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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS ESTUDO FITOQUÍMICO, ATIVIDADE ANTIPROMASTIGOTA E CITOTOXICIDADE DE Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson (Apocynaceae) Rosana Cristiane da Silva Monteiro Belém-PA 2016

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Page 1: ESTUDO FITOQUÍMICO, ATIVIDADE ANTIPROMASTIGOTA E ... · memoriam), meu amor, meu anjo, que me ensinou que a vida é o presente, que se deve amar agora e que o amanhã, a Deus pertence

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ESTUDO FITOQUÍMICO, ATIVIDADE ANTIPROMASTIGOTA

E CITOTOXICIDADE DE Himatanthus articulatus (Vahl)

Woodson (Apocynaceae)

Rosana Cristiane da Silva Monteiro

Belém-PA

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIENCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ESTUDO FITOQUÍMICO, ATIVIDADE ANTIPROMASTIGOTA

E CITOTOXICIDADE DE Himatanthus articulatus (Vahl)

Woodson (Apocynaceae)

Autor: Rosana Cristiane da Silva Monteiro

Orientadora: Profa. Dr.a Maria Fâni Dolabela

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, área de concentração: Fármacos e Medicamentos, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

Belém-PA

2016

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Rosana Cristiane da Silva Monteiro ESTUDO FITOQUÍMICO, ATIVIDADE ANTIPROMASTIGOTA E CITOTOXICIDADE

DE Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson (Apocynaceae)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas do Instituto Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará em cumprimento às exigências para obtenção do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Área de concentração: Fármacos e Medicamentos

Aprovado em:

Banca Examinadora

Profa. Dra. Maria Fâni Dolabela (Orientadora) Instituição: Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas UFPA

Ass.:______________________

Prof. Dr. Flavio de Vasconcelos Instituição: Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas UFPA

Ass:_______________________

Prof. Luiz Carlos de Souza Rodrigues Instituição: Faculdade de Ciências Farmacêuticas – ICS - UFPA

Ass:_______________________

Profa. Dra. Ana Cristina Baetas Gonçalves (Suplente) Instituição: Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas UFPA

Ass:______________________

Belém- PA 2016

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DEDICATÓRIA

“Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de

tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que

sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem

quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.”

Sarah Westphal

“Se não puder voar, corra, se não puder correr, ande, se não puder andar, rasteje,

mas continue em frente de qualquer jeito.”

Martin Luther King

Dedico este trabalho ao meu filho João Lucas Monteiro de Macedo (in

memoriam), meu amor, meu anjo, que me ensinou que a vida é o presente, que se

deve amar agora e que o amanhã, a Deus pertence e de nada vale viver se não

existe fé e esperança.

Dedico também ao meu marido Marcos André Pimentel de Macedo por todo

amor e compreensão, por estar do meu lado nos momentos mais difíceis e me

apoiar em tudo. Muito obrigada amor.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradecer a Deus por estar presente em todos os momentos

da minha vida, por ter me orientado nos momentos mais difíceis, por ter segurado na

minha mão e me dado forças para continuar e por ter colocado pessoas

maravilhosas nesta jornada, que me ajudaram a chegar até aqui.

Agradeço com muito amor ao meu marido Marcos André Pimentel de

Macedo, por seu companheirismo, incentivo e paciência. Aos meus pais Elza Maria

da Silva Monteiro e Valter Monteiro, meus irmãos Walter Vinicius da Silva Monteiro,

Elaine Cristina da Silva Monteiro e Ednelson da Silva Monteiro por todo o incentivo,

apoio, força e por todo amor que vocês dedicam a mim e por serem uma família

maravilhosa.

A minha querida orientadora Maria Fâni Dolabela, por ter me aceitado como

orientanda, por ter me ensinado, por ter acreditado em mim, pelo apoio e incentivo

nos momentos difíceis, pela paciência e compreensão, obrigada por tudo, você é

uma pessoa muito admirável, sábia e cheia de luz.

Aos professores que contribuíram com base científica: José Luiz Fernandes

Vieira, Marly de Fátima Carvalho de Melo, Luiz Carlos de Souza Rodrigues,

Roseane Maria Ribeiro Costa, José Otávio Carréra Silva Junior, Fernando Tobias

Silveira (IEC), Andrey Moacir do Rosário Marinho, Flavio de Vasconcelos, Jaqueline

Rodrigues da Silva e demais professores do Programa de Pós-graduação em

Ciências Farmacêuticas do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA.

Agradeço em especial aos amigos do mestrado da UFPA Valdicley Vieira

Vale, João Victor da Silva, Kelly Cristina de Albuquerque Freitas e Heliton Patrick

Cordovil Brigido que muito contribuíram para a realização deste trabalho, muito

obrigada pelo apoio e companheirismo de vocês, por toda ajuda que me

concederam, por serem pessoas incríveis, sempre dispostas a ajudar, que Deus os

abençoe sempre.

Aos amigos da turma do mestrado, Denise Maria Loureiro Contente, Marcus

Vinícius Dias de Lima, Rayanne Rocha Pereira e Ana Carla Godinho Pinto, pela

amizade, pelo incentivo, pelas trocas de conhecimento e pelas conversas.

Aos amigos do trabalho Izameire Moraes Corrêa, Nair Freitas Castro e Ana

Lucia do Nascimento Moraes pelo apoio e contribuição na realização deste trabalho.

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Aos colegas da Universidade Federal do Pará Diele Magno do Rosário,

Andreza do Socorro Silva da Veiga, Rosana Moura Sarmento, Milena Cristina

Martins da Silva, Erica Vanessa Souza Costa, Josiwander Miranda Carvalho, Jorge

Dores Rissino, Antônio Taylon Aguiar Gomes, Raimundo Nonato Barbosa Pires

(IEC), Cliciane Sarrazin, Brasília Quaresma e demais colegas da UFPA que

contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho. Meus queridos

amigos e colaboradores, muito obrigada por tudo.

.

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RESUMO

MONTEIRO, R.C.S. Estudo fitoquímico, atividade antipromastigota e

citotoxicidade de Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson (Apocynaceae). 106

f. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016.

O presente estudo avaliou a atividade antipromastigota e citotoxicidade do extrato etanólico obtido de cascas de Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson, frações e substância isolada. O extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus (EEHA) foi obtido por maceração, sendo fracionado em coluna cromatográfica aberta, contendo como fase estacionária, sílica gel e como fase móvel, solventes de polaridade crescente. O extrato e frações foram submetidos ás análises em Cromatografia em Camada Delgada (CCD) e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Acoplada a Arranjos Diodos (CLAE-DAD). Na avaliação da atividade antileishmania utilizou-se a cepa das formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis, sendo avaliada a viabilidade dos parasitos após 24h de tratamento. A citotoxicidade foi avaliada através do ensaio de viabilidade celular, sendo utilizada Linhagem Celular THP-1. O EEHA (16,82%), fração hexano (FrHex EEHA; 0,2%), fração diclorometano (FrDcl EEHA; 9,6%), fração acetato de etila (FrAct EEHA; 2,4%) e fração metanólica (FrMet EEHA: 72,6%) foram submetidos a análise em CCD, sendo detectada uma mancha sugestiva de iridoide no EEHA e FrMet EEHA. O EEHA e FrMet EEHA apresentaram um pico intenso em CLAE-DAD, cujo espectro em UV sugeriu tratar-se de iridoide. O fracionamento da FrMet EEHA levou ao isolamento do plumierídeo, identificado através de técnicas espectrométricas (CLAE-DAD e RMN). Na avaliação da atividade antileishmania, o EEHA, FrHex EEHA, FrDcl EEHA, FrAct EEHA, FrMet EEHA e plumierídeo mostraram-se inativos

em formas promastigotas de L. amazonensis (CI50> 200g/mL). No entanto, a FrAct EEHA inibiu 37,29% das formas promastigotas na concentração de 200 µg/mL. Em relação à citotoxicidade, o EEHA, FrAct EEHA, FrMetEEHA e plumierídeo exibiram pouca citotoxicidade (CC50> 500µg/mL) e apresentaram índice de seletividade superior a 2,5. Em síntese, as amostras foram inativas em formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis. Entretanto, mostraram-se pouco tóxicas para macrófagos. Palavras-chave: Apocynaceae, Himatanthus articulatus, iridóides, plumierídeo, atividade antileishmania.

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ABSTRACT

MONTEIRO, R.C.S. Phytochemical study, anti promastigote activity and

cytotoxicity Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson (Apocynaceae). 106 f.

Master Thesis, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas,

Universidade Federal do Pará, UFPA, 2016.

This study evaluated the anti promastigote activity and cytotoxicity of ethanol extract obtained from bark Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson, fractions and isolated substance. The ethanol extract obtained by maceration of the powder from bark of H. articulatus (EEHA). The ethanol extract fractionated in chromatographic column containing as stationary phase silica gel and as the mobile phase solvents of increasing polarity. The extract and fractions were submitted to analysis on Thin Layer Chromatography (TLC) and High Performance Liquid Chromatography Coupled with Diodes Arrangements (HPLC-DAD). The anti promastigote activity was performed in promastigotes of Leishmania (L.) amazonensis. Activity was evaluated after 24 hours of treatment. Cytotoxicity was assessed by cell viability assay being used THP-1 Cell Line. The EEHA (16,82%), hexane fraction (FrHex EEHA; 0.2%), dichloromethane fraction (FrDcl EEHA; 9.6%), ethyl acetate fraction (FrAct EEHA; 2.4%) and methanol fraction (FrMet EEHA: 72, 6%) were subjected to analysis in CCD, EEHA and FrMet EEHA were detected a spot suggestive of the iridoid. The EEHA and FrMet EEHA showed an intense peak in HPLC-DAD, whose spectrum UV suggested that this is iridoid. Fractionation of FrMet EEHA led to the isolation of plumieride identified by spectrometric techniques (HPLC-DAD and NMR). In evaluating Leishmania activity, EEHA, FrHexEEHA, FrDclEEHA, FrAct EEHA, FrMetEEHA and plumieride were inactive in promastigotes of Leishmania amazonensis (IC50> 200µg / mL). However, FrAct EEHA inhibited 37,29% of the promastigotes at a concentration of 200µg/mL. In relation to cytotoxicity, EEHA, FrAct EEHA, FrMet EEHA and plumieride exhibited low cytotoxicity (CC50> 500μg / mL), and showed selectivity index greater than 2.5. In summary, the samples were inactive promastigote forms of Leishmania (L.) amazonensis. However, they proved to be slightly toxic to macrophages line.

Keywords: Apocynaceae, Himatanthus articulatus, iridoids, plumieride, antileishman

activity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Estruturas químicas da plumericina (1) e isoplumericina (2) 20

Figura 02: Formas de Leishmania sp. (A) Promastigotas e (B) Amastigotas.

24

Figura 03: Ciclo de vida da Leishmania spp 26 Figura 04: Estruturas químicas do Antimoniato N-metil glucamina (3) e

Estibogluconato de sódio (4) 30

Figura 05: Estrutura química da Anfotericina B (5) 31 Figura 06: Estrutura química da Paromomicina (6) e Isotionato de

pentamidina (7) 32

Figura 07: Estrutura química da Miltefosina (8) 33 Figura 08: Estrutura química do Cetoconazol (9), Fluconazol (10) e

Itraconazol (11) 34

Figura 09: Estrutura química da Fulvoplumericina (12) 38 Figura 10: Estrutura química do 15 - Desmetilplumierídeo (13),

Plumierídeo (14) e Isoplumierídeo (15) 39

Figura 11: Estruturas químicas do Ácido 2’ -O- metilperlatólico (16), Ácido confluêntico (17), Ácido β – diidroplumericina (18), Ácido vanílico (19), Ácido ρ – coumárico (20), Ácido ρ – hidroxibenzóico (21)

40

Figura 12: Estruturas químicas do Cinamato de lupeol (22), Cinamato de α-amirina (23), Acetato de lupeol (24)

41

Figura 13: Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson (Exsicata) 51 Figura 14: Coluna Cromatográfica aberta do extrato etanólico de

Himatanthus articulatus (EEHA) 52

Figura 15: Fluxograma de atividades envolvidas no presente trabalho 55 Figura 16: Desenho da placa de cultura de 96 poços com as

substâncias testadas, representadas por cores 57

Figura 17: Cromatografia em Camada Delgada do Extrato (EEHA), Frações (FrHex EEHA, FrDcl EEHA, FrAct EEHA, FrMet EEHA) e Substância Isolada (SI) de Himatanthus articulatus

64

Figura 18: Perfil cromatográfico em CLAE da solução extrativa de Alamanda cathartica obtida por maceração dinâmica (230 nm– plumierídeo)

65

Figura 19: Cromatograma do extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus em estudo de Vale e colaboradores (2015)

65

Figura 20: Cromatogramas e espectros (UV 230 nm) do extrato etanólico, das frações diclorometano, acetato de etila e metanólica, obtidos das cascas de Himatanthus articulatus

67

Figura 21: Cromatograma e espectro (UV 230 nm) da substância isolada (SI), obtida da fração metanólica do extrato etanólico de H. articulatus

68

Figura 22: Espectro de Ressonância Magnética Nuclear 1H (CD3OD, 300 MHz) da substância isolada (SI) obtida da fração metanólica do extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus

71

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Figura 23: Espectro de Ressonância Magnética Nuclear 13C (CD3OD, 300 MHz) da substância isolada (SI) obtida da fração metanólica do extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus

74

Figura 24: Atividade antipromastigota do extrato etanólico, frações e plumierídeo obtidos das cascas de H. articulatus

80

Figura 25: Ensaio de citotoxicidade do extrato etanólico, fração acetato de etila, fração metanólica e plumierídeo obtidos das cascas de H. articulatus

83

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Relação taxonômica da Leishmania 23 Quadro 02: Valores de CIM e CI50 para leitura dos resultados 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Condições cromatográficas empregadas nas análises por CLAE-DAD

54

Tabela 02: Rendimento do extrato etanólico e frações obtidas das cascas de Himatanthus articulatus

63

Tabela 03: Resultados obtidos em CLAE-DAD (UV 230 nm) comparados a literatura

66

Tabela 04: Resultados de CCD e CLAE-DAD obtidos do extrato etanólico e frações (FrDcl EEHA, FrAct EEHA, FrMet EEHA) obtidas das cascas de Himatanthus articulatus

68

Tabela 05: Deslocamentos químicos em RMN1H (300 MHz e CD3OD) da substância isolada (SI) obtida da fração metanólica do extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus comparados a dados obtidos da literatura

70

Tabela 06: Deslocamentos químicos em RMN13C (300 MHz e CD3OD) da substância isolada (SI) obtida da fração metanólica do extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus comparados a dados obtidos da literatura

73

Tabela 07: CI50 do extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus, suas frações e plumierídeo

79

Tabela 08: CC50 do extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus, fração acetato de etila, fração metanólica e plumierídeo em macrófagos

82

Tabela 09: CI50 e CC50 do extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus, fração acetato de etila, fração metanólica e plumierídeo

84

Tabela 10: Comparação da atividade antipromastigota, citotoxicidade e índice de seletividade de H. articulatus

85

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

% Porcentagem °C Graus Celsius µM Micrometros CCD Cromatografia em Camada Delgada CI50 Concentração Inibitória mínima 50% CLAE-DAD Cromatografia Líquida de Alta Eficiência - Detector de Arranjos

Diodos cm Centímetro DMSO Dimetilsulfóxido EEHA Extrato etanólico de Himatanthus articulatus FrAct EEHA Fração Acetato de Etila obtida do extrato etanólico de Himatanthus

articulatus FrDcl EEHA

Fração Diclorometano obtida do extrato etanólico de Himatanthus articulatus

FrHex EEHA Fração Hexânica obtida do extrato etanólico de Himatanthus articulatus

FrMet EEHS Fração metanólica obtida do extrato etanólico de Himatanthus articulatus

g Grama Kg Quilograma L Litro LC Leishmaniose cutânea LCD Leishmaniose cutâneo-difusa LMC Leishmaniose muco-cutânea LTA Leishmaniose tegumentar americana LVA Leishmaniose visceral americana m Metros MAO -A Monoamina oxidase A MAO -B Monoamina oxidase B MeOH Metanol mg Miligrama Min Minuto mL Mililitro mm Milímetro nmol Nanomol OMS/WHO Organização Mundial de Saúde. OPAS Organização Panamericana de Saúde pH Potencial hidrogeniônico Rf Fator de Retenção RMN Ressonância Magnética Nuclear rpm Rotação por minuto RPMI 1640 Roswell Park Memorial Institute 1640 Sb+5 Antimonial Pentavalente TBARS Substância que reagem ao ácido tiobarbitúrico Tr Tempo de Retenção µg Micrograma μL Microlitro

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μm Micrómetro UV Ultravioleta UPLC-PDA-MS/ESI

Cromatografia líquida de alta eficiência acoplada ao detector de arranjos de diodo e massas por eletrospray

VERO Células renais de macaco-verde africano

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 17 2 REVISÃO DE LITERATURA 22 2.1 Leishmania 22 2.2 A família Apocynaceae e o gênero Himatanthus 35 3 OBJETIVOS 43 3.1 Objetivo geral 43 3.2 Objetivos específicos 43 4 MATERIAL E MÉTODOS 44 4.1 MATERIAL 44

