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Estudo comparativo entre os estágios realizados no curso de Pedagogia e a experiência do Programa Bolsa Alfabetização do governo do Estado de São Paulo
Iaciara Casarotto Nicoletti Ramos
Aluna do programa de iniciação científica USCS
Maria de Fátima Ramos de Andrade
Professora orientadora USCS
Introdução
Em minha pesquisa - Estudo comparativo entre os estágios realizados no curso
de Pedagogia e a experiência do Programa Bolsa Alfabetização do governo do Estado
de São Paulo - investiguei, por meio de um estudo comparativo, os estágios realizados
no curso de Pedagogia e os estágios proporcionados aos alunos participantes do
programa Bolsa Alfabetização.
O objetivo da pesquisa foi o de identificar e compreender elementos que
colaborem na melhoria dos estágios realizados nos cursos de Pedagogia e, por sua vez,
que favoreçam a construção de uma relação mais adequada entre as universidades e as
escolas públicas. Para tal, doze alunos do curso de Pedagogia da Universidade
Municipal de São Caetano do Sul responderam dois questionários com questões
fechadas e abertas. Minha intenção é contribuir na melhoria do curso de Pedagogia,
mais especificamente, no momento da realização dos estágios.
2. Referencial teórico
Programa Programa Bolsa Formação - Escola Pública e Universidade
O programa Bolsa Formação - Escola Pública e Universidade, mais conhecido
como Bolsa Alfabetização, foi idealizado a partir da problematização de algumas
avaliações - SARESP, INAF, PISA - que ocorreram no Ensino Fundamental. Os
resultados apontaram que uma parcela de alunos, no final do ciclo I do Ensino
Fundamental, não sabia ler e escrever ou não conseguia concluir o ciclo II do EF, pois,
apresentava dificuldades de leitura e compreensão de texto.
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De posse desses dados avaliativos e com a intenção de reverter o quadro, o
governo do Estado de São Paulo desenvolveu o programa Ler e Escrever - iniciado em
2007 – como uma de suas dez metas para a educação. Basicamente, esse projeto teve
como pretensão alfabetizar até 2010 todas as crianças de até oito anos matriculadas na
rede pública.
Cumpre lembrar que o programa Ler e Escrever teve como base o programa
Letra e Vida, lançado em 2005, o qual visava apenas à formação dos alunos que
chegavam à 4ª. série sem saber ler e escrever. O fato de os alunos não estarem
alfabetizados contribuía para que eles desistissem dos estudos, o que trazia uma grande
evasão escolar; além disso, apresentavam problemas de relacionamento, por se sentirem
rejeitados, com baixa autoestima, enfim, entravam para as estatísticas do analfabetismo.
As ações do programa Ler e Escrever foram estruturadas nos seguintes projetos:
Ler e Escrever na 1ª série do Ciclo I; Ler e Escrever na 2ª série do Ciclo I; Projeto
Intensivo no Ciclo -3ª série – PIC 3ª série; Projeto Intensivo no Ciclo -4ª série – PIC 4ª
série. Nesse conjunto de projetos constam ações de caráter geral – formação do trio
gestor, formação do professor coordenador, formação do professor regente, publicação
de materiais, acompanhamento dos dirigentes de ensino – convênios com as instituições
de ensino superior - e outras de caráter específico que variam de acordo com cada um
deles.
Os principais objetivos do Ler e Escrever são:
- Apoiar o professor coordenador em seu papel de formador de professores dentro da
escola;
- Apoiar os professores regentes na complexa ação pedagógica de garantir
aprendizagem de leitura e escrita a todos os alunos, até o final da 2ª série do Ciclo I /
EF;
- Criar condições institucionais adequadas para mudanças em sala de aula, recuperando
a dimensão pedagógica da gestão;
- Comprometer as universidades com o ensino público, possibilitando a futuros
profissionais da Educação (estudantes de cursos de Pedagogia e Letras), experiências e
conhecimentos necessários sobre a natureza da função docente, no processo de
alfabetização de alunos do Ciclo I / EF.
A primeira fase do Ler e Escrever teve início em 2007, com iniciativas nas
escolas da capital paulista, com destaque para a adoção do programa Bolsa Formação -
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Escola Pública e Universidade (no segundo semestre do ano) e a formação de
professores para implantar o programa em todas as salas de aula em 2008. A
capacitação dos educadores em serviço se faz conjugada a diretrizes e conceitos, em
processos especificamente planejados para cada sujeito atuante no sistema. Logo, o
programa Bolsa Alfabetização foi uma das ações para alcançar os objetivos e as metas
propostas pelo programa Ler e Escrever.
Assim, o programa Bolsa Formação - Escola Pública e Universidade foi
instituído, dando início às suas atividades em 2007. Essa ação tem por objetivo, além
de apoiar o professor na sala de aula, o de garantir que o aluno tenha um bom
desempenho na aprendizagem.
