mÉtodos avaliativos em estÉtica facial e corporal

140
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Elaine Watanabe

Upload: others

Post on 27-Jul-2022

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL

E CORPORAL

Programa de Pós-Graduação EAD

UNIASSELVI-PÓS

Autoria: Elaine Watanabe

Page 2: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCIRodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito

Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SCFone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck

Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Cristiane Lisandra Danna Norberto Siegel Camila Roczanski Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Bárbara Pricila Franz Marcelo Bucci

Revisão de Conteúdo: Graciele Alice Carvalho AdrianoRevisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais

Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2018Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri

UNIASSELVI – Indaial.

W324mWatanabe, Elaine

Métodos avaliativos em estética facial e corporal. / Elaine Watanabe – Indaial: UNIASSELVI, 2018.

140 p.; il. ISBN 978-85-53158-11-9

1.Métodos avaliativos – Brasil. 2. Estética facial – Brasil. 3. Estética corporal – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 646.72

Page 3: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Elaine Watanabe

Possui Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética – Univali e Pós-graduação em Estética Facial e Corporal com habilitação para o Magistério Superior – Univali. Atua como Professora do Curso de Bacharel em Estética – Univali, lecionando a disciplina Técnicas de Massagem e Estágio Supervisionado em Estética Corporal. Lecionou no curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética, nas disciplinas: Biossegurança,

Cosmética e Estética dos Anexos Cutâneos, Estética Corporal, Prática Profissional Supervisionada em

Estética Corporal e Orientadora de Trabalhos de Iniciação Científica. Também atua de forma autônoma como Esteticista e Shiatsuterapeuta.

Page 4: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL
Page 5: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Sumário

APRESENTAÇÃO ....................................................................07

CAPÍTULO 1Avaliação Estética Facial E AvaliaçãoEstética Corporal.................................................................09

CAPÍTULO 2Ficha de Anamnese Corporal ...............................................51

CAPÍTULO 3Ficha de Anamnese Facial .....................................................95

Page 6: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL
Page 7: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

APRESENTAÇÃONa disciplina “Métodos Avaliativos em Estética Facial e Corporal” são tratados

assuntos gerais que fazem parte da rotina de uma avaliação estética e que não devem ser ignorados por constituírem meios de garantir uma boa avaliação. No capítulo 1, abordamos a importância da prévia avaliação e do primeiro contato do profissional com o seu paciente, a problemática de transtornos emocionais e psicológicos na satisfação pessoal, com as expectativas geradas e sua interferência nos resultados dos tratamentos, o que podemos detectar com uma avaliação visual, e os dados que podemos obter com o auxílio de equipamentos como analisadores de pele, adipômetros, fitas antropométricas e balança, bem como o seu correto uso.

Iniciamos o Capítulo 2 lembrando da importância da postura profissional no momento da avaliação, a abordagem adequada do cliente/paciente antes da realização de procedimentos estéticos e ingressamos na construção da ficha de anamnese em estética corporal, dividindo-a em seções de acordo com a necessidade e os tipos de disfunções estéticas, iniciando pelas informações gerais, partindo para a queixa e, a partir daí, conectando as informações pertinentes à queixa com as informações relevantes para a seleção de recursos para o seu tratamento, como a avaliação visual e antropométrica, focada nas queixas que podem ser lipodistrofia localizada, estrias, flacidez e fibro edema geloide, descrevendo cada uma delas em caráter avaliativo, suas classificações em graus de evolução ou gravidade, bem como outras formas de classificação, o que é fundamental para a correta seleção de produtos e equipamentos a serem utilizados, bem como para garantir que os resultados posteriormente analisados sejam fidedignos. Também lembramos que é imprescindível o registro de contraindicações na ficha de anamnese, garantindo um tratamento estético seguro.

No Capítulo 3, seguindo as mesmas bases do Capítulo 2, construímos por etapas a ficha de anamnese, agora em Estética Facial. Iniciando pela sua base que é composta pelas informações gerais, partindo para a exploração de dados voltados principalmente à pele facial, que é o foco das queixas, sendo as mais frequentes: a acne, as discromias e os sinais do envelhecimento cutâneo que são abordados de forma a compreender como avaliá-los ou classificá-los, com base nas características e tipos de pele que influenciarão na técnica estética a ser selecionada. Também são abordadas algumas alterações que não estão ao alcance do tratamento realizado por esteticistas, mas que devem ser, sempre que possível, identificados para o encaminhamento médico, preservando assim, a saúde do cliente/paciente.

Bons estudos!

Page 8: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL
Page 9: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

CAPÍTULO 1

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

� Conhecer os motivos pelos quais deve ser realizada uma avaliação antes de se iniciar um tratamento estético.

�Expressar e registrar informações importantes para uma boa avaliação.

�Identificar métodos existentes para complementar, padronizar, controlar e registrar os resultados na avaliação corporal e facial.

�Avaliar o paciente/cliente de forma adequada.

�Utilizar os recursos disponíveis para aprimorar o controle e a definição dos tratamentos estéticos utilizados.

Page 10: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

10

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Page 11: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

11

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

ContextualizaçãoO trabalho na área da estética vai muito além de aplicar produtos, fazer

massagens ou utilizar recursos eletroterápicos. A relação entre o profissional e seu paciente deve ser baseada na confiança, que é adquirida com diálogo e muito esclarecimento.

A avaliação estética, seja na área corporal ou facial, e a ficha de anamnese são ferramentas muito importantes para garantir que os procedimentos sejam realizados de forma segura, com um correto direcionamento, garantindo um melhor acompanhamento da evolução do tratamento estético.

A anamnese, que consiste na entrevista feita pelo profissional quando da realização da consulta, é muito importante como uma etapa do exame clínico. A partir de um questionário, por exemplo, o profissional obtém e registra informações importantes sobre a história atual e pregressa do paciente, as quais podem ser consultadas a qualquer momento do tratamento. Além disso, as informações registradas neste questionário devem ser feitas com o consentimento por parte do paciente e do profissional que realizou a avaliação. No entanto, não é raro que profissionais da área estética tratem a ficha de anamnese com certo descaso. Existem aqueles que não preenchem a ficha antes de iniciar os procedimentos e há os que sequer a utilizam, deixando aberturas para questionamentos em relação aos resultados obtidos e quanto à aplicação adequada dos procedimentos estéticos.

É recomendado elaborar fichas diferentes para cada setor da estética, uma vez que cada área possui necessidades diferentes. Desse modo, cada avaliação torna-se mais específica para cada área. Criar e instituir uma ficha generalizada para atender todas as áreas da estética implicaria em uma ficha demasiadamente extensa, de preenchimento trabalhoso e de consulta complexa. Um cliente que procura um tratamento estético corporal nem sempre realizará um tratamento facial ou vice-versa. Dessa forma, medidas antropométricas, por exemplo, seriam informações presentes na ficha de anamnese corporal, e melasmas, na ficha de anamnese facial, ou seja, cada ficha recebe as informações que são pertinentes à sua área, enriquecendo-a da melhor forma possível. Assim como para se construir uma casa é necessário fazer um projeto e para abrir um comércio, um bom plano de negócios, para se iniciar um bom tratamento estético é necessária a ficha de anamnese, pois é ela que norteará todo o plano de tratamento.

Page 12: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

12

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

A Importância da Pré-AvaliaçãoNa área da estética, é preciso refletir sobre a necessidade e a importância de

cada procedimento, material, processo ou produto utilizado, pois é dessa forma que se pode alcançar um patamar de qualidade superior de atendimento, seja em termos de eficácia ou na segurança com que o procedimento é realizado. Portanto, este capítulo buscará a reflexão sobre a importância de uma pré-avaliação e o preenchimento correto de uma ficha de anamnese na estética facial e corporal. A seguir, serão relacionadas as situações em que uma boa avaliação faz a diferença na relação entre o profissional e seu cliente.

A avaliação e o preenchimento da ficha de anamnese são o contato inicial, em que o profissional conhecerá seu paciente/cliente e o paciente/cliente conhecerá o profissional. Nesse momento, não se deve ter pressa, para que o máximo de detalhes possa ser coletado, com um diálogo totalmente focado no tratamento a ser realizado. O ideal é que seja marcado um horário exclusivo para a avaliação. Quanto mais claro o profissional for ao passar as informações para o seu paciente, mais seguro este se sentirá. Esse contato inicial é essencial para estabelecer uma boa relação entre profissional e o cliente, devendo este ser realizado em ambiente confortável para trocar informações de valor, que serão as chaves para adequação do paciente ao procedimento e direcionará o profissional, que deverá pedir ao paciente que aponte características mais específicas, daquelas que realmente mais o incomodem, pois é comum que este responda com certa subjetividade ao ser questionado sobre aquilo que quer melhorar (ALAM et al., 2010).

Existem situações frequentes em que o paciente reponde subjetivamente frente aos questionamentos do profissional, por exemplo, “estou cheia de celulites!”, ou “quero emagrecer!”. Neste momento, o bom profissional deverá estar ciente das suas possibilidades para conseguir guiar o paciente para o tratamento possível de ser realizado de acordo com as suas maiores queixas e esclarecer quais as melhoras que poderá obter. Esse é o momento no qual o profissional poderá explicar sobre as possibilidades de tratamentos, pois o paciente, principalmente aquele que não está habituado aos tratamentos estéticos, poderá vir com muitas expectativas sobre o que será feito e seus resultados.

Outro ponto a ser observado é a necessidade de que o profissional se mantenha neutro no momento da avaliação e não faça simplesmente um pré-julgamento na primeira observação visual. É preciso, acima de tudo, saber ouvir e depois saber orientar. O que pode parecer uma falha estética para o profissional, pode ser algo que não representa problema para o paciente. Se o profissional quiser sugerir uma área a ser tratada não mencionada pelo paciente, deve ter cuidado para não o ofender nem diminuir sua autoestima. Um ponto-chave para

Page 13: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

13

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

o bom entendimento e a obtenção de grandes resultados em procedimentos estéticos é a franca discussão dos resultados esperados e das possíveis complicações. Expectativas irracionais do paciente e promessas descabidas por parte do profissional podem levar à insatisfação do paciente, sem contar os possíveis processos contra aquele (BEYNET et al., 2010).

Através da prévia avaliação será possível saber se o paciente possui restrições, contraindicações relativas ou absolutas para determinado procedimento ou produto. Existem procedimentos estéticos que podem colocar em risco a integridade do paciente e este é o momento de sabê-los, portanto, assume-se um risco quando não se faz uma prévia avaliação ou se deixa para fazê-la após a realização do procedimento. É imprescindível que o paciente assine ao final da ficha de anamnese o seu consentimento para a realização do tratamento estético e a confirmação da veracidade das informações por ele repassadas. Pacientes com problemas graves de saúde não podem realizar procedimentos estéticos, salvo com autorização ou recomendação médica. Se ele omitir esta informação, que deve ser questionada pelo profissional, assumirá todos os riscos, por isso, se houver omissão de informação relevante por parte do paciente, a ficha de anamnese será um respaldo para o profissional.

Transtorno Dismórfico CorporalEm uma sociedade com padrões de beleza e modelos de felicidade

determinados pela estética, existem casos de pessoas que possuem uma visão distorcida de si. A insatisfação com a imagem corporal pode ser percebida na sociedade atual, dado o aumento de uma busca patológica por atividades e procedimentos que visam moldar o corpo conforme padrões sociais preestabelecidos, com foco no tão idealizado corpo perfeito. Uma restrição alimentar doentia, consequência dos transtornos alimentares, em paralelo com uma busca frenética por atividade física, é um dos fatores que compromete o bem-estar biopsicossocial (MORGADO et al., 2009).

Artistas e modelos famosas, seja em propagandas de televisão ou em revistas especializadas, veiculam, além de suas imagens impactantes, o incentivo à adoção de práticas alimentares restritivas, associando suas imagens ao resultado de determinadas dietas e ao uso indiscriminado de produtos para emagrecimento. Além disso, referem-se abertamente que, para alcançar o corpo perfeito, muitas vezes, utilizam de práticas de controle de peso, como: dietas restritas, exercícios físicos extenuantes, cirurgias plásticas e até jejum. Esses padrões permeiam o imaginário popular, influenciando as práticas alimentares de controle de peso adotadas (SOUTO; FERRO-BUCHER, 2006, p. 701).

Page 14: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

14

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que anteriormente era denominado como dismorfobia ou dismorfofobia, causa no indivíduo uma preocupação com um ou mais defeitos percebidos em sua aparência física. Tais defeitos podem ser imperceptíveis ou leves para outras pessoas. O foco da preocupação pode ser com características inestéticas como acne, cicatrizes, rugas, pelos, cabelos, tipo de nariz, assimetria em áreas corporais. São preocupações indesejadas e de difícil controle, e ocorrem, em média, de três a oito horas por dia. Isso faz com que a pessoa tente camuflar de forma excessiva as características indesejadas, fazendo uso de maquiagens, tocando repetidamente o local para verificá-la, buscando procedimentos estéticos ou ainda comprando diversos produtos de beleza (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014 apud MOTA, 2016).

Conrado (2009) destaca a importância do treinamento dos profissionais para a investigação sistemática, diagnóstico e encaminhamento para tratamento psiquiátrico dos pacientes com TDC, e observa que estes pacientes procuram dermatologistas, cirurgiões plásticos e outros profissionais a fim de modificar sua aparência. No entanto, pessoas com TDC que se submetem a procedimentos estéticos podem continuar apresentando problemas de ordem psiquiátrica. Neste sentido, parece ser fundamental que os profissionais da área médica sejam treinados para identificar pacientes com ou sem queixas, que sinalizem a presença do TDC. O encaminhamento desses pacientes para tratamento psiquiátrico pode ser difícil, tendo em vista que o reconhecimento de um transtorno na percepção de sua aparência física não é facilmente consentido pelo paciente. Assim como na área médica, as pessoas também buscam os profissionais da área da estética para modificar aspectos físicos que os estejam incomodando, por isso essa abordagem também é muito válida para os profissionais esteticistas.

Atividades de Estudos:

Esta atividade tem como intuito fazer com que você faça uma reflexão sobre o ideal de beleza na atualidade e de como a mídia tem influenciado sobre os modelos que são perseguidos por muitas pessoas. Na internet, através de um site de buscas, procure por “artistas com e sem photoshop”, em seguida, analise algumas das imagens que você vai encontrar e reflita sobre os seguintes questionamentos:

1) Qual lhe parece ser o ideal de beleza divulgado pela mídia? ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 15: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

15

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

2) Qual a reflexão que devemos fazer sobre o resultado esperado dos tratamentos que oferecemos aos nossos pacientes?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Como devemos agir caso um paciente esteja obcecado com sua aparência a ponto de que isto interfira na sua vida social?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Avaliação VisualA primeira avaliação a ser feita com o paciente é de forma visual, de modo

a identificar aspectos e características físicas da pessoa, tais como sexo, idade, altura e peso. Tanto na Estética Facial quanto na Estética Corporal, a avaliação visual é primordial. Não é possível fazer uma boa avaliação somente através de um questionário, é necessário também uma boa percepção e avaliação inicial. Por exemplo, na análise facial, observa-se que a pele está oleosa, desidratada ou com descamações e depois, se houver maquiagem, deve-se removê-la por completo para analisar as manchas, acnes, telangectasias, rugas e outras imperfeições que possam existir.

Na Estética Corporal, a análise visual é acompanhada pela análise tátil, pois assim é verificado o grau de flacidez, de fibroedema geloide e o tipo de gordura através de seu aspecto, textura e até pela temperatura local. Já para a avaliação e acompanhamento da evolução dos tratamentos, é possível fazer um registro fotográfico. Na estética facial, o registro fotográfico é a melhor forma de analisar as imperfeições a serem tratadas, já que estas são mais difíceis de serem mensuradas de outras formas.

A seguir, os principais instrumentos que podem ser utilizados para aperfeiçoar a avaliação estética corporal e a avaliação estética facial. Estes instrumentos, além de melhorar a qualidade da avaliação, facilitam e muito na comparação dos resultados dos tratamentos estéticos utilizados.

Page 16: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

16

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

a) Registrofotográfico

O registro fotográfico não é um método antropométrico, mas pode ser um instrumento para comparação dos resultados antes e após o tratamento, caso haja uma padronização (PUJOL, 2011). Fotografar o paciente se tornou uma das principais formas de documentação, também permitindo fornecer uma melhor assistência ao paciente no decorrer do tratamento. A evolução de cada tratamento pode ser acompanhada de forma mais objetiva por meio de fotografias do que pela representação gráfica escrita tradicional. A documentação escrita tradicional e o questionário de perguntas para o paciente podem ser mais subjetivos e darem mais espaço a influências do profissional e do paciente na avaliação da resposta ao tratamento. As fotografias podem melhorar muito o nível de satisfação do paciente, pois assim ele pode quantificar o seu progresso. Essas imagens documentadas, inicialmente, podem também serem usadas como proteção para o profissional, pois ao longo do tratamento o paciente pode reivindicar alguma imperfeição como sendo decorrente do tratamento e não algo que já existia previamente (BEYNET et al., 2010).

O uso da fotodocumentação é bastante interessante, especialmente para a área da Estética Facial, onde alterações como acne, envelhecimento cutâneo e discromias a serem tratadas são mais visuais, diferentemente da Estética Corporal, onde as características estéticas, muitas vezes, podem ser mensuradas de outras formas. Para uma fotodocumentação de qualidade são necessários os seguintes equipamentos: uma câmera digital que possua uma resolução igual ou superior a três megapixels; um local específico na clínica para fotografar, sendo este sempre o mesmo, para que não haja mudanças na iluminação; um fundo infinito, que no caso da área médica é utilizada mais comumente a de cor azul; um tripé que ajuda muito em alguns tipos de fotos; uma iluminação, sendo a luz branca a ideal, pois outras cores alteram a aparência dos motivos; e um software para armazenamento das fotos (PINHEIRO JUNIOR, 2009).

Na fotodocumentação, o mais importante é a padronização. Sem uma boa padronização na hora de fotografar, os resultados a serem observados por meio das fotografias podem ser questionados. Cada profissional pode criar seu próprio padrão para fotografar seu paciente. O importante é que este padrão seja seguido à risca e que as modificações entre uma fotografia e outra sejam apenas aquelas que destacam as modificações resultantes dos procedimentos estéticos aplicados. Quando se observa fotos de “antes e depois”, de tratamentos onde itens do ambiente se modificaram, percebe-se que não se enxerga as alterações decorrentes do tratamento estético com tanta clareza.

Vale ressaltar que as fotografias jamais deverão ser divulgadas sem o consentimento do paciente. Caso haja interesse em divulgar as fotos, o paciente deverá assinar uma autorização (Anexo I) contendo todas as cláusulas

Page 17: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

17

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

obrigatórias, como a sua finalidade, período, remuneração e penalidades. Ainda assim, recomenda-se a utilização de tarjas sobre os olhos nas fotografias (GARCIA; BORGES, 2006).

O paciente tem o direito de manter o sigilo dos seus dados, sendo fundamental sua concordância para a utilização do que lhe é privado, até quando há reconhecimento da pessoa na foto e um termo de consentimento para fotografia. Este termo deve utilizar uma linguagem clara e acessível, evitando o uso de terminologia técnica e de difícil compreensão. Deve, ainda, conter informações sobre o procedimento, seus objetivos, efeitos e reações ao tratamento. Informações insuficientes ou incorretas podem invalidar o documento (PUJOL, 2011, p. 193).

Importante lembrar que todo e qualquer registro poderá ser uma prova em casos de eventuais questionamentos. A fotografia é a melhor forma de verificação dos resultados obtidos nos tratamentos estéticos e de trazer à memória como era o local antes do tratamento. Alguns profissionais utilizam as fotografias também para divulgar o seu trabalho, e em qualquer caso, a autorização da divulgação das imagens por meio de termo próprio é sempre obrigatória.

Quanto às técnicas utilizadas para o registro fotográfico, pode-se padronizar a fotografia adotando procedimentos como: o paciente ficar em pé, postura ereta, a uma distância padronizada para um bom enquadramento. O enquadramento pode ser realizado por segmento corporal ou pode ser também da face inteira; metade superior da face, metade inferior da face, nariz, região dorsal, flancos, coxas, nádegas, abdome, mamas, joelhos, braços, mãos, panturrilhas e tornozelos (PINHEIRO JUNIOR, 2010). Também é interessante registrar a data e o horário da fotografia; utilizar a mesma regulagem da máquina e distância do paciente na primeira avaliação e nas consecutivas; fotografar sempre no mesmo ambiente e sob a mesma iluminação; padronizar a roupa (avental, calcinha descartável entregue pelo avaliador) (PUJOL, 2011). Garcia e Borges (2006) também sugerem que se deve anotar todos os parâmetros utilizados na hora de fotografar, como a câmera utilizada, o local onde a fotografia foi realizada, a distância do paciente em relação à câmera, o seu posicionamento, a cor do fundo, o uso do flash. Assim, pode-se seguir esses parâmetros sem erros.

Com relação ao enquadramento, quanto mais a imagem da área que está sendo fotografada ocupar a imagem total, melhor a qualidade. Deve-se fazer com que o paciente ocupe o máximo de espaço possível do visor, sem cortar alguma parte importante do corpo e não deixar muito espaço vazio no fundo. Não deve haver qualquer tipo de contração muscular, a expressão facial deve ser neutra com os olhos voltados para frente, no caso da face (PINHEIRO, 2013).

Page 18: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

18

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Um método bastante utilizado para o registro fotográfico é posicionar a cabeça do indivíduo no plano de Frankfurt, que consiste em alinhar horizontalmente a borda inferior da abertura do orbital com a margem superior do condutor auditivo externo. Essa técnica também é utilizada para padronizar a realização de medidas de altura e peso (IBGE, 2013).

Figura 1 – Plano de Frankfurt

Fonte: Adaptado de Central X (2010).

Deve-se analisar quais os segmentos do corpo com os quais serão trabalhados e criar um padrão para cada um deles. Deve-se observar se cada segmento aparecerá com o mesmo tamanho e iluminação em todas as fotos. O uso do flash e do zoom produz modificações nas fotografias, portanto, se utilizar um desses recursos em um registro, deverá utilizá-lo em todos os outros.

Também é importante adotar algum método seguro para a identificação do paciente que foi fotografado, pois, muitas vezes, apenas partes do corpo são fotografadas, dificultando assim o reconhecimento do paciente. Pode-se fotografar e arquivar as imagens diretamente no software de imagens, descrevendo cada paciente ou, caso utilize pastas comuns de arquivos, para garantir que as imagens sejam seguramente classificadas, pode-se fazer conforme instrui Pinheiro (2013): utilizando etiquetas autocolantes, desde que sejam pequenas e de cor neutra (branca, de preferência), para não interferir na imagem. Outra alternativa é escrever todos os dados do paciente em papel em branco e fotografar o papel antes da primeira foto tirada do paciente.

Na figura a seguir, observa-se as alterações decorrentes de uma fotografia ruim e como isso irá interferir na qualidade fotográfica.

Page 19: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

19

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Figura 2 – Variações no modo de fotografar

A

B D

C

Fonte: Pinheiro (2013).

Na foto A, o enquadramento incorreto fez com que o fundo ocupe grande parte da imagem e, em B, para tentar aproveitar a imagem, a mesma foi ampliada e cortada, prejudicando sua qualidade. Em C, as cores da roupa “poluem” a imagem e desviam a atenção da face para a roupa, e em D, a paciente está na posição neutra e correta (PINHEIRO, 2013).

Neste momento, é possível observar a seguinte montagem feita para representar uma situação hipotética.

As duas fotografias, tiradas em diferentes momentos, jamais serão totalmente iguais, tampouco a paciente deve estar maquiada, mas a montagem serve para que se perceba que quanto mais padronizadas as imagens ficarem, o único foco será no objeto do tratamento, que, nesse caso, é uma pequena mancha na face. No entanto, quando não houver padrão, é possível visualizar o resultado do tratamento, mas outros elementos da imagem acabam chamando a atenção, inclusive uma pequena mancha acima da sobrancelha, que não existia na primeira imagem.

Page 20: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

20

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 3 – Imagem padronizada X imagem não padronizada

ANTES DEPOIS

ANTES DEPOIS

Fonte: Adaptado de Licdn (2015); Jornal Opção (2016).

Leia o seguinte artigo para complementar os seus estudos sobre a fotodocumentação: “Afotografianacirurgiadermatológicaenacosmiatria – Parte II”, disponível em: <http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/275/A-fotografia-na-cirurgia-dermatologica-e-na-cosmiatria---Parte-II>

Atividades de Estudos:

1) Relacione os itens que devem ser padronizados para a obtenção de uma boa fotodocumentação.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 21: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

21

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

2) Explique a importância da fotodocumentação nos tratamentos estéticos.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Equipamento analisador de pele

Atualmente, estão disponíveis no mercado aparelhos que analisam a saúde da pele, através da tecnologia de análise por impedância bioelétrica, que mede a umidade da pele e a sua oleosidade em percentuais e também avalia a sua elasticidade. Os que são mais utilizados na área estética auxiliam na indicação do equilíbrio entre a umidade e oleosidade antes e após o procedimento estético, podendo assim medir sua eficácia e mostrar os resultados do tratamento em tempo real. É portátil, de fácil manuseio e deve ser utilizado na pele limpa (SKIN UP BEAUTY DEVICES, 2016).

Ilustramos, a seguir, alguns modelos de aparelhos analisadores de pele existentes no mercado:

Figura 4 – Equipamento analisador de umidade da pele

Fonte: Medical Expo (2018).

Page 22: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

22

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 5 – Equipamento analisador de oleosidade, melanina e hidratação

Fonte: Medical Expo (2018).

Figura 6 – Equipamento analisador de hidratação, oleosidade e elasticidade

Fonte: Skin Up Beauty Devices (2016).

Figura 7 – Analisador de pigmentação e hidratação cutânea

Fonte: Medical Expo (2018).

Page 23: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

23

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Figura 8 – Valores de referência utilizados para avaliar o estado da peleReferências parauma pele equilibrada

Valores40% ~ 60% Umidade23% ~ 33% Oleosidade

Valores40% ~ 60% Umidade23% ~ 33% Oleosidade

Valores50% ~ 60% Umidade23% ~ 33% Oleosidade

Valores50% ~ 65% Umidade16% ~ 22% Oleosidade

Valores40% ~ 60% Umidade16% ~ 22% Oleosidade

Valores45% ~ 55% Umidade16% ~ 22% Oleosidade

Nivels de Umidade e OleosidadeÁgua% Min.

20%

15% 25% 16%

16%

30%

20% 35%

33%

25%

30%

40%

40% 60%

34% 60%Pele Oleosa

Pele Seca

Pele Mista

Pele Normal

Água% Max. Óleo% Min. Óleo% Max.

Fonte: Skin Up Beauty Devices (2016).

Existem aparelhos mais simples e outros mais sofisticados que são utilizados na área médica. Os mais utilizados na área da estética são os portáteis, que fazem a leitura da umidade e da oleosidade da pele, desta forma, o profissional utiliza o aparelho na hora da anamnese e depois de finalizado o procedimento, podendo assim mostrar o resultado do tratamento para o seu paciente.