4.1.1 Equipamentos 44 4.1.2 Solventes, Reagentes e outros 45 4.1.3 Fármacos, meios de cultura e corantes 46 4.1.4 Materiais plásticos e metal 46 4.1.5 Vidrarias 47 4.2 Reveladores utilizados na prospecção fitoquímica para

cromatografia em camada delgada (CCD) 48

4.2.1 ANISALDEÍDO – ÁCIDO SULFÚRICO 48 4.2.2 REAGENTE DRAGENDORFF 48 4.3 Meios de Cultivo 48

4.3.1 Meio NOVY – NICOLLE – MCNEAL (NNN) 48 4.3.2 Meio incompleto de RPMI 1640 (ROSWELL PARK MEMORIAL

INSTITUTE) com L-glutamina 49

4.3.3 Meio completo de RPMI 1640 (ROSWELL PARK MEMORIAL INSTITUTE)

49

4.3.4 Meio completo de RPMI 1640 (ROSWELL PARK MEMORIAL INSTITUTE) com L-glutamina modificado para cultivo de células THP-1

49

4.4 MATERIAL BIOLÓGICO 50 4.4.1 Espécie do gênero Leishmania 50 4.4.2 Células THP-1 50 4.5 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL VEGETAL 50 4.6 MÉTODOS 51 4.6.1 ESTUDOS FITOQUÍMICOS 51

4.6.1.1 Obtenção do extrato etanólico da casca da Himatanthus articulatus 51 4.6.1.2 Ensaios de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a

Detector de Arranjo de Diodo (CLAE-DAD) 53

4.6.1.3 Análise por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 1H e 13C 54 4.7 AVALIAÇÃO BIOLÓGICA 56 4.7.1 Cultivo das formas promastigotas de Leishmania (L) amazonensis 56 4.7.2 Ensaio da Atividade Antipromastigota 56 4.7.3 Ensaio de viabilidade celular 58 4.7.3.1 Descongelamento 58 4.7.3.2 Cultivo Celular 58 4.7.3.3 Criopreservação 59 4.7.3.4 Diferenciação celular 59 4.7.3.5 Ensaio de viabilidade celular 60 4.7.3.6 Determinação do Índice de Seletividade (IS) 61

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 62 5.1 ESTUDOS FITOQUÍMICOS 62 5.2 ATIVIDADE BIOLÓGICA 75

5.2.1 Atividade antipromastigota 75 5.2.2 Citotoxicidade 81 5.2.3 Análise do potencial biológico de H. articulatus 84 6 CONCLUSÃO 86 7 REFERÊNCIAS 87

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1 INTRODUÇÃO

A leishmaniose ocasiona de 20.000 a 30.000 óbitos associados a 1,3

milhões de novos casos a cada ano. Afeta em maior parte, a população mais

carente do mundo, aliada a fome, mudança de populações, condições

precárias de habitação, sistema de defesa do organismo debilitado, carência de

recursos, mudanças ambientais bruscas, entre elas estão o desmatamento,

criação de barragens, técnicas de irrigação e edificação de cidades (WHO,

2016).

Estas condições de vulnerabilidade social são mais frequentes nos

países em desenvolvimento, sendo considerada uma doença negligenciada no

mundo (WHO, 2016). A leishmaniose é endêmica em 88 países de áreas

tropicais e subtropicais (WHO, 2009).

Normalmente nas Américas, a Leishmaniose tegumentar ocorre em 18

países, onde foram notificados 743.970 casos, no período de 12 anos (2001 a

2013), com média de 57.228 casos por ano. No ano de 2013 foram registrados

47.492 casos da doença em 16 países, não incluindo notificações de

Venezuela e Guiana Francesa. O Brasil e os países da sub-região Andina

concentram o maior número de casos (78,8%; PAHO/OMS, 2015).

Entre os anos de 2010 a 2013, observou-se uma diminuição de 19,2%

de casos notificados, principalmente em países como Brasil, Colômbia,

Nicarágua, Panamá, Peru, Equador, Paraguai e Argentina (PAHO/OMS, 2015).

A forma tegumentar da doença é a mais prevalente, com maior número

de casos. O Brasil concentrou 38,4% (18.226) das notificações em 2013, em

especial na Região Amazônica (PAHO/OMS, 2015). No ano de 2014 foram

registrados 20.296 casos da doença no Brasil, com prevalência na Região

Norte (10.387 casos – 51,5%; BRASIL, 2014).

Em contrapartida, a Leishmaniose visceral foi referida em 12 países das

Américas, com 45.490 casos notificados entre os anos de 2001 a 2013, com

média de 3.499 casos ao ano. O Brasil foi o país que apresentou o maior

número de notificações em 2013, registrando 3.253 casos (96%) com taxa de

4,53 por 100.000 habitantes, de um total de 3.389 casos registrados em 8

países, seguido do Paraguai (3,2%) e Colômbia (0,4%; PAHO/OMS, 2015).

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Em 2014, foram registrados 3.453 casos no Brasil, no entanto, a maior parte

das notificações ocorreu na Região Nordeste (2.022 casos; BRASIL, 2014).

A leishmaniose é causada por protozoários flagelados da ordem

Trypanosomatida, família Trypanosomatidae e gênero Leishmania (COX, 2005;

LAISON e SHAW, 2005 apud LAINSON, 2010). Pode produzir infecção sem

manifestação de sintomas ou subclínica, ou apresentar sintomas intensos de

comprometimento cutâneo e das mucosas, com auto cura no período de 3 a 18

meses, podendo ocasionar cicatrizes desfigurantes, ou até mesmo, causar a

forma visceral, caracterizada por uma supressão sistêmica generalizada, de

evolução fatal se não for tratada (BALAÑA – FOUCE et al.1998; MISHRA et

al.2009a).

Dessa forma, se distribui em dois grupos: Leishmaniose tegumentar

americana (LTA), a qual inclui as formas de leishmaniose cutânea (LC),

leishmaniose cutâneo-difusa (LCD) e leishmaniose muco-cutânea (LMC) e a

leishmaniose visceral (LV) (BALAÑA – FOUCE et al. 1998; DESJEUX 2004,

AZEREDO-COUTINHO, 2007; REY, 2008).

O tratamento de primeira escolha da leishmaniose é realizado com

antimonial pentavalente, encontrado nas formas de antimoniato de N-

metilglucamina e o estibogluconato de sódio, sendo apenas o primeiro

comercializado no Brasil. Esta terapêutica é eficaz no tratamento de

leishmaniose cutânea, muco-cutânea e visceral, provocando rápida diminuição

dos sintomas clínicos e hematológicos da doença e ocasionando a morte do

parasita (GONTIJO et al. 2003).

Como o tratamento é realizado com altas doses de antimônio, torna-se

uma terapia agressiva, com alta toxicidade, apresentando como efeitos

colaterais artralgias, astenia, mialgias, alterações cardiológicas, hepáticas e

hematológicas, náuseas e vômito (OLIVEIRA-NETO et al. 2000). Pode

apresentar falhas no tratamento e possível aumento das formas parasitárias

resistentes, ocasionados pela administração de doses baixas e terapias

descontínuas, devido ao extenso período de utilização do fármaco (BERMAN e

WYLER, 1980; BALAÑA – FOUCE et al. 1998).

Fármacos de segunda escolha têm sido utilizados na terapia das

diferentes formas de leishmaniose, entre eles estão a anfotericina B,

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19

pentamidina, paromomicina e o mitelfosine (BALAÑA – FOUCE et al. 1998;

FISCHER et al. 2001).

A anfotericina B, antibiótico antifúngico, tem sido recomendado na

terapêutica da leishmaniose muco-cutânea americana, sendo empregado em

casos onde não há resposta ao tratamento com antimoniais. No entanto,

apresenta nefrotoxicidade, levando a redução de potássio e magnésio no

organismo. Apesar disso, apresenta formulações lipossomais, as quais foram

desenvolvidas com o objetivo de diminuir os efeitos adversos do tratamento

(YARDLEY e CROFT, 2000; DORA e SOUZA, 2005).

Devido à complexidade do tratamento, relacionada aos efeitos

secundários, originados pela elevada toxicidade dos fármacos utilizados

(BERMAN, 1997) e da crescente resistência do parasito, sendo esta

ocasionada pela falta de monitoramento terapêutico, alto custo dos

medicamentos, monoterapia, carência de estudos de marcadores moleculares

relacionados à resistência leishmanicida de fármacos e baixa resposta

terapêutica de pacientes portadores de HIV (OLIVEIRA-NETO et al. 2000),

torna-se de suma importância à busca de novos fármacos, incluindo os

medicamentos fitoterápicos.

Diferentes espécies vegetais são utilizadas na medicina tradicional, para

o tratamento de feridas de difícil cicatrização e/ou antiúlcera, e na terapia da

leishmaniose cutânea, como exemplo, citam-se as espécies Plectranthus

amboinicus (Lamiaceae; FRANCA et al. 1996; LORENZI e MATOS, 2002),

Mentha X piperita (Lamiaceae; MCKAY e BLUMBERG, 2006), além da

Himatanthus articulatus, caracterizada como sinonímia de Himatanthus

sucuuba (SPINA, 2004).

A H.sucuuba (H.articulatus) é conhecida no norte do Brasil, como

sucuuba, janaguba ou sucuba (VAN DEN BERG, 1982), sendo utilizada na

medicina popular para tratamento de úlcera e como afrodisíaca e seu látex,

usado como antitumoral (VAN DEN BERG, 1984). No Peru, utiliza-se a infusão

da casca na cicatrização de feridas, furúnculos e tumores, no tratamento de

artrite e inchaços e como laxante, vermífugo (PERDUE e BLOMSTER, 1978),

analgésico, anti-inflamatório (MIRANDA et al. 2000) e antimalárico (MILLIKEN,

1995).

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O extrato etanólico da casca de H.sucuuba (H.articulatus) mostrou-se

ativo contra formas amastigotas (CI50=5µg/ml) e promastigotas (CI50=20µg/ml)

de Leishmania amazonensis. Após o fracionamento do extrato etanólico, as

substâncias plumericina (1) e isoplumericina (2) foram avaliadas quanto à

citotoxicidade em macrófagos peritoneais, obtendo-se CC50 de 1,86 µM. A

plumericina foi ativa contra as formas amastigotas, sendo o CI50 de 0,9 µM

(CASTILLO et al. 2007). Quando se avalia o índice de seletividade, observa-se

que esta substância foi mais tóxica para o parasita e menos ativa no

macrófago.

COOCH3

HH

O

O

O

O

H

COOCH3

HH

O

O

O

O

H

(1) (2)

Figura 01: Estruturas químicas da plumericina (1) e isoplumericina (2)

Estes resultados sugerem que talvez o isolamento da substância tenha

contribuído para a atividade antileishmania e citotoxicidade. Visando obter uma

fração mais ativa, que o extrato etanólico da H.articulatus para atividade

promastigota e com menor citotoxicidade, realizou-se esse estudo.

Entretanto, este trabalho se fundamentou em dados etnobotânicos, que

mostraram em estudos anteriores à utilização da espécie H.sucuuba

(H.articulatus) como cicatrizante no tratamento de feridas e ulceras (PERDUE e

BLOMSTER, 1978; VAN DEN BERG, 1984), além das substâncias isoladas,

plumericina e isoplumericina, que exibiram atividade antileishmania (CASTILLO

et al. 2007).

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Novas estratégias podem ser adotadas em busca de novos fármacos,

que possam suprir as diversas dificuldades da terapia convencional, assim

torna-se necessário não só a identificação de novas espécies de plantas já

utilizadas na cicatrização e tratamento de feridas e úlceras, mas também o

estudo biomonitorado destas espécies, que visem uma valiosa contribuição na

investigação do fracionamento do extrato etanólico e que possam originar

frações ativas e com menor citotoxicidade.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 LEISHMANIA

Em 1827, ocorreu a primeira citação sobre a existência da leishmaniose

no Brasil, descrita no livro de Tello, com o título “Antigüidade de La Syphilis en

el Perú”, relatando a viagem do Frey dom Hipólito Sanchez Rangel de Fayas y

Quiros pelas regiões do vale amazônico, constatando nestas localidades, a

presença de pessoas com feridas na boca e nariz e úlceras nos braços e

pernas, associando estas moléstias à picada de insetos (COSTA, 1992).

O dermatologista Achille Breda foi pioneiro em identificar e caracterizar

clinicamente a leishmaniose muco-cutânea americana, após ter tratado 18

emigrantes italianos, que haviam chegado de São Paulo, com sintomas da

doença, sendo denominada por alguns cientistas como “doença de Breda”

(PAMPLIGLIONE, 1979).

O britânico David Douglas Cunningham, em 1885, constatou formas

amastigotas do parasita, causador da leishmaniose, em exame de biópsia,

descrevendo-as como corpúsculos peculiares e associando-as a plasmódio e

ameba (CUNNINGHAM, 1885 apud SOUSA, 2009), no entanto, foi James

Holmer Wright que identificou o agente causador da leishmaniose visceral em

1903, através de técnica de coloração de Romanousk, modificada por ele em

1902 (WRIGHT, 1903 apud SOUSA, 2009).

No Brasil, em 1911, o médico Gaspar de Oliveira Vianna, identificou a

espécie Leishmania (V.) brasiliensis, ao examinar o esfregaço de um paciente

natural de Minas Gerais, que apresentava lesões no rosto, braços e pernas. Na

ocasião, descreveu a forma amastigota do parasita, como ovóide, com

protoplasma corando-se em róseo, núcleo e blefaroplasto corando-se em

vermelho escuro e filamento corando-se em vermelho brilhante. Era um caso

típico de leishmaniose cutânea disseminada (VIANNA, 1911 apud SOUSA,

2009).

Os protozoários causadores da leishmaniose fazem parte do reino

Protozoa, filo Euglenozoa, classe Kinetoplastea, ordem Trypanosomatida e

família Trypanosomatidae (LAINSON, 2010), conforme relação taxonômica

descrita a seguir (Quadro 1).

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Quadro 1: Relação taxonômica da Leishmania

Reino PROTOZOA Goldfuss,1818

Filo EUGLENOZOA Cavalier-Smith, 1998

Classe KINETOPLASTEA Honigberg, 1963

Ordem TRYPANOSOMATIDA Kent, 1880

Família TRYPANOSOMATIDAE Doflein,1901

Gênero Leishmania Ross,1903

Subgênero Leishmania Ross, 1903

Subgênero Viannia Lainson & Shaw, 1987

Fonte: COX, 2005; LAINSON e SHAW, 2005 apud LAINSON, 2010

As formas clínicas da doença desenvolvidas no indivíduo parasitado

diferem de acordo com a espécie de Leishmania infectante e também estão

relacionadas à exposição do hospedeiro ao protozoário (SARAIVA et al. 1989).

A leishmaniose tem sido dividida em dois grupos, relacionados de

acordo com a região geográfica onde a infecção é adquirida. A leishmaniose do

“Velho Mundo” relaciona-se a doenças ocasionadas por espécies encontradas

na Bacia do Mediterrâneo, Oriente Médio e África, enquanto que, a

leishmaniose do “Novo Mundo” refere-se a infecções transmitidas por espécies

localizadas no México, América Central e América do Sul (CONSUELO e

NOAH, 2009).

O gênero Leishmania foi subdividido em dois subgêneros, Leishmania e

Viannia (LAINSON et al. 1986). O subgênero Leishmania compreende as

espécies Leishmania (Leishmania) infantum chagasi, L. (L.) infantum infantum

(LAINSON e SHAW, 2005 apud LAINSON, 2010), L.(L.) donovani, L.(L.)

tropica, L.(L.) mexicana, L. (L.) pifanoi, L. (L.) amazonensis, L. (L.) garnhami e

L. (L.) venezuelensis (LAINSON, 2010).

O subgênero Viannia inclui as espécies Leishmania (Viannia)

braziliensis, L. (V.) peruviana, L. (V.) guyanensis, L. (V.) panamensis, L. (V.)

lainsoni, L. (V.) naiffi, L. (V.) shawi, L. (V.) colombiensis e L. (V.) lindenbergi

(LAINSON, 2010).

Os agentes responsáveis pela leishmaniose são unicelulares

heteroxênicos, apresentando duas morfologias, diferenciadas pelo habitat e

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movimento do parasita, sendo a forma promastigota, móvel e flagelada,

caracterizada pelo ciclo de vida extracelular e a forma amastigota, imóvel, com

ciclo de vida intracelular (PESSOA e MARTINS, 1982; RATH et al. 2003).

A forma promastigota caracteriza-se por apresentar corpo alongado,

medindo em torno de 5 a 20 µm de comprimento e 1 a 4 µm de largura,

apresenta núcleo na região mediana da célula, flagelo livre, medindo até 20 µm

de comprimento, cinetoplasto em formato de bastonete curto, anterior ao

núcleo (Figura 2-A). A forma amastigota apresenta corpo ovóide, medindo em

torno de 2 a 4 µm de comprimento, flagelo interno, denominado bolso flagelar,

localizado na invaginação da membrana e cinetoplasto adjacente ao núcleo

(Figura 2-B; CUNNINGHAM, 1885 apud SOUSA, 2009; VANNIER SANTOS et

al. 2002; REY, 2008).

A B

Figura 2 – Formas de Leishmania sp. (A) Promastigota e (B) Amastigotas

Fontes: http://fcfrp.usp.br/dactb/Parasitologia/Arquivos/Genero_Leishmania.htm www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=315&sid=32

O parasita do gênero Leishmania apresenta ciclo biológico heteroxênico.

