estágios de desenvolvimento do fotojornalismo na internet

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  • 1. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 1 ESTGIOS DE DESENVOLVIMENTO DO FOTOJORNALISMO NA INTERNET Paulo Munhoz1 RESUMO: A histria da fotografia jornalstica est entremeada de evolues tecnolgicas e rupturas que possibilitaram formas cada vez mais aperfeioadas de se produzir e veicular imagens. A emergncia da Internet enquanto suporte para a atividade jornalstica estabelece uma nova situao para o fotojornalismo. Surgem os jornais on-line, com suas caractersticas especficas, possibilitadas pela Internet que, potencialmente pelo menos, ampliam as utilizaes da fotografia jornalstica. Em nosso ensaio buscamos apontar de que maneira o seu desenvolvimento e o desenvolvimento de suas relaes com o suporte digital foram influenciados por mudanas que tendem a potencializar e at provocar o surgimento de novas tcnicas de produo fotojornalstica. Palavras-chave: Fotojornalismo; Fotografia digital; Jornalismo on-line. ABSTRACT: The History of Photography is marked by technological breakthroughs involving both the invention of new photographic equipments and the development of new mediatic supports for photographic products. Internet, as a support for journalistic production, opens a new phase for photojournalism. On-line newspapers, with their specific characteristics and especially by the elimination of space limitations for the presentation of photographic products, appeared as a new front for photojournalistic applications. In this essay we attempt to follow this recent trend and evaluate how photojournalism is adapting to Internet as new support. Key-words: Photojournalism; Digital Photography; On-line journalism. 1 Mestre em Comunicao e Cultura Contemporneas Faculdade de Comunicao da Universidade Federal da Bahia UFBA. Fotgrafo profissional e professor da Faculdade de Comunicao do Centro Universitrio FIB. Componente do Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-line (Gjol) da Faculdade de Comunicao da UFBA. E-mail: [email protected]:

2. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 2 1 Introduo Este artigo busca estabelecer uma discusso sobre o lugar e os usos da fotografia jornalstica na Internet. Acredita-se ser esse um tema de interesse, uma vez que, apesar de j existir uma substancial literatura relacionada ao desenvolvimento do jornalismo on-line, de modo geral, so ainda poucos os estudos que se dirigem especificamente para a questo do fotojornalismo nesse novo suporte. A emergncia da Internet enquanto suporte para a atividade jornalstica estabelece uma situao nova que, no caso dos usos da fotografia, reveste-se de especial interesse: a quebra dos limites de espao e tempo para a disponibilizao de material (PALACIOS, 1999). A dissoluo dos limites cronoespaciais e a conseqente possibilidade de se dispor de espao (praticamente) ilimitado para a apresentao do material noticioso so a maior ruptura a ter lugar com o advento da Web como suporte miditico para o jornalismo. A disponibilidade de espao, somada multimidialidade, leva expectativa de uma valorizao do lugar da imagem nos sites jornalsticos da Web. Por outro lado, at muito recentemente, as potencialidades abertas pelo novo suporte para a fotografia ressentiam-se das baixas velocidades de conexo. At o advento da banda larga, que ainda est longe de se generalizar, especialmente em pases/regies perifricas, fazer o download de uma foto podia levar vrios minutos, nem sempre ser bem, sucedida. Tal situao, evidentemente, limitava a utilizao no s de fotos, mas de todo e qualquer recurso no-textual. A crescente disseminao das conexes rpidas vem abrindo novas possibilidades para uma utilizao efetivamente multimiditica da Internet e para novas formas de incorporao da fotografia ao produto jornalstico na Web. A multimidialidade, articulada com a interatividade que tambm caracteriza a Internet enquanto ambiente miditico, afeta os conceitos prprios da imagem jornalstica e o uso desta, com a possibilidade de manuseio digital e mesmo da apropriao e mudana dos formatos pelo receptor. Alm disso, os lugares de emissor e receptor, claramente separados e fixos nas formas comunicacionais tradicionais, do lugar a uma situao em que o consumidor das imagens pode, num momento seguinte, tornar-se produtor, abrindo caminho para processos participativos at ento inditos na histria do fotojornalismo. 3. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 3 2 A Revoluo Digital Os anos 90 so marcados pelo desenvolvimento das novas tecnologias da comunicao e da informao, que vo promover uma revoluo na produo e distribuio das fotografias jornalsticas, transnacionalizando e integrando mercados e economias e globalizando modos de vida. Abre-se uma nova era para a fotografia, e a evoluo da tecnologia digital vem reconfigurando rotinas e convenes fotojornalsticas. No s mudam as tcnicas de produo como, pela primeira vez, em mais de 100 anos, a fotografia compartilha com a palavra uma nova base tecnolgica. A digitalizao no distingue tipos de informao: texto, udio, imagem. Tudo digitalizado, ou seja, tudo numeralizado e se torna passvel de manipulao algortmica e circulao em pacotes digitais, que vo sendo objeto de compresso crescente, possibilitando sua circulao a velocidades cada vez maiores. Em 1991 a Kodak lanava, baseada em um corpo Nikon F3, a primeira mquina digital com resoluo de 1.3 megapixels, armazenando fotos em um disco rgido de 200MB, a Kodak DCS100, acessvel ainda s para profissionais, pois o custo era de aproximadamente U$30 mil dlares. Somente dois anos depois a Apple lana o primeiro modelo de mquina digital acessvel ao pblico, a QuickTake 100 (US$700). o comeo da popularizao da fotografia digital e da participao, cada vez maior, do cidado comum na cobertura dos fatos. Em 1999 as mquinas digitais j tinham quebrado a barreira dos 2 megapixels, com preos abaixo dos US$ 300. Em 1994 a Kodak, ainda utilizando um corpo de mquina Nikon, em conjunto com a Associated Press, desenvolve a primeira mquina digital voltada especialmente para fotojornalistas, a Kodak NC2000, com 1.3 megapixels. No ano seguinte, o jornal canadense Vancouver Sun torna-se o primeiro jornal totalmente baseado em fotos digitais e, em 1996, a Associated Press, pela primeira vez na histria, cobre um evento totalmente em fotografia digital, foi o SuperBowl XXX, marcando assim uma nova etapa para a fotografia jornalstica. A fotografia jornalstica entra no sculo XXI dotada de um extremo potencial tcnico na captura de imagens e na velocidade de transmisso e disponibilizao. A Internet associada funcionalidade cada vez maior de computadores, celulares, PDAs (personal digital assistant), laptops, gera um novo e dinmico espao de veiculao das fotografias jornalsticas, que abastecem esse mercado on-line 24 horas por dia. A evoluo das mquinas digitais j se torna quase impossvel de catalogar, tamanha a rapidez com que a tecnologia avana nessa rea, mas traz em seu bojo um novo problema para a 4. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 4 fotografia jornalstica: a questo das manipulaes digitais produzidas em programas de edies como o PhotoShop e que so, praticamente (em alguns casos), impossveis de ser detectadas. A manipulao da imagem algo inerente fotografia. A partir do momento em que o fotgrafo optou por esse ngulo e no por aquele, ou por determinado tipo de distncia focal de lente e no por outro, de alguma maneira, j est trabalhando o contedo da imagem, produzindo seu sentido de acordo com as suas intenes, sejam elas movidas por fatores expressivos e estticos ou por questes ideolgicas de engajamento. O fato que a digitalizao da imagem tornou os processos de manipulao extremamente acessveis e de difcil deteco. Trata-se de um exemplo claro de potencializao possibilitada pelo desenvolvimento tecnolgico. Em 1982 a revista National Geographic deslocava uma