Apostava-se na ideia de que com a união de forças - coordenadores,
supervisores, diretores, professores e universidade – superaríamos os índices
inadequados de alfabetização. Desenvolvendo projetos que interferissem diretamente no
cotidiano da sala de aula e na gestão da escola, poderíamos reverter o quadro
desfavorável.
O Decreto Nº 51.627, de 1º de março de 2007, institui o programa Bolsa
Formação - Escola Pública e Universidade:
Considerando o disposto no Decreto nº 7.510, de29 de janeiro de 1976, que
reorganizou a Secretaria da Educação, inserindo em seu campo funcional, dentre
outras, as atribuições de promover o desenvolvimento de estudos visando à melhoria do
desempenho do sistema estadual de educação, assim como fomentar o intercâmbio de
informações e assistência técnica bilateral com instituições públicas e privadas;
e Considerando que a aproximação entre a Secretaria da Educação e as instituições de
ensino superior responsáveis pela formação de docentes pode-se constituírem campo de
construção de teorias, pesquisas e contribuições desencadeadoras de um salto de
qualidade na educação pública estadual,
Decreta:
Artigo 1º - Fica instituído o Programa “Bolsa Formação - Escola Pública e
Universidade”, destinado a alunos dos cursos de graduação de instituições de ensino
superior que, sob supervisão de professores universitários, atuarão nas classes e no
horário de aula da rede estadual de ensino ou em projetos de recuperação e apoio à
aprendizagem.
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Segundo o Decreto, no artigo 2º, temos os seguintes objetivos gerais:
I. possibilitar que as escolas públicas da rede estadual de ensino constituam-se em
“campi” de pesquisa e desenvolvimento profissional para futuros docentes;
II. propiciar a integração entre os saberes desenvolvidos nas instituições de ensino
superior e o perfil profissional necessário ao atendimento qualificado dos alunos da
rede estadual de ensino;
III. permitir que os educadores da rede pública estadual, em colaboração com os
alunos/pesquisadores das instituições de ensino superior, desenvolvam ações que
contribuam para a melhoria da qualidade de ensino.
Com relação à função do aluno pesquisador, o Artigo 5º diz:
Caberá ao aluno pesquisador, sob a supervisão de seu professor orientador:
I. auxiliar o professor regente na elaboração de diagnósticos pedagógicos de alunos;
II. planejar e executar, em comum acordo com o professor regente, atividades didáticas
destinadas aos alunos, individualmente ou em grupo;
III. escolher, em conjunto com o professor orientador, o tema para o desenvolvimento
da pesquisa de acordo com o Anexo I desta Resolução;
IV. cumprir outras atribuições previstas no Regulamento do Projeto e no anexo I desta
Resolução.
§ 1º - O aluno pesquisador deverá realizar atividades, na unidade escolar onde atua,
em 20 horas semanais, de 2ª. a 6ª. feira, como segue:
1 -18 (dezoito) horas em classe de 1ª série do ciclo I do Ensino Fundamental, sendo 04
(quatro) horas diárias, sempre com o professor regente;
2 -02 (duas) horas em Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo - HTPC, realizado na
unidade escolar, conforme Regulamento do Projeto;
§ 2º - Na impossibilidade da participação em HTPC, o aluno deverá cumprir às 20
horas na classe de 1ª. série, junto com o professor regente.
Resumidamente, o programa Bolsa Alfabetização faz parte do Programa Ler e
Escrever, uma iniciativa do governo do Estado de São Paulo, implantado pela Secretaria
Estadual de Educação (SEE), contando com a participação da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação (FDE), que tem por objetivo garantir que alunos de
Ciclo I do Ensino Fundamental desenvolvam o domínio da leitura e escrita até os oito
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anos de idade, privilegiando, a esses alunos, ainda na fase tenra de aprendizagem, o
contato com a diversidade de gêneros textuais. Ao desenvolver essas competências, os
alunos migrariam para as séries subsequentes sem descompassos e com desempenho
potencialmente satisfatório em outras disciplinas.
Alunos universitários, oriundos dos cursos de Pedagogia e Letras, denominados
alunos pesquisadores, auxiliam professores regentes dos 2º anos a realizar a
alfabetização; além disso, transformam a experiência em temário de análise e discussão
nas IES, onde são acompanhados e orientados por professores orientadores.
Um dos eixos do programa Bolsa alfabetização é a importância dada à
realização de uma pesquisa. O conceito de pesquisa aproxima-se da ideia de
investigação didática ou de engenharia didática.
A educadora argentina Profª Drª Delia Lerner, eleita como consultora do
programa, vem acompanhando e orientando a equipe de gestão do Ler Escrever/Bolsa
Alfabetização e os professores orientadores das instituições de ensino superior.
