estudo sobre o mercado de ações brasileiro - perfil do investidor (diego martinelli antunes)

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO – CEA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR DIEGO MARTINELLI ANTUNES ESTUDO SOBRE O MERCADO DE AÇÕES BRASILEIRO: PERFIL DO INVESTIDOR CAMPINAS - SP 2009

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Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido no Curso de Administração da Faculdade de Administração da PUC-Campinas, como requisito para obter o grau de bacharel sob orientação do Professor Francisco Prisco Neto. O trabalho estuda o mercado de ações brasileiro, assim como descreve de forma sucinta seu funcionamento, com foco especial aos investidores pessoa física, procurando entender quem são estes investidores, com qual objetivo e quais estratégias utilizam para atuarem em tal negócio, um ramo até então pouco difundido no mercado brasileiro.

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Page 1: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO – CEA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM

COMÉRCIO EXTERIOR

DIEGO MARTINELLI ANTUNES

ESTUDO SOBRE O MERCADO DE AÇÕES BRASILEIRO:

PERFIL DO INVESTIDOR

CAMPINAS - SP

2009

Page 2: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO – CEA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM

COMÉRCIO EXTERIOR

DIEGO MARTINELLI ANTUNES

ESTUDO SOBRE O MERCADO DE AÇÕES BRASILEIRO:

PERFIL DO INVESTIDOR

Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido no Curso deAdministração com Habilitação emComércio Exterior da Faculdade deAdministração da PUC-Campinas,como requisito para obter o grau de bacharel em Administração soborientação do Professor Francisco Prisco Neto.

CAMPINAS - SP

2009

Page 3: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

Dedico este trabalho, símbolo de mais uma etapa concluída em minha vida, àqueles que estiveram comigo em todos os momentos dessa jornada:

Meus pais e melhores amigos, Daisy e Casão e, mesmo em pensamento, minha avó, Maria Emília, que, com amor e dedicação, me guiaram desde os primeiros

passos até que pudesse almejar grandes vôos. Meus padrinhos, Fernando e Janete, parte integrante da minha vida e da formação do meu caráter. Familiares e amigos-

irmãos, presentes nos momentos mais importantes da minha vida. Todos me fortalecendo nas dificuldades e compartilhando felicidade nas vitórias que tenho tido

ao longo dos anos, além de outras tantas pessoas que passaram em minha vida, cada qual com sua importância na formação do meu indivíduo.

Page 4: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

"O que realmente importa não são os anos de vida,

mas a vida que se vive nestes anos."

Autor Desconhecido

Page 5: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

Sumário

1. Introdução...............................................................................................................06

1.1. Caracterização da Organização..........................................................................07

1.1.1. Histórico............................................................................................................07

1.1.2. Missão, Direção e Sedes..................................................................................09

1.1.3. Oportunidade....................................................................................................09

1.1.4. Limite................................................................................................................09

1.2. Objetivos..............................................................................................................10

1.2.1. Objetivos Gerais...............................................................................................10

1.2.2. Objetivos Específicos.......................................................................................10

1.3. Justificativa..........................................................................................................10

1.3.1. Oportunidade de Trabalho................................................................................10

1.3.2. Viabilidade do Trabalho....................................................................................11

1.3.3. Importância.......................................................................................................11

2. Revisão da Literatura.............................................................................................12

2.1. Sistema Financeiro Nacional...............................................................................12

2.1.1. Subsistema Normativo.....................................................................................14

2.1.1.1. Conselho Monetário Nacional.......................................................................14

2.1.1.2. Banco Central do Brasil.................................................................................14

2.1.1.3. Comissão de Valores Mobiliários..................................................................15

2.1.1.4. Banco do Brasil.............................................................................................15

2.1.1.5. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social...........................15

2.1.1.6. Caixa Econômica Federal.............................................................................16

2.1.2. Subsistema de Intermediação..........................................................................16

2.1.2.1. Instituições Financeiras Bancárias................................................................16

2.1.2.2. Instituições Financeiras Não-Bancárias........................................................17

2.1.2.3. Instituições Auxiliares....................................................................................18

2.1.2.3.1. Bolsas de Valores.......................................................................................18

Page 6: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

2.1.2.3.2. Clube de Investimento................................................................................18

2.1.2.4. Instituições Não-Financeiras.........................................................................19

2.2. Mercado de Capitais Brasileiro...........................................................................19

2.2.1. Mercado Primário.............................................................................................19

2.2.2. Mercado Secundário........................................................................................20

2.2.3. Tipos de Ações e de Acionistas.......................................................................21

2.2.3.1. Ações Ordinárias...........................................................................................22

2.2.3.2. Ações Preferenciais.......................................................................................22

2.2.3.3. Tipos de Acionistas e seus Objetivos............................................................23

2.3. Análise para Investimento em Ações..................................................................24

2.3.1. Análise Técnica................................................................................................24

2.3.2. Análise Fundamentalista..................................................................................25

3. Metodologia Científica............................................................................................27

3.1.Delineamento de Pesquisa..................................................................................27

3.2. População e Plano de Amostragem....................................................................27

3.3. Plano e Técnicas de Coleta de Dados................................................................28

3.4. Plano de Análise..................................................................................................28

3.5. Instrumento de Coleta de Dados.........................................................................28

4. Análise dos Dados Coletados................................................................................29

5. Considerações Finais.............................................................................................37

5.1. Resumo do Trabalho Realizado..........................................................................37

5.2. Conclusão do Trabalho Realizado......................................................................37

Referências Bibliográficas.........................................................................................40

Anexo.........................................................................................................................41

Page 7: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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1. Introdução

O trabalho que segue estuda o mercado de ações brasileiro, assim como

descreve de forma sucinta seu funcionamento, com foco especial aos investidores

pessoa física. O autor vê a participação deste público no mercado de ações como

em franco crescimento. Sendo assim, procura entender quem são estes

investidores, com qual objetivo e quais estratégias utilizam para se atuarem em tal

negócio, um ramo até então pouco difundido no mercado brasileiro.

Page 8: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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1.1. Caracterização da Organização

1.1.1 Histórico

Há registros da existência do mercado de ações com data de 1602, na

Holanda. Porém foi em 1845 que se iniciou tal prática no Brasil. Na época, foi

fundada a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ). A cidade era referência

nacional, uma vez que era capital do país à época, sendo considerado o centro

político-econômico do país.

