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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TÊXTIL E MODA CAROLINE SANTOS ALVES DE LIMA Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros Naturais para Aplicação em Têxteis Médicos São Paulo 2017

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TÊXTIL E MODA

CAROLINE SANTOS ALVES DE LIMA

Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros

Naturais para Aplicação em Têxteis Médicos

São Paulo

2017

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CAROLINE SANTOS ALVES DE LIMA

Estudo do desenvolvimento de microcápsulas de polímeros

naturais para aplicação em têxteis médicos

Dissertação apresentada à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências do Programa de Pós-Graduação em Têxtil e Moda. Versão corrigida contendo as alterações solicitadas pela comissão julgadora em 05 de setembro de 2017 A versão original encontra-se em acervo reservado na Biblioteca da EACH/USP e na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP (BDTD), de acordo com a Resolução CoPGr 6018, de 13 de outubro de 2011.

Área de Concentração: Têxti e Moda

Orientadora:

Prof.ª Dr.ª Silgia Aparecida da Costa

São Paulo

2017

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio

convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO

(Universidade de São Paulo. Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Biblioteca)

Lima, Caroline Santos Alves de Estudo do desenvolvimento de microcápsulas de polímeros

naturais para aplicação em têxteis médicos / Caroline Santos Alves de Lima ; orientadora, Sílgia Aparecida da Costa. – São Paulo, 2017 132 f. : il

Dissertação (Mestrado em Ciências) - Programa de Pós-

Graduação em Têxtil e Moda, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo

Versão corrigida

1. Tecnologia têxtil. 2. Tecidos (Indústria têxtil). 3. Quitosana. 4. Alginatos. I. Lima, Caroline Santos Alves de , orient. II. Título.

CDD 22.ed. – 677

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Nome: LIMA, Caroline Santos Alves de

Título: Estudo do desenvolvimento de microcápsulas de polímeros naturais para

aplicação em têxteis médicos

Dissertação apresentada à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências do Programa de Pós-Graduação em Têxtil e Moda.

Área de Concentração: Têxtil e Moda

Aprovado em: 05 /09 /2017

Banca Examinadora

Prof. Dr. Natalino Lourenço Instituição: FOB - USP

Julgamento: Aprovado Assinatura: __________________

Prof. Dr. João Paulo Marcicano Instituição: EACH - USP

Julgamento: Aprovado Assinatura: __________________

Prof. Dr. Adriano Marim Oliveira Instituição: IPT

Julgamento: Aprovado Assinatura: _________________

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Aos meus pais que são minha maior inspiração.

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus por todas as oportunidades de estudos e por ter

encontrado na pesquisa e ciência um trabalho que eu amo.

À minha família, especialmente a minha mãe, Amélia, que sempre me ensinou a

amar os estudos, me impulsionou a seguir a carreira acadêmica e enxergou

potencial em mim; ao meu pai, Eduardo, por me ensinar a ser crítica, pelo imenso

apoio e carinho; a minha irmã, Giovanna pela paciência, amor e exemplo de

profissional acadêmico; e a minha avó Maria (in memorian) que sempre me inspirou

com sua bondade e altruísmo. Muito obrigada por terem me ensinado as lições mais

precisosas.

À professora doutora Silgia Aparecida da Costa que sempre foi mais que

orientadora, professora e grande amiga, mas também um exemplo de profissional

excepcional. É de todo coração e com grande admiração que digo muito obrigada!

À professora doutora Sirlene Maria da Costa por sua imensa dedicação,

disponibilidade e preciosas sugestões. Obrigada por tanto carinho, atenção e

amizade!

Às minhas amigas da vida, Carolina, Luísa e Vivian que me deram suporte

emocional e auxílio fundamental no andamento desta pesquisa.

À equipe do LPTT (Laboratório de Pesquisa de Têxteis Técnicos), Esmeralda,

Letícia, Ticiane e Yuki pela amizade e apoio no laboratório.

Ao especialista de laboratório Kelliton Francisco por todo o auxílio prestado durante

a realização dos experimentos e também pelos cafés cheios de conselhos

científicos.

Aos professores doutores Humberto Ferraz (FCF – USP), Adriano Marim (IPT), Rita

de Cássia Rodrigues (EEL - USP) por toda a disponibilidade e parceria para a

realização das análises.

À Rosmery Leon (FCF - USP), Lucas (FCF - USP), Bárbara (EEL - USP), Ana

Carolina (LMGB - UNESP) e Renato (LCT – USP) pelo auxílio em diversas análises

aqui apresentadas.

Aos grandes amigos da EACH Vitor, Neildes, Anny, Daniela, Marina, Eduardo,

Bethânia, Guilherme, Yuri e Helena pela amizade e todo conhecimento

compartilhado.

À FAPESP pelo auxílio financeiro.

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"Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que

as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”

(CHARLES CHAPLIN)

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RESUMO

LIMA, Caroline Santos Alves. Estudo do desenvolvimento de microcápsulas de

polímeros naturais para aplicação em têxteis médicos. 2017. 132 f. Dissertação

(Mestre em Ciências) - Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de

São Paulo, 2017. Versão Corrigida.

A indústria têxtil busca recuperar a diminuição do ritmo dos negócios, notado

principalmente em países desenvolvidos devido ao cenário da economia mundial,

por meio da elaboração de têxteis com maior valor agregado. A microencapsulação

é uma técnica versátil e flexível que apresenta diversas vantagens, como evitar que

o princípio ativo reaja com outros compostos presentes no sistema e possibilitar a

liberação controlada, que aumenta potencialmente a eficiência do produto. O

principal objetivo deste trabalho foi desenvolver microcápsulas de quitosana e

alginato com incorporação de Triclosan, que possui propriedades bactericida e

fungicida, para aplicação em substratos têxteis para utilizações médicas. As

microcápsulas foram produzidas a partir do método de emulsificação e reticulação, e

caracterizadas por Termogravimetria (TG), Calorimetria Exploratória Diferencial

(DSC), Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR),

capacidade de absorção de água e perda de massa, Microscopia Eletrônica de

Varredura (MEV), ensaio de atividade bactericida e liberação in vitro. Após

caracterizadas, as microcápsulas foram impregnadas em tecidos 100% algodão com

ligamentos tela e sarja. Estes foram submetidos a testes físicos e análise de

resistência à lavagem. As microcápsulas produzidas apresentaram forma esférica e

tiveram 80,78% de eficiência de encapsulação do fármaco. Os ensaios de liberação

mostraram que o fármaco não foi liberado em 24h, entretanto, o material apresentou

atividade bactericida contra a bactéria gram-positiva S. aureus, com halo de inibição

de até 60 mm e também contra a bactéria gram-negativa E. coli, com halo de até 25

mm. Os resultados de resistência à lavagem avaliados por MEV mostraram que as

microcápsulas não permenceram no substrato. Entretanto, o material apresentou

atividade antibacteriana podendo ser interessante para aplicação em materiais

têxteis descartáveis, como bandagens utilizadas na área médica.

Palavras-chave: Têxteis. Microcápsulas. Quitosana. Alginato.

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ABSTRACT

LIMA, Caroline Santos Alves. Study of the development of microcapsules of

natural polymers for application in medical textiles. 2017. 132 p. Dissertation

(Master of Science) - School of Arts, Sciences and Humanities, University of São

Paulo, São Paulo, 2017. Corrected Version.

The textile industry seeks to recover the decrease of the pace of business, noted

mainly in developed countries due to the scenario of the world economy, through the

development of textiles with higher added value. The microencapsulation is a

versatile and flexible technique that presents several advantages such as to avoid

that the active ingredient react with other compounds present in the system, and

allow controlled release that potentially increases the efficiency of the product. The

main objective of this work was to develop microcapsules of chitosan and alginate

with incorporation of triclosan, which has bactericidal and fungicide properties, for

use in textile substrates for medical uses. The microcapsules were produced from the

method of emulsification and crosslinking, and characterized by Thermogravimetry

(TG), Differential Scanning Calorimetry (DSC), Infrared Spectroscopy Fourier

Transform (FTIR), water absorption capacity and mass loss, Scanning Electron

Microscopy (SEM), bactericidal activity assay and in vitro release. After

characterized, the microcapsules were impregnated in 100% cotton twill and taffeta

woven. Physical tests and analysis of resistance to washing were carried out. The

microcapsules produced presented spherical shape and had 80.78% of drug

encapsulation efficiency. Release tests showed that the drug was not released in 24

hours, however, the material presented bactericidal activity against the gram-positive

bacterium S. aureus, with inhibition halo up to 60 mm and also against the gram-

negative bacterium E. coli, with halo of up to 25 mm. The results of washing

resistance evaluated by SEM showed that the microcapsules did not remain in the

substrate. However, the material showed antibacterial activity and may be interesting

for application in disposable textiles, such as bandages used in the medical field.

Keywords: Textiles. Microcapsules. Chitosan. Alginate.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fluxograma classificação das fibras têxteis .............................................. 24

Figura 2 - Esquema microcápsula ............................................................................. 30

Figura 3 - Estrutura química quitosana ..................................................................... 32

Figura 4 - Solubilidade da quitosana ......................................................................... 35

Figura 5 - Ação bactericida da quitosana .................................................................. 36

Figura 6 - Estrutura química do Alginato ................................................................... 38

Figura 7 - Sistema para preparação da reação de microencapsulação contendo

banho-maria e agitador mecânico. ............................................................................ 42

Figura 8 - Amostras dos produtos das reações sem Triclosan.................................. 54

Figura 9- Amostras dos produtos das reações com Triclosan................................... 55

Figura 10 - Produtos das reações RF2.5; RF3; RF5; RF6 ........................................ 56

Figura 11 – Curva padrão do triclosan ...................................................................... 57

Figura 12 - Microscopia Eletrônica de Varredura reação R1 (Quitosana: 1 Alginato,

sem incorporação do fármaco) .................................................................................. 60

Figura 13 - Microscopia Eletrônica de Varredura da reação R3 (Relação 2:1

quitosana e alginato, sem incorporação de fármaco). ............................................... 61

Figura 14 - Microscopia Eletrônica de Varredura da reação R4 (relação 1:1 quitosana

e alginato, sem incorporação de fármaco). ............................................................... 62

Figura 15 - Microscopia Eletrônica de Varredura da reação R7 (sem adição de

alginato e fármaco). ................................................................................................... 63

Figura 16 - Microscopia Eletrônica de Varredura da reação R9 (sem adição de

alginato e fármaco). ................................................................................................... 65

Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09 .... 66

Figura 18 - Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS10..... 67

Figura 19 - Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS11..... 68

Figura 20 - Imagens obtidas na microscopia confocal: (a-1), (b-1), (c-3) amostras sob

luz fluorescente para detecção do RITC; (a-2), (b-2), (c-2) amostras sob luz

fluorescente para detecção do FITC; (a-3), (b-3), (c-3) amostras com luzes

sobrepostas para a detecção dos dois corantes. ...................................................... 70

Figura 21 - Espectro de FTIR dos polímeros............................................................. 71

Figura 22 – Espectro de FTIR das amostras de micropartículas ............................... 72

Figura 23 - Espetros de FTIR comparativo................................................................ 73

Figura 24 – Espectro de FTIR do Triclosan ............................................................... 74

Figura 25 - FTIR produtos das microcápsulas com fármaco (RTCS09, RTCS10,

RTCS11). .................................................................................................................. 75

Figura 26 - Curvas de TG dos polímeros .................................................................. 77

Figura 27 - Curvas de TG das micropartículas das reações R7 (a) e R9 (b) ............ 78

Figura 28 - TG do Triclosan....................................................................................... 79

Figura 29 – TG das Microcápsulas com incorporação de fármaco ........................... 80

Figura 30 - TG Microcápsulas obtidas das reações RF2.5, RF3, RF5, RF6 ............. 81

Figura 31 - Curvas de DSC dos polímeros alginato (a) e quitosana (b) .................... 84

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Figura 32 - Curvas de DSC das micropartículas produzidas sem adição de alginato.

.................................................................................................................................. 85

Figura 33 - Curvas de DSC (a) polímero alginato; (b) polímero quitosana; (R7)

reação 7; (R9) reação 9. ........................................................................................... 86

Figura 34 - DSC do Triclosan .................................................................................... 87

Figura 35 – DSC das microcápsulas com incorporação de fármaco ......................... 88

Figura 36 - DSC Microcápsulas das Reações Finais ................................................ 90

Figura 37 - Gráfico de absorção de água .................................................................. 93

Figura 38 - Gráfico de perda de massa ..................................................................... 94

Figura 39- Amostras controle (sem fármaco) do teste de atividade bactericida: (a)

microcápsulas em contato com colônia da bactéria Staphylococus aureus; (b)

microcápsulas em contato com colônia de bactérias Escherichia coli. ..................... 97

Figura 40- Placas de culturas de Staphylococus aureus após 24h de contato com as

microcápsulas ........................................................................................................... 98

Figura 41 - Placas de culturas de Eschechiria coli após 24h de contato com as

microcápsulas ........................................................................................................... 99

Figura 42 - Tecidos com aplicação de microcápsulas e resinas ............................. 109

Figura 43 – Microscopia Eletrônica de Varredura das amostras de tecidos sarja -

100% algodão com aplicação de microcápsulas RF2.5 antes e após lavagens ..... 111

Figura 44 - Microscopia Eletrônica de Varredura das amostras de tecidos sarja -

100% algodão com aplicação de microcápsulas RF3 antes e após lavagens ........ 112

Figura 45 - Remoção da cor das microcápsulas por meio de redução com H2O2 . 113

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Aplicações de microcápsulas na indústria têxtil ...................................... 29

Quadro 2 - Utilizações finais de têxteis com microcápsulas e mecanismos de

liberação. ................................................................................................................... 31

Quadro 3 - Relação da desacetilação da quitina com as propriedades da quitosana

.................................................................................................................................. 33

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparação de parâmetros entre as reações iniciais realizadas para fins

de acerto de metodologia .......................................................................................... 41

Tabela 2 - Parâmetros reações com incorporação de Triclosan ............................... 43

Tabela 3 - Variações de porcentagem de TCS nas reações finais ............................ 43

Tabela 4 - Áreas dos picos referentes ao triclosan presente nas soluções utilizadas

para o cálculo da curva padrão ................................................................................. 57

Tabela 5 - Concentrações de triclosan nas amostras RF3 analisadas por HPLC ..... 58

Tabela 6 - Cálculos da eficiência de encapsulação ................................................... 59

Tabela 7 - Valores das curvas de DSC dos polímeros e das amostras microesfera . 87

Tabela 8 – Valores das curvas DSC dos polímeros, do Triclosan e das

microcápsulas. .......................................................................................................... 89

Tabela 9 - Valores das curvas DSC dos polímeros, do Triclosan e das amostras de

microcápsulas RF2,5, RF3, RF5 e RF6. ................................................................... 92

Tabela 10 - Halos de Inibição da Atividade Bactericida das Microcápsulas .............. 96

Tabela 11 - Gramatura do tecido tela sem acabamento ......................................... 100

Tabela 12 - Gramatura do tecido com tela com acabamento utilizando resina Zelan

................................................................................................................................ 100

Tabela 13 - Gramatura do tecido tela com acabamento utilizando resina Acrylux .. 100

Tabela 14 - Gramatura do tecido sarja sem acabamento ....................................... 101

Tabela 15 - Gramatura do tecido sarja com acabamento utilizando resina Zelan ... 101

Tabela 16 - Gramatura do tecido sarja com acabamento utilizando resina Acrylux 102

Tabela 17 - Densidade de fios do tecido tela .......................................................... 102

Tabela 18 - Densidade de fios do tecido sarja ........................................................ 102

Tabela 19 - Título dos fios de urdume do tecido tela ............................................... 103

Tabela 20 - Título dos fios de trama do tecido tela .................................................. 103

Tabela 21 - Título dos fios de urdume do tecido tela com aplicação de acabamento

com resina Acrylux .................................................................................................. 104

Tabela 22 - Títulos de fios de trama do tecido tela com aplicação de acabamento

com resina Acrylux .................................................................................................. 104

Tabela 23 - Títulos de fios de urdume do tecido tela com aplicação de acabamento

com resina Zelan ..................................................................................................... 104

Tabela 24- Títulos de fios de trama do tecido tela com aplicação de acabamento com

resina Zelan ............................................................................................................. 104

Tabela 25 - Título dos fios de urdume do tecido sarja ............................................. 105

Tabela 26 - Título dos fios de trama do tecido tela .................................................. 105

Tabela 27 - Títulos de fios de urdume do tecido sarja com aplicação de acabamento

com resina Acrylux .................................................................................................. 105

Tabela 28 - Títulos de fios de trama do tecido sarja com aplicação de acabamento

com resina Acrylux .................................................................................................. 106

Tabela 29 - Títulos de fios de urdume do tecido sarja com aplicação de acabamento

com resina Zelan ..................................................................................................... 106

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Tabela 30 - Títulos de fios de trama do tecido sarja com aplicação de acabamento

com resina Zelan ..................................................................................................... 106

Tabela 31 - Propriedades de tração dos fios de urdume do tecido tela .................. 107

Tabela 32 - Propriedades de tração dos fios de trama do tecido tela ..................... 108

Tabela 33 - Propriedades de tração dos fios de urdume do tecido sarja ................ 108

Tabela 34- Propriedades de tração dos fios de trama do tecido sarja .................... 109

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LISTA DE ABREVIAÇÕES, ACRÔNIMOS E SÍMBOLOS UTILIZADOS

ABINT Associação Brasileira da Indústria de Nãotecidos e Têxteis Técnicos

DSC Differential Scanning Calorimetry

EDS Espectroscopia por Dispersão de Energia de Raios X

EDC 1-Etil-3 - (- 3-dimetilaminopropil) Cloridrato de carbodiimida

FITC Isotiocianato de fluoresceína

FTIR Fourier Transform Infrared Spectroscopy

HPLC Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ISO International Organization for Standardization

MEV Microscopia Eletrônica de Varredura

MTT Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil-tetrazólio

NBR Norma Brasileira

PCM Phase Change materials

RITC Isotiocianato de rodamina B

TCS Triclosan

TG Termogravimetria

TSA Ágar de soja tríptico

TSB Caldo de soja tríptica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ......................................................................... 17

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 21

2.1 Objetivos Específicos .......................................................................................... 21

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 22

3.1 Têxteis Técnicos ................................................................................................. 22

3.1.2 Têxteis Médicos ............................................................................................... 23

3.2 Microencapsulação ............................................................................................. 28

3.3 Quitosana ............................................................................................................ 32

3.3.1 Aplicações da Quitosana .................................................................................. 34

3.3.2 Propriedade Bactericida da Quitosana ............................................................. 35

3.4 Alginato de Sódio ................................................................................................ 37

3.5 Triclosan .............................................................................................................. 39

4 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 40

4.1 Materiais .............................................................................................................. 40

4.2 Métodos ............................................................................................................... 40

4.2.1 Estudo das Condições de Obtenção das Microcápsulas.................................. 40

4.2.2 Determinação da Eficiência de Encapsulação ................................................. 43

4.2.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) .................................................... 44

4.2.4 Microscopia Confocal ....................................................................................... 45

4.2.5 Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR).......... 45

4.2.6 Calorimetria Exploratória Diferencial – DSC e Termogravimetria – TGA ......... 46

4.2.7 Ensaios de Absorção e Perda de Massa.......................................................... 46

4.2.8 Ensaio de Liberação in Vitro ............................................................................. 48

4.2.9 Teste de avaliaçao da atividade antimicrobiana das microcápsulas ................ 48

4.2.11 Aplicação das Microcápsulas em Material Têxtil ............................................ 50

4.2.12 Ensaio de Resistência a Lavagens do Acabamento dos Tecidos

Funcionalizados com Microcápsulas ......................................................................... 51

4.2.13 Ensaio de branqueamento das microcápsulas ............................................... 52

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 53

5.1 Estudo das Condições de Obtenção das Microcápsulas .................................... 53

5.2 Determinação da Eficiência da Encapsulação .................................................... 56

5.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ....................................................... 59

5.4 Microscopia Confocal .......................................................................................... 69

5.5 Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR)............. 70

5.6. Termogravimentira – TGA e Calorimetria Exploratória Diferencial –DSC .......... 76

5.6.1 Termogravimetria ............................................................................................. 76

5.6.2 Calorimetria Exploratória Diferencial – DSC ..................................................... 83

A curva de DSC do triclosan (Figura 34) apresentou dois eventos principais, o

primeiro endotérmico e o segundo exotérmico. O evento endotérmico com pico a

58,8 ºC e está relacionado à fusão do fármaco, conforme a ficha técnica do produto

que assinala que o ponto de fusão está compreendido dentro do intervalo de 56 a

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58 ºC. O exotérmico, com pico a 334,9 ºC se refere, provavelmente, à degradação.

