estudo de impacto de vizinhança

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Linha de Trasmissão 345 kV CD Domênico Rangoni – Seccionamento Tijuco – Preto Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni Guarujá/SP Setembro/2015 ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA - EIV

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Page 1: Estudo de Impacto de Vizinhança

Linha de Trasmissão 345 kV CDDomênico Rangoni – Seccionamento Tijuco – Preto Baixada Santista

e Subestação Domênico Rangoni

Guarujá/SP

Setembro/2015

ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA - EIV

Page 2: Estudo de Impacto de Vizinhança

Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança i

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 2

2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR ....................................................................................................... 3

3. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO EIV ....................................... 3

4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.............................................................................................. 4

5. METODOLOGIA .............................................................................................................................................. 5

5.1. Contextualização do Município e Diagnóstico da Vizinhança do Empreendimento ................................... 5

5.1.1. Fontes de informação .............................................................................................................................. 5

5.1.2. Observação de campo ............................................................................................................................. 5

5.1.3. Revisão bibliográfica ................................................................................................................................ 6

5.2. Avaliação dos Impactos à Vizinhança ......................................................................................................... 6

6. DEFINIÇÃO DA ÁREA DE VIZINHANÇA ....................................................................................................... 8

7. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ......................................................................................................... 9

7.1. Histórico Socioeconômico do Município ...................................................................................................... 9

7.2. Dados Gerais do Município ....................................................................................................................... 10

8. DIAGNÓSTICO DA VIZINHANÇA DO EMPREENDIMENTO ....................................................................... 12

8.1. Caracterização do Meio Físico .................................................................................................................. 12

8.1.1. Hidrografia ............................................................................................................................................. 12

8.1.2. Geologia e geomorfologia ...................................................................................................................... 13

8.2. Caracterização da Cobertura Vegetal ....................................................................................................... 13

8.3. Caracterização Socioeconômica da Vizinhança ....................................................................................... 14

8.3.1. Uso e ocupação do solo na vizinhança ................................................................................................. 14

8.3.2. Infraestrutura urbana na vizinhança ...................................................................................................... 20

8.3.2.1. Equipamentos comunitários .............................................................................................................. 22

8.3.2.2. Sistema de circulação e transporte ................................................................................................... 22

8.3.2.2.1. Acesso ao empreendimento .............................................................................................................. 22

8.3.2.2.2. Transporte público ............................................................................................................................. 25

8.4. Áreas de Interesse Histórico, Cultural, Paisagístico e Ambiental ............................................................. 25

9. DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS À VIZINHANÇA DO EMPREENDIMENTO E PROPOSTA DE MEDIDAS

MITIGADORAS ...................................................................................................................................................... 26

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Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança ii

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

9.1. Adensamento Populacional ....................................................................................................................... 27

9.1.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 27

9.1.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 29

9.2. Uso e Ocupação do Solo ........................................................................................................................... 30

9.2.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 30

9.2.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 30

9.3. Desvalorização Imobiliária ......................................................................................................................... 31

9.3.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 31

9.3.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 34

9.4. Impactos na Paisagem Urbana e no Patrimônio Natural e Cultural .......................................................... 35

9.4.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 35

9.4.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 35

9.5. Equipamentos Urbanos e Comunitários .................................................................................................... 39

9.5.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 39

9.5.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 39

9.6. Sistemas de Circulação e Transporte ....................................................................................................... 40

9.6.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 40

9.6.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 40

9.7. Poluição Sonora, Atmosférica e Hídrica .................................................................................................... 42

9.7.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 42

9.7.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 43

Subprograma de controle de emissões atmosféricas ................................................................................... 43

Subprograma de controle de ruídos .............................................................................................................. 44

9.8. Vibração ..................................................................................................................................................... 45

9.8.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 45

9.8.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 45

9.9. Periculosidade ........................................................................................................................................... 45

9.9.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 45

9.9.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 46

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Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança iii

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

9.10. Geração de Resíduos Sólidos ............................................................................................................... 46

9.10.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 46

9.10.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 47

9.11. Riscos Ambientais ................................................................................................................................. 48

9.11.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 48

9.11.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 49

9.12. Impactos Socioeconômicos na População Residente ou Atuante no Entorno ..................................... 49

9.12.1. Impactos ambientais .............................................................................................................................. 49

9.12.2. Proposta de medidas mitigadoras ......................................................................................................... 50

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................... 54

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 55

12. EQUIPE TÉCNICA .................................................................................................................................... 56

13. ANEXOS .................................................................................................................................................... 57

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Estudo de Impacto de Vizinhança iv

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Lista de Figuras

Figura 1. Vista geral daZona Retroportuária Industrial – ZRI, com cobertura vegetal nativa, torre e linha de

transmissão de anergia (seta verde) e terminais retroportuários (seta laranja). No canto direito vê-se a Rodovia

Cônego Domênico Rangoni. ................................................................................................................................. 17

Figura 2. Vista da Subestação de energia elétrica Vicente de Carvalho. ............................................................. 18

Figura 3. Subestação de tratamento de efluentes da SABESP. ........................................................................... 18

Figura 4. Empreendimentos localizados na ZRI ás margens da Rodovia Cônego Domenico Rangoni. .............. 18

Figura 5. Área com características rurais localizada na ás margens da Rodovia Cônego Domenico Rangoni. . 18

Figura 6. Vista da Avenida Antenor Pimentel com presença de estabelecimentos comerciais e unidades

residenciais. ........................................................................................................................................................... 19

Figura 7. Vista da porção final da Avenida Antenor Pimentel, de quem olha da área de transbordo para o

bairroMorrinhos. ..................................................................................................................................................... 21

Figura 8. Vista da Rodovia Cônego Domenico Rangoni. ...................................................................................... 24

Figura 9. Vista da Avenida Vereador Lydio Martins Correa. ................................................................................. 24

Figura 10. Cotinuação da Avenida Vereador Lydio Martins Correa. ..................................................................... 24

Figura 11. Vista da Av. Antenor Pimentel. ............................................................................................................. 24

Figura 12. Histograma do quantitativo de mão de obra previsto para os meses de implantação do

empreendimento. Fonte: ELTE (2015). ................................................................................................................. 28

Figura 13. Representação da largura da faixa de servidão da linha de transmissão 345 kV. Fonte: ENGEPRO

(2014)..................................................................................................................................................................... 32

Figura 14. Representação da largura da faixa de servidão das linhas de transmissão 138 kV. Fonte: ENGEPRO

(2014)..................................................................................................................................................................... 32

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Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança v

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Lista de Tabelas

Tabela 1. Linhas de ônibus ................................................................................................................................... 25

Tabela 2. Cronograma de implantação do empreendimento. ............................................................................... 28

Tabela 3. Propriedades com faixa de servidão. .................................................................................................... 33

Tabela 4. Matriz de Impactos relacionados à implantação da Linha de Transmissão ......................................... 52

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Estudo de Impacto de Vizinhança vi

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Lista de Anexos

ANEXO 1 MAPA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO .................................................................. 58

ANEXO 2 MAPA COBERTURA E USO DO SOLO .............................................................................................. 59

ANEXO 3 MAPA ORDENAMENTO DO USO DO SOLO ...................................................................................... 60

ANEXO 4 ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) ................................................................... 61

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Estudo de Impacto de Vizinhança 1

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)& Relatório de Impacto

de Vizinhança (RIV) – LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação

Domênico Rangoni

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Estudo de Impacto de Vizinhança 2

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

1. INTRODUÇÃO

Com a emergência dos problemas socioambientais contemporâneos, a sustentabilidade das

cidades torna-se cada vez mais comprometida devido à dificuldade em se associar o desenvolvimento do

ambiente urbano com os aspectos ecológicos do meio ambiente. Assim, cada vez mais são necessárias

medidas preventivas quando da inserção de novos elementos na paisagem urbana.

Para auxiliar as administrações municipais na adoção dessa postura, a Constituição Federal de

1988 trouxe diretrizes para o desenvolvimento das cidades, especialmente no tocante à habitação, saneamento

ambiental e transportes públicos. Nos seus artigos 182 e 183, a CF traz a Política de Desenvolvimento Urbano,

voltada para o Poder Público Municipal, com o intuito de organizar e incentivar um desenvolvimento pleno da

cidade e de seus componentes sociais.

De forma a regulamentar as premissas trazidas pela CF e estabelecer diretrizes gerais da política

urbana, a Lei 10.257/2001, denominada Estatuto da Cidade, estabeleceu o Estudo Prévio de Impacto de

Vizinhança (EIV) como um dos instrumentos de política urbana para obtenção das licenças ou autorizações de

construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público Municipal. O EIV surge então como

ferramenta para identificação, avaliação e análise dos impactos ocorridos no meio urbano devido às novas

propostas de ocupação urbana, proporcionando ao poder público a possibilidade de analisar o

empreendimento em questão, discutir seu licenciamento e as medidas mitigadoras e compensatórias

aplicáveis.

No que tange ao município de Guarujá, a elaboração de EIV está disciplinada na Lei

Complementar nº 156/2013, que institui o Plano Diretor do município de Guarujá e dá outras providências.

Nesse viés, o presente trabalho constitui o Relatório de Impacto de Vizinhança – RIV, produto do

Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV referente à instalação e operação da Linha de Transmissão de 345 kV

CD – Domênico Rangoni – Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista, no trecho compreendido no

município de Guarujá – SP, a Subestação Domênico Rangoni e duas LTs 138 kV que derivam da SE Domênico

Rangoni correndo paralelas até o seccionamento em Bertioga II C1 e C2, ainda no município de Guarujá, cuja

concessão foi outorgada a Empresa Litorânea de Transmissão de Energia S.A. – ELTE.

Page 10: Estudo de Impacto de Vizinhança

Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança 3

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Para tanto, o trabalho apresentará em seus capítulos a caracterização do empreendedor e do

empreendimento, a metodologia adotada para a análise, o diagnóstico da vizinhança do empreendimento, os

impactos positivos e negativos sobre os aspectos determinados pela legislação vigente, contemplando as

medidas mitigadoras propostas e, por fim, considerações finais.

2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Razão social: EMPRESA LITORÂNEA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA S.A. – ELTE

CNPJ: 20.626.892/0001-48

Endereço: Rua Gomes de Carvalho, 1996, conj. 161, sala E, Vila Olímpia – CEP 04547-006 – São Paulo/SP

Telefone: (11) 4571-2400

Contato: Eduardo D’Aurea Bordignon

Celular: (11) 96317-9212

Endereço eletrônico: [email protected]

3. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO EIV

Razão social: CARUSO JR. ESTUDOS AMBIENTAIS & ENGENHARIA LTDA.

CNPJ: 02.550.302/0001-69

Endereço: Rua Dom Jaime Câmara, 170, sala 1201, Centro – CEP 88015-120 – Florianópolis/SC

Telefone: (48) 3223-4620

Endereço eletrônico: [email protected]

Site: http://www.carusojrea.com.br

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Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança 4

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A implantação do empreendimento LT 345 kV CD – Domênico Rangoni – Seccionamento Tijuco

Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni faz parte da proposta de ampliação do sistema

elétrico da Baixada Santista, plano que tem a finalidade de atender as previsões de expansão para o setor

industrial, portuário, comercial e urbanístico na região. Considerando que a vinda desses novos investimentos

para a região ocasionará o aumento da demanda energética, a adequação dos equipamentos básicos de

infraestrutura torna-se necessária.

O empreendimento é composto pelo trecho de linha de transmissão em 345 kV, pela nova

subestação Domênico Rangoni e pelo trecho duplo de linha de transmissão em 138 kV. A LT 345 kV apresenta

uma extensão de aproximadamente 23 km, interligando o seccionamento na região de Cubatão, de onde será

derivada a LT, à SE Domênico Rangoni. No município de Guarujá, foco deste estudo, é prevista a implantação

de cerca de 7,09 km de linhas. O trecho duplo de 138 kV conta com uma linha de 864 m e outra com 833 m de

extensão, derivando da SE Domênico Rangoni para o seccionamento em Bertioga II C1 e C2.

A nova subestação Domênico Rangoni, a ser implantada com área de corresponde a 46.405,13

m2, será operada por dois setores: 345 kV e 138 kV, os quais possuirão arranjo de disjuntor e meio e arranjo

de barras duplas a quatro chaves, respectivamente. O arranjo de setores com voltagens diferentes se justifica

pela entrada da LT 345 kV CD –Domênico Rangoni – Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e

derivação das LTs 138 kV Vicente de Carvalho – Bertioga II C1 e C2. O layout da LT 345 kV, da SE Domênico

Rangoni e das LTs 138 kV pode ser visto no Mapa Área de Influência do Empreendimento (ANEXO 1).

Cabe ressaltar que a implantação dessas estruturas contará com praças de trabalho dispostas ao

longo do trecho de implantação das torres e um canteiro de obras central locado nas proximidades da SE

Domênico Rangoni constituído por uma área de 10.000 m² que conterá um setor administrativo, almoxarifado,

oficinas, depósitos de produtos inflamáveis e de resíduos, enfermaria, restaurante, refeitório, vestiários, e

sistema de tratamento de efluentes, próximo a estas áreas também será adotada uma área de 7.000 m² como

pátio para estruturas metálicas e bobinas das LTs.

