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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA COORDENAÇÃO E PLANEJAMENTO PROJETO CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE COMO FATOR DE CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RELATÓRIO DAS VIAGENS E REUNIÕES PREPARATÓRIAS DAS OFICINAS COM A COMUNIDADE Maio de 2005

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA COORDENAÇÃO E PLANEJAMENTO

PROJETO CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE COMO FATOR DE CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

RELATÓRIO DAS VIAGENS E REUNIÕES PREPARATÓRIAS DAS OFICINAS COM A COMUNIDADE

Maio de 2005

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Secretaria da Coordenação e Planejamento

Secretário João Carlos Brum Torres

Diretora-Geral Maria Izabel Knijnik

Diretor do Departamento de Projetos Especiais Roberto Balau Calazans

Unidade Estadual de Coordenação da Preparação de Projeto – UPP

Coordenação-Geral – Margareth Vasata - SCP Elaboração do Relatório: Área 1– Campos de Cima da Serra Área 3 – Quarta Colônia Área 7 – Litoral Norte Silvia Pagel e Maria Dolores Pineda – FEPAM Área 2 – Turvo/Guarita Área 6 – Nascentes do Rio Forqueta Célio Colle – EMATER Área 4 – Campos da Campanha Área 5 – Escudo Sul Riograndense Área 8 –Litoral Médio Luiza Chomenko – FZB

Consolidação da versão final do relatório – Régis Muller – consultor UPP

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ÍNDICE 1. APRESENTAÇÃO....................................................................................................7 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A PRIMEIRA VIAGEM ÀS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PROJETO...............................................................................................7

2.1. Objetivos das Reuniões com a Comunidade ....................................................7

2.2. Período..............................................................................................................7

2.3. Áreas Visitadas e Datas ....................................................................................8

2.4. Instituições Participantes...................................................................................8

2.5. Áreas Definidas como Prioritárias .....................................................................9

3. ÁREA 1 CAMPOS DE CIMA DA SERRA ...............................................................10

3.1. Informações Gerais .........................................................................................10

3.2. Memória da Reunião .......................................................................................10

3.3. Atividades realizadas ......................................................................................11

3.4. Registro da Biodiversidade Regional ..............................................................12

3.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto....................................12

3.6. Registro Fotográfico ........................................................................................14

4. ÁREA 2 TURVO/GUARITA ....................................................................................16

4.1. Informações Gerais .........................................................................................16

4.2. Memória da Reunião .......................................................................................16

4.3. Atividades Realizadas .....................................................................................17

4.4. Registro da Biodiversidade Regional ..............................................................17

4.5. Informações e Sugestões de Interesse do Projeto..........................................18

4.6. Registro Fotográfico ........................................................................................19

5. ÁREA 3 QUARTA COLÔNIA..................................................................................20

5.1. Informações Gerais .........................................................................................20

5.2. Memória da Reunião .......................................................................................20

5.3. Atividades realizadas ......................................................................................21

5.4. Registro da Biodiversidade Regional ..............................................................22

5.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto....................................22

5.6. Registro Fotográfico ........................................................................................23

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6. ÁREA 4 CAMPOS DA CAMPANHA.......................................................................25

6.1. Informações Gerais: ........................................................................................25

6.2. Memória de Reunião .......................................................................................25

6.3. Atividades Realizadas .....................................................................................26

6.4. Registros da Biodiversidade Regional.............................................................27

6.5. Informações e Sugestões de Interesse do Projeto..........................................28

6.6. Registro Fotográfico ........................................................................................29

7. ÁREA 5 ESCUDO SUL RIOGRANDENSE ............................................................31

7.1. Informações Gerais .........................................................................................31

7.2. Memória de Reunião .......................................................................................31

7.3. Atividades Realizadas .....................................................................................32

7.4. Registros da Biodiversidade Regional.............................................................33

7.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto....................................34

7.6. Registro Fotográfico ........................................................................................36

8. ÁREA 6 NASCENTES DO RIO FORQUETA .........................................................38

8.1. Informações Gerais .........................................................................................38

8.2. Memória da Reunião .......................................................................................38

8.3. Atividades Realizadas .....................................................................................38

8.4. Registro da Biodiversidade Regional ..............................................................39

8.5. Informações e Sugestões de Interesse do Projeto..........................................39

8.6. Registro fotográfico .........................................................................................40

9. ÁREA 7 LITORAL NORTE .....................................................................................42

9.1. Informações Gerais .........................................................................................42

9.2. Memória da Reunião .......................................................................................42

9.3. Atividades realizadas ......................................................................................43

9.4. Registro da Biodiversidade Regional ..............................................................43

9.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto....................................45

9.6. Registro Fotográfico ........................................................................................47

10. ÁREA 8 LITORAL MÉDIO ..................................................................................48

10.1. Informações Gerais .........................................................................................48

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10.2. Memória de Reunião .......................................................................................48

10.3. Atividades Realizadas .....................................................................................49

10.4. Registros da Biodiversidade Regional.............................................................49

10.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto....................................51

10.6. Registro Fotográfico ........................................................................................52

11. ANEXO - Listas de Presença..............................................................................54

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SIGLAS APA – Área de Proteção Ambiental ATR – Assistente Técnico Regional ACART – Associação dos Artesões ALINORTE – Associação dos Municípios do Litoral Norte APP – Área de Preservação Permanente ACONTUR – Associação de Condutores e Guias de Turismo BHR – Bacia Hidrográfica BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento DRH – Departamento de Recursos Hídricos EMATER\ASCAR – Associação Sulina de Crédito Mantenedor FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental FZB – Fundação Zoobotânica FEPAGRO – Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária GEF – Global Environmental Facility GM – Geneticamente Modificado IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias IRGA – Instituto Riograndense do Arroz MBH – Microbacia hidrográfica MMA – Ministério do Meio Ambiente MST – Movimento dos Sem Terra ONG – Organização Não Governamental PED – Projetos de Execução Descentralizada POA – Porto Alegre PROBIO – Programa da Biodiversidade PNLP – Parque Nacional da Lagoa do Peixe SCP – Secretaria da Coordenação e Planejamento URCAMP – Universidade da Região da Campanha UC – Unidade de Conservação UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul UNIVATES – Universidade do Vale do Taquari UPP – Unidade de Preparação de Projeto ZEE – Zoneamento Ecológico Econômico

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1. APRESENTAÇÃO Este Relatório insere-se na preparação do Projeto Conservação da Biodiversidade como Fator de Contribuição ao Desenvolvimento do Estado.

O Projeto, que se apresenta ao GEF, faz parte das políticas estaduais de integração da conservação da natureza no desenvolvimento sustentável do Estado, com uma visão ecorregional.

O objetivo do Projeto é promover a conservação e recuperação da biodiversidade, mediante o gerenciamento integrado dos ecossistemas e a criação de oportunidades para o uso sustentável dos recursos naturais, com vistas ao desenvolvimento regional.

Os objetivos específicos do Projeto incluem:

a) Conservar a biodiversidade através de adoção de políticas públicas que promovam o desenvolvimento de sistemas de gestão e práticas de produção.

b) Promover ações de recuperação em áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, onde se verifica fragilidade ecossistêmica e agressão à biodiversidade do RS.

c) Garantir a função, a dinâmica e a evolução dos ecossistemas e das espécies endêmicas e ameaçadas de extinção ocorrentes no território do RS.

d) Fomentar a conscientização sobre a biodiversidade junto aos diversos setores da sociedade, integrando o tema às perspectivas produtivas, educando e capacitando nos diversos níveis.

e) Desenvolver instrumentos de gestão integrada necessários para que se atinja o manejo eficiente e sustentável dos recursos naturais.

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A PRIMEIRA VIAGEM ÀS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PROJETO

2.1. Objetivos das Reuniões com a Comunidade Efetuar um reconhecimento nas áreas priorizadas, identificar projetos em desenvolvimento relacionados ao Projeto e obter informações sobre possíveis parceiros, além de mobilizar os atores envolvidos nas áreas de abrangência para oficina de planejamento a ser realizada em Porto Alegre.

2.2. Período Entre 15 de Março a 14 de Abril de 2005

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2.3. Áreas Visitadas e Datas 1 CAMPOS DE CIMA DA SERRA - 15 e 16 março

2 TURVO/GUARITA – 22 a 24 de março

3 QUARTA COLÔNIA – 11 e 12 de abril

4 CAMPOS DA CAMPANHA – 04 a 06 de abril

5 ESCUDO SUL-RIOGRANDENSE - 07 e 08 de abril

6 NASCENTES DO RIO FORQUETA – 13 e 14 de abril.

7 LITORAL NORTE – 01 de abril

8 LITORAL MÉDIO – 30 e 31 de março

2.4. Instituições Participantes Participaram dessa primeira campanha os membros da UPP e das instituições que fazem parte da coordenação da preparação do Projeto, a saber:

SCP – coordenação-geral – Margareth Vasata

FEPAM – componente 1 – Silvia Pagel, Maria Dolores Schuler Pineda, Ana Rosa Bered, Janine Haase

FZB – componente 2 - Luiza Chomenko, Ricardo Ott, Arlete Pasqualetto, Márcio Borges Martins

EMATER – componente 3 - Célio Colle

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2.5. Áreas Definidas como Prioritárias

Fonte: IBGE 2001

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3. ÁREA 1 CAMPOS DE CIMA DA SERRA

3.1. Informações Gerais Instituições participantes: SCP, FZB, EMATER e FEPAM

Municípios abrangidos: Cambará do Sul (sede da reunião), São Francisco de Paula, Jaquirana, São José dos Ausentes e Bom Jesus.

Data: 15/16/março/2005

Principais contatos efetuados: Prefeitura Municipal de Jaquirana e Cambará do Sul, Escritório da EMATER e da Secretaria da Agricultura de Jaquirana.

3.2. Memória da Reunião Data: 16 de março de 2005

Local: Prefeitura de Cambará do Sul

Horário: 9:00 horas

Participantes: Relação dos participantes em anexo

Apresentação e discussão:

O objetivo da reunião foi dar conhecimento da proposta do Projeto às Prefeituras dos municípios envolvidos e representantes da comunidade local, motivá-los a participar, e discutir com eles os prováveis parceiros a serem chamados para as oficinas de elaboração do projeto.