Para a escolha do equipamento que o profissional vai auxiliar na hora da avaliação, deve ser levada em conta a necessidade e a proposta de cada profissional em sua clínica, pois os equipamentos mais sofisticados são de altíssimo custo. Além de poder mostrar para o seu paciente o resultado daquela sessão, o aparelho poderá ajudar o profissional a avaliar a eficácia dos produtos que ele utiliza.

Page 24: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

24

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Avaliação AntropométricaA antropometria, cujo significado vem do grego anthropos, que se

refere ao homem, e metrein, referente à medida (PUJOL, 2011), ou seja, trata da mensuração do corpo humano ou de suas partes ou do registro das particularidades físicas do indivíduo, estuda as medidas de tamanho e proporções do corpo humano (FERREIRA, 2018). As medidas antropométricas tais como peso, altura, circunferência de cintura e circunferência de quadril normalmente são utilizadas para o diagnóstico do estado nutricional e avaliação dos riscos para algumas doenças em crianças, adultos, gestantes e idosos (IBGE, 2013).

Em estética, a avaliação antropométrica permite avaliar, mesmo que de forma superficial, as necessidades da área e as condições físicas do paciente, esta avaliação será o meio pelo qual a evolução do tratamento será verificada em estética corporal, principalmente quando o interesse for redução de medidas. Os principais itens da avaliação antropométrica aplicados na estética são a adipometria localizada, o peso, a estatura, a bioimpedância elétrica e a perimetria (PUJOL, 2011). A seguir, a descrição dos instrumentos e técnicas utilizados para a antropometria na estética.

a) Adipômetro

Dentre as várias técnicas para a análise da composição corporal, a medida de espessura de dobras cutâneas (EDC) é uma das preferidas por pesquisadores e profissionais da área da saúde, tendo em vista seu baixo custo operacional e sua aplicabilidade em grandes grupos populacionais. A avaliação da composição corporal por meio dessa técnica vem sendo amplamente utilizada no Brasil por diferentes profissionais, com diversos propósitos. Porém, independentemente dos objetivos iniciais de cada profissional, é de suma importância a escolha da metodologia correta e dos equipamentos adequados, tendo-se em vista que diferentes equações antropométricas foram desenvolvidas para grupos populacionais distintos, com equipamentos e pontos anatômicos específicos (OKANO et al., 2008).

O adipômetro ou plicômetro é um equipamento que é utilizado para medir a espessura do tecido adiposo em diversas partes do corpo. Essas medidas, colocadas em algumas equações, servem para calcular o percentual de gordura do indivíduo. Estas medições são ideais para acompanhar a redução de gordura corporal por ponto localizado. Os adipômetros podem ser classificados como adipômetros analógicos ou adipômetros digitais. Existem equipamentos deste tipo desde os mais simples, confeccionados em plástico, até os mais avançados, além disso, os adipômetros podem apresentar escalas em milímetros e em décimos de milímetros (CARDIOMED, 2017).

Page 25: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

25

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Figura 9 – Adipômetro ou plicômetro digital (à esquerda) e analógico (à direita)

Fonte: Cardiomed (2018).

Existem também modelos de adipômetros clínicos e adipômetros científicos, a diferença entre os modelos é a resolução da escala de leitura do resultado, sendo que o adipômetro clínico tem resolução em milímetros e o adipômetro científico tem resolução em décimos de milímetros, o que proporciona uma maior exatidão (SANNY, 2017).

A utilização do adipômetro nas medidas de dobras cutâneas está bastante sujeita a erros e exige uma série de cuidados para minimizá-los, como a identificação precisa do ponto anatômico, o domínio da técnica e a calibração do instrumento. Recomenda-se que o avaliador treine bastante, pois o aprimoramento da técnica só será possível através da experiência, contribuindo assim para a redução de erros intra e interavaliadores, e garantindo a confiabilidade dos resultados (PUJOL, 2011).

Em estética, não é comum a utilização das medidas das pregas para estimar a densidade corporal e o uso de fórmulas nas áreas da Nutrição e da Educação Física para a composição corporal. Mesmo assim, o adipômetro é um importante instrumento para a avaliação estética corporal. Dessa forma, o profissional da estética é quem vai estabelecer os parâmetros do local a ser mensurado, por serem bem específicos. Os locais a serem medidos podem ser variados, como pontos específicos na região abdominal, flancos, coxas ou braços. Devem-se utilizar pontos anatômicos de referência para que o mesmo ponto seja localizado posteriormente.

A seguir, alguns exemplos de situações em que o uso do adipômetro é importante:

• No caso do tratamento de redução de lipodistrofia abdominal, após determinado número de sessões, o paciente queixa-se de que a medida dessa região parece ter aumentado em vez de ter reduzido. O profissional, que já consultou a ficha de anamnese antes de iniciar a sessão do dia, observou que o paciente tem problemas de distensão abdominal, ou seja, o estufamento que é causado pelo acúmulo de gases no intestino.

Page 26: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

26

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Lembrou-se que por esta razão, além da perimetria, teve o cuidado de mensurar a prega na região central da maior queixa. Voltou a fazer as duas medidas e constatou que a perimetria abdominal teve um leve aumento na sua medida, mas a prega teve uma considerável redução. Questionou sobre a alimentação recente de seu paciente e explicou que este estava com o abdômen distendido, mas que a gordura localizada não aumentou. Neste caso, o uso do adipômetro foi fundamental para elucidar a questão.

• No caso de lipodistrofia localizada, em local de difícil mensuração por meio de fita antropométrica, como a gordura que se forma logo abaixo dos glúteos, conhecida popularmente como “bananinha”. A curvatura natural das coxas e a posição muito próxima aos glúteos dificulta a manutenção da fita na posição paralela ao chão. A adipometria, nesse caso, também permitiria mensurar a diferença entre os dois lados, verificando assim qual lado necessita mais atenção e se após determinado número de sessões a gordura reduziu e os lados estão mais simétricos.

• O uso do adipômetro também é necessário para a aplicação de equipamentos estéticos mais avançados, como os de terapias combinadas e os de criolipólise, que inclusive vêm com um adipômetro entre os seus acessórios. A medida da prega é utilizada neste caso, não somente para acompanhar o progresso do tratamento, mas porque a parametrização desses equipamentos solicita a medida da prega a ser tratada. No caso da criolipólise, a prega deve ter mais que dois centímetros para poder ser tratada.

Para utilizar o adipômetro, deve-se segurá-lo com a mão direita e com a mão esquerda pinçar o tecido subcutâneo entre o polegar e o indicador, sem pinçar o músculo. O compasso deve ser ajustado perpendicular à prega e a uma distância de um centímetro do ponto no qual a prega foi pinçada. Aguarda-se cerca de dois segundos para a estabilização do ponteiro do adipômetro, para assim efetuar a leitura e repetir o processo de duas a três vezes para confrontar os resultados obtidos (PUJOL, 2011).

Observe as figuras a seguir e tente fazer uma prega de seu corpo ou de alguém que esteja próximo a você, mesmo que você não tenha um adipômetro. Sinta as camadas de pele e de gordura e observe se o músculo não foi pinçado. Na dúvida, tente contrair o músculo do local e sinta-o.

Page 27: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

27

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Figura 10 – Camadas de pele, gordura e músculo

Pele

Gordura

Músculo

Fonte: Adaptado de Mindaholic (2018).

Figura 11 – Método para fazer a prega cutânea

Fonte: Musculação.Net (2018).

Outros pontos devem ser observados no momento das medidas, como a temperatura ambiente, que deve estar agradável, as unhas do avaliador devem estar aparadas para não causar incômodo ou ferir a pele do avaliado, marcar os locais das pregas e registrá-los na ficha de anamnese. As aferições não devem ser realizadas após intensa atividade física ou no período pré-menstrual, pois a alteração na composição dos líquidos corporais pode alterar o tamanho da prega.

Mesmo utilizando o resultado das dobras em seu valor absoluto e não para equações de predição de composição corporal, uma das limitações das medidas das dobras cutâneas é a necessidade de treinamento para redução dos erros técnicos de medida no momento da pinça da dobra. Além disso, alguns indivíduos possuem gordura compacta que dificulta a mensuração da dobra. Nesses casos a bioimpedância, associada à perimetria, poderia complementar a avaliação (PUJOL, 2011).

Page 28: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

28

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

b) Bioimpedância elétrica

A obesidade está relacionada ao excesso de tecido adiposo, no entanto, a maioria dos métodos utilizados para diagnosticar sobrepeso e obesidade não analisa a composição corporal, ou seja, não determinam se o tecido adiposo especificamente está elevado. Desse modo, pode haver indivíduos que estejam em um IMC considerado normal, mas cujo tecido adiposo está acima do normal. O percentual de gordura corporal determinado por bioimpedância elétrica é considerado o método mais preciso para diagnosticar sobrepeso e obesidade, pois é o método que leva em consideração a composição corporal e não apenas a massa corporal total (PEDROZA-JIMÉNEZ et al., 2015).

Na estética, isso ajudará o profissional a avaliar, por exemplo, um paciente que possua o IMC considerado normal, mas que possua muita massa adiposa, do mesmo modo que outra pessoa com o IMC maior possa ter a massa magra bastante desenvolvida e pouca massa adiposa. E, em conjunto com outros fatores avaliados, poderá orientar mais adequadamente o seu paciente quanto aos seus hábitos ou sobre os tratamentos aplicáveis.

Atualmente, a bioimpedância é indicada como um método potencialmente viável na estimativa da composição corporal, pelo fato de ser uma técnica não invasiva, de fácil operação, por ter boa portabilidade, exigir o mínimo de cooperação possível por parte do avaliado, rapidez na interpretação dos resultados e ser, de certa forma, acessível no meio comercial. Em clínicas de estética, o mesmo pode ser utilizado para evitar o erro entre avaliadores (PUJOL, 2011).

Basicamente, os equipamentos de bioimpedância conduzem uma pequena corrente elétrica pelos tecidos biológicos e calculam a diferença nos valores resistivos observados, uma vez que os tecidos apresentam variadas impedâncias. Por meio destes valores é possível estimar a composição dos tecidos que compõem a estrutura física (STEVAN JUNIOR, 2017), ou seja, a aplicação da bioimpedância se baseia na resistência dos tecidos corporais à corrente elétrica, que é baixa nos tecidos com bastante água e eletrólitos, como o muscular, e alta naqueles com baixa concentração de água, como o tecido adiposo, sendo assim, quanto mais rico é um corpo em água, melhor é a condução elétrica, e quanto mais pobre em água, pior condutor de corrente elétrica e mais rico em gordura (ARISTIZÁBAL; GIRALDO, 2017).

Este método de análise tem como concepção base a diferença nos valores resistivos observados na condução elétrica pelos tecidos biológicos a partir de uma pequena corrente imposta ao corpo, os tecidos apresentam variadas impedâncias de acordo com a frequência do sinal estimulado ao corpo. Por meio desses valores é possível estimar a composição do meio analisado, neste caso os tecidos da

Page 29: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

29

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

estrutura física. Os aparelhos comerciais de bioimpedância utilizam equações de regressão para determinar os componentes corporais, e assim, estimar os valores de massa de gordura, massa magra e água corporal. As equações preditivas são ajustadas principalmente para sexo, idade, peso, altura e atividade física. Porém, os cálculos variam de acordo com o fabricante e nem todos disponibilizam as fórmulas inclusas no sistema do aparelho (STEVAN JUNIOR, 2017). Essas equações são específicas por população, porque as diferenças entre grupos étnicos na forma corporal e na distribuição dos segmentos do corpo modificam a distribuição da corrente elétrica e afetam a determinação da composição corporal por este método (ARISTIZÁBAL; GIRALDO, 2017).

Há certa variedade de equipamentos de bioimpedância disponíveis, entre eles o de oito eletrodos mãos e pés, de quatro eletrodos mão e pé, de quatro eletrodos pé e pé e quatro eletrodos mão e mão. Em um estudo realizado por Aristizábal e Giraldo (2017) para comparar a confiabilidade de métodos de avaliação de percentual de gordura corporal por meio da bioimpedância, conclui-se que o equipamento de bioimpedância de oito eletrodos mãos e pés (Figura 15) fornece resultados mais confiáveis que o de quatro eletrodos mão e pé, e este, por sua vez, é mais confiável que a bioimpedância de quatro eletrodos pé e pé, este último considerado, portanto, o menos eficaz.

No entanto, a utilização do equipamento de bioimpedância de oito eletrodos não é muito viável em estética, pelo seu alto custo. A bioimpedância do tipo tetrapolar mãos e pés mostra-se suficientemente eficaz neste caso. O de quatro eletrodos mão e mão e o de quatro eletrodos pé e pé são menos confiáveis e mais comuns para uso doméstico.

O uso da bioimpedância de análise da composição corporal, sem dúvida, constitui um método com razoável precisão e fidedignidade. As medições que podem ser feitas através dela são: peso da gordura, peso da massa magra e percentual de água. Alguns aparelhos ainda segmentam a massa magra em ossos, músculos e água (PUJOL, 2011).

Para a realização da análise da composição corporal por meio da bioimpedância tetrapolar, primeiramente, retira-se do paciente todos os objetos ou adornos metálicos, higieniza-se a mão e o pé direito e em seguida coloca-se um par de eletrodos na mão e outro par no pé (Figura 12). Após um repouso de aproximadamente cinco a dez minutos, inicia-se a configuração do aparelho. Após preencher todos os parâmetros solicitados pelo equipamento, este iniciará a leitura.

Page 30: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

30

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 12 – Colocação correta dos eletrodos

Fonte: Maltron International (2018).

A seguir, alguns dentre os diversos tipos de aparelhos de bioimpedância comentados anteriormente:

Figura 13 – Equipamento tetrapolar mão e mão

Fonte: Cardiomed (2018).

Figura 14 – Equipamento tetrapolar pé e pé do tipo balança

Fonte: Cardiomed (2018).

Page 31: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

31

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Figura 15 – Bioimpedância de oito eletrodos mãos e pés

Fonte: Seca (2018).

É importante que o paciente seja orientado no momento do agendamento da avaliação, para que venha preparado caso a bioimpedância seja realizada, pois ele deverá evitar quaisquer atividades a seguir:

• fazer uso de medicamentos diuréticos até sete dias anteriores;• comer pelo menos quatro horas antes;• ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores;• realizar atividades físicas intensas nas 24 horas anteriores;• ficar sem urinar até 30 minutos anteriores.

Essas atividades devem ser evitadas com o intuito de não causar alterações na composição corporal. A principal limitação desse método surge quando o avaliado apresenta alterações em seu estado de hidratação, por isso o período pré-menstrual ou menstrual também deve ser considerado, a quantidade de alimentos e líquidos ingeridos pelo avaliado, bem como nefropatias, hepatopatias e diabetes, que podem influenciar o resultado obtido por este método (PUJOL, 2011).

Page 32: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

32

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 16 – Cuidados necessários para garantir a confiabilidade do resultado da bioimpedância

BIOIMPEDÂNCIA

Não ingerirbebida alcoólica 48

horas antes

Não usarmedicamentosdiuréticos sete

dias antes

Urinar pelo menos30 minutos antes

Não praticaratividades físicas

intensas 24horas antes

Jejum quatrohoras antes

Fonte: A autora.

A bioimpedância é uma forma de se estimar o percentual de gordura muito simples, porém sua confiabilidade é discutida. Por outro lado, a técnica de dobras cutâneas, pela metodologia de Jackson e Pollock, caso o profissional da área da estética prefira utilizá-la, segundo a opinião de Rodrigues et al. (2001), mostra-se uma boa opção de utilização para a estimativa da gordura corporal.

Quadro 1 – Classificação do percentual de gordura

AdequaçãoIdade (anos)

20-29 30-39 40-49 50-59 >60

HomensExcelente(atlético) <11 <12 <14 <15 <16

Bom 11-13 12-14 14-16 15-17 16-18

Dentro da média 14-20 15-21 17-23 18-24 19-25

Regular 21-23 22-24 24-26 25-27 26-28

Alto percentual de gordura >23 >24 >26 >27 >28

MulheresExcelente(atlético) <16 <17 <18 <19 <20

Bom 16-19 17-20 18-21 19-22 20-23

Dentro da média 20-28 21-29 22-30 23-31 24-32

Regular 29-31 30-32 31-33 32-34 33-35

Alto percentual de gordura >31 >32 >33 >34 >35

Fonte: Queiroz et al. (2012).

Page 33: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

33

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

c) Fita antropométrica

A fita ou trena antropométrica é a ferramenta mais comum para realizar a perimetria na avaliação estética corporal. É ela que, na maior parte das vezes, traz a grande satisfação ao se visualizar os resultados de tratamentos ou nas demonstrações de marcas de produtos vendidos na área. O paciente é convencido pelos centímetros “perdidos” e, quanto maior for o valor da diferença, melhor. Por isso, essas medições devem ser feitas com qualidade e padronizadas, especialmente para os locais de maior necessidade nos tratamentos.

Para fazer a medida corporal, é importante que a fita ou a trena seja específica para a antropometria, pois esta é mais maleável e estreita que as comuns, moldando-se melhor aos contornos do corpo, garantindo assim uma medida mais precisa.

Figura 17 – Fitas antropométricas

Fonte: Cardiomed (2018); Cescorf (2015).

Figura 18 – Trena comum para uso geral (esquerda) e fita métrica para costura (direita)

Fonte: Vonder (2018); Rittsbordados (2018).

Não se deve utilizar a trena comum para realizar a perimetria. Observa-se na figura que a fita é muito rígida e larga, o que pode produzir folgas nos contornos corporais. Pela rigidez do material, caso a fita escape por não estar travada, pode causar lesões na pele do paciente. A fita métrica para costura, apesar de ser utilizada para medir partes do corpo, também não é a ideal para a antropometria. Por ser mais larga, pode tornar difícil a medição de regiões com curvas, próximas às dobras, regiões pequenas ou estreitas e também tende a alterar o seu tamanho com o tempo, modificando a medida.

Page 34: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

34

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

A perimetria é um conjunto de medidas de circunferência, realizadas em diferentes pontos do tronco, dos membros superiores e dos membros inferiores. Essas medidas permitem detectar assimetrias musculares, bem como a sequência das reavaliações e a associação dos dados da composição corporal, além da variação da massa muscular em resposta à terapia nutricional (PUJOL, 2011).

Na área da saúde existe uma medida padrão para a cintura que consiste em localizar a linha axilar média, pedir para que o paciente inspire profundamente e apalpar até localizar a décima costela, que é a última costela fixa, e então fazer desse ponto. Em seguida, localizar a crista ilíaca, que é a parte mais alta do osso ilíaco, e também marcar o ponto com a caneta. Posicionar a fita no ponto médio entre esses dois pontos marcados, verificando se está paralela ao solo. Certificar-se de que a fita é confortável, não comprimir a pele e estar paralela ao chão. O paciente deve permanecer em pé, ereto, e a fita deve ser colocada somente sobre a pele nua. A medida deverá ser feita ao final de uma expiração normal (IBGE, 2013; OLIVEIRA, 2017). Esta medida pode ser utilizada na área da estética, mas outros pontos de referência também são amplamente utilizados.

Figura 19 – Localização do ponto médio para a medida da cintura

Linha axilar média

Crista ilíaca

Décima costelaPonto médio

Fonte: Adaptado de Central X (2016).

Qualquer pequena alteração na posição da fita pode fazer com que a medida da circunferência que está sendo realizada se altere. Por isso, deve-se observar com atenção a forma com que a fita é colocada.

Meça a circunferência da região abdominal de alguma pessoa. Escolha a região que possua o maior acúmulo de gordura. Refaça essa medida pelo menos três vezes. Peça a outra pessoa que realize a mesma medida também pelo menos três vezes. Observe se houve diferença nos valores das medições inter e intra-avaliadores.

Page 35: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

35

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Na estética, o local a ser medido dependerá dos pontos de acúmulo de gordura ou edema que o paciente quiser tratar, uma vez que as queixas podem ser pontuais e em variados locais do corpo. Os perímetros mais comuns a serem avaliados são os do abdômen, dos braços, das coxas, flancos e culotes.

A seguir, algumas formas de realizar medidas com o uso da fita antropométrica em estética corporal:

1) Para a perimetria abdominal, pode-se usar o centro da cicatriz umbilical como ponto de referência e, a partir dela, com a ajuda da própria fita antropométrica, medir a distância até o local onde está o ponto de maior acúmulo de gordura. Anotar esse valor.

Figura 20 – Ponto de referência para medida de abdômen

Fonte: A autora.

Exemplo: a queixa desta paciente consiste em uma gordura localizada a cinco centímetros medidos a partir do centro da cicatriz umbilical em direção ao chão, será realizada a medida da circunferência nesse ponto. Dessa forma, será possível saber que todas as próximas medições deverão ser realizadas no mesmo local. Para avaliar mais detalhadamente a evolução do tratamento, pode-se tomar mais de uma medida, por exemplo, a três centímetros acima da cicatriz umbilical e/ou exatamente na altura do ponto central da cicatriz umbilical.

2) Para a perimetria de coxas, utiliza-se a borda superior da patela como ponto de referência e, a partir desse ponto, de baixo para cima, localiza-se a distância entre o ponto inicial até o local da queixa.

Page 36: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

36

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 21 – Ponto de referência para medidas de coxas

Fonte: A autora.

Exemplo: a queixa dessa paciente é a gordura localizada na região medial das coxas. Ao colocar o início da fita da borda superior da patela, que será o ponto de referência, até o ponto central da queixa, verificou-se que o ponto da queixa se localiza a 28 centímetros. Utilizar essa mesma medida na outra coxa. Recomenda-se fazer medidas iguais dos dois lados, para evitar erros e analisar possível assimetria.

3) Para a medida dos braços, utiliza-se o cotovelo como ponto de referência. Pede-se ao paciente para flexionar a articulação do cotovelo em 90 graus. Posicionar o início da fita na extremidade do cotovelo e levar a fita até o local da queixa.

Figura 22 – Ponto de referência para medidas de braços

Fonte: A autora.

Page 37: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

37

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Exemplo: Paciente queixa-se de gordura localizada na região dos braços. Após identificar o local exato a ser medido, marca-se o local com uma caneta marcadora ou lápis dermográfico e pede-se para que a paciente estenda novamente seu braço e o mantenha relaxado para a aferição.

4) Para medidas de glúteos, flancos e culotes ou quadris. O ponto de referência poderá ser o ponto mais alto da queixa. As coxas e pernas devem permanecer unidas e os braços relaxados para realização dessas medidas.

Figura 23 – Pontos de referência para medidas de quadris, flancos e glúteos

Fonte: A autora.

Posicionar a fita no local onde há maior concentração de gordura. Neste caso pode ser determinado um ponto anatômico como referência ou trazer a fita antropométrica a partir do chão até o local da queixa como ponto de referência.

d) Balança

A balança é o instrumento para medir a massa corporal total. O equipamento deverá ter precisão necessária para informar o peso de um indivíduo da forma mais exata possível. A precisão da escala numérica das balanças varia de acordo com o tipo (mecânica ou eletrônica) ou fabricante (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). O peso é uma importante ferramenta para se avaliar o estado nutricional, porém apresenta algumas limitações, já que não é capaz de avaliar os compartimentos corporais.

Para a avaliação do peso, é possível utilizar balanças digitais ou as balanças mecânicas com a medida registrada com uma precisão de 100g. Em seguida, coloca-se o indivíduo sobre e no centro da plataforma, na posição ortostática, com

Page 38: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

38

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

os pés levemente afastados, mantendo os braços relaxados em lateral ao tronco. O avaliado deve usar o mínimo de roupas possível, respirar com normalidade e distribuir o peso do corpo igualmente entre ambos os pés. A cabeça deverá estar posicionada no plano de Frankfurt. Outros critérios deverão ser registrados na tomada de peso, como: funcionamento intestinal, horário da última refeição e da pesagem, período pré-menstrual, uso de diuréticos ou laxantes. Os registros dessas situações podem reforçar a fidedignidade nos resultados (PUJOL, 2011).

Figura 24 – Tipos de balança: (A) balança plataforma digital; (B) balança plataforma mecânica; (C) balança de piso

digital; (D) balança de piso/banheiro mecânica.

A)

C) D)

B)

Fonte: Nowak (2018); Med & Lab (2018); Cadence (2018).

Na estética, saber o peso é necessário para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Alguns profissionais preferem pesar seus pacientes antes e após uma sessão de tratamento estético, com o intuito de mostrar que alguns procedimentos podem resultar em considerável perda de peso em uma única sessão. Geralmente, esta perda de peso poderá ocorrer pela perda de líquidos corporais, por isso também deve-se comparar essas medidas com as das próximas sessões.

Acompanhar se houve aumento ou perda de peso durante o período de tratamento estético é importante para avaliar se a redução de medidas está relacionada à mudança de hábitos do paciente ou está relacionada à perda ou ganho

Page 39: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

39

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

de peso. A aferição do peso pode ser aparentemente algo muito simples, mas assim como outras medidas antropométricas, é importante fazê-lo de forma padronizada para que não ocorram erros. Pode-se utilizar o protocolo listado a seguir:

MODELO DE PROTOCOLO PARA AFERIÇÃO DO PESO DO PACIENTE

• Retirar os sapatos.• Retirar roupas pesadas como casacos, jaquetas, blusas

grossas, calças (o ideal é ficar apenas com a roupa íntima).• Remover acessórios como colares, relógios e óculos.• Posicionar a balança em superfície regular e firme.• Evitar colocar o equipamento sobre tapetes, carpetes etc.• Pisar na balança para que ela ligue, e quando aparecer os

dígitos no visor, pedir para o paciente subir.• Os dois pés devem estar apoiados na plataforma, ligeiramente

afastados e o peso distribuído em ambos os pés.• O paciente não deve ficar olhando para o visor e sim para a

linha do horizonte (plano de Frankfurt).• Registrar o valor.

Fonte: Segundo Manual de Antropometria – IBGE (2013).

O valor do peso corporal pode ser afetado pela ação de más técnicas profissionais ou caso este utilize equipamentos descalibrados no momento de sua aferição. Por isso, para garantir que a aferição do peso corporal seja adequada, deverá ser feita a calibração dos instrumentos e aplicada a técnica de verificação correta, possibilitando uma informação mais precisa das medidas dos pacientes (BEGHETTO et al., 2006).

Caso haja dúvidas em relação à calibração da balança, o ideal é levá-la a uma empresa idônea para a verificação e calibração. Na impossibilidade de levá-la a uma empresa, é possível verificá-la utilizando a técnica de garrafas pet com água, conforme o Manual de Antropometria da Pesquisa Nacional da Saúde (IBGE, 2013), da seguinte forma:

1) Separe cinco garrafas do tipo pet de dois litros, cor verde e exclusivamente da marca Guaraná Antártica. Retire os rótulos, esvazie seu conteúdo e lave-as com água para remover completamente qualquer resíduo do refrigerante. Cuidado para não amassar a garrafa.

Page 40: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

40

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

2) Para que a quantidade de água a ser colocada faça com que a garrafa tenha 2kg, deve-se medir imediatamente abaixo do bocal, uma distância de 5,5 cm. Pode-se utilizar uma fita adesiva previamente medida para fazer a marcação.

3) Certifique-se de que o adesivo ou etiqueta esteja completamente aderida à garrafa sem formar ranhuras e que esteja completamente na posição vertical.

