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Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT: MINA SUBTERRÂNEA DE POLIMETÁLICOS MINERAÇÃO DARDANELOS LTDA VOLUME 6: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Cuiabá/MT, Maio de 2015

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

PROJETO ARIPUANÃ/MT: MINA SUBTERRÂNEA DE

POLIMETÁLICOS

MINERAÇÃO DARDANELOS LTDA

VOLUME 6:

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

Cuiabá/MT, Maio de 2015

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ii

CORPO TÉCNICO

INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO

Bruno Yoshida Tomaselli, Eng.º de Minas, CREA 5062373662

André Luiz da Silva Molina, Geólogo

José Maria Gorjão da Luz, Geólogo, CREA: 120.473.586-7

INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO FÍSICO

CLIMA

Prof. Dr. Francisco de Almeida Lobo, Engº Agrônomo, Dr. e MSc. em Fisiologia Vegetal

QUALIDADE DO AR

Maurélio Passari Ultramari, Engº Civil e de Segurança do Trabalho

CREA: 6.610/D/PR-Visto MT 3837/VD

GEOLOGIA

André Luiz da Silva Molina, Geólogo

José Maria Gorjão da Luz, Geólogo, CREA: 120.473.586-7

SOLOS

Lélis Nogueira Gonzaga. Geólogo, Especialista em Pedologia. CREA: 120.213.714-8

Letícia Thommen Lobo Paes de Barros, Engª Agrônoma, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade. CREA: 120.210.247-6

GEOMORGFOLOGIA

Letícia Thommen Lobo Paes de Barros, Engª Agrônoma, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade. CREA: 120.210.247-6

Lélis Nogueira Gonzaga. Geólogo, Especialista em Pedologia. CREA: 120.213.714-8

RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

Daniela Maimoni de Figueiredo, Dra em Ecologia e Rec. Naturais/Limnologia, Espec. em Ambientes Inundáveis, MSc em Ecologia e Cons. da Biodiversidade

Rúbia Fantin da Cruz, Bióloga, MSc em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, CRBio: 39915/01-D

Ana Paula Salvaterra da Silva, Bióloga e Técnica em Química, CRQ 16400703 16ª região

HIDROGEOLOGIA

HIDROVIA - Hidrogeologia e Meio Ambiente Ltda

GEOPROCESSAMENTO

Eliane Salete Sartor Cavalheiro, Geógrafa, Especialista em Geoprocessamento, MSc em Ciências Ambientais, CREA: 120.784.760-7

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iii

MEIO BIÓTICO

FLORA TERRESTRE

Vegetação

Luciana Rebellato, Dra. Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre

Letícia Thommen Lobo Paes de Barros, Engª Agrônoma, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade. CREA: 120.210.247-6

Fitossociologia

Rosane Segalla, Bióloga, MSc. Agricultura Tropical

Libério Amorim Neto, Experto em Botânica Aplicada

Epífitas

Adarilda Petini Benelli, Bióloga

Assistente de campo:

Rodrigo Peres de Andrade, Biólogo

Macrófitas

Rúbia Fantin da Cruz, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade

FAUNA

Entomofauna

Nelsina Gonçalves Costa Pinho, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade

Assistentes de campo:

Fábio Henrique de Oliveira Silva, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade

Rogério C. L. Santos, Biólogo

Luis Gabriel O. A. Nunes, Graduando em Lic. Pl. Ciências Biológicas

Ictiofauna

Izaias Médice Fernandes, Doutorando em Biologia de Água Doce e Pesca Interior

Assistentes de campo:

Luzia da Silva Lourenço, Doutorando Zoologia

Wilhan Rocha Assunção, Biólogo

Tiago José Domingos, Graduando em Ciências Biológicas

Jean Carlo Gonçalves Ortega, Graduando em Ciências Biológicas

Herpetofauna

Ricardo A. Kawashita-Ribeiro, Doutorando Ecol. e Conserv. da Biodiversidade

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iv

Especialistas:

Tamí Mott, PhD. Integrative Biology – especialista em anfíbios

Drausio Honorio Morais, Doutorando Zoologia - especialista em répteis

Assistentes de campo:

Alan Cesar Bortoleto, Gestor Ambiental

Joseana Luisa de Freitas, Bióloga

Elizângela Silva de Brito, Bióloga

Helder A. Borges Faria, Biólogo

Tainá Figueras Dorado Rodrigues, Bióloga

Avifauna

João Batista de Pinho, Dr. Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre

Assistentes de campo:

Kelrene Moreira Lara, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade

Letícia Borges, Graduanda em Lic. Pl. Ciências Biológicas

Fernando Ribeiro da Silva, Graduando em Lic. Pl. Ciências Biológicas

Mastofauna

Mônica Aragona, Bióloga, Dra em Biologia Animal

Assistentes de campo:

Thiago B. S. Fernandes, Biólogo

Nícolas Grohnert, Graduando em Lic. Pl. Ciências Biológicas

Elton Márcio de Pinho, técnico em taxidermia

LIMNOLOGIA E QUALIDADE DA ÁGUA

Daniela Maimoni de Figueiredo, Dra. Ecologia e Recursos Naturais

Comunidades bióticas:

Márcia Teixeira; Bióloga

Ibraim Fantin da Cruz, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade

Rúbia Fantin da Cruz, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade

Análises físico-químicas:

Ana Paula Salvaterra da Silva, Química

SÓCIO ECONOMIA, HISTÓRIA E CULTURA

Luiz Vicente da Silva Campos Filho, Zootecnista, MSc. Antropologia, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade

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v

Marina Azém, Médica Ginecologista, MSc. Antropologia, MSc. Saúde Coletiva

ARQUEOLOGIA

Valéria Cristina Ferreira e Silva, Geóloga, Dra. Arqueologia

Técnico de campo:

Nelson Rodrigues, Biólogo

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vi

SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1

2. INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO.............................................. 2

2.1. Dados do Empreendimento......................................................................................... 2

2.2. Histórico do Empreendimento.................................................................................... 4

2.3. Localização e Acesso.................................................................................................. 6

2.4. Recursos Minerais Arex e Ambrex............................................................................. 9

2.5. Informações Geotécnicas............................................................................................ 11

2.6. Lavra Subterânea: Arex e Ambrex............................................................................. 13

2.7. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Extração Mineral..................................... 16

2.8. Alternativas Tecnológicas Relacionadas ao Beneficiamento do Minério................... 17

2.9. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Disposição dos Rejeitos.......................... 18

2.10. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Locação das Estruturas.......................... 19

3. LAYOUT DO COMPLEXO INDUSTRIAL................................................................ 22

4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO.............................................. 27

4.1. A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação às Áreas Protegidas.. 31

4.2. Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação aos Fatores Ambientais Afetados............................................................................................................................. 32

4.2.1. Fase de Pesquisa Mineral.......................................................................................... 32

4.2.2. Fase de Implantação do Empreendimento................................................................ 33

4.2.3. Fase de Operação do Empreendimento..................................................................... 35

4.2.4. Fase de Desativação do Empreendimento................................................................. 37

5. PROCESSO DE BENEFICIAMENTO.......................................................................... 39

6. CLIMA E CONDIÇÕES METEREOLÓGICAS........................................................... 41

6.1. Balanço Hídrico do Município de Vera (MT).............................................................. 41

6.2. Balanço Hídrico do Município de Sinop (MT)............................................................ 43

6.3. Balanço Hídrico do Município de Porto Velho (RO).................................................. 45

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vii

6.4. Balanço Hídrico do Município de Vilhena (RO)......................................................... 47

6.5. Análise Comparativa dos Dados da Estação Cotriguaçu com as Demais Estações Consideradas neste Trabalho.............................................................................................. 49

6.6. Inferências sobre o Clima de Aripuanã........................................................................ 50

6.6.1. Sobre o Balanço Hídrico de Aripuanã...................................................................... 50

6.6.2. Análise do Fotoperíodo e da Radiação Global da Área de Interesse em Aripuanã... 51

6.6.3. Estação do Empreendimento na Área de Interesse em Aripuanã.............................. 52

6.7. Considerações sobre o Clima....................................................................................... 53

6.8. Qualidade do Ar........................................................................................................... 54

7. GEOLOGIA.................................................................................................................... 57

7.1. Mapeamento Geológico............................................................................................... 62

7.2. Geologia e Estratigrafia do Depósito........................................................................... 64

7.3.Critérios para Classificação da Zona Sulfetada............................................................. 66

7.4. Modelamento Geológico e de Recurso (Alvos Arex e Ambrex)................................. 67

8. SOLOS............................................................................................................................ 78

9. APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS........................................................................ 107

10. GEOMORFOLOGIA................................................................................................... 114

10.1. Unidades de Paisagem na Área de Influência Indireta do Empreendimento............. 116

10.2. Compartimentação morfopedológica da área de influência direta do empreendimento.................................................................................................................. 121

11. RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS.................................................................. 127

12. HIDROGEOLOGIA..................................................................................................... 164

13. MEIO BIÓTICO: VEGETAÇÃO................................................................................. 177

13.1. Flora Terrestre............................................................................................................ 177

13.2. Epífitas....................................................................................................................... 200

13.3. Macrófitas................................................................................................................... 213

14. MEIO BIÓTICO: FAUNA............................................................................................ 222

14.1. Ictiofauna................................................................................................................... 222

14.2. Herpetofauna.............................................................................................................. 223

14.3 Avifauna...................................................................................................................... 224

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viii

14.4. Mastofauna................................................................................................................. 225

15. MEIO ANTRÓPICO: SOCIOECONOMIA................................................................. 226

16. MEIO ANTRÓPICO: ESTUDO ARQUEOLÓGICO.................................................. 229

17. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA.............................................. 233

17.1. AIA Sobre o Meio Físico: Clima, Geologia, Relevo e Solos..................................... 234

17.2. AIA Sobre os Corpos D’água Superficiais................................................................ 240

17.3. AIA Sobre os Fatores Hidrogeológicos..................................................................... 243

17.4. AIA Sobre a Vegetação............................................................................................. 249

17.5. AIA sobre a Fauna (Entomofauna, Ictiofauna, Herpetofauna, Avifuna e Mastofauna)........................................................................................................................ 250

17.6. AIA Sobre o Meio Antrópico-Cultural...................................................................... 269

17.6.1. AIA sobre a Sócio-economia e o Patrimônio Histórico-Cultural........................... 269

18. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................... 270

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1– Carta-imagem localizando as áreas requeridas no DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, e onde também se observa a sede municipal de Aripuanã/MT.......... 1

Figura 2 – Sequenciamento da mina de Aripuanã por depósito....................................................... 3

Figura 3 – Layout com a localização das estruturas básicas, que fazem parte do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT....................................................................................................................... 4

Figura 4 – Croqui mostrando as estruturas principais do Projeto Aripuanã, em relação aos superficiários definidos na área do empreendimento: 1 – Romero de Souza Queiróz (Anglo American), 2 – Elio Hiron Horikava (Anglo American), 3, 4, 5, 6 – Votorantim Metais Zinco, 7 – Mineração Taboco (Karmin), 8 – Gentil Zanin e Ronaldo Nunes................................................. 6

Figura 5 – Mapa rodoviário de Mato Grosso, onde pode ser observada a malha viária e o acesso à sede municipal de Aripuanã, localizada na porção extremo noroeste do estado........................... 7

Figura 6 – Recorte de carta-imagem, cujas setas vermelhas estão mostrando o acesso às áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, no município de Aripuanã/MT.......................................................................................................... 8

Figura 7 – Croqui com traçado das vias de acesso ao empreendimento, no município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 9

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ix

Figura 8 – Configuração final Arex.................................................................................................. 9

Figura 9 – Configuração final Ambrex............................................................................................. 10

Figura 10 – Fotografia ilustrativa de um modelo de perfuratriz semelhante à que será utilizada no Projeto Aripuanã/MT.................................................................................................................. 13

Figura 11 – Fotografia ilustrativa de carregadeira do tipo LHD, semelhante à que será utilizada para remover o minério após ter sido detonado, no interior das minas subterrâneas Arex e Ambrex, do Projeto Aripuanã/MT.................................................................................................... 13

Figura 12 – Fotografia ilustrativa da LHD carregando caminhão no interior de uma mina subterrânea, operação semelhante à que está prevista para o Projeto Aripuanã/MT........................ 14

Figura 13 – Fotografia ilustrativa de dispositivos utilizados no interior de minas subterrâneas para estabilizar os maciços rochosos................................................................................................ 14

Figura 14 – Corte transversal, onde se observa a divisão de níveis e painéis.................................. 16

Figura 15 – Visão longitudinal do processo de operação, no interior da mina subterrânea............. 16

Figura 16 – Locações potenciais para a barragem de rejeitos........................................................... 20

Figura 17 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos, cava céu aberto Arex e pilha de estéril................................................................................................................................... 20

Figura 18 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos............................................... 21

Figura 19 – Plano diretor do Projeto Aripuanã com imagem de satélite ao fundo........................... 22

Figura 20 – Bacia do córrego Arrainha, com a localização das estruturas básicas do Projeto Aripuanã, e a projeção dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, na serra do Expedito, a qual serve de divisor natural para a rede de drenagem superficial. Município de Aripuanã/MT............. 22

Figura 21 – Croqui esquemático da configuração da pilha de rejeitos sobre carta-imagem............ 25

Figura 22 – Croqui esquemático em recorte de carta-imagem, mostrando a área quase toda alterada por pastagem onde será instalado o depósito de resíduos (seta vermelha), localizado no interflúvio de dois contribuintes da margem direita do córrego Arrainha....................................... 26

Figura 23 – Recorte do layout do plano diretor sobre carta-imagem, mostrando o contorno do Ambrex (em rosa) e a posição prevista para os paióis de explosivos e acessórios (números 1 e 2). 27

Figura 24 – Representação cartográfica das áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 28

Figura 25 – Delimitação político administrativa do município de Aripuanã, que corresponde à Área de Influência Regional do Projeto Aripuanã, e demais áreas de influência do empreendimento................................................................................................................................ 29

Figura 26 – Em destaque a bacia do córrego Guaribal e os pontos de coleta para estudos de Recursos Hídricos Superficiais, na área de influência direta do Projeto Aripuanã, município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 30

Figura 27 – Representação cartográfica das áreas de influência do Projeto Aripuanã para os estudos de hidrogeologia.................................................................................................................. 31

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Figura 28 – Carta-imagem da área de influência regional do Projeto, o município de Aripuanã/ MT, com as demais áreas de influência, direta e indireta; e as representações cartográficas das áreas Protegidas, em destaque as Terras Indígenas e suas respectivas distâncias superiores a 10Km da AID do empreendimento.................................................................................................. 32

Figura 29 – Fluxograma de blocos: Cominuição............................................................................. 39

Figura 30 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão)........................................................ 40

Figura 31 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho................................................................ 40

Figura 32 – Circuito de cominuição.................................................................................................. 40

Figura 33 – Balanço hídrico climatológico de Vera-MT, calculado pelo método de Thornthwaite e Mather, para 100 mm de armazenamento...................................................................................... 42

Figura 34 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Vera-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento................................................................... 42

Figura 35 – Evapopluviograma de Vera-MT. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro..................................................................................................................................... 43

Figura 36 – Balanço hídrico climatológico de Sinop-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.................................................................. 44

Figura 37 Curso anual da disponibilidade hídrica de Sinop-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.................................................................. 44

Figura 38 – Evapopluviograma de Sinop-MT. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro...................................................................................................................................... 45

Figura 39 – Balanço hídrico climatológico de Porto Velho-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.................................................................. 46

Figura 40 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Porto Velho-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento............................................................. 46

Figura 41 – Evapopluviograma de Porto Velho-RO. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro.............................................................................................................................. 47

Figura 42 – Balanço hídrico climatológico de Vilhena-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento................................................................... 48

Figura 43 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Vilhena-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento................................................................... 48

Figura 44 – Evapopluviograma de Vilhena-RO. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro...................................................................................................................................... 49

Figura 45 – Dinâmica anual da precipitação pluviométrica de Cotriguaçu para o período de junho a dezembro de 2007 (A) e de janeiro a maio de 2008 (B) em relação aos valores médios mensais obtidos para os municípios de Vera, Sinop, Porto Velho e Vilhena................................... 50

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xi

Figura 46 – Ciclo anual da duração astronômica do dia e do fotoperíodo para o local de interesse, em Aripuanã...................................................................................................................... 51

Figura 47 – Ciclo anual da radiação solar global, considerando os valores teóricos máximos e mínimos possíveis para o local de interesse, em Aripuanã e os dados obtidos da estação automática de Cotriguaçu para o período de 25 de maio de 2007 a 9 de junho de 2008................. 52

Figura 48 – Localização dos pontos amostrados da qualidade do ar, nas áreas de influência do empreendimento. Mineração Dardanelos Ltda. Aripuanã/MT......................................................... 56

Figura 49a- Mapa geológico de detalhe, trend Arex-Ambrex-Babaçu-Massaranduba..................... 58

Figura 49b – Mapa Geológico Regional do Projeto Aripuanã/MT.................................................. 59

Figura 50 – Sumário da estratigrafia regional.................................................................................. 60

Figura 51 - Imagem de satélite (Ikonos) do trend Arex-Ambrex mostrando a localização das sondagens executadas....................................................................................................................... 62

Figura 52 – Secção ilustrativa mostrando a aplicação dos critérios para desenvolvimento da interpretação geológica dos corpos sulfetados Arex-Ambrex (Modelo VHMS).............................. 67

Figura 53 – Mapa Geológico do Alvo Arex, com seções geológicas e furos executados................ 68

Figura 54 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho a mnerazalição Arex............................................................................................................................ 68

Figura 55 – Mapa Geológico do Alvo Ambrex, com seções geológicas e furos executados........... 69

Figura 56 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho o minério Ambrex................................................................................................................................ 69

Figura 57 - Seção ilustrativa com a identificação dos tipos de minério (M1 e M2) em furos do alvo Ambrex. Nos gráficos de barra teores entre 0-10% para M1 (Vermelho = Zn e Cinza = Pb); 0-3% para M2 (Lilás = Cu). Legenda: Minério: MS; DS; Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Rochas Carbonáticas; Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V)................................................... 71

Figura 58 - Seção típica do alvo Ambrex (AB-1186), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V)....................................................................................... 72

Figura 59 - Seção típica do alvo Arex (AR-885), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios: MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V)...................................................................................... 73

Figura 60 – Seção de probabilidade para M1 no alvo Ambrex construída a partir do modelo de blocos KI.......................................................................................................................................... 74

Figura 61 – Sólido 3D do minério M1 e M2 no alvo Arex.............................................................. 75

Figura 62 – Sólido 3D do minério M1 e M2 no alvo Ambrex......................................................... 75

Figura 63 – Mapa Geológico do Alvo Babaçu, com seções geológicas e furos executados............ 76

Figura 64 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho o minério Ambrex................................................................................................................................ 77

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Figura 65- Seção típica do alvo Babaçu (BB-375), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V)....................................................................................... 77

Figura 66 - Perfil de Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 80

Figura 67 - Perfil de Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 80

Figura 68 – Detalhe do Perfil de Latossolo Amarelo Coeso argissólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT........................................................... 84

Figura 69 – Detalhe do Perfil de Latossolo Amarelo Coeso plíntico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 86

Figura 70 – Detalhe do Perfil de Nitossolo Háplico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 88

Figura 71– Detalhe do Perfil 2 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT........................................................... 90

Figura 72 – Detalhe do Perfil 4 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 92

Figura 73 – Detalhe do Perfil 8 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 93

Figura 74 – Detalhe do Perfil de Neossolo Litólico Húmico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 97

Figura 75 - Perfil de Neossolo Litólico Húmico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.................................................................................. 97

Figura 76 – Vista parcial do ambiente onde ocorre Solo Antropogênico, na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT................................................................................. 103

Figura 77 - Perfil de Solo Antropogênico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 104

Figura 78 – Vista geral da paisagem, onde se destacam morros e morrotes residuais emergindo do nível da Depressão. Município de Aripuanã/MT......................................................................... 116

Figura 79 – Vista parcial do conjunto de morros residuais que formam a serra do Expedito. Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 117

Figura 80 – Em primeiro plano vertente de colina média da Depressão e ao fundo, morros residuais coalescentes, formando a serra do Expedito, na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 117

Figura 81 – Em primeiro plano, pastagem plantada e ao fundo morros residuais que fazem parte da serra do Expedito, município de Aripuanã/MT............................................................................ 118

Figura 82 – Pastagem plantada mal manejada em relevo colinoso, que bordeja a serra do 119

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xiii

Expedito (ao fundo). Município de Aripuanã/MT............................................................................

Figura 83 – Foto (a): vista parcial de morros residuais que se coalescem através de grotas e/ou grotões, formando o corpo da serra do Expedito. Foto (b): vista parcial do corpo serrano onde se evidenciam as ondulações dos morros coalescentes. Nota-se que a linha tracejada em cor verde mostra a ondulação dos morros coalescentes, a seta de cor vermelha aponta o local dessa coalescência onde se formam grotões, e a amarela a direção do fluxo principal das águas oriundas dos grotões recobertos por floresta. Área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT................................................................................................................................ 120

Figura 84 – As setas azuis reforçam a direção de fluxo das águas de escoamento superficial em linha de talvegue efêmera preservada pela cobertura vegetal e pela pastagem plantada. Área de influência indireta do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................... 121

Figura 85 – Em destaque na foto, ambiente agradacional associado a fundo de vale aplainado em vertente de colina média. Área de influência indireta do empreendimento, município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 122

Figura 86 – Aspecto de fundo de vale assoreado em relevo colinoso que bordeja a serra do Expedito, resultante de atividade garimpeira pretérita, município de Aripuanã/MT....................... 123

Figura 87 – Vista parcial de pastagem recobrindo bases de vertentes de colinas médias, que bordejam a serra do Expedito (ao fundo), município de Aripuanã/MT............................................ 123

Figura 88 – Localização das estações de coleta e delimitação da área de influência direta (AID) do empreendimento........................................................................................................................... 128

Figura 89- Variação da temperatura da água nos corpos d’água da área de influência da futura

Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11........................................................ 140

Figura 90 – Variação da condutividade elétrica nos corpos d’água superficiais nas áreas de

influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11........................ 141

Figura 91 – Variação do pH nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura

Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11......................................................... 142

Figura 92 – Variação da cor nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11......................................................... 143

Figura 93 – Variação da cor nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura

Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11........................................................ 143

Figura 94 – Variação de sólidos dissolvidos (a) e suspensos (b) nos corpos d’água superficiais

nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.... 143

Figura 95 – Variação da Demanda Química de Oxigênio (DQO) nos corpos d’água superficiais

nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.... 144

Figura 96 – Variação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DQO) nos corpos d’água

superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11..................................................................................................................................... 145

Figura 97 – Variação do oxigênio dissolvido nos corpos d’água superficiais nas áreas de

influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11......................... 145

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xiv

Figura 98 – Variação do NKT e nitrato nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da

futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.............................................. 146

Figura 99 – Variação do fósforo nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11......................................................... 147

Figura 100 – Variação do ferro dissolvido (a) e do alumínio dissolvido (b) nos corpos d’água

superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11..................................................................................................................................... 148

Figura 101 – Variação do manganês total (a) e bário total (b) nos corpos d’água superficiais nas

áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11........... 148

Figura 102 - Variação espaço-temporal da riqueza taxonômica da comunidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011............................................. 156

Figura 103 - Variação espaço-temporal da diversidade taxonômica da comunidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011............... 156

Figura 104 - Variação espaço-temporal da densidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011...................................................................................... 157

Figura 105 – Composição relativa da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011........................................................... 160

Figura 106 – Densidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011................................................................. 161

Figura 107 – Riqueza taxonômica da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011........................................................... 161

Figura 108 – Diversidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011................................................................. 162

Figura 109 - Mapa Geológico simplificado das áreas de interesse do Projeto Aripuanã/MT.......... 166

Figura 110 - Mapa das tipologias aquíferas e litotipos associados da AII, com os respectivos diagramas apresentando as áreas (%) de ocorrência das unidades................................................... 169

Figura 111 - Mapa das tipologias aquíferas e litotipos associados da AID, com os respectivos diagramas apresentando as áreas (%) de ocorrência das unidades................................................... 171

Figura 112 – Mapa da vegetação, e uso dos solos da área de influência indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã/MT”........................................................................................ 176

Figura 113 – Mapa da vegetação, e uso dos solos da área de influência direta do empreendimento “Projeto Aripuanã/MT”......................................................................................... 177

Figura 114 - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, interior de remanescente na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT........................................................... 179

Figura 115 - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, borda de remanescente na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT........................................................... 179

Figura 116 - Aspecto da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras recobrindo os solos das áreas de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT....................................................... 181

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Figura 117 - Detalhe de frutos em ramos de goiaba-de-anta, muito apreciada por vários taxa da fauna silvestre regional. Notam-se folhas também predadas por lagartas. Área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT............................................................... 183

Figura 118 - Contato abrupto entre remanescente de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras com a pastagem, onde as espécies pioneiras, na base da serra, minimizam os efeitos de borda; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.................................. 184

Figura 119 - Vista parcial do justacontal na Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras (cor levemente palha nas copas de muitas árvores, são frutos gerados pela forte sincronia de floração, frutificação em plantas de mesma idade: evento fenológico do tipo boom). Flanco norte da serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT........................................................................................ 184

Figura 120 - Detalhe da serrapilheira associada ao justacontal da serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT................................................................................................................................ 186

Figura 121 - Comparação de duas imagens de satélites de diferentes datas, mostrando o justacontal que se desenvolveu no topo e flanco norte da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 187

Figura 122 - Vista geral de pastagens implantadas na área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT................................................................................. 188

Figura 123 - Pastagens implantadas que dão suporte à criação de gado. Em primeiro plano, Brachiaria humidicula e ao fundo, morrote com Brachiaria brizantha em solo seco; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................. 188

Figura 124 - Em detalhe, Brachiaria arrecta (“tanner grass”) e macrófitas (aguapé), colonizando o espelho d’água e Brachiaria brizantha (brizantão), em solo seco; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT................................................................................. 188

Figura 125 - Aspecto de pastagem plantada em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT............................................................................... 189

Figura 126 - Pastagem plantada e abandonada em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT............................................................................... 189

Figura 127 - Aspecto de pastagens plantadas sem manejo em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT............................................................... 190

Figura 128 - Ambiente agradacional, próximo à Serra do Expedito, assoreado por antigo garimpo, onde se destacam elementos relictuais de Floresta Ciliar, Município de Aripuanã/MT... 190

Figura 129 - Mapa e representação esquemática das transecções e parcelas demarcadas para o levantamento de dados florísticos e estruturais da vegetação arbórea e das palmeiras nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT................................. 193

Figura 130 - Levantamento de dados florísticos e estruturais da vegetação arbórea e das palmeiras nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 194

Figura 131 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAjustacontal, área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 194

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xvi

Figura 132 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAEncosta, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 195

Figura 133 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAPalmeiral, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 196

Figura 134 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAPraia grande, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 196

Figura 135 - Demarcação dos transectos (em amarelo), onde foram realizados os levantamentos das epífitas, sendo P1 na área de influência indireta e P2, P3, P4 e P5 na área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT............................................................................ 200

Figura 136 - Vista parcial de um leito de linha de drenagem perene, próximo ao P5, na base da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)................................... 201

Figura 137 - Em primeiro plano, área degradada por antigo garimpo, próximo ao P2, na depressão da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)........ 201

Figura 138 - Busca e registro de epífitas nos transectos realizados. Área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).................................... 203

Figura 139 - Exemplar de Araceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)............................................................................................................... 203

Figura 140 - Exemplar de Bromeliaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)........................................................................................ 204

Figura 141 - Exemplar de Cactaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)............................................................................................................... 207

Figura 142 - Exemplar de Orchidaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)....................................................................................... 208

Figura 143 - Exemplar de Piperaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)................................................................................................................ 208

Figura 144 - Exemplar de Pteridophyta amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)........................................................................................ 208

Figura 145 - Epífita observada ocupando galhos do dossel no transecto de florística P1, Município de Aripuanã. (Foto: Adarilda P. Benelli)........................................................................ 209

Figura 146 - Epífita observada ocupando o sub-bosque no transecto de florística P2, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)................................................................................... 210

Figura 147 - Epífita observada ocupando o sub-bosque e em tronco caído, no transecto de florística P2, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)............................................ 210

Figura 148 - Pontos amostrados para macrófitas aquáticas, limnologia e qualidade da água nas bacias hidrográficas da região, onde se inserem as áreas de influência do empreendimento da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT............................................................... 212

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Figura 149 - Amostra coletada de macrófita aquática da espécie Egeria cf. densa ou Egeria cf. naja da área de influência direta do Projeto, Município de Aripuanã/MT....................................... 214

Figura 150 - Adensamento populacional da macrófita aquática Nymphoides cf grayana na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT................................... 215

Figura 151 - Macrófitas aquáticas Nymphoides cf grayana (espécime coletada) na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT......................................... 215

Figura 152 - Macrófitas aquáticas Echinodorus cf. longipetalus na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.............................................................. 216

Figura 153 - Várias macrófitas aquáticas, entretanto, com adensamento de Pistia stratiotes L. na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT........................... 216

Figura 154 - Macrófita aquática Pistia stratiotes L. (espécie coletada) na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.............................................................. 217

Figura 155 - Eleocharis cf. acutangula (folhas afiladas) e Pistia stratiodides na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT......................................... 219

Figura 156 - Eleocharis cf. acutangula coletada na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.................................................................................................... 219

Figura 157 - Adensamento da macrófita aquática Eleocharis cf. acutangula coletada na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT........................................ 219

Figura 158 - Localização dos pontos de coleta da ictiofauna em relação as áreas de influência direta e indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., no Município de

Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 220

Figura 159 – Mapa Morfopedológico sobre o qual foram plotadas as principais estruturas que compõem o Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT........................................................................ 233

Figura 160 – Carta de isodeclividade da AID, e em destaque, o detalhe da área onde será implantada a indústria, e um recorte mostrando as áreas de preservação permanente (APP de nascente e curso d’água e de declividade), que serão alteradas pela instalação da planta de beneficiamento do Projeto Aripuanã/MT......................................................................................... 234

Figura 161 – Carta de áreas de preservação permanente (APPs de nascente e de curso d’água, e

de declividade), em relação às estruturas previstas em layout do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 235

Figura 162 - Metodologia adotada para análise dos impactos ambientais no Projeto Aripuanã...... 245

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Página

Quadro 1 – Situação dos Processos Minerários da Mineração Dardanelos Ltda, do Projeto Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 5

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Quadro 3 – Parâmetros do NSR........................................................................................................ 10

Quadro 4 – Custos fixos e variáveis para lavra a céu aberto............................................................ 17

Quadro 5 – Resultados das melhores intersecções nos alvos Arex e Ambrex.................................. 62

Quadro 6 – Quadro Guia de avaliação da aptidão agrícola das terras. Notas: Os algarismos junto aos graus de limitação correspondem aos níveis de viabilidade de melhoramento das condições agrícolas das terras;Terras sem aptidão agrícola para lavouras em geral, devido ao excesso de água no solo, podem ser indicadas para arroz de inundação;Graus de limitações ao uso apresentam letras/símbolos: N – nulo; L – Ligeiro; M – Moderado; F – Forte; MF – Muito Forte; / - Intermediário; (*) No caso de grau forte por susceptibilidade à erosão, o grau de limitação por deficiência de fertilidade não deve ser maior do que o moderado para a classe restrita – 3(a)..................................................................................................................................... 111

Quadro 7 - Superfícies das unidades de mapeamento que representam a cobertura vegetal das áreas de influência direta (AID) e Indireta (AII) do empreendimento. Legenda: FOAp – Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras; VsFOAp – Vegetação secundária de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras; FOAp –Floresta Ombrófila Aberta com Justaconta; Pp – Pastagem plantada; Pd – Pastagem degradada; ADg – Área Degradada por antigo Garimpo, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 180

Quadro 8 - Transectos de observação realizados para levantamento de dados sobre epífitas na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................. 204

Quadro 9 - Espécies de epífitas observadas e amostradas no levantamento das áreas de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.......................................................... 207

Quadro 10 - Espécies de macrófitas encontradas na área de influência direta e indireta da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.............................................................. 215

Quadro 11 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais a serem gerados na fase de instalação do Projeto Aripuanã sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT...................................................................................................... 238

Quadro 12 - Resumo da avaliação de impactos ambientais a serem gerados na fase de operação do Projeto Aripuanã sobre fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................... 238

Quadro 13 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais da fase de desativação do Projeto Aripuanã, sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 240

Quadro 14 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais nas fases de instalação e de desativação do Projeto Aripuanã, sobre a cobertura vegetal da região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 249

Quadro 15 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de

Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 251

Quadro 16 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de operação do 252

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empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de

Aripuanã/MT.....................................................................................................................................

Quadro 17 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Ictiofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de

Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 254

Quadro 18 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Ictiofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de

Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 255

Quadro 19 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Herpetofauna na fase de instalação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.. 258

Quadro 20 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Herpetofauna na fase de operação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. 260

Quadro 21 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 262

Quadro 22 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Extração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT...... 263

Quadro 23 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Mastofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de

Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 265

Quadro 24 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Mastofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de

Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 266

Quadro 25 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais sobre a socioeconomia e o patrimônio histórico cultural, nas fases de instalação, operação e de desativação do Projeto Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 268

Tabela 1– Relação entre solo ideal (i =0, onde (i =N,A,O,E eM) e o solo real (i 0).............. 107

Tabela 2– Grupos e classes de aptidão agrícola e alternativas gerais de utilização............. 109

Tabela 3 – Metodologias de análise de água..................................................................................... 129

Tabela 4 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura 131

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Mineração Dardanelos, abril de 2008........................................................................................

Tabela 5 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, agosto de 2008........................................................................................... 133

Tabela 6 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, dezembro de 2011...................................................................................... 135

Tabela 7 – Resultados dos parâmetros químicos na área de influência direta da futura Mineração Dardanelos (rio Guaribal), abril e agosto de 2008........................................................................... 137

Tabela 8 – Resultados dos parâmetros químicos na área de influência direta da futura Mineração Dardanelos (rio Guaribal), dezembro de 2011................................................................................. 138

Tabela 9 – Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de

influência da futura Mineração Dardanelos, abril de 2008.............................................................. 150

Tabela 10 – Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área

de influência da futura Mineração Dardanelos, agosto de 2008...................................................... 150

Tabela 11– Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, dezembro de 2011................................................ 150

Tabela 12 - Densidade dos organismos fitoplanctônicos, riqueza total, densidade total e específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08..................................................................................................................... 151

Tabela 13 - Densidade dos organismos fitoplanctônicos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura

Mineração Dardanelos em agosto/08................................................................................................ 152

Tabela 14 - Densidade dos fitoplânctos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos, em

dezembro/11...................................................................................................................................... 154

Tabela 15 - Composição taxonômica da comunidade zooplanctônica nos corpos d’água

superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11..................................................................................................................................... 155

Tabela 16 - Densidade da comunidade zooplanctônica nos corpos d’água superficiais nas áreas

de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11................... 158

Tabela 17 - Composição taxonômica, frequência relativa (%), densidade total (ind/m2),

diversidade (bits/ind) e riqueza taxonômica da comunidade de macroinvertebrados bentônicos,

amostrados na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.................... 162

Tabela 18 - Tipologias aquíferas na AII, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas........ 168

Tabela 19 - Tipologias aquíferas na AID, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas....... 170

Tabela 20 - Tipologias aquíferas na ADA, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas 172

Tabela 21 - Estimativas das Reservas anuais Renovável e Explotável das áreas de influência do

Projeto............................................................................................................................................... 177

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Tabela 22 - Características florísticas e fitossociológicas dos quatro levantamentos efetuados nas áreas de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras: FOAjustacontal, FOAEncosta, FOAPalmeiral e FOAPraia Grande, na área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT......... 194

Tabela 23 - Matriz de avaliação de impactos ambientais das fases de implantação e operação do

empreendimento................................................................................................................................ 244

Tabela 24 - Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de desativação do

empreendimento............................................................................................................................... 245

Tabela 25- Impactos ambientais sobre as águas subterrâneas.......................................................... 246

Tabela 26 – Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de implantação do

empreendimento................................................................................................................................ 247

Tabela 27 - Matriz de avaliação de impacto ambientais das fases de operação e fechamento do

Projeto Aripuanã/MT........................................................................................................................ 248

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

1. INTRODUÇÃO

As informações contidas neste documento estão de acordo com o Termo de Referência –

TR emitido aos 08/05/2012 pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente-SEMA/MT, através do

Ofício nº 85522/CM/SUIMIS/2012, respondendo à demanda da Mineração Dardanelos Ltda

(Protocolo nº 135777/2012). Esse TR refere-se à realização de atividade mineral, em uma área

total de 3.640,72ha, requeridas pelo interessado, junto ao Departamento Nacional de Produção

Mineral-DNPM, Processos 866.173/1992, 866.174/1992, 866.569/1992 e 866.570/1992,

localizados no município de Aripuanã/MT, Figura 1.

Figura 1– Carta-imagem localizando as áreas requeridas no DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, e onde também se observa a sede municipal de Aripuanã/MT.

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Assim, dando cumprimento às solicitações contidas no referido TR iniciou-se o processo

de licenciamento ambiental da atividade de extração e beneficiamento de minério polimetálico

sulfetado (Zn, Cu, Pb, Au e Ag), através de EIA/RIMA. E, todos os estudos realizados estão

pautados em legislações pertinentes, ao nível Federal, Estadual e Municipal, como também

foram considerados os Planos e Programas Governamentais e a compatibilidade com o Projeto

Aripuanã, atendendo ainda, os princípios e objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente.

2. INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO

2.1. Dados do Empreendimento

Nome do empreendimento: Projeto Aripuanã

Nome e Razão Social da Empresa responsável: Mineração Dardanelos Ltda

Inscrição Estadual:

CNPJ: 03.686.720/0001-40

Nome do responsável pelo empreendimento: Bruno Yoshida Tomaselli

Representante Legal: Bruno Yoshida Tomaselli

Endereço para correspondência: Setor Comercial Sul, Quadra 1, Bloco 1 Edifício Central, salas

705/707, Asa Sul - Brasília, DF - CEP: 70304-900

Tel.: (61) 3045-0192

Em termos gerais, o Projeto Aripuanã consiste na exploração de dois corpos

mineralizados, Arex e Ambrex. Ambos próximos à superfície e que poderiam ser lavrados a céu

aberto, mas chegam a profundidades superiores a 500m, o que possibilita a lavra subterrânea.

Entretanto, após um estudo comparativo entre realizar uma operação de mina à céu aberto

junto com a subterrânea, com uma outra somente subterrânea, o empreendedor optou apenas pela

subterrânea, pelos menores impactos ambientais e pelo melhor Valor Presente Líquido-VPL.

A reserva final para a mina é de 28 Mt @ 4,3% Zn, 1,6% Pb, 0,3% Cu, 42 g/t Ag e 0,4 g/t

Au, incluindo os recursos inferidos

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De acordo com a logística da exploração da mina ela iniciará pela lavra do Arex e depois

Ambrex. A Figura 2 mostra o sequenciamento do projeto separado por mina e o NSR (Net

Smelter Return) gerado anualmente.

Figura 2 – Sequenciamento da mina de Aripuanã por depósito.

2.2. Histórico do Empreendimento

O Projeto Aripuanã consiste na exploração e beneficiamento de zinco, cobre, chumbo,

ouro e prata, na serra do Expedito, que fica 25km à noroeste da cidade de Aripuanã, cujo

município situa-se na porção noroeste do estado de Mato Grosso e do Brasil.

As pesquisas geológicas começaram em 1993, quando a Votorantim Metais Zinco

assumiu o controle sobre a exploração mineral em 2004, a partir da associação entre as empresas

Anglo American (Anglo) e Karmin Exploration Corporation (Karmin), quando formou a

Mineração Dardanelos Ltda. Desde 2004, esta empresa concentrou seus esforços na sondagem

dos corpos minerais denominados Arex e Ambrex. E, as principais estruturas relacionadas à

mineração e ao beneficiamento do minério, foram consolidadas em um documento denominado

Plano Diretor, em cujo layout geral, Figura 3, destacam: unidade de beneficiamento, pilha de

rejeito, depósito de resíduos, paióis de explosivos/acessórios, e barragem para armazenar água.

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Figura 3 – Layout com a localização das estruturas básicas, que fazem parte do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT.

A produção prevista para o Projeto Aripuanã é de 1,8 Mt/Ano de ROM (produção bruta),

com vida útil mínima prevista para cerca de 15 anos.

Na unidade de beneficiamento do minério do Projeto os processos serão de moagem,

flotação e filtração, com a produção de três tipos de concentrados de cobre, zinco e chumbo, nos

quais também se tem associado ouro e prata. O concentrado de zinco será transportado para o

estado de Minas Gerais, por transporte rodoviário, para posterior refino nas unidades de Três

Marias e/ou Juiz de Fora. O concentrado de chumbo será exportado, e o concentrado de cobre

poderá tanto ser exportado, quanto enviado para outras indústrias brasileiras.

O empreendimento será instalado em região de baixa densidade populacional, na zona

rural do município de Aripuanã/MT, que é ocupada em sua maior parte, por propriedades rurais

de médio e grande portes, sendo que a pecuária e a indústria madeireira se destacam como as

principais atividades da economia local, seguida pelas atividades de pequenas minerações e

garimpos artesanais. Envolve basicamente a bacia do córrego Guaribal, tributário da margem

esquerda do rio Aripuanã, e em menor expressão micro-bacias afluentes do córrego Praia-

Grande, que também é afluente da margem esquerda do rio Aripuanã, e dos córregos Água Suja

e das Pedras, pertencentes à bacia do rio Banco, que por sua vez, também é contribuinte do rio

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Aripuanã, o qual drena a porção de extremo noroeste do Estado de Mato Grosso e pertence à

bacia hidrográfica do rio Amazonas.

O local previsto para implantação da planta de beneficiamento do empreendimento tem

como referência as coordenadas geográficas 10°03’71” de latitude sul e 59°30’56” de longitude

oeste de Greenwich. Na área de influência direta concentrarão todas as estruturas necessárias ao

projeto, mina, barragem para armazenar água, pilha de rejeitos, planta de beneficiamento, etc.

A área do projeto situa-se nos direitos minerários da Mineração Dardanelos Ltda,

processos DNPM, conforme o Quadro 2, para os quais foi solicitado o englobamento de área

aos 16/09/2011, estando atualmente todos esses processos em fase de requerimento de lavra e

com Guia de Utilização, publicada em 27/03/2015.

Quadro 2 – Situação dos Processos Minerários da Mineração Dardanelos Ltda, do Projeto Aripuanã/MT

Processos DNPM 866.173/1992 866.174/1992 866.569/1992 866.570/1992

Superficiários Relevantes

Anglo American, Votorantim Metais Zinco, Mineração Taboco e Gentil

Zanin

Fora da AID do Projeto, nenhum

superficiário relevante

Anglo American, Votorantim Metais

Zinco e Gentil Zanin

Anglo American e Gentil Zanin

Área 1.000,00ha 1.000,00ha 640,72ha 1.000,00ha

Substância Minérios de Ouro,

Prata, Zinco, Chumbo e Cobre

Minérios de Prata, Ouro, Zinco,

Chumbo e Cobre

Minérios de Prata, Ouro, Zinco,

Chumbo e Cobre

Minérios de Prata, Ouro, Zinco,

Chumbo e Cobre Município/

Estado Aripuanã-MT Aripuanã-MT Aripuanã-MT Aripuanã-MT

Data protocolo DNPM

13/03/1992 13/03/1992 14/08/1992 15/08/1992

Alvará de pesquisa

Nº 3.354 de 09/08/1996

Nº 3.355 de 09/08/1996

Nº 1.377 de 08/06/1995

Nº 461 de 15/03/1995

Data apresentação de relatório

final

06/08/1999 06/08/1999 10/02/2003 10/02/2003

Último evento (DNPM)

Guia de Utilização 06/2015 publicada

27/03/2015.

Guia de Utilização 07/2015 publicada

27/03/2015.

Guia de Utilização 08/2015 publicada

27/03/2015.

Guia de Utilização 09/2015 publicada

27/03/2015.

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Todas as estruturas do projeto estão nas propriedades da Mineração Dardanelos ou suas

associadas (Figura 4), com exceção da área das estruturas da planta, barragem de água e pilha de

rejeitos, a qual pertence atualmente ao Sr. Gentil Zanin. A Mineração Dardanelos já possui a

anuência desse proprietário e está em fase de negociação dessa terra.

Figura 4 – Croqui mostrando as estruturas principais do Projeto Aripuanã, em relação aos superficiários definidos na área do empreendimento: 1 – Romero de Souza Queiróz (Anglo American), 2 – Elio Hiron Horikava (Anglo American), 3, 4, 5, 6 – Votorantim Metais Zinco, 7 – Mineração Taboco (Karmin), 8 – Gentil Zanin

As devidas Autorizações dos Superficiários para a Mineração Dardanelos Ltda, bem

como os documentos das propriedades rurais relacionadas ao empreendimento foram

apresentados à SEMA, neste processo de EIA/RIMA.

2.3. Localização e Acesso

A área do Projeto Aripuanã fica na zona rural do município de Aripuanã/MT, cujo acesso

terrestre, partindo de Cuiabá, se faz por uma alternativa viária principal, passando por Juína: de

Cuiabá/Várzea Grande percorre-se um trecho de aproximadamente 590km pela Rodovia Federal

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BR-364, pavimentada. Ao fim do trecho a rodovia tem continuidade na MT-170, pavimentada,

numa extensão de aproximadamente 211km, passando pela cidade de Brasnorte até alcançar a

cidade de Juína. Desse ponto até Aripuanã, passando pela cidade de Castanheira, na MT-420, a

mesma MT-170, encontra-se asfaltada, e só após Castanheira é em leito natural, ambos os

trechos totalizam cerca de 203km, conforme se observa na Figura 5.

Figura 5 – Mapa rodoviário de Mato Grosso, onde pode ser observada a malha viária e o acesso à sede municipal de Aripuanã, localizada na porção extremo noroeste do estado. Fonte: http://mapasblog.blogspot.com.br/2011/12/mapas-do-mato-grosso.html

A área objeto da exploração mineral, que fica cerca de 13km em linha reta da cidade de

Aripuanã, na localidade denominada Serra do Expedito, pode ser acessada, por via terrestre,

através da MT-208, em direção à Conselvam (Figura 6).

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Figura 6 – Recorte de carta-imagem, cujas setas vermelhas estão mostrando o acesso às áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, no município de Aripuanã/MT.

A partir da ponte sobre o rio Aripuanã, adjacente à malha urbana da sede municipal,

percorre-se cerca de 12,5km por essa MT-208 até alcançar um entroncamento, de onde se toma

uma estrada vicinal, que em direção norte, dá acesso à área após percorrer 9,5km, como pode ser

observado no croqui da (Figura 7).

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Figura 7 – Croqui com traçado das vias de acesso ao empreendimento, no município de Aripuanã/MT.

2.4. Recursos Minerais Arex e Ambrex

A configuração final dos realces e desenvolvimentos é mostrada na Figura 8 para Arex e

na Figura 9 para Ambrex.

Figura 8 – Configuração final Arex.

O início do projeto está previsto para Setembro de 2016. As estimativas para preço do metal e

câmbio foram definidas com base em estudos de mercado. E, os valores de recuperação e teores de

concentrado foram definidos de acordo com os resultados obtidos nos ensaios metalúrgicos realizados na

ALS na Austrália e compilados pela Rezende Engenharia.

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Figura 9 – Configuração final Ambrex.

O Quadro 3 mostra todos os parâmetros utilizados para calcular o Net Smelter Return – NSR

(Retorno Líquido da Refinaria). O NSR é estimado para cada bloco considerando o metal pago,

recuperação do metal, deduções de custo de tratamento (TC), custo de refino (RC) e transporte.

Quadro 3 – Parâmetros do NSR.

Parâmetros Concentrado

Zn Pb Cu

Recuperação (%) 85,9 89,7 69,4 / 91,4

Teor do concentrado (%) 53,0 50,8 28,9 / 26,2

Partição do ouro (%) - 37,7 15,8 / 70,3

Partição da Prata (%) 6,8 60,2 17,1 / 84,3

Umidade (%) 10 10 10

Metal pago (%) Paga por 85%

sdm 8 unidades

Paga por 95%

sdm 3 unidades

Paga por 97%

sdm 1 unidade

Dedução do ouro (oz/t) - Paga por 95%

sdm 0,05 oz/t

Paga por 95%

sdm 0,05 oz/t

Deduções da Prata (oz/t) 3,0 oz/t Paga por 95%

sdm 1,6 oz/t

Paga por 95%

sdm 1,6 oz/t

RC ($/lb) - - 0,08

Au RC ($/oz) - 6 6

Ag RC ($/oz) - 0,35 0,4

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Parâmetros Concentrado

Zn Pb Cu

Ag pago após deduções (%) 70 100 100

Preço do metal (US$/ton) 2115 2093 6649

Preço do ouro (US$/oz) 1119

Preço da Prata (US$/oz) 17,2

TC (US$/ t conc) 206 250 80

Frete terrestre (R$/ t conc) 406 424 413

Frete oceânico (R$/ t conc) 155

Royalties também foram incluídos no cálculo do NSR. Este é calculado sobre o valor total do

NSR e inclui royalties do governo (CFEM) de 2% e um adicional de 2% para Arex e 1,5% do Ambrex

para o proprietário anterior do depósito.

Custos operacionais usados para o cálculo da reserva de minério estão listados abaixo e foram

baseados em cálculos preliminares de estudos anteriores.

Custo de lavra subterrânea: R$ 41,2/ t ROM.

Custo de processamento: R$ 28,5/ t alimentada

Custo de G&A: R$ 12,9/ t ROM

Logística: considerado no cálculo do NSR

Royalties: considerado no cálculo do NSR

2.5. Informações Geotécnicas

A empresa de consultoria independente BVP foi contratada para gerenciar e conduzir os

trabalhos de geotecnia do Projeto Aripuanã. Esses estudos orientam o planejamento da lavra

subterrânea. Eles são importantes sob o ponto de vista da estabilidade dos maciços rochosos,

pois haverá alterações de quando se implantar a mina e se extrair as rochas que contiverem

minerais de zinco, cobre, chumbo, ouro e prata. Um resumo das informações geradas pelos

estudos geotécnicos está listado a seguir.

No caso do corpo mineralizado Arex, três zonas principais foram identificadas dentro

desse maciço rochoso: rocha fresca, rocha alterada e solo. A espessura média da porção alterada

é de 41,6m e foi obtido a partir da análise dos furos de sondagem. Existem três principais

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famílias de zonas de fraqueza das rochas, associadas à condição estrutural de foliação1, embora

tenham sido identificadas outras secundárias e um grupo de descontinuidade sem padrão

definido (aleatório). Testes de compressão foram conduzidos sobre 20 amostras obtidas da rocha

fresca, e o resultado mostrou uma baixa variabilidade entre resistência e deformação, sendo, pois

classificada como muito resistente (do tipo R5), apesar de ter sido identificado uma ruptura

mecânica plana, que é crítica e está associada à descontinuidade da rocha, com um mergulho

médio de 41ºNNE. Os estudos geotécnicos indicaram que não há nenhuma instabilidade no

modelo a ser adotado no Projeto Aripuanã, o que indica boas condições geotécnicas para uma

operação subterrânea.

À semelhança do Arex, no Ambrex, também foram identificadas três zonas principais:

rocha fresca, rocha alterada e solo. A espessura média da porção alterada é de 62,3m. Foram

identificadas duas principais famílias de descontinuidades e também duas secundárias. Testes de

compressão em 20 amostras de rocha fresca mostrou uma baixa variabilidade entre resistência e

deformação sendo, pois classificada como muito resistente (do tipo R5). Em relação à rocha

fresca foram observadas condições muito favoráveis para abertura subterrânea. A partir dos

resultados obtidos 89,6% são classificados como classe 1 (não necessita suporte), 10% como

classe 4 (sistema de cabo e concreto projetado) e apenas 0,4% como classe 5 (concreto projetado

reforçado com tela e cabo). Por outro lado, em zonas de rocha alterada, foi verificada uma

condição mais severa de estabilidade que será requerido concreto projetado reforçado com tela e

cabo em algumas zonas com 15cm. Na análise de estabilidade dos realces2 foi interpretado como

favorável para ser utilizado com o método de realces aberto com perfurações longas com 20m de

altura. Para todas as seções não foi observado a ruptura do pilar de sustentação mesmo com uma

espessura de 40m. Os estudos geotécnicos indicaram que não há nenhuma instabilidade no

modelo a ser adotado no Projeto Aripuanã, o que indica boas condições geotécnicas para uma

operação subterrânea.

1 Foliação, é um termo genérico para as estrutura planas que se repetem num maciço rochoso, ao longo da qual a rocha tende a se romper preferencialmente. 2 Realces em mineração significa abertura subterrânea decorrente da lavra, geralmente com dimensões muito maiores que as de uma galeria.

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2.6. Lavra Subterânea: Arex e Ambrex

Na lavra subterrânea dos corpos mineralizados Arex e Ambrex, o empreendedor pretende

retirar a maior quantidade de minério, removendo a mínima quantidade possível de rocha estéril

onde os minérios se alojam. Esse é um desafio que proporcionará alta produtividade em poucas

frentes de lavra.

As seguintes operações resumem o tipo de lavra subterrânea pretendido:

Perfurações a serem realizadas por um equipamento de alcance longo, eletro-hidráulico,

semelhante ao que se observa na Figura 10.

Figura 10 – Fotografia ilustrativa de um modelo de perfuratriz semelhante à que será utilizada no Projeto Aripuanã/MT. Fonte: www.ct.ufrgs.br/laprom/Lavra%20Subterranea%20aula%201.pdf

Carregamento e transporte a ser realizado por pá carregadeira, LHD, de 14t (Figura 11),

controladas por controle remoto, para levar o material até uma gaveta de estoque; e desta,

para caminhões com capacidade de 42t, como na Figura 12, que transportará para fora da

mina, até a superfície.

Figura 11 – Fotografia ilustrativa de carregadeira do tipo LHD, semelhante à que será utilizada para remover o minério após ter sido detonado, no interior das minas subterrâneas Arex e Ambrex, do Projeto Aripuanã/MT. Fonte: www.ct.ufrgs.br/laprom/Lavra%20Subterranea%20aula%201.pdf

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Figura 12 – Fotografia ilustrativa da LHD carregando caminhão no interior de uma mina subterrânea, operação semelhante à que está prevista para o Projeto Aripuanã/MT. Fonte: www.ct.ufrgs.br/laprom/Lavra%20Subterranea%20aula%201.pdf

Suporte de teto para dar estabilidade à mina, sendo de grande importância ao ciclo

de lavra. Parafusos de teto foram escolhidos como suporte com espaçamento de 1,5 x 1,5m e

2,4 a 3,0m de comprimento. Uma malha de aço será também utilizada para dar suporte ao

teto, e cabos serão introduzidos na capa (parte superior) do minério para sua estabilização. A

Figura 13 apenas ilustra como se reforça o pacote rochoso no interior de uma mina.

Figura 13 – Fotografia ilustrativa de dispositivos utilizados no interior de minas subterrâneas para estabilizar os maciços rochosos. Fonte: www.ct.ufrgs.br/laprom/Lavra%20Subterranea%20aula%201.pdf

Enchimento do Arex e Ambrex. Consiste em bombear para dentro dos vazios

gerados pela extração mineral das minas, o backfill cimentado. Isto é, retornar às minas o

máximo possível de rejeitos finais gerados no processo de beneficiamento dos minérios, aos

quais será adicionado cimento para melhor estabiliza-los.

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Ventilação para suprir o oxigênio no subsolo. Haverá renovação contínua do ar, e

a diluição de forma eficaz, de todos os gases inflamáveis e nocivos. Será também, mantido e

operado de forma regular e contínua o nível de poeira, a temperatura, e a umidade relativa do

ar, de forma adequados ao trabalho humano. Assim, haverá entrada de ar fresco para as

minas pelas rampas e saídas de emergência, sendo retornado para a superfície pelas chaminés

de ventilação que conectam todos os níveis subterrâneos. Um exaustor será instalado na saída

da chaminé de ventilação forçando o fluxo de ar pela mina. Ventilação auxiliar será instalada

para redirecionar o ar fresco do circuito principal para as frentes de lavra.

Bombeamento de água para fora das minas, a ser realizado por conjuntos moto-

bombas, que garantam a segurança nas operações.

Considerando modelo de exploração a ser adotado, os principais acessos das minas, Arex

e Ambrex, estão a seguir resumidos:

As rampas principais (embocaduras ou entradas das minas), com inclinação

aproximada de 12%, posicionadas no Arex acima do minério (capa) e no Ambrex, abaixo do

minério (lapa).

As travessas são os desenvolvimentos que conectam a rampa principal com as

galerias de minério.

As galerias de minério são os únicos desenvolvimentos feitos dentro do minério e

são utilizados para transportar o minério detonado, e para haver ventilação na mina.

Saída de emergência é um desenvolvimento vertical que conecta os níveis, e vai

até a superfície, este é equipado com escadas que podem ser utilizadas pelos operários para sair

da mina em caso de emergência.

Travessas de chaminés conectam as saídas de emergência e ventilação, com o

desenvolvimento mais próximo, que pode ser uma rampa ou galeria.

A Figura 14 ilustra uma visão transversal do corpo de minério divido em níveis e

painéis. Enquanto que a Figura 15 ilustra uma visão longitudinal da operação.

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16

Figura 14 – Corte transversal, onde se observa a divisão de níveis e painéis.

Figura 15 – Visão longitudinal do processo de operação, no interior da mina subterrânea.

2.7. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Extração Mineral

A principal alternativa tecnológica relacionada aos processos que envolvem a extração

mineral, diz respeito à opção pela extração de todo o minério através de minas subterrâneas

(Arex e Ambrex). Pois inicialmente havia a possibilidade de lavrar uma pequena parte da

mineralização do Arex através de cava a céu aberto. Mas, um estudo preliminar foi realizado a

fim de definir a profundidade ideal de uma lavra a céu aberto e comparado com uma operação

apenas subterrânea, onde considerou a distância média de transporte, os custos operacionais, a

eficiência máxima dos equipamentos, cálculos de perdas operacionais, etc. O Quadro 4 mostra

os custos fixos e variáveis utilizados na avaliação.

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Quadro 4 – Custos fixos e variáveis para lavra a céu aberto.

Regiões Tipo Custo (US$/t)

Fixo Variável

Zona hidrotermal Minério 1,98 0,1599*DMT

Rocha fresca Estéril 1,72 0,1599*DMT

Rocha intemperizada Estéril 1,34 0,1599*DMT

Além disso, foi utilizado um modelo matemático através de um software de otimização,

ou seja de um sistema computadorizado para o estudo comparativo entre os tipos de exploração e

para checar a melhor opção a ser adotada. Assim esse estudo comparativo entre operar os dois

primeiros anos com uma mina a céu aberto contra uma operação apenas subterrânea, mostrou

que as alternativas são mutuamente exclusivas, ou seja, o resultado mostrou que uma operação

apenas subterrânea é um pouco melhor, com um diferencial no VPL – Valor Presente Líquido de

US$ 7 milhões. Além disso, a operação apenas subterrânea possui o benefício de ter um impacto

ambiental menor. Portanto, foi considerada uma operação subterrânea para todos os corpos de

minério, Arex e Ambrex.