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Estudo de Impacto de Vizinhança 5

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

5. METODOLOGIA

5.1. Contextualização do município e diagnóstico da vizinhança do empreendimento

A contextualização do município foco do presente estudo e o diagnóstico específico da vizinhança

do empreendimento foram elaborados por meio de uma pesquisa exploratória (GIL, 2007) e descritiva

(CHURCHILL,1987; TRIVIÑOS, 1987), elaborada com base nas seguintes ferramentas metodológicas:

consulta a fontes de informação (órgãos públicos, empresas privadas e concessionárias); observações de

campo; e revisão bibliográfica.

5.1.1. Fontes de informação

Para a obtenção de determinadas informações, foram contatadas fontes oficiais variadas de

informação, a saber:

Públicas municipais: órgãos da Prefeitura Municipal de Guarujá, como as Secretarias de Obras, Meio

Ambiente, Transporte e Cidadania e Ação Social;

Públicas estaduais e federais: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);Fundação Sistema

Estadual de Análise de Dados (SEADE); Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM);

Privadas, prestadoras de serviço no município: Translitoral - Concessionária de transporte púbico do

município; Elektro, Sabesp, entre outras.

5.1.2. Observação de campo

A equipe responsável por esta etapa foi a campo no dia 22 de maio de 2015 objetivando a

produção de diagnóstico dos aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos da área de influência do

empreendimento, com enfoque principal para a área de vizinhança. Para a obtenção de informações precisas,

optou-se pela observação sistemática de determinadas características,das quais se destacam: equipamentos

urbanos, vias de acesso, condições de segurança, sinalização de trânsito, movimentação de pedestres e

veículos, cobertura e uso do solo e destinação dos resíduos sólidos gerados nas áreas ocupadas. As situações

observadas foram registras por meio de máquina fotográfica digital.

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Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança 6

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

5.1.3. Revisão bibliográfica

Com o intuito de complementar a caracterização dos meios físico, biótico e socioeconômico da

região, foi realizada revisão bibliográfica com base em material já publicado. A literatura técnico-científica

utilizada é citada ao longo do texto e listada ao final do trabalho.

5.2. Avaliação dos impactos à vizinhança

De acordo com o artigo 227 do Plano Diretor de Guarujá, o presente Estudo de Impacto de

Vizinhança - EIV contemplou a avaliação dos impactos positivos e negativos, bem como a proposição de

soluções, para as seguintes questões:

I - adensamento populacional resultante;

II - uso e ocupação do solo permitido pela legislação e previsto no projeto;

III - valorização e desvalorização imobiliária;

IV - impactos na paisagem urbana e no patrimônio natural e cultural;

V - capacidade da infraestrutura urbana, incluindo abastecimento de água e de energia elétrica,

bem como geração e destinação de resíduos sólidos, líquidos e efluentes;

VI - equipamentos comunitários, como os de saúde e educação;

VII - sistema de circulação e transportes, incluindo, entre outros, tráfego gerado, acessibilidade,

estacionamento, carga e descarga, embarque e desembarque;

VIII - poluição sonora, atmosférica e hídrica;

IX - vibração;

X - periculosidade;

XI - geração de resíduos sólidos;

XII - riscos ambientais;

XIII - impacto socioeconômico na população residente ou atuante no entorno.

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Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança 7

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Para a avaliação dos impactos ocasionados pela implantação do empreendimento, utilizou-se uma

adaptação da técnica de matriz de impactos para Estudos de Impacto de Vizinhança por LULLO&RÖHM (2005).

Os impactos à vizinhança avaliados na matriz foram classificados quanto à natureza, ordem, magnitude e

duração, conforme se descreve a seguir:

Natureza:

Positivos (benéficos);

Negativos (maléficos).

Ordem:

Diretos (possuem causa claramente relacionada às ações do empreendimento);

Indiretos (causa não exclusivamente relacionada às intervenções do empreendimento).

Magnitude:

Alta (alteração que descaracteriza o componente ambiental);

Média (alteração de porte que compromete a função do componente ambiental afetado, sem

descaracterizá-lo).

Baixa (alteração pouco significativa, pouco intensa ou pouco complexa, no componente

considerado).

Duração:

Permanente (quando a intervenção não apresenta prazo para terminar ou quando não há

previsão de tecnologia para controle ou recuperação do impacto);

Temporário (situação em que existe prazo previsto para término da intervenção, por execução

dos trabalhos ou pela disponibilidade de tecnologia de controle).

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Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança 8

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

6. DEFINIÇÃO DA ÁREA DE VIZINHANÇA

Não existe menção sobre a definição da abrangência territorial do Estudo de Impacto à Vizinhança

– EIV no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/01) ou no Plano Diretor do município de Guarujá (Lei

Complementar nº 156/2013).

Segundo SAMPAIO (2005), a área conceituada como “vizinhança” é facilmente definida em

projetos de pequena extensão territorial, geralmente restrita às vias e quarteirões lindeiros, com atenção aos

entroncamentos de tráfego mais próximos e outros polos geradores de fluxo nas redondezas. Segundo este

autor, no caso de terrenos maiores tal abordagem é ilógica, pois depende das características da malha urbana

em que o terreno se insere e das atividades pretendidas, sendo imperativo que o conceito de vizinhança se

estenda geograficamente de forma diretamente proporcional aos impactos causados.

Com base na experiência acumulada por MOREIRA (1999), a vizinhança pode, simplificadamente,

ser reduzida a três diferentes áreas:

a. A extensão das vias públicas que circunscrevem o empreendimento considerado, para

avaliação de impactos sobre as redes de serviços públicos;

b. A extensão das vias públicas que circunscrevem o empreendimento considerado e a extensão

das vias de acesso até os “nós“ de tráfego mais próximos, para avaliação de impactos sobre os

sistemas viário e de transportes públicos;

c. A quadra do empreendimento, mais as vias públicas lindeiras, mais os imóveis lindeiros a estas

vias públicas, para avaliação de impactos sobre paisagem, sobre atividades humanas

instaladas, e sobre os recursos naturais.

Considerando a natureza linear do empreendimento, as peculiaridades técnicas de sua instalação

e operação, as características da região em que serão instaladas a LTs e a SE, bem como os aspectos que a

legislação exige serem analisados no EIV (art. 227 da Lei Complementar nº 156/2013), a vizinhança do

empreendimento foi definida como um raio de 300 m (trezentos metros) a partir do limite da faixa de servidão

das linhas de transmissão em questão, conforme Mapa Área de Influência do Empreendimento (ANEXO 1).

Essa área compreende parte dos bairros Retroporto, Vargem Grande, Santo Amaro, Saco do Funil, Jardim

Progresso, Cidade Atlântica e Enseada.

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Setembro/2015 Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°

Estudo de Impacto de Vizinhança 9

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Contudo, em relação aos impactos sobre o sistema viário e o transporte público, foram também

analisadas neste EIV vias localizadas fora da vizinhança estabelecida (raio de 300 m a partir da faixa de

servidão da LT), são elas:

1. Rodovia SP-248/55 (Cônego Domênico Rangoni), em toda a sua extensão dentro do

município de Guarujá;

2. Av. Vereador Lydio Martins Correa, do seu entroncamento com a Rod. Cônego Domênico

Rangoni até o cruzamento com a Av. Tancredo Neves;

3. Av. Tancredo Neves, do seu entroncamento com a Rod. Cônego Domênico Rangoni até

seu cruzamento com a Av. Vereador Lydio Martins Correa;

4. Av. Antenor Pimentel, que a partir da Av. Vereador Lydio Martins Correa, dá acesso ao

bairro Morrinhos e à área prevista para implantação da Subestação.

Ocorre, todavia, que os impactos sobre o sistema viário e o transporte público serão exercidos

exclusivamente durante a fase de implantação do empreendimento, uma vez que as supracitadas vias de

circulação constituem os principais acessos de trabalhadores, materiais e equipamentos às praças de

montagem das torres e ao canteiro de obras. Concluída a instalação do empreendimento, entretanto, referidas

vias não mais sofrerão impacto algum, sendo este o motivo de não terem sido contemplados na área de

influência do empreendimento (vizinhança) os bairros Vila Zilda e Morrinhos.

7. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

7.1. Histórico socioeconômico do município

Os primeiros habitantes da região foram os homens dos sambaquis, povos que viveram a cerca de

6.000 anos em todo litoral sul/sudeste do Brasil. Depois deste período, a Ilha de Santo Amaro passou a ser

visitada por grupos Tupi, que a denominaram Guaibê (lugar de caranguejos) e também Guaru-ya (passagem

estreita). Os Tupis não habitaram a ilha, permanecendo no entorno da Serra do Mar e no Planalto Paulistano,

mas utilizavam a ilha para a colheita de sal e pesca (GUARUJÁ, 2015).

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Após o “descobrimento” do Brasil por Pedro Álvares Cabral, a Ilha de Santo Amaro foi visitada

pelos exploradores portugueses André Gonçalves e Américo Vespúcio em 22 de Janeiro de 1502, na região

conhecida atualmente como Praia Santa Cruz dos Navegantes. Contudo, devido à topografia, hostilidade

indígena e áreas pantanosas a cidade ficou por mais de 300 anos abandonada. Tendo apenas a extração de

óleo de baleia, pesca e poucos engenhos de açúcar como atividade econômica (GUARUJÁ, 2015).

Com o passar do tempo as pessoas que viviam dessa economia foram formando um pequeno

povoado, que passou a condição de Vila depois de um decreto imperial de 1832. Em 1893 Guarujá foi

promovida a Vila Balneária de Guarujá. Para isso, foram encomendados dos Estados Unidos um hotel, uma

igreja, um cassino e 46 chalés residenciais desmontáveis. Além de receber serviços de água, esgoto e luz

elétrica. Em 30 de junho de 1934 a cidade recebeu o título de Estância Balneária e em 1947 passou a ser

considerada município devido ao seu crescimento contínuo(GUARUJÁ, 2015).

Atualmente, a principal atividade econômica do município é o turismo, e uma parcela elevada no

setor de serviços. No distrito de Vicente de Carvalho concentra-se a população operária que exerce atividades

na área portuária de Santos e no Parque Industrial de Cubatão. O PIB – Produto Interno Bruto da cidade está

assim distribuído em mil reais: Agropecuária 18.623; Indústria 583.184; Serviço 1.658.383; Impostos 325.290 e

PIB a preço de mercado corrente 2.585.481 (IBGE, 2010).

7.2. Dados gerais do município

O município de Guarujá se localiza na Ilha de Santo Amaro, no litoral do Estado de São Paulo.

Separada do continente pelo Canal de Bertioga e da Ilha de São Vicente pelo Estuário de Santos, limita-se ao

norte com área continental de Santos e com o município de Bertioga, a sul e a leste pelo Oceano Atlântico, a

oeste com a Ilha de São Vicente (Município de Santos) (GUARUJÁ, 2015).

Com área de 143,577 km², possuía uma população de 290.752 habitantes em 2010, sendo

estimada em 308.989 habitantes em 2014, apresentando densidade demográfica de 2.026,80 hab/km²,

segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010).

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Os acessos rodoviários ao município ocorrem pelo Sistema Anchieta - Imigrantes (SP-150 e SP-

160); através da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055)(antiga Rod. Piaçaguera Guarujá), a partir do

entrocamento da Via Anchieta, em Cubatão; do litoral Sul, através da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-

055); e do litoral Norte, por meio da Rodovia Dr. Manuel Hyppolito Rêgo (RioSantos - BR-101).

No que tange às características físicas da área do município, destaca-se que de acordo com o

Mapa Geológico de São Paulo (CPRM, 2006), a área de estudo está inserida na Província Mantiqueira,

abrangendo principalmente o Complexo Costeiro, e em áreas correspondentes à Depósitos Cenozoicos. A

geomorfologia da região é bastante heterogênea, característica típica da província geomorfológica na qual a

Baixada Santista está inserida (Província Costeira), abrangendo desde relevos bastante acidentados de serra,

englobando escarpas de alta declividade, como a Serra de Santo Amaro, até a região de planície costeira,

composta por depósitos flúvio-marinhos (ALMEIDA, 1964).

De acordo com o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São

Paulo – SigRH, o município do Guarujá insere-se na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos –

UGRHI 07 ou Bacia Hidrográfica da Baixada Santista e, mais especificamente, na Sub-Bacia Hidrográfica da

Ilha de Santo Amaro.

De maneira geral, pode-se caracterizar a cobertura vegetal com base no Mapa de Vegetação do

Brasil (IBGE, 2004), onde aponta que o município de Guarujá, assim como as demais regiões da Baixada

Santista, está inserido na região de abrangência da Floresta Ombrófila Densa. Da mesma forma classifica o

Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo (IF, 2009). Esta fisionomia vegetal integra o

Bioma Mata Atlântica, protegido pela Lei n° 11.428/06, regulamentada pelo Decreto nº 6.660/08.

