reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

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1 REFLEXÕES PRIMEIRA CARTA DE JOÃO Capítulos de 1 a 3 Pr. Eli da Rocha Silva

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REFLEXÕES

PRIMEIRA CARTA DE JOÃO

Capítulos de 1 a 3

Pr. Eli da Rocha Silva

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CAPÍTULO 1

(v.1) O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os

nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a

respeito do Verbo da vida

1. João nos traz à lembrança os primeiros versículos do evangelho que

leva o seu nome como autor: “No princípio era o Verbo” (v.1). Aqui

temos a afirmação que o Verbo, conhecido historicamente como

Jesus, já estava antes de todas as coisas.

2. O escritor elenca as prerrogativas do apostolado (Atos 1.21-22): “O

que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos

e as nossas mãos apalparam”.

3. “O Verbo da vida”. Nele todas as coisas foram criadas (João 1.3;

Col. 1.16). O Verbo que se manifesta em carne, é o mesmo que dá

vida e faz com que todas as coisas passem a existir.

(v.2) (pois a vida foi manifestada, e nós a temos visto, e dela testificamos,

e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e a nós foi

manifestada);

1. “A vida foi manifestada”. Stott em seu comentário escreve: “O

Eterno penetrou no tempo e foi manifestado aos homens” (pg.52).

2. Tendo vivido bastante (cerca de 100 anos), João passa a testemunhar

do que ele mesmo viu a outro plenário, outra geração, outros novos

discípulos, por volta dos anos „85 e 100 d.C‟ (NIBB).

3. A proclamação evangélica de João tinha a força do testemunho de

quem esteve com o Verbo manifestado em carne (João viu, sentiu,

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apalpou e esteve ao pé da cruz). O centro da sua anunciação era a

vida eterna disponibilizada pelo Pai.

(v.3) sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós

também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai,

e com seu Filho Jesus Cristo.

1. Os anunciadores precisam ser fiéis quando da transmissão do

evangelho: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos”. Não

podemos mudar uma vírgula da mensagem evangélica que deve

pregada.

2. O propósito da pregação evangélica: “Para que vós também tenhais

comunhão conosco”. A mensagem evangélica não é exclusivista,

mas inclusivista. A mensagem é para pessoas de todas as épocas; a

mensagem traz para a comunhão aqueles que estavam fora.

3. A comunhão que João propõe aos seus leitores não se reflete apenas

em encontros de confraternização e de mesas abastecidas, que

rapidamente caem no esquecimento, mas de participação nas coisas

relacionadas ao Pai e ao Filho, tais como arrependimento, fé,

salvação e posse da vida eterna.

(v.4) Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo seja completo.

1. As informações anteriores, e as que virão, têm um fim a ser

alcançado: “Para que o nosso (vosso) gozo seja completo”. Não era

do feitio de João escrever como alguém que praticava um hobby, um

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passatempo, mas sim, com um fim almejado: a comunicação da vida

eterna e a comunhão.

2. O conhecimento de Cristo através do evangelho traz aos seus

ouvintes alegria plena. Isso é o resultado da comunhão que passamos

a desfrutar com o Pai e o Filho, na iluminação do Espírito Santo.

3. A alegria plena não é resultado das coisas que conseguimos na vida.

Alguém pode perder tudo, mas não perder a alegria que é fruto do

Espírito (1 Ts 1.6).

4. O gozo, ao qual João se refere, é fruto de uma vida dedicada a Deus,

pois não foi sem sofrimento que os crentes de sua época vivenciaram

a fé. O próprio João se viu privado da comunhão dos crentes quando

preso na ilha de Patmos.

(v.5) E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus

é luz, e nele não há trevas nenhumas.

1. O apóstolo não formulou uma mensagem propriamente sua, mas se

reservou a transmitir o que havia ouvido.

2. A mensagem que anunciou foi a que Deus é luz. João fala acerca de

algo essencial de Deus; uma expressão de Si mesmo. Sendo luz, de

Deus emana luz, não pode vir Dele algo diferente da luz: “Nele não

há trevas nenhumas”.

3. Ao escrever o Evangelho, João descreve Jesus como a luz que veio

iluminar a todo homem (1.6-9).

4. O próprio Jesus diz de si mesmo: “Eu sou a luz do mundo; quem me

segue não andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”

(João 8.12).

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Capítulo 1. 6-10

Acho interessante a forma que João escreve a sua carta, quando ele usa de

modo insistente a palavra„se‟. Das suas variadas aplicações, duas são as

mais conhecidas: 1) Pronome Reflexivo: A palavra se será pronome

reflexivo quando indicar que o sujeito pratica a ação sobre si mesmo.

Nesse caso, o verbo concordará com o sujeito. Ex. A menina machucou-se

ao cair do brinquedo. As meninas machucaram-se; 2) Conjunção

Subordinativa Condicional: A palavra se será conjunção subordinativa

condicional, quando iniciar oração subordinada adverbial condicional, ou

seja, quando iniciar oração que funcione como adjunto adverbial de

condição. Ex. Tudo estaria resolvido, se ele tivesse devolvido o dinheiro

(Internet).

(v.6) Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas,

mentimos, e não praticamos a verdade;

1. Tendo escrito a sua carta para que seus leitores viessem à comunhão,

João leva-os a compreender que dizer não é tudo, mas sim o tipo de

comportamento que devem ter.

2. Tendo ensinado que em Deus não há treva alguma (v.5), quem nela

andar está fora da comunhão; e mais, não passa de um mentiroso,

porque não pratica a verdade. Em síntese, aquele que assim procede

engana-se a si mesmo.

3. O conceito de Jesus para quem anda nas trevas, é a prática às

escondidas das coisas que são reprovadas se praticadas diante da luz

(João 3-19-21).

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(v.7) mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns

com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo

pecado.

1. “Deus é luz” (v.5). Sendo luz, Ele mesmo está na luz, e

consequentemente, aqueles que com Ele estão desfrutam da Sua luz.

