estado difi culta a reindustrialização...de comboio de alta velocidade (tgv) a unir as respetivas...

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Mira Amaral, no Congresso da Ordem dos Engenheiros Estado dificulta a reindustrialização Págs. 4 e 5 AGENDA 2020 DEFENDE ESTRATÉGIA PARA A REGIÃO Politécnico de Bragança tem 1200 alunos estrangeiros Pág. 6 TRABALHO Redução da TSU no salário mínimo custa ao Estado 20 milhões Pág. 7 TURISMO Lisboa prevê aumento das receitas de hotelaria em 5% Pág. 38 FISCALIDADE Consolidação vai ficar abaixo do previsto no Tratado Orçamental Pág. 23 MERCADOS China é um parceiro indispensável para Portugal Págs. 18 e 19 A nossa análise Governo quer poupanças acima dos cinco anos mas bancos não têm oferta Pág. 34 EMPRESAS Farmacêutica UCB estabelece acordo inovador com o Infarmed Pág. 13 Moda “pulveriza” vários edifícios históricos do Porto Pág.17 Sage Portugal pretende aumentar vendas em Angola Pág. 37 SEGUROS LOGO quer ser a segunda maior seguradora direta Pág. 29 TECNOLOGIAS Conectividade é o “combustível” do progresso Págs. 26 e 27 UNIÃO EUROPEIA Comissão defende gestão sustentável das florestas até 2020 Pág. 3 , suplemento Info.Bruxelas Nº 1561/ 24 de outubro 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PUB www.sage.pt 9 720972 000037 01561 PUB GOVERNO VAI REPOR INCENTIVO AO ABATE Fiscalidade verde aumenta combustíveis e ISV Pág. 5, suplemento ARAN JOSÉ CARLOS RESENDE, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS SOLICITADORES, EM ENTREVISTA Leilões eletrónicos e PEPEX estarão a funcionar até final de outubro Pagina II, suplemento Vida Judiciária É urgente um novo programa de apoio à produção de bens e serviços e mudança na política energética

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Page 1: Estado difi culta a reindustrialização...de comboio de alta velocidade (TGV) a unir as respetivas capitais. Uma obra de 230 mil milhões de dólares que vai encurtar o tempo de

Mira Amaral, no Congresso da Ordem dos Engenheiros

Estado difi culta a reindustrialização

Págs. 4 e 5

AGENDA 2020 DEFENDE ESTRATÉGIA PARA A REGIÃO

Politécnico de Bragança tem 1200 alunos estrangeiros

Pág. 6

TRABALHORedução da TSU no salário mínimo

custa ao Estado 20 milhõesPág. 7

TURISMOLisboa prevê aumento das receitas

de hotelaria em 5%Pág. 38

FISCALIDADEConsolidação vai fi car abaixo

do previsto no Tratado OrçamentalPág. 23

MERCADOSChina é um parceiro

indispensável

para PortugalPágs. 18 e 19

A nossa análise

Governo quer

poupanças acima

dos cinco anos mas

bancos não têm ofertaPág. 34

EMPRESASFarmacêutica UCB

estabelece acordo

inovador com o InfarmedPág. 13

Moda “pulveriza”

vários edifícios

históricos do PortoPág.17

Sage Portugal pretende

aumentar vendas

em AngolaPág. 37

SEGUROSLOGO quer ser

a segunda maior

seguradora diretaPág. 29

TECNOLOGIASConectividade

é o “combustível”

do progressoPágs. 26 e 27

UNIÃO EUROPEIAComissão defende

gestão sustentável

das fl orestas até 2020Pág. 3 , suplemento

Info.Bruxelas

Nº 1561/ 24 de outubro 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

PUB

www.sage.pt9 720972 000037

0 1 5 6 1

PUB

GOVERNO VAI REPOR INCENTIVO AO ABATE

Fiscalidade verde aumenta combustíveis e ISV

Pág. 5, suplemento ARAN

JOSÉ CARLOS RESENDE, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS SOLICITADORES, EM ENTREVISTA

Leilões eletrónicos e PEPEX estarão a funcionar até fi nal de outubro

Pagina II, suplemento Vida Judiciária

É urgente um novo programa de apoio à produção de bens e serviços e mudança na política energética

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2 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

ABERTURA

Top da semana

LES ECHOS

Pequim e Moscovo constroem linha de TGV

A China e a Rússia assinaram um protocolo de acordo relativo a um projeto de comboio de alta velocidade (TGV) a unir as respetivas capitais. Uma obra de 230 mil milhões de dólares que vai encurtar o tempo de viagem dos sete mil quilómetros de seis para dois dias. Trata-se de substituir o transiberiano. A China orgulha-se da sua tecnologia para a grande velocidade ferroviária e tenta exportar para o mundo essa mesma tecnologia. A Rússia está também impaciente para construir a primeira linha de alta velocidade.

THE WALL STREET JOURNAL

Plano de 300 mil milhões de Juncker levanta dúvidas

O novo plano de 300 mil milhões de euros proposto por Bruxelas para investimento

está a levantar dúvidas entre os analistas de mercado. Aliás, à semelhança do que se tem passado nos últimos anos. As propostas de estímulo são necessárias, mas colocam-se interrogações quanto à prática.Desde logo, o programa surge com algumas falhas. São 300 mil milhões de euros, de facto, mas ao longo de três anos. Em segundo lugar, trata-se de dinheiro público e privado e não é sabido com quanto vai contribuir o setor público.

EXPANSIÓN

Grécia não poderá prescindir das ajudas internacionais

O Governo grego anunciou que, no final do ano, prescindirá do programa de ajudas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas os seus planos parecem impossíveis de levar à prática. A realidade é que os investidores não acreditam que o Executivo grego continue com o programa de reformas.

ImprensaEM REVISTA

Atualidade ................. Pág. 10

A mudança climática e o tempo de mudança

Internacional ............ Pág. 11

O ano das fusões que não se realizaram

Negócios e Empresas Pág. 12

Grossistas de produtos químicos e farmacêuticos não “escapam” à crise

Negócios e Empresas Pág, 13

Farmacêutica UCB estabelece acordo inovador com o Infarmed

Fiscalidade ................ Pág. 23

UTAO aponta diversas inconsistências no Orçamento do Estado

Tecnologias ...............Pág. 26

Conectividade é o combustível do progresso

Angola ...................... Pág. 37

Sage Portugal quer aumentar vendas no mercado angolano

Turismo ......................Pág. 38

Lisboa deve aumentar para 800 milhões as receitas de hotelaria até 2010

Turismo ......................Pág. 39

Regime fiscal de residentes não habituais mobiliza operadores

Nesta edição

07Atualidade

Redução da TSU por causa do salário mínimo custa ao Estado 20 milhões

11 Internacional

Barroso tece duras críticas à política de imigração do Reino Unido

29 Mercados

LOGO quer atingir segundo lugar do “ranking” das seguradoras diretas

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTOvidaeconomica.pt; PUBLICIDADE LISBOA -nomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP,

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

14.400

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

PAULO NÚNCIO

Independentemente de se concordar ou não com as anunciadas políticas fiscais, a verdade é

que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais está a assumir um protagonismo crescente no seio do Governo. E até tem uma imagem simpática junto da opinião pública. Grande parte das boas notícias foi transmitida por este político e é um facto que se tem esforçado por introduzir alterações de fundo no sistema fiscal. Como é sabido, é um dos maiores defensores das reformas do IRS e do IRC, tendo acompanhado sempre de muito perto os dois processos. Também se lhe reconhece que gosta de consensos, o que é sempre positivo.

MARIA LUÍS ALBUQUERQUE

A ministra das Finanças nada trouxe de novo com o Orçamento do Estado.

Quando se esperava um alívio na carga fiscal, tendo em conta o desempenho da economia e uma maior folga orçamental, tudo fica na mesma. É verdade que os impostos não sobem e que para as famílias as condições melhoram ligeiramente, mas há taxas que sofrem agravamentos e que se vão fazer sentir necessariamente na economia, como é o caso da tributação sobre os combustíveis. Torna-se a recorrer à fórmula mais simples de aumentar a receita, em vez de se analisar outras soluções menos prejudiciais para os contribuintes. Em poucas palavras, é mais do mesmo.

PAULA TEIXEIRA DA CRUZ

O caos na justiça continua e a ministra assobia para o ar, como se não

fosse problema seu. A situação é particularmente grave: a Justiça, literalmente, não funciona. Nós, que tanto gostamos de nos comparar aos outros, devemos interrogar-nos se num outro país europeu uma ministra que colocou o país nesta situação continuaria a governar. Por muitíssimo menos, muitos políticos perderam os seus cargos. Não é aceitável, nem compreensível, que o primeiro-ministro queira manter a todo o custo os ministros Teixeira da Cunha e Crato. A estratégia política está acima dos interesses dos cidadãos.

É de algum modo injusto assacar aos políticos – aos que nos governam e aos outros – todas as desgraças por que passamos no país. Lá que alguns deles se servem dos seus palanques para muita trafulhice e para viver à custa do Orçamento do Estado, num egoísmo atroz, isso é inegável. Mas não estão sozinhos. De facto, a realidade quotidiana evidencia claramente que os seus interesses se confundem, num emaranhado de complexas dinâmicas, com os de “gente fina” que borboloteia à sua volta, ora dando, ora recebendo o que não lhes pertence de direito porque é de todos nós, do Estado.

Os dramáticos casos recentes do BES e da PT, entre outros ainda dentro do armário, de muitos mais que já se foram convenientemente da nossa limitada memória, apenas provam a cumplicidade fraudulenta entre os detentores do poder político e os do poder económico e financeiro. Eles precisam no presente, precisaram no passado e dependem no futuro uns dos outros e por isso andam pela política dos negócios em dependências várias, bilaterais, como crianças carentes agarradas às suas mãos.

As pretensas elites do país, as que nos pretendem determinar o caminho, são desditosamente constituídas, ordinariamente, por grupos de incompetentes, de falhados, de videirinhos sem cultura democrática, sem

valores, que nunca se enganam e raramente têm dúvidas. O “cavaquismo” – um dia a História o provará — constituiu-se na cereja em cima do bolo desta recorrente tragédia portuguesa.

É por ousar lutar contra este estado de sítio que terá de se iniciar o caminho da reconstrução de Portugal, sendo certo que combater os inimigos da sociedade aberta (Karl Popper) é tarefa inadiável.

Cumpre, no transe, refletir, porém, sobre a razão por que não há elites nos partidos políticos, e tal há-de levar-nos a pôr em equação a “escola” de oportunismo e do amiguismo em que eles geralmente se têm transformado. Sem ignorar, nessa avaliação, que as elites são como a nata que, em pequenas quantidades, só se pode retirar de uma grande quantidade de leite. Ora, sem leite (sociedade civil) não pode fazer-se nata (elites)…

Entre nós, como em muitos outros países, apresenta-se como realidade indisfarçável que, apesar de o mundo estar aberto aos portugueses que, reconhecidamente, têm no seu ser capacidades extraordinárias de sucesso, pessoalmente e como povo, não se vê saída para os tempos dolorosos em que nos é dado viver.

Se o mundo está aberto aos portugueses, o contrário não parece, porém, estar a acontecer, ou seja, temos, como cidadãos, também, de nos abrir mais ao mundo. O problema não é

só nosso, porém, antes, é de todo o Ocidente, sobretudo dos países europeus. Em recente livro no qual foram compiladas reflexões de grandes pensadores franceses (Olivier Le Naire, “Nos voies d’espérance. Entretiens avec 10 grands témoins pour retrouver confiance”, Actes Sud/Les Liens qui Libèrent, 2014, p. 10), diz Olivier Le Naire que os cidadãos “estão paralisados por um mundo em plena transmutação que já não entendem, preferem refugiar-se no passado ou em velhas querelas ideológicas mais do que decidir o seu próprio destino”.

Temos de pôr toda a nossa circunstância em causa e ousar fazer perguntas aos que detêm os poderes e exigir-lhes respostas sérias, convincentes. E, ainda, querer não só mudar o mundo, mas, também, aprender, cada um de nós, a mudar-se a si próprio.

Vamos caminhando sem destino certo. “Em busca de valores, em busca de sentido, em busca de identidade. Em grande sofrimento também. Todos, enfim, deploram que as nossas elites, erguidas sobre os seus egos, hipnotizadas pelos interesses a curto prazo, prefiram invocar o regresso do crescimento como o do Messias, em vez de admitir finalmente que mudámos de época”. (idem, p. 13)

Será a partir daqui que, entre nós, poderemos, com esperança mas sem dor, tirar Portugal da betesga sem o meter no Rossio.

Tirar Portugal da betesga sem o meter no RossioTemos de pôr toda a nossa circunstância em causa e ousar fazer perguntas aos que detêm os poderes e exigir-lhes respostas sérias,

convincentes.

Causas do dia a diaANTÓNIO VILAR [email protected]

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A reindustialização no nosso país só será possível com uma mudança de orientação das políticas públicas – afirmou Luís Mira Amaral. Durante a sua intervenção no Congresso da Ordem dos Engenheiros, que decorreu na semana passada, no Porto, o presidente do Banco BIC e ex-ministro da Indústria foi crítico quanto às políticas do atual Governo para a atividade produtiva. A energia, os transportes, o mercado laboral são exemplos de áreas que prejudicam de forma direta a produção industrial e põem em causa a sustentabilidade da atividade económica.Um dos principais entraves à reindustrialização está nos elevados custos da energia para as empresas. Mira Amaral afirmou que em algumas atividades os custos com a energia já ultrapassam os custos laborais.O presidente do Banco BIC recordou que, após o segundo choque petrolífero no início dos anos 80, o mundo ocidental deixou de queimar petróleo nas centrais elétricas, tendo passado a utilizar carvão e gás natural.

JOÃO LUIS DE [email protected]

“Já não se utiliza petróleo nas centrais

elétricas em Portugal e por isso é falso o que o lóbi eólico costuma dizer, pois a utilização das renováveis não poupa a importação de petróleo em Portugal. A crise económica é que fez reduzir essas importações”.

De acordo com Mira Amaral, quan-do o lóbi eólico diz que as renováveis poupam 800 milhões de euros na im-portação de combustíveis, 600 milhões são poupados pela velha renovável, a hídrica.

“As novas renováveis só poupam 200 milhões de euros e mesmo aqui o valor

líquido das poupanças é menor, pois troca-se a importação do carvão e gás natural pelos equipamentos dessas cen-trais” – salientou.

Para Mira Amaral, a grande questão é nesta transição energética a substituição do petróleo no sistema de transportes, deixando-o para aplicações mais nobres na indústria.

O carro elétrico puro só será massifi-cado com uma nova tecnologia para as baterias, pois com as atuais não é com-petitivo para a generalidade dos utili-zadores. A este propósito referiu que a primeira corrida de automóveis foi feita nos EUA com veículos elétricos. Mas depois, por alguma razão, Henry Ford ganhou a Thomaz Edison…

“O sonho utópico do Governo an-terior com o impagável Manuel Pinho levou a que se instalassem por todo o país postos de carga que estão completa-

mente vazios” – lamentou Mira Amaral.“Vamos, para deleite de Moreira da

Silva, ter muitos carros elétricos novi-nhos em folha (1250!), inteiramente importados, mais caros (antes de taxas e impostos) cerca de 30 a 40% do que os térmicos equivalentes a equiparem as fotas dos ministérios” – disse.

Em relação ao Mobi E, Mira Amaral considera que o carregamento dos carros elétricos é um negócio de tostões, pois cada carga envolve transações de energia muito baixas, o que mesmo com mar-gens altas tornarão sempre muito difícil a amortização de infraestruturas.

Em alternativa, a mobilidade elétrica devia começar à escala urbana, incenti-vando a crescente utilização de bicicletas e motos elétricas até no modelo pool--sharing que poderia depois ser conti-nuado com pequenos carros elétricos (o chamado “car-sharing”).

MIRA AMARAL NO CONGRESSO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS

Estado dificulta a reindustriali

“As novas renováveis só poupam 200 milhões de euros e mesmo aqui o valor líquido das poupanças é menor, pois troca-se a importação do carvão e gás natural pelos equipamentos dessas centrais” – afirma Mira Amaral.

Portugal tem de se virar para o exteriorMiguel Frasquilho, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Por-tugal (AICEP), defende que o país tem de “se virar para fora” e aproveitar as atuais oportuni-dades de evolução e desenvolvimento. “Uma pequena economia, como é a portuguesa, se não se virar para fora e aproveitar as oportunidades, não conseguirá evoluir e desenvolver”, referiu durante uma visita a Macau. A região é encarada como um boa oportunidade de negócios para as empresas nacionais, tendo em conta os laços históricos que prevalecem.

Empresas devem integrar o Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) em igualdade com as universidades

Investigadores dos laboratórios do Estado devem ser classificados em função das patentes criadas e do trabalho feito em ligação com as empresas

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

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Devia igualmente ser estimulada a passagem para frotas coletivas de trans-porte de qualidade, em detrimento do automóvel individual. “Para isso até já tínhamos produção nacional na Salva-dor Caetano que exporta autocarros elétricos” – acrescentou Mira Amaral.

Para Mira Amaral, os híbridos são a solução natural e inteligente para a tran-sição dos automóveis de motor térmico para o veículo eléctrico do futuro. “Tal como os checos fizeram com a Skoda, se o nosso Governo estivesse interessado no modelo eléctrico, devia era ter nego-ciado com a VW a produção de híbridos na Auto Europa…” – afirmou.

Ferrovia é prioritária

No transporte de mercadorias, o atual modo rodoviário de longo curso na Euro-pa vai ser posto em causa por razões am-bientais e energéticas e por saturação das auto estradas.

Por isso, Mira Amaral defende que o nosso país passe para os modos marítimo (para o que é precisa a gestão dos conten-tores em portos eficientes) e para linhas ferroviárias de bitola europeia, começando pelas duas linhas, uma ao sul que ligue Si-nes, Setúbal e Barreiro ao Caia e outra ao norte, Aveiro – Vilar Formoso.

“Em suma, nos transportes o Governo nada fez… Moreira da Silva continua con-centrado nas ventoinhas e no CO2…” —disse Mira Amaral.

Flexibilizar o mercado de trabalho

“Os jovens não querem a proteção ‘falsa’ da legislação, querem oportunidades para mostrarem o que valem” – afirmou Mira Amaral. Segundo referiu, é necessário lan-çar, em conjunto com as Universidades e Institutos de Formação para Executivos, um programa de ação-formação para in-troduzir jovens quadros nas empresas, com um apoio público transitório e sem as exigências “aparentemente” protetoras da atual legislação laboral. Mira Amaral admitiu a necessidade de um compromisso nesta área para melhorar a competitivida-de e flexibilidade das empresas. Ã solução poderia estar em manter a atual legislação para os que estão e criar uma nova legisla-ção extremamente flexível para os jovens.

O Parlamento Europeu aprovou, esta semana, a sua posição sobre o orçamento da UE para o próximo ano. Os eurodepu-tados rejeitam os cortes feitos pelo Conse-lho ao projeto de orçamento e propõem o aumento das dotações em áreas que con-sideram prioritárias, como o crescimento, o emprego, a investigação, a educação e a ajuda humanitária. Os eurodeputados adicionam também quatro mil milhões de euros para evitar falhas graves nos paga-mentos a autoridades locais, PME e outros beneficiários dos fundos europeus.

O Parlamento Europeu opõe-se aos cor-tes de 522 milhões de euros nas dotações de autorização e de 2,1 mil milhões de eu-ros nas dotações de pagamento feitos pelo Conselho ao projeto de orçamento comu-nitário apresentado pela Comissão Euro-peia em junho.

“O orçamento da União Europeia, que representa 1% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) da UE, pode ajudar os orça-mentos nacionais e encorajar o crescimento e o emprego. As nossas prioridades são as mes-mas que as do Conselho, mas este não quer financiá-las”, disse a relatora do Parlamento Europeu, Eider Gardiazábal (S&D, ES).

Parlamento adiciona montantes

O Parlamento Europeu não só se opõe aos cortes feitos pelo Conselho como adi-ciona 190,5 milhões de euros aos mon-tantes consagrados às pequenas e médias

empresas, à investigação e à educação, incluindo o programa Erasmus+; 400 milhões de euros ao valor previsto pela Comissão para a ajuda humanitária; 6,1 milhões de euros às verbas propostas para as agências responsáveis pela supervisão financeira na EU; 30 milhões de euros e de cinco milhões de euros para os agricul-tores e pescadores europeus afetados pelo embargo russo aos produtos da UE respe-tivamente; 16,7 milhões de euros para o Fundo de Auxílio Europeu às Pessoas Mais Carenciadas.

Os eurodeputados adicionam quatro mil milhões de euros ao projeto de orçamento para 2015 para evitar falhas graves nos pa-gamentos. Estima-se que no final deste ano a falta de verbas para pagamentos ascenda a 25 mil milhões de euros.

Os parlamentares sublinham que a es-cassez de dotações de pagamento em 2014 deve ser resolvida antes de ser acordado o orçamento para o próximo ano, de modo a evitar que o problema dos pagamentos em falta este ano se arraste para o seguinte.

Próximos passos

Os negociadores do Parlamento Euro-peu e do Conselho têm 21 dias de “conci-liação” para chegar a um acordo. As nego-ciações deverão ter início a 28 de outubro. O objetivo é que o orçamento da UE para 2015 seja votado pelo Parlamento Euro-peu a 26 de novembro, em Estrasburgo.

zaçãoORÇAMENTO DA UE PARA 2015

Parlamento Europeu pede mais investimento no crescimento e emprego

Relatora do Parlamento Europeu, Eider Gardiazábal.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 5

Vinhos portugueses promovidos na BélgicaPortugal é o país convidado da principal feira de vinhos da Bélgica – Megavino, que decorre de 24 a 27 de outubro. Para divulgar a autenticidade e diversidade dos vinhosportugueses estarão presentes 30 produtores de vinhos de várias regiões. Megavino constitui uma excelente plataforma de promoção para os vinhos de Portugal, na me-dida em que atrai cerca de 28 mil visitantes (23 mil consumidores finais + cinco mil profissionais).

Governo estabelece limite para prestações sociaisO teto máximo na atribuição das prestações sociais não deverá ultrapassar o equivalente ao salário médio de um trabalhador não qualificado. “Ninguém que tenha idade e capacidade para trabalhar deve receber mais de prestações sociais do que se estivesse a trabalhar. A soma da totalidade das prestações sociais – quando ultrapassa aquele que é um salário médio de um trabalhador não qualificado deve servir de limite para as prestações sociais que substituem rendimentos, como o RSI e os subsídios sociais de desemprego e de doença.”

Lançar um novo programa de apoio à indústria e aos bens transacionáveis

“É essencial e impõe-se no pós-crise um novo programa de apoio focado nos bens e serviços transacionáveis, com um âmbito de intervenção setorial com a lógica do PEDIP” – afirmou Mira Amaral no Congresso da Ordem dos Engenheiros.A estratégia defendida por Mira Amaral envolve o agrupamento dos setores industriais em “clusters”, levando ao adensamento das relações intra-industriais com mecanismos de acesso ao crédito através dos sistemas de garantia mútua.Nesta perspetiva, devem ser dinamizados os “clusters” e pólos de competitividade, ligando universidades, institutos politécnicos e centros de investigação com empresas e associações nos vários sectores da indústria portuguesa.Mira Amaral propõe também a revitalização das infra-estruturas tecnológicas criadas pelo PEDIP, designadamente dos centros

tecnológicos, com o apoio a novos institutos de novas tecnologias nos domínios da biotecnologia, nanotecnologia e tecnologias energéticas.Ainda ao nível das políticas públicas, Mira Amaral sugere, entre outras medidas, a revitalização dos laboratórios do Estado das áreas industriais e agro-industriais, passando os seus investigadores a serem classificados em função das patentes criadas e do trabalho feito em ligação com as empresas.Na perspetiva do presidente do banco BIC, devem existir apoios à criação de Núcleos de Inovação nas PME e de Centros do I&DT nos grupos económicos e empresas. As empresas que tenham estes núcleos e estes centros deverão fazer parte do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) em perfeita igualdade com as universidades e os centros de investigação no que toca aos apoios públicos.

Para Mira Amaral, o atual Governo nada fez nos transportes, continuando concentrado nas eólicas e no CO2.

“Os jovens querem oportunidades e não a proteção “falsa” da legislação laboral

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Fomentar as relações transfronteiriças e apoiar a internacionalização é uma das prioridades da estratégia de crescimento do concelho de Bragança – afirmou Hernâni Dias. Na abertura do workshop Agenda 2020, organizado por iniciativa da SPI e da Vida Económica, o presidente da Câmara de Bragança destacou o debate da “Agenda para a Inovação 2020” como contributo para a sensibilização dos agentes ligados ao desenvolvimento económico e social envolvendo empresas, instituições de ensino e de ciência e tecnologia, organismos públicos e organizações ligadas à economia social.

Nesta iniciativa intervieram também Miguel Taborda, consul-tor da SPI, Eduardo Malhão, pre-sidente do Núcleo Empresarial da Região de Bragança, os em-presários Luís Afonso, da Nova-vet, Vítor Pereira, da Conteúdos Chave e Paulo Piloto, diretor do Brigantia EcoPark. O debate foi moderado por João Luís de Sousa.

“Bragança, como centro pola-rizador de uma região alargada, assume responsabilidades acresci-das neste campo. A sua dimensão e o posicionamento estratégico

num vasto território transfron-teiriço, assim como a presença de equipamentos, empresas e insti-tuições de relevo (destacando-se desde logo o Instituto Politécni-co) são fatores que importa apro-veitar para o desenvolvimento” – afirmou Hernani Dias.

O Instituto Politécnico de Bra-gança conta com 1200 alunos estrangeiros, num total de 6000 alunos, revelando uma grande capacidade para atrair alunos de outros países para a região.

Hernani Dias salierntou tam-bém a importância do Brigantia Ecopark, o novo parque de ciên-cia e tecnologia, que dispõe de boas condições para assumir um papel de relevo, em particular nas áreas da internacionalização e da inovação, seja na componente empresarial, seja na componente científica e tecnológica.

Na perspetiva do presidente da Câmara de Bragança, para con-trariar a crise económica nacional

e europeia, devem ser promovi-dos sistemas de incentivos (nacio-nais e europeus) que se assumam como instrumentos fundamen-

tais de apoio ao investimento e à dinamização económica, nomea-damente em matéria de inovação e desenvolvimento regional.

AGENDA 2020 DEBATE ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO PARA A REGIÃO

Politécnico de Bragança tem 1200 alunos estrangeiros

João Luis de Sousa, Hernâni Dias e Miguel Taborda durante o debate sobre a estratégia de crescimento para a região.

Cerca de 20% dos alunos do Politécnico de Bragança são estrangeiros, favorecendo a internacionalização da atividade económica. O Instituto Politécnico de Bragança vai cooperar com o Brigantia Ecopark.

Incentivos à inovação criam novas oportunidades de investimento

Faurecia quer duplicar volume de emprego em Bragança

ATUALIDADE/

6 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

Estruturar o crescimento do Nordeste Transmontano

“O concelho de Bragança deve assumir o papel de polo estruturante do desenvolvimento de todo o Nordeste Transmontano” – referiu Miguel Taborda, consultor da SPI. Durante o workshop, foi debatida a importância da fixação de empresas e RH qualificados, contrariando a problemática de ser uma região de baixa densidade. Nesta perspetiva, o concelho dispõe de boas condições para reforçar à I&I utilizando o Brigantia EcoPark para ligar empresas e C&T. O desenvolvimento económico da região passa também valorização dos produtos endógenos de qualidade e pelo turismo. Bragança pretende promover a sustentabilidade, posicionando-se como ecocidade. A conclusão do túnel do Marão, prevista para 2015, permite a Bragança promover e aproveitar a “nova” proximidade ao litoral.

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Os contratos salariais acima do mínimo nacional, mas in-ferior ao novo valor (entre de 485, 01 euros a 504,99 euros) não são também abrangidas pela medida, apesar de estas empre-

sas serem obrigadas a atualiza-rem o salário mínimo para 505 euros.

A redução é concedida ofi cio-samente pelos serviços de segu-rança social.

Redução da TSU por causa do salário mínimo custa ao Estado 20 milhões de euros

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ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 7

Conferência Anual do BCSD Portugal na CulturgestA Conferência Anual do BCSD Portugal é um evento incontornável na agenda do desenvol-vimento sustentável nacional. A participação no evento é livre e as inscrições podem ser feitas através do site do BCSD Portugal. O evento abre um conjunto de ações nos temas da susten-tabilidade, que decorre na Culturgest nos dias 29 e 30 de outubro e que a Caixa Geral de De-pósitos, em conjunto com o BCSD Portugal, está a dinamizar.

Candidaturas ao Prémio Kaizen Lean em abertoAs empresas nacionais podem concorrer ao Prémio Kaizen Lean até ao próximo dia 31 de outu-bro. Os galardões entregues pelo Kaizen Institute Portugal distinguem organizações exemplo de boas práticas, de qualquer setor de atividade, quer sejam pequenas, médias ou grandes empre-sas. Salsa, Volkswagen Autoeuropa, Sonae, Amorim & Irmãos, Bosch, Oliveira & Irmão, Lipor, USF Valongo e Farfetch Portugal são algumas das entidades que já foram distinguidas.

