açaí em pó,

observaram que a equação de Bet e outras são capazes de predizerem as isotermas de sorção

de umidade deste produto.

Já para Moura et al. (2004), na modelagem matemática de isotermas de polpa de caju,

verificaram que dos modelos em analise, o de Bet foi um dos que se ajustou satisfatoriamente

aos dados experimentais, podendo o mesmo ser empregado para o cálculo da umidade de

equilíbrio higroscópico das amostras.

GAB – GUGGNHEIM ANDERSON E DE BOER

É um dos modelos de sorção mais utilizado na literatura, pois é um dos que melhor se

ajusta os dados experimentais da maior parte dos produtos alimentícios, sobretudo para os

valores elevados de atividade de água.

A teoria de Gab é considerada como uma generalização de Bet, pois com a introdução

de um terceiro parâmetro, este modelo considera as modificações do comportamento da

umidade quando adsorvida. Este modelo inclui a formação da multicamada, que compreende

uma ampla faixa de atividade de água até 0,9, implicando assim um ajustamento dos dados

experimentais de sorção de quase todos os alimentos (RIBEIRO E SERAVALLI, 2004).

A equação de GAB é expressa da seguinte forma:

Page 62: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

62

www

wmeq

AKcAkAk

AkcXX

...1..1

...

(2.30)

Onde:

Xeq: umidade de equilíbrio (g água /g matéria seca)

Xm: umidade da monocamada (g água /g matéria seca)

Aw: Atividade de água (adimensional)

c e K: constantes do modelo (adimensional)

A equação de GAB é utilizada por alguns pesquisadores, sendo que Gomes et al.,

(2002) pesquisando a caracterização de isotermas para polpa de acerola em pó, verificou que

este modelo resultou nos melhores ajustes aos dados experimentais, podendo assim

representar satisfatoriamente as isotermas deste produto. Outros pesquisadores que utilizaram

o modelo de GAB foram: Oliveira et al. (2009) em estudo de isoterma de dessorção da coroa

do abacaxi e Alcântara et al. (2009) para pesquisa de caju.

2.3.3.2 – Modelos Empíricos

Para o estabelecimento de isotermas que representam a relação de equilíbrio, são

utilizados modelos matemáticos empíricos, uma vez que os modelos teóricos às vezes não são

capazes de predizerem, com precisão, o teor de água e umidade relativa do ar (RESENDE ET

AL., 2006).

Devido a esta observação, os modelos empíricos são utilizados na tentativa de

aumentar a precisão das variáveis envolvidas no processo de secagem, sendo que, os mesmos

são derivados de observações experimentais, são eles:

BET MODIFICADO

Brunauer e seus colaboradores propuseram em 1969, encontrar uma equação que se

ajustasse melhor aos dados experimentais, logo indicaram uma modificação na Equação de

Bet com a introdução de novas constantes na equação (SOARES, 2001).

Page 63: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

63

Esta modificação baseou-se na hipótese de que as novas constantes apresentassem

valores menores que 1, e que o número de camadas moleculares do sistema tendesse ao

infinito na pressão de saturação.

A equação de Bet Modificado é expressa da seguinte forma:

ww

weq

AcbAc

bAaX

1..1

. (2.31)

Onde:

Xeq: umidade de equilíbrio (g água /g matéria seca)

Aw: Atividade de água (adimensional)

a, b e c: constantes do modelo (adimensional)

No que diz respeito ao modelo apresentado acima Pena et al. (2000), na aplicação de

modelos matemáticos na predição de isotermas do guaraná (Paullinia cupana) em pó,

puderam observar que entre os modelos testados o de Bet modificado apresentou bons

resultados seguido de outros.

COPACE

Dentre as várias equações que descreve as isotermas de alimentos foi desenvolvida

outra equação empírica de equilíbrio higroscópico com (Aw > 0,20). Esta equação é a de

Copace, apesar de ser pouco difundida na literatura é bastante útil para representar isotermas

de grãos (ARAÚJO ET AL., 2001).

A Equação de Copace é apresentada da seguinte forma:

Weq AcTbaX ..exp (2.32)

Onde:

Xeq: umidade de equilíbrio (g água /g matéria seca)

Aw: Atividade de água (adimensional)

a, b e c: constantes do modelo (adimensional)

T + 273,15: Temperatura (K)

Page 64: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

64

Em pesquisas desenvolvidas por Corrêa et al. (1998), concluíram que a equação de

Copace, foi uma das equações que melhor se ajustou aos dados experimentais, em todas as

faixas estudadas de temperatura e umidade relativa do ar, podendo ser utilizadas para se

calcular a umidade de equilíbrio das sementes de milho pipoca.

SIGMA COPACE

O modelo de Sigma Copace é uma modificação do modelo proposto por Copace para

representar as isotermas de sorção dos alimentos, como grãos e sementes, dentre outros.

Segundo Júnior (2001) este modelo demonstra bem o equilíbrio higroscópico destes

alimentos, apesar de também ser pouco utilizado na literatura.

A Equação de Sigma Copace é apresentada da seguinte forma:

Weq AcTbaX exp..exp

(2.33)

Onde:

Xeq: umidade de equilíbrio (g água /g matéria seca)

Aw: Atividade de água (adimensional)

a, b e c: constantes do modelo (adimensional)

T + 273,15: Temperatura (K)

No tocante ao modelo apresentado acima, Morais (2010), na cinética de secagem de

grãos de feijão-caupi, verificou que o modelo de Sigma Copace, dente outros, se ajustou bem

para o experimento na temperatura de 25°C, apresentando um coeficiente de correlação de

98,8%.

Seguindo a realização de pesquisas envolvendo o modelo de Sigma Copace, Mesquita

et al. (2001), utilizaram este modelo com as constantes determinadas para as espécies de

jacarandá-da-bahia e angico vermelho e observaram que o mesmo foi o que melhor se ajustou

aos dados experimentais.

Ainda em se tratando de pesquisas abordando o modelo de Sigma Copace, em um

estudo do fenômeno de adsorção de água e seleção de modelos matemáticos para representar

a higroscopicidade do café solúvel, Corrêa et al. (2000) observaram que o modelo supracitado

Page 65: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

65

com seus parâmetros estimados, foi o que melhor se adequou aos dados experimentais

obtidos.

Tabela 2.2 - Modelos matemáticos para ajuste de isotermas.

MODELOS EQUAÇÕES Nº

BET Www

wm

qeAAcA

AcXX

111

.. (2.29)

GAB www

wmeq

AKcAKAK

AKcXX

...1..1

...

(2.30)

BET MODIFICADO ww

weq

AcbAc

bAaX

1..1

. (2.31)

COPACE Weq AcTbaX ..exp (2.32)

SIGMA COPACE Weq AcTbaX exp..exp (2.33)

Para maiores compreensões a respeito do produto analisado por esta pesquisa, é

apresentado a seguir o abacate, onde o mesmo foi utilizado no processo de secagem para

obtenção de dados experimentais, estes por sua vez foram substituídos nos modelos

matemáticos pesquisados na literatura.

2.4 – ABACATE

O abacate (Persea Americana Mill) é um alimento classificado como fruta,

pertencente à família Laurácea e gênero pérsio, sendo nativo do México, Guatemala e outros

países da América Central (FALCÃO ET AL., 2001).

É uma das frutas tropicais mais valiosas em expansão, devido a sua produção sendo

justificada por seu valor nutritivo. Cultivado em diversas regiões do Brasil é uma planta

bastante produtiva por unidade de área, onde o óleo dessa fruta é extraído quando está

madura.

De acordo com Oliveira et al. (2008) relatam que a importância econômica do abacate

está ligada com o seu alto teor lipídico, sendo considerado os lipídios um dos principais

componentes de seus frutos, razão pela qual o aproveitamento do óleo é a principal finalidade

de sua industrialização.

Page 66: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

66

Segundo a linha de raciocínio dos autores acima, Massafera et al. (2010) o abacate é

uma fruta que se caracteriza pela elevada quantidade de matéria graxa em sua composição,

sendo, portanto, conhecida como uma fruta de alto valor energético.

Em se tratando da composição centesimal das variedades do abacate, verifica-se que

esta composição varia de espécie para espécie, devido à diversidade existente no território

brasileiro. A Tabela (2.3) apresenta a composição centesimal média do abacate in natura.

Tabela 2.3 - Composição centesimal média da polpa do abacate in natura para 100g.

Composição Quantidade

Umidade 83,8 %

Proteínas 1,2 g

Lipídios 8,4 g

Colesterol 0,0 g

Carboidratos 6,0 g

Fibras 6,3 g

Cinzas 0,5 g

Cálcio 0,008 g

Fonte: Nepa (2006).

O abacate além de ser um alimento nutritivo é altamente perecível, pois possui um alto

teor de umidade e segundo Faria (2012) esse elevado conteúdo de umidade na polpa de

abacate é o principal fator a ser considerado na obtenção do óleo e na conservação da fruta in

natura, pois afeta o rendimento da extração e confere alta perecibilidade à matéria-prima

onerando o custo de produção.

O teor de umidade desta fruta varia de acordo com a espécie, como já mencionado;

pois um estudo feito por Tango et al. (2004), apresenta variedades do (abacate), cujos frutos

expõem em sua polpa teores de umidade diferenciados.

A Tabela (2.5) mostra algumas variedades de abacates do Estado de São Paulo, com

seus respectivos teores de umidade.

Page 67: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

67

Tabela 2.4 - Teores de umidade da polpa de algumas variedades de abacate

VARIEDADE UMIDADE

Hass 57,2

Quintal 77,4

Fortuna 87,2

Pollock 87,9

Fonte: Tango et al. (2004)

Com base nos dados expostos na Tabela (2.4), constata-se que a variação do teor de

umidade para esta fruta, se refere à polpa do fruto úmido, o que prejudica o rendimento de

qualquer procedimento industrial. Por isso, a importância de se realizar o processo de

secagem antes de qualquer procedimento.

No que diz respeito ao processo de secagem para esta fruta, Faria (2012) ao analisar as

Propriedades físico-químicas de abacate submetido à secagem convectiva e desidratação

osmótica, concluiu que a secagem convectiva foi eficaz quanto à redução do conteúdo de

umidade das amostras.

Silva et al. (2010b) ao estudaram a influência dos tipos de processos de secagem da

polpa de abacate utilizaram três tipos de secagem, a saber: microondas, estufa com ventilação

forçada e solar. Estes autores observaram que o processo de secagem em estufa com

ventilação forçada a 70ºC foi o que teve a melhor.

Lopes e Mauro (2009) ao realizarem o processo de secagem a vácuo para o abacate

fresco e branqueado termicamente, verificaram que a cinética da desidratação osmótica,

apresentou perda de água e ganho do soluto através deste processo.

No prosseguir desta pesquisa é apresentado o aparato experimental que por sua vez

será abordado com maiores detalhes nos itens a seguir. Deste modo, obtêm-se uma maior

compreensão do desenvolvimento desta pesquisa.

Page 68: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

68

CAPÍTULO III

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente capítulo tem como foco central apresentar o aparato experimental, onde

se expõe o critério de seleção da matéria-prima utilizada, os detalhes do preparo das amostras,

a obtenção da cinética de secagem e das isotermas com suas particularidades como: preparo

das soluções salinas e dos recipientes utilizados. Será apresentado também o modo da

determinação das transferências de massa com seus respectivos modelos matemático.

3.1– MATÉRIA-PRIMA

Para este trabalho foram utilizados abacates (Persea americana Mill.) maduros

adquiridos na feira do mercado central no Município de João Pessoa na Paraíba, oriundos do

Município do Conde, do mesmo Estado. No âmbito desta pesquisa utilizaram-se frutos de

abacate da variedade Quintal, sendo que os mesmos foram selecionados levando em

consideração as seguintes características: Tamanho, Formato; Coloração.

A Figura 3.1 mostra alguns abacates utilizados nos experimentos.

Figura 3 1 - Abacates in natura utilizados.

Page 69: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

69

Após a seleção da matéria-prima, foram realizadas as análises em termos de umidade

em base úmida, a fim de verificar o teor de umidade do abacate in natura.

Estas análises foram realizadas de forma que, a umidade seja expressa por meio de

valores obtidos experimentalmente através da Equação (2.21), onde o conteúdo de umidade

de qualquer alimento é a relação direta entre a massa de água presente no alimento e a massa

de matéria seca.

Os teores de umidade em base úmida foram realizados para a faixa de temperatura que

compreende (40, 50, 60, 70ºC).

