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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril Março foi de realização para a bolsa brasileira. Após três meses consecutivos de alta, o Ibovespa encerrou o mês de março estável, claramente impactado por um sentimento global de maior aversão ao risco (no período todos os principais índices acionários da Europa, Estados Unidos e Ásia tiveram desvalorização). Tensões em torno de uma possível guerra comercial envolvendo os EUA e China, preocupações em relação ao ritmo do aperto monetário do Banco Central americano e, finalmente, o estresse das ações de empresas de tecnologia norte-americanas estiveram entre os direcionadores para a postura mais defensiva dos investidores. Neste ambiente, o Ibovespa terminou março próximo a estabilidade +0,01%. Como vemos os fundamentos do Brasil? Reafirmamos que estamos “cautelosamente otimistas” com o cenário local. Nossa visão favorável para a bolsa brasileira é construída a partir de três principais temas, na seguinte ordem: (i) forte recuperação dos lucros das empresas; (ii) queda dos juros longos; e (iii) recuperação das empresas estatais. Vamos ao longo do texto abordar em detalhes essa percepção. Sobre o primeiro ponto, acreditamos que as ações brasileiras atualmente estão precificando 50% de probabilidade de um cenário negativo pós eleições, com paralização das reformas fiscais, percentual que achamos muito elevado. Ao olharmos pela ótica do valuation, as ações brasileiras estão sendo negociadas com um ERP (prêmio de risco) acima da média histórica, o que não nos parece justo considerando as expectativas de um crescimento do lucro das empresas entre 90% e 120% nos próximos quatro anos, pressupondo-se um cenário de continuidade do ajuste fiscal. Comportamento dos juros e seus efeitos...O segundo tema chave da nossa tese de investimentos inclui um cenário de queda dos juros longos. Em seu último comunicado após a reunião (e confirmado pela ata), o Copom sugeriu que a taxa Selic seria reduzida para 6,25% em maio, mantendo-se em patamares baixos por alguns trimestres. Em tal ambiente, esperamos que os investidores brasileiros passem gradativamente de ativos de renda fixa altamente líquidos e riscos consideravelmente menores para ativos de maior risco, apoiando a valorização das ações. Desdobramentos políticos trarão volatilidade. Os fatores macro/políticos provavelmente serão dominantes nas ações brasileiras em 2018. Estamos novamente enfrentando um cenário binário relacionado à política macro pós-eleitoral. De acordo com nossos consultores políticos, quatro candidatos provavelmente serão competitivos e terão chances reais de chegar ao segundo turno, e não teremos alta confiança no resultado das eleições antes de agosto, quando os candidatos serão oficialmente registrados e terão início as propagandas gratuitas na TV e no rádio. Os eventos globais são relevantes para os negócios. As últimas semanas foram marcadas por incertezas vindas do exterior. As recentes medidas protecionistas do governo americano causaram um início de desentendimento comercial envolvendo os EUA e China. Notícias de empresas americanas do setor de tecnologia também causaram percepção de maior risco (especialmente na última semana de março) e, em nossa visão, esses eventos continuarão contribuindo para maior volatilidade. Além desses fatos, a contínua discussão sobre o ritmo do aperto monetário (leia-se aumento dos juros) nos Estados Unidos é tema chave para o debate de fluxo dos recursos globais ao longo do ano. Por ora, seguimos com visão do gradualismo dos aumentos dos juros por lá, mas como sempre ressaltamos a importância deste tema. Performance Histórica Fonte: Bradesco BBI Estratégia – Pessoas Físicas José Cataldo* Ricardo França/ Renato Chanes / Flavia Meireles *Analista responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do disposto no Art.16 da Instrução CVM 483/10. 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 mar/18 Ibovespa 32,9% 43,6% -41,1% 82,7% 1,0% -18,1% 7,4% -15,5% -2,9% -13,3% 38,9% 26,9% 11,7% 0,0% Arrojada 33,3% 41,6% -55,7% 124,4% 19,0% -13,6% 17,7% 17,4% 11,9% -7,9% 37,2% 37,1% 22,4% 5,7% Dividendos 37,2% 47,2% -19,3% 52,0% 39,0% 26,8% 20,2% 3,5% 11,1% -23,3% 21,1% 3,9% 12,9% 7,1% Top 10 - - - 123,2% 28,5% -13,6% 33,7% 15,3% 4,5% -3,0% 28,5% 33,4% 23,2% 3,1% Small Caps - - - - - - - - - - - 29,1% 14,5% 8,6% Março 2018 Ibovespa 0,0% 11,7% Dow Jones -3,7% -3,0% S&P 500 -2,7% -1,7% FTSE 100 -2,4% -7,4% PCAC -2,9% -3,2% DAX -2,7% -6,8% Fonte: Bloomberg Índices Performance

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Page 1: Estratégia Mensal - Abril Conteudos exclusivos... · ... e não teremos alta confiança no resultado das eleições antes de agosto, ... Dividendos 37,2% 47,2% -19,3% 52,0% 39,0%

29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Março foi de realização para a bolsa brasileira. Após três meses consecutivos de alta, o Ibovespa encerrou o mês de março estável, claramente impactado por um sentimento global de maior aversão ao risco (no período todos os principais índices acionários da Europa, Estados Unidos e Ásia tiveram desvalorização). Tensões em torno de uma possível guerra comercial envolvendo os EUA e China, preocupações em relação ao ritmo do aperto monetário do Banco Central americano e, finalmente, o estresse das ações de empresas de tecnologia norte-americanas estiveram entre os direcionadores para a postura mais defensiva dos investidores. Neste ambiente, o Ibovespa terminou março próximo a estabilidade +0,01%.

