estudo #01 - 1 pedro 1.1-2

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Avalie a sua vida - Estudo 02 Página 1 Pedro 1.1-2 OCASIÃO DA CARTA 1. Tempo de perseguição Esta carta foi escrita, ao que parece por causa de um tempo de perseguição, que afetou aos ouvintes a quem Pedro escreve (1 Ped 1:6; 4:12). Alguns comentaristas afirmam que o contexto desta perseguição foi o tremendo incêndio que se deu, em Roma, no dia 19 de Julho do ano 62; este incêndio durou três dias e consumiu uma grande parte da cidade. A população não duvidou de que era o culpado: o próprio Nero. Para livrar-se desta acusação, Nero buscou um “bode expiatório”; ele o encontrou nos cristãos. Num sentido foi fácil jogar a culpa dos cristãos, porque a população já tinha certa animosidade quanto a eles: 2

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Page 1: Estudo #01 - 1 Pedro 1.1-2

Avalie a sua vida - Estudo nº 02 Página

1 Pedro 1.1-2

OCASIÃO DA CARTA

1. Tempo de perseguição

Esta carta foi escrita, ao que parece por causa de um

tempo de perseguição, que afetou aos ouvintes a quem

Pedro escreve (1 Ped 1:6; 4:12).

Alguns comentaristas afirmam que o contexto desta

perseguição foi o tremendo incêndio que se deu, em

Roma, no dia 19 de Julho do ano 62; este incêndio durou

três dias e consumiu uma grande parte da cidade. A

população não duvidou de que era o culpado: o próprio

Nero.

Para livrar-se desta acusação, Nero buscou um “bode

expiatório”; ele o encontrou nos cristãos. Num sentido foi

fácil jogar a culpa dos cristãos, porque a população já tinha

certa animosidade quanto a eles:

Estas suspeitas se baseavam:

1. Na crítica da idolatria por parte dos cristãos;

2. Na sua rejeição de participar de festas pagãs;

3. No seu repúdio aos esportes sanguinários;

4. Na afirmação de outro “Kurios” (Senhor);

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5. Nas advertências acerca do fim do mundo;

6. Na sua prática privada e exclusiva da Santa Ceia (os

incrédulos achavam que os cristãos matavam e comiam

crianças em sacrifício ao seu Deus, quando eles diziam

“tomai e comei isso é o meu corpo”.).

A acusação de Nero desencadeou um tempo de

perseguição popular contra a igreja. Os cristãos sofreram

de formas indizíveis durante este tempo.

Vejamos o que um historiador, Eusébio de Cesaréia,

diz a respeito dessa perseguição.

“À sua morte se somaram todos os tipos de zombaria.

1. Os cristãos foram vestidos com peles de animais,

para depois serem destroçados por cães;

2. “Foram crucificados ou queimados em estacas para

iluminar a noite...”.

Este parece ser o contexto desta primeira

epístola de Pedro.

Pedro estava vivendo em Roma nesse tempo (1 Pe

5.13 – Babilônia é provavelmente, um código para se

referir a Roma), e escreve à luz dos terríveis sofrimentos

que a igreja está enfrentando nesse tempo. Talvez ele

tenha escutado que algo parecido estava acontecendo na

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Ásia Menos, e escreveu para levar ânimo aos crentes. Aqui

vemos o coração pastoral de Pedro, tal como o vemos em

Atos 9.31-32.

Perseguição local:

Esta não parece ser uma perseguição oficial, por parte

das autoridades romanas; antes parece um tempo de

perseguição por parte dos habitantes (pagãos) da

localidade (1 Pe 3.16; 5.9).

Propósito:

Pedro escreve esta carta ensinando e animando os

cristãos a responderem à essa situação difícil de forma

adequada.

Assim ele escreve para:

1. Para lembrá-los de que são povo escolhido de Deus,

e que seus sofrimentos são uma provação de caráter

passageiro;

2. Para lembrá-los de que no final, seus inimigos serão

destruídos, e eles glorificados.

Assim, em vez de ficarem desanimados, eles deveriam

responder com ânimo, procurando levar uma vida de

santidade, como evidência da realidade da sua fé.

