estudo da primeira carta de joão

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ESTUDO DA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO AUTOR: Apóstolo João DATA: Cerca de 90 dC AUTOR E RECEPTORES Embora esta carta seja anônima, seu estilo e vocabulário indicam claramente que foi escrita pelo autor do Evangelho de João. Os pais da Igreja também atribuem a carta ao apostolo João. A falta de especial dedicatória e saudação indicam que a carta foi circular, provavelmente enviada às igrejas perto de Éfeso, onde João passou seus últimos dias. DATA O peso de uma tradição antiga e forte sobre João ter passado seus últimos anos em Éfeso, junto com o fato do tom dos escritos sugerem que se trata de um produto de um homem maduro que passou por experiência espiritual profunda, apontam uma data próxima ao final do séc. I. Além disso, o caráter da heresia combatida na carta aponta para a mesma época, cerca de 90 dC. OCASIÃO E OBJETIVO João declara ter escrito para dar garantia da vida eterna àqueles que Crêem “no nome do Filho de Deus (5.13). A incerteza de seus leitores sobre sua condição espiritual foi causada por um conflito desordenado com os mestres de uma falsa doutrina. João refere-se aos ensinamentos como enganosos (2.26; 3.7) e aos mestres como “falsos profetas” (4.1), mentirosos (2.22) e anticristos (2.18,22; 4.3). Eles um dia tinham estado com a igreja, mas tinham se afastado (2.19) e tinham se “levantado no mundo” (4.1) para propagar sua perigosa heresia.

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ESTUDO DA PRIMEIRA CARTA DE JOO

