estilos de aprendizagem

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1 INTRODUÇÃO Na busca da melhoria do processo de ensino-aprendizagem no ensino da contabilidade, diversos estudos sobre estilos de aprendizagem e dos métodos e técnicas de ensino passaram a ter maior freqüência nos principais congressos ligados à Contabilidade. O Estilo de Aprendizagem é o método que uma pessoa usa para adquirir conhecimento, ele não é o que a pessoa aprende e sim o modo como ela se comporta durante o aprendizado. Conhecendo o estilo de aprendizagem de seus alunos os professores e a coordenação de curso estarão aptos a desenvolver e utilizar metodologias e técnicas de ensino que possam ser mais motivantes e significativos no que diz respeito à eficácia e assim como pode gerar resultados muito melhores. Na literatura existem diversas metodologias para fazer seu inventário/mapeamento. Entre alguns dos principais têm-se os de Richard Felder, David Keirsey, David Kolb, Howard Gardner e VARK. Os principais trabalhos aplicados neste sentido à área de contabilidade nos principais congressos da área, são os de Paton, Oliveira e Azevedo (2004) e Valente, Abib e Kusnik (2006) Os métodos e técnicas de ensino são instrumentos que se colocam à disposição do professor para a efetivação do processo de ensino. Segundo Souza (2001), o método é um modo de conduzir a aprendizagem, buscando o desenvolvimento integral do aluno, através de uma organização precisa de procedimentos que favoreçam a consecução dos propósitos estabelecidos. A técnica, por sua vez, é o conjunto de atividades sistematicamente organizadas, que tem por objetivo propiciar ao aluno uma aprendizagem eficaz, contribuindo para seu aperfeiçoamento individual e/ou grupal, ou seja, é a operacionalização do método. Os principais estudos nesta linha na área de contabilidade são os de Goulart (2002), Passos e Martins (2003), Araújo e Rodrigues (2006) e Neves Jr., Medeiros e Batista (2006). Entretanto, apesar destes estudos passarem a ter maior freqüência, não foram encontrados estudos que avaliassem estes aspectos avaliados conjuntamente, sendo que os mesmos têm forte correlação. Neste sentido, este trabalho avalia através de um estudo exploratório, no curso de Ciências Contábeis em uma

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Page 1: ESTILOS DE APRENDIZAGEM

1 INTRODUÇÃONa busca da melhoria do processo de ensino-aprendizagem no ensino dacontabilidade, diversos estudos sobre estilos de aprendizagem e dos métodos e técnicas de ensino passaram a ter maior freqüência nos principais congressos ligados à Contabilidade.O Estilo de Aprendizagem é o método que uma pessoa usa para adquirirconhecimento, ele não é o que a pessoa aprende e sim o modo como ela se comporta durante o aprendizado. Conhecendo o estilo de aprendizagem de seus alunos os professores e a coordenação de curso estarão aptos a desenvolver e utilizar metodologias e técnicas de ensino que possam ser mais motivantes e significativos no que diz respeito à eficácia e assim como pode gerar resultados muito melhores. Na literatura existem diversas metodologias para fazer seu inventário/mapeamento. Entre alguns dos principais têm-se os de Richard Felder, David Keirsey, David Kolb, Howard Gardner e VARK. Os principais trabalhos aplicados neste sentido à área de contabilidade nos principais congressos da área, são os de Paton, Oliveira eAzevedo (2004) e Valente, Abib e Kusnik (2006)Os métodos e técnicas de ensino são instrumentos que se colocam à disposição doprofessor para a efetivação do processo de ensino. Segundo Souza (2001), o método é um modo de conduzir a aprendizagem, buscando o desenvolvimento integral do aluno, através de uma organização precisa de procedimentos que favoreçam a consecução dos propósitos estabelecidos. A técnica, por sua vez, é o conjunto de atividades sistematicamente organizadas, que tem por objetivo propiciar ao aluno uma aprendizagem eficaz, contribuindo para seu aperfeiçoamento individual e/ou grupal, ou seja, é a operacionalização do método.Os principais estudos nesta linha na área de contabilidade são os de Goulart (2002), Passos e Martins (2003), Araújo e Rodrigues (2006) e Neves Jr., Medeiros e Batista (2006).Entretanto, apesar destes estudos passarem a ter maior freqüência, não foramencontrados estudos que avaliassem estes aspectos avaliados conjuntamente, sendo que os mesmos têm forte correlação. Neste sentido, este trabalho avalia através de um estudo exploratório, no curso de Ciências Contábeis em uma instituição privada, a relação entre os estilos de aprendizagem dos discentes e docentes, utilizando a modelagem VARK, e as técnicas de ensino empregadas pelos docentes.2 ABORDAGEM DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM E O MODELO VARKOs estilos de aprendizagem são caracterizados por comportamentos cognitivos,afetivos e psicológicos, e indicam como os aprendizes percebem, interagem e respondem ao ambiente de aprendizado (NASSP, 1979, apud FATT, 2000). Assim, Dunn, Beaudry e Klavas (1989) citam que os estilos de aprendizagem podem ser apresentados em 4 dimensões gerais:a) cognitiva – maneira pela quais os indivíduos processam a informação por meio dapercepção, pensamento, resolução de problemas, lembrança e relações entre acontecimentos;b) afetiva – vêem o aprendizado relacionado com a personalidade pessoal. Deste modo, possui as seguintes características, atenção, emoção, motivação, incentivo, curiosidade, frustração e ansiedade; c) fisiológica – vêem o aprendizado conectado as características biológicas. Porexemplo, os sentidos são utilizados; e d) psicológica – vêem o aprendizado relacionado a “força interior” e a individualidade de cada pessoa.Dentre estas dimensões existem alguns modos de pensamento que as relacionam, sãoeles; sinestésicos, visuais, leitores e escritores e auditivos, levando em consideração que as pessoas utilizam os cinco sentidos para captar, juntar e armazenar informações. Ainda há um elo de ligação que é chamado de sistema representativo, que agrupa estes

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três modos de pensamento, com o intuito de dar sentido ao pensamento (MADONIK, 1990).Por meio destas dimensões e modos de pensamentos, Neil Fleming criou em 1992,uma técnica de mapeamento de estilos de aprendizagem denominada de VARK (Visual,Aural-Read, Write and Kinesthetic) (VARK-LEARN, 2006). Para ele o ser humano temquatro canais de aprendizado são eles:A) Visual: as pessoas que aprendem melhor visualmente preferem as informações providas por demonstrações visuais e descrições. Elas gostam de utilizar listas para manter o raciocínio e organizar seus pensamentos. Elas costumam lembrar os rostos das pessoas conhecidas, mas freqüentemente esquecem os nomes delas. Elas são distraídas pelos movimentos ou ações, porém se houver algum distúrbio causado por sons, elas geralmente ignoram.Deste modo, as pessoas com este estilo de aprendizagem preferem a utilização deinstrumentos de ensino ligados a imagens:• giz e lousa, explicitando imagens, gráficos, esquemas, diagramas e outros;• textos onde predominem gráficos e imagens, e outros elementos afins;• projeções onde predominem: diagramas, slides, quadros, gráficos, setas, círculos e caixas• idéias complexas a serem mostradas primeiramente em um modelo diagramático;• palavras e idéias importantes a serem colocadas no quadro de forma que elas sejamdispersadas de forma atrativa em vez de colocadas em tabelas/quadros alinhadas aesquerda;• textos que apresentem cores distinguindo diferentes modelos e• vídeos.Para estes indivíduos, os professores deveriam em avaliações escritas, criar quesitosusando estas palavras: ilustre, mostre, esboce, rotule, conecte e desenhe.B) Auditivo: estes indivíduos aprendem pela audição. Eles gostam de ser providos porinstruções faladas. Eles preferem discussões e diálogos, e solucionar problemas por meio de falas. Além disso, eles são facilmente distraídos por sons. Estes indivíduos preferem aprender com boa utilização da comunicação oral, assim, alguns instrumentos interessantes de ensino são:• usar a voz para explicar as coisas;• fitas, conversações, telefonemas;• discussão em classe;• discussão em pequenos grupos trabalhando em conjunto, contribuindo com suas idéias;• uso inteligente da fala, e a boa defesa de um ponto de vista;• argumento, discussão, e debate;• seminários; exames orais, apresentações em grupo, interação de estudantes, e diálogo.Nas avaliações escritas é preferível a utilização das seguintes expressões: explique,descreva, discuta e declare.C) Leitura/escrita: estes indivíduos são tomadores de notas. Durante atividades como palestras e leitura de materiais difíceis, as notas são essenciais para eles. Eles freqüentemente desenhamplanos e esquemas para lembrá-los de conteúdos. Eles se sentem melhor quando “colocam as mãos” nos conteúdos. As maneiras pela quais estes indivíduos preferem aprender são:• usar textos escritos para explicar coisas;• distribuir resumos e esquemas;• utilizar a leitura de artigos, antes de virem para a aula e pedirem resumos ou esquemasdestes textos;• a utilização inteligente de palavras interessantes;• realizar argumentos e discussões em forma escrita;

