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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL AUGUSTO CEZAR GOMES BRAGA ESTUDO DE PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO COM COMPARAÇÕES ENTRE SOLUÇÕES EM AÇO E EM CONCRETO ARMADO VITÓRIA 2006

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTOPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

AUGUSTO CEZAR GOMES BRAGA

ESTUDO DE PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO COM COMPARAÇÕES ENTRE SOLUÇÕES

EM AÇO E EM CONCRETO ARMADO

VITÓRIA2006

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2

AUGUSTO CEZAR GOMES BRAGA

ESTUDO DE PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO COM COMPARAÇÕES ENTRE SOLUÇÕES

EM AÇO E EM CONCRETO ARMADO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisitos parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil, na área de concentração em Estruturas.Orientador: Prof. Dr. Walnório Graça Ferreira.

VITÓRIA2006

3

Para Luciana, Diana, Brunella e Fernanda

4

AGRADECIMENTOS

A Luciana, minha esposa, e as minhas queridas filhas, Diana, Brunella e

Fernanda, quem mais se sacrificaram com a minha ausência neste período longo

e difícil de desenvolvimento deste trabalho.

Ao Dr. Walnório Graça Ferreira, mais do que o meu orientador, foi um

grande amigo e um grande incentivador na elaboração desta dissertação.

Ao Dr. Ing. João Luiz Calmon Nogueira da Gama, um grande professor

que me deu uma visão ampla sobre a pesquisa científica.

Ao Dr. Luiz Herkenhoff Coelho, pelas valiosas orientações e presença

marcante durante todo o período do mestrado.

Ao Msc. Pedro Augusto César Oliveira de Sá, coordenador do NEXEM,

pela pronta disponibilidade sempre que solicitado no apoio técnico em estrutura

metálica.

Ao Bruno Sarcinelli, um colega e colaborador desde o primeiro dia de aula,

e um amigo para o resto da vida.

Ao Andreti da Metalúrgica Larangeiras, que me disponibilizou sem

ressalvas a contabilidade de sua empresa.

Ao engenheiro Eduardo Tardin da TDB, que com sua experiência foi

fundamental para a definição dos custos unitários de mão de obra em estruturas

metálicas.

Ao Carlos Alexandre da Forma Construtora e Incorporadora Ltda, ao

Carlito da Vera Cruz Construções Civis Ltda e ao Dr Mário Nader da CB Engenharia

Ltda, por todas as valiosas informações, fundamentais para tornar este estudo

comparativo de custo o mais próximo da realidade.

A todos os professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Civil da UFES, por contribuírem decisivamente para o desenvolvimento

deste trabalho.

5

“É bem melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar

triunfo e glória, mesmo expondo-se a derrota, do

que formar fila com pobres de espírito, que nem

gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem

nesta penumbra cinzenta que não conhece vitória

nem derrota.”

Teodore Rosevelt

6

RESUMO

O estudo de novas técnicas e processos construtivos mais eficientes e racionais

vem sendo alvo de muitos pesquisadores. A absorção do método construtivo aço-

concreto e de seu processo construtivo industrializado de produção se mostra

como um importante agente de transformação numa indústria tradicionalmente

baseada na construção de estruturas em concreto armado. O conhecimento das

diversas opções estruturais existentes conduz à utilização mais racional dos

recursos de material e mão de obra. A utilização de pilares mistos aço-concreto,

sobretudo os pilares mistos preenchidos em edifícios altos, apresentou um

significativo crescimento nas últimas décadas e é uma tendência em diversos

países americanos, europeus e asiáticos. Na busca de novas técnicas e

processos construtivos, objetivando a racionalização na construção, a utilização

de pilares mistos na composição de sistemas estruturais apresenta eficiência

significativa. Esta utilização justifica-se não só por vantagens econômicas e

estruturais inerentes aos seus elementos, mas quando comparado com o concreto

armado, verifica-se uma série de vantagens construtivas atribuídas principalmente

à metodologia utilizada no seu processo construtivo. Neste trabalho é feita uma

ampla abordagem sobre os pilares mistos aço-concreto, avaliando a viabilidade da

utilização de pilares mistos para uma racionalização na construção civil brasileira.

São abordadas as principais vantagens atribuídas a tais elementos como: alta

resistência e ductilidade, economia de materiais e mão de obra e a redução das

dimensões da seção transversal, além dos principais aspectos construtivos.

Também é feito um estudo sobre as principais normas aplicáveis para o

dimensionamento de pilares mistos aço-concreto, além de um estudo comparativo

de dimensionamento de pilares mistos aço-concreto seguindo as recomendações

adotadas pelo EUROCODE 4 (1994), pela NBR 14323 (1999), pelo texto base de

revisão da NBR 8800 (2003) e pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006).

Procurando avaliar a viabilidade da utilização dos pilares mistos para uma

racionalização na construção civil brasileira, também são feitos alguns estudos

7

comparativos de custo entre os pilares mistos aço-concreto, entre os pilares

mistos aço-concreto e os pilares de concreto armado e entre um pilar misto aço-

concreto e um pilar de aço, utilizando preços praticados na região da Grande

Vitória.

Palavras chave: pilares mistos “aço-concreto”; dimensionamento; racionalização;

custo.

8

ABSTRACT

The study of new techniques and effective constructive processes have been

targets of many researchers. The absorption of the steel-concrete constructive

method and of its industrialized constructive process of production function as

important transformation agents in an industry based traditionally on the

construction of structures in reinforced concrete. Knowledge of the several existent

structural options permits rational use of material resources and existent labor. The

use of composite columns, especially concrete-filled steel tubes in high buildings,

has showed significant growth in the last decades, which is a tendency in several

American, European and Asian countries. In the quest for new constructive

techniques that rationalize construction, it is significantly effective to use steel-

concrete composite columns as components of structural systems. Such use is

justified not only by economic and structural advantages inherent to its

components, but also by constructive advantages attributed to the methodology

used in its constructive process. This research broadly approaches steel-concrete

composite columns evaluating their viability in rationalizing Brazilian civil

construction. The advantages attributed to high resistance, ductility, economy of

materials and labor, and the reduction of the dimensions of the cross-section are

taken into account. This work also investigates the design of steel-concrete

composite columns through a comparative study of them and their main applicable

rules. It follows the recommendations of EUROCODE 4 (1994), NBR 14323

(1999), and the review project of NBR 8800 (2006). Using the prices in Greater

Vitoria, some studies were conducted in order to evaluate the viability of utilizing

steel-concrete composite columns to rationalize Brazil civil construction. They

include a comparative study of the cost of: steel-concrete composite columns,

reinforced concrete columns and steel-concrete composite columns, and steel-

columns and steel-concrete composite columns.

Words key: steel-concrete composite columns; design; rationalization; cost.

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Torre Eiffel ......................................................................................... 37

Figura 2.2 - Palácio de Cristal ……………………………………..…………………. 37

Figura 2.3 - Ed. Empire States ……………………………………………………..… 39

Figura 2.4 - Ed. Empire States ……………………………………………………….. 39

Figura 2.5 - Ed. Garagem América ....................................................................... 41

Figura 2.6 - Ed. Palácio do Comércio ................................................................... 41

Figura 2.7 - Ed. Casselden Place ……………………………………………………. 43

Figura 2.8 - Ed. Casselden Place ……………………………………………………. 43

Figura 2.9 - Ed. Commerzbank ............................................................................. 44

Figura 2.10 - Ed. Commerzbank ........................................................................... 44

Figura 2.11 - Ed. Millennium Tower …………………………………………...…….. 45

Figura 2.12 - Tipos de pilares mistos segundo a NBR 14323 (1999) ................... 47

Figura 2.13 - Outros tipos de pilares mistos previstos

no EUROCODE 4............................................................................. 49

Figura 2.14 - Outros tipos de pilares mistos revestidos ........................................ 49

Figura 2.15 - Pilares mistos revestidos de concreto utilizados

na construção do Ed. Burgos ........................................................... 50

Figura 2.16 - Detalhe dos perfis sendo utilizados como

conentores de cisalhamento ............................................................ 50

Figura 2.17 - Estrutura composta de vigas chatas e lajes

nervuradas em concreto armado ..................................................... 51

Figura 2.18 - Detalhe da seção transversal de dois pilares

mistos utilizados no Ed. Burgos ....................................................... 51

Figura 2.19 - Pilar misto do tipo battened ............................................................. 52

Figura 2.20 - Detalhe do bombeamento do concreto em pilares

mistos preenchidos (DE NARDIN, 1999) ......................................... 54

Figura 2.21 - Sistema estrutural segundo VALLENILLA & BJORHOVDE ............ 55

Figura 2.22 - Dois tipos usuais de ligações de pilares mistos revestidos

e vigas mistas (DE NARDIN, 2003)................................................... 56

10

Figura 2.23 - Dois tipos de ligações investigadas por

AZIZINAMINI & PRAKASH apud ALVA (2000) ................................. 57

Figura 2.24 - Tipos usuais de conectores de cisalhamento (BIANCHI, 2002) ....... 59

Figura 3.1 - Diagrama tensão x deformação do aço (ILDONY et.al, 2004) ........... 66

Figura 3.2 - Diagrama tensão x deformação do concreto ...................................... 70

Figura 3.3 - Diagrama tensão x deformação (AMARAL FILHO, 1995) .................. 73

Figura 4.1 - Colapso do pilar (QUEIROZ et al., 2001) ........................................... 85

Figura 4.2 - Diagrama tensão-deformação (QUEIROZ et al.,2001) ....................... 86

Figura 4.3 - Pilar misto totalmente revestido com concreto ................................... 90

Figura 4.4 - Conectores de cisalhamento em um pilar misto ................................. 99

Figura 4.5 - Seção tubular circular preenchida com concreto

parcialmente carregada .....................................................................102

Figura 4.6 - Áreas de concreto ligadas e não ligadas diretamente ao perfil .........103

Figura 4.7 - Diagrama de interação considerando o ponto E .............................. 122

Figura 4.8 - Curva de interação simplificada e correspondente distribuição

de tensões (EUROCODE 4 (2004)).................................................. 122

Figura 4.9 - Processo de cálculo para compressão e flexão monoaxial ............. 124

Figura 4.10 - Seção I revestida com concreto, fletida em torno

do eixo de maior inércia ................................................................. 130

Figura 4.11 - Seção I revestida com concreto, fletida em torno do

eixo de menor inércia .................................................................... 132

Figura 4.12 - Seção tubular retangular ............................................................... 133

Figura 4.13 - Seção tubular circular .................................................................... 134

Figura 4.14 - Curva de flambagem adotada pelo AISC-LRFD (1994) ................ 137

Figura 5.1 - Pilar misto totalmente revestido ...................................................... 145

Figura 5.2 - Curva de interação segundo a NBR 14323 (1999) .......................... 163

Figura 5.3 - Curva de interação comparativa entre pilares mistos

totalmente revestidos com a mesma seção transversal e

comprimentos de flambagem diferentes .......................................... 164

Figura 5.4 - Curva de interação segundo o EUROCODE 4 (1994)...................... 166

11

Figura 6.1 - Pilar misto preenchido de concreto ................................................... 170

Figura 6.2 - Pilares mistos preenchidos de concreto que possuem

a mesma resistência à compressão axial ......................................... 179

Figura 6.3 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.2 .................................................................... 180

Figura 6.4 - Pilares mistos compostos com tubos fabricados por

Vallourec & Mannesmann Tubes ...................................................... 182

Figura 6.5 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.4, considerando um comprimento

efetivo de flambagem de 400cm........................................................ 183

Figura 6.6 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.4, considerando um comprimento

efetivo de flambagem de 700cm........................................................ 183

Figura 6.7 - Pilares mitos preenchidos de seção quadrada e circular que

possuem a mesma área de aço e a mesma ára de concreto............ 185

Figura 6.8 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.7.................................................................... 186

Figura 6.9 - Pilares mistos preenchidos de seção quadrada e circular com

tubos produzidos por Vallourec & Mannesmann Tubes ................. 189

Figura 6.10 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.9...................................................................189

Figura 6.11 - Pilares mistos teóricos comparados na tabela 6.5 ......................... 192

Figura 6.12 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.11, considerando um comprimento

efetivo de flambagem de 400cm ..................................................... 193

Figura 6.13 - Pilares mistos comparados na tabela 6.6 ....................................... 195

Figura 6.14 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

comparados na tabela 6.6 .............................................................. 195

Figura 6.15 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

comparados na tabela 6.6, considerando um comprimento

efetivo de flambagem de 700 cm em todas as direções.................. 196

12

Figura 6.16 - Pilares mistos comparados na tabela 6.7 ....................................... 198

Figura 6.17 – Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

comparados na tabela 6.7 ............................................................. 198

Figura 6.18 - Pilares mistos comparados na tabela 6.8 ....................................... 200

Figura 6.19 – Curvas de interação do pilares mistos comparados

na tabela 6.8 .................................................................................. 201

Figura 6.20 - Pilar misto preenchido de concreto ................................................. 202

Figura 6.21 - Pilares mistos preenchidos e pilares de concreto armado

que possuem a mesma resistência à compressão axial

do pilar misto referência .................................................................. 206

Figura 6.22 - Pilar misto parcialmente revestido de concreto .............................. 209

Figura 6.23 - Pilar de aço ..................................................................................... 216

Figura 6.24 - Pilar misto e pilar de aço que possuem a mesma

resistência à compressão axial ....................................................... 220

Figura 6.25 - Pilar misto e pilar de aço comparados na tabela 6.13 .................... 223

Figura 6.26 - Pilares mistos comparados na tabela 6.15 ..................................... 227

Figura 6.27 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

comparados na tabela 6.15 ............................................................. 227

Figura 6.28 - Pilares mistos comparados na tabela 6.16 ..................................... 230

Figura 6.29 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.28 ................................................................ 230

Figura 6.30 - Pilares mistos comparados na tabela 6.17...................................... 233

Figura 6.31 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

parcialmente revestidos comparados na tabela 6.17....................... 234

Figura 6.32 - Pilar misto totalmente revestido de concreto e pilar

misto preenchido de concreto que possuem a mesma

resistência a comprssão axial ........................................................ 236

Figura 6.33 - Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.32 ................................................................ 240

13

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 Propriedades mecânicas do aço (ILDONY et al., 2004) ...................... 67

Tabela 4.1 Valores dos coeficientes de ponderação segundo

o projeto de revisão da NBR 8800 (2006) ......................................... 106

Tabela 4.2 Valores de 10η e 20η quando 0=e , prevista

no EUROCODE 4 (1994) ...................................................................108

Tabela 4.3 Valores do módulo de elasticidade secante

previstos no EUROCODE 4 ( ²mmKN ) ........................................... 113

Tabela 4.4 Valores limites de λ abaixo dos quais são desprezados

os efeitos de retração e deformação lenta do concreto

segundo a NBR 14323 (1999), o EUROCODE 4 (1994),

e o texto base de revisão da NBR 8800(2003)..................................116

Tabela 4.5 Valores dos coeficientes 321 ,, ccc do AISC-LRFD (1994) .....................136

Tabela 5.1 Comparativo de dimensionamento ..................................................... 168

Tabela 6.1 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares

preenchidos de concreto que possuem a mesma

resistência à compressão axial centrada ............................................ 181

Tabela 6.2 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares

preenchidos de concreto produzidos por V & M do

Brasil S.A. - Vallourec & Mannesmann Tubes .................................... 184

Tabela 6.3 Comparativo de custo entre pilares mistos de seção

transversal circular e quadrada que possuem a

mesma área de aço e a mesma área de concreto............................... 186

Tabela 6.4 Comparativo de custo entre pilares mistos de seção

transversal circular e quadrada mostrados na figura 6.9 .................... 190

Tabela 6.5 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos

que possuem a mesma resistência à compressão

axial, considerando tubos com espessuras variadas e

concretos com a resistência variada .................................................. 193

14

Tabela 6.6 Comparativo de custo entre pilares mistos

preenchidos, utilizando tubos especificados

por Vallourec & Mannesmann Tubes ............................................... 196

Tabela 6.7 Comparativo de custo entre os pilares mistos

preenchidos mostrados na figura 6.16 ............................................... 199

Tabela 6.8 Comparativo de custo entre os pilares mistos

preenchidos mostrados na figura 6.18 ............................................... 201

Tabela 6.9 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos

circulares e pilares de concreto armado circulares que

possuem a mesma resistência à compressão axial ............................ 207

Tabela 6.10 Comparativo de peso entre pilares mistos preenchidos

circulares e pilares de concreto armado circulares que

possuem a mesma resistência à compressão axial ........................ 208

Tabela 6.11 Comparativo de resistência à compressão axial e custo

de material entre um pilar misto parcialmente revestido

de concreto e um pilar de aço dimensionados nos itens

6.3.1 e 6.3.2 respectivamente .......................................................... 220

Tabela 6.12 Comparativo de custo entre um pilar misto teórico e um pilar de

aço que possuem a mesma resistência à compressão axial ........... 222

Tabela 6.13 Comparativo de custo entre o pilar misto e o pilar de

aço mostrados na figura 6.25 .......................................................... 224

Tabela 6.14 Comparativo de custo entre o pilar misto e o pilar de aço

comparados no ítem 6.3.5, considerando um comprimento

efetivo de flambagem de 600cm nas duas direções principais ....... 225

Tabela 6.15 Comparativo de custo entre um pilar misto

parcialmente revestido e um pilar misto preenchido

mostrados na figura 6.27 ................................................................ 228

Tabela 6.16 Comparativo de custo entre um pilar misto aço-concreto

preenchido utilizando um tubo produzido por Vallourec &

Mannesmann Tubes e um pilar misto aço-concreto

Parcialmente revestido utilizando um perfil CE

15

Eletro-soldado da Usiminas ............................................................ 231

Tabela 6.17 Comparativo de custo entre um pilar misto aço-concreto

parcialmente revestido utilizando um perfil H laminado

nacional da Açominas e um pilar misto aço-concreto

parcialmente revestido utilizando um perfil CE Eletro-soldado

da Usiminas ..................................................................,................. 235

Tabela 6.18 Comparativo de custo entre os pilares mistos observados

na figura 6.25 ................................................................................. 240

16

LISTA DE SÍMBOLOS

aA Área da seção transversal do perfil de aço

cA Área da seção transversal de concreto do pilar

sA Área da seção transversal da armadura longitudinal

tA Área total da seção transversal do pilar misto

1A Área carregada sob a chapa de “gusset” ou sob o enrijecedor

fb Largura total da mesa da seção I;

d Dimensão externa da seção transversal circular no plano de flexão

considerado

E Módulo de elasticidade do aço

aE Módulo de elasticidade do aço estrutural

cE Módulo de elasticidade do concreto de densidade normal

cdE Módulo de elasticidade do concreto

cmE Módulo de elasticidade secante do concreto

crE Módulo de elasticidade reduzido do concreto

cE ' Módulo de elasticidade reduzido do concreto

sE Módulo de elasticidade do aço da armadura, igual a 205.000 MPa

e Excentricidade do carregamento

cdf Resistência de cálculo do concreto à compressão, igual a 4,185,0 ckf

ckf Resistência característica à compressão do concreto

0cf Resistência de referência, igual a 30 MPa

skf Limite de escoamento do aço da armadura

syf Limite de escoamento do aço da armadura

yf Limite de escoamento do aço do perfil

h Maior dimensão paralela ao eixo de simetria da seção tubular retangular

17

aI Momento de inércia da área do aço estrutural

cI Momento de inércia da área do concreto

sI Momento de inércia da área do aço da armadura do concreto

L Comprimento de flambagem do pilar

RdMmax, Máximo momento resistente da seção mista, obtido segundo a

distribuição de tensões no ponto D da figura 4.7 do item 4.1.8.2

SdmáxM ., Momento máximo solicitante de cálculo, determinado por meio da

análise de 1ª ordem

RdplM , Momento de plastificação da seção mista (Ponto B da figura 4.7, do

item 4.1.8.2)

pRdM , Momento fletor resistente de plastificação de cálculo do pilar misto,

conforme o item 4.1.8.4

pRdaM , Contribuição do perfil de aço para pRdM ,

SdM Momento fletor solicitante de cálculo

RdplxM ,, Resistência de cálculo ao momento fletor em torno do eixo x da seção

mista, determinada pela análise plástica das tensões

SdxM , Momento fletor de cálculo em torno do eixo x da seção considerada

RdplyM ,, Resistência de cálculo ao momento fletor em torno do eixo y da seção

mista, determinada pela análise plástica das tensões

SdyM , Momento fletor de cálculo em torno do eixo y da seção considerada

crN Carga de flambagem elástica por flexão

exN Carga de flambagem elástica por flexão em torno do eixo x

eyN Carga de flambagem elástica por flexão em torno do eixo y

SdGN , Parcela da força normal de cálculo devida à ação permanente e à

ação decorrente do uso de atuação quase permanente

RplN , Valor de RdplN , quando os coeficientes de resistência aφ , sφ e cφ são

tomados iguais a 1

18

RdplN , Resistência da seção transversal do pilar à plastificação total, apresentada

no ítem 4.1.6a

RdpmN . Resistência à compressão da seção de concreto, igual a cckc fA γα

RdN Resistência do pilar à compressão axial

pRdN , Resistência da seção transversal do pilar à plastificação total, apresentada

no ítem 4.1.6b

pRdaN , Força axial resistente de cálculo somente do perfil de aço do pilar à

plastificação total, igual a ( MaayAf γ )

SdN Força normal de cálculo

GSdN , Parcela da força normal de cálculo devida à ação permanente e à

ação decorrente do uso de atuação quase permanente t Espessura da parede da seção tubular

ft Espessura da mesa da seção I

SdV Força cortante solicitante de cálculo

δ Fator de contribuição do aço

aφ Coeficiente de resistência do aço do perfil, igual a 0,9

cφ Coeficiente de resistência do concreto, igual a 0,7

sφ Coeficiente de resistência do aço da armadura, igual a 0,85

1aγ Coeficientes de segurança do aço do perfil

cγ Coeficiente de segurança do concreto

Maγ Coeficientes de segurança do aço do perfil

sγ Coeficiente de segurança do aço da armadura

19

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ………………………………………………...………...……...…… 26

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ………………………………………………....…. 26

1.2 VANTAGENS DOS PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO………………....... 29

1.2.1 Vantagens dos pilares mistos quando comparados com os pilares de concreto armado ......................................................... 29

1.2.2 Vantagens dos pilares mistos quando comparados com os pilares de aço ................................................................................ 30

1.3 OBJETIVOS .....................................................................................................31

1.4 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................32

1.5 LIMITAÇÕES .................................................................................................. 33

1.6 METODOLOGIA ..............................................................................................33

1.6.1 Bibliografia ..................................................................................................33

1.6.2 Programa .....................................................................................................34

1.6.3 Análise e interpretação dos dados ...........................................................34

1.7 APRESENTAÇÃO ...........................................................................................34

2 PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO ...............................................................36

2.1 HISTÓRICO DO AÇO, DO CONCRETO E DOS PILARES

MISTOS AÇO-CONCRETO ........................................................................... 36

2.2 PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO............................................................ 46

2.2.1 Tipos de pilares mistos ............................................................................ 47

2.2.2 Aspectos construtivos .............................................................................. 53

2.3 AS LIGAÇÕES ................................................................................................ 55

2.4 OS CONECTORES DE CISALHAMENTO ..................................................... 57

2.5 ESTADO DA ARTE EM PILARES MISTOS ................................................... 60

20

3 A SEÇÃO MISTA E O COMPORTAMENTO ESTRUTURAL ........................... 64

3.1 A SEÇÃO MISTA ............................................................................................. 64

3.1.1 O aço ............................................................................................................ 65

3.1.2 O concreto ................................................................................................... 67

3.1.3 Concreto de alto desempenho – CAD ........................................................... 70

3.2 O COMPORTAMENTO ESTRUTURAL ........................................................... 75

3.2.1 Comportamento sob compressão axial .................................................... 75

3.2.2 Comportamento sob flexo-compressão ................................................... 75

3.2.3 Fatores que influenciam na resistência do pilar ...................................... 76

4 DIMENSIONAMENTO DE PILARES MISTOS ................................................... 83

4.1 DIMENSIONAMENTO DE PILARES MISTOS SEGUNDO

A NBR 14323 (1999), FAZENDO COMPARATIVOS COM

O EUROCODE 4 (1994), COM O TEXTO BASE DE

REVISÃO DA NBR 8800 (2003) E COM O PROJETO DE

REVISÃO DA NBR 8800 (2006) .................................................................... 87

4.1.1 Limites de aplicabilidade segundo a NBR 14323 (1999) ........................ 89

4.1.2 Algumas disposições construtivas incluídas nos limites de aplicabilidade do texto base de revisão da NBR 8800 (2003) que não constam da NBR 14323(1999) ..................................................... 91

4.1.3 Algumas disposições construtivas incluídas nos limites de aplicabilidade do projeto de revisão da NBR 8800 (2006) que não constam nem da NBR 14323 (1999), nem do texto base de revisão da NBR 14323 (2003) .............................................................. 92

4.1.4 Flambagem local dos elementos de aço ................................................. 92

4.1.5 Cisalhamento entre os componentes de aço e os de concreto ............ 95

4.1.6 Resistência à plastificação total da seção mista sujeita à compressão ........................................................................................... 105

4.1.7 Resistência de pilares submetidos à compressão axial ...................... 108

21

4.1.8 Resistência de pilares submetidos à flexo-compressão ..................... 118

4.2 DIMENSIONAMENO DE PILARES MISTOS

SEGUNDO O AISC-LRFD ............................................................................ 135

4.3 BREVES COMENTÁROS SOBRE O DIMENSIONAMENO

DE PILARES MISTOS SEGUNDO O ACI 318 (1992) ............................... 139

4.4 ALGUMAS PESQUISAS INTERESSANTES ................................................ 140

5 EXEMPLO COMPARATIVO DE DIMENSIONAMENTO ................................ 145

5.1 CÁLCULOS INICIAIS ................................................................................... 146

5.2 VERIFICAÇÕES INICIAIS ............................................................................ 148

5.3 RESISTÊNCIA DA SEÇÃO MISTA À PLASTIFICAÇÃO

TOTAL PELA FORÇA NORMAL .................................................................. 150

5.4 RESISTÊNCIA DE PILARES MISTOS SUBMETIDOS

À COMPRESSÃO AXIAL ............................................................................. 151

5.5 RESISTÊNCIA DE PILARES SUBMETIDOS À

FLEXO-COMPRESSÃO ............................................................................... 157

6 EXEMPLOS COMPARATIVOS DE CUSTO ................................................... 169

6.1 EXEMPLO COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE PILARES

MISTOS PREENCHIDOS DE CONCRETO QUE POSSUEM

A MESMA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL.....................................170

6.1.1 Determinação da resistência de um pilar misto preenchido de concreto com seção circular submetido à compressão axial, seguindo as recomendações da NBR14323 (1999).......................170

6.1.2 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos de concreto circulares ........................................................................... 176

22

6.1.3 comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos de concreto circulares utilizando tubos de aço produzidos por V & M do Brasil S.A – Vallourec & Mannesmann Tubes .............. 182

6.1.4 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos de seções transversais teóricas circular e quadrada, quepossuem a mesma área de aço e a mesma área de concreto ......... 184

6.1.5 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos de seções transversais circular e quadrada que utilizam perfis tubulares produzidos por V & M do Brasil S.A. – Vallourec & Mannesmann Tubes ............................ 188

6.1.6 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares teóricos que possuem a mesma resistência à compressão axial e o mesmo diâmetro externo, porém possuem concretos com resistência à compressão variada ........................................................ 190

6.1.7 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial e o mesmo diâmetro, porém possuem concretos com resistência à compressão variada, utilizando tubos especificados por Vallourec & Mannesmann Tubes .......................... 194

6.1.8 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial e o mesmo diâmetro, porém possuem tubos de aço om resistência variada ................................................................................... 197

6.1.9 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial e omesmo diâmetro, porém possuem tubos de aço com espessura e resistência variada, utilizando tubos especificados por Vallourec & Mannesmann Tubes ............................ 199

6.2 COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE PILARES MISTOS

E PILARES DE CONCRETO ARMADO QUE POSSUEM

A MESMA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL.................................... 202

23

6.2.1 Definição dos custos unitários (Maio/2006) ...........................................203

6.2.2 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos circulares e pilares de concreto armado circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial ............................206

6.2.3 Comparativo de peso entre pilares mistos preenchidos circulares e pilares de concreto armado circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial ........................... 208

6.3 COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE UM PILAR MISTO

AÇO-CONCRETO PARCIALMENTE REVESTIDO E UM

E UM PILAR DE AÇO .................................................................................. 209

6.3.1 Determinação da resistência de um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido seguindo as recomendações da NBR 14323 (1999) ..................................................................................... 209

6.3.2 Determinação da resistência de um pilar de aço adotando o mesmo perfil de aço utilizado no item 6.3.1, seguindo as recomendações da NBR 8800 (1986) .................................................... 215

6.3.3 Comparativo de resistência à compressão axial e custo de material entre o pilar misto aço-concreto parcialmente revestido dimensionado no ítem 6.3.1 e o pilar metálico dimensionado no item 6.3.2 ................................................................ 219

6.3.4 Comparativo de custo de material entre um pilar misto aço-concreto teórico parcialmente revestido e um pilarmetálico que possuem a mesma resistência a compressão axial ...... 220

6.3.5 Comparativo de custo de material entre um pilar misto parcialmente preenchido aço-concreto e um pilar metálico, utilizando perfis H laminados nacionais da Açominas ...................... 223

6.3.6 Comparativo de custo de material entre o pilar misto parcialmente revestido de concreto e o pilar metálico comparados no item 6.3.5, utilizando perfis H laminados nacionais da Açominas e considerando um comprimento efetivo de flambagem de 600cm .......................................................... 224

24

6.4 COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE PILARES MISTOS

AÇO-CONCRETO PARCIALMENTE REVESTIDOS E

PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO PREENCHIDOS ............................. 225

6.4.1 Comparativo de custo de material entre um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido e um pilar

misto aço- concreto preenchido utilizando um perfil H laminado nacional da Açominas e um tubo fornecido por Vallourec & Mannesmann ................................................................. 225

6.4.2 Comparativo de custo entre um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido e um pilar misto aço-concreto preenchido utilizando nos pilares mistos um perfil eletro-soldado da Usiminas e um tubo fornecido por Vallourec & Mannesmann Tubes respectivamente ........................ 228

6.5 COMPARATIVO DE CUSTO DE MATERIAL ENTRE PILARES

MISTOS AÇO-CONCRETO PARCIALMENTE REVESTIDOS ................... 231

6.5.1 Comparativo de custo de material entre um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido utilizando um perfil H laminado nacional da Açominas e um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido utilizando um perfil CE Eletro-soldado da Usiminas (COSIPA) ............................................ 231

6.6 COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE UM PILAR MISTO

AÇO-CONCRETO TOTALMENTE REVESTIDO E UM PILAR

MISTO AÇO-CONCRETO PREENCHIDO................................................... 235

6.6.1 Comparativo de custo de material entre um pilar misto aço-concreto preenchido e um pilar misto aço-concreto totalmente revestido, utilizando perfis H laminados nacionais da Açominas e tubos fornecidos por Vallourec & Mannesmann ........................................................................ 235

6.7 OUTRAS CONSIDERAÇÕES ....................................................................... 241

6.7.1 Índice para a correção monetária ........................................................... 241

25

6.7.2 Avaliação do custo do aço e do concreto praticado pelas empresas capixabas nos últimos anos ..................................... 242

7 CONCLUSÕES E INDICAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS ..................... 248

7.1 CONCLUSÕES ............................................................................................. 248

7.2 INDICAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS ................................................ 252

8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 253

26

1. INTRODUÇÃO__________________________________________________________________

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O método construtivo aço-concreto evoluiu significativamente nas últimas

décadas. Esta evolução pode ser atribuída ao desenvolvimento de novas técnicas

e processos construtivos mais industrializados e eficazes, que possibilitam a

execução de estruturas mais racionais. Este avanço científico e tecnológico

provocado pela necessidade de se atender às exigências arquitetônicas cada vez

mais ousadas e aos prazos construtivos cada vez mais curtos, incentivou o

desenvolvimento de metodologias construtivas mais eficientes e racionais, além

de provocar a obtenção de materiais mais resistentes e de impulsionar o

desenvolvimento de meios de transporte mais ágeis no manuseio com os

elementos estruturais. Atualmente, a utilização de sistemas estruturais formados

por elementos mistos aço-concreto vem sendo adotado em vários países ao redor

do mundo. Esta crescente utilização de elementos mistos aço-concreto na

construção é proporcionada pela excelente associação que pode ser obtida entre

os seus materiais constituintes. O aço e o concreto possuem um coeficiente de

dilatação térmica com valores muito próximos, isso possibilita que ambos

27

trabalhem em conjunto sem que a variação da temperatura cause a criação de

tensões significativas entre eles.

No desenvolvimento de novas técnicas e processos construtivos,

objetivando a racionalização na construção civil brasileira, a utilização de

elementos mistos na composição de sistemas estruturais apresenta eficiência

significativa. Dentre os elementos que compõem o sistema estrutural misto estão

os pilares mistos aço-concreto. A utilização de pilares mistos aço-concreto

justifica-se não só por vantagens econômicas e estruturais inerentes a estes

elementos, mas quando comparadas com a utilização de estruturas de concreto

armado que são largamente utilizadas no Brasil, justifica-se também por

vantagens construtivas inerentes à metodologia utilizada no seu processo

construtivo. Esta metodologia construtiva constitui um avanço tecnológico, que

possibilita uma racionalização na construção, causada pela diminuição da mão de

obra necessária devido à agilidade e facilidade construtiva, além de uma

economia do material empregado na sua execução.

A eficiência da racionalização da construção com a utilização de pilares

mistos aço-concreto é possibilitada pela união das vantagens econômicas,

construtivas e estruturais inerentes a cada um de seus elementos constituintes,

como a metodologia construtiva industrializada e a alta resistência do aço

associada à rigidez e o baixo custo do concreto, além do concreto também poder

ser utilizado para proteger o perfil de aço contra a ação do fogo e da corrosão.

Uma forma inteligente de se difundir a utilização de aço na construção de

estruturas no Brasil seria a sua utilização associada ao concreto nas estruturas

mistas aço-concreto.

A utilização de elementos mistos na composição de sistemas estruturais

apresentou crescimento significativo nas últimas décadas. Este crescimento de

utilização é atribuído por ZANDONINI (1994) a fatores como:

a) os avanços tecnológicos nos processos de obtenção de perfis tubulares e de

conectores metálicos tornaram mais fácil o acesso a tais materiais e diminuíram

os custos de produção;

28

b) os projetos arquitetônicos atuais exigem grandes áreas livres, implicando em

grandes vãos para as vigas, acréscimo de força nos pilares e um maior

espaçamento entre eles. Os elementos mistos possibilitam a redução das

dimensões da seção transversal, ampliando as áreas livres;

c) a necessidade de atender aos prazos de entrega da construção requer que

sejam empregados sistemas estruturais para os quais seja possível obter

rapidez e facilidade de execução, sem acréscimo no custo final da edificação;

d) aos avanços tecnológicos que permitem obter concreto e aço com alta

resistência e melhor comportamento. Tais avanços possibilitam também o

surgimento de guindastes móveis e outros equipamentos que facilitam o

transporte dos elementos.

Tal crescimento, sobretudo quanto à utilização de pilares mistos, justifica-

se por vantagens econômicas, construtivas e estruturais inerentes a estes

elementos. Algumas destas vantagens foram comprovadas por TAKEUCHI (1998)

apud DE NARDIN (2003) ao estudar a aplicabilidade de pilares preenchidos

constituídos por perfis de chapa fina em usinas nucleares. O estudo mostrou

redução de 20% no consumo de aço, redução de 30% no número de operários

necessários, além de algumas facilidades de execução decorrentes da

necessidade de executar serviços simples na obra como: montagem de painéis,

bombeamento do concreto e soldagens. Em função destes fatores, o tempo de

construção pôde ser reduzido em até cinco meses em relação a uma edificação

em concreto armado. O estudo em questão foi realizado considerando uma

estrutura mista composta por vigas, lajes e pilares mistos.

Embora de aplicação diversa, é nos sistemas estruturais de edifícios,

sobretudo nos edifícios altos, onde se verifica o maior número de aplicações dos

pilares mistos aço-concreto. A opção por tal elemento estrutural não se deve ao

acaso, e sim à comparação dos custos relativos aos materiais, equipamentos e

mão de obra envolvida no processo construtivo. Neste sentido, UY & PATIL (1996)

apresentam os custos relativos a diversas alternativas estruturais, comprovando

que a opção por pilares mistos preenchidos é extremamente vantajosa. Os

29

autores destacam que esta opção representa uma economia de 30% nos custos

referentes às etapas construtivas, quando comparado com pilares convencionais

de aço. Estes custos podem sofrer reduções ainda maiores se forem utilizados

aços e concretos de alta resistência.

Os pilares mistos preenchidos, além de freqüentemente oferecerem

vantagens econômicas em relação aos pilares de aço e de concreto armado,

possuem a vantagem de permitir que se consigam diferentes resistências com

dimensões externas constantes, obtidas a partir da variação da espessura das

chapas que compõem o perfil, da resistência do concreto e da bitola das

armaduras longitudinais. Mantendo-se constantes as dimensões externas dos

pilares ao longo de um número maior de andares, torna-se mais fácil o

detalhamento arquitetônico.

1.2 VANTAGENS DOS PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO

A utilização de pilares mistos aço-concreto une as vantagens do concreto

como o baixo custo e a rigidez, com as vantagens do aço como a pré-fabricação e

a rapidez na execução.

A seguir são citadas as principais vantagens na utilização de pilares

mistos na construção:

1.2.1 Vantagens dos pilares mistos quando comparados com os pilares de concreto armado

a) possibilita a execução de pilares esbeltos, com uma seção transversal reduzida

oferecendo maior liberdade espacial aos arquitetos. A utilização de pilares

esbeltos acarreta uma diminuição do volume da estrutura, conseqüentemente,

possibilita a obtenção de uma maior área livre nos pavimentos, principalmente

nos andares mais baixos de edificações altas. A redução do peso global da

estrutura acarreta a utilização de fundações mais leves e otimizadas. A

30

utilização do concreto de alto desempenho possibilita uma maior esbeltez nos

pilares mistos aço-concreto, além de possibilitar uma maior velocidade no

processo construtivo devido ao menor volume de material;

b) a ductilidade é outro ponto que diferencia os pilares mistos, os quais

apresentam um comportamento mais “dúctil” quando comparados com pilares

de concreto armado isolados;

c) os perfis além de exercerem função estrutural para a edificação, podem ser

utilizados como estrutura na fase construtiva, proporcionando uma diminuição

de custo com escoramentos e conseqüentemente uma economia de material e

mão de obra;

d) nos pilares mistos preenchidos e nos pilares mistos parcialmente revestidos, o

próprio perfil tubular é utilizado como fôrma, não havendo necessidade de

fôrmas provisórias, o que torna a construção mais racional e ecologicamente

mais correta, contribuindo assim para tornar a construção civil mais sustentável;

e) possibilita a manutenção do canteiro de obras mais limpo devido à metodologia

construtiva mais racional, que utiliza uma quantidade reduzida de fôrmas e

escoramentos;

f) redução do tempo de execução possibilitado pela metodologia construtiva

industrializada, reduzindo custos e possibilitando o retorno mais rápido do

capital investido;

g) aumento da precisão dimensional na construção, reduzindo o custo com

revestimentos e correções de prumo e nível;

h) maior resistência à abrasão.

