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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TEC. HUMANAS CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA NAAMA FIGUEREDO DOS SANTOS ESTUDO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA EXPLORAÇÃO, EXPLOTAÇÃO E REFINO DO PETRÓLEO. ANGICOS-RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TEC. HUMANAS CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

NAAMA FIGUEREDO DOS SANTOS

ESTUDO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA EXPLORAÇÃO,

EXPLOTAÇÃO E REFINO DO PETRÓLEO.

ANGICOS-RN

2013

NAAMA FIGUEREDO DOS SANTOS

ESTUDO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA EXPLORAÇÃO,

EXPLOTAÇÃO E REFINO DO PETRÓLEO.

Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Campus Angicos para a obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia. Orientador (a): Prof.ª Dra. Patrícia Mendonça Pimentel - UFERSA

ANGICOS-RN 2013

NAAMA FIGUEREDO DOS SANTOS

Que os vossos esforços desafiem as

impossibilidades, lembrai-vos de

que as grandes coisas do homem

foram conquistadas do que parecia

impossível.

(Charles Chaplin)

Dedico...

Dedico este trabalho à minha família

pela fé e confiança demonstrada;

Aos meus amigos pelo apoio

incondicional;

Aos professores pelo fato de estarem

dispostos a ensinar, repartindo os seus

conhecimentos para que eu pudesse ter

êxito na minha vida acadêmica;

A minha orientadora pela paciência

demonstrada no decorrer do trabalho;

Enfim, a todos que de alguma forma

tornaram este caminho mais fácil de

ser percorrido.

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos...

Agradeço primeiramente a Deus, a quem sou infinitamente grata, pela vida, por ter-

me dado força e coragem para perseverar e por ter me mostrado caminhos e saídas

em todos os momentos que me pareceram difíceis;

Ao meu filho, Luis Felipe Figueredo de Medeiros, minha maior inspiração e orgulho,

por ser quem me impulsiona a lutar pelos meus objetivos e buscar sempre melhoras

para a nossa vida;

À minha mãe, Maria da Paz Figueiredo da Silva, por toda dedicação, amor,

incentivo, por cuidar do meu filho enquanto eu estudo e busco um futuro melhor para

todos nós;

À minha irmã, Lissa Ruama Figueiredo, pelo apoio a minha mãe com meu filho,

muitas vezes deixando de viver sua própria vida em função da minha;

Ao meu irmão Humberto Figueiredo, pelo apoio de todas as horas;

À minha orientadora Patrícia Mendonça Pimentel pela orientação e por todas as,

sugestões, incentivos, pela disponibilidade, compreensão, paciência,

comprometimento e preocupação com o bom andamento do meu trabalho.

Ao professor Rodrigo Santiago pela atenção e disposição para contribuir com o meu

trabalho;

Ao professor Leonardo Xavier pelas contribuições que enriqueceram meu trabalho;

Aos professores da UFERSA – Campus Angicos, em especial, Núbia Alves, Márcio

Furukava, Damilson Santos, Andréa Galindo, Marcus Vinícus, Matheus Menezes

que por muitas vezes que ultrapassaram a função de professores e fizeram papel de

mãe, pai e amigo;

À minha família, em especial, aos meus primos Vilma Figueiredo, Vania Figueiredo,

Jorge Figueiredo, pela amizade, orientações, incentivo e apoio;

Aos meus amigos da vida acadêmica que se tornaram amigos íntimos, em especial,

à Diêgo Ramos, Carlos Lima, Bruna Ravanna, Jefferson Campos, Daphne Rachel,

Sinthya Gadelha, Paula Lima e Alexandre Adler, por toda parceria e companheirismo

durante esses anos;

As minhas amigas da vida toda Aldenize Vieira, Adeny Vieira, Sara Dias, Thallyana

Cavalcante, Monike Danielly, Poliana Santos e Bárbara Oliveira pelo incentivo de

sempre, pela amizade verdadeira, sem interesse e pelo apoio incondicional em

todos os momentos, bons ou ruins;

Enfim, agradeço a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o êxito

dessa primeira fase da minha vida acadêmica.

RESUMO

O presente trabalho traz um breve estudo a respeito dos impactos ambientais

causados pela exploração, explotação e refino do petróleo. A necessidade desse

estudo parte da premissa de que o petróleo é a fonte de energia mais utilizada no

Brasil e no mundo desde o seculo XIX, já que seu rendimento é significativamente

maior quando comparado com o dos outros minerais. Esse estudo alerta para os

danos que os três segmentos da indústria do petróleo podem causar ao meio

ambiente e, através dele foi possível constatar que existem medidas de prevenção,

assim como medidas mitigadoras que são utilizadas para diminuir os impactos

causados pela indústria do petróleo, uma vez que sua exploração, produção e refino

é de suma importância para economia mundial já que gera milhares de empregos e

causa o desenvolvimento das regiões onde são detectados os campos petrolíferos.

Palavras-chave: Exploração, Explotação, Impactos ambientais, Petróleo, Refino.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - OFERTA INTERNA DE ENERGIA (OIE) NO BRASIL EM 2007 ............................................................... 16 FIGURA 2 - MAPA DAS RESERVAS MUNDIAIS DE PETRÓLEO. ................................................................................ 17 FIGURA 3 - MAPA DO CONSUMO X PRODUÇÃO DE PETRÓLEO ............................................................................ 19 FIGURA 4 - RESERVAS INTERNACIONAIS DA ORGANIZAÇÃO DOS PAÍSES EXPORTADORES DE PETRÓLEO. .......... 19 FIGURA 5 - ILUSTRAÇÃO DA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO ATRAVÉS DE HIDROFONES ......................................... 21 FIGURA 6 - TORRE DE FRACIONAMENTO DE PETRÓLEO EM UMA REFINARIA PETROQUÍMICA. .......................... 27 FIGURA 7 - ELEMENTOS DE UMA TORRE DE PERFURAÇÃO .................................................................................. 34 FIGURA 8 - CONSEQUÊNCIAS INCALCULÁVEIS DO DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO (GOLFO DO MÉXICO) ......... 38

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - TEOR DE METAIS PESADOS NA ÁGUA DO MAR E EM ÁGUAS PRODUZIDAS NO MAR DO NORTE ..... 23 TABELA 2 - COMPOSIÇÃO DE ÁGUA PRODUZIDA (VALORES MÉDIOS). ................................................................. 23 TABELA 3 - TEOR DE COMPOSTOS ORGÂNICOS PRESENTES NAS ÁGUAS PRODUZIDAS NO MAR DO NORTE ...... 24 TABELA 4 - TEOR DE DIFERENTES PRODUTOS QUÍMICOS NAS ÁGUAS PRODUZIDAS NO MAR DO NORTE .......... 25 TABELA 5 - VISÃO DAS RESPOSTAS E EFEITOS EM DIFERENTES NÍVEIS DO ECOSSISTEMA ................................... 33 TABELA 6 - DESCRIÇÃO DOS RESÍDUOS PERIGOSOS DAS REFINARIAS DE PETRÓLEO ........................................... 41

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14

2.1.GERAL ............................................................................................................. 14 2.2. ESPECÍFICOS ................................................................................................ 14

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15

3.1 PETRÓLEO ...................................................................................................... 15 3.2. CENARIO NO BRASIL E NO MUNDO ............................................................. 16 3.3 EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO ....................................................................... 20 3.4 EXPLOTAÇÃO ................................................................................................. 21 3.5 ÁGUA PRODUZIDA.......................................................................................... 22 3.6 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO ........................................................................... 25

3.7 REFINO.............................................................................................................26

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 28

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 29

5.1 PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA EXPLORAÇÃO, EXPLOTAÇÃO E REFINO DO PETRÓLEO. .......................................................... 29

5.1.1 Exploração ................................................................................................ 29 5.1.2 Explotação ................................................................................................ 29 5.1.3 Refino do petróleo .................................................................................... 39

5.2 MEDIDAS QUE VISAM REDUZIR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA

EXPLORAÇÃO, EXPLOTAÇÃO E REFINO DO PETRÓLEO. ................................ 44

6 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57

12

1 INTRODUÇÃO

O petróleo é de suma importância para nossa sociedade atual, além de ser

uma das principais fontes de energia utilizadas pela humanidade, os seus derivados

são utilizados como matéria-prima para inúmeros bens de consumo, e, desta forma,

tem um papel bastante relevante na vida das pessoas. A concepção de um mundo

sem os benefícios oferecidos pelo petróleo implicaria na necessidade de uma total

mudança da mentalidade e dos hábitos da população, ou seja, uma total

reformulação no funcionamento da sociedade.

Em decorrencia desses fatos, a indústria do petróleo, desde a sua exploração

até a sua fase de separação ou refino, pode ser e é, uma grande degradadora do

meio ambiente, pois tem potencial para afetá-lo em todos os níveis: ar, água e solo,

afetando, consequentemente, a todos os seres vivos que habitam o nosso planeta.

Assim, faz-se necessária uma integração da variável ambiental com o planejamento,

concepção e acima de tudo na operação das indústrias do petróleo. A solução não

seria fechar as portas ou reduzir seus níveis de produção, o que no ponto de vista

prático é totalmente inviável.

A questão da poluição produzida pela indústria do petróleo de modo geral

constitui um grande problema, tornando um desafio para a gestão dessas empresas

que precisam se posionar efetivamente e eficazmente perante a questão dos

impactos ambientais causados pelo petróleo desde a sua exploração até o refino.