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Para isso Pedro apresenta Cristo como exemplo e

modelo de paciência quando estava passando por

sofrimento (1 Pe 2.21-23). Ao sofrer com Ele, estariam se

preparando para participar com Ele em sua glória eterna.

TEMAS CENTRAIS

Os dois temas principais de 1 Pedro são:

1. Orientar os crentes a suportar este tempo de

perseguição com coragem e valentia, mantendo um

bom testemunho.

Pedro instrui e consola os seus leitores em meio a

terríveis situações. O tema do sofrimento é mencionado

em cada um dos 5 capítulos, e Pedro lembra aos crentes

constantemente que eles não pertencem a esse mundo, e

que estão atravessando um território hostil (1Pe 1:6-7;

2:11-12, 18-23; 3:13-14, 17; 4:1, 12-16; 5:6-10).

2. Ensinar uma vida de santidade no meio de um

mundo pecaminoso.

Nesses dois versículos quero destacar dois temas:

1. A pessoa de Pedro;

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2. O que significa ser um cristão

(Elizângela você não precisa dar o estudo todo num só

dia, seja paciente e ensine pouco a pouco).

TEMA: Pedro: Um novo homem para o serviço de

Deus

Elizângela: faça um “apanhado da vida de Pedro

antes da conversão (coisa rápida em 2 ou 3 minutos

para preparar os irmãos para o que irá dizer).

1. Ele tem um novo nome

Os país deram a ele um nome – Simão; Cristo lhe deu

um novo nome – PEDRO. Esse novo nome indica uma

mudança na sua vida. Duas coisas são centrais nessa

mudança:

1.1. Convicção de pecados – Isto é essencial para

experimentar uma verdadeira mudança. Até que Deus nos

faça conscientes do pecado em nossas vidas, não será

possível experimentar uma mudança profunda. (Lucas

5.8). Com o novo nome ele já não era o mesmo.

1.2. Uma confissão de fé em Cristo. Pedro

reconheceu que Cristo é o único que pode nos tirar do

lamaçal do pecado. Pedro experimentou uma profunda

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mudança em sua vida, porque reconheceu seu pecado, o

confessou e pôs sua fé em Cristo. Mateus 16.

2. Ele tem um novo Senhor (servo de Jesus Cristo)

(2 Pedro 1.1 – servo... de Jesus Cristo)

Pedro não apenas experimentou uma mudança de

nome, mas também uma mudança de natureza (2 Pe 1.4).

Essa mudança de natureza se manifestou nos novos

desejos que ele tinha. Já não vivia para agradar a si

mesmo. Ser um crente significa dar a Deus o controle de

nossas vidas.

No primeiro século, o que significava ser um escravo?

2.1. Um escravo era a PROPRIEDADE de seu

dono. Todo o que o escravo tinha pertencia ao seu dono –

mesmo sua esposa e filhos. Nada era seu tempo. Quando

Pedro chegou a ser um crente, tudo o que tinha se tornou

de Cristo. Nunca mais perguntaria: O que EU quero

fazer? O que o meu Senhor quer que eu faça?

2.2. Um escravo dava OBEDIÊNCIA absoluta a

seu amo. O escravo não questionava nada! Não

importava o que estava fazendo, quando o amo dava uma

ordem, tinha que ser acatada imediatamente. Quando

Pedro disse que era “servo de Cristo” entendia muito bem

o que estava dizendo. Vemos em Atos 5.29, quando Pedro

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afirmou: “Antes importa obedecer a Deus que aos

homens”. Isso produziu bastante sofrimento, mesmo

assim, ele se alegrou em obedecer ao seu Senhor.

2.3. Um escravo NÃO TINHA DIREITOS. Todo

cidadão romano tinha direitos, mesmo os mais pobres e

desconhecidos; direitos que podiam reclamar. Mas um

escravo não tinha direito algum. O seu senhor podia

fazer o que quisesse com ele. 1. Poderia maltratar o

escravo e até matá-lo. 2. E o escravo não poderia

reclamar. Assim Pedro tomou ao seu Senhor e amo,

renunciou a todos os seus direitos. Iria onde lhe fosse

ordenado e faria o que lhe fosse pedido.

