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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Estudo da correlação entre a força máxima estimada por equações preditivas e o desempenho de praticantes de musculação durante uma competição de supino reto na barra livre Guilherme Henrique Rocha Sandro Vinícius Nascimento Diamantina 2012/2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Estudo da correlação entre a força máxima estimada por

equações preditivas e o desempenho de praticantes de

musculação durante uma competição de supino reto na barra

livre

Guilherme Henrique Rocha

Sandro Vinícius Nascimento

Diamantina

2012/2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Estudo da correlação entre a força máxima estimada por

equações preditivas e o desempenho de praticantes de

musculação durante uma competição de supino reto na barra

livre

Guilherme Henrique Rocha

Sandro Vinícius Nascimento

Orientador: Fernando Joaquim Gripp Lopes

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de Educação

Física, como parte dos requisitos exigidos

para a conclusão do curso.

Diamantina

2012/2

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Estudo da correlação entre a força máxima estimada por equações preditivas e o

desempenho de praticantes de musculação durante uma competição de supino reto

na barra livre

Guilherme Henrique Rocha, Sandro Vinícius Nascimento

Orientador: Fernando Joaquim Gripp Lopes.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de Educação

Física, como parte dos requisitos exigidos

para a conclusão do curso.

APROVADO em 26/03/2013

_____________________________

Gilton de Jesus Gomes - UFVJM

______________________________

Núbia Carelli Avellar - UFVJM

______________________________

Profº. Fernando Joaquim Gripp Lopes - UFVJM

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AGRADECIMENTOS

Gostaríamos primeiramente de agradecer a Deus, por estar sempre ao nosso

lado, nas nossas quedas, fraquezas, alegrias, tristezas, lutas, derrotas e vitórias.

Obrigado por tudo que escutamos, refletimos e aprendemos. Obrigado pela vida. Muito

obrigado meu Deus.

A minha mãe Rosilene, ao meu pai Alexandre e a minha avó Eva, por dar

apoio, força e amor incondicional em todas as fases do meu curso e principalmente na

produção desse artigo. Muito obrigado por tudo, (GUILHERME).

A minha mãe Vanilde e ao meu pai Sandro, por serem simplesmente os

melhores amigos que Deus me proporcionou, auxiliando em todos os momentos da vida

e me impulsionando ao sucesso. Minha avó Nelma e meu avô João, que foram o

alicerce em uma família unida e estruturada, na qual me encaminhou (SANDRO).

Às nossas famílias Rocha, Pires e Nascimento, por saber que existe amparo nos

momentos mais difíceis.

Aos nossos amigos pelo companheirismo e dicas norteadoras.

As nossas namoradas, Mari e Patrícia pela paciência, apoio, companheirismo,

incentivo e compreensão.

Ao orientador, Fernando Gripp, pela paciência e dedicação exclusiva para que

conseguíssemos desenvolver esse artigo.

Aos professores pela formação e conhecimentos trocados que foram tão

importantes em nossas vidas acadêmicas.

A academia Splash pelo espaço cedido e apoio nas coletas de dados.

Aos voluntários, sem eles o estudo não poderia ser concluído.

Ao governo brasileiro, na qual proporcionou um estudo de qualidade.

Dedicamos este trabalho a todos que nos ajudaram de alguma forma.

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RESUMO

A força máxima de um indivíduo pode ser quantificada através do teste de uma

repetição máxima ou teste de carga máxima Alternativamente, foram desenvolvidas

fórmulas preditivas para testes submáximos a fim de reduzir riscos e otimizar tempo ao

estimar a força máxima de um indivíduo sem esforços extremos. Apesar de sua ampla

utilização, tais fórmulas não foram comparadas com o desempenho em situação

competitiva. Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar a aplicabilidade das

equações preditivas criadas por O’ Conner et al. (1989), Baechle e Groves (2000), Epley