.................................................................................................................................. 87

5.7 Ensaios de Absorção e Perda de Massa ............................................................ 92

Figura 37 - Gráfico de absorção de água .................................................................. 93

5.8 Ensaio de Liberação in Vitro ................................................................................ 94

5.9 Teste de avaliaçao da atividade antimicrobiana das microcápsulas ................... 95

5.10 Análises Físicas para Caracterização dos Tecidos ......................................... 100

5.10.1 Determinação da Gramatura ........................................................................ 100

5.10.2. Determinação da densidade de fios ............................................................ 102

5.10.3 Determinação do título dos fios .................................................................... 103

Como não houve um comportamento padrão em relação às alterações dos títulos

com a aplicação das resinas, as variações identificadas, provavelmente, estão

relacionadas às próprias características do tecido, visto que os fios não são

homogêneos e possuem irregularidades em toda a sua extensão. Portanto, pode-se

afirmar que a aplicação do acabamento não interefere na titulação dos fios que

compõem os substratos. ......................................................................................... 107

5.10.4 Propriedades de tração dos tecidos – Método Grab teste ............................ 107

5.11 Aplicação das Microcápsulas em material têxtil .............................................. 109

5.12 Ensaio de resistência a lavagens do acabamento dos tecidos funcionalizados

com microcápsulas .................................................................................................. 110

5.13 Ensaio de branqueamento das microcápsulas ................................................ 112

6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 114

7 PERSPECTIVAS FUTURAS ................................................................................ 115

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 116

APÊNDICE A – CROMATOGRAMAS OBTIDOS NAS ANÁLISES DE EFICIÊNCIA

DE ENCAPSULAÇÃO ......................................................................................... 129

APÊNDICE B – CROMATGRAMAS OBTIDOS NAS ANÁLISES DE LIBERAÇÃO

IN VITRO............................................................................................................. 130

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1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A indústria têxtil é constituída por cadeias que envolvem desde o processo de

estudo da fibra para produção do fio até a comercialização do produto final. As fibras

são comumente matéria-prima para a produção de têxteis e podem ser classificadas

em naturais e químicas.

Na cadeia têxtil, observam-se diferentes setores, como fiação, malharia,

tecelagem, nãotecidos, beneficiamento e a confecção. Além desses ramos, o estudo

de novos tecidos, como os “tecidos inteligentes” ou têxteis técnicos, vem crescendo

cada vez mais, tanto no cenário internacional, quanto no brasileiro. Dentro dos

têxteis técnicos, há inúmeras ramificações referentes a aplicações desses materiais

como na indústria esportiva, automobilística, construção civil, geotêxteis, área

médica e odontológica, entre outras (ARAÚJO, FANGUEIRO, HONG, 2001;

QUAGLINI, CORAZZA, POGGI; 2008; DESAI, JAIN, SOLAMKI; 2012).

Os têxteis médicos, foco do presente estudo, são definidos como estruturas

têxteis produzidas para utilização na área médica, podendo ser aplicados desde em

uma sutura até complexas estruturas de regeneração de tecidos (ARAÚJO,

FANGUEIRO, HONG, 2001).

O mercado tem se tornado cada vez mais exigente em relação às

expectativas de produtos inovadores e com características diferenciadas, isto é, com

tecnologias que proporcionam a potencialização e até mesmo superação da

funcionalidade. Na área médica, isso pode ser observado, por exemplo, quando se

percebe a participação dos têxteis de higiene e saúde em contaminações

nosocomiais (COLADONATO et al., 2012). Dentre as variáveis responsáveis pela

proliferação de bactérias dentro de hospitais estão os próprios profissionais da

saúde que se expõem constantemente a sangue e fluidos corporais dos pacientes

(JAGGER, BALON, 1995, MITCHELL, SPENCER, EDMISTON JR, 2015). Aqueles

que trabalham em unidades menores, como clínicas e ambulatórios ou ambientes

em que equipamentos de proteção individual podem ser menos acessíveis que em

grandes hospitais estão ainda mais vulneráveis a estes microrganismos. Somado a

estes fatos, ainda há de se considerar o deslocamento destes profissionais em

meios de transporte públicos com seus uniformes de trabalho que acabam se

tornando vetores de migração de outros microrganismos de fora para dentro das

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unidades de saúde e vice-versa (OTTER, FRENCH, 2009). Segundo Miraftab (2014)

as fibras têxteis convencionais em determinadas condições podem, inclusive,

constituir um ambiente favorável para a proliferação desses agentes patogênicos.

Neste contexto, a aplicação de têxteis com propriedades bactericidas e

impermeabilizantes representariam uma medida interessante a fim de evitar essas

contaminações (MITCHELL, SPENCER, EDMISTON JR, 2015).

A possibilidade de integração de tecnologias aos têxteis e o desenvolvimento

crescente dos processos dentro dos têxteis inteligentes tem sido um fator chave

para a criação de soluções e oportunidades de mercados (TOETERS et al., 2013;

VAN DER VELDEN, KUUSK, KOHLER, 2015).

A expressão “smart textiles” (têxteis inteligentes) descende da ideia de “smart

materials” (materiais inteligentes) que foi integrada aos têxteis na década de 90.

Para que um material possa ser classificado como inteligente, ele deve ser capaz de

identificar um estímulo vindo do ambiente, e, a partir disso, gerar uma resposta que

seja proveitosa, confiável, reprodutível e, normalmente, reversível. Os materiais

inteligentes possuem a qualidade de alteração de suas propriedades, sejam elas

mecânicas - como viscosidade e forma - térmicas ou eletromagnéticas, entre outras,

de maneira prudente e previsível como reação a um estímulo que pode ser de

naturezas variadas como temperatura, pH, mecânica, elétrica, etc. Podem-se citar

como exemplos de têxteis inteligentes aqueles com propriedades crômicas, de

luminescência, com memória de forma, fotovoltaicos e capazes de liberar

substâncias microencapsuladas (FERREIRA, FERREIRA, OLIVEIRA; 2014).

A microencapsulação é uma técnica versátil e flexível que apresenta diversas

vantagens. Um dos maiores benefícios dessa tecnologia está no fato de ela proteger

a substância ativa da ação do ambiente - como oxidação, temperatura e

evaporação. Para, além disso, ela ainda evita que o ingrediente ativo reaja com

outros compostos presentes no sistema, e possibilita a liberação controlada que

aumenta potencialmente a eficiência do produto (CHENG et al., 2008; LAM et al.,

2012; LAM, GAMBARI, 2014). Esta técnica de acondicionamento de partículas em

microcápsulas poliméricas é aplicada em diversas áreas farmacêuticas e

terapêuticas para o desenvolvimento de sistemas de liberação controlada de drogas

(LAM, GAMBARI, 2014).

A indústria têxtil, de maneira generalizada, reagiu de forma lenta às

possibilidades abrangidas pelas técnicas de microencapsulação. Mas, ao adentrar o

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século XXI, esse procedimento tem se destacado cada vez mais na área,

principalmente na Europa, Japão e América do Norte. Com isso, a

microencapsulação passou a ser vista como uma técnica para se agregar valor aos

tecidos com propriedades que antes eram inviáveis. Nomeadamente, a aplicação de

microcápsulas em tecidos de maior interesse tem por finalidade cuidados com a pele

e possibilidade de maior duração de fragrâncias. As microcápsulas também podem

ser empregadas para liberação de cosméticos, agentes antimicrobianos, repelentes

e medicamentos (NELSON, 2002; HUI et al., 2013; QIN, 2016).

De acordo com Ferreira et al. (2014), as últimas projeções mostram que o

mercado dos têxteis inteligentes aparece com um enorme potencial na ordem dos

bilhões de dólares, fundamentando o grande empenho que se tem aplicado aos

estudos na área. Apesar de já existirem diversas soluções para o desenvolvimento

desses materiais, ainda há muito que se pesquisar visando o aperfeiçoamento dos

mesmos e as exigências do mercado. Portanto, a busca por novas soluções, aliadas

a amplas possibilidades de aplicações tornam estes produtos inovadores aptos ao

processo de massificação, justificando o investimento em pesquisas.

Kim et al. (2006) desenvolveram microcápsulas de quitosana e gelatina

contendo Triclosan por método de spray drying para aplicação na pele ou em

mucosas. Souza et al. (2014) desenvolveram microcápsulas de quitosana com óleo

de limonene que possui atividade antimicrobiana para aplicação em nãotecidos de

celulose. Goetzendorf-Grabowska et al. (2008) desenvolveram microcápsulas de

po(L,L-lactida) com Triclosan e aplicaram em nãotecidos de viscose. As

microcápsulas foram produzidas pelo método de emulsão e evaporação do solvente.

Uma vez que a quitosana e o alginato são polímeros já muito utilizados na área

biomédica e o Triclosan difundido no mercado de materiais de higiene pessoal,

neste trabalho buscou-se aliar esses reagentes para criar um novo material para fins

de aplicação têxtil, bem como estudar a adequação dos parâmetros necessários

para otimização da síntese das microcápsulas com esse ativo.

O principal objetivo deste estudo foi desenvolver microcápsulas a partir de

polímeros naturais com incorporação de um fármaco com propriedade bactericida

para aplicação em substratos têxteis da área médica. O biopolímero selecionado foi

a quitosana, que é derivada da desacetilação parcial da quitina, o segundo mais

abundante polissacarídeo presente na natureza e resíduo da indústria pesqueira

(GAVHANE, ATUL, ADHIKRAO; 2013; YUAN et al., 2016). O outro polímero

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selecionado foi o alginato que é extraído das algas marrons e é produzido por

algumas bactérias (GOH, HENG, CHAN, 2012; DEKAMIN et al., 2016). A quitosana

e o alginato, já amplamente utilizados na área médica por possuírem todas as

características necessárias para este fim (JAYAKUMAR, 2011; GOH, HENG, CHAN,

2012), foram aliados ao fármaco triclosan que é facilmente encontrado em produtos

de higiene pessoal e atuou como agente antibacteriano (DAYAN, 2007).

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2 OBJETIVOS

O principal objetivo deste estudo foi desenvolver microcápsulas de quitosana

e alginato com incorporação de Triclosan para aplicação em substratos têxteis para

área médica.

2.1 Objetivos Específicos

Caracterizar os polímeros: por análise de Calorimetria Exploratória Diferencial

(DSC); Termogravimetria (TG) e de Infravermelho por Transformada de Fourier

(FTIR);

Examinar as condições de preparação das microcápsulas;

Caracterizar as microcápsulas desenvolvidas por Microscopia Eletrônica de

Varredura (MEV) e análise Calorimétrica Exploratória (DSC);

Estudar as condições de incorporação do Triclosan na estrutura das

microcápsulas;

Aplicação das microcápsulas de quitosana com Triclosan em tecido 100%

algodão;

Estudos de liberação controlada in vitro de Triclosan incorporado nas

Microcápsulas;

Realizar ciclos de lavagens para avaliação dos têxteis com incorporação das

microcápsulas.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Têxteis Técnicos

Têxteis técnicos são materiais ou produtos têxteis de alta performance que

possuem características específicas para aplicação em diferentes áreas. São

produzidos sem ter como principal objetivo o conforto e a estética, mas sim

propriedades particulares focadas em atender as exigências do seu uso final. A

maior feira internacional do segmento – Techtextil – dividiu esses materiais em doze

áreas de aplicações (BYRNE, 2000; HORROCKS, ANAND, 2015):

- Agroindústria: agricultura, aquacultura, silvicultura. Muito utilizados na indústria

pesqueira na forma de linhas, cordas e redes. Na agricultura, aplicados como

materiais para proteção, cobertura e contenção. Podem ser utilizados como proteção

contra granizo e contenção de ervas daninhas. Outra aplicação é no próprio

vestuário para os trabalhadores das lavouras;

- Construção: construção civil. Podem ser utilizados em barragens, edifícios em

construção, pontes, túneis, entre outros. Também podem ser aplicados para fins

temporários, como toldos, tendas e barracas. Dentro das casas, podem ser

empregados como proteção contra infiltração em telhados e paredes;

- Vestuário: artigos técnicos e componentes técnicos utilizados na fabricação do

vestuário. Podem também ser aplicados como linhas de costura e entretelas. São

representados também por artigos a prova d’água e de vento;

- Têxteis técnicos para o lar: artigos técnicos para mobiliário e revestimentos para

pavimentos. Podem ser utilizados em cortinas, carpetes e outros artigos para casa;

- Geotêxteis: engenharia civil e geotêxteis. Podem ser utilizados tanto na construção

de estradas de ferro como em aterros. Auxiliam no processo de revegetação se

aplicados com os materiais adequados, como as fibras biodegradáveis;

- Mobilidade: automobilístico, aeroespaço e ferrovias;

- Proteção ambiental: materiais para proteção ambiental;

- Vedação: materiais de vedação;

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- Proteção: proteção contra cortes, fogo, explosões, balas, riscos biológicos e

químicos, poeira, partículas e riscos nucleares. Podem também ser utilizados para

vestuário específico para condições extremas de pouca visibilidade e muito frio;

- Lazer e esportes: artigos esportivos e de lazer, como paraquedas, balões e artigos

para ciclismo, golfe e raquetes de tênis;

- Industriais: materiais para filtração, limpeza e outros usos industriais;

- Médico: artigos médicos, odontológicos e de higiene. Na maioria dos casos são

utilizados em fraldas, toalhas e produtos para incontinência. Outra área utilizada é

em materiais hospitalares, como jalecos, roupas de cama e almofadas ortopédicas.

Pode também apresentar utilização na engenharia de tecidos, como por exemplo,

em vasos sanguíneos, ligamentos artificiais e substituição de pele. Esses últimos

podem ser produzidos a partir de fibras biodegradáveis (BYRNE, 2000;

HORROCKS, ANAND, 2015).

3.1.2 Têxteis Médicos

A utilização de materiais têxteis na área médica é uma prática que surgiu

centenas de anos antes de Cristo. Registros mostram que o algodão, o linho e a

seda já eram usados como bandagens e suturas em civilizações antigas, como a

persa, egípcia, chinesa, romana e indiana (KING, 2001; MIRAFTAB, 2014). Até o

final do século XIX, essa prática não sofreu grandes avanços até que o homem

passou a ter maior domínio sobre as características físicas e químicas dos materiais

e, portanto, controle sobre elas (MIRAFTAB, 2014).

Um dos processos que permitem a alteração das características do algodão,

por exemplo, é a Mercerização que dá à fibra melhor toque, aparência e tenacidade

(HEARLE, 2000; MIRAFTAB, 2014). Ao conquistar-se um maior domínio sobre

celulose, passa-se a utilizar a madeira como principal fonte desse polímero, dando

abertura para o desenvolvimento das primeiras fibras artificias como a Viscose

(MIRAFTAB, 2014). A partir daí, surgem inúmeras fibras sintéticas com propriedades

e características diferenciadas (MIRAFTAB, 2014). A Figura 1 ilustra a classificação

das principais fibras têxteis de acordo com sua origem. Com o domínio da produção

de novas fibras, o foco se transfere para o desenvolvimento de materiais têxteis

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especializados com características e propriedades pensadas especificamente para

suas aplicações - os têxteis de alta performace (MIRAFTAB, 2014).

Figura 1 - Fluxograma classificação das fibras têxteis

(Fonte: adaptado de SALEM, 2010)

Na área da saúde, atualmente, a busca é por fibras naturais que sejam

biocompatíveis, ecológicas, biodegradáveis, cicatrizantes, descartáveis e com

propriedades bactericidas (MIRAFTAB, 2014).

O mercado de produtos para cuidados com a saúde se tornou bastante

promissor devido ao novo cenário social com aumento da expectativa de vida da

população por causa do avanço da medicina e das mudanças demográficas.

Somadas a este fato, estão as situações de risco presentes das atividades habituais

das pessoas, entre as quais podem ser citadas desde práticas esportivas até

acidentes com agentes químicos.

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Os têxteis médicos tem sido, cada vez mais, objeto de pesquisas

(CHRISTENSEN et al., 2009; GERHARDT et al., 2009; DERLER et al., 2012; QIN,

2016). Para o desenvolvimento de um têxtil médico de qualidade, o material

escolhido deve atender a uma série de características exigidas para a sua aplicação

final. Entre elas, é possível citar flexibilidade, tenacidade e resistência a

microrganismos, sem excluir características básicas de qualquer têxtil, como

conforto. A viabilidade econômica nessa área também possui grande importância

(GERHARDT et al., 2013)

Uma das grandes questões a serem resolvidas na área médica são as

infecções nosocomiais. Esse tipo de infecção tem sido um grande problema não

apenas de saúde, mas também financeiro. Uma das medidas que tem se implantado

a fim de buscar soluções para infecções bacterianas em hospitais é o investimento

em pesquisas para o desenvolvimento de materiais têxteis com propriedades

bactericidas. Os gastos decorrentes de pacientes com esse tipo de infecção tem se

sobreposto aos avanços médicos, uma vez que essa situação aumenta o tempo de

internação do paciente por oito dias, em média (HEALTH FIRST EUROPE;

PERELSHTEIN et al., 2015). Na União Europeia, um em cada dez pacientes

adquirem infecções nocosomias, e cerca de três milhões morrem por ano por esse

motivo (PERELSHTEIN et al., 2015).

Seria ideal a efetivação de um programa de controle para a diminuição do

número de infecções e redução de gastos com hospitalizações. Os principais

veículos de transmissão de infecções nosocomiais são o ambiente hospitalar, os

próprios pacientes, os equipamentos médicos e os profissionais da saúde. É fato

que as infecções por contato com outras pessoas doentes são as mais comuns,

porém deve haver uma preocupação com o ambiente hospitalar, afinal, materiais

como os têxteis podem sim ser vetores de contaminação. Os têxteis estão

fortemente presentes nos procedimentos diários de um hospital, portanto é de

grande importância que eles não facilitem a transmissão de agentes patológicos

entre pacientes, nem para os profissionais que os manuseiam (KURTZ et al., 2008;

COLADONATO et al., 2012).

Os materiais têxteis médicos podem ser divididos em três grupos: têxteis

cirúrgicos, têxteis para sistemas extra corporais e produtos de higiene e saúde.

Dentro do primeiro tópico, podem ser encontrados os têxteis implantáveis (como

vasos sanguíneos) e não implantáveis (como ligaduras). O segundo tópico se refere

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aos órgãos artificiais e o último, a roupas de cama, uniformes e materiais de limpeza,

entre outros (RAMOS, 2003; AJMERI, AJMERI, 2010).

Higiene e limpeza são imperativas para a sobrevivência de forma saudável.

Os materiais têxteis podem tanto prevenir como acelerar processos de proliferação

de microrganismos nocivos à saúde. Por isso, os têxteis utilizados para fins

higiênicos necessitam ser resistentes a esse tipo de situação (MIRAFTAB, 2014).

Estes materiais são, em sua maioria, descartáveis e normalmente possuem

em sua composição fibras naturais. O algodão e o linho são reconhecidos por terem

alta resistência a lavagens repetidas (MIRAFTAB, 2014).

Entretanto, as fibras convencionais, bem como grande parte dos materiais

poliméricos, não possuem ou possuem limitada resistência a microrganismos e,

quando em condições ambientais favoráveis, podem, inclusive, acelerar sua

multiplicação. Portanto, existe uma necessidade de que esses têxteis sejam

proativos a fim de evitar a proliferação de agentes patogênicos. De acordo com

Miraftab (2014), os têxteis da área médica devem apresentar algumas

características ideais:

Ter ação contra uma diversidade de micro-organismos (micróbios, fungos e

vírus);

Não ser fonte de alimento para os micro-organismos;

Serem antialérgicos e não agressivos à pele humana;

Não nocivo ao corpo humano.

Os têxteis médicos possuem certas especificações que devem satisfazer para

poderem ser utilizados: ser biocompatível, poder ser esterilizado, não ser tóxico e

apresentar boas características mecânicas, principalmente, em relação à resistência

e durabilidade. Essas recomendações são necessárias para a proteção do paciente

e da equipe médica contra infecções e contaminações (RAMOS, 2003).

Propriedades importantes para esses materiais também são: tenacidade,

capacidade de absorção, e flexibilidade (REBELO et al., 2011). De acordo com Qin

(2016), a união das propriedades e características clássicas dos têxteis com o

desenvolvimento da tecnologia, permite que estes materiais apresentem atributos

ainda mais interessantes para aplicações inteligentes, como maior área de superfície

de contato e maior capacidade de absorção.

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Os materiais utilizados podem ser biodegradáveis, naturais, sintéticos ou não

biodegradáveis. Alguns exemplos de materiais fibrosos que podem ser usados

nesse campo são: algodão, poliuretanos, polipropileno, poliéster, alginato e

quitosana. Entre os materiais fibrosos utilizados na medicina, estão as fibras, os fios

de mono e multifilamento, e estruturas têxteis como tecidos, malhas, entrançados e

nãotecidos, e compósitos; sendo que estes podem ser naturais ou sintéticos,

biodegradáveis ou não (REBELO et al., 2011).

3.1.1 Têxteis Médicos com Propriedades Bactericidas

De acordo com a finalidade do material têxtil, algumas características são

requeridas. Alguns exemplos de materiais têxteis bactericidas e suas respectivas

aplicações estão listados a seguir:

A união de têxteis a materiais inorgânicos como cristais ou nanopartículas de

prata, cobre, óxido de titânio, gálio, ouro, entre outros, também tem sido alvo de

pesquisas (SILVER, PHUNG, 2009; CARTER et al., 2010).

