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10º Congresso sobre Geração Distribuída e Energia no Meio Rural
11 a 13 de novembro de 2015
Universidade de São Paulo – USP – São Paulo
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Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica da Instalação de
Sistemas Fotovoltaicos com e sem Armazenamento Auxiliar de
Energia
Autores: Augusto C.V. Silva1, Carlos H.M. Rocha2 , Prof. Dr. Luiz C. P. Silva3
1 2 3 Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação – FEEC , Departamento de Sistemas e Energia – DSE,
Av. Albert Einstein - 400 Cidade Universitária Zeferino Vaz Distrito Barão Geraldo - Campinas-SP Brasil
CEP: 13083-852 E-mail autor: [email protected]
Resumo
Com a crescente preocupação na busca de novas fontes de energia, mais limpas e
renováveis, a necessidade de estudos para a implantação desta nova fonte de geração se
mostra cada vez mais urgente, este estudo busca concentrar as atenções em sistemas de
geração de energia fotovoltaica residenciais, de pequeno porte, já imaginando o cenário de
geração distribuída, onde cada consumidor passaria a ter papel ativo no sistema de
distribuição de energia, ajudando assim a desafogar o sistema atual, baseado em grandes e
centralizadas usinas de geração. Ao concentrar os estudos em sistemas de pequeno porte,
este trabalho busca auxiliar na tomada de decisões sobre o investimento neste tipo de
sistema, considerando, inclusive, possíveis mudanças na tarifa sobre a energia elétrica, já
simulando a cobrança de uma tarifa horária (chamada Tarifa Branca). Além da possível
mudança na tarifa de energia aplicada, o estudo também simula um cenário com
armazenamento auxiliar de energia, onde a energia gerada seria armazenada utilizada
quando o consumo fosse maior que a geração do sistema fotovoltaico, ou ainda, em outro
cenário, a energia armazenada só seria utilizada quando a tarifa de energia fosse maior,
evitando assim o uso de energia da rede.
Palavras-chave:
Geração de Energia, Sistema Fotovoltaico, Armazenamento de Energia.
1. Introdução
O grande incentivo à energia solar foi dado durante a crise do petróleo dos anos 70,
onde a necessidade de obtenção de energia por outras fontes além do petróleo ficou em
destaque. Desde então, o preço da fabricação e instalação de tais sistemas só vem caindo
(varia entre R$8,00/W e R$12,00/W, contra R$613,54/W, valor atualizado, em 1966), o que
só facilita o acesso à tecnologia e incentiva a aplicação nos mais variados usos,
principalmente residencial, já que é uma energia limpa.
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No contexto nacional, alguns aspectos que contribuem para o aumento da presença
da geração de energia solar fotovoltaica, como: a divulgação da resolução normativa no.
482 da ANEEL em abril de 2012; a definição das normas técnicas publicadas por cada
concessionária distribuidora; a queda vertiginosa dos preços dessa tecnologia; e o
surgimento de diversas empresas no Brasil capacitadas para a formação e treinamento de
mão de obra técnica especializada para instalação e manutenção dos tetos solares. Uma
vez que as barreiras regulatórias, tecnológicas e econômicas vão sendo gradativamente
transpostas não há porque duvidar que a aplicação desse tipo de tecnologia ganhe força no
Brasil nos próximos anos, assim como já é realidade em outros países.
Pensando no mercado de pequenos e médios sistemas de energia solar, o fator
decisivo, muitas vezes, continuará sendo o fator econômico. Logo, este estudo, além de
atentar para aspectos técnicos, também se propõe a discriminar todos os custos e o
investimento necessário para implantar tal sistema em uma residência, no nosso caso.
Assim, o conjunto de simulações realizadas no programa GridLAB-D (ferramenta, de
código aberto e gratuita, de modelagem e simulação de sistemas de potência), aliado com
pesquisa de mercado sobre os preços dos componentes do sistema fotovoltaico, além de
pesquisa junto à CPFL (distribuidora de energia do local hipotético de instalação do sistema
simulado, a qual nos forneceu dados climático) nos deram base suficiente para uma
completa análise técnica e econômica sobre a viabilidade de tal sistema no cenário atual
brasileiro, tal como em um possível quadro sob a atuação de uma tarifa horária (Tarifa
Branca).