Já foi publicado o diploma (DL nº 154/2014) que garante a redução da TSU a empresas que tenham de suportar o custo do aumento do salário mínimo.

As empresas abrangidas pelo subida do salário mínimo em 20 euros (de 485 euros para 505 euros brutos) em outubro po-derão ter um desconto de 0,75 pontos na taxa social única a partir de novembro, que baixa de 23,7% para 23%.

Na prática, o Estado assegura 15% do aumento dos custos das remunerações a pagar durante 15 meses (entre novembro de 2014 e janeiro de 2016, incluin-do subsídios de férias e de Na-tal). A medida custa aos cofres do Estado cerca de 20 milhões de euros, através da transferên-cia para o Orçamento da Segu-rança Social.

Empresas abrangidas

Benefi ciam do desconto na TSU apenas as entidades em-pregadoras de direito privado que observem dois requisitos: contribuam para o regime geral dos trabalhadores por conta de outrem e tenham a sua situação contributiva regularizada ou que entretanto a regularizem.

Podem também benefi ciar do apoio pessoas coletivas sem fi ns lucrativos, com direito ao des-conto, ou que pertençam a seto-res economicamente débeis.

Segundo o diploma, a medida abrange apenas as contribuições relativas a trabalhadores vincu-lados à empresa por contrato de trabalho (a termo ou sem ter-mo) desde maio de 2014 e que tenham, pelo menos num dos meses entre janeiro e agosto, o salário mínimo nacional.

No caso de trabalhadores com contrato a termo parcial, é ne-cessário requerimento, que deve ser apresentado até 30 de no-vembro, sob pena de as empre-sas perderem o direito a alguns meses de redução.

Quem fi ca de fora

Ficam fora da medida as con-tribuições relativas a trabalha-dores que tenham sido contra-tados desde junho pelo salário mínimo nacional (de 485 euros) ou que sejam contratados a par-tir de outubro pelo novo salário (de 505 euros).

O Estado assegura 15% do aumento dos custos das remunerações a pagar durante 15 meses.

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A OPA lançada pelo FC Porto sobre a Porto SAD não tem por objetivo retirar a empresa da Bolsa – disse Fernando Gomes à “Vida Económica”. O administrador da Porto SAD apresentou esta sema-na as contas do último ano fi scal que revelam um resultado negati-vo de 40,7 milhões de euros.

Segundo referiu, o resultado apresentado é “conjuntural e atí-pico”, não refl etindo o desempe-nho económico da Porto SAD. O Campeonato do Mundo atrasou as transferências pelo que os pro-veitos de 30,5 milhões de euros com a transferência de Mangala para o Manchester City apenas

foram registados no exercício em curso. A qualifi cação tardia para a Liga dos Campeões também fez com que o prémio de 10 mi-lhões não entrasse no ano fi scal 2013/2014.

Face ao exercício anterior, os resultados das transações com passes dos jogadores diminuem

RECAPITALIZAÇÃO ENVOLVE O LANÇAMENTO DE OPA

Porto SAD vai continuar cotada em Bolsa

PUB de 76,4 milhões para 23,9 mi-lhões de euros.

Apesar da queda dos resultados de 20,3 milhões positivos para 40,7 milhões de euros negativos, o Ebitda foi positivo, atingindo 1,8 milhões de euros.

A cotação das ações da Porto SAD tem evoluído de forma po-sitiva. Depois de atingir um mí-nimo histórico de 17 cêntimos em Dezembro de 2012, as ações têm vindo a recuperar, cotando atualmente próximo de 65 cên-timos.

Esta foi a primeira apresenta-ção de contas da Porto SAD com Fernando Gomes, que substitui no cargo o anterior administra-dor Angelino Ferreira.

O antigo presidente da Câmara do Porto destacou como aspeto positivo o facto de o rácio de sa-lários sobre proveitos operacionais estar em 67%, dentro dos limites de 70% recomendado pela UEFA.

Como aspeto desfavorável, Fer-nando Gomes referiu o facto de a maior parte do passivo de 223 milhões de euros da Porto SAD ter vencimento no curto prazo. O objetivo é reestruturar o pas-sivo. O empréstimo obrigacionis-ta que se vence no próximo ano deverá ser reembolsado de forma faseada nos anos seguintes.

Pagamento de dívida fi scal antecipado

Apesar da queda dos resultados,

o encargo com o IRC aumenta de 549 mil euros para 3,2 milhões de euros, comparativamente com o exercício anterior.

Fernando Gomes explicou que a Porto SAD impugnou judicialmen-te uma dívida fi scal, mas optou por efetuar o pagamento, benefi ciando da redução de juros prevista pelo último regime temporário de regu-larização de dívidas ao Fisco.

O administrador da Porto SAD considera que o desfecho da im-pugnação vai ser favorável, possi-bilitando a devolução dos valores pagos. “Por prudência, foi feito o pagamento, evitando os encargos com juros durante a pendência do processo” – referiu Fernando Gomes.

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

Leixões movimenta 13 milhões de toneladas de mercadoriasO Porto de Leixões movimentou mais de 13 milhões de toneladas de mercadorias, até ao mês de setembro. Foram exportados 4,3 milhões de toneladas, no período em análise, mais 7% do que em igual período do ano passado. Todas as classes apresentaram crescimentos, com exce-ção dos granéis líquidos, os quais sofreram uma quebra de 10%.

Câmara de Lisboa arrecada seis milhões em imóveisA Câmara Municipal de Lisboa arrecadou seis milhões de euros na hasta pública que pro-moveu para alienar 24 imóveis integrados no programa “Reabilita primeiro, paga depois”. Tratou-se de uma das vendas mais concorridas de sempre, já que foi atingido mais do dobro previsto. Apresentaram-se 229 candidatos e foram realizados 1500 lances. Um aspeto interes-sante foi a presença de interessados estrangeiros.

A cotação das ações da Porto SAD dirigida por Pinto da Costa situa-se próximo dos 65 cêntimos.

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ATUALIDADE

Contabilidade Geral

Objetivos:o o e o o os o os

est o bi it os :o i o esse i sob e os o eitos

b se e o t bi i e e i eo t bi istio i o esse i sob e s sses e

o t s oo i o esse i sob e os t b os e

e e e iote et s ov s e s o t bi sti s

e bo s e o o o o

o o : Dr. Agostinho Costa

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A o t bi i e o o siste e i o oe oio est o

O sistema de normalização contabilística

O esse i sob e os o eitos b see o t bi i e e

Conceitos base de contabilidade em SNC

O esse i sob e s sses e o Estudo do conteúdo e movimentação de contas

O esse i sob e s sses e o Estudo do conteúdo e movimentação de contas

O esse i sob e os t b os ee e e io

An lise dos rinci ais as etos do trabalho de m de e ercício Inventário anual Regularização das contas alancete de reti cação Lançamentos de apuramento de resultados alancete nal ou de encerramento Demonstraç es nanceiras E ercícios práticos

As e o st es ei s e o O balanço A demonstração de resultados A demonstração dos u os de cai a

Ana Rita essa Dep. ormação Vida Econ mica Editorial SA. l : 223 399 42 /00 a : 222 0 8 098 Email: anabessa vidaeconomica.pt

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 9

Na sua perspetiva, o receio de errar e a aversão ao risco “são questões chave; nos EUA, a visão sobre empreender e falhar é totalmente diferente. Julgo que esta é uma das razões que explica por que razão não há um maior crescimento de novas empresas” na Europa.

Para a eslovena Marjana Slo-ck, “uma das diferenças entre o verdadeiro empreendedor e aquele que só o é por neces-sidade de autoemprego surge quando o primeiro procura implementar novas ideias e o segundo pensa “Isto não é para mim, prefiro um emprego se-guro”.

Anton Florijan Barisic vai mais longe, frisando que “a nossa sociedade praticamente impede os jovens de arrisca-rem, pois sabem que, se falha-rem, estarão durante alguns anos impedidos de criarem no-vas empresas ou continuarem as suas atividades empreende-doras”.

Mas o tema é incontornável, até porque, segundo João Car-valho, “não existem empregos suficientes para todos e tere-mos uma taxa de desemprego estrutural, pelo que temos que pensar no autoemprego. É isso que procuro mostrar aos meus alunos”.

PROJETO “DEVELOPING SKILLS FOR FUTURE JOBS” APRESENTADO NO ISMAI

Aversão ao risco condiciona desenvolvimento do empreendedorismo

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MARC [email protected]

A mudança da perceção vi-gente quanto ao medo de fa-lhar e a aversão ao risco são aspetos considerados funda-mentais para implementar um modelo de empreendedorismo mais assertivo à escala euro-peia.

Esta foi uma das conclusões centrais da conferência de im-prensa de apresentação do pro-jeto internacional “Developing Skills for Future Jobs”, que de-correu no Instituto Universitá-rio da Maia – ISMAI.

Este projeto visa, desde logo, criar uma Rede Internacional de Universidades Empreende-doras. Trata-se de uma parce-ria que envolve universidades de quatro países: a University College of Economics, En-trepreneurship and Manage-ment Nikola Subic Zrinski (Croácia), Novia University of Applied Sciences (Finlândia, Faculty for Commercial and Business Sciences (Eslovénia) e do Instituto Universitário da Maia.

O projeto, de cariz multi-nacional, permite a criação de uma plataforma capaz de fomentar “a troca de experiên-cias e conhecimentos”, referiu o croata Anton Florijan Bari-sic.

Para João Carvalho, um dos mentores do projeto e profes-sor do ISMAI, “todos os paí-ses reunidos neste projeto são pequenos em termos de popu-lação”, pelo que é necessário “mostrar aos alunos que estes devem construir empresas que olhem para a Europa como um mercado apenas”. Com este projeto, “os alunos conseguem criar redes com outros países e mercados”, considerou.

Dia Nacional do Falhanço

Na Finlândia, existe uma abordagem curiosa quanto à prática do fomento do empre-endedorismo, que passa pela “celebração” do dia nacional do falhanço (a 13 de Outubro). De acordo com Åsa Hagberg--Andersson, a Europa “precisa cada vez mais de jovens empre-endedores no futuro”. Nesse dia, o país discute “a visão da sociedade sobre o falhanço, in-dividual e empreendedor”, dis-se. “Porque são as pessoas tão duras para com quem falha? Será uma questão cultural ou de atitude?” A experiência com os seus alunos “parece demons-trar que o falhanço não é visto como tal mas apenas um perío-do temporário em que não se é tão bem sucedido como se po-derá vir a ser”. Ou seja, resu-miu, “aprendemos e voltamos a levantar-nos”.

Rede Internacional de Universidades Empreendedoras permitirá a troca de experiências e de conhecimentos.

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Tomaz do Douro recebe “Gaia é Fado”O “Gaia é Fado” realiza-se amanhã, sábado, entre as 19h00 e a 01h00. A iniciativa é promovida pela primeira vez pelo jornal “O Gaiense” e reúne os representantes das freguesias do concelho de Vila Nova de Gaia. Os 10 finalistas do concurso terão como palco o rio Douro e estarão a bordo da embarcação “Esplendor do Douro”, da Tomaz do Douro.

Certif representa Portugal no IECREA Certif é o organismo nacional que representa Portugal no IECRE (IEC System for Certi-fication to Sandards Relating to Equipment for Use in Renewable Energy Application). Este organismo foi criado com o objetivo de facilitar o comércio internacional de equipamentos e serviços para utilização no setor das energias renováveis, mantendo o adequado nível de segurança.

ATUALIDADE

10 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBR0 2014

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Mudança climática, tempo de mudança Temos ao longo do próximo

ano um grande desafio global. Tomar todas as medidas necessárias para atenuar as alterações climáticas e provavelmente adaptarmo-nos a novos cenários que em última instância não podem ser controlados, de forma a atenuar as consequências negativas.

O objetivo é trabalhar para que a Cimeira do Clima em Paris, em 2015, possa finalmente ser um sucesso. Assim se decidiu na última reunião anual da European Environment Foundation, em Freiburg, com a presença de 160 personalidades reconhecidas e especializadas no meio ambiente, vindas de todo o mundo.

Que o mundo está a mudar de forma muito rápida não é algo novo, se bem que em muito aspetos não estamos a ser capazes de assimilar as mudanças. Existem várias teorias sobre as mudanças climáticas, mas há factos objetivos a que devemos estar atentos e analisar com urgência as suas implicações. O aquecimento global, a evolução das calotes polares, as emissões de carbono e as várias descobertas científicas sobre a camada de ozono, glaciares, rios e desertificação são factos mensuráveis e têm enormes consequências.

Mas, para mim, é ainda mais preocupante que a mão do homem esteja a exercer influência negativa, independentemente do que pode ser a evolução da natureza, avaliada ao longo de milhões de anos. E, acima de tudo, que perante as evidências não sejam tomadas medidas a nível global porque não há fronteiras em

questão de fenómenos naturais, tal como não existem fronteiras quando se contaminam os rios, o ar, o mar, cidades ou se degradam as florestas, montanhas e oceanos.

Existe uma falta de liderança global verdadeiramente preocupante e egoísmos míopes que, pensando assim defender os seus interesses, não percebem a realidade da sua sobrevivência imediata e menos a dos seus filhos.

É pouco aceitável que os governos, conhecendo esta realidade, não adotem soluções pragmáticas, em vez de testar emsempre a sua responsabilidade pelo que ela impõe, e que o resto da sociedade assuma igualmente uma responsabilidade partilhada, ainda que diferenciada.

Está em jogo o nosso presente e o nosso futuro imediato, e só podemos superar este grande desafio fazendo apelo ao melhor das pessoas, para que elas assumam o seu papel em cada posição de responsabilidade que ocupem, acima de interesses que se convertam em absurdos, podendo o seu egoísmo inviabilizar o futuro sem que se apercebam.

Presumimos estar num século XXI, que é de inteligência, da razão, da informação, da tecnologia, do conhecimento e da globalização, mas esquecemos o principal. Esquecemos o valor supremo da pessoa e nossa melhor herança moral, que é a nossa cultura secular, que deve ser a base indispensável para aplicar a nossa inteligência e os nossos conhecimentos, ao serviço de um mundo global

que saiba desenvolver-se com este quadro indispensável, sendo dono do melhor de si mesmo e não esquecendo esses princípios essenciais do desenvolvimento humano. Nada profundo, autêntico, de valor democrático, gerador de confiança e seguro pode ser construído sem isso, sendo muito urgente fazê-lo.

Não esqueçamos que, para garantir um desenvolvimento sustentável inteligente, temos de basear-nos na cultura como a pedra angular de um novo paradigma de desenvolvimento, que coloca a pessoa em primeiro lugar e o melhor de si mesma face ao egoísmo e ameaças, muitos delas quase ao ponto de não se poderem controlar.

Sejamos verdadeiramente inteligentes num mundo que caminha tão rápido, mas que é tão pouco reflexivo e responsável face ao transcendente, para o bem da presente e das futuras gerações e, porque não dizê--lo, para o bem de nossas consciências, sabedoras, pelo acumular de conhecimentos, do que é a verdadeira atuação e responsabilidade na busca do bem de toda a humanidade. Este é o principal desafio da nossa sociedade global, para não perder de vista o objetivo principal. Não há um minuto a perder. É hora de mudança, mudança para o racional e inteligente, para o que é verdadeiramente importante.

Não podemos colocar em risco o valor da vida humana e da vida do planeta, e, portanto, a responsabilidade é inadiável, tal como o clima influencia diretamente e de forma inadiável a vida no planeta.

AMALIO DE MARICHALAR Conde de Ripalda Presidente Foro Soria 21 para o Desenvolvimento Sustentável. Membro do Conselho da European Environment Foundation. Freiburg, Alemanha

A mensagem que vem de Bruxelas é muito clara – só com uma aposta séria em novas redes de conhecimento será possível desenvolver uma economia inteligente, com efeitos no mercado. Portugal está nesta rota e importa mostrar que há um novo capital de competência estratégica de base nacional. Numa época de crise complexa, o objetivo das novas redes de inovação e competitividade implica uma mobilização das competências nacionais para uma nova agenda. O futuro de Portugal faz-se com os portugueses e é essa a mensagem central que importa deixar nestes tempos de crise.

A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma de uma “economia interna” de serviços com um caráter reprodutivo limitado, criou a ilusão, no final da década de 90, de um “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural, manifestamente incapaz de se projetar no futuro.

Portugal precisa efetivamente de potenciar a sua presença ativa nas redes internacionais de inovação e competitividade, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objetivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. definição clara dos

“pólos de competitividade” em que atuar (terão que ser poucos e com impacto claro na economia); seleção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de “redes ativas” de comercialização das competências existentes para captação de “IDE de Inovação”.

O investimento direto estrangeiro desempenha neste contexto um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de Inovação”, associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia, automóvel e aeronáutica, entre outros. Trata-se de uma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativas” de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas setoriais (empresas líderes, universidades, centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de Inovação” é vital na atracção de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os “centros de competência” para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial.

FRANCISCO JAIME QUESADOPresidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

PORTUGAL TEM QUE SABER AGARRAR ESTA NOVA OPORTUNIDADE ASSOCIADA ÀS OPÇÕES EUROPEIAS

As novas redes de conhecimento

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Muitos eram aqueles que acreditavam que 2014 seria o ano do renascimento do mercado das fusões e aquisições, depois de um longo período de inatividade, em re-sultado da crise financeira. Nada mais er-rado: este ano será recordado como aquele das operações frustradas. Os maiores negó-cios acabaram por não se realizar.

Os números dos nove primeiros meses do ano refletem um contexto complicado para as grandes ofertas públicas de aquisi-ção. A título de exemplo, ficaram por se concretizar operações como a oferta da Pfizer sobre a AstraZeneca, a intenção de fusão da Glencore com a Rio Tinto ou o interesse da SAB Miller relativamente à Heineken, entre muitas outras possíveis integrações. Foram anunciadas operações por um valor de 584 mil milhões de dó-lares, mas acabaram por se realizar transa-ções que se ficaram por uns meros 10 mil milhões, um montante até inferior ao ano precedente.

O grande problema que se coloca neste momento é o amplo diferencial que se ve-rifica entre o valor que pedem os poten-ciais vendedores e o que oferecem os seus pretendentes. Por outro lado, os eventu-ais compradores defrontam-se com pro-blemas de financiamento. Os bancos es-tão a fazer tudo para evitar a tomada de riscos e não estão nada interessados em financiarem negócios cujo valor é enten-dido como excessivo. Sobretudo na Eu-ropa, há ainda muitas incertezas quanto à evolução da maioria das economias.

Quando se avança com a possibilidade de pagar as ofertas com ações, em vez de dinheiro, o que tem acontecido com bastante frequência, esvai-se grande par-te do atrativo de um qualquer negócio.

Ainda assim, os analistas acreditam que poderá estar para breve o regresso

às grandes ofertas públicas de aquisição, até porque existe liquidez disponível por parte de bastantes empresas. Tudo de-penderá de quando desaparecerem algu-mas incertezas e os preços estiverem mais de acordo com a realidade do mercado global.

Numa das suas últimas intervenções en-quanto presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso não poupou nas críticas ao debate no Reino Unido sobre a permanência deste país permanecer na União Europeia.

Na sua perspetiva, o Reino Unido ficará pior do ponto de vista económico, diplo-mático e social no caso de abandonar o es-paço comunitário. Por outro lado, Durão Barroso avisa que existem linhas vermelhas que os governos europeus não podem ultra-passar no momento de fazer concessões ao Reino Unido para que este país aceite ficar na União. Por exemplo, não se pode colo-car em causa a livre circulação de pessoas na UE, em resposta às propostas da Grã--Bretanha no sentido de definir quotas aos imigrantes de outros países da União Euro-peia. Uma das medidas previstas é limitar o número de afiliações na segurança social britânica de cidadãos de outros países euro-peus que chegam para trabalhar ou estudar no Reno Unido.

Para Durão Barroso, seria injusto aceitar esses limites quando os britânicos se podem mover com toda a liberdade no resto da Eu-ropa. São mais de 1,4 milhões de britânicos

que trabalham noutros países comunitários e a tendência é para este número aumentar ainda mais. Todos eles beneficiam da liber-dade que é concedida pela União Europeia.

Ou seja, se um país beneficia da liberdade de movimentos dos seus cidadãos noutro país, deveria outorgar esses mesmo direitos àqueles que chegam.

O ano das fusões que não se realizaram

Barroso tece críticas à política de imigração do Reino Unido

Irlanda muda regime de benefícios fiscaisA Irlanda anunciou que vai alterar o regime fiscal para acabar com os controversos esquemas que permitem às multinacionais estabelecidas no país pagarem menos impostos. Uma má notícia para gigantes como Apple, Google ou Facebook. Os grupos norte-americanos, emparticular, aproveitaram ao máximo este regime fiscal. No entanto, a Irlanda passou a ser for-temente pressionada para mudar, sobretudo por parte de Bruxelas. A medida deverá entrar em vigor logo no primeiro dia do próximo ano.

DB vê boas opções de compra na banca espanholaOs analistas do Deutsche Bank desmarcam-se dos habituais receios das empresas inter-nacionais relativamente à banca espanhola. Encaram com potencial de valorização de dois dígitos os bancos do Ibex. A empresa de investimento alemã atualiza as suas perspe-tivas bolsistas sobre quatro dos principais bancos espanhóis, designadamente Santander, BBVA, CaixaBank e Bankinter. O maior otimismo do Deutsche centra-se no BBVA e no Bankinter.

ATUALIDADE/Internacional

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 11

Analistas falam de terceira recessão

na EuropaSão cada vez mais os especialistas que an-

tecipam uma terceira recessão na Europa. Sustentam os seus argumentos na debilida-de crescente dos dados macroeconómicosou na perda de confiança. O principal sinalde uma possível entrada em recessão pren-de-se com a travagem da economia alemã.

O motor europeu está a perder muita da sua força, esperando-se nova quebra para o terceiro trimestre. Berlim já reviu em baixa as suas previsões para este ano. AItália e a França também levantam preocu-pações, para mais tratando-se de duas das principais economias da União Europeia. Os dados mais recentes apontam para uma estagnação no setor industrial da ZonaEuro, com os serviços a apresentarem mes-mo uma quebra. O que faz com que exista falta de confiança, penalizando fortemen-te as intenções de investimento. O preço do “brent” é outro indicador que levanta sérias preocupações. No curto prazo, atépode ter vantagens, mas é um facto quea descida acentuada dos preços se prendecom a falta de dinamismo da economia mundial. E a deflação continua a ser um problema, ainda que as medidas do BCE tenham revelado um efeito positivo. Restasaber se são suficientes.

Mercadodo petróleo “mergulhado”

em incógnitasO mercado petrolífero atravessa toda

uma série de incertezas. Um dos maiores problemas dos exportadores de petróleo é que eles próprios dependem de uma parte importante do crescimento da procura. A Agência Internacional de Energia acredita que o Médio Oriente e a Rússia necessita-rão de 270 mil barris adicionais por dia, o que significa 25% das previsões de cresci-mento da procura a nível global.

África representará outros 15%, masa descida dos preços das matérias-primasfaz com que essas previsões de crescimento não se concretizem, facto que também estáa afetar os preços. Importa ter em conta que cerca de metade da procura correspon-de à China e é sabido que Pequim quer equilibrar os seus objetivos de crescimen-to, no intuito de estabilizar a economia. Os países exportadores de petróleo deve-rão observar com certa precaução a saúde daquele que foi o seu cliente principal na última década.

Uma outra face da moeda é que a desci-da nos preços da energia poderia dar um impulso à procura nos países consumido-res. No entanto, as medidas de eficiência energética e a frágil situação económica li-mitam essa possibilidade em grande partedo mundo desenvolvido. A principal espe-rança ainda reside na região Ásia-Pacífico,mas não restam dúvidas que se está perante um mercado de fortes incertezas.

Durão Barroso não aceita que existam cidadãos de primeira e segunda no que toca aos direitos em termos de imigração e emigração.

De uma maneira geral, as empresas possuem liquidez para avançarem com grandes ofertas públi-cas de aquisição.

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MERCADO VALE MAIS DE OITO MIL MILHÕES DE EUROS

Grossistas de produtos químicos e farmacêuticos não “escapam” à crise

GUILHERME [email protected]

Vida Económica – Qual a atual situação do vosso setor de atividade, num contexto de dificuldades?

Vérter Gomes – Os vários setores em que operamos (desde a farmácia até à veterinária, passando pela agroquímica) têm sido afetados pela situação económica que o país atravessa, o que tem levado a uma contração generaliza-da do volume de negócios das empresas. No caso da distribuição farmacêutica, a redução dos preços dos medicamentos, motivada pelas medidas governamentais, não é alheia a um decréscimo de 8,7% do volume de negócios dos 40 principais grossistas desta área. Na dis-tribuição de produtos agroquímicos, a situa-ção é semelhante, tendo o setor registado uma

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

Ramos Catarino entrega templo hindu em LisboaA construtora Ramos Catarino entregou o novo tempo hindu de Lisboa, num projeto da au-toria do arquiteto Nuno Malheiro, da FocusGroup. O templo está implantado num terreno de mil m2 e é constituído por dois edifícios, o tempo e uma moradia reabilitada para albergar os diversos serviços de apoio. “Em termos arquitetónicos, sobressaem as linhas contemporâ-neas, o uso de materiais nobres e soluções funcionais”, refere a empresa em comunicado. O acesso a pessoas com mobilidade reduzida foi assegurado em ambos os edifícios.

12 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

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quebra de 4,5%. Em consonância com a legis-lação e as recomendações europeias, com vista à redução dos produtos fitofarmacêuticos, vai--se continuar a assistir a uma redução do volu-me de negócios. A distribuição dos produtos químicos para a indústria tem sofrido as con-sequências da atividade industrial na generali-dade dos setores da indústria transformadora.

VE – Que outras dificuldades vos colo-cam problemas?

VG – Existe um problema que é transver-sal a todos os setores, a dificuldade no acesso ao crédito, sobretudo no que toca às PME. A quebra de 18 mil milhões de euros no crédi-to às sociedades, em 2012, atingiu sobretudo as PME, com a agravante, do ponto de vista da competitividade externa, de que o setor empresarial já paga taxa de juro que são, em média, o dobro das praticadas no conjunto da Zona Euro. Um problema comum aos setores da distribuição farmacêutica e agroquímica é a contrafação. A Groquifar associou-se com outros intervenientes nas fileiras dos medica-mentos e dos fitofarmacêuticos na criação de duas entidades gestoras dos respetivos resíduos de embalagens, a Valormed e a Valorfito.

VE – A legislação em vigor é a adequada?VG – Na generalidade, a legislação que re-

gula os vários setores de atividade da Groquifar deriva da legislação europeia, em especial das diretivas aplicáveis. A nossa associação tem colaborado com as entidades nacionais na ela-boração de diplomas que originaram a rede de distribuição mais moderna da Europa. No entanto, o excesso de regulamentação em vá-rios segmentos (que, em muitos casos, requer das empresas colaboradores especializados) contrasta com a falta de regulamentação nou-tros, como é o caso da atividade de controlo de pragas, objetivo que a Groquifar persegue há vários anos.

VE – Como está a concorrência? Existe domínio de mercado?

VG – Existem cerca de três mil empresas nos setores representados na nossa associação. Nes-tas condições – embora haja em todas as áreas empresas com quotas de mercado mais eleva-das – não se pode afirmar haver domínio de mercado, até porque a própria legislação não o permitiria. E a associação tem tido o cuidado de promover sessões de esclarecimento sobre o enquadramento legislativo da concorrência, bem como sobre outros aspetos das relações interempresariais.

VE – Como podem as empresas fazer face aos problemas que se colocam?

VG – As entidades dos setores que repre-sentamos devem estar conscientes dos proble-mas que têm de enfrentar e a melhor forma de estarem informados é serem membros da Groquifar. Somos parceiros consultados e participantes junto dos ministérios da tutela e colaboramos direta e especificamente na cria-ção de muita da legislação que regula aquelas atividades.

Para além de uma informação contínua aos associados, promovemos sessões de esclareci-mento sobre os temas que mais preocupam as empresas, promovemos formação técnica, damos apoio e consultoria nas áreas laboral e fiscal e representamos as empresas nas relações com as estruturas sindicais.

VE – A vossa associação está a organizar um congresso. Quais os principais objeti-vos do mesmo?

VG – Reunir empresas e entidades na análise e discussão de vários temas da distribuição quí-mica e farmacêutica. Trata-se da caraterização dos vários setores de atividade representados na Groquifar e a sua evolukção nos últimos anos, de refletir em conjunto sobre as opor-tunidades que o novo ciclo de aplicação dos fundos europeus estruturais e de investimento abre às empresas, os meios de financiamento e a análise sobre as várias formas de reforçar a competitividade e acrescentar valor na distri-buição.

O mercado dos grossistas de produtos químicos e farmacêuticos representa uma faturação anual de oito mil milhões de euros e cerca de 16 mil postos de trabalho. Mas o setor defronta-se com problemas, como é o caso da sua contração, de acordo com Vérter Gomes, presidente da Groquifar – Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos.

Vérter Gomes, presidente da Groquifar, lamenta que o acesso ao crédito continue limitado apenas às grandes empresas.