4) Posicione a garrafa em uma superfície lisa (ou mesa), sente em uma cadeira em frente da garrafa e com um copo de água adicione, aos poucos, a quantidade de água necessária para atingir o limite inferior da etiqueta.

5) A borda inferior da água deve estar alinhada exatamente com o limite inferior da etiqueta. Tampe a garrafa e repita este procedimento nas demais.

6) Coloque as garrafas na balança antropométrica e anote o peso total mostrado no visor. O peso final das cinco garrafas deve ser de 10kg, sendo que o intervalo permitido para variação é de 9,9 a 10,1kg. Se a variação estiver fora do limite aceito, a balança está descalibrada e você deverá substituí-la por outra.

Figura 25 - Garrafa pet preparada com água

Fonte: IBGE (2013).

Figura 26 – Verificação da quantidade exata de água e pesagem das garrafas.

Fonte: IBGE (2013).

Page 41: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

41

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

e) Estadiômetro

Para poder calcular o IMC ou mesmo o percentual de gordura com o uso da bioimpedância na área da estética, é preciso conhecer a estatura do paciente. Muitas pessoas não sabem a sua estatura exata e algumas podem superestimá-la, por isso o ideal é que a estatura seja verificada no próprio local, pelo profissional, com o uso de um estadiômetro.

Figura 27 – Estadiômetros

Fonte: Cardiomed (2018).

O estadiômetro é uma escala métrica vertical, instalada perpendicularmente a um plano de base que é utilizado para medir estatura. Podem ser encontrados adaptados em alguns tipos de balança (balança de cilindros) ou fixos em uma parede. Estadiômetros portáteis também são bastante utilizados (FONTOURA et al., 2013). O estadiômetro (antropômetro vertical) deve ser colocado em parede lisa e sem rodapé e a balança plataforma em superfície lisa e nivelada (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Para a aferição da estatura, deve-se posicionar o paciente em pé na parede ou no antropômetro vertical. O paciente deve estar descalço, com a cabeça livre de adereços e posicionado no centro do equipamento. Deve-se mantê-lo em pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos. A cabeça do indivíduo deve ser posicionada no plano de Frankfurt. As pernas devem estar paralelas, mas não é necessário que as partes internas estejam encostadas. Os pés devem formar ângulo reto com as pernas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

É recomendável fazer a aferição sempre no mesmo horário e preferencialmente em horários mais próximos ao início do dia. Esse horário deve ser registrado na ficha para que, posteriormente, outras aferições sejam realizadas no mesmo horário.

Page 42: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

42

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 28 – Técnica de aferição de altura segundo plano de Frankfurt

Fonte: Ministério da Saúde (2011).

f) Índice de Massa Corporal (IMC)

O IMC é o cálculo mais usado para avaliação da adiposidade corporal e também um bom indicador, mas não totalmente correlacionado com a gordura corporal. É simples, prático e sem custo.

O IMC não distingue massa gordurosa de massa magra, podendo ser menos preciso em indivíduos mais idosos, em decorrência da perda de massa magra e diminuição do peso, e superestimado em indivíduos musculosos. O IMC não reflete a distribuição da gordura corporal (ABESO, 2016). Por isso, o conceito de massa corporal é conveniente porque os valores se aplicam tanto a homens quanto a mulheres e a relação peso-altura é uma medida bruta.

Pode haver diferenças na composição corporal em função do sexo, idade, etnia, no cálculo de indivíduos sedentários quando comparados a atletas, na presença de perda de estatura em idosos devido à cifose, em edemaciados etc. (ABESO, 2016). Um IMC de 25 a 29,9 é um marcador de sobrepeso e não necessariamente um marcador de gordura excessiva. Muitos homens (especialmente atletas) têm um IMC mais elevado em virtude do tecido muscular extra. E adultos baixos (menos de 1,52m) podem ter IMCs elevados que talvez não reflitam sobrepeso ou gordura (WARDLAW; SMITH, 2013). Para o cálculo do IMC em adultos, adota-se a seguinte fórmula:

Índice de Massa Corporal (IMC) = Peso (Kg)Altura² (m)

Por exemplo, se um adulto possui 1,65m de altura e 67kg, seu IMC será 24,63, nesse caso, considerado adequado.

Page 43: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

43

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Quadro 2 – Pontos de corte estabelecidos para adultos

IMC (Kg/m²) DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL< 18,5 Baixo Peso≥ 18,5 e < 25 Adequado ou Eutrófico≥ 25 e < 30 Sobrepeso≥ 30 Obesidade

Fonte: Ministério da Saúde (2011).

Para os idosos com idade igual ou acima de 60 anos, os pontos de corte estabelecidos são diferentes.

Quadro 3 – Pontos de corte estabelecidos para idosos

IMC (Kg/m²) DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL≤ 22 Baixo Peso> 22 e < 27 Adequado ou Eutrófico≥ 27 Sobrepeso

Fonte: The Nutrition Initiative (1994) apud Ministério da Saúde (2011).

A distribuição de gordura abdominal é claramente influenciada pelo sexo: para algum acúmulo de gordura corporal o homem tem, em média, o dobro da quantidade de gordura abdominal em relação à mulher antes da menopausa. Além disso, o IMC não é indicador do mesmo grau de gordura em populações diversas, particularmente por causa das diferentes proporções corporais. Portanto, o ideal é que o IMC seja usado em conjunto com outros métodos de determinação de gordura corporal. A combinação de IMC com medidas da distribuição de gordura pode ajudar a resolver alguns problemas do uso do IMC isolado (ABESO, 2016). Conhecer o IMC e a distribuição de gordura do paciente na estética é importante para avaliar o melhor tipo de tratamento para cada caso.

Atividades de Estudos:

1) Descreva as principais funções dos seguintes instrumentos na avaliação estética:

a) Adipômetro: ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 44: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

44

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

b) Bioimpedância: ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) Trena antropométrica: ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Quais os fatores que devem ser observados pelo profissional e pelo paciente antes da realização da bioimpedância para que seu resultado não sofra modificações?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) O que é plano de Frankfurt e quando ele pode ser utilizado? ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) Explique por que o IMC não pode ser considerado isoladamente em uma avaliação estética.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 45: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

45

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

Algumas Considerações Neste capítulo, iniciamos os estudos sobre os Métodos Avaliativos em

Estética Facial e Corporal e vimos que as chaves para uma boa e correta avaliação e mensuração dos resultados são o conhecimento sobre os instrumentos para a avaliação e a padronização dos métodos, pois somente assim conseguiremos obter uma boa comparação com algo que está bem padronizado.

Aprendemos também que a ficha de anamnese é importante devido às diferenças individuais. Veremos nos próximos capítulos como construir uma ficha de anamnese para a estética e como avaliar as disfunções estéticas. Além disso, estudaremos como cada informação e cada detalhe bem avaliado pelo profissional é útil para estabelecer um plano de tratamento personalizado com sua quantidade de sessões, com os recursos e cosméticos mais adequados para cada paciente, evitando aqueles que não poderão ser utilizados.

ReferênciasABESO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes brasileiras para o estudo da obesidade. 4. ed. São Paulo: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, 2016.

ALAM, M.; GLADSTONE, H. B.; TUNG, R. C. Dermatologia cosmética. Brasil: Elsevier, 2010.

ARISTIZÁBAL, J. C.; GIRALDO, A. Comparación de la composición corporal de mujeres jóvenes obtenida por hidrodensitometría y tres técnicas de bioimpedancia. Latreia, Medellín, v. 30, n. 3, 2017. p. 255-264.

BEGHETTO, M. G. et al. Precisão e acurácia na aferição do peso corporal em hospitalizados. Revista da associação médica brasileira, v. 52, n.1, 2006. p. 23-27.

BEYNET, D.; GRECO, J.; SORIANO, T. Abordagem do paciente estético. In: MURAD, A.; GLADSTONE, H. B.; TUNG, R. C. Dermatologia cosmética. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 1- 6.

CADENCE. Balança eletrônica Cadence para banheiro. Disponível em: <https://www.cadence.com.br/balanca-cadence-eletronica-bateria/p>. Acesso em: 26 jan. 2018.

CARDIOMED. Adipômetros. Curitiba, 2017. Disponível em: <http://www.cardiomed.com.br/avaliacao-fisica/adipometros>. Acesso em: 26 dez. 2017.

Page 46: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

46

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

______. Plicômetro científico digital – CESCORF. Disponível em: <http://www.cardiomed.com.br/media/catalog/product/cache/1/small_image /180x/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/1/5/1555_1_plico_metro_cienti_fico_digital_cescorf.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2018.

______. Plicômetro científico digital – CESCORF. Disponível em: <http://www.cardiomed.com.br/media/catalog/product/ cache/1/ small_image/180x/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/1/6/1649_estadiometro_de_parede_premium_avanutri.jpg>. Acesso em: 4 jan. 2018.

______. Plicômetro científico digital – CESCORF. Disponível em: <http://www.cardiomed.com.br/ media/catalog/product/cache/1/small_image/180x/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/2/6/264_o_medidor_estatura_altura_estadiometro_digital_fixo_mod.264_sem_fios_seca.jpg>. Acesso em: 4 jan. 2018.

______. Plicômetro científico digital – CESCORF. Disponível em: <http://www.cardiomed.com.br/media/catalog/product/cache/1/ small_image/180x/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/7/3/733_plic_metro_adip_metro_cl_nico_compacto_cescorf.jpg>. Acesso em 2 jan. 2018.

______. Plicômetro científico digital – CESCORF. Disponível em: <http://www.cardiomed.com.br/media/catalog /product/cache/1/small_image/180x/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/1/6/1603_o_balanca_digital_bluetooth_bioimpedancia_ef955i_180kg_preta_bioland.jpg>. Acesso em: 3 jan. 2018.

______. Plicômetro científico digital – CESCORF. Formato JPG. Disponível em: <http://www.cardiomed.com.br/media/catalog/product/cache /1/small_image/180x/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/5/_/5_analisador_composi_o_corporal_bioimped_ncia_hbf306_omron.jpg>. Acesso em: 3 jan. 2018. CONRADO, L. A. Transtorno dismórfico corporal em dermatologia: diagnóstico, epidemiologia e aspectos clínicos. Anais Brasileiros de Dermatologia, São Paulo, v. 84, n. 6, 2009. p. 569-581.

CENTRAL X. Crânio. 2010. Disponível em: <http://www.atlasdocorpohumano.com/p/printImage/sistema-musculoesqueletico/esqueleto/osso-e-ossos/cranio.jpg>. Acesso em: 29 dez. 2017.

FERREIRA, A. B. de O. Dicionário Aurélio de português on-line. Edição eletrônica. 2017. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/anamnese>. Acesso em: 3 jan. 2018.

Page 47: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

47

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

FONTOURA, A. S. da; FORMENTIN, C. M.; ABECH, E. A. Guia prático de avaliação física: uma abordagem didática, abrangente e atualizada. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2013.

GARCIA, P. G.; BORGES, F dos S. Fotodocumentação em fisioterapia dermatofuncional. In: BORGES, F dos S. Dermatofuncional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. p. 511- 527.

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual de antropometria. Rio de Janeiro, 2013.

JORNAL OPÇÃO. 1-6.jpg. Formato JPG. 2016. Disponível em: <https://i0.wp.com/www. jornalopcao.com.br/wp-content/uploads/2016/06/1-6.jpg?w=620&ssl=1>. Acesso em 29. dez. 2017.

LICDN.AAEAAQAAAAAAAAS2AAAAJDAxYjkzNjdjLTM1Y2YtNDkzMC04NjAwLTBiZ GJlNDg5MzQ5MA.jpg. Formato JPG. 2015. Disponível em: <https://media.licdn.com/mpr/mpr/shrinknp_800_800/AAEAAQAAAAAAAAS2AAAAJDAxYjkzNjdjLTM1Y2YtNDkzMC04NjAwLTBiZGJlNDg5MzQ5MA.jpg>. Acesso em: 29 dez. 2017.

MALTRON INTERNATIONAL. Products – BF906: Maltron body fat analyser - single frequency bioelectrical impedance. United Kingdom, 2018. Disponível em: <http://www.maltronint.com/products/bf906.php>. Acesso em: 28 dez. 2017.

MED & LAB. 516405a036f376822ba7f28b1b8f8776fdcb3448/0f76a9f1ce82dd59 d13cfbee7cd89fb7.jpg. Formato JPG. Disponível em: <http://medlabpb.com.br/ produtos.php?codigo=44#.WmMw5ainHIU>. Acesso em: 4 jan. 2018.

MEDICAL EXPO. 119072-11821805.jpg. Formato JPG. Disponível em: <http://img.medicalexpo.com/pt/images_me/photo-mg/119072-11821805.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2018.

______. 67937-5900289.jpg. Formato JPG. Disponível em: <http://img.medicalexpo.com/pt/images_me/photo-mg/67937-5900289.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2018.

______. 86399-8978646.jpg. Formato JPG. Disponível em: <http://img.medicalexpo.com/pt/images_me/photo-mg/86399-8978646.jpg>. Acesso em 2 jan. 2018.

MINDAHOLIC. Si55551758eb.jpg. Formato JPG. Disponível em: <https://mindaholic.files.wordpress.com/2015/05/si55551758eb.jpg>. Acesso em: 29 dez. 2017.

Page 48: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

48

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

MORGADO, F. F. da R. et al. Análise dos instrumentos de avaliação da imagem corporal. Fitness & Performance Journal, Rio de Janeiro, v. 8, n.3, 2009. p. 204-211. MOTA, D. C. L. Imagem corporal, atitudes alimentares e estado nutricional de mulheres submetidas à cirurgia plástica estética. 2016. 111 f. Tese. (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2016.

MUSCULAÇÃO.NET. Método-1-prega-adipômetro.jpg. Formato JPG. Disponível em: <https://www.musculacao.net/wp-content/uploads/2014/07/m%C3%A9todo-1-prega-adip%C3%B4metro.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2018.

NOVAK. Balanca-eletronica-de-piso-coluna-mic-50-micheletti-50-kg-ref-1069-filetype(capa).jpg. Formato JPG. Disponível em: <http://www.nowak.com.br/balancas/balanca-piso-plataforma>. Acesso em: 4 jan. 2018.

______.balanca-mecanica-mic-2a-200-kg-100g-ref-844-filetype(capa).jpg. Formato JPG. Disponível em: <http://www.nowak.com.br/balancas/balanca-piso-plataforma>. Acesso em: 4 jan. 2018.

OKANO, A. H. et al. Utilização do adipômetro cescorf para estimativa da gordura corporal relativa a partir de equações validadas com o adipômetro lange. Revista da Educação Física, Maringá, v. 19, n. 3, 2008. p. 431-436.

OLIVEIRA, P. G. de. Composição corporal de mulheres no climatério. 2017. 43f. Tese (Doutorado em Medicina) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.

PEDROZA-JIMÉNEZ, P. et al. Comparación de los métodos de diagnóstico de sobrepeso y obesidad en personas de 20 a 40 años de la Ciudad de México. LinoPedrozanutriciónycucina, Ciudad de México, 2015. Disponível em: <http://www.linopedroza.com/Comparacion_de_los_metodos_de_diagnostico_de_sobrepeso_y_obesidad.pdf>. Acesso em: 28 dez. 2017.

PINHEIRO JUNIOR, R. Fotodocumentação na dermatologia estética. In: KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. p. 979- 986.

Page 49: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

49

Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal Capítulo 1

PINHEIRO, M. V. B. A fotografia na cirurgia dermatológica e na cosmiatria – parte II. Surgical & Cosmetic Dermatology, São Paulo, v. 5, n. 3, 2013. p. 189-198.

PUJOL, A. P. P. Avaliação antropométrica em estética. In: ______. (Org.) Nutrição aplicada à estética. Rio de Janeiro: Rubio, 2011. p. 183-196.

QUEIROZ, C. V. G. de et al. La percepción de la imagen corporal: uma relación del estudiante de educación física y el biotipo feminino. Revista Digital EFDesportes.com, Buenos Aires, ano 17, n. 168, maio 2012. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd168/percepcao-da-imagem-corporal-do-estudante.htm>. Acesso em: 2 jan. 2018.

RITTSBORDADOS. fita_m_trica.jpg. Formato JPG. Disponível em: <http://www.rittsbordados.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/f/i/fita_m_trica.jpg>. Acesso em: 3 jan. 2018.

RODRIGUES, M. N. et al. Estimativa da gordura corporal através de equipamentos de bioimpedância, dobras cutâneas e pesagem hidrostática. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Rio de Janeiro, v. 7, n.4, 2001. p. 125-131.

SANNY. Adipômetros. São Bernardo do Campo, 2017. Disponível em: <https://www.sanny.com.br/avaliacao-fisica/adipometros.html>. Acesso em: 26 dez. 2017.

SECA. csm_seca-515_front_01_PNG_04_f85cc22a7d.png. Formato PNG. Disponível em: <https://www.seca.com/typo3temp/_processed_/csm_seca-515_front_01_PNG _04_f85cc22a7d.png>. Acesso em: 3 jan. 2018.

SKIN UP BEAUTY DEVICES. Manual de instruções skinup. Santa Cecília, 2016. Disponível em: <http://www.meuskinup.com.br/download/>. Acesso em: 4 jan. 2018.

SOUTO, S.; FERRO-BUCHER, J. S. N. Práticas indiscriminadas de emagrecimento e o desenvolvimento de transtornos alimentares. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19, n.6, 2006. p. 693-704.

STEVAN JR, S. L et al. Bioimpedância: Introdução e utilizações de técnicas de bioimpedância. In: SEMINÁRIO DE ELETRÔNICA E AUTOMAÇÃO, 2017, Ponta Grossa: UTFPR, 2017.

VONDER. 600_3868010370.jpg. Formato JPG. Disponível em: <http://www.vonder.com.br/estatico/vonder/temp/600_3868010370.jpg>. Acesso em: 3 jan. 2018.

WARDLAW, G. M.; SMITH, A. M. Nutrição contemporânea. 8. ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013.

Page 50: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

50

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Anexo 1 – Modelo de autorização simples para uso de imagem

TERMO DE CESSÃO DE DIREITOS PARA USO DE IMAGEM

Nome: RG:

Endereço: Bairro: Tel:

Autorizo, gratuita e espontaneamente, a utilização pela Clínica de Estéti-ca X de minhas imagens corporais, desde que não seja identif icada, para as finalidades descritas a seguir:

Publicação em revistas da área estética. Exposição em congressos científ-icos. Utilização para fins publicitários.

A utilização deste material não gera nenhum compromisso de ressarci-mento, a qualquer preceito, por parte da Clínica de Estética X.

Cidade, Estado / / às h

_______________________________ _______________________________

Clínica de Estética X Esteticista Responsável

Paciente

Page 51: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

CAPÍTULO 2

Ficha de Anamnese Corporal

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

� Registrar numa ficha de anamnese os dados de forma objetiva, mas que possa oferecer suficiente apoio aos procedimentos.

�Dialogar adequadamente com o cliente/paciente para obter as informações necessárias.

�Padronizar as técnicas de aferição de medidas para garantir resultados fidedignos;

�Elaborar uma ficha de anamnese corporal.

�Preencher adequadamente uma ficha de anamnese corporal.

�Avaliar o paciente/cliente e registrar os dados na ficha de anamnese.

�Avaliar e registrar queixas como lipodistrofia localizada, estrias e flacidez.

�Classificar o fibroedema geloide.

Page 52: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

52

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Page 53: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

53

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

ContextualizaçãoO profissional que trabalha com a estética é um profissional que está

habilitado a identificar as necessidades e também as restrições de cada um de seus pacientes e do seu próprio campo de atuação. Ele deve saber trabalhar de forma multidisciplinar, pois, como lembra Pereira (2013), com a alta tecnologia cosmetológica, eletroterápica e com o avanço da estética de forma geral, o profissional de estética tem obtido o apoio de especialidades médicas e inclusive a sua indicação nos tratamentos. Mas para que nós, como profissionais, possamos continuar construindo essa relação de confiança e respeito, tanto com os profissionais de outras áreas quanto com os nossos pacientes, devemos observar com atenção as informações que são repassadas por eles no momento da avaliação, para que, a partir disso, seja elaborado um plano de tratamento levando em consideração todos os aspectos citados anteriormente.

Além do histórico tradicional, devemos investigar o histórico de procedimentos estéticos do paciente e o nível de satisfação obtido com procedimentos anteriores. Isso poderá nos auxiliar a determinar as expectativas do paciente e as reações dele a determinados tratamentos. Devemos também ter cuidado ao lidar com indivíduos que já passaram por vários procedimentos estéticos e que permanecem insatisfeitos. Além disso, como vimos no capítulo anterior, deve ser levantada a hipótese de distúrbio dismórfico corporal em um paciente que já se submeteu a múltiplos procedimentos estéticos sem apresentar nenhuma anormalidade física significativa, e evitar aplicar novos tratamentos antes que o possível distúrbio psiquiátrico seja devidamente tratado (BEYNET; GRECO; SORIANO, 2010). Iniciar um tratamento estético em um paciente com transtornos emocionais é um grande risco.

Ao coletarmos as informações durante a avaliação estética corporal, devemos ter alguns cuidados básicos, tanto em relação à coleta de informações pessoais de nosso paciente quanto na aferição de suas medidas. Deve-se ter plena consciência das informações que são relevantes e ter muito cuidado com a padronização das medidas.

O profissional que trabalha com a estética é um profissional que está habilitado a identificar as necessidades e também as restrições de

cada um de seus pacientes e do seu próprio campo de

atuação.

Postura ProfissionalDe forma que várias pessoas podem apresentar resultados diferentes aos

procedimentos estéticos, as expectativas geradas em torno do tratamento estético devem ser realistas em seus potenciais resultados. Isso será fundamental para obtenção de máximos resultados e para a satisfação do paciente. Normalmente, o momento da realização da anamnese é aquele em que profissional e cliente estabelecem um diálogo que deve ser esclarecedor e sincero. O profissional deve, acima de tudo, agir com profissionalismo e honestidade.

Page 54: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

54

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

As informações obtidas devem

ser sigilosas e o profissional jamais deverá julgar seu

paciente.

Informações GeraisAs informações gerais são aquelas que fazem parte da identificação de cada

paciente, como seu perfil, seu endereço. Esses dados nos ajudam a identificar cada um de nossos pacientes. Em algumas áreas são tratadas como dados de cadastro e ficam disponíveis na recepção, mas na área da Estética é importante que estejam nas mãos dos profissionais, especialmente naqueles locais em que há mais de um profissional atendendo a um mesmo paciente.

Essa parte da ficha de anamnese permanece praticamente com a mesma estrutura em qualquer área da estética:

Quadro 4 – Seção inicial da ficha de anamnese que compreende a identificação do paciente

Também quanto à questão da boa conduta profissional está o fato de que o paciente se sentirá mais seguro nesse contato inicial se o profissional estiver vestido adequadamente, demonstrando higiene pessoal e limpeza no local de atendimento, utilizando uma linguagem clara e adequada durante a avaliação e manter-se calmo e com paciência, independentemente do modo como seu

paciente se portar ou se expressar, uma vez que é comum na área da estética os profissionais atenderem a alguns pacientes de comportamento difícil.

A ética e o profissionalismo devem nortear todas as atitudes e procedimentos de um profissional da estética. As informações obtidas devem ser sigilosas e o profissional jamais deverá julgar seu paciente.

FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA CORPORAL

IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: ________________________________________________________________

Profissão: _______________________________________________________________________

Data de nascimento: ________/________/_________

Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

Endereço:_______________________________________________________________________

E-mail:_________________________________________________________________________

Cidade/Estado: _________________________________________________________________

Telefones: Cel:_____________________________Outro:_______________________________

Fonte: A autora.

Page 55: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

55

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

As informações devem ser revistas e atualizadas periodicamente, para que não haja dificuldade para localizarmos nosso paciente em caso de necessidade.

Atenção às QueixasAs mulheres, principalmente, sofrem uma cobrança muito grande em relação

a sua forma física. O padrão cultuado é o da magreza e, por isso, algumas mulheres buscam cada vez mais esse ideal através de tratamentos estéticos corporais (STEINER, 2009). Devemos avaliar se a queixa do paciente é algo que realmente deva ou possa ser tratado.

A principal queixa do paciente é o elemento central da ficha de anamnese. Todo o resto da ficha, toda a avaliação e a escolha dos métodos que serão utilizados para o tratamento giram em torno da queixa principal. Por isso, devemos dar o maior valor a essa informação e nos certificar de que ela é certa para o paciente e de que forma isso interfere na qualidade de vida dele.

Observe algumas situações em que devemos olhar a queixa com mais cautela:

• A queixa não é do(a) paciente, e sim do parceiro ou de algum familiar.• A queixa, avaliada por nós, é quase imperceptível ou inexiste. Neste

caso, devemos observar o comportamento do paciente em relação a sua imagem e se não há sinais de Transtorno Dismórfico Corporal.

• A queixa é generalizada, o paciente é indeciso, não explica exatamente qual é a sua principal queixa, mas frequenta as clínicas de estética regularmente. Alguns pacientes buscam um tratamento estético mais para ter um local de fuga para os seus problemas.

• A queixa é algo resultante ou associado a um problema grave de saúde. Neste caso, é preciso avaliar se um procedimento estético trará resultados seguros e satisfatórios e realizar qualquer procedimento somente após obter a autorização e/ou recomendação médica.

A principal queixa do paciente é o

elemento central da ficha de anamnese.

Page 56: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

56

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Outros Itens do Histórico do Paciente Que Devem ser Observados

No histórico do paciente deve ser levantada a maior quantidade possível de informações que possam interferir nos tratamentos estéticos. Informações relacionadas à saúde, a tratamentos anteriores e ao seu biótipo, as condições que podem ter levado ao surgimento ou agravamento do seu problema estético. Essa parte da ficha pode sofrer algumas adaptações, dependendo das necessidades de cada área.

No histórico do paciente deve ser levantada a maior

quantidade possível de informações que possam interferir nos tratamentos estéticos.

Quadro 5 – Seção da ficha de anamnese que compreende o histórico do paciente

FICHA CLÍNICA

Gestante: ______________________________________________________________________

Tratamentos estéticos anteriores e resultados:_________________________________________

______________________________________________________________________________

Alergias:________________________________________________________________________

Medicamentos em uso: ___________________________________________________________

Contraceptivos ou tratamentos hormonais: ___________________________________________

Ano da menarca: ________________________________________________________________

Menopausa: ____________________________________________________________________

Doença cardíaca, renal ou diabetes: _________________________________________________

Transtornos circulatórios:__________________________________________________________

Alterações dermatológicas: ________________________________________________________

Problemas endócrinos: ___________________________________________________________

Tumores malignos: _______________________________________________________________

Outras doenças: _________________________________________________________________

Hábitos alimentares: _____________________________________________________________

______________________________________________________________________________

Ingestão de água: ________________________________________________________________

Biótipo: ________________________________________________________________________

Atividade física: _________________________________________________________________

Outras observações: _____________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

Fonte: A autora.

Page 57: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

57

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Avaliação Física VisualEm algumas situações, o problema inestético relatado pelo paciente é

agravado por uma postura inadequada. Por isso é interessante fazer uma avaliação visual sobre sua postura e orientar esse paciente em relação a isso. Todavia, nos casos em que se observa um quadro de alteração postural significativo, devemos encaminhar esse paciente para um médico ortopedista ou fisioterapeuta para que seja devidamente acompanhado e tratado.