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• colocar palavras importantes no quadro-negro ou numa posição alta;• textos que são densos com resumos, e abstracts.As avaliações devem estar relacionadas a questões discursivas, como redações. Eutilizar as seguintes palavras defina, desenvolva o caso para, justifique, analise e demaissemelhantes a estas.D) Sinestésico: pessoas com aprendizado sinestésico, preferem aprender fazendo as tarefas por eles mesmos. Eles freqüentemente têm muita energia e gostam de utilizar o toque, o movimento e a interação com seu ambiente. Assim, estas pessoas preferem meios de aprendizado como:• usar exemplos reais para explicar as coisas;• utilizar palestrantes convidados, estudos de casos, trabalhos práticos, visitas em locais e laboratórios;• exibições, amostras, histórias de jornal, modelos articulados, produtos e pessoas (coisasque trazem a realidade a uma sessão pedagógica);• a utilização inteligente de metáforas, exemplos e analogia no trabalho escrito;• trazer objetos para classe para defender um ponto de vista;• utilizar textos que são densos como casos, conversações, histórias, biografias.Em avaliações a preferência é da criação de exames escritos que usam estas palavras:dê exemplos, aplique, demonstre; usando seus conhecimentos, entre outras similares.Em resumo, pessoas visuais vêem o mundo pela construção ou a lembrança deimagens. Indivíduos auditivos preferem os sons e podem tomar decisões baseados em fatos que eles ouvem. Os indivíduos leitores/escritores preferem aprender pela escrita e leitura. Já os sinestésicos preferem relatar a realidade por meio de sentimentos.Desta forma, pode-se perceber que se os professores melhorarem suas habilidades deensino e se utilizarem de diversos métodos diferentes, eles serão capazes de alcançar aatenção e proporcionar um melhor aprendizado para a maioria dos alunos (FATT, 2000). Para isto é importante que os professores levem em consideração as diferenças na percepção e na captação de aprendizado de cada um destes alunos.Além disso, os professores precisam na medida do possível, adaptar seus própriosestilos de aprendizagem ao da maioria dos alunos das quais eles ministram aulas, para tornar o aprendizado mais efetivo, criando condições para desafiar os alunos e ensiná-los estilos diferentes de aprendizado. Mas estes professores precisam ainda prover os alunos com a oportunidade de aprender de uma maneira que incentivem seu estilo de aprendizagem, para que eles possam aprender melhor e possam estar mais confortáveis em seus próprios estilos.3 TÉCNICAS DE ENSINO E SUA APLICAÇÃO NA CONTABILIDADENo processo de ensino-aprendizagem o método e técnicas de ensino utilizadas peloprofessor são de grande importância para o sucesso do aluno. Nos Cursos de CiênciasContábeis observa-se certa dificuldade na aplicação de diversificados métodos e técnicas de ensino nas disciplinas contábeis.As principais técnicas de ensino que podem ser utilizadas por docentes da área decontabilidade segundo Marion (2001) podem ser:

a) Aula Expositiva - é a forma mais tradicional, simples e flexível. Este método éauditivo e visual, permite ao professor transmitir aos alunos experiências eobservações pessoais. O exemplo prático utilizado pelo professor facilita ao aluno amemorização, compreensão e a utilidade da matéria. A desvantagem é que o professoré o agente ativo em vez do aluno no processo de ensino-aprendizagem, é importantenão explorar demais este método.b) Seminários - Este método leva o aluno a pesquisar um tema, identificar problemas dapesquisa, apresentar os resultados, e discuti-lo. Os alunos acreditam que elestrabalham muito e o professor pouco, mas este método ajuda o aluno no exercício da

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carreira, pois faz com que ele transmita oralmente suas idéias a um grupo de pessoas.c) Estudo de Caso Desenvolvido em Grupo - O estudo de caso consiste em propor umproblema real, no curso de Ciências Contábeis. Os estudantes e professoresparticipam, discutindo e estudando casos empresariais. A estratégia está nosestudantes que poderão aprender com esforços e mérito próprio. O professor é um guiapara discussões e descobertas.d) Palestras - são de grande importância podem ser realizadas em uma semana de estudo, um convite a um profissional ou a um professor para falar de assuntos atuaisrelacionados com a matéria do curso. Este método proporciona a motivaçãoprofissional, logo depois pode ser aberto para debate, para que os alunos possaminteragir com o profissional.e) Desenvolvimento de Resumos e Redações - Os resumos e redações buscam ainterpretação e avaliação dos alunos. Induzem raciocínio, auxílio da escrita e a exporidéias sobre assuntos já vistos, ou a serem abordados.f) Resolução de Exercícios - A resolução de exercícios usada como modo complementaràs aulas expositivas, servindo para fixar e compreender melhor o ensino teórico. Acriatividade do professor na elaboração de exercícios é fator indispensável.g) Leitura Orientada Durante as Aulas - O professor propõe o texto a ser lido por todosos alunos na classe, encaminhando para um confronto de idéias e opiniões sobre oassunto. Ao final da atividade, o professor poderá propor a elaboração de um relatóriode leitura, como fixação do conteúdo lido.h) Ensino Individualizado - O ensino individualizado é um meio eficiente do alunoalcançar os objetivos da aprendizagem e de se preparar para tornar-se um estudanteindependente. Ele estuda sozinho, sob a orientação e direcionamento do professor, pormeio da utilização de livros, artigos, aplicativos práticos, entre outros.i) Ensino em Pequenos Grupos - O ensino em pequenos grupos é válido para grandesturmas. O aluno assume o “papel principal”, desperta a pesquisa e o interesse emdescobrir aquilo que precisa aprender. Desta forma, o aluno aplica seus conhecimentospor meio do ensino para outros colegas, inclusive pode descobrir sua vocação para adocência.j) Debates - Debate é um método tradicional, após o estudo, leitura, ou exposição dealgum tema, os alunos tem a oportunidade de trocar idéias, conhecimentos e opiniões.O professor sempre levantará um tema e os alunos dão opiniões sobre este tema,questionando o lado positivo e o lado negativo. O professor ao final desta aula, poderápedir um relatório escrito, para incentivar a redação e parecer dos alunos sobre oassunto.k) Projeção de Fitas - O método de projeção de fitas consiste em utilizar-se daexperiência de pessoas externas. Temas interessantes do curso, assunto em destaque,filmes, aulas e palestras gravadas. Ao final desta atividade o professor poderá utilizaroutras técnicas de ensino, tais como: debate, estudo de caso, palestra, dissertação sobreo assunto, entre outros para trabalhar os diversos estilos de aprendizagem dos alunos.l) Aulas Práticas - As aulas práticas mostram o lado prático da disciplina. Poderão serdesenvolvidas no laboratório contábil, utilizando processo eletrônico. Neste método, oprofessor deve levar em consideração, o prévio conhecimento dos alunos em relação àteoria.4 TÉCNICAS DE ENSINO E OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM, SEGUNDO OMODELO VARKA relação das técnicas de ensino e dos estilos de aprendizado que se relacionam, estãodemonstrados de forma ordenada no Quadro 1, que segue. Pode-se perceber que as técnicas mais ligados ao estilo visual, estão relacionados com a utilização principal de imagens ligadas ao som.Estilo de Aprendizagem Técnicas de EnsinoVisual Aula expositiva com auxílio da lousa, Projeção de Fitas,