das pirmides do Egito, numa fotografia de capa, para que ela se adequasse melhor diagramao da pgina. Em 2003 o experiente fotojornalista Brian Walski, fotgrafo do Los Angeles Times, foi sumariamente demitido por manipular uma fotografia da guerra do Iraque. Exemplos como estes tm, alm de produzido muita desconfiana do pblico leitor em relao autenticidade das fotografias, levado muitos jornais e agncias a se cercarem de cuidados que evitem tais manipulaes: A Associated Press adotou polticas oficiais de no-alterao/manipulao do contedo das fotografias(SOUSA, 2004, p.216) e fotgrafos alemes fundaram uma associao chamada DOK, estabelecendo um cdigo de tica que probe a manipulao de suas fotos. A marca True Doc atesta a veracidade de suas fotos e probe qualquer veculo de informao de manipul-las. (LINS; VALENTE, 1997, p.56). Na passagem do milnio, trs importantes avanos tcnicos na rea digital apontavam para profundas mudanas nas rotinas de produo e distribuio do material fotojornalstico: 1) em 1995, com a digitalizao da transmisso dos negativos, j se ganhava muito tempo e dinheiro, mas o sistema ainda era precrio, pois s era possvel enviar duas ou trs fotos por dia; 2) o segundo avano viria logo em seguida, em 1998, com o uso de cmeras digitais, as fotos podiam ser transmitidas em poucos segundos direto do local da notcia; 3) e, finalmente, j no sculo XXI, a digitalizao de todos os arquivos das grandes agncias e a criao de bancos de dados integrados na Internet possibilitaram que agncias como a AFP, AP e Reuters oferecessem, em tempo real, fotos de qualquer acontecimento que ocorresse no mundo. E no bojo dessas transformaes, trs das mais importantes agncias do fotojornalismo mundial fecharam para sempre suas portas, justamente por no acompanharem os avanos tecnolgicos: a lendria Sygma, a agncia Gamma e a agncia Sipa. Atualmente, somada agncia 5. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 5 Corbis de Bill Gates (68 milhes de clichs fotogrficos) e Hachette Filipacchi (com 40 milhes de imagens), a agncia americana Getty Images, do milionrio do petrleo Mark Getty, com um acervo 70 milhes de fotos, compe os trs maiores bancos de imagens do mundo (MERGIER, 2002). 3 Fases e Defasagens O advento da Internet abre para o jornalismo uma nova porta miditica: as notcias deixam de ser transmitidas e passam a ser disponibilizadas. Surgem os jornais on-line, com caractersticas especficas, possibilitadas pela Internet que, potencialmente pelo menos, amplia as utilizaes da fotografia jornalstica. Novos formatos passveis de ser utilizados para a produo jornalstica como os Weblogs, Fotologs e Moblogs expandem as fronteiras de utilizao das imagens para o cidado comum e para novas formas de representao da realidade (WESTBROOK, 2002). possibilidade de digitalizao da imagem somam-se os princpios de transio para as novas mdias apontados por Lev Manovich (2001): Representao Numrica, Modularidade, Automao, Variabilidade, levando ao que ele denomina Transcodificao Cultural. O computador mudou, a partir dos anos 90, de instrumento de trabalho para ferramenta usada para produo de contedos culturais que, uma vez criados, poderiam ser armazenados e distribudos em um meio (media) apropriado. No fim da dcada, com a popularizao da Internet, o computador tornou-se uma mquina de mediao universal, que poderia ser usada para criar, armazenar, distribuir e acessar todas as mdias. Na tentativa de balizar a histria do jornalismo digital, de seus primrdios at a consolidao de produtos criados exclusivamente para a Web, diferentes autores tm buscado estabelecer etapas de periodizao, numa tentativa de compreender-se as transformaes que vm ocorrendo nesse processo, levando-se em considerao diferentes fatores e diferentes momentos da histria. Alguns autores apresentam periodizaes mais abrangentes, como Armaanzas (1996), que prope um modelo que aborda desde as primeiras utilizaes do computador numa redao nos anos 50, ou Larry Pryor (2002), que divide o jornalismo on-line em trs fases distintas (ou ondas como ele prefere), e que antecedem o advento da Internet, j que sua periodizao inclui os videotextos e formatos de contedos distribudos por redes anteriores Net, como a AOL e a Prodigy, nos Estados Unidos. J Silva Jr.