Dentro deste contexto, o presente trabalho visa fazer um levantamento dos

principais impactos ambientais provenientes da indústria de petróleo, dando ênfase

aos impactos sobre solo, ar e água nas atividades de exploração, explotação e

refino de petróleo. A palavra explotação é um termo industrial comum entre as

empresas do setor de petróleo e gás que faz referência a fase de produção do

petróleo, ou seja, produzir o petróleo descoberto na fase de exploração e

transformá-lo em receita.

O petróleo apesar de ser um recurso não renovável, é a principal fonte de

energia utilizada na sociedade moderna pelo fato do seu rendimento calorífico-

energético por unidade de volume ser superior ao de outros combustíveis fósseis

como carvão mineral e gás natural, ou seja, é uma fonte de energia mais rentável,

pois além de fonte de energia o petróleo pode ser derivado para outros fins como,

13

por exemplo, matéria-prima para vários setores da indústria. O estudo dos impactos

ambientais que são causados na fase de exploração e na fase de produção e no

refino do petróleo é bastante relevante, pois tanto a legislação vigente quanto a

fiscalização relacionadas à disposição final de resíduos industriais tornam-se cada

vez mais rigorosas e atuantes e exigem processos de licenciamento ambiental que

determinam medidas para prevenir e minimizar esses impactos.

O descobrimento de petróleo em uma determinada região sem dúvidas trará

para a sua cidade sede e os municípios do seu entorno grandiosos investimentos

para o desenvolvimento de infra- estrutura e tecnologia para o sucesso da indústria

petrolífera na região. A busca por petróleo em território nacional foi sempre marcada

pela magnitude financeira de seus investimentos, transformando profundamente a

economia, a sociedade e o espaço do Brasil. (MONIÉ,2003).

O papel que a indústria petrolífera desenvolve atualmente no mundo vai muito

mais além do desempenho de suas unidades de operação, aparentementes isoladas

em alto mar, ou da importância de seus derivados para o consumo. Essa atividade

pode interferir nas dinâmicas sócio-espaciais do lugar em que está estabelecida ou

em qualquer parte do globo.

No Brasil, a bacia de campos é a maior responsável pela produção de

petróleo, compreendendo 84% da produção nacional, atraindo investimentos e

empresas direta ou indiretamente associadas à indústria do petróleo gerando um

efeito multiplicador na inclusão de negócios para um enorme mercado de

fornecedores de equipamentos, suprimentos e serviços, levando a um grande e

substancial aquecimento da economia local que se traduz em aumento de renda e

benefícios diversos como é o caso da geração de emprego.

14

2 OBJETIVOS

2.1.GERAL

O presente trabalho tem como objetivo geral, fazer um levantamento dos

impactos ambientais que são causados pelas atividades de exploração, explotação e

refino do petróleo.

2.2. ESPECÍFICOS

Identificar os principais impactos potenciais no âmbito social, econômico e

ambiental da indústria de petróleo.

Apresentar medidas mitigadoras que minimizem esses impactos.

Contribuir como guia de referência para o melhor entendimento sobre o

assunto.

15

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 PETRÓLEO

O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos (carbono e hidrogênio) que tem

sua origem na decomposição de matéria orgânica, principalmente plantas e animais

microscópicos suspensos na água, também conhecidos como plancton que sofrem a

ação de bactérias em meios com baixos teores de oxigenio. Ao longo de milhões de

anos, essa decomposição foi-se acumulando no fundo dos oceanos, mares e lagos

e, pressionada pela movimentação da crosta terrestre, transformou-se numa

substância em forma de óleo denominada petróleo. Tal substância é encontrada em

bacias sedimentares específicas formadas por camadas ou lençóis porosos de areia,

arenitos ou calcários.

Embora tenha sido conhecido desde as primeiras civilizações

humanas, somente em meados do século XIX foram iniciadas a exploração dos

campos e a perfuração dos primeiros poços de petróleo. A partir dai, a indústria

petrolífera teve uma grande expansão principalmente nos Estados Unidos e na

Europa. Apesar da enorme concorrência com o carvão, considerado um forte

concorrente pois era considerado nobre naquela época, o petróleo passou a ser

utilizado em longa escala principalmente após a invenção dos motores a gasolina e

a diesel.

Durante muitas décadas, o petróleo foi um grande propulsor da economia

mundial, representando no início dos anos 70 cerca de 50% do consumo mundial de

energia primária. Embora ao longo do tempo esse percentual tenha declinado, sua

participação ainda representa cerca de 43% e deverá manter-se bastante expressiva

por várias décadas. (Agência Internacional de Energia, 2003).

Apesar de ser predominante nos setores da indústria e do transporte o

petróleo ainda é o principal responsável pela geração de energia elétrica em

diversos países do mundo. Com a expansão recente da hidroeletricidade e da

diversificação das fontes de geração de energia elétrica, o uso do petróleo como

fonte de energia diminuiu, porém, ainda é responsável por aproximadamente 7,9%

de toda a eletricidade gerada no mundo. (PAFFENBARGER, 1997; AIE,2003).

16

3.2. CENÁRIO NO BRASIL E NO MUNDO

No período que compreende as últimas quatro décadas, o consumo de

energia cresceu aproximadamente 3% ao ano (MINISTÉRIO DAS MINAS E

ENERGIA). Em 1970 a principal fonte de energia era a lenha, que representava 48%

do consumo final de energia no Brasil. O petróleo nesse mesmo ano representava

36% da demanda. Entre as décadas de 70 e 90, o consumo da lenha foi reduzido

para um percentual de 2,9% ao ano.

Com a crise energética dos que assolou os anos 70, o Brasil investiu em

fontes energéticas hidráulicas e da cana- de- açúcar, que tiveram um ritmo de

crescimento de 6,6% entre os anos de 1970 e 2005. Atualmente o petróleo lidera na

matriz energética com cerca de 37% de participação.

A figura abaixo mostra que apesar do constante crescimento do uso de

energias renováveis como fonte de energia, o petróleo ainda aparece em primeiro

lugar como fonte principal fonte de energia no Brasil.

Fonte: OIE/2008

No ano de 2006 as importações líquidas de petróleo se tornaram negativas, o

Figura 1 - Oferta interna de energia no Brasil em 2007

17

que significa que o Brasil mais exportou que importou, tornando-se autosuficiente

em petróleo no final de 2007 com reservas comprovadas estimadas em 11,41

bilhões de barris (ANP, 2007).

As reservas mundiais de petróleo provadas atingiram no final de 2012 a

quantidade de 1668,9 bilhões de barris no final de 2012. Esta quantidade é

suficiente para sustentar mais de 50 anos da produção mundial de energia

(RELATÓRIO MUNDIAL ESTATÍTICO ANUAL DA BP).

Segundo esse estudo ao longo da última década as reservas mundiais de

petróleos cresceram 26%. Os países da OPEP – Organização dos países

Produtores de Petróleo, dominam 72,6% das reservas mundiais.

Segundo a revista Exame, 2013. As 20 maiores reservas de petróleo do

mundo sâo:

Venezuela: com participação mundial de 17,8 %;

Arábia Saudita: com participação mundial de 15,9%;

Canadá: com participação mundial de 10,4%;

Irã: com participação mundial de 9,4%;

Iraque: com participação mundial de 9,0%;

Kwait: com participação mundial de 6,1;

Emirados Árabes Unidos: com participação mundial de 5,2%;

Figura 2 - MAPA DAS RESERVAS MUNDIAIS DE PETRÓLEO.

18

Líbia: com participação mundial de 2,9%;

Nigéria: com participação mundial de 2,2%;

Estados Unidos: com participação mundial 2,1%;

Cazaquistão: com participação mundial de 1,8%;

Catar: com participação mundial de 1,4%;

China: com participação mundial de 1%;

Brasil: com participação mundial de 0,9%;

Angola: com participação mundial de 0,8%;

Argélia: com participação mundial de 0,7%;

México: com participação mundial de 0,7%;

Equador: com participação mundial de 0,5%;

Noruega com participação mundial de 0,4%.

Apesar dos países do oriente médio conterem em seus sub-solos a maior

quantidade de reservas petrolíferas no mundo, estes não são potenciais

consumidores desse petróleo e de seus derivados.

A figura 3 mostra a diferença entre produção e consumo de petróleo no

mundo, a parir dessa figura podemos notar que há uma divergência quando se fala

em produção e consumo nos países produtores de petróleo, ou seja, os países do

oriente médio que são os que mais produzem e praticamente os que menos

consomem, enquanto que os países da América do Norte tem uma produção

relativamente baixa e o consumo relativamente alto, assim como o japão, que não

produz, porém tem um consumo significativo.

19

Fonte: http//:exercicios.brasilescola.comgeografiaexercicios-sobre-opep.htm

A figura abaixo traz um gráfico que mostra as porcentagens de reservas internacionais dos países integrantes da OPEP.

Figura 3 - MAPA DO CONSUMO X PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

Figura 4 - RESERVAS INTERNACIONAIS DA ORGANIZAÇÃO DOS PAÍSES EXPORTADORES DE PETRÓLEO.

20

3.3 EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

A exploração do petróleo consiste na utilização de um grande conjunto de

métodos de investigação que procuram áreas onde haja condições básicas para a

existência do petróleo. Os diversos estágios dessa pesquisa baseiam-se pelos

fundamentos de duas ciências, que são: a Geologia, que estuda a origem,

constituição e os diversos fenômenos que atuam por bilhões de anos na modificação

da terra e a Geofísica, que estuda os fenômenos puramente físicos que acontecem

no planeta. Com isso, a geologia analisa as características das rochas e ajuda a

prever seu comportamento a grandes profundidades, por sua vez, a geofísica auxilia

nesse processo através de sofisticados instrumentos, fazendo assim, uma espécie

de “raio x” do subsolo mostrando dados valiosos e permitindo selecionar uma área

que exibe condições favoráveis para um campo petrolífero.