A síntese e os objetivos da proposta de Projeto, bem como os próximos passos, foram apresentados pela coordenadora, e foi aberta a discussão.

Após a apresentação, houve manifestação dos participantes, através do representante da ACONTUR que fez considerações sobre a falta de planejamento regional, especialmente de uso do território e dos impactos aos corredores ecológicos da região. O plantio, principalmente de batata e de pinus, sem um planejamento, foi um dos problemas apresentados. A seguir o representante da Melhora Mundo Consultores propôs o estabelecimento de uma Comissão Regional, que ficaria responsável pela preparação da oficina com a comunidade (realização de reuniões preparatórias para levantamento das demandas locais).

O representante da EMATER de Cambará do Sul colocou que o projeto seria uma continuidade do RS-RURAL, sendo explicado que os objetivos dos Projetos são distintos, mas que existem ações que complementam e podem ser incrementais às desenvolvidas pelo RS RURAL.

A seguir foram sugeridas as instituições que deveriam participar das oficinas e discutidas a formação da comissão regional e as atividades preparatórias das oficinas, a seguir registradas.

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Registro das propostas:

A principal proposta apresentada nesta reunião foi a de criar uma comissão regional que promoverá a discussão da elaboração do projeto, em preparação às oficinas (geral em POA e regionais) e será responsável pelo contato com a Secretaria da Coordenação e Planejamento.

As duas prefeituras presentes no evento, Cambará do Sul e São José dos Ausentes ficaram responsáveis pelo estabelecimento de comissões nesses municípios e pelo contato com as demais prefeituras para que instituam suas comissões locais. Cada comissão local poderá eleger sua representação na comissão regional.

Será enviada correspondência, pela Prefeitura de Cambará do Sul, aos demais Prefeitos da região com o relato da reunião e pedindo retorno quanto à formação da comissão local. Como instituições sugeridas para participação nas comissões, foram destacados três setores importantes para a região: público, agropecuário e turístico.

Relação das instituições citadas:

Secretarias Municipais de Meio Ambiente Secretarias de Educação Secretarias de Agricultura Cooperativa de Produtores Rurais Associação dos Apicultores Associação Empresas Turísticas Câmara de Vereadores IBAMA EMATER Silvicultores Associação dos Artesões – ACART ONGs de atuação na Região

3.3. Atividades realizadas Foram feitas visitas técnicas às seguintes áreas:

Parque Estadual Tainhas – local denominado Passo do “S”, Unidade de Conservação criada em 1975 e que só agora tem início seu processo de implantação, com revisão dos seus limites originais. Protege a mata ciliar ao longo do rio Tainhas e porção contígua dos campos de altitude. Com áreas de potencial turístico, sofre problemas com as queimadas dos campos e grandes plantios de pinus na área do Parque e seu entorno.

Parque Nacional da Serra Geral – local denominado cânion da Fortaleza – Unidade de Conservação Federal, criada em continuidade ao Parque Nacional Aparados da Serra, na região dos aparados. Os dois parques estão trabalhando

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no seu plano de manejo, sendo que o Aparados da Serra está concluído. Algumas propostas para a zona de entorno dos parques podem ser implementadas pelo Projeto.

Serra do Umbu – região do vale do rio Maquiné, na encosta leste do planalto (incluída na área do Litoral Norte) faz o contato entre o Litoral Norte e os Campos de Cima da Serra. A serra apresenta declividade acentuada nas encostas, com vários estágios de regeneração da Mata Atlântica, em áreas abandonadas de agricultura. No vale, há predomínio do cultivo de hortaliças, com uso intensivo de agrotóxicos. A ONG Associação do Vale do Maquiné desenvolve alguns trabalhos visando à produção sustentada de alguns produtos da floresta, como a samambaia-preta, plantas medicinais, palmito, sistemas agroflorestais. Existe uma Estação Experimental da FEPAGRO, no vale do Maquiné, que recebeu recursos do PED, para implantação de um banco de sementes da Mata Atlântica e produção de mudas, mas houve pouco interesse dos agricultores no plantio.

3.4. Registro da Biodiversidade Regional Os principais ecossistemas da região são os campos e a mata com Araucária, que ocorrem nas áreas baixas, junto aos cursos d’água e em forma de capões isolados. Maciços da mata com Araucária mais expressivos ocorrem próximos a borda dos Aparados, especialmente na área dos Parques Nacionais.

A fauna associada a esses ambientes é ainda bastante diversificada (nº de espécies), conforme comprovam os levantamentos existentes, entretanto existem poucos dados (faltam estudos) sobre a capacidade de sobrevivência dessas espécies em longo prazo, uma vez que os ambientes estão sendo alterados com maior intensidade.

Os principais impactos sobre a biodiversidade são resultantes dos seguintes fatores:

plantio de pinus de forma indiscriminada, inclusive nos limites dos Parques dos Aparados da Serra e da Serra Geral e Parque do Tainhas;

continuidade da prática das queimadas, como prática de manejo dos campos nativos;

plantio de batatas, com uso intensivo de agrotóxicos, sem planejamento territorial e licenciamento ambiental;

erosão genética da Araucária (exploração seletiva dos melhores indivíduos);e

caça de espécies ameaçadas de extinção .

3.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto Incremento do turismo ecológico, de alto potencial regional, requer o planejamento territorial e a implementação de instrumentos de gestão (zoneamento ecológico econômico, planos diretores, identificação de corredores, etc).

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As atividades impactantes à biodiversidade (pinus, batata, etc.) também necessitam de disciplinamento.

Incremento de atividades de apoio à consolidação do plano de manejo dos Parques Nacionais, nas zonas de amortecimento (ex. consolidação dos corredores ecológicos e outras ações previstas no plano de manejo).

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3.6. Registro Fotográfico

FZB Chomenko,L.Campos finos com remanescentes de araucárias

FZB Chomenko,L.Plantação de pinus “versus”campos de cima da serra

FZB Chomenko,L.

Mosaico: pastagem, eucalipto e campo florescente em soloraso pedegroso

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FZB Chomenko,L.Campo “sujo” com vegetação florescente

FZB Chomenko,L.“canyon” da Fortaleza com campo raso e mata nativa

FZB Chomenko,L.

Mata de araucária ao fundo e propagação de pinus noprimeiro plano

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4. ÁREA 2 TURVO/GUARITA

4.1. Informações Gerais Instituições participantes: Emater, FZB, SCP e FEPAM

Municipios: Tenente Portela, Derrudadas, Barra do Guarita e Vista Gaúcha.

Data: De 22/24 de março de 2005.

Principais contatos efetuados: Visita à Emater de Derrubadas, Barra do Guarita e Vista Gaúcha.

4.2. Memória da Reunião Data: 23 de março de 2005.

Local: Tenente Portela

Horário: 16 horas.

Participantes: Prefeitos de Tenente Portela, Pinheirinho do Vale e Vista Gaúcha e representantes dos municípios de Barra do Guarita e Derrubadas. Também participaram técnicos da Emater de todos os municípios, bem como o Diretor Técnico, Ricardo Schwartz, o Gerente Regional de Ijuí, Perí Osmar Korb e o ATR de Meio Ambiente do Regional, Volnei Righi e Integrantes da ONG Moamby (Movimento Ambientalista do Yucumã).

Apresentação e Discussão:

A sugestão do prefeito de Vista Gaúcha foi a de que fossem incluídos novos municípios que compõem o Rio Guarita. Atualmente a região criou uma frente composta pelos municípios que são banhados pelo Rio Guarita. Esses municípios criaram a associação Pró-Guarita, que tem como principal objetivo promover ações ambientais de recuperação do rio através da recomposição da mata ciliar, e do destino adequado dos esgotos e lixo das cidades. Além dos municípios que compõem a região do Turvo Guarita fazem parte da associação os municípios de Pamitinho, Herval Seco, Boa Vista das Missões, Palmeira das Missões e Taquaruçu do Sul.

A região apresenta um nível razoável de ações que visam à preservação ambiental. O programa RS Rural foi implantado em toda a região e a assistência técnica e extensão rural atendem a todos os municípios da região. Com isso, aliado ao Parque do Turvo, verifica-se que já são praticadas e/ou visualizadas ações ambientais na região.

As propriedades predominantes são de pequeno a médio portes com uma intensa utilização das terras. A cultura da soja está presente mesmo nas pequenas propriedades.

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Registro das Propostas:

A região resolveu criar um grupo para que sejam discutidas em nível regional as propostas já tentando encaminhar para a oficina de Porto Alegre.

4.3. Atividades Realizadas Visita ao Projeto Biodiversidade do RS Rural/Rio Parizinho - O Programa RS

Rural Biodiversidade está sendo implantado nos municípios de Vista Gaúcha, Barra do Guarita e Derrubadas e tem como principal objetivo a recomposição da mata ciliar e a preservação da biodiversidade no Rio Parizinho. O projeto RS Biodiversidade atua no incentivo à conservação da biodiversidade, através da recuperação e proteção das áreas de preservação permanente e do resgate da agrobiodiversidade nos sistemas naturais e agrícolas. Esse projeto em Derrubadas visava beneficiar 19 famílias com ações de recomposição da mata ciliar nas margens do rio Parizinho que liga as unidades de conservação do Parque do Turvo e do Rio Guarita.

Visita ao Município de Vista Gaúcha - Produção de leite e fumo: apesar da área média por propriedades ser inferior a um módulo fiscal, uma das culturas de destaque no município é a soja. No município é realizado um acompanhamento econômico em várias propriedades sobre os sistemas de produção

Visita ao Município de Barra do Guarita - É um dos menores municípios em área do Rio Grande do Sul. Apresenta relevo acidentado e a estrutura fundiária é composta por pequenas propriedades.

Visita ao Município de Derrubadas - A principal atividade do município de Derrubadas é a cultura da soja, possui uma bacia leiteira e uma fábrica de queijo. Existe também produção de suínos, sendo que essa ocorre através do sistema integrado com a empresa Sadia de Santa Catarina e com a Cotrijuí do Rio Grande do Sul. A cultura do fumo é uma das principais fontes de renda agrícola ocupando uma área média anual de 120 ha assistidos pela empresa fumageira Dimon. No município existe predomínio de pequenas propriedades rurais, ou seja, segundo Censo Agropecuário 1995/96 existiam, naquele ano, 740 propriedades rurais, sendo que, 69,3% possuíam menos de 20ha e 93,5% possuíam menos de 50 ha. Apesar das áreas médias das propriedades caracterizarem como uma região de minifúndio a cultura da soja, exigente em tecnologia, ocupa uma área considerável no município.

