estudo de metodologias de dimensionamento de reservatórios de

48
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL ARTUR SCHERVIER DE HEBERSON ISABELA ARAÚJO MARCÓRIO RAFAEL ZANELATI RIBEIRO ESTUDO DE METODOLOGIAS DE DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIOS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA GOIÂNIA 2009

Upload: dinhdieu

Post on 07-Jan-2017

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL

ARTUR SCHERVIER DE HEBERSON

ISABELA ARAÚJO MARCÓRIO

RAFAEL ZANELATI RIBEIRO

ESTUDO DE METODOLOGIAS DE

DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIOS DE

APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA

GOIÂNIA

2009

2

ARTUR SCHERVIER DE HEBERSON

ISABELA ARAÚJO MARCÓRIO

RAFAEL ZANELATI RIBEIRO

ESTUDO DE METODOLOGIAS DE

DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIOS DE

APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA

Projeto final apresentado à Escola de Engenharia

Civil da Universidade Federal de Goiás como parte

dos requisitos para a obtenção do título de

Engenheiro Civil.

Área de Concentração: Construção Civil –

Sistemas Prediais

Orientador: Prof. Msc. Ricardo Prado Abreu Reis

GOIÂNIA

2009

3

ARTUR SCHERVIER DE HEBERSON

ISABELA ARAÚJO MARCÓRIO

RAFAEL ZANELATI RIBEIRO

ESTUDO DE METODOLOGIAS DE

DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIOS DE

APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA.

Trabalho apresentado à Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás

como requisito da disciplina de Trabalho de Final de curso, para obtenção do grau de

Bacharel, aprovada em 23 de dezembro de 2009, pela Banca Examinadora constituída

pelos seguintes professores:

Prof. MSc. Ricardo Prado Abreu Reis

Orientador

Prof. MSc. Saulo Bruno Silveira e Souza

Examinador Interno

Prof. MSc. Heber Martins de Paula

Examinador Externo

4

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ______________________________________________6

LISTA DE TABELAS _____________________________________________7

RESUMO _________________________________________________________8

1 INTRODUÇÃO__________________________________________________9

1.1 OBJETIVOS _____________________________________________11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA____________________________________13

2.1 O APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL _________________13

2.2 CONSUMO DE ÁGUA POTÁVEL NO BRASIL________________15

2.3 CONSUMO DE ÁGUA POTÁVEL EM GOIÂNIA ______________17

2.4 USO FINAL DA ÁGUA ___________________________________18

2.5 PRECIPITAÇÃO__________________________________________20

2.6 RESERVATÓRIO DE ÁGUA PLUVIAL ______________________23

2.6.1 Métodos de Dimensionamento________________________25

2.6.1.1 Método de Rippl____________________________26

2.6.1.2 Método Azevedo Neto_______________________27

2.6.1.3 Método Prático Alemão______________________28

2.6.1.4 Programa Computacional Netuno ______________29

3 METODOLOGIA_______________________________________________32

4 RESULTADOS OBTIDOS ______________________________________33

4.1 MÉTODO DE RIPPL ______________________________________33

4.2 MÉTODO AZEVEDO NETO _______________________________38

4.3 MÉTODO PRÁTICO ALEMÃO _____________________________39

5

4.4 SIMULAÇÃO PARA MÁXIMA EFICIÊNCIA__________________41

5 CONLUSÃO____________________________________________________43

6 BIBLIOGRAFIA________________________________________________45

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição percentual da área territorial, disponibilidade hídrica e população

nas cinco regiões brasileiras para o ano 2000 (GHISI, 2006a). _____________________10

Figura 2 - Evolução do consumo anual de água em Goiânia de 1995 a 2007 (Sistema

Nacional de Informações Sobre Saneamento – SNIS, 2007)._______________________17

Figura 3 - Histórico do consumo per capta de água em Goiânia de 2001 a 2007 (Sistema

Nacional de Informações Sobre Saneamento, 2007). _____________________________18

Figura 4 - Distribuição do consumo de água nas residências de São Paulo (Uso racional da

água – USP, 1995). _______________________________________________________19

Figura 5 - Perfil de consumo de água em residências de Goiânia (OLIVEIRA, 2006).

_______________________________________________________________________20

Figura 6 - Precipitação anual média no Brasil no período de 1961 a 1990 (ANA, 2007).

_______________________________________________________________________21

Figura 7 - Precipitação média anual de Goiânia de 1980 a 1998 (ANA, 2001).

_______________________________________________________________________22

Figura 8 - Precipitação média mensal em Goiânia de 1980 a 1998 (ANA, 2001).

_______________________________________________________________________23

Figura 9 - Cobertura da edificação de estudo.___________________________________32

Figura 10 - Simulação do volume calculado pelo método Rippl feita através do Programa

Netuno. ________________________________________________________________37

Figura 11 - Simulação do volume calculado pelo método Azevedo Neto feita através do

Programa Netuno. ________________________________________________________39

Figura 12 - Simulação do volume calculado pelo método Prático Alemão feita através do

Programa Netuno. ________________________________________________________41

Figura 13 - Simulação do volume máximo pelo Netuno___________________________42

7

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Volume de água pluvial, demanda de água potável e potencial de economia de

água potável nas cinco regiões brasileiras (GHISI, 2006a). ________________________15

Quadro 2 - Níveis de atendimento com água potável dos prestadores de serviços

participantes do SNIS em 2007, segundo a região geográfica. (SNIS, 2007)___________15

Quadro 3 - Valores do consumo médio per capita de água dos prestadores de serviços

participantes do SNIS em 2007, segundo estado e região geográfica (SNIS, 2007) _____16

8

RESUMO

Sabendo-se que a água é um recurso limitado e cada vez mais escasso, estudos a respeito

de economia e de fontes alternativas vêm sendo realizados. Com isso o presente trabalho

apresenta métodos científicos de dimensionamento de reservatório para aproveitamento de

água pluvial para fins não potáveis. A partir destes dimensionamentos foi realizado, através

do programa computacional Netuno, um estudo comparativo entre os métodos de

dimensionamento abordados, dos quais foram utilizados o Método de Rippl, o Método de

Azevedo Neto e o Método Prático Alemão. Primeiramente foram levantados dados

relevantes, tais como precipitação na região metropolitana de Goiânia, características do

consumo de água potável da população, assim como o uso em cada equipamento da

residência e sua possível substituição por água pluvial, foram levantados informações a

respeito do tipo de cobertura e eficiência do sistema de captação e armazenamento da água

pluvial. Com os volumes para os reservatórios calculados foram feitas simulações e

obtidos dados sobre suas respectivas eficiências.

9

1 INTRODUÇÃO

A água é um dos mais importantes constituintes do meio ambiente e um recurso

natural essencial para a sobrevivência da vida na Terra. Além de ser insubstituível, a água

ocupa cerca de 75% da superfície da Terra, sendo que 97,5% dessa água é salgada, situada

nos oceanos e mares, e apenas 2,5% é água doce. Desses 2,5%, apenas 0,26% é disponível

para o consumo humano. (ANA, 2005).

Durante anos, o homem usufruiu dos recursos naturais desenfreadamente, sem se

preocupar com suas disponibilidades e, portanto, com suas renovações. Isso se deve ao fato

do crescimento populacional, o que acarreta no aumento da demanda da água devido ao

uso com higiene pessoal e irrigação de alimentos para abastecimento dessa população. A

irrigação é responsável por quase metade da produção mundial de alimentos, que atinge

5,5 bilhões de toneladas, e representa 70% do consumo de água total.