Muitos autores citam a alteração postural como fator predisponente do fibroedema geloide (FEG), mas não há estudos na literatura que tenham identificado e comprovado essa relação, gerando a necessidade de investigá-la. Entretanto, a presença de assimetria do FEG na região glútea gera a hipótese de que alterações posturais agravariam seu grau, sobretudo alterações relacionadas ao alinhamento pélvico (NAVES, 2017).

Além disso, uma má postura influencia para um abdômen mais saliente e essa protrusão resulta em uma falsa impressão do volume de gordura nessa região, da mesma forma, um desvio lateral pode gerar um aparente acúmulo de gordura em uma das laterais da região lombar (flancos).

Numa postura ideal para adultos, os ombros estão nivelados e nenhum está mais para frente ou para trás do que o outro quando vistos de lado, o tórax está levemente para cima e levemente para frente (enquanto as costas permanecem bem alinhadas), o abdômen deve ser plano e a frente da pelve e as coxas estão em linha reta. As nádegas não estão proeminentes e a coluna possui quatro curvas naturais: no pescoço e na parte lombar, a curva é para frente, e na parte superior das costas e na parte mais baixa da coluna (região sacral), ela é para trás. O peso do corpo é apoiado igualmente em ambos os pés. A coluna não se curva para a esquerda ou para a direita (DUTTON, 2010).

Page 58: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

58

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 29 – Posturas inadequadas e a ideal

Fonte: Fisio Quantum (2012 s.p.).

Quando há má postura, um ombro está mais alto que o outro, ambos os ombros elevados ou um, ou ambos os ombros caídos ou inclinados à frente. O abdome está todo avançado ou parte inferior do abdômen avançado, enquanto a parte superior está imóvel. A parte lombar arqueia-se muito para frente (lordose). A pelve inclina-se muito para frente. A parte anterior da coxa forma um ângulo com a pelve quando esta inclinação está presente. A curva para frente normal na parte lombar se endireitou. Há aumento da curva posterior na parte superior das costas (cifose ou arredondamento da parte superior das costas). Há curva lateral da coluna (escoliose) em direção a um lado (curva C) ou em direção a ambos os lados (curva S) (DUTTON, 2010).

Figura 30 – Alteração do contorno corporal devido à postura inadequada

Fonte: AAPS (2011, s.p.).

A inspeção visual também é essencial para avaliar cada uma das principais queixas estéticas que são relatadas pelos pacientes. Através dela classificaremos o FEG, o edema, a flacidez, a gordura localizada, dentre outras queixas. Todos os métodos e instrumentos de avaliação devem ser realizados em conjunto com a avaliação visual.

Page 59: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

59

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Atividade de estudo:

1) Quais são as questões mais importantes que devem ser levantadas sobre o histórico do paciente em uma ficha de anamnese estética corporal?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Por que devemos dar atenção especial à queixa relatada pelo paciente?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Por que devemos observar a postura do paciente na avaliação? ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Avaliação Antropométrica na Prática

Após registrar todas as informações referentes à identificação, ao histórico do paciente, saber com o que ele está insatisfeito e realizar uma prévia avaliação visual, podemos começar a aferir as suas medidas antropométricas, de acordo com as técnicas explicadas no capítulo anterior adicionalmente às orientações a seguir:

Page 60: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

60

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

a) Massa Corporal

Mantenha o paciente em ortostase, com os pés colocados exatamente no centro da balança e peça para que se mantenha imóvel durante a leitura do visor digital (em balanças digitais) ou durante o ajuste do cilindro (em balanças mecânicas com “tambor de cilindro”). O paciente deve estar com o mínimo de roupas possível (MOURA, 2014).

Ortostase: consiste em posicionar o indivíduo em pé, com os pés unidos ou levemente afastados (largura dos quadris) e joelhos estendidos, coluna ereta (mantendo as curvaturas anatômicas normais) e verticalizada, membros superiores soltos e relaxados lateralmente ao longo do corpo com os cotovelos estendidos, palma das mãos voltadas para frente com os antebraços supinados e cabeça orientada na linha horizontal de Frankfurt.

b) Estatura

O paciente também deve se manter na posição ortostática na medida de estatura, porém os antebraços não necessitam estar supinados. Ele deve estar descalço, com os pés unidos e devemos confirmar se a coluna está ereta, bem como todo o alinhamento corporal. Sugere-se que em avaliações comparativas seja respeitado o mesmo horário de tomada de medida de estatura, uma vez que a estatura não será exatamente a mesma ao longo do dia, pois há um achatamento dos discos intervertebrais da coluna devido à força gravitacional (MOURA, 2014).

c) IMC

Utilize as medidas tomadas anteriormente, aplicando-as na equação para cálculo do índice de massa corporal, em que a massa em quilograma é dividida pela estatura em metros elevada ao quadrado (kg/m²).

IMC = MC EST²

Lembre-se de que o IMC é utilizado somente para avaliar a normalidade da massa corporal do indivíduo. Por este método não há determinação da composição corporal do organismo. A gordura corporal excessiva e a quantidade de outros componentes também não são detalhadas (MOURA, 2014).

Page 61: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

61

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

d) Percentual de Gordura

Caso opte pelo método das dobras cutâneas para avaliar o percentual de gordura corporal, lembre-se de que o adipômetro deve ser manejado da forma correta, ou seja, com a mão direita, enquanto a mão esquerda será utilizada para fazer o pinçamento, utilizando o dedo indicador e o polegar, antes e durante todo o período da leitura. Para a medida de uma dobra do tecido adiposo subcutâneo é necessária a formação de uma dobra do tecido adiposo com o epitelial. A formação desta dobra de gordura constituirá um dos pontos de medida antropométrica de soma de dobras cutâneas ou poderá ser utilizada diretamente em medidas estéticas. Cada ponto deverá ser previamente demarcado e o pinçamento deve ser realizado um centímetro acima do ponto da demarcação. Desta forma, as hastes do adipômetro poderão ser posicionadas exatamente sobre o ponto demarcado. O tempo de pressão das hastes do adipômetro sobre a dobra cutânea deve ser controlado entre dois a quatro segundos para a mensuração (MOURA, 2014).

Figura 31 – Formação da medida de uma dobra cutânea

Figura 32 – Pontos para a realização de medidas de dobras cutâneas

Fonte: Nutrição.Info (2015, s.p.).

Subscapular

Biciptal CoxaSupra lliaca Triciptal Panturrilha Medial

Axilar Média Torácica Abdominal

Fonte: Nutriação (s.d., s.p.).

Page 62: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

62

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

A leitura do valor expresso no adipômetro é feita em milímetros e representa a espessura da dobra de gordura mensurada pelo adipômetro. O relógio menor representa as unidades de 10 em 10 mm e o maior em unidades menores de 10 mm, no caso dos adipômetros convencionais, ou podem ser verificados diretamente nos adipômetros de leitura direta.

Figura 33 – Adipômetro tradicional (A) e adipômetro de leitura direta (B)

Fonte: Cescorf (2018, s.p.) e Sanny (2018, s.p.).

De uma forma bem prática, no campo da estética pode-se trabalhar a dobra cutânea em si, selecionando uma ou mais regiões de interesse e fazendo o somatório dessas dobras. Registra-se o valor obtido na ficha de anamnese e, posteriormente, toma-se as medidas das mesmas dobras fazendo mais uma vez o somatório, verifica-se se essa dobra cutânea aumentou ou diminuiu de espessura, e assim é possível verificar se houve aumento ou perda de gordura localizada naquela região.

Para a aplicação em equações, existe uma diversidade delas, como a proposta a seguir por Jackson e Pollock (apud GUIRRO; GUIRRO, 2004), que são equações gerais tanto para homens quanto para mulheres, podendo ser utilizadas em vários grupos etários. Estes propõem que valores de dobras cutâneas específicas sejam relacionados com a idade para se obter a densidade corporal. As tabelas 1 e 2 transcrevem os valores propostos, os quais fornecem diretamente a porcentagem de gordura corporal para as diferentes espessuras de dobras cutâneas segundo a idade. Essas medidas devem ser sempre realizadas no hemicorpo direito, com o paciente na posição anteriormente descrita.

Page 63: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

63

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Tabela 1 – Estimativa da porcentagem de gordura para homens de acordo com o valor obtido pelas somas das dobras cutâneas tricipital, torácica e subescapular

Soma das dobras

cutâneas

Idade atual (Homens)

< 22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >57

8-10 1,5 2,0 2,5 3,1 3,6 4,1 4,6 5,1 5,611-13 3,0 3,5 4,0 4,5 5,1 5,6 6,1 6,6 7,114-16 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,6 8,1 8,617-19 5,9 6,4 6,9 7,4 8,0 8,5 9,0 9,5 10,020-22 7,3 7,8 8,3 8,8 9,4 9,9 10,4 10,9 11,423-25 8,6 9,2 9,7 10,2 10,7 11,2 11,8 12,3 12,826-28 10,0 10,5 11,0 11,5 12,1 12,6 13,1 13,6 14,229-31 11,2 11,8 12,3 12,8 13,4 13,9 14,4 14,9 15,532-34 12,5 13,0 13,5 14,1 14,6 15,1 15,7 16,2 16,735-37 13,7 14,2 14,8 15,3 15,8 16,4 16,9 17,4 18,038-40 14,9 15,4 15,9 16,5 17,0 17,6 18,1 18,6 19,241-43 16,0 16,6 17,1 17,6 18,2 18,7 19,3 19,8 23,044-46 17,1 17,7 18,2 18,7 19,3 19,8 20,4 20,9 21,547-49 18,2 18,7 19,3 19,8 20,4 20,9 21,4 22,0 22,550-52 19,2 19,7 20,3 20,8 21,4 21,9 22,5 23,0 23,653-55 20,2 20,7 21,3 21,8 22,4 22,9 23,5 24,0 24,656-58 21,1 21,7 22,2 22,8 23,3 23,9 24,4 25,0 25,559-61 22,0 22,6 23,1 23,7 24,2 24,8 25,3 25,9 26,562-64 22,9 23,4 24,0 24,5 25,1 25,7 26,2 26,8 27,365-67 23,7 24,3 24,8 25,4 25,9 26,5 27,1 27,6 28,268-70 24,5 25,0 25,6 26,2 26,7 27,3 27,8 28,4 29,071-73 25,2 25,8 26,3 26,9 27,5 28,0 28,6 29,1 29,774-76 25,9 26,5 27,0 27,6 28,2 28,7 29,3 29,9 30,477-79 26,6 27,1 27,7 28,2 28,8 29,4 29,9 30,5 31,180-82 27,2 27,7 28,3 28,9 29,4 30,0 30,6 31,1 31,783-85 27,7 28,3 28,8 29,4 30,0 30,5 31,1 31,7 32,286-88 28,2 28,8 29,4 29,9 30,5 31,1 31,6 32,2 32,889-91 28,7 29,3 29,8 30,4 31,0 31,5 32,1 32,7 33,392-94 29,1 29,7 30,3 30,8 31,4 32,0 32,6 33,1 33,495-97 29,5 30,1 30,6 31,2 31,8 32,4 32,9 33,5 34,1

98-100 29,8 30,4 31,0 31,6 32,1 32,7 33,3 33,9 34,4101-103 30,1 30,7 31,3 31,8 32,4 33,0 33,6 34,1 34,7104-106 30,4 30,9 31,5 32,1 32,7 33,2 33,8 34,4 35,0107-109 30,6 31,1 31,7 32,3 32,9 33,4 34,0 34,6 35,2110-112 30,7 31,3 31,9 32,4 33,0 33,6 34,2 34,7 35,3113-115 30,8 31,4 32,0 32,5 33,1 33,7 34,3 34,9 35,4116-118 30,9 31,5 32,0 32,6 33,2 33,8 34,3 34,9 35,5

Fonte: Adaptado de Jackson e Pollock (1985 apud GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Page 64: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

64

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Tabela 2 – Estimativa da porcentagem de gordura para mulheres de acordo com o valor obtido pelas somas das dobras cutâneas tricipital, abdominal e suprailíaca

Soma das dobras

cutâneas

Idade atual (Mulheres)

< 22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >57

8-12 8,8 9,0 9,2 9,4 9,5 9,7 9,9 10,1 10,313-17 10,8 10,9 11,1 11,3 11,5 11,7 11,8 12,0 12,218-22 12,6 12,8 13,0 13,2 13,4 13,5 13,7 13,9 14,123-27 14,5 14,6 14,8 15,0 15,2 15,4 15,6 15,7 15,928-32 16,2 16,4 16,6 16,8 17,0 17,1 17,3 17,5 17,733-37 17,9 18,1 18,3 18,5 18,7 18,9 19,0 19,2 19,438-42 19,6 19,8 20,0 20,2 20,3 20,5 20,7 20,9 21,143-47 21,2 21,4 21,6 21,8 21,9 22,1 22,3 22,5 22,748-52 22,8 22,9 23,1 23,3 23,5 23,7 23,8 24,0 24,253-57 24,2 24,4 24,6 24,8 25,0 25,2 25,3 25,5 25,758-62 25,7 25,9 26,0 26,2 26,4 26,6 26,8 27,0 27,163-67 27,1 27,2 27,4 27,6 27,8 28,0 28,2 28,3 28,568-72 28,4 28,6 28,7 28,9 29,1 29,3 29,5 29,7 29,873-77 29,6 29,8 30,0 30,2 30,4 30,6 30,7 30,9 31,178-82 30,9 31,0 31,2 31,4 31,6 31,8 31,9 32,1 32,383-87 32,0 32,2 32,4 32,6 32,7 32,9 33,1 33,3 33,588-92 33,1 33,3 33,5 33,7 33,8 34,0 34,2 34,4 34,693-97 34,1 34,3 34,5 34,7 34,9 35,1 35,2 35,4 35.6

98-102 35,1 35,3 35,5 35,7 35,0 36,0 36,2 36,4 36,6103-107 36,1 36,2 36,4 36,6 38,6 37,0 37,2 37,3 37,5108-112 36,9 37,1 37,3 37,5 37,7 37,9 38,0 38,2 38,4113-117 37,8 37,9 38,1 38,3 39,2 39,4 39,6 39,8 39,2118-122 38,5 38,7 38,9 39,1 39,4 39,6 39,8 40,0 40,0123-127 39,2 39,4 39,6 39,8 40,0 40,1 40,3 40,5 40,7128-132 39,9 40,1 40,2 40,4 40,6 40,8 41,0 41,2 41,3133-137 40,5 40,7 40,8 41,0 41,2 41,4 41,6 41,7 41,9138-142 41,0 41,2 41,4 41,6 41,7 41,9 42,1 42,3 42,5143-147 41,5 41,7 41,9 42,0 42,2 42,4 42,6 42,8 43,0148-152 41,9 42,1 42,3 42,4 42,6 42,8 43,0 43,2 43,4153-157 42,3 42,5 42,6 42,8 43,0 43,2 43,4 43,6 43,7158-162 42,6 42,8 43,0 43,1 43,3 43,5 43,7 43,9 44,1163-167 42,9 43,0 43,2 43,4 43,6 43,8 44,0 44,1 44,3168-172 43,1 43,2 43,4 43,6 43,8 44,0 44,2 44,3 44,5173-177 43,2 43,4 43,6 43,8 43,9 44,1 44,3 44,5 44,7178-182 43,3 43,5 43,7 43,8 44,0 44,2 44,4 44,6 44,8

Fonte: Adaptado de Jackson e Pollock (1985 apud GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Page 65: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

65

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Observação importante! Existem inúmeras equações preditivas do percentual de gordura ou da densidade corporal que foram desenvolvidas em vários centros de pesquisa pelo mundo, apresentando características generalizadas ou específicas a grupos populacionais. O número de pontos anatômicos utilizado nos somatórios de dobras faz diferença nos resultados. Um número maior de pontos anatômicos incluídos no somatório obviamente aumenta o valor do somatório e, teoricamente, pode representar melhor a distribuição da gordura ao longo do corpo (MOURA, 2014). Portanto, recomenda-se ao profissional da estética que obtenha uma orientação de um nutricionista ou educador físico para selecionar, dentre o rol de equações existentes, aquela que será mais adequada para o perfil de seus pacientes, para não utilizar uma equação equivocada para o seu público.

a) Bioimpedância

Outra forma para avaliar a composição corporal é por meio da bioimpedância elétrica, que, como vimos no capítulo anterior, apesar de ser um método prático, não invasivo, indolor, rápido e de fácil aplicação, pode ter a precisão dos seus resultados afetados por fatores que modificam o balanço hidroeletrolítico do corpo. Por exemplo, o consumo de álcool, cafeína, medicação diurética, atividade física e período menstrual que levam à perda de líquido orgânico e, assim, podem superestimar o valor de biorresistência medida e do percentual de gordura; e a ingestão de alimentos antes do teste, porque modifica o peso corporal (MARQUES, 2009). Por isso, não se deve esquecer de orientar o cliente a eliminar ou reduzir ao máximo os fatores que poderão interferir na precisão dos seus resultados. Uma lista impressa com todas as orientações importantes pode ser entregue ao paciente no momento do agendamento da avaliação, para que ele se prepare adequadamente para a realização da medição.

Para a utilização do método, após observar se o paciente seguiu todas as orientações para poder realizar o exame de bioimpedância, deve-se limpar a pele do local com álcool, remover todos os objetos metálicos e posicionar os eletrodos no dorso da mão e do pé do lado direito do corpo e com o paciente deitado. Com o paciente em repouso, inserir os dados requeridos na tela do equipamento, por exemplo, idade, peso, sexo, raça etc., e aguardar o resultado final para a leitura e o registro, ou então, seguir as instruções de utilização do equipamento de bioimpedância que possuir. Além do percentual de gordura, esses equipamentos costumam fornecer o percentual de massa magra e a taxa metabólica basal.

Page 66: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

66

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

b) Perimetria

Para a realização de medidas perimétricas, devemos observar os seguintes aspectos, segundo Moura (2014):

• os pontos a serem mensurados devem ser previamente marcados;• a fita antropométrica não deve pressionar excessivamente a pele nem

ficar frouxa;• medir, sempre que possível, sobre a pele nua;• realizar a medida frontalmente e na altura do ponto de mensuração;• cuidar para que nada fique entre a fita e o perímetro corporal;• para a mensuração do quadril, o avaliado deve ficar em posição ortostática

com os cotovelos fletidos, desta forma o avaliador, lateralmente, pode mensurar o ponto de maior protuberância do quadril que estará liberado nesta posição.

Como já detalhamos no capítulo anterior, cada perímetro deve ser devidamente padronizado, podendo ser registrado conforme orientação da ficha a seguir:

Page 67: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

67

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Quadro 6 – Seção da ficha de anamnese que compreende as medidas do paciente

AVALIAÇÃO FÍSICA

Peso: Altura:

IMC:

MedidasDatas:

% Gordura:

Dobras cutâneas:

Perímetros

Braços:

Registrar o ponto de referência a partir do olecrano.

- - -

↑ ______ cm

Abdome:

Registrar o ponto de referência acima e abaixo a partir da cicatriz umbilical.

- - -

↑ ______ cm

↑ ______ cm

Centro da cicatriz umbilical:

↓ ______ cm

↓ ______ cm

Flancos:

(Ponto mais alto)

Culote:

(Ponto mais alto)

Glúteos:

(Ponto mais alto)

Coxas: (Registrar o ponto de referência a partir da borda superior da patela)

- - -

↑ ______ cm

↑ ______ cm

Outro local:

(definir)

Descrição das dobras cutâneas: _____________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

Fonte: A autora.

Page 68: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

68

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Avaliação da Lipodistrofia Localizada

A lipodistrofia é definida como uma anormalidade do tecido adiposo, seja por diminuição (lipoatrofia), aumento (lipohipertrofia) ou ambos (BORELLI; HASMANN, 2013). Na estética é a denominação mais utilizada para o aumento em adiposidades localizadas.

A gordura amarela é distribuída no tecido subcutâneo formando uma camada quase contínua, esse tecido é chamado de panículo adiposo, e a camada, de hipoderme. Nos adultos, ele tende a ser mais espesso em algumas regiões que são diferentes em homens e mulheres, pois modela a superfície corporal. De forma regular, nos homens, essa gordura tende a ganhar mais volume na região acima da sétima vértebra cervical, áreas do deltoide e o tríceps, região lombossacra e nádegas e, nas mulheres, nas mamas, nádegas, região epitrocanteriana e na parte anterior da coxa. Em casos de obesidade, os homens tendem a acumular excesso desse tecido principalmente na região abdominal, e mulheres nas regiões gluteofemorais (ASSUMPÇÃO et al., 2006).

Os casos de queixa de protrusão abdominal são tão frequentes quanto a queixa de FEG em avaliações de estética. Essa disfunção pode se apresentar por gordura visceral, flacidez muscular, excesso de gordura localizada e flacidez tissular. Seu diagnóstico poderá ser feito basicamente na inspeção física da seguinte forma: solicita-se ao paciente que faça uma contração abdominal. Verifica-se a espessura adiposa fazendo uma prega do tecido observando a porção do volume abdominal que é referente à gordura. Se a gordura for visceral, ela estará contida sob as fibras musculares, não podendo ser palpada ou pinçada (CIECKOVICZ, 2013).

Excluída esta possibilidade, verifica-se o volume, a espessura e a consistência da gordura do local que está sendo avaliado. A espessura, como vimos anteriormente, pode ser mensurada com a utilização de um adipômetro. A consistência é verificada pela palpação e pinçamento, no qual se observa se há dificuldade para pinçar esse tecido ou uma maior resistência à pressão, caracterizando assim uma gordura mais compactada. Caso contrário, se os tecidos são “moles” à palpação e facilmente pinçados, caracteriza-se uma gordura mais flácida. Isso influenciará na escolha dos recursos que serão aplicados para diminuir essa gordura.

A distribuição da gordura corporal também deve ser avaliada, uma vez que, em se tratando de uma gordura generalizada e em grande volume, os procedimentos estéticos isolados não trarão resultados rápidos, pois

Page 69: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

69

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

compreendem tratamentos voltados a problemas mais localizados. Nessa situação é recomendável que haja um tratamento multidisciplinar para uma readequação dos hábitos do paciente e o acompanhamento do seu estado de saúde que pode estar prejudicado, o que é comum nesses quadros.

Quadro 7 – Seção da ficha de anamnese que compreende a avaliação da lipodistrofia localizada

Caracterização do quadro

Lipodistrofia localizada

Tipo: ( ) Flácida ( ) Compactada

Localização:

Presença de edema:

Postura inadequada associada?

Fonte: A autora.

Observação: a perimetria em medidas antropométricas complementa a avaliação da gordura localizada, uma vez que reduzi-la é o foco do tratamento estético.

Avaliação de EstriasAs estrias são, em geral, lineares com aspecto atrófico, com uma superfície

que pode apresentar pequenas rugas transversais ao seu maior eixo e desaparecem com a tração. Inicialmente são eritematosas ou mesmo rosadas e podem ser discretamente elevadas, porque ainda apresentam uma inflamação dermal e vasos capilares dilatados, o que justificaria também a queixa de prurido. Após um tempo, elas se tornam avermelhadas-roxas e, após anos de seu surgimento, assumem aspecto branco-nacaradas ou hipopigmentadas e fibróticas. Incidem principalmente no abdome, quadril, glúteo, região lombossacra e mamas (BORGES, 2006; AZULAY, 2009).

Page 70: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

70

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 34 – Características das estrias segundo cada fase de evolução

• Coceira e sensação de repuxamento na pele.

PRURIDO

• Pele rosada com lesões superficiais.

HIPEREMIA• Avermelhada ou arroxeada com superficies mais atrófica.

ESTRIARECENTE

• Branca• Epiderme delgada.• Fibras elásticas e colágenos fragmentadas.• Não vascularizadas.

ESTRIAALBA

Fonte: Adaptado de Dias (2013).

Algumas técnicas utilizadas no tratamento das estrias são consideradas invasivas, por isso há necessidade de se questionar o paciente quanto a sua predisposição para o aparecimento de queloides ou outras condições que afetem o processo cicatricial, e para que o tratamento possa apresentar bons resultados, uma avaliação da pele é imprescindível.

A cor da pele, o ano da menarca (que é a época aproximada do início da adolescência) e a gestação podem estar relacionados ao surgimento das estrias, já o uso de medicamentos constantes pode tanto estar relacionado ao surgimento das estrias quanto à ineficácia do tratamento, por interferir na resposta inflamatória após a estimulação. São aspectos que devem ser observados (AZULAY, 2009; GUIRRO; GUIRRO, 2004).

O questionamento quanto ao diabetes e ao queloide se faz necessário, visto que no primeiro caso o paciente apresenta uma disfunção das fibras colágenas, dificultando a regeneração, e no segundo caso, por se tratar de um método invasivo, poderá desencadear novas sequelas. Outro ponto que merece destaque é a coloração das estrias, em que as estrias novas se apresentarão na cor vermelha e as mais antigas na cor branca. As mais novas tendem a responder melhor aos tratamentos (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A sensibilidade dolorosa ao estímulo é um parâmetro que deve ser utilizado para o acompanhamento do processo de regeneração, uma vez que com o passar das aplicações a sensibilidade passa de uma leve percepção para limiares quase próximos da pele normal (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Um paquímetro pode ser utilizado para medir a largura da estria. Como medir todas é inviável, podemos escolher a mais larga do grupo e fazer a medição. O registro fotográfico também é um meio interessante para avaliação dos resultados.

Page 71: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

71

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Quadro 8 – Seção da Ficha de Anamnese para avaliação das estrias

ESTRIAS

Ficha clínica

Ano da menarca: Gestações:

Aumento ou redução considerável de peso:

Associa o surgimento das estrias a um dos eventos anteriores ou a algum outro?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Cor da pele: Idade:

Sensibilidade da pele no local das estrias:

Medicamentos em uso:

Problemas de cicatrização:

Tipo de alimentação:

Patologias dermatológicas:

Tratamentos realizados anteriormente e resultados observados:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Localização das estrias, coloração e espessura:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Fonte: A autora.

Observação: como o tratamento para a atenuação das estrias, em geral, é realizado isoladamente e possui características peculiares é recomendado que haja uma ficha de anamnese à parte, separada da ficha de anamnese para outros tratamentos estéticos corporais.

Avaliação de FlacidezO termo hipotonia (do grego hypo (menos) + tonos (tensão)) se refere à perda

de tonicidade, diminuição da firmeza ou, no popular, aumento da flacidez, seja muscular ou cutânea. Embora possa ser decorrente de outros fatores é tipicamente uma condição do envelhecimento, decorrente da redução da elasticidade do tecido saudável. Na prática, a flacidez dérmica surge quando o colágeno se torna gradualmente mais rígido. Ao mesmo tempo, a elastina, principal componente das fibras elásticas, vai perdendo sua característica principal. Esse quadro pode ser acelerado pela predisposição genética, maus hábitos alimentares e inclusive pelo uso de vestuários que dificultam o retorno sanguíneo e linfático (CARPANEZ, 2013).