Como vemos os fundamentos do Brasil? Reafirmamos que estamos “cautelosamente otimistas” com o cenário local. Nossa visão favorável para a bolsa brasileira é construída a partir de três principais temas, na seguinte ordem: (i) forte recuperação dos lucros das empresas; (ii) queda dos juros longos; e (iii) recuperação das empresas estatais. Vamos ao longo do texto abordar em detalhes essa percepção. Sobre o primeiro ponto, acreditamos que as ações brasileiras atualmente estão precificando 50% de probabilidade de um cenário negativo pós eleições, com paralização das reformas fiscais, percentual que achamos muito elevado. Ao olharmos pela ótica do valuation, as ações brasileiras estão sendo negociadas com um ERP (prêmio de risco) acima da média histórica, o que não nos parece justo considerando as expectativas de um crescimento do lucro das empresas entre 90% e 120% nos próximos quatro anos, pressupondo-se um cenário de continuidade do ajuste fiscal.

Comportamento dos juros e seus efeitos...O segundo tema chave da nossa tese de investimentos inclui um cenário de queda dos juros longos. Em seu último comunicado após a reunião (e confirmado pela ata), o Copom sugeriu que a taxa Selic seria reduzida para 6,25% em maio, mantendo-se em patamares baixos por alguns trimestres. Em tal ambiente, esperamos que os investidores brasileiros passem gradativamente de ativos de renda fixa altamente líquidos e riscos consideravelmente menores para ativos de maior risco, apoiando a valorização das ações.

Desdobramentos políticos trarão volatilidade. Os fatores macro/políticos provavelmente serão dominantes nas ações brasileiras em 2018. Estamos novamente enfrentando um cenário binário relacionado à política macro pós-eleitoral. De acordo com nossos consultores políticos, quatro candidatos provavelmente serão competitivos e terão chances reais de chegar ao segundo turno, e não teremos alta confiança no resultado das eleições antes de agosto, quando os candidatos serão oficialmente registrados e terão início as propagandas gratuitas na TV e no rádio.

Os eventos globais são relevantes para os negócios. As últimas semanas foram marcadas por incertezas vindas do exterior. As recentes medidas protecionistas do governo americano causaram um início de desentendimento comercial envolvendo os EUA e China. Notícias de empresas americanas do setor de tecnologia também causaram percepção de maior risco (especialmente na última semana de março) e, em nossa visão, esses eventos continuarão contribuindo para maior volatilidade. Além desses fatos, a contínua discussão sobre o ritmo do aperto monetário (leia-se aumento dos juros) nos Estados Unidos é tema chave para o debate de fluxo dos recursos globais ao longo do ano. Por ora, seguimos com visão do gradualismo dos aumentos dos juros por lá, mas como sempre ressaltamos a importância deste tema.

Performance Histórica

Fonte: Bradesco BBI

Estratégia – Pessoas Físicas

José Cataldo* Ricardo França/ Renato Chanes / Flavia Meireles

*Analista responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do disposto no Art.16 da Instrução CVM 483/10.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 mar/18

Ibovespa 32,9% 43,6% -41,1% 82,7% 1,0% -18,1% 7,4% -15,5% -2,9% -13,3% 38,9% 26,9% 11,7% 0,0%

Arrojada 33,3% 41,6% -55,7% 124,4% 19,0% -13,6% 17,7% 17,4% 11,9% -7,9% 37,2% 37,1% 22,4% 5,7%

Dividendos 37,2% 47,2% -19,3% 52,0% 39,0% 26,8% 20,2% 3,5% 11,1% -23,3% 21,1% 3,9% 12,9% 7,1%

Top 10 - - - 123,2% 28,5% -13,6% 33,7% 15,3% 4,5% -3,0% 28,5% 33,4% 23,2% 3,1%

Small Caps - - - - - - - - - - - 29,1% 14,5% 8,6%

Março 2018

Ibovespa 0,0% 11,7%

Dow Jones -3,7% -3,0%

S&P 500 -2,7% -1,7%

FTSE 100 -2,4% -7,4%

PCAC -2,9% -3,2%DAX -2,7% -6,8%Fonte: Bloomberg

ÍndicesPerformance

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Pensando na estratégia...Reforçamos nossa visão construtiva para a economia/bolsa brasileira nos próximos anos, mas reconhecemos que as incertezas globais (especialmente geradas nos Estados Unidos), somadas ao início de um período de maior foco nas eleições no Brasil deverão causar volatilidade aos mercados locais. Sugerimos, especialmente neste momento, maior diversificação na escolha dos ativos, incluindo players mais defensivos (pagadores de dividendos, por exemplo), com alguma exposição às empresas exportadoras e aqueles nomes que se beneficiam do crescimento esperado dos lucros. Nas próximas páginas, acompanhe as nossas Carteiras Recomendadas de ações para o mês de Abril de 2018.