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A biofarmacêutica belga UCB estabeleceu um acordo inovador com o Infarmed. Quando um dos seus medicamentos não apresenta resulta-dos satisfatórios para os doentes, os hospitais são ressarcidos. Para além das questões económicas envolvidas, trata-se de um processo que permite introduzir uma maior transparência no mer-cado. Em declarações à “Vida Económica”, Jesus Sobrino, administrador da UCB, admite que o mercado farmacêutico nacional está numa fase de profunda mudança.

O acordo estabelecido com o Infarmed permite que os hospitais sejam ressarcidos sempre que um medicamento não se revela eficaz no tratamento. Isto num deter-minado período de tempo pré--definido e de acordo com critérios

médicos baseados em diretrizes nacionais e internacionais no tra-tamento da artrite reumatóide. “O hospital apenas paga se obtiver re-sultados satisfatórios, permitindo

ainda que o doente tente – mais cedo – outras alternativas tera-pêuticas, evitando que o hospital esteja indefinidamente a pagar por uma terapêutica que não funciona.

Este programa constitui uma clara vontade de tornar transparente o mercado, já que não há qualquer tipo de acordo baseado em volu-me, visando única e exclusivamen-te contribuir para a sustentabilida-de do Sistema Nacional de Saúde”, explica o responsável daquela far-macêutica.

A empresa está a apostar no mercado português e pretende ter mesmo um papel mais ativo, como adiantou Jesus Sobrino: “Centramos a nossa atividade em duas áreas de referência, o sistema nervoso central e a imunologia. Na prática, em Portugal, para além da promoção de dois medicamentos inovadores, recentemente com-participados pelas autoridades na-cionais (um para o tratamento da epilepsia e outro da artrite reuma-tóide), procuramos igualmente in-cluir doentes e investigadores por-tugueses em ensaios clínicos. Estes traduzem-se não só numa melho-ria futura da qualidade de vida dos doentes com doenças crónicas, como também numa redução efe-tiva de custos com medicamentos para os cofres do Estado.”

Jesus Sobrino faz questão de afirmar que vários outros produtos serão lançados ainda este ano no mercado. E afirma que é intenção da UCB colocar Portugal no mapa

da investigação internacional, já que os centros e os investigadoresnacionais ombreiam com o quede melhor existe no estrangeiro. Entretanto, está de acordo com a vontade de uniformizar a legisla-ção do setor farmacêutico a nível europeu, sobretudo para o bem dos doentes, os principais atores de todo este sistema.

José Sobrino admite que omercado farmacêutico nacionalatravessa uma fase de profundaalteração. “A somar a um conjun-to de incertezas quanto ao futuro em matéria legislativa e tributária, a crise económica estabeleceu umnovo paradigma para a indústriafarmacêutica, já que esta é chama-da a contribuir de forma efetiva na despesa com medicamentos. O mais difícil é conseguir planear adequadamente nestas circunstân-cias de constante instabilidade.”

A realidade é que, em conse-quência de uma política condi-cionada a limites impostos pelasinstâncias externas, o mercado na-cional contraiu-se. “Um conjun-to de ajustamentos foi necessáriopara a adaptação a esta nova situ-ação. Contudo, os despedimentostornaram-se inevitáveis, de formaa manter uma presença no merca-do que pudesse continuar a trazer valor a todos os stakeholders.”

MERCADO DO MEDICAMENTO FICA MAIS TRANSPARENTE

Farmacêutica UCB estabelece acordo inovador com o Infarmed

Câmara de Lisboa arrecada seis milhões em imóveisA Câmara Municipal de Lisboa arrecadou seis milhões de euros na hasta pública que promo-veu para alienar 24 imóveis integrados no programa “Reabilita primeiro, paga depois”. Tra-tou-se de uma das vendas mais concorridas de sempre, já que foi atingido mais do dobro pre-visto. Apresentaram-se 229 candidatos e foram realizados 1500 lances. Um aspeto interessante foi a presença de interessados estrangeiros. Aliás, este programa apresenta toda uma série de vantagens em termos de investimento.

Lucios ganha obra de luxo em LisboaA Lucios foi a empresa escolhida pela AM48 para a construção do Edifício Focus Lx, em Lis-boa, um projeto que representa um investimento de 11,5 milhões de euros. A sua conclusão está prevista para o primeiro trimestre de 2016 e consiste em 26 apartamentos de luxo, dis-tribuídos por 14 pisos. “A empreitada reforça a nossa aposta no segmento residencial, um ni-cho de mercado em que a empresa tem ganho obras de relevo”, refere a construtora em co-municado.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 13

Jesus Sobrino, administrador da UCB.

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Tenho uma ideia para um produto inovador, em que a localização ideal para o seu fabrico seria a ilha Terceira. Existem apoios à inovação nos Açores?

Resposta

O Programa Competir+, na prossecução da política de crescimento de emprego e de competitividade adotada pelo Governo Regional dos Açores, encontra-se estruturado em sete subsistemas de incentivos que traduzem linhas de apoio específicas e adequadas à estratégia de desenvolvimento económico que se pretende implementar nos Açores. O Subsistema de Incentivos para a Qualificação e Inovação é um desses subsistemas. Visa promover a qualidade e inovação junto das empresas regionais, pela via da produção de novos ou melhorados bens e serviços, de novos processos de produção, de novos modelos organizacionais ou de estratégias de marketing que suportem a

sua progressão na cadeia de valor e o reforço da orientação para os mercados externos à Região.Os projetos de investimento no âmbito do SI Q&I podem ter as seguintes tipologias de investimento:a) Investimentos de inovação produtiva:

i) Produção de novos bens e serviços ou melhorias significativas da produção atual;ii) Adoção de novos processos de fabrico, de logística e distribuição, organizacionais ou de marketing;iii) Expansão de capacidades de produção em atividades com procuras internacionais dinâmicas;iv) Criação de empresas intensivas em tecnologia e conhecimento ou em setores com fortes dinâmicas de crescimento, e que se proponham criar postos de trabalho qualificados;v) Criação de unidades produção ou introdução de melhorias tecnológicas com impacte relevante ao nível da produtividade, do produto, das exportações,

do emprego, da segurança alimentar ou industrial ou da eficiência energética e ambiental;

b) Investimento em sistemas de qualidade (entre outros):

i) Implementação e certificação de sistemas de gestão da qualidade, de gestão ambiental, de sistemas de gestão da investigação, desenvolvimento e inovação, entre outros sistemas de gestão, certificação de produtos e serviços com obtenção de marcas, obtenção do rótulo ecológico;ii) Melhoria das capacidades de conceção e desenvolvimento de produtos, processos e serviços;iii) Aumento da eficiência energética e diversificação das fontes de energia com base na utilização de recursos renováveis;iv) Estudos de homogeneidade e estabilidade de equipamentos de monitorização, projetos de benchmarking, medição sistemática de satisfação de clientes e colaboradores e avaliação de

fornecedores.São suscetíveis de apoio projetos com investimentos superiores a J 15 000,00 e inferiores a J 500 000,00 em todos os setores de atividade, incluindo os projetos no âmbito da transformação e comercialização dos produtos.O incentivo a conceder reveste a forma de incentivo não reembolsável, com uma taxa de 50% sobre as despesas elegíveis. Pode ser concedido um prémio de realização após a conclusão do projeto, correspondente à aplicação de uma percentagem de 3% sobre as despesas elegíveis, por cada posto de trabalho qualificado criado, até ao limite de 15%.Considera-se posto de trabalho qualificado o posto de trabalho ocupado por um trabalhador titular de um curso ministrado pelo ensino superior universitário ou politécnico.

[email protected] 348 500

INCENTIVOS À QUALIFICAÇÃO E INOVAÇÃO NOS AÇORES

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A Deutsche Lufthansa AG anunciou esta sema-na que, no âmbito do realinhamento das ativi-dades do Grupo, vai ini-ciar uma parceria a longo prazo na área das tecno-logias. De acordo com os termos a acordar, a Lufthansa vai entregar à IBM todos os serviços de infraestrutura do Grupo.

AIBM irá assumir toda a divisão de infra-estruturas da Lufthansa Systems AG. O acordo de “outsourcing” é por

um prazo de sete anos e irá permitir à Lufthansa benefi ciar de uma re-dução permanente dos custos da infraestrutura IT em aproximadamen-te 70 milhões de euros por ano.

No âmbito deste acor-do, cerca de 1400 em-pregados da área de IT da Lufthansa são transfe-ridas para a IBM.

Neste momento estão a decorrer as negociações fi nais entre a Lufthansa e a IBM.

ACORDO ENVOLVE MUDANÇA DE 1400 PESSOAS

Lufthansa transfere sistemas de informação para a IBM

J.Soifer é sueco. Engenheiro, trabalhou para, entre outros, KFC nos EUA, Conselho Económico e So-cial do Presidente Lula, Banco Interamericano de Desenvolvimento. É especialista em PME. Entre os seus manuais: COMO SAIR DA CRISE, EMPREEN-DER TURISMO, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA e PORTUGAL PÓS-TROIKA.

Questões: [email protected] terá resposta individualizada ou nesta coluna

O confl ito no médio-oriente vai agravar-se. Isto restrin-girá o acesso ao crude e au-mento do seu preço. A UE tende a valorizar energias al-ternativas. Portugal tem bom acesso a gás natural, e terá que adotar medidas para usá-lo mais. Faltam ofi cinas para transformar o motor e adicionar um depósito apro-priado, na bagageira.Argentina, Brasil e China são os países que mais o utilizam mas o fl exfuel está a alargar o mercado em carros na UE. Suécia e Alemanha o usam em autocarros urbanos e re-gionais; também o biogás, vindo das ETAR.Há dois sistemas, um em que a ofi cina apenas altera o motor e adquire o depósi-to, consoante as caracterís-ticas da bagageira ou do au-tocarro. Outro, que, a partir de moldes, faz o depósito, usando compósito ou fi bra, otimizando espaços. Há também cilindros para alta pressão do gás, em geral em aço inox, já prontos.

Transformar autocarros exi-ge uma ofi cina maior, ter bons vendedores na Suíça, Holanda, Alemanha e Sué-cia, pois Portugal despreza esta energia barata e limpa. Deverá ter dois reformados dispostos a juntos, trazer e levar os veículos. Para automóveis deve ter um ótimo vendedor para as cooperativas de táxi e frotas de médias empresas que prestam serviços à residên-cias. Pois o custo da trans-formação só compensa se a viatura roda muito. Ele deve ter no tablet um Excel para mostrar ao cliente quanto este economiza por ano, consoante a sua viatura e a rodagem semanal.Precisa obter a certifi cação para este serviço, o que aca-ba por trazer mais clientes em geral, pois ela é rigorosa e oferece prestígio.

LINHA DIRETA – PME

LUCRAR COM…

GÁS NATURAL

Jack Soifer*[email protected]

Créditos: OJE-Victor Machado

Ter no tablet um Excel para mostrar ao cliente quanto ele economiza por ano

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

Através deste acordo com a IBM, a Lufthansa prevê uma redução global de custos de 490 mi-lhões de euros nos próximos sete anos.

http://[email protected]

Título Engenharia pt - Uma via verde para o desenvolvimento tecnológico e económico de Portugal

Autor Gilberto Santos

Páginas 416

PVP €16,90

em pontos com vida nas compras online

“Os 12 casos aqui apresentados de empresas portuguesas que concebem, produzem e comercializam produtos de alto valor acres-centado com a participação de engenheiros portugueses são a prova de que, seguindo este rumo, o sucesso é possível.”António Saraiva (Presidente da CIP)

“O livro pretende dar a conhecer alguns casos desse prestigiante papel dos engenheiros e da engenharia portuguesa.”Fernando Manuel de Almeida Santos (Presidente do Conselho Diretivo da Região Norte da Ordem dos En-genheiros)

“Empresas com as características das apre-sentadas neste livro constituem ainda uma minoria. Daí a importância de se divulgar o seu exemplo, objetivo que cremos ter sido conse-guido com a edição deste livro.”José Manuel Lopes Cordeiro (Prof. U. Minho)

Novidade

Também disponível em formato digital

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Morada

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Solicito o envio de exemplar(es) do livro Engenharia pt - Uma via verde para o

desenvolvimento tecnológico e económico de Portugal, com o PVP unitário de €16,90.

Para o efeito envio cheque/vale nº , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança (Acresce 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

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CONGRESSO DA APLOG A 29 E 30 DE OUTUBRO

Aumento das exportações nacionais foi positiva para o setor da logísticaÉ já nos próximos dias 29 e 30 de outubro que se realiza, em Lisboa, o 17º Congresso de Logística da Associação Portuguesa de Logística (APLOG), evento que reúne os principais atores nacionais do setor e que se realizará em simultâneo com o Eurolog 2014 – Congresso Europeu de Logística. Em entrevista exclusiva à ‘Vida Económica’, Alcibíades Paulo Guedes, presidente da APLOG, faz um balaço do impacto da crise no setor e aponta os novos desafios que o mercado coloca ao nível da logística.FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica - Qual foi o ver-dadeiro impacto da crise económica que o país atravessou, nos últimos anos, nas empresas de logística?

Alcibíades Paulo Guedes - No que diz respeito ao papel da logística nas organizações, enquanto função de ges-tão, o contexto macroeconómico que se viveu nos últimos anos conduziu a um reforço desse papel. Níveis de exi-gência acrescida, margens reduzidas, níveis crescentes de eficiência, exporta-ção para mercados mais distantes, níveis crescentes de concorrência, gestão mais restritiva da tesouraria, níveis inferiores de capital circulante, entre outros, são tudo ambientes favoráveis ao desenvol-vimento da logística nas organizações.

Quanto aos prestadores de serviços de logística e transporte, a crise que enfren-támos nos últimos anos resultou em ní-veis inferiores de fluxos de mercadorias, em particular em termos da importação e do consumo interno. Esta situação teve naturalmente reflexos negativos para as empresas mais dependentes do mercado interno. No entanto, e felizmente, em ter-mos de exportações e internacionalização, o percurso dos últimos anos foi positivo.

VE - A aposta das empresas nacio-nais na exportação foi positiva para o setor?

APG – Sem dúvida. A maior interna-cionalização da economia, o aumento da exportação de produtos transacio-náveis, a necessidade para continuar a procurar ganhos de eficiência e de quali-dade de serviço aos clientes, a crescente exigência em termos de competitivida-de, foram fatores muito positivos para o desenvolvimento da logística e para o reforço do papel dos prestadores de ser-viços de logística e transporte.

VE - Acredita, portanto, que a ati-vidade no setor está já em recupera-ção?

APG - Sim, e podemos afirmá-lo com base num indicador, o I.Log – Indica-dor da Atividade Logística, que foi de-senvolvido em conjunto pela APLOG

e pela Accenture e que permite não só medir a situação atual, mas, muito em particular, perceber as expectativas futu-ras para os próximos 12 meses.

Tendo por base as respostas de um painel de empresas, todas elas associa-das da APLOG a um questionário, os últimos resultados do I.Log mostram a existência de uma perceção positiva dos diferentes agentes logísticos em todos os indicadores, situação, expectativas e clima. Tendo como referência base de 100 pontos, o indicador de clima está agora nos 131, o valor mais alto desde a sua implementação, influenciado pelo aumento quer do indicador de situação atual, que passou dos 111 para os 126 pontos, quer do indicador de expecta-tivas, que subiu dos 131 para os 137 pontos.

Já relativamente às expectativas fu-turas, os agentes do setor reportaram melhoria na tendência de negócio e na situação global das vendas, aumen-to do quadro de pessoal, invertendo a tendência de diminuição que se estava a verificar até à data e a manutenção do aumento nos investimentos.

VE - Ultrapassadas as dificuldades que condicionaram a vossa ativida-de, quais são os novos desafios que o mercado coloca ao nível da logística?

APG - No que diz respeito aos pres-tadores de serviços de logística e trans-porte, um desafio sempre presente é o de continuar a procurar melhorias contínuas e ganhos de produtividade (tempo e custo) nas operações logísti-cas, que permitam libertar margem nos negócios que suportam. Nesse sentido, o ecommerce, a presença omnichannel e os novos canais comerciais são nichos em crescimento e que colocam desafios muito exigentes a todos os atores da ca-deia de abastecimento.

Por outro lado, o desafio de acompa-

nhar a internacionalização das empresas portuguesas suas clientes, estabelecendo operações locais nos mercados onde es-tas empresas se estabelecem, será certa-mente um outro vetor muito relevante. Para tal, os prestadores de serviços de lo-gística e transporte terão certamente de procurar parcerias locais (ou multina-cionais) que permitam criar redes (mul-timeios e multigeografias) que suportem o maior número de origens/destinos, garantindo frequências, tempos de trân-sito, custos e visibilidade adequados às necessidades de quem tem de competir com concorrentes locais. Terão também de reforçar soluções que permitam su-portar os clientes no cumprimento de todos os requisitos legais nos mercados destino.

“Algumas das 14 plataformas logísticas propostas dificilmente serão competitivas”

VE - Qual o real impacto da logísti-ca na economia portuguesa e na sua competitividade?

APG - O impacto é certamente sig-nificativo, mas não temos esta infor-mação. A APLOG é transversal a toda a logística e cadeia de abastecimento e não representa os operadores logísticos,

nem os transportadores, nem a oferta de infraestruturas de logística.

VE - Qual a importância da criação de um verdadeiro sistema logístico nacional?

APG - Sempre entendemos que é ne-cessário desenvolver um sistema logís-tico nacional, não numa vertente que seja apenas centrada no transporte fer-roviário, rodoviário, marítimo ou aéreo, mas sim que integre todos os modos de transporte, numa visão sistémica de rede logística integrada e com uma oferta adequada de serviços logísticos.

VE - E como vê a aparente indefi-nição em que caíram, à exceção de alguns casos, os projetos das plata-formas logísticas nacionais?

APG - Neste sentido, nunca nos pro-nunciámos se deveriam ser 12, 10 ou 8. Mas temos a noção de que da rede das 14 plataformas propostas inicialmente, al-gumas dificilmente serão competitivas e, por isso, dificilmente atrairão investidores para as desenvolver. Portanto, o que nos preocupa não é tanto o número de plata-formas que vamos ter, mas sim se teremos investidores privados prontos para as de-senvolver e se elas cumpram a sua função.

VE - O que pensa que este, ou o próximo Governo, devam fazer para ultrapassar o impasse em que perma-necem estes projetos?

APG - Em termos das políticas nacio-nais, é necessário eliminar os custos de contexto no setor portuário, nos trans-portes (ferrovia, rodovia), clarificar o pa-pel das plataformas logísticas, para além da burocracia existentes, que persistem na atividade logística e que têm funcio-nado como obstáculo a uma maior com-petitividade do setor. É ainda necessá-rio eliminar alguns gargalos e “missing links” associados às redes de transportes.

A aposta das empresas nacionais na exportação foi positiva para o setor logístico, assegura Alcibíades Paulo Guedes.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 15

A crise que enfrentámos nos últimos anos resultou em níveis inferiores de fluxos de mercadorias, em particular em termos da importação e do consumo interno.

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TERESA [email protected]

“O Governo não teve a cora-gem de acabar com a tributação autónoma” sobre as empresas, ainda que tenham obtido pre-juízo fiscal, lamenta Domingues Azevedo, acrescentando que a OTOC propôs essa medida jun-to da Comissão para o Desen-volvimento da Reforma Fiscal que, contudo, “não mexeu nas questões de fundo”.

A redução das taxas de IRC

para as empresas de 23% para 21% prevista na proposta de Or-çamento do Estado para 2015 é para o bastonário da OTOC “uma imoralidade”, se compa-rada com as taxas praticadas em sede de IRS, que vão até aos 45%.

Em declarações à “Vida Eco-nómica”, Domingues Azevedo afirma esta proposta do OE2015 tem subjacente uma “falta de equidade fiscal”, tanto mais que haverá uma “deslocação da fisca-lidade” sobre os particulares pela

“aplicação da fiscalidade verde”.Questionado sobre o relevo

desta redução do IRC, nome-adamente se vai permitir atrair investimento, o bastonário da OTOC acha que não. “Isto é para enganar os incautos”, diz, lembrando que a primeira ques-tão que os investidores estudam quando pensam investir num país estrangeiro é o funciona-mento da Justiça, “cujos proble-mas se conhecem”, e os níveis de burocracia “que são cada vez maiores”.

DOMINGUES AZEVEDO, BASTONÁRIO DA OTOC, AFIRMA

“Governo devia ter coragem de acabar com a tributação autónoma”

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NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

16 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

Decisões e Soluções atinge o melhor ano de sempre

A consultora Decisões e So-luções celebrou, no dia 15 de outubro, o seu 11º aniversário, no Salão Atlântico do Casino de Espinho. O evento juntou cerca de 400 convidados vin-dos de todo o país. O “Prémio Carreira DS 2014” foi entregue ao diretor da agência DS de Al-bergaria-a-Velha, José Pereira.

A Decisões e Soluções regis-tou na área imobiliária, nos primeiros nove meses de 2014, um aumento de faturação de 240%, face a período homó-logo de 2013, estando a ser o melhor ano de sempre da sua história.

“Este 11º aniversário teve um sabor muito especial, tendo em conta que 2014 está a ser o me-lhor ano de sempre desta marca nacional que foi constituída em 2003 e que se adaptou às gran-des mudanças que aconteceram no nosso país, tendo lançado, com sucesso, várias áreas de ne-gócio e tendo-se transformado na maior rede de consultoria imobiliária e financeira a atu-ar em Portugal. O objetivo em relação ao futuro continua a ser o de prestar um serviço de qualidade e com Soluções 360º a todos os seus clientes e con-tinuar a crescer, em agências, colaboradores e clientes, em to-das as suas áreas de atividade”, afirmou durante o evento Pau-lo Abrantes, fundador e diretor geral da Decisões e Soluções.

A Decisões e Soluções é a maior rede de consultoria imo-biliária e financeira a atuar em Portugal. A empresa conta com cerca de 100 agências, 800 co-laboradores e mais de 140 mil clientes distribuídos por todo o país.

Cobrança de dívidas a clientes

DESTINATÁRIOS: Quadros e pessoal administrativo das áreas: Comercial, Financeira e Administrativa

OBJETIVOS: Propor m todos de organização de um

sistema de Controlo do Cr dito a Clientes Proporcionar m todos práticos de cobrança Aumentar a ormação das pessoas do

departamentos de cobranças assim como de todos os ue integram as áreas comerciais nanceiras e administrativa e ue de uma orma direta ou indireta t m

uma ligação com o cr dito a clientes e com as cobranças

ostrar a import ncia na tesouraria dos cr ditos e dos encargos nanceiros relativos às vendas de cr dito.

Preços:Público Geral: G100 (+ IVA)Assinantes VE: G80 (+ IVA)

Porto 17 novembro | Lisboa 18 novembro09h30 às 13h /14h30 às 18h (7 horas)

PROGRAMA:

1. Como diminuir o crédito vencido

A análise A C dos cr ditos vencidos

A revisão peri dica dos montantes de cr dito atribuídos

Como estabelecer pla onds de cr dito

O custo do cr dito

2. Como organizar um serviço de cobranças

Ob etivos de um serviço de cobranças

De nição de um sistema de cobranças

A necessidade de in ormaç es atualizadas e dedignas

Organização de um cheiro hist rico de clientes

A coordenação entre os diversos serviços da empresa

3. Ações a desenvolver no processo de cobranças

Controlo de cobranças Classi cação dos devedores Os aspetos psicol gicos de uma boa cobrança

A cobrança tele nica

4. Os aspetos jurídicos e a cobrança das dívidas dos clientes

O procedimento udicial urisprud ncia sobre títulos e ecutivos

5. Os aspetos scais uest es de cr dito e aspetos

scais em termos de IRC uest es de cr dito e aspetos

scais em termos de IVA

6. Cuidados a ter com os meios de pagamento utilizados pelos clientes

Che ues Letras Sistema de d bitos diretos

7. O atraso nos pagamentos e a aplicação de juros comerciais

Legislação Cálculos de uros

8. Como diminuir o risco de crédito

O actoring sem recurso Os Seguros de cr dito As garantias

9. Cartas-tipo e formulários para o controlo de crédito e cobranças

Ana Rita essa (Dep. ormação) Vida Econ mica Editorial SA. l : 223 399 427/00 a : 222 0 8 098 Email: anabessa vidaeconomica.pt

Domingues Azevedo considera que a redução do IRC é “uma imoralidade”.

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Sete jovens criadores estreiam-se no Portugal FashionA 35ª edição do Portugal Fashion contempla um conjunto de 12 desfiles no âmbito do Bloom, passerelle dedicada a jovens criado-res e escolas de moda. Após os desfiles duplos Hibu/João Melo Costa e Carla Pontes/Mafalda Fonseca, estão previstas sete estreias, esta sexta-feira, na passerelle do Bloom. Pilar Pastor, Rita Gilman, Filipe Martinho, Catarina Santos, Eduardo Amorim, João Rôla e Pedro Neto vão apresentar pela primeira vez as suas coleções no Portugal Fashion.

Fátima Lopes apresenta a sua 1ª linha de calçado O 35º PORTUGAL FASHION SPRINKLE PRIMAVERA/VERÃO 2015 encerra com a apresentação da nova coleção de Fátima Lopes. A criadora inspirou-se “nas artes gráficas, tanto na escolha dos padrões como nas formas e nos volumes”. Inserida nesta coleção “ready to wear”, “do palco diretamente para a rua”, Fátima Lopes apresenta também a sua primeira linha de calçado, “com modelos de pele suave, femininos, gráficos e easy chic”.

DE 23 A 25 DE OUTUBRO, COM COLEÇÕES PRIMAVERA/VERÃO 2015

35º Portugal Fashion Sprinkle: Moda “pulveriza” vários edifícios históricos do PortoConservatório de Música do Porto, Mosteiro de S. Bento da Vitória e o edifício histórico da Alfândega do Porto acolhem 25 desfiles, depois da estreia em Lisboa

Depois do arranque em Lisboa, esta quar-ta-feira, dia 22 de outubro, o 35.º PORTU-GAL FASHION SPRINKLE PRIMAVE-RA/VERÃO 2015 prosseguiu ontem no Porto, com a realização de quatro desfiles no Palácio dos Correios. Para os dias de hoje, sexta-feira, 23, e de amanhã, sábado, 24, es-tão previstos mais de vinte desfiles em três edifícios emblemáticos da cidade: a Alfânde-ga do Porto (hoje e amanhã), o Conservató-rio de Música do Porto e o Mosteiro de S. Bento da Vitória (ambos no sábado, último dia do certame).

Aos quatro desfiles realizados em Lisboa e aos quatro já decorridos no Porto, sucedem-se mais 25 desfiles na Cidade Invicta, reunindo 17 criadores, nove marcas de vestuário, seis marcas de calçado e quatro escolas de moda. O line-up dos desfiles no Porto inclui ainda nomes tão consagrados como os de Fátima Lopes, Luís Buchinho, Luís Onofre, Miguel Vieira, Nuno Baltazar, Katty Xiomara, Ricar-do Preto ou Diogo Miranda, a que se jun-tam criadores emergentes e marcas nacionais de prestígio, como a Dielmar, a Fly London, a Lion of Porches ou a Vicri. A todos estes nomes devem ainda somar-se oito jovens de-signers, uma marca e quatro escolas de moda inseridas no projeto Bloom.

O Palácio dos Correios acolheu, ontem, o arranque do programa para a cidade do Por-to, com o desfile duplo Carla Pontes e Ma-falda Fonseca (jovens criadoras do Bloom).Seguiu-se a apresentação de coleções em mais dois desfiles duplos de criadores que contam com passagens em certames internacionais - Estelita Mendonça e Susana Bettencourt; Daniela Barros e Hugo Costa. Anabela Bal-

daque encerrou o segundo dia do certame com a apresentação da coleção “Anywhere”.

Esta sexta-feira, a Alfândega do Porto aco-lhe 13 desfiles. As atenções estão natural-mente centradas nos desfiles de Júlio Torcato (17h00), Meam by Ricardo Preto (18h00), Vicri (19h00), Katty Xiomara (20h00), Diogo Miranda (21h30), Lion of Porches (22h30) e Luís Onofre (23h30). A completar o programa estão ainda as estreias de sete jo-vens criadores no Portugal Fashion (Pilar Pas-tor, Rita Gilman, Filipe Martinho, Catarina Santos, Eduardo Amorim, João Rôla e Pedro Neto) e as coleções primavera/verão 2015 de Teresa Abrunhosa e da marca Klar (ambos Bloom).

Luís Buchinho é o nome que inicia o pro-grama do último dia desta edição, realizando o único desfile que terá lugar no Conservató-rio de Música do Porto (14h30). O evento prossegue na Alfândega do Porto durante a

tarde. A partir das 15h30 realizam-se os des-files Bloom com alunos de escolas de moda (Árvore, MODATEX, ESAD e EMP), o des-file coletivo da indústria de vestuário (Ballen-tina, Concreto by Hélder Batista, Cheyenne e Mad Dragon Seeker by Alexandrine Cadilhe e Daniel Simões) e o desfile coletivo do setor do calçado (Dkode, Fly London, Goldmud + Alexandra Moura, J. Reinaldo, Nobrand e Sílvia Rebatto). Pelo meio, Carlos Gil apre-senta a coleção ”Match point”.