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Pesquisa na Internet, Resolução de Exercícios, AulasPráticas Auditivo Aula expositiva, Seminários, Estudo de Caso Desenvolvidoem Grupo, Palestras, Ensino em pequenos grupos, DebatesLeitura/escrita Estudo de Caso Individual, Leitura Individual durante eantes da aula, Desenvolvimento de resumos e redações,Ensino IndividualizadoSinestésico Seminários, Resolução de exercícios, Aulas práticas,Palestras de pessoas da áreaQuadro 1 – Relação das técnicas de ensino e estilos de aprendizagem VARKAlunos e professores visuais preferem a exposição de idéias por meio de diagramas,figuras, imagens que tragam informações relevantes. O professor visual, no entanto não pode esquecer que o grupo para o qual leciona está sempre composto de vários tipos de estilos de aprendizagem.Por exemplo, a idéia de lançamentos contábeis, precisa ser mostrada pela figuracentral de um balanço mostrando o impacto em um balanço patrimonial com o própriobalanço (figura) e os respectivos razonetes ligados a estes lançamentos. Geralmente alunos de primeiro ano terão características visuais e sinestésicas mais destacadas que os demais, em função de ter os primeiros contatos com o conteúdo, ou seja, sua primeira inserção no mundo da contabilidade.No caso de professores e alunos auditivos na contabilidade, pode-se entender que elesprefiram aulas expositivas sem muita utilização da lousa, ou qualquer tipo de meio gráfico para reproduzir uma idéia. Por outro lado, preferirão aulas que envolvam discussão e exposição de idéias de maneira a envolver a sala como um todo, desenvolvendo idéias e opiniões orais.No caso deles serem leitores e escritores, o aprendizado individual predomina. Nestecaso, eles não têm limitações quanto a expressar suas idéias por meio de textos escritos por eles mesmos. As opiniões, no entanto se mostram mais formais do que em discursos orais.Geralmente, pessoas mais voltada à leitura e escrita são menos extrovertidas e são maisformais. Na contabilidade atual, um indivíduo com estas características terá mais dificuldade de aprender, pois pelo perfil do curso de Ciências Contábeis, predominam as disciplinas mais práticas e de discussão durante o processo de aprendizagem.Os alunos e professores sinestésicos, tem maior facilidade de envolvimento nasdisciplinas e seus conteúdos, por literalmente necessitarem “sentí-los”. Ensinam e aprendem melhor por meio de atividades que os levem a se integrar totalmente aos assuntos, como por exemplo em resoluções de problemas, aulas práticas onde a teoria é aplicada; seminários, onde podem expressar seus “sentimentos’ pelo assunto.O conhecimento destas características são importantes tanto para o professor, paraconhecer melhor seu estilo de aprendizagem, e aperfeiçoá-lo para ser capaz de conduzir suas aulas de forma a atingir todos os alunos, senão todos pelo menos a grande maioria, por meio de técnicas de ensinos variadas. Como para o aluno, para que este entenda suas dificuldades de aprendizado e opte por métodos de estudo mais direcionados a seu estilo e também possa ter desafios em relação a outros estilos de aprendizagem.

PLANEJAMENTO DO ENSINO: OBJETIVOS, MÉTODOS E TÉCNICAS - PARTE I

Ana Lúcia Amaral

Seção 3: A Seleção de Métodos e Técnicas de Ensino

Objetivo específico: selecionar métodos e/ou técnicas de ensino adequados aos objetivos propostos.

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Voltemos à nossa conhecida, a professora Alice. O que ela terá feito a partir da leitura do diagnóstico?

O diagnóstico feito por D. Alice mostrou-lhe que seus alunos possuíam conhecimentos e habilidades muito diferenciados e que um trabalho único e homogêneo para toda a turma levaria, fatalmente, ao mesmo fracasso que ela experimentara em anos anteriores. Para estabelecer um termo de comparação entre seus alunos, D. Alice precisava de parâmetros que servissem como ponto de referência. O que poderia ser? Tomou, então, como referência, as competências que haviam sido estabelecidas no PPP da escola e iniciou um processo de comparação: quais os alunos que estavam próximos de adquirir as competências em determinada área de conhecimento; quais os que estavam a caminho delas, mas ainda apresentavam dificuldades; quais estavam longe de alcançá-las e, nesse caso, quais eram as dificuldades específicas de cada um. D. Alice reuniu-os então, em grupos que apresentavam dificuldades na mesma área. Em cada grupo, colocou um aluno forte naquele assunto. Selecionou tarefas a serem cumpridas por cada um dos grupos. Contava sempre com a ajuda do aluno mais forte que se sentia orgulhoso em poder ajudar. Quando reconhecia que a tarefa estava muito difícil, substituía por uma fácil até que os alunos estivessem em condições de resolver a mais difícil. Deu atenção particularizada aos alunos que tinham mais dificuldade. Perguntas feitas a esses alunos, individualmente, ajudavam a identificar onde estava o "erro" ou "engano" a ser corrigido. Muitas vezes os próprios colegas eram capazes de ajudar na solução.

Como se pode ver, o diagnóstico foi o primeiro passo utilizado por D. Alice para identificar as dificuldades enfrentadas por seus alunos. É um passo extremamente importante, mas não basta. É preciso agir! E foi o que D. Alice fez, não é verdade? Criou estratégias para atacar os problemas dos seus alunos.

Essas estratégias são utilizadas, no campo da Pedagogia e da Didática, para trabalhar os conteúdos de ensino, sejam eles conteúdos factuais, conceitos e princípios, conteúdos procedimentais ou mesmo atitudinais. Uma vez definido o conteúdo a ser trabalhado, faz-se necessário definir a forma como deverão ser trabalhados. A forma são os métodos e técnicas de ensino e têm estreita relação com o conteúdo. Daí ser muito conhecida a expressão relação conteúdo/forma.

Atividade 9

Falamos em métodos e técnicas de ensino. Você faz diferença entre os dois?

Explique o que você entende por MÉTODO.

Seja qual for a resposta que você tenha dado (baseada no senso comum ou alguma definição já conhecida anteriormente), vamos começar pela origem da palavra método. Método é uma palavra grega que significa caminho para. Veja que não é qualquer caminho: a BR-040 é um caminho e não é um método. Uma trilha no mato pode ser um caminho, mas não é um método.

Método é o caminho percorrido pelo nosso pensamento. São maneiras de pensar. Você possivelmente já ouviu falar de falar de método dedutivo e método indutivo: são caminhos percorridos pelo nosso pensamento com o propósito de conhecer a realidade. Na verdade, eles são métodos que percorrem caminhos em diferentes direções:

· o método dedutivo vai do "geral" para o "particular": todos os homens são mortais; Pedro é homem, logo Pedro é mortal;

· o método indutivo tem uma lógica diferente, indo do "particular" para o "geral": Pedro é homem e é mortal; Luís é homem e é mortal; João é homem e é mortal ... logo, todos os homens são mortais.

Existem outros métodos como o indutivo/dedutivo e o dialético, mas todos esses são métodos de pesquisa da realidade. Aqui estamos interessados no que chamamos de métodos de ensino.

Os métodos de ensino são os caminhos que o professor deve disponibilizar para seus alunos, para que estes se apossem do conhecimento que a Humanidade já acumulou. Os alunos também podem aumentar esse conhecimento quando são capazes de produzir novos conhecimentos.

Métodos de ensino

Os métodos de ensino são muitos e variados, comportando inúmeras classificações. Elas estão sempre ligadas a uma concepção epistemológica, isto é, ao entendimento que se tem de como se forma o conhecimento nas pessoas. Vamos escolher uma dessas classificações, baseada em diferentes concepções de ensino.

Os métodos chamados transmissivos estão assentados numa concepção de que o conhecimento é uma "coisa" (res, em latim) que o professor tem e os alunos não têm. Cabe ao professor transmitir aos alunos esse conhecimento por meio, por exemplo, da exposição. Temos aí, então, o que chamamos de método expositivo, que tem um caráter de passividade, dado que ao aluno cabe apenas assimilar o conhecimento que lhe é transmitido pelo professor. O professor é o responsável pelo processo de aprendizagem do aluno e é ativo, enquanto o aluno é passivo nessa relação: recebe pronto o que lhe é passado pelo professor. Daí serem rotulados de métodos passivos. Sua ênfase está no ensino e no professor.

Na outra ponta desse continuum ficam os métodos ativos: sua base teórica não está no ensino, mas na aprendizagem: partem do pressuposto de que cada aluno é que constrói o seu próprio conhecimento a partir de experiências propiciadas pelo professor. O papel do professor, nesse caso, é de mediador entre o aluno e o conhecimento, de facilitador da aprendizagem dos alunos. Como o aluno é considerado o sujeito de sua própria aprendizagem, ele é quem exerce a atividade, tornando-se, portanto, ativo. Daí o nome de métodos ativos, em contraposição aos passivos. Figuram entre esses métodos o Método de Problemas de Dewey, os Centros de Interesse de Decroly, o Método de Projetos (que você vai ver na

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próxima unidade), o método de Unidades Didáticas, entre outros.

Com a divulgação das idéias construtivistas e uma certa hegemonia do construtivismo no campo da Educação, aliada a uma equivocada associação das metodologias com o tecnicismo, houve um mal-entendido por parte dos educadores e os métodos de ensino (transmissivos e ativos) foram banidos e exorcizados do cenário educacional, como se fossem um mal pedagógico. Isto trouxe sérios problemas para a Educação em geral e, em particular, para a alfabetização.

Os métodos de ensino são o grande trajeto a percorrer e se desenvolvem por etapas; estas se concretizam por meio das chamadas técnicas de ensino, ou procedimentos didáticos.

Quando dissemos que o método é o caminho percorrido pelo pensamento, é preciso ficar claro que a condução do processo de aprendizagem é sempre determinada pelo aluno: o pensamento do aluno é que comanda o seu avanço nas diferentes etapas. Não é o professor quem decide quando passar para a etapa seguinte. Ele deve ter a sensibilidade necessária para saber quando o aluno está "pronto" para ser conduzido à etapa seguinte, quando lhe serão disponibilizados os procedimentos próprios da etapa.

