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RIZZI, BISSON, MENEGASSO, KISHI, PAUFERRO, CUNHA
1. Apresentação
1.1. Título:
O impacto da atuação do farmacêutico voluntário na sua entidade de classe
1.2. Autores
RIZZI, Raquel Cristina Delfini; KISHI, Margarete Akemi; BISSON, Marcelo Polacow,
MENEGASSO, Pedro Eduardo; PAUFERRO, Márcia Rodriguez Vasquez; CUNHA,
Marcelo Ferreira Carlos
1.3. Instituição
Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) – Brasil
1.4. Período de realização
A coleta dos dados foi realizada entre dezembro/2010 e fevereiro/2011.
2. Justificativa e Relevância do Tema
As Comissões Assessoras do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São
Paulo (CRF-SP) são constituídas por farmacêuticos voluntários que se reúnem para
discutir temas relativos à sua área de atuação e assessoram o Plenário e a Diretoria.
Atualmente, o farmacêutico tem ampliado significativamente seu leque de atuação e
pode exercer 76 tipos de atividades, todas elas regulamentadas pelo Conselho Federal
de Farmácia (CFF, 2010). Acompanhando essa tendência, o número de Comissões
Assessoras no CRF-SP também cresceu significativamente nos últimos anos e, com
isso, surgiu a necessidade de avaliar as ações realizadas por essas Comissões.
3. Formulação do problema de investigação
Diante deste cenário, o CRF-SP se propôs a analisar as diversas atividades
realizadas pelas Comissões Assessoras do CRF-SP e avaliar como elas têm contribuído
para a concretização dos objetivos do CRF-SP, enquanto entidade representativa da
categoria farmacêutica no Estado de São Paulo e comprometida com a saúde da
sociedade como um todo.
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RIZZI, BISSON, MENEGASSO, KISHI, PAUFERRO, CUNHA
4. Objetivos
• Identificar as atividades realizadas pelo CRF-SP, envolvendo a participação das
Comissões Assessoras nos últimos cinco anos (2006 a 2010);
• Analisar como as atividades realizadas por estas Comissões contribuem com os
objetivos do CRF-SP;
• Analisar, sob uma ótica mais abrangente, qual a contribuição para a categoria
farmacêutica e para a sociedade como um todo.
5. Referencial Teórico
Antes de discorrer sobre o CRF-SP e as Comissões Assessoras, cabe uma breve
reflexão sobre as profissões, destacando algumas peculiaridades da profissão
farmacêutica. Segundo Zubioli (2004), as profissões possuem três características
básicas: estão centralizadas em valores humanos e envolvem serviços significantes;
requerem conhecimentos e qualificações específicas que pessoas leigas não possuem;
são serviços pessoais que devem adaptar-se às necessidades individuais de cada
cliente/paciente e tem atributos próprios. Na ausência de profissionalismo, as pessoas
que necessitam de serviços com essas características, ficam à mercê de atendimento
incompetente e de charlatanismo. Daí vem a importância do conjunto de normas
(Deontologia) e dos órgãos que regulam a atuação profissional de determinado corpo
social, tais como os Conselhos de Classe e, neste caso em particular, o CFF e CRF de
cada Estado.
Segundo o preâmbulo do Código de Ética da Profissão Farmacêutica vigente,
estabelecido através da Resolução CFF nº 417 de 29 de setembro de 2004 (CFF, 2004):
O farmacêutico é um profissional da saúde, cumprindo-lhe executar todas as
atividades inerentes ao âmbito profissional farmacêutico de modo a
contribuir para a salvaguarda da saúde pública e, ainda, todas as ações de
educação dirigidas à comunidade na promoção da saúde.