Com o passar dos anos, novas bolsas foram surgindo pelo país. Dentre elas a

Bolsa de Valores do Extremo Sul (BVES), Bolsa de Valores do Paraná (BVPR),

Bolsa de Valores Minas, Espírito Santo e Brasília (BOVMESB), Bolsa de Valores da

Bahia, Sergipe e Alagoas (BOVESBA), Bolsa de Valores Pernambuco e Paraíba

(BOVAPP), Bolsa de Valores Regional (BVRg), Bolsa de Valores de Santos (BVST),

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), entre outras.

Dentre elas, a que mais chama a atenção é a Bovespa devido a sua

reconhecida credibilidade e trajetória de crescimento.

Fundada em 1890, a chamada Bolsa Livre era o embrião da bolsa como

conhecemos hoje. Na época, a Bolsa Livre teve vida curta, tendo suas atividades

encerradas no ano seguinte. Em 1895, é reaberta sob nome de Bolsa de Fundos

Públicos de São Paulo.

Em 1934 a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo muda de localização e de

nome, agora nomeada Bolsa Oficial de Valores de São Paulo, onde viveu com vigor

o período de industrialização no pós-guerra, atraindo grande número de empresas

privadas que se desenvolviam na época.

Com as reformas ocorridas no Sistema Financeiro Nacional na década de

1960, a Bolsa Oficial de Valores de São Paulo sofre alterações em suas

características, passando a ter caráter institucional, transformando-se em

associação civil sem fins lucrativos, enfim denominada Bolsa de Valores de São

Paulo – Bovespa.

Até então, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro era a principal bolsa do país,

a qual atraia o maior número de negócios, volume de movimentação e quantidade

Page 9: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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de investidores. Porém, a partir da década de 1980 o cenário alterou-se, fazendo da

Bovespa a bolsa com maior atratividade no âmbito nacional. Este fato se deve às

diversas inovações e modernizações administrativas e tecnológicas promovidas pela

Bovespa, como o pioneirismo no registro eletrônico de negócios, introdução das

operações com opções sobre ações, implantação de terminais eletrônicos para

negociação, entre outros diferenciais até então inéditos no país.

As décadas de 1980 e 1990 ficaram marcadas pelo surgimento de algumas

inovações como a Bolsa Mercadorias & Futuros (BM&F), a Companhia Brasileira de

Liquidação e Custódia (CBLC), o after market, além da implantação do Mega Bolsa,

sistema altamente avançado de processamento de informações, e do Home Broker,

permitindo que as negociações fossem feitas eletronicamente de qualquer parte do

mundo.

O sistema Mega Bolsa foi fundamental para um processo que iria mudar o

mercado de ações do país. Em 2000, sob o slogan “Bovespa, A Bolsa do Brasil”,

houve a unificação do mercado nacional, que centralizou os negócios com ações na

bolsa paulista. Este fato ocorreu através de um acordo que integrou as bolsas de

valores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas - Espírito Santo - Brasília, Extremo Sul,

Santos, Bahia - Sergipe - Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Paraná e a Bolsa

Regional, unindo todas as bolsas de valores em atividade à época. As bolsas

regionais mantiveram suas atividades de desenvolvimento do mercado e de

prestação de serviços as suas praças locais, porém deixaram de atuar diretamente

no mercado acionário.

Em 2007, a Bovespa se transformou em sociedade anônima, abrindo seu

capital sob denominação de Bovespa Holding S.A. Ainda neste mesmo ano, a Bolsa

de Mercadorias & Futuros (BM&F) teve o mesmo destino, pouco tempo depois do

ocorrido com a Bovespa, passando a se chamar BM&F S.A.

Em 2008, as duas empresas integram-se, formando a maior bolsa da América

Latina, segunda maior das Américas e terceira maior do mundo em valor de

mercado, passando a se chamar Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros – BM&F

Bovespa S.A, a Nova Bolsa Brasileira.

Page 10: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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1.1.2. Missão, Direção e Sedes

A missão da BM&F Bovespa é atuar na dinâmica macroeconômica de

crescimento do mercado latino-americano e posicionar o Brasil como centro

financeiro internacional de negociação de ações, commodities e outros instrumentos

financeiros, com excelência operacional e atitudes socialmente responsáveis.

O atual diretor presidente da BM&F Bovespa é Edemir Pinto, seguido pelo

diretor Amarílis Prado Sardenberg, responsável pela Diretoria Executiva de

Clearings, Depositária e de Risco, Carlos Kawall Leal Ferreira responsável pela

Diretoria Executiva Financeira e de Relações com Investidores, Cícero Augusto

Vieira Neto, responsável pela Diretoria Executiva de Operações e TI, Marta Alves,

responsável pela Diretoria Executiva De Produtos, Paulo de Sousa Oliveira Júnior,

responsável pela Diretoria Executiva de Desenvolvimento e Fomento de Negócios,

além de Arminio Fraga Neto, Presidente do Conselho de Administração, e Marcelo

Fernandez Trindade, Vice-Presidente do Conselho de Administração da BM&F

Bovespa.

A empresa possui sua sede principal na cidade de São Paulo - SP, possuindo

uma segunda sede nesta mesma cidade, além de sedes no Rio de Janeiro - RJ,

Porto Alegre - RS, Curitiba - PR, Fortaleza - CE e Recife - PE. Possui ainda duas

sedes no exterior, a primeira situada em Nova Iorque, Estados Unidos da América, e

a segunda estabelecida em Xangai, na República Popular da China.

1.1.3. Oportunidade

O autor do presente trabalho vê com grande interesse o estudo da Bolsa de

Valores e de seus investidores, sendo oportuno aprofundar seus conhecimentos no

assunto, o que será de grande utilidade em sua vida profissional e pessoal.

1.1.4. Limite

O trabalho limita-se ao universo da Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros,

a BM&F Bovespa S.A.

Page 11: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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1.2 Objetivos

1.2.1. Objetivos Gerais

O trabalho que segue visa entender os motivos pelos quais investidores que

até então limitados por seu perfil de renda ou pela falta de informação, estão

buscando o mercado de ações como opção de investimento, assim como verificar

quais as estratégias utilizadas por estes.

1.2.2. Objetivos Específicos

Para que o objetivo seja alcançado, o desenvolvimento das etapas abaixo se

torna necessário, buscando embasamento para que se alcance resultados

conclusivos.

• Pesquisa de campo com investidores;

• Verificar quem são, como e porque atuam no Mercado de Ações;

• Verificar se há um perfil determinado de investidor;

• Verificar as principais dificuldades encontradas para o sucesso no setor;

• Se possível, mostrar soluções para que outros investidores não passem pelas

mesmas dificuldades.

1.3. Justificativa

1.3.1. Oportunidade de Trabalho

O mercado de ações brasileiro é um setor que se encontra em fase de

expansão e popularização, porém possui ainda grande potencial de crescimento.

