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ADENDO PC-GO POLICIAL CIVIL AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA DE 3ª CLASSE • Noções de Direito Administrativo Brasília 2008 A1-AP218 24/9/2008

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Estatuto de Goias, com Exercícios

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ADENDO

PC-GOPOLICIAL CIVIL

AGENTE E ESCRIVÃO DEPOLÍCIA DE 3ª CLASSE

• Noções de Direito Administrativo

Brasília

2008

A1-AP21824/9/2008

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© 2008 Vestcon Editora Ltda.

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem au-torização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográfi cos, fonográfi cos, reprográ-fi cos, microfílmicos, fotográfi cos, gráfi cos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráfi cas.

Título da obra: PC-GO – Polícia Civil do Estado de Goiás – Agente e Escrivãode Polícia de 3ª Classe – Noções de Direito Administrativo

Autores:Elione Cipriano/ Marcos Barbosa

DIRETORIA EXECUTIVANorma Suely A. P. Pimentel

DIREÇÃO DE PRODUÇÃOCláudia Alcântara Prego de Araújo

SUPERVISÃO EDITORIALMaria Neves

SUPERVISÃO DE PRODUÇÃOJulio Cesar Joveli

EDIÇÃO DE TEXTOCíntia Caroline da S. e SilvaGiselle Silva dos SantosReina Terra Amaral

CAPAMarcos Aurélio Pereira

EDITORAÇÃO ELETRÔNICALuis Augusto GuimarãesRobson Alves

REVISÃOClarisse Coutinho MourãoRaquel da Cruz

SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750-502 Brasília/DFSAC: 0800 600 4399 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399

www.vestcon.com.br

Publicação em 24/9/2008(A1-AP218)

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Regime Jurídico Único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição .........................................................................5/20/21 direitos e vantagens ....................................................................35 regime disciplinar .......................................................................61 responsabilidade civil, criminal e administrativa .......................65

SUMÁRIONoções de Direito Administrativo

PC-GO

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LEI Nº 10.460, DE 22 DE FEVEREIRO DE 1988

Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Goiás e de suas Autarquias.

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO IESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

CIVIS DO ESTADO DE GOIÁS E DE SUASAUTARQUIAS

CAPÍTULO ÚNICODisposições Preliminares

Art. 1º Esta lei institui o regime jurídico VETADO dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Goiás e de suas Autarquias.

ComentárioAté o advento da Emenda Constitucional nº 19, de

5/6/1998, os servidores públicos somente poderiam ser regulados pelo regime jurídico único (estatutário). A partir dessa emenda, o regime jurídico pode ser estatutário (Lei nº 10.460, de 22/2/1988, para os servidores do Estado de Goiás), celetista (regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho) e administrativo especial (contrato temporário).

Regime jurídico, na lição de Hely Lopes Meirelles (2001:384), são os preceitos legais sobre a acessibilidade aos cargos públicos, a investidura em cargo efetivo (por concurso público) e em comissão, as nomeações para funções de confi ança; os deveres e direitos dos servidores; a promoção e respectivos critérios; o sistema remune-ratório (...); as penalidades e sua aplicação; o processo administrativo e a aposentadoria.

O regime jurídico estatutário é o não-contratual, advindo de lei e aplicável a determinadas catego-rias de servidores, no serviço público. Celetista é o regime onde os servidores se submetem à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O Regime administrativo especial está previsto no art. 37, IX, da Constituição Federal, de 5/10/1988, uti-lizado na contratação por tempo deter minado, para atender à necessidade temporária e excep-cional interesse público (regulado no Estado de Goiás, pela Lei nº 13.644, de 27/7/2000, com as alterações trazidas pelas Leis nos 13.854, de 11/7/2001, e 13.912, de 25/9/2001).A Lei nº 10.460, de 22/2/1988, utiliza a termi-nologia “fun cionários públicos”, enquanto a Constituição Federal emprega o termo “ser-vidores públicos”. Devemos entendê-las como sinônimas, embora a segunda seja preferível por sua atualidade.A designação “civis” foi introduzida para contrapor a “militares”, que têm disciplinamento totalmen-te diverso, até mesmo pela Constituição Federal.

Aplicabilidade da Lei nº 10.460/1988

A Lei nº 10.460, de 22/2/1988 é aplicável a todos os servidores públicos do Estado de Goiás (Administração direta), suas autarquias e fundações públicas (Adminis-tração indireta). Os servidores das fundações públicas são regidos por essa lei, por ordem da Lei nº 12.716, de 2/10/1995, em seu art. 4º.

Aplica-se subsidiariamente a Lei nº 10.460, de 22/2/1988 aos servidores: a) da Fueg (Fundação Univer-sidade Estadual de Goiás), nos termos da Lei nº 13.842, de 1/6/2001, art. 38; b) do Fisco (Lei nº 13.266, de 16/4/1998, art. 40); c) do Poder Judiciário, por força da Lei nº 9.129, de 1981, art. 166.

Os servidores públicos não têm direito à inaltera-bilidade do regime jurídico, devendo ser respeitado, tão-somente, o direito adquirido.

Art. 2º As disposições desta lei não se aplicam aos in-tegrantes da carreira do Ministério Público, bem como aos servidores da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás.

ComentárioA redação deste artigo foi dada pela Lei nº 13.662,

de 20/7/2000.Os servidores do Ministério Público são regidos pela

Lei Complementar nº 25, de 6/7/1998. Entretanto, por or-dem do art. 260 desta Lei, aplica-se subsidia riamente a Lei nº 10.460/1988 aos servidores do Ministério Público.

A Resolução nº 1.073, de 10/10/2001 rege os servido-res da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás.

Art. 3º Funcionário Público, para os fins deste Estatuto, é a pessoa legalmente investida em cargo, de provimento efetivo ou em comissão, com denominação, função e vencimento próprios, número certo e remunerado pelos cofres públicos.

ComentárioO termo “funcionário público”, como já delineado

em linhas volvidas, deve ser entendido como sinônimo de servidor público (em sentido estrito). E, para situar o leitor, servidor público é espécie do gênero agente público. Servidor público, conforme Hely Lopes Meirel-les (2001:383) são os titulares de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar e integrantes da Administração direta, das autarquias e das fundações públicas com personalidade de direito público.

Classifi cação de Agentes Públicos

Agente público, na lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2002:431) “é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da Administração indireta”.

Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello (2000:221), os agentes públicos classifi cam-se em: “a) agentes políticos; b) servidores estatais, abrangendo servidores públicos e servidores das pessoas governa-

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVOElione Cipriano / Marcos Barbosa

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6mentais de Direito Privado; e c) particulares em atuação colaboradora com o Poder Público”.

Agentes políticos “são os titulares dos cargos estru-turais à organização política do País, ou seja, ocupan tes dos que integram o arcabouço constitucional do Estado, o esquema fundamental do Poder” (Mello, 2000:221). São agentes políticos: a) no Poder Executivo: o Presidente da República, seu vice, os Ministros de Estado, os Governa-dores, seus vices e Secretários, os Prefeitos, seus vices e Secretários; b) no Poder Legislativo: os Senadores, os Deputados Federais, os Deputados Estaduais e os Vereadores; c) no Poder Judiciário: todos os magistra-dos (juízes); d) todos os membros do Ministério Público (Promotores de Justiça, Procuradores; e) Membros dos Tribunais de Contas.

Servidores estatais são “todos aqueles que entretêm com o Estado e suas entidades da Administração indireta, independentemente de sua natureza pública ou privada (...), relação de trabalho de natureza profi ssional e ca-ráter não eventual sob vínculo de dependência” (Mello, 2000:222). Estão englobados entre os servidores estatais, os servidores públicos e os servidores das pessoas gover-namentais de Direito Privado.

Servidores das pessoas governamentais de Direito Privado “são os empregados de empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações de direito privado instituídas pelo Poder Público, os quais estarão todos, obrigatoriamente, sob regime trabalhista” (Mello, 2000:223-224).

Por outro lado, Hely Lopes Meirelles (2001:384), traz-nos os seguintes esclarecimentos:

Os agentes políticos constituem, na realidade, ca-tegoria própria de agente público. Porém, sem dú-vida, no título e seções referidas, a Carta Magna, para fi ns de tratamento jurídico, coloca-os como se fossem servidores públicos, [...]. Todos os car-gos vitalícios são ocupados por agentes políticos, porém estes também ocupam cargos em comissão, como os Ministros de Estado. Normalmente, deve-rão ser regidos pelo regime estatutário, contudo, alguns estão obrigatoriamente submetidos a um regime estatutário de natureza peculiar, a exemplo da Magistratura e do Ministério Público. [...] Os servidores públicos em sentido estrito, ou estatutá-rios, são os titulares de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar e integrantes da Administração dire-ta, das autarquias e das fundações públicas com personalidade de Direito Público. [...] Os empre-gados públicos são todos os titulares de emprego público (não de cargo público) da Administração direta e indireta, sujeitos ao regime jurídico da CLT; daí serem chamados também de celetistas. [...] Os contratados por tempo determinado são os servidores públicos submetidos ao regime jurídico administrativo especial da lei prevista no art. 37, IX, da Carta Magna, bem como ao regime geral de previdência social. (os negritos não constam no original).

§ 1º Os cargos de provimento efetivo serão agrupados em quadros e sua criação obedecerá a Planos de Classifi ca-

ção, estabelecidos em leis especiais, de modo a assegurar a plena mobilidade e progresso funcionais na carreira de funcionário público.

ComentárioQuanto às espécies de provimento, remetemos o

leitor para os comentários ao art. 13 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988.

Necessário se faz defi nir, para o melhor entendimento do presente dispositivo, o que seja: classe, carreira e quadro.

Classe – é o agrupamento de cargos da mesma pro-fi ssão, e com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos. As classes constituem os degraus de acesso na carreira. Carreira – é o agrupamento de classes da mesma profi ssão ou atividade, escalonadas segundo a hie-rarquia do serviço, para acesso privativo dos titulares dos cargos que a integram, mediante provimento originário. [...] Quadro – é o conjunto de carreiras, cargos isolados e funções gratifi cadas de um mesmo serviço, órgão ou Poder (Meirelles, 2001:388).

§ 2º A análise e a descrição de cada cargo serão espe-cifi cadas na respectiva lei de criação ou transformação.

ComentárioPara a criação, transformação e extinção (a extinção

pode ocorrer por ato próprio do chefe do Executivo – CF, art. 84, XXV) de cargos, funções ou empregos no Poder Executivo é indispensável lei de iniciativa privativa do chefe deste Poder, incluindo-se as Administrações direta e indireta (CF, art. 61, § 1º, II, a; Constituição Estadual, art. 37, XII).

A criação, transformação ou extinção de cargos, empregos ou funções, no Poder Legislativo, será por meio de resolução da respectiva casa (CF, arts. 51, IV, e 52, XIII; Constituição Estadual, art. 10, IX e X).

Havendo necessidade de criação, transformação e extinção de cargos e funções no Poder Judiciário, tal se dará somente por meio de lei de iniciativa privativa do respectivo tribunal, (CF, art. 96, II, b). De igual forma ocorre com os Tribunais de Contas e Ministério Público (CF, art. 127, § 2º, e Constituição Estadual, art. 115, I).

§ 3º Da análise e descrição de cargos de que trata o parágrafo anterior constarão, dentre outros, os seguintes elementos: denominação, atribuições, responsabilidades, condições para provimento, habilitação e requisitos qua-lifi cativos.

ComentárioTrataremos dos institutos constantes nesse parágrafo,

em comentários aos artigos seguintes.

Art. 4º Para os efeitos desta lei serão observadas as seguintes defi nições:

I – cargo é o posto de trabalho, instituído na orga-nização do funcionalismo, caracterizado por deveres e responsabilidades, com criação e jornada de trabalho estabelecidas em lei, denominação própria, número certo e remuneração pelos cofres públicos;

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7ComentárioPara Hely Lopes Meirelles (2001:387), cargo público:

é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades específi cas e estipêndio cor-respondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei.

Eis a classifi cação de cargos públicos:

Cargo de carreira é o que se escalona em classes, para acesso privativo de seus titulares, até o da mais alta hierarquia profi ssional. Cargo isolado é o que não se escalona em classes, por ser o único na sua categoria (...). Cargo técnico é o que exige conhecimentos profi ssionais especializados para o seu desempenho, dada a natureza cien-tífi ca ou artística das funções que encerra (...). Cargo em comissão é o que só admite provimento em caráter provisório, (...) e destinam-se apenas às atribuições de direção, chefi a e assessoramen-to (CF, art. 37, V) (Meirelles, 2001:389).

II – função é a atribuição ou o conjunto de atribuições específi cas que devem ser executadas por um funcio nário na estrutura organizacional, fornecendo elementos para a carac-terização, descrição, classifi cação e avaliação do cargo;

III – classe é o agrupamento de cargos de mesmos vencimentos e responsabilidades, para os quais sejam exigidos os mesmos requisitos gerais de instrução e ex-periência para o provimento;

ComentárioJá comentado, quando em análise ao § 1º do art. 3º

da lei em estudo.

IV – série de classes é o conjunto de classes do mesmo grau profi ssional, dispostas hierarquicamente, de acordo com a complexidade ou difi culdade das atribuições e o nível de responsabilidade, constituindo a linha natural de promoção do funcionário;

ComentárioJá comentado, quando em análise ao § 1º do art. 3º

da lei em estudo.

V – categoria funcional é o conjunto de cargos não hierarquizados segundo a estrutura organizacional, inte-grantes dos campos de atuação operacional, administrativo e manutenção do serviço público estadual.

Art. 5º Os cargos públicos são acessíveis aos brasilei-ros que preencham os requisitos estabelecidos em lei.

Comentário

Da acessibilidade aos cargos e funções públicas.

Aqui, temos a acessibilidade, que na lição de Odete Medauar (2002:325) são “as condições e modos pelos quais são propiciadas, aos cidadãos, oportunidades de exercer cargos, funções e empregos públicos.”

É nesse diapasão a norma que está inserta no art. 37, I, da Constituição Federal:

Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi ciência e, também, ao seguinte:I – os cargos, empregos e funções públicas são aces-síveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

Dispositivo similar está inserido na Constituição Estadual, em seu art. 92, I:

Art. 92. A Administração Pública direta, autárqui-ca e fundacional e a indireta do Estado e dos Mu-nicípios obedecerão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e:I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei”.

Ora, conforme podemos extrair dos dispositivos constitucionais, o direito de acesso a cargos públicos é tanto de brasileiros (natos e naturalizados), como aos estrangeiros, na forma da lei.

O art. 12 e seus §§ 1º e 2º, da Carta Política de 1988, assim dispõe:

Art. 12. São brasileiros:I – natos:a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; (Redação conferida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 7/6/1994)II – naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacio-nalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininter rupto e idoneidade moral;b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condena-ção penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação conferida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 7/6/1994)§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos ineren-tes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação conferida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 7/6/1994)§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

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8Contudo, existem cargos que são acessíveis somente a

brasileiros natos, conforme o art. 12, § 3º, da Magna Carta:

Art. 12. (...)§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:I – de Presidente e Vice-Presidente da República;II – de Presidente da Câmara dos Deputados;III – de Presidente do Senado Federal;IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;V – da carreira diplomática;VI – de ofi cial das Forças Armadas.VII – de Ministro de Estado da Defesa.(Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 23, de 2/9/1999)

Ressalvados esses cargos, os demais são acessíveis, tanto por brasileiros natos como naturalizados.

Prescreve o art. 207, § 1º, CF, que “é facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei”.

Art. 6º É vedado cometer ao funcionário atribuições diferentes das de seu cargo, bem como é proibida a pres-tação de serviços gratuitos.

Parágrafo único. Não se incluem nas proibições a que se refere este artigo o desempenho de função transitória de natureza especial e a participação em comissões ou grupos de trabalho, para elaboração de estudos ou projetos de interesse público.

ComentárioNo ato da posse no cargo, o servidor toma ciência das

suas atribuições, que devem ser exercidas sem desvios. Entrementes, o servidor poderá desempenhar função transitória de natureza especial, bem como participar de comissões ou grupos de trabalho, para elaboração de estudos ou projetos de interesse pú blico.

TÍTULO IIDO CONCURSO, DO PROVIMENTO E

DA VACÂNCIA

CAPÍTULO IDo Concurso

Art. 7º O concurso público será de provas ou de provas e títulos e, em casos especiais, poderá exigir aprovação em curso específi co de formação profi ssional mantido por instituição ofi cial do Estado, sem prejuízo de outros requisitos.

ComentárioConcurso Público, consoante Hely Lopes Meirelles

(2001:404), é o meio técnico posto à disposição da Admi-nistração Pública para obter-se moralidade, efi ciência e aperfeiçoamento do serviço público e, ao mesmo tempo, propiciar igual oportunidade a todos os interessados que atendam aos requisitos da lei, fi xados de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego [...].

Eis o texto da Lei Maior:

Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi ciên cia e, também, ao seguinte: (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)(...)II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea-ções para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

§ 1º À pessoa defi ciente é assegurado o direito de candidatar-se ao ingresso no serviço público para o exer-cício de cargos cujas atribuições não sejam incompatíveis com a defi ciência de que é portadora.

ComentárioEm atendimento ao princípio da isonomia (igualda-

de), previsto no art. 5º, caput, da Constituição Fe deral, os portadores de defi ciência física (necessidades espe-ciais – termo substitutivo de defi cientes físicos) poderão candidatar-se a cargos cujas atribuições lhes sejam condizentes.

A Lei Maior exige que um percentual dos cargos seja reservado aos portadores de necessidades espe ciais, nos termos do seu art. 37, VIII:

Art. 37. ...............................................................(...)VIII – a lei reservará percentual dos cargos e em-pregos públicos para as pessoas portadoras de de-fi ciência e defi nirá os critérios de sua admissão.

Ao contrário do que se possa pensar, a reserva de vagas não é inconstitucional, por assegurar a igualdade entre todos. Prova da necessidade de reserva de vagas aos defi cientes físicos, são os inúmeros cargos, empregos e funções públicas, que essas pessoas não têm possibilidade de preencher, em decorrência da incompatibilidade de suas defi ciências com as atribuições daqueles.

A norma constitucional estipula a reserva de vagas, sem estabelecer o percentual, deixando-o para a norma legal. A Lei nº 10.460, de 22/2/1988, omitiu-se sobre o vertente assunto.

Em decorrência dessa omissão, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás vem decidindo ser razoável a fi xação do percentual de reserva de vagas a defi cientes físicos em até 20% (vinte por cento), por interpretação analógica com o disposto na Lei nº 8.112, de 11/12/1990, art. 5º, § 2º, aplicável somente aos servidores federais, conforme segue:

Art. 5º(...)§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em con-curso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a defi ciência

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9de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 2º No caso de empate na classifi cação, para efeito de matrícula no curso de formação profi ssional ou nomeação, terá prioridade, sem prejuízo de outros critérios a serem estabelecidos nas instruções do concurso, o candidato que já for funcionário do Estado.

ComentárioNo edital (instrução do concurso) devem ser esta-

belecidos os critérios de desempate. Caso o candidato já seja servidor do Estado, terá prioridade, uma vez que sua experiência na prestação de serviços públicos será vantajosamente aproveitada.

Art. 8º Os concursos para provimento de cargos nas administrações direta e autárquica do Poder Executivo serão realizados diretamente pela Secretaria da Adminis-tração ou sob a sua supervisão e controle, a cujo titular compete a decisão sobre a respectiva homologação, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da realização do concurso.

ComentárioAdministração direta é aquela onde o serviço público

é prestado diretamente pelo Estado, por meio de seus órgãos. Já a Administração indireta “é aquela que o Po-der Público transfere sua titularidade ou, simplesmente, sua execução, por outorga ou delegação, a autarquias, fundações, (...)” (Meirelles, 2001:322).

A Secretaria da Administração foi extinta, e em seu lugar foi criada, com idênticas atribuições, a Aganp (Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999.

A Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008 estabele-ceu nova organização estrutural para a administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo do Estado de Goiás, ensejando a extinção da AGANP (Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos). As atribuições que antes eram da AGANP, foram transfe-ridas para a Secretaria da Fazenda (SEFAZ), conforme estatuído em seus arts 2º, II e 6º, VII, in verbis:

Art. 2º Os órgãos da administração direta do Poder Executivo são os seguintes: (...)II – Secretaria da Fazenda;Art. 6º As competências básicas dos órgãos e enti-dades da administração direta, autárquica e fun-dacional do Poder Executivo são as seguintes:(...) VII – à Secretaria da Fazenda competem a for-mulação e execução da política fi scal do Estado, a administração tributária, fi nanceira, orçamen-tária, previdenciária e patrimonial, bem como o controle interno, a administração de liquidações de empresas estatais, a organização administra-tiva e a gestão de pessoal, de serviços públicos, de tecnologia da informação e comunicação e de compras, do Poder Executivo Estadual;

É importante ressaltar que a extinção da AGANP foi regulada pelo Decreto nº 6.711, de 14 de janeiro de 2008.

§ 1º Para os efeitos do disposto neste artigo, incumbirá à Secretaria da Administração:

ComentárioA Secretaria da Administração foi extinta, e em seu

lugar foi criada, com idênticas atribuições, a Aganp (Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A Aganp teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002. Porém, as atribuições que antes eram da AGANP foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (SEFAZ). Para maiores esclarecimentos sobre a extinção da AGANP, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

I – publicar a relação das vagas;

ComentárioO princípio da publicidade deve ser obedecido na

prática de todos os atos pela Administração Pública, e está inserido no art. 37, caput, da Constituição Fe-deral.

Mesmo após a publicação da relação do número de vagas e realizado o concurso, a Administração não fi ca obrigada a nomear os aprovados. A aprovação gera mera expectativa de direito à nomeação. O direito que o aprovado no concurso tem é de não ser preterido, ou seja, não poder ser nomeado candidato de classifi cação inferior à sua. O Supremo Tribunal Federal, na Súmula nº 15, assim expressa:

Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classifi cação.

II – elaborar os editais que deverão conter os critérios, os programas e demais elementos indispensáveis;

ComentárioO edital é a lei do concurso público, e por isso deve

ser minucioso para resguardar os direitos dos partici-pantes.

III – publicar a relação dos candidatos concorrentes, cujas inscrições foram deferidas ou indeferidas;

IV – decidir, em primeira instância, questões relativas às inscrições;

V – publicar a relação dos candidatos aprovados, obedecida a ordem de classifi cação.

§ 2º Em casos especiais, o titular da Pasta da Admi-nistração, sem prejuízo de sua supervisão e homologação, poderá delegar competência para a realização de concursos públicos.

ComentárioA delegação é proveitosa, pois assegura maior impar-

cialidade na realização do concurso, sem falar no profi s-sionalismo característico das instituições delegadas.

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10§ 3º Os concursos para provimento de cargos que,

pela especifi cidade de suas atribuições, sejam privativos de determinado órgão, serão realizados sob a direção do respectivo titular, com a supervisão e homologação do Secretário da Administração.

ComentárioDeve ser fi xado no edital o prazo de validade do

concurso, que não poderá ser superior a 4 (quatro) anos, incluída a prorrogação. É nesse diapasão o disposto no art. 19 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, que assim ordena:

Art. 19. O regulamento ou edital do concurso indicará o respectivo prazo de validade, que não poderá ser superior a 4 (quatro) anos, incluídas as prorrogações.

A Lei Maior estabelece que o prazo de validade do concurso será de até dois anos, prorrogável por igual período, com o seguinte texto:

Art. 37. .............................................................(...)III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.

Dessume-se do dispositivo constitucional que o prazo mínimo de validade de um concurso não é estabelecido, e por isso deve ser fi xado em observância ao princípio da razoabilidade. Por outro lado, o prazo máximo é esti-pulado, e não deve ser superior a 2 (dois) anos, podendo chegar a 4 (quatro) anos com a prorrogação.

Durante o prazo de validade de um concurso, pode ser realizado outro. Tal afi rmativa tem assento na Lei Maior, em seu art. 37, IV, in verbis:

Art. 37. .............................................................(...)IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títu-los será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

A CF/1988 somente não admite que o aprovado em concurso anterior seja preterido, na convocação, por aquele que foi aprovado em concurso posterior.

Art. 9º São requisitos para inscrição em concurso, além de outros que as respectivas instruções exigirem:

I – ser brasileiro;

ComentárioRemetemos o leitor às anotações ao art. 5º da lei

em estudo.

II – estar em gozo dos direitos políticos;

ComentárioTer gozo dos direitos políticos signifi ca estar em

condições de votar e ser votado. A atual Carta Maior

traça as regras sobre os direitos políticos, nos arts. 14 e 15, que ora transcrevemos:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:I – plebiscito;II – referendo;III – iniciativa popular.§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;II – facultativos para:a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os es-trangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:I – a nacionalidade brasileira;II – o pleno exercício dos direitos políticos;III – o alistamento eleitoral;IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;V – a fi liação partidária;VI – a idade mínima de:a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Governa-dor de Estado e do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;d) dezoito anos para Vereador.§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfa-betos.§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um úni-co período subseqüente. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 16, de 4/6/1997)§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presi-dente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem re-nunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afi ns, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Esta-do ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,

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11passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fi m de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legiti-midade das eleições contra a infl uência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação conferida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 7/6/1994)§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;II – incapacidade civil absoluta;III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;IV – recusa de cumprir obrigação a todos im-posta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

III – estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;

ComentárioA Constituição Federal, no art. 143, assim estipula:

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção fi losófi ca ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.§ 2º As mulheres e os eclesiásticos fi cam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

IV – idade mínima de 18 (dezoito) anos;

ComentárioA redação deste inciso foi dada pela Lei nº 12.301,

de 28/3/1994, art. 7º.O critério para fixação da idade mínima em 18

(dezoito) anos para ingressar no serviço público é mera-mente político. Com essa idade, presume-se maturidade sufi ciente para o desempenho satisfatório das atribuições correspondentes ao cargo.

V – ter nível de escolaridade ou habilitação legal para o exercício do cargo.

Parágrafo único. As atribuições do cargo podem justifi -car a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.

ComentárioEste parágrafo único teve a sua redação dada pela

Lei nº 12.301, de 28/3/1994, art. 7º.Outros requisitos podem ser acrescidos em decorrên-

cia das atribuições do cargo (altura, sexo etc.), desde que seja respeitado o princípio da razoabilidade.

Art. 10. Não cumpridas as exigências de que trata o artigo anterior, a inscrição será indeferida, cabendo dessa decisão recurso à autoridade competente.

ComentárioNa hipótese de indeferimento da inscrição, o prejudica-

do tem a seu dispor não somente o recurso administrativo, mas também o mandado de segurança, em caso de contra-riedade a direito líquido e certo. A Constituição Federal, no seu art. 5º, incisos XXXV e LXIX, assim determina:

Art. 5º ...............................................................(...) XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;(...)LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o res-ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.

Art. 11. A matrícula nos cursos de formação pro-fi ssional será disciplinada nas instruções do concurso, atribuindo-se ao candidato matriculado uma bolsa de estu-dos mensal em valor correspondente a 60% (sessenta por cento) do vencimento básico do cargo a que concorrer.

ComentárioA Lei nº 14.275, de 25/9/2002, que disciplina sobre a

investidura nos cargos do quadro de pessoal da Polícia Civil, no seu art. 5º, assim preceitua:

Art. 5º Durante a freqüência ao curso de forma-ção, o aluno fará jus à percepção de uma bolsa de estudo mensal, em valor correspondente ao menor vencimento pago pelo Poder Executivo.

§ 1º Sendo funcionário público, civil ou militar, o can-didato será colocado à disposição da entidade incumbida de ministrar o curso, por simples ato do titular do órgão em que estiver lotado, facultando-se-lhe optar pela bolsa a que alude este artigo.

ComentárioA Lei nº 14.275, de 25/9/2002, que disciplina sobre a

investidura nos cargos do quadro de pessoal da Polícia Civil, no parágrafo único do seu art. 5º, determina:

Parágrafo único. No caso de servidor público estadual passará à disposição da Academia de Polícia, sem prejuízos de seus vencimentos.

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12§ 2º Será desligado do curso o aluno que:I – faltar mais de 25% (vinte e cinco por cento) das

aulas dadas ou deixar de freqüentá-las, sem motivo justi-fi cado, por 8 (oito) dias consecutivos;

II – tiver má conduta;III – praticar, nas provas ou exames, fraude de qual-

quer natureza;IV – obtiver média ponderada inferior a 5 (cinco)

pontos por disciplina, adotada a escala de zero a dez, nos resultados fi nais dos diversos períodos em que se dividam os cursos.

ComentárioA Lei nº 14.275, de 25/9/2002, que disciplina sobre a

investidura nos cargos do quadro de pessoal da Polícia Civil, em seu art. 6º, expressa:

Art. 6º Será desligado do curso em que for ma-triculado o aluno que:I – faltar mais de 25% (vinte e cinco por cento) das aulas ministradas;II – deixar de comparecer às aulas, sem motivo justifi cado por oito (8) dias consecutivos;III – tiver má conduta dentro ou fora da Acade-mia de Polícia;IV – praticar fraudes, de qualquer natureza, na realização das provas ou exames;V – obtiver média ponderada inferior a cinco (5) pontos por disciplina, adotada a escala de zero (0) a dez (10), nos resultados fi nais dos diversos períodos em que se dividirem os cursos.§ 3º Não haverá segunda chamada e revisão de exames ou provas, nem abono de faltas.

Art. 12. Na hipótese do art. 11, se aprovado e nomea-do, o candidato prestará, obrigatoriamente, ressalvado o interesse público em contrário, pelo menos o tempo de serviço igual ao da duração do curso, sob pena de restituir a importância percebida dos cofres públicos a título de bolsa.

CAPÍTULO IIDo Provimento

Seção IDisposições Gerais

Art. 13. Os cargos públicos serão providos por:

ComentárioProvimento, conforme Hely Lopes Meirelles

(2001:392), “é o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular”.

O provimento poderá ser originário e derivado. Pro-vimento originário é o realizado por meio da nomeação, que independe da existência de vinculação anterior do servidor com a Administração. Provimento derivado é aquele que pressupõe um vínculo entre a situação do serviço anterior do servidor com a Administração e o preenchimento do cargo.

Em decorrência do disposto no art. 37, II, da CF/1988 (exigência de concurso público para provimento de cargos

e empregos públicos), não mais vigoram os seguintes institutos: readmissão, transposição, reversão (exceto ex offi cio) e o acesso. Dessa forma, atualmente, o provi-mento derivado se dará com a transferência, promoção, remoção, reintegração e reversão (ex offi cio).

I – nomeação;

Comentário“Nomeação é a forma originária de provimento de

cargo público” (art. 15 da Lei nº 10.460/1988).

II – recondução;

Comentário“Recondução é o retorno ao cargo anteriormente

ocupado, a pedido, de funcionário estável inabilitado em estágio probatório relativo a outro cargo, depen-dendo, sempre, da existência de vaga” (art. 67 da Lei nº 10.460/1988).

III – promoção;

Comentário“Promoção é o provimento na referência inicial de

cargo vago de classe imediatamente superior àquela que ocupa, dentro da mesma série de classes e da mesma cate-goria funcional a que pertença, de funcionário efetivo ou estável, que esteja ocupando a última referência horizon-tal de sua classe” (art. 68 da Lei nº 10.460/1988).

IV – acesso;

Comentário“Acesso é a passagem do funcionário, pelo critério

de merecimento, de classe integrante de uma série de classes, ou de uma classe única, para classe inicial de outra série de classes, ou outra classe única de nível hierárquico superior, da mesma ou de outra categoria funcional” (art. 93 da Lei nº 10.460/1988).

Este instituto não foi recepcionado pela Constituição Federal, art. 37, II.

V – readmissão;

Comentário“Readmissão é o reingresso, no serviço público,

sem ressarcimento de vencimento e vantagens, atendido o interesse da Administração, do ex-ocupante de cargo de provimento efetivo – VETADO” (art. 113 da Lei nº 10.460/1988).

Este instituto não foi recepcionado pela Constituição Federal, art. 37, II.

VI – reintegração;

Comentário“Reintegração é o reingresso, no serviço público,

do funcionário demitido, com ressarcimento de ven-cimento e vantagens inerentes ao cargo, por força de decisão administrativa ou judiciária” (art. 117 da Lei nº 10.460/1988).

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13A Carta Política, em seu art. 41, § 2º, dispõe que:

Art. 41. São estáveis, após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação conferida pela Emenda Cons-titucional nº 19, de 4/6/1998)(...)§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, recondu-zido ao cargo de origem, sem direito a indeni-zação, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

VII – aproveitamento;

Comentário“Aproveitamento é o retorno ao serviço ativo

do funcionário em disponibilidade”(art. 120 da Lei nº 10.460/1988).

VIII – reversão;

Comentário“Reversão é o retorno à atividade do funcionário apo-

sentado por invalidez, quando insubsistentes os motivos deter minantes da aposentadoria, dependendo sempre da existência de vaga” (art. 124 da Lei nº 10.460/1988).

Somente é admitida a reversão de ofício pela Admi-nistração, nos casos legais.

IX – readaptação.

Comentário“Readaptação é a investidura do funcionário em

outro cargo mais compatível com a sua capacidade física, intelectual ou, quando, comprovadamente, revelar-se inapto para o exercício das atribuições, deveres e res-ponsabilidades inerentes ao cargo que venha ocupando, sem causa que justifi que a sua demissão ou exoneração, podendo efetivar-se de ofício ou a pedido” (art. 129 da Lei nº 10.460/1988).

Art. 14. Compete ao Chefe do Poder Executivo pro-ver, mediante decreto, os cargos públicos.

ComentárioA investidura de cargos no Executivo é de compe-

tência do Chefe desse Poder, por ser ato administrativo típico. A Lei Maior, em seu art. 84, XXV, ratifi ca o que dissemos:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:(...)XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.

Dispositivo semelhante está inserto no art. 37, XII, da Constituição Estadual:

Art. 37. Compete privativamente ao Governador do Estado:(..)XII – prover, exonerar e extinguir os cargos e as funções da Administração direta, das autarquias e fundações, na forma da lei.

Para Hely Lopes Meirelles (2001:394),

no âmbito do Legislativo, do Judiciário, do Tribunal de Contas e do Ministério Público o provimento e demais atos atinentes aos cargos e seus servidores devem ser da competência do respectivo Presidente ou Procurador-Geral, con-forme o caso.

Seção IIDa Nomeação

Art. 15. Nomeação é a forma originária de provimen-to de cargo público.

Art. 16. A nomeação será feita:I – em caráter efetivo, para os cargos que assegurem

estabilidade;

ComentárioOs cargos que asseguram estabilidade são de provi-

mento efetivo (não-temporário), que podem ser isolados (único na sua classe) ou de carreira (se escalona em classes).

II – em comissão, para os cargos que, em virtude de lei, sejam de livre nomeação e exoneração;

ComentárioAqui nós temos abarcado os cargos em comissão e as

funções de confi ança. Estão disciplinados na Constituição Federal, no art. 37, V, conforme segue:

Art. 37. ...............................................................(...)V – as funções de confi ança, exercidas exclusiva-mente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefi a e as-sessoramento. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

III – em substituição, nos casos do art. 21.

ComentárioA Lei nº 10.460/1988, em seu art. 21, assim preceitua:

Art. 21. Só haverá substituição no impedimento legal e temporário de ocupante de cargo em comissão de direção e de função por encargos de Chefi a. (Artigo com a redação dada pela Lei nº 10.872, de 7/7/1989, art. 33)

Art. 17. A primeira investidura em cargo de provi-mento efetivo dependerá de prévia habilitação em con-

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14curso público, nos termos do capítulo anterior, obedecida a ordem de classifi cação.

ComentárioEsta também é a determinação contida na Constitui-

ção Federal, art. 37, II:

Art. 37. .............................................................(...)II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea-ções para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

A ordem de classifi cação deve ser obedecida, no mo-mento da nomeação, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, em sua Súmula nº 15.

O art. 37, IV, da CF, assim dispõe:

Art. 37. .............................................................(...)IV – durante o prazo improrrogável previsto no edi-tal de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será con-vocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

Art. 18. Dentre os candidatos aprovados os classifi -cados até o limite das vagas, existentes à época do edital, têm assegurado o direito à nomeação, no prazo de validade do concurso.

ComentárioEsse dispositivo não se harmoniza com o ordena-

mento jurídico pátrio.A aprovação em concurso público não gera direito à

nomeação, mas mera expectativa desse. É nesse sentido o entendimento dos tribunais superiores, e do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

Realizado o concurso, aquele que foi aprovado tem direito de preferência sobre aqueles que obtiveram classi-fi cação inferior à sua, mas o momento do provimento dos cargos está inserido no mérito administrativo. Caso a Admi-nistração entenda ser conveniente e oportuno não preencher nenhum cargo, o pode, uma vez que o interesse coletivo deve predominar, em detrimento do interesse particular.

§ 1º Os demais candidatos aprovados serão nomea-dos à medida que ocorrerem vagas, dentro do prazo de validade do concurso.

ComentárioNão somente os candidatos classifi cados além do

número de vagas previsto no edital, mas todos, serão nomeados no momento em que o Poder Público entender conveniente e oportuno.

§ 2º A convocação será por edital em jornal de grande circulação no Estado, sendo mantida a convocação por AR, e fi xará prazo improrrogável.

ComentárioOs correios têm, entre os seus serviços, a corres-

pondência com AR, ou seja, com aviso de recebimento. A confi rmação de cumprimento do referido aviso é aferida pela assinatura, pelo destinatário, em campo próprio do cartão que retorna para a Administração.

Art. 19. O regulamento ou edital do concurso indicará o respectivo prazo de validade, que não poderá ser superior a 4 (quatro) anos, incluídas as prorrogações.

ComentárioO edital é a lei do concurso, e por isso deve harmoni-

zar-se com a Constituição Federal, Constituição Estadual e legislação complementar.

O prazo de validade do concurso deve ser fi xado no edital, bem como a possibilidade ou não de sua prorro-gação.

A Magna Carta estabelece, em seu art. 37, III, que o prazo de validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável uma vez por igual período. Dessa forma, não foi recepcionada pela Constituição Federal a parte fi nal do art. 19 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, por ser admitida apenas uma prorrogação.

Art. 20. A nomeação para os cargos de que trata o item II do art. 16 deste Estatuto recairá, preferencialmente, em funcionário público.

Parágrafo único. A nomeação a que se refere este artigo dependerá sempre de habilitação compatível com a neces-sária ao desempenho das atribuições inerentes ao cargo.

ComentárioEis o que diz o art. 16, II, da presente lei:

Art. 16. A nomeação será feita:I –........................................................................II – em comissão, para os cargos que, em virtude de lei, sejam de livre nomeação e exoneração.

Já o art. 37, V, da CF/1988, determina:

Art. 37. .............................................................(...)V – as funções de confi ança, exercidas exclu-sivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem pre-enchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefi a e assessoramento. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

Como visto, a Constituição Federal preceitua que os cargos em comissão deverão ser preenchidos, num percentual, por servidores efetivos. Já as funções de confi ança somente poderão ser providas por esses.

Art. 21. Só haverá substituição no impedimento legal e temporário de ocupante de cargo em comissão de direção e de função por encargos de Chefi a.

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15ComentárioEsse artigo teve sua redação dada pela Lei nº 10.872,

de 7/7/1989, art. 33.

Art. 22. A substituição será:I – gratuita, desde que automática e não excedente a

15 (quinze) dias;II – remunerada, nas demais hipóteses.Art. 23. O substituto perceberá, durante o tempo da

substituição, além do vencimento ou remuneração do cargo de que for titular efetivo, a diferença necessária para completar o vencimento do substituído mais a gratifi cação de representação ou por encargo de chefi a respectiva.

Seção IIIDa Posse

Art. 24. Posse é a aceitação formal das atribuições, deveres e responsabi lidades inerentes ao cargo público, com o compromisso de bem servir.

ComentárioA posse torna-se efetiva com a assinatura do termo

de posse. Constam nesse termo as atribuições, deveres e responsabilidades do servidor.

Com a posse, o servidor preenche o cargo, que so-mente pode ser ocupado por um agente.

Parágrafo único. Independem de posse os casos de promoção, acesso, reintegração e readaptação.