As formações vegetais naturais que compõem a cobertura vegetal da região são classificadas em

cinco categorias principais, de acordo com o levantamento da cobertura vegetal nativa da Mata Atlântica (IF,

2009), as quais são: I – Floresta Ombrófila Densa Montana, II – Floresta Ombrófila Densa Submontana, III –

Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, IV – Floresta Ombrófila Densa Aluvial e V – Manguezais. Além

destas, os levantamentos do estudo ambiental indicaram a presença de Floresta Alta de Restinga sobre as

planícies, em meio às áreas de ocupação antrópica.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

A partir das definições gerais do Município de Guarujá e com base nos demais levantamentos

realizados, pode-se detalhar as características específicas da vizinhança do empreendimento, conforme

detalhado a seguir.

8. DIAGNÓSTICO DA VIZINHANÇA DO EMPREENDIMENTO

Com base nas informações referentes ao empreendimento e na contextualização do município,

bem como no diagnóstico do entorno efetuado a partir dos dados primários e secundários coletados, pôde-se

contemplar os aspectos positivos e negativos da atividade proposta sobre a qualidade de vida da população

residente ou usuária da área em questão e seu entorno.

8.1. Caracterização do meio físico

8.1.1. Hidrografia

Com base na análise dos levantamentos aerofotogramétricos do Instituto Geográfico e

Cartográfico do Estado de São Paulo – IGC e da Agência Metropolitana da Baixada Santista – AGEM, foram

detectados corpos d’água naturais na vizinhança do empreendimento no Município de Guarujá. Dentre os

principais, citam-se os rios Maratanuá, Crumaú e o Canal de Bertioga.

De forma geral, a vizinhança do empreendimento compreende uma quantidade pouco

representativa de cursos d’água, sendo o mais expressivo o Canal de Bertioga, transposto pelo traçado da LT

345 kV. Dadas as características da vizinhança do empreendimento, compreendida em sua maior parte como

planície costeira, com predominância de manguezal e vegetação de transição manguezal/restinga, nota-se a

ocorrência de alguns braços do Canal de Bertioga na área, além de cursos d’água de baixa extensão. Alguns

dos rios identificados encontram-se ainda retilinizados devido à atividade antrópica.

Ao cruzar a formação da Serra de Santo Amaro nas proximidades da comunidade Morrinhos,

próximo ao local proposto para a implantação da SE Domênico Rangoni, o curso d’água mais relevante é o rio

proveniente da Represa do Saco do Funil, que é transposto pelo trecho duplo de 138 kV.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

8.1.2. Geologia e geomorfologia

A linha de transmissão LT 345 kV corta de norte a sul o município do Guarujá, desde o canal de

Bertioga até a Serra de Santo Amaro (onde se situará a SE Domênico Rangoni). De acordo com o Mapa de

Geológico de São Paulo (CPRM, 2006), a área da vizinhança do empreendimento abrange dentro da Província

Mantiqueira o Complexo Costeiro na região que transpõe as formações da Serra de Santo Amaro,

compreendendo a unidade geológica denominada unidade gnaisses peraluminosos (NPccgp). Já as unidades

geológicas dos Depósitos Cenozóicos interceptadas pela vizinhança nas demais áreas de planície são no geral

Coberturas Dentríticas Indiferenciadas (Qdi): areia, silte, argila e cascalho inconsolidados, e Depósitos

Litorâneos Indiferenciados (Qli): areia, silte e argila.

A maior porção da vizinhança do empreendimento encontra-se em área de planície costeira, na

unidade de Bacias Sedimentares Cenozoicas, compreendendo relevos variando entre planície intertidal, nas

regiões de manguezal, mais próximas ao canal de Bertioga, e planície marinha. A formação geológica da

planície costeira corresponde a sedimentos quaternários marinhos depositados sobre rochas pré-cambrianas.

Trata-se de ambientes sedimentares relacionados principalmente as fases de progradação costeira holocênica

(IPT, 1988). O regime fluvial, as ações marinhas e o comportamento tectônico foram os fatores fundamentais

que influenciaram nessa deposição (BRASIL, 1983).

Apesar das formações geomorfológicas predominantemente de planície costeira, nas

proximidades do local de implantação da SE Domênico Rangoni o empreendimento intercepta a Serra de

Santo Amaro, de forma que a vizinhança nesse trecho passa a contemplar também relevo de escarpas e

cristas, pertencentes à unidade morfoestrutural denominada Cinturão Orogênico do Atlântico.

8.2. Caracterização da cobertura vegetal

Na maior porção da vizinhança do empreendimento no município de Guarujá, que compreende as

regiões de planície, ocorre uma considerável faixa de manguezal e vegetação de transição manguezal-

restinga, ambas consideradas áreas de preservação permanente, além da floresta alta de restinga, fisionomias

essas que compõem a cobertura vegetal do local, sendo pouco expressiva a contribuição da floresta ombrófila

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

densa nesse trecho. No entanto, esta fitofisionomia é bastante representativa na porção da vizinhança que

compreende os morros da Serra de Santo Amaro, interceptados pelo trecho final do empreendimento. Na

planície ainda ocorrem outras classes de uso do solo, como áreas de cultivo e pastagens, conforme

apresentado adiante no presente documento.

8.3. Caracterização socioeconômica da vizinhança

8.3.1. Uso e ocupação do solo na vizinhança

O uso e ocupação do solo é a representação da distribuição espacial das formações naturais e da

apropriação do espaço, decorrente de processos e ações antrópicas nos meios físico e biótico. Essa

representação espacial gerou um mapeamento do território estudado, com a definição dos diferentes tipos de

uso e ocupação identificados atualmente ocorrentes, conforme Mapa de Cobertura e Uso do Solo (ANEXO 2).

Como se depreende do mapa supracitado, a maior parte da vizinhança do empreendimento

corresponde a porções recobertas por vegetação natural (caracterizadas anteriormente), seguida de trechos de

solo com uso rural e, por fim, nas proximidades da área prevista para implantação da subestação existe um

transbordo de resíduos domiciliares. Assim, não foram identificados núcleos populacionais na vizinhança do

empreendimento.

O ordenamento do uso e ocupação do território no município é definido pela Lei Complementar nº

156, de 17 de dezembro de 2013, na qual o território do Guarujá é dividido em duas macrozonas: a Macrozona

Urbana e a Macrozona de Proteção Ambiental. A vizinhança do empreendimento está inserida na Macrozona

de Proteção Ambiental.

Cada macrozona é subdividida em diversos setores, com diferentes características e restrições.

Quanto a esta setorização, a vizinhança do empreendimento está compreendida nos setores de Preservação

Ambiental e de Desenvolvimento Compatível, sendo ambas classificações definidas a seguir:

Setor de Preservação Ambiental: caracteriza-se por apresentar áreas de alta restrição à

ocupação devido às características geomorfológicas, topográficas e/ou por apresentarem

aspectos geológicos, biológicos, hidrológicos ou paisagísticos de interesse ambiental,

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

atendendo aos seguintes objetivos: I - garantir a preservação dos recursos naturais e da

paisagem; II - garantir a manutenção da qualidade do ar, das águas e do solo; III - dar

sustentabilidade ao ecoturismo, à preservação do patrimônio histórico e paisagístico e à

pesca artesanal; IV - controlar a ocupação e impedir atividades que comprometam a

conservação dos ecossistemas; V - incentivar a criação de reservas públicas e privadas e

atividades compatíveis com a conservação dos recursos naturais, incluindo ações ou

medidas de compensação ambiental de empreendimentos; VI – permitir as atividades de

agricultura, avicultura, pecuária e pesca, em áreas já ocupadas com essas atividades.

Setor de Desenvolvimento Compatível: caracteriza-se por apresentar baixa ocupação

antrópica, ecossistemas e paisagem pouco alterados e potencial para novas atividades

urbanas e/ou econômicas compatíveis com a conservação da paisagem e dos recursos

naturais, atendendo aos seguintes objetivos: I - garantir a ocupação de baixa densidade

e/ou atividades econômicas compatíveis com a conservação dos recursos naturais e da

paisagem; II - promover a manutenção da qualidade ambiental; III - incentivar a criação de

Reservas Particulares do Patrimônio Naturais – RPPNs e outras formas de preservação

de áreas naturais.

Além do macrozoneamento e da setorização, a planificação do espaço do território do Guarujá é

detalhada em seu zoneamento. Este instrumento de planejamento urbano define de forma detalhada o uso e

ocupação das atividades rurais e urbanas, a ser realizada em cada porção do território do município. Dessa

forma, o zoneamento procura manter um equilíbrio entre o uso e ocupação e a capacidade do espaço do

município em suportar estas atividades por meio das estruturas viárias, equipamentos públicos, dentre outras.

O zoneamento municipal da área na abrangência deste estudo (vizinhança do empreendimento)engloba três

categorias de uso e ocupação do solo, conforme representado no Mapa Ordenamento do Uso e Ocupação

do Solo (Anexo 3).

A primeira delas é a Zona Retroportuária e Industrial – ZRI, situada na margem direita da

Rodovia Cônego Domênico Rangoni, no sentido Guarujá – São Paulo. Apesar de estar compreendida na

Macrozona de Proteção Ambiental, a ZRI faz parte do Setor de Desenvolvimento Compatível, sendo ali

permitidas atividades operacionais e de apoio ao porto, com depósitos de mercadorias e contêineres,

parqueamento de veículos de carga e apoio aos caminhoneiros, indústrias não poluidoras e serviços de grande

porte, além de comércio, serviços e usos institucionais de apoio às referidas atividades, principalmente centros

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

de pesquisa, desenvolvimento e ensino tecnológico (Lei Complementar 156/2013, art. 128). Entende-se assim

que a descrição contemplada no zoneamento municipal não corresponde a uma incompatibilidade de

ordenamento territorial para com a implantação da LT.

Contudo, destaca-se aqui que o traçado atual do empreendimento no trecho enquadrado como

ZRI foi proposto em virtude de uma solicitação direta da Prefeitura Municipal de Guarujá, que apontou a

existência de um projeto para a implantação de atividades retroportuárias no local inicialmente transposto pelo

traçado original do trecho de LT em 345 kV do empreendimento. Ainda, o Decreto nº 9952/2012 declara como

de utilidade pública o polígono detalhado da ZRI que abrange a área transposta pelo traçado originalmente

proposto para a LT, considerando que para o local há o referido projeto visando o desenvolvimento econômico

do Município. Dessa forma, o traçado atual desvia da porção da ZRI destinada ao referido projeto do retroporto.

O trecho da ZRI ainda compreendido na vizinhança do traçado atual do empreendimento não

apresenta ocupação, sendo recoberta principalmente por vegetação natural (Anexo 2 – Mapa Cobertura e

Uso do Solo e Anexo 3 – Mapa Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo). Todavia, fora do raio de 300

metros estabelecido como vizinhança no presente EIV, às margens da rodovia, observam-se alguns terminais

retroportuários, Subestação de Energia Vicente de Carvalho da ISA – CTEEP e torres e linha de transmissão

que derivam até a referida subestação, além da existência do projeto para o retroporto, conforme indicado pela

Prefeitura Municipal de Guarujá. As Figuras 1 a 4 ilustram os usos do solo na Zona Retroportuária e Industrial

– ZRI, dentro e fora da vizinhança do empreendimento em estudo.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Figura 1. Vista geral daZona Retroportuária Industrial – ZRI, com cobertura vegetal nativa, torre e linha de transmissão de anergia (seta verde) e terminais retroportuários (seta laranja). No canto direito vê-se a Rodovia Cônego Domênico Rangoni.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Figura 2. Vista da Subestação de energia elétrica Vicente de Carvalho.

Figura 3. Subestação de tratamento de efluentes da SABESP.

Figura 4. Empreendimentos localizados na ZRI ás margens da Rodovia Cônego Domenico Rangoni.

Figura 5. Área com características rurais localizada na ás margens da Rodovia Cônego Domenico Rangoni.

Além da Zona Retroportuária, a área de abrangência do estudo está situada em outras duas

zonas, que segundo o plano diretor são chamadas de zonas de tratamento especial. Em seu artigo 74, o Plano

Diretor estipula zonas de tratamento especial citando:

“As Zonas Especiais compreendem a áreas do território que exigem tratamento especial na definição de parâmetros reguladores e uso e ocupação do solo, sobrepondo-se ao zoneamento e sendo classificadas em: I – Zonas especiais de Interesse Social; II – Zonas Especiais de Interesse Publico; III Zonas Especiais de Interesse Turistico; e Zonas Especiais de Proteção do Patrimônio.”

A primeira é a Zona Especial de Interesse Público – ZEIP. Segundo o Art. 78 do Plano Diretor,

as ZEIP são áreas do território municipal com normas próprias de uso e ocupação do solo, destinadas

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

primordialmente à implantação de projetos estratégicos de grande impacto no desenvolvimento urbano e

econômico do município, incluindo-se equipamentos públicos, privados ou em regime público-privada com

parâmetros de uso e ocupação do solo diferenciados”.