Realizado pelo aluno pesquisador e, sob o acompanhamento do professor
orientador da instituição de ensino superior (IES) o projeto de pesquisa deveria ser uma
modalidade de investigação didática, realizada nas classes de 2ªs séries, convertida em
registro escrito, com o objetivo de apresentar à escola e à IES, um estudo temático de
alguns aspectos da alfabetização. São eles: - leitura feita pelo professor; - produção oral
com destino escrito; - cópia e ditado (ressignificação da cópia); - rotina de leitura e de
escrita.
O programa prevê que todos os apontamentos do aluno pesquisador, sob a
intervenção/inferência do professor orientador, sejam transformados em relatórios
pedagógicos para que possam, posteriormente, ser encaminhados à FDE para análise.
Além disso, está proposto que, ao término do projeto de pesquisa, a escola receba uma
cópia desse documento, o que será uma oportunidade para reflexão e revisão das
didáticas adotadas.
Segundo seus idealizadores, o programa Bolsa Alfabetização constrói uma ponte
importante entre o ambiente da universidade e o contexto da sala de aula, além de
contribuir para a formação de futuros professores para o Ensino Fundamental.
Para a execução do programa, a equipe responsável tem realizado ações tanto
administrativas como pedagógicas.
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O programa Bolsa Alfabetização, em 2010, firmou 88 convênios com
instituições de ensino superior. Com isso, 98 professores das instituições de ensino
superior assumiram a função de orientadores e 88 interlocutores das instituições de
ensino superior foram escolhidos. No total, 2099 classes foram atendidas de 2º
ano/Ciclo I/EF, em 976 unidades escolares, o que possibilitou que 2099 alunos-
pesquisadores pudessem desenvolver suas funções nas classes de 2º ano/cicloI/EF.
Em 2011, no 1º chamamento já foram firmados 53 convênios com instituições
de ensino superior e em breve sairá o resultado do segundo chamamento.
2.2 O conceito de estágio
O estágio, para quem está na graduação e que ainda não realizou nenhum
trabalho no Magistério, é um espaço importante de formação e de reflexão acerca das
teorias estudas no curso de Pedagogia, assim como, de ressignificação de saberes da
prática. Logo, é fundamental estruturar ações que viabilizem um diálogo real com as
escolas que acolhem os nossos alunos estagiários.
Um dos grandes desafios que os cursos de formação de professores vêm
enfrentando é o de estabelecer um canal de comunicação com a escola pública. Um
desses canais poderia ser construído por meio dos estágios supervisionados. Contudo a
possibilidade concreta de se efetivar um intercâmbio entre a universidade e a escola
pública, ainda é um desafio. Tanto a escola quanto a universidade estariam se
beneficiando nessa relação.
O estágio - um dos componentes do currículo - é uma atividade que possibilita
ao aluno um contato direto com a realidade na qual ele irá atuar. Por meio da
observação e análise crítica da “vida escolar” – entendida como um conjunto de
práticas, valores e princípios das instituições educacionais –, o estagiário/aluno prepara-
se para atuar de maneira reflexiva, investigativa e crítica para o exercício profissional.
Muitas vezes, quando se menciona a palavra estágio, mesmo sendo referenciado
por uma legislação, a associação imediata que se faz é com aquele trabalho burocrático
a ser cumprido e entregue à secretaria para ser arquivado, não tendo nenhuma utilidade
nem interesse.
Na literatura, temos algumas visões do que poderia ser o momento do estágio;
Entre elas, temos uma que aposta que a formação do professor se daria prioritariamente
pela assimilação de uma prática eficiente observada.
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Como afirma Pimenta (2008):
essa perspectiva está ligada a uma concepção de professor que na o
valoriza sua formação intelectual, reduzindo a atividade docente
apenas a um fazer que será bem-sucedido quanto mais se aproximar
dos modelos observados... O estágio então, nessa perspectiva, reduz-
se a observar os professores em aula e imitar esses modelos, sem
proceder a uma análise crítica fundamentada teoricamente e
legitimada na realidade social em que o ensino se processa. (p.36).
Outra visão de estágio, presente em alguns cursos de Pedagogia, aposta que a
aquisição de determinadas habilidades é suficiente para a resolução dos problemas com
os quais o futuro professor irá se defrontar. Essa concepção tem recebido críticas, uma
vez, que o professor fica “reduzido ao prático: não necessita dominar os conhecimentos
científicos, mas tão-somente as rotinas de intervenção técnica deles derivadas”.
(Pimenta, 2008, p.37).
Enfim, são duas perspectivas que valorizam o aspecto técnico do estágio.