AUTOR:Apstolo JooDATA:Cerca de 90 dCAUTOR E RECEPTORESEmbora esta carta seja annima, seu estilo e vocabulrio indicam claramente que foi escrita pelo autor do Evangelho de Joo. Os pais da Igreja tambm atribuem a carta ao apostolo Joo. A falta de especial dedicatria e saudao indicam que a carta foi circular, provavelmente enviada s igrejas perto de feso, onde Joo passou seus ltimos dias.DATAO peso de uma tradio antiga e forte sobre Joo ter passado seus ltimos anos em feso, junto com o fato do tom dos escritos sugerem que se trata de um produto de um homem maduro que passou por experincia espiritual profunda, apontam uma data prxima ao final do sc. I. Alm disso, o carter da heresia combatida na carta aponta para a mesma poca, cerca de 90 dC.OCASIO E OBJETIVOJoo declara ter escrito para dar garantia da vida eterna queles que Crem no nome do Filho de Deus (5.13). A incerteza de seus leitores sobre sua condio espiritual foi causada por um conflito desordenado com os mestres de uma falsa doutrina. Joo refere-se aos ensinamentos como enganosos (2.26; 3.7) e aos mestres como falsos profetas (4.1), mentirosos (2.22) e anticristos (2.18,22; 4.3). Eles um dia tinham estado com a igreja, mas tinham se afastado (2.19) e tinham se levantado no mundo (4.1) para propagar sua perigosa heresia.A heresia era um precursor do gnosticismo do sc. II, que ensinava que a matria era essencialmente ruim e o esprito era essencialmente bom. O ponto de vista dualista fez com que os falsos mestres negassem a encarnao de Cristo e, portanto, a ressurreio. O verdadeiro Deus, ensinavam eles, nunca poderia habitar um corpo material de carne e sangue. Portanto, o corpo humano que Jesus supostamente possuiu no era real, mas apenas aparente. Joo escreveu vigorosamente contra esse erro (2.22-23; 4.3).Eles tambm ensinavam que, como o corpo humano era um simples invlucro para o esprito interior, e como nada que o corpo fizesse poderia afetar o esprito interno, as distines ticas pararam de ser relevantes. Portanto, eles no tinham pecado, Joo responde esse erro com indignao (2.4,6,15-17; 3.3,7,9-10; 5.18).Gnosticismo uma palavra derivada do gregognosis, que significa conhecimento. Mais tarde, os gnsticos ensinavam a salvao atravs de esclarecimento mental, que acontecia somente para iniciados da elite espiritual, e no aos cristos comuns. Em virtude disso, eles substituram a f pelas buscas espirituais e exaltaram a especulao mais do que os dogmas bsicos do evangelho. Mais uma vez Joo reagiu energicamente (2.20,27), declarando que no h revelao particular reservada para alguns poucos intelectuais, e que todo o corpo de crentes possui a doutrina apostlica.O objetivo de Joo ao escrever, ento, era expor a heresia dos falsos mestres e confirmar a f dos verdadeiros crentes.CARACTERSTCASExistem grandes semelhanas entre o Evangelho de Joo e 1Joo. O tom da epstola amigvel e paterna, refletindo a autoridade que a idade e o apostolado trazem. O estilo informal e pessoal, revelando o relacionamento ntimo do apostolo com Deus e com o povo de Deus.CONTEDOEm primeiro lugar, Joo ressalta os temas do amor, luz, conhecimento e vida em suas advertncias contra a heresia. Esses elementos repetem-se por toda a carta, sendo o amor a nota dominante. Possuir amor evidncia clara de que uma pessoa crist, e a falta de amor indica que a pessoa est nas trevas (2.9-11; 3.10-23; 4.7-21).Joo afirma que Deus a luz, e a comunho com ele faz com que as pessoas caminhem em verdadeira comunho com outros crentes. A comunho com Deus e os irmos permite que as pessoas reconheam atravs da uno de Deus, a falsa doutrina e o esprito do anticristo.A comunho com Deus exige que se caminhe na luz e se obedea aos mandamentos de Deus (1.6-7; 2.3,5). Aquele que pratica justia justo, assim como ele justo (3.7), enquanto qualquer que no pratica a justia e no ama a seu irmo no de Deus (3.10). O amor ao Pai e o amor ao mundo so totalmente incompatveis (2.15-17), e nenhuma pessoa nascida de Cristo tem o hbito de praticar o pecado (3.9; 5.18). Cristo a anttese do pecado, e ele se manifestou para tirar os nossos pecados (3.5).O cap. 4 continua com o tema da identificao dos espritos rivais - falsos profetas que saram para o mundo (v.1). A fim de testar os espritos, nos devemos encontrar quem eles reconhecem como salvador e senhor. Todos os espritos que no reconhecem que Jesus Deus em carne no de Deus (v.3).A epstola termina com o testemunho de Jesus, o Filho de Deus. Jesus aquele que veio. O ttulo tcnico do Messias aquele que havia de vir ou aquele que veio (Mt 11.3; 1Jo 5.6). Joo o identifica como aquele que veio pela gua e pelo sangue, o Deus que veio e habitou entre ns, a palavra que tornou-se carne.Joo enfatiza tanto a divindade quanto humanidade de Jesus, declarando que Deus entrou completamente na vida humana atravs dele. Um teste do Cristianismo a crena correta sobre a encarnao (4.2,15; 5.1).Jesus nosso advogado junto ao Pai (2.1). O pecado no combina com a vida de um cristo; mas, se ele pecar, Jesus defende seu caso. Jesus a propiciao pelos nossos pecados (2.2; 4.10).Jesus tambm o nosso Salvador, enviado por Deus para nos resgatar do pecado (1.7; 3.5; 4.14). Apenas atravs dele podemos alcanar a vida eterna (5.11,12).Joo apresenta a segunda vinda de Jesus como um incentivo para que permaneamos firmes na f (2.28), e ele oferece a garantia de que nossa completa transformao semelhana de Cristo acontecer no momento de sua volta.O ESPRITO SANTOJoo descreve um ministrio triplo do Esprito Santo nesta carta. Em primeiro lugar, o dom do Esprito que nos assegura que em nosso relacionamento com Cristo, tanto ele fiel a ns (3.24) como ns somos fiis a ele (4.13). Em segundo lugar, o Esprito Santo testemunha a realidade da encarnao (4.2;5.6-8). Em terceiro, o Esprito guia os verdadeiros crentes a uma completa realizao da verdade em relao a Jesus, que eles podem se opor com sucesso aos herticos que negaram esta verdade (2.20; 4.4).ESBOO DA PRIMEIRA CARTA DE JOOI. A encarnao 1.1-10Deus tornou-se carne na forma humana 1.1-4Deus luz 1.5-10II. A vida de Justia 2.1-29Caminhada na luz 2.1-7Advertindo contra o esprito do anticristo 2.18-29III. A vida dos filhos de Deus 3.1-4.6Justia 3.1-12Amor 3.13-24Crena 4.1-6IV. A fonte do amor 4.7-21V. O triunfo da Justia 5.1-5VI. A garantia da vida eterna 5.6-12VII. Certezas crists 5.13-21