2. O apóstolo elenca os resultados positivos de estarmos na luz: 1)

temos comunhão uns com os outros. A comunhão que temos entre

nós na igreja é resultado imediato da comunhão que temos com Deus

(v.3); a falta de comunhão entre nós pode denunciar que não temos a

Deus; e,

3. 2) Quando andamos na luz somos purificados pelo sangue de Jesus,

o Filho; a purificação é completa, é irrestrita: “de todo pecado”.

Nem pecadinhos, nem pecadões, se assim podemos classificar o

pecado, mas de todo e qualquer pecado; inclusive a falta de

comunhão entre os irmãos.

(v.8) Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós

mesmos, e a verdade não está em nós.

1. Muitos anos antes de João e de seus leitores, o próprio Davi

conceituou o pecado como uma herança: “Eu nasci em iniqüidade,

em pecado minha mãe me concebeu” (Sl 51.5). Então, dizer „não

temos pecado nenhum‟ não de extrema ignorância; pelo menos o rei

Davi diria isso.

2. “Enganamo-nos a nós mesmos”. Esta expressão joanina nos lembra

outra: „Me engana que eu gosto‟. Tem gente que gosta de viver

assim, enganando e sendo enganado. O perigo é que todo aquele que

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passa a acreditar em sua mentira, passa ensiná-la aos outros como se

fosse uma verdade.

3. “A verdade não está em nós”. Se a verdade não está em nós,

corremos o risco de estarmos sem Cristo, pois Ele mesmo disse: “Eu

sou...a verdade”. Pessoas vazias da verdade insistem em levar uma

vida de mentiras.

(v.9) Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos

perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

1. João precisava trabalhar muito com aqueles que tinham a

mentalidade do versículo anterior. Como alguém que diz não ter

pecado vai confessar alguma coisa? É claro que João, com aquele

jeito paizão de ser, soube conduzir as pessoas à reflexão.

2. João teve que explicar o que é pecado; teve que dizer mais do que

dizemos às pessoas dos nossos dias; que pecado é errar o alvo, e

mais nada, paramos por aí. É que muitas vezes falamos docemente

sobre o pecado (medo de ofender o pecador); aí, não convencemos

ninguém! (E ainda atrapalhamos o Espírito Santo a quem foi dada a

tarefa do convencimento – João 16.8,9).

3. Depois de conscientizados do pecado, aquele que o confessar, terá da

parte de Deus, que é fiel e justo, o perdão dos pecados e a

purificação de toda injustiça. Citando Stott: perdão (o débito é

quitado); purificação (a mancha é removida).

(v.10) Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo

mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

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1. Devemos entender que este versículo não se trata de mera repetição

do verso oito, mas sim, de outro conceito bíblico-teológico; lá, a

lembrança do pecado como uma herança maldita; aqui, o resultado

da herança, os juros; lá, a causa; aqui, a conseqüência.

2. João nos ensina a termos cuidado sobre o que pensamos de nós

mesmos. É possível que, mesmo carregados de pecados, alguém ache

que não pecou, porque nunca matou, nunca roubou, nunca adulterou,

nunca isso ou nunca...qualquer outro erro. Se João escrevia a fim de

que eles conhecessem o evangelho, é certo que já haviam cometido

pecado, mesmo que não soubessem alistá-los.

3. Se dissermos que não temos, ou que não cometemos pecado,

fazemo-lo mentiroso, pois está escrito que todos pecaram (Rm 3.23 e

outros).

4. “E a sua palavra não está em nós”. Repito o que disse no item 3 do

verso 8: „Se a palavra não está em nós, corremos o risco de estarmos

sem Cristo, pois Ele é a Palavra que encarnou para estar entre nós

(João 1.14).

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CAPÍTULO 2

(v.1) Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se

alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.

1. A preocupação de João foi escrever para que os crentes não

pecassem; ele falou do perigo de dizermos que não pecamos ou que não

temos pecado, pois assim estaríamos fazendo Deus mentiroso; e o seu

cuidado era justamente evitar essa falha na vida dos seus leitores. O

caminho da vida cristã excelente é o fato de não pecarmos. O desejo de

João é um só: “Eu vos escrevo para que não pequeis”.

2. Mas o pecado por ser uma realidade no mundo, podia também

tornar-se realidade na vida do crente. E aí, o crente deve cair em desespero,

desistir da vida cristã, pois acha que o pecado é maior que ele? Qual atitude

tomar?

3. João tem o que cuidado de instruir os seus leitores, os seus filhos na

fé, que não tomem uma atitude que possa levá-los a um perigo maior. Caso

alguém pecasse, o que fazer? João mesmo instruiu quanto ao que deve ser

feito: “Mas, se todavia alguém pecar”. Se por um descuido, ou até mesmo

por autossuficiência, alguém pecar por acreditar que não peca, João diz

que: “Temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo”.

4. Mas é bom salientarmos que João não está estimulando ou dando a

liberdade para que alguém peque. Na verdade o pecado pode acontecer

como um acidente no percurso da vida cristã.

5. Ninguém deve abusar do fato de ter o Advogado junto ao Pai, e

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assim, viver uma vida sem luta contra o pecado. Ninguém deve ser

Pecadeiro, isto é, aquele que vive na prática e alguns até da prática do

pecado (Ver John Langston).

(v.2) E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos

nossos, mas também pelos de todo o mundo.

1. “Ele é a propiciação pelos nossos pecados”. Propiciação: Sacrifício

que afasta a ira divina (Nota rodapé da NIBB). O Advogado é também

Aquele que foi oferecido pelos pecadores.

2. João Batista, a respeito de Jesus disse: “Eis o Cordeiro de Deus que

tira o pecado do mundo” (João 1.29). Jesus é Aquele que foi oferecido para

remoção do pecado, e por conseguinte, o afastamento da ira de Deus sobre

o pecador. Tendo sido Jesus oferecido em favor dos pecadores, estes foram

por Ele justificados (Rm 4.25-5.1).

3. Jesus foi oferecido de uma vez por todas, não havendo a necessidade

de quaisquer outros sacrifícios para estamos bem com Deus (Rm 5.1 –

temos paz com Deus). A apresentação de Jesus como o Cordeiro suficiente

diante de Deus, tem um efeito continuado, isto é, para os crentes dos dias

de João (dos nossos), para todos que viessem a ser crentes (mas também

pelos pecados de todo mundo). Aqui nos encaixamos muito bem!