Contudo a ação educativa pede um olhar que considere os outros aspectos presentes no
contexto escolar. Como sabemos, a dimensão técnica só tem sentido quando articulada
com a dinâmica concreta da realidade escolar. Embora seja um aspecto importante na
formação docente, as atividades práticas desvinculadas de seus contextos pouco
contribuem quando os alunos ingressam no mercado de trabalho, pois, as situações reais
pedem, muitas vezes, a criação de novas técnicas.
Pimenta (2008) comenta que, para alguns, um curso de formação docente está
mais próximo da prática, quando possibilita “o treinamento em situações experimentais
de determinadas habilidades consideradas, a priori, como necessárias ao bom
desempenho docente” (p.38)
Aposto na ideia de que o estágio deveria possibilitar aos futuros professores uma
compreensão mais complexa das práticas institucionais e das ações ali praticadas pelos
profissionais, como uma alternativa no preparo da inserção profissional do futuro
professor.
A teoria terá o papel de questionar as práticas institucionais e as ações dos
sujeitos. Logo,
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(...)O papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para
análise e investigação que permitam questionar as práticas
institucionalizadas e as ações dos sujeitos e, ao mesmo tempo, colocar elas
próprias em questionamento, uma vez que as teorias são explicações
sempre provisórias da realidade. (Pimenta, 2008, p.43)
Os estágios deveriam propiciar uma compreensão das complexidades das
práticas institucionais e das ações praticadas pelos profissionais, como uma alternativa
no preparo da sua inserção profissional. Assim, o estágio uma junção da prática de todas
as disciplinas do curso. Ele, muitas vezes, possibilita uma reflexão sobre a realidade.
Nesse sentido, ele aproxima os alunos da realidade, para analisar e questionar
criticamente, à luz de teorias. Como afirma pimenta (2008), é no contexto da sala de
aula, da escola, do sistema de ensino e da sociedade que a práxis se dá. (p. 45)
O estágio como pesquisa exige do aluno uma postura investigativa, fazendo uma
relação com os novos conhecimentos, comparando situações existentes, com os novos
dados da realidade. Compreendendo o estágio como uma investigação das práticas
pedagógicas nas instituições educativas. A teoria e prática devem estar presentes nas
universidades quanto nas instituições-campo. Propondo um intercâmbio entre o que se
teoriza e o que se pratica. Para que o estágio possa ser esse espaço de construção de
conhecimento algo é fundamental: o estabelecimento de um diálogo entre a escola e a
universidade. Sem esse diálogo os possíveis aprendizados ficam comprometidos.
Para finalizar, lembro o que está no Parecer número 21, de 2001, do Conselho
Nacional de Educação em que define o estágio curricular como um
“tempo de aprendizagem que, através de um período de
permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para
aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma
profissão ou ofício. Assim o estágio supõe uma relação
pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido
em um ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário
[...] é o momento de efetivar um processo de
ensino/aprendizagem que, tornar-se-á concreto e autônomo
quando da profissionalização deste estagiário.”
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O contato com as situações reais das escolas, mediados pela postura
problematizadora e investigativa, é importante para a formação dos futuros professores.
Ao observar e registrar as práticas que lá ocorrem é possível articular teoria e prática.
3. Procedimentos metodológicos
Diante da perspectiva de conhecer elementos que favoreçam um diálogo mais
adequado entre a universidade e escolas públicas de Ensino Fundamental e, por sua vez,
que colaborem com a formação do aluno do curso de Pedagogia, optei por uma pesquisa
que se caracteriza por um estudo quantitativo e qualitativo.
Para a análise dos dados, recorri à análise de conteúdo como procedimento
metodológico. Bardin afirma que a análise de conteúdo é:
“Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando
obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição
do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não)
que permitam a inferência de conhecimentos relativos às
condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas
mensagens”. (1977, p.42).
Tendo em vista essa escolha metodológica, optei em realizar minha pesquisa na
própria USCS por essa instituição por se mostrar disponível e, principalmente, por ser o
local onde estudo. O trabalho investigativo está estruturado da seguinte forma:
1- Etapa: Leitura e análise dos textos oficiais produzidos pela FDE sobre o
Programa Bolsa Alfabetização;
2- Etapa: A realização dos questionários com questões fechadas e abertas com os
alunos bolsistas participantes do Programa Bolsa Alfabetização com os alunos do
curso de Pedagogia que realizam seus estágios em escolas de forma convencional,
ou seja, sob a orientação do professor orientador de estágio.
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4. Análise dos resultados
Inicialmente, procurei traçar o perfil do aluno do curso de Pedagogia. Realizei o
levantamento com os alunos dos 3 e 4 anos. As respostas dos questionários apontaram
que:
Alunos que realizaram seus estágios de maneira convencional
Com relação à faixa etária, temos:
- 72% dos alunos estão entre 20 até 23 anos;
- 14 % na faixa dos 24 até 30 anos;
- 14 % dos alunos têm mais de 30 anos
No item renda familiar, a pesquisa mostrou que:
- 28 % entre 1.001,00 até 2.000,00 reais;
- 58 % entre 2.001,00 até 3.000,00 reais e
-14 % mais de 3.000,00 reais
Com relação ao local onde cursou o Ensino Médio, as respostas apontaram que:
- 58% dos alunos estudaram em escola pública e
- 42% em escola privada.