A utilização de extratos de vegetais com propriedades bactericidas, como da

plana Neem (Azadirachta indica), pertencente à família das Meliaceae. Há muito

já utilizado em diversas formulações em diferentes países, devidos às suas

propriedades antimicrobianas, o extrato de Neem já foi microencapsulado e

aplicado em tecidos para fins médicos (THILAGAVATHI, BALA, 2007).

A quitosana já é utilizada na produção de diversos materiais para aplicação

médica. Além de bactericida, ela possui propriedade cicatrizante, uma vez que ao

entrar em contato com a lisozima (enzima presente no exsudato), ela se quebra

em glucosamina que é essencial na regeneração das células e/ou tecido na

região da lesão (JAYAKUMAR et al., 2011). Comumente, a quitosana é unida ao

alginato de sódio (polissacarídeo extraído das algas marrons) a fim de potenciar

as propriedades de absorção, bactericida, cicatrizante e anticoagulante dos

materiais produzidos.

Os biopolímeros são materiais que vem sendo pesquisados para utilização

como matérias-primas no desenvolvimento de têxteis médicos (COSTA et al., 2008).

Alguns fatores impulsionam o crescimento deste mercado, como as taxas de

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crescimento da população; questões demográficas, como o envelhecimento e

mudança na vida das pessoas; maior consciência dos riscos do trabalho, de

doenças transmissíveis; e maior desenvolvimento da área de nãotecidos e têxteis

técnicos (CZAJKA, 2005; QIN, 2016).

3.2 Microencapsulação

O culto pelo corpo saudável tem crescido de maneira a permitir que os têxteis

técnicos voltados para o esporte e estética ganhassem ainda mais espaço. Isso

ocorreu porque houve a necessidade de adequação dos produtos a esse estilo de

vida. Portanto, surge uma demanda não apenas de tecidos confortáveis e

esteticamente bonitos, mas também com propriedades inovadoras que

proporcionam uma vida de melhor qualidade (CHENG et al., 2008).

A partir dessa demanda, surgiram também os têxteis aliados aos cosméticos.

Estes tecidos, ao entrarem em contato com o corpo, liberam substâncias ativas,

como hidratantes, a fim de tratar a pele. E, neste contexto, a utilização de

microcápsulas permitiu que essas funções fossem mais duradouras e satisfatórias

(CHENG et al., 2008).

As pesquisas sobre o tema têm crescido, focando nos limites e oportunidades

referentes à aplicação de têxteis nas áreas de cosméticos e saúde, nas diversas

possibilidades de se incorporar substâncias ativas de maneira funcional e

procedimentos práticos para se provar a eficácia desses produtos (CHENG et al.,

2008).

Uma das primeiras aplicações de microcápsulas foi em um projeto da NASA

(National Aeronautics and Space Administration) que utilizou PCM (Phase Change

materials) em vestimentas de astronautas. Os Phase Change Materials são

considerados termorreguladores, pois conseguem combater tanto o excesso de frio

como o excesso de calor por meio da mudança de fase decorrente da absorção ou

liberação de energia de calor (REGIN, SOLANKI, SAINI, 2008; NEJMAN,

GOETZENDORF-GRABOWSKA, 2013). Isso acontece porque as microcápsulas têm

em média de 20 a 40 µm de diâmetro e paredes com menos de um µm de

espessura, além de serem compostas de 80 a 85% de PCM, de maneira que o seu

pequeno tamanho proporciona, relativamente, uma maior área para a transferência

de calor (PAUSE, 2000). Atualmente, as microcápsulas de PCM estão presentes em

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diversos materiais como roupas de neve, jaquetas, fronhas, cobertores, roupas

esportivas e etc (NELSON, 2002; SARIER, ONDER, 2012).

A técnica de microencapsulação aplicada aos têxteis permitiu o

desenvolvimento dos mais variados tipos de tecidos inteligentes, dos quais se

destacam propriedades de mudanças de cor, retardante de chamas, proteção contra

falsificações, liberação controlada de medicamentos e cosméticos, entre outros. O

Quadro um apresenta algumas das aplicações da técnica de microencapsulação,

relacionando-as com seus princípios ativos:

Quadro 1 - Aplicações de microcápsulas na indústria têxtil

Princípio ativo Função Aplicação

Materiais de mudança de fase

(PCM)

Redução do impacto de

mudanças de temperatura.

Roupas de neve, cobertores,

jaquetas, etc.

Microcápsulas com retardantes

de chamas Proteção contra fogo. Roupas militares

Microcápsulas contendo cor

antiga ou ativador Proteção contra falsificações Etiquetas, produtos de grife.

Lipossomos de corantes têxteis Diminuição da temperatura de

tingimento de têxteis

Tingimentos em altas

temperaturas, diminuindo riscos

de danificação das fibras.

Microcápsulas de octano, óleo

de tungue, óleo de parafina e

solventes de limpeza.

Propriedades de limpeza Panos de limpeza.

Microcápsulas de glicerol e

proteínas da seda Têxteis para tratamento de pele Bandagens e lingerie.

Microcápsulas de sistemas

fotocrômicos e termocrômicos Mudança de cor

Rotulagem de produtos, têxteis

médicos, produtos de moda.

Microcápsulas com fragrâncias,

hidratantes, repelente,

vitaminas, medicamentos,

extratos vegetais.

Combater odores ruins, agregar

valor, proteção, tratamentos,

propriedades bactericidas.

Artigos de moda, roupas para

esporte, lingerie, têxteis

médicos.

(Fonte: adaptado de NELSON, 2002; EL-RAFIE et al., 2016)

A microencapsulação é uma tecnologia de acondicionamento de substâncias

em pequenas cápsulas que serão capazes de liberá-las de forma controlada, de

acordo com os estímulos oferecidos pelo ambiente e das particularidades do

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material de revestimento. As substâncias acomodadas dentro das cápsulas podem

estar em estado gasoso, líquido ou sólido (HOLME, 2004; QIN, 2016).

Esse acondicionamento acontece por meio da construção de um envoltório de

uma fina camada de um material polimérico em torno da substância em questão,

conforme a Figura 2. Portanto, a microcápsula é constituída pelo material de núcleo

e pelo material de revestimento. É importante que o material de revestimento seja

quimicamente compatível com a substância do núcleo e não reaja com ela

(BANSODE et al., 2010).

Segundo Bansode et al. (2010), o material de revestimento deve possuir as

seguintes propriedades:

- Estabilizar a substância encapsulada;

- Ser inerte em relação a materiais ativos;

- Promover liberação controlada da substância em determinadas condições;

- Ser maleável, ter capacidade de formar filmes, ser estável;

- Possuir baixa viscosidade, não ser higroscópico;

- Ser economicamente viável;

- Ser solúvel em meio aquoso ou em solvente;

- Possuir flexibilidade.

Figura 2 - Esquema microcápsula

(Fonte: CHENG et al., 2008)

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A liberação do princípio ativo encapsulado pode se dar por mecanismos

diferentes. A liberação de medicamentos, por exemplo, pode ser impulsionada por

estímulos químicos (pH; forças iônicas; solventes); forças físicas (temperatura; laser,

campos magnéticos, etc) e estímulos biológicos (DELCEA, OHWALD, SKIRTACH,

2011). O Quadro 2 mostra quais os mecanismos de liberação das substâncias

encapsuladas e aplicadas em materiais têxteis.

Quadro 2 - Utilizações finais de têxteis com microcápsulas e mecanismos de liberação.

(Fonte: CHENG et al., 2008)

Nota-se que dentro deste universo existe uma classificação que especifica se

uma micropartícula é uma microcápsula ou microesfera. No primeiro caso, o material

caracteriza-se por um “sistema de reservatório” em que necessariamente o princípio

ativo encontra-se revestido por uma camada polimérica. Já no segundo caso, das

microesferas, observa-se um sistema em que o fármaco está disperso ou dissolvido

de forma homogênea no polímero (SILVA et al., 2003; SIEPMANN, SIEPMANN,

2012).

Entre os materiais largamente utilizados na confecção de microcápsulas, está

o polímero natural quitosana. Este polímero é amplamente usado na indústria

farmacêutica em sistemas de liberação de drogas, pois é biocompatível,

biodegradável e tem propriedades de adsorção (SIRIUPAYO, BLACKWELL,

RUJIRAVANIT, 2005; HU et al, 2011; HUT et al., 2011; YANG et al., 2014).

Utilizações Finais Mecanismos de Liberação

Têxteis com cosméticos (em contato com a

pele)

Fricção, pressão, biodegradação (ACHWAL,

2003; ANON, 2005).

Aromoterapia e Fragrâncias

Fricção, difusão através da parede do

polímero (CELESSENCE INTERNATIONAL

LIMITED, 2006; DEVAN CHEMICALS, 2007).

Termoregulação (PCM) Temperatura (SHIN et al., 2005)

Sistemas de mudança de cores

Temperatura, luz ultravioleta (SAWADA et al.,

2005; SEKAR, 1998; SOLARACTIVE®

INTERNATIONAL, INC., 2007)

Retardante de chamas Chamas, altas temperaturas. (ANON, 2005;

KOVER et al, 1997)

Page 33: Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros ...€¦ · Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09....66 Figura 18 - Microscopia

32

3.3 Quitosana

A quitosana é um polissacarídeo catiônico de cadeia (1-4)-2-amino-2-deoxi-β-

D-glucano (YUAN et al., 2016). A estrutura química da quitosana é linear e possui

alta densidade de carga de grupos reativos, bem como uma numerosa quantidade

de ligações de hidrogênio (Figura 3). Tais características são responsáveis pela

biocompatibilidade do polímero e pela facilidade de seu processamento (TAVARIA,

2013). Ela é um biopolímero que pode estar presente naturalmente em fungos dos

gêneros Mucor e Zygomicetes ou ser obtida por meio da desacetilção parcial da

quitina (KAFETZOULOS et al., 1993; JUN et al., 2013).

A quitina (N-acetil-D-glucosamina) é um polímero linear que, de forma similar

à celulose, é encontrada na natureza em estado cristalino fibroso (OGAWA et al.,

2010). Dependendo da sua função biológica e da fonte de que é extraído, este

biopolímero pode apresentar três formas polimorfas: α, β e ϓ. A primeira (α-quitina)

é caracterizada por possuir suas cadeias de carboidrato arranjadas de maneira

alternada e antiparalelas, enquanto que a segunda (β-quitina) apresenta suas

cadeias organizadas paralelamente, e, a última (ϓ-quitina) possui duas cadeias na

mesma direção e uma cadeia invertida (FARIA et al., 2015). A α-quitina é aquela que

apresenta menor capacidade de absorção de água devido à presença em maior

quantidade de pontes de hidrogênio intermoleculares entre os grupos carbonila e

hidroxila dando origem a um empacotamento denso. Já a β-quitina possui pontes de

hidrogênio intermoleculares em menor quantidade e, portanto, uma estrutura menos

empacotada (TAN et al., 2015), o que atribui maior reatividade, solubilidade e

capacidade de turgescência quando comparada a polimorfa α. O alomorfe β é

encontrado nas carapaças dos crustáceos e o mais utilizado, tanto em pesquisas

quanto na indústria (BIROLLI, DELEZUK, CAMPANA-FILHO, 2016).

Figura 3 - Estrutura química quitosana

(Fonte: ALVARENGA, 2011)

Page 34: Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros ...€¦ · Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09....66 Figura 18 - Microscopia

33

A desacetilação da quitina para a obtenção da quitosana pode ser realizada

por três métodos diferentes: químico (em meio alcalino), microbiano ou enzimático

(TAN et al., 2015). O método químico é o mais utilizado em laboratório e, também,

na indústria. Ele é executado por meio da suspenção aquosa de hidróxido de sódio.

A concentração da solução alcalina, bem como o tamanho das partículas de quitina,

temperatura e tempo de reação são parâmetros determinantes para o êxito do

processo de desacetilação. A desacetilação total é raramente efetuada a fim de se

evitar a despolimerização (CAMAPANA-FILHO et al, 2007). Quando o grau de

desacetilação da quitosana é maior que 50%, o grupo NH2 da glucosamina fica

protonado em contato com solução aquosa ácida e permite a solubilização do

polímero (YOUNES et al., 2014). O Quadro 3 apresenta os graus de desacetilação

de acordo com as propriedades da quitosana. O grau de desacetilação, juntamente

com a massa molar e a origem biológica estão diretamente relacionados com a

solubilidade da quitosana, afetando desta maneira, sua aplicabilidade (TAVARIA et

al., 2013).

Quadro 3 - Relação da desacetilação da quitina com as propriedades da quitosana Propriedade Características estruturais

Solubilidade DD Cristalinidade DD

Biodegradabilidade DD, Massa molar Viscosidade DD

Biocompatibilidade DD Biológico

Muco adesão DD, Massa molar Analgésico DD

Antimicrobiano DD Efeito de melhora na permeação DD

Antioxidante DD, Massa molar Hemostático DD

DD: grau de desacetilação Diretamente proporcional à propriedade Inversamente proporcional à propriedade (Fonte: Dash, 2011)

Algumas características estruturais como a alta porcentagem de nitrogênio

presente na quitosana são importantes para a produção de géis, filmes e bem como

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34

para a biodegrabilidade e biocompatibilidade, e conferem a este polímero um valor

comercial significativo (LIM, HALIM, 2010).

A principal diferença entre as cadeias de celulose e de quitosana está na

presença da acetilamina, ou grupos aminos livres que são responsáveis pelas

características que dão destaque a quitosana (HWANG, SHIN, 2000; ELGADIR et

al., 2015). Dentre as propriedades terapêuticas da quitosana estão a capacidade de

ativar repostas do sistema imune, baixar os níveis de colesterol e até ação anti-

hipertensiva (ALLAN et al., 1984; ELGADIR et al., 2015) Também são citadas na

literatura propriedades bactericidas, anestesiantes (BADAWY et al., 2004;

BALAKRISHNAN et al., 2005), capacidade de promover homeostase e crescimento

celular do tecido epitelial (HOWLING, 2001; ELGADIR, 2015) o que torna o polímero

ainda mais atraente para aplicações médicas e farmacêuticas.

3.3.1 Aplicações da Quitosana

A quitosana é utilizada em diversas áreas, entre elas na indústria alimentícia

(conservante), na agricultura (adubagem), em cosméticos e na área médica

(ZIVANOVIC, DAVIS, GOLDEN, 2015). Nesta última, a quitosana é aplicada como

bandagens, bioadesivos, agente cicatrizador, material para sutura, curativos,

enxertos, na forma de filmes, géis, fibras, cápsulas, microcápsulas ou soluções

(SENEL, 2004; JAYAKUMAR, 2011).

A preparação de microcápsulas a partir de quitosana é viável devido às

diversas vantagens que a quitosana apresenta como: ser um material de origem

natural e, portanto seguro e biocompatível; apresentar grande quantidade de poros

de maneira uniforme promovendo grande difusão no substrato; ter grupos aminas

capazes de imobilizar enzimas por meio de ligações covalentes (AZEVEDO et al.,

2007). Já foram realizados estudos que comprovaram a eficiência da quitosana em

reconstituição de tecidos e liberação controlada de drogas, biocompatibilizante entre

tecidos e ação cicatrizante através de aplicações ortopédicas e odontológicas

(AZEVEDO et al., 2007; JAYAKUMAR et al., 2011).

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35

3.3.2 Propriedade Bactericida da Quitosana

O principal grupo funcional presente na quitosana que o diferencia da quitina

é o grupo amino, que é o responsável pelas suas propriedades físico-químicas (XIA

et al., 2011). Dentre as propriedades terapêuticas da quitosana estão a capacidade

de ativar repostas do sistema imune, baixar os níveis de colesterol e até ação anti-

hipertensiva (ALLAN et al., 1984; ELGADIR et al., 2015) Também são citadas na

literatura propriedades bactericidas, anestesiantes (BADAWY et al., 2004;

BALAKRISHNAN et al., 2005), capacidade de promover homeostase e crescimento

celular do tecido epitelial (HOWLING, 2001; ELGADIR, 2015) o que torna o polímero

ainda mais atraente para aplicações médicas e farmacêuticas.

A quitosana é uma base fraca solúvel apenas em soluções aquosas ácidas

diluídas (pH<6,5) e, portanto, insolúvel em água e solventes orgânicos (KUMAR et

al., 2004; QIN et al., 2006). Isso acontece devido à protonação do grupo amino em

meio ácido, que fica com carga positiva (NH3) e, portanto, solúvel, conforme ilustra a

Figura 4 (DASH et al., 2011). A ação bactericida da quitosana também só é

constatada em pHs ácidos, sugerindo que a baixa solubilidade em meio alcalino tem

influência nesta propriedade (LIU et al., 2004, QIN et al., 2006).

Figura 4 - Solubilidade da quitosana

(Fonte: DASH et al., 2011)

Existem algumas teorias relacionados ao mecanismo de funcionamento da

atividade antibacteriana da quitosana. A Figura 5 apresenta um esquema de

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36

algumas possíveis formas de ações do polímero ao atacar o microorganismo. Neste

esquema, a quitosana com carga positiva interage com a membrana celular

bacteriana por meio de resíduos de carga negativa e, dessa forma, modifica a

permeabilidade da célula (XING et al., 2009; SEVERINO et al., 2015; CHIEN, YEN,

MAU, 2015; Li, Yang, Yang, 2015). Também está ilustrado na imagem a capacidade

de interação de um derivado da quitosana (O-quaternário amônio N-acetil tioureia

quitosana) com a membrana celular provocando o aumento da permeabilidade e

quebra da membrana (LI, YANG, YANG, 2015). A possibilidade da quitosana dar

origem a uma membrana polimérica na superfície da célula bacteriana impede a

entrada de nutrientes necessários à célula (LIU et al., 2004(b); LIU et al., 2004(a);

EL-TAHLAWY et al., 2005). Outra atividade da quitosana seria a interação entre os

produtos de hidrólise difundidos e o DNA do microrganismo que pode inibir o mRNA

e afetar a síntese protéica (YUAN et al., 2016). A atividade quelante da quitosana

também intereferiria no crescimento microbiano, ao sequestrar nutrientes e metais

essenciais (LI et al., 2010; CHIEN, YEN,MAU, 2015; YUAN et al., 2016).

Figura 5 - Ação bactericida da quitosana

(Fonte: HOSSEINNEJAD, JAFARI, 2016)

Alguns fatores tem influência direta na atividade antibacteriana da quitosana.

O primeiro aspecto importante, conforme citato anteriormente, é o pH. A atividade

bactericida da quitosana é maior em pH ácido devido à ionização dos grupos aminos

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37

(DEVLIEGHERE, VERMEULEN, DEBEVERE, 2004). Quando em contato com meio

alcalino, os grupos amino ficam desprotonados e, portanto, a quitosana tende a

precipitar (GÓMEZ-ESTACA et al., 2010). Outro aspecto que influencia nesta

propriedade da quitosana é a sua massa molar que interefere no mecanismo de

ação bactericida. A quitosana de alta massa molar age dificultando a entrada de

nutrientes essenciais à manutenção da célula. Uma vez que não é capaz de

atravessar a membrana celular, a quitosana cria uma espécie de barreira na

superfície da membrana celular, aterando sua permeabilidade e provocando, por fim,

seu rompimento (LI et al., 2010(a), LI et al., 2010(b)). Por outro lado, as moléculas

de quitosana de baixa massa (<5000kDa) conseguem adentrar a célula do micro-

organismo, penetrar no núcleo da mesma e se ligar ao DNA, impedindo a síntese

proteica (CHIEN, YEN, MAU, 2015).

Com relação a concentração, quanto maior ela for, a quitosana agirá criando

uma película em torno da célula e impedindo a fuga de elementos intracelulares. No

caso contrário, em baixas concentrações, a quitosana mata a célula por meio de

uma indução da fuga de componetes intracelulares ao se ligar a membrana celular e

provocar uma desorientação (LIM, HUDSON, 2004)

Quanto ao grau de desacetilação da quitosana, ele tem fundamental

importância na sua ação bactericida, visto que é ele que determina a presença em

maior ou menor quantidade dos grupos amino. Logo, de forma geral, pode-se dizer

que quanto maior for o grau de desacetilação maior será a solubilidade do polímero

em ácido acético e, portanto, mais positivamente carregada estará a cadeira e a

atividade bactericida será mais intensa (TOLAIMATE et al., 2003).

3.4 Alginato de Sódio

O alginato de sódio é um polímero composto por macromoléculas aniônicas,

obtido a partir de algas marrons e produzido por bactérias (DEKAMIN et al., 2016). É

muito utilizado para o desenvolvimento de géis e micropartículas devido as suas

propriedades físicas e químicas (GOH, HENG, CHAN, 2012). Este polímero aniônico

é biodegradável, biocompatível, mucoadesivo, não tóxico, não imunogênico e de

baixo custo. Estas propriedades podem variar de acordo com a sequência da cadeia

do polímero que é composta por resíduos de ácido α-L-gulurônico (G) e ácido β-D-

manurônico (M) que são unidos por ligações 1,4-glicosídicas (Figura 6). Na estrutura

também são encontrados dímeros MG que possuem a mesma proporção dos dois

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monômeros (PAWAR, EDGAR, 2012; LEE, MOONEY, 2012). Esta variação existe

em função da procedência do alginato, mas pode ser modificada (PAWAR, EDGAR,

2012).