Isso tudo aliado com a industrialização, onde a tecnologia influencia nos atos mais

simples do cotidiano, faz com que a sociedade fique cada vez mais atenta às novidades

tecnológicas, as quais muitas vezes proporcionam um uso desequilibrado dos recursos

naturais (ZOLET, 2005).

Com tudo isso, ainda há a má distribuição populacional na Terra, contrastando com a

disponibilidade dos recursos hídricos e com a área territorial (GHISI, 2004 apud

FERREIRA, 2005).

O Brasil, por exemplo, possui 12% das reservas mundiais, podendo chegar a 18%

quando se considera vazões provenientes de territórios estrangeiros que afluem ao país.

Como a população brasileira representa 2,8% da população mundial, vislumbra-se uma

situação de abundância hídrica no país (ROCHA, 2009).

Entretanto, conforme indicado na Figura 1, mesmo que a reserva no Brasil seja

abundante, ocorre uma disparidade entre população, área territorial e disponibilidade

hídrica. Ghisi (2006a) afirma que os locais onde se encontram os maiores índices de

disponibilidade hídrica contam com uma pequena porcentagem da população total, em

oposição aos locais mais populosos, que possuem os menores índices de disponibilidade

hídrica. A região norte, por exemplo, que engloba a bacia amazônica, detém 69% da água

do país, e abriga somente 8% da população. Desta forma, os 92% restantes da população

10

dispõe de apenas 31% dos recursos hídricos disponíveis. (GHISI, 2006a apud ROCHA,

2009).

Figura 1. Distribuição percentual da área territorial, disponibilidade hídrica e população nas cinco regiões

brasileiras para o ano 2000.

Fonte: GHISI (2006a).

Toda a água existente no planeta está em constante movimento, evaporando-se e

retornando à superfície da Terra sob forma de neve, precipitação ou granizo. Embora este

ciclo hidrológico faça da água um recurso renovável, sua oferta não cresce para suprir a

demanda, o que faz da água um recurso esgotável. A utilização e a distribuição desta água

não é a mesma que a de 50 anos atrás, uma vez que além do crescimento populacional e da

industrialização, conta-se ainda com a poluição cada vez maior dos mananciais e também o

desperdício, tornando a questão da disponibilidade da água mais preocupante ainda. De

acordo com WHO (2003), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo ainda não possuem

disponibilidade de água tratada para higiene pessoal e alimentação, o que demonstra a

imensidão do problema, fato que na maioria das vezes não é de conhecimento da

população mundial.

11

Desta maneira, faz-se necessário a busca por novas relações entre o homem e a água,

onde a conscientização das pessoas se torna essencial para minorar os desperdícios e

promover o uso racional de água, bem como propostas de aproveitamento, reuso e

reciclagem desta água.

Nesta situação, a utilização da água e os sistemas de captação de água pluvial surgem

como um meio de conservação da água e como alternativa para enfrentar a carência do

recurso (GOLDENFUM, 2005).

Além de reduzir o consumo de água potável, o aproveitamento de água de chuva é

uma medida que não causa impactos ambientais consideráveis. Existem relatos de

potenciais de economia de água potável significativos, e também experiências de uso de

água pluvial em diferentes tipos de edificações, em diversos países. (ROCHA, 2009).

O dimensionamento do reservatório de armazenamento de água de chuva é um fator

essencial para a implantação do sistema, visto que este influencia diretamente nos custos

de implantação do sistema de aproveitamento dessa água (COELHO FILHO, 2005;

FEWKES; BUTLER, 1999; HERNANDES et al., 2004; MAY; PRADO, 2004). Porém, o

dimensionamento do reservatório para armazenamento de água pluvial é pouco abordado, e

em alguns casos, utiliza-se métodos inadequados de dimensionamento ou adota-se o

volume do reservatório sem nenhum critério.

Juntamente com dados de dimensionamento obtidos por variados métodos, pode-se,

portanto, avaliar esses valores através de simulações computacionais utilizando o

algoritmo Netuno. O programa Netuno foi desenvolvido pelo Departamento de Engenharia

Civil da Universidade Federal de Santa Catarina para estimar o potencial de economia de

água potável, para um ou mais volumes de reservatório, quando há o aproveitamento de

água pluvial em edificações residenciais.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é comparar alguns métodos de dimensionamento de

sistema de armazenamento de água pluvial propostos pela norma NBR – 15527 2007

(Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis –

12

Requisitos) através da avaliação feita pelo programa computacional Netuno 2.1

desenvolvido pelo professor PhD Enedir Ghisi e sua equipe da UFSC.

Para o desenvolvimento deste trabalho foi definido como objetivos específicos os

seguintes pontos:

Apresentar os métodos teóricos de dimensionamento de reservatório de água

pluvial para sistemas de aproveitamento de água de chuva conforme NBR 15527 (2007);

Realizar um estudo comparativo com os métodos teóricos;

Verificar a viabilidade da utilização e operação de cada método de

dimensionamento da NBR 15527 avaliado pelo programa Netuno.

13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para este estudo serão necessárias as análises das características de cada fator que

influi no sistema de coleta e armazenagem de água de chuva, tais como consumo de água

potável da população local, os usos dessa água na residência e as informações sobre as

chuvas na região. Para isto, estes temas serão abordados nos itens a seguir.

2.1 O APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL

A utilização de água de chuva visa principalmente reduzir o consumo de água

potável gerando economia para o usuário e preservando os recursos hídricos do planeta.

O baixo impacto ambiental, água com qualidade aceitável para vários fins com

pouco ou nenhum tratamento, complementação do sistema convencional e reserva de água

para situações de emergência ou interrupção do abastecimento público são algumas

vantagens da utilização da água da chuva (SIMIONI et al. 2004).

A água da chuva é uma água limpa e praticamente livre de impurezas em sua

origem, mas em contato com as superfícies das coberturas pode ocorrer a sua

contaminação. De acordo com Goldenfum (2006), a água da chuva pode fornecer água

limpa e confiável, desde que os sistemas de coleta sejam construídos e mantidos de forma

adequada e a água seja tratada apropriadamente, conforme o uso previsto. Para usos menos

exigentes, uma simples filtração e desinfecção podem trazer os indicadores de qualidade

para níveis adequados.

A água de chuva pode ser utilizada em várias atividades com fins não potáveis no

setor residencial, industrial e agrícola. No setor residencial, pode-se utilizar água de chuva

em descargas de vasos sanitários, lavação de roupas, sistemas de controle de incêndio,

lavagem de automóveis, lavagem de pisos e irrigação de jardins. (MAY e PRADO, 2004).

O sistema de aproveitamento de água pluvial consiste basicamente na captação da

água que cai sobre as coberturas, sendo conduzida até o reservatório inferior, passando por

equipamentos de filtragem e descarte de impurezas e bombeada a um reservatório elevado

de onde é distribuída por tubulações especiais até os pontos de consumo. (MARINOSKI,

2007).

14

Segundo Marinoski (2007), a viabilidade da implantação de sistema de

aproveitamento de água pluvial depende essencialmente dos seguintes fatores:

precipitação, área de captação e demanda de água. Ou seja, do clima e da população local.