Antes de passarmos ao estudo das técnicas de ensino, vamos ver se você compreendeu as diferenças essenciais entre os dois tipos de métodos estudados.

Atividade 10

Numere a 2ª. coluna de acordo com a primeira, de modo a caracterizar os métodos "ativos" e "passivos".

Técnicas de ensino

Dissemos anteriormente que o método se desenvolve por etapas e se concretiza por meio das técnicas de ensino. As técnicas de ensino nada mais são do que os procedimentos que o professor pode utilizar para atingir os seus objetivos. Que objetivos?

Os grandes objetivos que o professor seleciona determinam a escolha do método. Selecionado o método, os pequenos objetivos referentes a cada etapa vão determinar a escolha das técnicas ou procedimentos didáticos. Na época do tecnicismo, essas técnicas eram chamadas de estratégias de ensino.

As técnicas de ensino são, portanto, selecionadas em função do(s) método(s) e, sobretudo, em função dos objetivos (ou das competências) que se pretende alcançar. Exemplos de técnicas de ensino: aula expositiva, demonstração, estudo dirigido, trabalho em grupo, excursão, pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, entrevista, etc.

1) Métodos " Passivos"

2) Métodos "ativos"

a ( ) Enfatizam o processo do ensino.

b ( ) O professor detém o conhecimento.

c ( ) Enfatizam o processo de aprendizagem.

d ( ) O professor é o facilitador da aprendizagem do aluno.

e ( ) A aprendizagem se faz via "transmissão" de conhecimentos.

f ( ) O aluno é o sujeito de sua própria aprendizagem.

As técnicas são selecionadas para cada momento do método. Por exemplo: a aula expositiva é uma técnica de ensino muito utilizada, especialmente quando o professor não dispõe de muitos recursos materiais. Entretanto, se o professor utiliza apenas a aula expositiva, ela acaba por se transformar em um método: o método expositivo.

Gostaríamos de quebrar alguns "tabus" em relação aos métodos e técnicas: eles não são bons nem maus em si; bom ou mau é o uso que se pode fazer deles: adequado ou inadequado. Vejamos.

Algumas técnicas de ensino

A aula expositiva

A aula expositiva tem sido muito "demonizada", como se o aluno, ao participar de uma aula expositiva, não exercesse atividade mental criativa. É claro que exerce! À medida que o professor expõe um assunto, cada aluno vai fazendo suas próprias conexões com as experiências anteriores, vai criando imagens mentais próprias, vai concordando ou rejeitando mentalmente o que está sendo exposto. Uma mesma aula expositiva é "percebida" de diferentes formas, tantas quantos

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forem os alunos presentes.

Fig. 47 _ Professora e aluno observam fotos.

Fonte: Brasil, SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: História e Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 34

Entretanto, com alunos muito jovens, como são os alunos do primeiro e segundo ciclos, é preferível utilizar outras técnicas mais ativas. Dado que eles têm ainda dificuldade de se concentrar por muito tempo, é bom variar as atividades, dar a eles a oportunidade de trabalhar com material concreto, desafiá-los com situações novas. Quando for necessário o seu uso, a exposição deve ser curta, interessante, dialogada, cobrando participação dos alunos, entremeada de perguntas inteligentes que levem os alunos a pensar com o professor. Enfim, deve procurar ser um desafio para os alunos. É uma técnica interessante para começar um assunto (ou um projeto de trabalho), dando uma idéia geral do mesmo; ou, para resolver dúvidas, ou mesmo para fazer o "fechamento" de um assunto, propiciando uma síntese do que foi estudado. É ótimo quando o professor dispõe de recursos audiovisuais para tornar a exposição mais agradável: retroprojetor, projetor de slides, reálias para ilustrar o assunto etc.

A demonstração

A demonstração é uma técnica que, como muitas outras, pode ser utilizada no estudo de diferentes áreas do saber: Geografia, Química, Ciências Naturais, Artes, Culinária e outras mais. Cabe ao professor ou outra pessoa (um convidado, por exemplo) "demonstrar" para os alunos como se realiza algum procedimento, "como se faz" alguma coisa. Quando a mãe faz um bolo para a filha aprender como se faz, ela está fazendo uma demonstração. Quando o professor "disseca" uma planta para identificar, com os alunos, as suas partes, ele está fazendo uma demonstração. Quando o professor de Matemática "demonstra" um teorema para seus alunos, isto também é uma demonstração.

A observação

É uma técnica muito usada em diferentes campos do saber, tanto em Ciências Naturais, como em Ciências Sociais. Observa-se o comportamento de animais, o desenvolvimento de plantas, o tempo, a vegetação de um sítio, um eclipse, o comportamento de crianças no recreio etc., preferencialmente com um mínimo de interferência no andamento do processo observado.

Em qualquer campo de saber podemos fazer uso da observação, mas quando usada nas atividades didáticas devemos lembrar que o aluno precisa ser ensinado a observar. Por isso, no início, o professor deve sempre prover o aluno com um roteiro de observação que vai dirigir sua atenção para o que realmente deve ser observado. Depois de algum tempo, e já acostumado a realizar observações, o aluno pode, eventualmente, ser solicitado a elaborar seus próprios roteiros de observação. Sempre sob a orientação do professor. A observação é um excelente auxiliar das excursões e o roteiro serve para orientar a observação do aluno para os aspectos relevantes As observações se tornam mais ricas quando se completam com um relatório elaborado pelos alunos, individual ou coletivamente.

Page 9: ESTILOS DE APRENDIZAGEM

Fig. 48 _ Lição de Anatomia, de Rembrandt.

Fonte: Guia de Estudo, Mód. III, vol. 3. Brasília: MEC/FUNDESCOLA, 2000. p. 85 (Coleção Magistério _ Proformação)

A experimentação

Diferentemente da observação, em que o observador não intervém diretamente, na experimentação o observador insere algum fator de interferência. Ele estabelece as "variáveis" relevantes do fenômeno, processo ou situação em estudo e escolhe uma para análise. Para cada situação da variável, o experimentador observa, registra o que acontece para depois analisar e interpretar. Na experimentação busca-se descobrir correlações. Por exemplo, o que acontece com X quando aumento Y? É uma técnica especialmente usada em estudos nos campos das Ciências da Natureza, como a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia e a Biologia. Ela pode perfeitamente ser adaptada para utilização em sala de aula, desde que devidamente supervisionada pelo professor, para evitar acidentes.

O Estudo Dirigido

O Estudo Dirigido é diferente do Estudo de Texto, já tão conhecido de você. Enquanto o Estudo de Texto é utilizado para o estudo da linguagem, isto é da forma e do conteúdo, o Estudo Dirigido destina-se à assimilação de conteúdos. Ao invés de dar uma aula expositiva sobre um determinado assunto (por exemplo, uma aula sobre a "formação étnica do povo brasileiro"), o professor seleciona um bom texto sobre o tema, não muito grande (por exemplo, que possa ser lido e estudado no tempo máximo de duas aulas geminadas) e organiza perguntas sobre o mesmo. Os textos são entregues aos alunos que, nicialmente, realizam um estudo individual, registrando suas dúvidas e os pontos que considerem mais relevantes. As perguntas do professor são elaboradas de tal maneira que ao mesmo tempo estimulam a compreensão do conteúdo pelo aluno e ajudam a desenvolver suas habilidades intelectuais como as capacidades de aplicação de princípios, de registro, de análise e de síntese. Num segundo momento, os alunos se reúnem em pequenos grupos para debater as questões mais polêmicas, avaliar o texto, bem como o trabalho realizado, enquanto são desenvolvidas, também, habilidades de comunicação e de argumentação, e atitudes e habilidades de cunho social.

A entrevista

A entrevista deve ser marcada com antecedência e os alunos devem preparar, com cuidado, o roteiro com as perguntas que serão feitas: estas podem ser discutidas coletivamente e aprimoradas, se for o caso. O entrevistado pode vir à escola ou receber os alunos em seu local de trabalho. Após a entrevista, é desejável que seja produzido um relatório com a síntese da entrevista, na qual sejam ressaltados os pontos mais importantes.

 

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Fig. 49 _ Crianças observam aquário.

Fonte: Fonte: Brasil, SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998. p. 60

 

Técnicas de trabalho coletivo

São inúmeras as técnicas de trabalho coletivo: seminário, painel, simpósio, entre muitas outras. Recomendamos a leitura do livro de Bordenave e Pereira (1989), Estratégias de Ensino e Aprendizagem, no capítulo que trata da Análise das Técnicas. Essas técnicas são recomendadas especialmente por propiciarem a troca de experiências, o debate saudável, a oportunidade de ver o assunto estudado sob a ótica de outros, etc. Preenchem perfeitamente a expectativa de quem comunga do princípio de que a aprendizagem é um fenômeno social e se enriquece mediante a experiência coletivamente partilhada. Devem ser usadas quando o objetivo é promover um debate sobre temas mais complexos e/ou mais polêmicos.

