estudo dos tempos - autenticação · atribuir um ritmo de trabalho do operador utilizado no estudo...

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1 Dados históricos ou tempos informais Método das cronometragens - Método prático - Método da tabela - Método Estatístico Método das observações instantâneas Estudo dos Tempos O estudo dos tempos, por vezes referenciado como medida do trabalho, pretende avaliar e planear a mão-de-obra em qualquer sistema produtivo. Através duma análise metódica, estabelecem-se tempos padrão para a realização de uma tarefa, medindo o conteúdo de trabalho com base num determinado método. Tempo padrão - quantidade de tempo requerido para a realização de uma tarefa específica, por um trabalhador qualificado, utilizando um determinado método e trabalhando num determinado ambiente. Inclui o tempo de trabalho requerido para uma tarefa com margens para atrasos pessoais, acontecimentos e atrasos imprevisíveis, repouso e necessidades pessoais. Quando utilizado correctamente permite obter informação útil e necessária ao aumento da eficiência, permitindo maiores remunerações do trabalho, preços mais baixos no consumidor e maiores margens de lucro. Estudo dos Tempos Definição dos níveis de mão-de-obra requeridos para uma determinada tarefa Fundamentação de decisões do tipo "make or buy?“ Fundamentação de decisões de substituição de equipamento Avaliação do custo do produto ou serviço Elaboração de propostas e orçamentos Previsões de prazos de fornecimento Controlo do custo da mão-de-obra Programação de obras O objectivo fundamental do estudo dos tempos é gerar informação quantificada que permita o aumento da produtividade, nomeadamente ao nível de: Estudo dos Tempos Dados históricos ou tempos informais Método das cronometragens Método das observações instantâneas, também designado por método das amostragens Métodos para estudo dos tempos e para a determinação de padrões de tempo: A utilização de qualquer destes métodos requer a sua adequação à especificidade do trabalho a medir e aos objectivos pretendidos, para além de ser necessária a sua aplicação correcta e criteriosa. Estudo dos Tempos Todas as organizações têm algum tipo de tempos padrão de produção. Existem tempos informais baseados no conhecimento do trabalho e em desempenhos passados. Sendo este processo barato e rápido de formular. Estes tempos informais são: Devido ao desconhecimento da sua fiabilidade e do erro que comportam, os riscos associados à utilização deste método podem ser grandes. No entanto este método é frequentemente a única abordagem possível em sistemas produtivos onde os produtos e como tal as operações mudam constantemente. Subjectivos Inconsistentes Sujeitos a desvios Dados históricos ou tempos informais Na cronometragem o trabalho é observado directamente e o tempo medido. Um analista observa um trabalhador e deriva um padrão para toda a organização. A cronometragem é utilizada para determinar o tempo requerido, por um trabalhador qualificado e treinado, para realizar uma tarefa trabalhando a um ritmo normal. Essencialmente por questões de custo e de esforço envolvidos, a cronometragem aplica-se a: Tarefas repetitivas Tarefas de ciclo curto Tarefas que estão a decorrer integradas no trabalho corrente da empresa Método das Cronometragens

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1

• Dados históricos ou tempos informais

• Método das cronometragens- Método prático- Método da tabela- Método Estatístico

• Método das observações instantâneas

Estudo dos Tempos

O estudo dos tempos, por vezes referenciado como medida do trabalho, pretende avaliar e planear a mão-de-obra em qualquer sistema produtivo.

Através duma análise metódica, estabelecem-se tempos padrão para a realização de uma tarefa, medindo o conteúdo de trabalho com base num determinado método.

Tempo padrão - quantidade de tempo requerido para a realização de uma tarefa específica, por um trabalhador qualificado, utilizando um determinado método e trabalhando num determinado ambiente. Inclui o tempo de trabalho requerido para uma tarefa com margens para atrasos pessoais, acontecimentos e atrasos imprevisíveis, repouso e necessidades pessoais.

Quando utilizado correctamente permite obter informação útil e necessária ao aumento da eficiência, permitindo maiores remunerações do trabalho, preços mais baixos no consumidor e maiores margens de lucro.

Estudo dos Tempos

• Definição dos níveis de mão-de-obra requeridos para uma determinada tarefa

• Fundamentação de decisões do tipo "make or buy?“

• Fundamentação de decisões de substituição de equipamento

• Avaliação do custo do produto ou serviço

• Elaboração de propostas e orçamentos

• Previsões de prazos de fornecimento

• Controlo do custo da mão-de-obra

• Programação de obras

O objectivo fundamental do estudo dos tempos é gerar informação quantificada que permita o aumento da produtividade, nomeadamente ao nível de:

Estudo dos Tempos

• Dados históricos ou tempos informais

• Método das cronometragens

• Método das observações instantâneas, também designado por método das amostragens

Métodos para estudo dos tempos e para a determinação de padrões de tempo:

A utilização de qualquer destes métodos requer a sua adequação àespecificidade do trabalho a medir e aos objectivos pretendidos, para além de ser necessária a sua aplicação correcta e criteriosa.