ComentárioNão depende de posse os casos de promoção (art. 68

da Lei nº 10.460/1988), de acesso (não recepcio nado pela CF/88, art. 37, II), reintegração (CF, art. 41, § 2º; Lei nº 10.460/1988, art. 117) e readaptação (Lei nº 10.460/1988, art. 129).

Art. 25. São competentes para dar posse:I – o Governador do Estado, às autoridades que lhe

sejam diretamente subordinadas;

ComentárioEssa norma tem respaldo na Constituição Estadual:

Art. 37. Compete privativamente ao Governador do Estado:I – ......................................................................II – nomear e exonerar os Secretários de Es-tado, o Comandante-Geral da Polícia Militar, o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, o Procurador-Geral do Estado e o titular da Defensoria Pública.

II – os Secretários de Estado, aos dirigentes das enti-dades jurisdicionadas às respectivas Pastas;

ComentárioInciso revogado pelo art. 9º, § 1º, da Lei nº 13.456, de

16/4/1999, ao determinar que os Presidentes, Diretores-Presidentes e Diretores-Gerais da Administração indireta tomarão posse perante o Governador do Estado.

III – o Secretário da Administração, aos demais funcionários do Poder Executivo e das autarquias esta-duais.

Art. 26. Além dos requisitos exigidos nos incisos I a III e V do art. 9º, o nomeado deverá apresentar, no ato da posse, prova de quitação com a Fazenda Pública, de sanidade física e mental mediante inspeção da Junta Médica Ofi cial do Estado e declaração sobre acumulação de cargos.

ComentárioA Junta Médica Ofi cial do Estado integrava a estru-

tura da Secretaria da Administração, que foi extinta, e em seu lugar foi criada, com idênticas atribuições, a Aganp (Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A Aganp teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

§ 1º É obrigatória, também, a apresentação de decla-ração de bens e valores, no caso de investidura em cargo de direção, de provimento em comissão.

§ 2º A defi ciência física, comprovadamente esta-cionária, não impedirá a posse desde que não obste o desempenho normal das atribuições do cargo.

§ 3º Ao funcionário admitido nos termos do parágrafo anterior não se concederão quaisquer vantagens, direitos ou benefícios em razão da defi ciência existente à época da admissão.

Art. 27. Em casos de doença devidamente compro-vada, admitir-se-á a posse por procuração.

ComentárioA procuração deverá conferir poderes especiais ao

mandatário.

Art. 28. A posse deverá ser tomada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da publicação do ato no órgão ofi cial, prorrogável por mais 30 (trinta), a requerimento do interessado.

ComentárioTemos a seguinte assertiva: o aprovado em concurso

não tem direito à nomeação; o nomeado tem direito à posse; e o empossado tem direito ao exercício. Dessa forma, caso o nomeado não tome posse, será invalidada a sua nomeação. Por outro lado, o empossado que não entrar em exercício no prazo legal será exonerado, por já ser servidor público (Lei nº 10.460/1988, art. 136, § 1º, II, b).

Seção IVDo Exercício

Art. 29. Exercício, como ato personalíssimo, é a efetiva entrada do funcionário em serviço público, ca-

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16racterizada pela freqüência e execução das atividades atribuídas ao cargo ou à função.

ComentárioEnsina Hely Lopes Meirelles (2001:406) que “é o

exercício que marca o momento em que o funcionário passa a desempenhar legalmente suas funções e adqui-re direito às vantagens do cargo e à contraprestação pecuniá ria devida pelo Poder Público”.

Art. 30. O funcionário nomeado terá exercício na repartição em que houver claro de lotação.

§ 1º Lotação é o número de funcionários de cada clas-se que deve ter exercício em cada repartição ou serviço.

§ 2º O funcionário elevado por acesso poderá conti nuar em exercício na repartição em que estiver servindo.

ComentárioO acesso não foi recepcionado pela Constituição

Federal, art. 37, II.

Art. 31. O chefe da repartição ou do serviço em que for lotado o funcionário é autoridade competente para dar-lhe exercício.

Art. 32. O exercício do cargo terá início dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da:

I – data da posse;II – publicação ofi cial do ato, nos demais casos;III – da cessação do impedimento, na hipótese do

art. 27.

ComentárioO impedimento a que se refere o art. 27 da Lei

nº 10.460/1988, é doença devidamente comprovada.

§ 1º A promoção e o acesso não interrompem o exercício, que é contado na nova classe a partir da data da publicação dos respectivos atos.

ComentárioO acesso não foi recepcionado pela Constituição

Federal, art. 37, II.

§ 2º O funcionário que não entrar em exercício no prazo legal será exonerado do cargo.

ComentárioO prazo para o servidor entrar em exercício é de 30

(trinta) dias, nos termos do caput desse artigo.

Art. 33. Ao entrar em exercício o funcionário apre-sentará à unidade competente do órgão de sua lotação os elementos necessários à abertura do assentamento individual.

ComentárioO dossiê é de suma importância, pois se destina ao

arquivamento de documentos e informações do servidor. Esses assentos são fi scalizados pelo Tribunal de Contas.

Art. 34. Somente em casos especiais e mediante pré-via e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo, o funcionário poderá:

I – ter exercício fora do órgão de sua lotação e desde que exclusivamente com ônus para o órgão requisitante, (Vetado);

II – ausentar-se do Estado para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus para os cofres públicos.

§ 1º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo:I – o ônus poderá ser suportado pelo órgão de lotação

ou exercício, a juízo do Governador do Estado, se resultar comprovada a impossibilidade legal de sua assunção pelo requisitante;

II – o ônus será suportado pelo órgão de lotação ou exercício para atendimento de solicitação da Assembléia Legislativa do Estado, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, casos em que o número de servidores cedidos não poderá exceder:

a) o dobro da soma dos parlamentares goianos com-ponentes das duas Casas do Congresso Nacional;

b) o triplo do número de Deputados Estaduais inte-grantes da Assembléia Legislativa, podendo este quantita-tivo, excepcio nalmente, se demonstrada a sua necessidade, ser aumentado de 1/3 (um terço), a critério exclusivo do Governador do Estado;

c) a mesma quantidade prevista na alínea b, por parla-mentar, acrescida de outro tanto e meio, quando se tratar de disposição para atender ao Gabinete do Presidente da Assembléia Legislativa.

ComentárioEste parágrafo teve sua redação dada pela Lei

nº 15.246, de 15/7/2005.

§ 2º No caso do item II a ausência, em hipótese alguma, excederá a 4 (quatro) anos e, fi nda a missão ou estudo, somente decorrido igual período poderá ser per-mitida nova ausência.

Art. 35. Considera-se como de efetivo exercício, além dos dias feriados ou em que o ponto for considerado facultativo, o afastamento motivado por:

I – férias;

ComentárioO disciplinamento das férias é realizado pelos

arts. 211 a 214 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988.

II – casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;III – luto, pelo falecimento do cônjuge, fi lho, pais e

irmão, até 8 (oito) dias consecutivos;IV – convocação para o serviço militar;V – júri e outros serviços obrigatórios;

Eis o que expressa o Código de Processo Penal:

Art. 430. Nenhum desconto será feito nos venci-mentos do jurado sorteado que comparecer às sessões do júri.(...)Art. 434. O serviço do juri será obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maio-res de 21 (vinte e um) anos, isentos os maiores de 60 (sessenta).Art. 435. A recusa ao serviço do júri, motivada por convicção religiosa, fi losófi ca ou política,

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17importará a perda dos direitos políticos (Cons-tituição, art. 119, b).

É obrigatória, também, a prestação de serviços elei-torais, consoante o Código Eleitoral:

Art. 120. Constituem a mesa receptora um pre-sidente, um primeiro e um segundo mesários, dois secretários e um suplente, nomeados pelo juiz eleitoral sessenta dias antes da eleição, em audiência pública, anunciado pelo menos com cinco dias de antecedência. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4/5/1966)§ 1º ....................................................................§ 2º Os mesários serão nomeados, de preferência entre os eleitores da própria seção, e, dentre estes, os diplomados em escola superior, os pro-fessores e os serventuários da Justiça.§ 3º O juiz eleitoral mandará publicar no jornal ofi cial, onde houver, e, não havendo, em cartório, as nomeações que tiver feito, e intimará os mesários através dessa publicação, para constituírem as mesas no dia e lugares designados, às 7 horas.§ 4º Os motivos justos que tiverem os nomeados para recusar a nomeação, e que fi carão a livre apreciação do juiz eleitoral, somente poderão ser alegados até 5 (cinco) dias a contar da nomea-ção, salvo se sobrevindos depois desse prazo.§ 5º Os nomeados que não declararem a existência de qualquer dos impedimentos referidos no § 1º incorrem na pena estabelecida pelo art. 310.

VI – exercício de cargo de provimento em comissão na administração direta ou autárquica ou em fundações instituídas pelo Estado de Goiás;

ComentárioExemplo de fundação pública instituída pelo Estado

de Goiás é a Fueg (Fundação Universidade Estadual de Goiás).

VII – exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Governador do Estado ou do Presidente da República;

VIII – exercício do cargo de Secretário de Muni-cípio ou de Estado em outras Unidades da Federação, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo.

IX – desempenho de mandato diretivo em empresa pública e sociedade de economia mista sob o controle acionário do Estado de Goiás;

ComentárioO regime jurídico nas empresas públicas e sociedades

de economia mista é o celetista (são regidos pela Conso-lidação das Leis do Trabalho).

X – licença-prêmio;

ComentárioA licença-prêmio está disciplinada pela Lei

nº 10.460/1988, nos arts. 243 a 248.

XI – licença à funcionária gestante até 120 (cento e vinte) dias;

ComentárioA licença à gestante está disciplinada pela Lei

nº 10.460/1988, nos arts. 228 a 231.

XII – licença para tratamento de saúde até o limite máximo de 24 (vinte e quatro) meses;

ComentárioA licença para tratamento de saúde está disciplinada

pela Lei nº 10.460/1988, nos arts. 224 a 226.

XIII – licença por motivo de doença em pessoa da família, enquanto remunerada;

ComentárioA licença por motivo de doença em pessoa na família

está disciplinada pela Lei nº 10.460/1988, no art. 227.

XIV – licença ao funcionário acidentado em serviço ou acometido de doença profi ssional;

XV – missão ou estudo no País ou no exterior, quando o afastamento for remunerado;

XVI – doença de notifi cação compulsória;XVII – participação em programa de treinamento

regularmente instituído;XVIII – trânsito do funcionário que passar a ter exercí-

cio em nova sede, defi nido como o período de tempo nunca superior a 15 (quinze) dias, contados do seu desligamento, necessário à viagem para o novo local de trabalho;

XIX – de exercício de mandato eletivo federal, esta-dual ou municipal.

ComentárioO presente inciso teve sua redação dada pela Lei

nº 10.515, de 11/5/1988, em seu art. 10.Eis o que diz a Constituição Federal, no seu art. 38:

Art. 38. Ao servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)I – tratando-se de mandato eletivo federal, esta-dual ou distrital, fi cará afastado de seu cargo, emprego ou função;II – investido no mandato de Prefeito, será afas-tado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;III – investido no mandato de Vereador, haven-do compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determi-nados como se no exercício estivesse.

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18Veja o disposto no art. 144 da Lei nº 10.460, de

22/2/1988:

Art. 144. O funcionário investido em mandato eletivo federal, estadual ou municipal será afas-tado do exercício de seu cargo de acordo com as normas constitucionais e legais aplicáveis.Parágrafo único. Considera-se ainda, como de efetivo exercício o período em que o funcionário estiver em disponibilidade.

ComentárioSobre a disponibilidade, veja os arts. 255 a 258 da

lei em estudo.

Art. 36. Preso preventivamente, pronunciado por crime comum ou condenado por crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia, o funcionário será afastado do exercício até decisão fi nal passada em julgado.

ComentárioOs casos de prisão preventiva estão elencados nos

arts. 311 a 316 do Código de Processo Penal, que pas-samos a transcrever:

Art. 311. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preven-tiva decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou do querelante, ou mediante representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3/11/1967)Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decre-tada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução crimi-nal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício sufi ciente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11/6/1994)Art. 313. Em qualquer das circunstâncias, previs-tas no artigo anterior, será admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos: (Reda-ção dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)I – punidos com reclusão; (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)II – punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la; (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)III – se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julga-do, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verifi car pelas provas cons-tantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições do art. 19, I, II ou III, do Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3/11/1967)Art. 315. O despacho que decretar ou denegar a prisão preventiva será sempre fundamentado. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3/11/1967)

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verifi car a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi quem. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3/11/1967)Parágrafo único. No caso de condenação, se esta não for de natureza que determine a demissão do funcionário, continuará o mesmo afastado do exercício, na conformidade do disposto no art. 148 desta lei.

ComentárioDispõe a Lei nº 10.460, de 22/2/1988, no seu

art. 148:

Art. 148. O funcionário perderá:I – .....................................................................II – 1/3 (um terço) do vencimento ou da remu-neração:a) ......................................................................b) enquanto durar o afastamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia por crime comum ou condenação por crime inafi ançável em pro-cesso no qual não haja pronúncia, com direito a receber a diferença, se absolvido;III – 2/3 (dois terços) do vencimento ou da re-muneração:a) ......................................................................b) durante o período de afastamento em virtude de condenação, por sentença defi nitiva, a pena que não determine a demissão.

Art. 37. Salvo os casos expressamente previstos neste Estatuto, o funcionário que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou 45 (quarenta e cinco) intercalados, sem justa causa, dentro do mesmo ano civil, será demitido por abandono de cargo.

ComentárioAs hipóteses permitidas de afastamento na Lei

nº 10.460, de 22/2/1988, são férias (arts. 211 a 214) e licenças (arts. 215 a 249).

É indispensável para a caracterização do abandono do cargo a inexistência de justa causa na interrupção do exercício pelo servidor.

Pelo abandono do cargo o servidor será demitido, e não exonerado. Demissão é o desligamento do servidor, de ofício por parte do Poder Público, como punição por falta cometida. Já a exoneração é o desligamento, do servidor, a pedido ou de ofício, por motivos não disci-plinares.

Para melhor elucidação sobre exoneração e demissão remetemos o leitor aos comentários aos arts. 135 e 136 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988.

Parágrafo único. Verifi cada a hipótese prevista neste artigo, incumbe ao superior imediato do funcionário fal-toso, sob pena de sua responsabilidade civil e funcional, comunicar o fato à autoridade competente para a imposi-ção da penalidade ali preconizada.

ComentárioNão somente no caso de abandono do cargo, mas

de todas as demais, se o superior hierárquico deixar de

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19punir subordinado, incorre na penalidade por condes-cendência criminosa, prevista no art. 320 do Código Penal, verbis:

Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu in-fração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

O servidor que abandona o cargo será responsabi-lizado criminalmente, nos termos do art. 323 do Código Penal, conforme a seguir:

Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 38. A autoridade que irregularmente der exercício a funcionário estadual, responderá civil e criminalmente por tal ato e fi cará pessoalmente responsável por quais-quer pagamentos que se fi zerem em decorrência dessa situação.

ComentárioO administrador público deve submeter-se ao prin-

cípio da legalidade, e por isso não pode dar exercício de forma irregular a servidor. Por tal ato, o administrador responderá também administrativamente, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal, uma vez que as responsabilidades podem ser cumuladas. É nessa dire-ção o disposto nos arts. 305 e 309 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, que passamos a transcrever:

Art. 305. Pelo exercício irregular de suas atri-buições, o funcionário responde civil, penal e administrativamente.(...)Art. 309. As sanções civis, penais e disciplina-res poderão acumu lar-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa.

Seção VDo Estágio Probatório

Art. 39. O funcionário nomeado para cargo de provimento efetivo fi ca sujeito a um período de estágio probatório de 2 (dois) anos, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à sua confi rmação no cargo para o qual foi nomeado.

ComentárioA Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998, alterou

o art. 41 da Constituição Federal de 1988, fi xando em 3 (três) anos o período para se adquirir a estabilidade no serviço público.

Atualmente, o prazo do estágio probatório é de 3 (três) anos, pela supremacia da norma constitucional em relação à norma legal, em comento.

Na defi nição de Hely Lopes Meirelles (2001:413), estágio probatório

é o período de exercício do servidor durante o qual é observado e apurado pela Administração a con-veniência ou não de sua permanência no serviço público, mediante a verifi cação dos requisitos es-tabelecidos em lei para aquisição da estabilidade (idoneidade moral, aptidão, disciplina, assiduida-de, dedicação ao serviço, efi ciência etc.)

Àqueles servidores que já estavam em estágio proba-tório ao tempo da promulgação da EC nº 19/1998, fi cou assegurado, por norma transitória, em seu art. 28, que o prazo do estágio seria de 2 (dois) anos, em respeito ao direito adquirido, tão-somente.

§ 1º São requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório:

I – idoneidade moral;

ComentárioA análise do comportamento do servidor, no seu

convívio social e com seus colegas de trabalho é ponto primordial para apreciação da sua idoneidade.

II – assiduidade e pontualidade;

ComentárioAssiduidade é a freqüência do servidor no trabalho.

Pontualidade, por outro lado, é o respeito, pelo servidor, do horário de entrada e saída do trabalho.

III – disciplina;

ComentárioO servidor tem o dever de obediência aos seus superio-

res, mas desde que suas ordens sejam legais. As ordens ile-gais não deverão ser cumpridas pelo servidor, além de estar obrigado a representar contra aquele que as transmitiu.

IV – efi ciência;

ComentárioA efi ciência é um dos princípios norteadores da pró-

pria Administração Pública, e foi inserido na Constituição Federal, em seu art. 37, caput, pela Emenda Constitucio-nal nº 19, de 4/6/1998.

O princípio da efi ciência, conforme Alexandre de Moraes (2002:317),

é aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a preocupação do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, trans-

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20parente, participativa, efi caz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social.

Servidor efi ciente é aquele que cumpre com os seus deveres, produzindo o máximo, com o mínimo de dis-pêndio; além de ser cortês com os administrados e seus colegas de trabalho.

V – aptidão.

ComentárioO servidor deve exercer suas funções com segurança,

procurando estar sempre atualizado. É dever do servidor diligenciar para o seu constante aperfeiçoamento profi s-sional e cultural. Nesse diapasão é o disposto no art. 295 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, conforme a seguir:

Art. 295. É dever do funcionário diligenciar para o seu constante aperfeiçoamento profi ssional e cultural.

§ 2º A verifi cação dos requisitos mencionados neste artigo será efetuada por comissão permanente, onde houver, ou por uma comissão composta de 3 (três) mem-bros, designada pelo titular do órgão onde o funcionário nomeado vier a ter exercício, e far-se-á mediante apura-ção mensal em Ficha Individual de Acompanhamento de Desempenho, que será encaminhada, reservadamente, ao dirigente do órgão.

ComentárioÉ condição indispensável para aquisição da estabili-

dade a avaliação especial de desempenho, por comissão instituída para essa fi nalidade, consoante dispõe o art. 41, § 4º, da Constituição Federal de 1988.

Art. 40. O não-atendimento de quaisquer das condi-ções estabelecidas para o estágio probatório implicará na instauração, pela comissão de que trata o § 2º do artigo precedente, do processo de exoneração do funcionário nomeado, que somente será concluído após a defesa deste, no prazo de 30 (trinta) dias.

ComentárioSendo inconveniente a permanência do servidor

no cargo público de provimento efetivo, para o qual foi nomeado, deverá ser exonerado antes de fi ndar o estágio probatório. Caso ele tenha sido estável em cargo ocupado anteriormente, será reconduzido para o mesmo, nos temos do art. 67 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, in verbis:

Art. 67. Recondução é o retorno ao cargo an-teriormente ocupado, a pedido, de funcionário estável inabilitado em estágio probatório relativo a outro cargo, dependendo, sempre, da existência de vaga.

§ 1º A apuração dos requisitos de que trata o artigo anterior dever á processar-se de modo que a exoneração do funcionário possa ser feita antes de fi ndo o período de estágio, sob pena de responsabilidade.

§ 2º A prática de atos que infrinjam os itens I e III do § 1º do art. 39 importará na suspensão automática do período ali estabelecido e, uma vez concluído pela sua improcedência, o prazo da suspensão será considerado de nenhum efeito.

ComentárioA Lei nº 10.460, de 22/2/1988, em seu art. 39, incisos

I e III, dispõe:

Art. 39. ..............................................................§ 1º São requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório:I – idoneidade moral;II – ....................................................................III – disciplina.

§ 3º Uma vez encerrado o processo da exoneração, será ele encaminhado, com a manifestação conclusiva do titular do órgão de exercício do funcionário e/ou do Conselho de Classe ou órgão de deliberação coletiva, se existentes, ao Secretário da Administração, que o subme-terá, com seu pronunciamento, à decisão fi nal do Chefe do Poder Executivo.

ComentárioA Secretaria da Administração foi extinta, e em seu

lugar foi criada, com idênticas atribuições, a Aganp (Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A Aganp teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Art. 41. O funcionário não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, excetuando-se, neste caso, a falta do cumprimento do requisito de que trata o item I do § 1º do art. 39 deste Estatuto.

ComentárioSendo reprovado no estágio probatório, o servidor

será exonerado. Se já era estável no cargo que ocupava anteriormente, será reconduzido para este, conforme o art. 67 da presente lei.

No caso de reprovação no estágio probatório, como decorrência de não-atendimento do requisito de idonei-dade moral (art. 39, § 1º, I), o servidor será exonerado, sem possibilidade de recondução ao cargo anteriormente ocupado, mesmo que tenha sido estável no mesmo.

Seção VIDa Estabilidade

Art. 42. Cumprido satisfatoriamente o estágio pro-batório, o funcionário adquirirá estabilidade no serviço público.

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21ComentárioO servidor somente adquire estabilidade após o trans-

curso do prazo do estágio probatório, de 3 (três) anos. Vejamos o que diz a Lei Maior, art. 41 e § 4º:

Art. 41. São estáveis, após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação conferida pela Emenda Cons-titucional nº 19, de 4/6/1998) (...)§ 4º Como condição para a aquisição da esta-bilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa fi nalidade. (Acrescentado pela Emenda Consti-tucional nº 19, de 4/6/1998)

São condições para aquisição da estabilidade: a) nomeação para cargo de provimento efetivo; b) nomeação decorrente de concurso público; c) transposição do prazo de 3 (três) anos, do estágio probatório; d) avaliação espe-cial de desempenho por comissão instituída especialmente para essa fi nalidade.

É assaz importante observar que o servidor adquire estabilidade no serviço público, e não no cargo, e por isto poderá ser removido do mesmo.

Art. 43. O funcionário estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial ou mediante processo admi-nistrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

ComentárioNo que se refere à perda do cargo pelo estável,

é aplicável o § 1º do art. 41 da Constituição Federal, conforme segue:

Art. 41. .............................................................§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei com-plementar, assegurada ampla defesa. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

O servidor estável poderá perder o cargo, também, quando a despesa com pessoal, por parte do Poder Públi-co, exceder os limites legais, conforme o art. 169, e seus parágrafos da CF:

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabe-lecidos em lei complementar. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 1º ...................................................................§ 2º ...................................................................§ 3º Para o cumprimento dos limites estabeleci-dos com base neste artigo, durante o prazo fi xado na lei complementar referida no caput, a União,

os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confi ança;II – exoneração dos servidores não estáveis. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 4º Se as medidas adotadas com base no pa-rágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifi que a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Acrescentado pela Emenda Constitu-cional nº 19, de 4/6/1998)§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Acrescentado pela Emen-da Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 7º Lei Federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

A Lei Complementar nº 101, de 4/5/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), traça os limites de despesas que cada ente estatal poderá ter com pessoal, e em seu art. 19, caput, e incisos I e II, assim estipula:

Art. 19. Para os fi ns do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Fede-ração, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:I – União: 50% (cinqüenta por cento);II – Estados: 60% (sessenta por cento);III – Municípios: 60% (sessenta por cento).

Parágrafo único. Extinto o cargo ou declarada a sua des-necessidade, o funcionário estável fi cará em disponibilidade remunerada, com vencimento proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

ComentárioA disponibilidade está disciplinada nos arts. 255 e

258 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988.A Constituição Federal tem norma idêntica ao pará-

grafo em análise, em seu art. 41, § 3º, conforme podemos conferir:

Art. 41. .............................................................(...)§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desneces-sidade, o servidor estável fi cará em disponibili-

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22dade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

O aproveitamento é o retorno ao serviço ativo do servidor (funcionário) em disponibilidade (Lei nº 10.460, de 22/2/1988, art. 120).

Seção VIIDa Remoção

Art. 44. Remoção é a movimentação do funcionário, a pedido ou de ofício, no quadro a que pertence, com ou sem mudança de sede, mediante preenchimento de claro de lota-ção, sem se modifi car, entretanto, a sua situação funcional.

ComentárioNa lição de Hely Lopes Meirelles (2001:388), quadro

“é o conjunto de carreiras, cargos isolados e funções gratifi cadas de um mesmo serviço, órgão ou Poder”.

Art. 45. A remoção dar-se-á a pedido escrito do funcionário ou de ofício no interesse da Administração, devidamente comprovado:

ComentárioO servidor, preenchidos os requisitos constitucionais

e legais, adquire estabilidade. A estabilidade, no entanto, não é no cargo, mas no serviço público. Dessa forma o servidor estável poderá ser removido pela Administração, observada a conveniência do serviço, sem qualquer ofensa à sua estabilidade.

I – de um para outro órgão da administração direta ou autárquica, inclusive entre si;

ComentárioA Administração direta é aquela onde os serviços

públicos são prestados diretamente pelo Poder Público, pelos seus órgãos (os órgãos são criados por uma entida-de, para desempenhar atividades em nome dessa).

As autarquias fazem parte da Administração indireta. Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2002:368), declara que autarquia é

a pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de auto-administração, para o desempenho de serviço público descentraliza-do, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei.

II – de uma para outra unidade integrante do mesmo órgão.

Parágrafo único. Em qualquer caso, porém, a remo-ção somente poderá ser feita respeitada a lotação de cada órgão ou unidade.

ComentárioEntende-se por lotação o número de servidores de

cada classe que deve ter exercício em cada repartição ou serviço (Lei nº 10.460, de 22/2/1988, art. 30).

Art. 46. Somente se dará a remoção, a pedido, para outra localidade, por motivo de doença do próprio fun-

cionário, do cônjuge ou dependente, desde que fi quem comprovadas, por laudo da Junta Médica Oficial do Estado, as razões apresentadas.

ComentárioA Junta Médica Ofi cial do Estado integrava a estru-

tura da Secretaria da Administração, que foi extinta, e em seu lugar foi criada, com idênticas atribuições, a Aganp (Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A Aganp teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram trans-feridas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Parágrafo único. À remoção de que trata este artigo não se aplica o requisito da existência de claro de lotação.

Art. 47. Sendo ambos funcionários, a remoção de ofício de um dos cônjuges assegurará a do outro para serviço estadual na mesma localidade.

ComentárioA hipótese em cotejo ocorre quando ambos os cônju-

ges são servidores públicos, e um é removido ex offi cio. Nesse caso, ao outro é assegurado o direito de acompa-nhá-lo, em proteção à família, nos termos do art. 226 da Constituição Federal.

Art. 48. A remoção de que trata o item I do art. 45 competirá ao Secretário da Administração e a de que trata o item II do mesmo dispositivo, ao titular do órgão em que for lotado o funcionário.

ComentárioA Secretaria da Administração foi extinta, e em seu

lugar foi criada, com idênticas atribuições, a Aganp (Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A Aganp teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002.

Transcrevemos esses dispositivos, quanto em comen-tário ao art. 8º, caput, da lei em estudo, para os quais remetemos o leitor.

Atualmente, a remoção de um para outro órgão da Administração direta ou autárquica, inclusive entre si, é de competência do Presidente da Aganp, por força do Decreto nº 5.639, de 19/8/2002.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Art. 49. É vedada a remoção de ofício de funcionário que esteja regularmente matriculado em curso de treina-

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23mento, aprimoramento ou aperfeiçoamento profi ssional, mantido por instituição ofi cial do Estado, ou em curso de especialização que guarde correspondência com as atribuições do cargo ocupado, mesmo que ministrado por entidades de ensino superior.

ComentárioO disposto neste artigo guarda harmonia com o

princípio da efi ciência, uma vez que a qualifi cação é instrumento primordial para a boa prestação do serviço público.

Art. 50. A remoção do pessoal do Fisco Estadual, na hipótese do item II do art. 45 deste Estatuto, será ob-jeto de regulamento a ser baixado pelo Chefe do Poder Executivo.

ComentárioA hipótese do art. 45, II, da Lei nº 10.460, de

22/2/1988, é a remoção de uma para outra unidade inte-grante do mesmo órgão.

Seção VIIIDo Regime de Trabalho

Art. 51. Salvo disposição legal em contrário, o perío-do de trabalho do funcionário é de 8 (oito) horas diárias, a serem prestadas em (dois) turnos de preferência das 8 (oito) às 12 (doze) e das 14 (quatorze) às 18 (dezoito) horas.

ComentárioEsse artigo teve sua redação dada pela Lei nº 12.716,

de 2/10/1995, art. 1º, inciso I.O servidor público tem direito de proteção à jornada

de trabalho, uma vez que o art. 39, § 3º, da Constituição Federal, com a redação que lhe foi dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998, determina que aos servidores aplica-se o art. 7º, inciso XIII, da CF, que assim expressa:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:(...)XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redu-ção da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

§ 1º Os chefes das repartições ou serviços, mediante aprovação do Secretário de Estado ou autoridade equiva-lente, poderão alterar o horário de que trata este artigo, observado o limite ali estabelecido, sempre que as neces-sidades do serviço assim o exigirem.

ComentárioO § 1º teve sua redação dada pela Lei nº 12.716, de

2/10/1995, art. 1º, inciso I.A fl exibilização de horário de trabalho foi admitida,

nos termos do Decreto nº 5.502, de 26/10/2001, que pas-samos a transcrever:

Art. 1º Fica instituída a fl exibilização de horá-rios para o pessoal sujeito ao regime jurídico do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado e de suas Autarquias.§ 1º O horário de entrada ou saída do servidor poderá variar em até uma hora e meia, com re-lação aos horários de expedientes estabelecidos ofi cialmente, mediante aprovação do chefe ime-diato, respeitado o limite máximo das dezoito ho-ras e trinta minutos, previsto no § 4º, devendo ser compensados até o fi nal de cada mês, totalizando a carga horária, segundo o regime de trabalho.§ 2º A critério do titular de cada órgão ou entida-de, a fl exibilização prevista no caput deste artigo poderá ser suspensa, tendo em vista o interesse do serviço e a conveniência da administração.§ 3º Mediante aprovação do titular do órgão ou seu substituto legal, o servidor poderá optar pelo ho-rário corrido com um intervalo de uma hora, para aqueles sujeitos à jornada de trabalho de oito horas.Art. 2º Salvo disposição legal em contrário, o período de trabalho nas repartições públicas poderá ser cumprido das oito e trinta às dezoito e trinta horas.Art. 3º As prescrições dos arts. 1º e 2º não se aplicam ao servidor no exercício de atividades essenciais que, por sua natureza ou em razão do interesse público, tornem indispensável a sua con-tinuidade dentro do período normal de trabalho, a exemplo das unidades de saúde, de policiamento civil e militar, de bombeiro militar, arrecadação, fi scalização e Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão “Vapt Vupt”, sem prejuízo de outras, a juízo dos respectivos dirigentes.

§ 2º Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado a reduzir para seis horas diárias a jornada de trabalho dos servidores que percebam remuneração inferior a dois salários mínimos, a ser prestada, preferencialmente, das 12 (doze) às 18 (dezoito) horas.

ComentárioO § 2º teve sua redação dada pela Lei nº 12.716, de

2/10/1995, art. 1º, inciso I.O Decreto nº 4.563, de 5/10/1995, em seu art. 1º,

com redação dada pelo Decreto nº 4.960, de 2/10/1998, assim estabelece:

Art. 1º Fica reduzida para 6 (seis) horas a dura-ção normal do trabalho dos funcionários efetivos e comissio nados da administração direta, autár-quica e fundacional do Poder Executivo, sujeito ao regime jurídico da Lei nº 10.460, de 22 de fevereiro de 1988, e que percebam remuneração inferior a 2 (dois) salários mínimos, enquanto perdurar essa situação.

§ 3º As servidoras que têm, em sua companhia, fi lhos portadores de defi ciência, necessitados de cuidados espe-ciais, devidamente comprovados, estão sujeitas à jornada de trabalho de 6 (seis) horas.

ComentárioO § 3º foi acrescido pela Lei nº 12.716/1995, de

2/10/1995, art. 1º, inciso I.

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24Art. 52. Os órgãos cujos serviços se fi zerem necessá-

rios diuturnamente e/ou aos sábados, domingos e feriados civis ou religiosos funcionarão nesses dias em regime de plantão, fi xado pelos respectivos dirigentes.

Art. 53. Os ocupantes de cargos em comissão ou de função gratifi cada por encargo de chefi a, assessoramento, secretariado ou inspeção estão sujeitos, qualquer que seja seu cargo ou emprego de origem, à jornada de 8 (oito) horas diárias de trabalho.

Parágrafo único. Estarão também sujeitos à carga horária de 8 (oito) horas diárias os ocupantes dos cargos de Fiscal de Vigilância Sanitária e Sanitarista.

ComentárioVer comentários no § 2º do art. 51.

Art. 54. A jornada de trabalho dos médicos, cirurgiões dentistas é fi xada em 4 (quatro) horas diárias, reduzindo-se-lhes, de conseqüência, pela metade os seus vencimen-tos, quando fi xados para carga horária de 8 (oito) horas.

ComentárioEste artigo teve sua redação dada pela Lei nº 12.716,

de 2/10/1995, art. 1º, inciso I.A acumulação remunerada de cargos públicos é

vedada, nos termos do art. 37, inciso XVI, da CF:

Art. 37. .............................................................(...)XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compa-tibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científi co; (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)c) a de dois cargos ou empregos privativos de profi ssionais de saúde, com profi ssões regula-mentadas. (Redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 34, de 13/12/2001)

§ 1º O pessoal de que trata este artigo poderá, a cri-tério da administração e mediante autorização expressa do Chefe do Poder Executivo ou de quem este delegar tal competência, ter dobrada a sua carga horária, passando, nessa hipótese, a perceber, também duplicado, o respec-tivo vencimento, com a redução prevista no caput deste artigo.

ComentárioO § 1º teve sua redação conferida pela Lei nº 10.629,

13/9/1988, art. 3º.

§ 2º A dobra vencimental a que se refere o parágrafo anterior incorporar-se-á aos proventos de aposentadoria do funcionário que permanecer no regime de trabalho ali previsto por prazo igual ou superior a cinco anos conse-cutivos ou dez intercalados.

ComentárioO § 2º foi acrescido pela lei nº 10.629, de 13/9/1988,

art. 3º.

§ 3º O benefi ciário do disposto no § 1º que já contar com tempo de serviço necessário à implementação de sua aposentadoria voluntária ou vier a completá-la nos cinco anos subseqüentes à data da vigência desta lei, desde que, consecutivamente, nos últimos cinco anos ou por dez inter-calados tenha prestado serviço com carga de 40 (quarenta) horas semanais, poderá computar tais períodos para efeito do interstício a que se refere o parágrafo anterior”.

ComentárioEste parágrafo foi acrescido pela Lei nº 10.629, de

13/9/1988, art. 3º.Os requisitos para aposentadoria sofreram substan-

cial mudança com a Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998, que deu nova redação ao art. 40 da Consti-tuição Federal. Vejamos as regras constitucionais para aposentadoria voluntária:

Art. 40. .............................................................§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão apo-sentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fi xados na forma do § 3º:I – .....................................................................II – ...................................................................III – voluntariamente, desde que cumprido tem-po mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de con-tribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com pro-ventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998).

Art. 55. Freqüência é o comparecimento obrigatório do funcionário ao serviço dentro do horário fi xado em lei ou regulamento do órgão de sua lotação, para cabal desempenho dos deveres inerentes ao cargo ou à função, observadas a natureza e condições do trabalho.

Parágrafo único. Apura-se a freqüência:I – pelo ponto;II – pela forma determinada em regimentos, quanto

aos funcionários que, em virtude das atribuições que desempenham, não estão sujeitos a ponto.

ComentárioA folha de ponto é largamente utilizada na maioria

dos órgãos públicos. Entretanto, com o avanço tecnológi-co, nada impede a utilização dos meios eletrônicos para o fi m de apuração de freqüência.

Art. 56. Ponto é o registro pelo qual se verifi carão, dia-riamente, a entrada e a saída do funcionário em serviço.

§ 1º Nos registros de ponto deverão ser lançados todos os elementos necessários à apuração da freqüência.

§ 2º Para o registro do ponto serão usados, preferen-cialmente, meios mecânicos.

§ 3º Salvo nos casos expressamente previstos neste Estatuto, é vedado dispensar o funcionário do registro do ponto e abonar faltas ao serviço.

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25§ 4º As autoridades e os funcionários que, de qualquer

forma, contribuírem para o descumprimento do disposto no parágrafo anterior, serão obrigados a repor, aos cofres públicos, as importâncias indevidamente pagas aos servi-dores faltosos, sem prejuízo da ação disciplinar cabível.

§ 5º O funcionário poderá ter abonadas até o limite de 3 (três) faltas ao serviço em cada mês civil, desde que devidamente justifi cadas.

§ 6º A dispensa da marcação do ponto, quando as-sim o exigir o serviço, não desobriga o funcionário por ela atingido do comparecimento à repartição, durante os horários de expediente, para o cumprimento de suas obrigações funcionais.

§ 7º As fraudes praticadas no registro de freqüên-cia, ou a prática de quaisquer outros atos para justifi car ausências indevidas do local de trabalho, acarretarão ao seu autor, se por força das circunstâncias não houver cometimento de outra maior, a pena de:

I – repreensão, na primeira ocorrência;II – suspensão por 60 (sessenta) dias, na segunda

ocorrência;III – demissão, na terceira.§ 8º Recebendo o autor a conivência de terceiros,

a estes será aplicada a mesma pena. Se o conivente for encarregado do ponto, ser-lhe-á aplicada, na primeira ocorrência, suspensão por 60 (sessenta) dias e, na segunda, a pena de demissão.

ComentárioO servidor que faltar ao serviço por 30 (trinta) dias

consecutivos ou 45 (quarenta e cinco) intercalados, sem justa causa, dentro do mesmo ano civil (365 dias), será demitido por abandono de cargo (art. 37 da Lei nº 10.460).

Art. 57. Excetuados os ocupantes de cargos de direção superior, todos os funcionários estão sujeitos à prova de pontualidade e freqüência mediante o sistema de marcação de ponto.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica ao funcionário que, necessariamente, desempenhe suas atividades em serviços externos, bem assim, ao que, pela natureza de suas atribuições – quando comprovadamente no exercício delas – tenha de deslocar-se da repartição em que estiver lotado.

Art. 58. A falta de marcação do ponto importa na perda de vencimento ou da remuneração do dia; se pro-longada por 30 (trinta) dias consecutivos ou 45 (quarenta e cinco) intercalados, dentro do período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, na perda do cargo, por abandono, na forma preconizada no art. 37 deste Estatuto.

ComentárioSomente as faltas injustifi cadas acarretam demissão

por abandono de cargo. As férias e as licenças são casos de faltas justas, que não importam nenhum tipo de puni-ção disciplinar.

Art. 59. Os funcionários que estiverem cursando estabelecimentos de ensino, ofi ciais ou reconhecidos, poderão marcar o ponto até meia hora depois, na entra-da, ou até meia hora antes, na saída, dos horários a que estiverem sujeitos.

§ 1º Em casos especiais, atendida a conveniência do serviço, ao funcionário estudante poderá ser concedido horário especial, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, contudo, sem prejuízo de sua carga horária semanal.

§ 2º Para valer-se de qualquer das faculdades previstas neste artigo, o funcionário, semestralmente, no início das aulas, encaminhará requerimento à autoridade competente, instruindo-o com atestado do diretor do estabelecimento de ensino que estiver freqüentando, o qual deverá preen-cher os seguintes requisitos:

I – ser passado em papel marcado com o timbre do estabelecimento;

II – conter o nome e fi liação do funcionário, data e local em que nasceu, curso e classe em que estiver matri-culado, número da matrícula, horário completo de suas atividades escolares e declaração de freqüência.