3.2 – METODOLOGIA

As metodologias empregadas para o estudo da transferência de massa do abacate in

natura variam de acordo com o objetivo de cada análise, pois existem diferentes métodos de

obtenção, sendo os mais empregados: a desidratação osmótica, a liofilização, secagem a

vácuo, secagem convectiva, as isotermas de sorção, dentre outros.

Neste estudo foram utilizados os métodos da secagem convectiva e de isotermas de

sorção, sendo as metodologias para estes métodos aplicadas de forma separadas devido às

suas particularidades, que são relevantes para cada metodologia de determinação da

transferência de massa em alimentos.

3.2.1 – Padronização para as amostras do abacate in natura

O procedimento foi realizado no Laboratório de Operações Unitárias (LOU) da

Universidade Federal da Paraíba entre os anos de 2009 a 2013 com a realização da

caracterização física da fatia do abacate, visando obter uma amostra padronizada para a

cinética de secagem como também para as isotermas de sorção do abacate in natura.

Um dos fatores importantes a ser observado nesta pesquisa está na característica do

produto, pois o abacate é um fruto bastante úmido e apresenta um teor de lipídios elevado.

Frutas com essas características requerem uma secagem bem controlada para se obter

resultados confiáveis.

Com relação à secagem convectiva, foram realizados alguns ensaios preliminares,

que serão descrito ao longo do trabalho, para definir as melhores condições de temperatura,

tempo e vazão de ar do secador.

Page 70: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

70

Após a determinação das condições mais apropriadas para o processo de secagem,

foram realizados três experimentos em triplicata cada, a fim de manter o ar de secagem

uniforme nas diferentes condições de secagem e os resultados foram expressos pelos valores

médios desses ensaios.

Os ensaios preliminares se deram através da seleção da fruta pelo tamanho, formato,

coloração e grau de maturação. Em seguida, os mesmos foram lavados em água correntes e

secos em papel toalha. Após a higienização, os abacates foram descascados em um fatiador de

marca TIEMSEM.

O comprimento médio foi medido com um paquímetro da marca STARRET. As

Figuras (3.2 e 3.3) mostram o paquímetro e o fatiador, respectivamente, utilizados na secagem

do abacate.

Figura 3. 2 - Paquímetro utilizado.

Figura 3.3 - Fatiador utilizado.

A princípio o fatiador foi regulado para que a espessura da fatia do abacate fosse

padronizada para 5mm, pois estudos realizados por Ceylan et al. (2007) em uma modelagem

matemática para secagem de frutas de características tropicais incluindo o abacate,

padronizavam a espessura das frutas em 5mm.

Diante dessas considerações, o experimento inicial foi feito em uma estufa de

convecção natural com temperatura do ar de secagem de 70ºC, onde o mesmo foi cortado em

forma geométrica considerada circular e com espessura de 5mm. Nessas condições pode-se

verificar que o tempo de secagem foi prolongado, e com isso houve um aumento no consumo

de energia até a amostra obter o peso constante.

Page 71: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

71

No decorrer dos experimentos realizou-se outro ensaio, com um secador de

convecção forçada, pois a otimização do processo também tem grande influência para o

processo de secagem.

Para o experimento feito no secador convectivo foi mantida a geometria circular da

fatia do abacate com a mesma espessura de 5mm. A temperatura foi mantida em 70ºC e a

velocidade do ar de secagem foi controlada para 3m/s. Observou-se que para essas condições

a espessura de 5mm da amostra oferecia impedimento para a saída completa da umidade,

pois no decorrer do processo se formava uma película de água juntamente com óleo sobre a

superfície da mesma.

A Figura (3.4) mostra a barreira formada pelo teor de lipídeo e umidade, durante a

secagem nessas condições.

Figura 3. 4 - Abacate cortado com 5mm de espessura.

Com essas observações, foi necessário diminuir a espessura das amostras

sequencialmente para 4, 3 e 2mm, mantendo a temperatura de 70ºC e velocidade do ar de

3m/s. Observou-se que para as amostras de 4 e 3mm ocorriam novamente a formação da

película de água e óleo que impedia o processo da secagem, enquanto que para as de 2mm, o

processo de secagem chegava ao final até se obter o peso constante.

Outro fator importante nesta análise foi a geometria do produto que precisou ser

modificada, sendo a mesma modificada de circular para placa plana. As Figuras (3.5 e 3.6)

mostram a fatia do abacate cortado com formato de placa plana e espessura de 2mm, antes e

depois da secagem, respectivamente.

Page 72: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

72

Figura 3. 5- Antes da secagem.

Figura 3. 6 - Depois da secagem.

Portanto, após essas modificações observou-se que para a espessura de 2mm, o

processo de secagem era finalizado e que a película de água não se formava sob a superfície

da fatia, permanecendo apenas uma película de óleo sobre o produto seco, como demonstrou a

Figura (3.6).

Diante dessas observações, as fatias do abacate foram padronizadas para esta

pesquisa em 2mm de espessura e 50mm de comprimento e 40mm de largura, respectivamente

e a determinação da umidade das amostras do abacate foram realizadas utilizando porções de

5g de amostra em triplicata, segundo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, 1985 à

temperatura de 105ºC até peso constante.

3.2.2 – Procedimentos Experimentais para a Secagem Convectiva

A secagem de alimentos é uma tecnologia bastante empregada e aperfeiçoada para

obtenção de produtos com maior qualidade, onde apresenta vários métodos para serem obtidas

experimentalmente, como já mencionadas.

Para esta pesquisa, foi empregada a secagem convectiva tendo em vista de que a

mesma contribui para que se tenha uma maior preservação dos alimentos através da retirada

de umidade do produto em menor tempo. Desta forma, garante-se uma maior economia de

energia no processo.

A secagem convectiva das amostras do abacate foi realizada em secador convectivo de

bandejas, construído no Laboratório de Operações Unitárias (LOU) da Universidade Federal

Page 73: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

73

da Paraíba. Este secador opera por bateladas (descontínuo) e é um secador bastante simples e

versátil. É constituído por uma câmara de secagem onde as bandejas, juntamente com as

amostras são colocadas para a retirada de umidade.

O secador operou com fluxo de ar na vertical e vazão de ar médio fixo em 3m/s com

temperaturas variando de 40, 50, 60 e 70°C, respectivamente. Sendo as resistências

localizadas na parte inferior do secador, onde aquecia o ar de secagem; e o sistema de

circulação de ar impulsionado por um ventilador que ficava acoplado no início do secador.

A Figura (3.7) mostra o secador utilizado para a secagem das amostras da polpa do

abacate.

Figura 3. 7 - Secador utilizado para o experimento.

Fonte: Fioreze (2004).

Na Figura (3.8) pode-se verificar um esquema do secador utilizado nesta pesquisa.

Dentre os componentes que formam este secador têm-se: (1) ventilador centrífugo de 1HP:

este tem a função de insuflar o ar ambiente; (2) válvula: esta permite o controle do fluxo de

ar; (3) resistências elétricas: são usadas para o aquecimento do ar, onde esse conjunto é

formado por duas resistências de 1.000W, três de 500W e uma de 150W; (4) câmara: local

usado para as medições de temperatura, velocidade e umidade do ar quente que flui pelas

bandejas; (5) bandeja maior: usada para suportar as bandejas menores, sendo que a mesma

permanecia fixa durante todo o processo de secagem; (6) bandejas menores: utilizadas para

Page 74: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

74

colocar as amostras das fatias de abacate, onde elas no decorrer da secagem eram retiradas da

câmara para as devidas pesagens; (7) saída do ar de secagem para o ar ambiente.

Figura 3. 8 - Esquema do secador de bandejas.

Fonte: Fioreze (2004).

Tanto a temperatura quanto a umidade, e a velocidade do ar de secagem foram

supervisionadas por meio de equipamentos registradores individuais, ou melhor, por

registradores que medem simultaneamente as duas grandezas ao longo do tempo.

Os registradores podem ser digitais, com memória interna para armazenamento e

posterior acesso via software, instalado em um computador, ou podem ser registradores de

utilização manual. Neste último caso, simplesmente pode-se utilizar medidores de

1234

5

6

7

Page 75: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

75

temperatura e/ou umidade (termômetros, higrômetros, termohigrômetros, anemômetro) e

efetuar o registro em intervalos de tempo definidos.

Seja qual for à forma de monitoramento ou registro, os equipamentos para

acompanhamento das condições ambientais devem ser calibrados periodicamente, garantindo

assim a sua confiabilidade.

Nesta pesquisa foram utilizados os registradores como: termohigrômetro e

anemômetro, para verificarem a temperatura, umidade e velocidade do ar de secagem,

respectivamente.

Todas as verificações das propriedades foram feitas em ambiente interno do secador.

As Figuras (3.9 e 3.10) mostram o termohigrômetro e o anemômetro utilizados,

respectivamente.

Figura 3. 9–Termohigrômetro.

Figura 3. 10– Anemômetro

Durante o experimento, as amostras eram periodicamente retiradas e pesadas

individualmente de 15 em 15 minutos na primeira hora de secagem e de 30 em 30 minutos até

2 horas de secagem. A partir da segunda hora a pesagem era feita de hora em hora até peso

constante, ou seja, até a massa de equilíbrio (meq) em uma balança analítica da marca

MARTE. Após o equilíbrio, as amostras eram levadas a estufa em temperatura de 105ºC por

24h, para obter o teor de umidade em base seca (ms), segundo as Normas Analíticas do

Page 76: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

76

Instituto Adolfo Lutz, 1985. A estufa utilizada nesse trabalho é de marca LUFERCO, modelo

41181, que opera no intervalo de temperatura entre 50ºC e 260ºC.

As Figuras (3.11 e 3.12) mostram, respectivamente, a estufa e a balança utilizadas no

processo de secagem para obtenção da cinética.

Figura 3. 11- Estufa utilizada.

Figura 3. 12- Balança utilizada.

Depois de obtido experimentalmente o (ms) em estufa a 105ºC, era utilizado a Equação

(2.1) para obter o teor de umidade de equilíbrio da amostra em base seca (Xeq). Com a massa

seca (ms) também foi obtido o (Xbs) pela Equação (2.21). Em seguida, foi obtido o MR

(Razão do teor de umidade) experimental para cada análise nas temperaturas de (40, 50, 60 e

70ºC) e substituído em modelos matemáticos pesquisados na literatura para a determinação da

cinética da polpa do abacate in natura, sendo as análises estatísticas feitas pelo o método dos

mínimos quadrados.

3.2.3 – Procedimentos Experimentais para as Isotermas de Sorção

O procedimento experimental foi realizado no Laboratório de Energia Solar (LES) da

Universidade Federal da Paraíba entre os anos de 2012 e 2013, com o intuito de obter o

melhor procedimento experimental para as isotermas de sorção do abacate in natura.

Os abacates foram selecionados de acordo com o item (3.1) e as amostras foram

padronizadas de acordo com o item (3.2.1), sendo que para a obtenção da umidade de

Page 77: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

77

equilíbrio das isotermas utilizou-se do método gravimétrico estático com o uso de soluções de

sais saturados, segundo metodologia Greenspan (1977), o qual será demonstrado no decorrer

desta pesquisa.

As soluções salinas para a obtenção das isotermas foram preparadas de acordo com as

curvas de solubilidade de cada sal. Com relação à preparação aos recipientes para os

experimentos, foram realizados alguns ensaios preliminares, que também serão descrito, onde

se buscou um aprimoramento dos mesmos para que houvesse uma melhor distribuição das

amostras, sem interferência no procedimento experimental.

3.2.3.1 – Preparo dos recipientes

Na literatura pesquisada obtiveram-se alguns exemplos clássicos que não pode ocorrer

no aparato experimental das isotermas de sorção para alimentos, são eles: o contato direto das

amostras com as soluções salinas, a demora nas pesagens das amostras, o espaço insuficiente

na estufa para acomodar todas as amostras, dentre outros.

O aparato para acoplar as amostras do produto tem que estar bem arquitetado, para

obter resultados coerentes de acordo com a literatura, pois se os mesmos não estiverem dentro

dos padrões da análise durante o experimento é possível adquirir resultados distorcidos com

interferências da própria análise.

O preparo dos recipientes para o aparato experimental desta pesquisa foi uma das

dificuldades encontrada, pois as análises estavam previstas para serem realizadas em

dessecador como descrito por (FIOREZE, 2004).

A Figura (3.13) mostra o esquema previsto com dessecador.

Figura 3. 13- Aparato de Fioreze (2004).

