estresse de enfermeiros em unidade de...

111
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MESTRADO EM ENFERMAGEM ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Graciele Fernanda da Costa Linch Santa Maria, RS, Brasil 2009

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Page 1: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM

MESTRADO EM ENFERMAGEM

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA

DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO

Graciele Fernanda da Costa Linch

Santa Maria RS Brasil 2009

2

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE

HEMODINAcircMICA

por

Graciele Fernanda da Costa Linch

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cuidado educaccedilatildeo

e trabalho em enfermagem e sauacutede Linha de Pesquisa Trabalho e Gestatildeo em Enfermagem e Sauacutede da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM RS) como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

Mestre em Enfermagem

Orientadora Drordf Laura de Azevedo Guido

Santa Maria RS Brasil

2009

3

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo ( CIP )

L736e Linch Graciele Fernanda da Costa

Estresse de Enfermeiros em Unidade de

Hemodinacircmica orientaccedilatildeo por Profordf Drordf Laura de

Azevedo Guido ndash Santa Maria RS Universidade

Federal de Santa Maria 2010

111p

1 Estresse no trabalho 2 Enfermagem

3Hemodinacircmicsa

I Tiacutetulo II Guido Laura de Azevedo

CDU 331442 616-083

Bibliotecaacuteria Paula Schoenfeldt Patta CRB 101728

4

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Mestrado em Enfermagem

A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertaccedilatildeo de Mestrado

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA

elaborado por Graciele Fernanda da Costa Linch

como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Enfermagem

Comissatildeo Examinadora

______________________________

Drordf Laura de Azevedo Guido (Presidente Orientadora)

______________________________

Drordf Liana Lautert (UFRGS) (membro efetivo)

______________________________

Drordf Tacircnia Bosi de Souza Magnago (UFSM) (membro efetivo)

______________________________

Drordf Carmem Luacutecia Colomeacute Beck (UFSM) (membro suplente)

Santa Maria 11 de Dezembro de 2009

5

DEDICATOacuteRIA

Agrave minha matildee com todo o meu amor

Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo

Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho

6

AGRADECIMENTOS

Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute

em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos

momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo

Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se

fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente

em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas

especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e

princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer

acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel

Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas

atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das

pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e

determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar

Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito

mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute

da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na

minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas

minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela

companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas

conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos

Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus

pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria

espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias

Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre

presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o

que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo

Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que

protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado

Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos

85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees

Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada

dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente

e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta

trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e

7

festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa

principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com

minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo

Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e

estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito

Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz

sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que

nos ligaraacute para sempre

A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis

JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e

pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos

As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia

Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa

Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste

estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas

Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que

iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa

trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado

As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela

oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais

As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela

contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional

Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio

na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas

Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf

Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos

seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias

singulares

A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram

na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos

8

ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia

e para chegar onde quer que seja

aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila

mas a razatildeo

Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo

Amyr Klink

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

12

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990

91

BIANCHI ER Stress entre enfermeiros hospitalares [livre docecircncia] Satildeo Paulo SP Escola de Enfermagem USP 1999 BIANCHI ERF Stress and Coping among Cardiovascular nurses a survey in Brazil Issues in Mental Health Nursing v25 p737-45 2004 BISQUERRA R SARRIERA JC MARTIacuteNEZ F Introduccedilatildeo agrave estatiacutestica enfoque informaacutetico com o pacote estatiacutestico SPSS Ed Atmed Porto Alegre 2004 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede FIOCRUZ Diretrizes e normas regulamentadora de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo 196 96 do Conselho Nacional de Sauacutede BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Conselho nacional da Sauacutede Coletacircnea de Normas para o Controle Social no Sistema Uacutenico de Sauacutede Ed Ministeacuterio da Sauacutede 2 ed Brasiacutelia 2006 BURKE RJ Hospital restructuring stressors support and nursing staff perceptions of unit functioning The health care manager v28 n1 p21-28 2005 CAIROLA E CHIARABINI A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho Normas internacionais do trabalho 1999 Disponiacutevel em lthttptrainingitciloitactravils_ptguiaampdeclguianitoitpdfgt Acesso em Set 09 CANDEIAS NMF ABUJAMRA AMD LIM TA ―Stress em um Instituto de Cardiologia da Cidade de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Sauacutede Ocupacional v16 n 64 1988 CARDOSO MLAP Lideranccedila Coaching um modelo de referecircncia para o exerciacutecio do enfermeiro - liacuteder no contexto hospitalar [Dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Universidade Federal de Satildeo Paulo 2006 CAVALHEIRO AM Estresse em enfermeiros com atuaccedilatildeo em unidade de terapia intensiva [tese] Satildeo Paulo Universidade Federal de Satildeo Paulo 2008 CAVALHEIRO AM RUGGIERO C GARCIA A HIGASHI P Presenccedila de estresse em enfermeiros com atuaccedilatildeo em centro de terapia intensiva em hospital

92

particular da grande Satildeo Paulo [Monografia] Campinas Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas 2003 CHAVES EHB Pesquisando a existecircncia do stress na atividade gerencial do enfermeiro um estudo inicial [dissertaccedilatildeo] Porto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1991 CENTRAL NACIONAL DE INTERVENCcedilOtildeES CARDIOVASCULARES - CENIC 2008 Relatoacuterios Disponiacutevel em ltwwwsbhciorgbrgt Acesso em Outubro 2008 COOMBER B BARRIBALL KL Impact of job satisfaction components on intent to leave and turnover for hospital-based nurses A review of the research literature International Journal of Nursing Studies v44 n1 p297ndash314 2007 CORTINA JM What is coefficient alpha Na examination of theory and applications Journal of Applied Psychology v78 n1 p 98-104 1993

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93

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94

GOTTSCHALL CAM Histoacuteria O surgimento da SBHCI Sociedade Brasileira de Cardiologia Invervencionista 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwsbhciorgbrgt Acesso em maio 2009 GRAZZIANO ES Estrateacutegia para reduccedilatildeo de stress e burnout entre enfermeiros hospitalares [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2008 GUIDO LA Stress e Coping entre enfermeiros de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo anesteacutesica [tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2003 GUIDO LA Stress e Coping entre enfermeiros hospitalares [Relatoacuterio] Santa Maria FAPERGS 2006 GUYTON AC HALL JE Tratado de fisiologia meacutedica 10ordfEd Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 HAYS MA ALL AC MANNAHAN C CUADERES E WALLACE D Reported stressors and ways of coping utilized by intensive care unit nurse Dimensions of critical care nursing v 25 n4 p 185-193 2006 HEART PM COOPER CL Occupational Stress Toward a more Integrated Framework Handbook of Industrial work and Organizational Psychology v2 p92-114 2001 HULLEY SD et al Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Ed Artmed Porto Alegre 2008 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Relatoacuterio Brasiacutelia 2009 Disponiacutevel em ltwwwibgegovbrgt Acesso Out 2009 INSTITUTO DE CARDIOLOGIAFUNDACcedilAtildeO UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA (ICFUC) Ensino Porto Alegre 2009 Disponiacutevel emlt httpwwwcardiologiaorgbrgt Acesso Out 2009 IWATSUBO Y CAILLARD J F Prevention of musculoskeletal disorders among health care workers In Anais do Congresso do IEA (International Ergonomics

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Indicadores de serviccedilo especializado [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em ltwwwcnesdatasusgovbrgt Acesso em Set 2008 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Portaria Nordm 210 de 15 de JUNHO de 2004 [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsassas04sasjun04gt Acesso em Set 2009 HEMODINAcircMICA Ferreira Aureacutelio Buarque de Holanda Novo Dicionaacuterio Aureacutelio da Liacutengua Portuguesa Satildeo Paulo Positivo 2009 OrsquoCALLAGHAN JP MILERDB Neuroendocrine Aspects of the Response to Stress Metabolism v51n6 p5-10 2002 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE The challenges of a changing world Relatoacuterio 2008 PILATI O Especializaccedilatildeo falaacutecia ou conhecimento aprofundado Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 3 n 5 p 7-26 2006 PORTARIA DO MINISTEacuteRIO DO TRABALHO E EMPREGO nordm485 11 de Novembro de 2005 Aprova a Norma regulamentadora nordm 32 ndash Seguranccedila e sauacutede no trabalho em estabelecimentos de sauacutede DOU de 161105 QUICK JC COOPER CL Stress and Strain 2ordf Ed Oxford Fast Fact 2003 SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo IBRASA 1959 STACCIARINI JM TROacuteCCOLI BT O estresse na atividade ocupacional do enfermeiro Revista Latino americana de enfermagem v9 n2 p17-25 2001 SANTOS PR Estudo do processo de trabalho da enfermagem em hemodinacircmica desgastes cargas de trabalho e fatores de riscos agrave sauacutede do trabalhador [Dissertaccedilatildeo] Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 SANGIULIANO LA Stress na atuaccedilatildeo dos enfermeiros em um hospital privado e as consequumlecircncias no seu estado de sauacutede [Dissertaccedilatildeo] Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2004

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SARQUIS LMM et al Uma reflexatildeo sobre a sauacutede do trabalhador de enfermagem e avanccedilos da legislaccedilatildeo trabalhista Cogitare enfermagem v9 n1 p 15-24 2004 SILVA RM et al Anaacutelise quantitativa da satisfaccedilatildeo profissional dos enfermeiros que atuam no periacuteodo noturno Texto amp Contexto v18 n2 p298-305 2009 VANTALLIE TB Stress A Risk Factor for Serious Illness Metabolism v51 n6 p40-45 2002 ZAMBERLAN C SIQUEIRA HCH A terceirizaccedilatildeo nos serviccedilos e consequumlecircncias no cuidar em enfermagem Revista Brasileira de Enfermagem v58 n6 p727-30 2005

