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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9 361 EIXO TEMÁTICO: ( ) Arquitetura da Paisagem: Repensando a Cidade ( ) Arquitetura, Tecnologia e Meio Construído ( ) Cidade, Patrimônio Cultural e Arquitetônico ( ) Cidade: Planejamento, Projeto e Intervenções (X ) Espaço Público, Processos de Produção e Espacialidades na Cidade Contemporânea ( ) Geotecnologias Aplicadas ao Planejamento Urbano ( ) Inovação e Criatividade na Cidade ( ) Mobilidade e Acessibilidade em Áreas Urbanas ( ) Parques Tecnológicos e Sustentabilidade ( ) Políticas Urbanas e a Produção da Habitação Social Sustentável ( ) Produção do Território, Política Urbana e Gestão da Cidade ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente ( ) Sustentabilidade, Conforto Ambiental e Questões Bioclimáticas ESTUDO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DO “BAIRRO” SÃO MATEUS - CUIABÁ - MT STUDY OF THE ENVIRONMENTAL IMPACTS OF “BAIRRO” SÃO MATEUS - CUIABÁ - MT ESTUDIO DE LOS IMPACTOS AMBIENTALES DEL “BARRIO” SÃO MATEUS – CUIABÁ - MT Natália Amorim Magalhães Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, Brasil [email protected] Stefany Hoffmann Martins Jorge Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, Brasil [email protected] Thais Cristhine Silva Tavares Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, Brasil [email protected] Valdinir Piazza Topanotti Professor Doutor, UFMT, Brasil [email protected] Yasmine Ybrahim Ali Martins Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, Brasil [email protected]

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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9

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EIXO TEMÁTICO: ( ) Arquitetura da Paisagem: Repensando a Cidade ( ) Arquitetura, Tecnologia e Meio Construído ( ) Cidade, Patrimônio Cultural e Arquitetônico ( ) Cidade: Planejamento, Projeto e Intervenções (X ) Espaço Público, Processos de Produção e Espacialidades na Cidade Contemporânea ( ) Geotecnologias Aplicadas ao Planejamento Urbano ( ) Inovação e Criatividade na Cidade ( ) Mobilidade e Acessibilidade em Áreas Urbanas ( ) Parques Tecnológicos e Sustentabilidade ( ) Políticas Urbanas e a Produção da Habitação Social Sustentável ( ) Produção do Território, Política Urbana e Gestão da Cidade ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente ( ) Sustentabilidade, Conforto Ambiental e Questões Bioclimáticas

ESTUDO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DO “BAIRRO” SÃO MATEUS - CUIABÁ - MT

STUDY OF THE ENVIRONMENTAL IMPACTS OF “BAIRRO” SÃO

MATEUS - CUIABÁ - MT

ESTUDIO DE LOS IMPACTOS AMBIENTALES DEL “BARRIO” SÃO MATEUS – CUIABÁ - MT

Natália Amorim Magalhães Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, Brasil

[email protected]

Stefany Hoffmann Martins Jorge

Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, Brasil [email protected]

Thais Cristhine Silva Tavares Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, Brasil

[email protected]

Valdinir Piazza Topanotti

Professor Doutor, UFMT, Brasil [email protected]

Yasmine Ybrahim Ali Martins

Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, Brasil [email protected]

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RESUMO O presente trabalho apresenta um estudo dos impactos ambientais decorrentes da implantação de um assentamento urbano irregular, denominado “Bairro” São Mateus, localizado na cidade de Cuiabá, Mato Grosso. Para fundamentação do estudo foram realizadas, além de pesquisas bibliográficas, visitas de campo e entrevistas com os moradores para conhecimento das condições do espaço construído do “bairro” e para a coleta dados e informações relativas aos aspectos sociais. As informações coletadas foram sistematizadas através da classificação dos indicadores ambientais, tornando possível entender a magnitude de cada impacto ambiental. A Avaliação dos Impactos Ambientais (AIA) propriamente dita foi feita com a utilização de uma matriz de interação (Matriz de Leopold) pela qual se obteve o valor de cada impacto e as consequentes interferências nos componentes ambientais. Este método possibilitou um claro entendimento da dimensão dos problemas ambientais do assentamento e da cidade Cuiabá, uma vez que as questões relativas aos assentamentos informais consistem-se num grande desafio para a administração municipal da capital de Mato Grosso.

PALAVRAS-CHAVE:: urbanismo, assentamentos precários, impactos ambientais, regularização fundiária.

ABSTRACT

The present work presents a study of the environmental impacts resulting from the implantation of an irregular urban settlement, denominated "Neighborhood" São Mateus, located in the city of Cuiabá, Mato Grosso. In order to substantiate the study, was made, in addition to bibliographical research, field visits and interviews with the residents to know the conditions of the built space of the "neighborhood" and to collect data and information related to social aspects. The information collected was systematized through the classification of environmental indicators, making it possible to understand the magnitude of each environmental impact. The Environmental Impact Assessment (EIA) was made using an interaction matrix (Leopold Matrix) to obtain the value of each impact and the resulting interferences in the environmental components. This method allowed a clear understanding about the dimension of the environmental problem of the settlement and the city Cuiabá, since the questions related to the informal settlements constitutes a great challenge for the municipal administration of the capital of Mato Grosso.

KEY WORDS: urbanism, precarious settlements, environmental impacts, land regularization.

RESUMEN

El presente trabajo presenta un estudio de los impactos ambientales resultantes de la implantación de un asentamiento urbano irregular, denominado "Barrio" São Mateus, ubicado en la ciudad de Cuiabá, en la província Mato Grosso. Para la fundamentación del estudio se realizaron, además de investigaciones bibliográficas, visitas en el barrio y entrevistas con los residentes para conocer las condiciones del espacio construido con el título de "barrio" y para la acumulación de datos e informaciones relativas a los aspectos sociales. La información recogida fue sistematizada a través de la clasificación de los indicadores ambientales, logrando el entendimiento de la magnitud de cada impacto ambiental. La Evaluación de Impactos Ambientales (AIA) propiamente dicha fue hecha con la utilización de una matriz de interacción (Matriz de Leopold) por la cual se obtuvo el valor de cada impacto y las consecuentes interferencias en los componentes ambientales. Este método posibilitó un claro entendimiento de la dimensión del problema ambiental del asentamiento estudiado en la ciudad de Cuiabá, ya que las cuestiones relativas a los asentamientos informales son un gran desafío para la administración municipal de la capital de la província de Mato Grosso. PALABRAS CLAVE: urbanismo, asentamientos precarios, impactos ambientales, regularización de la tierra.

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INTRODUÇÃO

Este estudo apresenta uma análise dos impactos ambientais resultantes da urbanização

informal do “Bairro” São Mateus, situado nas proximidades da área central, na região

administrativa leste do perímetro urbano da cidade Cuiabá (MT). Compreende uma área

aproximada de 33 hectares, nas margens do Córrego do Gambá, delimitada pela Avenida Beira

Rio, Universidade de Cuiabá (UNIC), Avenida Carmindo de Campos e pela área de ETE Dom

Aquino, como pode ser visto na figura 1.

