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i ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO Dahiana Oliveira Ribeiro RESUMO O comércio internacional prioriza cada vez mais as relações entre empresas portadoras de Certificações ISO 14001. Aspectos como melhoria de imagem da empresa e redução de custo com passivos ambientais são vislumbrados pelas empresas. Atualmente a Certificação ISO 14001 é atribuída a mais de 200 empresas por ano no Brasil. A obtenção dessa certificação ocorre mediante a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). De acordo com a norma NBR ISO 14001:2004 os Programas de Gestão Ambiental devem ser estabelecidos, implementados e mantidos pela empresa. A viabilidade econômica da implantação de um Programa de Gestão Ambiental no setor de construção civil é um fator limitante do processo. Este trabalho contemplou o estudo de caso de custos e benefícios da implantação do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos em uma construtora. Os resultados obtidos demonstraram a viabilidade econômica da implantação do PGA. Caso implantado o PGA proposto, a construtora teria alcançado uma redução de R$ 127.298,00 referente à perda de materiais em apenas uma obra com 13.674 m².

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ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE

GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

Dahiana Oliveira Ribeiro

RESUMO

O comércio internacional prioriza cada vez mais as relações entre empresas portadoras de Certificações ISO 14001. Aspectos como melhoria de imagem da empresa e redução de custo com passivos ambientais são vislumbrados pelas empresas. Atualmente a Certificação ISO 14001 é atribuída a mais de 200 empresas por ano no Brasil. A obtenção dessa certificação ocorre mediante a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). De acordo com a norma NBR ISO 14001:2004 os Programas de Gestão Ambiental devem ser estabelecidos, implementados e mantidos pela empresa. A viabilidade econômica da implantação de um Programa de Gestão Ambiental no setor de construção civil é um fator limitante do processo. Este trabalho contemplou o estudo de caso de custos e benefícios da implantação do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos em uma construtora. Os resultados obtidos demonstraram a viabilidade econômica da implantação do PGA. Caso implantado o PGA proposto, a construtora teria alcançado uma redução de R$ 127.298,00 referente à perda de materiais em apenas uma obra com 13.674 m².

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................................ i

LISTA DE TABELAS........................................................................................................... iii

LISTA DE FIGURAS............................................................................................................ iii

LISTA DE SIGLAS............................................................................................................... iii

1- INTRODUÇÃO................................................................................................................. 1

1.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................................... 1

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................... 1

1.3 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA.......................................................................... 2

1.4 DEFINIÇÕES DAS HIPÓTESES DO TRABALHO.................................................. 2

1.5 JUSTIFICATIVA DO PROJETO................................................................................ 2

3-MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................... 3

3.1 – DESCRIÇÃO GERAL.............................................................................................. 3

3.2 - ETAPA I: CONHECIMENTO PRÉVIO DA EMPRESA......................................... 3

3.3 - ETAPA II: DEFINIÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL ........................................ 6

3.4 - ETAPA III: ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL

(PGA).................................................................................................................................

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3.5 - ETAPA IV: ANÁLISE DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)..... 7

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................... 8

4.1 - ETAPA I: CONHECIMENTO PRÉVIO DA EMPRESA.. .................................... 8

4.2 - ETAPA II: DEFINIÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL ........................................ 15

4.3 - ETAPA III: ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL...... 16

4.4 - ETAPA IV: ANÁLISE DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)..... 16

4.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 23

5- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES....................................................................... 23

6- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 24

ANEXOS................................................................................................................................. *

APÊNDICES.......................................................................................................................... *

*os anexos e apêndices foram retirados devido ao limite de páginas para o Concurso Ethos

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1: Normas da série ISO 14000............................................................................... Tabela 2.2: Custos da certificação ISO 14001 em relação aos benefícios alcançados......... Tabela 2.3: Percentual dos custos de implantação do SGA em relação aos custos finais da empresa............................................................................................................................

Tabela 4.1: Avaliação de Impactos Ambientais (Construtora Villela e Carvalho) – Método RIAM......................................................................................................................

Tabela 4.2: Custos com encargos trabalhistas .................................................................... Tabela 4.3: Estimativa de custos dos materiais desperdiçados na obra................................ Tabela 4.4: Custos e benefícios da implantação do PGA de Resíduos Sólidos...................

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1: Modelo de sistema de gestão ambiental conforme NBR 14001:2004.............. Figura 4.1: Custo para obtenção da Certificação ISO 14001.............................................. Figura 4.2: Programas de Gestão Ambiental desenvolvidos pelas empresas entrevistadas........................................................................................................................

Figura 4.3: Identificação do aumento de receitas das empresas entrevistadas após a obtenção da Certificação ISO 14001...................................................................................

Figura 4.4: Identificação quantitativa do aumento de receitas das empresas entrevistadas após a obtenção da Certificação ISO 14001........................................................................

Figura 4.5: Identificação de receitas resultantes da minimização, reutilização ou reciclagem de resíduos sólidos. ..........................................................................................

Figura 4.6: Identificação quantitativa de receitas resultantes da minimização, reutilização ou reciclagem de resíduos sólidos ..................................................................

LISTA DE SIGLAS

CREA-DF Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Distrito

Federal FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço IC Indústria da Construção IEL Instituto Euvaldo Lodi INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial INSS Instituto Nacional do Seguro Social ISO International Organization for Standardization NOVACAP Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil PBQP-H Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat RCD Resíduos de Construção e Demolição SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SECONCI Serviço Social do Distrito Federal SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SESC Serviço Social do Comércio SINDUSCON-DF Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal

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1 - INTRODUÇÃO

O modelo de “desenvolvimento econômico” adotado atualmente é baseado no lucro e no consumismo. Neste modelo, os recursos naturais são usados como matéria-prima, e procura-se lucrar intensivamente com escala de produção cada vez maior. Dessa forma, degradamos o meio ambiente, perdemos qualidade de vida (DIAS, 2004).

Esse modelo vem sendo questionado desde 1992, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUCED), realizada no Rio de Janeiro, Brasil, conhecida como Rio-92. Apesar de acreditarmos que o compromisso com o meio ambiente já se começara em 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972. Na Conferência Rio-92 endossou-se o conceito de “desenvolvimento sustentável”.

A partir de então, percebe-se que para se calcular lucro é necessário incluir, dentro dos custos, os passivos ambientais. É preciso incluir os custo do cumprimento da legislação ambiental, tecnologia de produção limpa e da recuperação da degradação do meio ambiente.

Neste contexto, as empresas perceberam que a questão ambiental passou a ser um pré-requisito para a comercialização internacional. Além disso, tornou-se alvo para a melhoria de imagem da empresa, pois a sociedade está mais exigente na escolha de empresas ambientalmente corretas. Dessa forma, tivemos o crescimento de selos verdes e certificações ambientais.

Dentro das certificações encontradas, temos a ISO 14001. Esta certificação tornou-se um item no critério de importação e exportação mundial.

A ISO 14001 traz especificações do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O objetivo do SGA é gerenciar os principais impactos ambientais gerados pela empresa. Para isto, desenvolve-se uma política ambiental, identificam-se os requisitos legais e avaliam-se os impactos ambientais. Em seqüência determinam-se os objetivos e metas para a elaboração do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e procede-se a implantação do sistema.

Segundo John (2005), o setor de construção civil é responsável pelo consumo de 15 a 50% dos recursos naturais, sendo preocupante o volume de resíduos sólidos gerados.

O presente trabalho contemplou o estudo da relação entre o custo e o benefício da implantação do Programa de Gestão Ambiental (PGA) de resíduos sólidos em uma empresa do ramo de construção civil 1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo principal do projeto de pesquisa foi identificar relação entre os custos e os

benefícios da implantação do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos em uma empresa de construção civil.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos do projeto foram: - Apresentar diagnóstico ambiental da situação atual da empresa de estudo de caso. - Identificar a destinação final dos principais resíduos gerados pela construção civil. - Elaborar um Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos para a empresa em estudo.