Na cidade de Guarujá existem oito áreas enquadradas na categoria ZEIP, sendo uma delas

abrangendo a vizinhança do empreendimento, correspondendo à área entre o morro onde será implantada a

SE Domênico Rangoni, no Saco do Funil, e a Rodovia Cônego Domênico Rangoni. Hoje esta área é utilizada

como transbordo pela empresa Terracom, servindo de estação intermediária entre a coleta de lixo urbana e sua

destinação final. Seu acesso é realizado pela Avenida Antenor Pimentel (Figura 6) no bairro de Morrinhos,

situado na Macrozona Urbana, parte em Zona de Baixa Densidade e parte em Zona de Média Densidade.

Ambas essas zonas, todavia, estão fora da área de vizinhança estabelecida para o empreendimento no

presente estudo.

Figura 6. Vista da Avenida Antenor Pimentel com presença de estabelecimentos comerciais e unidades residenciais.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Além da Zona Especial de Interesse Público, parte da área de abrangência da linha de

transmissão e a subestação a ser construída também estão inseridas na Zona Especial de Interesse

Turístico – ZEIT. Segundo o Artigo 81 da Lei Complementar 156/2013, estas zonas são “áreas destinadas a

dinamização da atividade turística do município, nas quais desde que respeitadas as limitações legais, poderão

ser implantados equipamentos públicos, privados ou em regime de parceria público-privada, com parâmetros

de uso e ocupação de solo diferenciados”. Por sua vez, o artigo 93, dispõe que os projetos para

aproveitamento dessa zona deverão ser aprovados pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e

Habitacional – CMDUH e os respectivos planos de ação para sua implantação deverão ser aprovados por

Decreto Municipal. Entre as zonas classificadas como ZEIT no município, está a área correspondente ao sopé

da Serra de Santo Amaro, no bairro denominado Saco do Funil, onde se pretende alocar a subestação

Domenico Rangoni.

Por fim, há que se ressaltar que o empreendimento constitui atividade de Utilidade Pública

conforme Lei nº 8.987/95, Decreto-Lei nº3.365/41, Decreto nº 41.019/57, Decreto nº 24.643/34 e Lei nº

12.651/12, de forma que o ordenamento de uso e ocupação do solo não constitui óbice para a implantação do

empreendimento.

8.3.2. Infraestrutura urbana na vizinhança

De acordo com a Lei Federal nº 6766/79, artigo 2º, parágrafo 5º, a infraestrutura básica dos

parcelamentos do solo é constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais,

iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar

e vias de circulação. São considerados urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços

de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado (art. 5º, parágrafo

único, Lei Federal nº 6766/79).

Como apresentado no Mapa de Cobertura e Uso do Solo (Anexo 2), a vizinhança está inserida

predominantemente em porções do território do município de Guarujá cobertas por vegetação natural e,

portanto, não urbanizadas.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

A área ocupada mais próxima ao local onde será implantada a subestação é a área de transbordo

do município de Guarujá, propriedade esta que está sendo negociada com os atuais proprietários. O acesso a

ela é feito pela Avenida Antenor Pimentel, cuja porção final é apresentada na Figura 7.

Figura 7. Vista da porção final da Avenida Antenor Pimentel, de quem olha da área de transbordo para o bairroMorrinhos.

No final desta avenida é possível verificar a existência depostes de luz e transformadores, os

quais indicam que a área é atendida por rede de energia elétrica. Conforme entrevista feita com um dos

trabalhadores do transbordo, a ELEKTRO é responsável pela distribuição de energia ao empreendimento.

Além do acesso à energia elétrica, a área também é atendida pelo sistema público de abastecimento de água e

coleta de esgoto sob responsabilidade da concessionária SABESP.

Como já relatado em tópicos anteriores, a linha de transmissão em questão percorrerá áreas

cobertas por vegetação e não ocupadas, onde equipamentos urbanos são inexistentes. As propriedades

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

agrícolas identificadas nas proximidades da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, com exceção de energia

elétrica, também são desprovidas de equipamentos urbanos.

8.3.2.1. Equipamentos comunitários

De acordo com o Art. 4º, parágrafo 2º, da Lei Federal 6.766/1979 (alterada pela Lei 9.785/99), que

dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências, são considerados os equipamentos

comunitários os de educação, cultura, saúde, lazer e similares.

Para COUTO (1981), os equipamentos comunitários desempenham importante função para o

equilíbrio social, político, cultural e psicológico de uma população, pois funcionam como fator de escape das

tensões geradas pela vida contemporânea em comunidade.

Dentro deste contexto, ROMANINI&GELPI (2007), argumentam que as áreas de uso comum do

povo proporcionam qualidade de vida não só à população local, mas também aos residentes nos bairros

vizinhos, principalmente a comunidade carente, cujas necessidades básicas são supridas pelos equipamentos

comunitários localizados próximos as suas residências, além de praticar seu lazer nas áreas públicas da

mesma, como as praças, parques, áreas verdes e espaços afins.

Contudo, como se depreende da análise do Mapa de Cobertura e Uso do Solo (Anexo 2), não

existem equipamentos comunitários na vizinhança do empreendimento, uma vez que a sua área de influência

não se sobrepõe a nenhum núcleo populacional.

8.3.2.2. Sistema de circulação e transporte

8.3.2.2.1. Acesso ao empreendimento

Apesar de situados predominantemente fora da vizinhança estabelecida para o traçado das LTs

(raio de 300 m), o sistema viário e os acessos às praças de montagem das torres e ao canteiro de

obras/subestação de energia, foram devidamente analisados no presente EIV, conforme descrito a seguir:

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

A Rodovia SP-248/55 é a denominação dada a um trecho, de aproximadamente 8 km de

extensão, da antiga Rodovia Piaçaguera-Guarujá, que liga a Rodovia Cônego Domênico

Rangoni (SP-55), desde o trevo do bairro Monte Cabrão (antigo trevo da Rodovia Rio-

Santos - BR-101), na área continental do município de Santos, até a entrada do município

de Guarujá. Esta rodovia possui duas pistas – Leste (sentido São Paulo – Guarujá) e

Oeste (sentido Guarujá – São Paulo), e é mantida pela Concessionária Ecovias dos

Imigrantes S/A. Trata-se do único acesso rodoviário ao município de Guarujá, dividindo a

Macrozona Urbana da Macrozona de Proteção Ambiental do município, recebendo

classificação do plano diretor como Via Estrutural Consolidada;

A Av. Vereador Lydio Martins Correa é uma estrada sob administração municipal situada a

sul/sudoeste do traçado do empreendimento em estudo. Possui dois sentidos, sendo que

cada sentido possui duas faixas. Tem início na pista leste da Rodovia SP-248/55, no

bairro retroporto, e segue em direção ao nordeste até o limite com o bairro Morrinhos,

onde faz uma deflexão no sentido sudeste até o bairro Vila Zilda. No que tange ao plano

diretor municipal, é classificada parte como Via Estrutural Consolidada e parte como

Diretriz de Via Estrutural;

A Av. Tancredo Neves atravessa todo o bairro da Cachoeira, promovendo a ligação da Via

Ver. Lydio Martins Correa à Rodovia SP-248/55, na altura da entrada do município de

Guarujá. Insere-se totalmente na área urbana do município e constitui a principal via de

acesso às ocupações irregulares à beira do rio Santo Amaro;

A Av. Antenor Pimentel é uma avenida de mão dupla simples que vai da Av. Vereador

Lydio Martins Correa e segue em direção nordeste até a Serra Santo Amaro. Constitui a

principal via de acesso à futura subestação de eletricidade. Seu trecho inicial é

classificado pelo plano diretor como Via Estrutural, enquanto sua parte final é classificada

como Via Coletora.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Além do sistema viário retro citado, outros acessos precisarão ser abertos em meio à vegetação

para a construção das torres da linha de transmissão. Pretende-se utilizar, sobretudo, estradas já existentes,

minimizando assim a necessidade de supressão de vegetação. Porém, quando não houver alternativas viáveis,

será necessária a abertura de estradas com 5 metros de largura. Ressalta-se que as definições do traçado

definitivo dos acessos a serem implantados contam impreterivelmente com a participação dos proprietários dos

imóveis impactados. Todos os acessos e vias de circulação descritos neste item são apresentados no Mapa

Área de Influência do Empreendimento (ANEXO 1).

Figura 8. Vista da Rodovia Cônego Domenico Rangoni.

Figura 9. Vista da Avenida Vereador Lydio Martins Correa.

Figura 10. Cotinuação da Avenida Vereador Lydio Martins

Correa.

Figura 11. Vista da Av. Antenor Pimentel.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

8.3.2.2.2. Transporte público

No que tange ao transporte público, cabe destacar que a localização do empreendimento implica a

inexistência de vias de circulação dentro de sua vizinhança, conforme detalhado no item anterior.

Contudo, dada a estimativa de utilização das vias das comunidades mais próximas como acessos

ao empreendimento, verificou-se que existem oito linhas que servem as redondezas da futura subestação.

Setedelas circulam dentro do município de Guarujá e uma entre os municípios de Guarujá e Cubatão, conforme

a tabela a seguir.

Tabela 1. Linhas de ônibus

Linha Origem Destino

38 Morrinhos Ferryboat

51 Morrinhos Vicente de Carvalho

91 Morrinhos Vicente de Carvalho

21 Morrinhos Vila Áurea - Vicente de Carvalho

37 Morrinhos Sobre as Ondas

53 Morrinhos Sobre as Ondas

26 Morrinhos Guaiuba - Ferryboat

909 Ferryboat Jardim Casqueiro

Fonte: TRANSLITORAL, 2015.

8.4. Áreas de interesse histórico, cultural, paisagístico e ambiental

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico

(CONDEPHAAT) é responsável pela preservação dos bens culturais considerados patrimônio cultural no

âmbito estadual. Criado por meio da Lei nº 10.247/68 ele tem como objetivo proteger, através de instrumentos

legais e mecanismos de preservação, os bens culturais tombados ou registrados pelo estado; acolher e

analisar solicitações de tombamento ou registro; aprovar reformas ou restaurações em bens tombados; aprovar

planos de salvaguarda para bens registrados; divulgar os bens reconhecidos como patrimônio cultural e

acompanhar a implementação do Plano de Preservação do Patrimônio Cultural.O município de Guarujá possui

oito bens tombados como patrimônio cultural, contudo, nenhum deles situa-se na vizinhança do

empreendimento.

Por sua vez, o plano diretor estabelece zonas de interesse especial. Como mencionadoem tópico

anterior, a subestação será implantada em uma Zona Especial de Interesse Turístico no bairro Saco do Funil,

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

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localizada no sopé da Serra Santo Amaro, “destinada a dinamização da atividade turística do município, nas

quais desde que respeitadas as limitações legais, poderão ser implantados equipamentos públicos, privados ou

em regime de parceria público-privada, com parâmetros de uso e ocupação de solo diferenciados”.

No que tange às Áreas de Preservação Permanente (APP), definidas pela Lei Federal n°

12651/2012, podemos citar para o entorno, as margens do Rio Maratanauá, Rio Crumaú, e do Canal de

Bertioga. Também se destacam as regiões de manguezal e de transição manguezal-restingas (conforme citado

no item de cobertura vegetal), entorno de nascentes e encostas (ou parte destas) com declividade superior à

45º que ocorrem ao longo da região.Tais áreas poderão ser afetadas na implantação do empreendimento,

através da abertura de picadas para implantação da faixa de servidão ou para acessos à linha de transmissão.

Assim, qualquer intervenção nessas áreas deverá ser precedida de autorização emitida pelo órgão ambiental

competente.

9. DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS À VIZINHANÇA DO EMPREENDIMENTO E PROPOSTA DE MEDIDAS

MITIGADORAS

Os impactos negativos e positivos sobre os componentes da vizinhança elencados no artigo 227

da Lei Complementar Municipal nº 156/2013 são descritos e discutidos nos itens a seguir e compilados na

Tabela 4, que os ordena segundo efeito/consequência, abrangência de ocorrência, intensidade e

temporalidade.

Assim, é possível identificar os efeitos sobre a vizinhança com a implantação do empreendimento

e relacionar cada impacto negativo com as medidas mitigadoras propostas como contrapartida do

empreendedor. De acordo com SANCHEZ (2006), medidas mitigadoras podem ser definidas como ações

propostas com a finalidade reduzir a magnitude ou a importância dos impactos adversos.

Todas as medidas mitigadoras a seguir descritas tiveram como referência os programas propostos

no EIA/RIMA elaborado para implantação da Linha de Transmissão.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

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9.1. Adensamento populacional

9.1.1. Impactos ambientais

As características da dinâmica populacional de um município refletem em seu adensamento

populacional, visto que a demanda por espaços para edificações, equipamentos públicos e áreas verdes

pressionam os espaços livres.

Um dos comportamentos do processo de adensamento são as verticalizações das edificações,

que combinadas com um aumento da densidade populacional podem deteriorar os serviços públicos, modificar

a paisagem e sobrecarregar as infraestruturas da cidade. Além do processo de verticalização, outro fenômeno

recorrente nas cidades brasileiras são os bolsões e os loteamentos irregulares, normalmente ocupados por

populações de baixa renda que residem em habitações precárias.