Um dos métodos mais utilizados é o da sísmica, no qual compreende

verdadeiros terremotos artificiais causados em sua maioria por meio de explosivos

produzindo ondas que se chocham com a crosta e retornam a superfície sendo

captadas pelos instrumentos geofísicos. A partir disso, os especialistas analisam o

volume de informações geradas e obtém um conhecimento razoável sobre a

espessura, constituição, profundidade e comportamento das camadas das rochas da

bacia sedimentar, o que permite a melhor escolha do lugar para a perfuração. Toda

essa fase de exploração não garante a presença do petróleo, esta só será

confirmada através da perfuração de poços.

Tanto em terra quanto no mar, a aquisição de dados sísmicos consiste na

geração de uma perturbação mecânica em um ponto de superfície e o registro das

reflexões em centenas de canais ao longo de uma linha reta. (THOMAS, 2004).

As fontes de energia que são mais utilizadas através da sísmica para a

prospecção de petróleo são os canhões de ar comprimido no mar e em terra são

usadas dinamites e vibradores. Estas detonações são pouco duradouras ou de

comprimento pequeno, porém se refletem e refratam em profundidade em cada uma

das camadas geológicas, voltando para a superfície com informações bastante

importantes para a pesquisa.

Basicamente, os receptores que são utilizados para registrar as reflexões

causadas pelas explosões são de dois tipos: Os geofones que são aparelhos

21

eletromagnéticos para os registros em terra e os hidrofones que são aparelhos de

pressão e fazem os registros em água.

Fonte: http\\:eaipresal.blogspot.com.br201209e-ai-como-descobriram-o-pre-sal.html

3.4 EXPLOTAÇÃO

A palavra explotação é um termo industrial comum entre as empresas do

setor de petróleo e gás que faz referência às fases de perfuração e posteriormente

produção do petróleo, ou seja, produzir o petróleo descoberto na fase de exploração

e transforma-lo em receita.

A fase de produção em terra pode acontecer de três formas: Através do

bombeamento mecânico; da injeção de gás e da injeção de água que são métodos

Figura 5 - ILUSTRAÇÃO DA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO ATRAVÉS DE HIDROFONES

22

de elevação artificial, utilizados em poços que não são surgentes, ou seja, poços

onde o petróleo sobe à superfície somente pela pressão dos fluidos existentes no

interior das jazidas. A produção no mar se dá através de plataformas denominadas

de off-shore.

O transporte do petróleo também se enquadra na fase de produção pelo fato

dos campos petrolíferos não estarem sempre localizados próximo das refinarias,

sendo assim necessário o transporte da produção através de caminhões,

embarcações ou tubulações de oleodutos ou gasodutos.

3.5 ÁGUA PRODUZIDA

O termo água produzida é usado para denominar aquelas águas que são co-

produzidas na fase de recuperação do petróleo e gás natural, na produção em terra

e no mar, ou seja, onshore e offshore. Geralmente, estão inclusos nessas águas

componentes como íons dissolvidos originados na formação produtora,

componentes oleosos, sólidos e gases dissolvidos e produtos químicos empregados

durante o processo de produção.

Existem diferentes fatores que influenciam na quantidade de óleo presente

nas águas produzidas, dentre tais fatores destacam-se a composição do óleo, o pH,

a salinidade, a temperatura, a razão óleo/água, o tipo e a quantidade de produtos

químicos adicionados durante o processo de produção.

Compostos dissolvidos nas águas produzidas

- Compostos Inorgânicos

As águas produzidas apresentam na sua composição diferentes

concentrações de cátions ( ) e ânions ( ,

, , ). Sendo estes íons os responsáveis pelo potencial de incrustação

dessas águas. Estudos realizados no local, determinaram a concentração típica de

diferentes metais pesados dissolvidos nas águas produzidas nos campos de

petróleo e gás do Mar do Norte (tabela 1)

23

Fonte: Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 43 (2): 129-136, abr./jun. 2000

A tabela abaixo faz uma comparação entre os teores dos elementos químicos

(íons) encontrados nas águas produzidas em algumas regiões do mundo. Que são

elas: O Mar do norte, Golfo do México, Bacia de Campos e duas estações do Rio

Grande do Norte.

Tabela 2 - COMPOSIÇÃO DE ÁGUA PRODUZIDA (VALORES MÉDIOS).

Fonte: PIMENTEL (2005)

Elementos Concentração (mg L- 1

)

Mar do norte

Golfo do

México

Bacia de

Campos

Estação 1

RN

Estação 2

RN

Cloro - - 45380 2407 4705

Bário 3,15 - > 0,2 4,89 2,36

Cálcio - - 769,3 774,56 530,0

Cromo 0,100 0,186 >0,20 0,019 0,007

Cobre 0,017 0,104 0,20 0,035 0,032

Ferro 3,00 - 3,20 0,81 0,06

Chumbo 0,15 0,315 1,5 0,02 0,117

Mercúrio 0,006 0,192 0,003 0,048 0,71

Níquel 0,300 0,192 1,3 0,038 0,011

Zinco 1,700 0,170 0,4 0,114 0,058

Tabela 1 - TEOR DE METAIS PESADOS NA ÁGUA DO MAR E EM ÁGUAS PRODUZIDAS NO MAR DO NORTE

24

- Compostos Orgânicos

Os compostos orgânicos naturais presentes nas águas produzidas estão

divididos em quatro grupos principais: aromáticos, alifáticos, polares e ácidos graxos.

Fonte: Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 43 (2): 129-136, abr./jun. 2000

-Produtos químicos

Além dos compostos naturais contidos nas águas produzidas, é adicionada

durante o processo de produção uma grande quantidade de produtos químicos

chamados de aditivos que tem como função principal resolver ou prevenir problemas

operacionais. Cada sistema de produção exige a utilização de diferentes tipos de

aditivos e, desta forma, geram efluentes com características físico-químicas

diferentes. Os principais aditivos utilizados durante o processo de produção de

petróleo são: inibidores de incrustação, inibidores de corrosão, biocidas,

desemulsificantes, aditivos param o tratamento da água, inibidores de desposição de

parafinas/ asfatenos e antiespumantes.

Tabela 3 - TEOR DE COMPOSTOS ORGÂNICOS PRESENTES NAS ÁGUAS PRODUZIDAS NO MAR DO NORTE

25

Tabela 4 - TEOR DE DIFERENTES PRODUTOS QUÍMICOS NAS ÁGUAS PRODUZIDAS NO MAR DO NORTE

Fonte: Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 43 (2): 129-136, abr./jun. 2000.

3.6 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

Os fluidos de perfuração são misturas complexas de sólidos, líquidos,

produtos químicos e, por vezes, até gases. Do ponto de vista químico, eles podem

assumir aspectos de suspensão, dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do

estado físico dos componentes.

Os fluidos de perfuração devem ser especificados de forma a garantir uma

perfuração rápida e segura. Assim, é desejável que o fluido apresente as seguintes

características: ser estável quimicamente; estabilizar as paredes do poço,

mecanicamente e quimicamente; manter os sólidos em suspensão quando estiver

em repouso; ser inerte em relação a danos às rochas produtoras; aceitar qualquer

tratamento físico e químico; ser bombeável; apresentar baixo grau de corrosão e de

abrasão em relação a coluna de perfuração e demias equipamentos do sitema de

circulação; facilitar as interpretações geológicas do material retirado do poço e

apresentar custo compatível com a operação.

Os fluidos de perfuração possuem, basicamente, as seguintes funções:

Limpar o fundo do poço dos cascalhos gerados pela broca a tranporta-los até a

superfície; exercer pressão hidrostática sobre as formações de modo a evitar os

influxos de fluidos indesejáveis e estabilizar as paredes do poço; resfriar a coluna de

perfuração e a broca.

A classificação de um fluido de perfuração é feita em função de sua

composição. Embora ocorram divergências, o principal critério se baseia no

constituinte principal da fase contínua ou dispersante. Neste critério, os fluidos são

26

classificados em: fluidos à base de água, fluidos à base de óleo e fluidos à base de

ar ou gás. (THOMAS, 2004).

3.7 REFINO

O petróleo antes de ser separado, ou seja, antes do refino é uma mistura

complexa de hidrocarbonetos que apresenta em sua estrutura contaminações com

variados componentes como: Enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. Sua

composição exata, depende significativamente do seu reservatório de origem.

Em seu estado bruto, o petróleo não é muito útil, ou seja, tem pouca ou

nenhuma aplicação comercial. Para que o potencial energético do petróleo seja

aproveitado o máximo possível, ele é submetido a uma serie de processos, com o

intuito de ser transformado nos seus diversos derivados.

O refino do petróleo, consiste em uma série de beneficiamentos onde passa o

mineral bruto, para então obter-se os derivados, os quais, são produtos que

possuem grande interesse e valor comercial. Tais beneficiamentos, passam por

etapas físicas e químicas de separação, que dão origem às frações de destilação.

Essas frações são processadas, passam por outras séries de separação e

conversão, fornecendo então, os derivados finais do petróleo. Portanto, refinar

petróleo consiste em, separar as frações desejadas, processá-las e dar-lhes

acabamento, obtendo- se assim, produtos com valores práticos e comerciais. (Figura

6)

27

Fonte: http://diariodopresal.wordpress.com

Figura 6 - TORRE DE FRACIONAMENTO DE PETRÓLEO EM UMA REFINARIA PETROQUÍMICA.