3. Ele tem uma nova autoridade (apóstolo de

Cristo) (1 Pe 1.1; 2 Pe 1.1).

Longe de causar escravidão, servir ao Senhor traz

responsabilidades e privilégios.

Os apóstolos foram escolhidos pelo Senhor. Foram

homens únicos que não tiveram sucessores ou herdeiros.

Sabemos isso porque o Novo Testamento nos ensina. Os

apóstolos tinham certas características que os

caracterizaram como distintos dos outros cristãos. Essas

características são:

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a) Havia visto o Senhor e o escutara falar (1 Co

9.1 e 15.58);

b) Fora escolhido pelo próprio Senhor Jesus (Atos

26.16). Eles não eram escolhidos por homens.

c) Eram alguém que tinha uma autoridade

especial. Essa autoridade funcionava em dois níveis:

1. Autoridade para ensinar. O que o apóstolo ensinava

era verdadeiro e infalível;

2. Autoridade para fazer milagres.

Essas características indicam que não há verdadeiros

apóstolos hoje.

Mas como dissemos no início Pedro não fala

apenas de si mesmo, procurando estabelecer para

aquela igreja a autoridade que Deus lhe deu, mas

fala também daqueles irmãos.

TEMA: A MARAVILHA DE SER UM CRISTÃO

TEXTO: 1 Pedro 1:1-2

INTRODUÇÃO

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Pedro, lembremos, escreve a crentes que estavam

experimentando tremendas pressões – pressões do mundo

(1 Pe 2.12; 3.16; 4.3-4) e pressões da sua própria “carne”

(1 Pe 1.14-16). Além disso estava enfrentando provas (1 Pe

1.6-7) e perseguições (1 Pe 4.12-14).

Por isso não nos surpreendemos que nessa carta, o

apóstolo tenha que animar aos crentes. E Pedro anima-os

de três diferentes formas:

1. Lembrando-os do tremendo privilégio de ser um

cristão verdadeiro (1 Pe 2.9-10);

2. Lembrando-os de que o fim do mundo está próximo

(1 Pe 4.7);

3. Lembrando-os da recompensa que terão no céu (1

Pe 1.3-5).

É bom percebermos aqui que Pedro antes de falar das

provações e dificuldades que os crentes enfrentam como

vimos acima, ele começa falando de quem nós somos. Na

realidade, ele começa falando não de nós, mas da obra

que Deus começou em nós. Começa exaltando a pessoa

de Deus e de Cristo monstrando a grande obra que ele

começou e que vai terminar em nossas vidas. Essa é uma

parte importante do aprendizado de como lidamos

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com as provações. Os não crentes também passam

por dificuldades e não têm a Cristo. Os cristãos

passam por dificuldades, mas uma obra interior foi

realizada em suas vidas.

Na própria introdução, vemos como Pedro já começa

esta epístola animando-os. Ele lhes faz recordar o quão

maravilhoso é ser u filho de Deus. Como Pedro descreve

aos crentes? Ele o faz de três maneiras.

1. O crente é escolhido por Deus (v. 2a)

2. O crente é forasteiro neste mundo (v. 2a)

3. O crente é abençoado espiritualmente (v. 2b).

Antes de notar estos detalles, veamos quién escribe

esta carta. Es Pedro: uno de los primeros discípulos de

Cristo... En esta carta vemos como él aprovecha de sus

experiencias, para animar a un grupo de creyentes, a

avanzar en la vida cristiana.

1. O CRISTÃO É ESCOLHIDO POR DEUS

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Pedro foi escolhido pessoalmente por Cristo (Mc 1.16-

18; 3.13-16; Jo 15.16). Por isso, ele usou sua experiência

para refletir sobre esta doutrina, e entendeu que ser

escolhido era uma realidade para todo cristão verdadeiro.

