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Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Coari – AM) Wolmar Benjamin Wosiacki, Dr. (MPEG) [email protected] Luciano Fogaça de A. Montag, Dr. [email protected] Marina Barreira Mendonça [email protected]

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Page 1: Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Coari

Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes

da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de

Moura, Coari – AM)

Wolmar Benjamin Wosiacki, Dr. (MPEG)[email protected]

Luciano Fogaça de A. Montag, Dr. [email protected]

Marina Barreira Mendonça [email protected]

Page 2: Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Coari

IntroduçãoIntrodução

• Clareiras – Biota aquática = perda e modificação dos hábitats;

• Retirada da vegetação marginal → alterações na temperatura, proliferação de algas fotossíntetizantes e assoreamento;

• Produção de conseqüências imediatas na dinâmica, composição e abundância da fauna aquática local;

Fish-eye photo of riparian forest canopy

before harvest

Same view as in (a) but afterdispersed-retention harvesting to remove 50% of the basal area.

http://www.geog.ubc.ca/~rdmoore/index.htm

Page 3: Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Coari

• Peixes e invertebrados de pequenos igarapés - preferências bem delimitadas por frações do hábitat e por alimento vindo da vegetação adjacente (material alóctone).

• Espécies oportunistas - respondem positivamente às alterações destas mesmas condições.

• Nestes casos é comum que indivíduos destas espécies ocorram em concentrações maiores do que em ambientes florestados.

IntroduçãoIntrodução

Page 4: Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Coari

ObjetivoObjetivo

O presente trabalho visa traçar um perfil da qualidade biótica de igarapés na Base Operacional Geólogo

Pedro de Moura, Bacia do Rio Urucu, Coari – AM, por meio de:

- Padrões de diversidade de espécies;

- Riqueza observada e esperada de espécies;

- E aplicações de modelos de IBI (índice de integridade biótica) modificado.

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Material e métodosMaterial e métodos

Page 6: Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Coari

Material e métodosMaterial e métodos

• A princípio três tipos de igarapés estão sendo analisados neste estudo:

– i) igarapés de mata primária, definindo o “igarapé-referência”;

– Ii) igarapés em clareira natural (em mata primária);

– e iii) igarapé em clareira antrópicas.

• Cada igarapé será definido como uma estação de coleta.

• Aplicação do IBI (índice de integridade biótica) modificado da proposta por Karr para riachos de zonas temperados

Tabela 1 – Atributos considerados pelo índice de integridade biótica (IBI)

(Modificado de Karr et al. 1986)

Critério de escore a Categoria Atributo Medido

5 3 1

Composição e riqueza de espécies 1. Avaliação da riqueza taxonômica b b b

Avaliação das guildas e dos hábitats 2. Riqueza de espécies bentônicas b b b

3. Riqueza de espécies pelágicas b b b

4. Riqueza de espécies raspadoras b b b

5. Riqueza de espécies tolerantes e

intolerantes b b b

Composição trófica 6. Relação das espécies onívoras c < 20 20-40 > 40

7. Porcentagem de consumidores de

invertebrados > 40 20 - 40 < 20

8. Relação da porcentagem de

herbívoros/detritívoros > 5% 1 – 5% < 1%

9. Porcentagem dos grandes predadores d > 5% 1 – 5% < 1%

Reprodução 10. Estratégia reprodutiva b b b

Abundância e aparência física de

saúde dos peixes 11. Número de indivíduos na amostra b b b

12. Porcentagem de indivíduos com

anomalias evidentes 0 - 2 > 2 - 5 > 5

a. Escores próximos a 5 apresentam baixo grau de desvio e 1 alto grau de desvio do valor do igarapé-referência; b. Escores esperados que variam de acordo com o tamanho e tipo de sistema e a região geográfica c. Dieta dos adultos geralmente inclui > 25% vegetais e > 25% de material de origem animal d. Os adultos usualmente consomem grandes vertebrados aquáticos.. e. Doenças evidentes, lesões nas nadadeiras, tumores, descoloração, anomalias, etc.

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Material e MétodosMaterial e MétodosTabela 2 – Escores totais do IBI, classes de integridade e seus respectivos atributos (Modificado de Karr et al. 1986)

Total de escores1

Classes de integridade

Atributos

58 - 60 Excelente

Comparável com situações ideais (igarapé-referêcia): sem intervenção

antrópica; todas as espécies esperadas para o hábitat e tamanho do

sistema, incluindo as formas mais intolerantes, são presentes com as

diferentes classes de tamanhos e com estrutura trófica balanceada.

