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ESTUDO DE UMA MÁQUINA SÍNCRONA COM NÚCLEO DO ROTOR A PARTIR DA M/P E ÍMÃS PERMANENTES APLICADA EM AEROGERADORES 1 Borba, M. G. 2 Teixeira, G. 3 Guimaraes, F. R. 4 Braga, E. C. 5 Dias, M. M. 6 Schaeffer, L. 7 Resumo: Este trabalho teve por objetivo o desenvolvimento (projeto e construção) de uma máquina elétrica síncrona trifásica com ímãs permanentes para aplicação em aerogeradores, onde o núcleo do rotor usualmente construídos a partir de chapas de aço baixo carbono ou FeSi, laminados, foi substituído por ferro puro sinterizado obtido a partir dos processos da Metalurgia do Pó. A máquina foi montada a partir da carcaça de um motor de indução trifásico de alto rendimento de 10 CV, onde as chapas do estator foram empilhadas com inclinação de uma ranhura ao longo de toda a extensão da máquina. Esta é clássica solução para não gerar efeitos de relutância ou torque travante da máquina. Após a montagem do rotor e estator, a máquina foi bobinada e montada; no estágio atual do desenvolvimento, a máquina está sendo testada como gerador em uma bancada, utilizando-se como máquina primária o mesmo modelo de motor de 10 CV. Palavras Chave: Máquina síncrona trifásica, Metalurgia do Pó, Materiais magnéticos macios, Aerogeradores. 1 Contribuição técnica a ser apresentada na 4 a Conferência Internacional de Materiais e Processos para Energias Renováveis Brasil/RS, 8 a 10 de outubro de 2014, Porto Alegre, RS, Brasil. 2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais (PPGE3M). Laboratório de Transformação Mecânica. (LdTM), Depto. de Metalurgia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail: [email protected]; 3 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais (PPGE3M). Laboratório de Transformação Mecânica. (LdTM), Depto. de Metalurgia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail: [email protected]; 4 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais (PPGE3M). Laboratório de Transformação Mecânica. (LdTM), Depto. de Metalurgia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail: [email protected]; 5 Graduando Eng. Eletrônica. Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Feevale, Campus II. RS 239, 2755 CEP 93352000 Novo Hamburgo RS Brasil Fone: (51) 35868800 Fax: (51) 35868836 e-mail: [email protected]; 6 Dr. Eng. Prof. Depto. Eng. Eletrônica e Mestrado em Tecnologia de Materiais. Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Feevale, Campus II. RS 239, 2755 CEP 93352000 Novo Hamburgo RS Brasil Fone: (51) 35868800 Fax: (51) 35868836 e-mail: [email protected]. 7 Prof. Dr. - Ing. Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM), Depto. de Metalurgia, (PPGE3M), UFRGS. Av: Bento Gonçalves, 9500. CEP: 91501-970, Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail: [email protected]

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ESTUDO DE UMA MÁQUINA SÍNCRONA COM NÚCLEO DO

ROTOR A PARTIR DA M/P E ÍMÃS PERMANENTES APLICADA

EM AEROGERADORES1

Borba, M. G.2

Teixeira, G.3

Guimaraes, F. R. 4

Braga, E. C.5

Dias, M. M.6

Schaeffer, L.7

Resumo: Este trabalho teve por objetivo o desenvolvimento (projeto e construção) de

uma máquina elétrica síncrona trifásica com ímãs permanentes para aplicação em

aerogeradores, onde o núcleo do rotor usualmente construídos a partir de chapas de aço

baixo carbono ou FeSi, laminados, foi substituído por ferro puro sinterizado obtido a

partir dos processos da Metalurgia do Pó. A máquina foi montada a partir da carcaça de

um motor de indução trifásico de alto rendimento de 10 CV, onde as chapas do estator

foram empilhadas com inclinação de uma ranhura ao longo de toda a extensão da

máquina. Esta é clássica solução para não gerar efeitos de relutância ou torque travante

da máquina. Após a montagem do rotor e estator, a máquina foi bobinada e montada; no

estágio atual do desenvolvimento, a máquina está sendo testada como gerador em uma

bancada, utilizando-se como máquina primária o mesmo modelo de motor de 10 CV.