4. Ao dizer de todo mundo, João não estava ensinando que todos

recebiam automaticamente os benefícios de terem tal Advogado, mas que

este estava à disposição de todos que quisessem buscá-Lo (Pesquisem

sobre UNIVERSALISMO: Teoria de que todos serão salvos um dia).

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CAPÍTULO 2. 3-6

(v.3) E nisto sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus

mandamentos.

1. O teste final e definitivo (BA) para sabermos se o conhecemos de

fato é a guarda dos seus mandamentos. O simples fato de alguém

dizer que o conhece não muda muita coisa; o que vale mesmo é o

testemunho através da prática do que Ele ensinou.

2. O próprio crente pode fazer a sua autoavaliação a partir do que sabe

quanto a guarda da palavra de Deus. Fazendo assim, ele não correrá

o risco de enganar-se a si mesmo.

3. Jesus tinha real interesse que seus seguidores observassem os seus

mandamentos, a ponto de dizer: “Se guardardes os meus

mandamentos, permanecereis no meu amor” (João 15.10a).

(v.4) Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é

mentiroso, e nele não está a verdade;

1. Como dizer é fácil, é possível que muitos digam que conhecem ao

Senhor, mas em seguida, as suas ações demonstram o quanto estão

enganados. E pior, o quanto querem enganar.

2. Repetimos o que já foi dito: o teste final desse conhecimento de

Cristo é a guarda dos seus andamentos.

3. João adjetiva de mentiroso aquele que diz conhecer ao Senhor, mas

não guarda os seus mandamentos. O termo grego é pseutes, que

significa falso. João também diz: “e nele não está a verdade”; a

falta da verdade desqualifica alguém para ser verdadeiro.

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(v.5) mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem

aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele;

1. João faz a contraposição, o contraste entre aquele que diz conhecer a

Cristo, mas não guarda os seus mandamentos, com qualquer que

guarda a sua palavra.

2. Enquanto o primeiro é falso e não tem nele a verdade, o segundo,

nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus.

3. Sabemos que estamos em Cristo, quando o amor de Deus é em nós

aperfeiçoado. Sendo Deus amor, nada podemos fazer em relação a

Ele, mas é o Seu amor nos leva a uma condição de plenitude, de

completo enchimento.

4. Cito Stott que diz: “O verdadeiro amor a Deus se expressa, não em

linguagem sentimental ou em experiência mística, mas na obediência

moral. A prova de amor é a lealdade” (Com. 1ª Carta).

(v.6) aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou.

1. São duas situações: 1) Sabemos que estamos Nele, e 2) Dizemos que

estamos Nele. O primeiro caso é um assentimento pessoal: sei que

estou, sinto que estou Nele; o segundo caso é a exposição da minha

conclusão pessoal: sei que estou Nele, por isso falo.

2. “Andar como ele andou”. Mas o que digo aos outros deve ser

demonstrado pelas minhas ações; a minha fala deve ser ratificada

pela minha conduta. A minha conduta deve ser orientada pela

conduta do próprio Cristo.

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3. Paulo nos dá a fórmula da conduta de Cristo: “Tende em vós aquele

sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5). „A

conformidade do cristão deve ser com o exemplo de Cristo‟ (Stott).

Aliás, só se é cristão por causa dessa conformidade. Podemos

escrever a cláusula assim: Conformidade com Cristo (Stott); não

conformidade com o mundo (Paulo).

CAPÍTULO 2. 7-11

(v.7) Amados, não vos escrevo mandamento novo, mas um mandamento

antigo, que tendes desde o princípio. Este mandamento antigo é a

palavra que ouvistes.

1. João dá aos seus leitores um tratamento afetuoso, íntimo, que

mostrava de fato o que ele sentia por aqueles crentes; ele os chama

de “Amados”. Muitas pessoas têm, por viverem o ambiente da igreja,

de chamar alguns irmãos de amados.

2. O apóstolo não estava escrevendo a respeito de nenhum mandamento

novo, mas antigo; os seus leitores tinham, ou já conheciam desde o

princípio da fé cristã; eles aprenderam o mandamento do amor; mas

o amor era tão antigo, a ponto de remontar ao princípio de todas as

coisas.

3. O mandamento do amor foi ensinado pelo próprio Jesus aos seus

primeiros discípulos (João 15.12). Em certo sentido, o mandamento

que João leva os seus leitores a refletirem, era novo para eles, mas ao

mesmo antigo para o apóstolo, pois fora ensinado pelo próprio Jesus.

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Em outras palavras, diríamos que João não inovou, mas trouxe à

memória dos novos crentes, aquilo que ele mesmo recebera.

(v.8) Contudo é um novo mandamento que vos escrevo, o qual é

verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a

verdadeira luz.

1. O mandamento é novo na forma como deve ser aplicado e praticado

na igreja. O mandamento é verdadeiro, é factual, na Cabeça (Nele) e

no corpo (em vós). A igreja deve vivenciar esse novo mandamento

(mas antigo) que é o amor.

2. O mundo que vivia em trevas viu brilhar a luz, e esta luz é o próprio

Cristo (João 1.4-9). A que veio ao mundo vai brilhando de forma

individual em cada crente, pois o achegar-se para a luz é decisão

pessoal (João 3.19-21).

(v.9) Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas

trevas.

1. A vida na igreja é muito mais que um discurso; alguns podem dizer e

até achar que estão na luz, mas é o trato com o irmão quem definirá

se estão ou não na luz.

2. Se o ódio é o perverso inverso do amor, o crente odiento é tudo,

menos crente. Ele pode ser chamado de crente por ser membro de

uma igreja local, mas por ser odiento, está de fato nas trevas, logo,

está sem Cristo.

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3. Não consigo pensar que haja crentes odientos na igreja.

(v.10) Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há

tropeço.

1. A prática ou não do amor parece ser o indicador de quem é mesmo

crente ou incrédulo.

2. Quem ama permanece em Cristo, pois Ele é a luz que veio ao

mundo.

3. Quem está em Cristo „anda bem‟ por estar na luz, e não é motivo de

tropeço ou escândalo para o seu irmão.

(v.11) Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas

trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe cegaram os

olhos.