A fêmea do mosquito flebotomíneo do gênero Lutzomya, Família Psychodidae

e Subfamília Phlebotominae, durante a hematofagia, retira do animal ou

indivíduo parasitado, macrófagos contendo formas amastigotas da Leishmania

(Figura 3 - 5 e 6). Estas formas evoluem no interior do tubo digestivo do inseto

e migram para a porção anterior do estômago, onde os macrófagos se rompem

e liberam-nas. Durante a migração diferenciam-se em formas promastigotas,

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sofrendo divisão binária, até se transformarem em promastigotas metacíclicas,

formas infectantes para vertebrados (Figura 3 - 7 e 8; VANNIER SANTOS et al.

2002; GONTIJO et al. 2003; BRASIL, 2006).

O vetor infectado, ao realizar o repasto sanguíneo, inocula na pele do

hospedeiro vertebrado, formas infectantes (Figura 3 - 1), que têm como habitat

os macrófagos e outras células do sistema fagocítico mononuclear (Figura 3 -

2; VANNIER SANTOS et al. 2002; GONTIJO et al. 2003). Nestas células, as

promastigotas adaptam-se, sendo capazes de impedir vários mecanismos de

defesa celular, que deveriam ocasionar a lise da célula (PETERS et al. 2008).

A promastigota metacíclica é envolvida por um vacúolo parasitóforo, que

adere nos lisossomos, permitindo a passagem de enzimas para o fagossomo.

Esses vacúolos são acidificados, contendo muitas enzimas lisossomais e

marcadores fagolisossomais em suas membranas. As promastigotas então se

diferenciam em amastigotas, multiplicando-se por divisão binária no vacúolo

digestivo (Figura 3 - 3), até rompimento dos macrófagos, ocasião em que os

parasitos são liberados e infectam novas células, aumentando a infecção por

disseminação hematogênica (Figura 3 - 4; GONTIJO et al. 2003; NEVES, 2005;

BRASIL, 2006).

Os flebótomos são contaminados pela ingestão de células, contendo

formas amastigotas, enquanto realizam o repasto sanguíneo (Figura 3 - 5). As

amastigotas diferenciam-se em promastigotas procíclicas (não infectivas),

multiplicando-se por divisão binária no trato digestivo do vetor, onde sofrem

metaciclogênese no proventrículo e esôfago e se diferenciam em

promastigotas metacíclicas (infectivas; Figura 3 - 7; SACKS e KAMHAWI, 2001;

CDC, 2014).

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Figura 3 – Ciclo de vida da Leishmania spp.

Fonte: Adaptado do CDC, 2014.

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As espécies do gênero Leishmania são disseminadas por dípteros da

subfamília Phlebotominae, através da picada de fêmeas infectadas, que no

Novo Mundo pertencem aos gêneros Lutzomyia e no Velho Mundo ao gênero

Phlebotomus (VANNIER SANTOS et al. 2002).

Os vetores são conhecidos popularmente como birigui, mosquito palha,

tatuquiras, entre outros. Atualmente, as espécies Lutzomyia longipalpis,

transmissora de L.(L.) chagasi no Brasil e Lutzomyia cruzi estão associadas

com a transmissão da doença (BRASIL, 2006).

Os dois tipos gerais da doença são a leishmaniose tegumentar

americana (LTA) e a leishmaniose visceral americana (LVA; RODRIGUES et al.

2011). A LTA apresenta várias formas clínicas que estão associadas aos

distintos subgêneros e espécies de Leishmania, como a leishmaniose cutânea

(LC), leishmaniose cutâneo-difusa (LCD) e leishmaniose muco-cutânea (LMC;

BALAÑA – FOUCE et al. 1998; DESJEUX, 2004; AZEREDO-COUTINHO,

2007; REY, 2008).

A leishmaniose cutânea (LC) compreende as espécies do subgênero

Leishmania (L.(L.) amazonensis, L.(L.) mexicana, L.(L.) venezuelensis, L.(L.)

pifanoi, L.(L.) garnhami) e do subgênero Viannia (L. (V.) braziliensis, L. (V.)

panamensis, L. (V.) peruviana, L. (V.) guyanensis, L. (V.) lainsoni, L. (V.) naiffi,

L. (V.) shawi, L. (V.) colombiensis, L. (V.) lindenbergi) peculiares do Novo

Mundo (LAINSON, 2010), sendo diagnosticada pelo aparecimento de lesões na

pele, associadas a úlceras crônicas, de difícil cicatrização. Podem ocorrer

principalmente no local de inoculação das formas infectantes, com provável

aparecimento de numerosas lesões, consequência de múltiplas picadas do

flebotomíneo, sendo este estágio considerado o mais grave da doença

(MARZOCHI, 1992; REY, 2008).

Assim como a LC, a leishmaniose cutâneo-difusa (LCD), também está

relacionada ao Novo Mundo, compreendendo as espécies L.(L.) amazonensis,

L.(L.) mexicana e L.(L.) venezuelensis, apresenta evolução crônica, com

polimorfismo lesional e surgimento de lesões nodulares, que disseminam no

corpo, além de infiltração da mucosa nasal, sendo estas manifestações

clínicas, semelhantes a da hanseníase virchowiana, sem comprometimento

visceral (COSTA et al.1992; HERWALDT, 1999; GONJITO e CARVALHO,

2003).

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A leishmaniose muco-cutânea (LMC), causada pelas espécies L. (L.)

amazonensis, L. (V.) braziliensis, L. (V.) guyanensis e L. (V.) panamensis

(LAINSON, 2010), caracteriza-se pelo aparecimento de lesões faciais, que

cicatrizam e em momento posterior, ressurgem, sobretudo, nas mucosas do

nariz e boca, podendo ocasionar destruição da cavidade nasal, além do

aparecimento de lesões nodulares, com posterior ulceração e provável risco de

deformação permanente (HERWALDT, 1999; GOMES et al. 2004).

A leishmaniose tegumentar tornou-se uma enfermidade de considerável

interesse na modernidade, devido sua alta incidência e mortalidade,

apresentando grande distribuição com ocorrência na Ásia, Europa, Oriente

Médio, África e Américas (BRASIL, 2006; LAINSON, 2010).

No Brasil, observou-se uma diminuição do número de casos registrados

da doença, comparando dados notificados nos últimos 10 anos, que foram de

28.737 casos em 2004, 21.824 em 2009 e 20.296 em 2014 (PAHO/WHO,

2015). Entretanto, ocorreu expansão geográfica da LTA, sendo atualmente

constatada em todas as Unidades Federativas. Em 2014, a maior densidade de

casos foi na Região Norte (10.387), sendo 41% notificados no Pará (4.356),

seguido do Amazonas com 17% (1.801) e Rondônia com 11% (1.148) dos

casos (PAHO/WHO, 2015).

Nas Américas foram encontradas 14 espécies dermotrópicas de

Leishmania, que infectam o homem e 7 espécies relacionadas a animais. No

Brasil foram evidenciadas oito espécies, sete do subgênero Viannia e uma do

subgênero Leishmania (LAINSON, 2010), sendo as espécies L. (V.)

braziliensis, L.(V.) guyanensis e L.(L.) amazonenses mais encontradas

(BRASIL, 2007).

As espécies de flebotomíneos responsáveis pela disseminação da LTA

no Brasil, são Lutzomyia flaviscutellata, L. whitmani, L. umbratilis, L. intermedia,

L. wellcomei e L. migonei (BRASIL, 2007).

A leishmaniose visceral americana (LVA) ou Calazar é transmitida no

Velho Mundo pelas espécies L. (L.) donovani e L. (L.) infantum infantum e nas

Américas pela espécie L.(L.) infantum chagasi (LAINSON, 2010). É

considerada a forma mais grave da doença, de evolução crônica sistêmica,

apresentando sintomas como febre irregular, fraqueza e perda de peso, com

aparecimento de anemia, esplenomegalia, hepatomegalia e

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micropoliadenomegalia, se não tratada pode levar a morte (BARONE, 1982;

BALAÑA-FOUCE et al. 1998; HERWALDT, 1999; LAINSON, 2010).

Em 1984, no estado do Pará, município de Santarém, ocorreu surto

epidêmico de leishmaniose visceral, com 94 casos humanos, sendo que 85

foram identificados em área urbana do referido município (BRAUN, 2000).

Conforme o Ministério da Saúde, entre os anos de 2012 a 2014,

ocorreram 9.744 casos de LVA no Brasil, com maior número de notificações na

Região Nordeste (5.076). Em 2014, foram identificados registros da doença em

24 estados brasileiros, com total de 3.453 casos, sendo 58% da Região

Nordeste e 13% da Região Sudeste, com maior incidência no Maranhão (530

casos), seguido do Ceará (466 casos) e Bahia (431 casos; PAHO/WHO, 2015).

Crianças com menos de 10 anos são as mais afetadas pela doença

(54,4%), resultante da imaturidade imunológica celular, agravada pela

desnutrição, frequente em áreas endêmicas, assim como a alta exposição ao

vetor no peridomicílio. Em relação ao sexo, o masculino foi o mais atingido com

60% dos casos (BRASIL, 2006).

Os vetores transmissores da LVA no Velho Mundo são do gênero

Phlebotomus e no Novo Mundo Lutzomyia, dípteros da família Psychodidae,

sendo a espécie de flebotomíneo Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis principal

responsável por toda disseminação geográfica de L. (L.) infantum chagasi

(LAINSON e SHAW, 1987; HERWALDT, 1999, LAINSON, 2010). No Brasil, as

espécies Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi são as responsáveis pela

transmissão da doença (LAINSON e SHAW, 1987; HERWALDT, 1999).

O tratamento da leishmaniose é realizado com antimonial pentavalente

(Sb+5), fármaco de primeira escolha, encontrado em duas formas: o

Antimoniato de N-metilglucamina (Glucantine - 3) e o Stibogluconato de sódio

(Pentostan - 4), no entanto, o último não é comercializado no Brasil. O

tratamento das leishmanioses com os antimoniais possuem algumas

desvantagens como respostas mais tardias e probabilidade de reincidência

(HERWALDT, 1999; GONTIJO et al. 2003).

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CH2NHCH3+

HCOH

HOCH

HCOH

HCOH

CH2OH

(OH)2SbO-

CH2OH

HCOH

HCO

HCO

HCO

COO-

Sb

OH

O Sb

O-

OCH

OCH

OCH

COO-

HCOH

CH2OH

3Na+

(3) (4)

Figura 04: Estruturas químicas do Antimoniato N-metil glucamina (3) e Estibogluconato de sódio (4)

Os antimoniais pentavalentes apresentam mecanismo de ação ainda

pouco esclarecido, contudo é sabido que afetam os processos bioquímicos das

formas amastigotas de Leishmania (RATH et al. 2003; BRASIL, 2006).

Como a forma pentavalente é menos tóxica, é provável que seja um pró-

fármaco e ao chegar perto do sítio de ação, no interior dos macrófagos ou

próximo destes, se converta na forma trivalente mais tóxica (GOODWIN e

PAGE, 1943), responsável também pela ação terapêutica do medicamento

(RATH et al. 2003). Desta maneira, afeta o processo de glicólise e β – oxidação

de ácidos graxos, ocasionando uma redução drástica na quantidade de ATP

intracelular, resultando na morte do parasito (BALAÑA-FOUCE et al. 1998).

Segundo Bangs e colaboradores (2001), a forma amastigota é

constituída de uma metaloprotease zinco dependente, fundamental para o

crescimento do parasita, que perde sua função, se o zinco da enzima for

permutado pelo antimônio.

A Organização Mundial de Saúde juntamente com o Centro de Controle

de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da América sugeriram doses

gradativamente maiores de antimoniais, em consequência do surgimento de

resistência em países como Índia, Quênia e Sudão (BRASIL, 2006). Entretanto,

o grande problema da utilização desses medicamentos está relacionado à

cardiotoxicidade, nefrotoxicidade e hepatotoxicidade, que representam uma

importante restrição ao seu uso, principalmente em pacientes mais idosos,

sendo proibido em gestantes por serem drogas abortivas (GONTIJO et al.

2003).

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A anfotericina B (5), antibiótico poliênico, oriundo da cepa de

Streptomyces nodosus, é um antifúngico recomendado para o tratamento de

leishmaniose mucocutânea americana (RATH et al. 2003). O ergosterol,

esteróide de 28 carbonos, é o principal integrante da membrana plasmática da

Leishmania e dos fungos, enquanto que na membrana plasmática de células

animais, este constituinte é representado pelo colesterol (BEZERRA et al.

2004; CAMPBELL e FARRELL, 2007).

H3C O

O OH OH O

OH

OH OH

OHOH

COOHH

O

H3C

CH3

HO

O

OH

NH2

OH

CH3

(5)

Figura 05: Estrutura química da Anfotericina B (5)

O mecanismo de ação da Anfotericina está relacionado à toxicidade

seletiva, quando se liga ao éster episterol, precursor do ergosterol, na

membrana citoplasmática da Leishmania, origina poros que ocasionam a saída

de íons, alterando a permeabilidade da membrana e posteriormente matando o

parasita (ZYGMUNT, 1966; BOLARD et al. 1993; MURRAY, 2005). A

anfotericina pode atuar tanto nas formas promastigotas, como nas formas

amastigotas (AL-MOHAMMED et al. 2005).

O desoxicolato sódico da anfotericina B é utilizado quando o tratamento

com antimonial não é efetivo ou na impossibilidade de seu uso, sendo eficaz

principalmente no tratamento das lesões mucosas. Contudo, apresenta efeitos

como cardiotoxicidade e nefrotoxicidade, limitando a utilização no ambiente

hospitalar, devido sua adiministração endovenosa (GONTIJO et al. 2003). Tem

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32

sido muito utilizado no tratamento de leishmaniose visceral (AMATO et al.

2000; SERENO et al. 2000).

A anfotericina B pode ocasionar várias reações adversas, sendo

considerada muito tóxica para as células do endotélio vascular. As infusões

lentas do medicamento ocasionam constantemente febre, calafrios, vômitos e

cefaleia, enquanto que, as infusões rápidas estão relacionadas com o

surgimento de nefrotoxicidade, hipocalemia e hiperpotassemia. A gravidade

dos sintomas está relacionada à ativação de citocinas, que é ocasionada pela

administração do fármaco, estimulando uma resposta pró-inflamatória. Nas

infusões lentas ocorre uma indução tardia desses mediadores (ERIKSSON et

al. 2001; GONJITO et al. 2003; FILIPPIN e SOUZA, 2006).

Outras três novas formulações, anfotericina B lipossomal, complexo de

lipídeos de anfotericina B e dispersão coloidal de anfotericina foram incluídas

no mercado e têm sido utilizadas no tratamento da leishmaniose (DORA e

SOUZA, 2005), sendo equivalentes a anfotericina B na eficácia, porém são

relativamente menos tóxicas (WHO, 2010).

O antibiótico aminoglicosídeo, paromomicina (aminosidina; 6) é outro

fármaco usado no tratamento da leishmaniose, podendo acarretar em alguns

pacientes nefrotoxicidade e ototoxidade, produzindo distúrbios de controle

motor e equilíbrio (BEZERRA et al. 2004). O tratamento da leishmaniose com

isotionato de pentamidina (7) tem sido relacionado às seguintes reações

adversas: diabetes mellitus, hipoglicemia grave, choque, miocardite e

toxicidade renal (MISHRA et al. 2009; WHO, 2010).

OH

O

O

OH

HO

HO

HONH2 O

NH2

H2N

OO

OHO

O

NH2

H2N

HO

HO

NH

H2N

O O

NH

NH2

(6) (7)

Figura 06: Estruturas químicas da Paromomicina (6) e Isotionato de pentamidina (7)

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33

Ao tratamento da leishmaniose com miltefosina (8), um alquil-fosfolipídio,

tem sido atribuído as seguintes reações: problemas gastrintestinais (38%),

diarreia (20%) e teratogenia, o que restringe seu uso em grávidas e mulheres

em idade fértil (MISHRA et al. 2009; WHO, 2010).

CH3

O

P

O

O

O

N+

CH3

CH3H3C

(8)

Figura 07: Estrutura química da Miltefosina (8)

E por último, os medicamentos azois, antifúngicos orais, como o

cetoconazol (9), fluconazol (10) e itraconazol (11), que apresentam efeitos

variáveis no tratamento da leishmaniose (MISHRA et al. 2009; WHO, 2010).

O Cetoconazol é ativo contra a espécie L.major, mas é inativo nas

espécies L.tropica e L.aethiopica (WEINRAUCH et al. 1987). Em outro estudo,

todos os pacientes com leishmaniose visceral, que obtiveram cura quando

tratados com fluconazol apresentaram recidiva da doença, além de exibir fraca

atividade contra a espécie L.major e nenhuma atividade contra L.donovani

(SUNDAR et al. 1996; ALRAJHI et al. 2002).

Em estudo de Morizot e colaboradores (2007), pacientes acometidos por

L.major foram submetidos a tratamento com fluconazol e apresentaram taxa de

cura semelhante à de pacientes submetidos ao uso de placebo (44%). De

modo equivalente, ocorreu com o medicamento itraconazol, que após

tratamento de pacientes infectados por L.major, obteve-se taxa de cura (59%),

similar ao do grupo placebo testado (53%; NASSIRI-KASHANI et al. 2005).

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34

N N

O

OO

O

H Cl

Cl

N

N

F

F

NN

N

OH

NN

N

(9) (10)

Cl

Cl

O

O

O

N

NN

N

N

N

N

N

O

(11)

Figura 08: Estruturas químicas do Cetoconazol (9), Fluconazol (10) e Itraconazol (11)

Desta forma, constata-se que o tratamento para leishmaniose apresenta

dificuldades, a começar pelo tratamento de primeira escolha, o medicamento

antimoniato de metilglutamina, que pode provocar graves efeitos secundários

tóxicos (LUCAS e KOLODZIEJ, 2013), apresentando eficácia variável em

consequência da baixa dosagem e interrupção do tratamento, sendo

consideráveis causas no aumento de recaídas e formas resistentes dos

parasitas (SUNDAR et al. 2001).