(1995), Brzycki (1993) e Lander (1985), quando comparadas ao desempenho de

indivíduos treinados e submetidos a uma situação de competição de supino reto na barra

livre. Participaram como voluntários desta pesquisa 11 indivíduos do sexo masculino,

fisicamente ativos, aparentemente saudáveis, com média de idade (26+8 anos,

75,7+10,3 kg, 74+4 cm) praticantes de musculação com experiência mínima de 12

meses de treinamento e com uma frequência de 3 a 6 vezes por semana. O exercício

escolhido para a execução do trabalho dois o supino reto na barra livre. A coleta de

dados foi realizada em dois momentos, primeiramente foi utilizado um campeonato de

supino reto na barra livre de uma academia para colher os dados de 1-RM, e

posteriormente foi utilizado o mesmo o mesmo local e regras pré-estabelecidas para a

realização do teste submáximo. Através da análise de correlação dos dados feita por

meio do Teste de Correlação de Pearson (p<0,05), verificou-se que há uma correlação

significativa entre os resultados das equações preditivas e o teste de 1-RM realizado em

ambiente competitivo. Conclui-se que que as fórmulas preditivas propostas para estimar

a força máxima no momento competitivo, mostraram- se válidas na aplicação da

prescrição de exercício para competições de supino reto na barra livre.

Palavras-chave: força máxima, equações preditivas, competição.

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Estudo da correlação entre a força máxima estimada por equações preditivas e o

desempenho de praticantes de musculação durante uma competição de supino reto

na barra livre

Guilherme Henrique Rocha, Sandro Vinícius Nascimento

INTRODUÇÃO

O treinamento resistido vem, cada vez mais, adquirindo adeptos nas academias

e incentivando pesquisas a fim de estabelecer parâmetros corretos para prescrição dos

exercícios de força. Sabendo que a força muscular é predominante nesse ambiente,

conceitua-se força segundo Badillo e Ayestarán (2001), como a capacidade da

musculatura de produzir a aceleração ou a deformação de um corpo, mantê-lo imóvel ou

frear seu deslocamento. De acordo com Weineck (2003), a força apresenta importantes

funções dentro de todas as atividades físicas, tais como: maior tolerância à carga,

reforço de pequenos músculos que atuam como sinergistas dos músculos principais e

fortalecimento dos antagonistas, dentre outras.

Segundo Bean (1999) existem muitas razões para treinarmos a força que são:

aumentar a massa muscular; fortalecer tendões e ligamentos; evitar a perda de massa

muscular decorrente da idade; aumentar a densidade óssea; aumentar a taxa metabólica;

reduzir a gordura corporal; melhorar o metabolismo de glicose; reduzir a pressão

sanguínea; reduzir o colesterol e outras gorduras no sangue; melhorar a aparência;

melhorar a postura; reduzir lesões e melhorar o bem estar psicológico.

Dentre as diferentes formas de manifestação de força, podemos destacar a força

máxima, que é definida por Weineck (2003) como a maior força disponível, que o

sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária.

Pode-se dividir essa força em dois tipos, estática que se caracteriza pela maior força que

o sistema neuromuscular pode realizar por contração voluntária, contra uma resistência

insuperável e a dinâmica que se caracteriza pela maior força que o sistema

neuromuscular pode realizar por contração voluntária no desenvolvimento do

movimento (WEINECK, 2003).

Para a manutenção e certo desenvolvimento da força muscular máxima, é

aconselhável treinar com altas intensidades, aproximadamente 85% de uma repetição

máxima (1-RM), tendo pausas completas afim de uma recuperação total do sistema

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nervoso central, obtendo um maior recrutamento das unidades motoras, afirma Ribeiro

(2009). De acordo com Ribeiro (2009), o treinamento de força é efetivo entre 1 a 6

repetições.

A força máxima de um indivíduo pode ser quantificada através de um 1-RM ou

teste de carga máxima (COSGROVE & MAYHEW, 1997; MANSO, 1999 apud

LACIO et al. 2010), que é definida como a quantidade de carga máxima a ser levantada,

completando o movimento total do exercício, e este teste tem sido amplamente utilizado

para a prescrição de uma carga de treino, possivelmente por ser fiel e de baixo custo.

Porém, a execução de esforço com carga máxima pode ocasionar estresse

muscular, ósseo e ligamentar, podendo ocorrer modificações metabólicas importantes

(BRZYCKI apud NASCIMENTO et al., 2007). Sendo assim este é um teste que

apresenta riscos para alguns grupos de pessoas, tais como: crianças; adolescentes;

adultos sedentários; idosos; hipertensos; cardíacos e pessoas em fase de recuperação

muscular (ABADIE & WENTWORTH, 2000; MANSO, 1999; PEREIRA & GOMES,

2003 apud LACIO et al. 2010).