O local é definido pela Carta Geotécnica de Cuiabá como uma área várzea, cuja dinâmica hídrica tem importante função como zona de amortecimento das enchentes do Rio Cuiabá, ou seja, o local pode ser considerado como de baixa declividade e de lençol freático próximo da superfície. Os registros históricos da região apontam para um cenário catastrófico, ocorrido em março de 1974, quando o local foi submerso pela maior enchente do rio Cuiabá, obrigando o poder público a remover mais 24 mil pessoas do então denominado Bairro do Terceiro.

As ocupações irregulares de Áreas de Preservação Permanente (APP) e regiões de fragilidade ambiental são problemas recorrentes em Cuiabá e em alguns períodos ultrapassam os números da urbanização oficial. Segundo Topanotti (2002, p.19), até o ano de 2000, a capital do estado já contabilizava mais de 80 bairros oriundos de assentamentos irregulares, construídos sem nenhum planejamento, em desobediência às normas legais e desprovidos de qualquer licenciamento, repercutindo negativamente e por longo tempo na qualidade de vida da população. O desafio ficou ainda maior, pois o problema não para de crescer e as áreas

Figura 01 – Localização do “bairro” São Mateus no perímetro urbano de Cuiabá MT.

Elaborado pelos autores

Figura 02 – Configuração do “bairro” São Mateus . Fonte: Google Earth, 19/07/2017.

(adaptado pelos autores)

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ocupadas nas últimas décadas são de grandes dimensões, e em áreas contíguas que ultrapassam a 500 hectares, a exemplos dos “bairros” Dr Fábio I, II, Altos da Serra I e II que, juntos abrigarão uma população de aproximadamente 50 mil habitantes. Diante deste cenário, este artigo apresenta uma análise metodologicamente sistematizada, de uma amostra deste problema da cidade de Cuiabá, com o objetivo de contribuir para que o poder público possa enfrentar os desafios ambientais, urbanísticos, habitacionais e sociais. Espera-se com isso, contribuir para o enfrentamento dos impactos sobre a população urbana, principalmente sobre a população de baixa renda. 1. METODOLOGIA

O estudo foi organizado em sete etapas, o que permitiu a avaliação de cada um dos métodos utilizados. Primeiramente, houve uma fundamentação a partir de artigos com abordagens teóricas relativas aos impactos ambientais e sociais causados pelas ocupações irregulares em diversos lugares dentro do Brasil e América Latina. Além disso, foram analisados os principais instrumentos legais que disciplinam o ordenamento do espaço urbano da cidade de Cuiabá, contemplando as normas Federais, Estaduais e, principalmente, as do Município de Cuiabá. A segunda etapa, a definição do estudo, baseou principalmente pelo fato do “bairro” São Mateus estar situado em área de risco, com residências construídas em locais sujeitos a inundações, próximas ao córrego do Gambá. Outra característica importante que direcionou a escolha do “bairro” foi que, este teve origem através de um processo invasão urbana. Estes fatores trazem inúmeros problemas para o município de Cuiabá, entre eles problemas ambientais, moradores sem endereço e má qualidade de vida da população local. Na terceira etapa, foram feitos os estudos dos indicadores ambientais, tendo como base o de Topanotti (2002). Foi elaborada uma listagem dos possíveis problemas ambientais e urbanísticos que poderiam ser encontrados nas áreas de estudo, identificando a origem destes e os agrupamentos correspondentes (Grupo de indicadores ambientais. Apêndice 01). O objetivo dos indicadores ambientais e suas respectivas classes é facilitar a coleta de informações primárias e secundárias. Estas classes foram criadas para cada indicador ambiental, que serviram de roteiro para a etapa de levantamento de dados, tendo como critério de enquadramento o nível de impacto, sendo que a classe 1 corresponde a situação menos agravante ao ambiente e a classe 31 corresponde a situação ambiental mais impactante, conforme detalhamento apresentado no Apêndice 1. Na quarta fase do trabalho, foi realizada a coleta de informações, para a qual foi utilizado um formulário com 5 perguntas a serem feitas aos moradores do “bairro”. As questões eram referentes ao destino do esgotamento sanitário e das águas servidas dos domicílios, ao funcionamento do serviço público de coleta de lixo, à fonte de abastecimento de água e à situação de regularização fundiária do “bairro”. Além disso, na visita in loco observou-se as condições dos passeios, a tipologia das edificações e a fonte de energia elétrica. Um registro fotográfico também serviu o suporte para a coleta de dados relacionados à arborização do bairro, erosão do solo, sedimentos no leito dos córregos.

1 Alguns indicadores foram divididos em 4 classes.

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Na quinta fase elaborou-se todo o processamento das informações obtidas na etapa anterior. Foi realizada a compilação dos dados, o que resultou em tabelas e gráficos. Na sexta fase, forma avaliados os impactos ambientais propriamente ditos. Nesta fase foi utilizado um quadro (Apêndice 2) para a definição dos valores de magnitude dos impactos ambientais. Cada impacto foi avaliado pela análise de um conjunto de indicadores ambientais e suas respectivas classes, ou seja, a situação encontrada no “bairro”. Para a definição da magnitude do impacto ambiental, utilizou-se a classe do indicador, a pontuação referente à classe2, e um peso3 atribuído pela equipe. Com os valores de magnitude e relevância, por meio do uso da Matriz de Leopold (Apêndice 03), foram obtidos os valores dos impactos ambientais e suas correlações com os componentes ambientais. Por fim, na sétima fase foi feita a análise dos resultados. Para tanto, criou-se dois gráficos: um referente aos valores obtidos para cada impacto ambiental e para os componentes ambientais. A partir disso, foram comparados os valores gerados com a pontuação máxima possível, se os indicadores do “bairro” estivessem na classe mais crítica, obtendo-se o nível dos impactos como baixo, médio e alto. 2. RESULTADOS

2.1 - Caracterização dos Indicadores Ambientais

2.1.1 - Cobertura Vegetal

Segundo Nucci (1999, p. 30) a cobertura vegetal é responsável por proteger o solo, mananciais e nascentes, sendo indispensável para a qualidade do ambiente construído nas cidades. De acordo com Cavalheiro (1999, p. 7) o conceito de cobertura vegetal compreende-se na projeção do verde em vista aérea, devendo considerar a configuração das manchas tanto de espaços construídos, espaços livres, espaços de integração e de unidades de conservação. A caracterização da cobertura vegetal do “bairro” São Mateus foi obtida a partir de imagens aérea (Google Earth), através das quais foi possível constatar que o índice de cobertura vegetal é de apenas 10,63%. Com isso há uma interferência direta no equilíbrio ecológico, como na proteção do solo, nas águas, no sombreamento, na qualidade do ar. Por estas características este indicador ambiental foi enquadrado na classe 1. Além disso, a vegetação não cumpre função ecológica, pois a alta fragmentação sem corredor reduz a possibilidade de circulação da fauna, enquadrando-se na classe 3 (Ver Apêndice 01). O “bairro” está situado nas margens do Córrego do Gambá e de acordo com o artigo nº 537 da Lei Complementar 004/92, a área de preservação permanente devem compreender uma faixa de 30 metros de cada margem. Considerando tal faixa, o percentual de vegetação preservada na APP é de apenas 23,83% (caracterizando-o como classe 2 - Apêndice 01). Esta falta de vegetação contribui para a erosão do solo e consequentemente para assoreamento do leito dos córregos, o que levou o poder público a tomar medidas extremas para evitar tal problema, resultando na concretagem das margens do córrego.

