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Grupo Banco Mundial Estratégia de Energia Abordagem Setorial Rede de Desenvolvimento Sustentável Outubro de 2009

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Grupo Banco Mundial

Estratégia de Energia Abordagem Setorial Rede de Desenvolvimento Sustentável Outubro de 2009

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Sumário Siglas e abreviações iii Estratégia de Energia do Grupo Banco Mundial: Abordagem setorial 1 Contexto 1 Evolução recente e perspectivas 3 Estratégia e desempenho do Grupo Banco Mundial no setor de energia nos últimos anos 5 Objetivos e abordagem 11 Abrangência 16 Áreas de ação propostas 17 Aspectos da implementação 21 Etapas da formulação da estratégia 23 Consultas externas 24 Apêndice 1: Abrangência das atividades do setor de energia 25 Apêndice 2: Prioridades energéticas dos países clientes do Grupo Banco Mundial e áreas de enfoque planejadas pela instituição 28 Apêndice 3: Descrição preliminar da estratégia de energia 34 Apêndice 4: Estudos preliminares 35 Bibliografia 36

Figuras Figura 1 Operações do Grupo Banco Mundial relativas à energia 9 Figura 2 Distribuição das operações do Grupo Banco Mundial, 2003-2009 por instituição 9 Figura 3 Marco da estratégia de energia 12 Figura 4 Acesso à eletricidade e emissões de CO2 14 Figura 5 Horas de interrupção de eletricidade 15

Tabelas Tabela 1 Cronograma da estratégia de energia 23

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Siglas e abreviações AID Associação Internacional de Desenvolvimento AIE Agência Intenacional de Energia BIRD Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento CEIF Estrutura de Investimento em Energia Limpa e

Desenvolvimento (Investment Framework for Clean Energy and Development)

CIF Fundos de Investimento Climático (Climate Investment Funds)

CO2 Dióxido de carbono CTF Fundo para Energia Limpa (Clean Energy Fund) DCCSF Desenvolvimento e mudança climática: um marco

estratégico para o Grupo Banco Mundial (Development and Climate Change: A Strategic Framework for the World Bank Group)

EAT Estratégia de Assistência ao País EITI Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas

(Extractive Industries Transparency Initiative) FFT Fuel for Thought GEE Gases do efeito estufa GEF Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment

Facility) IE Indústria extrativa IEG Grupo de Avaliação Independente (Independent Evaluation

Group) IFC Corporação Financeira Internacional (International Finance

Corporation) INFRA Plataforma para Recuperação de Infraestrutura e Proteção

de Ativos (Infrastructure Recovery and Assets Platform) MIGA Agência Multilateral de Garantia do Investimento

(Multilateral Investment Guarantee Agency) OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento

Econômico PIB Produto interno bruto QAG Grupo de Garantia de Qualidade (Quality Assurance Grupo) SIAP Plano de Ação para uma Infraestrutura Sustentável

(Sustainable Infrastructure Action Plan) SREP Programa de Ampliação da Energia Renovável nos Países

de Baixa Renda (Scaling-up Renewable Energy Program for Low-Income Countries)

WBG Grupo Banco Mundial (World Bank Group)

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Estratégia de Energia do Grupo Banco Mundial Abordagem Setorial

Esta abordagem setorial constitui a base para as consultas preliminares visando a preparação da estratégia do setor de energia do Grupo Banco Mundial (WBG), que deverá ser apresentada à Diretoria Executiva da instituição no início de 2011. O processo de consultas com base neste documento será realizado até junho de 2010. Os comentários sobre este estudo orientarão a formulação da estratégia. Contexto 1. A energia é fundamental para o desenvolvimento econômico e a redução da pobreza. A prestação do serviço de energia, especialmente para os pobres, contribui para o alcance das Metas de Desenvolvimento do Milênio. Sem os recursos da energia, as economias não crescem e a pobreza não pode ser reduzida. Este é um insumo importante para todos os setores econômicos, permitindo o transporte de pessoas e produtos, além de fornecer eletricidade para as atividades industriais, comerciais e agrícolas, assim como para importantes serviços sociais como educação e saúde. No entanto, muitos países em desenvolvimento se deparam com um déficit energético que prejudica os negócios e reduz o crescimento. Centenas de milhões de domicílios continuam a depender do uso dos tradicionais combustíveis sólidos para cozinhar e para calefação, não têm acesso à eletricidade ou se encontram em ambas condições. Essas famílias, especialmente as mulheres e crianças, ficam expostas a elevados níveis de fumaça nocivos à saúde e se vêem privadas de oportunidades para melhorar sua renda. 2. O fornecimento de eletricidade inadequado e pouco confiável afeta muitos países em desenvolvimento, especialmente a África Subsaariana e o Sul da Ásia. Algumas das consequências desta escassez são o nível mais baixo da produtividade das empresas, da competitividade e das oportunidades de emprego, além de uma forte restrição da atividade e do crescimento econômico. Existe um grande número de habitantes sem acesso a esse serviço público nos países mais pobres da Ásia e da América Latina, bem como nas áreas rurais e periurbanas de países de renda média, como o Peru e as Filipinas. A falta de energia é especialmente grave na África Subsaariana: em base per capita, a sua capacidade de geração de energia elétrica corresponde a um décimo dos níveis encontrados em outras regiões de baixa renda. Não é de surpreender que em 30 nações africanas venham sendo registrados frequentes cortes de eletricidade e quedas de tensão. Para equilibrar a oferta e a demanda, ampliar a transmissão entre nações visando possibilitar o comércio regional e elevar as taxas de eletrificação em 10 pontos percentuais, a África Subsaariana necessita de um investimento anual de US$40 bilhões, ou 6,4% de seu produto interno bruto (PIB). Atualmente, a região gasta apenas cerca de US$11 bilhões ao ano, ou seja, um quarto do que é necessário, o que representa um déficit anual de financiamento em torno de US$30 bilhões. Há tantas pessoas no Sul da Ásia – a maioria delas na Índia – sem acesso à eletricidade quanto na África Subsaariana. O consumo de eletricidade per capita na Ásia meridional é o mais baixo depois da África Subsaariana. As interrupções do serviço levaram muitas empresas a gerar a sua própria eletricidade. Inicialmente, o governo da Índia fixou a meta de eletrificar todo o país até 2012, mas é improvável que esse objetivo seja alcançado por causa da demora na inclusão de nova capacidade – o país instalou apenas a metade da adição do potencial gerador planejado de energia elétrica nos três planos quinquenais consecutivos entre 1992 e 2007 – e também dos obstáculos no sistema de transmissão. A escassez de eletricidade afeta não apenas os países de baixa renda, mas também os de renda média, entre os quais o Egito, o Cazaquistão, o Paraguai e a África do Sul. 3. Um dos principais desafios enfrentados pelos governos na maioria dos países em desenvolvimento é encontrar um modo de melhorar a confiabilidade e a eficácia do

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fornecimento de energia, permitindo ao mesmo tempo que toda a população disponha e tenha acesso financeiro a modernos serviços energéticos (Anexos 1–3). Levando em conta a grande demanda não atendida e a recente instabilidade dos preços de energia, uma das prioridades na formulação da política energética é garantir o abastecimento a preços razoáveis, o que implicará em financiamentos para aumentar a base de fornecimento e melhorar a eficiência da distribuição e do uso da energia em uma escala que até agora muitos países em desenvolvimento não foram capazes de mobilizar. O problema da falta de capacidade de atendimento da demanda é exacerbado pelo fato de que as infraestruturas energéticas operam muito além de seu ciclo de vida projetado e necessitam de urgente substituição. 4. Um crescimento econômico sustentável – essencial para a redução da pobreza – e a resultante elevação da demanda de energia terão consequências em escala global. Segundo as estimativas, a economia mundial deverá quadruplicar seu crescimento até 2050 e, na falta de profundas transformações, a demanda energética e as emissões de dióxido de carbono (CO2) serão mais do que duplicadas (AIE, 2008). Os pobres nos países em desenvolvimento serão os mais afetados pelas mudanças climáticas, quando são os menos responsáveis e os que estão em pior situação para lidar com esse fenômeno. Existe um crescente reconhecimento de que são necessárias políticas que permitam economizar e produzir energia com baixas emissões de gases do efeito estufa (GEE) para atender de modo sustentável à demanda energética (Anexo 4). Essas medidas também ajudam de modo geral a reduzir os problemas ambientais locais associados ao uso de energia, ao abordar as fontes de energia ineficientes e poluidoras. Além disso, o aumento da renda exercerá maior pressão sobre os recursos energéticos, elevando o custo do abastecimento. 5. O atendimento à demanda energética dos países em desenvolvimento e a atenuação do aquecimento global necessitam de ações mundiais e de maior cooperação internacional. Levando em conta as mais recentes evidências científicas sobre o ritmo das mudanças climáticas, é indispensável uma mudança na produção e no consumo global de energia. Os países desenvolvidos, que contribuíram largamente para os atuais níveis de GEE, deveriam assumir a liderança e reduzir significativamente suas emissões. O consumo de energia e suas correspondentes emissões de gases do efeito estufa per capita nos países em desenvolvimento representam apenas uma fração dos índices registrados na atualidade nas nações industrializadas. No entanto, no longo prazo, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que, se as atuais políticas forem mantidas, as emissões de CO2 vinculadas à energia nos países que não são membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) – e que estão atualmente no mesmo nível das emissões das nações que fazem parte da entidade – serão elevadas ao dobro dos índices verificados nos países da OCDE até 2030. Mesmo que todas as emissões dos países industrializados fossem eliminadas, ainda assim seria necessária uma mudança no ritmo das emissões das nações em desenvolvimento para reduzir as concentrações globais de GEE aos níveis consideradas aceitáveis pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. As considerações sobre equidade requerem significativas transferências financeiras e de tecnologia para os países emergentes no contexto do esforço internacional para diminuir as emissões de GEE. A AIE estima que o custo incremental total para reduzir essas emissões geradas pelo uso de energia nos países que não fazem parte da OCDE, com o objetivo de limitar no longo prazo as concentrações de CO2 em 550 partes por milhão (ppm), seria em média de US$85 bilhões anuais no período de 2010–2030 e de US$230 bilhões para atingir o nível de 450 ppm (AIE, 2008). A produção de energia sustentável necessita de ações conjuntas de longo prazo, implementadas por uma longa lista de representantes da indústria, das finanças, do governo e das organizações internacionais, mas a questão continua a ser abordada sob a ótica do financiamento e das políticas de curto prazo que não estão alinhados com a magnitude do desafio. 6. Com base nesse contexto, o Grupo Banco Mundial está formulando uma nova estratégia de energia. Os países em desenvolvimento precisam de recursos energéticos mais abundantes e

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menos poluentes para reduzir a pobreza e colocá-los no caminho do crescimento sustentável. Essencialmente, a discussão sobre o futuro da energia mundial se concentra em encontrar um modo de expandir os recursos e o acesso dos pobres à energia no mundo inteiro de forma a atender tanto as necessidades da geração atual quanto de todas as gerações futuras. A nova estratégia energética descreve o modo como o Grupo Banco Mundial poderá equilibrar as demandas competitivas, promover sinergias e abordar os impasses. Evolução recente e perspectivas 7. Diversos fatos recentes e tendências futuras estão modificando a importância relativa das prioridades no setor de energia dos países em desenvolvimento. 8. Muitos países em desenvolvimento – incluídos praticamente todos aqueles com baixo nível de acesso – estão sendo afetados pelos cortes de eletricidade ou poderão vir a sê-lo nos próximos anos. O impacto dos cortes de eletricidade sobre a economia é substancial (Anexo 2). Um estudo estima que o custo médio atinge 2,1% do PIB na África Subsaariana e as perdas das empresas decorrentes das vendas não realizadas e dos equipamentos danificados são equivalentes em média a 6% do faturamento das companhias do setor formal e a 16% nas empresas informais que não possuem geradores próprios de energia (Eberhard et alii, 2008). 9. Se as tendências atuais forem mantidas, menos da metade dos países da África Subsaariana alcançará o acesso universal à eletricidade mesmo em 2050 e, apesar do crescente número de conexões, a quantidade de pessoas não atendidas aumentará até 2030. A África Subsaariana possui um número desproporcionalmente elevado de domicílios sem eletricidade. A taxa média de cobertura é menor que a metade do índice registrado no Sul da Ásia, a região com a segunda taxa de acesso mais baixa. Mesmo as famílias atendidas experimentam com frequência muitas horas de cortes de eletricidade, que prejudicam as suas atividades de negócios, escolares e outras tarefas essenciais. A crescente falta de energia sofrida pelas pessoas já conectadas ao sistema acrescentou uma nova dimensão aos esforços para diminuir a efetiva diferença na cobertura. O resultado final é a demora no avanço para alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milênio. Para essa população, a mais alta prioridade é a geração de mais energia. 10. A rápida urbanização em todo o mundo em desenvolvimento afetará os esforços para expandir o acesso. A migração rural-urbana deverá intensificar a atenção sobre o aumento da conexão à rede elétrica nas próximas décadas. Segundo as Nações Unidas, a população urbana nos países em desenvolvimento crescerá em torno de 2 bilhões entre 2000 e 2030 e superará a população rural em 850 milhões de pessoas. De fato, a população rural diminuirá em todas as categorias de renda, exceto nos países pobres (UN-Habitat, 2007). Embora o aumento do acesso à eletricidade nas áreas urbanas e periurbanas seja menos dispendioso por conexão do que nas zonas rurais, será difícil responder à progressiva demanda dos assentamentos urbanos informais que crescem com rapidez. Apesar da urbanização, ainda haverá cerca de 125 milhões de habitantes a mais nas áreas rurais em 2030 do que no ano 2000, o que requer uma constante atenção à eletrificação rural. 11. A lição clara que emerge do aumento do preço do petróleo no período de 2004−2008 é a importância de diversificar as fontes de energia, por meio da aplicação de medidas decisivas para aumentar a eficiência energética e melhor se preparar para enfrentar a forte instabilidade dos preços da energia e as possíveis crises futuras. O preço médio do petróleo foi de US$29 entre 1999 e 2001 (em dólares americanos de 2008) em relação a US$97 em 2008. Quando a atual estratégia do WBG estava sendo formulada, a alta dos preços da energia não estava entre as questões urgentes consideradas. O aumento de preços até meados de 2008