Sendo assim, é nítida a oportunidade de desmistificar este processo, mostrando

que, apesar de haver risco, há também grande possibilidade de lucro, desde que se

atue com o conhecimento e embasamento adequado.

Page 12: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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1.3.2. Viabilidade do Trabalho

O trabalho se torna viável, uma vez que há dados bibliográficos suficientes

para sua realização, matérias e reportagens disponíveis para pesquisa, além de não

gerar nenhum tipo de ônus ao autor.

1.3.3. Importância

O autor julga de suma importância um estudo da situação do mercado de

ações no Brasil, já que muitos dos investidores que hoje atuam no setor o fazem

sem o mínimo de preparo. Assim sendo, este pode servir para pautar a inclusão de

investidores em tal mercado, sendo também de grande interesse pessoal do autor o

aprofundamento no assunto.

Page 13: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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2. Revisão da Literatura

2.1. Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O Brasil possui um Sistema Financeiro que tem a finalidade garantir a

realização do fluxo de fundos econômicos entre tomadores, aqueles que não

possuem renda suficiente para suprir seu consumo, necessitando de crédito para

tanto, e poupadores, aqueles que, além de possuir renda suficiente para suprir seus

gastos com consumo, dispõe ainda de excedente.

Assaf Neto (2006, p.44), apresenta o Sistema Financeiro Nacional com uma

estrutura composta por diversos instrumentos e instituições financeiras, públicas ou

privadas, as quais pautam tais transações. A mais usual forma de segmentar o SFN

se baseia em dois subsistemas, representado graficamente na figura 1.

O subsistema normativo é responsável por garantir o funcionamento do

mercado, além de fiscalizar e regular suas atividades por meio de seus órgãos.

Dentre seus principais órgãos, encontramos o Conselho Monetário Nacional (CMN),

o Banco Central do Brasil (BACEN), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o

Banco do Brasil (BB), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES) e a Caixa Econômica Federal (CEF).

Já no subsistema de intermediação, encontram-se as instituições financeiras

classificadas como bancárias ou monetárias e não-bancárias ou não-monetárias.

As instituições ditas como bancárias ou monetárias são aquelas onde é

permitida a criação de moeda a partir de depósitos á vista, as quais operam com

ativos financeiros monetários destes depósitos. São os bancos comerciais e

múltiplos.

Já as não-bancárias ou não-monetárias, não podem receber tais depósitos, o

que se traduz na não criação de moeda. Ao contrário das instituições bancárias,

estas utilizam de ativos não bancários, como debêntures, certificado de depósito

bancário (CDB), letras de câmbio ou ações. São as sociedades corretoras, de

arrendamento mercantil, financeiras ou bancos de investimento.

Page 14: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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Figura 1. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

Fonte: ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 7ª ed. São Paulo. Atlas, 2006, p.44

Page 15: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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2.1.1. Subsistema Normativo

2.1.1.1. Conselho Monetário Nacional (CMN)

O Conselho Monetário Nacional se define, de acordo com Assaf Neto (2006,

p.45) como um órgão estritamente normativo, ao qual não é atribuída nenhuma

função executiva, ficando com a obrigação de pautar as ações de órgãos executivos,

formular políticas de moeda e de crédito, ditar diretrizes de política cambial,

regulamentar taxas de juros, zelar pela liquidez e pleno funcionamento de

instituições financeiras, a fim de prevenir e corrigir desequilíbrios econômicos,

sempre em defesa do interesse socioeconômico nacional.

Fazem parte do Conselho Monetário Nacional o Ministro da Fazenda, o

Ministro do Planejamento e, por fim, o Presidente do Banco Central do Brasil.

2.1.1.2. Banco Central do Brasil (BACEN)

Assaf Neto (2006, p.48), define o Banco Central do Brasil como órgão

executivo, ao qual cabe executar as políticas traçadas pelo Conselho Monetário

Nacional, além de atuar como o órgão fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional,

ou seja, atua como banco disciplinador do mercado financeiro, a fim de promover o

controle das instituições financeiras e de suas operações, além de executar a

política monetária.

Santos (1999, p.26), trata o Banco Central do Brasil de BCB. Além de

concordar com Assaf Neto em sua definição anterior, nos mostra que o BCB é

administrado por uma Diretoria Colegiada, a qual é composta por até nove membros

nomeados pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal.

Santos (1999, p.28), acrescenta ao BCB o funcionamento do Comitê de

Política Monetária (COPOM), que tem como objetivo estabelecer a Taxa Básica de

Juros (SELIC).

Page 16: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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2.1.1.3. Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Assaf Neto (2006, p.48) atribui à Comissão de Valores Mobiliários o objetivo

básico de normatizar e controlar o mercado de valores mobiliários como ações,

debêntures e outros papéis emitidos por sociedades anônimas, sempre seguindo as

orientações normativas do Conselho Monetário Nacional, além das orientações

executivas do Ministério da Fazenda.

Cabe a Comissão de Valores Mobiliários promover medidas que incentivem o

acesso ao mercado acionário, estimulando o funcionamento da bolsa de valores,

além de assegurar a lisura destas operações, zelando e protegendo os investidores.

Sua administração cabe a um Presidente e outros quatro diretores, todos

estes nomeados diretamente pelo Presidente da República.

2.1.1.4. Banco do Brasil (BB)

De acordo com Assaf Neto (2006, p.48), o Banco do Brasil é uma sociedade

anônima de capital misto cujo controle acionário é exercido pela União.

A instituição já foi considerada uma autoridade monetária, quando atuava na

emissão de moeda no país por meio do acesso direto à conta movimento do

Tesouro Nacional. Por decisão do Conselho Monetário Nacional, esse privilégio foi

revogado, conservando ainda a função de principal órgão financeiro do Governo

Federal, com a função de executar sua política creditícia e financeira, atuando

também como um banco comercial, ao exercer as atividades próprias dessas

instituições, além de atuar como banco de investimento e desenvolvimento ao

operar com crédito de médio e longo prazo.

2.1.1.5. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES)

Assaf Neto (2006, p.49) nos mostra as atribuições do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social, definindo-o como um órgão público vinculado

ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. É o principal

instrumento de execução de financiamento de médio e longo prazo do Governo

Page 17: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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Federal, a fim de reequipar e fomentar o setor industrial e social, além de outras

empresas consideradas de interesse nacional.

O BNDES utiliza de agentes financeiros, os quais recebem uma comissão

para que executem a intermediação entre o BNDES e o financiado, tornando-se co-

responsáveis pela liquidação da dívida.

