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Page 1: ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR A OBESIDADE EM ESCOLARES · ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR A OBESIDADE EM ESCOLARES Autora: Lia Vanderléia Pontarolo1 Orientadora: Maria Angélica Binotto2
Page 2: ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR A OBESIDADE EM ESCOLARES · ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR A OBESIDADE EM ESCOLARES Autora: Lia Vanderléia Pontarolo1 Orientadora: Maria Angélica Binotto2

ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR A OBESIDADE EM ESCOLARES

Autora: Lia Vanderléia Pontarolo1

Orientadora: Maria Angélica Binotto2

RESUMO

A Infância e a adolescência são fases na qual se criam hábitos que perduram ao longo de toda a vida. Sendo assim, é importante a criação de hábitos alimentares saudáveis e o estímulo a prática regular de atividades físicas visando à prevenção e promoção da saúde dos indivíduos. Neste contexto, o presente estudo pretende verificar a eficiência de diferentes estratégias para uma conscientização da importância de uma alimentação equilibrada e de uma prática regular de atividades físicas em escolares. A pesquisa envolveu a participação de 63 alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Barão de Capanema, do município de Prudentópolis, Paraná. Os dados foram obtidos por meio da aplicação de um questionário com perguntas fechadas com informações pessoais, atividades físicas e comportamentos sedentários, hábitos alimentares, controle do peso corporal e comportamentos preventivos. Os alunos foram divididos em 3 grupos, 2 grupos com intervenções (G1 e G2) e 1 grupo controle (GC). A intervenção teve duração de 04 meses com uma frequência semanal de uma vez e duração de 50 minutos cada ação na qual nos G1 e G2 foram trabalhadas diferentes ações de conscientização de uma alimentação saudável e de uma prática regular de atividades físicas. Através da aplicação das diferentes estratégias pudemos observar que houve pequenas mudanças no comportamento dos escolares, possivelmente explicadas pelo curto período de tempo entre uma avaliação e outra considerando que mudanças de comportamento são observadas a médio e longo prazo. Com isso, concluímos que a aplicação das diferentes estratégias são formas pela qual o professor pode utilizar, a fim de estimular uma alimentação saudável e uma pratica regular de atividades física nos escolares.

Palavras-chave: adolescência, obesidade, prevenção.

1 Pós-graduada em Formação de Recursos Humanos para a Educação Básica pela UNICENTRO,

graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, professora na rede estadual de ensino do Paraná no Colégio Estadual Barão de Capanema, Prudentópolis.

2 Mestre em Atividade Física relacionada à saúde, graduada em Educação Física, Docente do

DEDUF da UNICENTRO.

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1 INTRODUÇÃO

O mundo moderno tem facilitado muito a vida das pessoas, e trouxe também

o incômodo das doenças, do sedentarismo e consequentemente, da obesidade.

Alimentos cada vez mais ao alcance de todos, facilidade para comprar, lanches

rápidos, tudo para agilizar, mas ao mesmo tempo, com excesso de calorias que

depois não serão utilizadas, nesse mundo moderno em que o ser humano não

precisa de nenhum esforço para realizar suas tarefas diárias.

A Organização Mundial de Saúde reconheceu que a obesidade é uma

epidemia global, que atinge tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento,

tendo como causas fundamentais o estilo de vida sedentário e um perfil nutricional

rico em gordura e alimento de alta densidade energética (SILVA, 2003, p.64).

A obesidade é uma doença que preocupa todos os profissionais da saúde,

pois a partir dela surgem várias outras doenças e “sendo a obesidade uma doença

crônica, requer atenção permanente em relação aos hábitos alimentares e à

atividade física” (LEÃO, 2003, p.156). A estratégia é poder amenizar ou controlar as

outras doenças que surgem mascaradas através dela e com isso proporcionar ao

ser humano maior expectativa e qualidade de vida.

Os fatores que desencadeiam a obesidade estão diretamente relacionados a

fatores hereditários, ou seja, as características que herdamos dos nossos pais e

fatores ambientais, como hábitos de nossas famílias e a cultura na qual estamos

inseridos.

De acordo com Sichieri (2008, p.209)

[...] a prevalência da obesidade aumentou agudamente nas últimas três décadas, particularmente, entre os adolescentes e adultos jovens. As consequências do excesso de peso são múltiplas, e a sua ocorrência na adolescência associa-se a aumento da pressão arterial, alteração do perfil lipídico e glicídio.

Nesta idade, existe um grande crescimento físico, e o adolescente come

muito, por isso é necessário equilibrar sua alimentação para que mesmo que seja

em excesso, seja com qualidade, pois ganhar peso é muito fácil, mas perder é

sempre muito difícil, e a sociedade cobra que eles tenham corpos sarados ao

mesmo tempo em que oferta uma alimentação toda errada.