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incentivou alguns países a depender mais da geração de energia utilizando o carvão como combustível. Os governos que subsidiavam os preços da energia se depararam com gastos de subvenção cada vez mais elevados. A Agência Internacional de Energia (2008) estima que os subsídios de energia nos 20 maiores países que não fazem parte da OCDE atingiram US$310 bilhões em 2007. Os preços da energia também se tornaram mais flutuantes e 2008 foi o ano mais instável para as cotações do petróleo. Os preços elevados e voláteis da energia impõem dificuldades para as famílias que fazem a transição entre o uso tradicional da biomassa e do carvão para cozinhar e para a calefação e a energia moderna comercial. No curto prazo, os preços baixos e as restrições financeiras vão reduzir o investimento. Com a recuperação econômica, a capacidade excedente diminuirá e a oferta de petróleo poderá se tornar novamente mais restrita, levando o mercado mundial do petróleo a um novo ciclo. As grandes flutuações nos preços da energia afetam o custo relativo das tecnologias e constituem um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento de fontes alternativas. 12. A duração e o aprofundamento da crise financeira afetarão a oferta futura de energia assim como a eficiência de seu consumo. A crise financeira global está causando algumas demoras e o cancelamento de projetos. Quando a economia mundial começar a se recuperar, a redução do investimento dificultará o atendimento à demanda futura, restringindo o crescimento, e isso ocorrerá no momento em que os países de baixa renda, em particular, dificilmente poderão suportar mais uma prorrogação das medidas para a redução da pobreza. No setor de energia, a partir do primeiro trimestre de 2009 houve uma queda proporcionalmente maior do investimento em fontes renováveis do que em outros tipos de geração. Quanto à demanda, as empresas e as famílias estão gastando menos em eletrodomésticos, veículos e equipamentos que poupam energia (AIE, 2009). Contudo, a crise financeira e a resultante queda no consumo de energia e nos preços dos combustíveis promovem um espaço privilegiado para melhorar o desempenho do setor e se preparar para o futuro crescimento da demanda. Os países podem aproveitar esta oportunidade para formular políticas para protegê-los da volatilidade dos preços da energia, abandonar progressivamente os subsídios regressivos de preços e incluir medidas que melhorem a qualidade dos investimentos no setor. 13. Uma nova arquitetura financeira está sendo desenvolvida para facilitar a redução das mudanças climáticas e a adaptação a seus efeitos. A natureza e o nível dos futuros acordos internacionais sobre atenuação e os mecanismos de financiamento que visam ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões de carbono estão sendo discutidos no momento. Em dezembro de 2007, os participantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas adotaram o Plano de Ação de Bali para uma aplicação mais rigorosa da Convenção, segundo a qual os países em desenvolvimento poderiam considerar a tomada de medidas adequadas de atenuação em nível nacional no “contexto do desenvolvimento sustentável, apoiado e possibilitado por tecnologias, financiamentos e capacitação”. Enquanto uma nova arquitetura de financiamento estiver sendo elaborada, é importante para o WBG ajudar as nações emergentes a aproveitar ao máximo as vantagens dos instrumentos existentes como o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), os diversos fundos de carbono associados ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e Implementação Conjunta, o Fundo de Parceria de Carbono, criado para estabelecer acordos de compra de emissões após 2012, e os Fundos de Investimento Climático (CIF). O principal entre as opções dos CIF é o Fundo de Tecnologia Limpa (CTF), que financiará a demonstração, distribuição e transferência de tecnologias com baixas emissões de carbono, que apresentem um grande potencial de redução das emissões de GEE e atendam aos objetivos de desenvolvimento dos países. Outro instrumento que faz parte do CIF é o Programa de Ampliação da Energia Renovável nos Países de Baixa Renda (SREP), atualmente em etapa de finalização. 14. Em suma, o ambiente externo mudou consideravelmente, com profundas implicações para o setor de energia. Em primeiro lugar, o mercado global de energia não previu nem estava

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preparado para enfrentar a mais recente elevação dos preços mundiais dos combustíveis nem a sua flutuação causada em grande parte por uma rápida diminuição da margem de segurança entre a oferta e a demanda. Há indicações de esta situação poderá se repetir na próxima década. Em segundo lugar, existe um maior reconhecimento de que as mudanças climáticas são parte integral da agenda de desenvolvimento e que estabelecem um vínculo entre a energia e vários outros segmentos, exigindo maior seletividade em matéria de investimentos e escolhas tecnológicas. Em terceiro lugar, a redução do investimento em energia – o principal segmento intensivo em capital – devido à crise financeira global está acentuando a ênfase nos investimentos inadequados e retardando o futuro crescimento econômico. O aumento do investimento no setor é visto como uma maneira de amortecer o impacto imediato da crise econômica no curto prazo, permitindo a abordagem das necessidades de desenvolvimento no longo prazo. O desafio consiste em atender os requisitos de energia da economia moderna e proporcionar a todas as pessoas acesso a preços acessíveis e de modo sustentável. Estratégia do setor de energia e desempenho do Grupo Banco Mundial nos últimos anos 15. A atual estratégia energética do WBG compreende o programa ambiental de 1999 para o setor de energia, Fuel for Thought (WBG, 1999; chamado daqui em diante de FFT) e uma estratégia informal de 2001, intitulada “Programa do Grupo Banco Mundial para o setor de energia: redução da pobreza, sustentabilidade e seletividade” (WBG, 2001; denominada daqui em diante de estratégia energética de 2001). O Marco de Investimento em Energia Limpa e Desenvolvimento (CEIF), formulado em 2006, estabeleceu um roteiro para expandir o acesso e reduzir as emissões de GEE (WBG, 2006). Mais recentemente, o Grupo Banco Mundial aprovou dois documentos que exercerão influência significativa sobre as futuras operações do setor de energia: o Plano de Ação para uma Infraestrutura Sustentável (SIAP) e Mudanças Climáticas e Desenvolvimento: um Marco Estratégico para o Grupo Banco Mundial (DCCSF) (WBG 2008a e 2008b). 16. O FFT estabeleceu seis objetivos estratégicos abrangendo as áreas administradas pelos setores de energia e de meio ambiente do Grupo Banco Mundial. Entre essas metas, três referiam-se à sustentabilidade ambiental da produção e do uso de energia, uma tratava da redução da poluição interna do ar e das pressões sobre a exploração excessiva do solo e das florestas, outra visava reduzir a poluição do ar urbano produzida pela queima de combustíveis, e a última continha orientações sobre capacitação para manejo ambiental. O FFT definiu alguns objetivos, muitos dos quais eram específicos das atividades operacionais do WBG e deveriam ser alcançados de 2008 até 2015. 17. O FFT indicou que, apesar da escala e do alcance relativamente limitados das metas estabelecidas, o Grupo Banco Mundial tinha como objetivo liderar os esforços no sentido do uso mais sustentável da energia. O programa se baseou na avaliação do WBG de que a melhor maneira de estimular o avanço das questões relacionadas ao meio ambiente global é ajudar seus clientes a tratar das prioridades nacionais, em particular aquelas cuja contribuição para a redução da pobreza e outros propósitos do desenvolvimento é clara e relativamente imediata, e com as quais existe um forte compromisso local. A estratégia também reafirmou a continuidade do apoio do WBG aos projetos com benefícios mundiais e cujos necessários encargos adicionais seriam integralmente financiados com recursos internacionais como os do GEF. 18. Algumas metas específicas definidas no FFT foram alcançadas, mas o comércio regional de energia se destaca como uma das áreas onde o avanço foi mais lento. O Grupo Banco Mundial desempenhou um papel importante na reformulação dos combustíveis, especialmente nas regiões da África e da América Latina e do Caribe, e na eliminação gradual da produção de

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gasolina com chumbo em escala mundial. Iniciativas globais, assistência técnica e projetos de empréstimo vêm abordando a queima de gás natural (gas flaring), a promoção da exploração e produção de combustíveis fósseis sem riscos para o meio ambiente e a reabilitação de instalações e locais degradados. O progresso na obtenção dos benefícios do comércio transfronteiriço de energia tem sido lento, o que realça as dificuldades de coordenação entre as companhias de energia e os governos dos diversos países envolvidos e também reflete os efeitos da crescente desvinculação do WBG do setor energético até 2003 (Anexo 5). Para reduzir o potencial impacto do consumo de energia sobre as mudanças climáticas, a instituição já vinha colaborando ativamente com o GEF na época do FFT. Um ano mais tarde, foi estabelecido o primeiro fundo de financiamento de carbono e desde então a quantidade de fundos e serviços de carbono aumentou para 12, com uma carteira de projetos no valor de US$2 bilhões. 19. A estratégia energética de 2001 definiu quatro linhas de intervenção: redução direta da pobreza, estabilização macroeconômica e fiscal, promoção de boas prática na administração e desenvolvimento do setor privado e sustentabilidade ambiental, além de ter fixado várias metas decenais. Ao contrário do FFT, todos os propósitos estabelecidos pela estratégia energética de 2001 constituíram objetivos globais de alto nível que não estavam necessariamente vinculados de forma direta às operações do Grupo Banco Mundial. As metas de expansão do acesso à eletricidade e de diminuição do volume das emissões de CO2 e da intensidade do uso de energia foram alcançadas. Parece ter havido um bom avanço na criação de agências reguladoras do setor. No entanto, não ocorreu nenhum progresso na redução da carga orçamentária do setor energético, no aumento da participação do setor privado e na instalação de dois ou mais fornecedores de eletricidade, de gás natural, ou de ambos, como opções disponíveis para usuários industriais. Em todos esses casos, foram percebidas grandes diferenças regionais (Anexo 6). Uma lição que emerge desse contexto, consistente com as avaliações realizadas pelo Grupo de Garantia de Qualidade (QAG, uma unidade interna criada para conduzir avaliações da qualidade de operações selecionadas durante sua elaboração e implementação) e pelo Grupo de Avaliação Independente (IEG, um departamento independente, diretamente subordinado à Diretoria Executiva do Banco Mundial, que analisa a importância e o impacto do apoio do WBG aos países clientes), é que a definição de metas tão elevadas para a reforma do setor foi provavelmente uma atitude prematura, quando a capacidade institucional básica era inadequada. 20. O modelo de reforma do setor elétrico adotado nos anos 1990, que compreendia a separação dos serviços, o estabelecimento de um órgão regulador independente e a permissão para que o setor privado pudesse ser proprietário e operador da cadeia de fornecimento, obteve resultados contraditórios. Existe um amplo consenso sobre a necessidade de formular abordagens adaptadas às condições específicas de cada país. Uma análise do IEG realizada em 2003 sobre a experiência do WBG para abrir o setor de eletricidade à participação privada nos anos 1990 concluiu que era possível obter bons resultados contanto que o país cliente aderisse à ação implementada e houvesse um forte compromisso político com o desenvolvimento do setor privado. Os resultados foram insatisfatórios onde o Banco Mundial estabeleceu diversos objetivos e subestimou a complexidade e o tempo necessário para a implementação de reformas duradouras. A IFC e a MIGA responderam à demanda do mercado por nova geração de energia elétrica com o único objetivo de estimular a participação privada, e os projetos financiados nesse sentido deram em geral bons resultados. Em 2006, um exame das lições aprendidas com a reforma dos mercados de eletricidade nos países em desenvolvimento enfatizou a necessidade de adaptar a reforma às condições iniciais e analisou como as diferentes situações poderiam influenciar no planejamento dos programas de transformação do setor de energia elétrica (Besant-Jones, 2006). O investimento privado no setor elétrico dos países em desenvolvimento aumentou rapidamente até 1997 (destinado principalmente ao Leste da Ásia e à América Latina), mas em seguida houve um acentuado declínio nos anos seguintes e uma forte retomada em 2007 até a atual recessão mundial, que torna menos acessível o financiamento privado.

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21. O papel do Grupo Banco Mundial nas indústrias extrativas atraiu a atenção internacional. Entre 2001 e 2003, o WBG realizou uma avaliação global de seu envolvimento nesse setor para responder às questões que indagavam se o seu engajamento era consistente com os objetivos de desenvolvimento sustentável e redução da pobreza. Petróleo, gás e mineração representam uma significativa fonte de renda para dezenas de países com recursos naturais abundantes – muitos dos quais são pobres –, tornando essenciais a gestão adequada desses recursos e a adoção de políticas que beneficiem os pobres. A resposta da Diretoria à Análise das Indústrias Extrativas, aprovada pelo Conselho Executivo do WBG em 2004, confirmou que a instituição deveria continuar a sua participação nesse setor comprometendo-se a adotar uma abordagem seletiva que atribuísse maior ênfase às necessidades dos pobres e aos direitos das pessoas afetadas pelos investimentos nas indústrias extrativas, assim como à boa administração e à transparência, e intensificasse da mesma forma o seu apoio à redução dos riscos ambientais e sociais (WBG, 2004). Desde 2005, o Grupo Banco Mundial informa anualmente sobre o avanço de sua implementação. Algumas recomendações importantes relacionadas especialmente à ampla assistência da comunidade internacional como requisito preliminar à intervenção do Grupo nos projetos do setor extrativo têm sido incorporadas às suas políticas. A IFC colabora com os investidores dos projetos financiados pela Corporação para garantir o benefício das comunidades resultante dessas iniciativas, apoiando por exemplo os programas de criação de “vínculos” que contribuam para ampliar a participação do empresariado local nos projetos desse segmento. A IFC estabeleceu o CommDev, um mecanismo destinado à criar parcerias para definir boas práticas para as comunidades e os investimento nas indústrias extrativas e ajudar a aplicá-las. Na área de políticas, o Banco Mundial se concentrou de modo mais significativo na administração adequada do segmento, apoiando a Iniciativa de Transparência nas Indústrias Extrativas (EITI) – uma coalizão de governos, empresas, grupos da sociedade civil, investidores e organizações internacionais que exigem das companhias dedicadas à exploração e produção de petróleo, gás e de mineração que publiquem o que pagam e que os governos divulguem o que recebem – e, mais recentemente, vem tratando das questões relativas a toda a cadeia de valor do setor extrativo na EITI++.1

No plano ambiental global, a Associação Mundial para Redução da Queima de Gás vem apoiando os esforços dos países para que este gás seja utilizado, eliminando os obstáculos à sua recuperação (Anexo 7).