(2002) prope tambm trs estgios, mas estes j 6. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 6 relacionados ao momento da Web e s interfaces enquanto mediadoras de contedo. Para ele, processos de elaborao de uma interface concentram-se, sobretudo, na dinmica de desenvolvimento tecnolgico de modelos mais adequados ou eficazes para a tarefa de produzir, tratar e disseminar contedos jornalsticos on-line. Da mesma forma, John Pavlik (2001) sistematiza o jornalismo digital a partir do advento da Web em trs fases, tendo como ponto de partida a produo de contedos noticiosos. Este artigo ocupa-se centralmente da fotografia jornalstica desenvolvida para o jornalismo na Web, adotar-se- a classificao que vem sendo utilizada nos trabalhos do Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-line (Gjol). Trs fases distintas so identificadas no jornalismo produzido para a Web (PALACIOS e outros, 2002): a) um primeiro momento onde o jornalismo caracterizado pelo modelo transpositivo, quando os produtos oferecidos, em sua maioria, eram reprodues de partes dos grandes jornais impressos; b) uma segunda fase de desenvolvimento quando, mesmo atrelado ao modelo do jornal impresso, os produtos comeam a apresentar experincias, na tentativa de explorar as caractersticas oferecidas pela rede, chamada fase da metfora , e; c) um terceiro e atual momento que corresponde a um estgio mais avanado designado como fase do Webjornalismo propriamente dita, com produo de sites jornalsticos que comeam a se distanciar do modelo puramente metafrico da fase anterior. Nesta classificao, evidentemente, as fases elencadas no caracterizam uma linha evolutiva linear, estanque ou excludente, ainda que demarquem perodos distintos. facilmente constatvel que, ainda hoje, h websites jornalsticos representativos das trs fases. No cabe neste artigo uma discusso pormenorizada de cada uma dessas fases, at porque, sendo esse um assunto controverso, tal discusso poderia constituir, em si mesma, objeto de um novo artigo. Interessa apenas apontar, sinteticamente, as caractersticas de cada uma dessas fases e como a fotografia jornalstica, ou, antes, a relao texto-imagem vem se desenvolvendo em cada um desses momentos. 7. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 7 4 A Primeira Gerao Para Pryor (2002), o primeiro momento do jornalismo digital comea a partir de 1982 e segue pelos prximos dez anos. Trata-se, segundo ele, de um momento de experimentao. Mas o primeiro tipo de difuso do jornalismo digital foi inventado em 1970, bem antes da fase estipulada por Pryor, e se chamava Teletexto, um sistema no-interativo para a transmisso de texto e grficos mediante tela de uma televiso. Essa nova inveno patenteada pela BBC (British Broadcasting Corporation) posteriormente denominada Ceefax. Alm de prover um novo uso para a televiso, era til para divulgar notcias e informaes esportivas e de entretenimento, mas tecnicamente invivel para a transmisso de imagens. Mesmo os poucos grficos reproduzidos eram de baixa qualidade. Em seguida, tambm na Inglaterra, outro tipo de jornalismo digital foi inventado na British Telecom: o Videotexto, uma aplicao, agora mais interativa, de textos digitais com utilizao primitiva de grficos, disponvel em uma tela de TV, num computador ou para impresso e que oferecia alguns poucos servios, como compras e jogos. O servio lento e a precariedade dos modems via linha telefnica inviabiliza qualquer idia de se ilustrar as notcias com imagens fotogrficas. No final dos anos 80 a indstria jornalstica passa a adotar um novo sistema, inventado em 1978, o BBS (Bulletin Boards System), um completo sistema interativo on-line, que permitia ao consumidor