Page 78: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

78

É possível observar pela Figura (3.13) que as amostras não entram em contato direto

com a solução, mas é observado também que este recipiente apresenta algumas dificuldades

para esta pesquisa, tais como:

Grande volume, o que dificulta o espaço ocupado pelo mesmo na estufa;

Difícil manuseio, o que prejudicaria na hora da pesagem das amostras;

Não comporta todas as amostras em estufa, acarretando uma demora maior nos

experimentos, dentre outras.

Logo o uso do dessecador para esta pesquisa foi descartado, devido a estas

dificuldades encontradas.

Outra opção analisada neste trabalho foi à substituição do dessecador por potes

herméticos como mostra Marcinkowski (2006) no estudo da proteína texturizada de soja. Na

pesquisa feita pelo autor mencionado, verifica-se que as amostras eram colocadas em potes

herméticos como mostra o esquema da Figura (3.14).

Figura 3. 14 - Aparato de Marcinkowski (2006).

O aparato montado por Marcinkowski (2006) também é interessante, pois o mesmo

acondiciona as amostras nos potes herméticos, de forma que o produto não entre em contato

com as soluções. Outro fator importante neste esquema é o acondicionamento dos potes em

estufa ocupando pouco espaço. No entanto, o inconveniente encontrado neste aparato é que

as amostras eram colocadas em triplicatas no mesmo pote, o que pode acarretar acidente de

Page 79: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

79

trabalho como a perda das mesmas na hora da pesagem. Logo o aparato montado por

Marcinkowski (2006) foi descartado também.

Dando continuidade a esta pesquisa em relação ao desenvolvimento do aparato

experimental para o preparo dos recipientes, foram pesquisadas novas formas de obter estes

recipientes, sendo encontrados na literatura estudos feitos por (FIORENTIN ET AL., 2010 E

PACHECO, 2011), como seguem nas Figuras (3.15 e 3.16), respectivamente.

Figura 3. 15 - Fiorentin et al. (2010).

Figura 3. 16 - Pacheco (2011).

Estes esquemas para o aparato também é interessante, pois ambos acomodam a

amostra de forma individual dentro dos potes, diminuindo assim o risco de acidentes de

trabalho na hora do manuseio dos mesmos para a pesagem das amostras. Outra característica a

ser observada é que apesar da amostra ocupar um único pote não acarretaria a falta de espaço

Page 80: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

80

dentro da estufa para acomodar todos os potes contendo as amostras necessárias para o

experimento.

Por outro lado, ambos apresentam o inconveniente do acoplamento do suporte (inox

ou PVC) ao recipiente, pois estes acoplados uma vês ao recipiente, não seria possível retira-

los para a manutenção dos mesmos e também não seria possível o reaproveitamento dos sais,

gerando assim um desperdício de material, o que encareceria esta pesquisa. Outra

impossibilidade vista nestes esquemas é a questão da vedação da tampa ao frasco, pois as

mesmas têm que estarem bem vedadas para não ocasionar a perda da solução por evaporação.

De acordo com estas observações, foram desenvolvidos aparatos com base em na

literatura pesquisada por Pacheco (2011) e Fiorentin et al. (2010) como mostra a Figura

(3.17).

Figura 3. 17 - Aparato n1 desenvolvido no LES.

No primeiro instante pensou-se em um recipiente que acondicionasse as amostras de

forma individual em um suporte plástico acoplado em potes herméticos, sem ter contato

nenhum com a solução salina e que vedasse todo o ambiente que circuncidasse a amostra.

O inconveniente deste aparato foi o acoplamento do suporte onde se colocaria a

amostra, pois se observou que os sais reagiam com o silicone usado para fixar o suporte

dando então interferências no processo de secagem. Outro problema também encontrado neste

aparato foi o manuseio da cesta que continha à amostra, pois eram com dificuldades e riscos

que se realizavam as pesagens das mesmas, desencadeando assim mais interferências no

processo, como por exemplo, a absorção de umidade pela amostra e o risco de queda das

mesmas dentro da solução como também fora do pote.

Page 81: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

81

Diante das dificuldades mencionadas foi então necessário desenvolver outro tipo de

aparato que facilitasse a pesagem das amostras, então foram confeccionados cestos suspensos

ao ar e acoplados nas tampas dos potes herméticos como visto na Figura (3.18).

Figura 3. 18- Aparato n2 desenvolvido no LES.

Com base nos autores mencionados se chegou a este aparato experimental, onde o

mesmo proporcionou os seguintes critérios de escolha para as análises:

Apresentou fácil manuseio;

Apresentou vedação correto;

Apresentou volume considerado ao ser acondicionado em estufa;

Comportou as amostras de forma individual;

Não permitiu o contato entre a amostra e o sal.

Este aparato foi o utilizado nesta pesquisa, o qual proporcionou a pesagem do

produto com poucas interferências em relação aos demais, principalmente na hora de

manusear as amostras.

Foi necessário também desenvolver cestas e um suporte para serem colocados na

balança analítica, onde esse suporte dava a base para a cesta que continha à amostra.

As Figuras (3.19 e 3.20) mostram à cesta e o suporte, ambos desenvolvidos para esta

pesquisa.

Page 82: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

82

Figura 3. 19 - Cesto para a amostra.

Figura 3. 20 - Suporte para as cestas.

3.2.3.2 – Preparo das soluções

Antes do preparo das soluções salinas, as amostras e os recipientes foram previamente

preparados como descrito nos itens anteriores, sendo que as amostras para as isotermas foram

submetidas à imersão em antifúngico. Esta substância se faz necessário para evitar a

Page 83: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

83

proliferação de fungos, devido à demora do experimento, como visto em

(MARCINKOWSKI, 2006).

O antifúngico utilizado nesta pesquisa foi o metabissulfito de sódio. A Figura (3.21)

mostra as amostras imersas no antifúngico antes do procedimento para a obtenção das

isotermas.

Figura 3. 21 - Imersão da amostra em antifúngico.

As soluções de uma maneira geral podem ser entendidas como substâncias compostas

por moléculas ou íons, envolvendo sólidos, líquidos ou gases como dispersantes (solventes) e

como dispersos (solutos).

Ao preparar uma solução, isto é, ao diluir um soluto em um dado solvente, as

moléculas ou os íons do soluto separam-se, continuando dispersas no solvente. Se o objetivo

for saturar a solução, é necessário conter uma quantidade máxima de soluto para uma dada

quantidade de solvente, a determinada pressão e temperatura, sendo que a quantidade máxima

de soluto em relação à quantidade de solvente é denominada de coeficiente de solubilidade.

O coeficiente de solubilidade das soluções é obtido através das curvas de solubilidades

já existentes na literatura. Logo, pode-se estabelecer uma relação direta, entre diferentes

solutos e as características de suas soluções aquosas, por meio de experimentos feitos à

mesma temperatura.

Para esta pesquisa, as soluções foram feitas com a modificação da atmosfera com a

umidade relativa constante alcançada, por meio de soluções saturadas com os seguintes sais:

Cloreto de Lítio (LiCl), Cloreto de Magnésio (MgCl), Brometo de Sódio (NaBr), Iodeto de

Page 84: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

84

Potássio (KI), Nitrato de Sódio (NaNO3), Cloreto de Sódio (NaCl) e Cloreto de Potássio

(KCl). Os sais podem ser, considerados solúveis ou insolúveis em água, dependendo da

quantidade de massa que seja possível dissolver em certa quantidade de água, formando assim

soluções.

O critério da seleção dos sais foi com base de se obter a atividade de água na faixa de

0,10 a 0,82 conforme mostra a Tabela (4.1), fundamentado em Greenspan (1977), onde sete

soluções foram preparadas para esta pesquisa.

Tabela 3.1 - Valores de atividade de água relacionados às soluções salinas saturadas nas

temperaturas de 40, 50, 60, 70, 80 e 90ºC.

ATIVIDADE DE ÁGUA

SAL 40ºC 50ºC 60ºC 70 ºC 80 ºC 90 ºC

LiCl 0,1121 0,1110 0,1095 0,1075 0,1051 0,1023

MgCl2 0,3160 0,3054 0,2926 0,2777 0,2605 0,2412

NaBr 0,5317 0,5093 0,4960 0,4970 0,5143 0,5363

KI 0,6609 0,6449 0,6311 0,6193 0,6097 0,6021

NaNO2 0,7100 0,6904 0,6735 0,6604 0,6522 0,6500

NaCl 0,7468 0,7443 0,7450 0,7506 0,7629 0,7771

KCl 0,8232 0,8120 0,8025 0,7949 0,7890 0,7850

As soluções saturadas para este estudo foram preparadas a temperatura ambiente,

usando água destilada e os sais citados com base em suas curvas de solubilidade.

Preparada as soluções, com base nas curvas de solubilidade das mesmas, foi feita uma

distribuição em potes hermeticamente fechados previamente padronizados, ficando assim

cada pote com 30 ml de solução. Em seguida, as soluções foram levadas a estufa por 48 horas

como mostra a Figura (4.22), para cada temperatura de análise, garantindo assim a saturação

das mesmas (MARCINKOWSKI, 2006).

Nos experimentos foram utilizados vinte e um recipientes de vidro hermeticamente

fechados previamente preparados, para cada temperatura de análise, onde foram colocadas as

amostras também previamente preparadas.

Depois de confirmado a saturação das soluções, as amostras foram acondicionadas nos

recipientes previamente confeccionados, e em seguida foram realizados ensaios em triplicata

cada, para as temperaturas de (40, 50, 60, 70, 80, 90ºC), a fim de obter resultados confiáveis,

Page 85: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

85

em diferentes condições para o processo, sendo os resultados expressos pelos valores médios

desses ensaios.

As amostras eram pesadas em intervalos de 24h, onde este procedimento era repetido

até o alcance de leituras sucessivas e constantes, ou seja, até chegar à massa de equilíbrio

(meq). Logo após o alcance do equilíbrio as amostras eram colocadas novamente em estufa a

105ºC para obter a massa seca (ms), segundo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz,

1985.

A estufa utilizada para este experimento foi da marca SOLAB, modelo SL 100∕180 –

Estufa de Secagem e esterilização que opera no intervalo de temperatura entre 5 a 200C. E a

balança utilizada para a pesagem das amostras é da marca MARTE como já vista no item

(3.2.2).

As Figuras (3.22 e 3.23) mostram a pesagem das amostras e as mesmas

acondicionadas nos potes herméticos, respectivamente.

Figura 3. 22 - Pesagem das amostras.

Page 86: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

86

Figura 3. 23 - Amostras acondicionadas nos potes.

Depois de obtido o (ms), foi utilizado também a Equação (2.1) para obter o teor de

umidade de equilíbrio em base seca (Xeq).

Com estes resultados, foram obtidos pontos experimentais das isotermas de sorção,

(Xeq) em função da atividade de água (Aw) visto em Greenspan (1977), para cada temperatura

de análise, sendo os mesmos substituídos em modelos matemáticos pesquisados na literatura

para a determinação das isotermas de sorção de alimentos. As análises estatísticas também

foram feitas pelo o método dos mínimos quadrados.

3.2.4 – DETERMINAÇÕES DAS TRANSFERÊNCIAS DE MASSA

Não existe uma forma padronizada de determinar a transferência de massa dos

alimentos, mas diversos autores propõem modelos, que correlacionam os valores da umidade

de equilíbrio obtidos experimentalmente em base seca com os valores de outras variáveis

como, por exemplo, tempo, atividade de água, dentre outras.

A determinação da difusividade efetiva de massa (Def) “baseado na Segunda Lei de

Fick” e o coeficiente convectivo de transferência de massa (hm) “baseado na Lei de

Resfriamento de Newton” correlacionam valores da umidade de equilíbrio obtidos

experimentalmente em base seca com o tempo do processo de secagem. Feita esta correlação,

é possível plotar os gráficos das cinéticas de secagem e encontrar os coeficientes das equações

das mesmas.

A identificação da Difusividade Efetiva de Massa do processo de secagem do abacate

utilizou-se da Equação (2.4) descrita no item (2.1.5.1).

Page 87: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

87

2

22

022

0 4

12exp

12

18

L

tDn

nXX

XXMR

ef

neq

eq

(2.4)

Da equação analítica da lei de Fick por simplificação, foram obtidas as constantes de

secagem através de modelos empírico. Com essas constantes identificaram-se os coeficientes

de difusão de massa para cada modelo empirico, por meio das seguintes Equações: (2.18),

(2.19), (2.20), descritas no item 2.1.5.3.

O Coeficiente Convectivo de transferência de massa utilizou-se da Equação (2.14)

descrito no item 2.1.5.2, já mencionado.

AhtExpXX

XXMR m

eq

eq..