Fig. 50 _ Alunos da Cursista Rose Marlene Nascimento (UFU) fazem trabalhos sobre a importância dos "3 Rs": reduzir, reutilizar e reciclar o lixo.

O Trabalho em Grupos

Esta técnica nos oferece duas modalidades: o Trabalho com Grupos Homogêneos e o Trabalho com Grupos Diversificados.

O Trabalho com Grupos Homogêneos foi uma técnica muito utilizada que, num dado momento _ em função da argumentação de que não existe homogeneidade entre os alunos e da apologia da enturmação heterogênea _, caiu em "desgraça pedagógica". Se é bem verdade que não existe homogeneidade total, é bem verdade, também, que existem "problemas comuns". Essa técnica é recomendada quando o professor tem em vista resolver algumas dificuldades comuns a determinados grupos de alunos: o grupo de alunos que apresenta dificuldades em leitura, o grupo de alunos que tem dificuldades com a escrita, o que tem dificuldades com problemas matemáticos e assim por diante. Separando-os por dificuldades, ele pode providenciar material especial, dar atendimento diversificado a cada grupo, atendendo-os naquilo de

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que mais necessitam.

Já o Trabalho com Grupos Diversificados obedece a uma outra lógica: reúne alunos com diferentes níveis de aproveitamento. De um modo geral, o assunto é o mesmo para toda a classe, mas os grupos são organizados de tal forma que nele se encontram alunos fracos, médios e fortes na área de estudo em questão. O pressuposto é que alunos fortes servem de modelo para os mais fracos e os estimulam. Alguns educadores menos informados, assim como muitos pais, têm a concepção errônea de que os fracos lucram com essa situação, mas que os fortes perdem a oportunidade de crescer. Ledo engano. Convidados a ajudar os outros alunos, os alunos fortes se vêm na contingência de organizar melhor as suas idéias para comunicá-las bem e, com isto, elevam o nível de sua aprendizagem. Quantos professores não aprendem ao preparar suas aulas? Ao mesmo tempo esta técnica favorece aprendizagens de atitudes como humildade no trabalho com os colegas, respeito às opiniões dos colegas etc...

Uma boa estratégia é colocar uma situação-problema para ser resolvida pelo grupo, com tarefas diversificadas. Os grupos são convidados a apresentar resultados globais: de nada adianta um aluno fazer a sua tarefa, se o seu colega não terminou a dele. O objetivo é criar esse saudável espírito de grupo. Outra boa estratégia é fazer um "rodízio" de funções a serem desempenhadas no Grupo: o líder, o porta-voz junto ao professor, o relator, o responsável pela limpeza após o término dos trabalhos, etc. Isto dá a oportunidade a todos de "passarem" pelas funções de maior e de menor valorização "social".

Atividade 11

A seguir, estão listadas e numeradas algumas técnicas de ensino. Coloque o número delas à frente de cada situação em que elas seriam a melhor opção didática.

1) Aula expositiva

2) Demonstração

3) Observação

4) Experimentação

5) Entrevista

6) Estudo Dirigido

7) Estudo de Textos

8) Trabalho com Grupos Homogêneos

9) Trabalho com Grupos Diversificados

a ( ) A professora quer que os alunos apreendam o conteúdo da Inconfidência Mineira, mas desenvolvam, também, algumas habilidades intelectuais e sociais.

b ( ) Os alunos devem reconhecer os recursos de linguagem usados por Machado de Assis.

c ( ) Na escola de D. Eunice não há biblioteca onde os alunos possam pesquisar o assunto novo que ela vai introduzir.

d ( ) Os alunos querem aprender a fazer pão com o padeiro da cidade.

e ( ) Os alunos querem saber como foi decidida a mudança de nome da cidade onde moram, acontecida há vinte anos.

f ( ) Os alunos do primeiro ciclo querem saber como se dá a germinação do feijão.

g ( ) A classe de D. Olívia quer saber a influência do sol na coloração das plantas.

h ( ) Os alunos do segundo ciclo estão apresentando dificuldade com a leitura de textos simples.

i ( ) D. Ofélia quer que seus alunos resolvam problemas matemáticos mais complexos, mas há muita diferença no nível de aprendizagem dos mesmos.

Atividade 12

Em sua próxima reunião mensal, cheque com seus colegas que métodos e técnicas de ensino eles já utilizaram em seus planejamentos para o Veredas. Troque idéias com os professores e o Tutor sobre diferentes técnicas que poderiam ser utilizadas daqui para a frente.

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Para lembrar

O diagnóstico é o passo inicial para qualquer planejamento. Ele é que possibilita ao professor saber onde seus alunos se encontram e como se encontram. Entretanto, o diagnóstico, sozinho, não resolve os problemas do ensino e da aprendizagem. É muito importante que o professor saiba exatamente o que quer alcançar com seus alunos: sejam objetivos, sejam competências, ele deve tê-los muito claros em sua mente. A partir daí, ele precisa agir! Os alunos são diferentes e essas diferenças devem constituir um desafio saudável para o professor. Selecionar conteúdos e as melhores maneiras de trabalhá-los é responsabilidade do professor. Métodos são caminhos que se pavimentam por etapas e as técnicas são a melhor maneira de se concretizar essa pavimentação. Isto não "engessa" o professor: um bom professor pode e deve pôr a sua imaginação a serviço do enriquecimento da sua prática, adaptando as técnicas às necessidades de sua classe, aprimorando-as, criando novas técnicas.O que pode ser uma boa técnica para um aluno ou grupo de alunos pode não ser para outro. Por isso é importante conhecer diferentes técnicas: elas devem ser escolhidas de acordo com os objetivos e/ou competências e as peculiaridades de cada turma, grupo de alunos ou mesmo, aluno singular. É a isso que chamamos pedagogia diferenciada.

Bibliografia

ANDRÉ, M. (Org.) Pedagogia das Diferenças na Sala de Aula. Campinas: Papirus, 1999.

BORDENAVE, J. D. e PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino e Aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1989.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no. 9.394 de 20/12/1996. Texto na íntegra. São Paulo: Saraiva.

MACHADO, Nilson J. Sobre a idéia de competência. In: PERRENOUD, THURLER et al. As competências para ensinar no século XXI; a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002.

MARTINS, J. do P. Didática Geral. São Paulo: Atlas, 1990.

PERRENOUD, Ph. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.

PERRENOUD, Ph. Pedagogia Diferenciada. Porto Alegre: Artmed, 2000.

PERRENOUD, Ph., THURLER, M. G. et al. As competências para ensinar no séc. XXI; a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002.

VEIGA, I. P. de A. (Org.). Técnicas de Ensino: por que não? Campinas: Papirus, 1991.

_____. Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995.

ZABALA, A. A Prática Educativa; como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Texto de Referência

O texto sugerido é um excerto do capítulo 1, A Pedagogia das Diferenças, que compõe o livro Pedagogia das Diferenças na Sala de Aula, de Marli André, Editora Papirus. O excerto vai da pág. 18 à pág. 25, sob o título "Pedagogia das diferenças na sala de aula", constando de mais ou menos 7 páginas. Atividade 1

Faça uma breve leitura do texto "A pedagogia das diferenças na sala de aula".

Faça, agora, uma leitura detalhada e responda as seguintes questões:

A) Que idéias pedagógicas dão suporte ao que se convencionou chamar de "pedagogias diferenciadas"?

B) Segundo Perrenoud, o que significa diferenciar o ensino?

C) A pedagogia diferenciada exclui o trabalho de grupo?

D) Por que a pedagogia diferenciada "exige" uma avaliação formativa?

E) Por que o professor deve concentrar seus esforços nos alunos com maiores dificuldades?

F) Comente a afirmativa:

"O diagnóstico é apenas um passo do processo e não um fim em si mesmo".

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Fonte

Texto que faz parte do Projeto Veredas Módulo 6 V. 1 - Unidade 1

 

Veja também:Planejamento do Ensino: objetivos, métodos e técnicas - Parte IPlanejamento do Ensino: objetivos, métodos e técnicas - Respostas

Público-alvo

Instrutores de treinamento das empresas.

Objetivos

Capacitar os participantes em metodologia de ensino, levando-os a conhecer, analisar e elaborar as fases do planejamento, execução e avaliação do ensino-aprendizagem, voltados para conteúdos de cursos técnicos.

Pré-Requisitos

Conteúdo programático

Instrutor de Treinamento Operacional

Instrutor de Treinamento Operacional- Avaliação inicial do conteúdo programático- O processo de aprendizagem- Os conceitos de motivo, incentivo, motivação e transferência de aprendizagem- Técnica de exposição dialogada- Plano de aula TED- Execução da TED- Análise ocupacional- Planejamento de ensino profissional- Técnica da demonstração- Plano da demonstração- Avaliação de aprendizagem- Perfil do instrutor de treinamento

Observações

Recomendável: Ensino Fundamental completo.