Art. 59. A. O servidor que comprovar participação em programas de treinamento sistemático para atletas fará jus à redução de até 30% (trinta por cento) da carga horária de sua jornada de trabalho.

§ 1º Não será exigida compensação de horário do servidor benefi ciário do horário especial fi xado no caput deste artigo.

§ 2º A concessão de horário especial, nos termos deste artigo, não acarretará prejuízo fi nanceiro ao servidor atleta.

ComentárioArtigo acrescido pela Lei nº 15.662, de 23/5/2006.

Art. 59. B. Ao servidor inscrito em competição desportiva local, regional, nacional ou internacional será concedido afastamento remunerado do serviço durante o período de translado, preparação e competição devida-mente comprovada.

Parágrafo único. A não comprovação da efetiva parti-cipação na competição implicará falta ao serviço durante o período do afastamento.

ComentárioArtigo acrescido pela Lei nº 15.662, de 23/5/2006.

Art. 60. Nos dias úteis, só por determinação contida em decreto do Governador do Estado poderão deixar de funcionar as repartições integrantes do Poder Executivo ou ser suspensos seus trabalhos.

Seção IXDo Regime de Dedicação Exclusiva

Art. 61. Considera-se como dedicação exclusiva a obrigatoriedade de permanecer o funcionário, em regime de tempo integral, à disposição do órgão em que tiver exercício, fi cando, de conseqüência, proibido de exercer outro cargo, função ou atividade particular ou pública, res-salvada a pertinente a uma de magistério, desde que haja correlação de matérias e compatibilidade de horário.

ComentárioO presente dispositivo é um enrijecimento do disposto

no art. 37, XVI, da Constituição Federal, quando veda a

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26acumulação remunerada de cargos públicos, consoante expomos:

Art. 37. .............................................................(...)XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compa-tibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científi co;c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regu-lamentadas. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

Art. 62. A prestação de serviço em regime de dedica-ção exclusiva será permitida, mediante opção, às seguintes categorias funcionais:

I – professores universitários que se dedicarem à pesquisa;

II – sanitaristas;III – médicos, quando em exercício nos Serviços de

Atendimento de Urgência ou em Unidades Hospitalares do Estado;

IV – fi scais de vigilância sanitária;V – (Vetado);VI – (Vetado).§ 1º A prestação de serviço no regime de que trata

este artigo, quando se tratar das categorias mencionadas nos seus incisos I e II, dependerá de regulamento a ser baixado pelo Chefe do Poder Executivo.

§ 2º Com a manifestação do titular do órgão em que for lotado o funcionário, compete ao Chefe do Poder Exe-cutivo decidir sobre a opção de que trata este artigo.

Art. 63. O candidato ao regime de dedicação exclusi-va deverá apresentar, por ocasião de sua opção, declaração de não acumulação de cargos, funções ou empregos na administração estadual direta ou indireta, inclusive nas esferas municipal e federal, e de que não exerce atividade particular, observada a ressalva prevista no art. 61.

ComentárioO art. 61 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, estabelece

que poderá ser cumulado o cargo em regime de dedicação exclusiva com um de magistério, desde que haja correla-ção de matérias e compatibilidade de horário.

§ 1º Uma vez deferida a opção de que trata este artigo, a mesma somente poderá ser retratada:

I – por descumprimento das condições estabelecidas no artigo precedente, devidamente comprovado;

II – por conveniência de qualquer das partes.§ 2º Verifi cada a inveracidade da declaração a que se

refere este artigo ou descaracterizada a mesma, o funcio-nário faltoso fi cará obrigado a restituir, de uma só vez e no prazo de 30 (trinta) dias, toda e qualquer importância auferida em razão da prática da infração aqui prevista, sem prejuízo de outras sanções.

Art. 64. Ao funcionário, quando em regime de de-dicação exclusiva e na forma que dispuser o respectivo regulamento, será atribuída uma gratifi cação de até 100%

(cem por cento) do respectivo vencimento, que a ele não se incorporará para nenhum efeito.

Art. 65. Aos médicos, quando em exercício de dedi-cação exclusiva em unidades hospitalares no interior do Estado, ou em unidades destinadas a serviços hospitalares de urgência na Capital, além da gratifi cação de que trata o artigo precedente, será atribuída uma gratifi cação de 20% (vinte por cento) sobre a sua remuneração, a título de compensação por atividade penosa, insalubre ou perigosa, na forma prevista neste Estatuto.

ComentárioVejamos o disposto no art. 181 da Lei nº 10.460, de

22/2/1988:

Art. 181. A gratifi cação pelo exercício em de-terminadas zonas ou locais e pela execução de atividades penosas, insalubres ou perigosas, será fi xada por ato do Chefe do Poder Executivo ou autoridade equivalente. (Artigo com redação dada pela Lei nº 11.783, de 3/9/1992, art. 10.)Parágrafo único. A gratifi cação de que trata este artigo não poderá ser superior a 40% (quarenta por cento) do vencimento do cargo de provimento efetivo de que for o funcionário ocupante. (Pa-rágrafo com redação dada pela Lei nº 11.783, de 3/9/1992, art. 10).

Art. 66. O disposto nesta Seção não se aplica aos titu-lares de cargos que, por sua natureza, exijam a prestação de serviço em regime de tempo integral.

Seção XDa Recondução

Art. 67. Recondução é o retorno ao cargo anterior-mente ocupado, a pedido de funcionário estável inabilitado em estágio probatório relativo a outro cargo, dependendo, sempre, da existência de vaga.

ComentárioA recondução, no dizer de Diogo de Figueiredo Mo-

reira Neto (2002:303),

é forma de provimento derivado pela qual se dá o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava anteriormente, se tiver sido inabilitado em estágio probatório relativo a outro cargo ou se vier a perdê-lo no caso de reintegração do anterior ocupante.

Outra hipótese de recondução, na lição de J. Wilson Granjeiro (2001:27), em comentários à Lei nº 8.112, de 11/12/1990, ocorre quando o servidor federal, submetido a estágio probatório em novo cargo público, desiste de exercer a nova função, tem ele o direito a ser reconduzido ao cargo ocupado anteriormente no serviço público.

Seção XIDa Promoção

Art. 68. Promoção é o provimento na referência inicial de cargo vago de classe imediatamente superior àquela que ocupa, dentro da mesma série de classes e da

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27mesma categoria funcional a que pertença, de funcionário efetivo ou estável, que esteja ocupando a última referência horizontal de sua classe.

ComentárioCada um dos degraus de acesso numa carreira re-

cebe o nome de classe. E, carreira é o conjunto desses degraus.

“Promoção é a elevação para cargo de nível mais alto dentro da própria carreira” (Mello, 2000:275).

A promoção para os servidores da Polícia Civil é regulada pelos arts. 36 a 70 do Decreto-Lei nº 147, de 13 de março de 1970, revigorado pela Lei nº 10.872, de 7/7/1989, com as alterações que lhe foram dadas pelas Leis nos 11.181, de 19/4/1990, e 11.257, de 26/8/1990.

Art. 69. As promoções far-se-ão por merecimento e por antigüidade, alternadamente, exceto quanto à classe fi nal de série de classes, em que serão decretadas à razão de 2/3 (dois terços) por merecimento e 1/3 (um terço) por antigüidade.

§ 1º Em cada classe da mesma carreira profi ssional, a primeira promoção obedecerá ao princípio de mereci-mento e a segunda ao de antigüidade, repetindo-se esse critério em relação às promoções imediatas.

§ 2º Qualquer outra forma de provimento de vaga não interromperá a seqüência dos critérios de que trata este artigo.

§ 3º O critério a que obedecer a promoção deverá vir expresso no ato respectivo.

Art. 70. As promoções serão obrigatoriamente rea-lizadas em cada semestre do ano, nos meses de abril e outubro, salvo se inexistirem cargos vagos.

Parágrafo único. A Secretaria da Administração fará publicar, impreterivelmente, nos meses de dezembro e junho, a relação dos cargos vagos existentes e sujeitos ao provimento por promoção.

ComentárioA Secretaria da Administração foi extinta, e em seu

lugar foi criada, com idênticas atribuições, a Aganp (Agência Goiana de Administração e Negócios Públi-cos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A AGANP teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Art. 71. Merecimento é a demonstração positiva do desempenho do funcionário, durante a sua permanência na classe, tendo em vista a responsabilidade funcional, o esforço despendido na execução do trabalho, a natureza de suas atribuições, a capacidade e assiduidade, a pontua-lidade e a disciplina.

Art. 72. O merecimento do funcionário será apurado em pontos positivos e negativos, segundo o preenchimento das condições essenciais e complementares defi nidas nesta seção, necessárias ao desempenho de suas atribuições.

Art. 73. As condições essenciais a que se refere o artigo anterior dizem respeito à atuação do funcionário no exercício de suas funções ou a requisitos indispensáveis ao mesmo e são apuradas segundo:

I – a responsabilidade funcional, aferida através da maior ou menor contribuição do funcionário para com ocupantes do mesmo cargo, levando-se em conta a sua capacidade de discernimento e convencimento, bem assim pelas conseqüências advindas de suas falhas no desempe-nho de suas atribuições, as quais possam ocasionar, em maior ou menor escala, prejuízos para a administração pública ou terceiros;

II – o esforço despendido na execução do trabalho, seja através de sua agilidade mental memória, atenção, raciocínio, imaginação e capacidade de julgamento e planejamento e pela atenção visual exigida pelo trabalho em relação a detalhes;

III – a natureza de suas atribuições, tendo em vista a sua complexidade, tomando-se por base a maior ou menor diversidade das tarefas com variado grau de difi culdades técnicas, bem como a capacidade de pensar e agir com senso comum na falta de normas e procedimentos de trabalho previamente determinados, e, ainda de apresen-tar sugestões ou idéias tendentes ao aperfeiçoamento do serviço;

IV – a capacidade, aferida pelo conhecimento das técnicas aplicáveis a seu campo de trabalho, seja pela qualifi cação escolar, seja através de treinamento especí-fi co, bem como pelo tirocínio demonstrado na absorção, em maior ou menor tempo, das peculiaridades das tarefas que lhe são cometidas.

Art. 74. Para cada um dos fatores relacionados no ar-tigo precedente serão apurados, semestralmente, pelo pre-enchimento da Ficha Individual de Acompanhamento de Desempenho, 20 (vinte) pontos de avaliação positiva.

ComentárioÉ importante lembrar que o acompanhamento do

desempenho é critério para promoção por merecimento. Entretanto, havendo confi rmação de falta de desempenho, o servidor poderá ser demitido, por expressa determina-ção do art. 41, § 1º, inciso III, da CF.

Art. 75. As condições complementares de que trata o art. 72 referem-se aos aspectos negativos do desempenho funcional e decorrem da falta de assiduidade, da impon-tualidade horária e da indisciplina.

§ 1º Para efeito deste artigo:I – a falta de assiduidade será determinada pela au-

sência injustifi cada do funcionário ao serviço;II – a impontualidade horária será determinada pelo

número de entradas tardias e saídas antecipadas;III – a indisciplina será apurada tendo em vista as

penalidades de repreensão, suspensão e destituição de função impostas ao funcionário.

§ 2º Serão computados os seguintes pontos negativos:I – 1 (um) para cada falta injustifi cada ao serviço;II – 1 (um) para cada grupo de três entradas tardias

ou saídas antecipadas, desprezada, na apuração semestral, a fração;

III – 3 (três) para cada pena de repreensão;IV – 10 (dez) para cada pena de suspensão de até 30

(trinta) dias;

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28V – 15 (quinze) para cada pena de suspensão superior

a 30 (trinta) dias;VI – 50 (cinqüenta) para cada destituição de função ou

pena de suspensão preventiva ou prisão administrativa.

ComentárioA prisão administrativa não pode ser aplicada aos

servidores públicos civis, por não ter sido recepcionada pelo art. 5º, inciso LXI, da Magna Carta.

Art. 76. Os dados sobre o merecimento do funcioná-rio, na classe a que pertença, serão levantados, trimestral-mente, e apurados nos meses de dezembro e junho, pelo Departamento de Recursos Humanos do órgão de sua lotação, mediante o preenchimento de Ficha Individual de Acompanhamento de Desempenho, conforme modelo próprio.

Parágrafo único. Os dados sobre o merecimento do funcionário com exercício em órgão diverso do de sua lotação serão neste avaliados.

Art. 77. As condições essenciais e complementares do merecimento, constantes da Ficha Individual, serão aferi-das pela autoridade competente, defi nida no Regulamento de cada órgão, ouvidos, sempre, o chefe imediato atual e o anterior do funcionário, sem prejuízo de outros meios e fontes de indagação e formação do convencimento.

Art. 78. A aferição do merecimento, que se dará nos meses imediatamente posteriores ao da expedição da fi cha individual prevista no art. 76, será publicada no órgão ofi cial do Estado, através de “Boletim de Avaliação”, podendo o funcionário, a partir desta e no prazo de 10 (dez) dias, interpor recurso para a autoridade de que trata o artigo precedente que, em igual prazo, decidirá sobre o mesmo em caráter defi nitivo.

Art. 79. Para ter direito à promoção por merecimento o funcionário deverá, ainda, submeter-se a processo de seleção profi ssional, de provas e títulos, a realizar-se nos meses de fevereiro e agosto, através do qual comprove possuir experiência e capacidade funcionais e os conhe-cimentos requeridos pela especifi cação de classe a que concorra.

§ 1º Somente estará habilitado ao processo de seleção previsto neste artigo o funcionário que obtiver, no mínimo, 60 (sessenta) pontos positivos, já computados pontos nega-tivos defi nidos no § 2º do art. 75, devidamente publicados no Boletim de Avaliação de que trata o artigo anterior.

§ 2º A pontuação correspondente ao processo sele-tivo estabelecido neste artigo será fi xada à razão de, no mínimo, 50 (cinqüenta) pontos para as provas e 20 (vinte) para os títulos.

§ 3º Para os efeitos deste artigo, somente serão con-siderados como títulos os pertinentes à especialização e ao aperfeiçoamento dentro das especifi cações da classe a que estiver concorrendo o funcionário e correspondentes a cursos realizados em entidades de ensino superior ou instituições ofi ciais congêneres, nacionais ou estrangei-ras, bem como os ministrados pelos órgãos próprios da Superintendência de Recrutamento, Seleção e Desenvol-vimento de Pessoal da Secretaria da Administração, do Departamento de Recursos Humanos da Secretaria da Fazenda, pela Superintendência da Academia de Polícia e os cursos da própria Secretaria da Educação do Esta-do de Goiás, e, ainda, aqueles oferecidos por entidades

conveniadas com o Estado objetivando o aprimoramento de pessoal.

§ 4º Para o cumprimento das disposições deste ar-tigo, será publicado no órgão ofi cial ou em jornal diário de grande circulação no Estado o edital expedido pelo titular do órgão, regulamentando o processo de seleção profi ssional, com prazo nunca inferior a 20 (vinte) dias de sua realização.

ComentárioA exigência de processo de seleção, por meio de pro-

vas e títulos para promoção por merecimento é instrumen-to que vem corroborar com a melhoria de qualidade no serviço público, e faz justiça aos capacitados, evitando-se os apadrinhamentos.

Art. 80. Obedecida a seriação de valores estabele-cida para os pontos positivos, decorrentes das condições essenciais, e os negativos, relativos às condições com-plementares, bem assim para o processo seletivo interno, a pontuação fi nal do merecimento de que trata este artigo perfará, no máximo, um total de 150 (cento e cinqüenta) pontos.

Art. 81. O merecimento do funcionário, para efeito de promoção, decorrerá da soma dos pontos obtidos nos termos do art. 78, constantes da publicação do Boletim de Avaliação, e dos oriundos do procedimento seletivo, de que trata o art. 79, cujo resultado fi nal deverá ser publi-cado no órgão ofi cial do Estado, sob a forma de Boletim de Promoção.

§ 1º Serão promovidos, obedecido o número de pon-tos obtidos, constantes do Boletim de Promoção, tantos funcionários quantas forem as vagas fi xadas no edital a que se refere o parágrafo único do art. 70.

§ 2º Ocorrendo empate, aplicar-se-á o mesmo critério estabelecido no art. 106.

Art. 82. O merecimento é adquirido especifi camente na classe; promovido, o funcionário começará a adquirir merecimento a contar de seu ingresso na nova classe.

Art. 83. As promoções por antigüidade recairão em funcionários que tiverem sucessivamente maior tempo de efetivo exercício na classe, em número sempre correspon-dente ao de vagas.

Art. 84. A antigüidade será determinada pelo tem-po líquido de exercício do funcionário na classe a que pertencer.

Art. 85. Quando houver fusão de classes, os funcioná-rios contarão, na nova classe, a antigüidade que guardavam na situação anterior.

Art. 86. A antigüidade na classe será contada:I – nos casos de nomeação, readmissão, reversão ou

aproveitamento, a partir da data em que o funcionário assumir o exercício do cargo;

II – nos casos de readaptação, acesso ou promoção, a partir da vigência do ato respectivo.

Art. 87. Na apuração do tempo líquido de efetivo exercício, para determinação da antigüidade na classe, bem como para efeito de desempenho, serão incluídos os períodos de afastamento previstos no art. 35.

Art. 88. Não concorrerá à promoção, salvo por antigüidade, nas hipóteses dos incisos III e VII, o fun-cionário:

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29I – em estágio probatório ou em disponibilidade;II – que não obtiver, no caso de promoção por mere-

cimento, no mínimo 30 (trinta) pontos nas provas ou 40 (quarenta) pontos no somatório das provas e títulos, ou, ainda, 60 (sessenta) pontos de merecimento, nos termos do § 1º do art. 79;

III – que estiver em exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal remunerado;

IV – que estiver em licença para tratar de interesse particular ou afastado, a qualquer título, sem ônus para os cofres públicos;

V – que não possuir os cursos exigidos pela especifi -cação da classe a que concorra;

VI – que estiver cumprindo pena disciplinar;VII – que estiver à disposição da administração fe-

deral, da municipal ou da de outros Estados, bem como de entidades de direito privado, salvo em virtude de convê-nios fi rmados para fi ns assistenciais e/ou educacionais.

Art. 89. Somente concorrerão à promoção os fun-cionários que tiverem alcançado a última referência horizontal da classe de que for ocupante.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica ao funcionário que, por força de enquadramento, já esteja ocupando a última referência de sua classe, hipótese em que deverá cumprir o interstício de dois anos na mesma, apurado de acordo com as normas que regulam a conta-gem de tempo para efeito de antigüidade na classe, para que possa fazer jus à promoção à classe imediatamente superior.

Art. 90. Em benefício do funcionário a quem de direito cabia a promoção, será declarado sem efeito o ato que a houver decretado indevidamente.

§ 1º O funcionário promovido indevidamente não fi cará obrigado a restituir o que a mais tiver recebido.

§ 2º O funcionário a quem cabia a promoção será in-denizado da diferença do vencimento a que tiver direito.

Art. 91. Para os efeitos de promoção, por antigüidade ou merecimento, o órgão de deliberação coletiva, onde houver, ou o Departamento de Recursos Humanos ou unidades equivalentes do órgão de lotação do funcionário, elaborará, semestralmente, a relação de classifi cação por tempo apurado e por pontos obtidos, encaminhando-a à Secretaria da Administração, para, após consolidada, adotar as providências necessárias ao provimento das vagas existentes.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, serão obedecidas rigorosamente a ordem de classifi cação, de acordo com os pontos obtidos nos termos do art. 81, bem como a ordem de antigüidade apurada em relação própria.

Art. 92. Para todos os efeitos, será considerado pro-movido o funcionário que vier a falecer sem que tenha sido decretada, no prazo legal, a promoção que lhe cabia.

Seção XIIDo Acesso

Art. 93. Acesso é a passagem do funcionário, pelo cri-tério de merecimento, de classe integrante de uma série de classes, ou de uma classe única, para classe inicial de outra série de classes, ou outra classe única de nível hierárquico superior, da mesma ou de outra categoria funcional.

ComentárioEsse artigo não foi recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 94. São requisitos indispensáveis para o acesso:I – concurso interno de provas;II – comprovação da habilitação profi ssional exigida

para o cargo a que concorra o funcionário;III – freqüência e titulação em curso de treinamento

ou de especialização, quando esta condição se fi zer ne-cessária.

ComentárioEsse artigo não foi recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 95. Não poderá concorrer ao acesso o funcionário que incorrer nas situações previstas no art. 88, ressalvada a do inciso II.

ComentárioEsse artigo não foi recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 96. Os concursos de acesso serão realizados, anualmente, de preferência no mês de julho, salvo se inexistirem vagas.

ComentárioEsse artigo não foi recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 97. Os trabalhos relativos ao concurso de acesso reger-se-ão pelos mesmos moldes do concurso público de que tratam os arts. 7º a 12 deste Estatuto.

ComentárioEsse artigo não foi recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 98. O concurso de acesso precederá o concurso público, destinando-se a cada um 50% (cinqüenta por cento) das vagas apuradas em classes únicas ou iniciais de séries de classes.

§ 1º Sendo ímpar o número de vagas, serão reservadas para o acesso metade mais uma.

§ 2º Na falta de funcionários habilitados ou não sendo preenchida a totalidade das vagas destinadas ao acesso, as mesmas poderão ser providas por concurso público.

§ 3º A distribuição de vagas para efeito de acesso far-se-á de acordo com as necessidades dos diversos órgãos da administração direta do Poder Executivo e de suas autarquias.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 99. O edital de abertura do concurso será pu-blicado por 3 (três) vezes consecutivas no órgão ofi cial e em jornal diário de grande circulação no Estado, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, dele constando

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30prazo, horário e local de recebimento das inscrições, bem como instruções especiais, determinando:

I – classes com especifi cação das respectivas atri-buições;

II – número de vagas por classe e cargos;III – condições para inscrição e provimento do cargo,

a saber:a) situação funcional do candidato;b) diploma, certifi cados e títulos;c) outras considerações necessárias;IV – tipo e programas das provas;V – curso de treinamento a que fi carão sujeitos os

candidatos, quando previsto;VI – critério de avaliação dos certifi cados e/ou títu-

los obtidos no curso de treinamento de que trata o item anterior;

VII – outros requisitos essenciais ao provimento do cargo.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 100. A inscrição para o concurso de acesso será feita pelo próprio candidato ou por procurador, mediante comprovação dos requisitos exigidos e preenchimento de formulário próprio.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 101. As inscrições deferidas e/ou indeferidas se-rão publicadas até 10 (dez) dias úteis após o encer ramento do prazo de efetivação das mesmas.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 102. Do indeferimento de inscrição cabe recurso administrativo a ser impetrado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado a partir da publicação a que se refere o artigo anterior.

§ 1º O recurso, devidamente instruído, deverá ser diri-gido à autoridade competente para execução dos trabalhos inerentes ao concurso, nos termos do art. 97.

§ 2º O candidato poderá participar condicionalmen-te das provas enquanto seu recurso estiver pendente de decisão.

§ 3º A decisão do recurso de que trata este artigo, de ciência obrigatória ao funcionário, será irrecorrível por via administrativa.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 103. A inexatidão ou irregularidade na documen-tação apresentada, ainda que verifi cada posteriormente, eliminará o candidato do concurso de acesso, anulando todos os atos decorrentes da inscrição.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 104. Os candidatos serão convocados para as provas por edital, devidamente publicado, que deverá conter a indicação do dia, hora e local das mesmas.

Parágrafo único. Não haverá segunda chamada, em nenhuma das provas, seja qual for o motivo alegado.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 105. O resultado da avaliação das provas será homologado pela autoridade competente e publicado em or-dem de classifi cação por pontos obtidos pelos aprovados.

§ 1º A classifi cação a que se refere este artigo fi cará limitada a 20 % (vinte por cento) além do número de vagas oferecidas.

§ 2º Os classifi cados entre os 20% (vinte por cento) excedentes somente serão aproveitados se ocorrerem desistência de candidatos classifi cados dentro do número de vagas fi xado no edital.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 106. Quando ocorrer empate na classifi cação, terá preferência, sucessivamente, o funcionário:

I – que tiver a maior carga horária em cursos de espe-cialização e/ou extensão, treinamento ou aperfeiçoamento, compatíveis com o cargo objeto do concurso;

II – com maior número de pontos constantes da última publicação do Boletim de Promoção;

III – de maior tempo de serviço estadual;IV – de maior tempo de serviço público;V – de maior número de dependentes;VI – mais idoso.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 107. O curso de treinamento ou de especialização será realizado quando necessário para comple mentação das qualifi cações exigidas pelo exercício do cargo.

Parágrafo único. Só poderão participar do curso de que trata este artigo os candidatos classifi cados nas provas do concurso interno.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 108. Serão fi xados em edital o período, local do estabelecimento de ensino e horário do concurso para o qual o candidato deverá inscrever-se.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

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31Art. 109. O provimento por acesso far-se-á por ordem

de classifi cação, no prazo máximo de 20 (vinte) dias da publicação do resultado fi nal do concurso.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 110. O funcionário elevado por acesso passará a integrar a nova classe e poderá ser lotado em outro órgão, no interesse do serviço público.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 111. No caso do concurso de acesso ser realizado na forma da delegação prevista no § 2º do art. 8º, deverá ser apresentado à Secretaria da Administração o competente relatório, no prazo de 30 (trinta) dias após a homologação do resultado fi nal do concurso.

Parágrafo único. Verifi cada qualquer irregularidade praticada em decorrência da delegação referida neste artigo, o Secretário da Administração poderá anular total ou parcialmente o concurso.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 112. Os casos omissos serão resolvidos pelo titular da Secretaria da Administração.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Seção XIIIDa Readmissão

Art. 113. Readmissão é o reingresso, no serviço público, sem ressarcimento de vencimento e vantagens, atendido o interesse da administração, do ex-ocupante de cargo de provimento efetivo, (Vetado).

Parágrafo único. Para os fins deste artigo o ex-funcionário deverá:

I – (Vetado);II – gozar de boa saúde física e mental, comprovada

em inspeção por Junta Médica Ofi cial do Estado.III – satisfazer as condições e os requisitos exigidos

para o provimento do cargo.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 114. Não haverá readmissão em cargo para o qual haja candidato habilitado em concurso público ou em teste de avaliação para promoção e acesso.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 115. A readmissão dependerá sempre da existên-cia de vaga, excluída a destinada à promoção ou acesso, e dar-se-á, de preferência, no cargo anteriormente ocupado ou em outro de atribuições análogas e de vencimentos equivalentes.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Art. 116. O tempo de serviço público do readmitido será computado para os efeitos previstos em lei.

ComentárioEsse artigo não recepcionado pela Constituição

Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 37, II.

Seção XIVDa Reintegração

Art. 117. Reintegração é o reingresso, no serviço público, do funcionário demitido, com ressarcimento de vencimento e vantagens inerentes ao cargo, por força de decisão administrativa ou judiciária.

ComentárioA reintegração, na lição de Diógenes Gasparini

(2001:193),

é o retorno, por força de decisão judicial, do ser-vidor estatutário estável ao cargo que ocupava, com plena restauração dos direitos violados e integral ressarcimento dos prejuízos sofridos, dado que ilegalmente demitido.

O art. 41, § 2º, da Constituição Federal, assim dispõe:

Art. 41. .............................................................(...)§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, recondu-zido ao cargo de origem, sem direito a indeni-zação, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

O texto constitucional somente prevê a reintegração nos casos de invalidação de demissão do estável por sen-tença judicial. Já o texto legal prevê a reintegração nos casos de invalidação de demissão por meio de sentença judicial e também por decisão administrativa. Não existe nenhuma contradição entre os dois, uma vez que a própria Administração Pública pode controlar os seus atos e re-vogar aqueles que estejam divorciados da legalidade.

O mestre José Afonso da Silva (2001:68), em co-mentários ao dispositivo constitucional em cotejo, assim elucida:

A demissão por ser penalidade, constitui ato administrativo vinculado, isto é, só pode ser aplicado com estrita observância das normas legais. Se isso não ocorrer, poderá ser anulada

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32pela autoridade administrativa competente, ou por sentença judicial, caso em que o servidor, se estável, tem direito de ser reintegrado (...)

Parágrafo único. A decisão administrativa de reinte-gração será sempre proferida à vista de pedido de reconsi-deração, através de recurso ou revisão de processo.

ComentárioEnquanto que no caput do art. 117, o legislador andou

bem, nesse parágrafo ele retrocedeu, pois no controle in-terno do ato administrativo, percebendo sua ilegalidade, o administrador poderá revogá-lo de ofício.

Art. 118. A reintegração dar-se-á no cargo anterior-mente ocupado, no que resultou de sua transformação ou, se extinto, em cargo equivalente, para cujo provimento seja exigida a mesma habilitação profi ssional, e tenha vencimento idêntico.

Parágrafo único. Se inviáveis as soluções indicadas neste artigo, será restabelecido, por lei, o cargo anterior, no qual se dará a reintegração.

Art. 119. Invalidada por sentença a demissão, o fun-cionário será reintegrado e o eventual ocupante da vaga, se estável, retornará ao cargo de origem, sem direito à indenização.

ComentárioIdêntica regra está contida no art. 41, § 2º, da Cons-

tituição Federal:

Art. 41. § 1º .......................................................§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, recondu-zido ao cargo de origem, sem direito à indeni-zação, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)Parágrafo único. Se extinto ou transformado o car-go, dar-se-á o retorno no resultante da transforma-ção ou em outro de mesmo vencimento e atribuições equivalentes, observada a habilitação legal.

Seção XVDo Aproveitamento

Art. 120. Aproveitamento é o retorno ao serviço ativo do funcionário em disponibilidade.

ComentárioComo ensina Diogo Figueiredo Moreira Neto

(2002:302), aproveitamento “é o provimento derivado pelo qual se opera o retorno do servidor posto em dispo-nibilidade em cargo de natureza e nível de remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado.”

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2002:481), disponibilidade é “a garantia de inatividade remunerada, assegurada ao servidor estável, em caso de ser extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade.”

A remuneração do disponibilizado será proporcional ao tempo de serviço, conforme o art. 41, § 3º, da CF:

Art. 41. (...)§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desne-cessidade, o servidor estável fi cará em disponibi-lidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

Art. 121. Será obrigatório o aproveitamento do fun-cionário efetivo ou estável:

I – em cargo de natureza e vencimento ou remunera-ção compatíveis com o anteriormente ocupado, respeitada sempre a habilitação profi ssional;

II – no cargo restabelecido, ainda que modifi cada a sua denominação, ressalvado o direito de opção por outro, desde que o aproveitamento já tenha ocorrido.

Parágrafo único. O aproveitamento dependerá de prova de capacidade física e mental mediante inspeção por Junta Médica Ofi cial do Estado.

ComentárioA Junta Médica Ofi cial do Estado integrava a estru-

tura da Secretaria da Administração, que foi extinta, e em seu lugar foi criada, com idênticas atribuições, a AGANP (Agência Goiana de Administração e Negócios Públi-cos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A AGANP teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002.

As atribuições que eram da Junta Médica Ofi cial, atualmente são exercidas pela Diretoria de Gestão de Pessoas e Escola de Governo, por meio de sua Subgerên-cia de Perícias Médicas, ligada à Gerência de Saúde e Segurança do Servidor, conforme os termos seguintes, do Decreto nº 5.639, de 19/8/2002:

As atribuições que antes eram da Aganp, foram trans-feridas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Art. 122. Revogado pela Lei nº 13.550, de 11/11/1999, art. 46.

Art. 123. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o funcionário não tomar posse no prazo legal, salvo por motivo de doença comprovada em inspeção médica por órgão ofi cial ou de exercício de mandato eletivo, casos em que fi cará adiada até 5 (cinco) dias úteis após a cessação do impedimento.

ComentárioO prazo legal para se tomar posse em cargo público

é de 30 (trinta) dias, conforme o art. 28 da presente lei:

Art. 28. A posse deverá ser tomada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da publicação do ato no órgão ofi cial, prorrogável por mais 30 (trinta), a requerimento do interessado.

Seção XVIDa Reversão

Art. 124. Reversão é o retorno à atividade do fun-cionário aposentado por invalidez, quando insubsistentes

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33os motivos determinantes da aposentadoria, dependendo sempre da existência de vaga.

§ 1º A reversão dar-se-á a requerimento do interessado ou de ofício.

§ 2º Em nenhum caso poderá reverter à atividade o aposentado que, em inspeção médica, não comprovar a capacidade para o exercício do cargo.

ComentárioSegundo entendimento de Maria Sylvia Zanella Di

Pietro (2002:488), o instituto da reversão não mais existe. Em seguida, essa mesma doutrinadora defi ne reversão como sendo

o ato pelo qual o funcionário aposentado rein-gressa no serviço público; podia ser a pedido ou ex offi cio, esta última hipótese ocorrendo quando cessada a incapacidade que gerou a aposenta-doria por invalidez.

Em sentido contrário é o parecer de Diógenes Gas-parini (2001:247), para o qual

o servidor público aposentado pode voltar ao serviço público quando assim o solicitar, ou quando determinado o retorno pela entidade a que legara, dado que insubsistentes (decisão viciada) os motivos da aposentação ou por não mais subsistirem (os motivos dessa desaparece-ram) os motivos determinantes de sua aposenta-doria. (...) Por essas razões não se pode submeter o servidor sujeito à reversão, a concurso público, pois outro candidato poderá vencer esse certame, salvo nos casos de reversão a pedido.

O entendimento mais coerente é o explanado por Diógenes Gasparini, uma vez que o servidor aposen-tado por invalidez, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria, poderá ser revertido de ofício pela Administração.

A reversão a pedido não foi recepcionada pelo art. 37, II, da Constituição Federal, e, por isso, o servidor deverá se submeter a novo concurso público, caso queira retornar ao serviço público.

Art. 125. A reversão dar-se-á, de preferência, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

§ 1º Em casos especiais, a critério do Chefe do Poder Executivo e respeitada a habilitação profi ssional, poderá o aposentado reverter ao serviço em outro cargo de ven-cimento ou remuneração equivalente.

§ 2º Em hipótese alguma a reversão poderá ser decre-tada em cargo de vencimento ou remuneração inferior ao provento da inatividade, excluídas, para este efeito, as van-tagens já incorporadas por força de legislação anterior.

Art. 126. A reversão do funcionário aposentado dará di-reito, em caso de nova aposentadoria, à contagem do tempo de serviço computado para a concessão da anterior.

Art. 127. O funcionário revertido não será aposen-tado novamente, sem que tenha cumprido pelo menos 5 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em que se deu o seu retorno à atividade, salvo se a aposentadoria for por motivo de saúde.

ComentárioA ressalva quanto à nova aposentadoria por motivo

de saúde é procedente, porque não exige em nenhuma hipótese o requisito temporal, podendo ser concedida até durante o estágio probatório. Observe-se o art. 40, §1º, I, da CF:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efeti-vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)§1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão apo-sentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fi xados na forma do § 3º:I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrentes de acidente em serviço, moléstia profi ssional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especifi cadas em lei, e proporcionais nos demais casos.

Art. 128. Será tornada sem efeito a reversão do funcionário que não tomar posse ou deixar de entrar em exercício nos prazos legais.

ComentárioO prazo para a posse é de 30 (trinta) dias, a contar

da data da publicação do ato no órgão ofi cial, prorrogá-vel por mais 30 (trinta), a requerimento do interessado (art. 28 da Lei nº 10.460/1988). Para entrar em exercício, o servidor tem o prazo de 30 (trinta) contados da: ata da posse; da publicação ofi cial do ato, nos demais casos; e da cessação do impedimento, na hipótese do art. 27, do presente estatuto (art. 32 da Lei nº 10.460/1988).

Seção XVIIDa Readaptação

Art. 129. Readaptação é a investidura do funcionário em outro cargo mais compatível com a sua capacidade física, intelectual ou quando, comprovadamente, revelar-se inapto para o exercício das atribuições, deveres e res-ponsabilidades inerentes ao cargo que venha ocupando, sem causa que justifi que a sua demissão ou exoneração, podendo efetivar-se de ofício ou a pedido.

ComentárioPermanece em pleno vigor a readaptação, a despeito

do disposto no art. 37, II, da CF. É preferível a aplica-ção desse instituto do que aposentar precocemente o servidor.

Conforme Odete Medauar (2002:331), readaptação “é a investidura em cargo de atribuições compatíveis com a limitação que ao servidor tenha sofrido em sua capaci-dade física ou mental, verifi cada por exame médico”.

Art. 130. A readaptação verifi car-se-á:I – quando fi car comprovada a modifi cação do estado

físico ou das condições de saúde do funcionário que lhe diminua a efi ciência para a função;

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34II – quando o nível de desenvolvimento mental do fun-

cionário não mais corresponder às exigências da função;III – quando se apurar que o funcionário não possui

a habilitação profi ssional exigida em lei para o cargo que ocupa.

Art. 131. O processo de readaptação baseado nos in-cisos I e II do artigo anterior será iniciado mediante laudo fi rmado por Junta Médica Ofi cial e, nos demais casos, por proposta fundamentada da autoridade competente.

Parágrafo único. Instaurado o processo com base no inciso II do artigo precedente, poderão ser exigidos do funcionário exames de capacitação intelectual VETADO, a serem realizados por instituição ofi cial indicada pelo Estado.

ComentárioA Junta Médica Ofi cial do Estado integrava a estrutu-

ra da Secretaria da Administração, a qual foi extinta, e em seu lugar foi criada, com idênticas atribuições, a AGANP (Agência Goiana de Administração e Negócios Públi-cos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A AGANP teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Art. 132. A readaptação dependerá da existência de vaga e não acarretará decesso ou aumento de vencimento, exceto no caso de expressa opção do interessado para cargo de vencimento inferior.

Art. 133. Não se fará readaptação em cargo para o qual haja candidato aprovado em concurso ou teste de avaliação para promoção ou acesso.

ComentárioO acesso não foi recepcionado pela Constituição

Federal, art. 37, II.

Art. 134. O funcionário readaptado que não se ajustar às condições de trabalho e atribuições do novo cargo será submetido a nova avaliação pela Junta Médica Ofi cial do Estado e, na hipótese do § 1º do art. 262, será aposentado.

ComentárioAs atribuições que eram da Junta Médica Ofi cial,

atualmente são exercidas pela Diretoria de Gestão de Pessoas e Escola de Governo, por meio de sua Subgerên-cia de Perícias Médicas, ligada à Gerência de Saúde e Segurança do Servidor, conforme o Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, nos termos do seu art. 3º, V, d.

CAPÍTULO IIIDa Vacância

Art. 135. Vacância é a abertura de claro no quadro de pessoal do serviço público, permitindo o preenchimento do cargo vago VETADO, e decorrerá de:

I – recondução;

ComentárioA recondução está disciplinada no art. 67 do presente

estatuto.

II – promoção;

ComentárioA promoção está disciplinada nos arts. 68 a 92 do

presente estatuto.

III – acesso;

ComentárioO acesso não foi recepcionado pelo art. 37, II, da

Constituição Federal.

IV – readaptação;

ComentárioA readaptação está disciplinada no art. 129 do pre-

sente estatuto.

V – aposentadoria;

ComentárioA aposentadoria está regulada nos arts. 259 a 269

do presente estatuto.

VI – exoneração;

ComentárioA exoneração está disciplinada no art. 136 do pre-

sente estatuto.

VII – demissão;

ComentárioDemissão é o desligamento do servidor motivado por

punição disciplinar.

VIII – falecimento.

ComentárioA personalidade civil começa com o nascimento com

vida e cessa com a morte. Com esta interrompem-se todos os direitos e obrigações a que tinha a pessoa.

Art. 136. Exoneração é o desfazimento da relação ju-rídica que une o funcionário ao Estado ou a suas entidades autárquicas, operando os seus efeitos a partir da publicação do respectivo ato no órgão de imprensa ofi cial, salvo dis-posição expressa quanto à sua efi cácia no passado.