Segundo Tomaz (1998), há indícios de que a humanidade sempre usou água de

chuva, seja para preservação dos seus mananciais ou simplesmente para obter água para o

próprio consumo.

Em muitos países da Europa, a captação de água pluvial é muito incentivada devido

ao grande número de residências e empresas (FERREIRA, 2005).

No Brasil, até meados dos anos de 1980 existiam poucos estudos e pesquisas a

respeito de sistemas de aproveitamento de água pluvial. Hoje há diversos estudos sobre

potencial de economia de água potável obtido pela utilização de água pluvial e, também, a

respeito do dimensionamento de reservatórios por meio do programa Netuno.

A viabilidade da implantação de sistema de aproveitamento de água pluvial depende

essencialmente dos seguintes fatores: precipitação, área de captação e demanda de água.

Além disso, para projetar tal sistema devem-se levar em conta as condições ambientais

locais, clima, fatores econômicos, finalidade e usos da água, buscando não uniformizar as

soluções técnicas.

Atualmente há diversos sistemas de aproveitamento de água pluvial já em operação,

em fase de implantação ou ainda em estudos. Como exemplos de alguns desses sistemas

tem-se:

Segundo Thomaz (1993), em Guarulhos, estado de São Paulo, uma indústria de

tingimento de tecidos utiliza água de chuva, captada através de um telhado de 1.500 m² e

armazenada em reservatório subterrâneo de 370 m³.

Outro exemplo ocorre em um hotel na cidade de Blumenau, localizada no estado de

Santa Catarina, em que o sistema de aproveitamento de água pluvial foi instalado, para

uma área de captação de 569,50 m². E o volume do reservatório de armazenamento de água

de chuva utilizado é de 16.000 litros, estimando-se a economia anual de água potável em

torno de 684.000 litros (BELLA CALHA, 2007 apud MARINOSKI, 2007).

O potencial de economia de água potável alcançado, através da utilização de um

sistema de aproveitamento de água pluvial foi estimado por Ghisi (2006a) nas diferentes

15

regiões brasileiras. E verificou-se que o potencial de economia poderia variar de 48% na

região sudeste a 100% na região norte, conforme mostra o Quadro 1.

Quadro 1. Volume de água pluvial, demanda de água potável e potencial de economia de água potável nas

cinco regiões brasileiras.

Fonte: Ghisi (2006a)

2.2 CONSUMO DE ÁGUA POTÁVEL NO BRASIL

É divulgado anualmente informações e indicadores sobre os serviços de água e

esgoto do Brasil, pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Os

dados são obtidos dos próprios prestadores de serviços e os indicadores calculados com

base nestes dados. De acordo com o diagnóstico dos serviços de água e esgoto elaborado

pelo SNIS (2007), 80,9% da população total e 94,2% da população urbana são abastecidos

com água potável como mostra o Quadro 2. Neste mesmo ano foi verificado um consumo

médio per capta de 149,6 L/hab.dia como mostra o Quadro 3 (SNIS, 2007).

Quadro 2. Níveis de atendimento com água potável dos prestadores de serviços participantes do SNIS em

2007, segundo a região geográfica.

REGIÕES

ÍNDICE DE ATENDIMENTO (%)

ÁGUA

TOTAL URBANO

Norte 52,90 64,20

Nordeste 68,70 90,10

Sudeste 90,90 98,20

Sul 86,20 99,50

Centro-Oeste 97,70 98,30

Brasil 80,90 94,20

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS (2007).

REGIÃO

VOLUME DE

ÁGUA PLUVIAL

(m³ per capita/ano)

DEMANDA DE ÁGUA POTÁVEL POTENCIAL DE

ECONOMIA DE ÁGUA

POTÁVEL (%) Litros/per capita/dia m³/per capita/ano

Norte 38,42 88,00 32,12 100,00

Nordeste 21,46 97,00 35,41 61,00

Sudeste 27,95 158,00 57,67 48,00

Sul 35,00 117,00 42,71 82,00

Centro-Oeste 32,61 120,00 43,80 74,00

16

Quadro 3. Valores do consumo médio per capita de água dos prestadores de serviços participantes do SNIS

em 2007, segundo estado e região geográfica.

ESTADOS / REGIÕES (l/hab.dia)

Acre 118,70

Amazonas 133,30

Amapá 156,70

Pará 151,40

Rondônia 94,00

Roraima 154,70

Tocantins 118,20

NORTE 134,10

Alagoas 89,70

Bahia 122,10

Ceará 151,80

Maranhão 115,40

Paraíba 98,00

Pernambuco 85,10

Piauí 103,50

Rio Grande do Norte 126,80

Sergipe 119,10

NORDESTE 114,80

Espírito Santo 192,40

Minas Gerais 142,50

Rio de Janeiro 205,80

São Paulo 175,00

SUDESTE 173,80

Paraná 127,00

Rio Grande do Sul 143,70

Santa Catarina 134,00

SUL 134,90

Distrito Federal 182,90

Goiás 127,10

Mato Grosso do Sul 122,40

Mato Grosso 165,40

CENTRO-OESTE 145,20

BRASIL 149,60

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS (2007).

No Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto – 2007 (Parte 1–visão geral da

prestação de serviços) do SNIS (2007) há uma observação sobre a qualidade dos dados

sobre a população, apresentando casos de inconsistência nas relações entre população total,

urbana e atendida. Tais dados são fornecidos pelas próprias prestadoras de serviços, no

entanto, como regra do SNIS, a população total dos municípios corresponde à estimativa

publicada pelo IBGE para o ano de referência da amostra. Para obter a população urbana

utilizam a taxa de urbanização do Censo 2000 do IBGE de cada município. Assim a

17

população urbana é o produto da população total estimada para o ano de referência da

amostra pela taxa de urbanização do ano 2000.

2.3 CONSUMO DE ÁGUA POTÁVEL EM GOIÂNIA

O gráfico da Figura 2 mostra a evolução do consumo anual de água potável (1000

m³/ano) na cidade Goiânia de 1995 a 2007 de acordo com dados fornecidos pela

SANEAGO (Saneamento de Goiás S/A) ao SNIS (2007).

Figura 2. Evolução do consumo anual de água em Goiânia de 1995 a 2007.

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS (2007).

O gráfico da Figura 3 mostra o consumo per capta (l/hab. dia.) de água potável na

cidade de Goiânia no período de 2001 a 2007 de acordo com os dados do SNIS (2007).

Estes dados são de suma importância para este trabalho, pois mostram o perfil de consumo

dos usuários do sistema dimensionado, tendo em vista que os estudos são realizados com

base em uma edificação hipotética situada em Goiânia.

18

Figura 3. Histórico do consumo per capta de água em Goiânia de 2001 a 2007.

Fonte: Base de dados do SNIS (2007).

De acordo com este gráfico da Figura 3 o consumo médio per capta de água

potável em Goiânia é de aproximadamente de 156 l/hab. dia. Lembrando que estes dados

se referem ao consumo urbano em geral, não diferenciando consumo residencial dos

consumos comerciais, industriais e público.

2.4 USO FINAL DA ÁGUA

Diante da problemática do crescimento populacional desenfreado juntamente com a

escassez de água potável, as companhias de abastecimento de água enfrentam grandes

dificuldades no fornecimento de água de qualidade. Assim, mecanismos de controle dos

usos indevidos da água potável devem ser tomados, tais como o uso racional de água

tratada através da conscientização, levando à minimização dos desperdícios, e a

substituição de água tratada por água de chuva para fins não potáveis. Essa alternativa

ameniza não somente os problemas de escassez de água como também os impactos

causados pelas chuvas em áreas de grande urbanização, tais como enchentes e erosões

(FENDRICH, 2002).