Em Derrubadas encontra-se o Parque do Turvo, com uma área de 17.491,40 ha aberto à visitação pública de quarta-feira a domingo. Verifica-se a utilização da agricultura até os limites de cercamento do Parque, identificando-se a necessidade de disciplinamento do uso do solo no entorno do Parque.

4.4. Registro da Biodiversidade Regional Além da Floresta, ocorrem outras formações vegetais como Banhados (em área de drenagem insuficiente ou nascentes de rios), Campestres (áreas onde os afloramentos

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de rochas basálticas impedem a formação de floresta, predominando a vegetação herbácea), Lajedo (afloramento basáltico à margem do Rio Uruguai, com vegetação herbácea e arbustiva, sujeito a inundações periódicas) e Formações Antrópicas (pequenas áreas com vassourais, capoeiras ou florestas secundárias, onde a floresta original sofreu ação humana).

Em trabalho de pesquisa, realizado por Brack e outros autores, publicado em 1985, com o título, "Levantamento Florístico do Parque Estadual do Turvo", foram encontradas, nessas cinco diferentes formações, 772 espécies vegetais.

O Parque Estadual do Turvo representa hoje um dos últimos refúgios, no Estado, para espécies de grandes mamíferos como onças-pintadas (Panthera onça) e antas (Tapirus terrestris).

Em levantamento realizado por técnicos da Secretaria da Agricultura do Estado, desde 1977, foi encontrado no Parque um total de 48 espécies de mamíferos, pertencentes a 20 famílias.

A área do Parque é igualmente importante para a preservação de muitas espécies de aves, sendo algumas raras e em via de extinção, como a jacutinga (Pipile jacutinga), guaxe ou gralha-argentina (Cacicus haemorrhous); uru (Odontophorus capueira), pica-pau-rei (Phloeoceastes robustus) e o araçari-banana (Baillonicus bailloni).

4.5. Informações e Sugestões de Interesse do Projeto Utilizar o projeto Biodiversidade do RS RURAL como referência para implantar ações semelhantes em outras propriedades rurais.

As ações do Rio Parizinho têm como objetivo a constituição de um corredor ligando a reserva da Guarita ao Parque do Turvo.

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4.6. Registro Fotográfico

FZB Chomenko,L.

Plantio direto de soja em contato com mata nativa

FZB Chomenko,L.

Mosaico de vegetação em regeneração(sucessão)

FZB Chomenko,L.

Salto de Yucumã e floresta estacional semidecidual

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5. ÁREA 3 QUARTA COLÔNIA

5.1. Informações Gerais Instituições participantes: SCP, FZB, EMATER e FEPAM

Municípios abrangidos: Faxinal do Soturno (sede da reunião) Agudo, Dona Francisca, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Seca, São João do Polêsine, Silveira Martins, Santa Maria e Itaara.

Data: 11/12/abril/2005

Principais contatos efetuados: CONDESUS – Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia, prefeituras e EMATER dos municípios da Quarta Colônia e Consórcio Dona Francisca (UHE Dona Francisca).

5.2. Memória da Reunião Data: 12.04.05

Local: Faxinal do Soturno

Horário: 16:00 horas

Participantes: Relação dos participantes em anexo

Apresentação do Projeto e discussão:

A reunião foi aberta pela Presidente do CONDESUS – Prefeita de São João do Polêsine, que ressalta a participação de todos os Prefeitos da Quarta Colônia na reunião, demostrando o trabalho integrado e de abrangência regional que vem sendo desenvolvido pelos municípios.

A seguir foi feita a apresentação da proposta do Projeto aos prefeitos e representantes da comunidade local, buscando motivá-los a participar e discutir com eles os prováveis parceiros a serem chamados para as oficinas de elaboração do Projeto.

Os objetivos e as principais ações previstas para o Projeto, bem como os próximos passos foram apresentados pela coordenadora, sendo a seguir aberta a discussão.

O representante da EMATER, Claudio Fiorezi, colocou a importância de serem estabelecidos os instrumentos de valoração dos serviços ambientais.

Acrescentou ainda que falta um marco jurídico que possibilite a aplicação desses instrumentos, sugerindo a participação da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa do Estado e do Ministério Público nessa discussão. Heitor Bered, representante da Prefeitura de Santa Maria, considera importante que a discussão do projeto seja ampliada para toda a sociedade. Fica esclarecido que a discussão ampla com toda a sociedade pode ser uma atividade do Projeto, mas nesta fase de

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elaboração é necessário um público mais restrito, representativo dos diversos segmentos envolvidos.

José Itaqui, Secretário Executivo do CONDESUS e Cláudio Fiorezi,da EMATER, perguntaram a respeito da contrapartida e da administração do Projeto, se será feita pelo Estado ou pelos Municípios. Salientaram a experiência local na administração de projetos, via o CONDESUS e a possibilidade de maior agilização na execução das ações. Também comentaram algumas dificuldades enfrentadas com projetos do Estado, como o PRÓ-GUAÍBA.

Como os representes das Prefeituras de Santa Maria e Itaara não integram o CONDESUS, deverão se reunir com o Consórcio para indicar as instituições que deverão participar das oficinas, relação que será enviada à Secretaria da Coordenação e Planejamento.

Registro das propostas:

- Houve manifestação no sentido da administração local (via CONSÓRCIO das Prefeituras) do Projeto, tanto no gerenciamento quanto na execução das atividades previstas para a região. Isto se deve a resultados de experiências passadas (PED e Pró-Guaíba) e da existência do CONSÓRCIO de Prefeituras da Quarta Colônia.

O CONDESUs, junto com as Prefeituras de Santa Maria e Itaara, irá encaminhar a relação das instituições a serem convidadas para as oficinas.

5.3. Atividades realizadas Foram feitas visitas técnicas aos seguintes locais:

Área de implantação do Parque Estadual da Quarta Colônia – medida compensatória do empreendimento Usina Hidrelétrica Dona Francisca – localizada nos municípios de Agudo e Nova Palma. Devido às chuvas, a vistoria de barco no lago da usina não pode ser realizada. Foi percorrido o trecho de estrada entre a sede do município de Agudo e a barragem, onde se vê, do lado oeste da estrada, a várzea do rio Soturno, com propriedades médias em torno de 50 ha, totalmente ocupada pelas lavouras de arroz. Do lado leste da estrada, encontra-se a região de encosta sul do planalto, ocupada por minifúndios, com remanescentes da Floresta Estacional.

Na UHE Dona Francisca foram apresentados os programas ambientais desenvolvidos pela empresa diretamente relacionados com a consevação da biodiversidade: monitoramento da fauna terrestre e aquática, implantação da unidade de conservação, levantamento da vegetação na área de entorno do reservatório, etc. Os estudos sobre a flora e fauna poderão servir de referência para o projeto a ser desenvolvido nessa região.

Visita à sede do Consórcio em Faxinal do Soturno

Foram apresentados alguns dos projetos em desenvolvimento pelo Consórcio, com ênfase ao projeto denominado “Parques Paleontológicos da Quarta Colônia", que prevê a implantação de centros de estudos paleontológicos, com recursos do governo federal.

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5.4. Registro da Biodiversidade Regional A região da Quarta Colônia está inserida em três regiões geomorfológicas que são a depressão periférica, a encosta e o planalto meridional. Os ecossistemas predominantes são os campos, na região do planalto, a floresta estacional que recobria originalmente a encosta e parte da depressão e uma zona de contato campo/floresta na várzea do Vacacaí-Vacacaí-mirim, no município de Restinga Seca. Pela conservação das florestas em áreas com declividade acentuada e o abandono do cultivo das demais áreas de encosta, atualmente a floresta estacional apresenta uma certa continuidade, que se destaca em relação às demais áreas do Estado, merecendo atenção quanto a sua conservação, visto ser a floresta estacional uma das mais destruídas no Estado.

Os principais problemas (impactos sobre a biodiversidade) referem-se a:

plantações de arroz nas várzeas dos rios, com destruição das matas ciliares, uso de agrotóxicos e retirada excessiva de água pelas lavouras.

atividades produtivas na região da encosta que podem tornar-se incompatíveis com a conservação da biodiversidade, se forem replicadas sem um planejamento adequado (ex. projeto Floresta Colonial, desenvolvido pela UFSM, que incentiva a produção de florestas de pinus na região encosta, plantios de cana de açúcar para produção do açúcar mascavo,etc.)

impactos à fauna íctica, com construção das barragens e pesca ilegal, com obstrução de rotas migratórias, pesca em época indevida, poluição das águas por esgoto doméstico, etc.

5.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto É importante a criação do Parque Estadual da Quarta Colônia, com a área já adquirida pelo Consórcio Dona Francisca, devendo ser superadas as dificuldades atualmente existentes para sua efetiva implantação.

Também é importante a conclusão do ZEE iniciado pela FEPAM, para que o Projeto possa incrementar as potencialidades identificadas para a região.

A expansão da lavoura de arroz (de 1400 ha para uma área superior a 3000 ha), está esgotando a capacidade dos recursos hídricos, devendo ser buscadas alternativas de produção ambientalmente sustentáveis.

A manutenção dos corredores da floresta estacional passa pela valoração dos serviços ambientais prestados pela manutenção da cobertura vegetal das encostas e alternativas viáveis de sistemas agroflorestais.

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5.6. Registro Fotográfico

FZB Chomenko,L.Remanescentes de mata nativa e orizicultura

FZB Chomenko,L.Pastagem em área desmatada e indício de erosão

FZB Chomenko,L.

APP descaracterizada pelo desmatamento

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FZB Chomenko,L.Campo sujo, casas e “roçada” avançando sobre APP

FZB Chomenko,L.UHE Dona Francisca

FZB Chomenko,L.

Reunião com instituições locais

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6. ÁREA 4 CAMPOS DA CAMPANHA

6.1. Informações Gerais: Instituições participantes: SCP, FZB, EMATER e FEPAM

Municípios abrangidos: São Borja, Maçambará, Itapuí, Uruguaiana, Barra do Quarai, Alegrete, Rosário do Sul e Santana do Livramento.