1.2.2 Vantagens dos pilares mistos quando comparados com os pilares de aço

a) a combinação dos materiais aço e concreto nos pilares mistos contribuem para

um aumento na rigidez da estrutura, acarretando uma maior resistência aos

carregamentos horizontais, causados principalmente pelo vento e pelas

solicitações decorrentes de sismos, além do aumento da resistência à

31

flambagem. O concreto exerce um enrijecimento na seção de aço, eliminando

ou reduzindo os problemas de instabilidades locais e globais. Esta alta

resistência e rigidez explicam as excelentes propriedades resistentes dos

pilares mistos preenchidos quanto à atuação de ações sísmicas, favorecida

pela capacidade deste tipo de pilar misto em absorver energia;

b) boa resistência em situação de incêndio, inclusive os pilares mistos

preenchidos, onde o núcleo de concreto funciona como uma espécie de

dissipador de calor, melhorando a resistência da seção de aço ao fogo a tal

ponto que, em diversas situações se torna desnecessário o uso de materiais

específicos para este fim (FIGUEIREDO,1998);

c) boa proteção contra a corrosão nos pilares mistos revestidos além de uma boa

proteção contra corrosão na face interna dos tubos preenchidos de concreto;

d) redução considerável do aço estrutural, o que possibilita um custo menor do

material, tornando a construção mais econômica;

e) redução das dimensões externas da seção transversal, acarretando em peças

mais esbeltas devido ao aumento da resistência causada pelo acréscimo do

concreto no perfil de aço, tanto os pilares mistos preenchidos quanto os pilares

mistos parcialmente revestidos.

f) maior resistência a impactos como os provenientes de choques de veículos

Obs.: É comum nos Estados Unidos, na construção de edifícios em estrutura

metálica, a utilização de pilares mistos revestidos nos andares térreos

destinados à garagem de veículos.

Numa avaliação de viabilidade deve ser considerado que a mão de obra

necessária para a execução de pilares mistos é maior que a mão de obra

necessária para a execução de pilares de aço.

1.3 OBJETIVOS

Este trabalho pretende contribuir para a ampliação do conhecimento e a

divulgação da utilização dos pilares mistos no Brasil, onde se torna cada vez mais

32

freqüente a utilização de elementos estruturais mistos como as lajes mistas e as

vigas mistas, porém o mesmo não ocorrendo com os pilares mistos.

Verificar as diferenças significativas entre as principais normas aplicáveis

no dimensionamento de pilares mistos, fazendo um estudo comparativo entre o

EUROCODE 4 (1994), a NBR 14323 (1999), o texto base de revisão da NBR 8800

(2003) e o projeto de revisão da NBR 8800 (2006).

Fazer um estudo comparativo de custo entre os pilares mistos aço-

concreto, pilares metálicos e pilares de concreto, avaliando a viabilidade

econômica da utilização de pilares mistos aço-concreto no Brasil.

1.4 JUSTIFICATIVA

As atividades de pesquisa no campo das estruturas mistas aço-concreto

são de suma importância para a modernização dos sistemas construtivos de

estruturas, sobretudo no que se refere à adoção do modelo construtivo mais

racional, buscando otimizar consumo de material e mão de obra.

Na busca de novas técnicas e processos construtivos mais racionais, que

se estabeleçam junto aos métodos convencionais, a absorção do método

construtivo misto aço-concreto e de seu processo industrial de produção se

apresenta como um importante agente de transformação. A estrutura mista por

suas próprias características, e pelas características de seu modelo construtivo,

pode incrementar as transformações pretendidas para um modelo sustentável de

desenvolvimento.

Numa sociedade onde o modelo construtivo está diretamente relacionado

com o concreto armado, uma forma sensata de se introduzir um processo

construtivo mais industrializado e racional seria a introdução do sistema misto aço-

concreto, o qual amplia consideravelmente a gama de soluções em concreto

armado, além de unir algumas das principais vantagens do aço como a pré-

fabricação e rapidez na execução, com o baixo custo e a rigidez do concreto.

Esta pesquisa foi definida em virtude da crescente demanda da utilização

de estruturas metálicas na construção brasileira, associada à oportunidade de

33

pesquisar um assunto em evidência no mestrado de engenharia civil da UFES

(Universidade Federal do Espírito Santo).

Pretende-se demonstrar com este estudo que existem diversas

possibilidades de se executar estruturas econômicas e racionais com a utilização

de pilares mistos aço-concreto na construção.

A substituição das fôrmas de madeira comuns em estruturas de concreto

armado pelos próprios perfis metálicos que compõem a seção transversal e que

também exercem função estrutural nos pilares mistos aço-concreto preenchidos e

parcialmente revestidos, causa uma redução no desperdício com materiais

provisórios como pregos e madeira, diminuindo a energia incorporada no processo

construtivo, contribuindo assim para um desenvolvimento sustentável na

construção.

1.5 LIMITAÇÕES

Devido ao concreto de alto desempenho (CAD) apresentar propriedades

mecânicas diferentes dos concretos convencionais, conforme abordado no item

3.1.3, o estudo comparativo abordará concretos com resistência à compressão

máxima de 50 MPa.

Não foram considerados os custos das ligações no comparativo dos

pilares mistos devido a complexidade de resultados e dificuldade de avaliação

orçamentária que isso poreria gerar.

1.6 METODOLOGIA

1.6.1 Bibliografia

Bibliografia específica sobre o assunto.

Normas técnicas brasileiras, européias e americanas.

34

1.6.2 Programa

Foi utilizado o programa Mathcad para o dimensionamento dos pilares

mistos.

Foi utilizado o programa CAD/TQS-V.11, da TQS INFORMÁTICA LTDA,

para o dimensionamento dos pilares de concreto armado.

1.6.3 Análise e interpretação dos dados

Os resultados foram analisados e apresentados através de tabelas

comparativas e gráficos ilustrativos (curvas de interação), com a utilização da

planília eletrônica (Microsoft Excel 2003).

1.7 APRESENTAÇÃO

Esta dissertação foi dividida em sete capítulos assim constituídos:

Capítulo 01 – Neste capítulo foi feita uma introdução do trabalho, descrevendo as

justificativas para a sua execução, os objetivos a serem alcançados, as limitações

da pesquisa e a metodologia a ser utilizada, além de relatar as vantagens na

utilização de pilares mistos na construção. Em seguida é feita a apresentação de

todo o conteúdo da dissertação.

Capítulo 02 – Este capítulo foi denominado “Pilares Mistos aço-concreto” onde é

feito um histórico e uma revisão bibliográfica em relação aos pilares mistos,

abordando os seus materiais constituintes, seu surgimento, os tipos e

características principais, algumas aplicações, as características relevantes no

que se refere aos aspectos construtivos, econômicos e estruturais, além de

apresentar um sucinto estado da arte relacionando os principais trabalhos

executados sobre este assunto nos últimos anos.

35

Capítulo 03 – Neste capítulo foi feita uma abordagem sobre a seção mista aço-

concreto, avaliando os materiais constituintes, as suas principais características e

o comportamento estrutural em conjunto desses materiais. Neste capítulo também

foram feitas abordagens sobre os conectores de cisalhamento e as ligações.

Capítulo 04 – Neste capítulo foi feito um estudo das principais normas técnicas e

códigos destinados ao dimensionamento de pilares mistos, fazendo um

comparativo entre o EUROCUDE 4 (1994), a NBR 14323 (1999), o texto base de

revisão da NBR 8800 (2003) e o projeto de revisão da NBR 8800 (2006).

Capítulo 05 – Neste capítulo foi feito um exemplo comparando de dimensiona-

mento de um pilar misto aço-concreto totalmente revestido, adotando os

procedimentos recomendados pelo EUROCUDE 4 (1994), pela NBR 14323

(1999), pelo texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e pelo projeto de revisão

da NBR 8800 (2006).

Capítulo 06 – Neste capítulo foram feitos vários comparativos de custo tentando

abordar qual o pilar misto e qual a seção transversal mais econômica e a mais

racional para a realidade econômica brasileira atual. São feitos comparativos entre

pilares mistos, entre pilares mistos e pilares de aço, e entre pilares mistos e pilares

de concreto armado. De forma ilustrativa também foram feitos alguns exemplos de

dimensionamento de pilares mistos aço-concreto e de um pilar de aço.

Capítulo 07 – Neste capítulo foi apresentada a conclusão do trabalho, além de

algumas sugestões para futuras pesquisas.

36

2. PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO__________________________________________________________________

2.1 HISTÓRICO DO AÇO, DO CONCRETO E DOS PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO

Em meados do século XIX, liderados pelo desenvolvimento de novos

métodos de produção agrícola e industrial, inicia-se um movimento de

industrialização na Europa, inicialmente na Grã-Bretanha e posteriormente em

vários países europeus. O aço é uma das grandes referências da Revolução

Industrial, simbolizada pela imponência da Torre Eiffel, mostrada na figura 2.1,

construída para a exposição de Paris de 1889, em comemoração ao centenário da

revolução francesa. Com 312,27m de altura, chegando a 324 m se considerada a

antena, a Torre Eiffel foi construída com uma metodologia de ponta, sendo

utilizado 7.300 toneladas de aço em 2 anos, 2 meses e 5 dias de construção.

Um exemplo interessante da utilização do aço no Brasil foi a importação

do Palácio de Cristal em 1879, mostrado na figura 2.2. Este produto da Revolução

Industrial foi encomendado pelo Conde D’eu, marido da Princesa Isabel, para a

Associação Hortícola de Petrópolis, no período do Imperador Dom Pedro II. O

Palácio de Cristal foi construído nas oficinas da Sociedade Anônima de Saint-

37

Sauvers Les Arras na França e inaugurado em Petrópolis no Rio de Janeiro em

1879.

Figura 2.1 Torre Eiffel Figura 2.2 Palácio de Cristal Foto do autor Foto do autor

O ferro, de material considerado raro desde a sua primeira obtenção no

oriente em aproximadamente 6.000 a.C., passa a ser produzido em grande escala

nos países europeus mais desenvolvidos do século XIX como a Inglaterra, a

França e a Alemanha.

Foi nesse século de grandes descobrimentos e transformações que na

Inglaterra se desenvolveu o processo Bessemer de transformação do ferro em aço

e onde finalmente o aço foi processado por Sidney Tomas e Gilchrist. Utilizado

pela primeira vez em edifícios de múltiplos andares na fábrica de chocolates de

Noisiel-Sur-Name, próximo a Paris, em 1872, o aço passa a ser material

fundamental na construção de edifícios altos a partir desse momento, incentivado

pela onda de invenções importantes ocorridas neste período como a descoberta

dos motores a combustão, da lâmpada, do telefone e do elevador para

passageiros, que foi desenvolvido por Elisha Ótis nos estados Unidos em 1857.

38

O surgimento das primeiras estruturas mistas utilizando o aço associado

ao concreto data de 1894 quando, segundo GRIFFIS (1994) apud DE NARDIN

(1999) foram construídas uma ponte em Lowa e o Edifício Methodist Building em

Pittsburgh, nos Estados Unidos, ambos utilizando vigas metálicas de seção I

revestidas com concreto. Estas duas construções evidenciaram duas importantes

vantagens atribuídas às estruturas mistas: a proteção contra o fogo e a corrosão.

Atualmente, graças à evolução das técnicas de produção dos materiais, no

mercado brasileiro são encontrados materiais de proteção contra a ação do fogo e

da corrosão com custo inferior ao do concreto.

Semelhante ao surgimento das vigas mistas, os pilares mistos revestidos

de concreto, que foram os primeiros pilares mistos a surgir, também utilizaram o

concreto como uma alternativa simples e pouco onerosa de proteção dos perfis

metálicos contra a ação nociva do fogo e da corrosão e, portanto, sem função

estrutural. No fim do século XIX, os engenheiros já estavam familiarizados com o

uso do aço na construção de estruturas industriais e obras de engenharia, porém

não existiam pesquisas sobre o ganho de resistência da estrutura metálica quando

associada ao concreto. Segundo BONALDO (2001), as primeiras aplicações de

colunas de aço tubular preenchidos com concreto foram realizadas também no

mesmo período. De acordo com GARDNER & JACOBSON (1967), o primeiro

registro do emprego de tubos metálicos preenchidos com concreto atuando como

coluna foi feito no ano de 1902. O motivo que levou ao preenchimento era de usar

o concreto para resistir ao enferrujamento interno das colunas de aço de seção

vazada. Somente depois que algumas destas colunas foram acidentalmente

carregadas, foi possível concluir que a rigidez tinha aumentado em pelo menos

25%.

Se o século XIX foi marcado pela utilização do aço na construção de

estruturas industriais e obras de engenharia como pontes, viadutos e estações

ferroviárias, o início do século XX viu a exploração deste material na construção

de edifícios de múltiplos andares.

Nas primeiras décadas do século XX, com a corrida à verticalidade

estimulada pela rivalidade entre as grandes cidades americanas como Chicago e

39

Nova York, surgiram os primeiros edifícios altos utilizando estrutura mista como o

Empire State Building com 373 metros de altura, figura 2.3 e 2.4, e o Chrysler

Building.

Usando tecnologia nova e técnicas de administração, o edifício Empire

States subiu a uma razão de quatro andares e meio por semana, com 3.500

trabalhadores. A construção levou um ano e seis semanas do início ao fim,

chegando ao ponto de se erguer 14 andares em 10 dias.

Fig

ura 2.3 Ed. Empire States Figura 2.4 Ed. Empire States

(Annotated Arquiteture, 1998) (www.pt.wikipedia.org)

Nos primeiros edifícios de múltiplos andares, o concreto foi primeiramente

utilizado para uma proteção dos perfis de aço contra o fogo e a corrosão, sem

contudo tomar partido do aumento de resistência que esta associação traria à

estrutura calculada como metálica. Posteriormente, verificou-se o aumento de

resistência que se poderia alcançar com perfís metálicos associados ao concreto,

estimulando pesquisas com o intuito de tomar partido deste aumento de

40

resistência para uma economia de material estrutural. Lajes maciças com vigas de

aço revestidas foram bastante utilizadas nas décadas de 40 e 50. O

desenvolvimento dos conectores de cisalhamento contribuiu significativamente

para acelerar os avanços associados às vigas mistas. Hoje, vigas e treliças mistas

com conectores de cisalhamento e lajes com forma de aço incorporada são

intensamente usadas em edifícios de múltiplos andares.

FIGUEIREDO (1998) cita que GRIFFIS (1994) aponta o laboratório de

Columbia como o primeiro a desenvolver ensaios em pilares mistos em 1908

enquanto FURLONG (1988) cita BURR como um dos pioneiros nos ensaios

também em 1908. Segundo MALITE (1990), em meados de 1930 alguns métodos

de dimensionamento de vigas mistas já estavam estabelecidos pelo New York

City Building Code, sendo em 1944 introduzidos na norma da American

Association of State Highway Officials (AASHO, hoje denominada AASHTO) e em

1952 no American Institute of Steel Construction (AISC). Na década de 50 os

pilares mistos preenchidos começaram a ser detalhadamente estudados.

No Brasil, a utilização dos sistemas estruturais formados por elementos

mistos só foi introduzida na década de 50, após a instalação tardia da primeira

siderúrgica brasileira em 1939, a CSN (Compania Siderúrgica Nacional), em troca

da entrada do Brasil na II Guerra Mundial ao lado dos Estados Unidos. Esta

utilização restringiu-se a alguns edifícios e pequenas pontes. Ainda hoje, a

utilização de sistemas estruturais formados por elementos mistos está restrita a

poucas obras devido ao baixo custo e à cultura preferencial dos engenheiros civis,

arquitetos e construtores brasileiros por estruturas em concreto armado. Esta

tendência pela utilização do concreto armado nas construções brasileiras pode ser

historicamente compreendida se lembrarmos que foi construído no Brasil o

primeiro arranha-céu em concreto armado do mundo (sede de “A Noite”, no Rio de

Janeiro) (SUSSEKIND, 1979), além de o Brasil ser conhecido mundialmente por

possuir arquitetos e calculistas que possuem preferência significativa pelo

concreto armado, como o arquiteto mundialmente conhecido Oscar Niemayer, que

deu exemplo de criatividade e arrojo na aplicação deste tipo de material.

41

A primeira norma brasileira a abordar elementos mistos foi a NBR 8800

(1986): - “Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios” que, no entanto se

limita a abordar somente os elementos mistos fletidos (vigas mistas). A primeira

norma brasileira a abordar o dimensionamento de pilares mistos em situação de

temperatura ambiente foi a NBR 14323 (1999): “Dimensionamento de estruturas

de aço em situação de incêndio”, que aborda o dimensionamento de pilares mistos

em situação de temperatura ambiente e em situação de incêndio. O texto-base de

revisão da NBR 8800 (2003) e o projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

incorporaram em seu escopo o dimensionamento de pilares mistos em

temperatura ambiente, enquanto o texto base de revisão da NBR 14323 (1999)

passa a abordar apenas o dimensionamento de pilares mistos em situação de

incêndio.

No Brasil é interessante citar a construção dos edifícios: Garagem

América (São Paulo-SP, 1957), figura 2.5, Palácio do Comércio (São Paulo – SP,

1959), figura 2.6, Avenida Central (Rio de Janeiro – RJ, 1961), Santa Cruz (Porto

Alegre – RS, 1963) e Sede do IPERJ (Rio de Janeiro – RJ, 1965) os quais têm

projeto estrutural do engenheiro Paulo R. Fragoso (Edificações de Aço no Brasil,

1999), e o escritório central da CSN (1963) o qual tem projeto estrutural do

engenheiro José Vilas Boas (DE NARDIN, 1999).

Figura 2.5 Ed. Garagem América Figura 2.6 Ed. Palácio do Comércio

(Edificações de Aço no Brasil, 1999) (Edificações de Aço no Brasil, 1999)

42

Atualmente, os sistemas estruturais mistos são largamente empregados

em estruturas de pontes, viadutos e edifícios altos. Como pólos de utilização

citam-se países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Áustria,

Austrália, China e Japão.

Segundo FIGUEIREDO (1998), um uso muito freqüente de pilares mistos

nos Estado Unidos é em sistemas estruturais tubulares, onde a estrutura externa

tubular, que irá resistir a todo carregamento lateral devido ao vento e à ação

sísmica, é formada por pilares mistos muito próximos. Nas ultimas décadas, a

utilização de pilares mistos preenchidos apresentou um crescimento significativo

em todo o mundo, sobretudo em edifícios altos, demonstrando que é uma

tendência em diversos países americanos, europeus e asiáticos. BONALDO

(2001) enfatiza que os pilares mistos preenchidos ganharam aplicação estrutural

difundida em regiões sujeitas aos sismos, devido principalmente a sua alta

ductilidade e baixa degradação da resistência sob carregamentos cíclicos.

GRIFFIS (1994) apud FIGUEIREDO (1998) cita alguns edifícios nos

Estados Unidos em estrutura mista, inclusive com pilares mistos:

- Control Data Building, Houston, Texas. Construído em 1969 com 20 andares, a

sua construção marcou o início da era dos edifícios de múltiplos andares em

estruturas mistas.

- Tree Houston Center Gulf Tower, Houston Texas. Com 52 andares e com

sistema estrutural tubular, destacou-se pela diferença de 12 andares entre as

operações de montagem da estrutura de aço e a concretagem.

- First City Tower, Houston Texas. Com 49 andares, foi projetado e construído

com pilares mistos nas quarto faces da edificação.

- Momentum Place, Dallas, Texas. Com 60 andares, envolveu pesquisas

preliminares intensas para se escolher a melhor opção do sistema estrutural e do

esquema de construção.

43

- Inter First Plaza, Dallas, Texas. Com 72 andares, este edifício é suportado por 16

pilares mistos de grande porte posicionados a 6 m do perímetro do edifício,

resultando em uma solução arquitetônica mais interessante.

- Bank of China Building, Hong Kong. Com 369 m de altura em 72 pavimentos, é

hoje o décimo primeiro edifício mais alto do mundo.

DE NARDIN (1999) cita alguns edifícios altos espalhados pelo mundo, nos

quais os pilares mistos preenchidos fazem parte do sistema estrutural.

- Casselden Place, Melbourne, Austrália. Construído em 1992, possui 43

pavimentos, totalizando 166m de altura. Os pilares possuem seção circular com

95 cm de diâmetro, preenchidos com concreto de 70 MPa de resistência a

compressão. Os pilares tubulares foram posicionados e fixados com altura de

seis pavimentos e em seguida o concreto foi bombeado para dentro do perfil, por

meio de aberturas na base do pilar. O Ed. Casselden Place pode ser visto nas

figuras 2.7 e 2.8.

Figura 2.7 Ed. Casselden Place Figura 2.8 Ed. Casselden Place

( www.skyscraperphotos.com ) ( www.skyscraperphotos.com )

44

- Two Union Square, Washington, Estados Unidos. Este edifício possui 220 m de

altura, com 60 pavimentos. O estudo de diversas opções estruturais indicou que

a utilização de pilares mistos preenchidos era a mais vantajosa devido à

necessidade de consideração da ocorrência de ações sísmicas.

- Commerzbank, Frankfurt, Alemanha. Este edifício de 259 m de altura em 63

pavimentos chega a 300.10 m de altura quando considerada a antena.

Inaugurado em 1997, foi projetado pelo Britânico Norman Foster, um dos

arquitetos mais famosos do mundo. Três grandes pilares mistos preenchidos, de

seção triangular, compõem seu sistema estrutural, figuras 2.9 e 2.10.

Figura 2.9 Ed. Commerzbank Figura 2.10 Ed. Commerzbank

( www.emporis.com ) ( www.emporis.com )

- Riverside Office e Myer Center, Adelaide, Australia. Este edifício possui pilares

mistos preenchidos circulares.

45

Como exemplo mais recente desta associação de tecnologias, cita-se o

Edifício Millennium Tower, localizado em Viena, na Áustria (figura 2.11). A torre do

edifício tem seu sistema estrutural constituído por um núcleo central de concreto

armado circundado por dois círculos concêntricos, formados por pilares e lajes

mistas. Os pilares são do tipo preenchido ou revestido e têm seção circular. Na

verdade o Edifício Millenium Tower possui estrutura híbrida, constituída por

elementos mistos e elementos em concreto armado. Esse edifício que possui uma

área total construída de 100.000 m² foi executado em oito meses.

Figura 2.11 Ed. Millennium Tower

(www.emporis.com)

46

Outro exelente exemplo de aplicação dos pilares mistos preenchidos é o

Shopping Center Isso Omena na Finlândia. Ele abrange uma área para lojas, uma

torre comercial e outra residencial, localizadas acima do shopping center. A

estrutura do shopping center é formada por lajes alveolares pré-moldadas com 50

cm de espessura, vigas metálicas e pilares preenchidos. Nesses pilares foram

acrescentadas barras de armadura para aumentar a taxa de armadura

longitudinal. O fechamento da estrutura é constituído por painéis pré-fabricados do

tipo sanduíche.

Estes exemplos estão espalhados em diversos continentes e demonstram

que as boas características dos elementos mistos e, em especial, dos pilares

mistos, constitui fato comprovado pelo meio técnico.

2.2 PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO

Os elementos mistos aço-concreto são formados a partir da associação de

um ou mais componentes de aço preenchidos ou revestidos com o concreto,

simples ou armado, formando um pilar misto, uma viga mista, uma laje mista ou

uma ligação mista.

Pilares mistos aço-concreto são pilares formados pela associação de um ou

mais perfis estruturais de aço revestidos com concreto, ou por um tubo de aço

(circular ou retangular) preenchido com concreto. O perfil de aço pode ser

laminado ou soldado e o tubo pode ser laminado, soldado ou de chapa dobrada

(calandrado no caso de seção circular, composto de chapas no caso de seção

retangular ou pode ser perfilado a frio). A NBR 14323 (1999) define no seu anexo

B, item B.2.2.2 que os perfis de aço podem ser soldados ou laminados. O texto

base de revisão da NBR 8800 (2003) define no seu anexo R, item R.1.1.2, que os

pilares mistos com seções transversais total ou parcialmente revestidas com

concreto devem possuir perfil de aço I ou H soldado ou laminado. Os pilares com

seções transversais preenchidas com concreto devem possuir perfil de aço tubular

retangular ou circular.

47

Em geral, o termo pilar misto refere-se a uma peça sujeita a compressão

pura ou compressão e flexão, construída de forma que o aço e o concreto

trabalhem em conjunto, sem escorregamento relativo significativo na superfície de

contato. Esta interação entre o concreto e o perfil de aço pode se dar por meios

mecânicos, conectores, ressaltos, por atrito, ou por simples aderência e repartição

de cargas.

2.2.1 Tipos de pilares mistos

Os pilares mistos são classificados em função da posição em que o

concreto ocupa na seção mista.

Segundo a NBR 14323 (1999) são previstos os pilares mistos mostrados

na figura 2.12:

Figura 2.12 Tipos de pilares mistos segundo a NBR 14323 (1999)

b

y

c

ch

y

x x

zbcx cx

ych

yc

t

xewt

ye

x

e y

yex

t

x

y

b

h

a)

c)

e

x

d)

b)

e

y

yx

xt

d

wt

y

ft

y

x h=h c

cb = bz

x

x

e ye y

48

a) Perfil de aço totalmente revestido por concreto: Nos pilares mistos totalmente

revestidos por concreto, a presença do concreto como revestimento, além de

propiciar maior resistência, minimiza os efeitos de flambagem local e global dos

elementos da seção de aço, além de fornecer uma maior proteção ao fogo e a

corrosão ao pilar de aço. A principal desvantagem desse tipo de pilar é a

necessidade de utilização de fôrmas para a concretagem, além de requerer

cuidados no posicionamento e fixação dos perfis e barras de armadura.

b) Perfil de aço parcialmente revestido por concreto: Os pilares mistos

parcialmente revestidos caracterizam-se pelo não envolvimento completo da

seção de aço pelo concreto. O EUROCODE 4 (1994) foi a primeira norma a

abordar este tipo de pilar misto. A facilidade de se poder executar a

concretagem do pilar misto parcialmente revestido de concreto enquanto o perfil

de aço está na posição horizontal, dispensando a utilização de fôrmas, torna-o

uma solução estrutural interessante.

c e d) Tubos de aço preenchidos por concreto: Algumas das principais vantagem

da utilização dos pilares mistos preenchidos são a sua grande ductilidade, que

lhe incumbe de grande resistência à abalos sísmicos e a falta da necessidade

da utilização de fôrmas e armaduras. Em algumas situações pode ser

considerado um ganho de resistência devido ao efeito do confinamento do

concreto. As principais desvantagens são que apesar de melhorar a resistência

ao fogo do perfil tubular, o concreto não exerce proteção total contra o incêndio,

se tornando necessária em algumas situações outra forma de proteção além da

dificuldade de fixação de conectores de cisalhamento se for necessária a sua

utilização.

No AISC-LRFD (1994), não são previstos pilares mistos parcialmente

envolvidos por concreto, figura 2.12 b.

49

Segundo o EUROCODE 4 (1994), além dos pilares mistos previstos na

NBR 14323 (1999), também são previstos os pilares mistos mostrados na figura

2.13:

x

yy

x

Figura 2.13 Outros tipos de pilares mistos previstos no EUROCODE 4

Os pilares mistos revestidos foram os primeiros pilares mistos a surgirem

e os primeiros a serem estudados. Existem vários tipos de pilares mistos

revestidos (figura 2.14).

Figura 2.14 Outros tipos de pilares mistos revestidos ( FIGUEIREDO, 1998)

50

Um exemplo interessante da utilização de pilares mistos totalmente

revestidos foi na execução do Edifício Burgos, na Av. da Boa Vista em Portugal.

Ele foi construído com a estrutura de lajes nervuradas e vigas chatas em concreto

armado convencional com a utilização de pilares mistos revestidos com concreto,

vide figuras 2.15, 2.16, 2.17, 2.18. Devido a esta associação de metodologias

construtivas, a estrutura convencional de concreto armado com a utilização de

pilares mistos revestidos de concreto, a estrutura do edifício Burgos pode ser

considerada uma estrutura híbrida.

Figura 2.15 Pilares mistos revestidos de concreto utilizados na construção do Ed. Burgos

( www.afaconsultores.pt/afassociados )

Figura 2.16 Detalhe dos perfis sendo utilizados como conectores de cisalhamento

( www.afaconsultores.pt/afassociados )

51

Figura 2.17 Estrutura composta de vigas chatas e lajes nervuradas em concreto armado

( www.afaconsultores.pt/afassociados )

Figura 2.18 Detalhe da seção transversal de dois pilares mistos utilizados no Ed. Burgos

( www.afaconsultores.pt/afassociados )

Há também os pilares do tipo battened, figura 2.19, formados por dois

perfis tipo U, ligados entre si por talas e preenchidos com concreto. Ele não é

52

citado pelas normas brasileiras nem pelas principais normas estrangeiras. Sua

utilização restringe-se a investigações experimentais devido à facilidade de

instrumentação do concreto. As principais vantagens dos pilares tipo battened são

o bom aproveitamento do aço devido ao posicionamento no local mais solicitado

do pilar, a falta de necessidade da armadura longitudinal ou transversal, a falta de

necessidade de conectores de cisalhamento e a facilidade de conexão com as

vigas devido ao fácil acesso ao seu interior utilizando-se das aberturas laterais.

FIGUEIREDO (1998) cita que outra aplicação muito usual dos pilares

mistos é em recuperação de estruturas, em face às facilidades que este tipo de

solução propicia. No caso dos pilares de aço, o pilar a ser reforçado é facilmente

enrijecido e tem ganhos significativos de resistência quando é revestido com

Figura 2.19 Pilar misto do tipo battened

53

concreto se tornando assim um pilar misto. No caso dos pilares de concreto a ser

reforçado, a opção é se utilizar de perfis ou chapas de aço, que acarreta num

aumento mínimo na seção transversal do pilar, convertendo-o em um pilar misto.

2.2.2 Aspectos construtivos

A seqüência construtiva de um edifício constituído por pilares mistos aço-

concreto deve ser considerada cuidadosamente, principalmente quando a

concretagem dos pilares mistos for efetuada depois da montagem da estrutura.

Deve ser lembrado que os pilares mistos aço-concreto só atingem a resistência

final após a cura do concreto. A técnica construtiva mais utilizada em edifícios de

múltiplos andares que empregam pilares mistos em seu sistema estrutural inicia-

se com a fixação dos perfis tubulares e das vigas de aço em vários andares e

posteriormente procede-se o lançamento de concreto.

Um detalhe fundamental na execução dos pilares mistos é a determinação

do número de pavimentos que serão erguidos até a concretagem da estrutura.

Deve-se associar a velocidade de execução da estrutura metálica, com a

segurança na estabilidade e na resistência da estrutura. Para se obter uma

construção mais racional deve-se reduzir ao máximo possível o número de

concretagens, respeitando-se os limites de resistência do pilar de aço isolado na

fase de execução. Segundo VALLENILLA & BJORHOVDE (1990), podem ocorrer

problemas de instabilidade do edifício se um número elevado de pavimentos for

montado sem a correspondente concretagem, além de sobrecarregar os pilares de

aço dos pavimentos inferiores ao pavimento da etapa de concretagem. É por esta

razão que se deve limitar o número de pavimentos por etapa de concretagem

durante a fase construtiva.

Uma técnica construtiva muito interessante empregada em sistemas

estruturais formados por pilares mistos preenchidos consiste em bombear o

concreto para o interior do tubo metálico de baixo para cima, não sendo

necessário neste caso a vibração do concreto. FIGUEIREDO (1998) chama esta

54

técnica de pumped into and up, onde o concreto preenche o tubo por meio de

bombeamento na base, sem a necessidade de vibração (figura 2.20).

Figura 2.20 Detalhe do bombeamento do concreto em pilares mistos preenchidos

(DE NARDIN, 1999)

UY & DAS (1997) apud DE NARDIN (1999) explica que o concreto

bombeado aplica pressões hidrostáticas no perfil tubular e estas pressões podem

causar deslocamentos excessivos à meia altura do pilar, devendo-se, portanto,

utilizar limites adequados de esbeltez. Uma forma de reduzir a intensidade destes

deslocamentos laterais é fazer o escoramento dos perfis tubulares a meia altura.

Em determinadas situações, os pilares mistos preenchidos são apenas

utilizados nos primeiros pavimentos do edifício e nos demais são empregados

perfis metálicos isolados ou pilares em concreto armado. VALLENILLA &

BJORHOVDE (1990) propõem que o sistema estrutural final do edifício seja

55

formado por pórticos mistos nos primeiros pavimentos, por vigas mistas nos

pavimentos intermediários, e por elementos de aço isolados nos últimos

pavimentos. A proposição de utilização de pórticos mistos nos primeiros

pavimentos é óbvia, devido a estes pavimentos estarem sujeitos às maiores

solicitações, figura 2.21.

2.3 AS LIGAÇÕES

Há várias maneiras de se detalhar uma ligação viga-pilar em estrutura

mista. A escolha do tipo do detalhe de ligação irá variar de acordo com o tipo de

comportamento que o projetista deseja da ligação, além das limitações impostas

pelo projeto arquitetônico.

FIGUEIREDO (1998) exemplificou dois tipos de ligações normalmente

empregadas entre um pilar misto revestido e uma viga mista (figura 2.22). No

detalhe (a) verifica-se uma ligação assumida como flexível, constituída por

Figura 2.21 Sistema estrutural segundo VALLENILLA & BJORHOVDE (1990)

56

cantoneiras de alma parafusadas à mesa do pilar. FIGUEIREDO (1998) também

ressalta que uma alternativa interessante seria optar por ligações semi-rígidas,

que na maioria dos casos constitui uma solução mais prática e econômica, detalhe

(b).

Figura 2.22 Dois tipos usuais de ligações de pilares mistos revestidos e vigas mistas (DE NARDIN, 2003)

As ligações viga-pilar, no caso de pilares preenchidos, são usualmente

feitas por meio de soldagem direta da viga de aço ao perfil tubular, porém,

AZIZINAMINI & PRAKASH (1993) apud ALVA (2000), ressaltam alguns motivos

pelos quais se deve evitar esses tipos de ligações. A primeira é a possibilidade de

separação entre o perfil tubular e o núcleo de concreto, devido à transferência de

tensões de tração ao perfil, e a outra é que esses tipos de ligações induzem a

concentração de tensões que podem comprometer o efeito de confinamento do

concreto, podendo por conseqüência reduzir a resistência do pilar. Ele sugere dois

outros tipos de ligações os quais as forças são transmitidas para o núcleo do

concreto por parafusos que atravessam o perfil tubular (figura 2.23a), ou pela viga

de aço que passa completamente pelo pilar tubular (figura 2.23b).

Detalhe (b)Detalhe (a)

57

Figura 2.23 Dois tipos de ligações investigadas por AZIZINAMINI & PRAKASH (1993)

apud ALVA (2000)

2.4 OS CONECTORES DE CISALHAMENTO

Todo o dimensionamento das estruturas mistas é baseado na ação

conjunta entre o perfil de aço e o concreto, logo, a transmissão das forças

longitudinais de cisalhamento entre estes dois materiais deve ser garantida.

Existem situações onde estas forças são suportadas apenas pela aderência e pelo

atrito, porém, quando a aderência e o atrito na superfície aço-concreto não é

capaz de suportar tal força, é necessário que se faça esta conexão de

cisalhamento mecanicamente com a utilização de conectores de cisalhamento.

Os conectores de cisalhamento utilizados como solução para garantir a

interação entre o aço e o concreto após a perda da aderência foram inicialmente

indicados por duas patentes americanas. A primeira patente foi lançada em Detroit

(EUA) em 1903, e a segunda em Youngstown (EUA) em 1926. Ambas propunham

58

conectar a viga de aço a uma laje de concreto. O primeiro estudo sistemático de

vigas mistas com conectores de cisalhamento foi feito na Suíça em 1926 (VIEST

et al. (1997), Apud BIANCHI, 2002).

Os conectores tipo pino com cabeça foram os primeiros a surgir e são os

mais usados até hoje. Este tipo de conector não somente é um dos mais

econômicos como também o seu surgimento propiciou o uso de estruturas mistas

em edifícios.

Segundo VIES et al (1997) apud BIANCHI (2002), as primeiras estruturas

mistas com conector de cisalhamento tipo pino com cabeça foram construídas em

1956 nos Estados Unidos.

Os conectores de cisalhamento podem ser flexíveis ou rígidos. Esta

classificação está associada às características de suas respostas à ação do fluxo

de cisalhamento gerado na superfície de contato entre o perfil de aço e o concreto,

podendo ser expressa pela relação entre a força no conector e o deslocamento

relativo entre os elementos. O conector é considerado rígido quando esta relação

for alta e flexível quando esta relação for pequena.

Um conector flexível sob carregamento crescente pode continuar

deformando-se após atingir a sua resistência máxima sem atingir a ruptura,

permitindo uma redistribuição de esforços com os conectores vizinhos,

aproveitando de forma total a sua eficiência. A flexibilidade destes conectores

garante uma ruptura dúctil da ligação aço-concreto.

Os conectores rígidos têm um comportamento do tipo frágil, em que não

se verifica a redistribuição de esforços depois de atingida a capacidade máxima

dos conectores mais solicitados.

A seguir são mostrados alguns tipos usuais de conectores de

cisalhamento (figura 2.24).

59

60

Figura 2.24 Tipos usuais de conectores de cisalhamento (BIANCHI, 2002)

2.5 ESTADO DA ARTE EM PILARES MISTOS

Alguns trabalhos recentes interessantes que abordam pilares mistos e que

merecem ser citados:

No trabalho de FIGUEIREDO (1998) é feito um amplo estudo sobre pilares

mistos, abordando a classificação, os aspectos construtivos e estruturais. Depois

de avaliar o dimensionamento de pilares mistos pelas principais normas técnicas

existente na época, foram feitos quatro exemplos de dimensionamento de pilares

mistos, inclusive avaliando o tempo de resistência ao fogo dos pilares

dimensionados.

No trabalho de DE NARDIN (1999), procurou-se obter dados

experimentais sobre o comportamento de pilares mistos submetidos a compressão

simples. Este estudo teórico-experimental sobre pilares mistos possibilitou avaliar

parâmetros como a influência da forma da seção transversal, a relação largura/

espessura do perfil tubular e o efeito do confinamento no seu comportamento.

Foram analisadas seções quadradas, circulares e retangulares preenchidas com

concreto com resistência média de 50MPa. A ruína destes elementos

caracterizou-se pelo esmagamento do concreto, ocorrendo posteriormente a

61

flambagem local do perfil em diversos pontos. A capacidade resistente prevista por

diversas normas resultou em valores muito próximos dos experimentais, embora

várias destas normas não considerem o efeito do confinamento. Os ensaios

mostram que o efeito de confinamento contribui de forma decisiva na melhoria do

comportamento dos materiais, principalmente nas seções circulares. O

confinamento promove a ductilidade do concreto mudando seu comportamento de

material frágil para material com certa ductilidade, entretanto seus efeitos não são

significativos no aumento da capacidade resistente da seção mista.

De caráter geral, ALVA (2000) apresenta uma abordagem abrangente do

projeto de edifícios em estruturas mistas aço-concreto e dos principais elementos

que compõem este sistema. São abordadas as vigas mistas simplesmente

apoiadas e contínuas, as lajes mistas e os pilares mistos. Com relação aos pilares

mistos é feita uma abordagem sobre as principais normas de dimensionamento e

com base no EUROCODE 4 (1994) e NBR 14323 (1999), é feito um exemplo

explicativo de dimensionamento de um pilar misto preenchido de seção quadrada,

submetido a flexo-compressão. Neste exemplo é enfatizada a construção da curva

de interação momento-normal de elementos comprimidos.