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A alimentação é um fator que vai influenciar profundamente na composição

do peso dos alunos e segundo Farias (2003) apud Vasconcelos, (2000, p.28) “os

avanços científicos verificados nas últimas três décadas têm demonstrado a grande

influência da nutrição sobre as dimensões físicas e a composição global do corpo

humano, sobretudo em relação ao processo de crescimento”.

No período da adolescência criam-se hábitos que serão levados para toda a

vida, e então se faz necessário criar a consciência para uma alimentação saudável.

De acordo com Costa et. al. (2004, p.206) “na infância e na adolescência ocorrem a

consolidação e a formação dos hábitos alimentares o que justifica a importância da

educação nutricional, visando a prevenção e promoção da saúde dos indivíduos

nessa faixa etária”.

No entanto, evidências sugerem que grande parte da obesidade é mais

devida ao baixo gasto energético que ao alto consumo de comida, enquanto a

inatividade física da vida moderna parece ser o maior fator etiológico do crescimento

dessa doença nas sociedades industrializadas. Segundo Ciolac (2004), a maioria

das pessoas não possui o hábito de praticar algum tipo de atividade física, ficando a

maior parte do seu tempo livre em frente à televisão ou ao computador, e muitas

vezes, durante esse tempo ainda ingerindo alimentos de muito valor calórico e baixo

valor nutritivo.

Para o tratamento da obesidade é necessário que o gasto energético seja

maior que o consumo energético diário, o que nos faz pensar que uma simples

redução na quantidade de comida através de dieta alimentar seja suficiente. No

entanto, isso não é tão simples. Estudos têm demonstrado que mudanças no estilo

de vida, através de aumento na quantidade de atividade física praticada e

reeducação alimentar é o melhor tratamento (CIOLAC, 2004).

“O sedentarismo é um fator de risco para o desenvolvimento de sobrepeso e

obesidade infantil, condições que se associam à dislipidemia, hipertensão arterial e

resistência insulínica, entre outras alterações” (BARUKI, 2006, p.90). Todos esses

índices podem ser citados que com o passar dos anos virão a serem fatores que

desencadearão doenças graves no ser humano adulto, e que se observadas desde

cedo, podem ser acompanhadas e evitadas ou ao menos minimizadas com um bom

acompanhamento dos profissionais adequados.

Os estudos tem demonstrado que os benefícios da atividade física sobre a

obesidade podem ser alcançados com intensidade baixa, moderada ou alta,

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indicando que a manutenção de um estilo de vida ativo independente de qual

atividade praticada, pode evitar o desenvolvimento desta doença (CIOLAC, 2004).

Neste mundo moderno está o adolescente que desde muito cedo se

acostumou com todas essas facilidades que encontra ao querer comunicar-se

(celular, internet), e para alimentar-se (lanches prontos, refeições entregues em

casa) e dentro das casas os eletroeletrônicos que fazem de tudo.

As comodidades que o mundo moderno oferece como possibilidade do uso da TV, telefones, videogames, computadores entre outros, acessíveis a determinadas classes socioeconômicas, conduzem também a um estilo de vida sedentário. Foi detectada a associação significante entre horas despendidas com hábito de assistir TV e aumento das prevalências de sobrepeso e obesidade, e tal associação ocorre possivelmente, em função da natureza sedentária da atividade, acrescida da relação que existe entre a mesma e o consumo de lanches e, também, ao efeito cumulativo da exposição a propagandas de alimentos hipercalóricos (OLIVEIRA et. al., 2003, p149).

Em pesquisa realizada no município de Corumbá-MS, se observou a

associação entre o estado nutricional e atividade física em escolares da rede

municipal de ensino, ficou evidente a importância da educação para a adoção de

hábitos saudáveis, desde a infância, pois quando há a influência da família os

hábitos adquiridos são levados para a vida toda, e se tornam parte da vida das

pessoas.

Intervenções sociais envolvendo a escola, as famílias e os profissionais da área da saúde devem proporcionar orientações nutricionais, conscientizar a população para a redução do sedentarismo e incentivar a prática de atividades físicas em crianças e adolescentes, com ênfase não apenas na iniciação, mas principalmente na sua manutenção durante a juventude e a idade adulta, promovendo saúde pública e melhor qualidade de vida para todos (BARUKI, 2006, p.94).

Neste sentido, o presente estudo pretende verificar a eficiência de diferentes

estratégias para uma conscientização da importância de uma alimentação

equilibrada e de uma prática regular de atividades físicas em escolares.