Data: 04/06/abril/2005

Principais contatos efetuados: IBAMA (APA do Ibirapuitã), Fundação Maronna, DEFAP (Reserva do Ibirapuitã), Prefeitura de Alegrete.

6.2. Memória de Reunião Data:06.04.2005

Local: Centro Administrativo de Alegrete

Horário: 14h

Participantes: Relação em anexo

Apresentação e discussão:

Em Alegrete o Projeto foi apresentado pela coordenação da UPP, representante da Secretaria da Coordenação e Planejamento do Estado. A seguir, foram descritas as ações previstas, tais como oficias em POA, e posteriormente nas comunidades (diversas datas). A data prevista para oficina na área 4 é de 31 de maio a 01.junho; aqui houve uma discussão sobre a preferência das comunidades e sobre se reunião deverá ter duração de 01 ou 02 dias. Aparentemente a preferência é de dois dias, considerando-se principalmente a distância muito grande a ser percorrida pelos participantes de municípios dessa região.

O representante da URCAMP, Prof. João, sugeriu uma maior integração das universidades regionais, principalmente nas questões relacionadas com conhecimentos das realidades locais. Houve necessidade de novas explicações por parte da coordenadora, de que este projeto não prevê atividades dentro de UCs, mas em seu entorno e áreas próximas.

A Chefa da APA Ibirapuitã/IBAMA fez referência ao fato de que o FNMA está abrindo editais relacionados com campos sulinos, e que deverá ocorrer reunião nos próximos dias. O representante da prefeitura de Itaquí fez questão de salientar de que o município tem grande interesse em participar do Projeto, considerando-se principalmente algumas questões diretamente envolvidas com a variável ambiental. A seguir a representante da Fundação Maronna (Alegrete), referiu que também já desenvolvem algumas ações e salienta o interesse em integrar atividades, o que foi

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bem aceito e inclusive foi explicado pelos coordenadores, que este projeto justamente tem cunho INCREMENTAL.

Foi colocada a importância da região e rapidamente descreveram-se alguns aspectos sobre biodiversidade local, espécies de importância global e projetos que vem sendo desenvolvidos por outras instituições (PROBIO/CAMPOS SULINOS, “PASTIZALES”, etc.). Foi ainda salientado (URCAMP), que deverá ser discutido amplamente e considerado na elaboração do Projeto o emprego de práticas não conservacionistas na região. A reunião foi encerrada, e solicitou-se que as entidades presentes enviassem sugestões de temas e outras instituições que poderão/deverão ser incluídas no processo de preparação do Projeto.

6.3. Atividades Realizadas

ÁREAS DE BANHADOS (São Borja, Itaqui e Maçambará /S.Donato).Trata-se de uma área na qual foi criada uma UC, mas que vem sendo desde sua criação, cada dia mais reduzido por uso intensivo de cultivos de arroz. Na região há previsão de construção de grande barragem para irrigação (rio Butuí). É importante que se desenvolvam na região, algumas estratégias que possibilitem a manutenção de alguns remanescentes ecossistêmicos, pois ali sobrevivem algumas espécies em extinção (fauna) e há registros de spp endêmicas e raras (flora). A área é considerada de extrema importância biológica pelo MMA.

FRONTEIRA OESTE (Alegrete, Barra do Quaraí, Santana do Livramento, Quaraí, Rosário do Sul, Uruguaiana) - Corresponde à área dos campos da campanha, com características ambientais únicas, que permitem ocorrência de exemplares da biodiversidade de grande importância, e sob constante e permanente ameaça. Nessa região têm-se distintas UC’s (Espinilho, APA do Ibirapuitã e Reserva do Ibirapuitã), o que, entretanto não lhe vem garantindo sua manutenção. É abrangida por bacias hidrográficas que se caracterizam pelos maiores conflitos de usos do Estado (com absoluto déficit hídrico em determinadas épocas do ano, em função do uso intenso para agricultura irrigada), e com ameaças constantes decorrentes de novas atividades antrópicas (barragens, termoelétricas, etc). Área considerada de extrema importância biológica pelo MMA. Cabe salientar que partes destes municípios abrangem os ecossistemas de “pastizales” (campos nativos de campanha), que constituem alvo de outros projetos de cooperação técnica internacional (Brasil, Argentina, Uruguai, e Paraguai, com financiamentos de órgãos internacionais, inclusive BIRD). As atividades a serem desenvolvidas nesses locais deverão possibilitar se identifiquem alguns elementos básicos da biodiversidade local e formas de sustentabilidade ecossistêmica e populações humanas que ocupam esses espaços. Ressalta-se que os campos da campanha do RS contêm características ecossistêmicas singulares (que se conectam a outras áreas sugeridas no plano de ação para o Projeto Biodiversidade), exatamente por sua ocorrência ímpar, e com riscos reais de eliminação completa de seus remanescentes.

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6.4. Registros da Biodiversidade Regional Deve-se destacar que essa região como um todo constitui um complexo mosaico de distintas formações fitoecológicas, que tem por base uma constituição geológica e pedológica frágeis e que por outro lado são redutos de ocorrência de fauna e flora ameaçadas ou raras, de grande importância para a biodiversidade mundial. Salienta-se ainda a complexa integração dessa região com as regiões contíguas (escudo sul riograndense).

Nessa região vem se expandindo o uso agrícola intensivo, estão sendo planejadas (e implantadas), dezenas de barragens de irrigação (incrementando conflitos pelo uso de recursos naturais locais), e ainda sob direta influência de novos planos setoriais de desenvolvimento regional (fruticultura, vitivinicultura).

Salienta-se que essa região tem potencial de uso sustentável da biodiversidade e também apresenta grande importância científica (embora ainda tenha sido muito pouco estudada) e endemismos.

Os principais impactos adversos sobre a biodiversidade se referem aos seguintes aspectos:

avanço da lavoura orizícola sobre ecossistemas frágeis conduzindo a conflitos pelo uso do espaço com outras atividades antrópicas ou com áreas de importância para a preservação / conservação da biodiversidade. Merece ser destacado o fato de que a região da fronteira oeste do RS se caracteriza por ser uma das principais áreas produtoras de arroz. Esta situação tem conduzido a algumas condições que levam ao surgimento de novos impactos, destacando-se neste caso, o uso de energia e água de forma inadequada (por exemplo, em virtude da necessidade de conduzir água para áreas mais altas, e não apenas nas várzeas) é comum o desperdício de água também a partir de instalações de obras/ equipamentos inadequados. Constata-se a NÃO OBSERVÂNCIA de regras de segurança em relação ás APPs, telas de proteção nas bombas, etc. Este último item conduz à destruição da fauna aquática local que esteja na área de influência direta das obras, a qual é sugada, devido à pressão existente através dos sistemas de irrigação. Assim sendo, se destaca no momento a expansão de cultivos de soja (GM) com plantio direto, e a ampla participação no “Projeto 10-RS”, do IRGA, o qual entre outros, utiliza o Projeto Clearfield, nova tecnologia, que visa ao controle do arroz vermelho nas lavouras, a partir da utilização de sementes resistentes a alguns tipos de herbicidas.

destruição ecossistemas naturais da região, principalmente de banhados e de campos “pampa”, que são típicos da região e únicos no Brasil.Também outra paisagem típica local, a formação de “Espinilho” qual se refere à ocorrência de Prosopis spp a qual inclusive deu origem ao Parque Estadual do Espinilho, no município de Barra do Quarai. Esta área é o único ambiente de ocorrência de P.nigra e P.affinis no Rio Grande do Sul e no Brasil; destacando-se ainda por apresentar inúmeras outras formações de vegetais existentes somente nessa região.

florestamentos de pinus e eucaliptos foram observados em vários locais da região, os quais estão em plena expansão visto estarem inseridos em programas oficiais de incentivo a essa atividade na metade sul do Estado. Embora ainda de forma incipiente, permite que seja feita uma avaliação

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preocupante no que tange aos impactos que ocasionará a outros cultivos, pecuária, recursos hídricos, além da modificação total de ecossistemas naturais locais.

as invasões de capim anoni (Eragrostis spp) vêm deslocando gramíneas nativas e induzindo a drásticas modificações ecossistêmicas e perda do potencial produtivo dos campos para a pecuária.

focos de arenização que se observaram na região visitada, mostrando que devem ser adotados procedimentos urgentes no sentido de se identificar formas de controle desse impacto. Caso contrário, os mesmos tenderão a se expandir, propiciando prejuízos de grande monta, sejam eles de ordem ambiental, econômica e cultural.

6.5. Informações e Sugestões de Interesse do Projeto A partir das inúmeras ações e contatos preliminares desenvolvidos é possível se referir como aspectos interessantes para serem trabalhados no Projeto, os abaixo referidos:

Constata-se claramente que a região possui um modelo de uso dos espaços, que é bastante conflitante, considerando-se principalmente a estrutura fundiária. Na região encontram-se algumas das maiores propriedades rurais do Estado, que tem sua utilização de forma – sob ênfase socioeconômica, bastante conservadora, com ocupação esparsa para pecuária, e conduzindo desta forma a conflitos pelo “uso da terra”, com outros movimentos sociais (assentamentos do MST). Nestes, o partilhamento das áreas em pequenos lotes, conduz a uma sobre-utilização, induzindo a impactos adversos de várias ordens. Há necessidade de se tratar dessas questões envolvendo os vários segmentos das comunidades, e procurando demonstrar que as regiões têm características extremamente especificas e como tal devem ser tratadas.

A região apresenta alguns potenciais interessantes de serem explorados com vistas à utilização sustentável, destacando-se as variáveis histórico-culturais, já que nessa região ocorreram muitos fatos relevantes da história do continente sul americano. Por outro lado há também a potencialidade de se integrarem atividades de turismo rural, pois muitas das áreas são fazendas centenárias que poderiam ser alvo de ações dessa atividade, integrando-as com visitas a locais de interesse ambiental, principalmente tendo em conta alguns aspectos ecológicos antes referidos;

foi discutida a possibilidade de se proceder ao resgate de algumas culturas locais (sementes e criações de raças crioulas), ou ainda o uso de espécies nativas de flora e fauna, as quais já tem identificados potenciais de uso econômico (inclusive em países vizinhos, tais como criações de emas, capivaras, ratões do banhados, inúmeras espécies arbóreas, etc);

na região da APA/IBIRAPUITÃ, também há ocorrência de comunidades tradicionais (aparentemente remanescentes de quilombos), as quais poderiam ser inseridas em sistemas produtivos;

em virtude do modelo de uso da terra (extensas áreas com pastoreio a campo, etc), observa-se a potencialidade de trabalhar com produtos diferenciados em mercados cada vez mais exigentes e que atuem em processo de desenvolvimento sustentável (criações a campo, sem aditivos químicos, etc).