Portanto, a toxicidade dos fármacos utilizados é um fator a se

considerar, visto que existem muitas limitações ao uso dos mesmos, além do

alto custo e da baixa eficácia de outros medicamentos acessíveis no mercado.

Um método alternativo seria o uso de plantas medicinais na terapia das

leishmanioses, buscando espécies com atividade antileishmania e reduzidos

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efeitos tóxicos. Na Amazônia brasileira, algumas espécies de plantas têm

mostrado atividade antileishmania e também têm sido muito utilizadas na

medicina popular. Portanto, neste trabalho, será analisada a espécie

Himatanthus articulatus, conhecida vulgarmente como “sucuuba”, pertencente

à família Apocynaceae, quanto ao seu potencial leishmanicida.

2.2 A família Apocynaceae e o gênero Himatanthus

A família Apocynaceae é prevalente nos trópicos e subtrópicos, contudo

é incomum em regiões temperadas. Abrange em torno de 250 gêneros e 2000

espécies (STRUWE et al. 1994; RIBEIRO et al. 1999).

Esta família faz parte da divisão Magnoliophyta, classe Magnoliopsida,

subclasse Asteridae e ordem Gentianales, a qual inclui as famílias

Apocynaceae, Asclepiadaceae, Gentianaceae, Loganiaceae e Saccifoliaceae

(CRONQUIST, 1988; DISTASI e HIRUMA-LIMA, 2002).

Espécies pertencentes à família Apocynaceae são vegetais laticíferos,

com ou sem ramificação, contendo látex de cor branca, com cálice constituído

de prefloração imbricada ou quincucial. As flores são actinomorfas ou

zigomorfas e as folhas são do tipo opostas, verticulares ou alternas, sem

estípulas e glândulas no limbo ou pecíolo, com inflorescência terminal, axilar ou

lateral. Os frutos são do tipo cápsula loculicida, drupóide, bacóide ou múltiplos

e possuem uma ou várias sementes, que podem ser secas ou ariladas. As

anteras são fundidas ao estilete, parcialmente férteis (BARROSO, 1991; JOLY,

1998; QUINET e ANDREATA, 2005).

Um total de 41 gêneros, com cerca de 400 espécies, foram cadastrados

como apocináceas na flora brasileira, onde 32 destas espécies foram

constatadas somente na Amazônia (CAMPBELL e HAMMOND, 1989),

apresentando como constituintes químicos ácidos fenólicos, ciclitóis,

cumarinas, glicosídeos cardioativos e cianogenéticos, saponinas, taninos e

triterpenóides (EVANS, 2002).

O gênero Himatanthus é encontrado na região Neotropical, distribuindo-

se desde o Panamá até o Sudoeste do Brasil, onde a maior parte das espécies

é encontrada na região amazônica, com ocorrência também na costa e centro-

oeste do Brasil (SPINA, 2004).

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36

As árvores deste gênero possuem ramos lenhosos e podem se

desenvolver até 20m de altura. As espécies são descritas, na maioria das

vezes, como arbustos, sendo esta classificação equivocada, em razão de

constituírem um tronco delimitado e lenhoso, com ramificações terminais

(FONT QUER, 1979), além de expor floração precoce (SPINA, 2004).

As folhas são simples, alternas, com ramos congestos no ápice, podem

ser revoluta, pecioladas ou sésseis, com diferentes formas de limbo.

Apresentam inflorescências do tipo tirsóide, constituída por cincínio dicotômico,

de eixo reduzido, terminais e articuladas. Ausência de estruturas secretoras no

cálice. As sementes exibem alas envolvendo o núcleo seminífero e o limbo

foliar é composto por dobras cuticulares em torno dos estômatos (SPINA,

2004).

Os iridóides, compostos monoterpênicos com núcleo

tetraidrociclopentano-pirano, foram os metabólitos mais identificados do gênero

Himatanthus (KUBLINSKI, 2000).

O gênero Himatanthus Willd ex Schult. da família Apocynaceae s.l., está

subordinado à subfamília Rauvolfoideae e à tribo Plumerieae (ENDRESS e

BRUYNS, 2000). As espécies H. sucuuba (Spruce) Woodson e H.articulatus

(Vahl) Woodson foram inicialmente descritas como distintas, sendo a primeira

caracterizada como específica da América do Sul e a segunda do Panamá

(WOODSON, 1938).

Reavaliação da circunscrição das espécies de Himatanthus, atualizando

sua distribuição geográfica e verificando as relações filogenéticas entre os

gêneros, considerou a espécie Himatanthus sucuuba sinonímia de Himatanthus

articulatus, com fundamentação em estudos taxonômicos, micro-morfológicos e

filogenéticos (SPINA, 2004).

A H.sucuuba (H.articulatus) é uma árvore lactescente, que cresce de 8 a

20 m de altura (PLUMEL, 1991), com folhas simples, alternas e simétricas, que

medem em torno de 20 cm de comprimento por 7 cm de largura, pouco

pecioladas (LARROSA e DUARTE, 2005).

Os frutos são deiscentes e abundantes com sementes elipsoides e

secas, revestidas por uma membrana circular protetora, que favorece a

dissipação da espécie através do vento e/ou água (PLUMEL, 1991; FERREIRA

et al. 2005). Essa espécie é prevalente na bacia amazônica (PLUMEL, 1991),

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37

encontrada em terra firme ou ocupando áreas mais baixas de várzea

(WITTMANN et al. 2002) .

A H.sucuuba (H.articulatus) é uma espécie encontrada na Bolívia,

Colômbia, Guiana Francesa, Peru, Panamá, Suriname e Venezuela. No Brasil

pode ser vista no Cerrado do estado de Roraima (RR) e no norte da Amazônia

(MILLIKEN, 1995; MIRANDA et al. 2000).

No Peru, a casca desta espécie é usada como infusão na cicatrização

de feridas, tumores, furúnculos, inchaços, artrite, laxante e vermífugo

(PERDUE e BLOMSTER, 1978).

Os povos indígenas Macuxi, Maiongong, Taurepang e Ingarikó

utilizavam esta planta como remédio fitoterápico (MILLIKEN, 1995). No norte

do Brasil utiliza-se a casca seca como afrodisíaca e antiúlcera e o látex como

agente antitumoral (VAN DEN BERG, 1984), sendo conhecida também como

sucuuba, janaguba ou sucuba (VAN DEN BERG, 1982).

Devido ao extenso uso popular de H. articulatus, vários estudos

fitoquímicos, farmacológicos e toxicológicos já foram realizados. Alguns

aspectos encontram-se bem elucidados, como os principais metabólitos

isolados da H.sucuuba (H.articulatus) pertencerem à classe dos iridoides

(BARRETO et al. 2007; CASTILLO et al. 2007). Esta planta possui potencial

antiparasitário (CASTILLO et al. 2007; SOARES et al. 2010) e os resultados da

toxicidade são inconsistentes (GUERRA e PETERS, 1991; VILLEGAS et al.

1997; VALE et al. 2015).

Estudo fitoquímico do extrato hexânico, obtido das cascas de H.sucuuba

(H.articulatus) levou ao isolamento da fulvoplumericina (12; PERDUE e

BLOMSTER, 1978). Esta substância apresentou atividade inibitória de CI50=45

µg/mL, da enzima transcriptase reversa (RT), presente no vírus da

imunodeficiência humana (HIV; TAN et al. 1991).

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38

O

COOMe

O

(12)

Figura 09: Estrutura química da Fulvoplumericina (12)

Guerra e Peters (1991) realizaram estudos de toxicidade materna e

desenvolvimento pré-natal em ratas Wistar grávidas, administrando 80 mg/dia

da decocção das cascas de H.sucuuba (H.articulatus) do 6° ao 15° dia de

gravidez. Após comparação com o grupo controle, constataram que não foi

nocivo para o desenvolvimento fetal, não ocorrendo alteração no crescimento

das crias e não sendo observado qualquer efeito tóxico nos fetos recém-

nascidos, indicando que a preparação tem grande probabilidade de não ser

tóxica.

Em outro estudo, ratos Balb C machos foram submetidos à avaliação de

toxicidade aguda, utilizando concentrações de 0,1-1,0 mg/g de peso do extrato

de H.sucuuba (H.articulatus), em várias administrações, num período de 72

horas, sendo observado após os testes, que não apresentou toxicidade nas

cobaias (VILLEGAS et al. 1997).

No estudo de Vale e colaboradores (2015), o extrato etanólico das

cascas de H.articulatus foi submetido à avaliação de toxicidade aguda e

subcrônica, e após administração de 5,0 mg/kg em camundongos Swiss

albinos (14 dias), não foram observadas alterações clínicas,

anatomopatológicas e histopatológicas, indicando baixa toxicidade aguda. No

entanto, constatou-se alterações hematológicas e bioquímicas tóxicas, na

administração de 100mg/kg, com aumento significativo do TBARS hepático

(substâncias que reagem ao ácido tiobarbitúrico) em ratas fêmeas, sugerindo

aumento de dano da membrana celular. Apresentou baixa citotoxicidade em

células HepG2 (CI50 > 1000 mg/mL).

Diante do exposto, os resultados de citotoxicidade necessitam ser

reavaliados, pois alguns autores apontam para nenhuma toxicidade (GUERRA

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39

e PETERS, 1991; VILLEGAS et al. 1997), enquanto outros estudos sinalizam

para baixa citotoxicidade aguda, porém com alterações clínicas consideráveis

na avaliação da toxicidade subcrônica (VALE et al. 2015).

Do extrato aquoso obtido do látex de H.sucuuba (H.articulatus) foram

isolados os iridoides 15-desmetilplumierídeo (13), plumierídeo (14) e

isoplumierídeo (15; BARRETO et al. 2007).

O

O

O

O

O

OH

OH

OH

OH

HO

COOH

O

O

O

O

O

O

O

OH

OH

OH

OH

HO

O

O

O

O

O

O

OH

OH

OH

HOOOH

(13) (14) (15)

Figura 10: Estruturas químicas do 15 - Desmetilplumierídeo (13), Plumierídeo (14) e

Isoplumierídeo (15)

Dois pepsídeos foram isolados da H.sucuuba (H.articulatus), o ácido 2’ -

O- metilperlatólico (16) e o ácido confluêntico (17). Estas substâncias foram

submetidas à avaliação da atividade inibitória sobre a monoamina oxidase B e

exibiram valores de CI50= 0,22µM (ácido confluêntico), com atividade de

inibição de 6,5 % (MAO-A) e 87,9% (MAO-B) e CI50= 81µM (ácido 2’ -O-

metilperlatólico), com atividade de inibição de 1,8% (MAO-B), constatando

maior potencial de inibição do ácido confluêntico. Além disso, foram ainda

isolados do extrato metanólico, o ácido β – diidroplumericina (18), ácido

vanílico (19), ácido ρ – coumárico (20), ácido ρ – hidroxibenzóico (21),

plumericina e isoplumericina (ENDO et al. 1994).

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40

O

O

OO

O

O

O

CH3

H3C

H3C

H3C

H

H

O

O

CH3O

n-C5H11

OCH3

OCH3

n-C5H11

COOH

(16) (17)

COOHH

O

O

O

H

O

H

OHO

OH

O

CH3

OH

O

HO

OH

O

HO

(18) (19) (20) (21)

Figura 11: Estruturas químicas do Ácido 2’ -O- metilperlatólico (16), Ácido confluêntico (17),

Ácido β – diidroplumericina (18), Ácido vanílico (19), Ácido ρ – coumárico (20), Ácido ρ –

hidroxibenzóico (21)

Da fração hexânica de H.sucuuba (H.articulatus) foram isolados

cinamato de lupeol (22), cinamato de α-amirina (23) e acetato de lupeol (24;

FERRIGNI et al. 1976; MIRANDA et al. 2000). Esta fração foi submetida à

avaliação da atividade antiinflamatória, através de teste de edema de pata,

induzido por carragenina em ratos, apresentando inibição de 35,9% na

formação de edema, com administração de 200 mg/kg, o que não foi

observado na dosagem de 100 mg/kg. A fração contendo apenas cinamatos

inibiu o edema (50-40%) e a constrição abdominal (57,9%) com administração

oral de 100 mg/kg, exibindo maior atividade antiinflamatória (MIRANDA et al.

2000).

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O

O

O

O

(22) (23)

COO

CH3

(24)

Figura 12: Estruturas químicas do Cinamato de lupeol (22), Cinamato de α-amirina (23),

Acetato de lupeol (24)

O extrato etanólico da casca de H.sucuuba (H.articulatus) mostrou

atividade contra formas amastigotas axênicas de Leishmania amazonensis

(CI50 = 5µg/mL). Os iridoides plumericina e isoplumericina, isolados do extrato

etanólico, apresentaram CI50 de 0,21 µM e 0,28 µM, repectivamente, exibindo

forte atividade contra formas amastigotas de L. amazonensis. Estas

substâncias foram submetidas à avaliação de citotoxicidade em macrófagos

peritoneais de ratos e células tumorais VERO e exibiram CI50 1,86 µM,

concluindo apresentarem menor toxicidade nas células do que no parasita

(amastigota; CASTILLO et al. 2007). Em síntese, estes iridoides são

promissores como leishmanicidas.

O extrato butanólico do látex da H.sucuuba (H.articulatus) foi submetido

à avaliação da atividade contra formas promastigota de L. amazonensis,

determinando-se o indice de redução da infecção dos macrófagos pelo

parasito. Observou-se que culturas tratadas com diferentes concentrações

deste extrato (100, 50 e 10mg/mL) apresentaram uma diminuição na taxa de

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infecção, sendo observada uma redução de 100% na maior concentração. Em

relação à citotoxicidade, o extrato butanólico mostrou baixa citotoxicidade,

inibindo 14% da atividade mitocondrial dos macrófagos em concentrações de

200 µg/mL (SOARES et al. 2010).

Os extratos metanólicos das folhas da H. articulatus apresentaram

atividade contra S. Aureus. Os extratos metanólicos das cascas e folhas

inibiram o crescimento de B. subtilis e todos os extratos metanólicos e o látex

da H. articulatus mostraram ação inibitória contra Candida albicans

(SEQUEIRA et al. 2009). As atividades antifúngica e antiinflamatória desta

planta estão relacionadas à alta polaridade do metanol e sua afinidade por

alcalóides, iridoides e terpenos, entre outros (MATOS, 1989).

As atividades genotóxica e antigenotóxica do látex de H.articulatus foram

avaliadas em células do sangue e sua atividade mutagênica foi analisada na

medula óssea e em células sanguíneas de ratos, através dos ensaios de

micronúcleos e cometa. Os resultados obtidos nestes ensaios não mostraram

efeitos mutagênicos e nem genotóxicos (REBOUÇAS et al. 2011).

Foi avaliada também, a atividade antioxidante, com realização de testes

de indução de quebras de DNA, onde se constatou aumento da resistência

celular em relação a danos no DNA causados por indução de H2O2

(REBOUÇAS et al. 2011).

Como citado anteriormente, o extrato etanólico da casca e o extrato

butanólico do látex da H. articulatus apresentaram atividade nas formas

promastigotas e amastigotas da espécie Leishmania amazonensis, mas ainda

não foram realizados estudos que avaliassem o efeito do fracionamento sobre

esta atividade. Para tanto, efetuamos este estudo com o objetivo de isolar

compostos ativos de frações do extrato etanólico da H. articulatus contra

formas de L. amazonensis, com menor grau de toxicidade para as células

humanas.

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43

3 OBJETIVO

3.1 Objetivo geral

Realizar estudos fitoquímicos e avaliar a atividade antipromastigota e

citotoxicidade de Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson (Apocynaceae).

3.2 Objetivos específicos

● Realizar o fracionamento do extrato etanólico de Himatanthus articulatus

frente a formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis;

● Avaliar a atividade antipromastigota de extratos e frações de Himatanthus

articulatus frente a formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis;

● Avaliar a citotoxicidade do extrato e frações de Himatanthus articulatus frente

à Linhagem Celular THP-1;

● Determinar o Índice de Seletividade do extrato e frações de Himatanthus

articulatus.

.