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 METODOLOGIA

O desenvolvimento desta pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo foi

desenvolvido no município de Prudentópolis, no Colégio Estadual Barão de

Capanema, com estudantes do Ensino Médio, devidamente matriculados. Fizeram

parte da investigação três turmas do colégio, selecionadas intencionalmente, e

participaram os escolares que foram autorizados pelos pais ou responsáveis

mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Das

três turmas selecionadas, todas foram de 3ª série, sendo duas do turno da manhã,

que foram as turmas de intervenção, e uma do turno da tarde, o grupo controle, com

o qual não foram realizadas as intervenções somente fez as avaliações iniciais e

finais, através do questionário utilizado. O questionário utilizado é um questionário

com perguntas fechadas sobre: informações pessoais, atividades físicas e

comportamentos sedentários, hábitos alimentares, controle do peso corporal e

comportamentos preventivos. Este questionário é um instrumento de medida criado

e validado para adolescentes escolares (NAHAS, 2007).

A coleta de dados e as intervenções do projeto ocorreram entre os meses de

agosto e dezembro de 2011, com aplicação de 20 horas aula para a realização das

atividades propostas em cada turma que sofreu intervenção, totalizando 40 horas e

mais as atividades de aplicação de questionários e verificação de peso e altura nas

referidas turmas.

Entre o pré-teste e o pós-teste foram aplicadas diferentes atividades nos

grupos 01 e 02 definidas como estratégias, para que possamos comparar quais

ações foram mais eficientes nos escolares. Essas atividades ou estratégias tinham o

objetivo de conscientizar os educandos sobre a importância de uma alimentação

equilibrada e de uma prática regular de atividades físicas no período da

adolescência para se criar hábitos permanentes. As estratégias envolveram

palestras, discussões, teatro, júri-simulado, vídeos, pesquisas, recordatório dentre

outras.

No grupo controle não foram realizadas atividades de intervenção, somente

a aplicação do pré-teste e do pós-teste.

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2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Essa intervenção foi realizada com um total de 63 alunos, sendo que 44

fizeram parte dos grupos de intervenção, sendo dividido em Grupo 01(G1) com 21

participantes, Grupo 02 (G2) com 23 participantes e Grupo Controle (GC) com 19

participantes. Os alunos que não entregaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis não participaram da pesquisa,

assim como os alunos que mudaram de turno, desistiram ou foram transferidos do

estabelecimento no período das intervenções não foram computados nos números

acima.

Os alunos passaram pela aferição do seu peso no pré e pós-intervenção,

bem como a medida da sua estatura, valores esses que sofreram alterações de

acordo com o desenvolvimento de cada adolescente e de suas características de

crescimento e desenvolvimento muito evidentes nesta fase. Esses valores são

apresentados na tabela 1 a seguir.

Idade (anos) Peso (kg) Estatura (m)

Pré Pós Pré Pós Pré Pós

G1

16,95±0,49 17,14±0,35 50,04±8,68 59,50±9,17 1,68±0,06 1,68±0,06

G2

16,87±0,69

17,26±0,68 61,01±8,71 60,94±8,12 1,67±0,10 1,67±0,10

GC

17,58±1,01 17,68±1,00 60,92±13,34 61,07±14,14 1,69±0,08 1,70±0,08

Tabela 1: valores médios e de desvio padrão das variáveis idade, peso e estatura pré e pós-intervenção do grupo 1 (G1), grupo 2 (G2) e grupo controle.

Quanto ao gênero, no G1 participaram 21 escolares destes 12 são do sexo

masculino e 09 do sexo feminino, a maioria (20) são solteiros, 07 são empregados,

18 adolescentes moram com a família e 20 responderam que residem ou moram em

casa e quanto a cor da sua pele 16 alunos responderam branca e 05 cor parda.

No G2, num total de 23 alunos, 11 são do sexo masculino e 12 do sexo

feminino, 21 escolares são solteiros. Em relação ao trabalho 13 não trabalham e 10

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são empregados com salário, e todos moram com a sua família, sendo em sua

maioria (22 alunos) residentes em casas. Quanto à cor da pele, 16 alunos dizem ter

pele branca, 06 parda e 01 preta.

No grupo controle (GC) num total de 19 alunos, 09 são do sexo masculino e

10 do sexo feminino sendo que os 19 são solteiros onde 14 não trabalham e 05 são

empregados com salário. Destes adolescentes 16 moram com a família e 16 moram

ou residem em casa. A maioria relatou cor da pele branca (13) seguido de parda

(05) e preta (01).

Quando nos reportamos ao período da adolescência, de acordo com

Gallahue (2005, p.349) “é um período marcado por aumentos acelerados tanto no

peso como na estatura. A idade do aparecimento, a duração e a intensidade desse

surto de crescimento tem base genética e variam de indivíduo para indivíduo”.