1. Aquele que aprendeu a respeito do amor, mas que não consegue

praticá-lo, por viver uma vida de ódio “está nas trevas, e anda nas

trevas, e não sabe para onde vai”.

2. Nós falamos em ódio, que é uma palavra bastante pesada, pois o

próprio João a usou, mas existem crentes rancorosos, de „cara‟

virada, intolerante sem domínio próprio.

3. Em síntese, podemos dizer que há muitos crentes que, por viverem

mais as obras da carne, não conseguem produzir o fruto do Espírito.

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CAPÍTULO 2. 12-17

(v.12) Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados,

por causa do seu nome.

(v.13) Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o

princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno.

(v.14) Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos

escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu

vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e

tendes vencido o Maligno.

1. O escritor usa dois tempos para o verbo: presente (eu vos escrevo) e

passado (eu vos escrevi) (vv.12-14). Talvez com a mesma idéia,

quando nós colocamos em nossas cartas, estudos e reflexões, a

expressão „conforme acima‟. É bem possível que João esteja se

referindo ao que escrevera até o versículo onze

2. Quem são os filhinhos, pais e jovens referidos por João? Alguns

comentaristas entendem que João não se referia à idade cronológica,

mas aos possíveis estágios da vida cristã. Stott cita que Agostinho

favorecia essa ideia, e assim escreve: “Os filhinhos são os recém-

nascidos em Cristo; os jovens são cristãos mais desenvolvidos, fortes

e vitoriosos na luta espiritual; enquanto que os pais possuem

profundidade e a estabilidade da experiência cristã amadurecida”.

3. E preciso observar que João usa duas expressões gregas para

filhinhos. No verso 12, ele usa teknia, que “salienta a associação

natural entre a criança e seu pai” (Stott) (Ver Mateus 21.28); usa

também paidia (v.14), que “se refere à menoridade da criança como

alguém sob disciplina” (Stott) (Ver Mateus 19.13,14).

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4. v.12,14a - João escreve aos filhinhos que tiveram os pecados

perdoados pelo nome de Jesus, e que por meio de Jesus também

passaram a conhecer o Pai (João 14.7).

5. Os pais representavam o segundo grupo de discípulos, a dos mais

experimentados, amadurecidos na fé, aqueles que conheciam a Deus,

o Eterno (v.13 a).

6. Os jovens, como o terceiro grupo de discípulos, representavam

aqueles que, já instruídos na palavra que neles permanecia, eram

fortes o suficiente para vencerem o maligno pela própria palavra.

(v.15) Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém

amar o mundo, o amor do Pai não está nele;

1. João trata de duas coisas irreconciliáveis: o amor ao mundo e o amor

a Deus. Aqueles que nasceram de novo, que eram os discípulos, a

quem João escrevia, deviam saber a quem direcionar o seu amor.

2. “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo”. Mais à

frente, João vai dizer que o mundo jaz no maligno, e aqueles que

amam o mundo e o que há nele, não tem como ter comunhão com o

Pai.

3. Aquele que optar pelo mundo, o amor do Pai não está nele, logo,

está perdido e sem Deus no mundo.

(v.16) porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a

concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas

procede do mundo.

1. João faz uma lista das coisas que há no mundo que não convêm

àqueles que professam o nome de Deus. O desejo da carne é a

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inclinação natural para o erro (Gl 5.16); o desejo dos olhos é “a

tendência para deixar-se cativar pela exibição externa das coisas...,

Eva viu a árvore..., Acã viu a capa babilônica... e Davi viu Bate-

Seba” (Stott cita Dodd).

2. “A soberba da vida = alazoneía tou bíou”. Alazoneía= pretensão,

arrogância, fanfarronice. Deriva de alazon= orgulhoso, pedante,

jactancioso (Ver Rm 1.30; 2 Tm 3.2). O que o fanfarrão quer mesmo

é impressionar.

3. Uma vida de arrogância, de ostentação e de vaidade extremada. Cito

apenas Champlin: “Existe aquela paixão egoísta de viver acima dos

outros e com conforto e lazer excessivos. Essa paixão conduz a

várias formas de ostentação, de impropriedades nas vestimentas e

na maneira de viver”.

4. O apóstolo termina dizendo que todas essas coisas que há no

mundo,...,não procede do Pai, mas procede do mundo. Quem pratica

as coisas próprias do sistema do mundo é mundano. Paulo nos

orienta a não nos conformarmos com este mundo (Rm 12.2).

(v.17) Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele,

porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

1. Por que canalizar tanto esforço e tempo com o que é passageiro? Por

mais que o homem corra de um lado para outro, a fim de construir

riquezas, ele passará. Jesus conta a parábola de um homem que

armazenou muito bens, mas ao fim da vida foi-lhe perguntado: “o

que tens preparado, para quem será?” (Lc 12.22).

2. Quantos exemplos, de pessoas que levaram a vida em luxo e prazer,

mas que o seu final foi apenas desgraça. Jesus nos dá outro exemplo,

quando conta a parábola do rico e de Lázaro (Lc 16.19ss).

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3. Na parábola do rico e de Lázaro, vemos claramente as duas situações

abordadas por João: “o mundo passa”: o rico e o seu luxo passaram;

“aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece para

sempre”: Lázaro.

CAPÍTULO 2. 18-23

(v.18) Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o

anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos

que é a última hora.

1. Alguns autores concordam que havia uma expectativa da iminência

da volta do Senhor, isto é, já no fim do primeiro século (Ver Rm

13.11).

2. Quando escreveu aos Tessalonicenses a sua segunda carta, Paulo

disse que eles não deviam deixar-se enganar, “supondo tenha

chegado o dia do Senhor” (2.2); um dos sinais da vinda do Senhor

está em 2.3. Paulo escreveu a sua carta em 51 d.C.

3. Tendo João escrito a sua primeira carta em 90 d.C, com certeza o

cenário político já não era o mesmo do tempo de Paulo.

4. João sentiu na própria pele (Ap. 1.9) o ódio daqueles que eram

anticristos, e por conseguinte, anticristãos. O próprio Jesus alertou os

seus discípulos de que estariam expostos às atividades anticristãs

daqueles que odeiam o evangelho (João 17.6-26).