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44

4 MATERIAL E METODOS

4.1 MATERIAL

4.1.1 Equipamentos

▪ Autoclave-Phoenix

▪ Balança analítica Mettler Toledo modelo AB204

▪ Banho Maria – SOLAB Científica SL 150

▪ Bomba de vácuo – Fabbe

▪ Bomba de vácuo modelo V700 (Buchi)

▪ Cabine de fluxo laminar vertical – Pachane, modelo PA 310

▪ Câmara de contagem Neubauer espelhada – Improved

▪ Capela de exaustão– Quimis

▪ Centrifuga de bancada p/ tubos 12x15ml, modelo EEQ9004A

▪ Centrifuga refrigerada-Cientec Equipamentos para Laboratório, modelo CT-

600R

▪ Chapa de aquecimento Quimis

▪ Contador manual de células – DIGETIMER

▪ Cromatógrafo líquido e alta eficiência (CLAE-DAD), modalidade analítica,

Waters®, equipado com injetor automático, modelo 2695, detector de arranjos

de diodos (DAD), modelo 2996, bomba modelo L-6200A, integrador, modelo C-

R4A

▪ Dessecador de vidro

▪ Destilador de água

▪ Espectro de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) Varian Mercury 300

▪ Estufa ventilada para secagem de material vegetal Fanem, modelo 501A

▪ Estufa de CO2

▪ Evaporador rotatório Buchi, modelo R114, com banho–maria modelo 480

▪ Leitura de Microplacas – ELISA Start Fax®, modelo 2100

▪ Liofilizador

▪ Microscópio invertido – Zeizz, modelo Axiovert 25

▪ Micropipetas, volume ajustável de 10 – 100 µL e de 100 – 1000 µL –

Paguepet

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45

▪ Microscópio óptico Eclipse, modelo E200 – NIKON

▪ Moinho de facas, Marconi

▪ Percolador

▪ Refrigerador Consul

▪ Sistema de filtração a vácuo 250 mL, membrana 0,22 µm – TPP – Switzerland

▪ Sistema de filtração de água Millipores, Milli-Q Plus

▪ Sistema de putificação de água Millipores, Milli-Q Plus

▪ Ultrasson Thornton, modelo T14

4.1.2. Solventes, Reagentes e outros

▪ Ácido acético (Isofar®)

▪ Acetato de etila P.A – (Isofar®)

▪ Acetonitrila grau CLAE (Tedia Company®)

▪ Ácido Clorídrico (Isofar®)

▪ Ácido sulfúrico (Isofar®)

▪ Água deionizada (filtrada em sistema Milli-Qplus)

▪ Água destilada

▪ Álcool grau 96° GL (Álcool Etílico Hidratado) – Santa Cruz LTDA

▪ Álcool Metílico (Metanol) – CAQ (CASA da Química Ind. e Com. LTDA)

▪ Bicarbonato de sódio – Sigma-Aldrich

▪ Clorofórmio – D4 deuterado (Merck®)

▪ Diclorometano P.A – (Isofar®)

▪ Dimetilsulfóxido (DMSO) – Sigma- Aldrich

▪ Etanol (Souza Cruz®)

▪ Éter etílico (Isofar)

▪ Hexano P.A – CAQ (CASA da Química Ind. e Com. LTDA)

▪ Metanol (isofar®)

▪ Metanol-D4 deuterado (Merck®)

▪ Metanol grau CLAE (Tedia Company®)

▪ Sílica gel 60 (00,063-0,200mm) pra coluna cromatográfica (Merck®)

▪ Sílica gel 60 para cromatografia de camada delgada Flash (Merck®)

▪ Sílica gel para cromatografia em camada fina – Macherey-Nagel

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▪ Sílica gel para cromatografia em coluna 63-200 mm/70-230 mesh ASTM-

Macherey-Nagel merck e mesh

4.1.3 Fármacos, meios de cultura e corantes

▪ Anfotericina B 50 mg sol. Inj. – Cristália produtos farmacêuticos

▪ Corante Azul de Tripan em solução (0,4%/100 mL) testado para cultura de

célula- Sigma-Aldrich

▪ Estreptomicina (Sulfato de estreptomicina) 200 mg/mL solução injetável –

Wyeth Whitehall

▪ Gentamicina (Sulfato de gentamicina) 80 mg/2mL solução injetável –

Novafarma Indústria Farmacêutica LTDA

▪ Meio RPMI 1640 (Roswell Park Memorial Institute) com glutamina - Sigma –

Aldrich

▪ MTT (brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-yl)- 2,5-difeniltetrazolium) 500 mg –

Sigma-Aldrich

▪ Penicilina g Benzatina 1.200.000 UI solução injetável - Sigma Aldrich

▪ Phorbol 12-myristate 13-acetate (PMA) – Sigma - Aldrich

▪ Propilenoglicol – Vital especialidades

▪ Soro fetal bovino - Gibco

4.1.4 Materiais plásticos e metal

▪ Cuba cromatográfica

▪ Espátulas de metal

▪ Espalhador

▪ Estantes plásticas

▪ Garrafas para cultura de células suspensão estéril 12,5 cm2, 25 cm2 e 75 cm2

– Interprise Instrumentos Analíticos LTDA

▪ Membranas filtrantes Millipore, Millex F6 0,2 mm

▪ Papel alumínio comercial

▪ Papel de filtro MN 618

▪ Pipetas Pasteur de plástico

▪ Placas de cultura de células de 96 poços, fundo chato com tampa – TPP

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▪ Placas cromatográficas de alumínio com 0,2mm de espessura contendo gel

de sílica 60 F254 Merck

▪ Ponteiras de 10 – 1000 µL e de 20 a 200µL

▪ Suporte de ferro

▪ Tubo cônico graduado 15 mL não estéril (Tipo Falcon)

▪ Tubo cônico graduado 50 mL estéril (Tipo Falcon) - Becton-Dicknson

▪ Tubos de microcentrifuga (Tubos eppendorf) de 1,5 e 2,0 mL – Alfa

4.1.5 Vidrarias

▪ Balão de fundo redondo de 100, 250 e 500 mL

▪ Bastão de vidro

▪ Balão volumétrico de 500, 1000 mL – Laborquimi

▪ Becker de 10, 50, 100, 250, 500 e 1000 mL – Satelit

▪ Condensador em bolas

▪ Cubas cromatográficas

▪ Coluna cromatográfica de vidro 100 x 2,5 cm

▪ Erlenmeyes de 50, 100, 250 e 500 mL – Vidrolabor

▪ Frascos de penicilina 50 mL

▪ Funil de separação de 250 e 2000 mL

▪ Pipetas graduadas de 1 mL, 5 mL, 10 mL – Vidrolabor

▪ Pipeta Pauster de vidro – VWR

▪ Pipetas volumétricas de 10 e 20 mL

▪ Placas cromatográficas de vidro 10x5 e 10x10 cm

▪ Placas de Petri 90x15 - PROLAB

▪ Proveta de 20, 50, 100, 250 mL, 500 mL e 100 mL – Vidrolex

▪ Tubo vial para CLAE

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4.2 Revelador utilizado na prospecção fitoquímica por cromatografia em

camada delgada (CCD)

4.2.1 ANISALDEÍDO - ÁCIDO SULFÚRICO

Em um becker de 250 mL, 0,5 mL de anisaldeído foram misturados a 10

mL de ácido acético glacial, homogeneizou-se e adicionou-se 85mL de

metanol, seguido de 5 mL de ácido sulfúrico concentrado (H2SO4).

Homogeneizou-se e posteriormente a solução foi conservada em frasco âmbar

sob refrigeração, na temperatura de 2-8°C (WAGNER et al. 1984).

4.2.2 REAGENTE DRAGENDORFF

Preparou-se duas soluções, utilizando-se dois becker de 100 mL. No

primeiro becker adicionou-se 0,850 g de subnitrato de bismuto, 10 mL de ácido

acético e 40 mL de água destilada. No segundo becker misturou-se 20 mL de

água destilada a 8,0 g de iodeto de potássio. Em seguida, misturaram-se as

soluções na proporção de 1:1. Da solução final, retirou-se 2,0 mL e dilui-se em

4,0 mL de ácido acético e 20 mL de água destilada (WAGNER et al. 1984).

4.3 Meios de Cultivo

4.3.1 Meio NOVY-NICOLLE-MCNEAL (NNN)

A solução foi preparada em recipentes de Erlenmeyer, onde se diluiu 14

g de Agar base e 6 g de cloreto de sódio em água destilada (900 mL). Logo

após, o composto foi aquecido até completa solubilização, passando por

autoclavação durante 15 minutos (121 °C) e colocado em banho Maria (50°C)

para esfriamento. Foi acrescentado coágulo ao composto asséptico, sendo

este obtido de 45 mL de sangue desfibrinado (coelho).

Após mistura do meio, usou-se tubos de 5 mL, os quais permaneceram

encurvados até endurecimento da solução. Posteriormente, os tubos foram

colocados na geladeira para exsudação completa do meio. Os nutrientes

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indispensáveis para a adequada atividade do meio estão na parte difásica

(aquosa; COELHO e CARVALHO, 2005).

4.3.2 Meio incompleto de RPMI 1640 (ROSWELL PARK MEMORIAL

INSTITUTE) com L-glutamina

No preparo do meio incompleto, utilizou-se recipiente de Erlenmeyer,

onde se acrescentou 200 mL de água destilada e 10,4 g de meio RPMI 1640

(pó), realizando uma dissolução. Em seguida foi acrescentado 2 g de

bicarbonato de sódio e 10 mM de Hepes, completando um volume de 1000 mL.

Conferiu-se o pH do meio, que deve ser em torno de 7,2 (neutro), sempre

corrigido quando não for equivalente a este valor. Logo após, usou-se

membrana de 0,22 µm para fitrar e esterilizar o meio, que foi mantido em

recipientes estéreis a uma temperatura de 4°C (REBELLO, 2014).

4.3.3 Meio completo de RPMI 1640 (ROSWELL PARK MEMORIAL

INSTITUTE)

Em um recipiente de Erlenmeyer, colocou-se 20 mL de meio RPMI

incompleto, seguido de 4 mL de soro fetal bovino, desnaturado a 56°C por 2

horas, realizando-se homogeização. Em seguida adicionou-se 100 U/mL de

solução de penicilina e 50 µg/mL de gentamicina, completando-se um volume

de 40 mL de meio RPMI incompleto (MISRA et al. 2008; SILVA et al. 2012).

4.3.4 Meio completo de RPMI 1640 (ROSWELL PARK MEMORIAL

INSTITUTE) com L-glutamina modificado para cultivo de células THP-1

Utilizou-se um frasco de Erlenmeyer, onde foi adicionado 10 mM de

HEPES, 1 mM de piruvato de sódio, 4500 mg/L de glicose e 1500 mg/L de

bicarbonato e sódio, dissolvidos em água ultrapura. A solução foi filtrada sob

pressão, com membrana de celulose (poro 0,22 µm), em condições estéreis.

Posteriormente acrescentou-se 10% de soro fetal bovino para suplementação

do meio, além de 100 U/mL de penicilina, 100 µg/mL de estreptomicina. O pH

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foi corrigido para 7,4, usando solução estéril de bicarbonato de sódio a 0,1

mol/L e conservado sob refrigeração (TSUCHIYA, 1982; SKUBITZ et al. 1983).

4.4 MATERIAL BIOLÓGICO

4.4.1 Espécie do gênero Leishmania

Neste estudo, os parasitas usados foram formas promastigotas de

Leishmania (L.) amazonensis, sob o registro MHOM/BR/2009/M26361, isolada

de caso humano, oriundo do município de Ulianópolis, Estado do Pará,

gentilmente cedidas pelo Dr. Fernando Tobias Silveira, pesquisador do Instituto

Evandro Chagas (IEC).

4.4.2 Células THP-1

Nos ensaios biológicos in vitro, foi utilizada linhagem celular de leucemia

monocítica aguda humana (THP-1), obtida do Banco de Células do Rio de

Janeiro (BCRJ), Lote n° 000722. A linhagem foi preservada em meio RPMI

1640 com 10% de Soro Fetal Bovino, sob temperatura de 37 ºC e atmosfera de

5% de CO2.

4.5 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL VEGETAL

No dia 26/04/2013 (manhã), localidade de Volta Grande do Xingu, em

Belo Monte, Serra do Pardo, na região da Terra do Meio, município de

Altamira, Estado do Pará, foram obtidas as cascas de Himatanthus articulatus

(Vahl) Woodson, sob as coordenadas S 41°10’86’’ W 41°53’51,6’’. A Dra.

Márlia Regina Coelho Ferreira realizou a especificação da espécie. A

conservação da exsicata (Figura 3) foi realizada pelo Museu Paraense Emílio

Goeldi (Herbário João Murça Pires) através do registro de n° MG 206619.

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Figura 13: Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson (Exsicata) Fonte: VALE, 2014.

4.6 MÉTODOS

4.6.1 ESTUDOS FITOQUÍMICOS

4.6.1.1 Obtenção do extrato etanólico da casca da Himatanthus articulatus

O material vegetal (cascas) da H. articulatus, após lavagem em água

corrente e álcool a 70%, foi secado em estufa de ventilação de ar circulado, na

temperatura de 40°C, durante 7 dias. Posteriormente, foi triturado (moinho de

facas) e o pó obtido foi usado no processo extrativo (1000 g). Realizou-se

maceração descontínua exaustiva com etanol comercial 96 °GL (VALE et al.

2015).

Foram usados na primeira extração, 4 litros de solvente e o extrato

coletado após 24 horas. Este processo foi repetido mais oito vezes, utilizando-

se 1,5 litros de solvente, totalizando 16 litros. O material resultante foi

concentrado em evaporador rotatório, sob vácuo (50°C), para obtenção do

extrato seco, que posteriormente passou por liofilização até formação do

extrato etanólico (EEHA).

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O extrato etanólico obtido das cascas de Himatanthus articulatus (10g),

foi submetido ao fracionamento em coluna cromatográfica aberta (altura de 73

cm e diâmetro 4 cm), utilizando como fase estacionária sílica gel e como fase

móvel, os solventes hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol (1L;

Figura 14). As soluções resultantes do fracionamento foram concentradas em

rota evaporador.

Os produtos derivados deste processo foram as seguintes frações:

fração hexânica (FrHex EEHA), fração diclorometano (FrDcl EEHA), fração

acetato de etila (FrAct EEHA) e fração metanólica (FrMet EEHA). O EEHA e

frações de H. articulatus foram submetidos a estudos de CCD e CLAE-DAD.

Na fração metanólica observou-se após análises de CCD e CLAE-DAD que

possuía, provavelmente, iridoide e por este motivo foi selecionada para o

fracionamento.

Figura 14: Coluna cromatográfica aberta do extrato etanólico de Himatanthus articulatus

(EEHA)

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A fração metanólica foi submetida ao fracionamento em coluna

cromatográfica aberta (73,0 x 4,0 cm), contendo como fase estacionária, sílica

gel 60 de marca MERCK (0,063-0,200mm). Utilizou-se 3,5g desta fração

eluídos em solventes de polaridade crescente (fase móvel), sendo

empregados: hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol.

Além dos solventes utilizados individualmente, foram também

empregadas misturas de hexano/diclorometano, diclorometano/acetato de etila,

acetato de etila/metanol e metanol/água, todos na proporção de 1:1. Todas as

subfrações foram submetidas a análises de CCD, sendo reunidas frações com

perfis semelhantes. A subfração sugestiva de iridoide foi identificada através de

métodos espectrofotométricos (VALE et al. 2015).

4.6.1.2 Ensaios de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a

Detector de Arranjo de Diodo (CLAE-DAD)

O extrato (EEHA), as frações (FrDcl EEHA, FrAct EEHA e FrMet EEHA)

e substância isolada (SI) foram submetidos a análises de Cromatografia

Liquida de Alta Eficiência acoplada a Detector de Arranjos Diodos (CLAE-

DAD).

As amostras (5mg/mL de acetonitrila) foram solubilizadas

completamente e centrifugadas durante 10 minutos a 10000 RPM. Utilizou-se

detector UV-DAD para realização das leituras dos cromatogramas em

comprimentos de onda de 230 nm.

Na metodologia foram utilizadas como fases móveis, acetonitrila e água

deionizada contendo 0,05% de ácido trifluoroacético (TFA), constituindo os

eluentes A e B, respectivamente. A amostra empregada (extrato, FrDcl EEHA,

FrAct EEHA, FrMet EEHA e substância isolada) foi de 20 µL, em gradiente de

5% (A), seguido de 25% (A) durante 20 minutos, 25% (A) durante 5 minutos e

por último, a 40% (A) durante 15 minutos, fluxo de 1mL/min., coluna na

temperatura de 40°C e varredura com duração de 40 minutos. A leitura

procedeu-se em UV 230 nm (Tabela 01; SILVA, 2007).

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Tabela 01: Condições cromatográficas empregadas nas análises por CLAE-DAD

TEMPO (min)

FLUXO (mL/min)

ELUENTE A (%)

ELUENTE B (%)

0 1 5 95

20 1 25 75

25 1 25 75

40 1 40 60

Legenda: Eluente A: Acetonitrila; Eluente B: Solução aquosa de ácido trifluoroacético a 0,05% Fonte: SILVA, 2007

4.6.1.3 Análise por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 1H e 13C

A análise de Ressonância Magnética Nuclear foi realizada no

Laboratório de Química, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da UFPA,

em equipamento de espectrômetro Varian Mercury 300.

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Figura 15: Fluxograma de atividades envolvidas no presente trabalho

Cascas de Himatanthus articulatus

Extrato etanólico

Fração hexano (0,2%)

Fração diclorometano (9,6%)

Fração acetato de etila (2,4%)

Fração metanólica (72,6%)

CCAS

CCD CLAE-DAD

RMN

CCD CLAE-DAD

Fração metanólica (3,5g)

CCAS CCD

Substância isolada (SI)

Atividade antipromastigota Citotoxicidade

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4.7 AVALIAÇÃO BIOLÓGICA

4.7.1 Cultivo das formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis

As espécies de L. (L.) amazonensis foram a princípio isoladas em meio

NNN. O cultivo foi realizado em garrafas de cultura de células, adicionando 5

mL de meio RPMI completo e 100 L da solução de promastigotas,

posteriormente mantidas em incubadora (25°C ± 1°C). Nas passagens

consecutivas, utilizou-se uma suspensão de parasita em meio RPMI, na

proporção de 1:1, entretanto, a viabilidade dos parasitas foi analisada a cada

cultivo.