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Conteúdo Gráficos Mensais 4

Carteiras Recomendadas 5

Carteira Top 10 5

Carteira Dividendos 10

Carteira Arrojada 13

Visão Macroeconômica 14

Projeções Econômicas 15

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Gráficos Mensais

IBOVESPA Fluxo de Investidores Estrangeiros

Fonte: Bloomberg Fonte: Bloomberg

Petróleo - Brent Minério de Ferro

Fonte: Bloomberg Fonte: Bloomberg

9,0

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

P/L próximos 12 meses Média 05 anos e 01 Desv. Padrão

$25

$30

$35

$40

$45

$50

$55

$60

$65

$70

$75

$30

$40

$50

$60

$70

$80

$90

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3,1 3,4 3,8

-0,9

-2,4

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9,5

-2,7

-5,5

64.984

65.403

62.71162.900

65.920 70.83574.294 74.308 72.700

76.402

84.91386.939 85.365

-10

-5

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Capital Externo (R$ bi) Ibovespa

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Carteiras Recomendadas O Ibovespa encerrou o mês de março próximo da estabilidade (+0,01%), enquanto as três carteiras recomendadas

registraram desempenho bem superior ao Índice. Liderando os ganhos, tivemos a carteira Dividendos, com ganhos de

7,13%, carteira de perfil mais defensivo e menor beta, que historicamente se mostra resiliente em períodos de maior

volatilidade dos mercados. Na sequência, tivemos a valorização da carteira Arrojada que acumulou alta de 5,6%, seguida

também pelo bom desempenho da carteira Top10, que acumulou ganhos de 3,1%. Vale ressaltar que, no acumulado do ano

de 2018, a Carteira Top 10 apresenta ganhos de 23,2%, seguida de perto pela Carteira Arrojada, com 22,4% e depois pela

Dividendos, +12,91%, todas com rentabilidade bem superior ao Ibovespa que no período acumula ganhos de 11,7%.

Carteira Top 10

No mês de março, a Carteira Top 10 teve como destaque de

alta as ações da Iochpe-Maxion (MYPK3). O movimento

foi sustentado pelos dados de produção de veículos que

continuam a revelar uma forte retomada no Brasil

impulsionando o desempenho das ações. Adicionalmente,

em um curto espaço de tempo (compreendido entre 20/02 e

19/03), a empresa realizou um programa de recompra,

tendo adquirido 551 mil ações em circulação (algo ao redor

de 0,50% do total das ações). Já as ações PNA da

Usiminas (USIM5) figuraram entre as maiores quedas.

Neste caso específico, o movimento pode ser explicado pela

preocupação do mercado no momento do anúncio das

medidas de protecionistas nos EUA. O presidente Donald

Trump, assinou a seção 232, impondo uma tarifa global para as importações de aço de 25%, isentando o México e o

Canadá, mas deixando a porta aberta para que outros países sejam excluídos futuramente.

Para o mês de abril, optamos por retirar as ações ON da Fibria (FIBR3) e as ações ON da Iochpe-Maxion (MYPK3).

Em seus lugares, incluímos as ações ON da Suzano (SUZB3), além das ações PN da Randon (RAPT4).

Vol. Méd Potencial de Yield

3m R$ mn Último Alvo Valorização 2018 2019 2018 2019 2018E

Banco do Brasil BBAS3 COMPRA 331,6 10,0% R$ 41,03 R$ 49,00 19,4% 8,7 7,6 - - 3,4%

B3 B3SA3 COMPRA 224,8 10,0% R$ 26,69 R$ 30,00 12,4% 20,2 17,4 15,0 13,3 3,5%

Duratex DTEX3 COMPRA 25,9 10,0% R$ 11,85 R$ 14,00 18,1% 28,1 14,9 9,6 - 1,3%

Iguatemi IGTA3 COMPRA 44,3 10,0% R$ 39,26 R$ 48,00 22,3% 25,9 21,6 14,7 13,3 1,5%

Itaú ITUB4 NEUTRA 573,9 10,0% R$ 51,31 R$ 54,00 5,2% 11,7 10,5 - - 3,7%

Petrobras PETR4 COMPRA 768,1 10,0% R$ 21,41 R$ 23,00 7,4% 8,5 - 6,5 - 2,9%

Randon RAPT4 COMPRA 14,0 10,0% R$ 8,63 R$ 11,00 27,5% 26,9 15,9 8,1 5,9 0,9%

Suzano SUZB3 COMPRA - 10,0% R$ 33,36 R$ 45,00 34,9% 10,6 8,2 6,2 5,2 2,4%

Usiminas USIM5 COMPRA 186,6 10,0% R$ 10,92 R$ 16,00 46,5% 17,2 13,3 6,2 5,6 1,5%

Via Varejo VVAR11 COMPRA 61,6 10,0% R$ 30,32 R$ 28,00 -7,7% 18,6 17,5 5,0 4,8 1,3%Fonte: B loomberg; Bradesco BBI

Empresa Ticker RecomendaçãoPeso na carteira

Preço P/L EV/EBITDA

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

O motivo da saída de Fibria é o fato de que, daqui para frente, as ações da companhia devem negociar de acordo com a

fórmula do negócio com a Suzano (a saber: R$ 52,50/ação ajustados ao CDI + 0,4611 de SUZB3). Assim, nosso novo

preço-alvo para FIBR3 implica em um potencial de valorização inferior ao da Suzano. Por outro lado, vale a pena mencionar

que as ações da Fibria estão mais protegidas à desvalorização, dada a parcela fixa de R$ 52,50 oferecida pela Suzano.