28

4 METODOLOGIA

Na presente monografia, optou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica,

buscando o assunto em teses, dissertações, artigos e páginas na internet. Como

técnica, a pesquisa bibliográfica compreendeu leitura, seleção e resumo dos tópicos

de interesse para a pesquisa, visando conhecer as contribuições científicas que se

efetuaram sobre o assunto em pauta. A leitura direcionada dos referidos textos

facilitou o alcance do objetivo proposto. Na leitura e análise das publicações,

procurou-se abordar as questões relativas à exploração, explotação (perfuração e

produção) e o refino do petróleo, analisando como tais atividades tão vitais para a

organização da sociedade atual, podem ser degradadoras e poluidoras do meio

ambiente, causando danos aos seres humanos e a todos os outros seres vivos do

nosso ecossistema. Expondo dessa forma resultados de vários pesquisadores.

29

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA EXPLORAÇÃO, EXPLOTAÇÃO E REFINO DO PETRÓLEO.

5.1.1 Exploração

A fase de exploração do petróleo compreende o início de todas as atividades

de prospecção de petróleo, onde é feita uma longa pesquisa a respeito do solo e das

rochas do local a ser explorado. Esse estudo é feito basicamente com dados da

sísmica, onde são instalados geofones no caso da exploração em terra e hidrofones

no caso da exploração marítima provocando explosões artificiais geralmente com

dinamites e na exploração onshore e com canhoes de ar comprimido offshore, esses

geofones e hidrofones enviam imagens através dos aparelhos específicos e os

geólogos fazem a leitura identificando a possibilidade de haver petróleo naquele

lugar. Mesmo através dessas leituras, só é possível a confirmação se há petróleo ou

não, através da perfuração.

Partindo do pressuposto que a fase de exploração só corresponde aos

estudos e análises do solo para a prospecção de petróleo, os impactos ambientais

causados por estas atividades são basicamente a alteração do solo, causada pela

ação dos explosivos que causam verdadeiros terremotos artificiais, podendo ocorrer

deste solo se tornar improdutivo para outras atividades. Assim como, as explosões

com ar comprimido no mar podem causar a migração dos seres vivos que habitam o

local das explosões.

5.1.2 Explotação

A palavra explotação corresponde à fase de produção, assim dentre os

fatores que causam maiores impactos ambientais estão: As águas produzidas, os

fluidos de perfuração, assim como o derramamento de óleo.

30

5.1.2.1 Água Produzida

A água produzida é um dos produtos mais indesejáveis que são formados

durante a produção do petróleo e gás. O impacto ambiental causado pelo descarte

da água produzida, geralmente é avaliado através da toxicidade dos seus

constituintes, assim como pela quantidade de materiais orgânicos e inorgânicos

presentes na sua composição.

Na idústria do petróleo, a mistura óleo/ água ocorre nos estágios de produção,

transporte e refino, bem como durante a utlização de seus derivados. No estágio de

produção, as águas oleosas que é sinônimo de água produzida provêm da água de

formação extraida simultaneamente com o petróleo. A quantidade de água associada

varia muito durante a vida produtiva dos poços, podendo alvançar valores da ordem

de 50 a 100 % em volume final da vida produtiva. O descarte, ou até mesmo a

reinjeção da água produzida só é permitido após a remoção do óleo e dos sólidos

em suspensão em níveis aceitáveis. (RAMALHO, 1992)

Diversos estudos foram realizados pelo governo e pela indústria que visavam

determinar a concentração de metais na água produzida. A PARCOM (convenção de

Paris), classificou o mercúrio, o cádmio e seus compostos como metais de

toxicidade elevada e os colocou numa chamada “ lista negra”, pelo fato desses

metais estarem presentes nas águas produzidas em quantidades consideravelmente

altas.

No Brasil, a resolução nº 393/08 a qual dispõe sobre o descarte contínuo de

águas de processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás

natural, e dá outras providências, preceitua, em seu artigo 5º que o descarte de água

produzida deverá obedecer à concentração média aritmética simples mensal de

óleos e graxas de até 29 mg/L, com valor máximo diário de 42 mg/L. Em relação à

presença de compostos orgânicos e inorgânicos na água, o artigo 10 preceitua que

as empresas operadoras de platarformas realizarão monitoramento semestral da

água produzida a ser descartada das plataformas, para fins de identificação da

presença e concentração dos seguintes parâmetros:

I- Compostos inorgânicos: arsênio, bário, cádmio, cromo, cobre, ferro,

mercúrio, manganês, níquel, chumbo, vanádio, zinco;

31

II- Radioisótopos: rádio-226 e rádio 228;

III- Compostos orgânicos: hidrocarbonetos policíclicos aromáticos-HPA,

benzeno, tolueno, etilbenzeno, e xilenos- BTEX, fenóis e avaliação de

hidrocarbonetos totais de petróleo- HTP através do perfil

cromatográfico;

IV- Toxicidade crônica da água produzida determinada através de método

ecotoxicológico padronizado com organismos marinhos; e

V- Parâmetros complementares: carbono orgânico total- COT, pH,

salinidade, temperatura e nitrogênio amonical total.

O impacto ambiental causado pelo descarte da água produzida, geralmente é

avaliado através da toxicidade dos constituintes e quanto à presença de materiais

orgânicos e inorgânicos presentes. Os contaminantes presentes nas águas

produzidas podem causar diferentes efeitos sobre o meio ambiente. Após o

descarte, muitos destes contaminantes continuam dissolvidos, ao passo que outros

saem da solução. Os efeitos mais nocivos ao meio ambiente são aqueles que

permanecem solúveis ao descarte da água produzida.

As águas do mar do norte têm se tornado um foco de interesse do estudo

ambiental, pelo fato das suas águas serem ricas e produtivas. Este mar está sob

crescente pressão de atividades humanas incluido a pesca intensiva, extração

mineral, navegação, recreação e depósito de águas residuais.

Efeitos causados pelo descarte da água produzida

-Toxicidade

Foi investigada a toxicidade de água produzida no mar do norte com algas,

invertebrados e peixes, e foi constatado que para as algas e peixes, a água

produzida nas plataformas de gás pode ser mais tóxica qua a água da plataforma de

óleo.

32

- Toxicidade crônica

Toxicidade crônica ou tão chamada “efeito de long-term” pode ser definida

como um estímulo que é tardado ou contínuo por um longo tempo (diversas

semanas do ano, dependendo do ciclo de vida da espécie). O temor crônico pode

ser usado para definir ou a exposição a uma resposta a uma exposição (efeito).

Exposição crônica tipicamente induz uma resposta bioólogica do relativamente baixo

progresso e longa continuação. Efeito de longo termo pode ser sumarizado na

Tabela 5.

- Bioacumulação de hidrocarbonetos do petróleo

Muitos hidrocarbonetos do petróleo se acumulam em tecidos de organismos

aquáticos em como é o caso dos mexilhões. Este fato, tem sido explorado como

método para monitorar a ocorrência de hidrocarbonetos no ambiente.

- Bioacumulação de metais pesados

A relativa concentração de diferentes metais em águas produzidas varia

amplamente de uma a outra e o fator que mais influencia é a idade geológica do

estrato no qual a água foi produzida. Enquanto as concentrações metálicas em

águas produzidas são muito menores que em descargas de perfuração, muitos

metais parecem estar presentes em águas produzidas em concentrações bem

maiores que aquelas que são encontradas nas águas do mar. Os metais mais

comuns são o bário,cromo, níquel, prata e zinco.

33

Tabela 5 - VISÃO DAS RESPOSTAS E EFEITOS EM DIFERENTES NÍVEIS DO ECOSSISTEMA

Nível Tipo de resposta Efeitos e nível tóxico

Nível

bioquímico

Enfraquecimento de modelos

metabólicos

Disrupção em

energéticos

Redução em

armazenamento de

energia

Adaptação de organismo

Organismo Mudanças metabólicas

Mudanças de comportamento

Aumento de inicidência de

doenças

Redução em crescimento e

reprodução

Ajustamento na taxa de funções

Defesa de doença

Redução na performance

de população

População Mudança na dinâmica da

população

Adaptação de população para

stress

Efeitos sobre organismos

coexistentes e

comunidade

Comunidade Mudança na composição da

espécie

Redução no fluxo de energia

Adaptação do ecosistema

Deterioração de

comunidade

Produção secundária

reduzida

Nenhuma mudança em

comum. Estabilidade

Fonte:. –Roddle, B. D., Harris, W., Wyness, R., Docherty, C. And Onder, A., 1993, Applying the

sedimental monitoring Programme, proceedings of the first SETAC

34

5.1.2.2 Fluidos de perfuração

A perfuração é um processo onde é feito um furo no sub-solo para que seja

permitido o escoamento dos hidrocarbonetos da subsuperfície para a superfície.

Durante esse processo, as perdas geradas são os fragmentos de rocha que são

removidos pela perfuração, os fluidos utilizados para que estes fragmentos sejam

erguidos, e os materiais adicionados ao fluido com o intuito de alterar suas

propriedades, tornando-o adequado ao uso e às condições do poço.

O principal propósito do fluido de perfuração é remover os fragmentos da

rocha, enquanto estes são gerados pela broca, e leva-los à superfície, tendo em

vista, que os sólidos são mais densos que o fluido, assim, a tedência é que eles se

depositem sedimentando-se enquanto são levados para cima.

A Figura 7 mostra os principais elementos contidos em uma torre de

perfuração.

Fonte:http://quimicabrendon.blogspot.com.br/2013/06/petroleo.html

Muitos dos materiais e resíduos associados a atividade de perfuração e

produção do petróleo causam impactos ao meio ambiente. O potencial impacto

Figura 7 - ELEMENTOS DE UMA TORRE DE PERFURAÇÃO

35

depende do material, da sua concentração depois de descartado e da comunidade

biótica em que está exposto. Alguns riscos ambientais são muito baixos, porém

outros podem ser bastante significativos.