Figura 6 - Estrutura química do Alginato

(Fonte: DEKAMIN et al., 2016)

A primeira vez em que o alginato foi aplicado em métodos de encapsulação

foi em 1980 por Lim e Sun (PAQUES et al., 2014) e a partir de então inúmeras

pesquisas a respeito foram realizadas. O alginato é um dos materiais mais utilizados

na área (VOS et al., 2006; ANTOSIAK-IWARISKA et al., 2009).

Grande parte dos estudos com alginato gelificado produz partículas com um

diâmetro maior que 100µm, embora partículas menores de até 1µm apresentem um

leque de vantagens sobre as primeiras. As nanopartículas possuem maior força

mecânica e superfície de contato, além de conseguirem passar por canais e agulhas

significantemente menores. Apesar das nanopartículas serem interessantes para

liberação controlada de drogas, o alginato é mais utilizado na confecção de

partículas de dimensão micro (PANYAM, LABHASETWAR, 2003; CHO et al., 2008).

O alginato tem sido aplicado em uma grande variedade de métodos de

produção de micropartículas. Grande parte das experiências se baseia na técnica de

gelificação externa, em que se adiciona uma solução de alginato a um banho

contendo cátion (RIBEIRO et al., 2005). Para que ocorra a formação de partículas e

a gelificação, mistura-se o alginato na substância que será encapsulada. Além disso,

com o objetivo de formar um complexo polieletrólito, o alginato também pode

interagir com um polímero catiônico, como a quitosana (GASEROD, SANNES,

SKJAK-BRAEK, 1999; PAQUES et al., 2014).

Bloco G Bloco GM Bloco M

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39

Neste estudo o fármaco selecionado para incorporação nas microcápsulas foi

o Triclosan que possui propriedade bactericida e fungicida e já é utilizado pela

indústria há algum tempo em produtos de higiene pessoal.

3.5 Triclosan

Entre os fármacos amplamente utilizados como agente antimicrobiano em

produtos de cuidados pessoais – pasta de dentes, sabonetes, produtos para limpeza

de pele e em enxaguantes bucais – está o Triclosan (TCS, 5-cloro-2-(2,4-

diclorofenoxi) (DAYAN, 2007). Sua estrutura química é muito próxima a dos

estrógenos não-esteroidais e sua aplicação é regulamentado pelas administrações

de comida, drogas e de proteção ao meio ambiente (ISHIBASHI et al., 2004; LOUIS,

HALLINGER, STOKER; 2013).

Esta substância possui propriedade bactericida contra vários tipos de

bactérias, pois tem capacidade de impedir a ativação da principal proteína

necessária para a síntese de ácidos graxos. O Triclosan também possui propriedade

fungicida (HEALTH et al, 2000). É considerado um fármaco com baixa toxidade e,

portanto, seguro (KWON et al., 2013).

Além das aplicações já citadas, o TCS também é encontrado em produtos

para limpeza de casa, e em processos de manufatura de têxteis e plásticos. Estudos

apontaram um uso anual de aproximadamente 350 toneladas de Triclosan na

Europa e de 300 toneladas nos EUA (HALDE, PAULL, 2005). Este agente é aplicado

em quantidades que oscilam entre 0,1% e 0,3% (m/m) e está presente em mais de

700 produtos com propriedade bactericida (DANN, HONTELA, 2011).

Foram realizados alguns testes em animais com a finalidade de se identificar

possíveis efeitos colaterais nos níveis de hormônios da tireoide devido à

administração de Triclosan (CROFTON et al., 2007; PAUL et al., 2010; ZORILLA et

al., 2009). Nos ratos, foi constatada uma redução desses níveis, entretanto, não

existem comprovações de que o mesmo ocorreria em seres humanos (WITORSCH,

2014). Inclusive, estudos desenvolvidos por Cullinan et al. (2015), analisaram os

efeitos do uso de pasta de dentes com Triclosan e concluíram que o uso contínuo

por mais de quatro anos não provoca nenhuma alteração nas funções da tireoide em

humanos. Pesquisas também demonstraram que o uso desta pasta de dente com

TCS por mais de quatro anos, de maneira ininterrupta, também não causam

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40

alterações hematológicas ou bioquímicas no corpo humano (RODRICKS et al.,

2010).

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais

A quitosana utilizada neste estudo foi comercial (Sigma Aldrich, St. Loius,

USA), procedente da purificação de quitina extraída de cascas de camarões com no

mínimo 75% de desacetilação. Foi utilizado o alginato comercial (Sigma Aldrich, St.

Loius USA), em forma de pó branco. O Triclosan utilizado foi de grau farmacêutico

(U.S.P.) em forma de pó branco e os solventes foram de grau analítico.

4.2 Métodos

4.2.1 Estudo das Condições de Obtenção das Microcápsulas

O método utilizado para a produção das microcápsulas foi segundo o descrito

por Hui et al (2013) com algumas alterações. Foram realizadas 9 reações sem a

presença do fármaco com o objetivo de otimizar as condições de produção das

microcápsulas. Os parâmetros das reações de 1 a 9 sofreram alterações segundo as

condições mostradas na Tabela 1. Posteriormente, foram realizados testes de

incorporação do fármaco. Três reações, nomeadamente, RTCS 09, RTCS10 e

RTCS11, apresentaram produtos mais próximos aos esperados. As condições

descritas a seguir foram as utilizadas na reação 9 (sem adição de alginato e

Triclosan).

Em um Becker de 40 mL, foi adicionado 1 g de quitosana e 25 mL de uma

solução 2% (v/v) de ácido acético. A solução foi mantida sob agitação durante 24h.

O alginato nesta reação não foi adicionado (Tabela 1). Em seguida foram pesados

3g de surfactante Span-80 que foram adicionados a 150 mL de parafina líquida e

colocados em banho-maria à temperatura de 55ºC sob agitação em torno de 600rpm

(Figura 7). O gel de quitosana foi adicionado à mistura de surfactante e parafina no

banho-maria e a solução foi mantida sob agitação por 20 minutos para atingir

completa homogeneização. A mistura foi então resfriada em um banho de gelo a

uma temperatura de -10°C e o pH foi ajustado para 9 com uma solução de hidróxido

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de sódio 10% (m/v). Posteriormente foram adicionados, lentamente, 10 mL de uma

solução aquosa de glutaraldeído 25% na reação, utilizando um sistema de spray. O

processo de adição do glutaraldeído levou cerca de 30 minutos e a após a adição a

reação foi mantida por mais 30 minutos sob agitação a fim de se estabilizar as

microcápsulas. Ao término do tempo a mistura foi transferida para tubos de Falcon

de 15mL e centrifugados por 40 minutos, a 5ºC, a uma rotação de 4000rpm. As

microcápsulas foram lavadas com 10 mL de álcool de etílico e 10 mL de éter de

petróleo e, finalmente, secas à vácuo (HUI et al., 2013). Foram realizadas 9 reações

de produção de material sem incorporação de fármaco. Nas quatro primeiras foram

utilizados os dois polímeros (quitosana e alginato) e nas cinco ultimas, optou-se pela

utilização somente da quitosana. Nas reações 1, 2, 3, 4 e 5, o agente reticulante foi

adicionado com a ajuda de uma pipeta de Pasteur, enquanto que nas reações 6, 7, 8

e 9, a adição foi feita com dois tipos de spray. Todas as amostras após o processo

de lavagem foram transferidas para uma placa de petri e mantidas no dessecador

fechado sob vácuo, contendo sílica.

Tabela 1 - Comparação de parâmetros entre as reações iniciais realizadas para fins de acerto de metodologia

Reação

Proporções

Polímeros

Utilizados

Temperatura do

Banho de Gelo

(ºC)

Temperatura (ºC) e

Tempo (mim) de

Centrifugação

R1 1CH: 1Alg -1 5ºC/40min

R2 1CH: 1Alg -10 5ºC/40min

R3 2CH: 1Alg -20 5ºC/40min

R4 1CH: 1Alg -20 5ºC/40min

R5 1CH: 0Alg -20 5ºC/40min

R6 1CH: 0Alg 5 5ºC/60min

R7 1CH: 0Alg 5 5ºC/40min

R8 5CH: 1Alg 0 5ºC/40min

R9 1CH: 0Alg -10 5ºC/40min

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Figura 7 - Sistema para preparação da reação de microencapsulação contendo banho-maria e agitador mecânico.

Para a produção das microcápsulas com presença do fármaco, o gel de

quitosana foi preparado dissolvendo-se 1g do polímero em 25 mL de ácido acético

2% (v/v) e submetido à agitação magnética por 24h. O gel de alginato foi preparado

da seguinte forma: 0,5% (m/m) de Triclosan foi dissolvido em 5 mL de etanol

absoluto; então 1g de alginato foi disperso nessa solução e, finalmente, 20 mL de

NaOH (0,1M) foram adicionados a fim de se ionizar o alginato. A mistura ficou sob

agitação magnética até completa solubilização. Um volume de 150 mL de parafina

líquida e 3 g de surfactante Span-80 foram adicionados em um Becker de 400 mL e

colocados para aquecer a 55ºC em banho maria, sob agitação mecânica constante.

A esta solução foi adicionado o gel de alginato em gotas. Após a homogeneização,

adicionou-se o gel de quitosana, também em gotas. A emulsão permaneceu sob

agitação e aquecimento por 20 min. Após esse tempo, a emulsão foi resfriada em

um banho de gelo a -10 ºC e permaneceu sob agitação. O pH foi ajustado para uma

faixa 9-10 com solução 10% (m/v) de NaOH e foram adicionados, com o auxílio de

um spray, 10 mL de glutaraldeído 25%. A reação permaneceu no banho de gelo

com agitação por mais 50 minutos. A emulsão foi então transferida para tubos de

falcon de 15 mL e centrifugada por 40 min., a 4000 rpm e 5 ºC. As cápsulas foram

separadas e o sobrenadante descartado. A lavagem das cápsulas foi feita

primeiramente com 50 mL éter de petróleo, 50 mL de etanol e, aproximadamente,

1 L de água destilada e, novamente, 50 mL de etanol. O material foi transferido para

um dessecador contendo sílica e seco a vácuo por 24h. A Tabela 2 apresenta as

diferenças de parâmetros na realização das reações RTCS09, RTCS10 e RTCS11.

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Tabela 2 - Parâmetros reações com incorporação de Triclosan

Para o estudo da eficiência da atividade bactericida das microcápsulas foram

sintetizadas quatro composições diferentes, com porcentagens distintas de fármaco

contido no material. Portanto foram preparadas microcápsulas contendo 5% e 6% de

triclosan, com as variações contidas na Tabela 3.

Tabela 3 - Variações de porcentagem de TCS nas reações finais

Reação % TCS no gel de

quitosana

% TCS no gel de

alginato Total de TCS

RF2,5 2,5% 2,5% 5,0%

RF3 3,0% 3,0% 6,0%

RF5 0,0% 5,0% 5,0%

RF6 0,0% 6,0% 6,0%

4.2.2 Determinação da Eficiência de Encapsulação

Para a determinação da eficiência de encapsulação do fármaco, foram

realizadas análises de quantificação da presença do triclosan no produto final da

reação, bem como no sobrenadante obtido após a centrifugação. A partir disso e da

quantidade conhecida utilizada na reação, foi possível calcular por diferença quanto

do fármaco utilizado foi realmente encapsulado. Os cálculos feitos foram de acordo

com a Equação 1.

𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑐𝑎𝑝𝑠𝑢𝑙çã𝑜(%) =𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑓á𝑟𝑚𝑎𝑐𝑜

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝑓á𝑟𝑚𝑎𝑐𝑜 𝑥 100 (Equação 1)

Reação Ordem de adição dos polímeros Gel de alginato

RTCS09 Quitosana/ Alginato Diluído em NaOH 0,1M

RTCS10 Alginato/ Quitosana Diluído em H2O destilada

RTCS11 Alginato/Quitosana Diluído em NaOH 0,1M

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A quantificação do Triclosan foi feita por meio de Cromatografia Líquida

(HPLC), no laboratório de Desenvolvimento e Inovação em Farmacotécnica (Deinfar)

do Departamento de Farmácia da FCF/USP do prof. Dr. Humberto Gomes Ferraz.

O método utilizado no HPLC para a identificação e quantificação do TCS foi

de acordo com o descrito por Li et al. (2016) com algumas modificações. O HPLC

utilizado foi um LaChrom elite 2200, da marca Hitachi (Japan) com coluna de

separação HPLC Cartridge LichoCART Purospher (250mm x 4mm, 5µm). As fases

móveis utilizadas foram metanol e água (80/20 v/v) com fluxo de 0,8 mL/min, a 40ºC.

O volume de injeção foi de 10µL e a detecção de comprimento de onda a 220 nm

(UV).

Para a obtenção da curva padrão do triclosan foram preparadas soluções de

100, 50, 10, 5, 3 e 1 µg/mL de triclosan em metanol e analisadas via HPLC.

Para a extração do triclosan das microcápsulas, 100,37 mg das amostras

(RF3) foram dispersas em 25 mL de metanol e permaneceram em um ultrason por

48h. Após esse tempo, a dispersão foi filtrada com um filtro de 0,45 µm.

No caso do sobrenadante, 100 mL foram transferidos para um funil de

separação de 250 mL juntamente com 50 mL de metanol. A mistura foi agitada

manualmente por 5 min e depois o funil foi deixado em repouso por 20 min. Durante

o repouso, a parafina se separou do metanol. A parafina foi descartada e o metanol

foi recolhido para análise em HPLC. Devido à alta concentração de Triclosan o

metanol foi diluído em 10/1000. A extração também foi feita nas soluções de éter de

petróleo e de etanol utilizadas para a lavagem das microcápsulas no final da síntese.

Os resultados obtidos foram substituídos na equação da reta da linearidade

do fármaco e, por fim, as concentrações de cada amostra calculadas.

4.2.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

As microcápsulas foram avaliadas por MEV. As amostras foram colocadas em

um suporte com fita de carbono e revestidas com platina por 170s. No caso das

amostras com triclosan, o suporte foi preparado da seguinte forma: as amostras

foram dispersas em 2 mL de etanol e gotejadas no suporte sem a fita de carbono. O

etanol foi seco a temperatura ambiente e então as amostras revestidas com platina

por 170s. Foi utilizado um microscópio Quanta 600 FEG da marca FEI do

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Laboratório de Caracterização Tecnológica LCT do Departamento de Engenharia de

Minas e de Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. A

amplitude utilizada para a análise foi de 500 a 20.000 vezes.

4.2.4 Microscopia Confocal

Com o intuito de se verificar a presença dos dois polímeros, quitosana e

alginato, nas microcápsulas sintetizadas, foram utilizados dois corantes

fluorescentes com refletância em comprimentos de onda distintos e o material obtido

foi observado em um microscópio confocal Zeiss - modelo LSM 510-Meta na Central

Analítica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo.

A metodologia utilizada para corar os polímeros foi segundo descrito por

CHANG et al. (2012). Foram incialmente preparados 100 mL de gel de quitosana

(4%), diluído em ácido acético 0,2% e gel de alginato (4%), diluído em NaOH 0,1M.

Ao gel de quitosana foram adicionados 200 mg de isotiocianato de rodamina B

(RITC) e 60 mg de 1-Etil-3-(-3-dimetilaminopropil) Cloridrato de carbodiimida (EDC).

Ao gel de alginato foram adicionados 22,73 mg de isotiocianato de fluoresceína

(FITC) e 45,45 mg de EDC. Ambos os géis permaneceram sob agitação magnética,

a temperatura ambiente, por 24h.

Com os géis dos polímeros corados, foi realizado o procedimento de síntese

das microcápsulas conforme descrito no tópico 4.2.1.

4.2.5 Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR)

As amostras dos polímeros alginato e quitosana, e dos produtos das reações

R7,R9, RTCS09, RTCS10 e RTCS11 produzidas no laboratório foram previamente

secas em estufa a 60ºC, juntamente com KBr, sendo posteriormente resfriada por 30

minutos em dessecador com P2O5 sob vácuo. Foram preparadas pastilhas de KBr

contendo 250 mg de KBr e 1,5 mg de amostra, que foram compactadas a uma

pressão de 10 Kgf.Cm-2 sob vácuo. A pastilha de referência, foi preparada contendo

apenas KBr. Foram realizadas 32 varreduras na resolução de 4 cm-1. Em um

espectrofotômetro Spectrum One Parkin Elmer foram feitos varreduras de 400 a

4000 cm-1, para cada amostra com resolução de 4 cm-1. Os ensaios foram realizados

no Departamento de Biotecnologia da Universidade de São Paulo, em Lorena, SP.

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4.2.6 Calorimetria Exploratória Diferencial – DSC e Termogravimetria – TGA

As análises térmicas foram realizadas em amostras dos polímeros puros

(quitosana e alginato), das micropartículas (R7, R9) e das microcápsulas (RTCS09,

RTCS10, RTCS11, RF2,5, RF3, RF5 e RF6).

Foram pesadas 2 mg das microcápsulas que foram colocadas em porta

amostra de alumínio hermeticamente fechados e submetidas a análise em

Calorímetro de Varredura DSC 7020 (Exstar, SII Nano Technology Inc., Japão) com

atmosfera de nitrogênio de 50 mL min-1 e na razão de aquecimento de 10 °C min-1,

na faixa de temperatura de 25 a 350°C. O elemento químico Índio foi utilizado como

padrão para calibrar a escala de temperatura e a resposta de entalpia.

A Termogravimetria foi realizada por meio da termobalança TG/DTA 7200

(Exstar, SII Nano Technology Inc., Japão) com atmosfera de nitrogênio de 100 mL

min-1, utilizando uma massa das amostras de microcápsulas com cerca de 3,5 mg,

na faixa de temperatura de 25 a 600ºC, na razão de aquecimento de 10°C min-1.

Antes dos ensaios, foi verificada a calibração do instrumento empregando-se um

padrão de oxalato de cálcio. As análises de DSC e TGA foram realizadas no

Laboratório de Desenvolvimento e Inovação em Farmacotécnica (Deinfar), no

Departamento de Farmácia da FCF/USP do prof. Dr. Humberto Gomes Ferraz.

4.2.7 Ensaios de Absorção e Perda de Massa

Os experimentos foram realizados em triplicatas. As amostras foram

incialmente secas em estufa a 40ºC por 24h. Em seguida, foram pesadas em torno

de 100 mg das microcápsulas, sem a presença do fármaco, e imersas em 2 mL de

soluções de suor alcalino e ácido. As soluções de suor alcalino e ácido foram

preparadas de acordo com a norma “Ensaio de determinação da solidez de cor ao

suor - NBR ISSO 105 – E04/2014”. Portanto, para o suor alcalino foram utilizados:

0,5 g/L de monoidrocloreto de L-histidina monoidratada (C6H9O2N3.HCl.

H2O);

5,0 g/L de cloreto de sódio (NaCl);

5,0 g/L de ortofosfato dissódico dodecaidratado (Na2HPO4.12 H2O), ou

2,5 g/L de ortofosfato dissódico di-hidratado (Na2HPO4.2 H2O).

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Os reagentes foram solubilizados e o pH ajustado para 8,0 (±0,2) com

solução de hidróxido de sódio de concentração 0,1 mol/L.

Para o preparo do suor ácido foram utilizados:

0,5 g/L de monoidrocloreto de L-histidina monoidratada (C6H9O2N3.HCl.

H2O);

5,0 g/L de cloreto de sódio (NaCl),

2,2 g/L de ortofosfato monosódico di-hidratado (NaH2PO4.2 H2O).

O pH da solução foi ajustado para 5,5 (±0,2) também com solução de

hidróxido de sódio de concentração 0,1 mol/L.

Os eppendorfs contendo as amostras foram submetidos à agitação constante

(60 rpm) a 37 ºC. Após os períodos de tempo determinados (1, 3, 5, 7, 9, 15, 21,

30 dias) as amostras foram removidas das soluções por filtragem e suas massas

úmidas determinadas. A quantidade de água absorvida foi calculada pela Equação

2.

100mi

mi-wm absorvida água %

(Equação 2)

Em que: mw é a massa da amostra úmida e mi= massa inicial da amostra.

Ao fim de cada teste as amostras foram submetidas à secagem a 40ºC por

24h e novamente pesadas para se determinar a massa seca final de modo que a

perda de massa foi calculada segundo a Equação 3.

100mi

mi-mf massa de perda %

(Equação 3)

Em que: mf = massa final da amostra após a secagem e mi = massa inicial da

amostra.

Este ensaio foi realizado com amostras de quitosana e alginato sem a

presença do fármaco, pois a finalidade do experimento foi verificar a resistência do

involucro das microcápsulas à umidade, bem como o comportamento referente à

capacidade de absorção dos polímeros visto que os polissacarídeos usados tendem

a absorver um grande volume de água.