48 - 52 Boa

A riqueza de espécies é um pouco mais baixa do que a esperada,

especificamente devido à perda das formas intolerantes; algumas

espécies estão presentes com abundâncias ou classes de tamanhos,

menores que as esperadas; a estrutura trófica indica sinais de estresses.

40 – 44 Regular

Sinais de maior deteriorização, incluindo-se a perda das espécies

intolerantes; poucas espécies; altas tendências na estrutura trófica, como

exemplo, aumento na freqüência de onívoros, ou de espécies tolerantes;

classes de tamanhos maiores dos grandes predadores podem ser raras.

28 - 34 Baixa

Domínio de onívoros; espécies tolerantes e com hábitos generalistas;

poucos grandes carnívoros; taxas de crescimento e fatores de condição

comumente menores, em alguns casos peixes com anormalidade

presente

12 - 22 Muito baixa

Poucos peixes presentes, em sua maior parte de formas tolerantes;

presença de doenças, parasitas, danificação de nadadeiras e outras

anomalias evidentes

1. somatório dos 12 atributos classificados

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Material e MétodosMaterial e Métodos• As coletas da ictiofauna estão previstas variações estacionais cheia-seca; seca; seca-cheia e

cheia

• A unidade de amostra foi estabelecida, através de coletas por rede de mão (peneira) em um trecho de aproximadamente 20 metros paralelamente ao igarapé, tal trecho é bloqueado utilizando as redes de tapagens de 0,5 cm entre nós opostos.

• O tempo de coleta dentro da unidade de amostra não foi estipulado, permanecendo no trecho o tempo necessário para se esgotar a amostra.

Page 9: Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Coari

Material e MétodosMaterial e Métodos• Até o presente momento:

– 1ª. Expedição = 14 a 30 de agosto de 2006 em oito igarapés de 1ª e 2ª ordem

– 2ª. Expedição = 14 a 24 de novembro de 2006 em 8 igarapés de 1ª. e 2ª. Ordem (material em processamento de laboratório)

03-15082006

06-16082006

07-17082006

08-17082006

11-18082006

15-19082006

16-20082006

01-14082006

Igarapé Tartaruga

Igarapé I.M.T.

IgarapéTamanduáIgarapé Lontra

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Material e MétodosMaterial e Métodos• Os exemplares coletados foram fixados, triados, conservados em álcool, identificados e

incorporados à coleção ictiológica do Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém – PA).

Page 11: Estudo preliminar da ação de clareiras sobre a estrutura de comunidades de peixes da Bacia do Rio Urucu (Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Coari

Resultados parciaisResultados parciais

• No total, 1.439 indivíduos foram coletados e estão distribuídos em seis ordens, 20 famílias e 58 espécies.

• A Ordem Characiformes foi a mais diversa e abundante, sendo representada por 27 espécies, num total de 46% dos indivíduos coletados.

• Os Siluriformes representaram 22% dos indivíduos coletados em 13 espécies.

Distribuição do número de espécies entre as ordens na bacia do rio Urucu – agosto de 2006

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Resultados parciaisResultados parciais

Tyttocharax sp. (n = 189)

Hyphessobrycon vilmae (n = 98) Hemigrammus bellottii (n = 96)

Jupiaba abramoides (n = 460) Jupiaba asymmetrica (n = 109)

Fotos: www.fishbase.org

Seis espécies representam 66% da amostra

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Resultados parciaisResultados parciais

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Distribuição espacial de diversidade alfa para os igarapés da bacia do rio Urucu

em Agosto de 2006.

Diversidade+ diversidade

Resultados parciaisResultados parciais

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Resultados parciaisResultados parciais

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• De acordo com as estimativas de riqueza de espécies (Jackknife de 1ª ordem), aproximadamente 24 espécies ainda estão por serem descobertas, totalizando uma estimativa de 82 espécies, o que sugere ainda uma incompleta representatividade da fauna para os igarapés da região;

Curva de acumulação de espécies para os noves igarapés da Bacia do rio Urucu (Agosto de 2006); riqueza observada (Obs), riqueza estimada (Esperado) e desvio padrão (SD).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1 2 3 4 5 6 7 8Unidades de amostras

(igarapés)

me

ro d

e e

sp

éc

ies

Observadas (58 spp.)

Jackknife (82 spp.)

Resultados parciaisResultados parciais

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Próximas etapasPróximas etapas

• Refinamento do processo de identificação das espécies;

• Coletas na época de cheia e transição cheia-seca;

• Classificação trófica das espécies

• Aplicação do IBI (modificado)

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Obrigado!