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1.3 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA O volume de resíduos sólidos gerado pela Indústria de Construção Civil é expressivo.

No Brasil, segundo Pinto (1999), o quantitativo médio de geração de resíduos de construção e de demolição (RCD) é de 150 kg/m² construído. A implementação de um Programa de Gestão Ambiental poderá reduzir a geração de resíduos, minimizar o desperdício de materiais, ou convergir para a ocorrência dos dois. 1.4 DEFINIÇÕES DAS HIPÓTESES DO TRABALHO

A hipótese apresentada neste projeto se baseia no princípio de que a preservação do

meio ambiente, nos dias de hoje, é considerada uma das prioridades de qualquer organização, assim os Programas de Gestão Ambiental, do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), trazem grandes benefícios para a organização. Este projeto levanta a hipótese de que as atividades propostas pelo Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos trarão mais benefícios do que custos. Na hipótese dos resultados em contrário, se concluirá que as atividades deste Programa não são suficientes para benefício da empresa, fazendo-se necessário uma reavaliação dessas atividades propostas. 1.5 JUSTIFICATIVA DO PROJETO

O setor de construção civil é um gerador de resíduos sólidos de grande intensidade, e é

sabido que as questões ambientais tem importância para o sucesso dos negócios. As exigências crescentes da sociedade, refletidas em padrões ambientais cada vez mais

restritos e o aumento das ferramentas de comando e controle dos órgãos ambientais, demonstram claramente esta tendência. As grandes companhias já fazem investimentos contínuos e crescentes no controle da poluição, pois sabem que este controle pode pôr em risco a viabilidade de um negócio, o que as tem forçado a adotar a prevenção da degradação ambiental e instrumentos de gestão ambiental cada vez mais eficientes para novas operações e produtos.

Assim, quando uma empresa gera resíduo, está perdendo matéria-prima, pela qual pagou, e esse resíduo poderia ser minimizado, em vez de causar poluição, reduzindo os custos do processo produtivo e tornando a empresa mais competitiva. Além disso, podem surgir novas oportunidades de negócio como a reutilização ou reciclagem de resíduos. Essa competitividade está relacionada com a melhoria de imagem para fornecedores e clientes, e principalmente para o comércio internacional. A redução da degradação ambiental também resulta em ganhos para as empresas porque envolve a preservação do patrimônio e dos recursos naturais e da biodiversidade.

A importância de se realizar este trabalho é a necessidade de um estudo para contabilizar os custos da implantação do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos. Estes dados servirão para serem utilizados na elaboração de projetos futuros, entre eles pode-se citar: Programa de Gestão Ambiental de Água e Energia Elétrica.

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3 - MATERIAL E MÉTODOS 3.1 – DESCRIÇÃO GERAL

A viabilidade econômica da implantação de um programa de gestão ambiental para a

construção civil é um fator limitante para a inserção do Sistema de Gestão Ambiental na empresa. Neste contexto, esta metodologia propõe apresentar às empresas desse ramo os custos e benefícios do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos.

Neste trabalho contemplou-se o estudo de caso da Construtora Villela e Carvalho Ltda, onde diagnosticou-se a situação atual da empresa e definiu-se a política ambiental da mesma para elaboração do PGA de resíduos sólidos.

A metodologia utilizada fundamentou-se na NBR ISO 14001:2004. Como estratégia de desenvolvimento da fase experimental o projeto foi dividida em quatro etapas.

Na Etapa I foram desenvolvidos todos os procedimentos referentes ao reconhecimento da empresa quanto à gestão ambiental. Nesta etapa utilizou-se um check-list e a metologia proposta por Degani (2003), a qual parte da premissa de que para a implantação de um SGA, é necessário fazer uma “Análise da situação atual da empresa”. Nesta etapa, realizou-se o diagnóstico inicial, e a identificação dos aspectos e impactos ambientais significativos das atividades da empresa e identificou-se os requisitos legais.

Na Etapa II determinou-se a política ambiental da empresa segundo a NBR 14001:2004.

Durante a Etapa III foi elaborado o Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos da empresa.

Na quarta Etapa IV analisou-se o PGA implantado, identificando os custos e benefícios relacionados à nova gestão de resíduos sólidos. 3.2 - ETAPA I: CONHECIMENTO PRÉVIO DA EMPRESA

O primeiro procedimento é o conhecimento do gerenciamento dos aspectos ambientais da referida empresa Construtora Villela e Carvalho Ltda. Para isto, esta foi visitada e por meio da aplicação de um check-list, avaliou-se a gestão dos seguintes aspectos: resíduos sólidos; efluentes líquidos; solo e água subterrânea; água potável; armazenamento e manuseio de materiais; ruído e vibração; odor; uso de energia; emissões atmosféricas; impacto visual.

Em complemento, aplicou-se a metodologia proposta por Degani (2003). De acordo com essa metodologia para a implementação de sistemas de gestão ambiental em empresas construtoras de edifícios é necessário que a mesma desenvolva as seguintes etapas: análise da situação atual da empresa; estabelecimento de metas; planejamento; operação; e avaliação e ações para melhoria.

A análise da situação atual da empresa inclui: diagnóstico inicial da empresa; identificação dos aspectos e impactos ambientais significativos de suas atividades e levantamento dos requisitos legais e outros requisitos a elas aplicáveis.

3.2.1-Diagnóstico Inicial O diagnóstico inicial pretende identificar a presença de facilitadores para a introdução

da gestão ambiental, além de investigar o comprometimento da alta administração – sem o qual qualquer tentativa será inútil. São igualmente avaliadas as tendências da empresa no tangente às interferências ambientais e às características particulares do cenário em que se insere, traçando-se assim as prioridades específicas da empresa.

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Nesta metodologia, pretende-se avaliar a empresa por meio da aplicação de uma lista de verificação e, conforme a pontuação obtida, configurar-se o estágio de desempenho da empresa, ou seja, o seu diagnóstico inicial.

A lista de verificação, apresentada no anexo A, compreende cinco temas para os quais é proposta uma seqüência de questionamentos. As empresas devem responder a estas questões por meio do preenchimento das correspondentes barras de percentual atendido – o preenchimento da barra de quatro quadros contíguos corresponde ao percentual de atendimento ao questionamento feito, sendo que quanto mais à direita mais corresponde à postura desejada (100%).

Deve-se optar pelo percentual que mais se aproximar da realidade da empresa naquele momento. Deste modo, 100% corresponde à resposta “sim, sempre e em todos os empreendimentos”, e seu extremo esquerdo 0% corresponde à resposta “não, nunca”.

0 1 2 3

0% 100% Figura 3.1 – Representação gráfica da metodologia de Degani (2003) O resultado é calculado a partir da atribuição de valores de 0 a 3 ao longo da barra e,

posteriormente, é calculada a média aritmética dos valores atribuídos. Resultado final por tema = ∑ valores atribuídos ÷ n° de itens do tema (3.1) O resultado final é obtido aplicando-se a equação 3.1. Para cada tema é obtido um

resultado numérico que orientará a empresa nas etapas seguintes. Assim, a lista de verificação proposta por Degani (2003) e descrita no anexo A, divide-

se em cinco temas para análise: (1) Estrutura do sistema de gestão existente; (2) Desempenho do sistema de gestão existente; (3) Práticas e procedimentos de gestão ambiental presentes; (4) Histórico de incidentes anteriores; (5) Caracterização da empresa.

3.2.2- Identificação dos aspectos e impactos ambientais significativos de suas

atividades A identificação dos aspectos e impactos ambientais significativos para cada empresa

complementa-se ao seu diagnóstico inicial. Em ambos, juntamente com o levantamento dos requisitos legais e outros requisitos, compõem a análise da situação atual da empresa.

Para avaliação dos aspectos e impactos ambientais utilizou-se o MÉTODO MATRICIAL RIAM – Rapid Impact Assessment Matrix (Matriz para Rápida Avaliação de

Impactos Ambientais), conforme apresentado por ABREU (2004). A avaliação pelo Método RIAM é realizada utilizando-se os grupos A e B, sendo que

estes apresentam critérios para quantificação dos impactos ambientais, como listados: � GRUPO A: refere-se à importância dos aspectos ambientais analisados.