Sendo assim, observa-se que o aumento em peso e estatura encontrados nos

escolares estudados faz parte de um processo natural do crescimento e

desenvolvimento humano.

As próximas questões referem-se a atividades físicas e comportamentos

sedentários. Na pergunta 08 do questionário se questiona durante uma semana

típica ou normal, em quantos dias o aluno faz atividades físicas que totalizam 60

minutos por dia, na pergunta 09 nos últimos sete dias em quantos dias o aluno fez

atividades que totalizam 60 minutos por dia, na pergunta 10 em quantos dias o aluno

pedala ou caminha para ir e voltar da escola ou trabalho, na pergunta 11 em quantas

aulas de Educação Física o aluno participa e na pergunta 12 em quantos dias o

aluno faz exercícios para melhorar o tônus e a força muscular. As respostas que os

alunos podiam dar a estas questões eram de 0 a 7 dias na semana. Na tabela 02,

serão descritos apenas os maiores valores percentuais encontrados.

Observou-se que não houve grandes alterações nas respostas dos alunos

nos G1, G2 e GC quando comparamos as respostas dados antes e depois das

intervenções realizadas. O que observamos é que houve um aumento de dias de

prática de atividades físicas do pré para a pós-intervenção no G2, e em

consequência um aumento no número de dias que praticaram atividades físicas nos

últimos sete dias neste grupo, e também no GC os alunos declaram que

aumentaram as atividades físicas nos últimos sete dias. No G1 houve um aumento

em relação aos dias que os alunos caminham ou pedalam para ir e voltar da escola

ou trabalho de 2 dias para 5 dias e no GC de 5 dias para 7 dias. Na questão que

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falava sobre as aulas de Educação Física e fazer exercícios que melhorem o tônus e

a força muscular as respostas permaneceram iguais no pré e na pós-intervenção.

G1 G2 GC

Questões Pré Pós Pré Pós Pré Pós

08 2 dias (23,8%)

2 dias 23,8%

3 dias (17,4%)

4 dias (30,4%)

0 dias (36,8%)

0 dias (26,3%)

09 2 dias (28,6%)

2 dias (33,3%)

1 dias (26,1%)

3 dias (21,7%)

1 dias (31,6%)

4 dias (31,6%)

10 2 dias (28,6%)

5 dias (42,9%)

5 dias (39,1%)

5 dias (43,5%)

5 dias (42,1%)

7 dias (31,6%)

11 4 dias (76,2%)

4 dias (57,1%)

4 dias (95,7%)

4 dias (69,5%)

0 dias (63,5%)

0 dias (63,2%)

12 0 dias (71,4%)

0 dias (66,7%)

0 dias (52,2%)

0 dias (52,2%)

0 dias (52,6%)

0 dias (52,6%)

Tabela 02: Valores percentuais no pré e pós-intervenção dos grupos G1, G2 e GC de escolares referente às atividades físicas.

Na pergunta 13, os escolares são questionados sobre a afirmativa “Eu gosto

de fazer atividades físicas”. No G1 o resultado do pré-teste os escolares

responderam em 47,6% que concordam em parte e 38,1% responderam que

concordam totalmente. No pós-teste deste grupo 57,1% responderam que

concordam totalmente. No G2 o resultado do pré-teste os escolares responderam

que concordam em parte em 60,9% e no pós-teste 69,6% responderam que

concordam totalmente. E no GC, o resultado do pré-teste foi de 78,9% na resposta

concordo totalmente, e no pós-teste o resultado foi o mesmo de 78,9% na mesma

resposta. A partir das estratégias utilizadas podemos concluir que os escolares dos

G1 e G2 passaram a ver as atividades físicas como importante para sua vida e

mesmo que não gostem tanto, passam a ver a atividade física como forma de buscar

uma melhora na sua qualidade de vida. No GC que não houve intervenção e,

portanto não houve mudança na resposta.

Na questão de número 14, há uma afirmativa que diz: “considera-se

fisicamente ativo o jovem que acumula 60 minutos diários de atividades físicas em 5

ou mais dias da semana”. A pergunta aos escolares é se em relação aos seus

hábitos de prática de atividades físicas eles como eles diriam que se encontram no

momento. O resultado desta questão foi no G1, 33,3% dos alunos responderam que

pretendo me tornar fisicamente ativo nos próximos 30 dias, no pré-teste e 38,1% dos

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alunos disseram que são fisicamente ativos há menos de 6 meses. No pré e no pós-

teste do G2 os alunos se declararam fisicamente ativos há mais de 6 meses em

47,8% e no GC no pré 47,4% se declararam fisicamente ativos há mais de 6 meses

e 52,6% no pós-teste.