Palavras Chave: Máquina síncrona trifásica, Metalurgia do Pó, Materiais magnéticos

macios, Aerogeradores.

1Contribuição técnica a ser apresentada na 4a Conferência Internacional de Materiais e

Processos para Energias Renováveis – Brasil/RS, 8 a 10 de outubro de 2014, Porto Alegre, RS,

Brasil. 2Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e

Materiais (PPGE3M). Laboratório de Transformação Mecânica. (LdTM), Depto. de

Metalurgia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail:

[email protected]; 3Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e

Materiais (PPGE3M). Laboratório de Transformação Mecânica. (LdTM), Depto. de

Metalurgia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail:

[email protected]; 4Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e

Materiais (PPGE3M). Laboratório de Transformação Mecânica. (LdTM), Depto. de

Metalurgia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Porto Alegre, RS, Brasil. e-mail:

[email protected]; 5Graduando Eng. Eletrônica. Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade

Feevale, Campus II. RS 239, 2755 – CEP 93352000 – Novo Hamburgo – RS – Brasil Fone:

(51) 35868800 Fax: (51) 35868836 – e-mail: [email protected]; 6 Dr. Eng. Prof. Depto. Eng. Eletrônica e Mestrado em Tecnologia de Materiais. Instituto de

Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Feevale, Campus II. RS 239, 2755 – CEP

93352000 – Novo Hamburgo – RS – Brasil Fone: (51) 35868800 Fax: (51) 35868836 – e-mail:

[email protected]. 7Prof. Dr. - Ing. Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM), Depto. de

Metalurgia, (PPGE3M), UFRGS. Av: Bento Gonçalves, 9500. CEP: 91501-970, Porto Alegre,

RS, Brasil. e-mail: [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

As máquinas elétricas rotativas podem funcionar como motor ou gerador, e

possuem duas partes básicas que são os núcleos do estator e rotor. Estes núcleos, com

raras exceções, são construídos atualmente, a partir de finas lâminas metálicas (chapas

de aço baixo carbono) com espessura menor que 1 mm, agrupadas em pacotes de

chapas. Algumas máquinas de maior rendimento, como os geradores são construídos

com chapas de aço-silício, com percentual de aproximadamente 3% de silício. O

processo total para confecção destes núcleos consiste basicamente em laminação,

estampagem, um processo para isolação elétrica, empacotamento e fixação. Com

relação às chapas de aço baixo carbono, o processo para isolação consiste em um

tratamento térmico, no qual os pacotes de chapas são colocados em fornos durante certo

tempo, havendo então a oxidação da superfície das chapas; como consequência, há a

formação de uma camada isolante de óxido de ferro entre as chapas adjacentes. Alguns

tipos de chapas de aço-silício são fornecidas pelos fabricantes com uma pintura a base

de óxido sobre uma das superfícies [1,2].

Núcleos magnéticos envolvidos por bobinas, nas quais circulam correntes

alternadas, geram um fluxo magnético também alternado. Por este motivo, esses

núcleos ficam sujeitos a ação de correntes parasitas, também conhecidas por correntes

de Foucault, que são responsáveis por apreciável perda de potência nestes núcleos. A

construção destes núcleos magnéticos a partir de chapas de aço isoladas eletricamente,

tem como resultado a redução parcial das correntes parasitas, reduzindo as perdas por

correntes de Foucault [1,2].

Com relação à construção, alterações na forma e acionamento das máquinas

elétricas encontram-se no limite do aprimoramento tecnológico e somente mudanças

drásticas nos materiais utilizados na construção dos núcleos das máquinas elétricas,

ocasionarão melhora de rendimento das mesmas. O mesmo ocorre com relação ao

acionamento, para o qual dispositivos a partir de semicondutores como os inversores,

também se encontram no limite do aprimoramento tecnológico.