2.8. Alternativas Tecnológicas Relacionadas ao Beneficiamento do Minério

Dentre as alternativas tecnológicas relacionadas ao beneficiamento do minério estão as

análises sobre caracterização e desenvolvimento experimental, que subsidiaram a escolha pelo

processo de flotação, os quais foram conduzidos entre 2005 e 2012.

Os trabalhos em 2005 foram conduzidos pelo Laboratório de Caracterização Tecnológica

(LCT) da Escola Politécnica – Universidade de São Paulo e pelo CT3 da Fundação Gorceix, de

Ouro Preto. Os trabalhos de 2008 e 2009 foram liderados pela GRD/Minproc com execução dos

trabalhos pelo Setor de Tecnologia Mineral da Diretoria de Desenvolvimento e Serviços

Tecnológicos da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC).

Os resultados metalúrgicos da campanha de 2009 foram baseados em teste cíclico não

estabilizado, com estimativas de recuperação assumindo que parte dos metais de produtos

intermediários iria resultar nos respectivos concentrados. Desse modo as estimativas de

recuperações são imprecisas e não aceitáveis para uso em estudos subsequentes de viabilidade,

podendo levar a elevados riscos de não se concretizar. Por outro lado, os teores de concentrados

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são baixos, não comerciais ou de muito difícil comercialização ou tratamento. A análise dessas

campanhas de 2005 a 2009 foi apresentada em relatório técnico pela Rezende Engenharia.

Em 2011 foram realizados trabalhos experimentais para novas rotas tecnológicas no

Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), relativo à biolixiviação, e na Universidade de Alfenas

(UNIFAL), relativo aos processos de separação por meio denso. Finalmente em 2012, após

extensivo trabalho de análise de todas as possibilidades de processo e rotas tecnológicas

alternativas, foi realizado um trabalho de caracterização e testes completos no laboratório da

ALS Ammtec na Austrália, com o intuito de maximizar e aperfeiçoar a rota de processo até então

definida. Esse trabalho contou com a supervisão da Rezende Engenharia e culminou na rota de

processo definida para este projeto.

Já na campanha de 2012, optou-se por refazer todos os estudos metalúrgicos realizados

até o momento, com o intuito de se obter um processo estável e robusto. Os resultados de testes

cíclicos foram estabilizados, as estimativas de recuperação consistentes e, dessa forma, garantem

a sua reprodutibilidade em processamento contínuo em escala industrial. Além disso, os

concentrados obtidos apresentam qualidades comerciais.

2.9. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Disposição dos Rejeitos

Uma alternativa tecnológica considerada de grande importância no Projeto Aripuanã foi a

adoção de uma pilha de rejeitos a seco, ao invés da “tradicional” barragem para contenção de

rejeitos onde se tem água permanente, por serem implantadas em fundos de vales, ou em linhas

de talvegues efêmeras, que são áreas naturalmente vulneráveis à desestabilização ambiental, por

se tratar ao mesmo tempo de um sistema convergente, linear e aberto3. A barragem de rejeitos

tradicional consiste num dique projetado em forma de barragem, que recebe o rejeito gerado na

usina. Esse rejeito, em forma de polpa, possui uma porcentagem de sólidos em torno de 40%,

cujo sobrenadante pode ser reaproveitado na planta.

3 ) Sistema convergente, pois para o fundo de vale se direcionam os movimentos da dinâmica superficial, já que representa o nível de base local para evolução morfodinâmica do relevo; b) sistema linear, porque as linhas de drenagem seguem uma ordem hierárquica de grandeza, de primeira, segunda, terceira ordens e assim sucessivamente; e c) sistema aberto, desde os setores de cabeceira até a foz, e destas, que se ligam à rede de drenagem, formando bacias hidrográficas chegam ao nível de base continental, quando atingem o nível do mar.

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Já a disposição dos rejeitos a seco apresenta as seguintes vantagens quando comparado

com o sistema de disposição tradicional: menor área impactada, maior reaproveitamento da água

de processo, menor risco, controle mais favorável, menores custos de operação e implantação e

descomissionamento (desativação) simplificado. Além desse estudo de opções para a disposição

do rejeito em superfície, está previsto o retorno de parte do rejeito gerado na usina para dentro da

mina, preenchendo os espaços vazios gerados na extração mineral, com esse material. Esse

método é conhecido como backfill. Além de reduzir a quantidade de rejeitos dispostos na

superfície em aproximadamente 50%, esse método de disposição preenche os realces (espaços

vazios) abertos durante a lavra, retomando em parte a estabilidade do maciço e reduzindo os

riscos posteriores de subsidência da superfície (colapso e rebaixamento de terrenos). Muito

provavelmente, o backfill retornado será um material inerte, principalmente pela possibilidade de

adicionar cimento para reduzir a mobilidade, ou imobilizar os sulfetos.

2.10. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Locação das Estruturas

As atividades mineradoras geram volumes de resíduos sólidos, sendo os mais importantes

aqueles gerados na lavra do minério, onde se tem também, a produção de materiais estéreis, e nas

usinas de beneficiamento, os rejeitos. O tratamento e armazenamento tentando minimizar os

custos e impactos ambientais, bem como maximizar a segurança, são uns dos principais

objetivos das mineradoras para cumprir as exigências ambientais e minimizar riscos.

Para o Projeto Aripuanã, em 2007, concebeu-se uma barragem de rejeitos para atender

todo o volume gerado durante a vida útil do empreendimento, ou seja, toda a massa de rejeitos

gerada durante a lavra das jazidas Arex e Ambrex. Assim, dentre os estudos iniciais realizados

pela AMEC o de viabilidade locacional apontou seis áreas potenciais para implantar a barragem.

Em todas essas áreas o conceito de disposição de rejeitos estava baseado na construção de uma

barragem convencional, em talvegue, com uso de geomembrana para impermeabilizar o

reservatório, e canal derivador do rio. A Figura 16 mostra as opções locacionais consideradas no

citado estudo, sendo que a área 5 foi considerada a mais adequada para receber os rejeitos da

mineração. Nesse projeto, ainda considerava a lavra a céu aberto do corpo Arex, e a pilha de

estéril estaria localizada ao sul da cava, e em suas imediações (Figura 17).

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20

Figura 16 – Locações potenciais para a barragem de rejeitos.

Figura 17 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos, cava céu aberto Arex e pilha de estéril.

Na revisão do projeto em 2008, com a GRD/Minproc, optou-se por utilizar uma parte dos

rejeitos gerados como backfill na mina subterrânea, reduzindo o volume e a área da barragem.

Porém, a planta continuava em área de floresta, assim como parte da barragem de rejeitos

(Figura 18).

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Figura 18 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos.

Já em 2012, a Mineração Dardanelos Ltda em consonância com as prerrogativas da

Votorantim Metais, estabeleceu como meta a sustentabilidade ambiental, e por isso um dos

objetivos do Projeto seria minimizar a geração de resíduos, levando à nova concepção de

disposição dos rejeitos gerados pelo empreendimento. Ao invés de disposição em polpa, decidiu-

se pela disposição a seco em pilha, que ocupa menor área e apresenta maior segurança na

operação e desativação do empreendimento.

Na mesma linha, optou-se também pela lavra de todos os corpos por métodos

subterrâneos, permitindo dessa forma minimizar os impactos ambientais, tanto relativo ao

desmate, quanto a disposição dos estéreis em zonas de floresta. Finalizada a revisão do projeto e

confirmada a diminuição da área a ser ocupada pela pilha em substituição à barragem, verificou-

se mais uma oportunidade de melhoria locacional, levando em conta as questões ambientais, em

que foi possível alocar, não somente a pilha, mas também a planta de beneficiamento, em áreas

já antropizadas, áreas estas, que foram todas desmatadas para implantação de pastagens, que dão

suporte à criação extensiva de gado; além de áreas de antigos garimpos na região conhecida

como serra do Expedito. Com a mudança da concepção da disposição de rejeito e consequente

diminuição da área requerida para a pilha, foi possível deslocar a pilha para a região mais

próxima às minas e com isso projetar a planta de beneficiamento para a área anteriormente

escolhida para a barragem, ambas as áreas já antropizadas, sem vegetação e dinamicamente mais

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estáveis, conforme mostra a Figura 19. Levando-se em consideração um empreendimento

situado na Amazônia Legal, essa melhoria é de significativa relevância.

Arex

Ambrex

Barragem Água

Pilha Rejeitos

Planta

51

Figura 19 – Plano diretor do Projeto Aripuanã, com planta a jusante da pilha de rejeitos.

Por fim, com o aumento dos recursos em 2014 e mudança na concepção de abertura das minas,

Arex e Ambrex concomitantes, foi realizada uma nova revisão do plano diretor, mantendo a mesma

concepção do plano de 2012 e apenas invertendo a posição da pilha de rejeitos pela planta industrial,

adicionando uma área de depósito temporal de emergência para os rejeitos e reduzindo a quantidade de

acessos na área, conforme pode ser visto na Erro! Fonte de referência não encontrada..

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23

Figura 19 – Plano diretor do Projeto Aripuanã Final, com planta a montante da pilha de rejeitos, com imagem de satélite ao fundo.

Essas mudanças obtiveram uma significativa vantagem em termos de impacto ambiental em

relação às opções locacionais estudadas em 2008. Fazendo-se disposição em barragem, de maiores

proporções do que a atual pilha de rejeitos, a planta de beneficiamento haveria de ser construída em área

atualmente vegetada, pois a área próxima à mina, sem vegetação, não atende aos requisitos topográficos

para construção de uma planta de beneficiamento, além da eliminação de todos os riscos associados à

implantação, operação e descomissionamento de uma barragem de rejeitos.

Na nova configuração, praticamente não haverá necessidade de desmate para a instalação da pilha

de rejeito, planta industrial e pilha de resíduos mesmo considerando as novas locações. Além da melhoria

em termos de desmate global, outros impactos ambientais negativos também deverão ser minimizados,

tais como a área a ser impermeabilizada, risco na operação e descomissionamento da pilha de rejeitos, o

risco associado à locação da pilha a montante da área de beneficiamento, entre outros relacionados com

transporte de material.

Levando-se em consideração um empreendimento situado na Amazônia Legal, essa melhoria é de

significativa relevância. Além desses pontos citados, a opção pela lavra subterrânea também tem um

impacto positivo e expressivo no empreendimento, tanto visual quanto ambiental.

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3. LAYOUT DO COMPLEXO INDUSTRIAL

O layout geral que representa o Plano Diretor do Projeto Aripuanã mostra que a maior

parte da infra-estrutura básica do empreendimento, encontra-se na bacia do córrego Arrainha,

contribuinte da margem esquerda do córrego Guaribal. E, os corpos mineralizados, Arex e

Ambrex, encontram-se na serra do Expedito, que tem direção geral SE-NW (Figura 20).

Figura 20 – Bacia do córrego Arrainha, com a localização das estruturas básicas do Projeto Aripuanã, e a projeção dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, na serra do Expedito, a qual serve de divisor natural para a rede de drenagem superficial. Município de Aripuanã/MT.

A serra do expedito corresponde ao divisor de águas de duas pequenas bacias: a do

córrego Guaribal (com dois afluentes da margem esquerda nascendo na serra, córregos Arrainha

e Maranhão), e a bacia do córrego Praia Grande; ambos contribuintes da margem esquerda do rio

Aripuanã. Separa também, micro-bacias da porção de extremo oeste da serra, que são

contribuintes dos córregos Água Suja e das Pedras, pertencentes à bacia do rio Branco, que

também, é afluente da margem esquerda do rio Aripuanã.

A área industrial tem 21,82ha, em ambiente já totalmente alterado pela forma de uso e

ocupação dos solos, está em cotas altimétricas entre 150m e 175m, essa diferença de nível de

25m, implica em intervenções que modificam a topografia local pelos cortes/aterros, dependendo

das especificidades de cada componente da estrutura básica do empreendimento.

Ocorre na área industrial uma nascente na cota altimétrica 149m, identificada pelo código

NAR-46, pela empresa Hidrovia Hidrologia e Meio Ambiente Ltda, definida como nascente

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pontual em talvegue encaixado, contribuinte da margem esquerda do córrego Guaribal, em solo

argilo-arenoso amarelo e recoberto por pastagem. Embora ambientalmente já esteja em área

alterada, a sua extinção implica em dano ambiental irreversível.

Para o processo de implantação do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT a Tecnomin

Projetos e Consultoria Ltda elaborou o projeto conceitual das principais estruturas que envolvem

a área industrial e elaborou um documento onde se tem todo o planejamento operacional, que

permite gerenciar a exequibilidade de todos os projetos que envolvem diferentes áreas do

conhecimento técnico-científico e político-administrativo.

De acordo com o memorial descritivo elaborado pela Tecnomin Projetos e Consultoria

Ltda, na concepção do projeto arquitetônico das edificações administrativas e de apoio industrial

foi levado em consideração todas as leis e regulamentações a elas inerentes, dentre as quais se

destacam: NR 8 – Edificações; NR 17 – Ergonomia; NR 18 – Condições e Meio Ambiente de

Trabalho na Indústria da Construção; NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;

NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; NBR 13532 – Elaboração

de Projetos de Edificações – Arquitetura; e NBR 6492 – Representação de Projetos de

Arquitetura.

O projeto foi baseado no efetivo de 540 pessoas, sendo que 320 na área da Mina e 220 na

área do site. Em função desses números, foram definidas as dimensões das edificações. As

edificações foram pré-dimensionadas de maneira modular, a fim de facilitar a interface entre a

“arquitetura” e a estrutura, enfatizando o custo da obra. As áreas administrativas contemplam

instalações para deficientes físicos, conforme é solicitado por normas. Porém, poderão ocorrer

mudanças ou complementações no decorrer do desenvolvimento do projeto básico, assim as

quantidades previstas na planilha poderão sofrer alterações, para mais ou para menos.

A área administrativa deverá ser composta das seguintes estruturas físicas:

Portaria

Apoio aos motoristas

Controle de Balança

Escritório administrativo

Restaurante

Vestiário / Terminal Rodoviário

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Posto Médico

Almoxarifado

Depósito de Produtos Químicos

Laboratório

Galpão de Testemunho

Haverão ainda, instalações de apoio industrial, constando dos seguintes elementos:

Subestação Principal de Energia Elétrica

Subestações Secundárias de Energia Elétrica

Escritório da Oficina de Manutenção

Oficina da Calderaria

Sala dos Compressores

Sala dos Sopradores

Lavagem de Veículos

Oficina de Manutenção Industrial

No caso específico da área do depósito de rejeitos, as principais estruturas foram

concebidas pela empresa BVP Engenharia/Anddes. Nesse projeto também foram incluídas

atividades operacionais, como desmatamento da vegetação, remoção de material inadequado,

instalação do sistema de subdrenagem, nivelamento da superfície, instalação do sistema de

revestimento, instalação do sistema de coleta de águas residuais, e de ponds de subdrenagem e de

efluentes. É ainda parte integrante do projeto, o caminho perimetral, e o sistema de coleta de

águas superficiais com sua descarga no pond de raincoat (Figura 21).

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Figura 21 – Croqui esquemático da configuração da pilha de rejeitos sobre carta-imagem.

O depósito foi dimensionado para a disposição de rejeitos filtrados ("secos") gerados na

usina de flotação, e processados na planta de filtração. Esse depósito se localiza em vertentes de

colinas amplas, cujos terrenos pouco declivosos são recortados por dois cursos d’água, situados

nas poções norte, leste e sul, e que praticamente funcionam como elementos delimitadores da

área de depósito de rejeito a seco com cerca de 27,3ha. A configuração do empilhamento

proposto considera uma altura máxima de aproximadamente 57m acima da superfície revestida

com geomembrana, cada camada de rejeito seco será de 6m de altura média, com talude de

camada de 1H:1V, feita com bermas de 12m de comprimento, levando com esta configuração

uma inclinação de 3H:1V. E, a capacidade total do empilhamento é de 11,3Mt, o que é

equivalente a 5,1 milhões de metros cúbicos de rejeitos secos.

Também faz parte das estruturas do empreendimento a implantação de uma barragem de

terra compactada no córrego Arrainha, para armazenar água. Esse projeto foi concebido pela

empresa BVP Engenharia Ltda, a qual realizou também outros estudos necessários à sua

consolidação. Um, sobre a geologia e geotecnia da área que envolve as estruturas da barragem, e

outro, sobre o balanço hídrico4 que permite prognosticar o volume de água mantido pela

4 Balanço hídrico é a quantificação matemática do quanto de água entra e sai em uma certa área, num determinado intervalo de tempo. Para seu cálculo são considerados vários parâmetros, tais como, climáticos (quanto chove e quanto evapora), solos (quanto infiltra, e quanto escoa), cobertura vegetal (quanto as folhas evapotranspiram), a

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estrutura da barragem. De acordo com a BVP, a barragem de captação e armazenamento de água

deverá atender à demanda do processo de beneficiamento mineral e em menor expressão outras

demandas hídricas (abastecimento humano, lavagem do pátio industrial, controle de emissões

atmosféricas, etc.). Conforme o balanço hídrico, o volume inicial previsto de água que deverá ser

captado da barragem é de aproximadamente 371m³/h para alimentação da planta industrial, já

que a reutilização integral das águas servidas é operacionalmente prejudicada devido às perdas

de processo (por evaporação, pontos de fugas, etc.).

Um outro elemento importante da infraestrutura básica do empreendimento é a área destinada a

implantação de depósito de resíduos (Figura 22), localizada na porção sul da planta produtiva, em

ambiente já praticamente todo alterado por pastagem plantada.

Figura 22 – Croqui esquemático em recorte de carta-imagem, mostrando a área quase toda alterada por pastagem onde será instalado o depósito de resíduos (seta vermelha), localizado no interflúvio de dois contribuintes da margem direita do córrego Arrainha.

A área desse depósito de resíduos envolve uma superfície da ordem de 16ha, e, o pouco

remanescente de vegetação que recobre a porção norte dela, corresponde ao sistema secundário

de Floresta, com superfície de 1,20ha, que deverá ser removido juntamente com toda a pastagem,

necessidade de água prevista para ser armazenada no reservatório formado pelo barramento, entre outros. O balanço hídrico é importante na construção de barragem principalmente para garantir o armazenamento de água, isto é para não se ter falta de água; e para calcular o vertedouro, por onde o excesso de água deverá passar, isto é, para que o excedente de água não comprometa a estrutura da barragem, e não provoque seu rompimento.

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para se proceder a terraplenagem, de maneira se ter terrenos bem estabilizados topograficamente,

em conformidade com as normas técnicas e legislação vigente.

Outras duas estruturas importantes para a operacionalização e funcionamento adequado

do empreendimento correspondem aos paios de explosivos e espoletas; e ao posto de

combustível para abastecimento. A área destinada aos paióis de explosivos e acessórios

encontra-se no flanco sul da serra do Expedito, e em situação topográfica favorável (Figura 23).

Para determinação da localização do paiol de explosivo e paiol de acessórios do projeto

Aripuanã, foram respeitadas todas as determinações dispostas no Regulamento para a

fiscalização de Produtos Controlados (R-105), em destaque os capítulos IV e V, que se referem

aos Depósitos e sua construção, respectivamente. Já o posto de combustível para abastecimento

será implantado em parceria com a empresa Petrobras, a qual ficará responsável pela concepção

e implantação de seus elementos constituintes, como também, pelo devido licenciamento,

conforme determina a legislação vigente.

Figura 23 – Recorte do layout do plano diretor sobre carta-imagem, mostrando o contorno do Ambrex (em rosa) e a posição prevista para os paióis de explosivos e acessórios (números 1 e 2).

4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

A premissa básica utilizada na definição de critérios que fundamentaram a delimitação de

áreas de influência para os estudos de meio físico, biótico, sócio-econômico, e arqueológico, foi

o “fato geomorfológico” representado pela serra do Expedito, cujas áreas requeridas junto ao

DNPM, abrangem o corpo serrano das minas Arex e Ambrex. Assim, as micro-bacias e as bacias

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hidrográficas5 desenvolvidas a partir dos conjuntos de morros que formam essa serra foram

considerados como critério fundamental na definição das áreas de influência empreendimento;

como também, a abrangência das intervenções de superfície e de subsuperfície. E, para a maioria

dos estudos realizados a Área de Influência Direta (AID, com 1.341,1124ha, Figura 24), é

formada por contribuintes da porção superior da bacia do córrego Guaribal, afluente da margem

esquerda do rio Aripuanã, pois é nela que ocorrerão as intervenções do Projeto Aripuanã.

Figura 24 – Representação cartográfica das áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto Aripuanã/MT.

5 Entende-se por micro-bacia as linhas de talvegue de primeira ordem. O conceito de bacia hidrográfica é mundialmente reconhecido e consolidado como unidade fundamental de planejamento do espaço geográfico e de desenvolvimento de processos ecológicos porque garante visão sistêmica do território; sendo por conseguinte, referência também, na política e legislação nacional de meio ambiente, a exemplo, do Art5º da Resolução Conama 001/86; ou o Art 1º item 5 da Lei Federal 9.433/97.

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A Área de Influência Indireta (AII, Figura 25) tem como limites a rede hidrográfica que

envolve os terços superiores das bacias dos córregos Guaribal e Praia Grande, e, em menor

expressão, as micro-bacias da porção de extremo oeste da serra do Expedito, formadoras dos

córregos Água Suja e das Pedras, que fazem parte da bacia do rio Branco, também afluente da

margem esquerda do rio Aripuanã; e, englobam ainda, as áreas requeridas no DNPM pela

Mineração Dardanelos Ltda para a exploração mineral, tendo, por conseguinte, tem configuração

de um polígono com área de 6.755,9426ha. Já para os estudos sócio-econômicos, e

arqueológicos, e até mesmo do meio biótico, que levaram em conta trabalhos realizados

anteriormente nessa região, bem como as informações de fontes secundárias, tem a delimitação

político-administrativa do Município de Aripuanã (903.357km²), sendo então considerada, Área

de Influência Regional para o Projeto Aripuanã (Figura 25).

Figura 25 – Delimitação político administrativa do município de Aripuanã, que corresponde à Área de Influência Regional do Projeto Aripuanã, e demais áreas de influência do empreendimento.

Para os estudos que envolvem o tema “Recursos Hídricos Superficiais”, visando

principalmente subsidiar o controle e a análise futura da qualidade das águas, adotou-se como

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AID toda a bacia do córrego Guaribal, e três outros pontos de coleta e monitoramento das águas

nos córregos Praia Grande, Água Suja e das Pedras, como pode ser verificado na Figura 26.

Figura 26 – Em destaque a bacia do córrego Guaribal e os pontos de coleta para estudos de Recursos Hídricos Superficiais, na área de influência direta do Projeto Aripuanã, município de Aripuanã/MT.

Para os estudos de hidrogeologia, pequenas variações nos limites das áreas de influência,

foram necessárias (Figura 27), pois além de considerar a bacia hidrográfica relacionada à

abrangência dos impactos, a caracterização hidrogeológica, a classificação de parâmetros

hidráulicos e a identificação de unidades aqüíferas, não aqüíferas e aqüíferos pobres, foram

levados em consideração as seguintes definições: a) Área Diretamente Afetada – ADA, aquela a

ser ocupada pelo empreendimento propriamente dito, envolvendo as estruturas do Plano Diretor.

b) Área de Influência Direta – AID, compreende superfícies das bacias sujeitas aos efeitos

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diretos da implantação e operação do empreendimento, a bacia do córrego Arrainha, e uma

pequena parte das bacias dos córregos Maranhão e Praia Grande. c) Área de Influência Indireta –

AII envolve a porção superior da bacia do córrego Guaribal, afluente da margem esquerda do rio

Aripuanã, que corresponde à superfície onde haverá as intervenções do Projeto Aripuanã e é

coincidente com a Área de Influência Direta dos demais estudos de meio físico.

Figura 27 – Representação cartográfica das áreas de influência do Projeto Aripuanã para os estudos de hidrogeologia.

4.1. A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação às Áreas Protegidas

A Figura 28 mostra em carta-imagem o município de Aripuanã/MT, com as áreas de

influência direta e indireta do Projeto; e a representação cartográfica delas em relação às áreas

Protegidas. A área de influência direta do empreendimento encontra-se a 10,650Km da Terra

Indígena - TI Arara do Rio Branco e a 10,111Km da TI - Aripuanã, como pode ser verificado na

Figura 28; estando por conseguinte fora dos 10Km previstos em lei, que funciona como zona de

amortecimento ao entorno de áreas protegidas.

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Figura 28 – Carta-imagem da área de influência regional do Projeto, o município de Aripuanã/MT, com as demais áreas de influência, direta e indireta; e as representações cartográficas das áreas Protegidas, em destaque as Terras Indígenas e suas respectivas distâncias superiores a 10Km da AID do empreendimento.

4.2. Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação aos Fatores Ambientais

Afetados

4.2.1. Fase de Pesquisa Mineral

Como é comum no setor de mineração, a pesquisa mineral realizada pela Mineração

Dardanelos Ltda em várias etapas. Através de Licença de Operação Provisória - LOP, a empresa

estabeleceu compromisso, junto à SEMA/MT, de recuperar as áreas degradadas após a conclusão

das sondagens; como também, de recuperar a Cava do Expedito, porque foi exigência do Órgão

Ambiental. Para ambos os compromissos foram concebidos Planos de Recuperação de Áreas

Degradadas, os quais foram executados entre 2008 e 2011.

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As áreas alteradas pelas intervenções da pesquisa foram, praças de sondagens, vias de

acesso e escavações para armazenamento de água utilizada nas sondagens, denominadas

“piscinas” pelos trabalhadores envolvidos na atividade. Além dessas áreas, há ainda trilhas e

picadas por onde passaram encanamentos de água, que ligavam as piscinas às praças de

sondagem, bem como estruturas físicas que disciplinam e conduzem excedentes hídricos

(camalhões, lombadas, retentores, bueiros, etc.).

Especificamente no caso da Cava do Expedito, ela foi detalhadamente caracterizada,

descrita e avaliada para a prescrição das ações de recuperação de quando foi concebido o PRAD

em 2008. Nos levantamentos de campo realizados entre julho e outubro de 2011, foram

verificadas, in loco, os resultados alcançados após a realização das ações de PRAD, que

conduzirão à cicatrização desse ambiente que é muito vulnerável a diferentes processos erosivos,

foram apresentados em um Relatório Técnico6, onde se mostrou a situação final dos ambientes

após a pesquisa mineral, e as atividades corretivas e/ou preventivas que maximizam as ações de

recuperação.

4.2.2. Fase de Implantação do Empreendimento

Conforme o Plano Diretor, na implantação do empreendimento, as principais estruturas

que lhe darão suporte, deverão estar em ambiente já alterado pela atividade pecuária, onde se tem

pastagem plantada, que na maioria está degradada. Entretanto, a região é de Floresta Ombrófila,

e tem vocação natural para exploração florestal.

Já na estrutura da serra do Expedito, onde se tem os corpos mineralizados Arex e

Ambrex, a vegetação natural de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras é predominante,

apesar de não raras vezes, se tratar de sistema secundário em diferentes estágios de sucessão,

porque também, foram alterados em diferentes épocas, e com diferentes finalidades, por antigos

garimpos, pela pesquisa mineral empresarial, e até mesmo, pelos eventos naturais, como fortes

ventos, raios, etc, que formam clareiras.

6 “Relatório descritivo da situação atual de áreas integrantes do processo SEMA Nº 305.756/2007”, cujo Plano de Recuperação das Áreas Degradadas – PRAD fora concebido em 2007 (processo SEMA/MT nº 305.756/2007), e implementado entre 2008 e 2011 (processo SEMA/MT nº 766203/2011).

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Nesse sentido, os principais fatores ambientais que serão afetados no processo de

implantação do complexo industrial estão a seguir elencados:

a) Topografia: terrenos serão nivelados para atender às normas técnicas construtivas da

indústria, e das demais estruturas e obras que lhe darão apoio (barragem de água; pilha de

rejeitos; estradas; ponds para coleta e armazenamento de água e/ou efluentes; oficina; escritório;

balança; refeitório; vestiário; etc.). No corpo da serra onde será implantado o emboque das

minas, Arex e Ambrex, também terá alteração na topografia, inclusive para implantar a estrada

que as ligam; as praças de ventilação e seus acessos; dentre outras. Haverá ainda, alterações

topográficas, onde serão implantados os paióis de explosivos e de acessórios.

b) Ar: serão alterados os níveis de ruído na implantação do empreendimento. Como

também, é fato que em determinados locais haverá emissão de particulados, pois no processo

construtivo haverá movimentos de máquinas e equipamentos, cortes/aterros, para implantação de

emboques das minas, de estradas, de área de depósito de rejeitos, de resíduos, etc., que gerarão

principalmente poeira.

c) Solo: na implantação das estruturas construtivas, e principalmente onde houver cortes,

aterros e nivelamento de superfícies, haverá remoção de camadas de solos inclusive as superiores

que são formadas por materiais orgânicos, que sob o ponto de vista da engenharia são

inadequados para estabilizar terrenos. Também, haverá remoção de pacotes de coberturas

pedológicas, de acordo com estudos de geologia-geotecnia, para a implantar importantes

estruturas, como barragem para armazenar água, fundo do lago formado pelo barramento do

córrego Arrainha, base do depósito de pilha de rejeitos, etc.

d) Rochas: para acessar os corpos mineralizados de Arex/Ambrex, e para implantar a

barragem de água, e mesmo a pilha de rejeitos, haverá remoção de rochas sãs e intemperizadas.

Embora se tenha previsto um depósito de resíduos para armazenar esses materiais, eles ali

permanecerão temporariamente, até que sejam reutilizados em outras ações construtivas, seja em

estruturas que compõem o Projeto Aripuanã, seja no retorno, para preenchimento das minas.

e) Águas superficiais e subterrâneas: tendo em vista que na região o período seco é pouco

expressivo, as chuvas poderão gerar alterações na qualidade de águas superficiais de quando

forem realizados serviços de terraplenagem, carreando sedimentos de setores topograficamente

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37

mais elevados para as bases das vertentes, inclusive para fundos de vales. Na implantação da

área industrial haverá extinção de uma nascente, identificada pela empresa Hidrovia Hidrologia e

Meio Ambiente Ltda, pelo código NAR-46. Outras obras, como estradas, caso do flanco sul da

serra do Expedito implantada ligando os emboques das minas Arex/Ambrex à rede viária da

região, poderão provocar alterações no sistema natural de escoamento das águas através de

ravinas/grotas e grotões, e em olhos d’água, ainda que efêmeros ou temporários. Por isso deverá

ser implantado um sistema eficiente de drenagem, com obras de engenharia específicas para

disciplinar o escoamento dos excedentes hídricos.

f) Flora: haverá a remoção da cobertura vegetal no processo de implantação das estruturas

que compõem o Projeto Aripuanã. Embora a maior parte do Complexo Industrial esteja em

ambiente de pastagem plantada, em certos locais ainda existem remanescentes de Floresta

Ombrófila Aberta com palmeiras, apesar de boa parte se tratar de sistemas secundários. Para

essas áreas de vegetação nativa, serão realizados Planos de Exploração Florestal – PEFs, e

tomados os devidos cuidados para minimizar os efeitos da remoção da vegetação, pois ela

desempenha papel preponderante na proteção dos terrenos, contra a ação erosiva das chuvas,

notadamente em áreas muito inclinadas, como é a topografia da serra do Expedito.

g) Fauna: a remoção da cobertura vegetal gera modificações ambientais para vários taxa

da fauna silvestre, principalmente pela perda de habitat. No caso do Projeto Aripuanã, a serra do

Expedito é recoberta por vegetação natural, e por sistemas secundários de Floresta Ombrófila

Aberta com palmeiras, e, por conseguinte, tem-se um “caminho natural” para locomoção da

fauna silvestre, servindo-lhes também, como abrigo e fonte de alimentos e água. A presença de

pessoas, a movimentação de máquinas, equipamentos etc., por si só causarão impactos à fauna

regional, expulsando-a, ainda que temporariamente, dessas áreas de intervenção. Por outro lado,

a criação do lago artificial resultante do barramento do córrego Arrainha, alterará as condições

ambientais para as comunidades aquáticas.

4.2.3. Fase de Operação do Empreendimento

Três aspectos são preponderantes na fase de operação do empreendimento, a remoção

gradual dos corpos mineralizados da serra do Expedito; o seu beneficiamento na indústria por

processos químicos (flotação); e o transporte dos concentrados. Deles, resultarão: a geração de

materiais de diferentes tipologias, cujos principais destacam-se: estéril (irá para o depósito de

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38

resíduos, enquanto não for reutilizado no próprio Projeto), rejeitos (parte irá para a pilha de

rejeitos a seco e parte retornará para preencher vazios nas minas), efluentes e águas residuárias

(irão para os ponds), poeiras (necessitará de medidas de controle), e para os concentrados de

minério realizou-se estudos de logística para sua destinação através do transporte rodoviário para

fora de Mato Grosso, entre outros. Considerando tais aspectos, os principais fatores ambientais

que serão afetados dizem respeito às alterações que poderão ocorrer sobre as águas, ar, rochas,

solos, flora e fauna.

a) Águas superficiais e subterrâneas: serão utilizadas no processo de beneficiamento do

minério. Para reposição dos volumes necessários serão utilizadas as águas da barragem, e das

próprias minas na medida em que avançar as frentes de lavra no Arex e Ambrex. Como será

adotado um sistema de recirculação de águas e de controle de efluentes, a eficiência do processo

de reuso dessas águas dependerá da eficácia do sistema adotado. Serão construídos ponds de

coleta e armazenamento para as águas e para os efluentes, e sistemas de tratamento a eles

associados, de modo que nenhuma água saia sem controle, e toda a água do Projeto seja

recirculada, para evitar inclusive a drenagem ácida potencial da mina e da planta de

beneficiamento. Por outro lado, as águas das chuvas de toda a área do Projeto, deverão ser

controladas por um sistema de drenagem eficiente, sendo os excedentes hídricos devidamente

conduzidos até os fundos de vales.

b) Ar: além das alterações de níveis de ruídos, haverá emissão de particulados, pois

haverá movimentos de máquinas e equipamentos, como no caso de estradas, áreas de depósito de

rejeitos, de resíduos, minas, etc. No interior das minas, haverá alterações na qualidade do ar. O ar

impuro gerado por detonações e pela própria operação será constantemente renovado através do

sistema de ventilação concebido para o Projeto.

c) Rochas: sendo condição sine qua non a extração mineral dos corpos Arex/Ambrex,

haverá a remoção de litologias hospedeiras e de rochas mineralizadas, alterando a estrutura do

pacote rochoso do interior da serra do Expedito. Embora tenha sido prevista a adoção de um

sistema de reutilização dos materiais estéreis e rejeitos (rock / backfill), para preencher vazios

nas minas subterrâneas e minimizar tais alterações, haverão pontos onde os vazios permanecerão

com ar, e com o tempo serão preenchidos com água percolada no pacote residual, após a

desativação das minas.

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39

d) Solos: as áreas de entorno das estruturas que formam o Projeto Aripuanã poderão ser

afetadas por desenvolvimento de processos erosivos, provocando carreamento de camadas dos

solos, como nas áreas marginais das estradas, entorno dos depósitos de rejeitos e resíduos,

barragem, etc. Porquanto, haverá um plano executivo de prevenção e controle de processos

erosivos, bem como a implantação de sistemas eficientes de drenagem de excedentes hídricos.

e) Flora: como existirão remanescentes florestais, principalmente na serra do Expedito,

esses ambientes vegetados funcionarão como fonte de fornecimento de sementes e propágulos,

resultando em permanente alteração nas áreas de controle específico, como o caso da área de

depósito de rejeitos a seco, que só após a desativação do empreendimento poderá ser revegetada,

mas não com espécies florestais. Também em estruturas e obras de engenharia onde é comum se

instalarem espécies de figueiras (Ficus sp.), estas podem causar danos principalmente pelo

sistema radicular, sendo, por conseguinte, necessário permanente acompanhamento e manejo.

f) Fauna: a fauna silvestre aos poucos se ajustará às mudanças ocorridas no ambiente,

principalmente com relação às detonações na mina. Entretanto, não poderão ter mais livre acesso

a determinados locais do Projeto, como por exemplo, na infraestrutura básica que compõe o

empreendimento. Além disso, alguns taxa da fauna regional serão mais afetados que outros.

4.2.4. Fase de Desativação do Empreendimento

Na fase de desativação do empreendimento, haverá duas situações muito diferentes em

relação aos fatores ambientais afetados. Uma, se refere aos ambientes do corpo serrano por causa

das alterações das características originais do relevo, do comportamento hídrico, e da estrutura

geológica. E a outra, diz respeito aos ambientes relacionados às estruturas básicas que formam o

complexo industrial, por causa das alterações topográficas, das remoções de solos, das mudanças

no escoamento natural das águas, e implantação das instalações físicas e obras de engenharia,

que resultam na modificação radical da paisagem natural. Assim, os principais fatores ambientais

que serão afetados na fase de desativação do empreendimento estão a seguir referidos.

a) Águas superficiais e subterrâneas: nascentes e olhos d’água extintas temporariamente

no corpo da serra do Expedito, reaparecerão paulatinamente; outras, poderão ser extintas; e

ainda, novas nascentes e olhos d’água poderão surgir. O lago formado pelo barramento poderá

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40

ter outro uso na propriedade rural. Há um potencial de drenagem ácida na mina e pilha de

rejeitos que deverá ser controlado / monitorado.

b) Relevo e topografia: as alterações das características do relevo e da topografia dos

terrenos de várias áreas poderão permanecer modificadas. O importante é buscar a estabilidade

das áreas para evitar processos erosivos e assoreamentos após desmobilizar as estruturas, caso

das construções que fazem parte da infraestrutura básica do empreendimento (indústria, balança,

oficinas, escritórios, refeitório, vestiário, etc.). A área de depósito de resíduos será reafeiçoada,

porque os materiais nela depositados serão reutilizados no empreendimento ou retornados às

minas, na medida em que as frentes de lavra avançarem até a desativação.

c) Solos: tendo em vista que muitas áreas serão recuperadas após a desativação da mina,

haverá necessidade de reposição de camadas superficiais de solos, para as atividades de PRAD.

A remoção de entulhos gerados no processo de demolição das edificações resultará na exposição

de solos que serão fontes potenciais de sólidos sedimentáveis, os quais poderão ser carreados

para corpos d’água, comprometendo sua qualidade. Os solos que ainda estiverem estocados

poderão ser utilizados, mas provavelmente haverá necessidade de buscar material alóctone.

d) Rochas: após a desativação das minas Arex e Ambrex, e mesmo que sejam adotadas

técnicas de retorno de materiais (rock / backfill), a estrutura rochosa da serra estará alterada.

e) Flora: a revegetação no processo de desativação da mina será compatível com as

exigências de cada local. Na pilha de rejeitos, por exemplo, após as técnicas para seu lacramento

(uso de geomembrana, etc.), deverá ser revegetada, devendo, por conseguinte, ser monitoradas,

pois nos ambientes de entorno, ainda existirão remanescentes de Floresta Ombrófila Aberta com

palmeiras, que servirá como fonte de sementes e propágulos.

f) Fauna: após a desativação das minas, a fauna silvestre aos poucos se ajustará às

alterações ocorridas nos ambientes, que também estará em processo de recuperação.

g) Sócio econômicos: com a desativação do empreendimento, e a dispensa de mão de

obra regional envolvida, o desemprego resultará em novas demandas à jurisdição municipal, que

deverá ter orientações pelos planos/programas de descomissionamento da mina, em parceria com

o poder público municipal. Haverá também, mudanças no setor comercial da cidade de

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41

Aripuanã; e no setor de habitação, pois haverá saída de pessoas de outras regiões, que

permaneceram durante a vida útil do empreendimento.

5. PROCESSO DE BENEFICIAMENTO

A alimentação prevista é de 1,2 milhões de toneladas por ano, ou aproximadamente 152,2

t/h alimentados à planta de moagem e flotação, considerando uma eficiência operacional de 90%.

Os fluxogramas e balanços de massa apresentados foram elaborados considerando uma

planta de tratamento de minério para recuperação de cobre, chumbo e zinco através de britagem

primária, moagem SAG seguida de moagem de bolas, flotação sequencial desses metais com

pré-flotação de talco no caso do minério stratabound7 e flotação simples de cobre no caso do

minério stringer8. Em todos os casos é prevista a remoagem de todo ou parte dos concentrados

roughers. O circuito de flotação de cada etapa de recuperação do metal (cobre, chumbo e zinco)

é bastante similar, consistindo de uma etapa rougher, remoagem e limpeza. Os fluxogramas de

blocos apresentado a seguir representam um resumo das operações unitárias da planta de

processo (Figuras 29, 30 e 31). E, a Figura 32 apresenta um esquemático do circuito de

cominuição.

Figura 29 – Fluxograma de blocos: Cominuição.

7 Stratabound: termo utilizado para indicar determinado depósito mineral que se encontra limitado a uma determinada camada ou estrato sedimentar. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S) 8 Stringer: termo utilizado para se refereir a veio estreito ou filamento irregular de substância mineral atravessando uma massa rochosa. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S).

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42

Cominuição Pre-Rougher

Remoagem

Rougher

CleanerPre-Cleaner

Recleaner

CleanerScavenger

Final Con 1

Final Con 2

Final Con 3

Con Con

Con Con

Con

Rejeito/ Próxima Etapa

Con

Flotação talco

Rejeito talco

Figura 30 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão).

Figura 31 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho.

Figura 32 – Circuito de cominuição.

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43

6. CLIMA E CONDIÇÕES METEREOLÓGICAS

O município de Aripuanã não tem estação climatológica de superfície convencional, ou

mesmo automática, da rede de estações do Instituto Nacional e Meteorologia (INMET). Para o

Estado de Mato Grosso, o Banco de Dados Climáticos do Brasil, disponibilizado pela Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e que toma como base os dados originais do

INMET, conta com informações baseadas em séries históricas apenas para os municípios de

Vera, Comodoro, Cuiabá, Cáceres, Diamantino e Nortelândia.

Considerando as coordenadas geográficas da área de estudo (latitude 10°00’ S e longitude

59°29’ W), foram escolhidos alguns municípios cuja proximidade foi maior e dos quais se dispõe

de séries históricas de dados climatológicos, para fins de caracterização do clima regional e

inferências sobre o possível clima de Aripuanã. Estes municípios foram Vera-MT, Sinop-MT,

Porto Velho-RO, e Vilhena-RO (latitude 12°44’S, longitude 60°08’W e altitude 652m, distante

306km da área de interesse). Há também, uma estação climatológica de superfície automática em

Cotriguaçu-MT, distante 103km da área de interesse, apesar dos dados disponíveis não

constituem uma série histórica mínima, eles são referentes ao período de 28 de maio de 2007 a 9

de maio de 2008, e foram considerados para fins de análise comparativa com as outras estações.

O balanço hídrico climatológico, calculado pelo método de Thornthwaite e Mather

(1957), foi adotado neste estudo para se entender as características climáticas da região. A partir

de dados de precipitação pluviométrica (chuvas), e de evapotranspiração potencial, medidos ou

estimados (caso específico de Sinop), além do fotoperíodo e da estimativa da radiação solar

global, conforme Varejão-Silva (2006). Entende-se por evapotranspiração potencial, a máxima

perda de água para a atmosfera, em forma de vapor, que ocorre com uma vegetação em

crescimento, sem que haja falta de água no solo.

6.1. Balanço Hídrico do Município de Vera (MT)

O balanço hídrico de Vera foi obtido a partir das informações disponibilizadas pela

EMBRAPA, para uma série histórica de 17 anos (1973 a 1990). O valor total anual da

precipitação é de 2.373mm, da evapotranspiração potencial é 1.237mm e da evapotranspiração

real é de 1.072mm. Verifica-se que a região apresenta um total de excedente hídrico anual da

ordem de 1.301mm contra um déficit de 165mm, o que é indicativo de uma região com

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problemas de excedente hídrico (Figuras 33 e 34). Entretanto, as características da vegetação

original do local revelam ser uma área de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica.

Considerando que a área de interesse em Aripuanã apresenta-se em plena região Amazônica, é

de se esperar um excedente hídrico anual superior ao verificado em Vera.

Mês do ano

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Lâm

ina d

e á

gua (

mm

)

0

100

200

300

400

500

600

700Precipitação

Evapotranspiração potencial

Evapotranspiração real

Transição entre reposição e excedente

Figura 33 – Balanço hídrico climatológico de Vera-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.

Exc

esso

(m

m)

0

100

200

300

400

Arm

azen

amen

to (

mm

)

0

20

40

60

80

100

Mês do ano

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Deficiê

ncia

(m

m)

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

Figura 34 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Vera-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento.

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45

O evapopluviograma de Vera revela que o município apresenta quatro meses do ano em

que a evapotranspiração é maior que a oferta hídrica ambiental, há déficit (mai/jun/jul/ago seco),

e oito em que ocorre o oposto (set a abril úmido), ou seja, há excedente, mais chuvas do que a

necessária para atender a demanda hídrica atmosférica (Figura 35).

Precipitação pluviométrica (mm)

0 100 200 300 400 500

Eva

po

tra

nsip

ira

çã

o p

ote

ncia

l (m

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

árido

seco

sub-ú

mid

o úmido super-húmido

hiper-húmido

7

6

8

54

9

10 111

12

23

Figura 35 – Evapopluviograma de Vera-MT. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro.

6.2. Balanço Hídrico do Município de Sinop (MT)

O balanço hídrico de Sinop foi calculado para o período de sete anos (entre 2000 e 2007)

e apresenta muitas falhas, de forma que não pode ser tomado como representativo da área, mas

somente como um indicador e com restrições. O cálculo foi baseado em dados de precipitação

obtidos da Fazenda Maracaí e da estimativa da evapotranspiração potencial pelo método

empírico de Thornthwaite com base na temperatura do ar obtida de uma torre

micrometeorológica instalada numa área de reserva florestal dessa fazenda e sob a

responsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso. Observadas essas restrições para a

impossibilidade de generalizações, de acordo com os dados disponíveis, a região apresenta um

total anual de precipitação igual a 2.299mm, de evapotranspiração potencial igual a 1.330mm e

de evapotranspiração real igual a 1.000mm. Há um excedente hídrico anual da ordem de

1.299mm contra um déficit de 330mm, o que é indicativo de uma região com problemas de

excedente hídrico (Figuras 36 e 37).

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Mês do ano

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Lâm

ina d

e á

gua (

mm

)

0

100

200

300

400

500

600

700Precipitação

Evapotranspiração potencial

Evapotranspiração real

Transição entre reposição e excedente

Figura 36 – Balanço hídrico climatológico de Sinop-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.

Exc

esso

(m

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

Arm

azen

amen

to (

mm

)

0

20

40

60

80

100

Mês do ano

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Deficiê

ncia

(m

m)

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

Figura 37 Curso anual da disponibilidade hídrica de Sinop-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.

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47

Sinop está, assim como Vera, em uma área de transição entre o Cerrado e a Floresta

Amazônica. É mais quente que Vera e isso é o que determina as pequenas diferenças entre os

balanços hídricos desses dois municípios. Certamente que Aripuanã também deve apresentar um

excedente hídrico anual superior à Vera. O evapopluviograma de Sinop revela que o município

apresenta cinco meses do ano em que a evapotranspiração excede a oferta hídrica ambiental e

sete em que ocorre o oposto, há mais precipitação pluviométrica do que a necessária para atender

a demanda hídrica atmosférica (Figura 38).

Precipitação pluviométrica (mm)

0 100 200 300 400 500

Evapotr

ansp

iraçã

o p

ote

ncia

l (m

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

hiper-úmido

super-úmido

úmidosub-úmido

seco

árid

o

67

8

59

4

10 113

2

12 1

Figura 38 – Evapopluviograma de Sinop-MT. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro.

6.3. Balanço Hídrico do Município de Porto Velho (RO)

O balanço hídrico de Porto Velho foi obtido a partir das informações disponibilizadas

pela EMBRAPA, para uma série histórica de 15 anos (entre 1975 e 1990). A região apresenta um

total anual de precipitação igual a 2.354mm, de evapotranspiração potencial igual a 1.394mm e

de evapotranspiração real igual a 1.337mm. Há um excedente hídrico anual da ordem de

1.017mm contra um déficit de 57mm, indicativo de uma região com problemas de excedente

hídrico (Figuras 39 e 40). Porto Velho é uma área que já está inserida no ecossistema de floresta

tropical úmida amazônica, apresentando uma característica na qual o mês de agosto quebra a

seqüência do período seco e confere ao ambiente uma redução no déficit hídrico anual.

Entretanto o excedente anual é inferior àqueles observados para Vera e Sinop.

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48

Mês do ano

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Lâm

ina d

e á

gua (

mm

)

0

100

200

300

400

500

600

700Precipitação

Evapotranspiração potencial

Evapotranspiração real

Transição entre reposição e excedente

Figura 39 – Balanço hídrico climatológico de Porto Velho-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.

Exc

esso

(m

m)

0

50

100

150

200

250

Arm

azen

amen

to (

mm

)

20

40

60

80

100

Mês do ano

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Deficiê

ncia

(m

m)

-50

-40

-30

-20

-10

0

Figura 40 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Porto Velho-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.

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49

O evapopluviograma de Porto Velho revela que o município apresenta três meses do ano

em que a evapotranspiração excede a oferta hídrica ambiental e nove em que ocorre o oposto, há

mais precipitação pluviométrica do que a necessária para atender a demanda hídrica atmosférica

(Figura 41).

Precipitação pluviométrica (mm)

0 100 200 300 400

Eva

po

tra

nsip

ira

çã

o p

ote

ncia

l (m

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

árido

seco

sub-úmido úmido super-húmido

hiper-húmido

7

6

854

910 11

1

12

2

3

Figura 41 – Evapopluviograma de Porto Velho-RO. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro.

6.4. Balanço Hídrico do Município de Vilhena (RO)

O balanço hídrico de Vilhena foi obtido a partir de uma série histórica de 18 anos (entre

1987 e 2005), mas com muitas falhas. Deve-se, portanto, tomar esta informação com o mesmo

critério de restrição observado para o município de Sinop.

O total anual de precipitação é igual a 1.940mm, de evapotranspiração potencial igual a

1.262mm e de evapotranspiração real igual a 1.111mm. Há um excedente hídrico anual da ordem

de 829mm contra um déficit de 152mm, indicativo de uma região com problemas de excedente

hídrico (Figuras 42 e 43).

Vilhena é uma área que também possui floresta tropical úmida amazônica, mas apresenta

o menor valor anual de precipitação pluviométrica acumulada e de excedente hídrico, em

comparação com Vera, Sinop e Porto Velho.

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50

Mês do ano

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

min

a d

e á

gu

a (

mm

)

0

100

200

300

400

500Precipitação

Evapotranspiração potencial

Evapotranspiração real

Transição entre reposição e excedente

Figura 42 – Balanço hídrico climatológico de Vilhena-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento.

Exc

esso

(m

m)

0

50

100

150

200

250

Arm

azen

amen

to (

mm

)

0

20

40

60

80

100

Mês do ano

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Deficiê

ncia

(m

m)

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

Figura 43 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Vilhena-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento.

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51

O evapopluviograma de Vilhena revela que o município apresenta cinco meses do ano em

que a evapotranspiração excede a oferta hídrica ambiental e sete em que ocorre o oposto, há mais

precipitação pluviométrica do que a necessária para atender a demanda hídrica atmosférica

(Figura 44).

Precipitação pluviométrica (mm)

0 100 200 300 400

Evapotr

ansip

iração p

ote

ncia

l (m

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

árid

o

seco sub-úmido úmido super-húmido

hiper-húmido

7

6

8

5 4

910

11 1 12

2

3

Figura 44 – Evapopluviograma de Vilhena-RO. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro.

6.5. Análise Comparativa dos Dados da Estação Cotriguaçu com as Demais Estações Consideradas neste Trabalho

Cotriguaçu é o município mais próximo da área de interesse em Aripuanã. Os dados

climatológicos disponíveis para esse município compreendem o período de junho de 2007 até

maio de 2008, fornecidos pelo INMET a partir de uma estação de superfície automática.

Entretanto, utilizando esses dados disponíveis a título de comparação com os de outros

municípios analisados neste trabalho, verifica-se que existe certa similaridade no padrão de

distribuição anual das chuvas (Figura 45 A e B), ressaltando-se apenas que no início do ano,

pelo menos para os dados disponíveis de 2008, os meses de janeiro e fevereiro se apresentam

como mais chuvosos (Figura 45B).

Os municípios de Sinop e de Vera se apresentam como mais chuvosos no início do ano

(janeiro e fevereiro) que os de Porto Velho e Vilhena e observa-se também um pico de elevado

valor em agosto para Porto Velho e em Setembro para Vera.

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52

Lâm

ina d

e á

gu

a (

mm

)

0

100

200

300

400

500

600Cotriguaçu

VeraSinopPorto VelhoVilhena

Mês do ano

jan

fev

mar abr

mai jun jul

ago

set

out

nov

dez

0

100

200

300

400

500

600

A

B

Figura 45 – Dinâmica anual da precipitação pluviométrica de Cotriguaçu para o período de junho a dezembro de 2007 (A) e de janeiro a maio de 2008 (B) em relação aos valores médios mensais obtidos para os municípios de Vera, Sinop, Porto Velho e Vilhena.

6.6. Inferências sobre o Clima de Aripuanã

6.6.1. Sobre o Balanço Hídrico de Aripuanã

É bastante provável que a área de interesse em Aripuanã apresente um padrão

climatológico próximo aos valores médios observados para os municípios analisados neste

trabalho, dada as características de proximidade geográfica e do fato de que estão inseridos na

análise os ecossistemas de floresta de transição e de floresta tropical úmida. Neste sentido, um

valor médio ponderado pela distância entre esses locais e a área de interesse, considerando os

dados de Vera, Sinop, Porto Velho e Vilhena pode ser uma boa primeira aproximação para

inferir sobre os totais anuais desse município. Assim, para a precipitação obtém-se um valor

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53

médio ponderado de 2.264mm, para a evapotranspiração potencial, de 1.310mm, para a

evapotranspiração real, de 1.127mm, para o déficit, de 184mm e para o excedente hídrico, de

1.137mm. Nessas circunstâncias, é provável que podem haver de três a cinco meses do ano em

que a demanda evaporativa da atmosfera (evapotranspiração potencial) excede a oferta hídrica

ambiental (precipitação pluviométrica) e de sete a nove meses do ano em que ocorra excedente

hídrico, ou seja, a precipitação pluviométrica excede a evapotranspiração potencial.

6.6.2. Análise do Fotoperíodo e da Radiação Global da Área de Interesse em Aripuanã

Considerando que possa existir algum interesse acerca do fotoperíodo ou mesmo da

radiação solar global de Aripuanã, fez-se um estudo para avaliar a dinâmica anual destas

variáveis (Figuras 46 e 47). Do ponto de vista da fisiologia vegetal, o fotoperíodo máximo

verificado para o local é de 13,9h e ocorre no dia 21 de dezembro e o mínimo é de 12,7h e ocorre

no dia 21 de junho. A duração astronômica do dia é exatamente igual ao fotoperíodo subtraído

do valor relativo ao tempo de 1,2h diárias referentes ao tempo de luz difusa devida a processos

de refração atmosférica.

Quanto à radiação global, o ambiente propicia um valor máximo possível (quando se

considera uma atmosfera completamente limpa, sem nuves para diminuir a radiação solar) igual

a 10,4 GJ/m2/ano e um valor mínimo igual a 3,7 GJ GJ/m2/ano, entretanto, o ciclo anual dos

valores diários máximo e mínimo podem ser observados na Figura 47.

Dia juliano

0 73 146 219 292 365

Tem

po (

h)

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

13,5

14,0

14,5

Duração astronômica do dia

Fotoperíodo

Figura 46 – Ciclo anual da duração astronômica do dia e do fotoperíodo para o local de interesse, em Aripuanã.

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54

Dia juliano

0 73 146 219 292 365

Radia

çã

o s

ola

r g

lobal (M

J m

-2 d

-1)

0

10

20

30

40

50

Máxima teórica

Mínima teórica

Dados medidos em 2007Dados medidos em 2008

Figura 47 – Ciclo anual da radiação solar global, considerando os valores teóricos máximos e mínimos possíveis para o local de interesse, em Aripuanã e os dados obtidos da estação automática de Cotriguaçu para o período de 25 de maio de 2007 a 9 de junho de 2008.

Nota-se que os valores da radiação global obtidos para Cotriguaçu estão dentro da faixa

que limita os valores teóricos máximo e mínimo calculados para Aripuanã, contudo dois

aspectos chamam a atenção. O primeiro tem a ver com valores inferiores ao mínimo teórico e

que devem ser possivelmente atribuídos a falhas no sistema de coleta e armazenamento de dados

da estação automática. O segundo, com o fato de que é justamente no período de inverno,

quando os dias se apresentam com os menores valores da duração astronômica e do fotoperíodo

(Figura 46) e a precipitação pluviométrica é mínima por se tratar da estação seca do ano (Figura

45), que a radiação global medida mais se aproxima do valor máximo teórico, indicando um

possível efeito da nebulosidade na redução da radiação global no período chuvoso.

6.6.3. Estação do Empreendimento na Área de Interesse em Aripuanã

Uma estação meteorológica automática de superfície foi instalada no ano de 2007 na área

de interesse do Projeto Aripuanã, e dispunha de dados a partir de 2 de agosto desse ano até 23 de

junho de 2008. Entretanto ela era inadequada para a região e apresentou muitas falhas levando a

perda total dos dados e à sua remoção da área.

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55

6.7. Considerações sobre o Clima

A área de interesse em Aripuanã tem a possibilidade de apresentar um microclima

específico devido a questões topográficas. A serra do Expedito tem altura máxima de 361m e o

nível do solo estando a 127m, o que determina um desnível total da ordem de 234m. Com esse

desnível, uma massa de ar que se movimente na superfície e seja empurrada na encosta se

elevando no perfil atmosférico, poderá chegar à saturação e se condensar dando origem a

nuvens, podendo ser determinante na precipitação à barlavento. À sotavento, dependendo se

haverá ou não a compressão adiabática dessa massa de ar, é possível que as nuvens se dissipem

ou não, respectivamente, sempre e quando as nuvens passarem pela serra. Mas, a compreensão

desse fenômeno só é possível com medições in loco, embora se tenha observado que há

predominância de ventos de norte e rajadas de nordeste, com ventos vindos da encosta sul da

Serra do Expedito, que eventualmente indicam uma condição microclimatológica particular.