Na questão número 15, os alunos foram perguntados se realizam,

regularmente, alguma atividade física no seu tempo livre, e na sua grande maioria

tanto no pré quanto no pós-teste eles responderam que sim. No G1, 52,4%

responderam que sim no pré-teste e 61,9% no pós-teste. No G2, 69,6%

responderam que sim no pré-teste e 73,9% no pós-teste e no GC 68,4%

responderam que sim no pré-teste e 63,2% no pós-teste. Este resultado aponta um

aumento do envolvimento dos escolares em atividades físicas no tempo livre quando

comparado pré e pós nos 2 grupos de intervenção (G1 e G2) o que eu não foi

observado no GC. Nesta pergunta podemos perceber que as atividades físicas no

tempo livre dos grupos G1 e G2 aumentaram após a intervenção e no GC houve

diminuição destas atividades.

Na questão de número 16, perguntamos aos alunos se durante o seu último

ano escolar, ele teve aulas nas quais pode aprender sobre os benefícios da

atividade física, sedo que as respostas eram sim, não e não sei. As respostas que

tivemos do G1 no pré-teste foi de 61,9% e no pós-teste de 95,2% que disseram que

sim. No G2 a resposta foi 56,5% no pré-teste e 91,3% no pós-teste também na

resposta sim. E no GC no pré-teste 84,2% e 89,5% responderam que sim o que

corresponde à conscientização dos mesmos a respeito dos temas trabalhados nas

respectivas aulas.

As perguntas 17, 18, 19 e 20 questionam sobre o tempo que os escolares

ficam na TV, no videogame e no computador durante os dias de semana e nos finais

de semana, sendo que as respostas para estas quatro questões são: eu não assisto

TV/jogo videogame ou uso computador em dias de semana ou final de semana,

menos de uma hora por dia, 1 hora por dia, 2 horas por dia, 3 horas por dia, 4 horas

por dia 5 ou mais horas por dia. Os dados serão apresentados na tabela 03.

Em relação ao tema da TV e do videogame/computador, os alunos

colocaram a questão que a falta de opções de lazer em nossa cidade faz com que

esses veículos sejam os únicos meios de acesso a alguma forma de diversão da

grande maioria dos adolescentes, pois não temos cinema, teatro, parques, quadras

de esportes, e outras atividades. Sendo assim quando estão em casa os escolares

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utilizam a TV, o computador, os jogos de videogame como forma de lazer. Na tabela

03 podemos observar que não houve diminuição das horas em frente à TV,

videogame/computador, apenas na questão 19 do G1, que de 5 horas usando o

videogame ou computador durante a semana (segunda a sexta-feira) no pré

passaram para 2 horas na pós-intervenção, que é uma mudança significativa.

Observando os outros resultados podemos ver que houve aumento do tempo de uso

em quase todas as respostas.

G1 G2 GC

Questões Pré Pós Pré Pós Pré Pós

17 2,4 horas (28,6%)

2 horas (38,1%)

2,4 horas (26,1%)

4 horas (39,1%)

2 horas (26,3%)

6 horas (31,6%)

18 2 horas (47,6%)

2 horas (38,1%)

4 horas (30,4%)

4 horas (34,8%)

4 horas (26,3%)

2,5 horas (21,1%)

19 5 horas (28,6%)

2 horas (33,3%)

2 horas (34,8%)

2 horas (30,4%)

1 hora (52,6%)

1 hora (26,3%)

20 1 hora (23,8%)

2 horas (33,3%)

1 hora (26,1%)

1 hora (34,8%)

1 hora (26,3%)

1,2 horas (21,1%)

Tabela 03: Valores percentuais no pré e pós-intervenção dos grupos G1, G2 e GC de escolares referente às atividades no tempo livre.

Nas perguntas 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27 questionamos sobre o consumo

de alimentos como frutas, sucos naturais, verduras, salgadinhos, doces,

refrigerantes, leite e derivados, feijão e arroz, nas refeições de dias de semana e

lanches que os escolares fazem em casa, na escola, em restaurantes ou em outros

lugares (resultados ilustrados na tabela 04).

A maioria das pessoas não possui o hábito de praticar algum tipo de

atividade física, ficando a maior parte do seu tempo livre em frente à televisão ou ao

computador. Segundo CIOLAC (2004, p.319),

[...] nas últimas décadas tem havido rápido e crescente aumento no número de pessoas obesas, o que tornou a obesidade um problema de saúde pública. As evidências sugerem que grande parte da obesidade é mais devida ao baixo gasto energético que ao alto consumo de comida, enquanto a inatividade física da vida moderna parece ser o maior fator etiológico do crescimento dessa doença nas sociedades industrializadas.