A curva de crescimento foi realizada durante 10 dias ininterruptos, com

intervalo de 24 horas e as contagens das promastigotas foram realizadas em

câmara de Neubauer. A quantificação se procedeu nos quatro quadrantes

laterais, acrescentando na contagem, parasitas que estavam sobre a linha e

não incluindo rosetas e emaranhados. A média dos quatro quadrantes avaliou

o crescimento e reprodução das formas promastigotas de L. (L.) amazonensis

(URDAPILLETA, 2006).

4.7.2 Ensaio da Atividade Antipromastigota

Para realização deste teste, utilizaram-se formas promastigotas de L.

(L.) amazonensis, obtidas no quinto dia de crescimento (fase logarítmica). O

cultivo foi centrifugado por 10 minutos a 3500 RPM. O “pellet” formado foi

ressuspendido em meio completo (1,0 mL), seguido de contagem em câmara

de Neubauer. A concentração de promastigotas foi ajustada para 5x106

parasitas por poço (MOREIRA, 2007).

As placas de 96 poços foram pré-dosificadas com o extrato (EEHA),

frações (FrHex EEHA, FrDcl EEHA, FrAct EEHA e FrMet EEHA) e substância

isolada (SI), nas concentrações de 200; 100; 50; 25; 12,5; 6,25 e 3,125 µg/mL

(VEIGA, 2013). O controle negativo (suspensão de promastigotas e RPMI),

controle do solvente (MeOH volatilizado, suspensão de promastigota e RPMI) e

o controle positivo (suspensão de promastigotas e Anfotericina B, nas

concentrações de 25; 12,5; 6,25; 3,125; 1,5625; 0,78125 e 0,3906 µg/mL;

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VEIGA, 2013) foram aplicados em triplicata, assim como todas as amostras e

na mesma quantidade (10 µL- Figura 16). A suspensão de parasitas foi

distribuída nos poços (100 µL), com exceção do branco (meio RPMI). A placa

foi incubada por 24h (26 °C).

Passado este período, foi acrescentado em cada poço, 10µL de MTT

(5mg/ml), sendo a placa protegida da luz e incubada por 4h (26°C). Decorrido

este tempo, realizou-se aplicação de 10µL de Dimetilsulfóxido (DMSO), com

agitação manual até completa solubilização dos cristais de formazam (MOTA et

al. 2015).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

A

B

C

D

E

F

G

H

Figura 16 - Desenho da placa de cultura de 96 poços com as substâncias testadas, representadas por cores. Legenda:

Controle Negativo Controle de Solvente Branco

Controle Positivo Extrato Etanólico Frações

Substância Isolada

Realizou-se a leitura em espectrofotômetro de escaneamento multipoços

(leitor de placas ELISA), através de comprimento de onda 490 nm. A

porcentagem de promastigotas viáveis foi determinada pela fórmula descrita a

seguir (NGURE et al. 2009).

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Legenda: Abs= Absorbância

A Concentração Inibitória 50% ou CI50 foi calculada pelo programa

GraphPad Prism versão 6.0.

Quadro 2: Valores de CIM e CI50 para leitura dos resultados

CIM/CI50 (µg/mL) RESULTADOS

Menor ou igual a 100 Ativo Entre 101 - 200 Moderadamente ativo Acima de 200 Inativo

Fonte: MOTA, 2015

4.7.3 Ensaio de viabilidade celular

4.7.3.1 Descongelamento

O frasco de criotubo foi retirado do nitrogênio líquido e levado para o

banho-maria (2min/37°C). Em seguida, as células THP-1 foram centrifugadas

por 5 minutos (1200rpm). O sobrenadante foi desprezado e o sedimento

ressuspendido em 15 mL de meio completo (pH 7,4), sendo distribuído em

garrafas (50 cm2), que foram incubadas em atmosfera de CO2 (5%) a 37°C

(TSUCHIYA et al. 1982; SKUBITZ et al. 1983).

4.7.3.2 Cultivo Celular

O cultivo foi centrifugado durante 10 minutos (1200 rpm). Do sedimento,

foi retirado 10µL e adicionado a 90µL de uma suspensão aquosa de 0,4% de

Azul de Tripan. A contagem foi realizada em câmara de Neubauer, utilizando

os quatro quadrantes laterais e quantificando células mortas (coradas em azul)

% VIABILIDADE= Abs. dos poços com amostra – Abs. dos reagentes (branco) ×100

Abs. dos poços sem amostra – Abs. dos reagentes (branco)

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e células vivas (translúcidas; FRESHNEY, 2010). O cálculo da porcentagem de

células viáveis realizou-se de acordo com a fórmula descrita a seguir.

Legenda: %- porcentagem

Após contagem, o sedimento foi ressuspendido, a uma densidade de 2 -

4 x 105 células viáveis/mL, em meio RPMI. A suspensão foi distribuída em

garrafas (50 cm2), sendo estas, incubadas em atmosfera úmida de CO2 (5%) e

temperatura de 37ºC. O meio de cultura foi substituído a cada 2 ou 3 dias.

Após obtenção da concentração celular (8×105 células/mL), foram realizadas

subculturas, evitando que a concentração ultrapassasse 1×106 células/mL

(Banco de Células do Rio de Janeiro - BCRJ).

4.7.3.3 Criopreservação

A suspensão de células foi centrifugada por 5 minutos (1000 rpm), com

descarte do sobrenadante e ressuspensão do sedimento em 95% de soro fetal

bovino e 5% de DMSO. Desta suspensão, transferiu-se 1,0 mL para o criotubo,

sendo armazenado em freezer (over night), a uma temperatura de – 80°C.

Após esse período, o criotubo foi transferido para o tanque de nitrogênio

líquido, podendo permanecer congelado por 6 meses (TSUCHIYA et al. 1982;

SKUBITZ et al. 1983).

4.7.3.4 Diferenciação celular

Este procedimento foi realizado conforme metodologia de Daigneault e

colaboradores (2010), onde células monocíticas THP-1 foram tratadas pelo

éster de forbol - PMA (forbol 12-miristato 13-acetato; 0,2 nmol/mL) para se

diferenciarem em células com características de macrófagos. As placas foram

incubadas por 3 dias, em estufa com 5% de CO2, a temperatura de 37ºC.

% DE CÉLULAS VIÁVEIS = nº de células vivas (não-coradas) x 100

nº total de células contadas (coradas e não coradas)

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Passado o período de incubação, as placas foram observadas em

microscópio invertido, para visualização da aderência das células diferenciadas

(macrófagos). Posteriormente, o agente indutor PMA foi removido, realizando

em seguida duas lavagens com meio RPMI (37°C), com a finalidade de

eliminar eventuais células em suspensão (TEMPONE et al. 2004). Após estas

lavagens, realizou-se o ensaio de citotoxicidade.

4.7.3.5 Ensaio de viabilidade celular

O extrato etanólico (EEHA), frações (FrAct EEHA, FrMet EEHA) e

substância isolada (SI) de H. articulatus foram avaliados em células THP-1,

utilizando ensaio colorimétrico de viabilidade celular MTT (brometo de 3 - (4,5-

dimetiltiazol-2-il) - 2,5- difeniltetrazólio; MOSMANN,1983).

As amostras foram diluídas em meio RPMI, sendo obtidas as seguintes

concentrações: 500; 250; 125; 62,5; 31,25; 15,625 e 7,8125 μg/mL (VEIGA,

2013), as quais foram distribuídas nas placas (100 μL/ poço), contendo células

THP-1, convertidas em macrófagos (2x105 células/poço). As placas foram

incubadas por 24 horas, em atmosfera de CO2 (5%) a 37°C.

O preparo do controle negativo consistiu de suspensão de macrófagos e

meio RPMI completo. O controle do solvente constituiu-se de propilenoglicol,

suspensão de macrófagos e meio RPMI. No controle positivo foram usadas

concentrações de 100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,125 e 1,562 μg/mL de Anfotericina

B e suspensão de macrófagos e no branco utilizou-se apenas meio completo.

Após o tempo de incubação (24h), foi acrescentado MTT (10 µL/poço de

solução contendo 5mg/mL), preservando a placa da incidência de luz. Em

seguida, a placa foi armazenada por 4 horas em estufa, a 37°C. Transcorrido o

período de incubação, administrou-se 10 μL de DMSO em todos os poços,

seguido de leve agitação manual durante 5 minutos. As placas foram lidas em

aparelho ELISA, através de comprimento de onda de 490 nm.

A viabilidade das células está diretamente relacionada ao metabolismo

do MTT, sendo proporcional a absorbância gerada. O cálculo porcentual da

viabilidade celular foi determinado em comparação aos controles positivos,

conforme fórmula a seguir (MOSMANN, 1983). A Concentração Citotóxica 50%

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61

(CC50) em células THP-1 diferenciadas em macrófagos foi avaliada a partir do

percentual de células viáveis em comparação aos controles positivos.

Legenda: ABS- absorbância

Para determinação da Concentração Citotóxica 50% (CC50) utilizou-se

programa GraphPad Prism versão 6.0

4.7.3.6 Determinação do Índice de Seletividade (IS)

O Índice de Seletividade foi determinado para avaliar o nível de

segurança das amostras, com atividade antileishmania em macrófagos, sendo

calculado através da razão entre a concentração citotóxica (CC50) em

macrófagos (células THP-1) e a concentração inibitória (CI50) para

L.amazonensis. Foi utilizada a fórmula, a seguir descrita (REIMÃO, 2009).

Os resultados do Índice de Seletividade foram avaliados através da

comparação de seus valores a 1, determinando que IS maior que 1, significa

que a amostra em análise é mais tóxica para o parasita do que para o

macrófago. Valores do IS menor que 1, significam que a amostra é mais tóxica

para o macrófago do que para o parasita. Valores altos de IS significam maior

seletividade da amostra, com pouca toxicidade para o macrófago (REIMÃO,

2009).

% VIABILIDADE = ABS. POÇOS COM AMOSTRA ˗ ABS. REAGENTES (BRANCO) X 100

ABS. POÇOS SEM AMOSTRA – ABS. REAGENTES (BRANCO)

IS= CC50 em macrófagos

CI50 contra o parasita

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 ESTUDOS FITOQUÍMICOS

Das cascas de H. articulatus obteve-se o extrato etanólico (rendimento=

16,82%). Estudo anterior, o rendimento do extrato etanólico, obtido das cascas

de H. articulatus, foi de 3,64% (VILHENA, 2012).

As diferenças de rendimentos de extratos vegetais estão relacionadas a

fatores como, o tamanho das partículas dos pós, que devem ser homogêneas e

com classificação de tamanho acima de fino, para obtenção de extrações

eficazes. Entretanto, partículas muito finas podem sofrer compactação e

ocasionar obstrução do percolador (LIST e SCHMIDT, 2000; BRANDÃO,

2007), além de acarretar perda de moléculas orgânicas no processo de

extração (PELISSARI, 2008).

Além disso, os processos extrativos adotados também influenciam no

rendimento. No presente estudo utilizou-se a maceração exaustiva, enquanto

que no estudo de Vilhena (2012) apenas a maceração. Neste caso, não há

troca do líquido extrator, podendo ocorrer à saturação deste, não ocorrendo à

completa exaustão da matéria prima (VOIGT, 1993; NAVARRO, 2005).

O extrato etanólico de H. articulatus (EEHA) foi submetido ao

fracionamento em cromatografia de coluna cromatográfica aberta, utilizando

como fase estacionária, sílica gel e como fases móveis, solventes de

polaridade crescente, com obtenção das seguintes frações: fração hexânica

(FrHex EEHA), fração diclorometano (FrDcl EEHA), fração acetato de etila

(FrAct EEHA) e fração metanólica (FrMet EEHA).

A Tabela 02 mostra os rendimentos obtidos em cada fração, sendo a

fração metanólica majoritária (72,62%) e a fração hexânica minoritária (0,2%).

Estes resultados sugerem que o extrato etanólico de H. articulatus deve possuir

majoritariamente substâncias com maior polaridade.

Em estudo realizado por Vale (2014), as frações eluídas com solventes

de maior polaridade foram as de melhor rendimento. Estes resultados

confirmam os rendimentos obtidos no presente estudo, onde se observou que a

fração metanólica apresentou maior rendimento.

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Tabela 02: Rendimento do extrato etanólico e frações obtidas das cascas de Himatanthus articulatus

AMOSTRAS RENDIMENTO %

EEHA 168,21 g 16,82%

FrHex EEHA 0,0202 g 0,2%

FrDcl EEHA 0,9606 g 9,6 %

FrAct EEHA 0,2402 g 2,4 %

FrMet EEHA 7,2624 g 72,62 %

Legenda: EEHA – Extrato Etanólico de H.articulatus; FrHex EEHA – Fração Hexânica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrDcl EEHA – Fração Diclometano obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrAct EEHA – Fração Acetato de Etila obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrMet EEHA – Fração Metanólica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus

O extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus e frações foram

submetidos às análises em CCD (Figura 17). O EEHA e FrMet EEHA

apresentaram um constituinte (Rf= 0,5) com Rf semelhante ao plumierídeo.

Nas frações hexânica e diclorometânica não foram observados sinais

sugestivos de plumierídeo ou iridoide. A fração acetato de etila parece conter

um baixo teor deste constituinte (Figura 17).

Em outro estudo, a fração acetato de etila, obtida do extrato etanólico de

cascas de H. articulatus, foi submetida ao fracionamento em coluna

cromatográfica aberta, utilizando como fase estacionária sílica gel e fase

móvel, solventes de polaridade crescente. A fração 6 (acetato de etila: metanol

– 1:1) originou uma subfração de maior massa, que foi submetida à análise

espectrofotométrica, sendo identificada como plumierídeo (VALE, 2014; VALE

et al. 2015). A premissa deste trabalho é que o extrato etanólico, frações

acetato de etila e metanólica possuam o iridoide plumierídeo.

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Figura 17: Cromatografia em Camada Delgada do Extrato (EEHA), Frações (FrHex EEHA, FrDcl EEHA, FrAct EEHA, FrMet EEHA) e Substância Isolada (SI) de Himatanthus articulatus Legenda: 1- EEHA=Extrato Etanólico obtido das cascas de H.articulatus; 2- FrHex EEHA=Fração Hexânica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; 3- FrDcl EEHA=Fração Diclorometano obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; 4- FrAct EEHA=Fração Acetato de Etila obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; 5- FrMet EEHA=Fração Metanólica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; 6- SI=Substância Isolada obtida da Fração Metanólica de H.articulatus

Após análise em Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Acoplada a

Arranjos Diodos (CLAE-DAD), o EEHA apresentou pico de maior intensidade

em tempo de retenção (Tr) de 15,316 min. A análise do espectro em

ultravioleta, do pico majoritário, sugeriu um cromóforo relacionado aos

iridoides, pois apresentou um máximo de absorbância em 230 nm (Figura 20 -

A).

Em outros estudos, o plumierídeo apresentou espectro em ultravioleta

com λ máx 230 nm (Figura 18; MULLER, 2013) e λ máx 213,1 nm (Figura 19;

VALE et al. 2015), semelhantes ao do presente estudo (Tabela 3). De acordo

com Plouvier e Faure-Bonvin (1971), os cromóforos de iridoides apresentam

absorção em ultravioleta de 210 – 230 nm. Quando se relacionada os dados

1 2 3 4 5 6

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obtidos em CCD, observa-se que existe uma compatibilidade de resultados,

visto que também foi detectado iridoide neste extrato (Tabela 3).

Figura 18: Perfil cromatográfico em CLAE da solução extrativa de Alamanda cathartica obtida por maceração dinâmica (230 nm– plumierídeo) Condição de eluição: detecção em 230 nm; fluxo = 0,5 mL/min, temperatura = 20°C Fonte: MÜLLER, 2013

Figura 19: Cromatograma do extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus em estudo de Vale e colaboradores (2015) Condição de eluição: detecção em 220 nm; fluxo = 1mL; volume de injeção= 20 µL; temperatura= 40

o C; gradiente linear 5 a 95% empregando agua deionizada e ácido fosfórico

0,1% (eluente A) e acetonitrila (eluente B) Fonte: VALE et al. 2015

Conforme dito anteriormente, o extrato etanólico das cascas de

H.articulatus foi submetido ao fracionamento sendo obtidas 4 frações. A fração

hexânica, devido ao baixo rendimento, não foi possível realizar os estudos em

CLAE-DAD e avaliação de viabilidade celular. O baixo rendimento dessa fração

pode estar relacionado ao tipo de extrato utilizado neste estudo, isto é, o

etanol, que é muito eficiente na extração de substâncias de média polaridade.

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A FrDcl EEHA identificou pico com tempo de retenção de 21,913 min. e

com λ máx 233,6 nm. Devido ser muito preliminar este estudo, não foi possível

relacionar a algum metabolito secundário. Quando se relaciona aos resultados

obtidos em CCD e CLAE-DAD, pode-se sugerir que a fração diclorometano não

deve possuir iridoide (Figura 20 - B).

A FrAct EEHA apresentou pico majoritário em Tr 2,981 min, com

absorção no ultravioleta λ = 206,7, 260,7 e 294,9 nm (Figura 20 - C). Este

espectro e os demais sugerem que esta fração, provavelmente, não possua

iridoides. Em relação aos estudos em CCD, os dados sugerem a presença de

iridoides, entretanto não deve ser a substância majoritária (Figura 17).

Na FrMet EEHA foi observado um pico no Tr 3,114 min, com absorção

em UV 236,0 nm, sendo sugestivo de iridoide (Figura 20 - D, Tabela 3).