VII – Siisttema de avalliiaçãoAvaliação: ao final, o curso deverá ser avaliado pelosparticipantes quanto ao conteúdo ministrado e serão

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colhidas contribuições para melhorar o nível do curso edo aprendizado.Freqüência: o certificado será entregue ao participante que tivercumprido, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de freqüência eparticipado das atividades programadas.

TREINANDO TREINADORES - Training of Trainers (ToT)

Descrição:O Workshop procura orientar e apresentar novas técnicas de abordagem e compreensão do comportamento humano para um melhor desempenho de educadores na condução magistral da turma de educandos e uso correto de métodos e técnicas de ensino.

Os principais objetivos do T0T são: nortear o participante a conduzir grupos nas mais modernas técnicas educacionais e a lidar com os diversos públicos de educandos em sala de aula.

Publico Alvo: Educadores, consultores, professores e instrutores de treinamento para adultos que buscam aprimorar seu desempenho no desenvolvimento e condução de metodologias de ensino ou profissionais que necessitam avaliar o desempenho de seus educadores.

Após o workshop os participantes deverão:• Conhecer (saber) dinâmicas de grupos;• Aprender a utilizar (saber fazer) Ciclo de Aprendizagem Vivencial;• Conhecer (saber) sobre tipos psicológicos dos educandos;• Conhecer (saber) sobre princípios de aprendizagem para adultos;• Conhecer (saber) sobre teorias de aprendizagem;• Identificar (saber fazer) competências para programas educacionais;• Elaborar (saber fazer) metodologias educacionais utilizando métodos e técnicas de ensino;• Ser capaz (saber fazer) de facilitar o processo de ensino-aprendizagem de educandos adultos.

Metodologia:Recursos Áudio Visuais; Aula expositiva e dialogada e exercícios práticos.

Instrutor:MSc. Luciano Pinheiro Rossi

Duração:Este é um workshop presencial com 20 (vinte) horas de duração, com aplicação modular, sendo 30 (trinta) o número máximo de participantes. Sua execução pode ser realizada em dois formatos:• Semana Diurno – 4 encontros de 5 horas cada, realizados em dois dias úteis quaisquer

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consecutivos – ex.: 2 encontros na segunda-feira (das 8h as 13h e das 14h as 19h) e 2 encontros na terça-feira nos mesmos horários;• Fim de Semana – 5 encontros de 4 horas cada, 3 realizados na sexta-feira nos três períodos (manhã, tarde e noite) e 2 realizados no sábado (manhã e tarde).

Local: In company

OBJETIVOSGeral:Analisar projetos de componentes, conjuntos e instalações industriais relativos ao campo da Engenharia pormeio da leitura e da interpretação de desenhos. Desenhar à mão livre: peças, conjuntos e instalaçõesindustriais, com todas as informações técnicas pertinentes.Específicos:- Executar corretamente o desenho técnico de componentes (peças) com todas as informaçõesnecessárias à sua fabricação;- Executar corretamente a aplicação de: cotagem, tolerâncias e acabamento superficial;- Executar corretamente a criação da lista de material e observações;- Executar corretamente o desenho de conjunto;- Ler e interpretar desenhos de peças e conjuntos;- Aplicar as normas de desenho técnico como referencial de padronização de desenhos;- Aplicar as simbologias de solda;

ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM- Exposição dialogada de técnicas de desenhos manual e eletrônico- Formatos de papel, escalas, Legendas e listas de materiais;- Resolução de situações-problema;- Pesquisas bibliográficas, na internet e catálogos comerciais;- Utilização de desenhos industriais de empresas.RECURSOS METODOLÓGICOSSala de aula de desenho, aparelhos audiovisuais, quadro, lousa, giz, peças mecânicas e cópias dedesenhos.AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEMA avaliação será processual com caráter diagnóstico e formativo, envolvendo professores e alunos. Dessaforma, será possível a avaliação e orientação constantes do processo ensino-aprendizagem, relevando seusaspectos qualitativos.Será priorizada a produção discente, sobretudo a articulação entre o saber estudado e a solução deproblemas que a realidade apresenta.Critérios de avaliação- Organização e clareza na forma de expressão dos conceitos e conhecimentos;- Iniciativa e criatividade na elaboração de trabalhos;- Assiduidade e pontualidade nas aulas;- Interação grupal.Instrumentos de avaliação- Avaliação escrita (testes e provas);- Trabalhos;- Exercícios.

Pré-requisitosÉ necessário possuir formação técnica ou superior em Segurança e Saúde no Trabalho, em razão da necessidade de conhecimentos prévios em higiene ocupacional.

MétodoSerão propostas situações ativas de aprendizagem que lhes permitam realizar avaliações

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em ambientes ocupacionais, dentro dos limites de suas habilitações profissionais. Para tanto, serão desenvolvidas atividades de ensino-aprendizagem com exposição dialogada, slides, simulações de avaliações, utilizando técnicas e equipamentos, atividades individuais e em subgrupos.

Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem

O estudante deverá ser capaz de aplicar conhecimentos sobre metodologia de investigação e análise de dados, de modo a definir um problema de investigação, encontrar e sintetizar a literatura mais relevante para o problema, escolher a estratégia de investigação a utilizar, bem como as técnicas de recolha e análise de dados.

Programa

1. Elaboração de uma Proposta de Investigação; 2. A metodologia da investigação: princípios epistemológicos e estratégias metodológicas.3. Métodos e técnicas de investigação4. Análises quantitativas e qualitativas de dados5. Apresentação progressiva das propostas de investigação

Bibliografia Principal

Cooper, Donald e Schindler, Pamela;Business Research Methods, McGraw-Hill International Edition, 2008

Hart, Chris;Doing my Masters Dissertation, Sage Essential Study Skills, 2008

Métodos de Ensino

Utilização do método activo de ensino-aprendizagem, com sessões baseadas em exposição dialogada, análise crítica de textos, de bases de dados bibliográficas e estatísticas, de exemplos de propostas de dissertação, e em apresentação e discussão das propostas de dissertação pelos estudantes.Fora das aulas os estudantes devem preparar-se a partir da bibliografia recomendada e outra pesquisada autonomamente para a compreensão das temáticas, bem como para a construção da Proposta de dissertaçãoPara além das aulas, o correio electrónico será um meio de comunicação fundamental.

6. PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOSDurante as aulas utilizaremos métodos e técnicas capazes de propiciar ao aluno o caminho claroe objetivo para aquisição e construção de conhecimentos necessários a uma formação crítica eparticipativa.· Problematização da realidade;· Exposição dialogada;· Leituras: individual e em grupo;· Debates· Elaboração individual e grupal;· Seminário;· Pesquisa;· Projeção de filme, entre outros.7. SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃOAs avaliações terão um caráter formativo e uma função diagnostica permitindo além daobtenção das notas perceberem as dificuldades de aprendizagem, tendo em vista subsidiar correções

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durante o processo e serão constituídas dos seguintes instrumentos:· Freqüência· Participação com desempenho;· Entrega das atividades nas datas acordadas;· Apresentação de trabalhos;· Avaliação escrita;· Provão.

METODOLOGIA

vivência através de exercícios práticos, exercícios de improvisação, relaxamento, dicção, leitura de textos, análise e gravações em vídeo, simulações, avaliação em

grupo e feedback individual; envolvimento de inúmeros recursos possíveis, provocando, além do pensar, o sentir;

isso resulta em uma transformação interna, o que traz, como consequência, a possibilidade da aplicação dos conhecimentos teóricos apresentados, a isso

chamamos: entendimento ou sabedoria.

5. METODOLOGIAExposição dialogada com uso de recursos audiovisuais e técnicas que incentivam a participação e auto-reflexão.Serão também aplicados exercícios estruturados vivenciais para a construção e fixação da aprendizagem.Avaliação da aprendizagem - oral informal - durante o evento e trabalhos individuais e em grupos.

Activa, centrada no participante, utilizando diversas técnicas de ensino como, exposição dialogada, demonstração, simulação, estudo de caso, trabalhoindividual e de grupo. A formação prática será realizada dominantemente no campo, sob a forma de prática simulada.

METODOLOGIAAlém de exposições dialogadas, exercícios práticos, feedback e jogos, são utilizados recursos audiovisuais e filmagem para proporcionar maior assimilação do conteúdo. Um relatório de aproveitamento, baseado na aprendizagem obtida durante o curso, permitirá uma análise objetiva de progresso e desempenho.