BONALDO (2001) apresentou uma investigação experimental sobre o

comportamento estrutural de pilares mistos curtos, constituídos de tubos metálicos

com seção quadrada e retangular e núcleo de concreto de alta resistência

reforçados com fibras metálicas, submetidos à compressão axial e à flexo-

compressão. Com base nos resultados obtidos na investigação experimental dos

modelos solicitados à compressão axial, BONALDO (2001) concluiu que o

comportamento do pilar, assim como a ruptura apresentada em todos os ensaios

foi característica de pilares com alta ductilidade. Os pilares mistos, com núcleo de

concreto de alta resistência reforçados com fibras de aço apresentaram cargas

últimas inferiores às dos pilares com núcleo de concreto de alta resistência sem

adição de fibras. Foi atribuído a isto o fato de que a incorporação de fibras

introduziu vazios ao núcleo de concreto, provavelmente devido à utilização de

fibras inadequadas ou à utilização de um alto teor de fibras.

62

QUEIROZ (2001) fez um estudo experimental envolvendo um pilar misto

parcialmente revestido e um pilar de aço composto do mesmo perfil de aço do

pilar misto. Ele conclui que quando os dois tipos de pilares são submetidos às

mesmas condições de carregamento, tem-se que o pilar metálico representa

apenas 43% da resistência do pilar misto. Isto comprova que o concreto resiste a

uma parcela considerável da carga, além de reduzir a esbeltez efetiva da peça

metálica, aumentando a resistência do conjunto.

DE NARDIN (2001) apresenta um estudo teórico de pilares preenchidos

submetidos à flexão normal composta, realizado via simulação numérica. São

consideradas seções retangulares e circulares que apresentam valores diversos

de esbeltez, índice de forma D/t (diâmetro/espessura), excentricidade e resistência

dos materiais. Os valores de capacidade resistente teóricos são comparados com

valores experimentais e normativos (ACI, AISC, BS 5400). A análse comparativa

permitiu esboçar algumas conclusões parciais como: a norma BS 5400 não ser

muito adequada para prever a capacidade resistente à flexão normal composta de

pilares preenchidos, pois seus resultados diferem dos experimentais, indo contra a

segurança em alguns casos; quanto à norma americana ACI 318, os resultados

disponíveis indicaram uma boa correlação com os valores experimentais, para

materiais de resistência usual. Quando é utilizado concreto de alta resistência, os

valores previstos apresentam diferenças significativas em relação aos

experimentais; os valores revistos pela norma americana AISC, quando

comparados aos experimentais são controversos: às vezes superam os

experimentais e outras, são inferiores.

TARNOCZY (2001) mostra em seu trabalho a economia real conseguida

pela escolha de colunas mistas ao invés de colunas metálicas em edifícios de

andares múltiplos. Ele conclui que a economia atingível com a utilização de pilares

mistos chega a 50%, porém, as colunas parcialmente revestidas e as preenchidas

não mostram economia para cargas de pequena intensidade.

Em QUEIROZ & PRESTES (2001) é feito um comparativo entre um pilar

misto parcialmente revestido, um pilar metálico e um pilar de concreto armado,

todos com as mesmas dimensões externas. Neste trabalho chegaram-se às

63

seguintes conclusões: a resistência do pilar misto é sensivelmente maior que a de

um pilar de concreto de mesmas dimensões (esta diferença acentua-se quando

ocorre flexo-compressão); caso se queira utilizar perfis metálicos sem considerar a

ação mista, estes serão bem mais pesados para se chegar ao mesmo nível de

resistência do pilar misto; quando existe grande necessidade de área útil em um

projeto a opção pilar misto deve ser sempre considerada, pois esta solução

permite dimensões mais reduzidas para a seção transversal dos pilares.

DE NARDIN (2003) aborda o estudo de pilares preenchidos flexo-

comprimidos e algumas ligações viga-pilar. Para ambos, são realizadas

experimentações com modelos físicos e numéricos, sendo que para pilares

preenchidos um amplo estudo paramétrico foi desenvolvido. Algumas conclusões

interessantes foram apresentadas: a investigação da influência da aderência sobre

a capacidade resistente ou o comportamento do pilar preenchido permitiu concluir

que não há mudanças em nenhum destes dois fatores em função da aderência.

Mas a aderência não exerce influência sobre o comportamento ou a capacidade

resistente dos pilares preenchidos quando as forças são introduzidas

simultaneamente nos dois materiais. Caso esta introdução ocorra apenas num dos

elementos, seja no perfil tubular ou no núcleo de concreto, há reduções

excessivas no valor da capacidade resistente. Outro aspecto bastante explorado

nos textos teóricos disponíveis são a confiabilidade e a aplicabilidade das normas

técnicas para pilares preenchidos flexo-comprimidos. Os resultados obtidos

conduzem a afirmar que há boa correlação entre os valores de M e N previstos

pelas principais normas técnicas e os encontrados experimentalmente no

desenvolvimento desta tese.

CALDAS (2004) desenvolveu um modelo de elementos finitos para análise

de pilares mistos. Os resultados obtidos foram coerentes com os resultados

obtidos por outros trabalhos numéricos e experimentais. Porém, na sua conclusão

é observado que os parâmetros envolvidos na análise de estruturas mistas são

variados e complexos, o que mostra que há uma série de questões e fenômenos

que devem ser avaliados e analisados de forma mais consistente e eficaz.

64

3. A SEÇÃO MISTA E O COMPORTAMENTO ESTRUTURAL__________________________________________________________________

3.1 A SEÇÃO MISTA

A seção mista aço-concreto é composta de dois materiais: o aço e o

concreto.

A utilização do aço e do concreto associados têm como objetivo unir as

vantagens inerentes a estes dois materiais. É importante o conhecimento das

propriedades mecânicas destes materiais de forma a possibilitar um melhor

aproveitamento da seção mista.

Uma das principais propriedades que possibilita esta perfeita integração

entre o aço e o concreto é o coeficiente de dilatação térmica destes materiais. O

aço e o concreto são materiais que possuem um coeficiente dilatação térmica com

valores muito próximos, o que possibilita a utilização destes materiais associados

sem que sejam criadas grandes tensões na superfície de contato entre eles, salvo

65

em situações especiais como no caso do incêndio, onde a variação de

temperatura é muito grande e deve ser melhor analisada.

3.1.1 O aço

Nos pilares mistos o aço é utilizado nos perfis, nas barras de armadura,

nos estribos, nos conectores de cisalhamento, nos parafusos e nas ligações. Suas

principais propriedades são a alta resistência e a ductilidade, que é sua

capacidade de se deformar substancialmente antes da ruptura. Nos pilares mistos

preenchidos, o aço utilizado nos perfis tubulares possibilita um ganho considerável

de resistência devido ao confinamento exercido no concreto. Nas estruturas

mistas aço-concreto, além dos pilares mistos e das vigas mistas, o aço também é

empregado nas lajes mistas do tipo “steel-deck”, sendo utilizado estruturalmente

como fôrmas metálicas incorporadas. Na construção das estruturas mistas

brasileiras, o aço é principalmente utilizado nas vigas mistas e nas lajes mistas,

sendo atualmente muito pouco utilizado nos pilares mistos.

O aço é o produto de refinamento do minério de ferro e da sucata, que

junto com outros agentes como o coque e o oxigênio em alto forno, produzem

grande massa de ferro chamado “ferro gusa”. O ferro gusa é posteriormente

refinado para a remoção de excessos de carbono e outras impurezas e o

adicionamento de outros materiais, tais como: cobre, níquel, manganês,

molibdênio, fósforo, silício, enxofre, titânio, vanádio, nióbio etc., para desenvolver

uma resistência desejada, a ductilidade, a soldabilidade e outras características

como a resistência à corrosão. Sendo assim, o aço é basicamente uma liga ferro-

carbono com alguns elementos adicionais, podendo ter suas propriedades

mecânicas alteradas por meio de conformação mecânica ou tratamento térmico.

Dentre os elementos químicos presentes na composição do aço, o carbono é o

principal responsável por propriedades como resistência, ductilidade e

soldabilidade.

66

Os perfis de aço utilizados nos pilares mistos revestidos podem ser

laminados ou soldados e os tubos de aço utilizados nos pilares mistos

preenchidos podem ser laminados, soldados ou de chapa dobrada formados a frio.

Os perfis de chapa dobrada, também conhecidos como perfis formados a

frio, não são previstos na NBR14323 (1999). Eles são obtidos a partir de tiras de

chapas metálicas cortadas nas dimensões desejadas e dobradas através de

prensas dobradeiras ou perfiladeiras.

3.1.1.1 Principais características mecânicas

a) A resistência dos aços estruturais

O limite de escoamento e o limite de ruptura são as principais

características mecânicas para a determinação da resistência dos aços em

projetos estruturais. Na figura 3.1, observa-se um diagrama tensão x deformação

característico do aço.

Figura 3.1 Diagrama tensão x deformação (ILDONY et al., 2004)

67

A seguir são mostradas algumas propriedades mecânicas mínimas de

alguns aços estruturais (tabela 3.1).

Tabela 3.1 Propriedades mecânicas do aço (ILDONY et. al, 2004)

tf/cm² KN/cm² tf/cm² KN/cm²Denominação Características

Propriedades mecânicas mínimasLim ite de escoam ento Lim ite de ruptura

2,5 25 4,0 40ASTM A36 Aço carbono estrutural comum

ASTM A36MDCOS CIVIL Aço carbono média resistência

ASTM A570 G33Aço carbono laminado a quente

para perf is dobrados a frio

ASTM A572 G50-1Aço de baixa liga e alta resistência

mecânica

ASTM A709 G36

ASTM A709 G50, USI SAC-300, COSARCOR 400 e CSN COR-420

ASTM A588, USI SAC-350, COSARCOR 500

ASTM A709 G70, USI SAC-450

Aço de baixa liga e alta resistência à corrosão atmosférica

Aço de baixa liga e alta resistência à corrosão atmosférica

Aço de baixa liga e alta resistência mecânica e à corrosão atmosféricaAço de baixa liga e alta resistência mecânica e à corrosão atmosférica

3,0 30 4,0 40

2,3 3,623 35

3,45 4,534,5 45

2,5 25 4,0 40

3,0 30 4,0 4,2

40 42

49

58

353,5 4,9

4,9 49 5,8

b) Módulo de Elasticidade – A norma brasileira NBR 8800 (1986) recomenda que

seja adotadoE = 205.000 Mpa

c) Módulo de Elasticidade transversal (G ) - 78.85 GPa

d) Coeficiente de Poisson (υ ) - 0,3

e) Massa específica ( ρ ) - 7850 Kg/m³

3.1.2 O concreto

68

O concreto é o material utilizado nos pilares mistos para revestir ou

preencher os perfis de aço, melhorando as suas propriedades. Ele além de

possuir grande resistência à compressão, quando associado ao aço promove

grande rigidez à estrutura.

O concreto é composto basicamente de um aglomerante (cimento),

agregados miúdos (areia), agregados graúdos (brita), água e aditivo. A superfície

de contato entre a argamassa (aglomerante, agregados miúdos, água e aditivo) e

os agregados graúdos contém um grande número de microfissuras, mesmo antes

de ser sujeito a cargas externas. Esta interface entre argamassa e agregado

graúdo tem resistência à tração significativamente inferior à da argamassa, e esta

é a principal causa da baixa resistência à tração do concreto. O concreto é um

material que apresenta um comportamento frágil na ruptura.

3.1.2.1 Principais características mecânicas

As características mecânicas do concreto são definidas através de

ensaios de caracterização.

a) Resistência à compressão

A resistência à compressão uniaxial do concreto é avaliada através de

ensaios em corpos-de-prova.

Definir o limite de resistência à compressão a partir do qual o material

concreto é denominado de alta resistência gera grande controvérsia entre os

pesquisadores deste material.

A NBR 6118 (2003) define que a resistência do concreto à compressão

deve ficar entre 20MPa e 50MPa. É usual considerar que concretos de alta

resistência são aqueles que possuem resistência à compressão superior a 50MPa.

b) Resistência à tração

69

Conhecer a resistência a tração é importante porque através dela é

possível avaliar o comportamento do concreto quanto à fissuração.

A resistência do concreto à tração pode ser obtida através do ensaio da

resistência à tração por compressão diametral, da resistência a tração na flexão

ou da resistência à tração direta.

Existe uma relação entre a resistência do concreto à compressão e à

tração, logo, na ausência de ensaios de resistência a tração do concreto, esta

pode ser obtida através desta relação.

c) Módulo de Deformação Longitudinal

O Módulo de elasticidade secante ( cE ) utilizado na análise elástica é

obtido por meio de ensaios. Na ausência de ensaios, o valor do módulo de

elasticidade secante pode ser determinado em função do ckf por meio de

expressões válidas para cargas de curta duração.

2/32/1 )()(42 cckc fE γ= (NBR 8800, 1986 e AISC-LRFD, 1994)

2/13/1 )24()8(9500 cckc fE γ+= (EUROCODE 4, 1994)

2/1)(5600 ckci fE = sendo: cics EE 85.0= (NBR 6118, 2003)

ckf e cE são em MPa

O peso específico do concreto normal )( cγ =24 KN/m³

d) O coeficiente de Poisson

O coeficiente de Poisson ou coeficiente de deformação transversal

normalmente utilizado para concretos convencionais é:

υ = 0,2 (coeficiente de deformação transversal)

70

e) Relação tensão x deformação

A relação tensão x deformação característica do concreto pode ser vista

na figura 3.2.

Figura 3.2 Diagrama tensão x deformação do concreto

3.1.3 Concreto de alto desempenho – CAD

O concreto utilizado nos pilares mistos pode ser convencional, com

resistências normais, ou de alta resistência. Geralmente são considerados

concretos de alta resistência aqueles concretos que possuem resistência à

compressão superior a 50Mpa.

A utilização do concreto de alta resistência (CAR), também chamado

Concreto de Alto Desempenho (CAD), vem crescendo nas últimas décadas,

principalmente nos pilares mistos preenchidos.

71

Até pouco tempo a utilização do concreto de alta resistência exigia um

controle tão rigoroso que basicamente se limitavam ao processo de pré-

fabricação. Atualmente os avanços tecnológicos possibilitam uma fácil obtenção

do concreto de alto desempenho (CAD), tornando os pilares mistos preenchidos

como uma opção economicamente e estruturalmente muito atrativa. Esta melhoria

no comportamento do concreto é fundamental para uma maior racionalidade na

construção.

Segundo BONALDO (2001), LAHLOU, AITCIN & CHAALLAL (1992)

fizeram experimentos com corpos-de-prova de concreto submetidos a compressão

uniaxial e experimentos com corpos-de-prova de concreto submetidos a testes

triaxiais com pressões hidrostáticas confinantes, simulando o confinamento do

concreto por tubos metálicos. Eles observaram que a espessura ótima para o tubo

metálico depende da resistência à compressão do concreto, e que para o concreto

convencional o confinamento não é tão benéfico em termos de aumento de

resistência quanto para o CAD.

Deve ser observado que, antes de se empregar o CAD como material de

preenchimento nos pilares mistos preenchidos, é necessário que sejam feitos

estudos no sentido de adequar as poucas normas existentes a esta tendência

mundial, pois não se pode considerar que o CAD seja apenas um concreto de

maior resistência que o concreto convencional, acreditando simplesmente que as

propriedades mecânicas do concreto de alto desempenho são aquelas de um

concreto mais resistente, ou seja, não se deve considerar que as propriedades

mecânicas do concreto de alto desempenho podem ser deduzidas extrapolando-

as dos concretos usuais. Porém, também não se deve considerar que elas não

estão relacionadas entre si. Certamente, existem casos em que o concreto de alto

desempenho se comporta como um concreto simplesmente mais resistente, mas

existem também outros casos em que o concreto de alto desempenho se

comporta de forma muito diferente.

Os concretos usuais normalmente se comportam como materiais

homogêneos e isotrópicos. O alto fator água/cimento proporciona certa porosidade

ao concreto, principalmente em torno do agregado graúdo, tornando a pasta de

72

cimento hidratada nesta região de transição o elo mais fraco deste material. Esta

influência direta da pasta de cimento hidratada com a resistência final do concreto

possibilita que a maioria das propriedades mecânicas do concreto seja

relacionada com a resistência da pasta de cimento hidratado ou com o fator

água/cimento.

Os concretos de alto desempenho atuam essencialmente como materiais

compostos não-isotrópicos. Neste tipo de concreto a pasta de cimento hidratado

possui um fator água/cimento reduzido, resultando em um material mais

compacto. Cada um de seus materiais constituintes pode influenciar nas

propriedades deste concreto como no caso de concretos de alto desempenho com

agregados graúdos mais fracos onde o agregado graúdo pode influenciar

diretamente em algumas das propriedades mecânicas do CAD. Neste caso,

verifica-se que para qualquer agregado graúdo utilizado existe um valor crítico da

relação água/cimento abaixo do qual qualquer redução adicional desta relação

água/cimento não resulta aumentos significativos na resistência à compressão do

CAD. Este valor crítico depende da resistência e da forma do agregado graúdo,

pois os agregados graúdos menores são usualmente mais resistentes, devido à

forma mais regular e arredondada.

Para a obtenção de concreto de alto desempenho são utilizados os

mesmos materiais do concreto convencional, com um menor fator água/cimento,

acrescidos geralmente de sílica ativa além dos aditivos superplastificantes que

aumentam a trabalhabilidade do CAD, diminuída principalmente pelo seu reduzido

fator água/cimento.

Definir pelo fator água/cimento quando um concreto é usual ou quando é

um concreto de alto desempenho não é uma tarefa simples, pois, quando o

concreto usual possui um fator água/cimento próximo de 0,60 ou quando o CAD

possui um fator água/cimento próximo de 0,30 torna-se fácil tal distinção, porém,

quando a relação água/cimento do concreto usual cai abaixo de 0,50 ou quando

esta relação aumenta acima de 0,30 no concreto de alto desempenho, tal

distinção se torna mais difícil. Na verdade não existe uma descontinuidade nítida

73

no comportamento do concreto com a relação água/cimento entre estes valores,

mas sim uma evolução contínua de um comportamento para o outro.

Para materiais heterogêneos como o CAD, o módulo de deformação

longitudinal sofre influência de uma série de fatores e por isso, determinar seu

valor é uma tarefa difícil.

Um grande número de resultados experimentais indica que o módulo de

deformação longitudinal do concreto de alta resistência é maior que o de um

concreto de resistência usual, entretanto este aumento não acompanha na mesma

proporção o aumento da resistência à compressão.

Os resultados experimentais obtidos por DAL MOLIN (1995) indicam como

0,19 o valor médio para o coeficiente de Poisson do CAD.

A observação de diagramas que relacionam a tensão e a deformação axial

evidencia a diferente resposta ao carregamento existente entre o concreto usual e

o concreto de alto desempenho. A ruptura de corpos-de-prova do concreto de alto

desempenho ocorre de forma brusca, sem plastificação.

Ao serem analisados os diagramas tensão x deformação característicos

dos concretos de baixa, média, alta e ultra alta resistência (figura 3.4), é plausível

chegar-se a conclusão de que quanto maior a resistência do concreto, menor é a

sua ductilidade. O que é perfeitamente possível de ser comprovado observando o

trecho após ruptura do diagrama tensão x deformação para as três classes de

concreto (AMARAL FILHO (1995) apud BONALDO (2001)).

Figura 3.3 Diagrama tensão x deformação (AMARAL FILHO (1995)apud BONALDO (2001)

74

Segundo AMARAL FILHO (1992) apud DE NARDIN (1999), a forma da

curva tensão x deformação está relacionada com a microfissuração do concreto.

Para concretos usuais, a ocorrência da microfissuração impede a ruptura frágil. Já

os concretos de alta resistência, quando levados à ruína, quase não apresentam

microfissuração e por isso, a ruptura é frágil. Quando se consegue aumentar a

resistência de um concreto, tem-se como consequência imediata o aumento de

sua fragilidade. Esse ganho de resistência conseguido a custa de redutores de

água, adição de polímeros, sílica ativa ou qualquer outro meio, tem como efeito

certo a redução da ductilidade do concreto.

Devido a esta ruptura frágil apresentada pelo Concreto de Alto

Desempenho, é importante que seja conseguido certo grau de ductilidade nos

pilares que utilizam este material, tornando-se necessário a utilização de altas

taxas de armadura longitudinal e transversal. As altas taxas de armadura trazem

uma série de inconvenientes econômicos e de execução para os pilares de

concreto armado. Neste caso, uma alternativa cada vez mais presente e

importante é a utilização de perfis tubulares, que por sua armadura contínua,

confinam todo o núcleo de concreto, tornando toda a seção do concreto como

efetiva além de conferirem ao mesmo uma maior capacidade de deformação axial.

- Algumas vantagens da utilização do CAD em relação aos concretos de

resistências usuais:

a) maior resistência à compressão, possibilitando um aumento do carregamento

com uma mesma seção;

b) as deformações imediatas são menores, como conseqüência de seu maior

módulo de elasticidade;

c) em geral possui maior resistência a ambientes agressivos;

d) as deformações a longo prazo também são inferiores, com o fenômeno de

fluência se reduzindo consideravelmente.

75

- Algumas desvantagens na utilização do CAD:

a) menor ductilidade e eventual ruptura frágil;

b) necessidade de maior controle de qualidade;

c) custo elevado da sílica ativa, necessária para a sua obtenção.

3.2 O COMPORTAMENTO ESTRUTURAL

3.2.1 Comportamento sob compressão axial

O aço e o concreto devem sofrer a mesma deformação longitudinal

quando o pilar misto aço-concreto for submetido à compressão axial.

Nos pilares mistos preenchidos de concreto, o confinamento pode

melhorar o comportamento sob compressão axial.

Segundo DE NARDIN (1999), a preocupação inicial era prever a

capacidade resistente da seção mista preenchida, desta forma, em 1957, Kloppel

e Goder estabeleceram os limites superior e inferior da capacidade resistente para

seções axialmente comprimidas. Furlong em 1967 mostra que o limite inferior de

resistência à compressão é dado pela soma de duas forças: a força necessária

para causar o escoamento do aço e a força que causaria no concreto, a mesma

deformação do aço. De acordo com um estudo realizado por Furlong sobre pilares

mistos preenchidos, sendo o limite de escoamento longitudinal do aço superior a

345 MPa (em uma deformação correspondente próxima a 0,2 %), o aço deve

escoar longitudinalmente antes que o concreto envolvido alcance uma tensão da

ordem de cf ( resistência última do concreto sem confinamento). E para aços com

um limite de escoamento maior que 414 MPa, pode ser esperado que o concreto

envolvido comece a ser esmagado antes que o limite de escoamento do aço seja

atingido.

76

3.2.2 Comportamento sob flexo-compressão

Quando o pilar misto está sujeito a uma força axial associada a um

momento fletor, apenas uma parte da seção transversal sustenta a máxima tensão

de compressão.

Segundo FURLONG (1967), o momento plástico sobre o aço sozinho é

um limite inferior para a capacidade de flexão pura de colunas mistas. A simples

presença do concreto pode aumentar a resistência última à flexão pura acima da

capacidade do momento plástico do aço sozinho, mas a resistência máxima à

tração da seção é inteiramente dependente do aço. Para que a capacidade à

flexão de uma seção mista sob flexão pura seja maior que o momento plástico do

aço isolado, a linha neutra da seção deve mover-se em direção a face

comprimida. Mas a força de tração adicional desta maneira disponibilizada na

seção tem um pequeno braço de alavanca em relação ao centróide geométrico da

seção, fazendo com que o momento adicional seja também pequeno. Porém, caso

fossem usados tubos de paredes muito finas com concreto de alta resistência, o

momento último poderia ser apreciavelmente maior que o momento plástico para o

aço.

3.2.3 Fatores que influenciam na resistência do pilar

3.2.3.1 O fenômeno da retração

A retração é um dos parâmetros que interfere no comportamento da seção

mista, a sua ocorrência implica numa redistribuição de tensões no pilar misto,

causando uma redução de tensões no concreto e um acréscimo de tensões no

perfil.

A retração do concreto é uma redução do volume causada pela perda de

água por evaporação que ocorre principalmente nas regiões próximas a superfície.

77

Ela independe do carregamento e o seu processo se inicia no momento do início

da cura do concreto.

Alguns fatores externos como a cura, exercem influência na velocidade

com que se processa a retração. Em pilares mistos tubulares o fenômeno de

retração é amenizado devido à proteção que o tubo exerce sobre o concreto,

inibindo a perda de umidade.

A utilização do concreto de alto desempenho pode amenizar o fenômeno

da retração, pois o CAD possui menos água na sua composição, sofrendo com

isso menos retração.

3.2.3.2 O fenômeno da deformação lenta (fluência)

A deformação lenta ou fluência do concreto é outro parâmetro que

interfere no comportamento da seção mista. A deformação lenta é uma redução

do volume de regiões sujeitas a compressão por um período longo de tempo. O

seu processo se inicia no momento de aplicação da carga de longa duração ou

carga permanente, causando ao longo do tempo um acréscimo de deformações

que independem de um aumento no carregamento.

O fenômeno da fluência nos pilares mistos aço-concreto pode ser

amenizado adotando-se o CAD ou aumentando a quantidade de aço na seção

transversal.

3.2.3.3 O efeito do confinamento

Nos pilares mistos preenchidos o comportamento do concreto é

melhorado devido ao efeito do confinamento, pois o aço promove uma ductilização

no concreto, principalmente nos pilares mistos que utilizam concreto de alta

resistência, pois o CAD apresenta um comportamento mais frágil que os concretos

convencionais.

O efeito de confinamento surge da seguinte forma: nos primeiros estágios

de carregamento, o coeficiente de Poisson do concreto é menor que o do aço e

78

por isso o perfil não exerce efeito de confinamento sobre o núcleo de concreto. À

medida que as deformações longitudinais aumentam, a expansão lateral do

concreto não confinado torna-se gradualmente maior que a do aço, conse-

qüentemente, desenvolvem-se pressões radiais na interface aço-concreto.

O grau de acréscimo na capacidade resistente causado pelo efeito de

confinamento depende de uma série de fatores, dos quais se destacam: a

espessura do perfil tubular, o índice de esbeltez do pilar misto, a excentricidade da

força, a resistência dos materiais e a forma da seção transversal.

Apesar do efeito de confinamento em pilares mistos preenchidos já ter

sido comprovado experimentalmente por vários pesquisadores internacionais, DE

NARDIN (1999) fez dois experimentos com seções quadradas, dois com seções

circulares e dois com seções retangulares, e comparou com as principais normas

internacionais além de comparar com um modelo numérico com a utilização do

programa Ansys, verificando que em todas as situações era melhor prever a

capacidade resistente desconsiderando o efeito do confinamento. DE NARDIN

(1999) conclui o seu trabalho com base nos modelos investigados que o efeito de

confinamento é responsável por melhorar o comportamento do concreto à

compressão, mas não deve ser levado em conta no cálculo da capacidade

resistente, pois sua contribuição neste sentido foi irrelevante. Estudos mostram

que o efeito do confinamento é mais perceptível em pilares curtos, com pequeno

índice de esbeltez. Foi verificado também que o fenômeno do confinamento é

mais evidenciado para pilares axialmente comprimidos. A medida que há uma

descentralização do carregamento e conseqüente aumento no momento atuante

no pilar, o efeito do confinamento vai ficando menos evidenciado.

Segundo DE NARDIN (1999), KNOWLES & PARK (1969) também

estudaram o efeito do confinamento e confirmaram sua contribuição na

capacidade resistente de seções mistas preenchidas circulares. Quanto às seções

quadradas, a princípio esta contribuição foi muito pequena, sendo por isto

desprezada. Os resultados mostraram também que o efeito do confinamento

perde intensidade à medida que o comprimento do pilar aumenta. Assim, a partir

79

de um determinado limite de esbeltez, sua contribuição deve ser desprezada,

mesmo para pilares mistos circulares.

3.2.3.4 A ductilidade

A ductilidade é a capacidade do elemento apresentar grandes

deformações quando submetido a um carregamento. Uma definição básica da

diferença entre um material dúctil e um material frágil é que um material dúctil, a

exemplo do aço temperado, é aquele capaz de sofrer grandes deformações sem

ruptura. Por outro lado, um material frágil como o ferro fundido rompe-se após

deformações muito pequenas.

Uma característica essencial nos perfis tubulares é a ductilidade, que

permite ao aço se deformar plasticamente sem ruptura. A ductilidade é importante

para avisar o mau acondicionamento de uma estrutura antes que ocorra a sua

ruptura total. Os pilares mistos preenchidos estão sendo muito utilizados em

estruturas sujeitas às ações sísmicas, aproveitando a capacidade de absorver

energia que a grande ductilidade permite a este tipo de pilar.

Os pilares mistos também podem ser importantes para o

dimensionamento de estruturas sujeitas aos carregamentos cíclicos.

Uma forma de se aumentar a ductilidade em pilares mistos aço-concreto

seria aumentar a quantidade de aço na seção transversal.

3.2.3.5 A aderência

A aderência é outro importante fator que influencia na resistência dos

pilares mistos.

Nas estruturas mistas a transferência de esforços entre o aço e o concreto

é feita por aderência, que segundo FIGUEIREDO (1998) é constituída das

seguintes parcelas.

- aderência química: é quebrada em deslocamentos relativos excessivos;

80

- atrito: proporcional a área da interface entre o aço e o concreto e a força

normal aplicada;

- aderência mecânica.

Depois de quebrada a aderência química a transferência de esforços é

feita somente por atrito, portanto, a superfície de pressão na interface entre os

dois materiais tem importante efeito na tensão de aderência entre o aço e o

concreto.

As principais normas consideram como hipótese básica a ação conjunta

dos materiais, supondo interação completa entre eles. Para garantir esta ação

conjunta do aço e do concreto devem-se utilizar conectores de cisalhamento (item

2.4) ou outro dispositivo quando necessário.

3.2.3.6 A Influência da forma da seção transversal

Os pilares mistos com seções transversais menos esbeltas tendem a

possuir maior resistência devido ao seu maior momento de inércia. Dependendo

das solicitações a que o pilar misto estiver sujeito, cargas axiais ou momentos, a

forma com que o perfil de aço compõe a seção transversal é muito importante.

Perfis tubulares com seções transversais em forma de círculos e quadrados, que

possuem os momentos de inércia semelhantes em todas as direções, são

indicados para pilares mistos axialmente carregados com comprimento de

flambagem iguais em todas as direções, porém, à medida que o pilar está sujeito a

solicitações de momento mais significativas, ou quando o seu comprimento de

flambagem for diferente em alguma das direções, deve ser avaliada qual forma

seria a mais indicada. Neste caso, os perfis do tipo I devem ser avaliados.

Com relação à forma da seção transversal NEOGI, SEM e CHAPMAN

(1969) apud BONALDO (2001) afirmam que no caso de colunas de aço tubular

preenchidas com concreto em que o tubo tem seção transversal circular, o tubo de

aço tem mais efeito confinante do que as colunas quadradas.

Segundo GOMES (1994), nos Estados Unidos e na Europa, na escolha do

tipo da seção transversal para pilares mistos preenchidos de concreto é dada

81

preferência para a seção circular, pelo fato desta apresentar mesma rigidez à

flexão em todas as direções.

3.2.3.7 A Influência do local de aplicação da carga axial na seção transversal

A carga axial aplicada simultaneamente nos dois materiais geralmente é a

melhor opção, quando isto não ocorre, é necessário que se garanta a transmissão

da força de um material para o outro através do atrito ou através de dispositivos

mecânicos como os conectores de cisalhamento. Nos pilares mistos revestidos de

concreto quando o carregamento é efetuado nos perfis metálicos, deve ser

garantida a transmissão de parte deste carregamento para o concreto e vice-

versa. Para os pilares mistos preenchidos, onde é mais difícil a colocação dos

dispositivos mecânicos como os conectores de cisalhamento, vários estudos

foram feitos no intuito de identificar a Influência do local de aplicação da carga

axial na seção transversal.

Segundo BONALDO (2001), KNOWLES & PARK (1969) foram os que

primeiro explicaram que o comportamento de um tubo metálico preenchido com

concreto, quando carregado axialmente, varia conforme o método pelo qual as

extremidades do elemento são carregadas. Segundo os mesmos autores, existem

essencialmente três métodos diferentes de aplicação de carga, a saber:

a) a carga aplicada no aço;

Este método não aumenta a capacidade de carga axial da coluna além da

capacidade do tubo metálico sozinho. Isto porque o tubo sofre um aumento no

diâmetro quando é carregado (devido ao efeito de Poisson), e quando a aderência

entre o tubo e o núcleo de concreto é excedida, há a separação entre eles. Desta

forma, a coluna rompe quando é atingida a carga máxima que o tubo metálico

isolado pode suportar.

b) a carga aplicada apenas no núcleo de concreto;

Este é o princípio da coluna de Lohr, apresentado por Lohr em 1934, em

que o aço atua como um envolvimento para o concreto, visto que não participa

82

diretamente na resistência da carga axial, de modo idêntico que os estribos nas

colunas de concreto armado. Segundo LOHR (1934) apud BONALDO (2001),

quando o aço é utilizado desta forma, é cerca de duas vezes mais efetivo na carga

última que o aço empregado diretamente na resistência da carga longitudinal.

c) a carga uniformemente distribuída no aço e no concreto.

Este é o método mais indicado para ser empregado nas construções.

GARDNER & JACOBSON (1967) realizaram uma investigação limitada

sobre os efeitos das variações das condições de extremidade na resistência à

compressão de colunas mistas curtas. Colunas curtas carregadas à compressão

segundo os três métodos expostos anteriormente foram ensaiados aos pares.

Dos resultados dos testes de GARDNER & JACOBSON (1967) ficou

evidente que para as colunas com carga aplicada diretamente no aço a resistência

última foi muito inferior (40,2% da carga última) que para a condição de carga nos

dois materiais (100%). É praticamente a mesma carga do tubo vazio (39,7%). Já

as colunas com carga somente no núcleo de concreto, a carga última foi

levemente inferior (99,5%) quando comparadas com as colunas com carga

distribuída uniformemente no aço e no concreto (100%).

83

4. DIMENSIONAMENTO DE PILARES MISTOS__________________________________________________________________

O dimensionamento de pilares mistos pode ser feito de diferentes formas.

Algumas normas consideram os pilares mistos como pilares de aço cuja

capacidade estrutural é aumentada pela presença do concreto. É o caso da norma

americana AISC-LRFD (1994), da norma canadense CAN/CSA-S16.1 (1994) e da

norma britânica BS 5400: Parte 5 (1979). Outra forma de abordar estes elementos

é considerá-los pilares de concerto armado, cuja armadura é composta por perfis

metálicos. Esta filosofia é adotada pelo ACI 318 (1992). A norma brasileira que

aborda o dimensionamento de pilares mistos é a NBR 14323 (1999), que segue o

raciocínio do EUROCODE 4 (1994), o qual considera os pilares mistos como uma

combinação dos dois raciocínios anteriores.

Atualmente é verificada uma crescente utilização dos pilares mistos,

principalmente os pilares mistos preenchidos em edifícios altos com a utilização de

concretos de alta resistência, o que indica a necessidade de revisões nos modelos

de cálculo e a elaboração de recomendações construtivas, visando oferecer aos

84

usuários normas que reflitam melhor o comportamento conjunto deste tipo de

elemento misto.

Seguindo uma tendência mundial, as principais normas brasileiras para o

dimensionamento de estruturas estão sendo revisadas nos últimos anos. Segundo

FAKURI (2006), o relatório final da NBR 8800, norma que passou a abordar

pilares mistos em seu escopo desde a publicação do texto base de revisão de

2003, está na fase de conclusão, de forma a se adequar as novas normas

brasileiras, a NBR 6118(2003) e a NBR 8681(2003), além das últimas versões de

algumas normas estrangeiras como a norma americana ANSI/AISC (2005), do

EUROCODE 3 (2005) e do EUROCODE 4 (2004).

Com referência ao comportamento dos pilares mistos, tem-se que, em

geral, os pilares curtos não são influenciados pelos efeitos de segunda ordem,

portanto, a sua resistência é controlada pela resistência da seção. Os pilares

curtos falham essencialmente por esmagamento do concreto. A resistência global

é determinada principalmente pela seção transversal e pela resistência dos

materiais componentes.

Os pilares esbeltos estão sujeitos à não linearidade geométrica,

amplificando os momentos que atuam na seção transversal do elemento.

Mesmo quando se considera que um pilar é puramente comprimido, ele é

sujeito a momentos fletores devido a imperfeições iniciais (curvaturas e

excentricidades) não previstas. Estes momentos fletores e também os já previstos

na análise (associados a translações dos nós ou a cargas transversais ao eixo do

pilar) são alterados pelos efeitos de segunda ordem (efeitos da força normal de

compressão na estrutura deformada). De maneira geral, o colapso de um pilar

sujeito a compressão e flexão dá-se por plastificação da seção transversal crítica

devido ao efeito combinado da força de compressão e do momento (com efeitos

de imperfeições iniciais e de segunda ordem incluídos). Para o dimensionamento

de pilares mistos considera-se que as seções planas permaneçam planas e que

ocorra interação completa entre o aço e concreto até a plastificação total da

seção.

85

A curva de interação entre M e N mostrada na figura 4.1, é o lugar

geométrico dos pares M-N que provocam a plastificação total da seção e a curva

a representa um carregamento gradativo do pilar até o colapso por plastificação da

seção transversal crítica.

Investigando o comportamento à flexo-compressão, SHAKIR-KHALIL &

MOULI (1990) apud DE NARDIN (2001) investigaram a influência da presença do

núcleo de concreto na capacidade resistente via ensaio experimental. A partir da

variação de parâmetros como: resistência dos materiais, esbeltez do pilar, plano

de flexão e excentricidade da força aplicada, foram observados ganhos de

capacidade resistente de até 45% em relação ao perfil tubular isolado. Tais

acréscimos de resistência foram fortemente influenciados pela variação da

excentricidade. Este ganho de resistência consideravelmente maior para

excentricidades menores é facilmente explicado: quando a excentricidade do

carregamento é muito pequena, a linha neutra encontra-se fora da seção

transversal, o que faz com que toda a seção de concreto esteja comprimida. Ao

aumentar a excentricidade, a linha neutra aproxima-se da seção transversal, e nos

casos em que divide esta em duas regiões, uma tracionada e outra comprimida,

diminui a parcela de contribuição do núcleo de concreto na capacidade resistente,

pois sua resistência à tração é desprezível.

Figura 4.1 Colapso do pilar (QUEIROZ et al., 2001)

86

Devido à deformação limite do concreto sujeito à compressão pura ser de

0,2% , é importante que o aço do perfil atinja o escoamento para uma deformação

inferior a esta, para evitar que o concreto entre em colapso prematuramente e

deixe de conter o perfil contra flambagem global ou local. Segundo Queiroz et al.

(2001), a tensão de escoamento do perfil deveria ser limitada em:

MPaxf y 410002,0000.205)( max == (QUEIROZ et al., 2001)

QUEIROZ et al. (2001) também cita que a tensão de escoamento máxima

usual é de 350 MPa. Conforme as limitações do EUROCODE 4 (1994), os limites

de escoamento do aço estrutural e do aço da armadura não podem ser superiores

a 450 MPa. Segundo o EUROCODE 4 (2004), o aço pode variar entre o S235 e o

S460. Segundo as limitações do AISC-LRFD (1994), os limites de escoamento do

aço estrutural e do aço da armadura não podem ser superiores a 380 MPa. No

ANSI/AISC (2006), este limite é definido como 525 MPa.