No final da tarde de amanhã (19h30), o evento volta a mudar de cenário para se insta-lar no Mosteiro de S. Bento da Vitória. É nes-te monumento nacional que Nuno Baltazar concretiza o seu regresso ao Portugal Fashion, com a coleção “Le Mepris”, e Miguel Vieira apresenta a coleção “Elegância descontraída”. Dielmar e Fátima Lopes encerram o 35.º PORTUGAL FASHION SPRINKLE no edifício da Alfândega do Porto.

Coleções do Portugal Fashion

expostas e à venda

no Showroom Brand Up

O 35.º PORTUGAL FASHIONSPRINKLE PRIMAVERA/VERÃO 2015inclui pela terceira vez consecutiva o sho-wroom Brand Up. Trata-se de uma mostrade coleções de criadores e marcas de vestu-ário, aberta ao público em geral mas tam-bém dirigida a agentes de compras especia-lizados. Importa sublinhar que o Brand Updecorre em simultâneo com os desfiles naAlfândega do Porto, esta sexta-feira e sába-do, entre as 17h00 e as 22h00, na Sala Au-ditório do histórico edifício portuense, comentrada livre.

O Brand Up assume um papel eminente-mente comercial, funcionando como com-plemento da apresentação das coleções empasserelle. De resto, algumas das peças devestuário que integram os desfiles do Por-tugal Fashion podem ser vistas de perto noshowroom. Na verdade, estão expostas noBrand Up propostas para a primavera/verão2015 a revelar na passerelle do 35.º PortugalFashion.

As coleções em causa têm a assinaturadas marcas e criadores Anabela Baldaque,Ballentina, Carla Pontes, Cheyenne, Con-creto, Daniela Barros, João Melo Costa,Luís Buchinho, Mad Dragon Seeker, Susa-na Bettencourt, Teresa Abrunhosa e Vicri.Consequentemente, um público alargadotem a oportunidade de conhecer melhor amoda portuguesa. No showroom, a conviteda ANJE, são esperados cerca de 20 agentesde compras internacionais, provenientes depaíses como a Alemanha, França, Inglaterrae Estados Unidos.

“Os showrooms são uma componentefundamental dos grandes eventos de moda,na medida em que acrescentam ao lado es-petacular e artístico da passerelle a vertentecomercial tout court. Com a organizaçãodeste showroom, vai ser possível oferecer acriadores e marcas a oportunidade de explo-rarem a vertente puramente promocional ecomercial das suas atividades – algo que nemsempre é alcançável na passerelle”, explica opresidente da ANJE (entidade organizadorado evento), João Rafael Koehler. O mesmoresponsável sublinha que “foi feito um gran-de esforço para garantir a presença de agentesde compras estrangeiros, de forma a promo-ver a internacionalização da moda portugue-sa fomentando as relações comerciais além--fronteiras de criadores e marcas”.

Importa dizer que o Brand Up é umainiciativa incluída no projeto de internacio-nalização Estratégia para o Mercado Globalda responsabilidade da ANJE – AssociaçãoNacional de Jovens Empresários, entidadeque organiza o Portugal Fashion em parceriacom a ATP – Associação Têxtil e Vestuáriode Portugal e com financiamento do QREN,no âmbito do Programa Compete – Progra-ma Operacional Fatores de Competitividade.

Apostando na projeção comercial damoda portuguesa, o Estratégia para o Mer-cado Global apoia criadores que contam jácom uma estrutura profissional definida euma empresa formalmente constituída. Tra-ta-se, pois, da consolidação de um conjuntode propósitos associados à aproximação en-tre criadores e indústria têxtil e ao fomentodo empreendedorismo no setor da moda.

Nuno Baltazar regressa ao Portugal Fashion

oito anos depois

Nuno Baltazar regressa ao Portugal Fashion, após a sua última participação em 2006. Formado em Design de Moda no CITEX, Nuno Baltazar (Lisboa, 1976) destacou-se pelos prémios da especialidade que foi acumulando. O criador participou, através da etiqueta Cravo/Baltazar, em quatro edições da Paris Fashion Week (2001 a 2003), com o apoio do Portugal Fashion. Amanhã, pelas 19h30, Nuno Baltazar concretiza o seu regresso no Mosteiro de S. Bento da Vitória, com a coleção “Le Mepris”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 17

Ilustração de Nuno Baltazar que este sábado, no Porto, regressa ao Portugal Fashion.

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A importância da China no mundo atual e a necessidade de se desenvolverem relações comerciais com a China são, hoje, factos indiscutíveis. A centralidade na China na atual fase da globalização é evidente quando se verifi cam as estatísticas de investimento estrangeiro e comércio.

Uma das faces mais visíveis da globalização, o investimento direto estrangeiro (IDE), cres-ceu nas últimas décadas a uma média anual de 12,4%. As maiores subidas registaram-se na segunda metade da década de 1990, tendo o crescimento desacelerado nos últimos anos, refl exo, também, da incerteza macroeconómica instalada. Os movimentos do IDE mostram também, claramente, que o centro nevrálgico da economia se alterou em pouco mais de duas décadas:

Em 1990 os países Europeus atraíam 50,3% do IDE mundial, e a UE cerca de 47%. Em 2013, esses valores caiem para 17,3% e 17% respetivamente;O Reino Unido, desce de 14,7% para pouco mais de 2,5%;EUA, de 23,3% em 1990 perdeu para 12.9%.

A China tornou-se um dos principais recetores de IDE.: 21,5%;

Em 2013, , ao qual devemos acrescer os ;

Em .

Tabela 1. Taxa de crescimento média anual de IDE na China

1990-1995 1995-2000 2000-2005 2005-2010 2010-2013 1990-2013

Mundo 13,1% 33,5% -4,1% 11,6% 2,3% 12,41%

União Europeia

9,1% 44,7% 9,2% -0,2% -4,7% 12,24%

China 72,2% 2,0% 20,6% 10,7% 2,7% 21,49%

Hong Kong

56,5% 71,9% 48,5% 17,8% -1,2% 37,97%

Para além da expressão da China enquanto país recetor (e emissor) de IDE, destaca-se tam-

bém o seu papel na esfera comercial, enquanto exportador e importador de produtos e servi-ços.

É neste contexto que devemos entender a necessidade de se encetarem esforços claros de promoção da cooperação Portugal-China, não só a nível politico como também empresarial.

Melhores práticas na cooperação com a China

As relações entre o mundo ocidental e a China, embora promissoras, devem ser geridas com cautela, dado que a probabilidade de insucesso é relativamente elevada.

De facto, uma análise histórica permite verifi car que, por exemplo, as relações com os Esta-dos Unidos, em particular, têm-se desenvolvido num ambiente relativamente agressivo, com alguma tensão, num contexto de prospeção de novos mercados e numa linha ténue entre cooperação-concorrência agressiva. Como resultado, assistimos à emergência de barreiras co-merciais e acusações mútuas de dumping e de outras práticas concorrenciais desleais em seto-res. Algumas relações de cooperação resultaram também na fusão e aquisição de empresas, a favor das empresas chinesas, o que tem causado descontentamento no seio político nos EUA.

Relações Portugal-China

É certo que a cooperação entre Portugal e a China denota um claro crescimento. No entan-to, verifi ca-se que o papel da China enquanto parceira para as empresas portuguesas é, ainda, residual. De facto, os investimentos portugueses têm-se dirigido maioritariamente para os Países Baixos, Suíça, Luxemburgo, Espanha e Brasil (TOP 5). Ao nível de comércio externo, a China apresenta-se também como um mercado ainda muito pouco explorado por Portugal.

Foi neste enquadramento que surgiu o projeto CPC Alliance, promovido pela Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) e que conta com a colaboração do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI) da Universidade de Aveiro, tendo como objetivo o desenvolvimento de estudos e ações que suportem o esforço de cooperação com a China. Este projeto é fi nanciado no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico do QREN.

Uma componente importante deste trabalho consiste na identifi cação de áreas com maior potencial de cooperação, o que foi apresentado no artigo. Um segundo contributo consiste na identifi cação do tipo de relações que existem, assim como de barreiras e limitações à coope-ração com a China, do ponto de vista dos empresários portugueses. Um terceiro contributo reside na criação de ferramentas que suportem a cooperação internacional, nomeadamente através da oferta de serviços a clusters e empresas.

Tipologia de relações com a China

Uma grande parte dos “clusters” portugueses apresenta experiência prévia na China, essen-cialmente no âmbito da exploração de novos mercados. Embora as oportunidades despoletem em diversos pontos geográfi cos do país, as regiões da China alvo de colaboração restringem-se a Xangai e Pequim, e, em poucos casos, a Guandong e Jiangsu.

Na perspetiva dos “clusters” portugueses, a participação em feiras internacionais e em mis-sões internacionais, assim como projetos de I&D internacionais são as formas indicadas como potenciadores da colaboração.

Relativamente às motivações de entrada na China, evidencia-se o acesso ao mercado chinês, e também a outros mercados asiáticos. A procura de mão de obra barata não surge como uma grande motivação na maioria dos “clusters”, com exceção do setor das TICE.

Pela análise do mercado efetuada, os clusters demonstram diferentes níveis de interesse na cooperação com a China.

Tabela 2. Interesse e motivações na cooperação com a China

Setor Nível de interesse

Porquê?

Pedral natural Muito elevado Mercado atrativo para a exportação de calcário e mármore

Agroindustrial Muito elevado Apetência do consumidor chinês por novos produtos alimentares

Moda Elevado Expandir negócio e estabelecimento de parcerias.

Energia Elevado Mercado em crescimento, com capital disponível.Apetência para tecnologias e serviços de energia (clean coal, renováveis)

Indústria fl orestal Moderado Mercado emergente com grande potencial

Petroquímica e refi nação Moderado Grandes grupos empresarias poderão envolver-se em investimentos na região.Poderá haver interesse em motivar empresas do setor na China em investir em Portugal.

TICE Reduzido Mercado pouco atrativo para as empresas nacionais.

Barreiras e limitações

Apesar do interesse, e do potencial, as relações Portugal-China não são fáceis, e várias são as barreiras que se levantam aos empresários portugueses.

Na sequência dos estudos levados a cabo pela SPI junto de empresários, é possível concluir que as principais barreiras às relações com a China são a burocracia, assim como a língua e aspetos culturais. O Estado português e os municípios poderão colaborar neste aspeto, desen-volvendo o conhecimento sobre a cultura chinesa e sobre como fazer negócios na China (e com a China), através de formação, programas de mobilidade (algumas iniciativas lançadas pela UE poderão repetir-se e ser lançadas a nível nacional) e apoiando visitas de PMEs.

As oportunidades são muitas e os empresários portugueses reconhecem um conjunto de fatores indispensáveis para o sucesso nas relações Portugal-China, nomeadamente ao nível da proteção dos Direitos de Propriedade Intelectual (DPI), confi ança e apoio fi nan-ceiro.

Proteção de DPI Quando se fala em cooperação com a China e com empresas chinesas, a defesa dos DPI é

um tema quente e que suscita preocupação. Denota-se, no entanto, que, por parte das em-presas do Ocidente, existe algum desconhecimento relativamente aos avanços neste campo nos últimos anos. Assim, um mapeamento das melhores práticas, em Portugal e na China, poderá ajudar nesta esfera. A UE- China IPR Helpdesk é uma fonte de informação e apoio a ter em conta.

Parceiros confi áveisA identifi cação de parceiros fi áveis é determinante. Trabalhar com um parceiro local tem

claramente vantagens, sendo necessária a identifi cação de um parceiro de confi ança. Dado o conhecimento limitado por parte de grande parte das PME, sugere-se o uso de empresas reconhecidas de consultoria que possam reduzir as assimetrias de informação e favorecer um matchmaking de sucesso.

O Governo português poderá criar fi nanciamento específi co para este serviço, eventual-mente, identifi cando, também, agentes reconhecidos e fi áveis.

China: um parcei SARA MEDINA E MARIANA FERNANDES Sociedade Portuguesa de Inovação

JOAQUIM BORGES GOUVEIA E CELESTE AMORIM VARUM Departamento de Economia, Gestão e Engª Industrial, Universidade de Aveiro

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

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Deverá ser desenvolvido um manual prático de como ‘fazer negócios na China”, assim como um para apoiar os chineses a operarem em Portugal e com empresas portuguesas.

Financiamento externoA internacionalização é reconhecidamente um processo que exige elevados recursos

fi nanceiros e persistência, assim como representa elevados riscos. As PME alocam fundos próprios para fi nanciar este esforço, mas estes são limitados, especialmente quando se trata de desenvolver relações com um mercado geografi camente distante e cujas relações demoram tempo a desenvolver-se. Por outro lado, é reconhecido que o mercado não funciona quando se trata de fi nanciamento de ações de internacionalização por parte de PME. Políticas ativas de promoção da internacionalização devem ser consideradas, criando-se linhas de fi nanciamento específi cas para estes casos.

Figura 2. Principais fatores de sucesso associados à colaboração com a China

Analisando a cooperação entre a China, Dinamarca, Alemanha, Espanha, França, Itália, Finlândia e Reino Unido, avançamos com um conjunto de melhores práticas em termos de formas de colaboração com a China:

Financiamento bilateral a programas de I&D conjuntos;Institutos de investigação e de transferência de tecnologia conjuntos;Grupos de trabalho conjuntos em setores específi cos;Organização conjunta de conferências e eventos;Visitas mútuas;Criação de escritórios de representantes locais.

A análise efetuada permite antever que a cooperação com a China, especifi camente entre empresas portuguesas e chinesas, só adquirirá alguma expressividade se forem ence-tadas ações coordenadas de promoção por parte de outros agentes. Neste sentido, e como exemplo, a SPI avançou com a criação de uma plataforma on-line (www.clusteralliance.net), uma ferramenta de matchmaking para as empresas portuguesas e chinesas. De facto, a informação aí disponibilizada permite a pesquisa de potenciais parceiros para o desen-volvimento de projectos, informação sobre concursos abertos à apresentação de candi-daturas, ofertas/pedidos de especialistas, de colaboração ou de apoio, acesso a biblioteca com estudos setoriais /documentos/informação, entre outros.

Figura 3. Principais funcionalidades da plataforma on-line.

Tendo por base o exposto, conclui-se que as relações com a China apresentam um enorme potencial. No entanto, as barreiras existentes poderão restringir e pôr em causa a expressivida-de das mesmas. Neste contexto, a coordenação de politicas e ações, assim como o suporte por parte de vários agentes públicos e privados tornam-se indispensáveis.

1 - http://www.euchinastf.eu/2 - http://www.demosgroup.com/EN-UK/pdf/EU-China-Managers-Exchange.pdf 3 - http://www.china-iprhelpdesk.eu

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

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O presidente da Associação Portuguesa de Cigarros Eletró-nicos (APECE), Tiago Machado, considera que “a tributação de 60 cêntimos por ml dos líquidos com nicotina para os cigarros ele-trónicos levará à rutura do setor”.

“Os cigarros eletrónicos não eram taxados de forma específi -ca e agora o Governo prevê uma tributação de um valor fi xo de

seis euros por produto dado que cada recipiente possui 10 ml. Atualmente, o preço fi nal varia entre 2,5 euros e seis euros, ou seja, o preço passa para o dobro ou três vezes mais. Em Espanha debate-se uma tributação de 0,05 euros por ml (cinco cênti-mos), um valor muito inferior ao que está a ser imposto pelo Orçamento de Estado para 2015 em Portugal, que é de 60 cênti-mos por ml”.

A APECE tem vindo a lutar

pela regulação do cigarro eletró-nico em Portugal e não entende “como se pode tributar algo que não está regulado”.

“Em Portugal, a grande ques-tão é que queremos ser regula-dos”. O presidente da APECE refere que não percebe “a animo-sidade em relação ao cigarro ele-trónico” e “que interesses se estão a proteger”.

A APECE tem 30 marcas asso-ciadas que representam 85% do mercado.

PRESIDENTE DA APECE ALERTA

Aumento da tributação nos cigarros eletrónicos levará à rutura do setor

ASSOCIATIVISMO

Setor metalúrgico e metalomecânico aumenta exportações O setor metalúrgico e metalomecânico exportou, no passado mês de julho, um total de 1306 milhões de euros, o que constituiu o mais elevado valor mensal de exportações desta indústria desde que há registos detalhados sobre o tema. Comparativamente a julho de 2013 verifi cou-se um aumento claro de 10,5% - o que supera o crescimento das exportações globais do país e da indústria transformadora nacional no mesmo período, respetivamente 1,4% e 4,5%.

20 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

Regulamentar o comércio do cigarro eletrónico permitirá zelar pelo cumpri-mento das regras das marcas associadas, afi rma com Tiago Machado.

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O primeiro -ministro Pedro Passos Coelho esteve presente na inauguração do espaço “ Famalicão Made In”, uma iniciativa do mu-nicípio de Vila Nova de Famalicão traduzi-da na criação de um Gabinete de Apoio ao Empreendedor, a qual vem na sequencia de outras ações desenvolvidas pela autarquia visando a valorização e a promoção da gené-tica empreendedora do concelho, a atração de novos investimentos e o apoio aos jovens empreendedores.

O espaço “Famalicão Made In” assumeconcretamente a missão de apoiar, informar eencaminhar quem deseja iniciar o seu próprionegócio proporcionando um atendimentopersonalizado quer em termos de aconselha-mento acerca dos diversos apoios técnicos efinanceiros disponíveis, quer no que se refereà divulgação das etapas necessárias para se ini-ciar o negócio. Pedro Passos Coelho apontouFamalicão como um exemplo para o país.

A.M.

Câmara Municipal de Famalicão inaugura Gabinete de Apoio ao Empreendedor

A inauguração do espaço “Famalicão Made In” contou com a presença de Pedro Passos Coelho.

Ordem dos EconomistasDelegação Regional Norte

SEMINÁRIONegócio Internacional

Riscos, meios de pagamento e financiamento

A contracção da economia e a desaceleração da procura no mercado interno português têm levado as empresas a fazer uma aposta forte na internacionalização; para além da vertente exportadora para os mercados tradicionais, há cada vez mais empresas a ex-plorar novos mercados.Mas negociar num mercado alargado, com entidades desconhecidas, envolve riscos que as empresas deverão acautelar.

- Identificar os vários riscos inerentes ao comércio internacional, com especial incidência no risco comercial. - Seleccionar o meio de pagamento internacional adequado a minimizar o risco do negó-cio. - Analisar diferentes formas de financiamento do negócio internacional.

Rosário Guimarães – licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra e pós-graduada em Estudos Europeus pela Universidade Católica. Percurso profissional de 25 anos na banca de empresas tendo sido, nos últimos anos, coordenadora de equipas de gestores dedicadas ao aconselhamento a empresas exportadoras, importadoras ou em processo de internacionalização.Oradora em seminários e conferências promovidos pela Eurofinance, AICEP e associa-ções empresariais.

Sede da DRN, Rua Dr. Ricardo Jorge 55, 3.º Dto., 4050-514 Porto.Data: 29 de Outubro de 2014, das 18h00 às 20h30.

A inscrição é obrigatória e deverá ser efectuada por telefone 222055670, ou pelo e-mail: [email protected] A inscrição só será válida após pagamento.

Membros da OE: J 15 Não Membros: J 30A serem pagos até ao dia 27 de Outubro por cheque dirigido à Ordem dos Economistas (envio ou entrega na DRN) ou por transferência bancária para:NIB 0036 0030 9910 1745 5340 7 (Ordem dos Economistas) com a indicação do número da cédula profissional ou nome próprio e apelido nas observações.

A realização do Seminário está condicionada a um número mínimo e máximo de partici-pantes, podendo a Ordem dos Economistas decidir o seu cancelamento até ao dia 28 de Outubro.

Membros da Ordem dos Economistas e não membros com interesse em conhecer soluções financeiras para a internacionalização das empresas.

Media partner:

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 21

Caminha constrói nova BibliotecaA empreitada da nova Biblioteca Municipal de Caminha já ar-rancou. Esta obra estruturante é comparticipada em 85% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). O investimento ascende a 917 mil euros. O município comparti-cipa em 15%. A obra deverá ficar concluída em junho do próximo ano.

Portugal acolhe assembleia geral da FEIA Federação Equestre Portuguesa (FEP) acolheu, nos dias 20 e 21 de outubro, a Assembleia Geral da European Equestrian Federation (EEF), que contou com a presença de cerca de 40 federações europeias. Nesta 5ª edição da Assembleia, estiveram ainda presentes os seis candi-datos à Presidência da Federation Equestre Internationale (FEI), que terá eleições na cidade de Baku, no Azerbaijão, já no próximo no mês de dezembro.

No passado dia 28.03.2014 foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia (JOUE) a Diretiva 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26.02.2014, relativa aos contratos públicos, a qual procedeu à revogação da Diretiva 2004/18/CE. A referida Diretiva entrou em vigor em 17.02.2014 e deverá encontrar-se transposta para os ordenamentos jurídicos dos Estados-membros até 18.04.2016.Com a nova Diretiva foi introduzido o Documento Único Europeu de Contratação Pública, que pretende simplificar um dos principais obstáculos que se colocam às pequenas e médias empresas (PME) no âmbito da sua participação nos concursos públicos. Ora, tais constrangimentos e dificuldades resultavam da elevada carga administrativa, decorrente da necessidade de apresentar um conjunto elevado de certificados e outros documentos relacionados com critérios de exclusão e seleção, o que levava muitas das vezes à exclusão das PME por falta dos documentos exigidos nos procedimentos concursais. O “novo” Documento Único Europeu de Contratação Pública é constituído por uma autodeclaração atualizada, que permitirá a simplificação em benefício das entidades adjudicantes, mas também dos operadores económicos, em especial das PME. Neste sentido, o Documento Único Europeu de Contratação Pública deverá fornecer informações acerca das entidades a cujas capacidades um operador económico recorre, para que a verificação das informações sobre essas entidades possa ser efetuada concomitantemente e nas mesmas condições que a verificação respeitante ao operador económico principal.Em consequência, a Diretiva 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, dispõe no art.º 59.º sobre o referido Documento Único Europeu de Contratação Pública. Nos termos do n.º 1, da identificada disposição legal, com a apresentação das proposta as entidades adjudicantes devem aceitar o Documento Único Europeu de Contratação Pública, o qual é constituído por uma declaração de honra atualizada, que constitui uma prova preliminar, em substituição dos certificados emitidos por autoridades públicas ou terceiros, a qual deverá confirmar que o operador económico (concorrente), não se encontra numa das situações de exclusão mencionadas no art.º 57.º da Diretiva, que cumpre com os critérios de seleção relevantes

estabelecidos no art.º 58.º da Diretiva e, se for o caso, que cumpre as regras e critérios objetivos estabelecidos no art.º 65.º da Diretiva.Em conformidade com a Diretiva, o Documento Único Europeu de Contratação Pública deverá ser fornecido exclusivamente em formato eletrónico, o qual será elaborado de acordo com um formulário-base, a ser estabelecido pela Comissão por meio de actos de execução. O Documento Único Europeu de Contratação Pública deverá identificar a autoridade pública ou o terceiro responsável pela emissão dos documentos comprovativos e incluir uma declaração formal segundo a qual o operador económico apresentará, a pedido, esses documentos comprovativos. Neste âmbito, a entidade adjudicante pode solicitar aos concorrentes a apresentação da totalidade ou parte dos documentos comprovativos, caso tal se mostre necessário para assegurar a correta tramitação do procedimento, sendo que antes da adjudicação do contrato deve exigir que o proponente apresente os documentos comprovativos atualizados, de acordo com o previsto no art.º 60.º e 62.º da Diretiva.Contudo, a Diretiva refere expressamente que os operadores económicos não são obrigados a entregar os referidos documentos quando a entidade adjudicante tiver possibilidade de obter diretamente os certificados ou as informações pertinentes numa base de dados nacional de acesso gratuito que qualquer Estado-membro, tais como um registo de contratos públicos nacionais, um ficheiro virtual da empresa, um sistema de armazenamento eletrónico de documentos ou um sistema de pré-qualificação.Saliente-se ainda que os operadores económicos podem voltar a utilizar o referido documento, desde que confirmem que as informações nele contido se mantêm corretas, bem como as entidades adjudicantes não podem voltar a exigir a apresentação da documentação comprovativa quando a referida entidade já tem na sua posse esses documentos.Em resumo, o “novo” Documento Único Europeu de Contratação Pública vem facilitar a participação das PME nos procedimentos de contratação pública, permitindo que a elevada taxa de exclusões por falta de documentos deixe de ocorrer, com evidente acréscimo da concorrência nos procedimentos de contratação público.

Documento Único Europeu de Contratação Pública

ZEFERINO FERREIRAAdvogadoAntónio Vilar, Luis Cameirão & [email protected]

CONTRATAÇÃO

PÚBLICA

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A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) aponta uma série de incongruências no Orçamento do Estado. Há verbas adicionais que estão por explicar, o ajustamento continua a ser feito pelo lado da receita e não há perspetivas para uma efetiva redução da despesa, como estava definido, referem os técnicos independentes de acompanhamento do orçamento no Parlamento.

A UTAO começa por alertar que estão por explicar cerca de 66 milhões de me-didas adicionais, tendo em conta o Do-cumento de Estratégia Orçamental. É um facto que o recurso a medidas pontuais foi reforçado, através do lançamento de novas concessões, no valor de 216 milhões de euros. “Na proposta orçamental para este ano, o Governo adicionou as concessões portuárias de Lisboa e a concessão da Si-lopor, as quais estavam previstas para este ano, mas transitam para o próximo.” Por explicar ficam os referidos 66 milhões de euros.

A entidade lança um outro alerta, desig-nadamente a elevada incerteza que se verifi-ca ao nível do panorama macroeconómico. Não é de colocar de parte a “intensificação das fragilidades nas condições de financia-mento.” E adianta: “O abrandamento do ritmo da economia mundial poderá ser um fator de risco, bem como as novas formas de contabilização.” Entretanto, a dívida pública representa outra preocupação não menos importante. Isto porque o limi-te previsto para o endividamento direto do Estado é de 8,6 mil milhões de euros. Acontece que se trata de um valor inferior às necessidades de financiamento previstas para o próximo exercício, na ordem dos 11 mil milhões de euros.”A utilização de de-pósitos desempenhará um papel importan-te no sentido de garantir um acréscimo de endividamento inferior ao limite imposto de 8,6 mil milhões de euros.”

Impossibilidade de aferir do grau de razoabilidade

Os avisos da UTAO não se ficam por aqui. Considera a unidade de apoio que não é possível aferir do grau de razoabili-

dade das poupanças inscritas em estudos, pareceres e outros trabalhos especializados e com tecnologias de informação, “tendo em conta as dotações de despesa orçamen-tadas nessas rubricas no orçamento do pró-ximo ano”. Ora, como adianta no seu co-municado, “uma das medidas de redução de despesa apresentadas para 2015 e com maior relevância para efeitos de consolida-ção orçamental encontra-se ao nível destas rubricas, estando previstas poupanças de 317 milhões de euros.”

O problema é que a despesa prevista em estudos, pareceres e outros trabalhos espe-cializados e com tecnologias de informa-ção, como referido anteriormente, acaba por ser superior ao orçamentado para este ano, pelo que os técnicos consideram “não ser possível a partir das dotações de despesa orçamentadas aferir do grau de razoabili-dade dessas poupanças”.

Também ao contrário do que estava previsto, a consolidação orçamental deixa de assentar no aumento da receita e na re-dução da despesa primária estrutural e as-sentará no aumento da receita, cancelado pelo aumento de igual dimensão da des-pesa primária estrutural. “A consolidação vai ficar abaixo do estabelecido no Tratado Orçamental e o saldo estrutural primário deverá permanecer inalterado no próximo ano.” Conclui a UTAO: “Baixando apenas uma décima e não cinco, de acordo com as regras europeias, o saldo primário estru-tural, que exclui os encargos com a dívida pública e a variação do ciclo económico, vai deslizar”.

DE ACORDO COM O ESTUDO DA UNIDADE INDEPENDENTE

UTAO aponta diversas inconsistênciasno Orçamento do Estado

FISCALIDADE

Orçamento do Estado esvaziado de notícias relevantesA principal notícia da Proposta de Lei do Orçamento do Estado é a ausência de notícias relevantes, lamenta o gabinete de advogados PLMJ. No entanto, faz notar o aumento significativo da carga fiscal em sede dos impostos especiais de consumo e outros impostos indiretos, com efeitos negativos previsíveis na economia. Os fiscalistas da PLMJ esperam, entretanto, que os partidos do arco da governação se entendam e assegurem a estabilidade do ordenamento fiscal, ao contrário do que tem sucedido no passado.

AGENDA FISCAL

OUTUBRO

Até ao dia 25

- Comunicação por transmissão eletrónica de dados dos elementos das faturas emiti-das no mês anterior pelas pessoas singula-res ou coletivas que tenham sede, estabe-lecimento, estável ou domicílio fiscal em território português e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA.