2 Classe 1 = 1 ponto; Classe 2 = pontos; Classe 3 = pontos e Classe 4 = 7 pontos.

3 O peso equivale ao grau de importância do indicador, para um impacto ambiental.

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Além disso, poucas manchas de vegetação estão localizadas em áreas de baixa declividade, deixando as áreas mais íngremes sujeitas às ações das águas superficiais, enquadrando-se na classe 3 do apêndice 01. Quanto à tipologia das espécies existentes vegetais, predomina a flora exótica, em certos casos impróprias para a arborização urbana (classe 2), como pode ser visto nas figuras 03 e 04.

Figura 03 – Ocupações irregulares da APP e ausência de mata ciliar. Fonte: Arquivo dos autores

Figura 04 – Concretagem das margens do córrego do Gambá. Fonte: Arquivo dos autores

2.1.2 Águas Superficiais

Notou-se que o processo de urbanização desordenada do “Bairro” São Mateus resultou em uma alteração da drenagem natural das águas superficiais pela construção do sistema viário, dos muros, edificações e retificação dos córregos. Isto impede a absorção da água pelas superfícies contribuindo para a ocorrência de enchentes e alagamento, deste modo, tais alterações encontram-se em locais críticos (de alta declividade e em áreas de amortecimento de cheias), o que caracteriza assim a região como classe 3 neste indicador. Observou-se uma grande quantidade de sedimentos nos cursos d’água provenientes tanto de dejetos do próprio “bairro” como de dejetos desde a nascente, localizada no bairro da Lixeira., enquadrando-se assim na classe 3. O solo por sua vez foi pouco afetado pelo processo de erosão por estar todo impermeabilizado pelas vias e calçadas, o que o caracteriza na classe 1 do apêndice 01. Este processo de retificação dos cursos d’água associado à consequente impermeabilização do leito combinado com a alta presença de sedimentos, intensifica a ocorrência de inundações em época de chuvas intensas o que acaba por afetar a vida dos moradores ribeirinhos, fato confirmado por eles nas entrevistas.

2.1.3 Sistema Viário

Em Cuiabá na Lei Complementar 232/201 estabelece as classes das vias, com seus respectivos Padrões Geométricos Mínimos (PGM), sendo as vias locais de 12 metros; as coletoras de 18 metros; as principais de 24 metros e as estruturais de 30 metros. O PGM deve ser estabelecido a partir do eixo da via, medindo-se a metade do seu valor para cada lado.

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Considerando o “bairro” estudado, uma disparidade com relação ao sistema viário, tendo em vista que este possui a maior parte das suas vias pavimentadas (98%), porém, a maioria não se enquadra no PGM estabelecido pela lei 71% está fora do PGM, o que acaba interferindo no transporte coletivo que não consegue transitar por estas vias e como consequência comércios não se estabelecem no local. A partir disso classifica-se nos parâmetros do apêndice 01 como classe 3 quanto a hierarquização viária e classe 1 quanto ao dimensionamento. A respeito da compatibilidade das vias com relevo (figura 05), percebe-se que menos de 3% das as vias possuem inclinação superior ao permitido pela legislação (acima de 10%). Sendo assim, se enquadra na classe 1 (apêndice 01). Quanto à integração das vias com o entorno nota-se que o “bairro” possui 6 vias públicas que o integra com bairros circunvizinhos colocando-o na classe 1 quanto ao parâmetro de integração com as vias do entorno, porém por serem estreitas pode-se dizer que dificulta tal integração. No que se refere a integração interna existem 2 barreiras físicas (figura 06) que dividem o “bairro”, sendo elas o Córrego e a Área de Preservação, causando certa segregação e tornando a tipologia das edificações mais precárias quando próximo a estas.

Figura 05 - Via com inclinação maior que 10% e PGM menor que 12,00 m Fonte: Arquivo dos autores

Figura 06 – Ausência de passarelas e guarda-corpo no

canal do córrego: dificuldade para circulação. Fonte: Arquivo dos autores

Ainda em relação ao sistema viário do “bairro” notou-se que as locais possuem orientação

solar inadequada, já que se encontram com posicionamento próximo de Leste-Oeste

prejudicando a visibilidade em horários no início da manhã e no final de tarde, característica

que enquadra o parâmetro da na classe 2 (Apêndice 1).

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2.1.4 Uso e ocupação do solo

“O uso e ocupação do solo é definido em função das normas relativas à densificação, regime

de atividades, dispositivos de controle das edificações e parcelamento do solo, que configuram

o regime urbanístico” (TAKEDA, 2013)4.

O processo de uso e ocupação do solo ocorre a partir das modificações do meio físico, necessárias para a implantação das edificações e do arruamento, executadas na unidade territorial denominada gleba urbana. A ocupação do solo é caracterizada pela posse do terreno, pela implantação da área construída e pela posição de cada edificação em relação aos imóveis vizinhos. Já o uso do solo pode ser caracterizado como o processo subsequente à ocupação e está relacionado à atividade que se desenvolve em determinado imóvel (TOPANOTTI, 2002, p.113).

No Município de Cuiabá, as normas, índices urbanísticos e outros parâmetros para o uso e

ocupação do solo são estabelecidos pela Lei Complementar Nº 389/2015. De acordo com

Topanotti (2002, p.113), ao analisar o processo de uso e ocupação do solo de um determinado

bairro, que configura uma “escala” maior, deve-se levar em consideração:

[...] os indicadores ambientais relativos às categorias de atividades residenciais ou econômicas, às taxas de ocupação e impermeabilização do solo e à localização das edificações, seja em terreno edificável ou em áreas inadequadas como áreas de risco e Áreas de Preservação Permanente, pois os impactos ambientais podem variar em função da intensidade e do tipo de ocupação (TOPANOTTI, 2002, p.113).

No “bairro” São Mateus, constatou-se que as edificações são de uso predominantemente

residencial e pequenos comércios da categoria baixo impacto (Lei Complementar 389/15), o

que configura a classe 2 do apêndice 01. Contudo, no limite sul do “bairro” existe uma via

estrutural (Avenida Beira Rio) que concentra atividades pouco relacionadas om o “bairro”,

majoritariamente comércios de médio impacto, como locação de equipamentos para

construção civil e venda de máquinas automóveis.