Estudo dos Tempos

Todas as organizações têm algum tipo de tempos padrão de produção. Existem tempos informais baseados no conhecimento do trabalho e em desempenhos passados. Sendo este processo barato e rápido de formular.

Estes tempos informais são:

Devido ao desconhecimento da sua fiabilidade e do erro que comportam, os riscos associados à utilização deste método podem ser grandes. No entanto este método é frequentemente a única abordagem possível em sistemas produtivos onde os produtos e como tal as operações mudam constantemente.

• Subjectivos

• Inconsistentes

• Sujeitos a desvios

Dados históricos ou tempos informais

Na cronometragem o trabalho é observado directamente e o tempo medido. Um analista observa um trabalhador e deriva um padrão para toda a organização.

A cronometragem é utilizada para determinar o tempo requerido, por um trabalhador qualificado e treinado, para realizar uma tarefa trabalhando a um ritmo normal.

Essencialmente por questões de custo e de esforço envolvidos, a cronometragem aplica-se a:

• Tarefas repetitivas

• Tarefas de ciclo curto

• Tarefas que estão a decorrer integradas no trabalho corrente da empresa

Método das Cronometragens

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Metodologia - Seleccionar e registar informação acerca do operador e da operação, verificar a regulamentação dos métodos e condições de trabalho, isto é, identificar e registar claramente as condições iniciais.

Identificação das condições iniciais:

• Nome do operador

• Localização do estudo

• Data

• Descrição da operação

• Implantação do posto de trabalho, equipamentos e acessórios

• Material

Esta informação pode ser essencial mais tarde para determinar se houve algumaalteração de método que imponha uma revisão do tempo padrão.

Método das Cronometragens

1. Dividir a operação em elementos

2. Registar os tempos observados requeridos para cada elemento

3. Determinar o número de ciclos a medir para o nível de precisão e confiança exigidas

4. Determinar o tempo médio para cada elemento

5. Atribuir um ritmo de trabalho do operador utilizado no estudo a cada elemento

6. Determinar o tempo normal da operação

7. Determinar as margens de tempo a atribuir

8. Determinar o tempo padrão.

Metodologia

Método das Cronometragens

A operação a ser estudada deve estar perfeitamente definida e regulamentada no que diz respeito aos métodos, materiais e condições.

A operação deve ser separada em elementos de trabalho. Nessa divisão éconveniente que:

• Os elementos tenham um instante de início e de fim bem individualizado.

• Os elementos devem ter uma duração tal que permita a sua medição.

• Os elementos homem e os elementos máquina devem ser distintos de forma a permitir a determinação do tempo de inactividade do operador e a correcta atribuição de complementos para repouso do trabalhador.

• Os elementos constantes devem ser diferentes dos elementos de duração variável.

• Os elementos repetitivos que aparecem em cada ciclo devem ser separados dos elementos que, embora repetitivos, aparecem com uma periodicidade diferente.

• Os elementos que formem naturalmente um todo distintamente reconhecível devem ser considerados um único elemento.

1. Divisão da operação em elementos

Método das Cronometragens

De uma forma geral existe uma nomenclatura dos elementos de trabalho, que facilita a uniformidade de linguagem:

• Elementos repetitivos - ocorrem em todos os ciclos de trabalho

• Elementos ocasionais regulares - ocorrem periodicamente nos ciclos de trabalho

• Elementos constantes - duração aproximadamente constante

• Elementos ocasionais irregulares - ocorrem aleatoriamente nos ciclos de trabalho

• Elementos constante - duração aproximadamente constante

• Elementos variáveis - duração variável

• Elementos preponderantes - duração superior a todos os outros elementos

• Elementos máquina - duração independente do operador

• Elementos homem - duração controlada pelo operador

1. Divisão da operação em elementos

Método das Cronometragens

2. CronometragemExistem dois tipos de cronómetros:

No cronómetro contínuo nunca é feito o reset a zero. O analista regista o valor lido no fim de cada elemento e os tempos reais são depois calculados por diferença.

No cronómetro com retorno a zero cada elemento começa com o tempo a zero e éregistada a duração real, não sendo necessária a subtracção posterior.