Contudo, utilizando-se os processos da Metalurgia do Pó (M/P) é possível

construir os referidos núcleos em blocos maciços únicos, com elevada permeabilidade

magnética e maior resistividade elétrica, se comparadas ao aço convencional, o que

reduz as correntes parasitas [3, 4]. No caso da aplicação deste processo na construção de

núcleos de máquinas elétricas rotativas, pode resultar em máquinas com algumas

vantagens sobre aquelas com núcleos convencionais. Assim, na medida em que for

possível construir núcleos em blocos únicos e maciços, menos etapas estarão presentes

na construção das máquinas e menos energia será consumida na fabricação das mesmas.

Salienta-se também que, utilizando-se ligas magnéticas de maior resistividade na

construção dos núcleos do estator e do rotor, haverá uma redução nas perdas por

correntes parasitas, maior rendimento, resultando assim em economia de energia

elétrica.

Atualmente a aplicação da M/P em núcleos de máquinas elétricas, está restrita a

motores elétricos especiais para os quais o rendimento não é o critério mais importante,

como no caso de minimotores de geometria complexa, em alguns servomotores onde os

enrolamentos de armadura são alimentados com corrente elétrica de frequência elevada

e partes de máquinas nos quais não há variação de fluxo, como núcleos de rotores de

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máquinas síncronas. Entretanto, alguns estudos estão sendo realizados em outros tipos

de máquinas obtidas a partir da M/P de maneira a se comprovar ou descartar a aplicação

desta tecnologia nestas máquinas [4].

As máquinas elétricas rotativas com alimentação trifásica, geralmente, podem

funcionar como motor ou gerador. Como motores convertem uma potência elétrica, a

partir de uma fonte, em uma potência mecânica que aciona uma carga acoplada na ponta

de eixo. Como gerador ocorre o inverso [1,2,5,6]. Por este motivo, os geradores e

motores elétricos podem ser denominados de máquinas elétricas rotativas ou

simplesmente de máquinas elétricas.

As máquinas rotativas trifásicas podem ser síncronas e assíncronas. Nos motores

síncronos, a velocidade angular do eixo é constante e independe da carga acoplada ao

eixo, isto até determinados valores de potência, tendo, como limite de uso, a potência

nominal da máquina. Nos motores assíncronos, há uma queda da velocidade angular

quando é acoplada carga no eixo. Com relação ao aspecto construtivo, as máquinas

trifásica são constituídas fundamentalmente de duas partes [1,2,5,6]:

Estator: Parte fixa da máquina construída de chapas de aço laminadas na qual são

colocados os enrolamentos de armadura com alimentação trifásica, defasadas de

120o. Os enrolamentos são dispostos espacialmente de tal forma que as correntes de

todas as fases contribuem positivamente na geração de uma onda de fluxo magnético

girante ou campo girante.

Rotor: Parte girante da máquina também construída de chapas de aço laminadas na

qual são colocados os enrolamentos de campo.

As máquinas síncronas com ímãs permanentes, são máquinas rotativas trifásicas

nas quais os enrolamentos do rotor, usualmente alimentados com corrente contínua, são

substituídos por ímãs permanentes de alto produto energético como o NdFeB. Em geral

estas máquinas possuem elevado rendimento (maior que 90%), e em algumas aplicações

são utilizadas como servomotores, operando a altíssimas velocidades e elevada

frequência de correntes de armadura [1,2].

Assim este trabalho teve por objetivo o desenvolvimento (projeto, construção e

testes) de uma máquina elétrica síncrona trifásica com ímãs permanentes para aplicação

em aerogeradores, onde o núcleo do rotor usualmente construídos a partir de chapas de

aço baixo carbono ou FeSi. laminados, foi substituído por ferro puro sinterizado obtido

a partir dos processos da Metalurgia do Pó. A máquina foi montada a partir da carcaça

de um motor de indução trifásico de alto rendimento de 10 CV, onde as chapas do

estator foram empilhadas com inclinação de uma ranhura ao longo de toda a extensão da

máquina.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Corpos de Prova

A definição da liga a ser utilizada na construção do núcleo do rotor da máquina,

foi realizada a partir do estudo das propriedades físicas de algumas ligas sinterizadas

como FeP, FeSi e FeNi, e suas variações, optando-se pelo material Ferro puro

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sinterizado pois esta apresentou as propriedades físicas mais adequadas. Para análise das

propriedades magnéticas e resistividade elétrica, utilizou-se a matriz da figura 1-a, para

a qual foram obtidos corpos de prova na forma de anéis (figura 1-b).