Foi observado que o afastamento dos imóveis em relação à via pública é, em geral, menor que

6 metros, medido a partir do eixo da via, ou seja, a maioria das edificações é construída no

limite frontal do lote (classe 3 - apêndice 01), o que pode ser vantajoso para os proprietários

por se tratar de um bairro popular, onde os lotes possuem pequenas dimensões. Por outro

4 TAKEDA, Tatiana de Oliveira. Juris Way Sistema Educacional Online. Disponível em:

<https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=12363>. Acesso em 1 ago. 2017

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lado, a ausência de área livre frontal implica na redução da interfere na ventilação,

salubridade e áreas permeáveis. Quanto à tipologia das edificações, constatou-se que 73% são

constituídas por alvenaria acabada (classe 1 - apêndice 01), enquanto 27% são de diferentes

materiais de longa durabilidade.

O “bairro” São Mateus apresenta uma taxa de ocupação do solo de 35,77%, enquadrando-se

na classe 1 do apêndice 01. Observou-se também, que uma significativa quantidade de

domicílios (17,35%) estão situados em Área de Preservação Permanente, o este indicador na

classe 3 (Apêndice 01), fato que explica a pouca vegetação da APP, analisada anteriormente.

Os domicílios situados em área de risco são aqueles às margens de córregos ou de nascentes,

sob linhas de transmissão de energia elétrica de alta tensão, ou ainda, aqueles construídos

abaixo da cota altimétrica 150 metros, que corresponde ao nível das enchentes históricas de

1974 e 1995. No caso do “bairro” São Mateus, constatou-se que 7,10% dos domicílios

encontram-se sujeitas às inundações e alagamentos provocados pelas águas do Rio Cuiabá e

do Córrego do Gambá (classe 3 - Apêndice 01).

2.1.5 Infraestrutura urbana

Os sistemas de infraestrutura urbana compreendem a rede de distribuição de energia elétrica

e iluminação pública, pavimentação das vias, calçamento dos passeios, rede drenagem das

águas pluviais, rede de abastecimento de água potável e as redes de esgotamento sanitário.

Em relação à rede de distribuição de energia elétrica percebeu-se que 88% dos domicílios são

atendidos pela rede pública, o que se enquadra como parâmetro da classe 2 (Apêndice 01) e

os restante (12%) são ligações clandestinas. A consequência desse percentual de ligações

irregulares é a elevação dos custos para o restante dos domicílios regulares. Quanto ao

calçamento dos passeios, foi observado que 78% dos domicílios do “bairro” o possuem algum

tipo de pavimento para pedestres, porém, são frequentes os desníveis e obstáculos, o que

dificulta a acessibilidade, colocando o parâmetro na classe 1.

Com relação ao esgotamento sanitário foi notado que 83% dos domicílios lançam seus

efluentes nos córregos dentro do “bairro” (figura 07), parâmetro enquadrado na classe 4

(Apêndice 01). As consequências do lançamento do esgoto sanitário nos córregos são o

surgimento de doenças de veiculação hídrica, além da poluição visual e do ar. A maioria dos

domicílios (55%) também lançam as águas servidas (pias, tanques e pisos), nos cursos d’água

(ver figura 08), encaixando-o na classe 4, cujas consequências são as mesmas do esgotamento

sanitário direcionado para os córregos.

No que concerne o abastecimento de água potável do “bairro” São Mateus 89% dos domicílios

são atendidos pela (ver figura 09) o que o coloca o parâmetro na classe 2 (apêndice 01); 8%

classificam-se como outros, podendo ser ligação consorciada com o vizinhos e; o restante (3%)

compreendem as ligações clandestinas, o que provoca prejuízos para toda população da

cidade que acaba pagando pelo consumo irregular.

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Figura 07 – Destinação do final esgoto sanitário.

Fonte: Arquivo dos autores

Figura 08 – Destinação final

das águas servidas. Fonte: Arquivo dos autores

Figura 09 - Abastecimento de

água potável Fonte: Arquivo dos autores

Na análise da rede de drenagem, foi observado que de 30% a 20% da extensão das vias possui

rede de drenagem enquadrando-o neste ponto na classe 2. Além disso, tem-se a pavimentação

das vias, que como dito anteriormente no item de sistema viário, possui 98% das vias

pavimentadas e se enquadra na classe 1. A falta de drenagem nas vias em conjunto com a

grande pavimentação pode aumentar o risco de inundação no bairro.

2.1.6 Serviços e equipamentos urbanos

Para atender as necessidades mínimas de uma comunidade, é imprescindível que o bairro seja provido de equipamentos urbanos e serviços básicos voltados à saúde, educação e promoção social da população. Segundo Topanotti (2002, p.126) a Constituição da República Federativa do Brasil estabelece que todo cidadão tem direito à moradia digna e, para isso, cabe ao poder público o dever de garantir esses serviços. Ao analisar o “bairro” São Mateus, constatou-se que a população é desprovida de postos de saúde, escolas, centro comunitário, áreas de lazer e creches. A única creche que atende parcialmente as famílias está situada no bairro vizinho, Jardim Europa. Dessa forma, os moradores, muitas vezes idosos e crianças, têm que percorrer distâncias acima das recomendadas para terem acesso a esse serviço público. O “bairro” se enquadra, portanto, na classe 2 da categoria no que se refere aos equipamentos públicos e na classe 3 em relação a áreas de lazer e recreação (apêndice 01). Quanto aos serviços de coleta de resíduos sólidos, constatou-se que de 90% dos domicílios são atendidos pelo serviço municipal (classe 2 - apêndice 01) e 70% dos entrevistados disseram que há coleta de lixo pelo menos três vezes por semana (figura 10). Observou-se que dos 10% que alegaram ser desprovida deste serviço em seus domicílios, a maior parte reside nas margens dos córregos, onde não há infraestrutura viária que comporte um caminhão de coleta de lixo. Por este motivo os moradores acabam despejando resíduos sólidos dentro ou nas margens dos córregos, o que contribui para a contaminação das águas e do solo. Em relação ao transporte coletivo, observou-se que os pontos de parada ônibus encontram-se apenas nas avenidas que compõem o entorno do “bairro” (Av. Beira Rio e Av. Carmindo de Campos), o que denota que a população é parcialmente atendida (classe 2 - apêndice 01).

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Nota-se, que grande parte dos moradores necessita percorrer distâncias maiores que a recomendada até os pontos de parada do transporte coletivo, sendo que, a inexistências de pontes ou passarelas sobre o córrego, contribui ainda mais para aumentando dessas distancias.