Eles estudaram no período:
- 86 % diurno
- 14% noturno
Para finalizar, no item experiência profissional na educação, os dados levantados
mostram que:
- 86 % dos alunos têm experiência profissional e
- 14 % não
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A partir dos dados levantados na primeira parte dos questionários (questões
fechadas) é possível afirmar que os alunos que fizeram seus estágios de maneira
convencional, na sua maioria, têm entre 20 a 23 anos, cursou o Ensino Médio em escola
pública, no período matutino. Além disso, têm uma renda familiar entre dois a três mil
reais e não têm filhos. Outro dado importante, que as respostas mostraram, é o fato de a
maioria ter experiência profissional na educação.
Perfil dos alunos que participaram do Bolsa Alfabetização
Com relação à faixa etária, temos:
- 10% até 19 anos;
- 30% dos 20 anos até 23 anos;
- 30% dos 23 anos até 30 anos e
- 30% mais de 30 anos
No item renda familiar, a pesquisa mostrou que:
- 10% menos de 1.000,00 reais;
- 28 % entre 1.001,00 até 2.000,00 reais;
- 58 % entre 2.001,00 até 3.000,00 reais e
- 14 % mais de 3.000,00 reais
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Com relação ao local onde cursou o Ensino Médio, as respostas apontaram que:
- 90% dos alunos estudaram em escola pública e
- 10% em escola privada.
Eles estudaram no período:
- 50 % diurno
- 50% noturno
Para finalizar, no item experiência no projeto Bolsa Alfabetização, dados
levantados mostram que iniciaram a sua participação desde:
- 30% desde 2008;
- 40% desde 2009;
- 20% desde 2010 e
- 10% a partir de 2011.
A partir dos dados coletados, nos questionários realizados com os alunos
participantes do projeto Bolsa Alfabetização, é possível afirmar que a maioria tem mais
de 19 anos, estudou em escola pública, tanto no período noturno como no matutino.
Além disso, tem renda familiar entre dois a três mil reais e estão no projeto desde 2009.
Comparando os dois segmentos, posso afirmar que os dois grupos são parecidos
e que a diferença está, apenas, na porcentagem de alunos que cursaram a escola pública
e o período em que estudavam. Os alunos participantes do Bolsa Alfabetização são na
sua maioria provenientes das escolas públicas e cursaram o ensino médio no período
noturno.
2ª. Parte dos questionários: alunos que realizaram seus estágios convencionais x
alunos pesquisadores.
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Nessa segunda parte dos questionários, procurei agrupá-los por pergunta, ou seja, o que os
alunos pesquisadores (APs) e os alunos que realizaram seus estágios convencionais (EC)
responderam para uma mesma questão. Em seguida faço uma breve reflexão sobre o que foi
dito.
1. Supondo que a experiência como aluno estagiário tenha mudado algo em sua
vida, mesmo que seja uma pequena mudança, pense: O que mais mudou para mim
foi... (complementar).
AP - A AP - B AP - C AP - D AP - E AP - F
Como as coisas
funcionam no
Estado, a
concepção de
ensino que é
adotada pela
professora.
Além do como se
alfabetiza.
O olhar
sobre a
aprendizage
m, pois
pude
adquirir
experiência
e aprender
como se dá
o processo
de ensino-
aprendizage
m
Aprendi que cada
pessoa possui
algo novo para
ensinar, e que
cada professora e
os alunos também
me ensinaram
algo novo, que faz
com que eu cresça
profissionalmente
e como pessoa
também
Ter a
possibilida
de de
vivenciar o
complexo
escolar e
perceber a
grande
responsabi
lidade do
que é ser
um
educador,
profissiona
l da
educação,
professor.
Para mim foi a
forma de
alfabetizar
fiquei
encantada de
como as
crianças
apreendem
nesse novo
conceito de
educação, pois
fui
alfabetizada
pelo método
tradicional..
Saber
respeitar
cada aluno e
sua família
vê-los como
agentes no
processo e
não como
seres passivos
e até
inimigos.
Cada
aluno/família
tem um estilo
de vida,
influenciado
por uma
cultura, pelo
acesso as
coisas, por
limitações
financeiras...
EC – A EC - B EC - C EC - D EC - E EC - F
14
Não posso
dizer que
algo mudou
em mim,
pois as
mudanças
são
constituídas
ao longo dos
anos, para
mim. Esta
experiência
foi muito
curta.