Diante desta limitação do teste de 1-RM, pesquisadores desenvolveram

fórmulas preditivas utilizadas em testes submáximos, a fim de reduzir riscos e otimizar

tempo e estimar a força máxima de um indivíduo sem esforços extremos (JULIO et al.

2011). Na tabela 1 apresentamos algumas equações preditivas utilizadas no teste

submáximo que estão disponíveis na literatura científica.

Tabela 1- Equações de predições de 1-RM

Autores Equação

O’Conner et al. (1989) 1-RM = carga × [1+(.025 × reps)]

Baechle e Groves (2000) 1-RM = carga × [(.0375 × reps) + .978]

Epley (1995) 1-RM = (.0333 × carga) × reps + carga

Brzycki (1993) % 1-RM = 102.78 – 2.78 × reps

Lander (1985) % 1-RM = 101.3 – 2.67123 × reps

Desenvolvidas pela técnica de análise de regressão, todas as fórmulas estimam

a forma a força máxima de indivíduos a partir do seu desempenho submáximo. As

equações de O’ Conner et al. (1989), Baechle e Groves (2000) e Epley (1995) partem de

um mesmo princípio, na qual a carga máxima é o produto de uma constante pelo

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número de repetições com uma carga submáxima. Já as equações de Brzycki (1993) e

Lander (1985), fornecem a estimativa da porcentagem de 1RM a partir do desempenho

em um teste submáximo.

Tais fórmulas são amplamente utilizadas na prática do treinamento de força,

porém não encontrou-se na literatura a sua aplicabilidade quando comparada com os

valores de 1-RM obtidos durante uma competição. Diante disso, o objetivo do presente

estudo foi verificar a aplicabilidade das equações preditivas citadas acima, quando

comparadas ao desempenho de indivíduos treinados e submetidos a uma situação de

competição de supino reto na barra livre.

MÉTODOS

Amostra

Participaram como voluntários desta pesquisa 11 indivíduos do sexo

masculino, fisicamente ativos, aparentemente saudáveis, entre 18 e 39 anos (26+8 anos;

75,7+10,3 kg; 174+4 cm) com no mínimo 12 meses de treinamento e com uma

frequência de 3 a 6 vezes por semana.

O exercício escolhido foi o supino reto na barra livre, por ser bastante comum

nas academias de musculação e por ser poliarticular. Foi utilizado como situação

competitiva o campeonato de supino para coletar os valores de 1-RM, e em outro

momento não competitivo, foi realizado um teste submáximo com o intuito de verificar

a fidedignidade das fórmulas preditivas em questão. Antes do campeonato, todos os

participantes receberam instruções técnicas de execução do exercício, que foram

mantidas no momento do teste submáximo.

Instrumentos e procedimentos

Campeonato de supino

Inicialmente o voluntário foi posicionado em decúbito dorsal em uma banca de

supino (Righetto) e pés apoiados no solo. Foi utilizada uma barra (Equilíbrio Fitness) de

180 cm de comprimento e com peso de 9kg. A distância entre as duas mãos na pegada

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na barra foi de 70 cm, a coluna poderia arquear sem que o glúteo perdesse contato com

o banco. O movimento descendente foi executado até uma angulação de 90 graus dos

cotovelos, e finalizava com o movimento ascendente de completa extensão da mesma

articulação. Cada indivíduo teve direito a três tentativas, onde a carga não poderia

retroceder, havendo pausas de três a cinco minutos entre as tentativas. Os voluntários

não receberam qualquer tipo de ajuda para completar o movimento.

Dois árbitros foram designados para verificar os movimentos e três ajudantes

que entregavam a barra nas mãos do voluntário. Cada competidor era obrigado manter

três segundos com a barra suspensa antes de iniciar o movimento, recebendo-a com os

braços estendidos.