O aspecto da melhoria no comportamento dos materiais nos pilares mistos

preenchidos devido ao confinamento, sobretudo do concreto, é muito importante.

Figura 4.2 Diagrama tensão-deformação (QUEIROZ et al.,2001)

87

Sabe-se que o concreto de preenchimento pode ser de resistência normal ou de

alta resistência. Os avanços tecnológicos impulsionaram a fácil obtenção de

concretos de alta resistência, tornando tal opção de preenchimento muito atrativa,

sobretudo do ponto de vista estrutural.

Conforme as limitações da AISC-LRFD (1994), a resistência característica

do concreto à compressão ( ckf ) deveria ficar entre 21 e 53 MPa para concreto de

densidade normal. No ANSI/AISC (2005), o limite superior foi alterado para 70

MPa, seguindo uma tendência de utilização de concretos de alta resistência. O

ANSI/AISC (2005) também define um novo limite para concreto com agregados

leves, limitando entre 21 e 42 MPa.

Conforme as limitações do EUROCODE 4 (1994), do EUROCODE 4

(2004) e da NBR 14323 (1999), que segue as recomendações da NBR 6118

(1986), a resistência característica do concreto à compressão ( ckf ) deve ficar

entre 20 e 50 MPa.

4.1 DIMENSIONAMENTO DE PILARES MISTOS SEGUNDO A NBR 14323 (1999), FAZENDO COMPARATIVOS COM O EUROCODE 4 (1994), COM O TEXTO BASE DE REVISÃO DA NBR 8800 (2003) E COM O PROJETO DE REVISÃO DA NBR 8800 (2006)

Os procedimentos adotados pela NBR 14323 (1999) são baseados nas

normas européias. As diferenças entre os procedimentos da norma brasileira e o

do método simplificado de cálculo do EUROCODE 4 (1994) são pequenas. O

EUROCODE 4 (1994) também apresenta um método geral que permite o

dimensionamento de pilares mistos com seção assimétrica ou variáveis ao longo

da altura.

Em 2003 foi lançado o primeiro texto-base de revisão da NBR 8800 e o

primeiro texto base da NBR 14323, tendo como uma das principais alterações a

inclusão dos pilares mistos assim como das vigas mistas, das lajes mistas e das

88

ligações mistas no escopo do texto base de revisão da NBR 8800 (2003), sendo o

dimensionamento das estruturas mistas à temperatura ambiente retirado do

escopo do texto base da NBR 14323 (2003), que passa a abordar apenas o

dimensionamento das estruturas mistas em situação de incêndio. Esta abordagem

das estruturas mistas juntas com as estruturas metálicas na mesma norma segue

o exemplo das normas americana e canadense.

Nos últimos anos foi feita uma série de textos-base de revisão da NBR

8800, como o texto base de revisão da NBR 8800 (2003), o projeto de revisão da

NBR 8800 (abril/2006) e o projeto de revisão da NBR 8800 (setembro/2006), que

ainda vem sofrendo ajustes conforme decisões tomadas na Comissão de Estudos

da ABNT. Estes textos-base tratam, em seu anexo R, do dimensionamento de

pilares misto a temperatura ambiente, considerando as versões finais das normas

brasileiras NBR 6118 (2003) e NBR 8681(2003) - Ações e Segurança nas

Estruturas, além das últimas versões das normas americana e canadense e de

vários Eurocodes (normas para projetos de estruturas criados com a finalidade de

estabelecer um conjunto de regras comuns aos países europeus).

O texto base de revisão da NBR 8800 (2003), intitulado “Projeto e

Execução de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas Aço-Concreto de Edifícios”

e o projeto de revisão da NBR 8800 (2006), intitulado “Projeto de Estruturas de

Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios” evidenciam em seu

escopo uma preocupação relevante quanto aos elementos mistos, reflexo do

aumento do uso destes elementos no Brasil. A parte destinada à execução de

estruturas de aço e de concreto foi retirada da NBR 8800 (2006), de forma a ser

abordada em uma nova norma específica para este assunto.

A NBR 14323 (1999) utiliza o método simplificado de dimensionamento

em temperatura ambiente para seções transversais total ou parcialmente

revestidas com concreto e de seções preenchidas por concreto, pertencentes a

estruturas indeslocáveis ou a estruturas deslocáveis nas quais os efeitos de 2ª

ordem tenham sido levados em conta diretamente na análise estrutural.

89

Independentemente do tipo de análise utilizada para a estrutura, deve-se

considerar comportamento elástico para o pilar misto (sem formação de rótulas

plásticas).

O método simplificado da NBR 14323 (1999) para o dimensionamento de

pilares mistos em temperatura ambiente tem por base as seguintes hipóteses:

- há interação completa entre o concreto e o aço no momento do colapso;

- as imperfeições iniciais são consistentes com aquelas adotadas para a

determinação da resistência de barras de aço axialmente comprimidas;

- não ocorre flambagem local dos elementos de aço da seção transversal.

4.1.1 Limites de aplicabilidade segundo a NBR 14323 (1999)

a) De acordo com as normas NBR 14323 (1999) e EUROCODE 4 (1994), para

a utilização do método simplificado, os pilares mistos devem ter dupla

simetria e seção transversal constante ao longo do comprimento do pilar. O

método simplificado do EUROCODE 4 (1994) define que a seção

transversal do concreto não fissurado e a seção transversal do aço devem

possuir os centróides coincidentes;

b) O fator de contribuição do aço δ , como definido em (4.40), deve ser superior

a 0,2 e inferior a 0,9. Se δ for menor ou igual a 0,2, o pilar deve ser

dimensionado de acordo com a NBR 6118 (1978), se δ for maior ou igual a

0,9, o pilar deve ser dimensionado de acordo com a NBR 8800 (1986). Os

perfis de aço podem ser laminados ou soldados. O EUROCODE 4 (1994)

define os mesmos limites para δ ;

c) A esbeltez relativa do pilar λ , como definida no item 4.1.7.2, não pode ser

maior que 2,0. Este limite é idêntico ao determinado pelo EUROCODE 4

(1994);

d) Seções transversais preenchidas com concreto podem ser fabricadas sem

qualquer armadura, exceto para algumas condições em situação de

incêndio, para tal situação, utilizar a NBR 14323 (1999). Para os demais

90

casos, a área da seção transversal da armadura longitudinal não deve ser

inferior a 0,3% da área do concreto. A máxima porcentagem de armadura na

seção de concreto é de 4% desta. Por razões de proteção contra incêndio,

maiores porcentagens de armadura podem ser utilizadas, porém não

poderão ser consideradas no dimensionamento. O EUROCODE 4 (1994)

define os mesmos limites que a NBR 14323 (1999), porém o EUROCODE 4

(2004) aumentou o limite da máxima porcentagem de armadura na seção de

concreto para 6% desta.

e) Para seções totalmente revestidas, os cobrimentos deverão estar dentro dos

seguintes limites:

b

y

c

ch

y

x x

fbcx cxyc

hyc

t

xewt

ye

40 mm ≤ yc ≤ 0,3h e (4.1)

yc ≥ 6fb (Obs.: Esse limite não consta do EUROCODE 4 (1994)) (4.2)

40 mm ≤ xc ≤ 0,4 fb (4.3)

O EUROCODE 4 (1994) define que podem ser utilizados cobrimentos

maiores que os especificados anteriormente, porém não devem ser levados em

conta no cálculo.

No texto base de revisão da NBR 8800 (2003), além dos limites anteriores,

é acrescido o seguinte limite:

Figura 4.3 Pilar misto totalmente revestido com Concreto

91

xc ≥ 6fb (Obs.: Esse limite não consta do EUROCODE 4 (1994)) (4.4)

f) De acordo com o EURUCODE 4 (1994), se a armadura longitudinal não for

considerada na determinação da resistência do pilar e se este pilar estiver

exposto num ambiente interno de um edifício de apartamentos ou de

escritórios, as seguintes armaduras podem ser consideradas adequadas:

- barras longitudinais com diâmetro mínimo igual a 8mm e com um

espaçamento máximo de 250mm;

- estribos com diâmetro mínimo de 6mm e com espaçamento máximo de

200mm;

- para armaduras constituídas de telas soldadas, os diâmetros mínimos

podem ser reduzidos para 4mm.

4.1.2 Algumas disposições construtivas incluídas nos limites de aplicabilidade do texto base de revisão da NBR 8800 (2003) que não constam da NBR 14323 (1999)

a) O concreto utilizado deve possuir densidade normal;

b) Quando a concretagem for feita com o pilar montado, deve-se comprovar

que o pilar puramente metálico resiste às ações aplicadas antes da cura do

concreto;

c) Para seções total ou parcialmente revestidas com concreto, devem existir

armaduras longitudinal e transversal para garantir a integridade do concreto

durante a solicitação do pilar. A armadura longitudinal pode ser considerada

ou não na resistência e na rigidez do pilar misto. No caso dos pilares mistos

preenchidos de concreto, normalmente nenhuma armadura é necessária,

salvo em dimensionamento na situação de incêndio;

d) O projeto das armaduras deve atender aos requisitos da NBR 6118 (2003).

Devem ser observadas as prescrições das normas específicas de concreto

92

armado para o projeto das armaduras longitudinais e transversais, inclusive

seu espaçamento, cobrimento de concreto e distância livre entre barras da

armadura e o perfil de aço.

4.1.3 Algumas disposições construtivas incluídas nos limites de aplicabilidade do projeto de revisão da NBR 8800 (2006) que não constam nem da NBR 14323 (1999), nem do texto base de revisão da NBR 14323 (2003)

a) A relação entre a altura e a largura das seções transversais mistas

retangulares deve estar entre 0,2 e 5,0;

Obs.: Esta relação foi incluida no EUROCODE 4 (2004).

b) Quando a concretagem for feita com o pilar montado, deve-se comprovar que o

pilar puramente metálico resiste às ações aplicadas antes de o concreto atingir

75% da resistência característica à compressão especificada;

c) Nas seções parcialmente revestidas, a armadura transversal deve ser ancorada

no perfil de aço através de furos na alma, ou por meio de conectores de

cisalhamento, cujo espaçamento longitudinal não pode exceder 500mm.

De acordo com o EUROCODE 4 (1994), nos perfis I parcialmente

envolvidos por concreto deve haver estribos que definam claramente a

transmissão do carregamento entre o concreto e a alma do perfil I, isto é, os

estribos devem atravessar a alma, ou estar soldados a ela, ou estar enlaçados aos

conectores.

4.1.4 Flambagem local dos elementos de aço

As resistências de todos os materiais devem ser alcançadas sem que

ocorra flambagem local dos elementos componentes do perfil de aço da seção

y

ye

x x

yex

t

d

93

transversal. Caso ocorra a flambagem local antes que seja atingida a capacidade

resistente, há uma redução da área efetiva de aço e conseqüente redução da

capacidade resistente do pilar. Para evitar a flambagem local, a NBR 14323 (1999)

estabelece valores máximos para a relação largura/espessura próximos aos

valores máximos estabelecidos pelo EUROCODE 4 (1994).

4.1.4.1 Flambagem local dos elementos de aço segundo a NBR 14323 (1999)

a) seções tubulares circulares preenchidas com concreto:

td ≤ 0,11 yfE / (4.5)

Obs.: No texto base de revisão da NBR 8800 (2003), este limite foi alterado para:

td ≤ 0,10 yfE / (4.6)

Porém, no projeto de revisão da NBR 8800 (2006), este limite foi novamente

alterado para:

td ≤ 0,15 yfE / (4.7)

b) seções tubulares retangulares preenchidas com concreto:

th ≤ 1,76 yfE / (4.8)

x

e y

yex

t

x

y

b

h

94

Obs.: No projeto de revisão da NBR 8800 (2006), este limite foi alterado para:

th ≤ 2,26 yfE / (4.9)

c) seções I parcialmente revestidas:

ff tb ≤ 1,47 yfE / (4.10)

Obs.: No texto base de revisão da NBR 8800 (2003), este limite foi alterado para:

ff tb ≤ 1,4 yfE / ; (4.11)

Porém, no projeto de revisão da NBR 8800 (2006), este limite foi novamente

alterado para:

ff tb ≤ 1,49 yfE / (4.12)

Se os cobrimentos do pilar misto atenderem os limites exigidos em 4.1.1, não

é necessária a verificação da flambagem local para as seções totalmente

revestidas de concreto.

Verifica-se neste item que a tendência é que se permitam pilares mistos

compostos com perfis de espessuras mais finas.

x

e y

xetw

x

y

cb = bh=

h c

y

f

t f

95

4.1.4.2 Flambagem local dos elementos de aço segundo o EUROCODE 4 (1994)

Os resultados obtidos com as fórmulas do EUROCODE 4 (1994) são

muito próximos aos resultados obtidos com as fórmulas da NBR 14323 (1999).

a) seções tubulares circulares preenchidas com concreto:

td ≤ 90 2ε (4.13)

b) seções tubulares retangulares preenchidas com concreto:

th ≤ 52 ε (4.14)

c) seções I parcialmente revestidas:

ftb ≤ 44 ε (4.15)

Sendo:

yf/235=ε e (4.16)

yf é o limite elástico do concreto em N/mm² (MPa).

OBS.: No EUROCODE 4 (2004), estes limites não foram alterados, por isto, o

projeto de revisão da NBR 8800 (2006) se tornou menos conservador do

que o EUROCODE 4 (2004).

4.1.5 Cisalhamento entre os componentes de aço e os de concreto

96

Forças e momentos aplicados por meio de peças ligadas ao pilar têm que

ser distribuídos entre os componentes do perfil de aço e os de concreto,

considerando a resistência ao cisalhamento na interface entre estes materiais.

A resistência ao cisalhamento é assegurada pelas tensões de aderência

na interface e pelos conectores de cisalhamento, de maneira que não ocorram

deslizamentos significativos entre as partes.

Segundo a NBR 14323 (1999), os conectores de cisalhamento devem ser

dimensionados segundo as prescrições da NBR 8800 (1986).

As verificações relacionadas ao cisalhamento na NBR 14323 (1999) são

semelhantes às do EUROCODE 4 (1994).

Segundo o EUROCODE 4 (1994) e o texto base de revisão da NBR 8800

(2003), na ausência de outro método mais preciso para determinar a distribuição

de tensões de cisalhamento entre o aço e o concreto, deve-se utilizar a análise

elástica da seção não fissurada, levando-se em conta os efeitos da seqüência

construtiva, além dos efeitos de retração e fluência.

4.1.5.1 Fora da região de introdução da carga

Esse item é denominado pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

como trecho entre regiões de introdução de cargas, especificando como sendo os

trechos fora das regiões afetadas pela base, por emendas ou por ligações com

vigas.

Salvo determinações mais precisas, a NBR 14323 (1999) e o EUROCODE

4 (1994) recomendam a utilização dos seguintes valores na determinação da

resistência de cálculo devida à aderência entre o aço do perfil e o concreto:

- para seções totalmente revestidas de concreto:

0,6 MPa;

97

Obs: No EUROCODE 4 (2004), no texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e

no projeto de revisão da NBR 8800 (2006), o valor anterior foi reduzido de

0,6 MPa para 0,3 MPa.

- para seções preenchidas com concreto:

0,4 MPa;

Obs: No EUROCODE 4 (2004) e no projeto de revisão da NBR 8800 (2006), as

seções preenchidas de concreto foram divididas em:

- seção tubular circular:

0,55 MPa;

- seção tubular retangular:

0,4 MPa;

- para mesas de seções parcialmente revestidas:

0,2 MPa

- para almas de seções parcialmente revestidas:

Zero

No projeto de revisão da NBR 8800 (2006), os valores acima são

denominados como a tensão de cisalhamento resistente de cálculo, Rdτ . Ele

determina que estes valores deveriam ser aplicados em seções com cobrimento

mínimo de 40 mm e armaduras transversais e longitudinais de acordo com 4.1.1.

O projeto de revisão da NBR 8800 (2006) e o EUROCODE 4 (2004)

possibilitam a utilização de valores maiores para Rdτ , quando forem utilizados

cobrimentos maiores e armaduras adequadas. Na falta de resultados de ensaios,

pode-se fatorar Rdτ por cβ , com:

5,240102,01 ≤

−+=

yyc c

cβ (4.17)

98

onde: yc é o valor do cobrimento do perfil de aço em milímetro, conforme a

figura 4.3.

Caso as tensões de cálculo assim obtidas excedam as resistências de

cálculo correspondentes ao atrito e a aderência, devem ser usados conectores de

cisalhamento para o excesso.

De acordo com o texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e o

EUROCODE 4, DRAFT 2001, no caso de seções I ou H parcialmente revestidas

por concreto fletidos em relação ao eixo y, despreza-se a resistência

correspondente ao atrito e à aderência, devendo ser usados conectores de

cisalhamento.

4.1.5.2 Forças de atrito adicionais devidas aos conectores

O EUROCODE 4 (1994), o texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e o

projeto de revisão da NBR 8800 (2006) prevêem uma resistência adicional quando

os conectores necessários são instalados na alma de um perfil I parcialmente ou

totalmente revestido por concreto. A expansão lateral do concreto comprimido

pelos conectores é contida pelas mesas do perfil, resultando em forças de atrito

que se somam à resistência dos conectores.

Esta resistência adicional pode ser tomada igual a 2/RdPµ em cada mesa,

para cada linha de conectores, como mostra a figura 4.4, sendo µ o coeficiente

de atrito e RdP a resistência de cálculo de um conector. Segundo o texto base de

revisão da NBR 8800 (2003), o coeficiente µ pode ser considerado igual a 0,5 ou

0,55 para mesas com espessura não inferior a 10 mm ou 15 mm,

respectivamente. O valor de µ igual a 0,55 foi retirado do projeto de revisão da

NBR 8800 (2006), que também determina que o valor de µ igual a 0,5 deve ser

utilizado em seções de aço sem pintura.

Na ausência de ensaios para definir valores mais precisos, esta

resistência adicional só pode ser considerada quando a distância entre as faces

internas das mesas não for superior a:

99

- 300 mm utilizando um conector por linha;

- 400 mm utilizando dois conectores por linha;

- 600 mm utilizando três conectores por linha.

2RdP⋅µ2RdP⋅µ2RdP⋅µ

300≤ 600≤400≤

Figura 4.4 Conectores de cisalhamento em um pilar misto (NBR 8800 (2006))

Obs.: Esta resistência adicional não é prevista na NBR 14323 (1999).

4.1.5.3 A região de introdução de ações

Deve ser garantido que, para um determinado comprimento de aplicação

de carga imposta ao pilar, os componentes da seção transversal sejam

carregados de acordo com suas resistências individuais, de maneira a não

ocorrerem deslizamentos significativos entre essas partes.

O comprimento de aplicação da carga para a força cortante não deve

exceder duas vezes a menor das duas dimensões da seção transversal mista.

O esforço a ser desenvolvido na ligação entre o aço e o concreto pode, a

favor da segurança, ser considerado igual ao menor valor entre a resistência

plástica do perfil de aço e a do concreto armado sem os respectivos coeficientes

de resistência.

100

No texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e no projeto de revisão da

NBR 8800 (2006), foram introduzidas algumas definições correspondentes à

região de introdução de ações que não constam da NBR 14323 (1999). Deve ser

observado que as definições descritas sobre a região de introdução de ações no

texto base de revisão da NBR 8800 (2003) foram totalmente modificadas no

projeto de revisão da NBR 8800 (2006).

4.1.5.3.1 A região de introdução de ações segundo o texto base de revisão da NBR 8800 (2003)

4.1.5.3.1.1 Forças e momentos aplicados por barras ou placas ligados às

extremidades de um pilar misto, ou entre tais extremidades, devem ser

distribuídos entre o aço e o concreto levando-se em conta a resistência individual

de cada material e a resistência ao cisalhamento na interface dos dois materiais.

Deve-se prever um caminho definido da ação de forma a evitar um nível de

escorregamento que invalidaria as hipóteses de cálculo.

4.1.5.3.1.2 Devem ser previstos conectores de cisalhamento nas regiões de

introdução de ação e nas regiões de mudança de seção, quando as resistências

de cálculo à tensão de cisalhamento Rdτ , definido em 4.1.5.1, forem excedidas. As

tensões de cisalhamento devem ser determinadas a partir da variação dos

esforços solicitantes dentro do comprimento de introdução da carga, com base na

teoria plástica. Se as ações forem introduzidas somente na seção de concreto, os

valores resultantes de uma análise elástica considerando-se deformação lenta e

retração devem ser levados em conta. O comprimento de introdução de ação deve

ser tomado igual ou inferior a duas vezes a menor dimensão da seção transversal

do pilar misto.

4.1.5.3.1.3 Não é necessário prever conectores no caso de introdução de ação por

chapas de extremidade, se a interface completa entre a seção de concreto e a

chapa de extremidade ficar permanentemente em compressão, levando-se em

101

conta a deformação lenta e a retração. Caso isto não ocorra, é necessário verificar

a introdução da ação, conforme 4.1.5.3.1.4 e 4.1.5.3.1.10.

4.1.5.3.1.4 Se as ações forem introduzidas somente na seção de aço ou na seção

de concreto, devem ser previstos conectores de cisalhamento na região de

introdução. Para pinos com cabeça soldados nas almas das seções I ou H, aplica-

se a resistência adicional por linha de conectores, igual a 2Rdqµ em cada mesa,

conforme 4.1.5.2.

4.1.5.3.1.5 Para seções parcialmente carregadas, como na figura 4.5a, as ações

podem ser propagadas por meio de uma inclinação de 1:2,5 através da espessura

da chapa de extremidade. A tensão de cálculo no concreto, na área carregada

após a propagação, não pode ultrapassar a resistência de cálculo Rdc,σ dada em

4.1.5.3.1.7 para seções tubulares circulares e, para os demais casos, a resistência

de cálculo à pressão de contato sobre apoios de concreto dada no item 6.6.5 do

texto base de revisão da NBR 8800 (2003).

4.1.5.3.1.6 Para seções tubulares circulares preenchidas com concreto, o efeito do

confinamento pode ser considerado na introdução da ação, conforme equação

4.25, utilizando-se os valores de 1η e 2η para 0=relλ .

4.1.5.3.1.7 Se uma seção circular preenchida com concreto for carregada apenas

parcialmente, por exemplo, por chapas “gusset” através do perfil de aço ou por

enrijecedores, como mostrado na figura 4.5, a resistência local do concreto Rdc,σ

sob a chapa de “gusset” ou sob o enrijecedor, correspondente aos esforços

solicitantes da seção de concreto, é dada por:

11

0, 1

AfA

AA

fff cdcc

ck

ccdRdc ≤

+=σ

102

Se 1A

Ac exceder 25, toma-se 1A

Ac igual a 25.

4.1.5.3.1.8 Para seções tubulares circulares preenchidas com concreto, a

armadura longitudinal pode ser levada em conta mesmo quando ela não estiver

em contato direto com as chapas de extremidade, se a distância livre entre a

armadura e a chapa não exceder 25 mm (figura 4.5a).

Figura 4.5 Seção tubular circular preenchida com concreto parcialmente carregada

4.1.5.3.1.9 No caso de seções I ou H parcialmente revestidas de concreto (figura

2.12b), este deve ser contido por armadura transversal e um caminho claro de

transmissão de carga entre aço e concreto deve ser estabelecido. A armadura

transversal deve ser ancorada no perfil de aço, através de furos, soldando-se as

barras na alma ou por meio de conectores.

4.1.5.3.1.10 No caso de seções I ou H totalmente revestidas com concreto,

quando a ação for introduzida só no aço ou só no concreto, a armadura

transversal deve ser projetada para o cisalhamento longitudinal que resulta da

transmissão da força normal ( 1cN na figura 4.6) das partes de concreto

Rdc,σ

ydRdc f≤,σ

103

diretamente ligadas ao perfil de aço por conectores para as partes de concreto

sem esta ligação direta (como as partes hachuradas na seção transversal na

figura 4.6). O cálculo da armadura transversal deve ser baseado em um modelo

de treliça, assumindo-se um ângulo de 45º entre as diagonais comprimidas de

concreto e o eixo da barra.

Figura 4.6 Áreas de concreto ligadas e não ligadas diretamente ao perfil

Obs.: Esta abordagem da região de introdução de ações segundo o texto base de

revisão da NBR 8800 (2003) foi retirada do projeto de revisão da NBR 8800

(2006). Esta abordagem faz parte do escopo do EUROCODE 4 (2004).

4.1.5.3.2 A região de introdução de ações segundo o projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

4.1.5.3.2.1 Regiões de introdução de cargas são aquelas onde ocorrem variações

localizadas dos esforços solicitantes devidas a ligações do pilar com vigas, ou

aquelas onde ocorre interrupção da armadura longitudinal, como em emendas do

pilar ou em bases. Nessas regiões deve-se evitar que ocorra escorregamento

significativo na interface entre o concreto e o perfil de aço. Para isso, assume-se

um comprimento de introdução de carga igual a duas vezes a menor dimensão da

seção do pilar ou um terço da distância entre pontos de introdução de carga, o que

for menor.

104

4.1.5.3.2.2 Nas regiões de ligação do pilar com vigas, as tensões de cisalhamento

na interface entre o aço e o concreto, obtidas com os esforços solicitantes de

cálculo, ,SdV e ,SdM , no comprimento de introdução das cargas, dados a seguir,

não podem superar os valores de Rdτ dados em 4.1.5.1.

- quando a viga estiver ligada apenas ao perfil de aço do pilar

−=

pRd

pRdaSdSd N

NVV

,

,, 1 (4.18)

−=

pRd

pRdaSdSd M

MMM

,

,, 1 (4.19)

- quando a viga estiver ligada apenas ao concreto do pilar

pRd

pRdaSdSd N

NVV

,

,, = (4.20)

pRd

pRdaSdSd MM

MM,

,, = (4.21)

Caso essas tensões sejam excedidas, devem ser usados conectores de

cisalhamento para resistir à totalidade dos efeitos de ,SdV e ,SdM .

4.1.5.3.2.3 Nas emendas e na base do pilar, a resistência de cálculo do pilar misto

pode ser reduzida quando houver interrupção das barras de armadura

longitudinais (admite-se que o concreto e o perfil de aço tenham continuidade

estrutural). Nesses casos, devem ser instalados conectores capazes de transmitir

os esforços solicitantes de cálculo das barras da armadura para elementos de aço

adicionais que restaurem a resistência de cálculo total do pilar misto. O

comprimento dentro do qual devem ser instalados os conectores é igual ao

comprimento de introdução de cargas dado em 4.1.5.3.2.1, respeitando-se o

comprimento de ancoragem das barras da armadura, determinado conforme as

prescrições da NBR 6118 (2003).

105

4.1.6 Resistência à plastificação total da seção mista sujeita à compressão

4.1.6.1 Seções revestidas e seções tubulares retangulares preenchidas com concreto

a) Dimensionamento segundo a NBR 14323 (1999)

A resistência da seção transversal do pilar à plastificação total é dada pela

soma das resistências de seus componentes, conforme segue:

ssyscckcayaRdpl AfAfAfN φα φφ ++=, (4.22)

1=α para seções tubulares retangulares preenchidas com concreto;

85,0=α para seções revestidas com concreto.

b) Dimensionamento segundo o EUROCODE 4 (1994), o texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e o projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

A fórmula para o dimensionamento da resistência em regime plástico da

seção transversal pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006) se manteve igual à

fórmula apresentada anteriormente pelo texto base de revisão da NBR 8800

(2003) que é idêntica a fórmula apresentada pela EURUCODE 4 (1994). Esta

fórmula é semelhante à fórmula apresentada em 4.22, recomendada pela NBR

14323 (1999), porém os coeficientes de ponderação passam para o denominador

da expressão, seguindo o modelo de outras normas brasileiras e estrangeiras

como a NBR 6118 (2003) e o EUROCODE 4 (2004) respectivamente. Os

resultados alcançados são próximos, porém não são idênticos devido a pequenas

diferenças nos coeficientes recomendados por essas normas.

s

ssk

c

cck

a

ayplRd

AfAfAfN

γγα

γ++=

1, (4.23)

106

85,0=α para seções revestidas com concreto;

1=α para seções tubulares retangulares preenchidas com concreto.

OBS.: No projeto de revisão da NBR 8800 (2006), o valor de α foi reduzido de 1

para 0,95 nas seções tubulares circulares preenchidas com concreto, e nos

demais casos, α deve ser tomado igual a 0,85.

No EUROCODE 4 (1994), os coeficientes recomendados para as ações

principais são:

15,150,110,1

==

=

s

c

Ma

γγγ

No texto base de revisão da NBR 8800 (2003), os coeficientes

recomendados são:

15,140,110,1

==

=

s

c

Ma

γγγ

No projeto de revisão da NBR 8800 (2006), os coeficientes recomendados

estão na tabela 4.1.

Tabela 4.1 Valores dos coeficientes de ponderação segundo o projeto de revisão da NBR

8800 (2006)

Combinações

Aço estrutural, pinos e parafusos ( aγ )

Escoamento eInstabilidade

( 1aγ )

Ruptura( 2aγ )

Concreto

( cγ )

Aço dasArmaduras

( sγ )

Nominais 1,10 1,35 1,40 1,15

Especiais ou de construção 1,10 1,35 1,20 1,15

Excepcionais 1,10 1,15 1,20 1,00

107

No EUROCODE 4 (1994), a resistência plástica das seções preenchidas

de concreto, RdplN , , pode ser calculada com ckf no lugar de ckf85,0 . Esta

consideração é equivalente ao coeficiente α na NBR 14323 (1999).

4.1.6.2 Seções tubulares circulares preenchidas com concreto

A resistência em regime plástico da seção transversal do perfil tubular

circular preenchido com concreto é dada por:

a) Dimensionamento segundo a NBR 14323 (1999)

ssysckycckcayaRdpl AfffdtAfAfN φηφφη +++= ]/)/(1[ 12, (4.24)

onde:

)101(101 de−= ηη

de10)1( 20202 ηηη −+=

0²175,189,410 ≥+−= λλη

0,1)23(25,020 ≤+= λη

e é a excentricidade do carregamento, igual a:

sd

Sdmáx

NM

e .,=

Quando a esbeltez relativa λ exceder 0,5 ou a excentricidade exceder d

/10, deve-se considerar que 01 =η e 0,12 =η , isto é, despreza-se o efeito benéfico

do confinamento.

b) Dimensionamento segundo o EUROCODE 4 (1994) e o texto base de revisão da NBR 8800 (2003)

O dimensionamento da resistência em regime plástico da seção

transversal do perfil tubular circular preenchido com concreto pelo texto base de

108

revisão da NBR 8800 (2003) é idêntico ao dimensionamento pelo EUROCODE 4

(1994).

s

skscky

c

ckc

Ma

yaRdpl

fAffdtfAfAN

γη

γγη

+++= )])((1[ 12

, (4.25)

onde:

1021 ,, ηηη e 20η são calculados igual a NBR 14323 (1999).

As limitações quanto à consideração do aumento de resistência em tubos

circulares preenchidos devido ao confinamento do concreto é idêntico na NBR

14323 (1999) e no EUROCODE 4 (1994).

No EUROCODE 4 (1994), a tabela 4.2 simplifica a determinação dos

valores de 10η e 20η em função de λ quando 0=e .

Tabela 4.2 Valores de 10η e 20η quando 0=e , prevista no EUROCODE 4 (1994)

Obs.: O dimensionamento da resistência em regime plástico da seção transversal

do perfil tubular circular preenchido com concreto pelo projeto de revisão da

NBR 8800 (2006) deve ser feito igual ao ítem 4.1.6.1, isto é, o projeto de

revisão da NBR 8800 (2006) não considera o efeito do confinamento no

dimensionamento dos pilares mistos preenchidos circulares.

0 0,1 0,2 0,3 0,4

10η 4,90 3,22 1,88 0,88 0,22 0,00

20η 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00

λ 5,0≥

109

4.1.7 Resistência de pilares submetidos à compressão axial

4.1.7.1 Resistência de cálculo de barras axialmente comprimidas sujeitas a flambagem por flexão

a) Resistência de cálculo de barras axialmente comprimidas sujeitas a flambagem por flexão segundo a NBR 14323 (1999)

Segundo a NBR 14323 (1999), a resistência de cálculo de barras

axialmente comprimidas sujeita a flambagem por flexão é dada por:

RdplRd NN ,ρ= (4.26)

onde:

ρ é o fator de redução que segundo a NBR 14323 (1999), deve ser fornecido pela

NBR 8800 (1986) em função da esbeltez relativa λ e da adequada curva de

flambagem, devendo-se tomar:

- curva “a” para seções tubulares preenchidas com concreto;

- curva “b” para seções I total ou parcialmente revestidas com concreto, com

flambagem em torno do eixo de maior inércia do perfil de aço;

- curva “c” para seções I total ou parcialmente revestidas com concreto, com

flambagem em torno do eixo de menor inércia do perfil de aço.

Para 20,0≤λ

00,1=ρ

Para 20,0>λ

22 1

λββρ −−= (4.27)

110

−++= 04,01

2

1 22

2 λαλλ

β (4.28)

onde:

curva a - 158,0=α

curva b - 281,0=α

curva c - 384,0=α

b) Resistência de cálculo de barras axialmente comprimidas sujeitas a flambagem por flexão segundo o EUROCODE 4 (1994)

Segundo o EUROCODE 4 (1994), a força normal de cálculo deve atender

à seguinte condição para ambos os eixos de simetria:

RdplRd NN ,χ= (4.29)

χ é o fator de redução da resistência associado à flambagem, equivalente ao

parâmetro ρ da NBR 8800 (1986).

O EUROCODE 4 (1994) também prevê as curvas “a”, “b” e “c” do

EUROCODE 3 para levar em conta as imperfeições geométricas iniciais da barra,

sendo que ainda prevê a curva “d” no método geral de cálculo, para outras seções

preenchidas de concreto.

22

1

λφφχ

−+= (4.30)

( )[ ]22,015,0 λλαφ +−+= (4.31)

onde:

curva a - 21,0=α

curva b - 34,0=α

curva c - 49,0=α

111

Obs.: Os valores encontrados para ρ nas curvas de flambagem da NBR 14323

(1999) são semelhantes aos valores encontrados para χ nas curvas de

flambagem do EUROCODE 4 (1994).

O texto base de revisão da NBR 8800 (2003) adota uma fórmula idêntica

ao EUROCODE 4 (1994) para o cálculo da força normal de cálculo do pilar misto,

porém adota as mesmas curvas de flambagem da NBR 8800 (1986) para o cálculo

de χ .

4.1.7.2 A esbeltez relativa λ para o plano de flexão considerado

a) A esbeltez relativa λ para o plano de flexão considerado segundo a NBR

14323 (1999)

e

Rpl

NN ,=λ (4.32)

onde:

eN é a carga crítica de flambagem elástica por flexão dada por:

²²)(

LEIN ee

π= (4.33)

No texto base de revisão da NBR 8800 (2003), é acrescentado o

coeficiente K multiplicando o L , sem alterar o resultado final, pois na NBR 14323

(1999) ele era considerado implicitamente no cálculo do comprimento efetivo de

flambagem )(L .

)²(²)(

KLEIN ee

π= (4.34)

Esta carga crítica de flambgem é a força crítica de Euler para colunas com

a utilização da rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista eEI )( .

112

²²

LEIPcr

π= (Força crítica de Euler) (4.35)

b) A esbeltez relativa λ para o plano de flexão considerado segundo a

EUROCODE 4 (1994), o texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e o projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

No EUROCODE 4 (1994), no texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e

no projeto de revisão da NBR 8800 (2006), a esbeltez relativa λ para o plano de

flexão considerado é calculada de forma idêntica à NBR 14323 (1999).

Obs.: No texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e no projeto de revisão da

NBR 8800 (2006), a esbeltez relativa λ para o plano de flexão considerado

passou a ser chamada relλ .

4.1.7.3 A rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista, eEI )(

a) A rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista, eEI )( , segundo a

NBR 14323 (1999)

A rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista, eEI )( , segundo a

NBR 14323 (1999), é determinada como a seguir:

ssccaae IEIEIEEI ++= 8,0)( (4.36)

onde:

ckcc fE 5,142γ=

cE e ckf em MPa.

cγ é o peso específico do concreto, em ³m

kN.

113

O valor mínimo previsto para o peso específico do concreto quando são usados

agregados leves é de 15 ³mkN ;

O peso específico do concreto normal é de 24 ³mkN .

b) A rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista, eEI )( , segundo o

EUROCODE 4 (1994)

A determinação da rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista,

eEI )( , segundo o EUROCODE 4 (1994), tem duas diferenças significativas

quando comparada com a NBR 14323 (1999).

1) A determinação do valor do módulo de elasticidade secante do concreto pelo

EUROCODE 4 (1994) é diferente da NBR 14323 (1999).

2) O coeficiente de ponderação de 1,35 utilizado no EUROCODE 4 (1994) para

minorar o modulo de elasticidade secante do concreto não é utilizado na NBR

14323 (1999), o que torna o cálculo da rigidez efetiva à flexão da seção

transversal mista eEI )( pelo EUROCODE 4 (1994), mais conservador do que

pela NBR 14323 (1999).

ssccdaae IEIEIEEI ++= 8,0)( (4.37)

onde:

35,1cmccmcd EEE == γ .

Tabela 4.3 Valores do módulo de elasticidade secante previstos no EUROCODE 4 ( ²mmKN )

Resistência

do concreto

( ckf )

(12) (16) C20/25 C25/30 C30/37 C35/45 C40/50 C45/55 C50/60

cmE 26 27,5 29 30,5 32 33,5 35 36 37

114

c) A rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista, eEI )( , segundo o

texto base de revisão da NBR 8800 (2003)

A determinação da rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista

eEI )( pelo texto base de revisão na NBR 8800 (2003) é semelhante ao

EUROCODE 4 (1994), porém é mais conservador pois o cálculo do módulo de

elasticidade do concreto pelo texto base de revisão na NBR 8800 (2003)

determina valores inferiores aos valores determinados pelo EUROCODE 4 (1994).

sscc

aae IEIEIEEI ++=35,1

8,0)( (4.38)

onde:

cE é dado conforme o item 4.5.3 do texto base de revisão da NBR 8800 (2003):

ckc fE 760.4=

cE e ckf em MPa.

d) A rigidez efetiva à flexão da seção transversal mista, eEI )( , segundo o

projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

A fórmula para a determinação da rigidez efetiva à flexão da seção

transversal mista, eEI )( , foi modificada para:

ssccraae IEIEIEEI ++= 7,0)( (4.39)

onde:

+

=

Sd

GSd

ccr

NNEE

,1 ϕ

ckc fE 760.4=

115

cE e ckf em MPa.

ϕ é o coefiiente de fluência do concreto, que deve ser obtido pela NBR 6118

(2003). Simplificadamente admite-se que esse coeficiente seja tomado igual a 2,5

nas seções total ou parcialmente revestidas com concreto e igual a zero nas

seções tubulares preenchidas com concreto e que a relação SdGSd NN , seja

tomada igual a 0,6.

Obs.: As modificações ocorridas no dimensionamento do módulo de elasticidade

do concreto pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006), seguiu as

modificações ocorridas no EUROCODE 4 (2004). O dimensionamento da

rigidez efetiva pelo EUROCODE 4 (2004) se tornou ainda mais conservador

do que o dimensionamento pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006),

pois o coeficiente de minoração da rigidez efetiva do concreto foi reduzido

para 0,6.