Banco do Brasil (BBAS3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 49,00

Vemos dois principais fatores para o crescimento dos lucros em 2018, que projetamos

em cerca de 20%. Em primeiro lugar, a formação de novos créditos em atraso será

finalmente menor, o que deve resultar em um custo de risco materialmente inferior ao

de 2017 (cerca de R$ 4 bilhões). Em segundo lugar, o banco não terá amortização de

ágio pela aquisição da Nossa Caixa (em 2008), o que poderia, por si só, aumentar o

crescimento dos lucros em 5% em 2018. Os riscos seriam casos adicionais de grandes

empresas, resultando em provisões maiores, além da discussão em curso envolvendo o

BNDES e o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a utilização dos títulos CoCo

(Contingent Convertible - títulos que podem ser convertidos em ações do banco em

situação financeira delicada, como limitação das disponibilidades, risco de quebra ou

forte baixa nos preços das ações).

B3 (B3SA3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 30,00

Atualizamos nossas estimativas para B3 a fim de refletir os desempenhos mais fortes

para os volumes financeiros nos segmentos de ações e derivativos, que foram crescendo

desde o início de 2018 (+30% no acumulado do ano). Além disso, estamos assumindo

uma pequena queda nas comissões geradas no negócio de registro de contratos, que

deve ser mais do que compensada pelos volumes mais fortes das linhas principais. Nós

esperamos que a atividade de trading continue a apresentar desempenhos sólidos nos

próximos trimestres, tendo em vista as perspectivas favoráveis para o mercado de

capitais no Brasil, beneficiando-se do ambiente de taxas de juros mais baixas, o que

deve levar a revisões nas estimativas de lucro para cima. Apesar do ruído recente,

estamos um pouco céticos sobre uma ameaça competitiva real para B3 no negócio de

trading por enquanto. Precisamos ver um concorrente mostrando ações mais tangíveis

antes de considerar a competição como uma fonte de preocupação.

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Duratex (DTEX3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 14,00

O ambiente macroeconômico positivo no Brasil deve criar a base para uma forte

recuperação cíclica nos próximos anos, gerando volumes, preços e margens maiores

para os negócios da Duratex (painéis de madeira e Deca). Este ano deve marcar o início

claro desta recuperação, com o Ebitda crescendo 42%, somando R$ 1 bilhão, com

margens acima dos níveis de 20%. Adicionalmente, a melhora na demanda doméstica

combinada com uma maior "racionalidade" no mercado já está dando frutos: A Duratex

anunciou aumentos em janeiro em várias linhas (8% para o MDP, e entre 3% e 7% para

o MDF), um movimento que foi seguido pela maioria dos seus concorrentes. Esperamos

que esse ambiente mais saudável deva persistir em 2018.

Suzano (SUZB3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 45,00

Acreditamos que após a notícia da fusão entre Suzano e Fibria, as ações SUZB3 se

tonaram uma clara recomendação de COMPRA! Assumindo que essa fusão seja aprovada

no 4T18/1T19 e considerando a nossa nova estimativa para o preço da celulose,

calculamos o Ebitda combinado em R$ 18 bilhões, além da geração de caixa livre de R$

10 bilhões. Esperamos, também, um maciço processo de desalavancagem daqui para

frente, com a Dívida Líquida consolidada diminuindo de R$ 44 bilhões em 2018 para R$

34 bilhões em 2019. A "Nova Suzano" está negociando na casa de 4,5x EV/Ebitda para

2019, um múltiplo muito atrativo, especialmente se consideramos que o ciclo da celulose

deveria atingir o pico apenas em 2021/22.

Iguatemi (IGTA3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 48,00

A companhia continua reportando resultados positivos e relembramos que as ações das

operadoras de Shoppings são, historicamente, correlacionadas de forma negativa à taxa

básica de juros doméstica (Selic), por conta de dois principais fatores: (i) recorrência de

receitas; e (ii) alavancagem financeira.

A combinação entre a retomada do consumo das famílias e o afrouxamento monetário

tem sido a principal justificativa para o crescimento dos resultados auferidos (por

exemplo, mais de 70% da dívida corporativa é indexada ao CDI). Vemos as ações da

Iguatemi negociando com FFO yield na casa de 6,5% para 2019, com um prêmio frente

aos seus pares, ainda assim atrativo, dado seu portfólio premium e o posicionamento

para liderar a recuperação do consumo. Além disso, acreditamos que a empresa poderá

anunciar em breve um shopping localizado no terreno da antiga Cruz Vermelha em São

Paulo, o que nos parece ser um ativo de alto desempenho.

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Randon (RAPT4)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 11,00

Em 2017, a rentabilidade da Randon se beneficiou de três principais fatores: (i)

recuperação das vendas de reboques; (ii) aumento das receitas de autopeças; e (iii)

iniciativas bem implementadas de redução de custos. Daqui para frente, nossa visão

positiva para as ações da companhia é baseada: (i) na Randon atingindo participação de

mercado de 45-50% em 2018, contra 40% em 2017, enquanto os competidores lutam

financeiramente; e (ii) no crescimento esperado da produção de caminhões de 15% para

2018, o que deve fazer com que a Randon atinja vendas 28% maiores de reboques e

semirreboques em 2018 (nossa estimativa de receita é 11% acima do consenso).