Para se ter certeza de que esses ventos são mesmo originados em norte nordeste, que

passam pela serra e descendem pela encosta sul é necessária a instalação de estações que

confirmem isso e em diferentes locais. E, considerando que há o interesse em monitorar a

dinâmica das variáveis meteorológicas locais, para fins de análise de possíveis alterações devido

a mudanças no uso da terra na área de interesse e adjacências, sugere-se ao empreendedor a

instalação de pelo menos uma estação climatológica, adequada à região, e à manutenção dela em

permanente operação, para que forneça dados consistentes. Essa necessidade de receber

manutenção permanente, para recalibração de sensores e eventuais substituições dos mesmos, é

devido a danos e desgastes próprios dos sistemas.

A estação fornecerá dados sobre o microclima, pois representará somente as condições do

microambiente de seu entorno, e que pode estar em área de turbulência mecânica devido ao

choque das massas de ar com a encosta da serra do Expedito. Além disso, como há um potencial

de formação de nuvens orográficas, a extensão desse fenômeno e o que se passa a sotavento só

pode ser conhecido por meio de medições in loco. Ou seja, seria necessária a instalação de

estações climatológicas dos dois lados da serra, distantes do efeito da turbulência mecânica

causada pela proximidade da serra, para avaliar o microclima do local, e próximos à serra, e para

avaliar o efeito particular dela no microclima de encosta.

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56

Um outro aspecto que deve ser levado em conta é o de que as encostas da serra do

Expedito, com inclinação para o norte e para o sul terão alterados suas durações astronômicas do

dia, seus fotoperíodos e os valores da radiação solar global.

Nesses casos, a própria estimativa da radiação solar global da encosta se faz considerando

uma correção da latitude local acrescendo o número de graus relativos à inclinação do terreno à

mesma. Ou seja, para a encosta com face voltada para o norte, a latitude deve ser corrigida como

se a área estivesse de fato situada o número de graus da inclinação do terreno mais ao norte. Para

a encosta com face voltada para o sul, a latitude deve ser corrigida como se a área estivesse de

fato situada o número de graus da inclinação do terreno mais ao sul.

6.8. Qualidade do Ar

Foi contratada a empresa SESTRA - Serviços Especializados em Segurança do Trabalho

Ltda, para realizar os estudos de qualidade do ar. Esse estudo visou o controle quantitativo, dos

índices da qualidade do ar na área da Mineração Dardanelos Ltda, que possam vir a causar danos

ou agressão à Área de Influência Direta do Empreendimento (AID), através da geração de

poeiras, geração de ruído excessivo, ou mudança substancial de características químicas do ar.

Após o levantamento visual dos principais pontos onde o empreendimento será instalado,

e com base na planta do Plano Diretor, foram identificados os pontos críticos para a coleta de

dados técnicos. Utilizou-se o coletor de ar do tipo AGV PTS devidamente instalado em local

previamente determinado na planta (Figura 48), onde passou a ser denominado “local de

medição”. Ali foi calibrado o aparelho para se ter o registro inicial da qualidade do ar e compará-

lo com aqueles que serão coletados com a implantação do empreendimento. Além disso, foram

coletados dados que fornecem os índices de geração de ruído atual através de Dosímetro.

O volume de ar amostrado, corrigido para condições padrão (25ºC, e pressão atmosférica

de 760mmHg), é determinado a partir de vazão medida e do tempo de amostragem, como a

seguir apresentado:

REGISTRO DE PARTÍCULAS TOTAIS SÓLIDAS

FOLHA DE RESGISTRO DAS AMOSTRAGENS - PTS LOCAL DO AMOSTRADOR Cliente:- GEOMINAS Local:- ARIPUANÃ – MT

AMOSTRADOR:- Hi-vol:- 0450; Registrador:- 0406

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57

Data Conc. g/m3

Filtro Nº

Ponto Nº

Vazão Média

m³/min.

Tempo Amostrado

min.

Volume AR m3

Peso Bruto

(g)

Peso Tara (g)

Obs.

24/06 a 25/06/08

28,10 01 P 01 0,77146 1.400 1.080,04 2,9248 2,8944

23/06 a 24/06/08

57,22 02 P02 0,84549 1.360 1.149,87 3,0590 2,9932

20/06 a 21/06/08

19,97 03 P 03 0,77206 1.440 1.111,77 3,0080 2,9858

25/06 a 26/06/08

20,60 04 P 04 0,7612 1.420 1.080,87 2,9916 2,9693

22/06 a 23/06/08

26,17 05 P 05 0,8265 1410 1.165,43 2,9450 2,9145

21/06 a 22/06/08

58,92 06 P 06 0,77546 1.405 1.089,53 2,9630 2,8988

Obs. Fonte de dados para PRESSÃO E TEMPERATURA – INMET – 9º DISTRITO DE METEOROLOGIA

O relatório conclusivo (Anexo 1), mostra as condições atuais do ambiente da área de

influência direta do empreendimento.

a) Limite de tolerância-LT, de poeiras totais

Pela tabela e cálculo do LT segundo o gráfico de diâmetros Aerodinâmicos:

Considerado diâmetro aerodinâmico de 2,5 Porcentagem de passagem 63 % LT = 24 mg/m3 % quartzo + 3

b) Padrões de qualidade do ar (CONAMA):

1.9.2. Fundamentação legal

No Brasil, as normas mais conhecidas para medição da concentração do material

particulado em suspensão são:

SEMA - Decreto 0123, de 1976 (MINTER).

FEEMA - Método FEEMA MF 606

CETESB - Decreto 8.468 de 08/09/76 (estado de São Paulo)

ABNT - NBR 9547 - Material Particulado em Suspensão no Ar Ambiente, Determinação da Concentração Total pelo Método de Amostrador de Grande Volume, Set/ 1997.

LT= 0,364 mg/m3

Padrão Primário: Concentração média geométrica anual de 80 microgramas por metro cúbico ( µg/m3) de ar. Concentração máxima de 24 (Vinte e quatro) horas de 240 micrograma por metro cúbicos ( µg/m3) de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. Padrão Secundário: Concentração média geométrica anual de 60 microgramas por metro cúbico ( µg/m3) de ar. Concentração máxima de 24 (vinte e quatro) horas de 150 microgramas por metro cúbicos ( µg/m3) de ar, que não dever ser excedida mais de uma vez por ano.

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58

Figura 48 – Localização dos pontos amostrados da qualidade do ar, nas áreas de influência do empreendimento. Mineração Dardanelos Ltda. Aripuanã/MT.

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59

Portaria Normativa Nº 308, Padrões do Ar aplicáveis à medição de partículas totais em suspensão (PTS), emitida pelo IBAMA em 14/03/1990 e aprovada pelo CONAMA em 29/06/1990.

NR 15 - Anexo 12 - Limites de Tolerância para poeiras minerais - Sílica Livre Cristalizada - Portaria 3214 de 08/06/1978.

Resoluções do CONAMA;

NBR – 10.151

Quanto aos níveis de ruídos da área, foram tomados os seguintes pontos para o registro:

Data Local Leq 23/06/08 Ponto P1 – X 224.445; Y 885.654 (UTM) Menor que 80 dB(A) 21/06/08 Ponto P2 – X 226.650; Y 887.073 (UTM) Menor que 80 dB(A) 25/06/08 Ponto P3 – X 227.235; Y 885.700 (UTM) Menor que 80 dB(A) 25/06/08 Ponto P4 – X 226.597; Y 887.756 (UTM) Menor que 80 dB(A) 24/06/08 Ponto P5 – X 225.319; Y 888.728 (UTM) Menor que 80 dB(A) 23/06/08 Ponto P6 – X 224.329; Y 887.579 (UTM) Menor que 80 dB(A)

Os resultados dos levantamentos em campo mostrou que todos os níveis foram inferiores

aos limites estabelecidos na NBR – 10.151, que é tida a referência padrão, conforme a Resolução

do CONAMA nº01 de 08 de março de 1990.

7. GEOLOGIA

Este capítulo apresenta as atividades e os resultados obtidos nos trabalhos de pesquisa

desenvolvidos no ano de 2004 e 2012 pelo empreendedor no Depósito Aripuanã, juntamente

com seus aspectos geológicos relevantes. O principal foco de investimento foi direcionado à

atividades de sondagem diamantada (91.500m), nos alvos Arex, Ambrex, Babaçu e

Massaranduba, conhecidos portadores de mineralizações de Zn/Pb/Cu +/- Ag e Au. Somado aos

dados existentes nas fases pré-Votorantim (Anglo American/Karmin), o total de sondagem chega

a 123.460m. As sucessivas campanhas de sondagem tiveram caráter exploratório e confirmatório

inicialmente, e de detalhamento de recursos nas fases finais.

O depósito polimetálico de Aripuanã está localizado na porção centro-sul do Cráton

Amazônico, onde predominam unidades litoestratigráficas com idades páleo a

mesoproterozóicas, pertencentes à província Rio Negro-Juruena. As unidades litológicas

encontradas na área de estudo são representadas pelas rochas do Grupo Roosevelt, pelos

Granitos Serra da Providência, além do Grupo Caiabís, conforme mapas geológicos de detalhe e

regional (Figura 49a e b) e a coluna estratigráfica (Figura 50).

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Figura 49a- Mapa geológico de detalhe, trend AREX-AMBREX-BABAÇU-MASSARANDUBA.

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Figura 49b – Mapa Geológico Regional do Projeto Aripuanã/MT.

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Figura 50 – Sumário da estratigrafia regional.

O Grupo Roosevelt onde estão inseridas as mineralizações conhecidas até o momento, é

representado por uma seqüência de rochas metavulcano-sedimentares podendo ser dividido em:

I) Unidade Superior: sieno a monzogranitos subvulcânicos, deformados, leucocráticos com

porções protomiloníticas a miloníticas, agrupados como Granito Zé do Torno. II) Unidade

Intermediária: metassedimentos interdigitados com metacherts, formações ferríferas

manganesíferas e metatufos; III) Unidade Basal: metadacitos/ riolitos intercalados com

metapiroclásticas ácidas.

Os granitos Serra da Providência são representados na região por pequenas ocorrências,

além da intrusão denominada Granito Aripuanã já de dimensões maiores (batolíticas). Esses

granitos são constituídos por sienogranitos porfiríticos, onde observa-se mega cristais de K-

ERA PERÍODO OU

ÉPOCA LITO-ESTRATIGRAFIA LITOLOGIA

ME

SO- P

RO

TE

RO

ICO

CA

LA

MM

INIA

NO

A

EC

TA

SIA

NO

GRUPO

CAIABIS

FORMAÇÃO

ARINOS basaltos amigdaloidais a diabásios e gabros alcalinos.

FORMAÇÃO

DARDANELOS

arenitos claros a avermelhados, médios a grosseiros, mal selecionados, localmente conglomerado polimíticos

discordância

GRANITOS SERRA DA

PROVIDÊNCIA

Tipo Rio Branco, granitos rapakivi porfiríticos a equigranulares exibindo feição anelar.

DISCORDÂNCIA

PA

LE

O-P

RO

TE

RO

ICO

STH

AT

ER

IAN

O

GRUPO

ROOSEVELT

GRANITO ZÉ DO

TORNO

Sieno a monzogranitos subvulcânicos, deformados, leucocráticos com porções protomiloníticas a miloníticas

DOMÍNIO

CLASTO-QUÍMICO

Ritmitos carbonáticos, argilitos, siltitos, grauvacas, cherts

DOMÍNIO

VULCÂNICO riolitos, riodacitos, dacitos, tufos ácidos, ignimbritos

OROSIRIANO SUÍTE INTRUSIVA SÃO

ROMÃO

Biotita granito fino e microgranito, com granodioritos subordinados

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Furos m Furos m Furos m Furos m Furos m Furos m Furos m Furos m

AREX 76 18174,18 6 1111 21 4599,45 0 0 23 3698,9 51 7365,3 91 14414,7 268 49363,53

AMBREX 48 17402,78 16 8078,4 12 4556,9 9 3206,9 26 12663,3 18 6778,6 16 6249,2 145 58936,08

Babaçu 7 2224,45 0 0 1 400,7 7 3849 24 3228,2 3 797,1 0 0 42 10499,45

Massaranduba 8 2184,21 0 0 0 0 3 1384,7 0 0 5 1092,2 0 0 16 4661,11

TOTAL 139 39985,62 22 9189,4 34 9557,05 19 8440,6 73 19590,4 77 16033,2 107 20663,9 364 123460,17

2008 2012 TotalAlvo

Anglo 2004 2005 2006 2007

feldspato inseridos numa matriz de granulação média a grossa; a fácies subordinada é

representada por sienogranitos equigranulares. Próximo à borda do corpo principal é possível

notar uma faixa restrita de hornfels, cuja assembléia mineralógica é constituída essencialmente

por quartzo (mineral predominante), biotita, e pequenos cristais prismáticos, que a priori

aparentam ser andaluzita. O Grupo Caiabís ocorre na parte sul da área através das Formações

Dardanelos e Arinos.

A Formação Dardanelos é predominantemente siliciclástica e marcada por arenitos

arcoseanos, de granulação média a grossa, mal selecionados e localmente conglomerados

polimíticos na base, recobrindo em discordância angular e erosiva o Grupo Roosevelt.

Já a Formação Arinos ocorre através de derrames basálticos interdigitados nas rochas da

Formação Dardanelos. Diques de diabásio com direção (trend) N-S também são vistos cortando

todas as unidades do Grupo Roosevelt.

Em toda a região pode-se notar um lineamento principal que segue o trend NW-SE a E-

W, com mergulhos de 40º a 70º para NNE. Essa feição é marcada por uma foliação penetrativa

que apresenta atitude semelhante à zona de cisalhamento. Percorre quase toda interface de

contato Caiabis – Roosevelt, desde a SE do alvo AP_07 passando pelos alvos do trend (Arex –

Ambrex, Babaçu, Massaranduba, Boroca e Mocotó) até o granito Aripuanã.

O metamorfismo na área afeta apenas as rochas do Grupo Roosevelt, e enquadra-se nas

condições de baixo grau, representado pela fácies xisto-verde, que é denotada pela paragênese

mineral: sericita + clorita + biotita e epidoto.

Em termos de sondagem foram perfurados 123.460,00m nos alvos Arex, Ambrex,

Babaçu e Massaranduba, como a seguir mostrado.

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7.1. Mapeamento geológico

Nos alvos Arex e Ambrex buscou-se incrementar a classificação de recursos. Nos alvos

Babaçu e Massaranduba a sondagem teve caráter exploratório, para melhor definir o horizonte

mineralizado além de se estender as concentrações VHMS já conhecidas (Figura 51).

Figura 51 - Imagem de satélite (Ikonos) do trend Arex-Ambrex mostrando a localização das sondagens executadas.

No alvo Ambrex a sondagem objetivou o detalhamento de grandes espaços vazios entre

furos nas secções geológicas, fornecendo assim subsídios para melhor definição do modelo de

recursos. No alvo Massaranduba foram realizados furos exploratórios, assim como no alvo

Babaçu. Pode ser verificado que o horizonte VHMS está presente, porém a porção sulfetada não

mostrou-se significativa.

No alvo Arex foram feitos furos para se determinar a extensão da mineralização. Como

era de se esperar, em função da exposição do horizonte mineralizado ser maior, a mineralização

apresenta dimensões bastante reduzidas.

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No alvo Babaçu foi identificado níveis mineralizados bastante promissores, mostrando

toda a seqüência hidrotermal e os níveis sulfetados caracteríritcos das zonas proximais a distais,

com prodomínio de esfalerita+galena e esfalerita+pirita, respectivamente. Pequenos intervalos

característicos de zonas de alimentação também foram identificados.

As melhores intersecções obtidas durante a sondagem nos alvos Arex, Ambrex, Babaçu e

Massaranduba apresentam-se descritos no Quadro 5.

Quadro 5 – Resultados das melhores intersecções nos alvos Arex e Ambrex. Alvo Furo De (m) Até (m) Espessura (m) Teor

AP_AB FPAR106 358,9 369,2 10,3 2.87%Zn + 0.43%Pb AP_AB FPAR106 375,5 379,3 3,8 3.26%Zn + 0.74%Pb AP_AB FPAR106 384,1 387,1 3 2.23%Zn + 0.80%Pb AP_AB FPAR106 450,85 453 2,15 3.60%Zn + 0.38%Pb AP_AB FPAR107 340,9 343,4 2,5 6.54%Zn + 9.09%Pb AP_AB FPAR107 349,4 354,7 5,3 5.64%Zn + 2.10%Pb AP_AB FPAR107 357,95 362,9 4,95 7.01%Zn + 3.37%Pb AP_AB FPAR109 318,25 322,15 3,9 8.69%Zn + 1.69%Pb AP_AB FPAR109 340,45 345,35 4,9 11.55%Zn + 6.06%Pb AP_AB FPAR109 351,05 357,4 6,35 2.63%Zn + 0.91%Pb AP_AB FPAR109 370 373,2 3,2 3.25%Zn + 0.83%Pb AP_AB FPAR109 596,85 600,05 3,2 3.90%Zn + 2.42%Pb AP_AB FPAR109 610 613,35 3,35 8.09%Zn + 2.66%Pb AP_AB FPAR109 616,65 627,4 10,75 7.52%Zn + 2.27%Pb AP_AB FPAR110 269,4 273 3,6 3.88%Zn + 1.59%Pb AP_AB FPAR110 274,7 278,5 3,8 4.38%Zn + 4.21%Pb AP_AB FPAR110 305,9 310,75 4,85 2.41%Zn + 0.61%Pb AP_AB FPAR111 64,95 75,25 10,3 5.22%Zn + 2.03%Pb AP_AB FPAR111 79,25 89 9,75 3.29%Zn + 1.27%Pb AP_AB FPAR131 263,8 269,45 5,65 1.63%Cu AP_AB FPAR131 301,6 310,85 9,25 4.15%Zn + 1.24%Pb AP_AB FPAR131 327,45 330,6 3,15 3.56%Zn + 0.46%Pb AP_AB FPAR131 360,9 364,3 3,4 6.44%Zn + 1.80%Pb AP_AB FPAR131 372 375,9 3,9 5.15%Zn AP_AB FPAR131 392,3 396,9 4,6 5.23%Zn AP_AB FPAR131 407,7 412,6 4,9 3.86%Zn + 1.08%Pb AP_AB FPAR131 429,45 439,05 9,6 3.62%Zn + 1.37%Pb AP_AB FPAR131 446,8 452,9 6,1 1.83%Zn + 2.70%Pb AP_AB FPAR133 332 336,55 4,55 4.40%Zn + 1.67%Pb AP_AB FPAR133 355 368,4 13,4 11.21%Zn + 2.62%Pb AP_AB FPAR133 408 412,4 4,4 4.66%Zn AP_AB FPAR160 314,75 326,8 12,05 8.16%Zn + 2.90%Pb AP_AB FPAR160 328,75 338,8 10,05 11.27%Zn + 5.27%Pb AP_AB FPAR160 345 351,6 6,6 3.45%Zn + 0.64%Pb AP_AB FPAR160 355,4 364,85 9,45 4.50%Zn + 0.70%Pb AP_AB FPAR160 382 386 4 3.26%Cu

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Alvo Furo De (m) Até (m) Espessura (m) Teor AP_AR FPAR134 76 80,8 4,8 2.61%Cu AP_AR FPAR134 81,8 85,05 3,25 9.27%Zn AP_AR FPAR135 133,55 136,1 2,55 2.23%Cu AP_AR FPAR137 38,15 43 4,85 10.19%Zn + 3.76%Pb AP_AR FPAR139 57,35 59,6 2,25 4.26%Zn + 1.33%Cu AP_AR FPAR139 139,65 143,7 4,05 6.90%Cu AP_AR FPAR140 49,8 53,8 4 2.20%Cu AP_AR FPAR140 53,8 69,4 15,6 6.02%Zn + 3.96%Pb AP_BB FPAR075 418,55 423,2 4,65 3.84%Zn + 1.92%Pb AP_BB FPAR075 431,9 436,15 4,25 1.55%Cu AP_BB FPAR077 215,05 219,4 4,35 3.31%Zn + 10.15%Pb AP_BB FPAR077 280,5 283,45 2,95 7.78%Zn + 4.29%Pb AP_BB FPAR077 319,6 322,7 3,1 3.88%Zn AP_BB FPAR077 405,45 408,1 2,65 2.49%Zn + 1.48%Pb AP_BB FPAR087 408,6 416,25 7,65 1.56%Zn + 1.42%Pb AP_BB FPAR087 419,2 425 5,8 3.25%Zn + 1.27%Pb AP_BB FPAR087 430,1 431,55 1,45 4.75%Zn + 0.30%Pb AP_BB FPAR087 442,6 445,6 3 2.31%Cu AP_BB FPAR094 579,9 583,05 3,15 11.69%Zn + 3.83%Pb AP_BB FPAR094 601,4 604,45 3,05 3.22%Zn AP_BB FPAR094 612,15 614,35 2,2 1.57%Cu AP_BB FPAR095 370,25 374,9 4,65 2.81%Zn + 0.37%Pb AP_BB FPAR095 390,4 392,95 2,55 7.58%Zn + 1.38%Pb AP_BB FPAR095 396,8 398,85 2,05 2.07%Cu + 0.95g/t Au AP_BB FPAR095 399,85 403,8 3,95 1.17%Cu AP_BB FPAR100 446,85 449,05 2,2 13.3%Zn + 1.16%Pb AP_BB FPAR103 506,05 509,45 3,4 2.07%Zn + 1.49%Pb AP_BB FPAR119 378,3 381,3 3 1.30%Cu AP_BB FPAR122 624,95 627,7 2,75 5.25%Zn + 2.1%Pb AP_BB FPAR122 629 632 3 6.48%Zn + 2.2%Pb AP_MB FPAR093 144,9 145,8 0,9 4.66%Zn + 1.88%Pb

7.2. Geologia e Estratigrafia do Depósito

O trend (alinhamento/direção) Arex-Ambrex-Babaçu-Massaranduba é caracterizado por

duas unidades litológicas principais, ambas pertencentes ao Grupo Roosevelt. A unidade

Vulcânica, de maior extensão, ocupa em geral toda a porção elevada da serra do Expedito

enquanto que a unidade Sedimentar ocorre em regiões mais baixas com relevo relativamente

suave.

As rochas situadas na base correspondem ao Domínio Vulcânico e são formadas por

vulcânicas (riolitos, riodacitos e dacitos) e vulcano-clásticas félsicas (tufos de cinza, tufos

lapilicos, tufos bandados, aglomerados). A unidade é caracterizada por uma intercalação de

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meta-riolitos (predominantes) e meta-tufos. Os meta-riolitos e meta-dacitos possuem textura

afanítica, por vezes amigdaloidal, homogênea, maciça a levemente foliada, em geral rósea, por

vezes caulinizada. Os meta-tufos caracterizam-se pela presença de grãos arredondados e

angulosos de quartzo e de feldspato de até dois milímetros, inequigranulares, dispersos em uma

matriz afanítica. Sua textura pode variar de cinerítica a ignimbrítica, com coloração rósea a

cinza.

A unidade de topo é a unidade Sedimentar, correspondente ao Domínio Clasto-Químico

e é caracterisada por metassedimentos finos, bandados, algumas vezes carbonáticos, com

intercalações de cherts e BIFs. É caracterizada pelo desenvolvimento de um bandamento rítmico

de espessura milimétrica, composição silto-argiloso, de coloração acinzentada e localmente com

ocorrência de meta-cherts. Comumente mostra faixas métricas estreitas de meta-tufos,

acinzentados, intercalados aos metassedimentos, variando de fácies cinerítica à ignimbrítica.

A mineralização estratiforme (Pb-Zn) encontra-se restrita à zona de contato entre o

Domínio Vulcânico (base) e o Domínio Clasto-Químico (topo). Esta zona de contato é o

principal guia prospectivo do depósito. Entretanto a zona de alimentação ou feeder zone (Cu-

Au) encontra-se encaixada no Domínio Vulcânico.

Sobre a deformação superposta à mineralização é possível remontar a estratigrafia do

depósito porque o posicionamento original da mineralização ainda está bem preservado, tanto

com respeito ao minério de Pb-Zn como ao de Cu-Au.

Diretamente relacionada à mineralização ocorrem zonas de alteração hidrotermal VHMS

típicas. A zona de alteração sericítica corresponde ao halo de alteração mais externo. O halo de

alteração clorítica está intimamente associado ao horizonte mineralizado e apresenta-se

fortemente desenvolvido junto da zona de alimentação ou feeder zone.

O metamorfismo e deformação causaram a transformação de parte das paragêneses

originais. Há zonas de alteração biotítica (quase que invariavelmente no limite da unidade

sedimentar com a zona mineralizada, mas por vezes em meio à zona mineralizada), halos de

alteração tremolítica comumente ocorrem associados a porções com maior predomínio de

carbonatos.

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Em superfície, o minério quando aflorante, como no caso do alvo Ambrex, apresenta-se

na forma de gossans. São rochas residuais, fortemente lixiviadas pela ação intempérica.

Mostram-se irregulares, descontínuos e com halos de alteração sericítica (externo) e clorítica

diretamente associados ao sulfeto maciço lixiviado. Além disso, ainda é comum a presença de

veios de quartzo tardios, cortando todas as unidades, denotando o caráter posterior de origem.

7.3.Critérios para Classificação da Zona Sulfetada

A partir dos conceitos teóricos e da identificação das diferentes fácies metalogenéticas

que ocorrem no depósito Arex-Ambrex, e visando o seu modelamento foram estabelecidos os

seguintes parâmetros para a classificação do minério: i) conteúdo total de sulfetos, ii) paragênese

sulfetada e iii) padrões de alteração hidrotermal.

A partir destes critérios, foi possível separar a zona de minério em 03 grupos:

- Sulfetos Maciços (MS); caracterizam-se como horizontes com >60% de sulfetos totais,

sendo em geral característico do minério stratabound (Pb-Zn);

- Sulfetos Disseminados (DS); caracterizam-se como intervalos com 10%-60% de

sulfetos totais. Em geral caracterizam da mesma forma o minério stratabound, entretanto na zona

de alimentação a presença de pirrotita+calcopirita pode atingir esta porcentagem;

- Stringer (ST): caracteriza-se como um zona de minério stockwork, contendo 5-40% de

sulfetos totais, porém sempre formado por pirrotita e calcopirita. Outra característica deste

intervalo é a forte alteração hidrotermal clorítica associada ao minério e a ausência total de

alteração carbonática.

A fácies associadas à zona de alimentação, possuem como característica, a associação de

pirrotita e/ou calcopirita, representando zonas de maior temperatura. Nestas zonas há a

associação de Cu+Au. Como características distintivas verificam-se halos de alteração sericítica

externo, alteração clorítica intensa, envelopando zona stockwork formada por calcopirita e

pirrotita.

Não há alteração VHMS carbonática associada a este tipo de minério (Figura 52). A

principal característica da fácies associada à mineralização stratabound é o bandamento

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pronunciado característico e predomínio de associações de esfalerita+pirita, ocasionalmente com

calcopirita e galena.

Figura 52 – Secção ilustrativa mostrando a aplicação dos critérios para desenvolvimento da interpretação geológica dos corpos sulfetados Arex-Ambrex (Modelo VHMS).

No topo da mineralização estratiforme comumente ocorre a presença de mármores e

carbonatos, comumente brechados. A unidade carbonática, bem como a presença de galena, é

indicativa de topo da mineralização e tem sido utilizado como um guia prospectivo no

acompanhamento da sondagem da área.

7.4. Modelamento Geológico e de Recurso (Alvos Arex e Ambrex)

A revisão geológica dos alvos Arex e Ambrex foi realizada a partir de seções regulares e

paralelas umas com as outras (Figuras 53, 54, 55 e 56). Embora haja uma distribuição irregular

dos furos, todas as seções procuraram contemplar as intersecções dos furos com o minério. Isso

gerou um grande número de seções, mas forneceu maior consistência ao modelo do minério,

facilitando a comparação entre seções. Note que as secções geológicas foram utilizadas para a

montagem do modelo geológico e de recursos finalizados em novembro de 2007.

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70

Figura 53 – Mapa Geológico do Alvo Arex, com seções geológicas e furos executados.

Figura 54 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho a mnerazalição Arex.

N

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71

Figura 55 – Mapa Geológico do Alvo Ambrex, com seções geológicas e furos executados.

Figura 56 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho o minério Ambrex.

N

N

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72

Para a confecção das secções e construção dos sólidos correspondentes, tanto do estéril

quanto do minério, foram considerados os seguintes critérios:

a) Modelo VHMS Bimodal Félsico típico;

b) Posicionamento geológico; associação da mineralização com a zona de contato entre

as litologias de hangingwall e footwall (nível guia). Este nível está representado por duas

unidades maiores:

- Metassedimentos (S): Argilitos carbonáticos finamente bandados com níveis basais

com grauvacas (AS), intercalações de cherts (CH) e BIFs. Corresponde à porção hangwall do

depósito;

- Rochas carbonáticas (C): Mármores, brechas carbonáticas (MA);

- Metavulcânicas (V): Vulcânicas félsicas (FV) e piroclásticas félsicas (FT) – tufos de

cinza, tufos lapilicos, tufos bandados, aglomerados. Corresponde à porção footwall do depósito;

c) Alteração VHMS; conjunto de rochas hidrotermalizadas que envelopam o minério.

Está representado pela seguinte unidade:

- Zona Hidrotermal (H): xistos fortemente cloritizados/sericitizados Incluem zonas de

alteração metassomática à biotita e tremolita. (ZH).

d) Tipos de Minérios

A partir dos resultados das análises químicas os intervalos mineralizados de cada furo

receberam o atributo CODE M1 e M2 que trata-se do conjunto de litologias utilizado para

modelagem de recurso (Figura 57). Para tanto foram estabelecidas as seguintes premissas:

1) CODE M1 deve pertencer ao domínio stratabound e englobar apenas os minérios de

Zn e Pb. O cut-off utilizado foi de 3% para a somatória dos teores de Zn+Pb;

2) CODE M2 deve pertencer ao domínio stringer e englobar os minérios de Cu(±Au). O

cut-off utilizado foi de 0.5% do teor de Cu;

3) Caso exista intercalação de estéril entre intervalos de minério, o estéril pode ser

diluído, desde que o valor do cut off seja respeitado.

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73

Figura 57 - Seção ilustrativa com a identificação dos tipos de minério (M1 e M2) em furos do alvo Ambrex. Nos gráficos de barra teores entre 0-10% para M1 (Vermelho = Zn e Cinza = Pb); 0-3% para M2 (Lilás = Cu). Legenda: Minério: MS; DS; Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Rochas Carbonáticas; Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V).

Nas seções e modelo geológico de recurso, intersecções de minérios que não atenderam

aos quisitos do CODE (ex. níveis maciços de pirita em fácies proximal), foram incluídos na zona

hidrotermal (Figuras 58e 59).

Pelo exposto, o modelo do depósito mineral dos alvos Ambrex e Arex é representado

pelos seguintes minérios:

- Minério Stratabound (M1): Sulfetos maciços (MS) e Sulfetos disseminados (DS), em

geral stratabound, com respectivamente, > 60% e 10%-60% de sulfetos totais com teor de

Zn+Pb ≥ 3%.

- Minério Stringer (M2): zonas de stockwork com 5-40% de sulfetos totais (ST), sempre

formadas por pirrotita e calcopirita, e teor de Cu ≥ 0.5%.

Minério M1 150 m @ 5.8% Zn + 2.2 % Pb + 0.03 Cu

Minério M2 25m @

0.03% Zn + 0.01 % Pb +

0.70% Cu

Minério MS (Stratabound) 20m @ 70% Py

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74

Figura 58 - Seção típica do alvo Ambrex (AB-1186), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V).

Foram ainda incluídos na construção dos sólidos outros grupos litológicos como

Solo/Saprólito (O), Veios de quartzo (H) e gossans (G). As diferentes unidades modeladas e seus

posicionamentos lito-estratigráfico podem ser observados em duas seções típicas dos alvos Arex

e Ambrex. É importante salientar que todos os critérios descritos acima foram também aplicados

para o Alvo Babaçu cujo modelamento de recurso está previsto para o primeiro semestre de

2008.

Minério M1

Minério M2

Domínio Hangwall

Unidade Sedimentar (S)

Domínio Footwall

Unidade Vulcânica (V)

Solo/Saprolito (O)

Gossan (G)

Zona Hidrotermal (H)

100m

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75

Figura 59 - Seção típica do alvo Arex (AR-885), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios: MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V).

A Krigagem Indicativa (KI) é uma técnica da geoestatística que tem como objetivo

determinar a probabilidade de ocorrência de determinada variável. Em função do espaçamento

que existia entre furos no alvo Ambrex, foi necessária a utilização deste recurso como suporte na

interpretação das secções bem como no modelamento geológico. Deste modo, este modelo

matemático serviu para definir áreas com maior ou menor probabilidade da ocorrência do

minério tipo M1 (stratabound).

Para o modelo foi utilizado o banco de dados do GeoExplo, congelado na data de

04/06/2007. No caso do atributo “code” foram arbitrados valores iguais a 1, para casos de

unidades estratigráficas do depósito serem M1; e 0, para casos que não sejam M1 (estéril).

Para a definição do plano de krigagem (cubagem para verificar teores de minério) se fez

uso da análise variográfica. A direção que apresentou maior continuidade foi a de 295º/70º. O

modelo de bloco obtido pode ser interpretado como a probabilidade (0 a 100%) de um

determinado bloco pertencer ao minério tipo M1. Para melhor visualização dos resultados

Minério M1

Minério M2

Domínio Hangwall

Unidade Sedimentar (S)

Domínio Footwall

Unidade Vulcânica (V)

Solo/Saprolito (O) Gossan (G)

Zona Hidrotermal (H)

50 M

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76

obtidos foram definidas escalas de cores com valores entre 0.4 a 1, onde 1 indica que a

probabilidade de ocorrência de M1 estar acima do limite de corte é de 100%.

A Figura 60 ilustra uma seção de probabilidade para M1. A construção do modelo KI foi

realizada pela equipe da Geoexplore (Belo Horizonte) com o uso do software Surpac® 5.2.

Figura 60 – Seção de probabilidade para M1 no alvo Ambrex construída a partir do modelo de blocos KI.

Os sólidos tridimensionais dos minérios tipo Stratabound (M1) e Stringer(M2) foram

construídos a partir de seções regulares e ortogonais à direção do corpo de minério Arex e

Ambrex, com utilização dos softwares Surpac® 6.2 e Datamine® (Figuras 61 e 62).

Os sólidos correspondentes do estéril em ambos os alvos foram também construídos para

modelamento de planos de lavra.

No alvo Babaçu os trabalhos de modelagem geológica estão em andamento. Como nos

alvos Arex e Ambrex, as seções estão sendo interpretadas a partir de uma malha de sondagem

regular (Figuras 63 e 64).

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Figura 61 – Sólido 3D do minério M1 e M2 no alvo Arex.

Figura 62 – Sólido 3D do minério M1 e M2 no alvo Ambrex.

Minério Stratabound (M1)

Minério Stringer (M2)

Minério Stratabound (M1)

Minério Stringer (M2)

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78

Figura 63 – Mapa Geológico do Alvo Babaçu, com seções geológicas e furos executados.

A avaliação de recurso preliminar do alvo Babaçu estará concluída até o segundo

semestre de 2008. Porém os resultados de sondagem de 2007 monstram um horizonte de minério

muito semelhante ao contexto do Arex, onde fácies distais predominam (Figura 65).

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79

Figura 64 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho o minério Ambrex.

Figura 65- Seção típica do alvo Babaçu (BB-375), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V).

Domínio Hangwall

Unidade Sedimentar (S)

Domínio Footwall

Unidade Vulcânica (V)

Minério M1

Solo/Saprolito (O)

Zona Hidrotermal (H)

100 m

Rochas Carbonáticas (C)

N

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78

8. SOLOS

A caracterização dos solos do Projeto Aripuanã baseou-se no mapeamento das unidades

pedológicas em escala de semi-detalhe, 1:20.000, da área de influência indireta (AII) do

empreendimento, e em escala detalhada, 1:10.000, da área de influência direta (AID); cuja

representação encontra-se consolidada nos mapas de solos (Anexos 2 e 3).

A metodologia utilizada no levantamento das unidades pedológicas está de acordo com

aquela estabelecida pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos – SNLCS

(EMBRAPA, 1998; EMBRAPA, 1999), também adotada pelo IBGE (1995) e por Resende, Curi

& Corrêa (1997), que utilizam critérios para distinção de classes e fases de unidades de

mapeamento. As classes de solos foram definidas por características físicas, químicas e

mineralógicas, informações ambientais e das relações solo-paisagem, como também, pelos

atributos diagnósticos que identificam os horizontes tanto de superfície, como de sub-superfície,

(Oliveira, Jacomine & Camargo, 1992).

Sobre uma base cartográfica foram interpretadas imagens de satélites Cbers II, Ikonos e

fotos aéreas em escalas de semi-detalhe e detalhe, onde se definiu de forma preliminar as

unidades de mapeamento. Em campo foram coletadas amostras, descritos os horizontes das

diferentes unidades de mapeamento (em trincheiras, cortes de estradas, ou mesmo por sondagem

a trado), e após os resultados das análises de laboratório das amostras coletadas, foi definida a

legenda dos mapas, com os tipos de solos.

Esses estudos foram realizados em 2008 e mostraram que tanto na área de influência

indireta, como na direta, em termos da distribuição espacial das unidades mapeadas, as tipologias

das formas de relevo apresentam forte relação com a ocorrência dos diferentes tipos de solos. Na

AII ocorrem 5 classes de solos, que dão origem a oito sub-unidades de mapeamento; enquanto

que na AID, ocorrem 4 classes de solos, que dão origem a seis sub-unidades de mapeamento.

Nas porções mais elevadas do relevo, nas partes mais movimentadas relacionadas a serra

do Expedito e morros residuais, verificam-se a ocorrência de solos rasos do tipo Neossolos

Litólicos distróficos e húmicos; que passam na base para Cambissolos Háplicos Tb distróficos; e,

nas porções mais arrasadas do relevo, distribuem-se solos um pouco mais profundos

representados por Latossolos Amarelos Coesos e Nitossolo Háplico Distrófico, além da

ocorrência de Solo Antropogênico em setores relacionados a fundos de vales, onde no passado se

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79

desenvolviam atividades garimpeiras. Existe ainda, no extremo nordeste e no sudoeste da AII, a

ocorrência de rochas graníticas sobre as quais se desenvolvem Neossolos Regolíticos distróficos.

Os Cambissolos são solos minerais, com horizonte B incipiente subjacente a qualquer

tipo de horizonte superficial. Devido a heterogeneidade do material de origem, das formas de

relevo e das condições climáticas, as características desses solos variam muito de um local para

outro.

Especificamente na área deste estudo, esses solos são bem drenados, medianamente

profundos, coloração avermelhada e baixa saturação por bases. O horizonte B incipiente-Bi,

apresenta textura argilosa cascalhenta, e não há aumento de argila do horizonte superficial para o

inferior, além disso, possui estrutura em blocos sub-angulares. Apresentam características

morfológicas semelhantes aos Latossolos da área, mas se distinguem destes por apresentarem

minerais primários alteráveis na fração areia, teores elevados em silte, de modo que a relação

silte/argila é superior a 0,7; e pela presença de alguns fragmentos de rocha na forma de saprolito

na base do horizonte Bi. Esses Cambissolos (Figuras 66 e 67) são Háplicos por não

apresentarem horizonte A hístico ou húmico; apresenta atividades de argila inferiores a

27cmolc/Kg de argila (Tb); são Distróficos por possuírem saturação de bases menores que 50%,

e latossólico, por possuir espessura maior que 100cm, porém, com relação silte/argila superior a

0,7. A seguir serão descritos perfis desse tipo de solo encontrado na área.

Perfil 11

Classificação: CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico latossólico, A moderado, textura argilosa cascalhenta, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’52,1” S e 59°30’14,3” W Gr.

Material originário: rochas vulcanoclásticas

Pedregosidade: não pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: ondulado

Relevo regional: ondulado a escarpado

Erosão: em sulcos ocasionais superficiais

Drenagem: moderadamente drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação original

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80

Descrição Morfológica:

A - 0 a 25 cm; vermelho (2,5YR 5/8); franco argilosa; blocos subangulares média fraca; macia, friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

Bic - 25 a 75 cm; vermelho (2,5YR 5/8); franco argilosa cascalhenta; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e firme, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

BCc - 75 a 110+ cm; vermelho (10R 5/8); franco argilosa cascalhenta; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e muito firme, plástica e pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada.

Figura 66 - Perfil de Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

Figura 67 - Perfil de Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

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81

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 11

ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg)

Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

A 0-25 0,0 2,9 97,1 179 433 388

Bic 25-75 0,0 32,8 67,2 183 416 401

BCc 75-110 4,4 13,6 82,0 216 400 384 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

A Bic BCc

pH em H2O 4,7 4,8 4,8

pH em CaCl2 4,1 4,2 4,1

P (mg/dm3) 0,9 0,6 0,3

K (mg/dm3) 35 31 30

M.O. (g/dm3) 16,6 7,8 4,4

Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,3 0,2 0,2

Ca (cmolc/dm3) 0,2 0,1 0,1

Mg (cmolc/dm3) 0,1 0,1 0,1

Al (cmolc/dm3) 1,1 1,1 0,8

H (cmolc/dm3) 3,6 2,3 1,4

S (cmolc/dm3) 0,4 0,3 0,3

CTC (cmolc/dm3) 5,1 3,6 2,5

V (%) 7,7 7,8 11,2

Sat Al (%) 74,2 78,9 74,2

Ca (%) 3,0 2,8 4,0

Mg (%) 2,3 2,3 3,3

K (%) 1,8 2,3 3,1

H (%) 70,1 62,8 56,7 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

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82

Perfil 13

Classificação: CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico latossólico, A moderado, textura argilosa com cascalho, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’19,5” S e 59°29’45,2” W Gr.

Material originário: rochas vulcanoclásticas

Pedregosidade: não pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: ondulado

Relevo regional: ondulado a escarpado

Erosão: em sulcos ocasionais superficiais

Drenagem: moderadamente drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação original

Descrição Morfológica:

Ac - 0 a 15 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 6/6); franco argilosa com cascalho; blocos subangulares média fraca; macia, friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

AB - 15 a 70 cm; amarelo avermelhado (5YR 6/8); franco argilosa; blocos subangulares média moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

Bic - 70 a 150+ cm; vermelho claro (2,5R 6/8); franco argilosa com cascalho; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e muito firme, plástica e pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 13

ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica

(g/Kg)

Símbolo Profundidade

(cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

Ac 0-15 0,0 6,2 93,8 183 433 384

AB 15-70 0,0 2,3 97,7 216 383 401

Bic 70-150 0,0 5,5 94,5 216 417 367 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

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83

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

Ac AB Bic pH em H2O 4,6 4,6 4,8 pH em CaCl2 3,9 4,0 4,1 P (mg/dm3) 1,7 0,6 0,3 K (mg/dm3) 56 29 18 M.O. (g/dm3) 11,4 8,6 2,9 Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,5 0,4 0,3 Ca (cmolc/dm3) 0,3 0,2 0,2 Mg (cmolc/dm3) 0,2 0,2 0,1 Al (cmolc/dm3) 0,9 1,0 0,7 H (cmolc/dm3) 2,7 1,9 0,5 S (cmolc/dm3) 0,6 0,5 0,3 CTC (cmolc/dm3) 4,2 3,3 1,5 V (%) 15,2 14,3 22,4 Sat Al (%) 58,9 67,8 66,1 Ca (%) 5,9 6,0 9,7 Mg (%) 4,9 5,0 7,5 K (%) 3,4 2,3 3,0 H (%) 63,0 55,6 33,9 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

Os Latossolos são solos minerais muito evoluídos (em avançado estágio de

intemperização), com horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer um dos tipos de

horizonte diagnóstico superficial, exceto H hístico. Não apresentam minerais primários ou

secundários, e têm capacidade de troca de cátions baixa, inferior a 17cmolc/Kg de argila sem

correção para carbono, comportando variações desde solos predominantemente cauliníticos, com

valores de Ki mais altos, em torno de 2,0 admitindo o máximo de 2,2, até solos oxídicos de Ki

extremamente baixo.

Na região da serra do Expedito essa classe é representada por Latossolos Amarelos

Coesos, de um ou mais horizontes com espessura mínima de 30cm, que não satisfaz os critérios

para fragipã ou duripã, compreendendo o horizonte AB ou BA e/ou parte do Bw, os quais

quando seco são muito resistentes a penetração do martelo pedológico, ou trado, e que não

apresentam uma organização estrutural visível (são maciços), desfazendo-se em agregados com

consistência à seco, no mínimo, dura, sendo normalmente muito dura, e às vezes, extremamente

dura. Já a consistência úmida varia de friável a firme e a densidade deste horizonte nesse solo, é

muito elevada. Os Latossolos Amarelos Coesos ocorrem na área em duas sub-unidades:

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84

1) Latossolo Amarelo Coeso argissólico (Figura 68) que apresenta relação textural B/A

igual ou maior que 1,5; e/ou presença de cerosidade dentro de 120cm da superfície do solo. A

seguir será descrito um perfil representativo desta unidade mapeada.

Figura 68 – Detalhe do Perfil de Latossolo Amarelo Coeso argissólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

Perfil 1

Classificação: LATOSSOLO AMARELO Coeso argissólico, A moderado, textura média/argilosa, relevo suave ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’33,5” S e 59°32’41,9” W Gr.

Material originário: rochas vulcanoclásticas

Pedregosidade: não pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: suave ondulado

Relevo regional: suave ondulado a ondulado

Erosão: em sulcos ocasionais superficiais

Drenagem: moderadamente drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: pastagem plantada

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85

Descrição Morfológica:

Ap - 0 a 12 cm; branco (7,5YR 8/1); franco argilosa; blocos subangulares média forte; extremamente dura, muito firme, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

BA- 12 a 65 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 6/8) e rosado (7,5YR 7/4); argila; blocos subangulares média forte; muito dura e muito firme, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

Bwf - 65 a 140 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 7/6) e vermelho amarelado (5YR 5/8), com plintitas vermelhas (2,5YR 5/8), poucas, pequenas e distintas; argila; blocos subangulares média forte; dura e firme, plástica e pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de aterro.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 1 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg)

Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

Ap 0-12 0 0 100 296 400 304

BA 12-65 0 0 100 229 300 471

Bwf 65-140 0 0 100 229 283 488 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

Ap BA Bwf pH em H2O 5,7 4,6 4,7 pH em CaCl2 5,0 4,0 4,1 P (mg/dm3) 2,3 0,6 0,3 K (mg/dm3) 64 41 38 M.O. (g/dm3) 18,7 7,8 2,4 Ca + Mg (cmolc/dm3) 2,0 0,3 0,3 Ca (cmolc/dm3) 1,6 0,2 0,2 Mg (cmolc/dm3) 0,4 0,1 0,1 Al (cmolc/dm3) 0,0 1,3 1,1 H (cmolc/dm3) 2,7 1,9 1,0 S (cmolc/dm3) 2,2 0,4 0,4 CTC (cmolc/dm3) 4,9 3,7 2,5 V (%) 44,5 11,1 15,7 Sat Al (%) 0,0 76,5 73,8 Ca (%) 31,9 5,5 5,9 Mg (%) 8,5 4,1 4,6 K (%) 3,4 2,9 3,9 H (%) 55,5 52,8 39,9 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

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86

2) Latossolo Amarelo Coeso plíntico (Figura 69), tem horizonte plíntico em posição não

diagnóstica para Plintossolo; tem em um ou mais horizontes 5% ou mais de plintita e/ou

petroplintita nos de 150cm da superfície. A seguir é descrito um perfil representativo desse solo.

Figura 69 – Detalhe do Perfil de Latossolo Amarelo Coeso plíntico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

Perfil 9

Classificação: LATOSSOLO AMARELO Coeso plíntico, A moderado, textura argilosa com cascalho, relevo suave ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’39,1” S e 59°30’54,9” W Gr.

Material originário: material de cobertura sedimentar recente

Pedregosidade: não pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: suave ondulado

Relevo regional: suave ondulado a ondulado

Erosão: laminar ligeira

Drenagem: bem drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: pastagem plantada

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87

Descrição Morfológica:

Apc - 0 a 15 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 7/6); franco argilosa com cascalho; blocos subangulares média e forte; dura, firme, plástica e pegajosa; transição gradual e plana.

BAc – 15 a 50 cm; amarelo avermelhado (5YR 7/8); argila com cascalho; blocos angulares média e moderada; dura, firme, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

Bw - 50 a 70 +cm; vermelho amarelado (5YR 5/8); argila; blocos subangulares média forte; dura e firme, muito plástica e muito pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 9 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica

(g/Kg)

Símbolo Profundidade

(cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

Apc 0-15 0,0 8,2 91,8 262 367 371

BAc 15-50 0,0 6,0 94,0 162 367 471

Bw 50-70+ 0,0 4,7 95,3 196 300 504 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

Apc BAc Bw pH em H2O 4,5 4,3 4,4 pH em CaCl2 3,9 3,8 3,8 P (mg/dm3) 1,7 0,8 0,3 K (mg/dm3) 63 34 21 M.O. (g/dm3) 24,1 12,8 5,4 Ca + Mg (cmolc/dm3) 1,5 0,5 0,3 Ca (cmolc/dm3) 1,2 0,3 0,2 Mg (cmolc/dm3) 0,3 0,2 0,1 Al (cmolc/dm3) 1,6 2,2 2,1 H (cmolc/dm3) 2,8 2,0 1,2 S (cmolc/dm3) 1,7 0,6 0,4 CTC (cmolc/dm3) 6,1 4,8 3,6 V (%) 27,5 12,4 9,8 Sat Al (%) 48,6 78,7 85,3 Ca (%) 19,0 6,3 5,5 Mg (%) 5,5 3,5 4,1 K (%) 2,7 1,9 1,5 H (%) 46,5 41,8 33,5 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

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88

Os Nitossolos são solos minerais, que apresentam horizonte B nítico (reluzente), bem

desenvolvido em termos de estrutura e cerosidade, imediatamente abaixo do horizonte A, com

inexpressivo gradiente textural, argila de atividade baixa. Na área eles são Háplicos, por

apresentar ao longo do perfil cores mais amareladas que 2,5YR, e são distróficos por terem

saturação por bases <50%. Observa-se ainda, que os teores de Fe2O3 são inferiores a 18%

(Figura 70). A seguir um perfil representativo desta unidade pedológica.

Figura 70 – Detalhe do Perfil de Nitossolo Háplico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

Perfil 5

Classificação: NITOSSOLO HÁPLICO Distrófico típico, A moderado, textura média, relevo plano, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°05’07,5” S e 59°29’09,0” W Gr.

Material originário: rochas da seqüência metavulcanossedimentar

Pedregosidade: não pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: plano

Relevo regional: plano a suave ondulado

Erosão: não aparente

Drenagem: moderadamente drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação original

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89

Descrição Morfológica:

A - 0 a 15 cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/3); franco argilosa; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

BA - 15 a 50 cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/4); franco argilosa; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

B1 - 50 a 115 cm; amarelo (10YR 7/6); franco argilosa; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

B2 - 115 a 200 cm; amarelo (10YR 7/8); franco argilo; plástica e pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de tradagem.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 5

ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg)

Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

A 0-15 0 0 100 362 367 271

BA 15-50 0 0 100 362 317 321

B1 50-115 0 0 100 329 333 338

B2 115-200 0 0 100 296 350 354 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

A BA B1 B2 pH em H2O 4,4 4,4 4,6 4,5 pH em CaCl2 3,8 3,9 4,0 3,9 P (mg/dm3) 2,0 0,8 0,6 0,6 K (mg/dm3) 21 17 14 13 M.O. (g/dm3) 8,7 4,6 2,8 2,0 Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,3 0,2 0,2 0,2 Ca (cmolc/dm3) 0,2 0,1 0,1 0,1 Mg (cmolc/dm3) 0,1 0,1 0,1 0,1 Al (cmolc/dm3) 1,2 1,3 1,1 1,3 H (cmolc/dm3) 1,5 0,9 0,6 0,4 S (cmolc/dm3) 0,4 0,2 0,2 0,2 CTC (cmolc/dm3) 3,0 2,4 2,0 1,8 V (%) 11,8 10,3 11,8 12,7 Sat Al (%) 76,8 83,7 82,6 84,2 Ca (%) 5,0 4,2 5,0 5,4 Mg (%) 3,9 3,5 4,2 4,5 K (%) 1,8 1,9 1,8 1,8 H (%) 49,3 37,3 31,9 19,6 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

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90

Os Neossolos são solos constituídos por material mineral ou por material orgânico pouco

espesso, com menos de 30cm de espessura, pouco desenvolvido porque a rocha que lhe origina

apresenta resistência ao intemperismo, ou o relevo limita sua evolução. Apresentam qualquer

tipo de horizonte B diagnóstico, possuem seqüência de horizontes A–R, A–C–R, A–Cr–R, A–Cr,

A–C, O–R, ou H–C. Os Neossolos da área subdividem-se em: Neossolo Litólico Distrófico

típico (Figura 71) e Neossolo Litólico Húmico típico.

Figura 71– Detalhe do Perfil 2 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

1) Os Neossolos Litólicos Distróficos são solos com baixa saturação por bases (V<50%),

cujos perfis representativos estão a seguir descritos.

Perfil 2

Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico, A moderado, textura argilosa muito cascalhenta, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’30,2” S e 59°29’35,8” W Gr.

Material originário: rochas vulcanossedimentares

Pedregosidade: ligeiramente pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: ondulado

Relevo regional: ondulado a montanhoso

Erosão: não aparente

Drenagem: bem drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação original

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91

Descrição Morfológica:

A1c - 0 a 15cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/4); franco argilosa muito cascalhenta; granular grande e fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; transição gradual e plana.

A2c – 15 a 65cm; rosada (7,5YR 7/4); franco argilosa muito cascalhenta; granular grande e fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; transição abrupta e ondulada.

BC - 65 a 130cm; amarelo avermelhado (7,5YR 7/8) e amarelado claro acinzentada (2,5Y 8/3); franco argilosa; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e firme, plástica e pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 2

ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg)

Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

A1c 0-15 20,3 44,7 35,0 362 267 371

A2c 15-65 37,6 38,5 24,0 396 216 388

BC 65-130 0,0 0,0 100,0 396 233 371 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

A1c A2c BC pH em H2O 4,4 4,5 4,5 pH em CaCl2 3,8 3,9 3,9 P (mg/dm3) 2,0 1,1 0,3 K (mg/dm3) 85 68 19 M.O. (g/dm3) 21,3 6,4 3,3 Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,5 0,3 0,2 Ca (cmolc/dm3) 0,3 0,2 0,1 Mg (cmolc/dm3) 0,2 0,1 0,1 Al (cmolc/dm3) 1,6 1,5 1,3 H (cmolc/dm3) 3,1 0,9 0,3 S (cmolc/dm3) 0,7 0,5 0,2 CTC (cmolc/dm3) 5,4 2,8 1,8 V (%) 13,2 16,8 14,0 Sat Al (%) 69,3 75,9 83,4 Ca (%) 5,5 5,3 5,6 Mg (%) 3,8 4,1 4,6 K (%) 4,1 6,2 2,8 H (%) 56,9 30,4 16,1 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

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92

Perfil 4 (Figura 72)

Figura 72 – Detalhe do Perfil 4 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico, A moderado, textura média cascalhenta, relevo montanhoso, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’14,0” S e 59°29’22,1” W Gr.

Material originário: rochas vulcanossedimentares

Pedregosidade: ligeiramente pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: montanhoso

Relevo regional: montanhoso a escarpado

Erosão: não aparente

Drenagem: bem drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrólifa Aberta com Plameiras

Uso atual: Floresta Ombrólifa secundária com domínio de Sclerolobium (Justaconta)

Descrição Morfológica:

Ac - 0 a 305 cm; cinza claro (10YR 7/2); franca cascalhenta; blocos subangulares média fraca; macia, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição abrupta e ondulada.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada.

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93

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 4

ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica

(g/Kg)

Símbolo Profundidade

(cm) Calhau Cascalho

Terra fina

Areia Silte Argila

Ac 0-30 3,5 19,0 77,5 266 467 267 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

Dados Químicos Horizontes

Ac Ac pH em H2O 4,5 H (cmolc/dm3) 2,0 pH em CaCl2 4,0 S (cmolc/dm3) 0,3 P (mg/dm3) 1,4 CTC (cmolc/dm3) 3,3

K (mg/dm3) 23 Sat

Al (%) 80,2

M.O. (g/dm3) 10,7 Ca (%) 3,8 Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,2 Mg (%) 3,0 Ca (cmolc/dm3) 0,1 K (%) 1,8 Mg (cmolc/dm3) 0,1 H (%) 60,3 Al (cmolc/dm3) 1,1

Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

Perfil 8 (Figura 73)

Figura 73 – Detalhe do Perfil 8 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

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94

Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico, A moderado, textura argilosa cascalhenta, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°04’11,5” S e 59°29’09,3” W Gr.

Material originário: rochas vulcanossedimentares

Pedregosidade: ligeiramente pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: ondulado

Relevo regional: ondulado a montanhoso

Erosão: laminar ligeira

Drenagem: bem drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação original

Descrição Morfológica:

A1c - 0 a 15 cm; amarelo (10YR 8/6); franco argilosa cascalhenta; granular média e fraca; solta, friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

A2c – 15 a 60 cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/4); argila cascalhenta; granular média e fraca; solta, friável, plástica e pegajosa; transição clara e ondulada.

BCc - 60 a 120 cm; amarelo (10YR 7/6) e branco (10YR 8/1); franca cascalhenta; blocos angulares média moderada; ligeiramente dura e firme, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 8 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica

(g/Kg)

Símbolo Profundidade

(cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

A1c 0-15 16,1 18,6 65,3 196 433 371

A2c 15-60 8,4 16,7 75,0 196 400 404

BCc 60-120 10,6 19,2 70,2 362 350 288 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

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95

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

A1c A2c BCc pH em H2O 4,5 4,6 4,8 pH em CaCl2 3,9 4,0 4,2 P (mg/dm3) 2,0 0,8 0,6 K (mg/dm3) 65 53 50 M.O. (g/dm3) 20,6 7,8 2,8 Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,3 0,2 0,2 Ca (cmolc/dm3) 0,2 0,1 0,1 Mg (cmolc/dm3) 0,1 0,1 0,1 Al (cmolc/dm3) 1,6 1,4 0,9 H (cmolc/dm3) 3,3 1,2 0,7 S (cmolc/dm3) 0,5 0,3 0,3 CTC (cmolc/dm3) 5,3 2,9 1,9 V (%) 8,8 11,5 17,0 Sat Al (%) 76,8 80,3 73,2 Ca (%) 2,8 3,4 5,1 Mg (%) 2,2 2,8 4,3 K (%) 3,2 4,7 6,7 H (%) 62,0 41,4 36,7 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

Perfil 10

Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico, A moderado, textura argilosa cascalhenta, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’44,1” S e 59°30’42,8” W Gr.