0

(2.14)

Não existe também uma forma padronizada para determinar as isotermas de sorção de

alimentos, e da mesma maneira em que os autores propõem modelos para a determinação da

cinética, para as isotermas não são diferentes.

A determinação das isotermas de sorção, se da através de equações que dependem da

composição e da interação dos diferentes constituintes do produto com a água em condições

de equilíbrio termodinâmico.

Os autores propõem modelos matemáticos que correlacionam os valores da umidade

de equilíbrio obtidos experimentalmente em base seca com os valores de atividade de água já

estabelecido na literatura. Feita esta correlação é possível plotar os gráficos das isotermas e

encontrar as constantes das equações das mesmas.

Portanto, para esta pesquisa, a obtenção das isotermas de sorção da polpa de abacate

in, foi utilizada as Equações descritas nos itens: (2.3.3.1) e (2.3.3.2), respectivamente.

Os modelos utilizados tanto na cinética quanto nas isotermas, foram resolvidas

numericamente, e com o Método dos Mínimos Quadrados foram ajustados os dados

experimentais com os preditos para cada modelo utilizado nesta pesquisa.

Para as análises estatísticas a capacidade de predição dos modelos foi analisada pelo

cálculo do desvio relativo médio (P) % e do coeficiente de correlação (R2).

Page 88: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

88

N

i

n

Y

YY

NP

1 0

0100 (3.1)

N

YY

YYR

n

2

02

0

2

02 1 (3.2)

Tendo em vista a metodologia empregada nesta pesquisa, é relevante destacar também

os resultados e discussões que foram realizadas a partir dos procedimentos experimentais,

tanto para a cinética quanto para as isotermas. As maiores especificidades dos resultados

podem ser observadas nos próximos itens.

Page 89: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

89

CAPÍTULO IV

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo apresentam-se as análises dos resultados obtidos experimentalmente

para a secagem (cinética e isoterma) do abacate in natura. O mesmo expõe a caracterização

da matéria-prima através das análises das amostras em termos de umidade em base úmida,

como também a cinética de secagem obtida experimentalmente, que é caracterizada pela

transferência de massa através do coeficiente convectivo e a difusividade efetiva de massa.

Expõe-se também os resultados alcançados experimentalmente das isotermas de sorção

através da umidade de equilíbrio e a atividade de água. Tanto as cinéticas como as isotermas

do abacate in natura obtidas experimentalmente, são representadas por modelos matemáticos

e ajustados pelo Método dos Mínimos Quadrados em faixa de temperaturas definidas.

4.1 - CARACTERIZAÇÕES DA MATÉRIA-PRIMA

A caracterização da matéria-prima antes de qualquer procedimento é de suma

importância, pois esta quando submetida a um processo transforma-se em um novo produto

com inovações características peculiares. Existem várias análises na literatura para

caracterizar os alimentos, neste trabalho o abacate in natura foi caracterizado pela análise em

termos de umidade em base úmida descrita no Item (3.1) pela Equação (2.22), para as

temperaturas de (40, 50, 60 e 70)ºC, respectivamente.

A Tabela (4.1) apresenta os resultados obtidos das análises em termos de umidade em

base úmida para o abacate da variedade quintal.

Page 90: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

90

Tabela 4.1 - umidade em base úmida do abacate in natura.

T ar (ºC) Xbu (%)

40 75,37

50 77,02

60 79,45

70 78,56

A Tabela acima mostrou que as fatias do abacate in natura apresentam-se com

bastante umidade no processo inicial da secagem, em todas as temperaturas, onde o maior

percentual apresenta-se para a temperatura de (60ºC) que foi de 79,45% quando comparado

com as demais.

Este percentual encontrado na faixa de temperatura, estabelecida para esta pesquisa,

demonstra que o abacate in natura realmente é bastante úmido, pois resultado semelhante

também foi encontrado por: (OLIVEIRA ET AL., 2008 E TAGO ET AL., 2004).

No processo de secagem, o conhecimento do teor de umidade inicial de produtos

biológicos é essencial, pois este parâmetro fornece informações acerca do teor de umidade

inicial em que o produto apresenta. Tais informações define o início da secagem, as

características necessárias para construção de novos equipamentos e ainda a cinética do

próprio processo.

4.2 - CINÉTICA DE SECAGEM

A cinética de secagem foi o estudo do conteúdo de umidade das fatias do abacate em

base seca no decorrer do tempo, indicando assim uma queda do conteúdo de umidade das

amostras em relação ao tempo de secagem.

Na Tabela (5.2) são apresentados os resultados referentes à cinética de secagem com

teores de umidade em base seca obtidos para cada temperatura estudada, utilizando para isso

um secador de convecção forçada, onde o critério de parada do processo foi estipulado pelo

tempo necessário para o produto atingir o peso constante.

Page 91: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

91

Tabela 4.2 - Caracterização da cinética de secagem.

Tempo (min) 0 15 30 45 60 90 120 180 240 300 360

Massa (g) 5,134 4,425 4,132 3,865 3,212 2,836 2,451 1,931 1,345 1,345 1,345

40º

C

Xbs 3,495 2,874 1,950 2,384 1,900 1,483 1,146 0,701 0,177 0,177 0,177

50ºC

Massa (g) 5,157 4,423 3,819 3,089 2,538 1,952 1,552 1,337 1,337 1,337 -

Xbs 3,352 2,732 2,222 1,607 1,142 0,647 0,309 0,128 0,128 0,128 -

60ºC

Massa (g) 5,008 4,096 3,367 2,682 2,025 1,394 1,229 1,229 1,229 - -

Xbs 3,867 2,981 2,272 1,606 0,968 0,355 0,194 0,194 0,194 - -

70ºC

Massa 5,220 4,140 3,248 2,413 1,899 1,498 1,234 1,234 1,234 - -

Xbs 3,665 2,699 1,903 1,156 0,697 0,339 0,103 0,103 0,103 - -

O processo de obtenção desses valores está descrito na Equação (2.21), sendo que o

peso final considerado para os cálculos foram os pesos após o período em que as amostras

permaneceram na estufa a 105ºC como descrito pelo item (3.2.1). São eles: 1,142g, 1,185g,

1,029g e 1,119g para as temperaturas de 40, 50, 60 e 70ºC, respectivamente.

O teor de umidade em base seca é a forma mais usual encontrada na literatura para

expressar os resultados experimentais do processo de secagem. Com estes resultados observa-

se que a temperatura é um fator importante na secagem dos alimentos, pois com o aumento da

mesma, houve um favorecimento na diminuição do teor de umidade do produto, como

também na redução do tempo do processo.

Togrul e Pehlivan (2003) analisando o comportamento de damascos durante a

secagem convectiva observaram que a taxa de secagem decresceu continuamente com o

tempo.

Em estudos realizados por Gouveia et al. (2002) para a avaliação da cinética de caju

mediante um planejamento experimental mostraram efeitos significativos da variação da

temperatura do ar de secagem sobre a perda do teor de umidade e o tempo deste processo.

Logo, a temperatura do ar de secagem, o teor de umidade do produto em base seca e o

tempo do processo são parâmetros de grande influência na perda de massa de produtos

agrícolas. Nesta pesquisa foi analisado cada parâmetro mencionado e com estes foi possível

construir as curvas da cinética de secagem.

Na Figura (4.1), pode-se verificar as curvas da cinética de secagem para as

temperaturas de (40, 50, 60 e 70)ºC, respectivamente.

Page 92: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

92

Figura 4.1 - Curvas das cinéticas de secagem do abacate.

A Figura (4.1) mostra os dados da perda de massa em função da umidade em base

seca, durante o processo de secagem, nas quatro temperaturas em estudo.

Inicialmente a amostra encontrar-se com uma maior quantidade de água disponível na

superfície do produto (abacate), a qual é denominada de água livre.

Com o aumento da temperatura do processo este tipo de umidade disponível na

superfície do produto oferece pouca resistência para a dissipação da mesma. Enquanto que

com o aumento do tempo de secagem, a água interna do produto que é conhecida como água

ligada, encontra uma maior resistência para ausentar-se da amostra, pois a estrutura física da

mesma passa a ter uma nova configuração, isto é, seus poros tendem a se fechar à medida que

a amostra continua perdendo umidade. Sendo assim, o fluxo de saída da umidade interna do

produto passa a ser mais lento, e por sua vez dificulta a finalização do processo.

O processo de secagem para as temperaturas de (60 e 70)ºC, como pode ser observado

por meio da Figura (4.1), demonstra um comportamento semelhante quanto ao tempo do

processo que teve duração de duas horas, apesar de a temperatura adquirir um aumento de dez

graus. Nesta mesma faixa de (60 e 70)ºC também foi verificado que tanto no início quanto no

final do processo a perda de massa se comportou de maneira semelhante. Desta forma

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

0 100 200 300

Teo

r d

e u

mid

ade

bas

e em

sec

a

(

g á

gu

a /

g m

ater

ia s

eca)

Tempo (min)

EXPERIMENTO 40ºC

EXPERIMENTO 50ºC

EXPERIMENTO 60ºC

EXPERIMENTO 70ºC

Page 93: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

93

comprova-se que esse processo em sua fase inicial foi mais rápido devido à facilidade de

remoção de umidade representada pela água livre na superfície da amostra. Por outro lado, a

demora do processo ocorreu em virtude da água ligada internamente ao produto em suas

estruturas físicas.

Para a temperatura de 60ºC, é notório que perda de massa para o processo atingiu um

tempo menor que a temperatura anterior de (50ºC), chegando a duas horas de secagem. Pode-

se também observar que na primeira hora de secagem a água livre sobre a superfície da

amostra encontrou menos resistência para sua remoção, resultando numa maior rapidez no

inicio deste processo. Já a partir da primeira hora de secagem a água ligada aliada à estrutura

física da amostra do abacate, sendo este riquíssimo em teores lipídicos, demonstra encontrar

novamente uma maior resistência para ser removida.

Ainda referindo-se as análises para a temperatura de (50ºC) a Figura (4.1) evidencia

que o processo durou três horas, comprovando assim que quanto menor a temperatura maior é

o tempo de secagem. Comportamento semelhante é observado também para a temperatura de

(40ºC), apesar de que para o término do processo nessa temperatura houve um acréscimo de

mais uma hora, ou seja, o experimento necessitou de quatro horas para a sua finalização.

Logo, para a faixa de temperatura em análise (40, 50, 60, 70)ºC é possível comprovar

que houve um comportamento semelhante na primeira hora de secagem em relação à perda de

massa. Já na segunda hora do processo, essa perda de massa demonstrou encontrar

dificuldades, as quais se diferenciaram no final do processo de cada temperatura em análise;

mais precisamente para as temperaturas de (40, 50)ºC, pois para as de (60 e 70)ºC o

comportamento da perda de massa no final foi semelhante.

Analisando fisicamente o processo de secagem para esta segunda hora, é possível

verificar a migração interna de umidade diminuindo a taxa de evaporação na superfície da

amostra, que consequentemente reduz o teor de umidade. Esses resultados são típicos de

produtos oleaginosos em estado de maturidade fisiológica. Tais características foram também

observadas em estudos realizados por Santos (2009) em secagem de sementes de girassol, que

é bastante oleaginoso.

A partir dos dados da cinética de secagem do abacate, a umidade de equilíbrio (Xeq)

foi calculada através da Equação (2.1), onde o mesmo foi considerado quando a amostra

apresentava peso constante, levando em consideração que a massa final do processo também

Page 94: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

94

foi obtida em estufa a 105ºC. Os valores de Xeq obtidos na faixa experimental de temperatura

e umidade relativa do ar foram investigados e estão apresentados na Tabela (4.3).

Tabela 4 3 - Umidade de equilíbrio para a cinética de secagem.

Tar (ºC) UR ar (%) Xeq (g/g)

40 32 0,177

50 26 0,128

60 17,5 0,194

70 11 0,103

Com base nos dados apresentados na Tabela (4.3) constata-se que a umidade relativa

do ar de secagem na faixa de temperatura em análise está coesa, pois quanto maior a

temperatura de secagem menor será a umidade relativa do ar. Já no que diz respeito à umidade

de equilíbrio percebe-se que a mesma não teve uma representação coerente para a variação de

temperatura, pois a (60ºC) a amostra apresentou uma umidade de equilíbrio maior que as de

temperatura (40 e 50)ºC.