2.1.7 Áreas públicas

Segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município de Cuiabá, o percentual mínimo de áreas públicas nos novos loteamentos é de 35%. Deste total, 5% devem ser destinados para equipamentos públicos e comunitários, 10% para áreas livres de uso público, e 20% destinados ao sistema de circulação viária. Com base nos dados determinados pela legislação, nota-se que o “bairro” São Mateus claramente não está em conformidade com os referidos percentuais, uma vez que na visita de campo não foram encontrados equipamentos públicos, áreas livres e nem áreas reservadas para futura instalação desses equipamentos. Consequentemente, a população é afetada pela deficiência desses espaços, voltados para o lazer e a recreação. Ademais, com relação às áreas públicas foi verificada a falta de áreas destinadas aos equipamentos de cultura, educação e saúde, se enquadrando na classe 3 (Apêndice 01). Isso traz consequências negativas, como por exemplo, o deslocamento para bairros vizinhos em busca desses equipamentos, enfrentando barreiras e travessias em busca dessas áreas. Vale ressaltar que crianças e idosos são os mais afetados. Segundo Loboda e Angelis (2005, p. 134), essa ausência causa prejuízos para a população do “bairro”, uma vez que áreas públicas destinadas a áreas verdes e de equipamentos públicos são de extrema importância, pois promovem a melhoria da qualidade de vida da população. A ausência de áreas públicas e especial as áreas verdes provocam o desequilíbrio do índice de umidade, o aumento da poeira em suspensão, a propagação dos ruídos, e a falta de interação entre as atividades humanas e o meio ambiente.

2.1.8 Estrutura fundiária

A regularização fundiária é o processo que abrange medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais, com a finalidade de integrar os assentamentos irregulares ao contexto legal das cidades. Além disso, regularização é um instrumento para promoção da cidadania, devendo ser articulada com outras políticas públicas. Com relação à regularização de edificações e loteamentos públicos, a Lei Complementar 345/2014 estabelece a obrigatoriedade de seguir Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Porém, o Município de Cuiabá, na maioria das vezes, não segue os parâmetros exigidos pelas leis urbanísticas e, por ser uma ocupação já consolidada, limita-se à oficializar o assentamento irregular. A respeito da estrutura fundiária do “bairro” São Mateus, o levantamento de dados in loco identificou que “bairro” é parcialmente regularizado. Segundo os moradores, a regularização foi feita em apenas 57% dos terrenos, ficando o restante no aguardo das próximas etapas de emissão dos documentos (ver figura 11).

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Sendo assim, a estrutura fundiária do parcelamento do solo se enquadra na classe 2, conforme

apresentado no apêndice 01. Já com relação à propriedade da área invadida, o bairro é

classificado na classe 1, definindo como pública municipal.

Figura 10 - Frequência da coleta

de resíduos sólidos. Fonte: Arquivo dos autores

Figura 11: Aspectos fundiários Fonte: Arquivo dos autores

2.2 Avaliação dos Impactos Ambientais

Analisando os impactos ambientais percebe-se que a geração de poeira chegou a 45 pontos

(ver figura 12), de um total máximo possível de 150, se todos os indicadores ambientais

estivessem na classe mais crítica, portando o impacto não é significativo. A baixa pontuação

desse impacto ambiental se deve pelo fato do “bairro” ter 98% da extensão das vias

pavimentas e não possui muitas atividades geradoras de material particulado no ar.

Quanto à geração de gases o valor foi de 72 pontos (ver figura 12), o que é considerado alto, já

que o máximo possível é de 120. Pode-se dizer que isso ocorreu porque 83% do esgotamento

sanitário e 55% das águas servidas são lançados em curso d’água, o que contribui

significativamente para a geração de gases poluentes.

O impacto alteração da cobertura vegetal foi considerado médio, visto que chegou a 144

pontos de um total máximo possível de 240 (ver figura 12). Isso se deve em função da alta

fragmentação e a função de proteção da APP foi afetada, as margens dos córregos possuem

menos de 30% da mata ciliar preservadas. Também contribuíram para a pontuação desse

impacto a predominância das espécies exóticas e o baixo índice de cobertura vegetal é na

ordem de 10%, apenas.

Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9

373

Figura 12 - Avaliação dos impactos ambientais do “bairro” São Mateus Fonte: Arquivo dos autores

Com relação ao impacto contaminação das águas superficiais, o valor foi de 147 pontos de um

total máxima de 210 pontos (ver figura 12). Esta pontuação foi devido ao fato de que mais de

83% dos domicílios lançam o esgoto sanitário em curso d’água. Além disso, o local possui

relevo do “bairro” possui baixa declividade e lençol freático próximo da superfície, fatores que

contribuem para essa contaminação das águas características que favorecem o surgimento de

doenças de veiculação hídrica. O impacto assoreamento dos cursos d’água foi considerado

alto, pois o “bairro” sofre com as consequências da urbanização de uma grande área à

montante da micro bacia, o que contribui para a presença de sedimentos no leito do Córrego

do Gambá e seu afluente. A alta pontuação desse impacto comprova a gravidade do problema,

pois o valor foi de 84 pontos de um total máximo de 120 (figura 12). Outros Indicadores,

próprios do “bairro”, também contribuíram para agravar o problema, tais a pouca vegetação

na APP e a impermeabilização do solo.

Com relação à intensificação dos processos erosivos constatou-se que é um impacto médio,

como se observa pelo valor alcançado de 78 pontos, de um total máximo de 130 (ver figura

12). Isto porque no “bairro” o índice de cobertura vegetal é baixo. Em contrapartida, o bairro

possui uma alta impermeabilização do solo e alteração da drenagem superficial por meio da

pavimentação das vias e, ainda, a topografia do “bairro” é de baixa declividade, fatores que

também contribuem para minimizar o surgimento de focos de erosão.

Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9

374

De acordo com o gráfico da figura 12, a degradação da paisagem do “bairro” São Mateus é um

impacto ambiental médio, pois chegou a 52 pontos, do máximo possível (130). Os fatores mais

agravantes para a degradação da paisagem no “bairro” são: a destinação do esgotamento

sanitário e das águas servidas, que são em sua maioria lançados em curso d’água causando

mau cheiro e poluição visual. Ademais, são fatores significativos também a coleta de resíduos

sólidos (que tem boa frequência, mas não cobre o bairro por inteiro), e o afastamento das

edificações, em geral, no limite frontal. Por fim, fatores como: baixo índice de cobertura

vegetal, tipologia das edificações, adensamento e ruas estreitas interferiram na pontuação

final desse impacto ambiental.

Em relação à redução das condições de circulação observou-se que, também é um impacto

médio, visto que se obteve 30 pontos, enquanto o total seria de 60, se todos os indicadores

estivessem na situação mais crítica (ver figura 12). Tal constatação se deve pelo fato do

“bairro” possuir uma infraestrutura viária razoável, onde a maior parte das vias (90%) é

pavimentada, possuem calçadas pavimentadas, além de estar situado num relevo de baixa

declividade. Contudo, o “bairro” não conta com boa hierarquização viária interna, e os

córregos existentes formam barreiras físicas que o divide a área em mais de duas partes,

dificultando a mobilidade.

As condições de habitabilidade das edificações são fortemente afetadas pelas características

construtivas do “bairro”, pois atingiu 49 pontos de um limite possível de 70, para uma eventual

situação mais crítica (figura 12). Muito embora, a maiorias das casas já apresentam bom

acabamento (73%), outros fatores, como a presença de domicílios em áreas vulneráveis a

enchentes e em Áreas de Preservação Permanente e as pequenas dimensões dos lotes,

contribuíram para a redução das condições de habitabilidade das edificações do “bairro”.