Page 72: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

72

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Também com o avançar da idade, a massa muscular esquelética passa por uma progressiva e contínua perda que em sua maior parte é substituída pela gordura. A perda de massa muscular com o envelhecimento também depende da atividade física, sendo menor naquelas pessoas que mantêm um regime regular de condicionamento físico. Com o envelhecimento, a pele tende a se tornar delgada, em alguns locais enrugada, seca e ocasionalmente escamosa. As fibras colágenas da derme tornam-se mais grossas e as fibras elásticas perdem parte de sua elasticidade e há um decréscimo gradual da gordura depositada no tecido subcutâneo (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Para a avaliação da flacidez tissular, realiza-se um pinçamento na região. Ao segurar o tecido subcutâneo, pode-se analisar o quanto a pele distende, mostrando a flacidez tissular. Deve-se também realizar um pinçamento do tecido dérmico, para avaliar a tensão das fibras (CIECKOVICZ, 2013).

Particularmente, na região abdominal de mulheres que passaram por gestação recente, pode-se avaliar se há diástase dos músculos retos abdominais (DMRA), que é uma condição caracterizada pelo afrouxamento e afastamento desses músculos na linha média, a linha alba. O teste é feito nos níveis supraumbilical, umbilical e infraumbilical. Por exemplo, marca-se os pontos de referência para mensuração da DMRA em 4,5 cm acima e abaixo da cicatriz umbilical e na região umbilical. Considera-se a presença de DMRA quando ocorre afastamento maior que 3 cm entre as bordas mediais dos retos abdominais (PITANGUI et al., 2016).

A mensuração deve ser feita com a puérpera deitada, na posição supina, com o quadril fletido e os joelhos flexionados a 90º, os pés apoiados no leito e os membros superiores estendidos ao longo do corpo. Solicita-se, nessa posição, que a paciente realize uma flexão anterior do tronco até que as espinhas das escápulas fiquem fora da maca. No momento em que a puérpera realiza a flexão, deve-se marcar a separação dos retos abdominais com um lápis dermatográfico para posterior mensuração com um paquímetro (PITANGUI et al., 2016).

Borges e Valentin (2002) apresentaram um estudo no qual aplicaram eletroestimulação muscular com corrente de média frequência em pacientes que apresentavam diástase dos músculos retos abdominais. O estudo apresentado mostrou resultados favoráveis que justificam seu uso na terapêutica puerperal. Usando a perimetria e fotos, observaram melhora satisfatória no quadro de flacidez que as pacientes apresentavam, e o tratamento pôde reduzir medidas pelo encurtamento do reto abdominal em sua dimensão longitudinal. Usando o paquímetro, ficou clara a redução da diástase num período menor que o fisiológico. Fato este que foi considerado muito importante, pois foi capaz de evidenciar rápida melhora da função da musculatura abdominal, pois houve também aparente melhora do tônus e trofismo muscular abdominal.

Page 73: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

73

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

As informações referentes à flacidez estão inseridas nos campos de avaliação da gordura localizada e do fibroedema geloide na ficha de anamnese, mas em casos como esse pode-se adicionar um campo específico para o tratamento abdominal de mulheres puérperas.

Classificação e Avaliação do Fibroedema Geloide

Apesar de nós profissionais conhecermos outras denominações para essa afecção, como Paniculopatia Edemato Fibroesclerótica (PEFE), Lipodistrofia Ginoide, Fibroedema Geloide (FEG), Lipodistrofia Ginoide (LDG) ou Hidrolipodistrofia Ginoide (HDLG), devemos ser simples ao tratar dela com nosso cliente e denominá-la simplesmente como celulite. Há muita discussão sobre a denominação adequada para o problema entre os profissionais que trabalham na área da estética, mas devemos ser claros no momento em que conversamos com nossos clientes, pois essa é a denominação mais popular que existe e é citada inclusive na literatura médica.

Antes de avaliarmos o fibroedema geloide, devemos ter consciência dos fatores que o desencadeiam, que são diversos: fatores genéticos, hormonais, idade, gênero, fumo, obesidade e distúrbios circulatórios (ASSUMPÇÃO et al., 2006). Por esta razão, o seu diagnóstico deve estar acompanhado de todo o histórico do paciente na ficha de anamnese, e assim poderemos ter um tratamento estético com resultado mais efetivo, uma vez que além da aplicação local dos recursos que dispomos, orientaremos nosso cliente, sempre que possível, sobre os hábitos que possam contribuir para a formação do FEG.

Por isso, em uma avaliação em que a queixa principal é o FEG, os dados do histórico do paciente são necessários pelas seguintes razões:

1. Hábitos alimentares: uma alimentação inadequada, com muito açúcar, sódio e gordura saturada favorece o acúmulo de gordura e prejudica a circulação, portanto uma alimentação mais saudável contribuirá com a redução do problema.

2. Ingestão de água: caso seja observado que o paciente bebe água em quantidade insuficiente, orientá-lo a ingerir mais (no mínimo um litro por dia), isso contribuirá para o estímulo do metabolismo e a desintoxicação do organismo (CIECKOVICZ, 2013).

3. A prática de exercícios físicos: com o sedentarismo, o corpo tende a apresentar flacidez muscular e dos tendões, o que faz realçar a alteração do relevo, uma vez que favorece a retração dos septos interlobulares. Além disso, essa flacidez prejudica o retorno venoso, favorecendo estase e edema, levando à ativação da lipogênese (MEDEIROS, 2009).

Page 74: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

74

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

4. Tratamentos realizados anteriormente: os tratamentos realizados anteriormente podem servir como parâmetro sobre como o organismo do paciente responde a determinados procedimentos e a durabilidade de seus resultados.

5. Uso de contraceptivos ou alterações hormonais: há evidências de que o estrogênio seja o grande responsável pela disfunção inicial, pois incide em maior número no sexo feminino (entre 80% e 90% dessa população), inicia após a puberdade e piora com terapias anticoncepcionais. Já a progesterona agrava o FEG através do edema que desencadeia a cada ciclo menstrual (MEDEIROS, 2009).

6. Histórico familiar de FEG: há suscetibilidade individual pela genética e em algumas raças para a disposição e sensibilidade dos receptores hormonais nos adipócitos. A incidência é maior na raça branca e menor nas raças branca e oriental (MEDEIROS, 2009).

7. Biótipo corporal: o formato, a composição corporal e a raça, bem como outras características físicas em determinados indivíduos favorecem o surgimento do fibroedema geloide.

8. Tipo de roupa: roupas muito justas prejudicam a circulação, maximizando o quadro do FEG.

9. Posição predominante no dia a dia: manter-se em uma única posição durante todo o dia (sentada ou em pé) prejudica o sistema circulatório, levando ao acúmulo de líquidos principalmente em membros inferiores, potencializando o FEG.

10. Tabagismo: o cigarro prejudica a circulação sanguínea e agrega muitas toxinas ao organismo, prejudica a qualidade do colágeno da pele, evidenciando as ondulações na derme.

11. Registro antropométrico: deve ser realizado principalmente porque são características do FEG estar acompanhado de lipodistrofia localizada e edema.

Essas informações que acabamos de listar, como já vimos, estão relacionadas na parte do histórico do paciente na ficha de anamnese. A seguir são descritas as formas de realizar a avaliação clínica do FEG.

Primeiro faça uma avaliação visual. Peça ao cliente que retire toda a roupa e permaneça somente com as peças íntimas; em seguida, observe criteriosamente as características do local da queixa, como a aparência visual da pele, se a textura é lisa ou não, se apresenta flacidez de pele ou muscular, o acúmulo e tipo de gordura no local, a presença de edema, a temperatura da pele ao toque, a quantidade e o tamanho das depressões. Todos estes aspectos auxiliarão na classificação do grau de FEG presente em cada região de queixa e, consequentemente, na escolha dos recursos estéticos mais adequados para o cliente avaliado.

Page 75: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

75

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Para que essa informação fique mais sucinta é importante classificar o FEG pelo grau, conforme as classificações descritas na literatura. Há mais de uma e você pode escolher a que considerar mais adequada.

Quanto a sua forma clínica, o FEG pode receber a seguinte classificação (ASSUMPÇÃO et al., 2006; BORELLI; HASMANN, 2013):

a) Duro: ou seja, os tecidos apresentam boa tonicidade e o aspecto irregular apresentando os “furinhos” aparece com o pinçamento da pele e não altera com mudança de posição. Mais dolorido e a mobilização do tecido é difícil.

b) Flácido: quando a pele ou músculo é flácido apresenta menor sustentação. Presente principalmente em pessoas sedentárias, que reduziram rapidamente grande quantidade de peso ou em pessoas idosas.

c) Edematoso: quando apresenta sinal externo de edema tecidual. Possui consistência variável, que pode vir associada a um linfoedema, pode ou não apresentar sinal de cacifo, sendo o prognóstico ruim.

d) Misto: quando os locais do corpo de uma mesma pessoa apresentam características distintas.

Cacifo é um sinal clínico avaliado por meio de pressão exercida com os dedos sobre a pele. Para avaliar a presença de edema com cacifo, o examinador deve pressionar o dedo em uma área pendente, como a canela do paciente, por dois a três segundos. Se houver edema com cacifo, os dedos afundam no tecido e, quando são removidos, a marca deles se mantém, como na figura a seguir.

Figura 35 – Técnica para examinar a presença de edema com cacifo: (A) Pressão sobre a área tibial

anterior e (B) a marca que se mantém após a retirada do dedo indica a presença de edema com cacifo

Fonte: Swartz (2015, s.p.).

Page 76: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

76

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Quanto ao grau, o FEG pode ser classificado em quatro graus, de acordo com a padronização de Ulrich (1982 apud ASSUMPÇÃO et al., 2006) levando em consideração seus aspectos clínicos e a sua fase evolutiva:

• Grau 1: o FEG só se torna visível ao comprimirmos o tecido com as

mãos ou pela contração muscular voluntária do cliente. Nesse grau não há alteração da sensibilidade local.

• Grau 2: as depressões já são visíveis mesmo sem a compressão do tecido, em que também há sinal de palidez, baixa temperatura e diminuição da elasticidade da pele.

• Grau 3: o FEG é facilmente visualizado em qualquer posição, tem aspecto de “saco de nozes”, são evidentes em repouso, as granulações palpáveis em níveis profundos, dor à palpação, diminuição da elasticidade, palidez e diminuição da temperatura da pele.

• Grau 4: possui as mesmas características do Grau 3, porém com nódulos mais palpáveis, visíveis e dolorosos e ondulado muito aparente na superfície da pele.

Quadro 9 – Seção da Ficha de Anamnese para avaliação do FEG

FIBROEDEMA GELOIDELocalização:Grau:

(Classificação de Ulrich)( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Grau IV

Forma clínica: ( ) Duro ( ) Flácido ( ) Edematoso ( ) MistoFlacidez (tipo e localização):

Fonte: A autora.

Além das classificações tradicionais que se assemelham muito, outras duas formas de avaliação do FEG foram propostas para melhorar a forma de avaliação. Na primeira foi desenvolvida uma escala que avalia o FEG de forma mais abrangente e objetiva, porque considerava que as classificações existentes não incluíam os aspectos morfológicos. A escala proposta, denominada Escala de Gravidade Fotonumérica do Fibroedema Geloide ou CSS (Cellulite Severity Scale), expandiu a classificação já existente, permitindo assim uma medição abrangente da intensidade da condição, podendo facilitar o acompanhamento dos pacientes e medir melhor os resultados dos tratamentos (HEXSEL; DAL’FORNO; HEXSEL, 2009).

Foram selecionados cinco aspectos morfológicos do FEG, observados em coxas e glúteos, sendo que cada um desses aspectos foi classificado de acordo com a gravidade em uma escala que vai de zero a três, permitindo uma soma final de pontuação que varia de um a 15. Com base na pontuação numérica final, o

Page 77: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

77

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

FEG é então classificado como leve, moderado ou brando. Essa escala pode ser útil na avaliação de diferentes modalidades para o tratamento do FEG, podendo ser aplicada de forma padronizada (HEXSEL; DAL’FORNO; HEXSEL, 2009). Mais tarde, essa escala teve sua aplicabilidade analisada por Gonçalves et al. (2010), que a consideraram de fácil entendimento e de aplicabilidade viável para os profissionais da estética.

Quadro 10 – Escala de gravidade fotonumérica

Escala de gravidade fotonumérica0 1 2 3

(A) NÚMERO DE DEPRESSÕES EVI-

DENTES

Este item refere-se ao número total de depressões evi-dentes por inspeção visual na área a ser examinada. As pontu-ações são expressas como segue:

Nenhuma / sem de-pressões.

Pequena quantidade: 1 a 4 de-pressões são visíveis.

Quantidade moderada: 5-9 de-pressões são visíveis.

Grande quan-tidade: 10 ou mais de-pressões são visíveis.

(B) PROFUNDIDADE DAS DEPRESSÕES

Este item avalia a profundidade das de-pressões por inspeção visual das áreas afe-tadas. Recomenda-se comparar às imagens do CSS.

Sem de-pressões.

Depressões superficiais.

Depressões de profundi-dade média.

Depressões profundas.

(C) APARÊNCIA MOR-FOLÓGICA E ALTER-AÇÕES DA SUPERFÍ-

CIE DA PELE

O item C avalia os diferentes padrões morfológicosdasuperfície da pele. Recomenda-se a comparação com as imagens do CSS.

Sem áreas levantadas.

Aparência de "casca de laranja".

Aparência de "queijo cot-tage".

Aparência de "colchão".

Page 78: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

78

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

GRAU DE FROUX-IDÃO OU FLACIDEZ

DA PELE

A pele apresenta um aspecto drapeado. Este efeito agrava o aspecto do FEG.

Recomenda-se a comparação com as imagens do CSS.

Ausência de flacidez ou flacidez da pele.

Aparência de drapeado leve.

Aparência de drapeado moderada.

Aparência de drapeado severo.

(E) ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO

POR NÜRNBERGER E MÜLLER

Os pacientes devem ser avaliados com os músculos glúteos relaxados. No en-tanto, se o paciente não apresentar de-pressões evidentes, eles devem ser so-licitados a contrair seus glúteos.

A pele também deve ser pinçada (apertan-do a pele entre o po-legar e o dedo indica-dor) para diferenciar entre as pontuações.

Grau 0

Sem alter-ações, mes-mo ao pinçar a pele.

Grau 1

As de-pressões aparecem somente com o pinçamento ou contração voluntária.

Grau 2

As irregulari-dades apare-cem somente quando a pessoa está de pé.

Grau 3

As irregular-idades são visíveis em pé ou deit-ada.

Fonte: Adaptado de Hexsel, Dal’Forno e Hexsel (2009).

Após a avaliação do FEG com base na escala descrita no Quadro 9, a pontuação deve ser somada e o valor obtido inserido no sistema de pontuação (Tabela 3) determinado pelos autores, que resultam na nova classificação.

Tabela 3 – Sistema de pontuação da escala de gravidade da celulite e nova classificação de celulite

Escala de gravidade do FEG Novaclassificação1 - 5 Suave6 - 10 Moderado11 - 15 Grave

Fonte: Hexsel, Dal’Forno e Hexsel (2009).

Page 79: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

79

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Figura 36 – Imagens ilustrativas da escala de gravidade do FEG

Fonte: Hexsel, Dal’Forno e Hexsel (2009, s.p.).

Page 80: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

80

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

A segunda nova forma de avaliação que vamos citar foi criada após se observar a falta de um método para avaliar a qualidade de vida em pacientes com FEG. Os criadores foram motivados a desenvolver esse instrumento para possibilitar a verificação, tanto quantitativa quanto qualitativa, das razões pelas quais as imperfeições estéticas são consideradas uma inconveniência que perturba e interfere na vida cotidiana das pessoas, aparentemente mais intensamente hoje do que nos tempos anteriores (HEXSEL et al., 2011).

No desenvolvimento do método foram criados dois questionários: um mais abrangente e outro mais abreviado, que foi considerado mais recomendado para avaliar o FEG como o principal componente de mudanças na qualidade de vida dos pacientes na prática clínica diária (HEXSEL et al., 2011). Sendo assim, este método de avaliação pode ser utilizado quando o profissional quer saber de que forma o FEG está interferindo na qualidade de vida de seus pacientes, e se após os tratamentos esse quadro melhorou.

O paciente deve ser questionado e as respostas quantificadas de acordo com a seguinte tabela:

Tabela 4 – Instrumento de avaliação de qualidade de vida em pacientes com FEG (versão abreviada)

Tabela – Celluqol (versão abreviada)

Como ter FEG faz você se sentir sobre:

Não inco-modado

Não inco-modado a

maior parte do tempo

IndiferenteIncomodado a maior par-te do tempo

Incomodado o tempo todo

1. a aparência do seu corpo 1 2 3 4 5

2. maneira de vestir 1 2 3 4 5

3. seus hábitos alimentares 1 2 3 4 5

4. atividades físicas ou de lazer que envolvem a exposição pública do corpo (praia, academia etc.)

1 2 3 4 5

Page 81: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

81

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

5. lazer ou atividades físicas que exigem a ex-posição do corpo de for-ma limitada (massagem, consulta médica etc.)

1 2 3 4 5

6. sua vida sexual 1 2 3 4 5

7. seus sen-timentos negativos (embaraço, frustração, baixa autoesti-ma, vergonha, medo, revolta)

1 2 3 4 5

8.dificul-dades e dúvi-das sobre o resultado dos tratamentos, descrença

1 2 3 4 5

Fonte: Hexsel et al. (2011, s.p.).

Os escores do questionário abreviado variam de 8 a 40 pontos, com mudanças na qualidade de vida interpretadas da seguinte forma:

• De 8 a 16 pontos – FEG não afeta a qualidade de vida.• De 16 a 24 pontos – FEG afeta levemente a qualidade de vida.• De 24 a 32 pontos – FEG afeta razoavelmente a qualidade de vida.• De 32 a 40 pontos – FEG afeta intensamente a qualidade de vida.

Se o profissional quiser adotar essas formas de avaliação mais abrangentes, poderá manter as escalas como consulta e anotar apenas os resultados dessas avaliações na ficha de anamnese em um campo adicional.

Page 82: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

82

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Contraindicações e Observações Gerais

Ao elaborar a sua ficha de anamnese, você deve considerar as informações que são importantes para a sua realidade, ou seja, dependendo dos recursos que você dispõe para realizar os tratamentos estéticos, terá contraindicações que são específicas de cada tipo de recurso, e você deve lembrar-se de questionar o paciente sobre eles durante a avaliação. Esses recursos disponíveis relacionados com a queixa do cliente delimitarão o protocolo de tratamento a ser utilizado e as expectativas sobre os resultados.

Não é possível colocar todas as informações existentes em uma ficha de anamnese, por isso devemos colocar aquelas que são mais importantes, deixando um campo livre para registrar aquelas que são variáveis e não estão preestabelecidas na ficha. A autorização médica, sempre que necessária, deve ser anexada à ficha de anamnese do paciente.

Estão relacionadas em um quadro a seguir algumas contraindicações encontradas na literatura. As patologias existentes são inúmeras, por isso devemos buscar sempre essas informações através dos fabricantes, da área médica e dos estudos realizados na área. Em casos de doenças graves, só é possível realizar procedimentos estéticos sob a orientação e autorização do médico que está tratando o paciente.

É preciso também registrar as recomendações dadas ao paciente, como: “orientado a ingerir dois litros de água por dia”, “adotar uma alimentação saudável”, “consultar-se com profissional X”, “realizar atividade física” etc.

Para completar a ficha de avaliação, uma ou mais páginas da ficha devem ficar reservadas para a realização de um relatório sobre os procedimentos que foram realizados em cada sessão, as reações do organismo do paciente, as queixas e as impressões do paciente e do profissional. Também é possível realizar registros fotográficos das áreas tratadas, no início, meio e fim do tratamento, seguindo todas as orientações de padronização das fotos e da privacidade dos pacientes, explicados no capítulo anterior.

Page 83: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

83

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Qua

dro

11 –

Exe

mpl

os d

e co

ntra

indi

caçõ

es p

ara

recu

rsos

est

étic

os

AFE

ÕES

REC

UR

SOS

ESTÉ

TIC

OS

CO

NTR

AIN

DIC

AD

OS

Ultra

ssom

Pres

sote

r-ap

iaVa

cuot

er-

apia

Corr

ente

Ru

ssa

Mic

roco

r-re

ntes

Eletrolipólise

Elet

rolif

ting

Iont

ofor

ese

DLM

Áre

a co

m h

ipoe

stes

iaX

XX

XX

Ges

tant

eX

XX

XX

XTu

mor

mal

igno

/ Neo

plas

ias

XX

XX

XX

XX

XVa

rizes

XX

XX

Trom

boflebite

XX

XX

XInsuficiênciaCardíaca

XX

XTr

ombo

se v

enos

a Pr

ofun

daX

XX

XX

Hip

erte

nsão

XX

Der

mat

ites,

der

mat

oses

, le

sões

, ecz

emas

etc

.X

XX

XX

XX

Doe

nças

infe

ccio

sas

XX

XFr

agili

dade

cap

ilar

XX

Frat

uras

não

con

solid

adas

XX

XInflamaçõesno

local

XX

XX

Mar

capa

sso

XX

XX

XX

Insuficiênciare

nal

XX

XD

iabe

tes

XX

XX

Infe

cçõe

s ag

udas

XX

XX

XX

XX

XEd

ema

de o

rigem

car

díac

a ou

rena

lX

XX

XX

XX

XX

Font

e: A

dapt

ado

de B

orge

s (2

006)

.

Page 84: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

84

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Atividades de Estudos:

1) Cite uma forma prática de utilização do adipômetro na avaliação estética corporal.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Liste os principais cuidados referentes à utilização da fita antropométrica na realização das perimetrias.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Quais questionamentos e observações devem ser feitos em uma avaliação de estrias?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) Identifique os métodos avaliativos descritos a seguir de acordo com as classificações:

(A) Método de Avaliação Tradicional do FEG(B) Método da Escala de Gravidade Fotonumérica de FEG de

Hexsel, Dal’Forno e Hexsel(C) Método de Avaliação da qualidade de vida dos pacientes com FEG

( ) Neste método, o FEG é classificado principalmente segundo cinco características morfológicas em uma escala de gravidade que vai de 0 a 3, gerando uma pontuação de 1 a 15 que classifica o FEG como leve, moderado ou brando.

( ) Neste método, o paciente responde a um questionário que mensura a influência da presença do FEG em atividades cotidianas. As respostas geram valores que são aplicados em

Page 85: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

85

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

escores que indicam se sua vida não é afetada ou é afetada de forma leve, razoável ou intensamente.

( ) Neste método, o FEG é classificado quanto a sua forma clínica em duro, flácido, edematoso ou misto, e quanto aos aspectos clínicos e a fase evolutiva, em graus: 1, 2, 3 e 4 ou 0, 1, 2 e 3.

5) Que implicações podemos ter, caso não fizermos uma avaliação adequada de nossos pacientes?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Algumas Considerações Neste capítulo, ingressamos na construção da ficha de anamnese, iniciando

pela estética corporal. E para que essa construção fosse possível, estudamos os métodos avaliativos utilizados nessa área e enfatizamos mais uma vez a importância da sua realização. Com a compreensão da importância de cada item nessa ficha de anamnese, ficará mais fácil elaborar fichas de anamnese destinadas a outros setores da área da beleza.

No próximo capítulo estudaremos a construção da ficha de anamnese e os métodos avaliativos voltados à estética facial.

ReferênciasASSUMPÇÃO, A. C. et al. Eletrolipólise (Eletrolipoforese). In: BORGES, F. dos S. Dermatofuncional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. p. 207-226.

AAPS – Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp. 2011. Disponível em: <http://www.aaps.com.br/ler_noticia.asp?cod=1229>. Acesso em: 28 jan. 2018.

AZULAY, M. N. Estrias. In: KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. p. 515-525.

Page 86: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

86

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

BEYNET, D.; GRECO, J.; SORIANO, T. Abordagem ao paciente estético. In: ALAM, M.; GLADSTONE, H. B.; TUNG, R. C. Dermatologia cosmética: requisitos em dermatologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 1-6.

BORELLI, S.; HASMANN, C. Fisiologia do tecido gorduroso. In: PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013. p. 247-254.

BORGES, F. dos S. Dermatofuncional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.

BORGES, F. dos S. Eletrolifting. In: ______. Dermatofuncional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. p. 227- 240.

BORGES, F. dos S; VALENTIN, E. C. Tratamento da flacidez e diástase do reto-abdominal no puerpério de parto normal com o uso de eletroestimulação muscular com corrente de média frequência – estudo de caso. Revista Brasileira de Fisioterapia Dermatofuncional, Nova Iguaçu, v. 1, n. 1, 2002.

CARPANEZ, T. C. P. C. Hipotonia dérmica facial e corporal. In: PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013. p. 237-241.

CESCORF. Plicômetro tradicional. 2018. Disponível em: <http://www.cescorf.com.br/produto/plicometro-cientifico-tradicional/>. Acesso em: 26. jan. 2018.

CIECKOVICZ, D. Diagnósticos diferenciais nas disfunções estéticas corporais (I, II, III, IV, V). In: PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013. p. 255-283.

DIAS, L. de C. V. Estrias. In: PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013. p. 359-374.

DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. 2. ed. Porto Alegre, Artmed: 2010.

FISIO QUANTUM. 2012. Disponível em: <https://fisioquantum.wordpress.com/2012/07/24/a-postura-ideal/53009a_8c617e382940b28bc1f54f345bb02135/>. Acesso em: 22 mar. 2018.

GONÇALVES, D. et al. Avaliação da aplicabilidade de uma nova escala fotonuméricaparafibroedemageloideemprocedimentosestéticoscorporais. 2010. 15 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Tecnologia em Cosmetologia e Estética) – Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, 2010.

Page 87: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

87

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermatofuncional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. Barueri: Manole, 2004.

HEXSEL, D. et al. A quality of life measurement for patients with cellulite. Surgical & Cosmetic Dermatology. Porto Alegre, n. 3, v. 2, p. 96-101, 2011.

HEXSEL, D. M.; DAL’FORNO, T.; HEXSEL, C. L. A validated photonumeric cellulite severity scale. Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology. Porto Alegre, n. 23, p. 523-528, 2009.

MARQUES, L. F. J. C. Avaliação da composição corporal. In: KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. p. 501-514.

MEDEIROS, L. B. de. Lipodistrofia ginoide: abordagem clínica. In: KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. p. 459-466.

MOURA, J. A. R. de. Antropometria e composição corporal: protocolos de medidas, equações preditivas e novas estratégias de análise. Blumenau: Legere, 2014.

NAVES, J. M. Correlação entre alinhamento pélvico e fibroedema geloide. Fisioterapia e Pesquisa, v. 24, n. 1, São Paulo, jan./mar. 2017.

NUTRIAÇÃO. [s.d.]. Disponível em: <http://projetonutriacao.wixsite.com /nutriacaose/avaliao-antropomtrica>. Acesso em: 25 jan. 2018.

NUTRIÇÃO.INFO. 2015. Disponível em: <http://zeurasaraiva.wixsite.com/nutricao/single-post/2015/05/24/Peso-corporal-saud%C3%A1vel-aspectos-na-avalia%C3%A7%C3%A3o-nutricional>. Acesso em: 26 jan. 2018.

PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013.

PITANGUI, A. C. R. et al. Análise da confiabilidade e concordância dos métodos paquímetro e polpas digitais na mensuração da diástase do músculo reto-abdominal. ABCS Health Sciences, Petrolina, v. 41, n. 3, p. 150-155, 2016.