2. Metodologia
Premissas foram adotadas para determinar alguns parâmetros da simulação no programa
GridLAB-D, tal como utilização de fonte externa de dados, como as informações sobre o
clima.
2.1. Características de consumo da residência
Neste estudo, buscou-se realizar a simulação de duas residências com duas faixas
de consumo distintas Para determinar estas faixas de consumo, utilizamos indicadores
econômicos que relacionam de maneira estatística aproximada o consumo de energia com a
renda domiciliar, conforme a Tabela 1.
Na Tabela 2 é mostrada a relação entre a renda domiciliar e a classe econômica.
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Tabelas 1 e 2: Relação aproximada do consumo de energia – renda domiciliar e relação classe
econômica – renda domiciliar.
Renda Média [R$] Consumo médio [kWh]
500 – 1.200 70 – 220
1.200 – 2.000 220 – 270
2.000 – 6.500 270 – 410
6.500 – 11.000 410 – 910
Logo, concentramos nossos estudos em domicílios onde o consumo de energia era
aproximadamente ao consumo relativo à residência pertencentes à classes C/D (“Casa
Renda Média” ) e, em outra simulação, classes A/B (“Casa Renda Alta” ).
2.2. Característica física da residência e produtos utilizados em seu interior
Neste tópico, serão descritas as características das duas residências emuladas no
software GridLAB-D.
2.2.1. Residência
Foram analisadas uma casa de renda média e uma casa de alto padrão. Para essa
diferenciação foram determinadas famílias de mesmo número de pessoas (quatro
integrantes), porém tamanhos de casa diferentes, e aparelhos domésticos de consumo
relativo a cada uma das casas.
A casa de renda média foi definida como uma residência de dois andares, 80m² de
chão por andar, e possuindo iluminação fluorescente, televisores, geladeira, chuveiro
elétrico, ferro de passar roupas, computador, maquina de lavar roupa e cargas conectadas
às tomadas.
A casa de alta renda foi definida como uma residência de dois andares, 120m² de
chão por andar, e possuindo, além dos produtos presentes na Casa de Renda Média, um ar
condicionado. Foram alteradas curvas de consumo para cada aparelho, em relação à Casa
de Renda Média.
2.3. Sistema de energia fotovoltaica e armazenamento de energia
Para a escolha dos componentes do sistema, verificamos quais as opções disponíveis
para modelagem no programa GridLAB-D e, dentre as opções, escolhemos os produtos que
se melhor encaixavam nas características buscadas em sistemas de pequeno/médio porte
residenciais, aspectos como: disponibilidade no mercado brasileiro, facilidade de instalação
e manutenção, custos e tecnologia madura.
A seguir, temos a descrição dos modelos escolhidos para composição do sistema.
2.3.1. Painel Solar
Classe Econômica Renda Domiciliar total [R$]
Classe E 0 – 1.254
Classe D 1.255 – 2.004
Classe C 2.005 – 8.640
Classe B 8.641 – 11.261
Classe A 11.262 –
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Escolhemos o modelo com tecnologia Monocristalina, com eficiência de
aproximadamente 16,8%, conforme especificações de uma placa disponível no mercado
brasileiro, logo não possui o preço tão elevado quanto o esperado para placas com esta
tecnologia.
Para cada residência foram escolhidos painéis de acordo com que a potência de
cada sistema fotovoltáico fosse igual a potência média consumida pela residência. Assim,
foram utilizados 12 painéis para a casa de renda média e 26 para a casa de renda alta.
2.3.2. Inversor
O inversor é o equipamento responsável pela conversão da tensão e corrente
contínua para a tensão e corrente alternada (conversão CC-CA).
Tal aparelho se faz necessário, pois a geração do painel fotovoltaico, ou mesmo da
bateria onde a energia se encontra armazenada, é CC, enquanto os aparelhos em uma
residência são projetados para funcionar em CA, que é o padrão da rede de distribuição.