O jeito de
falar com as
pessoas, a
perda da
vergonha, e
como agir em
determinadas
ocasiões.
A visão da
escola de ensino
fundamental,
pois a idéia que
eu tinha quando
era criança ainda
era ativa até o
momento que eu
consegui
compreender a
visão dos
professores em
relação às
crianças.
A forma de
como passei a
enxergar a
educação
A visão
diferenciada
para a
postura do
professor.
Comecei a
ver a
situação de
outro
ângulo
Na minha
forma de
pensar e
agir com as
crianças
Comparando os dois quadros – as respostas dadas sobre o que mais aprenderam
– pude perceber que as alunas pesquisadoras, ao ocuparem um tempo maior na
escola/sala de aula, conseguem expressar, por meio da escrita, que aprenderam
conteúdos importantes para a sua formação. Isso ficou explícito no momento em que
afirmaram que presenciaram o processo de alfabetização. Um aspecto que merece ser
ressaltado é que para algumas alunas pesquisadoras, ao vivenciarem situações de aula,
elas conseguiram perceber, a partir da prática da professora, elementos importantes que
contribuirão para suas futuras práticas pedagógicas. Isso ficou claro quando a aluna AP
disse: “forma de alfabetizar fiquei encantada de como as crianças apreendem nesse novo
conceito de educação, pois fui alfabetizada pelo método tradicional.”
Analisando as respostas dadas na questão proposta, posso afirmar que os alunos
pesquisadores estão percebendo que, ao sairmos da sala de aula da universidade para ver
a sala de aula da escola, acrescentamos elementos importantes na formação inicial.
Nesse sentido, o projeto Bolsa Alfabetização se aproxima do conceito de estágio
defendido por Lima, quando a autora afirma que: “a mobilização do saber da
experiência, aliada ao saber pedagógico e à fundamentação teórica poderão nos oferecer
os elementos necessários para compreendermos e analisarmos o nosso próprio
desempenho profissional” (2003, p.62).
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2. Faça um breve relato do como você foi acolhido na escola em que realizou
seus estágios e/ou com aluno pesquisador.
AP – A AP - B AP - C AP - D AP - E AP - F
De forma
indiferente; fui
muito bem
recebida pela
vice-diretora,
porém pelos
outros membros
fui tratada de
forma indiferente
Fui bem
recebida por
todos, tanto
pela direção
da escola
como pelos
professores
No João
Firmino me
sinto em
casa, no
Gonzalez me
senti uma
intrusa,
embora eu
tive a sorte
com todas
as
professoras
de serem
muito
legais.
Como este é o 3º
ano na mesma
escola, eu já
conheço algumas
pessoas, por isso
eu fui muito bem
recebida por elas.
Senti um pouco
de indiferença
ao me receber,
principalmente
a professora da
minha sala. Já
notei que ela
não gosta de
estagiária.
Fui muito bem
recebida e não
vista como
aluna
pesquisadora e
principalmente
respeitada e
incluída em
todo o
ambiente
escolar.
Bom a
primeira
semana de
adaptação
sempre é
difícil, mas
logo consegui
interagir com
a professora,
aluno e
direção.
EC EC EC EC EC EC
16
Fui muito bem
acolhida por
todos, desde a
diretora (pessoa
que eu já
conhecia
particularmente),
até o porteiro.
Todos se
esforçaram para
que eu pudesse
enriquecer as
minhas
experiências.
Todos
compartilharam
seus
conhecimentos.
Fui acolhida
muito bem,
todos os
funcionários me
colheram muito
bem, sempre
foram
atenciosos e
dedicados, os
professores
também sempre
me ajudaram
quando precisei
e me
explicaram
como falar e
agir em
determinados
casos.
Fui bem
acolhida, os
professores
não se
incomodaram
com a minha
presença, me
mostraram
planejamento e
atividades,
porém não de
maneira
espontânea, era
preciso
solicitar, mas
em geral foi
tudo tranquilo.
Fui acolhida
muito bem,
os
professores
me auxiliam
quando
necessário e
a
coordenador
a é bastante
presente em
nossa rotina.
Muito bem,
até porque
trabalho no
Departame
nto Pessoal
da escola.
Foi acolhido,
muito bom.
Tanto as APs como as alunas da Pedagogia que realizaram seus estágios de maneira
convencional foram bem recebidas. As exceções ficam com algumas situações
vivenciadas pelas APs. Em ambos os casos, as alunas relatam que a função do aluno
pesquisador não está clara na escola. As alunas disseram: “me senti uma intrusa, embora
eu tive a sorte com todas as professoras de serem muito legais” e “Senti um pouco de
indiferença ao me receber, principalmente a professora da minha sala” e “Já notei que
ela não gosta de estagiária”.