SANNY. Adipômetro Científico Leitura Direta Sanny. 2018. Disponível em: <https://www.sanny.com.br/avaliacao-fisica/adipometros/adipometro-cientifico-leitura-direta-sanny-cod-ad1011-ld.html>. Acesso em: 26 jan. 2018.

STEINER, D. Beleza levada a sério. 2. ed. São Paulo: Rideel, 2009.

SWARTZ, M. K. Tratado de semiologia médica: história e exame clínico. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

Page 88: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

88

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

ANEXO 1 – Ficha de anamnese em estética corporal completa

FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA CORPORALIDENTIFICAÇÃO

Nome completo: ________________________________________________________Profissão: ______________________________________________________________Data de nascimento: ________/________/_________Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) FemininoEndereço: _____________________________________________________________

E-mail: ________________________________________________________________

Cidade/Estado: _________________________________________________________Telefones: Ce_____________________________Outro: __________________________

FICHA CLÍNICA

Queixas: ______________________________________________________________

Tratamentos estéticos anteriores e resultados: _________________________________

______________________________________________________________________

Alergias: _______________________________________________________________

Gestante: ______________________________________________________________

Medicamentos em uso: ___________________________________________________

Contraceptivos ou tratamentos hormonais: ____________________________________

Ano da menarca: ________________________________________________________

Menopausa: ____________________________________________________________

Doença cardíaca, renal ou diabetes: _________________________________________

Transtornos circulatórios: _________________________________________________

Outras doenças: ________________________________________________________

Alterações dermatológicas: ________________________________________________

Problemas endócrinos: ___________________________________________________

Tumores malignos: ______________________________________________________

Hábitos alimentares: _____________________________________________________

______________________________________________________________________

Ingestão de água: _______________________________________________________

Atividade física: _________________________________________________________

Outras observações: _____________________________________________________

______________________________________________________________________

Page 89: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

89

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Caracterização do quadroLipodistrofialocalizadaTipo: ( ) Flácida ( ) CompactadaLocalização:Presença de edema:Postura inadequada associada?

Fibroedema geloide (FEG)Localização:Grau:

(Classificação de Ulrich)( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Grau IV

Forma clínica: ( ) Duro ( ) Flácido ( ) Edematoso ( ) MistoFlacidez (tipo e local-ização):

AVALIAÇÃO FÍSICAPeso: Altura:IMC:

MedidasDatas:

% Gordura:Dobras cutâneas:

PerímetrosBraços:

Registrar o ponto de referência a partir do olecrano.

- - -

↑ ______ cmAbdome:

Registrar o ponto de referência acima e abaixo a partir da cicatriz umbilical.

- - -

↑ ______ cm↑ ______ cmCentro da cicatriz umbilical:↓ ______ cm↓ ______ cmFlancos:

(Ponto mais alto)Culote:

(Ponto mais alto)

Page 90: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

90

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Glúteos:

(Ponto mais alto)Coxas (Registrar o ponto de referência a partir da borda superior da patela)

- - -

↑ ______ cm↑ ______ cmOutro local:

(definir)Descrição das dobras cutâneas: ____________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________Relatório: ______________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Fonte: A autora.

Page 91: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

91

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

ANEXO 2 – Ficha de anamnese para avaliação de estrias

FICHA DE ANAMNESE – ESTRIASIDENTIFICAÇÃO

Nome completo: _________________________________________________________Profissão: ______________________________________________________________Data de nascimento: ________/________/_________Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) FemininoEndereço: _____________________________________________________________

E-mail: ________________________________________________________________

Cidade/Estado: _________________________________________________________Telefones:Cel:______________________Outro:________________________________

Ficha clínicaAno da menarca: Gestações:Aumento ou redução considerável de peso:Associa o surgimento das estrias a um dos eventos anteriores ou a algum outro?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________Cor da pele: Idade:Sensibilidade da pele no local das estrias:Medicamentos em uso:Problemas de cicatrização:Tipo de alimentação:Patologias dermatológicas:Tratamentos realizados anteriormente e resultados observados:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________Localização das estrias, coloração e espessura:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Fonte: A autora.

Page 92: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

92

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

ANEXO 3 – Valores de referência para avaliação do percentual de gordura em ambos os sexos

PERCENTUAL DE GORDURA (G%) PARA HOMENS

Nível/Idade 18-25 26-35 36-45 46-55 56-65

Excelente 4 a 6% 8 a 11% 10 a 14% 12 a 16% 13 a 18%

Bom 8 a 10% 12 a 15% 16 a 18% 18 a 20% 20 a 21%

Acima da Média 2 a 13% 16 a 18% 19 a 21% 21 a 23% 22 a 23%

Média 14 a 16% 18 a 20% 21 a 23% 24 a 25% 24 a 25%

Abaixo da Média 17 a 20% 22 a 24% 24 a 25% 26 a 27% 26 a 27%

Ruim 20 a 24% 20 a 24% 27 a 29% 28 a 30% 28 a 30%

Muito Ruim 26 a 36% 28 a 36% 30 a 39% 32 a 38% 32 a 38%

PERCENTUAL DE GORDURA (G%) PARA MULHERES

Nível/Idade 18-25 26-35 36-45 46-55 56-65

Excelente 13 a 16% 14 a 16% 16 a 19% 17 a 21% 18 a 22%

Bom 17 a 19% 18 a 20% 20 a 23% 23 a 25% 24 a 25%

Acima da Média 20 a 22% 21 a 23% 24 a 26% 26 a 28% 27 a 29%

Média 23 a 25% 24 a 25% 27 a 29% 29 a 31% 30 a 32%

Abaixo da Média 26 a 28% 27 a 29% 30 a 32% 32 a 34% 33 a 35%

Ruim 29 a 31% 31 a 33% 33 a 36% 35 a 38% 36 a 38%

Muito Ruim 33 a 43% 36 a 49% 38 a 48% 39 a 50% 39 a 49%

Fonte: Pollock e Wilmore (1993 apud NUTRIAÇÃO s.d., s.p.).

Page 93: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

93

FichadeAnamneseCorporal Capítulo 2

Anexo 4 – Instrumento de avaliação de qualidade de vida em pacientes com celulite (versão original e completa)

Table 1: Celluqol (full version)

How having cellulite makes you feel about:

Not bothe-red at all

Not bothe-red most of

the time

Indiffe-rent

Bothered most of the time

Bothered all the time

MANNER OF DRESSING

1. choice of clothes’ colors 1 2 3 4 5

2. choice of cloches’ fabric 1 2 3 4 5

3. choice of tight cuts 1 2 3 4 5

4. wearing of very short clothes 1 2 3 4 5

LEISURE

5. participation activities that involve exposing the body to a large number of people (beach, swimming pool)

1 2 3 4 5

6. participation group activities taht require ex-posing the body to a res-tricted number of people (massage)

1 2 3 4 5

PHYSICAL ACTIVITIES

7. HAVING CELLULITE 1 2 3 4 5

8. participation in sports activities that involve ex-posing the body (swim-ming, water aerobics)

1 2 3 4 5

PARTNER

9. exposing the body to a partner 1 2 3 4 5

10. fear of losing partner 1 2 3 4 5

11. sexual life 1 2 3 4 5

12. the fact that a partner notices the cellulite 1 2 3 4 5

FEELINGS

13. embarrassment 1 2 3 4 5

14. difficulties and doubts about the result of teat-ments, disbelief

1 2 3 4 5

Page 94: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

94

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

15. guilt 1 2 3 4 5

16. frustration 1 2 3 4 5

17. discouragement 1 2 3 4 5

18. self-esteem 1 2 3 4 5

19. rebelliousness 1 2 3 4 5

CHANGES IN DAILY HA-BITS

20. changes in eating ha-bits 1 2 3 4 5

21. speding more than able to afford on treat-ments

1 2 3 4 5

22. restricting other ex-penses to treat cellulite 1 2 3 4 5

Fonte: Hexsel et al. (2011, s.p.).

Page 95: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

CAPÍTULO 3

Ficha de Anamnese Facial

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

� Registrar numa ficha de anamnese os dados de forma objetiva, mas que possa oferecer suficiente apoio aos procedimentos.

�Conhecer os tipos de pele e suas alterações.

�Padronizar os métodos de avaliação.

�Encaminhar o paciente ao profissional habilitado em caso de alterações suspeitas.

�Elaborar uma ficha de anamnese facial.

�Preencher adequadamente uma ficha de anamnese facial.

�Classificar e registrar as características da pele, como biótipo, grau de acne, tipo de discromia e envelhecimento, bem como a localização destes.

�Escolher um plano de tratamento que respeite os dados coletados na anamnese.

Page 96: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

96

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Page 97: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

97

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

ContextualizaçãoTrabalhar com a melhora dos aspectos relacionados à estética facial significa

realizar um delicado trabalho em uma pequena área do corpo, mas que pela sua visibilidade pode causar grandes impactos na vida social do indivíduo. Muitas vezes considerado o “cartão de visitas”, por ser o foco visual na comunicação entre pessoas, o rosto pode apresentar diversos problemas estéticos, bem concentrados na pele, mas que podem trazer problemas muito profundos e complexos.

Para algumas pessoas, melhorar o viço da pele pode ser o suficiente para que se sintam satisfeitas com a sua aparência, e caso essa melhora não seja tão perceptível, isso não fará tanta diferença em suas vidas. Por outro lado, em casos como de uma acne mais avançada ou uma discromia muito visível, o tratamento que vamos oferecer é visto como a possibilidade de uma grande mudança na qualidade de vida das pessoas acometidas. Por isso, o conhecimento é fundamental para que o profissional tenha a percepção de tudo o que é necessário para saber lidar com o seu paciente desde o momento em que ele chega para ser avaliado.

O sucesso do tratamento de qualquer patologia depende essencialmente do seu pleno conhecimento. Quando não se consegue estabelecer com clareza as características, como sua classificação, sua etiopatogenia, sua fisiopatologia, entre outros, conceitos amplos, às vezes vagos e empíricos, serão usados para definir essa patologia e as bases de seu tratamento. Deste modo, a eficácia traduz-se no conhecimento profundo dos principais recursos utilizáveis na área da estética, bem como conhecimentos relevantes de anatomia, fisiologia, patologia etc., o que leva o profissional a avaliar profundamente o problema e eleger o tratamento adequado (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Neste capítulo, identificaremos as regiões da face, as suas principais alterações estéticas, como elas podem ser classificadas, que métodos avaliativos podem ser utilizados e de que forma as informações são registradas em uma ficha de anamnese facial.

Informações GeraisNa estética facial, uma boa avaliação só será possível com o conhecimento

mais aprofundado das queixas estéticas que costumam demandar tratamentos. Essas queixas se concentram na pele e veremos, neste capítulo de Métodos Avaliativos em Estética Facial e Corporal, algumas formas de analisá-las e classificá-las. Você também poderá estudar de forma mais aprofundada todas as alterações e características da pele, na disciplina de Estética Facial Avançada, bem como compreender melhor como estas se desenvolvem e como podem ser tratadas.

Page 98: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

98

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Antes de iniciarmos a avaliação, devemos lembrar que a relação entre profissional e paciente deve ser pautada no respeito e que ao coletar as informações para preencher a ficha de anamnese, o paciente deve estar ciente de que as perguntas visam à compreensão dos sinais observados na pele e que todo material obtido é sigiloso. É importante ouvir com atenção o motivo da consulta, fazer uma investigação objetiva que, junto à análise da pele, permite uma boa leitura do tratamento e das indicações a serem realizadas (COHEN, 2013).

Na ficha de anamnese facial de cada paciente devem ser registrados: os dados pessoais, que são os dados cadastrais, como na ficha de anamnese corporal; um número de telefone para situações de emergência; a queixa principal; o histórico; a avaliação facial; o relatório; e um termo de responsabilidade (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Para um registro mais detalhado, que minimize possíveis erros em novas avaliações, é importante também que as regiões cutâneas faciais sejam conhecidas. Essas regiões podem ser classificadas de maneiras diferentes, sendo algumas mais simples e outras mais detalhadas. Uma divisão didática e prática das regiões da face (Figura 1), proposta por Tamura (2013), visando à realização das técnicas de preenchimento e evidenciando possíveis riscos ligados às características anatômicas específicas seria adequada também para a orientação na avaliação e na realização de procedimentos estéticos não invasivos, uma vez que essa divisão atende às necessidades desta área, adicionando apenas a região de colo e pescoço, que não está identificada nessa divisão.

É importante ouvir com atenção o motivo da consulta, fazer uma investigação objetiva

que, junto à análise da pele, permite uma boa leitura do tratamento e das indicações a serem realizadas

Figura 37 – Divisão das regiões da face

Legenda: Frontal (1), temporal (2), glabelar (3), supercílio (4), pálpebra superior (5), pálpebra inferior (6), nasociliar (7), sulco nasojugal (8), sulco palpebral lateral (9), nasal (10), malar (11), zigomático (12), fossa canina (13), sulco nasolabial (14), lábio superior (15), lábio inferior (16), bochecha (17), pré-auricular (18), sulco labiomentual (19), mentual (20), região mandibular posterior (borda anterior do masseter até o ângulo da mandíbula) (21) e região mandibular anterior (entre o sulco melolabial e a borda anterior do masseter).

Fonte: Tamura (2013, s.p.).

Page 99: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

99

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

Essa divisão pode estar inserida na ficha, do modo que o profissional julgar mais adequado. Poderá ser descrita de forma livre, sendo listada em tópicos para assinalar ou relacionar as regiões que demandam cuidados. O importante é que a localização de cada área esteja bem definida e que tenha destaque na ficha de anamnese para posteriores atendimentos, independentemente se houver um ou mais profissionais para atender ao mesmo paciente.

Quadro 12 – Seção inicial da ficha de anamnese que compreende a identificação e histórico do(a) paciente

FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA FACIALIDENTIFICAÇÃO

Nome completo: _________________________________________________________Profissão: ______________________________________________________________Data de nascimento: ________/________/_________Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) FemininoEndereço: ______________________________________________________________E-mail: ________________________________________________________________Cidade/Estado: _________________________________________________________Telefones: Cel: ___________________________ Outro: ___________________________.............................................................................................................................................Queixa relatada/Localização: ___________________________________________________________________________________________________________________

HISTÓRICOCosméticos em uso: ______________________________________________________Uso de filtro solar: _______________________________________________________Tratamentos estéticos faciais anteriores e resultados: _____________________________ Gestante: Sim ( ) Não ( )Fumante: Sim ( ) Não ( )Alérgico(a): ____________________________________________________________Medicamentos em uso: ___________________________________________________Contraceptivos ou tratamentos hormonais: ___________________________________Doença cardíaca: ________________________________________________________Transtornos circulatórios: __________________________________________________Problemas endócrinos: ___________________________________________________Ingestão de água: _______________________________________________________Observações: ________________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: A autora.

Page 100: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

100

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Características da Pele e Métodos de Avaliação

O exame da pele é um dos itens mais importantes para o profissional que trabalha com a estética facial. Esse exame deve ser minucioso e bem fundamentado e tem por objetivo definir as principais características da pele baseado na produção sebácea, grau de hidratação, espessura, textura, tônus dos músculos e lesões elementares, para a escolha do procedimento estético e cosmético a ser adotado (COHEN, 2013). Ao realizar esse exame, o ideal é que o paciente esteja sob a luz solar matinal ou uma luz fluorescente. O profissional também deve utilizar uma lupa, pois é o instrumento que permite visualizar com mais acurácia as imperfeições e lesões da pele (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Através do exame visual será possível obter dados sobre a sua cor, os óstios pilossebáceos, a idade da pele e o grau de hidratação e, com o auxílio da lupa, a produção sebácea, o grau de hidratação, alterações de pilosidade, as lesões elementares e os nevos (COHEN, 2013). Com o toque e a compressão da pele pode-se perceber a alteração de sua textura e umidade. Para determinar se a pele está desidratada é necessário palpar e esticar a pele. Se a elasticidade estiver normal significa que a pele está hidratada, apresentando a função normal do controle da hidratação pela camada córnea (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). Para quantificar esses aspectos pode-se utilizar um equipamento analisador de pele, específico para esse tipo de avaliação.

Também é possível realizar o exame da pele através da lâmpada ou luz de Wood, que consiste numa lâmpada de luz azulada, de radiação transmitida de aproximadamente 360 nanômetros, usada em ambiente escuro para a visualização da fluorescência e que auxilia o diagnóstico de diversas lesões dermatológicas. Nesse exame é possível obter dados sobre: o grau de hidratação da pele, em que o violeta intenso indica que a pele está hidratada e violeta fraco que está desidratada; a espessura, em que a fluorescência esbranquiçada indica pele espessa e queratinizada; a fluorescência escura indica pele fina ou atrófica; e, os comedões fechados e milliuns aparecem como pontos brilhantes (COHEN, 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Há no mercado uma grande diversidade de modelos de equipamentos para análise da pele com lâmpada de Wood, sendo alguns com a lupa de aumento acoplada. É um método prático para analisar a pele facial, permitindo uma visão instantânea e mais profunda das anomalias da pele do rosto, e tem a vantagem de poder proporcionar uma boa visualização da pele, independentemente das condições de iluminação do ambiente, já que possui uma iluminação específica.

Page 101: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

101

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

Figura 38 – Equipamento com emissor de luz Wood moderno com sistema interativo (à esquerda) e equipamento básico

com lâmpada de Wood acoplada à lupa (à direita)

Fonte: Estek (2017, s.p.) e BCMED (2016, s.p.).

A lâmpada de Wood é o método mais amplamente empregado na classificação do melasma, em que a profundidade do pigmento determinará a fluorescência. As regiões cutâneas que apresentam um aumento na concentração de melanina epidérmica acentuarão a sua coloração e ficarão mais escuras, contrastando com a pele normal ao redor. Já as áreas com menor concentração de melanina estarão mais claras e brilhantes. No entanto, a técnica não tem aplicabilidade em indivíduos do fototipo V e VI (esta classificação é descrita no tópico “Classificação da pele quanto ao fototipo”) em decorrência de fatores óticos. Também as alterações colágenas, vasculares e o uso de medicamentos tópicos e filtro solar podem alterar o exame, acarretando em resultados não fidedignos (TAMLER et al., 2009).

Figura 39 – Melasma epidérmico em análise clínica (à esquerda) e exame sob a lâmpada de Wood (à direita)

Fonte: Tamler et al. (2009, s.p.).b

Outro recurso que pode ser utilizado é o analisador de pele, citado no primeiro capítulo desta disciplina, que pode medir a hidratação, a oleosidade e a elasticidade da pele de forma numérica. Conforme já abordado são aparelhos simples e de fácil manuseio e que ajudam a mensurar a qualidade da pele antes e após os tratamentos estéticos.

Page 102: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

102

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Tipos de Pele e Principais Alterações

Neste tópico, abordaremos as classificações mais usuais da pele na área da estética, mas, antes disso, salientamos uma importante observação feita por Magalhães e Hofmeister (2009), de que classificar a pele é algo complexo, que não deve ficar restrito à classificação básica em seca, normal, oleosa e mista. Deve-se analisar com critério o grau de hidratação e lubrificação, e a coloração da pele com suas nuances. Assim é possível ter, por exemplo, uma pele hiperseborreica

e desidratada, dentre outras várias características combinadas.

a) Classificaçãodapelequantoaobiótipo

Para avaliar visualmente a pele é importante ter o auxílio de uma lupa para que se possa observá-la detalhadamente. Observe se a cor é avermelhada ou pálida, se o brilho é existente ou não, e a presença de descamação. Com o toque, verifique se a superfície cutânea está lisa ou áspera, bem como a sua temperatura. Com cuidado, faça uma prega cutânea para classificá-la em espessa ou delgada. A partir deste princípio, pode-se classificar a pele quanto ao seu biótipo, como:

• Normal ou endérmica: quando possui aspecto liso, firme, boa elasticidade, circulação perfeita, hidratação equilibrada, secreção normal, não possui manchas ou pelos evidentes. É uma pele aveludada, viçosa, com brilho natural, tendo assim os óstios imperceptíveis e raramente apresenta comedões ou qualquer sensação de incômodo (COHEN, 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

• Pele seca ou alípica: é a pele que se apresenta fina, sensível, óstios diminutos, é opaca, descamativa e apresenta linhas superficiais devido ao desequilíbrio do teor de água na camada córnea, secreção sebácea insuficiente e tendência a distúrbios vásculo-sanguíneos. Nessa condição é importante fazer uma análise da irritação que ocorre nas peles seborreicas quando há diminuição de lipídios hidrófilos, caracterizando a pele oleosa desidratada. A pele seca apresenta perda da suavidade e da luminosidade e um prurido que é agravado no idoso, falta de flexibilidade, perda de viço e do tônus, sensação de aspereza, coloração esbranquiçada, aspecto senil, baixa resistência a agentes químicos e físicos e facilidade em adquirir doenças de pele e alergias (COHEN, 2013). A desidratação pode, muitas vezes, ser ocasionada pelo clima, como os ventos e o frio, além da umidade atmosférica baixa (MAGALHÃES; HOFMEISTER, 2009).

• Pele mista: comum nas mulheres brasileiras, esse tipo de pele apresenta óstios visíveis e oleosidade na região do nariz, queixo e testa, podendo as laterais da face ou regiões dos olhos serem normais ou alípicas (COHEN, 2013).

Classificar a pele é algo complexo,

que não deve ficar restrito à

classificação básica em seca, normal, oleosa e mista.

Page 103: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

103

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

• Pele oleosa, lipídica ou graxa: esse tipo de pele produz uma grande quantidade tanto de secreções sebáceas quanto de secreções sudoríparas, fazendo com que ela apresente um aspecto untuoso. É uma pele espessa, úmida, lustrosa, com óstios dilatados e sempre visíveis, que favorecem o surgimento de comedões, pápulas e pústulas (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

• Pele sensível: esse tipo de pele apresenta reação rápida e intensa a estímulos químicos e físicos, como variações de temperatura e estímulos mecânicos, sendo a face a região mais comumente afetada. Algumas vezes ocorre em áreas localizadas, como pálpebras e região perioral, demonstrando intolerância regional da pele, como se nessas áreas houvesse um comportamento diferente do restante da face. Existem quatro tipos clínicos de pele sensível, segundo Kadunc et al. (2013):

- Pele clinicamente normal: a irritação é subjetiva e existe uma sensação de repuxamento e queimação da pele, no entanto há ausência de sinais visíveis. As reações a cosméticos geralmente se manifestam dessa forma, podendo ter início imediato ou após horas da aplicação.

- Dermatite de contato: a irritação é objetiva. Em 66% dos casos aparece eritema facial, rubor após estímulo tátil ou quadro eczematoso típico, com descamação, pápulas, pústulas e vesículas (as dermatites serão abordadas com mais detalhes mais à frente).

- Pele sensível devido à presença de doenças dermatológicas, manifestando-se como tal: dermatite atópica, dermatite seborreica, rosácea e psoríase.

- Pele sensível em decorrência de tratamentos dermatológicos pelo uso de substâncias abrasivas ou ácidos e após tratamentos ablativos, em geral com caráter transitório.

b) Classificaçãodapelequantoaofototipo

A pele também deve ser classificada pelo seu fototipo, que é a classificação em relação a sua cor, podendo apresentar maior ou menor quantidade de melanina. A classificação de Fitzpatrick é a mais utilizada e baseada na reatividade à luz solar. Serve de base para a indicação do fator de proteção solar (FPS) (COHEN, 2013).

Page 104: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

104

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Quadro 13 – Classificação dos tipos de pele segundo Fitzpatrick

Tipo de pele (Fototipo) Características da pele Características de bronzeamento

IPele clara, olhos azuis, ca-

belos loiros ou ruivos.Queima-se sempre, não se

bronzeia.

II Pele clara, olhos azuis. Queima-se facilmente, bronzeia-se pouco.

III Pele clara mais escura. Queima-se moderadamente, bronzeamento normal.

IV Pele morena Queima-se ocasionalmente, bronzeia-se facilmente.

V Pele morena escura Queima-se raramente, bron-zeia-se muito facilmente.

VI Pele negra Não se queima, bronzeado escuro.

Fonte: Beynet, Greco e Soriano (2010).

c) Alterações de textura e espessura na pele

Segundo Dal Gobbo e Garcia (2010), a pele pode apresentar as seguintes alterações de textura e espessura:

• Atrofia: consiste na diminuição da espessura da pele, que se torna fina e pregueada, como a estria.

• Edema: há acúmulo de líquido da derme ou hipoderme, que ocasiona ou não um aumento depressível na espessura da pele.

• Cicatriz: é uma associação de atrofia com fibrose e discromia que tem origem na regeneração de uma lesão.

• Cicatrizhipertrófica: tipo de cicatriz que fica mais elevada devido a uma resposta exagerada da pele. Não ultrapassa os limites ou extensão da incisão ou lesão inicial.

• Queloide: cicatriz espessa, de superfície elevada e lisa. É constituído por tecido fibroso, fruto de uma reação de cicatrização exagerada que ultrapassa as fronteiras da ferida original.

• Queratose ou ceratose: é a modificação da espessura em determinados pontos da pele, pelo aumento da camada córnea. A superfície pode se tornar áspera, dura, inelástica, amarelada e esbranquiçada.

• Ceratose actínica: caracteriza-se por pequenas lesões (alguns milímetros a centímetros de diâmetro) discretamente salientes, de coloração acastanhada, com superfície rugosa; às vezes, o aspecto é de lesão atrófica e eritematosa com descamação. Também é chamada de ceratose senil, por acometer indivíduos com idade mais avançada, porém não é sinal de envelhecimento e sim, manifestação de irradiação solar

Page 105: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

105

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

cumulativa, progressiva, persistente e duradoura, daí a sua localização preferencial nas áreas expostas, em especial a calva (CARNEIRO; AZULAY; AZULAY, 2004).

• Manchas pigmentares e cicatrizes residuais: ficam na pele após a ocorrência de lesões ocasionadas pela evolução de acne inflamatória ou em casos mais graves pela acne conglobata, principalmente nas peles com fototipo III e IV (RIBEIRO, D., 2013).

d) Tipos de lesões vasculares

De acordo com Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004), e conforme a relação a seguir, compreendem as lesões que estão relacionadas às alterações dos vasos sanguíneos e podem ser subdivididas em transitórias e permanentes, variando de acordo com o elemento causal e a natureza do processo:

Lesões vasculares transitórias

• Eritema: apresenta cor avermelhada que pode ser mais ou menos intensa, devido a um afluxo maior de sangue arterial pela hiperemia ativa (dilatação das arteríolas).

• Cianose: coloração azulada na pele mais bem observada nas extremidades digitais, leito ungueal, orelhas e conjuntivas e manifestada quando a concentração de hemoglobina reduzida no sangue está aumentada.

Lesões vasculares permanentes

• Telangiectasias: trata-se da dilatação do calibre de pequenos vasos, que ocorrem com frequência na face.

Figura 40 – Telangiectasia

Fonte: Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004).