§ 1º Dar-se-á a exoneração:I – a pedido;II – de ofício, nos seguintes casos:a) a critério da autoridade competente para o respecti-

vo provimento, quando se tratar de cargo em comissão;

ComentárioEssa norma tem respaldo na CF, art. 37, II, que diz

independer de concurso as nomeações para cargo em

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35comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-ração.

b) quando o funcionário não tomar posse ou deixar de entrar em exercício nos prazos legais;

ComentárioO prazo para a posse é de 30 (trinta) dias, a contar da

data da publicação do ato no órgão ofi cial, prorrogável por mais 30 (trinta) dias, a requerimento do interessado (art. 28 da Lei nº 10.460/1988). Para entrar em exercício, o servidor tem o prazo de 30 (trinta) dias contados da: ata da posse; da publicação ofi cial do ato, nos demais casos; e, da cessação do impedimento, na hipótese do art. 27, do presente estatuto (art. 32 da Lei nº 10.460/1988).

c) quando não satisfeitos os requisitos do estágio probatório e não couber a recondução;

ComentárioVejamos o que preceitua a Lei nº 10.460, de

22/2/1988, em seu art. 39:

Art. 39. ..............................................................§ 1º São requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório:I – idoneidade moral;II – assiduidade e pontualidade;III – disciplina;IV – efi ciência;V – aptidão.

Não caberá recondução se o servidor não era estável em cargo ocupado anteriormente, ou se tiver sido repro-vado em estágio probatório, com base no art. 39, I (falta de idoneidade), do presente estatuto.

d) quando o funcionário for investido em cargo, emprego ou função pública incompatível com o de que é ocupante;

ComentárioA incompatibilidade a que se refere o presente artigo

são os casos de vedação à acumulação remunerada de cargos.

e) na hipótese de abandono de cargo, quando extinta a punibilidade por prescrição.

ComentárioSerá demitido o servidor que abandonar o cargo.

Acontecida a prescrição para a punição com demissão, o servidor poderá ser exonerado. O prazo prescricional para demissão de servidor público civil é de 04 (quatro) anos (art. 322, I, da Lei nº 10.460, de 22/2/1988).

§ 2º A exoneração prevista no inciso I do parágrafo anterior será precedida de requerimento escrito do próprio interessado e as de que tratam as alíneas b a e do inciso II do mesmo dispositivo mediante proposta motivada da autoridade competente da repartição em que o funcionário estiver lotado.

ComentárioA motivação da proposta de exoneração, com base

no inciso II, alíneas b a e, é obrigatória. É ilegal a falta de motivação ou sua falsidade, e de conseqüência poderá ser apreciada pelo Poder Judiciário.

§ 3º É vedada a exoneração a pedido, bem como a concessão de aposentadoria voluntária, a funcionário que esteja respondendo a processo administrativo disciplinar.

ComentárioEsse parágrafo teve sua redação dada pela Lei

nº 14.678, de 12/1/2004.O presente dispositivo visa a evitar a impunidade do

servidor, que, ciente de sua culpa, pediria exoneração para se furtar da penalidade.

Art. 137. Ocorrerá a vaga na data:I – da publicação do ato de recondução, promoção,

acesso, readaptação, aposentadoria, exoneração ou de-missão;

II – da posse em outro cargo cuja acumulação seja incompatível;

III – do falecimento do funcionário;IV – da vigência da lei que criar o cargo.Parágrafo único. O ato de demissão mencionará sem-

pre o dispositivo em que se fundamenta.

ComentárioVer comentário do art. 36, II, § 2º.

Art. 138. Em se tratando de encargo de chefi a, asses-soramento, secretariado ou inspeção, a vacância se dará por dispensa:

I – a pedido do funcionário;II – de ofício, nos seguintes casos:a) quando o funcionário designado não assumir o

exercício no prazo legal;

ComentárioO prazo para o servidor entrar em exercício é de 30

(trinta) dias (art. 32 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988).

b) a critério da autoridade competente para o provi-mento.

§ 1º A vacância ainda se dará por destituição, na forma prevista no inciso II, alínea b, como penalidade, no caso de falta de exação no cumprimento do dever.

§ 2º Constituem falta de exação no cumprimento do dever a dispensa do funcionário do registro do ponto e o abono de falta ao serviço, fora dos casos expressamente previstos neste Estatuto.

TÍTULO IIIDOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO IDo Vencimento, da Remuneração e das Vantagens

Seção IDisposições Preliminares

Art. 139. Além do vencimento, poderão ser deferidas ao funcionário as seguintes vantagens pecuniárias:

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36I – indenizações:a) ajuda de custo;b) diárias;c) despesas de transporte;II – auxílios:a) salário-família;b) auxílio-saúde;c) auxílio-funeral;III – gratifi cações:a) adicional por tempo de serviço;b) revogada pela Lei nº 12.716, de 2/10/1995, art. 1º

inciso II.c) de representação de gabinete;d) de representação especial;e) especial de localidade e por atividades penosas,

insalubre ou perigosas;f) pela participação em órgão de deliberação cole-

tiva;g) revogada pela Lei nº 12.716, de 1º/10/1995, art. 1º

inciso II.h) pela prestação de serviço extraordinário;i) pelo exercício de encargo de chefi a, assesso ramento,

secretariado e inspeção;j) por encargo de curso ou concurso;l) pela elaboração ou execução de trabalho relevante

de natureza técnica ou científi ca;m) por hora de vôo;n) de produtividade fi scal;o) de transporte;p) de ciclo básico e ensino especial;q) de incentivo à permanência no serviço ativo;r) (Vetado);IV – progressão horizontal;V – 13º (décimo terceiro) salário. § 1º As indenizações não se incorporam aos ven-

cimentos ou proventos, para qualquer efeito, nem fi cam sujeitas a imposto ou contribuição previdenciária.

§ 2º As gratifi cações poderão incorporar-se ao ven-cimento ou provento nos casos e condições indicados nesta lei.

§ 3º É vedada a participação do funcionário público no produto da arrecadação de tributos e multas.

Art. 140. Salvo disposição em contrário, a competên-cia para a con cessão dos benefícios de que trata este Título é dos Secretários de Estado ou de autoridade equivalente e dos dirigentes das autarquias.

Seção IIDo Vencimento e da Remuneração

Art. 141. Vencimento é a retribuição paga ao funcio-nário pelo efetivo exercício de cargo público, correspon-dente ao padrão fi xado em lei.

ComentárioEsse artigo teve sua redação dada pela Lei nº 11.783,

de 3/9/1992, art. 10.Conforme José Afonso da Silva (2001:668), venci-

mento

é a retribuição devida ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, emprego ou função, corres-

pondente ao símbolo ou ao nível e grau de pro-gressão funcional ou ao padrão, fi xado em lei.

As garantias dos trabalhadores urbanos e rurais, previstas no art. 7º, que se estendem aos servidores públicos por força do art. 39, § 3º (acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998) da Constitui-ção Fe deral são as seguintes: salário mínimo (inciso IV), garantia de salário (inciso VII), décimo terceiro salário (inciso VIII), remuneração superior do trabalho noturno (inciso IX), salário-família (inciso XII), limites da jornada de trabalho (inciso XIII), repouso semanal remunerado (inciso XV), remuneração superior do serviço extraordi-nário (inciso XVI), férias anuais (inciso XVII), licença à gestante (inciso XVIII), licença-paternidade (inciso XIX), proteção do mercado de trabalho da mulher (inciso XX), redução dos riscos inerentes ao trabalho (inciso XXII) e proibição de diferença de salários (inciso XXX), podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 142. Remuneração é o vencimento acrescido das vantagens de caráter permanente ou a ele incorporáveis, na forma prevista em lei.

ComentárioRemuneração, na lição de José Afonso da Silva

(2001:668), “é uma retribuição composta de uma parte fi xa [...] e outra variável, em função da produtividade (quotas-partes de multas) ou outra circunstância.”

Não existe motivo para confusão entre vencimentos (plural) e remuneração, uma vez que utilizamos o termo vencimentos para designar o vencimento (retribuição correspondente ao símbolo ou ao nível ou ao padrão fi xado em lei) acrescido das vantagens pecuniárias fi xas. [...] Hoje se emprega o termo remuneração quando se quer abranger todos os valores, em pecúnia ou não, que o servidor percebe mensalmente em retribuição de seu trabalho (Meirelles, 2001:668).

Os dispositivos da Constituição Federal aplicáveis aos servidores públicos, no que se refere à remuneração, são os seguintes:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi ciên cia e, também, ao seguinte: (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)(...)X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fi xados ou alterados por lei específi ca, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da admi-nistração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos

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37Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal; (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)XII – os vencimentos dos cargos do Poder Le-gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fi ns de concessão de acrésci-mos ulteriores; (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressal-vado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;(...)Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, in-tegrado por servidores designados pelos respec-tivos Poderes. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 1º A fi xação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;II – os requisitos para a investidura;III – as peculiaridades dos cargos. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 2º ....................................................................§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Es-taduais e Municipais serão remunerados exclusiva-mente por subsídio fi xado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratifi cação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí pios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer

caso, o disposto no art. 37, XI. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá-rio publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públi-cos. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)§ 7º ...................................................................§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fi xada nos termos do § 4º. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

Existem idênticas regras na Constituição Estadual, nos artigos: 92, XI a XV, XVII e § 8º, incisos I e II; 94, § 1º, I, II, III e § 2º; 95, I a IV.

Art. 143. O funcionário somente perceberá o venci-mento ou a remuneração quando estiver em efetivo exer-cício do cargo ou nos casos de afastamento expressamente previsto em lei.

Art. 144. O funcionário investido em mandato eletivo federal, estadual ou municipal será afastado do exercício de seu cargo de acordo com as normas constitucionais e legais aplicáveis.

ComentárioVejamos as normas constitucionais aplicáveis:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)I – tratando-se de mandato eletivo federal, esta-dual ou distrital, fi cará afastado de seu cargo, emprego ou função;II – investido no mandato de Prefeito, será afas-tado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;III – investido no mandato de Vereador, haven-do compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determi-nados como se no exercício estivesse.

Art. 145. Ao funcionário investido em cargo de provimento em comissão na administração direta e au-tárquica é dado optar pelo vencimento ou remuneração a que fi zer jus em razão de seu cargo efetivo, sem prejuízo da gratifi cação de representação respectiva.

Art. 146. A investidura em cargo público, de provi-mento em comissão, não importa em suspensão do con-trato individual de trabalho do servidor da administração indireta, que continuará percebendo o salário e demais vantagens de seu emprego diretamente da entidade de origem.

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38§ 1º Pela repartição onde estiver provido perceberá

o servidor, na hipótese deste artigo, a diferença a maior, se houver, entre o vencimento do cargo em comissão e o salário correspondente ao emprego de origem, cumulati-vamente com a gratifi cação de representação respectiva.

§ 2º Sobre a diferença de vencimento e a gratifi cação de representação a que se refere o parágrafo anterior inci-dirá a contribuição previdenciária do IPASGO.

§ 3º Compreende o salário, para efeito de apuração da diferença a que alude o § 1º, todas as vantagens remune-ratórias percebidas pelo servidor, exceto salário-família e adicionais por tempo de serviço.

Art. 147. Ao servidor da União, de outros Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, inclusive das respectivas entidades autárquicas e paraes-tatais, investido em cargo público de direção superior na administração direta, sem ônus para o órgão de origem, é assegurado o direito de perceber, mediante opção, o ven-cimento ou salário e demais vantagens a que faria jus como se em efetivo exercício estivesse no seu cargo ou emprego, cumulativamente com a gratifi cação de representação do cargo em comissão.

Art. 148. O funcionário perderá:I – 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração

diária quando comparecer ao serviço até meia hora depois de encerrado o ponto ou quando se retirar até meia hora antes de fi ndo o período de expediente;

II – 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração:a) do quinto ao oitavo mês de licença por motivo de

doença em pessoa de sua família;b) enquanto durar o afastamento por motivo de prisão

preventiva, pronúncia por crime comum ou condenação por crime inafi ançável em processo no qual não haja pro-núncia, com direito a receber a diferença, se absolvido;

III – 2/3 (dois terços) do vencimento ou da remuneração:a) do nono ao décimo segundo mês de licença por

motivo de doença em pessoa de sua família;b) durante o período de afastamento em virtude de

condenação, por sentença defi nitiva, a pena que não de-termine a demissão;

IV – o vencimento ou remuneração:a) do décimo terceiro ao vigésimo quarto mês de

licença por motivo de doença em pessoa de sua família;b) do dia em que, não sendo feriado ou ponto faculta-

tivo, deixar de comparecer ao serviço, salvo motivo legal ou falta abonada, até três em cada mês civil.

Art. 149. O vencimento e as vantagens pecuniárias percebidos pelo funcionário não sofrerão:

ComentárioAs vantagens pecuniárias, conforme Hely Lopes

Meirelles (2001:449),

são acréscimos ao vencimento do servidor, concedidas a título definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo desempenho de funções espe-ciais (ex facto offi cii), ou em razão das condições anormais em que se realiza o serviço (propter personam). As duas primeiras espécies consti-tuem os adicionais (adicionais de vencimento e adicionais de função), as duas últimas formam a categoria das gratifi cações (gratifi cações de serviço e gratifi cações pessoais).

I – redução, salvo o disposto em lei, convenção ou acordo coletivo;

ComentárioO art. 37, XV, da CF, assim determina:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi ciência e, também, ao seguinte: (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação conferida pela Emenda Consti-tucional nº 19, de 4/6/1998)

II – Revogado pela Lei nº 13.847, de 7/6/2001, que dispõe sobre as consignações em folha de pagamento dos servidores públicos do Estado de Goiás.

Parágrafo único. Os benefícios de que trata este artigo não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, ressalvado o caso de prestação de alimentos resultantes de sentença judicial.

Art. 150. As indenizações ou restituições devidas pelo funcionário ao erário serão descontadas em, no máximo, vinte e quatro parcelas mensais, acrescidas de juros legais.

ComentárioO art. 150 teve sua redação dada pela Lei nº 12.716,

de 2/10/1995, art. 1º, inciso I.

§ 1º O funcionário que se aposentar ou passar à condição de disponível continuará a responder pelas parcelas remanes-centes da indenização ou restituição, na mesma proporção.

§ 2º O saldo devedor do funcionário demitido, exonera-do ou que tiver cassada a sua disponibilidade será resgatado de uma só vez, no prazo de 60 (sessenta) dias, respondendo da mesma forma o espólio, em caso de morte.

§ 3º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, o sal-do remanescente será inscrito na dívida ativa e cobrado por ação executiva.

Art. 151. A revisão geral dos vencimentos dos fun-cionários públicos estaduais regidos por este Estatuto far-se-á, preferencialmente, sempre que houver idêntico tratamento para os servidores públicos da União.

Seção IIIDas Indenizações

Subseção IDa Ajuda de Custo

Art. 152. Ajuda de custo é o auxílio concedido ao funcionário:

ComentárioOs policiais civis fi cam excluídos desta subseção pela

Lei nº 15.949, de 29/12/2006, art. 9º.

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39I – a título de compensação das despesas motivadas

por mudança e instalação na nova sede em que passar a ter exercício;

II – para fazer face a despesas de viagem para fora do País, em objeto de serviço.

§ 1º A ajuda de custo na hipótese do inciso I deste artigo será atribuída pelo Secretário de Estado ou autori-dade equivalente, em importância que não excederá a 3 (três) vezes o menor vencimento básico pago pelo Estado, acrescida da indenização pelas despesas com a mudança, mediante comprovação por documento hábil.

§ 2º Quando se tratar de viagem para fora do País, compete ao Chefe do Poder Executivo o arbitramento da ajuda de custo, independentemente do limite previsto no § 1º.

Art. 153. Não se concederá ajuda de custo ao fun-cionário removido a pedido ou por conveniência da disciplina.

ComentárioRemoção é a movimentação do servidor, a pedido ou

de ofício, no quadro a que pertence, com ou sem mudança de sede, mediante preenchimento de claro de lotação, sem se modifi car, entretanto, a sua situação funcional (art. 44 do presente estatuto).

Art. 154. O funcionário restituirá a ajuda de custo quando:

I – não se transportar para nova sede nos prazos determinados;

II – antes de terminada a missão, regressar volunta-riamente, pedir exoneração ou abandonar o serviço.

§ 1º A restituição é de responsabilidade pessoal e, em casos especiais a critério da autoridade competente para atribuir o benefício, poderá ser feita parceladamente, salvo nas hipóteses de exoneração e de demissão.

§ 2º Não haverá obrigação de restituir:I – quando o regresso do servidor for determinado de

ofício ou por doença comprovada;II – quando o pedido de exoneração for apresentado

após 90 (noventa) dias de exercício na nova sede;III – no caso de falecimento do servidor, mesmo antes

de empreender viagem.

Subseção IIDas Diárias

Art. 155. O funcionário que, a serviço, se deslocar da sede em caráter eventual e transitório fará jus a diárias compensatórias das despesas de alimentação e pousada.

§ 1º Entende-se por sede da repartição a cidade ou localidade onde o funcionário tem exercício habitual-mente.

§ 2º Não se concederá diária ao funcionário:I – durante o período de trânsito;II – que se deslocar para fora do País ou estiver ser-

vindo ou em estudo fora do Estado.

ComentárioEsses dispositivos foram regulados pelo Decreto

nº 5.310, de 6/11/2000.O Decreto nº 5.454, de 19/7/2001, disciplina sobre

as diárias para o pessoal da Polícia Civil.

Art. 156. As diárias serão pagas adiantadamente, mediante cálculo da duração presumível do deslocamento do funcionário, de acordo com a regulamentação que for expedida.

Art. 157. O funcionário que, indevidamente, receber diária será obrigado a restituir, de uma só vez, a impor-tância recebida, fi cando ainda sujeito à punição prevista no artigo seguinte.

Art. 158. É vedada a concessão de diárias com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos, sob pena de responsabilidade.

Subseção IIIDas Despesas de Transporte

Art. 159. Conceder-se-á indenização de transporte ao funcionário que realizar despesas em serviços externos, por força das atribuições normais de seu cargo.

Parágrafo único. O valor das indenizações de que trata este artigo e as condições para sua concessão serão estabelecidos em regulamento.

Seção IVDos Auxílios

Subseção IDo Salário-Família

Art. 160. O salário- família será concedido ao fun-cionário ativo, inativo ou em disponibilidade, que tiver dependentes vivendo às suas expensas.

ComentárioO salário-família é direito dos servidores, com am-

paro no art. 39, § 3º, da CF, que determinou a extensão a esses, do direito previsto em seu art. 7º, XII.

Parágrafo único. O valor do salário-família será fi xado em ato do Governador do Estado.

ComentárioEsse parágrafo teve a sua redação dada pela Lei

nº 12.716, de 2/10/1995, art. 1º, I.

Art. 161. Consideram-se dependentes para os efeitos desta subseção:

I – o cônjuge que não seja contribuinte de instituição de previdência, não exerça atividade remunerada, nem perceba pensão ou qualquer outro rendimento;

II – o fi lho de qualquer condição, os enteados e os ado-tivos, desde que menores de 18 (dezoito) anos de idade;

III – o fi lho inválido, de qualquer idade.Parágrafo único. Para concessão do salário-família

equiparam-se:I – ao pai e à mãe, o padrasto e a madrasta;II – ao cônjuge, a companheira, com, pelo menos, 5

(cinco) anos de vida em comum com o funcionário;III – ao fi lho, o menor de 14 (quatorze) anos que,

mediante autorização judicial, viva sob a guarda e sustento do funcionário.

Art. 162. O ato de concessão terá por base as decla-rações do próprio funcionário, que responderá funcional e fi nanceiramente por quaisquer incorreções.

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40Art. 163. Quando o pai e a mãe forem funcionários

estaduais e viverem em comum, o salário-família será concedido, mediante opção, àquele que o requerer.

§ 1º Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda.

§ 2º Se ambos os tiverem, será concedido a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.

§ 3º Ao pai e à mãe, na falta de padrasto e madrasta, equiparam-se os representantes legais dos incapazes.

Art. 164. O salário-família relativo a cada dependente será devido a partir do mês em que tiver ocorrido o fato ou ato que lhe der origem, ainda que verifi cada no último dia do mês.

Art. 165. O salário-família será pago mesmo nos casos em que o funcionário deixar de perceber, tempora-riamente, vencimento ou provento.

Art. 166. O salário-família não está sujeito a nenhum tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição, ainda que para fi m de previdência social.

Art. 167. Será cassado o salário-família, quando:I – verifi cada a falsidade ou inexatidão da declaração

de dependência;II – o dependente deixar de viver às expensas do

funcionário; passar a exercer função pública remunerada, sob qualquer forma, ou atividade lucrativa ou vier a dispor de economia própria;

III – falecer o dependente;IV – comprovadamente, o funcionário descuidar da

guarda e sustento dos dependentes.§ 1º A inexatidão ou falsidade de declaração de depen-

dência acarretará a restituição do salário-família indevida-mente recebido, sem prejuízo da penalidade cabível.

§ 2º Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, a suspensão ou redução relativa a cada dependente ocor-rerá no mês seguinte ao do ato ou fato que a determinar.

§ 3º O funcionário, sob pena disciplinar, será obrigado a comunicar ao órgão de pessoal, dentro de 15 (quinze) dias, toda e qualquer alteração que possa acarretar a su-pressão ou redução do salário-família.

Subseção IIDo Auxílio-Saúde

Art. 168. O auxílio-saúde é devido ao funcionário licenciado por motivo de acidente em serviço, doença profi ssional ou moléstia grave, especifi cada em lei, com base nas conclusões da Junta Médica Ofi cial do Estado.

Parágrafo único. O auxílio de que trata este artigo será concedido após cada seis meses consecutivos de licença, até o máximo de 24 (vinte e quatro) meses, em importância equivalente a um mês da remuneração do cargo.

Subseção IIIDo Auxílio-Funeral

Art. 169. À família do funcionário que falecer, ain-da que aposentado ou em disponibilidade, será pago o auxílio-funeral correspondente a um mês de vencimento, remuneração ou proventos, conforme o caso, não poden-do, em hipótese alguma, ser inferior a 1.5 (uma e meia) e excedente a 5 (cinco) vezes o menor vencimento pago a funcionário estadual.

ComentárioEsse artigo teve sua redação dada pela Lei nº 12.716,

de 2/10/1995, art. 1º, I.

§ 1º Ocorrendo acumulação, o auxílio-funeral somen-te será pago em razão do cargo de maior vencimento do funcionário falecido.

§ 2º O auxílio-funeral será pago ao cônjuge que, ao tempo da morte, não esteja legalmente separado e em sua falta, sucessivamente, ao descendente, ascendente e colateral, consangüíneo ou afi m, até o segundo grau civil, ou não existindo nenhuma pessoa da família do funcio-nário, a quem promover o enterro.

§ 3º A despesa decorrente do auxílio-funeral correrá à conta da dotação orçamentária própria por que recebia o funcionário falecido.

§ 4º O pagamento do auxílio-funeral será efetuado mediante folha especial, organizada pela repartição com-petente, a uma das pessoas pela ordem indicada no § 2º deste artigo ou a seus procuradores legais, obedecido o processo sumaríssimo, concluído, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas da apresentação do atestado de óbito, incorrendo em pena disciplinar o responsável pelo retardamento.

§ 5º Quando o pagamento tiver de ser feito a pessoa estranha à família do funcionário, além do atestado de óbito, apresentará o interessado os comprovantes das despesas realizadas com o sepultamento, das quais será indenizado até o limite correspondente à importância do auxílio-funeral.

Seção VDas Gratifi cações

Subseção IDa Gratifi cação Adicional por Tempo de Serviço

Art. 170. Ao funcionário será concedida, por quin-qüênio de efetivo serviço público, gratifi cação adicional de 10% (dez por cento) sobre os vencimentos ou a re-muneração do respectivo cargo de provimento efetivo, vedada a sua computação para fi ns de novos cálculos de idêntico benefício.

ComentárioO percentual a que se refere esse artigo foi fi xado em

5% pela Lei nº 12.831, de 28/12/1995.

§ 1º O funcionário fará jus à percepção da gratifi -cação adicional a partir do dia em que completar cada quinqüênio.

§ 2º A gratifi cação adicional será sempre atualizada, acompanhando, automaticamente, as modifi cações do vencimento ou remuneração do funcionário.

§ 3º A apuração do quinqüênio será feita em dias e o total convertido em anos, considerado este sempre como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

§ 4º Entende-se por tempo de efetivo serviço público, para o fi m deste artigo, o que tenha sido prestado a pessoa jurídica de direito público, bem assim a sociedade de eco-nomia mista, empresa pública e fundação instituído pelo Estado de Goiás, a partir de 20 de julho de 1947.

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41ComentárioO § 4º, do presente artigo, teve sua redação dada

pela Lei nº 10.515, de 11/5/1988.

§ 5º Quando da passagem do funcionário à inativida-de, a incorporação da gratifi cação adicional será integral, se decretada a aposentadoria com proventos correspon-dentes à totalidade do vencimento ou da remuneração e proporcional ao tempo de serviço, na hipótese de assim ser a mesma concedida.

Art. 171. A concessão da gratificação adicional far-se-á à vista das informações prestadas pelo órgão de pessoal que centralizar o assentamento individual do funcionário.

Art. 172. O funcionário que exercer cumulativamente dois cargos de provimento efetivo terá direito à gratifi ca-ção adicional em relação a ambos.

ComentárioO art. 172 teve sua redação dada pela Lei nº 10.872,

de 7/7/1989, art. 6º.

Art. 173. Não será concedida gratifi cação adicional, qualquer que seja o tempo de serviço, a funcionário co-missionado, salvo em relação ao cargo de que for titular efetivo.

ComentárioO disposto no presente dispositivo engloba tanto

os que exercem função de confi ança, como cargo em comissão.

Art. 174. A gratifi cação adicional não será devida enquanto o funcionário, por qualquer motivo, deixar de receber o vencimento do cargo, exceto na hipótese do artigo anterior.

Parágrafo único. Toda vez que o funcionário sofrer corte em seu vencimento, será também feita, automática e proporcionalmente, a redução correspondente em sua gratifi cação adicional.

Subseção IIDa Gratifi cação de Incentivo Funcional

Art. 175. (Revogado pela Lei nº 12.706, de 19/9/1995, art. 2º.)

Art. 176. (Revogado pela Lei nº 12.706, de 19/9/1995.)

Art. 177. (Revogado pela Lei nº 12.706, de 19/9/1995, art. 2º.)

Subseção IIIDa Gratifi cação de Representação de Gabinete

Art. 178. A gratifi cação de representação de gabi-nete será devida ao funcionário investido em cargo de direção ou assessoramento superior de livre nomeação e exoneração.

Parágrafo único. A gratifi cação de que trata este artigo não é acumulável com as de função e pela prestação de serviço em regime de tempo integral.

ComentárioOs cargos em comissão e funções de confi ança estão

disciplinados no art. 37, V, da CF:

Art. 37. .............................................................(...)V – as funções de confi ança, exercidas exclusiva-mente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefi a e as-sessoramento. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

Subseção IVDa Gratifi cação de Representação Especial

Art. 179. (Revogado pela Lei Delegada nº 1, de 23/5/2003).

Subseção VDa Gratifi cação Especial de Localidade e porAtividades Penosas, Insalubres ou Perigosas

Art. 181. A gratifi cação pelo exercício em determina-das zonas ou locais e pela execução de atividades penosas, insalubres ou perigosas, será fi xada por ato do Chefe do Poder Executivo ou autoridade equivalente.

ComentárioO art. 181 teve sua redação dada pela Lei nº 11.783,

de 3/9/1992, art. 10.As atividades insalubres são aquelas que, por sua

natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os servidores a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância, fi xados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Atividades perigosas são aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com infl amáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. Aqueles que trabalham com radiações ionizantes ou substâncias radioativas também devem receber o adicional de periculosidade.

Atividades penosas são aquelas exercidas em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifi quem.

Parágrafo único. A gratifi cação de que trata este artigo não poderá ser superior a 40% (quarenta por cento) do vencimento do cargo de provimento efetivo de que for o funcionário ocupante.

ComentárioO parágrafo único do art. 181 teve sua redação dada

pela Lei nº 11.783, de 3/9/1992, art. 10.

Subseção VIDa Gratifi cação Pela Participação em

Órgãos de Deliberação Coletiva

Art. 182. A gratifi cação pela participação em órgãos de deliberação coletiva será fi xada em lei.

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42Art. 183. Quando designado ou eleito, o funcionário

somente poderá participar de um órgão de deliberação coletiva.

§ 1º O funcionário que, por força de lei ou regula-mento, for membro nato de órgão de deliberação coletiva, não poderá ser designado para nenhum outro, mesmo a título gratuito.

§ 2º O funcionário que, por força de lei ou regula-mento, for membro nato de mais de um órgão de delibe-ração coletiva, poderá deles participar, vedada, porém, a percepção de qualquer remuneração ou vantagem de tal acumulação decorrente.

Subseção VIIDa Gratifi cação pela Prestação de Serviço em

Regime de Tempo Integral

Art. 184. (Revogado pela Lei nº 12.716, de 2/10/1995, art. 1º inciso 1I.)

Art. 185. (Revogado pela Lei nº 12.716, de 2/10/1995, art. 1º inciso II.)

Subseção VIIIDa Gratifi cação Pela Prestação de

Serviço Extraordinário

Art. 186. A gratifi cação pela prestação de serviço extraordinário se destina a remunerar os serviços prestados fora da jornada normal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário, no desempenho das atribuições do seu car-go, não podendo, em caso algum exceder a 180 (cento e oitenta) horas dentro do mesmo exercício.

§ 1º A gratifi cação pela prestação de serviço extra-ordinário será:

I – previamente arbitrada pelo Secretário de Estado ou autoridade equivalente em quantia não superior a 1/3 (um terço) do vencimento mensal do funcionário.

II – paga por hora de trabalho antecipado ou prorroga-do, calculada na mesma base percebida pelo funcionário por hora de período normal de expediente, não podendo, em caso algum, exceder a 1/3 (um terço) do vencimento de uma dia.

§ 2º Em se tratando de serviço extraordinário noturno, o valor da hora será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).

ComentárioOs parágrafos do art. 186 não foram recepcionados

pela Constituição Federal de 1988, uma vez que em seu art. 39, § 3º, a Magna Carta determina a aplicação do art. 7º, incisos IX e XVI aos servidores públicos.

Vejamos a norma contida no art. 39, § 3º, da CF:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pes soal, in-tegrado por servidores designados pelos respec-tivos Poderes. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)(...)3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII

e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

O art. 7º, IX e XVI, da CF/1988, assim estabelece:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:(...)IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal.

Pela norma constitucional, o serviço extraordinário deverá ser remunerado, com acréscimo de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da hora normal. De igual forma, a hora noturna deve ser remunerada com valor superior à hora diurna.

Art. 187. Será vedado conceder gratifi cação pela prestação de serviço extraordinário com o objetivo de remunerar outros serviços, encargos ou a título de com-plementação de vencimento.

§ 1º O funcionário que receber importância relativa a serviço extraordinário que não prestou, será obrigado a restituí-la de uma só vez, fi cando, ainda, sujeito a punição disciplinar.

ComentárioA infração disciplinar a que se refere o § 1º, em aná-

lise, está prevista no art. 303, inciso XLII, da presente lei, que assim determina:

Art. 303. Constitui transgressão disciplinar e ao funcionário é proibido:(...)XLII – receber gratifi cação por serviço extraor-dinário que não tenha prestado efetivamente.

§ 2º Será responsabilizada a autoridade que infringir o disposto neste artigo.

Art. 188. Será punido com a pena de suspensão e, na reincidência, com a de demissão, o funcionário que atestar falsamente em seu favor ou de outrem a prestação de serviço extraordinário.

Art. 189. O funcionário que exercer cargo em comis-são ou encargo gratifi cado não poderá perceber a vantagem prevista nesta subseção.

Subsecão IXDa Gratifi cação pelo Exercício de Encargo de Che-

fi a, Assessoramento, Secretariado e Inspeção

Art. 190. A função gratifi cada será instituída pelo Chefe do Poder Executivo para atender encargos de che-fi a, assessoramento, secretariado e inspeção, previstos em regulamento ou regimento e que não justifi quem a criação de cargo.

§ 1º A vantagem de que trata este artigo:

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43I – não constitui situação permanente e os valores e

critérios para fi xação de seus níveis ou símbolos serão defi nidos em ato da autoridade mencionada neste artigo;

II – (Vetado);III – será percebida pelo funcionário cumulativamente

com o respectivo vencimento ou remuneração;IV – não excederá, quanto ao seu nível ou símbolo mais

elevado, a 4 (quatro) salários mínimos de referência.§ 2º Cabe aos Secretários de Estado e autoridades

equivalentes prover as funções gratifi cadas instituídas para encargos de chefi a, assessoramento, secretariado e inspeção.

ComentárioO art. 190, e seus parágrafos, estão revogados, pois

a Lei nº 13.456, de 16/4/1999, trata especifi camente da matéria aqui disciplinada.

A Lei nº 13.456, de 16/4/1999, em seu art. 19, assim dispõe:

Art. 19. É o Chefe do Poder Executivo autori-zado a instituir, mediante decreto, no âmbito da administração direta, autárquica e fundacional, funções gratifi cadas para atender a encargos de chefi a, assessoramento e secretariado, previstos em regulamento ou regimento que justifi quem a criação de cargo.§ 1º A vantagem de que trata este artigo:a) não constitui situação permanente e os valo-res e critérios para fi xação dos seus níveis ou símbolos serão defi nidos em decreto do Chefe do Poder Executivo;b) somente será atribuída a funcionário efetivo;c) será percebida pelo funcionário cumulativamente com o respectivo vencimento ou remuneração;d) não excederá, quanto ao seu nível ou símbolo mais elevado, a 5 (cinco) salários mínimos.§ 2º Cabe aos Secretários de Estado ou autori-dade de hierarquia equivalente e aos principais dirigentes das autarquias e fundações prover as funções gratifi cadas instituídas para encargos de chefi a, assessoramento e secretariado.

Art. 191. Não perderá o encargo gratifi cado o funcio-nário que se ausentar em virtude de férias, luto, casamento e licença para tratar de saúde.

ComentárioAs férias, o luto, o casamento e a licença para tra-

tamento de saúde estão enquadradas entre as ausências permitidas, mas existem outras, nos termos do art. 35 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, in verbis:

Art. 35. Considera-se como de efetivo exercício, além dos dias feriados ou em que o ponto for consi-derado facultativo, o afastamento motivado por:I – férias;II – casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;III – luto, pelo falecimento do cônjuge, fi lho, pais e irmão, até 8 (oito) dias consecutivos;IV – convocação para o serviço militar;V – júri e outros serviços obrigatórios;

VI – exercício de cargo de provimento em comis-são na administração direta ou autárquica ou em fundações instituídas pelo Estado de Goiás;VII – exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do territó-rio nacional, por nomeação do Governador do Estado ou do Presidente da República;VIII – exercício do cargo de Secretário de Mu-nicípio ou de Estado em outras Unidades da Federação, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo.IX – desempenho de mandato diretivo em empre-sa pública e sociedade de economia mista sob o controle acionário do Estado de Goiás;X – licença-prêmio;XI – licença à funcionária gestante até 120 (cento e vinte) dias;XII – licença para tratamento de saúde até o limite máximo de 24 (vinte e quatro) meses; XIII – licença por motivo de doença em pessoa da família, enquanto remunerada;XIV – licença ao funcionário acidentado em ser-viço ou acometido de doença profi ssional;XV – missão ou estudo no País ou no exterior, quando o afastamento for remunerado;XVI – doença de notifi cação compulsória;XVII – participação em programa de treinamento regularmente ins tituído;XVIII – trânsito do funcionário que passar a ter exercício em nova sede, defi nido como o período de tempo nunca superior a 15 (quinze) dias, con-tados do seu desligamento, necessário à viagem para o novo local de trabalho;XIX – de exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal.Parágrafo único. Considera-se ainda, como de efetivo exercício o período em que o funcionário estiver em disponibilidade.

Parágrafo único. Somente será permitida a substitui-ção nos termos dos arts. 21 a 23 deste Estatuto.

ComentárioOs arts. 21 a 23, da Lei nº 10.460, de 22/2/1988,

assim determinam:

Art. 21. Só haverá substituição no impedimento le-gal e temporário de ocupante de cargo em comissão de direção e de função por encargos de Chefi a.Art. 22. A substituição será:I – gratuita, desde que automática e não exce-dente a 15 (quinze) dias;II – remunerada, nas demais hipóteses.Art. 23. O substituto perceberá, durante o tempo da substituição, além do vencimento ou remune-ração do cargo de que for titular efetivo, a dife-rença necessária para completar o vencimento do substituído mais a gratifi cação de representação ou por encargo de chefi a respectiva.

Art. 192. O funcionário investido em encargo grati-fi cado fi cará sujeito à prestação de serviço em regime de tempo integral.

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44Art. 193. A destituição do funcionário da função

gratifi cada por encargos de chefi a, assessoramento, se-cretariado e inspeção dar-se-á na forma prevista no § 1º do art. 138 deste Estatuto.

Subseção XDa Gratifi cação por Encargo de

Curso ou Concurso

Art. 194. A gratifi cação por encargo de curso ou concurso destina-se a retribuir o funcionário quando designado para membro de comissões de provas ou con-cursos públicos ou quando no desempenho da atividade de professor de cursos de treinamento, aperfeiçoamento e especialização, regularmente instituídos, e será fi xada e atribuída pelo titular do órgão a cuja unidade competir a realização do curso ou do concurso.

Subseção XIDa Gratifi cação pela Elaboração ou

Execução de Trabalho Relevante de Natureza Técnica ou Científi ca

Art. 195. A gratifi cação pela elaboração ou execução de trabalho relevante de natureza técnica ou científi ca será arbitrada e atribuída pelo Chefe do Poder Executivo mediante solicitação do Secretário de Estado ou autoridade equivalente.

Parágrafo único. Quando se tratar de trabalhos ne-cessários ao cumprimento de convênios celebrados com órgãos do Governo Federal, caberá ao titular do órgão executor a competência prevista no caput deste artigo.

Subseção XIIDa Gratifi cação por Hora de Vôo

Art. 196. Aos pilotos estaduais poderá ser atribuída uma gratifi cação por hora de vôo de, no mínimo, 20 (vinte) horas e, no máximo, 90 (noventa) horas por mês, na forma a ser estabelecida em regulamento pelo Chefe do Poder Executivo.

§ 1º A gratifi cação de que trata este artigo incorporar-se-á ao respectivo vencimento para efeito de aposenta-doria.

ComentárioO § 1º teve sua redação dada pela Lei nº 11.783, de

3/9/1992, art. 10.

§ 2º Em nenhuma hipótese a gratifi cação por hora de vôo poderá exceder o valor do maior vencimento, fi xado em lei, para a administração direta do Poder Executivo.

ComentárioO § 2º teve sua redação dada pela Lei nº 11.783, de

3/9/1992, art. 10.

Subseção XIIIDa Gratifi cação de Produtividade Fiscal

Art. 197. Ao funcionário que exerça atividade fi scal será atribuída gratifi cação de produtividade nos percen-

tuais abaixo especifi cados, incidentes sobre o respectivo vencimento básico:

I – até 100% (cem por cento), ao da Secretaria da Fazenda;

II – até 50% (cinqüenta por cento), nos demais casos.

Parágrafo único. A gratifi cação de que trata este artigo, que se incorporará ao vencimento para efeito de aposenta-doria e disponibilidade, será disciplinada em regulamento a ser baixado pelo Chefe do Poder Executivo, dispondo sobre os critérios para a sua percepção no correspondente limite máximo.

Subseção XIVDa Gratifi cação de Transporte

Art. 198. A gratificação de transporte será paga mensalmente ao pessoal do fi sco da Secretaria da Fazen-da, calculada no percentual de 20% (vinte por cento) do respectivo vencimento básico, ao qual não se incorporará para nenhum efeito.

ComentárioEsse artigo não tem aplicabilidade por ordem do

art. 365, da Lei nº 10.460, de 22/2/1988.