Material originário: rochas vulcanossedimentares

Pedregosidade: ligeiramente pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: ondulado

Relevo regional: suave ondulado a ondulado

Erosão: laminar ligeira

Drenagem: bem drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: pastagem plantada

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96

Descrição Morfológica:

A1c - 0 a 20 cm; amarelo (10YR 7/6); franco argilosa cascalhenta; plástica e pegajosa.

BCc - 20 a 70 cm; amarelo brunado (10YR 6/6); franco argilosa com cascalho; plástica e pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de tradagem.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 10

ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica

(g/Kg)

Símbolo Profundidade

(cm) Calhau Cascalho

Terra fina

Areia Silte Argila

A1c 0-20 0,0 33,2 66,8 349 300 351

BCc 20-70 0,0 3,7 96,3 216 400 384 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

A1c BCc pH em H2O 5,3 5,3 pH em CaCl2 4,5 4,6 P (mg/dm3) 0,6 1,2 K (mg/dm3) 183 141 M.O. (g/dm3) 15,0 12,4 Ca + Mg (cmolc/dm3) 1,0 0,9 Ca (cmolc/dm3) 0,7 0,6 Mg (cmolc/dm3) 0,3 0,3 Al (cmolc/dm3) 0,3 0,2 H (cmolc/dm3) 3,1 2,7 S (cmolc/dm3) 1,5 1,3 CTC (cmolc/dm3) 4,8 4,2 V (%) 30,9 30,5 Sat Al (%) 14,5 13,6 Ca (%) 13,6 14,4 Mg (%) 7,0 8,0 K (%) 10,0 8,8 H (%) 63,9 64,7 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

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97

2) O Neossolo Litólico Húmico tem horizonte A Húmico com espessura inferior a 50cm

(Figuras 74 e 75). A seguir serão descritos perfis representativos desta unidade.

Figura 74 – Detalhe do Perfil de Neossolo Litólico Húmico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

Figura 75 - Perfil de Neossolo Litólico Húmico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

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98

Perfil 6

Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico, textura argilosa muito cascalhenta, relevo forte ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’51,7” S e 59°30’05,3” W Gr.

Material originário: rochas pelíticas da seqüência vulcanossedimentares

Pedregosidade: ligeiramente pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: forte ondulado

Relevo regional: forte ondulado a escarpado

Erosão: não aparente

Drenagem: moderadamente drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação original

Descrição Morfológica:

A1c - 0 a 12 cm; bruno avermelhado (5YR 4/3); franco argilosa muito cascalhenta; granular pequena e fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana.

A2c – 12 a 45 cm; vermelho amarelada (5YR 4/6); franco argilosa muito cascalhenta; granular média e fraca; solta, friável, plástica e pegajosa; transição abrupta e quebrada.

Cc - 45 a 90 cm; amarelo avermelhado (5YR 6/6); argila cascalhenta; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e firme, plástica e pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 6

ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica

(g/Kg)

Símbolo Profundidade

(cm) Calhau Cascalho

Terra fina

Areia Silte Argila

A1c 0-12 7,7 47,5 44,8 296 333 371

A2c 12-45 41,1 34,5 24,3 296 316 388

Cc 45-90 0,0 27,9 72,1 329 267 404 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

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99

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

A1c A2c Cc

pH em H2O 4,7 4,5 5,0

pH em CaCl2 4,0 3,9 4,3

P (mg/dm3) 7,6 2,3 1,7

K (mg/dm3) 57 31 28

M.O. (g/dm3) 45,8 36,6 6,4

Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,4 0,3 0,2

Ca (cmolc/dm3) 0,2 0,2 0,1

Mg (cmolc/dm3) 0,2 0,1 0,1

Al (cmolc/dm3) 1,3 1,3 0,5

H (cmolc/dm3) 9,0 7,0 1,2

S (cmolc/dm3) 0,5 0,4 0,3

CTC (cmolc/dm3) 10,9 8,6 1,9

V (%) 5,0 4,4 14,2

Sat Al (%) 69,9 76,7 63,5

Ca (%) 1,8 1,7 5,2

Mg (%) 1,5 1,0 4,3

K (%) 1,4 0,9 3,8

H (%) 83,2 81,0 61,1 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

Perfil 12

Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico, textura média cascalhenta, relevo forte ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’52,5” S e 59°30’18,5” W Gr.

Material originário: rochas pelíticas da seqüência vulcanossedimentares

Pedregosidade: ligeiramente pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: forte ondulado

Relevo regional: forte ondulado a escarpado

Erosão: não aparente

Drenagem: moderadamente drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação original

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100

Descrição Morfológica: A1 - 0 a 25 cm; bruno avermelhado (2,5YR 4/4); franco argilosa; granular pequena e fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana. A2c – 25 a 110 cm; vermelho (2,5YR 4/8); franco argilosa cascalhenta; granular média e fraca; solta, friável, plástica e pegajosa; transição abrupta e quebrada. CRc - 110 a 150 cm; vermelho (2,5YR 5/8) e vermelho escuro acinzentado (2,5YR 3/2); franco argilosa cascalhenta; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e firme, plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 12 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg)

Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

A1c 0-25 0,0 4,5 95,5 249 450 301

A2c 25-110 17,2 19,7 63,1 249 434 317

CRc 110-150 0,0 15,4 84,6 283 416 301 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

A1c A2c CRc

pH em H2O 4,7 4,6 4,9

pH em CaCl2 4,0 3,9 4,2

P (mg/dm3) 1,4 0,6 0,3

K (mg/dm3) 17 13 11

M.O. (g/dm3) 18,3 16,6 3,7

Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,3 0,3 0,2

Ca (cmolc/dm3) 0,2 0,2 0,1

Mg (cmolc/dm3) 0,1 0,1 0,1

Al (cmolc/dm3) 1,1 1,4 0,6

H (cmolc/dm3) 4,2 3,3 1,7

S (cmolc/dm3) 0,3 0,3 0,2

CTC (cmolc/dm3) 5,6 5,0 2,4

V (%) 6,2 6,7 9,4

Sat Al (%) 76,2 80,5 70,6

Ca (%) 3,6 3,0 4,1

Mg (%) 2,7 2,5 3,4

K (%) 0,8 0,7 1,2

H (%) 74,2 65,7 68,1 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

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101

Os Neossolos Regolíticos são solos com horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr;

admite-se horizonte Bi com menos de 10cm de espessura e apresentando contato lítico maior que

50cm, e pelo menos um dos seguintes requisitos: a) 4% ou mais de minerais primários alteráveis

(menos resitentes ao intemperismo) na fração areia grossa, ou areia fina, em algum horizonte

dentro dos 200cm a partir da superfície; e/ou b) 5% ou mais do volume da massa do horizonte C

ou Cr, dentro de 200cm de profundidade, apresentando fragmentos de rocha semi-intemperizada,

saprolito ou fragmentos formados por restos da estrutura orientada da rocha (pseudomorfos) que

deu origem ao solo, que é o caso do Neossolo Regolítico que se desenvolve na área deste estudo.

Destaca-se que o Neossolo Regolítico da área é distrófico por apresentar saturação por bases

inferior a 50%, até o contato lítico. A seguir será descrito um perfil representativo deste tipo de

solo.

Perfil 3

Classificação: NEOSSOLO REGOLÍTICO Distrófico típico, A moderado, textura média com cascalho, relevo suave ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’25,6” S e 59°28’26,6” W Gr.

Material originário: rochas graníticas

Pedregosidade: não pedregosa

Rochosidade: não rochosa

Relevo local: suave ondulado

Relevo regional: suave ondulado a ondulado

Erosão: não aparente

Drenagem: bem drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação original

Descrição Morfológica:

Ac - 0 a 15 cm; amarelo (10YR 7/6); franco argilo arenosa com cascalho; não plástica e não pegajosa.

C1c - 15 a 50 cm; amarelo (10YR 7/8); franco argilo arenosa com cascalho; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

C2c - 50 a 120 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 7/8); franco argilo arenosa com cascalho; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

Obs.: A 120cm aparece bloco de granito alterado. Descrição e amostragem feitas através de tradagem.

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102

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 3 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica

(g/Kg)

Símbolo Profundidade

(cm) Calhau Cascalho

Terra fina

Areia Silte Argila

Ac 0-15 0,0 7,6 92,4 696 66 238

C1c 15-50 0,0 5,8 94,2 662 67 271

C2c 50-120 0,0 10,6 89,4 629 83 288

Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

Ac C1c C2c

pH em H2O 4,7 4,6 4,5

pH em CaCl2 4,0 4,0 3,9

P (mg/dm3) 2,0 1,4 0,6

K (mg/dm3) 65 37 25

M.O. (g/dm3) 10,7 5,9 3,7

Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,5 0,3 0,2

Ca (cmolc/dm3) 0,3 0,2 0,1

Mg (cmolc/dm3) 0,2 0,1 0,1

Al (cmolc/dm3) 0,7 0,8 0,9

H (cmolc/dm3) 1,5 1,1 1,0

S (cmolc/dm3) 0,7 0,4 0,3

CTC (cmolc/dm3) 2,9 2,2 2,1

V (%) 23,2 17,7 12,4

Sat Al (%) 52,0 65,4 76,8

Ca (%) 8,7 6,7 4,7

Mg (%) 7,2 5,2 3,9

K (%) 5,9 4,3 3,0

H (%) 51,6 48,7 46,7

Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

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103

O Solo Antropogênico1, corresponde aos substratos gerados pela antiga atividade

garimpeira, e distribui em fundos de vales de três linhas de drenagens, duas intermitentes, que

por serem áreas deprimidas, planas e topograficamente favoráveis à sedimentação, foram

utilizadas para deposição dos materiais descartados no processo de extração de minério de ouro.

A constituição desse solo é essencialmente silicosa, com grande quantidade de quartzo na forma

de calhaus, cascalhos e areias, grossa, média e fina; e granulometrias ainda menores, depositados

em volumes em diversos tamanhos e distribuídos de forma caótica, dando à paisagem certa

desordem e uma forte desarmonia (Figura 76), como na área à jusante da Cava do Expedito. As

unidades desse estão em processo inicial de pedogeneização, com textura variando de média a

arenosa (Figura 77), ambas cascalhentas, mas já apresentam capacidade de suporte para várias

espécies herbáceas de ocorrência regional, as quais normalmente apresentam hábito invasor e são

muito rústicas.

Figura 76 – Vista parcial do ambiente onde ocorre Solo Antropogênico, na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

1 A palavra antropogênico diz respeito a qualquer atividade que esteja relacionada a origem do homem. Antrópico, em seu sentido amplo, qualifica os resultados das atividades criadas pelo homem. Atualmente estes termos estão relacionados a qualquer produto derivado das atividades humanas.

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104

Figura 77 - Perfil de Solo Antropogênico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

Perfil 7

Classificação: SOLO ANTROPOGÊNICO, textura média cascalhenta, relevo plano, fase Vegetação Secundária com predomínio de herbáceas.

Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’19,9” S e 59°29’31,9” W Gr.

Material originário: sedimentos atuais

Pedregosidade: pedregosa

Rochosidade: rochosa

Relevo local: plano

Relevo regional: plano a escarpado

Erosão: em sulcos extremamente forte, profundos e muito freqüentes

Drenagem: moderadamente drenado

Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras

Uso atual: vegetação secundária com predomínio de herbáceas

Descrição Morfológica:

ACcp - 0 a 60 cm; cinza avermelhado claro (2,5YR 7/1); franco argilosa cascalhenta; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

Cc - 60 a 100+ cm; vermelho claro acinzentado (2,5YR 7/2); franca muito cascalhenta; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através em corte na base da “Cava do Expedito”.

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105

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 7 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg)

Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila

ACcp 0-60 33,0 15,5 51,5 429 300 271

Cc 60-100+ 33,0 27,0 40,0 362 400 238 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

ACcp Cc pH em H2O 4,9 5,1 pH em CaCl2 4,3 4,3 P (mg/dm3) 1,1 0,6 K (mg/dm3) 29 9 M.O. (g/dm3) 7,3 3,3 Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,5 0,2 Ca (cmolc/dm3) 0,3 0,1 Mg (cmolc/dm3) 0,2 0,1 Al (cmolc/dm3) 0,5 0,4 H (cmolc/dm3) 1,4 0,9 S (cmolc/dm3) 0,6 0,2 CTC (cmolc/dm3) 2,4 1,5 V (%) 23,8 14,5 Sat Al (%) 43,9 65,5 Ca (%) 12,4 6,5 Mg (%) 6,9 5,4 K (%) 3,1 1,5 H (%) 57,5 57,8 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007.

Perfil 14 Classificação: SOLO ANTROPOGÊNICO, textura arenosa muito cascalhenta, relevo plano, fase Vegetação Secundária com predomínio de herbáceas. Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’41,7” S e 59°29’49,4” W Gr. Material originário: sedimentos atuais Pedregosidade: pedregosa Rochosidade: rochosa Relevo local: plano Relevo regional: plano a escarpado Erosão: não aparente (área assoreada) Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação secundária com predomínio de herbáceas

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106

Descrição Morfológica:

Acp1 - 0 a 20 cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); areia muito cascalhenta; não plástica e não pegajosa.

Acp2 - 20 a 50+ cm; amarelo avermelhado (7,5YR 6/6); areia cascalhenta; não plástica e não pegajosa.

Obs.: Descrição e amostragem feitas através mini-trincheira.

ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 14 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA

Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica

(g/Kg)

Símbolo Profundidade

(cm) Calhau Cascalho

Terra fina

Areia Silte Argila

Acp1 0-20 17,2 46,0 36,9 894 33 73

Acp2 20-50+ 0,9 39,4 59,7 886 33 81 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA

Dados Químicos Horizontes

Acp1 Acp2 pH em H2O 5,3 5,4 pH em CaCl2 4,5 4,6 P (mg/dm3) 1,4 0,6 K (mg/dm3) 49 34 M.O. (g/dm3) 3,7 2,5 Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,5 0,4 Ca (cmolc/dm3) 0,3 0,2 Mg (cmolc/dm3) 0,2 0,2 Al (cmolc/dm3) 0,3 0,3 H (cmolc/dm3) 1,1 0,7 S (cmolc/dm3) 0,6 0,5 CTC (cmolc/dm3) 2,1 1,5 V (%) 30,6 33,4 Sat Al (%) 32,3 36,0 Ca (%) 14,6 13,7 Mg (%) 10,1 11,3 K (%) 6,2 6,0 H (%) 54,8 47,8 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008.

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107

9. APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS

O IBGE (1995), em seu “Manual Técnico de Pedologia” apresenta o método de avaliação

da aptidão agrícola das terras, em base ao mapeamento e classificação de potencialidades

agronômicas numa escala hierárquica. É uma ferramenta orientadora para o planejamento das

atividades produtivas agro-silvo-pastoris de forma mais sustentável, e não um guia para se obter

o máximo benefício das terras. Neste estudo, o mapeamento das unidades de aptidão agrícola das

terras da área de influência direta do empreendimento (Anexo 4) foi realizado adotando-se tanto

essa proposta metodológica, como a de Resende et al. (1997), que considera o sistema FAO

Brasileiro, e apresenta uma estrutura que permite ajustes e adaptações regionais. Este método

sintetiza qualidades dos ecossistemas em relação a 5 parâmetros: disponibilidade de nutrientes

(N), água (A), oxigênio (O), potencial de erosão (E) e viabilidade para uso com

mecanização dos terrenos (M). Assim, a determinação da classe de aptidão agrícola das terras

segue basicamente os seguintes passos:

1) Estimativa dos desvios (N), (A), (O), (E) e (M), devem ser entendidos como

estimativa de problemas que podem ser reduzidos por meio da adoção de diferentes níveis de

manejo segundo as características de cada região (Resende et al., 1997). Neste item as

qualidades dos ecossistemas que são constituídos por diferentes classes de solos é contrastada

com uma situação de solo ideal, que pode ser genericamente representada da seguinte forma,

através da Tabela 1:

Tabela 1– Relação entre solo ideal (i =0, onde (i =N,A,O,E eM) e o solo real (i 0).

Parâmetro Solo ideal Solo Real

Nutrientes N=0 N0

Água A=0 A0

Oxigênio O=0 O0

Susceptibilidade à erosão E=0 E0

Impedimentos à mecanização M=0 M0 Fonte: Resende et al. (1997).

A estimativa do grau de desvio é subjetiva, pois sua valoração é realizada por uma

hierarquia de valores, e os graus de limitação apresentam as seguintes grandezas: nulo-N (0),

ligeiro-L (1), moderado-M (2), forte-F (3) e muito forte-MF (4).

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108

2) Estimativa da viabilidade, de redução dos desvios (), nos vários níveis de manejo, é

aqui considerado como o balanço entre a intensidade dos desvios e a possibilidade, dificuldade e

conveniência de sua redução, considerando as opções dos vários níveis de manejo. São 3 os

níveis de manejo de acordo com as práticas agrícolas ao alcance dos agricultores, numa

perspectiva de viabilidade técnica, ambiental, social e econômica:

A – baseado em práticas agrícolas que refletem um baixo nível tecnológico, onde não há

aplicações de capital para manejo, melhoramento e conservação das condições agrícolas das

terras e lavouras. As práticas agrícolas dependem do trabalho braçal, podendo ser utilizada

alguma tração animal com implementos agrícolas simples. A pastagem natural enquadra-se nesta

categoria de manejo, pois está implícito o uso das terras sem melhoramentos tecnológicos.

B – baseado em práticas agrícolas que refletem um nível tecnológico médio, por alguma

aplicação de capital para manejo e com uso de resultados de pesquisas voltadas ao melhoramento

e conservação das condições agrícolas das terras e lavouras. As práticas agrícolas estão ainda

condicionadas ao trabalho braçal e tração animal. Se utilizada máquina motorizada será para o

transporte e beneficiamento da produção. Pastagem plantada e silvicultura enquadram-se nesta

categoria, pois estão previstas aplicações de corretivos, fertilizantes e defensivos agrícolas na

atividade.

C – baseado em práticas agrícolas que refletem um alto nível tecnológico, caracterizado

pela aplicação intensiva de capital e de resultados de pesquisas para manejo, melhoramento e

conservação das condições agrícolas das terras e lavouras. A moto-mecanização é utilizada nas

diferentes fases da operação agrícola.

O método indica, 6 grupos de aptidão agrícola para identificar o tipo de uso mais ou

menos intensivo das terras, visando sua melhor aptidão. Os números 1, 2 e 3 além da

identificação de lavouras como tipos de utilização, desempenham a função de representar no sub

grupo, as melhores classes de aptidão das terras indicadas para lavoura, conforme os níveis de

manejo. Já os grupos 4, 5 e 6 apenas identificam tipos de utilização (pastagem plantada,

silvicultura e/ou pastagem natural e preservação da flora e fauna, respectivamente), independente

da classe de aptidão.

A representação dos grupos é feita com algarismos de 1 a 6, em escalas decrescentes,

segundo as possibilidades de uso das terras.

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109

As limitações que interferem nos diversos tipos de utilização aumentam do grupo 1 para

o grupo 6, diminuindo conseqüentemente, as alternativas de uso e a intensidade com que as

terras podem ser utilizadas, conforme esquematizado na Tabela 2.

Tabela 2– Grupos e classes de aptidão agrícola e alternativas gerais de utilização.

GRUPOS CLASSE NÍVEL DE MANEJO

A B C

A

L

T

E

R

N

A

T

I

V

A

S

L

I

M

I

T

A

Ç

Õ

E

S

LAVOURAS

1 Boa 1A 1B 1C

2 Regular 2a 2b 2c

3 Restrita 3(a) 3(b) 3(c)

PASTAGEM PLANTADA

4 Boa 4P

4 Regular 4p

4 Restrita 4(p)

SILVICULTURA E/OU PASTAGEM NATURAL

5 Boa 5N 5S

5 Regular 5n 5s

5 Restrita 5(n) 5(s)

SEM APTIDÃO PARA USO AGRÍCOLA

6 Preservação de fauna e flora ou recreação

Fonte: Resende et al. (1997).

Note que as letras maiúsculas referem-se à classe boa de aptidão, enquanto que as

minúsculas representam a classe regular, que uma vez entre parênteses implicam em serem da

classe restrita.

3) Finalmente, para se enquadrar uma determinada área em uma classe de aptidão agrícola

utiliza-se uma tabela de conversão (quadro guia), conforme os métodos (Resende et al., 1997; e

IBGE, 1995). Identifica-se a classe de aptidão confrontando-se as informações sobre os desvios e

a viabilidade de sua redução, contidas nesse quadro guia, confeccionado para a região tropical

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úmida (na qual as áreas deste estudo estão enquadradas) e permite ajustar às condições regionais

de acordo com suas especificidades, conforme mostrado no Quadro 6.

Os Latossolos da área são os que apresentam melhores características e capacidades

produtivas para uso agronômico. Mas todos têm limitações de uso, para as quais, devem ser

adotadas técnicas de manejo e conservação adequados, tais como: correção e fertilização dos

solos, adoção de técnicas de manejo integrado de pragas, disciplinamento das águas superficiais,

que resultam fluxos concentrados, uso de plantio direto, sistemas consorciados, etc; tornando-os

aptos para culturas perenes e anuais e para pastagens plantadas, além da silvicultura e exploração

dos recursos florestais, esta última, adotando-se planos de manejo racionais e sustentáveis.

Mas, não basta somente realizar o enquadramento dos solos nas classes de aptidão

agrícola das terras. Há ainda que considerar a vocação eco-regional, a partir das características

agroclimáticas e vegetacionais dessa porção do território mato-grossense, que de acordo com o

Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso (SEPLAN/MT, 2008), a área

de estudo insere-se na Categoria 3. que corresponde às “áreas que requerem manejos específicos em

ambientes com elevado potencial biótico especificidades ecológicas e paisagísticas e elevada fragilidade requerem

manejos específicos, para garantir a manutenção de suas características e a exploração racional e adequada de

sua base de recursos naturais, tendo em vista compatibilizar a proteção do ambiente natural com a sustentabilidade

das atividades econômicas”. Enquadra-se também, na Subcategoria 3.1. que corresponde às “áreas que

requerem manejos específicos em ambientes com elevado potencial florestal, compreende as áreas recobertas pelas

Florestas Ombrófila e Estacional, consideradas de interesse à manutenção e/ou melhoria de seu estado de

conservação, com intuito de permitir o uso de recursos naturais de forma planejada e limitada”. Pertence ainda,

à Zona 3.1.1. que se refere às “áreas que requerem manejos específicos em ambientes com elevado potencial

florestal, onde predominam Formações Florestais, na região localizada entre os rios Madeirinha e Juruena, na

área de influência do Pólo Regional de Juína“. E, à Sub-Zona 3.1.1b. que se refere às “áreas indicadas à

implantação de sistemas agroflorestais, em pequenos e médios estabelecimentos, manejo florestal sustentável de

uso múltiplo, e em grandes estabelecimentos, de acordo com a capacidade e outras atividades que não impliquem

na alteração da cobertura vegetal”. Sendo que nesta Sub-Zona, uma das diretrizes econômicas

específicas é “fomentar e incentivar a regularização e fiscalização de empreendimentos minerários em pareceria

com o DNPM e municípios envolvidos, de modo a combater a evasão fiscal e a comercialização clandestina de bens

minerais, além do alto índice de informalidade”. Já nas diretrizes ambientais está previsto “monitorar os impactos

ambientais e aplicação das medidas mitigadoras causadas por principalmente empreendimentos que demandam a

elaboração de EIA/RIMA”.

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111

Quadro 6 – Quadro Guia de avaliação da aptidão agrícola das terras. Notas: Os algarismos junto aos graus de limitação correspondem aos níveis de viabilidade de melhoramento das condições agrícolas das terras;Terras sem aptidão agrícola para lavouras em geral, devido ao excesso de água no solo, podem ser indicadas para arroz de inundação;Graus de limitações ao uso apresentam letras/símbolos: N – nulo; L – Ligeiro; M – Moderado; F – Forte; MF – Muito Forte; / - Intermediário; (*) No caso de grau forte por susceptibilidade à erosão, o grau de limitação por deficiência de fertilidade não deve ser maior do que o moderado para a classe restrita – 3(a).

REGIÃO TROPICAL ÚMIDA

APTIDÃO AGRÍCOLA GRAUS DE LIMITAÇÃO DAS CONDIÇÕES AGRÍCOLAS DAS TERRAS PARA OS NÍVEIS DE

MANEJO A, B e C Tipo de uso

indicado GRUPO

SUB GRUPO

CLASSE Deficiência de

fertilidade (N) Deficiência de

água (A) Deficiência de Oxigênio (O)

Susceptibilidade a erosão (E)

Impedimento a mecanização (M)

A B C A B C A B C A B C A B C 1 1ABC Boa N/L N/L1 N2 L/M L/M L/M L L1 N/L1 L/M N/L1 N2 M L N

Lavouras 2 2abc Regular L/M L1 L2 M M M M L/M1 L2 M L/M1 N2/L2 M/F M L 3 3(abc) Restrita M/F M1 L2/M2 M/F M/F M/F M/F M1 L2/M2 F(*) M1 L2 F M/F M 4 4P Boa M1 M F1 M/F1 M/F

Pastagem plantada

4 4p Regular M/F1 M/F F1 F1 F 4 4(p) Restrita F1 F F1 MF F 5 5S Boa M/F1 M L1 F1 M/F

Silvicultura 5 5s Regular F1 M/F L1 F1 F 5 5(s) Restrita MF F M1 MF F 5 5N Boa M/F M/F M/F F MF

Pastagem natural

5 5n Regular F F F F MF 5 5(n) Restrita MF MF F F MF

6 6 Sem aptidão

agrícola Áreas destinadas à preservação de fauna e flora, inclui nesta categoria as áreas de preservação permanente e áreas de reserva

legal da propriedade rural. Fonte: IBGE (1995) e Resende et al. (1997).

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112

Porém, em se tratando de se utilizar os solos para a produção agropecuária recomenda-se

a adoção das seguintes técnicas de manejo, como estratégias de conservação da qualidade

ecológica dos sistemas produtivos, considerando-se o enquadramento das classes de aptidão

agrícola:

Preparo dos solos de forma adequada quanto a melhor época do ano, aos tipos de

implementos a serem utilizados, aos espaçamentos recomendados para as variedades/cultivares

que sejam melhores adaptadas às características agroclimáticas da região;

Plantio e cultivo em nível;

Plantio direto e manejo de restos culturais visando manter a cobertura do solo e

reduzir a sua desagregação e erosão;

Uso adequado de corretivos e fertilizantes, baseados em análises físico-químicas

dos solos;

Uso correto de defensivos agrícolas, evitando-se principalmente as contaminações

de mananciais;

Manejo ecológico de pastagens;

Uso de barreiras de vegetação (com espécies perenes preferencialmente as

nativas), para reduzir a velocidade e ou volume de escorrimento superficial, para reduzir as ações

erosivas dos ventos, bem como criar ambientes heterogêneos, favorecendo-se as ligações com os

corredores ecológicos regionais, melhorando-se o balanço de energia da superfície dos solos,

elevando-se a evapotranspiração local, e reduzindo-se inclusive, os ataques de pragas e doenças.

Além do uso de barreiras mecânicas (terraços, cordões etc), para diminuir e reter o escorrimento

superficial;

Uso de canais divergentes para a condução do escoamento superficial,

principalmente se o volume do fluxo ou as condições físicas do solo não permitirem sua

infiltração de modo adequado; e

Construção de estruturas para captação de fluxos concentrados de águas pluviais,

provocadas por estradas, caminhos e cercas, reduzindo-se os processos erosivos.

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113

O enquadramento nas classes de aptidão agrícola das terras permitiu mapear 7 classes de

aptidão agrícola, que estão a seguir descritas.

Grupos 1, 2 e 3, sub-grupo (a)bC da classe restrita de aptidão agrícola para lavouras, no

nível de manejo A, regular no nível de manejo B e boa no nível de manejo C, indica limitação

para o problema de fertilidade natural, do caráter distrófico dos Latossolos que recobrem a maior

parte das áreas aptas para lavouras, necessitando uso de corretivos e fertilizantes; apresentando

também ligeiras a moderadas limitações quanto a deficiência de água devido a presença de nível

de cascalho em subsuperfície; sem problemas quanto a deficiência e excesso de água no solo.

Não é solo susceptível ao desenvolvimento de processos erosivos, pois sua textura varia de

média a argilosa e os terrenos são planos, com declividades inferiores a 2%; e ainda não há

impedimentos relevantes à mecanização, permitindo o emprego de todos os tipos de máquinas,

equipamentos e implementos agrícolas, alertando-se, porém, para as características climáticas,

que apresenta elevada precipitação anual.

Grupo 4, sub-grupo 4P da classe boa de aptidão agrícola para pastagem plantada,

apresentando deficiência moderada de fertilidade natural de parte dos Latossolos e Cambissolos;

deficiência ligeira de água; sem problemas com deficiência de oxigênio; porém, com moderada

susceptibilidade ao desenvolvimento de processos erosivos, por apresentar terrenos com

declividades médias em torno de 5% e sem impedimento à mecanização.

Grupo 4, sub-grupo 4p da classe regular de aptidão agrícola para pastagem plantada,

apresentando deficiência moderada de fertilidade natural pelo caráter distrófico dos Cambissolos

e parte dos Neossolos Litólicos; e deficiência de água, pela pouca profundidade dos solos; sem

problemas com deficiência de oxigênio; porém, com forte susceptibilidade ao desenvolvimento

de processos erosivos, por apresentar terrenos com declividades médias altas, em torno de 12%;

e forte impedimento à mecanização por esta mesma condição de relevo.

Grupo 4, sub-grupo 4(p) da classe restrita de aptidão agrícola para pastagem plantada,

com deficiência moderada de fertilidade natural pelo caráter distrófico dos Neossolos Litólicos e

parte dos Cambissolos; e deficiência de água, pela pouca profundidade dos solos; sem problemas

com deficiência de oxigênio; porém, com muito forte susceptibilidade ao desenvolvimento de

processos erosivos, por apresentar terrenos com declividades médias altas superiores a 15%; e

forte impedimento à mecanização por esta mesma condição de relevo.

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Grupo 5, sub-grupo 5s da classe regular de aptidão agrícola para silvicultura,

apresentando deficiência ligeira de fertilidade natural, pela presença de elevado teor de matéria

orgânica nos horizontes superficiais do Neossolo Litólico Húmico, que recobre a maior parte

desta classe; possui deficiência moderada de água, por se tratar de solo raso, mas com elevado

teor de matéria orgânica que propicia reter água no perfil do solo; sem problemas com

deficiência de oxigênio; com forte limitação pela susceptibilidade à erosão e impedimentos à

mecanização, face às elevadas declividades dos terrenos em torno de 20%.

Grupo 5, sub-grupo 5(s) da classe restrita de aptidão agrícola para silvicultura,

apresentando deficiência moderada de fertilidade natural pelo caráter distrófico do Neossolo

Litólico; possui deficiência moderada de água, por se tratar de solo raso; sem problemas com

deficiência de oxigênio; mas com forte limitação pela susceptibilidade à erosão e impedimentos

à mecanização, face às elevadas declividades dos terrenos em torno de 25%.

Grupo 6, sub-grupo 6 da classe sem aptidão agrícola, correspondendo a áreas destinadas à

preservação da fauna e flora, por se tratar de Áreas de Preservação Permanente, tanto de Floresta

Ciliar como pelas altas declividades dos terrenos, que na maioria das vezes variam de 30 até

60%.

10. GEOMORFOLOGIA

O tema geomorfologia foi abordado sob dois enfoques: 1º) um, que identifica e descreve

as unidades de relevo desenvolvidas na área de influência indireta do empreendimento (AII), a

qual foi representada em mapa, na escala de 1:20.000 (Anexo 5). 2º) E, o outro, faz uma análise

dos processos morfodinâmicos relacionados às formas de relevo da área de influência direta do

empreendimento (AID), pois é nessa área em que haverão as intervenções para extração e

beneficiamento mineral da Mineração Dardanelos Ltda. Para tanto, foram elaborados produtos

cartográficos intermediários, mapas e cartas temáticas, que permitiram identificar

compartimentos morfopedológicos e representá-los em escala de detalhe, 1:10.000, (Anexo 6).

Entende-se por compartimento morfopedológico a área relativamente homogênea,

especialmente em relação aos aspectos litológicos (tipos de rochas), geomorfológicos (formas de

relevo), pedológicos (tipos de solos) e de cobertura vegetal, e que resulta em determinando

funcionamento hídrico (Salomão, 1994; Castro e Salomão, 2000). Assim, o método adotado tem

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115

como referência a teoria dos sistemas e se baseia na integração desses temas. Essa teoria permite

avaliar as potencialidades e restrições dos sistemas ambientais existentes no espaço geográfico,

face à própria dinâmica superficial a que são submetidos.

Para a compartimentação morfopedológica fez-se a integração dos mapas de solos

(Anexo 3); cobertura vegetal consolidada no mapa de vegetação e uso dos solos está apresentado

no Anexo 6a; a carta de isodeclividade (Anexo 6b), que representa as inclinações dos terrenos, a

qual foi confeccionada de acordo com o método proposto por De Biasi (1992); e tipologia do

substrato geológico conforme os estudos realizados na área de influência direta (AID).

Para as classes de declividades utilizou-se critérios estabelecidos por trabalhos

acadêmicos realizados no Brasil e em Mato Grosso, e aqueles estabelecidos pela legislação

vigente, considerando os seguintes limites: a) Declividades inferiores a 5%. Envolvem terrenos

desde planos ou superfície horizontal com desnivelamentos muito pequenos de 0 a 3%, limite

este adotado nos levantamentos de campo para classificação de solos, (IBGE, 1995; Resende et

al., 1997; e EMBRAPA, 1999); envolve ainda o limite urbano-industrial de 5% utilizado

internacionalmente (De Biasi, 1992). b) Declividades entre 5% e 12%, sendo 12% o limite

estabelecido como máximo para o emprego de mecanização agrícola. c) Declividades entre 12%

e 30%, sendo 30% o limite definido por legislação federal, Lei nº 6.766/79, que define o limite

máximo para urbanização sem restrições, a partir do qual toda e qualquer forma de parcelamento

se faz por exigências específicas. d) Declividades entre 30% e 47%, tem-se o Código Florestal

que fixa o limite de 25º, ou seja, 47% de declividade, como o máximo que permite o corte raso,

e, a partir do qual, a exploração só será permitida se sustentada por cobertura de florestas. E e)

Declividades maiores que 47%, o Artigo 10 do Código Florestal prevê que na faixa situada entre

25º (47%) a 45º (100%), “não é permitida a derrubada de florestas”, (...).

Para a confecção do mapa de compartimentação morfopedológica foram analisadas as

condicionantes geradoras dos processos da dinâmica superficial com ênfase à interpretação dos

diferentes graus de suscetibilidade à erosão (laminar e linear) dos solos, relacionando também, às

diferentes condições de funcionamento hídrico das vertentes, conforme as proposições de

Salomão (1994; 1997 e 1999), que estabelece as seguintes atividades para o mapeamento: 1º)

fotointerpretação de produtos sensoriais (imagem de satélite Ikonos, em escala de 1:10.000); 2º)

análise integrada de produtos cartográficos (mapas, pedológico, de aptidão agrícola das terras, de

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vegetação, uso e ocupação dos solos, e carta de isodeclividade, previamente elaborados em

escala 1:10.000); 3º) levantamentos de campo para checar os compartimentos morfopedológicos

de forma a representá-los cartograficamente nessa mesma escala de detalhe; e 4º) elaboração e

ajuste final do mapa e posterior caracterização de cada compartimento.

10.1. Unidades de Paisagem na Área de Influência Indireta do Empreendimento

As áreas de influência do empreendimento estão na Depressão da Amazônia Meridional

(Radambrasil, 1978), onde desenvolvem superfícies rebaixadas em formas colinosas de relevo,

que por vezes, passam a superfícies aplainadas. Essa Depressão também foi denominada como

Depressão do Norte de Mato Grosso (SEPLAN, 1999, http://www.seplan.mt.gov.br/), que

representa o piso do relevo regional, onde a rede de drenagem é controlada pelos rios Aripuanã e

Tenente Marques, tendo sido esta, a nomenclatura adotada neste estudo. Dessa Depressão, com

cotas altimétricas médias em torno de 150m, emergem conjuntos de morros residuais (Figuras

78 e 79), em altimetrias que variam de 129 a 361metros, elaborados em litologias do Grupo

Roosevelt, tendo sido mapeada a serra do Expedito, como o conjunto de maior expressão deste

espaço geográfico.

Figura 78 – Vista geral da paisagem, onde se destacam morros e morrotes residuais emergindo do nível da Depressão. Município de Aripuanã/MT.

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Figura 79 – Vista parcial do conjunto de morros residuais que formam a serra do Expedito. Município de Aripuanã/MT.

A serra envolve uma seqüência de morros coalescentes (unidos uns aos outros, Figura

80), alinhados na direção geral NW-SE, a principal área onde serão desenvolvidas as atividades

de mineração. Esse conjunto serrano foi delimitado no piso da Depressão como o resultado da

erosão diferencial, que atua de forma marcante no clima equatorial continental úmido, mantendo

os materiais mais resistentes ao intemperismo e removendo aqueles de menor resistência.

Figura 80 – Em primeiro plano vertente de colina média da Depressão e ao fundo, morros residuais coalescentes, formando a serra do Expedito, na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

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Essa dinâmica superficial gera na paisagem florestada formas onduladas do relevo, às

vezes, menos dissecada onde se tem colinas médias, e às vezes mais dissecada, no domínio de

morros residuais coalescentes. Entretanto, como esta paisagem está atualmente sendo substituída

por pastagens plantadas (Figura 81), e considerando que na região o regime de chuvas é intenso

e ocorre em período longo do ano, a retirada da cobertura florestal altera o comportamento

hídrico dos ambientes. A floresta reduzia a ação erosiva das chuvas, porque interceptava as gotas

desde o dossel (copa das árvores), normalmente acima de 20m de altura.

Figura 81 – Em primeiro plano, pastagem plantada e ao fundo morros residuais que fazem parte da serra do Expedito, município de Aripuanã/MT.

A substituição da floresta por pastagens é drástica, pois substitui comunidades arbóreas

por um estrato eminentemente herbáceo, graminoso, que não excede 50cm de altura e o sistema

radicular é maior nos primeiros 50cm de profundidade, gerando forte mudança no balanço

hídrico das vertentes. Aumenta-se o escoamento superficial das chuvas, provocando aumento da

erosão laminar, e linear (sulcos e ravinas) e conseqüentemente reduz-se a capacidade de suporte

dos solos, que são predominantemente rasos e pobres, (Figura 82). Assim, é muito importante a

funcionalidade dos sistemas ecológicos da Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, pois ela é

fortemente dependente da ciclagem de nutrientes ofertada pela serrapilheira, em constante

reposição por quedas de folhas, galhos, troncos etc., das plantas, resultando na formação das

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camadas superficiais que são fundamentais para esses solos pobres e rasos, pois nelas há

reposição dos nutrientes, via mineralização da matéria orgânica.

Figura 82 – Pastagem plantada mal manejada em relevo colinoso, que bordeja a serra do Expedito (ao fundo). Município de Aripuanã/MT.

Já em termos de processos mofodinâmicos e considerando essas características, é

possível identificar no contexto regional, dois sistemas em ambiente de dissecação ou erosivo: a)

um, relacionado aos morros residuais, mapeados como formas residuais de relevo que fazem

parte da serra do Expedito, e que ao se coalescerem formam o corpo da serra em si, e ao se

distribuir de forma isolada, formam morros e morrotes, por vezes, emergindo das porções

superiores das vertentes; e b) o outro sistema, são de vertentes colinosas no nível altimétrico da

Depressão, mapeadas como colinas médias, onde é comum a ocorrência de morrotes em sua

porção mais elevada, e colinas médias a amplas associadas a superfícies tabuliformes, por vezes

relacionadas a fundos de vales, para onde chegam os sedimentos levados pelas chuvas.

Em campo verificou-se que os morros unem-se de diferentes formas, sendo comum a

presença de grotões ligando os morros, e são muito susceptíveis à erosão linear (sulcos e

ravinas). Também às vezes, as ravinas evoluem para voçorocas, quando estas interceptam águas

de subsuperfícies. Mas como a maior parte da serra ainda se encontra florestada, a vegetação lhe

dá boa estabilidade morfodinâmica (Figura 83). Observou-se ainda em campo, linhas de

talvegue pouco entalhadas coalescendo morrotes, sendo normalmente efêmeras, isto é, que

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funcionam como drenos naturais de excedentes hídricos apenas em eventos chuvosos, o que

impossibilita a formação de solos hidromórficos nos terrenos que recortam (Figura 84).

(a)

Figura 83 – Foto (a): vista parcial de morros residuais que se coalescem através de grotas e/ou grotões, formando o corpo da serra do Expedito. Foto (b): vista parcial do corpo serrano onde se evidenciam as ondulações dos morros coalescentes. Nota-se que a linha tracejada em cor verde mostra a ondulação dos morros coalescentes, a seta de cor vermelha aponta o local dessa coalescência onde se formam grotões, e a amarela a direção do fluxo principal das águas oriundas dos grotões recobertos por floresta. Área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

(b)

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Figura 84 – As setas azuis reforçam a direção de fluxo das águas de escoamento superficial em linha de talvegue efêmera preservada pela cobertura vegetal e pela pastagem plantada. Área de influência indireta do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

Um terceiro sistema morfopedológico, também foi identificado na área de influência

indireta do empreendimento, relacionado ao ambiente agradacional, representado por fundos de

vales aplainados, susceptíveis ao assoreamento, em função da forte dinâmica sedimentária a que

são submetidos (Figura 85).

No mapa de relevo (Anexo 5) essas formas aplainadas associam-se às colinas médias a

amplas. Nota-se que tanto ambientes agradacionais (que sedimenta), como denudacionais (que

erode), sofreram alterações na história mais recente da região, pelas atividades econômicas

desenvolvidas. No caso do agradacional as atividades garimpeiras pretéritas provocaram forte

assoreamento das margens e leito dos cursos d’água (Figura 86). E, nos denudacionais, o uso

inadequado das vertentes das colinas médias (Figura 87), pela implantação de pastagem

plantada em Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, acelerando processos erosivos laminares

e lineares, e, assoreando os fundos de vales.

10.2. Compartimentação morfopedológica da área de influência direta do empreendimento

Na área AID foram definidos 4 compartimentos morfopedológicos, sendo 2 relacionados

às formas residuais do relevo, e outros 2 às colinas médias e amplas do nível altimétrico da

Depressão, os quais se encontram delimitados no Mapa Morfopedológico (Anexo 6).

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Figura 85 – Em destaque na foto, ambiente agradacional associado a fundo de vale aplainado em vertente de colina média. Área de influência indireta do empreendimento, município de Aripuanã/MT.

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Figura 86 – Aspecto de fundo de vale assoreado em relevo colinoso que bordeja a serra do Expedito, resultante de atividade garimpeira pretérita, município de Aripuanã/MT.

Figura 87 – Vista parcial de pastagem recobrindo bases de vertentes de colinas médias, que bordejam a serra do Expedito (ao fundo), município de Aripuanã/MT.

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O compartimento morfopedológico CMP1, abrange as formas colinosas onde há domínio

de Latossolos, vertentes médias com declividades inferiores a 5% e fundos de vales abertos,

chatos e planos; como também, vertentes e setores de vertentes de colinas médias a amplas com

declividades médias entre 5 e 12%. Porém, em ambos os casos, as cabeceiras de drenagem que

ali se desenvolvem são pouco destacadas nas imagens de satélite, e mais perceptíveis em

levantamentos de campo.

No primeiro caso, os terrenos são relativamente mais aplainados, em Latossolo Amarelo

Coeso plíntico, de textura argilosa com cascalho, mapeado como um sub-compartimento

(CMP1a), em que os topos de interflúvios são levemente convexizados de largura média em

torno de 780m; e, em menor expressão tem-se Solo Antropogênico em ambiente agradacional,

com fundo de vale assoreado por antiga atividade garimpeira. São pouco susceptíveis à erosão

laminar e não susceptível à linear por sulcos e ravinas se for mantida a vegetação original, ou se

a pastagem plantada for bem manejada. Para a cobertura vegetal desses solos, que apresentam

material drenante em sub-superfície, o sistema radicular do tipo pivotante2 é mais bem sucedido,

comparado ao fasciculado3, principalmente pelo fato da ligeira a moderada limitação quanto à

deficiência de água no perfil, mesmo naquele de textura argilosa. Apesar disso, o clima úmido

regional minimiza os efeitos dessa deficiência de água, pois anualmente, a precipitação média é

de 2.264mm, a evapotranspiração potencial de 1.310mm, evapotranspiração real de 1.127mm, e

o déficit é da ordem de 184mm, contrastando com o excedente hídrico de 1.137mm. Essas

características aliadas às condições de forte acidez e caráter distrófico dos solos implica em outra

limitação às plantas cultivadas, que necessitam de corretivos e de fertilizantes. Entretanto, para a

vegetação nativa esse problema de fertilidade natural é superado principalmente pela ciclagem

de nutrientes via mineralização da matéria orgânica, constantemente reposta na serrapilheira

pelas espécies perenifólias e decíduas. Na prática, e em termos de uso dos Latossolos desse

compartimento CMP1a, tem-se maior sustentabilidade se implantados sistemas agro-florestais

2 Sistema radicular pivotante é uma característica de dicotiledôneas e gimnospermas, que tem um eixo principal (axis), resultante do desenvolvimento da raiz primária do embrião. Da raiz axial saem ramificações ou raízes secundárias. Normalmente, esse eixo principal é mais comprido e grosso do que qualquer de suas ramificações. Dentre as principais funções das raizes axiais destacam-se a de fixar e dar equilíbrio às plantas, de absorver água em profundidade no solo, e de fazer fotossíntese. 3 Sistema radicular fasciculado ou cabeleira é formado por vários eixos, ramificados ou simples, mais ou menos iguais na espessura e no comprimento. Não é possível distinguir o eixo principal dos secundários. As raízes fasciculadas são características da maioria das monocotiledôneas.

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consorciados, apesar de serem enquadrados na classe restrita de aptidão agrícola para lavouras,

no nível de manejo A, regular no nível de manejo B e boa no nível de manejo C (Grupos 1, 2 e 3,

sub-grupo (a)BC). Já o fundo de vale onde ocorre o Solo Antropogênico deve ser mantida a

aptidão agrícola recomendada, Grupo 6 destinado a preservação ambiental, pois trata-se de

ambiente ribeirinho que fora degradado por atividade garimpeira, devendo ser recuperado, já que

nele se encontram as Áreas de Preservação Permanente (APP) protegidas por lei e que

funcionam como corredores naturais para a biota.

No segundo caso, em que as formas de relevo são mais movimentadas e os terrenos mais

declivosos, com Latossolo Amarelo Coeso argissólico de textura média/argilosa, foi delimitado o

sub-compartimento CMP1b, que abrange vertentes e setores de vertentes de colinas médias a

amplas com declividades médias entre 5 e 12%, condição esta, que implica em moderada

susceptibilidade ao desenvolvimento de processos erosivos (laminares e lineares). Note que esse

solo possui um impedimento físico, mesmo sob condição natural, a presença de horizonte coeso

argissólico. A consistência muito dura, quando seco, dificulta a penetração de raízes e o

armazenamento e distribuição de água ao longo do perfil, além disso tem-se limitações químicas,

de elevada acidez, caráter distrófico (saturação por bases-V% inferior a 50%), de caráter álico,

isto é, de saturação por Alumínio trocável em altas percentagens (m% ≥ 50%). Há ainda a

limitação pela inclinação dos terrenos até o limite da mecanização, indicando que, sob condição

natural, são de baixo índice de qualidade para crescimento de plantas cultivadas e para a

produção vegetal. Por isso, foi enquadrado na classe boa de aptidão agrícola para pastagem

plantada, Grupo 4, sub-grupo 4P, porém, sob o ponto de vista da conservação do suporte

geoecológico, e em face do clima úmido regional deve ser priorizado o uso com sistemas agro-

florestais consorciados nesse compartimento morfopedológico CMP1b.

O compartimento morfopedológico CMP2, que se relaciona às formas de relevo

residuais, com altimetrias que variam de 145 a 360m, foi mapeado em 2 sub-compartimentos.

O CMP2a abrange morros e morrotes residuais isolados, associado ao Neossolo Litólico

Distrófico nas porções mais elevadas, passando para Cambissolo Háplico Tb Distrófico

latossólico de textura argilosa cascalhenta nas bases e onde os terrenos apresentam declividades

médias em torno de 12%. Ambos são solos rasos, e muito erodíveis, e as águas das chuvas

encontram dificuldade para infiltrar pela presença da rocha a pouca profundidade principalmente

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no caso do Neossolo Litólico, escoando-se com facilidade em fluxos concentrados e com energia

relativamente elevada, favorecido pela alta declividade das vertentes, resultando na formação de

sulcos e ravinas. Localmente nota-se a substituição da cobertura vegetal de Floresta Ombrófila

Aberta com palmeiras por pastagens plantadas, onde é comum a ocorrência de processos

erosivos, laminar, e linear (sulcos e ravinas rasas). Em determinadas porções das encostas dos

morros podem ocorrer pontos de surgências de água e onde os processos erosivos podem se

manifestar com maior intensidade. E, de modo geral tratam-se de terras impróprias para cultivos,

e em termos de aptidão agrícola enquadram-se no Grupo 4, sub-grupos 4p regular e 4(p) restrita

para pastagem plantada; como também, no Grupo 6 destinado a preservação, principalmente das

Áreas de Preservação Permanente, APP’s de linhas de drenagem e de topos de morros.

O outro sub-compartimento, CMP2b, compreende o corpo da serra do Expedito que é

constituída por um conjunto de morros coalescentes associados aos Neossolos Litólicos

Distrófico e Húmico típicos, em terrenos muito inclinados com declividades superiores a 30%,

onde se encontra boa parte das cabeceiras da rede hidrográfica que drena a área de influência

direta do empreendimento. Também neste sub-compartimento, é comum a ocorrência de linhas

de drenagens muito encaixadas, denominadas popularmente como grotões, e vertentes

fortemente inclinadas, onde se desenvolvem solos muito rasos, sendo, portanto, extremamente

susceptíveis à erosão laminar e linear (por sulcos e ravinas), e moderadamente susceptível a

boçorocas, já que as ravinas podem evoluir para boçorocas. E, a remoção da vegetação original,

ou a substituição por pastagem plantada nesses solos rasos resulta em aumento do escoamento

das águas de chuva, especialmente quando induzido por caminho de serviço, trilhas de gado, e

estradas vicinais. Com o escoamento concentrado das águas durante os eventos chuvosos

formam-se ravinas que se aprofundam em direção aos fundos de vales e locais onde ocorrem

surgências do lençol (nascentes). Interceptando o lençol freático, desenvolvem fenômenos de

“piping4” e a formação de boçorocas. Como a maior parte deste sub-compartimento encontra-se

razoavelmente bem preservado e recoberto por vegetação de Floresta Ombrófila Aberta com

Palmeiras os processos da dinâmica superficial se manifestam de forma equilibrada com menor

4 O fenômeno de “piping” provoca a remoção de partículas do interior do solo formando canais que evoluem em

sentido contrário ao do fluxo d’água, podendo dar origem a colapsos de terreno, com desabamento que alargam a boçoroca ou criam novos ramos, A boçoroca passa a ser palco de diversos fenômenos: erosão superficial, erosão interna, solapamentos, desabamentos, e escorregamentos, que se conjugam no sentido de dotar esta forma de erosão de elevado poder destrutivo.

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intensidade, inclusive, os escorregamentos de solos ou a queda de blocos de rochas. Neste

contexto, as terras são impróprias para cultivos, e recomendadas, para silvicultura, tendo sido

enquadradas no Grupo 5s regular e 5(s) restrita da aptidão agrícola, como também, para

conservação (Grupo 6 para a preservação da flora, fauna ou para o ecoturismo), garantindo

inclusive a preservação das APP’s.

11. RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

Este estudo foi realizado em 2008 pela empresa Aquanálise Ltda, enfocando a limnologia

dos corpos d'água superficiais das principais bacias hidrográficas que nascem na Serra do

Expedito, onde se pretende instalar este empreendimento. São elas: a do rio Guaribal e Praia

Grande, que deságuam no rio Aripuanã, e as do córrego Água Suja e das Pedras, que deságuam

no rio Branco, que também é afluente do Aripuanã. Estas bacias pertencem a Região

Hidrográfica Amazônica, Bacia Hidrográfica Regional do Rio Aripuanã, Unidade de

Planejamento e Gerenciamento A2-Aripuanã, cuja área de drenagem total é de 39.653 km2

(SEMA, 2009).

A pequena bacia do rio Guaribal foi avaliada mais detalhadamente, pois está localizada

na área de influência direta (AID), ou seja, onde haverá maior concentração de atividades, tanto

na fase de instalação como na de operação do futuro empreendimento, as demais bacias estão

localizadas na área considerada como de influência indireta (AII).

Foram realizadas análises físicas, químicas e biológicas, incluindo o estudo de

comunidades de fitoplâncton, zooplâncton, macroinvertebrados bentônicos e macrófitas

aquáticas, em 10 estações de amostragem (Figura 88), conforme a seguir descritas.

Na Área de Influência Direta (AID) – Pequena Bacia do córrego Guaribal: P1 – Lagoa artificial: Lagoa artificial de uma antiga área de garimpo localizada no sopé da Serra do Expedito, recebe água da nascente da área do Babaçu. Área marginal com vegetação secundária, presença de gramíneas e leito arenoso/argiloso. Ocorrência de macrófitas aquática e sinais de erosão na área do entorno. Coordenadas-UTM: 0227436/ 8886910.

P2 – Nascente do Babaçu: Nascente da área de Babaçu localizada no corpo da Serra do Expedito, área de Floresta, em bom estado de conservação. Córrego com leito medindo 2m de largura e profundidade da coluna d’água oscilando entre 10 e 30cm. Coordenadas-UTM: 0226854/ 8887239.

P3 – Córrego Massaranduba: Recebe água da lagoa artificial e nascentes, como a da área do Babaçu, e drena área alterada pela atividade garimpeira que tem solo exposto e vegetação secundária. O leito tem cerca de 6m de largura, e profundidade oscilando de 30 e 70cm. Coleta realizada a jusante da ponte. Coordenadas-UTM: 0227700/ 8885500.

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128

P4 - Córrego Gentio: Córrego próximoà sede da propriedade do Sr. Gentio. Coleta realizada à jusante da ponte, na estrada de acesso à Serra. À montante onde está a sede há criação de aves, suínos e bovinos em regime extensivo. O leito apresenta cerca de 6m de largura, e profundidade oscilando entre 15 e 70cm, ausência de Mata Ciliar no trecho que passa pela sede e pela estrada de acesso, presença de processos erosivos. Coordenadas-UTM: 0225680/ 8885782.

P5 – Córrego Velha Catarina: Córrego intermitente, leito com aproximadamente 5m de largura, no período chuvoso a profundidade mensurada foi de 70cm e ausência de água no mês agosto. O córrego possui leito argilo-arenoso com presença de seixos. Coleta realizada na ponte. Mata ciliar descaracterizada nesse trecho. Coordenadas-UTM: 0224080/ 8884748.

P6 – Córrego Arrainha ou Arrainha: Leito areno-argiloso com aproximadamente 4m de largura, profundidade de 70cm em abril/2008. Mata Ciliar descaracterizada nesse trecho. Coordenadas-UTM: 0223298/ 8880889.

P7 – Córrego Guaribal: A coleta foi realizada a cerca de 250m à montante da foz no rio Aripuanã. Largura de 9m e 22m. Leito areno-argiloso, e Mata Ciliar conservada. Coordenadas-UTM: 0232945/8881491.

Figura 88 – Localização das estações de coleta e delimitação da área de influência direta (AID) do empreendimento.

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Já na Área de Influência Inireta (AII), foram amostrados os seguintes pontos:

P8 – Córrego das Pedras ou córrego Vermelho: Localizado na porção noroeste da Serra do Expedito, suas águas correm em direção ao rio Branco que também deságua no rio Aripuanã. Possui leito areno argiloso de 4m de largura, e Mata Ciliar conservada.Coordenadas UTM: 0218567/ 8894364.

P9 – Córrego Água Suja: O córrego Água Suja faz parte da bacia do rio Branco que deságua no rio Aripuanã, leito areno-argiloso com cerca de 3m de largura e profundidade de 70cm no mês de abril/2008, presença de Mata Ciliar conservada. Coordenadas-UTM: 0219719/ 8892238.

P11 – Córrego Praia Grande: O córrego Praia Grande deságua no rio Aripuanã à jusante da foz do Guaribal, apresenta leito areno-argiloso com cerca de 6m de largura e profundidade oscilando de 2,80m e 0,80m. Apresenta Mata Ciliar conservada. Coordenadas-UTM: 0238076/ 8888428.

Note que em 2008 as amostragens foram realizadas nos meses de chuva (abril) e estiagem

(agosto) e em 2011, no início das chuvas na região (dezembro). Foram feitas ainda comparações

dos resultados com os padrões definidos pela referida legislação para corpos d'água da classe 2,

que é o caso dos ambientes avaliados.

Para as análises considerou-se a legislação vigente que tem como parâmetro de

comparação da qualidade da água de corpos d´água superficiais a Resolução CONAMA

(Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 357/2005, que define cinco classes de usos

preponderantes e seus padrões de qualidade. Em Mato Grosso todos os corpos d´água pertencem

à classe 2, conforme o Artigo 42, que considera que enquanto não aprovados os respectivos

enquadramentos, as águas doces serão consideradas da classe 2 (...).

Foram ainda realizadas análises de agrotóxicos, metais pesados e compostos orgânicos

voláteis na AID, também de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005.

Em laboratório foram analisadas as variáveis ambientais, baseadas em APHA/AWWA

(1990), conforme descritas na Tabela 3.

Tabela 3 – Metodologias de análise de água. Parâmetro Unidade Método

Acidez Total mg/LCaCO3 Titulométrico pH - pH-mêtro WTW Turbidez UNT Turbidímetro Hach Cor mgPt/L colorímetro Hach Condutividade elétrica µS/cm Condutivímetro WTW Dureza total mg/L Titulométrico do EDTA Alcalinidade total Mg/LCaCO3 Potenciométrico DBO mg/L Diluição e incubação- 5 dias à 20ºC DQO mg/L Refluxo do Dicromato

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Parâmetro Unidade Método OD mg/L Potenciométrico Nitrogênio Kjeldhal mg/L Colorimétrico do Fenato Amônia mg/L Colorimétrico do fenato Nitrato mg/L Colorimétrico do fenoldissulfônico Nitrito mg/L Colorimétrico do N-Naftil Fosfato Total mg/L Colorimétrico do Molibdato Sulfeto mg/L Colorimétrico Sulfato mg/L Colorimétrico Surfactantes mg/L Colorimétrico do Azul de Molibdênio Óleos e Graxas mg/L Método Soxhlet Sólidos totais mg/L Gravimétrico Sólidos dissolvidos fixos e voláteis mg/L Gravimétrico Sólidos suspensos fixos e voláteis mg/L Gravimétrico Varredura de Metais mg/L Combustão Agrotóxicos mg/L Cromatografia gasosa

Os resultados dos parâmetros físicos e químicos medidos em dez estações de coleta, na

Área de Influência Direta (AID) e Indireta (AII) da Mineração Dardanelos, nos meses de abril e

agosto de 2008 e dezembro de 2011, são apresentados nas Tabelas 4, 5 e 6, cujos valores foram

comparados com os padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para

rios de Classe 2. E, nas Figuras 89 a 101 estão expressos os resultados das estações de coleta.