O BNDES é composto pelo BNDESPAR e pelo Finame, e conta como fonte

de recursos o recolhimento do Programa de Integração Social (PIS), Programa de

Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), dotações orçamentárias da

União, recursos captados no exterior e recursos próprios provenientes do retorno

das aplicações efetuadas.

2.1.1.6. Caixa Econômica Federal (CEF)

A Caixa Econômica Federal é uma instituição financeira pública de cunho

social, ao qual atua como órgão auxiliador do Governo Federal na execução de sua

política creditícia, além de efetuar atividades como quaisquer bancos comerciais e

múltiplos.

Como a Caixa Econômica Federal tem como base a sua função social, é

principal agente do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), atuando no

financiamento da casa própria, principalmente no segmento de baixa renda, além de

administrar, com exclusividade, os serviços das loterias federais, sendo também o

principal arrecadador do FGTS, além de possuir o monopólio das operações de

penhor no Brasil.

2.1.2. Subsistema de Intermediação

2.1.2.1. Instituições Financeiras Bancárias

Para Assaf Neto (2006, p.51), as instituições financeiras bancárias são

constituídas basicamente pelos Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos e Caixas

Econômicas.

Page 18: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

17

Estas são instituições financeiras constituídas obrigatoriamente sob a forma

de sociedades anônimas, as quais executam operações de crédito

caracteristicamente de curto prazo como descontos de títulos, crédito pessoal,

crédito rural, adiantamentos sob caução de títulos comerciais, entre outros. Os

recursos dessas instituições são provenientes, principalmente, dos depósitos á vista

e a prazo, operações de redesconto bancário e assistência financeira e operações

de câmbio, a fim de atender às necessidades de recursos para capital de giro das

empresas.

2.1.2.2. Instituições Financeiras Não-Bancárias

Já as instituições classificadas como não bancárias, de acordo com Assaf

Neto (2006, p.52) são aquelas as quais não apresentam capacidade de emitir

moeda ou meios de pagamento, como os bancos comerciais.

Dentre os vários tipos de instituições não bancárias, podemos destacar

bancos de investimento, de desenvolvimento, sociedades de crédito direto ao

consumidor e de crédito imobiliário, além de sociedades de arrendamento mercantil.

Os bancos de investimento são os grandes municiadores de créditos de

médio e longo prazo, além da prestação de serviços como avais, fianças, custódias,

administração de carteiras de títulos e valores mobiliários, entre outros.

Já os bancos de desenvolvimento atuam no âmbito estadual, visando

promover o desenvolvimento econômico e social da região de atuação.

As sociedades de crédito, financiamento e investimento, conhecidas por

financeiras, dedicam-se ao financiamento de bens duráveis às pessoas físicas

através do denominado crédito direto ao consumidor (CDC).

As sociedades de crédito imobiliário dedicam-se ao financiamento de

operações imobiliárias, que envolvem a compra e a venda de bens imóveis.

Por fim, as sociedades de arrendamento mercantil têm por objetivo a

realização de operações de leasing de bens nacionais, adquiridos de terceiros e

destinados ao uso de empresas arrendatárias.

Page 19: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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2.1.2.3. Instituições Auxiliares

2.1.2.3.1. Bolsas de Valores

Assaf Neto (2006, p.54) define as bolsas de valores como associações civis

sem finalidades lucrativas, cujos patrimônios são constituídos por títulos patrimoniais

adquiridos por seus membros, as sociedades corretoras.

Com objetivo social, as bolsas de valores devem manter em seu local de

funcionamento todas as condições para que os negócios se efetivem num mercado

livre e aberto, obedecendo a suas próprias regras e propiciando a continuidade das

operações e dos negócios realizados.

Sendo assim, as bolsas de valores têm por princípio proporcionar liquidez aos

títulos negociados, atuando por meio de pregões contínuos. Têm responsabilidade

pela fixação de um preço justo, formado por consenso de mercado mediante

mecanismos de oferta e procura.

Santos (1999, p. 203) ainda reitera que é de responsabilidade da bolsa de

valores o registro das operações, a divulgação rápida e detalhada das operações

realizadas, além da criação de mecanismos operacionais reguladores que garantam

o pleno atendimento aos interessados.

Santos (1999, p. 222) ainda explica a diferença básica entre o mercado à

vista e o mercado a termo. No mercado á vista, as operações são realizadas com

liquidação financeira imediata ou em curto prazo, normalmente sendo entregue no

terceiro dia útil seguinte ao dia da efetivação da operação, o chamado “D+3”. Já no

mercado a termo, comprador e vendedor firmam acordo onde ambos obrigam-se a

efetivar a negociação, por um preço pré-determinado, em data futura.

2.1.2.3.2. Clube de Investimento

Assaf Neto (2006, p.55), define Clube de Investimento como uma associação,

formada por investidores pessoa física, que tem por objetivo constituir uma carteira

diversificada de títulos e valores mobiliários, mediante a aplicação de recursos

financeiros próprios.

Page 20: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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O clube procura dinamizar os investimentos em ações, a fim de ampliar a

participação e, conseqüentemente, ampliar o lucro de seus associados.

Todos os resultados financeiros alcançados em operações com títulos, como

lucros nas vendas e dividendos recebidos, devem ser reinvestidos, podendo o

membro ter acesso ao lucro mediante resgate parcial ou total de suas quotas.

2.1.2.4. Instituições Não-Financeiras

São aquelas que se enquadram no Sistema Financeiro Nacional, porém com

objetivo comercial e sem produção de moeda.

Como exemplo, Assaf Neto (2006, p. 55) fala sobre as sociedades de fomento

comercial (factoring). Estas são empresas comerciais (não-financeiras) que operam

por meio de aquisições de duplicatas ou cheques de forma similar a uma operação

de desconto bancário. A diferença fundamental é que o risco do título negociado

passa a ser de exclusiva competência da empresa de factoring, eximindo a empresa

cliente das responsabilidades de recebimento. Para isso, cobram juros, repassando

à empresa-cliente os resultados líquidos no ato da operação.

2.2. Mercado de Capitais Brasileiro

O Mercado de Capitais no Brasil pode ser dividido, de acordo com Pinheiro

(2002, p.97), em basicamente dois tipos de mercado: Primário e Secundário.

2.2.1. Mercado Primário

De acordo com Pinheiro (2002, p. 97), o Mercado Primário é o local

responsável pela negociação de venda (ou subscrição) de novas ações ao público,

caracterizando uma forma da empresa obter recursos no mercado para alavancar

seus empreendimentos, já que este é o momento que ocorre a primeira negociação

da ação, sendo o montante arrecadado diretamente destinado à empresa. Quando a

empresa ainda não possui suas ações em negociação no mercado é possível

recorrer a este tipo de financiamento, a chamada Abertura de Capital.