22. Após uma década de declínio, o financiamento do Grupo Banco Mundial para o setor de energia vem apresentando uma forte recuperação. Os empréstimos do WBG para o segmento de energia foram reduzidos para uma média em torno de US$2,4 bilhões no período de 2000 a 2004, em relação a US$3,7 bilhões nos cinco anos anteriores (Anexo 8). Os financiamentos começaram a crescer e foram mais do que triplicados em 2009, atingindo US$8,2 bilhões, depois que a administração do Banco lançou o Plano de Ação para a Infraestrutura em 2003, por solicitação da Diretoria Executiva, com o objetivo de revitalizar a participação do Grupo. 23. Nos últimos anos, o Grupo Banco Mundial intensificou seus esforços para expandir o acesso à energia e abordar as mudanças climáticas. Em junho de 2004, na Conferência sobre Energias Renováveis, em Bonn, o WBG se comprometeu a ampliar a eficiência energética e as novas fontes de energia renovável (compreendendo energia solar, eólica, biomassa e geotérmica, assim como hidroelétrica gerada em pequenas usinas com capacidade abaixo de 10 megawatts) em 20% ao ano, acima da média dos níveis estabelecidos nos três anos anteriores. A instituição cumpriu essa meta com margem confortável nos três anos seguintes. Em julho de 2005, na reunião de cúpula anual do Grupo dos Oito, o Banco Mundial foi solicitado a facilitar a criação de um marco de investimento em energia limpa e desenvolvimento e contribuir para a promoção de um

1 A EITI se concentra nos pagamentos feitos aos governos para produção de petróleo, gás e minerais (veja www.eitransparency.org). A iniciativa EITI++ examina toda a cadeia de fornecimento, desde a concessão de licenças e contratos até a regulamentação e o monitoramento das operações, a gestão e alocação de receitas, e a implementação de políticas de desenvolvimento sustentável (Mayorga Alba, 2009).

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diálogo global sobre essas questões. Em 2006, o WBG criou o Fundo de Investimento em Energia Limpa e Desenvolvimento (CEIF) para acelerar a participação dos setores público e privado na ampliação do acesso à energia, assim como na redução dos efeitos e na adaptação às mudanças climáticas. A parcela dos financiamentos do WBG para energia, aplicada em projetos com baixas emissões de carbono, aumentou de 27% no período de 2003 a 2005 para 40% em 2007-2009. Embora as usinas termoelétricas a carvão de alta eficiência (super-críticas e ultra-supercríticas, cujo rendimento é mais elevado que o das centrais convencionais) tenham sido incluídas na definição dos projetos com baixas emissões de carbono, na prática nenhum novo projeto de produção de eletricidade a partir da queima de carvão, para criar capacidade de geração, foi proposto. De agora em diante, essa tecnologia será omitida da definição dos projetos com baixa intensidade de carbono. O volume de financiamento para eficiência energética e energia renovável atingiu US$3,3 bilhões em 2009 (Figura 1). A Figura 2 detalha as três classes de atividades operacionais por instituição integrante do WBG. 24. Uma análise das avaliações de projetos e das Estratégias de Assistência ao País2

2 O Banco Mundial prepara uma Estratégia de Assistência ao País (EAP) para que os mutuários ativos elaborem um programa seletivo de apoio do Grupo Banco Mundial (WBG) vinculado à estratégia de desenvolvimento do país e que se baseia nas vantagens comparativas do WBG, no contexto das atividades de outros doadores. A EAP é desenvolvida a partir de consultas realizadas junto às autoridades do país, às organizações da sociedade civil, aos parceiros do desenvolvimento e a outras partes interessadas.

realizadas pelo IEG e o QAG indica que os resultados gerais devem melhorar, com algumas exceções e importantes variações regionais. Segundo as avaliações de projetos da AID e do BIRD realizadas pelo IEG, a parcela daqueles que são satisfatórios nos setores de energia e mineração, concluídos em 1998 ou depois dessa data, aumentou de forma expressiva até meados dos anos 2000, mas diminuiu entre 2006 e 2008. Uma causa comum do mau desempenho é a capacidade institucional deficiente, o que explica por que os países com direito à assistência da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) se tornam responsáveis por um número desproporcionalmente elevado de projetos insatisfatórios. As análises do QAG sobre a qualidade inicial e a qualidade da supervisão (ao contrário dos projetos concluídos) mostraram que houve um avanço ao longo do tempo. A análise dos projetos energéticos examinados pelo Painel de Inspeção mostra a necessidade de intensificar as consultas junto às comunidades afetadas pelas propostas de investimento em energia; de realizar um exame mais detalhado das alternativas econômicas na fase de conceituação do projeto que levem em conta os custos e benefícios sociais das diversas opções; e de atribuir maior ênfase à implementação para garantir a aplicação das principais políticas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco, especialmente nos países com limitada capacidade institucional, como os da África (Anexo 9). O exame das Estratégias de Assistência ao País (EATs) no período de 2006 a 2009 mostra que a políticas energéticas e os problemas do setor foram abordados apenas na metade das EATs e que 40% delas fixaram objetivos de política energética. Cerca de 70% das EATs reconheciam a existência de um vínculo entre a pobreza e a falta de abastecimento de energia (Anexo 8).

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Figura 1 - Operações do Grupo Banco Mundial relativas à energia

US$ billion Bilhões de US$ Energy efficiency and renewable energy Eficiência energética e energia renovável Upstream oil, gas and coal, and new thermal generation

Produção de petróleo, gás e carvão, e nova geração de energia termoelétrica

Reforms, regulation, and power transmission and distribution

Reformas, regulamentações, e transmissão e distribuição de eletricidade

FY03 Ano Fiscal 2003 FY04 Ano Fiscal 2004 FY05 Ano Fiscal 2005 FY06 Ano Fiscal 2006 FY07 Ano Fiscal 2007 FY08 Ano Fiscal 2008 Fonte: Grupo Banco Mundial. Figura 2 - Distribuição das operações do Grupo Banco Mundial, 2003-2009 por instituição

US$ billion Bilhões de US$ Renewables and energy efficiency Fontes renováveis de energia e eficiência energética Upstream oil, gas, and coal, and new thermal generation

Produção de petróleo, gás e carvão, e nova geração de energia termoelétrica

Reforms, regulation, and power transmission and distribution

Reformas, regulamentações, transmissão e distribuição de eletricidade

IDA AID IBRD BIRD IFC IFC MIGA MIGA Other sources Outras fontes Fonte: Grupo Banco Mundial. Nota: Outras fontes incluem as garantias do GEF, da AID e do BIRD, o financiamento executado pelos receptores, o financiamento especial e o financiamento de carbono.

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25. O IEG realizou diversas análises das operações do setor de energia na última década. Todos esses estudos ressaltaram a importância de fortalecer o monitoramento e a avaliação. Foram conduzidas também diversas avaliações de operações de energia em países específicos. Em 2006, o relatório New Renewable Energy: A Review of the World Bank’s Assistance (Novas fontes de energia renovável: análise da assistência do Banco Mundial) analisou os novos projetos do Banco na área de energia renovável em relação a três das quatro linhas de intervenção da estratégia energética de 2001 (todas exceto a estabilização macroeconômica e fiscal). A análise concluiu que o programa de novas fontes de energia renovável da instituição estava bem enquadrado nas três linhas de atividade e recomendou que o Banco Mundial se concentrasse sobretudo em sua função catalisadora do desenvolvimento do setor privado e mantivesse a flexibilidade e o espírito inovador ao aplicar as lições aprendidas, para melhorar o planejamento dos projetos e difundir amplamente as boas práticas. 26. Em 2008, o IEG publicou dois relatórios de avaliação. Climate Change and the World Bank Group—Phase 1: An Evaluation of World Bank Win-Win Energy Policy Reforms (Mudanças climáticas e o Grupo Banco Mundial - Parte 1: uma avaliação das reformas de políticas energéticas benéficas para todos), que trata da eliminação dos subsídios e da promoção da eficiência no uso final da energia, concluiu que o volume e a orientação da política de financiamento do Banco Mundial para eficiência energética foram modestos. O IEG recomendou uma melhor coordenação dos esforços para eliminar as subvenções e aumentar a eficiência no uso final da energia, além de aprimorar a coleta de dados para o estabelecimento de parâmetros, o monitoramento e a avaliação. O relatório The Welfare Impact of Rural Electrification: A Reassessment of the Costs and Benefits” (O impacto da eletrificação rural sobre o bem-estar social: uma reavaliação dos custos e benefícios) indicou que, embora as evidências fossem pouco convincentes para muitos dos benefícios da eletrificação rural anunciados, estes pareceram estar acima do custo médio de fornecimento no longo prazo, sugerindo que seria possível alcançar níveis de tarifas que permitam recuperar os custos. 27. O Plano de Ação para uma Infraestrutura Sustentável (SIAP) de 2008 incorporou os princípios que nortearam a participação do Grupo Banco Mundial no setor de energia ao longo dos anos no que foi chamado de triplo resultado final. Ao contextualizar o envolvimento do WBG no setor de infraestrutura para alcançar o crescimento econômico, a equidade e a sustentabilidade ambiental, o SIAP definiu três objetivos: (1) viabilidade econômica e financeira do setor de infraestrutura a fim de que esteja melhor preparado e contribua para o crescimento econômico; (2) inclusão social, para que os bens e serviços da infraestrutura estejam acessíveis aos pobres, às comunidades localizadas em áreas remotas, às mulheres e a outros grupos tradicionalmente desfavorecidos; e (3) sustentabilidade ambiental nos níveis local e global. Baseando-se no SIAP e como parte da resposta do WBG à crise financeira, a Plataforma para Recuperação de Infraestrutura e Proteção de Ativos (INFRA) foi desenvolvida no início de 2009 com a finalidade de apoiar os programas de longo prazo para investimento em infraestrutura. A INFRA concederá financiamento anticíclico para recuperar a infraestrutura durante três anos e protegerá os ativos existentes e os projetos prioritários. Um importante componente da Plataforma é a Iniciativa de Energia para os Pobres, que tem como objetivo expandir o acesso à energia, ajudar as camadas de baixa renda a se adaptar aos choques de preços e reduzir sua vulnerabilidade às flutuações de preço da energia. Além disso, o Fundo para Crise de Infraestrutura, da IFC, mobilizou €1,6 bilhão em financiamentos até a presente data. 28. Em 2008, após realizar amplas consultas internas e externas, o Grupo Banco Mundial adotou o Marco Estratégico sobre Desenvolvimento e Mudanças Climáticas (DCCSF) e comprometeu o setor de energia a aumentar em 30% ao ano o financiamento para novas fontes de energia renovável e eficiência energética. Além disso, estima-se que a parcela de projetos com baixas emissões de carbono atinja 50% em 2011. Esses esforços serão apoiados por crescentes

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operações de financiamento de carbono e pelo Fundo de Tecnologia Limpa (FTL) – o Egito, México e a Turquia solicitaram recentemente o apoio do FTL para seus investimentos em iniciativas com baixas emissões de carbono em todo o setor – e também pelo Programa de Ampliação da Energia Renovável nos Países de Baixa Renda (SREP). Se os novos mecanismos de financiamento, como o Fundo de Parceria para Reduzir as Emissões de Carbono, apresentarem um substancial crescimento, é provável que o papel do WBG no financiamento de programas de geração de energia sustentável também se torne mais importante. Objetivos e abordagem 29. A estratégia de energia proposta articulará um modo de contribuir para que os países em desenvolvimento alcancem os seguintes objetivos:

• expandir o acesso e a confiabilidade do fornecimento de eletricidade;

• facilitar a adoção de uma trajetória de desenvolvimento que utilize energia mais sustentável em termos ambientais.

Esses dois objetivos refletem importantes aspectos do programa Fuel for Thought e da estratégia energética de 2001 (Anexo 10). O alcance do acesso universal à eletricidade faz parte de uma agenda ainda não concluída, especialmente na África Subsaariana. O WBG se esforçará para ajudar a prover modernos serviços de energia aos pobres do mundo, que por sua vez poderiam contribuir para o alcance de algumas das Metas de Desenvolvimento do Milênio (Anexo 10). Convém notar que a expansão do acesso a esses serviços não requer apenas a criação de uma infraestrutura de fornecimento. É igualmente importante aumentar a confiabilidade da oferta de eletricidade em praticamente todos os países para melhorar a qualidade de vida das famílias, assim como tornar mais eficientes as operações comerciais. No caso dos produtos derivados do petróleo, o aumento da confiabilidade do abastecimento é determinante para uma menor quantidade de países. O segundo objetivo responde à necessidade de transformar o mercado internacional de energia, levando em conta as restrições de recursos naturais e do meio ambiente local e mundial. Nos países clientes do WBG, esse aspecto será facilitado por meio de novo financiamento internacional adicional para que essas nações possam arcar com os custos incrementais, os riscos não-financeiros e as necessidades de capacidade institucional e técnica. 30. Os dois objetivos serão abordados ativamente onde apresentarem sinergias. Várias políticas para melhorar o desempenho do setor energético podem aumentar a confiabilidade da oferta, diminuir os riscos decorrentes das interrupções no fornecimento e expandir o acesso, facilitando ao mesmo tempo a transição para uma economia com baixas emissões de carbono. O WBG atribuirá maior atenção à redução do consumo – por meio do aumento da eficiência do uso final e da conservação de energia – e à maior eficiência do fornecimento. Essas medidas não apenas equivalem à expansão da capacidade, mas também podem baixar os preços para o usuário final – aumentando assim a sua acessibilidade – além de contribuir para a sustentabilidade ambiental. O fortalecimento institucional e da capacidade, o aperfeiçoamento da regulamentação e o controle dos subsídios de preços contribuirão para o alcance e a manutenção de significativos ganhos de eficiência energética e para o uso eficaz de tecnologias inovadoras bem como de novos mecanismos de financiamento de carbono. Os mesmos elementos essenciais para melhorar o desempenho do setor energético são necessários para colocar os países em desenvolvimento em um caminho ambientalmente sustentável e com capacidade de adaptação às mudanças climáticas. Durante a escolha de projetos, serão priorizados aqueles que contribuam para ambos os objetivos.