Até ao dia 31

- Entrega do pedido de restituição IVA pe-los sujeitos passivos cujo imposto suporta-do, no próprio ano, noutro Estado Membro ou país terceiro (neste caso em suporte de papel), quando o montante a reembolsar for superior a J 400 e respeitante a um período de três meses consecutivos.- Entrega da opção pelo regime de con-tabilidade de caixa em sede de IVA, caso pretenda a aplicação do regime a partir de 01 de janeiro do ano seguinte.

- Pagamento especial por conta – 2ª pres-tação do pagamento especial por conta de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC).

Liquidação, por transmissão electrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Circulação - IUC, relativo aos veículos cujo aniversário da matricula ocorra no presente mês.

NOVEMBRO

Até ao dia 10

- Entrega da Declaração Mensal de Re-munerações pelas entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujei-tos a IRS, bem como os que se encontrem excluídos de tributação, para comunicação daqueles rendimentos e respetivas reten-ções de imposto, das deduções efetuadas relativamente a contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e subsiste-mas legais de saúde e a quotizações sindi-cais, relativas ao mês anterior.

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relati-va às operações realizadas no mês de Se-tembro. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapi-tulativo, referente às transmissões intraco-munitárias isentas, efectuadas nesse mês.

TRIBUNAIS TRIBUTÁRIOS Proposta OE 2015 eleva alçada

Na proposta de Orçamento de Estado para 2015 está previsto que, a partir de Janeiro do próximo ano, a alçado dos tribunais tri-butários passe dos 1250 euros para 5000 euros. Esta alteração, que visa limitar o acesso ao tribunal e as pendências, a acontecer, significará que, a partir de 2015, os con-tribuintes que avancem com processos fiscais em tribunal de valor até cinco mil euros deixarão de poder recorrer das deci-sões dos tribunais tributários de primeira instância. Presentemente, o limite para recurso é de 1250 euros, mas a intenção do Governo é uniformizar a alçada dos tribunais tributá-rios com a dos administrativos, que já se encontra fixada nos 5000 euros.

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 23

Estão por explicar cerca de 66 milhões em medidas adicionais, tendo em conta o Documento de Estratégia Orçamental

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O crescimento e a recuperação económica passam não só pelas exportações mas também pela internacionalização das empresas e de uma maior exposição ao exterior. O mercado interno é exíguo e atravessa um longo ajustamento, o que tem obrigado as empresas portuguesas a virarem--se para outros mercados, exportando mais, efetuando investimento direto e constituindo estabelecimentos estáveis no exterior.A fiscalidade, nesta matéria, deve ser facilitadora e não um entrave aos negócios, ou seja, temos de ter, de uma vez por todas, normas fiscais competitivas e “investment friendly” não só para quem cá investe, mas também para os empresários nacionais que investem lá fora.Com a Lei da Reforma Fiscal do IRC houve uma alteração em relação à tributação dos estabelecimentos estáveis no exterior que vamos abordar neste artigo de opinião. Com a entrada em vigor da reforma do IRC, as empresas que tenham estabelecimentos estáveis no estrangeiro podem, por opção, não ser tributadas pelo lucro neles obtidos.Para que a empresa possa efetuar esta opção têm de se verificar, cumulativamente, determinados requisitos:

Os lucros imputáveis ao estabelecimento estável no estrangeiro estejam sujeitos e não isentos de um imposto referido no artigo 2.º da Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, ou de um imposto de natureza idêntica ou similar ao IRC cuja taxa legal aplicável a esses lucros não seja inferior a 60% da taxa do IRC;O estabelecimento estável não esteja localizado em país, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria;

Se esta opção for exercida, o lucro tributável da empresa deve refletir as operações com os respetivos estabelecimentos estáveis situados no estrangeiro e ser corrigido dos gastos correspondentes aos rendimentos imputáveis a esses estabelecimentos estáveis ou aos ativos a estes afetos, por forma a corresponder ao que seria obtido caso estes fossem empresas separadas e independentes.Significa isto que, se a empresa exercer esta opção; tem de expurgar, em termos fiscais, todas as operações (gastos e ativos) efetuadas nos estabelecimentos estáveis no estrangeiro.Exercida a opção, deixa, naturalmente, de se aplicar aos lucros e prejuízos imputáveis ao estabelecimento estável do estrangeiro o crédito por dupla tributação jurídica internacional.

Medidas antiabuso

Esta medida não é aplicável aos lucros imputáveis ao estabelecimento estável, até ao montante dos prejuízos imputáveis ao estabelecimento estável que concorreram para a determinação do lucro tributável do

sujeito passivo nos 12 períodos de tributação anteriores.O que se pretende aqui é facilitar os negócios rentáveis no estrangeiro e não permitir um planeamento fiscal abusivo.Se o estabelecimento estável se transformar em empresa de direito no país em que se encontra situado, a eliminação da dupla tributação não é aplicável aos lucros e reservas distribuídos por esta sociedade, nem às mais-valias decorrentes da transmissão onerosa das partes de capital ou da liquidação dessa sociedade, a eliminação da dupla tributação económica até ao montante dos prejuízos imputáveis ao estabelecimento estável que concorreram para a determinação do lucro tributável nos 12 períodos de tributação anteriores.

A opção

A opção deve abranger, pelo menos, todos os estabelecimentos estáveis situados na mesma jurisdição e ser mantida por um período mínimo de três anos, a contar da data em que se inicia a sua aplicação.A opção e a renúncia à sua aplicação devem ser comunicadas à Autoridade Tributária através do envio, por transmissão eletrónica de dados, de uma declaração de alterações até ao fim do 3.º mês do período de tributação em que se pretende iniciar ou cessar a respetiva aplicação.

A renúncia

Deixando de se aplicar este regime, foram igualmente estabelecidas medidas antiabuso:

Não concorrem para a determinação do lucro tributável da empresa os prejuízos imputáveis ao estabelecimento estável, até ao montante dos lucros imputáveis a esse estabelecimento que não concorreram para a determinação do lucro tributável da empresa nos 12 períodos de tributação anteriores;Em caso de transformação do estabelecimento estável em sociedade, não é aplicável aos lucros e reservas distribuídos por esta sociedade, nem às mais-valias decorrentes da transmissão onerosa das partes de capital ou da liquidação dessa sociedade, a eliminação da dupla tributação económica até ao montante dos prejuízos imputáveis ao estabelecimento estável que concorreram para a determinação do lucro tributável nos 12 períodos de tributação anteriores.

Esta medida é, certamente, bem-vinda pelos empresários, “pecando” pelo atraso, quando cada vez mais empresas enfrentam o dilema de “morrer ou internacionalizar-se”. É uma medida que irá beneficiar as empresas que possuam estabelecimentos estáveis lucrativos situados em países com elevada tributação sobre os lucros, a qual não seria eliminada a 100% aplicando-se o método do crédito de imposto.

Estabelecimentos estáveis no estrangeiro

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Rendimentos obtidos por entidade sem sede ou direção efetiva em Portugal estão sujeitos a tributação em território nacional

Os rendimentos provenientes de prestação de serviços, quando obtidos por entidades não residentes, e pagos por sujeito passivo português são considerados rendimentos obtidos em território nacional e, como tal, estão aqui sujeitos a tributação, exceção para prestações de serviços relativas a transportes, comunicações e atividades financeiras.

Determinada empresa pretende adquirir serviços de consultoria em marketing a uma empresa sediada em Cabo Verde. Existe obrigatoriedade de efetuar retenção na fonte aos pagamentos a fazer ao fornecedor? Em caso afirmativo, qual a percentagem? Caso contrário, quais os procedimentos que o cliente deverá adotar para não ser obrigado a efetuar retenção na fonte?

Os nossos códigos fiscais (IRS e IRC), através da regra da territorialidade, patente no nº 2 do artigo 15º do Código do IRS e nº 2 do artigo 4º do Código do IRC, determinam que estão sujeitos a tributação em território nacional os rendimentos aqui obtidos por entidade (pessoa singular ou pessoa coletiva) que não tenha sede nem direção efetiva em território português.A expressão «(…) rendimentos obtidos em território português (…)» é esclarecida pelo nº 1 do artigo 18º do Código do IRS e nº 3 do artigo 4º do Código do IRC, normas que enumeram as diversas situações que se consideram rendimentos obtidos em território nacional.Numa leitura da alínea f) do nº 1 do artigo 18º do Código do IRS e da subalínea 7) da alínea c) do nº 3 do artigo 4º do Código do IRC, verificamos que os rendimentos provenientes de prestação de serviços, quando obtidos por entidades não residentes, e pagos por sujeito passivo português se consideram rendimentos obtidos em território nacional e, como tal, estão aqui sujeitos a tributação, exceção para prestações de serviços relativas a transportes, comunicações e atividades financeiras.Contudo, no nº 4 do artigo 4º do Código do IRC (aplicável também em sede de IRS por força da remissão prevista no nº 3 do artigo 18º do Código do IRS), temos uma não sujeição. Isto é, afasta-se da sujeição anteriormente referida determinado tipo de prestação de serviços.Esta norma possui grande subjetividade pelo que terá que ser analisada com a devida cautela pontualmente, isto é, face à situação concreta que se nos depara. A respeito da aplicação do nº 4 do art. 4º do Código do IRC sugerimos leitura do parecer vinculativo despacho de 26 de julho de 2002 - Proc. 1 112/1998, que nos permite ter conhecimento do raciocínio adotado pela Administração Tributária acerca desta problemática.O rendimento proveniente de prestações de serviços, quando pago por sujeito passivo português a entidade não residente, é tributado mediante retenção na fonte a título definitivo, conforme resulta da conjugação da alínea g) do nº 1 e do nº 3, ambos do artigo 94º do Código do IRC. A taxa a aplicar é de 25 por cento, conforme disposto na alínea a) do nº 4 do artigo 71º do Código do IRS e no corpo do nº 4 do artigo 87º do Código do IRC.Não obstante a legislação nacional impor a tributação do rendimento em causa, importa sempre, quando estamos perante transações internacionais, aferir a existência, ou não, de acordo internacional. O artigo 18º do Decreto-Lei nº 42/91, de 22 de janeiro, e

o artigo 98º do Código do IRC referem-se, quanto à dispensa de efetuar retenção na fonte (ou efetuá-la a taxa reduzida), aquando do pagamento de determinado rendimento a entidade não residente quando tal resulte de acordo internacional.Pela Resolução da Assembleia da República nº 63/2000, de 12 de julho, foi aprovada a Convenção entre a República de Cabo Verde e a República Portuguesa para evitar a dupla tributação em matéria de impostos sobre o rendimento e prevenir a evasão fiscal. O artigo 7º deste acordo internacional, que se refere quanto ao rendimento proveniente da prestação de serviços, confere legitimidade exclusiva ao Estado de residência do beneficiário do rendimento para tributar. Neste caso, Portugal, enquanto Estado da fonte do rendimento, não poderá, face ao disposto no acordo internacional, proceder à tributação desse rendimento. Raciocínio idêntico se encontra no artigo 14º do acordo internacional quando estamos perante profissionais independentes.Naturalmente que o acordo bilateral necessita de ser ativado, o que, no caso português, ocorre com a entrega do formulário 21-RFI. Assim, sempre que o sujeito passivo português, enquanto entidade pagadora de rendimentos a entidades não residentes (pessoas singulares ou pessoas coletivas) que queiram acionar a convenção, esteja na posse do formulário 21-RFI, deverá agir conforme o disposto na convenção em causa para os rendimentos obtidos.Referimos o disposto no Decreto-Lei nº 81/2003, de 23 de abril, pois este diploma veio estabelecer a obrigatoriedade de as entidades residentes em território português que se encontrem obrigadas a proceder à retenção na fonte a título definitivo, aquando do pagamento a entidades não residentes, procederem à inscrição dessas entidades para efeitos de atribuição de número de identificação fiscal.Posteriormente, assiste à entidade residente em território nacional a obrigatoriedade de entrega da declaração modelo 30 (aprovada pela Portaria nº 438/2004, de 30 de abril), até ao fim do segundo mês seguinte ao do pagamento ou colocação à disposição dos respetivos beneficiários, em conformidade com o disposto na alínea a) do nº 7 do artigo 119º do Código do IRS, por remissão do artigo 128º do Código do IRC.Por último, a referência ao disposto no artigo 129º do Código do IRS: «(…) não se podem realizar transferências para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a IRS obtidos em território português por sujeitos passivos não residentes sem que se mostre pago ou assegurado o imposto que for devido (…).» Norma equivalente, em sede de IRC, no nº 1 do artigo 132º do Código do IRC.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNI-

COS OFICIAIS DE CONTAS

TEXTOS REDIGIDOS AO ABRIGO DO NOVO ACORDO

AT determina nova aplicação da declaração mensal de remuneraçõesNa sequência da entrada em vigor da Declaração Mensal de Remunerações, foram reportadas pelas entidades pagadoras de rendimentos do trabalho dependente algumas dificuldades no seu preen-chimento. A mais frequente prende-se com a impossibilidade de inserção de valores negativos. A Autoridade Tributária e Aduaneira determinou a disponibilização de um novo formato de ficheiro, bem como uma nova versão da aplicação da DMR que permita a inserção de valores negativos.

Bastonário da OTOC acusa Governo de “despudor”A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) tem estado na linha da frente nas crí-ticas ao Orçamento do Estado. Aliás, muitos parceiros sociais, ordens e associações não têm poupado o Governo relativamente àquele documento. Domingues de Azevedo, bastonário da OTOC, acusa o Executivo de despudor por beneficiar as empresas, ao mesmo tempo que continua a penalizar o rendimento do trabalho. Em causa está a anunciada redução do IRC de 23% para 21%, quando o IRS e o IVA não sofrem quaisquer alterações.

JOÃO ANTUNESCONSULTOR DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

FISCALIDADE

24 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

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A IT People, empresa portuguesa que presta serviços nas áreas de desenvolvimento aplicacional, bases de dados e integração de tecnologias, está a avançar fortemente para o mercado brasileiro. Para já no Rio Grande do Sul, mas também em São Paulo e Rio de Janeiro.SUSANA MARVÃ[email protected]

Vida Económica – Estão muito focados na internacionalização, nomeadamente no Brasil. Neste momento, que tipo de presença têm naquele país? Ainda es-tão na fase de participação em feiras e prospeção de mercado para encontrar os paceiros ideias ou já há algum tipo de negócio mais específico?

Eduardo Vieitas – A IT People continua a participar em vários eventos no Brasil. Já identificamos um parceiro para Rio Gran-de do Sul, que preenche todos os requisi-tos que achamos serem os necessários para trabalharem connosco. Temos também em vista outros parceiros, nomeadamente para São Paulo e Rio de Janeiro, mas estamos ainda à procura de mais parceiros nestas áreas específicas. Temos também em pers-petiva vários negócios, mas por motivos contratuais, não podemos revelar. Resu-mindo, tem sido uma excelente aventura, na qual temos investido bastante, e para a qual esperamos colher agora os frutos

VE – Mas estamos a falar de que tipo de negócio?

EV – Como referimos acima, não pode-mos revelar por motivos contratuais. Pode-mos dizer, no entanto, que estão relaciona-dos com a nossa área de atuação mobile, de realidade aumentada e de inovação.

VE – O que mais privilegiam num par-ceiro?

EV – Procuramos empresas que atuem na área digital. Alguém que consiga olhar para as nossas soluções e utilizá-las para se valorizar no mercado brasileiro. Não esta-mos à procura de um simples integrador. Queremos sim alguém que sinta que a IT People vai trazer mais-valias às soluções que já têm, pois apenas assim esta parceria tem sentido.

Encontrar parceiro certo é complicado

VE – O que tem sido mais difícil nesta aventura em terreno brasileiro?

EV – A identificação do parceiro certo é

o fator que está a ser mais difícil. Queremos trabalhar com empresas que olhem para nós como um valor acrescentado, como referi-mos acima, e que tenham vontade de fazer algo de inovador. Temos registado uma grande boa vontade por parte dos parcei-ros, mas rapidamente essa vontade parece desaparecer por falta de dedicação e investi-mento. É uma luta que tem sido dura, mas que aparentemente está a dar os seus frutos. Preferimos levar o nosso tempo a escolher o parceiro, mas escolhê-lo bem.

VE – Quais os objetivos em concreto para o mercado sul-americano e mais especificamente para o Brasil?

EV – O mercado brasileiro, devido so-bretudo à sua dimensão, é muito interes-sante para nós. É um mercado muito cria-tivo e recetivo à inovação e ao nosso tipo de soluções. O nosso objetivo numa fase inicial é fazer joint-ventures com empresas brasileiras, e fazer depois uma análise num período máximo de três anos para verificar a importância do negócio e do mercado. Se tudo correr de acordo com o planeado, pensamos ter, dentro de três anos, uma presença física da IT People no mercado brasileiro.

Espanha, Dinamarca e Suíça já também mercados

VE – Na Europa, neste momento, ape-nas estão presentes em Portugal?

EV – Na Europa, possuímos negócios já com Espanha, e estamos a acompanhar ne-gócios na Dinamarca e na Suíça. São estesos três mercados que temos como enfoqueno momento. Mas temos também contac-tos com outros mercados.

VE – Esta é vossa primeira real experi-ência de internacionalização?

EV – Sim, Brasil é a experiência de in-ternacionalização mais forte que temos demomento. No entanto, como apontámos acima, também estamos com os olhos pos-tos noutros mercados europeus. Também temos negócios com Angola, para onde jádesenvolvemos soluções.

VE – O que acreditam trazer de novo ao mercado? Quais as vossas mais--valias? O que vos distingue da restanteconcorrência?

EV – Claramente o fator inovação. Toda a vertente de inovação que temos trazidoatravés das nossas soluções para o negócio do cliente tem feito com que o mercado olhe para as suas marcas de uma forma dife-rente e mais interativa. Outros dos pontosque nos diferenciam da nossa concorrência é o facto de os nossos clientes conseguirem analisar analiticamente os resultados da sua campanha, sabendo dados importan-tes como o número de vezes que foi vista cada imagem ou mensagem, quando, onde e a que horas foi vista, e através de cada dispositivo, entre outros indicadores. Estes são fatores cruciais na hora de avaliar umacampanha e de planear outras ações.

VE – Até agora, em 2014, que área mais tem contribuído para o vosso volu-me de negócios?

EV – Foi claramente a área mobile. Tem sido a que tem crescido mais este ano, sen-do também aquela que nos oferece uma maior visibilidade.

VE – Quais as vossas expectativas atéao final do ano e como acreditam ir ser 2015? As empresas já voltaram a inves-tir em TI ou ainda assistimos a um siste-mático adiar desse investimento?

EV – Temos sentido uma retoma no negócio e no investimento em Portugal. Perspetivamos que o ultimo trimestre do ano seja muito bom a nível de resultados, pois temos vários projetos fechados, osquais vamos ter de desenvolver até o fim do ano. Temos também outros pedidos demercados externos, do mercado europeu,o que vai tornar o nosso último trimestredo ano e o arranque de 2015 muito inte-ressante.

EMPRESA QUE PRESTA SERVIÇOS NAS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO APLICACIONAL, BASES DE DADOS E INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS

Dimensão do mercado brasileiroatrai portuguesa IT People

Eduardo Vieitas, CEO da IT People.

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 25

Carnegie Mellon investe 5,2 milhões de eurosem iniciativas de investigação Com as primeiras seis Iniciativas Empreendedoras de Investigação (ERI) em curso, o Progra-ma Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal) abriu um novo concurso para financiamentode projetos. Estão disponíveis cerca de 5,2 milhões de euros, para financiar pela via competi-tiva um conjunto de quatro a sete ERI.

Temos sentido uma retoma no negócio e no investimento em Portugal. Perspetivamos que o ultimo trimestre do ano seja muito bom a nível de resultados, pois temos vários projetos fechados, os quais vamos ter de desenvolver até o fim do ano

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Estamos a viver uma nova revolução tecnológica, defendeu Hans Vestberg, presidente e CEO da Ericsson, na “Futurecom 2014”, um dos maiores eventos da indústria das TIC da América Latina que decorreu na passada semana em São Paulo, no Brasil. Uma revolução que vai catapultar os atuais 7,1 mil milhões de pessoas com subscrições móveis para os 9,1 mil milhões em 2019. Mais do que o número de pessoas que existe em todo o mundo…SUSANA MARVÃO, EM SÃO [email protected]

“Só vos posso dizer que a velocidade que atingimos hoje é muito lenta. Vai aumentar muito nos próximos anos!”, disse Hans Vestberg à plateia que enchia uma das salas de conferência do Transa-merica Expo Center, em São Paulo, onde decorreu a edição deste ano da “Future-com”, um dos maiores eventos das TIC da América Latina. “Vamos mais do que dobrar o número de pessoas com acesso à internet nos próximos cinco anos e isto vai criar todo um mundo diferente. Vai impactar as pessoas, as indústrias e vai transformar a própria sociedade”. Ou seja, estaremos perante a verdadeira so-ciedade conectada, diz o executivo. Uma sociedade e um mundo onde a Ericsson insiste em estar presente.

Hoje, a empresa sueca é responsável pelo registo de mais de 35 mil patentes e mais de 25 mil trabalhadores dedicados apenas à investigação e desenvolvimen-to (num universo de 114 mil funcioná-rios). Aliás, em I&D, a Ericsson faz um investimento anual de cinco mil milhões de dólares norte-americanos, sendo que em 2013 faturou qualquer coisa como 35 mil milhões de dólares.

”Se uma empresa quer sobreviver 138 anos, tem de ter diferentes produtos, diferentes mercados e diferentes estraté-gias. A base de receitas mudou. Os te-lemóveis já nem sequer existem mais”. O negócio tem vindo efetivamente a mudar para empresas como a Ericsson. Basta vermos que, em 1999, 73% do negócio da empresa sueca advinha do hardware e 27% dos serviços e software. Hoje, apenas 34% desse mesmo negócio é hardware, sendo os restantes 66% ser-viços e software. “No último ano com-prámos várias empresas pata nos ajustar-mos e esta transformação vai continuar a ocorrer nos próximos anos”.

O executivo, que falou em português, assume que a própria indústria se está a reinventar e que a imaginação é o limite da sociedade conectada. Uma sociedade onde a Internet das Coisas vai, com toda a certeza, desempenhar papel de desta-que. “A sociedade conectada está aqui! Vai transformar a vida dos usuários e a

forma como diversas indústrias vão usar a tecnologia”.

Ninguém sabe o potencial da Internet das Coisas

O tempo em que eram apenas as pes-soas a estarem conectadas à internet chegou ao fim. Hoje, as coisas, todas as coisas, têm potencial para estarem inter-ligadas. Muitas já estão, outras vão estar. Conectadas num mundo que comunica entre si. Um mundo obrigatoriamente mais eficiente. Um mundo definitiva-mente com menos privacidade. Na Fu-turecom, Ministério das Comunicações, Qualcomm, TIM Brasil, Telefônica Vivo, Huawei, Ericsson, Alcatel-Lucent e HITSS debateram todas estas ques-tões. E chegaram à conclusão que nin-guém sabe o potencial da Internet das Coisas.

Facto: a Internet das Coisas vai, uma vez mais, mudar a sociedade. E as indús-trias. Em 2020, prevê-se que cerca de 26 mil milhões de dispositivos estejam conectados à internet e ganhem capaci-dades de comunicação. E, como salien-tou Antonio Augusto Firmato Glória, da Alcatel-Lucent, ninguém realmente

sabe quais as novas aplicações que estão a ser criadas. “O potencial é imenso”, re-feriu o responsável num painel dedicado a esta temática. “Não fazemos realmente ideia do que está a ser criado nas univer-sidades, nas garagens, simplesmente não temos ideia. O melhor definitivamente ainda está por vir”, garantiu.

E apesar de já haver diversas iniciati-vas a potenciarem e materializarem este conceito, Roberto Piazza, da Telefônica Vivo, admite que só agora estamos a entrar numa fase de crescimento. Um dos setores que mais têm contribuído para este crescimento tem sido, no en-tender deste responsável, os operadores de cartões de crédito, que têm desenvol-vido interessantes iniciativas de M2M (machine-to-machine, ou máquina para máquina). Ou a indústria automóvel e o setor de gestão de frotas e até a cadeia de distribuição.

João Yazlle, da Ericsson, esclareceu no debate que já desde 2010 que a em-presa sueca fala no conceito de Internet das Coisas. E deu como exemplo mais recente o de São José dos Campos, no Brasil, e o seu projeto de segurança que culminou na redução da criminalidade de 12 para 9 crimes por cada 100 mil

“FUTURECOM 2014”, EM SÃO PAULO, BRASIL

Conectividade é o com

TECNOLIGIAS

26 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

“A escova de dentes vai- -nos dizer que problemas temos na boca e se se passa alguma coisa com a nossa alimentação. A roupa vai--se adaptar à temperatura do ambiente. Vamos poder ouvir e ver a quilómetros de distância. E os carros vão andar sozinhos para que o condutor possa descansar.”

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bustível do progresso

habitantes. “Há muita coisa feita lá fora. Mas o Brasil já tem excelentes exem-plos”, reiterou.

Mas o que realmente falta para que o conceito de Internet das Coisas se de-senvolva? No entender de Leonardo Ca-pdeville, da TIM Brasil, um dos fatores que poderá impulsionar esta questão é a infraestrutura partilhada. “Já está a acontecer, mas tem de ser muito mais. Para isso é necessária regulamentação e não uma lei para cada cidade, que é o que atualmente está a acontecer no Bra-sil. Uma legislação flexível”.

Rodrigo Zerbone Loureiro, da Anatel, a entidade que regula o setor das comu-nicações do Brasil, acrescenta que este mercado tem um potencial enorme, que não pode ser visto apenas como opor-tunidade de negócio nas também como um potenciador de produtividade em meios, por exemplo, como o agrícola. “Quando a Anatel faz a expansão através dos leilões não está pensando nas cha-madas que o fazendeiro vai fazer para falar com os seus clientes.

Obviamente que a montante de tudo isto temos as questões relacionadas com a privacidade. Questões fundamentais para o crescimento do próprio mercado.

“Se hoje já debatemos isto, imaginemos agora quando tivermos todos conecta-dos a tudo. Quando estivermos ligados a equipamentos com dados que podem sem acedidos, violados e comercializa-dos”, alerta Rodrigo Zerbone Loureiro.

Mas estaremos perante um verdadeiro e sem precedentes Big Brother? Mário Rachid, da HITSS, compara esta nova fase com a introdução, em 1995, da própria internet. “O principal impacto é mesmo o social, o impacto que tem na privacidade ou, neste caso, na falta dela”.

Até porque, digamos, o cenário im-põe respeito. Até 2020 estima-se que cada pessoa esteja ligada a sete interfa-ces. “Imaginem esses sete equipamen-tos a estarem ligados e terem acesso e registarem o que comemos, como está a nossa saúde… isto precisa ser aceite pelas pessoas e pelas empresas que vão ter acesso a esses dados de uma forma muito clara. Reparem que ainda estamos no início…”

John Xiong Yihui, da Huawei, não podia ter sido mais claro na sua apresen-tação: a Internet das Coisas é mais uma revolução, não só tecnológica como na sociedade. “A escova de dentes vai-nos dizer que problemas temos na boca. E se se passa alguma coisa com a nossa alimentação. A roupa vai-se adaptar à temperatura do ambiente e fornecer--nos a quantidade exata de calor que precisamos. Vamos poder ouvir e ver a quilómetros de distância. E os carros vão andar sozinhos para que o condutor possa descansar. No futuro, vamos ser X-MEN!”, ilustrou John Xiong Yihui. “É esta a beleza da tecnologia. A socie-dade quer eficiência e com as máquinas a comunicarem entre si vai haver, com toda a certeza, mais eficiência”.

Obviamente que, aqui, em todos es-tes cenários, o Big Data toma um papel principal. Aliás, para John Xiong Yihui, o Big Data vai acumular o poder da In-ternet das Coisas. “Não vamos ter priva-cidade”, elucidou o executivo. “Há que saber usar a informação, há que haver uma regulamentação muito forte para garantir que essa informação, que agora é muito mais facilmente acedida, não é usada de forma errada”.

Obviamente que, em todo este mundo no qual tudo está ligado a tudo e a to-dos, a infraestrutura que está a sustentar estas comunicações têm de ser imensas. Sobretudo a área de mobile, pelo que o 5G está a ser altamente debatido.

Aliás, Rafael Steinhauser, da Qual-comm, que trouxe para o palco um robô inteligente e com capacidade para apren-der, disse mesmo que, se o 4G seria a quantidade, o 5G será a qualidade e fia-bilidade para que as indústrias comecem a abraçar e a desenvolver este conceito.

Telecomunicações: um mundo de receitas em transição

A indústria das telecomunicações é, muito provavelmente, uma das mais dinâmicas em termos de alteração de fonte de receitas que parecem estar em constante mutação. Basta vermos, hoje, o peso que os dados móveis começam a ter cada vez mais nas receitas das empre-sas telco. Rodrigo Abreu, presidente da

TIM, explicou na Futurecom 2014 que muitas vezes as mudanças de tecnologia advêm também das mudanças de com-portamento dos próprios consumidores.