acesso a notcias, informaes, e-mail, reas de discusso e at mesmo teleconferncias em tempo real. Mais barato e prtico, enquanto o sistema BBS era rapidamente adotado por uma grande quantidade de pequenos jornais, principalmente norte-americanos, a AOL, a CompuServe e a Prodigy se associam aos grandes jornais, tais como o New York Times, Washington Post, Chicago Tribune e Los Angeles Times, anunciando uma nova onda de jornais on-line, oferecendo contedos mais ricos e variados em chats e foruns. Em 1994, numa verso beta, a Prodigy disponibiliza fotografias numa janela pop-up ainda em teste. (CARLSON, 2001; OUTING, 2000). Com o aperfeioamento tcnico dos processos de transmisso, provendo qualidade de conexo aos usurios, o desenvolvimento de novos softwares que privilegiam a navegao, como a interface grfica do browser Mosaic (e logo em seguida do Netscape e Explorer), o fortalecimento do e-mail e, paralelamente a isso, a percepo de empresrios da mdia do enorme potencial desse modelo de servio na Internet, comeam-se a implantar reformulaes no contedo e na forma 8. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 8 dos jornais on-line, agora j Webjornais, procurando adapt-los s caractersticas de uma sociedade em evoluo. Em novembro de 1993 surge o primeiro site jornalstico na Web, um projeto experimental desenvolvido na Escola de Jornalismo e Comunicao da Universidade da Flrida, e em janeiro de 1994 surge o primeiro jornal comercial publicado regularmente na Web, com contedo postado duas vezes na semana, o Palo Alto Weekly da Califrnia. Em setembro desse mesmo ano, a Time Warner se torna a primeira grande empresa miditica na Web com o Pathfinder, um site que oferecia contedo para todas as grandes revistas, como a Time, People e a Money. A gerao Transpositiva reflete claramente a pouca habilidade da mdia vigente com o potencial oferecido pelo novo suporte, optando por transpor para o on-line o contedo total ou parcial de seus jornais impressos, sem se utilizar dos recursos hipertextuais, multimiditicos e interativos latentes na Internet. O usurio final tinha pouca participao no produto que era desenvolvido. O jornalismo on-line dessa gerao apresentava apenas a transposio de umas poucas matrias mais importantes de algumas das editorias do impresso e era atualizado a cada 24 horas, de acordo com o fechamento das edies do impresso. Os investimentos eram pequenos e sem retorno financeiro de qualquer espcie para a empresa. A utilizao da fotografia jornalstica nessa gerao de Webjornais era muito reduzida. As transposies limitavam-se a textos, sem opes de escolha de links sobre um mesmo assunto e quando os links eram utilizados serviam, no mximo, para passar de uma editoria a outra. Percebe-se que tais publicaes abrem mo, por questes tcnicas e/ou financeiras, de uma srie de conquistas j adquiridas no desenvolvimento da linguagem fotojornalstica no impresso. Os jornais da gerao Transpositiva cumpriram o papel de assegurar mais um nicho miditico do que realmente o de prover contedo informativo com maior profundidade. A opo dominante dos Webjornais era usar a Internet apenas para a disponibilizao de um sumrio de notcias, oferecendo aos leitores um acesso, muitas vezes gratuito, a transposies on-line das edies impressas. O fotojornalismo, nessa fase, ocupa um lugar absolutamente secundrio. 9. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 9 5 A Segunda Gerao Com o aprimoramento tcnico da Internet, os produtos jornalsticos comeam buscar novos modelos, na tentativa de explorar as caractersticas especficas oferecidas pela rede. Surgem assim os jornais concebidos na Web como Metfora dos jornais impressos, porm que comeam a ir alm da simples transposio, partindo para a produo, ainda que de maneira limitada e incipiente, de contedos exclusivos para a Net e passando gradativamente a explorar experimentalmente os recursos propiciados pelo novo suporte (Mc ADAMS, 1995). A fotografia jornalstica, nesse momento inicial