As categorias principais de impactos potenciais causados pelos fluidos de

perfuração são:

Emissões: descartes operacionais e vazamentos;

Efeitos no ecossistem relacionados ao habitat: especialmente em terras

úmidas da costa, recifes de corais e mangues, causando distúrbios por

barulho e iluminação excessiva; interferência com áreas de alimentação ou

reprodução e rotas migratórias; desenvolvimento de novos habitats artificiais

na estrutura da plataforma ou em torno dela;

Riscos a consumidores humanos de frutos do mar contaminados.

A forma mais comum de prever o impacto ambiental causado por um material

é verificando a sua toxicidade, que é o efeito nocivo em um organismo, população

ou comunidade causado pelo pelo determinado material. Porém existem outras

formas, ou medidas menos comuns, que são a biodegradação, a bioacumulação e a

bioconcentração.

- Fluidos Aquosos

Os fluidos de perfuração a base de água não são grandes degradadores do

meio ambiente quando são descartados devido a biodegradabilidade de seus

constituintes, sendo assim, não são tão monitorados quanto a esta especificidade.

Para a perfuração offshore, tanto o fluido como o cascalho são descartados no mar.

Para os poços onshore os cascalhos gerados são armazendos e transportados para

serem depositados em um aterro específico para este fim.

- Fluidos não Aquosos

Os fluidos não aquosos requerem mais cautela em relação aos impactos

ambientais potenciais. Este tipo de fluido não pode ser descartado em nenhuma

36

hipótese e, após o término das operações de perfuração, este deve ser enviado a

uma estação de fluidos para tratamento e ajuste de suas propriedades químicas

para ser reaproveitado em novas operações. Em relação aos cascalhos gerados, o

monitoramento é mais rigoroso quando comparado ao descarte de cascalhos de

poços perfurados com fluido aquoso, devido ao teor de parafina aderido aos

mesmos que são prejudiciais ao ambiente onde serão descartados, seja em corpos

de água ou aterros. Há limite estipulado de teor de sintético em cascalhos

(denominado por “CLIC)” e este é bastante respeitado pelas companhias de fluidos.

O valor máximo permitido de sintético aderido nos cascalhos é de 6,7%, valor este

visto como não agressivo ao meio ambiente. Para o controle do CLIC, se faz

necessária a instalação de equipamentos secadores de cascalhos, cujo os quais

operam com controle de temperatura acima da temperatura de degradação de

matéria orgânica, ou seja, em torno de 500 ºC, para garantir que todo ou quase todo

resquício de sintético seja removido, propiciando o descarte de todo o material sem

risco de contaminação ao meio ambiente.

Toxicidade dos fluidos de perfuração

A toxicidade dos fluidos de perfuração tem influência direta e significativa

sobre a comunidade marinha. O teste que fornece as informações que o fluido influi

sobre a biota é denominado ecotoxicidade.

Biodegradação

A biodegradação é uma característica muito importante dos flluidos de

perfuração para assegurar que estes não ficarão expostos ao meio ambiente por

muito tempo. As taxas de biodegradação são influenciadas por fatores como

concentração do fluido, temperatura da coluna de água, e o tamanho das partículas

de sedimentos. Apesar de ser esperado um alto grau de biodegradabilidade dos

fluidos, altas características de biodegradação podem não ser totalmente viáveis

pelo meio ambiente, uma vez que aumentam rapidamente a demanda de oxigênio e

consequentemente, reduz a disponibilidade de oxigênio para a vida marinha.

37

Bioacumulação/ bioconcentração

Bioacumulação refere-se a ingestão de um xenobiótico, isto é, substâncias

que são estranhas a um determinado organismo, por outro organismo do seu habitat

natural. Bioconcentração refere-se a acumulação de contaminantes que resulta da

ingestão e depuração.

A bioacumulação e a bioconcentração dos fluidos de perfuração pela biota

marinha tem consequências ecológicas significativas, principalmente quando isto é

disseminado através da cadeia alimentar.

5.1.2.3 Derramamento de óleo

Dentre os riscos relacionados ao transporte do petróleo e derivados via

navegação marítma encontram-se os acidentes que culminam no derrame de óleo

no mar. As consequências dos riscos dessa atividade são maiores em virtude do

volume e tipo de carga que está sendo transportada. O grau de probabilidade de um

derrame pode ser determinado a partir do conhecimento das variantes que fazem

com que este risco esteja alternado como reduzido e elevado. Alguns agentes

influenciadores podem ser testados, são eles: tipo e propriedade dos

hidrocarbonetos, quantidades, periodicidade e meios de movimento dos

hidrocarbonetos, medidas regulamentares relativas a derrames acidentais,

manutenção e estado de conservação das embarcações e equipamentos, assim

como grau de formação e treinamento do pessoal dos navios (FRONAPE, 2002).

As consequências dos derramamentos podem variar de muito reduzidas a

muito graves em função dos danos causados à fauna e flora marinhas, do perigo à

saúde humana e da utilização das águas e suas margens nas atividades industrias e

de lazer (BRASIL MARÍTIMO, 2002).

Os resultados dos derrames de petróleo provocam danos imediatos e de

longo prazo, causando ao meio ambiente consequências bastante graves, ou seja,

verdadeiras tragédias ambientais, pois, o vazamento e o óleo na água podem

permanecer durante décadas após o derramamento.

A gravidadade dos danos ambientais causados por um derrame depende de

diversos fatores em particular, incluindo assim a quantidade de óleo derramado, as

38

espécies de animais selvagens na área, o tempo ou ciclos de reprodução e

migração sazonais, e até mesmo o clima no mar durante e imediatamente após o

derrame de óleo.

A Figura 8 mostra algumas das consequ~encias causadas pelo derrame de

óleo no Golfo do méxico em 2010.

Fonte: Jornal O Globo, 2010

Os danos em longo prazo para inúmeras espécies são os efeitos mais

comuns causados por derrame de petróleo. Como exemplo de efeito drástico da

contaminação com óleo pode ser citado os pássaros, somente uma pequena

quantidade do óleo é necessária para causar sua mortalidade, pois o óleo cobrirá as

suas penas, impossibilitando assim o seu voo. O óleo também agride ou destrói

completamente a sua impermeabilização natural deixando-os expostos a hipotermia

ou seperaquecimento.

Derramamentos de petróleo danificam e poluem os oceanos, mares e

manguezais. O óleo derramado por navios, plataformas offshore, ou oleodutos

danificados mancha e afeta qualquer organismo que toca e torna-se parte

permanente, porém indesejada em cada ecossistema onde se instala.

Figura 8 - CONSEQUÊNCIAS INCALCULÁVEIS DO DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO (GOLFO DO MÉXICO)

39

5.1.3 Refino do petróleo

O refino do petróleo é um dos maiores poluidores da indústria do petróleo,

pois tem a capacidade de poluir a água, o solo e o ar.

Poluição da água

As refinarias são grandes consumidoras de água, gerando assim,

quantidades significativas de despejo líquido, muitos desses de difícil tratameto.

Os efluentes hídricos gerados nas refinarias variam muito em qualidade e

quantidade, em função do tipo de petróleo que está sendo processado, da forma de

processamento que compõe a refinaria e da forma de operação dessas unidades.

De um modo geral, as refinarias geram uma quantidade de efluentes líquidos que é

relativamente proporcional às quantidades de óleo refinado.

A principal função da água no refino do petróleo é o resfriamento e o uso de

circuitos de resfriamentos fechados que promove a recirculação dessas águas.

Depois do uso para o resfriamento, o segundo principal uso da água nas refinarias é

a alimentação das caldeiras. Como o vapor entra em contato direto com as frações

do petróleo, o condensado dessas operações pode ser contaminado.

A poluição hídrica agride de forma significativa o meio ambiente, trazendo

diversas consequencias negativas em caráter sanitário, ecológico ou econômico. As

principais consequências são:

Prejuízos ao abastecimento humano, tornando-se veículos de doenças;

Prejuízos a outros usos da água, como: irrigação, uso industrial,

atividade pesqueira, o lazer;

Agravamento da escassez da água de boa qualidade;

Elevação dos custos de tratamento da água, refletindo-se no preço a

ser pago pela população.

Assoreamento dos mananciais, resultando em diminuição da oferta de

água e em inundações;

Desvalorização de propriedades localizadas às margens.

Prejuízos aos peixes e a outros organismos aquáticos, desequilíbrios

ecológicos;

40

Proliferação excessiva da vegetação aquática e de algas, com suas

consequências negativas;

Degradação da paisagem;

Impactos sobre a qualidade de vida da população.

Poluição do solo

As mudanças provocadas pelo homem nos solos como consequência do

descarte dos resíduos sólidos nos mesmos são ações de natureza química. Essas

alterações químicas causadas ao solo repercutem sobre os organismos vivos que

habitam o solo, ocasionando impactos em sua biota, podendo eliminar muitos

organismos úteis ao seu meio. A poluição do solo limita o uso da terra, pois os

poluentes podem ser nocivos aos seres humanos assim como a todos os

organismos vivos.

O lançamento dos resíduos sólidos industriais advindos das refinarias de

petróleo podem causar muitos problemas ao meio ambientes que de forma geral

incluem:

Aspecto estético desagradável e desfiguração de paisagens;

Produção de maus odores;

Poluição da água, pelo carreamento superficial ou pela infiltração dos

detritos para os corpos hídricos;

Liberação de gases tóxicos;

Poluição do ar.