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6.6. Registro Fotográfico

FZB Chomenko,L.

Mosaico de usos: nativas, pastagem, milho e frutas

FZB/Chomenko,L.

Campos em estágio de sucessão com arbustivas

FZB/ Ott,R

Sobrepastoreio de pastagem onde se nota areia exposta

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FZB/ Chomenko,L

Floresta de eucalipto em área de campo.

FZB/ Chomenko,L

Mata ciliar em drenagem de campo suave ondulado

FZB/ Ott,RFinas pastagens sobre solos rasos arenosos-Quarai

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7. ÁREA 5 ESCUDO SUL RIOGRANDENSE

7.1. Informações Gerais Instituições participantes: SCP, FZB, EMATER e FEPAM Data: 07/ 08/abril/2005 Municípios abrangidos: Lavras do Sul, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul e Santana da Boa Vista. Principais contatos efetuados: EMATER de Caçapava do Sul, Prefeituras locais.

7.2. Memória de Reunião Data: 08.04.2005

Local: Associação Comercial e Industrial de Caçapava

Horário: 9h

Participantes: relação em anexo

Apresentação e discussão:

Foi sugerida a realização de uma oficina de um dia e da eventual inclusão de outros municípios por se tratar de ambientes contíguos e semelhantes (Pinheiro Machado e Piratini, ou ainda da BHR Camaquã). A coordenadora da UPP explicou que algumas regiões têm discutido a formação de “comissões” a fim de se organizar com vistas às participações nas oficinas. Participantes locais sugeriram que o “Consórcio do Rio Camaquã” se tornasse à comissão. A seguir discutiram-se inúmeros problemas já identificados pelas comunidades, destacando-se a grave problemática de capim anoni nos campos nativos, e mais recentemente a chegada de monocultivos florestais que vêm modificando drasticamente o modelo agrícola até agora usado nas regiões (com graves conseqüências socioeconômicas).

O representante de Encruzilhada do Sul referiu a existência, mas a não implantação da UC (Parque Estadual Podocarpus, com 3.645,00 hectares), nos quais se destacavam remanescentes de Podocarpus sp, além da presença de população de papagaios charão (Amazona petrei). Também chamou a atenção sobre o fato da SEMA não assumir essa UC. Ficou de enviar algumas informações adicionais para FZB a fim de subsidiar conhecimentos sobre a biodiversidade local. Foram sugeridas algumas instituições que deveriam ser convidadas para as oficinas: Prefeitura do Município de P. Machado; URCAMP; Consórcio do Rio Camaquã, ONG Sentinela do Pampa de Caçapava do Sul, Sindicato rural e Sindicato de trabalhadores dos municípios envolvidos.

Houve uma reclamação sobre o RS-Rural/Biodiversidade na região, pois não levava em conta especificidades locais, tendo faltado o acompanhamento periódico das ações em desenvolvimento. O Prefeito do município de Santana da Boa Vista salientou várias

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vezes, que é um dos mais pobres da região. A seguir destacaram-se inúmeros aspectos relacionados com as características ecossistêmicas de toda região, com potencial para desenvolvimento, inclusive em virtude de seus belíssimos cenários decorrentes das variações de altitudes e características ambientais. Salientaram, porém a situação de isolamentos das comunidades em virtude das condições de estradas. Foram sugeridas algumas ações que pudessem viabilizar o desenvolvimento sustentável de araucárias, podocarpos e eventualmente outras espécies de ocorrência local. A reunião foi encerrada, com grande participação e comprometimento em discutir o assunto em reuniões locais e posteriormente manter contato com o Projeto Biodiversidade e ainda poder se integrar nas ações a serem desenvolvidas.

7.3. Atividades Realizadas Foram percorridas inúmeras estradas municipais na região (transição entre áreas 4 e 5), e se identificaram inúmeros aspectos de riscos para a biodiversidade regional. Foi percorrido trajeto, por Santana da Boa Vista, até Encruzilhada do Sul sendo observado no percurso distintos modelos de uso do espaço, pois há grandes propriedades com uso de pecuária extensiva (embora já comecem a se visualizar vários locais com florestamentos de Pinus e eucaliptos). Também muitas propriedades pequenas, e criações de animais feitas de forma muito simples e rústica. Um dos fatores que se destaca é a enorme heterogeneidade paisagística, e com formações geológicas de distintas origens. Esta situação permite supor que a região tem grande potencial de exploração sustentável dos recursos naturais, porém destacando-se, que justamente por ser uma região relativamente carente de oportunidades, está sob forte pressão de expansão de usos “incompatíveis” com suas características. Os principais impactos adversos identificados se referem a:

avanço da lavoura orizícola sobre algumas regiões com ecossistemas frágeis, e conduzindo a conflitos pelo uso do espaço com outras atividades antrópicas ou com áreas de importância para a preservação/conservação da biodiversidade. Merece ser destacado o uso de energia e água de forma inadequada (por exemplo, em virtude da necessidade de conduzir água para áreas mais altas, e não apenas nas várzeas); é comum o desperdício de água também a partir de instalações de obras e equipamentos inadequados;

em virtude da ocorrência de amplas extensões de campos elevados, vem ocorrendo a expansão de cultivos novos na região (expansão da fronteira agrícola com soja e fumo);

destruição de áreas de grande importância sob aspecto ambiental, representativo típico da região, a partir da retirada de matas (para usos distintos, inclusive queima de lenha). Observou-se também em alguns locais a presença de animais silvestres e considerou-se a pressão cinegética e a caça ILEGAL na região;

foram observados em vários locais da região, florestas e capões de pinus e eucaliptos já implantados desde muitos anos (arvores adultas), salientado-se porém, que a silvicultura passa por um momento de plena expansão, visto estarem inseridos em programas oficiais de FLORESTAMENTOS na metade sul do RS. Estas atividades, embora ainda de forma incipiente, permitem se faça

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uma avaliação preocupante no que tange aos impactos que ocasionarão (conflitos relacionados com outros cultivos, pecuária, recursos hídricos, além da modificação total de ecossistemas naturais locais);

da mesma forma que na área 4, outro importante impacto observado em praticamente toda região é a invasão de capim anoni (Eragrostis spp), o qual vem deslocando gramíneas nativas e induzindo a drásticas modificações ecossistêmicas e perda do potencial produtivo dos campos para a pecuária; e

foi observado um grande impacto ambiental decorrente da exploração de minas de calcáreo (com destaque para a empresa Mônego, em Caçapava do Sul) e o conjuntos de efeitos decorre da poluição do ar, modificação da paisagem, a partir da exploração do terrenos para a retirada do calcáreo – com todas as conseqüências decorrentes deste fato (lançamento de efluentes e resíduos nos recursos hídricos locais), causando desta forma um conjunto de impactos com reais efeitos adversos na fauna e flora locais.

É possível perceber as situações de risco e destruição de alguns dos principais remanescentes desses ecossistemas nessa região. Tal fato coloca em ameaça a sobrevivência de muitas espécies de importância cientifica e também pode induzir à perda de potencialidades de usos dos recursos locais nativos. Além disto, novamente se salienta que vem se acentuando a tendência de conflitos reais entre distintos usos econômicos que vem sendo praticados historicamente, desde há muitos anos na região e os novos modelos de agricultura que estão se iniciando. Tais conflitos serão por uso do terreno (espaço), mas também, e principalmente decorrentes da falta de água e pela redução de produção de alimentação (pecuária e grãos)

7.4. Registros da Biodiversidade Regional O escudo sul riograndense situa-se contiguamente aos campos da campanha do RS, contendo da mesma forma características ecossistêmicas singulares extremamente ameaçadas, e com riscos reais de eliminação de seus remanescentes. A região constitui um complexo mosaico de distintas formações fitoecológicas, que tem por base uma constituição geológica e pedológica frágeis e que por outro lado são reduto de ocorrência de fauna e flora ameaçadas ou raras, de grande importância para a biodiversidade mundial. A integração dos sistemas ambientais é complexa e ainda bastante desconhecida em termos de conhecimento de funcionalidade e dinâmica. As atividades a serem desenvolvidas nesses locais deverão possibilitar se identifiquem formas de compatibilização de alguns elementos básicos da biodiversidade local e formas de sustentabilidade ecossistêmica e das populações humanas que ocupam esses espaços. O modelo atual é bastante variável, e não leva em conta essas especificidades, em função da localização das propriedades, mas também em função dos acessos por vezes bastante difíceis às propriedades. O modelo da estrutura fundiária é diversificado, pois embora tenha grandes propriedades (com uso preponderante de pecuária, principalmente em função dos terrenos), existe uma grande quantidade de pequenas propriedades (com criações animais, suínos, aves, gado de leite, e também cultivos de milho e fumo, ou mais recentemente com soja e silvicultura com espécies exóticas). O desenvolvimento socioeconômico local vem tendendo a introduzir modelos de uso do espaço incompatíveis com a conservação da biodiversidade local, pois vem sendo alvo de inúmeros planos setoriais (fruticultura, silvicultura, etc). Na região do escudo sul riograndense, existe ainda uma situação

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geológica de grande importância, com grande potencial de uso para turismo ecológico e nela esta contida uma UC estadual que foi projetada (não implantada), exatamente pela ocorrência de elementos da biodiversidade de grande importância não apenas local, mas global (P.E. Podocarpus, em Encruzilhada do Sul). Merece ser destacado o fato de que o conjunto das características locais permite sugerir a ocorrência de possíveis corredores de conexão ecossistêmica em direção a vários outros remanescentes de importância fundamental e reconhecida mundialmente, tais como, a proximidade com a Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã (em cuja foz se situa uma UC), para o sul, os campos da região de Bagé, Hulha Negra (em direção do Rio Negro) e, em direção a oeste, nos ambientes antes descritos para a área 4 (com a ocorrência de inúmeras UCs). O modelo atual de desenvolvimento regional não leva em conta os aspectos ambientais locais, sendo uma ameaça direta e constante podendo induzir à eliminação de alguns remanescentes importantes da biodiversidade. Neste caso, merece ser destacado que já foi identificada (justificando um aprofundamento de estudos locais) a presença grande de animais em situação crítica, ameaçados de extinção. Por outro lado, estudos preliminares indicam grande diversidade de répteis e a existência de algumas espécies de serpentes novas para a ciência, endêmicas do escudo cristalino, endemismo este digno de nota, uma vez que é raro entre as espécies de répteis no RS.