99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 2: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

2

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE

HEMODINAcircMICA

por

Graciele Fernanda da Costa Linch

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cuidado educaccedilatildeo

e trabalho em enfermagem e sauacutede Linha de Pesquisa Trabalho e Gestatildeo em Enfermagem e Sauacutede da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM RS) como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

Mestre em Enfermagem

Orientadora Drordf Laura de Azevedo Guido

Santa Maria RS Brasil

2009

3

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo ( CIP )

L736e Linch Graciele Fernanda da Costa

Estresse de Enfermeiros em Unidade de

Hemodinacircmica orientaccedilatildeo por Profordf Drordf Laura de

Azevedo Guido ndash Santa Maria RS Universidade

Federal de Santa Maria 2010

111p

1 Estresse no trabalho 2 Enfermagem

3Hemodinacircmicsa

I Tiacutetulo II Guido Laura de Azevedo

CDU 331442 616-083

Bibliotecaacuteria Paula Schoenfeldt Patta CRB 101728

4

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Mestrado em Enfermagem

A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertaccedilatildeo de Mestrado

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA

elaborado por Graciele Fernanda da Costa Linch

como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Enfermagem

Comissatildeo Examinadora

______________________________

Drordf Laura de Azevedo Guido (Presidente Orientadora)

______________________________

Drordf Liana Lautert (UFRGS) (membro efetivo)

______________________________

Drordf Tacircnia Bosi de Souza Magnago (UFSM) (membro efetivo)

______________________________

Drordf Carmem Luacutecia Colomeacute Beck (UFSM) (membro suplente)

Santa Maria 11 de Dezembro de 2009

5

DEDICATOacuteRIA

Agrave minha matildee com todo o meu amor

Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo

Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho

6

AGRADECIMENTOS

Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute

em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos

momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo

Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se

fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente

em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas

especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e

princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer

acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel

Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas

atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das

pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e

determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar

Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito

mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute

da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na

minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas

minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela

companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas

conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos

Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus

pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria

espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias

Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre

presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o

que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo

Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que

protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado

Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos

85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees

Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada

dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente

e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta

trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e

7

festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa

principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com

minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo

Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e

estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito

Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz

sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que

nos ligaraacute para sempre

A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis

JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e

pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos

As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia

Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa

Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste

estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas

Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que

iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa

trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado

As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela

oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais

As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela

contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional

Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio

na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas

Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf

Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos

seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias

singulares

A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram

na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos

8

ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia

e para chegar onde quer que seja

aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila

mas a razatildeo

Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo

Amyr Klink

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

12

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990

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BIANCHI ER Stress entre enfermeiros hospitalares [livre docecircncia] Satildeo Paulo SP Escola de Enfermagem USP 1999 BIANCHI ERF Stress and Coping among Cardiovascular nurses a survey in Brazil Issues in Mental Health Nursing v25 p737-45 2004 BISQUERRA R SARRIERA JC MARTIacuteNEZ F Introduccedilatildeo agrave estatiacutestica enfoque informaacutetico com o pacote estatiacutestico SPSS Ed Atmed Porto Alegre 2004 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede FIOCRUZ Diretrizes e normas regulamentadora de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo 196 96 do Conselho Nacional de Sauacutede BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Conselho nacional da Sauacutede Coletacircnea de Normas para o Controle Social no Sistema Uacutenico de Sauacutede Ed Ministeacuterio da Sauacutede 2 ed Brasiacutelia 2006 BURKE RJ Hospital restructuring stressors support and nursing staff perceptions of unit functioning The health care manager v28 n1 p21-28 2005 CAIROLA E CHIARABINI A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho Normas internacionais do trabalho 1999 Disponiacutevel em lthttptrainingitciloitactravils_ptguiaampdeclguianitoitpdfgt Acesso em Set 09 CANDEIAS NMF ABUJAMRA AMD LIM TA ―Stress em um Instituto de Cardiologia da Cidade de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Sauacutede Ocupacional v16 n 64 1988 CARDOSO MLAP Lideranccedila Coaching um modelo de referecircncia para o exerciacutecio do enfermeiro - liacuteder no contexto hospitalar [Dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Universidade Federal de Satildeo Paulo 2006 CAVALHEIRO AM Estresse em enfermeiros com atuaccedilatildeo em unidade de terapia intensiva [tese] Satildeo Paulo Universidade Federal de Satildeo Paulo 2008 CAVALHEIRO AM RUGGIERO C GARCIA A HIGASHI P Presenccedila de estresse em enfermeiros com atuaccedilatildeo em centro de terapia intensiva em hospital

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99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 3: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

3

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo ( CIP )

L736e Linch Graciele Fernanda da Costa

Estresse de Enfermeiros em Unidade de

Hemodinacircmica orientaccedilatildeo por Profordf Drordf Laura de

Azevedo Guido ndash Santa Maria RS Universidade

Federal de Santa Maria 2010

111p

1 Estresse no trabalho 2 Enfermagem

3Hemodinacircmicsa

I Tiacutetulo II Guido Laura de Azevedo

CDU 331442 616-083

Bibliotecaacuteria Paula Schoenfeldt Patta CRB 101728

4

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Mestrado em Enfermagem

A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertaccedilatildeo de Mestrado

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA

elaborado por Graciele Fernanda da Costa Linch

como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Enfermagem

Comissatildeo Examinadora

______________________________

Drordf Laura de Azevedo Guido (Presidente Orientadora)

______________________________

Drordf Liana Lautert (UFRGS) (membro efetivo)

______________________________

Drordf Tacircnia Bosi de Souza Magnago (UFSM) (membro efetivo)

______________________________

Drordf Carmem Luacutecia Colomeacute Beck (UFSM) (membro suplente)

Santa Maria 11 de Dezembro de 2009

5

DEDICATOacuteRIA

Agrave minha matildee com todo o meu amor

Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo

Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho

6

AGRADECIMENTOS

Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute

em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos

momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo

Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se

fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente

em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas

especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e

princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer

acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel

Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas

atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das

pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e

determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar

Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito

mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute

da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na

minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas

minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela

companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas

conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos

Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus

pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria

espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias

Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre

presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o

que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo

Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que

protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado

Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos

85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees

Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada

dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente

e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta

trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e

7

festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa

principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com

minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo

Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e

estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito

Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz

sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que

nos ligaraacute para sempre

A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis

JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e

pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos

As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia

Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa

Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste

estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas

Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que

iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa

trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado

As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela

oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais

As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela

contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional

Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio

na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas

Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf

Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos

seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias

singulares

A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram

na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos

8

ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia

e para chegar onde quer que seja

aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila

mas a razatildeo

Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo

Amyr Klink

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

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Association) 2000HFES 2000 Ergonomics for the new millennium San Diego Califoacuternia HFES 2000 p 423 ndash 426 KALIA M Assessing the Economic Impactof StressmdashThe Modern Day Hidden Epidemic Metabolism v51 n6 p49-53 2002 KARASEK RA THEOumlRELL T Healthy work-stress productivity and the reconstruction of working life New York Basic Books 1990 KERBER CA Laboratoacuterio de hemodinacircmica o espaccedilo organizacional do trabalho da enfermagem para um cuidado humaniacutestico tecnoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Florianoacutepolis Universidade Federal de Santa Catarina 2001 LAMBERT V A LAMBERT CELiterature review of role stressstrain on nurses An international perspective Nursing and Health Sciences v3p161ndash172 2001 LARRABEE JH et al Predicting registered nurse job satisfaction and intent to leave Journal of Nursing Admistration v33 n5 p271-83 2003 LAUTERT L O desgaste profissional do enfermeiro [tese] Salamanca Universid Pontificia Salamanca 1995 LAUTERT L CHAVES EHB MOURA MSS O estresse na atividade gerencial do enfermeiro Revista Panam Salud PublicaPan Am J Public Health v6 n6 p415-425 1999 LAUTERT L Sobrecarga de trabalho na percepccedilatildeo de enfermeiras que trabalham em hospital Revista Gauacutecha de Enfermagem v20 n2 p50-64 1999 LAZARUS RS Psychological stress in the workplace Occupacional Stress A handbook (p 3-14) Washington USA 1995 LEEPER B Nursing outcomes Percutaneous Coronary Interventions Journal of Cardiovascular Nursing v19 n 5 p 346-353 2004 LIMA JUNIOR JHV ESTER AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem Revista Administraccedilatildeo Empresarial v41 n3 p20-30 2001