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31. Para alcançar esse duplo objetivo, dois pilares estratégicos – considerados imprescindíveis para um setor energético confiável, eficiente e sustentável – foram propostos (Figura 3):

(1) Melhorar o desempenho operacional e financeiro do setor de energia (2) Fortalecer a governança com o objetivo de ampliar a contribuição da energia para um desenvolvimento econômico equitativo.

Um dos pré-requisitos para esta estratégia é a existência de companhias de energia eficazes e financeiramente equilibradas. A má administração das empresas de serviços públicos resulta em uma operação ineficiente e em grandes perdas técnicas e não-técnicas que reduzem a sua capacidade de financiar novos investimentos.3

A fixação de preços abaixo do custo agrava as dificuldades financeiras de todas as companhias de eletricidade públicas e privadas. O fortalecimento administrativo é importante para garantir que a energia contribua para o desenvolvimento econômico equitativo. A governança é importante em cada nível do setor: governo, órgãos públicos, empresas e consumidores. Levando em conta que nos próximos anos as empresas de serviços públicos deverão prevalecer nesse segmento em muitos países, é fundamental melhorar a governança corporativa e fortalecer o desempenho como um todo. Para muitos dos grandes exportadores de hidrocarbonetos, o aperfeiçoamento da gestão do setor poderá estimular o crescimento econômico sustentável e inclusivo. Um mercado de energia que considere as normas legais será provavelmente eficiente e ajudará a criar as condições necessárias para atrair e manter o financiamento privado.

Figura 3 - Marco da Estratégia de Energia

Improve operational and financial performance Melhorar o desempenho operacional e financeiro Improve access and reliability Expandir o acesso e a confiabilidade Facilitate shift to sustainable energy development Facilitar a transição para o desenvolvimento

energético sustentável Strengthen governance Fortalecer a governança 32. O Grupo Banco Mundial manterá o seu compromisso com determinadas áreas de todas as regiões e categorias de renda. A instituição continuará a apoiar diversos objetivos das reformas institucionais e de políticas, criando inclusive um ambiente propício à participação e ao investimento privado. As parcerias público-privadas serão ativamente estimuladas. A vantagem comparativa do apoio do WBG ao comércio de energia entre países fronteiriços e à integração regional, facilitando a cooperação Sul-Sul, permanecerá importante para atender à demanda e melhorar a confiabilidade do fornecimento, especialmente no caso dos grupos regionais de empresas energéticas como os criados na África Subsaariana. O Grupo Banco Mundial intensificará o investimento em projetos hidrelétricos que privilegiem a gestão integrada dos

3 Veja uma discussão mais detalhada sobre perdas técnicas e não técnicas, inclusive casos recentes e bem-sucedidos de redução de prejuízos no estudo preliminar Reducing Technical and Non-Technical Losses in the Power Sector (Redução das perdas técnicas e não técnicas no setor de energia elétrica, Antmann, 2009), publicado no site da Estratégia de Energia do WBG na internet.

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recursos hídricos levando em conta os diferentes consumidores do serviço e os diversos objetivos de gestão e regulamentação do setor de água. A entidade continuará a financiar a transmissão e a distribuição e, além disso, considerará a geração de centrais térmicas de acordo com as diretrizes estabelecidas no DCCSF – que determinam que o WBG deverá priorizar as intervenções que tragam os benefícios diretos da redução de emissões de GEE como (a) a recuperação de usinas termoelétricas, (b) o aumento da eficiência das novas usinas termoelétricas, (c) a desativação antecipada de usinas ineficientes e sua substituição por instalações de última geração e (d) a redução da queima de gás (que poderá ser usado para gerar eletricidade) – assim como os critérios específicos acordados sobre o uso do carvão (veja o Quadro 1, na página 18). As solicitações de geração de emergência serão consideradas de acordo com a sua importância. O WBG também apoiará de modo seletivo os projetos de desenvolvimento energético nas indústrias extrativas onde estes contribuírem para o desenvolvimento sustentável de comunidades e países. Nesse sentido, a entidade continuará a adotar a orientação da Resposta da Direção à Análise das Indústrias Extrativas.4

33. A estratégia levará em conta que as diferentes situações dos países necessitarão de distintas abordagens e analisará diversos enfoques que sejam adequados às circunstâncias específicas de uma nação, que podem variar desde países de baixa renda com acesso muito limitado à eletricidade até os de renda média com acesso universal a modernos serviços de energia. As figuras 4 e 5 mostram, respectivamente, a variação da renda em relação à parcela de domicílios com acesso à eletricidade e o número de horas em que ocorre interrupção do fornecimento. Há um conjunto de circunstâncias que se repetem com baixa renda, acesso limitado e menor confiabilidade em uma extremidade do espectro e, na outra, alta renda, acesso universal e maior confiabilidade. Embora os países de renda média tendam a apresentar uma elevada cobertura da demanda e uma oferta altamente confiável, muitos se deparam com uma margem de sua capacidade elétrica cada vez mais reduzida e alguns experimentam graves cortes de energia. Os países de baixa renda se caracterizam em geral por uma cobertura limitada e um fornecimento menos confiável, ainda que em algumas nações a oferta seja quase universal e o abastecimento muito estável, ou ambos. A estimativa de perdas do PIB decorrentes dos cortes de energia pode ser substancial e atingir, por exemplo, o elevado percentual de 6% no Malaui, segundo um estudo (Eberhard et alii, 2008). A Figura 4 também inclui os países desenvolvidos (na extremidade direita) e mostra as magnitudes relativa das emissões per capita de CO2 relacionadas à energia. As nações com menores taxas de acesso produzem um volume muito baixo de emissões per capita; na verdade, algumas dificilmente podem ser vistas no gráfico porque a sua contribuição é bem pequena. Cabe assinalar que, de acordo com as estimativas do Banco Mundial, se todas os domicílios que não são atendidos fossem conectados ao serviço de eletricidade, o consumo adicional seria menor que 2% da demanda mundial ou representaria menos de 1% das emissões globais de CO2 relacionadas à energia.

4 A Resposta da Diretoria resume os compromissos futuros do WBG da seguinte forma: “Nossos investimentos futuros nas indústrias extrativas serão realizados de modo seletivo, focalizando especialmente as necessidades dos pobres e atribuindo maior ênfase à boa governança e à promoção do desenvolvimento sustentável em termos sociais e ambientais. Quando formos solicitados, também continuaremos a assessorar e apoiar os governos na criação de políticas e marcos regulatórios adequados ao aproveitamento sustentável de seus recursos naturais. Além disso, tomaremos importantes medidas para ampliar a nossa própria assistência, bem como estimular e recomendar a expansão do apoio em escala mundial às fontes de energia renováveis e a outros combustíveis menos poluentes e viáveis. Nosso objetivo é claro: ajudar as populações dos países em desenvolvimento a ter acesso a fontes de energia limpas, acessíveis e sustentáveis, e também garantir que as indústrias extrativas contribuam para o crescimento econômico, o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza.”

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Figura 4 - Acesso à eletricidade e emissões de carbono

% of households with electricity % de domicílios com eletricidade Per capita GDP at PP, 2005 US$ PIB per capita em relação à PPC (dólares

americanos de 2005) Fontes: Diversas pesquisas de gastos domiciliares, estatísticas governamentais, World Bank 2008a. PPC = paridade do poder de compra Notas: Os tamanhos dos pontos de dados são proporcionais às emissões per capita de CO2 relacionadas à energia. O gráfico mostra os países em desenvolvimento, para os quais havia dados disponíveis sobre o acesso à eletricidade e o PIB em relação à PPC, e as nações industrializadas de diversos tamanhos e níveis de renda. 34. Nos países de baixa renda, nos Estados frágeis ou que acabaram de passar por conflitos e nas áreas pobres dos países de renda média com baixas taxas de cobertura de eletricidade, o WBG abordará de modo simultâneo a necessidade de aumentar a confiabilidade do serviço à população atendida e de permitir o acesso das pessoas não atendidas. Em termos globais, existem bilhões de indivíduos que não estão conectados ou que dependem do uso tradicional de combustíveis sólidos (carvão e biomassa) para cozinhar e para calefação. A taxa de eletrificação de 30% na África Subsaariana é a mais baixa do mundo, seguida pelo Sul da Ásia cujo índice oscila entre 60% e 65%. Um terço da capacidade total instalada na Índia é de autogeração, ou seja, eletricidade normalmente produzida pelas empresas para uso próprio. Apesar de contar com tanta autogeração, a escassez de energia elétrica durante as horas de maior demanda foi em média de 17% na primeira metade de 2009. Como a eletricidade domiciliar contribui para o aumento acentuado do consumo, essa escassez dificulta ainda mais a expansão do acesso. Para enfrentar os cortes generalizados de energia na África Subsaariana, alguns países tiveram de arrendar a curto prazo, para geração de emergência, unidades a diesel em contêineres móveis que custavam até U$0,35 por kilowatt-hora e cujo montante de pagamento em diversos casos absorvia mais de 1% do PIB. Condições semelhantes em outros locais mostraram que, com muita frequência, os pobres do mundo pagam mais por unidade de serviço básico porque o custo da energia fornecida é elevado ou porque não têm acesso à eletricidade e as soluções alternativas – como o uso de querosene para iluminação – são ainda mais dispendiosas. A ampliação da capacidade de fornecimento, a maior confiabilidade e a expansão da cobertura serão fundamentais. O aumento da eficiência do fornecimento e o repasse dos ganhos de eficiência para os consumidores aumentam a capacidade de pagamento pelo serviço e são importantes em todas as situações, mas especialmente nos países de baixa renda onde qualquer medida para reduzir os preços ao consumidor final contribuirá para aumentar o acesso a modernos serviços de energia, sem os quais as pessoas não poderão usufruir de oportunidades econômicas básicas nem terão chance de melhorar suas

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condições de vida. Por esse motivo, o acesso a modernos serviços energéticos confiáveis continuará sendo a maior prioridade. Na medida do possível, o WBG buscará de modo proativo alternativas com baixas emissões de carbono que sejam menos dispendiosas, inclusive por meio de financiamentos do SREP. Figura 5 - Horas de interrupção de eletricidade

Hours of outages per month Horas de interrupção por mês Per capita GDP at PPP, 2005 US$ PIB per capita em relação ao PPC (dólares

americanos de 2005) 5,000 5.000 10,000 10.000 15,000 15.000 Fontes: World Bank 2008a e 2009a. 35. O Grupo Banco Mundial consolidará suas parcerias com países de renda média, ajudando-os a enfrentar vários desafios locais e emergentes em escala mundial e aumentando o apoio à inovação e à transformação. Especialmente nos grandes países de renda média, o financiamento do WBG continuará representando uma pequena fração de seu investimento total em energia. A instituição ocupará uma posição cada vez mais importante para responder às solicitações dos clientes no sentido de ajudá-los a transformar o cenário energético, desempenhando um papel catalítico ao apoiar a energia renovável em escala comercial, a eficiência energética da oferta e da demanda e as novas tecnologias limpas bem como a infraestrutura a elas relacionada. O WBG pode promover o financiamento de carbono e outros instrumentos de crédito como o Fundo de Tecnologia Limpa e o Fundo de Parceria para Redução das Emissões de Carbono, facilitar as parcerias tecnológicas e fornecer assistência técnica e apoio para a elaboração de políticas. Além disso, à medida que o mercado internacional continue a crescer, o WBG poderá mobilizar o investimento privado por meio de aplicações inovadoras de seus principais instrumentos, como as garantias e os empréstimos vinculados aos fluxos de créditos de carbono futuros. A IFC e a MIGA já desenvolveram e testaram essas aplicações de seus instrumentos de garantia. 36. Além das duas amplas categorias acima, a abundância dos recursos energéticos, o porte da economia, a melhoria dos resultados e o fortalecimento da gestão do setor de energia, assim como o perfil socioeconômico são outros fatores que influenciarão as operações do Grupo Banco Mundial em cada país. Nações pequenas, países sem saída para o mar e economias insulares têm necessidades específicas. As regiões de um grande país podem apresentar níveis de renda e de desenvolvimento do setor energético tão variados quanto entre países. O