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(v.19) Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos

nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que

se manifestasse que não são dos nossos.

1. É possível que os anticristos (v.18) se levantaram e saíram da própria

comunidade cristã.

2. Quando saíram da comunidade cristã, os falsos crentes puderam ser

vistos como na verdade eram, pois a máscara da falsa piedade caiu.

3. A saída do grupo de falsos crentes (joio) possibilitou que, de modo

muito mais visível, os verdadeiros crentes (trigo) professassem a

Jesus como seu Senhor e Cristo.

(v.20) Ora, vós tendes a unção da parte do Santo, e todos tendes

conhecimento.

1. A Bíblia de Estudo Vida traz a seguinte nota: “Aqui, a unção do

Espírito Santo significa um tipo de certificado. A nossa unção sugere

que estamos completos em Cristo. Essa unção também dá a entender

uma contínua presença e ministério interno do Espírito, protegendo-

nos de falsos mestres e líderes e auxiliando-nos a discernir entre o

certo e o errado”.

2. Hoje há muita confusão em relação ao assunto „unção‟. Tem muitos

crentes rogando unção; mas, a qual unção eles estão se referindo? O

recebimento do Espírito, sendo ato único e definitivo, acontece

quando, pelo convencimento do próprio Espírito, reconhecemos

nossos pecados e confessando-os, aceitamos o sacrifício e o senhorio

de Cristo.

Page 21: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

21

3. Os benefícios de termos o Espírito, entre muitos, são: o selo (Ef

1.13), o dinamismo (Atos 1.8) o fruto (Gálatas 5.22ss) e os dons

(Romanos 12.6-8; 1 Co 12 e 14 e Efésios 4.11).

(v.21) Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a

sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.

1. João não teve a intenção de dar um ensino novo, mas reforçar na

mente e coração da comunidade de crentes, as coisas que eles já

sabiam.

2. O problema principal na igreja era a infiltração dos falsos ensinos,

das heresias. Homens que se diziam cristãos, e tinham até cadeira de

mestres na comunidade, quiseram implantar a heresia do gnosticismo

e do docetismo.

3. Gnosticismo: “Gnósticos acreditam que a matéria é essencialmente

perversa e que o espírito é bom. Como resultado dessa

pressuposição, os Gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no

corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque

vida verdadeira existe no reino espiritual apenas (Internet)”. Diziam

que: “o conhecimento e superior à virtude” (Bíblia Anotada).

4. Docetismo: “Jesus já existia como homem quando o "espírito de

Cristo" veio controlá-lo, não houve verdadeira encarnação de

Cristo, nem o Cristo sofreu ou morreu, tão somente o Cristo Divino

apossou-se de Jesus, quando de seu batismo, e o abandonou quando

de sua morte na cruz. O homem Jesus em sentido algum seria Deus,

mas tão-somente um homem um pouco melhor e mais sábio do que

os demais” (Internet).

Page 22: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

22

(v.22) Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?

Esse mesmo é o anticristo, esse que nega o Pai e o Filho.

1. A falsa doutrina ensinava ser inconcebível a possibilidade do Jesus,

homem, ser o Cristo, sendo este divino.

2. Os falsos mestres eram a continuidade da semente da dúvida

plantada pelo diabo: “Se é o Filho de Deus, manda que estas pedras

se transformem em pães” (Mat. 4.3). Satanás falhou em sua tentação,

mas mesmo assim conseguiu implantar a dúvida e a mentira.

(v.23) Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; aquele que

confessa o Filho, tem também o Pai.

1. A negação do Filho é abrir mão do Pai; confessar o Filho, é ter

também o Pai; qualquer exclusão de Um leva o indivíduo a não ter

Nenhum.

2. Jesus mesmo se encarregou de explicar o estreito relacionamento

Dele com o Pai, quando Filipe lhe pede que lhes mostre o Pai (João

14.8-11).

CAPÍTULO 2. 24-29

(v.24) Portanto, o que desde o princípio ouvistes, permaneça em vós. Se em

vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também vós

permanecereis no Filho e no Pai.

Page 23: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

23

1. João não quer passar pela mesma tristeza de Paulo, quando este,

reprova o comportamento dos crentes da Galácia, por terem se

desviado tão depressa do verdadeiro Evangelho (Gl 1.1-9).

2. Os ensinos que os crentes receberam no princípio da fé, quando

foram convertidos pela ação do Espírito Santo, deviam permanecer

neles; eles receberam o mesmo ensino dos primeiros crentes (Atos

2.42), e nesse ensino deviam permanecer.

3. O Evangelho de Cristo, pregado pelos apóstolos e evangelistas,

permanecendo nos crentes, significa que eles conservam a comunhão

com o Filho e com o Pai. Mas o contrário disso também é verdade:

aquele que deixar o evangelho deixa também o Filho e o Pai. De vez

em quando a igreja, infelizmente, precisa desligar do seu rol aqueles

que abandonaram o evangelho.

(v.25) E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.

1. “Como resultado dessa lealdade ao Filho e ao Pai e dessa

comunhão com Eles, gozaremos “a vida eterna” prometida. A

terrível conseqüência da herética negação do Filho era a perda da

vida, bem como do Pai” (Stott).

2. Para os que permanecem no Evangelho (no Filho e no Pai)

permanece a promessa. O autor da carta aos Hebreus nos permite

fazer a seguinte ponte com o texto de João: “Retenhamos firmes a

confissão da nossa esperança: porque fiel é o que prometeu... E esta

é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (Hebreus 10.23 e 1 Jo

2.25).

(v.26) Estas coisas vos escrevo a respeito daqueles que vos querem

enganar.

Page 24: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

24

1. Tudo o que João escreveu até agora (e a continuidade da carta), tem

como objetivo, alertar os crentes do perigo de darem ouvidos aos

falsos mestres.

2. Os falsos mestres, os falsos apóstolos, os falsos pastores ou qualquer

um (até anjos) que ensine algo diferente do evangelho de Cristo

devem ser evitados.

3. João não diz que eles quiseram seduzir, e pararam porque não

tiveram êxito, ele diz: “querem vos seduzir”. Trata-se de uma

atividade constante, continuada. E hoje, o engano está muito mais

facilitado de entrar sorrateiramente em nossas casas: pela TV, pelo

rádio, Internet e outros meios de comunicação.