A região apresenta heterogenidade geológica e geomorfológica, com déficit hídrico na estação do verão, possuindo características particulares para as formações vegetais nativas com uma riqueza expressiva representada pelas ervas com sistema subterrâneo desenvolvido (bulbos, tubérculos, xilopódio, etc.). São também comuns na região os campos com moitas arbóreo-arbustivas e pequenos capões com predomínio de Anacardiáceas e Mirtáceas. Rambo (1956) denominava estas formações como matinhas de aroeiras e mirtáceas. Estas características associadas à ocupação humana muito rarefeita, incluindo-se a diminuição da atividade agropecuária, constituem ambientes de refúgio importante para elementos da fauna silvestre. Destaca-se a relativa abundância de cervídeos (Mazama americana) e felídeos (Oncifelis geoffroyi e Puma concolor), que indicam a possibilidade de reestabelecimento do equilíbrio dos ecossistemas. Um aspecto importante para essa área é a presença significativa do javali (Sus scrofa), espécie exótica muito agressiva de ampla dispersão e expansão global, tendo sido introduzida no Uruguai na década de 1950. As unidades de Conservação da área 5 são o Parque Estadual de Podocarpus e a RPPN Fazenda das Palmas, em Encruzilhada do Sul. É importante destacar também duas áreas de beleza cênica consagrada, abrigando também formações fitoecológicas ímpares na região, sendo estas a Pedra do Segredo e as Guaritas.

7.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto A partir das inúmeras ações e contatos preliminares desenvolvidos, pode-se referir como aspectos interessantes a serem trabalhados pelo Projeto:

constata-se claramente que a região possui um modelo de uso dos espaços interessante e com alta potencialidade de serem desenvolvidos produtos com certificação de origem (gado criado a pasto, etc). Entretanto, em virtude de repartição das propriedades surgem novas formas de exploração do ambiente. Este fato pode ter algumas vantagens, como a criação de modelos de desenvolvimento de “colônias", que produzam agricultura por métodos

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agroecológicos, mas também pode induzir a perdas de elementos naturais, que podem ser a base do desenvolvimento local;

a região apresenta bom potencial para ser explorado com vistas à utilização sustentável, destacando-se imensos enclaves de formações geológicas de incomparável beleza cênica, aliadas às variáveis histórico-culturais, já que nesta região ocorreram muitos fatos relevantes da historia do continente sul americano. Por outro lado há também a potencialidade de se integrarem atividades de turismo rural, pois muitas das áreas são fazendas centenárias que poderiam ser alvo de ações deste ramo de desenvolvimento, integrando-se nestes, visitas a locais de interesse ambiental, principalmente tendo em conta alguns aspectos ecológicos antes referidos;

foi discutida a possibilidade de se proceder ao resgate de algumas culturas locais (sementes e criações de raças crioulas de gado / ovinos / caprinos, etc), ou ainda o uso de espécies nativas de flora e fauna, as quais já tem identificados potenciais de uso econômico;

em virtude do modelo de uso da terra (extensas áreas com pastoreio a campo, etc), observa-se a potencialidade de trabalhar com produtos diferenciados em mercados cada vez mais exigentes e que atuem em processo de desenvolvimento sustentável (criações a campo, sem aditivos químicos, etc); e

considerando-se que as regiões visitadas constituem algumas das paisagens interessantes sob aspectos socioeconômicos, culturais e ambientais, e tendo em vista a existência de inúmeras UCs, pode-se avaliar a possibilidade de serem criados mecanismos para estudar integração de biocenoses nativas e, a partir destas possibilidades, de implantação de mosaicos significativos de ecossistemas naturais do RS ou corredores de integração entre estes.

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7.6. Registro Fotográfico

FZB Chomenko,L.Coordenadora apresentando o projeto

FZB/Chomenko,L.

Paisagem local e pecuária extensiva preponderante

FZB/ Ott,R Visão de campos da campanha do RS

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FZB/ Chomenko,L

Área ecoturística - Pedra do Segredo

FZB/ Chomenko,L

Plantio de eucalipto e ao fundo mato nativo

FZB/ Ott,RGrande extensão de lavouras de arroz

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8. ÁREA 6 NASCENTES DO RIO FORQUETA

8.1. Informações Gerais Instituições participantes: Prefeitura de Arvorezinha, Putinga, Ilópolis, Fontoura Xavier e técnicos da Emater de Arvorezinha e Putinga

Municípios: Arvorezinha, Fontoura Xavier, Ilópolis, Itapuca, Putinga, São José do Herval e Soledade.

Data: De 13 a 14 de abril de 2005.

8.2. Memória da Reunião Data: 14.04.05

Local: Câmara de Vereadores de Arvorezinha

Horário: 14:00 horas

Participantes: Relação dos participantes em anexo

Apresentação e Discussão

Uma das maiores demandas locais foi a necessidade de se estabelecer estudos para definir custos e/ou receitas ambientais. Quem preserva deve receber uma compensação, considerando-se que por lei não é mais possível cortar floresta nativa.

A região se situa entre aquelas mais preservadas do Rio Grande do Sul.

Registro das Propostas

Realizar estudos visando ações compensatórias para aqueles produtores rurais que preservam o meio ambiente.

Utilização de ações ambientais para a geração de renda.

8.3. Atividades Realizadas Visita à microbacia com projeto do RS Rural em Arvorezinha - A Microbacia

Hidrográfica (MBH) contemplada pelo projeto do RS Rural está localizada no Rio Forqueta, cujo relevo é bastante acidentado com um pequeno percentual de área apta para os cultivos anuais. A principal cultura da MBH é o fumo que ocupa toda a mão-de-obra familiar durante o seu ciclo.

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Visita à Ervateira Putinguense – Visita à ervateira de propriedade do Sr Eduardo Guadanim no interior do município de Putinga, com produção através do sistema agroflorestal. A erva-mate é cultivada em florestas com araucária e mata nativa da região. O proprietário possui Certificação Florestal em 69 ha. A maior parte da área está em fase de transição, ou seja, de um sistema convencional para um sistema totalmente agroflorestal. A ervateira utiliza matéria-prima de mais aproximadamente 60 produtores que estão em fase de transição e recebem remuneração de 30% a 40% a mais por esse produto em relação à cultivada de forma convencional. Atualmente está introduzindo a bracatinga nas áreas em transição. Segundo o proprietário é necessária uma cobertura verde para que as espécies nativas cresçam e formem uma agrofloresta1. A bracatinga possui um crescimento rápido proporcionando um sombreamento às plantas de erva-mate e ao surgimento de espécies nativas. Após aproximadamente cinco anos, essa espécie poderá ser retirada e as demais espécies nativas.

Visita à Ilópolis – O município conta com atividades significativas relacionadas à educação ambiental.

8.4. Registro da Biodiversidade Regional A região que compõe as nascentes do Rio Forqueta se apresenta de forma bastante preservada. O relevo local é bastante acidentado, ocorre predomínio de pequenos produtores rurais e existe uma limitação para a capacidade de uso do solo. A região não suporta a realização de uma agricultura intensa em tecnologia.

Em Arvorezinha e Putinga são cultivadas plantas medicinais em pequena escala, que já são incorporadas nos tratamentos locais, principalmente em Arvorezinha que conta com um médico que utiliza essas plantas no posto de saúde municipal.

8.5. Informações e Sugestões de Interesse do Projeto O grupo apresentou demandas visando à conservação da biodiversidade local:

necessidade de se estabelecer formas compensatórias para aqueles produtores rurais que continuam preservando a vegetação nativa;

estudar e/ou aplicar o ICMS ecológico;

na bacia do Rio Forqueta existem produtores que cultivam fumo, em pequena área agrícola. Geralmente toda a mão-de-obra e tempo disponível são despendidos para a produção de fumo (criação de uma cultura local), mas que em muitos casos não produzem seu próprio alimento, dependendo de compras externas. Uma idéia seria a realização de projetos pilotos (olerícolas, fruticultura, ervas medicinais) visando à geração de novas fontes de renda para reduzir a dependência da cultura do fumo;

estimular a criação de agroflorestas com a cultura de erva-mate e a criação de hortos medicinais em Putinga e Arvorezinha.

1 A agrofloresta referida é a formação de áreas para a exploração de erva-mate.

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8.6. Registro fotográfico

FZB Chomenko,L.Mosaico de usos:nativas, pastagem,milho e frutas

FZB/Chomenko,L.

Borda de mata nativa em estágio de sucessão

FZB/ Ott,R Ao fundo APP, pastagem e área roçada em 1º plano

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FZB/ Chomenko,L

Bracatinga e ervateira consorciada com nativas.

FZB/ Chomenko,L

Produção ecológica de erva-mate

FZB/ Ott,R

Apresentação do Projeto à comunidade

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9. ÁREA 7 LITORAL NORTE

9.1. Informações Gerais Instituições participantes: SCP, FZB, EMATER e FEPAM

Municípios abrangidos: Arroio do Sal, Pinhal, Capão da Canoa, Cidreira, Don Pedro de Alcântara, Imbé, Itati, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Osório, Riozinho, Rolante, Santo Antônio da Patrulha, Terra de Areia, Torres,Tramandaí, Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Xangrilá.

Data: 01/abril/2005

Principais contatos efetuados: Prefeituras locais, ALINORTE, UNISC

9.2. Memória da Reunião Data: 01.04.2005

Local: Prefeitura de Capão da Canoa

Horário: 14 h

Participantes: Relação dos participantes em anexo

Apresentação e discussão:

O objetivo da reunião foi dar conhecimento da proposta do Projeto às prefeituras dos municípios envolvidos e representantes da comunidade local, motivá-los a participar, e discutir com eles os prováveis parceiros a serem chamados para as oficinas de elaboração do Projeto.