Quando se compara ao espectro em ultravioleta da substância isolada (SI; Tr

2,997 min, UV 228,9 nm), observa-se que os tempos de retenção e max. são

próximos (Figura 21). Quando se analisa o cromatograma desta amostra,

parece que o iridoide é majoritário e a fração apresenta baixa complexidade.

Tabela 3: Resultados obtidos em CLAE-DAD (UV 230 nm) comparados a literatura

AMOSTRAS TR (min.) UV (nm) OUTROS ESTUDOS

REFERÊNCIA

EEHA 15,316 230,1 Iridoide VALE et al.

2015

FrDcl EEHA 21,913 233,6 - -

FrAct EEHA 2,981 206,7 260,7 294,5

- -

FrMet EEHA 3,114 236,0 Iridoide VALE et al.

2015

SI 2,997 228,9 Plumerideo: UV

semelhante VALE et al.

2015

Legenda: EEHA- Extrato Etanólico obtido das cascas de H.articulatus; FrDcl EEHA - Fração Diclorometano obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrAct EEHA-Fração Acetato de Etila obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrMet EEHA-Fração Metanólica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; SI= Substância Isolada obtida da Fração Metanólica de H.articulatus

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Figura 20: Cromatogramas e espectros (UV 230 nm) do extrato etanólico, das frações diclorometano, acetato de etila e metanólica, obtidos das cascas de Himatanthus articulatus. Legenda: A=Extrato etanólico de Himatanthus articulatus; B= Fração diclometano obtida do extrato etanólico de Himatanthus articulatus; C= Fração acetato de etila obtida do extrato etanólico de Himatanthus articulatus; D= Fração metanólica obtida do extrato etanólico de Himatanthus articulatus

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Figura 21: Cromatograma e espectro (UV 230 nm) da substância isolada (SI), obtida da fração metanólica do extrato etanólico de H. articulatus

Baseado em estudos anteriores, a atividade leishmanicida esta

relacionada a presença de iridoides (CASTILLO et al. 2007). Quando se

relaciona os resultados obtidos neste estudo em CCD e CLAE-DAD, observa-

se que estes metabolitos estão presentes na fração metanólica (Tabela 4).

Esta fração foi selecionada para a próxima etapa do estudo fitoquímico,

onde realizou-se o fracionamento em coluna cromatográfica aberta e

identificação do constituinte majoritário através de técnicas

espectrofotométricas.

Tabela 4: Resultados de CCD e CLAE-DAD obtidos do extrato etanólico e frações (FrDcl EEHA, FrAct EEHA, FrMet EEHA) obtidas das cascas de Himatanthus articulatus

DETECÇÃO DE IRIDOIDE

AMOSTRA CCD CLAE-DAD

EEHA + +

FrDcl EEHA - -

FrAct EEHA + -

FrMet EEHA + +

Legenda: EEHA- Extrato Etanólico obtido das cascas de H.articulatus; FrDcl EEHA - Fração Diclorometano obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrAct EEHA-Fração Acetato de Etila obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrMet EEHA-Fração Metanólica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus

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A FrMet EEHA foi submetida ao fracionamento em coluna

cromatográfica aberta, utilizando como fase estacionária sílica gel e como fase

móvel, solventes de polaridade crescente (hexano, diclorometano, acetato de

etila e metanol), originando uma subfração (acetato de etila: metanol),

denominada SI (substância isolada), que apresentou características

cromatográficas (1 mancha em CCD – Figura 17) sugestiva de substância com

alto teor de pureza.

A SI foi submetida a análises de Ressonância Magnética Nuclear, sendo

observados os seguintes sinais no espectro de RMN1H: duplo dupleto,

apresentando um sinal em 5,28 ppm (J=4,8 Hz), relacionado ao H-1 (carbono

metínico) e outro em 7,46 ppm (J=1,8 Hz), relacionado ao H-10 (carbono

metínico); múltiplos sinais em 3,93 ppm, relacionados ao H-5; duplo dupleto

(6,465 ppm – J=5,7 e J=2,7 Hz) referente ao H-6; duplo dupleto em 5,525 ppm

(J=5,7 e 2,1 Hz) e 4,55 ppm (J=6,6 e 1,2 Hz), característicos do H-7 e H-13,

respectivamente (Figura 22; Tabela 5).

Foi também observado um dupleto em 7,40 ppm (J=1,5 Hz) relacionado

ao H-3 (carbono metínico); um sinal duplo em 1,43 ppm (J= 6,6 Hz),

característico do H-14 (grupo metila); um sinal simples em 3,741 ppm,

característico do H-16 (grupo metoxila) e um dupleto em 4,68 ppm (H-1’-J=7,8

Hz; Figura 22; Tabela 5).

Os hidrogênios da beta-glicose estão localizados entre os sinais 3,0 a

4,5 ppm (Figura 22; Tabela 5; MORAGAS, 2006).

Os resultados dos deslocamentos químicos dos hidrogênios, obtidos

neste trabalho, foram comparados a outros estudos (MORAGAS, 2006; VALE

et al. 2015) e observou-se grande similaridade entre os resultados, de acordo

com a tabela 5. Este estudo foi realizado em espectro de RMN 300 MHz, sendo

utilizado o solvente CD3OD (metanol deuterado).

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Tabela 5: Deslocamentos químicos em RMN1H (300 MHz e CD3OD) da substância isolada (SI)

obtida da fração metanólica do extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus comparados a dados obtidos da literatura

POSIÇÃO PRESENTE

ESTUDO MORAGAS, 2006 VALE et al. 2015

H 300 MHz (CD3OD)

δ (ppm) 400 MHz (CD3OD)

δ (ppm)*

200 MHz (CD3OD) δ (ppm)

*

1 5,28 d; J=4,8 Hz 5,25 d; J=4,8 Hz 5,27 d, J=6 Hz

3 7,46 d; J=1,8 Hz 7,49 d; J=1,2 Hz 7,37 s

5 3,93 m 3,92 dd; J=8; 1,6 Hz 3,89 d; J=12 Hz

6 6,46 dd; J=5,7; 2,7 Hz 6,45 dd, J=5,6; 2,4 Hz 6,4 dd, J=2; 4 Hz

7 5,52 dd; J=5,7; 2,1 Hz 5,51 dd; J=5,6; 2,0 Hz 5,5 dd; J=6; 4 Hz

9 - 2,94 dd; J=8,0; 4,4 Hz 3,2 dd; J=8; 4 HZ

10 7,40 d; J=1,5 Hz 7,35 d; J=1,2 Hz 7,51 s

13 4,55 dd; J=6,6; 1,2 Hz 4,55 q; J=6,4 Hz -

14 1,43 d; J=6,6 Hz 1,40 d; J=6,4 Hz 1,42 d; J=6 Hz

16 3,74 s 3,74 s 3,67 s

1’ 4,68 d; J=7,8 Hz 4,68 d; J=8,0 Hz 4,7 d

Legenda: J= Constante de acoplamento, MHz e Hz= frequência, d= dupleto, dd= duplo dupleto,

m= multipleto, q= quadripleto, s= simpleto, * Dados da literatura.

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Figura 22: Espectro de Ressonância Magnética Nuclear 1H (CD3OD, 300 MHz) da substância isolada (SI) obtida da fração metanólica do extrato etanólico

das cascas de Himatanthus articulatus.

H-1

H-10

H-5

H-6 H-7

H-13

H-3 H-14

H-1’

H-16

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Após análises do espectro de RMN13C foram identificados 21 sinais

(Figura 23). Os carbonos C-1(carbono metínico), C-3 (carbono metínico) e C-4

(carbono quaternário), correspondem aos sinais 94,1 ppm, 152,4 ppm e 111,0

ppm, respectivamente, e equivalem ao núcleo ciclopentanodiidropirano

(MORAGAS, 2006).

O C-6 refere-se ao sinal 141,3 ppm e C-7 refere-se ao sinal 129,9 ppm,

e são característicos de carbonos sp2 (dupla ligação). Os sinais 40,3 ppm, 50,5

ppm, 63,4 ppm, 22,4 ppm, correspondem aos C-5, C-9, C-13 e C-14, nesta

ordem. Os C-8 (97,8 ppm) e C-11(138,6 ppm) equivalem aos carbonos

quartenários e o C-10 (150,2 ppm) refere-se ao carbono metínico (MORAGAS,

2006).

O C-12 (172,7 ppm) corresponde ao carbono carbonílico (C=O),

característico de lactonas (GRAEBNER, 2003; MORAGAS, 2006). Os C-15

(168,4 ppm) e C-16 (51,9 ppm) são específicos de éster. Os carbonos C-1’, C-

2’, C-3’, C-4’, C-5’ e C-6’ apresentam sinais característicos da beta-glicose

(MORAGAS, 2006). Estes resultados foram comparados a dados da literatura

(MORAGAS, 2006; VALE et al. 2015) e constatou-se equivalência dos

deslocamentos químicos dos carbonos, conforme especificado na tabela 6.

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Tabela 6: Deslocamentos químicos em RMN13

C (300 MHz e CD3OD) da substância isolada (SI) obtida da fração metanólica do extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus comparados a dados obtidos da literatura

POSIÇÃO PRESENTE

ESTUDO MORAGAS, 2006 VALE et al. 2015

C 300 MHz (CD3OD)

δ (ppm) 400 MHz (CD3OD)

δ (ppm)*

200 MHz (CD3OD) δ (ppm)

*

1 (CH) 94,1 94,2 94,2

3 (CH) 152,4 152,5 152,6

4 (C) 111,0 111,0 111,1

5 (CH) 40,3 40,4 40,46

6 (CH) 141,3 141,4 141,5

7 (CH) 129,9 130,0 130

8 (C) 97,8 97,9 97,9

9 (CH) 50,5 50,6 50,6

10 (CH) 150,2 150,2 150,3

11 (C) 138,6 138,2 138,6

12 (C=O) 172,7 172,7 172,8

13 (CH) 63,4 63,5 63,6

14 (CH3) 22,4 22,4 22,5

15 (C) 168,4 168,4 168,5

16 (O=CH3) 51,9 51,9 52,1

1’ (CH) 100,0 100,1 100,1

2’ (CH) 74,6 74,6 74,7

3’ (CH) 78,4 78,4 77,8

4’ (CH) 71,2 71,3 71,3

5’ (CH) 77,7 77,8 78,9

6’ (CH2) 62,5 62,5 61

Legenda: MHz= frequência, * Dados da literatura.

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Figura 23: Espectro de Ressonância Magnética Nuclear 13

C (CD3OD, 300 MHz) da substância isolada (SI) obtida da fração metanólica do extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus. Legenda: C- Carbono

C-12 C-15

C-3 C-10

C-6 C-11

C-7 C-4

C-1’ C-8

C-1

C-5’ C-2’

C-13 C-6’ C-9

C-16 C-5

C-14

C-3’

C-4’

O

O

O

O

O

O

O

OH

OH

OH

OH

HO

6’

4’

3’

5’

2’

1’

3

4

5

9 8

6

7

10

11

12

13

14

15

16

1

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Baseado nos resultados de RMN obtidos neste trabalho e após

comparação a dados da literatura, pode-se dizer que a substância isolada (SI)

neste estudo é o iridoide plumierídeo. Barreto e colaboradores (2007) isolaram

da fração aquosa obtida das cascas e látex de Himatanthus sucuuba

(articulatus), através de técnicas cromatográficas, o iridóide plumierídeo.

Oliveira (2013) isolou, identificou e quantificou o plumierídeo, realizando

análises cromatográficas, com padrões anteriormente isolados, de diferentes

espécies do gênero Himatanthus. O extrato das cascas de H. bracteatus

apresentou concentração de 0,182 mg/mL do iridoide plumierídeo, o extrato

dos frutos de H. drasticus exibiu concentração de 0,356 mg/mL, sementes e

cascas exibiram concentrações de 0,020 mg/mL. A espécie H.obovatus

apresentou concentração de 0,036 mg/mL de plumierídeo no extrato das

cascas, enquanto que nos frutos, cascas e folhas de Himatanthus sucuuba

(articulatus), a concentração foi de 0,283 mg/mL, 0,267 mg/mL e 0,034 mg/mL,

respectivamente.

Ao comparar com a plumieridina, outro iridóide isolado no referido

estudo, com concentrações de 0,282 mg/mL nas raizes e de 0,207 mg/mL nas

cascas da raiz de H.sucuuba (articulatus), além da constatação de baixas

concentrações de outros iridóides, Oliveira (2013) comprovou que o

plumierídeo é uma substância majoritátia nas espécies de H. sucuuba

(articulatus), H. bracteatus, H. drasticus e H. obovatus. Estes resultados

corroboram com o presente estudo.

5.2 ATIVIDADE BIOLÓGICA

5.2.1 Atividade antipromastigota

A atividade antipromastigota de H. articulatus foi avaliada, sendo obtido

resultado negativo (CI50> 100 µg/mL). Entretanto, este estudo avaliou somente

o extrato etanólico obtido do córtex da planta (KVIST et al. 2006). A premissa

inicial deste trabalho foi que o fracionamento pudesse contribuir para a

atividade antileishmania. Também, pensava-se que frações ricas em iridoides

fossem ativas no parasito da Leishmania.

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Na avaliação da atividade antipromastigota do extrato, frações de

Himatanthus articulatus e plumierídeo, utilizou-se parasitas no quinto dia de

cultivo (fase logarítmica de crescimento). De acordo com Campos (2008), a

fase log de crescimento da promastigota foi até o sexto dia de cultivo, porém

em estudo de Veiga (2013), essa fase ocorreu entre o quarto e o quinto dia de

cultivo, apresentando pico de concentração mais elevado no quinto dia.

O extrato etanólico obtido das cascas de H.articulatus mostrou-se inativo

frente às formas promastigotas de L.amazonensis (CI50 > 200 µg/mL, Tabela 7,

Figura 24-A). Estudo anterior, o extrato etanólico de H. sucuuba (articulatus) foi

ativo contra formas promastigota (CI50= 20 µg/mL) e amastigota (CI50= 5 µg/mL;

CASTILLO et al. 2007).

Estas respostas contraditórias podem estar relacionadas a diferenças na

composição dos extratos. Sabe-se que a época e local da coleta podem

influenciar na composição química da planta e consequentemente, em sua

atividade biológica. Hogedal e Molgaard (2000) realizaram estudos de variação

sazonal e diurna em iridoides isolados de Antirrhinum majus e observaram que

a quantidade de compostos secundários variava de 20 a 60 mg/g de matéria

seca durante o dia, apresentando variação bimodal acentuada na quantidade

de iridoides durante o verão.

Muitas vezes o fracionamento pode contribuir positivamente para a

atividade, significando dizer que o extrato pode ser inativo e suas frações ativas

(DOLABELA, 2007). O fato do extrato não ser ativo nas formas promastigotas,

não significa que ele não tenha atividade na Leishmania. Pois pode ocorrer

atividade seletiva para a forma amastigota.

Estudo anterior do extrato etanólico das cascas de H.sucuuba

(articulatus) demonstrou forte atividade sobre formas amastigotas de

L.amazonensis (CI50 5µg/mL). A atividade antiamastigota foi atribuída aos

iridóides plumericina (CI50 0,21 µM) e isoplumericina (CI50 0,28 µM). Estes

iridoides também apresentaram atividade contra formas promastigotas (CI50

20µg/mL; CASTILHO et al. 2007).

Visando avaliar se o fracionamento contribui positivamente para a

atividade antipromastigota, o extrato etanólico foi fracionado em coluna

cromatográfica aberta. Todas as frações foram submetidas aos ensaios para

atividade antipromastigota.

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A fração hexânica mostrou-se inativa nesta forma do parasito (CI50 >

200µg/mL; Tabela 7; Figura 24-A). Em estudos anteriores, nesta fração foram

identificadas as substâncias: cinamato de α-amirina, cinamato de lupeol e

acetato de lupeol, através de técnicas cromatográficas. Estes metabólitos

apresentaram ação na fase aguda de processos inflamatórios (MIRANDA et al.

2000).

Até o presente, não foi relatado à atividade desta fração na forma

promastigota, porém a atividade antipromastigota do lupeol já foi descrita. No

extrato hidroalcoólico de própolis marrom, esta substância foi identificada como

majoritária, sendo ativa contra formas promastigotas de L. amazonensis (CI50

4,96 µg/mL; SANTANA, 2010). Logo, torna-se necessário a avaliação desta

fração na forma amastigota de L. amazonensis. Infelizmente, devido o baixo

rendimento dessa fração não foi possível realizar o seu fracionamento.

A fração diclorometano não foi ativa em formas promastigotas de L.

amazonensis (CI50 > 200µg/mL; Tabela 7, Figura 24-A). Estudos fitoquímicos

realizados com a fração diclorometano, obtida do extrato etanólico de

H.articulatus, sugerem presença de alcaloides (VALE, 2014). No presente

estudo, a fração diclorometano foi submetida à análise em CLAE-DAD,

entretanto nenhum dos espectros em ultravioleta sugere a presença deste

metabólito.

A atividade antiamastigota do extrato alcaloídico das cascas do caule de

Aspidosperrma ramiflorum (Apocynaceae), ramiflorina A e B, foi avaliada contra

Leishmania brasiliensis e L. amazonensis. O extrato teve maior efetividade

contra L. amazonensis do que contra a L. brasiliensis (CI50 < 47 g/mL). Fato

semelhante foi observado para a ramiflorina A (CI50 = 16,3 + 1,6 g/mL) e

ramiflorina B (CI50 = 4,9 + 0,9 g/mL; TANAKA et al. 2007; FERREIRA et al.

2004).