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EXPOSIÇÃO DIALOGADA

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EXPOSIÇÃO DIALOGADA

 A ARTE DA PERGUNTA:                O objetivo dessa técnica é desenvolver a consciência crítica,promover debate de idéias,estimular  a educação participativa ,superar a insegurança e melhorar a concentração.            Uma técnica espetacular para transformar o solo árido da sala de aula num canteiro de flores é a exposição dialogada.através da arte da pergunta, o professor estimula ainda mais o interesse positivo da dúvida, a época mais fácil de aprender é na infância,pois é a fase em que mais perguntamos e abrimos as janelas da nossa mente.            Quando uma pessoa para de perguntar, ela para de aprender,para de crescer.A arte da pergunta gera pensadores brilhantes, alunos aprendem não apenas a questionar o mundo de fora, mas também a fazer uma mesa redonda com eles mesmos.A arte da pergunta faz parte da educação dos nosso sonhos e transforma a sala de aula num ambiente agradável e inteligente. 

SER CONTADOR DE HISTÓRIAS:           O objetivo é desenvolver a criatividade, educar a emoção;estimular a sabedoria,expandir a capacidade de solução em situações de tensão, enriquecer a socialização.Educar è contar histórias e contar histórias é transformar a vida na  brincadeira mais séria da sociedade.A vida tem perdas e problemas, mas deve ser vivida com otimismo, esperança e alegria.Os professores precisam contar histórias para ensinar as matérias com o tempero da alegria e às vezes, das lágrimas.            Os jovens precisam de uma educação séria,mas também agradável, contar histórias fisga o pensamento e estimula a análise, os jovens poderão esquecer as críticas e regras mas não esquecerão as histórias.             

  HUMANIZAR O

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CONHECIMENTO:  

         O objetivo é  estimular a ousadia,promover a perpicácia,cultivar a criatividade,incentivar a sabedoria e expandir a capacidade crítica.        A educação clássica se esforça para transmitir o conhecimento em sala de aula, mas raramente comenta sobre a vida do produtor do conhecimento.A melhor maneira de produzir pessoas que não pensão é nutri-las com im conhecimento sem vida,despersonalizado.        Por trás de cada informação dada com tanta simplicidade em sala de aula existem as lágrimas ,as aventuras e a coragem dos cientistas.        è importante falar da história , da ciência e da história dos pensadores quanto do conhecimento que eles produziram.

                        REF.BIBLIOGRÁFICA    

CURY, Algusto -Pais brilhantes, professores fascinantes.                               Rio de Janeiro- 2003

GERENCIAR OS PENSAMENTOS E AS EMOÇÕES:               Resgatar a liderança do eu , prevenir conflitos, proteger os solos da memória,proteger a emoção nos focos da tensão.             A tarefa mais importante da educação é transformar o ser humano em líder de si mesmo, dos seus pensamentos e emoções.As escolas ensinam os alunos a dirigir empresas e maquinas, mas não os preparam para ser diretores do script dos seus pensamentos              As pessoas tem sucesso profissional, mas são escravas de seus pensamentos, sua vida emocional  é miserável.Enfrentam o mundo, mas não sabem remover o entulho da sua mente.De que adianta aprender a equacionar problemas de matemática, se o jovem não aprende resolveros problemas da vida.

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4º - Exposição dialogada: a arte da pergunta

Objetivos desta técnica:

- desenvolver a consciência crítica,

- promover o debate de idéias,

- estimular a educação participativa,

- superar a insegurança,

- debelar a timidez,

- melhorar a concentração.

Outra ferramenta espetacular para transformar o solo árido da sala de aula num canteiro de flores é a exposição dialogada, executada pela arte da pergunta. Na exposição interrogada, o professor questiona o conhecimento sem perguntar, na exposição dialogada ele faz inúmeras perguntas aos alunos. As duas técnicas se complementam. Vejamos.

Através da arte da pergunta, o professor estimula mais ainda o estresse positivo da dúvida. Ele cativa a atenção dos alunos e penetra no território da emoção e no anfiteatro de suas mentes. O conhecimento pronto estanca o saber e a dúvida provoca a inteligência. Vigotsky, 1987. Todos os grandes pensadores foram grandes perguntadores. As grandes respostas emanaram das grandes perguntas.

Em qual época é mais fácil aprender? Na infância ! Por quê? Porque ela é a fase em que mais perguntamos e abrimos as janelas da nossa mente .. As crianças aprendem línguas com facilidade, não apenas porque estão menos entulhadas de informações na memória, mas porque são perguntadoras, interagem mais. Por que é mais fácil aprender uma língua diferente no país de origem dessa língua?

O grande motivo é quando se vai para um outro país, se passa vergonha, enfrenta-se dificuldades. Nesta hora os diplomas e o status social quase não têm valor. É preciso quebrar a cara para construir uma rede de relacionamentos e sobreviver. Para isso, precisamos perder o medo de perguntar. Esta situação nos estressa e abre de maneira espetacular os arquivos da memória, facilitando o aprendizado.

Quando uma pessoa pára de perguntar, ela pára de aprender, pára de crescer. Em que época os cientistas produzem suas idéias mais brilhantes? -Na maturidade ou quando ainda são imaturos? Quando imaturos, porque duvidam, se estressam e perguntam mais. Einstein propôs a teoria da relatividade com 27 anos. Depois que os cientistas recebem títulos e aplausos, surgem os problemas. Os mesmos títulos e louvores que os reconhecem podem se tornar o veneno que os mata como pensadores (Cury, 2002). Muitos se tornam estéreis.

Hoje, meus livros estão sendo publicados em mais de quarenta países. Por ser pesquisador dos bastidores da mente estou preocupado, pois mesmo que não queira eu sei que esse sucesso já causou algum estrago em meu inconsciente.

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Preciso estar alerta, me reciclar e me esvaziar continuamente, para continuar sendo um engenheiro de novas idéias. Você deixou de aprender ou continua um voraz aprendiz? Muitos não percebem que deixaram de pensar ...

Um professor fascinante deve fazer pelo menos dez perguntas para os alunos durante o tempo de uma aula. Deve primeiro fazer a pergunta para toda a classe. A pergunta já estressa positivamente os alunos e melhora a concentração. Se ninguém se atrever a responder, ele deve chamar um aluno pelo nome e perguntar-lhe. Independentemente da resposta, o aluno deve ser elogiado pela sua participação. Os alunos mais arredios são conquistados com este procedimento.

Viajando para dentro de si mesmos

A arte da pergunta gera pensadores brilhantes nas faculdades de medicina, direito, engenharia, pedagogia. Mas ela deve ser iniciada na pré-escola. Depois de um ano da arte da exposição interrogada e dialogada, os alunos perdem o medo de se expressar, aprendem a discutir as idéias e se tornam grandes viajantes. Como assim?

Aprendem a viajar para dentro de si mesmos, aprendem a perguntar porque estão angustiados, ansiosos, irritados, solitários, amedrontados. Aprendem não apenas a questionar o mundo de fora, mas também a fazer uma mesa-redonda com eles mesmos.

Quando treino psicólogos para atendimento clínico, sempre lhes falo sobre a grandeza dessa mesa-redonda interior. Quem é capaz de fazer este autodiálogo reedita o filme do inconsciente mais rápida e eficientemente.

Não basta um paciente fazer psicoterapia. Ele tem de ser autor da sua história, tem de aprender a intervir em seu próprio mundo. Mas, infelizmente, raras vezes as pessoas penetram em seu mundo, mesmo no meio médico. Quando o mundo nos abandona, a solidão é tolerável, mas quando nós mesmos nos abandonamos, a solidão é quase insuportável.

A arte da pergunta faz parte da educação dos nossos sonhos. Ela transforma a sala de aula e a sala da nossa emoção num ambiente poético, agradável, inteligente.

Augusto Cury

O processo didático completa-se com a escolha de métodos que possibilitem a aprendizagem.

Segundo Souza (1995:11-16), os pensadores sempre se utilizaram de métodos para produzir conhecimentos que são adotados, até hoje, no ensino tanto da Filosofia quanto da língua. Embora cientificamente existam apenas dois métodos, o dedutivo e o indutivo, esses podem variar tanto quanto são os educadores. As variações desses métodos, os mais comuns entre os que se dedicam ao ensino são: expositivo, interrogativo, socrático (dialogado), da análise textual, da análise lingüística e do estudo dirigido.

O método expositivo consiste na apresentação oral sistemática e dosada de um tema ou assunto pelo professor para um grupo de alunos. São as aulas expositivas que atualmente vêm sendo rejeitadas na literatura didático-pedagógica, porém ainda muito praticadas no dia-a-dia das escolas especialmente nas universidades.

Quanto ao método interrogativo, este é um dos recursos mais comuns e eficazes da didática que consiste no uso de perguntas feitas pelo professor a um aluno em particular, ou a uma classe sobre fatos, teorias, conceitos e relações entre eles. As perguntas são utilizadas em situações didáticas para incitar o aluno a fazer uso de suas habilidades de pensamento.

O método de exposição dialogada, porém, na visão de muitos educadores, é o mais adequado para o processo de ensino da língua. A aprendizagem desenvolve por meio de um encadeamento de perguntas e respostas através do qual o pensamento do aluno é incorporado no processo dialético da reflexão.