3. Determinação da dimensão da amostra

O tempo requerido para uma operação varia de ciclo para ciclo. Como o estudo dos tempos é um processo de amostragem, o analista deve incluir um número suficiente de ciclos de forma a possuir uma representação adequada da população estatística que pretende medir.

Método das Cronometragens

3. Determinação da dimensão da amostra

Método práticoDevem ser realizadas entre 20 a 50 medições.Função de:- Bom senso e experiência do analista- Amplitude dos valores obtidos- Importância em termos de precisão e confiança do tempo padrão pretendido

Método da tabela

3> 40,0

540,0

820,0

1010,0

155,0

202,0

301,0

400.75

600,5

1000,25

2000,1

n.º de medições

tempo do ciclo (min)

O número de medições a realizar é apenas função da duração do ciclo de trabalho a realizar.

Método das Cronometragens

3

Método estatístico

A determinação da dimensão da amostra deverá considerar:

- Variabilidade dos tempos observados- Precisão desejada para o tempo padrão- Nível de confiança pretendido

3. Determinação da dimensão da amostra

Inicialmente realiza-se um estudo preliminar, logo que algumas medições estejam disponíveis para fazer uma estimativa do número de ciclos.

Um tempo padrão com uma confiança de 95% e um erro relativo (ou precisão) de 5%, significa que a média da amostra está numa vizinhança de 5% da média da população pelo menos em 95% dos ciclos de trabalho.

Método das Cronometragens

Admitindo que a duração dos elementos de trabalho segue uma distribuição normal, a dimensão da amostra dada por:

3. Determinação da dimensão da amostra

( )[ ]( ) ( )22

222

1 ∑∑ ∑

⋅⋅−−⋅⋅⋅

=tpn

ttnZnN

n é o número de cronometragens já realizadasN é o número total de cronometragens a realizar para a confiança e precisão pretendidast é o tempo elementar cronometradop é o erro relativo Z é o número de desvios padrão que define a amplitude do intervalo de confiança para o nível de confiança pretendido.

Método das Cronometragens

O valor de Z pode ser determinado em qualquer tabela da distribuição normal. De seguida apresentam-se para alguns valores de Z a confiança respectiva:

Z = 1 Confiança = 68,3%Z = 2 Confiança = 95,5%Z = 3 Confiança = 99,7%

3. Determinação da dimensão da amostra

Outra forma, mas equivalente, de calcular a dimensão da amostra é através da utilização do gráfico ao lado, para um erro relativo de 5% e confiança de 95% ou de 99%.

O valor de N é obtido directamente a partir do coeficiente de variabilidade cv. Este é dado pela relação entre o desvio padrão, σ, e a média da amostra, tmed:

médtcv

σ=

Método das Cronometragens

5. Ritmo de trabalho do operador – Factor de actividade

A cada elemento de trabalho deve ser atribuído um factor de actividade que pretende relacionar o ritmo de trabalho do operador medido com o ritmo dum trabalhador "normal“ (trabalhador representativo e qualificado)

A atribuição de um factor de actividade ao operador pretende extrapolar osresultados obtidos (da observação e medição de um operador em particular) para a população dos operadores “normais”, obtendo assim um tempo padrão universal.

Trabalhador "normal"

FA = 100%

Trabalhador "rápido"

FA > 100%FA < 100%

Trabalhador "lento"

Método das Cronometragens

5. Ritmo de trabalho do operador – Factor de actividadeA atribuição de factores de actividade aos operadores observados é uma tarefa delicada, difícil e que exige uma elevada experiência.

A. Valores típicos de FA para a qualificação do desempenho do operador

150Actividade excepcionalmente rápida (tarefa executada por perito, ritmo que não pode ser mantido por muito tempo)

125Actividade muito rápida (segurança, destreza e coordenação de movimentos superior à de um trabalhador médio experiente)

100Gestos vivos e precisos de um trabalhador remunerado à peça

75Actividade compassada (aparentemente lenta mas sem desperdício de tempo, ritmo sem pressa como o de um trabalhador não remunerado à peça)

50Actividade muito lenta (movimentos inábeis e hesitantes, executante desinteressado e adormecido)

0Actividade nula

FA(%)

Qualificação do desempenho do operador na execução da actividade

Método das Cronometragens

5. Ritmo de trabalho do operador – Factor de actividade

B. Westinghouse System

Para um dado trabalhador é atribuída a seguinte pontuação:

perícia : excelente = +11empenho : bom = + 5condições : normais = 0segurança : normal = 0

soma = 16 pontos

Logo: FA = 100 +16 = 116 %

-4 0-7 0-12 -17-16 -22Inferior

-2 0-3 0-4 -8-5 -1Razoável

0000Médio

+1 0+2 0+5 +2+6 +3Bom

+3 0+4 0+10 +8+11 +8Excelente

+4 0+6 0+13 +12+15 +13Excepcional

Consistência do trabalho

Condições de trabalhoEsforçoPerícia

Método das Cronometragens

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Elementos de trabalho ocasionaisDurante a observação de um ciclo de trabalho ocorrem frequentemente elementos de trabalho ocasionais.Se o elemento ocorrer de uma forma permanente, periódica e for inevitável deve fazer parte do ciclo de trabalho, isto é, deve fazer parte do tempo normal.