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WBG continuará a adaptar as suas operações às especificidades de cada país e às demandas dos clientes, articulando a sua estratégia de energia em torno de seis eixos (Anexo 10) aprovados pela Comissão de Desenvolvimento nas reuniões de abril de 2008. Abrangência 37. A energia é um insumo importante para todos os setores da economia e necessita de uma estreita coordenação entre a estratégia energética e as de outros setores do WBG. A estratégia de energia estará alinhada com diversos documentos como o DCCSF e o Relatório do Desenvolvimento Mundial 2010 sobre mudanças climáticas, a ser lançado; os programas já existentes de governança e combate à corrupção e os relativos aos setores de transporte e saúde; além de vários outras estratégias setoriais e de suas elaborações ou atualizações, abrangendo o meio ambiente, as questões urbanas, a água e o desenvolvimento social e do setor privado. Em particular, a estratégia de energia, entre outras, irá incorporar os princípios e critérios especificados no DCCSF e detalhará as consequências operacionais conforme for necessário. O Apêndice 1 descreve a abrangência da estratégia energética e das atividades relacionadas à energia incluídas em outras estratégias setoriais. Entre os temas relacionados à energia na estratégia dos setores ambiental e urbano, figuram dois pilares na estratégia urbana (2010) – pobreza urbana e melhoria das favelas, e meio ambiente urbano e mudanças climáticas – e uma avaliação das políticas de salvaguardas e o estudo de novos instrumentos e produtos para as transações de carbono na estratégia ambiental (2011). As transações de carbono são especialmente importantes para acelerar a adoção de medidas e tecnologias para redução de GEE no setor de energia. 38. A estratégia de energia se baseará nas iniciativas e estratégias regionais existentes assim como nas estratégias e planos de atividades subsetoriais recentemente adotados, como o Plano de Ação para a África e as estratégias energéticas para a África e a região da América Latina e do Caribe. O Anexo 11 descreve as estratégias subsetoriais para as novas fontes de energia renovável, a eficiência energética, a energia hidrelétrica, a utilização de gás natural para gerar eletricidade em pequena escala e as indústrias extrativas (EITI++). O Apêndice 2 apresenta as principais questões identificadas pela equipe do Grupo Banco Mundial nos países clientes e as prioridades para as operações futuras do Grupo. Essas informações servirão de base para as consultas junto aos parceiros do WBG. 39. Ao fazer escolhas, a estratégia levará em conta as lições aprendidas nas duas últimas décadas. Por exemplo, tornar a energia mais acessível em termos de custo é importante para atender às necessidades básicas dos pobres. No entanto, mesmo se os preços diminuírem devido a uma melhoria da oferta e à aplicação de subsídios direcionados de modo adequado, os modernos serviços de energia ainda serão caros para algumas pessoas desprovidas. Os programas de proteção social poderão contribuir para a superação desse obstáculo, mas eles têm suas limitações. A transformação do uso tradicional dos combustíveis sólidos é particularmente desafiadora porque, ao contrário da eletricidade, os combustíveis para cozinhar e para calefação são normalmente utilizados no consumo e não na produção. O fator determinante para estimular as famílias a mudar o combustível utilizado é a sua capacidade financeira, mas os grupos familiares pobres enfrentam restrições econômicas. A experiência mundial também demonstra que os subsídios direcionados à compra de combustíveis líquidos são raros. A atenção deveria se concentrar na elevação da renda dos pobres, o que está fora do alcance do setor de energia. Nesse contexto, a contribuição do setor energético para o desenvolvimento econômico equitativo constitui um importante aspecto para reduzir a pobreza decorrente da falta de energia. As lições sobre como facilitar o comércio regional de energia, as medidas para aumentar a eficiência energética, as parcerias público-privadas, a reforma do setor, a adoção de tecnologias com baixas emissões de carbono e o fornecimento de modernos serviços de energia elétrica domiciliar serão examinados em outros estudos preliminares e análises, e também discutidos durante as consultas.

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Áreas de ação propostas 40. O duplo objetivo e os dois pilares estratégicos de apoio necessitam de ações em diversas áreas. 41. Ajudar a expandir a capacidade de geração, conservar a energia e garantir um melhor gerenciamento técnico e administrativo da oferta e da demanda, com o objetivo de ampliar a confiabilidade e o acesso ao serviço. Para melhorar esses fatores, todas as seguintes opções serão consideradas: diversificação das fontes de energia onde isto for mais econômico e possa ser direcionado para vários usos (como o moderno emprego da biomassa, do biogás, da energia geotérmica, das mini e macro usinas hidrelétricas, da co-geração, assim como da energia eólica e solar para calefação e eletricidade); fornecimento de eletricidade por meio da rede e fora do sistema, incluindo a geração distribuída e o planejamento da transmissão no sentido de integrar a energia renovável à rede; redução dos prejuízos técnicos e não técnicos e expansão da transmissão e distribuição; aumento da eficiência energética da calefação distrital; utilização do gás como fonte de energia em grande e pequena escala (Anexo 11); comércio de energia e integração regional dos mercados do setor; e gestão da demanda (residencial, comercial, agrícola, de transporte e da indústria). A diversificação poderá aumentar a confiabilidade do fornecimento. Os instrumentos disponíveis no setor de energia para atender às necessidades dos pobres abrangem arranjos comerciais como as cooperativas, os métodos de financiamento das conexões de eletricidade e gás natural que beneficiam os mais carentes e as tarifas reduzidas para a energia distribuída através das redes elétricas. No setor petrolífero, em alguns países que disponibilizam grandes subsídios para produtos derivados do petróleo houve escassez de fornecimento de energia e altos preços no mercado negro, reduzindo a segurança energética especialmente dos pobres nas áreas rurais. As elevadas subvenções universais de preços do petróleo também impedem a aplicação de medidas para aumentar a eficiência energética e criar novas fontes de energia renovável. Esses fatores realçam a importância da reforma do sistema de subsídios. 42. Aproveitar as sinergias. Analisar as possibilidades de financiamento internacional para reduzir os custos incrementais. Com frequência, ocorrem sinergias entre o aumento da confiabilidade e do acesso, por um lado, e a adoção de métodos com baixas emissões de carbono para alcançar esse objetivo, por outro. Dois exemplos disso são o aumento da eficiência da oferta e da demanda e o uso de energia renovável nas aplicações fora da rede. Os fatores externos desempenham igualmente um papel muito importante. Nenhum país escolhe sistematicamente as tecnologias de baixo carbono, porque estas nem sempre são as opções de custo mais baixo. Por outro lado, a capacidade de pagamento pelo serviço é uma consideração importante, mesmo nos países industrializados e especialmente para os pobres das nações em desenvolvimento. O Grupo Banco Mundial manterá a sua linha de conduta, estabelecida na FFT, de ajudar os países a buscar alternativas de custo mais elevado que proporcionem benefícios globais, com o propósito de melhorar o acesso e a estabilidade do fornecimento, se os custos incrementais forem cobertos por financiamento internacional. A maior disponibilidade de um novo crédito climático para todos os países em desenvolvimento – que dependem em última instância do bom resultado das negociações internacionais sobre o clima – ampliará a capacidade do WBG de apoiar as alternativas que protejam o clima.

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43. Responder às compensações onde isso for justificável. Um exemplo de compensação que deve ser considerado é o da geração termoelétrica pela queima de carvão. Em alguns países, o custo desse tipo de eletricidade é muito mais baixo para fornecimento da carga de base (geração contínua para a demanda básica; ver Anexo 3) do que o de qualquer outra fonte. Embora seja viável sob o aspecto financeiro, a combustão do carvão geralmente emite mais GEE por unidade de eletricidade produzida do que qualquer outro combustível. Em algumas situações, o financiamento climático internacional poderá reduzir a diferença de custo entre o carvão e uma outra alternativa com menos emissões, mas nem sempre isso será possível. Os países menores e empobrecidos – com menos capacidade de diversificar a produção de energia e grande vulnerabilidade aos choques de preços do petróleo – vêm apresentando uma limitada possibilidade de acesso a essas fontes de financiamento até o momento. Nesse contexto, o DCCSF indicou que, sob determinadas condições, o Grupo Banco Mundial poderá utilizar os seus instrumentos de crédito tradicionais para ajudar os países clientes a desenvolver novos projetos de usinas termoelétricas a carvão (ver o Quadro 1). A estratégia descreverá como aplicar na prática as diversas considerações mencionadas no DCCSF. Quanto à mineração de carvão, excetuando a captura e o uso do metano de estrato carbonífero, o financiamento para apoiar a extração tradicional de carvão, desde 2003, representou apenas 0,2% do valor total de todas as operações de energia do WBG. A assistência à exploração de carvão será norteada pela resposta da diretoria à Análise da Indústria Extrativa, e dependerá do seu impacto sobre o desenvolvimento e da coerência geral com as estratégias locais e regionais nesse sentido. 44. Levar em conta os efeitos sociais e ambientais do fornecimento e do uso da energia. A sustentabilidade ambiental necessita de apoio para expandir a eficiência energética da oferta e da demanda, conservar a energia, investir em geração com baixas emissões de GEE de curta duração, criar sistemas de gestão ambiental, reduzir a queima de gás, minimizar as emissões e descargas poluentes locais e eliminar o lixo de forma ambientalmente responsável (como as cinzas volantes). O WBG utiliza várias iniciativas, programas e parcerias para tratar dessas questões (Anexo 7). A inclusão social também é importante e compreende a dimensão de gênero no desenvolvimento do setor elétrico. As atividades do WBG no setor de energia continuarão a atribuir a devida atenção ao

Quadro 1. Fatores a serem considerados antes do envolvimento nas operações de geração termoelétrica a carvão. O DCCSF concluiu que o Grupo Banco Mundial poderá utilizar seus instrumentos tradicionais de financiamento para apoiar os países clientes no desenvolvimento de novos projetos termoelétricos a carvão, levando em consideração o seguinte: (1) O impacto do projeto sobre o desenvolvimento,

comprovado pelo aumento em geral da segurança energética, pela redução das interrupções de eletricidade ou pelo aumento do acesso dos pobres.

(2) A assistência fornecida para identificar e formular os projetos com baixas emissões de carbono.

(3) As fontes de energia são otimizadas de forma a possibilitar que o país atenda às necessidades por meio da eficiência energética da oferta e da demanda, assim como da conservação de energia.

(4) A realização de uma ampla avaliação das opções de alternativas viáveis de baixo custo (levando em conta as externalidades ambientais) e quando o financiamento adicional dos doadores para seu custo incremental não estiver disponível.

(5) Os projetos de centrais termoelétricas a carvão utilizarão a melhor tecnologia apropriada disponível, com o objetivo de proporcionar uma grande eficiência e, consequentemente, reduzir a intensidade das emissões de GEE.

(6) A formulação de uma abordagem para incorporar as externalidades ambientais na análise dos projetos.

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envolvimento da comunidade e a garantir que as mulheres, os grupos minoritários, os povos indígenas, além de outros grupos, participem dos processos decisórios adequados e se beneficiem do desenvolvimento do setor de energia. Levando em conta a grande quantidade de solicitações para financiamento de projetos de produção de etanol e biodiesel, recebidas dos segmentos agrícola e energético, a estratégia também avaliará em estreita colaboração com o setor de agricultura do Grupo Banco Mundial quando e como o setor de energia deverá considerar a sua participação na área de biocombustíveis. Ao fazer isso, será realizada uma análise cuidadosa do potencial risco social e ambiental desses produtos: pressão inflacionária sobre o preço dos alimentos, maior concorrência em relação a terras e água, e mudanças no uso do solo que possam reduzir os benefícios da substituição dos combustíveis fósseis associados à diminuição de GEE. 45. Ajudar os países a adotar opções energéticas com baixas emissões de GEE. Como a energia é utilizada em uma ampla gama de setores, isso requer uma coordenação multissetorial em nível nacional. Uma medida importante é a conscientização sobre as opções para um sistema de iluminação eficiente ou renovável quando novas escolas e clínicas de saúde forem construídas; a preocupação com as emissões de GEE no estabelecimento de códigos de práticas na construção civil e de normas de eficiência energética aplicadas aos veículos e às indústrias, para citar apenas alguns exemplos. A participação privada será essencial, o que ressalta a importância da criação de um ambiente propício aos negócios. Uma atenção especial será atribuída à ajuda para formulação de políticas necessárias (fixação de preços, regulamentações e incentivos), mobilização de financiamentos climáticos especializados, desenvolvimento de instituições e aperfeiçoamento do uso de mecanismos financeiros adicionais. Um importante aspecto das intervenções do Grupo Banco Mundial é ajudar os países a ter acesso às fontes e aos mecanismos internacionais de financiamento, assim como a estruturar pacotes de financiamento que tornem mais competitivos e atrativos sob o ponto de vista financeiro os investimentos que tragam benefícios adicionais para o clima. O desenvolvimento da arquitetura financeira para redução dos efeitos das mudanças climáticas requer que o WBG mantenha a flexibilidade no uso de instrumentos e programas. Além disso, independentemente dos mecanismos que porventura sejam acordados para diminuir as emissões globais de GEE, emergirá possivelmente um preço de facto do carbono. Considerando a longa vida dos equipamentos energéticos, é importante analisar as implicações dos diferentes cenários de preços nos planejamentos de investimento atuais e futuros. O WBG pode ajudar os países a avaliar as políticas e estratégias em diferentes contextos, analisando o potencial das opções de eficiência energética e energias renováveis. Alguns países clientes estão avaliando a geração nuclear de eletricidade como uma alternativa para o seu equilíbrio energético e estão buscando o apoio do WBG para analisar essa opção, como parte de suas estratégias para o setor de energia. Quando for solicitado pelos governos clientes, o WBG responderá no contexto dos programas analíticos para o setor energético geral do país. No entanto, como os temas econômicos, financeiros, ambientais, sociais, de segurança e não-proliferação relacionados à energia nuclear são complexos, em vez de expandir a capacidade interna nessa área, a tática adotada será formar parcerias de conhecimento estratégico com as principais instituições e centros acadêmicos de excelência que tenham essa competência e utilizá-las para responder às solicitações dos clientes. O WBG prosseguirá com sua política de não financiar a geração de energia nuclear. 46. Com base no DCCSF, o Grupo Banco Mundial continuará a desenvolver e aplicar métodos de análise das GEEs. A ênfase está em facilitar o acesso e o uso eficaz do financiamento climático adicional e ajudar a identificar as novas oportunidades de negócios. Em consulta com a sociedade civil e outros bancos multilaterais de desenvolvimento, o Banco está