Page 106: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

106

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

• Angiomas: podem ser planos ou elevados e recebem uma especificação conforme seu aspecto e coloração e surgem devido ao aumento do número de vasos (hiperplasia ou malformação vascular, em geral congênita).

e) Púrpuras

São manchas devidas ao pigmento hemático. Ocorrem em casos de hemorragias dérmicas e, em menor frequência, hipodérmicas, que é o que leva à alteração da cor da pele que vai do vermelho ao amarelado e castanho, dependendo do tempo da hemorragia. A púrpura, como lesão, pode ser classificada em quatro tipos, conforme apontam Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004):

• Petéquias: são lesões puntiformes de cor púrpura e em geral são múltiplas.

• Víbice: lesão purpúrica linear.• Equimose: é uma lesão purpúrica em lençol de dimensões maiores que

as duas primeiras.• Hematoma: tem, muitas vezes, a mesma expressão clínica que as

equimoses, no entanto é mais empregado no caso de grandes coleções, quando ocorre abaulamento no local e tem origem traumática.

Figura 41 – Petéquia (à esquerda), equimose e víbice

Fonte: Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004).

Quadro 14 – Seção da ficha de anamnese que compreende a classificação da pele e observação de alterações

CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELEBiótipo cutâneo:Descrição da umidade, oleosidade e elas-ticidade da pele:Fototipo:Cor da pele:

ALTERAÇÕES OBSERVADAS LOCALIZAÇÃOAtrofia

Page 107: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

107

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

Cicatrizes comunsCicatrizes residuaisCicatriz hipertróficaQueloideCeratose

EritemaTelangiectasiasAngiomaPetéquia, Víbice, Equimose ou HematomaOutras (descrever):

Fonte: A autora.

Atividades de Estudos:

1) Divida a Ficha de Anamnese Facial em três principais grupos. ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Qual a importância de se conhecer a divisão das regiões da face para a realização da sua avaliação?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Cite alguns equipamentos que podem ser utilizados para auxiliar a avaliação facial.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 108: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

108

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

4) Classifique os biótipos de pele, de acordo com as características a seguir:

a) É a pele que se apresenta fina, sensível, óstios diminutos, é opaca, descamativa e apresenta linhas superficiais devido ao desequilíbrio do teor de água na camada córnea, secreção sebácea insuficiente e tendência a distúrbios vásculo-sanguíneos:

________________________________________________________________________________________________________

b) Possui aspecto liso, firme, boa elasticidade, circulação perfeita, hidratação equilibrada, secreção normal, não possui manchas ou pelos evidentes:

________________________________________________________________________________________________________

c) Apresenta óstios visíveis e oleosidade na região do nariz, queixo e testa, podendo as laterais da face ou regiões dos olhos serem normais ou alípicas:

________________________________________________________________________________________________________

d) É espessa, úmida, lustrosa, com óstios dilatados e sempre visíveis: ____________________________________________________

____________________________________________________

5) Descreva a ceratose actínica. ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6) O que são púrpuras? ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 109: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

109

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

f) Formaçõessólidasoucoleçõeslíquidas

Algumas lesões atingem isolada ou conjuntamente a epiderme, a derme ou a hipoderme, resultando em formações de conteúdo líquido ou sólido que ficam visíveis na face e, por vezes, em outras regiões do corpo. Vamos diferenciá-las:

• Microcomedões: são lesões precursoras, não visíveis clinicamente e decorrentes do acúmulo de queratinócitos no infundíbulo e da dilatação folicular. A queratose folicular, que geralmente se observa em jovens no início da puberdade, na fronte ou no dorso do nariz, indica a existência de microcomedões (RIBEIRO, D., 2013).

• Comedão: conhecido popularmente como “cravo”, é o acúmulo de secreção e material endurecido em um orifício pilossebáceo dilatado. É puntiforme e provoca saliência na pele. O conteúdo é uma formação alongada, córnea e sebácea de cor amarelada ou branca. Pode ser dividido em dois tipos: oxidado e branco (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

- Comedão oxidado, aberto ou preto: é conhecido como comedão aberto ou preto, neste caso o óstio está aberto e a cor é escura.

- Comedão branco ou fechado: neste caso o óstio está fechado ou quase imperceptível, sendo melhor identificado quando a pele é distendida. Não é oxidado e, portanto, apresenta coloração esbranquiçada. Geralmente não ultrapassam 0,5 cm de diâmetro (RIBEIRO, D., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Figura 42 – Comedões fechados (esquerda) e comedões abertos

Fonte: Ptmedical (2013, s.p.).

• Milium: é um minúsculo cisto repleto de queratina ou massa queratinosa de aproximadamente 1 mm a 2 mm de tamanho, decorrente da obstrução do folículo pilossebáceo. Surge particularmente na região periorbitária (nos dois terços superiores da face) (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Page 110: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

110

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 43 – Milium

Fonte: Mosby's Medical Dictionary (2009, s.p.).

• Pápula: trata-se de uma lesão inflamatória sólida que é superficial, palpável, de consistência dura, avermelhada, eruptiva e menor que 0,5 cm, provoca certa elevação e não deixa cicatriz ao involuir. Pode evoluir para um processo inflamatório profundo, com nódulos, abscessos e cistos. Esse tipo de lesão não deve ser manipulado (DAL GOBBO; GARCIA, 2010; AZULAY; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY, 2004).

Figura 44 – Pápulas

Fonte: The Acne Investigation (2015, s.p.).

• Pústula: é uma lesão eritematosa, com exsudato purulento (pus). A desintegração de uma porção do epitélio do comedão gera a formação de um abscesso intrafolicular, com reação inflamatória perifolicular. A pústula tem cor amarelada ou branco-amarelada, são cônicas, arredondadas ou planas. A reparação ocorre através da reencapsulação, deixando uma cicatriz quando a derme é atingida (RIBEIRO, D., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Page 111: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

111

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

Figura 45 – Pústulas

Fonte: The Acne Investigation (2015, s.p.).

• Nódulos: são lesões eritematosas, de consistência dura e de dimensões variáveis, podendo, às vezes, ser visíveis pela simples inspeção ou somente pela palpação. É decorrente do aumento do número de células ao nível da hipoderme ou derme profunda, podendo gerar abscessos. O comedão é destruído e a secreção sebácea e os pelos geram uma reação inflamatória crônica de corpo estranho que pode tardar semanas e até meses (RIBEIRO, D., 2013; AZULAY; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY, 2004).

• Abscesso: é uma coleção de pus na pele ou na região subcutânea que pode ser proeminente ou não e de tamanho variável. A pele pode ou não estar ruborizada e dolorida (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Classificação da AcneApesar de não comprometer gravemente a saúde do paciente, a acne

prejudica o seu bem-estar e desenvolvimento emocional, levando à diminuição da autoestima e modificações comportamentais. Por estas razões, as pessoas acometidas pelo problema buscam os tratamentos estéticos para se livrarem dele. Sendo assim, o profissional que trabalha com a estética precisa estar preparado para identificar este problema, conhecendo de forma precisa suas manifestações clínicas e todos os fatores relacionados a elas. A pele é considerada acneica quando possui comedões, pústulas, nódulos, cistos, pápulas, com ou sem prurido, ou seja, em suas manifestações clínicas, o quadro é polimorfo, com lesões de diferentes formas, não inflamatórias (comedões abertos e fechados) e inflamatórias (pápulas, pústulas, nódulos e abscessos) localizados na face, ombro e porção superior do tórax, geralmente associadas à seborreia (DAL GOBBO; GARCIA, 2010; RIBEIRO, D., 2013).

A acne pode ser classificada pela sua gravidade, o que vai ajudar a determinar o tratamento adequado. Essa classificação pode ser feita em cinco graus ou formas clínicas, conforme aponta Rivitti (2014):

Page 112: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

112

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Quadro 15 – Formas clínicas ou graus da acne vulgar

FORMAS CLÍNI-CAS (GRAUS) CARACTERÍSTICAS

Grau I

Tipo de acne não inflamatória que se caracteriza pela presença de comedões, porém, mesmo com a existência de algumas pápu-las e raras pústulas foliculares, ainda permite considerar o quadro como acne Grau I.

Grau II

Caracteriza-se pela presença de comedões abertos, pápulas, com ou sem eritema inflamatório e pústulas. O quadro tem intensidade variável, desde poucas lesões até numerosas, com inflamação bem intensa. A seborreia está sempre presente.

Grau IIITambém conhecida como nódulo-abscedante ou nódulo-cística. Apresenta comedões abertos, pápulas, pústulas, seborreia e lesões maiores, como nódulos.

Grau IVAcne Conglobata

É uma forma grave de acne em que se associam ao quadro ante-rior nódulos purulentos, numerosos e grandes, formando absces-sos, que formam bridas e lesões queloidianas.

Grau VAcne fulminante

É extremamente rara, devastadora e grave, na qual, ao quadro do Grau IV, surgem subitamente febre, leucocitose, poliartralgia, com eritema inflamatório ou necrose e hemorragia em algumas lesões.

Fonte: Adaptado de Rivitti (2014).

Figura 46 – Acne Grau I (A) e acne Grau II (B)

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

A b

Tipos de AcneAlém dos graus, a acne pode ser identificada pela sua gravidade, pelo seu

quadro, pelo agente desencadeante etc. Essa classificação, no entanto, levará em consideração a idade, a atividade profissional, os produtos que entram em contato ou são utilizados na pele e outras patologias que possam estar relacionadas. Identificar o tipo de acne é fundamental para que se interrompa ou minimize o contato com a situação que está desencadeando o processo, para que se possa orientar adequadamente o paciente em seus cuidados diários ou mesmo para o encaminhamento a um outro profissional, quando necessário.

Page 113: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

113

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

a) Acne vulgar

É a acne que acomete adolescentes e adultos de ambos os sexos por alterações na unidade pilossebácea. Pode ser não inflamatória, de Grau I com comedões abertos e fechados, ou inflamatória, de Grau II, com acne papulopustulosa, III com acne cística e IV, com acne conglobata (DAL GOBBO; FLORIANO, 2010).

Figura 47 – Acne vulgar

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

b) Acne pré-menstrual

Tem as características da acne vulgar, mas ocorre somente no período pré-menstrual, devendo esta relação ser analisada pelo profissional (DAL GOBBO; FLORIANO, 2010).

c) Acne conglobata

É a acne mais severa que apresenta lesões císticas e nódulos inflamatórios. Costuma ser mais frequente em homens e acomete face, tórax e nuca (DAL GOBBO; FLORIANO, 2010).

Page 114: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

114

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 48 – Acne conglobata

Fonte: Azulay e Azulay (2004).

d) Acne rosácea

Trata-se de um quadro eminentemente facial, de ocorrência maior entre mulheres de 30-40 anos de idade, que pode ser classificado em quatro estágios de evolução. Em geral, inicia-se por surtos eritematosos periódicos (flush facial) que, com o tempo, juntam-se em pápulas eritematosas pequenas, de duração relativamente curta; numa etapa mais avançada, surgem telangiectasias e pústulas. A evolução é crônica, com episódios agudos. Na fase tardia ocorre uma hiperplasia das glândulas sebáceas do nariz, o que leva ao aumento do volume deste, constituindo o quadro de rinofima que comete mais o sexo masculino. Outros edemas localizados também podem ocorrer (AZULAY-ABULAFIA; AZULAY; AZULAY, 2004).

Figura 49 – Classificação da evolução da acne rosácea

Eritema episódio(flushing).

Está

gio

I Eritema intenso epersistente,numerosastelangiectasias,pápulas, pústulas,nódulos e com a presença variávelde placas,edematosas.

Está

gio

IV

Está

gio

II Eritema moderadoe persistente comtelangiectasiasfinas. Es

tági

o III Eritema,

telangiectasias,pápulas epústulas.

Fonte: Adaptado de Azulay-Abulafia; Azulay; Azulay (2004).

e) Acne medicamentosa

Gonadrofinas, esteroides anabolizantes, anticoncepcionais, halógenos (iodo, cloro ou bromo) podem induzir, manter ou agravar o quadro acneico. A erupção ocorre em pápulas pequenas ou papulovesicopústulas, às vezes crostículas hemáticas. Costumam afetar a face, o pescoço, o tronco, ombros, braços e até a região glútea e coxas (RIVITTI, 2014).

Page 115: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

115

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

f) Acne ocupacional

Existem alguns subtipos: a elaioconiose acomete áreas expostas ou cobertas por vestimentas sujas, frequente em metalúrgicos (óleos de corte) e mecânicos (graxas); a cloracne é uma forma grave de acne ocupacional, causada por contaminação ambiental ou uso industrial de hidrocarbonetos clorados presentes nos defensivos agrícolas. Ocorre por obstrução dos folículos pilosos, com irritação e infecção secundária (ALCHORNE; ALCHORNE; SILVA, 2010; RIBEIRO, D., 2013).

g) Acne cosmética

É uma forma de acne venenata ou acne por contactantes, comum em mulheres entre 20 a 50 anos, causada pelo uso de cosméticos que, aplicados na pele, induzem a essa condição, uma vez que numerosas substâncias usadas em cosméticos são comedogênicas. Há o aparecimento de comedões e pápulas em pessoas que não apresentam pele seborreica (CERQUEIRA; AZEVEDO, 2009; RIBEIRO, D., 2013; RIVITTI, 2014).

h) Acne tropical

Costuma ocorrer em pessoas com sudorese excessiva e nos meses de verão, pelo efeito do calor, desaparecendo progressivamente nos meses mais frios. Manifesta-se normalmente com pápulas vermelho-violáceas endurecidas e pústulas, algumas vezes com certo grau de prurido, geralmente localizados no tronco, ombros e estendendo-se aos braços. O quadro piora com o uso de fotoprotetores oleosos e horários inadequados de exposição solar (RIBEIRO, D., 2013).

i) Acne escoriada

Ocorre quando o paciente coça e esfrega as lesões acneicas. Em geral, a acne subjacente é moderada, mas é acompanhada por escoriações extensas. Essas lesões podem ficar profundas a ponto de ocorrerem cicatrizes. Esse tipo de acne é mais comum em mulheres jovens e faz parte de um subconjunto de escoriações neuróticas (BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015).

j) Acne adulta

Quando presente na fase adulta, normalmente estão associadas às disfunções hormonais, relacionadas aos ovários policísticos ou com aumento dos hormônios androgênicos, responsáveis pelo aumento de produção de sebo pelas glândulas sebáceas, provocando obstrução do folículo pilossebáceo e, consequentemente, a formação dos comedões. Das mulheres com síndrome dos ovários policísticos, 70% apresentam acne, porém a maioria dos casos de acne na mulher adulta não

Page 116: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

116

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

está vinculada a uma hormoniopatia. É mais comumente associada às mudanças hormonais do ciclo menstrual, fisiológicas, relacionadas com a ocorrência de lesões inflamatórias e até aumento de sebogênese (RIBEIRO, D., 2013).

Quadro 16 – Seção da ficha de anamnese que compreende a avaliação da acne

AVALIAÇÃO DA PELE ACNEICAFormações sólidas ou coleções líquidas LocalizaçãoMicrocomedõesComedões abertosComedões fechadosPápulasPústulas NódulosAbscessosGrau de Acne:Tipo de Acne:Observações:

Fonte: A autora.

No link a seguir, você encontrará um artigo que descreve e ilustra os diferentes tipos de cicatrizes da acne vulgar e como cada tipo reage aos tratamentos estéticos. Leia com atenção e conheça melhor os tipos de cicatrizes de acne: <https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/view/319/293>.

DiscromiasAs discromias são modificações da cor natural da pele, causadas pelos mais

diversos fatores, entre eles o excesso de exposição à radiação UV, alterações hormonais, reações alérgicas, alterações genéticas, acidentes mecânicos (queimaduras), entre outros, e apresentam-se de forma localizada, difusa, regional ou circunscrita, surgem pela ausência, diminuição ou excesso de melanina, sendo classificadas de acordo com a sua distribuição anômala em acromias, hipocromias e hipercromias (RIBEIRO, C., 2013).

Page 117: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

117

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

Leucodermias são manchas brancas que podem ser acromias, ou seja, sem coloração, visualmente branco-marfim, originadas pela total ausência de melanina e possuindo diversos formatos. E as hipocromias, causadas pela diminuição da melanina, formam manchas com tom mais claro que o da pele do paciente (RIBEIRO, C., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

As hipercromias são manchas mais escuras de coloração castanha,

resultantes da produção exagerada da melanina na epiderme. Podem surgir devido ao envelhecimento, alterações hormonais, inflamações, alergias e exposição solar, entre outros. Também são denominadas de hiperpigmentações e hipermelanoses. Quando circunscritas são chamadas de máculas, e quando difusas ou regionais, são chamadas de melanodermias (RIBEIRO, C., 2013).

Relacionamos a seguir as principais discromias de interesse para a área da estética:

a) Melasma (cloasma)

É um tipo de hipermelanose adquirida, quase sempre em mulheres maiores de 25 anos e após a gravidez ou terapia hormonal, mas pode ocorrer em mulheres mais jovens e que nunca engravidaram, como nas que receberam estrogênio ou progestogênio, e também em homens. Manifesta-se clinicamente em manchas castanho-claras a castanho-escuras, localizadas geralmente nas regiões malares, frontal, labial superior e masseterianas. A intensidade da pigmentação é variável, podendo chegar a um quadro que pode causar distúrbios emocionais (RIVITTI, 2014).

Figura 50 – Melasma centro-facial

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

b) Efélides ou sardas

São manchas planas, arredondadas ou geométricas, castanhas ou marrons, em pessoas do fototipo I ou II, peles claras e ruivas, disseminadas no rosto e partes descobertas do corpo. Normalmente de caráter hereditário, aumentam com a exposição ao sol ou à luz ultravioleta artificial (RIBEIRO, C., 2013).

Page 118: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

118

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 51 – Efélides

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

c) Hiperpigmentação pós-inflamatória ou hipermelanose pós-inflamatória

É o aumento da melanina após uma inflamação ou lesão na derme ou epiderme (por exemplo, após acne ou dermatite atópica) que é extremamente comum, principalmente nos indivíduos que têm a pele mais escura, e que pode ser agravada por inflamação contínua, trauma ou exposição ultravioleta (UV). As máculas e placas hiperpigmentadas assintomáticas variam da cor de bronze para marrom-escuro (melanina epidérmica) ou de cinza-azulado para marrom acinzentado. As lesões primárias do distúrbio inflamatório subjacente podem ou não ser evidentes quando misturadas com a hiperpigmentação ou em outro lugar (BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015).

Figura 52 – Hiperpigmentação pós-inflamatória ocorrida após picadas de inseto

Fonte: Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015).

Page 119: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

119

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

d) Melanose solar, melanose actínica ou mancha da senilidade

É uma fotodermatose provocada pela frequente exposição à luz solar que se manifesta em forma de mancha de cor castanho-clara ou escura e que pode evoluir exclusivamente para a degeneração maligna. Neste caso, a melanose é infiltrada, de coloração castanho-preta e um pouco mais extensa que o normal. Localiza-se no dorso das mãos, punhos, antebraços e face (BARROS, 2009).

Figura 53 – Melanose solar

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

e) Albinismo

Caracteriza-se pela total ausência de pigmento melânico na pele, nos olhos e cabelos, a pele é branca, frágil e fotossensível, cabelos branco-amarelados, íris translúcida e rósea, nistagmo, diminuição da acuidade visual, fotofobia e fundo de olho hipopigmentado (RIBEIRO, C., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

f) Vitiligo

São lesões acrômicas redondas ou ovais, em qualquer parte do corpo, que crescem até alcançar áreas extensas, com limites nítidos e bordas hiperpigmentadas. Os pelos das lesões também são despigmentados. Essas manchas acrômicas, em geral, são bilaterais e simétricas e ocorrem em qualquer idade, porém são mais frequentes na segunda ou na terceira década da vida, sem preferência por sexo ou raça. Embora cause prejuízo apenas estético, muitas vezes desencadeia distúrbios psicossociais de grande importância (RIBEIRO, C., 2013; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY; AZULAY, 2004).

Page 120: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

120

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 54 – Vitiligo

Fonte: Ifould, Forsythe-Conroy e Wittaker (2015, s.p.).

g) Pitiríase alba

Hipomelanose adquirida, caracterizada por manchas hipocrômicas, arredondadas, ásperas, de tamanho variado, com limites mal definidos, assintomática, nos braços, costas e rosto. Associada à desidratação da pele e agravada pelo sol (RIBEIRO, C., 2013).

h) Leucodermia solar ou leucodermia gotada

Consistem em manchas acrômico-atróficas que medem entre 2 a 5 mm e ficam localizadas em áreas expostas, como nos antebraços e nas pernas, associando-se frequentemente à melanose solar e à queratose solar (RIVITTI, 2014).

i) Pitiríase versicolor

É uma hipomelanose adquirida, caracterizada por manchas brancas que às vezes se agregam, formando manchas maiores. Por poderem assumir uma cor em tons acastanhados, recebem o nome de versicolor. Surgem com frequência no pescoço, tronco e face. É uma doença comum ao verão e contagiosa (RIBEIRO, C., 2013).

j) Fitofotodermatite, dermatite do berloque ou dermatite do limão

De ocorrência comum, principalmente na primavera e no verão ou durante todo o ano em climas tropicais é a inflamação da pele causada pelo contato com determinadas plantas durante exposição recreativa ou ocupacional à luz solar (planta + luz = dermatite). Causa hipermelanose, que é caracterizada pelo surgimento de manchas marrons em fundo avermelhado, e também pode gerar bolhas (RIBEIRO, C., 2013; WOLFF; JOHNSON; SAAVEDRA, 2015).

Page 121: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

121

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

Figura 55 – Fitofotodermatite pelo contato com limão seguido da exposição à luz solar

Fonte: Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015, s.p.).

k) Acromia residual

É geralmente causada por traumatismos mecânicos e pós-inflamação acneica, gerando acromia associada a lesões cicatriciais por lesões dos melanócitos (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Envelhecimento CutâneoGeralmente o rosto é o primeiro a demonstrar os sinais de envelhecimento. O

conteúdo do tecido subcutâneo diminui de maneira considerável, principalmente na fronte, nas áreas pré-malares e perioral; a musculatura torna-se hipotrófica, acentuando a queda e a perda da elasticidade, o aparecimento de rugas, discromias e lesões; a pele torna-se mais fina, desidratada e seca (GANTE, 2013). Essa degeneração senil ocorre de preferência nas regiões em que a pele ficou mais exposta às intempéries, como a face, o pescoço, dorso das mãos e antebraços (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A pele envelhece em resposta a numerosos fatores que variam de pessoa para pessoa. Os músculos da expressão facial, por exemplo, são únicos por se inserirem direto na pele, fazendo com que anos de expressões faciais resultem na formação progressiva de rugas hiperdinâmicas, principalmente nas regiões frontal, glabelar, nasolabial, perioral e periocular. Também com o envelhecimento, as partes moles da face perdem sua elasticidade inerente e sua habilidade de resistir ao repuxamento, assim começam a ceder e decair sob os efeitos da gravidade. A exposição solar e o tabagismo tendem a acelerar esses processos (TAN; GLOGAU, 2009).

As rugas gravitacionais decorrem da flacidez do envelhecimento facial, que em conjunto com as diversas alterações acarretam na ptose da face. As dinâmicas

Page 122: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

122

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

são decorrentes dos movimentos repetitivos dos músculos responsáveis pela expressão facial e aparecem com o movimento, já as estáticas são perceptíveis mesmo na ausência dos movimentos e atingem as mesmas estruturas que as dinâmicas: ao redor dos olhos, horizontais na fronte (testa), glabelares verticais, sulco nasogeniano (do nariz ao lábio), pequenas rugas peribucais (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

As rugas podem ser superficiais, principalmente quando há diminuição das fibras elásticas na derme papilar e quando desaparecem ao estiramento da pele, ou profundas, que são decorrentes principalmente da ação solar e não desaparecem ao estiramento da pele (BORGES; SCORZA, 2016).

Quando fazemos um exame em uma pele envelhecida, devemos observar a elasticidade, a presença de linhas de expressão, estáticas e gravitacionais, o teor de hidratação, a coloração, a superfície cutânea (fina ou espessa), a presença de hipotonia muscular e a preservação do contorno da face (GANTE, 2013).

a) Fotoenvelhecimento

Também chamado de actínico, o fotoenvelhecimento depende do tipo de pele e da intensidade da exposição solar e é considerado mais agressivo e causa mais danos à pele. Este tipo de pele apresenta a epiderme espessa com aumento da camada córnea, aumento dos melanócitos com hiper ou hipofunção (aparecimento de discromias), maior deposição de fibras elásticas alteradas (desenvolvimento de elastose), fibras colágenas em menor número e fragmentadas (aparecimento de rugas e sulcos), e desenvolvimento de processos tumorais (GANTE, 2013).

O termo fotoenvelhecimento refere-se às alterações clínicas, histológicas e funcionais características da pele cronicamente exposta à irradiação solar. Embora compartilhe alguns aspectos com a pele cronologicamente envelhecida, não exposta ao sol, alguns são exclusivos do fotoenvelhecimento, tornando-se uma entidade independente com sua fisiopatologia própria (FIGUEIRA et al., 2004, p. 525).

Sem dúvidas, a exposição solar contribui de maneira expressiva no envelhecimento extrínseco, ocasionando ceratoses actínicas, lentigos, rítides, aspereza da pele, telangiectasias. Em contrapartida, o envelhecimento cronológico e o fotoenvelhecimento são considerados entidades distintas. Enquanto no primeiro as alterações são sutis e consistem primariamente em flacidez, rugas finas, certo grau de maciez e palidez cutânea, o segundo caracteriza-se pela aspereza, rugas mais proeminentes, pigmentação irregular e difusa, telangiectasias, um tom amarelado da pele e uma variedade de lesões benignas, pré-malignas e neoplásicas. As alterações do fotoenvelhecimento podem surgir muito antes daquelas relacionadas ao envelhecimento cronológico, porém esses

Page 123: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

123

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

dependerão também de aspectos como o tipo de pele, natureza de exposição solar e capacidade individual de reparação do dano solar (FIGUEIRA et al., 2004).

Para a avaliação, podemos utilizar a classificação sistemática dos tipos de fotoenvelhecimento desenvolvida por Glogau, a seguir. Dependendo da quantidade de exposição solar, essas generalizações se aplicam a diferentes graus em pacientes com pele mais pigmentada.

Figura 56 – Classificação de Glogau de Fotoenvelhecimento

• Fotoenvelhecimento leve a moderado - lentigos senis sensíveis iniciais; ceratoses palpáveis, mas não visíveis; linhas paralelas ao sorriso come-çando a aparecer lateralmente à boca.

• Idade do paciente - final dos 30 e 40 anos.• Geralmente usa maquiagem.

Tipo II - “Rugas em movimento”

• Fotoenvelhecimento inicial - alterações pigmentares leves, sem ceratoses, rugas mínimas.• Pacientes jovens - 20 ou 30 anos.• Maquiagem mínima ou ausente.

Tipo II - “Rugas em movimento”

• Fotoenvelhecimento grave - pele com coloração amarelo-acinzentada; malignidades cutâneas prévias, rugas por toda a face, não há pele normal.

• Idade do paciente - sexta ou sétima década, não pode usar maquiagem - aspecto “rachado”.

Tipo IV - “Apenas rugas”

• Fotoenvelhecimento avançado - discromia visível e telangiectasias; cera-toses visíveis; rugas mesmo sem movimentação facial.

• Idade do paciente - 50 anos ou mais velho.