Segundo Terpstra (1999), o uso da água dentro de uma residência pode ser separado

em quatro categorias: higiene pessoal, descarga em banheiros, consumo e limpeza.

Em duas destas categorias, higiene pessoal e consumo, há necessidade de obediência

aos padrões de potabilidade segundo Portaria nº 518 do Ministério da Saúde, porém nas

19

outras duas restantes pode ser usada água de menor qualidade de acordo com o objetivo do

estudo. Neste trabalho será considerada a utilização da água de chuva captada apenas nos

pontos de descarga em bacias sanitárias e nas torneiras que servirão para rega de jardim e

limpeza em geral.

Para o cálculo do reservatório é extremamente necessário obter estes dados sobre o

uso para cada fim na residência, pois representará a fração do consumo total dos habitantes

da residência que terá que ser armazenada.

Dados sobre o uso final da água variam muito de acordo com local de estudo, nível

econômico e quantidade de moradores das residências.

A Figura 4 mostra a distribuição do consumo de água em residências de São Paulo.

Figura 4. Distribuição do consumo de água nas residências de São Paulo.

Fonte: Ricardo Franci Gonçalves et al – Uso racional da água em edificações - PROSAB

(2006) apud Uso racional da água - USP (1995).

O perfil de consumo na cidade de Goiânia é apresentado na Figura 5, de acordo com

um estudo sobre consumo de água em residências na cidade feito por Oliveira (2006).

20

Figura 5: Perfil de consumo de água em residências de Goiânia.

Fonte: OLIVEIRA (2005).

Através destas duas pesquisas pode se verificar a variação do perfil de consumo de

acordo a localidade. As maiores diferenças estão entre os consumos nos pontos do

chuveiro e da bacia sanitária já que os outros são praticamente iguais.

2.5 PRECIPITAÇÃO

Como já mencionado, as características das chuvas influem diretamente no sistema,

principalmente nas dimensões do reservatório. Quanto mais bem distribuída são as chuvas

na região, melhor será a eficiência do sistema. Ou seja, ter uma média de chuva anual alta

não representa uma eficiência alta, o mais importante é verificar Constancia das chuvas.

A distribuição da precipitação pluviométrica e a quantidade de chuva precipitada

são de extrema importância no dimensionamento do reservatório de armazenagem de água

de chuva. Quanto mais homogêneas forem as chuvas, menor será o volume do reservatório.

Reservatório de volume pequeno possui vantagens como a fácil integração com a estrutura

da edificação, o menor custo de implantação e a retenção da água por pouco tempo no

reservatório de armazenamento. (FEWKES; BUTLER, 1999).

A maioria dos métodos de dimensionamento de reservatórios para fins de

aproveitamento de água pluvial considera, separadamente ou em conjunto, a duração de

períodos chuvosos, de períodos secos e a quantidade da precipitação pluviométrica ao

longo de séries históricas. Os dados de entrada utilizados nas análises são baseados em

intervalos de tempo horário, diário ou mensal, em função de sua disponibilidade e do

processo de cálculo de cada método. (ROCHA, 2009).

21

A figura 6 mostra a precipitação média anual no Brasil no período de 1961 a 1990

de acordo com dados da Agencia Nacional de Águas (ANA) de 2007.

Figura 6. Precipitação anual média no Brasil no período de 1961 a 1990.

Fonte: ANA (2007).

O gráfico da figura 7 apresenta as precipitações médias anuais na cidade de Goiânia

no período de 1980 a 1998, com base em dados históricos da estação meteorológica n°

1649013 do rio Meia Ponte operada pelo Instituto Nacional de Metereologia (INMET)

(ANA, 2001).

22

Figura 7. Precipitação média anual de Goiânia de 1980 a 1998.

Fonte: ANA (2001).

De acordo com estes dados se obtem uma preciptação anual média para Goiânia de

1646,11 mm/ano.

O gráfico da Figura 8 mostra as médias mensais de Goiânia para o mesmo período de

1980 a 1998 de acordo com os dados da mesma fonte do gráfico anterior. Neste gráfico,

constata-se uma situação preocupante quanto ao dimensionamento do reservatório, que é o

período de cerca de cinco meses, compreendido de maio a setembro, em que há uma

redução drástica na quantidade de chuva na região. Isto mostra uma desomogeinização das

chuvas na cidade de Goiânia que poderá ocasionar falhas na oferta de água em sistemas

com suprimento exclusivo de água de chuva e levando ao aumento das dimenções do

reservatório, o que dificulta a viabilidade do sistema e consequente potêncial de economia.

23

Figura 8. Precipitação média mensal em Goiânia de 1980 a 1998.

Fonte: ANA (2001).

2.6 RESERVATÓRIO DE ÁGUA PLUVIAL

A armazenagem da água da chuva deve ser feita em reservatórios que além de

garantir um padrão de qualidade, evitem possíveis problemas de contaminação e

estanqueidade. Esses tanques de armazenagem podem ser construídos com diversos tipos

de materiais, como concreto, aço, madeira, fibra de vidro, polietileno, etc., dependendo do

uso, capacidade, custos, etc. (FERREIRA, 2005).

O dimensionamento do reservatório depende primeiramente da quantidade de água

potável que será substituída por água pluvial. Além disso, outras variáveis são essenciais

para o cálculo do volume do reservatório, como a precipitação pluviométrica local, a área

de captação, o número de moradores da edificação e demandas de água potável e pluvial

(GHISI, 2006b), além dos coeficientes de perdas que consideram o desperdício no descarte

para limpeza, filtragem e captação.

Para a definição do volume de água pluvial que realmente será aproveitado é

necessário considerar perdas que ocorrem no processo de captação e reservação da água.

Tais processos podem ocorrer quando: a água a ser captada entra em contato com a área de

captação, seja por evaporação ou por absorção, intensidade que irá variar em função da

24

região e do tipo de material utilizado na cobertura. Outro fator preponderante é o volume

de água que deve ser descartado no inicio de cada precipitação, para que ocorra a retirada

de matéria orgânica ou resíduos sólidos, tal procedimento é denominado como First Flush.

Tais fatores reduzem o volume de água aproveitável e por isso é necessário calcular um

coeficiente redutor para o volume aproveitado, tal coeficiente é calculado através da

Equação (2.1) (ABNT, 2007) a seguir:

Vap = P x A x Cp (2.1)

Onde:

Vap - volume aproveitável de água pluvial no intervalo de tempo considerado

(litros);

P - precipitação pluviométrica da localidade no intervalo de tempo considerado

(mm = litros/m²);

A - área de captação (m²);

Cp - coeficiente de aproveitamento de água pluvial (adimensional).

Nesta equação, o coeficiente de aproveitamento de água pluvial pode ser definido em

função do coeficiente de escoamento superficial da área de captação (conhecido como

coeficiente de runoff). O coeficiente de escoamento superficial é calculado em função do

material da área de captação e da eficiência do sistema de captação, como indica a equação

(2.2) (ABNT, 2007).

Cp = C x ηfc (2.2)

Onde:

Cp - coeficiente de aproveitamento de água pluvial (adimensional);

C - coeficiente de escoamento superficial (adimensional);

ηfc - eficiência do sistema de captação, levando-se em conta o descarte dos

dispositivos instalados no sistema e o desvio de escoamento inicial (adimensional).