(a) (b)

Figura 1 – Amostras na forma de anel – (a) Matriz – (b) Corpo de Prova

Para análise da dureza e tensão de escoamento das ligas estudadas utilizou-se a

matriz da figura 2-a, cujos de corpos de prova foram obtidos na forma de cilindros

(figura 2-b).

(a) (b)

Figura 2 – Amostras na forma de cilindro – (a) Matriz – (b) Corpo de Prova

O estudo foi realizado a partir de ligas sinterizadas, obtidas a partir de pós de

ferro misturado ao fósforo, silício e níquel, adquiridos da Höganas Brasil Ltda.

Conforme certificado do fabricante, o pó de ferro utilizado foi o ASC100.29, com

99,4% da granulometria entre 45 μm e 150 μm. O pó Fe3P (84% de Fe, 16% de P)

apresenta 90% de sua dimensão abaixo de 14,58 μm. O pó FeSi 45 (55% de Fe e 45%

de Si) tem 87% de seu conteúdo entre 45 μm e 250 μm e o pó de níquel apresenta

granulometria mínima de 3 μm e máxima de 7 μm. O pó de ferro foi misturado com

fósforo (1, 2, 3%), silício (1, 3, 5%) e níquel (50%) em um misturador duplo cone, com

rotação de 60 rpm durante 20 minutos, para dispersão dos constituintes. Também foi

adicionado as misturas, 1% de lubrificante sólido a base de estearato de zinco. Salienta-

se que, por exemplo, para obtenção de corpos de prova a partir da liga Fe-1%P, parte-se

do pó Fe3P, e mistura-se pó de ferro puro até que a relação entre os elementos seja

atingida.

Considerando os dados da literatura [7,8] as ligas a partir do ferro apresentam

pressão de compactação média de 600 MPa, motivo pelo qual os corpos de prova deste

trabalho foram compactados com esta mesma pressão.

A sinterização dos corpos de prova foi realizada em forno tubular tipo mufla,

com atmosfera controlada (pressão atmosférica) e gás verde (5% de Hidrogênio e o

restante de Nitrogênio). Utilizou-se uma taxa de aquecimento de 10oC por minuto, ate a

temperatura de 500 oC, tendo as peças permanecido nesta temperatura por 30 minutos

para retirada do lubrificante sólido (estearato de zinco). A seguir a temperatura foi

elevada para 1.150 oC ocorrendo a sinterização, permanecendo nesta temperatura por 60

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minutos [7,8]. Finalmente as peças mantiveram-se no forno para resfriamento lento até a

temperatura ambiente.

2.2. Obtenção das propriedades físicas

As propriedades magnéticas foram obtidas a partir das curvas magnéticas (laço

de histerese e curva de magnetização), que relacionam campo magnético H aplicado a

um material, com a indução magnética B resultante. A partir do laço de histerese, foram

obtidas a retentividade (magnetismo remanente) e a coercitividade (campo

desmagnetizante). Por sua vez, a partir da curva de magnetização, foram adquiridas a

permeabilidade magnética e a indução de saturação ou indução máxima (que também

pode ser visualizada a partir do laço de histerese) [9]. A determinação das propriedades

magnéticas básicas dos materiais na forma de anel (toróide), segue a norma ASTM

A773 [10]. As curvas magnéticas foram obtidas a partir de um Traçador de Curva de

Histerese fabricado por GlobalMag modelo TLMP-TCH-14. A permeabilidade é obtida

a partir da curva de magnetização, através da razão entre a indução magnética e o

campo magnético aplicado, ou a declividade da reta tangente, conforme a equação 1 [9].

o

rH

B

[equação 1]

sendo B a indução magnética [T], H o campo magnético [A/m], µ a permeabilidade

magnética [H/m], µr a permeabilidade relativa, µo a permeabilidade magnética do vácuo

(4π x 10-7 H/m).