Tipo III - “Rugas em repouso”

Fonte: Glogau (1994;1996 apud TAN; GLOGAU, 2009).

Page 124: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

124

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Câncer de Pele e Outras Alterações Frequentes

Trabalhando diretamente com a pele, o esteticista muitas vezes pode se deparar com alterações ou doenças dermatológicas que poderão estar fora do alcance dos seus tratamentos, bem como deve ter noção dos cuidados que deve ter nessas ocasiões. Por esta razão foram selecionadas algumas das alterações mais recorrentes para serem abordadas aqui.

Em primeiro lugar, considera-se que a regionalidade lesional ajuda muito no diagnóstico de determinadas dermatoses, pois elas incidem mais ou quase exclusivamente em determinadas regiões. Na face, por exemplo, são mais frequentes, dentro de certa relatividade: acne rosácea, dermatite seborreica, dermatite atópica, ceratose actínica, cloasma, herpes simples, nevos de vários tipos, fotodermatoses, vitiligo, entre outros (AZULAY; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY, 2004);

a) Nevos melanocíticos

Os nevos caracterizam-se por máculas, pápulas ou nódulos pequenos, circunscritos. Variam na cor desde azul/negro até marrom, cor-de-rosa ou cor de pele. Os nevos adquiridos quase sempre têm menos de 1 cm de diâmetro e podem ocorrer em qualquer local, mas com predileção por áreas expostas ao sol. Os mais comuns são os nevos juncionais, que surgem na junção derme-epiderme e são maculosos; os nevos intradérmicos, com células restritas à derme e são papulosos, e os compostos, que apresentam componentes juncionais e dérmicos e geralmente são papulosos (SOUTOR; HORDINSKY, 2015).

Outras apresentações menos comuns são o nevo halo, que são nevos circundados por um halo de despigmentação; o nevo azul, que são nevos adquiridos que variam na cor do azul ao negro, e o Nevo de Spitz, que são nevos pequenos, caracteristicamente rosados ou castanhos que surgem de forma súbita, principalmente em crianças (SOUTOR; HORDINSKY, 2015).

Page 125: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

125

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

Figura 57 – Nevos intradérmicos (à esquerda) e nevos juncionais

Fonte: Soutor e Hordinsky (2015, s.p.).

Figura 58 – Nevo halo (à esquerda) e nevo azul

Fonte: Soutor e Hordinsky (2015, s.p.).

Os nevos melanocíticos (sinais) são tumores de pele benignos comuns em sua maioria, mas os atípicos apresentam certas características que lembram o melanoma maligno e, em determinadas circunstâncias, a sua presença é considerada indicadora de maior risco para o desenvolvimento do melanoma maligno. Este é o único entre os cânceres mais graves que pode ser detectado por médicos em pacientes com um simples exame de pele (SOUTOR; HORDINSKY, 2015).

b) Câncer de pele

O câncer de pele pode se apresentar como um tumor brilhante e pálido, que pode sangrar e formar crosta ou uma placa seca, áspera, que descama. Já o melanoma caracteriza-se, principalmente, pela mudança de cor de um nevo e geralmente é uma lesão de cor preta ou marrom com algumas áreas vermelhas, azuis ou brancas que não se eleva muito sobre a pele, exceto quando é nodular (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

Page 126: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

126

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

É importante que o profissional conheça os sinais indicativos do câncer de pele e, ao suspeitar de alguma alteração, encaminhar o paciente ao médico-dermatologista. Uma técnica utilizada para identificar as principais alterações suspeitas é o guia as letras do alfabeto de A a E, como descritas a seguir por Cohen (2013):

• A – Assimetria: alguns melanomas são assimétricos, com uma metade diferente da outra.

• B – Borda: normalmente as lesões malignas apresentam bordas irregulares.

• C – Cor: tons que variam entre o castanho escuro e o preto são o primeiro indício de alteração.

• D – Diâmetro: suspeitar de lesões com diâmetro superior a 6 mm.• E – Evolução: ao mapear os nevos na anamnese e análise na pele feita

na primeira sessão, o profissional tem condições de observar alterações no tamanho, forma, cor, sangramento, coceira ou se a pinta está descamando, bem como alertar na busca de uma avaliação médica.

Todavia, deve-se ter consciência de que há limitações dessa regra para as pequenas lesões, pois pequenos melanomas podem ter as características não tão claras. Da mesma forma, nevos melanocíticos benignos podem ter características atípicas, reduzindo a sensibilidade da regra do ABCDE (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

Figura 59 – Regra do ABCDE para identificação do câncer de pele melanoma

Fonte: Tallita Rezende Dermatologista (2015, s.p.).

Page 127: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

127

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

c) Psoríase

As lesões características da psoríase consistem em pápulas e placas escamosas crônicas e recidivantes. Ocorrem erupções pustulosas e vermelhidão intensa. A apresentação clínica varia entre indivíduos, podendo apresentar apenas algumas placas localizadas, até o acometimento cutâneo generalizado (WOLF; JOHNSON; SAAVEDRA, 2015).

Figura 60 – Psoríase, acometimento facial

Fonte: Wolff, Johnson e Saavedra (2015, s.p.).

d) Dermatiteatópica

A dermatite atópica (DA) é uma doença genética, de herança poligênica, com evidentes alterações imunológicas, fortemente influenciadas por fatores ambientais e, eventualmente, emocionais. É considerada a principal manifestação cutânea de atopia que pode ocorrer em qualquer idade a partir do 3° mês de vida. O prurido é intenso e está sempre presente. Sua distribuição usual compreende dobras antecubitais e poplíteas, mas também pode comprometer o pescoço, pálpebras, mãos e punhos. Tende a atenuar-se com a idade, sendo rara a sua persistência após os 30 anos (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004).

e) Urticária

A urticária é uma erupção pruriginosa muito comum, constituída por lesões efêmeras, eritematoedematosas circunscritas, de vários tamanhos, produzidas por causas e mecanismos diversos. A alergia ao látex da borracha natural afeta pessoas rotineiramente expostas aos produtos com borracha. As reações ao látex da borracha ocorrem como síndrome da urticária de contato, tipicamente dentro de uma hora após a exposição ao látex (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004).

A lesão característica da urticária é uma lesão eritematoedematosa denominada urtica, que pode ter grandes dimensões ou apresentar-se como grandes placas (urticária gigante), e neste caso, o edema comprime os vasos,

Page 128: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

128

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

fazendo com que a placa apresente um centro anêmico, sendo esta uma característica comum às urticas no seu início antes de evoluírem para a forma final de placas róseas, as quais regridem após algumas horas (máximo de 24 a 48 horas) sem lesões residuais, a menos que a pele seja danificada pela coçadura intensa. O prurido está quase sempre presente e pode ser intenso e às vezes é o elemento mais importante do quadro, podendo ser temporário. O angioedema e a urticária podem frequentemente coexistir ou ocorrerem isoladamente (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004).

A urticária comum pode ser dividida em aguda, com até seis semanas de atividade contínua, crônica, seis ou mais semanas de atividade contínua e episódica, que ocorre de forma intermitente. Na urticária aguda as lesões surgem subitamente, na maioria dos casos em forma de grandes placas e podem ter origem idiopática ou ter como causa alimentos como frutas (por exemplo, morango), frutos-do-mar, castanhas, condimentos, chá, chocolate e produtos laticínios, drogas como antibióticos, ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios não hormonais, morfina e codeína, também pelos hemoderivados, radiocontrastes, infecções virais e doenças febris, picadas de abelha e vespa (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004).

A urticária de contato ocorre em consequência do contato com substâncias específicas como plantas, pelos de animais, leite, trigo etc. Após o contato com a substância, surge normalmente de forma localizada em poucos minutos e desaparece dentro de uma a quatro horas. Preparações alimentares proteicas e o uso de luvas de látex são causas comuns de urticária de contato nas mãos (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004).

f) Dermatite de contato A dermatite de contato ou eczema de contato pode ser dividida em dois

tipos, segundo sua etiologia e fisiopatogenia: dermatite de contato por irritante primário (DCIP) e dermatite de contato alérgica (DCA).

A dermatite de contato por irritante primário normalmente é provocada por substâncias alcalinas ou ácidas fracas, não tendo capacidade de provocar queimaduras ou necrose, apenas irritação cutânea. Ao entrar em contato com a pele, essas substâncias causam injúria aos ceratinócitos, ocasionando reação inflamatória na derme papilar. Clinicamente, caracteriza-se por eritema, descamação e, por vezes, vesículas e bolhas, que surgem em contato com agentes irritantes mais fortes ou depois de semanas de contato com agentes irritantes mais fracos. Não há envolvimento com o sistema imunológico e qualquer indivíduo em contato com tais substâncias desenvolverá DCIP, que sempre ficará restrita ao local de contato. As duas principais variáveis são a concentração da

Page 129: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

129

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

substância e o tempo de exposição, e a suscetibilidade depende da espessura da camada córnea, ou seja, é mais fácil ocorrer DCIP na pele fina do que na que tem a epiderme mais espessa (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004).

Na dermatite de contato alérgica existe envolvimento primário do sistema imunológico, sendo que a hipersensibilidade adquirida persiste por toda a vida, embora, eventualmente, possa ocorrer o desenvolvimento da tolerância com a exposição continuada, havendo então a cura. Nestes casos, determinadas substâncias são especialmente sensibilizantes, como apresentam Cestari, Azulay e Azulay (2004):

• Metais – cromo (cimento, tipografia, couros), níquel (objetos de adorno e de utilidades domésticas), mercúrio (remédios).

• Antibióticos – com destaque a neomicina, penicilina, furacin e cloranfenicol.

• Cosméticos – eosina, hidroquinona, piragalol, azocorantes, resorcina, fenol, formol e outras.

• Borracha e derivados – marcaptobenzotizóis e o éter monobenzílico de hidroquinona.

• Objetos plásticos – polivinil, polietileno, acrílicos, formaldeídos, nitrocelulose, poliamidos, os diversos componentes das epoxirresinas e outros.

Figura 61 – Eczema de contato alérgica a esmalte

Fonte: Azulay e Azulay (2004, s.p.).

Figura 62 – Apresentação das três formas de DCA (sempre com muito prurido)

Eritemas,pápulas,

escamas ecrostas.

SUBAGUDA

Eritema,vesículas,

exsudação ecrostas.

AGUDA

Liquenização.

CRÔNICA

Fonte: Adaptado de Cestari, Azulay e Azulay (2004).

Page 130: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

130

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

O formato e a localização das lesões podem ajudar no diagnóstico. Por exemplo, lesões nos lóbulos auriculares estão relacionadas a componentes dos brincos, como o níquel. Algumas vezes, as lesões são encontradas a distância do sítio original, ocorrendo por alérgeno pelas mãos do paciente ao se coçar. Procura-se correlacionar o local da dermatite a várias exposições; assim, no eczema de pescoço, deve-se investigar joias e adereços de metais e plásticos, perfumes, roupas, corantes de tecidos etc. Quer na indústria, quer em outras profissões, a pessoa expõe-se seletivamente a determinados antígenos, um exemplo disso é a dermatite de contato em cabeleireiros nos quais deve-se pesquisar os corantes, xampus, depilatórios, perfumes etc. (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004).

Todas essas informações devem servir para que o profissional da estética possa ter uma noção do que pode estar acometendo o seu paciente e encaminhá-lo ao médico quando necessário. Este, se julgar necessário, realizará testes de contato para a identificação das substâncias às quais o indivíduo é alérgico. Tendo o conhecimento do agente causal, a primeira providência que o profissional deve tomar em relação ao paciente é afastá-lo dele, observando a presença deste em seu atendimento.

g) Micosessuperficiais

As micoses são doenças produzidas por cogumelos que se localizam preferencialmente na pele e/ou em seus anexos e são classificadas em quatro grupamentos: ceratofitoses, dermatofitoses, dermatomicoses e candidíases. O contágio inter-humano é frequente (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004).

As ceratofitoses são micoses essencialmente superficiais que se localizam na ceratina da epiderme e dos pelos. Dentre elas está a pitiríase versicolor, que é uma doença de distribuição universal, mais frequente na população adulta e em climas quentes e úmidos. As lesões são inicialmente arredondadas, por surgirem a partir da estrutura pilossebácea (o agente é lipofílico), com lesões geralmente hipocrômicas descamativas. Podem ser hipercrômicas ou eritematosas, daí o nome versicolor (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004).

As dermatofitoses representam a infecção fúngica mais comum do homem. Há várias espécies de dermatófitos, com determinadas variações, e sua prevalência é maior nas zonas tropical e subtropical, em regiões de clima quente e úmido. A mesma espécie pode produzir quadros clínicos bem diferentes e, inclusive, com seletividade de grupos etários. Na dermatofitose da face, as lesões são eritematoescamosas de crescimento centrífugo, às vezes com disposição de asa de borboleta, lembrando o lúpus e a dermatite seborreica, e o prurido geralmente é discreto (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004).

Page 131: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

131

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

Dentre as dermatofitoses inflamatórias existem três tipos principais: o quérion, que é localizado no couro cabeludo ou barba e se manifesta em forma de placa de foliculite aguda ou subaguda, eminentemente hiperérgica, com intensa supuração e cura espontânea, às vezes com alopecia cicatricial; a sicose tricofítica, que apresenta pústulas centralizadas por pelos na região da barba e bigode. Às vezes são isoladas e, outras vezes, formam conglomerados; a evolução é, em geral, crônica, e; folliculitis capitis abscendens et suffodiens, caracterizada por lesões de foliculite com túneis intercomunicando abscessos, no couro cabeludo.

Figura 63 – Sicose tricofítica

Fonte: Azulay; Azulay (2004, s.p.).

h) Herpes simples

É uma dermatovirose causada pelo herpes-vírus de transmissão por contato pessoal, que inicialmente apresenta-se na forma de eritema discreto, edema e ardor. É caracterizada por vesículas puntiformes, túrgidas e brilhantes, agrupadas em buquês e tensas, contendo líquido transparente. Aumentam e reaparecem quando há manifestações febris ou em estados fisiológicos, como a menstruação. As vesículas do tipo 1 localizam-se na borda vermelha dos lábios, narinas externas ou extensão variável da face. As do tipo 2 são geralmente de transmissão sexual e acometem genitália e ânus (BARROS, 2009).

Figura 64 – Herpes simples

Fonte: Dermatologia.net (s.d., s.p.).

Page 132: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

132

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

É importante que o profissional analise a existência de doenças dermatológicas, principalmente as que são contagiosas e aquelas que necessitam de tratamento adequado, e faça o devido encaminhamento do paciente ao médico especialista.

Quadro 17 – Seção da ficha de anamnese que compreende a avaliação das discromias, dos sinais de envelhecimento e de outras alterações

AVALIAÇÃO DAS DISCROMIAS, SINAIS DE ENVELHECIMENTO E OUTRAS ALTERAÇÕESDiscromias, marcas ou rugas Localização:

Melasma (cloasma)EfélidesHiperpigmentação pós-inflamatóriaMelanose solarLeucodermia solarNevos melanocíticosOutras (descrever)Rugas finasRugas superficiaisRugas profundasClassificação Glogau de envelhecimentoAlterações cutâneas suspeitas ou descon-hecidas:

Fonte: A autora.

Contraindicações e Observações Gerais

É possível ter fichas de anamnese para a estética facial distintas para homens, mulheres e para tratamentos que exigem maiores cuidados, como os peelings. Como já comentamos nos capítulos anteriores, ter fichas específicas para os variados setores e tipos de tratamentos na estética faz com que tenhamos avaliações que exploram melhor as necessidades de cada paciente e, ao mesmo tempo, tornam-se mais práticas. No entanto, em algumas ocasiões elas podem ser unificadas, por conterem pouquíssimas informações distintas. Avalie a praticidade e os tipos de informações que você deseja e precisa coletar. Isso vale para as contraindicações, uma vez que é preciso observar os tipos de produtos e equipamentos que são utilizados em cada local, pois cada um tem a sua contraindicação, que deve ser lembrada no momento da anamnese.

A ficha apresentada neste capítulo é generalizada e cada profissional deve adaptar a sua. Também é importante anexarmos autorizações médicas,

Page 133: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

133

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

fotografias (se impressas) e um Termo de Responsabilidade ou Consentimento, no qual o paciente deve confirmar que compreendeu sobre os procedimentos que serão realizados, sobre a veracidade das informações por ele repassadas, e que tomará os devidos cuidados em relação à pele conforme orientação do profissional, principalmente em casos de realização de peelings.

Como já comentamos em outros capítulos, a fotografia é uma forma muito interessante para fazer o acompanhamento da evolução dos tratamentos faciais, uma vez que a maioria dos motivos de insatisfação dos pacientes está relacionada a sua aparência visual. Não se esqueça de fazer todos os procedimentos que já vimos, para que as fotografias fiquem bem padronizadas e tenham a melhor qualidade possível. Isso enriquecerá muito a avaliação.

Atividades de Estudos:

1) Descreva as formações sólidas e coleções líquidas presentes na pele acneica.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Preencha o seguinte processo, do grau mais brando para o grau mais grave de acne, utilizando duas palavras-chave para descrever cada grau.

Grau I

Grau II

Grau III

Grau IV

Grau V

3) Faça uma breve descrição da acne rosácea. ____________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 134: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

134

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

4) Identifique e descreva a discromia presente na imagem a seguir:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Relacione as principais diferenças entre o envelhecimento cronológico e o fotoenvelhecimento.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6) Explique o que é a regra “ABCDE” na identificação do câncer de pele melanoma.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Algumas ConsideraçõesAvaliar adequadamente uma pessoa em busca de um tratamento, visando

melhorar os aspectos da sua estética, é buscar o melhor que pudermos oferecer a ela. Isso significa resgatar todo o conhecimento científico e aplicá-lo de forma a identificar corretamente as queixas levantadas pelo paciente: definir o que é essa queixa, sua classificação, suas possíveis causas ou fatores agravantes e traçar

Page 135: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

135

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

um plano de tratamento mais adequado, considerando se o histórico pessoal, que inclui seus hábitos e as suas condições de saúde, permite a utilização dos procedimentos selecionados.

Os métodos avaliativos em Estética Facial e Estética Corporal são um conjunto de técnicas e informações que possibilitam um tratamento seguro, mais eficaz possível e com todos os seus dados coletados registrados numa ficha de anamnese, que é um importante documento que deve estar presente nas clínicas de estética.

Algumas fichas de anamnese fornecidas por marcas de produtos cosméticos, ou mesmo encontradas em algumas bibliografias, estão estruturadas com itens predefinidos para serem apenas assinalados, tornando assim o seu preenchimento mais rápido. É uma forma muito interessante de realizar a anamnese, porém devemos ficar atentos se todos os requisitos serão atendidos, e mesmo nesse tipo de ficha sempre haverá a necessidade de um campo de observações gerais para um livre preenchimento, uma vez que não é possível prever tudo o que poderá surgir nas futuras avaliações.

Exploramos também várias possibilidades para as avaliações estéticas, mas enfatizamos, mais uma vez, que as técnicas e os métodos avaliativos aqui apresentados, as classificações das principais queixas estéticas, os questionamentos, bem como todos os itens relacionados nas fichas não devem ficar assim restritos. É preciso estar atento às novas descobertas científicas, aos recursos oferecidos (equipamentos, cosméticos, recursos manuais) e ao perfil dos pacientes atendidos em cada local. Os componentes da avaliação estética dependem dos recursos disponíveis (fatores que possam indicar, interferir ou contraindicar) e a forma de avaliar a evolução dos tratamentos depende de cada profissional, que deverá ser capaz de analisar o que é mais adequado para as suas necessidades.

ReferênciasALCHORNE, A. de O. de A.; ALCHORNE, M. M. de A.; SILVA, M. M. Dermatoses ocupacionais. Anais brasileiros de dermatologia. V. 85, n. 2, p. 137-147, 2010. AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

AZULAY-ABULAFIA, L.; AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Discromias. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 54-64.

Page 136: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

136

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

______. Acne e doenças afins. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p.325-331.

AZULAY, D. R.; AZULAY-ABULAFIA, L.; AZULAY, R. D. Semiologia dermatológica. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 31-53.

BARROS, L. A. Dicionário de dermatologia. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.

BCMED. Lupa de mão com luz de Wood para avaliação e análise da pele. 2016. Disponível em: <https://www.bcmed.com.br/lupa-de-mao-com-luz-de-wood-para-avaliacao-e-analise-da-pele-estek>. Acesso em: 17 fev. 2018.

BEYNET, D.; GRECO, J.; SORIANO, T. Abordagem do paciente estético. In: ALAM, M.; GLADSTONE, H. B.; TUNG, R. C. Dermatologia cosmética. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 1-6.

BOLOGNIA, J. L.; JORIZZO, J. L.; SCHAFFER, J. V. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

BORGES, F. dos S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016.

CARNEIRO, S. C. da S.; AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Doenças autoimunes de interesse dermatológico. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 367-444.

CERQUEIRA, A. M. M.; AZEVEDO, J. O. C. de. Acne vulgar. In: KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009.

CESTARI, S. C. P.; AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Eczemas e dermatites afins. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 84-99.

COHEN, R. Limpeza de pele e organização do ambiente de trabalho. In: PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013. p. 249-283.

CRIADO, P. R.; CRIADO, R. F. J.; AZULAY, D. R. Pruridos, prurigos, urticária e afins. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 162-180.

DAL GOBBO, P. C.; FLORIANO, T. Acne. In: ______. Estética facial essencial: orientações para o profissional de estética. São Paulo: Atheneu, 2010. p. 107-119.

Page 137: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

137

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

DAL GOBBO, P. C.; GARCIA, C. da S. Anamnese e diagnóstico. In: ______. Estética facial essencial: orientações para o profissional de estética. São Paulo: Atheneu, 2010. p. 59-71.

DERMATOLOGIA.NET. Saúde e beleza da pele. Herpes labial. [s.d.]. Disponível em: <http://www.dermatologia.net/cat-doencas-da-pele/herpes-herpes-simples-herpes-labial/>. Acesso em: 18 fev. 2018.

ESTEK. Nossos produtos. 2017. Disponível em: <http://www.estek.com.br/produtos/>. Acesso em: 17 fev. 2018.

FIGUEIRA, A. L. et al. Fotodermatoses. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 523-535.

GANTE, R. Hidratação, nutrição e lifting. In: PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013. p. 285- 320.

GUIRRO, E. C. de O.; GUIRRO, R. R. de. Fisioterapia dermatofuncional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. Barueri: Manole, 2004.

IFOULD, J.; FORSYTHE-CONROY, D.; WHITTAKER, M. Técnicas em estética. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.

KADUNC, B. et al. Tratadodecirurgiadermatológica,cosmiatriaelaser: da sociedade brasileira de dermatologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

MAGALHÃES, L.; HOFMEISTER, H. Tipos de pele. In: KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009.

MINISTÉRIO DA SAÚDE – Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Monitoramento das ações de controle do câncer de pele. Informativo detecção precoce, ano 7, n. 3, set./dez. 2016.

MOSBY'S MEDICAL DICTIONARY. Milium. 2009. Disponível em: <https://medical-dictionary.thefreedictionary.com/milium>. Acesso em: 18 fev. 2018.

PTMEDICAL. Comedão fechado e aberto. 2013. Disponível em: <http://www.ptmedical.pt/causa-e-tratamento-da-acne/>. Acesso em: 18 fev. 2018.

RIBEIRO, C. Abordagem em peles com acne. In: PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013. p. 321- 358.

RIBEIRO, D. Discromias. In: PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. V. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2013. p. 361-412.

Page 138: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

138

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

RIVITTI, E. A. Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti. São Paulo: Artes Médicas, 2014.

SCHECHTMAN, R. C.; AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Micoses superficiais. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 273-284.

SOUTOR, C.; HORDINSKY, M. Dermatologia clínica. Porto Alegre: AMGH, 2015.

TALLITA REZENDE DERMATOLOGISTA. Autoexame. 2015. Disponível: <http://dratallitadermatologista.com.br/cuidados-essenciais.php>. Acesso em: 4 mar. 2018.

TAMLER, C. et al. Classificação do melasma pela dermatoscopia: estudo comparativo com lâmpada de Wood. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 1, n. 3, p. 115-119, 2009.

TAMURA, B. M. Topografia facial das áreas de injeção de preenchedores e seus riscos. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 5, n. 3, p. 234-238, 2013.

TAN, S. R.; GLOGAU, R. G. A estética dos preenchedores. In: CARRUTHERS, J.; CARRUTHERS, A. Técnicas de preenchimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 13-22.

THE ACNE INVESTIGATION. Acne papules. 2015. Disponível em: <http://www.bestwaytogetridofacne.net/the-truth-about-acne-papules-and-pustules/>. Acesso em: 18 fev. 2018.

WOLFF, K.; JOHNSON, R. A.; SAAVEDRA, A. P. Dermatologia de Fitzpatrik: atlas e texto. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.

Page 139: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

139

FichadeAnamneseFacial Capítulo 3

ANEXO I – Ficha de anamnese facial completa

FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA FACIALIDENTIFICAÇÃO

Nome completo: _________________________________________________________Profissão: ______________________________________________________________Data de nascimento: ________/________/_________Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) FemininoEndereço:_______________________________________________________________Cidade/Estado: __________________________________________________________E-mail:__________________________________________________________________ Telefones: Cel:_____________________________Outro:_________________________.............................................................................................................................................Queixa/Localização: _____________________________________________________

HISTÓRICOCosméticos que utiliza: ____________________________________________________Uso de filtro solar: ________________________________________________________Tratamentos estéticos faciais anteriores e resultados:______________________________ Gestante: Sim ( ) Não ( )Fumante: Sim ( ) Não ( )Alérgico(a):______________________________________________________________Medicamentos em uso:____________________________________________________Contraceptivos ou tratamentos hormonais:______________________________________Doença cardíaca: ________________________________________________________Transtornos circulatórios: __________________________________________________Problemas endócrinos: ____________________________________________________Ingestão de água: ________________________________________________________Outras observações: ___________________________________________________________________________________________________________________________

CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELEBiótipo cutâneo:Descrição da umidade, oleosidade e elastici-dade da pele:Fototipo:Cor da pele:

ALTERAÇÕES OBSERVADAS LOCALIZAÇÃOAtrofiaCicatrizes comunsCicatrizes residuaisCicatriz hipertróficaQueloideCeratose

Manchas pigmentaresEritemaTelangiectasias

Page 140: MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

140

MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

AngiomaPetéquia, Víbice, Equimose ou HematomaOutras (descrever):

AVALIAÇÃO DA PELE ACNEICAFormações sólidas ou coleções líquidas LocalizaçãoMicrocomedõesComedões abertosComedões fechadosPápulasPústulas NódulosAbscessosGrau de Acne:Tipo de Acne:Observações:

AVALIAÇÃO DAS DISCROMIAS, SINAIS DE ENVELHECIMENTO E OUTRAS ALTER-AÇÕES

Discromias, marcas, rugas Localização:Melasma (cloasma)EfélidesHiperpigmentação pós-inflamatóriaMelanose solarLeucodermia solarNevos melanocíticosOutras (descrever)

Rugas finasRugas superficiaisRugas profundasClassificação Glogau de envelhecimentoAlterações cutâneas suspeitas ou descon-hecidas:Relatório:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________