No caso de gráficos onde foi necessário expressar parâmetros que tiveram resultados

abaixo do limite de detecção, adotou-se o valor do Limite de Detecção do método para fins de

ilustração da variação espacial.

Para alguns parâmetros com alguns valores mais elevados, optou-se por expressar o

resultado em números, visando manter uma escala onde a variação espacial e temporal da

maioria dos outros resultados pudessem ser visualizados.

Os resultados da análise de agrotóxicos em P7 são apresentados nas Tabelas 7 e 8. A

temperatura da água foi influenciada pela temperatura do ar (fotoperíodo) e pela característica do

local da coleta, como mostra a Figura 89, sem observar um nítido padrão sazonal.

A maior temperatura da água em P1 (Lagoa) em abril e em dezembro deve-se a

característica lêntica deste ambiente que tende a armazenar mais calor em relação aos ambientes

lóticos (rios), o que não foi observado em agosto, provavelmente pela ação do vento nesta época

do ano, que resfria as camadas superficiais da lagoa e favorece a mistura com as camadas

inferiores mais frias.

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Tabela 4 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, abril de 2008. Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 VMP

Data da coleta - - 30/04/08 30/04/08 30/04/08 30/04/08 30/04/08 01/05/08 01/05/08 01/05/08 01/05/08 02/05/08 -

Hora da coleta - - 09:00 13:00 14:30 15:15 15:35 16:00 11:00 117:05 17:35 10:30 -

Profundidade do local m - 0,40 0,30 0,70 0,70 0,70 0,70 2,44 0,80 0,70 2,80 - Transparência de Secchi m 0,1 0,40 0,30 0,70 0,70 0,70 0,70 0,45 0,80 0,70 1,00 - Temperatura do ar ºC - 27,7 25,0 24,0 25,1 25,0 25,8 28,2 27,2 20,0 25,5 - Temperatura da água ºC - 28,1 24,8 23,8 25,7 25,3 25,4 25,5 27,6 25,9 25,0 - Condutividade elétrica µS/cm 0,2 4,87 5,47 5,67 5,33 7,53 8,01 5,85 7,95 7,95 7,43 - pH - 0,1 6,03 6,03 5,99 6,34 6,31 6,20 6,26 6,31 6,76 6,75 6 – 9 Cor uH 2,0 18,0 17,0 35,0 18,0 18,0 28,0 39,0 22,0 29,0 31,0 75 Turbidez UNT 2,0 8,0 43,0 273,0 33,0 11,0 22,0 27,0 3,0 8,0 9,0 100 Dureza total mgCaCO3/L 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 - Alcalinidade total mgCaCO3/L 2,0 12,0 9,0 11,0 12,0 16,0 17,0 13,0 18,0 17,0 16,0 -

DBO mg/L 1,0 2,0 3,0 4,0 2,0 < 1,0 4,0 < 1,0 2,0 3,0 < 1,0 < 5,0

DQO mg/L 6,0 < 6,0 24,0 7,0 6,0 7,0 7,0 < 6,0 < 6,0 8,0 7,0 - Surfactantes mg/L 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 - Oxigênio dissolvido mg/L 0,2 6,1 5,4 6,3 4,9 5,3 5,5 5,4 5,4 5,5 5,0 > 5,0 Óleos e graxas mg/L 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Virtualmente ausente

Acidez total mg/L 10 < 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 < 10,0 10,0 10,0 10,0 - Nitrogênio Kjeldhal mg/L 0,01 0,809 0,330 0,601 0,653 0,320 0,338 0,112 0,809 0,064 0,057 - Nitrogênio amoniacal mg/L 0,01 0,133 0,122 0,224 0,210 0,089 0,087 0,034 0,080 0,053 0,032 3,7 Nitrato mg/L 0,01 0,229 0,107 0,040 0,113 0,275 0,048 0,049 0,091 0,193 0,172 10,0 Nitrito mg/L 0,001 0,028 0,019 0,015 0,141 0,083 0,133 0,148 0,061 0,088 0,097 1,0 Fósforo total mg/L 0,010 0,65 0,37 0,47 0,52 0,42 0,35 0,11 0,05 0,13 0,29 0,1 lótico 0,5 lêntico Sulfato mg/L 0,1 3,3 3,0 2,3 4,9 2,1 0,40 0,10 0,40 0,50 0,20 250 Sulfeto mg/L 0,002 0,004 0,028 0,004 0,027 0,08 0,023 0,021 0,005 0,009 0,007 - Sólidos totais mg/L 10,0 347 158 368 218 91 165 80 415 53 44 - Sólidos totais fixos mg/L 10,0 42 123 315 193 67 146 61 341 42 39 - Sólidos dissolvidos mg/L 10,0 342 24 182 174 72 134 54 364 44 44 500 Sólidos dissol. fixos mg/L 10,0 42 16 145 156 54 121 46 291 37 38 -

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Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 VMP Sólidos suspensos mg/L 10,0 <10 134 186 44 19 31 26 51 <10 <10 - Sólidos susp. fixos mg/L 10,0 < 10 107 170 37 13 25 15 50 <10 <10 - Sol. sedimentáveis mg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 - Cloreto mg/L 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 250 Cianeto mg/L 0,005 < 0,005 < 0,005 < 0,005 < 0,005 < 0,005 < 0,005 < 0,005 < 0,005 < 0,005 < 0,005 Metais Alumínio dissolvido mg/L 0,005 0,028 0,025 0,383 0,082 0,055 0,204 0,080 0,017 0,054 < 0,0001 0,1 Cobre dissolvido mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,042 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,009 Ferro dissolvido mg/L 0,0001 1,8 0,42 19,3 0,7 0,81 1,6 0,89 0,781 0,940 0,001 0,3 Antimônio mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,005 Arsênio total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,01 Bário total mg/L 0,0005 0,09 0,074 0,265 0,110 0,170 0,199 0,118 0,170 0,193 0,117 0,7 Boro mg/L 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,04 Berílio total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,5 Cádmio total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,0010 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,001 Chumbo total mg/L 0,0005 < 0,0005 0,0130 0,0390 < 0,0005 0,0040 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,0060 0,01 Cobalto total mg/L 0,0001 < 0,0001 0,0070 0,0030 < 0,0001 0,0050 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,0060 0,05 Cromo total mg/L 0,0001 < 0,0001 0,0100 < 0,0001 < 0,0001 0,0190 0,0120 < 0,004 < 0,001 0,0030 0,0050 0,009 Lítio total mg/L 0,0005 0,0051 < 0,0005 0,0056 0,0059 < 0,0005 0,0066 0,0060 0,0059 0,0054 < 0,0005 2,5 Manganês total mg/L 0,0005 0,5390 0,1050 1,3000 0,1310 0,0630 0,1170 0,0810 0,0360 0,0480 0,0440 0,1 Mercúrio mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,0002 Níquel total mg/L 0,0001 < 0,0001 0,0047 < 0,0001 < 0,0001 0,0020 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,025 Prata total mg/L 0,0001 < 0,0001 0,0060 < 0,0001 < 0,0001 0,0060 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,01 Urânio mg/L 0,0010 < 0,0010 0,0355 0,3300 < 0,0010 0,0447 < 0,0010 < 0,0010 < 0,0010 < 0,0010 < 0,0010 0,02 Vanádio mg/L 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,1 Zinco total mg/L 0,022 0,029 0,037 0,085 0,009 0,022 0,018 0,005 < 0,022 0,088 0,037 0,18 Selênio total mg/L 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,01 LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2.

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Tabela 5 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, agosto de 2008. Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 VMP

Data da coleta - - 24/08/08 24/08/08 24/08/08 24/08/08 24/08 24/08/08 25/08/08 24/08/08 24/08/08 25/08/08 -

Hora da coleta - - 09:29 10:20 11:39 16:10 (¹) 17:22 16:00 15:22 14:34 14:17 -

Profundidade do local m - 0,10 0,50 0,30 0,15 (¹) 0,30 0,85 0,40 0,15 0,80 - Transparência de Secchi

m 0,1 0,10 0,50 0,30 0,15 (¹) 0,30 0,85 0,40 0,15 0,80 -

Temperatura do ar ºC - 23,6 32,4 32,4 32,5 (¹) 25,7 28,4 33,0 33,2 33,4 - Temperatura da água ºC - 22,5 26,7 26,6 25,2 (¹) 23,8 24,9 23,1 27,0 28,8 - Condutividade elétrica µS/cm 0,2 8,98 9,36 8,37 12,49 (¹) 25,0 9,23 15,06 14,96 5,07 - pH - 0,1 6,02 6,00 6,00 6,00 (¹) 6,03 6,01 6,01 6,02 6,20 6 – 9 Cor uH 2,0 16,0 6,0 8,0 23,0 (¹) 17,0 13,0 39,0 31,0 6,0 75 Turbidez UNT 2,0 9,0 8,0 2,0 30,0 (¹) 4,0 8,0 8,0 4,0 5,0 100 Dureza total mgCaCO3/L 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 (¹) 3,3 < 2,0 < 2,0 < 2,0 < 2,0 - Alcalinidade total mgCaCO3/L 2,0 14,0 15,0 13,0 22,0 (¹) 17,0 15,0 27,0 26,0 9,0 -

DBO mg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 (¹) < 1,0 < 1,0 1,0 < 1,0 < 1,0 < 5,0

DQO mg/L 6,0 12,0 < 6,0 < 6,0 7,0 (¹) < 6,0 < 6,0 2,0 9,0 < 6,0 -

Óleos e graxas mg/L 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Virtualmente ausente

Surfactantes mg/L 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 (¹) < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 - Oxigênio dissolvido mg/L 0,2 5,4 5,8 6,2 5,4 (¹) 5,8 5,6 4,2 7,8 6,2 > 5,0 Acidez total mg/L 10 6,0 4,0 4,0 8,0 (¹) 6,0 4,0 8,0 5,0 4,0 - Nitrogênio Kjeldhal mg/L 0,01 0,238 < 0,010 < 0,010 0,408 (¹) 0,061 0,059 0,123 0,173 0,100 - Nitrogênio amoniacal mg/L 0,01 < 0,010 < 0,010 < 0,010 0,017 (¹) 0,042 0,039 0,042 < 0,010 0,012 3,7 Nitrato mg/L 0,01 0,151 0,051 0,060 0,188 (¹) 0,078 0,126 0,246 0,117 0,096 10,0 Nitrito mg/L 0,001 0,005 < 0,001 0,002 0,0010 (¹) 0,004 0,003 0,008 0,006 0,004 1,0

Fósforo total mg/L 0,010 0,43 0,18 0,14 0,48 (¹) 0,12 0,09 0,20 0,36 0,32 0,1 lótico

0,5 lêntico

Sulfato mg/L 0,1 2,0 2,0 2,0 3,0 (¹) 3,0 3,0 2,0 2,0 2,0 250 Sulfeto mg/L 0,002 0,002 0,002 < 0,002 0,008 (¹) 0,002 0,003 0,002 0,002 0,004 -

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134

Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 VMP Sólidos totais mg/L 10,0 < 10 14 < 10 49 (¹) 18 < 10 26 44 < 10 - Sólidos dissolvidos mg/L 10,0 28 < 10 < 10 26 (¹) 18 < 10 24 44 < 10 500 Sólidos dissol. fixos mg/L 10,0 12 < 10 < 10 18 (¹) 10 < 10 12 21 < 10 - Sólidos dissol. voláteis mg/L 10,0 16 < 10 < 10 < 10 (¹) < 10 < 10 12 23 < 10 - Sólidos suspensos mg/L 10,0 < 10 14 < 10 23 (¹) < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 - Sólidos susp. fixos mg/L 10,0 < 10 < 10 < 10 14 (¹) < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 - Sol. sedimentáveis mg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 (¹) < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 - Cloreto mg/L 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 (¹) < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 250 Metais Alumínio dissolvido mg/L 0,005 0,048 0,014 0,015 0,074 (¹) 0,022 0,029 0,023 0,088 0,029 0,1 Cobre dissolvido mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,009 Ferro dissolvido mg/L 0,0001 1,1000 0,0930 0,2370 0,4470 (¹) 0,2700 0,2950 1,1000 0,8850 0,0970 0,3 Antimônio mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,005 Arsênio total mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,01 Bário total mg/L 0,0005 0,0344 0,0752 0,0381 0,0827 (¹) 0,1546 0,0621 0,0661 0,1130 0,0253 0,7 Boro mg/L 0,0005 < 0,0005 <0,0005 < 0,0005 < 0,0005 (¹) < 0,0005 < 0,0005 0,0113 < 0,0005 < 0,0005 0,04 Berílio total mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) < 0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,5 Cádmio total mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 <0,0001 (¹) < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,001 Chumbo total mg/L 0,0005 0,0020 <0,0005 < 0,0005 0,0050 (¹) < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,01 Cobalto total mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,05 Cromo total mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,009 Lítio total mg/L 0,0005 < 0,0005 <0,0005 < 0,0005 < 0,0005 (¹) < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 2,5 Manganês total mg/L 0,0005 0,2670 0,0134 0,0279 0,0649 (¹) 0,0219 0,0278 < 0,0001 0,0919 0,0188 0,1 Mercúrio mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,0002 Níquel total mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,025 Prata total mg/L 0,0001 < 0,0001 <0,0001 < 0,0001 < 0,0001 (¹) < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,01 Urânio mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 (¹) < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 0,02 Vanádio mg/L 0,0005 < 0,0005 <0,0005 < 0,0005 < 0,0005 (¹) < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,1 Zinco total mg/L 0,0220 0,0187 0,0294 0,0127 0,0278 (¹) 0,0068 0,0794 0,0190 0,0310 0,0307 0,18 Selênio total mg/L 0,0005 < 0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,0005 (¹) <0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,01

LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2; (¹) Córrego sem água.

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135

Tabela 6 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, dezembro de 2011. Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 VMP

Data da coleta - - 09/12/11 09/12/11 08/12/11 08/12/11 08/12/11 08/12/11 09/12/11 09/12/11 09/12/11 09/12/11 -

Hora da coleta - - 17:10 10:00 14:00 16:20 15:00 15:20 17:00 12:20 12:40 16:00 -

Profundidade do local m - 0,60 0,10 0,15 0,60 0,30 0,25 1,70 0,20 0,30 1,30 - Transparência de Secchi m 0,1 0,60 0,10 0,15 0,60 0,30 0,25 0,50 0,20 0,30 0,60 - Temperatura do ar ºC - 34,3 24,2 38,9 27,1 28,8 31,0 29,1 28,2 26,8 30,6 - Temperatura da água ºC - 32,1 24,1 30,0 26,4 26,7 26,9 26,3 24,9 25,3 28,9 - Condutividade elétrica µS/cm 0,2 28,1 29,5 41,6 34,2 46,3 49,7 37,6 39,0 44,0 40,8 - pH - 0,1 6,24 6,54 6,27 6,54 6,72 7,19 6,65 6,04 6,28 6,46 6 – 9 Cor mgPt/L 2,0 400 123 74 449 103 222 25 74 47 63 75 Turbidez UNT 2,0 5 3 7 8 6 9 23 24 16 13 100

Dureza total mgCaCO3/

L 2,0 13,20 15,40 16,50 13,20 20,90 22,00 17,43 18,33 22,43 21,15 -

Alcalinidade total mgCaCO3/

L 2,0 8,0 6,0 5,0 12,0 19,0 18,0 34,0 38,0 58,0 77,0 -

DBO mg/L 1,0 4,0 < 1,0 4,0 5,0 5,0 4,0 6,0 5,0 5,0 5,0 < 5,0

DQO mg/L 1,0 5,0 < 1,0 5,0 9,0 9,0 14,0 14,0 36,0 32,0 34,0 -

Óleos e graxas mg/L 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Virtualmente ausente

Surfactantes mg/L 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 < 0,025 - Oxigênio dissolvido mg/L 0,2 5,7 7,0 6,8 6,5 6,0 6,4 6,4 6,8 6,6 6,4 > 5,0 Acidez total mg/L 10 < 10 < 10 < 10 < 10 10 < 10 < 10 < 10 < 10 10 - Nitrogênio Kjeldhal mg/L 0,01 0,106 0,112 0,384 0,241 0,095 0,131 0,024 2,837 0,394 0,159 - Nitrogênio amoniacal mg/L 0,01 0,097 0,095 0,298 0,123 0,055 0,088 0,015 1,980 0,302 0,090 3,700 Nitrato mg/L 0,01 < 0,010 0,036 0,030 0,039 0,049 0,042 0,053 0,133 0,064 0,094 10,0 Nitrito mg/L 0,001 0,006 0,006 0,009 0,009 0,011 0,007 0,003 0,006 0,005 0,006 1,0 Fósforo total mg/L 0,01 0,027 0,072 0,014 0,069 0,222 0,110 0,246 0,349 0,414 0,192 0,1 Sulfato mg/L 0,1 < 0,1 10,8 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 9,4 < 0,1 < 0,1 250 Sulfeto mg/L 0,002 0,003 0,004 0,004 0,012 0,011 0,023 0,004 0,011 0,006 0,005 - Sólidos totais mg/L 10,0 83 28 48 88 73 133 250 193 220 115 -

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136

Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 VMP Sólidos dissolvidos mg/L 10,0 77,5 27,5 47,5 55,0 37,5 85,0 105,0 80,0 107,5 115,0 500 Sólidos dissol. fixos mg/L 10,0 70,0 < 10,0 15,0 30,0 < 10,0 15,0 < 10,0 < 10,0 30,0 < 10,0 - Sólidos dissol. voláteis mg/L 10,0 < 10,0 20,0 32,5 25,0 37,5 70,0 100,0 77,5 77,5 115,0 - Sólidos suspensos mg/L 10,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 32,5 35,0 47,5 145,0 112,5 112,5 < 10,0 - Sólidos susp. fixos mg/L 10,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 23,0 20,0 30,0 130,0 95,0 78,0 < 10,0 - Sólidos susp. voláteis mg/L 10,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 10,0 15,0 17,5 15,0 17,5 35,0 < 10,0 - Sol. sedimentáveis mg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 - Cloreto mg/L 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 250 Metais Alumínio dissolvido mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,0122 0,0232 0,0136 0,0395 0,0372 0,0375 0,0964 0,1 Cobre dissolvido mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,009 Ferro dissolvido mg/L 0,0005 0,2855 0,0229 0,4923 0,2116 0,2860 0,2992 0,2578 0,1982 0,2860 0,2940 0,3 Antimônio mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,005 Arsênio total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,01 Bário total mg/L 0,0005 0,0396 0,0641 0,1831 0,0834 0,1602 0,1574 0,0934 0,1193 0,1489 0,1118 0,7 Boro mg/L 0,0005 0,0037 < 0,0005 0,0131 0,0110 0,0049 0,0035 < 0,0005 0,0035 0,0254 0,0035 0,04 Berílio total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,5 Cádmio total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,001 Chumbo total mg/L 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,01 Cobalto total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,05 Cromo total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,009 Lítio total mg/L 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 2,5 Manganês total mg/L 0,0001 0,1659 0,0126 0,9731 0,0337 0,0152 0,0379 0,0515 0,0099 0,0477 0,0190 0,1 Mercúrio mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,0002 Níquel total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,025 Prata total mg/L 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,01 Urânio mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 0,02 Vanádio mg/L 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,1 Zinco total mg/L 0,0001 0,0418 0,0388 0,0291 0,0418 0,0299 0,0274 0,0223 0,0300 0,1078 0,0285 0,18 Selênio total mg/L 0,0005 0,0019 < 0,0005 < 0,0005 0,0025 < 0,0005 < 0,0005 < 0,0005 0,0013 0,0029 < 0,0005 0,01

LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2; (¹) Córrego sem água.

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137

Tabela 7 – Resultados dos parâmetros químicos na área de influência direta da futura Mineração Dardanelos (rio Guaribal), abril e agosto de 2008.

Parâmetro Unidade L.D. Resultados

VMP P7 - Abr/08 P7 - Ago/08

Alacloro µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 20

Aldrin + Dieldrin µg/L 0,005 < 0,005 < 0,005 0,005

Atrazina µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 2,0

Benzeno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,005

Benzo(a)antraceno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05

Benzo(a)pireno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05

Benzo(b)fluoranteno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05

Benzo(k)fluoranteno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05

Carbaril µg/L 0,02 < 0,02 < 0,02 0,02

Clordano (cis + trans) µg/L 0,02 < 0,02 < 0,02 0,04

2-Clorofenol µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 0,1

Criseno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05

2,4-D µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 4,0

Demeton (Demeton-O + Demeton-S)

µg/L 0,06 < 0,06 < 0,06 0,1

Dibenzo(a,h)antraceno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05

1,2-Dicloroetano mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,01

1,1-Dicloeteno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,003

2,4-Diclorofenol µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 0,3

Diclorometano mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,02

DDT (p,p'-DDT + p,p'-DDE + p,p'-DDD)

µg/L 0,002 < 0,002 < 0,002 0,002

Dodecacloro pentaciclodecano

µg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,001

Endossulfan µg/L 0,03 < 0,03 < 0,03 0,056

Endrin µg/L 0,003 < 0,003 < 0,003 0,004

Estireno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,02

Etilbenzeno µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 90

Gution µg/L 0,004 < 0,004 < 0,004 0,005

Heptacloro epóxido + heptacloro

µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,01

Indeno(1,2,3-cd)pireno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05

Lindano µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,02

Malation µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,1

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138

Parâmetro Unidade L.D. Resultados

VMP P7 - Abr/08 P7 - Ago/08

Metolacloro µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 10

Metoxicloro µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,03

Paration µg/L 0,04 < 0,04 < 0,04 0,04

PCBs – Bifenilas Policloradas

µg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,001

Pentacorofenol mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,009

Simazina µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 2,0

2,4,5-T µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 2,0

Tetracloreto de carbono mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,002

Tetracloroeteno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,01

Tolueno µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 2,0

Toxafeno µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,01

2,4,5-TP µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 10

Triclorobenzenos mg/L 0,002 < 0,002 < 0,002 0,02

Tricloroeteno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,03

2,4,6-Triclorofenol mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,01

Trifuralina µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 0,2

Xileno µg/L 3,0 < 3,0 < 3,0 300

Hexaclorobenzeno µg/L 0,005 < 0,005 < 0,005 0,0065 LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2.

Tabela 8 – Resultados dos parâmetros químicos na área de influência direta da futura Mineração Dardanelos (rio Guaribal), dezembro de 2011.

Parâmetro Unidade L.D. Resultados

VMP P7 - dezembro/11

Acrilamida µg/L 0,1 < 0,1 0,5

Alacloro µg/L 0,005 < 0,005 20

Aldrin + Dieldrin µg/L 0,005 < 0,005 0,005

Atrazina µg/L 0,01 < 0,01 2,0

Benzeno mg/L 0,001 < 0,001 0,005

Benzidina µg/L 0,001 < 0,001 0,001

Benzo(a)antraceno µg/L 0,05 < 0,05 0,05

Benzo(a)pireno µg/L 0,05 < 0,05 0,05

Benzo(b)fluoranteno µg/L 0,05 < 0,05 0,05

Benzo(k)fluoranteno µg/L 0,05 < 0,05 0,05

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139

Parâmetro Unidade L.D. Resultados

VMP P7 - dezembro/11

Carbaril µg/L 0,02 < 0,02 0,02

Clordano (cis + trans) µg/L 0,02 < 0,02 0,04

2-Clorofenol µg/L 0,1 < 0,1 0,1

Criseno µg/L 0,05 < 0,05 0,05

2,4-D µg/L 0,1 < 0,1 4,0

Demeton (Demeton-O + Demeton-S)

µg/L 0,06 < 0,06 0,1

Dibenzo(a,h)antraceno µg/L 0,05 < 0,05 0,05

1,2-Dicloroetano mg/L 0,001 < 0,001 0,01

1,1-Dicloeteno mg/L 0,001 < 0,001 0,003

2,4-Diclorofenol µg/L 0,1 < 0,1 0,3

Diclorometano mg/L 0,001 < 0,001 0,02

DDT (p,p'-DDT + p,p'-DDE + p,p'-DDD)

µg/L 0,002 < 0,002 0,002

Dodecacloro pentaciclodecano

µg/L 0,001 < 0,001 0,001

Endossulfan µg/L 0,009 < 0,009 0,056

Endrin µg/L 0,003 < 0,003 0,004

Estireno mg/L 0,001 < 0,001 0,02

Etilbenzeno µg/L 1,0 < 1,0 90

Fenóis totais mg/L 0,001 < 0,001 0,003

Glifosato µg/L 10 < 10 65

Gution µg/L 0,004 < 0,004 0,005

Heptacloro epóxido + heptacloro

µg/L 0,01 < 0,01 0,01

Indeno(1,2,3-cd)pireno µg/L 0,05 < 0,05 0,05

Lindano µg/L 0,003 < 0,003 0,02

Malation µg/L 0,01 < 0,01 0,1

Metolacloro µg/L 0,05 < 0,05 10

Metoxicloro µg/L 0,01 < 0,01 0,03

Paration µg/L 0,04 < 0,04 0,04

PCBs – Bifenilas Policloradas

µg/L 0,001 < 0,001 0,001

Pentacorofenol mg/L 0,00001 < 0,00001 0,009

Simazina µg/L 0,05 < 0,05 2,0

2,4,5-T µg/L 0,005 < 0,005 2,0

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140

Parâmetro Unidade L.D. Resultados

VMP P7 - dezembro/11

Tetracloreto de carbono mg/L 0,001 < 0,001 0,002

Tetracloroeteno mg/L 0,001 < 0,001 0,01

Tolueno µg/L 1,0 < 1,0 2,0

Toxafeno µg/L 0,01 < 0,01 0,01

2,4,5-TP µg/L 0,005 < 0,005 10

Triclorobenzenos mg/L 0,002 < 0,002 0,02

Tricloroeteno mg/L 0,001 < 0,001 0,03

2,4,6-Triclorofenol mg/L 0,001 < 0,001 0,01

Trifuralina µg/L 0,05 < 0,05 0,2

Xileno µg/L 3,0 < 3,0 300

Hexaclorobenzeno µg/L 0,005 < 0,005 0,0065 LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2.

Figura 89- Variação da temperatura da água nos corpos d’água da área de

influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

Em todas as estações a temperatura da água foi relativamente alta, típica de ambientes

tropicais, com valores médios mais elevados em dezembro, quando também são registradas as

maiores temperaturas do ar e menor amplitude térmica ao longo do dia na região.

A concentração de íons condutores de corrente elétrica nos córregos oscilou entre 4,87 e

8,01 µS/cm em abril, entre 5,07 e 25,00 µS/cm em agosto e entre 28,1 e 49,7 µS/cm em

dezembro. Isso indicara que na estiagem (agosto) houve um leve incremento dos íons na maioria

dos córregos em relação a abril, quando também reduz a quantidade de água nessa época do ano.

O maior incremento de dezembro é a influência das primeiras chuvas e fortes enxurradas que

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141

resultam no aporte de materiais nos corpos d'água, além da degradação pelas atividades

antrópicas das áreas de entorno dos locais amostrados. Além disso, a disponibilidade desses íons

foi similar tanto na área de influência direta (bacia do rio Guaribal), como na indireta (córregos

Água Suja, das Pedras e Praia Grande), pela semelhança de condições hidrogeológicas das áreas,

com exceção do córrego Arrainha em agosto e dezembro (P6-AID), onde foi registrada a maior

condutividade elétrica (Figura 90), provavelmente devido ao aporte de íons de cálcio e/ou

magnésio, indicado também, pelo aumento de dureza, possivelmente relacionado às atividades

antrópicas/degradação do solo na área de drenagem.

Figura 90 – Variação da condutividade elétrica nos corpos d’água superficiais nas

áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

O pH foi de 5,99 - 6,76 em abril, 6,00 - 6,20 em agosto e 6,04-7,19 em dezembro,

indicando que a água dos córregos apresentou característica circuneutra, condição relacionada à

hidrogeologia regional.

Indicaram ainda, que nas estações mais próximas às nascentes, o pH teve menor oscilação

(P1, P2, P3), Figura 91. E, atenderam ao padrão estabelecido pelo CONAMA 357/05 para

corpos d’água Classe 2, favorável para a usos múltiplos, pelo baixo potencial em causar

problemas de corrosão ou incrustações em tubulações, equipamentos e máquinas.

A leve acidez pode ser classificada como carbônica, oriunda do dióxido de carbono

(CO2), que é um componente natural dessas águas, por isso tem pouca relevância sanitária.

Quanto à dureza foram ≤ 2,0 mgCaCO3/L nos 3 meses, indica que a bacia de drenagem

não disponibiliza quantidades significativas de cálcio e magnésio, mesmo porque não há

formações calcárias na região que pudessem influenciar esses resultados. Somente no córrego

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142

Arrainha foi detectado 3,3 mgCaCO3/L em agosto, aumentando a condutividade elétrica,

possivelmente devido a alterações antrópicas.

Figura 91 – Variação do pH nos corpos d’água

superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

Já a alcalinidade total entre 9 e 18 mgCaCO3/L em abril, de 9 a 27 mgCaCO3/L em

agosto, e de 5 a 77 mgCaCO3/L em dezembro, indicam que os córregos apresentam baixa

capacidade de manter estável o pH na maior parte do ano, sendo o aumento de dezembro em

função do aporte de substâncias tamponadoras (capazes de estabilizar o pH) nas primeiras

chuvas na região. Esse resultado, indica também, a necessidade de um rígido controle no

lançamento de efluentes orgânicos de origem domésticas, pois a decomposição da matéria

orgânica tende a acidificar o meio em condições predominantes de baixa alcalinidade.

A turbidez oscilou entre 3 e 273 UNT em abril, 2 e 30 UNT em agosto, e 3 e 24 UNT em

dezembro (Figura 92). E, os resultados de cor oscilaram entre 17 e 39 mgPt/L em abril, 6 e 39

mgPt/L em agosto, e 25 e 449 mgPt/L em dezembro (Figura 93). Em P1, P2, P4, P5 e P6 em

dezembro de 2011 foram bem acima do limite máximo definido pela legislação (75 mgPt/L),

mas a turbidez teve o limite ultrapassado somente em P3 em abril. A maior expressão da cor em

relação a turbidez no início das chuvas reflete o aumento na concentração da fração de sólidos

dissolvidos em relação aos suspensos, ou seja, há predomínio de partículas coloidais dissolvidas

na água, em relação as de maior tamanho, que tendem a sedimentar mais rapidamente. Verificou-

se ainda, elevados resultados de sólidos suspensos em P3/abril, com turbidez de 273 UNT (186

mg/L, Figura 94), em função da chuva ocorrida na hora da coleta.

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143

Figura 92 – Variação da cor nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração

Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

Figura 93 – Variação da cor nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração

Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

(a) (b) Figura 94 – Variação de sólidos dissolvidos (a) e suspensos (b) nos corpos d’água superficiais nas áreas

de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

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144

Essas alterações limnológicas refletem o aporte de materiais da bacia de drenagem, que

ocorre com mais intensidade no início das chuvas, inclusive, oriundos da decomposição natural

da vegetação, que libera substâncias húmicas de cor escura, como em P1 e P2, condição

comumente registrada para a bacia do rio Aripuanã em áreas conservadas, e ou provenientes da

degradação dos solos de áreas com matas ciliares alteradas e solos expostos. Note que no período

chuvoso há um maior aporte de materiais para dentro dos corpos d’água e, caso as matas ciliares

(barreira/filtro natural), não estejam conservadas e funcionais, elas potencializam os processos

erosivos e o assoreamento.

Os resultados de DQO, de 6 a 24mg/L em abril, 6 a 12mg/L em agosto, e 1 a 36mg/L em

dezembro; e os de DBO entre < 1 e 4mg/L em abril, ≤ 1,0mg/L em agosto e de 1 a 6mg/L

(Figuras 95 e 96), e indicam o aporte de materiais oriundos principalmente de fontes naturais,

como vegetação e solo, da área de entorno e do próprio metabolismo interno dos ambientes

aquáticos. Mas o incremento das concentrações nas estações de coleta devem-se também a solos

degradados, expostos e remoção de matas ciliares.

Todos os resultados de DBO atenderam ao padrão estabelecido pelo CONAMA 357/05

(5,0mg/L), exceto em dezembro no P7, cujo valor foi ligeiramente acima do padrão (6,0mg/L). A

pouca expressão da DBO nos ambientes aquáticos é conseqüência de ser área rural sem aporte de

efluentes domésticos e industriais.

Figura 95 – Variação da Demanda Química de Oxigênio (DQO) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/1.

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145

Figura 96 – Variação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DQO) nos corpos d’água superficiais nas

áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

A concentração de oxigênio na água foi de 4,9 a 6,3mg/L em abril, 4,2 a 7,8mg/L em

agosto; e 6,0 a 7,0mg/L (Figura 97). Nas 3 amostragens, a maioria dos corpos d’água apresentou

oxigenação satisfatória para manter a biota aquática, com concentração acima de 5,0mg/L,

conforme estabelece o CONAMA 357/05. As exceções foram em abril, P4, e em agosto, P8,

possivelmente ocasionada por fatores naturais que fazem parte da dinâmica desses sistemas.

Figura 97 – Variação do oxigênio dissolvido nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da

futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

As concentrações de nitrogênio Kjeldhal (NKT) foram de 0,06 a 0,81mg/L em abril, e de

< 0,010 a 0,04mg/L em agosto, e de 0,02 a 2,84mg/L em dezembro (Figura 98). Em abril e

dezembro, os maiores valores geralmente relacionam à amônia oriunda da decomposição de

materiais levados pelas chuvas, mais evidente nas estações de coleta P1 a P6 e P8, exceto em P8

em abril, cuja fração orgânica se sobrepôs à amônia. As concentrações de nitrato de 0,040 e

0,275mg/L em abril, 0,051 e 0,246mg/L em agosto, e de < 0,010 e 0,13mg/L em dezembro, cuja

disponibilidade não indicou nítido padrão sazonal ou espacial, mas discretas oscilações entre as

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146

estações de coleta. Os valores de nitrito foram relativamente baixos em todas as estações de

coletas e nos 3 meses avaliados. Esses resultados dos compostos nitrogenados indicaram que

todos os corpos d’água podem ser classificados como oligotróficos, pois apresentaram

concentrações inferiores a 1,0mg/L de nitrato, 0,3mg/L de amônia e 0,5mg/l de nitrito,

independente do período hidrológico, exceto NKT em P8 em dezembro, mas que se trata de um

momento isolado (logo após ocorrer chuvas). Todos os resultados também atenderam aos

padrões do CONAMA 357/05 para nitrato (10mg/L), amônia (3,7mg/L) e nitrito (1,0mg/L),

reforçando a ausência de contribuições expressivas de origem antrópica, ricas em compostos

nitrogenados, como efluentes domésticos e industriais.

(a) (b) Figura 98 – Variação do NKT e nitrato nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura

Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

As concentrações de fósforo oscilaram entre 0,052 e 0,522mg/L em abril, 0,092 e

0,425mg/L em agosto e entre 0,014 a 0,349mg/L em dezembro (Figura 99). Assim, o fósforo

não é um nutriente limitante para as comunidades biológicas desses corpos d’água, e os

ambientes podem ser classificados como meso-eutróficos. Indicaram ainda que a disponibilidade

de fósforo foi maior no período chuvoso (abril) na AID e em dezembro na AII, devido ao

intemperismo dos solos e rochas da bacia de drenagem, a ocorrência de solos degradados em

algumas áreas, e aporte de materiais orgânicos naturais para esses ambientes, como restos da

vegetação ciliar, uma vez que não foram identificadas fontes antrópicas pontuais expressivas de

efluentes. Os resultados não atenderam ao padrão estabelecido para ambientes lóticos (0,1 mg/L)

e intermediário (0,05 mg/L), as exceções foram P8 em abril, P7 em agosto e P1, P3 e P4 em

dezembro.

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147

Figura 99 – Variação do fósforo nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura

Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

Em todas as estações de coleta as concentrações de sulfato oscilaram entre 0,1 e

10,8mg/L e as de sulfeto entre 0,001 e 0,028mg/L, e são consideradas discretas, compatíveis com

ambientes de baixa influência antrópica quanto ao uso da água. E, as concentrações de cloreto

foram abaixo do limite de detecção do método analítico adotado (<0,5mg/L), indicando que as

fontes naturais desse sal são restritas e que não houve aporte de fontes artificiais, como esgotos

sanitários e/ou industriais. Assim, todos os resultados de sulfato e cloreto atenderam aos padrões

estabelecidos pelo CONAMA 357/05. Também, todos os resultados das análises de óleos e

graxas, surfactantes e cianeto estiveram abaixo do limite adotado pelo método analítico,

atendendo aos padrões do CONAMA 357/05, e indicando que não há aporte de materiais

oriundos de atividades antrópicas nas bacias de drenagem.

Já as concentrações de ferro dissolvido oscilaram entre 0,001 e 19,3mg/L em abril, entre

0,09 e 1,10mg/L em agosto, e entre 0,0229 e 0,4923 em dezembro (Figura 100). Os maiores

resultados foram registrados em abril, no P3 (AID), córrego Massaranduba, com 19,3mg/L.

Esses valores estiveram relacionados com o escoamento superficial de materiais conduzido pela

água da chuva para dentro dos corpos d’água. Nas áreas onde o solo está total ou parcialmente

exposto, caso da área drenada pelo córrego Massaranduba (antigo garimpo), esse arraste foi

potencializado, indicado por diversos parâmetros, inclusive pelo ferro dissolvido. Dentre os

resultados obtidos no mês de abril apenas o P11 atendeu o estabelecido pelo CONAMA 357/05.

No mês de agosto a Legislação foi atendida em P2, P3, P6, P7 e P11 e em dezembro em todas as

estações de amostragem, exceto em P3. Enquanto que as concentrações de alumínio dissolvido

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148

(0,001 a 0,380mg/L em abril; 0,010 a 0,090mg/L em agosto; < 0,0001 a 0,4923mg/L em

dezembro), manganês (0,04 a 1,30mg/L em abril; (0,01 a 0,27 mg/L em agosto; 0,0099 a 0,9731

mg/L em dezembro) e bário (0,07 a 0,27mg/L em abril; 0,03 a 0,15mg/L em agosto; 0,0396 a

0,1831mg/L em dezembro), foram discretamente superiores no mês de abril e também estiveram

relacionados ao período chuvoso, especialmente em P3 (AID), onde foram registradas as maiores

concentrações (Figuras 100 e 101). Em relação ao CONAMA 357/05, os valores de alumínio

excederam o padrão da Legislação nas estações de coleta P3 e P6 e manganês em P1, P2, P3 e

P4, todos os resultados de bário atenderam ao padrão em todas as estações de coleta. Note, que

os tipos de solo das pequenas bacias monitoradas apresentam concentrações naturalmente

elevadas de ferro e alumínio, disponibilizando para as drenagens esses metais de maneira natural,

contudo, a degradação dos solos em algumas áreas certamente elevou as concentrações desses

metais nos corpos d´água.

(a) (b) Figura 100 – Variação do ferro dissolvido (a) e do alumínio dissolvido (b) nos corpos d’água superficiais

nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

(a) (b) Figura 101 – Variação do manganês total (a) e bário total (b) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

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149

O zinco foi detectado em todas as estações de coleta, com resultados variando entre 0,005

a 0,088mg/L em abril, 0,0068 a 0,0794mg/L em agosto e entre 0,0274 a 0,0418mg/L em

dezembro, e, todos abaixo do limite máximo definido pela legislação (0,18 mg/L). Este metal

ocorre comumente no solo e pode ser lixiviado para os corpos d'água na época da chuva. E dos

metais, arsênio, antimônio, berílio, boro, cádmio, mercúrio, vanádio e selênio estiveram abaixo

do limite de detecção do método analítico adotado, nas três avaliações realizadas, exceto selênio

e boro em dezembro, mas todos com concentrações bem menores do que os limites máximos

estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05. Além desses, os metais, chumbo (0,039mg/L),

cromo (0,019mg/L), lítio (0,007mg/L), níquel (0,005mg/L), prata (0,006mg/L) e urânio

(0,045mg/L) estiveram presentes somente em algumas estações de coleta e nas concentrações

máximas indicadas nos parênteses, todas registradas no mês de abril, indicando a influência das

chuvas no arraste e escoamento superficial. Todos esses metais, mesmo considerando as maiores

concentrações, atenderam aos padrões estabelecidos pelo CONAMA 357/05.

Já a varredura de agrotóxicos (organoclorados, organofosforados e carbamatos) realizada

na estação de coleta P7 (rio Guaribal, AID) demonstrou que não há vestígios do uso desses

compostos na bacia do rio Guaribal, uma vez que esse curso d’água é o coletor de eventos de

toda a bacia da área de influência direta do empreendimento, tanto no período chuvoso quanto na

estiagem. Essa condição atende aos padrões do CONAMA 357/05 e refletem a ausência de

atividades de agricultura na bacia que utilizem esses compostos em larga escala.

Os resultados de coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli estão

expressos nas Tabelas 9, 10 e 11.

Os índices de coliformes totais oscilaram entre 270 e 3.300 UFC/100mL em abril, entre

1.400 e 1.700 UFC/100mL em agosto, e entre 1.330 e > 4.838 em dezembro. Os maiores

resultados em dezembro deve-se ao início das chuvas na região, que além de transportar para os

corpos d'água materiais orgânicos e inorgânicos, leva também bactérias comumente de vida livre

da água e do solo que atuam na decomposição, sendo que muitas espécies fazem parte do grupo

coliformes.

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150

Tabela 9 – Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, abril de 2008.

Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 VMP Coliformes totais UFC/100mL 1,0 2.400 1.900 2.200 3.300 2.400 1.900 2.000 3.100 270 430 -

Termotolerantes UFC/100mL 1,0 60 1.100 2.100 2.600 1.900 1.200 1.000 200 200 110 1.000

Escherichia coli UFC/100mL 1,0 40 1.000 1.900 2.000 1.900 1.000 900 200 200 100 1.000 UFC – Unidade Formadora de Colônia; L.D.- Limite de Detecção do método; V.M.P. –Valor Máximo Permitido, conforme a Resolução 357/05 do CONAMA para rios de Classe 2.

Tabela 10 – Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, agosto de 2008. Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P6 P7 P8 P9 P11 VMP

Coliformes totais UFC/100mL 1,0 1.500 1.700 1.500 1.400 1.400 1.600 1.500 1.700 1.700 -

Termotolerantes UFC/100mL 1,0 40 310 220 310 210 220 330 330 200 1.000

Escherichia coli UFC/100mL 1,0 20 100 60 60 40 80 60 100 120 1.000

UFC – Unidade Formadora de Colônia; L.D.- Limite de Detecção do método; V.M.P. –Valor Máximo Permitido, conforme a Resolução 357/05 do CONAMA para rios de Classe 2.

Tabela 11– Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, dezembro de 2011. Parâmetro Unidade L.D. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 VMP

Coliformes totais UFC/100mL 1,0 > 4.838 > 4.838 1380 1330 > 4.838 2020 > 4.838 > 4.838 > 4.838 > 4.838 -

Termotolerantes UFC/100mL 1,0 260 > 4.838 940 760 2560 980 1870 2030 1950 990 1000

Escherichia coli UFC/100mL 1,0 126 > 4.838 311 288 283 181 472 1160 1030 215 1.000

UFC – Unidade Formadora de Colônia; L.D.- Limite de Detecção do método; V.M.P. –Valor Máximo Permitido, conforme a Resolução 357/05 do CONAMA para rios de Classe 2.

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151

Em abril, especificamente nas estações de coleta P3, P4 e P5 e em dezembro em P2, P8 e

P9, as Escherichia coli estiveram presentes em quantidades expressivas e acima do padrão da

legislação (> 1.000 UFC/100mL), indicando possibilidade de ser de origem fecal, que podem ser

de animais silvestres, que usam nascente, represa e córrego, para dessedentação. Nas estações

P5, P6 e P7 além dos animais silvestres, há também chácaras com pequenas criações de aves,

suínos e bovinos, como no caso da propriedade do Sr. Gentil. Os maiores índices registrados

relacionam-se ao arraste dos microrganismos pelas chuvas para os corpos d’água.

No que se refere ao fitoplâncton dos corpos d´água amostrados nas campanhas de abril e

agosto de 2008, das 4 estações de coleta (P1, P2, P3 e P7), foram reconhecidas 37 espécies de

algas. Elas se distribuem em 9 Classes taxonômicas (Tabelas 12 e 13), sendo que houve maior

contribuição para a composição de espécies das Classes Zygnemaphyceae, Chlorophyceae e

Bacillariophyceae. Em P1 houve dominância qualitativa das zignemaficeas e clorofíceas; na

estação P2 e P7 dominaram as diatomáceas e na estação P3 as diatomáceas e zignemaficeas. Em

dezembro de 2011, a classe Zygnematophyceae foi a que apresentou o maior número de espécies

(17), seguida pelas Chlorophyceae (12), Bacillariophyceae (diatomáceas, 08), Cyanophyceae

(Cianobactérias, 07) e Euglenophyceae (03) (Tabela 14).

Tabela 12 - Densidade dos fitoplâncos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos, em abril/08.

TAXON P1 P2 P3 P7 Oscillatoria sp 0 0 0 14 Cianobacteria 14 0 0 0 Cryptomonas pyrenoidifera 0 5 0 5 Euglena sp 0 0 5 5 Closterium sp 0 0 0 5 Peridinium sp. 127 0 0 5 Dinobryum 0 0 28 0 Navicula sp.1 38 5 9 9 Pennales 1 5 9 0 5 Coelastrum proboscideum 9 0 5 0 Densidade total ( ind/mL) 193 19 47 47 Riqueza total (no. espécies) 17 11 9 15 Diversidade específica (bits/ind) 0,9 0,7 0,6 0,5

A riqueza apresentou reduzida variabilidade entre as campanhas e pontos amostrados e

esteve composta por espécies comuns a quase todos os corpos d´água e nas três campanhas e por

organismos que comumente ocorrem em corpos d'água continentais tropicais.

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152

A densidade total do fitoplâncton oscilou de 15 ind/mL a 226 ind/mL em abril e agosto e

entre 119 e 1488 ind/mL em dezembro (Tabelas 12, 13 e 14). A diversidade específica

apresentou pouca variação quando comparadas as estações de coleta de abril e agosto e aumento

em dezembro.

Quantitativamente, na primeira campanha o fitoplâncton da estação P1 foi melhor

representado por Dinophyceae (Peridinium sp.) com 127ind/mL. Esta dominância foi substituída

por Chlorophyceae com 80ind/mL (Coelastrum proboscideum) em agosto. A estação P2 foi

dominada por Bacillariophyceae em ambas as amostragens (14 e 95ind/mL, respectivamente)

quando foram dominantes as algas da ordem Penalles. Na estação P3, as Chrysophyceae

(Dynobrium sp. - 28 ind/mL) apresentaram maior contribuição em abril, já na amostragem de

agosto ocorreram em maior número as Bacillariophyceae (193ind/mL). Este último grupo

também dominou na estação P7 nas duas amostragens com 14 ind/mL e 10ind/mL (Penalles).

As demais espécies contribuíram com reduzidos valores para a densidade total. Em

dezembro, destaca-se a maior densidade em P2, pelo domínio de Leptolyngbya perelegans

(cianobactéria), seguida de Cosmarium sp1 (clorofícea). Em P1, também houve predomínio de

cianobactéria, mas da espécie Synechococcus sp. Em P3 predominou quantitativamente a

clorofícea Scenedesmus arcuatu, seguida por cianobactéria Leptolyngbya perelegans. Em P7

dominou duas espécies de cianobactérias, Planktolynbya contorta e Geitlerinema amphibium.

Em P1 por ser um sistema lêntico é comum a ocorrência de algas dinoficeas e clorofíceas,

favorecidas por maior disponibilidade de luz, nutrientes e menor turbulência; nas demais

estações as condições lóticas normalmente facilitam o estabelecimento de diatomáceas e

flagelados.

Tabela 13 - Densidade dos fitoplânctos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos, em agosto/08.

TAXON P1 P2 P3 P7 Pseudanabaena sp 5 0 9 0 Cianobacteria 5 5 0 0 Cryptomonas pyrenoidifera 19 0 0 0 Trachelomonas hispida 5 0 0 0 Peridinium sp. 28 0 0 0 Entomoneis sp. 0 5 0 0 Navicula sp.1 0 24 28 0 Navicula sp.2 24 9 33 5

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TAXON P1 P2 P3 P7 Pennales 1 0 5 0 0 Pennales 2 9 47 132 5 Coelastrum proboscideum 75 0 0 0 Oocystis sp. 5 0 0 0 Scenedesmus acuminatus 0 0 0 5 Closterium sp.1 0 0 9 0 Closterium sp.2 0 0 5 0 Cosmarium sp. 9 0 0 0 Euastrum ansatum 0 0 5 0 Mougeotia sp. 5 0 0 0 Staurodesmus sp. 5 0 0 0 Staurastrum rotula 0 0 5 0 Oedogonium sp. 0 5 0 0 Densidade total ( ind/mL) 194 100 226 15 Riqueza total (no. espécies) 20 11 15 11 Diversidade específica (bits/ind) 0,9 0,7 0,6 0,5

A ocorrência expressiva em P2, P3 e P7 das espécies Leptolyngbya perelegans e

Geitlerinema amphibium, é pelo fato de serem cianobactérias que podem ocorrer em ambientes

subaéreos, no solo, ou subaquáticos, como perifíton de macrófitas aquáticas, em rochas e

sedimentos, transportados pelas primeiras chuvas na região, aos córregos.

A comunidade planctônica apresenta grande sensibilidade às variações químicas e físicas

da água, podendo ter toda composição da sua comunidade modificada, dependendo do grau de

perturbação do ambiente, e só através de monitoramento é possível estabelecer um padrão

espaço-temporal para a comunidade. Note que a predominância de cianobactérias em dezembro,

principalmente em P2, não inviabiliza os usos da água previstos pela legislação para corpos

d'água da classe 2, como abastecimento público após tratamento convencional, pois as

densidades foram menores que 20.000 células/mL, limite máximo permitido, apesar das medidas

de densidade estarem em ind/mL e que alguns organismos sejam coloniais.

Por outro lado a comunidade zooplanctonica possui alto valor potencial na avaliação das

características hidrodinâmicas do ambiente, pois responde rapidamente à mudanças ambientais,

principalmente em alterações no fluxo de escoamento da água e na disponibilidade de alimento.

Nas campanhas de abril, e agosto de 2008 e dezembro de 2011 teve riqueza taxonômica total de

51 táxons, sendo 39 de rotíferos, 07 de cladóceros, 03 de copépodes e 02 de insetos em fase

larval (Tabela 15). A maior riqueza total foi registrada em dezembro, 37 táxons, e a menor em

agosto, 19.

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Tabela 14 - Densidade dos fitoplânctos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos, em dezembro/11.

TAXONS P1 P2 P3 P7CYANOPHYCEAE

11 - - 94

11 691 32 -

11 - - 157

- 11 11 42

42 - - -

- - 11 -

- - 11 -

CHLOROPHYCEAE- 32 - -

- 11 11 11

- 241 11 11

- 11 - -

- 52 - -

- 11 - -

- 21 - -

- 11 - -- - - 11

- 11 - 11

- 74 - -

- 11 - 11

ZYGNEMATOPHYCEAE- - 11 11

- - 11 32

- - 21 -

- 21 - 11

- 11 - -

- 11 - -

11 - - -

- 11 - -

11 - - -

- 11 - 11

- 11 - -

- 11 - -

- 11 11 -

- 11 - -

- 11 - -

- - 11 11

- - 42 -

BACILLARIOPHYCEAE- - 11 -

- - - 11

- - 11 -

- - - 11

- - 11 -

11 11 11 -

- 11 - -

- - - 11

EUGLENOPHYCEAE - 11 11 -- 11 - -

11 136 21 -

119 1488 270 4578 28 18 16

2,75 2,97 3,98 3,13

Geitlerinema amphibium

Leptolyngbya perelegans

Planktolynbya contorta

Phormidium sp

Synechococcus sp.

Spirulina sp.

Sphaerocavum brasiliensis

Ankistrodesmus sp

Botryococcus braunii

Cosmarium sp1

Cosmarium sp2

Cosmarium contractum

Cosmarium calcareum

Coelastrum proboscide

Dictyosphaerium ehrenbergianumElakatothrix biplex

Pediastrum simplex

Tetraedron minimum

Volvox aureus

Closterium moniliferium

Closterium gracile

Closterium sp

Desmidium greville

Euastrum sp.

Gonatozygon aculeatum

Hyaloteca sp

Micrasterias furcata

Mougeotia sp

Pleurotaenium ehrenbergii

Staurastrum rotula

Staurodesmus convergens

Staurodesmus sp1

Staurodesmus sp2

Staurastrum sp

Spirogyra sp

Scenedesmus arcuatus

Diatoma sp

Eunotia sp

Fragillaria sp

Gomphonema sp

Navicula sp

Pinullaria sp

Tabellaria sp

Ulnaria ulna

Euglena caudataStrombomonas urceolata

Trachelomonas volvocina

Densidade total (ind/mL)Riqueza (no.taxons)Diversidade H´

O grupo dos rotíferos contribui mais para a riqueza, independentemente da campanha

(Tabela 15), que é um padrão comum para a região tropical.

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155

Tabela 15 - Composição taxonômica da comunidade zooplanctônica nos corpos d’água superficiais nas

áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

TÁXONS abr/08 ago/08 dez/11

P01 P02 P03 P07 P01 P02 P03 P07 P01 P02 P03 P07 ROTIFERA Anuraeopsis sp. X X X X Ascomorpha sp. X X X X X X X X X Asplanchna sieboldii X Brachionus dolabratus X B. patulus X Cephalodella gibba X X X Cephalodella sp. X X Colurella sp. X X Euchlanis dilatata X X Euchlanis sp. X X X Lecane bulla X X X X X X X X X X L. curvicornis X X X X L. hastata X L. inermis X L. glypta X L. leontina X X X L. luna X X L. lunaris X X X X L. monostyla X L. quadridentata X X L. proiecta X L. pyriformis X Lecane sp.1 X X X Lecane sp.2 X X X X X Lepadella sp.1 X X X X X Lepadella sp.2 X X X X X X Macrochaetus sp. X Mytilina sp. X Monommata sp. X Platyias quadricornis X Polyarthra vulgaris X X X Testudinella sp. X X Trichocerca sp.1 X X X Trichocerca sp.2 X X X T. bicristata X T. insignis X T. similis X X X X X Trichotria sp. X X Bdelloidea X X X X X X X X CLADOCERA Alona sp. X X X Alona poppei X Bosminopsis deitersi X Ceriodaphnia sp. X Chydorus sp. X Leydigia sp. X Macrotrix sp. X

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156

TÁXONS abr/08 ago/08 dez/11

P01 P02 P03 P07 P01 P02 P03 P07 P01 P02 P03 P07 COPEPODA Harpacticoida X X X Nauplio Calanoida X X Nauplio Cyclopoida X X X X X X X X X X X Copepodito Cyclopoida X X INSECTA Chironomidae X X X Ephemeroptera X X X Diversidade (bits.ind.-1) 0.78 0.75 0.65 0.79 0.91 0.58 0.88 1.06 0.34 0.72 0.94 1.09 Riqueza (nº táxons) 11 6 5 9 19 4 8 12 8 20 21 18

A riqueza taxonômica apresentou muita variação entre as campanhas. A menor valor foi

registrada em agosto no P2, 4 táxons, e a maior em dezembro no P3, 21 táxons. A variabilidade

espacial apresentou um padrão similar em abril e agosto, com inversão em dezembro (Figura

102). A diversidade taxonômica também apresentou grande variabilidade espacial,

principalmente nas campanhas de agosto e dezembro, e em abril seus valores foram praticamente

constantes (Figura 103). O padrão de variação da diversidade foi similar nas campanhas de

agosto e abril.

Riqueza

0

5

10

15

20

25

P01 P02 P03 P07

nº t

áxon

abr/08 set/08 dez/11 Figura 102 - Variação espaço-temporal da riqueza taxonômica da comunidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.

Diversidade

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

P01 P02 P03 P07

bits

ind

-1

abr/08 set/08 dez/11 Figura 103 - Variação espaço-temporal da diversidade taxonômica da comunidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.

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157

Em relação a ocorrência dos taxonômica, apenas Ascomorpha sp., Lecane bulla,

Bdelloidea e o náuplios de Cyclopoida tiveram ocorrência comum entre as campanhas com

frequência de ocorrência em pelo menos 50% dos pontos em cada campanhas, indicando uma

alta taxa de substituição de táxons entre as campanhas o que lhes conferem diferenças

representativas na composição da comunidade.

A densidade zooplânctonica total apresentou em média os maiores valores em abril e

menor em dezembro (Figura 104). Independentemente da campanha, no P1 estão as maiores

densidades e no P3 as menores. Deste modo, a variabilidade espacial da densidade apresentou

um padrão similar entre as campanhas (Figura 104).

Densidade

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

P01 P02 P03 P07

ind

m-3

abr/08 set/08 dez/11 Figura 104 - Variação espaço-temporal da densidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.

A composição dos táxons mais abundantes, também se alterou entre as campanhas. Os

náuplios foram mais abundantes (Tabela 16), e os demais foram: Ascomorpha sp., Lecane luna,

Lecane sp., Lepadella sp.2, Trichocerca sp.1 e Bdelloidea, em abril, Anuraeopsis sp., Lepadella

sp.2, e Trichocerca sp.2, em agosto e Lecane bulla, náuplio de calanoida e os Chironomidae em

dezembro. A grande contribuição de Chironomidae e Ephemeroptera (84 e 8% da densidade

total) no ponto P1 em dezembro é pouco comum em amostras de plâncton, por serem

organismos de hábito bentônico, e normalmente ocorrem em amostragem de locais rasos e/ou

próximos as margens e bancos de macróficas aquáticas. Os rotíferos foi o grupo numericamente

mais importante nas campanhas de abril e agosto, seguidos pelos copépodes e cladóceros. Em

dezembro, a estrutura da comunidade foi espacialmente variável com dominância de larva de

insetos no ponto P1 (92%), de copépodes no ponto P2 (76%) e de rotíferos nos pontos P3 e P7

(51 e 83%). Note que a alta taxa de substituição de táxons, modificações na riqueza, diversidade,

densidade e na estrutura da comunidade entre as campanhas, são comuns em rios e riachos,

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158

podendo ser atribuída às alterações temporais na vazão, onde o aumento ou diminuição na

velocidade de transporte de organismos altera a capacidade de colonização e desenvolvimento.