Subseção XVDa Gratifi cação do Ciclo Básico e

Ensino Especial

Art. 199. Desde que em efetiva regência de classe, ao professor será concedida uma gratifi cação incidente sobre o respectivo vencimento básico:

I – de 30% (trinta por cento), quando no exercício do magistério inerente à pré-alfabetização e ao 1º Grau, nas 1ª e 2ª séries, e ao ensino especial ministrado em unidade ou classes específi cas de alunos portadores de defi ciência;

II – de 20% (vinte por cento), quando no exercício do ensino de 1º Grau, nas 3ª e 4ª séries.

§ 1º Para os efeitos deste artigo considera-se em regência de classe o professor:

I – em gozo de férias;II – afastado por motivo de recesso escolar;III – licenciado:a) para tratamento da própria saúde;b) para repouso à gestante;c) por motivo de doença em pessoa da família.§ 2º A vantagem de que trata este artigo incorporar-

se-á aos proventos de aposentadoria do professor que tiver percebido durante 10 (dez) anos intercalados ou nos seus 5 (cinco) últimos anos de permanência em atividade.

ComentárioEsse artigo está revogado tacitamente, em virtude de

lei posterior (Lei nº 13.909, 25/9/2001 – Estatuto e o Pla-no de Cargos e Vencimentos do Pessoal do Magistério), que trata especifi camente da matéria aqui disciplinada.

Art. 200. A gratifi cação de que trata o artigo prece-dente não se incorporará ao vencimento para nenhum efeito e somente poderá acumular-se com as gratifi cações previstas nas alíneas a, b e l do inciso III do art. 139 deste Estatuto.

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45ComentárioEsse artigo está revogado tacitamente, em virtude de

lei posterior (Lei nº 13.909, 25/9/2001 – Estatuto e o Pla-no de Cargos e Vencimentos do Pessoal do Magistério), que trata especifi camente da matéria aqui disciplinada.

Art. 201. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 199, a percepção do benefício disciplinado nesta subseção cessa a partir do dia em que o professor deixar a regência de classe e somente se restabelece quando a esta retornar.

ComentárioEsse artigo está revogado tacitamente, em virtude de

lei posterior (Lei nº 13.909, 25/9/2001 – Estatuto e o Pla-no de Cargos e Vencimentos do Pessoal do Magistério), que trata especifi camente da matéria aqui disciplinada.

Subseção XVIDa Gratifi cação de Incentivo à Permanência no Serviço Ativo

Art. 202. Ao professor de 1º (primeiro) e 2º (segundo) Graus, efetivamente em regência de classe, que houver completado ou vier a completar tempo de serviço para se aposentar voluntariamente, será concedida uma gratifi -cação de 30% (trinta por cento) sobre o respectivo ven-cimento, desde que permaneça em atividade e enquanto perdurar tal situação.

Parágrafo único. A gratifi cação de que trata este artigo não se incorporará ao vencimento para qualquer efeito e nenhum benefi ciário poderá percebê-la por prazo superior a 5 (cinco) anos.

Art. 203. Considera-se em regência de classe, para efeito de percepção da gratifi cação disciplinada nesta sub-seção, o professor que se encontrar nas situações previstas nos itens I e II do parágrafo único do art. 199.

ComentárioEsses artigos estão revogados tacitamente, em virtude

de lei posterior (Lei nº 13.909, 25/9/2001 – Estatuto e o Plano de Cargos e Vencimentos do Pessoal do Magistério), que trata especifi camente da matéria aqui disciplinada.

Seção VIDa Progressão Horizontal

Art. 204. Progressão horizontal é a variação remunera tória correspondente à passagem do funcionário de uma para outra referência, dentro da mesma classe, obedecidos os critérios de antigüidade e merecimento.

ComentárioA passagem do servidor de uma para outra referência,

dentro da mesma classe, recebe o nome de progressão horizontal. Contudo, quando ocorre elevação funcional do servidor dentro da carreira a que pertence, ocorre a pro-gressão vertical. Para Celso Ribeiro Bastos (2001:335), a progressão vertical é a forma de provimento pela qual o servidor passa a ocupar cargo de maior responsabilidade dentro da carreira a que pertence.

§ 1º Pelo critério de antigüidade o funcionário passará de uma para outra referência a cada 2 (dois) anos de efe-

tivo exercício na classe, independentemente de qualquer outra avaliação.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, o merecimento e a respectiva aferição far-se-ão tomando-se por base os re-sultados decorrentes da aplicação das disposições contidas nos arts. 71 a 78 deste Estatuto.

ComentárioOs arts. 71 a 78, da Lei nº 10.460, de 22/2/1988,

assim prescrevem:

Art. 71. Merecimento é a demonstração positiva do desempenho do funcionário, durante a sua perma-nência na classe, tendo em vista a responsabilidade funcional, o esforço despendido na execução do tra-balho, a natureza de suas atribuições, a capacidade e assiduidade, a pontualidade e a disciplina.Art. 72. O merecimento do funcionário será apu-rado em pontos positivos e negativos, segundo o preenchimento das condições essenciais e com-plementares defi nidas nesta seção, necessárias ao desempenho de suas atribuições.Art. 73. As condições essenciais a que se refere o artigo anterior dizem respeito à atuação do funcionário no exercício de suas funções ou a requisitos indispensáveis ao mesmo e são apu-radas segundo:I – a responsabilidade funcional, aferida através da maior ou menor contribuição do funcionário para com ocupantes do mesmo cargo, levando-se em conta a sua capacidade de discernimento e convencimento, bem assim pelas conseqüências advindas de suas falhas no desempenho de suas atribuições, as quais possam ocasio nar, em maior ou menor escala, prejuízos para a admi-nistração pública ou terceiros;II – o esforço despendido na execução do trabalho, seja através de sua agilidade mental memória, atenção, raciocínio, imaginação e capacidade de julgamento e planejamento e pela atenção visual exigida pelo trabalho em relação a detalhes;III – a natureza de suas atribuições, tendo em vista a sua complexidade, tomando-se por base a maior ou menor diversidade das tarefas com variado grau de dificuldades técnicas, bem como a capacidade de pensar e agir com senso comum na falta de normas e procedimentos de trabalho previamente determinados e, ainda, de apresentar sugestões ou idéias tendentes ao aperfeiçoamento do serviço;IV – a capacidade, aferida pelo conhecimento das técnicas aplicáveis a seu campo de trabalho, seja pela qualifi cação escolar, seja através de treinamento específi co, bem como pelo tirocínio demonstrado na absorção, em maior ou menor tempo, das peculiaridades das tarefas que lhe são cometidas.Art. 74. Para cada um dos fatores relacionados no artigo precedente serão apurados, semestral-mente, pelo preenchimento da Ficha Individual de Acompanhamento de Desempenho, 20 (vinte) pontos de avaliação positiva.Art. 75. As condições complementares de que trata o art. 72 referem-se aos aspectos negativos do desempenho funcional e decorrem da falta

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46de assiduidade, da impontualidade horária e da indisciplina.§ 1º Para efeito deste artigo:I – a falta de assiduidade será determinada pela ausência injustifi cada do funcionário ao serviço;II – a impontualidade horária será determinada pelo número de entradas tardias e saídas ante-cipadas;III – a indisciplina será apurada tendo em vista as penalidades de repreensão, suspensão e des-tituição de função impostas ao funcionário.§ 2º Serão computados os seguintes pontos negativos:I – 1 (um) para cada falta injustifi cada ao ser-viço;II – 1 (um) para cada grupo de três entradas tardias ou saídas antecipadas, desprezada, na apuração semestral, a fração;III – 3 (três) para cada pena de repreensão;IV – 10 (dez) para cada pena de suspensão de até 30 (trinta) dias;V – 15 (quinze) para cada pena de suspensão superior a 30 (trinta) dias;VI – 50 (cinqüenta) para cada destituição de fun-ção ou pena de suspensão preventiva ou prisão administrativa.Art. 76. Os dados sobre o merecimento do funcio-nário, na classe a que pertença, serão levantados, trimestralmente, e apurados nos meses de dezembro e junho, pelo Departamento de Recursos Humanos do órgão de sua lotação, mediante o preenchimento de Ficha Individual de Acompanhamento de De-sempenho, conforme modelo próprio.Parágrafo único. Os dados sobre o merecimento do funcionário com exercício em órgão diverso do de sua lotação serão neste avaliados.Art. 77. As condições essenciais e complemen-tares do merecimento, constantes da Ficha Individual, serão aferidas pela autoridade competente, defi nida no Regulamento de cada órgão, ouvidos, sempre, o chefe imediato atual e o anterior do funcionário, sem prejuízo de outros meios e fontes de indagação e formação do convencimento.Art. 78. A aferição do merecimento, que se dará nos meses imediatamente posteriores ao da expe-dição da fi cha individual prevista no art. 76, será publicada no órgão ofi cial do Estado, através de “Boletim de Avaliação”, podendo o funcionário, a partir desta e no prazo de 10 (dez) dias, interpor recurso para a autoridade de que trata o artigo precedente que, em igual prazo, decidirá sobre o mesmo em caráter defi nitivo”.

Art. 205. A progressão por merecimento poderá efetivar-se a cada 12 (doze) meses, reabrindo-se o prazo para progressões posteriores.

Parágrafo único. A pontuação para a aferição do merecimento correspondente à progressão de que trata este artigo far-se-á tomando-se por base a média dos dois semestres imediatamente a ela anteriores e constantes do “Boletim de Avaliação” referido no art. 78 e não poderá ser inferior a 60 (sessenta) pontos.

Art. 206. A progressão horizontal será concedida por ato do Secretário da Administração aos funcionários que preencham os requisitos estabelecidos nesta seção, mediante processo formalizado no órgão em que tiverem exercício.

ComentárioA Secretaria da Administração foi extinta, e em seu

lugar foi criada, com idênticas atribuições, a AGANP (Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos), conforme dispõe a Lei nº 13.550, de 11/11/1999. A AGANP teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, com as alterações trazidas pelo Decreto nº 5.695, de 19/12/2002. Esses dispositivos foram transcri-tos quando comentamos o art. 8º, caput, da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, para os quais remetemos o leitor.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram trans-feridas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Seção VIIDo Décimo Terceiro Salário (Vetado)

ComentárioA Lei n° 15.599, de 31/1/2006, dispõe em seu art. 6º:

“a partir da vigência desta Lei, não mais se aplicam aos servidores da administração direta, autárquica e funda-cional do Poder Executivo as disposipões dos arts. 207 a 210 da Lei n° 10.460, de 22 de fevereiro e 88 da Lei n° 13.909, de 25 de setembro de 2001”.

Art. 207. Até o dia 20 de dezembro de cada ano, será pago, pelos cofres públicos estaduais, o décimo terceiro salário VETADO a todos os servidores públicos do Estado de Goiás, independentemente da remuneração a que fi zerem jus.

§ 1º O décimo terceiro salário (VETADO) corres-ponderá 1/12 (um doze avos) da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.

§ 2º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior.

§ 3º As faltas legais e justifi cadas ao serviço não serão deduzidas para os fi ns previstos no § 1º.

§ 4º (Vetado).

ComentárioO art. 39, § 3º, da Constituição Federal, estendeu aos

servidores públicos o direito previsto no art. 7º, inciso VIII, que assim estabelece:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:(...)VIII – décimo terceiro salário com base na remu-neração integral ou no valor da aposentadoria.

Art. 208. O servidor exonerado perceberá o décimo terceiro salário (VETADO) proporcionalmente aos meses de serviço, calculado sobre o vencimento ou a remunera-ção do mês anterior ao da exoneração.

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47ComentárioA cada mês trabalhado o servidor tem direito a 1/12

(um doze avos) da remuneração que lhe é devida no mês de dezembro.

Art. 209. O décimo terceiro salário (VETADO) é extensivo ao inativo e será pago, até o dia 20 de dezembro de cada ano, tomando-se por base o valor dos proventos devidos nesse mês, exceto aos que, sob o regime da Con-solidação das Leis do Trabalho – CLT, já se aposentaram com esta gratifi cação incorporada aos seus proventos.

ComentárioO Poder Público pode pagar o décimo terceiro sa-

lário até o dia 20 de dezembro de cada ano, mas nada impede que o faça antes dessa data.

Art. 210. O décimo terceiro salário (VETADO) não será considerado no cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária.

CAPÍTULO IIDas Férias

Art. 211. O funcionário fará jus, anualmente, a 30 (trinta) dias de férias, que podem ser acumuladas até o máximo de 2 (dois) períodos, no caso de necessidade do serviço.

ComentárioO art. 211, caput, teve sua redação dada pela Lei

nº 13.927, de 26/10/2001.Para que sejam acumulados 2 (dois) períodos de fé-

rias, é imprescindível que haja necessidade do serviço.Por ordem do art. 39, § 3º, da CF, o art. 7º, XVII,

é aplicável aos servidores públicos. Esse dispositivo assim estipula:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:(...)XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.

Idêntico dispositivo está contido no art. 95, IX, da Constituição Estadual.

§ 1º Para o primeiro período aquisitivo, serão exigidos doze meses de exercício.

ComentárioEsse parágrafo teve sua redação dada pela Lei

nº 13.927, de 26/10/2001.A partir do segundo período aquisitivo, a Admi-

nistração Pública poderá conceder férias ao servidor, independentemente de se ter completado ou não esse mesmo período.

Considera-se período aquisitivo o interstício de 12 meses de trabalho, o qual ensejará o direito a 30 (trinta) dias de férias.

§ 2º As férias poderão, a pedido do funcionário e a cri-tério da Administração, ser concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a dez dias corridos, devidamente previsto na escala anual de férias.

ComentárioO § 2º do art. 211 teve sua redação dada pela Lei

nº 13.927, de 26/10/2001.

§ 3º O funcionário perceberá, proporcionalmente a cada período, no mês de seu efetivo gozo, a parcela da gratifi cação de um terço da remuneração a que tem direito em razão do período total de férias.

ComentárioO § 3º do art. 211 foi acrescido pela Lei nº 13.927,

de 26/10/2001.O presente dispositivo guarda harmonia com o art. 7º,

XVII, aplicável aos servidores por força do art. 39, § 3º. Norma idêntica está prescrita no art. 95, IX, da Consti-tuição Estadual.

§ 4º O período de férias de funcionários que trabalhem em regime de escala de plantão iniciará em dia útil.

ComentárioEsse parágrafo foi acrescido pela Lei nº 13.927, de

26/10/2001.

Art. 212. É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

ComentárioAs faltas ao serviço devem ser tratadas em separado

à concessão das férias.

Art. 213. As férias somente poderão ser interrompi-das por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para o júri, serviço militar ou eleitoral.

ComentárioPara que haja interrupção das férias, é indispensável

que seja por um dos motivos elencados nesse artigo, e que haja motivação (fundamentação).

A calamidade pública ocorre quando fatores adversos provocam desordem, principalmente em virtude de secas, inundações, erupções vulcânicas, tornados etc. Pode ensejar a decretação do Estado de Defesa, previsto no art. 136 da Lei Maior.

Comoção interna, no dizer de José Afonso da Silva (2001:745), é “um estado de crise que seja de efetiva rebelião ou de revolução que ponha em perigo as insti-tuições democráticas e a existência do governo fundado no consentimento popular”.

Art. 214. Para efeito de aposentadoria será contado em dobro o período de férias não gozado por motivo de comprovada necessidade do serviço.

Parágrafo único. O disposto neste artigo somente produzirá os seus efeitos após expirado o limite de acumu-lação a que se refere o art. 211 deste Estatuto.

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48ComentárioO art. 214 não foi recepcionado pelo art. 40, § 10, da

Constituição Federal, que ora transcrevemos:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efeti-vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)(...)§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fi ctício. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)

CAPÍTULO IIIDas Licenças

Art. 215. Ao funcionário poderá ser concedida li-cença:

I – para tratamento de saúde;II – por motivo de doença em pessoa da família;III – à gestante;IV – para o serviço militar;V – por motivo de afastamento do cônjuge;VI – para atividade política;VII – para tratar de interesses particulares;VIII – prêmio;IX – para freqüência a curso de especialização, trei-

namento ou aperfeiçoamento.Art. 216. Ao funcionário ocupante de cargo em co-

missão só poderão ser concedidas licenças para tratamento de saúde, à gestante e por motivo de doença em pessoa da família.

ComentárioA Constituição Federal, em seu art. 37, IV, assim

ordena:

Art. 37. .............................................................(...)V – as funções de confi ança, exercidas exclusiva-mente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefi a e as-sessoramento”. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

Art. 217. O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo doença comprovada que o impeça de comparecer ao serviço, hipótese em que o prazo da licença começará a correr a partir do impedimento.

Art. 218. A licença dependente de inspeção médica será concedida pelo prazo indicado no laudo ou atestado, a partir de cuja data terá início o afastamento, ressalvada a hipótese prevista na parte fi nal do artigo anterior.

Art. 219. A licença dependente de inspeção médica poderá ser prorrogada de ofício ou a requerimento do funcionário.

Parágrafo único. O pedido de prorrogação deverá ser apresentado pelo menos 10 (dez) dias antes de fi ndo o prazo da licença; se indeferido, contar-se-á como de licença o período compreendido entre seu término e a data do conhecimento do despacho denegatório.

Art. 220. O funcionário não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e quatro) meses, ex-ceto os casos previstos nos itens IV, V e VI do art. 215.

§ 1º Terminada a licença, o funcionário reassumirá imediatamente o exercício do cargo, salvo pedido de prorrogação.

§ 2º O não-cumprimento do disposto no parágrafo anterior importará na perda total do vencimento e, se a ausência se prolongar por mais de 30 (trinta) dias conse-cutivos, sem causa justifi cada, na demissão por abandono de cargo.

Art. 221. Decorrido o prazo de 24 (vinte e quatro) meses de licença para tratamento de saúde, o funcionário será submetido a nova inspeção médica e aposentado, se for julgado total e defi nitivamente inválido para o serviço público.

ComentárioAssim preceitua o art. 40, § 1º, inciso I, da Carta

Magna:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efeti-vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdên cia de que trata este artigo serão apo-sentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fi xados na forma do § 3º:I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profi s-sional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especifi cadas em lei. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)

Art. 222. O funcionário licenciado nos termos dos itens I, II e IX do art. 215 não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada, sob pena de ser cassada a licença e de ser demitido por abandono do cargo.

Art. 223. O funcionário em gozo de licença comu-nicará ao seu chefe imediato o local onde poderá ser encontrado.

Seção IDa Licença para Tratamento de Saúde

Art. 224. A licença para tratar de saúde será concedida de ofício ou a pedido do funcionário.

§ 1º Em qualquer das hipóteses, será indispensá-vel a inspeção médica, que poderá se realizar, caso as circunstâncias o exijam, no local onde se encontrar o funcio nário.

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49§ 2º Para licença até 90 (noventa) dias, a inspeção será

feita por médico ofi cial, admitindo-se, excepcionalmente, quando assim não seja possível, atestado passado por médico particular, com fi rma reconhecida.

§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, o atestado só produzirá efeito após homologado pela Junta Médica Ofi cial.

ComentárioAs atribuições que eram da Junta Médica Ofi cial,

atualmente são exercidas pela Diretoria de Gestão de Pessoas e Escola de Governo, por meio de sua Subgerên-cia de Perícias Médicas, ligada à Gerência de Saúde e Segurança do Servidor, conforme o Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, nos termos do seu art. 3º, V, d.

§ 4º No caso de não ser homologada a licença, no pra-zo máximo de 10 (dez) dias, o funcionário será obrigado a reassumir o exercício do cargo, sendo considerado como falta o período que exceder de 3 (três) dias em que deixou de comparecer ao serviço, por haver alegado doença.

Art. 225. O funcionário acidentado no exercício de suas atribuições, ou acometido de doença profi ssional, terá direito a licença com vencimento e vantagens do cargo pelo prazo de até 2 (dois) anos, podendo, porém, a Junta Médica concluir, desde logo, pela aposentadoria.

ComentárioVerifi car comentário do art. 224.

§ 1º Entende-se por acidente em serviço aquele que acarrete dano físico ou mental e tenha relação mediata ou imediata com o exercício do cargo, inclusive o:

I – sofrido pelo funcionário no percurso da residência ao trabalho ou vice-versa;

II – decorrente de agressão física sofrida no exercício do cargo, salvo se comprovadamente provocada pelo funcionário.

§ 2º A comprovação do acidente, indispensável para a concessão da licença, deverá ser feita em processo regular, no prazo de 8 (oito) dias, salvo por motivo de força maior.

§ 3º Entende-se por doença profi ssional a que se deva atribuir, com relação de causa e efeito, a condições inerentes ao serviço ou fatos nele ocorridos.

Art. 226. Será licenciado o funcionário acometido de moléstia grave, contagiosa ou incurável, especifi cada em lei, quando a inspeção médica não concluir pela imediata aposentadoria.

Seção IIDa Licença por Motivo de Doença em

Pessoa da Família

Art. 227. Ao funcionário poderá ser deferida licen-ça por motivo de doença de ascendente, descendente, colateral, consangüíneo ou afi m até o 2º grau civil e do cônjuge.

ComentárioOs parentes até o segundo grau são os seguintes: a)

ascendentes (pais e avós); b) descendentes (fi lhos e netos); c) colateral (irmão). Consangüíneos são os parentes que

pertencem ao mesmo tronco; afi m é o parentesco em virtude do casamento, entre os cônjuges e os parentes do seu consorte.

§ 1º São condições indispensáveis para a concessão da licença prevista nesta seção:

I – prova da doença em inspeção médica verifi cada na forma dos §§ 1º e 3º do art. 224;

ComentárioA inspeção médica é realizada, atualmente, pela

Diretoria de Gestão de Pessoas e Escola de Governo, órgão vinculado à AGANP, por meio de sua Subgerên-cia de Perícias Médicas, ligada à Gerência de Saúde e Segurança do Servidor, conforme o Decreto nº 5.695, de 19/8/2002, nos termos do seu art. 3º, inciso V, d.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

II – ser indispensável a assistência pessoal do fun-cionário e que esta seja incompatível com o exercício simultâneo do cargo.

ComentárioA indispensabilidade se traduz pela inexistência de

um substituto.

§ 2º A licença a que se refere este artigo será:I – com vencimento integral até o quarto mês;II – com 2/3 (dois terços) do vencimento do quinto

ao oitavo mês;III – com 1/3 (um terço) do vencimento do nono ao

décimo segundo mês;IV – sem vencimento do décimo terceiro ao vigésimo

quarto mês.

Seção IIIDa Licença à Gestante

Art. 228. À funcionária gestante será concedido, mediante inspeção médica, licença por 4 (quatro) meses, com o vencimento e vantagens do cargo.

ComentárioO art. 39, § 3º, da Constituição Federal estende aos

servidores o direito previsto no art. 7º, XVIII e XIX, que passamos a transcrever:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:(...)XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;XIX – licença-paternidade, nos termos fi xados em lei.

Idêntico dispositivo está contido no art. 95, X e XI, da Constituição Estadual:

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50Art. 95. São direitos dos servidores públicos civis do Estado, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:(...)X – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da remuneração, com a duração de cento e vinte dias;Xl – licença-paternidade, nos termos da Consti-tuição da República.

O art. 10, § 1º, do Ato das Disposições Constitucio-nais Transitórias (ADCT), estipula em 5 (cinco) dias a licença-paternidade.

§ 1º Salvo prescrição médica em contrário, a licença será concedida a partir do início do oitavo mês de ges-tação.

§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do dia do parto.

§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a funcionária será submetida a exame médico e, se julgada apta, reassumirá o exercício.

Art. 229. A funcionária gestante, quando ocupante de cargo cujas atribuições exijam esforço físico considerável, será deslocada para função compatível com o seu estado, a partir do quinto mês de gestação.

Art. 230. Em caso de adoção de recém-nascido, à funcionária serão concedidos 60 (sessenta) dias de licença remunerada.

ComentárioAlém da licença, prevista nesse artigo, a servidora

tem direito, ainda, a um intervalo de trinta minutos para amamentação do fi lho de até seis meses de idade, a cada três horas ininterruptas de trabalho (art. 95, XII, da Constituição Estadual).

Art. 231. Em qualquer dos casos previstos neste capítulo, após o término da licença, a funcionária disporá de 1 (uma) hora por dia, para amamentação do fi lho, até os 6 (seis) meses de idade.

Seção IVDa Licença para o Serviço Militar

Art. 232. Ao funcionário convocado para o serviço militar ou outros encargos de segurança nacional será concedido licença pelo prazo previsto em legislação específi ca.

§ 1º A licença será concedida mediante apresentação de documento ofi cial que comprove a incorporação.

§ 2º A licença será com o vencimento do cargo, descontando-se, porém, a importância que o funcionário perceber, na qualidade de incorporado, salvo se optar pelas vantagens remuneratórias do serviço militar, o que implicará na perda do vencimento.

ComentárioA licença para o serviço militar não tem prazo de du-

ração fi xado, por se destinar à prestação de serviços para as Forças Armadas (em guerras ou outras operações).

Art. 233. Ao funcionário desincorporado conceder-se-á prazo não superior a 30 (trinta) dias para que reas-

suma o exercício, sob pena de demissão por abandono de cargo.

Art. 234. Ao funcionário, ofi cial da reserva das Forças Armadas, será concedido licença com o vencimento do cargo, durante o período de estágios de serviço militar não remunerados e previstos em regulamentos militares.

Parágrafo único. Quando o estágio for remunerado, fi ca-lhe assegurado o direito de opção.

Seção VDa Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 235. O funcionário terá direito à licença sem vencimento quando o seu cônjuge for mandado servir em outro ponto do território estadual ou mesmo fora dele.

§ 1º Existindo, no novo local da residência, repartição estadual, o funcionário poderá ser lotado, se houver vaga, em caráter temporário.

§ 2º A licença será concedida mediante pedido devi-damente instruído, que deverá ser renovado de 2 (dois) em 2 (dois) anos.

ComentárioEsse artigo tem sua razão de ser em virtude da pro-

teção à família, que tem base constitucional (art. 226, da CF).

Art. 236. Finda a causa da licença, o funcionário deverá reassumir o exercício dentro de 30 (trinta) dias, a partir dos quais a sua ausência será computada como falta ao trabalho.

Art. 237. O funcionário poderá reassumir o exercí-cio do seu cargo a qualquer tempo, independentemente de fi nda a causa da licença, não podendo, porém, nesta hipótese, renovar o pedido a que alude o § 2º do art. 235, senão depois de 2 (dois) anos, salvo se o cônjuge for transferido novamente para outro lugar.

Art. 238. O disposto nesta seção aplica-se aos funcio-nários que vivam maritalmente e que tenham convivência comprovada por mais de 5 (cinco) anos.

ComentárioO presente dispositivo ampara a união estável (con-

cubinato), que goza de proteção na Constituição Federal, art. 226, § 3º, consoante segue:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem espe-cial proteção do Estado.(...)§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reco-nhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

A Lei nº 9.278, de 10/5/1996, disciplina a união estável.

Seção VIDa Licença para Atividade Política

Art. 239. Ao funcionário poderá ser concedido licen-ça sem remuneração durante o período que mediar entre a sua escolha, em convenção partidária, como candidato a

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51cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

Parágrafo único. A partir do registro da candidatura e até o 10º (décimo) dia seguinte ao da eleição, o funcioná-rio fará jus à licença remunerada, como se em atividade estivesse.

ComentárioA licença para atividade política é privativa de ser-

vidores efetivos.

Seção VIIDa Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 240. O funcionário poderá obter licença sem vencimentos para tratar de interesses particulares, a juízo da administração.

§ 1º O funcionário aguardará em exercício a concessão da licença.

§ 2º A licença poderá ser concedida pelo prazo de 4 (quatro) anos, prorrogável por igual período, fi cando vedado o cômputo, para quaisquer efeitos, de tempo de serviço prestado à iniciativa privada, ou de contribuição como segurado facultativo, durante o período de afasta-mento. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.644, de 10/7/1995, art. 1º)

§ 3º O disposto nesta seção não se aplica aos funcio-nários em estágio probatório.

ComentárioA concessão da licença para tratamento de interesses

particulares, fi ca ao arbítrio da Administração. É indis-pensável que o servidor já tenha transposto o estágio probatório.

Durante a licença prevista nesse artigo, o servidor deverá continuar recolhendo as contribuições previden-ciárias, mas não serão contadas para fi ns de aposenta-doria.

Art. 241. O funcionário poderá desistir da licença a qualquer tempo.

ComentárioNão é facultado ao administrador indeferir o pedido

de desistência da licença para tratamento de interesses particulares requerida pelo servidor.

Art. 242. Em caso de interesse público comprovado, a licença poderá ser interrompida, devendo o funcionário ser notifi cado do fato.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o funcioná-rio deverá apresentar-se ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias, a partir da notifi cação, fi ndos os quais a sua ausência será computada como falta.

ComentárioO legislador, no presente artigo, permitiu a interrup-

ção da licença para trato de interesses particulares, desde que motivada por interesse público. Essa motivação (fun-damentação) é indispensável. A interpretação do que seja interesse público fi cou ao arbítrio da Administração.

Seção VIIIDa Licença-Prêmio

Art. 243. A cada qüinqüênio de efetivo exercício pres-tado ao Estado, na condição de titular de cargo de provi-mento efetivo, o funcionário terá direito a licença-prêmio de 3 (três) meses, a ser usufruída ininterruptamente, com todos os direitos e vantagens do cargo.

Parágrafo único. O funcionário ao entrar em gozo de licença-prêmio perceberá, durante este período, o ven-cimento do cargo de provimento efetivo acrescido das vantagens pecuniárias a que fi zer jus, previstas nas alíneas a, b, e, m e n do inciso III do art. 139 deste Estatuto.

Art. 244. Em caso de acumulação de cargos, a li-cença-prêmio será concedida em relação a cada um deles simultânea ou separadamente.

Parágrafo único. Será independente o cômputo do qüinqüênio em relação a cada um dos cargos.

ComentárioO art. 37, XVI, da Constituição Federal, elenca os

cargos que são acumuláveis:

Art. 37. .............................................................(...)XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compa-tibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científi co;c) a de dois cargos ou empregos privativos de profi ssionais de saúde, com profi ssões regu-lamentadas. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

Art. 245. Suspende a contagem do tempo de serviço para efeito de apuração do qüinqüênio:

I – licença para tratamento da própria saúde, até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não;

II – licença por motivo de doença em pessoa da família até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não;

III – falta injustifi cada, não superior a 30 (trinta) dias no qüinqüênio.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, suspen-são é a cessação temporária da computação do tempo, sobrestando-o a contar do início de determinado ato jurídico-administrativo e reiniciando-se a sua contagem a partir da cessação do mesmo.

Art. 246. Interrompe a contagem do tempo de serviço para efeito de apuração do qüinqüênio:

I – licença para tratamento da própria saúde, por prazo superior a 90 (noventa) dias, consecutivos ou não;

II – licença por motivo de doença em pessoa da famí-lia por prazo superior a 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não;

III – licença para tratar de interesses particulares;IV – licença para atividade política;V – falta injustifi cada, superior a 30 (trinta) dias no

qüinqüênio;VI – pena de suspensão.Parágrafo único. Interrupção, para os efeitos deste

artigo, é a solução de continuidade na contagem do tempo,

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52fazendo fi ndar seus efeitos a contar de determinado ato jurídico-administrativo, para dar início a nova contagem a partir da cessação do referido ato.

Art. 247. Para apuração do qüinqüênio computar-se-á, também, o tempo de serviço prestado anteriormente em outro cargo estadual, desde que entre um e outro não haja interrupção de exercício por prazo superior a 30 (trinta) dias.

Art. 248. Para efeito de aposentadoria será contado em dobro o tempo de licença-prêmio que o funcionário não houver gozado.

ComentárioO art. 248 não foi recepcionado pelo art. 40, § 10, da

Constituição Federal, que assim expressa:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efeti-vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)(...)§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fi ctício. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)

Seção IXDa Licença para Freqüência a Curso de Doutorado, Mestrado, Especialização,

Treinamento ou Aperfeiçoamento

Art. 249. Para a consecução dos objetivos de que trata os Capítulos II e III do Título V deste Estatuto, poderá ser concedido licença ao funcionário matriculado em curso de doutorado, mestrado, de especialização, treinamento ou aperfeiçoamento profi ssional, a realizar-se fora da sede de sua lotação.

ComentárioA concessão da licença aqui tratada é ato discricio-

nário da Administração que avaliará sua conveniência e oportunidade.

§ 1º O doutorado, o mestrado, a especialização, o treinamento ou o aperfeiçoamento profi ssional deverão visar o melhor aproveitamento do funcionário no serviço público.

§ 2º Compete ao Secretário da Administração, por solicitação do titular do órgão de lotação do funcionário, conceder a licença prevista neste artigo.

§ 3º Em casos de acumulação de cargos somente será concedida a licença quando o curso visar o aproveitamento do funcionário em relação a ambos.

§ 4º Realizando-se o curso na mesma localidade da lotação do funcionário, ou em outra de fácil acesso, em lugar da licença poderá ser concedido simples dispensa do expediente, nos dias e horários necessários à freqüência regular do curso.

§ 5º Considera-se como de efetivo exercício o período de afastamento do funcionário motivado pela licença con-cedida nos termos desta seção, mediante comprovação de freqüência no curso respectivo, fornecida pelo dirigente do órgão encarregado de sua ministração.

CAPÍTULO IVDo Tempo de Serviço

Art. 250. Será feita em dias a apuração do tempo de serviço.

§ 1º O número de dias será convertido em anos, considerado o ano como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

§ 2º Feita a conversão, os dias restantes até 180 (cento e oitenta) não serão computados, arredondando-se para 1 (um) ano quando excederem a esse número, nos casos de cálculos de proventos de aposentadoria proporcional e disponibilidade.

ComentárioO § 2º do art. 250 não foi recepcionado pelo art. 40,

§ 10, da Constituição Federal, pelos termos seguintes:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efeti-vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)(...)§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fi ctício. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)

Art. 251. A apuração é a liquidação do tempo de serviço público à vista dos assentamentos do funcionário, arquivados no órgão de pessoal responsável pela guarda daqueles documentos.

Parágrafo único. Quando os assentamentos não ofere-cerem dados sufi cientes que permitam um segura apuração do tempo de serviço prestado, o órgão responsável pelo levantamento deverá recorrer, subsidiariamente, ao regis-tro da freqüência ou à folha de pagamento.

ComentárioA abertura do assento individual do servidor é or-

denado no art. 33 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, que passamos a transcrever:

Art. 33. Ao entrar em exercício o funcionário apresentará à unidade competente do órgão de sua lotação os elementos necessários à abertura do assentamento individual.

Art. 252. Será contado, integralmente, para efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo de serviço prestado:

I – como contratado ou sob qualquer outra forma de admissão, desde que remunerado pelos cofres estaduais;

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53II – a instituição de caráter privado, que tiver sido

encampada ou transformada em estabelecimento de ser-viço público;

III – à União, aos Estados, aos Territórios, aos Mu-nicípios e ao Distrito Federal;

IV – a autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista sob o controle acionário do Estado;

V – às Forças Armadas;V – (Revogado pela Lei nº 11.641, de 26/12/1991, art. 1º.)§ 1º O tempo de serviço somente será contado uma

vez para cada efeito, vedada a acumulação do que tiver sido prestado concomitantemente.

§ 2º Não será contado o tempo de serviço que já te-nha sido base para concessão de aposentadoria por outro sistema.

ComentárioO art. 201, § 1º, da Constituição Federal, assim

dispõe:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de fi liação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial, e aten-derá, nos termos da lei, a: (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)(...)§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade priva-da, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão fi nanceiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Acrescentado pela Emenda Constitucio-nal nº 20, de 15/12/1998)

Art. 253. Não será computado, para nenhum efeito, o tempo:

I – da licença por motivo de doença em pessoa da família do funcionário quando não remunerada;

II – da licença para tratar de interesses particulares;III – da licença por motivo de afastamento do côn-

juge;IV – de afastamento não remunerado.Art. 254. O cômputo de tempo de serviço público,

à medida que fl ui, somente será feito no momento em que dele necessitar o funcionário para comprovação de direitos assegurados em lei.

Parágrafo único. A contagem de tempo de serviço público reger-se-á pela lei em vigor à ocasião em que o serviço haja sido prestado.

CAPÍTULO VDa Disponibilidade

Art. 255. Disponibilidade é o afastamento temporário do funcionário efetivo ou estável em virtude da extinção do cargo ou da declaração de sua desneces sidade.

ComentárioA disponibilidade, conforme lição de Maria Sylvia

Zanella Di Pietro (2002:481), “é a garantia de inativi-

dade remunerada, assegurada ao servidor estável, em caso de ser extinto o cargo ou declarada a sua desne-cessidade”.

Art. 256. Extinto o cargo ou declarada a sua des-necessidade, o funcionário fi cará em disponibilidade remunerada, com vencimentos proporcionais ao seu tempo de serviço.

Art. 257. Qualquer alteração de vencimento concedi-da, em caráter geral, aos funcionários em atividade, será extensiva, na mesma época e proporção, ao provento do disponível.

ComentárioO disponível e o aposentado recebem provento.

Art. 258. O período relativo à disponibilidade será considerado como de efetivo exercício para efeito de aposentadoria e gratifi cação adicional.

ComentárioNo caso do presente artigo, o servidor que aufere

remuneração, embora proporcional, tem direito à con-sideração desse tempo para efeitos de aposentadoria e gratifi cação adicional.

CAPÍTULO VIDa Aposentadoria

Art. 259. Aposentadoria é o dever imposto ao Estado de assegurar ao funcionário o direito à inatividade, como uma compensação pelos serviços já prestados ou como garantia de amparo contra as conseqüências da velhice e da invalidez.

ComentárioAs Emendas Constitucionais nºs 20, 41 e 47, de 1998,

2003 e 2005, respectivamente, modifi caram substancial-mente as normas previdenciárias contidas na Constituição Federal.

Os servidores efetivos e vitalícios têm regime previ-denciário peculiar, regulado no art. 40 da Constituição Federal. Os demais servidores (em comissão, temporário e celetistas) se submetem ao regime geral de previdência social, disciplinado no art. 201 da Carta Política.

O regime de aposentadoria, a que se refere o art. 40 da CF é peculiar, abrangendo os servidores titulares de cargos efetivos, inclusive das autarquias e fundações públicas.

Atualmente, é contado o tempo de contribuição para efeito de aposentadoria, observados os critérios que preservam o equilíbrio fi nanceiro e atuarial (CF, art. 40, caput). Assim, o tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para fi m de aposentadoria.

Não é permitida a contagem de tempo de contribuição fi ctício, ou seja, sem o real trabalho e contribuição (CF, art. 40, § 10).

Teto individual para proventos e pensão

Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que

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54se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão (CF, art. 40, § 2º).

Teto geral

Em qualquer situação, inclusive quando houver acumulação de cargos ou empregos públicos, a soma dos proventos de inatividade não poderá ultrapassar o teto salarial previsto no art. 37, XI (subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal), da Constituição Federal (CF, art. 40, § 11).

Vedação de dupla percepção do mesmo benefício

A não ser nos casos de aposentadorias decorrentes de cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal (art. 37, XVI), é vedada a percepção de mais de uma apo-sentadoria à conta do regime previdenciário previsto no art. 40 da Constituição Federal (CF, art. 40, § 6º).

Proibição de tratamento desigual (CF, art. 40, § 4º)

É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen-ciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata esse artigo, ressalvados, nos termos defi nidos em leis complementares, os casos de servidores:

I – portadores de defi ciência;II – que exerçam atividades de risco; III – cujas atividades sejam exercidas sob condições es-

peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Possibilidade de instituição de regime complementar

Sobre a possibilidade de criação de um regime previden ciário complementar, Hely Lopes Meirelles (2001:423) esclarece que

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicípios poderão instituir regime de previdência complementar para os servidores submetidos ao regime peculiar; podendo, então, fi xar o valor dos proventos e da pensão, o limite máximo de R$ 1.200,00, previsto pelo regime geral (art. 40, § 14, c/c art. 201, da CF e art. 13 da EC 20). A instituição desse regime complementar deverá observar o disposto no art. 202 da CF, bem como a lei complementar que estabelecer normas gerais sobre a matéria (art. 40, § 15). Todavia, o sistema de previdência complementar que vier a ser ins-tituído somente poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação da lei que o instituir, mediante sua prévia e expressa opção (art. 40, § 16).