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3. Faça um relato das experiências de aluno pesquisador que para você, foram
importantes para a sua formação.
AP – A AP - B AP - C AP – D AP - E AP - F
Para me
basear, e na
minha
carreira
docente;
tentar fazer
justamente o
oposto do
que eu
presencio.
A professora
me permita
ajudar a
todos, como
os
alfabéticos,
pré-silábicos
e os silábicos
com ou sem
valor, com
atividades
diferentes o
que me
permite
compreender
o processo de
cada um.
Como já disse,
todos os
profissionais,
ao longo da
minha jornada
de aluna
pesquisadora
teve algo a me
ensinar, tanto
positivo, quanto
negativo.
Valores que
pretendo
exercer
quando eu for
professora,
como coisas
que percebi
não ser bom
para mim. O
que vale nas
experiências é
Bem, no 1º ano
que participei, sai
bem, contente,
pois ajudei um
aluno em
particular a se
alfabetizar. Foi
um trabalho feito
junto com a
professora que
me deu uma
bagagem bem
interessante e
rica. Me fez
sentir bem, tanto
de ter auxiliado a
professora como
também e
principalmente
ajudar aquele
aluno a caminhar
um pouco em
Ter contato
com as
crianças.
Conhecer um
pouco sobre o
projeto "Ler e
Escrever".
Conhecer o
método
utilizado pela
professora
(escolher o que
é bom).
Participar do
processo de
alfabetização
dos alunos e
perceber o que
eles
conquistaram.
O que sabiam e
o que passou a
Ouvir outras
ideias,
questionar
sem ser
inconveniente,
participar
integralmente
na vida das
crianças,
vendo-as
como pessoas
plenas sem
que sintam-se
diferenciadas
umas das
outras.
Aprender
com o outro,
contemplar
uma
concepção de
ensino-
18
que
aprendemos o
que podemos
usar e o que não
queremos para
a minha vida
profissional.
Deixar o aluno
pensar para
responder e as
perguntas feitas
é algo que
sempre vou
fazer.
relação a
aprendizagem.
saber. aprendizage
m (parte
pedagógica).
Perceber o
comportame
nto da
criança meio
a atuação
(intervenção)
do
professor(a).
EC EC EC EC EC EC
19
A postura da
professora em
função de uma
questão ética
(roubo de
chocolate da
merendeira); - A
disposição da
professora em
estimular a
criança para que
ela avance em
seus
conhecimentos; -
A importância de
estar preparado
para quando tiver
que lidar com
aluno especial
em sala de aula.
A relação de
vínculo; a
gratificação
que a criança
tem quando
ela entende
aquele
conteúdo que
você explicou,
conversas com
alunos e pais e
a
responsabilidad
e que temos
com cada
criança quando
se trata da
educação e da
vida escolar
dela
Em uma das
escolas que eu
estagiei,
permanecia
como os
alunos,
sentados
durante todo o
período
observando a
aula que a
professora
ministrava, ali
sentada
compreendera
m o quanto é
cansativo ter
de esperar pela
fala da
professora
dizendo a todo
o momento o
que as crianças
deveriam fazer.
Aprendi ali
sentada, que
existem outras
maneiras de se
ensinar e
aprender, como
aprendemos na
faculdade e
como é possível
Os
aprendizados
que ocorrem
diariamente
com os
profissionais
que já atuam
na área. O
afeto das
crianças que
absorvemos
para dar
continuidade
ao nosso
trabalho.
Como não
estou na
área muitas
situações
não fazem
tanto
sentido
mais achei
interessante
conhecer
um pouco
mais do
mundo de
uma sala de
aula.
Desde higiene
pessoal deles,
que começa
na escola de
educação
infantil. Mas
tem pais que
nem ligam
para esse fato.
20
de se observar
em outros tipos
de escola.
Tanto os alunos pesquisadores, em sua maioria, relatam que aprenderam algo
importante para sua formação. O exemplo a seguir ilustra esta afirmação: “A professora
me permita ajudar a todos, como os alfabéticos, pré-silábicos e os silábicos com ou sem
valor, com atividades diferentes o que me permite compreender o processo de cada um”.
Já os alunos que realizaram seus estágios de maneira convencional não
conseguiram expressar situações de aprendizagem que tenham sido significativas. Os
exemplos que se seguem ilustram essa questão: “Em uma das escolas que eu estagiei,
permanecia como os alunos, sentados durante todo o período observando a aula que a
professora ministrava, ali sentada compreenderam o quanto é cansativo ter de esperar
pela fala da professora” e “Como não estou na área muitas situações não fazem tanto
21
sentido mais achei interessante conhecer um pouco mais do mundo de uma sala de
aula”.
4. Para você, qual a função do aluno pesquisador e/ou estagiário?
AP AP AP AP AP AP
Observar
como
ocorre o
processo de
ensino-
aprendizag
em, como
acontece a
interação
entre os
alunos e a
professora.