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G1 G2 GC

Questões Pré Pós Pré Pós Pré Pós

21 1 dia (23,8%)

2,3,5 dias (23,8%)

7 dias (26,1%)

7 dias (26,1%)

4 dias (31,6%)

2,4 dias (21,1%)

22 7 dias (23,8%)

7 dias (33,3%)

7 dias (26,1%)

7 dias (26,1%)

7 dias (26,3%)

7 dias (31,6%)

23 2 dias (33,3%)

1,2 dias (33,3%)

1 dias (30,4%)

0,1,2,5 dias

(17,4%)

1 dias (52,6%)

1,2 dias (31,6%)

24 2 dias (23,8%)

1,2 dias (28,6%)

4 dias (21,7%)

3 dias (30,4%)

3 dias (26,3%)

2 dias (36,8%)

25 3 dias (23,8%)

2 dias (28,6%)

2 dias (26,1%)

1 dias (30,4%)

1 dias (36,8%)

2 dias (26,3%)

26 7 dias (47,6%)

7 dias (47,6%)

7 dias (26,1%)

7 dias (26,1%)

7 dias (31,6%)

2,5,6,7 dias

(21,1%)

27 6 dias (47,6%)

6 dias (42,9%)

7 dias (47,8%)

7 dias (60,9%)

7 dias (47,4%)

7 dias (57,9%)

Tabela 04: Valores percentuais no pré e pós-intervenção dos grupos G1, G2 e GC de escolares referente aos hábitos alimentares.

Na tabela 04 observamos que o G1 passou a consumir frutas ou sucos

naturais de 1 dia para 2,3, e até 5 dias na semana. O G2 manteve o consumo de

frutas e sucos naturais nos 7 dias da semana e o GC de 4 dias diminuiu para 2 e 4

dias este consumo.

Na questão 22, analisada na mesma tabela, os escolares permaneceram

comendo verduras os 7 dias da semana; na 23 relata o consumo de salgadinhos

(coxinhas, pastéis, empanados), e esse consumo continua nos três grupos mas teve

aumento no G2 mesmo depois da intervenção. Na pergunta 24 relacionamos o

consumo de doces por dia da semana e percebemos que houve uma pequena

diminuição do seu consumo no G1 de 2 dias para 1 e 2 dias, no G2 de 4 dias para 3

dias e no GC de 3 dias para 2 dias.

Na pergunta 25 falamos sobre o consumo de refrigerantes e pudemos

perceber que mesmo após a intervenção e a conscientização dos males que o

consumo exagerado do mesmo pode trazer, não houve diminuição do seu consumo

em nenhum dos grupos e também observamos que esse consumo é diário na

grande maioria das famílias dos nossos alunos.

Em relação ao consumo de leite e seus derivados o G1 e o G2 mantiveram o

consumo diário e o GC do consumo diário houve variação para o consumo em 2, 5,

6 e 7 dias da semana. Em relação ao consumo de arroz e feijão os grupos

mantiveram os dias de consumo de 6 dias para o G1 e 7 dias para o G2 e o GC.

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Questionamos nas perguntas 28 e 29 aos escolares sobre o consumo e a

quantidade de vezes por dia de frutas e verduras nos últimos 30 dias. A tabela 05

apresenta os resultados obtidos.

Questões Intervenções G1 G2 GC

28 Pré Menos de 1 x ao dia (33,3%)

1 x ao dia (39,1%) 1 x ao dia (36,8%)

Pós 1 x ao dia (38,1%) Menos de 1 x ao dia (39,1%)

1 x ao dia (47,4%)

29 Pré 1 x ao dia (28,6%)

1 x ao dia (34,8%)

2 x por dia (31,6%)

Pós Menos de 1 x ao dia (33,3%)

1 vez ao dia (47,8%)

2 x por dia (31,6%)

Tabela 05: Valores percentuais no pré e pós-intervenção dos grupos G1, G2 e GC de escolares referente ao consumo de frutas e verduras ao dia.

De acordo com a afirmação, na pergunta 30, “eu gosto de comer frutas e

verduras”, no G1 os alunos disseram que concordam totalmente no pré-teste em

61,9% e no pós-teste em 47,6% responderam que concordam em parte. No G2 a

resposta no pré-teste foi de 52,2% e no pós-teste 60,9% que concordam totalmente.