(v.27) E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não

tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção

vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é

mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei.

1. A unção é o próprio Espírito que recebemos (Ver Comentário

Reflexão 7 sobre o v.20).

2. João não está dizendo que devemos abrir mão dos verdadeiros

mestres; pois assim não havia necessidade de Cristo estabelecer na

igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4.11).

3. O que devemos entender da sua afirmação, é que o próprio Espírito

ilumina aqueles que servem a Deus através da proclamação e do

ensino do Evangelho de Cristo.

4. “Permanecei nele”. Há uma indicação de permanência Nele, assim

como Ele mesmo disse, e João escreveu em seu Evangelho (João

15.1-10).

Page 25: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

25

(v.28) E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se

manifestar, tenhamos confiança, e não fiquemos confundidos diante

dele na sua vinda.

1. Tendo insistido para os crentes permanecerem Nele, João deixa

algumas linhas escatológicas para os seus leitores.

2. O Cristo pregado por João há de manifestar-se, e aqueles que

permanecerem Nele vão encontrá-Lo de cabeça erguida, com

confiança.

3. Jesus se manifestará na sua vinda (parousia), e os que estiverem

Nele não ficarão envergonhados; estarão de pé diante do Senhor, ou

estarão reverentemente ajoelhados, para receberem-No ou serem por

Ele recebidos (ambas as coisas estarão acontecendo).

4. Os outros, aqueles que não permaneceram Nele, não terão a mesma

confiança dos crentes fiéis; ficarão confundidos, envergonhados e

cairão em desgraça, afastados para sempre do Senhor.

(v.29) Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a

justiça é nascido dele.

1. Os crentes, leitores de João, e os crentes de todas as épocas, sabiam e

sabem que Deus é justo, e por sermos filhos de Deus, devemos

refletir a sua imagem e semelhança (Gn 1.26).

2. O que se espera dos crentes é a prática da justiça, do contrário, tal

indivíduo não pode dizer que é crente. Como está a nossa prática da

justiça?

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26

CAPÍTULO 3

Deus é Pai e é santo. Seus filhos são também santos

(Subdivisão Bíblia de Estudo Almeida)

(v.1) Vede que grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos

chamados filhos de Deus; e nós o somos. Por isso o mundo não nos

conhece; porque não conheceu a ele.

1. O amor dedicado aos filhos naturais „parece‟ não requerer nenhum

tipo de sacrifício, o que difere do amor dedicado aos filhos por

adoção. Para filhos naturais o amor nasce também de modo natural.

2. É insuperável e inexplicável o amor de Deus, nos dando o privilégio

de levarmos o seu nome, de sermos chamados de Seus filhos. Somos

filhos gerados pela natureza divina E preciso observar que João usa

tékna no verso 1, que “salienta a associação natural entre a criança

e seu pai” (Stott) (Comentário 2.12).

3. Na segunda parte do versículo, João fala a respeito daqueles que não

são considerados filhos de Deus: “Por isso o mundo não nos

conhece; porque não conheceu a ele”. Não há respaldo para a

afirmação que todos são filhos de Deus; Jesus disse quem são os

filhos (João 1.12).

(v.2) Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que

havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos

semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos.

1. Agora somos filhos, pois antes, quando éramos do mundo, não

tínhamos adquirido a condição de filhos de Deus. Mesmo sendo

Page 27: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

27

novas criaturas, ainda não atingimos um estado ou algo que ainda

seremos que não está reservado para este tempo presente.

2. “Seremos semelhantes a ele”. Jesus mesmo nos dá uma indicação

em João 17 e Paulo em Romanos 8.17. Na verdade, seremos todos

preparados para a vida eterna (1 Co 15.50-53).

(v.3) E todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim

como ele é puro.

1. Qual esperança João se refere? A esperança da sua manifestação

(aparição) e a de sermos como Ele mesmo é.

2. A esperança nos coloca em prontidão; a esperança nos faz saber que

é exigida uma vida de pureza, pois Aquele a quem a esperança nos

direciona é puro.

3. Mesmo que não alcancemos aqui o que deveremos ser, a busca da

vida pura, santificada e íntima com Cristo deve ser buscada

diariamente.

(v.4) Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na

rebeldia, pois o pecado é rebeldia. “Todo aquele que pratica o pecado

também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei”

(ARA).

1. Anteriormente, João falou de pureza, agora ele fala de pecado. A

vida de filhos de Deus não combina com a vida direcionada pelo

mundo.

2. O pecador é por essência um transgressor, pois pecar é transgredir a

lei; esteja João se referindo ao AT ou ao que já existia circulando

Page 28: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

28

como NT, na verdade pecar é transgredir (rejeitar) a expressa

vontade de Deus.

(v.5) E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não

há pecado.

1. João reforça aos seus leitores, o que foi dito também por João

Batista, o objetivo da manifestação de Cristo: “Tirar os pecados”.

João Batista falou a respeito de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que

tira o pecado do mundo (João 1.29).

2. “E nele não há pecado”. O cordeiro apresentado em favor do

pecador deveria ser sem defeito ou mancha (Ex 12.5; 1 Pd 1.19).

(v.6) Todo o que permanece nele não vive pecando; todo o que vive

pecando não o viu nem o conhece.

1. Como perceber a diferença entre o crente e o incrédulo? João define

o crente como aquele que não vive pecando porque permanece nele.

Não é possível combinar uma vida dedicada a Cristo e ao mesmo

tempo ao mundo, ao pecado.

2. Literalmente o texto grego diz: “Todo aquele que nele está não

peca”. Nota da Bíblia de Estudo NVI: “João não está asseverando a

perfeição impecável, mas está explicando que a vida do crente não é

caracterizada pelo pecado, mas pela prática do que é certo”.

3. Mesmo que alguém diga que é cristão, mas se vive na prática do

pecado, pelas suas obras todos saberão que de fato não é.

Page 29: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

29

CAPÍTULO 3.7-10

Os filhos de Deus e os filhos do Maligno

(Subdivisão Bíblia de Estudo Almeida)

v.7 - Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que

pratica a justiça é justo, assim como ele é justo.