A EPA, Agência de Petróleo Ambiental Norte Americana, classifica os

resíduos sólidos como perigosos baseando-se nas seguintes características:

Inflamabilidade

Corrosividade

Radioatividade

Toxicidade

41

No Brasil, a ABNT, Associação Brasileira de normas técnicas, também segue

as mesmas características para determinar o grau de periculosidade dos resíduos

sólidos, como pode ser descrito na tabela a seguir:

Os resíduos sólidos perigosos representam um risco gravíssimo para o meio

ambiente e é necessario bastante cautela no seu manuseio e que sejam escolhidas

as soluções adequadas à sua destinação.

Poluição do ar

Os principais poluentes atmosféricos emitidos pelas refinarias de petróleo são

Tabela 6 - DESCRIÇÃO DOS RESÍDUOS PERIGOSOS DAS REFINARIAS DE PETRÓLEO

42

basicamente: Monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxido de enxofre, óxido de

nitrogênio e materiais particulados. Estes poluentes são liberados das unidades de

fornos e caldeiras, assim como nas unidades de processos. Todos esses poluentes

são nocivos a vida humana e a todos os seres vivos do nosso ecossistema.

A problemática das questões atmosféricas causadas pelo refino do petróleo é

de difícil controle por não se tratar de um problema localizado apenas nas refinarias.

Os poluentes gerados nas unidades de processos das refinarias, são

modestos frente à poluição total gerada pelo consumo dos produtos derivados do

petróleo, seja pelo consumo para o transporte, para a manufatura de produtos

químicos, para geração de energia elétrica ou para usos comerciais. (MARIANO,

2001).

Os principais danos causados pelos gases liberados pelas refinarias de

petróleo causados ao meio ambiente são:

As mudanças climáticas elevando a temperatura global através do efeito

estufa ocasionando e aumento da desertificação;

As chuvas ácidas em decorrência da dissolução dos gases, principalmente o

, ocasionando modificações irreversíveis no solo;

A diminuição do ozônio na estratosfera em função dos hidrocarbonetos

halogenados e os óxidos de nitrogênio, aumentando assim, a quantidade de

raios ultravioleta que chegam a terra;

Alteração da visibilidade, pois, altas concentrações de absorvem a luz

azul e esta absorção pode causar uma coloração amarelada nas grandes

cidades;

Os odores não são considerados como impacto ambiental direto, porém são

causadores de incômodo e mau estar, levando as áreas que ficam às

margens das refinarias a grande desvalorização comercial devido ao mau

cheiro

Também é possível destacar os danos causados à saúde humana:

Irritação nos olhos devido a exposição a oxidantes fotoquímicos ocorrendo

principalmente nas áreas industriais;

43

Doenças no sistema cardiovascular causados pelo CO e pelo chumbo (Pb);

Doenças no sistema respiratório tais como bronquites, enfisemas pulmonares

e em casos mais gravem câncer de pulmão, que são causadas pela troca

gasosa e exposição direta aos contaminantes atmosféricos.

Segundo Barbosa (1971), os compostos tóxicos expelidos que existem entre

a retirada do petróleo cru até o refino são de grandes prejuízos não somente aos

seres vivos que exis- tem naqueles ambientes, mas também nos humanos que

estão inalando os gases expeli- dos das chaminés das refinarias, por exemplo.

Esses gases possuem alta toxidade e causa para os humanos danos irreversíveis,

como doenças respiratórias.

De acordo com Mariano (2007), a mais imporante via de penetração é a

respiratória pois o CO se difunde através da membrana alveolar, chegando a

corrente sanguínea onde se une a hemoglobina e as hemácias formando

carboxihemoglobina. Este fato tem interferência no oxigênio para as atividades

celulares dos tecidos, pois, impossibilita a carboxihemoglobina de transportar o

oxigênio.

Baseando-se em Mariano (2007), é possível verificar através do tempo de

exposição que os malefícios à saúde humana se agravam podendo levar o

trabalhador exposto a morte.

De acordo com o quadro acima, a cada minuto que passa os sintomas se

agravam podendo levar a morte, assim os riscos que existem na atividade de refino

do petróleo não são somente prejudiciais ao meio ambiente, os animais e plantas

44

que são atingidos pela exploração humana.

5.2 MEDIDAS QUE VISAM REDUZIR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA EXPLORAÇÃO, EXPLOTAÇÃO E REFINO DO PETRÓLEO.

O petróleo é uma fonte de energia que causa muitos impactos durante todo o

seu ciclo industrial, ou seja, desde a sua fase de exploração, até o consumo final.

A exploração e explotação de petróleo são umas das etapas que mais geram

impactos ao meio ambiente, por isso, exige um detalhado processo de licenciamento

ambiental que determina os padrões a serem seguidos e as medidads que

minimizam esses impactos.

Medidas que reduzem os impactos causados pela água produzida

A chave para a minimização da descarga de óleo disperso em água produzida é

a aplicação de tecnologia de tratamento de água de alta qualidade como parte do

sistema de processo operacional antes da distribuição e descarga.

Tratamento tecnológico

Baseado no relato sobre o tratamento tecnológico de água produzida, o qual

está sendo correntemente atualizado, as seguintes conclusões sobre o corrente

estado de tecnologia potencialmente usado para remoção de óleo dispersado. Pode

ser delineado.

Reinjeção

Há uma tecnologia que pode ser aplicada para água produzida a qual elimina

impactos aquáticos potencial: A Reinjeção, pois sto elimina a descarga de água

produzida para o mar associado ao aumento do consumo de energia com emissão

atmosférica associada. A aplicação desta tecnologia tem vários aspectos geológicos,

de engenharia e econômicos. Geologicamente, a injeção de uma formação depende

do estrato de rocha, interconectividade entre camadas, e falhas (avenidas potenciais

45

para migração do fluido vertical). Teoricamente a água produzida reinjetada é

injetada dentro da formação com suficientemente alta permeabilidades, capacidade

adequada e nenhuma falha. A presença destas características varia entre formações

e dentro da formação.

De ponto de vista da engenharia, reinjeção de água produzida requer a

existência de diversos sistemas:

- Injeção de poços são requeridas com suficiente capacidade para acomodar o

pico do volume de água e adequada capacidade excessiva no tamponamento

do poço.

- Bombas de injeção com capacidade de alto volume, operação de alta pressão

são requeridas como é o sistema do tratamento de água;

- O sistema de tratamento de água consiste de um equipamento com espuma,

induzido, flotação de gás ou hydrociclones e equipamento de filtração. Este

equipamento adicional ocupará peso e espaço da plataforma.

- Reinjeção de água produzida certamente causará redução da vida econômica

de um a plataforma. O capital aumentado e o gasto na operação apressarão

em tempo quando o custo excede o rendimento sendo liberado da plataforma.

A conseqüência desta situação é recente a interrupção programada de

operações resultante em perda da taxa de rendimento e o abandono da

produção técnica de óleo na formação.

No entanto, há casos onde reinjeção de água produzida ou distribuição sub-

superficial dentro de um aquífero de água não-potável. É uma aceitável alternativa

para descarga. Uma avaliação da possibilidade de reinjeção deve ser feita caso a

caso.

Medidas que reduzem os impactos causados pelo derramamento óleo.

Segundo o Decreto de Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975 da Constituição

Federal do Meio Ambiente no seu Art. 1º As indústrias instaladas ou a se instalarem

em território nacional são obrigadas a promover as medidas necessárias a prevenir

ou corrigir os inconvenientes e prejuízos da poluição e da contaminação do meio

ambiente. Parágrafo único. As medidas a que se refere este artigo serão definidas

pelos órgãos federais competentes, no interesse do bem-estar, da saúde e da

segurança das populações.

46

A lei 9.66/2000 dispõe sobre a prevenção, controle e a fiscalização da

produção causada pelo lançamento de substâncias nocivas ou perigosas em águas

sob jurisdição nacional.

Dessa forma, várias medidas para contenção do petróleo que é derramado

existem, uma vez que as empresas envolvidas nos processos de exploração,

transporte, dentre outros. devem se manter dentro das leis federais para exercer

suas atividades. Todavia, nenhum dos métodos para captação do óleo evita os

prejuízos econômicos e ambientais. Os mais conhecidos estão listados abaixo:

- Contenção Mecânica

É a contenção do óleo sobrenadante realizada com a utilização de barreiras

de contenção que acumulam o óleo para seu recolhimento. É vista como uma boa

solução para o derramamento de óleo, mesmo sendo contrário à tendência natural

de espalhamento do óleo. A seleção do equipamento deve ser feita de acordo com o

tipo de óleo derramado e as condições de mar, sendo que em condições de mar

tranqüilo, a capacidade de contenção do óleo é mais eficiente (ITOPF, 2007).

- Absorventes

Possuem propriedades oleofílicas, orgânicas, sintéticas ou minerais, que

podem se apresentar na forma granulada ou envolvidos em tecidos porosos

formando "almofadas", aplicados diretamente sobre o óleo (CETESB, 2007).

-Remoção Manual

Embora seja mais trabalhosa é a que menos causa danos ao ambiente. Esse

método consiste na retirada manual do óleo do ambiente por meio de utensílios

como rodos, pás, latas, baldes, carrinhos de mão e tambores, propiciando o acesso

e a limpeza em locais restritos como fendas, poças de marés e conjunções de

rochas, além de áreas mais extensas como as praias de areia. Esse método é

bastante eficiente para limpeza em ambientes como praias e costões rochosos.