Do ponto de vista da secagem, um conhecimento de Xeq (umidade de equilíbrio) é

essencial à medida que este parâmetro fornece informações acerca do teor mínimo que o

produto pode atingir sob determinadas condições de temperatura e umidade relativa,

determinando assim o termino do processo. Todavia, a maioria dos modelos matemáticos

utilizados à secagem emprega a diferença entre o teor de umidade num determinado tempo e o

teor de umidade de equilíbrio como uma medida da força motriz para a transferência de massa

(PRADO, 2004 APUD SANTOS 2009).

Em se tratando da transferência de massa na secagem de alimentos, como já estudado

nesta pesquisa, a mesma ocorre de duas maneiras bem distinguíveis, sendo que a primeira

acontece da superfície do alimento para o ambiente, representado pelo coeficiente convectivo

(hm). E, a segunda tem o fluxo de massa do centro do alimento para a superfície do produto

representada pela difusividade efetiva de massa (Def).

Page 95: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

95

4.3 - DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE CONVECTIVO DE TRANSFERÊNCIA

DE MASSA.

Na literatura são escassos os resultados sobre a determinação do Coeficiente

Convectivo de Transferência de Massa (hm).

A determinação deste coeficiente foi utilizado apenas um modelo semi-teórico

representado pela Lei de resfriamento de Newton, onde o mesmo está baseado no princípio de

pouca resistência ao transporte de umidade sobre a superfície de qualquer produto de análise

que dependem das variáveis externas do ar de secagem, como: temperatura, velocidade, e

umidade relativa do ar, levando em consideração as características do produto a ser seco e do

sistema de secagem.

Para o ajuste das curvas foi utilizado o Método dos Mínimos Quadrados de posse dos

dados experimentais da cinética de secagem, utilizando a Equação (2.14), descrita no item

(2.1.5.2).

A Tabela (4.4) mostra o valore para o Coeficiente Convectivo de Transferência de

Massa (hm) para a secagem da amostra do abacate in naturae, e as análises estatísticas em

faixa de temperatura (40, 50, 60, 70)ºC.

Tabela 4 4 - Ajuste do modelo convectivo para da amostra do abacate in natura. MODELO hm x 10

-3 (m/s) P (%) R

2

NEWTON 1,47

5,81 0,9291

Analisando fisicamente o coeficiente convectivo de transferência de massa do

processo, pela (Tabela 4.4) em faixa de temperatura de análise, é possível observar que se

trata de uma taxa de evaporação de umidade pequena que corresponde a 10 -3

(m/s) sobre a

superfície da amostra. E isso se encontra dentro da literatura pesquisada, caracterizando assim

a perda fácil da água livre que se encontra sobre a superfície dos alimentos.

Alves et al (2010a), ao pesquisa o coeficiente convectivo de transferência de massa

do abacate (persea americana mill.), averiguo resultados semelhantes quanto este parâmetro

no processo de secagem desta fruta.

Em relação às análises estatísticas é observado que os valores de P e R2

estão dentre

da literatura pesquisada. Indicando assim que o modelo de Newton pode representar

satisfatoriamente a cinética de secagem sobre a superfície da polpa do abacate in natura.

Page 96: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

96

Luiz (2012), ao utilizar a Lei de Resfriamento de Newton para a transferência de

massa do tomate obteve bons ajustes para os dados experimentais, onde as análises estatísticas

em relação ao coeficiente de correlação teve uma representação superior a 0,98 e o erro

relativo médio próximo a 10.

Vale ressaltar ainda nesta pesquisa que foi observado também a transferência de

massa do abacate em relação ao aumento de temperatura, pois como o aumento da mesma

observou-se um acréscimo em termos significativos para o coeficiente convectivo (hm): 8,62

x10-4

(m/s) e (5,78, 6,38, 7,79)x10-3

(m/s), em faixa de temperatura analisada separadamente de

(40, 50, 60, 70)ºC, respectivamente. Logo, quanto maior for à temperatura do processo de

secagem, maior será este coeficiente, confirmando assim que o mesmo sofre forte influência

com as propriedades termodinâmicas como, por exemplo, a temperatura do processo.

Com os resultados experimentais obtidos ao longo ao processo, gráficos em função

do tempo foram então plotados para o modelo de Newton, como mostra a Figura (4.2), para os

experimentos realizados nas temperaturas de (40, 50, 60, e 70)ºC, respectivamente.

Figura 4.2 - Ajustes do modelo Newton.

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

0 100 200 300

(X-X

eq)(

Xo-X

eq)

Tempo (min)

EXPERIMENTAL, 40ºC

MODELO NEWTON, 40ºC

EXPERIMENTAL, 50ºC

MODELO NEWTON, 50ºC

EXPERIMENTAL, 60ºC

MODEO NEWTON, 60ºC

EXPERIMENTAL, 70ºC

MODELO NEWTON, 70ºC

Page 97: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

97

De acordo com a Figura (4.2), observa-se que o modelo representado pela Lei de

Resfriamento de Newton, através dos dados preditos, teve uma representão adequada quanto

aos dados experimentais gerdados durante a pesquisa, para as temperaturas de análise. Esse

comportamento quanto a perda de massa na superficie das amostras, representado pela Lei de

Resfriamento de Niwton, são observados em alimentos com um percentual bastante elevado

de umidade em sua composição centesimal, como por exemplo as frutas.

Por meio destas curvas, também é possivel verificar que o modelo foi capaz de

predizer o comportamento convectivo da secagem para as amostras do abacate in natura.

Portanto, através deste estudo é possivel constatar que o modelo matemático representado

pela Lei de resfriamento de Newton mostrou-se bem representativo nas condições da faixa de

temperatura estabelecida para esta pesquisa.

Visto o comportamento convectivo de massa do abacate, faz-se necessário analisar o

comportamento difusivo do mesmo, para o estudo completo do processo de secagem desta

fruta.

4.4 - DETERMINAÇÕES DA DIFUSIVIDADE EFETIVA DE MASSA

A determinação da difusividade efetiva de massa foi realizada também através de

modelos matemáticos já descritos nesta pesquisa pelos itens (2.1.5.1) e (2.1.5.3).

Vários são os modelos matemáticos, propostos na literatura, que são recomendados

para predizerem o comportamento da secagem de produtos agrícolas, sendo que para

descrever o processo de secagem no período de taxa decrescente, utilizam-se geralmente os

modelos teóricos e empíricos, que são geralmente baseados no fenômeno de transferência de

calor e de massa.

Esses modelos também são baseados no principio de que a resistência ao transporte

de umidade se encontre no interior do produto, onde também dependem das variáveis externas

do processo, como: temperatura, velocidade, e umidade relativa do ar, levando em conta as

características do produto a ser seco e do sistema de secagem.

A Difusividade Efetiva de Massa (Def) foi analisada através de um modelo teórico,

representada pela Segunda Lei de Fick, e dez modelos empíricos, dos quais as constantes de

secagem foram obtidas por meio de ajustes desta lei supracitada para representar a

difusividade efetiva de massa do abacate in natuta.

Page 98: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

98

O ajuste das curvas foram realizadas usando também o Método dos Mínimos

Quadrados de posse dos dados experimentais da cinética de secagem. A Tabela (4.5) mostra

os resultados obtidos para esta pesquisa e as análises estatísticas em faixa de temperaturas (40,

50, 60, 70)ºC.

Tabela 4.5- Ajuste dos modelos difusionais para a amostra do abacate in natura.

MODELOS PARAMETROS P (%) R2

FICK Def = 8,60 x10-11

(m2/s) 11,77 0,8741

PAGE

K = 3,19 x10-4

(s-1

)

n = 0,98

1,82 0,9695

PAGE

MODIFICADO

K = 2,55 x10-4

(s-1

)

n = 1,01

5,66 0,9147

WANG E SING a = 1,70 x10

-4

b = 7,45 x10-4

9,89 0,8329

De acordo com a Tabela (4.5) é possível ter uma noção geral da secagem do abacate

para cada modelo estudado com suas particularidades. Os dados obtidos a partir da aplicação

dos experimentos foram utilizados na avaliação do ajuste da solução simplificada dos

modelos difusivos: teóricos e empíricos.

Para o modelo teórico representado pela Segunda Lei de Fick, constata-se que a

Difusividade Efetiva de Massa foi pequena e na ordem de 8,60x10 -11

(m2/s). Esse

comportamento difusivo é bem característico na transferência de massa interna dos alimentos,

devido às dificuldades de migração de umidade do centro do produto para a sua superfície.

Ainda em relação à ordem de grandeza expressa nesta análise, pode-se constatar que a mesma

esta de acordo ou próxima aos trabalhos averiguados para esta pesquisa, como: Park et al.

(2001a) na secagem de pera, El-Aouar et al. (2003) na modelagem da cinética do mamão,

Córdova (2006) em secagem de maçãs, dentre outros.

Quanto às análises estatísticas, o modelo exposto por Fick não proporcionou um bom

ajuste aos dados experimentais, pois o valor do Erro Relativo Médio (P%) é superior a 10%, e

o Coeficiente de Correlação R2 não se encontra dentro da literatura averiguada, que é inferior

a um. Esses resultados demonstram o não ajustamento dos dados experimentais ao modelo

teórico, em estudo, para a difusividade efetiva de massa do abacate in natura.

Na literatura pesquisada foram observados alguns trabalhos em que o uso do modelo

de FICK não correspondeu à representatividade da difusividade interna de alguns alimentos,

Page 99: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

99

são eles: Portela (2009) na pesquisa tecnologia de polpa de melancia, Alves (2010) no estudo

da secagem da polpa do abacate, Luiz (2012) na averiguação da secagem do tomate in natura,

dentre outros.

Para os modelos empíricos é importante ressaltar que todos apresentaram a constante

de secagem na mesma ordem de grandeza (K x10-4

(s-1

)), onde a mesma se apresentou maior

que a do modelo anterior. Fisicamente isto significa que a perda de massa do interior da

amostra para a superfície foi mais rápida para os modelos empíricos quando comparados com

o modelo teórico de Fick. Comportamento semelhante foi observado por Alves et al (2012)

em modelos matemáticos na cinética de secagem do abacate, quando comparou os modelos

teórico e empírico. Quanto às análises estatísticas dos modelos empíricos é observado que

cada um apresentou resultados distintos, que serão discutidos separadamente.

No modelo apresentado por Page verifica-se que tanto o Erro Relativo Médio (P%)

quanto ao Coeficiente de Correlação (R2) estão dentro da bibliografia analisada, pois (P%)

apresentaram-se inferior a 10%, ou seja, (P%) =1,82 e (R2) deu próximo de um, ou seja, (R

2)

= 0,9684. Satisfazendo assim o ajustamento do experimento a este modelo. Comportamento

semelhante é observado em algumas análises feitas por pesquisadores como: Ceylan et al.

(2007) ao analisarem os modelos matemáticos na secagem de frutas tropicais, Azoubel et al.

(2008) na cinética de secagem de mangas, Santos et al. (2010) no estudo Cinética e

modelagem da secagem de carambola (Averrhoa carambola L.) em secador de bandeja, Alves

et al. (2012) na cinética de secagem do abacate e Machado et al. (2012) nas cinéticas de

secagem do abacaxi cv Pérola, dentre outros.

Para a perda de massa interna do produto representado pelo modelo de Page é

observado que essa perda foi a maior de todas, quando comparado com os modelos empíricos

em análise, sendo na ordem de 3,19 x10-4

(s-1

). Este resultado demonstra que o comportamento

difusivo interno ao produto também foi maior quando comparado com o modelo teórico de

Fick, apesar de que a perda da umidade mais ligada ao produto ser de difícil obtenção, devido

às barreiras que a própria estrutura do alimento impõe para a retirada dessa umidade. Essa

mesma ordem é observado por: Alexandre et al. (2009) cinética de secagem de abacaxi cv

pérola em fatias, Madureira et al. (2011) cinética de secagem da polpa do figo-da-índia, dentre

outros.

No modelo exibido por Page Modificado é possível verificar diante de suas análises

estatísticas que as mesmas também se encontram dentro da literatura pesquisada, tanto para o

Page 100: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

100

Erro Relativo Médio (P%) quanto ao Coeficiente de Correlação (R2), sendo seus valores de:

5,66% e 0,9147, respectivamente. Resultados estes que foram comprovados também pelos

seguintes pesquisadores: Fiorentin et al. (2012) na secagem de laranjas utilizando modelos

semi-teóricos e empíricos, dentre outros.

Quanto à perda de umidade interna da amostra em análise, por meio do modelo de

Page Modificado é possível averiguar que a mesma foi menor quando comparada ao modelo

anterior, que foi o de Page, mas na mesma ordem de grandeza, chegando a 2,55 x10-4

(s-1

).