Itaú Unibanco (ITUB4)

Recomendação: NEUTRA

Preço-alvo: R$ 54,00

Vemos o investimento em ações do Itaú Unibanco como positivo. O Itaú continua

reduzindo sua exposição ao segmento corporativo e acreditamos que deve ser bem

conservador este ano. Por outro lado, se observa uma melhora geral da qualidade dos

ativos do banco, levando a uma expectativa de redução significativa nas despesas com

provisões para perdas. Estimamos consistente crescimento de lucro do Itaú em 2018,

mantendo o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) no patamar próximo de 20% ao

ano, o que pode ser visto como amplamente satisfatório em qualquer cenário econômico,

sobretudo na atual fase da economia brasileira.

Petrobras (PETR4)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 23,00

Seguimos com visão positiva para Petrobras. Destacamos os seguintes pontos: (i) uma

estrutura de capital mais equilibrada; (ii) melhorias regulatórias; e (iii) ajustes na

transferência de direitos. Embora a velocidade destes direcionadores nos preocupe em

termos de desinvestimentos, estamos confiantes de que a discussão sobre a transferência

de direitos está no caminho. Portanto, seguimos com uma visão positiva para a Petrobras

no médio prazo. Entre os riscos, elencamos: (i) a execução do plano de desinvestimentos

pode se tornar um desafio; (ii) queda nos preços do petróleo; e (iii) instabilidade política no

Brasil.

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Usiminas (USIM5)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 16,00

A Usiminas segue como nossa principal recomendação dentro dos setores de mineração e

siderurgia. As ações tiveram forte movimento de realização no mês de março, explicado

pela preocupação do mercado no momento do anúncio das medidas protecionistas nos

EUA, com a assinatura da seção 232, impondo uma tarifa global para as importações de

aço de 25%, isentando o México e o Canadá, mas deixando a porta aberta para que

outros países sejam excluídos futuramente. Mesmo que isso não se efetive, vemos o

impacto da medida como pouco relevante já que, ao longo dos últimos trimestres, as

exportações da empresa para os EUA tiveram sua participação relativa reduzida de forma

significativa. Ademais, a companhia tem conseguido entregar resultados consistentes

enquanto esperamos que o nível de rentabilidade siga melhorando nos próximos

trimestres. Os preços internacionais do aço seguem em elevação (China e Europa),

oferecendo espaço para a continuidade dos reajustes no mercado interno. Além disso,

destacamos o gradual avanço das vendas, na medida em que a economia brasileira

mostre os sinais de crescimento (nossa expectativa é de aumento da produção de aços

planos da ordem de 10% em 2018). Soma-se a isto, a boa gestão dos custos e forte

desalavancagem prevista nos próximos dois anos, salientando que o processo de queda

das taxas de juros a beneficia, uma vez que a dívida da Usiminas é 70% indexada à Selic.

Via Varejo (VVAR11)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 28,00

A Via Varejo divulgou recentemente bons resultados referentes ao 4T17 que mostraram

que a companhia fez progressos significativos ao colocar o negócio de volta ao caminho

certo, após um ano particularmente fraco em 2016. O crescimento das vendas tem se

mostrado forte, a margem bruta se normalizou e as despesas com vendas, gerais e

administrativas, como porcentagem das vendas, estão melhorando. Grande parte desse

resultado foi impulsionado por iniciativas internas, plano de eficiência, e o lançamento de

lojas em formatos premium. As melhorias no cenário macroeconômico estão claramente

também apoiando os resultados e esperamos que isso continue em 2018. Agora que a Via

Varejo retomou seu crescimento e rentabilidade, o desafio para a empresa é mostrar até

onde ela pode fechar a lacuna entre sua margem Ebitda de cerca de 6% no ano de 2017 e

sua margem Ebitda histórica de cerca de 10% em 2014. Nosso modelo incorpora um

retorno de cerca de 8% até 2020, mas achamos que isso pode ser alcançado com mais

rapidez e também vemos potencial de revisões para cima em relação a esse número nos

próximos anos. Permanecemos com nossa visão otimista e recomendação de

Compra para VVAR11.

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Carteira Dividendos

Focada na alta previsibilidade do fluxo de caixa gerado

pelas empresas de sua composição, a carteira é a

mais indicada para o investidor com perfil

conservador. Ressaltamos a expectativa de retorno

médio via dividendos de 7,2% para 2018 (medida

pelo dividend yield médio da carteira).

No mês de março a Carteira Dividendos teve

desempenho positivo, com todos os ativos oscilando

com intensidade superior à do Índice Bovespa, com

destaque para as ações ON da Copasa. Atribuímos a

valorização aos bons fundamentos da empresa além

das características defensivas do papel, que tem sua

demanda aumentada em períodos de elevada

volatilidade. A administração da companhia está realizando estudos para eventual pagamento de dividendos

extraordinários. A decisão poderá ser divulgada nas próximas semanas.

Para o mês de abril, optamos por não fazer alterações na Carteira.