A resistividade elétrica das ligas estudadas foi determinada a partir do cálculo da

resistência elétrica dos corpos de prova. Para medição de resistência elétrica utiliza-se

um dispositivo denominado de multímetro ou multiteste, dispositivo este que mede

diretamente a resistência elétrica do corpo. Entretanto, para medição de resistência

elétrica muito baixa, aplica-se uma tensão no corpo de prova e mede-se a corrente

elétrica. Portanto, o corpo de prova para determinação da resistividade deve ter a forma

de uma barra fina e comprida. Um artifício é a utilização de um anel cortando-se um

segmento do mesmo, fazendo que este tenha a forma de uma barra curvada, ou seja de

grande comprimento e pequena área de seção transversal. A lei de ohm estabelece que

[11]:

l

A

I

V

l

AR

I

VR . [equação 2]

sendo ρ a resistividade elétrica [μΩ.m], R a resistência elétrica [Ω], V a tensão elétrica

aplicada [V], I a corrente elétrica aplicada [A], A, a área da seção transversal da rarra

[m2] e l o comprimento da barra (ou segmento de um anel) [m].

Para avaliação da resistência a vibração de um material a ser utilizado em uma

máquina elétrica rotativa, também, foram realizados ensaios mecânicos nos corpos de

prova. Os ensaios de dureza (Brinel – HB) foram realizados em um durômetro

Precision-England com indentador de esferas de 2,5 mm e carga de 187,5 Kgf, segundo

a norma ASTM E10 [12]. Os ensaios de compressão foram realizados em uma máquina

de ensaios universal Emic DL20000 na qual utilizaram-se velocidades de 2,0 mm/min,

segundo a norma ASTM E9 [13].

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2.3. Projeto da Máquina

A máquina síncrona desenvolvida neste trabalho foi montada sobre a base de um

motor de indução de alto rendimento, produzido por Voges Motores (Ex Eberle

Motores) de Caxias do Sul. Os dados da máquina e chapas do estator encontram-se na

figura 3. Os dados do detalhamento das ranhuras encontram-se na figura 4.

Carcaça de motor para 10cv 220v 60Hz

Numero de Polos: 4

Diâmetro externo do disco: 210 mm

Diâmetro interno do disco: 138 mm

Número de ranhuras: 48

Diâmetro Interno: 138 mm

Pacote de chapas: 148 mm

Número de chapas: 320

Figura 3 – Esquema das chapas do estator da máquina

ES =2,5

A1S= 5,05

A2S= 6,55

DS= 0,83

CS= 2,19

BS= 11,5

RM= 3,28

Figura 4 – Detalhamento da ranhura do estator

Para a construção da máquina síncrona desenvolvida, o pacote de lâminas do

Estator ficou com 150 mm, com ângulo de inclinação das ranhuras de 10 graus.

Observa-se que, no motor de indução original, o pacote tem 148 mm e as ranhuras não

são inclinadas. Os dados da bobinagem estão relacionados a seguir:

E/B: 28

C/R: 28

FIO: 1x20+2x21

ESQUEMA BOBINAGEM: 4D0111-22-1

PASSO: 1:10:12

CABO: 12 AWG

ISOLAÇÃO: F

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Corrente Nominal: 14,2 A

Número de Condutores em Série por Fase: 192

O rotor com quarto polos foi desenvolvido a partir dos conceitos de máquina

elétrica síncrona com ímãs permanentes, com polos lisos e ímãs de Nd-Fe-B (figura 5).

Figura 5 – Projeto dimensional do núcleo do rotor

2.4. Procedimentos para simulação da Máquina

Os resultados das interações eletromagnéticas de uma máquina elétrica rotativa

podem ser obtidos através de simulações em software de elementos finitos FEMM 4.2

(Finite Element Method Magnetics). A metodologia de elementos finitos tem como

objetivo a solução de equações diferenciais para uma diversidade de entradas [14].

Através do FEMM 4.2 é possível verificar dados importantes tais como o torque

momentâneo da máquina elétrica, o fluxo concatenado em cada bobina e as perdas por

corrente de Foucault. O conhecimento destes resultados permite ao projetista verificar a

eficiência do motor e as propriedades que devem ser trabalhadas para atingir o ponto

ideal de trabalho.