No modelo de Wang e Sing é observado apenas as constantes do próprio modelo, onde

as mesmas se mostram pequenas, mas na mesma ordem de grandeza das demais constantes

aqui já discutidas, sendo, a = 1,70 x 10-4 e b = 1,45 x 10

-4. Diante das análises estatísticas, o

modelo de Wang e Sing, também representou ajuste satisfatório quando comparado com a

literatura, sendo (P%) = 9,89. O mesmo comportamento deste modelo foi observado na

caracterização da secagem de abacaxi por Dionello et al (2009), dentre outros. Já em relação

ao (R2), é observado que o mesmo se encontra fora da literatura que esta sendo considerada

para esta pesquisa, que foi de, (R2) = 0,8329.

Diante do exposto quanto à análise de todos os modelos para esta pesquisa, cabe

ressaltar uma particularidade apresentada entre eles, que foi o aumento da difusividade interna

de massa com o aumento da temperatura na faixa estabelecida, comprovando assim a ligação

entre essas propriedades termodinâmicas aqui apresentadas. Este processo é observado por

muitos pesquisadores que trabalham com a secagem de alimentos, sendo alguns já

mencionados nesta pesquisa, como: Azoubel et al. (2008) em secagem de mangas, Dionello et

al. (2009) em secagem de abacaxi, Silva et al.(2009) em secagem de bananas, Alves et al.

(2010) na secagem de abacate, dentre outros.

Realizada a discursão para cada modelo em análise, no decorrer deste trabalho foi feito

plotagem de gráficos com os dados experimentais obtidos em função do tempo para cada

modelo, na faixa de temperatura estabelecida, a fim de verificar o comportamento destes

modelos em relação a análise experimental, como mostram as Figuras (5.3), (5.4), (5.5), (5.6).

Page 101: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

101

Figura 4.3 - Ajustes do modelo de Fick.

No primeiro modelo, teórico de Fick, representado pela Figura (4.3), constata-se que

as curvas na faixa de temperatura não estão uniformes como era o esperado, apresentando

assim algumas inclinações ao longo do tempo, mais especificamente na temperatura de 40ºC.

Ainda em relação as curva do modelo, é averiguado que as mesmas não expuseram uma boa

representação aos dados experimentais, visto que estas começavam seu comportamento bem

abaixo dos primeiros pontos obtido na prática, em toda faixa de temperatura (40, 50, 60,

70)ºC.

Quanto ao experimento, representado pelos pontos, é visto que eles estão de acordo

com a literatura pesquisada, pois em trabalhos analisados em secagem de frutas é observado

que o início do processo sempre começa pelo adimensional igual a um, demonstrando assim

que o experimento teve bom desempenho. Este comportamento também foi observado por El-

aouar et al. (2007) na estimação da difusividade efetiva na secagem de frutas com conteúdos

de umidade inicial próximos, Alves et al. (2012) em modelos matemáticos na cinética de

secagem do abacate, dentre outros.

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

0 100 200 300

(X-X

eq)/

(Xo-X

eq)

Tempo (min)

EXPERIMENTAL, 40ºC

MODELO FICK, 40ºC

EXPERIMENTAL, 50ºC

MODELO FICK, 50ºC

EXPERIMENTAL, 60ºC

MODELO FICK, 60ºC

EXPERIMENTAL, 70ºC

MODELO FICK, 70ºC

Page 102: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

102

Figura 4.4 - Ajustes do modelo Page.

Para o modelo empírico representado por Page através da Figura (4.4), que vem

demonstrando bons resultados de acordo com as analises estatísticas representado pela

(Tabela 4.5), nota-se que suas curvas se encontram mais uniformes que a do modelo anterior,

evidenciando um bom comportamento do modelo para o experimento.

Quanto ao experimento, representado pelos pontos, é visto que eles também estão

conforme a literatura investigada, pois é observado que o inicio do processo começa pelo

adimensional igual a um, demonstrando assim que o experimento teve bom êxito, em toda

faixa de temperatura.

Quando comparado o modelo com o experimento, ajustamento do Método dos

Mínimos Quadrados é possível observar que existem alguns pontos que distam do modelo por

alguns motivos de interferências nos experimentos.

Em síntese, este modelo vem expondo uma boa representação para o experimento,

pois o mesmo começa seu comportamento igual aos dados obtidos na prática, ou seja,

próximo de seu adimensional um. Quanto as suas curvas, elas vêm demonstrando afinidade

com os pontos experimentais, pois estas estão bem próximas dos pontos experimentais, exceto

para os últimos pontos das temperaturas de 40 e 50ºC devido a algumas interferências nos

experimentos.

0,000

0,200

0,400

0,600

0,800

1,000

0 100 200 300

(X-X

eq)/

(Xo-X

eq)

Tempo (min)

EXPERIMENTAL, 40ºC

MODELO PAGE, 40ºC

EXPERIMENTAL, 50ºC

MODELO PAGE, 50ºC

EXPERIMENTAL, 60ºC

MODELO PAGE, 60ºC

EXPERIMENTO, 70ºC

MODELO PAGE, 70ºC

Page 103: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

103

Este comportamento também foi averiguado em pesquisas desenvolvidas por: Alves

et al. (2012), Azoubel et al. (2008), Ceylan et al. (2007), Fumagalli (2003), dentre outros.

Figura 4.5 - Ajustes do modelo Page Modificado.

Através da Figura acima, que representa o modelo de Page Modificado, é possível

observar certa semelhança quanto ao comportamento das curvas em relação ao modelo de

Page. Semelhança esta devido ao fato de que o modelo de Page Modificado seja uma

modificação do modelo de Page.

Em relação aos pontos experimentais, também é visto no decorrer do modelo, aqui em

análise, o experimento começa a partir de sua unicidade, igual a um, comprovando assim um

bom experimento. Já em relação ao ajuste dos pontos experimentais, no tocante as curvas do

modelo, são perceptíveis à proximidade destes pontos a estas curvas, exceto para a

temperatura de 40 ºC como já mencionado anteriormente. Apesar desta interferência, o

modelo em questão vem desmontando também uma boa afinidade com o experimento que

tende a representar à cinética da fruta em análise.

Quanto às analises estatísticas é possível averiguar pela Tabela (4.5) que o modelo de

Page Modificado também se encontra dentro da literatura pesquisada. Este comportamento

também foi observado em pesquisas desenvolvidas por: Waughon e Pena (2008), ao

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

0 100 200 300

(X-X

eq)/

(X0-X

eq)

Tempo (min)

EXPERIMENTAL, 40ºC

MODELO PAGE MODIFICADO, 40ºC

EXPERIMENTAL, 50ºC

MODELO PAGE MODIFICADO, 50ºC

EXPERIMENTAL, 60ºC

MODELO PAGE MODIFICADO, 60ºC

EXPERIMENTAL, 70ºC

MODELO PAGE MODIFICADO, 70ºC

Page 104: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

104

pesquisarem a Modelagem da secagem em camada delgada da fibra residual do abacaxi e por

Fraile et al. (2005), ao analisarem a determinação das curvas de secagem do resíduo do leite

de soja, dentre outros.

Figura 4.6 - Ajustes do modelo Wang e Sing.

Para o modelo de Wang e Sing representado pela Figura (4.6), é possível observar

que o mesmo não vem demonstrando bons resultados de acordo com as analises estatísticas

representado pela (Tabela 4.5), nota-se ainda que suas curvas não se encontram uniformes

quando comparado com o modelo anterior, evidenciando assim um mau comportamento do

modelo para o experimento.

Quanto ao experimento, representado pelos pontos, é visto que eles estão conforme a

literatura investigada, pois é observado que o inicio do processo começa pelo adimensional

igual a um (1), apesar da não linearidade dos mesmos.

Em síntese, este modelo não vem expondo uma boa representação para o

experimento, apesar do mesmo começar seu comportamento igual aos dados obtidos na

prática, ou seja, próximo de seu adimensional um. Quanto as suas curvas, elas não vêm

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

0 100 200 300

(X-X

eq)/

(Xo-X

eq)

Tempo (min)

EXPERIMENTAL, 40ºC

MODELO WANG E SING, 40ºC

EXPERIMENTAL, 50ºC

MODELO WANG E SING, 50ºC

EXPERIMENTAL, 60ºC

MODELO WANG E SING, 60ºC

EXPERIMENTAL, 70ºC

MODELO WANG E SING, 70ºC

Page 105: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

105

demonstrando afinidade com os pontos experimentais, pois estas não estão próximas destes

pontos.

Através das Figuras acima foi possível verificar o comportamento da cinética de

secagem do abacate in natura para cada modelo em análise desta pesquisa, onde cada um

apresentou comportamento de forma distinta. Dando prosseguimento a esta pesquisa, é

proposto um novo modelo matemático gerado pelos dados experimentais de acordo com as

condições mencionadas neste texto.

4.5 – DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO MATEMÁTICA PARA A CINÉTICA DE

SECAGEM DO ABACATE.

A partir dos dados encontrados nos experimentos foi desenvolvida uma nova equação

matemática através de regressão linear de polinômios, com o objetivo de representar a

cinética de secagem do abacate em faixa de temperatura já mencionada neste estudo.

Para a determinação da equação matemática foi levado em consideração os dados

experimentais da concentração do teor de umidade em base seca representado pelo

adimensional (Ad) em função do tempo (t), na faixa de temperatura estabelecida (40, 50, 60,

70)ºC. Através da regressão linear os coeficientes da equação polinomial foram gerados, e

utilizando o método dos mínimos quadrados obteve-se o ajuste das curvas geradas pelo

polinômio aos dados experimentais. A faixa de concentração do teor de umidade em base seca

utilizada no experimento foi de (0 a 1)%, e do tempo (0 a 240) minutos, como visto na

Equação 5.1:

ctTbtTaTtAd )).(()).((),( 2

(4.1)

Onde:

a(t) = (-2,5x10-8

(T)2 + 5,2x10

-6(T)

+ 1,5

x10

-4)*t

2

b(t) = (7,2x10-6

(T)2

+ 1,1x10-3

(T) + 2,6

x10

-2)* t

c(t) = (-1,0x10-4

(T)2

+ 1,1x10-2

(T) + 6,6

x10

-1)

Onde:

Ad: (X-Xeq)/(X0-Xeq)

T: temperatura (ºC)

t: tempo (min)

Page 106: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

106

Demonstrada a equação polinomial de segundo grau gerada com os dados

experimentais deste estudo, foram geradas curvas características de cinética de secagem do

mesmo, a fim de verificar o comportamento deste ao longo do tempo, como mostra a Figura

(4.7).

Figura 4. 7 – Curvas geradas pelo Polinômio das cinéticas.

De acordo com a Figura (4.7) nota-se que as curvas geradas pelo polinômio se

apresentam uniformes no inicio do processo, comprovando assim que a perda de umidade no

inicio da secagem é de fácil remoção. Quanto ao término, é possível observar que estas curvas

apresentam leves inclinações em seu comportamento. Estas leves inclinações demonstram que

a perda de umidade no final de qualquer processo de secagem é mais difícil de ocorrer por

motivos estruturais do produto.

Quanto o desempenho das curvas é analisado que o início do processo sempre começa

pelo adimensional igual a um, demonstrando assim que o polinômio gerado apresenta bom

desempenho.

Para comprovar estes comportamentos demonstrados pela Figura (4.7), foi

desenvolvida a Tabela (4.6) com as análises estatísticas comprovadas por meio do Erro

Relativo Médio (P%), este por sua vez, deve ser inferior a 10%, e o Coeficiente de Correlação

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

0 50 100 150 200 250 300

(X-X

eq)-

(X0

-Xeq

)

Tempo (min)

POLINÔMIO, 40ºC

POLINÔMIO, 50ºC

POLINÔMIO, 60ºC

POLINÔMIO, 70ºC

Page 107: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

107

R2 deve ter valores próximos de um, pois mantendo este padrão tem-se maior confiabilidade

nos experimentos alcançados ao longo do processo.

Tabela 4 6- Ajuste do polinômio para a cinética do abacate in natura.

POLINÔMIO (P%) R2

ctTbtTaTtAd )).(()).((),( 2

7,05 0,9325

Com base nos dados existentes na Tabela (4.6), é possível detectar que tanto o

Coeficiente de Correlação R2

quanto o Erro Relativo Médio (P%), para toda faixa de

temperatura, estão em consonância com a literatura pesquisada. Desta forma pode-se

comprovar que o polinômio gerado pelos dados experimentais desta pesquisa representa a

cinética de secagem do abacate dentro dos parâmetros estatísticos.