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4.2.8 Ensaio de Liberação in Vitro

Foram realizadas análises de liberação in vitro para se avaliar a

potencialidade de liberação do fármaco contido nas microcápsulas. Essas análises

consistiram em dispersar 0,5 g de triclosan puro em 100 mL do meio que seria

utilizado na dissolução (método para análise de liberação in vitro). Também foram

avaliadas amostras de soluções do meio após o contato com microcápsulas RF2,5

por 24h. Uma vez que o tecido contendo as microcápsulas estaria em contato com a

pele humana, foi determinado que o meio utilizado no ensaio seria solução de suor

(ácida e básica) e, portanto, aquosa. A dispersão foi mantida sob agitação constante

de 100 rpm e temperatura de 37ºC por 24h. Após esse tempo, foram recolhidas

amostras das soluções e o TCS quantificado por meio de HPLC. Essas análises

foram realizadas no Laboratório de Desenvolvimento e Inovação em Farmacotécnica

(Deinfar) do Departamento de Farmácia da FCF/USP do prof. Dr. Humberto Gomes

Ferraz.

4.2.9 Teste de avaliaçao da atividade antimicrobiana das microcápsulas

O teste de atividade bactericida das microcápsulas foi realizado de acordo

com o descrito por ROMÁN et al. (2016). A atividade antibacteriana do material foi

avaliada em relação à bactéria gram-negativa Escherichia coli e à gram-positiva

Staphylococcus aureus.

As bactérias foram incubadas em caldo de soja tríptica (TSB) por 18h a 37ºC.

Então, a suspensão bacteriana obtida foi diluída com TSB estéril a fim de se atingir

turbidez equivalente à solução padrão de McFarland 0,5, que resultou em uma

solução contendo 1.5 x 108 unidades formadoras de colônia por mililitro. Em seguida,

as bactérias foram inoculadas em uma placa de petri contendo ágar de soja tríptico

(TSA) com bactérias. Este processo foi feito de modo a garantir uma distribuição

uniforme das bactérias. Por fim, 20 mg de microcápsulas foram colocados no meio

da superfície com o auxílio de um cilindro de aço de 6mm de diâmetro. O cilindro foi

removido e a placa incubada por 24h a 37ºC. . Este ensaio foi realizado no

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Laboratório de Microbioma e Genética Bacteriana, no Departamento de

Microbiologia e Imunologia da UNESP.

4.2.10 Análises Físicas para Caracterização dos Tecidos

Os substratos texteis utilizados foram tecidos planos com composição 100%

algodão e estrutura em forma de sarja e tela. Foram caracterizados por gramatura

(NBR 10591), densidade de fios (NBR 10588), título dos fios (NBR 13216) e

propriedade de tração (NBR ISO 13934-2), com e sem acabamento a fim de se

verificar se a presença das resinas interfere nas suas características.

As amostras para os ensaios físicos foram condicionadas, conforme a norma

ABNT NBR ISO 139, por 24h em uma climatizadora M 250 – RH, da Mesdan S.p.a.

(Itália) a temperatura de 20ºC (±2 ºC) e humudade relativa de 64% (±4%).

4.2.10.1 Determinação da Gramatura

A determinação da gramatura dos tecidos utilizados foi realizada conforme a

norma brasileira ABNT NBR 10591. De cada amostra previamente condicionada,

foram cortados cinco corpos de prova de (10 x 15) cm contendo fios de trama e

urdume distintos. Todos os corpos de prova foram retirados com distância mínima de

10 cm das ourelas das amostras e foram pesados e suas massas obtidas em

gramas. Foi calculada a média aritmética dos valores obtidos e o resultado

expressado em gramas por metro quadrado.

4.2.10.2 Determinação da densidade de fios As determinações das densidades de fios dos tecidos sarja e tela foram

realizadas com base na norma brasileira ABNT NBR 10588, com alteração do

tamanho dos corpos de prova. As amostras foram previamente condicionadas em

atmosfera padrão e, com auxílio de lente conta fio, foram realizadas as contagens da

quantidade de fios de trama e de urdume por cm em cinco corpos de prova de

1 cm², contendo séries de fios diferentes. As médias aritméticas foram calculadas e

os resultados expressos em números de fios/cm.

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4.2.10.3 Determinação do título dos fios Para a determinação do título dos fios foi utilizada como referência a norma

brasileira ABNT NBR 13216. Foram retirados dez fios de urdume e dez fios de trama

aleatórios de cada amostra. Todos os corpos de prova foram retirados com no

mínimo 520 mm, conforme definido pela norma. Os fios foram condicionados em

atmosfera padrão por 24h e, em seguida, medidos e pesados. Foi calculada a média

aritmética e os resultados expressados em Tex (g/1000 m de fio).

4.2.10.3 Propriedades de tração dos tecidos – Método Grab teste

A resistência à tração dos tecidos foi avaliada de acordo com a norma

brasileira ABNT NBR ISSO 13934-2 que determina a força máxima utilizando o

método grab teste. Para cada amostra foram preparados cinco corpos de prova com

dimensões de 100 mm de largura por 150 mm de comprimento. Em cada um deles,

foi desenhada uma linha paralela aos fios de urdume e trama, com distância de

38 mm de uma borda. Foi utilizado um dinamômetro Instron (Norwood,

Massachusetts, EUA), com a distância entre as garras ajustadas para 75 mm, com

velocidade de extensão definida para 50 mm/m. Os corpos de prova já

condicionados em atmosfera padrão foram posicionados no equipamento de forma

que as linhas desenhadas coincidiram com a extremidade de uma das garras e que

a linha central longitudinal do tecido estivesse centralizada em relação às arestas

das garras. O dispositivo foi ajustado para registrar a força máxima e de ruptura em

Newtons de todos os corpos de prova. Os testes de tração foram realizados no dia

12 de maio de 2017 em que, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) a temperatura era de 23ºC e a umidade relativa era de 53%.

4.2.11 Aplicação das Microcápsulas em Material Têxtil

As microcápsulas foram aplicadas em tecidos planos, 100% algodão,

alvejados que foram devidamente caracterizados. Para tanto, elas foram colocadas

em água destilada (1:10) e ficaram sob agitação por 10 minutos. Para auxiliar na

fixação das microcápsulas foram testadas as resinas ACRYLUX HTS 200 (Lumen

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Química) e Zelan (Huntsman) no tecido em uma concentração de 20 g/L (HUI et al.,

2013). Os tecidos foram fourladados a uma pressão de 1 Bar e velocidade de

0,031 m/min, com pick-up de 80% e depois secos a 110ºC por 5 minutos. No caso

dos tecidos em que foi aplicada a resina Zelan, após a secagem também foi feita

polimerização a 130ºC por 60 segundos.

4.2.12 Ensaio de Resistência a Lavagens do Acabamento dos Tecidos

Funcionalizados com Microcápsulas

Os tecidos de sarja com o acabamento de microcápsulas antimicrobianas,

com resina Acrylux HTS 200 (Lumen Química) e Zelan (Huntsman) foram

submetidos aos testes lavagem a fim de se avaliar a duração do acabamento

utilizando como base a norma NBR ISO 105-C06 – Solidez de cor à lavagem

doméstica e comercial, com algumas alterações. A escolha de fazer esta análise

apenas com a sarja foi devido à melhor adesão das micropartículas à estrutura do

tecido.

Foram analisados corpos de prova de 10 cm x 4 cm contendo microcápsulas

com as duas formulações finais que apresentaram melhores resultados no ensaio de

atividade bactericida (RF2.5; RF3).

Não se utilizou tecido testemunha, pois o intuito do ensaio foi analisar a

resistência do acabamento à lavagem e não a transferência de cor para outros

artigos. Logo, fez-se uma adaptação da norma NBR ISSO 105-C06. A solução de

lavagem foi preparada dissolvendo-se 4 g de detergente WOB (sem branqueador

óptico) em 1 litro de água, e então 150 mL dessa solução foram acionados à caneca

de aço inoxidável, juntamente com dez esferas, também de aço inoxidável de 6 mm

de diâmetro e o corpo de prova. A lavagem foi feita segundo o ensaio A1M que

simula cinco lavagens domésticas, e tem como parâmetros temperatura a 40ºC,

tempo de 45 minutos, dez esferas de aço e pH não ajustado. Ao final do período de

lavagem as amostras foram enxaguadas duas vezes, por 1 minuto cada, com duas

porções de 100 mL de água a 40ºC. O excesso de água foi removido e os tecidos

secos em rama a 60ºC. O ciclo foi repetido quatro vezes, equivalendo a 20 lavagens.

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4.2.13 Ensaio de branqueamento das microcápsulas

A fim de branquear as microcápsulas, foi realizada uma reação de redução com

peróxido de hidrogênio a 50%. Foram pesados 300 mg de microcápsulas que foram

imersas em 15 mL de H2O2 e deixadas em repouso por 24h. Após 24h foram

adicionados mais 15 mL de peróxido e deixado em repouso por mais 2 horas.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Estudo das Condições de Obtenção das Microcápsulas

Todas as reações resultaram em produtos particulados, com aspecto de pó.

Foi possível observar a variação de cor entre as amostras (Figura 8). As reações 1,

2, 3 e 4 apresentaram uma cor clara, entre branco e bege. As reações 5, 8 e 9, em

termos de cor, apresentaram um aspecto esverdeado e após uma média de sete

dias dentro do dessecador sob vácuo e em presença de sílica a intensidade da cor

tornou-se mais clara (Figuras 8e, 8h e 8i). E, por último, as reações 6 e 7 (Figuras 8f

e 8g) apresentaram visualmente uma coloração avermelhada/acastanhada, bem

como um aspecto aglomerado. Essa variação na coloração dos produtos obtidos

pode estar relacionada à oxidação do glutaraldeído.

Efeitos de alteração de cor devido à concentração de glutaraldeído e valores

de pH no tratamento das amostras de pericárdio bovino também são relatados na

literatura. Este fato foi observado por Baucia (2005). Nos estudos com o pericárdio

bovino tratado em condições de pH ˃ 7,4, as amostras adquiriram uma cor amarela-

âmbar, mais escura do que aquelas tratadas em pH fisiológico. A coloração branca

retornou após a sua redução com o borohidreto de sódio. Efeitos da influencia da

temperatura também foram relatados (BAUCIA, 2005).

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Figura 8 - Amostras dos produtos das reações sem Triclosan

(a) Produto da reação R1 (b) Produto da reação R2

(c) Produto da reação R3 (d) Produto da reação R4

(e) Produto da reação R5 (f) Produto da reação R6

(g) Produto da reação R7 (h) Produto da reação R8 (i) Produto da reação R9

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As reações R2, R5, R6 e R8 foram eliminadas em função das características

dos produtos obtidos. A reação R2 foi realizada de forma muito aproximada a R1; a

R5 apresentou microesferas muito grandes devido à utilização de uma pipeta

Pasteur para a adição do glutaraldeído; a R6 foi realizada com metodologia idêntica

a R7; e R8 apresentou aspecto particulado, porém sem indícios de formação de

esferas. Além disso, buscou-se seguir uma lógica de alteração de proporções

quitosana e alginato, em que a presença do alginato foi diminuindo no sentido de R1

a R9, com exceção da reação R4 em que se focou apenas na alteração do

parâmetro temperatura. Portanto, as análises de caracterização foram realizadas em

R1, R3, R4, R7 e R9.

Na Figura 9 estão os produtos das reações realizadas com a presença do

fármaco. Todos apresentaram aspecto de um pó fino, solto e de cor amarelada/

esverdeada. Após alguns dias, essas cores tenderam a ficar acastanhadas,

novamente, devido à oxidação.

Figura 9- Amostras dos produtos das reações com Triclosan

(a) Produto da reação RTCS09 (b) Produto da reação RTCS10

(c) Produto da reação RTCS11

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Na Figura 10, estão as imagens das microcápsulas produzidas nas reações

RF2,5; RF3; RF5 e RF6, contendo, respectivamente, 2,5% de triclosan no núcleo de

alginato e no revestimento de quitosana; 3% de triclosan no núcleo de alginato e no

revestimento de quitosana; 5% de triclosan apenas no núcleo de alginato e 6% de

triclosan no núcleo de alginato. Todas apresentaram coloração acastanhada depois

de secas devido, provavelmente à oxidação. A cor pode ser convertida para branco

por meio de redução com solução 50% de H2O2 por 28 horas.

Figura 10 - Produtos das reações RF2.5; RF3; RF5; RF6

(a) Produto da reação RF2.5 (b) Produto da reação RF3

(c) Produto da reação RF5 (d) Produto da reação RF6

5.2 Determinação da Eficiência da Encapsulação

Foram preparadas soluções de triclosan nas concentrações de 1, 3, 5, 10, 50

e 100 µg/mL e feita uma curva padão do fármaco expressa na Figura 11. Na Tabela

4 estão as áreas dos picos obtidos nas análises por Cromatografia Líquida de cada

concentração. O tempo de retenção foi de 11 minutos, e foi possível observar que o

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pico referente ao fármaco teve início aos 4,82 minutos. A equação da reta obtida

pela linearidade foi y=412920x + 351693, com R²=0,9992. A partir da equação foram

determinadas as concentrações de triclosan presente nas amostras de

microcápsulas e sobrenadante analisados.

Tabela 4 - Áreas dos picos referentes ao triclosan presente nas soluções utilizadas para o cálculo da curva padrão

Concentração da solução (µ/mL) Área dos picos

100 41208037

50 21869456

10 4687456

5 2192182

3 1313095

1 623336

Figura 11 – Curva padrão do triclosan

Em ambas as análises, das amostras das microcápsulas RF3 e do

sobrenadante, o pico referente ao triclosan foi identificado. Notou-se, porém, que o

cromatograma da amostra de sobrenadante apresentou maior área do pico

0 20 40 60 80 100

0

1x107

2x107

3x107

4x107

Áre

as d

os p

icos

Concentração de Triclosan (ug/mL)

Equation y = a + b*x

Plot Áreas dos picos

Weight No Weighting

Intercept351693,15734 ± 276011,73101

Slope 412919,54471 ± 6014,72178

Residual Sum of Squares 1,13955E12

Pearson's r 0,99958

R-Square(COD) 0,99915

Adj. R-Square 0,99894y = 412920x + 351693

R² = 0,9992

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58

relacionado ao fármaco em relação ao pico obtido com as amostras de

microcápsulas, indicando maior concentração do mesmo no primeiro caso. Logo,

pode-se dizer que durante o processo de síntese das microcápsulas, ocorreu uma

perda considerável do fármaco para o meio em que a reação foi realizada. Isso se

deve à solubidade do triclosan em meios oleosos.

A partir da equação da reta da linearidade e das áreas obtidas nos

cromatogramas, foram calculadas as concentrações de triclosan presentes em cada

amostra. Portanto, as áreas dos picos de triclosan obtidos foram substituídas na

Equação 4.

𝑥 =𝑦−351639

412920 𝑥 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑙𝑢𝑖çã𝑜 (Equação 4)

Na Tabela 5 estão descritas as áreas dos picos e as concentrações de

triclosan encontradas nas amostras.

Tabela 5 - Concentrações de triclosan nas amostras RF3 analisadas por HPLC

Amostra Área do pico Concentração de

triclosan

Massa de

triclosan

Sobrenadante 1º

extração 4664203,00

1044,40 µg/mL

11,15388 mg Sobrenadante 2º

extração 803805,00

109,50 µg/mL

Microcápsulas RF3

(100mg) 715955,67

3,53 µg/100mg de

Microcápsulas

35,3 µg

Considerando-se que a soma das massas encontradas (11,1891 mg) a partir

das concentrações de triclosan nas microcápsulas e no sobrenadante não resulta na

massa teórica total (120 mg), pode-se assumir que não houve extração total do

fármaco presente nas partículas. Portanto, o cálculo da eficiência da encapsulação

pode ser feito a partir da diferença entre a massa de fármaco teórica (acrescentada

no início da reação de síntese) e a massa encontrada no sobrenadante. A partir das

concentrações, calculou-se a eficiência de encapsulamento por diferença. Os

cálculos (Tabela 6) revelaram uma eficiência de 80,78% para a reação de síntese

das microcápsulas RF3.

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59

Tabela 6 - Cálculos da eficiência de encapsulação

Concentração

teórica

Concentração do

sobrenadante Eficiência de encapsulação

6% de TCS sobre a

massa de 2g de

polímero

1,15 mg TCS ---100 mg MC

x-------------2000 mg MC

x= 23,06 mg de TCS no

sobrenadante de 1000mg de

MC

120 mg −23mg

120 mg𝑥 100= 80,78%

5.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Para a discussão desses resultados, torna-se importante destacar, que todo o

material produzido sem a incorporação do alginato com fármaco não se caracteriza

como microcápsulas, conforme referenciado na literatura. Uma vez que a

microcápsula é definida pela presença de um núcleo contendo o princípio ativo

revestido por uma membrana polimérica, os produtos das reações sem alginato são,

na verdade micropartículas de forma esférica. As microesferas, ainda conforme a

literatura, contém o fármaco disperso de forma uniforme. Devido à ausência do

alginato com triclosan, o material sintetizado nas reações de R1 a R9 foi classificado

como micropartícula (SILVA et al., 2003, SIEPMANN, SIEPMANN, 2012). O

desenvolvimento dessas partículas foi importante no sentido de se acertar a

metodologia de síntese de um produto em escala micrométrica e de formato

esférico.

A Figura 12 apresenta as imagens de MEV realizada do produto da primeira

reação, na qual foi utilizada a mesma proporção de quitosana e alginato, sem a

incorporação do fármaco.

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60

Figura 12 - Microscopia Eletrônica de Varredura reação R1 (Quitosana: 1 Alginato, sem incorporação do fármaco)

(a) (b)

(c) (d)

Ampliações (a) 500x; (b) 2.000x; (c) 5.000x; (d) 10.000x.

Foi possível observar nas Figuras 12a e 12b, que não houve formação de

micropartículas esféricas e sim de aglomerados com superfície irregular. Quando

analisada com ampliações de 5.000 x e 10.000 x (Figuras 12c e 12d) foi possível

observar na superfície das amostras formas arredondadas, sugerindo uma tendência

à formação de micropartículas esféricas.

Na Figura 13 (Reação R3) foi possível observar uma maior tendência para a

formação de micropartículas esféricas em comparação com as imagens do produto

de R1, mostradas na Figura 12. Foi possível observar novamente a formação de

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61

aglomerados e a presença de algumas formas mais arredondadas, todos com

superfícies irregulares (Figura 13a). Nas imagens com ampliações de 5.000 x,

10.000 x e 20000 x (Figuras 13b, 13c, 13 d), foram identificadas pequenas esferas

nessas superfícies.

Figura 13 - Microscopia Eletrônica de Varredura da reação R3 (Relação 2:1 quitosana e alginato, sem incorporação de fármaco).

(a) (b)

(c) (d)

Ampliações (a) 500x; (b) 5.000 x; (c) 10.000 x; (d) 20.000 x.

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62

Apesar da tendência a formação de micropartículas esféricas, o produto de

R3 ainda não foi satisfatório, pois não apresentava forma esférica regular. Portanto,

para verificar se o alginato estaria interferindo na reticulação da quitosana, foi

realizada reação sem alginato, somente com a quitosana (R7).

Previamente à produção de micropartículas constituídas apenas de quitosana,

realizou-se uma reação R4 com a mesma proporção de quitosana e alginato (1:1),

entretanto com temperatura menor (-20ºC) às utilizadas nas reações R1 (-1ºC) e R2

(-10ºC) para se analisar possíveis alterações, bem como formação de

micropartículas esféricas devido à mudança deste parâmetro. A Figura 14 mostra os

resultados obtidos na MEV.

Figura 14 - Microscopia Eletrônica de Varredura da reação R4 (relação 1:1 quitosana e alginato, sem incorporação de fármaco).

(a) (b)

(c) (d) Ampliações (a) 2000 x; (b) ampliação de 5000 x; (c) ampliação de 10.000 x; (d) ampliação de 20.000

x.

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63

A imagem de MEV da amostra R4, novamente, não revelou formação de

esferas perfeitas e sim resultados aproximados ao da reação R1, com

conglomerados de superfície irregular, com alguns relevos arredondados o que

sugere um início de formação de uma estrutura globular.

A Figura 15 mostra a MEV da reação R7, realizada utilizando somente o

polímero quitosana. A partir das imagens de microscopia foi possível constatar a

formação de algumas microesferas perfeitas, e algumas ligeiramente irregulares.

Todas com superfícies lisas.

Figura 15 - Microscopia Eletrônica de Varredura da reação R7 (sem adição de

alginato e fármaco).

(a) (b)

(c)

Ampliação de (a) 300 x; (b) 500 x; (c) 500 x.

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64

Portanto a presença somente do polímero quitosana, somado à adição de

glutaraldeído por método de spray tornou mais eficaz a síntese das microesferas.

Com relação ao tamanho das partículas, foi possível observar uma variação

considerável, mas todas possuíam escala micrométrica. Esta variação pode ser

atribuída ao controle na adição do agente reticulante. O glutaraldeído foi adicionado

com o auxílio de um spray com um jato muito carregado, desta forma gerando

gotículas grandes que levou a formação de micropartículas maiores. A reação R9 foi

realizada com a adição de glutaraldeído utilizando um spray com jatos mais

dispersos o que possibilitou a formação de micropartículas menores, conforme se

observa na Figura 16.