Esta venda pode ocorrer de duas formas: subscrição particular ou pública.

Ainda de acordo com Pinheiro (2002, p. 98) a subscrição particular ocorre

quando a compra das ações emitidas fica restrita aos antigos acionistas ou sócios.

Page 21: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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Já quando o lançamento destas ações é feita de forma ampla e irrestrita a

novos acionistas é a chamada subscrição pública, ou ainda underwriting.

2.2.2. Mercado Secundário

Pinheiro (2002, p. 125) explica este mercado com a seguinte definição:

“Depois da compra de ações no mercado primário, o investidor desejará, ao fim de um período, converter as aplicações realizadas novamente em dinheiro, vendendo suas ações para um futuro comprador que não adquiriu as ações no momento da emissão primária , porém deseja fazê-lo agora. Para realização da operação, ovendedor deverá recorrer a um escritório credenciado a operar com valores, para que realize uma operação denominada secundária.”

No momento em que o negócio é feito, um comprador assume a titularidade

da ação. O fator determinante para este investidor assumir esta titularidade é a

possibilidade de posteriormente, ao resgatar o valor investido, este possa se

desfazer das ações e reaver seu investimento inicial com lucro.

Partindo desta premissa, Pinheiro (2002, p. 126) conclui que a principal

função do mercado secundário é dar liquidez ao investidor, possibilitando que no

momento da operação de venda haja compradores assim como no sentido inverso

da negociata, com o objetivo de viabilizar o crescimento do Mercado Acionário e a

conseqüente capitalização das empresas via mercado de ações.

Ainda de acordo com Pinheiro (2002, p. 126) a diferença básica entre

mercado primário e secundário é que no primeiro há alocação de recursos na

empresa, enquanto o segundo, como há somente negociação entre investidores,

não faz nenhuma alteração financeira na empresa.

Page 22: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

21

Figura 2. Fases da negociação com ações

Fonte: PINHEIRO, J.L. Mercado de Capitais - Fund. e Técnicas. 2ª ed. São Paulo. Atlas, 2002, p.126

2.2.3. Tipos de Ações e de Acionistas

Assaf Neto (2006, p. 58) diz:

“As ações constituem a menor parcela (fração) do capital social de uma sociedade anônima. São valores caracteristicamente negociáveis e distribuídos aos subscritores (acionistas) de acordo com a participação monetária efetivada.”

Já Gitman (2002, p. 502) afirma:

“Os verdadeiros proprietários de uma empresa são os acionistas comuns, ou seja, aqueles que investem seu dinheiro na expectativa de retornos futuros.”

A partir destas afirmações, nota-se a importância do acionista em relação à

empresa. Partindo deste princípio, existem diferentes tipos de ações, cada uma com

características próprias, traduzindo-se em vantagens ou preferências específicas.

Page 23: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

22

2.2.3.1. Ações Ordinárias

Assaf Neto (2006, p. 58) dá como principal característica as Ações Ordinárias

o direito ao voto, trazendo ao acionista a possibilidade de influencia na tomada de

decisão da sociedade, como eleição da diretoria, escolha de destinação de

resultados, alterações de estatuto, direito de opinar em outros assuntos de interesse

da companhia, além de, dependendo do estatuto, haver a possibilidade de receber

dividendos.

Gitman (2002, p. 502 e 503) além de mostrar tais características, explica a

possibilidade de recebimentos de dividendo como sendo o valor restante após terem

sido satisfeitas todas as outras reivindicações sobre o lucro e ativos da empresa. E,

já que há incerteza em relação aos dividendos, goza do direito ao voto na eleição de

diretores ou em outras eleições especiais.

2.2.3.2. Ações Preferenciais

Para Assaf Neto (2006, p. 58), ações preferenciais são aquelas cuja principal

característica é a preferência nos recebimentos dos dividendos, já que usufrui deste

direito antes dos acionistas ordinários, aos quais ficam dependendo de

disponibilidade de saldo. Estes têm também a preferência no reembolso do capital

em caso de liquidação da sociedade, além de algumas outras e vantagens e

preferências.

Já Gitman (2002, p. 507 e 511), além de citar tais vantagens em relação aos

acionistas preferenciais, nos posiciona em relação ao direito de subscrição, ou seja,

o privilégio deste tipo de acionista no momento em que novas ações são emitidas,

podendo manter a proporcionalidade nos lucros e ativos da empresa. Esta vantagem

torna-se importante para que o investidor evite a diluição de sua propriedade e lucro,

já que quando ações adicionais são emitidas, obviamente haverá maior número de

ações habilitadas a receber lucros e ativos da organização. Sendo assim, esta

possibilidade traz um declínio nos valores a serem pagos a cada ação, o que

afetaria diretamente o papel, trazendo efeitos negativos em seu preço de mercado.

Page 24: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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2.2.3.3. Tipos de Acionistas e seus Objetivos

De acordo com Pinheiro (2002, p. 130), há basicamente três tipos de

acionistas: especuladores, investidores e gestores financeiros.

Especuladores são aqueles que se utilizam do mercado financeiro para

obtenção de lucro em curto prazo sem a preocupação específica com a empresa

vinculada à ação negociada. Para Pinheiro (2002, p. 130), são “apostadores” que

vêem na volatilidade do mercado oportunidade de ganho na compra e venda destes

papéis.

Já os investidores são aqueles que verificam com cautela a empresa em

questão através de análises fundamentalistas, uma vez que acreditam na obtenção

de lucros em longo prazo.

Por último, temos os gestores financeiros, aqueles que, com a necessidade

de realizar a gestão da empresa, utilizam de captação de recursos a baixo custo e

investimento de baixo risco, com prazos adequados a sua estratégia.

Independentemente do tipo de acionista em questão, Assaf Neto (2006, p. 59)

mostra que investidores procuram adquirir ações no mercado de capitais em busca

de vantagens trazidas pelos dividendos, bonificações, valorização do papel ou direito

de subscrição.

Assaf Neto (2006, p. 59), define dividendo como a remuneração formada por

parte dos resultados da empresa no exercício social sob forma de dinheiro. Todo

acionista preferencial tem direito a receber, no mínimo, o dividendo obrigatório fixado

em lei.

Já Gitman (2002, p. 505) confirma este direito, e afirma que os dividendos

podem ser pagos de outras formas além do dinheiro propriamente dito, como em

ações ou mercadorias. Diz ainda que a forma mais comum realmente é em dinheiro,

seguida pelas ações, chegando a outras menos comuns, como mercadorias.