O exemplo não podia ter vindo mais “de dentro”. Rodrigo Abreu, que des-de março de 2013 assume a cadeira da presidência da TIM Brasil, resolveu ver como é que a filha, que estuda em Nova Iorque, faz a gestão do seu plafond mó-vel. E a 18 dias do final do mês, ela já tinha consumido 1,47 dos 2 GB que o seu tarifário lhe permite. Estava em “apuros”, portanto. Contudo, apenas ti-nha enviado 32 das suas ilimitadas sms. E feito… zero minutos de conversação! “Na prática, ela não me liga. Sou eu que tenho de ligar”, gracejou o presidente.

Mas isto só revela o comportamento da nova geração de consumidores e que nos dará uma visão do que será o futuro. “Es-tes são os novos usuários. Que estarão à frente das empresas”, explanou Rodrigo Abreu. “Atualmente, a voz já não é mais do que uma oferta dentro de um pacote de serviços”, garantiu. Os números são, de resto, impressionantes. Em janeiro de 2014, o consumo de dados por usuário estava nos 350 MB. Em agosto, estava em 900. Quase triplicou em meio ano…

Mas então qual o obrigatoriamente novo papel das operadoras de Telecom? Imaginemos uma pirâmide. Uma pi-râmide na qual a base é, obviamente, composta pela infraestrutura, depois um novo layer de serviços de conetividade, outro de serviços de comunicação, um novo patamar com serviços adjacentes, mais um ainda com plataformas e no topo da pirâmide as apps e os conteú-dos. Um espaço onde obviamente as OTT (over-the-top) estão fortemente posicionadas.

Rodrigo Abreu defende que “as opera-doras não têm de ser as donas do topo da pirâmide”. Até porque, e isto parece ser consensual à indústria, a infraestru-tura não pode ser descuidada. “E isto tem acontecido nos últimos anos. Te-mos descuidado essa infraestrutura. E é aqui onde está a principal questão: sem infraestrutura nada acontece”.

O executivo diz ser importante que as telco estejam presentes em todas as camadas da pirâmide mas volta a enfati-zar a necessidade de garantir que a base

dessa mesma pirâmide esteja a ter inves-timento.

Na sua palestra, Rodrigo Abreu “ata-cou” ainda o tema da regulação, fun-damentando que os frameworks regu-latórios são críticos. “Cuidado com os serviços que você não paga porque aí você não é o cliente. É o produto”.

Mobilidade ganha relevo no mundo das TIC

A contribuição do setor das Tecnolo-gias da Informação e Comunicação para a transformação da sociedade é tão gran-de que acaba por ser complicado medire ter noção do seu impacto. E, dentro das TIC, a mobilidade ganha, cada vez mais, um papel de destaque. Um papel debatido pela Ericsson, Unify, Telefô-nica Vivo, Nokia, Anatel, Qualcomm e pela Huawei no último dia da “Future-com 2014” que decorreu em São Paulo.

É que, se o papel das TIC dentro da sociedade é imenso, o papel da mobili-dade dentro dessas mesmas TIC não é menor. Um desafio a que as operadorastêm vindo a responder com a criação de redes “superpotentes de 3G”, como disse na palestra Paulo Cesar Teixeira, da Tele-fônica Vivo. “A cobertura para a rede de dados tem vindo a ser aumentada. Ou-tro meio que temos encontrado para nosajustarmos a esta demanda por dados é a criação de pacotes pré-pagos que têm vindo a crescer dentro do negócio”.

No entanto, a grande questão associa-da a todas estas questões é o modelo desustentabilidade, diz Divino Sebastião,da Algar Technologies. “Temos de teruma solução para o crescimento expo-nencial de dados. Os dados sobem, mas as receitas não. Há que encontrar mode-los sustentáveis”.

Reinaldo Opice, da Unify, ressalvou na palestra o facto de a mobilidade estar entrosada quer no universo pessoal quer empresarial, pelo que as organizaçõesdevem estar preparadas para que os seusfuncionários usem as redes sociais para comunicar com os parceiros de negócios e com os colegas.

A realidade é que, hoje, o telemóvel é já o primeiro ecrã para muitos dos usuários. “É uma indústria muito pode-rosa. Temos 7 mil milhões de conexões móveis, o que quer dizer mais ou menos3,5 mil milhões de pessoas ligadas. Ou seja, metade do número de pessoas do mundo. Isto só quer dizer que há ainda um potencial de crescimento imenso. E destes, só 40% usam banda larga, outraoportunidade. Se juntarmos a tudo istoconceitos como Internet das Coisas…”.

John Xiong Yihui, da Huawei, voltou a ressalvar o poder que as TIC têm e vãocontinuar a ter na sociedade, acrescen-tando que as pessoas se libertaram dos fios, pelo que a mobilidade tem de seroutra forte aposta de todos os players. “A mobilidade e a internet vieram mudar asociedade”, disse na palestra. “Hoje as pessoas conhecem-se pela internet. Ali-ás, prevê-se que daqui a 10 anos 34% das pessoas se casem com pessoas queconheceram no mundo virtual”. Uma coisa é certa para John Xiong: que tudoisto tem grande potencial, tem. “Mas não sei qual. É imprevisível”.

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 27

O tempo em que eram apenas as pessoas a estarem conectadas à internet chegou ao fim. Hoje, as coisas, todas as coisas, têm potencial para estarem interligadas. Muitas já estão, outras vão estar.

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TECNOLOGIAS

28 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

Outsourcing de impressão assume papel cada vez mais relevanteCada vez mais as empresas

procuram serviços que simplifi quem os seus processos e procedimentos internos. Necessitam de aceder a documentos a partir de qualquer local, de poupar tempo, recursos e, acima de tudo, eliminar preocupações com custos extra como os que estão associados à logística, consumíveis, serviços técnicos, entre outros.

Os atuais programas de gestão de impressão permitem identifi car os custos com a impressão e o impacto dos mesmos dentro das empresas. Os softwares de controlo e gestão do parque de impressão facilitam a otimização de recursos, o aumento da produtividade e a

redução de custos, bem como a aplicação de medidas pró-ativas que fomentam a gestão efi caz dos equipamentos em toda a organização.

Este é um mercado que atravessa atualmente grandes desafi os. É necessário investir em projetos como a impressão segura, em melhores estratégias para gestão de impressão e no lançamento tecnológico de produtos pioneiros e inovadores, pensados de forma a contribuírem para o crescimento tecnológico do mercado. Essencialmente, as organizações procuram soluções completas que lhes permitam otimizar e gerir processos de forma fl exível, com tecnologias avançada e níveis

de serviço personalizados, uma vez que os recursos são cada vez mais limitados e a resposta tem forçosamente que ser cada vez mais efi caz.

Dentro do sector de gestão de impressão, existem programas capazes de avaliar individualmente as necessidades atuais e futuras de cada organização, o que resulta na oferta de melhores soluções e da recomendação de equipamentos e planos adequados às necessidades de impressão de cada empresa.

Os dados atuais permitem-nos observar que Portugal e Espanha estão entre os países com maior número de equipamentos instalados em custo por página. Não só em Portugal, mas também

a nível Ibérico, a procura por produtos de valor acrescido, com novas tecnologias integradas e adaptadas às necessidades específi cas de cada organização, assim como a tendência para a adoção de serviços de outsourcing de impressão, tem crescido cerca de 20% ao ano.

Contudo, e devido à atual conjetura de crise económica, este aumento não surpreende, uma vez que estes programas estão destinados a uma efi caz gestão da impressão, um fator crucial para as empresas e que lhes permite encontrar produtos de valor acrescido com novas tecnologias integradas e adaptadas às suas necessidades, assegurando-lhes maior rentabilidade.

TIAGO CALDASSales ManagerOKI Europe Limited, Sucursal em Portugal

SIBS apresenta serviço português de pagamentos mobile

A empresa SIBS apresentou no e-Show, fórum de Economia Digital, o seu mais recente servi-ço MB Way, através do qual os portugueses poderão efetuar pa-gamentos e transferências instan-tâneas via smartphone ou tablet.

O MB Way é o refl exo do boom da mobilidade e pretende adap-tar os processos de pagamento à consequente hibridização da ex-periência de compra – on store, off store, on the move, online.

Nos dias correntes, o consumi-dor pode efetuar compras mesmo quando se encontra dentro da própria loja, procedendo ao res-petivo pagamento através de um tablet ou smartphone.

Teresa Mesquita, diretora de gestão de produto da SIBS For-dward Payment Solutions – sub-sidiária da SIBS direcionada para a área dos pagamentos eletróni-cos – admite que os pagamentos online são um derivado direto da crescente e cada vez mais sólida economia digital, acrescentando que os portugueses, de acordo com um estudo ao consumidor realizado em parceira com a Da-tamonitor, quando se encontram perante a escolha do pagamento, dão primazia, decrescentemente, ao conforto, à segurança e à con-veniência.

Estas tendências, apesar de se assemelharem às registadas na Europa, não deixam de apresen-tar discrepâncias. Ao passo que os portugueses dão prioridade à se-gurança do pagamento em detri-mento da conveniência, a popu-lação europeia em geral considera que primeiro vem a conveniência, seguida, então, pela segurança.

O MB Way possibilita que o utilizador efetue uma compra ou uma transferência instantânea mediante a mera introdução do número de telemóvel ou do en-dereço de correio eletrónico num smartphone ou num tablet. A se-gurança deste serviço é salvaguar-dada, visto que o consumidor não tem que partilhar os seus da-dos bancários com o comerciante nem com o destinatário da trans-ferência. Para que qualquer uma das operações possa ser concreti-zada, o utilizador tem que as au-tenticar com a introdução de um código PIN, e limitar o montante máximo diário.

O destinatário da transferência instantânea só poderá ter acesso ao dinheiro se estiver na posse de uma conta bancária associada ao MB Way.

De acordo com a SIBS, o novo serviço é facilmente integrado nos sistemas que os comerciantes hoje utilizam. O projeto-piloto começará ainda em outubro, e será estendido, progressivamente, aos clientes das entidades bancá-rias aderentes através de convite.

Este serviço deverá ser introdu-zido no mercado de massas em abril do próximo ano, e – pelo menos numa fase inicial – estará disponível para os sistemas opera-tivos Android e iOS.

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A LOGO tem como meta para 2015 chegar ao segundo lugar do “ranking” das seguradoras diretas. A companhia da Tranquilidade (grupo Novo Banco) tem cerca de 20% daquele mercado, ocupando o terceiro lugar, muito perto da empresa no segundo posto, a Direct. A líder de mercado é a OK Teleseguro. “Alcançado o break-even da operação em 2014, o objetivo para 2015 será continuar a crescer de forma rentável e alcançar a segunda posição no mercado total das diretas”, explica, em entrevista à “Vida Económica”, José Pedro Inácio, diretor-geral da LOGO.AQUILES [email protected]

Vida Económica – A LOGO criou uma app para a relação com os clientes. O que esteve na base da aposta?

José Pedro Inácio – A inovação faz parte do ADN da LOGO desde a sua fundação. A criação da aplicação foi mais um impor-tante passo na nossa afirmação enquanto seguradora líder a nível tecnológico e de inovação. Através da aplicação myLOGO, os clientes LOGO podem agora com toda a comodidade e rapidez aceder, no seu dis-positivo móvel, ao seu perfil de segurado e acompanhar todos os processos inerentes a cada seguro abrangido pela sua apólice, seja o seguro automóvel, saúde e/ou casa. De um simples pedido de informação, até ao pagamento de um recibo ou à participação de um sinistro e todo o processo posterior, incluindo a marcação de peritagem, a app ajuda a tornar todas as operações muito mais simples, rápidas e intuitivas, a partir da palma da mão.

VE - Qual foi o investimento?JPI – A linha de orientação relativa a es-

tes temas não nos permite divulgar valores.

VE - Desde quando está operacional? JPI – A aplicação myLOGO foi lançada

no início do ano e integrou as ações relati-vas ao sexto aniversário da LOGO.

VE - Quantos downloads já tiveram? JPI – Já ultrapassámos os 1500 down-

loads, um número que vem materializar a adesão dos clientes a estas novas soluções e que evidencia um novo paradigma de

relacionamento entre seguradora e clien-te. Hoje vivemos uma relação muito mais tecnológica, imediata e simplificada. De sa-lientar ainda que, menos de um dia após o seu lançamento, a app já fazia parte do Top das três aplicações financeiras mais descar-regadas da app store iTunes. Posteriormen-te, a aplicação chegou ao segundo lugar nas aplicações gratuitas para iPhone.

VE - Qual a meta de downloads?JPI – Queremos ter pelo menos 10% da

base de clientes com a app instalada.

VE - Esta facilidade de contacto e processo é valorizada pelos clientes da empresa?

JPI – Os canais digitais têm assumido, cada vez mais, um papel preponderante na resposta às necessidades da nova geração de consumidores. Prova dessa realidade são os mais de 20% no volume de vendas representados por este canal. Este foi um resultado que nos surpreendeu inclusiva-mente a nós, pois tínhamos estimado que representasse um máximo de 20% num cenário muito otimista. Pilar estratégico na conquista de novos clientes, a facilidade ao nível de contactos e de processos, quer através de plataformas como o Skype quer através da appmyLOGO, até à possibili-dade de pagamento por Paypal, tem-se revelado uma aposta valiosa que tem ain-da muito potencial de crescimento. Não temos qualquer dúvida que o nosso clien-

te alvo valoriza a facilidade de contacto e processos, e toda a conveniência associada aos mesmos.

VE - Como está a ser 2014 para a em-presa?

JPI – 2014 tem corrido da melhor for-ma, tendo em conta que o “break even” da operação foi alcançado no final do primei-ro semestre. O “break even” médio de uma seguradora direta situa-se entre oito e 10 anos, ao conseguirmos alcançá-lo em seis anos e meio, posicionámo-nos com uma performance acima da média.

VE - Quais os objetivos até ao fim do ano?

JPI – O principal objetivo para 2014 continua a ser a rentabilização da operação, isto é, a consolidação do que alcançámos nos primeiros seis meses do ano. Para além deste objetivo, e em termos comerciais, o desafio passa pelo reforço e consolidação do reconhecimento da oferta diversificada da LOGO, com a manutenção dos eleva-dos níveis de penetração do nosso pacote “triple-play” (auto, casa e saúde). Outro objetivo incontornável é manter a lideran-ça em termos de inovação e simplicidade, o que será potenciado com o lançamento do novo site. Tudo isto continuando a garan-tir a prestação de um serviço de excelência aos nossos clientes, oferecendo-lhes uma proposta de valor baseada na simplicidade, facilidade e, claro, poupança.

VE - Como compara com 2013? JPI – 2013 já tinha sido um ano com

elevada penetração da oferta triple-play e que consolidamos este ano. Em 2014 con-tinuamos com um crescimento de mais de dois dígitos nos produtos Casa e Saúde. Ao nível da taxa de sinistralidade continuamos a apresentar um decréscimo da mesma, mas é sobretudo ao nível da eficiência que o ano de 2014 apresenta um excelente re-sultado com um significativo ganho.

VE - Qual será o ranking entre as se-guradoras diretas?

JPI – A quota total da LOGO, no merca-do direto, é superior a 20%, o que a coloca na terceira posição, muito perto do segun-do lugar (e “versus” seguradoras presentes há mais 10 anos que a LOGO). Embora a atividade “core” da LOGO continue a ser o ramo automóvel, onde detém uma quota também superior a 20% no segmento, ao oferecermos aos clientes a primeira oferta “triple play” entre as seguradoras, conse-guimos obter resultados muito positivos. De facto, na vertente “Saúde” temos uma quota superior a 50% e somos claramente o número um, na vertente “Casa”, temos mais de 30% (somos número dois). Im-porta ainda referir que a LOGO ocupa o segundo lugar enquanto seguradora direta em termos de “top of mind” e de “noto-riedade espontânea” (dados do BASEF de seguros), é líder enquanto marca “mais inovadora” e também a marca com que os clientes “mais se identificam” (dados do BASEF de Seguros, no segmento seguros diretos, por ponto de quota).

VE - Já têm objetivos definidos para 2015?

JPI – Alcançado o break-even da ope-ração em 2014, o objetivo para 2015 será continuar a crescer de forma rentável e al-cançar a segunda posição no mercado total das diretas. Nesse sentido, estamos a inves-tir para tornar a LOGO cada vez mais uma empresa multioferta, e não apenas Auto, com o aprofundamento do triple-play e outros produtos. Além de trabalharmos a angariação de clientes (também com novos canais), a fidelização dos mesmos é neste momento um eixo prioritário (com a in-dustrialização do programa de retenção, a construção e reforço do programa de par-cerias). Por outro lado, esperamos em 2015 completar o nosso programa de eficiência e alcançar novos níveis de otimização. Final-mente, no próximo ano, a LOGO conti-nuará a afirmar a sua liderança tecnológica e de inovação, com projetos de fundo na área cloud e big data e ainda com outras novidades. Tudo isto para continuarmos a satisfazer as reais necessidade dos clientes, com uma oferta simples e fácil, que oferece uma poupança real.

MERCADOS

JOSÉ PEDRO INÁCIO, DIRETOR-GERAL DA EMPRESA

LOGO quer atingir segundo lugar do “ranking” das seguradoras diretas

“Estamos a investir para tornar a LOGO cada vez mais uma empresa multi-oferta, e não apenas auto”, refere o diretor-geral da seguradora.

Dow Jones 22/Oct ......16614,55

Var Sem ................................2,96% Var 2014 ................................0,26%

Nasdaq 22/Oct ............4422,473

Var Sem ................................4,94% Var 2014 ................................5,92%

IBEX 35 22/Oct ............ 10249,90

Var Sem ................................4,18% Var 2014 ................................3,36%

DAX 22/Oct ...................8940,14

Var Sem ................................4,30% Var 2014 ...............................-6,41%

CAC40 22/Oct ................ 4105,09

Var Sem ................................4,20% Var 2014 ...............................-4,44%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (22.10) 5185,50

2,09% Var. Semana

-20,94% Var. 2014

4700480049005000510052005300

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SEXTA-FEIRA, 24 D EOUTUBRO 2014 29

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O Sínodo da Família cuja primeira fase terminou no passado Domingo no Vaticano ilustra na perfeição o modelo de governação da cultura católica - que é a cultura portuguesa -, e a maneira como são tomadas decisões de governação nesta cultura.

A Igreja pretende actualizar a sua doutrina no que respeita à Família e, para o efeito, reuniu cerca de 200 bispos durante uma semana no Vaticano. A agenda de trabalhos incluía cerca de 60 pontos de discussão relativos à Família (casamento, divórcio, uniões de facto, sexualidade, métodos anti-concepcionais, etc.). Os dois pontos mais polémicos foram, naturalmente, os mais mediatizados. A saber, (i) podem os divorciados e os recasados aceder ao sacramento da comunhão?; e (ii) deve a Igreja reconhecer os casais homossexuais?

Ao final de uma semana os bispos chegaram a acordo sobre todos os pontos em discussão, que foram aprovados (a aprovação exige uma maioria de 2/3 dos votos). A excepção foram precisamente os dois pontos mais polémicos que não reuniram a necessária maioria qualificada dos votos (embora, em ambos os casos, tenham reunido uma maioria simples).

Para discutir os temas da Família vieram

bispos de todas as partes do mundo, trazendo consigo as sensibilidades da população católica de cada um das suas dioceses. O debate sobre os pontos em discussão durou uma semana e cada um deles foi votado democraticamente. O documento saído do Sínodo será agora objecto de vários refinamentos e finalmente será entregue ao Papa. Será o Papa a decidir quais as alterações – se algumas – a introduzir na doutrina católica sobre a Família.

O Papa não está vinculado a seguir as conclusões dos bispos. O Papa possui um poder que é pleno, supremo e absoluto, e que ele pode sempre livremente exercer, pelo que pode seguir as recomendações dos bispos, pode decidir contra elas, ou pode, pura e simplesmente, não decidir nada, e deixar tudo na mesma. O ponto importante é que é o Papa quem decide.

E como é que o Papa decide, qual é o seu critério? Não é certamente o critério democrático que emana do povo e se concretiza no documento dos bispos, porque a Igreja não é do povo nem dos bispos, e não podem ser eles a determinar o que se faz na Igreja. Não é sequer o livre arbítrio do Papa, embora ele tenha toda a liberdade para o

exercer (exemplo: embora o Papa possa gostar, mesmo depois do chumbo dos bispos, que os casais homossexuais sejam reconhecidos pela Igreja, e possa portanto tomar essa decisão, não pode ser esse o seu critério). E a razão é mais uma vez simples. É que a Igreja não é do Papa.

Mas, então, a Igreja é de quem?É de Cristo (v.g., “Tu és Pedro e sobre esta

pedra edificarei a minha Igreja”).Portanto, o critério que o Papa utiliza é o

da conformidade das suas decisões com a vontade de Cristo.

A decisão final é portanto a decisão de um homem só - o Papa – perante Deus, que é a Verdade e o Bem. O seu critério é o da Verdade e do Bem para toda a comunidade católica (Bem Comum). No caso de tomar uma decisão errada, o Papa responde perante Deus (a Verdade e o Bem).

Os bispos levaram para o Vaticano as sensibilidades sobre as questões da Família das suas respectivas populações católicas (dioceses) espalhadas pelo mundo. Esta é a componente popular do processo de decisão. Em seguida, reunidos no Vaticano, pronunciaram-se democraticamente, sobre cada um dos pontos em debate. Esta é a componente democrática. Finalmente, é o

Papa que decide. Esta é a componente da autoridade – e o Papa decide pelo critério de Deus. Quando o Papa finalmente decide, é Deus que ele tem no espírito.

Considere-se agora o processo de decisão democrático herdado dos países do norte da Europa e da cultura protestante e que agora se pratica em Portugal. Quando o primeiro-ministro Passos Coelho toma uma decisão, quem é que ele tem no espírito? Tem o Dr. Paulo Portas, seu parceiro de coligação (será que ele vai alinhar?), tem as suas clientelas partidárias (será que eles vão gostar?), tem os deputados (será que eles vão aprovar?), tem a oposição (será que eles se vão opor?), tem o Presidente da República (será que ele vai promulgar), tem o Tribunal Constitucional (será que eles vão deixar passar?) – ele tem no espírito, enfim, uma série de politiqueiros partidários como ele.

Acha que a qualidade das decisões se pode comparar num caso e noutro? Então por que não voltarmos nós à nossa verdadeira tradição que é a de ser um homem a decidir – um só -, depois de ouvir o povo e os seus representantes? POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Decisões de governaçãoEspeculação

PEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA

MERCADOS

30 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

-1,02% Var. Semana 0,005% Var. Semana 3,58% Var. Semana

-8,18% Var. 2014 -1,037% Var. 2014 -21,68% Var. 2014

Euro/Libra 22/Oct ...........0,7877

Var Sem ...............................-0,56% Var 2014 ................................2,97%

Euro/Iene 22/Oct ........135,8720

Var Sem ...............................-0,66% Var 2014 ..............................15,64%

Euribor 3M 22/Oct ....0,0840

Var Abs Sem ................... 0,003 Var 2014 ..........................-0,917

Euribor 1Y 22/Oct .....0,3410

Var Abs Sem ................... 0,002 Var 2014 ..........................-1,163

Ouro 22/Oct .......... 1243,77

Var Sem ........................0,13% Var 2014 ........................3,15%

Prata 22/Oct .................... 17,20Var Sem .......................-1,55% Var 2014 ..................... -11,63%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (22.10) 1,2659 EURIBOR 6M (22.10) 0,1870 PETRÓLEO BRENT (22.10) 86,78

1,251,261,271,281,29

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul0,1780,18

0,1820,1840,1860,188

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul

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O Banco Popular e a Médis assinaram um acordo de par-ceria para a comercialização de seguro de saúde. A oferta Mé-dis está disponível nos balcões do Banco Popular desde dia 13 de outubro, com a designação Popular Saúde by Médis.

Os planos de saúde em co-mercialização correspondem às soluções Médis para os seg-mentos de particulares e em-presas. “Esta parceria permitirá ao Banco Popular reforçar a sua oferta e a sua proposta de valor para com os seus clientes, atra-vés de um produto âncora que fideliza e reforça a proximidade aos clientes", refere Rui Semedo, presidente do Banco Popular.

“A Médis tem sido desde sempre sinónimo de inovação e de ambição e esta parceria representa uma oportunidade para reforçar estes valores, che-gando a um número cada vez maior de clientes, e um com-promisso para a criação e par-tilha de valor, em benefício dos clientes”, refere Jan de Pooter, CEO da Médis.

Nova agência nas Amoreiras

O Banco Popular abriu um balcão nas Amoreiras, em Lis-boa (rua Carlos Alberto da Mota Pinto, 7). Trata-se da

180ª do banco espanhol em Portugal.

“Em contra ciclo com a re-alidade atual do mercado, o Banco Popular está a investir na abertura de novas agências o que reflete assim a sua aposta

em Portugal, onde continua a ter objetivos claros de cresci-mento sustentado”, afirma Rui Semedo. Para além da abertu-ra da agência das Amoreiras, o Banco Popular prepara a aber-tura de outras agências.

Montepio promove corrida solidária

Desporto e solidariedade vol-tam a juntar-se em mais uma “Corrida Montepio – Corremos uns pelos outros”. A segunda edi-ção desta iniciativa solidária, cujas receitas de inscrição revertem in-tegralmente para a Cáritas Portu-guesa, tem partida marcada para a Praça do Rossio, em Lisboa, às 10h00 do próximo domingo, dia 26 de outubro. Depois do êxito da primeira edição, que nasceu com o objetivo de reunir cinco mil participantes e acabou por contabilizar 7 200 inscrições, a fasquia para este ano foi elevada: pretende-se ultrapassar os 10 000 inscritos e, como tal, o montante angariado e entregue à Cruz Ver-melha em 2013.

O objetivo é simples. Pretende--se reunir, num só local, associa-dos e não associados do Monte-pio, desportistas experientes e amadores, clientes e colabora-dores da Instituição que estarão unidos no apoio a uma causa – o projeto “Prioridade às Crian-ças”, da Cáritas Portuguesa. Rosa Mota, campeã olímpica, e Eu-génio da Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, juntar-se-ão ao conselho de administração do Montepio na segunda edição des-ta iniciativa solidária, que termi-nará com o concerto de José Cid, às 11h30, no Terreiro do Paço.

Banco Popular faz parceria com a Médis

O banco comercializa os seguros de saúde com a designação Popular Saúde by Médis.

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Morgan Stanley quase duplica lucrosO Morgan Stanley obteve, no terceiro trimestre do ano, 1,71 milhões de dólares (1,33milhões de euros) de lucros, face aos 906 registados em igual período de 2013. Esta quaseduplicação dos lucros, para 84 cêntimos por ação (0,65 euros) do banco norte-americanosupera as estimativas dos analistas, que apontavam para um lucro de 54 cêntimos por ação(0,42 euros).

Amplitude Seguros lança novo website com visual renovadoA Amplitude Seguros, uma empresa do grupo Nors, dedicada à corretagem de seguros e gestão de risco, de serviço total, lançou um novo site. Com esta nova ferramenta, os clientes passam a ter acesso às várias soluções de seguros disponíveis no mercado segurador, bem como às garan-tias, coberturas, vantagens e cuidados a ter na subscrição. Numa próxima fase, haverá ainda a possibilidade de contratação de seguros massificados e uma área de acesso reservado a clientes.

O professor, político e sociólogo Adriano Moreira recebeu o Prémio Universidade de Lisboa 2014, apoiado pelo banco Santander Totta. A cerimó-nia teve lugar na Aula Magna da Rei-toria da Universidade de Lisboa (no dia 16), e contou com a presença do reitor da Universidade de Lisboa, An-tónio Cruz Serra, e do administrador do Banco Santander Totta, Luís Bento dos Santos.

Com 92 anos de idade, Adriano Moreira tem um percurso académico e profissional notável. Formado em Di-reito, destacou-se na vida académica, ao impulsionar o estudo de ciências como a Sociologia, a Ciência Política e as Relações Internacionais. No plano político, integrou importantes cargos antes e pós 25 de abril, tendo sido de-putado ao longo de 14 anos.

O Prémio Universidade de Lisboa

tem um valor pecuniário de 25 mil eu-ros e é atribuído ao abrigo do acordo de colaboração entre a Universidade e o Santander Totta, para distinguir e premiar uma individualidade de na-cionalidade portuguesa ou estrangeira, que tenha contribuído de forma no-tável para o progresso e o engrandeci-mento da Ciência e/ou da Cultura e para a projeção internacional do país.

“A relação com o ensino superior continua a ser a grande prioridade da política de responsabilidade social corporativa do Santander Totta que, através do Santander Universidades, colabora atualmente com 46 univer-sidades portuguesas. O Santander Universidades mantém mais de 1100 convénios de colaboração com univer-sidades e centros de investigação de todo o mundo”, refere o comunicado do banco.

Consumidores portugueses usam novas tecnologias para poupar

Os consumidores portugueses não hesitamem usar as novas tecnologias para poupar, deacordo com um estudo do Observador Cete-lem, no âmbito do Dia Mundial da Poupan-ça, que se assinala no dia 31 de outubro.

A análise indica que 53% dos portugueses pesquisa sobre os produtos na Internet an-tes de os ir comprar à loja (média europeia: 43%). Além de procurar os produtos online, muitos consumidores (70%) dizem procurarpromoções e reduções na Internet antes de ira um estabelecimento comercial. 22% dos in-quiridos ainda não o fazem, mas consideram esta opção muito vantajosa.