O impacto que obteve a maior pontuação relativa diz respeito da carência de serviços e

equipamentos públicos, pois apresentou 64 pontos, dentro de um limite máximo de 80 (ver

figura 12). Atribui-se tal avaliação ao fato de, no interior do “bairro” não existir qualquer

equipamento público de educação, serviço social, saúde, segurança nem mesmo áreas de lazer

(campos de futebol, praças e play ground) obrigando os moradores á procurar esses direitos

em outros bairros.

Outro aspecto analisado no “bairro” é relacionado à insuficiência de áreas públicas reservadas

para futuros equipamentos públicos e/ou comunitários. Esse impacto chegou 30 pontos, o que

é considerado um valor médio, uma vez que a pontuação máxima, para a situação mais crítica,

seria de 60 (ver figura 12). Isso se deve ao fato do “bairro” não atender minimamente os

critérios da lei de parcelamento do solo em relação às áreas públicas, característica decorrente

de uma ocupação irregular. Por este motivo, o município deverá dispor de soma maior de

recurso para a implantação dos equipamentos públicos, visto que precisará desapropriar

terrenos para atender a comunidade.

O impacto carência de infraestrutura urbana chegou a 77 pontos, considerado médio, tendo

em vista que o valor máximo é de 110 (ver figura 12). Mesmo com o razoavelmente

Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9

375

atendimento das redes de abastecimento de água potável, de distribuição de energia elétrica e

iluminação publica, além da pavimentação das vias (90%), os moradores do “bairro” ainda

padecem em pelas deficiências das redes de esgotamento sanitário e de drenagem.

A respeito da desestruturação fundiária o valor não foi tão significativo, visto que chegou a 32

pontos dentro de um total máximo possível de 80 (ver figura 12). Segundo os moradores, parte

dos terrenos “bairro” já possui escritura pública. Além disso, a área ocupada que ainda

necessita de titulação dos lotes, é de propriedade do município, fato que favorece a

regularização jurídica, visto que não há necessidade de desapropriação da “gleba” invadida.

2.3. Avaliação dos impactos nos componentes ambientais

Neste subcapítulo são analisados os impactos nos componentes ambientais do “bairro” São

Mateus, tendo como origem ás características dos indicadores ambientais, suas respectivas

classes, as magnitudes a relevância de cada impacto, conforme especificado no apêndice 03.

Em relação aos componentes ambientais constatou-se que as águas superficiais foram

fortemente afetadas, chegando a 141 pontos, considerado um impacto alto, visto que este

equivale a 67% valor máximo possível, que seria 210 (número 1 da figura 13), se todos os

impactos tivessem na escala máxima escala máxima (10).

O impacto sobre a componente ambiental solo teve 112 pontos, sendo também valor elevado,

pois corresponde a 62% do total máximo (180), conforme se observa no número 2 da figura

13. Esta pontuação reflete bem as primeiras constatações feita in loco, em que a baixa

declividade do local, o lençol freático próximo da superfície, associadas as precárias condições

do esgotamento sanitário resultam em condições de alta insalubridade e a consequente

contaminação do solo.

Figura 13 – Avaliação dos impactos sobre os componentes ambientais no

Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9

376

“bairro” São Mateus. Fonte: Arquivo dos autores

As transformações de componentes ambientais como a fauna e flora do “bairro” São Mateus

conferem um percentual de 47% da pontuação máxima, ou seja, este impacto chegou 103

pontos de um total possível de 220 (número 3 da figura 13). Observou-se que a pouca

vegetação do “bairro”, principalmente das APP, associada à predominância de espécies

exóticas foram fatores que interferiram significativamente na fauna e na flora do lugar.

Em relação ao impacto sobre o ar, notou-se que este apresenta um valor de 108 pontos de um

total de 160, o que representa 47% do máximo (ver número 4 da figura 13),. O principal

agravante foi a geração de gases, proveniente da inexistência de rede de esgoto, inclusive em

bairros à montante da micro bacia. Por outro lado, este impacto foi minimizado pelo índice de

pavimentação das vias públicas e pela inexistência de atividades econômicas geradoras de

poluição atmosférica.

O componente ambiental de uso do solo foi afetado significativamente, uma vez que a

pontuação chegou a 55%a do total, isto é, o impacto obteve 109 pontos de um limite de 220

(ver número 5 da figura 13). Os principais agravantes para este componente são carência de

serviços e equipamentos públicos, de infraestrutura e a questão fundiária que, por suas

precariedades inibem os investimentos dos moradores em suas habitações e também não

atraem a instalação de novos empreendimentos econômicos no “bairro”.

Por fim, o impacto sobre componente qualidade de vida possui um valor elevado, de 60% do

limite máximo, alcançando 343 pontos de total de 580 (ver número 6 da figura 13). É o

componente ambiental, cujas interferências são provocadas por praticamente todos os 13

impactos ambientais avaliados (ver apêndice 3). Incluem-se nos fatores que influenciam na

qualidade de vida dos moradores do “bairro”, apenas os aspectos construtivo e/ou naturais

diretamente relacionados ao lugar. Por ser este um estudo urbanístico, não foram

consideradas neste impacto, as características da qualidade dos serviços públicos de saúde e

educação (por exemplo) e sim, a existência deles e suas localizações, apenas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ocupações irregulares urbanas ocorrem por fatores sociais, econômicos e até mesmo

culturais. Sendo assim, pode-se dizer que é um fato irreversível, tendo em vista que a remoção

das famílias do local teria que levar em consideração diversos fatores delicados.

Como estudado, este tipo de ocupação do solo urbano tem causado degradação ao ambiente

e os impactos podem ser visto no meio físico como a redução da cobertura vegetal, o aumento

de áreas impermeabilizadas, a contaminação dos cursos d’água, entre outros. Vale ressaltar

que este problema é de difícil solução, já que a recuperação ambiental é onerosa e, além disso,

pode ser prejudicial para quem mora no local.

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377

Outro ponto importante a ser frisado é que, muitas vezes o município trata a questão das

ocupações irregulares de forma superficial, tentando melhorar as condições dos bairros com o

não cumprimento das próprias leis. Isso pode ser observado no “bairro” São Mateus em

diversas questões, mas principalmente quando nota-se que este é quase que completamente

pavimentado, porém não possui o Padrão Geométrico Mínimo (PGM) adequado em sua

totalidade, fato que acaba prejudicando questões importantes como a mobilidade a

acessibilidade no espaço urbano.

Ademais, este estudo ambiental mostrou que a ocupação do solo urbano por meio de

ocupações informais causa impactos irreversíveis ao ambiente, a população do “bairro”,

inclusive fora dele, que vive em constate risco e em precárias condições saúde pública.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALHEIRO, F.; NUCCI, J.C; GUZZO, P.; ROCHA, Y.T. Proposição de terminologia para o verde urbano. Boletim Informativo da SBAU (Sociedade Brasileira de Arborização Urbana), ano VII, n. 3 - Jul/ago/set de 1999, Rio de Janeiro, p. 7.