Para a simulação do motor proposto, foi inserido no FEMM 4.2 a topologia do

motor (figuras 3, 4 e 5), características do bobinamento e a curva de magnetização do

material do núcleo do rotor (figura 12-b). Foram realizadas três simulações para o

estator com núcleo de chapas M15 (aço silício), entretanto com variações no material do

rotor, ou seja, rotor a partir de chapas M15, rotor a partir da liga sinterizada Fe2%P e

Ferro puro sinterizado. A corrente nominal foi de 14,2 A por fase e 192 Condutores em

Série por Fase. Salienta-se que, o material sinterizado com propriedades mais

magnéticas e elétricas mais adequadas, foi a liga Fe-2%P, contudo, devido a altíssima

dureza da mesma, esta foi descartada. A liga (ou material) Ferro puro sinterizada

apresentou propriedades magnéticas e elétricas inferiores, contudo baixa dureza. Como

o núcleo do rotor foi compactado em blocos e posteriormente usinado, um material com

dureza elevada tornaria tal ação inviável.

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2.5. Montagem do Estator

A carcaça (figura 6-a) e as chapas (figura 6-b) foram adquiridas junto a Voges

Motores, foram soldadas na forma de um pacote de chapas com as ranhuras inclinadas

no ângulo de um ranhura entre a parte posterior e anterior, ou seja, de 10 graus. Após o

estator pintado de azul e bobinado (figura 7), de acordo com as especificações citadas

anteriormente.

(a) (b)

Figura 6 – Máquina desenvolvida – (a) Carcaça – (b) Pacote de chapas

Figura 7 – Estator bobinado do Terceira Protótipo

2.6. Montagem do Rotor

A construção do núcleo do rotor foi a partir do ferro puro sinterizado. Devido ao

alto custo de uma matriz para a construção deste núcleo de acordo com as

especificações do projeto (figura 5), optou-se pela utilização de uma matriz para

compactação de blocos na forma de tarugo para posterior usinagem. A compactação foi

realizada em uma prensa FKL de 750 toneladas (figura 8-a), e a matriz utilizada pode

ser melhor visualizada na figura 8-b.

As bolacha obtidas a partir da matriz da figura 8-b, foram usinadas para a forma

final do núcleo do rotor (figura 5). Após foram inseridas no eixo da máquina e em

seguida foram fixados os ímãs permanentes de Nd-Fe-B. A figura 9 mostra a fotografia

do núcleo do rotor montado.

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(a) (b)

Figura 8 – Compactação do rotor da máquina – (a) Prensa FKL e (b) Detalhe da

matriz

(a) (b)

Figura 9 – Núcleo do rotor do terceiro protótipo desenvolvido

2.7. Bancada de Ensaios e Testes da Máquina

A figura 10 mostra a máquina com o rotor (figura 9) inserido no núcleo do

estator (figura 7), sem as tampas. No presente momento, iniciaram-se os ensaios

preliminares da máquina em bancada e os dados ainda estão sendo compilados para

posterior divulgação. A figura 11 mostra a bancada a ser utilizada onde pode-se

observar a máquina desenvolvida neste trabalho conectado a um motor de indução de

mesma potência funcionando como máquina primária, com os eixos acoplados a partir

de uma célula de carga. Observa-se também um osciloscópio onde se pode visualizar as

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formas de onda, dispositivo para aquisição de dados e um painel de controle, onde se

pode observar as tensões, correntes e potência.

Neste ensaio, mede-se a potência gerada pela máquina como gerador (potência

elétrica), o torque e velocidade angular no eixo de acoplamento da máquina primária

(potência mecânica). O rendimento da máquina será calculado a partir da relação entre a

potência elétrica de saída e a potência mecânica de entrada.

Figura 10 – Rotor inserido no estator

Figura 11 – Bancada para testes preliminares da máquina

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Propriedades Físicas Obtidas da Liga Sinterizada Fe-50%Ni

Os corpos de prova obtidos a partir do Ferro puro sinterizado (figuras 1 e 2)

apresentaram, após a sinterização, a densidade de 6,63 g/cm3, considerando a média de

três corpos de prova, apresentando valor um pouco abaixo das especificações do

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material indicado na literatura (entre 6,8 a 7,3 – valor típico de 7,2 g/cm3) [3], conforme

pode ser observado na tabela 1.