A1 - Importância da Condição: 4 - importante para os interesses nacionais/internacionais 3 - importante para os interesses regionais/nacionais 2 - importante para as áreas imediatamente fora da condição local 1 - importante somente para a condição local 0 - sem importância

A2 - Magnitude das Mudanças ou Efeitos:

+3 - grandes benefícios

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+2 - significativa melhoria no estado geral +1 - melhoria no estado geral 0 - sem mudança -1 - impactos negativa no estado geral -2 – significativos impactos negativa no estado geral -3 - grande impactos negativa

� GRUPO B: refere-se à reversibilidade, cumulatividade e permanência dos aspectos

ambientais. B1 - Permanência: define quando uma condição é temporária ou permanente

1 - sem mudanças/não aplicável 2 - temporárias 3 – permanentes

B2 - Reversibilidade: define se a condição pode ser mudada e é uma medida de controle sobre o efeito da condição.

1 - sem mudança/não aplicável 2 - reversível 3 - irreversível

B3 - Cumulatividade: define se o efeito terá impacto direto simples ou se será cumulativo no tempo ou efeito sinergístico com outras condições.

1 - sem mudança/não aplicável 2 - não cumulativa/simples 3 - cumulativa

No grupo (A) o sistema de contagem requer a simples multiplicação das contagens

dadas para cada um dos critérios. O uso do multiplicador para este grupo é importante porque assegura que o peso de cada contagem seja expresso, considerando que a simples soma poderá fornecer resultados idênticos para diferentes condições” conforme equação 3.2:

At = (A1xA2) (3.2) Na equação 3.2, At é resultado da multiplicação das contagens do grupo A; A1 é a

escala da importância da condição e A2 é a escala da magnitude das mudanças ou efeitos. Segundo Abreu (2004) a contagem para o critério de valor grupo (B) são somadas

juntas, para fornecer um somatório simples, assegurando que as contagens de valor individuais não possam influenciar a contagem global, mas que a importância coletiva de todos os valores sejam integralmente levados em consideração.

Bt = (B1+B2 +B3) (3.3) Na equação 3.3, Bt é o resultado do somatório de todas as contagens de B; B1 é a escala

de permanência; B2 é a escala de reversibilidade e B3 é a escala de cumulatividade. O somatório de contagem do grupo (B) é então multiplicado pelo resultado das

contagens do grupo (A), fornecendo a contagem de avaliação final (Environmental Score – ES) para a condição.

ES= At x Bt (3.4)

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Na equação 3.4, At é o resultado da multiplicação das contagens de A; Bt é o resultado do somatório de todas as contagens de B e ES é o resultado da agregação dos atributos do impacto.

Para avaliação dos impactos ambientais, ou seja, os critérios do Método RIAM, inicialmente identificaram-se os seguintes aspectos ambientais:

� geração de resíduos tóxicos (resíduos de adesivos, tintas, óleo, baterias, biocidas – madeira, sulfatos da dissolução do gesso); � geração de resíduos sólidos; � desperdício de materiais; � lançamento não monitorado; � descarte de recurso renovável; � emissão de vibração; � emissão de ruído dos equipamentos diversos; � impermeabilização do solo; � lançamento de fragmentos; � emissão de material particulado; � consumo e desperdício de água; � consumo e desperdício de energia elétrica; � consumo de recursos naturais e manufaturados; � queima de combustíveis não renováveis; � uso da via pública; � supressão da vegetação; � rebaixamento do lençol freático; � remoção de edificações; � emprego de mão-de-obra; � mudança de uso do imóvel; � risco de perfuração de redes públicas (água, esgoto e gás); � risco de desmoronamento; � vazamento ou derramamento de produtos químicos; � estímulo ao comércio local.

3.2.3- Identificação de requisitos legais e outros requisitos

Este item apresenta uma listagem dos principais requisitos legais federais e normativos referentes às questões ambientais aplicáveis às atividades construtivas. Seu objetivo é ser o ponto de partida para que as empresas construtoras instituam a prática de identificar e manter atualizada a sua própria listagem de leis e regulamentos pertinentes às suas atividades específicas.

3.3 - ETAPA II: DEFINIÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL

De acordo com a NBR ISO 14001:2004 a Política Ambiental é a força motriz para a

implementação e aprimoramento do sistema de gestão ambiental de uma organização, permitindo que seu desempenho ambiental seja mantido e potencialmente aperfeiçoado. Assim nesta etapa realizaram-se reuniões com a alta administração com o objetivo de definir a Política Ambiental da Empresa.

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3.4 - ETAPA III: ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)

Conforme a NBR ISO 14001:2004 a organização deve estabelecer, implementar e manter programa (s) para atingir seus objetivos e metas. Nesta fase, foi escolhido o PGA a ser elaborado, levando em consideração o resultado da Análise da situação atual da empresa. 3.5 - ETAPA IV: ANÁLISE DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)

O objetivo da etapa IV foi identificar os custos e benefícios do gerenciamento proposto pelo Programa de Gestão de Ambiental de Resíduos Sólidos da Construtora Villela e Carvalho Ltda. Nesta etapa relacionaram-se as principais mudanças operacionais no processo construtivo e as despesas relacionadas às novas atitudes ou ações.

Em complemento ao estudo de caso da Construtura Villela e Carvalho Ltda realizou-se o levantamento de dados junto a empresas do setor de construção civil portadoras de Certificação ISO 14001. Para tal foi aplicado um questionário (apêndice A) restringido a empresas com “serviços gerais de construção de edifícios e de engenharia civil”. Segundo a base de dados do INMETRO, existem atualmente (2005) nove empresas certificadas com a Norma ISO 14001. O objetivo do levantamento de dados junto às empresas certificadas foi diagnosticar as variações de receita da empresa após a certificação.

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4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 - ETAPA I: CONHECIMENTO PRÉVIO DA EMPRESA

A empresa acredita que a questão ambiental deve estar presente em seu dia a dia, nos processos operacionais diários, e ainda reconhece que as interferências e os impactos do empreendimento da construção civil no meio ambiente são significativos.

No ano de 2001 a Construtora Villela e Carvalho Ltda foi certificada pela ISO 9001 e pelo Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H). A partir desta certificação, esse compromisso foi cumprido nas unidades habitacionais entregues pela construtora.

A gestão voltada à adequação dos resíduos sólidos gerados da construção civil em nível nacional, ainda é bastante incipiente; como também é marcante a despreocupação com seu volume gerado e o destino final. Frente a esta situação, a empresa vem tomando, gradativamente, decisões estratégicas integradas à questão ambiental e ecológica, visando obter evolução e desenvolvimento do setor, vantagens e um diferencial competitivo, redução de seus custos e do desperdício de materiais, e um melhor gerenciamento dos resíduos gerados. A empresa participa de programas que tem como objetivo a gestão desses resíduos, como Projeto Entulho Limpo (PEL) e o Programa de Gestão de Materiais (PGM). O PEL é formado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Universidade de Brasília (UnB) e Organização Não-Governamental Eco Atitude. O programa também proporciona às construtoras uma imagem ecologicamente correta. Já o PGM visa agregar esforços na busca da melhor qualidade do setor da construção e para o fortalecimento do Sistema Nacional de Aprendizagem da Indústria da Construção – IC, potencializando, portanto, a absorção ativa de tecnologia que minimize o impacto da IC no meio ambiente. Além disso, visa atender à Resolução 307 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) de 2002 no que diz respeito às responsabilidades dos construtores.