A complexidade da profissão farmacêutica pode ser resumida nas palavras
proferidas pelo ilustre farmacêutico Candido Fontoura da Silveira (1885-1974) em seu
discurso de agradecimento à homenagem que lhe foi prestada na Associação Brasileira
de Farmacêuticos, em novembro de 1932 (MIGLIANO, 1985):
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A Farmácia não é um simples comércio: é uma profissão a um tempo
científica e comercial, em que se joga com os sagrados interesses da saúde
pública. Todos os povos cultos estudam com a máxima atenção o problema
da farmácia por constituir uma necessidade social. A ela recorrem todos sem
distinção de credo, cor, nacionalidade ou posição social. Para que o
farmacêutico se realize, nesse variado trato e para o bem que a nação dele
espera, é indispensável que seja uma pessoa de muitas qualidades. Que seja
de integridade moral a toda prova não só na manipulação dos medicamentos
como também para encaminhar aos competentes as consultas que
diariamente lhe chegam, quando não as possam resolver; que seja bondoso,
paciente para com os enfermos; que tenha grande tolerância pela doutrinas
médicas, científicas, políticas e religiosas. Essa tolerância íntima, sincera e
sem azedumes, só pode ser obtida por meio de grande cultura e tempo. Só o
tempo e o estudo nos convencem de que em todas as doutrinas há uma parte
de verdade, embora a verdade integral não esteja em nenhuma.
Com relação à sua estrutura organizadora, a profissão farmacêutica é constituída
por várias entidades, destacando-se dentre elas os Conselhos, Sindicatos e Associações.
No Brasil, cabe ao governo da União determinar as condições para o exercício de
profissões liberais, sendo normalmente reguladas por órgãos de natureza pública. O
Conselho Federal de Farmácia (CFF) é uma Autarquia Federal, com sede em Brasília
(Distrito Federal) e jurisdição em todo o território nacional, criado a partir da Lei 3.820,
de 11 de novembro de 1960 e que tem por finalidade estabelecer os preceitos
deontológicos da profissão farmacêutica, sendo responsável pela fiscalização
profissional e pela inscrição compulsória dos farmacêuticos (BRASIL, 1960; ZUBIOLI,
2004).
Os Conselhos Regionais exercem o mesmo papel do CFF, de forma
descentralizada. Nesse sentido, o CRF-SP tem como principais atribuições: zelar pela
garantia de que a atividade farmacêutica, no âmbito de sua jurisdição, seja exercida por
profissionais legalmente habilitados e conscientes da importância de seu papel social;
defender o âmbito profissional e esclarecer dúvidas relativas à competência
profissional; habilitar legalmente o farmacêutico para o exercício da profissão por meio
de inscrição; registrar as empresas que contam com a atuação do farmacêutico junto ao
mercado de trabalho; cuidar da observância dos princípios da ética e da disciplina
daqueles que exercem atividades profissionais farmacêuticas no Estado de São Paulo
(BRASIL, 1960).
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As Comissões Assessoras do CRF-SP são regulamentadas pela Deliberação nº
04/2007 do CRF-SP. Elas são abertas e constituídas por farmacêuticos que
voluntariamente participam de suas reuniões, assessorando o Plenário e a Diretoria do
CRF-SP em assuntos que exijam conhecimentos específicos da respectiva área de
atuação e funcionando também como fórum de debate para promover a troca de
informações (CRF, 2007).
O CRF-SP mantém em funcionamento quatorze Comissões Assessoras, a saber:
Acupuntura; Análises Clínicas e Toxicológicas; Distribuição e Transporte; Educação
Farmacêutica; Farmácia; Farmácia Clínica; Farmácia Hospitalar; Homeopatia;
Indústria; Pesquisa Clínica; Plantas Medicinais e Fitoterápicos; Resíduos e Gestão
Ambiental; Regulação e Mercado; Saúde Pública. Ao todo, são 418 Membros
participando dessas Comissões.
De acordo com a Deliberação CRF-SP nº 4/07, também está prevista a formação de
Comissões Assessoras Regionais, que funcionarão nas seccionais do CRF-SP sob
orientação do coordenador regional da seccional. Atualmente, existem 34 comissões
regionais em funcionamento.
6. Metodologia
Para a realização deste estudo foi adotada uma abordagem quali-quantitativa
(TURATO, 2005). Foram analisados os Relatórios de Gestão dos anos de 2006, 2007,
2008 e 2009 e 2010. As atividades realizadas nesse período foram agrupadas em
categorias por similaridade e, a seguir, contabilizadas. Os dados obtidos foram
distribuídos em planilhas e apresentados em gráficos para facilitar a análise.