A figura 12-a mostra a curva de histerese (para um dos três corpos de prova), e

figura 12-b mostra a curva de magnetização. As propriedades magnéticas de

retentividade e coercitividade foram observadas a partir da curva de histerese. A

permeabilidade magnética relativa foi obtida a partir das curvas de magnetização

utilizando-se a equação 1. A indução máxima foi observada a partir das curvas de

magnetização para um campo magnético de 6 kA/m.

Figura 12 – Gráficos magnéticos do Ferro puro sinterizado – (a) curvas de histerese

– (b) curva de magnetização

A resistividade elétrica foi medida a partir dos corpos de prova na forma de

anéis (figura 2) com o corte de um segmento de 10 mm, utilizando-se a equação 2. A

tabela 1 mostra os resultados da densidade, resistividade elétrica e das propriedades

magnéticas, a partir dos valores médios de três corpos de prova.

Tabela 1 – Propriedades físicas do material Ferro puro sinterizado

Material ρm

[g/cm3]

ρe

[µΩ.m]

Br

[T]

Hc

[A/m]

Bmax

[T]

µr

Ferro Puro (*) 7,20 0,12 1,18 127,0 1,36 3.700,0

Ferro Puro (**) 6,63 0,16 0,90 448,0 1,19 1.852,6

ρm é a densidade, ρe a resistividade elétrica, Br a retentividade, Hc a coercitividade,

Bmax a indução máxima (observada para campo de 6 kA/m), µr a permeabilidade

magnética relativa.

(*) Valores obtidos a partir de referências bibliográficas [3]

(**) Valores obtidos experimentalmente

Da tabela 1 pode-se observar que a média (três corpos de prova) da retentividade

resultou em 0,90 T, e a coercitividade em 448,0 A/m, sendo que as referências

bibliográficas apresentam valores de 1,18 T e 127,0 A/m respectivamente. A

permeabilidade magnética relativa (máxima) resultou em 1.852,6 e a indução máxima

em 1,19 (referências bibliográficas apresentam valores de 3.700 e 1,36 T

respectivamente). A resistividade elétrica resultou em 0,16 µΩ.m (referências

bibliográficas apresenta valor de 0,12 µΩ.m) [3].

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As grandes diferenças entre as propriedades indicadas na literatura [3,15,16] e

aquelas obtidas a partir dos corpos de prova devem-se aos seguintes aspectos: Algumas

referências não indicam as pressões de compactação utilizadas para materiais

magnéticos macios por M/P, e em alguns estudos utilizam-se pressões até 800 MPa para

materiais compósitos por M/P [17], e tal pressão tende a alterar as propriedades físicas

obtidas. Salienta-se também que fatores, como forma e tamanho de partículas dos pós,

tempo e temperatura de sinterização e gás utilizada na sinterização, podem influenciar

nas propriedades físicas dos materiais sinterizados [7,8].

A tensão de escoamento resultou em 139,9 MPa, considerando a média obtida de

três ensaios em três corpos de prova diferentes. O aço 1008 (baixo carbono) apresenta

tensão de escoamento média de 170 MPa. A dureza média obtida foi de 52,1 HB. O aço

AISI 1008 possui dureza de 86 HB [18]. Portanto com relação as propriedades

mecânicas observa-se que o Ferro puro sinterizado possui dureza menor que o aço baixo

carbono, bem como tensão de escoamento menor. Entretanto, tais características

permitem o uso deste material em núcleos de máquinas elétricas rotativas.

A análise da microestrutura da superfície dos corpos de prova foi observada a

partir dos segmentos retirado do anel da figura 2. Inicialmente, as amostras foram

lixadas e polidas e, a seguir, foi empregado o microscópio eletrônico de varredura –

MEV, no qual pode-se observar a microestrutura dos corpos de prova e visualizar a

formação de alguns poros na superfície da peça. Salienta-se que os materiais

sinterizados sempre apresentarão poros em sua estrutura e sua proporção depende

principalmente da pressão de compactação, mas também do tempo de sinterização [7,8].