1. O apelo de João aos crentes, de um modo geral os seus leitores, é o

cuidado que devem ter para não serem enganados. A aparência de

piedade pode muitas vezes levar alguém à prática do erro (O homem

de Deus e o profeta velho 1 Rs 13). O cristão devia agir com

discernimento, pois aqueles que estavam entre eles se apresentavam

como crentes.

2. É possível que os crentes estivessem sendo atacados por falsos

mestres que não valorizavam a prática da justiça; uma espécie de

relativismo ético (Relativismo ético?) É a teoria segundo a qual os

valores éticos - de bem e mal, correto e incorreto, justo e injusto -

variam de grupo étnico a grupo étnico, de classe social a classe

social, de contexto geográfico a contexto geográfico, de povo a

povo, de época a época, de religião a religião.

3. O cristão tem por obrigação praticar a justiça, porque serve ao Deus

que é justo. Não devemos, por sermos filhos de Deus, praticar algo

que não expresse essa nossa filiação. A justiça deve ser vista nas

mínimas coisas.

v.8 - Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive

pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para

destruir as obras do diabo.

Page 30: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

30

1. “Pratica o pecado”. João fala a respeito daqueles que vivem

habitualmente no pecado; daqueles que as mentes foram

cauterizadas, e por isso, já não se sentem incomodados em pecar;

Langston chama o pecador habitual de pecadeiro, Sendo o pecado

uma transgressão, aquele que vive continuamente no pecado, vive

continuamente transgredindo.

2. Podemos dizer que existem aqueles que vivem continuamente em

pecado, pois sabem que vivem em pecado, mas não fazem nada para

mudar o quadro; Existem aqueles que saíram de uma situação de

pecado, foram libertos pela conversão a Cristo, mas que, vez por

outra, cedem aos apelos do pecado (2.1).

3. João diz algo que ninguém gostaria de ouvir: “É do diabo”. Os

filhos do diabo expressam algo que lhes é característico, pois o diabo

peca desde o princípio.

4. Cristo apareceu para anular as investidas do diabo. Mas Cristo não é

um intruso, diferente do diabo que é; Cristo anula as ações diabólicas

da vida daqueles que O buscam (temporalidade Lc 22.31,32); haverá

um tempo em que o diabo terá todas as suas possibilidades

encerradas (atemporalidade, eternidade) (Ap. 20.10).

v.9 - Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado;

pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver

pecando, porque é nascido de Deus.

1. Se como filhos de Deus, expressamos ao mundo essa santa

paternidade, todo aquele que vive na prática do pecado, expressa ao

mundo o caráter da sua filiação.

Page 31: Reflexões na primeira carta de joão cap. 1 a 3

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2. O pecado não deve ser considerado algo natural na vida dos filhos de

Deus; caso ocorra, deve ser considerado um grande desastre. Não

pensemos em grandes pecados, mas apenas em pecados. O pecado é

uma ocorrência tão antinatural na vida do crente, que os próprios

incrédulos dizem assim: “Você como crente não devia agir assim!”.

3. “O que permanece nele é a divina semente...é nascido de Deus”. O

crente faz parte de uma nova descendência, de uma nova semente,

uma nova linhagem. A vida cristã é uma geração espiritual; o cristão

é gerado pela vontade de Deus.

v. 10 - Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo

aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não

ama a seu irmão.

1. João expõe o que traduz a filiação divina e a diabólica: prática ou

não da justiça, amar ou não ao irmão.

2. A falta de justiça nós vemos todos os dias, e achamos o cúmulo

quando isso acontece; mas, parece que a falta de amor entre os

irmãos nós não tratamos com a mesma veemência, com a mesma

indignação.

3. É inconcebível que alguém que seja de uma mesma semente não ame

a seu irmão; todos nós ficamos abismados quando lemos o relato de

Caim e Abel. Também devemos achar inconcebível que os nascidos

da semente de Deus (NIBB) não amem uns aos outros.

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32

CAPÍTULO 3.11-18

O AMOR DOS IRMÃOS

(v.11) - Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos

amemos uns aos outros.

1. O amor é a expressão da comunhão, ou, a comunhão expressa que de

fato há amor entre os irmãos.

2. O que João quer deixar firmado nos corações e mentes dos crentes, é

que a mensagem que é desde o princípio, continua nova, não foi

alterada, nada foi modificado.

3. Se Jesus ensinou que devemos amar até os nossos inimigos (Mat

5.44), quanto mais os nossos irmãos.

(v.12) - Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão. E por

que causa o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão

justas.

1. Caim não nos serve como exemplo; a sua atitude demonstrou a quem

ele pertencia: era do maligno. Caim matou seu irmão Abel

(fisicamente); alguns crentes podem matar seu irmão espiritualmente

através de falatórios, mexericos, maledicência, fofocas e

preferências.

2. Na comunidade dos crentes é inconcebível que os irmãos vivam se

estapeando (Soube de dois irmãos crentes que chegaram às vias de

fato. Graças a Deus eles se perdoaram e voltaram às boas).

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3. No caso de Caim, é que ele era mesmo do maligno e as suas obras

eram más e as de se irmão justas. A maldade e a inveja fizeram de

Caim um homicida.

(v.13) - Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia.

1. João procura aqui fazer uma relação com o que aconteceu no passado

com o que pode acontecer hoje. Assim como Caim, cujas obras eram

más, odiou a seu irmão Abel, que as obras eram justas, da mesma

forma o mundo nos odeia.

2. Não devemos ficar admirados caso isso aconteça conosco; é próprio

do mundo odiar os que seguem a Cristo (João 15.18,19).

(v.14) - Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos

os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte.

1. O mundo viver da prática do ódio não é algo que deve nos deixar

admirados, porque isso é próprio dele.

2. João estabelece o amor como „aferimômetro‟ da nossa passagem da

morte para a vida. Se alguém entre nós não ama a seu irmão, ainda

permanece na morte; portanto, esse tal irmão não pode estar entre os

vivos.

3. Matthew Henry diz que o amor é a marca da nossa justificação e da

nossa transição de um estado de morte para o estado de vida.