Se o elemento for temporário, estranho ou evitável deve fazer parte dum complemento ou margem especial. Neste último caso o elemento de trabalho não faz parte do tempo normal, embora sob a forma de complemento ou margem faça parte do tempo padrão.

Determinação de margens e complementosDeterminação do tempo normal:

tempo medido

tempo normal

tempo normal devido aelementos ocasionais

FA

Determinação do complemento de repouso:

complemento de fadiga

complemento p/ necessidadespessoais

Método das Cronometragens

Complemento auxiliarÉ uma percentagem do tempo normal da tarefa e pretende atender a algum trabalho ou espera previsível.- Atrasos de matéria prima- Falta de sincronização duma linha de fabrico ou montagem- Indisponibilidade de transporte- Indisponibilidade de ferramentas- Indisponibilidade de paletes- Etc.

Determinação de margens e complementos

complementos totais

tempo normal de execução

complemento auxiliarcomplemento suplementar

complementos especiais

tempo normal complemento de repouso

Complemento suplementarÉ uma percentagem do tempo normal da tarefa e pretende regular os prémios de produtividade, ou compensar circunstâncias anormais da fábrica- Modificações de implantação- Reparações de equipamento- Funcionamento irregular

Complemento especialÉ uma percentagem do tempo normal da tarefa e pretende compensar actividades ocasionais (temporárias ou permanentes) mas indispensáveis àrealização do trabalho.

Método das Cronometragens

O método das observações instantâneas é uma técnica de medida do trabalho que requer a observação directa do trabalho, mas não necessita de um estudo cronometrado para definir padrões.

O método consiste em obter um número de observações, intermitentes, instantâneas e espaçadas aleatoriamente, de uma actividade para, a partir daí, inferir percentagens de tempo e tempos devotados a cada elemento da actividade.

O método é adequado a tarefas intermitentes ou de ciclo longo que tornam as cronometragens desapropriadas ou, pelo menos, muito onerosas.

Método das Observações Instantâneas

As observações instantâneas são utilizadas intensamente nas seguintes áreas:

• Medição do tempos de trabalho e de não trabalho para determinar margens de repouso e margens para necessidades pessoais

• Estimativa do nível de ocupação de máquinas e dos níveis de utilização de ferramentas

• Estimativa da percentagem de tempo devotada a cada actividade

• Medição do tempo devotado a uma operação e determinação de um tempo padrão

Método das Observações Instantâneas

Metodologia

1. Identificar e registar as condições iniciais

2. Identifica e define o conjunto de estados do operador que pretende observar e medirCada estado deve ser perfeitamente identificável através de observação directa de forma a que em cada observação apenas surja um estado

3. Registo para cada observação aleatória do estado do operador

Parâmetros determinantes:

- Tempo de estudo- Aleatoriedade das observações

Método das Observações Instantâneas

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

1,1

8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00Tempo diário

Des

empe

nho

É conhecido que o ritmo de trabalho dos operadores não é constante ao longo do dia.

Em particular o gráfico evidencia o efeito da monotonia do trabalho e dos períodos de repouso no desempenho de um operador típico.

As observações, embora em instantes aleatórios, devem também ser uniformemente distribuídas ao longo do dia.

Como exemplo, se ao longo de 8 horas de trabalho se realizarem 80 observações, devem ser aleatoriamente realizadas 10 observações por hora.

Método das Observações Instantâneas

5

Claro que uma questão pode ser colocada: Como controlar a fiabilidade dos resultados obtidos?A chave para a precisão dos resultados é, sem dúvida, o número de observações realizadas. Deve, por isso, começar por se realizar um estudo preliminar para avaliar a distribuição das observações e estimar a dimensão necessária da amostra, para o erro relativo e a confiança de pretendida.