A reação R9, assim como R7, foi realizada apenas com o polímero quitosana,

porém em diferente temperatura do banho de gelo. Conforme mostrado na Tabela

1, R9 foi feita a -10ºC e R7 a 5ºC. A Microscopia Eletrônica de Varredura mostrou

micropartículas maiores, com superfícies irregulares e com crateras (Figura 16a e

16b). Com a ampliação de 2000 x e 15.000 x (Figura 16c e 16d) foi possível

observar o interior dessas crateras e identificar esferas menores e com superfícies

lisas.

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65

Figura 16 - Microscopia Eletrônica de Varredura da reação R9 (sem adição de

alginato e fármaco).

(a) (b)

(c) (d)

Ampliação de (a) 500 x; (b) 2.000 x; (c) 2.000 x; (d) 15.000 x

As Figuras 17, 18 e 19 mostram as imagens obtidas por Microscopia

Eletrônica de Varredura de amostras dos produtos das reações RTCS09, RTCS10 e

RTCS11, respectivamente.

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66

Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09

(a) (b)

(c)

(a) ampliação de 10.000 x; (b) ampliação de 20.000 x (c) ampliação de 16.000 x .

Foi possível encontrar partículas de formato relativamente esférico em todas

as amostras, sendo que a amostra RTCS11 era a que as continha em maior

quantidade. A maioria das microcápsulas apresentou uma superfície rugosa/

irregular, mas foi possível encontrar algumas com faces lisas (Figura 19c e 23d).

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67

Figura 18 - Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS10

(a) (b)

(c)

(a) ampliação de 5.500 x; (b) ampliação de 4.300 x; (c) ampliação de 10.000 x.

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68

Figura 19 - Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS11

(a) (b)

(c) (d)

(e)

(a) ampliação de 200 x; (b) ampliação de 180 x; (c) ampliação de 5.000 x; (d) ampliação de 2.800

x; (e) ampliação de 2000 x.

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69

Os resultados de MEV mostram que a reação RTCS11 foi a que apresentou uma

maior quantidade de microcápsulas esféricas. A metodologia da reação RTCS11 foi

adotada como a mais adequada para a síntese das microcápsulas.

5.4 Microscopia Confocal

A partir das imagens obtidas na microscopia confocal ficou clara a presença

de ambos os polímeros, quitosana e alginato, nas micropartículas. Conforme é

possível observar na Figura 20, nas quatro imagens obtidas (a, b, c e d) as

microcápsulas puderam ser detectadas dentro dos comprimentos de onda de ambos

os corantes utilizados. A Figura 20 a-1, b-1, c-1 e d-1 mostra as imagens das

micropartículas de forma esférica quando foram submetidas à luz fluorescente para

detecção do corante RITC, utilizado na quitosana; em seguida, na Figura 20 a-2, b-

2, c-2 e d-2 observou-se as mesmas amostras foram submetidas a luz fluorescente

para a detecção do corante FTIC, utilizado no alginato; e na ultima coluna na Figura

20 a-3, b-3, c-3 e d-3 as imagens 1 e 2 estão sobrepostas. Como os dois corantes

são detectados a comprimentos de ondas distintos, pode-se afirmar que a presença

dos dois polímeros foi constatada.

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70

Figura 20 - Imagens obtidas na microscopia confocal: (a-1), (b-1), (c-3) amostras sob luz fluorescente para detecção do RITC; (a-2), (b-2), (c-2) amostras sob luz fluorescente para detecção do FITC; (a-3), (b-3), (c-3) amostras com luzes sobrepostas para a detecção dos dois corantes.

(a-1) (a-2) (a-3)

(b-1) (b-2) (b-3)

(c-1) (c-2) (c-3)

(d-1) (d-2) (d-3)

5.5 Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR)

Os espectros de FTIR dos polímeros alginato e quitosana apresentaram

bandas e picos muito próximos aos encontrados na literatura. No espectro da

quitosana (Figura 21a), a 3425 cm-¹ observou-se uma banda forte e larga referente à

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71

ligação axial O-H e estiramento de NH. A banda em 2872 cm-¹ refere-se ao

estiramento de C-H e, posteriormente, uma banda discreta a 1601 cm-¹ de

deformação angular da ligação N-H dos grupos amino. A banda a 1651 cm-1 está

relacionada ao estiramento axial C=O dos grupos acetamidos. O espectro

apresentou uma pequena banda a 1420 cm-¹ referente à ligação de estiramento axial

do C-N e deformação angular de N-H. Observou-se uma banda em 1380 cm-1 mais

intensa relacionada à deformação simétrica do CH3 (DE BRITTO, CAMPANA-

FILHO, 2004). Por fim, a banda a 1080 cm-¹ relaciona-se a vibrações de estiramento

de pontes glicosídicas, C-O e C-O-C de estiramento (COZZARI et al., 2015).

Figura 21 - Espectro de FTIR dos polímeros

(a)

(b)

(a) polímero quitosana; (b) polímero alginato

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

80

100

120

140

160

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de ondas (cm-1

)

3425

2872

1651

1422

1380

1080

1601

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

1031

1618

3454

1417

2929

Tra

nsm

itâ

ncia

(%

)

Número de onda (cm-1)

a

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72

A amostra de alginato de sódio, conforme mostra a Figura 21b, apresentou

uma banda larga a 3454 cm-¹ referente à deformação axial das ligações OH. A

2929 cm-¹ verifica-se uma banda mais estreita relacionada à deformação axial de C-

H (HUA et al., 2010; SILVERSTEIN et al., 2007; ISLAM et al., 2010). Ainda se

verificam no espectro, bandas a 1417 cm-¹ e 1618 cm-¹ relacionados a vibrações de

estiramento dos grupos carboxila e um pico a 1031 cm-¹ conferido à vibração de

estiramento das ligações C-OH (HUI et al., 2013).

Figura 22 – Espectro de FTIR das amostras de micropartículas

(a) Micropartículas obtidas na reação R7

(b) Micropartículas obtidas na reação R9

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de ondas (cm-1)

R7

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itâ

ncia

(%

)

Número de ondas (cm-1)

R9

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73

As reações R7 (Figura 22a) e R9 (Figura 22b) apresentaram espectros muito

próximos ao do polímero de quitosana utilizado nas reações. Observou-se que nos

produtos das reações (R7 e R9) houve uma intensificação da banda a 2924 cm-¹, e

na R9, observa-se também uma intensificação na banda em 1080 cm-¹ que,

conforme mencionado, está relacionada às vibrações de estiramento de pontes

glicosídicas.

A Figura 23 mostra a comparação dos espectros de alginato, quitosana, R9 e

R7, em que é possível observar uma a semelhança entre os espectros b (quitosana),

R9 e R7.

Figura 23 - Espetros de FTIR comparativo

a - alginato; b - quitosana; R9 - reação 9; R7 - reação 7.

Na Figura 24 está representado o espectro de infravermelho do fármaco

triclosan. O espectro de FTIR do triclosan mostra alguns picos principais

característicos de sua estrutura. Na Figura 24b é possível identificar os picos 1598,

1589, 1504, 1472, 1417 e 1392 cm-1 que são relacionados às vibrações de

estiramento C-C dos anéis benzênicos do fármaco, conforme encontrado na

literatura (CELEBIOGLU et al., 2014). O pico a 1231 cm-1 corresponde à ligação de

estiramento C – O do grupo fenol (ZHANG et al., 2016). O pico a 1084 cm-1 indica a

presença da ligação do cloro a um anel aromático (DEAN, 1999).

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

R7

R9

b

a

Tra

nsm

itâ

ncia

(%

)

Número de ondas (cm-1)

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74

Figura 24 – Espectro de FTIR do Triclosan

(a) espectro de infravermelho do TCS de 4000 a 500 ondas por cm-1

(b) espectro de infravermelho do TCS de 1800 a 1000 ondas por cm-1

Na Figura 25 estão os espectros obtidos das microcápsulas sintetizadas com

quitosana, alginato e triclosan. Verifica-se que as três amostras apresentaram perfis

similares, com uma banda por volta de 3440 cm-1 referente a hidroxilas associadas,

dois picos em torno de 2920 e 2852 cm-1 relacionados às ligações de estiramento de

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de ondas (cm-1)

TCS

1800 1600 1400 1200 1000

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de ondas (cm-1)

TCS

1598

17321707

1580

1504 14171472

13921348

1283 1231

1181

1140

1056

1084

11021111

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75

C-H dos polímeros utilizados. As bandas em a 1648 cm-1 referem-se a ligações C=O

de amidas associadas.

Figura 25 - FTIR produtos das microcápsulas com fármaco (RTCS09, RTCS10, RTCS11).

(a)

(b)

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de ondas (cm-1)

RTCS09

Quitosana

Alginato3440

2852

2924

2323 2133

1648

1032

1384

701

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de ondas (cm-1)

RTCS10

Quitosana

Alginato

3434

2923

2853

1462

1648 1377

721

2123

1075

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76

(c)

No espectro da amostra da reação RTCS11 nota-se uma banda com

1031 cm-1 referentes a ligações de C-O em grupos carboxílicos (ALLINGER et al.,

1976). Esta banda também está presente no espectro do polímero alginato. Nota-se

uma banda forte em 1463 cm-1 que, de acordo com Dean (1999), pode estar

relacionada a ligações N-N=O em anéis aromáticos.

Portanto, por meio do perfil de RTS11 pode-se identificar a presença dos dois

polímeros, alginato e quitosana.

5.6. Termogravimentira – TGA e Calorimetria Exploratória Diferencial –DSC

5.6.1 Termogravimetria

Foram realizadas análises térmicas de TG e DSC dos polímeros alginato de

sódio e quitosana puros, do fármaco triclosan e dos produtos das reações R7, R9,

RTCS9, RTCS10, RTCS11, RF2.5, RF3, RF5 e RF6.

4000 3000 2000 1000 0

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de ondas (cm-1)

RTCS11

Quitosana

Alginato

3445

2924

2852

16471029

723

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77

Figura 26 - Curvas de TG dos polímeros

(a) Polímero quitosana (b) Polímero alginato

A curva de TG do polímero quitosana (Figura 26a) expôs dois eventos

principais de decomposição. O primeiro teve início aos 31,9 ºC e término aos 98,3 ºC

em que ocorreu uma perda de massa de 6,3%, possivelmente relacionado à

evaporação de água, conforme relatado na literatura (CORAZZARI et al., 2015; LIU

et al., 2014). O mesmo evento pode ser observado nas curvas de DTG como

pequeno pico endotérmico a 52,9 ºC. A segunda perda identificada na curva denota

a degradação propriamente dita do polímero. Corazzari et al. (2015) citam que a

pirólise da quitosana ocorre no intervalo de 250 ºC a 450 ºC. No gráfico resultante da

análise realizada neste estudo, observa-se que ela tem início aos 259,8 ºC e término

aos 319,6 ºC, e corresponde a uma perda de massa de 33,3%. Esta perda também

é claramente identificada na curva de DTG (pico aos 303,7 ºC).

A análise de TG do alginato de sódio (Figura 26b) apresentou três eventos

principais de perda de massa. O primeiro evento iniciou-se aos 28,4 ºC e terminou

aos 91,1 ºC, com perda de 9,4% de massa. O segundo evento, que caracterizou a

maior perda de massa (33%), teve como temperatura inicial 225,4 ºC e final a

257,2 ºC. O último evento (temperatura inicial 257,2 ºC e temperatura final 504 ºC)

representou uma perda de 14,4%. O primeiro evento está, possivelmente,

relacionado ao desprendimento de moléculas de água, enquanto que o segundo e o

terceiro, à própria degradação do alginato que, segundo a literatura, ocorre por volta

dos 240ºC (BORBA et al., 2016). Estes eventos podem ser identificados e

confirmados na curva de DTG, com picos sob as temperaturas de 61,8 ºC, 225,4 ºC

e 244,3 ºC.

0 100 200 300 400 500 600

30

40

50

60

70

80

90

100

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Pe

rda

de

ma

ssa

(%

)

Temperatura (ºC)

Quitosana

Derivada

0 100 200 300 400 500 600

30

40

50

60

70

80

90

100

110

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Pe

rda

de

ma

ssa

(%

)

Temperatura (ºC)

Alginato

Derivada

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78

Figura 27 - Curvas de TG das micropartículas das reações R7 (a) e R9 (b)

(a) TG Reação R7 (b) TG Reação R9

Na curva da reação R7 (Figura 27a) é possível observar dois eventos de

perda de massa, nos intervalos entre 29 ºC a 123 ºC (desprendimento de água) e

216 ºC a 507 ºC. Constatou-se, portanto, uma primeira perda de 9% e uma segunda

de 49%. Nota-se que, apesar dessas micropartículas serem compostas apenas de

quitosana, sua degradação inicia-se em uma temperatura inferior a de degradação

do polímero puro, possivelmente devido a maior superfície de contato do material.

Na curva da reação R9 (Figura 27b), verificou-se um primeiro evento de perda

de massa (39,9%) que se iniciou aos 164,3 ºC e finalizou aos 308,3 ºC – já relativo à

degradação das micropartículas – e um segundo evento (29%) com início aos

308,3 ºC e fim aos 498,1 ºC.

Pode-se concluir que após o processo de emulsificação e reticulação, os

polímeros passam a ter menor resistência ao calor.

A análise termogravimétrica do fármaco triclosan (Figura 28) apresentou dois

eventos de perda de massa, um primeiro com início a 140 ºC e fim em 278,7 ºC e

um segundo com início em 317,9 ºC e fim em 393,4 ºC. No primeiro evento, houve

89,8% de perda de massa e no segundo, 7,9%. É relatado na literatura que a

degradação do Triclosan tem início por volta dos 150º até 250 ºC (LIU te al., 2015).

0 100 200 300 400 500 600 700

30

40

50

60

70

80

90

100

110

Perd

a d

e m

assa (

%)

Temperatura (ºC)

R7

Quitosana

0 100 200 300 400 500 600 700

20

40

60

80

100

Perd

a d

e m

assa (

%)

Temperatura (ºC)

R9

Quitosana

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79

Figura 28 - TG do Triclosan

As análises termogravimétricas das microcápsulas com incorporação de

triclosan estão representadas na Figura 29. A amostra do produto de RTCS09

apresentou três eventos de perda de massa: o primeiro com início aos 33 ºC e fim

aos 111,2 ºC referente à evaporação de água, com perda de 8,7% de massa; o

segundo com início aos 175ºC e fim aos 347,5 ºC, com perda de 37,7% e,

finalmente, o terceiro com início aos 347,5ºC e fim aos 517ºC, com perda de 19,2%

da massa, ambos os últimos referentes à degradação.

A amostra RTCS10 também apresentou três picos, um com inicio a 30,4 ºC e

fim a 121,2ºC e perda de 7,2% de massa; o segundo entre 180,6 ºC e 376,5 ºC, com

perda de 49,1% e, o último com início em 376,5 ºC e fim em 509,2 ºC com perda de

14,9%. Novamente, o primeiro evento relacionado ao desprendimento de moléculas

de água e os últimos à degradação que se inicia em temperatura próxima ao ponto

de degradação dos polímeros utilizados.

A análise da amostra RTCS11 apresentou, por sua vez, apenas dois eventos

de perda de massa, o primeiro iniciado aos 33,4 ºC e término aos 137,2 ºC, com

perda de 5,2% (evaporação de água) e o segundo entre 163 ºC e 353,7 ºC com

perda de 56,4% da massa do material. Nota-se que degradação iniciou-se na

temperatura próxima a de fusão dos polímeros. O pico da degradação foi em

235,1 ºC.

0 100 200 300 400 500 600 700

0

20

40

60

80

100

Pe

rda

de

ma

ssa (

%)

Temperatura (ºC)

Triclosan

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80

Figura 29 – TG das Microcápsulas com incorporação de fármaco

(a) Microcápsulas RTCS09

(b) Microcápsulas RTCS10

(c) Microcápsulas RTCS11

0 100 200 300 400 500 600 700

0

20

40

60

80

100

Perd

a d

e m

assa (

%)

Temperatura (ºC)

RTCS09

Triclosan

Quitosana

Alginato

0 100 200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100

Perd

a d

e M

assa (

%)

Temperatura (ºC)

RTCS10

Triclosan

Quitosana

Alginato

0 100 200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100

Pe

rda

de

Ma

ssa (

%)

Temperatura (ºC)

RTCS11

Triclosan

Quitosana

Alginato

Page 82: Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros ...€¦ · Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09....66 Figura 18 - Microscopia

81

Os gráficos sugerem que os polímeros ofereceram proteção térmica ao

fármaco, uma vez que todas as amostras apresentaram temperaturas de

degradação maiores que a do triclosan.

Por fim, foram realizadas análises de termogravimetria nas amostras RF2.5,

RF3, RF5 e RF6, que continham maior porcentagem de fármaco incorporada, com o

objetivo de se verificar se haveria maior influência do triclosan nas temperaturas em

que ocorrem os eventos de perda de massa. Na Figura 30 estão representados os

gráficos obtidos.

Figura 30 - TG Microcápsulas obtidas das reações RF2.5, RF3, RF5, RF6

(a) TG da reação RF2.5

(b) TG da reação RF3

0 100 200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100

Massa (

%)

Temperatura (ºC)

RF2.5

Troclosan

Quitosana

Alginato

0 100 200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100

Ma

ssa (

%)

Temperatura (ºC)

RF3

Triclosan

Quitosana

Alginato

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82

(c) TG da reação RF5

(d) TG da reação RF6

No gráfico referente às microcápsulas da reação RF2.5 (Figura 30a),

observaram-se três eventos de perda de massa: o primeiro com início aos 39,8 ºC e

fim aos 118,6 ºC, relacionado à evaporação de solventes; o segundo com início aos

184,5 ºC e fim aos 253,1ºC, associado à maior perda de massa, de 34%, e, portanto

à degradação do material; e, por fim, o terceiro evento com inicio aos 353,1 ºC e fim

aos 528,9 ºC (perda de 18,1%) , provavelmente, referente à queima de cinzas visto

que este evento já ultrapassa as temperaturas de degradação dos polímeros

utilizados.

No caso das microcápsulas RF3, também foram notados, na Figura 30b, três

eventos principais de perda de massa. O primeiro evento ocorreu entre 37,2 ºC e

0 100 200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100

Ma

ssa (

%)

Temperatura (ºC)

RF5

Triclosan

Quitosana

Alginato

0 100 200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100

Massa (

%)

Temperatura (ºC)

RF6

Triclosan

Quitosana

Alginato

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83

73,4 ºC (perda de 13,8% da massa); o segundo entre 194,8 ºC e 291,1 ºC (perda de

20,5% da massa) e o terceiro entre 281,2 ºC e 489,5 ºC (15,1% de perda de massa).

Novamente, o segundo evento está relacionado ao início da degradação do material.

No gráfico da Figura 30c, referente às microcápsulas RF5, percebeu-se que o

principal evento de perda de massa iniciou-se com, pelo menos, dez graus a menos

que as outras amostras, aos 173,3 ºC e terminou aos 344,8 ºC. Este evento

representou uma perda de 36,4% da massa. Foram observados também uma perda

de 10,9% entre 38,7ºC e 127,8ºC e outra perda de 24,1% entre 344,8 ºC e 509,4 ºC.

Finalmente, na termogravimetria das microcápsulas RF6 (Figura 30d), o

principal evento de perda de massa evidenciou-se entre os 183,9ºC e 343ºC, com

30% de perda devido à degradação. Novamente, outros dois eventos foram

constatados, entre as temperaturas de 39,7 ºC e 113,8 ºC, e 370,3 ºC e 497,9 ºC,

com menores perdas (9,6% e 15,7%, respectivamente).

Percebe-se que os principais eventos de perda de massa de todos os

materiais analisados, ocorreram em intervalos de temperaturas próximas às

temperaturas de degradação dos polímeros utilizados na síntese das microcápsulas.

5.6.2 Calorimetria Exploratória Diferencial – DSC

A análise das transições de primeira ordem da curva de DSC do polímero

quitosana mostrou um pico endotérmico à temperatura de 183,4 ºC e um exotérmico

a 308.3 ºC (Figura 31a). O primeiro evento é, provavelmente, associado à fusão do

polímero. O pico exotérmico está relacionado com a degradação do polímero que,

segundo a literatura (CORAZZARI et al., 2015; LIU et al., 2014) se inicia em torno

dos 250ºC a 350ºC.

Page 85: Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros ...€¦ · Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09....66 Figura 18 - Microscopia

84

Figura 31 - Curvas de DSC dos polímeros alginato (a) e quitosana (b)

(a) Polímero quitosana

(b) Polímero alginato

Para o polímero alginato de sódio, o pico endotérmico aconteceu à

temperatura de 182,5 ºC e o pico exotérmico a 220,2 ºC (Figura 31b). Segundo

Borba et al., (2016), a degradação do alginato ocorre em torno da casa dos 240 ºC.

Portanto, o evento endotérmico está relacionado à fusão, enquanto que o

exotérmico à degradação do polímero.