Tabela 16 - Densidade da comunidade zooplanctônica nos corpos d’água superficiais nas áreas de

influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.

TÁXONS abr/08 set/08 dez/11

P01 P02 P03 P07 P01 P02 P03 P07 P01 P02 P03 P07 ROTIFERA Anuraeopsis sp. 0 0 0 0 4125 33 0 0 0 60 0 15 Ascomorpha sp. 500 250 125 0 125 0 125 250 0 80 15 0 Asplanchna sieboldii 375 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Brachionus dolabratus 0 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 B. patulus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 40 0 0 Cephalodella gibba 0 0 0 0 0 0 0 0 0 40 15 0 Cephalodella sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 Colurella sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 Euchlanis dilatata 0 0 0 0 0 0 0 125 0 0 0 0 Euchlanis sp. 250 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Lecane bulla 125 0 0 83 125 16 0 125 0 40 165 150 L. curvicornis 0 0 0 0 250 0 0 0 0 220 30 0 L. hastata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 L. inermis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 L. glypta 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 L. leontina 0 0 0 0 125 0 0 0 0 40 15 0 L. luna 0 0 0 333 0 0 0 125 0 0 0 0 L. lunaris 0 0 0 0 125 0 0 125 0 0 0 45 L. monostyla 0 0 0 83 0 0 0 0 0 0 0 0 L. quadridentata 0 0 0 0 125 0 0 0 0 20 0 0 L. proiecta 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 L. pyriformis 0 0 0 0 0 0 0 0 50 0 0 0 Lecane sp.1 0 0 250 0 0 0 125 0 0 0 0 0 Lecane sp.2 125 0 0 0 375 16 125 0 0 0 0 0 Lepadella sp.1 0 0 0 0 1875 0 0 125 0 0 15 30 Lepadella sp.2 500 125 125 666 0 0 250 250 0 0 0 0 Macrochaetus sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Mytilina sp. 0 0 0 0 0 0 0 125 0 0 0 0 Monommata sp. 0 0 0 0 500 0 0 0 0 0 0 0 Platyias quadricornis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 Polyarthra vulgaris 125 0 125 0 250 0 0 0 0 0 0 0 Testudinella sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 30 Trichocerca sp.1 5250 0 375 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Trichocerca sp.2 0 0 0 0 0 0 250 125 0 0 0 0 T. bicristata 0 0 0 0 625 0 0 0 0 0 0 0 T. insignis 875 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T. similis 1750 0 0 0 0 0 0 0 50 0 0 0 Trichotria sp. 0 0 0 83 0 0 0 0 0 0 0 105 Bdelloidea 0 250 0 83 0 0 0 125 50 40 15 90 CLADOCERA Alona sp. 0 0 0 0 125 0 0 0 0 40 0 15 Alona poppei 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 0 0 Bosminopsis deitersi 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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159

TÁXONS abr/08 set/08 dez/11

P01 P02 P03 P07 P01 P02 P03 P07 P01 P02 P03 P07 Ceriodaphnia sp. 0 0 0 0 125 0 0 0 0 0 0 0 Chydorus sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Leydigia sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Macrotrix sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 COPEPODA Harpacticoida 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 15 0 Nauplio Calanoida 0 0 0 0 0 0 0 0 0 600 0 0 Nauplio Cyclopoida 2750 125 0 166 2625 33 0 0 0 1440 300 75 Copepodito Cyclopoida 250 0 0 0 125 0 0 0 0 0 0 0 INSECTA Chironomidae 0 0 0 0 0 0 0 0 2650 0 0 0 Ephemeroptera 0 0 0 0 0 0 0 0 250 0 30 15 Densidade (ind.m-3) 12875 875 1000 1497 11625 98 875 1500 3150 2680 705 600

No sedimento da bacia do rio Guaribal em abril/2008 foram encontrados 243

macroinvertebrados bentônicos, 22 taxa e 8 famílias, incluindo 13 gêneros da família

Chironomidae/Diptera. Em agosto/2008 foram 514 organismos, 35 táxons, 12 famílias, incluindo

23 gêneros de Chironomidae. Em dezembro/2011 foram registrados 38 organismos, 15 taxa, 5

famílias e 10 Chironomidae. Em todos os meses avaliados foram registrados os filos Anellida,

Mollusca e principalmente Arthopoda e somente em abril foi registrado o filo Nematoda. A

comunidade, em abril/2008, foi composta por Chironomidae (65,4%), Ceratopogonidae (16%),

Oligochaeta (7,8%), Odonata (3,3%), Nematoda (2,9%), Bivalve (2,9%), Empididae (1,2%) e

Coleoptera (0,4%). Em agosto/2008 Chironomidade também foi o grupo mais expressivo

quantitativamente (49,2%), seguido por Oligocaheta (40,9%), Ceratopogonidade (4,1%),

Odonata (2,7%), Ephemeroptera (2,1%), Coleoptera (0,6%), Plecoptera (0,6 %), Trichoptera

(0,6%), Bivalve (0,2%) e Empididae (0,2%). Em dezembro de 2011 Chironomidade representou

(73,7%) da bentofauna coletada, seguida por Oligochaeta (13,2%), Ceratopogonidade (7,9%),

Odonata (2,6%) e Bivalve (2,6%). Nos dois períodos os grupos dominantes foram os Dipteras,

especificamente os Chironomidae e os Oligochaetas. A família Chironomidae representou mais

49,2% de toda a comunidade amostrada em todas as coletas realizadas (Figura 105). Dentre os

grupos de insetos aquáticos, essa família é a mais amplamente distribuída e frequentemente a

mais abundantes no meio aquático dulceaquícola. As larvas possuem grande capacidade

adaptativa, pois colonizam todos os tipos de substrato, sedimento e vegetação aquática dos

ambientes lóticos e lênticos. Oligochaeta também ocorreu nos dois períodos hidrológicos e na

maioria das estações de coleta. Em abril/08 e dezembro/11 (chuvoso) as densidades foram

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160

inferiores as registradas no mês de agosto (estiagem), por causa da maior disponibilidade de

matéria orgânica no sedimento. O grupo de ETP (Ephemeroptera, Trichoptera e Plecoptera) é

considerado um bom indicador de qualidade ambiental, pois seus representantes habitam

preferencialmente águas correntes, bem oxigenadas, com temperatura amena e de boa qualidade.

Dentre os outros grupos os Bivalves e Odonatas foram registrados nas três avaliações, mas em

diferentes estações de coletas. O primeiro grupo apesar de não ter sido identificado não se trata

de espécie invasora, e o segundo tem elevada plasticidade ambiental. O grupo Coleoptera foi

encontrado em abril/08 e agosto/08, e neste último, com maior densidade pela maior estabilidade

e heterogeneidade do sedimento. Os Nematodas foram registrados somente em abril/08, exceto

em P1, provavelmente devido a realização da coleta em microhabitat com predomínio de

partículas mais finas, pois esse grupo geralmente associa a sedimentos compostos por silte e/ou

argila onde o espaço intersticial é menor, já que o corpo vermiforme é bem adaptado a este tipo

de ambiente.

Figura 105 – Composição relativa da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.

A maioria dos grupos de macroinvertebrados bentônicos independente do período

hidrológicos são de ocorrência comum em água corrente, sedimento arenoso e com presença de

material orgânico alóctone, no caso oriundo da mata ciliar. Apesar dos bioindicadores terem sido

registrados somente na área de nascente e na estiagem. A densidade média de

macroinvertebrados bentônicos registrada foi de 2.025ind/m² em abril/08, 4.283 ind/m² em

agosto/08 e 317 ind/m² em dezembro/11. O incremento da densidade em agosto/08 quando

comparado a abril/08 e dezembro/11 relaciona-se ao período hidrológico, cujo aumento da vazão

potencializa o arraste do sedimento e da fauna associada. Outro fator importante é a composição

Abril/08 Agosto/08 Dezembro/11

0

25

50

75

100

7,8

40,2

13,2

65,4

49,2

73,7

26,8

7,713,1

2,9

OutrosETPChironomidaeOligochaeta

%

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161

do sedimento composto basicamente por areia e materiais orgânicos. A areia é substrato instável

que se desestabiliza facilmente com o aumento da velocidade da água. Em corpos d’água com

essa característica de sedimento a densidade de organismos tende a reduzir no período chuvoso,

no entanto essa dinâmica faz parte do metabolismo desses ecossistemas e a comunidade tende a

restabelecer no período de estiagem. Foi observado ainda diferenças dentro do período chuvoso,

em dezembro/11 a densidade média foi muito inferior a de abril/08, indicando ser mais crítico

nas chuvas para a fauna bentônica por causa das enxurradas. Apesar da influência da

sazonalidade não se teve padrão espacial na densidade para as estações de coleta (Figura 106).

A riqueza total nos meses de abril/08, agosto/08 e dezembro/11 foi respectivamente, 22, 35 e 15

(Figura 107), indicando que a vazão é um importante fator para o estabelecimento e manutenção

da comunidade de macroinvertebrados bentônicos em ambientes com sedimento arenoso.

Figura 106 – Densidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011

Figura 107 – Riqueza taxonômica da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.

Abril/08 Agosto/08 Dezembro/110

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

P1P2P3P7

ind

/m2

Abril/08 Agosto/08 Dezembro/110

5

10

15

20

25

P1P2P3P7nº

de

taxa

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162

A diversidade média encontrada na bacia do rio Guaribal em abril/08 foi de 0,532, em

agosto/08 de 0,788 e em dezembro/11 0,629bits/ind (Figura 108).

Figura 108 – Diversidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.

A comunidade de macroinvertebrados bentônicos refletiu as condições hidrológicas dos

meses avaliados através das diferenças nos valores de densidade, riqueza e diversidade (Tabela

17). O período hidrológico influenciou a velocidade da água, a característica e a velocidade do

transporte de sedimento, a estabilidade e heterogeneidade de habitat e disponibilidade de

alimento, fatores que por sua vez, influenciaram a composição e estrutura dessa comunidade.

Indicou ainda que nas estações de coleta com mata ciliar melhor conservada, como a nascente do

Babaçu (P2), a comunidade foi mais diversa, o que reforça a importância da vegetação para a

manutenção do equilíbrio de ecossistemas aquáticos, mesmo porque esses organismos dependem

da matéria orgânica, e por sua vez, servem de alimento para peixes, anfíbios e répteis.

Tabela 17 - Composição taxonômica, frequência relativa (%), densidade total (ind/m2), diversidade (bits/ind) e riqueza taxonômica da comunidade de macroinvertebrados bentônicos, amostrados na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.

Táxons Abril/2008 Agosto/2008 Dezembro/2011

P1 P2 P3 P7 P1 P2 P3 P7 P1 P2 P3 P7

Filo Nematoda 33 33 167

Filo Mollusca

Classe Bivalvia 233 33 33

Filo Annelida

Classe Oligochaeta

Fam. Tubificidae 333 67 5633 200 33 67

Abril/08 Agosto/08 Dezembro/11

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

P1P2P3P7

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163

Táxons Abril/2008 Agosto/2008 Dezembro/2011

P1 P2 P3 P7 P1 P2 P3 P7 P1 P2 P3 P7

Fam. Haplotaxidae 200

Fam. Narapidae 33

Fam. Naididae 367 33 633 67

Filo Arthropoda

Classe Insecta

Ordem Ephemeroptera

Fam. Leptophlebiidae 100 233

Fam. Polymitarcidae 33

Ordem Odonata

Fam. Gomphidae 267 267

Fam. Libellulidae 200 33

Ordem Plecoptera

Fam. Perlidae 100

Ordem Coleoptera

Fam. Elmidae 33 67 33

Ordem Trichoptera

Fam. Leptoceridae 33

Ordem Diptera

Fam. Chironomidae

Pupa 67

Subfam. Chironominae

Tribo Chironomini

Axarus 33

Dicrotendipes 33

Polypedilum 200 733 33 333 100 267 200 200 133 33 33

Fissimentum 433 200

Nilothauma 67 233 33

Cryptochironomus 33 33

Parachironomus 33 67

Phaenopsectra 200

Hasnischia 67 33

Beardius 33 433

Stenochironomus 33 33 267 33

Tribelos 33 67

Zavreliela 133

Chironomus 100 133 33

Lauterborniella 67

Tribo Tanytarsini

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164

Táxons Abril/2008 Agosto/2008 Dezembro/2011

P1 P2 P3 P7 P1 P2 P3 P7 P1 P2 P3 P7

Tanytarsus 167 467 300 633 367 133 33 33

Rheotanytarsus 33

Stempellina 100 67

Tanytarsini Gênero B 33

Subfam. Tanypodinae

Djalmabatista 567 67 167 667 33 33

Ablabesmyia 33 67 167 133 300 833 300 33

Labrundinia 33 67 500

Fittkauimyia 100

Larsia 2300

Tanypus 33

Subfam. Orthocladiinae

Corynomeura 33 200

Cricotopus 33 200

Nanocladius 100

Thienemanniella 33 67 33

Fam. Ceratopogonidae 500 700 33 67 200 200 233 33

Fam. Empididae 100 33

Densidade 900 5433 433 1333 7433 2467 4800 2433 500 500 167 100

Riqueza 4 16 6 10 10 17 22 12 9 6 4 3

Diversidade 0,476 0,669 0,296 0,687 0,28 1,005 1,217 0,65 0,895 0,563 0,579 0,477

12. HIDROGEOLOGIA

A caracterização hidrogeológica da área do Projeto Aripuanã, foi realizada pela empresa

Hidrovia – Hidrogeologia e Meio Ambiente Ltda, e apresentada no Anexo 8, do Volume 2, cujo

o conteúdo, deste último, versa sobre o meio físico neste processo de EIA/RIMA. Assim a seguir

apresenta-se apenas um resumo desse estudo de hidrogeologia, cujas informações sobre esse

tema constituem o produto da interpretação de dados secundários e primários, os quais

permitiram estabelecer uma caracterização geral das águas superficiais e subterrâneas, relevante

para a análise ambiental. Entende-se como relevante aquele fator que conduz à compreensão da

dinâmica hídrica subterrânea atual ou que permite a avaliação quantitativa/ qualitativa das águas.

Neste estudo hidrogeológio apresenta-se três temas principais: caracterização geológica,

caracterização hidrogeológica e estimativa de oferta hídrica subterrânea, para as áreas de

influência do empreendimento (já anteriormente referida e mostrada na Figura 27).

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165

No que tange à caracterização geológica, foi estudado o contexto regional tectono-

estratigráfico, e o arcabouço estrutural das rochas que constituem o depósito de sulfetos

polimetálicos de Aripuanã. Esse conhecimento é a base para o entendimento do comportamento

hidrogeológico das rochas, cujas características litoestratigráficas das áreas de interesse são

apresentadas a seguir, podendo ser visualizada na Figura 109.

A Sequência Aripuanã consiste em conjunto de rochas vulcano-sedimentares e

plutônicas, estruturadas ao longo de cinturão de direção preferencial WNW-ESSE,

representativas da evolução paleoproterozóicaregional. Na Serra do Expedito, e entorno,

dominam rochas vulcano-sedimentar que, com base em critérios estruturais e geológicos, foi

subdividida em subunidades, e que na área do projeto, correspondem: à Serra do Expedito, e

Acampamento Velho.

Na subunidade Serra do Expedito, está contido o depósito polimetálico do Alvo

Aripuanã, sendo composta nas áreas de interesse, essencialmente, por rochas vulcânicas ácidas,

gossan, tufos estratificados e lentes de chert.

As rochas vulcânicas ácidas ocorrem geralmente ao longo de morrotes alongados,

preservados pela erosão diferencial, apresentando cor cinza-escuro, estrutura maciça a levemente

foliada, granulação muito fina a vítrea e fratura conchoidal. Quando alteradas dão origem a solos

residuais finos compostos de argila e silte, friáveis ede coloração esbranquiçada. E, os corpos de

gossans identificados estão diretamente associados às regiões de alteração hidrotermal e

possuem dimensões variadas e concordantes com a orientação regional da faixa. São

reconhecidos como zona de oxidação de depósito polimetálico com mineralização de Zn, Pb e

Cu (ALBUQUERQUE e OLIVEIRA, 2007). No geral apresentam aspecto terroso e cores cinza,

preto e amarelo, evidenciando a oxidação de corpos de sulfeto maciço em profundidade. Os tufos

estratificados caracterizam-se pela presença de horizontes bandados e maciços. O bandamento é

evidenciado pela intercalação de camadas cinza e camadas brancas e também por materiais mais

finos e mais grosseiros. As bandas mostram variações granulométricas do tipo granodecrescência

e presença de micromarcas de ondulação e estruturas de truncamento, sugerindo a deposição em

ambiente aquoso. No que tange aos horizontes maciços, a coloração varia de cinza-claro a cinza-

escuro e granulação fina a muito fina.

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166

Figura 109 - Mapa Geológico das áreas de interesse do Projeto Aripuanã/MT.

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167

Lentes de chert também estão associadas à subunidade Serra do Expedito, e são rochas

metassedimentares, identificadas nas áreas de interesse em direção concordante com a orientação

geral da faixa, às vezes estando fortemente hidrotermalizadas. Já os tufos de cristal caracterizam-

se por serem depósitos de materiais vulcânicos fragmentários constituídos, maiormente, de

cristais vulcânicos e encontram-se interdigitados em direção concordante com a direção geral da

faixa. Na área de interesse ocorre em pequena mancha estreita e alongada na porção norte, nas

encostas de inclinação voltadas para nordeste, do lado oposto da serra do Expedito.

A Subunidade Acampamento Velho é composta essencialmente por ignimbritos e

subordinadamente por tufos estratificados, esta subunidade ocorre em forma de cunha e limita-se

a oeste pelo Granito Rio Branco e a norte pela Subunidade Serra do Expedito. Os ignimbritos

dessa subunidade, constituem-se de cristais, fragmentos líticos, cristaloclastos e púmices. A

quantidade dos elementos constituintes destas rochas é variável, encontrando-se ignimbritos mais

ricos em fragmentos líticos e outros em cristais, com distribuição e organização heterogênea.

Já o Granito Rio Branco está presente nas áreas de interesse no extremo oeste da AII,

produzindo discreta auréola metamórfica nos vulcanitos da Sequência Aripuanã. É composto

por fácies dominante de sienogranitos porfiríticos de granulação grossa, em que os fenocristais

euédricos de feldspato alcalino pertítico estão dispersos em matriz grossa constituída por

quartzo, pagioclásio, biotita e titanita, apresentando também fácies microporfiríticas a

porfiríticas. São rochas estruturalmente isotrópicas, com incipiente textura de fluxo magmático.

Para a caracterização hidrogeológica, buscou-se a forma mais simples de classificar os

tipos de sistemas aquíferos existentes em certo domínio geológico, baseado na identificação dos

tipos principais de porosidade existentes, quais sejam: as de natureza intersticial, granular ou

porosa; e as de natureza fissural, por fraturas ou fendas, definidos, respectivamente, como de

porosidade primária intergranular e os de porosidade secundária fissural. E, as próprias

tipologias litológicas designam em função de suas propriedades hidráulicas naturais, uma maior

ou menor capacidade à condução das águas subterrâneas e ao potencial de armazenamento.

Desse modo, a partir dos mapeamentos geológicos existentes, delimitaram-se as rochas que

funcionam como corpos armazenadores e com características similares, como também, foram

analisados os dados para interpretar e estimar oferta hídrica subterrânea para o Projeto Aripuanã.

E, o resultado dessa análise mostrou que o potencial de oscilação de vazões para rebaixamento

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nas minas Arex e Ambrex podem variar entre 250 e 600 m³/h, sendo esta uma estimativa de

vazões futuras para desaguamento e rebaixamento de nível d‟água do empreendimento.

Na Área de Influência Indireta - AII afloram todos os tipos litológicos apresentados

anteriormente, considerando as rochas vulcânicas ácidas, gossan, tufos estratificados, lentes de

chert, tufos de cristal, ignimbritos e granito. Em termos espaciais há predominância de

ignimbritos (40%), vulcânicas ácidas (33%) e tufos estratificados (23,5%) que juntos

correspondem a 97% da AII. Esses litotipos foram agrupados, de acordo com as potencialidades

hidráulicas, em diferentes tipologias aquíferas: Zonas Aquíferas (ZA); Zonas Não Aquíferas

(ZNA); e Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP). O mapa da relação dos litotipos com as tipologias

aquíferas da AII pode ser visto na Figura 110, enquanto que a caracterização, áreas de

abrangência e vazões mínimas associadas são apresentadas na Tabela 18.

Tabela 18 - Tipologias aquíferas na AII, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas.

Vazão específica L/s/km²

Litologia Área (km²)

Área (%) Vazão de base estimada (L/s)

Vazão de base estimada (m³/h)

Zon

as A

quíf

eras

(Z

A)

19

Lentes de Chert 0.10 0.27%

1% 5.7 20.6 Gossan 0.20 0.52%

Zon

as d

e A

quíf

eros

Po

bres

(Z

AP)

6.5

Tufos de Cristal 0.19 0.49%

66% 165.1 594.5

Granito 0.68 1.76%

Tufos Estratificados 9.03 23.54%

Ignimbritos 15.51 40.43%

Zon

as N

ão

Aqu

ífer

as (

ZN

A)

1.8 Vulcânicas Ácidas 12.66 33.00% 33% 22.8 82.0

TOTAL 38.37 100% 100% 193.6 697.1

As Zonas Aquíferas são formadas pelo agrupamento das lentes de chert, correspondentes

às rochas metassedimentares, com os corpos de gossan, um tipo de carapaça ferruginosa, que

possuem alta capacidade de armazenamento e transmissividade hídrica subterrânea devido à boa

porosidade e permeabilidade secundária. Esse domínio hidrogeológico abrange apenas 1% do

total da AII, e as áreas de sua ocorrência se concentram no alto da Serra do Expedito.

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169

Figura 110 - Mapa das tipologias aquíferas e litotipos associados da AII, com os respectivos diagramas apresentando as áreas (%) de ocorrência das unidades.

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170

A vazão de base estimada pata toda área desse domínio de interesse corresponde a apenas

20,6 m³/h.

As Zonas de Aquíferos Pobres relacionam-se ao agrupamento dos tufos estratificados,

tufos de cristal, ignimbritos e granitos corresponde, abrangendo 66% da AII, e é o principal

domínio hidrogeológico, cuja distribuição se dá principalmente na porção centro-sul da área e

possui uma vazão de base estimada em 594,5 m³/h. Já as Zonas Não Aqüíferas da AII,

corresponde às rochas vulcânicas ácidas, caracterizadas por alteração hidrotermal, apresentam

comportamento hidráulico limitado, onde o fluxo tende a ser muito lento devido, principalmente,

a reduzida porosidade. Essas rochas correspondem a ZNA, ocupando 33% da AII, se localizando

principalmente na porção norte e central da área. A vazão de base foi estimada em 82 m³/h.

Na Área de Influência Direta, - AID, com exceção dos granitos, todas as rochas da AII,

estão também nela. As vulcânicas ácidas e tufos estratificados, 51,8% e 40,5%, respectivamente,

são predominantes na área, correspondendo por 92% do total da AID. Os litotipos agrupados de

acordo com as suas potencialidades hidráulicas, conformam as Zonas Aquíferas (ZA), Zonas

Não Aquíferas (ZNA) e Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP), as quais estão consoolidadas no

mapa da Figura 111, e, as áreas de abrangência e vazões mínimas associadas são apresentadas

na Tabela 19.

Tabela 19 - Tipologias aquíferas na AID, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas.

Vazão específica L/s/km²

Litologia Área (km²)

Área (%) Vazão de base estimada (L/s)

Vazão de base estimada (m³/h)

Zon

as

Aqu

ífer

as

(ZA

)

19 Lentes de Chert 0.10 0.56%

2% 5.2 18.8 Gossan 0.17 0.95%

Zon

as d

e A

quíf

eros

Po

bres

(Z

AP)

6.5

Tufos de Cristal 0.19 1.03%

47% 54.9 197.7 Tufos Estratificados 7.34 40.47%

Ignimbritos 0.93 5.12%

Zon

as N

ão

Aqu

ífer

as (

ZN

A)

1.8 Vulcânicas Ácidas 9.40 51.87% 52% 16.9 60.9

TOTAL 18.12 100% 100% 77.1 277.4

.

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Figura 111 - Mapa das tipologias aquíferas e litotipos associados da AID, com os respectivos diagramas apresentando as áreas (%) de ocorrência das unidades.

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O domínio hidrogeológico das Zonas Aquíferas (ZA) na AID foi determinado pelo

agrupamento das lentes de chert com os corpos de gossan, com alta capacidade armazenamento

e transmissividade hídrica subterrânea devido à boa porosidade e permeabilidade secundária.

Localiza-se principalmente no alto da Serra do Expedito, correspondendo apenas 2% do total da

AID, cuja vazão de base estimada para esse domínio é de 18,8 m³/h.

As Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP) na AID são formadas pelo agrupamento dos tufos de

cristal, tufos estratificados e ignimbritos, relacionados, principalmente, a porosidade secundária

materializada pelas fraturas das rochas sãs. Ocorre na porção sul da AID com sopé e encosta de

declividade voltada para sul da Serra do Expedito; correspondem a 47% da AID; e possuem uma

vazão de base estimada em 197,7 m³/h.

As Zonas Não Aquíferas (ZNA) da AID ficam na porção central e norte dessa área, e

ocupam 52% dela, associadas às rochas vulcânicas ácidas, cujo comportamento hidrogeológico é

restrito e de baixíssimas condições de armazenabilidade e de transmissividade de água

subterrânea. Apesar de ocupar a maior parte da área, a baixa transmissividade das rochas

influenciou para a baixa vazão, com 60,9 m³/h.

Já na área que será diretamente afetada pelo empreendimento – ADA, caracteriza pela

barragem e lago artificial de água, área industrial, pilha de rejeitos e corpos mineralizados, que

são sustentadas principalmente por rochas do tipo vulcânica ácida (42%) e tufos estratificados

(51%), além de gossans (4%) e lentes de cherts (3%).

Os litotipos agrupados de acordo com as potencialidades hidráulicas, conformam as

Zonas Aquíferas (ZA), Não Aquíferas (ZNA) e de Aquíferos Pobres (ZAP), e caracterização,

áreas de abrangência e vazões mínimas associadas são apresentadas na Tabela 20.

As Zonas Aquíferas para a ADA foram definidas a partir do agrupamento das rochas do

tipo lentes de cherts e gossans. Ambas são rochas que possuem alta capacidade armazenamento

e transmissividade hídrica subterrânea devido à boa porosidade e permeabilidade secundária.

Essas rochas encontram-se associadas somente ao corpo mineralizado Arex, no topo da Serra do

Expedito, correspondendo apenas 7% da ADA. A vazão de base estimada para essa tipologia

aquífera é de 6,3 m³/h.

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173

Tabela 20 - Tipologias aquíferas na ADA, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas.

Vazão específica L/s/km²

Litologia Área (km²) Área (%)

Vazão de base

estimada (L/s)

Vazão de base estimada

(m³/h)

Zon

as A

quíf

eras

(Z

A)

19

Gossan 0.05 4%

7% 1.7 6.3

Lentes de Chert 0.04 3%

Zon

as d

e A

quíf

eros

Po

bres

(Z

AP)

6.5 Tufos Estratificados 0.64 51% 51% 4.2 15.0

Zon

as N

ão

Aqu

ífer

as (

ZN

A)

1.8 Vulcânica Ácida 0.53 42% 42% 1.0 3.4

TOTAL 1.26 100% 100% 6.9 24.8

As Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP) relacionam-se aos tufos estratificados de

porosidade secundária materializada por fraturas de rochas sãs. Esta tipologia aquífera está em

todas as estruturas do plano diretor do empreendimento, abrangendo todos polígonos das ADAs.

Correspondem a 51% das ADAs e possuem uma vazão de base estimada em 15 m³/h.

As Zonas Não Aqüíferas (ZNA), compreendem rochas vulcânicas ácidas, caracterizadas

por alteração hidrotermal, de comportamento hidráulico limitado, com fluxo muito lento pela

reduzida porosidade. Ocupam 42% das ADAs, da barragem de água, área industrial e corpos

mineralizados Arex e Ambrex. A vazão de base foi estimada em apenas 3,4 m³/h.

Outro aspecto hidrológico do Projeto Aripuanã é que se admite na área a ocorrência de

diversos tipos de interações entre águas superficiais e subterrâneas. Isto porque, no ciclo de um

ano hidrológico as águas subterrâneas e superficiais estão interagindo continuamente. Neste

contexto, reconhece-se que durante o período seco as águas subterrâneas são as responsáveis por

garantir perenidade aos córregos e rios da região. Em contraposição, as drenagens encaixadas em

lineamentos de fraturas e falhas podem também alimentar os aquíferos sotopostos. Assim, a

intervenção nas águas subterrâneas acaba interferindo nas águas superficiais, e vice-versa. Este é

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174

o caso, por exemplo, do bombeamento de baterias de poços para rebaixamento do nível d‟água

subterrânea nas imediações de uma mina subterrânea, o que pode provocar a diminuição ou

completa extinção da vazão de nascentes que alimentam os cursos d‟água locais. No caso das

minas subterrâneas no corpo minerário na área Arex e Ambrex, em um prognóstico preliminar,

admitem-se, ao considerar a geometria e planos de descontinuidade da rocha encaixante, que o

rebaixamento de nível d‟água pode exercer uma pequena influência sobre a vazão das nascentes

na borda setentrional da serra do Expedito devido à inversão de fluxo e gradiente em função do

aprofundamento da mina. Outro exemplo é a formação do lago gerado pelo barramento do

córrego Arrainha, que provoca alterações no nível piezométrico local, ou até mesmo regional,

dependendo do tamanho e/ou profundidade do lago formado e das condições geológicas

existentes. Todos estes aspectos podem estar presentes na área de estudo, pois além das

condições geológicas locais, as hidrogeológicas e climatológicas favorecem a interação entre as

águas superficiais e subterrâneas. Neste caso, admite-se que a interação mais comum, ou

predominante, seja aquela onde os aquíferos cedam água para os cursos d‟água, fazendo com que

as drenagens sejam efluentes. Neste sentido, todo o aporte de fluxos em superfície, no período

seco, provém dos aquíferos para as calhas de drenagem, sendo a contribuição das drenagens em

regime influente (águas superficiais recarregando os aquíferos) limitada às zonas de falhas e

fraturas existentes na região.

Outro trabalho de campo realizado neste estudo foi o inventário de nascentes na área do

Projeto Aripuanã, entre os meses de maio e junho de 2012, onde se cadastrou 48 pontos de

surgência de água subterrânea. As nascentes cadastradas foram devidamente registradas em

fichas de campo e foram apresentadas no Anexo 8, do Volume 2 deste processo de EIA/RIMA.

Alguns talvegues próximos às nascentes são marcados por leito rochoso e grande número

de blocos rolados, dificultando a instalação de vertedouros portáteis e impossibilitando assim a

tomada de medidas de vazão. Por isso, dentre as 48 nascentes cadastradas, foi possível medir

vazão em 37, que pelo domínio de rochas vulcânicas, de baixo a nulo potencial de condutividade

hidráulica subterrânea, são valores baixos de vazão.

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175

Quanto às ofertas hídricas subterrâneas, Reserva Permanente ou Secular, Renovável e

Explorável, só a primeira que se refere às águas mais antigas, não foi analisada neste estudo,

porque os cálculos específicos são passíveis de erros muito grosseiros, por não se ter precisão de

variáveis necessárias ao cálculo. Já a Reserva Renovável ou Reguladora, a que representa o

volume de água acumulada no aquífero, anualmente variável em decorrência de aportes sazonais,

de escoamento subterrâneo e de exutórios, foi calculada e se refere à recarga anual do aquífero. E

também, a Reserva Explotável, a que indica o potencial de utilização de um aquífero, sem riscos

para o equilíbrio de seu balanço hídrico. Assim, para a AII, a Reserva Anual Renovável

corresponde a 6,1 x 106m3, e a Reserva Anual Explotável a 2,4 x 106m3. A reserva renovável e

explotável associadas a AID são, respectivamente, 2,4 x 106 e 9,7 x 105m3, enquanto para as

ADAs os valores são 2,1 x 105 e 8,6 x 104m3 (Tabela 21).

Tabela 21 - Estimativas das Reservas anuais Renovável e Explotável das áreas de influência do Projeto.

Área de Influência Reserva Anual Renovável (m³) Reserva Anual Explotável (m³)

Área de Influência Indireta (AII) 6,1 x 106 2,4 x 106

Área de Influência Direta (AID) 2,4 x 106 9,7 x 105

Área Diretamente Afetada (ADA) 2,1 x 105 8,6 x 104

13. MEIO BIÓTICO: VEGETAÇÃO

13.1. Flora Terrestre

Neste trabalho estudou-se a cobertura vegetal das áreas de influência do empreendimento

e seu detalhamento através da caracterização florística e da análise fitossociológica das unidades

vegetacionais mapeadas; bem como ao estudo das epífitas e das macrófitas. Cada um desses

temas segue uma metodologia específica e envolve diferentes profissionais da área do

conhecimento científico. As coberturas vegetais das áreas de influência do empreendimento

foram identificadas e delimitadas em mapas (Figuras 112 e 113), e controladas através de

levantamentos de campo, utilizando-se as concepções adotadas pelo IBGE (1992), que permite

denominar as unidades de mapeamento a partir das características fisionômico-ecológica.

Imagens de satélites Cbers II e Ikonos foram interpretadas para dar ases ao levantamento de

campo e para a confecção final dos mapas com legenda conclusiva, onde além das tipologias das

coberturas vegetais, tem-se as diferentes categorias de uso dos solos.

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Figura 112 – Mapa da vegetação, e uso dos solos da área de influência indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã/MT”.

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Figura 113 – Mapa da vegetação, e uso dos solos da área de influência direta do empreendimento “Projeto

Aripuanã/MT”.

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A área de estudo está na região de domínio da Floresta Ombrófila Aberta, que é um tipo

de transição entre a floresta amazônica e as áreas extra-amazônicas. Ela é a matriz de vegetação

típica da região da Depressão Norte Matogrossense, em cujo maciço florestal, tem-se espaços

relativamente abertos, mais claros, em clima com mais de 60 dias secos por ano, assinalados em

sua curva ombrotérmica1, conforme IBGE (1992). Esse padrão fitofisionômico-ecológico ocorre

nas áreas deste estudo, onde há forte domínio de palmeiras2, se comparado aos cipós3, bambus4 e

sororoca5, que também estão presentes na composição florística dessa formação. Sendo este, o

motivo que levou a classificá-la como Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras (Figuras 114 e

115). Assim, os diferentes tipos de cobertura vegetal que foram mapeadas, nas áreas de

influência direta (AID) e Indireta (AII) do empreendimento, também foram quantificados e estão

sinteticamente apresentados no Quadro 7.

Quadro 7 - Superfícies das unidades de mapeamento que representam a cobertura vegetal das áreas de influência direta (AID) e Indireta (AII) do empreendimento. Legenda: FOAp – Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras; VsFOAp – Vegetação secundária de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras; FOAp –Floresta Ombrófila Aberta com Justaconta; Pp – Pastagem plantada; Pd – Pastagem degradada; ADg – Área Degradada por antigo Garimpo, Município de Aripuanã/MT.

Abrangência AID AII

Área (em ha) das diferentes

tipologias da cobertura vegetal

Sistemas Primários FOAp 833,4044 3.877,0582

Sistemas Secundários VsFOAp 26,5307 81,3130

FOAj 65,5755 205,9115

Sistemas Antropizados Pp 267,5008 2.003,6864 Pd 91,5277 507,0304

ADg 56,5733 80,9431 TOTAL (ha) 1.341,1124 6.755,9426

1Gaussen em 1952 propôs o climograma ombrotérmico, em que um mês seco é considerado quando o total mensal das precipitações for ≤ que o dobro da temperatura média, a representação matemática se expressa: P ≤ 2T (onde P é a precipitação, em mm, e T a temperatura do ar em ºC. Assim, a característica ombrotérmica da Floresta Ombrófila está presa a fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (médias de 25º) e de alta precipitação (>2.000mm), bem distribuídas durante o ano (no caso da Fl. Ombófila Aberta com 0 a 60 dias secos), o que determina uma situação ecológica de quase sem período biologicamente seco. 2 Foram observadas várias espécies da Família Arecaceae na Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, porém, as mais freqüentes foram: babaçu (Attalea cf. maximiliana), sete-pernas (Socratea hexorrhiza), açaí (Euterpe precatoria, E. edulis), Bacaba (Oenocarpus minor, O. bacaba), Tucumã (Astrocaryum cf. aculeatum), inajá (Attalea maripa), paxiubão (Iriartea deltoidea). 3 As lianas (cipós), de hábito escandente, formam verdadeiros “Climber towes” quando se manifestam em grandes

proporções na Floresta Ombrófila Aberta com cipós, que não é o caso da área objeto deste estudo. 4 Da Família Poaceae, o gênero Guadua foi observado com maior expressão apenas em situação de borda, no limite de pastagem plantada com maciços da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. 5 A Sororoca (Phenakospermum guianense) da família Strelitziaceae, distribui-se de forma agregada: em agrupamentos (touceiras) descontínuos, nos locais muito úmidos, e até mesmo encharcados já nas proximidades de cursos d‟água.

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Figura 114 - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, interior de remanescente na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Figura 115 - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, borda de remanescente na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

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180

O quadro mostra que dos 6.755,9426 hectares que constituem a superfície total da área de

influência indireta (AII), aproximadamente, 57% ainda se encontram recobertos por sistemas

naturais de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Os outros 43% já sofreram alterações no

processo de ocupação regional, estando atualmente 38% dos solos recobertos por pastagem, nos

quais, 8% apresentam baixa capacidade edáfica, encontrando-se degradados por falta de manejo.

Também da superfície total da AII, que foi alterada pela antiga atividade garimpeira, 3%

se auto-revegerou de maneira que boa parte já se encontra cicatrizada, mas com domínio de

Justaconta (Sclerolobium rugosum e S. paniculatum, atualmente denominado Tachigali rugosa e

T. paniculata). Note que este ambiente foi identificado como uma unidade de mapeamento por

apresentar limites bem definidos nos produtos sensoriais (imagens de satélites). E, apenas 1% da

superfície total da AII, ainda apresenta solos totalmente degradados pela atividade garimpeira,

apesar de já estarem em processo de pedogeneização.

A Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras (Figura 116) recobre as encostas da serra do

Expedito, vertentes de colinas médias que formam o piso regional do relevo da Depressão, e

ainda, as superfícies aplainadas de fundos de vales dos cursos d‟água em ambiente de

sedimentação ativa. Porém, na fitofisionomia6 há variações internas em sua estrutura7 e

composição8 florística, à feição de um mosaico florestado. Ora predomina esta, ou aquela

espécie; ora com maior densidade populacional, ora com menor número de indivíduos; ora com

domínio de espécies pioneiras, ora secundárias e clímaces; ora com estrato herbáceo bem

definido, ora sem expressão e apenas com presença de indivíduos jovens da comunidade

arbóreo-arbustiva.

O fato da vegetação de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras recobrir diferentes

unidades pedológicas na área de estudo9, em situações topográficas também diferentes, implica

6 A fitofisionomia é a aparência que a vegetação exibe, resultante das formas de vida presentes das plantas predominantes. 7 A estrutura é caracterizada por observações sobre a densidade, caducidade foliar, presença de formas de vida típicas (palmeiras, lianas, fetos arborescentes etc.), árvores emergentes, estratificação (disposição em camadas superpostas). 8 A composição indica a flora envolvida. 9 Neossolo Litólico distrófico e húmico; Cambissolo Háplico Tb distrófico; Latossolo Amarelo Coeso; Nitossolo Háplico Distrófico; Neossolo Regolítico distrófico; e Solo Antropogênico.

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em se ter diversidade de habitats, tornando a heterogeneidade interna bem evidente sob o ponto

de vista da relação solo/água/planta.

Figura 116 - Aspecto da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras recobrindo os solos das áreas de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Dentre os ajustes ecofisiológicos no processo de co-evolução das espécies, estão as

respostas adaptativas às condições edafo-climáticas pontuais, como a presença da serra do

Expedito em meio a Depressão, em que as espécies exibem mecanismos de eficiência ecológica

para se estabelecer, colonizar e desenvolver em situações extremas, de solos rasos, pobres, na

presença de afloramentos rochosos e em terrenos de encostas íngremes.

O corpo da serra do Expedito tem crista alongada em direção geral NW-SE e flancos

voltados para norte-nordeste e para sul-sudeste. Dessa configuração geográfica resulta que a

serra recebe forte luminosidade diária, tendo implicações para a regulação metabólica das

diferentes espécies locais. As copas das árvores frondosas são de grande importância para o

conforto térmico. A topografia dos flancos também apresenta forte dinâmica de erosão hídrica,

face às variações internas no maciço florestado, pois ela é formada por um conjunto de morros

unidos uns aos outros (coalescentes). Em uma grota, por exemplo, que esteja no flanco da serra

voltado para sul e sua linha de talvegue escavada no sentido norte-sul, as espécies que se

desenvolverem em suas margens só terão luminosidade mais direta, de no máximo quatro horas

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182

diárias, entre 11:00 e 15:00 horas, nas demais já estarão sombreadas. Nesse caso, a variação na

arquitetura do dossel é influenciada também pela competição por luz.

Outra característica é a latitude na casa de 10° Sul, que gera condições de forte

luminosidade, elevação de temperatura, aumento de pluviosidade e redução do período seco no

inverno, influenciando o sistema regulador de fotoperiodismo das plantas, em face de esse tipo

de sazonalidade climática regional: alta luminosidade, forte exuberância foliar. Tais

características geram condição propícias para herbivoria. Para controlar herbivoria, as plantas

desenvolvem sistemas de defesa específicos, produtos metabólicos secundários10 que resultam

em seleção de predadores, otimização de ciclos reprodutivos e padrões fenológicos11, intra e

interespecíficos. Esses produtos secundários também possuem um papel contra ataque de

patógenos (causador de doenças), competição entre plantas e atração de organismos benéficos

como polinizadores, dispersores de semente e microorganismos simbiontes (que convivem entre

si, com benefício mútuo). Possuem ainda, ação protetora em relação a estresses abióticos, como

aqueles associados com mudanças de temperatura, conteúdo de água, níveis de luz, exposição à

UV e deficiência de nutrientes minerais.

Por outro lado, a cobertura vegetal secundária que se desenvolve nas áreas de influência

direta e indireta do empreendimento também é representada por sistemas florestais, mapeados

10 Entende-se por metabolismo primário o conjunto de processos metabólicos que desempenham função essencial no vegetal, como fotossíntese, respiração, etc, e, os compostos envolvidos possuem uma distribuição universal nas plantas, como a clorofila, aminoácidos, nucleotídeos, lipídios, carboidratos. O metabolismo secundário origina compostos que não possuem distribuição universal, pois não são necessários para todas as plantas; ex.: antocianinas, betalainas, não ocorrem conjuntamente em uma mesma espécie vegetal. Betalaina (na beterraba) é restrita a 10 famílias da ordem Caryophyllales, que não possuem antocianinas. Embora o metabolismo secundário nem sempre seja necessário para que uma planta complete seu ciclo de vida, ele desempenha um papel importante na interação planta/meio ambiente. Existem 3 grupos de metabólitos secundários: alcalóides, terpenos e compostos fenólicos. 11 A fenologia é o estudo da época de ocorrência de fenômenos naturais repetitivos, como a queda de folhas, brotamento, floração e frutificação. Ao final de 1999, após constatação das mudanças climáticas em nível planetário, os cientistas estão observando que o comportamento das plantas também está mudando, demonstrado pela análise de dados provenientes de observações fenológicas de longo prazo. É esperado que a época de ocorrência de processos fenológicos continue a mudar na dependência das mudanças do clima, e, há um consenso de que dados fenológicos proporcionam indicação integrada da sensitividade dos sistemas naturais às tais mudanças. Assim, como indicador de mudanças, os processos fenológicos têm amplas conseqüências para biodiversidade, interações bióticas, na agricultura e ciências florestais. Além disso, constatar alterações nos processos fenológicos, na queda de folhas, brotamento, floração e frutificação são mais fáceis de comunicar ao público a respeito de mudanças climáticas. No Brasil, os mais antigos estudos fenológicos de longa duração, em árvores de floresta tropical, ainda ativo, iniciaram em 1965 na Reserva Florestal Ducke, e 1974 na Estação Experimental de Silvicultura Tropical, ambos na região de Manaus/AM. Os estudos envolvendo cerca de 200 espécies florestais fornecerão subsídios aos planos de conservação, manejo e revegetação de áreas degradadas na Floresta Amazônica.

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183

em duas sub-unidades na matriz de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Uma, é similar à

matriz vegetacional, e a outra, com forte domínio de espécies de justaconta (Sclerolobium

rugosum e S. paniculatum, atualmente denominado Tachigali rugosa e T. paniculata), formando

maciços nas encostas da serra do Expedito, perfeitamente contrastantes sob o ponto de vista da

fotointerpretação de imagens de satélites, tendo sido por isso, delimitadas e mapeadas.

Nos ambientes muito alterados em processo de autorregeneração, observaram-se espécies

do gênero Vismia, popularmente denominada lacre, uma arvoreta de caráter invasor, pioneira e

de máximo desenvolvimento a pleno sol. É muito eficiente no uso dos nutrientes ofertados pelos

solos, principalmente pelos baixos teores de fósforo. Se comparada à Bellucia grossularioides,

ela é uma espécie bem melhor adaptada ao ambiente com baixa disponibilidade de nutrientes. A

Bellucia grossularioides é uma melastomataceae, conhecida como goiaba-de-anta na região

(Figura 117).

Figura 117 - Detalhe de frutos em ramos de goiaba-de-anta, muito apreciada por vários taxa da fauna silvestre regional. Notam-se folhas também predadas por lagartas. Área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Conhecer essas características de adaptações naturais ajudam na escolha das espécies que

melhor respondem aos substratos que serão alterados pela mineração e que posteriormente

deverão ser recuperados. Da mesma forma, os efeitos de bordas nos remanescentes funcionam

como áreas demonstrativas, indicadoras, para se compreender os mecanismos de regeneração e

cicatrização ambiental (Figura 118). Como também, as clareiras, com diferentes tamanhos,

formas, idades e resultantes de diferentes mecanismos, naturais ou antrópicos, servem de

referência para esse entendimento.

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Figura 118 - Contato abrupto entre remanescente de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras com a pastagem, onde as espécies pioneiras, na base da serra, minimizam os efeitos de borda; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Nas áreas com predomínio de justaconta (Figura 119), as árvores apresentam porte

elevado, contrariando, de certa forma, a literatura, pois chegam a atingir até 25m de altura e

80cm, ou mais, de perímetro à altura do peito. A população de justaconta apresenta distribuição

agregada, densa, dominante, e com maior expressão no corpo da serra, por apresentar maior

extensão espacial. É sabido que essas espécies são pioneiras, heliófitas, seletiva, xerófita

(Lorenzi, 1998), capazes de colonizar ambientes de baixa capacidade de suporte ecológico.

Figura 119 - Vista parcial do justacontal no âmbito da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras que recobre parte do flanco norte da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. Em destaque, a cor levemente palha nas copas de muitas árvores. Trata-se de frutos resultantes da forte sincronia de floração, frutificação em plantas de mesma idade (eventos fenológicos do tipo boom).

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Após minucioso levantamento de campo, de pesquisa mais acurada sobre as litologias,

sobre os solos, e as especificidades topográficas dos terrenos muito inclinados da serra, tiraram-

se as seguintes importantes conclusões a respeito desse “justacontal”:

1ª. Que a área realmente havia sofrido forte alteração pela atividade garimpeira pretérita.

2ª. Que a litologia predominante da serra do Expedito é representada por rochas meta-

vulcanossedimentares, sendo que no justacontal, as vulcânicas ácidas apresentam composição

com teores elevados de sílica, fato que contribui com a alta disponibilidade desse elemento no

processo de intemperismo e pedogenético.

3ª. Que o solo é raso, muito pobre, ácido e essencialmente silicoso, Neossolo Litólico

Distrófico típico (condição favorável ao desenvolvimento da justaconta, comparada a outras

espécies pioneiras).

4ª. Que as espécies de Justaconta ocorrem naturalmente na composição florística da

Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras e têm em sua biomassa elevado teor de sílica, fato que

as leva ser reconhecidas popularmente e em várias regiões brasileiras, como “cega-machado”. A

sílica, além resistente ao intemperismo, tem baixa absorção de água e inibe a decomposição

microbiológica dos solos. Trabalhos recentes demonstraram que muitas espécies do cerrado são

acumuladoras de silício, o qual exerce importantes funções nos vegetais, como aumento de

resistência a certos patógenos (micro-organismos causadores de doenças), melhor arquitetura de

folha (beneficiando a fotossíntese) e resitência a estresses hídricos. A sílica é absorvida no solo,

primeiro, polimerizando-se na forma de ácido silícico monomérico, em seguida, no vegetal passa

para gel e finalmente em fitólitos12. Estes corpos sólidos da planta incorporam-se ao solo, com

várias configurações, mas são dominantemente do tamanho de areia fina e silte.

5ª. Que a serrapilheira do justacontal possui forte contribuição, porque essas plantas são

„semidecíduas‟, com pico máximo de queda de folhas entre agosto e setembro. Sendo a

serrapilheira formada por material orgânico e rico em sílica, sua decomposição é relativamente

lenta, permitindo certo acúmulo sobre o solo (Figura 120). Nota-se que os compostos de silício

existente nos solos, principalmente sob a forma de sílica opalina (fitólito), estão mais no

12 Na estrutura da justaconta ocorrem os fitólitos, que são partículas de sílica amorfa acumuladas em torno ou dentro das células dos tecidos vegetais (Lespch & Paula 2006).

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horizonte A (Lespch & Paula 2006). O silício, o ferro e o alumínio são elementos químicos mais

abundantes nos solos tropicais. O silício, desempenha um importante papel para as plantas e

relacionado à plasticidade, sendo bem conhecido no caso do arroz, onde a sílica reforça a rigidez

dos colmos, dando melhor crescimento e resistência às doenças. De acordo com Piperno (1988),

uma floresta equatorial retorna ao solo por ano, em reciclagem natural de seus detritos vegetais

cerca de 250 Kg/ha de SiO2, ultrapassando mesmo as quantidades do nitrogênio. Também ao

queimar a floresta, a metade da cinza é compota de silício. No solo o íon Si, em solução, pode

combinar-se com o alumínio que é tóxico. O Si no ciclo solo/planta passa por diversas etapas,

dentre as quais se ressalta a de formação de silicofitólitos nos tecidos vegetais (Laboriau &

Sendulsky, 1966).

Figura 120 - Detalhe da serrapilheira associada ao justacontal da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

6ª. Que a inclinação dos terrenos propicia constante lavagem da camada superficial do

solo e, se estiver desnudo, a intensidade do escoamento de água superficial é aumentada, como

ocorreu até 1999 - mesmo tendo sido paralisada a atividade garimpeira anos antes, o solo da

porção superior da serra ficou desnudo até 1999 (Figura 121), o que provocou o carreamento do

banco de sementes encosta abaixo, resultando na pobreza e na substituição desse banco por

sementes de espécies mais recentes, como os das espécies de justaconta.

7ª. E, por fim, estima-se que o tempo médio de vida da justaconta na região esteja entre

20-30 anos, pois no levantamento fitossociológico, observou-se indivíduo de 100cm de

circunferência à altura do peito e 23m de altura. Como as árvores têm idades semelhantes, tendo

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em vista o marco histórico do início do processo de recolonização, é esperada a morte de vários

indivíduos de mesma idade, nos próximos 15-20 anos.

Figura 121 - Comparação de duas imagens de satélites de diferentes datas, mostrando o justacontal que se desenvolveu no topo e flanco norte da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

A atividade pecuária predomina nas propriedades rurais das áreas de influência do

empreendimento (AID e AII), com modelo de criação extensiva de bovino de corte, sustentado

por pastagens do gênero Brachiaria (Figura 122), sendo Brachiaria brizantha (variedade

brizantão) preferencialmente utilizada em solos relativamente secos (Figura 123), Brachiaria

humidicula, ou mesmo a Brachiaria arrecta (braquiária-do-brejo, tanner grass), plantadas em

áreas úmidas (Figura 124). Esta última espécie não é recomendada pelo Ministério da

Agricultura, por apresentar princípios tóxicos para bovinos jovens, e ainda, por propiciar a

proliferação da cigarrinha, inseto considerado praga de pastagens e plantações.

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Figura 122 - Vista geral de pastagens implantadas na área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Figura 123 - Pastagens implantadas que dão suporte à criação de gado. Em primeiro plano, Brachiaria humidicula e ao fundo, morrote com Brachiaria brizantha em solo seco; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Figura 124 - Em detalhe, Brachiaria arrecta (“tanner grass”) e macrófitas

(aguapé), colonizando o espelho d‟água

e Brachiaria brizantha (brizantão), em solo seco; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

humidícula

brizantão

brizantão brizantão

brizantão

aguapés

tanner grass

tanner grass

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Entretanto, observou-se que boa parte da Floresta transformada em pastagens, em função

da baixa fertilidade natural dos solos e falta de manejo, perdem a produtividade, parecendo

abandonadas (Figuras 125, 126 e 127), dando lugar à sucessão secundária arbórea adaptada à

baixa disponibilidade de nutrientes.

Figura 125 - Aspecto de pastagem plantada em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

Figura 126 - Pastagem plantada e abandonada em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

Em campo, também se observou sitiantes criando caprinos, peixes, suínos e equinos,

além de vacas leiteiras, porém, com pouca expressão e mais para consumo familiar.

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Figura 127 - Aspecto de pastagens plantadas sem manejo em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

Outra unidade de mapeamento que se destaca na matriz de Floresta Ombrófila com

Palmeiras são os ambientes degradados pela atividade antiga garimpeira, com substratos13

recobertos de forma descontínua por vegetação eminentemente herbácea, apesar de ocorrerem

ainda alguns indivíduos relictuais de ambiente ciliar típicos de setores de nascentes, caso de

buritis (Figura 128).

Figura 128 - Ambiente agradacional, próximo à Serra do Expedito, assoreado por antigo garimpo, onde se destacam elementos relictuais de Floresta Ciliar, Município de Aripuanã/MT.

13 Neste estudo, como os substratos são de origem antrópica e já estão em processo de pedogeneização foi individualizado, caracterizado e denominado Solo Antropoênico.

Indivíduos de Butitis

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Como se tratam de fundos de vales aplainados e relativamente próximos à serra do

Expedito, os materiais gerados pela atividade garimpeira ficaram neles depositados soterrando

olhos d‟água dos solos hidromórficos que formavam “veredas14

” ou Matas de Brejo, no contexto

da matriz de Floresta Ombrófila. Entende-se por Matas de Brejo, ou florestas hidrófilas, o

conceito de Leitão Filho (1982), que é uma forma de vegetação de solos hidromórficos, sujeita à

presença de água superficial em caráter permanente. Ocorrem em várzeas ou planícies de

inundação, nascentes ou margens de rios ou lagos (Ivanauskas et al. 1997), podendo ocorrer

também em baixadas ou depressões, onde a saturação hídrica do solo é conseqüência do

afloramento da água do lençol freático. Note que os sistemas radiculares da vegetação de vereda

e da comunidade arbóreo-arbustiva da Mata de Brejo, quando submetidos à anoxia (falta de

oxigenação ou aeração), apesar de adaptado às condições de encharcamento e alagamento dos

solos, não suporta longo tempo de residência com água estagnada, nem assoreamento por longo

período (Paes de Barros, 1998). Assim, o turbilhonamento, a água sempre em movimento,

comum nos setores de cabeceiras e fundos de vales é fundamental para a manutenção da

integridade desses sistemas no âmbito das Formações Florestais.

Diante dessas especificidades, em que a relação solo/água/planta é fator condicionante,

por vezes, determinante no estabelecimento, colonização e desenvolvimento de várias espécies

vegetais, é de se esperar que o Solo Antropogênico, onde as alterações provocaram profundas

modificações ao ponto de ultrapassar a faixa de resiliência15 dos sistemas envolvidos, não mais

seja capaz de auto-regenerar. Apesar de que as florestas tropicais úmidas, de acordo com Ewel

(1983), apresentam maior resiliência que as florestas estacionais, e um efeito de borda muito

evidente (Sampaio, 2001). Por resiliência entende-se a capacidade do sistema retornar ao estado

de equilíbrio, ou manter o potencial produtivo, depois de sofrer graves perturbações. A

resiliência opera dentro de certos limites, pois depende da capacidade de auto-regulação do

sistema. Conforme Odum (1988) existem duas formas de estabilidade: “a estabilidade de

resistência (a capacidade de se manter estável diante do estresse) e a estabilidade de elasticidade

14 Vereda é um termo utilizado para designar a vegetação típica de setores de cabeceiras de drenagens, que se desenvolve em ambientes de Planaltos. Em Mato Grosso se associa a presença de buritizais (Maurtia flexuosa). 15 Resiliência em ecologia significa a capacidade de recuperação natural de um sistema, uma comunidade, uma população, ou de uma espécie, após a ocorrência de distúrbios.

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(a capacidade de se recuperar rapidamente)”. A manifestação de ambas dá significado ao termo

resiliência.

O levantamento florístico de indivíduos arbóreos e de palmeiras foi realizado em área de

Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras (FOA), onde foram selecionadas quatro subáreas

vegetacionais (FOAjustacontal, FOAEncosta, FOAPalmeiral e FOAPraia Grande), visivelmente melhor

conservadas (Figura 129) para garantir maior representatividade da comunidade arbórea na

amostra, além de contemplar trechos de coleta e observação de epífitas, de fauna de vertebrados

terrestres, de regeneração natural (Figura 130), que são dados importantes para correlacionar ao

conjunto de resultados florísticos, dando idéia da capacidade de suporte dos sistemas.

Assim, no levantamento florístico da área estudada foram amostradas espécies arbóreas e

palmeiras cujas características gerais estão consolidadas na Tabela 22. O total amostrado foi de

574 indivíduos, de 145 espécies, pertencentes a 86 gêneros e 35 famílias botânicas. Do total, 33

foram identificadas até gênero e três permaneceram indeterminadas, devido à falta de material

botânico fértil para proceder a identificação.

Tabela 22 - Características florísticas e fitossociológicas dos quatro levantamentos efetuados nas áreas de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras: FOAjustacontal, FOAEncosta, FOAPalmeiral e FOAPraia Grande, na área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Parâmetro FOA

justacontal FOA

Encosta FOA

Palmeiral FOA

PraiaGrande

Área amostral (m2/ha) 3.000 3.000 3.000 3.000 Nº de indivíduos amostrados 171 171 113 119 Número de famílias 25 25 25 25 Número de famílias exclusivas 6 2 1 0 Número de gêneros 33 48 47 45 Número de espécies 48 65 54 57 Número de espécies exclusivas 7 2 1 0 Área basal (m2/ha) 6,933 9,860 9,298 7,351 Densidade absoluta (nº ind. ha-1) 569,996 569,996 376,667 396,667 Índice de Shannon-Weaner (H‟) 1,73 3,81 3,6 3,76 Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM)1 1:3,42 1:2,51 1:2,05 1:2,09 Total de espécies raras em 1,2 ha 2 43

1 Quanto mais próximo de 1 (um) o valor de QM, mais diversa é a população. 2 Consideraram-se espécies raras aquelas registradas uma única vez em 1,2 ha de área amostrada.