96

LINCH GFC GUIDO LA PITTHAN LO UMANN J Unidades de hemodinacircmica a produccedilatildeo do conhecimento Revista Gauacutecha de Enfermagem No prelo 2009a LINCH GFC GUIDO LA UMANN JU Estresse e profissionais da sauacutede produccedilatildeo do conhecimento Revista Cogitare No prelo 2009b LIPP MEN (Org) Pesquisas sobre stress no Brasil sauacutede ocupaccedilotildees e grupos de risco Campinas Papirus 1996 LOPES LFDet al Estatiacutestica Geral Caderno Didaacutetico 2ordf ed Santa Maria Ed UFSM 2007 MAGNAGO TSBS Aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbio musculoesqueleacutetico em trabalhadores de enfermagem [tese] Escola de enfermagem Anna Nery 2008 MAGNAGO TSBS LISBOA MTL GRIEP RH Estresse aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbios musculoesqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem Revista de Enfermagem UERJ v17 n1 p118-23 2009 MARQUEZE EC MORENO CRC Satisfaccedilatildeo no trabalho uma breve revisatildeo Revista Brasileira de Sauacutede Ocupacional v 30 n 112 p 69-79 2005 MARTINS MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em ambiente hospitalar Millenium - Revista do ISPV ndash n 28 Out 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwipvptmilleniumMillenium2818htmgt Acesso em Marccedilo 2007 MARTINS CB ASSAD ALD A poacutes-graduaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de recursos humanos para inovaccedilatildeo Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 5 n 10 p 322-352 2008 McVICAR A Workplace stress in nursing a literature review Journal Advanced Nursing v44 n6 p633-642 2003 MIDDAUGH DJ Presenteeism sick and tired at work Nursing Management v 15n1 p103-105 2006

97

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Indicadores de serviccedilo especializado [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em ltwwwcnesdatasusgovbrgt Acesso em Set 2008 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Portaria Nordm 210 de 15 de JUNHO de 2004 [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsassas04sasjun04gt Acesso em Set 2009 HEMODINAcircMICA Ferreira Aureacutelio Buarque de Holanda Novo Dicionaacuterio Aureacutelio da Liacutengua Portuguesa Satildeo Paulo Positivo 2009 OrsquoCALLAGHAN JP MILERDB Neuroendocrine Aspects of the Response to Stress Metabolism v51n6 p5-10 2002 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE The challenges of a changing world Relatoacuterio 2008 PILATI O Especializaccedilatildeo falaacutecia ou conhecimento aprofundado Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 3 n 5 p 7-26 2006 PORTARIA DO MINISTEacuteRIO DO TRABALHO E EMPREGO nordm485 11 de Novembro de 2005 Aprova a Norma regulamentadora nordm 32 ndash Seguranccedila e sauacutede no trabalho em estabelecimentos de sauacutede DOU de 161105 QUICK JC COOPER CL Stress and Strain 2ordf Ed Oxford Fast Fact 2003 SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo IBRASA 1959 STACCIARINI JM TROacuteCCOLI BT O estresse na atividade ocupacional do enfermeiro Revista Latino americana de enfermagem v9 n2 p17-25 2001 SANTOS PR Estudo do processo de trabalho da enfermagem em hemodinacircmica desgastes cargas de trabalho e fatores de riscos agrave sauacutede do trabalhador [Dissertaccedilatildeo] Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 SANGIULIANO LA Stress na atuaccedilatildeo dos enfermeiros em um hospital privado e as consequumlecircncias no seu estado de sauacutede [Dissertaccedilatildeo] Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2004

98

SARQUIS LMM et al Uma reflexatildeo sobre a sauacutede do trabalhador de enfermagem e avanccedilos da legislaccedilatildeo trabalhista Cogitare enfermagem v9 n1 p 15-24 2004 SILVA RM et al Anaacutelise quantitativa da satisfaccedilatildeo profissional dos enfermeiros que atuam no periacuteodo noturno Texto amp Contexto v18 n2 p298-305 2009 VANTALLIE TB Stress A Risk Factor for Serious Illness Metabolism v51 n6 p40-45 2002 ZAMBERLAN C SIQUEIRA HCH A terceirizaccedilatildeo nos serviccedilos e consequumlecircncias no cuidar em enfermagem Revista Brasileira de Enfermagem v58 n6 p727-30 2005

99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 4: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

4

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Mestrado em Enfermagem

A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertaccedilatildeo de Mestrado

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA

elaborado por Graciele Fernanda da Costa Linch

como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Enfermagem

Comissatildeo Examinadora

______________________________

Drordf Laura de Azevedo Guido (Presidente Orientadora)

______________________________

Drordf Liana Lautert (UFRGS) (membro efetivo)

______________________________

Drordf Tacircnia Bosi de Souza Magnago (UFSM) (membro efetivo)

______________________________

Drordf Carmem Luacutecia Colomeacute Beck (UFSM) (membro suplente)

Santa Maria 11 de Dezembro de 2009

5

DEDICATOacuteRIA

Agrave minha matildee com todo o meu amor

Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo

Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho

6

AGRADECIMENTOS

Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute

em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos

momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo

Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se

fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente

em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas

especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e

princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer

acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel

Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas

atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das

pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e

determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar

Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito

mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute

da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na

minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas

minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela

companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas

conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos

Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus

pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria

espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias

Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre

presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o

que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo

Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que

protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado

Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos

85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees

Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada

dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente

e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta

trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e

7

festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa

principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com

minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo

Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e

estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito

Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz

sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que

nos ligaraacute para sempre

A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis

JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e

pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos

As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia

Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa

Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste

estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas

Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que

iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa

trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado

As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela

oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais

As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela

contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional

Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio

na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas

Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf

Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos

seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias

singulares

A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram

na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos

8

ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia

e para chegar onde quer que seja

aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila

mas a razatildeo

Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo

Amyr Klink

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

12

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990

91

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99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 5: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

5

DEDICATOacuteRIA

Agrave minha matildee com todo o meu amor

Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo

Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho

6

AGRADECIMENTOS

Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute

em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos

momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo

Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se

fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente

em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas

especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e

princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer

acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel

Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas

atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das

pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e

determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar

Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito

mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute

da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na

minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas

minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela

companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas

conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos

Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus

pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria

espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias

Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre

presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o

que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo

Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que

protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado

Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos

85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees

Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada

dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente

e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta

trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e

7

festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa

principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com

minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo

Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e

estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito

Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz

sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que

nos ligaraacute para sempre

A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis

JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e

pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos

As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia

Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa

Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste

estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas

Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que

iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa

trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado

As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela

oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais

As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela

contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional

Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio

na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas

Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf

Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos

seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias

singulares

A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram

na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos

8

ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia

e para chegar onde quer que seja

aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila

mas a razatildeo

Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo

Amyr Klink

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

12

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990

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99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 6: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

6

AGRADECIMENTOS

Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute

em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos

momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo

Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se

fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente

em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas

especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e

princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer

acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel

Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas

atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das

pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e

determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar

Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito

mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute

da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na

minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas

minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela

companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas

conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos

Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus

pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria

espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias

Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre

presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o

que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo

Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que

protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado

Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos

85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees

Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada

dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente

e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta

trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e

7

festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa

principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com

minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo

Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e

estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito

Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz

sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que

nos ligaraacute para sempre

A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis

JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e

pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos

As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia

Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa

Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste

estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas

Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que

iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa

trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado

As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela

oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais

As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela

contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional

Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio

na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas

Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf

Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos

seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias

singulares

A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram

na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos

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ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia

e para chegar onde quer que seja

aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila

mas a razatildeo

Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo

Amyr Klink

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

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RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990

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99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 7: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

7

festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa

principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com

minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo

Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e

estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito

Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz

sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que

nos ligaraacute para sempre

A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis

JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e

pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos

As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia

Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa

Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste

estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas

Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que

iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa

trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado

As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela

oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais

As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela

contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional

Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio

na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas

Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf

Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos

seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias

singulares

A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram

na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos

8

ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia

e para chegar onde quer que seja

aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila

mas a razatildeo

Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo

Amyr Klink

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

12

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

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Association) 2000HFES 2000 Ergonomics for the new millennium San Diego Califoacuternia HFES 2000 p 423 ndash 426 KALIA M Assessing the Economic Impactof StressmdashThe Modern Day Hidden Epidemic Metabolism v51 n6 p49-53 2002 KARASEK RA THEOumlRELL T Healthy work-stress productivity and the reconstruction of working life New York Basic Books 1990 KERBER CA Laboratoacuterio de hemodinacircmica o espaccedilo organizacional do trabalho da enfermagem para um cuidado humaniacutestico tecnoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Florianoacutepolis Universidade Federal de Santa Catarina 2001 LAMBERT V A LAMBERT CELiterature review of role stressstrain on nurses An international perspective Nursing and Health Sciences v3p161ndash172 2001 LARRABEE JH et al Predicting registered nurse job satisfaction and intent to leave Journal of Nursing Admistration v33 n5 p271-83 2003 LAUTERT L O desgaste profissional do enfermeiro [tese] Salamanca Universid Pontificia Salamanca 1995 LAUTERT L CHAVES EHB MOURA MSS O estresse na atividade gerencial do enfermeiro Revista Panam Salud PublicaPan Am J Public Health v6 n6 p415-425 1999 LAUTERT L Sobrecarga de trabalho na percepccedilatildeo de enfermeiras que trabalham em hospital Revista Gauacutecha de Enfermagem v20 n2 p50-64 1999 LAZARUS RS Psychological stress in the workplace Occupacional Stress A handbook (p 3-14) Washington USA 1995 LEEPER B Nursing outcomes Percutaneous Coronary Interventions Journal of Cardiovascular Nursing v19 n 5 p 346-353 2004 LIMA JUNIOR JHV ESTER AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem Revista Administraccedilatildeo Empresarial v41 n3 p20-30 2001