3.2. Resultado das Simulações

Foram realizadas a partir do FEMM 4.2 três simulações para o estator com

núcleo de chapas M15 (aço silício), entretanto com variações no material do rotor, ou

seja, rotor a partir de chapas M15 (figura 13), rotor a partir da liga sinterizada Fe2%P

(figura 14) e Ferro puro sinterizado (figura 15). Nestas figuras (14,14,15), pode-se

observar a esquerda a amplitude, em módulo, da indução de entreferro, e a direita, as

linhas de fluxo magnético geradas no plano longitudinal da máquina.

(a) (b)

Figura 13 – Simulação da máquina com rotor a partir de chapas aço M15 – (a)

Densidade de fluxo de entreferro – (b) Linhas de fluxo no plano longitudinal da

máquina

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(a) (b)

Figura 14 – Simulação da máquina com rotor a partir da liga sinterizada Fe-2%P

– (a) Densidade de fluxo de entreferro – (b) Linhas de fluxo no plano longitudinal

da máquina

(a) (b)

Figura 15 – Simulação da máquina com rotor a partir do Ferro puro sinterizado –

(a) Densidade de fluxo de entreferro – (b) Linhas de fluxo no plano longitudinal da

máquina

A partir das Figuras 13, 14 e 15, pode-se observar que a indução magnética de

entreferro apresenta valores máximos entre 1,0 e 1,25 T para alimentação, não variando

muito entre os três tipos de materiais de rotores estudados. Tal características está de

acordo com as referências bibliográficas, que indicam para máquinas elétricas rotativas,

densidade de entreferro nesta faixa [1,2].

A partir do FEMM 4.2 obteve-se também o valor do Torque Resultante e

Amplitude Média de Indução de Entreferro (tabela 2).

Tabela 2 – Grandezas elétricas e magnéticas obtidas a partir da simulação

Tipo de

Rotor

Indução de

Entreferro

[T]

Torque

[N.m]

Chapas M15 1,17 33,65 Fe-2%P 1,21 33,61

Ferro Puro 1,17 33,66

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Da tabela 2 pode-se observar que a indução no entreferro e o torque são bastante

semelhantes para os três tipos de rotor, o que resultará em uma máquina com

características similares quanto ao desempenho, o que está dentro de algumas

referências bibliográficas as quais citam o uso de tais materiais em determinadas

aplicações em núcleos de máquinas elétricas rotativas [19].

4. CONCLUSÕES

O materiais Ferro puro sinterizado utilizado não apresentou as propriedades

magnéticas e resistividade elétrica indicadas na literatura, uma vez que, as variantes

com relação a M/P são muito extensas.

As simulações indicaram que a máquina com rotor construído a partir do Ferro

puro sinterizado terá desempenho muito similar a uma máquina com núcleos de chapas

somente.

Salienta-se que, somente os ensaios definitivos darão uma real indicação do

desempenho desta máquina, sendo que, tais ensaios, estão sendo realizados no presente

momento, e após sua completa compilação e análise, serão posteriormente divulgados.

AGRADECIMENTOS:

Os autores agradecem a CAPES, CNPq, Fapergs e FINEP pelas bolsas e financiamento

do projeto.

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STUDY OF A SYNCHRONOUS MACHINE WITH ROTOR CORE OBTAINED

FROM POWDER METALLURGY PROCESS AND PERMANENT MAGNETS

APPLIED TO WIND TURBINES

ABSTRACT

The aim of this work was the development (design and construction) of a three-phase

synchronous electric machine with permanent magnets for application in wind turbines

where the rotor core, usually constructed from low carbon steel plates or FeSi,

laminated, was replaced by sintered pure iron obtained from Powder Metallurgy

process. The machine was assembled from a structural framework of a three phase high

yield induction motor of 10 CV, where the stator plates were stacked with an inclination

of a groove along the entire length of the machine. This is the classical solution in order

to not generate reluctance or locked torque effects on the machine. After mounting the

rotor and stator, the machine was coiled and mounted; at the actual stage of

development, the machine is being tested as a generator on a bench, using as primary

machine the same 10 CV motor.

Key-words: three-phase synchronous electric machine, Powder Metallurgy, Soft

Magnetic Materiais, Wind Turbines.