dos sites jornalsticos de segunda gerao, s aparece em tamanho reduzidssimo, no formato denominado thumbnail (tamanho miniatura), sem links, ilustrando uma ou duas matrias mais importantes na home page do site e, por vezes, alguma matria, tambm em pequenas dimenses, dentro de alguma das editorias. Era comum, inclusive, algum desses sites oferecer verses text only (somente texto, com excluso de fotos e outras imagens). A metfora do jornal impresso, enquanto sistema organizacional, possibilita desenvolvimentos no que diz respeito s caractersticas hipermiditicas: Num segundo nvel de desenvolvimento, h uma maior agregao de recursos possibilitados pelas tecnologias da rede em relao ao Jornalismo On-line. Nesse estgio, permanece o carter transpositivo, posto que, por rotinas de automao da produo interna do contedo do jornal, h uma potencializao em relao aos textos produzidos para o impresso. Gerando o reaproveitamento para a verso on-line. No entanto h a percepo por parte desses veculos, de elementos pertinentes uma organizao da notcia na rede (SILVA JR, 2001). Surge, a partir desse momento, uma maior utilizao de grficos sofisticados, softwares de personalizao, links para uma grande quantidade de bases de dados, vdeos, udios e a imagem fotogrfica gradativamente ganha um maior espao (ainda que tmido, se comparado ao impresso) nas pginas dos Webjornais. Embora grande parte das fotografias aparea ainda no formato de tumbnails, elas agora possuem links que permitem uma melhor visualizao ou que comeam a remeter, ainda que timidamente, para as primeiras galerias de fotos em que o leitor opta pela resoluo de visualizao. Um maior nmero de fotografias, mesmo que de pequenas dimenses, comea a ser estampado nas pginas internas, bem como na home page dos sites de jornalismo on-line. Tal utilizao atomizada da fotografia na Internet j havia sido criticada por Baeza (2001, p.92), ao 10. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 10 afirmar que muitas e pequenas fotos, normalmente das grandes agncias de informao, (...) oferecem uma terica viso panptica, mas de fato empobrecem a qualidade das imagens, ao igual-las todas por baixo. Tornava-se evidente que, mesmo na segunda fase de desenvolvimento, havia uma dificuldade a ser solucionada em funo do tempo de carregamento de uma pgina pela baixa qualidade de transmisso de dados disponvel grande maioria dos usurios , continuava sendo a incluso de fotografias. Como j foi visto, a opo mais vivel ainda era oferecer verses reduzidas de uma foto com opo de links para uma visualizao mais definida. Venetianer (1996) chega a sugerir algumas regras bsicas para acelerar o carregamento de imagens, apontadas por Palacios e Machado em seu Manual de Jornalismo na Internet, 1. No criar imagens demasiadamente grandes. Nunca ultrapassar os 470 pixels de largura; 2. Grave suas imagens numa resoluo de 72 pixels por polegada; 3. Utilize formato GIF, pois isso garante que todos os browsers iro carreg-la; 4. Se tiver um aplicativo apropriado, grave as imagens em GIF interlaado (interlaced GIF); 5. No utilize cores em excesso. O formato JPG pode armazenar at 16 milhes de cores. Na prtica uma pessoa normal no discerne mais que algumas centenas delas; 6. Se possvel guarde suas imagens com 6 bits por pixel de profundidade, em vez de 8 bits por pixel, que o default. Isto ir lhe garantir 64 cores, um nmero perfeitamente suficiente para a maioria das aplicaes num jornal experimental (VENETIANER, apud PALACIOS; MACHADO, 1997). Palacios e Machado (1997, p. 25) ainda advertem: Antes de incluir uma foto ou ilustrao em uma matria, pergunte-se se ela realmente acrescenta algo informao, se no um acessrio desnecessrio naquele contexto, se o tamanho est adequado, se a forma de processamento da imagem foi de moldes a maximizar seu tempo de carregamento com garantia de uma qualidade aceitvel do produto final. Em 1996 o Webjornal San Jos Mercury considerado o melhor jornal digital do mundo e tambm o primeiro jornal da Web a anunciar que deixaria sua parceria com seu provedor de servios on-line. O ano de 1997 marca uma fase do aparecimento de inmeras outras verses digitais na Internet de conceituados jornais como o USA Today, o Wall Street Journal, o Washigton Post, o Wall Street Journal e o The New York Times. No Brasil, aps iniciativas pioneiras nos anos 80, porm de pouco alcance, do Grupo Estado de So Paulo, surge, em 1995, o primeiro jornal brasileiro na Internet: o Jornal do Brasil. Nos meses seguintes a vez do Estado de So Paulo, Folha de So Paulo e o O Globo, entre outros. 11. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 11 6 A Terceira Gerao Possveis rupturas indicam uma reestruturao do modelo vigente nos jornais on-line de primeira e segunda gerao e apontam no sentido de que o que era apenas um potencial da Web possa vir a ser realidade, rompendo padres at ento adotados, principalmente pelas limitaes tcnicas na velocidade de transmisso de dados e libertando o jornalismo na Internet das amarras da metfora, que o atrelam ao suporte impresso que lhe serve de modelo. Segundo Mielniczuk (2003), algumas dessas rupturas j podiam ser observadas, em 2003, em Webjornais como o The New York Times, CNN.com e o MSNBC.com, sites, que desenvolvem ferramentas (softwares) de publicao que otimizam o trabalho do jornalista, voltados exclusivamente para a produo de notcias on-line; apresentam novas caractersticas para a utilizao da fotografia jornalstica, como seqncias de imagens (Slideshow) para narrar fatos, conciliando sons e comentrios a respeito da situao ou produo das coberturas fotogrficas. um momento que se caracteriza pela busca do jornalismo em encontrar nesse novo meio uma linguagem prpria, utilizando suas caractersticas e seu potencial, sendo por isso denominado de gerao do Webjornalismo. tambm nesse momento que surgem e se difundem novos formatos, que passam a ter crescente importncia no conjunto do jornalismo praticado na Web: os Weblogs, Fotologs e os sites de jornalismo de pauta aberta, em que a participao do cidado comum na construo das notcias fundamental. O Webjornalismo de terceira gerao, pelo que se pode verificar pelas descries acima, no definido por um modelo nico ou especfico. Trata-se de um momento em constituio, caracterizado por buscas e experimentaes, no existindo, portanto, cnones fechados que o definam. A heterogeneidade da aplicao das vrias potencialidades abertas pela Web em cada jornal analisado que vai, muitas vezes, possibilitar a caracterizao de um determinado Webjornal como sendo um produto de terceira gerao. Do ponto de vista da fotografia jornalstica, adquire especial interesse a questo da multimidialidade. A utilizao de multi-mdia interativa, atravs da infografia digital, por exemplo, integrando texto, grficos, udio, fotos e vdeo, cria um novo formato coerente e interativo para construir a notcia, oferecendo uma pluralidade maior de pontos de vista (RIBAS, 2004). Em relao questo da interatividade, nesse mbito do jornalismo de terceira gerao, Mielniczuk (2003) assinala que a utilizao do processo multimiditico, com a explorao do uso da hipertextualidade e da narrativa multiseqencial do fato jornalstico, tambm um processo 12. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 12 multinterativo, que envolve o leitor com a prpria publicao, com o jornalista e tambm com outros leitores. Para a pesquisadora, esse novo modelo de interatividade possibilita o surgimento de gneros jornalsticos inusitados, como os CMIs (Centros de Mdia Independentes), os Weblogs, Fotologs, sites como o Slashdot e o OhmyNews, onde h uma efetiva participao dos leitores na apurao dos fatos noticiosos e na produo e disseminao do material informativo. Vrios links provero caminhos multilineares para o acesso narrativa jornalstica, tornando o usurio um colaborador e criando condies deste interagir com a produo do material noticioso, numa espcie de co-autoria com o jornalista. Do ponto de vista