2.3.3. Controlador de carga
Neste estudo, foi simulado tanto um controlador simples, que apenas verifica o estado
da bateria e a carrega ou não, tal como verifica a geração e assim determina a descarga, ou
não da bateria, como também foi modelado um controlador inteligente, que apenas
descarregaria a bateria em horários onde a energia fosse mais cara, logo foi utilizado
apenas no cenário onde a tarifa praticada fosse a chamada tarifa branca.
2.3.4. Sistema de armazenamento
Para o correto armazenamento da energia, foi projetado um banco de baterias no qual,
tendo o histórico de consumo da residência em valores mensais, foi calculada uma média
diária de utilização de energia e a partir dessa média, calculou-se a quantidade de energia
que seria necessária armazenar para suprir este consumo pelo período de
aproximadamente 3 horas.
3. Resultados
3.1. Curva de Potência
A geração dos painéis solares tem como principais fatores relevantes à área ocupada
por eles e a radiação solar recebida pelos mesmos. Assim, para as duas residências temos
painéis de tamanhos diferentes e, portanto, gerações de potência distintas em cada caso.
3.1.1. Curva de Potencia Gerada e Potência armazenada
Abaixo podemos ver as curvas de geração de energia e potência armazenada para três
possibilidades de clima: dia ensolarado (06/08), dia nublado (27/09) e dia com chuva
(26/11).
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Figura 1: Curvas de Geração de ambas as residências em dias ensolarados.
Figura 2: Curvas de Geração de ambas as residências em dias nublados.
Figura 3: Curvas de Geração de ambas as residências em dias de chuva.
3.1.2. Armazenamento com controle inteligente de descarga
Levando-se em conta a tarifa horária torna-se economicamente viável um sistema que
armazene a energia durante o dia e a utilize nos momentos onde a tarifa é mais elevada.
Assim, foi simulado um sistema que carrega a bateria no momento em que é gerada
potência o suficiente para isso e a descarregue a partir da 18h, onde começa a subida nos
preços da energia.
É possível ver a atuação desse sistema nas figuras abaixo.
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Figura 4: Curvas de Geração e controle de descarga das baterias de ambas as residências em dias
ensolarados.
Figura 5: Curvas de Geração e controle de descarga das baterias de ambas as residências em dias
nublados.
Figura 6: Curvas de Geração e controle de descarga das baterias de ambas as residências em dias com
chuva.
3.2. Análise sobre Retorno de Investimento – Payback
3.2.1.1. Custo de Instalação
Para cálculo do custo de instalação, foi realizada uma rápida pesquisa com algumas
empresas que oferecem tal serviço assim foi determinado o valor de R$52.900,00 para o
sistema completo da casa de renda média e R$114.900 para o sistema completo da casa de
renda alta.
3.2.1.2. Tarifa de Energia
Para o cálculo financeiro da energia consumida pelas residências, utilizamos valores
de tarifa divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, valores em
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vigência durante o período de 08/04/2015 a 07/04/2016 na área de concessão da
Companhia Paulista de Força e Luz - Paulista (Campinas e Região).
Tal valor é de R$ 0,41964/kWh sem considerar impostos incidentes.
Para aplicar a tarifa no cálculo efetivo, consultamos efetivamente uma conta de
energia da CPFL - Paulista e verificamos o valor dos impostos incidentes, desconsiderando
a taxa de iluminação pública, valor que não varia de acordo com o consumo e não será
levado em consideração nos cálculos deste trabalho.
Como Impostos incidentes na tarifa, temos: ICMS (Imposto Sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços), abrangência estadual. No caso da legislação do Estado de São
Paulo, tal alíquota varia de acordo com o consumo, como as casas simuladas possuem
consumo acima de 200kWh/mês, a alíquota aplicada é de 25%; PIS (Programa de
Integração Social), abrangência Federal, possui alíquota 0,84%; COFINS (Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social), abrangência Federal, alíquota de 3,89%.
No sistema de bandeiras tarifárias, o qual foi criado para cobrir os gastos adicionais
na geração de energia em situações onde é necessário o acionamento das termoelétricas
para cobrir a demanda de energia do país e funciona conforme a Figura 7, consideramos 3
cenários constantes, onde a bandeira tarifária definida permanece a mesma durante todo o
período.
Figura 7: Parâmetros para cálculo das bandeiras tarifárias.