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colaborando estreitamente com os clientes e as instituições locais para criar e testar métodos de análise das emissões de GEE nos segmentos de energia, transporte e silvicultura, de acordo com as solicitações. Com o objetivo de formar um conjunto mais amplo de projetos, o piloto poderá ser expandido para proporcionar aprendizado e informação. Uma nova abordagem consiste em inserir a análise das emissões de GEE no contexto de seu impacto sobre o desenvolvimento, concentrando-se nas emissões líquidas de um projeto, e em avaliar as compensações onde isto for aplicável. Desde fevereiro de 2009, a IFC vem contabilizando de modo sistemtático essas emissões em sua carteira de projetos do setor produtivo e as lições de sua experiência servirão de subsídio para a estratégia. 47. Promover tecnologia para sustentabilidade ambiental local e global. Grandes avanços tecnológicos como, por exemplo, o armazenamento de energia para obtenção de fontes renováveis intermitentes de eletricidade (Anexo 3), a concentração de energia solar e a captura e estocagem de carbono são necessários para levar a economia mundial a adotar um caminho sustentável em termos ambientais neste século que se inicia. Também é importante o apoio às tecnologias que sejam particularmente adequadas aos países em desenvolvimento. Embora o WBG nunca tenha financiado tecnologias que ainda não foram lançadas no mercado, a instituição está dando continuidade ao seu trabalho com o GEF de ajudar – para efeito de demonstração – na introdução de tecnologias relativamente novas que necessitem de incentivos especiais para se tornar competitivas no nível comercial ou que foram testadas em outro local mas são inéditas em um país. Entre as principais questões a serem consideradas pela estratégia de energia está o modo como o WBG poderá melhor contribuir para a promoção de tecnologias limpas nos países em desenvolvimento, como os intercâmbios de conhecimento, a cooperação Sul-Sul e a colaboração com bancos regionais. 48. Contribuir para o alcance de um sólido desempenho operacional e financeiro, é um pré-requisito para o cumprimento dos dois objetivos. A atuação do setor energético pode ser aperfeiçoada por meio do aumento da eficiência da oferta, da redução de perdas técnicas e comerciais nos setores de eletricidade e gás, da adoção de uma política de recuperação de custos e da introdução de melhores incentivos. O desenvolvimento institucional é imprescindível. As parcerias público-privadas podem exercer um papel importante no aumento do desempenho financeiro do setor. 49. Estimular o direcionamento dos subsídios de preços da energia. Os grandes subsídios universais de preços – com muita frequência regressivos – dificultam a sustentabilidade financeira. A eliminação gradual dessas subvenções exige um firme compromisso político. Uma estratégia baseada na análise rigorosa de ganhadores e perdedores, na efetiva comunicação com uma ampla gama de partes interessadas para demonstrar que os benefícios ultrapassam os custos e um plano confiável de amparo aos pobres poderá ajudar a mobilizar esse compromisso. O WBG está em condições de fornecer assistência aos governos para fomento dos pobres por meio do planejamento de programas de proteção social e, quando for apropriado, de eficazes subsídios direcionados. O aumento da eficiência energética poderá facilitar a transição no sentido da adoção de preços de mercado para eletricidade, conforme mencionado no relatório do IEG citado no parágrafo 26. 50. Ajudar a consolidar a governança. O desempenho setorial eficiente apoia-se em uma administração firme. Décadas de experiência no segmento elétrico dos países em desenvolvimento mostram por exemplo a importância de melhorar a governança corporativa, regulatória e do mercado – particularmente orientada para o comércio (Besant-Jones, 2006). Esta abordagem setorial propõe que o WBG amplie seus esforços para

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fortalecer a governança corporativa das companhias de serviço público; ajudar os governos e órgãos estatais a estabelecer marcos legais, regulatórios, contratuais e fiscais justos; regular efetivamente o setor e aperfeiçoar a gestão do mercado; coletar dados de forma sistemática; e disponibilizar com regularidade para o público e os investidores as informações sobre políticas, normas, oferta e demanda de energia, preços, impostos, assistência prestada às empresas do setor e passivos contingenciados pelo Estado. A reforma setorial e institucional, apoiada por uma boa governança, faz parte de uma agenda há muito existente no setor elétrico, mas cujo avanço tem sido lento em muitos países. O trabalho de apoio para a estratégia de energia analisará a experiência até o momento e avaliará diferentes enfoques em várias situações, com o objetivo de propor a futura atuação do WBG. 51. Prestar assistência aos países ricos em recursos naturais quanto à gestão das indústrias extrativas ao longo de toda a cadeia de valor. Grandes exportadores de hidrocarbonetos se deparam com desafios e oportunidades singulares. A magnitude da receita do petróleo comparada à de outras fontes faz com os países dependam em grande medida do produto, mas seus preços, e por conseguinte a sua receita, são extremamente voláteis e imprevisíveis, sujeitando os governos e as economias a rápidos ciclos de expansão e contração. A concentração do fluxo de receitas do petróleo tende a criar uma minoria com poder político, estimular a concorrência para se apoderar dos recursos naturais, facilitar a existência de um mecanismo não transparente de contabilidade e distribuição de riqueza, e estimular a corrupção. Contra esse pano de fundo, o setor de energia do Banco está trabalhando com macroeconomistas para expandir a sua assistência com o propósito de fortalecer a gestão da extração de hidrocarbonetos e das receitas por meio da EITI++. Aspectos da implementação 52. Qualquer estratégia setorial deve tirar o melhor proveito da vantagem comparativa do WBG. A habilidade do Banco Mundial em transmitir lições baseadas em sua experiência no mundo inteiro sobre a maneira de ampliar o desempenho do setor e a nossa assessoria sobre políticas são considerados em geral a vantagem comparativa da instituição. Entre as vantagens comparativas da IFC estão a sua competência técnica, a especialização em salvaguardas sociais e ambientais, o alcance global e o fato de ser membro do WBG. As vantagens comparativas da MIGA são o conhecimento dos países e dos setores, a abrangência global, os serviços de mediação e resolução de disputas e o fato de ser membro do WBG. A estratégia avaliará quais os diferentes papéis que as instituições do WBG poderão desempenhar, levando em conta as suas competências e respectivos nichos de mercado, e como poderão se complementar e reforçar mutuamente. A estratégia também avaliará os pontos fortes relativos e a adequação dos diferentes instrumentos do WBG nas mais diversas situações e analisará as vantagens comparativas de outros parceiros do desenvolvimento, incluindo os organismos das Nações Unidas, e as possibilidades de divisão de tarefas. 53. O WBG utilizará de modo eficaz a atuação complementar dos setores público e privado. A iniciativa privada poderá fornecer o tão necessário capital, bem como o conhecimento técnico e administrativo, ajudando assim a reduzir a carga financeira do Estado. No entanto, atrair e manter o investimento privado requer em geral um marco regulatório que garanta as mesmas oportunidades para todos e o cumprimento dos contratos. Entre os países que buscam financiamento privado, aqueles que demonstraram um forte compromisso com as reformas setoriais tiveram mais capacidade de obter um significativo investimento privado e em muito melhores condições. O WBG proverá financiamento e consultoria para estimular e apoiar a formulação de estratégias reguladoras eficazes e ajudará os países a criar um ambiente propício aos negócios com o objetivo de estimular o investimento privado, fazendo uso da vantagem comparativa do WBG ao trazer

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experiência e lições aprendidas em diversos setores e em múltiplos arranjos administrativos e de investimento. 54. A gestão do conhecimento constitui uma vantagem comparativa de crescente importância para as três instituições. A redução das atividades no setor de energia, no final da década de 1990 e início do ano 2000, significa que a competência da equipe não foi suficiente para manter essa vantagem comparativa. O sucesso da geração de conhecimento e do compartilhamento das atividades depende essencialmente da qualidade dos produtos porque sempre haverá demanda e maior aceitação dos melhores produtos de promoção e difusão do conhecimento. Daqui em diante, é necessário fortalecer a capacidade de ampliar as operações do WBG nas áreas de eficiência energética e energia renovável e aperfeiçoar a gestão do conhecimento. Os recentes choques de preços e as interrupções de fornecimento no setor de energia também realçaram a importância do assessoramento no momento certo nas áreas técnica e de políticas. O WBG está atuando cada vez mais como agente de intercâmbio de conhecimento para a transmissão de informações Sul-Sul. A estratégia de energia examinará como aperfeiçoar a gestão do conhecimento e se adaptar às mudanças de prioridades nas operações do WBG. 55. A colaboração dentro e fora do WBG pode aumentar a nossa eficácia. O SIAP enfatiza a importância de alavancar o limitado financiamento do WBG por meio de financiamento privado e de recursos de assistência financeira, bem como do uso de produtos que diminuam os riscos financeiros e os custos. O GEF, o financiamento de carbono e o Fundo de Tecnologia Limpa podem promover uma substancial carteira de projetos, da mesma forma que os instrumentos financeiros inovadores do WBG como as garantias e as operações subnacionais. Desde 1997, as garantias da AID vêm possibilitando aos países pobres decuplicar os limitados recursos provenientes da instituição, por meio do financiamento de projetos. A coordenação dos doadores, mediante co-financiamento, poderá ser uma opção atrativa, porém os custos de transação correspondentes são com frequência elevados, porque em grande parte os procedimentos de aquisição e as políticas de salvaguarda, bem como suas aplicações, diferem em cada instituição (Anexo 12). As parcerias com universidades e grupos de especialistas também podem consolidar a gestão do conhecimento. A estratégia de energia se baseará nas lições contidas na próxima análise do IEG das políticas de salvaguarda do WBG, assim como em nossa experiência com outros doadores. Partindo de um recente estudo da Diretoria sobre a colaboração entre a AID e a IFC, a estratégia de energia estudará como poderá ampliar a eficácia em geral do WBG com incentivos que estimulem as interações entre as diversas instituições (e também as multissetoriais) e as sinergias derivadas das oportunidades operacionais em todas as instituições do WBG, inclusive através da Secretaria da IDA/IFC, recentemente estabelecida no WBG, com o objetivo de expandir a crescente colaboração entre o Banco Mundial e a IFC nos países que podem receber financiamento da AID.

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Etapas da Formulação da Estratégia 56. A equipe encarregada de elaborar a estratégia de energia continuará a avaliar o desempenho do WBG analisando as Estratégias de Assistência ao País5

para determinar em que medida as questões de energia foram incorporadas aos programas nacionais, aos novos relatórios do IEG e do QAG, aos dados sobre modelos e resultados de empréstimos, às auto-avaliações das equipes e às opiniões expressas e informações obtidas durante as consultas externas. As lições extraídas serão sintetizadas e discutidas para nortear a estratégia. Outras importantes contribuições são as estratégias setoriais e a próxima avaliação do IEG dos projetos do WBG que visam promover tecnologias nas áreas de energia renovável e eficiência energética.

57. A estratégia de energia desenvolverá uma estrutura de resultados com um número razoável de indicadores mensuráveis baseada em uma definição comum que possibilite comparações entre países e a avaliação da implementação da estratégia. Diversas análises do setor de energia, realizadas pelo IEG, enfatizaram a necessidade de fortalecer o monitoramento e a supervisão. Será desenvolvida uma matriz de resultados e novos indicadores que possam ser controlados para os próximos 4 a 5 anos, em coordenação com o estabelecimento em curso de um conjunto básico de indicadores da AID, bem como os índices que estão sendo formulados em outros programas e modelos estratégicos. Esses indicadores serão avaliados e realinhados na metade da implementação da estratégia, conforme for necessário. Uma questão que merece uma atenção particular é a necessidade de encontrar o equilíbrio entre a busca de significativos resultados econômicos – sobre os quais o Grupo do Banco Mundial tem de modo geral limitado controle e por isso não constituem parâmetros adequados para avaliar o desempenho do Grupo – e os resultados específicos que podem ser razoavelmente associados ao WBG, mas cujo impacto sobre as estatísticas nacionais é inexpressivo ou nenhum. Os recursos necessários para a coleta de dados no mundo em desenvolvimento representam outro desafio. Para corresponderem aos indicadores básicos da AID, os índices para a estratégia de energia provavelmente se basearão em grande parte nas intervenções dos projetos do WBG. 58. A Tabela 1 apresenta o cronograma da estratégia de energia e o Apêndice 3 contém a sua descrição preliminar. Tabela 1 Cronograma da Estratégia de Energia Data Item Outubro de 2009 Publicação dos principais documentos no site da Estratégia de

Energia na internet. Final de janeiro de 2010 Início das consultas diretas, em videoconferência e via

internet. Junho de 2010 Encerramento do primeiro período de comentários. Setembro de 2010 Exame da estratégia pelo Comitê para Eficácia do

Desenvolvimento. Outubro-Novembro de 2010 Publicação da minuta da estratégia para o segundo período de

comentários Janeiro/Fevereiro de 2011 Análise da estratégia pela Diretoria Abril de 2011 Publicação da estratégia

5 Nos últimos anos, a maioria das Estratégias de Assistência ao País formuladas para os países clientes do BIRD foram intituladas Estratégias de Parceria com o País, mas não há nenhuma diferença no uso dessas duas expressões no Grupo Banco Mundial.

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Consultas externas 59. Esta abordagem setorial constitui a base para as consultas externas. O documento é complementado por um conjunto de notas preliminares que são disponibilizadas no site da Estratégia de Energia na internet sob a forma de anexos. Outros textos e resumos de apoio estão sendo preparados e serão publicados quando estiverem disponíveis (Apêndice 4). 60. A equipe responsável pela formulação da estratégia realizará consultas externas diretas, em videoconferência e via Internet. Durante as entrevistas, as partes interessadas serão solicitadas a opinar sobre as suas prioridades e a adequação dos dois objetivos, assim como das abordagens e dos dois pilares estratégicos propostos. • A abordagem setorial, os anexos e os principais documentos de referência serão publicados no site da Estratégia de Energia na internet entre outubro de 2009 e maio de 2010. A abordagem setorial estará disponível em seis idiomas e todos os demais documentos serão divulgados em inglês. Os comentários eletrônicos poderão ser fornecidos de janeiro a maio de 2010. • As reuniões diretas serão iniciadas em janeiro de 2010 e consistirão de consultas nacionais, sub-regionais em algumas regiões e de uma consulta regional na maioria das regiões. Uma ampla gama de partes interessadas será convidada a participar das reuniões: autoridades nacionais, organizações da sociedade civil, o setor privado, acadêmicos e órgãos de comunicação. Os comentários recebidos e os resumos das consultas públicas serão disponibilizados em inglês no site da internet e, tanto quanto for possível, no idioma das reuniões. • As videoconferências serão realizadas nas regiões com grupos de partes interessadas. • A IFC conduzirá algumas consultas separadas com empresas e associações de classe do setor privado. Além das reuniões acima mencionadas, também serão realizadas consultas diretas com organizações internacionais da sociedade civil, representantes de outros bancos multilaterais de desenvolvimento, doadores bilaterais e outros especialistas em energia.