da utilizao da fotografia na Web, importante assinalar que o uso dos recursos que caracterizam essa terceira gerao de sites jornalsticos s vem sendo possibilitado pela expanso da tecnologia de transmisso de dados: a banda larga. O emprego de encadeamento de imagens como narrativa seqencial de fatos ou como um ensaio fotogrfico, na forma de slideshows; a utilizao do udio para narrar estrias, associado muitas vezes a seqncias de imagens de um determinado acontecimento; o uso da animao e de infogrficos multimdia para narrar um fato; o uso de vdeo associado a algumas possibilidades da Web, tais como oferecer links, chats, entre outros, so algumas caractersticas dos Webjornais de terceira gerao, possibilitadas pelo crescimento da largura de banda. Nesse sentido, com relao ao emprego da fotografia e ao desenvolvimento do fotojornalismo na Web, constata-se uma certa defasagem, no que se refere s trs geraes discutidas pelos diversos autores. Apesar das diferenas que se pode observar ao longo das fases descritas, com relao fotografia e imagem de maneira geral, um divisor de guas se impe: o antes e o depois do emprego da banda larga. Esse fator tecnolgico surge como decisivo para a caracterizao das transformaes experimentadas pela imagem na Internet, coloca o fotojornalismo numa posio especial e, de algum modo, numa certa defasagem quando considerado no contexto das trs fases descritas pelos diversos autores, merecendo talvez uma anlise mais especfica e descolada das fases tradicionalmente adotadas para o tratamento do Webjornalismo, de modo geral, a fim de possibilitar a criao de uma tipologia mais rica e exata no que se refere ao seu desenvolvimento particular. Tal anlise e eventual criao de uma tipologia extrapolariam os limites deste artigo. Limita-se, assim, a anotar esta observao como uma possvel linha para desdobramentos posteriores. A histria da fotografia jornalstica est entremeada de evolues tecnolgicas e rupturas que possibilitaram formas cada vez mais aperfeioadas de produzir e veicular imagens. No artigo busca-se apontar de que maneira o seu desenvolvimento e o desenvolvimento de suas relaes 13. ___________________________________________________________ Estgios de Desenvolvimento do Fotojornalismo na Internet _________________________________________________________________________________________ Dilogos & Cincia - Revista da Rede de Ensino FTC. Ano V, n. 11, set. 2007. ISSN 1678-0493 http://www.ftc.br/dialogos 13 com o suporte digital foram influenciados por mudanas e tendem a potencializar e at provocar o surgimento de novas tcnicas de produo fotojornalstica. O limite de espao quase inexistente na Web assinala com a possibilidade de se estruturar o material fotogrfico de forma indita, favorecendo o aprofundamento da informao imagtica e disponibilizando-a de maneira criativa e dinmica, proporcionando transformaes significativas na narrativa do fato jornalstico. Da mesma forma, a facilidade de acesso do cidado a equipamentos digitais de alta tecnologia, tanto na produo como na disponibilizao de dados, tem revolucionado a mdia informativa, gerando notcias diretamente do local dos acontecimentos, em tempo real, suplantando em muito a suposta agilidade da cobertura jornalstica produzida pelos meios convencionais de imprensa e, dessa forma, impondo aos profissionais da fotografia jornalstica novos paradigmas que o impelem a um redimensionamento do fazer fotojornalstico. H uma necessidade crescente por parte dos fotojornalistas profissionais de incorporar novas tcnicas e novas formas de narratividade ao seu trabalho cotidiano, pois s dessa forma ampliaro o espectro de sua atividade a uma maior representatividade e multivocalidade, criando espaos de construo de uma crtica mais independente e de maior credibilidade, em sintonia com uma contemporaneidade na qual a diversidade deve se erigir como um valor maior. Referncias ARMAANZAS, Emy. et al. 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