Vol. Méd Potencial de Yield

3m R$ mn Último Alvo Valorização 2018 2019 2018 2019 2018E

Ambev ABEV3 COMPRA 306,7 20,0% R$ 24,07 R$ 25,00 3,9% 25,7 22,8 15,9 14,3 2,2%

Copasa CSMG3 COMPRA 20,1 20,0% R$ 48,08 R$ 57,00 18,6% 7,8 6,7 4,8 4,2 12,1%

Energisa ENGI11 COMPRA 26,3 20,0% R$ 34,70 R$ 36,00 3,7% 10,3 8,3 7,0 6,2 7,2%

MRV MRVE3 COMPRA 45,3 20,0% R$ 16,25 R$ 19,00 16,9% 9,1 7,6 7,1 6,1 11,2%

TIM TIMP3 COMPRA 41,6 20,0% R$ 14,40 R$ 16,50 14,6% 19,2 14,6 5,5 5,0 3,1%Fonte: B loomberg; Bradesco BBI

Empresa Ticker RecomendaçãoPeso na carteira

Preço P/L EV/EBITDA

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Ambev (ABEV3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 25,00

A Ambev possui posição de liderança, marcas bem estabelecidas, fortes fundamentos e

características que fazem da ação uma opção defensiva. Estamos otimistas em relação

ao crescimento de volume no segmento de cervejas no Brasil (+4%) em 2018, uma vez

que a empresa deve se beneficiar das condições mais favoráveis à recuperação do

consumo e da Copa do Mundo. Do lado dos custos, estimamos custos estáveis em 2018,

o maior alívio de custos desde 2009. Também estamos otimistas em relação aos

fundamentos da empresa, uma vez que a margem Ebitda da divisão de cerveja no Brasil

deve retomar ao patamar histórico de 48%, dos atuais 42%. Entre os riscos,

ressaltamos: (i) o aumento dos impostos; (ii) recuperação mais lenta dos volumes de

cerveja; e (iii) concorrência mais agressiva no mercado interno.

Energisa (ENGI11)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 36,00

As units da Energisa estão entre as principais recomendações do setor elétrico. A

empresa que atua no segmento de distribuição (8% da base de consumidores do Brasil)

pode proporcionar um bom retorno, tendo em vista sua tese de investimentos similar a

outras empresas do setor, como a Equatorial por exemplo. Destacamos os seguintes

fatores que devem ser levados em conta sobre a empresa: (i) os ativos da Energisa

estão localizados em regiões de maior crescimento no Brasil, como Centro-Oeste e

Nordeste; (ii) a administração da empresa está focada no processo de reestruturação

dos ativos do Grupo Rede, adquiridos em 2014 (60% da base de ativos regulatórios, ou

RAB); e (iii) a companhia também está atenta a oportunidades de M&A no setor.

Destacamos ainda o bom potencial de retorno via dividendos.

MRV (MRVE3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 19,00

A MRV foi considerada a maior construtora do País pelo quarto ano consecutivo segundo

o ranking ITC. Desde a 1979 no mercado imobiliário, é a única que oferece casas e

apartamentos em mais de 140 cidades do Brasil. Além disso, a MRV está começando a

ganhar impulso para atingir seu objetivo de lançar quase 60 mil unidades por ano até

2020 e, recentemente, anunciou uma nova linha de produtos, entre o programa Minha

Casa, Minha Vida e o segmento da média/alta renda, o que significa até 30% de volume

adicional em relação aos níveis atuais. Por fim, por conta da forte geração de caixa e do

reduzido endividamento, a empresa se tornará claramente um player de dividendos em

2018 (e, possivelmente, também nos anos vindouros). Nossa expectativa é de um

dividend yield acima de 10% neste ano de 2018 e nos próximos.

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Copasa (CSMG3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 57,00

Atualizamos nossas previsões de fluxo de caixa (após o resultado do 4T17) sendo a

principal mudança, nossa estimativa de que a Copasa aumentará sua distribuição de

dividendos para pelo menos 95% a partir de 2018. O payout da empresa em 2017 foi de

50%, e para 2018 o conselho já definiu que: i) o pagamento mínimo será de 50%; e

que: ii) a administração tem que estudar a possibilidade de pagar dividendos

extraordinários baseados em lucros acumulados. Uma proposta sobre este último ponto

provavelmente será apresentada em abril. Entre os riscos, destacamos que as as

eleições em 2018 podem levar a uma maior incerteza para Minas Gerais.

TIM (TIMP3)

Recomendação: COMPRA

Preço-alvo: R$ 16,50

No momento, acreditamos que a ação da TIM ainda seja a melhor escolha dentro do

setor de telecomunicações. Quatro fatores importantes fazem da TIM uma opção

atraente, levando em consideração o risco/retorno: (i) crescimento mais robusto no

segmento de telefonia fixa; (ii) margem Ebitda mais alta; (iii) Capex menor; e (iv)

Potencial M&A com a Oi (momento ainda incerto) ou com outros players de médio porte.

Recentemente a TIM divulgou bons resultados referentes ao 4T17 que devem levar a

novas revisões de estimativas pelo mercado. A TIM registrou 36,6% de margem Ebitda

em 2017 e o consenso de mercado espera a mesma margem em 2018. Entre os riscos,

destacamos uma concorrência mais forte que poderia prejudicar o potencial aumento dos

preços.

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Carteira Arrojada

Constituída por cinco ações, é a carteira que

normalmente apresenta o maior nível de risco e

também o maior potencial de valorização em um

cenário positivo para a bolsa.

A Carteira Arrojada apresentou desempenho bem

superior ao Ibovespa, registrando rentabilidade

superior a do Índice, tendo como de destaque

positivo as ações Iochpe-Maxion ON (MYPK3).