7. Resultados: apresentação e análise dos dados obtidos
Após a leitura e análise detalhada dos Relatórios de Gestão de 2006, 2007, 2008,
2009 e 2010, as atividades realizadas pelas Comissões Assessoras através do CRF-SP
foram agrupadas em oito categorias que, por sua vez, foram contabilizadas e
apresentadas no Quadro 1:
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Categoria Itens incluídos Nº de itens %
Documentos Cartilhas (roteiro geral da atuação do farmacêutico em
determinada área), Informes Técnicos, Pareceres Técnicos,
Manuais de Orientação, colaboração na elaboração dos
Fascículos (publicações temáticas, pertencentes ao Projeto
Farmácia Estabelecimento de Saúde) e em Matérias da
Revista do Farmacêutico (publicação periódica do CRF-SP
que é distribuída a todos os farmacêuticos inscritos no órgão)
283 36
Apreciação de
normas
Consultas Públicas e Projetos de Lei 66 9
Proposição de
normas
Elaboração de propostas destinadas a preencher lacunas
regulatórias. São remetidas aos órgãos competentes
(COVISA, Anvisa, CFF, MS, etc.)
45 6
Eventos do
CRF-SP:
Encontros Regionais, Fóruns, Mesas Redondas, Palestras,
Seminários, Congressos, Capacitações direcionadas aos
profissionais farmacêuticos e acadêmicos de Farmácia
(Palestras nas IES). Boa parte desses eventos são gratuitos e
abertos a todos os farmacêuticos inscritos na entidade.
106 14
Trabalhos e
Projetos
Elaboração de Projetos, Formação de Grupos de Trabalho
para aprofundar discussões, participação em Grupos Técnicos
promovendo ações específicas, realização de
Estudos/Levantamentos, Grupos Técnicos, Capacitação dos
Fiscais em áreas específicas,.
55 7
Parcerias
Externas
Campanhas, Grupos de Trabalho, Reuniões em outras
entidades e órgãos governamentais e não-governamentais
relacionados à saúde
58 7
Eventos
Externos
Participação em Seminários, Encontros, Workshops,
Simpósios e Congressos organizados por outras entidades
como palestrantes ou integrantes da cerimônia de abertura
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Descentralização Organização de Comissões Regionais nas Seccionais do
CRF-SP, formando pólos de discussão regionalizada em
diversas áreas de atuação
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Quadro 1 – Distribuição das Atividades Realizadas pelas Comissões Assessoras em Categorias
Legenda: COVISA = Coordenação de Vigilância em Saúde; Anvisa = Agência Nacional de Vigilância
Sanitária; CFF = Conselho Federal de Farmácia; MS = Ministério da Saúde; IES = Instituição de
Ensino Superior
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O total de atividades envolvendo a participação das Comissões Assessoras do CRF-
SP está representado no Gráfico 1.
Gráfico 1:
Atividades Realizadas pelas Comissões Assessoras do CRF-SP (2006-2010)
Além da totalização das atividades envolvendo a participação das Comissões
Assessoras mantidas pelo CRF-SP, cada Comissão Assessora também foi avaliada
separadamente, verificando-se quais as atividades que cada uma delas dedicou maior
atenção (Tabela 1). Cabe esclarecer que algumas atividades envolveram a participação
de várias Comissões, sendo, portanto, contabilizadas no montante de cada uma das
Comissões envolvidas.
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Tabela 1 – Totalização das Atividades Realizadas por Comissão Assessora
Comissão Assessora Documentos Apreciação
de Normas
Proposição
de Normas
Eventos
CRF
Trabalhos
e Projetos
Parcerias Descentralização Eventos
externos
Acupuntura 8 3 2 11 1 1 0 4 Análises Clínicas & Toxicológicas 35 6 4 10 3 5 0 10 Distribuição e Transportes 30 13 11 17 4 5 6 11 Educação Farmacêutica 25 8 4 18 11 7 0 15
Farmácia 26 11 3 8 11 4 19 6
Farmácia Clínica 3 1 1 1 1 0 0 1
Farmácia Hospitalar 27 9 7 6 13 5 4 13 Plantas Medicinais e Fitoterápicos 22 10 2 15 4 2 0 16
Homeopatia 25 7 0 7 7 6 0 4
Indústria 25 25 3 11 11 18 1 24
Pesquisa Clínica 19 9 5 9 1 0 0 2 Regulação e Mercado 4 2 1 5 0 0 0 10 Resíduos e Gestão Ambiental 15 5 1 6 2 2 0 0
Saúde Pública 29 10 5 21 4 8 15 12
Soma 293 119 49 145 73 63 45 128
Média 20,9 8,5 3,5 10,4 5,2 4,5 3,2 9,1
Desvio Padrão 9,9 5,9 2,9 5,6 4,5 4,7 6,2 6,8
A seguir, os dados obtidos para Cada Comissão Assessora foram organizados em
gráficos percentuais para facilitar a análise.