A lei aplicável

Assim expressa Hely Lopes Meirelles (2001:425), sobre o tema:

O direito à aposentadoria, consoante vem deci-dindo reiteradamente o STF, adquire-se com o preenchimento dos requisitos exigidos pela lei da

época, de modo que, se o servidor não a requereu na vigência desta, sua situação não se alterará pela edição de lei modifi cadora.

Critérios para fi xação dos proventos

Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remu-nerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam esse artigo e o art. 201, na forma da lei (CF, art. 40, § 3º, com a redação dada pela EC nº 47/2005).

Aplicação subsidiária do regime geral de previ-dência

No que couber, ou seja, naquilo que não for incom-patível com o regime peculiar, previsto no art. 40 da CF, aplica-se os requisitos e critérios fi xados para o regime geral de previdência social, disciplinado pelo art. 201 da Constituição Federal (CF, art. 40, § 12).

Art. 260. Salvo disposição constitucional em contrá-rio, o funcionário será aposentado:

I – por invalidez;

ComentárioO art. 40, § 1º, inciso I da CF, assim estabelece:

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fi xados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19/12/2003)I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profi ssional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19/12/2003)

A aposentadoria por invalidez pode ser:a) com proventos integrais – os proventos serão

integrais nos casos de invalidez permanente ocasionada por: acidente em serviço, moléstia profi ssional ou doença grave, contagiosa ou incurável.

b) com proventos proporcionais – o servidor rece-berá proventos proporcionais ao tempo de contribuição quando não tiver direito a proventos integrais.

II – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;

ComentárioO art. 40, § 1º, II, da CF, preceitua:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efeti-vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados crité rios que

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55preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão apo-sentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fi xados na forma do § 3º:I – ......................................................................II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

III – voluntariamente:

ComentárioA Constituição Federal, no art. 40, § 1º, inciso III,

preceitua:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efeti-vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados crité rios que preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão apo-sentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fi xados na forma do § 3º:III – voluntariamente, desde que cumprido tem-po mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de con-tribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com pro-ventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)

a) após 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se do sexo masculino, ou 30 (trinta), se do feminino;

ComentárioA norma legal somente prevê, como requisito para

aposentadoria voluntária, o tempo de serviço. Entretanto a CF, art. 40, § 1º, III, substituiu o tempo de serviço por tempo de contribuição, e ainda acresceu outro requisito, qual seja, a idade. Dessa forma, a norma legal não tem mais aplicabilidade.

Insta observar que para ocorrer a aposentadoria voluntária, tornou-se indispensável o cumprimento de tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público em que se dará a aposentadoria. Dessa forma, surge uma pergunta: Caso o servidor conte com mais de 10 anos de serviço e não tenha cinco anos em um determinado cargo, o que lhe sucederá? Em resposta a essa pergunta, temos o seguinte parecer de Hely Lopes Meirelles (2001:424):

A aposentadoria voluntária do servidor com mais de dez anos de serviço e que não tenha tempo mí-nimo de cinco anos em determinado cargo efetivo ou vitalício dar-se-á com base no cargo anterior, desde que nele tenha aquele tempo mínimo; caso contrário, o cargo inicial servirá de cálculo para o benefi cio. Só dessa forma é que não se chegará ao absurdo de se impedir a aposentadoria do servidor que, mesmo tendo mais de dez anos de efetivo serviço, não tenha mais de cinco no seu último cargo, embora o tenha em outro ou na soma dos efetivos exercícios em outros cargos. A promoção do servidor não pode obstar à sua aposentadoria. Daí a única solução cabível: se no cargo anterior o tempo mínimo de cinco anos foi atingido, com base nele serão calculados os proventos; e se não tiver em nenhum deles mais de cinco anos, muito embora tenha mais de dez na soma total, o cálculo dever ser feito com base no cargo original.

b) após 30 (trinta) anos de exercício em função de magistério, como tal considerada a efetiva regência de classe, se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora.

ComentárioA inaplicabilidade da alínea b do inciso III do art. 260

se justifi ca, umaporque com a EC nº 20/1998, o critério para aposentadoria não é somente o tempo de serviço (atualmente se requer o tempo de contribuição); outra porque o disposto aqui está regulado em lei específi ca (Lei nº 13.909, de 25/9/2001 – Estatuto e o Plano de Cargos e Vencimentos do Pessoal do Magistério).

Parágrafo único. Considera-se em função de magis-tério, para os efeitos do disposto na alínea b do item III deste artigo, o funcionário:

I – no exercício de cargo em comissão:a) na esfera da administração direta e indireta do

Poder Executivo;b) fora da esfera estadual desde que o comissio-

namento se dê na área da educação.II – no exercício:a) de função ou mandato de Diretor de Unidade

Escolar;b) de função de Secretário de Unidade Escolar. (Inciso

acrescido pela Lei nº 11.905, de 9/2/1993)III – que houver exercício integrante do Grupo Ocupa-

cional Especialista em Educação, do extinto Quadro Único do Magistério Público Estadual, enquanto tiver durado a respectiva investidura. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.972, de 19/5/1993)

ComentárioO disposto no presente parágrafo único está tacita-

mente revogado, pois a Lei nº 13.909, de 25/9/2001, trata especifi camente da matéria aqui disciplinada.

Art. 261. É automática a aposentadoria compulsória, que será declarada com efeito a partir do dia seguinte àquele em que o funcionário completar a idade limite.

Parágrafo único. O retardamento do ato declaratório a que se refere este artigo não evitará o afastamento do funcionário nem servirá de base ao reconhecimento de qualquer direito ou vantagem.

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56ComentárioOs proventos serão integrais, ao ensejo da apo-

sentadoria compulsória, quando o servidor cumular os requisitos para aposentadoria voluntária, com proventos integrais.

Art. 262. A aposentadoria por invalidez será precedi-da de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses, salvo quando o laudo médico ofi cial concluir pela incapacidade defi nitiva do funcionário para o serviço público.

§ 1º Após o período de licença, e não estando em con-dições de assumir o cargo ou de ser readaptado em outro mais compatível com a sua capacidade, o funcionário será declarado aposentado.

§ 2º A declaração de aposentadoria, na hipótese do parágrafo anterior, será precedida de perícia, realizada pela Junta Médica Ofi cial em que se verifi que e relate a ocorrência de incapacidade do funcionário para o serviço público.

§ 3º O piloto de aeronave, considerado incapacitado para as suas funções pela Junta Médica Superior de Saúde do Ministério da Aeronáutica, será readaptado VETADO com vencimentos integrais, inclusive gratifi cações e horas de vôo.

ComentárioAs atribuições que eram da Junta Médica Ofi cial,

atual mente, são exercidas pela Diretoria de Gestão de Pessoas e Escola de Governo (órgão vinculado à AGANP), através de sua Subgerência de Perícias Médi-cas, ligada à Gerência de Saúde e Segurança do Servidor, conforme o Decreto nº 5.639, de 19/8/2002, nos termos de seu art. 3º, inciso V, d.

As atribuições que antes eram da Aganp, foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Art. 263. O funcionário em disponibilidade poderá ser aposentado nos termos do art. 258.

Art. 264. O provento da aposentadoria será:I – correspondente ao vencimento integral do cargo

quando o funcionário:a) contar o tempo de serviço legalmente previsto para

a aposentadoria voluntária;b) for invalidado para o serviço público, por acidente

em serviço ou em decorrência de doença profi ssional;c) for acometido de tuberculose ativa, alienação men-

tal, neoplasia maligna, cegueira progressiva, hanseníase, cardiopatia grave, paralisia irreversível e incapacitante, doença de Parkinson, Coréia de Huntington, espondilo-artrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de Paget (osteíte deformante) e Síndrome da Imunodefi -ciência Adquirida – AIDS, com base nas conclusões da Junta Médica Ofi cial do Estado; (Alínea c com redação dada pela Lei nº 12.210, de 20/11/1993, art. 4º)

d) na inatividade for acometido de qualquer das do-enças específi cas na alínea anterior;

II – proporcional ao tempo de serviço, nos demais casos.

Parágrafo único. A proporcionalidade de que trata o item II corresponderá, por ano de efetivo exercício, a 1/35 (um trinta e cinco) avos, para os funcionários do sexo masculino, e a 1/30 (um trinta) avos para os de sexo feminino, e, para os ocupantes de funções de magistério, 1/30 (um trinta) avos, se professor, ou 1/25 (um vinte e cinco) avos, se professora.

ComentárioAtualmente, o regime previdenciário é de caráter

contributivo, sendo que o tempo de contribuição é apenas um de seus requisitos.

Art. 265. O cálculo dos proventos terá por base o vencimento do cargo acrescido de gratifi cação adicional por tempo de serviço e outras vantagens pecuniárias, incorporáveis na forma desta lei.

Parágrafo único. Para o pessoal do magistério do ensino fundamental e médio, o cálculo dos proventos ainda levará em conta a média da jornada de trabalho dos 12 (doze) últimos meses anteriores à data da autuação do requerimento, do laudo médico ofi cial ou do implemento do limite de idade para permanência no serviço ativo, con-forme se trate de aposentadoria voluntária, por invalidez ou compulsória, respectivamente.

ComentárioO parágrafo único do presente artigo está tacitamente

revogado, pois a Lei nº 13.909, de 25/9/2001 (Estatuto e o Plano de Cargos e Vencimentos do Pessoal do Magistério), trata especifi camente da matéria aqui disciplinada.

Art. 266. Os proventos da inatividade serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modifi carem os vencimentos dos funcionários em ativi-dade. (Vetado).

ComentárioO art. 266, não guarda harmonia com o art. 40, §§ 2º

e 3º da CF, verbis:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efeti-vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio fi nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998)(...)§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucio-nal nº 20, de 15/12/1998)§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposen-tadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos re-gimes de previdência de que tratam este artigo

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57e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19/12/2003)

Art. 267. Revogado pelo § 2º do art. 40 da Constitui-ção Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998.

Art. 268. O chefe do órgão em que o funcionário esti-ver lotado determinará o seu afastamento do exercício do cargo, comunicando o fato à autoridade competente para a decretação da respectiva aposentadoria, através do Secre-tário da Administração, no dia imediato ao em que:

I – for considerado, por laudo médico, defi nitivamente incapaz para o serviço público;

II – completar idade limite para a aposentadoria compulsória.

Parágrafo único. O procedimento de que trata a par-te inicial do caput deste artigo deverá ser adotado pelo Secretário da Administração ou autoridade equivalente, quando for publicado o decreto de aposentadoria volun-tária do funcionário.

ComentárioO art. 97, § 7º, da Constituição Estadual, ordena:

Art. 97. ..............................................................(...)§ 7º Satisfeitas as exigências do inciso III, alíneas a e b, do caput deste artigo, e decorridos seis (6) meses do requerimento de aposentadoria, sem que a mesma tenha sido decretada, o servidor fi ca, automaticamente, dispensado de suas funções, sem prejuízo de sua remuneração. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 10/12/1997)

Art. 269. O funcionário aposentado fi ca eximido de contribuição previdenciária, sem perder, contudo, o di-reito às vantagens oferecidas pelo órgão previdenciário do Estado.

ComentárioO art. 269 não tem aplicabilidade, pois a EC nº 16,

de 12/3/1997, revogou o § 8º do art. 154, da Constituição Estadual, e determinou que os inativos e pensionistas deveriam contribuir obrigatoriamente ao órgão previ-denciário estadual.

CAPÍTULO VIIDa Previdência e Assistência

Art. 270. Em caráter geral, a previdência e assistência dos funcionários do Estado serão prestadas através do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado – IPASGO, na forma da legislação própria.

ComentárioO IPASGO é disciplinado pela Lei nº 14.081, de

26/2/2002, e pelo Decreto nº 5.592, de 14/5/2002.

Art. 271. Sem prejuízo de outros benefícios devidos em razão do artigo precedente, a vida e a preservação de acidentes nos locais de trabalho de funcionários serão protegidas por seguros coletivos, cujos valores serão atualizados anualmente.

Parágrafo único. Independentemente do disposto neste artigo, o local de trabalho do funcionário disporá de todas as condições que garantam a redução dos riscos inerentes às suas atribuições, por meio de normas de saúde, higiene, conforto e segurança.

Art. 272. Os planos de assistência de que trata este capítulo compreenderão:

I – fi nanciamento imobiliário;II – assistência judiciária;III – manutenção de creches;IV – auxílio para fundação e manutenção de as-

sociações benefi centes, cooperativas e recreativas dos funcionários;

V – cursos de aperfeiçoamento e especialização profi ssional;

VI – instituição de colônias de férias e centros de aperfeiçoamento dos funcionários e suas famílias.

Art. 273. A pensão aos benefi ciários do funcionário falecido, ainda que aposentado, corresponderá à totali-dade do vencimento ou da remuneração do cargo ou dos proventos.

Parágrafo único. As pensões serão revistas na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modifi car o vencimento ou a remuneração dos funcionários em atividade.

Art. 274. O funcionário acidentado em serviço ou acometido de doença profi ssional que, por expressa exi-gência de laudo médico ofi cial, necessitar de tratamento especializado, terá hospitalização e tratamento integral-mente custeados pela administração pública.

Parágrafo único. Na hipótese do tratamento, por necessidade comprovada, ter de efetivar-se fora da sede de lotação do funcionário, ao mesmo será também con-cedido auxílio especial para transporte próprio e de um acompanhante.

Art. 275. Em caso de falecimento do funcionário em serviço fora da sede, será a sua família indenizada das despesas com as providências decorrentes do evento, inclusive transporte do corpo e gastos de viagem de uma pessoa.

Art. 276. O Poder Público garantirá, diretamente ou através de instituição especializada, total assistência médica e hospitalar ao funcionário de restrita capacidade econômica, quando acometido de moléstia grave, e pro-vada a insufi ciência de seus vencimentos para lhe atender os encargos.

Art. 277. A assistência jurídica, que consistirá no pa-trocínio da defesa do funcionário, em processos criminais por fato ocorrido no exercício da função do cargo, será prestada por Procurador do Estado.

Art. 278. Leis especiais e/ou atos regulamentares dis-porão sobre a organização e o funcionamento dos planos de assistência relativos aos itens III, IV e VI do art. 272.

Art. 279. Aos funcionários serão concedidos, na forma estabelecida nos arts. 160 a 169 deste Estatuto, os benefícios de salário-família, auxílio-saúde e auxílio-funeral.

CAPÍTULO VIIIDo Direito de Petição

Art. 280. Será assegurado ao funcionário o direito de requerer, bem como o de representar.

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58ComentárioSão assegurados a todos, independentemente do

pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos, em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. (CF, art. 5º, XXXIV)

Art. 281. O requerimento é cabível para defesa de direito ou de interesse legítimo e a representação, contra abuso de autoridade ou desvio de poder.

ComentárioHely Lopes Meirelles (2001:636), assim conceitua

representação:

Representação administrativa é a denúncia formal e assinada de irregularidades internas ou de abuso de poder na prática de atos da Administração, feita por quem quer que seja à autoridade competente para conhecer e coibir a ilegalidade apontada.

Acontece o abuso de autoridade quando o administra-dor excede aos limites legais de suas atribuições. Ocorre o desvio de poder quando a autoridade age dentro dos limites de suas atribuições, mas com fi ns divorciados do interesse comum.

§ 1º O direito de requerer será exercido perante a autoridade competente em razão da matéria e sempre por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordi-nado o funcionário.

§ 2º A representação deve ser encaminhada pela via hierárquica e será obrigatoriamente apreciada pela auto-ridade superior àquela contra a qual é interposta.

ComentárioCaso a autoridade hierarquicamente superior àquela

que praticou o ato ilegal se recuse a apurar a falta come-tida, será penalizada criminalmente, por condescendência criminosa. (CP, art. 320)

Art. 282. Sob pena de responsabilidade, será asse-gurado(a) ao funcionário:

I – o rápido andamento dos processos de seu interesse, nas repartições públicas;

II – a ciência das informações, pareceres e despachos dados em processos que a ele se refi ram;

III – a obtenção de certidões requeridas para defesa de seus direitos e esclarecimentos de situações, salvo se o interesse público impuser sigilo.

Art. 283. O requerimento inicial do funcionário não precisará vir acompanhado dos elementos comprobató rios do direito pleiteado, desde que constem do assentamento individual do requerente.

ComentárioEste artigo foi revogado tacitamente, uma vez que a Lei

nº 13.800, de 28/1/2001, em seu art. 6º, trata especifi camen-te da matéria aqui regulada, nos termos seguintes:

Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação

oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;II – identifi cação do interessado ou de quem o represente; III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

Art. 284. Caberá pedido de reconsideração dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão.

ComentárioO art. 284 está revogado tacitamente, uma vez que

a Lei nº 13.800, de 28/1/2001, em seu art. 56, § 1º, disci-plina especifi camente a matéria aqui regulada, conforme segue:

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recur-so, em face de razões de legalidade e de mérito.§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à auto-ridade superior.

Observe, o leitor, que não mais existe o pedido de reconsi deração autônomo, o qual deve ser formulado concomitan temente ao recurso.

Parágrafo único. O prazo para apresentação do pedido de reconsideração será de 15 (quinze) dias, contados a partir da ciência do ato ou decisão ou de sua publicação.

O parágrafo único do art. 284 está revogado taci-tamente, uma vez que a Lei nº 13.800, de 28/1/2001, em seu art. 59, disciplina especifi camente a matéria aqui regulada, consoante a seguir:

Art. 59. Salvo disposição legal específi ca, é de dez dias o prazo para oposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação ofi cial da decisão recorrida.

O prazo para interposição de qualquer recurso ad-ministrativo, salvo disposição legal em contrário, é de 10 (dez) dias.

Art. 285. Ressalvadas as disposições em contrário, previstas neste Estatuto, caberá recurso:

I – do indeferimento do pedido de reconsideração;

ComentárioO art. 285, caput, e seu inciso I estão revogados

tacitamente, uma vez que a Lei nº 13.800, de 28/1/2001,

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59em seu art. 56, caput, e § 1º, disciplina especifi camente a matéria aqui regulada.

Atualmente, sendo indeferido o pedido de reconsi-deração, o recurso tem seguimento, pois aquele não é posto em separado, mas juntamente com o recurso. (Lei nº 13.800, de 18/1/2001, art. 56, § 1º)

II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

ComentárioO art. 285, II, está revogado tacitamente, uma vez

que a Lei nº 13.800, de 28/1/2001, em seus arts. 56, caput, e 57, disciplina especifi camente a matéria aqui regulada, conforme segue:

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediata-mente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às de-mais autoridades.

ComentárioO § 1º, do art. 285, está revogado tacitamente, uma

vez que a Lei nº 13.800, de 28/1/2001, em seu art. 56, § 1º, disciplina especifi camente a matéria aqui regulada.

§ 2º O recurso será interposto por intermédio da auto-ridade recorrida, que poderá reconsiderar a decisão ou, mantendo-a, encaminhá-lo-á à autoridade superior.

ComentárioO § 1º, do art. 285, está revogado tacitamente, uma

vez que a Lei nº 13.800, de 28/1/2001, em seu art. 56, § 1º, disciplina especifi camente a matéria aqui regulada.

§ 3º Será de 30 (trinta) dias o prazo de recurso a contar da publicação ou ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

ComentárioO § 3º, do art. 285, está revogado tacitamente, uma

vez que a Lei nº 13.800, de 28/1/2001, em seu art. 59, disciplina especificamente a matéria aqui regulada, conforme segue:

Art. 59. Salvo disposição legal específi ca, é de dez dias o prazo para oposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação ofi cial da decisão recorrida.

Art. 286. O pedido de reconsideração e o recurso não têm efeito suspensivo; provido qualquer deles, os seus efeitos retroagirão à data do ato impugnado.

ComentárioO art. 286 está revogado tacitamente, uma vez que

a Lei nº 13.800, de 28/1/2001, em seu art. 61, disciplina especifi camente a matéria aqui regulada, conforme pas-samos a transcrever:

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.Parágrafo único. Havendo justo receio de preju-ízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imedia-tamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.

Art. 287. O direito de petição na esfera administrativa prescreverá:

I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e os refe-rentes a matéria patrimonial;

II – em 120 (cento e vinte) dias nos demais casos, salvo quando outro prazo for estabelecido por lei.

ComentárioEis o conceito de prescrição, conforme Hely Lopes

Meirelles (2001:687):

Prescrição é a perda da ação pelo transcurso do prazo para seu ajuizamento ou pelo abandono da causa durante o processo. Não se confunde com decadência ou caducidade, que é o perecimento do direito pelo não exercício no prazo fi xado em lei.

Art. 288. O prazo de prescrição contar-se-á da data da publicação ofi cial ou da efetiva ciência do interessado do ato impugnado.

Art. 289. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição até 2 (duas) vezes.

Parágrafo único. Interrompida a prescrição, o prazo recomeçará a correr pelo restante, desde que não infe-rior à metade do prazo original, no dia em que cessar a interrupção.

ComentárioConforme o art. 56, § 1º, da Lei nº 13.800/2001, o pe-

dido de reconsideração deverá constar no recurso.

Art. 290. Os prazos para a prática dos diversos atos de mero expediente, interlocutórios ou fi nais, serão fi xados em regulamento específi co.

ComentárioA Lei nº 10.800/2001, em seus arts. 24, 49 e 59, § 1º,

assim estabelece:

Art. 24. Inexistindo disposição específi ca, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo pro-cesso e dos administrados que dele participem devem ser praticados em cinco dias, podendo este prazo ser dilatado até o dobro por motivo justo, devidamente comprovado.(...)Art. 49. Concluída a instrução de processo ad-ministrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.(...)Art. 59. .............................................................§ 1º Quando a lei não fi xar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no

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60prazo máximo de trinta dias, a partir do recebi-mento dos autos pelo órgão competente.

Art. 291. O direito de pleitear em juízo sobre qualquer lesão de direito individual do funcionário é impostergável e o seu exercício não elidirá o de pleitear em instância administrativa.

ComentárioEsse dispositivo legal harmoniza-se com o art. 5º,

XXXV, da CF:

Art. 5º. ..............................................................(...)XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Po-der Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Art. 292. O direito de petição será exercido direta-mente pelo funcionário ou por seu cônjuge ou parente até o 2º grau, mediante procuração com poderes expres-sos e essenciais ou, ainda, por advogado regularmente constituído.

Parágrafo único. Para o exercício do direito de peti-ção, será assegurada vista do processo ou documento, na sede da repartição, ao funcionário ou procurador espe-cialmente constituído.

ComentárioO art. 292 está revogado tacitamente, uma vez que

a Lei nº 13.800, de 28/1/2001, em seus arts. 3º, II a IV, e 9º, disciplina especifi camente a matéria aqui regulada, consoante passamos a delinear:

Art. 3º Sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados, o administrado tem os seguintes direitos:

I – ......................................................................II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos mesmos, pessoalmente ou através de procurador legitimamente consti-tuído, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer das decisões proferidas;III – formular alegações e apresentar documen-tos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pela autoridade julgadora;IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advo-gado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.(...)Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, tenham direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;III – as organizações e associações representati-vas, no tocante a direitos e interesses coletivos;IV – as pessoas ou associações legalmente cons-tituídas quanto a direitos ou interesses difusos.

TÍTULO IVDA ACUMULAÇÃO

Art. 293. É vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicos, exceto nos casos previstos na Constituição Federal ou em lei complementar, obedecidos os critérios de compatibilidade de horários e correlação de matérias.

Parágrafo único. A proibição de acumular a que se refere este artigo estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

ComentárioA acumulação de cargos, empregos e funções não é

permitida, exceto nos estritos casos previstos na CF:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralida-de, publicidade e efi ciên cia e, também, ao seguinte:(...)XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compa-tibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científi co;c) a de dois cargos ou empregos privativos de profi ssionais de saúde, com profi ssões regu-lamentadas. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)XVII – a proibição de acumular estende-se a em-pregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. (Redação conferida pela Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

O servidor efetivo, eleito vereador, poderá acumular essa função com o seu cargo (ou emprego), bastando que haja compatibilidade de horários (art. 38, III, CF).

Aos magistrados, é vedada a acumulação, com a ressalva prevista no art. 95, parágrafo único, da CF:

Art. 95. ..............................................................Parágrafo único. Aos juízes é vedado:I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério.

Os membros do Ministério Público, também só podem acumular suas funções com uma de magistério, conforme o art. 128, § 5º, II, d, da Constituição Federal:

Art. 128. ............................................................

(...)§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procura-dores-Gerais, estabelecerão a organização, as atri-buições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

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61I – ......................................................................II – as seguintes vedações:(...)d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério.

É importante salientar que é vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções; nada impe-dindo, então, que haja acumulação gratuita.

Em qualquer situação é necessário o preenchimento do requisito da compatibilidade de horários, sob pena de um cargo, emprego ou função fi car prejudicado em relação ao outro.

TÍTULO VDO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDos Deveres

Art. 294. São deveres do funcionário:

I – assiduidade;

ComentárioO servidor deverá comparecer habitualmente ao

seu trabalho. Esse é um dos requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório. (art. 39, § 1º, II, do presente estatuto)

II – pontualidade;

ComentárioÉ a observância diligente quanto ao horário de en-

trada e saída, por parte do servidor, do local de trabalho. Esse também é requisito a ser apurado no estágio proba-tório (art. 39, § 1º, II, do presente estatuto).

III – discrição;

ComentárioExige-se que o servidor seja comedido em suas

palavras, que saiba guardar segredo sobre os assuntos que tomar conhecimento em razão do exercício de sua função.

IV – urbanidade;

ComentárioDo servidor público espera-se a excelência em

educação e respeito, tanto para com os seus colegas de trabalho, como em relação aos administrados, que são os clientes dos serviços públicos.

V – lealdade às instituições constitucionais e admi-nistrativas a que servir;

ComentárioO servidor deve cumprir fi elmente o compromisso de

bem servir, assumido no dia da posse, procurando velar pela observância à Constituição Federal, Constituição Estadual e leis infraconstitucionais. Está incluso, aqui, o dever de representar contra aqueles que praticarem atos ilegais, mesmo sendo autoridade superior a si.

VI – observância das normas legais e regulamentares;

ComentárioNão basta ao servidor o conhecimento das leis e

regulamentos, mas deve pautar sua conduta de tal forma que venha desempenhar todos os seus atos em obediência ao princípio da legalidade, estampado no art. 37, caput, da CF, e ratifi cado aqui.

VII – obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

ComentárioÉ dever decorrente do poder hierárquico. O dever de

obediência não é absoluto, uma vez que o servidor não pode cumprir ordens ilegais. Esse é um dos requisitos que serão apurados durante o estágio probatório. (art. 39, § 1º, III do presente estatuto)

VIII – zelo pela economia e conservação do material que lhe for confi ado e pelo desempenho dos encargos de que for incumbido;

ComentárioAo servidor exige-se que produza o máximo, com o

mínimo de dispêndio. Tal dever guarda harmonia com o princípio da efi ciência, previsto no art. 37, caput, da CF. É requisito a ser observado durante o estágio probatório. (art. 39, § 1º, IV, do presente estatuto)

IX – exposição, aos chefes, das dúvidas e difi culdades que encontrar no exame dos documentos e papéis sujeitos ao seu estudo;

X – levar ao conhecimento de seu chefe imediato as irregularidades de que tiver ciência, em razão de seu cargo, representando à autoridade superior, se aquele não levar na devida conta a informação prestada;

ComentárioCaso a autoridade superior tome conhecimento de

irregularidade cometida por subordinado e não providen-cie os meios para apuração da infração será responsa-bilizado, criminalmente, por condescendência criminosa, prevista no CP, art. 320:

Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu in-fração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

XI – guardar sigilo sobre os assuntos de natureza confi dencial;

ComentárioA violação de sigilo funcional enseja responsabilida-

de criminal, prevista no art. 325 do CP:

Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em ra-zão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

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62Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)I – permite ou facilita, mediante atribuição, for-necimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Acrescentada pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Acrescentada pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Ad-ministração Pública ou a outrem: (Acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

XII – atender, com preterição de qualquer outro serviço:

a) as requisições para defesa da Fazenda;b) a expedição das certidões requeridas para a defesa

de direitos e esclarecimentos de situações de que trata o inciso III do art. 282;

c) ao público em geral;XIII – residir na localidade onde for lotado para

exercer as atribuições inerentes ao seu cargo, ou em localidade vizinha, se disto não resultar inconveniência para o serviço público;

ComentárioO legislador pretendeu estabelecer que o domicílio,

e não a residência do servidor, deve ser no local onde for lotado para exercer suas atribuições.

Sílvio de Salvo Venosa (2003:228) defi ne residência como sendo “o lugar em que se habita, com ânimo de permanência. Ainda que desse local a pessoa se ausente temporariamente.

O art. 70, do atual Código Civil, conceitua domicílio, nos seguintes termos:

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo defi nitivo. (grifo nosso)

XIV – apresentar-se decentemente trajado ao serviço;

ComentárioA maneira como o servidor traja-se transparece a

respeitabilidade da Administração a que serve.

XV – trazer rigorosamente atualizados as leis, re-gulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço, pertinentes às suas atribuições;

ComentárioÉ dever do servidor observar as normas legais, e estas

devem estar atualizadas, pois através delas o servidor conhecerá e exercerá fi elmente suas atribuições.

XVI – manter espírito de solidariedade, cooperação e lealdade para com os colegas de serviço;

XVII – freqüentar cursos de treinamento, aper-feiçoamento e especialização profi ssional legalmente instituídos.

Parágrafo único. As faltas às aulas dos cursos a que se refere o inciso XVII deste artigo equivalerão, para to-dos os efeitos, à ausência ao serviço, salvo se por motivo justo, comunicado e inequivocamente evidenciado nas 24 (vinte e quatro) horas imediatamente seguintes, através de prova idônea.

CAPÍTULO IIDo Aperfeiçoamento e da Especialização

Art. 295. É dever do funcionário diligenciar para o seu constante aperfeiçoamento profi ssional e cultural.

Art. 296. O funcionário tem por dever freqüentar, sal-vo motivos relevantes que o impeçam, cursos de especia-lização, treinamento e aperfeiçoamento profi ssional, para os quais seja expressamente designado ou convocado.

Art. 297. Para que o funcionário possa ampliar sua capacidade profi ssional, o Estado promoverá cursos de es-pecialização e aperfeiçoamento, conferências, congressos, publicações de trabalhos referentes ao serviço público e viagens de estudo.

§ 1º O Estado pode conceder facilidades, inclusive fi nanceiras, supletivas, ao funcionário que, por iniciativa própria, tenha obtido bolsa de estudo ou inscrição em cursos fora do Estado ou no exterior, desde que a modali-dade de que trate seja correlata à sua formação e atividade profi ssional no serviço público estadual.

Art. 298. O Estado manterá em caráter permanente, no orçamento de cada exercício, dotação sufi ciente des-tinada a garantir a consecução dos objetivos dispostos neste Capítulo.

Art. 299. Os diplomas, certifi cados de aproveita-mento e atestados de freqüência, fornecidos pelo órgão responsável pela administração de cursos e bolsa de es-tudos, infl uem como títulos nos concursos em geral e nas promoções e acessos de classe em que esteja interessado o seu portador, desde que expedidos na conformidade do disposto no § 3º do art. 79.

ComentárioO acesso não foi recepcionado pelo art. 37, II, da

CF.

Parágrafo único. O edital de que trata o § 4º do art. 79 caracterizará a valorização de cada espécie dos títulos a que se refere este artigo, apreçando mais os obtidos mediante a prestação de provas de conhecimentos e con-siderando, inclusive, o conceito das instituições expedi-doras do título.

CAPÍTULO IIIDo Treinamento

Art. 300. O Estado manterá, na esfera do Poder Executivo, através da Superintendência de Recrutamen-to, Seleção e Desenvolvimento de Pessoal, vinculada à estrutura da Secretaria da Administração; do Centro de Treinamento do Departamento de Recursos Humanos da Secretaria da Fazenda; da Superintendência da Academia

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63de Polícia, integrante da Secretaria da Segurança Pública e de outras entidades de ensino conveniadas, cursos de especialização, aperfeiçoamento e treinamento para os funcionários regidos por este Estatuto.

ComentárioRemetemos o leitor aos comentários do art. 8º da lei

em estudo.O órgão da AGANP, responsável por fazer convênios,

cursos de especialização, aperfeiçoamento e treinamento para os servidores regidos pelo presente estatuto é a Diretoria de Gestão de Pessoas e Escola de Governo, com base no art. 18, XV a XVIII, do Decreto nº 5.695, que passamos a transcrever:

As atribuições que antes eram da Aganp, foram transferidas para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), de acordo com a Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008. E, para maiores esclarecimentos sobre a extinção da Aganp, remetemos o leitor aos comentários do art. 8º da presente lei.

Art. 18. Compete à Diretoria de Gestão de Pes-soas e Escola de Governo:(...)XV – propor a celebração de convênios, contratos e outros instrumentos relacionados com a área de recursos humanos;XVI – propor e orientar todas as atividades de investimento, referentes ao Fundo de Capacita-ção do Servidor Público;XVII – coordenar a participação de servidores em eventos externos relacionados com o seu desenvolvimento profi ssional na Administração Pública estadual;XVIII – promover e realizar eventos de capaci-tação aos servidores dos órgãos públicos e estaduais.

Art. 301. Constituem, dentre outros, objetivos dos cursos referidos no artigo anterior:

I – de especialização:a) ministrar conhecimentos técnicos especializados,

tendo em vista o aprimoramento do funcionário no campo de sua atividade profi ssional;

b) propiciar ao funcionário condições de aprimora-mento técnico específi co, através de palestras, conclaves, seminários ou simpósios, relativos ao campo de sua especialização;

II – de aperfeiçoamento e treinamento:a) fornecer ao servidor elementos gerais de ins-

trução;b) ministrar técnicas específi cas de administração,

particular mente nos setores de planejamento administra-tivo; lançamento e arrecadação de tributo; elaboração e execução de orçamentos; administração de pessoal; ad-ministração de material; organização e métodos; relações públicas e atividades de chefi a;

c) ministrar aulas de preparação para concursos.

Art. 302. (Revogado pela Lei nº 12.706, de 19/9/1995, art. 2º.)

CAPÍTULO IVDas Transgressões Disciplinares

Art. 303. Constitui transgressão disciplinar e ao funcionário é proibido:

I – referir-se, de modo depreciativo ou desrespeito-so, em informação, requerimento, parecer ou despacho, às autoridades, a funcionários e usuários bem como a atos da administração pública, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço;

II – retirar, sem prévia autorização da autoridade com-petente, qualquer documento ou objeto da repartição;

III – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

IV – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ilícito;

V – coagir ou aliciar subordinado com o objetivo de natureza político-partidária;

VI – participar da gerência ou da administração de empresa industrial ou comercial, exceto as de caráter cultural ou educacional;

VII – exercer comércio ou participar de sociedade co-mercial, exceto como acionista, cotista ou comanditário;

VIII – praticar a usura em qualquer de suas formas;IX – pleitear, como procurador ou intermediário,

junto às repartições públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimentos e vantagens de parentes até o segundo grau;

X – receber propinas, comissões, presentes ou vanta-gens de qualquer espécie;

XI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados;

XII – deixar de pagar, com regularidade, as pensões a que esteja obrigado em virtude de decisão judicial;

XIII – faltar à verdade no exercício de suas funções, por malícia ou má fé;

XIV – deixar de informar, com presteza, os processos que lhe forem encaminhados;

XV – difi cultar ou deixar de levar ao conhecimento da autoridade competente, por via hierárquica e em 24 (vinte e quatro) horas, queixas, denúncia, representação, petição, recurso ou documento que houver recebido, se não estiver na sua alçada resolver;

XVI – negligenciar ou descumprir qualquer ordem legítima;

XVII – apresentar, maliciosamente, queixa, denúncia ou representação;

XVIII – lançar, em livros ofi ciais de registro, ano-tações, reclamações, reivindicações ou quaisquer outras matérias estranhas às suas fi nalidades;

XIX – adquirir, para revenda, de associação de classe ou entidades benefi centes em geral, gêneros ou quaisquer mercadorias;

XX – entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras ou outros afazeres estranhos ao serviço;

XXI – deixar, quando comunicado em tempo hábil, de providenciar a inspeção médica do servidor, seu subordi-nado, que faltou ao serviço por motivo de saúde;

XXII – deixar, quando sob sua responsabilidade, de prestar informações sobre funcionário em estágio probatório;

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64XXIII – esquivar-se de providenciar a respeito de

ocorrência no âmbito de suas atribuições, salvo no caso de impedimento, o que comunicará em tempo hábil;

XXIV – representar contra superior hierárquico, sem observar as prescrições regulamentares;

XXV – propor transações pecuniárias a superior ou a subordinado com o objetivo de auferir lucro;

XXVI – fazer circular ou subscrever lista de donativo no recinto da repartição;

XXVII – utilizar-se do anonimato para qualquer fi m;

XXVIII – aconselhar ou concorrer para não ser cum-prida qualquer ordem de autoridade competente, ou para que seja retardada a sua execução;

XXIX – simular doença para esquivar-se do cumpri-mento da obrigação;

XXX – trabalhar mal, intencionalmente ou por ne-gligência;

XXXI – faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou deixar de participar, com antecedência, à autoridade ime-diatamente superior, a impossibilidade de comparecer à repartição, salvo motivo justo;

XXXII – permutar processo, tarefa ou qualquer ser-viço que lhe tenha sido atribuído, sem expressa permissão da autoridade competente;

XXXIII – abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;

XXXIV – não se apresentar, sem motivo justo, ao fi m de licença para tratar de interesses particulares, férias, cursos ou dispensa de serviço para participação em con-gressos, bem como depois de comunicado que qualquer delas foi interrompida por ordem superior;

XXXV – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão ou ordem judicial, bem como criticá-las;

XXXVI – usar, durante o serviço, mesmo em quantidade insignifi cante, bebida alcóolica de qualquer natureza;

XXXVII – recusar-se, sem justa causa, a submeter-se a inspeção médica ou exame de capacidade intelectual ou vocacional previstos neste Estatuto;

XXXVIII – negligenciar na guarda de objetos perten-centes à repartição e que, em decorrência da função ou para o seu exercício, lhe tenham sido confi ados, possibilitando a sua danifi cação ou extravio;

XXXIX – demonstrar parcialidade nas informações de sua responsabilidade, para a aferição do merecimento de funcionário;

XL – infl uir para que terceiro intervenha para sua promoção ou para impedir a sua remoção;

XLI – retardar o andamento do processo sumaríssimo para pagamento de auxílio-funeral;

XLII – receber gratifi cação por serviço extraordinário que não tenha prestado efetivamente;

XLIII – deixar de aplicar penalidades merecidas, quando lhe forem afetas, a funcionário subordinado ou, em caso contrário, deixar de comunicar a infração à autoridade competente, para que o faça;

XLIV – deixar de adotar a tempo, na esfera de suas atribuições, providências destinadas a evitar desfalques ou alcances pecuniários por parte de detentores de di-nheiro ou valores do Estado, dada a sua vida irregular ou incompatível com seus vencimentos ou renda particular, cuja comprovação poderá ser exigida;

XLV – abrir ou tentar abrir qualquer dependência da repartição fora das horas de expediente, desde que não esteja expressamente autorizado pela autoridade competente;

XLVI – fazer uso indevido de veículo da reparti-ção;

XLVII – atender, em serviço, com desatenção ou indelicadeza, qualquer pessoa do público;

XLVIII – indispor o funcionário contra os seus supe-riores hierárquicos ou provocar, velada ou ostensivamente, animosidade entre seus pares;

XLIX – acumular cargos, funções e empregos públi-cos, ressalvadas as exceções constitucionais previstas;

L – dar causa, intencionalmente, a extravio ou dani-fi cação de objetos pertencentes à repartição;

LI – fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias, envolvendo assunto do serviço, bens do Estado ou artigos de uso proibido;

LII – introduzir ou distribuir na repartição quaisquer escritos que atentem contra a disciplina e a moral;

LIII – residir fora da localidade em que exerce as funções do cargo, exceto no caso da ressalva de que trata o item XIII do art. 294;

LIV – praticar crimes contra a administração públi-ca;

LV – lesar os cofres públicos ou dilapidar o patri-mônio estadual;

LVI – praticar ofensas físicas, em serviço, contra funcionário ou qualquer pessoa, salvo se em legítima defesa devidamente comprovada;

LVII – cometer insubordinação grave em serviço;LVIII – aplicar, irregularmente, dinheiro público;LIX – revelar segredo que conheça em razão de seu

cargo ou função;LX – abandonar, sem justa causa, o exercício de

suas funções durante o período de 30 (trinta) dias con-secutivos;

LXI – faltar, sem justa causa, ao serviço por 45 (qua-renta e cinco) dias interpolados, durante o período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias;

LXII – exercer advocacia administrativa;LXIII – ofender, provocar, desafi ar ou tentar desa-

creditar qualquer colega ou autoridade superior, com palavras, gestos ou ações;

LXIV – dar-se ao vício de embriaguez pelo álcool ou por substâncias de efeitos análogos;

LXV – importar ou exportar, usar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda ou ofe-recer, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo, substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização legal ou regulamentar.