Ocorre, todavia, que o empreendimento em questão não possui por natureza a característica de

atração populacional. Ao contrário do que ocorre com outros empreendimentos lineares como a abertura de

estradas, a construção de rodovias e ferrovias, que favorecem o estabelecimento humano irregular ao longo da

sua faixa de domínio, a implantação e operação da LTem questão é naturalmente inibidora de ocupações

humanas, dados os riscos inerentes à transmissão de energia elétrica em alta tensão.

No Guarujá, a área de influência da subestação e LT não se sobrepõem a qualquer bairro

residencial. Entretanto, algumas propriedades rurais são abrangidas tanto pela faixa de servidão quanto pela

vizinhança do empreendimento, conforme apresentado no Mapa Área de Influência do

Empreendimento(Anexo 1).

No que tange à possibilidade de atração de pessoas como mão de obra do empreendimento, há

que ressaltar que a fase de implantação da LT 345 kV durará 21 meses, conforme cronograma apresentado na

Tabela 2. Inicialmente o empreendimento contará com cerca de 20 profissionais, chegando ao contingente

máximo de 208 funcionários no décimo primeiro mês da obra, sendo posteriormente reduzido até oito

trabalhadores no vigésimo primeiro mês, conforme histograma quantitativo de mão de obra apresentado na

Figura 12.

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Tabela 2. Cronograma de implantação do empreendimento.

Evento Ano 1 Ano 2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Supressão Vegetal

Terraplanagem

Estaqueamento

Fundações

Casa de Comando

Montagem da Subestação

Acessos para Torres

Fundações das Torres

Montagem das Torres

Lançamento de Cabos

Comissionamento

Energização

Fonte: ELTE, 2015.

Após implantação haverá uma base de operação fixa da linha de transmissão sediada na

Subestação Domênico Rangoni. Contudo, o efetivo necessário à operação da SE e à manutenção da LT será

reduzido.

Figura 12. Histograma do quantitativo de mão de obra previsto para os meses de implantação do empreendimento. Fonte: ELTE (2015).

Diante do exposto, depreende-se que a instalação da linha de transmissão requer um número

considerável de funcionários, ainda que se trate de uma etapa temporária, o que pode afetar o adensamento

populacional do município. Contudo, depois da instalação, o número de funcionários noGuarujá será reduzido

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

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àqueles necessários à operação da subestação, o que não possui capacidade de afetar a dinâmica

populacional do entorno.

9.1.2. Proposta de medidas mitigadoras

Programa de mobilização e desmobilização de mão de obra

A principal medida proposta para este impacto é a contratação preferencial de mão de obra local,

descrita no Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão de Obra, que faz parte do Plano de Gestão

Ambiental da Obra, no sentido de evitar a vinda de pessoas de outras localidades do estado de São Paulo e do

Brasil. Assim, além de evitar a possibilidade de alteração da dinâmica populacional, o empreendimento

também contribui para o desenvolvimento econômico e social dos moradores de suas áreas de influência.

Para tanto, cria-se a necessidade de mobilizar e providenciar o treinamento adequado para que os

trabalhadores possam desenvolver adequadamente as atividades relacionadas ao processo construtivo da LT.

Além disso, existe a necessidade de auxiliar na reintegração dessa mão de obra no mercado de trabalho, uma

vez que estes empregos são temporários.

Prevê-se também o estabelecimento de parcerias com o Poder Público Municipal e outras

instituições atuantes na região, e criar condições para favorecer a reinserção dos trabalhadores temporários

em outras atividades. Após a finalização das obras, haverá o cadastro dos trabalhadores para caso da

necessidade de recontratação desses para a realização de outras atividades do mesmo

empreendimento/empreendedor ou por outras empresas que venham a desenvolver atividades construtivas na

Região Metropolitana da Baixada Santista.

Coibição de ocupações irregulares na faixa de servidão

A instituição da faixa de servidão da LT implica obrigatoriamente em restrições de atividades

aplicáveis àquela área, as quais incluem, além de diversas outras atividades, a construção de benfeitorias.

Mesmo que o empreendimento em questão não apresente condições ideais ao estabelecimento de ocupações

irregulares ao longo da faixa de servidão da LT, após o início da operação da linha serão realizadas inspeções

periódicas ao longo das faixas de servidão para a verificação do atendimento às restrições aplicáveis.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

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9.2. Uso e ocupação do solo

9.2.1. Impactos ambientais

Diante do diagnóstico realizado e do caráter de Utilidade Pública da atividade em questão, conclui-

se que a implantação do empreendimento está de acordo com o ordenamento de uso e ocupação do solo

municipal. Sendo a maior parte do traçado da LT coberta por vegetação natural com um mínimo de ocupações

humanas, pouca ou nenhuma interferência causará a implantação do empreendimento sobre as formas de

usos do solo e as atividades exercidas na vizinhança.

Um impacto a ser analisado é a impermeabilização do solo em virtude da implantação de um

empreendimento. Se tratando da linha de transmissão inserida no trecho do município de Guarujá, tal impacto

não será significativo. Entretanto, ao considerarmos a construção de um canteiro de obras temporário e uma

subestação de energia elétrica permanente, esta impermeabilização deverá ser mitigada. Tal fato ocorre, pois a

impermeabilização do solo pode afetar a dinâmica da infiltração e escoamento de água, alteração do volume

de corpos d´água próximos, bem como provocar deslizamentos de terra e alteração na temperatura ambiente.

9.2.2. Proposta de medidas mitigadoras

Programa de controle da erosão, assoreamento e estabilidade de encosta/taludes

Toda a diversidade de processos e atividades que ocasionam a alteração do relevo, como corte e

aterro, escavações e exposição do solo, poderá favorecer a ocorrência de processos erosivos. Estes

processos, caso ocorram, prejudicam a qualidade dos solos e, quando próximos aos corpos d’água, podem

acarretar o carreamento de sólidos, desencadeando processos de assoreamento e consequentemente o

aumento da turbidez, podendo prejudicar o ecossistema aquático.

Este programa irá identificar e monitorar os focos erosivos existentes. Serão aplicadas as técnicas

de prevenção, controle e remediação de feições erosivas nos focos registrados e, posteriormente, serão

inspecionadas e acompanhadas as atividades de corte, aterros, escavações e as que deixam o solo exposto,

para verificar se estão sendo realizadas de maneira correta. Cabe destacar que este Programa dará uma

atenção especial para a área da Subestação Domênico Rangoni, onde nesta ocorrerão atividades

potencialmente impactantes, como a compensação de corte e aterro.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

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Sistema de drenagem de águas pluviais

De forma a mitigar os impactos que podem ser causados pela impermeabilização do solo

referentesà implantação da subestaçãode energia elétrica, serãoconstruídas estruturas de escoamento de

águas pluviais, bem como um projeto que contemple a manutenção de áreas permeáveis com vegetação para

que as águas possam ser adsorvidas e os aquíferos subterrâneos possam ser reabastecidos.

9.3. Desvalorização Imobiliária

9.3.1. Impactos ambientais

De acordo com a alínea “c” do artigo 151 do Código de Águas (Decreto-Lei nº 24.643/1934), o

concessionário tem o direito de estabelecer as servidões permanentes ou temporárias exigidas para o

transporte e distribuição da energia elétrica. A faixa de servidão é instituída em favor do concessionário através

de processo de servidão administrativa, conforme regulamenta o Decreto nº 35.851/1954.

Acerca da servidão administrativa, ensina Celso Antônio Bandeira de Melo:

"Servidão administrativa é o direito real que sujeita um bem a suportar uma utilidade pública, por força da qual ficam afetados parcialmente os poderes do proprietário quanto ao seu uso e gozo. São exemplos de servidão administrativa: a passagem de fios elétricos sobre imóveis particulares, a passagem de aquedutos, o trânsito sobre bens privados, o tombamento de bens em favor do Patrimônio Histórico etc." (Celso Antônio Bandeira de Melo, in Curso de Direito Administrativo, 19ª edição, Ed. Malheiros, 2005, pág. 840). (grifo nosso)

A instituição da servidão compreende o exercício de alguns direitos por parte do concessionário,

dentre eles, o direito de praticar, na área abrangida pela servidão, todos os atos de construção, manutenção,

conservação e inspeção das linhas de transmissão de energia elétrica, além de acesso à área da servidão,

através do prédio serviente, desde que não haja outra via praticável (Decreto nº 35.851/54, Art. 2º, § 2º), bem

como o direito de mandar podar ou cortar árvores que, dentro da área de servidão ou da faixa paralela à

mesma, ameacem as linhas de transmissão ou distribuição (op. cit., Art. 3º, § 2º).

Por sua vez, ao proprietário ou possuidor do imóvel incumbe arcar com o ônus de limitar o uso do

gozo do mesmo ao que for compatível com a existência da servidão, abstendo-se, em consequência, de

praticar, dentro delas, quaisquer atos que a embaçarem ou lhe causem dano, incluídos entre os de erguerem

construções ou fazerem plantações de elevado porte (op. cit., Art. 3º, caput).

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Nesse aspecto, as linhas de transmissão em questão apresentarão duas larguras de faixa de

servidão, quais sejam, 46,00 (quarenta e seis) metros para o trecho de 345 kVe 54,00(cinquenta e quatro)

metros para o trecho duplo de 138 kV, conforme ilustrado naFigura 13 e na Figura 14.

Figura 13. Representação da largura da faixa de servidão da linha de transmissão 345 kV. Fonte: ENGEPRO (2014).

Figura 14. Representação da largura da faixa de servidão das linhas de transmissão 138 kV. Fonte: ENGEPRO (2014).

Portanto, para instituição da faixa de servidão e instalação das LTs, de modo a permitir a

execução das obras e posterior operação da linha, será necessária a liberação fundiária das propriedades

interceptadas. Para isso, é necessário que sejam realizadas negociações com os proprietários das áreas

afetadas evitando os conflitos de interesse entre proprietários e o empreendedor.

Assim, com a finalidade de apurar as propriedades e benfeitorias afetadas pela intervenção em

questão, durante a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental – EIA do empreendimento foi realizado

levantamento cadastral dos imóveis interceptados pelas faixas de servidão. Com base nas informações do

levantamento cadastral foram identificadas as necessidades de desapropriações, realocações e indenizações,

tendo sua aplicação variando conforme cada caso.

Com base no referido levantamento, foram identificadas14 (quatorze) propriedades interceptadas

pela faixa de servidão das LTs no município de Guarujá. Destas,a grande maioria não apresenta benfeitorias e

não realiza quaisquer atividades nos limites da faixa de servidão. Dentre os imóveis cadastrados, apenas cinco

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

são habitados, dos quais somente três desenvolvem alguma atividade na faixa de servidão, conforme indicado

na

Tabela 3e apresentado no Mapa Área de Influência do Empreendimento(Anexo 1).

Tabela 3. Propriedades com faixa de servidão.

Nº Nome do

Proprietário Qualificação

Dados da Faixa de Servidão Ha e Km

Moradores no Local

Situação Dominial

Atividade Desenvolvida

na Faixa

Área Atingida

(ha)

Área Cadastrada

(ha)

% Ocupação

da Área (ha)

Área Atingida

Km

1

CIDADE NAUTICA IMOVEIS S/C LTDA

Pessoa Jurídica

5,8167 83,4308 6,97% 1,2657 2 Pessoas Registro Agropecuária

2 FAMILIA CONDE Pessoa física 0,0055 110,8802 0,00% 0,0000 Nenhuma Registro Não possui

3 FAMILIA CONDE Pessoa física 1,8558 74,5580 2,49% 0,4034 Nenhuma Registro Não possui

4 ROBERTO CAMARNEIRO

Pessoa física 4,7650 104,0456 4,58% 1,0361 Nenhuma Registro Não possui

5

GILDO DE CASTRO FERRAZ E OUTROS

Pessoa física 3,5665 96,3354 3,70% 0,7751 Nenhuma Registro Não possui

6 LIBRA TERMINAIS

Pessoa Jurídica

6,1659 - - 1,3427 Nenhuma Registro Não possui

7 RIO MARATUA Institucional 0,2679 - - 0,0591 - - -

8 ROBERTO DOS REIS

Pessoa física 0,0967 9,5140 1,02% 0,0166 Nenhuma Posse Não possui

9 ANTONIO CICERO

Pessoa física 0,3150 8,3682 3,76% 0,0698 2 Pessoas Posse Não possui

10 ROBERTO DOS REIS

Pessoa física 0,6304 9,5140 6,63% 0,1376 Nenhuma Posse Não possui

11 ANTONIO CICERO

Pessoa física 1,4915 8,3682 17,82% 0,3237 2 Pessoas Posse Não possui

12 JULIO CEZAR DE CARVALHO

Pessoa física 2,0182 29,9622 6,74% 0,4426 - - Não

identificado

13 JESSE SILOS DE FREITAS

Pessoa física 0,3890 149,5530 0,26% 0,0807 1 pessoa Registro Agropecuária

14 JESSE SILOS DE FREITAS

Pessoa física 4,3967 149,5530 2,94% 0,8121

1 pessoa Registro Agropecuária 0,8422

Além das propriedades particulares, outra classe de atividades na qual é verificada interferência

pelo empreendimento são os processos minerários cadastrados junto ao Departamento Nacional de Produção

Mineral – DNPM, aos quais cabem medidas específicas para as tratativas caso a caso.