O coeficiente de escoamento superficial pode variar não só de acordo com o material

que é utilizado na cobertura, mas também de acordo com as considerações que são

25

realizadas por alguns autores, quanto ao valor utilizado. Autores como Haught e Wyckoff

(2009) consideram para a telha cerâmica um coeficiente de 0,60, outros autores como

Frasier (1975) consideram um coeficiente para um mesmo tipo de cobertura de 0,80 a 0,90.

Mas em muitas vezes o coeficiente de escoamento superficial é simplesmente adotado,

utilizando 0,80 a 0,90, sem considerar o tipo de material utilizado na cobertura ou mesmo o

tipo de dimensionamento a ser adotado.

Neste estudo a água potável da bacia hidro-sanitária e da torneira de jardim serão

substituídos pela água captada e reservada no sistema de aproveitamento de água pluvial,

cada um com equipamento hidro-sanitario possui um consumo médio de 19% e 2%

respectivamente, totalizando 22% de água potável a ser substituída. E o coeficiente de

aproveitamento adotado foi de 0,70.

2.6.1 Métodos de Dimensionamento

Para o sistema de captação de água pluvial, o reservatório não pode permanecer

ocioso por um longo período, como também não pode provocar desperdício da água

armazenada. O dimensionamento pode variar de acordo com cada região, em função da

variação dos dados pluviométricos e também dos objetivos finais de implantação do

sistema (AMORIM; PEREIRA, 2008).

A NBR 15527 (2007) que trata de sistemas e requisitos para o aproveitamento de

água de chuva de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis apresenta seis

diferentes métodos para o dimensionamento do reservatório para armazenamento e

aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis. No entanto, serão apresentados

três destes métodos, considerados os mais utilizados, e o programa computacional Netuno

para simulação dos resultados destes três métodos.

De acordo com o volume obtido no dimensionamento, o sistema pode ser utilizado

para atender à demanda local por alguns dias, meses ou até por todo o ano. É importante

saber que um reservatório para esse sistema não pode permanecer por um longo período

ocioso e seu dimensionamento pode variar de região para região, em função dos objetivos

finais de implantação do sistema e principalmente em função da variação dos dados

pluviométricos.

26

A partir de uma estimativa obtida através da determinação do consumo mensal de

água pluvial nos aparelhos que passarão a utilizá-la após implantação do sistema nos

fornecera a demanda de água pluvial desta edificação. Esta estimativa pode ser obtida

basicamente a partir das médias de frequência e tempo de uso da água e das vazões em

cada um. A multiplicação dessas médias pela vazão e pelo número de usuários resulta no

valor do consumo de água em cada aparelho sanitário.

2.6.1.1 Método de Rippl

Método também conhecido como Diagrama de Massas, é o método mais utilizado,

especialmente por sua fácil aplicação. Entretanto, há várias críticas sobre sua utilização

principalmente por esse método ser desenvolvido, a princípio, para grandes reservatórios, o

que acarretaria numa superestimativa do volume a ser reservado (CAMPOS et al. 2007).

O método determina o volume com base na área de captação e na precipitação

registrada, considerando que toda a água precipitada não seja totalmente armazenada,

correlacionando tal volume ao consumo mensal da edificação, que pode ser constante ou

variável. Quanto menor o intervalo nos dados pluviométricos, maior será a precisão no

dimensionamento, sendo a utilização de dados diários suficientes. Devido à ausência de

dados, utilizam-se valores mensais, também apresentando resultados satisfatórios

(CAMPOS, 2004).

Existem duas maneiras de se verificar o volume calculado por este método:

graficamente ou analiticamente, para demanda constante ou variável do reservatório. O

método gráfico não é mais utilizado, sendo o método analítico o método abordado neste

estudo. É um método de cálculo de volume de armazenamento necessário para garantir

uma vazão regularizada constante durante o período mais crítico de estiagem observado.

O método de Rippl só se aplica quando o volume total demandado num determinado

período é menor ou igual ao volume captado neste período, suprindo assim 100% da

demanda de água pluvial durante a estiagem. Caso contrário, os valores do volume total

demandado e do volume total captado são igualados, calculando-se, portanto, um novo

percentual de suprimento da demanda para o período de estiagem (ROCHA, 2006).

27

O período de coleta dos dados da pluviometria local é de extrema importância para a

precisão no dimensionamento, pois, quanto mais prolongado o período analisado, mais

eficiente é o dimensionamento. O volume do reservatório é calculado pela diferença entre

a demanda ou consumo e volume de chuva aproveitável, como indicado na a Equação

(2.3):

S(t) = D(t) - Q(t) (2.3)

Onde:

S(t) - volume de água no reservatório no tempo t;

Q(t) - é o volume de chuva aproveitável no tempo t;

D - demanda ou consumo no tempo t.

O volume de chuva aproveitável no tempo t é calculado através da Equação (2.4).

Q(t) = C x precipitação da chuva (t) x área de captação (2.4)

C - coeficiente de escoamento superficial.

A Equação (2.5) finaliza o cálculo do volume do reservatório, sendo este valor o

somatório dos volumes de água no reservatório no tempo t.

V = ∑ S(t), somente para valores S(t) > O (2.5)

Sendo que: ∑ D(t) < ∑ Q(t)

V - volume do reservatório.

2.6.1.2 Método Azevedo Neto

Neste método é empregada a Equação (2.6) para o dimensionamento do reservatório

do sistema para aproveitamento e armazenamento da água da chuva para fins não potáveis

(ABNT, 2007).

V = 0,042 x P x A x T (2.6)

28

Onde:

P - valor numérico da precipitação média anual, expresso em milímetros (mm);

T - valor do número de meses de pouca chuva ou seca;

A - valor numérico da área de coleta em projeção, expresso em metros

quadrados (m2);

V - valor numérico do volume de água aproveitável e o volume de água do

reservatório, expresso em litros (L).

2.6.1.3 Método Prático Alemão

Os métodos práticos são considerados por muitos autores como inadequados, porque

generalizam uma série de grandezas de elevada variabilidade, como a precipitação

pluviométrica e as demandas de água potável e pluvial (Rocha, 2009).

Trata-se de um método empírico onde se toma o menor valor do volume do

reservatório: 6 % do volume anual de consumo ou 6 % do volume anual de precipitação

aproveitável (ABNT, 2007) (Equação (2.7):

Vadotado = mínimo de (volume anual precipitado aproveitável e volume anual de

consumo) x 0,06 (6 %)

Vadotado = mín. (V; D) x 0,06 (2.7)

Onde:

V - valor numérico do volume aproveitável de água de chuva anual, expresso em

litros (L);

D - valor numérico da demanda anual da água não potável, expresso em litros (L);

V adotado - valor numérico do volume de água do reservatório, expresso em litros

(L).

29

2.6.1.4 Programa Computacional Netuno

O programa NETUNO 2.1 foi desenvolvido pelo professor Enedir Ghisi, PhD da

Universidade de Santa Catarina, com ajuda de programação de Marcelo Marcel Cordova,

acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da UFSC e validado pelo eng. Vinícius Luiz

Rocha em seu trabalho de mestrado pela UFSC, sob a orientação do prof. Ghisi, em 2009.