A obra do estudo de caso é um edifício, composto de subsolo, pilotis, cinco pavimentos padrão e dois pavimentos compostos por apartamentos duplex. O edifício possui três torres, chamadas de torre A, torre B e torre C. Cada torre dá acesso a quatro apartamentos por pavimento, com um total de 72 apartamentos. O prédio possuirá acabamento com fachada em cerâmica, pintura interna acrílica, esquadrias de alumínio anodizado, bancadas de mármore e granito, hall de entrada com piso de granito. Calcula-se 13.674 m² de área construída. Nesta obra está implantado apenas o Programa Entulho Limpo (PEL).

De acordo com a metodologia proposta, a etapa I do plano de trabalho foi a aplicação do check-list na empresa de estudo de caso. Foi realizada uma análise ambiental preparatória dividida em onze categorias, sendo elas: resíduos sólidos, efluentes líquidos, solo e água subterrânea, água potável, armazenamento e manuseio de materiais, ruído/vibração, odor, uso de energia, emissões atmosféricas, arredores e impacto visual.

Em relação à gestão de resíduo sólido, foram observados aspectos como, composição, volume gerado (m³/mês), estocagem, disposição e coleta/transporte.

O resíduo é dividido e caracterizado pelas classes A, B, C e D, de acordo com o estabelecido no Conama 307/02. Para cada classificação, a resolução também determina a forma de destinação adequada correspondente.

Após a verificação de duas caçambas dispostas no canteiro, foram caracterizados os resíduos de classe A e B. Na primeira caçamba, foram encontrados basicamente, componentes cerâmicos (cacos de tijolos e cerâmica) e agregados de argamassa. Já na segunda caçamba, foram encontrados plásticos, pedaços de madeira, aparas de arame e tubos de pvc.

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A empresa quantifica o volume do seu resíduo gerado por meio de “saídas” de caçambas por mês. As caçambas são classificadas em A e C, de acordo com o resíduo gerado e disposto em cada uma. Sabe-se que o volume de capacidade de uma caçamba é de 5 m³, assim a obra estudada gerou de dezembro de 2003 até novembro de 2005 aproximadamente 1.140 m³, considerando a média de 9,5 caçambas por mês.

Quanto à estocagem, os resíduos da classe A e C são armazenados em caçambas e encaminhadas para o Aterro Controlado de Brasília, os resíduos de classe B (ferro, plásticos, papelão, metais, sacos de cimento), são vendidos para outras empresas ou cooperativas. No momento, não há geração de resíduos de classe D. Sendo este destino final dado aos resíduos do canteiro, pelas empresa coletoras contratadas, de conhecimento da empresa estudada.

Quanto à gestão de efluentes líquidos, foram identificados os efluentes gerados: esgoto domiciliar e água residuária de lavagem da betoneira.

O esgoto domiciliar é proveniente dos banheiros instalados no canteiro, sendo aproximadamente 100 funcionários na obra. O destino final é dado a uma fossa séptica construída no local, portanto, o mesmo não é encaminhado à rede coletora da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) para tratamento.

O efluente gerado durante a lavagem da betoneira é composto basicamente de cimento e água. Não há algum tipo de tratamento dado a este efluente no canteiro da obra, tendo como destino final a rede de drenagem pluvial da NOVACAP.

Quanto à gestão de solo e água subterrânea, a empresa de estudo de caso utiliza água proveniente de poço tubular perfurado no local do empreendimento, com aproximadamente 11 metros de profundidade. A água é utilizada em algumas fases da construção. Não há monitoramento da qualidade desta água.

Quanto ao solo, este foi retirado até 3 metros de profundidade para fazer a fundação da obra, no entanto foi reaproveitado para nivelamento e reaterro na própria obra.

Em relação à gestão de água potável, o abastecimento é fornecido pela empresa distribuidora local (CAESB), sendo apropriada para consumo humano. Calcula-se uma média mensal de 211 m³ do consumo desta água.

Quanto à categoria de armazenamento e manuseio de materiais, observou-se que os materiais como tijolos, areia lavada (fina e média) são dispostos em baias feitas de madeira e cobertos por lonas. A brita é disposta no canteiro, sem nenhuma medida de contenção e proteção. Os sacos de cimentos ficam armazenados no depósito da obra, sobre estrado de madeira (medida de prevenção à umidade). Os revestimentos cerâmicos são estocados no subsolo do prédio e os sacos de gesso no térreo do edifício, protegidos do calor (raios solares) e umidade (chuva).

Os possíveis geradores de ruído/vibração são provenientes dos equipamentos operacionais. Não há atualmente o monitoramento de ruídos dentro do canteiro, exceto o realizado pelo Serviço Social do Distrito Federal (SECONCI), e não houve nenhum tipo de reclamação, registrada no órgão competente, por parte da vizinhança devido a excesso de ruídos.

Quanto à categoria de Odor, não foi identificada nenhuma fonte no canteiro. Não há monitoramento, pois até o momento acredita-se na inexistência de odores no ambiente. Não houve, até hoje, nenhum tipo de reclamação, registrada no órgão competente, por parte da vizinhança devido a odores desagradáveis.

O uso de energia elétrica é controlado mensalmente por meio de planilhas, tendo como consumo médio mensal 3935 Kwh. Apesar de haver controle deste uso, não há medidas que tenham como objetivo a redução do consumo desta energia.

A única fonte de emissão atmosférica encontrada foi à queima esporádica de pequenas quantidades de sobras de madeira inaproveitáveis, o que a torna irrelevante diante da

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quantidade deste resíduo gerado pela obra. Além disso, nunca ouve reclamação, registrada no órgão competente, por parte da vizinhança.

Quanto à categoria de arredores e impacto visual acredita-se não haver impactos consideráveis, pois a obra esta localizada em um ambiente artificial (urbano), estando de acordo com a proposta local de uso do solo.

4.1.1-Diagnóstico Inicial Quanto aos resultados da Análise da situação atual da empresa, conforme metodologia

proposta por Degani (2003) obteve-se: A empresa de estudo de caso apresentou os seguintes resultados da lista de verificação: (1) Estrutura do sistema de gestão existente Este tema determina a presença de facilitadores físicos, isto é, revela a existência de

documentos e estrutura de gestão formais que possam servir de base para a adição do sistema de gestão ambiental.

Análise do resultado: A (acima de 2) – a empresa possui sistema de gestão da qualidade formal, bastando

portanto adicionar ao sistema existente as práticas ambientais e os procedimentos específicos à gestão ambiental – há a possibilidade de haver um sistema de gestão integrado;

(2) Desempenho do sistema de gestão existente Este tema revela o comprometimento da empresa com o sistema de gestão existente, seu

entusiasmo, sua dedicação e os resultados obtidos. Denota, portanto, a presença de facilitadores motivacionais.

Análise dos resultados: A (acima de 1,5) – a empresa conhece e acompanha seu desempenho no sentido do

atendimento dos objetivos estabelecidos, e também procura atualizar-se perante às crescentes exigências legais e regulamentares, o que são fatores indicativos de que a empresa compromete-se com a melhoria contínua. Esta postura propicia um ambiente aberto a novas práticas e facilita o sucesso da introdução da gestão ambiental em seus processos;

(3) Práticas e procedimentos de gestão ambiental presentes Por meio da apresentação de algumas práticas ambientais verificadas em empresas

construtoras, este tema pretende compará-las à situação encontrada na empresa avaliada. A finalidade é salientar o que já existe na prática da empresa e o que pode ser aproveitado no sistema de gestão ambiental a ser implementado – o que de alguma forma também revela o seu grau de comprometimento com as questões ambientais.

Análise dos resultados: A (acima de 1) – a empresa revela comprometimento acima da média com a questão

ambiental, o que favorece a implementação do sistema de gestão ambiental. É preciso apenas garantir a formalização dos indicadores de desempenho das práticas adotadas e verificar se estas são adequadas aos aspectos ambientais considerados mais significativos pela construtora. Já torna-se possível, inclusive, analisar alguns benefícios provenientes destas práticas.

(4) Histórico incidentes anteriores. Este tema é um indicador de tendências quanto a interferências ambientais. Ele

apresenta-se como um complemento à identificação dos aspectos e impactos ambientais significativos das atividades desenvolvidas pela empresa, conforme detalhado na seqüência desta metodologia. A existência destes registros também pode ser considerada como evidência da eficiência do sistema de gestão existente na empresa.