No GC a resposta foi concordo totalmente em 73,7% no pré-teste e em 68,4% no

pós-teste. Nesta resposta afirmativa para o consumo de frutas e verduras

percebemos que no G1 houve mudança de opinião, pois na pré concordaram

totalmente e na pós-intervenção concordaram em parte. No G2, a resposta foi a

mesma, mas houve aumento do percentual, indicando que o consumo de frutas e

verduras passou a ser parte do dia a dia dos alunos, e que os mesmos incorporaram

esses hábitos de forma prazerosa. No GC houve diminuição do percentual que disse

que gosta de frutas e verduras.

Na questão de número 31, os escolares responderam sobre os hábitos

alimentares em relação a frutas e verduras e no G1 no pré-teste e no pós-teste a

maioria das respostas foi que incluem frutas e verduras diariamente na alimentação

há mais de 6 meses (42,9% e 57,1%), no G2 (56,5% e 60,9%) e no GC (63,2% e

68,4%) respectivamente. Observamos com estes dados que nos três grupos houve

um pequeno aumento no consumo de frutas e verduras. O consumo de frutas e

verduras é um hábito saudável, e o objetivo era criar nos alunos a consciência pelo

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consumo dos mesmos, e através destes dados acreditamos que houve uma

pequena melhora.

A alimentação, aliada a outros fatores, é um elemento fundamental para

evitar a obesidade. Para Araújo (2009, p.05),

[...] a prevenção da obesidade baseia-se praticamente em adquirir um estilo de vida saudável, com melhores hábitos alimentares, e atividade física regular, incluindo mudanças políticas, culturais e socioeconômicas. A falta de horário, as guloseimas, os desiquilíbrios da dieta levarão ao fortalecimento do hábito inadequado que pode ter como consequência a obesidade.

Quando questionamos os escolares sobre se tiveram aulas onde puderam

aprender sobre os benefícios de uma alimentação saudável para a saúde, eles

responderam que sim no G1 em 42,9% (pré-teste) e 95,2% (pós-teste), no G2 65,2%

(pré-teste) e 87,0% (pós-teste) e no GC 68,4% (pré-teste) e 78,9% (pós-teste).

Em relação ao controle do peso corporal os escolares foram questionados

se estão satisfeitos ou não com seu peso. No G1 a resposta foi no pré-teste em

61,9% e no pós-teste em 57,1% que estão satisfeitos, no G2 houve contradição

então no pré-teste disseram em 52,2% que não e no pós-teste a resposta ficou igual

para sim e não em 43,5%. No GC os escolares disseram que estão satisfeitos em

57,9% no pré-teste e em 63,2% no pós-teste.

Na questão seguinte perguntamos como os escolares classificariam o seu

peso corporal, e a maioria considera o seu peso adequado ou normal, sendo que no

G1 no pré-teste 57,1% e 47,6% no pós-teste; no G2 43,5% no pré-teste e 39,1% no

pós-teste e no GC 52,6% no pré-teste e 47,4% no pós-teste. Depois os escolares

deveriam descrever o que estavam tentando fazer em relação ao seu peso corporal

e no G1 no pré-teste 38,1% disseram que estão tentando manter o peso corporal e

no pós-teste 28,6% responderam que estão tentando ganhar peso e não estou

fazendo nada em relação ao meu peso; no G2 a resposta foi a mesma em estou

tentando perder peso no pré-teste em 47,8% e no pós-teste em 34,8%, também na

resposta estou tentando manter meu peso atual; e no GC a resposta foi a mesma no

pré-teste e no pós-teste em 47,4% na resposta estou tentando ganhar peso.

Ainda, quando questionados se estão tentando perder peso e quais

estratégias estariam utilizando, a maioria dos escolares respondeu que não estão

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tentando perder peso, no G1 no pré-teste em 76,2% e no pós-teste em 66,7%; no

G2 em 65,2% no pré e pós-teste; e no GC em 63,2% no pré e pós-teste.

Em relação aos comportamentos preventivos os escolares foram

questionados se nos últimos 30 dias fumaram cigarros ou fizeram uso de uma ou até

5 doses de bebida alcoólica numa mesma ocasião. Apresentamos os resultados na

tabela 06.

G1 G2 GC

Pré Pós Pré Pós Pré Pós

37 0 dias

(85,7%)

0 dias

(85,7%)

0 dias

(56,5%)

0 dias

(91,3%)

0 dias

(89,5%)

0 dias

(100%)

38 1 ou 2 dias

(38,1%)

0,1ou 2 dias

(38,1%)

0 dias

(56,5%)

0 dias

(56,5%)

0 dias

(52,6%)

0 dias

(42,1%)

39 0 dias

(57,1%)

0 dias

(57,1%)

0 dias

(78,3%)

0 dias

(87,0%)

0 dias

(73,7%)

0 dias

(68,4%)

Tabela 06: Valores percentuais no pré e pós-intervenção dos grupos G1, G2 e GC de escolares referente aos comportamentos preventivos.