A síntese, os objetivos do Projeto e os próximos passos foram apresentados pela coordenação do Projeto e foi aberta a discussão. Fernando Campani, da Prefeitura de Capão da Canoa colocou a necessidade de esclarecer e promover a divulgação do conceito da biodiversidade à população em geral, que não está suficientemente esclarecida sobre o assunto. O representante do município de Santo Antônio da Patrulha sugeriu incluir o IRGA e o DRH nas discussões do Projeto, devido aos conflitos com o uso da água.

Leda Famer, da Prefeitura de Osório, sugeriu a participação das seguintes entidades: Secretaria da Agricultura, Sindicatos, ONG Catavento, Rotary, Lions e propõe que sejam feitas reuniões locais preparatórias das oficinas do Projeto. Após o geólogo Gilberto Lessa, representante do município de Capão da Canoa e Vice-presidente do Comitê Tramandaí, sugeriu a apresentação do Projeto ao Comitê Tramandaí. A coordenadora do Projeto Biodiversidade esclareceu que para essa reunião o convite foi

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feito apenas às prefeituras, mas que as demais instituições serão convidadas a participar.

Campani sugeriu que a discussão do Projeto ocorra no âmbito do Comitê Tramandaí, que é composto por representantes de toda a sociedade. Para isto seria necessário que o Projeto oficializasse o papel do Comitê na coordenação das ações do Projeto na região do litoral norte.

Foi sugerida a participação da UNISC, do Conselho do Meio Ambiente dos municípios, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e da ALINORTE (Associação das Prefeituras do Litoral Norte) e a criação de uma comissão com as sete prefeituras presentes. A coordenação desta comissão ficaria a cargo de Gilberto Lessa, como representante da Prefeitura de Capão da Canoa.

A técnica Ana Rosa da FEPAM esclareceu que o convite para a participação nessa comissão deve se estender às prefeituras dos demais municípios da área do Projeto. O representante da EMATER esclareceu que a EMATER local também deverá participar da comissão, contribuindo para a elaboração do Projeto.

Foi sugerido que a oficina local seja de um dia e que seja enviada à coordenação do Projeto, até o dia 21 de abril, a relação das instituições que deverão ser convidadas para as oficinas.

Registro das propostas:

Foi proposta a criação de uma comissão formada pelos representantes das Prefeituras dos municípios envolvidos. A coordenação da comissão deverá ser da prefeitura de Capão da Canoa, através do Gilberto Lessa (vice-presidente do Comitê da bacia hidrográfica do Tramandaí).

A relação das instituições que irão participar das oficinas será enviada à coordenação do Projeto até o dia 21 de abril do corrente.

Foram indicadas as seguintes instituições: UNISC, IRGA, DRH, Secretaria da Agricultura, Sindicatos, ONG Catavento, Rotary e Lions, Conselho de Meio Ambiente dos municípios, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e ALINORTE - Associação das Prefeituras do Litoral Norte.

9.3. Atividades realizadas Nessa área a ação prevista foi a reunião das instituições para apresentação e debates. Não foi previsto maior esforço de campo face ao elevado nível de conhecimento e gestão existente na área, destacando-se o GERCO, Reserva de Biosfera, Gestão do Comitê Tramandaí, entre outros.

9.4. Registro da Biodiversidade Regional O Litoral Norte caracteriza-se pelo estreitamento da planície pela proximidade da Serra Geral e destaca-se pelo complexo sistema de lagoas costeiras, algumas conectadas

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em rosário, desaguando no mar pelo rio Tramandaí, pelo qual também recebe aportes de água salgada. Outras lagoas já se isolaram ou se conectam por meio de banhados.

Destaca-se também pela grande riqueza biológica, determinada pela sua posição geográfica: de um lado recebe a influência da Mata Atlântica de encosta. A região se configura, desta forma, como um importante divisor biogeográfico.

Os principais balneários do Rio Grande do Sul concentram-se neste compartimento, ocupando densamente a faixa de dunas e campos litorâneos entre a praia e o cordão de lagoas. Os ecossistemas dominantes são as lagoas, isoladas ou em cordão, em grande número, banhados, matas de restinga, butiazais, praias e dunas.

Os butiás (Butia capitata) encontrados nessa região apresentam diferenças morfológicas em relação aos encontrados em outras áreas de distribuição, podendo tratar-se de uma espécie distinta, o que ainda não foi investigado.

Essa área apresenta uma grande diversidade de espécies, apesar de não suportar mais os grandes carnívoros e herbívoros, os quais estão praticamente extintos. Os maiores elementos da fauna que persistem na região são a capivara (Hidrochaerys sp) e o jacaré-do-papo-amarelo (Caymam latirostris), este último considerado criticamente ameaçado.

Várias espécies de plantas raras e de distribuição geográfica restringida podem ser encontradas, como Marcgravia polyantha, Psidium spathulatum e Cyphomandra cornigera. Entre os animais, ainda persistem populações de Ctenomys minutus, porém, extremamente ameaçadas.

Uma grande diversidade de espécies vegetais e animais ameaçados é típico dessa região e ainda podem ser encontradas, especialmente bromeliáceas, orquídeas e passeriformes estreitamente relacionados com a mata atlântica e que tem aqui o seu limite de distribuição. A diversidade e abundância de aves aquáticas, por outro lado, diminui consideravelmente neste compartimento. Algumas plantas aquáticas também têm aqui seu limite setentrional como Ephedra tweediana.

Merece atenção a presença de espécies de peixe-rei (Odontesthes) novas para a ciência endêmicas da região. Uma espécie nova ocupa a parte sul das lagunas interligadas do sistema do rio Tramandaí, outra ocupa a parte norte e uma terceira lagoa isolada das mais interiores.

No Litoral Norte os principais vetores de pressão na faixa frontais de dunas e campos litorâneos são a ocupação desordenada do solo pela expansão dos balneários, vários em processo de conurbação.

Os estuários e as lagoas são pressionados pela contaminação orgânica dos balneários. As lagoas sofrem pressões crescentes pela retirada de água para irrigação, pelos aterros e deposição de lixo e pela pesca desportiva e comercial. Os banhados e matas de restinga sofrem pressões severas pela expansão da agricultura e dos balneários.

Nas lagoas, as populações das espécies de valor comercial estão fortemente reduzidas e, no caso das espécies de peixe-rei, em estado crítico. Os principais impactos nas lagoas interiores são a contaminação por agrotóxicos, principalmente através das bacias de drenagem dos rios Três Forquilhas e Maquiné, e a modificação dos hábitats de margem, importantes para desova de peixes. As praias são também pressionadas

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pelo acúmulo de lixo, esgotos sem tratamento adequado e risco de vazamento do terminal petrolífero (Tedut).

O porrudo (Trachaelyopterus lucenai) foi introduzido na região, provavelmente através das obras de irrigação das lavouras de arroz. Estão se expandindo as atividades de lazer pesque-pague, em geral desenvolvidas em açudes, que utilizam espécies exóticas com potencial de invasão dos sistemas naturais e de introdução de doenças e patógenos.

Principais remanescentes naturais

Localização Justificativa Arredores da Lagoa do Morro do Forno e Vila São João, em Torres

Remanescentes de Mata Atlântica e banhados

Palmares em Itapeva últimos fragmentos, já parcialmente degradados. Restinga de Itapeva, em Torres

remanescente da seqüência de ecossistemas típica da faixa costeira frontal no Litoral norte do Rio Grande do Sul, incluindo desde a faixa praial, dunas, lagoas e fragmentos de mata de restinga paludosa, com grande riqueza de espécies.

Lagoa do Camboim, junto ao Balneário de Camboim, ao Norte de Arroio do Sal

Lagoa com banhados e fragmentos de mata de restinga em bom estado de conservação

Pontal dos Diehl importante remanescente de banhados, lagoas e matas de restinga sob forte pressão.

Dunas entre Cidreira e Pinhal

um dos dois últimos remanescentes da seqüência de ecossistemas da faixa costeira frontal, incluindo a faixa praial, dunas, lagoas e fragmentos de mata de restinga.

A Lagoa da Ponta da Cadeia

provavelmente um importante local de reprodução de jacaré-do-papo-amarelo

9.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto necessidade de intensificar os mecanismos de fiscalização da ocupação do solo,

dada a magnitude das pressões, particularmente nos balneários;

deve ser equacionada a falta de conhecimento por parte da população sobre as leis, sua importância e as conseqüências ambientais do seu descumprimento. Estratégias de educação ambiental de massa precisam ser pensadas com este enfoque;

vários planos estão em andamento na zona costeira dos estados do sul, incluindo, por exemplo, a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e planos de gestão de bacias hidrográficas. Embora todos tenham a preocupação com a preservação, cada plano adota critérios diferentes de compartimentação e análise, sobrepondo informações, dificultando a integração de dados e desperdiçando esforços. É recomendável um planejamento integrado unificado;

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a vegetação psamófila não está adequadamente protegida, especialmente as dunas lacustres, que são também muito pouco estudadas (Waechter 1985) e incluem várias espécies raras;

as novas unidades a serem criadas devem privilegiar a faixa de dunas frontais, as dunas interiores, os remanescentes de mata de restinga e os banhados, que são os ecossistemas mais comprometidos em escala regional;

manter a interligação das lagoas como corredores de fauna, ou seja, as faixas marginais aos canais, mesmo que se tratem de canais já bastante alterados, devem ser incluídas na zona de tamponamento;

os banhados oferecem inúmeras oportunidades de aproveitamento sustentado da fauna e flora. Espécies como a corticeira (Anona glabra), a taboa (Tipha domingensis), esfagno (Sphagnum sp.) e várias outras eram utilizadas pelas populações locais (Reitz 1963) e estão hoje em desuso. Experimentos de uso múltiplo dos banhados devem ser incentivados, incluindo exploração da fauna de aves, mamíferos e répteis e flora de juncos e outras macrófitas aquáticas, entre outras possibilidades.

A melhor estratégia para acompanhar a implementação das medidas de proteção dos ecossistemas terrestres é monitorar o uso do solo através de imagens remotas. Para fins de monitorar as medidas de proteção das espécies ameaçadas deve ser dada especial atenção aos seguintes hábitats:

• periferias das áreas protegidas;

• faixas de proteção dos rios e lagoas;

• outras áreas com função principal de conservação, como as encostas íngremes;

• hábitats mais vulneráveis: Dunas e Matas de Restinga.

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9.6. Registro Fotográfico

FZB Chomenko,L.