Em que pesem as restrições de ocupação do solo impostas nas faixas de servidão, no geral, a

servidão administrativa não implica em transferência do domínio para o Poder Público, mas apenas limitação

ao uso pleno da propriedade. Contudo, é unânime a compreensão de que o ônus real de uso imposto pela

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faixa de servidão acarretará como impacto negativo a desvalorização imobiliária e a redução do

aproveitamento econômico das propriedades interceptadas pelas linhas de transmissão. Cabe destacar que

não serão realizadas desapropriações ou realocações no município de Guarujá, sendo pertinente unicamente o

pagamento de indenização em correspondência com o prejuízo ocasionado ao imóvel, nos termos artigo 5º do

Decreto nº 35.851/1954.

9.3.2. Proposta de medidas mitigadoras

Programa de indenização e realocação de terras e benfeitorias

De todos os imóveis identificados no levantamento cadastral, somente três propriedades exercem

atividadesagropecuárias (

Tabela 3). Nenhuma dessas situações, entretanto, apresenta necessidade de realocação. Sendo

assim, será adotada a metodologia de indenização em moeda corrente de terrenos e benfeitorias, nos termos

artigo 5º do Decreto nº 35.851/1954.

O valor da indenização será apurado em laudo de avaliação elaborado por profissional habilitado

com base em procedimentos de avaliação de imóveis estabelecidos pela ABNT – Associação Brasileira de

Normas Técnicas. Nesse sistema, fica sob responsabilidade do indenizado a aquisição de nova área ou

utilização do valor como melhor lhe convier.

Os procedimentos de indenização devem primar sempre pela transparência e diálogo com a

população atingida na busca por resoluções que satisfaçam às partes interessadas. Com isso, o

estabelecimento da faixa de servidão terá como foco a minimização das interferências à população atingida,

adotando normas e critérios justos e transparentes, considerando os impactos do empreendimento sobre

atividades produtivas, benfeitorias e residências.

Programa de acompanhamento dos processos minerários

A instalação da LT também restringe, por medida de segurança na faixa de servidão, atividades de

extração mineral. Assim, todos os processos que estão em atividade na área de servidão deverão ser alvo de

solicitação de bloqueio minerário junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM nas fases

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

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posteriores do licenciamento. A partir desta solicitação deverão ser acompanhadas as tratativas com os

responsáveis pelos processos caso-a-caso, a fim de definir as ações aplicáveis a cada processo, como

indenizações por exemplo.

9.4. Impactos na paisagem urbana e no patrimônio natural e cultural

9.4.1. Impactos ambientais

Considerando o diagnóstico realizado na área de influência do empreendimento, depreende-se

que a subestação de energia elétrica e o traçado da LT em questão interceptarão áreas especialmente

protegidas conforme o plano diretor, bem como áreas de preservação permanente, provocando sobre elas

impactos adversos, principalmente aqueles relacionados à supressão de vegetação para abertura de acessos,

dos pátios de montagem das torres e dos corredores para implantação da linha de transmissão.

Contudo, tratando-se a transmissão de energia elétrica de atividade de utilidade pública, a

implantação do empreendimento é passível de autorização por parte dos órgãos competentes.

Além de considerar os impactos ligados à supressão de vegetação, o impacto cênico ou estético

também deve ser levado em consideração. Tal impacto é de certa complexidade, pois inclui muitas variáveis e,

acima de tudo depende de apreciações subjetivas.

Apesar disso, o traçado definido para a LT no município de Guarujá não contribui para a

degradação da paisagem local, haja vista restringir-se a porções relativamente pouco ocupadas do município,

distante dos núcleos populacionais mais próximos, sem interceptar qualquer patrimônio histórico ou cultural.

Além disso, já se relatou a existência de outra linha de transmissão que margeia a Rodovia Cônego Domenico

Rangoni a partir da Subestação de Energia Vicente de Carvalho da ISA – CTEEP. Desse modo, o impacto

cênico da nova LT não será significativo, uma vez que já existe uma estrutura similar nas suas proximidades.

9.4.2. Proposta de medidas mitigadoras

Licenciamento ambiental e anuência dos órgãos competentes

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O presente item não corresponde verdadeiramente a uma medida mitigadora, uma vez que o

licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade

potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente. O mesmo pode-se dizer da anuência do Conselho

Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional – CMDUH domunicípio quanto à implantação do

empreendimento em Zona Especial de Interesse Turístico. Contudo, dentro do licenciamento ambiental e da

análise de cada um dos órgãos competentes estarão embutidas medidas mitigadoras e compensatórias

específicas que respaldarão a análise e manifestação do Poder Público Municipal complementarmente ao

presente EIV. Assim, após obtenção das licenças, autorizações, pareceres e anuências de cada um dos órgãos

envolvidos, cópia desses documentos serão prontamente encaminhadas à Prefeitura Municipal local.

Programa de controle da supressão vegetal

Com a necessidade de retirada da vegetação, há que se garantir que a atividade de supressão

tenha total segurança, atenda à legislação e normas vigentes, que não se desmatem as áreas desnecessárias

e que o material lenhoso resultante seja quantificado e destinado de forma ambientalmente correta.

Nesse viés, todas as atividades de supressão atenderão as normas brasileiras e somente se

darão após emissão de Autorização para Supressão de Vegetação (ASV) emitida pelo órgão ambiental

competente. Antes do início do corte, haverá uma etapa de planejamento e atividades pré-supressão, depois

serão executados os procedimentos gerais preliminares, verificada a segurança do trabalho e finalmente

ocorrerá a retirada e destinação/utilização da madeira.

Programa de recuperação de áreas degradadas

A instalação da LT acontecerá por meio de uma série de etapas que resultam na modificação da

paisagem, com destaque para a abertura de novos acessos, abertura das praças de montagem das torres e

lançamento dos cabos, as quais implicarão, em algumas situações, a remoção da vegetação e movimentação

de solo. Dessa forma, serão estabelecidos procedimentos a serem adotados nos ambientes degradados ou

alterados pelas obras, por meio de técnicas de drenagem, de contenção do solo, plantio de árvores e outras

espécies vegetais, dentre outras técnicas – que atuarão isolada ou conjuntamente (a depender da condição da

área a ser recuperada).

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Programa de reposição florestal

Em compensação das áreas que sofrerão supressão de vegetação será efetuado o plantio de

espécies vegetais da região, mediante assinatura de termo de compromisso com o órgão ambiental licenciador.

A reposição florestal pode ser feita por duas maneiras, sendo a primeira a reposição através de

recursos próprios, com a aprovação do projeto de recomposição pela secretaria do meio ambiente, de forma a

permitir o plantio em novas áreas, em terras próprias ou pertencentes a terceiros, e a segunda o pagamento de

um valor-árvore a uma associação de reposição florestal credenciada na Secretaria de Meio Ambiente.

O cálculo da reposição será feito sobre o volume dos produtos e subprodutos florestais

suprimidos, em quantidade nunca inferior à da supressão efetuada, de acordo com as características de cada

caso, a serem estabelecidas, através de portaria, pelo órgão responsável da Secretaria do Meio Ambiente,

conforme Artigo 2º, da Lei 10.780/2001. A vegetação suprimida ou autorizada será avaliada considerando a

área da supressão e não o número de indivíduos cortados (Resolução SMA nº 70/2014).

Programa de coleta de germoplasma e resgate de epífitas

Germoplasma são partes de plantas que conservam as características genéticas, que podem ser

utilizadas no futuro para reproduzi-las, sendo o mais comum a semente, mas também mudas, raízes, caules e

bulbos. Por sua vez, epífitas são plantas que vivem sobre outras plantas, e nem sempre são parasitas.

O Programa de coleta de germoplasma e resgate de epífitas objetiva mitigar a perda da

diversidade da flora e o impacto sobre as espécies constantes em algum status de ameaça em decorrência da

supressão florestal necessária à instalação da LT. Além de compensá-la por meio da coleta de germoplasma

das espécies arbóreas e arbustivas de interesse para conservação, também ocorrerá o resgate das plantas

epífitas, sobretudo bromélias, orquídeas e cactáceas.

Adicionalmente, este programa é de fundamental importância para o Programa de Recuperação

de Áreas Degradadas e/ou Alteradas e de Reposição Florestal, uma vez que a coleta ou resgate de

germoplasma representa uma importante etapa na produção de mudas florestais.

Programa de afugentamento e resgate de fauna

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

As Linhas de Transmissão são empreendimentos lineares cuja construção poderá envolver a

retirada da vegetação, locais estes que servem de abrigo para os animais. Nesta fase, devido à intensa

movimentação de pessoas e maquinários, os animais, em alguns casos, saem destas áreas em busca de

outras. Nesses deslocamentos podem ocorrer atropelamentos e a caça.

Para assegurar a integridade da fauna local durante a fase de obras, todas as atividades serão

acompanhadas de perto por biólogos e especialistas que irão direcionar a fuga dos animais para áreas

seguras. Em casos onde a integridade física dos animais esteja ameaçada ocorrerá a captura, por meio de

técnicas específicas, e posterior soltura deste em área preservada – o mesmo ocorrerá quando o animal

apresentar algum risco às pessoas. Animais que por ventura sofram algum ferimento pelas atividades das

obras serão atendidos pela equipe em campo ou clinica veterinária, para posterior soltura em área similar a de

origem.

Programa de monitoramento, resgate e guarda do patrimônio histórico e arqueológico

Após as atividades de prospecção, que buscam a identificação dos sítios arqueológicos na área

de estudo, e eventual resgate do patrimônio arqueológico evidenciado nas áreas de intervenção do

empreendimento, o referido programa contempla as medidas de prevenção para a conservação deste

patrimônio, na forma da execução de duas frentes principais de atuação: Monitoramento Arqueológico e

Educação Patrimonial.

O Monitoramento Arqueológico será desenvolvido nos locais onde é inviável a adoção de medidas

preventivas, como locais inundados, uma vez que não é possível a observação da superfície do terreno nem o

acesso às camadas de solo eventualmente preservadas.

Concomitantemente, propõe-se desenvolver ações educativas com foco na pesquisa arqueológica

e no patrimônio arqueológico identificado durante as atividades de prospecção arqueológica visando difundir a

importância da herança cultural local e sensibilizar os funcionários envolvidos, contribuindo na formação de

agentes corresponsáveis na preservação do patrimônio cultural.

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Estudo de Impacto de Vizinhança 39

EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

9.5. Equipamentos urbanos e comunitários

9.5.1. Impactos ambientais

Conforme diagnóstico apresentado, a vizinhança do empreendimento é predominantemente

coberta por vegetação natural ou propriedades de uso rural. Tratando-se de área não urbanizada, não existem

equipamentos urbanos e comunitários na área de influência do empreendimento.

Mesmo se considerarmos os equipamentos urbanos e comunitários dos bairros mais próximos, a

temporalidade da fase de implantação do empreendimento e a contratação de mão de obra local, pressupõem

pouca capacidade de sobrecarga desses equipamentos.

Ainda assim, coma finalidade de minimizar possíveis impactos aos equipamentos públicos de

saúde, são propostas as medidas a seguir:

9.5.2. Proposta de medidas mitigadoras

Instalação e manutenção de enfermaria no canteiro de obras

O canteiro de obras instalado no município de Guarujá contará com enfermaria própria,

contemplando técnicos em enfermagem em sua equipe de profissionais, além de apoio de ambulância para

atendimentos básicos, resgate e transporte de necessitados, objetivando mitigar os impactos nos

equipamentos públicos de saúde nas comunidades próximas à LT. Esta proposta é de suma importância, tendo

em vista que em certo período da implantação haverá um número considerável de colaboradores e a ausência

de tal medida poderia ocasionar uma sobrecarga sobre o sistema de serviço de saúde próximo à região.

Programa de educação ambiental e segurança para os trabalhadores da obra

A proposta do Programa é desenvolver atividades que contribuam para que os trabalhadores

tenham capacidade de avaliar as implicações de suas atitudes e procedimentos em termos de possíveis danos

e riscos ambientais e tecnológicos sobre os meios físico, biológico e social considerando nesta última

perspectiva as questões de saúde, segurança e os aspectos socioculturais.

As primeiras atividades de capacitação em educação ambiental e segurança do trabalho serão

realizadas no treinamento/integração na fase de contratação e se tornarão contínuas. Os temas das oficinas

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

estarão associados aos trabalhos em execução e com as equipes envolvidas nessas atividades, executando-se

as palestras alinhadas ao cotidiano de trabalho da mão de obra mobilizada. Desta forma serão realizadas

oficinas de qualificação que deverão contemplar a caracterização do meio ambiente físico, biótico e antrópico

local, a apresentação dos impactos e as formas de minimizá-los.

As oficinas referentes às informações de segurança ocorrerão separadamente, com temas

específicos, tais como uso de Equipamento de Proteção Individual (EPIs), risco de acidentes de trabalho, entre

outros.