Na FOAjustacontal, registraram-se 171 indivíduos distribuídos em 48 espécies, 33 gêneros e

25 famílias, com seis famílias e sete espécies exclusivas dessa área e densidade de 570

árvores/ha, totalizando 6,933 m2/ha de área basal.

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Figura 129 - Mapa e representação esquemática das transecções e parcelas demarcadas para o levantamento de dados florísticos e estruturais da vegetação arbórea e das palmeiras nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

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Figura 130 - Levantamento de dados florísticos e estruturais da vegetação arbórea e das palmeiras nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

As famílias que apresentaram o maior número de espécies nesse ambiente foram: Fabaceae

(19,6%), Lauraceae (9,8%), Myristicaceae (7,8%), Cecropiaceae e Euphorbiaceae (5,9% cada;

Figura 131). Ainda nessa área, as famílias que tiveram maior número de indivíduos amostrados

foram: Fabaceae (55), Melastomataceae (25), Euphorbiaceae (19), Lauraceae (17) e Annonaceae

(7). Juntas essas famílias contribuíram com (49,0%) do total de indivíduos amostrados. E, o índice

de diversidade de Shannon-Wiener e o coeficiente de mistura de Jentsch para FOAjustacontal foi de

1,73 e 1:3,42 respectivamente.

Figura 131 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAjustacontal, área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

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No ambiente denominado FOAEncosta, registraram-se 171 indivíduos distribuídos em 25

famílias, 48 gêneros e 65 espécies, com duas famílias e duas espécies exclusivas dessa área. A

densidade foi de 569,99 árvores/ha e a área basal de 9,86 m2/ha. As famílias Arecaceae, Fabaceae e

Lauraceae (10,81%); Meliaceae e Myristicaceae (9,46%); Annonaceae e Sapotaceae (6,76%)

agregam o maior número de espécies para a comunidade estudada, como ilustrado na Figura 132.

Em conjunto, essas famílias representam 64,86% do total de indivíduos amostrados. E, o índice de

diversidade de Shannon-Wiener e o coeficiente de mistura de Jentsch calculado para a FOAEncosta

foi de 3,81 e 1:2,51, respectivamente.

Figura 132 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAEncosta, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

No terceiro ambiente levantado, a FOAPalmeiral, foram amostrados 113 indivíduos

distribuídos em 54 espécies, 47 gêneros e 25 famílias, com uma família e uma espécie exclusiva. A

estimativa de densidade foi de 376,667 árvores/ha e a área basal de 6,933 m2/ha. As famílias

Fabaceae (16,36%), Meliaceae (10,91%) e Arecaceae, Cecropiaceae e Sapotaceae (7,27%, cada),

asseguraram o maior número de espécies e detiveram 49,09% do total de indivíduos amostrados

(Figura 133). O índice de diversidade de Shannon-Wiener e o coeficiente de mistura de Jentsch

para FOAPalmeiral foi de 3,6 e 1:2,05, respectivamente.

No remanescente florestal denominado FOAPraia grande foram inventariados 119 indivíduos,

dos quais, encontram-se distribuídos 57 espécies, 45 gêneros e 25 famílias. Não foi encontrado

exclusividade de família ou espécie para essa comunidade. A densidade estimada correspondeu a

396,667 árvores/ha, com área basal total de 7,351 m2/ha.

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Figura 133 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAPalmeiral, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

O maior número de espécies ficou restrito às famílias: Fabaceae (15,79%), Arecaceae e

Moraceae (8,77%), Annonaceae e Rubiaceae (7,02%), que conjuntamente detiveram (47,37%) do

total de indivíduos amostrados (Figura 134). E, o índice de diversidade de Shannon-Wiener e o

coeficiente de mistura de Jentsch para FOAPraia grande foi de 3,76 e 1:2,09, respectivamente.

Figura 134 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAPraia grande, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Comparando as quatro áreas quanto às observações em campo, com os dados relativos ao

número de espécies, área basal, diversidade de Shannon, coeficiente de mistura de Jentsch, padrão

de distribuição das espécies (tendendo ao agregado) e da estratificação (estrutura vertical e

distribuição diamétrica), podemos afirmar com maior precisão que a FOAjustacontal encontra-se ainda

sob efeito da perturbação antrópica. Esses dados, aliados a outros fatores, como topografia e solo,

criam condições para domínio de algumas espécies, sugerindo características que permitem a

dominância exclusiva de Tachigali rugosa (justaconta), que foi ultrapassada em freqüência apenas

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por M. duckeana. Por outro lado, a elevada dominância de Tachigali rugosa na FOAjustacontal deve-

se muito provavelmente ao seu largo estabelecimento em florestas tropicais, inclusive as

secundárias, como verificado por Barberi et al. (1998) e Nascimento et al. (1999).

Em todos os casos analisados, um número pequeno de famílias reúne a maior parte das

espécies amostradas. Esse dado confirma o fato de que poucas famílias botânicas representam um

grande número de espécies em Floresta Ombrófila Aberta, como já fora verificado em outros

trabalhos na região amazônica. O número de famílias também foi idêntico para as quatro áreas do

levantamento. Esse dado reitera observações de Gentry (1986), o qual menciona que, embora cada

local possua um conjunto de espécies diferentes, a composição dessas florestas em nível de família

é similar. Portanto, o ocorrido nesse estudo deve ser entendido como normal.

Quanto à raridade de espécies, constatou-se que das 145 espécies registradas nas quatro

áreas de Floresta Ombrófila com Palmeira, 43 delas foram amostradas com apenas um indivíduo e,

nesse estudo, foram consideradas como raras. Porém, há que se ter cautela na consideração desses

resultados, a fim de se evitar interpretações errôneas sobre o assunto, conforme alertam

pesquisadores. A baixa densidade populacional de determinada espécie em inventários não deve ser

entendida necessariamente como raridade (Durigan et al. 2000). Há que se considerar fatores

metodológicos e ambientais, além do padrão de distribuição e estágios sucessionais das espécies. Os

autores mencionam que esse conceito tem implicações diretas na definição das estratégias de

conservação, manejo e recuperação da variabilidade genética dessas populações. Nas associações de

Bianchini et al. (2003), as espécies com apenas um indivíduo, encontram baixo número de

microsítios favoráveis à sua regeneração. As espécies únicas, isto é, raras, desse estudo, foram as

que mais contribuíram para o percentual do padrão uniforme. Entre as principais causas que

possivelmente favoreceram o padrão de distribuição uniforme estão, a homogeneidade ambiental

dentro de cada área, predação de sementes, plântulas e mudas, mortalidade da regeneração natural

(devido às condições pontuais dos solos), mecanismos de dispersão e as interferências antrópicas na

vegetação em tempos pretéritos.

A porcentagem de espécies com dispersão do tipo zoocórica confirma a participação e a

importância dos animais nos ambientes estudados e nos processos de recolonização de áreas

alteradas, a exemplo da FOAJustacontal, que possivelmente conta com esse mecanismo em seu

restabelecimento após distúrbios.

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198

As comunidades estudadas apresentaram indivíduos com distribuição do diâmetro do tronco

no padrão exponencial negativo (“J” invertido), que sinaliza mortalidade, mas também a

capacidade de encontrar indivíduos com diâmetro à altura do peito ≥ 9,54cm para as florestas

consideradas. Esse padrão indica certa tendência à estabilidade para as FOAEncosta, FOAPraia grande e

FOAPalmeiral e progressão à estabilidade para a FOAJustacontal. Permite também concluir que esses

ambientes se regeneram dentro do modelo observado para florestas tropicais. Na prática significa

que as intervenções antrópicas e os distúrbios por elas resultantes ainda operam dentro da faixa que

delimita a capacidade de resiliência dos sistemas da Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras.

Indicam ainda, a existência de certa homogeneidade florística nas sinúsias16 que compõem o

bosque, o sub-bosque e a regeneração natural dessa floresta nas áreas de influência do

empreendimento. Entretanto, com um diferencial para a FOAjustacontal, para a qual não foi observado

semelhante padrão no que tange a maioria das variáveis analisadas nesse estudo.

Os resultados mostraram, ainda, razoável representação de indivíduos adultos na

regeneração natural, confirmando que a FOAEncosta, FOAPraia-grande e FOAPalmeiral, apesar de

sofrerem interferências antrópicas, têm comunidades bem conservadas/estruturadas sob o aspecto

florístico e fitossociológico, com destaque para FOAEncosta.

13.2. Epífitas

Epífitas são plantas que vivem em outras plantas, sendo que as vasculares são típicas das

florestas tropicais (Hietz et. al., 2002). O epifitismo é característica de plantas que crescem tendo

como apoio árvores vivas, no entanto, sem utilizar nutrientes de seu hospedeiro (planta onde vive

uma epífita, também chamada de hospedeiro), obtendo ar, água de chuva, nutrientes de detritos em

decomposição depositados nos galhos das árvores (Amaral, 1998; Pimenta, 1998; Petini-Benelli,

2006b).

O epifitismo oferece grandes vantagens às plantas que desenvolvem essa forma de vida: elas

têm acesso direto à luz solar (Aubreville, 1959), grande número de animais polinizadores presentes

16 O termo sinúsia significa genericamente um conjunto de plantas de estrutura semelhante, integradas por uma mesma forma de vida ecologicamente homogênea. Mais especificamente, tem o significado de conjunto de espécies pertencentes ao mesmo tipo de forma de vida e com exigências ecológicas uniformes.

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no dossel (copa das árvores), e melhores condições de dispersão por anemocoria (pelo vento) ou

zoocoria (por animais).

As epífitas podem pertencer a 84 famílias, sendo que 80% das epífitas vasculares pertencem

à Araceae (Juss.), Bromeliaceae (Juss.), Cactaceae (Juss.) e Orchidaceae (Juss.) (Siqueira Filho,

2002), além de Pterydophyta (J.Y. Bergen & B.M. Davis) e Bryophyta (Schimp.), líquens e

musgos.

As epífitas acrescentam às florestas recursos alternativos a serem explorados por um grande

número de espécies animais.

Um exemplo são bromélias da América do Sul, cujas folhas podem armazenar litros de

água, formando um pequeno ecossistema. A água potável desses reservatórios é para muitos

animais que vivem nas copas das árvores a única fonte para dessedentação, mas se configura

também, num habitat que muitas espécies utilizam para abrigo e reprodução (Zotz & Thomas,

1999). Muitas larvas de insetos ficam alojadas nesses reservatórios de água e servem de alimento

para outros animais.

Diante da importância das epífitas para a região onde se insere a área de influência do

empreendimento, o presente levantamento, propicia uma análise do estado de conservação

ambiental, bem como, possibilita propor medidas prioritárias a serem implementadas para a

conservação das espécies. Somente através de levantamento em campo é possível identificar as

espécies de epífitas com prioridade para conservação. Como também determinar a necessidade e

quais planos de resgate deverão ser adotados para sua conservação.

Este levantamento foi realizado no âmbito das áreas de influência do empreendimento, cujos

transectos estão representados na Figura 135. Entretanto, foi dada maior ênfase na área de

influência direta (AID), onde a cobertura vegetal deverá sofrer distúrbios pela exploração mineral

no corpo da Serra do Expedito e pela implantação das infraestruturas para o beneficiamento do

minério.

A partir de interpretação visual de imagens de satélites Cbers II, Órbita/Ponto 171_111,

passagem em 26/07/2007, foram estabelecidos pontos passíveis de concentrações de epífitas nas

áreas de influência direta (seis pontos amostrais) e indireta (seis pontos amostrais) do

empreendimento.

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200

Figura 135 - Demarcação dos transectos (em amarelo), onde foram realizados os levantamentos das epífitas, sendo P1 na área de influência indireta e P2, P3, P4 e P5 na área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

A Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras observada embora tenha fisiomomia

homogênea, ela é um verdadeiro mosaico, porque apresenta variações, principalmente em função ao

comportamento hídrico diferenciado ao nível das vertentes e da cobertura vegetal que possibilitam

ocorrência de habitas (Figura 136).

Em certas áreas, o solo encontra-se degradado e a cobertura vegetal em processo de sucessão

natural (Figura 137), fato este que interfere na ocorrência e distribuição das epífitas.

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201

Figura 136 - Vista parcial de um leito de linha de drenagem perene, próximo ao P5, na base da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

Figura 137 - Em primeiro plano, área degradada por antigo garimpo, próximo ao P2, na depressão da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

No dia 04/07/2008 realizou-se uma avaliação in locu e se concluiu que alguns dos locais

pontuados não ofereciam condições para o estabelecimento de epífitas, não sendo observado

nenhum exemplar na avaliação rápida do ambiente. Com isso, estabeleceu-se a metodologia de

transectos, em 5 áreas de características mais apropriadas ao objetivo do levantamento. Onde a

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202

vegetação se mostrou mais aberta, com sub-bosque limpo, a amostragem foi realizada em transecto

mais largo, com a equipe andando em ziguezague, alternando os lados direito e esquerdo ao longo

da linha central do transecto. Esse levantamento todo foi realizado em 2008, como localizados no

Quadro 8. As porções mais de noroeste, apesar de inseridas na AID, não foram amostradas porque,

sua composição é de herbáceas e palmeiras jovens, ambiente este, que não propicia o

desenvolvimento de epífitas. Em cada transecto percorrido coletou-se amostras de todas as epífitas

encontradas no percurso (Figura 138).

Quadro 8 - Transectos de observação realizados para levantamento de dados sobre epífitas na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

Transecto Nome Coordenadas UTM Inicial/final

Material testemunha coletado

P1 – Extremo Norte Floresta Ombrófila Aberta c/ Manejo

226630,00L 226200,00 L 8889050,00N 8889050,00N

226630,00L 226200,00L 8889000,00N 8889000,00N

Petini-Benelli 536 a 556

P2 – Extremo Sul Floresta Ombrófila Aberta/ Babaçual - Transição

227440,00L 227575,00L 8885400,00N 8885515,00N

227460,00L 227480,00L 8885370,00N 8885360,00N

Petini-Benelli 557 a 566

P3 – Crista da Serra Floresta Ombrófila Aberta Serrana c/ perturbação

225253,32L 226748,52L 8888374,21N 8887220,00N

Petini-Benelli 567

P4 – Sul da RepresaFloresta Ombrófila Aberta

227328,50L 227591,00L 8885962,00N 8885683,31N

227681,05L 227287,40L 8885601,93N 8885943,03N

227555,05L 227648,53L 8885649,95N 8885553,00N

Petini-Benelli 568 a 595

P5 – Norte da Represa Floresta Ombrófila Aberta c/ Manejo

226583,09L 226552,54L 8887331,00N 8887328,01N

225886,22L 226533,39L 8887309,29N 8887280,43N

Petini-Benelli 596 a 609

As espécies foram registradas por ponto, recebendo um número de coleta. Todas as amostras

coletadas foram encaminhadas para a coleção de plantas vivas do Herbário UFMT, sendo alojadas

no Orquidário do Jardim de Biodiversidade, onde serão cultivadas para futuras pesquisas. Os

procedimentos de identificação foram realizados pela bióloga Adarilda P. Benelli, a partir de análise

taxonômica e comparação com o material do acervo herborizado do Herbário UFMT, além de

extensa pesquisa à literatura especializada.

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203

Figura 138 - Busca e registro de epífitas nos transectos realizados. Área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

Foram registrados representantes de 5 famílias de fanerógamas (uma de monocotiledônea e

quatro de dicotiledôneas), e de duas divisões de criptógamos, sendo 4 famílias de Pteridophyta e

uma de Bryophyta, todas vegetando como epífitas (Figuras 139 e 140).

Figura 139 - Exemplar de Araceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

Ao todo 63 espécies de epífitas foram amostradas, distribuídas em 21 gêneros, 10 espécies

da família Araceae ainda totalmente indeterminadas (Quadro 9). As mais representativas em

espécies foram as famílias Araceae com 34 espécies (54%) e Orchidaceae com seis espécies (9,5%),

além de 5 espécies de Pteridophyta (8%) e 1 Bryophyta (1,5%).

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204

Figura 140 - Exemplar de Bromeliaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

Do total (70 amostras nos 5 transectos), o de maior riqueza foi P4 - Sul da represa, com 27

amostras coletadas (38,6% do total), seguido de P1- Extremo norte com 20 amostras (28,6%), P5 –

Norte da represa com 13 amostras (18,6%), P2 – Extremo sul com 9 amostras (12,8%) e P3 – Crista

da serra com apenas uma encontrada (1,4%).

Nos transectos da área de influência direta (P3 e P5) ocorreram 14 espécies observadas e

amostradas, que representam apenas 20% do total de espécies levantadas em toda a área de estudo.

Dessas espécies amostradas 13 (92,86%) estão representadas nas outras áreas amostradas e uma está

em fase de identificação.

Das espécies identificadas até o momento (53), 33 (62,3%) são referidas para outras

localidades do Estado, inclusive Cerrado e Pantanal.

Essas espécies (Figuras 141, 142, 143 e 144) representam as famílias: 1) Araceae, com 19

espécies (55,9%) em comum com os trabalhos de Macedo et al. (2002), Petini-Benelli (2006b), Pott

& Pott (1996), PCBAP (1997), Pott & Pott (1997); 2) Bromeliaceae, com duas espécies (40%) em

comum com Petini-Benelli (2007b); 3) Cactaceae, com apenas um representante na área e com

100% de ocorrência em comum com os trabalhos de Pimenta (1998), Macedo et al. (1999), Macedo

et al. (2002) e Petini-Benelli (2006b); 4) Orchidaceae, com todas as espécies amostradas na Serra

do Expedito (6, 100%) referidas por Miranda (1996), Macedo et al. (2002), Petini-Benelli (2006a,

2006b, 2007b) e Petini-Benelli et al. (2007).

Quadro 9 - Espécies de epífitas observadas e amostradas no levantamento das áreas de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.

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205

Família Espécie Forma de vida Situação Material

testemunha

Araceae Anthurium bonplandii G.S. Bunting Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 537

Araceae Anthurium bonplandii G.S. Bunting Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 574

Araceae Anthurium cf. powmanii Croatz Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 543

Araceae Anthurium eminens Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 540

Araceae Anthurium eminens Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 606

Araceae Anthurium sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 546

Araceae Anthurium sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 579

Araceae Heteropsis sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 539

Araceae Monstera af. spruceana Engl. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 557

Araceae Monstera cf. adansonii Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 565

Araceae Monstera cf. adansonii Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 602

Araceae Monstera cf. deliciosa Liebm. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 583

Araceae Monstera cf. obliqua Mig. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 600

Araceae Monstera sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 558

Araceae Monstera sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 563

Araceae Monstera sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 582

Araceae Philodendron af. billietiae Croat Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 562

Araceae Philodendron af. camposportoanum G.Bar. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 571

Araceae Philodendron af. quinquelobum K. Krause Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 573

Araceae Philodendron af. sonderianum Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 578

Araceae Philodendron cf. ochrostemon Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 580

Araceae Philodendron camposportoanum G. Barroso Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 596

Araceae Philodendron cf. squamiferum Poepp. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 591

Araceae Philodendron cf. tweedianum Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 585

Araceae Philodendron eximium Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 607

Araceae Philodendron imbe Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 604

Araceae Philodendron linnaei Kunth Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 592

Araceae Philodendron melinonii Brongn. ex Regel Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 550

Araceae Philodendron melinonii Brongn. ex Regel Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 566

Araceae Philodendron pedatum Kunth Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 545

Araceae Philodendron pulchellum Engl. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 536

Araceae Philodendron quinquelobum K. Krause Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 560

Araceae Philodendron riedelianum Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 559

Araceae Philodendron sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 598

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206

Família Espécie Forma de vida Situação Material

testemunha

Araceae Philodendron sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 553

Araceae Philodendron sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 599

Araceae Philodendron sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 547

Araceae Philodendron sp. 3 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 581

Araceae Philodendron sp. 4 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 569

Araceae Philodendron sp. 5 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 594

Araceae Syngonium sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 554

Araceae Syngonium sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 575

Araceae Syngonium sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 588

Aspleniaceae Asplenium af. serratum L. (Pterydophyta) Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 538

Bromeliaceae Aechmea cf. bromeliifolia (Rudge) Baker Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 595

Bromeliaceae Aechmea sp. 1 Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 555

Bromeliaceae Aechmea sp. 2 Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 593

Bromeliaceae Araeococcus cf. micranthus Brongn. Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 577

Bromeliaceae Vriesea sp. Epífita Sem dados

A. Petini-Benelli 556

Cactaceae Epiphyllum phyllanthus (L.) Kunth Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 552

Cactaceae Epiphyllum phyllanthus (L.) Kunth Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 608

Grammitidaceae Micropolypodium nanum (Pterydophyta) Epífita Sem risco Sem coleta

Hymenophyllaceae Trichomanes af. punctatum (Pterydophyta) Epífita Sem risco Sem coleta

Lomariopsidaceae Lomariopsis cf. prieuriana (Pterydophyta) Epífita Sem risco Sem coleta

Lomariopsidaceae Nephrolepsis sp. (Pterydophyta) Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 590

Orchidaceae Catasetum sp. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 589

Orchidaceae Notylia sp. Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 541

Orchidaceae Oncidium nanum Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 570

Orchidaceae Psygmorchis cf. pusila (L.) Dodson & Dressler Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 544

Orchidaceae Scaphyglottis cf amethystina Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 567

Orchidaceae Scaphyglottis cf. amethystina Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 548

Parmeliaceae Usnea sp. (Bryophyta) Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 568

Piperaceae Peperomia af. jamesoniana (Miq.) C.DC. Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 587

Piperaceae Peperomia cf. glabella (Sw.) A. Dietr. Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 542

Araceae Indeterminada 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 549

Araceae Indeterminada 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 586

Araceae Indeterminada 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 551

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207

Família Espécie Forma de vida Situação Material

testemunha

Araceae Indeterminada 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 584

Araceae Indeterminada 3 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 609

Araceae Indeterminada 4 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 561

Araceae Indeterminada 5 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 564

Araceae Indeterminada 6 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 572

Araceae Indeterminada 7 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 576

Araceae Indeterminada 8 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 597

Araceae Indeterminada 9 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 601

Araceae Indeterminada 10 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 603

Araceae Indeterminada 11 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 605

Também foram encontradas em comum com estudos em outras áreas as cinco espécies

(100%) de Pteridophyta (Petini-Benelli, 2007b). A única espécie de Bryophyta encontrada aguarda

confirmação de identificação.

Figura 141 - Exemplar de Cactaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

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208

Figura 142 - Exemplar de Orchidaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

Figura 143 - Exemplar de Piperaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

Figura 144 - Exemplar de Pteridophyta amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

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209

Dentre os gêneros mais representados, destacam-se: Philodendron Schott (21 spp) e

Monstera Adans. (6 spp). Por outro lado, a presença de espécies pioneiras, a exemplo de Vismia,

Cecropia e Enterolobium, muito comuns nas áreas de borda, nos entremeios florestais e em

clareiras, quando dominantes e dsitribuídas de forma agregada, aponta claramente os espaços com

distúrbios e, em destaque, aqueles alterados por atividades antrópicas, fato que implica em se ter

regeneração florestal em grande parte da área de estudo.

Quanto mais alterada a área, menos florestada, e, em situações extremas, com pastagens

plantadas, solos desnudos, não se tem ambientes favoráveis à ocorrência de epífitas. Note que as

espécies de epífitas foram observadas ocupando galhos das árvores, no dossel (Figura 145).

Figura 145 - Epífita observada ocupando galhos do dossel no transecto de florística P1, Município de Aripuanã. (Foto: Adarilda P. Benelli).

Foi também observado no sub-bosque (Figura 146) e, diversas vezes, no solo sobre árvores

tombadas (Figura 147). Além disso, e com base nas listas vermelhas de conservação das espécies

(Ibama, 1992; Cites, 2008), nenhuma das espécies amostradas nas áreas de influência direta e

indireta do empreendimento encontram-se em risco de extinção, portanto, não demanda

conservação das espécies na área de estudo.

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210

Figura 146 - Epífita observada ocupando o sub-bosque no transecto de florística P2, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

Figura 147 - Epífita observada ocupando o sub-bosque e em tronco caído, no transecto de florística P2, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).

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211

Porquanto, considerando que as epífitas são extremamente adaptadas às severas condições

do dossel: falta de água, escassez de minerais e nutrientes, e, considerando também, a reduzida

abundância de indivíduos e riqueza de espécies de epífitas observadas nos levantamentos de campo,

concluímos que a vegetação presente nas áreas de influência do empreendimento apresentam fortes

características de distúrbios antrópicos, como desmatamento e retirada seletiva de madeira.

Podemos concluir também, que a ocorrência de grande número de espécies de Araceae

confirma a nossa teoria de que se trata de uma família pioneira no restabelecimento da vegetação

epifítica em áreas perturbadas.

As outras famílias demoram a se instalar no ambiente. Todos os exemplares de Orchidaceae,

Cactaceae e Bromeliaceae encontrados e amostrados são plantas adultas. Não foram observadas

plântulas e, portanto, essas famílias não estão em fase de restabelecimento. E, é de que não há

necessidade de realizar resgates das espécies observadas, pois em sua maioria estão representadas

fora da Área de Influência Direta do Projeto Aripuanã, o que possibilitará o seu restabelecimento

nas áreas adjacentes.

13.3. Macrófitas

As plantas aquáticas vasculares ou macrófitas aquáticas abrangem todos os vegetais, cujas

partes fotossintetizantes ativas estejam permanentemente ou por alguns meses submersos, ou

flutuantes em água, e que sejam visíveis a olho nu (Cook, 1996).

Neste estudo fez-se observações em campo dos locais de ocorrência dessas plantas, e

coletou-se exemplares para a identificação em laboratório. Foram coletadas nos locais amostrados

para limnologia e qualidade da água, conforme o mapa de localização das estações de coleta

(Figura 148).

Foram armazenadas em sacolas plásticas devidamente etiquetadas com o local de coleta,

coordenadas geográficas, data, hora e coletor, e foram levadas refrigeradas para o laboratório; onde

foram identificadas e analisadas através de parâmetros biológicos e ecológicos, utilizados em

trabalhos técnico-científicos: espécie/família botânica, hábito, uso, ecologia, dispersão/cultivo,

ocorrência e distribuição.

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212

Figura 148 - Pontos amostrados para macrófitas aquáticas, limnologia e qualidade da água nas bacias hidrográficas da região, onde se inserem as áreas de influência do empreendimento da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

As macrófitas aquáticas coletadas foram identificadas em 5 taxa pertencentes a 5 famílias

botânicas. Na área de influência direta (AID): Egeria cf. densa Planch. ou Egeria cf. naja Planch da

família Hydrocharitaceae; e na Área de influência indireta (AII): Nymphoides cf. grayana (griseb)

Kuntze da família Menyanthaceae, Echinodorus cf. longipetalus Micheli, da família Alismataceae,

Pistia stratiotes L., família Araceae e Eleocharis cf. acutangula Roxb., família Cyperaceae

(Quadro 10). Ressalta-se que as espécies encontradas ocorreram tanto na área de influência direta,

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213

como na indireta. Porém, as coletas foram realizadas nas áreas onde os adensamentos foram mais

expressivos.

Quadro 10 - Espécies de macrófitas encontradas na área de influência direta e indireta da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

Espécie Família Descrição do local onde foi encontrada Localização

Egeria cf. densa ou Egeria cf. naja

Hydrocharitaceae Lagoa artificial (P01) (AID) 0227436/ 8886910

Nymphoides cf. grayana Menyanthaceae Próximo a Fazenda Lucirã (AII) 0219245/ 8883823 Echinodorus cf. longipetalus

Alismataceae Prox. a entrada da Comunidade Sta Helena (AII)

0221132/ 8881131

Pistia stratiotes L. Araceae Prox. a entrada da Comunidade Sta Helena (AII)

0221132/ 8881131

Eleocharis cf. acutangula

Cyperaceae Prox. a entrada da Comunidade Sta Helena e na Lagoa prox. Piscicultura (AII)

0221132/ 8881131

Na AID, especificamente na lagoa artificial (P01), foi registrada a ocorrência da espécie de

macrófita aquática Egeria cf. densa Egeria cf. naja, (Figura 149). O estágio vegetativo

impossibilitou a identificação exata ao nível de espécie.

Dentre as plantas aquáticas submersas, o gênero Egeria é considerado um dos mais

importantes de ocorrência nos reservatórios da região centro-sul do Brasil, pois acarreta prejuízos à

geração de energia elétrica, à pesca, à navegação e à recreação.

As espécies Egeria densa e Egeria naja são plantas originárias da América do Sul, nativas a

leste dos rios Paraná e Paraguai e que ocorrem também, na América Central, América do Norte,

Europa e Oceania; porém, não sendo ainda descrita a ocorrência para a bacia Amazônica. Como é

uma planta muito apreciada em aquários, sua comercialização é o principal meio de disseminação e

introdução em novas áreas, bem como a introdução de propágulos/sementes por endozoocoria

realizada por peixes exóticos.

Neste caso, para a bacia Amazônica, estas plantas foram provavelmente introduzidas através

da atividade de piscicultura neste ecossistema artificial.

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Figura 149 - Amostra coletada de macrófita aquática da espécie Egeria cf. densa ou Egeria cf. naja da área de influência direta do Projeto, Município de Aripuanã/MT.

O aumento da eutrofização da água propicia grande desenvolvimento dessa planta,

formando grandes ilhas no interior de corpos d‟água (Lorenzi, 1991), pois ela se propaga por

sementes, partes vegetativas (ramos) e resiste à variação acentuada do nível da água.

Na área AII foi registrada a ocorrência de Nymphoides cf. grayana (Figuras 150 e 151), da

família Menyanthaceae (Ornduff,1969 apud Pott & Pott, 2000), não possui nome popular em

português. É uma erva de hábito flutuante fixa, rizomatosa e estolonífera, perene; folhas arroxeadas

no lado inferior; produz flor de cor amarela (2,0 a 2,5 cm de diâmetro) quase o ano todo, menos nos

meses de inundação.

O potencial de utilização da Nymphoides cf. grayana é descrito como apícola e ornamental.

A folha serve de alimento para insetos, que por sua vez servem de alimento de aves (cafezinho) e

peixes. Ela é uma planta resistente, propaga-se facilmente por pedaço ou rizoma, também por

semente. Freqüentemente se comportam como anuais em lagoas temporárias, embora persistam por

muitos anos em corpos de água permanentes (Cook, 1996). O pecíolo da folha cresce

acompanhando a subida da água e vai diminuindo de tamanho com a seca, até desaparecer,

sobrevivendo como rizoma até a próxima estação chuvosa. Ela aumenta a freqüência pela

perturbação e vive associada a outras plantas aquáticas, como Sagittaria guayanensis.

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Figura 150 - Adensamento populacional da macrófita aquática Nymphoides cf grayana na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

Figura 151 - Macrófitas aquáticas Nymphoides cf grayana (espécime coletada) na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

A espécie, Echinodorus cf. longipetalu (Figura 152) da família Alismataceae, conhecida

como chapéu-de-couro, é uma erva aquática de hábito emergente, perene, folhas lanceoladas, de até

1,4 m de comprimento, coriáceas; a inflorescência mede de 1,5 a 2,5m de altura; a flor de 3,5 a

5,0cm de diâmetro; a folha possui linhas translúcidas em forma hexagonal, independentes das

nervuras (Haynes & Holm-Nielsen, 1994). A amostragem desta planta aquática coletada no mês de

abril possuía somente vestígios de inflorescência, pois correntemente a espécie floresce de outubro

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a fevereiro. O tamanho da planta coletada foi de 80cm, demonstrando ser um indivíduo jovem

tendendo a maturidade. A espécie possui potencial apícola e medicinal. Sua propagação em

ambiente natural pode ser por rizoma ou por semente, têm preferência por solos arenosos, com

ocorrência em lagoas de meandro, veredas, brejos, com distribuição em todo o Brasil.

Figura 152 - Macrófitas aquáticas Echinodorus cf. longipetalus na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

A espécie Pistia stratiotes da Família Araceae (Figuras 153 e 154), conhecida como alface

d‟água, possui vários nomes populares, erva-de-santa-luzia, camalotinho, orelha-de-onça, açude; em

espanhol: repollo de água, repolito de água.

Figura 153 - Várias macrófitas aquáticas, entretanto, com adensamento de Pistia stratiotes L. na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

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Figura 154 - Macrófita aquática Pistia stratiotes L. (espécie coletada) na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

A Pistia stratiotes é uma erva aquática de hábito flutuante livre, em forma de rosa,

estolonífera (propaga por estólosn), é anual ou perene; folha esponjosa; tamanho muito variado, de

3 a 30cm de diâmetro, conforme o ambiente. A flor ou inflorescência fica meio escondida e floresce

durante o ano todo. A planta jovem pode ser confundida com Spirodela (Lemnnaceae), mas é a

única espécie do gênero. Como ornamental em jardins aquáticos e na piscicultura é usada para

sombra e desova de peixes ornamentais nas raízes. Forrageira para peixe, capivara, boi, porco, pois

possui 11% de proteína e muito cálcio (4,2%) na matéria seca, mas contém 90% de água. Produz

70-90t/ha/ano de biomassa, útil para adubo verde. A planta irrita a pele, pelo alto teor de oxalato,

mas esses cristais são eliminados no cozimento. É usada como alimento para comunidades africanas

e indianas. Por sua grande capacidade despoluidora de esgoto é utilizada com tal finalidade; remove

manchas de roupas; medicinal desde os egípcios; uso externo: contra hemorróidas, emoliente,

desinflamatória para erisipela, sumo para escoriações, a cinza para micose de pele; uso interno

(suco): escarro de sangue, sangue na urina, corpo inchado (diurética), diarréia, asma, hérnia, herpes,

sífilis, diabetes, icterícia, tosse, vômito e purgativa, as flores cicatrizam úlcera crônica. A

propagação da Pistia stratiotes é fácil e rápida por estolhos ou sementes, de 2mm de comprimento.

Não tolera geada ou frio, mas a semente sobrevive congelada. Necessita de muita luz, embora

favorecida por sombra leve, mas é sensível a dias curtos, requerendo 12h/dia, senão fica achatada,

com poucas folhas. Prefere água da chuva, pouco ácida a neutra (pH 6,5 – 7,0), e fundo orgânico.

Tem preferência por ambientes de água parada ou pouco corrente, onde são utilizadas como abrigo

e comida de caramujos, insetos, peixes e aves, sobrevive normalmente semi-enraizada em lama

úmida. São polinizadas por insetos e a semente é dispersa por água, germinando ao afundar, daí a

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plântula vem a tona. Não tolera muita sombra e são consideradas como pioneiras. Aumentam em

ambientes de água nova com material orgânico decomposto. Portanto, pode ser utilizada como

indicadora de eutrofização e sua densidade populacional, como indicador de alteração no ambiente

aquático.

A Pistia stratiotes é considerada agressiva, avançando e se adensando rapidamente,

principalmente, em água poluída, rica em nutrientes, do qual depende o seu tamanho. Podem tornar-

se viveiro para insetos de malária, encefalomielite, filariose e moluscos de esquistossomose. É

considerada invasora em muitos países, podendo bloquear a navegação, pois sua biomassa pode

atingir 25 t/ha. Em represas, aumenta a evaporação e em alguns casos raros, libera sustância acre

nociva à saúde denominada oxalato. Entretanto, normalmente em ambientes naturais sua densidade

populacional e biomassa podem ser controladas por grandes populações de insetos, que por sua vez,

são consumidos por aves, jacarés jovens, morcegos e peixes.

A Eleocharis cf. acutangula (Figuras 155, 156 e 157), da família Cyperaceae (Pott &Pott,

2000), é denominada localmente de Cebolinha. Erva aquática de hábito emergente, perene,

rizomatosa, de 10 a 80 cm de altura (conforme a profundidade do ambiente aquático); produz flor e

fruto de março a junho, sendo utilizada como forrageira, consumida por bovinos, eqüinos e

capivaras.

A Eleocharis cf. acutangula é uma forrageira com 12% de proteína (PB), 0,19% de cálcio,

0,22% de fósforo, 0,15% de manganês, 8ppm de cobre e 49 ppm de zinco. É uma das espécies que

confirmam a importância das Ciperáceas como fonte de forragem, sendo alimento também de aves

aquáticas. Sua propagação é por rizoma e também por sementes, produzidas em grande quantidade.

Durante a seca essa espécie sobrevive com o rizoma dormente, rebrotando no início das

chuvas, acompanhando a subida da água no campo; floresce quando a água começa a baixar; a parte

aérea fica amarelada e morre ao secar o terreno, deixando muitas sementes, que podem ser levadas

pela água. De ocorrência freqüente à dominante, principalmente em solos arenosos, também em

argilosos, com distribuição ampla, ocorrendo na África, Ásia, Austrália, América tropical e

subtropical; na América do Sul, ocorre da Venezuela ao Rio Grande do Sul (Irgang & Baptista,

1970).

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Figura 155 - Eleocharis cf. acutangula (folhas afiladas) e Pistia stratiodides na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

Figura 156 - Eleocharis cf. acutangula coletada na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

Figura 157 - Adensamento da macrófita aquática Eleocharis cf. acutangula coletada na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

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14. FAUNA

14.1. Ictiofauna

No estudo da ictiofauna realizado nos períodos de seco e chuvoso de 2008 e no período

chuvoso de 2012, fez-se um inventário das espécies de peixes que ocorrem na área de influência

direta e indireta do Projeto Aripuanã, cujos pontos de coletas estão plotados na Figura 158.

Figura 158 - Localização dos pontos de coleta da ictiofauna em relação as áreas de influência direta e indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., no Município de Aripuanã/MT.

Nas coletas de 2008 foram capturados 4.597 indivíduos (1.917 período de chuva e 2680

período de seca), pertencentes a cinco ordens, 24 famílias e 75 espécies. Já a coleta realizada em

janeiro de 2012 foram capturados 1.403 indivíduos pertencentes a 56 espécies, 23 famílias e cinco

ordens. Somando-se os indivíduos capturados nas três campanhas foram capturados 5.994

indivíduos pertencentes a 93 espécies, ou seja, a coleta de 2012 contribuiu para a coleta de 18

espécies que ainda não haviam sido coletadas na área da Serra do Expedito.

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Das 93 espécies coletadas, 25 foram capturadas nas três campanhas (maio e agosto de 2008

e janeiro de 2012), 39 foram capturadas em no mínimo duas campanhas, 09 foram capturadas

apenas em maio de 2008 (final da cheia), 07 foram capturadas apenas em agosto de 2008 (seca) e

18 foram exclusivas das coletas realizadas em janeiro de 2012 (cheia).

Com exceção de alguns pontos (01, 05, 09, 14, 16 e 17) o maior número de espécies

capturadas foi sempre no período da seca (maio/2008). Os pontos 01, 09, 14 e 16 apresentaram

maiores riquezas no final do período chuvoso (agosto/2008), enquanto que os pontos 05 e 17

apresentaram suas maiores riquezas em maio/2008 e jan/2012, respectivamente. A abundância não

apresentou um claro padrão de variação, porém as menores abundâncias de espécies foram

encontradas em janeiro/2012. Os menores índices de diversidade (H‟) ocorreram no ponto 04

(Lagoa) e no ponto 09 e os maiores valores foram encontrados nos pontos 05, 06, 11, 14 e 17.

A coleta das espécies Leporinus friderici, Prochilodus nigricans, Myloplus cf. rubripinnis e

Serrasalmus eigenmanni demonstra que os riachos, além de servir como habitat para espécies

exclusivas de pequenos cursos d‟água, também servem de locais para alimentação e reprodução de

espécies maiores, normalmente encontradas em grandes corpos d‟água, como é o caso do Rio

Aripuanã.

Os riachos que drenam a Serra do Expedito (bacias dos córregos Guaribal e Praia Grande)

têm grande importância para a ictiofauna do rio Aripuanã, visto que desaguam nele, cerca de 15km

abaixo do complexo de cachoeiras Salto Dardanelos, que serve de barreira geográfica natural, não

sendo transposta pela maioria dos peixes. Assim, as espécies que migram rio acima para reproduzir,

ao se depararem com essa barreira, tendem a usar os corpos d‟água mais próximos, como, os rios

Guaribal e Praia Grande.

14.2. Herpetofauna

O estudo da herpetofauna teve como principal objetivo, inventariar as espécies de anfíbios e

répteis nas áreas de influência do Projeto Aripuanã (AID e AII), destacando as espécies raras,

endêmicas, vulneráveis, ameaçadas de extinção, de interesse científico, de valor econômico e

alimentício.

Foram registradas em campo 43 espécies do grupo da herpetofauna, dos quais 22 espécies

(sete famílias e 11 gêneros) são de anfíbios (sapos, rãs e pererecas) e 21 espécies (12 famílias e 19

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gêneros) de répteis (cágados, serpentes e lagartos), considerando os dados acumulados com as duas

campanhas de inventário realizadas em 2008 e 2012. A riqueza de espécies registrada com as duas

campanhas de inventário para área do empreendimento corresponde a aproximadamente 27,3% da

riqueza de espécies conhecida para a região de Aripuanã (cerca de 38% das espécies de anfíbios e

cerca de 21% das espécies de répteis).

Não foi registrada nenhuma espécie de réptil ameaçada de extinção ou endêmica durante as

campanhas de campo, contudo, como salientado anteriormente, estudos taxonômicos e coletas

adicionais podem alterar este quadro.

É possível afirmar com base em dados primários e secundários que a composição de

espécies da região de Aripuanã é altamente rica e diversa, devendo merecer especial atenção. A

recuperação de áreas degradadas e criação de reservas devem ser prioritárias para esta região.

14.3. Avifauna

O estudo da avifauna teve como principal objetivo, inventariar as espécies de aves,

enfocando aquelas de sub-bosque e as ameaçadas de extinção, raras, endêmicas e migratórias, além

de selecionar espécies de aves de sub-bosque com potencial de estudo para o programa de

monitoramento.

Nos levantamentos realizados em 2008 nos períodos seco e chuvoso foram registradas 190

espécies de aves, distribuídas em 48 famílias, sendo 105 (55%) espécies de ordens não-

Passeriformes e 85 (45%) espécies da Ordem Passeriformes. As famílias melhor representadas

foram Psittacidae com 17 espécies, Thamnophilidae e Thraupidae com 14 espécies cada,

Columbidae com 12 e Trochilidae com 11 espécies.

Na AID, a riqueza de espécies mostrou-se elevada, com a existência de espécies endêmicas

e daquelas que atestam à boa qualidade das florestas ainda existentes na região. Assim, nas áreas de

Floresta Ombrófila Aberta onde ainda são encontradas espécies endêmicas, aves de rapinas e aves

seguidoras de formigas de correição, indicam que essas áreas ainda apresentam um bom estado de

conservação.

Os micro-habitats especiais existentes, como lagoas, brejos e afloramentos rochosos, na

bacia do rio Aripuanã são extremamente importantes para aves migratórias. É possível que a

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maioria dessas espécies migrantes dependa desses ambientes para fazer paradas regulares durante

suas longas jornadas migratórias. Já as pastagens abrigam espécies de aves comuns e de ampla

plasticidade ambiental, sendo que algumas delas têm expandido suas áreas de distribuição originais

em virtude dos desmatamentos, como é o caso do anu-branco (Guira guira), do anu-preto

(Crotophaga ani), bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), entre outros.

14.4. Mastofauna

Os resultados obtidos nos trabalhos de campo das campanhas referentes ao grupo dos

mamíferos apontam para um inventário satisfatório, com sucesso na detecção de diversas espécies

de vários grupos funcionais e resultam em uma lista de espécies de mamíferos registradas para a

região bastante consistente, atingindo praticamente um terço de toda a fauna de mamíferos descrita

para toda a Amazônia.

Os resultados estão dentro do esperado para uma área de floresta dentro da Amazônia tanto

pelo o esforço realizado como pela perturbação de origem antrópica atual e passada observada nas

áreas estudadas. Assim como os morcegos e primatas, os pequenos mamíferos terrestres (gambás e

ratos) são bons indicadores da qualidade de habitat, apresentam riqueza elevada (especialmente os

roedores) e exploram diversos nichos em função da diversidade de hábitos de locomoção, dieta e

horário de atividade. Os gambás, os morcegos, os macacos e os ratos são os grupos que apresentam

o maior potencial para o descobrimento de espécies novas, principalmente para a Amazônia e sua

zona de transição com o Cerrado. Nesse sentido, para que toda a fauna de mamíferos da região seja

conhecida é aconselhável que maiores esforços (levantamentos de campo) sejam realizados para a

coleta de seus representantes, especialmente em regiões serranas, como a da Serra do Expedito,

onde está localizado o empreendimento.

Nenhum espécime de pequeno mamífero terrestre foi coletado fora da área de influência

direta do empreendimento, demonstrando que as perturbações observadas naquela área podem ter

afugentado esta fauna. Por outro lado, as áreas de influência direta do empreendimento

apresentaram maior riqueza para este grupo, mas podem sofrer desaparecimento local, em função

das atividades de instalação e operação do empreendimento.

Os resultados obtidos em campo para mamíferos de médio e grande porte são aceitáveis, não

ficando grandes lacunas para animais de fácil detecção. Algumas espécies citadas neste inventário

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chamam a atenção e merecem destaque: os felinos e os canídeos são animais predadores, topo de

cadeia alimentar, e sua presença na área de influência direta do empreendimento sugere que os

habitats ainda apresentam bom grau de conservação com a presença de todos os seus componentes,

uma vez que sua existência na área só é permitida se as espécies que representam seus alimentos

tiverem bom número populacional.

Desta forma, também chama a atenção a marcante presença de algumas espécies presa. É o

caso das antas, veados, catetos, pacas e cutias, que apesar de não terem sido avistados grande

número de indivíduos, a quantidade de registros (pegadas, fezes e “revirados”) para estas espécies

foi abundante, especialmente na área de influência direta do empreendimento. Queixadas tiveram

uma quantidade de registros menor, mas sua presença na área também indica boa qualidade de

habitat, uma vez que esta espécie não suporta viver em áreas fragmentadas.

Dentre as espécies de mamíferos registradas para a área do empreendimento oito foram

listadas como ameaçada de extinção, apenas uma na categoria „em perigo‟ (o primata cuxiú,

Chiropotes satanas) e as demais na categoria „vulnerável‟ (o tamanduá-bandeira Myrmecophaga

tridactyla, o tatu-canastra Priodontes maximus, o cachorro-do-mato-vinagre Speothos venaticus, o

gato-do-mato Leopardus tigrinus, o gato-maracajá Leopardus wiedii, a onça-pintada Panthera onca

e a ariranha Pteronura brasiliensis).

No que diz respeito aos mamíferos, a instalação e operação do Empreendimento “Projeto

Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração

Dardanelos Ltda., localizado no Município de Aripuanã/MT, acarretará um impacto negativo sobre

esta fauna, especialmente nas áreas de maior declividade e de maior proximidade tanto da área de

extração como da área de beneficiamento, além do trajeto entre estes locais.

15. MEIO ANTRÓPICO: SOCIOECONOMIA

As cidades se transformaram na expressão da sociedade atual. O espaço urbano se produz a

partir de imensas contradições, que fazem com que a cidade conviva com o melhor e o pior da

sociedade.

Não se pode negligenciar que importantes questões ambientais ocorram nas cidades, pois aí

estão as maiores concentrações de pessoas e atividades econômicas, com importantes

desdobramentos para a vida urbana, tais como os impactos decorrentes da infra-estrutura (rede de

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esgoto e água, vias públicas, loteamentos, arruamentos, enchentes, construções, etc). Condições

estas decorrentes à demanda da melhoria na qualidade de vida do município; a dimensão social e os

impactos advindos das diferentes condições de acesso a saúde, educação, cultura, transporte, e os

cuidados com a poluição e a insalubridade local. As políticas públicas e a gestões urbanas devem

ser colocadas de maneira à atenderem aos interesses da população em busca do bem estar, e da

qualidade de vida. Estas condições permitem ao trabalhador e seus dependentes o equilíbrio e o

incremento na produtividade em seu ambiente de trabalho, uma vez que suas necessidades básicas

estão sendo atendidas de forma eficaz.

A sede municipal de Aripuanã, originada na margem direita do Rio Aripuanã, é classificada

como um núcleo urbano de influência local restrita, com baixa oferta de infra-estrutura urbana,

institucional e regional, está localizada a mais de 200 quilômetros de rodovia pavimentada com uma

grande extensão territorial, sendo o terceiro maior em área geográfica do Estado de Mato Grosso,

apresenta algumas aglomerações decorrentes de ocupação rural. Há no município duas terras

indígenas, uma da etnia Arara e outra Cinta Larga.

No período de 1991 a 1996 o município apresentou alta capacidade de atração de migrantes,

com predominância da migração intraestadual (80%). Com baixo grau de urbanização, apresentou

média taxa de crescimento da população urbana entre 1996 e 2000, cerca de 3% ao ano,

provavelmente por força do desmembramento municipal. Entre o ano 2000 e 2004 encontrava-se

entre os 20 municípios do Estado que apresentaram a maior taxa geométrica de crescimento anual

(6,06%).

Durante o período de construção da Usina Hidroelétrica de Dardanelos ocorreu um aumento

populacional na cidade, sendo que no pico da obra estavam empregados em torno de 1.500

trabalhadores. Entre os anos de 2007 e 2008, segundo moradores, a cidade “inflou”. Mas, com o

término da obra, a cidade se esvaziou, sendo que alguns moradores (principalmente donos de

comércios) e mão de obra especializada (eletricistas, soldadores, motoristas de máquinas pesadas)

foram embora com a construtora, para se estabelecer no município de Paranaíta, onde outra

hidroelétrica encontra-se em construção. O deslocamento desta população estava relacionado a

busca de melhores empregos e salários.

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226

Em 2010 a população residente em Aripuanã era de 18.656 habitantes, sendo que 11.681 se

encontravam na zona urbana e 6.975 na zona rural A densidade demográfica era de 0,76 hab/km². A

distribuição entre população masculina e feminina era de 54% e 46% respectivamente.

A variação de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no município de Aripuanã entre

1991 (0,640) e 2000 (0,704) foi de 1,10. Apresentava um IDH considerado médio. Na sua

composição foram considerados renda, educação e longevidade.

Desde o primeiro trabalho de campo, em 2008, verificou-se que o déficit habitacional de

Aripuanã estava em torno de 350 moradias. Este número se mantinha em 2011, sendo este o número

de pessoas inscritas no Cadastro Único.

A Prefeitura de Aripuanã construiu em 2008, 50 casas para pessoas de baixa renda no

Conjunto Habitacional Boa Esperança I. Neste ano estava em andamento um projeto para a

construção de 160 casas para esta população. Eram moradias com uma sala, um quarto, cozinha e

banheiro.

Na ocasião, a cidade apresentava carência de casas para alugar e as disponíveis tinham

valores de aluguel muito alto. Isto se devia a alta demanda ocasionada pela vinda dos trabalhadores

para construção da Usina de Dardanelos. A empresa construiu 10 casas, de aproximadamente

100m², para seus funcionários mais graduados, que foram doadas a Prefeitura no término da obra. A

Prefeitura pretendia vender estes imóveis.

Em 2011, o que se observou na cidade foi uma grande quantidade de imóveis desocupados.

O déficit habitacional se mantinha para a população de baixa renda. Muitas casas ocupadas por esta

população eram de madeira e se encontravam em situação precária. É o que denominamos de déficit

qualitativo, ou seja, moradias que apresentavam deficiência de infra-estrutura ou adensamento

excessivo. Os moradores que preferencialmente ocupavam estas casas eram formados por mulheres

chefes de famílias, geralmente com prole numerosa, ou cujo chefe da família era idoso.

Segundo depoimentos orais, os moradores de Aripuanã acreditam que o futuro da cidade

esteja no setor madeireiro e mineral. Mas é difícil falar sobre o futuro, saber o que vai acontecer. O

município de Aripuanã terá que passar por transformações significativas que são lidar com o lixo,

fornecimento de água, infra-estrutura de esgotos e rede pluvial. Produção de alimentos sem

desperdício e de maneira sustentada. Vigilância sobre os rios, evitando que fiquem sujos e

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saturados. Viabilizar uma conexão terrestre que permita o tráfego de veículos de maneira adequada,

em rodovia com qualidade (mesmo que de terra), para entrada e saída de pessoas, da produção, e de

produtos de consumo de primeiras necessidades ou de uma forma geral (vestuários, alimentos,

remédios, eletro-domésticos, de construções, entre outros). Investir na população para que ela

permaneça e se fixe no município, criando formas econômicas de sustentação, tornando-se

independentes de ciclos econômicos gerados por empreendimentos passageiros.

O novo empreendimento em Aripuanã requer novas estratégias de planejamento tais como:

habitações, construção de redes de saneamento e água, transporte, escolas, posto de saúde, espaços

de lazer urbano, melhoria da coleta de lixo, entre outros, visando melhorar a qualidade de vida dos

moradores e ainda incrementando a região local de recursos necessários para o crescimento do

município e a fixação da população no local mesmo após o termino do empreendimento.Toda área

urbana requer a instalação de serviços básicos tais como a rede de esgoto e água pluvial. “É preciso

prestar atenção aos espaços onde as pessoas vivem”. A captação de água existente mal consegue

suprir a demanda da população residente local, desta forma, para o novo fluxo migratório há

necessidade de incrementar esta oferta objetivando o bem estar das pessoas o que irá gerar um

aumento na produtividade dos trabalhadores,apresentando um auto índice de satisfação, uma vez

que seus familiares se encontram em boas condições de moradia, de saúde, alimentação, educação,

lazer. O auto índice de satisfação e desenvolvimento cria um ambiente equilibrado e salutar, com

baixo nível de violência e poucos problemas sociais.

16. MEIO ANTRÓPICO: ESTUDO ARQUEOLÓGICO

A região noroeste de Mato Grosso, especificamente, onde está localizado o município de

Aripuanã, e cujo a principal drenagem é o rio Aripuanã, tributário do rio Madeira, afluente do rio

Amazonas, está inserida numa área de grande interesse para a arqueologia brasileira. Contudo, a

região específica de Aripuanã ainda é arqueologicamente pouco conhecida, sendo que as primeiras

pesquisas arqueológicas na região vem sendo desenvolvida há cerca de dois anos no âmbito de

projetos relacionados a Estudos de Impacto Ambiental.

Porém, pode-se considerar a área em estudo como componentente geográfico de uma região,

onde, em tempos pré-coloniais, desenvolveram-se, diversificados processos culturais, dos quais

alguns têm sido bastante investigados, sob perspectivas teóricas diversas, estabelecendo questões

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clássicas para a arqueologia brasileira e sul-americana. Entre os principais temas que a região

permite tratar estão:

A antiguidade da ocupação humana na América do Sul;

As expansões das culturas “neolíticas” amazônicas de povos de línguas tupi-guarani e aruak, com a difusão da tecnologia cerâmica, da prática do cultivo e do estabelecimento das grandes aldeias;

A ocorrência de contatos culturais entre grupos culturalmente diversos; e

A emergência de padrões sociais complexos.

Considerando a ampla abrangência geográfica do município de Aripuanã, o número de sítios

arqueológicos registrados no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA-IPHAN) não

retratam o elevado potencial arqueológico da região, um dos principais fatores para o baixo registro

de sítios arqueológicos é a ausência de pesquisas na região, como mostrado a seguir.

Sítios arqueológicos registrados nos município de Aripuanãs, de acordo com o Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA-IPHAN) e Simões et al, 1978.

Sítio Tipo/Localizaçao Referência

Aripuanã Sítio lito-cerâmico a céu aberto, localizado na

mata da margem direita do rio Aripuanã, junto a antiga vila de Aripuanã.

Eurico Theofilo Miller, 1977

Alto Aripuanã Sítio lito-cerâmico a céu aberto, localizado à

margem direita do alto rio Aripuanã, junto a BR-172

Eurico Theofilo Miller, 1977

Corredeira dos Patos

Sítio lito-cerâmico a céu aberto, localizado a margem direita do rio Aripuanã, em frente a

corredeira dos Patos Eurico Theofilo Miller, 1977

Kawahib Sítio lito-cerâmico a céu-aberto Mauro Renato de Oliveira

Atualmente, está em andamento na região o projeto “Arqueologia Preventiva na Área de

Influência Direta do Aproveitamento Hidrelétrico Dardanelos, MT”, já na fase de resgate

arqueológico, contudo ainda não há bibliografia disponível já que os estudos ainda não foram

concluídos.

No município de Aripuanã, assim como em grande parte do norte de Mato Grosso, há muitas

informações sobre peças líticas e cerâmicas, além de informações sobre materiais retirados de

garimpo e durante desmate. No caso de Aripuanã, tais informações remetem as regiões adjacentes a

do empreendimento em pauta, principalmente na área abrangida pelo rio Branco. Assim, para se

obter informações sobre a presença de material arqueológico na área do empreendiemnto foram

realizadas entrevistas com proprietários rurais, como mostrado na relação e nas 4 fotos que seguem:

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Relação dos entrevistados e das informações obtidas durante o levantamento de campo.

Informante Informações sobre vestígios arqueológicos Gentil Justino Zanin e Vitalina Zanin Residem na região a cerca de 23 anos, nada souberam informar

Vitílio Cassol Residem na região a cerca de 23 anos, disse já ter visto um “pote de barro” na propriedade do Sr. José dos Santos Cruz

José Santos da Cruz

Reside a cerca de 20 anos na região, disse já ter encontrado em sua propriedade uma lâmina de machado que já não está em sua posse. Coordenadas UTM do ponto onde foi localizado o material: 8891182 / 225346

Adelires Francisco Soares da Silva e Lourdes Soares da Silva

Residem na região a cerca de 18 anos, nada souberam informar

Foto 1 - Entrevista com o Sr. Gentil Zanin.

Foto 2 - Entrevista com o Sr. Vitílio Cassol.

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Foto 3 - Entrevista com o Sr. José dos Santos Cruz (a esquerda).

Foto 4 - Entrevista com o Sr Adelires Francisco Soares da Silva e Sra. Lourdes Soares da Silva.

Os trabalhos de campo foram desenvolvidos de modo a contemplar os compartimentos

ambientais significativos no contexto geral da área a ser impactada, uma vez que não se contava

ainda com qualquer referência à pesquisas sobre o patrimônio arqueológico na área específica do

empreendimento. Nesse sentido, foram realizados caminhamentos na área de influência direta e

indireta do empreendimento, com o intuito de localizar vestígios arqueológicos em superfície. Com

a finalidade de reconhecer vestígios arqueológicos em sub-superfície foram verificados locais que

permitiam uma leitura estratigráfica, tais como margem de rios e estradas e áreas de erosão, entre

outros. Assim sendo, foi realizado reconhecimento em 14 pontos vistoriados, localizados tanto na

Área Direta, como na Indiretamente Afetadas. Em nenhum desses pontos foram verficados vestígios

arqueológicos.