4.1.7.4 A consideração dos efeitos de retração e deformação lenta

a) A consideração dos efeitos de retração e deformação lenta do concreto segundo a NBR 14323 (1999)

Segundo a NBR 14323 (1999), os efeitos de retração e deformação lenta

do concreto devem ser levados em conta na rigidez efetiva à flexão da seção

transversal, quando:

• a esbeltez relativa λ no plano de flexão considerado exceder os limites dados

na tabela 4.4;

• 2<de .

onde:

Rdplaya NAf ,/)(φδ = (4.40)

116

b) A consideração dos efeitos de retração e deformação lenta do concreto segundo o EUROCODE 4 (1994) e o texto base de revisão da NBR 8800 (2003)

As condições para que sejam considerados os efeitos de deformação

lenta e retração do concreto segundo o EUROCODE 4 (1994) e o texto base de

revisão da NBR 8800 (2003) são idênticas às condições apresentadas pela NBR

14323 (1999). A fórmula apresentada para o cálculo do fator de contribuição do

aço é semelhante, porém tem uma pequena diferença no coeficiente como pode

ser observado a seguir:

Rdpla

ya NfA

,/)(γ

δ = (4.41)

Na tabela 4.4 podem ser observados os valores limites de λ abaixo

dos quais são desprezados os efeitos de retração e deformação lenta do concreto

segundo a NBR 14323 (1999), o EUROCODE 4 (1994) e o texto base de revisão

da NBR 8800 (2003).

Tabela 4.4 Valores limites de λ

EstruturasIndeslocáveis

Estruturasdeslocáveis

Seções revestidas de concreto 0,8 0,5Seções tubulares preenchidas com concreto 0,8/(1-δ ) 0,5/(1-δ )

Obs.: Este item relacionado à consideração dos efeitos de retração e deformação

lenta do concreto não consta do projeto de revisão da NBR 8800 (2006) e

nem do EUROCODE4 (2004).

4.1.7.5 Os efeitos de retração e deformação lenta do concreto podem ser simulados por uma redução do módulo de elasticidade do concreto

117

Segundo o EUROCODE 4 (1994), a NBR 14323 (1999) e o texto base de

revisão da NBR 8800 (2003), os efeitos de retração e deformação lenta do

concreto podem ser simulados por uma redução do módulo de elasticidade do

concreto.

As fórmulas utilizadas para o cálculo do módulo de elasticidade reduzido

pela NBR 14323 (1999), pelo EUROCODE 4 (1994) e pelo texto base de revisão

da NBR 8800 (2003) são semelhantes, como pode ser observado a seguir:

a) NBR 14323 (1999)

Deve-se tomar crE no lugar de cE , dado por:

)]/(5,01[ , SdSdGccr NNEE −= (4.42)

b) EUROCODE 4 (1994)

Deve-se tomar cE no lugar de cdE :

)]/(5,01[ , SdSdGcdc NNEE −= (4.43)

c) Texto base de revisão da NBR 8800 (2003)

Deve-se tomar cE ' no lugar de cE :

)]/(5,01[' , SdSdGcc NNEE −= (4.44)

Obs.: O cálculo do módulo de elasticidade reduzido pelo projeto de revisão da

NBR 8800 (2006) foi alterado como pode ser observado no ítem 4.1.7.3d.

118

4.1.8 Resistência de pilares submetidos à flexo-compressão

4.1.8.1 Resistência de pilares submetidos à flexo-compressão segundo a NBR 14323 (1999)

É aplicável a barras sujeitas aos efeitos combinados de força normal e

momento fletor em torno de um ou de ambos os eixos de simetria da seção

transversal.

As forças cortantes que agem segundo os eixos de simetria da seção

mista podem ser assumidas como atuando apenas no perfil de aço. Neste caso as

resistências de cálculo devem ser determinadas conforme a NBR 8800 (1986).

A verificação dos efeitos da força normal de compressão e dos momentos

fletores é feita por meio da seguinte expressão de interação:

d

Rdplyey

nSd

Sdymx

Rdplxex

nSd

Sdxmx

nRd

nSdk

MN

NNMC

MN

NNMC

NNNN µµ ≤−−

+−−+

−−

,,

,

,,

,

9,0)1(9,0)1( (4.45)

A expressão 4.45 segue a linha de raciocínio da expressão apresentada

pelo EUROCODE 4 (1994). A principal diferença entre o diagrama de interação

apresentado pelo EUROCODE 4 (1994) e o diagrama de interação apresentado

pela NBR 14323 (1999) é a desconsideração por parte da NBR 14323 (1999) das

situações onde os momentos resistentes são maiores que os momentos de

plastificação.

Esta expressão não é apresentada pelo texto base de revisão da NBR

8800 (2003).

As fórmulas abaixo para determinação de kµ e dµ possuem erro de

digitação na NBR 14323 (1999).

onde:

119

0,1,

, ≤−

−=

cRdpl

RdRdplk NN

NNµ ( para pilar sem flambagem, 0=kµ ) (4.46)

0,1,

, ≤−

−=

cRdpl

SdRdpld NN

NNµ (4.47)

SdRdn NrNN ≤+=4

)1( (4.48)

2

1

MMr = (4.49)

cckcc AfN α φ= (4.50)

0,1=α para pilares preenchidos e 85,0=α para pilares revestidos;

2

1

MM

é a relação entre o menor e o maior momento de extremidade do pilar e é

positiva quando estes momentos provocarem curvatura reversa e negativa em

caso de curvatura simples. Quando o momento em alguma seção intermediária for

superior, em valor absoluto, a 1M e 2M , r deve ser tomado igual a 1,00. Também

no caso de balanços, r deverá ser tomado igual a 1,00;

mxC e myC são coeficientes determinados conforme 5.6 da NBR 8800 (1986), que

por sua vez foi baseado no método proposto pelo AISC-LRFD:

- Para barras de estruturas indeslocáveis, não sujeitas a cargas transversais entre

apoios:

4,04,06,02

1 ≥−=MMCm (4.51)

- Para barras de estruturas indeslocáveis, sujeitas a cargas transversais entre

apoios, o valor de mC pode ser determinado por análise ou pode ser tomado igual

a 0,85 no caso de barras com ambas as extremidades engastadas e 1,0 nos

demais casos.

- Para barras de estruturas deslocáveis, mC pode ser tomado igual a 0,85, caso

não se faça análise de segunda ordem. Caso esta análise seja feita, o valor de mC

será determinado como se a estrutura fosse indeslocável.

120

4.1.8.2 Resistência de pilares submetidos à flexo-compressão segundo o EUROCODE 4 (1994)

Para cada um dos eixos de simetria, é necessária uma verificação

separada dos valores correspondentes à esbeltez, ao momento fletor e resistência

à flexão.

Para pilares pertencentes a estruturas indeslocáveis, os efeitos de

segunda ordem podem ser desprezados se:

1,0≤cr

Sd

NN

ou (4.52)

)2(2,0 r−≤λ (4.53)

onde:r é a relação entre o menor e o maior momento de extremidade do pilar, obtidos

em análise de primeira ordem. Ao contrário da NBR 14323 (1999), esta relação é

positiva no caso de curvatura simples e negativa no caso de curvatura reversa. Se

houver carregamento transversal ao pilar, deve-se tomar r igual a 1,00.

Os efeitos de segunda ordem dentro do comprimento do pilar podem ser

determinados, de forma aproximada, multiplicando-se o maior momento fletor de

cálculo no pilar ( SdM ), obtido na análise de segunda ordem da estrutura, pelo

coeficiente k dado por:

0,1)](1[

≥−

=crsd NN

k β (4.54)

onde:

β é um fator que depende da distribuição de momentos, semelhante ao

coeficiente mC apresentado pela NBR 8800 (1986). Quando existir carregamento

transversal no pilar, β pode ser tomado igual a 1,0, caso contrário, pode ser

determinado por meio da seguinte expressão:

121

44,044,066,0 ≥+= rβ (4.55)

Obs.: A equação 4.54 é apresentada com o sinal positivo no EUROCODE 4 (1994)

enquanto que a equação 4.50, semelhante a esta utilizada para a

determinação do coeficiente mC pela NBR 14323 (1999), é apresentada

com o sinal negativo. Isto se deve ao fato da consideração do sinal do

coeficiente r pelas duas normas ser invertida, o que torna os resultados

finais das equações 4.50 pela NBR 14323 (1999) e 4.54 pelo EUROCODE

4 (1994) semelhantes.

a) flexo-compressão reta

Os pontos do diagrama de interação que mostram a interação entre a

resistência à compressão e a resistência à flexão reta, podem ser calculados

supondo serem diagramas retangulares de tensão.

Para as seções preenchidas de concreto, pode-se calcular a resistência

plástica substituindo ckf85,0 por ckf .

Como simplificação pode-se substituir a curva de interação por um

diagrama poligonal (linha vermelha mostrada na figura 4.7).

A distribuição de tensões correspondente ao diagrama de interação pode

ser observado na figura 4.8.

Se a resistência do pilar à compressão ( RdplN ,χ ) for maior que RdpmN , ,

onde RdpmN , é a resistência plástica da seção de concreto isolada (equivalente ao

cN da NBR 14323 (1999)), deve-se obter um ponto adicional E entre os pontos A e

C da figura 4.7.

O esforço cortante de cálculo sdV pode ser considerado atuando

unicamente na seção do perfil de aço ou que seu efeito seja dividido entre a seção

122

de concreto e a seção de aço. Devem ser seguidas as recomendações de norma

específicas para o concreto e para o aço.

RdplM , RdmáxM ,

RdplN ,

RdpmN .

2.RdpmN

FIGURA 4.7 Diagrama de interação considerando o ponto E

A curva de interação simplificada é representada por retas definidas pelos

pontos A, B, C e D, definidos a seguir:

Figura 4.8 Curva de interação simplificada e correspondente distribuição de tensões

(EUROCODE 4 (2004))

123

Ponto A:

RdplNN ,= e 0=M

Ponto B:

0=N e RdplMM ,=

Ponto C:

RdpmNN .= e RdplMM ,=

Ponto D:

RdpmNN .21= e RdMM max,=

Valores da resistência ao momento fletor superiores ao momento de

plastificação RdplM , são normalmente desconsiderados, o que corresponde a

negligenciar o ponto D no diagrama de interação. Não é necessário determinar o

ponto E em seções do perfil tipo I fletido em torno do eixo de maior inércia ou se a

força normal de cálculo não for maior que a resistência à compressão do concreto

isolado RdpmN . . Em demais casos, deve-se obter o ponto adicional E, localizado

entre os pontos A e C. O anexo C dessa norma contém informações sobre a

determinação dos pontos característicos (A a E) do diagrama momento normal.

Verifica-se a resistência do pilar misto submetido à flexo-compressão reta

por meio da seguinte condição:

RdplSd MM ,9,0 µ≤ (4.56)

onde:

)()(

n

ndkd χχ

χχµµµ−−−= (4.57)

RdPl

sdd N

N,

=χ (4.58)

124

kµ e dµ são os valores das abcissas correspondentes às ordenadas χ e dχ ,

obtidos da curva de interação, conforme a figura 4.9;

nχ é um fator igual a ,4)1( r−χ para distribuição de momentos linear ou

aproximadamente linear, e igual a 0 nos demais casos;

r é a razão entre o menor e o maior momento de extremidade, sendo positiva no

caso de curvatura simples e negativa no caso de curvatura reversa;χ é o fator de redução da resistência associado à flambagem, equivalente ao

parâmetro ρ da NBR 8800 (1986).

χ

Rdpl

Rd

NN

,

Rdpl

Rd

MM

,

kµ dµ

µ

FIGURA 4.9 – Processo de cálculo para compressão e flexão monoaxial

A distância µ da figura 4.9 representa o momento resistente disponível

para a solicitação a qual o pilar misto é submetido. A distância que pode ser

determinada neste gráfico por µµ −d , representa a zona destinada aos efeitos de

segunda ordem, devido à presença da força normal.

b) Flexo-compressão oblíqua

O procedimento de cálculo é similar ao da flexo-compressão reta,

devendo-se realizar as verificações nos dois eixos de flexão (x e y):

125

RdplxxSdx MM ,,, 9,0 µ≤ (4.59)

RdplyySdy MM ,,, 9,0 µ≤ (4.60)

onde:

xµ e yµ são coeficientes determinados conforme a expressão para determinação

do valor de µ , segundo os dois eixos de simetria.

Além destas duas verificações anteriores, a expressão de interação da

flexão oblíqua deve ser satisfeita:

0,1,,

,

,,

, ≤+Rdplyy

Sdy

Rdplxx

Sdx

MM

MM

µµ (4.61)

4.1.8.3 Resistência de pilares submetidos à flexo-compressão segundo o projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

A presente subseção é aplicável a pilares mistos sujeitos aos efeitos

combinados de força axial de compressão e momento fletor em torno de um ou de

ambos os eixos de simetria da seção transversal. A seção transversal deve ter

seus elementos componentes atendendo aos requisitos apresentados em 4.1.1,

4.1.2, 4.1.3 e 4.1.4.

As forças cortantes que agem segundo os eixos de simetria da seção

mista podem ser assumidas como atuando apenas no perfil de aço.

Para a verificação dos efeitos da força axial de compressão e dos

momentos fletores, pode ser utilizado um modelo de cálculo mais simplificado,

denominado aqui modelo de cálculo I, ou um modelo mais rigoroso, modelo de

cálculo II, dados a seguir:

a) Modelo de cálculo I

a.1) A verificação dos efeitos da força axial de compressão e dos momentos

fletores pode ser feita conforme item b.1 do modelo de cálculo II, com as seguintes

considerações:

126

xRdM , é o momento fletor resistente de cálculo em torno do eixo x da seção mista,

dado por xplRdM ,, , sendo xplRdM ,, determinado conforme 4.1.8.4.1;

yRdM , é o momento fletor resistente de cálculo em torno do eixo x da seção mista,

dado por yplRdM ,, , sendo yplRdM ,, determinado conforme 4.1.8.4.1.

b) Modelo de cálculo II

A verificação dos efeitos da força axial de compressão e dos momentos

fletores pode ser feita por meio das expressões:

RdSd NN ≤

0,1,

,,

,

,, ≤+

++

ydy

ydyySd

xd

xdxxSd

MMM

MMM

µµµ

(4.62)

onde:

xµ é um coeficiente igual a zero se xSdM , for igual a zero e, caso contrário:

b.1) para cSd NN ≥

+

−=

xd

cSd

cplRd

xc

xd

xcxdx M

NNNN

MM

MM

,,

,

,

,,µ (4.63)

b.2) para cSdc NNN <<

2

−=

xd

cSd

c

xcxdx M

NN

NMM

,

,, 22µ (4.64)

127

b.3) para 2c

SdNN ≤

−=

c

Sd

xd

xcxdx N

NM

MM 21,

,,µ (4.65)

yµ é um coeficiente calculado da mesma forma que xµ , trocando-se as

grandezas referentes a x por y;

c

cckc

AfNγ

α= , onde α é definido em 4.1.6.1b; (4.66)

xcM , e ycM , são dados, respectivamente, por xplRdM ,,9,0 e yplRdM ,,9,0 onde

os momentos fletores resistentes de plastificação de cálculo em torno do eixo

x ou do eixo y (respectivamente, xplRdM ,, e yplRdM ,, ) são obtidos segundo

4.1.8.4.1;

xdM , e ydM , são dados, respectivamente, por xplRdmáxM ,,,8,0 e yplRdmáxM ,,,8,0

onde os momentos fletores máximos resistentes de plastificação de cálculo

em torno do eixo x ou do eixo y (respectivamente, xplRdmáxM ,,, e yplRdmáxM ,,, )

são obtidos na expressão 4.66. Caso xdM , seja menor do que xcM , , xdM ,

deve ser tomado igual a xcM , . O mesmo deve ser feito em relação a ydM , e

ycM , ;

O momento fletor máximo resistente de plastificação de cálculo, xplRdmáxM ,,, ,

em torno do eixo x ou do eixo y (respectivamente, xplRdmáxM ,,, e yplRdmáxM ,,, )

de seções mistas duplamente simétricas pode ser calculado por:

)()(5,0)(,, pssdpscdpaydplRdmáx ZfZfZfM ++= (4.67)

128

onde paZ , pcZ e psZ são definidos no item 4.1.8.4.1 e ydf , cdf e sdf são

definidos abaixo:

1a

yyd

ff

γ= (4.68)

s

sysd

ff

γ= (4.69)

c

ckcd

ff

γα ;= (4.70)

xSdM , e ySdM , são os momentos fletores solicitantes de cálculo,

respectivamente, em torno dos eixos x e y. Esses momentos, caso não seja

feita análise mais rigorosa, são iguais aos momentos calculados conforme o

item 4.9 do projeto de revisão da NBR 8800 (2005) somados aos momentos

devidos às imperfeições ao longo do pilar, dados por:

xe

Sd

Sd

NNLN

,2

1200 (4.71)

ou

ye

Sd

Sd

NNLN

,2

1150 (4.72)

em torno do eixo x ou y , respectivamente, sendo L o comprimento do pilar,

2,2

2,2 )( LEIN xexe π= e 2

,22

,2 )( LEIN yeye π= , onde os subscritos x e y

referem-se à flexão em torno dos eixos de maior e menor momento de

inércia, respectivamente, com ( ) xeEI ,2 e ( ) yeEI ,2 determinados conforme

4.1.7.3d. O pior dos casos, segundo a equação de interação apresentada,

deve ser considerado. Quando houver flexão em torno de apenas um eixo, o

129

momento devido às imperfeições deve ser considerado apenas em torno

desse eixo.

4.1.8.4 O momento de plastificação RdplM , para seções mistas duplamente

simétricas

4.1.8.4.1 O momento de plastificação RdplM , para seções mistas duplamente

simétricas pode ser calculado pela NBR 14323 (1999), pelo EUROCODE 4 (1994), pelo texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006) por:

)()(5,0)(, psnpssdpcnpscdpanpaydRdpl ZZfZZfZZfM −+−+−= (4.73)

Existe apenas uma diferença no cálculo de ydf , sdf e cdf como

observado a seguir:

Cálculo de ydf , sdf e cdf pela NBR 14323 (1999):

;yayd ff φ= (4.74)

;syssd ff φ= (4.75)

;ckccd ff α φ= (4.76)

α é definido no item 4.1.6.1a;

Cálculo de ydf , sdf e cdf pelo EUROCODE 4 (1994), pelo texto base de revisão

da NBR 8800 (2003) e pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006):

1a

yyd

ff

γ= (4.77)

s

sysd

ff

γ;= (4.78)

130

c

ckcd

ffγ

= (4.79)

α é definido no item 4.1.6.1b;

paZ é o módulo de resistência plástico da seção de aço estrutural;

psZ é o módulo de resistência plástico da seção da armadura do concreto;

pcZ é o módulo de resistência plástico da seção de concreto, considerado não

fissurado;

panZ , pcnZ e psnZ sã módulos de resistência plásticos definidos em 4.1.8.4.2 e

4.1.8.4.3.

4.1.8.4.2 Para seções I revestidas com concreto, tem-se:

∑=

=n

iisips eAZ

1

onde ie significa as distâncias dos eixos das barras da armadura de área siA aos

eixos de simetria da seção.

a) Eixo de maior inércia:

y

y

x x

ye

x

e y

x

y

y

h nh n

Figura 4.10 Seção I revestida com concreto, fletida em torno do eixo de maior inércia

131

pspacc

pc ZZhbZ −−=4

2

(4.80)

a.1) Linha neutra plástica na alma do perfil de aço ( fn thh −≤ 2 ):

)2(22)2(

cdydwcdc

cdsdsncdcn fftfb

ffAfAh−+

−−= (4.81)

2nwpan htZ = (4.82)

Obs.: Esta fórmula contém um erro de digitação na NBR 14323 (1999), porém

esse erro foi corrigido no texto base de revisão da NBR 8800 (2003).

∑=

=n

iyisnipsn eAZ

1 (4.83)

psnpanncpcn ZZhbZ −−= 2 (4.84)

onde:

snA é a soma das áreas das barras da armadura na região nh2 ;

sniA são as áreas das barras da armadura na região nh2 ;

yie são as distâncias dos eixos das barras da armadura ao eixo x.

a.2) Linha neutra plástica na mesa do perfil de aço ( 22 hhth nf ≤≤− ):

)2(22)2)(2)(()2(

cdydfcdc

cdydfwfcdsdsncdcn ffbfb

ffthtbffAFAh

−+−−−+−−

= (4.85)

4)2)(( 2

2 fwfnpan

thtbbhZ

−−−= (4.86)

psnpanncpcn ZZhbZ −−= 2 (4.87)

132

a.3) Linha neutra plástica fora do perfil de aço ( 22 cn hhh ≤≤ ):

cdc

cdydacdsdsncdcn fb

ffAffAFAh

2)2()2( −−−−

= (4.88)

papan ZZ = (4.89)

psnpanncpcn ZZhbZ −−= 2 (4.90)

b) Eixo de menor inércia:

xe

y

x

x

y

h=h c

x

y

x

hh

e x

nn

yhch

Figura 4.11 Seção I revestida com concreto, fletida em torno do eixo de menor inércia

pspacc

pc ZZbhZ −−=4

2

(4.91)

b.1) Linha neutra plástica na alma do perfil de aço ( 2wn th < ):

)2(22)2(

cdydcdc

cdsdsncdcn ffhfh

ffAfAh−+−−= (4.92)

2npan hhZ = (4.93)

psnpanncpcn ZZhhZ −−= 2 (4.94)

133

b.2) Linha neutra plástica na mesa do perfil de aço ( 22 fnw bht << ):

)2(42)2)(2()2(

cdydfcdc

cdsdfwcdsdsncdcn fftfh

ffhttffAfAh

−+−−+−−

= (4.95)

4)2(

22

2 wfnfpan

tthhtZ

−+= (4.96)

psnpanncpcn ZZhhZ −−= 2 (4.97)

b.3) Linha neutra fora do perfil de aço ( 22 cnf bhb ≤≤ ):

cdc

cdydacdsdsncdcn fh

ffAffAfAh

2)2()2( −−−−

= (4.98)

papan ZZ = (4.99)

psnpanncpcn ZZhhZ −−= 2 (4.100)

4.1.8.4.3 Para seções tubulares retangulares ou circulares preenchidas com concreto, tem-se:

a) Seção tubular retangular:

x

e y

yex

t

x h

y

b

nh

134

Figura 4.12 Seção tubular retangular

a.1) Eixo de maior inércia:

pspc ZrthrrthtbZ −−−−−−−−= )2

)(4²(³32

4)2)(2( 2

π (4.101)

)2(42)2(

cdydcd

cdsdsncdcn fftbf

ffAfAh−+−−= (4.102)

psnnpcn ZhtbZ −−= 2)2( (4.103)

psnpcnnpan ZZbhZ −−= 2 (4.104)

a.2) Eixo de menor inércia:

Neste caso devem ser utilizadas as equações relativas ao eixo de maior inércia,

permutando-se entre si as dimensões h e b , bem como os índices subscritos x e y .

b) Seção tubular circular:

y

ye

x x

yex

t

d

Figura 4.13 Seção tubular circular

135

Neste caso podem ser utilizadas as equações relativas às seções tubulares

retangulares, considerando dbh == e tdr −= 2 .

4.2 DIMENSIONAMENO DE PILARES MISTOS SEGUNDO O AISC-LRFD

O AISC, American Institute of Steel Construction, incluiu os procedimentos

para o dimensionamento de vigas mistas desde 1961. Os procedimentos para o

dimensionamento de pilares mistos foram incluídos em 1986, com a primeira

edição do AISC-LRFD specification. FURLONG (1976) foi o responsável pelo

desenvolvimento do método para dimensionamento de pilares mistos

considerando a formulação de elementos de aço utilizando parâmetros

modificados para considerar a presença benéfica do concreto no elemento misto.

Através da modificação da tensão de escoamento myF , do módulo de elasticidade

mE e do raio de giração mr , pode-se utilizar o mesmo procedimento utilizado para

o dimensionamento de pilares metálicos para o dimensionamento de pilares

mistos.Em 2005, o AISC Specification for structural Steel Buildings lançou novas

especificações para o dimensionamento de estruturas de aço. Estas

especificações permitem o dimensionamento de pilares mistos tanto pelo ASD

(Allowable Stress Design) quanto pelo LRFD (Load & Resistance Factor Design).

Essa é a primeira edição que permite o dimensionamento pelo ASD.

O ANSI/AISC (2005) segue o mesmo modelo de dimensionamento de

pilares mistos abordado pelo AISC (1994). Uma das principais diferenças está no

limite determinado para a razão mínima entre a área de aço do perfil e a área total

da seção transversal do pilar misto, que no AISC (1994) era limitada em no

mínimo 4%, enquanto no ANSI/AISC (2005) diminuiu para 1%. Essa alteração

tornou o ANSI/AISC (2005) menos restritivo.

136

No ANSI/AISC (2005) são previstos os pilares mistos totalmente

revestidos de concreto e os pilares mistos preenchidos de concreto (figura 2.12a,

2.12c, e 2.12d, porém não é previsto no ANSI/AISC (2005) o caso de perfil I de

aço parcialmente revestido por concreto. (figura 2.12b).

4.2.1 Parâmetros de cálculo

- Módulo de elasticidade e limite de escoamentoO AISC-LRFD (1994) adota os seguintes valores modificados para o

módulo de elasticidade )( mE e limite de escoamento do aço )( myf :

(4.105)

s

cc

s

ryrymy A

AfcAAFcFF '21 ++= (4.106)

sE - módulo de elasticidade do aço;

yry FF , - limite de escoamento do aço do perfil e da armadura respectivamente;

cf ' - resistência característica do concreto à compressão;

rsc AAA ,, - área da seção transversal de concreto, perfil de aço e aço da

armadura, respectivamente;

cE - módulo de elasticidade do concreto dado por ckc fE 5,142γ= , sendo cE e

cf ' em MPa e γ em ³mkN (peso específico do concreto);

321 ,, ccc - constantes apresentadas na tabela 4.5 para cada tipo de pilar.

Tabela 4.5 Valores dos coeficientes 321 ,, ccc do AISC-LRFD (1994)

Pilares mistos preenchidos Pilares mistos revestidos

1c 1,00 0,7

2c 0,85 0,6

s

ccsm AAEcEE 3+=

137

3c 0,40 0,2

Figura 4.14 Curva de flambagem adotada pelo AISC-LRFD (1994)

Recomenda-se o uso das expressões de interação apresentadas para

elementos de aço isolados (com e sem efeito de 2ª ordem).

Deve-se, no entanto, fazer as modificações necessárias para considerar a

contribuição do concreto. A força crítica de Euler, empregada no cálculo do fator

de amplificação do momento, deve ser calculada empregando os parâmetros

modificados apresentados anteriormente.

- Índice de esbeltez reduzido ( mλ )

m

my

mm E

FrkL

πλ 1= (4.107)

onde:

kL é o comprimento efetivo de flambagem do pilar misto

mr é o raio de giração modificado podendo ser adotado igual ao raio de giração do

perfil de aço, porém menor que b3,0 no caso de pilares revestidos, sendo b a

dimensão da seção mista na direção perpendicular ao eixo de flambagem;

mym FE , são o módulo de elasticidade e resistência ao escoamento modificados,

conforme as expressões 4.104 e 4.105.

138

Uma vez determinado o índice de esbeltez reduzido, pode-se obter a

resistência à compressão da seção mista por um procedimento idêntico ao

adotado para os pilares de aço isolados.

- Resistência à compressão ( ncPφ ):

cranc FAP 85,0=φ (4.108)

onde:

crF é a tensão crítica de flambagem global, determinada por:

myA

cr FF )658,0(= para 25.2≤A (4.109)

ou

mycr FA

F

= 877,0

para 25.2>A (4.110)

onde2mA λ=

- Verificação de elementos flexo-comprimidos:

A verificação de elementos submetidos à flexo-compressão é análoga à

dos pilares de aço isolados. As seguintes expressões de interação momento-

normal devem ser utilizadas, empregando-se os parâmetros modificados devido à

presença do concreto.

198 ≤

++

nyc

uy

nxb

ux

nc

u

MM

MM

PP

φφφ para 2,0≥

nc

u

PP

φ (4.111)

12

++

nyc

uy

nxb

ux

nc

u

MM

MM

PP

φφφ para 2,0<

nc

u

PP

φ (4.112)

139

onde:

uP é a força normal de cálculo;

nxM e nyM são, respectivamente, o momento fletor atuante de cálculo em torno

dos eixos x e y da seção mista;

nP é a resistência à força normal de compressão;

bφ é o coeficiente de segurança da resistência ao momento fletor igual a 0,85;

cφ é o coeficiente de segurança da resistência a compressão, igual a 0,85;

nxM e nyM são, respectivamente, o momento fletor resistente nominal em torno

dos eixos x e y da seção mista;

Obs.: Alguns autores brasileiros como QUEIROZ (2001), CALDAS (2004) e

FAKURI (2006) indicam em seus trabalhos a possibilidade de utilização das

mesmas fórmulas adotadas pelo AISC-LRFD para a verificação de

elementos flexo-comprimidos pelas normas brasileiras.

4.3 BREVES COMENTÁROS SOBRE O DIMENSIONAMENO DE PILARES MISTOS SEGUNDO O ACI 318 (1992)

A norma do American Concrete Institute (ACI) é baseada no método do

estado limite último com coeficientes de segurança para os materiais e para as

cargas. A resistência do pilar misto é calculada considerando um pilar de concreto

armado. A deformação de ruptura é 0,3% para qualquer fibra de concreto, sendo

avaliada considerando-se várias posições da linha neutra, de modo que a curva de

interação aço-concreto para compressão e flexão seja construída.

Os valores da resistência nominal devem ser reduzidos por um fator φ .

Para pilares revestidos de concreto φ é igual a 0,70 e pilares preenchidos é igual

a 0,75.

Os efeitos da esbeltez são analisados em termos de momentos majorados

usando uma carga de Euler reduzida. A expressão para rigidez equivalente inclui

140

um fator de deformação lenta e a seção de concreto é considerada fissurada.

Mínimas excentricidades são especificadas para compensar desvios na

construção (FURLONG, 1983 apud BIANCHI, 2002).

4.4 ALGUMAS PESQUISAS INTERESSANTES

Considerando como um objetivo desta pesquisa a avaliação do custo e da

viabilidade econômica na utilização dos pilares mistos aço-concreto na construção

civil brasileira, deve ser considerada a grande vantagem de custo que a utilização

do concreto exerce sobre o aço atualmente no Brasil. Em virtude disso, faz-se

necessária uma atenção especial à utilização de tubos de paredes finas na

execução de pilares mistos, principalmente quando o pilar misto é solicitado

axialmente, sem a atuação de momentos significativos, que é o alvo principal

desta pesquisa.

Segundo FIGUEIREDO (1998), em uma pesquisa conduzida por BRIDGE

& WEBB (1992) na Austrália, buscou-se desenvolver um método de cálculo que

permitisse maior flexibilidade na escolha de tubos de paredes finas, sem

comprometer a segurança da estrutura. Naquele país, os pilares preenchidos

foram utilizados pioneiramente no Ed. Casselden Place citado anteriormente nesta

dissertação. Durante a fase de ante-projeto do Ed. Casselden Place, decidiu-se

pesquisar a viabilidade da utilização dos tubos de parede fina. Nesse projeto após

um consenso entre o fabricante do tubo, o construtor da obra e o montador da

estrutura de aço, foram utilizados pilares mistos com as seguintes dimensões:

D ≅ 950 mm

t = 8 mm

Nessa pesquisa desenvolveu-se um programa experimental para verificar se o uso

de um diâmetro efetivo reduzido ( eD ) ou de uma espessura efetiva reduzida ( et )

nos cálculos era satisfatório em tubos de parede fina preenchidos com concreto.

Essa pesquisa constituiu-se de ensaios em tubos de aço isolados, em tubos

similares preenchidos com concreto e em corpos-de-prova de concreto. Como

141

pilares preenchidos são usualmente utilizados em estruturas de edifícios muito

altos, onde a principal solicitação limitante é a carga axial. O concreto utilizado

nessa pesquisa foi de alto desempenho, com resistência à compressão variando

de 60 a 70 MPa. O aço utilizado possui um limite de escoamento ( yf ) de

250MPa. A norma australiana AS 4100 (1990) define o limite da razão tD para

pilares mistos preenchidos com valores muito próximos aos limites determinados

pela NBR 14323 (1999) e pelo EUROCODE 4 (1994):

EUROCODE 4 (1994)

yftD 23590≤ (4.113)

AS 4100 (1990)

yftD 25082≤

yftD 23587 (4.114)

Onde este limite for excedido, deve-se levar em conta os efeitos da flambagem

local.

Verifica-se que no Ed. Casselden Place:

75,1188

950 ≅≅tD

Comparando com a norma Australiana:

822508275,118 ≥≥yf

Onde o limite definido pela norma é excedido, deve-se usar para efeito somente

de verificação de cálculo, um diâmetro efetivo eD com o valor de t adotado,

permanecendo a mesma razão tD . Pode-se também fixar o valor de D e

encontrar um valor de et .

142

DDe

eye λ

λ= , mas não maior que D (4.115)

onde:

250y

ef

tD=λ e 82=eyλ

FIGUEIREDO (1998) também cita que no ensaio realizado em pilares

mistos preenchidos por Grimault e Janss em 1977, a maior razão tD encontrada

pela qual não precisariam ser considerados os efeitos da flambagem local foi

2,81=tD . Essa pesquisa mostrou que para pilares retangulares preenchidos,

enquanto o tubo de aço isolado era esbelto e os efeitos da flambagem local

significativos, o uso de dimensões reduzidas conduziu a resultados satisfatórios.

Características geométricas do pilar pesquisado:

²527.47

²567.1750

02,250012,2

mmAmmA

mmhmmD

mmt

c

g

=

===

=

Ensaios:

- Concreto: os dois pilares preenchidos e os dois corpos-de-prova foram

concretados na mesma hora.

- Aço: ensaios de tração em 4 corpos de prova retirados do tubo.

- Foram realizados ensaios de compressão nos dois tubos de aço isolados para

medir a influência dos efeitos de flambagem. Observou-se flambagem local à meia

altura do pilar pouco antes do ponto de carga máxima KN596≈ .

- Foram realizados ensaios em dois tubos preenchidos com concreto, com a carga

aplicada no concreto e no aço. Observou-se a flambagem local antes da carga

máxima de KN400.3≈ .

143

Resultados comparativos:

a) Tubos de aço:

yAfN =

- AS 4100 (1990) – utilizando a definição do diâmetro efetivo eD

²248.1 mmAe =

Portanto kNNe 5,324260248.1 =×=

- Utilizando o cálculo convencional, sem a definição de diâmetro efetivo

²567.1 mmAg =

Portanto kNN g 4,407260567.1 =×=

- Resultado do ensaio kN7,395

b) Tubos preenchidos com concreto:

ccysp fAfAN +=

- AS 4100 (1990) – usando a definição de diâmetro efetivo eD

²248.1 mmAe =

Portanto kNNep 152.35,59527.47260248.1 =×+×=

- Utilizando o cálculo convencional, sem a definição de diâmetro efetivo

²567.1 mmAg =

Portanto kNN g 235.35,59526.47260567.1 =×+×=

- Resultado do ensaio kN400.3

144

Nesta pesquisa foi verificado que apesar do resultado conservador do

cálculo que se utilizou o conceito de diâmetro efetivo, 93% do valor obtido no

ensaio, este método de cálculo deve ser utilizado, pois desta maneira estará

permitindo a utilização de tubos de paredes finas, além do que, percentualmente

este conservadorismo não é tão grande.

145

5 EXEMPLO COMPARATIVO DE DIMENSIONAMENTO__________________________________________________________________

Neste capítulo foi elaborado um exemplo comparativo de

dimensionamento de um pilar misto aço-concreto totalmente revestido seguindo os

critérios recomendados pela NBR 14323 (1999), pelo EUROCODE 4 (1994), pelo

texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e pelo projeto de revisão da NBR 8800

(2006).

y

y

x x

Figura 5.1 Pilar misto totalmente revestido

146

Pilar Misto Totalmente Revestido

Seção quadrada 40x40cm

cm300== yx LL (comprimento efetivo de flambagem)

5.1 CÁLCULOS INICIAIS

Propriedades dos Materiais:

a) Aço

a.1) Perfil H (W250x80,0) ASTM A 572 Grau 50

mm256=d

mm255=fb

mm4,9=wt

mm6,15=ft

2cm9,101=aA

5,34=yf 2kN/cm

050.20=E 2kN/cm

4

4

cm313.4

cm550.12

=

=

ay

ax

I

I

a.2) Barras longitudinais

4 barras mm5,12=φ

22

cm91,44

4A == π φs

147

2kN/cm50=yf

Obs.: Foram seguidas as recomendações do capítulo 4 desta dissertação:

41=yf 2kN/cm (NBR 14323 (1999))

45=yf 2kN/cm (EUROCODE 4 (1994))

422

422

cm20,304.1)30,16(4

4

cm20,304.1)30,16(4

4

==

==

π φ

π φ

sy

sx

I

I

b) Concreto

- Resistência do concreto

30=ckf ΜPa

- Momento de inércia do concreto

43

43

cm207.716,1312

cm199.479,1312

=−−=−−=

=−−=−−=

syaycc

syaytycy

sxaxcc

sxaxtxcx

IIbhIIII

IIhbIIII

- Área de concreto

satc AAAA −−=2cm00,600.1x(40))40( === cct hbA

2cm19,493.191,49,10100,600.1 =−−=cA

- O módulo de elasticidade do concreto

148

O módulo de elasticidade do concreto de densidade normal é calculado

diferentemente por cada uma das normas como pode ser observado a seguir:

- NBR14323(1999)

ckcc fE 5,142γ=

2

2/15,1

kN/cm705.2MPa047.27)30(2442

===

c

c

ExE

- EUROCODE 4 (1994)

25.31=cmE 2kN/mm35,1=cγ (Item 4.2.1.3.3 do EUROCODE 2(1994))

c

cmcd

EEγ

=

315.235,1125.3 ==cdE 2kN/cm

- Texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

ckc fE 760.4=

071.26=cE ΜPa

607.2=cE 2kN/cm

5.2 VERIFICAÇÕES INICIAIS

a) Segundo a NBR 14323 (1999), a área total das barras longitudinais deve ficar

entre 0,3% e 4% da área do concreto

149

%3,0%33,019,493.1

91,4 >==c

s

AA

OK!

b) Determinação dos cobrimentos mínimo e máximo permitidos para o perfil de

aço

- Limites dos cobrimentos:

mm40 ≤ yc ≤ h3,0 logo mm40 ≤ yc ≤ mm8,76

yc ≥ 6fb logo yc ≥ mm5,42

mm40 ≤ xc ≤ fb4,0 logo mm40 ≤ xc ≤ mm102

xc ≥ 6fb logo xc ≥ mm5,42

- Cobrimentos adotados:

mmcy 72=

mmcx 5,72=

Obs.: Não é necessára a verificação da flambagem local para pilares mistos

totalmente revestidos que possuem os cobrimentos dentro dos limites

exigidos.

c) O fator de contribuição de aço δ , deve ser superior a 0,2 e inferior a 0,9.

527,0,

==Rdpl

aya

NAfφ

δ OK!