De acordo com Assaf Neto (2006, p. 59), a bonificação se dá no momento da

emissão e distribuição gratuita aos acionistas de novas ações, emitidas uma vez do

aumento de capital por meio de incorporações de reservas, distribuídas em

quantidade proporcional a sua participação anterior.

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Assaf Neto (2006, p. 59) nos chama a atenção à possibilidade dos

subscritores se beneficiarem pela valorização de suas ações no mercado, o que

dependerá do preço no momento da compra, da quantidade de ações adquiridas,

além, é claro, da conjuntura de mercado e do desempenho econômico-financeiro da

companhia.

Para Assaf Neto (2006, p. 59), como o acionista possui o direito de ser

previamente consultado em caso de aumento de capital, este fato pode gerar

remuneração ao investidor quando o preço de mercado apresenta valorização em

relação ao preço de lançamento, o chamado direito de subscrição.

Já Gitman (2002, p.507), reitera Assaf Neto, mostrando que este direito

assegura aos acionistas a manutenção de seu controle proporcional na instituição

neste momento de emissão de ações, além da já citada manobra para que se evite a

diluição de sua propriedade e lucro.

2.3. Análise para Investimento em Ações

De acordo com Sanvicente (1988, p.118), para que consigamos um bom

resultado no mercado acionário é necessário que se use estratégias propícias a

isso. Sendo assim, ele nos mostra duas escolas, as quais usam diferentes formas de

buscar resultados: Análise Técnica e Análise Fundamentalista.

2.3.1. Analise Técnica

Para Sanvicente (1988, p. 119), a análise técnica nada mais é que o estudo

do histórico de preços e volume de negociação das ações, podendo assim abrir a

possibilidade de uma possível previsão de seus futuros movimentos. Este tipo de

análise é conhecida também como análise gráfica, uma vez que esta ferramenta

visual é utilizado quase que ininterruptamente pelos seus analistas, conhecidos

como grafistas, sendo o principal objeto para estudo.

Sanvicente (1988, p. 119) diz:

“Nessa análise, não importam os lucros, dividendos e fatores como participação no mercado, grau de endividamento ou índice de liquidez da empresa, como quer a análise fundamentalista. O que importa são os fatores de procura e oferta internos ao mercado, sendo crucial entender a ‘psicologia do mercado’.”

Page 26: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

25

Segundo esta escola, a volatilidade dos preços dos ativos não é aleatória,

mas sim ligada diretamente às variações passadas. Segundo eles, as séries de

preços nos mostram padrões identificáveis, cabendo ao analista identificar e

interpretar tendências de mercado.

A premissa básica que pauta este tipo de análise é a Teoria Dow. A teoria

parte do princípio de que as ações seguem uma tendência de baixa ou de alta. Para

que se encontre tal tendência, basta analisar uma amostra representativa de pontos,

identificando através de uma evolução média qual será seu próximo movimento.

Esta teoria acredita também que o mercado memoriza níveis máximos e mínimos de

cotação, os quais podem vir a ser respeitados. O nível máximo é conhecido como

Resistência, ou seja, o mercado não tem sido capaz de avançar além deste nível, ao

passo que Suporte é o nível mínimo ao qual a queda de preços deve ser

interrompida. Acredita-se também que um alto volume de negócios rompendo estes

níveis indica forte tendência e direcionamento de mercado, valendo para qualquer

um dos extremos.

Para balizar esta teoria, os grafistas utilizam as chamadas Médias Móveis.

Esta média é calculada a partir da determinação de um período o qual será

analisado, calculando-se então a média de preços para o intervalo. Com este cálculo

realizado, período a período, a média será revista, abandonando a observação mais

antiga, tendo o acréscimo da nova observação. Os grafistas utilizam estas médias

de diversas maneiras, como por exemplo, um movimento ascendente e sustentado

de todas as médias é, evidentemente, uma indicação otimista.

2.3.2. Análise Fundamentalista

Em contrapartida a Análise Técnica, a qual desconsidera informações

que não sejam gráficas, a Análise Fundamentalista, de acordo com Sanvicente

(1988, p. 129), é a análise dos fundamentos do valor de um ativo, a partir de um

procedimento de conversão ou processamento de todas as informações relativas ao

ativo e que possa influenciar seu valor.

Sanvicente (1988, p.129) mostra ainda que geralmente são analisados níveis

futuros e previstos da atividade econômica nacional, setorial e da empresa, além de

considerações políticas que possam influenciar o comportamento de variáveis

Page 27: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

26

econômicas, tanto a nível macroeconômico quanto a nível microeconômico,

afetando diretamente ou indiretamente a empresa e, conseqüentemente, alterando

seu grau de incerteza e taxa de retorno esperada, tanto positiva quanto

negativamente.

Page 28: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

27

3. Metodologia Científica

3.1. Delineamento de Pesquisa

De acordo com Roesch (2005, p. 125), todo e qualquer tipo de projeto deve

ser abordado sob duas perspectivas: Quantitativa e Qualitativa.

Na pesquisa quantitativa é feita a coleta de dados numéricos, a fim de

agrupá-los de forma a alcançar uma conclusão estatística. São de suma importância

para projetos voltados a medição de relação entre variáveis e para que haja maior

credibilidade nos resultados é necessária a adoção de amostras maiores, com o

objetivo de fazer com que as conclusões venham a refletir a real situação da

população pesquisada de forma generalizada.

Já as pesquisas qualitativas não trabalham com dados generalizados.

Apresentam grande flexibilidade nos resultados, uma vez que o intuito deste tipo de

pesquisa é o entendimento específico do assunto abordado. Diferentemente da

anterior este tipo de pesquisa não possui necessidade de analisar grande número de

amostras, já que é focada no profundo entendimento e aprofundamento nas

questões levantadas pela população entrevistada.

Analisando tais disposições, o autor opta pela pesquisa qualitativa, uma vez

que esta melhor se adéqua as questões a serem levantadas, assim apresentando

melhores resultados ao final do trabalho.

3.2. População e Plano de Amostragem

A população investidora ou potencialmente investidora é de número quase

incalculável, entretanto, a partir de observações preliminares, a renda e a falta de

informação em relação ao assunto são limitadores para tais inversões. Sendo assim,

o autor opta por trabalhar com amostragem de cerca de 13 (treze) entrevistados,

uma vez que não se mostrou viável entrevistar um público maior. Os entrevistados

escolhidos deverão possuir perfil investidor. A quantidade de entrevistados se

mostrou suficiente para atender os objetivos propostos pelo autor.