Não se trata de nós escolhermos a Cristo, mas Cristo

nos escolher (Jo 15.16). Essa é a base sobre a qual Pedro

trabalha. A obra de Cristo por nós.

Se invertermos os papeis dizendo que os homens

escolhem a Cristo, colocaremos o homem no centro.

Vejamos algumas verdades acerca da eleição que é

colocada por Pedro nesse texto:

1.1. A base da Eleição

Em que se baseia a nossa eleição? Ou em outras

palavras: O que faz Deus eleger algumas pessoas para a

salvação? Pedro responde a essa pergunta de duas

formas:

1. “Segundo a presciência de Deus Pai”.

Percebemos no texto que a palavra eleito aparece nos

dois versos que estamos estudando: no início do verso 1 e

no início do verso 2.

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No verso dois, entretanto, Pedro dá a base para a

eleição: somos eleitos segundo a presciência de Deus.

Pedro não se refere ao conhecimento que Deus tem do

que a pessoa vai fazer quando ouvir o Evangelho

(comparar com Romanos 9.10-12), mas fala do propósito

eterno daquele que faz todas as coisas segundo a sua

vontade (Efésios 1.5), ou seja, o conhecimento antecipado

de Deus (presciência) de seu plano determinado (Atos 2.23

Rm 8.29).

Que maravilhoso privilégio temos!

2. “Em santificação do Espírito”.

O que o Espírito faz no crente?

a) O separa do mundo;

b) O renova espiritualmente;

c) O purifica por meio da nova natureza

Em outras palavras: fomos escolhidos pela obra

santificadora do Espírito. Esse foi o meio que Deus usou

para cumprir seu propósito salvador em nossas vidas.

Para que pudéssemos vir a Cristo foi necessário que o

Espírito de Deus operasse em nossos corações,

transformando a disposição dominante de nossas almas de

tal maneira que desejamos vir a Ele.

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Nenhum pecador desejará entregar sua vida ao Deus

santo, a menos que Deus lhe santifique primeiro. E é

interessante nota que a palavra “santificação” que Pedro

usa aqui sinaliza um processo e não uma obra que já foi

concluída. O Espírito Santo veio a nós em um dado

momento de nossas vidas e produziu em nós o novo

nascimento.

Mas, esse processo de santificação ainda não está

concluído. Ele segue trabalhando em nossas vidas, dia

após dia, conformando-nos cada vez mais à imagem de

nosso Senhor Jesus Cristo.

1.2. O propósito da eleição

Pedro nos diz que fomos eleitos “para obediência e

aspersão do sangue de Jesus Cristo”. Note que não fomos

eleitos porque Deus sabia de antemão que nós íamos

obedecer; obedecemos porque Deus nos escolheu de

antemão para obedecermos.

Perceba no texto: ele diz: PARA obediência, e não

POR CAUSA da obediência. Não fomos eleitos por causa

da obediência, mas fomos eleitos para obedecer. A

obediência é uma conseqüência da salvação.

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A obediência é tanto o primeiro ato como a

característica permanente da fé. Nós sabemos que cremos

em Cristo, porque temos a disposição de obedecer a

Cristo.

É impossível separar a fé da obediência. Todo aquele

que crer, obedece; não perfeitamente é verdade, mas sim

sinceramente. Há uma luta no coração do cristão por fazer

a vontade de Deus.

Vamos ver mais alguns detalhes sobre isso:

a) Obediência

Deus nos chama a obedecê-lo.

Em primeiro lugar, devemos obedecer a Deus, no

sentido de nos submetermos ao Evangelho, e não procurar

ganhar a nossa própria salvação (Atos 17.30; Rm 1.5).

Em segundo lugar, devemos obedecer a Deus quanto a

nosso comportamento e forma de vida. Em 1 Pe 1.22,

Pedro enfatiza a importância da obediência na vida cristã.

b) Limpeza

Além disso somos eleitos para “a aspersão do sangue

de Jesus Cristo”. Cristo nos justifica, Seu sangue nos limpa

constantemente (1 Jo 1.7).