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Apêndice 1: Abrangência das atividades do setor de energia A energia constitui um insumo em diversos outros setores para os quais ao Grupo Banco Mundial elaborou estratégias, políticas e marcos estratégicos que abordagem questões associadas à energia. A tabela abaixo indica quais setores se ocuparão dos diferentes elementos da estratégia de energia. Setor e principais documentos Questões pertinentes ao setor

de energia Questões pertinentes a outros setores

Meio ambiente Desenvolvimento e Mudanças Climáticas: um Marco estratégico para o Grupo Banco Mundial (2009); estratégia (2011)

Estudo de caso de desenvolvimento associado ao carvão e a outros combustíveis fósseis

Normas de emissão para a produção, transporte e queima de combustíveis fósseis, em consulta com especialistas em tecnologia; outras questões sobre salvaguardas; gestão da qualidade do ar, da água e do solo; higiene ambiental

Toda a cadeia de oferta de eletricidade, da geração à distribuição, incluindo a energia renovável

Efeitos ambientais, outras questões sobre salvaguardas

Fontes renováveis de energia renovável não vinculadas à geração de eletricidade

Salvaguardas

Energia hidrelétrica Salvaguardas Eficiência energética do fornecimento de energia

Salvaguardas

Eficiência energética da indústria (IFC)

Sobreposição com o setor de meio ambiente

Uso eficientes da energia domiciliar (inclusive iluminação eficiente)

Sobreposição com o setor de meio ambiente

Acesso a um serviço moderno de energia comercial

Sobreposição com o setor de meio ambiente; higiene ambiental

Tratamento limitado dos fogões aperfeiçoados que utilizam os tradicionais combustíveis sólidos (lenha, carvão, esterco)

Sobreposição com o setor de meio ambiente; higiene ambiental

Biocombustíveis: eficiência de custo, normas e política

Efeitos ambientais dos biocombustíveis, incluindo a análise do ciclo de vida

Cálculo das emissões de GEE no setor de energia

Inclusão da energia nuclear nos diálogos sobre políticas

Transporte Estratégia comercial (2008)

Abastecimento de combustíveis para transporte Subsídios e impostos aplicados aos combustíveis usados no transporte

Transição para meios modais de transporte de passageiros e de carga, planejamento do transporte, gestão do tráfego, gestão da demanda

Urbano Estratégia (2009)

Impacto da urbanização sobre o uso e o acesso à energia

Densificação, planejamento urbano

Água Estratégia (2004)

Uso eficiente de energia nas operações de abastecimento de água Necessidade de água para o

Todas as outras questões tratadas pelo setor de água

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fornecimento de energia Impacto da falta d’água sobre o fornecimento de energia O setor de energia também contribuirá para a promoção de investimentos em infraestrutura de água com várias finalidades e de sinergias nas áreas de energia e adaptação às mudanças climáticas.

Saúde Estratégia (2007)

Fornecimento de energia elétrica às instituições de saúde; uso eficiente de energia na área de saúde

Todas as outras questões tratadas pelo setor de saúde Higiene ambiental

Educação Fornecimento de energia elétrica para instituições educacionais; uso eficiente da energia

Todas as outras questões relativas ao setor de educação

Silvicultura Estratégia (2003)

Tratamento limitado do uso tradicional de biomassa

Desmatamento, possível impacto decorrente da produção de matérias-primas para biocombustíveis sobre a silvicultura

Agricultura e desenvolvimento rural Estratégia (2003)

Eletrificação rural Subsídios para energia na área de agricultura Biocombustíveis

Uso de energia para produção e desenvolvimento econômico Impacto dos biocombustíveis na agricultura e da política agrícola sobre os biocombustíveis

Proteção social “For protection and promotion: the design and implementation of effective safety nets” (Para proteção e promoção: o planejamento e a implementação de redes de proteção eficazes) (Grosh et alii, 2008)

Redes de proteção social específicas para o setor de energia

Tratamento geral das questões relacionadas às redes de proteção social

Desenvolvimento social Estratégia (2005)

Economia política da reforma do setor de energia, incluindo a PSIA

Tratamento geral da economia política da reforma do setor

Participação da comunidade e distribuição de benefícios ao longo de toda a cadeia de valor

Alguma sobreposição quanto à participação comunitária

Dimensões sociais do uso da energia e das políticas conexas (gênero, pobreza, minorias, etc.)

Alguma sobreposição

PREM

Toda a cadeia de valor, da outorga de contratos até a arrecadação de receitas (EITI++)

Cadeia de valor, a partir da gestão de receitas (EITI++)

Reforma dos subsídios, tarifas e impostos no setor de energia, incluindo a PSIA e as considerações sobre equidade

Estruturas fiscal e de gastos públicos, processo orçamentário, sobreposição em relação à PSIA

Governança e combate à corrupção

Governança do setor de energia, particularmente

Todos os outros aspectos da governança no setor de

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Estratégia (2007) relacionada às licenças, assinaturas de contratos, aquisições e arrecadação de receitas.

energia, em consulta com a equipe do setor Governança nos outros setores e aperfeiçoamento geral da administração em nível nacional

Desenvolvimento financeiro e do setor privado

Marco legal, regulatório, fiscal e contratual para investidores Fortalecimento institucional para o desenvolvimento do setor financeiro e do setor privado Investimento privado (IFC)

Melhores práticas e incentivos no marco regulatório para o desenvolvimento do setor privado, em colaboração com a equipe de energia Clima de investimento em geral (por exemplo, pesquisas do tipo “fazendo negócios” e empresariais), banco de dados de projetos de infraestrutura e sobre privatização, políticas públicas macroeconômicas, instrumentos para melhoria do clima de negócios

Nível subnacional Programa trienal (2007)

Tratamento limitado – impacto das leis, normas e políticas fiscais dos governos subnacionais; envolvimento do Banco com os governos subnacionais das grandes economias

Novos instrumentos de financiamento para créditos e empréstimos; todas as outras questões

PREM = Redução da pobreza e gestão econômica, EITI = Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas, PSIA = Análise do impacto sobre a pobreza e a sociedade.

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Apêndice 2: Prioridades energéticas dos países clientes do Grupo Banco Mundial e as áreas de intervenção planejadas pela instituição Uma pesquisa sobre energia, realizada nas seis regiões do Banco Mundial e nos departamentos da IFC, solicitou às equipes que identificassem as prioridades que os países clientes deveriam abordar nos próximos 10 anos. A tabela abaixo mostra as opiniões da equipe do Grupo banco Mundial sobre o que essas nações consideram prioritário no setor de energia.

Prioridades dos países clientes identificadas pela equipe do Grupo Banco Mundial para os próximos 10 Anos

Área Prioridades África Expandir o acesso à eletricidade

Aumentar a capacidade e aperfeiçoar a confiabilidade do serviço. Reduzir os custos unitários do setor energia elétrica, melhorando o funcionamento das companhias de serviços públicos. Aumentar a receita/o valor unitário da energia gerada em determinados países. Melhorar a sustentabilidade ambiental do uso de combustíveis de biomassa, por meio de tecnologia mais avançada e da expansão do acesso a combustíveis menos poluentes para cozinhar. Desenvolver a energia hidrelétrica de modo sustentável em termos ecológicos. Aproveitar os recursos carboníferos em determinados países. Estimular uma maior integração dos mercados regionais de energia elétrica. Aumentar a eficiência energética.

Leste da Ásia e Pacífico

Aperfeiçoar a previsibilidade dos sistemas jurídicos e regulatórios. Considerar a fixação de preços da energia. Aproveitar os recursos energéticos locais e expandir o comércio regional de energia, como um meio de promover a segurança energética. Expandir o uso de energia renovável. Aumentar a eficiência energética e reduzir os efeitos ambientais da geração termoelétrica a carvão. Aumentar a confiabilidade e a segurança do fornecimento no sistema elétrico. Prosseguir com a eletrificação rural mediante: (1) o aumento do acesso nos sistemas elétricos menos desenvolvidos; (2) o término da eletrificação e da melhoria da qualidade do serviço nos sistemas elétricos mais desenvolvidos; e (3) a promoção do uso da energia renovável fora da rede em regiões distantes e em ilhas.

Europa e Ásia Central

Aumentar a capacidade de geração. Diversificar o fornecimento de eletricidade e ampliar a segurança energética. Aumentar a eficiência energética. Promover a compatibilidade com os requisitos da União Européia. Ampliar a viabilidade financeira das companhias de serviços públicos e desenvolver novos mecanismos de proteção social. Estimular e fortalecer o aproveitamento dos recursos energéticos naturais. Desenvolver o comércio regional de gás. Expandir o uso da energia renovável. Aumentar o financiamento privado para o setor energia elétrica. Estimular a redução dos efeitos das mudanças climáticas e o comércio de carbono.

América Latina e Caribe

Fortalecer a produção e distribuição de energia e a capacidade de financiar investimentos.

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Ampliar os investimentos em energia limpa, incluindo eficiência energética e energia renovável. Diversificar a matriz energética e reduzir a vulnerabilidade à elevação dos preços do petróleo. Estabelecer esquemas tarifários que cubram os custos de produção eficiente e promovam novos investimentos. Estabelecer programas racionais e transparentes de subsídios que sejam direcionados às famílias pobres, evitando erros de inclusão, exclusão ou de regressividade.

Oriente Médio e Norte da África

Fortalecer a segurança energética. Garantir um fornecimento adequado. Aumentar a eficiência energética. Promover a sustentabilidade financeira das companhias de serviços públicos e a redução dos subsídios. Enfatizar o papel da energia no estímulo fiscal anticíclico. Compartilhar riscos entre os setores público e privado. Estimular a transição para o uso de energia menos poluente. Desenvolver a energia e a segurança nuclear. Promover o aumento da comercialização do gás natural. Fortalecer a integração regional. Otimizar o ritmo dos investimento em produção de petróleo. Administrar as mudanças estruturais no setor de energia.

Sul da Ásia Fortalecer a segurança energética (confiabilidade, disponibilidade, acessibilidade da oferta), expandir o acesso e abordar a escassez de fornecimento: Ampliar a geração, transmissão e distribuição. Reduzir as perdas técnicas e comerciais no setor de energia. Expandir o comércio regional. Fortalecer a gestão e a regulamentação do setor de energia. Melhorar o desempenho financeiro das companhias de serviços

públicos e acelerar a reforma dos sistemas tarifários e de subsídios. Aumentar a eficiência energética. Desenvolver a energia renovável.

Divisão de Políticas de Petróleo, Gás e Mineração do Banco Mundial

No caso dos grandes produtores de hidrocarbonetos, garantir que a estrutura da gestão de petróleo e gás maximize os benefícios para o desenvolvimento econômico. Otimizar o uso produtivo do petróleo, do gás e do carvão por meio da recuperação de eficiência. Formular políticas e instrumentos adequados para lidar com a volatilidade dos preços da energia. Eliminar os subsídios universais de preços para combustíveis líquidos, aplicando em substituição medidas de proteção social direcionadas aos pobres, onde for necessário e viável.

Divisão de Petróleo, Gás e Mineração da IFC

Promover o desenvolvimento sustentável da extração, transporte e processamento de energia de modo a beneficiar as comunidades e os países, por meio da oferta e do processamento local da energia para expandir o acesso e o crescimento, e também da geração de outros benefícios econômicos.

Divisão de Energia Elétrica da IFC

Abordar a grande demanda não atendida de eletricidade e o desequilíbrio entre a oferta disponível e a crescente demanda nos países clientes da IFC. Abordar a grande necessidade de investimento no setor elétrico dos países em desenvolvimento (mais de US$200 bilhões no período de 2006 a 2010, ou no mínimo 2% do PIB). Reduzir as perdas na distribuição de eletricidade. Na maioria dos países clientes da IFC, os prejuízos com a distribuição de eletricidade estão na escala de dois dígitos (11% a 40%). Essas perdas criam deficiências sistêmicas e não são sustentáveis em termos ambientais. Abordar os desafios agravados pela crise financeira e a falta de

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interesse ou a percepção de alto risco dos patrocinadores de projetos, que evitam investir nos países em desenvolvimento. Embora algumas nações tenham iniciado a reforma do setor, a maioria não possui um programa de investimento privado (fora da América Latina e do Caribe); por exemplo, as tarifas não atingem o nível necessário para recuperação de custos em muitos países. Ajudar os países a reduzir o impacto de suas emissões de carbono, diversificar suas fontes de energia e fortalecer a sua segurança energética. Fortalecer a parceria entre o Banco Mundial e a IFC para identificar e financiar projetos viáveis nas áreas rurais.

Departamento de Manufatura e Serviços Globais da IFC

Promover a redução dos efeitos da mudança climática nos setores de interesse das manufaturas e serviços (maquinaria com uso eficiente de energia; materiais de construção; turismo, comércio varejista e imóveis; produtos florestais) por meio de processos de fabricação que façam uso eficiente da energia, de prédios ecológicos, da produção e uso de dispositivos movidos a energia renovável e com tecnologia limpa, do sequestro de carbono e da reciclagem. Especificamente: Apoiar a transferência da fabricação de placas fotovoltaicas solares para os mercados emergentes, com o objetivo de acelerar a redução de custos e ampliar a escala de produção; Investir em plantações viáveis e no manejo sustentável de florestas naturais, na reciclagem de papel, nos projetos de produção de eletricidade a partir de madeira em pé de pouco valor e de resíduos de madeira; Adotar métodos de construção de prédios ecológicos nos setores de turismo, comércio varejista, imobiliário e em projetos habitacionais sociais; Exigir que os projetos de fabricação, sobretudo aqueles que consomem muita energia, demonstrem elevados níveis de reciclagem e uma utilização eficaz dos recursos, ou que os projetos de extensão da capacidade existente se comprometam com o aumento da eficiência energética.

Departamento de Mudanças Climáticas e Inovações para Empresas Sustentáveis da IFC

Redirecionar os investimentos e a tecnologia para a substituição dos combustíveis fósseis no setor de energia elétrica. Introduzir uma ampla gama de medidas relacionadas à oferta e à demanda, das quais nem todas tenham sido ainda testadas no comércio, com o objetivo de fornecer aos usuários serviços de energia elétrica equivalentes aos usuários. Reduzir o período de tempo para desenvolver e distribuir tecnologias inovadoras, e encontrar novos meios de acelerar a sua difusão. Reduzir as barreiras nacionais específicas à distribuição de novas tecnologias. Continuar a promover a expansão do acesso e a confiabilidade do fornecimento de eletricidade.