Grande parte dos inquiridos (41%) chegaa utilizar o seu smartphone para comparar os preços dos produtos e a percentagem consi-derável que ainda não o faz (32%), acredita que é um método muito útil.

Aplicações que sirvam para comparar ospreços dos produtos com os de outras lojasocupam o primeiro lugar do top de apps es-peradas nas lojas pelos consumidores. 73% consideram esta ferramenta de grande utili-dade.

GALARDÃO É APOIADO PELO SANTANDER TOTTA

Adriano Moreira recebe Prémio Universidade de Lisboa

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Quer ser sócia de uma empresa de sapatos de luxo?Os sapatos de Sarah Jessica Parker, a Carrie Bradshaw da famosa série televisiva Sexo e a Cidade, entraram em bolsa no passado dia 17 de Outubro, ou melhor a empresa entrou em bolsa. E se a luxuosa Jimmy Choo prometesse pagar os dividendo em sapatos, será que teria aumentado o número de accionistas femininas a comprarem estas acções e faria aumentar o preço médio de cada acção?A empresa de sapatos de luxo Jimmy Choo entrou na bolsa de Londres nos 140p por acção, mas o range estimado era entre os 140p e os 180p. O IPO – Initial Public Offer – ficou assim no limite inferior, criando maior potencial para assistirmos agora a uma valorização da acção. Os investidores estão cautelosos depois de diversas IPOs terem corrido menos bem com a desvalorização verificada nos mercados. No primeiro dia de bolsa este título valorizou 2.13%, na segunda-feira atingiu os 2.60% e na terça-

feira atingiu quase os 155p. Está criada a possibilidade e a tendência para se atingir os 180p.Apesar das fracas vendas generalizadas das empresas de luxo, a Choo atingiu aproximadamente os GBP 282 milhões de vendas no ano passado e quer agora expandir-se para a Ásia, principalmente para a China, onde já tem 11 outlets e para os mercados emergentes. Na China as vendas estão a crescer a uma velocidade de dois dígitos e no Japão atinge mesmo os 20% de crescimento. A Jimmy Choo tem mais de 120 lojas por todo o mundo e para além de ter uma linha de sapatos de senhora, apresenta na sua colecção sapatos de homem, malas de mão, lenços e perfumes.Jimmy Choo Yeang Keat nasceu em Penang, na Malásia em 1961 e pegou no negócio de família de sapateiro. Em 1980, foi para Inglaterra e estudou no Cordwainers Technical College, um colégio especializado na técnica de criar

sapatos de luxo. Abriu a sua primeira loja em 1986 e foi descoberto pouco depois pela British Vogue. A marca ficou popular depois de os sapatos serem utilizados pela Princesa Diana e por Carrie Bradshaw.JAB Holding, empresa da família milionária Reiman, adquiriu a empresa em 2011 por mais de 500 milhões de libras e já não pertence a Choo, no entanto a sobrinha de Choo, Sandra Choi mantém-se na empresa como Directora Criativa.Com este IPO foram dispersados 25,9% do capital da empresa em bolsa, tendo a empresa arrecadado cerca de 141 milhões de libras.Com um potencial de crescimento das vendas na Ásia esta marca de luxo vê assim potencial para continuar a valorizar na bolsa de Londres.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

CARLA SANTOSGestora da XTB Portugal

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 31

O prémio da Universidade Lisboa tem o apoio do Santander Totta.

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A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, disse esta semana na Comissão de Orçamento e Finanças do Parlamento, onde esteve para apresentar a proposta de Orçamento do Estado para 2015, que “não vê” de que forma o colapso do BES possa ter impacto na economia. Certo é que os 3,5 mil milhões de euros que o Banco de Portugal (BdP) cedeu ao Banco Espírito Santo (BES) a título de emergência de liquidez, a somar aos cerca de 3,5 mil milhões injetados por via da resolução bancária, são “potenciais perdas por parte do Estado”. E podem fazer a ministra vir a mudar de opinião e levá-la a apresentar mais dois orçamentos retificativos até às eleições.TERESA [email protected]

“Os 3,5 mil milhões que o Banco de Por-tugal cedeu ao BES a título de emergência de liquidez foram pagos com o dinheiro injetado pelo Estado através do fundo de resolução”, lembra Marco Silva, analista de mercados e CEO da MTT Investment Consultants, à “Vida Económica”. E expli-ca ainda que, “desde então, o Novo Banco continuou a perder depósitos - nos últimos meses é conhecido que o BES/Novo Banco perdeu aproximadamente 10 mil milhões

de euros -, o que obrigou o Banco de Por-tugal a ceder de novo liquidez a título de emergência”, estimando-se que, neste mo-mento, “o montante já ultrapasse os qua-tro mil milhões de euros”.

Não fora isto, o CEO da MTT Invest-ment Consultants avisa que “esta última cedência de liquidez está oculta e é um ris-co para o Estado”. Para além de que, em dezembro próximo e em janeiro e fevereiro de 2015 “vencem empréstimos do Novo

HÁ 7,5 MIL MILHÕES DE POTENCIAIS PERDAS POR PARTE DO ESTADO NÃO CONTA

Garantias do Estado orçamentos retificati

Maria Luís Albuquerque, Ministra das Finanças, disse o colapso do BES possa ter impacto na economia.

Cepsa com campanha em que oferece carros“Semanas Sobre Rodas” é o nome da mais recente campanha da petrolífera Cepsa Portuguesa, que decorre desde o dia 15 na sua rede de postos. Para participar, contam todos os abastecimentos mínimos de 30 euros realizados em nos postos aderentes que tenham utilizado o cartão de adesão imediata “Porque EU Volto”. Com o registo em www.semanasobrerodas.com ficam habilitados semanalmente a um dos oito carros oferecidos nesta parceria da CEPSA com a Rádio Comercial.

Acionistas do BPI aprovam adesão ao regime de impostos diferidosOs acionistas do BPI aprovaram, em assembleia-geral realizada na última sexta-feira (dia 17), a adesão do banco ao regime especial dos ativos por impostos diferidos aprovado pela Lei nº 61/2014, de 26 de agosto. “A proposta do Conselho de Administração foi aprovada por unani-midade”, refere o comunicado enviado pelo BPI à CMVM.

MERCADOS

32 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

Em África há pessoas a morrer com febres hemorrágicas, mas os países do Ocidente, que durante meses ignoraram este vírus, vivem agora uma onda de medo. Os Estados Unidos já pedem um fecho das fronteiras, em Itália já foi ativado um alerta sanitário e Espanha já conta com quatro casos de pessoas com sintomas de Ébola. O vírus do Ébola saltou continentes, espalhando-se da África Ocidental para o Ocidente desenvolvido. As enfermeiras que trataram pacientes em Espanha e nos Estados Unidos estão entre as vítimas.Os especialistas que afirmam que a medicina moderna pode parar esta praga parecem menos convincentes a cada dia que passa. Penso que a ameaça não é apenas biológica. As forças económicas tornaram-na inevitável. Se não fosse o Ébola, outra praga qualquer estaria a ameaçar a população dos países ocidentais.Todos sabemos há muito tempo que as florestas tropicais contêm criaturas hostis e microrganismos. Isto não é novo. O que é novo é a sua transferência para os humanos. Como é que isso aconteceu?Os seres humanos mantiveram-se afastados das florestas durante muito tempo. As tribos primitivas que lá viviam encontraram formas de coexistir com a fauna e a flora nativa ou caso contrário teriam esperanças de vida muito curtas.Essas tribos deixaram a floresta e juntaram-se ao mundo moderno? Algumas sim, mas o mais frequente foi o mundo moderno ter-se juntado a ela. A ânsia da economia globalizada por recursos naturais levou agricultores, mineiros e exploradores cada vez mais longe e mais fundo por locais que não eram percorridos há muitos anos. Lá encontraram recursos que todos nós queríamos e precisávamos. No processo, também encontraram pragas que não queríamos.Devemos apontar o dedo a quem queimou e destruiu as florestas e desenterrou locais

outrora selvagens? Podemos, mas para isso também temos de apontar o dedo a nós próprios. Nós – você e eu – criamos incentivos económicos que levaram à globalização.Somos nós que compramos produtos importados de plástico barato nas grandes superfícies. Somos nós que conduzimos automóveis que precisam de combustível para andar e vamos a um posto de abastecimento todas as semanas. Somos nós que adoramos o nosso telemóvel com muitas funções e aplicações, que detém componentes minúsculos de metais estratégicos que são minerados em localizações remotas. A rede de transporte aéreo que nos leva de férias, transporta mercadorias e permite ás empresas multinacionais trabalhar de forma tão eficiente é um tipo de sistema de circulação global. Quanto maior é este sistema, com maior frequência vai tocar em coisas que não queremos que circule. O Ébola é apenas um exemplo.A economia global que suporta o nosso moderno estilo de vida apenas existe porque houve pessoas que se aventuraram a entrar em locais remotos e outrora proibidos - locais onde o Ébola vive. Havendo criado essa economia, não podemos ficar surpreendidos que exista também um lado negro.Tudo tem um custo. Fechar as fronteiras poderá ajudar, mas não sem um custo associado. Está preparado para pagar todas as suas compras mensais ao triplo do preço que paga atualmente? Está preparado para pagar o combustível do seu automóvel a um preço quatro vezes superior ao atual?Podemos parar o Ébola amanhã se desglobalizarmos a economia. Os custos económicos seriam enormes. Uma vez que ninguém está disposto a pagar este preço, a nossa única hipótese é aceitar o preço da globalização.Entramos na floresta, agora é a floresta que entra em nós!

Está com medo do Ébola? De quem é a culpa?

JOÃO CARLOS PINTOTrader da Golden Brokerhttp://bgoldenbroker.blogspot.com/www.goldenbroker.com

Bruxelas adota regras sobre contribuições dos bancos para os fundos de resolução

A Comissão Europeia (CE) adotou esta semana um projeto de proposta com vista à adoção de um ato de execução do Conselho relativo ao cálculo das contribuições dos bancos para os fundos nacionais de resolução e para o Fundo Único de Resolução.Para assegurar a disponibilidade de apoio financeiro a médio prazo de modo a que um banco possa continuar a funcionar enquanto está a ser reestruturado, as autoridades de resolução precisarão de dispor de liquidez. Para tal, a Diretiva Recuperação e Resolução Bancárias (DRRB) estabelece a figura dos fundos nacionais de resolução, para os quais todos os bancos deverão contribuir.

O nível-alvo desses fundos é de pelo menos 1% do montante dos depósitos cobertos de todas as instituições autorizadas no seu território até 31 de dezembro de 2014. Na União Bancária, o Fundo Único de Resolução terá igualmente um nível-alvo de pelo menos 1% do montante dos depósitos cobertos de todas as instituições autorizadas na área do euro. Para o Vice-Presidente Michel Barnier, responsável pelo Mercado Interno e Serviços da CE, “as regras agora adotadas constituem um passo importante” e a abordagem escolhida é “justa, uma vez que cada banco contribuirá proporcionalmente à sua dimensão e perfil de risco”. Fonte: Reuters

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BILIZADAS NO OE2015

ao BES implicam vos até às eleições

Banco no valor de 3,5 mil milhões de eu-ros, garantidos pelo Estado e para os quais o banco não tem meios de pagar”.

Em suma, “são aproximadamente 7,5 mil milhões de euros em perdas potenciais para o Estado, que têm sido ocultadas”, e que, na opinião de Marco Silva, “por en-quanto são perdas potenciais”, mas que podem derivar em perdas reais.

“Antevejo algumas perdas para o Estado no valor total (incluindo fundo de resolu-ção) que não deverão exceder os mil mi-lhões”, refere o analista de mercados, te-mendo que “o pior será mesmo a liquidez que terá de ser injetada no curto prazo, em especial quando se vencerem os emprésti-mos”. Quer isto dizer que estamos, “acima de tudo”, perante uma “crise de liquidez”.

Questionado pela “Vida Económica” sobre que impacto é que isto tem no Or-çamento do Estado para 2015 e se acre-dita que, mais cedo do que tarde, haverá necessidade de um orçamento retificati-vo, Marco Silva não hesita: “tenho a forte convicção de que o Orçamento de Estado apresentado há poucos dias é um rascunho e que mais dois retificativos deverão existir daqui até às eleições”.

E porquê? “Porque o BES/Novo Banco vai ter custos para o contribuinte e por-que as previsões de receitas e crescimento

económico estão sobreavaliadas tendo em conta todas as condicionantes da macro economia mundial que já hoje são conhe-cidas”, diz Marco Silva. Exemplo disso é o facto de a Alemanha estar “muito perto da recessão” e estarmos a assistir a um “arrefe-cimento da economia chinesa, o que pode levar ao rebentar da bolha de crédito exis-tente no pais”.

esta semana no Parlamento que “não vê” de que forma

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 33

Newshold reduz participação na Cofina para menos de 2%A Newshold, proprietária do semanário “Sol” e do diário “i”, informou a CMVM que já temmenos de 2% do capital da Cofina (dona de títulos como o “Correio da Manhã” e o “Jornalde Negócios”). O grupo de capital angolano reduziu, entre outubro de 2013 e o mês passado, aparticipação na Cofina de 10,224% para aos atuais 1,981%, através da venda em bolsa.

Lusitania Seguros patrocina programa de rádio “Encontros com o Património”A Lusitania, seguradora do grupo Montepio, é o patrocinador oficial do programa de rádio “Encontros com o Património” emitido pela TSF, que vai na oitava série. Serão 34 programas semanais com emissão aos sábados, entre as 12.00h e as 13.00h, tendo início já este mês e tér-mino no final de junho de 2015.

Uma fresca reflexão sobre o OENesta crónica, o seu habitual autor dá lugar a alguém a quem, num futuro muito próximo, vai começar a sofrer os efeitos de uma “política fiscal (e orçamental)” em que não só impera o embuste, como consequências que são e serão, cada vez mais, se vai locupletando tempo, paciência e dinheiro.A autora, destas seguintes incisivas linhas e genuína reflexão, é, com meu indisfarçável e natural orgulho, a minha Filha, Catarina Castela, estudante de Direito, num escrito que elaborou, com a inteligência e sagacidade da perceção de uma jovem com 22 anos, sobre o “Orçamento de Estado” (e sem qualquer influência paterna, porquanto não é, feliz ou infelizmente, leitora das crónicas do seu progenitor): “A primeira e mais urgente alteração que faria ao Orçamento de Estado português diz respeito ao sistema fiscal. Em primeiro lugar, a meu ver, este deveria assentar num modelo de taxas proporcionais e não progressivas; em segundo, os impostos sobre o consumo deveriam ser reduzidos. Por fim, sugeriria uma limitação à despesa em percentagem do PIB e uma limitação igualmente à dívida pública.Os impostos progressivos assentam numa ideia de justiça social à qual, na realidade, não correspondem. Isto porque, ao invés de retirar uma fatia proporcionalmente maior a um cidadão que tenha um salário considerado mais elevado do que aquela que retira a um cidadão com um salário considerado mais baixo, retira àquele uma fatia não só proporcionalmente maior como muito mais significativa relativamente ao seu salário bruto. Ou, por outras palavras, exige àquele que aufere um salário mais elevado que abdique de uma percentagem maior dele a favor de uma pretensa “justiça social” da qual não vê quaisquer provas: aquele mais desfavorecido continua desfavorecido; a riqueza do outro não foi, afinal, repartida, como pretendia o art. 103º, nº 1, da Constituição da República Portuguesa, funcionando este imposto como uma discriminação ou mesmo penalização da riqueza ou do mérito que em nada contribui para o crescimento económico, na medida em que limita não só o consumo como a poupança e o investimento. A este propósito pode ser invocada a curva de Laffer, na medida em que é necessário procurar um ponto de equilíbrio: um limite a partir do qual se torna improdutivo taxar.O mesmo pode ser dito em relação às contribuições para a Segurança Social cuja viabilidade e sustentabilidade é posta, nos dias de hoje, em causa, em função do emagrecimento da faixa de cidadãos contribuintes derivado da alta taxa de desemprego e da baixa taxa de natalidade, além de que, numa lógica paternalista, retira ao cidadão a possibilidade e a liberdade de elaborar os seus próprios planos de poupança e investimento.Outro imposto que não encontra razão de ser quando se procura o desenvolvimento da economia é o imposto sobre o consumo, nomeadamente o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). Este imposto revela-se incongruente e contraditório na promoção

da economia, tanto do lado da produção como do consumo, pelo que não se lhe encontra uma justificação senão na urgência em arrecadar receita para evitar reduções controversas na despesa. Posto isto, e de forma a não desequilibrar as contas do Estado ao reduzir os impostos sobre o rendimento e sobre o consumo, introduziria no Orçamento português um teto à despesa pública, reduzindo a intervenção do Estado na economia aos “serviços mínimos” da saúde, educação, defesa e justiça, libertando os contribuintes da forte carga fiscal que faz estagnar não só o crescimento económico como até o progresso científico e tecnológico, em segundo plano.Por fim, submeteria a dívida pública a um “plafond” predeterminado e até, eventualmente, definido constitucionalmente, de maneira a desincentivar o recurso ao crédito que coloca o Estado num círculo vicioso: o aumento da dívida leva ao aumento dos impostos, o aumento dos impostos conduz ao empobrecimento da população, que por sua vez retira dinâmica à economia e obriga o Estado a contrair mais dívida. Introduzindo este limite, em concomitância com uma redução na despesa e mesmo na receita tributária levaria, idealmente, a uma maior propensão para o consumo e para o investimento, vitais para o que é uma economia saudável.”Estando de acordo, no essencial, com as suas reflexões, não posso deixar de manifestar que as mesmas traduzem, nas singelas palavras de uma jovem, as preocupações de todos nós, “velhos” Contribuintes, que continuamos a sofrer, quotidianamente, esta verdadeira Ditadura Fiscal e os seus embustes propagantistas de inspiração soviética, como a que nos pretendem fazer crer que, neste OE, “não há um aumento da carga fiscal”, quando basta constatar que se projeta um aumento das receitas fiscais em 4,5%, 3 vezes superior ao optimista projetado crescimento do PIB! Um anacronismo que só tem par na falácia da redução da malfadada sobretaxa de 3,5%, sobre a sobretaxa de 2,5%, sobre as luxuriantes taxas progressivas de impostos vigentes!Recuando ao tempo do imperador Tibério, que, indignado com as constantes queixas das “extorsões fiscais” do governador do Egito, lhe dirigiu um recado tão atual, então, como hoje: “o bom pastor é aquele que tosquia as ovelhas, não o que lhes arranca a pele”!Só falta, mesmo, que estes nossos soviéticos governantes se dediquem, como escrevia Valério Bexiga, “à inventividade de Caio Calígula”: tal como D. Miguel, que, em 1832, também decidiu tributar as portas e janelas, como aquele havia feito na antiga Roma, para quem a origem e destino do rendimento não interessa, desde pague imposto, tudo é lícito, mesmo o “suborno”, desde que incluído nas “despesas não documentadas”. Resta-nos, então, acompanhar Estobeu, para quem “o uso do dinheiro, feito com inteligência, pode contribuir para a generosidade e para o bem do povo; sem inteligência, é um imposto pago continuamente”.

CATARINA CASTELA

[email protected]

JORGE C. CASTELA

[email protected]

Investor Relations

Sucesso nos mercados depende

da estratégia

“O risco é essencial ao negócio”, disse um dia o investidor e filantropo americano Warren Buffett, mas o mercado do ‘trade’ é ‘“sui generis”’ e é preciso sempre ter presente que, diferentemente de outros negócios, “no ‘trade’ é muito fácil perder o dinheiro todo”.O aviso partiu de Marco Silva, analista de mercados e CEO da MTT Investment Consultants, e foi proferido no seminário “Investimento Financeiro, Forex e CFDS”, recentemente organizado no Porto pela ActivTrades.Para ter sucesso e ganhar efetivamente dinheiro de forma consistente e duradoura na negociação de títulos (ações, obrigações, títulos de tesouro, ‘commodities’, etc) os investidores/operadores do mercado, conhecidos como ‘traders’, devem ter em primeiro lugar “uma estratégia” que regule a sua atividade e o seu negócio. E devem ter, acima de tudo, uma cautela: “nunca negociar com o dinheiro que não tenham ou com dinheiro que vão precisar para investir”, disse Marco Silva aos cerca de quatro dezenas de ‘traders’ presentes no evento.Salientando a diferença entre a “análise fundamental” e a “análise técnica” - sendo esta “um complemento” da primeira -, o CEO da MTT Investment Consultants preveniu quem o ouvia para os riscos da “ganância” e do “medo”, advertindo que “é preciso saber onde entrar [na negociação] e quando sair”. E, ao sair, “saber quando sair por ganho e quando sair por perda”. Tanto mais porque, “o mercado não está contra os ‘traders’”. O que sucede, por vezes, é que “o erro vem do próprio erro de querer entrar no negócio”.Em suma: fundamental para ter sucesso e conseguir um negócio lucrativo é “encontrar a forma com que se sente mais confortável a negociar”, trabalhar para “um constante aperfeiçoamento”, dentro das “melhores condições psicológicas” e conseguindo, de preferência, uma “especialização”. Como avisa Marco Silva, “um especialista tem muito mais probabilidades de ter sucesso”.

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“Frotas irão beneficiar de fundos comunitários para conversão para gás natural”Artur Trindade, secretário de Estado da Energia, anunciou, na Conferência “O Gás Natural nos Transportes”, organizada pela Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural, que as frotas vão ter apoio comunitário reembolsável para a conversão ao gás natural. O secretário de Estado considerou ainda que “o gás natural veicular já é uma realidade económica e tecnológica”.

Allianz traz promessas do surf mundial a Portugal A Allianz Portugal, no seguimento do seu investimento no desporto e, em particular, no surf, dá o nome e é main naming sponsor da etapa portuguesa do circuito mundial de surf de juniores (atletas sub-20). A 25.ª etapa da Junior Tour 2014 - Allianz ASP World Júnior - vai ter lugar entre 25 de outubro e 2 de novembro, na praia de Ribeira d’Ilhas, em plena Reserva Mundial de Surf da Ericeira.

O Governo dá o dito por não dito nos depósitos a prazo (DP). Em 2012 acabou com o benefício fiscal no longo prazo e subiu o imposto. Para 2015 quer descer a tributação autónoma dos 28% sobre os rendimentos dos DP acima dos 5 anos. Os bancos não têm oferta.VÍTOR [email protected]

O BPI ainda recentemente eliminou os depósitos a cinco e a oito anos da sua ofer-ta. Poucos bancos têm essas maturidades para os clientes, mas o Governo criou um modelo para 2015, a partir do Orçamento de Estado, e em que equipara as condições dos seguros de capitalização aos depósitos a prazo convencionais. A generalidade da banca tem propostas até três anos e mes-mos essas ofertas têm o senão de estarem indexadas à evolução da Euribor, acrescida de um prémio.

Do nosso survey retirámos duas ofertas para maturidades longas, as da Caixa e

as do Crédito Agrícola. No entanto, por aquilo que percebemos, nenhuma destas propostas cumpre os requisitos para o be-nefício fiscal que rá vigorar a partir de 1 de janeiro próximo. Acreditamos também que a banca rapidamente poderá fazer a adaptação.

Vamos primeiro à proposta do IRS onde se afirma que os rendimentos derivados da remuneração de depósitos ou de quaisquer aplicações em instituições financeiras (…) desde que o capital fique imobilizado por um período mínimo de cinco anos e o ven-cimento da remuneração ocorra no final

do período”. Refere ainda a proposta que com as no-

vas regras a taxa liberatória dos 28% cairá para os 22,4% nas aplicações de cinco anos e 1 dia e para os 11,2% nos depósitos com prazo acima dos oito anos.

Mas é neste aspeto que os produtos na-cionais terão pouco mais de dois meses para se adaptarem. Refere a proposta da Caixa, através do “Caixa Aforro Poupe Mais”, que o prazo é de cinco anos, quando é preciso que seja cinco anos e um dia. E, por ou-tro lado, o pagamento de juros pode ser se-mestral, o que não respeita a regra para o

benefício fiscal, ou poderá o cliente optar pela capitalização dos mesmos. A remune-ração deste produto é variável, igual à taxa Euribor de 6 meses, acrescida de um spread semestral crescente ao longo de todo o pra-zo, contemplando um prémio semestral de permanência. No último semestre chega a 1,7% mais Euribor a 6 meses.

A solução do Crédito Agrícola passa por um depósito de médio e longo prazo de taxa fixa, com a designação comercial de “Depósito Emigrante M/L prazo Taxa Fixa”. Este é um depósito a três anos, cinco e oito anos. Nos cinco anos, a taxa bruta anualizada é de 1,45% e nos oito anos está nos 1,775% anualizada. Tem como des-vantagem o facto de não ser mobilizável antecipadamente, havendo que jogar com a evolução das taxas de juro. Sendo este produto de taxa fixa por um período bas-tante longo, existe o risco de o cliente não apanhar o movimento de subida de taxas.

Perante o momento de taxas de juro bai-xas, a banca tem pouco interesse em fazer propostas longas. Existem produtos de dí-vida publicados, caso dos Certificados de Aforro que são concorrentes sérios aos DP, assim como seguros de capitalização. Os analistas não acreditam que a banca consi-ga ter espaço para prosperar nesta vertente.

A NOSSA ANÁLISE

Governo quer poupanças acima dos cinco anos mas bancos não têm oferta

34 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

PROJETO “WECARE” DISTINGUIDO INTERNACIONALMENTE

Fidelidade galardoada na categoria de “Sustainable Business” pela Efma Accenture Innovation Awards

O projeto da Fidelidade “WeCare”, que tem como objetivo apoiar a correta reinserção de pessoas que foram vítimas de acidentes gra-ves que puseram em causa a sua reintegração física, económica e social, foi distinguindo pela Efma Accenture Innovation Awards, na categoria de “sustainable business”. Os Efma Accenture Innovation Awards, que são pro-movidos pela European Financial Manage-ment and Marketing Association em parceria com a Accenture, têm por missão identificar e promover, em diferentes categorias, os pro-jetos e serviços financeiros mais inovadores desenvolvidos no contexto internacional.

“O projeto vencedor denominado Com-promisso “We Care” reflete o posiciona-mento da Fidelidade na área de “conscious business”, onde o que realmente importa é a obtenção de uma vida com qualidade, mes-mo que para isso a empresa tenha de atuar para além das suas obrigações”, refere o co-municado da seguradora.

Este compromisso da Fidelidade tem como objetivo apoiar projetos de vida e responder a situações de emergência social decorrentes dos casos de sinistralidade grave geridos pela companhia. Analisando as necessidades do agregado familiar, de modo a melhorar as condições de vida do sinistrado e seus depen-

dentes, o compromisso “We Care” procura responder e obter soluções a quatro níveis: reintegração social, assistência, reintegração laboral e aconselhamento financeiro.

Vários colaboradores de três departamen-tos distintos da seguradora são responsáveis pela implementação deste projeto que, des-de 2012, levou a cabo mais de 1000 inter-venções sociais decorrentes de 400 acidentes graves. Este modelo de gestão personalizada permitiu, ainda, reduzir a duração dos pro-cessos em curso.

“Esta distinção é o justo reconhecimento do trabalho que temos desenvolvido na Fide-lidade, na área de “conscious business”, com resultados que superaram todas as expectati-vas. “We Care” é, acima de tudo, um com-promisso da Fidelidade com os seus clientes, com as suas famílias e com a sociedade”, con-sidera a diretora de marketing da Fidelidade, Rita Sambado.

A Fidelidade foi a única empresa portugue-sa a integrar a lista de nomeados, bem como a única seguradora que foi nomeada nesta categoria, onde também constaram entidades financeiras internacionais: Societé Generale (França), La Caixa (Espanha), Bank Audi (Líbano), Fith Thrid Bank (Estados Unidos da América) e DBS Bank (Singapura).