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7.1. Comissão Assessora de Acupuntura
Gráfico 2: Atividades da Comissão Assessora de Acupuntura (2006-2010)
O reconhecimento da Acupuntura como especialidade farmacêutica é relativamente
recente e se deu através da publicação da Resolução nº 353 de 23 de agosto de 2000 do
CFF. A Comissão Assessora de Acupuntura foi criada em 2008 e o principal foco de
atuação no período analisado foi a realização de eventos, merecendo destaque o Fórum
das Práticas Integrativas e Complementares (PIC), que foi desenvolvido em parceria
com outras Comissões em 2010 e replicado na Capital e no interior do Estado de São
Paulo (Bragança Paulista e Marília). Também se investiu bastante em palestras nas
Instituições de Ensino Superior (IES). Esse investimento na realização de eventos,
voltados não somente aos profissionais em exercício, mas também aos discentes de
Farmácia, é compatível com as preocupações emergentes nesta área, ainda considerada
nova e desconhecida por muitos.
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7.2. Comissão Assessora de Análises Clínicas e Toxicológicas
Gráfico 3:
Atividades da Comissão Assessora de Análises Clínicas e Toxicológicas (2006-2010)
Dentre todas as Comissões, esta foi a que elaborou maior número de
documentos, sobretudo Informes Técnicos, os quais foram divulgados através do Portal
do CRF-SP, tornando públicas informações que podem contribuir para a resolução de
problemas cotidianos de quem atua nessa área.
7.3. Comissão Assessora de Distribuição e Transporte
Gráfico 4:
Atividades da Comissão Assessora de Distribuição e Transportes (2006-2010)
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A atuação do farmacêutico na área de Distribuição e Transportes foi efetivada
apenas no final da década de 90, com a criação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e o surgimento de normas sanitárias específicas (BRASIL, 1999).
Nesse contexto, a Comissão Assessora de Distribuição e Transporte foi aquela que
propôs mais normas e realizou mais eventos ao longo dos últimos cinco anos. Dentre os
eventos, destacaram-se os Seminários Regionais, refletindo a necessidade de
regionalizar as discussões e provocar a mobilização dos farmacêuticos dessa área em
busca de maior espaço de atuação. Merece destaque também a contribuição desta
Comissão na proposição de normas regulamentadoras junto a Anvisa (Proposta
Regulamentação técnica da atividade de transporte terrestre de medicamentos e insumos
farmacêuticos e Proposta para Regulamentação da Atividade de Operador Logístico) e a
proposta Resolução de Âmbito do Farmacêutico em Terminais Aquaviários, Portos
Organizados, Aeroportos, Postos de Fronteiras e Recintos Alfandegados, que foi
prontamente acatada pelo CFF. Além disso, foi produzida uma elevada quantidade de
documentos, incluindo a Cartilha da Comissão (produzida em 2007 e revisada em 2009)
e uma série de Pareceres Técnicos, extremamente úteis para quem está nessa área.
7.4. Comissão Assessora de Educação Farmacêutica
Gráfico 5:
Atividades da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica (2006-2010)
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A atividade que esta Comissão se dedicou com mais afinco foi a elaboração de
documentos, dentre eles o Estudo de Matrizes Curriculares dos Cursos de Farmácia do
Estado de São Paulo, onde se buscou informações junto as IES para mapear e
diagnosticar a situação atual do ensino farmacêutico no Estado de São Paulo. Além
disso, esta Comissão se destacou pela participação na realização de eventos e pelo
desenvolvimento de trabalhos e projetos. Alguns eventos da Comissão Assessora de
Educação Farmacêutica já se tornaram uma tradição e se repetem a cada ano: o Fórum
de Diretrizes Curriculares já se encontra em sua 5ª Edição e o Encontro de Professores
de Deontologia está na 3ª edição. Dentre os trabalhos mais relevantes realizados,
incluem-se a avaliação de cursos de pós em conformidade com a Resolução CFF nº
444/2006 (CFF, 2006) e a criação do Selo de Qualidade em Educação. Este Selo
representa uma forma do CRF-SP prestigiar os cursos de graduação em farmácia que
procuram oferecer uma formação diferenciada, que vai além do que o Ministério da
Educação (MEC) preconiza.
7.5. Comissão Assessora de Farmácia
Gráfico 6:
Atividades da Comissão Assessora de Farmácia (2006-2010)
A atividade a qual esta Comissão empreendeu maiores esforços foi a elaboração de
documentos. Vale ressaltar a contribuição na elaboração do Manual de Produtos Não
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Relacionados à Saúde. Esse Manual foi divulgado pelo Portal e também foi impresso e
distribuído durante os eventos realizados pelo CRF-SP teve grande repercussão,
servindo de base para medidas restritivas emitidas pela Anvisa no sentido de coibir a
venda de produtos não relacionados à saúde nos estabelecimentos farmacêuticos.
Quando comparada às outras Comissões, a Comissão de Farmácia se destacou pela
participação em Grupos de Trabalho e Projetos diversos (contemplando, dentre outros, a
discussão sobre os produtos alheios e também sobre o plano de carreira para gerentes
farmacêuticos) e também pela criação de Comissões Regionais, atingindo o número
recorde de 19 Comissões em cinco anos.
7.6. Comissão Assessora de Farmácia Clínica
Gráfico 7:
Atividades da Comissão Assessora de Farmácia Clínica (2006-2010)
A atividade que mais mobilizou esta Comissão, criada em agosto/2009, foi a
elaboração de documentos. Membros da própria Comissão, com larga experiência na
área de Farmácia Clínica, ofereceram subsídio a diversas matérias da Revista do
Farmacêutico, ajudando a reconhecer e divulgar esta área emergente.
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7.7. Comissão Assessora de Farmácia Hospitalar
Gráfico 8:
Atividades da Comissão Assessora de Farmácia Hospitalar (2006-2010)
Esta Comissão participou de elevado número de proposições de normas e
desenvolvimento de projetos, além de produzir um número expressivo de documentos
no período analisado. A título de exemplo, vale ressaltar a publicação da Cartilha de
Farmácia Hospitalar, material que oferece um panorama geral da atuação do
farmacêutico nessa área e a proposta de alteração da Resolução CFF nº 300/97, que foi
levada em consideração na redação da Resolução que a substituiu – a Resolução n º 492,
publicada em 26 de novembro de 2008 (CFF, 2008). Dentre os projetos, pode-se
destacar o Grupo de Trabalho de Auditores, que gerou proposta de resolução para o
CFF regulamentar esta área de atuação no âmbito farmacêutico, e o Serviço de
Orientação Farmacêutica, desenvolvido em parceria com o Departamento de Orientação
Farmacêutica do CRF-SP e que, devido ao sucesso, servirá de modelo para outros
projetos de orientação, envolvendo outras Comissões em futuro próximo.
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7.8. Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
Gráfico 9:
Atividades da Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (2006-2010)
Esta Comissão Assessora iniciou suas atividades em 01 de julho de 2005,
inicialmente como um Grupo de Trabalho de Fitoterapia. Em 2009, a Comissão de
Fitoterapia já constituída decidiu mudar a nomenclatura para “Comissão de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos”, por entender que este nome seria mais abrangente com
relação às atividades realizadas pelos farmacêuticos atuantes nesta área. Dentre suas
realizações, o maior investimento foi na elaboração de documentos e na realização de
eventos, muitos deles realizados em parceria com outras Comissões representativas das
PIC (Acupuntura e Homeopatia), tais como os Fascículos do Projeto Farmácia
Estabelecimento de Saúde e os Fóruns de PIC.
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7.9. Comissão Assessora de Homeopatia
Gráfico 10:
Atividades da Comissão Assessora de Homeopatia (2006-2010)
Uma das atividades na qual esta Comissão esteve mais envolvida foi a elaboração de
documentos, incluindo Parecer Técnico sobre as propriedades terapêuticas do mel, para
avaliar se este produto deveria ser considerado alheio ao ramo farmacêutico ou não.
Este trabalho foi remetido a Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA) para
subsidiar suas ações.
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7.10. Comissão Assessora de Indústria
Gráfico 11:
Atividades da Comissão Assessora de Indústria (2006-2010)
Esta Comissão foi a que propôs mais normas no período analisado, evidenciando
uma nítida preocupação em oferecer maior amparo legal ao farmacêutico no exercício
de suas atribuições na indústria. A Comissão Assessora de Indústria participou,
inclusive, do Grupo de Trabalho do CFF que elaborou a Resolução de âmbito para
definir as atribuições do farmacêutico na indústria e importação de produtos para a
saúde – a resolução 448/2006 (CFF, 2006).
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7.11. Comissão Assessora de Pesquisa Clínica
Gráfico 12:
Atividades da Comissão Assessora de Pesquisa Clínica (2006-2010)
Esta Comissão investiu significativamente na elaboração de documentos. A
primeira Cartilha de Pesquisa Clínica foi lançada pelo CRF-SP em 2007 e em 2009 foi
feita a primeira revisão. A atualização se justifica por que a pesquisa no Brasil tem
sofrido uma grande reestruturação nos últimos 15 anos, sendo uma área que necessita de
profissionais bem preparados, conhecedores não só dos aspectos técnicos, como
também da legislação em vigor. Essa preocupação se justifica porque a atuação do
farmacêutico na realização de pesquisas envolvendo a participação de seres humanos
ainda é recente.
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7.12. Comissão Assessora de Regulação e Mercado
Gráfico 13:
Atividades da Comissão Assessora de Regulação e Mercado (2006-2010)
Esta Comissão Assessora foi criada com o objetivo de discutir assuntos do setor
de saúde que permeiam vários elos da cadeia farmacêutica, precisando ser analisados
sob um olhar sistêmico, por farmacêuticos atuantes em vários segmentos. A atividade
na qual esta Comissão mais se destacou com relação às demais foi a realização de
eventos, exercendo um papel fundamental na organização do Fórum Interno de
Fracionamento de medicamentos em outubro/2010. Este Fórum também contou com a
participação de membros das Comissões Assessoras de Indústria, Saúde Pública,
Farmácia Hospitalar e Farmácia e teve por objetivo fomentar uma proposta viável de
fracionamento nas farmácias e drogarias.
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7.13. Comissão Assessora de Resíduos e Gestão Ambiental
Gráfico 14:
Atividades da Comissão Assessora de Resíduos e Gestão Ambiental (2006-2010)
Esta Comissão participou ativamente das atividades desenvolvidas pelo CRF-SP
entre 2006 e 2008, ficando inativa entre 2009 e 2010. Seu foco principal foi a
elaboração de documentos técnicos, dentre eles a Cartilha de Resíduos e Gestão
Ambiental, que subsidiam a atuação do farmacêutico no que se refere ao descarte
seguro de resíduos oriundos dos serviços de saúde.
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7.14. Comissão Assessora de Saúde Pública
Gráfico 15:
Atividades da Comissão Assessora de Saúde Pública (2006-2010)
A Comissão de Saúde Pública foi a segunda Comissão no ranking de criação de
Comissões Regionais (foram criadas 15 Comissões nesses últimos cinco anos),
demonstrando uma nítida preocupação de discutir os problemas e buscar soluções
apropriadas a realidade de cada região. Outras grandes preocupações desta Comissão
foram a elaboração de documentos e a realização de eventos. Um dos documentos mais
importantes elaborados por esta Comissão, fruto de debates envolvendo diversos
farmacêuticos atuantes na área, é o documento de Diretrizes para Estruturação da
Assistência Farmacêutica Municipal, que já se encontra em sua 2ª edição, publicada em
2009. Dentre os eventos, o I Encontro das Comissões Assessoras de Saúde Pública do
CRF-SP e o I Fórum de Farmacêuticos atuantes na Saúde Pública, ambos realizados em
São Pedro, no ano de 2008, tiveram um papel essencial no direcionamento das ações
desta Comissão.
8. Conclusões
O principal objetivo de um Conselho de Classe é zelar pelo exercício de uma
profissão, garantindo-lhe espaço para oferecer produtos e serviços que atendam às reais
demandas da sociedade, respaldada pela competência técnico científica necessária a sua
formação e contínua atualização e, sobretudo, pelos preceitos éticos. Nesse sentido,
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cabe analisar os objetivos de cada categoria de atividades realizada pelas Comissões
Assessoras e compreender qual a sua contribuição para os objetivos maiores do CRF-
SP.
A elaboração de documentos pelas Comissões Assessoras do CRF-SP foi, em
números totais, a atividade que mais se destacou. Esses documentos têm o papel de
transmitir conhecimentos e informações importantes para a atuação dos profissionais.
Vale dizer também que, todo documento elaborado pelo CRF-SP, além de levar
conhecimentos e informações, também tem sempre um caráter “provocativo”,
fomentando mudanças de atitude.
A apreciação de normas tem um papel fundamental dentro da entidade, sendo
necessário avaliar permanentemente o impacto das novas regulamentações sobre o
âmbito de atuação do profissional, procurando preservar sempre a sua autonomia para
exercer a profissão com ética e competência. A proposição de normas vem ao encontro
desta mesma necessidade, visando preencher lacunas regulatórias para que o
farmacêutico tenha o devido respaldo legal no exercício de suas atividades, sempre
relacionadas, direta ou indiretamente à saúde das pessoas. De modo geral, a
regulamentação da profissão e do setor farmacêutico são importantes para garantir a
qualidade e a segurança dos produtos e serviços prestados pelos farmacêuticos nas suas
diversas áreas de atuação. Se somados os números de proposição e apreciação de
normas (168 itens no total), pode-se concluir que houve um investimento significativo
nesse quesito, refletindo uma preocupação inerente às funções do próprio CRF-SP.
Dentre as Comissões que mais propuseram normas, destacaram-se a de Distribuição e
Transportes, possivelmente por representar um mercado de trabalho de inserção recente
para o farmacêutico. Também houve destaque em áreas que sofreram grandes
transformações, tais como a Indústria (possível conseqüência do processo de
reestruturação do próprio órgão regulador no país – criação da Anvisa em 1999) e a
Farmácia Hospitalar (área que vem demandando um novo perfil profissional,
acompanhando uma tendência mundial que requer um profissional que contemple
competências clínicas, humanísticas e gerenciais).
Os eventos do CRF-SP de modo geral, assim como os documentos, têm o intuito de
divulgar informações importantes para o profissional, contribuindo também para
promover a visibilidade da profissão perante a sociedade como um todo. As Comissões
Assessoras tiveram papel fundamental na detecção dos temas mais relevantes para a sua
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área de atuação e também durante a realização dos mesmos, permitindo não só a
divulgação de informações, mas também fomentando o debate e servindo para ampla
troca de experiências. Além disso, os eventos do CRF-SP têm se mostrado, cada vez
mais, como boas oportunidades para intercâmbio com outras entidades, abrindo espaço
para realização de trabalhos em parceria.
A participação das Comissões na elaboração de Trabalhos e Projetos permitiu o
desenvolvimento e consolidação de ações com foco bem específico, visando, muitas
vezes, benefícios diretos à comunidade, tais como o Manual de Produtos não
Relacionados à Saúde, cuja primeira edição foi produzida pelo CRF-SP em 2006.
Os trabalhos desenvolvidos em nível de Parcerias Externas são importantes para
unir forças com outras entidades. Importante destacar que, muitas vezes, o CRF-SP,
através de suas Comissões Assessoras, exerceu um papel proativo nessas parcerias, ou
seja, a entidade não foi simplesmente convidada a participar de trabalhos envolvendo
outras entidades representativas da categoria farmacêutica e/ou da defesa da saúde de
modo geral, mas partiu dela a manifestação de interesse.
Por outro lado, a participação do CRF-SP em eventos externos ocorreu, na maior
parte das vezes, por meio de convite para realização de palestras ou composição de
mesas de abertura ou mesas redondas em eventos realizados não só em São Paulo, como
também em outros Estados. Nessas situações, o fato do CRF-SP possuir Comissões
Assessoras compostas por farmacêuticos experientes em diversas áreas, contribui para o
melhor aproveitamento dessas oportunidades que, por sua vez, trazem maior
visibilidade ao Conselho.
Por último, a descentralização das Comissões Assessoras é um mecanismo que,
além de proporcionar a oportunidade dos profissionais de diversas regiões do Estado
discutirem os problemas de sua área, permite ao CRF-SP multiplicar suas ações,
atingindo um público muito maior.
Em suma, pode-se de dizer que todo o trabalho realizado pelo CRF-SP com a
participação ativa dos membros das Comissões Assessoras, contribui significativamente
para alcançar seu objetivo maior, que é zelar pelos legítimos interesses da profissão
farmacêutica. As Comissões Assessoras, na verdade, representam um mecanismo eficaz
no qual farmacêuticos voluntários podem desenvolver atividades em benefício de toda a
categoria profissional, o que gera como principais resultados: atuação do farmacêutico
não apenas tecnicamente competente, mas também eticamente preparado para enfrentar
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os desafios que lhe são impostos; sensibilização dos profissionais, estudantes e
sociedade em geral quanto ao âmbito de atuação e as responsabilidades envolvidas;
articulação de parcerias com outras entidades que tenham interesses semelhantes; e,
finalmente, legitimar a profissão e seu âmbito de atuação.
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9. Bibliografia Consultada
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Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia, e dá outras providências,
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1960. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/leis/3820.pdf. Acesso em
20/02/2011 Acesso em 20/01/2011.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 9.782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999. Define o
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.crfsp.org.br/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=386
%3Alei-no-9782-de-26-de-janeiro-de-1999&catid=113%3Alegislacao&Itemid=58
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das Comissões Assessoras do CRF-SP. Disponível em:
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SNM6I282S.pdf&pagina=140&data=05/07/2007&caderno=Executivo%20I&paginaord
enacao=10140. Acesso em 15/03/2011
CRF, Conselho Regional de Farmácia. Relatório de Gestão 2006. São Paulo: Conselho
Regional de Farmácia, Secretaria das Comissões Assessoras, 2006.
CRF, Conselho Regional de Farmácia. Relatório de Gestão 2007. São Paulo: Conselho
Regional de Farmácia, Secretaria das Comissões Assessoras, 2007.
CRF, Conselho Regional de Farmácia. Relatório de Gestão 2008. São Paulo: Conselho
Regional de Farmácia, Secretaria das Comissões Assessoras, 2008.
CRF, Conselho Regional de Farmácia. Relatório de Gestão 2009. São Paulo: Conselho
Regional de Farmácia, Secretaria das Comissões Assessoras, 2009.
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RIZZI, BISSON, MENEGASSO, KISHI, PAUFERRO, CUNHA
CRF, Conselho Regional de Farmácia. Relatório de Gestão 2010. São Paulo: Conselho
Regional de Farmácia, Secretaria das Comissões Assessoras, 2010.
CFF, Conselho Federal de Farmácia. Resolução Nº 417 de 29 de setembro de 2004.
Aprova o Código de Ética da Profissão Farmacêutica. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/414.pdf. Acesso em 11/03/2011
CFF, Conselho Federal de Farmácia. Resolução No- 444, de 27 de abril de 2006.
Dispõe sobre a regulação de cursos de pós-graduação lato sensu de caráter profissional.
Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/444.pdf. Acesso em
11/03/2011
CFF, Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 448, de 24 de outubro de 2006.
Regula as atribuições do farmacêutico na indústria e importação de produtos para a
saúde, respeitadas as atividades afins com outras profissões. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/448.pdf. Acesso em 10/03/2011
CFF, Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 492 de 26 de novembro de 2008.
Regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na
farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada.
Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/res492_08.pdf. Acesso
em 1/03/2011.
CFF, Conselho Federal de Farmácia. O aliado da sociedade comemora seu dia. Notícia
disponível em: http://cff.org.br/#[ajax]noticia&id=355. Acesso em 20/12/2010.
MIGLIANO, M.F. Candido Fontoura. O homem e sua obra. São Paulo: Linorat, 1985.
TURATO, E.R. Métodos qualitativos e quantitativos na área de saúde: definições,
diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev Saúde Pública, v. 39, n. 3, p. 507-14, 2005.