Além das tarifas vigentes, para a projeção nos próximos anos, foi considerado um
aumento anual de 8% no valor da tarifa vigente em relação ao ano anterior.
Além da Tarifa “comum”, ou seja, sazonal, descrita acima, foi considerado outro
cenário onde a tarifa aplicada seria a chama Tarifa Branca , a qual possui 3 postos tarifários.
A CPFL – Paulista adota os valores tarifários, na modalidade Tarifa Branca, conforme
Tabela 3.
Tabela 3: Descrição Tarifa Branca utilizada pela CPFL - Paulista
Tipo da Tarifa Valor
Tarifa Convencional X
Tarifa Branca Fora de Ponta 0,876*X
Tarifa Branca Intermediária 1,083*X
Tarifa Branca Ponta 1,631*X
3.2.2. Tempo de retorno do investimento
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Considerando todos os itens acima, porém sem considerar uma troca dos aparelhos ao
fim da sua vida útil, ou seja, não estimamos o valor destes aparelhos no futuro, pois muitos
outros fatores poderiam influenciar em tal estimativa, tal como a situação econômica do país
ou ainda o surgimento de novas tecnologias, neste cenário, calculamos tempo de retorno do
investimento para os diferentes casos simulados.
3.3.2.1. Sistema de Geração de Energia Sem Armazenamento Auxiliar de Energia
Tabela 4: Tempo de Payback para casa de Renda Média
Tipo de Tarifa de energia
Convencional Branca – ANEEL Branca - CPFL
Bandeira
tarifária do
período todo
Verde 9,75 anos 19,75 anos 11,5 anos
Amarela 9,25 anos 19,5 anos 11,25 anos
Vermelha 9 anos 19 anos 10,75 anos
Tabela 5: Tempo de Payback para casa de Renda Alta
Tipo de Tarifa de energia
Convencional Branca – ANEEL Branca - CPFL
Bandeira
tarifária do
período todo
Verde 8,5 anos 18,75 anos 10,25 anos
Amarela 8,25 anos 18,25 anos 10 anos
Vermelha 8 anos 17,75 anos 9,75 anos
3.3.2.2. Sistema de Geração de Energia com Armazenamento Auxiliar de Energia
Tabela 6: Tempo de Payback para casa de Renda Média Sem Controle de Descarga de Bateria
Tipo de Tarifa de energia
Convencional Branca – ANEEL Branca - CPFL
Bandeira
tarifária do
período todo
Verde 12,5 anos 20 anos 14,25 anos
Amarela 12,25 anos 19,75 anos 14 anos
Vermelha 12 anos 19,25 anos 13,5 anos
Tabela 7: Tempo de Payback para casa de Renda Média Com Controle de Descarga de Bateria
Tipo de Tarifa de energia
Convencional Branca – ANEEL Branca - CPFL
Bandeira
tarifária do
período todo
Verde 12, 75 anos 17,75 anos 13,5 anos
Amarela 12,25 anos 17,25 anos 13,25 anos
Vermelha 12 anos 16,75 anos 12,75 anos
Tabela 8: Tempo de Payback para casa de Renda Alta Sem Controle de Descarga de Bateria
Tipo de Tarifa de energia
Convencional Branca – ANEEL Branca - CPFL
Bandeira
tarifária do
período todo
Verde 12,25 anos 23,25 anos 14,25 anos
Amarela 12 anos 22,75 anos 14 anos
Vermelha 11,5 anos 22,25 anos 13,75 anos
Tabela 9: Tempo de Payback para casa de Renda Alta Com Controle de Descarga de Bateria
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Tipo de Tarifa de energia
Convencional Branca – ANEEL Branca - CPFL
Bandeira
tarifária do
período todo
Verde 12,25 anos 16 anos 12,75 anos
Amarela 12 anos 15,75 anos 12,25 anos
Vermelha 11,5 anos 15,25 anos 12 anos
4. Conclusões
Considerando o alto custo de investimento por parte dos consumidores para contar
com um sistema de geração em sua residência, vemos que o índice de penetração ainda é
relativamente baixo no mercado brasileiro, o que dá tempo às concessionárias para
adaptações técnicas na rede para o acesso destes novos sistemas geradores. Porém, tal
cenário tende a mudar e esta penetração pode ocorrer de maneira mais rápida nos próximos
anos, considerando que normas regulatórias devem se sofisticar cada vez mais, se
adaptando aos sistemas de funcionamento dos equipamentos disponíveis no mercado e
assim facilitando a instalação dos mesmos.