Os comportamentos preventivos são trabalhados ao longo de todo o ano

escolar, durante todo o processo de ensino, desde que o aluno ingressa na escola.

Com isso observamos que há uma grande conscientização dos escolares em

relação ao uso do cigarro e da bebida alcoólica, o que nos ajuda a afirmar que se

pudéssemos ter mais tempo de contato com os alunos falando sobre os temas

acima abordados poderíamos obter melhores resultados, pois hábitos são criados ao

longo do tempo e precisam ser repetidos para que se crie a consciência da sua real

importância para nossa vida.

Para finalizar os escolares foram questionados sobre como descrevem a sua

saúde, de maneira geral. No G1, tivemos 38,1% no pré-teste e 47,6% no pós-teste

que responderam que consideram sua saúde „boa‟. No G2, no pré-teste, 39,1%

responderam „regular‟ e no pós-teste 47,8% responderam que consideram sua

saúde „boa‟. No GC obtivemos a mesma resposta e o mesmo percentual nas duas

aplicações sendo a resposta „boa‟ em 42,1% nas duas aplicações. Através dessa

resposta os alunos puderam avaliar como está sua alimentação, suas atividades

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físicas e como eles se observam em relação a esse universo de responsabilidade

que é a sua saúde.

De acordo com os resultados, observa-se a importância da atuação da

escola, especificamente do professor de Educação física no processo de

conscientização de hábitos saudáveis. Segundo Araújo (2009, p.05), “as escolas

devem oferecer a disciplina de educação física e uma merenda escolar adequada,

além de realizar programas de educação alimentar para as crianças e as famílias e

restringir a venda de alimentos não saudáveis em favor de lanches saudáveis”.

2.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos observar por meio dos dados obtidos, que os valores relativos na

pré e na pós-intervenção não apresentaram grandes mudanças na rotina e nos

hábitos dos alunos envolvidos nesta pesquisa, sendo eles dos grupos de

intervenção ou do grupo controle, mas podemos afirmar que pequenas mudanças

surgiram e a partir disso, acredita-se que a conscientização dos escolares sobre a

importância de bons hábitos de alimentação e de prática de atividades físicas

ocorreu. Possivelmente, estes resultados confirmam que mudanças de

comportamento poderão ser observadas a longo prazo, logo, um projeto dessa

amplitude precisaria de mais tempo para atingir todos os objetivos propostos, e para

que os alunos tivessem mais tempo para vivenciar os momentos de discussão e

análise dos seus hábitos.

As diferentes estratégias utilizadas produziram algum efeito, que foram

observadas mais em algumas estratégias do que em outras, onde de acordo com os

alunos ao serem questionados responderam: no grupo G1 os alunos disseram que a

atividade que mais gostaram de participar foi a do júri-simulado, no grupo G2, os

alunos citaram o filme Super Size-Me, o vídeo sobre anorexia e o recordatório como

as atividades mais interessantes e que fizeram repensar seus hábitos alimentares e

de atividade física. Em relação às atividades que criaram menor envolvimento

podemos citar as atividades cotidianas como a elaboração de cartazes, trabalhos em

grupo e as discussões que em alguns momentos criavam bons resultados e em

outros momentos acabavam em assuntos sem interesse. Houve muito interesse dos

alunos na discussão dos temas propostos relativos à atividades físicas e sua

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importância para a saúde, os temas relacionados a alimentação e qualidade de vida,

controle do peso e os comportamentos preventivos bem como evitar uma vida

sedentária.

Não podemos dizer que estas ou aquelas estratégias foram mais eficientes,

mas acreditamos que o conjunto de todas seria o ideal, com mais tempo de

elaboração e implementação do projeto, de contato com os escolares para que

houvesse tempo suficiente para a construção de novos comportamentos

relacionados à saúde.

Há que se mostrar a importância do profissional de Educação Física na vida

do seu educando facilitando a compreensão e a construção de hábitos relativos a

alimentação e a atividade física para a correria da vida moderna, que façam surgir

alternativas saudáveis e assim prevenir o excesso de peso e a obesidade e as

doenças relacionadas. Através dessas discussões os educandos puderam refletir

repensar e readequar seus hábitos para viver com mais qualidade de vida,

observando seus comportamentos e vendo a Educação Física como auxiliar na

construção e na promoção da saúde das pessoas.

A partir desta pesquisa, sugere-se que sejam feitas outras investigações

avaliando a mudança de comportamento dos escolares que participaram do estudo,

a médio e a longo prazo para avaliarmos se efetivamente houve a conscientização

quanto as mudanças dos hábitos alimentares e prática de atividades físicas e se

este comportamento se tornou permanente ao longo do tempo.

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