Fonte: Pesquisa da equipe do WBG.

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A equipe de energia também foi solicitada a indicar as áreas específicas nas quais o Banco Mundial e a IFC devem se concentrar com o objetivo de ajudar os países a abordar essas prioridades. Atividades de interesse planejadas que a equipe do Grupo Banco Mundial identificou nos países clientes Área Atividades África No curto prazo, promover a estabilização dos sistemas de energia

elétrica em todo o continente, apoiando a geração de emergência e, principalmente, com intervenções eficientes em termos de custo que reduzam a demanda de eletricidade. Aumentar a eficiência energética por meio de programas que introduzam o uso de lâmpadas fluorescentes compactas e esquemas tarifários que reduzam a elevada demanda. No médio prazo, promover o comércio regional de eletricidade para oferecer energia a preços mais acessíveis, resultante da expansão com baixo custo. Promover a melhoria do funcionamento e da eficiência das companhias públicas de energia elétrica, aperfeiçoando a gestão e a capacidade administrativa e técnica. Expandir o acesso à eletricidade, particularmente das instalações públicas como centros de saúde e escolas, por meio da participação de todos os setores pertinentes em programas plurianuais de baixo custo. Em resposta ao desafio financeiro para alcançar esses objetivos, atuar como agente catalizador com o objetivo de estimular as parcerias público-privadas e estabelecer uma estratégia para o co-financiamento de outros doadores. Colaborar com todos os membros do Grupo Banco Mundial no sentido de financiar grandes projetos de geração e transmissão de energia, usando as garantias do Banco e da MIGA e os investimentos diretos da IFC para mobilizar o investimento privado, apoiados pelos créditos e garantias da AID, conforme for necessário. Trabalhar em colaboração com outros setores e grupos do Banco Mundial (agricultura, desenvolvimento rural, gestão de recursos naturais e gênero) na formulação de um programa para estimular o uso domiciliar mais eficaz e sustentável de biomassa para cozinhar, nas áreas rurais e urbanas. Quanto às mudanças climáticas, considerar as mais recentes iniciativas de financiamento do Banco e de outros doadores, concentrando-se, sempre que for possível, em projetos com baixas emissões de carbono, especialmente nos novos sistemas hidrelétricos e nas interconexões que permitam a substituição da energia termoelétrica pela hidrelétrica.

Leste da Ásia e Pacífico Prover assistência para iniciar ou terminar reformas no setor energético, enfatizando o aumento da transparência do setor, o crescimento sustentável e os benefícios para os consumidores. Facilitar e apoiar o investimento em geração elétrica e no desenvolvimento de recursos energéticos locais para diversificar as opções de combustíveis, concentrando-se nas energias renováveis e menos poluentes. Promover o desenvolvimento de redes de interconexão regionais para ampliar o comércio de energia e a integração das redes elétricas. Apoiar as estratégias e programas nacionais para reduzir a intensidade do uso de energia e aumentar a eficiência energética. Apoiar a expansão, modernização e recuperação da infraestrutura de transmissão, distribuição e operação de sistemas de energia elétrica. Expandir a eletrificação rural, aumentando o acesso e o nível de qualidade do serviço. Promover os investimentos em eficiência energética e em projetos com

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baixa emissão de carbono, por meio de fundos climáticos. Europa e Ásia Central Colaborar com os governos na implementação de planos para o setor de

energia. Apoiar programas para aumentar a eficiência energética e o uso de energia renovável, sempre que for possível. Apoiar os planos destinados a melhorar a segurança energética por meio da diversificação das fontes de abastecimento. Nos países que apresentam déficit de energia elétrica, promover a redução das perdas e aumentar a capacidade de fornecimento. Abordar as questões relacionadas à reestruturação do setor elétrico, visando particularmente a compatibilização do setor de alguns países com as normas da União Européia.

América Latina e Caribe

Abordar os cortes de energia por meio de financiamento para geração, transmissão e distribuição de energia hidrelétrica e renovável, e também para eficiência energética. Desenvolver uma estratégia para a América Central que aumente a segurança energética de modo a atender à demanda e reduzir a vulnerabilidade à flutuação de preços do petróleo. Colaborar com os países na elaboração de programas com baixas emissões de carbono, utilizando inicialmente o Fundo de Tecnologia Limpa. Colaborar com os países para racionalizar os regimes tarifários e melhor direcionar os esquemas de subsídios.

Oriente Médio e Norte da África

Fortalecer a segurança energética. Garantir uma capacidade de fornecimento adequada. Aumentar a eficiência energética. Promover a sustentabilidade financeira das companhias de serviços públicos e a redução dos subsídios. Enfatizar o papel da energia nos estímulos fiscais anticíclicos. Abordar o compartilhamento de riscos nas parcerias público-privadas. Promover o uso de energia menos poluente. Promover a expansão do comércio de gás natural. Ampliar a integração regional. Otimizar o ritmo dos investimentos na exploração e produção de petróleo. Administrar a reforma estrutural do setor energético.

Sul da Ásia Apoiar o seguinte: • A reforma das companhias de serviço público (eletricidade e gás), governança corporativa e gestão do desempenho • Os mercados de eletricidade/energia, especialmente a transmissão entre países, interestadual e dentro dos estados • A geração termoelétrica (incluindo as atividades de recuperação e manutenção) e o desenvolvimento de energia hidrelétrica • A energia renovável, inclusive para o fornecimento de eletricidade rural • A eficiência energética e a gestão da demanda.

Divisão de Políticas de Petróleo, Gás e Mineração do Banco Mundial

Apoiar a Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas (EITI). Contribuir para a EITI++ em países selecionados. Implementar a estratégia de gás natural (ver Anexo 11). Administrar a Parceria Global para Redução da Queima de Gás e realizar atividades complementares em países selecionados com políticas e projetos nesse sentido. Prover assistência técnica aos governos sobre questões jurídicas, fiscais e comerciais nas fases de exploração e produção e sobre a organização de ministérios, agências e outras entidades públicas. Prover assistência técnica para questões relacionadas à distribuição e comercialização.

Divisão de Petróleo, Gás e Mineração da IFC

Promover em particular a exploração de gás para consumo local e exportação e, sempre que for possível, colaborar com os investidores

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para reduzir a intensidade energética dos processos produtivos. Apoiar de modo seletivo a mineração de carvão sempre que essa atividade possa produzir efeitos significativos sobre o desenvolvimento local. Atribuir especial atenção aos países que podem receber financiamento da AID e às regiões de fronteira em outras áreas.

Divisão de Energia da IFC

Contar com o Banco Mundial para promover um ambiente regulatório favorável ao investimento privado – especialmente em energia renovável – e ajudar a colocar as tarifas no nível de recuperação de custos. Continuar a estimular os investimentos no setor de energia, visando o aumento da eficiência energética por meio da redução das perdas técnicas e comerciais. Ajudar os países a reduzir suas pegadas de carbono, a diversificar suas fontes de energia e a fortalecer a segurança energética Os estudos setoriais e produtos conjuntos constituirão uma importante área para cooperação entre o Banco Mundial, a IFC e a MIGA (serviços de consultoria da IFC). Continuar a privilegiar o financiamento de projetos no setor de energia elétrica por meio do fundo de apoio à infraestrutura em situação de crise. Abordar os desafios do processo de formação de pessoal e de intercâmbio de conhecimento entre as representações regionais da IFC. No setor de energia renovável, desenvolver a capacidade técnica e o conhecimento especializado no setor no setor.

Departamento de Manufaturas e Serviços Globais da IFC

Aproveitar as atividades básicas para traduzir em novas linhas de intervenção as oportunidades relacionas às mudanças climáticas. Direcionar as intervenções para clientes selecionados e utilizar o Fundo de Financiamento para Produção Limpa, com o objetivo de estabelecer diálogos sobre métodos de produção menos poluentes e eficiência energética No caso de novas empresas, mobilizar investimentos complementares para os novos projetos e buscar mais oportunidades nos principais setores. Intensificar as atividades em novos setores emergentes. Direcionar os esforços para os países que possuem massa crítica. Usar os financiamentos concessionários dos doadores para ampliar os impactos e superar os obstáculos.

Departamento de Mudanças Climáticas e Inovações para Empresas Sustentáveis da IFC

Continuar a definir procedimentos para o cálculo das emissões de GEE geradas por investimentos setoriais não financeiros e criar projetos piloto para desenvolver instrumentos de avaliação de risco climático. Estabelecer um vínculo com mecanismos externos relacionados às mudanças climáticas para criação de novos instrumentos, com o propósito de estimular investimentos que protejam o clima. Promover o desenvolvimento de estratégias para acelerar a transferência das melhores tecnologias disponíveis usando os financiamentos dos doadores com vistas a apoiar a comercialização de novas tecnologias energéticas.

Fonte: Pesquisa realizada pela equipe do WBG.

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Apêndice 3: Descrição preliminar da estratégia de energia Resumo executivo

1. Contexto

• Situação mundial do setor de energia e desafios • Principais questões relativas ao setor de energia nos países clientes do Banco Mundial

2. Inventário e avaliação das políticas e do desempenho do Banco, incluindo as lições

aprendidas

3. Objetivos estratégicos e diretrizes 4. Áreas de intervenção 5. O papel do Grupo Banco Mundial na promoção de tecnologias energéticas menos poluentes 6. Implementação da estratégia 7. Matriz de resultados e indicadores

Anexos

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Apêndice 4: Estudos preliminares Diversas análises preliminares foram elaboradas e serão divulgadas como anexos da Abordagem setorial. O documento intitulado Reducing Technical and Non-Technical Losses in the Power Sector (Redução das perdas técnicas e não técnicas no setor de energia elétrica, Antmann, 2009), que já está terminado mas é muito extenso para ser incluído nessa categoria, foi publicado no site da Estratégia de Energia na internet. Para a preparação de outros documentos, os esforços se concentrarão nos três temas seguintes:

• Atuação da iniciativa pública e privada no setor energético. A escala do financiamento necessário para as próximas décadas é imensa. O investimento privado é imprescindível mas provavelmente não poderá cobrir de forma isolada todo o financiamento requerido, tornando essencial a atuação conjunta pública e privada. Este documento examinará as ações de ambos os setores nesse contexto e extrairá lições da experiência de reforma do setor energético até o momento.

• Reforma dos subsídios para o setor de energia. Os subsídios para energia são avaliados de diferentes modos em cada país. Com o objetivo de facilitar a comparação entre as nações, este documento proporá uma metodologia prática em termos operacionais para calcular os principais subsídios para energia; analisará a literatura sobre os efeitos da incidência das subvenções existentes e de sua eliminação sobre as famílias situadas em vários níveis de renda, assim como a eficácia das redes de proteção social e/ou dos subsídios direcionados; discutirá o uso de subsídios à produção com vistas a apoiar a criação de novas formas de energia e examinará opções de aplicação de subvenções eficientes e dirigidas, quando forem adequadas.

• A atuação do WBG na promoção de tecnologia limpa. Este documento examinará a função das tecnologias limpas em um cenário futuro com baixos níveis de emissão de carbono, as barreiras que dificultam a comercialização das novas tecnologias e sua adoção nos países em desenvolvimento, além da possível atuação do Grupo Banco Mundial e de sua colaboração com outras instituições internacionais (como o GEF).

Os estudos adicionais a serem elaborados compreendem uma análise das lições extraídas dos projetos regionais, outro sobre as experiências do envolvimento da IFC no setor de energia e um resumo sobre biocombustíveis líquidos, além de outros documentos que sejam necessários.

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Bibliografia Antmann, Pedro. 2009. Reducing Technical and Non-Technical Losses in the Power Sector. Background paper for the WBG Energy Strategy. Besant-Jones, John. 2006. Reforming Power Markets in Developing Countries: What Have We Learned? Energy and Mining Sector Board Discussion Paper No. 19. http://siteresources.worldbank.org/INTENERGY/Resources/Energy19.pdf. Eberhard, A., V. Foster, C. Briceño-Garmendia, D. Camos e M. Shkaratan. 2008. Underpowered: The State of the Power Sector in Sub-Saharan Africa. Africa Infrastructure Country Diagnostic Background Paper 6. Washington DC: World Bank. International Energy Agency (IEA). 2008. World Energy Outlook 2008. Paris: OECD. ––––. 2009. The Impact of the Financial and Economic Crisis on Global Energy Investment. www.iea.org/textbase/Papers/2009/G8_FinCrisis_Impact.pdf. Mayorga Alba, Eleodoro. 2009. Extractive Industries Value Chain: A Comprehensive Integrated Approach to Developing Extractive Industries. Extractive Industries for Development Series #3 e Africa Region Working Paper Series #125. Washington DC: World Bank. http://go.worldbank.org/KLQAH1H350. UN-Habitat. 2007. Global Report on Human Settlements 2007: Enhancing Urban Safety and Security. www.unhabitat.org/downloads/docs/GRHS.2007.7.pdf. WBG (World Bank Group). 1999. Fuel for Thought: An Environmental Strategy for the Energy Sector. http://go.worldbank.org/92RT0XPT30 ––––. 2001. The World Bank Group’s Energy Program – Poverty Reduction, Sustainability and Selectivity. http://siteresources.worldbank.org/INTENERGY/Publications/20269216/ energybrochure.pdf. ––––. 2004. Striking a Better Balance—The World Bank Group and Extractive Industries: The Final Report of the Extractive Industries Review. Disponível em seis idiomas no endereço http://go.worldbank.org/PMSHHP27M0. ––––. 2006. Clean Energy and Development: Towards an Investment Framework. http://siteresources.worldbank.org/DEVCOMMINT/Documentation/20890696/DC2006-0002(E)-CleanEnergy.pdf, ––––. 2008a. World Bank Group Sustainable Infrastructure Action Plan FY2009–2011. http://siteresources.worldbank.org/INTSDNETWORK/Resources/SIAPfinal.pdf. ––––. 2008b. Development and Climate Change: A Strategic Framework for the World Bank Group. Technical Report. http://siteresources.worldbank.org/EXTCC/Resources/407863-1219339233881/DCCSFTechnicalReport.pdf.