Page 29: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

28

3.3. Plano e Técnicas de Coleta de Dados

Para um melhor desempenho na coleta de dados junto aos entrevistados o

autor opta por entrevistas em profundidade, semi-estruturadas, com a utilização de

perguntas abertas e roteiro de entrevista previamente preparado de acordo com os

objetivos da pesquisa, podendo ser alterado no momento da entrevista, visando um

melhor desempenho na obtenção de resultados que possam vir a contribuir de forma

conclusiva para o desenvolvimento do trabalho.

3.4. Plano de Análise

Com o objetivo de facilitar a análise e posterior entendimento dos resultados,

o autor irá buscar peculiaridades semelhantes entre os entrevistados, na tentativa de

identificar um perfil para estes investidores, assim como identificar quais as formas

mais usuais utilizadas por estes no momento das decisões de investimento. Com

estes dados em mãos será possível apontar possíveis atitudes corriqueiras em

investidores de sucesso, assim como outras atitudes com efeitos negativos.

3.5. Instrumento de Coleta de Dados

O autor elaborou questionário (Anexo I), que foi aplicado em seu público alvo,

com o intuito de facilitar o agrupamento dos dados.

Page 30: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

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4. Análise dos Dados Coletados

Entre 01/10/2009 e 10/10/2009, o autor aplicou o questionário em referência

em uma população de 13 (treze) indivíduos, todos eles atendendo o requisito básico

de ser ou ter sido aplicador em mercado de ações, e obteve os resultados

graficamente representados a seguir.

Em relação ao sexo dos entrevistados:

• 100% dos participantes são do sexo Masculino.

Em relação ao Estado Civil dos entrevistados:

• 54% dos participantes são Casados;

• 38% dos participantes são Solteiros;

• 8% dos participantes são Divorciados.

Page 31: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

30

Em relação a idade dos entrevistados, foi obtido os seguintes resultados:

• Nenhum dos participantes possui menos de 20 Anos;

• 38% dos participantes possuem idade entre 20 e 25 Anos;

• 15% dos participantes possuem idade entre 26 e 30 Anos;

• 15% dos participantes possuem idade entre 31 e 35 Anos;

• 15% dos participantes possuem idade entre 36 e 40 Anos;

• 8% dos participantes possuem idade entre 31 e 45 Anos;

• 8% dos participantes possuem idade acima de 45 Anos;

Em relação à Formação Acadêmica desta população:

• 46% dos participantes concluíram nível Superior;

• 31% dos participantes estão cursando nível Superior;

• 23% dos participantes possuem Pós Graduação.

Page 32: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

31

Em relação à Área de Formação destes:

• 39% dos participantes possuem formação em Administração;

• 15% dos participantes possuem formação em Direito;

• 15% dos participantes possuem formação em Ciências da Computação;

• 15% dos participantes possuem formação em Tecnologia da Informação;

• 8% dos participantes possuem formação em Engenharia Ambiental;

• 8% dos participantes possuem formação em Engenharia Mecânica.

Em relação à Profissão dos entrevistados:

• 31% dos participantes declaram ser Bancários;

• 23% dos participantes declaram ser Administradores;

• 15% dos participantes declaram ser Empresários;

• 15% dos participantes declaram ser Engenheiros;

• 8% dos participantes declaram ser Advogados;

• 8% dos participantes declaram ser Corretores.

Page 33: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

32

Em relação à Área de Atuação destes profissionais:

• 31% dos participantes atuam na Área Financeira;

• 15% dos participantes atuam em Engenharia;

• 15% dos participantes atuam em Tecnologia da Informação;

• 8% dos participantes atuam em Direito;

• 8% dos participantes atuam em Marketing;

• 8% dos participantes atuam no Ramo de Seguros.

Em relação ao Tempo em que operam no mercado e ações:

• 23% dos participantes atuam neste mercado há menos de 1 Ano;

• 31% dos participantes atuam neste mercado entre 1 e 2 Anos;

• 38% dos participantes atuam neste mercado entre 3 e 4 Anos;

• 8% dos participantes atuam neste mercado entre 5 e 6 Anos;

• Nenhum dos participantes atuam neste mercado há mais de 7 Anos.

Page 34: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

33

Sobre o modo como obtiveram conhecimento para operar:

• 41% das respostas se referiram a Orientação de Outros Investidores;

• 32% das respostas se referiram a Estudo Próprio;

• 18% das respostas se referiram a Cursos Específicos sobre o assunto;

• 9% das respostas se referiram a Orientação Profissional.

Sobre o tempo esperado para retorno financeiro:

• 19% das respostas se referiram a retorno a Longo Prazo (Acima de 5 Anos);

• 19% das respostas se referiram a retorno a Médio Prazo (Entre 1 e 5 Anos);

• 25% das respostas se referiram a retorno a Curto Prazo (Até 1 Ano);

• 25% das respostas se referiram a retorno a Curtíssimo Prazo (Até 30 Dias);

• 12% das respostas se referiram a retorno no IntraDay.

Page 35: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

34

Sobre a forma como operam no mercado de ações:

• 59% das respostas se referiram ao uso do Home Broker;

• 29% das respostas se referiram a contratação de Corretora;

• 12% das respostas se referiram a aplicação em Fundos de Investimentos.

Sobre o uso de Instrumentos de Proteção:

• 38% das respostas se referiram a Diversificação como meio de proteção;

• 19% das respostas se referiram a Renda Fixa como meio de proteção;

• 6% das respostas se referiram a Aluguel como meio de proteção;

• 6% das respostas se referiram a Opções como meio de proteção;

• Não houve referência ao uso de Hedge como meio de proteção;

• 31% das respostas se referiram a não utilização de instrumentos de proteção.

Page 36: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

35

Relacionados alguns itens relevantes na tomada de decisão, os entrevistados

os classificaram por grau de importância através de pontuação obtendo os seguintes

resultados:

• Com 25% da pontuação, Volume de Negócios é o 1º item a ser considerado;

• Com 22% da pontuação, Desempenho Histórico é o 2º item a ser considerado;

• Com 18% da pontuação, Tradição é o 3º item a ser considerado;

• Com 15% da pontuação, Volatilidade é o 4º item a ser considerado;

• Com 14% da pontuação, Posicionamento é o 5º item a ser considerado;

• Com 6% da pontuação, Valor Unitário é o 6º item a ser considerado.

Sobre a forma de análise utilizada:

• 60% das respostas se referiram ao uso de Análise Gráfica;

• 27% das respostas se referiram ao uso de Análise Fundamentalista;

• 13% das respostas se referiram a não utilização de nenhuma delas.

Page 37: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

36

Sobre o perfil em que o investidor entrevistado julga se enquadrar:

• 38% dos entrevistados julgar ser Conversadores;

• 62% dos entrevistados julgar ser Moderados;

• Nenhum dos entrevistados julgar ser Agressivos.