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2. O crente é forasteiro nesse mundo

Pedro usa dois termos interessantes:

2.1. Forasteiros

Ou seja, é um estrangeiro; alguém que vive lado a lado

com outras pessoas, mas não é um cidadão daquele lugar

ou país.

Esta é a palavra usada em Gênesis 23.4, quando

Abraão vivia em Canaã.

Pedro lembra a estes cristãos, que eles vivem aqui na

terra, porém são peregrinos (Hb 11.13; 1 Pe 2.11). Na

realidade, somos cidadãos do céu (Fp 3.20). Isto se dá a

partir do momento que Deus nos transportou do reino das

trevas para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13).

2.2. Da dispersão

Ainda que essa palavra se usasse para os judeus que

viviam fora da Palestrina (ver Jo 7.35), Pedro a usa aqui

para os gentios. O termo significa “semeados”. Deus

“rega” a Seus filhos por todo o mundo, para que sejam sal

e luz onde quer que vivam.

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O crente acha a vida difícil nesse mundo, porque já

não é parte dele, e porque também ele é rejeitado pelo

mundo (Jo 15.18-19). Ainda que isto seja difícil se suportar,

devemos aceitar viver assim, para poder dar testemunho

da nossa fé.

Enquanto estamos neste mundo devemos lembrar que

este não é o lugar de nossa residência permanente (Jo

15.19). Somos residentes temporais em um país que tem

outros costumes, diferentes do nosso. E nosso chamado é

para conserva nossa identidade intacta como cidadãos do

reino dos céus. (Rm 12.2; Cl 3.1-4).

3. O crente é abençoado espiritualmente

Pedro roga duas grandes bênçãos para os crentes.

3.1. O favor de Deus

A palavra “graça” significa “favor não merecido”. Isto

desceve a salvação, mas também as demais bênçãos que

Deus nos dá nesse mundo. É maravilhoso saber que

vivemos deibaixo do favor de Deus, e podemos

contar com Seu apoio em qualquer momento.

3.2. A paz de Deus

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A palavra “paz” aponta para a tranqüilidade que

alguém sente, sabendo que Deus está a nosso favor, e

suprirá tudo o que nos faça falta para viver neste mundo.

O resultado da graça operando em nossas vidas é a

paz que vem de Deus.

Essa paz não significa uma vida sem problemas e

dificuldades, mas a quietude interna daquele que sabe que

é reconciliado com Deus; o descanso que experimentamos,

mesmo em meio à dor e aflição, porque sabemos que a

nossa vida se encontra nas mãos de um Pai amoroso,

sábio e todo-poderoso, que fez um pacto com Seu povo de

protegê-los e amá-los.

A oração de Pedro roga é que a graça e a paz sejam

multiplicadas.

Esses irmãos sabiam que tinham sido feitos

participantes da graça e da paz de Deus, mas Pedro queria

que eles recebessem uma medida mais abundante agora

que as dificuldades haviam aumentado.

Quando as dificuldades estão nos apertando, não

precisamos de circunstâncias diferentes, precisamos de

uma medida mais abundante da graça e da paz de Deus. E

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essa medida abundante pode ser experimentada em meio

a terríveis adversidades.

É importante afirmar que essas são dificuldades que os

crentes tem de enfrentar nesse mundo caído. Porém os

não cristãos também sofrem; mas somente os cristãos

desfrutam da graça e da paz de Deus que lhes permitem

passar por essas dificuldades com um coração tranqüilo e

descansado.

Por isso os não cristãos precisam da graça e da paz de

Deus também. Precisam disso especialmente porque

algum dia vão enfrentar o maior de todos os problemas

humanos: o fato de que terão de encarar o tribunal divino

para prestar contas.

E essa graça e essa paz com Deus com Deus só estão

disponíveis por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

Conclusão

É bem verdade que não é fácil ser um cristão.

Enfrentamos muitas lutas e dificuldades. Porém, que

privilégio é ser um cristão. Este privilégio nos orienta ao

passarmos por provas e dificuldades.

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Finalmente devemos dar graças a Deus pelo privilégio

de sermos seus filhos (lembrem é graça, é escolha

soberana). Por isso vivamos como tais.

2020