Dando seguimento a esta pesquisa sobre a secagem do abacate, é de suma importância

também considerar o estudo das isotermas, pois estas vêm agregar características particulares

no decorrer do processo de secagem para qualquer tipo de alimento inclusive o abacate.

4.6 – DETERMINAÇÕES DAS ISOTERMAS

A obtenção da isoterma de desorção para esta pesquisa foi o estudo das curvas que

descrevem, em uma umidade específica, a relação de equilíbrio de uma quantidade de água

sorvida, por componentes dos alimentos e a pressão de vapor e/ou umidade relativa a uma

dada temperatura.

Este estudo de desorção, que relaciona a atividade de água com a umidade relativa de

equilíbrio, fornece informações relevantes para adequação dos parâmetros de secagem, como

por exemplo, a umidade mínima que o produto atinge no equilíbrio termodinâmico. Esta

umidade é de grande valia para determinar o estado final do processo de secagem dos

alimentos como também no armazenamento dos mesmos.

A representação gráfica das isotermas de desorção do abacate in natura, para a faixa

de temperatura estabelecida (40, 50, 60, 70, 80 e 90ºC), está exposta na Figura (4.8).

Page 108: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

108

Figura 4.8 – Curvas das Isotermas de desorção do abacate in natura.

Pela Figura (4.8) é possível observar que o teor de água de equilíbrio diminui para as

concentrações em estudo, à medida que aumenta a temperatura em diferentes níveis de

atividade de água. Foi observado também que a energia cinética, associada às moléculas de

água no alimento, ocorre de forma mais rápida com a elevação da temperatura, resultando

assim numa diminuição das forças de atração e, consequentemente, ocorrendo à liberação de

moléculas de água.

Estes resultados são típicos para as isotermas de desorção em alimentos, pois quando

se coloca qualquer produto alimentício em uma atmosfera modificada, como por exemplo, em

sais, a tendência é ocorrer a perda de umidade deste produto até o equilíbrio. Alguns autores

demonstram em suas pesquisas científicas esse mesmo comportamento para as isotermas de

desorção em alimentos, são eles: Pena et al. (2010), pesquisando o comportamento

higroscópico do açaí; Bezerra (2009), para o comportamento higroscópico de diferentes

variedades de mangas; Moura et al. (2004), na modelagem matemática de isotermas de polpa

de caju e Park et al. (2001b), para a obtenção das isotermas e modelagem matemática para

peras, dentre outros.

Com a determinação das isotermas de desorção, os dados experimentais das mesmas

foram utilizados em modelos matemáticos de caráter teórico e empírico. Estes se encontram

0,00

0,10

0,20

0,30

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Um

idad

e d

e eq

uil

ibri

o (

xeq

)

Atividade de água (Aw)

EXPERIMENTO 40ºC

EXPERIMENTO 50º

EXPERIMENTO 60ºC

EXPERIMENTO 70ºC

EXPERIMENTO 80ºC

EXPERIMENTO 90ºC

Page 109: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

109

descritos nos itens (2.3.3.1) e (2.3.3.2), para verificar o comportamento de cada um, em

relação a melhor representatividade para a isoterma do abacate em faixa de temperatura

estabelecida (40, 50, 60, 70, 80 e 90ºC).

A Tabela (4.7) mostras os resultados obtidos para as constantes dos modelos

matemáticos das isotermas e também os resultados das análises estáticas representadas por o

Erro Relativo Médio (P%) e pelo Coeficiente de Correlação (R2), onde os ajustes das mesmas

foram obtidos pelo Método dos Mínimos Quadrados, de posse dos dados experimentais.

Tabela 4.7 - Ajuste dos modelos de Isotermas para a amostra do abacate in natura.

MODELOS PARAMETROS P (%) R2

BET Xm = 0,05 C = 0,09

17,60 0,7223

BET

MODIFICADO

Xm = 0,07 B = 0,09 C = 0,87

17,95 0,8384

GAB

A = 0,76 B = 7,95 C = 0,06

15,95 0,8428

COPACE

A = 0,29

B = 0,01

C = 1,78

4,74 0,9907

SIGMA COPACE

A = 1,14

B = 0,01

C = 1,02

8,41 0,9737

De acordo com a Tabela (4.7), é possível verificar, na faixa de temperatura (40, 50, 60,

70, 80, 90ºC), por meio das análises estatísticas, que as isotermas do abacate apresentaram

uma representatividade satisfatória para alguns modelos empíricos.

Dentre os modelos teóricos pesquisados neste trabalho, representados por, Bet e Gab,

constata-se que tais modelos não ratificaram uma boa representatividade para a isoterma do

abacate, como comprovam as análises estatísticas apresentadas na Tabela anterior. Entretanto,

vale ressaltar que os modelos supracitados quando usados para análises de outros alimentos

apresentaram um desenvolvimento satisfatório para as isotermas.

O modelo de Bet é empregado por alguns autores para o estudo do comportamento

higroscópico do açaí em pó por Pena et al. (2010), na modelagem matemática de isotermas de

polpa de caju, por Moura et al.(2004), dentre outros. Já o modelo de Gab, tem uma boa

aceitação para algumas pesquisas em secagem de frutas, tais como: Abacate por Faria (2012),

Page 110: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

110

manga por Paglarini et al. (2010), abacaxi por Oliveira et al.(2009), caju por Alcântara et

al.(2009), dentre outros.

Para os modelos empíricos que representam as isotermas de alimentos é averiguado

que alguns apresentaram resultados distintos quando comparados com os modelos teóricos.

No modelo representado por Bet modificado, é perceptível que este não apresenta

bons resultados estatísticos, pois tanto o Erro Relativo Médio (P%) e o Coeficiente de

Correlação (R2) não estão em conformidade com a literatura pesquisada. Comportamento

semelhante é visto por Pena et al, (2000), dentre outros.

Dando prosseguimento ao estudo dos modelos empíricos, observa-se que os modelos

de Copace e Sigma-copace estão dentro das análises estatísticas.

O modelo de Copace é pouco difundido em pesquisas científicas na secagem de frutas,

pois o mesmo é mais utilizado para a secagem de grãos, como mostra Araújo et al. (2001),

Corrêa et al. (1998), dentre outros. Apesar desta abordagem que este modelo apresenta, foi

constatado nesta pesquisa por análises estatísticas que o modelo de Copace é o que melhor

representa a isoterma de sorção do abacate in natura, sendo o Erro Relativo Médio (P%) =

4,74 e o Coeficiente de Correlação (R2) = 0,9907.

O modelo de Sigma-copace, que é uma variação do modelo anterior, é proposto para

representar as isotermas de sorção de alimentos como grãos e sementes. Este modelo também

é pouco difundido na literatura para representar isotermas de frutas, onde pesquisadores

como: Morais (2010), Corrêa et al. (2000) dentre outros, relatam que este modelo se ajusta

bem aos dados experimentais de análises de grão como, feijão e café, respectivamente. Já no

tocante a esta pesquisa envolvendo as isotermas para o abacate, o mesmo apresentou bons

resultados quanto às análises estatísticas, pois o Erro Relativo Médio (P%) = 8,41 e o

Coeficiente de Correlação (R2) = 0,9737.

Analisado cada modelo no intuito de representar a isoterma de desorção do abacate in

natura, no decorrer desta pesquisa são plotados gráficos com os dados experimentais obtidos

da umidade de equilíbrio e atividade de água. Esses gráficos foram plotados a fim de verificar

o comportamento da umidade de equilíbrio experimental versus a umidade de equilíbrio

predita pelos modelos matemáticos em análise, como mostram as Figuras (4.9), (4.10), (4.11),

(4.12), (4.13).

Page 111: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

111

Figura 4.9 - Ajustes do modelo Gab.

Através da Figura acima é possível averiguar que o modelo de Gab apresenta-se,

através dos símbolos, distante das curvas experimentais em todo o processo para este modelo.

Diante deste comportamento em que este modelo apresenta, pode-se constatar que os dados

preditos gerados pelo mesmo, representados por símbolos, não se ajustaram aos dados

experimentais desta pesquisa, representados pelas curvas.

Este comportamento também é comprovado pelas análises estatísticas já

mencionadas neste trabalho, confirmando assim que o modelo teórico em questão não se

adequa ao experimento, feito com o abacate in natura. Apesar do não adequamento do

modelo de Gab, é averiguado pela literatura que este foi utilizado por alguns autores para

representarem as isotermas de alimento, como: Oliveira et al, (2009) que utilizou o modelo de

Gab para pesquisar as isoterma de abacaxi, dentre outros.

Quanto às curvas geradas pelo experimento, é notório que estas apresentam

comportamentos semelhantes típicos de quaisquer isotermas de dessorção para alimentos,

inclusive as frutas, pois as mesmas demonstraram ao longo de todo o experimento a perda de

umidade do produto em função da atividade de água (aw).

0,00

0,10

0,20

0,30

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Um

idad

e d

e eq

uil

ibri

o (

xeq

)

Atividade de água (aw)

EXPERIMENTO, 40ºC

MODELO GAB, 40ºC

EXPERIMENTO, 50ºC

MODELO GAB, 50ºC

EXPERIMENTO, 60ºC

MODELO GAB, 60ºC

EXPERIMENTO, 70ºC

MODELO GAB, 70ºC

EXPERIMENTO, 80ºC

MODELO GAB, 80ºC

EXPERIMENTO, 90ºC

MODELO GAB, 90ºC

Page 112: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

112

Figura 4.10 - Ajustes do modelo Bet.

Para o modelo de Bet que também se caracteriza com um modelo teórico, é

perceptível pela Figura acima que o mesmo não apresenta uma boa linearidade quanto aos

símbolos gerados para representar o mesmo.

Quanto às curvas que representa o experimento das isotermas de sorção, é notório que

estas se apresentam de forma satisfatória quando comparada com a literatura pesquisada,

apesar das não linearidades das mesmas. É observado também que o modelo em questão

apresenta-se distante das curvas experimentais em todo o processo para este modelo.

Diante das análises estatísticas este comportamento é comprovado pela Tabela (4.7),

confirmando assim que o modelo teórico de Bet não se adequa ao experimento. Apesar do não

adequamento deste, é averiguado pela literatura que o mesmo foi utilizado por Pena et al,

(2010) que usou o modelo de Bet para averiguar as isotermas de açaí, dentre outros.

0,00

0,10

0,20

0,30

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Um

idad

e d

e eq

qu

ilib

rio

(x

eq)

Atividade de água (aw)

EXPERIMENTO, 40ºC

MODELO BET, 40ºC

EXPERIMENTO, 50ºC

MODELO BET, 50ºC

EXPERIMENTO, 60ºC

MODELO BET, 60ºC

EXPERIMENTO, 70ºC

MODELO BET, 70ºC

EXPERIMENTO, 80ºC

MODELO BET, 80ºC

EXPERIMENTO, 90ºC

MODELO BET, 90ºC

Page 113: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

113

Figura 4.11 – Ajustes do modelo Bet Modificado.

Para o modelo de Bet Modificado representado pela Figura acima, é possível

observar uma semelhança quanto ao modelo de Bet, pois o mesmo é uma simplificação deste.

Semelhança esta também comprovada pelas analises estatísticas averiguada na Tabela (4.7).

Apesar do não ajustamento deste modelo, representado pelos símbolos, aos dados

experimentais, representados pelas curvas, o modelo de Bet Modificado foi utilizado por Pena

et al, (2000), dentre outros.

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Um

idad

e d

e eq

uil

ibri

o (

xeq

)

Atividade de água (aw)

EXPERIMENTO, 40ºC

MODELO BET MODIFICADO, 40ºC

EXPERIMENTO, 50ºC

MODELO BET MODIFICADO, 50ºC

EXPERIMENTO, 60ºC

MODELO BET MODIFICADO, 60ºC

EXPERIMENTO, 70ºC

MODELO BET MODIFICADO, 70ºC

EXPERIMENTO, 80ºC

MODELO BET MODIFICADO, 80ºC

EXPERIMENTO, 90ºC

MODELO BET MODIFICADO, 90ºC

Page 114: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

114

Figura 4.12- Ajustes do modelo Copace.

Em relação às curvas dos modelos empíricos representados por Copace através da

Figura acima, é observado que estas se aproximam do modelo em analise. Diante deste

comportamento em que este modelo apresenta, pode-se constatar que os dados preditos

gerados pelo mesmo, representados por símbolos, se ajustaram aos dados experimentais desta

pesquisa, representados pelas curvas. Curvas estas que representam de forma coerente à perda

de umidade das amostras do abacate em função da atividade de água (aw), o que caracteriza

as isotermas de dessorção desta fruta.