Além das perguntas acima, foram feitas perguntar abertas, as quais seguem

os resultados:

Indagados sobre o que o levou ao mercado de ações, todos, sem exceção,

responderam Rentabilidade como atrativo para este mercado.

Indagados sobre qual seria a maior dificuldade ao atuar no mercado de

ações, a imensa maioria apontou a falta de conhecimento profundo sobre o assunto

como principal dificuldade. Além desta, a falta de tempo hábil para operar com

qualidade e a instabilidade do mercado também foram respostas que se

destacaram.

Indagados sobre quais as orientações que os entrevistados dariam para

aqueles que ainda não operam no mercado de ações, a orientação a procura por

orientação e conhecimento antes de começar a operar no mercado foi unânime.

Algumas frases ilustram bem esta orientação: “Não se aventurar no mercado de

ações sem o devido preparo”, “Não operar sem conhecer bem o mercado”, “Antes

de operar, procurar informações ou cursos sobre o assunto”, “Buscar maior número

de informações possíveis”, “Conhecer sobre o assunto e manter-se atualizado o

máximo possível”, “Muito estudo e conhecimento do mercado”, “Procurar orientação

profissional para que te dêem apoio e suporte”.

Page 38: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

37

5. Considerações Finais

5.1. Resumo do Trabalho Realizado

Inicialmente o autor buscou encontrar um assunto ao qual fosse relevante

para sua formação acadêmica, profissional e pessoal. Tarefa difícil, porém após

levantar algumas opções, o Mercado de Ações foi então escolhido. Após este passo,

era necessário definir o que neste mercado seria interessante estudar.

Há época, o mercado de ações era manchete em todos os jornais pelo seu

alto desempenho, o que atraia cada vez mais investidores para este mercado.

Sendo assim, autor viu grande oportunidade em estudar estes investidores,

de modo a definir este público como seu objeto de estudo.

A partir daí, iniciou-se a fase de pesquisa bibliográfica. Pesquisa feita com

base em vários livros sobre o assunto.

Concluído o levantamento dos autores, iniciou-se a revisão de bibliografia e o

aprofundando necessário em cada item levantado.

Finalizada esta etapa, foi dado seqüência no trabalho com a pesquisa de

campo, onde foi possível levantar dados importantes para a conclusão do trabalho.

Finalizando, foi feito um levantamento entre os dados pesquisados e os

objetivos propostos, sendo plenamente atendidos.

5.2. Conclusão do Trabalho Realizado

O objetivo geral de entender o motivo pelo qual os investidores buscam

o mercado de ações foi facilmente identificado, uma vez que todos, sem exceção,

indicaram a rentabilidade como o grande atrativo para este mercado, que vem

proporcionando rentabilidade superior à qualquer outro tipo de investimento

financeiro.

Em relação ao perfil do investidor levantado na amostra, foi possível notar que

este é, em sua imensa maioria do sexo masculino, casado, com idade na faixa dos

30 anos, normalmente com elevado grau de instrução, tendo, no mínimo, ensino

superior. As áreas de formação, profissão e área de atuação são diversificadas, o

Page 39: Estudo Sobre o Mercado de Ações Brasileiro - Perfil Do Investidor (Diego Martinelli Antunes)

38

que mostra a grande diversidade de profissionais aplicando seus recursos neste

mercado.

O interesse pelo mercado de ações não é muito antigo. Em sua imensa

maioria não ultrapassando 4 (quatro) anos de atuação no mercado, o que mostra

que há muitos investidores com pouca experiência.

A grande maioria dos entrevistados se intitula de perfil “Moderado” e nenhum

deles julga ter perfil “Agressivo”, porém eles mesmos se contradizem, uma vez que,

quando indagados sobre o tempo esperado para retorno do investimento, há

balanceamento nas respostas, existindo interesse tanto no retorno IntraDay, Curto,

Médio, quanto no Longo prazo, o que mostra que existem sim investidores

Agressivos, assim como Moderados e Conservadores.

Apesar de todos estes dados, o que mais chama a atenção é o baixo nível de

conhecimento dos investidores. Eles mesmos admitem que a falta de conhecimento

é a maior dificuldade para operar no mercado de ações. Mesmo com o baixo

conhecimento, a grande maioria opera diretamente no mercado acionário através do

Home Broker, sem orientação de uma corretora ou um profissional que poderiam

auxiliá-los.

A falta de conhecimento reflete também na baixa utilização de instrumentos

de proteção ao investimento, uma vez que a grande maioria deixa de usar

instrumentos realmente úteis como Aluguel, Opções ou Hedge, deixando seus

investimentos expostos a riscos evitáveis.

Os entrevistados dizem, em sua maioria, utilizar de análise gráfica como

principal forma de análise. Porém, não é possível determinar se o investidor

realmente possui conhecimento suficiente para análise tão minuciosa quanto

necessária neste processo.

O mais preocupante nesta constatação é o fato de a grande maioria dos

investidores iniciarem sua operação neste mercado através de orientação de outros

investidores. Este tipo de aprendizado não garante a qualidade do conhecimento,

uma vez que, como vimos, o investidor brasileiro tem pouca experiência neste

mercado, muitas vezes não possuindo conhecimento suficiente para garantir boa

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rentabilidade para si mesmo, e acaba por ensinar o pouco que sabe ao novo

investidor, gerando uma corrente de conhecimento de baixa qualidade.

Diante disto, o autor entende que o mercado de ações realmente é um

mercado interessante para aqueles que aceitam assumir riscos calculáveis e

buscam maior rentabilidade, porém é extremamente necessária uma melhor

preparação dos investidores para que consigam melhores resultados.

A busca por orientação profissional seja ela por meio de consultoria, cursos

preparatórios, administração de fundos ou administração de carteira, é essencial

para que o investidor possa se preparar até que realmente se sinta preparado para,

por si só, investir neste mercado com maior segurança.

Diante do exposto, o autor julga ter atendido os objetivos propostos em

ralação ao perfil dos investidores do Mercado de Ações Brasileiro.

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Referências Bibliográficas

• ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

• GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 7. ed. São

Paulo: Harbra, 2002.

• PINHEIRO, Juliano Pinheiro. Mercado de Capitais : Fundamentos e Técnicas.

2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

• ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de Pesquisa em

Administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

• SANVICENTE, A.Z.; MELLAGI FILHO, A. Mercado de Capitais e Estratégias de

Investimento. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1988.

• SANTOS, José Evaristo. Mercado Financeiro Brasileiro - Instituições e

Instrumentos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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Anexo I - Questionário

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