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Cabe ressaltar, contudo, que nesse primeiro levantamento buscou avaliar o potencial

arqueológico da região (referência geográfica apresentada a seguir), de maneira que as análises

seguintes pudessem ser melhor desenvolvidas. Nas etapas seguintes do trabalho de campo, com as

prospecções sistemáticas em sub-superfície, poderão ser identificados vestígios arqueológicos.

Relação das coordenadas em UTM dos pontos verificados durante o levantamento de campo.

Ponto de Vistoria

Coordenadas Presença de Material Arqueológico

1 224377 8885554 Estéril 2 226813 8887486 Estéril 3 226333 8885854 Estéril 4 227657 8885474 Estéril 5 225230 8889490 Estéril 6 224300 8886388 Estéril 7 225253 8886260 Estéril 8 226724 8887614 Estéril 9 226913 8887522 Estéril 10 226657 8887512 Estéril 11 227379 8891254 Estéril 12 226424 8891474 Estéril 13 226274 8891168 Estéril 14 226065 8891084 Estéril 15 225346 8891182 Indicação de vestígio não verificado in loco 16 226804 8887228 Estéril 17 226368 8886838 Estéril 18 227622 8885520 Estéril

17. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

A Avaliação dos Impactos Ambientais-AIA do Projeto Aripuanã/MT foi realizada por vários

profissionais, envolvendo distintas áreas do conhecimento científico, e, por isso, foram adotados

diferentes critérios para a análise dos impactos sobre os meios físico, biótico e antrópico-cultural.

Neste documento está sendo apresentado um resumo da consolidação dessa avaliação

temática, levando em consideração a metodologia adotada pelos profissionais/empresa que também

realizaram o diagnóstico ambiental.

A avaliação dos impactos sobre o meio físico foi apresentada de forma integrada para os

temas: clima, geologia, relevo e solos; e em separado para os temas, hidrogeologia e recursos

hídricos superficiais. Para o meio biótico foi realizada separadamente com relação à cobertura

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vegetal, e à fauna silvestre; e finalmente, em relação ao meio antrópico-cultural está apresentada em

dois tópicos: AIA sobre a socioeconomia e patrimônio histórico-cultural; e AIA sobre o patrimônio

arqueológico.

17.1. AIA Sobre o Meio Físico: Clima, Geologia, Relevo e Solos

O mapa morfopedológico que têm como referência a teoria dos sistemas, pela própria

definição de compartimento morfopedológico17, foi uma ferramenta utilizada para a análise

integrada dos impactos sobre o meio físico.

A matriz simples adotada para a análise descritiva foram qualificados os impactos quanto à:

natureza em: positivos ou negativos;

causa: direto (efeito direto da ação) ou indireto (efeito secundário);

magnitude: baixa, média ou alta intensidades;

permanência: curta, média, longa duração, ou permanentes;

abrangência (extensão): pontual, local ou regional;

reversibilidade: reversível e irreversível; e finalmente,

implicação (efeitos): irrelevante, sinérgico, e cumulativo18.

Para a avaliação dos impactos sobre o clima, geologia, relevo e solos, além de se ter tomado

como referência o Plano Diretor do Projeto Aripuanã, realizado pela empresa TECNOMIN –

Projetos e Consultoria Ltda, baseou-se também, na interpretação de mapas elaborados durante o

diagnóstico ambiental para a área de influência direta, principalmente o morfopedológico (Figura

161), de isodeclividade (Figura 159), e das áreas de preservação permanente - APPs (Figura 160).

17 De acordo com Salomão (1994), compartimento morfopedológico é “a área que se apresenta relativamente

homogênea, especialmente em relação aos tipos de rochas, formas de relevo, tipos de solos e de cobertura vegetal, e que resulta em determinando funcionamento hídrico”; a esta acrescentamos as características climáticas por ser fundamental

o processo de elaboração das formas de relevo e na dinâmica hídrica, ao nível das vertentes. 18 Define-se como efeito cumulativo, quando o resultado do impcato se acumula no tempo ou no espaço. Como efeito sinérgico, quando há combinação de dois ou mais fatores, e o resultado dessa combinação tem efeito maior do que a soma dos resultados que esses fatores teriam separadamente. E, efeito irrelevante, neste caso, quando o impacto não for cumulativo, nem sinérgico.

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Figura 159 – Mapa Morfopedológico sobre o qual foram plotadas as principais estruturas que compõem o Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT.

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Figura 160 – Carta de isodeclividade da AID, e em destaque, e o Plano Diretor atual.

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Figura 161 – Carta de áreas de preservação permanente (APPs de nascente e de curso d‟água, e de

declividade), em relação às estruturas previstas em layout do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT.

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Assim, os quadros que seguem consolidam o resumo da avaliação dos impacos ambientais

para os fatores do meio físico, clima, geologia, relevo e solos, nas fases de instalação, operação e

desativação do empreendimento (Quadros 11, 12 e 13).

Quadro 11 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais a serem gerados na fase de instalação do Projeto Aripuanã sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.

Impacto ambiental Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas

mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias

1) Alterações topográficas/relevo com supressão de nascentes e olhos d‟água e alterações

no comportamento hídrico, drenagem natural e dinâmica superficial.

Remoção de cobertura vegetal e pedológica, e de substrato rochoso para implantar rede viária e infra-estrutura básica do empreendimento.

Negativo, direto, média a alta intensidades, médio a longo prazos e permanentes, pontual e local, irreversível, irrelevante e sinérgico.

Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD. Implantação de sistema de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos).

2) Erosão/assoreamento

Remoção de cobertura vegetal e pedológica, e de substrato rochoso para implantar rede viária e infra-estrutura básica do empreendimento.

Negativo, direto, média a alta intensidades, médio a longo prazos e permanentes, local, reversível e irreversível, irrelevante/ sinérgico.

Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD. Implantação de sistema de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos).

3) Alteração dos níveis de ruído

Ruídos de natureza mecânica: máquinas/equipamentos/veículos etc.

Negativo, direto, média a alta intensidades, curto prazo, pontual, reversível, irrelevante/cumulativo.

Engenharia e manutenção de veículos e equipamentos. Uso de EPIs, Programas de Monitoramento de Níveis de Ruído

4) Alterações na qualidade do ar

Movimentação de máquinas, equipamentos e veículos

Negativo, direto, média a alta intensidades, curto prazo, pontual/local, reversível/reversível, irrelevante/cumulativo.

Engenharia e manutenção de veículos e equipamentos. Limitação de velocidade de veículos. Umidificação das vias locais, Programas de Monitoramento de Qualidade do Ar.

5) Geração de resíduos sólidos (domésticos, e estéreis), e consequente contaminação dos solos

Limpezas em geral, embalagens de origem industrial, restos de alimentos (orgânicos/ inorgânicos), dejetos humanos. Volumes de materiais (coberturas vegetais, solos, rochas)

Negativo, direto, média/alta intensidades, curto/médio/longo prazos, local, reversível, irrelevante/ cumulativo.

Minimização da geração, coleta seletiva, reuso, reciclagem e co-processamento (quando possível) e adequada destinação (aterro sanitário, depósito de resíduos, etc.).

6) Impacto visual

Escavação/remoção/deposição de cobertura vegetal/solos/substratos rochosos para implantar o Projeto Aripuanã

Negativo, direto, média intensidade, curto/médio/ longo prazos/permanente, pontual, reversível/ irreversível, irrelevante.

Programa de Educação Ambiental, PCA, PRAD.

Quadro 12 - Resumo da avaliação de impactos ambientais a serem gerados na fase de operação do Projeto Aripuanã sobre fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.

Impacto ambiental Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas mitigadoras/maximizadoras/

compensatórias 1) Geração de efluentes industriais na planta de beneficiamento e a conseqüente contaminação de solos/substratos rochosos.

Processo de beneficiamento do minério.

Negativo, direto, alta intensidade, médio a longo prazos, pontual e local, reversível/irreversível, cumulativo/sinérgico.

Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes). Tratamento de efluentes/pond de recirculação de água. Programas de Monitoramento de água/efluente. Programas de Educação Ambiental.

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Impacto ambiental Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas mitigadoras/maximizadoras/

compensatórias 2) Geração de efluentes de origem industrial e a conseqüente contaminação de solos/rochas.

Abastecimento e manutenção de máquinas/veículos e equipamentos, e limpeza geral

Negativo, direto, média a alta intensidades, médio a longo prazos, pontual, reversível, irrelevante

Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes). Implementação do sistema de captação, separação e destinação de efluentes. Programas de Ed. Ambiental.

3) Geração de rejeitos com risco de contaminação de solos/substratos rochosos.

Processo de beneficiamento do minério, e condução de backfill com adição de cimento, da planta à mina, por tubulações, disposição em pilha.

Negativo, direto, alta intensidade, longo prazo, pontual e local, irreversível, cumulativo e sinérgico.

Sistema de drenagem com pond de efluentes na pilha de rejeitos e drenagem de emergência na planta, pilha e ao longo da tubulação. Sistema de proteção nas tubulações de rejeitos. Programas de Monitoramentos de Água/Efluente na pilha de rejeitos e à sua jusante, na bacia do córrego Arrainha Programas de Ed. Ambiental e de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Resíduos, Efluentes e Barragens).

4) Geração de efluentes domésticos, e a conseqüente contaminação de solos/substratos rochosos

Pessoal envolvido no empreendimento e atividades correlatas.

Negativo, direto, média intensidade, longo prazo, pontual, reversível, e sinérgico.

Adoção de sistema de tratamento no complexo industrial, banheiros na mina. Programas de Ed. Ambiental e de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes).

5) Geração de resíduos sólidos, domésticos, e estéreis, com risco de contaminação de solos/substratos rochosos.

Limpezas em geral, embalagens de origem industrial e dejetos humanos, na lavra e beneficiamento do minério.

Negativos,diretos, baixa a média intensidades, longo prazo, pontuais, reversíveis, irrelevantes, e cumulativo/sinérgico.

Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Resíduos). Minimização da geração, coleta seletiva, reuso, reciclagem e co-processamento (quando possível) e adequada destinação (aterro regularizado, interno ou externo).

6) Alterações na estrutura do corpo de serra do Expedito.

Detonações e remoções de rochas (estéril/minério).

Negativo, direto, média a alta intensidades, longo prazo, pontual, irreversível, sinérgico.

Retorno de materiais (rochas/estéreis e backfill/rejeitos com cimento. Progr. Monitoramento de Águas e Hidrogeológico. Planejamentos de lavra e de fogo adequados. Progr. Gerenciam. de Riscos Ambientais (Descomissionamento).

7) Contaminação de solos/rochas, por metais solubilizados e drenagem ácida.

Rochas sulfetadas oriundas das minas, Arex e Ambrex.

Negativo, direto, alta intensidade, longo prazo/ permanente, pontual/local, reversível/irreversível, sinérgico.

Predição da geração de drenagem ácida com adoção de medidas mitigadoras (no PCA). Programa de Monitoramento de água na mina e na bacia do Guaribal. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Descomissionamento, Resíduos e Efluentes)

8) Alteração dos níveis de ruído.

Ruídos de natureza mecânica: máquinas/equipamentos/veículos.

Negativo, direto, média intensidade, longo prazo, pontual/local, reversível, irrelevante/sinérgico.

Engenharia e manutenção de veículos e equipamentos. Enclausuramento de equipamentos. Uso de EPIs), Programas de Monitoramento dos Níveis de Ruído

9) Alteração dos níveis de vibração e sobrepressão acústica.

Desmonte de rocha por explosivo (detonações).

Negativo, direto, baixa intensidade, longo prazo, pontual, reversível, irrelevante/sinérgico.

Plano de fogo controlado. Programa de monitoramento da vibração.

10) Alteração dos níveis de qualidade do ar.

Abertura de galerias/detonações, britagem, movimentação de máquinas, equipamentos e veículos.

Negativo, direto, média e alta intensidade, longo prazo, pontual, reversível, irrelevante.

Engenharia e manutenção de veículos e equipamentos. Limitação de velocidade de veículos. Sistema de umidificação, e sistema de exaustão na mina. Programas de

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238

Impacto ambiental Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas mitigadoras/maximizadoras/

compensatórias Monitoramento de Qualidade do Ar. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Emissões)

11) Riscos de acidente no transporte de cargas perigosas (concentrado de minérios).

Transporte rodoviário do Projeto Aripuanã/MT à para outros locais fora de MT (vendidos no mercado para posterior refino pelos smelters).

Negativo, direto e indireto, alta intensidade, longo prazo/permanente, regional, reversível, sinérgico e cumulativo.

Executar o Plano Adoção das normas técnicas para transporte de cargas perigosas, implantação de brigada de emergência ambiental para a rota de transporte . Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Cargas Perigosas).

Quadro 13 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais da fase de desativação do Projeto Aripuanã, sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.

Impacto ambiental Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas

mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias

1) Alterações na paisagem das ADAs do flanco sul da serra do Expedito e na área do complexo industrial (impacto visual).

Desativação/fechamento das minas (Arex e Ambrex), e descomissionamento do complexo industrial com remoção/demolição de estruturas e manutenção de outras.

Positivo/negativo, direto, média a alta intensidades, permanente, pontual, irreversível, sinérgico.

Plano de Fechamento da Mina (como parte do planejamento da produção), Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, e Programa de Ed. Ambiental.

2) Riscos de erosões, assoreamentos, compactação de solos, colapsos, subsidências, etc.

Desativação/fechamento das minas (Arex e Ambrex), e descomissionamento do complexo industrial (remoção/demolição de estruturas e manutenção de outras).

Negativo, direto, média a alta intensidades, longo prazo e permanente, pontual e local, reversível/irreversível, irrelevante e sinérgico.

Plano de Fechamento da Mina (como parte do planejamento da produção), Plano de Controle de Erosão, PRAD e Programa de Ed. Ambiental.

3) Riscos de contaminação do solo, aterros/rochas (por drenagem ácida, e por restos de concentrados de minérios).

Manutenção da pilha de rejeitos (seco), backfill (com cimento) no interior das minas desativadas (Arex e Ambrex).

Negativo, direto, alta intensidade, permanente, local, reversível/irreversível, sinérgico.

Plano de Gerenciamento de Riscos-PGR, Plano de Fechamento da Mina (como parte do planejamento da produção), PRAD e Programa de Ed. Ambiental.

17.2. AIA sobre os Corpos D'água Superficiais

Foi adotado o conceito de impacto ambiental definido pela Resolução CONAMA n° 001 de

1986, Art.1, que é “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente,

causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas”. Como critério de

valoração dos impactos para alterações na qualidade da água, adotou-se os padrões da Resolução

CONAMA n° 357 para corpos d'água da classe 2 (Art. 15), como é o caso dos rios e córregos que

drenam a AID e AII do Projeto Aripuanã.

O modelo de avaliação de impactos foi baseado nos mesmos critérios adotados nos estudos

de hidrogeologia e água subterrânea, realizado pela Hidrovia-Hidrogeologia e Meio Ambiente

(julho de 2012), inclusive para a construção da matriz de impactos e escala de valores dos mesmos,

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239

considerando as atividades das etapas de implantação, operação e fechamento da mina do Projeto

Aripuanã.

A atividade de previsão de impactos envolve, entre outras, a escolha de indicadores, que

equivale a decidir o que prever, selecionando os indicadores que serão empregados para realizar o

prognóstico e levando em conta não somente a "previsibilidade", mas também a capacidade e o

custo de monitorar esses parâmetros (SÁNCHES, 2006).

Para a valoração dos impactos sobre os corpos d'água superficiais, especificamente em

relação a magnitude e significância, adotou-se o uso de indicadores da quantidade e da qualidade de

água, de acordo com o constatado nos estudos da fase de diagnóstico, para os corpos d‟água

avaliados. Já os resultados das análises físicas, químicas e microbiológicas deste diagnóstico

indicaram semelhança na qualidade da água na escala espacial, ou seja, entre as estações de coleta,

no entanto, foi observado diferença entre os períodos hidrológicos, com redução na qualidade no

período chuvoso, especialmente em dezembro quanto ao aspecto óptico da água (cor) e

concentração de material inorgânico.

Quanto a quantidade de água nos corpos d'água, adotou-se as variações anuais das vazões

líquida e sólida, especificamente do córrego Guaribal, cuja área de drenagem está localizada na

AID. Este córrego apresentou variações tipicamente sazonais, de acordo com o regime de chuvas na

região, sendo que as maiores vazões líquidas foram registradas na época de chuva, conforme os

estudos hidrológicos. Com relação a vazão sólida, não foram feitas medições na fase de diagnóstico,

mas recomenda-se seu monitoramento no córrego Guaribal, no mesmo local onde foi recomendado

nos estudos hidrológicos a instalação de uma estação hidrométrica (próximo a sua foz no rio

Aripuanã), onde foram realizadas as medições de vazão líquida nesta fase, uma vez que trata-se de

uma medição valorada na matriz de impactos (mesmo que por estimativa), especificamente em

relação assoreamento, e cuja variação anual na fase de operação do empreendimento poderá ser um

importante indicador ambiental.

Convém mencionar que na matriz de avaliação de impactos, a alteração da qualidade da

água, refere-se a alterações dos parâmetros que apresentaram variação anual significativa nos

estudos do diagnóstico, mas que com as atividades da mina, podem apresentar incremento acima

dos níveis comumente observados anteriormente e/ou do padrão da legislação. Já a contaminação

da água referida na matriz diz respeito a possível introdução de substâncias orgânicas ou

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240

inorgânicas que sejam usadas no processo de extração mineral, e que não foram detectados ou

apresentaram valores muito baixos nos ambientes avaliados na fase de diagnóstico.

Assim, foram adotados os seguintes parâmetros da qualidade e quantidade da água

superficial, como principais indicadores da valoração dos impactos constantes na matriz, que

deverão ser enfocados no monitoramento ambiental, tendo como comparação os padrões da

legislação e os estudos da fase de diagnóstico, quais sejam: a) Parâmetros indicadores das

alterações da qualidade da água: pH, condutividade elétrica, cor, sólidos dissolvidos, ferro

dissolvido, alumínio, manganês, fósforo total, DQO, coliformes totais e zoobentos. B) Parâmetros

indicadores da contaminação da água: fluoreto, sulfato, sulfeto, cianeto, cádmio, chumbo, cobre,

zinco, arsênio, selênio, óleos e graxas e sódio. c) Parâmetros indicadores das alterações na

dinâmica hidrológica: vazões líquida e sólida.

É importante ressaltar que a estimativa de quanto será alterado cada parâmetro acima em

relação as atividades que ocorrerão nas fases de implantação, operação e fechamento da mina, foi a

mais objetiva possível, dentro das limitações próprias da avaliação de impactos.

Para a classificação e ponderação dos valores dos impactos, foram adotados os seguintes

critérios, visando a padronização com os estudos de água subterrânea (Hidrovias, 2012), quais

sejam: a) Tipo: Natureza (positiva ou negativa), forma de manifestação (contínua, descontínua ou

cíclica), prazo de ocorrência (curto prazo ou médio a longo prazos), e incidência (dirta ou indireta).

b) Magnitude: reversibilidade, reversível (1) ou irreversível (3); abrangência, pontual (1), local (3)

ou regional (5); relevância, irrelevante (0), moderadamente relevante (1), relevante (3) ou Muito

relevante (5); magnitude propriamente dita, conforme produtos dos pesos, é classificada como:

desprezível (0), baixa (1 ou 3), moderada (5, 9 ou 15) ou alta (25, 27, 45 ou 75). c) Significância:

magnitude: baixa (5), moderada (15) ou alta (25). Note que um impacto de magnitude desprezível é

classificado como insignificante. Duração, temporária (5) ou permanente (10); ocorrência, potencial

(5) ou real (10); probabilidade de ocorrência, baixa (5), média (10), alta (15) ou certa (20); e

significância propriamente dita, de acordo com a soma dos valores a significância do impacto é

determinada como: insignificante (de magnitude desprezível); baixa (20≤ S < 40). média (40 ≤ S <

50) ou alta (50 ≤ S ≤ 65).

A magnitude é dada pelo produto dos valores atribuídos aos critérios reversibilidade,

abrangência e relevância. Caso o impacto seja irrelevante a magnitude foi desprezível. Se o total

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241

obtido pela multiplicação dos parâmetros para um dado impacto for 1 ou 3 a magnitude desse

impacto será baixa, se for 5, 9 ou 15 será moderada e se for 25, 27,45 ou 75 será de magnitude alta.

A significância do impacto é dada pela somatória dos valores atribuídos aos critérios magnitude,

duração, ocorrência e probabilidade da ocorrência. A magnitude baixa recebe o valor 5, a média o

valor 15 e a alta o valor 25, e então são somados os valores atribuídos aos demais parâmetros.

Os impactos de magnitude desprezível foram considerados insignificantes. O impacto cujo

somatório dos valores dos critérios citados é igual a 20 ou menor que 40, é classificado como de

baixa significância. Se for igual a 40 e menor que 50 é de significância moderada e se for igual a 50

e menor que 65 é de alta significância. Os resultados do AIA do Projeto Aripuanã encontram-se

sintetizados nas Tabelas 23 e 24 para cada fase do empreendimento, implantação, operação e

fechamento.

Destaca-se que os programas de monitoramento da qualidade e quantidade de água deverão

ser mantidos até a estabilidade do sistema, com aprovação do órgão ambiental, tendo em vista as

ações da fase de fechamento e a necessidade de verificação dos índices de contaminação e alteração

da qualidade da água após as atividades desta fase, que deverão ocorrer de médio a longo prazos. O

monitoramento da quantidade de água e sedimento transportado pelos córregos, permite verificar os

processos de assoreamento e alteração nos volumes de água com a supressão de nascentes e outras

atividades. Os ponds de efluentes deverão ser soterrados após returar os resíduos químicos que

ficarão retidos neste local ao longo da operação da mina, e, só poderão sair para algum corpo

hídrico, se atender aos padrões da legislação de efluentes (Resolução CONAMA nº 430), e após

autorização do órgão ambiental. Se for inviável desconstruí-los o monitoramento nos ponds e

córregos de entorno, deverá ser contínuo, nas fases de operação, fechamento e após fechamento, até

a completa estabilidade do sistema, e aprovação do órgão ambiental. A barragem de água supõem-

se que ficará após o encerramento das atividades, e também deverá ser monitorada (no reservatório,

a montante e a jusante), conforme os padrões da qualidade aos usos múltiplos da água (Resolução

CONAMA nº 357) e até a completa estabilidade do sistema e aprovação do órgão ambiental.

17.3. AIA sobre os Fatores Hidrogeológicos

Como já anteriromente referido, o modelo de avaliação de impactos foi baseado nos mesmos

critérios adotados nos estudos dos corpos d‟água superficiais, inclusive para a construção da matriz

de impactos e escala de valores, considerando as atividades das etapas de implantação, operação e

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242

fechamento da mina do Projeto Aripuanã. A metodologia utilizada na avaliação é sintetizada na

Figura 162.

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243

Tabela 23 - Matriz de avaliação de impactos ambientais das fases de implantação e operação do empreendimento.

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244

Tabela 24 - Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de desativação do empreendimento.

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245

Figura 162 - Metodologia adotada para análise dos impactos ambientais no Projeto Aripuanã.

Considerando as características específicas do empreendimento e a experiência em outros

estudos de impactos ambientais para áreas destinadas a mineração foram previstos quatro

impactos ambientais relacionados às atividades ao longo das etapas do empreendimento, como

pode ser observado na Tabela 25. E nas Tabelas 26 e 27está a consolidação da avaliação desses

impactos segundo as atividades e as distintas fases do empreendimento.

Tabela 25- Impactos ambientais sobre as águas subterrâneas.

GRUPO IMPACTOS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS

ALTERAÇÃO DA DINÂMICA HÍDRICA SUBTERRÂNEA

Alteração das taxas de recarga do aquífero

Supressão de nascentes

Alteração na dinâmica hídrica subterrânea

ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS

Alteração da qualidade da água subterrânea

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246

Tabela 26 – Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de implantação do empreendimento.

Planilha de Impactos Ambientais

Projeto Aripuanã

ASPECTOS AMBIENTAIS

Retirada da cobertura vegetal Consumo/bombeamento/ armazenamento de água

subterrânea

Geração de efluentes líquidos

Mudanças nas propriedades dos solos Rebaixamento do nível

d'água Geração de resíduos

sólidos

Movimentações de terra Geração de efluentes

oleosos

Rebaixamento do nível

d'água

Dinâmica hídrica subterrânea Qualidade das águas

1 2 3 4

IMPACTOS AMBIENTAIS Alteração das taxas de

recarga do aquífero Supressão de

nascentes Alteração da dinâmica

hídrica subterrânea Alteração da qualidade da

água subterrânea

FASE

DE

IMP

LAN

TAÇ

ÃO

I

ATI

VID

AD

ES

Construção e melhoria das vias de acesso

Trasnporte de máquinas e equipamentos

Implantação de canteiro de obras

Decapeamento e terraplenagem

Implantação de sistema de captação e armazenamento de água

Estocamento de solo vegetal

Preparação dos locais de disposição de rejeitos

Instalação de linha de transmissão de energia ou de grupo gerador

Construção e montagem das instalações de manuseio e beneficiamento

Construção e montagem das instalações de apoio

Disposição de resíduos sólidos

Implantação de viveiro de mudas

VA

LOR

ÃO

DO

IMP

AC

TO

TIP

O Natureza Negativa Negativa Negativa Negativa

Prazo para ocorrência Curto prazo Curto prazo Curto prazo Médio prazo

Incidência Direta Direta Direta Indireta

MA

GN

ITU

DE

Reversibilidade 1 1 1 3

Abrangência 1 1 1 3

Relevância 5 5 1 1

Total 5 5 1 9

Magnitude Moderada Moderada Baixa Moderada

SIG

NIF

ICÂ

NC

IA Magnitude 15 15 5 15

Duração 5 5 5 10

Ocorrência 10 10 10 5

Probabilidade da ocorrência 20 20 20 5

Total 50 50 40 35

SIGNIFICÂNCIA Alta Alta Média Baixa

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247

Tabela 27 - Matriz de avaliação de impacto ambientais das fases de operação e fechamento do Projeto Aripuanã/MT.

Planilha de Impactos Ambientais Projeto Aripuanã

ASPECTOS AMBIENTAIS

Retirada da cobertura vegetal Consumo/bombeamento/ armazenamento de água

subterrânea Geração de efluentes líquidos

Mudanças nas propriedades dos solos Rebaixamento do nível d'água Geração de resíduos sólidos

Movimentações de terra Geração de efluentes oleosos

Rebaixamento do nível d'água

Dinâmica hídrica subterrânea Qualidade das águas

1 2 3 4

IMPACTOS AMBIENTAIS Alteração das taxas de

recarga do aquífero Supressão de

nascentes Alteração da dinâmica hídrica

subterrânea Alteração da qualidade da

água subterrânea

FA

SE D

E O

PE

RA

ÇÃ

O

AT

IVID

AD

ES

Drenagem da mina e áreas operacionais

Desaguamento da mina

Perfuração e desmonte de rocha

Carregamento e transporte de minério e estéril

Estocagem de minério

Disposição de estéreis

Disposição temporária de solo vegetal

Britagem e classificação

Beneficiamento

Processamento químico

Secagem dos produtos

Disposição de rejeito

Estocagem dos produtos

Transporte

Estocagem de insumos

Disposição de resíduos sólidos

Manutenção

VA

LO

RA

ÇÃ

O D

O I

MP

AC

TO

TIP

O Natureza Negativa Negativa Negativa Negativa

Prazo para ocorrência Curto prazo Curto prazo Curto prazo Curto a médio prazo

Incidência Direta Direta Direta Indireta

MA

GN

ITU

DE

Reversibilidade 3 3 1 3

Abrangência 1 3 3 3

Relevância 1 1 5 5

Total 3 9 15 45

Magnitude Baixa Moderada Moderada Alta

SIG

NIF

ICÂ

NC

IA Magnitude 5 15 15 25

Duração 10 10 5 5

Ocorrência 10 5 10 5

Probabilidade da ocorrência 20 10 20 15

Total 45 40 50 50

SIGNIFICÂNCIA Média Média Alta Alta

FA

SE D

E F

EC

HA

ME

NT

O

AT

IVID

AD

ES

Retaludamento e implantação de sistema de drenagem

Revegetação e recuperação de áreas degradadas

Fechamento de acessos Desmontagens das instalações elétricas e

mecânicas

Remoção de insumos e resíduos

Demolição de edifícios

Supervisão e monitoramento

VA

LO

RA

ÇÃ

O D

O I

MP

AC

TO

TIP

O Natureza Positivo Negativo Positivo Negativa

Prazo para ocorrência Médio a longo prazo Curto prazo Médio a longo prazo Curtoa média prazo

Incidência Direta Direta Indireto Indireta

MA

GN

ITU

DE

Reversibilidade 1 1 1 1

Abrangência 1 3 3 3

Relevância 5 1 3 5

Total 5 3 9 15

Magnitude Moderada Baixa Moderada Moderada

SIG

NIF

ICÂ

NC

IA Magnitude 15 5 10 15

Duração 5 5 5 5

Ocorrência 10 10 10 5

Probabilidade da ocorrência 20 20 15 10

Total 50 40 40 35

SIGNIFICÂNCIA Alta Média Média Baixa

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248

17.4. AIA sobre a Vegetação

Para avaliar os impactos sobre a vegetação adotou-se a mesma metodologia utilizada na

AIA sobre os fatores do clima, solos, relevo e geologia, cujo Quadro 14 apresenta um resumo

dessa avaliação.

Quadro 14 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais nas fases de instalação e de desativação do Projeto Aripuanã, sobre a cobertura vegetal da região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.

Fase de instalação

Impacto ambiental

Tipologia da cobertura vegetal atingida

Atividades geradoras Avaliação do

impacto

Medidas mitigadoras/maximizadoras/

compensatórias

1) Supressão de vegetação e conseqüente aumento de erosão, supressão de habitats e perda de diversidade biológica.

Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp; Vegetação secundária de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-VsFOAp; e pastagem plantada-Pp.

Implantação de estradas para acesso às estruturas do empreendimento, e seu sistema de drenagem (com obras de engenharia, bueiros, pontes, etc.)

Negativo, direto, média a alta intensidades, longo prazo e permanente, pontual e local, reversível e irreversível, sinérgico.

Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal. Programa de Educação Ambiental.

Implantação do depósito de resíduos, e sistema de drenagem

Implantação do depósito de rejeitos e das estruturas a ele conjugadas (ponds, sistema de drenagem, etc.).

Implantação dos paióis (explosivos/ espoletas) e estruturas a eles conjugadas.

Implantação da planta de beneficiamento e demais estruturas conjugadas.

Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp; Floresta Ombrófia Aberta com justacontal-FOAj.

Implantação de emboques das minas (Arex/Ambrex), praças de ventilação e demais estruturas conjugadas (taludes em cortes/aterros, barreiras protetoras, vias de acesso).

Fase de instalação/operação

Impacto ambiental

Tipologia da cobertura vegetal atingida

Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas

mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias

2) Morte de vegetação por rebaixamento de lençol, e conseqüente supressão de habitats.

Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp.

Desaguamento de mina/ rebaixamento de nível de água para desenvolvimento e lavra das minas (Arex/Ambrex).

Negativo, direto, alta intensidade, longo prazo e permanente, local, reversível e irreversível, sinérgico.

Monitoramento das águas superficiais e subsuperficiais, e adoção de PRAD.

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249

Fase de instalação/operação

Impacto ambiental

Tipologia da cobertura vegetal atingida

Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas

mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias

3) Supressão de vegetação e conseqüente aumento de erosão/ assoreamento, alterações nos solos, comportamento hídrico, e nos habitats de entorno do lago.

Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp; e pastagem plantada-Pp.

Construção da barragem e a conseqüente formação da represa.

Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de Controle de Erosão. Adoção de PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal.

Fase de desativação

Impacto ambiental Tipologia da cobertura

vegetal atingida Atividades geradoras Avaliação do impacto

Medidas mitigadoras/maximizadoras/

compensatórias

4) Alteração da cobertura vegetal sem possibilidade de retorno.

Área a ser revegetada.

Desativação do empreendimento e fechamento/lacramento da pilha de rejeitos.

Negativo, direto, alta intensidade, permanente, pontual, irreversível, sinérgico.

Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal. Programa de Educação Ambiental.

5) Recuperação da cobertura vegetal (florestas e pastagens).

Áreas que serão recuperadas e revegetadas com Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras.

Desativação do empreendimento, com demolição e remoção daquelas estruturas previstas para serem posteriormente revegetadas.

Positivo, direto, média a alta intensidades, longo prazo e permanente, pontual, reversível, sinérgico. Áreas que serão

revegetadas com pastagem plantada.

17.5. AIA sobre a Fauna (Entomofauna, Ictiofauna, Herpetofauna, Avifuna e

Mastofauna)

O empreendimento causará mudanças na paisagem natural, causando deslocamento de

comunidade de insetos para novas áreas alterando e desestruturando as comunidades, alterando

habitats e micro-habitats da entomofauna, resultando numa diminuição da riqueza de espécies e

em aumento de abundância, conforme avaliação sintetizada nos Quadros 15 e 16.

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250

Quadro 15 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO

AMBIENTAL IMPACTO

AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Construções

Retificação e Construções de

Estradas

e

Terraplanagem e Construção de

Benfeitorias

Fragmentação e perda de habitat

Terrestre (remoção do solo e cobertura

vegetal; compactação do solo)

Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7

Aquático (interrupção e assoreamento de

cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3

Movimentação de veículos

Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos

Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 4, 5

Adensamento de mão-de-obra

Desenvolvimento de todas as atividades

previstas pelo empreendimento

Trânsito de pessoas

Caça/coleta Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6

Deposição de resíduos

Disposição de resíduos sólidos

Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11

Produção de efluentes

domésticos e resíduos líquidos

Poluição de águas e solo

Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 9

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251

Quadro 16 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO

AMBIENTAL IMPACTO

AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES* Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Transporte

Transporte de pessoal, minérios

para beneficiamento e escoamento da

produção

Atropelamento Perda de espécimes da

fauna Irreversível Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 5

Lavra

Retirada dos minérios

Perda e fragmentação de

hábitat

Terrestre (supressão da vegetação)

Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2

Aquático (interrupção e assoreamento de

cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 2, 3

Disposição de materiais sólidos

Pilha de rejeitos Área degradada Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 9

Deposição de resíduos

Disposição de resíduos sólidos

Poluição do solo Perda de hábitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11

Produção de efluentes

domésticos e resíduos líquidos

Poluição de águas e solo

Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11

Adensamento de mão-de-obra

Desenvolvimento de todas as atividades

previstas pelo empreendimento

Trânsito de pessoas

caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 6

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252

As medidas mitigadoras dos impactos sobre a entomofauna estão relacionadas

ao Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, que inclui os procedimentos

técnicos a serem adotados pelo Construtor, antes, durante e após o término de cada obra.

As medidas incluem a adoção de procedimentos de proteção nos cortes e aterros, como

uso de canaletas, instalação de drenos para escoamento da água de chuva,

reafeiçoamento do terreno e rearborização dos taludes e das demais áreas degradadas,

bem como ao longo dos cursos d‟água com o intuito de manter corredores para a

preservação da fauna de invertebrados.

Não há medidas compensatórias reais, para os impactos, a curto e médio prazos,

sendo mais apropriada a aquisição de áreas íntegras com proporcionalidade de habitats

semelhantes.

Entretanto, sugere-se que o desmate seja realizado apenas e somente nos locais

em que a prática é absolutamente necessária, evitando extrapolar o tamanho da área

concedida para este fim, pois a retirada da vegetação provoca o aumenta no índice de

vetores e no número de insetos praga, fazendo com que esses indivíduos busquem novas

áreas para o seu estabelecimento. Sugere-se também que sejam feitos esforços para

reflorestar com espécies nativas, se possível, com o reaproveitamento do solo e banco

de sementes.

Além disso, deve ser feito resgate da entomofauna durante o desmatamento,

visando o seu remanejamento de área e/ou à conservação in situ em coleções zoológicas

de referência estaduais. E, deverá ainda, ser implementado um programa de

monitoramento da entomofauna, a ser iniciado na fase de instalação da obra e durar, no

mínimo cinco anos após o início da fase de operação.

Nos Quadros 17 e 18 estão apresentados os impactos que serão causados pelo

“Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e

Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., sobre a Ictiofauna durante as fases de instalação e

operação de empreendimento.

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253

Quadro 17 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Ictiofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL

IMPACTO AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Construções

Construções de Estradas

e edificações

Assoreamento e exposição dos corpos de água

diminuindo a entrada de recursos alóctones

Perda de habitat e perda de espécies

Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 2, 3

Terraplanagem

Construção do local de deposito de

materiais sólidos (depósito de

resíduos)

Perda de habitat Extinção pontual de

espécies Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 7

Barragem no córrego Arrainha, com formação de lago na área dos pontos de coleta

Perda de habitat Extinção local de

espécies Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 7

Construção de reservatório de água

na área

Perda e modificação de

habitat

Extinção local de espécies e alteração da

comunidade local Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 7

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254

Quadro 18 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Ictiofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO

AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Transportes

Transporte de pessoal, minérios

para beneficiamento e escoamento da

produção

Suspensão de partículas que poderão ser

carreadas para os corpos de água

através das chuvas

Assoreamento e perda de habitat

reversível Local Moderada Média Negativa Temporária Contínua Potencial Direta Longo prazo 2, 4

Lavras e Beneficiamento

Processo de lavra subterrânea

Contaminação das águas e dos

peixes por resíduos oriundos

da atividade mineradora

Perda de qualidade da água e mortalidade de

peixes reversível Regional Alta Alta Negativa Temporária Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9

Perda de diversidade

Alteração do funcionamento dos

ecossistemas aquáticos na serra do Expedito

devido à perda de diversidade de espécies de peixes, com possíveis

consequências para a ictiofauna do Rio

Aripuanã.

irreversível regional Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 2, 3, 7, 8, 9

Pilha de rejeitos

Contaminação das águas e dos

peixes por rejeitos oriundos da

atividade mineradora

Perda de qualidade da água e mortalidade de

peixes

reversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9

Deposição de resíduos

Contaminação das águas e dos

peixes por resíduos oriundos

da atividade mineradora

Perda de qualidade da água e mortalidade de

peixes reversível Regional Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9

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255

Para mitigar os impactos sobre a ictiofauna, recomenda-se: 1) Recuperar o leito

e da mata ciliar dos igarapés que já estão impactados dentro da área e recuperar a

cobertura nativa em locais que não serão utilizados para atividades de exploração

mineral, independente da distância de corpos de água; 2) Monitorar o teor de zinco,

cobre e chumbo e resíduos de produtos utilizados no processamento destes minérios nas

águas superficiais em toda área das bacias dos córregos Guaribal e Praia Grande,

inclusive na confluência destes com o Rio Aripuanã; 3) Monitorar o teor de zinco, cobre

e chumbo e resíduos de produtos utilizados no processamento destes minérios no tecido

muscular dos peixes em todos os pontos de coleta (previsto no plano de monitoramento

da ictiofauna); 4) Monitorar a ictiofauna no período de instalação e operação e pós

operação do empreendimento de exploração mineral, conforme Instrução Normativa Nº.

146 do IBAMA de 10 de janeiro de 2007; e 5) Resgatar as espécies de peixes onde os

cursos d‟água forem afetados pela implantação do empreendimento, notadamente onde

eles serão suprimidos.

A Herpetofauna encontrada em Aripuanã é muito rica e diversificada, sendo uma

das mais altas do Estado de Mato Grosso, mas com a implantação do empreendimento

haverão alterações no ambiente que impactarão a herpetofauna local. A maioria dos

impactos sobre a herpetofauna tem magnitude média nas fases de instalação, operação e

desativação do empreendimento. Os impactos de alta magnitude estão relacionados com

a fragmentação florestal devido a retirada da cobertura vegetal, que causam a perda de

hábitats, com súbita descontinuidade da formação florestal ciliar.

Espécies da herpetofauna local que utilizam exclusivamente estes ambientes

florestados podem ser afetadas, como pode ser observado no Quadro 19, que sintetiza a

avaliação dos impactos sobre a herpetofauana. As invasões de espécies que suportam

tais mudanças desestruturam as comunidades, tanto de anfíbios como de répteis

diminuindo consideravelmente a riqueza de espécies.

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256

Quadro 19 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Herpetofauna na fase de instalação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO

AMBIENTAL IMPACTO

AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Construções

Retificação e Construções de

Estradas e

Terraplanagem e Construção de

Benfeitorias

Fragmentação e perda de habitat

Terrestre (remoção do solo e cobertura

vegetal; compactação do solo)

Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7

Aquático (interrupção e assoreamento de

cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3

Movimentação de veículos

Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos

Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 3, 4, 5, 12

Poluição sonora e do ar

Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Real Direta Curto prazo 2, 3, 12

Adensamento de mão-de-obra

Desenvolvimento de todas as atividades

previstas pelo empreendimento

Trânsito de pessoas

Caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6

Deposição de resíduos

Disposição de resíduos sólidos

Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 11

Produção de efluentes

domésticos e resíduos líquidos

Poluição de águas e solo

Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 9

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257

Algumas espécies mais resistentes a profundas modificações no cenário

ambiental (incluindo a perda de habitats, desorganização das cadeias alimentares,

aumento nos níveis de predação e mortalidade por outras causas) poderão aumentar

circunstancialmente (e.g.: Ameiva ameiva e Hemidactylus mabouia), possibilitando o

aparecimento de adensamento populacional.

Já o desvio e o barramento de corpo d‟água causam mudanças no quadro

hidrológico e alterações na qualidade da água, afetando a reprodução e dispersão de

algumas espécies de anfíbios e répteis que habitam estes locais, que usam tanto para

alimentação, quanto para dispersão ou movimentação. Estes animais vão ser afetados

em uma escala de magnitude alta (Quadro 20).

As medidas mitigadoras para esses impactos propõem basicamente medidas

acautelatórias, considerando a natureza, a ética e a responsabilidade social das

organizações, empresas e profissionais envolvidos com o Projeto Aripuanã.

Serão contemplados, principalmente, os impactos considerados como de

magnitude média ou alta, através de planejamento criterioso no processo de retirada da

cobertura vegetal e da limpeza das áreas para implantação das obras, e desde o início

dos trabalhos objetivando:

1) limitar a extensão do desmatamento à área essencialmente necessária aos

trabalhos; e

2) preservar ao máximo a continuidade dos maciços florestais ou, na

impossibilidade disto, preservar as matas ciliares e o maior número possível de

pequenas manchas descontínuas de vegetação natural, as quais possam garantir os

estoques de fauna para repovoamento das áreas a serem recuperadas.

Além disso, o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas-PRAD deverá ser

implantado tão logo os locais não sejam mais utilizados pelo empreendimento, haja

vista que a fragmentação e degradação do habitat são os maiores impactos sobre a

herpetofauna.

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258

Quadro 20 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Herpetofauna na fase de operação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO

AMBIENTAL IMPACTO

AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES AÇÕES

Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de

manifestação Ocorrência Incidência

Prazo de ocorrência

Transporte

Transporte de pessoal, minérios

para beneficiamento e escoamento da

produção

Atropelamento Perda de espécimes da

fauna Irreversível Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 3, 5

Lavras

Retirada dos minérios

Perda e fragmentação de

habitat

Terrestre (supressão da vegetação)

Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3

Aquático (interrupção e assoreamento de

cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 9

Explosões

Poluição sonora e do ar

Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 2, 3, 12

Tremores de terra Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 3

Disposição de rejeitos

Depósito de materiais estéreis

Uso de área já degradada

Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 11

Deposição de resíduos

Disposição de resíduos sólidos

Poluição do solo Perda de habitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 11

Produção de efluentes

domésticos e resíduos líquidos

Poluição de águas e solo

Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 9

Adensamento de mão-de-obra

Desenvolvimento de todas as atividades

previstas pelo empreendimento

Trânsito de pessoas

caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6

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259

Por outro lado, as áreas potencialmente contaminantes deverão ser isoladas para

evitar que espécies da herpetofauna sofra qualquer malformação, que possa ser

transmitida aos descendentes.

Há ainda os Programas de Prevenção de Riscos a Acidentes e a Saúde Humana,

onde deverão ser realizados cursos de prevenção de acidentes ofídicos para pessoal da

obra tendo em vista possibilidade de adensamento populacional e/ou maior encontro de

serpentes peçonhentas, como surucucus-pico-de-jaca (L. muta) e de jararacas (Bothrops

spp.) nas áreas do empreendimento.

Como os diagnósticos ambientais consistentes representam um avanço no

conhecimento disponível para a herpetofauna no Estado do Mato Grosso, é

recomendável o monitoramento dos efeitos potenciais da fragmentação sobre as

comunidades de anfíbios e répteis, incluindo análises comparativas, contemplando o

período pré-instalação do empreendimento, durante a instalação e operação, e a

sazonalidade da região.

É uma oportunidade, inclusive de realizar estudos mais aprofundados sobre a

composição e abundância relativa das espécies da herpetofauna local.

Os Quadros 21 e 22 apresentam os impactos potenciais sobre as espécies de

aves, nas fases de instalação e operação do empreendimento.

Para minimizar os impactos sobre a avifauna local e regional recomenda-se

preservar áreas remanescentes de matas no entorno do empreendimento, pois elas

protegem amostras importantes de ecossistemas regionais e o patrimônio genético das

espécies, populações ou comunidades locais existentes, ainda que forem pequenas

manchas de matas e capoeiras em estágios mais avançados de regeneração.

O cumprimento do Código Florestal, e do Código Ambiental de Mato Grosso

são atitudes que visam à conservação destes remanescentes.

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260

Quadro 21 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL

IMPACTO AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Construções das estruturas básicas

do empreendimento

Perfurações - Lavras

Perda de habitat Aquático

(assoreamentos de cursos d’água)

Reversível Pontual Relevante Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 1

Perda de habitat Terrestre (remoção de solo e cobertura

vegetal) Irreversível Local Relevante Alta Negativa Permanente Descontínua Real Direta

Médio a longo prazo

1, 3, 10

Perda de habitat Modificação da

estrutura da comunidade de aves

Reversível Regional Moderada Alta Negativa Temporária Descontínua Real Direta Médio a longo

prazo 1

Retificação e construção de

estradas Perda de habitat

Supressão da vegetação e

compactação do solo Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direta

Médio a longo prazo

1

Movimentação intensa de veículos

Atropelamentos Modificação da

estrutura da comunidade de aves

Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direta Médio a longo

prazo 4, 5, 6

Produção de efluente doméstico e resíduo líquidos

Perda de habitat Supressão da

vegetação Irreversível Regional Moderada Alta Negativa Permanente Descontínua Real Direta

Médio a longo prazo

1, 11

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261

Quadro 22 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Extração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO

AMBIENTAL IMPACTO

AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Funcionamento do empreendimento

Movimentação de veículos

Morte de espécimes por atropela-mento

Alteração do tráfego rodoviário

Reversível Regional Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio e longo

prazo 4, 5, 6

Extração do minério Poluição sonora e do

ar

Modificação da estrutura da

comunidade de aves

Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio e longo

prazo 2, 12

Pilha de rejeitos Local de despejo de

resíduos sólidos Visual Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta

Médio e longo prazo

4, 11

Produção de efluente doméstico e resíduo

líquidos

Poluição de cursos d’água

Alteração da qualidade da água

Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 9

Contaminação por resíduos de

combustíveis e lubrificantes

Alteração da qualidade da água

Reversível Regional Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 9, 11

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262

Outra medida mitigadora é a implementação do Programa de Educação

ambiental que deve ser dirigido aos trabalhadores que frequentarão a área diretamente

atingida, mostrando a sua importância biológica, fazendo palestras para evitar o

acúmulo de lixo, programa preventivo de derramamento de materiais tóxicos

(lubrificantes das máquinas), e de fiscalização contra caçadores e coletores de espécies,

pois a caça e a coleta de espécimes são um grande problema para as comunidades

biológicas. Deve-se fazer um treinamento com a segurança para coibir esta prática

dentro das áreas do empreendimento.

As plantas ornitófilas são adaptadas à polinização ou dispersão por aves,

possuem características próprias, como abertura das flores no período diurno, cores

vivas, frutos carnosos entre outras. Por isso são fundamentais na dieta de aves

nectarívoras (como os beija-flores) e frugívoras (como as saíras). Por isso o resgate e a

transposição dessas plantas para outra área, serão importantes para que as aves tenham

sua fonte alimentar garantida.

Deverá ainda ser implantado um programa de monitoramento da avifauna de

longa duração para avaliar como o empreendimento realmente afetará a comunidade de

aves, avaliando as comunidades a curto, médio e longo prazo. Com a utilização de duas

técnicas de monitoramento (captura com rede de neblina e censo por pontos) toda a

comunidade de aves pode ser amostrada, fazendo um balanço entre as populações antes

A avaliação dos impactos ambientaissobre a mastofauna levou em consideração o

contexto regional no qual se pretende instalar e operar o empreendimento. E, por isso,

pode-se dizer que se trata de um empreendimento cujos impactos ambientais produzidos

serão mais graves durante a fase de operação do que na fase de instalação e medidas

mitigadoras de impacto devem ser tomadas, para a redução deste impacto durante estas

fases, bem como futuramente, quando findar a exploração dos minérios.

Os Quadros 23 e 24, sintetizam essa valaiação dos impactos sobre a mastofauna.

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263

Quadro 23 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Mastofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO

AMBIENTAL IMPACTO

AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Construções

Retificação e Construções de

Estradas e

Terraplanagem e Construção de

Benfeitorias

Fragmentação e perda de habitat

Terrestre (remoção do solo e cobertura

vegetal; compactação do solo)

Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7

Aquático (interrupção e assoreamento de

cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3

Movimentação de veículos

Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos

Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 3, 4, 5

Poluição sonora e do ar

Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Real Direta Curto prazo 2, 3, 12

Adensamento de mão-de-obra

Desenvolvimento de todas as atividades

previstas pelo empreendimento

Trânsito de pessoas

Caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 3, 4, 6

Deposição de resíduos

Disposição de resíduos sólidos

Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível (1) Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4

Produção de efluentes

domésticos e resíduos líquidos

Poluição de águas e solo

Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4

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Quadro 24 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Mastofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

OPERAÇÃO PRINCIPAL

ATIVIDADE ASPECTO

AMBIENTAL IMPACTO

AMBIENTAL

CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração

Forma de manifestação

Ocorrência Incidência Prazo de

ocorrência

Transporte

Transporte de pessoal, minérios para

beneficiamento e escoamento da

produção

Atropelamento Perda de espécimes da

fauna Irreversível Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 3, 4, 5

Lavras

Retirada dos minérios

Perda e fragmentação de

habitat

Terrestre (supressão da vegetação)

Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3

Aquático (interrupção e assoreamento de

cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3

Explosões

Poluição sonora e do ar

Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 12

Tremores de terra Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3

Disposição de materiais sólidos

Pilha de rejeitos Área degradada Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 2, 3, 4

Deposição de resíduos

Disposição de materiais sólidos

Poluição do solo Perda de habitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4

Produção de efluentes

domésticos e resíduos líquidos

Poluição de águas e solo

Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4

Adensamento de mão-de-obra

Desenvolvimento de todas as atividades

previstas pelo empreendimento

Trânsito de pessoas

caça Reversível (1) Local (3) Moderada (3) Moderada (7) Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 3, 4, 5, 6

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265

Com vistas a minimizar os impactos negativos sobre a mastofauna local e regional,

oriundos das fases de implantação e operação do empreendimento, recomenda-se:

1) Para a manutenção de habitats, o desmate deve ser realizado apenas nos locais em que

a prática é absolutamente necessária, evitando extrapolar o tamanho da área concedida para este

fim. A área do entorno do empreendimento que não tiver outra finalidade produtiva, deve ser

mantida com vegetação nativa, servindo de abrigo e refúgio tendo como objetivo proteger

amostras significativas dos ecossistemas regionais e com vistas à manutenção do patrimônio

genético das espécies, populações ou comunidades existentes.

Desta forma estaríamos garantindo a permanência das espécies que, futuramente, ao

término das atividades do empreendimento, poderão recolonizar as áreas a serem recuperadas.

Assim, a aquisição de áreas no entorno do empreendimento é uma medida compensatória do

impacto ambiental causado.

2) Implantação de Plano de Recuperação de Áreas Degradadas visando ganho e a

manutenção de habitats das áreas que foram e serão degradadas.

Esse plano deve iniciar tão logo seja implantado o empreendimento, e, ao final das

atividades de exploração e beneficiamento dos minérios, todas as áreas devem ser recuperadas,

com monitoramento de fauna para verificação dos processos de recolonização.

3) Implantação de Programa de Educação Ambiental dirigida aos trabalhadores e

visitantes, que frequentarão a área direta ou indiretamente atingida, fazendo palestras para

orientar as pessoas quanto as suas ações, valorizando a importância biológica da área e o

tratamento do lixo e materiais tóxicos.

4) Controle de limite de velocidade nas estradas da área de influência direta, para evitar

acidentes com a mastofauna (Fotos a e b), especialmente com os primatas, que são obrigados a

descerem ao solo para atravessar as estradas a pé, pela interrupção da conectividade de dossel

imposta, apesar de não estarem habituados a se locomoverem pelo solo.

5) Proibição da Caça. Durante os trabalhos de campo realizados para a elaboração deste

EIA, a caça de animais silvestres foi constatada em áreas de influência indireta do

empreendimento. Apesar de ser proibida no Brasil para cidadãos não tutelados, a caça é

amplamente disseminada pelo país, sendo praticada por indivíduos de todas as idades e

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266

condições sociais. Assim, cuidados como educação ambiental e fiscalização devem ser tomados

para evitar que todos os trabalhadores pratiquem a caça e/ou apreensão de qualquer espécime de

mamífero.

Foto a - Ouriço (Coendou prehensilis) atropelado em estrada de terra em área de uso indireto do empreendimento “Projeto

Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da

Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.

Foto b - Rastro de primata em estrada de terra localizada na Serra do Expedito, dentro da área de influência direta do empreendimento “Projeto

Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da

Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.

6) Recomenda-se a implantação de um programa de monitoramento da mastofauna

visando acompanhar as respostas destas espécies frente às alterações ambientais que serão

realizadas pelo empreendimento, bem como ao longo do processo de recuperação das áreas

degradadas durante a fase de operação do empreendimento e ao término de suas atividades.

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267

17.6. AIA Sobre o Meio Antrópico-Cultural

17.6.1. AIA sobre a Sócio-economia e o Patrimônio Histórico-Cultural

Para avaliar os impactos sobre a sócio-economia e o patrimônio histórico-cultural adotou-

se a mesma metodologia utilizada para os impactos sobre os fatores do clima, solos, relevo e

geologia e a vegetação. Ou seja, a matriz de avaliação simples e descritiva, em que os impactos,

foram qualificados quanto à natureza em: positivos ou negativos; quanto à causa: direto (efeito

direto da ação) ou indireto (efeito secundário); quanto à magnitude: baixa, média ou alta

intensidades; quanto à permanência: curta, média, longa duração, ou permanentes; quanto a

abrangência (extensão): pontual, local ou regional; quanto a reversibilidade: reversível e

irreversível; e finalmente, quanto à implicação (efeitos): irrelevante, sinérgico, e cumulativo.

Essa avaliação de impactos está apresentada de forma sintética no Quadro 25.

Quadro 25 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais sobre a socioeconomia e o patrimônio histórico cultural, nas fases de instalação, operação e de desativação do Projeto Aripuanã/MT.

Fase do empreendimento

Impacto ambiental

Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas

mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias

Instalação e operação

1) Aumento populacional a conseqüente demanda por estruturas e serviços urbanos básicos a cidade de Aripuanã não pode suprir

Implantação e operação do empreendimento

Negativo, direto, alta intensidade, longo prazo, regional, reversível, sinérgico.

Maximização da contratação de mão de obra local. Programa de Apoio ao Migrante.

2) Geração de empregos

Necessidade de mão-de-obra/especializada/desqualificada

Positivo, direto/ indireto, média/alta intensidades, longo prazo, local/regional, reversível, irrelevante/sinérgico.

Utilização de mão-de-obra local e regional (desqualificada e/ou especializada). Cursos de capacitação e treinamento.

Instalação e operação

3) Risco de ocorrência de acidentes de trabalho.

Implantação, e operação do empreendimento (extração e beneficiamento do minério).

Negativo, direto, média a alta intensidades, longo prazo, reversível/ irreversível, sinérgico.

Programa de Gerenciamento de Riscos de Segurança e Saúde Ocupacional com treinamentos nos riscos críticos. Atendimento às NR‟s do MTE (ex. EPI).

Monitoramento da saúde do trabalhador (PCMSO), Programa de Ed. Ambiental e campanhas de prevenção de acidentes.

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Fase do empreendimento

Impacto ambiental

Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas

mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias

4) Aumento de arrecadação municipal, estadual e federal

Pagamento de taxas/impostos/ contribuições, relativos à produção mineral.

Positivo, direto/ indireto, média a alta intensidades, longo prazo, regional, reversível, sinérgico.

Fiscalização.

Desativação e pós fechamento da mina

5) Demissão em massa de mão-de-obra.

Fechamento da mina e desativação do empreendimento.

Negativo, direto/indireto, média a alta intensidades, permanente, local/regional, reversível/irreversível, sinérgico.

Planejamento do descomissionamento com o envolvimento da comunidade. Fomento a atividades econômicas alternativas. Uso de mão-de-obra para as atividades de desativação do empreendimento (demolição e remoção das estruturas).

6) Redução drástica na arrecadação municipal, estadual e federal

Fechamento da mina e desativação do empreendimento.

Negativo, direto/indireto, média intensidade, permanente, regional, irreversível, sinérgico.

Planejamento para fechamento da mina. Fomento a atividades econômicas alternativas.

7) Passivos ambientais, com riscos de contaminação e para a saúde das pessoas.

Fonte de drenagem ácida no entorno das minas, potencial de contaminação química (chumbo, e outros), pilha de rejeitos

Negativo, direto, alta intensidade, permanente, irreversível, sinérgico.

Elaboração do Plano de Descomissionamento. Programa de monitoramento dos passivos ambientais.

17.6.2. AIA sobre o Patrimônio Arqueológico

Toda alteração do ambiente leva a algum tipo de impacto sobre o Patrimônio

Arqueológico, especialmente as alterações que modificam a topografia e o solo. Entretqanto, não

se pode considerar a perda do Patrimônio Arqueológico como certa, visto que, na etapa do

levantamento de campo não foram identificados pontos de ocorrência arqueológica na Área de

Influência Direta do empreendimento. Contudo, o fato da ocorrência de material arqueológico

não ter sido verificada in loco, não implica na confirmação de sua ausência, já que durante as

entrevistas foi obtida uma informação sobre a localização de vestígios na Área de Influência

Indireta do empreendimento. Além disso, somente através de prospecções sistemáticas de sub-

superfície poderá ser confirmada a presença ou ausência do material arqueológico.

Assim, há que se realizar um Programa de Prospecção Arqueológica na área do

empreendimento, que deverá contemplar ações de prospecções intensivas. A execução do

programa de prospecção é previsto para obtenção da Licença de Instalação, de acordo com a

Portaria 230/2002/IPHAN.

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