96

LINCH GFC GUIDO LA PITTHAN LO UMANN J Unidades de hemodinacircmica a produccedilatildeo do conhecimento Revista Gauacutecha de Enfermagem No prelo 2009a LINCH GFC GUIDO LA UMANN JU Estresse e profissionais da sauacutede produccedilatildeo do conhecimento Revista Cogitare No prelo 2009b LIPP MEN (Org) Pesquisas sobre stress no Brasil sauacutede ocupaccedilotildees e grupos de risco Campinas Papirus 1996 LOPES LFDet al Estatiacutestica Geral Caderno Didaacutetico 2ordf ed Santa Maria Ed UFSM 2007 MAGNAGO TSBS Aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbio musculoesqueleacutetico em trabalhadores de enfermagem [tese] Escola de enfermagem Anna Nery 2008 MAGNAGO TSBS LISBOA MTL GRIEP RH Estresse aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbios musculoesqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem Revista de Enfermagem UERJ v17 n1 p118-23 2009 MARQUEZE EC MORENO CRC Satisfaccedilatildeo no trabalho uma breve revisatildeo Revista Brasileira de Sauacutede Ocupacional v 30 n 112 p 69-79 2005 MARTINS MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em ambiente hospitalar Millenium - Revista do ISPV ndash n 28 Out 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwipvptmilleniumMillenium2818htmgt Acesso em Marccedilo 2007 MARTINS CB ASSAD ALD A poacutes-graduaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de recursos humanos para inovaccedilatildeo Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 5 n 10 p 322-352 2008 McVICAR A Workplace stress in nursing a literature review Journal Advanced Nursing v44 n6 p633-642 2003 MIDDAUGH DJ Presenteeism sick and tired at work Nursing Management v 15n1 p103-105 2006

97

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Indicadores de serviccedilo especializado [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em ltwwwcnesdatasusgovbrgt Acesso em Set 2008 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Portaria Nordm 210 de 15 de JUNHO de 2004 [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsassas04sasjun04gt Acesso em Set 2009 HEMODINAcircMICA Ferreira Aureacutelio Buarque de Holanda Novo Dicionaacuterio Aureacutelio da Liacutengua Portuguesa Satildeo Paulo Positivo 2009 OrsquoCALLAGHAN JP MILERDB Neuroendocrine Aspects of the Response to Stress Metabolism v51n6 p5-10 2002 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE The challenges of a changing world Relatoacuterio 2008 PILATI O Especializaccedilatildeo falaacutecia ou conhecimento aprofundado Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 3 n 5 p 7-26 2006 PORTARIA DO MINISTEacuteRIO DO TRABALHO E EMPREGO nordm485 11 de Novembro de 2005 Aprova a Norma regulamentadora nordm 32 ndash Seguranccedila e sauacutede no trabalho em estabelecimentos de sauacutede DOU de 161105 QUICK JC COOPER CL Stress and Strain 2ordf Ed Oxford Fast Fact 2003 SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo IBRASA 1959 STACCIARINI JM TROacuteCCOLI BT O estresse na atividade ocupacional do enfermeiro Revista Latino americana de enfermagem v9 n2 p17-25 2001 SANTOS PR Estudo do processo de trabalho da enfermagem em hemodinacircmica desgastes cargas de trabalho e fatores de riscos agrave sauacutede do trabalhador [Dissertaccedilatildeo] Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 SANGIULIANO LA Stress na atuaccedilatildeo dos enfermeiros em um hospital privado e as consequumlecircncias no seu estado de sauacutede [Dissertaccedilatildeo] Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2004

98

SARQUIS LMM et al Uma reflexatildeo sobre a sauacutede do trabalhador de enfermagem e avanccedilos da legislaccedilatildeo trabalhista Cogitare enfermagem v9 n1 p 15-24 2004 SILVA RM et al Anaacutelise quantitativa da satisfaccedilatildeo profissional dos enfermeiros que atuam no periacuteodo noturno Texto amp Contexto v18 n2 p298-305 2009 VANTALLIE TB Stress A Risk Factor for Serious Illness Metabolism v51 n6 p40-45 2002 ZAMBERLAN C SIQUEIRA HCH A terceirizaccedilatildeo nos serviccedilos e consequumlecircncias no cuidar em enfermagem Revista Brasileira de Enfermagem v58 n6 p727-30 2005

99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 8: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

8

ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia

e para chegar onde quer que seja

aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila

mas a razatildeo

Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo

Amyr Klink

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

12

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990

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93

DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOBRE ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL CORONAacuteRIA Arquivos brasileiro cardiologia v64 n5 p491-50 1995 DOLAN SL Estresse auto-estima sauacutede e trabalho Rio de Janeiro EdQualitymark 2006 EDWARDS JA GUPPY A COCKERTON T A longitudinal study exploring the relationships between occupational stressors non-work stress and work performace Work amp Stress v21n2 p99-116 2007 FANTIN SS Departamento de Enfermagem da SBHCI ndash sua trajetoacuteria inserida na Cardiologia Intervencionista Disponiacutevel em lthttpwwwsbhciorgbrgt Acesso em maio 2009 FERREIRA FG Desvendando o stress da equipe de enfermagem em terapia intensiva [Dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 1998 FIELD A Descobrindo a estatiacutestica usando o SPSS 2ordf Ed Porto Alegre Artmed 2009 FLOR RC KIRCHHOF ALC Radiaccedilatildeo Ionizante e o cumprimento de resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem Revista de Enfermagem UERJ v13 p 347-353 2005 GASPERI P RADUumlNZ V Cuidar de si Essencial para enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v10 n1 p 82-87 2006 GOLUBIC R et al Work-related stress education and work ability among hospital nurses Journal of advanced Nursing v65 n10 p2056-2066 2009 GONCcedilALVES JDM BARBOSA PMK BRAZOLOTO V SHIOTSU CH As atividades assistenciais do enfermeiro em unidade de hemodinacircmica Acta Paulista de Enfermagem v4 n1 p 48-541991 GOTTSCHALL CAM 1929-2009 80 Anos de Cateterismo Cardiacuteaco ndash uma Histoacuteria Dentro da Histoacuteria Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva v 2 n 17 p246-68 2009

94

GOTTSCHALL CAM Histoacuteria O surgimento da SBHCI Sociedade Brasileira de Cardiologia Invervencionista 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwsbhciorgbrgt Acesso em maio 2009 GRAZZIANO ES Estrateacutegia para reduccedilatildeo de stress e burnout entre enfermeiros hospitalares [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2008 GUIDO LA Stress e Coping entre enfermeiros de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo anesteacutesica [tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2003 GUIDO LA Stress e Coping entre enfermeiros hospitalares [Relatoacuterio] Santa Maria FAPERGS 2006 GUYTON AC HALL JE Tratado de fisiologia meacutedica 10ordfEd Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 HAYS MA ALL AC MANNAHAN C CUADERES E WALLACE D Reported stressors and ways of coping utilized by intensive care unit nurse Dimensions of critical care nursing v 25 n4 p 185-193 2006 HEART PM COOPER CL Occupational Stress Toward a more Integrated Framework Handbook of Industrial work and Organizational Psychology v2 p92-114 2001 HULLEY SD et al Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Ed Artmed Porto Alegre 2008 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Relatoacuterio Brasiacutelia 2009 Disponiacutevel em ltwwwibgegovbrgt Acesso Out 2009 INSTITUTO DE CARDIOLOGIAFUNDACcedilAtildeO UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA (ICFUC) Ensino Porto Alegre 2009 Disponiacutevel emlt httpwwwcardiologiaorgbrgt Acesso Out 2009 IWATSUBO Y CAILLARD J F Prevention of musculoskeletal disorders among health care workers In Anais do Congresso do IEA (International Ergonomics

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96

LINCH GFC GUIDO LA PITTHAN LO UMANN J Unidades de hemodinacircmica a produccedilatildeo do conhecimento Revista Gauacutecha de Enfermagem No prelo 2009a LINCH GFC GUIDO LA UMANN JU Estresse e profissionais da sauacutede produccedilatildeo do conhecimento Revista Cogitare No prelo 2009b LIPP MEN (Org) Pesquisas sobre stress no Brasil sauacutede ocupaccedilotildees e grupos de risco Campinas Papirus 1996 LOPES LFDet al Estatiacutestica Geral Caderno Didaacutetico 2ordf ed Santa Maria Ed UFSM 2007 MAGNAGO TSBS Aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbio musculoesqueleacutetico em trabalhadores de enfermagem [tese] Escola de enfermagem Anna Nery 2008 MAGNAGO TSBS LISBOA MTL GRIEP RH Estresse aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbios musculoesqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem Revista de Enfermagem UERJ v17 n1 p118-23 2009 MARQUEZE EC MORENO CRC Satisfaccedilatildeo no trabalho uma breve revisatildeo Revista Brasileira de Sauacutede Ocupacional v 30 n 112 p 69-79 2005 MARTINS MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em ambiente hospitalar Millenium - Revista do ISPV ndash n 28 Out 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwipvptmilleniumMillenium2818htmgt Acesso em Marccedilo 2007 MARTINS CB ASSAD ALD A poacutes-graduaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de recursos humanos para inovaccedilatildeo Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 5 n 10 p 322-352 2008 McVICAR A Workplace stress in nursing a literature review Journal Advanced Nursing v44 n6 p633-642 2003 MIDDAUGH DJ Presenteeism sick and tired at work Nursing Management v 15n1 p103-105 2006