Além de
auxiliar a
professora
nas
atividades
que são
dirigidas às
crianças.
Pesquisar as
vivências em
sala de aula
e auxiliar o
professor na
alfabetizaçã
o dos alunos.
Observar o
ensino-
aprendizag
em, que é
o nosso
foco e
também
ajudar
para que
os alunos
tenham
um
aprendiza
do
melhor,
auxiliand
o a
professor
a no que
for
preciso.
Auxiliar a
professor
a no que
se refere
ao
alfabetiza
r o aluno.
Observar o aluno,
como ele se
desenvolve no
decorrer do ano,
qual o método de
ensino da
professora.
Registrar aquilo
que me chamou a
atenção no processo
de ensino e
aprendizagem.
Refletir sobre as
novas experiências
que vivo.
Auxiliar o
professor/aluno no
processo de ensino
e aprendizagem
Eu acredito que
o maior
benefício foi a
aprendizagem, a
formação em si,
ou seja, uma
possibilidade de
compartilhar e
apreciar a
atuação de um
docente e
também
“cooperar”
com a
professora e os
alunos.
EC EC EC EC EC EC
22
Acredito que ele
deve observar
refletir sobre as
práticas e
exercer as
diversas
atividades
dentro da sala
de aula. É um
período de
aprendizagem
fazendo uma
ponte da teoria
com a prática.
Creio que a
função do
aluno
estagiário
é observar,
ajudar os
alunos em
sala de
aula,
adquirindo
uma vasta
experiência
.
O estagiário é um
aprendiz, no
contexto escolar tem
a função de
observar,
compreender o que
acontece dentro de
uma escola, como
lidar com situações
diversas além de
interagir com as
crianças ele pode
auxiliar
professores em
atividades
diversas.
Acredito que
a função do
estagiário
seja de
observação
do contexto
escolar
como um
todo, além
de adquirir
experiência.
Auxiliar o
professor,
ajudar para
somar e fazer
pontos
positivos para
os alunos e o
ambiente
escolar.
Uma
experiência
muito boa,
para sua
carreira.
Tanto as alunas pesquisadoras como as que realizaram seus estágios de maneira
convencional afirmaram que a ação de observar faz parte de suas tarefas. Contudo,
comparando as respostas dadas, pude perceber que os alunos pesquisadores estão
preocupados em refletir e pesquisar o que está sendo observado.
5. Conclusão
Em minha pesquisa procurei analisar, a partir de um comparativo entre estágio
realizado pelos alunos participantes do projeto Bolsa Alfabetização e o estágio realizado
de forma convencional. Para tal, doze alunos do curso de pedagogia – seis que
participaram do projeto Bolsa Alfabetização e seis que realizaram seus estágios
convencionais- responderam um questionário com perguntas abertas e fechadas. Da
análise realizada pude perceber que as alunas do projeto Bolsa Alfabetização
demonstraram, em suas respostas, estarem mais integradas ao contexto escolar. Parece-
me que o fato de cumprirem uma jornada de 20 horas semanais e de ocuparem um espaço
de fato na escola possibilitaram condições mais adequadas para que elas percebessem o
seu papel no contexto escolar.
23
Além disso, percebi as alunas pesquisadoras estão mais integradas no contexto
escolar, pois, são convidadas a participar das atividades que se referem à alfabetização.
Já as alunas que não participam do programa, muitas vezes, apenas observam o que
ocorre na sala de aula. Com isso, elas ficam distantes das situações reais do ensino e da
aprendizagem.
Tanto o aluno pesquisador quanto o que fez o estágio de maneira convencional
aprenderam quando foram para as escolas, perceberam que no processo de ensino e
aprendizagem é importante olhar a criança, acreditar no seu potencial, suas
possibilidades. Pude perceber também tanto os alunos pesquisadores como os estagiários
fizeram descobertas sobre a área de educação, achavam que a educação se resumia a sala
de aula, e que ao irem para as escolas, constataram que, ainda, precisam aprender muito
sobre educação e que há assuntos pouco explorados, como por exemplo a questão da
inclusão.
É unanime a questão da distância entre o que se é dado na Faculdade e o que se vê
dentro da sala de aula, parece dois mundos bem diferentes. Mas em contra partida todas
as respostas dadas pelas alunas, de modo geral, acharam gratificante a experiência de
estar no contexto da escola. Puderam constatar que é fundamental um bom planejamento,
e um bom preparo para a relação discente/docente, percebe-se claramente que depois
dessa experiência todas sabem que ensinar não é só entrar na sala de aula e começar a
falar; é necessário preparo. Todas têm ciência de que o processo de aprendizagem é
contínuo, e que a intervenções do professor devem ser planejadas.
24
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