Para abril, optamos por realizar três alterações,

retirando as ações ON da Iochpe-Maxion

(MYPK3), as ON da MRV (MRVE3) e as PN da

Petrobras (PETR4). Em seus lugares, incluímos,

as ações ON da Tenda (TEND3), as ON da

Copasa (CSMG3) e ON da Suzano (SUZB3).

Vol. Méd Potencial de Yield

3m R$ mn Último Alvo Valorização 2018 2019 2018 2019 2018E

B3 B3SA3 COMPRA 224,8 20,0% R$ 26,69 R$ 30,00 12,4% 20,2 17,4 15,0 13,3 3,5%

Banco do Brasil BBAS3 COMPRA 331,6 20,0% R$ 41,03 R$ 49,00 19,4% 8,7 7,6 - - 3,4%

Copasa CSMG3 COMPRA 20,1 20,0% R$ 48,08 R$ 57,00 18,6% 7,8 6,7 4,8 4,2 12,1%

Tenda TEND3 COMPRA 9,6 20,0% R$ 26,35 R$ 29,00 10,1% 8,7 7,4 4,8 - 7,5%

Suzano SUZB3 COMPRA - 20,0% R$ 33,36 R$ 45,00 34,9% 10,6 8,2 6,2 5,2 2,4%Fonte: B loomberg; B radesco BBI

Empresa Ticker RecomendaçãoPeso na carteira

Preço P/L EV/EBITDA

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Visão Macroeconômica

O que o primeiro trimestre de 2018 tem nos mostrado?

Os principais dados de atividade até fevereiro mostraram um arrefecimento na recuperação. De fato, era

esperada uma recuperação errática, mas, mesmo com isso em conta, o primeiro bimestre trouxe indicadores abaixo do

esperado. No entanto, a previsão é de que a recuperação volte a acelerar em março, com uma melhora observada em

virtualmente todos os índices de confiança para o mês – à exceção do indicador de serviços. Em suma, se havia algum

viés de alta em nossa projeção de um crescimento de 2,4% no PIB para 2018, o atual desempenho da

atividade eliminou esse viés.

A recuperação no crédito segue, mas em ritmo lento. Pelo lado dos consumidores o crédito segue sua retomada, com

espaço para uma realavancagem que pode potencializar o consumo. Já para empresas, o processo de desalavancagem

ainda não terminou e a contração do saldo de crédito ainda tem sido a dinâmica no setor. O problema deve levar mais

tempo para ser solucionado, já que nem mesmo as taxas de juros mais baixas conseguiram dar início ao processo de

recuperação do crédito empresarial. De fato, visando acelerar a recuperação no crédito – e reduzir os spreads – o

Banco Central anunciou um corte na alíquota de recolhimento compulsório nos depósitos à vista para 25%,

ante 40% anteriormente, em medida que entra em vigor a partir de abril.

A inflação medida pelo IPCA permaneceu baixa, com nova onda de deflação de alimentos nos primeiros meses

do ano. De fato, os dados de fevereiro e março mostraram novas quedas nos preços dos alimentos, mas dados da série

IGP indicam que essa tendência deve acabar em breve. Todavia, as medidas de inflação subjacente continuam apontando

para um comportamento benigno dos preços no curto prazo. No que se refere aos juros, o atual cenário da inflação não

parece um problema para a manutenção de uma taxa Selic em níveis historicamente baixos. De fato, esperamos um

novo corte de 0,25% para a reunião de maio, com a taxa chegando a 6,25%.

Em resumo, devemos esperar uma recuperação gradual. As incertezas advindas do processo eleitoral corroboram

para esse cenário, com investimentos sendo postergados até que uma visão mais clara sobre os próximos passos da

gestão pública seja possível. Os índices de inflação bem comportados são também reflexo de uma recuperação tímida, que

ainda não começou a pressionar de maneira contundente a capacidade ociosa da economia. O consumo deve seguir como

o principal motor da atividade, ajudado principalmente por melhores dados no crédito para indivíduos e do mercado de

trabalho – onde os dados do CAGED mostraram o primeiro bimestre positivo após quatro anos.

Dalton Gardimam Economista-Chefe Tarik Migliorini Ricardo Mauad

Economistas

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Projeções Econômicas

Ano 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017E 2018E 2019E

Crescimento Real do PIB (%) 7,5 2,7 1,0 2,5 0,5 -3,5 -3,5 1,0 2,4 2,5

Taxa de câmbio - Final (R$/US$) 1,67 1,88 2,04 2,34 2,66 3,90 3,26 3,31 3,40 3,47

IPCA (% aa) 5,90 6,50 5,84 5,90 6,41 10,67 6,29 2,95 3,80 4,25

IGP-M (% aa) 11,30 5,10 7,82 5,50 3,69 10,53 7,18 -0,30 4,20 4,25

Produção Industrial (%) 10,5 0,3 -2,7 2,3 -3,2 -8,2 -4,3 1,0 3,2 3,1

Meta SELIC - Final (%) 10,75 11,00 7,25 10,00 11,75 14,25 13,75 7,00 6,75 8,50

Juros reais - SELIC/IPCA (%) 3,7 4,8 2,5 2,4 4,0 1,9 7,0 7,0 2,9 3,6

Balança comercial (US$ bilhões) 20,2 29,8 19,4 2,6 -4,1 19,7 47,7 67,0 59,8 66,2

Saldo em conta corrente (US$ bilhões) -47,4 -52,3 -54,2 -81,4 -4,4 -3,4 -1,3 -0,3 -1,4 -2,3

Resultado primário (% do PIB) -2,8 -3,1 2,4 1,9 0,6 1,9 2,7 2,0 2,0 1,8

Dívida líquida total (% do PIB) 39,1 36,4 35,3 33,6 32,6 35,6 46,2 51,5 54,9 57,9Fonte: Bradesco BBI

Projeções Econômicas

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

Este relatório foi preparado pelas equipes de análise de investimentos da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. (“Ágora”) bem como da Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários (“Bradesco Corretora”), sociedades controladas pelo Banco Bradesco BBI S.A. (“BBI”). O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Ágora e da Bradesco Corretora.