9.6. Sistemas de circulação e transporte

9.6.1. Impactos ambientais

Considerando a necessidade de deslocamento de material e mão de obra para as praças de

montagem ao longo do traçado da LT e no ponto onde será construída a subestação, crê-se que o sistema de

circulação e transporte local sofrerá impactos adversos durante a fase de implantação do empreendimento.

Dentre os impactos mais significativos destaca-se o aumento do tráfego de veículos leves e pesados na

Rodovia Cônego Domênico Rangoni e nas vias de acesso próximo ao bairro de Morrinhos, o aumento do risco

de acidentes e a deterioração do sistema rodoviário local. Há que se ressaltar, contudo, que esse incremento

no tráfego é temporário, cessando completamente após a instalação da subestação e linha de transmissão.

Por fim, o impacto sobre o sistema público de transporte será pouco significativo, considerando a

contratação de mão de obra local e a proposta de transporte privado para os trabalhadores até a obra.

9.6.2. Proposta de medidas mitigadoras

Transporte privado dos trabalhadores até a obra

Para o deslocamento dos funcionários até a frente de obra, minimizando assim uma eventual

saturação dos transportes públicos municipais e intermunicipais, o empreendedor disponibilizará veículos para

transporte, quais sejam:

Ônibus (02 unidades);

Caminhonete (06 unidades);

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Toyota com capacidade para 10 pessoas (08 unidades);

Caminhões com cabines especiais (04 unidades).

Para o transporte dos materiais necessários para as atividades de implantação do

empreendimento está prevista a utilização de caminhões com carroceria aberta e basculantes, caminhões

betoneira e caminhões com guindauto, realizando em média duas viagens diárias para as áreas de

implantação. Os veículos utilizados para o transporte dos equipamentos serão utilizados nas seguintes

quantidades:

Caminhões de carroceria aberta (04 unidades);

Caminhões basculantes (04 unidades);

Caminhões betoneiras (04 unidades);

Caminhões guindauto (03 unidades).

Com base neste quantitativo de veículos apresentado, estima-se a realização de

aproximadamente 35 (trinta e cinco) viagens de ida e volta diariamente.

Programa de controle de tráfego

Este programa tem por objetivo regulamentar a movimentação de veículos e transporte de cargas

na área de influência da LT, tendo em vista a intensificação desta movimentação e a necessidade de garantir a

segurança da população residente no entorno.

Para todas as vias de acesso utilizadas pelo empreendimento, haverá uma equipe técnica que

vistoriará as condições das mesmas. Todas as vias serão periodicamente monitoradas e serão verificadas as

não conformidades e os locais de riscos de acidentes, assim, medidas preventivas serão tomadas sempre que

necessário. As vias serão ainda sinalizadas com a finalidade de minimizar as interrupções de trânsito, facilitar a

localização das estruturas durante a construção da LT, facilitar a identificação de acessos, bem como alertar

sobre a segurança, sempre atendendo aos padrões do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.

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9.7. Poluição Sonora, Atmosférica e Hídrica

9.7.1. Impactos ambientais

Pode-se entender por poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que

direta ou indiretamente resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a

mortandade de animais ou a destruição significativa da flora. A Lei Federal n° 6.938/81 define, em seu art. 3,

inciso III dispõe:

“poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”.

Segundo o Art. 4° do Decreto Estadual n°. 39.551 de 1994:

“São consideradas fontes de poluição todas as obras, atividades, instalações, empreendimentos, processos, dispositivos, móveis ou imóveis, ou meios de transportes que, direta ou indiretamente, causem ou possa causar poluição ao meio ambiente.”

Desta forma, foram estabelecidos como fontes poluidoras durante a fase de implantação e

operação, todos automóveis e maquinários movidos a combustível.

No que tange aos poluentes atmosféricos, os principais compostos que poderão concentrar-se na

atmosfera são: o gás Dióxido de Carbono (CO); o Óxido de Nitrogênio (NO); e o Dióxido de Enxofre (SO2).

Outro fator a ser consideradoé a suspensão de material particulado oriundo principalmente da movimentação

de automóveis nas vias de circulação não pavimentadas.

Contudo, considerando que a maior parte do empreendimento será instalado em áreas não

ocupadas, e que o maior esforço construtivo dar-se-á pontualmente nas áreas das torres e na área da

subestação, depreende-se que a qualidade do ar não será alterada de forma significativa a ponto de provocar

incômodo nos núcleos populacionais mais próximos ao empreendimento, como no bairro de Morrinhos. Assim,

considerando a magnitude e temporalidade desses impactos, a implantação do empreendimento não alterará

expressivamente a qualidade do ar atmosférico em virtude da baixa intensidade de poluentes que será emitido,

contribuindo somente com a concentração destes na atmosfera de maneira difusa.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

No que tange à poluição sonora, prevê-se que a etapa de maior perturbação também será a fase

de instalação do empreendimento. As fontes de ruídos se restringirão a maquinários pesados, sendo esses:

escavadeira, tratores, caminhões, entre outros e maquinários leves, tais como: furadeiras, betoneiras,

britadeiras, etc. Destaca-se ainda que os ruídos provenientes do Efeito Corona na linha de transmissão são

considerados pouco representativos, uma vez que se restringem ao limite das faixas de servidão. Mais uma

vez se destaca que a maior parte do traçado da LT passa a grandes distâncias dos núcleos populacionais mais

próximos, o que direciona a questão da poluição sonora muito mais aos trabalhadores da obra do que à

população residente no entorno.

Quanto à poluição hídrica, o plano diretor a define como “descarte de efluentes líquidos que

alterem a qualidade da rede hidrográfica ou a integridade do sistema coletor de esgotos ou poluição do lençol

freático”.

A geração de efluentes líquidos provenientes das atividades das frentes e canteiros de obras bem

como da operação da subestação, as quais possuem grande potencial poluidor para o meio ambiente, devem

receber tratamento e destinação adequada. O correto gerenciamento dos esgotos, tanto domésticos quanto os

que apresentam características industriais, se faz necessário para evitar que sejam contaminados os solos e as

águas que se encontram inseridos nas áreas de influência da LT.

9.7.2. Proposta de medidas mitigadoras

Programa de controle da poluição

O presente programa tem por objetivo criar procedimentos para impedir e/ou minimizar atividades

potencialmente poluidoras relacionadas às obras de instalação da LT. Dentre os subprogramas abrangidos

pelo Programa de Controle da Poluição, destacam-se para o impacto de poluição sonora, atmosférica e hídrica:

Subprograma de controle de emissões atmosféricas

Para evitar esse tipo de poluição e a formação de poeira, as vias de acesso não pavimentadas

serão umectadas periodicamente. Também será feita a regulagem dos motores de veículos para evitar a

emissão de poluentes pelos escapamentos, bem como monitoramento da emissão de gases através da Escala

de Ringelmann para controle de fumaça preta. Os parâmetros dispostos no Decreto Estadual 59.113/13 que

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

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“estabelece novos padrões de qualidade do ar e dá providências correlatas” serão utilizados como referência

de qualidade.

Essas ações serão preventivas e, sempre que for detectada a ocorrência de não conformidade,

serão iniciados procedimentos para sua minimização.

Subprograma de controle de ruídos

Na fase de operação do empreendimento, as fontes de emissão de nível sonoro serão restringidas

aos automóveis e veículos de carga. Os níveis de ruído deverão seguir a tabela 1 do Nível de Critério de

Avaliação da NBR 10.151, sendo considerados prejudiciais à saúde, à segurança e ao sossego do público,

aqueles níveis de ruído que excedam tal parâmetro. Para tal, será realizada manutenção preventiva de

veículos e equipamentos e os trabalhos que emitem ruído serão restritos entre às 8h00 e 18h00. Para o seu

controle serão estabelecidos pontos de medição, que deverão verificar se os ruídos estão dentro dos limites

estabelecidos pela norma e, ao se detectar níveis acima do permitido, providências de redução deverão ser

aplicadas.

Considerando que os problemas dos níveis excessivos de ruído estão incluídos entre os sujeitos

ao controle da poluição do meio ambiente e considerando a saúde e o bem estar dos funcionários da obra e

dos moradores da vizinhança, além de buscar a conformidade com a legislação vigente, prevista pelo Conselho

Nacional de Trânsito, para os funcionários da obra será fornecido e monitorado o uso de equipamento de

proteção individual (EPI).

Subprograma de Gerenciamento de Efluentes

Para o correto gerenciamento dos efluentes líquidos, serão instaladas fossas sépticas, filtros

anaeróbios e sumidouros nos canteiros de obras. Os locais onde são realizadas as manutenções e lavagem de

veículos e equipamentos serão impermeabilizados, com canaletas de contenção e caixas separadoras de

água/óleo. O manuseio e tratamento do cimento e aditivos do concreto serão tratados em estações específicas.

As frentes de obra contarão com banheiros químicos cujo efluente armazenado será destinado de forma

ambientalmente adequada.

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9.8. Vibração

9.8.1. Impactos ambientais

Ar, solo e água são condutores naturais de vibrações originadas por máquinas utilizadas pelas

atividades humanas, as quais podem interferir no conforto humano e estabilidade das construções já

consolidadas. As vibrações usualmente estão associadas às maquinas rotativas, aos propulsores e aos

escoamentos. Podem-se citar como exemplo, os geradores de energia, compressores de ar, bombas rotativas,

sistemas de refrigeração e meios de transporte em geral. Tais equipamentos, mesmo que munidos de

suspensões adequadas ou caixas envoltórias, sempre apresentam alguma vibração (mesmo que residual)

originada pela operação normal que pode ser amplificada ao longo da vida útil.

9.8.2. Proposta de medidas mitigadoras

Na ausência de impactos negativos significativos sobre a vizinhança, nenhuma medida mitigadora

será necessária. Contudo, a empresa deve atender as normas técnicas brasileiras vigentes, como exemplo a

NR-15, de forma resguardar a integridade física dos trabalhadores da obra.

9.9. Periculosidade

9.9.1. Impactos ambientais

De acordo com a Lei 6.514 de 22 de dezembro de 1977, art. 193 “São consideradas atividades ou

operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua

natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em

condições de risco acentuado [...]”.

Para o empreendimento em questão foram observadas atividades com grau de periculosidade

somente durante a fase de implantação, onde haverá equipes de soldagem e depósitos de produtos

inflamáveis.

Cabe ressaltar que embora a eletricidade não seja considerada como um fator de periculosidade,

a mesma apresenta riscos que podem ser agravados pela falta de informação e pelo despreparo. Em toda

extensão da área haverá torres de transmissão de energia de alta voltagem com cabeamentos aéreos e ao

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final será implantada uma subestação de energia elétrica de abastecimento contendo componentes como

transformadores de potência, transformadores de correntes, para raios, disjuntores, seccionadoras, painéis de

comandos, reles, protetores de surtos, contatores, cubículos de neutros, cubículos de médias, barramentos,

cabos entre outros componentes. Tais áreas e equipamentos deverão obedecer a todas as diretrizes de

segurança e controle a emergências disposta em legislação especifica.

Norteando-se pelas informações prestadas pelo empreendedor sobre suas atividades e

comparativos às legislações pertinentes, concluímos que o empreendimento apresenta pequeno nível de

periculosidade somente em sua fase inicial, porém, devem ser tomadas todas as medidas cabíveis ao controle

e/ou eliminação total dos riscos.

9.9.2. Proposta de medidas mitigadoras

Programa de treinamento em segurança para os trabalhadores da obra

Como medidas mitigadoras para possíveis acidentes, serão realizadas atividades de capacitação

e treinamento na fase de contratação dos colaboradores. As atividades devem abordar temas como o uso de

Equipamento de Proteção Individual (EPI´s), risco de acidentes de trabalho, procedimentos em emergência,

entre outros. Além de tais atividades, deverá haver profissionais especializados durante a implantação obra

para assegurar o correto procedimento de trabalho dos colaboradores.

9.10. Geração de Resíduos Sólidos

9.10.1. Impactos ambientais

Durante a fase de implantação do empreendimento serão gerados resíduos sólidos, dentre os

quais se destacam o material proveniente das atividades cotidianas dos trabalhadores, necessidades

fisiológicas, resíduos da construção civil, restos de materiais e embalagens utilizados na obra. Estes resíduos

poderão ser gerados durante as atividades de transporte e movimentação de equipamentos e veículos, bem

como na implantação e operação do canteiro de obra e frentes de trabalho.

A realização das atividades sem o correto gerenciamento dos resíduos sólidos representa um

risco para o ambiente onde ocorrerá a obra. A natureza do resíduo sólido também influencia neste impacto.

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Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Seguindo as diretrizes da norma ABNT NBR 10.004:2004, entende-se que para a degradação da qualidade

das águas, superficiais e subterrâneas, assim como a qualidade do solo, os resíduos da classe I (perigosos)

são os que apresentam maior relevância devido ao seu elevado potencial para a geração de impactos

negativos quando não gerenciados corretamente. No entanto, os resíduos da classe II (não perigosos), tanto

na categoria “a” (não inertes) quanto “b” (inertes) devem ser gerenciados com igual importância, pois mesmo

tendo seu potencial de degradação significativamente menor, são usualmente gerados em grandes

quantidades, representando um risco para a qualidade dos corpos hídricos e do solo.