Protocolo do teste submáximo

Posteriormente, os voluntários foram submetidos a um teste submáximo para

estimar a força máxima por meio de fórmulas preditivas. Antecederam ao teste

submáximo alongamentos livres, de cinco a dez repetições com 50% da carga máxima

obtida no campeonato para preparação da musculatura, logo, houve uma pausa de dois

minutos para o descanso. A carga foi fixada em 80% de 1-RM feito pelo voluntário no

campeonato de supino. O teste consistiu em realizar o máximo de repetições possíveis

com esta carga, mantendo os movimentos e regras estabelecidas para o campeonato de

supino. Os valores de carga e de repetições executadas foram aplicados às fórmulas para

a estimativa da força máxima dos voluntários.

Análise estatística

Os dados foram analisados pelo o software SPSS 19.0 (SPSS Science, Chicago,

USA). Incialmente foi feita a análise exploratória dos dados pela estatística descritiva e

o teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para confirmação do pressuposto de normalidade.

A análise de correlação dos dados foi feita por meio do Teste de Correlação de Pearson

(p<0,05).

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RESULTADOS

No campeonato de supino os valores de 1-RM apresentaram uma média de 118

± 25,06 kg, com valores mínimos e máximos de 74,00 e 150 kg, respectivamente . No

teste submáximo a carga média utilizada foi de 94,40 ± 20,05 kg, com valores mínimos

e máximos de 59,20 e 120 kg, e uma variação de 4 a 13 repetições, o número médio de

repetições foi de 8,09 ± 2,66 repetições.

Na figura 1 apresentamos o gráfico de dispersão dos valores de 1-RM

encontrados pelas fórmulas preditivas com o objetivo de verificar se os dados

apresentam um comportamento linear, que é um pré-requisito para as análises lineares.

Conforme visto no gráfico, todas as variáveis apresentaram tal linearidade, indicando

que a análise linear poderia ser feita.

Gráfico 1- Gráfico de dispersão de dados das fórmulas preditivas.

Na tabela 2 são apresentados os valores individuais de 1-RM obtidos no

campeonato de supino reto na barra livre e o desempenho estimado pelas fórmulas

preditivas citadas neste estudo.

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Tabela 2 - Valores de força máxima (kg) medidos diretamente durante o

campeonato de supino e estimados pelas fórmulas preditivas a partir do teste

submáximo (n=11).

1-RM O'Conner Baechle Epley Brzycki Lander

V1 150,00 132,00 135,36 135,98 130,92 132,43

V2 150,00 138,00 144,36 143,98 139,37 140,73

V3 140,00 140,00 151,54 149,30 149,37 150,16

V4 136,00 122,40 126,81 126,92 122,41 123,72

V5 120,00 115,20 122,69 121,57 119,20 120,10

V6 124,00 114,08 119,34 119,02 115,21 116,33

V7 114,00 120,84 133,65 130,68 136,85 136,99

V8 100,00 98,00 105,24 103,98 102,88 103,55

V9 100,00 96,00 102,24 101,31 99,33 100,09

V10 74,00 74,00 80,10 78,91 78,95 79,37

V11 90,00 90,00 97,42 95,98 96,03 96,53

Média 118,00 112,77 119,89 118,87 117,32 118,18

DP 25,06 21,06 21,68 21,71 21,38 21,55

Na tabela 3 são apresentados os valores de correlação entre a força máxima

verificado na situação de competição e os valores estimados em um teste submáximo

utilizando as fórmulas preditivas.

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Tabela 3 – Nível de correlação entre a força máxima em situação competitiva no

campeonato de supino e o desempenho estimado pelas fórmulas preditivas de testes

submáximo.

Fórmulas preditivas Correlação

Lander 0,889*

Conner 0,964*

Baechle 0,922*

Epley 0,939*

Brzycki 0,881*

*(p>0,01)

DISCUSSÃO

Um modelo muito utilizado para prescrição de exercícios físicos para o

treinamento de força é o teste de 1-RM, que por sua vez apresenta riscos a grupos de

determinadas pessoas, como gestantes, hipertensos e outros. Alternativamente, por meio

de testes submáximos, existem fórmulas que são capazes de prever a força máxima dos

indivíduos, minimizando os riscos inerentes ao exercício máximo. Sendo assim, O foco

deste estudo foi verificar se no momento de competição tais fórmulas seriam válidas,

como em uma situação comum, ou seja, em ambiente não competitivo. Após a obtenção

dos resultados tanto no momento da competição, que foi realizado o teste de 1-RM,

quanto no teste submáximo, momento não competitivo, verificou-se que as fórmulas

citadas no presente estudo são fiéis também em um ambiente competitivo.