Este comportamento também é comprovado pelas análises estatísticas já

mencionadas neste trabalho, confirmando assim que o modelo empírico em questão se adequa

ao experimento, feito com o abacate in natura.

Na literatura averiguada para esta pesquisa foram encontrados autores que utilizaram

deste modelo para representaram isotermas de alguns alimentos, são eles: Araújo et al, (2001)

e Corrêa et al, (1998) , dentre outros.

0,00

0,10

0,20

0,30

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Um

idad

e d

e eq

uil

ibri

o (

xeq

)

Atividade de água (aw)

EXPERIMENTO, 40ºC

MODELO COPACE, 40ºC

EXPERIMENTO, 50ºC

MODELO COPACE, 50ºC

EXPERIMENTO, 60ºC

MODELO COPACE, 60ºC

EXPERIMENTO, 70ºC

MODELO COPACE, 70ºC

EXPERIMENTO, 80ºC

MODELO COPACE, 80ºC

EXPERIMENTO, 90ºC

MODELO COPACE, 90ºC

Page 115: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

115

Figura 4.13- Ajustes do modelo Sigma Copace.

Através das Figuras acima é possível verificar o comportamento das isotermas de

desorção para o modelo de Sigma Copace que é uma adequação do modelo anterior, o de

Sigma Copace.

Neste modelo de Sigma Copace é possível averiguar também que os dados preditos

gerados pelo mesmo, representados por símbolos, se ajustaram aos dados experimentais desta

pesquisa, representados pelas curvas. Comportamento também comprovado pelas análises

estatísticas, admitindo assim que o modelo empírico de Sigma Copace se adequa ao

experimento.

Quanto ao experimento representado pelas curvas, é notório que estas apresentam

também comportamentos semelhantes à de isotermas de dessorção de alimentos, pois quanto

menor a temperatura do experimento mais tardio é este experimento em função de sua perda

de umidade (Xeq) e atividade de água (aw).

Diante da literatura investigada para esta pesquisa foram encontrados autores que

utilizaram deste modelo para representaram algumas isotermas, são eles: Corrêa et al, (2000)

e Morais (2010) para o modelo de Sigma-copace, dentre outros.

Logo ambos apresentaram bons resultados, quando comparado com o experimento,

pois os dados preditos por estes modelos se adequaram aos dados experimentais, mais

0,00

0,10

0,20

0,30

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Um

idad

e d

e eq

uil

ibri

o (

xeq

)

Atividade de água (aw)

EXPERIMENTO, 40ºC

MODELO SIGMA COPACE, 40ºC

EXPERIMENTO, 50ºC

MODELO SIGMA COPACE, 50ºC

EXPERIMENTO, 60ºC

MODELO SIGMA COPACE, 60ºC

EXPERIMENTO, 70ºC

MODELO SIGMA COPACE, 70ºC

EXPERIMENTO, 80ºC

MODELO SIGMA COPACE, 80ºC

EXPERIMENTO, 90ºC

MODELO SIGMA COPACE, 90ºC

Page 116: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

116

precisamente no modelo de Copace. Sendo assim, a isoterma do abacate in natura tem uma

boa representatividade com o modelo de Copace, seguido do modelo de Sigma-copace.

Após a discursão para cada modelo matemático pesquisado na literatura referente às

isotermas de desorção dos alimentos, será abordado a seguir um novo modelo matemático

gerado pelos dados experimentais.

4.7 – DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO MATEMÁTICA PARA A ISOTERMA DE

DESSORÇÃO DO ABACATE.

Para a obtenção da nova equação foi utilizado os dados obtidos nos experimentos e a

partir destes desenvolveu-se uma equação matemática através de regressão linear de

polinômios, em faixa de temperatura já mencionada neste estudo.

Para a determinação da equação matemática da isoterma levou-se em consideração os

dados experimentais da umidade de equilíbrio (Xeq) pela a atividade de água (Aw) na faixa

de temperatura estabelecida (40, 50, 60, 70, 80, 90)ºC. Através da regressão linear os

coeficientes da equação polinomial foram determinados, e utilizando o Método dos Mínimos

Quadrados obteve-se o ajuste das curvas geradas pelo polinômio aos dados experimentais.

A faixa da umidade de equilíbrio no experimento foi de (0 a 3) em termo adimensional

e a da atividade de água foi de (0 a 1) também em termo adimensional, como visto na

Equação (5.2).

cAwTbAwTaTAwXeq )).(()).((),( 2

(4.2)

Onde:

a(Aw) = (5,0x10-5

(T)2 - 6,9x10

-3(T)

+ 3,0

x10

-1)*Aw

2

b(Aw) = (-4,0x10-5

(T)2

- 3,6x10-3

(T) + 8,4

x10

-2)*Aw

c(Aw) = (8,70x10-6

(T)2

- 1,6x10-3

(T) + 1,1

x10

-1)

Onde:

Xeq: Umidade de equilíbrio

T: temperatura (ºC)

Aw: Atividade de água

Page 117: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

117

Vista a equação polinomial de segundo grau gerada com os dados experimentais deste

estudo, foram geradas curvas características para isotermas do mesmo, a fim de verificar o

comportamento deste ao longo do experimento, como mostra a Figura (4.14).

Figura 4.14 - Curvas geradas pelo Polinômio das isotermas.

De acordo com a Figura (4.14) é perceptível que as curvas geradas pelo polinômio se

apresentam uniformes ao longo de todo experimento. Quanto o desempenho destas curvas é

observado que a amostra vai perdendo umidade à medida que a temperatura aumenta em faixa

de atividade de água definida em literatura, demonstrando assim que o polinômio gerado

apresenta bom desempenho no decorrer do experimento.

Para comprovar estes comportamentos demonstrados pela Figura (4.14), foi

desenvolvida a Tabela (4.8) com as análises estatísticas através do Erro Relativo Médio (P%)

que deve ser inferior a 10%, e do Coeficiente de Correlação R2 que deve se se encontrar

próximo da unicidade, ou seja, próximo de um.

Tabela 4 8- Ajuste do polinômio para a isoterma do abacate in natura.

POLINÔMIO (P%) R2

cAwTbAwTaTAwXeq )).(()).((),( 2

2,83 0,9401

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Um

idad

e d

e eq

uil

ibri

o (

xeq

)

Atividade de água (aw)

POLINÔMIO, 40ºC

POLINÔMIO, 50ºC

POLINÔMIO, 60ºC

POLINÔMIO, 70ºC

POLINÔMIO, 80ºC

POLINÔMIO, 90ºC

Page 118: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

118

Como visto pela Tabela anterior, é possível averiguar que Coeficiente de Correlação

R2

para toda faixa de temperatura está em consonância com a literatura pesquisada, como

também o Erro Relativo Médio (P%) que se encontram abaixo de 10%. Logo o polinômio

desenvolvido neste trabalho para a isoterma no que diz respeito às análises estatísticas e o

ajusto das curvas geradas estão em conformidade literária.

Analisados todas as condições possíveis para a secagem do abacate através da cinética

e da isoterma de desorção do abacate in natura, no decorrer desta pesquisa será apresentadas

as conclusões encontras neste estudo.

Page 119: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

119

CONCLUSÕES

Apresente pesquisa como já mencionada trata do estudo teórico e experimental da

secagem do abacate em relação às cinéticas de secagem e isotermas de desorção em faixas de

temperatura definidas, são elas: (40, 50, 60, 70)ºC para a cinética de secagem e (40, 50, 60,

70, 80, 90)ºC para as isotermas de desorção. Foi realizada também análise física e físico-

química de algumas amostras do abacate que foram secos em fatias padronizadas.

Observou-se sobre a superfície da amostra do abacate in natura uma película de óleo

formada ao longo do processo, sendo esta bastante rica em lipídios e ácidos graxos

insaturados, e devido a estas particularidades deste produto, verificou-se que a película de

óleo teve influencias significativa, pois quanto maior a espessura das amostras mais demorada

era a perda de umidade e também mais energia seria necessário para manter o processo.

As condições estudadas no processo da secagem convectiva levaram em consideração

a velocidade do ar de secagem fixada em 3m/s e temperaturas variando em (40, 50, 60 e

70)ºC, sendo estas eficazes para comprovar a caracterização físico-química representada pelo

teor de umidade inicial da amostra em base úmida, quando comparada com a literatura.

Na análise da cinética de secagem gerada pelo teor de umidade em base seca para as

quatro temperaturas estudadas, obtiveram-se curvas semelhantes com o efeito do aumento da

temperatura do ar de secagem. Observou-se também uma redução do tempo do processo de

secagem e no teor de umidade do produto devido o aumento da temperatura empregada no

processo.

Os modelos matemáticos que representa a cinética de secagem ajustados pelo Método

dos Mínimos Quadrados apresentaram resultados distintos, onde se verificou que o modelo

semi-teórico representado pela Lei de Resfriamento de Newton, que expõe a perda de

umidade sobre a superfície do produto, obteve bons ajustes através dos dados estatísticos

representados na faixa de temperaturas estabelecida. Logo, este modelo pode ser usado para a

predição da transferência de massa na superfície do produto, nestas condições.

Dando prosseguimento à cinética de secagem, o modelo teórico representado pela

Segunda Lei de Fick, que representa a perda de umidade interna ao produto, não teve um bom

Page 120: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

120

ajuste aos dados experimentais, pois o valor do Erro Relativo Médio obtido nesse trabalho foi

superior a 10%, e o coeficiente de correlação foi inferior a um. Portanto, o modelo difusional

representado pela Segunda Lei de Fick não foi capaz de predizer o comportamento interno da

perda de massa para a amostra do abacate in natura.

Ainda em relação à difusividade interna do abacate pode-se constatar que todos os

modelos empíricos, exceto o de Wang e Sing, representaram bem a cinética de secagem do

abacate, mediante as analises estatísticas e curvas bem ajustadas aos dados experimentais, na

faixa de temperatura analisada.

No tocante ao polinômio desenvolvido nesta pesquisa para representar a cinética de

secagem do abacate, é perceptível pelas curvas geradas e pelas análises estatísticas que o

mesmo contribui de forma significativa para a representação da cinética desta fruta.

Na análise das isotermas de desorção para o abacate, observou-se que o teor de água

de equilíbrio diminui, para as concentrações em estudo, à medida que aumenta a faixa de

temperatura, em diferentes níveis de atividade de água. Foi observado também que a energia

cinética, associada às moléculas de água no alimento, aumenta com a elevação da

temperatura, resultando numa diminuição das forças de atração e, consequentemente,

ocorrendo à liberação de moléculas de água.

Os modelos matemáticos que representa as isotermas de desorção também foram

ajustados pelo Método dos Mínimos Quadrados, sendo que os modelos teóricos representados

por, Bet, e Gab não representaram bem o fenômeno da isoterma para o abacate, como também

o empírico expresso por Bet modificado.

Portando, constatou-se que dentre os modelos averiguados neste estudo, os que

representam as isotermas de desorção em alimentos, apenas dois modelos empíricos se

mostraram de forma satisfatória para representarem as isotermas de desorção do abacate, são

eles: o modelo de Copace e o de Sigma-copace. Esta constatação foi observada através das

curvas ajustadas pelo Método dos Mínimos Quadrados e por meio das análises estatísticas,

que por sua vez se adequam com a literatura pesquisada.

Em relação ao polinômio desenvolvido para representar a isoterma de desorção do

abacate in natura, observou-se pelas curvas geradas e pelas análises estatísticas que o mesmo

contribui de forma expressiva para a representação da isoterma de desorção do abacate.

Page 121: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

121

No tópico a seguir, são expostas as perspectivas futuras desta pesquisa. A mesma foi

elaborada levando em consideração os desafios encontrados no âmbito das pesquisas

realizadas no processo de secagem em alimentos.

Page 122: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

122

PERSPECTIVAS FUTURAS

As perspectivas futuras sugeridas para o avanço na qualidade do trabalho em pauta

serão importantes, para um melhor entendimento no processo físico do sistema, tais como:

Complementar a caracterização física do abacate, através de determinações de suas

propriedades, como: massa específica porosidade, calor específico e condutividade

térmica;

Realizar novos experimentos para a isoterma, considerando o fenômeno de adsorção

(absorção de água);

Desenvolver novos modelos matemáticos que demonstrem a transferência de massa

para o abacate in natura;

Desenvolver um código computacional para investigar a transferência de massa que

ocorrem durante a secagem do abacate, para comparar com o experimento.

Page 123: Estudo teórico e experimental do processo de secagem do Abacate

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