A observação do comportamento térmico dos dois polímeros foi importante

para a discussão e comparação das curvas de DSC obtidas das reações de

microencapsulação com presença e ausência do alginato. Nota-se por meio dos

gráficos que o processo de fusão dos polímeros pode desencadear a degradação, o

que poderia justificar o fato das microesferas e microcápsulas terem degradado em

0 50 100 150 200 250 300 350

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

4000

6000

(b)

En

do

Flu

xo d

e c

alo

r (m

w/m

in)

Temperatura (ºC)

0 50 100 150 200 250 300 350

-14000

-12000

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

(a)

End

oF

luxo

de

calo

r (m

W/m

in)

Temperatura (ºC)

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85

temperaturas próximas à de fusão da quitosana e alginato. Uma vez que a superfície

de contato das mesmas era maior devido à escala micrométrica, o processo de

fusão e posterior degradação possivelmente se deram mais rapidamente.

Figura 32 - Curvas de DSC das micropartículas produzidas sem adição de alginato.

Na Figura 32 estão representados os gráficos com as curvas de DSC das

reações 7 (a) e 9 (b), que foram realizadas na ausência do alginato. A reação 7

apresentou dois picos endotérmicos, um aos 185,7 ºC e outro aos 229,6 ºC. A

reação 9 apresentou uma curva parecida com a da quitosana, porém sem pico

(a) Micropartículas da reação R7

(b) Micropartículas da reação R9

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperatura (ºC)

R7

Quitosana

Flu

xo d

e C

alo

r (m

W)

Endo

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperatura (ºC)

R9

Quitosana

Flu

xo d

e c

alo

r m

W/m

inE

nd

o

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86

exotérmico. O pico endotérmico deslocou-se ligeiramente para a esquerda – em

comparação com o da quitosana – ocorrendo em torno dos 180,3 ºC.

Pode-se concluir, então que os eventos endotérmicos relacionados à fusão da

quitosana se repetem em todas as reações. Apesar de não serem identificados picos

exotérmicos nas curvas dos microesferas e microcápsulas, pode-se dizer que a

fusão desencadeou o processo de degradação, visto que nas análises

termogravimétricas observou-se que a degradação dos materiais sintetizados se

iniciava em temperaturas próximas às temperaturas de fusão dos polímeros alginato

e quitosana. A Reação R7, diferentemente das outras, apresentou um segundo pico

endotérmico que sugere uma absorção de energia que desencadeou sua

degradação visto que ele ocorre dentro da faixa de temperatura em que ocorre o

principal evento de perda de massa identificado pela análise de TG analisada no

tópico anterior. Na Figura 33 observa-se que R7 e R9 apresentaram curvas com

aspectos semelhantes.

Figura 33 - Curvas de DSC (a) polímero alginato; (b) polímero quitosana; (R7) reação 7; (R9) reação 9.

Na Tabela 7, é possível observar os principais picos identificados nas curvas

de DSC dos polímeros e das reações, bem como a respectivas entalpias.

0 50 100 150 200 250 300 350

-16000

-14000

-12000

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

4000

6000

(R9)

(R7)

(b)

(a)

End

oF

luxo

de

ca

lor

(mW

//m

in)

Temperatura (ºC)

Page 88: Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros ...€¦ · Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09....66 Figura 18 - Microscopia

87

Tabela 7 - Valores das curvas de DSC dos polímeros e das amostras microesfera

Variável Quitosana Alginato R1 R3 R4 R7 R9

EN

DO

ΔT (°C) 183,4 182,5 176,8 183,1 182,4 185,7

180,3 229,6

ΔH (mJ/mg) 164 234 184

90,6 97,6

137 122

9,81

Onset (°C) 163,1 164,4 163,2 177,7 167,1 170,3°C

161,4 228,1°C

Offset (°C) 212,1 198,9 198,2 200,2 200,8 225,4

200,7 234,5

EX

O

ΔT (°C) 308.3 220,2 * * * * *

ΔH (mJ/mg) -140 -69,6 * * * * *

Onset (°C) 290,3 211,6 * * * * *

Offset (°C) 321,6 232,3 * * * * *

A curva de DSC do triclosan (Figura 34) apresentou dois eventos principais, o

primeiro endotérmico e o segundo exotérmico. O evento endotérmico com pico a

58,8 ºC e está relacionado à fusão do fármaco, conforme a ficha técnica do produto

que assinala que o ponto de fusão está compreendido dentro do intervalo de 56 a

58 ºC. O exotérmico, com pico a 334,9 ºC se refere, provavelmente, à degradação.

Figura 34 - DSC do Triclosan

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperatura (ºC)

Triclosan

Endo

Flu

xo

de

ca

lor

(mW

)

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88

As curvas das amostras RTCS09, RTCS10, RTCS11 (Figura 35)

apresentaram perfis similares às curvas das amostras produzidas com ausência do

fármaco. Todas exibiram um pico endotérmico aos 184,5 ºC, 188,4 ºC e 141,1 ºC,

respectivamente, que são temperaturas próximas às temperaturas dos picos de

fusão dos polímeros alginato e quitosana. A amostra das reações RTCS11 ainda

apresentou um pico exotérmico aos 274 ºC correspondente à degradação já

desencadeada pela fusão. Todos os valores estão descritos na Tabela 8.

Figura 35 – DSC das microcápsulas com incorporação de fármaco

(a) DSC microcápsulas RTCS09

(b) DSC microcápsulas RTCS10

0 50 100 150 200 250 300 350

Flu

xo d

e C

alo

r (m

W)

Endo

Temperatura (ºC)

RTCS09

Quitosana

Triclosan

Alginato

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperatura (ºC)

RTCS10

Triclosan

Quitosana

Alginato

Flu

xo d

e C

alo

r (m

W)

Endo

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89

(C) Microcápsulas RTCS11

Tabela 8 – Valores das curvas DSC dos polímeros, do Triclosan e das microcápsulas.

Variável Quitosana Alginato Triclosan RTCS09 RTCS10 RTCS11

EN

DO

ΔT (°C) 183,4 182,5 58,8 184,5 188,4 141,1

ΔH (mJ/mg) 164 234 81,2 114 104 121

Onset (ºC) 163,1 164,4 54,3 172,5 180,2 98,6

Offset (ºC) 212,1 198,9 61,8 200,6 197,3 182,6

EX

O

ΔT (ºC) 308.3 220,2 334,9 * * 274

ΔH (mJ/mg) -140 -69,6 -441 * * -40

Onset (ºC) 290,3 211,6 327,7 * * 258,1

Offset (ºC) 321,6 232,3 340,1 * * 305

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperatura (ºC)

RTCS11

Triclosan

Quitosana

Alginato

Flu

xo d

e c

alo

r (m

W)

E

ndo

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90

Figura 36 - DSC Microcápsulas das Reações Finais

(a) DSC Microcápsulas RF2.5

(b) DSC Microcápsulas RF3

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperature (ºC)

RF2.5

Triclosan

Quitosan

Alginato

Endo

Flu

xo d

e C

alo

r (m

W)

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperature (ºC)

RF3

Triclosan

Quitosana

Alginato

End

oF

luxo

de

Calo

r (m

W)

Page 92: Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros ...€¦ · Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09....66 Figura 18 - Microscopia

91

(c) DSC Microcápsulas RF5

(d) DSC Microcápsulas RF6

As curvas de DSC das microcápsulas obtidas por meio das reações RF2.5,

RF3, RF5 e RF6 (Figura 36) apresentaram um perfil bastante semelhante à curva de

DSC da quitosana. Os quatro tipos de microcápsulas apresentaram um pico

endotérmico seguido de um exotérmico. As curvas sugeriram que o evento

endotérmico (fusão) pode ter desencadeado a degradação do material (pico

exotérmico). Os picos endotérmicos de FR2,5 (180,3 ºC), RF3 (183,8 ºC), RF5

(185,3 ºC) e de RF6 (183,7 ºC) relacionados à fusão, apresentaram valores similares

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperatura (ºC)

RF5

Triclosan

Quitosana

Alginato

Endo

Flu

xo

de

Calo

r (m

W)

0 50 100 150 200 250 300 350

Temperatura (ºC)

RF6

Triclosan

Quitosan

Alginato

End

oF

luxo

de

Calo

r (m

W)

Page 93: Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros ...€¦ · Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09....66 Figura 18 - Microscopia

92

aos pontos de fusão identificados na quitosana (183,4ºC) e no alginato (182,5ºC).

Os picos exotérmicos, referente aos processos de degradação das microcápsulas

FR2.5 (249,5 ºC), RF3 (252,8 ºC), RF5 (250,3 ºC) e de RF6 (249,1 ºC) apresentaram

valores intermediários aos dos polissacarídeos, o que sugere interação entre os

polímeros bem como a formação de novas ligações químicas, conforme foi

observado por Furuya et al. (2017). Os valores das curvas estão expressos na

Tabela 9.

Tabela 9 - Valores das curvas DSC dos polímeros, do Triclosan e das amostras de microcápsulas RF2,5, RF3, RF5 e RF6.

Variável Quitosana Alginato Triclosan RF2.5 RF3 RF5 RF6

EN

DO

ΔT (°C) 183,4 182,5 58,8 180,3 183,8 185,3 183,7

ΔH (mJ/mg) 164 234 81,2 298 455 249 312

Onset (ºC) 163,1 164,4 54,3 171,0 169,6 168,1 170,2

Offset (ºC) 212,1 198,9 61,8 203,0 195,0 204,0 204,2

EX

O

ΔT (ºC) 308.3 220,2 334,9 249,5 252,8 250,3 249,1

ΔH (mJ/mg) -140 -69,6 -441 -97,6 -108 -151 -141

Onset (ºC) 290,3 211,6 327,7 231,9 224,2 233,7 234,9

Offset (ºC) 321,6 232,3 340,1 278,3 276,6 282,4 289,2

5.7 Ensaios de Absorção e Perda de Massa

As análises de absorção de água e perda de massa foram feitas a fim de se

observar o comportamento das microcápsulas em relação a sua capacidade de

intumescimento e degradação em meio aquoso. A Figura 37 mostra o gráfico com os

resultados obtidos para as amostras imersas em solução de suor artificial com pH

ácido e alcalino. Os resultados mostraram que quando em contato com o suor de pH

ácido, as amostras mantiveram uma tendêcia de absorção por volta dos 60%

durante todo o tempo de análise, com menor absorção com 24h de contato (57,81%)

e maior absorção no 9º dia (63%). Já quando imersas em suor alcalino, a

capacidade de absorção foi menor, com exceção do primeiro e terceiro dias em que

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93

as amostras absorveram 2,19% e 4% a mais de água que as amostras imersas em

suor ácido durante o mesmo período. A partir do 3º dia houve queda desta

capacidade que chegou a apenas 53% no 22º dia e 45% no 30º dia de análise.

Figura 37 - Gráfico de absorção de água

Com relação à degradação (Figura 38), as amostras analisadas em meio

alcalino tiveram maior perda de massa nas primeiras 24h do ensaio, com menos

12%. A segunda maior perda de massa ocorreu no 3º dia, com 10%. Durante todos

os outros duas, as amostras mantiveram uma perda por volta dos 8%.

Em meio ácido, as maiores perdas de massa também ocorreram nos três

primeiros dias, com 12% e 7,7%. Durante os quatro dias seguintes, as amostras

mantiveram uma faixa de 7% de perda de massa e, nos ultimos dias, houve

degradação em torno de 4%.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32

44

46

48

50

52

54

56

58

60

62

64

Ab

osrç

ão d

e á

gu

a (

%)

Tempo (dias)

Suor ácido

Suor básico

Page 95: Estudo do Desenvolvimento de Microcápsulas de Polímeros ...€¦ · Figura 17 – Microscopia Eletrônica de Varredura do produto da reação RTCS09....66 Figura 18 - Microscopia

94

Figura 38 - Gráfico de perda de massa

Os resultados sugeriram que as microcápsulas possuem boa capacidade de

absorção de água (acima de 50% em meio ácido) e boa estabilidade em relação à

degradação, perdendo menos de 13% de sua massa em 30 dias de exposição à

solução ácida e alcalina. Essa propriedade é importante, pois pode indicar que

houve resistência do invólucro e proteção do princípio ativo, conservando-o por mais

tempo em seu núcleo.

5.8 Ensaio de Liberação in Vitro

Para a realização do ensaio de liberação in vitro, foi executada uma análise

preliminar conforme descrita na metodologia. Primeiramente obteve-se o padrão

das soluções de suor a fim de se conhecer o perfil do cromatograma. Foram

identificados, tanto no suor ácido quanto no básico, picos iniciais por volta de

1,5 minutos referentes à L-histidina monoidratada, presente na formulação das

soluções.

Em seguida, foram obtidos cromatogramas referentes às soluções de suor em

contato com as amostras de microcápsulas por 24h. Assim como nas amostras

padrão, observou-se o pico referente à histidina e nenhum sinal do fármaco

triclosan, que deveria aparecer em torno dos 5 minutos de análise. Portanto, os

0 5 10 15 20 25 30

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

Perd

a d

e m

assa (

%)

Tempo (dias)

Suor ácido

Suor básico

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95

resultados mostraram que o fármaco não foi liberado de dentro das estruturas das

microcápsulas. Uma das possíveis causas da não liberação está relacionada á

insolubilidade do triclosan em água.

Essa hipótese pôde ser confirmada por meio da análise da dispersão de

triclosan puro em soluções de suor ácido e básico. Quando analisadas, essas

soluções apresentaram perfis idênticos aos cromatogramas padrões mostrando que

não houve qualquer dissolução do fármaco no meio aquoso.

A não liberação do fármaco pode evitar a entrada do triclosan no organismo, e

embora o fármaco não esteja saindo da estrutura das microcápsulas, isso não indica

necessariamente que ele não esteja agindo. Portanto, análises com relação à

atividade bactericida foram realizadas.

5.9 Teste de avaliaçao da atividade antimicrobiana das microcápsulas

As microcápsulas avaliadas RF2.5 e RF3 apresentaram atividade bactericida

contra culturas de bactérias de Staphylococus aureus (gram-positivas) e Escherichia

coli (gram-negativas). A diferença fundamental existente entre as bactérias gram-

positivas e gram-negativas está na composição da membrana celular. Apesar da

parede celular de uma gram-positiva ser mais espessa, ela é composta por um único

tipo de macromolécula (90% peptidoglicano) o que a caracteriza como uma estrutura

mais simples. Por outro lado, as gram-negativas possuem uma ou algumas poucas

camadas de peptidoglicano, além de uma membrana externa. Entre essas

membranas, ainda existe um espaço periplasmático que abriga diversas enzimas e

proteínas, logo, são mais complexas. No primeiro caso, os peptidoglicanos são de

15 a 50% da massa seca da célula bacteriana, enquanto que no segundo, não

passam de 5% (SOARES, 2013). A Figura 39 mostra o controle do ensaio, a Figura

40 e Figura 41 mostram as placas com as culturas de bactérias após 24h de contato

com as microcápsulas. A concentração de triclosan bem como a localização do

fármaco nas microcápsulas influênciaram no tamanho do halo de inibição. Na Tabela

10 estão representados os tamanhos dos halos obtidos por cada microcápsula em

cada cultura.

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96

Tabela 10 - Halos de Inibição da Atividade Bactericida das Microcápsulas

Microcápsulas Halos de Inibição (mm)

Staphylococus aureus Escherichia coli

RF2.5 60 25

RF3 40 15

RF5 0 0

RF6 35 0

Os halos aferidos variaram de 0 a 60 mm, sendo que os maiores foram

obtidos nas culturas de Staphylococus aureus que são bactérias gram positivas. As

microcápsulas que apresentaram maior halo de inibição, tanto em relação à cultura

de S. aureus quanto de E. coli, foram as RF2.5, com 60 e 25mm, respectivamente.

As microcápsulas RF5 não apresentaram atividade bactericida contra as bactérias, e

as RF6 apresentaram apenas para a S. aureus, com halo de 35 mm. Na Figura 39

estão as amostras controle, sem a presença do fármaco, em contato com as culturas

de bactéricas S. aureus e E. coli. Na Figura 40 e na Figura 41 estão as imagens

realizadas das placas de cultura de S. aureus e E. coli, respectivamente, após 24h

de contato com as microcápsulas.

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97

Figura 39- Amostras controle (sem fármaco) do teste de atividade bactericida: (a) microcápsulas em contato com colônia da bactéria Staphylococus aureus; (b) microcápsulas em contato com colônia de bactérias Escherichia coli.

(a) (b)

A presença do triclosan na quitosana, amostras RF2.5 e RF3, permitiu uma

ação bactericida imediata de maior intensidade sobre as bactérias, gerando halos de

inibição maiores, enquanto que nos casos das microcápsulas RF5 e RF6, que

continham fármaco apenas em seu núcleo, os halos obtidos foram menores, devido

à barreira física do invólucro de quitosana. Este fato pode ser verificado ao se

comparar, por exemplo, os halos gerados pelas microcápsulas RF3 (40 e 15 mm) e

RF6 (35 e 0 mm) que, na formulação total continham a mesma quantidade teórica de

fármaco, porém localizados em diferentes partes da microcápsula. Nestes casos, o

tamanho do halo diminuiu cinco milímetros para bactérias gram-positivas e deixou

de existir para as gram-negativas. Porém, é importante ressaltar que as

microcápsulas foram analisadas em meio seco, sendo que a umidade seria

importante para a abertura da estrutura da quitosana e o consequente contato das

bactérias com o princípio ativo. Em uma aplicação hospitalar cotidiana, essa

umidade seria proveniente do contato com exsudatos de ferimentos, excreções ou

sangue.

Verificou-se também que as microcápsulas R2.5 obtiveram maior halo de

inibição do que as microcápsulas RF3 que continham maior quantidade teórica de

triclosan. Isso pode ter ocorrido porque parte do triclosan presente no invólucro de

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98

quitosana da amostra RF3 pode ter sido extraído pelos solventes nas lavagens feitas

após a centrifugação, diminuindo, portanto a eficiência antimicrobiana do material.

Figura 40- Placas de culturas de Staphylococus aureus após 24h de contato com as microcápsulas

(a) Microcápsulas RF2.5 (b) Microcápsulas RF3

c) Microcápsulas RF5 d) Microcápsulas RF6

Soares (2013) estudou a atividade bactericida contra S. aureus e E. coli de

alguns sabonetes contendo triclosan. Em seu estudo, encontrou halos de inibição

que variaram de 60 a 850 mm. Essa diferença pode estar relacionada ao fato de que

neste caso, o fármaco encontrava-se diluido em uma solução, de forma a facilitar

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99

sua difusão pela placa, enquanto que no caso desta pesquisa, ele encontra-se

encapsulado e necessita de um estímulo exterior para ser liberado.

Figura 41 - Placas de culturas de Eschechiria coli após 24h de contato com as microcápsulas

(a) Microcápsulas RF2.5 (b) Microcápsulas RF3

(c) Microcápsulas RF5 (d) Microcápsulas RF6

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100

5.10 Análises Físicas para Caracterização dos Tecidos

Os testes físicos foram realizados a fim de se caracterizar os tecidos

utilizados na impregnação das mcirocápsulas e avaliar possíveis alterações nas

propriedades físicas em decorrencia da aplicação do acabamento.

5.10.1 Determinação da Gramatura

Os resultados obtidos da determinação da gramatura do tecido 100% algodão

com ligação tela sem acabamento, com abamento aplicado com a resina Zelan e

com acabamento aplicado com a resina Acrylux estão apresentados nas Tabelas 10,

11 e 12, respectivamente.

Tabela 11 - Gramatura do tecido tela sem acabamento

Tecido tela - algodão 100%

Corpos de prova Massa (g) Média Gramatura (g/m²)

1 1,49

1,49 99,34

2 1,44

3 1,55

4 1,48

5 1,50

Tabela 12 - Gramatura do tecido com tela com acabamento utilizando resina Zelan

Tecido tela - algodão 100% - Resina Zelan

Corpos de prova Massa (g) Média Gramatura (g/m²)

1 1,51

1,51 100,66

2 1,50

3 1,52

4 1,51

5 1,50

Tabela 13 - Gramatura do tecido tela com acabamento utilizando resina Acrylux

Tecido tela - algodão 100% - Resina Acrylux

Corpos de prova Massa (g) Média Gramatura (g/m²)

1 1,52

1,49 99,36

2 1,47

3 1,50

4 1,50

5 1,46

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101

As gramaturas médias obtidas foram de 99,34 g/m² para o tecido sem

acabamento, 100,66 g/m² para o tecido com resina Zelan, e 99,36 g/m² para o tecido

com resina Acrylux. No caso da resina Zelan, a gramatura do material aumentou

1,31% e da resina Acrylux, apenas 0,02%. Nos dois casos, as alterações foram

mínimas, porém conclui-se que a resina Acrylux interferiu menos na massa por

metro quadrado do tecido.

Já com o tecido com ligação sarja, o comportamente foi diferente: houve

maior variação de gramatura com a aplicação do acabamento com a resina Acrylux.