47

- Jateamento

Jatos de água quente ou fria sob pressão para remoção de superfícies

impermeáveis do óleo, que depois deve ser recolhido e armazenado. Este método,

por ser bastante agressivo, só deve ser utilizado onde não haja possibilidade de

maior degradação das comunidades biológicas, para que a operação não seja mais

prejudicial que o próprio derrame. (ALEXANDRE FUNDÃO et al, 2010.)

- Queima do Petróleo Superficial

Como já diz o nome, consiste na queima do petróleo que se encontra na

superfície do mar. Pode ser utilizado em conjunto com a contenção mecânica

queimando o petróleo acumulado. No entanto essa atividade pode causar danos ao

meio ambiente pois com a queima desse petróleo há liberação de monóxido e

dóxido de carbono na atmosfera.

- Limpeza Natural

Mecanismo natural de limpeza e remoção do óleo provocado por ondas,

correntes, marés, ventos, chuvas e pelos próprios processos intempéricos do óleo.

Atua no ambiente atingido pelo óleo, com eficiência variável, de acordo com as

características físicas do ambiente e as propriedades físico-químicas do óleo.

Também ocorre com a atuação de microorganismos presentes em ambientes

marinhos. Normalmente é utilizada em conjunto com outro método de contenção.

- Dispersantes Químicos

São de natureza orgânica e dispersam o óleo na coluna d’água, favorecendo

sua degradação natural. São aplicáveis quando sua utilização resulta em prejuízo

ambiental menor ao comparado por um derrame sem qualquer tratamento ou ainda

se outra medida adicional à contenção não for eficaz.

48

Apesar de sua utilidade, os dispersantes são tóxicos e afetam tanto seres

humanos quanto o meio ambiente. Segundo a revista Exame (appud Annals of

Internal Medicine), um estudo realizado por pesquisadores espanhois demonstrou

que a exposição dos trabalhadores que participaram da limpeza do petróleo

derramado, possuem uma frequência maior de problemas respiratórios e alterações

cromossômicas nos linfócitos, causando um risco maior de câncer.

- Retirada da vegetação

A retirada da vegetação é necessária uma vez que o óleo derramado fica

acumulado e afeta os seres vivos da região.

Medidas que reduzem os impactos causados pelo refino do petróleo.

As refinarias de petróleo normalmente empregam sistemas separadores de

sistemas de tratamento de efluentes para separar as águas oleosas, as águas de

processo, as águas de chuva drenadas, a água de refrigeração servida e os esgotos

sanitários. Tal separação se faz necessária na medida em que nem todos esses

efluentes passarão pelas mesmas etapas de tratamento. A separação também

proporciona uma maior economia e maior efetividade ao tratamento dos despejos.

Existem diversos tipos de tratamento, que geralmente são classificados como

primários, secundários e terciários ou de polimento. O tratamento primário consiste

no uso de separadores gravitacionais. O tratamento secundário ou intermediário

engloba os processos de neutralização, coagulação química seguida por

sedimentação, e os processos de filtração e flotação. O tratamento terciário ou final

pode ser de natureza química física ou biológica. Nesta categoria incluem-se o uso

de lodos ativados, lagoas aeradas, filtros biológicos, lagoas de estabilização, torres

de oxidação, filtração, adsorção em carvão ativo e osmose reversa.

A seguir serão sucintamente descritos os métodos de tratamento de efluentes

mais freqüentemente utilizados em refinarias de petróleo.

49

- Separadores Gravitacionais

A separação gravitacional é um passo fundamental do tratamento dos

efluentes hídricos das refinarias de petróleo, e consiste no tratamento primário

característico. Para os efluentes de processo e para o sistema de esgoto das águas

oleosas, separadores de óleo projetados de acordo com os critérios do API são

habitualmente utilizados. Estes separadores são conhecidos simplesmente por

“separadores API”. Neste tipo de separador, o óleo se acumula na superfície e os

sólidos pesados seguem para o fundo, sendo que a remoção do óleo sobrenadante

e da lama de fundo precisa ser feita periodicamente. As águas de chuva e as águas

de resfriamento servidas são freqüentemente enviadas a separadores deste tipo,

pois normalmente encontram-se contaminadas por óleo.

Entretanto, para esses dois casos, os separadores têm menores custos de

projeto do que aqueles usados para o tratamento das águas oleosas, pois têm

menor tempo de residência, na medida em que estas águas são quase que

totalmente livres de óleo. Para estas correntes, os separadores são usados mais

como uma medida de proteção, para eventuais casos de vazamentos acidentais ou

situações de emergência, tais como em casos de falhas nos tanques ou mesmo

incêndios.

A separação por gravidade pode atender todo o tratamento necessário nas

refinarias mais simples. Por outro lado, nas refinarias que possuem unidades mais

complexas, tratamentos adicionais podem ser necessários. Esses tratamentos

consistem naqueles denominados tratamentos de fim de linha, que são definidos

como todos os tratamentos que seguem os separadores API ou outro tipo de

unidade de separação água e óleo. Essas técnicas têm como função promover a

redução dos poluentes presentes nos efluentes. Os tipos mais habitualmente

empregados serão descritos a seguir.

- Floculação Química

A floculação química consiste na adição de um reagente químico ao efluente

de forma a promover a precipitação das partículas de sujeira. Sulfato de alumínio,

cloreto férrico e cloreto de alumínio são os agentes floculantes mais habitualmente

utilizados. Em alguns casos, substâncias naturalmente presentes nos efluentes, tais

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como o bicarbonato de cálcio e o carbonato de magnésio, podem formar

precipitados e, deste modo, também servir como promotores da floculação. Com o

controle do pH do efluente (meio reacional) numa faixa apropriada, a reação de

floculação ocorre, e os produtos de tal reação, que são relativamente insolúveis e

inicialmente estão presentes sob a forma de colóides, se aglomeram em flocos.

Durante o processo de aglomeração, essas partículas se associam a outros

materiais em suspensão ou coloidais. O floco então aumenta de tamanho, a sua

densidade se eleva e eles precipitam, levando consigo qualquer material insolúvel

que tenha sido aprisionado durante a etapa de crescimento. Polieletrólitos são

freqüentemente usados para apressar o processo de floculação. A floculação

química é efetiva na redução da quantidade de material em suspensão presente nos

efluentes, inclusive material insolúvel finamente dividido. O conteúdo de óleo pode

ter o seu grau de solubilidade reduzido através desse processo.

Alguma DBO também pode ser removida durante a floculação, mas tal redução

é limitada pela quantidade de matéria consumidora de oxigênio que estiver

inicialmente presente sob a forma de colóides ou outro material particulado. Por

outro lado, a floculação é efetiva na remoção da turbidez; o processo não tem efeito

sobre a coloração causada por substâncias em solução, apenas sobre a cor

provocada pela presença de materiais coloidais, pois induz à aglomeração dos

mesmos.

- Flotação a Ar

No processo de flotação a ar o efluente é saturado, usualmente sob pressão,

com ar, e é então liberado para um vaso à pressão atmosférica ou pressão reduzida.

A supersaturação é aliviada pela formação de pequeníssimas bolhas de gás. As

bolhas, enquanto se formam e avançam para a superfície do líquido, carreiam

consigo o material particulado, que se separa e pode então ser removido. A flotação

a ar tem como vantagem sobre a separação gravitacional o fato de que a sua taxa

de separação é mais rápida, além de requerer menos espaço.

A combinação da flotação a ar com a floculação química é mais eficaz do que a

utilização da floculação sozinha. A flotação produz mais ou menos o mesmo grau de

tratamento que a floculação química, mas promove o tratamento de forma mais

rápida e minimiza alguns dos feitos indesejáveis desta última. A flotação ar, com ou

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sem o uso de substâncias químicas, pode promover uma grande melhora na

qualidade do efluente e na sua aparência, assim como na diminuição do seu

conteúdo de óleo. Quando as exigências relacionadas à DBO não são importantes,

este processo pode servir como etapa final do tratamento dos efluentes das

refinarias. (ALEXANDRE FUNDÃO et al ,2010.)

- Quebra de Emulsão

Os separadores gravitacionais, baseados nos princípios da sedimentação,

não têm a capacidade de separar os óleos emulsionados presentes nos efluentes.

Na verdade, a presença das emulsões pode atrasar a separação por diferença de

gravidade. No entanto, as emulsões oleosas podem ser coletadas separadamente,

tão perto da fonte geradora quanto possível, e tratadas através de métodos de

quebra de emulsão, onde é obtida a coalescência das gotas de óleo. Após a

coalescência, o óleo poderá, então, ser separado por métodos gravitacionais.

Muitas técnicas podem ser empregadas para promover a quebra das

emulsões presentes nos efluentes. A escolha de qual delas deve ser usada deve

basear-se em ensaios de laboratório, levando-se em conta os custos correlatos.

Duas técnicas distintas para o manuseio dessas emulsões são freqüentemente

empregadas, a primeira, que consiste no uso de equipamentos de flotação e

aeração, como anteriormente descritos, e a segunda, que consiste no emprego de

reagentes químicos que quebram as emulsões e destroem os agentes

emulsionantes. Neste segundo caso, o óleo sobe à superfície, mas pequena parte

fica agregada aos reagentes químicos sendo removida por sedimentação [30].

- Métodos Biológicos de Tratamento

A oxidação biológica ou bio-oxidação é um método extensivamente usado no

tratamento dos efluentes das refinarias. Os compostos fenólicos são considerados

os principais contaminantes deste tipo de efluente, assim como os hidrocarbonetos.

O tipo e a quantidade dessas substâncias presentes no efluente, dependem

inteiramente do processo de refino utilizado.