Além disso, o crescente custo de produção de energia deve forçar o surgimento de
medidas de incentivo financeiro, tanto para a aquisição de equipamentos, quanto para a
venda de energia do consumidor à concessionária, contribuindo também para a expansão
da instalação da micro geração no país.
O tempo de vida útil de uma bateria em sistemas de energia fotovoltaica é um
grande entrave para a sua utilização, tal como o seu tamanho e preço de produção. Estes
são problemas experimentados também pela indústria de carros elétricos, apesar de utilizar
baterias com tecnologia ligeiramente diferente. Observamos que este é um dos problemas
gerais quanto ao armazenamento de energia, logo, surge um importante sinal de alerta para
grandes empresas e universidades, que podem se debruçar sobre tais questões e trabalhar
em soluções a fim de desenvolver esta importante tecnologia que abrirá novas portas para a
evolução de vários segmentos.
Vemos que a implantação desse tipo de sistema torna-se economicamente viável
para pessoas com um certo poder aquisitivo, visto que o tempo de retorno é relativamente
alto: aproximadamente 9/12 anos considerando um bom cenário para a venda de energia
para a rede. Portanto, o desenvolvimento desta tecnologia no país deve se basear não
apenas no caráter econômico, mas também no perfil do consumidor interessado,
consumidores podem sentir-se atraídos a esta tecnologia por motivos como: diminuição das
emissões de carbono em relação a outras fontes de energia; esse tipo de sistemas
fotovoltaicos serem considerados itens de extrema inovação tecnológica;
Assim, com cada novo sistema implementado no país e diversos estudos sobre esse
tipo de fonte de energia, o custo desses sistemas cairá de forma a torná-los cada dia mais
viáveis economicamente. E quem sabe, com o auxilio fiscal correto, a popularização desses
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sistemas de micro geração poderia se tornar uma saída para problemas de geração em
locais onde não há mais espaço para grandes usinas, já que o Brasil possui altíssimos
níveis de insolação em relação a outros países onde sistemas de energia solar fotovoltaica
já possuem maior penetração.
5. Bibliografia
[1] Grupo de energia solar. Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. Edição
Especial. PRC-PRODEEM. Rio de Janeiro, 2004
[2] http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=781 , acessado em: 15/07/15 às 20:00h
[3] http://www.cpfl.com.br/atendimento-a-consumidores/bandeira-
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[4] http://www.energia.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/455.pdf , acessado em:
02/01/15 às 15:37h
[5] http://www.portalsolar.com.br/quanto-custa-a-energia-solar-fotovoltaica.html , acessado
em: 20/07/15 às 15:00h
[6] http://www.rba.gov.au/statistics/historical-data.html#exchange-rates , acessado em:
16/07/15 às 18:30h
[7] http://www.sae.gov.br/wp-content/uploads/ebook_ClasseMedia1.pdf , acessado em:
27/07/15 às 18:25h
[8] http://www.usp.br/nereus/wp-content/uploads/SMNereus_02_11.pdf , acessado em:
28/07/15 às 20:15h
[9]
https://www2.jf.jus.br/phpdoc/sicom/tabelaCorMor.php?PHPSESSID=mq9k03i0qe1ik8b9fvrgt
0kir6 , acessado em: 16/07/15 às 18:45h
[10] MONTEIRO, Luis Guilherme and ZILLES, Roberto. Estratégias de controle de carga em
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[11] Projeto de P&D ANEEL PA3012 - APLICAÇÃO MASSIVA DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
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[12] RÜTHER, R. Edifícios solares fotovoltaicos : o potencial da geração solar fotovoltaica
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[13] VILLALVA, M. G. ; GAZOLI, J. R. . Energia Solar Fotovoltaica - Conceitos e Aplicações -
Sistemas Isolados e Conectados à Rede. 1. ed. São Paulo: Érica, 2012. v. 1. 224p .