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Análise dos resultados: B (entre 1 e 2) – este resultado intermediário indica que a empresa recebe algumas

reclamações e já interferiu no meio ambiente algumas vezes, entretanto sem que tal fato ocorra freqüentemente (como nas empresas que obtiveram pontuação acima de 2). Esta pontuação não tem significado prático na orientação da metodologia.

(5) Caracterização da empresa Este tema expõe as características particulares da empresa que influem no

estabelecimento de seus pontos de interesse mercadológico e na amplitude de sua área de influência. Sua função é orientar a empresa na elaboração de sua política e objetivos ambientais em conformidade com o cenário na qual está inserida. Assim, este tema introduz ao caráter ambiental, também os aspectos econômicos e mercadológicos, conferindo-lhe uma dimensão estratégica.

A análise dos resultados: • Questões 1 a 5: resultado inferior a 1 indica que o mercado não solicita a introdução da gestão ambiental na empresa; • Questões 6 a 8: resultado superior a 1,5 revela que a empresa já iniciou o processo de auto-conhecimento; • Questões 9 a 12: resultado superior a 1,5 revela que o ambiente e os recursos disponíveis são favoráveis à introdução das práticas ambientais na empresa.

Deste modo, acrescenta-se a este diagnóstico inicial as demais etapas da análise da situação atual da empresa, as quais contemplam a identificação dos aspectos e impactos ambientais significativos de suas atividades e o levantamento dos requisitos legais e outros requisitos a ela aplicáveis.

4.1.2- Identificação dos aspectos e impactos ambientais significativos de suas atividades

Diante destes aspectos apresentados anteriormente, foram identificados e avaliados os seguintes impactos ambientais, apresentado na tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Avaliação de Impactos Ambientais (Construtora Villela e Carvalho Ltda) –

Método RIAM

A1 A2 AT B1 B2 B3 BT ES

Meio físico (Solo) alteração das propriedades físicas do solo; 1 -1 -1 2 2 2 6 -6 contaminação química do solo; 1 -1 -1 2 3 3 8 -8 indução de processos erosivos; 1 -1 -1 2 2 3 7 -7 Meio físico (Ar) deterioração da qualidade do ar; 2 -1 -2 2 2 3 7 -14 poluição sonora. 2 -2 -4 2 3 2 7 -28 Meio físico (Água) alteração da qualidade das águas superficiais; 3 -3 -9 2 2 3 7 -63 aumento quantidade de sólidos; 3 -2 -6 2 2 3 7 -42 poluição das águas subterrâneas; 2 -2 -4 2 3 3 8 -32 alteração dos regimes de escoamento; 2 0 0 3 2 3 8 0 escassez de água. 4 -3 -12 3 3 3 9 -108 Meio biótico interferências na fauna; 2 0 0 1 1 1 3 0

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interferências na flora; 2 0 0 1 1 1 3 0 alteração na dinâmica dos ecossistemas. 0 -2 0 3 3 3 9 0 Meio antrópico alteração da qualidade paisagística; 1 -1 -1 3 3 3 9 -9 escassez de energia elétrica; 3 -2 -6 3 3 3 9 -54 alteração nas condições de saúde; 1 -1 -1 3 3 3 9 -9 incômodo para a comunidade circunvizinha; 1 -2 -2 2 2 3 7 -14 alteração do tráfego nas vias locais; 1 -1 -1 2 2 2 6 -6 pressão sobre serviços urbanos; 1 -1 -1 2 2 2 6 -6 danos a bens edificados; 1 -1 -1 1 2 1 4 -4 aumento no volume dos aterros de resíduos; 3 -3 -9 2 3 3 8 -72 geração de emprego e renda; 3 2 6 2 2 3 7 42

Assim, avaliando a tabela 4.1 podem-se priorizar os Programas Ambientais a serem

desenvolvidos pela empresa. Sugere-se que tenham os seguintes objetivos respectivamente: 1. Redução do consumo e desperdício de água; 2. Redução do consumo e desperdício de resíduos sólidos 3. Redução dos riscos de contaminação de águas subterrâneas e superficiais 4. Redução do consumo de energia elétrica 5. Redução da emissão de ruído 6. Redução da deterioração da qualidade do ar

4.1.3- Identificação de requisitos legais e outros requisitos

Os principais requisitos legais federais referentes às questões ambientais aplicáveis às atividades construtivas são apresentados em três classificações: Resoluções do Conama, Programa Brasileiro da Produtividade e Qualidade do Habitat, Normas Técnicas e Políticas Públicas. 4.1.3.1 – Resoluções do Conama

4.1.3.1.1 - Resolução CONAMA nº 307 O destaque entre os elementos apontados é a Resolução CONAMA nº 307, que define,

classifica e estabelece os possíveis destinos finais dos resíduos da construção e demolição, além de atribuir responsabilidades para o poder público municipal e também para os geradores de resíduos no que se refere à sua destinação.

4.1.3.1.2 - Resolução CONAMA nº 001 A Resolução do Conama no 001, de 23/1/86 – trata da apresentação do Estudo de

Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) no licenciamento ambiental, para a instalação de obras ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente;

4.1.3.1.3 - Resolução CONAMA nº 237 A Resolução CONAMA no 237, de 19/12/97 – dispõe sobre licenciamento ambiental.

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4.1.3.2 -PBPQ-H - Programa Brasileiro da Produtividade e Qualidade do Habitat

O Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras (SIQ – Construtoras), do PBQP-H, prevê, em seu escopo, a necessidade da “consideração dos impactos no meio ambiente dos resíduos sólidos e líquidos produzidos pela obra (entulhos, esgotos, águas servidas), definindo um destino adequado para os mesmos”, como condição para qualificação das construtoras no nível “A”.

A falta de observância desses requisitos poderá resultar na restrição ao crédito oferecido por instituições financeiras que exigem tal qualificação como critério de seleção para seus tomadores de recursos.

4.1.3.3 - Normas Técnicas

As normas técnicas, integradas às políticas públicas, representam importante instrumento para a viabilização do exercício da responsabilidade para os agentes públicos e os geradores de resíduos.

Para viabilizar o manejo correto dos resíduos em áreas específicas, foram preparadas as seguintes normas técnicas:

• Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15112:2004 – possibilitam o recebimento dos resíduos para posterior triagem e valorização. Têm importante papel na logística da destinação dos resíduos e poderão, se licenciados para esta finalidade, processar resíduos para valorização e aproveitamento.

• Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15113:2004 – solução adequada para disposição dos resíduos classe A, de acordo com a Resolução CONAMA nº 307, considerando critérios para reservação dos materiais para uso futuro ou disposição adequada ao aproveitamento posterior da área.

• Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15114:2004 – possibilitam a transformação dos resíduos da construção classe A em agregados reciclados destinados a reinserção na atividade da construção.

O exercício das responsabilidades pelo conjunto de agentes envolvidos na geração,

destinação, fiscalização e controle institucional sobre os geradores e transportadores de resíduos está relacionado à possibilidade da triagem e valorização dos resíduos que, por sua vez, será viável na medida em que haja especificação técnica para o uso de agregados reciclados pela atividade da construção. As normas técnicas que estabelecem as condições para o uso destes agregados são as seguintes:

• Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos – NBR 15115:2004.

• Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos – NBR 15116:2004

Além dessas, apresenta-se, a seguir, algumas normas técnicas contendo requisitos ambientais aplicáveis às atividades empreendidas pelas empresas construtoras em geral: Sobre acústica NBR 10151 – fixa condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade de ruídos em comunidades;

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NBR 10152 – fixa níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos; NBR ISO 6393 / NBR NM-ISO 6395 / NBR ISO 6394 / NBR NM-ISO 6396 – prescrevem método para determinação de ruído emitido por máquinas rodoviárias (ruído externo e na posição do operador, e em condições estáticas e dinâmicas). Sobre aterros NBR 5681 – fixa condições mínimas a serem preenchidas no procedimento de controle tecnológico da execução de aterros em obras de construção de edificações. Sobre solo NBR 10703 – define termos empregados nos estudos, projetos, pesquisas e trabalhos em geral, relacionados à análise, ao controle e à prevenção da degradação do solo. Sobre abastecimento de água NBR 12212 – fixa condições mínimas a serem obedecidas na elaboração de projetos de poços de captação de água subterrânea para abastecimento público; NBR 12244 – fixa condições exigíveis na construção de poço para captação de água subterrânea destinada ao abastecimento público. Aplica-se a todos os tipos de poços perfurados em rochas de diversas características físicas; NBR 12266 – fixa condições exigíveis no projeto e execução de valas para assentamentos de tubulações de água, esgoto e drenagem urbana. Estabelece, também, critérios para posicionamento de vala na via pública e dimensionamento de escoramento. Sobre água potável NBR 13194 – fixa condições exigíveis para estocagem, montagem e manutenção de reservatórios de fibrocimento para água. Sobre água pluvial NBR 10844 – fixa exigências e critérios necessários aos projetos das instalações de drenagem de águas pluviais. Sobre água NBR 10818 – fixa condições exigíveis para que a qualidade da água de piscinas seja adequada ao seu uso seguro. Sobre coletores solares NBR 10184 – prescreve método de ensaio para determinação do rendimento térmico de coletores solares planos para líquidos. Sobre tanques sépticos NBR 7229 – fixa condições exigíveis para projeto, construção e operação de sistema de tanques sépticos. Sobre código de obras NBR 12286 – fixa diretrizes a observar no preparo, redação e apresentação do Código de Obras Municipal. Sobre Plano Diretor

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NBR 12267 – fixa condições para orientar a elaboração de planos diretores, nos termos do artigo 182 da Constituição Federal. 4.1.3.4 – Políticas Públicas Lei Federal no 6.938, de 31/08/81 e Decreto Federal no 99.274, de 6/6/90 – institui a Política Nacional do Meio Ambiente e trata da obrigatoriedade de licenciamento ambiental; Lei Federal no 10.257, de 10/7/01 – dispõe sobre política urbana e estatuto da cidade. Trata da elaboração do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) para obtenção de licenças ou autorização de construção, ampliação ou funcionamento de empreendimentos em área urbana; Lei Federal no 9.985, de 18/7/00 – Regulamenta o artigo 225, parágrafo 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Salienta que existem diplomas legais específicos relativos a cada unidade de conservação (UC) existente, os quais devem ser consultados. Lei Federal no 9.785, de 29/1/99 – dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e apresenta restrições voltadas à proteção do meio ambiente; Instrução Federal Incra no 17-b, de 22/12/80 – dispõe sobre o parcelamento de imóveis rurais e refere-se à formação de núcleos urbanos em área rural. Lei no 9.605, de 12/2/98 – Lei de Crimes Ambientais, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Lei no 10.295, de 17/10/2001 – dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e dá outras providências. Decreto 14.250, de 5/6/81 – regulamenta a Lei 5.793, de 15/10/80 e estabelece os padrões, critérios e diretrizes para a emissão de sons e ruídos, em decorrência de atividades industriais, comerciais e de prestação de serviços, obedecendo o interesse da saúde, da segurança e do sossego público. Seu artigo 34 trata das atividades de construção de edifícios. Lei Federal no 5.318, de 26/9/67 – institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento. Decreto no 24.643, de 10/7/34 – Código das Águas. Lei no 4.771, de 15/9/65 – Código Florestal.

4.2 - ETAPA II: DEFINIÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL Por meio de reuniões com a alta administração definiu-se como política ambiental da

Empresa estudada: • Reduzir, reaproveitar, reciclar e destinar corretamente os resíduos gerados.

Buscar novas alternativas para esse fim; • Manter o compromisso com a evolução dos processos, os aperfeiçoando e

incorporando novas tecnologias visando agora também o desempenho ambiental; • Atender à legislação ambiental vigente aplicável; • Disseminar esta política por todos da organização.

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Segundo a NBR ISO 14001:2004, “a alta administração deve definir a política ambiental da organização e assegurar que, dentro do escopo definido de seu sistema de gestão ambiental, a política:

a) seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços.

b) inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de poluição.

c) inclua o comprometimento em atender aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização que relacionem a seus aspectos ambientais.

d) forneça a estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e metas ambientais.

e) seja documentada, implementada e mantida. f) seja comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem em seu

nome e, g) esteja disponível para o público”.

Analisando os itens que devem ser assegurados pela alta administração percebe-se que a empresa atendeu os itens b, c, d e f. Conforme a fundamentação dessa norma é importante que a política ambiental reflita o comprometimento da empresa com o atendimento aos requisitos legais aplicáveis, com a prevenção da poluição e melhoria contínua. A empresa atendeu plenamente aos aspectos principais.

De acordo com NBR 14001:2004 “o sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os níveis e funções, especialmente da alta administração. Um sistema deste tipo permite a uma organização estabelecer e avaliar a eficácia dos procedimentos destinados a definir uma política e objetivos ambientais, atingir a conformidade com eles e demonstrá-la a terceiros. A finalidade desta Norma é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades sócio-econômicas. Convém notar que muitos desses requisitos podem ser abordados simultaneamente ou reapreciados a qualquer momento”.

4.3 - ETAPA III: ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Considerando a análise da situação atual da Empresa e também o princípio de que a implementação do Sistema de Gestão Ambiental é voluntária, decidiu-se elaborar inicialmente o PROGRAMA DE REDUÇÃO DE DESPERDÍCIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PDRS), disponível como apêndice B deste projeto. A meta desse Programa é a redução de no mínimo 10% da geração desses resíduos.

Nesse PGA decidiu-se controlar alguns materiais, porém gerenciar todos. Segundo Pinto (1999) na composição de RCD de obras brasileiras típicas, os materiais representam em percentagem: argamassa (64%), concreto (4,2%), madeira (0,1%), componentes cerâmicos (11,1%), tijolos (18%). Outros materiais como cal hidratada e areia foram escolhidos por acreditar que o desperdício esteja apenas no gerenciamento adequado.

Segundo, PALIARI (1999) o principio básico sobre consumos e perdas de materiais e componentes nos canteiros de obras em edifícios é a padronização das ações, para então obter informações relativas às essas perdas e/ou consumos de materiais. Por isto, confia-se que a gestão sugerida nesse PGA seja suficiente para alcançar a meta estipulada pela empresa. 4.4 - ETAPA IV: ANÁLISE DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)

Nesta etapa identificaram-se os custos e benefícios do gerenciamento proposto pelo Programa de Gestão de Ambiental de Resíduos Sólidos da construtora.

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4.4.1 – Levantamento dos custos De acordo com a gestão apresentada no PGA, devem-se valorar os seguintes itens para

avaliação da viabilidade econômica da implantação do programa: • Acondicionamento inicial e final de resíduos sólidos • Capital humano • Treinamento de funcionários

Conforme a gestão anterior da empresa, a etapa de acondicionamento inicial não era usada. De acordo com o Programa, os materiais devem ser dispostos em bags, bombonas, baias ou caçambas, o mais próximo possível dos locais de geração dos resíduos. Os dispositivos como bags, bombonas e baias poderão ser fabricados pelos próprios serventes da obra, reaproveitando os materiais descartados. As caçambas são fornecidas por empresas coletoras de entulho.

Com relação ao capital humano necessário para a implantação do PGA, segundo os engenheiros responsáveis pela obra, deve-se aumentar o número de funcionários com a contratação de mais dois serventes. Apenas dessa forma, será possível inserir a etapa de acondicionamento inicial e final, mantendo o canteiro de obra limpo e organizado.