O tecido sem acabamento apresentou gramatura média de 198,87 g/m², com a

resina Zelan de 200,65 g/m² (0,88% de diferença) e com a resina Acrylux, 201,41

g/m² (1,26% de diferença). Entretanto, novamente, as alterações são mínimas e

ainda menores que as identificadas no tecido tela. Os resultados obtidos das

análises do tecido sarja estão expressos nas Tabelas 14, 15 e 16.

Tabela 14 - Gramatura do tecido sarja sem acabamento

Tecido sarja - algodão 100%

Corpos de prova Massa (g) Média Gramatura (g/m²)

1 3,02

2,98 198,87

2 2,94

3 3,02

4 2,96

5 2,97

Tabela 15 - Gramatura do tecido sarja com acabamento utilizando resina Zelan

Tecido sarja - algodão 100% - Resina Zelan

Corpos de prova Massa (g) Média Gramatura (g/m²)

1 2,94

3,01 200,65

2 3,15

3 2,99

4 2,98

5 2,99

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102

Tabela 16 - Gramatura do tecido sarja com acabamento utilizando resina Acrylux

Tecido sarja - algodão 100% - Resina Acrylux

Corpos de prova Massa (g) Média Gramatura (g/m²)

1 3,01

3,02 201,41

2 3,07

3 3,00

4 3,01

5 3,02

5.10.2. Determinação da densidade de fios

Os tecidos foram avaliados quanto às suas densidades de fios de trama e de

urdume por centímetro. O tecido com ligamento tela apresentou 30,4 fios de

urdume/cm e 16 fios de trama/cm. Os resultados obtidos estão descritos na Tabela

17.

Tabela 17 - Densidade de fios do tecido tela

Tecido tela - algodão 100%

Corpos de prova

Fios de urdume/cm

Fios de trama/cm

1 30 16

2 31 16

3 31 16

4 30 16

5 30 16

Média 30,4 16

O tecido com ligamento sarja apresentou 32,4 fios de urdume/cm e 16 fios de

trama/cm. Portanto, maior densidade em fios de urdume em relação ao tecido com

ligamento tela. Os resultados estão descritos na Tabela 18.

Tabela 18 - Densidade de fios do tecido sarja

Tecido sarja - algodão 100%

Corpos de prova Fios de urdume Fios de trama

1 32 16

2 32 16

3 32 16

4 33 16

5 33 16

Média 32,4 16

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103

5.10.3 Determinação do título dos fios

Os tecidos utilizados na aplicação do acabamento foram caracterizados pelos

títulos dos seus fios de urdume e trama. Os títulos foram determinados antes e

depois da aplicação das resinas Acrylux e Zelan. Os resultados obtidos para o tecido

com ligação tela estão descritos nas tabelas 19, 20, 21, 22, 23 e 24.

O tecido sem acabamento apresentou fios de urdume com 23 tex e trama

com 24 tex. Com a aplicação da resina Acrylux, o título dos fios de urdume

permaneceu 23 tex e os de trama diminuíram para 23 tex. E, com a aplicação da

resina Zelan, o urdume apresentou título 24 tex e o urdume 29 tex.

Tabela 19 - Título dos fios de urdume do tecido tela

Tecido tela - Título – Urdume

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 123 2,2 17,89

2 130 3,4 26,15

3 125 3 24

4 125 2,8 22,4

5 127 3,1 24,41

Média 22,97

Tabela 20 - Título dos fios de trama do tecido tela

Tecido tela - Título – Trama

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 184 4,7 25,54

2 219 5,5 25,11

3 244 5,8 23,77

4 219 5,2 23,74

5 213 4,7 22,06

Média 24,05

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104

Tabela 21 - Título dos fios de urdume do tecido tela com aplicação de acabamento com resina Acrylux

Tecido tela + ACRYLUX - Título – Urdume

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 196 4,8 24,49

2 198 4,9 24,75

3 197 4,5 22,84

4 198 4,5 22,73

5 197 4,4 22,33

Média 23,43

Tabela 22 - Títulos de fios de trama do tecido tela com aplicação de acabamento com resina Acrylux

Tecido tela + ACRYLUX - Título – Trama

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 185 4 21,62

2 201 4,3 21,39

3 202 4,8 23,76

4 184 4,5 24,45

5 195 4,8 24,61

Média 23,17

Tabela 23 - Títulos de fios de urdume do tecido tela com aplicação de acabamento com resina Zelan

Tecido tela + ZELAN - Título – Urdume

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 210 4,7 22,38

2 207 4,6 22,22

3 208 4,7 22,59

4 207 5 24,15

5 208 5,6 26,92

Média 23,65

Tabela 24- Títulos de fios de trama do tecido tela com aplicação de acabamento com resina Zelan

Tecido tela + ZELAN - Título – Trama

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 170 4,6 27,06

2 169 4,9 28,99

3 170 5 29,41

4 170 5,1 30

5 168 4,7 27,98

Média 28,69

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105

Já no caso do tecido com ligamento sarja, as amostras sem acabamento

apresentaram títulos de 35 tex para o urdume e 40 tex. Os fios de trama acabados

com a resina Acrylux permaneceram com 35 tex e os de trama variaram para 41 tex.

Por fim, os fios com resina Zelan, apresentaram 38 tex para urdume e 39 tex para

trama. Os resultados estão apresentados nas tabelas 25, 26, 27, 28, 29 e 30.

Tabela 25 - Título dos fios de urdume do tecido sarja

Tecido sarja - Título – Urdume

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 140 4,4 31,43

2 140 4,9 35

3 140 5,2 37,14

4 140 5 35,71

5 140 5,1 36,43

Média 35,14

Tabela 26 - Título dos fios de trama do tecido tela

Tecido sarja - Título – Trama

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 137 5,5 40,14

2 140 6 42,86

3 150 5,3 35,33

4 157 6,2 39,49

5 124 5 40,32

Média 39,63

Tabela 27 - Títulos de fios de urdume do tecido sarja com aplicação de acabamento com resina Acrylux

Tecido sarja + ACRYLUX - Título – Urdume

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 122 4,1 33,61

2 117 3,5 29,91

3 112 4,2 37,5

4 107 4 37,39

5 111 4,2 37,84

Média 35,25

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106

Tabela 28 - Títulos de fios de trama do tecido sarja com aplicação de acabamento com resina Acrylux

Tecido sarja + ACRYLUX- Título – Trama

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 153 6,6 43,14

2 150 6,3 42

3 145 5,9 40,69

4 137 5,5 40,14

5 140 5,3 37,86

Média 40,77

Tabela 29 - Títulos de fios de urdume do tecido sarja com aplicação de acabamento com resina Zelan

Tecido sarja + ZELAN - Título – Urdume

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 282 11,3 40,07

2 285 11,8 41,40

3 252 8,6 34,13

4 280 10,2 36,43

5 276 10,3 37,32

Média 37,87

Tabela 30 - Títulos de fios de trama do tecido sarja com aplicação de acabamento com resina Zelan

Tecido sarja + ZELAN- Título – Trama

Amostras Comprimento (mm) Massa (mg) Título (Tex)

1 166 6,5 39,16

2 157 5,7 36,30

3 160 5,2 32,5

4 166 7,1 42,77

5 159 6,9 43,40

Média 38,82

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107

Como não houve um comportamento padrão em relação às alterações dos

títulos com a aplicação das resinas, as variações identificadas, provavelmente, estão

relacionadas às próprias características do tecido, visto que os fios não são

homogêneos e possuem irregularidades em toda a sua extensão. Portanto, pode-se

afirmar que a aplicação do acabamento não interefere na titulação dos fios que

compõem os substratos.

5.10.4 Propriedades de tração dos tecidos – Método Grab teste

Os fios de urdume do tecido tela apresentaram variação na tenacidade

inerente à aplicação da resina Acrylux. O tecido controle, sem impregnação de

acabamento, apresentou uma tenacidade de 7,07 N/tex, enquanto que aqueles com

resina Acrylux apresentaram 10,87 N/tex de tenacidade, uma diferença de 3,8 N/tex.

Houve diminuição de 0,84N/tex na tenacidade com a aplicação da resina Zelan, que

passou para 6,23 N/tex. Por outro lado, os fios com resina Zelan apresentaram

propriedade de alongamento 2,3% maior que os fios do tecido controle. O Módulo de

Young das amostras controle e com impregnação de resina Acylux ficaram

próximos, com 219,1 MPa e 218,4 MPa, enquanto que a amostra com resina Zelan

apresentou um módulo de 201,9 MPa, o que sugere que a resina aumentou a

elasticidade do material. Os dados estão na Tabela 31.

Tabela 31 - Propriedades de tração dos fios de urdume do tecido tela

Fios de Urdume do tecido tela

Título (Tex)

Carga de Ruptura

(N)

Tenacidade (N/Tex)

Alongamento (%)

Módulo de

Young (MPa)

Controle 23 162.6 7.07 25,2 219,1

Resina Acrylux 23 250.1 10.87 24,28 218,4

Resina Zelan 24 149.6 6.23 27,05 201,9

O comportamento dos fios de trama do tecido tela foi similar ao dos fios de

urdume. A resina Zelan diminuiu a tenacidade do material, que passou de 2,97 N/tex

para 2,10 N/tex e, por conseguinte, diminuiu o módulo de Young de 116,1 MPa para

102,2 MPa. Por outro lado, a impregnação da resina Acrylux deu aos fios uma

tenacidade de 3,42 N/tex e também causou diminuição do Módulo de Young para

113,2 Mpa. Portanto, as resinas possuem comportamento análogo em relação à

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108

alteração da elasticidade do material, porém uma aumenta a tenacidade (Acrylux) e

a outra a diminuiu (Zelan). Os resultados estão na Tabela 32.

Tabela 32 - Propriedades de tração dos fios de trama do tecido tela

Fios de trama do tecido tela

Título (Tex)

Carga de Ruptura

(N)

Tenacidade (N/Tex)

Alongamento (%)

Módulo de

Young (MPa)

Controle 24 71,3 2,97 20,6 116,1

Resina Acrylux 23 78,6 3,42 19,69 113

Resina Zelan 29 60,8 2,10 19,81 102,2

A tenacidade dos fios de urdume do tecido com ligamento sarja tiveram

comportamento análogo ao dos fios do tecido tela, apresentando aumento da

tenacidade intrínseca à aplicação da resina Acrylux (de 13,72 para 16,70 N/tex) e

diminuição significativa de 7,92 N/tex da mesma com a impregnação da resina

Zelan. Entretanto, as amostras com resina Zelan apresentaram propriedade de

alongamento 0,48% superior à das amostras controle. Todos os valores referentes

aos ensaios de tração dos fios de urdume da sarja estão na Tabela 33.

Tabela 33 - Propriedades de tração dos fios de urdume do tecido sarja

Fios de Urdume do tecido sarja

Título (Tex)

Carga de Ruptura

(N)

Tenacidade (N/Tex)

Alongamento (%)

Modulo de

Young (MPa)

Controle 35 480,1 13,72 16,6 612,8

Resina Acrylux 35 584,7 16,70 15,54 657,7

Resina Zelan 38 224,4 5,90 17,08 533,1

Os fios de trama, por outro lado, não sofreram grandes alterações de

tenacidade mediante a aplicação das resinas, apresentando valores de 0,28 (N/Tex)

(Acrylux) e 0,27 N/tex (Zelan). A capacidade de alongamento diminuiu 3,28% e

3,38% para Acrylux e Zelan, respectivamente. Os dados estão apresentados na

Tabela 34.

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109

Tabela 34- Propriedades de tração dos fios de trama do tecido sarja

Fios de trama do tecido sarja

Título (Tex)

Carga de Ruptura

(N)

Tenacidade (N/Tex)

Alongamento (%)

Modulo de

Young (MPa)

Controle 40 82 2,05 22,09 238

Resina Acrylux 41 95,6 2,33 18,27 249,1

Resina Zelan 39 89,4 2,29 18,71 194,7

5.11. Aplicação das Microcápsulas em material têxtil

A aplicação das microcápsulas nos substratos foi feita com axílio de duas

resinas: Acrylux (para acabamento easy care) e Zelan (para acabameno

hidrofóbico). A resina Acrylux mostrou-se mais eficiente para a fixação das

microcápsulas em comparação com Zelan (Figura 42). Entretanto, houve alteração

do toque após aplicação da resina para easy care, ambos os tecidos, tanto a tela

quanto a sarja, ficaram mais rígidos e menos macios. Por outro lado, a resina

hidrofóbica manteve a característica do toque agradável do algodão.

Figura 42 - Tecidos com aplicação de microcápsulas e resinas

(a) Tela controle (b) Tela com Acrylux (c) Tela com Zelan

(d) Sarja controle (e) Sarja com Acrylux (f) Sarja com Zelan

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110

5.12 Ensaio de resistência a lavagens do acabamento dos tecidos

funcionalizados com microcápsulas

As amostras de tecido com microcápsulas impregnadas foram submetidas a

um ciclo de lavagem correspondente a cinco lavagens domésticas. Antes de se

prosseguir com os ciclos até completar o correspondente a 20 lavagens, as

amostras foram analisadas por MEV a fim de se verificar se ainda havia presença de

microcápsulas nas filbras de algodão. Os resultados obtidos estão na Figura 43 e

Figura 44.

As imagens de MEV confirmaram que a resina Zelan teve pior desempenho

em fixar as partículas. Na amostra de tecido com aplicação de microcápsulas RF3

(Figura 44c) foram encontradas poucas partículas presas por entre as fibras dos fios.

Nas amostras com microcápsulas RF2.5 (Figura 43-c) não foram encontradas

microcápsulas. Todavia, as amostras em que a impregnação foi feita com a resina

Acrylux, foram encontradas mais microcápsulas – RF2. 5 e RF3 - entre as fibras dos

tecidos (Figura 43 a e Figura 44a).

Foi possível observar que após cinco lavagens, não foram encontradas

microcápsulas em nenhuma das amostras (Figura 43b, d e Figura 44, d), logo, as

resinas utilizadas não apresentaram resultados satisfatórios em relação à resistência

às lavagens. São necessários mais estudos a fim de se aperfeiçoar a aplicação das

microcápsulas nos tecidos de forma que haja resistência aos processos de lavagem.

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111

Figura 43 – Microscopia Eletrônica de Varredura das amostras de tecidos sarja - 100% algodão com aplicação de microcápsulas RF2.5 antes e após lavagens

(a) RF2.5 – Acrylux – sem lavagem –

ampliação de 3000 x

(b) RF2.5 – Acrylux – 5 lavagens –

ampliação de 500 x

(c) RF2.5 – Zelan - sem lavagem –

ampliação de 3000 x

(d) RF2.5 – Zelan – 5 lavagens –

ampliação de 500 x

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112

Figura 44 - Microscopia Eletrônica de Varredura das amostras de tecidos sarja - 100% algodão com aplicação de microcápsulas RF3 antes e após lavagens

(a) RF3 – Acrylux – sem lavagem -

ampliação de 2.200 x

(b) RF3 – Acrylux – 5 lavagens –

ampliação de 500 x

(c) RF3 – Zelan – sem lavagem -

ampliação de 8.416 x

(d) RF3 – Zelan – 5 lavagens -

ampliação de 500 x

5.13 Ensaio de branqueamento das microcápsulas

Foi testado o branqueamento das microcápsulas por meio de reação de

redução com solução de peróxido de hidrogênio a 50% a fim de se retirar a cor

escura do material (Figura 45). Com 24 horas de redução, as partículas

apresentaram coloração amarelo claro (Figura 45b). Provavelmente houve saturação

do H2O2 e a redução foi pausada. Com a adição de mais 15 mL de peróxido de

hidrogênio 50%, a amostra atingiu uma coloração próxima ao branco em duas horas

de redução (Figura 45c).

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113

Figura 45 - Remoção da cor das microcápsulas por meio de redução com H2O2

(a) Sem redução (b) Após 24h em

contato com H2O2

(c) Após 26h em

contato com H2O2

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114

6 CONCLUSÃO

A microencapsulação é uma técnica baseada no acondicionamento de uma

substância em uma cápsula polimérica que tem função de protegê-la de reagir com

elementos do sistema em que está contido, evitar evaporação e oxidação e permitir

o controle de liberação, entre outros. Utilizada em várias áreas, esse método

adentrou o setor têxtil com diversas finalidades, entre elas, o desenvolvimento de

sistemas de liberação controlada de cosméticos e medicamentos. Na presente

pesquisa, buscou-se agregar atividade bactericida a tecidos de algodão para

aplicação médica por meio da elaboração de um acabamento têxtil baseado em

microcápsulas de quitosana como envoltório do fármaco Triclosan, disperso em um

núcleo de alginato de sódio. A eficiência de encapsulação foi de 80,78% para

microcápsulas sintetizadas com 3% de triclosan no núcleo e 3% na concha

(revestimento de quitosana). A perda de quase 20% do fármaco esta provavelmente

relacionada à solubilidade do triclosan na parafina utilizada como meio no processo

de síntese. Além disso, provavelmente houve perda do fármaco nos solventes

orgânicos utilizados na lavagem das microcápsulas. Portanto, essa eficiência

poderia ser melhorada substituindo-se o triclosan por um fármaco hidrossolúvel.

As microscopias realizadas mostraram que as microcápsulas sintetizadas

apresentaram forma esférica e a presença dos dois polímeros utilizados. Fato que

ainda foi confirmado por meio das análises de Infravermelho das microcápsulas que

apresentaram bandas relacionadas à presença de ligações características dos

polímeros quitosana e alginato. As análises térmicas sugeriram que a matriz

polimérica fornece proteção ao fármaco encapsulado, pois não se encontrou nos

resultados picos relacionados à fusão e degradação do triclosan.

Apesar de as microcápsulas não terem liberado o princípio ativo em 24 horas,

elas apresentaram, neste mesmo tempo, eficiente atividade antibacteriana, atingindo

até 60 mm de halo de inibição quando em contato com bactérias S. aureus (gram-

positivas) e 25 mm para E. coli (gram-negativa). Portanto, obteve-se um material

com propriedade bactericida. A atividade antibacteriana ocorreu, provavelmente,

devido ao contato direto das bactérias com triclosan presente na quitosana, uma vez

que não houve liberação do princípio ativo.

Com relação à aplicação das microcápsulas nos tecidos, a fixação não ficou

satisfatória, exigindo mais estudos a fim de se pesquisar outros tipos de resinas que

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melhorem a aderência e também a resistência à lavagem garantindo assim uma

maior durabilidade da atividade bactericida dos tecidos. Logo, as microcápsulas

obtidas neste estudo possuem potencial para aplicação em materiais têxteis

descartáveis que não passam por processos de lavagem e esterilização.

7 PERSPECTIVAS FUTURAS Neste trabalho buscou-se desenvolver um acabamento bactericida para

têxteis médicos a partir da microencapsulação de um fármaco antibacteriano pelo

processo de emulsificação e reticulação. A síntese das microcápsulas depende de

diversos parâmetros como ordem de adição dos polímeros, temperatura, tempo de

reticulação, volume e concentração do agente reticulante, entre outros. Durante esta

pesquisa foi possível observar como algum desses parâmetros, como a ordem de

adição dos polímeros e a temperatura, influenciaram na formação das

microcápsulas, porém, ainda são necessários estudos sobre os outros parâmetros a

fim de se melhorar a eficiência de síntese. O estudo do grau de reticulação das

microcápsulas, baseado no tempo de estabilização das ligações cruzadas, bem

como na concentração e volume do agente reticulante seria de grande valia para se

analisar e compreender a influência da rede polimérica formada na liberação do

princípio ativo. Portanto, variando esses parâmetros seria possível otimizar a

estrutura reticulada da microcápsula e adequar a liberação do fármaco.

Além de se avaliar a reação de síntese das microcápsulas, também são

necessários estudos para aperfeiçoar a impregnação do acabamento aos tecidos, de

forma a se obter um material com maior resistência às lavagens.

Novos testes para avaliação da atividade bactericida das microcápsulas já

impregnadas no tecido, bem como em presença de umidade também são

necessários para maior entendimento da eficácia do material.

Por fim, o método utilizado poderia ser testado para a encapsulação de outros

princípios ativos com atividades semelhantes ou não, como por exemplo, fármacos e

enzimas anestésicos ou cicatrizantes.

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APÊNDICE A – CROMATOGRAMAS OBTIDOS NAS ANÁLISES DE EFICIÊNCIA DE ENCAPSULAÇÃO

Figura 1 - Cromatograma padrão do triclosan

Figura 2 - Cromatograma das amostras de microcápsulas RF3

Figura 3 - Cromatograma do sobrenadante da síntese das microcápsulas

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APÊNDICE B – CROMATOGRAMAS OBTIDOS NAS ANÁLISES DE LIBERAÇÃO IN VITRO

Figura 1- Cromatograma padrão suor ácido e básico

(a) Suor ácido

(b) Suor básico

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Figura 246 - Cromatogramas das soluções de suor ácido e básico após contato com as microcápsulas RF2.5

(a) Suor ácido

(b) Suor básico

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Figura 3 - Cromatogramas do triclosan disperso em suor ácido e básico

(a) Triclosan em suor ácido

(b) Triclosan em suor básico