A fração acetato de etila não apresentou atividade contra formas

promastigotas de L. amazonensis (CI50 > 200µg/mL; Figura 24-B, Tabela 7).

Após análise das porcentagens de inviabilidade do parasita no teste

antipromastigota desta fração, observou-se que a concentração 200 µg/mL

inibiu 37,29% das formas promastigotas (Figura 24-B, Tabela 7).

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Os teores de iridoide parecem ser reduzidos, por isso, optou-se pelo

fracionamento da fração metanólica. A atividade antiamastigota da plumericina

(iridoide) já foi descrita (CASTILLO et al. 2007), sendo sua ação semelhante ao

efeito da anfotericina B.

A plumericina, assim como o seu isômero, a isoplumericina (VALE,

2014), são compostos químicos que apresentam Coeficiente de Partição igual

a 0.8, de baixa polaridade e caráter hidrofóbico (TAVARES, 2004; PUB CHEM,

2016). Portanto, são substâncias apolares, que podem atravessar facilmente a

membrana plasmática do parasita do gênero Leishmania, uma vez que são

capazes de se solubilizarem na bicamada lipídica, que apresenta a porção

interna constituída de hidrocarboneto apolar com cadeias saturadas e

insaturadas de ácidos graxos e colesterol, além de lipídeos (CAMPBELL e

FARRELL, 2007).

Parece que a plumericina possui seletividade para a forma amastigota

(Tabela 10) e baixa citotoxicidade (CASTILLO et al. 2007). Estas

características sugerem que esta substância possua elevado potencial

leishmanicida.

Diferentemente do que acontece com o plumierídeo, que apresenta em

sua composição química cinco grupos oxigênio-hidrogênio (–OH; VALE, 2014),

o que torna a substância muito polar, com Coeficiente de Partição equivalente

a -1.2 e valor de LogP menor que 1, de caráter hidrofílico (TAVARES, 2004;

PUB CHEM, 2016), característica que pode dificultar sua passagem através da

membrana do parasita, que é permeável para moléculas lipossolúveis e

impermeável para moléculas polares (CAMPBELL e FARRELL, 2007).

A fração metanólica apresenta altos teores de iridoides, entretanto foi

inativa em promastigota de L. amazonensis (Tabela 7; Figura 24-B). Outro

estudo observou fato muito semelhante, frações polares obtidas de Jacaranda

puberula foram inativas em formas promastigota de Leishmania (NAKAMURA

et al. 2006), enquanto que extratos com menor polaridade mostraram elevada

atividade antileishmania (PASSERO et al. 2007).

Desta maneira, características lipofílicas parecem ser requeridas para a

interação com o parasita, uma vez que a atividade dos compostos diminui com

o aumento da polaridade (FERRARINI et al. 2008).

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Apesar da premissa inicial, de que o iridoide possui atividade contra

formas promastigota, o plumierídeo foi inativo (CI50 > 200µg/mL; Tabela 7;

Figura 24-B). Este iridoide foi isolado da fração metanólica, isto se deve a sua

polaridade elevada. Substâncias com elevada polaridade não conseguem

atravessar livremente a membrana do parasito, por isso possuem baixa

atividade.

Estudos de predição de atividades biológicas sugerem que os iridoides

possuem atividade inibitória sobre as CYP, talvez este seja o mecanismo

envolvido nas atividades antileishmania. Logo se torna essencial que a

substância consiga atravessar a membrana para atingir seu sitio de ligação.

Tabela 7: CI50 do extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus, suas frações e plumierídeo

AMOSTRA L.amazonensis

CI50 (µg/mL)

EEHA >200

FrHex EEHA >200

FrDcl EEHA >200

FrAct EEHA >200

FrMet EEHA >200

Plumierídeo >200

Anfotericina B >25

Legenda: EEHA- Extrato Etanólico obtido das cascas de H.articulatus; FrHex EEHA- Fração hexânica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrDcl EEHA - Fração Diclorometano obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrAct EEHA-Fração Acetato de Etila obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrMet EEHA-Fração Metanólica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus

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Figura 24: Atividade antipromastigota do extrato etanólico, frações e plumierídeo obtidos das casca de H. articulatus Legenda: PLACA A: EEHA= Extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus; FrHex EEHA= Fração Hexânica obtida do extrato etanólico de H. articulatus e FrDcl EEHA= Fração Diclorometano obtida do extrato etanólico de H. articulatus nas concentrações de 200 µg/mL (B), 100 µg/mL (C), 50 µg/mL (D), 25 µg/mL (E), 12,5 µg/mL (F), 6,25 µg/mL (G) e 3,125 µg/mL (H); PLACA B: FrAct EEHA= Fração Acetato de Etila obtida do extrato etanólico de H. articulatus; FrMet EEHA= Fração Metanólica obtida do extrato etanólico de H. articulatus e PLUM= Plumierídeo nas concentrações de 200 µg/mL (B), 100 µg/mL (C), 50 µg/mL (D), 25 µg/mL (E), 12,5 µg/mL (F), 6,25 µg/mL (G) e 3,125 µg/mL (H); C.NEG= Controle negativo; C.SOL= Controle do solvente; BRA= Branco; C.POS= Controle positivo (Anfotericina B) nas concentrações de 25 µg/mL (B), 12,5 µg/mL (C), 6,25 µg/mL (D), 3,125 µg/mL (E), 1,5625 µg/mL (F), 0,78125 µg/mL (G) e 0,3906 µg/mL (H).

C.NEG C.SOL BRA

PLUM FrMet EEHa FrAct EEHA C.POS

C.NEG

C.SOL

BRA

C.POS

EEHA FrHex EEHA FrDcl EEHA

A

B

25 µg/mL B

12,5 µg/mL C

6,25 µg/mL D

3,125 µg/mL E

1,562 µg/mL F

0,781 µg/mL G

0,390 µg/mL H

200 µg/mL

100 µg/mL

50 µg/mL

25 µg/mL

12,5 µg/mL

6,25 µg/mL

3,125 µg/mL

200 µg/mL

100 µg/mL

50 µg/mL

25 µg/mL

12,5 µg/mL

6,25 µg/mL

3,125 µg/mL

25 µg/mL

12,5 µg/mL

6,25 µg/mL

3,125µg/mL

1,562µg/mL

0,781µg/mL

0,390µg/mL

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5.2.2 Citotoxicidade

Apesar de não ter sido observada atividade significativa em formas

promastigota de L. amazonensis, realizou-se a avaliação da citotoxicidade

sobre macrófagos.

O extrato etanólico (EEHA), fração acetato de etila (FrAct EEHA), fração

metanólica (FrMet EEHA) e plumierídeo não exibiram atividade citotóxica em

células THP-1, nas concentrações empregadas neste trabalho, apresentando

CC50 > 500 µg/mL, assim como a Anfotericina B (controle positivo), que

também não expressou citotoxicidade, com CC50 > 100 µg/mL (Tabela 8,

Figura 25). Resultado semelhante foi constatado com extrato obtido do látex de

H. sucuuba (articulatus). Este não foi tóxico para macrófagos peritoneais,

sendo sua CC50> 200mg/mL (SOARES et al.2010).

O extrato etanólico de H. articulatus não foi tóxico para células HepG2

(CC50 > 1000 µg/mL). Estudo in vivo demonstrou que camundongos tratados

com dose 5000 mg/kg (VO) do extrato, não expressaram nenhuma alteração

clínica em um período de 14 dias, além de não ter havido alterações

anatomopatológicas ou mortes durante o ensaio, sugerindo toxidade aguda

reduzida da espécie (VALE et al. 2015).

Em ensaios de toxicidade aguda realizados por Sousa e colaboradores

(2010), o extrato de Himatanthus drasticus revelou reduzida toxicidade, quando

administrado via oral em camundongos albinos suíços, na concentração de

2000 mg/Kg. Estas respostas divergentes podem estar relacionadas ao fato de

serem espécies diferentes.

Ratas prenhas foram submetidas a tratamento com decocção das

cascas de Himatanthus sucuuba (articulatus; 40mg/ 12 em 12h/10 dias),

apresentando baixa toxicidade reprodutiva e teratogênica, propondo que o

tratamento humano seja seguro (GUERRA e PETERS, 1991).

Visando avaliar a toxicidade acumulativa, camundongos foram tratados

por 38 dias com extrato etanólico de H. articulatus. Estes não apresentaram

alterações clínicas e nem alterações histopatológicas significativas (VALE et al.

2015). Todos estes resultados corroboram com os resultados obtidos no

presente estudo, esta planta deve possuir baixa toxicidade.

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Células THP-1, diferenciadas em macrófagos, apresentaram neste

estudo, 92,9% e 93,4% de viabilidade celular, quando foram expostas a

concentrações de 500 e 250 µg/mL do EEHA, respectivamente. Na fração

acetato de etila (FrAct EEHA), as mesmas concentrações apresentaram 84% e

89% de células viáveis, nesta ordem.

A fração metanólica (FrMet EEHA) exibiu viabilidade de 80,9 % (500

µg/mL) e 90,9% (250 µg/mL) e quando as referidas células foram submetidas a

concentrações de 500 e 250 µg/mL do plumierídeo, expressaram 81 e 84,3%

de viabilidade celular, na devida ordem. Quando se comparou os resultados do

EEHA, FrAct EEHA, FrMet EEHA e plumierídeo com os resultados obtidos do

padrão contendo Anfotericina, concentrações de 500 µg/mL (92,9%) e 250

µg/mL (96,7%), constatou-se equivalência nas porcentagens.

Em outro estudo, observou-se viabilidade celular de 75 e 82%, quando

macrófagos peritoneais foram testados com concentrações de 200 e 100 µg/mL

do látex de Himatanthus sucuuba (articulatus) durante 24h, nesta ordem

(SOARES et al., 2010).

Tabela 8: CC50 do extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus, fração acetato de etila, fração metanólica e plumierídeo em macrófagos

AMOSTRA MACRÓFAGOS

CC50 (µg/mL)

EEHA >500

FrAct EEHA >500

FrMet EEHA >500

Plumierídeo >500

Anfotericina B >100

Legenda: EEHA- Extrato Etanólico obtido das cascas de H.articulatus; FrAct EEHA-Fração Acetato de Etila obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus; FrMet EEHA-Fração Metanólica obtida do Extrato Etanólico de H.articulatus

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C.NEG C.SOL BRA

C.POS EEHA FrAct EEHA PLUM

C.NEG C.SOL BRA

C.POS FrMet EEHA PLUM Figura 25: Ensaio de citotoxicidade do extrato etanólico, fração acetato de etila, fração metanólica e plumierídeo obtidos das cascas de H. articulatus Legenda: PLACA A: EEHA= Extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus, FrAct EEHA= Fração Acetato de Etila obtida do extrato etanólico de H. articulatus e PLUM= Plumierídeo nas concentrações de 500 µg/mL (B), 250 µg/mL (C), 125 µg/mL (D), 62,5 µg/mL (E), 31,25 µg/mL (F), 15,625 µg/mL (G) e 7,8125 µg/mL (H); PLACA B: FrMet EEHA= Fração Metanólica obtida do extrato etanólico de H. articulatus e PLUM= Plumierídeo nas concentrações de 500 µg/mL (B), 250 µg/mL (C), 125 µg/mL (D), 62,5 µg/mL (E), 31,25 µg/mL (F), 15,625 µg/mL (G) e 7,8125 µg/mL (H); C.NEG= Controle negativo; C.SOL= Controle do solvente; BRA= Branco; C.POS= Controle positivo (Anfotericina B) nas concentrações de 100 µg/mL (B), 50 µg/mL (C), 25 µg/mL (D), 12,5 µg/mL (E), 6,25 µg/mL (F), 3,125 µg/mL (G) e 1,562 (H) µg/mL.

A

B

500 µg/mL

250 µg/mL

125 µg/mL

62,5 µg/mL

31,25 µg/mL

15,62 µg/mL

7,812 µg/mL

100 µg/mL

50 µg/mL

25 µg/mL

12,5µg/mL

6,25µg/mL

3,125µg/mL

1,562µg/mL

500 µg/mL

250 µg/mL

125 µg/mL

62,5 µg/mL

31,25 µg/mL

15,62 µg/mL

7,812 µg/mL

100 µg/mL B

50 µg/mL C

25 µg/mL D

12,5 µg/mL E

6,25 µg/mL F

3,125µg/mL G

1,562µg/mL H

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5.2.3 Análise do potencial biológico de H. articulatus

Os resultados do Índice de Seletividade (IS) das amostras de EEHA,

FrAct EEHA, FrMet EEHA e plumierídeo de H.articulatus foram superiores a 2,5

(Tabela 9). O índice de seletividade é o primeiro parâmetro utilizado para

sugerir a segurança de uma substância, isto é quanto maior for este índice

maior será sua segurança.

Tabela 9: CI50 e CC50 do extrato etanólico obtido das cascas de H. articulatus, fração acetato de etila, fração metanólica e plumierídeo

Amostras Leishmania

amazonensis CI50 (µg/mL)

Células THP-1 (macrófagos) CC50 (µg/mL)

Índice de Seletividade (IS)

EEHA >200 >500 >2,5

FrAct EEHA >200 >500 >2,5

FrMet EEHA >200 >500 >2,5

Plumierídeo >200 >500 >2,5

Anfotericina B >25 >100 >2,5

Legenda: CI50= Concentração inibitória 50%; CC50= Concentração citotóxica 50%; IS= Índice de

Seletividade; EEHA= Extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus; FrAct EEHA=

Fração acetato de etila obtida do extrato etanólico das cascas de Himatanthus articulatus;

FrMet EEHA= Fração metanólica obtida do extrato etanólico das cascas de Himatanthus

articulatus

Quando se compara os resultados obtidos neste trabalho, observa-se

que o extrato etanólico de H. articulatus, frações acetato de etila, fração

metanólica e plumierídeo são pouco tóxicos. Estes possuem certa seletividade

para a forma amastigota, vale ressaltar que esta é a forma responsável pelos

sinais e sintomas da doença. Em relação à obtenção do extrato do látex ou das

cascas, parece que os constituintes químicos presentes no látex são mais

promissores que os presentes nas cascas (Tabela 10).

Estes resultados (Tabela 10) validam o uso popular da H.articulatus na

Amazônia Brasileira, isto é, o seu látex é utilizado para o tratamento de

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úlcera/feridas (VAN DEN BERG, 1984). Isolar e identificar o constituinte

responsável pela atividade leishmanicida é extremamente urgente e

importante.

Tabela 10: Comparação da atividade antipromastigota, citotoxicidade e índice de seletividade de H. articulatus

Amostras Promastigota (CI50 µg/mL)

Amastigota (CI50 µg/mL)

Citotoxicidade (CC50 µg/mL)

Índice de Seletividade

(IS)

EEHA >200 ND >500 ND

EEHA 202 5

2 ND ND

EBLHA1 ND 15,7

1 >200

1 >12,7

1

FrHex EEHA >200 ND ND ND

FrDcl EEHA >200 ND ND ND

FrAct EEHA >200 ND >500 >4

FrMet EEHA >200 ND >500 ND

Plumierídeo >200 ND >500 ND

Plumericina 0,9 µM (261)2 0,21 µM (60,9)

2 1,86 µM (539,4)

2 2,1/8,9

2

Isoplumericina ND 0,28 µM (81,6)2 1,86 µM (539,4)

2 6,6

2

Legenda: EEHA= extrato etanólico das cascas de H. articulatus; EBLHA= extrato butanólico do látex de H.sucuuba (articulatus); FrHex EEHA= Fração Hexânica do extrato etanólico de H. articulatus; FrDcl EEHA= Fração Diclorometano do extrato etanólico de H. articulatus; FrAct EEHA= Fração Acetato de Etila do extrato etanólico de H. articulatus; FrMet EEHA= Fração Metanólica do extrato etanólico de H. articulatus; ND= Não determinado 1-SOARES et al. 2010; 2- CASTILLO et al. 2007

.

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6 CONCLUSÃO

No presente estudo, as cascas de Himatanthus articulatus originaram

um extrato etanólico de bom rendimento (16,82%), quando comparado a outro

trabalho. Após fracionamento, obteve-se como fração majoritária, a metanólica

(73,62%), sugerindo que esta planta tem predominância de substâncias com

alta polaridade.

Da fração metanólica foi isolada uma substância identificada por

análises espectrométricas como o iridoide plumierídeo, sendo este metabólito

majoritário na espécie H.articulatus.

O extrato etanólico das cascas de H.articulatus e suas frações

(hexânica, diclorometânica, acetato de etila e metanólica) não foram ativos

contra formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis, apresentando

CI50 >200 µg/mL, porém a fração acetato de etila inibiu 37,29% destas formas.

Entretanto, o responsável por esta inibição não é o plumierídeo, já que

apresentou CI50 >200 µg/mL. Esta atividade pode estar relacionada a outros

iridoides presentes na fração.

O fracionamento do extrato etanólico não interferiu na citotoxicidade,

visto que as frações acetato de etila e metanólica apresentaram CC50 > 500

µg/mL, além do plumierídeo e extrato etanólico, sugerindo que apresentaram

baixa toxicidade para o macrófago.

É de suma importância o estudo biomonitorado de espécies vegetais

para o isolamento e identificação de metabólitos secundários com forte

atividade leishmanicida e pouca citotoxicidade.

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7 REFERÊNCIAS

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characterization of stable amphotericin-resistant amastigotes and promastigotes

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n.8, p. 3274-3280, 2005.

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MAGUIRE,J.H. Fluconazole for the treatment of cutaneous leishmaniasis

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