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(v.15) - Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que

nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.

1. Talvez nenhum crente declare que odeia a seu irmão, mas as suas

ações podem denunciar o seu verdadeiro sentimento em relação a

ele.

2. Incompatibilidade. Um estado permanente de ódio cria um obstáculo

para um estado de vida eterna permanente. Se fossem dois corpos,

diríamos que, é impossível dois corpos tomarem um mesmo espaço.

3. Parece-nos que João estabelece um limite para a irmandade, isto é,

não são todos que podem fazer parte da igreja, mas apenas aquele

que ama declaradamente ao seu irmão.

(v.16) - Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós

devemos dar a vida pelos irmãos.

1. O amor é a representação da mortificação da nossa própria vontade.

Jesus ao dar a sua vida por nós estabeleceu como regra obedecer ao

Pai até o fim.

2. A comparação a respeito de tudo o que já vimos a respeito de Caim é

a seguinte: Em Caim, o ódio tira a vida; em Cristo, o amor gera a

vida.

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3. Não sei em que sentido „devemos dar a vida pelos irmãos‟, mas é

certo que a vida cristã é levada ao seu mais alto nível de comunhão

quando vivemos em função uns dos outros.

(v.17) - Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado,

lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?

1. Aqui vemos a prática do amor na mais bela acepção da palavra:

doação - todas as coisas em função do outro.

2. Confesso que temos sido tomados por uma espécie de dureza de

coração. Já não atendemos as necessidades dos irmãos como antes.

Talvez os aproveitadores têm nos levado ao fechamento dos nossos

corações.

3. Surge uma dúvida joanina! Como estará nele o amor de Deus? O

amor é demonstrado através de atitudes. Quem não tiver a

competência de amar a seu irmão não está habilitado para ser crente.

(v.18) - Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por

obra e em verdade.

1. O amor não deve ser apenas em palavras, mas também em ação

(Tiago 2.15-17).

2. O amor deve ser a expressão da verdade através de ações práticas e

não da boca para fora com palavras vazias.

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36

CAPÍTULO 3.19-24

1. A NTLH subdivide o texto com o seguinte título: Coragem diante de

Deus.

2. John Stott em seu comentário de 1ª carta de João subdivide: vv.19,20 –

O coração que acusa e como devolver-lhe a segurança, e de 21-24 – O

coração que não acusa e suas bênçãos.

(v.19) - E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele

asseguraremos nossos corações;

1. Não é um absurdo entendermos que João estava falando a respeito

do amor, e este, em ações, conforme o v. 18.

2. Há uma espécie de avaliação e confirmação pessoal do que somos;

não pelo que tentamos ser, mas pelo o que Deus mesmo nos

ensina que somos: seus filhos (João 1.12).

3. A consciência que nos diz que somos da verdade tranqüiliza os

nossos corações quando estamos diante de Deus (Ver NTLH). O

próprio Paulo ensina a Timóteo que esteja diante de Deus com um

coração tranqüilo (2 Tm 2.15).

4. Ao cumprir-se o que Paulo diz a respeito de Jesus em Filipenses

2.10,11, não haverá da parte do crente nenhuma dificuldade,

nenhum medo e nada que o deixe envergonhado.

(v.20) - Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do

que o nosso coração, e conhece todas as coisas.

1. Stott escreve a respeito deste verso: 1) “Não é fácil determinar a

construção gramatical deste versículo” (ele está falando a respeito do

texto grego); e, 2) “Esta passagem (v.19,20) é um locus vexatissimus

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– tópico atormentadíssimo. Seu sentido geral é claro, mas

gramaticalmente é confuso”.

2. O coração que condena perceber claramente na pregação de Pedro

aos judeus, e a solução do impasse pela própria pregação (Atos 2.36-

38).

3. Duas coisas são explicadas sobre a expressão, dentro do contexto,

”maior é Deus que o nosso coração”: 1) Se o nosso coração nos

condena, imaginem Deus, que conhece todas as coisas, que nos vê

como de fato somos; 2) Deus será mais misericordioso conosco do

que nós mesmos; significando, que o nosso coração pode de alguma

forma nos condenar, mas Deus que nos conhece melhor, nos

absolver. (Continua aberta a discussão!).

(v 3.21) - Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança

para com Deus;

1. Este versículo parece ratificar a primeira explicação a respeito do

verso 20. Lá o coração que condena, nos deixa muito piores quando

por Deus formos avaliados.

2. Quando o nosso coração (consciência) está livre de qualquer

reprovação, ou de algo que aponta contra nós mesmos (para Davi foi

o seu pecado não confessado), temos confiança de nos apresentarmos

diante de Deus (2 Tm 2.15).

(v.22) - E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque

guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista.

1. Para alguns este versículo parece dar a ideia de que podemos fazer

de Deus uma espécie de use e abuse (Antigo slogan da Matte Leão).

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2. Os partidários do „abuse e use‟ cristão criaram expressões como,

reinvidique, não aceito, tome posse, determine e etc. O lamentável é

que crentes, antes sérios quanto à doutrina, entraram na onda.

3. Qualquer coisa que pedirmos a receberemos, disse João. Mas disse

também que tudo tem como base a guarda dos mandamentos do

Senhor e uma vida agradável diante Dele. Receberemos sim, mas

tudo deve estar de acordo com a vontade de Deus. Quem vive dessa

forma não cairá no absurdo condenado por Tiago (4.1-3).

(v.23) - E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho

Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.

1. O acorde escrito por João, em forma de tríade é o seguinte: 1.

Guardar o Seu mandamento; 2. Crer no Filho e 3. Amor de uns pelos

outros.

2. Essas coisas são inseparáveis, na falta de uma delas perde-se a

essência e o equilíbrio.

(v.24) - E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele. E

nisto conhecemos que ele está em nós, pelo Espírito que nos tem dado.

1. Obediência é a chave para permanecermos em Cristo.

2. Quem não tem o interesse em guardar os mandamentos do Senhor

não tem por que dizer que está Nele; se disser, os seus próprios

frutos o desmentirão.

3. O Espírito Santo no crente confirma a cada dia que ele é filho de

Deus e que Cristo nele está (Rm 8.14-17).