O programa tem por objetivo determinar o potencial de economia de água tratada

através do aproveitamento de água pluvial para usos onde a água não precisa ser tratada,

tais como descarga de bacias sanitárias, limpeza de pisos, rega de jardim, lavagem de

carros.

Informação sobre precipitação é muito importante, pois fornece as características do

local de estudo. A série deve estar em base diária, pois a simulação do balanço é feita

diariamente.

A área de captação de água pluvial é representada pela projeção horizontal da

cobertura da edificação. Este dado é fundamental para verificar o potencial de economia de

água potável que cada tipo de edificação pode atingir, pois mesmo que a precipitação do

local seja elevada, o volume de água pluvial captado será reduzido se a área de capitação

for pequena.

A demanda diária de água potável per capita corresponde ao volume de água potável

fornecido pela concessionária para cada ocupante da edificação. Pode ser definida como

fixa ou variável.

O número de moradores é utilizado para calcular a demanda diária total de água

potável para cada caso.

Com a porcentagem de água potável a ser substituída por pluvial é possível calcular a

demanda diária de água pluvial. Este dado é definido a partir de estudos do uso final da

água em edificações e representa a porcentagem de água potável que pode ser substituída

por água pluvial na edificação.

O coeficiente de aproveitamento é utilizado para representar o volume aproveitável

de água pluvial após o desvio de escoamento inicial para descarte de folhas e detritos e,

30

também, as perdas por absorção e evaporação da água pluvial ao atingir a superfície de

captação.

O programa Netuno possibilita a entrada do valor do reservatório superior para três

casos distintos:

1) Volume igual à demanda diária de água pluvial, de acordo com a equação (2.8).

VRsup = Psub x D.n (2.8)

Onde:

VRsup é o volume do reservatório superior.

Psub é a porcentagem de substituição.

D é a demanda de água potável per capta.

n é o número de moradores.

Obs. O calculo do volume do reservatório superior desta maneira não é disponível

em caso de demanda variável.

2) Entrar com o volume desejado.

3) Sem reservatório superior.

Para o reservatório inferior são feitas duas considerações.

1) Cálculo para um reservatório:

Entrar com um valor de volume de reservatório para verificar o potencial de

economia de água potável, o volume extravasado por ano e os percentuais de atendimento

completo, parcial ou nulo da demanda de água pluvial.

2) Cálculo para diversos reservatórios.

Determina-se um intervalo de análise de volumes de reservatórios. Para isso, deve-

se inserir o volume máximo que se deseja analisar, assim como o intervalo entre cada

volume simulado. Desta forma, o programa Netuno calcula o potencial de economia de

água potável para cada volume desse intervalo de análise e mostra os resultados em forma

gráfica.

Para a simulação de diversos reservatórios, existe a possibilidade de se determinar o

volume ideal do reservatório inferior. O critério usado para tal cálculo consiste em

31

comparar o potencial de economia obtido para volumes de reservatórios adjacentes.

Considera-se então, como volume ideal, aquele cujo acréscimo no potencial de economia

do volume subseqüente é igual ou inferior ao intervalo entre potenciais de economia de

água potável adotado.

32

3 METODOLOGIA

Inicialmente realizou-se um estudo a respeito dos sistemas de aproveitamento de

água pluvial para a obtenção de um maior conhecimento a respeito do funcionamento e

concepção do mesmo.

Também foram levantados os parâmetros locais, tais como área de cobertura, índice

pluviométrico, perfil de consumo e material a ser utilizado na cobertura da edificação. Para

o estudo comparativo entre os métodos de dimensionamentos dos reservatórios de sistema

de aproveitamento de água de chuva, foi proposto uma edificação fictícia, unifamiliar

situada na área metropolitana de Goiânia com área de captação de 92,23 m², a fim de

simular seu dimensionamento, conforme ilustrado pela figura 10.

Para tanto foram utilizados os métodos propostos pela NBR 15527 (2007) que são:

os métodos de Rippl, Prático Alemão e de Azevedo Neto, alem desses utilizou-se o

programa Netuno 2.1.

Realizou-se uma comparação entre eles analisando a viabilidade e eficiência, por

meio do volume do reservatório, além de uma análise alise crítica de cada método.

Figura 9. Cobertura da edificação de estudo.

Fonte: Planta de casa popular fornecida pela Secretaria de Planejamento da prefeitura de Goiânia.

33

4 RESULTADOS OBTIDOS

Para os cálculos de dimensionamento de reservatório de água de chuva pelos

métodos da NBR 15527, consideraram-se dados de chuva de um período de 20 anos, sendo

1.646,11 mm a precipitação anual média desse período. A área de captação considerada é

92,23 m², como citado anteriormente, e o coeficiente de escoamento superficial adotado é

0,90, sendo o valor geralmente considerado pelos pesquisadores, independente do material

da área de captação. O filtro considerado para a operação do sistema é o modelo VF1, da

marca 3P Technik do Brasil Ltda. Em função deste modelo, o coeficiente de

aproveitamento do sistema utilizado é de 0,70, o que indica uma perda de 30% no sistema

(Aquasave, 2009).

Considerando que a água potável a ser substituída será na torneira de jardim e na

bacia sanitária, o total de água potável a ser substituída pela água pluvial é de 22%, sendo

19% o consumo médio da bacia sanitária e 3% o consumo médio da torneira de jardim na

cidade de Goiânia.

Para o preenchimento dos campos do Programa Netuno foi considerado:

- Reservatório Superior (Reserva de consumo de água pluvial para 01 dia):

RS = 5 pessoas x 156 litros/hab.dia x 0,22

RS = 171,60 litros

- Reservatório Inferior (Diferença entre o volume calculado pelo método da norma e

o volume da reserva de consumo de água pluvial para 01 dia)

RI = V - RS

4.1 MÉTODO DE RIPPL

Para este método adotou-se os seguintes parâmetros:

C = 0,90

Precipitação da chuva = 1.646,11 mm

Área de captação = 92,23 m²

34

S(t) - volume de água no reservatório no tempo t;

Q(t) - é o volume de chuva aproveitável no tempo t;

D - demanda ou consumo no tempo t;

V - volume do reservatório

a) D(t) = Consumo de água de chuva no período t = 01 mês para uma residência com

05 pessoas.

Consumo anual de água potável da residência = 156 litros/hab.dia x 5 hab x

365 dias = 284.700 litros/ano.

Consumo de água pluvial no período de 01 ano = consumo de água potável x

porcentagem a ser substituída

Consumo de água pluvial no período de 01 ano = 284.700 x 0,22 = 62.634

litros.

Consumo de água pluvial mensal é igual ao consumo de água pluvial anual

dividido pela quantidade de meses no ano (12 meses).

Consumo de água pluvial mensal = 62.634 ÷ 12 = 5.219,5 litros.

Teoricamente, para efeito de projeto, este valor é constante durante todo o

ano, ou seja, é o mesmo valor para o cálculo de todos os períodos.

b) S(t) = D(t) - Q(t)

O método de Rippl só se aplica quando o volume total captado em um

determinado período é maior ou igual ao volume total demandado neste período.

c) Q(t) = C x precipitação da chuva (t) x área de captação

Será feita para dados de chuva de series históricas mensais.

Janeiro:

Q(1) = 0,9 x 272,3 x 92,23 = 22.602,81 litros.

S(1) = D – Q(1) = 5.219,5 – 22.602,81 = -17.383,31 litros.