Reunião de apresentação do Projeto

FZB Chomenko,L.

Plenária com representantes do litoral norte

FZB Chomenko,L.

Coordenadora da UPP explicando os componentes

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10. ÁREA 8 LITORAL MÉDIO

10.1. Informações Gerais Instituições participantes: SCP, FZB, EMATER e FEPAM

Municípios abrangidos: Barra do Ribeiro, Capivari do Sul, Palmares do Sul, Mostardas, São José do Norte, Tapes, Tavares e Viamão.

Data: 30/31/março/2005

Principais Contatos: Prefeituras, Emater, IBAMA

10.2. Memória de Reunião Data: 31.03.2005

Hora: 15h30min

Local: Centro Cultural de Mostardas Participantes: listagem anexa

Apresentação e discussão

O Projeto foi oficialmente apresentado pela coordenação e logo a seguir ocorreram inúmeras participações, destacando-se manifestações de prefeituras de Mostardas e Barra do Ribeiro, as quais demonstraram grande interesse pelo Projeto e dispostas para implantar ações em seus municípios. Foi destacado ainda que alguns municípios (ex. Capivari), não dispõem de assistência técnica da EMATER, o que foi solicitado; Em várias ocasiões destacaram-se aspectos de riscos às regiões, sob ênfase de conservação da biodiversidade e também salientados alguns conflitos já identificados, referidos aos distintos usos locais; foram solicitados alguns esclarecimentos sobre o projeto os quais foram atendidos pelos coordenadores do projeto (geral e de componentes).

Ocorreu ainda uma discussão sobre eventuais possibilidades de desenvolver atividades socioeconômicas compatíveis com as vocações tradicionais locais, inclusive com resgate de alguns cultivos, etc. Os municípios encaminharão à SCP, sugestões de participantes nas oficinas a serem realizadas.

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Registro de Propostas

Não foi sugerido nada específico, apenas se referindo quanto à duração das oficinas locais, foi proposto que durassem dois dias (em virtude da distância dos municípios).

10.3. Atividades Realizadas Não foi possível visitar todos locais inicialmente previstos, em virtude de grandes distâncias a percorrer e de difícil acesso, além disto ocorreu a inclusão de atividades que não estavam previstas inicialmente, (reuniões com EMATER) e que levaram a atrasos no desenvolvimento das ações. Assim sendo a programação executada teve o seguinte desdobramento:

visita às áreas de ações do PROBIO, onde se fez uma observação, junto à lagoa Capivari;

reunião com EMATER, onde se discutiram várias características locais, destacando-se a ocorrência de 2 colônias de pescadores, do assentamento Palmares do MST, na Granja Getulio Vargas – do IRGA, além de algumas comunidades de quilombolas e uma de indígenas. A fim de se ter uma melhor compreensão local, foram feitas algumas saídas para visitar alguns dos locais acima referidos juntamente com técnicos da EMATER;

deslocamento para a principal área de ações do PROBIO (lagoas dos Gateados, Casamento e banhados locais). Observaram-se apenas algumas áreas na região, onde ocorrem grandes áreas de cultivos de arroz. Merece destaque a grande abundância de alguns grupos de aves nestas áreas o que, entretanto não é obrigatoriamente um indicador de equilíbrio ecossistêmico Em muitos casos, estas “super populações” apontam justamente para um desequilíbrio trófico onde se tornam verdadeiras pragas para os cultivos e desalojam outras espécies do seu nicho original. Cabe salientar que essa região do Estado é considerada como de extrema importância, em nível global, para biodiversidade. É estratégica para sobrevivência de inúmeras aves migratórias do hemisfério norte e sul, constituindo fundamental local de repouso, alimentação e reprodução destas espécies. Destaca-se ainda que o uso atual da região vem trazendo grande mudança da biodiversidade local, o que tem trazido a redução da ocorrência de demais integrantes da fauna local, visto terem sido seus habitats drasticamente modificados; e

reunião com funcionários do IBAMA lotados no PNLP, visita à UC, avaliação da situação local e do entorno e reunião na comunidade local.

10.4. Registros da Biodiversidade Regional Essa área abriga ecossistemas muito importantes e com áreas frágeis, com grande risco à sua integridade, e por outro lado com boas possibilidades de se promover ações de desenvolvimento local utilizando-se como elemento base à diversidade existente,

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quer seja relacionada com aspectos ecológicos, mas também histórico-culturais. É área considerada de extrema importância biológica pelo MMA.

É possível estabelecer a seguinte compartimentação:

Mostardas, Tavares até São José do Norte (a partir do Parque Nacional Lagoa do Peixe); O Litoral médio do RS corresponde a uma região extremamente frágil, de grande importância ambiental, depauperada em termos de desenvolvimento e sob constantes riscos e ameaças, por outro lado corresponde a uma área que faz parte de corredores de migrações mundiais de animais, de endemismos (inclusive de mamíferos), e de grande importância histórico-cultural. Nesta região encontram-se alguns remanescentes de banhados (Claudino, Estreito, e ainda algumas áreas contíguas, abrangendo distintos ecossistemas). Por outro lado, há grande possibilidade (e necessidade) de se desenvolver atividades com comunidades locais, pois estas mantêm ainda algumas características de comunidades tradicionais.

Viamão, Capivari do Sul, Palmares do Sul e Mostardas, correspondem à área contígua à antes referida; apresenta características semelhantes e destaca-se pelos mesmos fatores, aliados ainda ao risco real e constante de eliminação, em função da expansão das lavouras de arroz irrigado, que tendem a ocupar cada vez mais os remanescentes locais; Nesta região há referência à existência de remanescentes de populações tradicionais (quilombolas).

Tapes, Barra do Ribeiro, situados na porção interna da Planície Costeira (margem oeste da Laguna dos Patos); Contém remanescentes de grande importância em termos de ecossistemas regionais (butiazais e banhados), criticamente ameaçados no Estado. Por outro lado correspondem a locais que tem grande potencial de uso sustentável.

Os principais impactos adversos, identificados se referem a:

avanço da lavoura orizícola sobre ecossistemas frágeis, e conduzindo a conflitos pelo uso do espaço com outras atividades antrópicas ou com áreas de importância para a preservação/conservação da biodiversidade;

destruição de áreas de banhados; cabe destacar que embora não tenha sido avaliada “in loco” durante esta viagem, a região das lagoas dos Gateados e Casamento, sofreram, nos últimos meses, drástica agressão a partir de abertura de canais de irrigação no meio dos banhados locais, com fins de irrigar lavouras de arroz no entorno. Estas observações foram feitas quando da realização de projetos de pesquisa na região (PROBIO/FZB). Esta situação leva a serio risco de destruição de alguns dos principais (e últimos) redutos dessa região, e que servem de local de ocorrência natural, reprodução e descanso para aves migratórias de interesse global;

nos sistemas de irrigação para lavouras de arroz, constata-se a “não observância” de regras de segurança em relação ao manuseio e descartes de embalagens de agroquímicos, respeito às APPs, colocação de telas de proteção próximas as tomadas d’água, entre outras. Este último item gera um grande impacto sobre a fauna aquática que esteja na área de influência dessas tomadas

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de água, sendo os organismos sugados através dos sistemas hidráulicos de irrigação;

introdução de outros cultivos agrícolas na região, caracterizando novos usos como o fumo e a soja, com conseqüências ainda não avaliadas, em relação à flora e fauna locais. Também se pode pressupor que estes usos introduzam novos aspectos de ordem socioeconômica;

junto ao PNLP, constatou-se uma série de atividades incompatíveis com aquela UC, destacando-se a existência de pecuária e de colônias de pescadores dentro dos limites da UC. Além disto, talvez o impacto mais grave refere-se à expansão dos cultivos de Pinus spp, por toda região (dentro e fora do PNLP), demonstrando claramente o risco do cultivo destas espécies, (considerada uma exótica invasora em todo mundo), sem que haja um efetivo controle desta atividade.

10.5. Informações e Sugestões de Interesse para o Projeto A partir das inúmeras ações e contatos preliminares desenvolvidos, pode-se referir como aspectos interessantes a serem trabalhados e considerados no Projeto, os abaixo referidos:

constata-se claramente que a região é extremamente pressionada por uma situação socioeconômica desvantajosa, baseada em modelos de desenvolvimento incompatíveis com a vocação real local;

a região tem um imenso potencial de se desenvolver levando em conta aspectos de turismo ambiental, devido às imensas e ricas reservas e ocorrência de recursos naturais; entretanto, somando-se a estes, existem aspectos relacionados com a evolução histórica e cultural do RS (e Brasil), os quais podem (e deveriam) servir também como insumo básico para outra linha de ação para o desenvolvimento local. Este “filão” é atualmente subutilizado e deverá ser contemplado em projetos que visem levar desenvolvimento sustentável à região;

foi discutida a possibilidade de se proceder ao resgate de algumas culturas locais (butiazais, com usos diversos de suas fibras, e outros produtos, e ainda alguns cultivos de usos agrícolas), e também a inserção de populações tradicionais (como p. exemplo os quilombolas e indígenas), nos processos de desenvolvimento;

a possibilidade de se fazer algumas avaliações sobre cultivos que existiam antigamente na região e que foram abandonados a partir da mudança de modelos de desenvolvimento, tais como uso de butiazais para fábricas de colchões, etc. Ainda com relação aos butiazais sabe-se que atualmente há um trabalho de prospecção para obtenção de derivados desta planta em processos biotecnológicos, demonstrando que a biodiversidade pode ser um elemento de grande importância para as comunidades; e

destaca-se a possibilidade de se retomar o uso de hidrovia através da Laguna dos Patos, visto que antigamente este meio de transporte era o grande impulsionador de desenvolvimento da região.

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10.6. Registro Fotográfico

FZB Chomenko,L.

Lavoura de arroz

FZB Pasqualetto,F.

Rhea americana em campo de pousio de orizicultura

FZB Pasqualetto,F

Campos úmidos litorâneos e mata de restinga ripária

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FZB Pasqualetto,F

Banhados e campos inundáveis da Lagoa Gateados

FZB Pasqualetto,F

Campo de dunas primárias com gramíneas fixadoras

FZB Pasqualetto,F

Dispersão de pinus no Parque Nacional Lagoa do Peixe em Mostardas

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11. ANEXO - Listas de Presença

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