CUIABÁ, Prefeitura Municipal de. Lei Complementar nº 004/92. Institui o Código Sanitário e de Posturas do Município, o Código de Defesa do Meio Ambiente e Recursos Naturais, o Código de Obras e Edificações e dá providências. IPDU. Cuiabá: 1992.

______, Prefeitura Municipal de. Lei Complementar nº 232/92. Institui o Uso, Ocupação e Urbanização do Solo. IPDU. Cuiabá: 2011.

______, Prefeitura Municipal de. Composição dos bairros de Cuiabá. SMDU. Cuiabá: 2013.

______, Prefeitura Municipal de. Lei Complementar nº 389/ 15 - Uso e Ocupação do Solo. IPDU. Cuiabá: 2015.

LOBODA, C.; ANGELIS, B. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e funções. Jan./jun de 2005, Guarapuava, p. 134.

NUCCI, J.C; CAVALHEIRO, F.. Cobertura Vegetal em áreas urbanas - Conceito e método. GEOUSP, São Paulo, n. 6, p. 29-36, 1999.

TOPANOTTI, V. P. Estudos dos impactos ambientais das invasões urbanas de Cuiabá - MT. 2002. 193 f. Tese (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9

378

ZEILHOFER, P.; TOPANOTTI, V. P.. GIS and ordination techniques for evaluation of environmental impacts informal sttlements: A case study from Cuiabá, Cental Brazil. Applied Geography (Sevenoaks), v. 28, p. 1/1-15, 2008.

Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9

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5. APÊNDICES

Apêndice 1 – Classes dos indicadores ambientais

Grupo de indicadores

Indicadores Ambientais

Clas-ses

Parâmetros das classes

C

ob

ertu

ra

vege

tal

Função Ecológica

1 Baixa fragmentação com corredor

2 Média fragmentação

3 Alta fragmentação sem corredor

Espécies existentes

1 Predominância de espécies nativas

2 Predominância de espécies exóticas

Função de proteção dosolo

1 Localizada em áreas de alta declividade

2 Localizada em áreas de média declividade

3 Localizada em áreas de baixa declividade

Índice de cobertura vegetal

1 Mais de 10% da área do bairro

2 Entre 10 a 5% da área do bairro

3 Menos de 5% da área do bairro

Função de proteção da APP

1 Mais de 30% da preservada

2 Entre 30 a 10% da preservada

3 Menos de 10% preservada

Á

guas

sup

erfi

ciai

s

Drenagem natural

1 Sem alteração

2 Alterada em áreas não críticas

3 Alteradas em áreas críticas

Sedimentos nos cursos d’água

1 Não encontrado (ou encontrado por ação fora do bairro)

2 Encontrado por ação no bairro

3 Encontrado por ação dentro e fora do bairro

Erosão do solo

1 Pouco afetado

2 Moderadamente afetado

3 Muito afetado

Si

stem

a

viár

io

Hierarqui-zação

1 Com hierarquia viária adequada

2 Com hierarquia viária inadequada

3 Sem hierarquia viária

Orientação solar

1 Todas as vias com orientação solar adequada

2 Ruas locais com orientação solar inadequada

3 Avenidas com orientação solar inadequada

Dimensiona-mento

1 Menos de 75% das vias não atendem o PGM

2 De 75 a 90% das vias não atendem o PGM

3 Mais de 90% das vias não atendem PGM

Compatibili-dade com o relevo

1 Menos de 3% da extensão das vias tem inclinação superior ao permitido pela legislação

2 De 3 a 6% da extensão das vidas tem inclinação superior ao permitido pela legislação

3 Mais de 6% da extensão das vias tem inclinação superior ao permitido pela legislação

Integração com as vias públicas do entorno

1 Integrado aos bairros circunvizinhos por duas ou mais vias públicas

2 Integrado aos bairros circunvizinhos por apenas uma via pública

3 Sem integração com os bairros circunvizinhos (somente circulação interna)

Integração interna

1 Não existem barreiras físicas dividindo o bairro

2 As barreiras físicas dividem o bairro em duas partes

3 As barreiras físicas dividem o bairro em mais de duas partes

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380

Uso

e

ocu

paç

ão d

o s

olo

Atividades existentes

1 Atividades da categoria compatível ou de menor incomodidade

2 Atividades das categorias compatível e baixo impacto

3 Atividades das categorias compatível, baixo impacto e médio impacto

Afastamento das edificações

1 Predomina afastamentos maiores que 10 m

2 Predomina afastamentos entre 10 e 6 m

3 Predomina afastamentos menores que 6 m

Tipologia das edificações

1 Predomina edificações de alvenaria acabada

2 Predomina edificações de alvenaria inacabada

3 Predomina edificações de madeira e/ou material reciclado

Taxa de ocu- pação do solo (impermeabi-lização)