Esses dois serventes podem ser valorados considerando o salário mensal por horas/mês. A empresa de estudo de caso arbitra esse salário como sendo 220 h/mês. No entanto, não se pode fazer a valoração apenas com o salário, pois a empresa possui outros custos, como impostos (INSS e FGTS), Seconci e salário do mês de férias. Além desses, atenta-se para o custo de rotatividade de funcionário. Estes custos de encargos trabalhistas são apresentados na tabela 4.2:

Tabela 4.2 – Custos com encargos trabalhistas

Impostos Percentagem INSS 20% FGTS 12,8% SECONCI 1% Outros encargos 8,8% TOTAL 42,6%

Na tabela 4.2 o valor de FGTS refere-se à percentagem 8,5% do salário mensal

conforme determinado pela legislação trabalhista, somado com a multa gerada em caso de demissão do servente por justa causa, o que corresponde a 50% do valor total do fundo de garantia, totalizando assim 12,8% do salário mensal.

O valor de “outros encargos” corresponde à contribuição do Salário Educação, SENAC, SESC, SEBRAE e Seguro Acidente de Trabalho.

Além desses custos, deve-se dar atenção à remuneração de férias, a um terço do salário considerado como adicional, e também ao décimo terceiro salário. Assim para a empresa não são apenas 12 meses de salário e sim 13,3. Este valor corresponde à soma do 13° terceiro salário e 1/3 de adicional de férias. O que equivale a 2933 h/ano.

Ainda deve-se incluir, como outro item, o aviso prévio. Este é a comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empregador ou empregado. Atualmente a duração do aviso prévio é de 30 (trinta) dias, o que corresponde a um salário para o empregador, no caso da rescisão por parte deste.

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Para cálculo desse item é necessário atentar-se para a rotatividade dos serventes. Esta rotatividade deve ser entendida como o número médio de meses que um servente é empregado da empresa. O valor médio, segundo o levantamento da empresa, é de 25 meses.

Calculou-se o custo do aviso prévio, com fundamentação na rotatividade, utilizando-se a equação 4.1:

R = 12 meses x 220h/ano (4.1) 25 meses Dessa forma, obteve-se como resultado 106 h/ano. Somando com as 2933 h/ano,

calculado anteriormente, têm-se 3039 h/ano de trabalho. Sendo que este valor equivale a 253,25 h/mês. Acrescentando a percentagem de impostos (42,6%) têm-se 361 h/mês.

Contudo, o salário mensal inicialmente era apenas 220 h/mês, incluindo os custos citados obteve-se 361 h/mês, equivalendo a 64,1% do valor inicial.

Conforme estimado anteriormente, para a implantação do PGA devem-se contratar dois serventes, com salário de R$ 400,40, incluindo R$ 306,80 de vale transporte e refeição. Dessa forma o custo é de R$ 707,20 por servente/mês. Somando este valor com a percentagem de encargos (64,1%), o custo mensal é de R$ 1.203,27 por servente. Considerando o tempo de 24 meses, duração da obra estudada, e a contratação de dois serventes, têm-se R$ 57.757,25.

Com relação ao treinamento dos funcionários, o objetivo principal é a mudança de hábitos e costumes. Essa instrução pode ser incluída nos outros treinamentos da empresa, porém a sensibilização ambiental deve ser feita por um profissional especializado. O custo desse profissional varia de R$ 100,00 a R$ 250,00 por palestra, sendo o valor médio de R$ 175,00. Acredita-se que para este programa seja necessária apenas uma palestra antes do início da obra.

4.4.2 – Levantamento dos benefícios Na identificação dos benefícios da implantação do PGA de resíduos sólidos da

construtora optou-se pela apuração por meio de questionário (apêndice A). Selecionaram-se as empresas certificadas pela norma ISO 14001 no setor construção, no ramo “serviços gerais de construção de edifícios e de engenharia civil”. Para isto, usou-se banco de dados do INMETRO (2005). Atualmente constam 10 empresas neste cadastro. Neste trabalho utilizou-se dados de oito empresas pois uma empresa é estrangeira, o que a torna inadequada frente os objetivos propostos. Outra empresa consultada, apesar de relacionada no cadastro, considerou o questionário não aplicável por se tratar de uma empresa do setor de “indústria siderúrgica”.

Dessa forma, os dados foram tratados considerando-se uma população de oito empresas desse banco de dados. Após agendar o envio e a devolução dos questionários junto às empresas consultadas, os mesmos foram enviados via e-mail ou fax. Apenas uma das oito empresas não respondeu ao questionário.

A Questão 01 do questionário era corresponde a dados de identificação da empresa, por isso não tabulável. A figura 4.1 apresenta os resultados obtidos com a Questão 02 referente ao custo de certificação ISO 14001.

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QUESTÃO 02

5; 72%

1; 14%

1; 14% 0; 0%0; 0%0; 0%

até 1% do faturamento anual da empresaentre 1% e 3% do faturamento anual da empresaentre 3% e 7% do faturamento anual da empresaentre 7% e 15 % do faturamento anual da empresaentre 15 % e 30% do faturamento anual da empresaacima de 30% do faturamento anual da empresa

Figura 4.1: Custo para obtenção da Certificação ISO 14001 Conforme o resultado apresentado na Figura 4.1 as empresas possuem um custo

relativamente baixo para obtenção da Certificação ISO 14001, em relação ao faturamento anual da empresa. Todas as empresas entrevistadas tiveram o custo abaixo de 7%, sendo que 72% dessas tiveram custo até 1% do faturamento anual da empresa.

A Questão 03 indicou quais são os PGA’s desenvolvidos pelas empresas do ramo de construção (figura 4.2). Esta questão teve como objetivo identificar a importância do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos, pois este foi implantado em todas as empresas. Além disso, aponta que a Avaliação de Impactos Ambientais realizada na Etapa I mostrou adequadamente quais são os programas que devem ser elaborados e implementados na empresa de estudo, pois corresponde aos programas também desenvolvidos pelas empresas entrevistadas.

0

1

2

3

4

5

6

7

DE

EM

PR

ES

AS

QU

E

DE

SE

NV

OLV

EM

O P

GA

PROGRAMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)

QUESTÃO 03

água energia resíduos sólidos resíduos líquidos ruído/vibração emissões atmosféricas

Figura 4.2: Programas de Gestão Ambiental desenvolvidos pelas empresas entrevistadas

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Na questão 04 identificou-se o aumento de receitas na empresas após a obtenção da Certificação ISO 14001 (figura 4.3 e 4.4). A maioria (71%) afirmou que houve aumento no faturamento anual da empresa. Sendo que 40% acusaram um aumento entre 3% e 7% no faturamento anual e 60% indicaram aumento de até 1%.

QUESTÃO 04

5; 71%

2; 29%

sim não

Figura 4.3: Identificação do aumento de receitas das empresas entrevistadas após a

obtenção da Certificação ISO 14001

QUESTÃO 04-A

3; 60%

0; 0%

2; 40%

0; 0%0; 0%0; 0%

até 1% do faturamento anual da empresaentre 1% e 3% do faturamento anual da empresaentre 3% e 7% do faturamento anual da empresaentre 7% e 15 % do faturamento anual da empresaentre 15 % e 30% do faturamento anual da empresaacima de 30% do faturamento anual da empresa

Figura 4.4: Identificação quantitativa do aumento de receitas das empresas entrevistadas após a obtenção da Certificação ISO 14001

Na Questão 05 avaliou-se se houve receitas resultante da minimização, reutilização ou

reciclagem de resíduos sólidos. Entre as empresas entrevistadas 86% afirmaram que houve a geração desse tipo receita (figura 4.5). Além disso, quantificaram-se estas receitas. Sendo que 100% das empresas acusaram o aumento de até 1% no faturamento anual da empresa.

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QUESTÃO 05

6; 86%

1; 14%

sim não Figura 4.5: Identificação de receitas resultantes da minimização, reutilização ou

reciclagem de resíduos sólidos.