35

Fevereiro:

Q(2) = 0,9 x 207,0 x 92,23 = 17.182,45 litros.

S(2) = D – Q(2) = 5.219,5 – 17.182,45 = -11.962,95 litros.

Março:

Q(3) = 0,9 x 256,1 x 92,23 = 21.258,10 litros.

S(3) = D – Q(3) = 5.219,5 – 21.258,10 = -16.008,60 litros.

Abril:

Q(4) = 0,9 x 127,5 x 92,23 = 10583,40 litros.

S(4) = D – Q(4) = 5.219,5 – 10.583,40 = -5.363,90 litros.

Maio:

Q(5) = 0,9 x 26,5 x 92,23 = 2.199,70 litros.

S(5) = D – Q(5) = 5.219,5 – 2.199,70 = 3.019,80 litros.

Junho:

Q(6) = 0,9 x 15,2 x 92,23 = 1.261,71 litros.

S(6) = D – Q(6) = 5.219,5 – 1.261,71 = 3.957,79 litros.

Julho:

Q(7) = 0,9 x 4,52 x 92,23 = 373,53 litros.

S(7) = D – Q(7) = 5.219,5 – 373,53 = 4.845,97 litros.

Agosto:

Q(8) = 0,9 x 18,1 x 92,23 = 1.502,43 litros.

S(8) = D – Q(8) = 5.219,5 – 1.502,43 = 3.717,07 litros.

36

Setembro:

Q(9) = 0,9 x 50,51 x 92,23 = 4.191,85 litros.

S(9) = D – Q(9) = 5.219,5 – 4.191,85 = 1.027,65 litros.

Outubro:

Q(10) = 0,9 x 174,44 x 92,23 = 14.476,42 litros.

S(10) = D – Q(10) = 5.219,5 – 14.476,42 = -9.256,92 litros.

Novembro:

Q(11) = 0,9 x 211,70 x 92,23 = 17.572,58 litros.

S(11) = D – Q(11) = 5.219,5 – 17.572,58 = -12.353,08 litros.

Dezembro:

Q(12) = 0,9 x 282,20 x 92,23 = 23.424,60 litros.

S(12) = D – Q(12) = 5.219,5 – 23.424,60 = -18.205,10 litros.

d) O volume do reservatório será a máxima de diferença acumulada positiva, somente

para valores de S(t) maior que zero

V = ∑ S(t),

V = S(5) + S(6) + S(7) + S(8) + S(9)

V = 3.019,80 + 3.957,79 + 4.845,97 + 3.717,07 + 1.027,65

V = 16.568,28 litros (16,57 m³)

37

Figura 10. Simulação do volume calculado pelo método de Rippl feita através do Programa Netuno.

38

4.2 MÉTODO AZEVEDO NETO

Empregando a equação (2.6), e com os dados necessários a seguir, tem-se:

V = 0,042 x P x A x T

P= 1.646,11 mm

A= 92,23 m²

T= 5 meses

V= 0,042 x 1.646,11 x 92,23 x 5

V= 31.882,35 litros ( 31,88 m³)

39

Figura 11. Simulação do volume calculado pelo método Azevedo Neto feita através do Programa Netuno.

4.3 MÉTODO PRÁTICO ALEMÃO

O Método Prático Alemão considera o Volume Adotado como o mínimo de (volume

anual de consumo e volume anual precipitado aproveitável) x 0,06 (6 %).

a) Volume Anual de Consumo

Para volume anual de consumo será considerada uma residência ocupada por cinco

(05) pessoas e o consumo diário de água “per capita” igual à 156 litros/hab.dia, sendo que

este valor é a média na cidade de Goiânia.

40

Consumo diário de água “per capita” em Goiânia: 156 litros/hab.dia.

Consumo diário de água em uma residência com 5 pessoas: 156 x 5 = 780

litros/dia.

Consumo anual de água em uma residência com 5 pessoas: 780 x 365 dias =

284.700 litros/ano x 0,22 (porcentagem a ser substituída) = 62.634 litros.

Volume anual do consumo: 62.634 litros (62,63 m³).

b) Volume Anual de Precipitação Aproveitável

Vap = Cp x P x A

Cp = 0,70

P = 1.646,11 mm

A = 93,23 m²

Vap = 0,70 x 1.646,11 x 92,23

Vap = 106.274,51 litros (106,27 m³)

Como o valor mínimo de 62.634 ou 106.274,51 é igual à 62.634, o Volume Adotado

é:

Volume Adotado = 62.634 x 0,06

Volume Adotado = 3.758,04 litros (3,76 m³)

41

Figura 12. Simulação do volume calculado pelo método Prático Alemão feita através do Programa Netuno.

4.4 SIMULAÇÃO PARA MÁXIMA EFICIÊNCIA

Para alcançar a eficiência máxima possível, foram realizados testes com dados no

programa Netuno, e com isso atingiu-se um volume de 33.571,60 litros (33,57 m³) e

99,34% de potencial de dias de atendimento completo, sendo este o valor mais próximo de

42

100%. Ainda que seja utilizado um volume maior do reservatório, a eficiência não

ultrapassará 99,34%.

Figura 13. Simulação do volume máximo pelo Netuno.

43

5 CONCLUSÃO

O método de dimensionamento para reservatório de água pluvial influencia

diretamente na eficiência do sistema e na sua viabilidade construtiva e econômica. Dentre

os métodos da norma que são abordados neste estudo, pode-se verificar uma grande

variação entre as dimensões dos reservatórios calculados, fator predominante na

viabilidade de implantação de todo o sistema, já que o reservatório inferior é o item de

maior peso econômico.

No método de Rippl o reservatório calculado possui um volume de 16,57 m³, de

acordo com a simulação do programa Netuno para este volume foi apresentado um

potencial de dias de atendimento completo de 82,95% e o potencial de economia alcançado

foi de 18,37%, considerando um consumo mensal de 26.974,90litros.

Já no método de Azevedo Neto o volume do reservatório calculado foi de 31,88 m³

e pelo programa Netuno apresentou um potencial de dias de atendimento completo de

98,98% e um potencial de economia de 21,80%, para um mesmo consumo mensal do

método de Rippl.

E no método Prático Alemão o volume obtido foi de 3,76 m³ e pelo programa

Netuno apresentou um potencial de dias de atendimento completo de 62,38% que

representa um potencial de economia de 13,95%, também para um consumo mensal de

26.974,90litros.

Se o sistema fosse atender a 100% do consumo de água que é substituída pela água

pluvial o potencial de economia atingiria os 22% que representa o total da água que o

sistema pretende suprir. No entanto o método de dimensionamento que atingiu a maior

eficiência foi o método do Azevedo Neto, com 21,80%, porém é necessário um

reservatório de volume extremamente grande, se tornando economicamente e tecnicamente

inviável considerando as dimensões de uma residência unifamiliar.

Embora haja grande dispersão entre os valores obtidos pelos métodos avaliados, a

escolha do método mais adequado varia em função da região de implantação e dos

interesses finais de implantação. Em regiões com baixo índice pluviométrico, deve-se

utilizar métodos que superdimensionam o reservatório, como o Método Azevedo Neto,

uma vez que a água coletada nos períodos de chuva possa suprir a demanda nos períodos

44

de seca. Já em regiões com alto índice pluviométrico, o ideal seria a adoção de métodos

mais conservadores, como o Prático Alemão, que resultam em valores bem menores de

dimensão de reservatório.