Segundo dados da literatura, a DBO dos despejos fenólicos das refinarias

varia entre 17 e 280 mg/L. É prática internacional o emprego de processos de

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oxidação biológica para a remoção de tais substâncias. Algumas vezes, o emprego

dos processos de oxidação biológica é limitado a determinados tipos de despejos,

que são previamente selecionados.

Entretanto, existe uma tendência geral das refinarias para a redução do

consumo de água, o que torna ainda mais necessário o tratamento de todos os

efluentes gerados, podendo ser excluídas apenas as águas de drenagem

provenientes de áreas livres de óleo. Normalmente, o tratamento biológico é feito por

três processos distintos: lagoas de oxidação, lodos ativados e filtros biológicos.

A seleção de qual tipo de biotratamento será utilizado depende grandemente

dos custos envolvidos e do tamanho da área disponível para a construção da planta.

Tais processos serão sucintamente descritos a seguir.

-Lagoas de Oxidação

As lagoas de oxidação requerem grandes áreas para a sua construção, e

apesar disso, quando há área disponível e o terreno é favorável, constituem o

processo de mais baixo custo. Se forem suficientemente grandes, não é necessária

aeração adicional. As lagoas possuem capacidade tampão para horas de vazão

máxima, e geram resíduos altamente tóxicos. As algas mortas precisam ser

periodicamente retiradas. Existem lagoas com tempos de residência de até 180 dias,

o que pode acarretar uma perda na qualidade do efluente, devido aos ciclos de

crescimento das algas. Entretanto, já existem lagoas com tempos de residência de

três dias que produzem efluentes de alta qualidade em comparação a outros

métodos de tratamento biológico.

-Lodos Ativados

Este processo é basicamente o mesmo das lagoas de aeração forçada,

porém com maior concentração de microorganismos, o que acelera a decomposição

da matéria orgânica. Também há um número maior de equipamentos. O processo

consiste em um tanque aerado que contém microorganismos numa mistura esgoto-

lodo ativado, seguido por um tanque de decantação.

Neste tipo de tratamento, o efluente líquido antes de entrar na lagoa de

aeração forçada passa por um clarificador, onde são retirados os sólidos. Após essa

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etapa, os despejos recebem uma carga de lodo vinda de um clarificador secundário.

Os efluentes seguem, vão à bacia de aeração e seguem para o clarificador

secundário, onde o processo termina. Como há uma produção contínua de lodo,

parte é descartada e segue para um processo de digestão anaeróbica.

- Filtração Biológica

Nesse processo, microorganismos ativos, previamente selecionados, são

concentrados, e formam uma camada de limo sobre a superfície de pedras ou

plástico, em um tanque aberto que tem o fundo perfurado. A escolha entre o uso de

lodos ativados e filtros biológicos para o tratamento dos efluentes de refino depende

dos custos, assim como de circunstâncias locais, pois os desempenhos, em termos

de qualidade dos efluentes, são aproximadamente os mesmos.

A eficiência na remoção dos fenóis é de 95 % e de DBO, de 90 %. Para

melhor subsidiar essa escolha, é aconselhável que se examine a tratabilidade do

efluente em plantas-piloto. A quantidade de óleo presente no efluente, que cada

unidade pode tolerar ainda não foi claramente definida, apesar de uma concentração

de 100 mg/L ter sido reportada como limite. Também não se sabe, desse óleo, o

quanto é absorvido e removido junto com o lodo e o quanto é assimilado e oxidado

junto com as substâncias orgânicas solúveis. Geralmente se consegue obter um

efluente com concentração de cerca de 5 mg/L de óleo.

Nos casos em que as quantidades de substâncias orgânicas solúveis

presentes nos efluentes das refinarias são pequenas, é possível a sua eliminação

por oxidação em torres de resfriamento. De acordo com experiências realizadas em

uma refinaria em Sun Oil, Ohio, EUA, o efluente é enviado para a torre de

refrigeração, onde a água percola, de cima para baixo, sobre o lodo biologicamente

ativo existente nas partes internas das venezianas, e em escoamento contra-

corrente com o ar. Desse modo, a torre funciona como um filtro biológico. Após oito

anos de medições, foram obtidas remoções médias de 99,9 % dos compostos

fenólicos, 90 % de DBO, 80 5 de DQO, com o tratamento de cargas de 40 mg/L de

fenol, 200 mg/L de DBO e 500 mg/L de DQO. Além disso, adicionou-se polifosfato

de sódio, com as finalidades de promover a diminuição da corrosão e nutrir as

bactérias do lodo. Não foram reportados problemas de corrosão, prejuízos à

transferência de calor ou deterioração da madeira da torre.

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- Oxidação Química

A oxidação química tem uso limitado no tratamento dos efluentes gerados

pelas refinarias de petróleo. As soluções de soda cáustica exausta, que contêm

sulfetos e mercaptans, e os condensados ácidos, ricos em sulfeto de amônio, podem

passar por este tipo de tratamento. A operação é executada em torres de oxidação,

em um processo contínuo, onde a solução a ser tratada e o ar são alimentados pelo

fundo da torre. A reação é exotérmica. Os compostos de enxofre são convertidos em

tiossulfatos, em temperaturas que variam entre 65 e 120 °C, sob pressões de 0,7 a 4

atm.

A temperatura e a pressão necessárias para o processo variam com a

composição do efluente e com o grau de oxidação desejado. Conversões dos

compostos de enxofre a sulfatos podem ser obtidas usando-se temperatura e

pressão maiores, e aumentado-se o tempo de residência do efluente na torre. A

oxidação dos efluentes com ozônio ou cloro raramente é utilizada para os efluentes

de refino devido aos seus altos custos. O uso de tais agentes em efluentes

biotratados oferece a possibilidade de um tratamento terciário, para condições

extremas.

Tal método é justificado no caso da presença de compostos que dão sabor e

odor à água, resistentes aos biotratamentos usuais. Entretanto, tais compostos

estão entre os últimos componentes da mistura que reagem com estes agentes

oxidantes. Deste modo, a quantidade, relativamente grande, do agente oxidante

consumido na oxidação da DBO residual, mais aquele necessário para o

estabelecimento das condições de oxidação dos compostos responsáveis pelo sabor

e odor, fazem com que tal procedimento torne-se extremamente caro.

-Remoção de Cianetos

A remoção dos cianetos é extremamente importante, pois esta substância,

além de ser venenosa, pode dar origem ao gás cianídrico (HCN), que é altamente

tóxico. Existem várias tecnologias de tratamento disponíveis para a remoção dos

cianetos. O cianeto pode ser removido do efluente através do tratamento com sulfato

ferroso, que precipita o mesmo sob a forma de ferrocianeto, que pode ser então

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retirado da mistura por sedimentação.

Também há o processo de oxidação com cloro. De um modo geral, o cloro é

utilizado como agente de oxidação no tratamento de efluentes industriais,

principalmente para destruir o cianeto. O cloro pode ser usado na forma elementar

ou como hipoclorito. Outras formas de tratamento incluem a retificação com vapor e

os tratamentos biológicos. Ambas são habitualmente usadas nas refinarias de

petróleo.

A retificação (stripping) remove cerca de 50 % do cianeto, e o tratamento

biológico chega a atingir remoções de 75 %. Refinarias norte-americanas têm

conseguido obter efluentes com concentrações de 0,16 mg/L de cianeto, após esses

tratamentos.

- Remoção de Metais

Metais como zinco, cobre, chumbo, arsênio e cádmio podem ser originados

em muitas operações das refinarias. Em alguns casos específicos, tais compostos

irão requerer tratamentos. As práticas mais difundidas na indústria metalúrgica em

geral incluem a precipitação química e a clarificação. Entretanto, as concentrações

metálicas nos efluentes das refinarias são menores, e, deste modo, a clarificação e a

precipitação química não melhoram significativamente a qualidade do efluente.

Maiores reduções requerem outras unidades de tratamento, tais como osmose

reversa, troca iônica e adsorção com carvão ativado. (ALEXANDRE FUNDÃO et al, 2010.)

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6 CONCLUSÕES

No decorrer desse trabalho, procurou-se não apenas abordar a existência dos

problemas ambientais causados pela indústria do petróleo, mas também indicar

algumas medidas que estão sendo utilizadas para minimizar ou amenizar estes

impactos.

A poluição pode ser controlada através de medidas que controlem/ reduzam

os poluentes potenciais e os volumes dos rejeitos. Tais medidas incluem:

recuperação de substâncias que não reagiram e que podem ser recicladas;

pesquisas que busquem o aproveitamento de águas produzidas principalmente por

reinjeção; recirculação das águas e a redução de emissões e respingos nas

refinarias.

Vale salientar que os custos necessários para o tratamento desses resíduos

podem ser absorvidos, com vantagens pelo uso de melhores e tecnologias mais

modernas e com unidades de produção de melhor eficiência.

Levando em consideração os gastos que a sociedade tem com a poluição,

principalmente através de gastos com a saúde, limpeza das ruas, desvalorização

das propriedades, dentre outros prejuízos, estes incalculáveis como a questão da

perda do bem estar das pessoas e da destruição do habitat natural de várias

espécies da fauna e da flora, fica claro que medidas que previnam e controlem a

poluição causada durante todo o processo industrial do petróleo, são alternativas

bastante relevantes e viáveis.

Finalmente, é de fundamental importância, que o Poder legislativo juntamente

com os orgãos que regulam e fiscalizam a legislação ambiental, se empenhem, na

busca do cumprimento das leis vigentes para que as indústrias funcionem dentro

dos padrões estabelecidos, e que o descarte e os rejeitos dos materiais

considerados tóxicos no meio ambiente sejam feitos de maneira correta, garantindo

assim, a saúde e o bem estar das populações futuras.

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