Este relatório é distribuído somente com o objetivo de prover informações e não representa uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data de sua publicação. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Ágora ou da Bradesco Corretora garantia de exatidão dos dados factuais utilizados. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado.

Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 17 da Instrução CVM 483:

O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Ágora, à Bradesco Corretora, ao BBI e demais empresas do Grupo Bradesco.

A remuneração do(s) analista(s) de investimento está, direta ou indiretamente, influenciada pelo resultado proveniente dos negócios e operações financeiras realizadas pela Ágora, Bradesco Corretora e BBI.

Declarações nos termos do art. 18 da Instrução CVM 483, referentes às empresas cobertas pelos analistas de investimento da Ágora e Bradesco Corretora:

O Banco Bradesco S.A. tem participação acionária indireta, por meio de suas subsidiárias, acima de 5% nas empresas Cielo S.A. e Fleury S.A.. A BRADESPAR S.A., cujo grupo controlador é composto pelos mesmos acionistas que controlam o Bradesco, tem participação acima de 5% na VALE S.A..

Ágora, Bradesco Corretora, Bradesco BBI e demais empresas do grupo Bradesco têm interesses financeiros e comerciais relevantes em relação ao emissor ou aos valores mobiliários objeto de análise.

O Bradesco BBI está participando como coordenador na oferta de distribuição pública de ações do Grupo SBF S.A..

Nos últimos 12 meses, o Bradesco BBI participou como coordenador nas ofertas públicas de distribuição de títulos e valores mobiliários das companhias: Companhia de Saneamento do Paraná - Sanepar, Movida S.A., Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. - BANRISUL, Instituto Hermes Pardini S.A., Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A., CCR S.A., Lojas Americanas S.A., BR Properties S.A., AES Tietê S.A., BR Malls Participações S.A., Omega Geração S.A., Atacadão S.A., IRB-Brasil Resseguros S.A., Rumo S.A., Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A., Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobrás, Magazine Luiza S.A., Ecorodovias Infraestrutura e Logística S.A., Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. Usiminas, Companhia Paulista de Força e Luz - CPFL.,Sabesp, Concessionária do Sistema Anhanguera-Bandeirantes S.A., Localiza Rent a Car S.A., Companhia Brasileira de Distribuição, Natura Cosméticos S.A., Restoque Comércio e Confeccções de Roupas S.A., Eneva S.A., Camil Alimentos S.A., MRV Engenharia e Participações S.A., Vulcabras Azaleia S.A., CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A., Energisa S.A., Loma Negra, Randon S.A. Implementos e Participações, Equatorial Energia S.A., Alupar Investimentos S.A., Companhia de Locação das Américas, Petrobrás Distribuidora S.A., BK Brasil Operação e Assessoria a Restaurantes S.A. CTEEP - Companhia Paulista de Trasmissão de Energia Elétrica Paulista.

Nos últimos 12 meses, a Ágora e/ou a Bradesco Corretora participaram, como instituições intermediárias, das ofertas públicas de títulos e valores mobiliários das companhias: Instituto Hermes Pardini S.A., SANEPAR, Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A., CPFL, Concessionária do Sistema Anhanguera-Bandeirantes S.A., Camil Alimentos S.A., Autoban, Movida S.A., Atacadão S.A., Omega Geração S.A., IRB Brasil Resseguros S.A., Equatorial Energia S.A., Light Serviços de Eletricidade S.A., Eneva S.A., Energisa S.A. e Vulcabras Azaleia S.A.

A Bradesco Corretora recebe remuneração por serviços prestados como formador de mercado de ações da Fomento Economico Mexicano FEMSA (FMXB34), Vanguarda Agro S.A. (VAGR3), Helbor Empreendimentos S.A. (HBOR3) e Alpargatas S.A. (ALPA4).

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29/03/2018 Estratégia Mensal - Abril

ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Diretor de Research

Daniel Altman, CFA [email protected]

Economista-chefe

Dalton Gardimam [email protected]

Estrategista de Análise - Pessoas Físicas

José Francisco Cataldo Ferreira, CNPI +55 11 2178 5468 [email protected]

Analistas de Investimentos

Ricardo Faria França, CNPI +55 11 2178 4202 [email protected]

Renato Cesar Chanes, CNPI +55 11 2178 4063 [email protected]

Analistas Gráficos

Maurício A. Camargo, CNPI-T +55 11 2178 4213 [email protected]

Jéssica do Nascimento Feitosa, CNPI-T +55 11 2178 4126 [email protected]

Assistente de Análise

Flávia Andrade Meireles +55 11 2178 5478 [email protected]

BRADESCO CORRETORA

Diretoria

Luis Cláudio de Freitas Coelho Pereira

Área Comercial

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