150

5.3 RESISTÊNCIA DA SEÇÃO MISTA À PLASTIFICAÇÃO TOTAL PELA FORÇA NORMAL

5.3.1 Nominal

- NBR14323(1999), texto base de revisão da NBR 8800(2003) e projeto de revisão

da NBR 8800 (2006)

ssycckayRpl AfAfAfN ++= α,

)91,4(41)19,493.1)(0,3(85,0)9,101(5,34, ++=RplN

50,524.7, =RplN kN

- EUROCODE 4 (1994)

ssycckayRpl AfAfAfN ++= α,

)91,4(45)19,493.1)(0,3(85,0)9,101(5,34, ++=RplN

14,544.7, =RplN kN

5.3.2 De cálculo:

- NBR14323 (1999)

ssyscckcayaRdpl AfAfAfN φαφφ ++=,

9,0=aφ

7,0=cφ

85,0=sφ

)91,4)(41(85,0)19,493.1)(0,3)(85,0(7,0)9,101)(5,34(9,0, ++=RdplN

45,000.6, =RdplN kN

- EUROCODE 4 (1994)

151

s

sks

c

ckc

Ma

yaRdpl

fAfAfAN

γγγ++= )85,0(

,

10,1=Maγ

50,1=cγ

15,1=sγ

15,1)45(91,4

50,1)0,385,0(19,493.1

10,1)5,34(9,101

, +×+=RdplN

51,926.5, =RdplN kN

- Texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e projeto de revisão da NBR 8800

(2006)

s

sks

c

ckc

a

yaRdpl

fAfAfAN

γγγ++= )85,0(

,

10,1=aγ

40,1=cγ

15,1=sγ

15,1)41(91,4

4,1)0,385,0(19,493.1

10,1)5,34(9,101

, +×+=RdplN

75,090.6, =RdplN kN

5.4 RESISTÊNCIA DE PILARES MISTOS SUBMETIDOS À COMPRESSÃO AXIAL

5.4.1 Rigidez efetiva à flexão da seção transversal

- NBR 14323(1999)

sxscxcaxaex IEIEIEEI ++= 8,0)(

152

)20,304.1(500.20)13,479.199)(705.2(8,0)550.12(500.20)( ++=exEI

3,937.683.715)( =exEI kNcm²

syscycayaey IEIEIEEI ++= 8,0)(

)20,304.1(500.20)13,716.207)(705.2(8,0)313.4(500.20)( ++=eyEI

3,305.650.564)( =eyEI kNcm²

- EUROCODE 4 (1994)

sxscxcdaxaex IEIEIEEI ++= 8,0)(

)20,304.1(500.20)13,479.199)(315.2(8,0)550.12(500.20)( ++=exEI

8,448.446.653)( =exEI kNcm²

syscycdayaey IEIEIEEI ++= 8,0)(

)20,304.1(500.20)13,716.207)(315.2(8,0)313.4(500.20)( ++=eyEI

8,872.842.499)( =eyEI kNcm²

- Texto base de revisão da NBR 8800(2003)

sxscxc

axaex IEIEIEEI ++=35,1

8,0)(

)20,304.1(500.2035,1

)13,479.199)(607.2(8,0)550.12(500.20)( ++=exEI

5,191.184.592)( =exEI kNcm²

syscyc

ayaey IEIE

IEEI ++=35,1

8,0)(

)20,304.1(500.2035,1

)13,716.207)(607.2(8,0)313.4(500.20)( ++=eyEI

3,941.050.436)( =eyEI kNcm²

- Projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

sxscxcraxaex IEIEIEEI ++= 7,0)(

153

+

=

Sd

GSd

ccr

NNEE

,1 ϕ

5,2=ϕ

1, =Sd

GSd

NN

35,1c

crEE =

)20,304.1(500.20)13,479.199(35,1607.27,0)550.12(500.20)( ++=exEI

10,555.662.553)( =exEI kNcm²

syscycrayaey IEIEIEEI ++= 7,0)(

)20,304.1(500.20)13,716.207(35.1607.27,0)313.4(500.20)( ++=eyEI

6,648.938.395)( =eyEI kNcm²

5.4.2 Carga crítica de flambagem elástica por flexão

- NBR 14323(1999)

²²)(x

exex LEIN π=

53,483.78²300

²3,937.683.715 == πexN kN

²²)(y

eyey LEIN π=

83,920.61²300

²3,305.650.564 == πeyN kN

- EUROCODE 4 (1994)

154

²²)(x

exex LEIN π=

42,658.71²300

²8,448.446.653 == πexN kN

²²)(y

eyey LEIN π=

90,813.54²300

²8,872.842.499 == πeyN kN

- Texto base de revisão da NBR 8800(2003)

²²)(,2x

exxe LEIN π=

26,940.64²300

²5,191.184.592,2 == πxeN kN

²²)(,2y

eyye LEIN π=

33,818.47²300

²3,941.050.436,2 == πyeN kN

- Projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

²²)(,2x

exxe LEIN π=

89,715.60²300

²1,555.662.553,2 == πxeN kN

²²)(,2y

eyye LEIN π=

53,419.43²300

²6,648.938.395,2 == πyeN kN

155

5.4.3 Esbeltez relativa

- NBR 14323(1999)

349,083,920.61

50,524.7, ===ey

Rply N

- EUROCODE 4 (1994)

371,090,813.54

14,544.7, ===ey

Rply N

- Texto base de revisão da NBR 8800(2003)

397,033,818.47

50,524.7

,2

, ===ye

Rplrel N

- Projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

416,053,419.43

50,524.7

,2

, ===ye

Rplrel N

Considerando estruturas indeslocáveis: 8,0<yλ (Limite da NBR 14323(1999)

e EUROCODE 4 (1994)) OK!

Não é necessário se fazer a consideração da retração e da deformação

lenta.

5.4.4 Resistência de cálculo de barras axialmente comprimidas sujeita à flambagem por flexão

156

RdplRd NN ,ρ=

Curva c – seção I totalmente revestida de concreto com flambagem em torno do

eixo de menor inércia do perfil de aço

- NBR 14323(1999) utilizando as curvas de flambagem da NBR 8800(1986)

)45,000.6(89,0, == RdplRd NN ρ

40,340.5=RdN kN

- EUROCODE 4 (1994) (Utilizando-se as curvas de flambagem do EUROCODE 3

(1993)

)51,926.5(912,0, == RdplRd NN χ

98,404.5=RdN kN

- Texto base de revisão da NBR 8800 (2006)

)75,090.6(868,0, == RdplRd NN χ

77,286.5=RdN kN

- Projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

)75,090.6(859,0, == RdplRd NN χ

95,231.5=RdN kN

Obs.: Na determinação da resistência de cálculo do pilar misto exemplificado, o

dimensionamento pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006) foi mais

conservador que pelo texto base de revisão da NBR 8800 (2003), que por

sua vez foi mais conservador que NBR 14323(1999), que por sua vez foi

157

mais conservador que pelo EUROCODE 4 (1994). A diferença entre o

dimensionamento pelo EUROCODE 4 (1994), menos conservador, e o

dimensionamento pelo projeto de revisão da NBR 8800 (2006), mais

conservadora, foi de 3,31%.

5.5 RESISTÊNCIA DE PILARES SUBMETIDOS À FLEXO-COMPRESSÃO

5.5.1 Momento de plastificação

A fórmula utilizada para a determinação do momento de plastificação pelo

EUROCODE 4 (1994) é igual a fórmula utilizada pela NBR 14323 (1999), pelo

texto base de revisão da NBR 8800 (2003) e pelo projeto de revisão da NBR 8800

(2006).

)()(5,0)(, psnpssdpcnpscdpanpaydRdpl ZZfZZfZZfM −+−+−=

5.5.1.1 Resistência de cálculo dos materiais

- NBR 14323(1999)

05,315,349,0 =×== yayd ff φ ²cmkN

85,344185,0 =××== syasd ff φ ²cmkN

785,10,37,085,0 =××== ckccd ff α φ ²cmkN

- EUROCODE 4 (1994)

36,3110,1

5,34 ===Ma

yyd

ff

γ²cmkN

13,3915,145 ===

s

sysd

ff

γ²cmkN

158

70,15,10,385,0 ===

c

ckcd

ffγ

α ²cmkN

- Texto base de revisão da NBR 8800(2003) e projeto de revisão da NBR 8800

(2006)

36,3110,1

5,34 ===a

yyd

ff

γ²cmkN

65,3515,141 ===

s

sysd

ff

γ²cmkN

821,14,10,385,0 ===

c

ckcd

ffγ

α ²cmkN

5.5.1.2 Módulos plásticos de resistência referente a cada elemento, considerando seção I revestida de concreto, fletida em torno do eixo de maior inércia:

- NBR 14323(1999), EUROCODE 4 (1994), texto base de revisão da NBR

8800(2003) e projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

( )42

)22

(22

fwfffpa

thtthbtZ×−×

+−×××=

06,075.14

48,2294,0)256,18,12(5,2556,12

2

=×+−×××=paZ ³cm

xps edZ ×××=4

42π

01,8030,164

25,142

=×××= πpsZ ³cm

pspacc

pc ZZhbZ −−×=4

2

93,844.1444040 2

=−−×= pspapc ZZZ ³cm

159

5.5.1.3 Determinação da linha neutra plástica

- NBR 14323(1999)

cm10,9)785,105,312(94,02785,1402)785,185,342(92,4785,118,493.1

)2(22)2( =

−×××+××−××−×=

−+−−=

cdydwcdc

cdsdsncdcn fftfb

ffAfAh

- EUROCODE 4 (1994)

cm62,8)70,136,312(94,0270,1402

)70,113,392(92,470,118,493.1)2(22)2( =

−×××+××−××−×=

−+−−=

cdydwcdc

cdsdsncdcn fftfb

ffAfAh

- Texto base de revisão da NBR 8800(2003) e projeto de revisão da NBR 8800

(2006)

cm13,9)821,136,312(94,02821,1402)821,165,352(92,4821,118,493.1

)2(22)2( =

−×××+××−××−×=

−+−−=

cdydwcdc

cdsdsncdcn fftfb

ffAfAh

Obs.: A linha neutra plástica encontra-se na alma do perfil de aço.

5.5.1.4 Módulo plástico de resistência na região de altura nh2 , referente a

cada elemento:

- NBR 14323(1999)

322

322

cm56,234.384,7710,90,40

0

cm84,7710,994,0

=−×=−−=

=

=×==

psnpanncpcn

psn

nwpan

ZZhbZ

ZhtZ

- EUROCODE 4 (1994)

322

322

cm33,902.285,6962,80,40

0

cm85,6962,894,0

=−×=−−=

=

=×==

psnpanncpcn

psn

nwpan

ZZhbZ

ZhtZ

160

- Texto base de revisão da NBR 8800(2003) e projeto de revisão da NBR 8800

(2006)

322

322

cm92,255.336,7813,90,40

0

cm36,7813,994,0

=−×=−−=

=

=×==

psnpanncpcn

psn

nwpan

ZZhbZ

ZhtZ

5.5.1.5 Determinação do momento de plastificação

- NBR 14323(1999)

)001,80(85,34)56,234.393,844.14(785,15,0)84,7706,075.1(05,31, −×+−××+−×=RdplM

28,114.44, =RdplM kNcm

- EUROCODE 4 (1994)

)001,80(13,39)33,902.293,844.14(70,15,0)85,6906,075.1(36,31, −×+−××+−×=RdplM

39,805.44, =RdplM kNcm

- Texto base de revisão da NBR 8800(2003) e projeto de revisão da NBR 8800

(2006)

)001,80(65,35)92,255.393,844.14(821,15,0)36,7806,075.1(36,31, −×+−××+−×=RdplM

66,660.44, =RdplM kNcm

Obs.: O dimensionamento pela NBR 14323(1999) foi mais conservador que pela

pelo projeto de revisão da NBR 8800(2006), que por sua vez foi mais

conservador que pelo EUROCODE 4(1994). A diferença entre o

dimensionamento pelo EUROCODE 4(1994), menos conservador, e pela

NBR 14323(1999), mais conservadora, foi de 1,57%.

161

5.5.1.6 Verificação da flexão composta

Para a verificação da flexão composta, foram adotados os seguintes

esforços:

000.2=sdN kN

000.30, =xSdM kNcm

- NBR 14323(1999)

0,1,

, ≤−

−=

cRdpl

RdRdplk NN

NNµ

33,665.218,493.10,37,085,0 =×××== cckcc AfN α φ kN

1122,033,665.245,000.642,592.545,000.6 ≤=

−−=kµ OK!

0,1,

, ≤−

−=

cRdpl

SdRdpld NN

NNµ

120,133,665.245,000.600,000.245,000.6 >=

−−=dµ logo 0,1=dµ

plRdRdx NN ρ= (curva b)

3096,053,483.78

50,524.7 ===ex

plRx

NN

λ → 932,0=ρ

42,592.545,000.6932,0, =×=×= RdplRdx NN ρ kN

SdRdxn NrNN ≤+=4

)1(

00,1−=r (adotado para este exemplo a situação mais desfavorável)

0=nN

162

00,14,06,0 =−= rCmx

d

Rdplyey

nSd

Sdymx

Rdplxex

nSd

Sdxmx

nRd

nSdk

MN

NNMC

MN

NNMC

NNNN µµ ≤−−

+−−+

−−

,,

,

,,

,

9,0)1(9,0)1(

00,1)28,114.44(9,0)

53,483.780000.21(

)000.30(1042,592.5

0000.2122,0 ≤×−−

×+−

00,1819,0 ≤ OK!

Verifica-se também que o momento máximo admitido para uma solicitação de

000.2=sdN kN é:

95,002.37.max,, =xSdM kNcm

Na figura 5.2, pode ser observada a curva da resistência de cálculo à

flexo-compressão da seção mista do pilar mostrado na figura 5.1, seguindo as

recomendações da NBR 14323 (1999). Também pode ser observado alguns

pontos de solicitação máxima considerando o comprimento de flambagem nas

duas direções igual a 300cm.

163

kNcmM xRdpl 28,114.44,, =

kNN Rdpl 45,000.6, =

SdM

SdN

kNNc 33,665.2=

Figura 5.2 Curva de interação segundo a NBR 14323 (1999)

Na figura 5.3 pode ser observado um comparativo entre as curvas de

solicitação máxima permitida pela seção mista da figura 5.1, considerando um

comprimento efetivo de flambagem igual nas duas direções de 300cm

(representada pela curva de cor azul) e 400cm (representada pela curva de cor

magenta), seguindo as recomendações da NBR 14323 (1999). A curva de cor

amarela representa a curva de resistência de cálculo à flexo-compressão da seção

mista do pilar misto comparado, seguindo as recomendações da NBR 14323

(1999).

164

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 10000 20000 30000 40000 50000Momento solicitante de cálculo (KNcm)

Forç

a ax

ial s

olic

itant

e de

cál

culo

(KN

)L=300cm

L=400cm

Res is tência da seçãotransversal

Figura 5.3 Curva de interação comparativa entre pilares mistos totalmente revestidos com a

mesma seção transversal e comprimentos de flambagem diferentes

- EUROCODE 4 (1994)

Determinação dos pontos A,B,C e D.

Ponto A:

0,1,

=Rdpl

Sd

NN

0,

=Rdpl

Sd

MM

Ponto B:

0,

=Rdpl

Sd

NN

165

0,1,

=Rdpl

Sd

MM

Ponto C:

428,051,926.542,538.2

,,

===Rdpl

c

Rdpl

Sd

NN

NN

kNAfN cc

ckc 42,538.219,493.1

5,10,385,085,0 =××==

γ

0,1,

=Rdpl

Sd

MM

Ponto D:

+

×+×=++=

15,14501,80

5,10,3

293,844.14

10,15,3406,075.1

2max, sdpscdpc

ydpaRd fZfZ

fZM

55,693.51max, =RdM kNcm

Logo:

214,051,926.5

42,538.25,05,0

,,

=×==Rdpl

c

Rdpl

Sd

NN

NN

154,139,805.4455,693.51

,

,

,

===Rdpl

Rdmáx

Rdpl

Sd

MM

MM

324,042,658.71

14,544.7 ===ex

plRx

NN

λ (curva b)

955,0=χ

337,051,926.5

000.2

,

===Rdpl

Sdd N

00,1=r (adotado para este exemplo a situação mais desfavorável)

166

04

)11(4

)1( =−=−= χχχ rn

079,0=kµ

=dµ

0=nχ

Rdpl

Sd

NN

,

Rdpl

Sd

MM

,

0,1

0,1

Rdpl

c

NN

,

Rdpl

Rd

MM

,

max,

955,0=χ

Rdpl

c

NN

,

2

Figura 5.4 Curva de interação segundo o EUROCODE 4 (1994)

037,10955,003374,0079,0065,1 =

−−−=

−−−=

n

ndkd χχ

χχµµµ

87,816.4139,805.44037,19,09,0 ,, ≤××≤≤ RdplxSd MM µ kNcm

- Projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

000.2=sdN KN

000.30=SdM KNcm

0,1,

,,

,

,, ≤+

++

ydy

ydyySd

xd

xdxxSd

MMM

MMM

µµµ

167

kNAfN cc

ckc 08,719.218,493.1

4,10,385,085,0 =××==

γ

Caso 02 cSdc NNN <<

2

−=

xd

cSd

c

xcxdx M

NN

NMM

,

,, 22µ

xplRdmáxxd MM ,,,, 8,0=

( ) ( ) ( ) 01,8015,14193,844.14

5,10,35,006,075.1

10,15,345,0,,max, ×+××+×=++= ssdccdaydxplRd ZfZfZfM

55,082.50,,max, =xplRdM kNcm

04,066.4055,082.508,0, =×=xdM kNcm

59,194.4066,660.449,09,0 ,,, =×== xplRdxc MM kNcm

xcxd MM ,, < logo: xcxd MM ,, =

0=xµ

0,1,

,, ≤+

xd

xdxxSd

MMM µ

+= SdxSd MM ,

xe

Sd

Sd

NNLN

,2

1200

×+=

89,715.60000.21200

300000.2000.30,xSdM

19,102.33, =xSdM kNcm

168

824,059,194.40

019,102.33 =+ OK!

Verifica-se também que o momento máximo admitido para uma solicitação de

000.2=sdN kN é:

4,092.37.max,, =xSdM kNcm

Obs.: Verifica-se que a diferença entre o momento máximo admitido pelo

EUROCODE 4 (1994) e o momento máximo admitido pela NBR 14323

(1999) foi de 13%. Quanto mais próximo o sdN estiver do ponto D deste

diagrama, maior será a diferença, devido a NBR 14323 (1999) negligenciar

o ponto D no seu diagrama m-n. O projeto de revisão da NBR 8800 (2006)

passou a considerar o xplRdM ,,max, no dimensionamento.

Na tabela 5.1 podem ser observados comparativamente alguns resultados

obtidos anteriormente.

Tabela 5.1 Comparativo de dimensionamento

NBR 14323 (1999)

EUROCODE 4 (1994)

Projeto de revisão daNBR 8800 (2006)

²)/.(max cmkNsyf 41 45 41

( )KNNRdpl , 6.000,45 5.926,51 6.090,75

( )2/,, cmkNEEE crcdc 2.705 2.315 2.607

( ) ²)( kNcmEI ey 564.650.305,3 499.842.872,8 395.938.648,6

yλ 0,349 0,371 0,416

( )kNNRd 5.340,40 5.404,98 5.231,95

( )kNcmMRdpl , 44.114,28 44.805,39 44.660,66

kNNM Sdsd 000.2 para max, = 37.002,95 41.816,87 37.092,40

169

6 EXEMPLOS COMPARATIVOS DE CUSTO__________________________________________________________________

Neste capítulo foram feitos alguns exemplos comparativos de custo entre

pilares mistos aço-concreto, pilares de aço e pilares de concreto armado. Foram

feitas análises tentando abordar qual o tipo de pilar misto aço-concreto é o mais

econômoco para a realidade econômica brasileira atual, qual é o mais racional e

em quais situações a sua utilização é a mais indicada. Também foi feito um

exemplo de dimensionamento de um pilar misto aço-concreto circular preenchido,

de um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido e de um pilar de aço.

Com o intuito de auxiliar no desenvolvimento desta pesquisa foi executado

um programa para o dimensionamento de pilares mistos aço-concreto com a

utilização do programa Mathcad, seguindo as recomendações da NBR 14323

(1999), de forma a possibilitar uma rápida obtenção de vários resultados

comparativos. Foram feitas curvas de interação M-N com a utilização da planília

eletrônica (Microsoft Excel 2003), para a interpretação dos dados, considerando

sempre o momento solicitante de cálculo na direção de maior momento de inércia

do perfil, porém, limitando a solicitação de compressão axial máxima, menor ou

igual à resistência de cálculo do pilar à compressão axial. Para o

dimensionamento dos pilares de concreto armado foi utilizado o programa

CAD/TQS-V.11, da TQS INFORMÁTICA LTDA, que segue as recomendações da

NBR 6118 (2003).

170

Os custos unitários utilizados no orçamento dos pilares foram definidos

através de uma pesquisa orçamentária realizada com alguns fornecedores de

material e de mão de obra da região da Grande Vitória no Espírito Santo. Quando

o fornecedor do material orçado localizava-se fora da região da Grande Vitória, foi

considerado o custo do transporte destes materiais para a região da Grande

Vitória (o frete), além dos impostos devidos como o ICMS e o IPI sobre o preço do

material.

6.1 EXEMPLO COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE PILARES MISTOS PREENCHIDOS DE CONCRETO QUE POSSUEM A MESMA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL

6.1.1 Determinação da resistência de um pilar misto preenchido de concreto com seção circular submetido à compressão axial, seguindo as recomendações da NBR 14323 (1999)

Neste exemplo foi considerado um pilar misto preenchido de concreto com

comprimento efetivo de flambagem de 400 cm nas duas direções.

cm400== yx LL

y

x x

y

Figura 6.1 Pilar misto preenchido de concreto

6.1.1.1 Propriedades dos Materiais

171

a) Aço

- Dimensões do perfil tubular

mm10mm300

==

td

- Área de aço da seção transversal

11,914d

4d 2

int.2ext. =−= ππ

aA 2cm

- Limite de escoamento do aço

0,30=yf ²/ cmkN

- Módulo de Elasticidade

500.20=E ²/ cmkN

- Coeficiente de segurança do aço

9,0=aφ

- Momento de Inércia

( ) 44int.

4ext. 9.588,93cmdd

64=−= π

aI

b) Concreto

- Resistência à compressão

30=ckf ΜPa

- Módulo de Elasticidade

ckcc fE 5,142γ=

172

2

2/15,1

kN/cm705.2MPa047.27)30(2442

===

c

c

ExE

- Coeficiente de segurança

7,0=cφ

- Área de concreto da seção transversal

75,6154d2

int. == πcA 2cm

- Momento de Inércia

86,171.30d64

4int. == π

cI 4cm

6.1.1.2 Verificações iniciais

Segundo a NBR 14323 (1999), as seções tubulares circulares preenchidas

com concreto devem possuir a razão yfE

td 11,0≤ .

30500.2011,0

130 ≤

17,7530 ≤ OK!

6.1.1.3 Resistência da seção mista à plastificação total pela força normal

6.1.1.3.1 Nominal

ssycckayRpl AfAfAfN ++= α,

)75,615)(0,3(0,1)11,91(0,30, +=RplN

55,580.4, =RplN kN

173

6.1.1.3.2 De cálculo

ssyscckcayaRdpl AfAfAfN φαφφ ++=,

ssycckayRdpl AfAfAfN 85,07,09,0, ++= α

05,753.3, =RdplN kN

6.1.1.4 Resistência do pilar mistos submetido à compressão axial

6.1.1.4.1 Rigidez efetiva à flexão da seção transversal

ccaae IEIEEI 8,0)( +=

)86,171.30)(705.2(8,0)93,588.9(500.20)( +=eEI

00,970.864.261)( =eEI 2kNcm

6.1.1.4.2 Carga crítica de flambagem elástica por flexão

²²)(

LEIN ee

π=

15,153.16²400

²970.864.261 == πeN kN

6.1.1.4.3 Esbeltez relativa

533,015,153.1655,580.4, ===

ey

Rply N

5,0≥yλ logo, não considera-se o efeito do confinamento.

174

- Considerando estrutura indeslocável:

( )δ−< 1/8,0533,0

655,005,753.3

11,910,39,0

,

=××==Rdpl

aya

NAfφ

δ

54,2533,0 < OK!

Não é necessário se fazer a consideração da deformação lenta e da retração.

6.1.1.4.4 Resistência de cálculo de barras axialmente comprimidas sujeitas a

flambagem por flexão

RdplRd NN ,ρ=

Curva a – seção tubular preenchida com concreto

)05,753.3(905,0, == RdplRd NN ρ

51,396.3=RdN kN

6.1.1.5 Momento de plastificação

)()(5,0)(, psnpssdpcnpscdpanpaydRdpl ZZfZZfZZfM −+−+−=

sendo:

0,270,309,0 =×== yayd ff φ 2kN/cm

85,344185,0 =××== syasd ff φ 2kN/cm

10,20,37,00,1 =××== ckccd ff α φ 2kN/cm

6.1.1.5.1 Módulo plástico de resistência referente a cada elemento

175

( ) ( ) ( )

−−−−−−−=

=

rthrrthtbZ

Z

pc

ps

24

32

422

0

232

π

( ) ( ) ( ) 3232

67,658.31412

304)14()14(32

4)1(230)1(230 cmZ pc =

−−−−−−−= π

( ) ( )

( )( ) 332

32

33,84167,658.30)15(32

43030

32

4

cmZ

ZZrhbZ

pa

pcpspa

=−−−=

−−−=

6.1.1.5.2 Linha neutra plástica

cm876,3)10,20,272(0,141,2302

01,275,615)2(42)2( =

−×××+××−×=

−+−−=

cdydcd

cdsdsncdcn fftbf

ffAfAh

6.1.1.5.3 Módulo plástico de resistência na região de altura nh2 ,referente a cada

elemento

( )( )

3

2

32

2

05,3065,420)876,3(30

65,4200876,3)1(230

2

0

cmZ

ZbhZ

cmZ

ZhtbZ

Z

pan

pcnnpan

pcn

psnnpcn

psn

=−=

−=

=−−=

−−=

=

6.1.1.5.4 Determinação do momento de plastificação

0)65,42067,658.3(1,25,0)05,3033,841(0,27, +−××+−×=RdplM

48,304.25, =RdplM kNcm

176

6.1.2 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares preenchidos de concreto

Neste primeiro comparativo de custo foram analisados alguns pilares

mistos circulares preenchidos de concreto que possuem diâmetros e espessuras

variadas, porém apresentam a mesma resistência de cálculo à compressão axial.

Nesta primeira verificação tentou-se abordar qual a influência dos

materiais que compõem a seção transversal do pilar misto, o aço e o concreto, no

custo final do pilar misto. É feito um comparativo abordando o custo dos materiais

e da mão de obra separadamente, e depois é feito o comparativo do custo total.

6.1.2.1 Definição dos custos unitários

Após uma pesquisa orçamentária realizada em maio de 2006, foram

definidos os seguintes custos unitários de material.

a) Concreto

Concreto fck 30 MPa bombeado--------------------------------------180,00 R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Perfis de aço

b.1) Perfil tubular VMB 300 (323,8 x 10,3) e (323,8 x 11,1) --------- 2,22 R$/kg

IPI (0%) alíquota zero (Construção Civil) ----------------------------- 0,00 R$/kg

ICMS (12%) -------------------------------------------------------------------0,27 R$/kg

Frete (caminhão de 25 ton( incluso o ICMS)) ---------------------- 0.08 R$/kg

Custo total do perfil (adotado no ítem 6.1.2.2) ---------------------- 2,57 R$/kg

b.2) Perfil tubular VMB 300 (355,6 x 9,5)

177

Custo total do perfil --------------------------------------------------------- 2,53 R$/kg

b.3) Perfil tubular VMB 300 (273,0 x 14,3)

Custo total do perfil --------------------------------------------------------- 2,54 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

c) Mão de obra para o lançamento do concreto

Lançamento do concreto -------------------------------------------------21,00 R$/m³

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

Vera Cruz Construções Civis Ltda

d) Mão de obra para o transporte interno e a montagem dos perfis de aço

Transporte interno e montagem da estrutura de aço -------------- 3,00 R$/kg

Fonte:

TDB Produtos e Serviços Ltda

Metalúrgica Laranjeiras Indústria e Comércio Ltda

6.1.2.2 Custo do pilar misto circular teórico dimensionado no item 6.1.1

a) Custo dos materiais:

- Custo do aço:

kgmkgcmcmCa /57,210

³/850.7400²11,91 6 ×××=

24,735=aC Reais

178

- Custo do concreto:

610³/00,180400²75,615 mcmcmCc ××=

33,44=cC Reais

Custo total dos materiais --------------------------------------------------- R$ 779,57

b) Custo da mão de obra:

- Lançamento do concreto

0.246m³ x 21,00/m³ = 5,17 Reais

- Montagem da estrutura de aço

26,85800,310

³/850.7400²11,91 6 =××× mkgcmcm Reais

Custo total da mão de obra ------------------------------------------------ R$ 863,43

c) Custo total do pilar misto------------------------------------------------- R$ 1.643,00

6.1.2.3 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos de concreto que possuem diâmetros e espessuras variadas, porém apresentam a mesma resistência de cálculo à compressão axial.

Na figura 6.2 podem ser observadas as seções transversais dos pilares

mistos comparados neste exemplo.

179

x

yy

y

x

y

xxx x

y

y

x

y

y

x

Neste comparativo de custo foram considerados perfis tubulares com

dimensões teóricas e um comprimento efetivo de flambagem de 400cm em todas

as direções. O pilar misto mais esbelto foi definido com o δ próximo ao máximo

permitido, e o pilar mais robusto foi definido com a relação d/t próxima a máxima

permitida, de forma que todos os pilares mistos comparados também possuíssem

a mesma resistência à compressão axial.

Na figura 6.3 são apresentadas as curvas de interação dos pilares mistos

preenchidos mostrados na figura 6.2. Observa-se no eixo das ordenadas que

todos os quatro pilares possuem a mesma resistência à compressão axial. Pode-

se observar também que o pilar mais indicado para resistir a esforços de

compressão axial, onde os momentos solicitantes não são significativos, é o pilar

misto mais robusto, composto pelo tubo de aço com o maior diâmetro e a

espessura mais fina.

Figura 6.2 Pilares mistos preenchidos de concreto que possuem a mesma resistência à compressão axial

180

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 5000 10000 15000 20000 25000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

d=360mm

d=300mm

d=250mm

d=210mm

Figura 6.3 Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos mostrados na figura 6.2

Na tabela 6.1 foi feito um comparativo de custo entre os pilares mistos

aço-concreto mostrados na figura 6.2. Observa-se que o pilar misto circular menos

esbelto, além de possuir um comportamento estrutural melhor para resistir a

carregamentos axiais centrados, como foi observado na figura 6.3, também foi o

pilar misto que se apresentou como o mais viável econômicamente entre os

pilares mistos comparados.

181

Tabela 6.1 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares preenchidos de concreto que

possuem a mesma resistência à compressão axial centrada

Neste exemplo conclui-se que para um carregamento axial, onde os

momentos solicitantes não são significativos, os pilares mistos circulares

preenchidos mais esbeltos são os que possuem um maior custo devido

principalmente a maior área de aço na seção transversal. Deve-se lembrar que

uma menor área de aço na seção transversal do pilar acarreta uma menor

ductilidade, o que pode não ser interessante em algumas situações como, por

exemplo, no dimensionamento de estruturas sujeitas aos abalos sísmicos.

Neste exemplo também pode ser verificado que o custo do aço tem um

peso muito maior do que o custo do concreto no custo final dos pilares mistos

preenchidos, o que torna o preço do aço um fator muito importante para a

viabilidade da utilização de pilares mistos aço-concreto na construção civil

brasileira.

6.1.3 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos de concreto circulares, utilizando tubos de aço produzidos por V & M do Brasil S.A – Vallourec & Mannesmann Tubes

D=36cm

t= 5,6mm

D=30cm

t= 10,0mm

D=25cm

t= 15,6mm

D=21cm

t= 23,5mm( )kNN

Rdpl , 3.690,04 3.753,05 3.891,27 4.155,79( )kNNRd 3.409,00 3.396,51 3.399,87 3.398,67

( )kNcmM Rdpl , 22.654,7

0

25.304,4

8

24.645,9

022.860,70

9,02,0 << δ 0,456 0,655 0,797 0,895(d/t <74) 64 30 16 8,9Custo do aço (R$) 503,15 735,24 927,03 1.111,12Custo do concreto (R$) 68,80 44,33 27,07 15,02Custo total do material (R$) 571,95 779,57 954,10 1.126,14Custo de montagem dos perfis (R$) 587,33 858,26 1.082,14 1.297,02Custo do lançamento do concreto

(R$)8,03 5,17 3,16 1,75

Custo total de mão de obra (R$) 595,36 863,43 1.085,30 1.298,77Custo total (R$) 1.167,31 1.643,00 2.039,40 2.424,91

182

Na figura 6.4 podem ser observados os pilares mistos comparados na

tabela 6.2, considerando-se um comprimento efetivo de flambagem de 400cm em

todas as direções e utilizando tubos de aço produzidos por V & M do Brasil S.A –

Vallourec & Mannesmann Tubes.

No comparativo de custo apresentado na tabela 6.2, foram considerados

os mesmos custos unitários definidos no item 6.1.2.1.

x x

y

y

x

y

y

x x

y

y

x

Na figura 6.5 são mostradas as curvas de interação dos pilares mistos

mostrados na figura 6.4, considerando um comprimento efetivo de flambagem de

400cm em todas as direções. Na figura 6.6 são mostradas as curvas de interação

dos pilares mistos mostrados na figura 6.4, considerando um comprimento efetivo

de flambagem de 700cm em todas as direções. O pilar misto menos esbelto é o

que apresenta o melhor comportamento estrutural nas duas situações.

Figura 6.4 Pilares mistos compostos com tubos fabricados por Vallourec &

Mannesmann Tubes.

183

Curcas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

d=355.6mm

d=323.8mm

d=273.0mm

Figura 6.5 Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.4, considerando um comprimento efetivo de

flambagem de 400cm

Curcas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

d=355.6mm

d=323.8mm

d=273.0mm

Figura 6.6 Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos

mostrados na figura 6.4, considerando um comprimento efetivo de

flambagem de 700cm

Na tabela 6.2 é feito um comparativo de custo entre os pilares mistos

mostrados na figura 6.4, considerando um comprimento efetivo de flambagem de

400cm.

184

Tabela 6.2 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares preenchidos de

concreto produzidos por V & M do Brasil S.A. – Vallourec & Mannesmann Tubes

D=355,6

t=9,5mm

D=323,8

t=11,1mm

D=273,0

t=14,3mmResistência do concreto (MPa) 30 30 30

( )kNNRdpl , 4.657,63 4.444,46 4.123,12( )kNNRd 4.314,22 4.071,80 3.675,30

( )kNcmM Rdpl , 34.887,60 32.583,00 27.831,409,02,0 << δ 0,599 0,662 0,761

d/t (d/t deve ser menor que 75,17) 37,43 29,17 19,09Custo unitário do aço (R$) 2,53 2,57 2,54Custo do aço (R$) 820,59 879,96 926,93Custo do concreto (R$) 64,07 51,44 33,78Custo total do material (R$) 884,66 931,40 960,71Custo de montagem da estrutura (R$) 973,03 1.027,19 1.094,80Custo do lançamento do concreto (R$) 7,48 6,00 3,94Custo total de mão de obra (R$) 980,51 1.033,19 1.098,74Custo total (R$) 1.865,17 1.964,59 2.059,45

Verifica-se neste comparativo que os pilares mistos menos esbeltos são

os mais econômicos e são os que apresentam um melhor comportamento

estrutural, seguindo a tendência apresentada no comparativo do item 6.1.2.

6.1.4 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos, de seções transversais teóricas circular e quadrada, que possuem a mesma área de aço e a mesma área de concreto

Neste comparativo foram avaliados dois pilares, um pilar misto preenchido

com seção transversal quadrada e um pilar misto preenchido com seção

transversal circular, solicitados por um carregamento axial, avaliando qual o pilar

misto preenchido é o mais econômico para a realidade econômica brasileira atual.

Após uma pesquisa orçamentária na região da Grande Vitória em maio de

2006, foram definidos os seguintes custos unitários de material.

a) Concreto

185

Concreto fck 30 MPa bombeado ------------------------------------- 180,00

R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Perfil tubular de aço

Perfil circular VMB 300 (323,8 x 10,3) ASTM A-501 --------------- 2,57 R$/kg

Perfil quadrado VMB 300 (240x240 x 12,7) ASTM A-500 -------- 3,62 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

No comparativo de custo apresentado na tabela 6.3, foram considerados

os mesmos custos unitários de mão de obra definidos no item 6.1.2.1.

Na figura 6.7 podem ser vistas as seções transversais dos pilares mistos

comparados na tabela 6.3.

y

x x

y

x

y

y

x

Figura 6.7 Pilares mistos preenchidos de seção transversal quadrada e

circular que possuem a mesma área de aço e a mesma área de concreto

Na figura 6.8, podem ser observadas as curvas de interação dos pilares

mistos teóricos mostrados na figura 6.7, considerando um comprimento efetivo de

flambagem de 400cm nas duas direções principais, seguindo as recomendações

da NBR 14323 (1999).

186

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 5000 10000 15000 20000 25000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

Pilar misto quadrado

Pilar misto circular

Figura 6.8 Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos mostrados na figura 6.7

Na tabela 6.3 é feito um comparativo de custo entre os pilares mistos mostrados

na figura 6.7, considerando um comprimento efetivo de flambagem de 400cm nas

duas direções principais.

No comparativo de custo apresentado na tabela 6.3, foram considerados

os mesmos custos unitários de mão de obra definidos no item 6.1.2.1.

Tabela 6.3 Comparativo de custo entre pilares mistos de seção transversal circular e

quadrada que possuem a mesma área de aço e a mesma área de conreto

Pilar misto quadrado Pilar misto circular Área de aço 91,10 91,11Área de concreto 615,93 615,75

( )kNNRdpl , 3.753,02 3.753,05( )kNNRd 3.409,82 3.396,51

( )kNcmM Rdpl , 26.314,87 25.304,48Custo unitário do aço (R$) 3,62 2,57Custo do aço (R$) 1.035,46 735,24Custo do concreto (R$) 44,35 44,33Custo total do material (R$) 1.079,81 779,57Custo de montagem da estrut. de aço

(R$)858,12 858,26

Custo do lançamento do concreto (R$) 5,17 5,17Custo total de mão de obra (R$) 863,29 863,43Custo total (R$) 1.943,10 1.643,00

187

Verifica-se na figura 6.8 que os pilares mistos comparados na tabela 6.3

possuem comportamentos estruturais muito semelhantes. O pilar misto de seção

transversal quadrada apresentou uma resistência à compressão axial 0,39%

superior e um momento de plastificação 3,99% superior ao pilar misto com seção

transversal circular, porém o custo do pilar misto quadrado foi 18,6% superior ao

custo do pilar misto circular. Este maior custo do pilar misto quadrado se deve

principalmente pelo preço do perfil metálico quadrado ser 40,83% mais caro que o

preço do perfil metálico circular.

Conclui-se neste exemplo que a utilização do pilar misto quadrado

mostrou-se um pouco mais racional do que a utilização do pilar misto circular,

porém, a utilização do pilar misto circular é economicamente mais viável do que a

utilização do pilar misto quadrado devido ao menor preço do perfil metálico

circular.

Obs.: Deve ser observado que, sendo obedecidos os limites estabelecidos pelas

normas técnicas, o confinamento do concreto pode ser considerado no

dimensionamento dos pilares mistos circulares, o que pode acarretar num

aumento da resistência de cálculo à compressão axial )( RdN desses tipos de

pilares mistos, além dos pilares mistos preenchidos circulares possuírem o

mesmo momento de inércia e o mesmo momento plástico em todas as

direções, característica muito importante para as estruturas de edificações

sujeitas aos abalos sísmicos.