Art. 304. Constitui, ainda, transgressão disciplinar, quanto aos funcionários ocupantes de cargos inerentes às funções de polícia civil:

I – transitar por logradouro público sem o respectivo cartão de identidade;

II – deixar de guardar, em público, a devida com-postura;

III – dar conhecimento, por qualquer modo, de ocor-rência do serviço policial a quem não tenha atribuições para nela intervir;

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65IV – discutir ou provocar discussões, pela imprensa,

a respeito de assuntos policiais, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, quando devidamente autorizado;

V – introduzir material infl amável ou explosivo na repartição, salvo se em obediência a ordem de serviço;

VI – revelar sua qualidade de policial, fora dos casos necessários ou convenientes ao serviço;

VII – pedir quaisquer gratifi cações, reclamá-las ou aceitá-las fora dos casos legais;

VIII – recusar-se a exercer o ofício de defensor, bem como fazer afi rmação falsa, negar ou calar a verdade, como testemunha ou perito em processo disciplinar, quando designado, salvo por motivo justo;

IX – referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso a autoridades hierarquicamente superiores e a atos da ad-ministração pública, qualquer que seja o meio empregado para esse fi m;

X – divulgar, através da imprensa, rádio e televisão, fatos ocorridos na repartição que possam prejudicar ou interferir no bom andamento do serviço policial, ou pro-piciar sua divulgação;

XI – manter relações de amizade ou exibir-se em público com pessoas de notórios e desabonadores ante-cedentes criminais, sem razão de serviço;

XII – praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial;

XIII – deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as leis e os regulamentos;

XIV – atribuir-se a qualidade de representante de qualquer órgão ou de autoridade da Secretaria da Segu-rança Pública;

XV – freqüentar, sem razão de serviço, lugares in-compatíveis com o decoro da função policial;

XVI – comparecer, ostensivamente, em casa de prostituição, boates, casas de danças, bares e restauran-tes da zona do meretrício, participando de mesas ou das diversões, bem como fazendo uso de bebidas alcoólicas, em serviço ou fora dele;

XVII – fazer uso indevido de arma, bem como portá-la ostensivamente em público;

XVIII – maltratar preso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária, no exercício da função policial;

XIX – permitir que presos conservem em seu poder instrumentos que possam causar danos nas dependên-cias em que estejam recolhidos ou produzir lesões em terceiros;

XX – deixar de concluir, nos prazos legais, sem mo-tivo justo, inquéritos policiais ou disciplinares ou, quando a estes últimos, como membro da respectiva comissão, negligenciar no cumprimento das obrigações que lhe são inerentes;

XXI – prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial;

XXII – indicar ou insinuar nome de advogado para assistir pessoa que se encontre respondendo a processo ou indiciada em inquérito policial, salvo nos casos em que couber à autoridade nomear defensor;

XXIII – impedir ou tornar impraticável, por qualquer meio, na fase de inquérito policial ou durante o interroga-tório do indiciado, mesmo ocorrendo incomunicabilidade, a presença de seu advogado;

XXIV – ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual sem as formalidades legais ou com abuso do poder;

XXV – submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento;

XXVI – deixar de comunicar imediatamente ao juiz competente a prisão de qualquer pessoa;

XXVII – levar à prisão ou nela conservar quem quer que se proponha a prestar fi ança, quando admitida em lei;

XXVIII – atentar, com abuso de autoridade ou preva-lecendo-se dela, contra a inviolabilidade do domicílio;

XXIX – espalhar falsas notícias em prejuízo da or-dem policial ou do bom nome da Secretaria da Segurança Pública;

XXX – provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou origem de alarmes injustifi cáveis;

XXXI – deixar alguém conversar ou entender-se com preso incomu nicável, sem estar, para isso, autorizado por autoridade competente, salvo nos casos do item XXIII;

XXXII – conversar ou entender-se com preso inco-municável, sem para isso estar autorizado por sua função ou por autoridade competente;

XXXIII – ofender, provocar, desafi ar ou responder de maneira desatenciosa a seu superior;

XXXIV – introduzir bebidas alcoólicas na repartição, para uso próprio ou de terceiros;

XXXV – recusar-se a executar ou executar defi cien-temente qualquer serviço, para evitar perigo pessoal;

XXXVI – ser desligado, por falta de assiduidade de curso da Superintendência da Academia de Polícia de Goiás, em que tenha sido matriculado compulsoriamente;

XXXVII – omitir-se no zelo da integridade física ou moral dos presos sob sua guarda;

XXXVIII – publicar, sem ordem expressa da auto-ridade competente, documentos ofi ciais, embora não reservados, ou ensejar a divulgação de seu conteúdo, no todo ou em parte;

XXXIX – exercer a advocacia, assim como, nos recintos e relativamente às atividades da Secretaria da Segurança Pública, o jornalismo, respeitada a ressalva constante do item IV deste artigo;

XL – cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa que não tenha apoio em lei;

XLI – cometer crimes contra os costumes ou contra o patrimônio que, por sua natureza e confi guração, sejam considerados como infamantes, de modo a incom patibilizar o servidor para o exercício da função policial;

XLII – submeter à tortura ou permitir ou mandar que se torture preso sob a sua guarda.

CAPÍTULO VDas Responsabilidades

Art. 305. Pelo exercício irregular de suas atribui-ções, o funcionário responde civil, penal e administra-tivamente.

ComentárioA responsabilidade administrativa evidencia-se

quando o exercício irregular, por parte do servidor, viola normas internas da Administração. Já a responsabilidade civil decorre de dano patrimonial causado à Adminis-

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66tração, que deve ser reparado, desde que causado por dolo ou culpa, por parte do servidor. O servidor público responderá criminalmente quando praticar crime ou contravenção contra a Administração.

No caso de infrações de trânsito cometidas por servi-dores, com veículos do Poder Público, o Decreto nº 5.657, de 17/9/2002, assim determina:

Art. 1º Este decreto estabelece normas objetivando assegurar efetividade aos arts. 150, 305 e 306 da Lei nº 10.460, de 22 de fevereiro de 1988, refe-rentemente às infrações de trânsito cometidas por condutores de veículos pertencentes ao Estado de Goiás, impondo a esses servidores a obrigação de restituir os valores despendidos a título de multa.Art. 2º A obrigação de restituir decorrerá sem-pre de processo administrativo em que sejam assegurados a ampla defesa e o contraditório, observados os prazos da Lei nº 13.800, de 18 de janeiro de 2001.Art. 3º Findo o processo administrativo em que fi car confi gurada a responsabilidade do servidor, este poderá optar pelo desconto em folha do valor da multa, de maneira parcelada, na forma que lhe for conveniente.§ 1º O desconto em folha dependerá de autoriza-ção expressa do servidor.§ 2º As parcelas não poderão ser inferiores a 10% (dez por cento) dos vencimentos do servidor, nem poderão ultrapassar o limite de 24 (vinte e quatro) prestações.§ 3º As parcelas deverão ser atualizadas mone-tariamente bem como acrescidas de juros legais, conforme índices utilizados pelo Estado para correção de seus créditos.Art. 4º O servidor ocupante de cargo em comissão dependendo da gravidade do caso e de seus ante-cedentes, deverá ser exonerado quando incidir nas infrações a que alude este Decreto, sem prejuízo da restituição do erário.Parágrafo único. Em caso de exoneração, pelo motivo a que alude o caput deste artigo, o valor da multa de trânsito será descontado integralmente no montante devido pelo Estado ao servidor exo-nerado, a título de vencimentos.Art. 5º O servidor que optar pelo desconto em fo-lha fi cará isento, desde que comprovada a prima-riedade, de qualquer penalidade administrativa.§ 1º A primariedade a que alude o caput deste artigo é verifi cada pela inexistência de registro de infra-ções administrativas pelo prazo de 5 (cinco) anos.§ 2º A critério do dirigente do órgão poderá ser aplicada a penalidade administrativa, verifi cados a intensidade da culpa do agente e a gravidade dos danos por ele causados.Art. 6º As multas que não forem descontadas em folha serão inscritas na dívida ativa estadual e cobradas na forma legal.

Art. 306. A responsabilidade civil decorre de proce-dimento omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo da Fazenda Pública Estadual ou de terceiros.

ComentárioProcedimento omissivo é aquele em que o servidor

tem o dever e pode agir, mas não age, ocasionando um dano. É comissivo o procedimento quando, por uma ação, o servidor provoca dano. Doloso é o comportamento danoso, por parte do servidor, em que o faz querendo ou assumindo o risco de produzir o resultado. Culposo é o procedimento no qual o servidor causa dano por impru-dência, negligência ou imperícia.

Júlio Fabrini Mirabete (2002:149), assim conceitua imprudência, negligência e imperícia:

Imprudência é uma atitude em que o agente atua com precipitação, inconsideração, com afoiteza, sem cautelas, não usando de seus poderes inibi-dores. (...) A negligência é a inércia psíquica, a indiferença do agente que, podendo tomar as cautelas exigíveis, não o faz por displicência ou preguiça mental. (...) A imperícia é a incapacida-de, a falta de conhecimentos técnicos no exercício de arte ou profi ssão, não tomando o agente em consideração o que sabe ou deve saber.

O Estado responde objetivamente pelos danos que seus agentes, agindo nessa qualidade, causarem a tercei-ros. A responsabilidade extracontratual do Poder Público é objetiva (o lesado não precisa provar a culpa por parte da Administração). Foi adotada por nós a teoria do ris-co administrativo (CF, art. 37, § 6º), que possibilita ao Estado provar uma das excludentes da responsabilidade civil (culpa da vítima, caso fortuito ou força maior), para se desobrigar de reparar o dano.

A responsabilidade do servidor público é subjetiva, ou seja, somente responde pelos danos que causar, tanto para a Administração como para terceiros, por culpa ou dolo.

§ 1º A indenização de prejuízo causado à Fazenda Pú-blica Estadual poderá ser liquidada nos termos do art. 150 deste Estatuto, à míngua de outros bens que respondam pela indenização.

ComentárioA Fazenda Pública Estadual poderá penhorar bens do

servidor por prejuízos sofridos, mas se este não os tiver, será descontado de sua remuneração, em até 24 (vinte e quatro) parcelas o valor devido.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiro, respon-derá o funcionário perante a Fazenda Pública Estadual, em ação regressiva, proposta depois de transitar em julgado a decisão de última instância que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro prejudicado.

ComentárioA Administração Pública responde pelos atos danosos

que seus agentes causarem a terceiros. Caso seja conde-nada a reparar o dano, poderá usar de ação regressiva contra o agente, que somente responderá se fi car provado que agiu com culpa ou dolo.

Art. 307. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao funcionário como tal.

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67ComentárioOs crimes funcionais estão elencados nos dispositivos

do Código Penal, a seguir:

PeculatoArt. 312. Apropriar-se o funcionário público de di-nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou par ticular, de que tem a posse em razão do car-go, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outremArt. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de infor-maçõesArt. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autori-zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas infor-matizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fi m de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Artigo acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Modifi cação ou alteração não autorizada de sis-tema de informaçõesArt. 313-B. Modifi car ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informá-tica sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Artigo acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modifi cação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. (Acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documentoArt. 314. Extraviar livro ofi cial ou qualquer do-cumento, de que tem a guarda em razão do cargo;

sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constituir crime mais grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicasArt. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplica-ção diversa da estabelecida em lei:Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

ConcussãoArt. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Excesso de exação§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quan-do devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Corrupção passivaArt. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o fun-cionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcio-nal, cedendo a pedido ou infl uência de outrem:Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminhoArt. 318. Facilitar, com infração de dever fun-cional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)

PrevaricaçãoArt. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevi-damente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dispo-sição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

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68Condescendência criminosaArt. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu in-fração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

Advocacia administrativaArt. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, in-teresse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa.

Violência arbitráriaArt. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da pena correspondente à violência.

Abandono de funçãoArt. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongadoArt. 324. Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou con-tinuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber ofi cialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

Violação de sigilo funcionalArt. 325. Revelar fato de que tem ciência em ra-zão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)I – permite ou facilita, mediante atribuição, for-necimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Acrescentada pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Acrescentada pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Ad-ministração Pública ou a outrem: (Acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Violação do sigilo de proposta de concorrênciaArt. 326. Devassar o sigilo de proposta de con-corrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Funcionário públicoArt. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Adminis-tração Pública. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 6.799, de 23/6/1980 e alterado pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000)§ 2º A pena será aumentada da terça parte quan-do os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Acrescentado pela Lei nº 6.799, de 23/6/1980)

Art. 308. A responsabilidade administrativa resulta da prática de qualquer uma das transgressões ou proibições previstas no capítulo anterior.

ComentárioToda transgressão disciplinar praticada pelo servidor

deverá ser apurada, garantindo-lhe o contraditório e a ampla defesa.

Art. 309. As sanções civis, penais e disciplinares poderão acumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal e adminis-trativa.

ComentárioO servidor poderá ser responsabilizado civil, penal

e administrativamente, ao mesmo tempo.

Art. 310. A absolvição criminal só afasta a responsa-bilidade civil ou administrativa se negar a existência do fato ou afastar do acusado a respectiva autoria.

CAPÍTULO VIDas Penalidades

Art. 311. São penas disciplinares:I – repreensão;

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69ComentárioTambém chamada de advertência, ocorre sempre

por escrito, sendo utilizada para sanção de faltas leves, e poderão infl uenciar na avaliação de desempenho, nos cargos em carreira, para fi ns de promoção.

II – suspensão;

ComentárioAcarreta a não prestação de serviços por parte do

servidor, sem percepção de vencimentos, por até 90 (noventa) dias, aplicada como sanção por falta grave ou reincidência em falta leve.

III – multa;

ComentárioAplicável nas hipóteses defi nidas pela lei. Havendo

conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, obrigan-do-se, neste caso, o servidor a permanecer no serviço. (art. 315, § 4º, da Lei nº 10.460/1988)

IV – destituição de mandato;

ComentárioO presente inciso teve sua redação dada pela Lei

nº 14.678, de 12/1/2004.

V – demissão;

ComentárioAs hipóteses ensejadoras de demissão estão previstas

no art. 317, com a redação dada pela Lei nº 14.794, de 8/6/2004, do presente estatuto:

Art. 317. A pena de demissão será aplicada nos casos das infrações previstas nos incisos LIV a LXI e LXV do art. 303 e XLI e XLII do art. 304, bem como nos casos de contumácia na prática de transgressões disciplinares puníveis com suspensão.

VI – cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

ComentárioA cassação de aposentadoria ou disponibilidade está

regulada no art. 318 da lei em estudo:

Art. 318. Será cassada a aposentadoria ou dis-ponibilidade se o funcionário:I – na atividade, houver praticado transgressão punível com demissão;II – aposentado ou colocado em disponibilidade, aceitar representação de Estado estrangeiro, sem prévia autorização do Presidente da República.

§ 1º Ao servidor será aplicada pena de multa, cumu-lativa ou isoladamente com as demais sanções previstas nesta Lei, nas seguintes hipóteses:

I – sobre o valor de renda, tributo, numerário, receita, haver, remuneração, subsídio, recurso ou verba pública: a) de 0,2% (dois décimos por cento), por dia de atraso, pela

ausência de recolhimento, entrega, repasse, devolução, prestação de contas ao Erário ou outra forma equivalente de regularização tempestiva, mesmo que o tenha feito posteriormente, limitada a multa a 20% (vinte por cento) desse valor; b) de 1% (um por cento) a 10% (dez por cento), pelo que deixar injustifi cadamente de arrecadar, cobrar, lançar, exigir ou de adotar outras providên cias no resguardo do Erário;

II – de 1% (um por cento) a 10% (dez por cento) do va-lor do tributo ou de qualquer outra receita pública, pela sua exigência, quando a sabia, ou deveria saber, indevida ou, mesmo que devida, tenha empregado, na cobrança, meio vexatório ou gravoso não autorizado pela legislação;

III – no valor de R$ 10,00 (dez reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais), por documento, livro, sistema, programa, arquivo ou quaisquer outros meios, instrumentos, coisas, bens ou objetos que estejam sob sua guarda ou respon-sabilidade, pelo desaparecimento, extravio ou perda, ou, ainda, pela inutilização, destruição ou danifi cação desses, a que tiver dado causa;

IV – de 0,1% (um décimo por cento) a 1% (um por cento), por dia de atraso injustifi cado, sobre a sua remuneração bruta ou subsídio, pelo descumprimento de prazos destinados ao desempenho de atividades ou tarefas determinadas pela autoridade competente ou assim previstas na legislação;

V – de 1% (um por cento) a 10% (dez por cento), do valor do dano causado ao Erário, pela prática de outras transgressões disciplinares não abrangidas pelos incisos I a IV, de que resulte esse dano.

ComentárioEste parágrafo foi inserido pela Lei nº 14.678, de

12/1/2004.

§ 2º Com exceção das multas relativas a transgressões disciplinares de que resulte dano ao Erário, a aplicação das demais multas previstas neste artigo será limitada, por processo, ao valor equivalente a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração bruta ou subsídio mensal do servidor, considerando-se a média dos valores por ele percebidos nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao de sua aplicação.

ComentárioEste parágrafo foi inserido pela Lei nº 14.678, de

12/1/2004.

§ 3º O valor da multa ou o de sua base de cálculo será objeto de atualização monetária, nos termos da legislação tributária estadual.

ComentárioEste parágrafo foi inserido pela Lei nº 14.678, de

12/1/2004.

§ 4º Se o infrator alegar impossibilidade fi nanceira de recolher, integralmente, a multa que lhe tiver sido aplicada, o valor desta, com os acréscimos legais e ob-servada, no que couber, a legislação tributária estadual sobre parcelamento de débitos, por decisão da autoridade julgadora, poderá ser pago em até 12 (doze) parcelas mensais e sucessivas.

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70ComentárioEste parágrafo foi inserido pela Lei nº 14.678, de

12/1/2004.

§ 5º As multas de que trata este artigo, ressalvadas as previstas no seu § 1º, I, a serão reduzidas para o valor equivalente aos seguintes percentuais, se o seu pagamento for efetuado nos prazos abaixo:

I – 30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento) e 50% (cinqüenta por cento), até 8 (oito), 20 (vinte) e 30 (trinta) dias contados da notifi cação, respectivamente;

II – 70% (setenta por cento), até a data de inscrição do débito em dívida ativa;

III – 75% (setenta e cinco por cento), antes do ajui-zamento da ação de execução fi scal.

ComentárioEste parágrafo foi inserido pela Lei nº 14.678, de

12/1/2004.

§ 6º Relativamente às multas previstas neste artigo, fi ca excluída a responsabilidade do servidor que, espon-taneamente, denunciar a infração cometida, sujeitando-se, porém, às demais sanções e, quanto às infrações descritas no inciso I, a, do § 1º, aos juros e multas de mora exigidos pela legislação tributária estadual.

ComentárioEste parágrafo foi inserido pela Lei nº 14.678, de

12/1/2004.

Art. 312. Para imposição de pena disciplinar, no âm-bito de suas respectivas atribuições, são competentes:

I – o Chefe do Poder Executivo, em quaisquer dos casos enumerados no artigo anterior;

ComentárioO chefe do Poder Executivo poderá delegar a com-

petência aqui prevista, conforme estabelece o art. 355, da Lei nº 10.460, de 22/2/1988:

Art. 355. Respeitadas as restrições constitucio-nais, a prática dos atos previstos neste Estatuto é delegável.

II – os Secretários de Estado, autoridades equivalentes e os dirigentes de autarquias e fundações, as mesmas penas a que se refere o inciso I, exceto as de demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade, as duas últimas de competência privativa do Governador do Estado;

ComentárioO presente inciso teve sua redação dada pela Lei

nº 14.210, de 8/7/2002.

III – por delegação de competência:

ComentárioO presente inciso teve sua redação dada pela Lei

nº 14.210, de 8/7/2002.

a) do Chefe do Poder Executivo, os Secretários de Estado e autoridades equivalentes, quanto à pena de demissão;

ComentárioAlínea acrescida pela Lei nº 14.210, de 8/7/2002.Os secretários estaduais também podem delegar as

suas atribuições, conforme o art. 40, § 1º, da Constituição Estadual:

Art. 40. Os Secretários de Estado serão escolhi-dos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.§ 1º Compete ao Secretário de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Consti-tuição e em lei:(...)VI – delegar suas próprias atribuições por ato expresso aos seus subordinados, observados os limites estabelecidos em lei.

b) dos Secretários de Estado e autoridades equiva-lentes, os Chefes de unidades administrativas em geral, quanto às penalidades de repreensão e suspensão de até 30 (trinta) dias e multa correspondente.

ComentárioAlínea acrescida pela Lei nº 14.210, de 8/7/2002.

Parágrafo único. A pena de destituição de mandato caberá à autoridade que houver nomeado ou designado o servidor.

ComentárioO presente parágrafo único foi acrescido pela Lei

nº 14.678, 12/1/2004.Em caso de desobediência ao estabelecido neste

artigo, a autoridade responderá criminalmente por condescendência criminosa, nos termos do art. 320, do Código Penal.

Art. 313. Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas:

I – a natureza da infração, sua gravidade e as circuns-tâncias em que foi praticada;

II – os danos dela decorrentes para o serviço público;III – a repercussão do fato;IV – os antecedentes do servidor;V – a reincidência.§ 1º São circunstâncias que agravam a pena:I – a prática de transgressão para assegurar execução

ou ocultação, a impunidade ou vantagem decorrente de outra transgressão;

II – o abuso de autoridade ou de poder;III – a coação, instigação, indução ou o uso de infl uên-

cia sobre outro servidor para a prática de transgressão disciplinar;

IV – a execução ou participação de transgressão dis-ciplinar mediante paga ou promessa de recompensa;

V – a promoção, direção ou organização de atividades voltadas para a prática de transgressão disciplinar;

VI – a prática de transgressão disciplinar com o con-curso de duas ou mais pessoas;

VII – a prática de mais de uma transgressão disciplinar decorrente da mesma ação ou omissão;

VIII – a prática reiterada ou continuada da mesma transgressão.

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71ComentárioO presente parágrafo e seus incisos foram acrescidos

pela Lei nº 14.678, 12/1/2004.

§ 2º São circunstâncias que atenuam a pena:I – a confi ssão;II – a coação resistível para a prática de transgressão

disciplinar;III – a prática do ato infracional em cumprimento de

ordem de autoridade superior.

ComentárioO presente parágrafo e seus incisos foram acrescidos

pela Lei nº 14.678, 12/1/2004.

§ 3º Considera-se reincidente o servidor que, no prazo de 5 (cinco) anos, após ter sido condenado em decisão de que não caiba mais recurso administrativo, venha a praticar a mesma ou outra transgressão.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

12/1/2004.

Art. 314. A pena de repreensão, que será sempre aplicada por escrito, e deverá constar do assentamento individual do servidor, destina-se à punição de faltas que, não sendo expressamente objeto de qualquer outra sanção, sejam, a critério da Administração, consideradas de natureza leve.

Parágrafo único. Serão punidas com pena de repreen-são as transgressões disciplinares previstas nos itens XII a XVIII do art. 303 e I a VIII do art. 304.

Art. 315. A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave ou de reincidência em qualquer das transgressões a que alude o artigo 314.

ComentárioO caput do presente artigo teve sua redação dada

pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, consideram-se faltas graves as arroladas nos incisos I a XI, XXVII a LIII e LXII a LXIV do art. 303 e IX a XL do art. 304.

§ 2º Além da pena judicial que couber, serão consi-derados como de suspensão os dias em que o funcionário deixar de atender às convocações do júri sem motivo justifi cado.

§ 3º O funcionário suspenso perderá todas as vanta-gens e direitos decorrentes do exercício do cargo.

§ 4º Havendo conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, obrigando-se, neste caso, o funcionário a permanecer no serviço.

§ 5º (Revogado pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004).§ 6º (Revogado pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004).§ 7º (Revogado pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004).

Art. 316. Extingue-se a punibilidade das transgres-sões disciplinares defi nidas nesta Lei:

I – na ocorrência de prescrição da ação disciplinar;

II – em caso de óbito do funcionário indiciado ou acusado.

ComentárioO caput e incisos do presente artigo tiveram suas

redações dadas pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004.

§ 1º A extinção da punibilidade será reconhecida e declarada de ofício pela autoridade instauradora.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

12/1/2004.

§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, a decisão que declarar extinta a punibilidade somente produzirá efeitos após a sua homologação pela autoridade a quem compete a aplicação da pena em abstrato, que terá o prazo de 60 (sessenta) dias para efetivar tal homologação, sob pena da decisão que declarar extinta a punibilidade surtir todos os efeitos legais.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

12/1/2004.

Art. 317. A pena de demissão será aplicada nos casos das infrações previstas nos incisos LIV a LXV do art. 303 e XLI e XLII do art. 304, bem como nos casos de contumácia na prática de transgressões disciplinares puníveis com suspensão.

ComentárioO presente artigo teve sua redação dada pela Lei

nº 14.794, 8/6/2004.

§ 1º Entende-se por contumácia a prática, no período de 5 (cinco) anos consecutivos, contado da data da pri-meira transgressão, de 4 (quatro) ou mais transgressões disciplinares pelas quais o servidor tenha sido efetiva-mente punido.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

12/1/2004.

§ 2º Constará sempre dos atos de demissão fundada em crime contra a administração pública, exceto abandono de cargo, lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-mônio estadual, a nota a bem do serviço público.

ComentárioO servidor será demitido, também, nas hipóteses

previstas no art. 56, §§ 7º e 8º, da Lei nº 10.460, de 22/2/1988:

Art. 56. .............................................................(...)§ 7º As fraudes praticadas no registro de fre-qüência, ou a prática de quaisquer outros atos para justifi car ausências indevidas do local de trabalho, acarretarão ao seu autor, se por força

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72das circunstâncias não houver cometimento de outra maior, a pena de:I – repreensão, na primeira ocorrência;II – suspensão por 60 (sessenta) dias, na segunda ocorrência;III – demissão, na terceira.§ 8º Recebendo o autor a conivência de terceiros, a estes será aplicada a mesma pena. Se o conivente for encarregado do ponto, ser-lhe-á aplicada, na primeira ocorrência, suspensão por 60 (sessenta) dias e, na segunda, a pena de demissão.

A informação falsa, no que se refere à prestação de horas suplementares, acarreta demissão nos termos do art. 188, da presente lei:

Art. 188. Será punido com a pena de suspensão e, na reincidência, com a de demissão, o funcio-nário que atestar falsamente em seu favor ou de outrem a prestação de serviço extraordinário.

Art. 318. Será cassada a aposentadoria ou disponibi-lidade se o funcionário:

I – na atividade, houver praticado transgressão punível com demissão;

II – aposentado ou colocado em disponibilidade, aceitar representação de Estado estrangeiro, sem prévia autorização do Presidente da República.

ComentárioO presente artigo e incisos tiveram suas redações

dadas pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004.

Parágrafo único. A disponibilidade também será cassada se o funcionário não assumir, no prazo legal, o exercício do cargo em que for aproveitado.

Art. 319. A aplicação de penalidade por transgressão disciplinar acarreta a inabilitação do servidor apenado para a sua promoção ou nova investidura em cargo, função, mandato ou emprego público estadual pelos seguintes prazos, contados da data de publicação do ato punitivo:

I – no caso de repreensão ou multa, 120 (cento e vinte) dias;

II – tratando-se de suspensão, ainda que convertida em multa, 15 (quinze) dias por dia de suspensão, não podendo ser inferior a 120 (cento e vinte) dias;

III – no caso de destituição de mandato, 5 (cinco) anos;

IV – no caso de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, 10 (dez) anos.

ComentárioO presente artigo e incisos tiveram suas redações

dadas pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004.

§ 1º Quando o servidor houver causado prejuízo ao erário estadual, a inabilitação prevista neste artigo:

I – terá seu prazo reduzido em 1/3 (um terço), se o punido ressarcir integralmente o dano;

II – somente será afastada com o decurso do prazo de 20 (vinte) anos, na ausência de ressarcimento.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

12/1/2004.

§ 2º A superveniência de qualquer infração cometida no curso do período fi xado neste artigo implica acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) ao prazo nele previsto, quanto ao período de inabilitação correspondente à nova penalidade aplicada.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

12/1/2004.É indispensável a indicação do motivo de qualquer

punição disciplinar.

Motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito, de que os pressu-postos de fato realmente existiram. Para punir, a Administração deve demonstrar a prática da infração. (Di Pietro, 2002:202)

Art. 320. A aplicação de penalidade pelas transgres-sões disciplinares constantes deste Estatuto não exime o funcionário da obrigação de indenizar o Estado pelos prejuízos causados.

ComentárioAs sanções civis, penais e disciplinares poderão

acumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa (art. 309, Lei nº 10.460, de 22/2/1988).

Art. 321. Havendo colaboração efetiva do acusado para a descoberta ou apuração do ato infracional e de sua autoria, a autoridade julgadora, mediante decisão funda-mentada, poderá reduzir ou até mesmo excluir as multas previstas nesta Lei.

§ 1º Os benefícios previstos neste artigo poderão, por ato da autoridade julgadora, ser estendidos aos particula-res, quanto às infrações previstas na legislação tributária e demais normas estaduais, quando estas tiverem relação direta ou indireta com a transgressão disciplinar objeto de apuração.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, serão considerados o momento, a oportunidade e o grau em que a colaboração efetivamente tenha contribuído para a elucidação dos fatos e da autoria.

ComentárioO presente artigo teve sua redação dada pela Lei

nº 14.678, de 12/1/2004, e seus parágrafos foram acres-cidos pela mesma lei.

No caso de reabilitação do punido, por meio de revisão do processo ou pela via judicial, deverá cessar a incompatibilidade para nova investidura em cargo público.

Art. 322. Prescreve a ação disciplinar, no prazo de:I – 6 (seis) anos, quanto às infrações puníveis com

demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e respectivas multas;

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73II – 3 (três) anos, quanto às demais infrações.

ComentárioO presente artigo e incisos tiveram suas redações

dadas pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004.

§ 1º A contagem do prazo prescricional tem início a partir da data da prática da transgressão e regula-se pela maior sanção em abstrato prevista para a infração come-tida, mesmo que a pena efetivamente aplicada tenha sido reduzida, inclusive na hipótese de exclusão da multa.

ComentárioO presente parágrafo teve sua redação dada pela Lei

nº 14.678, 12/1/2004.

§ 2º Os prazos de prescrição fi xados na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares previstas como crime, ressalvado o abandono de cargo.

§ 3º Interrompe a contagem do prazo prescricional a publicação do ato de instauração do processo adminis-trativo disciplinar, recomeçando, a partir de então, o seu curso pela metade.

ComentárioO presente parágrafo teve sua redação dada pela Lei

nº 14.678, 12/1/2004.

§ 4º O prazo prescricional suspende-se:I – enquanto sobrestado o processo administrativo

para aguardar decisão judicial;II – durante o período em que o servidor encontrar-

se em local incerto e não sabido, na forma do § 4º do art. 331.

ComentárioO presente parágrafo e seus incisos tiveram suas

redações dadas pela Lei nº 14.678, 12/1/2004.

§ 5º Transitada em julgado a decisão de mérito:I – quando improcedente a ação judicial, a Admi-

nistração prosseguirá com o procedimento apuratório, retomando-se, a partir de então, a contagem do prazo prescricional, suspenso nos termos do inciso I do § 4º deste artigo;

II – tratando-se de decisão que determinar a anulação do procedimento, reabrir-se-á, a partir de então, prazo in-tegral para Administração realizar novo procedimento.

ComentárioO presente parágrafo e seus incisos foram acrescidos

pela Lei nº 14.678, 12/1/2004.

§ 6º A Administração deve, após a ciência da decisão judicial concessiva de medida liminar ou equivalente que suspender a efi cácia do procedimento, determinar, desde logo, a abertura de nova ação administrativa disciplinar e dar continuidade aos trabalhos de apuração, bem como sanar nulidades ou produzir provas, que julgar urgentes ou relevantes, podendo, inclusive, anular, por ato admi-nistrativo, ou procedimento objeto da ação judicial.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

12/1/2004.

§ 7º Para os efeitos deste artigo:I – interrupção da contagem do prazo prescricional é

a solução de continuidade do cômputo desse prazo, diante da ocorrência prevista no § 3º deste artigo, iniciando-se a partir de então a nova contagem do referido prazo;

II – suspensão da contagem do prazo prescricional é a paralisação temporária do cômputo desse prazo, a partir do início das ocorrências previstas no § 4º deste artigo, sendo ele retomado quando da cessação das mesmas.

ComentárioO presente parágrafo e seus incisos foram acrescidos

pela Lei nº 14.678, 12/1/2004.

§ 8º A decisão que reconhecer a existência de pres-crição deverá determinar, desde logo, as providências necessárias à apuração da responsabilidade pela sua ocorrência.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

12/1/2004.Prescrição é a perda da pretensão, em decorrência

do transcurso do prazo.

CAPÍTULO VIIDa Prisão Administrativa

Art. 323. (Revogado pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004)

ComentárioO presente capítulo foi totalmente revogado pela Lei

indicada acima.

CAPÍTULO VIIIDas Restrições ao Afastamento e do

Afastamento Preventivo

Art. 324. Antes da concessão, ao servidor indiciado, acusado ou arrolado como testemunha, de licença ou qualquer outra forma de afastamento do serviço, salvo se por motivo de férias, ouvir-se-á a autoridade instauradora, que se manifestará sobre a conveniência e/ou oportu-nidade da concessão, podendo, inclusive, determinar a interrupção ou suspensão de afastamentos já concedidos, quando julgar esta medida necessária à instrução dos procedimentos, bem como para dar cumprimento a pe-nalidades aplicadas.

ComentárioO presente artigo teve sua redação dada pela Lei

nº 14.678, de 12/1/2004.

Art. 325. É vedada a exoneração a pedido, bem como a concessão de aposentadoria voluntária, a funcio-

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74nário que esteja respondendo a processo administrativo disciplinar.

ComentárioO presente artigo teve sua redação dada pela Lei

nº 14.678, de 12/1/2004.

Art. 326. Como medida cautelar e com a fi nalidade de prevenir ou fazer cessar infl uência de servidor, na apu-ração de irregularidades a ele imputada, e sem prejuízo de sua remuneração, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o afastamento preventivo do exercício de suas funções, observado o seguinte:

I – o período de afastamento não poderá ser superior a 180 (cento e oitenta) dias, consecutivos ou não, fi ndo o qual o servidor reassumirá suas funções, ainda que não concluído o processo;

II – durante o período de afastamento, o servidor:a) deve permanecer em endereço certo e sabido, que

lhe permita pronto atendimento a todas as requisições processuais;

b) poderá ser designado para o exercício de funções diversas das do seu cargo, em local e horário determinados pela autoridade instauradora.

ComentárioO presente artigo e seus incisos tiveram suas redações

dadas pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004.

Parágrafo único. O afastamento preventivo constitui medida de interesse processual e não será considerado para efeito de compensação com pena aplicada ao servidor, nem suspende ou interrompe contagem de tempo para qualquer efeito.

ComentárioO presente parágrafo único foi acrescido pela Lei

nº 14.678, de 12/1/2004.

Art. 327. Os responsáveis pelos órgãos e as demais autoridades do Poder Público Estadual, bem como os servidores que nele exercem suas funções, que tiverem conhecimento de prática de ato de improbidade admi-nistrativa ou qualquer outra irregularidade, imputados a servidor público estadual, fi cam obrigados, sob pena de responsabilidade funcional, a noticiar ou representar o fato à autoridade competente para as devidas providências.

ComentárioO presente artigo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

de 12/1/2004.

§ 1º As irregularidades praticadas por servidor públi-co estadual serão apuradas em processo administrativo disciplinar regulado por esta Lei.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

de 12/1/2004.

§ 2º Como medida preparatória, a autoridade compe-tente para instaurar o processo indicado no § 1º poderá, se necessário, determinar a realização de sindicância preliminar, com a fi nalidade de investigar irregularidades funcionais, oportunidade em que serão realizadas as dili-gências necessárias à obtenção de informações conside-radas úteis ao esclarecimento do fato, suas circunstâncias e respectiva autoria.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

de 12/1/2004.

§ 3º A sindicância terá natureza inquisitorial e será conduzida por funcionário para esse fim designado, assegurando-se no seu curso a informalidade, a discricio-nariedade e o sigilo necessários à elucidação dos fatos ou exigidos pelo interesse da Administração.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

de 12/1/2004.

§ 4º O sindicante apresentará seu relatório à autori-dade que o designou, competindo a esta:

I – receber a denúncia constante do relatório da sindi-cância e instaurar o processo administrativo disciplinar;

II – determinar que o mesmo ou outro sindicante realize novas diligências julgadas necessárias ao melhor esclarecimento das irregularidades;

III – concluir pelo arquivamento ou pela suspensão das atividades da sindicância, podendo reativá-la a qual-quer tempo.

ComentárioO presente parágrafo e seus incisos foram acrescidos

pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004.

§ 5º A denúncia conterá a exposição da infração dis-ciplinar, com todas as suas circunstâncias, a qualifi cação do acusado, a classifi cação do ilícito disciplinar e, quando necessário, o requerimento das provas a serem produzidas durante a instrução, podendo o sindicante arrolar testemu-nhas até o limite de:

I – 5 (cinco), no caso de ação disciplinar sujeita a rito ordinário;

II – 3 (três), no caso de rito sumário.

ComentárioO presente parágrafo e seus incisos foram acrescidos

pela Lei nº 14.678, de 12/1/2004.

§ 6º Quando forem designados mais de um funcioná-rio para os procedimentos de sindicância, qualquer deles poderá realizar ou participar de todos os atos pertinentes, inclusive representar a acusação em qualquer fase do processo administrativo disciplinar.

ComentárioO presente parágrafo foi acrescido pela Lei nº 14.678,

de 12/1/2004.

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75LEI Nº 14.275, DE 25 DE SETEMBRO DE 2002

Dispõe sobre a investidura nos cargos do Quadro de Pes-soal da Polícia Civil e dá outras providências.

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º A investidura em cargo integrante do quadro efetivo da Polícia Civil far-se-á mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, que compreenderá:

I – prova objetiva, de caráter eliminatório;II – provas discursivas, de caráter eliminatório e

classifi catório;III – provas de capacitação física, de caráter elimi-

natório;IV – cursos de formação constituído de aulas práticas

e teóricas, de caráter eliminatório e classifi catório;V – prova de títulos, de caráter classifi catório.Parágrafo único. A prova de títulos, prevista no inciso

V, somente será exigida em concurso para provimento de vagas do cargo de Delegado de Polícia de 3ª Classe.

Art. 2º Observadas as regras do art. 37 da Consti-tuição Federal, o prazo de validade do concurso, o nível de escolaridade, o critério de avaliação dos títulos, as hipóteses de recurso em face das decisões administrativas, os critérios de desempate, o número de vagas e as moda-lidades de testes para aferição da saúde física e mental e da capacidade física do candidato serão estabelecidos no Edital, atendidas a natureza de cada carreira e as atribui-ções de cada cargo.