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Indicadores de serviccedilo especializado [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em ltwwwcnesdatasusgovbrgt Acesso em Set 2008 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Portaria Nordm 210 de 15 de JUNHO de 2004 [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsassas04sasjun04gt Acesso em Set 2009 HEMODINAcircMICA Ferreira Aureacutelio Buarque de Holanda Novo Dicionaacuterio Aureacutelio da Liacutengua Portuguesa Satildeo Paulo Positivo 2009 OrsquoCALLAGHAN JP MILERDB Neuroendocrine Aspects of the Response to Stress Metabolism v51n6 p5-10 2002 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE The challenges of a changing world Relatoacuterio 2008 PILATI O Especializaccedilatildeo falaacutecia ou conhecimento aprofundado Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 3 n 5 p 7-26 2006 PORTARIA DO MINISTEacuteRIO DO TRABALHO E EMPREGO nordm485 11 de Novembro de 2005 Aprova a Norma regulamentadora nordm 32 ndash Seguranccedila e sauacutede no trabalho em estabelecimentos de sauacutede DOU de 161105 QUICK JC COOPER CL Stress and Strain 2ordf Ed Oxford Fast Fact 2003 SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo IBRASA 1959 STACCIARINI JM TROacuteCCOLI BT O estresse na atividade ocupacional do enfermeiro Revista Latino americana de enfermagem v9 n2 p17-25 2001 SANTOS PR Estudo do processo de trabalho da enfermagem em hemodinacircmica desgastes cargas de trabalho e fatores de riscos agrave sauacutede do trabalhador [Dissertaccedilatildeo] Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 SANGIULIANO LA Stress na atuaccedilatildeo dos enfermeiros em um hospital privado e as consequumlecircncias no seu estado de sauacutede [Dissertaccedilatildeo] Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2004

98

SARQUIS LMM et al Uma reflexatildeo sobre a sauacutede do trabalhador de enfermagem e avanccedilos da legislaccedilatildeo trabalhista Cogitare enfermagem v9 n1 p 15-24 2004 SILVA RM et al Anaacutelise quantitativa da satisfaccedilatildeo profissional dos enfermeiros que atuam no periacuteodo noturno Texto amp Contexto v18 n2 p298-305 2009 VANTALLIE TB Stress A Risk Factor for Serious Illness Metabolism v51 n6 p40-45 2002 ZAMBERLAN C SIQUEIRA HCH A terceirizaccedilatildeo nos serviccedilos e consequumlecircncias no cuidar em enfermagem Revista Brasileira de Enfermagem v58 n6 p727-30 2005

99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 9: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

9

RESUMO

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem

Universidade Federal de Santa Maria

ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch

Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009

Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados

Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

12

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990

91

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99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

Page 10: ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINÂMICAcoral.ufsm.br/.../2008_2009/Dissert_Graciele_Linch.pdfAuthor: Graciele Fernanda da Costa Linch Adviser: Laura de Azevedo Guido, PhD

10

ABSTRACT

Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program

Universidade Federal de Santa Maria

STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch

Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009

The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health

11

RESUMEN

Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria

ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA

Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009

Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral

12

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de

Estressores Santa MariaRS 2009 45

Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas

Santa MariaRS 2009 46

Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 47

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria

Santa MariaRS 2009 50

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho

em UHD Santa MariaRS 2009 51

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa

MariaRS 2009 51

Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro

emprego Santa MariaRS 2009 52

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa

MariaRS 2009 52

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-

graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de

formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno

(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de

trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54

Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso

Santa MariaRS 2009 55

13

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho

e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e

profissatildeo Santa MariaRS 2009 56

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o

trabalho Santa MariaRS 2009 57

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa

MariaRS 2009 57

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS

2009 58

Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa MariaRS 2009 59

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de

estressores Santa Maria RS 2009 59

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho

Santa MariaRS 2009 60

Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa

MariaRS 2009 61

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de

sintomasSanta MariaRS 2009 61

Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de

Sintomas Santa MariaRS 2009 62

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS

2009 62

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa

MariaRS 2009 63

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e

sintomas Santa MariaRS 2009 64

14

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea

CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem

CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares

COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem

DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo

DP ndash Desvio Padratildeo

GAP ndash Gabinete de Projetos

HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria

ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas

NR ndash Norma Regulamentadora

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho

RS ndash Rio Grande do Sul

SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria

UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica

UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva

Domiacutenios Escala de Estressores

CF ndash Conflito de Funccedilotildees

ST ndash Sobrecarga de Trabalho

DR ndash Dificuldade de Relacionamento

GR ndash Gerenciamento Pessoal

SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas

Domiacutenios Escala de Sintomas

CV ndash Cardiovasculares

AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo

15

AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas

AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso

AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico

AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106

Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111

17

LISTA DE APEcircNDICES

Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99

Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101

Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103

Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104

Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105

18

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande

do Sul Santa MariaRS 200949

19

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 25

21 Objetivo Geral 25

22 Objetivos Especiacuteficos 25

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26

31 Estresse 26

311 Psicofisiologia do Estresse 29

32 Unidade de Hemodinacircmica 30

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37

41 Delineamento do Estudo 37

42 Meacutetodo do Estudo 37

43 Campo de Estudo 38

44 Populaccedilatildeo de Estudo 38

441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38

442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38

45 Logiacutestica do Estudo 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica 39

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40

462 Anaacutelise de Validade Convergente 40

463 Estatiacutestica Descritiva 40

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40

465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41

466 Testes Parameacutetricos 41

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42

47 Aspectos Eacuteticos 42

20

5 RESULTADOS 44

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44

511 Confiabilidade 45

512 Validade Convergente 46

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52

54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55

541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56

55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo 57

56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57

561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e

profissatildeo e haacutebitos sociais 59

57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

60

58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62

59 Correlaccedilotildees 63

591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63

592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas

64

6 DISCUSSOtildeES 65

7 CONCLUSOtildeES 84

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICES 99

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105

ANEXOS 106

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como

a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de

oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores

superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma

das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade

A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais

fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de

alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social

que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um

processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da

populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-

se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees

de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas

em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)

Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as

DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco

modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio

acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e

onerosa

Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes

cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave

sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos

desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de

emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames

diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda

por vezes o centro ciruacutergico

Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos

que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e

precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as

22

principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o

cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O

primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo

de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma

alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de

1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e

introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a

estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia

miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)

A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a

enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de

trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma

diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe

multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem

autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo

dinamismo de suas atividades

Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho

principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e

permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado

geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno

sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana

Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de

emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e

artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao

ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos

caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo

dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD

envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas

bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas

A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a

promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis

garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda

proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas

condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)

23

Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a

pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro

devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a

pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de

emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO

2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham

qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam

especializados

O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir

as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve

ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda

pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia

presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais

Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da

ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute

possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador

ao estresse (BALLONE 2005b)

O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de

trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no

―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de

trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a

capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)

Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo

psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal

situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a

avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis

recursos para seu enfrentamento

Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no

indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema

Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar

inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo

hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e

COOPER 2003)

24

Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos

que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a

sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999

SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com

enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes

cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades

gerenciais

Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com

enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois

estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o

objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial

teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o

segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem

em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)

Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema

(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos

profissionais de UHD

No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem

em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo

nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de

unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre

a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas

consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando

cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR

e KIRCHHOF 2005)

Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos

Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD

Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros

Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes

profissionais

E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o

estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores

fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo

25

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

22 Objetivos Especiacuteficos

Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de

Hemodinacircmica

Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de

Hemodinacircmica

Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho

em Unidade de Hemodinacircmica

Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado

26

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer

sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua

psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e

especificamente o trabalho do enfermeiro no setor

31 Estresse

Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo

das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de

fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um

estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo

especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de

estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi

caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a

qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia

e de exaustatildeo

A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou

fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do

estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na

tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado

procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase

de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o

que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira

verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)

Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a

homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e

pode ser considerada um processo de estresse

27

Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e

TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da

aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos

mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo

conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de

relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas

responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de

trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos

nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo

desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade

e tensatildeo

A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo

constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o

estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho

como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse

natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver

a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa

Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um

problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees

de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a

produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador

As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por

diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de

pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida

doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS

2003)

Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho

surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas

investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90

Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio

de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na

aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva

realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)

28

no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo

identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de

estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador

Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi

pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada

―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro

ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no

Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de

conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve

maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de

2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo

contabilizados seis para cada ano

Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve

predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede

pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe

de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede

e outros profissionais

Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas

o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que

natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica

Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria

encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e

levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que

envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los

e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica

Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse

dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o

estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini

e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro

dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital

puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros

identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional

assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento

utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou

29

que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar

Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades

e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade

atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras

Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores

junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais

sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal

(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da

unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes

cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo

sob sua responsabilidade e correm risco de morte

Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os

estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas

apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se

o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade

gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos

profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e

gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado

de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas

as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros

com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados

conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e

sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo

com o trabalho

311 Psicofisiologia do Estresse

Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no

entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No

momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma

inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo

hormonal

30

Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor

de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua

vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de

muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global

Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o

hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-

Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que

liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e

Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)

Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de

cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as

respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica

excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o

ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o

estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um

desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo

(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)

E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua

porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse

(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos

estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada

(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade

intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER

2003)

Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco

para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas

psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o

estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos

transtornos da ansiedade e agraves fobias

32 Unidade de Hemodinacircmica

31

Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e

―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos

fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da

cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia

radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular

Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz

Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas

proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a

experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico

caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)

Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de

intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira

ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em

hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em

CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)

Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um

serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do

enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos

o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor

de sauacutede

Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees

Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no

Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves

intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de

2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)

Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma

aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de

recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades

administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e

monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de

imagens

Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos

enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios

32

Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila

gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-

cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas

321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica

O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais

gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao

paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos

procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior

agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a

recuperaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute

trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro

momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e

expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa

assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado

eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de

complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial

observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle

dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou

unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)

Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de

pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico

hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de

condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se

com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o

desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees

Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na

UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem

afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto

fiacutesicos quanto emocionais

33

Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a

outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza

numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo

que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que

eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo

Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel

tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia

dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga

de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores

de riscos agrave sauacutede do trabalhador

Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em

hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas

pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao

processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao

nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica

estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no

trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)

Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a

realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos

a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser

desencadeados durante os procedimentos

A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde

tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e

especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas

na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel

perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma

dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e

sua experiecircncia (CUNHA 2007)

Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de

radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a

leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de

equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a

equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute

34

considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse

profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente

esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores

A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo

Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do

Trabalho (SARQUIS et al 2004)

Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de

competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave

Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de

vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL

2006)

Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram

aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e

Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e

privadas (SARQUIS et al 2004)

Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em

2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que

beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos

radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos

ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo

dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos

(BRASIL 2005)

No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo

dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos

serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)

Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo

pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em

alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida

Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e

KIRCHHOF 2005)

35

A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a

ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece

maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento

Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio

o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa

praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada

agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo

e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia

nesta aacuterea

Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio

identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se

traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo

experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o

enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado

eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo

As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm

a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa

maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos

devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo

e pelo proacuteprio pesquisador

Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em

Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de

identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de

uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado

sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades

Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)

MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS

(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de

Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e

Nursing Hemodynamics

A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e

duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de

Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados

foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes

36

submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos

profissionais de enfermagem em hemodinacircmica

Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo

com a semelhanccedila dos assuntos abordados

Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em

espanhol sendo o restante em portuguecircs

Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira

esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber

que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados

No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001

Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior

relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos

hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e

sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)

Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam

questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia

junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso

de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades

do enfermeiro nessa unidade

No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem

em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se

e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo

Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo

nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em

UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por

esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de

desenvolver pesquisas com e para esses profissionais

37

4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO

41 Delineamento do Estudo

Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa

42 Meacutetodo do Estudo

No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico

momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os

delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus

padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis

preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito

do pesquisador (HULLEY 2008)

Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de

baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa

survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados

Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta

de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro

avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees

sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)

Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa

survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica

pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma

postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos

caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato

cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores

eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande

nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E

ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais

sofisticadas e uacuteteis

Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge

maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados

38

43 Campo de Estudo

O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de

hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta

complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD

estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades

44 Populaccedilatildeo de Estudo

A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos

abaixo

441 Criteacuterios de Inclusatildeo

- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em

unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa

442 Criteacuterios de Exclusatildeo

- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco

- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza

45 Logiacutestica do Estudo

Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo

do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua

participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo

sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora

Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em

duas partes

PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de

aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os

seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de

1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem

especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)

39

formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E

ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo

PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees

sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al

(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido

adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta

complexidade por Cavalheiro (2003 2008)

A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com

a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5

18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22

55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)

gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7

9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)

A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em

cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)

alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens

31-35)

Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36

37 e 38

46 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em

relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram

compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados

duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente

conferidos eletronicamente

Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005

com intervalo de 95 de confianccedila

Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes

anaacutelises

40

461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna

Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do

instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que

consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave

anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o

instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e

um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do

instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da

medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)

Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no

entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser

esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

462 Anaacutelise de Validade Convergente

Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees

entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam

satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do

instrumento (BEATON et al 2002)

463 Estatiacutestica Descritiva

Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e

satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de

Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de

tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta

meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)

464 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis

quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal

(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia

mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor

central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o

41

teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem

significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)

Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que

atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com

distribuiccedilatildeo natildeo normal

465 Testes Natildeo Parameacutetricos

Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos

testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam

provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os

testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo

- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees

com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre

duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)

- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem

tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos

ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)

466 Testes Parameacutetricos

Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses

baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por

intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes

testes parameacutetricos

- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t

independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes

participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os

mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)

- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam

idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)

- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre

duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da

variaacutevel independente (FIELD 2009)

42

- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes

combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste

de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)

467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo

A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e

tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de

correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores

positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores

negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA

MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo

Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo

Coeficiente Interpretaccedilatildeo

r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita

080 lt r lt 1 Muito alta

060 lt r lt 080 Alta

040 lt r lt 0 60 Moderada

020 lt r lt 040 Baixa

0 lt r lt 020 Muito baixa

r = 0 Nula

Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004

Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave

distribuiccedilatildeo normal

47 Aspectos Eacuteticos

Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam

em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do

Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute

43

alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Enfermagem- MestradoPPGEnf

Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo

entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades

de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das

instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede

Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de

Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como

encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital

Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em

seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer

favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o

Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos

pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de

cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos

Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e

Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a

pesquisa foi realizada

Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees

referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra

para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa

A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o

desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem

disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou

dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos

44

5 RESULTADOS

A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam

Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento

Confiabilidade

Validade convergente

Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares

Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo

Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo

Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao

trabalho e profissatildeo

Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais

Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica

Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica

Correlaccedilotildees

Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas

Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento

As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da

avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala

de Estressores e Escala de Sintomas)

45

Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo

influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a

qual a medida eacute conduzida

Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do

instrumento aplicado aos sujeitos do estudo

511 Confiabilidade

Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de

consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de

Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach

Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de

Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de

Cronbach para os domiacutenios dessa escala

Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Conflito de Funccedilotildees 8 079

Sobrecarga de Trabalho 11 071

Dificuldade de Relacionamento 10 086

Gerenciamento Pessoal 05 083

Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091

O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos

Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser

evidenciados na Tabela 3

46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios N Alfa de Cronbach

Cardiovasculares 09 082

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078

Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086

Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067

avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)

Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas

obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)

e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada

item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos

Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que

com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute

elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou

moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta

o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens

em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem

ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009

CORTINA 1993)

512 Validade Convergente

A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade

convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala

de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal

validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente

significativas entre todos os domiacutenios

47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009

CF ST DR GP SC

CF 1000

ST 0576 1000

DR 0710 0689 1000

GP 0417 0628 0677 1000

SC 0726 0704 0751 0514 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas

Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o

Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados

e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela

5)

Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

CV AltD AltI AltS AltM AltC

CV 1000

AltD 0693 1000

AltI 0511 0567 1000

AltS 0616 0543 0402 1000

AltM 0593 0566 0473 0479 1000

AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000

Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o

instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para

ambas as escalas

Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do

instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter

atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas

(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que

48

se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas

entre os domiacutenios de cada escala

52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares

A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado

para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas

mensuradas neste estudo

Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009

Kolmogorov-Smirnov(a)

Variaacutevel Estatiacutestica p

Idade 0147 0002

Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001

Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001

Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200

Conflito de Funccedilotildees 0092 0200

Sobrecarga Trabalho 0067 0200

Dificuldade de Relacionamento 0075 0200

Gerenciamento Pessoal 0106 0076

Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200

Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001

Cardiovasculares 0172 lt0001

Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001

Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001

Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001

pgt005

Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios

atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa

maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma

distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se

significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal

53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo

49

No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as

quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria

(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser

visualizado na figura 1

Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul

Santa MariaRS 2009

No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas

UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por

natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem

em licenccedila de qualquer natureza

Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32

UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro

em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada

aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

50

A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do

estudo

Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254

Total 63 100

De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos

profissionais tinha menos de 40 anos

Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava

tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em

UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se

considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD

Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) N

Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32

Total 63 100

51

As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e

tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9

Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo

Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD

485 471 300 033 19

Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-

graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero

de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em

diferentes tipos de especialidades

Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Poacutes-graduaccedilatildeo em N

Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121

Total 66 100

numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma

poacutes-graduaccedilatildeo

Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees

assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea

outro emprego (778)

52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego

Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Cargo Ocupado

Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778

Total 63 100

Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais

trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a

distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho

Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009

Turno de Trabalho

Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso

N N N N

Sim 43 683 44 698 11 175 15 238

Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762

Total 63 100 63 100 63 100 63 100

Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso

(762)

531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo

Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o

teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram

realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da

53

populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila

estatiacutestica significativa (plt005)

Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo

com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente

significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o

maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo

desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)

Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49

Natildeo 3 11 14

Total 28 35 63

p=0049 (teste Qui-quadrado)

Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na

UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p

De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790

0021 Natildeo 14 636 889

De trabalho em UHD Sim 49 551 473

0036 Natildeo 14 252 398

Total - 63 - - -

valor em anos

Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde

(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15

54

O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os

enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os

periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais

(Tabela 15)

Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009

Turno Cargo Ocupado

Total Chefe Assistencial

Manhatilde Sim 27 16 43

Natildeo 1 19 20

Tarde Sim 27 17 44

Natildeo 1 18 19

Sobreaviso Sim 11 4 15

Natildeo 17 31 48

plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)

Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso

identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior

do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15

Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia

trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros

assistenciais

Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009

Cargo ocupado N Meacutedia DP p

Tempo de trabalho em UHD

Chefe 28 661 498 0007

Assistencial 35 343 401

Total - 63 - - -

valores em anos

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho

identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros

que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17

55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009

Turno - Sobreaviso Outro trabalho

Total Sim Natildeo

Sim Natildeo

0 15 15 14 34 48

Total 14 34 63

p=0028 (teste exato de Fisher)

54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees

relacionadas ao trabalho e profissatildeo

Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Recebeu treinamento para atuar na UHD

Sim 37 5873

Natildeo 26 4137

Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar

Sim 9 1429

Natildeo 54 8571

Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim 54 8571

Natildeo 9 1429

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Sim 10 1587

Natildeo 53 8413

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 952

Natildeo 57 9048

Total 63 100

Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava

satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel

(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)

56

541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos

entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo

Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009

plt005 teste exato de Fisher

Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho

interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para

trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de

se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os

enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho

apresentaram-se mais satisfeitos

Esforccedilo para ir trabalhar

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p

Treinamento para atuar em UHD

Sim

Natildeo

4 33 0469

34 3 0144

5 32 0728

1 36 0073

5 21 20 6 5 21 5 21 Tem

vontade de mudar de profissatildeo

Sim

Natildeo

2 4

0201

5 1

1000

1 5

1000

7 50 49 8 9 48

Dia de trabalho parece

interminaacutevel

Sim

Natildeo

5 5 0003

7 3 0122

4 49 47 6

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Sim

Natildeo

4 50 0002

5 4

57

55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas

ao Trabalho e Profissatildeo

Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o

cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com

seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009

Estaacute satisfeito com seu trabalho

Cargo Ocupado Total

Chefe Assistencial

Sim Natildeo

27 27 54

1 8 9

Total 28 35 63

p=0036 (teste exato de Fisher)

56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da

meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos

enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da

escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se

que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110

classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198

classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21

Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009

Classificaccedilatildeo Meacutedia N

Baixo le 110 14 222

Meacutedio 111 a 197 33 524

Alto ge 198 16 254

Total - 63 100

58

Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as

diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse

com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos

escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas

significativas entre os grupos e demais variaacuteveis

Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos

domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees

Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees

(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore

(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento

Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343

Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333

Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260

Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320

Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286

Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)

Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram

significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento

Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante

Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar

as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23

59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4

Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4

Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades

223 084 0 4

Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4

Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4

Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores

meacutedias e demais medidas descritivas

Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Luminosidade da unidade 063 080 0 4

Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4

Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira

085 099 0 4

Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4

Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4

561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho

e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais

Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo

trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t

Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto

seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa

(plt005)

60

Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os

enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho

Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009

N Meacutedia de Estresse

DP p

Esforccedilo para ir ao trabalho

Sim 9 194 035 0021

Natildeo 54 147 057

Satisfeito com seu trabalho

Sim 54 147 056 0014

Natildeo 9 196 040

Tem vontade de mudar de profissatildeo

Sim 6 211 039 0009

Natildeo 57 148 055

Indutor do sono Sim 3 125 005

0001 Natildeo 60 155 057

Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu

trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28

Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o

grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a

meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do

sono

57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica

Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala

de Sintomas

61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Cardiovasculares 060 057 000 278

Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233

Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280

Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300

Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400

Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220

Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior

meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-

se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)

Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as

cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30

Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Dores na zona lombar 186 133 0 4

Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4

Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4

Cefaleacuteia 156 116 0 4

Dores musculares 148 112 0 4

Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que

atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas

62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009

Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo

Hipertermia 005 021 0 1

Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2

Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3

Suores Frios 024 058 0 3

Diarreacuteia 030 071 0 3

58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica

Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria

dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e

natildeo fazia uso de indutores do sono (952)

Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009

Variaacutevel N

Ingestatildeo Alcooacutelica

Natildeo bebe jamais 11 175

Agraves vezes 50 794

Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros

Natildeo fuma 62 984

1 a 5 cigarros por dia 1 16

Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a

associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do

sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33

Indutor do sono

Sim 3 48

Natildeo 60 952

Total 63 100

63

Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009

Indutor do sono Sexo Total

Feminino Masculino

Sim Natildeo

1 2 3

56 4 60

Total 57 6 63

p=0022 (Teste exato de Fisher)

Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo

ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era

proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno

nos dois grupos

59 Correlaccedilotildees

A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis

estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de

Estressores e de Sintomas

591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas

A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi

analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o

que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas

variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse

maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse

menos sintomas seratildeo identificados

64

592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de

Sintomas

Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de

Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-

se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente

relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios

Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009

Domiacutenios CF ST DR GP SC

Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600

Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460

Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409

Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486

Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405

Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418

Correlaccedilatildeo significativa (plt005)

Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio

gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees

Muacutesculo-esqueleacuteticas

65

6 DISCUSSOtildeES

Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de

novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da

sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade

dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de

serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos

invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia

No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da

deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em

1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos

seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade

Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o

reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a

divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL

2009)

O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia

Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em

Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais

que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que

incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos

humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em

hemodinacircmica (FANTIN 2009)

Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto

Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos

hemodinacircmicos no Estado do RS

No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-

se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza

uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O

primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de

66

atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com

infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios

com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre

constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos

leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31

municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)

Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de

sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs

Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano

existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto

Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir

dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no

entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana

No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do

Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se

encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades

informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades

encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS)

Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem

aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a

complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a

carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas

unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre

a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004)

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino

(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores

de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo

feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos

nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como

67

predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003

BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008

GRAZZIANO 2008)

Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da

presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos

femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos

administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo

feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)

A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para

a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal

2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades

com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode

favorecer o desgaste e consequente estresse

Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares

podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI

2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter

resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)

Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo

feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser

considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse

processo e podem ser de confusatildeo

Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha

menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos

(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em

UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e

com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com

relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo

pesquisada

Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de

trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)

Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou

correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do

grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas

Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da

68

idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia

de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees

Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave

experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em

relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees

fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e

minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)

Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores

apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor

estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades

(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)

Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica

que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma

unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou

transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca

que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou

instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e

insatisfaccedilatildeo profissional

Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era

poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que

uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia

Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute

exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da

cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em

cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia

reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem

Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem

Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem

em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a

portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar

Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo

ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-

graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse

69

resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros

coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia

Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional

especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-

se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma

instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada

em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)

Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se

como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de

conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute

dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais

capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo

Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido

exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo

acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas

transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista

amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes

mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente

incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras

(MARTINS ASSAD 2008)

Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos

de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a

produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do

proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos

em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais

podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou

terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com

direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica

Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias

para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do

que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a

poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo

quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os

70

enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de

anos trabalhados em UHD

Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a

denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no

cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde

teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer

funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros

assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e

supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas

as atividades

Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial

(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de

profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs

privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas

Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do

conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o

que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos

profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem

ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de

trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os

enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica

igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais

aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico

Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais

ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades

simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a

simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua

equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada

Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a

satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se

mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia

(p=0036)

71

Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis

componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do

trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o

componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional

(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de

exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno

do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional

A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e

liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade

do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava

repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem

mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior

prazer e satisfaccedilatildeo

Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD

por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais

(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a

experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior

autonomia desses profissionais

Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao

trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo

necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais

satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia

a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as

dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades

profissionais ou pessoais

Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores

meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo

faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)

Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do

trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas

e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua

satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)

Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro

emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano

72

(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os

profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais

vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um

populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade

As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em

que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo

da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma

recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe

ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou

emergecircncia

Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio

de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava

durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)

Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se

diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam

sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes

cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais

(p=001)

Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior

tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse

sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a

responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica

adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor

Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a

unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em

finais de semana

Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para

atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as

rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim

como gera seguranccedila profissional

A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e

materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e

capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas

unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que

73

gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam

as suas competecircncias e dos demais membros da equipe

Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual

desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada

Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta

para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em

valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento

responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)

Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a

responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da

missatildeo e da visatildeo institucionais

A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o

exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com

enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios

de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e

atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)

Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no

processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado

capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim

gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos

processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o

profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho

No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam

puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado

com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar

como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo

de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no

trabalho

Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como

a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN

e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo

aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico

(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA

2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que

74

abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990

LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003

SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007

EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al

2009)

Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais

amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual

sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a

determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)

McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar

os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs

bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985

a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de

trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de

funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila

em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas

atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo

ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e

complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de

trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos

estressores

Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas

ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees

realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e

Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria

dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente

de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de

trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a

necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de

auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e

LAMBERT 2001)

Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como

sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais

75

entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar

cada situaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as

situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4

(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo

meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de

estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira

geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que

de 4

Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados

quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas

entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea

com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas

O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco

domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore

(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees

(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos

domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram

significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo

que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante

O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes

situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades

dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional

Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas

a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida

social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se

com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades

Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados

pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees

importantes (217plusmn098)

76

Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo

com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se

destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs

subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de

trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de

trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada

pelo descomprometimento do grupo de trabalho

As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado

escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo

estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades

demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por

vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa

maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do

indiviacuteduo para atendecirc-las

A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a

rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da

mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada

ao paciente (GOLUBIC 2009)

Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade

pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de

enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse

sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia

de profissionais

Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a

manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede

desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a

jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a

realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao

trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave

sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea

outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD

Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e

maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas

77

atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o

cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse

Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem

na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a

ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem

substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal

acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA

JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem

produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente

Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre

enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de

trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)

Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de

qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da

licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de

sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados

diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo

da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado

Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais

comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os

principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias

excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado

recursos materiais escassos ou inadequados entre outros

O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em

equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa

um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a

complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de

gerenciar a equipe de enfermagem

Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos

maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa

gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais

assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse

profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo

de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe

78

Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e

unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar

que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma

instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo

hospital sendo que cada uma atuava de forma independente

Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de

enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de

enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca

dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados

e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre

o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo

Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou

encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados

intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta

dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-

hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se

daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o

enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras

unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando

eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes

Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor

para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas

no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser

implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo

Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a

necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila

na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees

disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas

Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos

estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que

esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que

a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os

procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo

das imagens produzidas

79

As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis

importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre

os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos

sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila

estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo

vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono

A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o

trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores

meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos

(196plusmn040) (p=0014)

A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam

caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias

da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes

estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a

carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre

as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse

complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do

trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)

Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho

resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das

relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios

trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho

Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros

com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais

destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe

multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros

(BATISTA 2005)

Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de

profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham

vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de

estresse (p=0009)

Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado

pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como

pela vontade de mudar de profissatildeo

80

Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um

fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma

aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de

explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com

vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As

principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem

influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo

Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de

evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O

mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador

a insatisfaccedilatildeo profissional

A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica

para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos

relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a

qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)

Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e

apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os

que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se

uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no

estresse desses enfermeiros

Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao

risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera

o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao

esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em

consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)

Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais

verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que

atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca

ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia

(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse

e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem

identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre

81

estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que

desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a

manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)

Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco

dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a

fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho

repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como

fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)

Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre

os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas

(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que

corroboram com os encontrados neste estudo

Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de

risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre

os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de

pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas

incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal

como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados

mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo

tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)

Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores

sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para

distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e

baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo

trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba

aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e

THEOumlRELL 1990)

Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os

profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante

procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter

longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os

trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos

aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)

exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e

82

5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode

estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada

Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de

emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a

ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo

comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema

cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais

Dados que diferem dos apresentados nesse estudo

Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas

apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas

duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta

significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros

(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de

estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais

Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)

Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre

alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos

encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades

de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias

Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho

dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o

processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos

expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem

Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os

profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e

competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros

mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees

traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias

(CUNHA 2008)

Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas

adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do

reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para

83

garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e

produtividade

Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho

caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais

muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao

estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo

trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no

desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para

evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede

84

7 CONCLUSOtildeES

A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as

seguintes conclusotildees

O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas

(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como

demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves

correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de

cada escala

5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo

metropolitana

Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em

UHD no RS conclui-se que

905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino

556 dos enfermeiros satildeo casados

Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos

619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez

anos

651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD

778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo

378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia

556 dos enfermeiros satildeo assistenciais

774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas

778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego

683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e

ainda 762 natildeo faz sobreaviso

Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

85

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de

chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais

funccedilotildees assistenciais (p=0049)

enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o

tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD

(p=0036)

enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos

turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso

(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD

(p=0007)

enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego

(p=0028)

Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a

comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que

587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD

857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar

857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD

841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel

enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se

satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como

interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que

fazem esforccedilo para ir ao trabalho

enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu

trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)

Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS

conclui-se que

794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes

984 dos enfermeiros natildeo fumam

952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono

86

quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em

relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre

os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres

(p=0022)

Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam

em UHD no RS conclui-se que

524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197

classificados com meacutedio estresse

situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior

escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)

o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de

relacionamento

as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e

situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio

dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio

gerenciamento pessoal natildeo difere do restante

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores

foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco

competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores

e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)

implementar decisotildees importantes (217plusmn098)

as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram

luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os

colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua

carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso

realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)

os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam

maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros

que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)

os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores

meacutedias de estresse (p=0014)

87

os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam

maiores meacutedias de estresse (p=0009)

os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam

maiores meacutedia de estresse (p=0001)

Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia

(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)

alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia

(040plusmn054)

as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas

foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona

cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)

cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)

as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia

(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas

(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)

Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que

atuam em UHD no RS conclui-se que

Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas

apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)

Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de

pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163

plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)

88

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de

duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo

com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e

ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no

trabalho

O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na

sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em

custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais

constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes

supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional

Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois

esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem

satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos

os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho

Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se

assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees

da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil

apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste

estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave

consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo

demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de

trabalho

Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas

apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto

de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas

pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-

esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores

do trabalho

89

Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute

diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de

exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo

Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios

para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de

pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis

diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como

nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de

procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam

repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD

Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam

caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica

proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem

esses achados satildeo necessaacuterios

Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste

porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a

coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de

pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a

participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo

Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente

relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e

discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de

trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades

da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que

compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que

tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo

profissional

90

REFEREcircNCIAS

ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990

91

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99

APEcircNDICES

APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS

Cidade Instituiccedilatildeo

Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI

Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA

Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL

NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA

Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)

Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER

Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute

Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN

Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO

Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)

Passo Fundo

SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE

PAULO

Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA

Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS

Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA

Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA ndash ICFUC

Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA

Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO

Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA

HOSPSAtildeO LUCAS PUC

Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO

Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS

100

Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER

Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE

Porto Alegre CINECORacuteS

Porto Alegre HOSPITAL ULBRA

Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)

Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS

Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES

Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA

Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE

Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES

VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)

Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI

Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM

Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR

Santa Maria HEMOCOR

Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO

101

APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Prezado(a) Senhor(a)

Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma

totalmente voluntaacuteria

Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute

muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste

documento

Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se

decida a participar

Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem

nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito

Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos

enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica

Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste

questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas

Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio

direto para vocecirc

Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto

emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo

Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum

102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou

de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias

ficando com a posse de uma delas

Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo

Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom

Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr

103

APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa

11 IDENTIFICACcedilAtildeO

Data_____________

Idade______

Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro

Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________

Cargo Ocupado___________

Tempo (anos) de formaccedilatildeo________

Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro

Qual_________

Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada

Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo

12 TRABALHO E PROFISSAtildeO

Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees

SIM NAtildeO

Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica

Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar

Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho

Seu dia de trabalho parece interminaacutevel

Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo

104

APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica

Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido

InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de

Enfermagem

Telefone para contato 32208263

Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a

privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios

Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e

exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente

poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de

enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf

Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este

projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

UFSM em com o nuacutemero do CAAE

Santa Maria de de 2008

Drordf Laura de Azevedo Guido

RG 5007594665

COREN 22213

105

APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede

Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado

Santa Maria __ ________ 2009

A Gerecircncia de Enfermagem

Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os

enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica

para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de

dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como

objetivos

- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de

hemodinacircmica do Rio Grande do Sul

- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica

- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica

- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica

O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo

credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch

Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees

sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados

O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue

Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre

espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com

certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua

concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa

Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo

solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil

Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr

Atenciosamente

__________________________________

Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido

Professor Adjunto

Concordo e dou ciecircncia

___________________________________

Gerecircncia de Enfermagem

106

ANEXOS

ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas

ESCALA DE ESTRESSORES

Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada

adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo

Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a

alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala

0= Ausecircncia de estresse

1= pouco estresse

2=estresse moderado

3= muito estresse

4= estresse maacuteximo

Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna

Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se

aplica

1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4

2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4

3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4

4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4

5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4

6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4

7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4

8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4

9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4

10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4

11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4

12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4

13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4

14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4

15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4

16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4

107

17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4

18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus

0 1 2 3 4

19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico

0 1 2 3 4

20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4

21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4

22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia

0 1 2 3 4

23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4

24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4

25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias

0 1 2 3 4

26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4

27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4

28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4

29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4

30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4

31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4

32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4

33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4

34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4

35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4

36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4

37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4

38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4

39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4

40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares

0 1 2 3 4

41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4

42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4

43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4

44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4

45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4

46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4

47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4

48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4

108

49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4

50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4

51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4

52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4

53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4

54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4

55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4

56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4

57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4

ESCALA DE SINTOMAS

Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a

presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a

alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala

0 = Ausecircncia de sintoma

1 = sintoma percebido com baixa intensidade

2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade

3 = sintoma percebido com alta intensidade

4 = sintoma percebido com excessiva intensidade

Sintomas 0 1 2 3 4

Sessatildeo 1

1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4

2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4

3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4

4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4

5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4

6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4

7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4

8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4

9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4

Sessatildeo 2

10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4

109

11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4

12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4

13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4

14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4

15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4

Sessatildeo 3

16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4

17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4

18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4

19 ndash Tosse 0 1 2 3 4

20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4

21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4

Sessatildeo 4

22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4

23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4

24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4

25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4

Sessatildeo 5

26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4

28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4

29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4

30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4

31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4

Sessatildeo 6

32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4

33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4

35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4

36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4

HAacuteBITOS SOCIAIS

37 ndash Ingesta alcooacutelica

110

( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana

( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia

( ) mais de 6 copos por dia

38 ndash Consumo de cigarros

( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia

( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia

39 ndash Indutor do sono

( ) Sim ( )Natildeo

111

ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP

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