6.1.5 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos, de seções transversais circular e quadrada, que utilizam perfis tubulares produzidos por V & M do Brasil S.A. – Vallourec & Mannesmann Tubes

Neste exemplo foram comparados dois pilares mistos preenchidos que

utilizam tubos produzidos por V & M do Brasil S.A. – Vallourec & Mannesmann

Tubes. Um com seção transversal quadrada e outro com seção transversal

circular, conforme seções transversais mostradas na figura 6.8.

188

Após uma pesquisa orçamentária na região da Grande Vitória em maio de

2006, foram definidos os seguintes custos unitários de material.

a) Concreto

Concreto fck 30 MPa bombeado ------------------------------------- 180,00

R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Perfil tubular de aço

Perfil circular VMB 300 (273 x 14,3) ASTM A-501------------------ 2,54 R$/kg

Perfil quadrado VMB 300 (240x240 x 12,7) ASTM A-500 -------- 3,62 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

No comparativo de custo apresentado na tabela 6.4, foram considerados

os mesmos custos unitários de mão de obra definidos no item 6.1.2.1.

y

x x

y

x

y

y

x

Figura 6.9 Pilares mitos preenchidos de seção transversal quadrada e circular com tubos

produzidos por V & M do Brasil S.A. – Vallourec & Mannesmann Tubes

189

Na figura 6.10 são mostradas as curvas de interação dos pilares mistos

mostrados na figura 6.9, considerando um comprimento efetivo de flambagem de

400cm nas duas direções.

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

Momento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

Pilar misto quadrado

Pilar misto circular

Figura 6.10 Curvas de interação simplificadasdos dos pilares mistos mostrados na figura 6.9

Na tabela 6.4 é apresentado um comparativo de custo dos pilares mistos

mostrados na figura 6.9, considerando-se um comprimento efetivo de flambagem

de 400cm nas duas direções principais.

Tabela 6.4 Comparativo de custo entre pilares mistos de seção transversal circular e

quadrada mostrados na figura 6.9

Pilar misto quadrado Pilar misto circular Área de aço 115,47 116,22Área de concreto 460,53 469,13

( )kNNRdpl , 4.084,80 4.123,12( )kNNRd 3.651,81 3.675,30

( )kNcmM Rdpl , 28.556,12 27.831,40Custo unitário do aço (R$) 3,62 2,54Custo do aço (R$) 1.312,46 926,93Custo do concreto (R$) 34,20 33,78Custo total do material (R$) 1.346,66 960,71Custo de serralheria (R$) 1.087,68 1.094,80Custo do lançamento do concreto (R$) 3,99 3,94Custo total de mão de obra (R$) 1.091,67 1.098,74Custo total (R$) 2.438,33 2.059,45

190

Na figura 6.10 pode ser observado que os pilares mistos comparados

apresentam comportamentos estruturais semelhantes quando solicitados à

compressão axial, porém, verifica-se na tabela 6.4 que a utilização do pilar misto

circular é mais viável economicamente do que a utilização do pilar misto quadrado,

confirmando a tendência demonstrada no exemplo teórico apresentado no item

6.1.4.

6.1.6 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares teóricos que possuem a mesma resistência à compressão axial e o mesmo diâmetro externo, porém possuem concretos com resistência à compressão variada

Neste item foi feito um comparativo de custo entre pilares mistos teóricos

que possuem o mesmo diâmetro externo, variando-se a espessura do pefil tubular

e a resistência do concreto, considerando-se que os pilares mistos comparados

possuem a mesma resistência à compressão axial.

Neste comparativo tentou-se verificar qual a resistência à compressão do

concreto que possibilita a execução de pilares mistos preenchidos mais

econômicos, considerando-se que o aumento na resistência do concreto implica

numa diminuição da área de aço na seção transversal do pilar misto preenchido.

Após uma pesquisa orçamentária na região da Grande Vitória em maio de

2006, foram definidos os seguintes custos unitários de material.

a) Concreto

Concreto fck 20 MPa bombeado ------------------------------------- 163,00 R$/m³

Concreto fck 25 MPa bombeado ------------------------------------- 170,00 R$/m³

Concreto fck 30 MPa bombeado ------------------------------------- 180,00 R$/m³

Concreto fck 35 MPa bombeado ------------------------------------- 190,00 R$/m³

Concreto fck 40 MPa bombeado ------------------------------------- 200,00 R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

191

b) Perfil de aço

Perfil tubular (355,6 x 9,5) VMB 300 ----------------------------------- 2,53 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

No comparativo de custo apresentado na tabela 6.5, foram considerados

os mesmos custos unitários de mão de obra definidos no item 6.1.2.1.

Na figura 6.11 podem ser vistos três pilares mistos comparados na

tabela 6.5.

y

x x

y

x x

y

y

x x

y

y

Figura 6.11 Pilares mistos teóricos comparados na tabela 6.5

Na figura 6.12 podem ser observadas as curvas de interação dos pilares

mistos mostrados na figura 6.11, considerando-se um comprimento efetivo de

flambagem de 400cm em todas as direções. Todos os pilares mistos

comparados possuem 355.6mm de diâmetro externo, além de possuírem a

mesma resistência à compressão axial. No primeiro pilar misto foi considerado

um tubo de aço teórico com 11,7mm de espessura e um concreto de

preenchimento com resistência à compressão de 20 MPa, no segundo pilar

192

misto foi considerado um tubo de aço produzido por Vallourec & Mannesmann

Tubes, com 9,5mm de espessura e um concreto de preenchimento com

resistência à compressão de 30 MPa, e no terceiro pilar misto foi considerado

um tubo de aço teórico com 7,3mm de espessura e um concreto de

preenchimento com resistência à compressão de 40 MPa.

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

0 10000 20000 30000 40000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

fck=20MPa

fck=30MPa

fck=40MPa

Figura 6.12 curvas de interação simplificadas dos pilares mistos mostrados na

figura 6.11, considerando um comprimento efetivo de flambagem de 400cm.

Na tabela 6.5 é feito um comparativo de custo entre os pilares mistos

mostrados na figura 6.11, considerando um comprimento efetivo de flambagem

de 400cm em todas as direções.

Tabela 6.5 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos que possuem a mesma

resistência à compressão axial, considerando tubos com espessuras variadas e concretos

com a resistência variada.

Diâmetro externo do pilar

misto (mm)355,6 355,6 355,6 355,6 355,6

Espessura do tubo de aço

(mm)11,7 10,6 9,5 8,4 7,3

Resistência do concreto

(MPa)20 25 30 35 40

( )kNNRdpl , 4.626,40 4.638,93 4.657,63 4.682,58 4.713,85

( )kNNRd 4.315,31 4.312,95 4.314,22 4.318,86 4.326,48

193

( )kNcmM Rdpl , 40.587,40 37.822,10 34.887,60 31.775,30 28.477,40

9,02,0 << δ 0,738 0,669 0,599 0,528 0,458d/t < 75,17 30,39 33,55 37,43 42,33 48,71

Custo unitário do aço (R$) 2,53 2,53 2,53 2,53 2,53Custo do aço (R$) 1.004,20 912,69 820,59 727,88 634,57

Custo do Concreto (R$) 56,51 57,26 64,07 68,52 73,06Custo total do material (R$) 1.060,71 969,95 884,66 796,40 707,63Custo da mão de obra do

aço (R$)1.190,75 1.082,25 973,03 863,01 752,45

Custo do lançamento do

concreto (R$)7,28 7,38 7,48 7,57 7,67

Custo total da mão de

obra (R$)1.198,03 1.089,63 980,51 870,58 760,12

Custo total (R$) 2.258,74 2.059,58 1.865,17 1.666,98 1.467,75

Foi observado neste comparativo de custo que os pilares mistos

preenchidos que utilizam concretos com resistência a compressão mais elevados

são os mais viáveis economicamente para um carregamento de compressão axial

centrada.

Deve ser observado que neste comparativo de custo foi considerado o

preço unitário do aço igual para todos os perfis. Esta consideração foi feita porque

os tubos comparados na tabela 6.5 possuem características semelhantes e

encontram-se dentro de uma faixa onde a variação do preço do perfil geralmente é

inferior a 1%.

Deve ser observado também que algumas bitolas de tubos podem ser

consideradas como padrão pelo fabricante, o que permite uma a oferta de tubos

com preços mais acessíveis devido à alta produtividade. Estes casos devem ser

consultados especificamente aos fabricantes.

6.1.7 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial e o mesmo diâmetro, porém possuem concretos com resistência à compressão variada, utilizando tubos especificados por Vallourec & Mannesmann Tubes.

Neste item foi feito um comparativo de custo entre pilares mistos

preenchidos utilizando tubos especificados por Vallourec & Mannesmann Tubes

194

que possuem o mesmo diâmetro externo. Variando-se a espessura do pefil tubular

e a resistência do concreto, tenta-se avaliar qual a situação mais viável

economicamente, considerando que os pilares mistos comparados possuem a

mesma resistência à compressão axial.

Foram considerados neste comparativo os mesmos custos unitários

apresentados anteriormente nos itens 6.1.2.1 e 6.1.6.

Na figura 6.13 podem ser vistos os pilares comparados na tabela 6.6.

x x

y

y

x

y

y

x

Figura 6.13 Pilares mistos comparados na tabela 6.6

Na figura 6.14 e 6.15 podem ser observadas as curvas de interação dos

pilares mistos mostrados na figura 6.13, considerando um comprimento efetivo de

flambagem de 400cm e 700cm respectivamente.

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

fck=20MPa

fck=40MPa

Figura 6.14 Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos comparados na tabela 6.6,

195

considerando um comprimento efetivo de flambagem de 400cm em todas as direções

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

fck=20MPa

fck=40MPa

Figura 6.15 Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos comparados na tabela

6.6,considerando um comprimento efetivo de flambagem de 700cm em todas as direções

Na tabela 6.6 é feito um comparativo de custo entre os pilares mistos

mostrados na figura 6.13 considerando um comprimento efetivo de flambagem

de 400cm em todas as direções.

Tabela 6.6 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos

utilizando tubos especificados por Vallourec & Mannesmann

Tubes

Diâmetro externo do pilar misto (mm) 323,8 323,8Espessura do tubo de aço (mm) 11,1 10,3Resistência do concreto (MPa) 20 40

( )kNNRdpl , 3.944,37 4.760,63( )kNNRd 3.637,67 4.329,42

( )kNcmM Rdpl , 31.746,6 31.241,109,02,0 << δ 0,746 0,575

d/t < 75,17 29,17 31,44Custo unitário do aço (R$) 2,57 2,57Custo do aço (R$) 879,96 818,63Custo do concreto (R$) 46,58 57,76Custo total do material (R$) 926,54 876,39Custo da mão de obra do aço (R$) 1.027,19 955,60Custo do lançamento do concreto (R$) 6,00 6,07Custo total da mão de obra (R$) 1.033,19 961,67Custo total (R$) 1.959,73 1.838,06

196

Verifica-se neste comparativo que o pilar misto que utiliza um concreto

mais resistente possui uma resistência à compressão axial 19.02% superior e um

custo 6,62% inferior ao pilar misto que utiliza um concreto menos resistente,

seguindo a tendência do exemplo teórico mostrado no item 6.1.6.

6.1.8 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial e o mesmo diâmetro, porém possuem tubos de aço com resistência variada

Após uma pesquisa orçamentária na região da Grande Vitória em maio de

2006, foram definidos os seguintes custos unitários de material.

a) Concreto

Concreto fck 30 MPa bombeado ------------------------------------- 180,00

R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Perfil de aço

Perfil tubular VMB 250 (Tubo de aço 323,8 x 1,03) -------------- 2,471 R$/kg

Perfil tubular VMB 300 (Tubo de aço 323,8 x 1,03) -------------- 2,566 R$/kg

Perfil tubular VMB 350 (Tubo de aço 323,8 x 1,03) -------------- 2,667 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

Foram considerados neste comparativo os mesmos custos unitários de

mão de obra apresentados anteriormente no item 6.1.2.1.

Na figura 6.16 são mostrados os pilares comparados na tabela 6.7.

197

x

y

y

xx x

y

y

x x

y

y

Figura 6.16 Pilares mistos comparados na tabela 6.7

Na figura 6.17 são apresentadas as curvas de interação dos pilares mistos

comparados na tabela 6.7. Pode ser observado que os pilares mistos comparados

apresentam um comportamento estrutural quase idêntico.

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

Aço VMB 250

Aço VMB 300

Aço VMB 350

Figura 6.17 Curvas de interação simplificadas dos pilares comparados na tabela 6.7

Na tabela 6.7 é feito um comparativo de custo entre pilares mistos

preenchidos que utilizam tubos teóricos de aço mostrados na figura 6.16.

198

Tabela 6.7 Comparativo de custo entre os pilares mistos preenchidos mostrados na figura

6.16

Tipo de aço do tubo Aço VMB 250 Aço VMB 300 Aço VMB 350Diâmetro externo 323,80 323,80 323,80Espessura do tubo 1,24 1,03 0,88

( )kNNRd 3.883,12 3.896,60 3.897,47( )kNcmM Rdpl , 30.188,20 30.577,00 30.830,10

Custo do aço (R$) 941,22 817,36 729,28Custo do concreto (R$) 50,56 51,98 53,02Custo total do material (R$) 991,78 869,34 782,30Custo da mão de obra do aço (R$) 1.142,72 955,60 820,34Custo do lançamento do concreto (R$) 5,90 6,06 6,19Custo total da mão de obra (R$) 1.148,62 961,66 826,53Custo total (R$) 2.140,40 1.831,00 1.608,83

Verifica-se com este comparativo que é vantajosa a utilização de tubos de

aço com resistência mais elevada, até o limite de 410 MPa, conforme explicado no

item 4 (figura 4.1). Neste comparativo, o pilar misto composto com tubo de aço

VMB 250 foi 33,04% mais caro do que o pilar misto composto com tubo de aço

VMB 350. Esta tendência sempre é verificada quando os tubos comparados

possuem o mesmo preço unitário de aço, porém, quando há uma variação

significativa no preço unitário do aço dos perfis comparados, é necessário ser feito

um estudo de viabilidade caso a caso.

6.1.9 Comparativo de custo entre pilares mistos circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial e o mesmo diâmetro, porém possuem tubos de aço com espessura e resistência variadas, utilizando tubos especificados por Vallourec & Mannesmann Tubes

Após uma pesquisa orçamentária na região da Grande Vitória em maio de

2006, foram definidos os seguintes custos unitários de material.

a) Concreto

199

Concreto fck 30 MPa bombeado ------------------------------------- 180,00

R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Perfil de aço

Perfil tubular VMB 250 (Tubo de aço 355,6 x 22,2) ---------------- 2,47 R$/kg

Perfil tubular VMB 350 (Tubo de aço 355,6 x 19,1) ---------------- 2,64 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

Foram considerados neste comparativo os mesmos custos unitários de

mão de obra apresentados anteriormente no item 6.1.2.1.

Na figura 6.18 podem ser vistos os pilares mistos comparados na tabela

6.8.

x x

y

y

x x

y

y

Figura 6.18 Pilares mistos comparados na tabela 6.8

Na fgura 6.19 são apresentadas as curvas de interação dos pilares mistos

comparados na tabela 6.8, considerando um comprimento efetivo de flambagem

de 400cm em todas as direções.

200

Curvas de Interação

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

Aço VMB 250

Aço VMB 350

Figura 6.19 Curvas de interação dos pilares comparados na tabela 6.8

Na tabela 6.8 é apresentado o comparativo de custo dos pilares mistos

aço-concreto mostrados na figura 6.18

Tabela 6.8 Comparativo de custo entre os pilares mistos preenchidos mostrados na figura 6.18

Tipo de aço do tubo Aço VMB 250 Aço VMB 350Diâmetro externo (mm) 355,6 355,6Espessura do tubo (mm) 22,2 19,1

( )kNNRd 6.392,63 7.399,52( )kNcmM Rdpl , 59.675,67 72.672,12

Custo do aço (R$) 1.803,41 1.673,79Custo do concreto (R$) 54,77 56,97Custo total do material (R$) 1.858,18 1.730,76Custo da mão de obra do aço (R$) 2.190,38 1.902,04Custo do lançamento do concreto (R$) 6,39 6,65Custo total da mão de obra (R$) 2.196,77 1.908,69Custo total (R$) 4.054,95 3.639,45

Pode ser observado neste comparativo que o pilar misto que utiliza o tubo

mais fino, composto com o aço VMB 350, apresenta um melhor comportamento

estrutural. Na tabela 6.8 pode ser verificado que o pilar misto mais econômico é o

que utiliza o tubo de aço VMB 350, confirmando a tendência de viabilidade

econômica apresentada no item 6.1.8.

201

6.2 COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE PILARES MISTOS E PILARES DE CONCRETO ARMADO QUE POSSUEM A MESMA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL.

Para efeito comparativo foi adotado como referência o pilar misto utilizado

no ítem 6.1.3.

x

y

y

x

Figura 6.20 Pilar misto preenchido de concreto

Propriedades principais do pilar misto referência:

O comprimento efetivo de flambagem é igual a 400cm em todas as direções

80,071.4=RdN

Tubo de aço VMB 300 (323,8 x 11,1)

Concreto MPafck 30=

Para o dimensionamento dos pilares em concreto armado foi utilizado o

programa TQS, seguindo as recomendações da NBR 6118 (2003).

Foram dimensionados dois pilares de concreto armado com seção

transversal circular, um pilar foi dimensionado com diâmetro de 43 cm, diâmetro

mínimo permitido pelo TQS, e o outro considerando uma taxa de armadura

próxima a mínima permitida (0,4%), com diâmetro igual a 60cm, os quais possuem

a mesma resistência à compressão axial do pilar misto referência.

202

Também foram dimensionados mais dois pilares mistos teóricos que

possuem a mesma resistência à compessão axial do pilar misto referência, sendo

um dimensionado considerando-se uma razão D/t máxima permitida pela NBR

14323 (1999) e outro dimensionado considerando-se o δ máximo permitido pela

NBR 14323 (1999).

6.2.1 Definição dos custos unitários (Maio/2006)

6.2.1.1 Material

a) Concreto

Concreto fck 30 MPa bombeado-------------------------------------------- 180,00 R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Aço

b.1) Perfil de aço

Custo total do perfil VMB 300 (323,8x11,10)------------------------------ 2,57 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

b.2) Barras redondas

5,0mm CA-60 ---------------------------------------------------------------------- 2,97 R$/kg

6,3mm CA-50 ---------------------------------------------------------------------- 2,94 R$/kg

16mm CA-50 ----------------------------------------------------------------------- 2,38 R$/kg

20mm CA-50 ---------------------------------------------------------------------- 2,38 R$/kg

Fontes:

203

Comercial Gerdau

Belgo (grupo arcelor)

c) Fôrma de madeira

Fôrma em chapa prensada de 12mm para 1 aproveitamento -------- 39,57 R$/m²

Fôrma em chapa prensada de 12mm para 8 aproveitamentos -------- 8,07 R$/m²

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

Vera Cruz Construções Civis Ltda

Obs.: De forma comparativa foi orçado o custo de um tipo de fôrma composta por

tubos de papelão (Concretubo), o qual possibilita uma maior rapidez na

execução da obra, além de uma redução de mão de obra e material, devido

à dispensa de escoramentos. A sua maior desvantagem é a impossibilidade

do reaproveitamento da fôrma.

Fôrma tipo Concretubo (d=300mm) ------------------------------------ 49,50 R$/m²

Fonte:

Fio e Ferro Ltda

6.2.1.2 Mão de obra

d) Mão de obra para o lançamento do concreto

Lançamento do concreto ------------------------------------------------------- 21,00 R$/m³

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

Vera Cruz Construções Civis Ltda

e) Mão de obra para o transporte interno e a montagem dos perfis de aço

204

Transporte interno e montagem da estrutura de aço --------------------- 3,00 R$/kg

Fonte:

TDB Produtos e Serviços Ltda

Metalúrgica Laranjeiras Ltda

f) Mão de obra de fôrma

Confecção de fôrma em chapa prensada ------------------------------------ 9,60 R$/m²

Fôrma e desfôrma da estrutura ----------------------------------------------- 20,80 R$/m²

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

Vera Cruz Construções Civis Ltda

g) Mão de obra de armador

Armação de barras redondas --------------------------------------------------- 0,65 R$/Kg

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

Vera Cruz Construções Civis Ltda

Obs.: Na consideração do custo da mão de obra foi considerado o custo médio de

execução da estrutura total, não só um pilar misto ou um pilar de concreto

armado isoladamente, de forma a avaliar comparativamente o custo da

metodologia construtiva da etrutura de aço e da estrutura de concreto

armado.

6.2.2 Comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos circulares e pilares de concreto armado circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial

205

Na figura 6.21, pode ser observado os pilares mistos e os pilares de

concreto armado comparados na tabela 6.9.

Neste comparativo foram considerados pilares mistos preenchidos e pilares

de concreto armado com um comprimento efetivo de flambagem de 400cm em

todas as direções.

xx

yy

x x

y

xx

y

x x x

y

y

x

y

y

yy

Na tabela 6.9 pode ser verificado o comparativo de custo entre os pilares

mistos preenchidos e os pilares de concrerto armado que possuem a mesma

resistência à compressão axial do pilar misto referência (figura 6.21).

Tabela 6.9 comparativo de custo entre pilares mistos preenchidos circulares e pilares de concreto

armado circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial, considerando um

comprimento efetivo de flambagem de 400cm em todas as direções

Pilares de

concreto armado

Pilares mistos

aço-concretoDiâmetro externo

(mm)600 430 400 323,8 230

Espessura (mm) - - 0,56 11,10 24,5( )kNNRd 4.071,80 4.071,80 4.081,78 4.071,80 4.082,48

9,02,0 << δ - - 0,429 0,662 0,89

Figura 6.21 Pilares mistos preenchidos e pilares de concreto armado que possuem a mesma resistência à compressão axial do pilar misto referência, considerando uma altura efetiva de flambagem de 400cm em todas as direções

206

75<tD - - 71,43 29,17 9,39

ts AA (%) 0,57 5,62 - - -Custo do aço 139,24 610,37 559,94 879,96 1.276,41Custo do concreto 203,58 99,00 85,48 51,44 18,53

Custo de fôrma1 aprov.

298,36

8 aprov.

60,851 aprov.

214,07

8 aprov.

43,66- - -

Custo total de

material 641,18 403,67 923,44 753,03 645,42 931,40 1.294,94

Custo de mão de

obra do aço 37,03 169,85 653,62 1.027,19 1.489,97

Custo de mão de

obra do concreto23,75 11,55 9,97 6,00 2,16

Custo de mão de

obra de fôrma 229,21 165,88 164,47 119,02 - - -

Custo total de mão

de obra289,99 226,66 345,87 300,42 663,59 1.033,19 1.492,13

Custo total (R$) 931,17 630,33 1.269,31 1053,45 1.309,01 1.964,59 2.787,07

Pode ser observado no comparativo apresentado na tabela 6.9 que o

custo dos pilares está relacionado diretamente com a sua esbeltez, pois tanto os

pilares de concreto armado como os pilares mistos são mais caros quando são

mais esbeltos. Isto se deve basicamente pela necessidade da utilização de mais

aço nos pilares mais esbeltos. Os pilares mistos e os pilares de concreto armado

são dimensionados em uma faixa de esbeltez diferente, o que dificulta a

viabilidade para a utilização de pilares mistos, exceto nos casos em que a esbeltez

dos pilares é imposta no projeto.

Verifica-se também neste comparativo que o custo dos materiais do pilar

misto com diâmetro externo de 40cm é menor do que o custo dos materiais do

pilar de concreto armado com diâmetro externo de 43cm, portanto, o maior custo

total do pilar misto quando comparado com o pilar de concreto armado se deve ao

alto custo de mão de obra das estruturas de aço pesquisadas.

Este alto custo da mão de obra dos pilares mistos em relação aos pilares

de concreto armado indica que apesar da alta produtividade que a estrutura mista

pode permitir na execução de uma edificação, a baixa produção de grandes

edificações em estrutura metálica no mercado imobiliário capixaba impulsiona o

custo de mão de obra para cima, devido principalmente à pequena oferta de mão

207

de obra qualificada. Pode-se inferir com isto que, aumentando-se a produtividade

em estruturas mistas no Brasil, a tendência é que a mão de obra abaixe de custo,

viabilizando definitivamente a utilização de pilares mistos nas construções

brasileiras.

6.2.3 Comparativo de peso entre pilares mistos preenchidos circulares e pilares de concreto armado circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial

Na tabela 6.10 pode ser visto um comparativo de peso entre os pilares

mistos aço-concreto e pilares de concreto armado comparados no item 6.2.2.

Tabela 6.10 comparativo de peso entre pilares mistos preenchidos circulares e pilares

de concreto armado circulares que possuem a mesma resistência à compressão axial

Os pilares mais esbeltos, que utilizam uma maior quantidade de aço na

sua composição, além de possuírem uma menor área da seção transversal,

possibilitando uma ocupação menor na área dos pavimentos, possuem um peso

muito inferior aos pilares mais robustos, diminuindo consideravelmente as cargas

nas fundações.

6.3 COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE UM PILAR MISTO AÇO-CONCRETO PARCIALMENTE REVESTIDO E UM PILAR DE AÇO

Pilar de concreto

armadoPilar misto preenchido

Diâmetro externo (mm) 600 430 400 323,8 230Espessura do tubo

(mm)- - 5,6 11,1 24,5

Peso do aço (kg) 56,45 261,31 217,88 342,39 496,66Peso do concreto (kg)

2.712,00 1.320,001.139,7

6686,40 247,20

Peso total (kg)2.768,45 1.581,31

1.357,6

4

1.028,7

9743,86

208

6.3.1 Determinação da resistência de um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido seguindo as recomendações da NBR 14323 (1999)

x x

y

y

mm0,104φ

85cm-c/20 mm3,616φ

Figura 6.22 Pilar misto parcialmente revestido de concreto

Neste exemplo foi considerado um pilar misto parcialmente revestido de

concreto com comprimento efetivo de flambagem de 300 cm nas duas direções

principais.

cm300== yx LL

Foi utilizado o perfil laminado H W250x80,0 ASTM A 572 Grau 50 da Açominas

6.3.1.1 Propriedades dos Materiais

a) Aço

a.1) Perfil H W250x80,0 ASTM A 572 Grau 50

- Dimensões do perfil

209

mm6,15mm4,9

mm255mm256

==

==

f

w

f

ttbd

- Área de aço da seção transversal do perfil2cm9,101=aA (perfil da açominas)

- Resistência do aço do perfi

MPa5,34=yf

- Módulo de elasticidade do aço do perfil2kN/cm500.20=E

- Coeficiente de segurança do aço do perfil

9,0=aφ

- Momentos de inércia do perfil (perfil da açominas)

4

4

cm4313

cm550.12

=

=

ay

ax

I

I

a.2) Barras Longitudinais

4 barras mm0,10=φ

- àrea de aço das barras na seção transversal do pilar misto

22

cm14,34

4A == π φs

- Resistência do aço das barras

210

250kN/cmf y =

Obs.: Conforme as recomendações do capítulo 4 foi considerado:241kN/cmf y = ( yf máximo )

- Módulo de elasticidade do aço das barras2500.20 kN/cmE =

- Coeficiente de segurança do aço das barras

85,0=sφ

- Momentos de inércia das barras em relação aos eixos x e y:

422

422

80,268)25,9(4

4

56,219)36,8(4

4

cmI

cmI

sy

sx

==

==

π φ

π φ

b) Concreto

- Resistência à compressão do concreto

30=ckf ΜPa

- Módulo de elasticidade do concreto

ckcc fE 5,142γ=

2

2/15,1

705.204727)30(2442

kN/cmEMPa.xE

c

c

===

- Coeficiente de segurança do concreto

7,0=cφ

211

- Área do concreto

satc AAAA −−=2652,8cmx(25,6))5,25( === dtA ft

2cm76,54714,39,1018,652 =−−=cA

Momentos de inércia do concrteo em relação aos eixos x e y

43

43

30.791,8cm12

m22.882,02c12

=−−=−−=

=−−=−−=

syayf

syaytycy

sxaxf

sxaxtxcx

IIdbIIII

IIdb

IIII

6.3.1.2 Verificações iniciais

%3,0%57,076,547

14,3 >==c

s

AA

OK!

yff fEtb 47,1≤

5.34500.2047,156.15.25 ≤ 83.3535.16 ≤ OK!

6.3.1.3 Resistência da seção mista à plastificação total pela força normal

6.3.1.3.1 Nominal:

ssycckayRpl AfAfAfN ++= α,

)14,3(41)76,547)(0,3(85,0)9,101(5,34, ++=RplN

08,041.5, =RplN kN

6.3.1.3.2 De cálculo:

ssyscckcayaRdpl AfAfAfN φαφφ ++=,

ssycckayRdpl AfAfAfN 85,07,09,0, ++= α

212

18,251.4, =RdplN kN

6.3.1.4 Resistência do pilar mistos submetido à compressão axial

6.3.1.4.1 Rigidez efetiva à flexão da seção transversal

sxscxcaxaex IEIEIEEI ++= 8,0)(

)56,219(500.20)02,882.22)(705.2(8,0)550.12(500.20)( ++=exEI

3,671.292.311)( =exEI ²kNcm

syscycayaey IEIEIEEI ++= 8,0)(

)8,268(500.20)8,791.30)(705.2(8,0)313.4(500.20)( ++=eyEI

2,355.560.160)( =eyEI ²kNcm

6.3.1.4.2 Carga crítica de flambagem elástica por flexão

²²)(x

exex LEIN π=

06,137.34²300

²3,671.292.311 == πexN kN

²²)(y

eyey LEIN π=

41,607.17²300

²2,355.560.160 == πeyN kN

6.3.1.4.3 Esbeltez relativa

535,041,607.17

08,041.5, ===ey

Rply N

213

Considerando-se estruturas Indeslocáveis: 8,053,0 < OK!

Não é necessário se fazer a consideração da deformação lenta

6.3.1.4.4 Resistência de cálculo de barras axialmente comprimidas sujeitas a flambagem por flexão

RdplRd NN ,ρ=

Curva c – seção I parcialmente revestida de concreto com flambagem em torno do

eixo de menor inércia do perfil de aço

18,251.4802,0, ×== RdplRd NN ρ

44,409.3=RdN kN

6.3.1.5 Determinação do Momento de Plastificação

)()(5,0)(, psnpssdpcnpccdpanpaydRdpl ZZfZZfZZfM −+−+−=

05,315,349,0 =×== yayd ff φ ²/ cmkN

85,344185,0 =××== syasd ff φ ²/ cmkN

785,10,37,085,0 =××== ckccd ff α φ ²/ cmkN

6.3.1.5.1 Módulos plásticos de resistência referentes a cada elemento

³59,076.34

6,255,25

³26,2636,84

4

³06,075.14

48,2294,0)256,18,12(5,2556,12

2

2

2

cmZZZ

cmdZ

cmZ

pspapc

ps

pa

=−−×=

=×××=

=×+−×××=

π

6.3.1.5.2 Linha neutra plástica

214

cmfftfbffAfAhcdydwcdc

cdsdsncdcn 74,3

)785,105,312(94,02785,15,252)785,185,342(14,3785,176,547

)2(22)2( =

−×××+××−××−×=

−+−−=

6.3.1.5.3 Módulos plástico de resistência na região de altura nh2 ,referente a

cada elemento

322

322

53,34315,1374,35,250

15,1374,394,0

cmZZhbZZ

cmhtZ

psnpanncpcn

psn

nwpan

=−×=−−==

=×==

6.3.1.5.4 Determinação do momento de plastificação

)026,26(85,34)53,34359,076.3(785,15,0)15.1306,075.1(05,31, −×+−××+−×=RdplM

72,326.36, =RdplM kNcm

6.3.2 Determinação da resistência de um pilar de aço adotando o mesmo perfil de aço utilizado no item 6.3.1, seguindo as recomendações da NBR 8800 (1986)

Para efeito comparativo foi dimensionado o mesmo perfil de aço do

exemplo anterior sem o revestimento de concreto, de forma a possibilitar a

verificação do acréscimo de resistência que o concreto exerce sobre o perfil de

aço nos pilares mistos parcialmente revestidos. O comprimento efetivo de

flambagem é de 300 cm nas duas direções principais.

cm300== yx LL

215

Figura 6.23 Pilar de aço

6.3.2.1 Propriedades dos Materiais

Perfil H (W250x80,0) ASTM A 572 Grau 50

- Dimensões

mm6,15mm4,9

mm255mm256

==

==

f

w

f

ttbd

- Área de aço da seção transversal do perfil

9,101=aA 2cm (perfil da açominas)

- Limite de escoamento do aço

5,34=yf ²/ cmkN

- Módulo de Elasticidade

216

500.20=E ²/ cmkN

- Coeficiente de segurança do aço

9,0=aφ

- Momento de Inércia do perfil (perfil da açominas)

4

4

cm4313

cm550.12

=

=

ay

ax

I

I

- Raio de giração do perfil

11,10=xr cm

6,51=yr cm

6.3.2.2 Flambagem Local

- Elemento Não Enrijecido (mesa)

42,135,34

2050055,055,008,456,12

75,122

===<=×

==y

pf

f

fE

tb

λλ

- Elemento Enrijecido (alma)

86,3547,191,2394,0

)56,12(6,252==<=×−=

−=

yp

w

f

fE

ttd

λλ

6.3.2.3 Flambagem Global

- Prpriedades torcionais

²49,16551,610,11rryxr0y0x

878.62202,75

222y

2x

20

20

20

0

6

4

cm

cmCcmI

o

w

t

=+=+++====

=

217

- Índices de Esbeltez

Segundo o eixo x

1=xK

02,2710,11

300 ===x

xx r

KLλ

Segundo o eixo y

1=yK

08,4651,6

300 ===y

yy r

KLλ

- Tensões elásticas de flambagem

12,2772

2

==x

exEf

λπ

²/ cmkN

28,952

2

==y

eyEf

λπ

²/ cmkN

59,1659,1011

6,202,75500.20

)300(878.622500.201

)( 2

2

20

2

2

××

×+××=

+= ππ

ArGI

LKECf t

zz

wez

04,118=ezf ²/ cmkN

onde: 0,1=zK , 3,0=υ e 6,2)1(2EEG =

+=

υ

A tensão crítica é a menor das três:

28,95== eye ff ²/ cmkN

6.3.2.4 Cálculo da capacidade de carga

218

60,028,95

5,340,1Q=×==

e

y

ff

λ

Curva c de flambagem 769,0=ρ

Logo,

5,349,1010,1769,09,0Q, ××××== ycRdc AfN ρφ

11,433.2, =RdcN kN

6.3.3 Comparativo de resistência à compressão axial e custo de material entre o pilar misto aço-concreto parcialmente revestido dimensionado no ítem 6.3.1 e o pilar metálico dimensionado no item 6.3.2

Como pode ser observado na tabela 6.11, a resistência do pilar misto

parcialmente revestido de concreto à compressão axial utilizando o mesmo perfil

de aço dimensionado no item 6.3.2 foi 40,13% superior à resistência do perfil de

aço isolado, considerando as recomendações a NBR 14323 (1999) para o

dimensionamento do pilar misto e a NBR 8800 (1986) para o dimensionamento do

pilar de aço. Neste caso, o custo do pilar misto parcialmente revestido de

concretro foi 9,49% mais caro do que o custo do perfil de aço isoladamente.

No comparativo apresentado na tabela 6.11, foram considerados os

mesmos custos unitários definidos no item 6.3.4.1.

Tabela 6.11 comparativo de resistência à compressão axial e custo de material entre um pilar misto parcialmente revestido de concreto e um pilar de aço dimensionados nos itens 6.3.1 e 6.3.2 respectivamente

Tipo de pilar Pilar misto Pilar metálicoResistência à compressão axial ( RdN

) 3.409,44 kN 2.433,11 kNCusto do material (R$) 743,65 679,20

219

6.3.4 Comparativo de custo de material entre um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido teórico e um pilar metálico que possuem a mesma resistência a compressão axial

Para efeito comparativo foi utilizado o programa executado, com a

utilização do softwear Mathcad, para encontrar um pilar misto teórico parcialmente

revestido de concreto que possuísse as mesmas dimensões externas e a mesma

resistência à compressão axial do perfil de aço dimensionado no item 6.3.2. O

comprimento efetivo de flambagem dos pilares comparados é de 300 cm nas duas

direções principais.

cm300== yx LL

x

y

y

x

Figura 6.24 Pilar misto e pilar de aço que possuem a mesma resistência à compressão axial

6.3.4.1 Definição dos custos unitários (maio de 2006) a) Concreto

Concreto fck 30 MPa convencional --------------------------------- 170,00 R$/m³

Fonte:

220

Concretex (Grupo Holcim)

b) Aço

b.1) Perfis de aço

Perfil H ASTM A 572 Grau 50 W250x80 ------------------------------ 2,83 R$/kg

Perfil H ASTM A 572 Grau 50 W200x35,9 --------------------------- 2,99 R$/kg

Fonte:

Fornecedora Comercial Mar Ltda

b.2) Barra de aço

Aço CA-50 # 10mm --------------------------------------------------------- 2,49 R$/kg

Aço CA-50 # 6,3mm -------------------------------------------------------- 2,94 R$/kg

Fonte

Comercial Gerdau

6.3.4.2 Custo de material do pilar misto parcialmente revestido de concreto

- Custo do perfil de aço:

Para o custo do aço do pilar misto teórico foi utilizado o preço do perfil real

W 200x35,9 da Açominas, o qual possui o peso linear próximo ao peso

línear do perfil teórico utilizado.

kgmkgcmcmCa /99,210

³/850.7300²75,58 6 ×××=

68,413=aC Reais

- Custo das barras redondas de aço:

+×××= kgmkgcmcmCa /49.210

³/850.7300²14,3 6

94,210

³/850.785²31,026 6 ×××× mkgcmcm

221

22,34=aC Reais

- Custo do concreto:

610³/00,170300²91,590 mcmcmCc ××=

14,30=cC Reais

Custo total dos materiais do pilar misto ---------------------------- 478,04 Reais

6.3.4.3 Custo dos materiais do pilar de aço

a) Custo dos materiais:

Custo do perfil de aço:

Perfil de aço

kgkgCa /83,2240 ×=

20,679=aC Reais

Custo total dos materiais do perfil de aço -------------------------- 679,20 Reais

Tabela 6.12 Comparativo de custo entre um pilar misto teórico e um pilar de aço que

possuem a mesma resistência à compressão axial

Pode ser verificado na tabela 6.12 que o custo do material do pilar

metálico foi 42,08% mais caro que o custo do material do pilar misto aço-concreto.

Tipo de pilar Pilar misto Pilar metálicoResistência à compressão axial ( RdN

)

2.436,30

kN 2.433,11kNCusto do material (R$) 478,04 679,20

222

Deve-se levar em conta que o custo da mão de obra do pilar misto é maior que o

custo da mão de obra do pilar metálico, logo, se conclui que, para o pilar misto ser

mais econômico que o pilar metálico, a diferênça do custo da mão de obra do pilar

misto para o custo da mão de obra do pilar metálico deve ser inferior a 42,08% do

custo do material do perfil metálico, o que dá uma possibilidade muito grande para

a viabilidade econômica do pilar misto.