QUESTÃO 05-A

6; 100%

0; 0%0; 0%0; 0%0; 0%0; 0%

até 1% do faturamento anual da empresaentre 1% e 3% do faturamento anual da empresaentre 3% e 7% do faturamento anual da empresaentre 7% e 15 % do faturamento anual da empresaentre 15 % e 30% do faturamento anual da empresaacima de 30% do faturamento anual da empresa

Figura 4.6: Identificação quantitativa de receitas resultantes da minimização, reutilização ou reciclagem de resíduos sólidos.

Além do levantamento de benefícios realizado por meio de questionário, quantificou-se

o desperdício de materiais. Para isto, estimou-se a geração de resíduos na obra; o valor de compra dos materiais e o valor desperdiçado em moeda comercial (tabela 4.3).

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Tabela 4.3: Estimativa de custos dos materiais desperdiçados na obra

Resíduos Geração total da obra (m³)

Valor de compra dos materiais

(unidade de compra em m³)

Valor total dos materiais

argamassas 644,1 R$ 140,00 R$ 90.174,00 concreto 17,1 R$ 200,00 R$ 3.420,00 madeira 171 R$ 300,00 R$51.300,00 entulhos e finos 22,8 x x componentes cerâmicos 34,2 R$ 1.500,00 R$ 51.300,00 tijolos 136,8 R$ 50,00 R$ 6.840,00 areia 5,7 R$ 46,00 R$ 262,20 gesso 57 x x metais 17,1 x x papel 22,8 x x plástico 11,4 x x Total 1140 m³ R$ 203.296,20

A tabela 4.3 mostra que a empresa perdeu em uma única obra (13.674 m²) aproximadamente R$ 203.300,00 em desperdícios de materiais. A redução da geração de resíduos sólidos significa redução de custos. Se com a implantação do Programa houver redução de 50% da geração desses resíduos, haverá economia de R$ 101.648,10 por obra. Levando em consideração que esta empresa possuía três obras sendo executadas no mesmo período de estudo desse trabalho, calcula-se que perda seja de R$ 304.944,30 Sendo que nessa estimativa consideraram-se apenas os resíduos mais importantes e de quantificação acessível.

Podem-se resumir todos os custos e benefícios valorados em moeda comercial da implantação do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos na tabela 4.4:

Tabela 4.4: Custos e benefícios da implantação do PGA de Resíduos Sólidos

Atividade Valor Capital Humano R$ 57.757,25 Treinamento de Funcionário R$ 175,00 Custos Compra de acondicionadores de resíduos do canteiro de obra

--

Valor total de custos R$ 57.932,25 Benefícios Redução de 50% da geração de resíduos R$ 101.648,10

Valor total de benefícios - custos R$ 43.715,85

Avaliando a Tabela 4.4 percebe-se o valor de benefícios é maior que o valor de custos, o

que favorece a viabilidade da implantação do Programa de Gestão Ambiental proposto. Sendo que não foi possível quantificar as receitas resultantes da minimização, reutilização ou reciclagem de resíduos sólidos, pois não estava acessível o faturamento anual da empresa.

Além disso, é importante destacar os benefícios da Certificação ISO 14001, pois segundo as empresas entrevistadas pode haver um aumento de receitas de até 7% no faturamento anual da empresa.

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4.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que com a gestão proposta pelo programa será possível reduzir no mínimo 10% da geração de resíduos sólidos da empresa, podendo alcançar a meta de redução de 50%, pois o gerenciamento é o fator principal que interfere nos níveis de perdas existentes nos canteiros de obra, o que corrobora com (SKOYLES & SKOYLES, 1987 apud PALIARI, 1999; SOIBELMAN, 1993).

Segundo Soibelman (1993) existem perdas que podem ser evitáveis nas etapas de recebimento, estocagem, no manuseio e utilização do material. Este tipo de perda será controlado pela formalização dos procedimentos apresentados na seção de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos na Obra.

O monitoramento sugerido facilita a avaliação contínua de desempenho. Conforme Paliari (1999), esta permite não só mostrar ações visando à redução, como também, subsidiar orçamentos mais confiáveis, com propostas mais realistas. Com relação à alta concorrência nacional e internacional, os parâmetros de referências gerados tornarão permanente a reavaliação dos números que fortalecerá a empresa nessa competitividade.

Consoante com Hillary (1999) entre as barreiras encontradas para adoção de um sistema de gestão ambiental destaca-se a falta de recursos humanos, acima dos recursos financeiros. As pequenas e médias empresas estão mal informadas a respeito de como funciona e os benefícios que esse sistema pode trazer, criando maiores barreiras internas pela a implementação dos SGA’s. 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A avaliação do que está contido neste trabalho permite concluir que os objetivos propostos foram cumpridos. O objetivo principal da pesquisa foi alcançado com identificação dos custos e benefícios da implantação do Programa de Gestão de Resíduos Sólidos, acusando a viabilidade deste PGA.

A metodologia proposta para o conhecimento prévio da empresa e definição da política ambiental foi adequada para o estudo de caso.

O Método Matricial RIAM é apropriado para a quantificação dos impactos ambientais, pois por meio deste foi possível ordenar os Programas de Gestão Ambiental que devem ser elaborados.

Com a adoção da metodologia de Degani (2003) tornou-se prático a classificação da situação ambiental da empresa, possibilitando uma análise do panorama da gestão dos aspectos ambientais.

A Certificação ISO 14001 trará benefícios como aumento de receitas resultante do aumento do número serviço, sendo que seu custo é considerado baixo, aproximadamente 1% do faturamento anual da empresa.

Em continuidade ao trabalho presente recomenda-se a elaboração e levantamento de custos e benefícios dos Programas de Gestão Ambiental de Água e Energia.

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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Lucijane Monteiro. Método de Avaliação de Impactos Ambientais. Brasília, 2004. Universidade Católica de Brasília. Nota de aula. ANBT NBR ISSO 14001:2004, Sistemas da gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. ANGULO, Sérgio Cirelli, JOHN Vanderley .M. Variabilidade de agregados graúdos de resíduos de construção e demolição reciclados. São Paulo : EPUSP, 2001. 16 p. – (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/279) BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos.São Paulo: Saraiva, 2004. ISBN 85-02-04661-6 CAVALCANTI, D. K. C. Políticas para a Reciclagem de resíduos da Construção Civil. Disponível em: http://www.geocities.com/dcorcuera/Outros/Politicas_para_a_reciclagem_de_residuos_da_construcao_civil.html. Acesso em 30 de julho de 2005. CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável , Rede de Produção Mais Limpa. Guia da Produção Mais Limpa - Faça você Mesmo. Disponível em: http://www.pmaisl.com.br/. Acesso em 03 de agosto de 2005. DEGANI, Clarice Menezes. Sistema de Gestão Ambiental em empresas construtoras de edifícios. São Paulo, 2003. 223p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil. DIAS, Genebaldo Freire. Fundamentos de educação ambiental. 2. ed. Brasília: Editora Universa, 2004. 110 p. ISBN 8586591653 FÉLIX, Joana D'Arc Bicalho; FARIA, Sueli Corrêa de (Orient.). O negócio markerting verde : o ganho de imagem na realçao empresa x meio ambiente. Brasília, 2003. 129 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Católica de Brasília, 2003 GONÇALVES, M. A.; BLUMENSCHEIN, R. PEL-Programa Entulho Limpo (Coleta Seletiva – Uma forma de tratar os resíduos sólidos gerados nos canteiros de obra). Grupo Gestor: Eco-Atitude, Sinduscon-DF e Unb. Disponível em: www.sinduscondf.org.br/entulho.htm. Acesso em: 06 de agosto de 2005. HILLARY, R. Evaluation of Study Reports on the Barriers, Opportunities and Drivers for SMEs in the Adoption of Environmental Management Systems. Network for Environmental Management and Auditing - Submitted to Department of Trade and Industry, Environment. 1999. 57p. Disponível em: http://www.inem.org/htdocs/iso/hillary.html#Anchor-49575 Acesso em 02 de outubro de 2005.

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