Um ponto que reforça este pressuposto é a média de repetições executadas a

80% de 1-RM, visto que, no presente estudo este apresentou uma média de 8,09±2,66, a

qual é muito próxima ao encontrado no trabalho de Simão et al. (2004) apud Mazini

Filho et al. (2010) que relatavam uma média na repetição de 9±1 a 80% de 1-RM.

Lacio et al. (2010) realizaram testes com voluntários não competitivos, na qual

foi verificado a fidedignidade das fórmulas em questão, concluindo que todas as

equações utilizadas são fidedignas para o exercício de supino reto na barra livre,

apresentando resultados correlacionais muito próximos dos encontrados no presente

estudo.

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Portanto, através deste estudo, encontramos que com 80% de 1-RM, nossa

amostra realizou de 4 a 13 repetições, com média de 8,09 repetições, indo ao encontro

com o que a literatura sugere. Cummings e Finn (1998) apud Lacio (2010), verificaram

em uma pesquisa com 57 mulheres com idade de 18 a 50 anos, onde determinaram

através de 4-8 RM, o valor de 1-RM para o supino reto na barra livre, com uma

correlação de 0,94., ficando com um valor muito próximo aos valores encontrados no

presente estudo.

Braz et al. (2007) define a motivação como a totalidade de capacidades físicas

e psíquicas, caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta,

dependendo de interações pessoais ou intrínsecas e ambientais ou extrínsecas. Neste

estudo as interações pessoais não foram manipuladas, já a interação ambiental foi

característica da competição, havendo expectadores e os demais adversários. Braz et al.

(2007), afirma que há um nível ideal de motivação para cada tarefa e para cada

indivíduo, mas que o esforço demasiado pode ser adverso no desempenho. Entende-se

que o teste de 1-RM por si só já seja motivador para o executor, e nessa perspectiva, não

houve variação significativa para que as fórmulas se tornassem inválidas no momento

competitivo.

Corroborando o exposto acima, concluímos que o presente estudo foi válido no

sentido de mostrar que tais fórmulas são fidedignas no momento competitivo. Sabendo

que a pesquisa partiu do pressuposto que a motivação advinda da competição poderia

influenciar tanto positivamente quanto negativamente, este aspecto psicológico não

influenciou de forma efetiva nos resultados. Fica mais claro o entendimento por não ter

havido discrepância com os dados da competição se comparado com o momento não

competitivo, quando observamos que algumas variáveis importantes foram

padronizadas como, por exemplo, a familiarização com o exercício, que é fundamental

para os testes de 1-RM para a análise de força muscular em indivíduos com experiência

prévia em exercícios com pesos, como afirma Dias et al. (2005) em seus estudos.

Concluímos que as fórmulas preditivas propostas para estimar a força máxima

no momento competitivo, mostraram-se válidas com alto poder de correlação. Tais

resultados indicam a alta correlação entre valores obtidos no momento competitivo e no

teste submáximo, mostrando assim que as fórmulas preditivas possuem um alto poder

de aplicação na prescrição de exercício para competições de supino reto na barra livre.

Sugerimos o desenvolvimento de outros estudos, diversificando o perfil dos

voluntários, bem como os exercícios e os grupos musculares, para verificar com mais

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precisão as fórmulas preditivas com intuito de obter resultados semelhantes encontrados

neste estudo.

REFERÊNCIAS

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Aplicação em alto rendimento desportivo. 2. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

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AUTORIZAÇÃO

Autorizamos a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente trabalho,

por qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.

_________________________________

Guilherme Henrique Rocha

[email protected]

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Departamento de Educação Física

Rua da Glória, nº 187 - Centro

_________________________________

Sandro Vinícius Nascimento

[email protected]

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Departamento de Educação Física

Rua da Glória, nº 187 - Centro