Há uma diferença fundamental entre o método interrogativo e o de exposição dialogada, uma vez que perguntas isoladas não bastam para produzir a articulação de conceitos como ocorre na exposição dialogada. Esse método tem origem com Sócrates, mas não mantém nenhum vínculo com a doutrina filosófica.

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Fonte: http://www.webartigos.com/articles/7103/1/-Da-Filosofia-Ao-Ensino-Da-Lingua-Aprender-A-Pensar-Ou-Aprender-A-Pensar-Melhor/pagina1.html#ixzz1PxtkcPBS

Metodologia: O conteúdo será trabalhado através de exposição dialogada, Jogos corporativos, apresentações audiovisuais, filmes alusivos à temática, síntese coletiva, trocas de experiências, demonstrações práticas.

“Educar... é ajudar os alunos na construção da suaidentidade, do seu caminho pessoal e profissional- do seu projetode vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão,emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaçospessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados eprodutivos. Portanto Educamos de verdade quando aprendemoscom cada coisa, pessoa ou idéia que vemos, ouvimos, sentimos,tocamos, experimentamos, lemos, compartilhamos e sonhamos;quando aprendemos em todos os espaços em que vivemos- nafamília, na escola, no lazer”. (MORAN, 1999)

O QUE VEM A SER A ANDRAGOGIA?Segundo Knowles, é a "arte da ciência destinada a auxiliar os adultos a aprender e a compreender o processo de aprendizagem".“A Andragogia parte da premissa de que muitos dos problemas hoje existentes na educação de pessoas adultas, (e nisso inclui-se o ensino superior), estão associados com a adoção de ummodelo pedagógico” para o ensino de adultos, isto é, os alunos adultos vinham sendo tratados, utilizando-se dos recursos da Pedagogia que é o estudo do processo de aprendizagem de crianças (pedagogia é derivada do grego: "paid" significando criança e "agogus" significando educação).Knowles propõe, portanto, a substituição da Pedagogia pela ANDRAGOGIA. De acordo com Knowles (1976) a andragogia apoia-se em quatro hipóteses sobre as características do adultoenquanto "aprendiz", características essas que são fundamentalmente diferentes da criança comoaprendiz, objeto da Pedagogia. Estas quatro hipóteses consideram que, ao atingir a idade adulta, o indivíduo:Modifica o seu auto-conceito deixando de ser um indivíduo dependente (conforme a Pedagogia) para ser um independente,

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auto dirigido; Acumula uma crescente reserva de experiências e consequentemente um maior volume de recursos de aprendizagem;Tem sua motivação de aprendizagem cada vez mais orientada para buscar desenvolver seus papéis sociais;Modifica sua "perspectiva de tempo" em relação à aplicação de conhecimentos; para os adultos o maior interesse é de conhecimentos de aplicação mais imediata e em consequência a sua aprendizagem deve deixar de ser centralizada no conteúdo para centralizar-se no problema.No modelo de aprendizagem Andragógica podemos observar as seguintes situações:Papel da ExperiênciaOs adultos são portadores de uma experiência que os distingue das crianças e dos jovens. Emnumerosas situações de formação, são os próprios adultos com a sua experiência que constituem orecurso mais rico para as suas próprias aprendizagens.Vontade de AprenderOs adultos estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam a suautilidade para melhor afrontar problemas reais da sua vida pessoal e profissional.Orientação da AprendizagemNos adultos a aprendizagem é orientada para a resolução de problemas e tarefas com que seconfrontam na sua vida cotidiana (o que desaconselha uma lógica centrada nos conteúdos)MotivaçãoOs adultos são sensíveis a estímulos da natureza externa (notas, etc), mas são os fatores de ordeminterna que motivam o adulto para a aprendizagem (satisfação, auto-estima, qualidade de vida,,etc)4.1 PRINCÍPIOS DA APRENDIZAGEM DE ADULTOSGibb (1960) publicou uma lista de seis princípios sobre a aprendizagem de adultos querepresentam um conjunto de diretrizes para que se possa obter um ambiente de aprendizagem de adultos efetiva. Esses princípios são:A aprendizagem deve ser centralizada em problemas.Muitas das experiências de aprendizagem consistem em um conflito entre o docente que vê os problemas do seu próprio quadro de referências e o discente que possui outro conjunto deexperiências a partir das quais deriva um conjunto de problemas diferentes.A aprendizagem deve ser centralizada em experiênciasO problema do docente para desenvolver uma atmosfera de aprendizagem adequada é ajudar que sejam escolhidos e oferecidos tipos de experiência relacionadas com o problema do estudante.A experiência deve ser significativa para o estudanteAs diferentes limitações do discente em experiências, idades, equilíbrio emocional e aptidãomental podem limitar ou bloquear a sua percepção de que a experiência é significativa para seu problema. Além disso, o significado das experiências pode não ser percebidas pelo discente do tipo não participativo.O aprendiz deve ter liberdade de analisar a experiência

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Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina.Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras conseqüentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto.Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores nãoidentificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem seqüências lógicas e outros. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido.Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como conseqüência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.TDAH: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordemneurológica, que trás consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças, adolescentes e até adultos sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados.

MÉTODO EXPOSITIVO:

o aluno é passivo (ouve e repete o conhecimento); não interessa se o aluno entende ou não; o aluno é o objecto da aprendizagem (existe um programa/conteúdos a

“memorizar” independente do ritmo de aprendizagem do aluno); procura que o aluno desenvolva a memorização dos conhecimentos 

através da repetição (a forma de memorizar menos eficaz); é desmotivante para o aluno; não valoriza nem respeita as necessidades psicológicas das crianças; não respeita os mecanismos mentais da aprendizagem; o professor transmite conhecimentos; exige do professor essencialmente competências para explicar e controlar

os alunos; o professor usa o Poder na aula para que haja ordem e empenho dos

alunos; avalia conhecimentos; o que importa são os resultados; baseia-se no

grupo, na comparação.

MÉTODO PARTICIPATIVO:

é construtivo (o aluno pensa, entende e aplica o conhecimento); parte do entendimento em que o aluno se encontra;

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o aluno é o sujeito da aprendizagem (os conteúdos estão ao serviço do ritmo da aprendizagem e das necessidades do aluno);

o aluno aprende (memoriza) pelo entendimento e pela experimentação; é mais motivante para o aluno; respeita e valorizas as necessidades psicológicas das crianças; respeita os mecanismos mentais da aprendizagem; o professor ajuda a construir o conhecimento; exige do professor várias competências: comunicação, motivação e

liderança; o professor é visto pelos alunos como uma autoridade (alguém que ajuda a

aprender); avalia competências, ajuda o aluno a tomar consciência do que precisa

melhorar; baseia-se no indivíduo, respeitando a sua individualidade.

Trabalho estará respaldado no modelo andragógico (processo centrado no aproveitamento das experiências de todos os participantes) Adoção de método ativo participativo com emprego de diversas técnicasSerão utilizadas técnicas de jogos de empresa, estudo de casos, situações-problema, exercícios, instrumentos de trabalho, dinâmicas de grupo e dramatizações

Inovação na Didática: Método Participativo

Sem prejuízo daquilo que a tradição acadêmica tem de valor, a FGV DIREITO RIO inova ao optar por uma metodologia plenamente participativa, em que o aluno não é mero espectador, mas sujeito ativo da aula. Isso significa uma metodologia de ensino dinâmica, que privilegia o debate ao invés das aulas puramente expositivas. Assim ocorre no chamado método socrático, base didática das aulas na Escola, que permite, de forma objetiva, que seja atribuída nota pela participação do aluno.

Várias técnicas participativas são utilizadas, tais como o método de estudo de casos, role playing, dinâmicas de grupo, oficinas de leitura, painéis de debate e simulações de júris, assembléias e outros contextos jurídicos, tudo num ambiente de interatividade entre aluno e professor em turmas com, no máximo, 50 estudantes.

Para que a proposta metodológica seja de fato aplicada, é imperativo o compromisso da instituição. A Escola mantém um permanente programa de capacitação de professores e pesquisadores, reunindo palestrantes internacionais e profissionais experientes na utilização da metodologia participativa e outras técnicas de didática pertinentes.

Por meio dessa linha metodológica, será fortalecida a capacidade do aluno de desenvolver raciocínios analíticos, críticos e propositivos, pois, no momento de solucionar problemas, isso é mais importante que conhecimentos memorizados e incorporados sem reflexão.

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Metodologia: A metodologia das atividades é baseada no modelo Andragógico de Educação Permanente (Educação de Adultos), com utilização dos métodos

Ativo-dirigido (exploração de idéias e discussão em grupo) e

Ativo-participativo e técnicas de apresentações individuais e em grupo, dinâmicas práticas, exercícios em grupo, jogos, simulações, além da utilização de recursos instrucionais e audiovisuais.