O método Azevedo Neto, apesar de apresentar o maior potencial de economia,

resulta em um reservatório consideravelmente grande para uma residência de 5 pessoas. Já

o método Prático Alemão se mostrou coerente com a situação, apresentando um bom

potencial de economia em relação ao Azevedo Neto, pois com um volume quase 9 vezes

menor, apresentou 13,95% de potencial de economia em relação aos 21,80% do Azevedo

Neto. O método de Rippl se mostrou bastante razoável também, apresentando um volume

intermediário entre os outros 2 métodos, e com um bom potencial de economia, levando

em conta também sua metodologia, que avalia o volume do reservatório pensando não no

período de chuva, mas sim na seca, que é quando o reservatório se mostra realmente útil.

45

6 BIBLIOGRAFIA

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15527 – Água de Chuva –

Aproveitamento de Coberturas em Áreas Urbanas Para Fins Não potáveis – Requisitos,

2007.

AMORIM, S.V.; PEREIRA, D.J.A. Estudo comparativo dos métodos de

dimensionamento para reservatórios utilizados em aproveitamento de água pluvial.

Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2008.

ANA. Agência Nacional de Águas. A sociedade e o uso da água. Brasília, 2005.

ANA. Agência Nacional de Águas. Disponibilidade e Demandas de Recursos

Hídricos no Brasil. Caderno de Recursos Hídricos 2. Brasília, 2007.

ANA. Agência Nacional de Águas. Dados de Precipitação da Cidade de Goiânia,

2001. Disponível em: http://hidroweb.ana.gov.br/. Acessado em: Setembro de 2009.

AQUASAVE (BELLA CALHA). Disponível em:

http://www.acquasave.com.br/index_acqua.php3. Acessado em: Setembro de 2009.

CAMPOS, M.A.S. Aproveitamento de água pluvial em edifícios residenciais

multifamiliares na cidade de São Carlos. São Carlos. 2004. 145 f. Dissertação (Mestrado

em Engenharia Civil, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.

CAMPOS, M.A.S. et al. Sistema de aproveitamento de água pluvial: aspectos

qualitativos e quantitativos. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE SISTEMAS PREDIAIS, 10.,

2007, São Carlos. Anais...São Carlos: UFSCar, 2007. 1 CD-ROM.

COELHO FILHO, J. M. Análise de desempenho de reservatório de

armazenamento de água de chuva no suprimento domiciliar e controle do escoamento

nas cidades de Natal e Caicó. 2005. 64p. Dissertação (Mestrado em Engenharia

Sanitária) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2005.

FERREIRA, D.F. Aproveitamento de águas pluviais e reuso de águas cinzas

para fins não potáveis em um condomínio residencial localizado em Florianópolis-SC.

Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Engenharia Civil, Universidade

Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, 2005.

46

FEWKES, A.; BUTLER, D. The Sizing of Rainwater Stoes Using Behavioural

Models. In: INTERNATIONAL RAINWATER CATCHMENT SYSTEMS

CONFERENCE, 9th

, 1999, Petrolina, Brazil. Proceedings…Petrolina: IRCSA, 1999.

FRASIER, G.W. Proceedings of water harvesting symposium. Berkeley: USDA

(United States Agricultural Research Service), 1975.

GHISI, E. Potential for Potable Water Savings by Using Rainwater in the

Residential Sector of Brazil. Building and Environment, v.41, n.11, 2006. (2006a).

GHISI, E. Influência da precipitação pluviométrica, área de captação, número

de moradores e demandas de água potável e pluvial no dimensionamento de

reservatórios para fins de aproveitamento de água pluvial em residências

unifamiliares. 2006. 63p. Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia Civil

como requisito parcial para participação em concurso público – Universidade Federal de

Santa Catarina, Florianópolis. (2006b).

GOLDENFUM, J.A. Reaproveitamento de Águas Pluviais. UFRGS-RS. RS.

2005.

HAUGHT, D; WYCKOFF, I. Water Project. Disponível em : http://www.awish-

hellas.org/publications.html. Acesso em: setembro de 2009.

HERNANDES, A.T.; CAMPOS, M.A.S.; AMORIM, S.V. Análise de Custo da

Implantação de um Sistema de Aproveitamento de Água Pluvial Para Uma Residência

Unifamiliar na Cidade de Ribeirão Preto, In: ENCONTRO NACIONAL DE

TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 10, 2004, e CONFERÊNCIA

LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 1, 2004, São Paulo,

Brasil. Anais...São Paulo: ANTAC, 2004.

MARINOSKI, A.K. Aproveitamento de água pluvial para fins não potáveis em

instituição de ensino: Estudo de caso em Florianópolis – SC. Trabalho de Conclusão de

Curso. Curso de Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina

– UFSC, Florianópolis, 2007.

MAY, S.; PRADO, R.T.A. Estudo da Qualidade da Água de Chuva para Consumo

Não Potável em Edificações. CLACS’ 04 – I Conferência Latino-Americana de

Construção Sustentável, São Paulo – SP, Anais Cd Rom, 2004.

47

OLIVEIRA, Lúcia Helena. Guia de Conservação da Água em Domicílios.

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde – Ministério da Saúde. Goiânia – GO. 2005. 60p.

RICARDO FRANCI GONÇALVES et al – Uso Racional da Água em Edificações

– PROSAB, 2006;

ROCHA, V.L. Análise comparativa entre o método de Rippl e o programa

computacional Netuno para dimensionamento de reservatórios destinados ao

armazenamento de águas pluviais. Trabalho apresentado à disciplina de Uso Racional de

Água em Edificações, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – Universidade

Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.

ROCHA, V.L. Validação do Algoritmo do Programa Netuno Para Avaliação do

Potencial de Economia de Água Potável e Dimensionamento de Reservatórios de

Sistemas de Aproveitamento de Água Pluvial em Edificações. Dissertação (Mestrado).

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina

– UFSC, Florianópolis, 2009.

SIMIONI, W.I.; GHISI, E.; GÓMEZ, L.A. Potencial de economia de água tratada

através do aproveitamento de águas pluviais em postos de combustíveis: estudo de caso.

In: CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 1.,

ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 10.,

2004, São Paulo, SP. Anais... São Paulo: ANTAC, 2004.

Diagnóstico dos serviços de água e esgoto de 2007 – Parte I – Visão geral da

prestação de serviços – Ministério das Cidades – Secretaria Nacional de Saneamento

Ambiental – Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS), 2009;

TERPSTRA, P.M.J. Sustainable water usage systems: model for the sustainable

utilization of domestic water in urban areas. Water Science technology, v.39 n.5, p.65-72,

1999.

THOMAZ, E. Sistemas construtivos para habitações de interesse social: proposta

de avaliação e classificação pela relação custo/benefício. In: SIMPÓSIO IBERO-

AMERICANO SOBRE TÉCNICAS CONSTRUTIVAS INDUSTRIALIZADAS PARA

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, 3., São Paulo, 1993. Anais. São Paulo,

IPT/CYTED, 1993.

TOMAZ, P. Conservação da Água. Editora Parma. São Paulo, 1998.

48

WHO. World Health Organization. In: The Right to Water. Cap II, General

Comment on the Right to Water, pp.12-21.2003

ZOLET, M. Potencial de Aproveitamento de água de chuva para uso

residencial na região urbana de Curitiba. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de

Graduação em Engenharia Ambiental, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-

PR, Curitiba, 2005.