1 Menor que 40%

2 Entre 40 e 45%

3 Mais de 45%

Domicílios do bairro situados em APP

1 Menos de 10% dos domicílios

2 De 10 a 15% dos domicílios

3 Mais de 15% dos domicílios

Domicílios situados em áreas de risco

1 Menos de 4% dos domicílios do bairro estão em área de risco

2 De 4 a 6% dos domicílios do bairro estão em área de risco

3 Mais de 6% dos domicílios do bairro estão em área de risco

Infr

aest

rutu

ra

Rede de abastecimento de água

1 Mais de 95% dos domicílios são abastecidos pela rede pública

2 De 95% a 90% dos domicílios são abastecidos pela rede pública

3 Menos de 90% dos domicílios são abastecidos pela rede pública

Distribuição de energia elétrica

1 Bairro atendido por rede oficial

2 Bairro parcialmente atendido por rede oficial

3 Bairro atendido por rede clandestina

Pavimentação das vias públicas

1 Mais que 90% pavimentadas

2 De 90 a 30% das vias pavimentadas

3 Menos de 30% sem pavimentação

Drenagem das águas pluviais

1 Mais de 30% da extensão das vias do bairro tem rede de drenagem

2 De 30 de 20% da extensão das vias do bairro tem rede de drenagem

3 Menos de 20% das vias do bairro têm galeria de drenagem das águas pluviais

Calçamento dos passeios

1 Mais de 70% das casas tem calçada na frente do lote

2 De 70 a 40% das casas tem calçada na frente do lote

3 Menos de 40% das casas tem calçada na frente do lote

Esgotamento sanitário

1 Mais de 30% (domicílios) lançado na rede pública

2 Menos de 30% (domicílios) lançados em curso d’água e/ou fossa negra e/ à céu aberto

3 De 30% a 50% (domicílios) lançados em curso d’água e/ou fossa negra e/ou à céu aberto

4 Mais de 60% (domicílios) lançados em curso d’água e/ou fossa negra e/ou à céu aberto

Águas servidas

1 Mais de 30% (domicílios) lançado na rede pública

2 Menos de 30% (domicílios) lançados em curso d’água e/ou fossa negra e/ou à céu aberto

3 De 30% a 50% (domicílios) lançados em curso d’água e/ou fossa negra e/ou à céu aberto

4 Mais de 50% (domicílios) lançados em curso d’água e/ou fossa negra e/ou a céu aberto

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381

Eq

uip

amen

tos

e

serv

iço

s p

úb

lico

s

Equipamentos públicos

1 3 equipamentos públicos

2 1 ou 2 equipamentos públicos

3 Não existe equipamento público

Equipamen-tos de lazer e recreação

1 Totalmente urbanizada e equipada

2 Parcialmente urbanizada e equipada

3 Não existe área de lazer

Cobertura da coleta dos resíduos sólidos

1 Mais de 95% dos domicílios

2 De 90% a 95% dos domicílios

3 Menos de 90% dos domicílios

Frequência da coleta dos resíduos sólidos

1 3 vezes por semana

2 2 vezes por semana

3 1 vez por semana

Transporte coletivo

1 Atende todo o bairro

2 Atende parcialmente

3 Não atende

Á

reas

blic

as

Áreas ins-titucionais

1 Mais de 5% da área do bairro

2 Menos de 5% da área do bairro

3 Não existem áreas institucionais

Áreas verdes e praças

1 Mais de 10% da área do bairro

2 Menos de 10% da área do bairro

3 Não existem áreas verdes e praças

Es

tru

tura

fun

diá

ria

Parcelamen-to do solo

1 Regularizado

2 Parcialmente regularizado

3 Irregular

Propriedade da área invadida

1 Pública

2 Em litígio

3 Particular

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Apêndice 2 – Roteiro para definição dos valores de magnitude dos impactos ambientais

Impacto ambiental

Indicadores ambientais

Clas-se

Pontu ação*

Peso

1 - Geração de poeira

Índice de cobertura vegetal 1 1 1

Atividades urbanas (categorias) 2 3 1

Pavimentação das vias 1 1 3

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 1,4

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 3,0

2 - Geração de gases

Esgotamento Sanitário 4 7 3

Águas servidas 4 7 3

Coleta de resíduos sólidos

Cobertura 2 3 3

Freqüência 1 1 3

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 4,5

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 6,0

3 - Alteração da cobertura vegetal

Função ecológica 3 5 1

Espécies existentes 2 3 1

Função de proteção do solo 3 5 2

Função de proteção da APP 2 3 3

Índice de cobertura vegetal 1 1 3

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 3,0

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 6,0

4 - Contaminação das águas superficiais

Esgotamento

Sanitário 4 7 3

Águas servidas 4 7 2

Rede de drenagem 3 5 1

Coleta de resíduos sólidos

Cobertura 2 3 2

Frequência 1 1 2

Sedimentos nos cursos d’água 3 5 2

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 4,8

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 7,0

5 - Assoreamento dos cursos d’água

Alteração da drenagem superficial 3 5 2

Vegetação

Função de proteção do solo 3 5 3

Função de proteção da APP 3 5 3

Índice de cobertura vegetal 1 1 3

Quantificação dos focos de erosão 1 1 3

Rede de drenagem 3 5 2

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 3,6

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 7,0

6 - Intensificação dos processos erosivos

Vegetação

Função de proteção do solo 3 5 3

Função de proteção da APP 3 5 2

Índice de cobertura vegetal 1 1 3

Compatibilidade das vias com a topografia 1 1 3

Impermeabilização do solo 1 1 1

Alteração da drenagem superficial 3 5 3

Quantificação dos focos de erosão 1 1 3

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 2,7

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 6,0

7 - Degradação da paisagem

Esgotamento Sanitário 4 7 1

Águas servidas 4 7 2

Coleta de resíduos sólidos

Cobertura 2 3 2

Freqüência 1 1 2

Afastamento das edificações 3 5 1

Índice de cobertura vegetal 1 1 3

Tipologias das edificações 1 1 3

Taxa de ocupação (adensamento) 1 1 1

Dimensionamento das vias públicas 1 1 1

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 2,5

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 4,0

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383

8 - Redução das condições de circulação do sistema viário

Hierarquização 3 5 2

Dimensionamento das vias públicas 1 1 2

Compatibilidade. das vias com a topografia 1 1 3

Orientação solar das vias 2 3 1

Integração do sistema viário

Externa 1 1 2

Interna 3 5 3

Magnitude do impacto ambiental = (pont. x peso) / ( dos pesos) 2,69

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 5,0

9 - Redução das condições de habitabilidade

Ocupação de áreas de risco 3 5 3

Ocupação de APP 3 5 2

Tipologia das edificações 1 1 3

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 3,5

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 7,0

10 - Carência de serviços e equipamentos públicos

Equipamentos de lazer e recreação 3 5 1

Equipamentos públicos e comunitários 3 5 3

Transporte coletivo 2 3 2

Coleta de resíduos sólidos

Cobertura 2 3 3

Freqüência 1 1 2

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 3,8

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 8,0

11 - Insuficiência de áreas públicas

Áreas verdes e de lazer 3 5 2

Áreas de equipamentos comunitários 3 5 2

Dimensionamento das vias públicas 1 1 2

Magnitude do impacto ambiental = (pontação x peso) / ( dos pesos) 3,67

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 7,0

12 - Carência de Infraestrutura

Rede de energia elétrica 2 3 1

Rede de abastecimento d’água 3 5 3

Pavimentação das vias 1 1 1

Calçamento dos passeios 1 1 1

Esgotamento Sanitário 4 7 3

Águas servidas 4 7

Rede de drenagem 3 5 1

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 5,15

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 7,0

13 - Desestruturação Fundiária

Parcelamento do solo 2 3 3

Propriedade da área invadida 1 1 2

Magnitude do impacto ambiental = (pontuação x peso) / ( dos pesos) 2,2

Magnitude do impacto ambiental (escala 1-10) 4,0

* Classe 1 = 1 ponto - Classe 2 = 3 pontos - Classe 3 = 5 pontos - Classe 4 = 7 pontos

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384

Apêndice 3 – Matriz de Leopold – Avaliação dos Impactos Ambientais

Componente

Ambiental Impacto Ambiental

Águ

as d

e su

per

fíci

e

So

lo

Fau

na

e

flo

ra

Ar

U

so d

o

solo

Qu

alid

ade

de

vi

da

Po

ntu

ação

1 - Geração de poeira

3 1

3 1

3 7

3 6

45

2 - Geração de gases (mau cheiro)

6 1

6 5

6 6

72

3 - Alteração da cobertura vegetal

6 5

6 7

6 6

6 3

6 3

144

4 - Contaminação das águas

7 7

7 2

7 6

7 6

147

5 - Assoreamento dos cursos d’água

7 6

7 4

7 2

84

6 - Intensificação dos processos erosivos

6 7

6 6

78

7 - Degradação da paisagem

4 4

4 4

4 5

52

8 -Redução das condições de circulação

5 6

30

9 - Redução das condições de habitabilidade das edificações

7 7

49

10 - Carência de serviços e equipamentos públicos

8 2

8 6

64

11 - Insuficiência de áreas públicas

7 1

7 5

42

12 - Carência de infraestrutura

7 3

7 2

7 3

7 3

77

13 - Desestruturação fundiária

4 5

4 3

32

Pontuação

145

112

131

76

109

343