Para tal, é utilizada a equação seguinte, com base na distribuição binomial :

( )fp

fZN

⋅−⋅

= 2

2 1

f é a proporção de tempo despendido na actividade (1-f) é proporção de tempo não despendido na actividadep é o erro relativo máximo admitido Z é o número de desvios padrão associado a uma determinada confiança

Método das Observações Instantâneas

O analista apenas regista o estado de actividade do operador em pontos tomados aleatoriamente ao longo dum período de tempo representativo e atribui ritmos de trabalho (factores de actividade) ao operador.Da percentagem de observações onde registou actividade infere então o tempo medido, tmed, e o tempo normal, tn:

ttotal é o tempo total de realização do estudof a percentagem de observações onde se registou a actividadeQ o número de unidades realizadas durante o período de estudoFA o factor de actividade do operador observado.

Após a obtenção do tempo normal, o tempo padrão é determinado adicionando as margens e complementos para repouso, necessidades pessoais e imprevistos, àsemelhança do processo seguido no método das cronometragens.

Qft

t totalmed

⋅= FA

Qft

t totaln ⋅

⋅=

Como no método das cronometragens também as observações instantâneas podem ser usadas para estabelecer padrões.

Método das Observações Instantâneas

Quando correctamente utilizado o estudo dos tempos permite obter informação útil e necessária para fundamentar opções e decisões com vista ao aumento da produtividade e tornar mais eficaz o sistema de remunerações e de incentivos do trabalho.

Não pode nunca ser esquecido que o desenvolvimento de um estudo de tempos influencia as relações de trabalho em qualquer organização. Como tal para além do domínio das técnicas envolvidas em qualquer estudo de métodos e identificação de tempos padrão, é necessário prever mecanismos de envolvimento de toda a organização, através da comunicação de objectivos, de esclarecimentos e da discussão activa, promovendo uma abordagem à medição do trabalho claramente “humana”.

Finalmente, convém referir que, embora a definição de padrões de tempo permita determinar “quanto tempo demora”, não pode ser esquecida a necessidade de padrões de custo fiáveis que transformem o “quanto tempo demora” em “quanto custa” em unidades monetárias.

Estudo dos Tempos – Conclusões

Curva de experiência

0

2

4

6

8

10

12

0 20 40 60 80 100 120 140

Unidades produzidas

Tem

po u

nitá

rio d

e pr

oduç

ão

Curvas de Experiência

O conteúdo de trabalho directo por unidade produzida é afectado fortemente pela aprendizagem e habituação humana ao método de trabalho.

Uma curva típica que relaciona o aumento de desempenho (número de unidades realizadas) com o tempo chama-se curva de experiência

Uma tarefa complicada pode levar dias ou mesmo semanas de esforço antes do operador atingir um nível de coordenação motora e mental que lhe permitam um desempenho maximizado.

Curvas de Experiência

A teoria das curvas de experiência informa sobre a maneira como decresce o tempo requerido por unidade produzida à medida que aumenta a quantidade fabricada e propõe que o tempo por unidade decresce de uma determinada quantidade constante sempre que a quantidade produzida duplica.

47,8 horas128

53,1 horas64

59,0 horas32

65,6 horas16

72,9 horas8

81,0 horas4

90,0 horas2

100,0 horas1

Tempo de execução para um aumento de desempenho modelado por uma curva

de experiência a 90%

Nº da unidade produzida

Por exemplo, se a primeira unidade produzida demorou 100 horas e éesperado um de aumento de desempenho com uma taxa de 90%, então sempre que a produção duplica o tempo de execução reduz-se 10%, como ilustrado na tabela.

Curvas de Experiência

9,0 58,57375

8,1450637,7378097,3509196,983373

Curvas de experiênc ia

0

2

4

6

8

10

12

0 50 100 150Unidades produzidas

Tem

po u

nitá

rio d

e pr

oduç

ão

CE=80%CE=90%CE=95%

Quanto menor a taxa da curva de experiência maior o progressivo aumento de desempenho.

Trabalhos longos e precisos de montagem, comuns na indústria aeronáutica, surgem curvas entre 70 a 80%Tarefas de soldadura são normais valores entre 80 e 90%Tarefas de maquinagem aparecem valores entre 90 e 95%

6

Curvas de Experiência

A função matemática que reflecte o comportamento verificado na prática é representada pela equação:

nQ Qtt −⋅= 1

t1 é o tempo de mão-de-obra directa da primeira unidade produzidaQ número de unidadestQ o tempo associado à unidade número Qn um parâmetro, a determinar, cujo valor varia entre 0 e 1 (% de aprendizagem

O conhecimento da curva de experiência permite que padrões de tempo possam ser definidos não apenas para a fase em que o efeito da experiência é negligenciável no tempo de mão-de-obra directa, mas também numa fase de início de produção, onde a habituação ao método e sequência do trabalho afecta de forma sensível o tempo unitário.