Art. 3º Além de outras exigências contidas no Edital, são exigidos os seguintes requisitos:

I – para inscrição no concurso:a) ser brasileiro;b) ter completado 18 (dezoito) anos de idade;c) estar quite com as obrigações militares e eleito-

rais;d) possuir o nível de escolaridade e/ou habilitação

legal indispensável ao exercício do cargo;II – para matrícula no curso de formação:a) possuir temperamento adequado ao exercício da

função policial, comprovado através de exame psico-técnico;

b) ter comportamento irrepreensível e gozar de bom conceito moral e social, apurados através de investigação sigilosa da vida pregressa do candidato;

c) gozar de boa saúde física e mental, comprovada por inspeção médica ofi cial, bem como por exames bio-métricos.

Art. 4º Os candidatos aprovados nas provas constan-tes dos incisos I a III do art. 1º, de acordo com o número de vagas, acrescido de dez por cento, e obedecida a ordem de classifi cação, serão matriculados no respectivo curso de formação.

§ 1º Quando o resultado da apuração do número de candidatos a serem matriculados no curso de formação resultar em fração, será arredondado para o número inteiro subseqüente.

§ 2º Após o término do respectivo curso de formação, a prática de conduta anti-social que, por sua natureza e confi guração, provocar clamor público ou inaptidão para o exercício do cargo, implicará exclusão do nome do candidato do Edital de Homologação do Concurso, constituindo-se em impedimento para a sua nomeação.

Art. 5º Durante a freqüência ao curso de formação, o aluno fará jus à percepção de uma bolsa de estudo mensal, em valor correspondente ao menor vencimento pago pelo Poder Executivo.

Parágrafo único. No caso de servidor público estadual passará à disposição da Academia de Polícia, sem preju-ízos de seus vencimentos.

Art. 6º Será desligado do curso em que for matricu-lado o aluno que:

I – faltar mais de 25% (vinte e cinco por cento) das aulas ministradas;

II – deixar de comparecer às aulas, sem motivo jus-tifi cado por oito (8) dias consecutivos;

III – tiver má conduta dentro ou fora da Academia de Polícia;

IV – praticar fraudes, de qualquer natureza, na reali-zação das provas ou exames;

V – obtiver média ponderada inferior a cinco (5) pontos por disciplina, adotada a escala de zero (0) a dez (10), nos resultados fi nais dos diversos períodos em que se dividirem os cursos.

Art. 7º Após a nomeação, o ocupante do cargo inicial de carreira será lotado em delegacia de polícia do inte-rior do Estado, onde servirá pelo tempo de conclusão do estágio probatório.

Art. 8º Esta lei entra em vigor na data de sua publica-ção, retroagindo, porém, seus efeitos a 1º de agosto de 2002, revogados os arts. 1º a 6º da Lei nº 12.301, de 28 de março de 1994, e a Lei nº 13.311, de 09 de julho de 1998.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 25 de setembro de 2002, 114º da República.

QUESTÕES DE CONCURSOS

Gestor Fazendário/GO/2004

1. Nos termos do art. 303 da Lei estadual nº 10.460/88, são transgressões disciplinares, entre outras:

I – Retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da re-partição.

II – Acumular cargos, funções e empregos públicos, ressalvadas as exceções constitucionais previstas.

A prática das transgressões disciplinares acima cita-das sujeita o servidor, respectivamente, às penas dea) suspensão em ambos os casos.b) repreensão e suspensão.c) advertência e suspensão.d) demissão em ambos os casos.e) suspensão e demissão.

2. Sobre o Regime Jurídico, é correto afi rmar que: I – o Regime Jurídico, com o advento da Emenda

Constitucional nº 19/98, pode ser estatutário, celetista e administrativo especial.

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76 II – os servidores públicos estatutários do Estado de

Goiás são regidos pela Lei nº 10.460/1988. III – o termo funcionários públicos não tem o mesmo

signifi cado de servidores públicos.

a) I e II estão corretas.b) I e III estão corretas.c) II e III estão corretas.d) Somente I está correta.e) Todas estão corretas.

3. Nos termos da Lei nº 10.460/88 é denominado como ..............................., a pessoa legalmente investida em cargo, de provimento efetivo ou em comissão, com denominação, função e vencimento próprios, número certo e remunerado pelos cofres públicos.a) agentes políticos.b) empregado público.c) agente público.d) funcionário público.e) todas estão corretas.

4. Para os efeitos da Lei nº 10.460/88, a atribuição ou o conjunto de atribuições específi cas que devem ser executadas por um funcionário na estrutura organi-zacional, fornecendo elementos para a caracteriza-ção, descrição, classifi cação e avaliação do cargo, denominando-sea) cargo.b) cargo público.c) função pública.d) função.e) categoria funcional.

5. Nos termos da Lei nº 10.460/88, .................................... é o conjunto de cargos não hierarquizados segundo a estrutura organizacional, integrantes dos campos de atuação operacional, administrativo e manutenção do serviço público estadual.a) série de classes.b) cargos públicos.c) categoria funcional.d) função pública.e) agente público.

6. A Lei nº 10.460/88 determina que é vedado come-ter ao funcionário atribuições diferentes das de seu cargo, bem como é proibida a prestação de serviços gratuitos, exceto quando

I – tratar-se de assunto de interesse coletivo. II – tratar-se de assunto de extrema signifi cância para

o funcionário. III – tratar-se de desempenho de função transitória

de natureza especial. IV – tratar-se de participação em comissões ou grupos

de trabalho, para elaboração de estudos ou projetos de interesse público.

a) Todas estão corretas.b) Somente I e II estão corretas.c) Somente II e III estão corretas.d) Somente III e IV estão corretas.e) Todas estão incorretas.

7. A Lei nº 10.460/88 estabelece que os concursos para provimento de cargos nas administrações direta e autárquica do Poder Executivo serão realizados di-retamente pela Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos – AGANP ou sob a sua supervisão e controle, a cujo titular compete a decisão sobre a respectiva homologação, no prazo dea) 30 (trinta) dias, a contar da realização do con-

curso.b) 45 (quarenta e cinco) dias, a contar da realização

do concurso.c) 60 (sessenta) dias, a contar da realização do con-

curso.d) 75 (setenta e cinco) dias, a contar da realização

do concurso.e) 90 (noventa) dias, a contar da realização do con-

curso.

8. Os concursos para provimento de cargos de que trata a Lei nº 10.460/88, pela especifi cidade de suas atribuições, sejam privativos de determinado órgão, serão realizados sob a direção do respectivo titular, com a supervisão e homologação do(a)a) Governador do Estado.b) Secretaria de Recursos Humanos.c) Secretaria da Fazenda.d) Agência Goiana de Administração e Negócios

Públicos.e) Órgão que requereu o concurso.

9. O não cumprimento das exigências de que trata o artigo 9º da Lei nº 10.460/88, implicará no indeferimento da respectiva inscrição, neste caso ............................... dessa decisão, recurso à ................................ .

I – cabendo; autoridade competente. II – não cabendo; comissão do concurso. III – cabendo; comissão do concurso.

a) I está correta.b) II está correta.c) III está correta.d) Todas estão corretas.e) Todas estão incorretas.

10. Com fulcro na Legislação aplicada aos Funcionários Públicos Civis do Estado e de suas Autarquias, com-pete ao(a).................................... prover, mediante decreto, os cargos públicos.a) Chefe do Poder Executivo.b) Comissão de Concursos Públicos.c) Assembléia Legislativa.d) Secretaria de Recursos Humanos.e) Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento.

11. Sem o prejuízo de outros requisitos exigidos na Leinº 10.460/88, o nomeado deverá apresentar, no ato da posse:

I – prova de quitação com a Fazenda Pública. II – de sanidade física e mental mediante inspeção da

Subgerência de Perícias Médias. III – declaração sobre acumulação de cargos. IV – declaração de bens e valores, no caso de in-

vestidura em cargo de direção, de provimento em comissão.

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77a) I, II e IV estão corretas.b) II e IV estão corretas.c) Todas estão corretas.d) Todas estão incorretas.e) Somente III está incorreta.

12. Com fulcro na Lei nº 10.460/88, considera-se como de efetivo exercício, além dos dias feriados ou em que o ponto for considerado facultativo, o afastamento motivado por

I – férias; casamento, até 8 (oito) dias consecutivos. II – luto, pelo falecimento do cônjuge, fi lho, pais e

irmão, até 8 (oito) dias consecutivos. III – luto, pelo falecimento do cônjuge, fi lho, pais e

irmão, até 6 (seis) dias consecutivos. IV – convocação para o serviço militar; júri e outros

serviços obrigatórios. V – exercício de cargo de provimento em comissão na

administração direta ou autárquica ou em fundações instituídas pelo Estado de Goiás.a) I e II estão corretas.b) I e III estão corretas.c) II, IV e V estão corretas.d) Todas estão corretas, exceto II.e) Todas estão corretas, exceto III.

13. De conformidade com a Lei nº 10.460/88, salvo os casos expressamente previstos neste Estatuto, o funcionário que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou 45 (quarenta e cinco) intercalados, sem justa causa, dentro do mesmo ano civil, seráa) substituído por abandono de cargo.b) demitido por abandono de cargo.c) excluído por abandono de cargo.d) reconduzido por abandono de cargo.e) colocado à disposição por abandono de cargo.

Aganp/Analista de Gestão Administrativa/2006

14. De acordo com a Lei Estadual n. 10.460/88 (Estatuto dos funcionários públicos civis do Estado de Goiás e de suas autarquias), é INCORRETO afi rmar:a) funcionário Público é a pessoa legalmente inves-

tida em cargo, de provimento efetivo ou em co-missão, com denominação, função e vencimento próprios, número certo e remunerado pelos cofres públicos.

b) vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício de cargo público, correspondente ao padrão fi xado em lei.

c) remuneração é o vencimento acrescido das vanta-gens de caráter permanente ou a ele incorporáveis, na forma prevista em lei.

d) cargo é a atribuição ou o conjunto de atribuições específi cas que devem ser executadas por um fun-cionário na estrutura organizacional, fornecendo elementos para a sua caracterização, descrição, classifi cação e avaliação.

15. Nos termos das defi nições dispostas na Lei Estadual nº 10.460/88, enumere a coluna da direita de acordo com a coluna da esquerda:

I – Nomeação II – Posse III – Reintegração IV – Reversão V – Promoção

Assinale a seqüência CORRETA:a) III – V – II – I – IVb) V – IV – II – III – Ic) IV – III – I – II – Vd) II – III – IV – V – I

( ) “é o reingresso, no serviço público, do funcionário demitido, com ressarcimento de vencimento e vantagens inerentes ao cargo, por força de decisão administrativa ou judiciária.”

( ) “é o provimento na referência inicial de cargo vago de classe imediatamente superior àquela que ocupa, dentro da mesma série de classes e da mesma ca-tegoria funcional a que pertença, de funcionário efetivo ou estável, que esteja ocupando a última referência horizontal de sua classe.”

( ) “é a aceitação formal das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo público, com o compromisso de bem servir.”

( ) “é a forma originária de provimento de cargo público.”

( ) “é o retorno à atividade do funcionário aposentado por invalidez, quando insubsistentes os motivos determinantes da aposentadoria, dependendo sempre da existência de vaga.”

16. Sobre a regulação do exercício profi ssional do fun-cionário público civil do Estado de Goiás e de suas autarquias, disposta na Lei Estadual nº 10.460/88, é CORRETO afi rmar:a) a posse deverá ser tomada no prazo de 60 dias, a

contar da data da publicação do ato no órgão ofi cial, prorrogável por mais 90 dias, a requerimento do interessado.

b) considera-se como de efetivo exercício o afasta-mento motivado por férias.

c) em nenhuma hipótese, o vencimento e as vantagens pecuniárias percebidos pelo funcionário sofrerão redução.

d) o funcionário estável somente perderá o cargo em virtude de sentença prolatada em processo judicial.

17. De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos Estaduais (Lei nº 10.460/88), é CORRETO afi rmar:a) o exercício do cargo pode se dar pessoalmente, por

procuração ou por representação.b) os cargos públicos poderão ser providos por nome-

ação, promoção e sorteio.c) a nomeação é a forma originária de provimento de

cargo público.d) não é possível a nomeação para cargos em comis-

são, mesmo para os que, em virtude de lei, sejam de livre exoneração.

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7818. De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos Es-

taduais (Lei nº 10.460/1988), é CORRETO afi rmar:a) não se considera o período em que o servidor esti-

ver afastado em virtude de gozo de férias como de efetivo exercício.

b) é admissível a remoção de um funcionário de um para outro órgão da administração direta ou autár-quica, inclusive dentro de um mesmo órgão.

c) o funcionário estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial, de fi nalização de inquérito policial ou mediante processo adminis-trativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

d) salvo disposição constitucional em contrário, o funcionário será aposentado, compulsoriamente, aos 60 anos de idade.

Aganp/Gestor de Tecnologia da Informação/2006

19. Considerando o Estatuto dos Servidores Públicos Es-taduais (Lei nº 10.460/1988), é CORRETO afi rmar:a) trata-se de lei aplicável aos funcionários públicos

civis do Estado de Goiás, mas não aos funcionários de autarquias estaduais.

b) trata-se de lei aplicável aos empregados de empre-sas públicas do Estado de Goiás.

c) trata-se de lei aplicável aos funcionários públicos civis do Estado de Goiás, bem como aos funcioná-rios públicos civis das autarquias estaduais.

d) trata-se de lei aplicável somente aos funcionários públicos civis das autarquias estaduais.

20. Ainda sobre a Lei nº 10.460/1988, é CORRETO afi rmar que:a) prevê expressamente a possibilidade de cometer

ao funcionário atribuições diferentes das de seu cargo, sempre que assim determinar a autoridade superior.

b) considera-se como de efetivo exercício o afas-tamento motivado por motivo de licença para tratamento de saúde, até o limite máximo de 36 meses.

c) caracteriza abandono de cargo a interrupção do exercício por mais de 30 dias consecutivos, sem justa causa, dentro do mesmo ano civil.

d) o funcionário deve tomar posse no prazo de 30 dias, sendo sempre vedada a posse por procuração.

21. Assinale a alternativa que enumera CORRETAMEN-TE os deveres do funcionário público civil previstos na Lei nº 10.460/1988.a) Trazer rigorosamente atualizados as leis e os regu-

lamentos pertinentes às suas atribuições; atender a requisições para defesa da Fazenda, se isso não prejudicar o andamento de seu serviço.

b) Assiduidade; pontualidade; e obediência às ordens superiores, mesmo quando manifestamente ilegais.

c) Discrição; levar ao conhecimento de seu chefe imediato as irregularidades de que tiver ciência, em razão de seu cargo; freqüentar cursos de aper-feiçoamento e treinamento.

d) Guardar sigilo sobre assuntos de natureza confi den-cial; residir na localidade em que for nomeado.

22. NÃO constitui transgressão disciplinar proibida ao funcionário, segundo a Lei nº 10.460/1988:a) participar de sociedade comercial como acionista.b) fazer circular ou subscrever lista de donativo no

recinto da repartição.c) promover manifestação de apreço ou desapreço no

recinto da repartição.d) cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos

casos previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir.

Agente Prisional/2002

23. Funcionário público, para os fi ns do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Goiás e de suas Autarquias – Lei do Estado de Goiás nº 10.460, de 22 de fevereiro de 1998, é a pessoaa) legalmente investida em cargo, de provimento efe-

tivo ou em comissão, com denominação, função e vencimento próprios, número certo e remunerado pelos cofres públicos.

b) investida em cargo, de provimento efetivo ou em comissão, com denominação, função e vencimento próprios e número certo.

c) legalmente investida em cargo, de provimento efetivo, com denominação, independentemente de função e vencimento próprios e número certo.

d) legalmente investida em cargo em comissão, com denominação, função e vencimento próprios, número certo e remunerada pela autoridade que o nomeou.

24. Para os efeitos da Lei nº 10.460, de 22 de fevereiro de 1988 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Goiás e de suas Autarquias, a defi nição de cargo é:a) a atribuição ou o conjunto de atribuições específi cas

que devem ser executadas por um funcionário na estrutura organizacional.

b) o posto de trabalho, instituído na organização do funcionalismo, caracterizado por deveres e res-ponsabilidades, com criação e jornada de trabalho estabelecidas em lei, denominação própria, número certo e remuneração pelos cofres públicos.

c) o agrupamento de cargos de mesmos vencimentos e responsabilidades, para os quais sejam exigidos os mesmos requisitos gerais de instrução e experiência para o provimento.

d) o conjunto de cargos não hierarquizados segundo a estrutura organizacional, integrantes dos campos de atuação operacional, administrativo e manutenção do serviço público estadual.

25. O exercício do cargo para o funcionário público do estado de Goiás terá início dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da dataa) da disponibilidade.b) da posse.c) da nomeação.d) do impedimento.

26. Conforme a Lei nº 10.460, de 22 de fevereiro de 1988, considera-se como de efetivo exercício o afastamento motivado por

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79a) luto, pelo falecimento de avô.b) exercício de cargo de provimento em comissão na

administração direta ou autárquica ou em fundações instituídas por quaisquer unidades da federação.

c) férias.d) missão ou estudo no país ou no exterior, quando

não remunerado.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

27. Quanto aos cargos de provimento efetivo estes serão agrupados em quadros e sua criação obedecerá a Pla-nos de Classifi cação, estabelecidos em leis especiais, para tanto a análise e a descrição de cada cargo serão especifi cadas na respectiva lei de

I – autorização ou transformação. II – discriminação ou investidura. III – criação ou transformação.

Analisando as afi rmações acima, podemos afi rmar que:a) I e II estão corretas.b) II e III estão corretas.c) somente I está correta.d) somente II está correta.e) somente III está correta.

28. Da análise e descrição de cargos mencionadas na questão anterior constarão, dentre outros, os seguintes elementos:

I – denominação e atribuições. II – responsabilidades e condições para provimento. III – habilitação e requisitos qualifi cativos.

a) I e II estão corretas.b) I e III estão corretas.c) II e III estão corretas.d) Somente III está correta.e) Todas estão corretas.

29. Com relação ao concurso público, este será de I – nomeação por três anos. II – avaliação curricular. III – provas ou provas e títulos.

a) I e II estão corretas.b) I e III estão corretas.c) Somente I está correta.d) Somente II está correta.e) Somente III está correta.

30. Em se tratando de pessoa defi ciente é assegurado o direito de candidatar-se ao ingresso no serviço público para o exercício de cargos, desde quea) assine termo de compromisso assumindo total

responsabilidade sobre seu estado físico.b) as atribuições a ele conferidas não sejam incompa-

tíveis com a defi ciên cia de que é portadora.c) tenha pessoa responsável pelo seu acompanhamen-

to médico.d) não exerça cargo de confi ança.e) tenha dedicação exclusiva de 6 (seis) horas diárias.

31. Ainda de conformidade com a Lei nº 10.460/1988, no caso de empate na classifi cação, para efeito de

matrícula no curso de formação profi ssional ou nome-ação, terá prioridade, sem prejuízo de outros critérios a serem estabelecidos nas instruções do concurso, o candidato quea) já for funcionário do Estado.b) apresentar melhor condição psicológica.c) for mais idoso.d) estiver em dia com suas obrigações militares.e) tiver nível superior.

32. Com fulcro na Lei nº 10.460/88, incumbirá à Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos – Aganp

I – publicar a relação das vagas. II – elaborar os editais que deverão conter os critérios,

os programas e demais elementos indispensáveis. III – publicar a relação dos candidatos concorrentes,

cujas inscrições foram deferidas ou indeferidas. IV – decidir, em primeira instância, questões relativas

às inscrições. V – publicar a relação dos candidatos aprovados,

obedecida a ordem de classifi cação.

a) I, II e III estão corretas.b) II , III e IV estão corretas.c) III e IV estão corretas.d) IV e V estão incorretas.e) Todas estão corretas.

33. São requisitos para inscrição em concurso, além de outros que as respectivas instruções exigirem:

I – ser brasileiro. II – estar em gozo dos direitos políticos. III – estar em dia com as obrigações militares e elei-

torais. IV – idade mínima de 18 (dezoito) anos. V – não possuir antecedentes criminais. VI – ter nível de escolaridade ou habilitação legal para

o exercício do cargo.

a) I, II e III estão corretas.b) II, III e IV estão corretas.c) Todas estão corretas, exceto V.d) Todas estão corretas, exceto V e VI.e) Todas estão corretas.

34. Em se tratando da matrícula nos cursos de formação profi ssional, será disciplinada nas instruções do con-curso, atribuindo-se ao candidato matriculado uma bolsa de estudos mensal em valor correspondente ................................. do vencimento básico do cargo a que concorrer.a) a 50% (cinqüenta por cento).b) a 55% (cinqüenta e cinco por cento).c) a 60% (sessenta por cento).d) a 65% (sessenta e cinco por cento).e) a 70% (setenta por cento).

35. Para efeitos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Goiás e de suas Autarquias, considera-se dedicação exclusiva:

I – a obrigatoriedade de permanecer o funcionário, em regime de tempo integral, à disposição do órgão em que tiver exercício.

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80 II – o funcionário fi ca proibido de exercer outro cargo,

função ou atividade particular ou pública, III – ressalvada a atividade pertinente a uma de

magistério, desde que haja correlação de matérias e compatibilidade de horário.

a) I e II estão corretas.b) I e III estão corretas.c) Somente III está correta.d) Todas estão corretas.e) Todas estão incorretas.

36. No caso da prestação de serviço em regime de dedi-cação exclusiva será permitida, mediante opção, às seguintes categorias funcionais:

I – professores universitários que se dedicarem à pesquisa.

II – aos sanitaristas. III – médicos, quando em exercício nos Serviços de

Atendimento de Urgência ou em Unidades Hospita-lares do Estado.

IV – fi scais de vigilância sanitária. V – fi scais da Secretaria da Fazenda.

a) I, II e III estão corretas.b) I, III e IV estão corretas.c) III e IV estão corretas.d) Todas estão corretas, exceto IV.e) Todas estão corretas, exceto V.

37. O candidato ao regime de dedicação exclusiva deverá apresentar, por ocasião de sua opção, declaração de não acumulação de cargos, funções ou empregos na admi-nistração estadual direta ou indireta, ..........................., e de que não exerce atividade particular, observada a ressalva pertinente de magistério prevista no art. 61 da Lei nº 10.460/1988.a) inclusive nas esferas municipal e federal.b) somente nas autarquias.c) somente nas fundações.d) somente nas superintendências.e) Todas estão incorretas.

38. Uma vez deferida a opção de regime de dedicação exclusiva, a mesma somente poderá ser retratada:

I – por descumprimento das condições estabelecidas no art. 62 da Lei nº 10.460/1988, devidamente com-provado.

II – por conveniência de qualquer das partes. III – por determinação da Secretaria de Recursos

Humanos. IV – por determinação do Secretário da Adminis-

tração. V – por determinação contida em decreto do Gover-

nador do Estado.

a) I e II estão corretas.b) II e III estão corretas.c) III e IV estão corretas.d) IV e V estão corretas.e) Todas estão incorretas.

39. Verificada a inveracidade da declaração de não acumulação de cargos de que trata o art. 63 da Lei nº 10.460/1988, ou descaracterizada a mesma, o funcionário faltoso fi cará obrigado a restituir, de uma só vez e no prazo de ..................................., toda e qualquer importância auferida em razão da prática da infração aqui prevista, sem prejuízo de outras sanções.a) 20 (vinte) dias.b) 30 (trinta) dias.c) 45 (quarenta e cinco) dias.d) 60 (sessenta) dias.e) 90 (noventa) dias.

40. A demonstração positiva do desempenho do funcio-nário, durante a sua permanência na classe, tendo em vista a responsabilidade funcional, o esforço des-pendido na execução do trabalho, a natureza de suas atribuições, a capacidade e assiduidade, a pontualidade e a disciplina, denomina-se:a) posse.b) gratifi cação.c) merecimento.d) adicionais.e) promoção.

41. Para ter direito à promoção por merecimento o fun-cionário deverá, ainda, submeter-se a processo de seleção profi ssional, de provas e títulos, a realizar-se nos meses ..........................., através do qual comprove possuir experiência e capacidade funcionais e os co-nhecimentos requeridos pela especifi cação de classe a que concorra.a) de fevereiro e agosto.b) de abril e outubro.c) de junho e dezembro.d) de agosto e fevereiro.e) de outubro e abril.

42. Somente estará habilitado ao processo de seleção pre-visto na questão precedente, o funcionário que obtiver, no mínimo, ......................................, já computados pontos negativos, devidamente publicados no Boletim de Avaliação de que trata o artigo 78 deste diploma legal.a) 20 (vinte) pontos positivos.b) 30 (trinta) pontos positivos.c) 40 (quarenta) pontos positivos.d) 50 (cinqüenta) pontos positivos.e) 60 (sessenta) pontos positivos.

43. As promoções por antigüidade recairão em funcio-nários que tiverem sucessivamente maior tempo de efetivo exercício na classe:a) desde que atendido o mínimo de 50% das vagas.b) em número sempre correspondente ao de vagas.c) em número não superior a 10% ao de vagas.d) em número não superior a 20% ao de vagas.e) em número não superior a 30% ao de vagas.

44. Conforme a Lei nº 10.460/88, o retorno à atividade do funcionário aposentado por invalidez, quando insubsistentes os motivos determinantes da aposen-

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81tadoria, dependendo sempre da existência de vaga, denomina-sea) aproveitamento.b) redistribuição.c) reversão.d) remoção.e) acesso.

45. Em se tratando da reversão é correto afi rmar que I – em nenhum caso poderá reverter à atividade o

aposentado que, em inspeção médica, não comprovar a capacidade para o exercício do cargo.

II – a reversão dar-se-á, de preferência, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

III – em casos especiais, a critério do Chefe do Poder Executivo e respeitada a habilitação profi ssional, po-derá o aposentado reverter ao serviço em outro cargo de vencimento ou remuneração equivalente.

IV – a reversão do funcionário aposentado dará direito, em caso de nova aposentadoria, à contagem do tempo de serviço computado para a concessão da anterior.

V – será tornada sem efeito a reversão do funcionário que não tomar posse ou deixar de entrar em exercício nos prazos legais.

a) I, II e III estão corretas.b) I, IV e V estão corretas.c) Todas estão corretas, exceto V.d) Todas estão corretas.e) Todas estão incorretas, exceto III.

46. A investidura do funcionário em outro cargo mais compatível com a sua capacidade física, intelectual ou quando, comprovadamente, revelar-se inapto para o exercício das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo que venha ocupando, sem causa que justifi que a sua demissão ou exoneração, podendo efetivar-se de ofício ou a pedido, denomina-sea) readaptação.b) redistribuição.c) reversão.d) remoção.e) acesso.

47. A Lei nº 10.460/88 estabelece que a exoneração dar-se-á

I – a pedido. II – de ofício. III – na abertura de processo administrativo disciplinar. IV – no encerramento do processo administrativo

disciplinar.

a) I e II estão corretas.b) II e III estão corretas.c) II e IV estão corretas.d) Todas estão corretas, exceto III.e) Todas estão corretas, exceto IV.

48. A exoneração a pedido será precedidaa) de requerimento escrito do próprio interessado.b) de promoção do funcionário para outro cargo.c) das indenizações a que o funcionário tenha de

direito.

d) de demissão do funcionário.e) da vacância do cargo.

49. A exoneração a critério da autoridade competente para o respectivo provimento, quando se tratar de cargo em comissão, ocorreráa) tão-somente quando o Estado efetuar as indeniza-

ções a que o funcio nário tenha direito.b) através de requerimento escrito do próprio inte-

ressado.c) mediante proposta motivada da autoridade com-

petente da repartição em que o funcionário estiver lotado.

d) quando houver a promoção do funcionário para outro cargo.

e) quando ocorrer a vacância do cargo ocupado pelo funcionário.

50. Conforme a Lei nº 10.460/1988, a vacância ainda se dará por destituição de ofício, a critério da autoridade competente para o provimento, como penalidade:a) na abertura de processo administrativo discipli-

nar para averigüação de improbidade adminis-trativa.

b) no encerramento de processo administrativo disci-plinar para averigüação de improbidade adminis-trativa.

c) no caso de falta de exação no cumprimento do dever.d) quando o funcionário praticar falta grave punível

de demissão.e) somente por mandado judicial.

51. Em se tratando das indenizações, é correto afi rmar que:a) as indenizações não se incorporam aos vencimen-

tos ou proventos, para qualquer efeito, nem fi cam sujeitas a imposto ou contribuição previdenciária.

b) as indenizações se incorporam aos vencimentos ou proventos, para qualquer efeito, e fi cam sujeitas a imposto ou contribuição previdenciária.

c) somente poderão incorporar aos vencimentos desde que através de ofício expedido pela autoridade pela autoridade administrativa.

d) as indenizações se incorporam aos vencimentos ou proventos tão-somente quando o Estado reconhecer a que o funcionário tenha de direito.

e) nenhuma das assertivas está correta.

52. Quanto ao vencimento e a remuneração do funcionário público, assinale V ou F.a) Vencimento é a retribuição paga ao funcionário

pelo efetivo exercício de cargo público, correspon-dente ao padrão fi xado em lei.

b) Remuneração é o vencimento acrescido das vanta-gens de caráter permanente ou a ele incorporáveis, na forma prevista em lei.

c) O funcionário somente perceberá o vencimento ou a remuneração quando estiver em efetivo exercício do cargo ou nos casos de afastamento expressamen-te previsto em lei.

d) O funcionário investido em mandato eletivo federal, estadual ou municipal será afastado do exercício de seu cargo, recebendo 50% (cinqüenta por cento) como forma de remuneração pelos serviços prestados.

e) Todas estão corretas.

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8253. De conformidade com a Lei nº 10.460/1988, analise

as questões a seguir respondendo V para verdadeira ou F para falsa.a) Entende-se por sede da repartição a cidade ou

localidade onde o funcionário tem exercício habi-tualmente.

b) Não se concederá diária ao funcionário durante o período de trânsito.

c) Não se concederá diária ao funcionário que se deslocar para fora do País ou estiver servindo ou em estudo fora do Estado.

d) As diárias serão pagas parceladamente, mediante cálculo da duração presumível do deslocamento do funcionário.

e) O funcionário que, indevidamente, receber diária será obrigado a restituir, de uma só vez, a impor-tância recebida, fi cando ainda sujeito à punição prevista nesta Lei.

54. Com fulcro na Lei nº 10.460/1988, o auxílio-saúde é devido ao fun cionário licenciado por motivo de acidente em serviço, doença profi ssional ou moléstia grave, especi fi cada em lei, com base nas conclusões da Subgerência de Perícias Médicas. Neste caso, este auxílio será concedido:

I – após cada seis meses consecutivos de licença, até o máximo de 24 (vinte e quatro) meses, em importância equivalente a um mês da remuneração do cargo.

II – mesmo que excedente a 5 (cinco) vezes o menor vencimento pago a funcionário estadual.

III – sob a responsabilidade do cônjuge que, ao tempo da enfermidade, não esteja legalmente separado.

IV – após três meses e a despesa decorrente do auxílio-saúde correrá à conta da dotação orçamentária própria por que recebia o funcionário enfermo.

a) I e III estão corretas.b) II e IV estão corretas.c) Todas estão incorretas, exceto I.d) Todas estão incorretas, exceto II.e) Todas estão incorretas, exceto IV.

55. Quanto à gratifi cação adicional por tempo de serviço, responda V para verdadeiro e F para falso.a) O funcionário fará jus à percepção da gratifi cação

adicional a partir do mês subseqüente que comple-tar cada qüinqüênio.

b) O funcionário fará jus à percepção da gratifi cação adicional a partir do dia em que completar cada qüinqüênio.

c) A gratifi cação adicional será sempre atualizada, acompanhando, automaticamente, as modifi cações do vencimento ou remuneração do funcionário.

d) A apuração do qüinqüênio será feita em dias e o total convertido em anos, considerado este sempre como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

e) A apuração do qüinqüênio será feita em dias e o total convertido em anos, considerado este sempre como de 360 (trezentos e sessenta) dias, ou seja, ano comercial.

56. Nos termos da Lei nº 10.460/1988, são condições e critérios necessários para a obtenção da gratifi cação de representação de gabinete:

I – será devida ao funcionário investido em cargo de direção.

II – será devida ao assessoramento superior, de livre nomeação e exoneração.

III – será devida tão-somente aos Secretários de Estado ou autoridades equivalentes.

IV – esta gratifi cação não é acumulável com as de função e pela prestação de serviço em regime de tempo integral.

a) Todas estão corretas, exceto I.b) Todas estão corretas, exceto II.c) Todas estão corretas, exceto III.d) Todas estão incorretas, exceto IV.e) Todas estão incorretas.

57. De conformidade com a Lei nº 10.460/1988, a gratifi -cação de transporte será paga mensalmente ao pessoal do fi sco da Secretaria da Fazenda, calculada no per-centual de ................ do respectivo vencimento básico, ao qual não se incorporará para nenhum efeito.a) 5% (cinco por cento).b) 10% (dez por cento).c) 15% (quinze por cento).d) 20% (vinte por cento).e) 25% (vinte e cinco por cento).

58. Para os efeitos da Lei nº 10.460/1988, considera-se em regência de classe o professor em gozo de férias, afastado por motivo de recesso escolar e licenciado, sendo que neste último caso deve a licença ser para tratamento da própria saúde, para repouso à gestante ou por motivo de doença em pessoa da família.

No caso citado acima pode-se dizer que ao professor será concedida uma gratifi cação incidente sobre o respectivo vencimento básico:

I – de 50% (cinqüenta por cento), quando no exercício do magistério inerente à pré-alfabetização e ao 1º grau, nas 1ª e 2ª séries, e ao ensino especial ministrado em unidade ou classes específi cas de alunos portadores de defi ciência.

II – de 30% (trinta por cento), quando no exercício do magistério inerente à pré-alfabetização e ao 1º grau, nas 1ª e 2ª séries, e ao ensino especial ministrado em unidade ou classes específi cas de alunos portadores de defi ciência.

III – de 100% (cem por cento), quando no exercício do ensino de 1º grau, nas 3ª e 4ª séries.

IV – de 20% (vinte por cento), quando no exercício do ensino de 1º grau, nas 3ª e 4ª séries.

a) I e III estão corretas.b) II e IV estão corretas.c) Somente I está correta.d) Somente II está correta.e) Somente III está correta.

GABARITO

QUESTÕES DE CONCURSOS

a.1. a. Até o advento da Emenda Constitucional nº 19, de 2.

5/6/1998, os servidores públicos somente poderiam

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83ser regulados pelo regime jurídico único (estatutário). A partir dessa emenda, o regime jurídico pode ser estatutário (Lei nº 10.460, de 22/2/1988, para os ser-vidores do Estado de Goiás), celetista (regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho) e administrativo especial (contrato temporário).

d. Art. 3º da Lei nº 10.460/1988.3. d. Art. 4º, II da Lei nº 10.460/1988.4. c. Art. 4º, V da Lei nº 10.460/1988.5. d. Art. 6º, parágrafo único da Lei nº 10.460/1988.6. c. Art. 8º, da Lei nº 10.460/1988.7. d. Art. 8º, da Lei nº 10.460/1988 e Lei 13.550/19999.8. a. Art. 10 da Lei nº 10.460/1988.9. a. Art. 14 da Lei nº 10.460/1988.10. c. Art. 26, § 1º da Lei nº 10.460/1988.11. e. Art. 35, I ao VI da Lei nº 10.460/1988.12. b. Arts. 37 e 135, VII da Lei nº 10.460/1988.13. d14. a15. b16. c17. b18. c19. c20. c21. a22. a23. b24. b25. c26. e. Art. 3º, § 2º da Lei nº 10.460/1988.27. e. Art. 3º, § 3º da Lei nº 10.460/1988.28. e. Art. 7º, da Lei nº 10.460/1988.29. b. Art. 7º, § 1º da Lei nº 10.460/1988.30. a. Art. 7º, § 2º da Lei nº 10.460/1988.31. e. Art. 8º, § 1º, I ao V da Lei nº 10.460/1988.32.

* = Questão anulada

c. Art. 9º da Lei nº 10.460/1988; art. 7º da Lei 33.nº 12.301/1994 e arts. 14, 15 e 143 da CF.

c. Art. 11 da Lei nº 10.460/1988.34. d. Art. 61 da Lei nº 10.460/1988.35.

Art. 37, XVI, da Constituição Federal, veda a acumu-lação remunerada de cargos públicos, in verbis:

“Art. 37... (...) XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos

públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou

científi co; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profi s-

sionais de saúde, com profi ssões regulamentadas.” (Redação conferida pelas Emendas Constitucionais nos 19 e 34)

e. Art. 62, I ao IV da Lei nº 10.460/1988.36. a. Art. 63 da Lei nº 10.460/1988.37.

O art. 61 da Lei nº 10.460, de 22/2/1988, estabelece que poderá ser cumulado o cargo em regime de dedicação exclusiva com um de magistério, desde

que haja correlação de matérias e compatibilidade de horário.

a. Art. 63, § 1º, I e II da Lei nº 10.460/1988.38. b. Art. 63, § 2º da Lei nº 10.460/1988.39. c. Art. 71 da Lei nº 10.460/1988.40.

Ressalta-se que o acompanhamento do desempenho é critério para promoção por merecimento. Entretanto, havendo confi rmação de falta de desempenho, o ser-vidor poderá ser demitido, por expressa determinação do art. 41, §1º, inciso III, da CF.

a. Art. 79 da Lei nº 10.460/1988.41. e. Art. 79, § 1º da Lei nº 10.460/1988.42. b. Art. 83 da Lei nº 10.460/1988.43. c. Art. 124 da Lei nº 10.460/1988.44.

A reversão a pedido, não foi recepcionada pelo art. 37, II, da Constituição Federal, e, por isso, o servidor deverá se submeter a novo concurso público, caso queira retornar ao serviço público.

d. Item I (art. 124, § 2º, da Lei nº 10.460/1988.)45. Item II (art. 125 da Lei nº 10.460/1988.) Item III (art. 125, § 1º da Lei nº 10.460/1988.) Item IV (art. 126 da Lei nº 10.460/1988.) Item V (art. 128 da Lei nº 10.460/1988.)

a. Art. 129 da Lei nº 10.460/1988.46. Permanece em pleno vigor a readaptação, a despeito

do disposto no art. 37, II, da CF. É preferível a apli-cação desse instituto do que aposentar precocemente o servidor.

a. Art. 136, § 1º, I e II da Lei nº 10.460/1988.47. a. Art. 136, § 2º, da Lei nº 10.460/1988.48. c. Art. 136, § 2º, da Lei nº 10.460/1988.49.

A motivação da proposta de exoneração, com base no inciso II, alíneas b a e, é obrigatória. É ilegal a falta de motivação ou sua falsidade, e de conse qüência poderá ser apreciada pelo Poder Judiciário.

c. Art. 138, § 1º da Lei nº 10.460/1988.50. a. Art. 139, § 1º da Lei nº 10.460/1988.51. a. (V) Art. 141 da Lei nº 10.460/1988. (Com redação 52.

dada pela Lei nº 11.783, de 3/9/1992, art. 10.) a. (V) Art. 155, § 1º da Lei nº 10.460/1988.53.

b. (V) Art. 155, § 2º, I da Lei nº 10.460/1988. c. (V) Art. 155, § 2º, II da Lei nº 10.460/1988. d. (F) Art. 156 da Lei nº 10.460/1988. e. (V) Art. 157 da Lei nº 10.460/1988.

c. Art. 168, parágrafo único da Lei nº 10.460/1988.54. a. (F) Art. 170, § 1º, da Lei nº 10.460/1988.55.

b. (V) Idem. c. (V) Art. 170, § 2º, da Lei nº 10.460/1988. d. (V) Art. 170, § 3º, da Lei nº 10.460/1988. e. (F) Idem.

c. Art. 178, parágrafo único da Lei nº 10.460/1988.56. Os cargos em comissão e funções de confi ança estão

disciplinados no art. 37, V, da CF. d. Art. 198 da Lei nº 10.460/1988.57.

Este artigo não tem aplicabilidade por ordem doart. 365, da Lei nº 10.460, de 22/2/1988.

b. Art. 199, I e II da Lei nº 10.460/1988.58. Este artigo está revogado tacitamente, em virtude

de lei posterior (Lei nº 13.909, 25/9/2001 – Estatuto e o Plano de Cargos e Vencimentos do Pessoal do Magistério), que trata especifi camente da matéria aqui disciplinada.