6.3.5 Comparativo de custo de material entre um pilar misto parcialmente revestido aço-concreto e um pilar metálico, utilizando perfis H laminados nacionais da Açominas

Para efeito comparativo foi utilizado o perfil H W250x62 da Açominas para

a composição de um pilar misto parcialmente revestido com concreto que

possuísse uma resistência a compressão axial próxima à resistência do perfil de

aço dimensionado no ítem 6.3.2. Na composição do pilar misto também foram

utilizados concreto fck 30 MPa, 4 barras logitudinais (CA-50 # 10mm) e 16 estribos

(CA-50 # 6,3mm). Foi adotado o perfil H250x62 da açominas por possuir o mesmo

preço unitário do perfil utilizado no pilar metálico. O comprimento efetivo de

flambagem dos dois pilares comparados é de 300 cm nas duas direções

principais.

cm300== yx LL

x

y

y

x

Figura 6.25 Pilar misto e pilar de aço comparados na tabela 6.13

223

Na tabela 6.13 pode ser observado o comparativo de custo de material

entre um pilar misto parcialmente revestido composto com o perfil H W250x62

ASTM A 572 Grau 50 da Açominas e um pilar metálico composto pelo perfil H

W250x80 ASTM A 572 Grau 50 da Açominas.

Foram utilizados os mesmos custos unitários do concreto e das barras

redondas de aço descritos no item 6.3.4 (maio/2006).

- Custo dos perfis de açoPerfil H ASTM A 572 Grau 50 (W250x80) ----------------------------- 2,83 R$/kg

Perfil H ASTM A 572 Grau 50 (W250x62) ----------------------------- 2,83 R$/kg

Fonte:

Fornecedora Comercial Mar Ltda

Tabela 6.13 Comparativo de custo entre o pilar misto e o pilar de aço mostrados na

figura 6.25

Pode ser verificado na tabela 6.13 que o custo do material do pilar

metálico foi 16.09% superior ao custo do material do pilar misto aço-concreto, e

que o pilar misto apresenta uma resistência à compressão axial 15,96% superior a

resistência à compressão do pilar de aço.

Tipo de pilar Pilar misto Pilar metálicoResistência à compressão axial ( RdN

)2.821,40

kN 2.433,11 kNCusto do material (R$) 585,02 679,20

224

6.3.6 Comparativo de custo de material entre o pilar misto parcialmente revestido de concreto e o pilar metálico comparados no item 6.3.5, utilizando perfis H laminados nacionais da Açominas e considerando um comprimento efetivo de flambagem de 600cm.

Neste comparativo tentou-se avaliar a influência da altura de flambagem

para a viabilidade da utilização de pilares mistos aço-concreto ou pilares de aço.

Foram considerados neste comparativo os mesmos preços unitários

utilizados no item 6.3.5.

Tabela 6.14 Comparativo de custo entre o pilar misto e o pilar de aço comparados

no ítem 6.3.5, considerando um comprimento efetivo de flambagem de 600cm nas

duas direções principais

Pode ser verificado na tabela 6.14 que o custo do material do pilar

metálico continua 16,09% superior ao custo do material do pilar misto aço-

concreto, porém, o pilar misto apresenta uma resistência à compressão axial

apenas 4,78% superior a resistência à compressão do pilar de aço, demonstrando

que à medida que se aumenta o comprimento de flambagem, a vantagem na

utilização dos pilares mistos diminui.

Tipo de pilar Pilar misto Pilar metálicoResistência à compressão axial ( RdN

)

1.786,96

kN 1.705,39 kNCusto do material (R$) 1.170,04 1.358,40

225

6.4 COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE PILARES MISTO AÇO-CONCRETO PARCIALMENTE REVESTIDOS E PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO PREENCHIDOS

6.4.1 Comparativo de custo de material entre um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido e um pilar misto aço-concreto preenchido, utilizando perfis H laminados nacionais da Açominas e tubos fornecidos por Vallourec & Mannesmann Tubes respectivamente

6.4.1.1 Definição dos custos unitários (maio/2006)

a) Concreto

Concreto fck 30 MPa bombeado------------------------------------- 180,00 R$/m³

Concreto convencional fck 30 MPa --------------------------------- 170,00 R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Perfil de aço tubular

Perfil tubular 323,8x10,3 VMB 350 (ASTM A-501)----------------- 2,667 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A. - Vallourec & Mannesmann Tubes

c) Perfil de aço H da Açominas

Perfil H ASTM A 572 Grau 50 W250x62 ----------------------------- 2,833 R$/kg

Fonte:

Fornecedora Comercial Mar Ltda

d) Barra de aço

Aço CA-50 # 10mm --------------------------------------------------------- 2,49 R$/kg

Aço CA-50 # 6,3mm -------------------------------------------------------- 2,94 R$/kg

Fonte

226

Comercial Gerdau

Na figura 6.26 pode ser observado os dois pilares mistos comparados na

tabela 6.15, um pilar mistos aço-concreto parcialmente revestido e um pilar misto

aço-concreto preenchido, utilizando um perfil H laminado nacional da Açominas e

um tubo fornecido por Vallourec & Mannesmann Tubes respectivamente.

x

y

y

x x x

y

y

Figura 6.26 Pilares mistos comparados na tabela 6.15

Na figura 6.27 podem ser observadas as curvas de interação dos pilares

mistos comparados na tabela 6.15, considerando o comprimento efetivo de

flambagem de 300cm e 500cm nas duas direções principais.

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Mom ento solicitante

Carg

a ax

ial s

olic

itant

e

Pilar misto preenchido c/L=3m

Pilar misto parcialmenterevestido c/ L=3m

Pilar misto preenchido c/L=5m

Pilar misto parcialmenterevestido c/ L=5m

227

Figura 6.27 Curvas de interação simplificadas dos pilares comparados na tabela 6.15

Verifica-se na figura 6.27 que os pilares mistos preenchidos comparados

apresentaram um comportamento estrutural melhor que os pilares mistos

parcialmente revestidos, com praticamente o mesmo custo de materiais, como

podem ser visto na tabela 6.15. Observa-se também que à medida que se

aumenta o comprimento de flambagem, a utilização dos pilares mistos

preenchidos de concreto torna-se cada vez mais vantajosa.

Tabela 6.15 Comparativo de custo entre um pilar misto parcialmente revestido e um pilar misto preenchido mostrados na figura 6.27, considerando-se um comprimento efetivo de flambagem de 300cm na duas direções principais

Tipo de pilarPilar misto

parcialmente revestido

Pilar misto preenchido

Área total do pilar (cm²) 642.62 823.46Resistência do concreto (MPa) 30 30Resistência do aço dos perfis

(MPa)345 350

( )kNNRd 3.151,32 4.439,45( )kNcmM Rdpl , 33.107,70 35.291,47

9,02,0 << δ 0,723 0,644Custo do concreto (m³) 170,00 180,00Custo unitário do aço dos perfis (R$) 2,833 2,667Custo total do aço (R$) 643.55 637.15Custo do concreto (R$) 27.95 38.99Custo total do material (R$) 671.50 676.14

228

Pode ser verificado na tabela 6.15 que o custo do material do pilar misto

parcialmente revestido foi 0,69% inferior ao custo do material do pilar misto

preenchido, e que o pilar misto preenchido apresenta uma resistência à

compressão axial 40,88% maior do que a resistência à compressão axial do pilar

misto parcialmente revestido. Considerando que o custo da mão de obra para

execução do pilar misto parcialmente revestido é maior que o custo da mão de

obra para a execução do pilar misto preenchido, conclui-se neste exemplo que a

utilização do pilar misto preenchido é mais viável economicamente do que a

utilização do pilar misto parcialmente revestido.

6.4.2 Comparativo de custo entre um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido e um pilar misto aço-concreto preenchido utilizando nos pilares mistos um perfil eletro-soldado da Usiminas e um tubo fornecido por Vallourec & Mannesmann Tubes respectivamente

6.4.2.1 Definição dos custos unitários (maio/2006)

a) Concreto

Concreto fck 30 MPa bombeado------------------------------------- 180,00 R$/m³

Concreto convencional fck 30 MPa --------------------------------- 170,00 R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Perfil de aço tubular

Perfil tubular 323,8x9,5 VMB 300 ASTM A-501--------------------- 2,32 R$/kg

IPI (0%) alíquota zero (Construção Civil) ----------------------------- 0,00 R$/kg

ICMS (12%) ------------------------------------------------------------------ 0,28 R$/kg

Frete (caminhão de 25 ton) ----------------------------------------------- 0.08 R$/kg

229

Custo total do perfil --------------------------------------------------------- 2,68 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

c) Perfil de aço CE Eletro-soldado da Usiminas

Perfil ASTM A 572 Grau 50 CE300x62 ------------------------------ 2,746 R$/kg

Fonte:

Cedisa AS.

d) Barra de aço

Aço CA-50 # 10mm --------------------------------------------------------- 2,49 R$/kg

Aço CA-50 # 6,3mm -------------------------------------------------------- 2,94 R$/kg

Fonte

Comercial Gerdau

x x

y

y

y

y

x x

Figura 6.28 Pilares mistos comparados na tabela 6.16

Na figura 6.29 podem ser vistas as curvas de interação dos pilares mistos

preenchido e parcialmente revestido mostrados na figura 6.28.

230

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

Pilar misto com perf ileletrosoldado L=3m

Pilar misto preenchidoL=3m

Pilar misto com perf ileletrosoldado L=5m

Pilar misto preenchidoL=5m

Figura 6.29 Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos mostrados na

figura 6.28

Pode ser observado na figura 6.29 que o comportamento estrutural do

pilar misto preenchido solicitado à compressão axial centrada é melhor do que o

comportamento estrutural do pilar misto revestido à medida que se aumenta o

comprimento de flambagem.

Na tabela 6.16, verifica-se que os pilares comparados apresentam

resultados semelhantes, pois o pilar misto preenchido apresenta uma resistência à

compressão axial centrada 12,66% superior e um custo de material 7,19%

superior ao pilar misto parcialmente revestido. Porém, deve ser ressaltado que o

custo de mão de obra para a execução de pilares mistos preenchidos tende a ser

inferior ao custo de mão de obra para execução de pilares mistos parcialmente

revestidos, e que o tubo utilizado neste comparativo apresentou um preço unitário

superior ao preço médio orçado na Vallourec Mannesmann Tubes.

Tabela 6.16 Comparativo de custo entre um pilar misto aço-concreto preenchido utilizando um tubo produzido por Vallourec & Mannesmann Tubes e um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido utilizando um perfil CE Eletro-soldado da Usiminas, considerando um comprimento efetivo de flambagem de 300cm nas duas direções principais

231

6.5 COMPARATIVO DE CUSTO DE MATERIAL ENTRE PILARES MISTOS AÇO-CONCRETO PARCIALMENTE REVESTIDOS

6.5.1 Comparativo de custo de material entre um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido utilizando um perfil H laminado nacional da

Tipo de pilarPilar misto

parcialmente revestido

Pilar misto preenchido

Área total do pilar (cm²) 900,0 823.46Resistência do concreto (MPa) 30 30Resistência do aço dos perfis

(MPa)345 300

( )kNNRd 3.413,27 3.845,49( )kNcmM Rdpl , 34.969,95 28.539,85

9,02,0 << δ 0,611 0,623Custo do concreto (m³) 170,00 180,00Custo unitário do aço dos perfis (R$) 2,746 2,68Custo total do aço (R$) 547.39 592,03Custo do concreto (R$) 41,69 39,40Custo total do material (R$) 589,08 631,43

232

Açominas e um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido utilizando um perfil CE Eletro-soldado da Usiminas (COSIPA)

6.5.1.1 Definição dos custos unitários (maio/2006)

a) Concreto

Concreto convencional fck 30 MPa --------------------------------- 170,00 R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Perfil de aço H laminado da Açominas

Preço utilizado no comparativo da tabela 6.17

Perfil H ASTM A 572 Grau 50 W250x62 ---------------------------- 2,833 R$/kg

Fonte:

Fornecedora Comercial Mar Ltda

Obs.:

Para efeito comparativo foi solicitado o preço diretamente da Gerdau

Açominas, que limita a venda de perfis em feixes (lotes tabelados de

perfis) ------------------------------------------------------------------------- 2.748 R$/kg

O preço do perfil comprado diretamente da açominas foi 3.09% mais

barato do que o preço do perfil vendido na praça (Fornecedora Comercial

Mar Ltda).

c) Perfil de aço CE Eletro-soldado

Preço utilizado no comparativo da tabela 6.17

Perfil ASTM A 572 Grau 50 CE300x62 ------------------------------ 2,746 R$/kg

Fonte:

Cedisa S.A.

Obs.:

233

Para efeito comparativo foi solicitado o preço diretamente da

USIMINAS/COSIPA, que limita para a venda direta uma quantidade

mínima de 70ton ------------------------------------------------------------ 2.65 R$/kg

O preço do perfil comprado diretamente da USIMINAS/COSIPA foi 3.62%

mais barato do que o preço do perfil vendido na praça (Cedisa S.A.).

d) Barra de aço

Aço CA-50 # 10mm --------------------------------------------------------- 2,49 R$/kg

Aço CA-50 # 6,3mm -------------------------------------------------------- 2,94 R$/kg

Fonte

Comercial Gerdau

Neste levantamento de custos, verificou-se que o preço do perfil fornecido

pela Usiminas foi inferior ao preço do perfil fornecido pela Açominas. Deve ser

ressaltado que o IPI (Imposto sobre produtos industrializados) de 5% cobrado

sobre os preços dos perfis da Açominas, foi reduzido em 2006 para 0% sobre o

preço dos perfis da Usiminas.

Na figura 6.30 podem ser observados os dois pilares mistos comparados

na tabela 6.17, um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido utilizando um

perfil H laminado nacional da Açominas e um pilar misto aço-concreto

parcialmente revestido utilizando um perfil CE Eletro-soldado da Usiminas.

x

y

y

x

y

y

x x

Figura 6.30 Pilares mistos comparados na tabela 6.17

234

Na figura 6.31 podem ser vistas as curvas de interação dos pilares mistos

parcialmente revestidos mostrados na figura 6.30. Pode ser observado que o

comportamento estrutural do pilar misto composto com o perfil eletro-soldado é

melhor do que o comportamento estrutural do pilar misto composto com o perfil

laminado. Esta superioridade no comportamento estrutural do pilar misto

composto com o perfil eletro-soldado diminuiu à medida que se aumentou o

comprimento efetivo de flambagem do pilar misto comparado.

Curvas de Interação

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Mom ento solicitante

Carg

a ax

ial s

olic

itant

e

Pilar misto com perfileletrosoldado L=3m

Pilar misto com perfillaminado L=3m

Pilar misto com perfileletrosoldado L=5m

Pilar misto com perfillaminado L=5m

Figura 6.31 Curvas de interação dos pilares mistos parcialmente

revestidos comparados na tabela 6.17

Na tabela 6.17 pode ser observado o comparativo de custo de material

entre os pilares mistos mostrados na figura 6.30, considerando um comprimento

efetivo de flambagem de 300cm na duas direções principais. Pode ser verificado

que o custo do pilar misto parcialmente revestido com a utilização do perfil de aço

eletro-soldado da Usiminas foi mais econômico do que o pilar misto parcialmente

revestido com a utilização do perfil de aço laminado da Açominas.

Neste comparativo chegou-se a conclusão que os perfis eletro-soldados

da Usiminas se mostram como uma alternativa interessante de economia na

execução de pilares mistos revestidos.

235

Tabela 6.17 Comparativo de custo entre um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido utilizando um perfil H laminado nacional da Açominas e um pilar misto aço-concreto parcialmente revestido utilizando um perfil CE Eletro-soldado da Usiminas

6.6 COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE UM PILAR MISTO AÇO-CONCRETO TOTALMENTE REVESTIDO E UM PILAR MISTO AÇO-CONCRETO PREENCHIDO

6.6.1 Comparativo de custo de material entre um pilar misto aço-concreto preenchido e um pilar misto aço-concreto totalmente revestido, utilizando perfis H laminados nacionais da Açominas e tubos fornecidos por Vallourec & Mannesmann Tubes

Foram considerados neste exemplo pilares mistos com um comprimento

efetivo de flambagem de 300cm nas duas direções principais.

Na Figura 6.32 podem ser vistos os pilares mistos comparados na tabela

6.18.

Tipo de perfilPerfil eletro-soldado

da Usiminas

Perfil laminado da Açominas

Área total do pilar (cm²) 900,0 642.62Resistência do concreto (MPa) 30 30Resistência do aço dos perfis

(MPa)345 345

( )kNNRd 3.413,27 3.151,32( )kNcmM Rdpl , 34.969,95 33.107,70

9,02,0 << δ 0,611 0,723Custo do concreto (m³) 170,00 170,00Custo unitário do aço dos perfis (R$) 2,746 2,833Custo total do aço (R$) 547.39 643.55Custo do concreto (R$) 41,69 27.95Custo total do material (R$) 589,08 671.50

236

y

y

x x

y

xx

y

Figura 6.32 Pilar misto totalmente revestido de concreto e pilar misto preenchido de concreto

que possuem a mesma resistência à comprssão axial

6.6.1.1 Custo dos materiais (maio/2006)

a) Concreto

Concreto fck 30 MPa bombeado------------------------------------- 180,00 R$/m³

Fonte:

Concretex (Grupo Holcim)

b) Aço

b.1) Perfil de aço tubular

Perfil tubular 355,6 x 1,11 ( VMB 350 – ASTM A-501 )---------- 2,270 R$/kg

IPI (0%) alíquota zero (Construção Civil) --------------------------- 0,000 R$/kg

ICMS (12%) ------------------------------------------------------------------0,272 R$/kg

Frete (caminhão de 25 ton) --------------------------------------------- 0.080 R$/kg

Custo total do perfil ------------------------------------------------------- 2,622 R$/kg

Fonte:

V & M do Brasil S.A - Vallourec & Mannesmann Tubes

b.2) Perfil de aço H

Perfil H ASTM A 572 Grau 50 (W250x80)--------------------------- 2,833 R$/kg

237

Fonte:

D.Dalla Produtos Siderúrgicos Ltda

b.3) Barras de aço

Aço CA-50 # 12,5mm ---------------------------------------------------- 2,377 R$/kg

Aço CA-50 # 6,3mm ------------------------------------------------------- 2,94 R$/kg

Fonte

Comercial Gerdau

c) Fôrma de madeira

Fôrma em chapa prensada de 12mm para 1 aprov. ------------- 39,57 R$/m²

Fôrma em chapa prensada de 12mm para 8 aprov. --------------- 8,07 R$/m²

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

Vera Cruz Construções Civis Ltda

6.6.1.2 Custo da mão de obra

a) Concreto

d) Mão de obra para o lançamento do concreto

Lançamento do concreto ------------------------------------------------------ 21,00

R$/m³

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

e) Mão de obra para o transporte interno e a montagem dos perfis de aço

Transporte interno e montagem da estrutura de aço ------------------- 3,00 R$/kg

Fonte:

TDB Produtos e Serviços Ltda

238

f) Mão de obra de fôrma

Confecção de fôrma em chapa prensada ---------------------------------- 9,60 R$/m²

Fôrma e desfôrma da estrutura --------------------------------------------- 20,80 R$/m²

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

Vera Cruz Construções Civis Ltda

g) Mão de obra de armador

Armação de barras redondas ------------------------------------------------- 0,65 R$/kg

Fonte:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

6.6.1.3 Custo do pilar misto totalmente revestido

- Custo dos materiais

00,8110

³/00,180300²19,493.1 6 =××= mcmcmCc Reais

85,679/833,210

³/850.7300²9,101 6 =×××= kgmkgcmcmCa Reais

+×××= kgmkgcmcmCs /377,210

³/850.7300²91,4 6

03,50/94,210

³/850.7150²31,021 6 =×××× kgmkgcmcm Reais

94,18957,39²80,4.1, =×= mC aprovF Reais

74,3807,8²80,4.8, =×= mC aprovF Reais

Custo total dos materiais ( 1 aprov. de fôrma ) -------------------------- 1.000,82 Reais

Custo total dos materiais ( 8 aprov. de fôrma ) ---------------------------- 849,62 Reais

239

- Custo da mão de obra

45,9³/00,21³45,0 =×= mmCc Reais

52,7/65,057,11 =×= kgkgCs Reais

91,719/00,397,239 =×= kgkgCa Reais

92,145²/)80,2060,9(²80,4.1, =+×= mmC aprovF Reais

60,105²/)80,20860,9(²80,4.8, =+×= mmC aprovF Reais

Custo total da mão de obra ( 1 aprov. de fôrma ) -------------------------------R$ 882,80

Custo total da mão de obra ( 8 aprov. de fôrma ) -------------------------------R$ 842,48

- Custo totalCusto total do pilar misto totalmente revestido (1 aprov. de fôrma) -----R$ 1.883,62

Custo total do pilar misto totalmente revestido ( 8 aprov. de fôrma ) ----R$ 1.692,10

6.6.1.4 Custo do pilar misto preenchido

- Custo dos materiais

78,741/622,210

³/850.7300²13,120 6 =×××= KgmkgcmcmCa Reais

14,4710

³/00,180300²01,873 6 =××= mcmcmCc Reais

Custo total dos materiais --------------------------------------------------------------R$ 788,91

- Custo da mão de obra

50,5³/00,21³2619,0 =×= mmCc Reais

73,848/00,391,282 =×= kgkgCs Reais

Custo total da mão de obra -----------------------------------------------------------R$ 854,23

240

- Custo totalCusto total do pilar preenchido ----------------------------------------------------R$ 1.643,14

Na figura 6.33 podem ser observadas as curvas de interação dos pilares

mistos mostrados na figura 6.32.

Curvas de Interação

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 10000 20000 30000 40000 50000

Mom ento solicitante

Car

ga a

xial

sol

icita

nte

Pilar misto preenchido L=3m

Pilar misto revestido L=3m

Pilar misto preenchido L=6m

Pilar misto revestido L=6m

Figura 6.33 Curvas de interação simplificadas dos pilares mistos mostrados na

figura 6.32

Na figura 6.33 pode ser observado que é mais vantajosa a utilização de

pilares mistos preenchidos à medida que os pilares mistos comparados possuem

um maior comprimento efetivo de flambagem.

Na tabela 6.18 pode ser observado o comparativo de custo entre o pilar

misto totalmente revestido e o pilar misto preenchido mostrados na figura 6.32.

Tabela 6.18 Comparativo de custo entre os pilares mistos observados na figura 6.25

Pilar misto totalmente

revestidoPilar misto preenchido

Perfil de aço Perfil H 250x80Tubo VMB 350

(355,6x11,1)Área total da seção (cm²) 1.600,00 993,15

241

yf (MPa) 345 350

ckf (MPa) 30 30( )kNNRd 5.340,00 5.338,07( )kNcmM RdPl , 44.114,28 45.994,43

Custo do aço 729,88 741,78Custo do concreto 81,00 47,14

Custo de fôrma 1 aproveitamento

189,948 aproveitamentos

38,74 -

Custo total de material 1.000,82 849,62 788,92Custo de mão de obra do aço 727,43 848,73Custo de mão de obra do

concreto9,45 5,50

Custo de mão de obra de

fôrma 145,92 105,60 -

Custo total de mão de obra 882,80 842,48 854,23Custo total (R$) 1.883,62 1.692,10 1.643,15

Na tabela 6.18 conclui-se que a utilização do pilar misto preenchido é mais

viável economicamente do que a utilização do pilar misto totalmente revestido,

apesar de sua maior esbeltez .

6.7 OUTRAS CONSIDERAÇÕES

6.7.1 Índice para a correção monetária

Com o intuito de adotar um indexador de forma a criar uma referência

orçamentária para este trabalho ao longo dos anos, foi utilizado o valor do CUB

(custo unitário básico) médio 24 padrões SINDICON-ES (Sindicato da Construção

Civil do Espírito Santo).

- Data Base: Maio /2006Valor do CUB médio 24 padrões SINDICON/ES --------------------------- 817,42 R$/m²

242

6.7.2 Avaliação do custo do aço e do concreto praticado pelas empresas capixabas nos últimos anos

6.7.2.1 Comparativo da evolução do preço do aço CA-50 e do concreto

Tentando avaliar melhor a influência que o preço do aço e do concreto

exercem sobre o preço final das estruturas, foi feita uma pesquisa para identificar

a evolução do preço do aço e do concreto nos últimos 11 anos.

Neste comparativo de custo foram utilizados preços efetivamente pagos

por empresas capixabas a fornecedores da Grande Vitória.

- Maio de 1995

Preço do concreto MPafck 15= bombeado --------------------------------- 84,00 R$/m³

Preço do aço CA-50 (barras redondas com diâmetro de 12,5mm) ------- 0,60 R$/kg

Valor do CUB médio 24 padrões SINDICON/ES --------------------------- 296,37 R$/m²

- Empresas construtoras fornecedoras das informações:

CB Engenharia Ltda ( Condomínio do Ed Blue Tower )

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

- Fornecedor de aço:

Comercial Gerdau

- Fornecedor de concreto:

Polimix

- Maio de 2005

Preço do concreto MPafck 20= bombeado -------------------------------- 144,00 R$/m³

Preço do aço CA-50 (barras redondas com diâmetro de 12,5mm) ------ 2.48 R$/kg

243

Valor do CUB médio 24 padrões SINDICON/ES --------------------------- 744,96 R$/m²

Empresas construtoras fornecedoras das informações:

Forma Construtora e Incorporadora Ltda

Vera Cruz Construções Civis Ltda

Fornecedor de aço CA-50:

Comercial Gerdau S.A.

BELGO (Grupo Arcelor)

Fornecedor de concreto:

Concretex (Grupo holcim)

- Maio de 2006

Preço do concreto MPafck 20= bombeado -------------------------------- 163,00 R$/m³

Preço do perfil de aço I ASTM A 32 ---------------------------------------------- 2,77 R$/kg

Valor do CUB médio 24 padrões SINDICON/ES --------------------------- 817,42 R$/m²

- Fornecedor do perfil I ASTM A 32

D.Dalla Produtos Siderúrgicos Ltda

DIAÇO Distribuidora de aço ltda

- Fornecedor de concreto

Concretex (Grupo Holcin)

- Comparativo Maio/1995 a Maio/2005

13,460,048,2

)95/05(aço de Barras)05/05(aço de Barras ==

244

71,100,8400,144

)95/05()05/05( ==

ConcretoConcreto

51,237,29696,744

)1995/()2005/( ==

MaioCUBMaioCUB

- Comparativo Maio/1995 a Maio/2006

96,360,0

377,2)95/05(aço de Barras)06/05(aço de Barras ==

94,100,8400,163

)95/05()06/05( ==

ConcretoConcreto

76,237,29642,817

)1995/()2006/( ==

MaioCUBMaioCUB

Observa-se com este comparativo que num período de 11 anos, entre

1995 e 2006, o preço do aço CA-50 subiu acima do índice fornecido pelo

SINDICON-ES. Neste mesmo período, o preço do concreto subiu abaixo do índice

fornecido pelo SINDICON-ES, mesmo que se tenha aumentado neste comparativo

a resistência do concreto de 15 MPa (usual neste período) para 20 MPa.

Verifica-se que em 2005, a diferença entre o aumento no preço do aço e o

aumento no preço do concreto, considerando uma pesquisa desde 1995, atingiu

valores altíssimos, aliviados em 2006 com a abolição do IPI ( Imposto de 5% sobre

o preço dos produtos industrializados ).

6.7.2.2 Comparativo da evolução do preço do aço ASTM A-32 e do concreto

- Setembro de 1995

Preço do concreto MPafck 15= bombeado --------------------------------- 88,00 R$/m³

Preço do perfil de aço I 8” x 1ª ASTM A 32 ------------------------------------ 0,85 R$/kg

Valor do CUB médio 24 padrões SINDICON-ES -------------------------- 338,78 R$/m²

245

Fornecedor do perfil I ASTM A 32

D.Dalla Produtos Siderúrgicos Ltda

Fornecedor de concreto:

Polimix

- Maio de 2000

Preço do concreto MPafck 20= bombeado -------------------------------- 114,00 R$/m³

Preço do perfil de aço I 8” x 1ª ASTM A 32 ----------------------------------- 1,135 R$/kg

Valor do CUB médio 24 padrões SINDICON-ES -------------------------- 440,06 R$/m²

Fornecedor do aço ASTM A 36

D.Dalla Produtos Siderúrgicos Ltda

Fornecedor de concreto:

Polimix

- Maio de 2006

Preço do concreto MPafck 20= bombeado -------------------------------- 163,00 R$/m³

Preço do perfil de aço I ASTM A 32 ----------------------------------------------- 2,77 R$/kg

Valor do CUB médio 24 padrões SINDICON/ES --------------------------- 817,42 R$/m²

Fornecedor do perfil I ASTM A 32

D.Dalla Produtos Siderúrgicos Ltda

DIAÇO Distribuidora de aço ltda

Fornecedor de concreto:

Concretex (Grupo Holcin)

246

- comparativo setembro/2005 a maio/2000

335,185,0

135,1)95/09(aço de I Perfil)00/05( aço de I Perfil ==

295,100,8800,114

)95/09(15)00/05(20 ==

MPaConcretofMPaConcretof

ck

ck

298.178,33806.440

)1995/.()2000/( ==

SetCUBMaioCUB

- comparativo maio/2000 a maio/2006

44,2135,177,2

)00/05(aço de I Perfil)06/05( aço de I Perfil ==

429,100,11400,163

)00/05(20)06/05(20 ==

MPaConcretofMPaConcretof

ck

ck

857,106,44042,817

)2000/()2006/( ==

MaioCUBMaioCUB

- comparativo setembro/2005 a maio/2006

26,385,077,2

)95/09(aço de I Perfil)06/05( aço de I Perfil ==

85,100,8800,163

)95/09(15)06/05(20 ==

MPaConcretofMPaConcretof

ck

ck

413,278,33842,817

)1995/.()2006/( ==

SetCUBMaioCUB

Verifica-se neste comparativo, que no período dos últimos 10 anos, entre

1995 e 2005, o preço do aço subiu acima do índice fornecido pelo SINDICON-ES.

247

Neste mesmo período, o preço do concreto subiu abaixo do índice fornecido pelo

SINDICON-ES. Verifica-se também que o período onde ocorreu o maior aumento

do aço aconteceu nos últimos cinco anos, entre os anos de 2000 e 2005.

Neste comparativo pode ser concluído que uma das principais barreiras

para um maior crescimento na utilização da metodologia construtiva do aço na

construção civil brasileira é o aumento no preço deste material nos últimos anos, o

que acarreta num aumento global do custo da obra na sua fase inicial. Uma forma

interessante de viabilizar a utilização da metodologia construtiva do aço na

construção civil brasileira seria a utilização de elemetos mistos aço-concreto,

tomando proveito do baixo custo do concreto.

Em 2005 e 2006, o preço do aço abaixou um pouco, principalmente pela

redução do IPI de 5% para 0% sobre o preço de alguns produtos de aço como as

barras redondas, os perfis eletro-soldados da Usiminas e os tubos produzidos por

Vallourec & Mannesmann Tubes. Esta redução é importante, porém ainda não é

significativa quando comparada com os aumentos ocorridos nos ultimos anos.

248

7 CONCLUSÕES E INDICAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS__________________________________________________________________

7.1 CONCLUSÕES

A utilização de pilares mistos aço-concreto, sobretudo os pilares mistos

preenchidos em edifícios altos, apresentou um crescimento significativo nas

últimas décadas e é uma tendência em diversos países americanos, europeus e

asiáticos. Algumas propriedades avaliadas como a grande esbeltez, a alta

ductilidade, a grande rigidez, a rapidez na execução e o baixo custo dos materiais

quando comparados com pilares de aço e com pilares de concreto armado

capacitam a viabilidade econômica na utilização dos pilares mistos aço-concreto

também aqui no Brasil. Para que isto ocorra é importante um aumento na

produção de estruturas metálicas, de forma a possibilitar uma redução no custo de

mão de obra especializada neste tipo de estrutura.

A utilização de concreto de alto desempenho (CAD) no preenchimento de

pilares mistos preenchidos também foi um interessante aspecto abordado na

busca da racionalidade na execução de pilares mistos, pois está comprovado que

as propriedades do concreto de alto desempenho aumentam significativamente

com o confinamento, além do aço do tubo oferecer a ductilidade necessária ao

CAD. Contudo não se deve esquecer que o concreto de alto desempenho não é

apenas um concreto comum com propriedades aumentadas, e que não se pode

249

utilizar as normas para concretos convencionais apenas extrapoladas para a

utilização do CAD.

As normas técnicas mundiais e brasileiras estão sempre sendo

atualizadas em virtude do rápido avanço tecnológico que impulsiona uma

transformação constante na metodologia construtiva. A normalização dos pilares

mistos assim como os demais elementos estruturais mistos veêm sofrendo

constantes alterações e complementações. A primeira norma brasileira que

abordou pilares mistos em seu escopo foi a NBR 14323 (1999), Dimensionamento

de estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio – Procedimento, que

aborda o dimensionamento de pilares mistos em temperatura ambiente e em

temperatura elevada. No projeto de revisão da NBR 8800 (2006), norma que

passou a abordar os pilares mistos em temperatura ambiente, foram feitas várias

alterações importantes de forma a compatibilizar a NBR 8800 com as novas

normas européias, como o EUROCODE 3 (2005) e EUROCODE 4 (2004), com as

novas normas americanas como o ANSI/AISC (2005) e com as novas normas

brasileiras NBR 6118 (2003) e NBR 8681 (2003). O projeto de revisão da NBR

8800 (2006) foi intitulado “Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de

aço e concreto de edifícios”, enfatizando em seu título a importância dada às

estruturas mistas no escopo desta norma.

Nos exemplos comparativos abordados no capítulo 6 foi constatado que o

custo dos pilares mistos preenchidos mais esbeltos é maior que o custo dos

pilares mistos preenchidos menos esbeltos. Isto se deve principalmente à

necessidade dos pilares mistos mais esbeltos utilizarem uma maior quantidade de

barras longitudinais de aço na seção transversal. No comparativo feito abordando

os perfis eletro-soldados da Usiminas e os perfis laminados da Açominas na

execução de pilares mistos totalmente revestidos e pilares mistos parcialmente

revestidos foi encontrado um resultado semelhante ao encontrado nos pilares

mistos preenchidos. Isto ocorreu devido ao fato dos pilares mistos revestidos

menos esbeltos, que utilizam perfis eletrosoldados da Usiminas, apresentarem um

comportamento estrutural melhor do que o comportamento estrutural dos pilares

mistos revestidos mais esbeltos, que utilizam perfis laminados da Açominas. A

250

viabilidade econômica para a utilização de pilares mistos revestidos compostos

com perfis eletro-soldados da Usiminas diminui à medida que se aumenta a altura

efetiva de flambagem dos pilares mistos comparados. Alguns fatores foram

fundamentais para este resultado:

- o menor peso dos perfis eletro-soldados da Usiminas sem perder as

propriedades como xI , xr e xZ , quando comparados com os perfis laminados da

Açominas;

- o enrijecimento dos perfis pelo concreto, aumentando consideravelmente a sua

resistência à flambagem local, o que permite uma utilização menos restritiva dos

perfis eletro-soldados da Usiminas.

- Uma maior área de concreto na seção transversal dos pilares mistos compostos

com perfis eletro-soldados da Usiminas, pois estes perfis apresentarem

dimensões externas maiores do que as dimensões externas dos perfis laminados

da Açominas.

Diferentemente dos pilares de concreto armado, onde a seção transversal

quadrada geralmente se apresenta como a seção mais racional e mais econômica

para resistir a um carregamento axial, nos pilares mistos aço-concreto

preenchidos, a seção que se mostra como a mais econômica é a seção

transversal circular. Dois fatores influenciam para esta tendência:

- o preço do tubo de aço circular ser inferior ao preço do tubo de aço quadrado,

considerando tubos fabricados por Vallourec & Mannesmann Tubes;

- o efeito do confinamento, que pode aumentar consideravelmente a capacidade

de carga do pilar misto circular, além de melhorar outras propriedades como a

ductilidade.

Outro comparativo abordado no capítulo 6 foi a influência da resistência

dos materiais na viabilidade econômica dos pilares mistos. Foi concluído que, em

função dos preços praticados atualmente no mercado capixaba, quanto maior for a

resistência do concreto ou do aço utilizado na composição do pilar misto, maior é

a probabilidade de se executar um pilar misto mais econômico.

Quando os pilares mistos são comparados com os pilares de concreto

armado, a primeira conclusão é que eles são dimensionados em faixas diferentes

251

de esbeltez, o que dificulta a viabilidade econômica dos pilares mistos. Quando os

pilares comparados possuem uma área da seção transversal próxima, os pilares

mistos apresentam-se mais racionais do que os pilares de concreto armado, pois

para se resistir a uma mesma carga axial, é necessária uma menor área de aço e

uma menor área de concreto na seção transversal dos pilares mistos, além dos

pilares mistos preenchidos não necessitarem de fôrma para a concretagem.

No comparativo dos pilares mistos parcialmente revestidos com os pilares

de aço foi verificado que o custo dos materiais dos pilares mistos parcialmente

revestidos é inferior ao custo dos pilares de aço. Uma maior área de concreto é

muito importante para uma economia em pilares mistos axialmente comprimidos,

porém, a influência do concreto na economia do pilar misto diminui à medida que

se aumenta a altura efetiva de flambagem, ou quando o pilar está sujeito a

momentos significativos.

Outro fato interessante abordado no comparativo do capítulo 6 foi que

algumas propriedades influenciam para que os pilares mistos prenchidos sejam

mais viáveis do que os pilares mistos revestidos:

- o posicionamento do aço na seção transversal dos pilares mistos preenchidos,

na parte externa da seção transversal;

- a igualdade das propriedades em todas as direções de flambagem, característica

muito importante para estruturas sujeitas a abalos sísmicos;

- a dispensa de fôrmas para a concretagem.

A viabilidade da utilização dos pilares mistos preenchidos quando comparados

com os pilares mistos revestidos aumenta à medida que se aumenta o

comprimento de flambagem dos pilares mistos comparados.

O preço do aço vem subindo acima do índice médio do CUB (SINDICON-

ES) nos últimos onze anos, enquanto que o preço do concreto veio subindo abaixo

deste índice nos últimos onze anos, o que justifica uma intensificação nos estudos

das estruturas mistas aço-concreto para a viabilidade da utilização da metodologia

construtiva das estruturas mistas no Brasil.

7.2 INDICAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS

252

Aproveitando a cultura tradicional brasileira da construção de estruturas

em concreto armado, poderiam ser desenvolvidas pesquisas tentando avaliar o

comportamento estrutural, a viabilidade econômica e a esbeltez dos pilares mistos

totalmente revestidos de concreto utilizados em estruturas de concreto armado

convencionais, seguindo o exemplo do Ed. Burgos, no Porto em Portugal.

Seria interessante o desenvolvimento de pesquisas avaliando o custo das

ligações dos pilares mistos, principalmente as ligações viga-pilar em pilares mistos

preenchidos circulares, que se mostraram como os mais viáveis economicamente

e os mais racionais entre os pilares mistos pesquisados.

Outra pesquisa interessante seria um comparativo de custo entre os

pilares mistos, entre os pilares mistos e os pilares de aço e entre os pilares mistos

e os pilares de concreto armado, levando em consideração o dimensionamento

em situação de incêndio.

Também poderia ser feito um comparativo de custo entre os pilares

mistos, entre os pilares mistos e os pilares de aço e entre os pilares mistos e os

pilares de concreto armado, considerando-se a corrosão e alguns perfis

específicos para este fim como o COS AR COR 350 produzido pela Usiminas,

além dos VMB 250 COR, VMB 300 COR e o VMB 350 COR produzidos por

Vallourec Mannesmann Tubes, entre outros.

253

10 BIBLIOGRAFIA__________________________________________________________________

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