Já ao que se refere do período de operação da subestação a geração dos resíduos será

proveniente de duas fontes principais: a primeira diz respeito às atividades de manutenção dos equipamentos

utilizados e a segunda referente a serviços administrativos e de apoio, tais como limpeza, alimentação da força

de trabalho e manutenção predial. Da mesma forma que para a implantação, os resíduos gerados na fase de

operação deverão ser geridos de forma a eliminar os possíveis impactos ambientais associados.

9.10.2. Proposta de medidas mitigadoras

Subprograma de gerenciamento de resíduos sólidos

Este subprograma é parte integrante do Programa de Controle da Poluição, indicado

anteriormente no presente documento. Através deste subprograma, os resíduos sólidos serão armazenados

em locais, contêineres ou recipientes adequados para cada tipologia.

O gerenciamento dos resíduos sólidos deve ser diferenciado para cada classe distinta, adotando

como parâmetros para a classificação dos mesmos a norma ABNT NBR 10.004:04, para os resíduos comuns e

perigosos, Resolução CONAMA no 307/2002 (considerando as legislações complementares), para os resíduos

da construção civil (em especial para a fase de implantação), e a norma ABNT NBR 12.808:93, para os

resíduos de serviço de saúde. Todas as ações tomadas no âmbito dos resíduos sólidos devem considerar as

disposições da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei no 12.305/2010, bem como as

legislações estaduais e municipais aplicáveis.

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9.11. Riscos Ambientais

9.11.1. Impactos ambientais

Todo e qualquer processo de implantação e funcionamento de uma subestação e das linhas de

transmissão produz impactos positivos e/ou negativos em seu entorno, os quais variam de acordo com as

atividades, os aspectos analisados e as características do meio.

Os riscos ambientais são capazes de causar danos à saúde e à integridade física do trabalhador

devido a sua natureza, concentração, intensidade, suscetibilidade e tempo de exposição. Os riscos ambientais

ou profissionais estão divididos em cinco gruposprincipais:

A. Riscos Físicos

Os riscos físicos são efeitos gerados por máquinas, equipamentos e condições físicas

características do local de trabalho, que podem causar prejuízos à saúde do trabalhador.

B. Riscos Químicos

Estes riscos são representados pelas substâncias químicas que se encontram nas formas líquida,

sólida e gasosa. Quando absorvidos pelo organismo, podem produzir reações tóxicas e danos à saúde. Há três

vias de penetração no organismo:

- Via respiratória: inalação pelas vias aéreas

- Via cutânea: absorção pela pele

- Via digestiva: ingestão.

C. Riscos Biológicos

Os riscos biológicos são causados por microrganismos invisíveis a olho nu, como bactérias,

fungos, vírus, bacilos e outros, sendo capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria

natureza do trabalho.

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D. Riscos Ergonômicos

Estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que propõem que os ambientes de trabalho

se adaptem ao homem, propiciando bem estar físico e psicológico. Os riscos ergonômicos estão ligados

também a fatores externos – do ambiente – e a fatores internos – do plano emocional. Em síntese: ocorrem

quando há disfunção entre o indivíduo, seu posto de trabalho e seus equipamentos.

E. Riscos de Acidentes

Riscos de acidentes ocorrem em função das condições físicas – de ambiente físico e do processo

de trabalho – e tecnológicas impróprias, capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador.

Diante do exposto, ainda que tais riscos possam afetar os trabalhadores durante a fase de

implantação ou operação do empreendimento, conclui-se queo mesmo não deverá gerar impactos negativos à

vizinhança devido à sua natureza e distância dos núcleos habitacionais.

9.11.2. Proposta de medidas mitigadoras

Na ausência de impactos negativos significativos sobre a vizinhança, nenhuma medida mitigadora

será necessária. Contudo, a empresa deve atender as normas técnicas brasileiras vigentes, bem como os

procedimentos de segurança de trabalho, de forma resguardar a integridade física dos trabalhadores da obra.

9.12. Impactos socioeconômicos na população residente ou atuante no entorno

9.12.1. Impactos ambientais

Com base no cadastramento das propriedades interceptadas pela LT, depreende-se que na maior

parte dos imóveis afetados diretamente pelo empreendimento não são exercidas atividades econômicas.

Contudo, já se destacou as restrições de usos do solo decorrentes do estabelecimento da faixa de servidão e

sua provável desvalorização imobiliária, impactos que serão adequadamente mitigados por meio do Programa

de Indenização e Relocação de Terras e Benfeitorias.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

Com relação atividade retroportuária – atividade atualmenteexistente fora da área de vizinhança,

porém próxima do empreendimento – não serão percebidos impactos significativos, dada a distância e a

inexistência de relação direta entre o empreendimento e essa atividade. Cabe mencionar novamente a

realização da alteração do traçado, conforme solicitação da Prefeitura Municipal de Guarujá, buscando a

compatibilização do empreendimento com o projeto de desenvolvimento econômico do município previsto para

o trecho da zona retroportuária e industrial (ZRI – Lei Complementar nº 156, de 17 de dezembro de 2013)

anteriormente transposto pelo traçado inicial.

De todo o exposto, conclui-se que a implantação e a operação do empreendimento em questão

não causarão impactos socioeconômicos negativos significativos sobre a população na vizinhança do

empreendimento.

Com relação aos impactos positivos da instalação do empreendimento, ressalta-se que haverá

geração de novos empregos, ainda que temporários (com exceção dos operadores da SE Domênico Rangoni),

uma vez que a mão de obra será recrutada predominantemente nos municípios afetados pela linha de

transmissão.

Outro impacto positivo se relaciona à possibilidade de acolhimento de novos investimentos para o

litoral paulista, possibilitados pela ampliação do fornecimento de energia elétrica na região. Tais investimentos,

como por exemplo, a exploração de petróleo e gás da bacia de Santos, a expansão portuária de Santos e São

Sebastião, o desenvolvimento da indústria naval e a ampliação e modernização do polo industrial de Cubatão,

assim como os novos investimentos associados à vocação turística que vêm gerando crescimento urbano e o

surgimento da expansão de diversas atividades no setor de serviços, com destaque para as áreas de

alimentação e de hospedagem, se beneficiarão diretamente com a instalação da LT 345 kV CD – Domênico

Rangoni – Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni.

9.12.2. Proposta de medidas mitigadoras

Programa de comunicação e interação social

As ações de comunicação e interação social deste programa têm como base as diretrizes da

responsabilidade socioambiental do empreendedor com as comunidades localizadas nas áreas de influência

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e SE Domênico Rangoni

das LTs. Seu objetivo é estabelecer um canal de comunicação contínuo entre o empreendedor e a população

envolvida no processo, de forma a facilitar o diálogo entre as partes, esclarecendo sobre os impactos diretos

sentidos pelas comunidades, bem como motivar e possibilitar a participação da sociedade nas fases de

instalação e operação da LT.

Serão estabelecidas estratégias que facilitem o contato entre a população e o empreendedor,

onde serão realizadas reuniões com lideranças em todas as comunidades afetadas na vizinhança, elaboração

e distribuição de materiais de divulgação com informações sobre o empreendimento e as atividades

desenvolvidas nas obras, entre outras. O Programa também prevê a disponibilização e divulgação de telefones

da Ouvidoria, seja para reclamar ou para tirar dúvidas.

Nesse aspecto, os procedimentos de indenização primarão sempre pela transparência e diálogo

com a população atingida na busca por resoluções que satisfaçam às partes interessadas. Com isso, o

estabelecimento da faixa de servidão terá como foco a minimização das interferências à população atingida,

adotando normas e critérios justos e transparentes, considerando os impactos do empreendimento sobre

atividades produtivas, benfeitorias e residências.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni – Seccionamento Tijuco

Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni

Tabela 4. Matriz de Impactos relacionados à implantação da Linha de Transmissão

COMPONENTES AMBIENTAIS AVALIADOS

IMPACTOS AVALIADOS

Natureza Ordem Magnitude Duração

Po

sit

ivo

Neg

ati

vo

Não

ex

pre

ss

ivo

Dir

eta

Ind

ireta

Alt

a

Baix

a

dia

Pe

rma

ne

nte

Te

mp

orá

rio

ADENSAMENTO POPULACIONAL

Adensamento gerado/induzido

X

Deslocamento populacional X

Alteração da densidade populacional do entorno imediato X

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Compatibilidade com usos do entorno X X X X

Impermeabilização dos solos X

X X X

Compatibilidade com o zoneamento urbano do município X X X X

Induzimento a ocupações irregulares

X

DESVALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA Restrições ao uso da propriedade X X X X

Desvalorização imobiliária X X X

X

ÁREAS DE INTERESSE HISTÓRICO, CULTURAL PAISAGÍSTICO E AMBIETAL

Supressão de vegetação em áreas protegidas X X X X

Afugentamento da fauna X X X X

Instalação de estruturas em área protegida X

EQUIPAMENTOS URBANOS Sobrecarga dos equipamentos urbanos X

X X X

EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS Sobrecarga dos equipamentos comunitários X

X X X

SISTEMA DE CIRCULAÇÃO E TRANSPORTE

Degradação das condições das vias X

X

X

X

Aumento do tráfego de veículos X

X

X

X

Sobrecarga do transporte público

X

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni – Seccionamento Tijuco

Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni

COMPONENTES AMBIENTAIS AVALIADOS

IMPACTOS AVALIADOS

Natureza Ordem Magnitude Duração

Po

sit

ivo

Neg

ati

vo

Não

ex

pre

ss

ivo

Dir

eta

Ind

ireta

Alt

a

Baix

a

dia

Pe

rma

ne

nte

Te

mp

orá

rio

POLUIÇÃO SONORA E ATMOSFÉRICA

Geração de ruído X X X X

Contaminação do ar X X X X

VIBRAÇÂO Desconforto Humano

X

PERICULOSIDADE Acidentes de trabalho

X

X

X

X

GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Contaminação do solo X X X X

Contaminação da água X X X X

RISCOS AMBIENTAIS Riscos de acidentes à vizinhança

X

X

X

X

IMPACTO SOCIOECONÔMICO NA POPULAÇÃO RESIDENTE OU

ATUANTE NO ENTORNO

Interferência nas atividades econômicas no entorno X

Estímulos a novos investimentos X X X X

Arrecadação tributária X X X X

Geração de empregos X X X X

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De todo o exposto no presente Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV, depreende-se que a

instalação e operação do empreendimento Linha de Transmissão 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni no trecho previsto para o

município de Guarujá não resultará em impactos negativos significativos sobre sua vizinhança, na medida que

não interceptará grandes centros populacionais, restringindo-se a passar sobretudo por propriedades de

características rurais, fora da malha urbana do município, e estes podem ser mitigados/atenuados com a

execução das medidas acima propostas.

Conclui-se, por fim, que o empreendimento trará benefícios não somente ao município, mas à

região, e será instalado em área mais adequada às suas características, o que se consubstancia no seu

caráter de atividade de utilidade pública.

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EIV/RIV LT 345 kV CD – Domênico Rangoni –

Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHURCHILL JR., G.A. Marketing research: methodological foundations. Chicago: The Dryden Press, 1987.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1987.

MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 1999.

ROMANINI, A.; GELPI, A.; KALIL, R. M. L. Exclusão sócio-espacial e articulação comunitária. In: ENCONTRO

NACIONAL DA ANPUR, 12, 2007, Belém. Anais... Belém: ANPUR, 2007.

SAMPAIO, L. Estudo de impacto de vizinhança: sua pertinência e delimitação de sua abrangência em face de

outros estudos ambientais. Brasília: monografia de especialização em Direito Ambiental e Desenvolvimento

Sustentável da Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 2005.

SANCHEZ, L.. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.

TONETTI, Emerson Luis. Potencialidades de adensamento populacional por verticalização das edificações e

qualidade ambiental urbana no município de Paranaguá, Paraná, Brasil. Tese de doutorado em Geografia.

Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2011.

TRIVINÕS, Augusto N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação: 1.ed.

São Paulo: Atlas, 1987.

CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELO. Curso de Direito Administrativo, 19ª edição, Ed. Malheiros, 2005,

pág. 840.

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12. EQUIPE TÉCNICA

Função Nome Formação Registro ART

Supervisão Aline Schaefer Korbes Geógrafa, Ms. CREA/SC 86834-9

92221220151280897

Responsável Técnico

IvanilsonLescio Engo. Ambiental 5062461922/D 92221220150802655

Colaboradores

Bruno G. O. Siqueira Biólogo 056304/01-D -

Bruno de M. Almoinha Biólogo 097429/01-D -

Eduardo Pereira Maes Engº. Ambiental CREA/SC 127943-9

-

Gabriela Novais Rocha Biólogo 093015/04-D -

Marco Aurélio Pisciottano Biólogo 79701/01-D -

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13. ANEXOS

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Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni

ANEXO 1 MAPA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

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Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni

ANEXO 2 MAPA COBERTURA E USO DO SOLO

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Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni

ANEXO 3 MAPA ORDENAMENTO DO USO DO SOLO

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Seccionamento Tijuco Preto – Baixada Santista e Subestação Domênico Rangoni

ANEXO 4 ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART)