estuda as relações entre grandezas termodinÂmica · 9 • a calibração de termómetros é...
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temperatura A TEMPERATURA E A LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
• Reparar na necessidade de definir uma escala de temperaturas que seja independente
dos nossos sentidos (a ideia de quente e frio é uma ideia imprecisa e relativa).
• Imagine-se dois objectos colocados num recipiente isolado (os objectos interactuam
entre eles, mas não com a sua vizinhança). Se os objectos estiverem a diferentes
temperaturas, irão trocar energia entre eles, à qual se dá o nome de calor.
• Dois objectos dizem-se em contacto térmico, quando podem trocar calor entre eles.
• Dois objectos dizem-se em equilíbrio térmico, quando, estando em contacto térmico,
não trocam calor entre eles.
• A chamada lei zero da termodinâmica diz que: “Se dois objectos A e B se encontram
em equilíbrio térmico com um terceiro objecto, C, então, A e B estarão também em
equilíbrio térmico entre eles quando forem colocados em contacto”.
• A noção de temperatura é fornecida à custa da noção de equilíbrio térmico… Ou seja:
“Dois objectos estão à mesma temperatura quando se encontram em equilíbrio
térmico”.
TERMÓMETROS E ESCALAS DE TEMPERATURA
TERMODINÂMICA
Os termómetros utilizam propriedades físicas que se modificam com a temperatura: 1) volume de um líquido 2) dimensões de um sólido 3) pressão de um gás a volume constante 4) volume de um gás a pressão constante 5) resistência eléctrica de um condutor 6) cor. …etc.
Estuda as relações entre grandezas como a temperatura, a pressão, o volume, o calor e a energia interna
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• A calibração de termómetros é feita com
base em temperaturas específicas de certos
materiais em determinadas circunstâncias.
Por exemplo, mistura de água e gelo à
pressão atmosférica em equilíbrio térmico
e mistura de água e vapor, também em
equilíbrio térmico e à mesma pressão
(escala Celsius – 0ºC e 100ºC).
• Notar que as substâncias de que são feitos
os termómetros podem não ter um
comportamento linear em toda a gama de
temperaturas. E quando ultrapassam
determinados limites de temperatura podem mudar de estado.
TERMÓMETROS DE GÁS A VOLUME CONSTANTE E ESCALA KELVIN
• Os termómetros de gás são dispositivos de
medição de temperatura que apresentam
leituras praticamente independentes da
substância utilizada.
• Na figura pode-se observar um esquema de
um termómetro de gás a volume constante, o
qual poderá ser calibrado de um modo
semelhante ao anteriormente explicado,
através de uma curva de calibração.
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• Atente-se nas curvas de calibração para termómetros de gás a volume constante
compostos por diferentes gases:
• Foi com base nas curvas anteriores que surgiu a escala Kelvin, cuja relação com a
Celsius é :
15273.−= KC TT , onde TC é a temperatura em graus Celsius e TK em graus Kelvin
Notar que uma variação de 1ºC equivale a uma variação de 1 K.
• Actualmente as escalas são estabelecidas com base num único ponto, chamado triplo
ponto da água e que corresponde à temperatura a que vapor, gelo e água líquida
coexistem em equilíbrio (273.16 K).
• Existe ainda a escala Fahrenheit que se relaciona com a Celsius através da expressão:
3259
+= CF TT
EXPANSÃO TÉRMICA DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS
• Admitindo que a temperatura dos corpos está
intimamente relacionada com a vibração das suas
partículas constituintes, facilmente se compreende
que, em geral, o aumento da temperatura
corresponda a um aumento da distância média
entre essas partículas.
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• Na verdade, um objecto de comprimento L0 que fica
sujeito a pequenas variações de temperatura ∆T sofre
um acréscimo de comprimento, ∆L, que cumpre:
TLL ∆=∆ 0α ,
a α dá-se o nome de coeficiente de expansão linear
• Observando que os objectos se expandem em volume, a
equação anterior tem a sua análoga volúmica:
TVV ∆=∆ 0β ,
onde β é o coeficiente de expansão volúmica.
• Admitindo que a expansão é igual em todas as
direcções do espaço, a expressão anterior ainda pode ser
escrita sob a forma:
TVV ∆=∆ 03α
• Para o provar, basta considerar um sólido paralelipipédico com dimensões l, w e h e
desenvolver a soma V + ∆V (não esquecer que a quantidade ∆T é considerada
pequena).
• Através do gráfico pode-se verificar que a água tem, do ponto de vista de expansão
térmica, um comportamento muito invulgar a temperaturas próximas de 0ºC. E é
graças a esse comportamento que a superfície da água gela e as camadas mais
internas não (reparar que a expansão de um corpo implica uma diminuição da sua
densidade).
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DESCRIÇÃO MACROCÓPICA DE UM GÁS IDEAL
• Às equações que relacionam as grandezas massa, pressão, volume e temperatura dos
gases dá-se o nome de equações de estado.
• Define-se nº de moles de uma substância como a razão:
Mm
n = , onde m é a massa da substância e M a sua massa molar1
• Para deduzir a equação dos gases ideais , considere-se um
cilindro hermético que pode variar o seu volume através de
um pistão, no interior do qual se encontra um gás a baixa
pressão. Nestas condições verifica-se experimentalmente que:
1. A temperatura constante, a pressão do gás é inversamente
proporcional ao volume (Lei de Boyle)
2. A pressão constante, o volume é directamente
proporcional à temperatura (Lei de Charles e Gay-Lussac)
Ou, matematicamente: nRTPV = , onde, P é a pressão do gás, V o volume ocupado,
n o número de moles do gás, R2 a constante dos gases reais e T a temperatura absoluta.
• Conclui-se, então, que à pressão atmosférica e a 0ºC os gases ocupam 22.4 l.
• A equação dos gases toma também a forma:
TNkRTNN
PV BA
== , sendo N o número total de moléculas do gás e
K J / x. 2310381 −==A
B NR
k a constante de Boltzmann
• Às variáveis P, V e T dá-se o nome de variáveis termodinâmicas do sistema.
1 A massa molar de uma substância é a massa que corresponde ao nº de Avogadro (NA=6.022 x 1023) de átomos ou moléculas constituintes dessa substância. 2 R = 8.31 J / mol K
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calor e 1ª lei da termodinâmicA CALOR E ENERGIA TÉRMICA
• Energia térmica como uma forma macroscópica de energia cinética.
• Reparar que pode existir alterações na temperatura de um sistema sem que tenha
havido transferência de energia térmica, mas sim através de trabalho realizado sobre
ou pelo sistema.
• Antes da analogia entre calor e energia, o calor tinha
como unidade a caloria, que é definida como sendo a
quantidade de calor necessária para fazer 1 g de água
elevar a sua temperatura de 14.5ºC para 15.5ºC.
Actualmente a unidade S.I. é, obviamente, o joule.
• Foi Joule que, com uma experiência simples,
estabeleceu a correspondência entre energia térmica e
mecânica. A proporcionalidade entre joule e caloria
foi obtida através desta experiência e é:
1 cal = 4.186 J
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO
• A troca de energia térmica com um sistema, quando ele se mantém no mesmo estado,
implica alterações na sua temperatura. A capacidade calorífica (C´) de uma amostra é
definida através da expressão:
TCQ ∆′= ,
onde Q é o calor trocado com a amostra e ∆T a diferença de temperatura.
CALOR Energia térmica ou transferência de energia térmica (dependendo do contexto)
1ª LEI DA TERMODINÂMICA Lei de Conservação da Energia
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• O calor específico, C, de uma substância, é a sua capacidade calorífica por unidade de
massa. Ou seja:
TmQ
C∆
= , e portanto: TmCQ ∆= , onde m é a massa da amostra.
• Existe ainda a grandeza calor específico molar que será a capacidade calorífica por
mole de substância.
• Numa situação mais geral, em que se assume que o calor específico depende da
temperatura, a sua definição vem:
∫=f
i
T
TTCmQ
d
• O calor específico (particularmente o dos gases) varia com as condições de pressão e
volume. Pelo que, para a mesma substância, existe um valor para o calor específico a
volume constante e outro para o calor específico a pressão constante.
• O elevado calor específico da água é responsável, por exemplo, pelo clima temperado
das regiões próximas de grandes massas de água.
CALORIMETRIA
• Atendendo à conservação de energia é possível determinar o calor específico de
sólidos através de experiências de calorimetria. Nestas experiências, o calor
específico da substância é dado pela expressão:
( )( )TTm
TTCmC
xix
ágiágágx −
−=
,
,
CALOR LATENTE
• A transferência de calor pode implicar mudanças de fase no sistema, cumprindo-se a
relação:
mLQ = , sendo L o calor latente da substância.
• Os calores latentes podem ser de fusão ou de evaporação, consoante a substância se
transforme de sólido para líquido (ou vice-versa), ou de líquido para gasoso (ou
vice-versa).
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• Exemplo : qual a energia térmica necessária para converter 1 g de gelo a –30ºC em
vapor de água a 120ºC?
• As mudanças de fase podem ser explicadas através de rearranjos moleculares que
libertam ou consomem energia.
TRABALHO E CALOR EM PROCESSOS TERMODINÂMICOS
• Considere-se um cilindro delimitado por um pistão e uma
expansão quasi-estática, através de deslocamentos, dy,
do pistão. O trabalho realizado pelo gás é:
VPyPAyFW dddd ===
dW é positivo quando o trabalho é realizado pelo sistema.
• Numa situação mais geral o trabalho vem
dado por:
∫=f
i
V
VVPW
d , que tem em conta a forma
como a pressão varia no processo.
• Quando se representa os estados do sistema
num diagrama PV o trabalho realizado
nesse processo é dado pela área abaixo da
curva que corresponde ao processo.
• O trabalho é positivo quando o volume final
é maior do que o inicial e negativo quando o volume final é menor do que o inicial.
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• O trabalho depende, assim, do caminho percorrido.
• Aliás, também a energia térmica depende do caminho percorrido e não apenas dos
estados inicial e final, conforme se pode observar da figura seguinte:
1ª LEI DA TERMODINÂMICA
• Se considerarmos Q a quantidade positiva que corresponde ao calor recebido por um
determinado sistema e W a quantidade positiva que corresponde ao trabalho
realizado pelo sistema sobre a vizinhança (repare-se que são ambas quantidades
energéticas) observa-se que a quantidade Q – W (que corresponde à variação de
energia interna do sistema, ∆U) é independente do caminho percorrido, sendo,
portanto, uma função de estado.
WQUUU if −=−=∆
• Ou, em quantidades infinitesimais:
dWdQdU −=
• Casos especiais de variações energéticas:
I Sistema Isolado: Um sistema isolado é aquele que não interactua com o exterior.
if UUUWQ =⇔=∆⇒== 0 0 ; 0
“A energia interna de um sistema isolado mantém-se constante”
II Processo Cíclico:
WQU =⇒=∆ 0
“Num processo cíclico o calor transferido iguala o
trabalho realizado”
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III Processo Isocórico: Um processo isocórico ou isovolúmico é aquele que ocorre a
volume constante.
QUWV =∆⇒=⇒=∆ 0 0
“Num processo isocórico a variação de energia interna iguala o calor transferido”
IV Processo Adiabático: Um processo adiabático é aquele que não troca calor com a
sua vizinhança, ou porque se encontra termicamente isolado desta, ou porque ocorre
muito rapidamente.
WUQ −=∆⇒= 0
“Num processo adiabático a variação da energia interna iguala o trabalho realizado
sobre o sistema”
V Processo Isobárico: Um processo isobárico é aquele que ocorre a pressão constante.
( )if VVPW −=
VI Processo Isotérmico: Um processo isotérmico é aquele que ocorre a temperatura
constante. Vejamos o que acontece num gás ideal:
i
fV
V
te
V
VnRTPdVWcPVnRTPV
f
i
ln... ====⇒= ∫
:então , Como
Mas, como veremos, num gás ideal, quando ∆T = 0 ⇒ ∆U = 0 ⇒ Q = W
TRANSFERÊNCIAS DE CALOR
Convecção Transferência de calor através do movimento de massas de ar aquecidas.
Radiação Transferência de calor por radiação electromagnética. Sendo a potência irradiada dada por:
( )40
4 TTAeP −= σ 42810x66965 KmW /. −=σ , A - área
irradiante, e - emissividade do objecto, T - temperatura absoluta do objecto e T0 - temperatura da vizinhança.
Condução Seja ∆x a espessura de um material cujas faces, que se encontram às temperatura T1 e T2, têm área A. A taxa de transferência de calor é dada por:
dxdT
kAt
QxT
At
Q−=
∆→
∆∆
∆α
sendo k a condutividade térmica do material.
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TEORIA CINÉTICA DOS GASES MODELO MOLECULAR DE UM GÁS IDEAL
• O modelo utilizado nesta abordagem pressupõe que:
(i) O nº de moléculas é muito elevado, ou seja, é possível aplicar estatística dos
grandes números.
(ii) O volume ocupado pelas moléculas é negligível quando comparado com o
volume total ocupado, ou seja, a separação média entre as moléculas é muito
grande quando comparada com as suas dimensões.
(iii) As moléculas obedecem às leis de Newton, podendo-se mover em qualquer
direcção.
(iv) A distribuição de velocidades não depende do tempo.
(v) As moléculas colidem elasticamente entre si e com as paredes do recipiente.
(vi) As forças de interacção entre as moléculas são desprezáveis, a não ser durante
a colisão.
(vii) O gás considerado é uma substância pura, ou seja, todas as moléculas são
idênticas.
TEORIA CINÉTICA DOS GASES
Aplicação das leis de Newton a uma colecção de partículas efeitos estatísticos.
Estabelece uma relação entre as grandezas microscópicas e macroscópicas
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• Para derivar a expressão da pressão atender aos seguintes passos:
(i) Calcular a quantidade de movimento da colisão com a parede:
xx mvp 2−=∆
(ii) Considerar a variação de momento linear da parede.
(iii) Usar o teorema do impulso (com ∆t tempo entre duas colisões):
xmvtFp 2=∆=∆
(iv) Perceber que xvdt /2=∆
(v) Derivar a força e somar para todas as partículas:
( ) 2222
21 3
vd
Nmv
dNm
vvdm
F xxxx ==++= ...,,
(vi) E pela definição de pressão:
TCEVN
vmVN
vV
NmP ,3
221
32
322 =
==
(vii) Ou:
=⇔
=⇔
= 222
21
32
21
32
21
32 vm
kTvmNTNkvmNPV
bb
A temperatura de um gás ideal vem dependente apenas da energia cinética média das
partículas.
• A v dá-se o nome de velocidade média quadrática e é calculada através da
expressão:
MRT
mTk
vv b 332 === , onde M é a massa molar da substância em kg / mol
CALOR ESPECÍFICO DE UM GÁS IDEAL
• Reparar, uma vez mais, que o calor necessário para
elevar a temperatura de n moles de um gás depende do
processo utilizado e, por isso, nos gases, se define um
calor específico a pressão constante e outro a volume
constante:
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constante) (Pressão e constante) (Volume TnCQTnCQ PV ∆=∆=
• Num gás monoatómico, a sua energia interna é apenas a energia cinética
translaccional, uma vez que não existem vibrações ou rotações. Considere-se um
processo a volume constante:
RCTnCTnRQUWV VV 23
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00 =⇔∆=∆⇔=∆⇔=⇒=∆
• Considere-se agora um processo a pressão constante:
RCCTnRTnCTnCVPTnCTnCWUQ
VPVP
VP
=−⇔∆+∆=∆⇔⇔∆+∆=∆⇔+∆=
• E, portanto:
RCP 25
=
• A razão entre os calores específicos, no caso dos gases monoatómicos, toma o valor:
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==V
P
CC
γ
• Observe-se que CP > CV, pois no primeiro caso o calor é também utilizado para
realizar trabalho.
• Nos sólidos e líquidos, CP e CV são muito semelhantes, uma vez que os processos a
pressão constante, dão-se, também, praticamente, a volume constante.
PROCESSOS ADIABÁTICOS EM GASES IDEAIS
• Pretende-se provar que num processo adiabático com gases ideais, se cumpre:
tec=γPV
(i) Usar a 1ª Lei da Termodinâmica, o facto de o processo ser adiabático e a
variação de energia só depender da variação de temperatura e, portanto, poder
ser dada pelo produto nCVdT:
PdVdTnCV −=
(ii) Derivando a equação dos gases ideais e aplicando-a à expressão anterior:
( ) tete cc ... =⇔=+−=+ γγ PVPVRPdVVdPPdVCV lnln
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• Observar a diferença entre as curvas isotérmicas e as
adiabáticas.
• Reparar que numa expansão adiabática a temperatura final
é menor do que a temperatura inicial. Similarmente, numa
compressão adiabática a temperatura final é maior do que
a inicial.
EQUIPARTIÇÃO DA ENERGIA
• Verificou-se que a energia cinética de translacção era igualmente
distribuída pelas três direcções do espaço. Uma generalização deste
resultado é o teorema da equipartição da energia: “A energia de um
sistema em equilíbrio térmico é igualmente dividido por todos os
graus de liberdade”.
• No caso de moléculas diatómicas a sua energia interna não depende
apenas da energia cinética de translacção do centro de massa, mas
também dos movimentos de rotação da molécula e de vibração dos
átomos em torno da posição de equilíbrio.
• Assim, considerando também a rotação das moléculas, devemos
considerar 5 graus de liberdade (3 de translacção e 2 de rotação3).
Como para cada grau de liberdade temos uma quantidade de
energia dada por 0.5NkBT:
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25
25
=⇒=⇒=⇒= γPVB CRCTNkU
• E quando se considera o movimento de vibração, dever-se-á adicionar dois graus de
liberdade (o modelo sugere uma ligação entre os átomos tipo mola um termo de energia
cinética e outro de energia potencial. E nesse caso:
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27
27
=⇒=⇒=⇒= γPVB CRCTNkU
• Deve ou não considerar-se o movimento de vibração dos átomos dependendo da temperatura
considerada e das próprias moléculas.
3 Se os átomos forem considerados pontuais, numa das direcções do espaço a rotação não se efectua (no caso da figura será segundo y).
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MÁQUINAS TÉRMICAS, ENTROPIA E 2ª LEI DA TERMODINÂMICA
MÁQUINAS TÉRMICAS E 2ª LEI DA TERMODINÂMICA
• Uma máquina térmica converte energia térmica
em energia mecânica através dos seguintes
passos:
(viii) absorve energia térmica de um
reservatório de temperatura mais elevada;
(ix) realiza trabalho;
(x) expele energia térmica para um
reservatório de mais baixa temperatura.
• Como estas máquinas trabalham em ciclos
∆U = 0 e, portanto, pela 1ª lei:
WQQWQ fq =−⇔=− 0
• Sendo W o integral do diagrama PV no interior da linha fechada que representa o dito
ciclo
• O rendimento de uma máquina térmica vem dado por:
q
f
q
fq
q Q
Q
Q
QW
−=−
== 1η
• A situação ideal em que Qf é zero e, portanto o rendimento é 1 nunca se verifica. Ou
seja, numa máquina térmica não é possível transformar todo o calor recebido em
trabalho. (2ª lei da termodinâmica).
• As máquinas frigoríficas são dispositivos que operam no modo inverso à da máquina
térmica.
(i) é realizado trabalho sobre ela;
2ª Lei da Termodinâmica Restringe o tipo de conversões energéticas
nos processos termodinâmicos
Formaliza os conceitos de processos reversíveis e irreversíveis
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(ii) retira energia térmica de um reservatório de temperatura mais baixa;
(iii) expele energia térmica para um reservatório de mais baixa elevada.
• Da mesma forma a 2ª lei impede que todo o calor retirado do reservatório frio seja
transferido para o reservatório quente, sem o recurso a trabalho exterior.
• Um sistema sofre um processo reversível quando tanto o sistema como a sua
vizinhança poderão regressar ao estado inicial.
MÁQUINA DE CARNOT
• O teorema de Carnot diz que: “Nenhuma máquina térmica real que opere entre dois
reservatórios de calor pode ser mais efeiciente do que a máquina de Carnot que opera
com os mesmos reservatórios”
• Para compreender o Ciclo de Carnot considere-se a figura seguinte, admita-se que o
gás no interior do pistão é ideal e que este é termicamente isolado.
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Com base neste processo, demonstre-se que o rendimento de uma máquina deste tipo é
dado por:
q
f
T
T−=1η
(i) Calcula-se Qq
(ii) Calcula-se Qf
(iii) Calcula-se o quociente entre os dois.
(iv) Atende-se a que os processos B → C e D → A são isobáricos e, portanto, que
se cumpre: PVγ
(v) Fica então provado que q
f
q
f
T
T
Q
Q= …
• Sabendo que a eficiência de uma máquina frigorífica é definida através da razão:
W
Q f=ε
• Ao inverter-se o ciclo num máquina de Carnot, facilmente se verifica que a eficiência
virá dada por, sendo esta a maior eficiência possível de uma máquina frigorífica:
fq
f
TT
T
−=ε
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ENTROPIA
• A 2ª Lei da Termodinâmica envolve uma interessante função de estado à qual se dá o
nome de Entropia, definida a partir da seguinte situação: Considere-se um sistema
que fica sujeito a um processo infinitesimal entre dois estados de equilíbrio. Se dQr
for a quantidade de energia térmica envolvida nesse processo, sendo este reversível,
a variação de entropia dS será dada por:
TdQ
dS r=
onde T é a temperatura absoluta.
• Do ponto de vista estatístico a entropia está associada à desordem.
• Uma outra forma de enunciar a 2ª Lei da Termodinâmica é: “A entropia de um
sistema isolado nunca diminui: num processo reversível mantém-se constante, num
processo irreverssível, aumenta”. O que significa que para aumentar a ordem de um
sistema é necessário aumentar a entropia da vizinhança.
• Para calcular a variação de entropia num processo, utiliza-se a equação:
∫=∆f
i
r
TdQ
S
• Calcule-se, por exemplo, a entropia associada a um ciclo da máquina de Carnot:
0==−=−==∆ ∫∫∫ ...f
f
q
q
f
f
q
qf
i
r
T
Q
T
Q
T
dQ
T
dQ
TdQ
S
• Na verdade, como a entropia é uma função de estado, num processo cíclico a sua
variação será nula.
• Além disso, repare-se que em processos reversíveis , a variação de entropia total é
nula. (ou seja, quando se considera a entropia do sistema e da sua vizinhança).
• Calcule-se a variação de entropia de um gás que realiza um processo reversível de
uma temperatura Ti e de um volume Vi, para uma estado com temperatura Tf e de um
volume Vf:
i
f
i
fV V
VnR
T
TnCS lnln +=∆
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• Num processo irreversível, a variação de entropia é calculada tendo em conta um
processo reversível cujos estados finais e iniciais sejam iguais (repare-se, uma vez
mais, que a entropia é uma equação de estado).
• Demonstre-se que numa situação de condução térmica entre dois reservatórios a
variação de entropia dos dois corpos envolvidos é:
qf TQ
TQ
S −=∆
• Finalmente, calcule-se a variação de entropia de dois corpos que são colocados em
contacto térmico:
222
111 T
TCm
T
TCmS ff lnln +=∆ , sendo
2211
222111
cmcmTcmTcm
T f ++
=
• Sendo a entropia uma medida de desordem, repare-se que ela aumenta porque a
desordem é sempre mais provável…