MERCADOS

Rendimentos periódicosO atual ambiente de baixas taxas de juro na Europa torna cada vez mais difícil aos investidores encontrarem investimentos de baixo risco que proporcionem um nível de rendimento atrativo, que lhes permita, por um lado, receber juros e, por outro, aumentar o seu património.O investidor nacional é tradicionalmente conservador e vai privilegiando investimentos em Depósitos a Prazo e alguns instrumentos de dívida do Governo ou de algumas empresas consideradas “sem risco”. A questão fulcral é que, hoje, a taxa de juro proporcionada por estes instrumentos é relativamente baixa, proporcionando rendimentos inferiores aos que todos estavam habituados e que dificilmente permitem alocar uma parte a consumo e o restante ao crescimento do património financeiro.Eventualmente ligado a este facto, o Banco Best tem verificado uma procura crescente por Fundos de Investimento que distribuem rendimentos periódicos, mensal ou trimestralmente. Se, há um ou dois anos atrás os investidores em fundos preferiam, quase na totalidade, classes de fundos que capitalizam todos os rendimentos e mais-valias obtidas, atualmente temos já um peso na casa dos 20% em classes de fundos que distribuem rendimentos. Para além de fundos mais

conservadores, que investem essencialmente em obrigações, com uma gestão diversificada e flexível, com o objetivo de gerar e distribuir um retorno estável, os investidores podem encontrar também fundos de médio risco, que investem parte dos ativos em ações, ou mesmo fundos de ações que procuram investir em empresas com um dividendo estável.Na verdade, nos dias de hoje, é muito interessante e importante esta oportunidade de diversificação, quando os nossos salários/pensões e património imobiliário estão de alguma forma indexados ao desempenho da economia portuguesa, sendo essencial que os nossos investimentos financeiros possam participar noutros mercados e ciclos económicos a nível global. Em alguns fundos é possível estar investido em obrigações de vários tipos e em ações de muitos setores e geografias… e ainda receber mensal ou trimestralmente os rendimentos que vão sendo gerados.Este tema, dos fundos de investimento com “Income”, é, já há muitos anos, privilegiado pelos investidores anglo-saxónicos (Reino Unido e Estados Unidos) e parece estar agora a chegar aos investidores portugueses.Partilhe a sua opinião sobre este assunto: escreva-nos para [email protected]

DUARTE MALLAGUERRA NUNESDireção de Investimentos, Banco Best

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22/out/14Var, Sema-

nal (%)

Var, a 30

dias (%)

Var, desde

1 jan (%)

EUR/USD 1,2693 0,38% -1,69% -7,96%

EUR/JPY 135,79 -0,86% -1,94% -6,17%

EUR/GBP 0,7909 0,50% -0,51% -5,13%

EUR/CHF 1,2062 -0,58% -0,31% -1,74%

EUR/NOK 8,3815 2,28% 1,29% 0,22%

EUR/SEK 9,2118 0,87% -0,23% 3,98%

EUR/DKK 7,4468 0,03% 0,03% -0,17%

EUR/PLN 4,2246 0,78% 0,63% 1,69%

EUR/AUD 1,4430 0,10% 0,83% -6,44%

EUR/NZD 1,5916 -1,81% 0,66% -5,05%

EUR/CAD 1,4242 0,79% -0,50% -2,92%

EUR/ZAR 14,0090 -0,18% -1,58% -3,82%

EUR/BRL 3,1532 4,25% 4,46% -3,20%

Correção em alta no Eur/Usd sofre revés

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI 20 encontrou suporte em torno dos 4850 pontos, tendo ressaltado imediatamente em alta. A correção terá como primeira resistência os 5320 pontos, cuja quebra abriria espaço até aos 6050 pontos. Este é um nível importante, que já atuou como suporte e resistência por diversas ocasiões, sendo que apenas acima dele haverá sinais de uma inversão no cenário de médio prazo que continua a ser de baixa. Aos 4850 seguem-se apenas os 4370 pontos como nível de suporte.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Os últimos dias foram voláteis no DAX, que quebrou diversos limites técnicos, inicialmente em baixa e depois em alta, fruto de uma corre-ção. Os níveis atuais são importantes, já que se o índice alemão confir-mar a quebra em alta dos 8910 pontos, voltará a transacionar na banda de variação [8910 – 10050 pontos] em que evoluiu no último ano, podendo retomar a tendência de lateralização. Pelo contrário, manter--se abaixo desse nível poderá significar que os máximos de junho deram início a um movimento de baixa no médio prazo.

As taxas de curto prazo estão perfeitamente ancoradas, numa altura em que há uma série de processos em curso na Europa que podem ajudar a definir ou a complicar a evolução dos “spreads” de crédito num futuro próximo. A primeira está ligada à divulgação dos resultados dos testes de stress feitos aos bancos europeus pelo BCE que irão ser divulgados no domingo, 26 de outubro. Começam a circular rumores de que alguns bancos não terão passado no teste, e que os membros do BCE que nos últimos sete meses estiveram com este trabalho sofreram múltiplas pressões de bancos e supervisores nacionais para receberem tratamento especial nalgumas matérias. Sendo este o quarto exercício desde 2008, os analistas apenas esperam que desta vez os resultados reportem um veredito convincente sobre a saúde dos bancos europeus, para não ter que se repetir um processo idêntico num curto espaço de tempo. No que respeita às economias europeias e a orçamentos de Estado, mantém-se a divergência de opiniões. A França, que sempre

pressionou para a harmonização das políticas do bloco, reclama agora quando vê as medidas aprovadas a serem aplicadas à sua própria indisciplina orçamental. O argumento usado pelo seu primeiro-ministro de que a França deve ser respeitada devido à sua dimensão, esclarece bem em que ponto as coisas estão. Os alemães estão conscientes que a sua economia pode estar a deslizar para uma recessão, mas continuam firmes na convicção de em nada alterarem o seu objetivo de equilíbrio fiscal para 2015. Merkel insistiu que a crise europeia não está ultrapassada porque as suas causas não foram eliminadas, insistindo que os Estados-membros devem guiar-se pelas regras estabelecidas. O presidente da Comissão Europeia afirmou que tais regras não serão enfraquecidas mas que poderão ser aplicadas com um maior grau de flexibilidade, algo que na prática deverá resultar num aumento dos défices nos anos mais próximos.No meio de tanta confusão, surgiu esta semana o rumor, que o BCE, para além da dívida hipotecária e

da securitização de empréstimos bancários que já havia anunciado, está a considerar comprar dívida obrigacionista emitida por empresas europeias no mercado secundário. Já vieram alguns membros desmentir que tal esteja nos planos do Banco Central, mas tais rumores, que foram postos a circular por fonte identificada como próxima do processo de decisão, parecem tão inocentes como a recente entrevista de um membro da Fed a referir a possibilidade de esta entidade poder voltar a aumentar o volume de compras de obrigações, invertendo o processo que em princípio terminaria de vez com estas compras no final deste mês. Como resultado, os “spreads” de crédito de dívida periférica que tinham começado a alargar de forma preocupante, pararam a expansão e contraíram um pouco. Já as taxas fixas base mantêm-se muito perto de mínimos históricos e não será de esperar que venham a subir de forma considerável no que ainda falta de 2014.

ANÁLISE PRODUZIDA A 22 DE OUTUBRO DE 2014

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd A correção em alta no Eur/

Usd no curto prazo sofreu esta semana um importante revés. O par foi incapaz de ultrapassar a zona de resistência em torno dos $1,2850, apesar dos sucessivos testes efetuados, e negoceia agora novamente abaixo dos $1,2700. Ainda é cedo para se assumir a retoma da tendência principal de baixa, mas esse é um cenário agora mais plausível, que seria confirmado com uma eventual quebra em baixa do suporte dos $1,2500.

Eur/JpyOs sinais de correção em alta

continuam a ser muito frágeis no Eur/Jpy. Desta vez, o movimento foi travado nos 137,00 ienes, um novo máximo relativo mais baixo e que forma agora a resistência mais próxima, antes dos 138,00 ienes. No médio prazo o viés de

baixa prevalece, com os 134,00 ienes como suporte a ter em conta. Para que as perspetivas se comecem a alterar será necessário que o Eur/Jpy transacione acimados 138,00 ienes, nível que tematuado como “ponto pivot” nos últimos meses.

Eur/GbpA recuperação do Eur/Gbp nas

últimas semanas foi insuficiente para que o par testasse a trendli-ne iniciada no máximo de agostode 2013. Esta continua a limitar o Eur/Gbp em alta, assim comoas £0.8035/75, cuja quebra foirejeitada na última semana, ten-do o par reagido em baixa. O panorama de médio prazo nãosofreu assim alterações, estando já a ser testada a zona de supor-te das £0,7865/90, que em caso de quebra abrem espaço até às£0,7750 (mínimo desde julho de2012).

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)21.outubro 2014 28.março 2014 22.abril 2014

1M 0,008% 0,233% -0,225 0,248% -0,240

3M 0,082% 0,310% -0,228 0,329% -0,247

6M 0,186% 0,414% -0,228 0,429% -0,243

1Y 0,339% 0,585% -0,246 0,603% -0,264

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Euro Refinancing Rate 0,05%BCE Euro Marginal Lending Facility 0,30% Euro Deposit Facility -0,20%

*desde 4 de setembro 2014

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 11,00%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

NUNO ROLLA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

December 14 0,115%January 15 0,095%February 15 0,095%

June 15 0,105%September 16 0,205%

March 18 0,480%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,100 0,1203X6 0,100 0,1201X7 0,200 0,2203X9 0,201 0,2216X12 0,203 0,22312X24 0,382 0,432

*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,229 0,2393Y 0,277 0,3075Y 0,471 0,4768Y 0,855 0,87510Y 1,106 1,126

Obrigações 5Y 10Y 1,96 3,33

1,04 2,220,38 1,290,15 0,871,23 2,521,50 2,211,46 2,240,14 0,49

Fontes: Reuters e IMF

Incerteza em torno da evolução dos “spreads” de crédito

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2014 35

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PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última cotação

Variação semanal

Máximo 52 sem

Mínimo 52 sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 4,902 7,43% 5,948 3,750 0,146 0,304 33,575 16,125 0,24% 1,02% 22-10-2014 16:38:00

INDITEX 21,125 5,28% 24,298 19,290 0,813 0,925 25,984 22,838 1,82% 2,42% 22-10-2014 16:38:01

REPSOL YPF 17,415 4,85% 20,019 15,815 1,351 1,455 12,890 11,969 5,74% 11,46% 22-10-2014 16:38:00

TELEFONICA 11,37 0,40% 13,135 10,760 0,868 0,922 13,099 12,332 6,60% 6,60% 22-10-2014 16:38:00

FRA. TELECOM 10,915 1,77% 12,850 8,388 0,913 0,949 11,955 11,502 5,50% 5,50% 22-10-2014 16:35:49

LVMH 127,05 1,72% 147,200 121,000 6,883 7,730 18,459 16,436 2,48% 2,55% 22-10-2014 16:35:00

BAYER AG O.N. 105,25 6,44% 114,200 88,800 6,025 6,900 17,449 15,236 2,00% 2,12% 22-10-2014 16:35:12

DEUTSCHE BK 24,865 3,28% 38,151 22,660 2,114 3,136 11,775 7,938 2,88% 2,88% 22-10-2014 16:35:04

DT. TELEKOM 10,865 3,58% 13,150 10,065 0,629 0,664 17,253 16,343 4,60% 4,61% 22-10-2014 16:35:16

VOLKSWAGEN 161,9 7,36% 197,950 147,350 21,391 23,664 7,558 6,832 2,48% 3,04% 22-10-2014 16:35:01

ING GROEP 11,1 7,92% 11,950 8,931 0,976 1,178 11,373 9,423 -- 0,11% 22-10-2014 16:35:00

TítuloÚltima Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 2,158 6,83% 2,987 1,869 0,130 0,172 16,600 12,547 1,95% 1,48% 22-10-2014 16:35:00

B. COM. PORT. 0,093 11,78% 0,141 0,059 0,000 0,007 -- 13,286 -- 0,00% 22-10-2014 16:36:08

BANIF-SGPS 0,007 3,03% 0,014 0,006 -- -- -- -- -- -- 22-10-2014 16:35:47

BANCO BPI 1,530 9,13% 2,060 1,015 0,008 0,127 191,250 12,047 -- 0,00% 22-10-2014 16:35:00

COFINA,SGPS 0,515 7,52% 0,770 0,440 0,060 0,060 8,583 8,583 1,94% 1,94% 22-10-2014 16:36:02

CORT. AMORIM 2,950 3,51% 3,650 1,947 0,310 0,330 9,516 8,939 4,07% 5,42% 22-10-2014 16:35:00

CIMPOR,SGPS 1,600 0,63% 3,400 1,511 0,280 0,340 5,714 4,706 0,18% 8,13% 22-10-2014 16:29:48

EDP 3,320 3,04% 3,749 2,606 0,253 0,260 13,123 12,769 5,57% 5,72% 22-10-2014 16:35:15

EDPR 5,106 -0,10% 5,771 3,701 0,135 0,170 37,822 30,035 0,78% 0,80% 22-10-2014 16:35:00

MOTA ENGIL 4,050 6,16% 6,399 3,336 0,380 -- 10,658 -- 3,05% 4,69% 22-10-2014 16:35:00

GALP ENERGIA 11,350 2,16% 13,750 10,200 0,335 0,443 33,881 25,621 2,79% 2,99% 22-10-2014 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,998 10,89% 2,000 0,780 0,070 0,095 14,257 10,505 -- -- 22-10-2014 16:35:00

J. MARTINS 8,418 4,96% 15,480 7,800 0,561 0,619 15,005 13,599 3,62% 3,50% 22-10-2014 16:35:00

MARTIFER 0,316 -1,86% 1,200 0,300 -0,280 -0,160 -- -- -- -- 22-10-2014 16:35:00

NOVABASE 2,400 -1,19% 4,150 2,250 0,160 0,203 15,000 11,823 8,33% 5,42% 22-10-2014 16:35:00

GLINTT 0,245 2,08% 0,500 0,163 -- -- -- -- -- -- 22-10-2014 16:23:58

P. TELECOM 0,985 -28,83% 3,709 0,865 0,127 0,167 7,756 5,898 10,15% 9,24% 22-10-2014 16:37:10

PORTUCEL 2,995 6,02% 3,739 2,554 0,238 0,234 12,584 12,799 7,41% 8,58% 22-10-2014 16:39:57

REDES E. NAC. 2,385 -4,56% 2,910 2,160 0,218 0,211 10,940 11,303 7,17% 7,13% 22-10-2014 16:35:00

SEMAPA 9,504 8,58% 11,660 7,097 0,572 0,754 16,615 12,605 3,49% 3,14% 22-10-2014 16:35:00

SONAECOM 1,395 -1,41% 2,659 1,370 0,098 0,129 14,235 10,814 -- 6,45% 22-10-2014 16:35:00

SONAE,SGPS 1,014 1,71% 1,420 0,922 0,071 0,085 14,282 11,929 3,43% 3,65% 22-10-2014 16:35:24

SONAE IND. 0,377 11,21% 0,889 0,288 -0,330 -- -- -- -- -- 22-10-2014 16:35:00

SAG GEST 0,300 1,70% 0,540 0,210 -0,030 -1,010 -- -- -- -- 22-10-2014 16:28:12

TEIX. DUARTE 0,809 9,32% 1,440 0,600 0,140 0,120 5,779 6,742 1,85% 2,47% 22-10-2014 16:35:00

NOS 4,490 2,28% 5,830 3,903 0,169 0,222 26,568 20,225 2,67% 3,23% 22-10-2014 16:35:00

Linhas trocadasO desempenho da cotação da Portugal Telecom não se tem

apresentado muito auspicioso no conjunto dos últimos 4 anos (desde 2010 e recorde-se que a alienação da Vivo ocorreu em julho desse ano), com significativas desvalorizações anuais de que resultou um desempenho de -87% (considerando o final desse ano a Eur 7,558 / ação).

Cotação %Ytd14 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007

%Var. Anual -68,42% -15.71% -15.75% -43.35% +9.58% +40.36% -32.03% +8.60%

A troca de operações no Brasil com venda da Vivo por Eur 7.50 mil milhões e a aquisição da Oi por Eur 3.75 mil milhões gerou um excedente que foi largamente distribuído aos seus accionistas como dividendos especiais.

Para ter uma perspetiva mais fundamental valerá a pena enquadrar a distribuição de rendimentos com as evoluções: da dívida bruta (ou total), receita e do resultado operacional (Ebitda):

Rúbrica / [Euro mil milhões] 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007

Dívida bruta 7.40 7.40 12.30 7.20 7.00 6.70 6.20

Receitas 2.90 3.00 6.00 3.70 3.70 6.60 6.10

Ebitda 1.10 1.20 2.10 1.30 1.50 2.30 2.40

Numa leitura demasiado ligeira e exceptuando o pontual acréscimo em 2011, a dívida manteve-se estacionária enquanto as receitas e o respetivo resultado operacional ajustaram a alteração da estratégica de participações no Brasil.

No verão deste ano e numa perspetiva racional, os accionistas aprovaram a fusão de duas entidades com relativo grau de alavancagem, em que uma oferece mercado e outra know-howe competências técnicas, marketing e boas referências nas áreas core do setor. Daqui estimava-se uma integração das duas unidades de que poderiam resultar ganhos de eficiência, racionalização e escala. O ambiente seria propício a uma relação de que poderiam resultar vantagens para ambas e com reconhecidos méritos que individualmente teriam dificuldade em atingirnumajanela de tempo razoável.

Decorrente, sobretudo, de resultados de opções de tesouraria, parece ter existido uma diferente perceção da evolução simbiótica de ambas companhias com um acrescido ruído de potencial reversão da operação (!?) e/ou junção de uma terceira entidade que opera no Brasil (TIM Brasil), com alterações significativas na gestão de topo da Oi.

Se por um lado a evolução económica (relacionado com o equilíbrio entre recursos e aplicações da operadora), ditou acrescida e continuada pressão na cotação, as mais recentes notícias não facilitaram a perceção de risco.

Independentemente da evolução do formato da empresa, neste momento a cotada na Bolsa Euronext, fundamentalmente, representa uma participação de quase 25% na Oi e decorrente da entrega dos ativos e passivos à entidade que resulta da fusão, deveria existir uma correlação entre o valor das duas, o que por vezes parece não acontecer.

Colocando a questão de outra forma: fará sentido o valor da PT ser inferior à sua directa participação na Oi? Pergunta muitas vezes colocada por vários investidores e que poderevelar a existência de assimetria de informação ou que estaremos a laborar com diferentes elementos.

JOÃO QUEIROZDiretor de negociação da GoBulling

CMVM profere decisão em quatro processos de contraordenaçãoA CMVM proferiu decisão em quatro processos de contraordenação, no terceiro trimestre. Foram aplicadas coimas no valor de 25 mil euros. No final de setembro, estavam em curso na CMVM 111 processos de contra ordenação, 34 de violações de deveres de intermediação financeira, 29 de violações de deveres de informação, 28 de deveres sobre a atividade dos organismos de investi-mento coletivo, 19 por violação de deveres de negociação e um referente à atuação dos auditores.

IG traz analista a PortugalA IG, broker especializado em CFD, trouxe a Portugal, no sábado (18 de outubro), a analista Brenda Kelly para um seminário falar sobre estratégias de investimento. Brenda Kelly tem mais de dez anos de experiência em Corporate Treasury na Irlanda e na Europa continental, anali-sando os mercados financeiros através da análise técnica e fundamental, sendo especializada no mercado forex e em títulos de rendimento fixo.

MERCADOS

36 SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014

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Dois anos depois de entrar em Angola, a Sage Portugal fechou este trimestre com 15% de receita, cinco parceiros ativos e 25 clientes na área do “mid-market”. Rui Nogueira, Business Unit Manager Mid-Market da Sage, espera consolidar a posição em Angola no próximo ano fiscal e chegar aos 20% de receita. DORA TRONCÃ[email protected]

“A Sage Portugal entrou em Angola por causa dos clientes internacionais que esta-vam a investir naquele país e a partir daí começou a criar a rede de parceiros locais. Hoje temos cerca de cinco parceiros ativos em Angola, alguns são empresas portu-guesas, que abriram filiais em Angola, ou-tras são empresas angolanas de tecnologia e que exploram o mercado com todas as oportunidades tal qual como em Portu-gal”, afirma Rui Nogueira.

“Em Angola comercializamos apenas o Mid-market - Sage ERPX3, Recursos Huma-nos e XFT (cash management) e temos cerca

de 25 clientes a utilizar o software, o ERP. Em termos de faturação, houve um período, du-rante o ano 2013, em que Angola chegou a re-presentar cerca de 25% das vendas de software da Sage Portugal – foi um pico do mercado –, hoje anda à volta dos 15% daquilo que fa-turamos em termos de software em Portugal, resultados consolidados”, acrescenta

Atrair novos parceiros

“É nessa esfera que vamos trabalhando, até porque o negócio tem corrido feliz-mente bem em Portugal e o crescimento do Mid-market em Portugal tem sido su-perior ao da Europa. O crescimento em Angola depende da capacidade de atrair novos parceiros”, afirma Rui Nogueira.

“O problema em Angola não será en-contrar oportunidades, mas será de exe-cução e delivramento. Uma rede de cinco parceiros parece pequena, mas não é. Em Portugal temos 15 parceiros ativos e em Angola não serão necessários muitos mais. Numa primeira fase, houve muitas vendas e os projetos em Angola hoje demoram mais tempo a implementar do que na Eu-ropa. Há um problema de afunilamento, porque os parceiros não se sentem confor-táveis em entregar mais software enquanto não acabarem estas implementações. Con-seguimos o target de cinco parceiros ativos – com implementações, recursos e certifi-

cados – e era o número que tínhamos esta-belecido para três anos. Fizemo-lo em dois anos e o próximo ano fiscal é uma fase de consolidação. Estamos no caminho certo. Com um pouco mais de ambição para o próximo ano, cerca de 20%.”

Indústria e serviços

“Nos produtos que estão baseados na plataforma X3, a Sage Portugal é uma das unidades mais maduras, com know-how importante, centro de competências de X3

em Portugal, para os países de expressão portuguesa, de toda a Europa e Ásia.”

Como casos de sucesso de ganhos eviden-tes após a implementação do software Sage, Rui Nogueira aponta os clientes mais anti-gos, Angoflex e Technip, empresas de refe-rência em Angola que já têm software desde o período aquando do primeiro piloto da Sage.

A Sage também atua cada vez mais na área industrial, “que começa a ser impor-tante em Angola, mas também nos servi-ços”, conclui”.

O crescimento em Angola depende da capacidade de atrair novos parceiros”, afirma Rui Nogueira.

ANGOLA

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 37

Winsig lança solução de construção na “Projekta” AngolaA portuguesa Winsig está presente com um stand na “Projekta”, a maior feira dedicada ao se-tor da Construção Civil, Obras Públicas, Urbanismo e Arquitetura realizada em Angola, onde apresenta o SIG.Construção, uma solução de gestão desenvolvida internamente a partir do software PHC, que responde às necessidades específicas do mercado da construção e obras. O evento decorre de 23 a 26 de outubro, na FIL, Luanda.

Sage Portugal quer aumentar vendas em Angola

Possibilidade de chegar a outros

mercados

Um estudo encomendado pela Sage à IDC (market intelligence) aponta para mais de 25% de crescimento do investimento em software de gestão em Angola. Por enquanto, o mercado angolano não é representativo em termos globais no seio da Sage - o revenue de Angola são 15% de uma parte do revenue de Portugal e referente “apenas” ao Mid-market, mas Rui Nogueira fala da importância deste mercado para a Sage “pela abrangência e pela possibilidade de chegar a outros mercados africanos. Conseguimos alguma expansão a partir de Angola através de alguns parceiros angolanos e de empresas que se internacionalizaram.” A Sage também concretizou negócios na Guiné e em Moçambique, neste último país devido à relação com a Sage de África do Sul. Tem havido também alguma expansão para a África francesa dado que a Sage Mid-market tem origem francesa. “Uma série de empresas portuguesas, muitas de construção, começam a olhar para mercados como a Argélia e a Tunísia e não apenas para os mercados de expressão portuguesa. A Sage tem uma excelente posição para conquistar estes mercados porque conhece a legislação e a língua.”

Encontrar recursos formados é principal dificuldade

O estudo pedido pela Sage IDC refere que 60% das empresas têm dificuldade na contratação e formação de RH. “Encontrar recursos formados é o principal desafio apontado pelas empresas e sentimos muito isso quando estamos a implementar o software, não apenas no que se refere aos conhecimentos na área dos TI, mas também nos próprios processos de gestão e, por outro lado, no suporte. As empresas que compram software de gestão, e principalmente no Big Market, onde os investimentos já são bastante maiores do que nas outras áreas, querem assegurar que há suporte local e é demonstrativo de que há falta de recursos pois alguns processos correram mal porque as coisas não funcionam quando se utilizam recursos de fora. Os custos são altos e é essencial que haja presença local”, frisa Rui Nogueira.Recentemente, a Sage finalizou um acordo em Angola para criar uma academia e formar mais parceiros, além de, em conjunto com a universidade angolana Agostinho Neto, ter organizado algumas ações de formação in sito.

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O Plano Regional de Turismo Lisboa 2015/2019 prevê o crescimento das receitas de hotelaria em 5%. Segundo Pedro Galhardas, partner da Roland Berger, que elaborou o documento, o plano introduz o conceito de região alargada, que prevê, entre outros, “estender o turismo religioso associado a Fátima para os mercados emissores da América Latina”.MARC [email protected]

Vida Económica – De que for-ma o Plano Regional de Turismo Lisboa 2015/2019 se propõe aumentar as receitas em 800 milhões de euros na hotelaria?

Pedro Galhardas - O Pla-no Regional de Turismo Lisboa 2015/2019 assenta no desenvolvi-mento do conceito de região. Este plano estratégico é efetivamente o primeiro a trabalhar a região de Lisboa como um todo, tendo como enfoque o aumento do con-tributo do turismo para a econo-mia da região, a três níveis:

Alargamento da abrangência da oferta, com o desenvolvimento de novos nichos de mercado;Aumento da estadia média dos turistas através de um maior nú-mero de atrações e de atividades;Acréscimo do número de ‘repe-at visitors’ com o elevado núme-ro de combinações de produto possíveis. Assim, o principal objetivo do plano (o reconhe-cimento da região como o me-lhor destino europeu em termos de diversidade) deverá permitir atingir:10 milhões de dormidas de es-trangeiros, que corresponde a um aumento de 5% / ano;800 milhões J de proveitos glo-bais com dormidas, que corres-ponde a um crescimento de 5% / ano Resulta de uma combinação de crescimento do número de dor-midas totais (nacionais e estran-geiras) de aproximadamente

4%, e de uma recuperação nos proveitos médios por dormida de 1% / ano no período.

VE - Como se consegue que os hóspedes gastem mais por quarto nos hotéis da região, por forma a aumentar o preço mé-dio?

PG - Os proveitos médios por dormida na região de Lisboa atin-giram os 58 milhões em 2013, o que representou uma recuperação face a 2012, mas que ainda se en-contram abaixo dos níveis regista-dos em 2009. Em paralelo, desde 2009 as taxas de ocupação (quarto

e cama) têm vindo consistente-mente a recuperar (63% de taxa de ocupação quarto em 2013). Assim, considerando o enfoque dado no Plano Estratégico ao cres-cimento das dormidas, prevê-se que esta tendência se mantenha nos próximos anos.

A pressão provocada pelo au-mento de procura, numa região que mantém ainda hoje das tarifas médias mais baixas da Europa, de-verá permitir que os proveitos mé-dios por dormida possam recupe-rar no período entre 2015 e 2019.

VE - Está quantificado o efeito

de ‘spill-over’ que esse acrésci-mo trará para a economia da região?

PG - A região, exceto a cidade de Lisboa, conta com aproximada-mente 30% das dormidas e 35% da oferta de camas. Assim, espera--se que o peso da região em núme-ro de hóspedes se aproxime da sua relevância em termos de número de camas, ou seja, 35% do total.

VE - A integração da oferta beneficia os operadores turísti-cos?

PG - A estratégia assenta nos produtos core da região (p.e. City/

Bairrada afirma diversidade MARC [email protected]

O vinho e a gastronomia consti-tuem a base sobre a qual a região da Bairrada pretende dinamizar a sua oferta turística. Não obstante, ou-tros segmentos, como as termas, o património e cultura ou a natureza, assumem um papel determinante na definição de um produto turísti-co integrado e diversificado.

A loja da Rota da Bairrada, cuja sede está instalada na antiga esta-ção de caminho-de-ferro da Curia, recebe anualmente cerca de 8000 visitantes anuais, uma pequena amostra do número global de visi-tas à região.

Esta entidade, formada através de uma associação entre 15 produtores de vinhos da Bairrada, cinco restau-rantes, bem como 12 unidades ho-teleiras regionais, tem como missão promover e cativar a atratividade turística.

A Vida Económica teve oportu-nidade de fazer um pequeno périplo por alguns dos pontos mais interes-santes deste território, no âmbito da realização do evento Encontro com o Vinho e Sabores - Bairrada 2014, que se realizou no Centro de Alto Rendimento - Velódromo de San-galhos, em Anadia, organizado pela Comissão Vitivinícola da Bairrada, Turismo do Centro de Portugal e do município de Anadia.

Variedade Bairrada

No âmbito da visita, foi possível conhecer o trabalho que a região está a desenvolver no sentido de criar pontos de interesse para uma região de reconhecida heterogenei-dade.

Desde logo, o Museu da Bairra-da, que reúne um impressionante espólio referente ao mundo vitivi-nícola regional, para além de abri-gar diversas exposições temporárias. Este local, que recebe cerca de 2000 visitantes/mês, é ainda um espaço de eventos empresariais, incentivos e congressos.

Já o Museu Aliança Underground reúne, em cerca de 1,5 quilómetros de túneis que constituíam as antigas caves daquela empresa vinícola, um impressionante espólio museológi-co, propriedade de Joe Berardo. O museu recebe cerca de 30 mil visi-tantes por ano e a entrada custa três euros, um valor bastante módico para a qualidade da visita.

No Palace Hotel do Buçaco depara-se-nos a grandiosidade de um edifício construído pelo rei D. Carlos como estância de caça (da qual, curiosamente, nunca viria a usufruir), no coração de uma mata esplendorosa, hoje gerida pela Fun-dação da Mata do Buçaco.

PEDRO GALHARDAS, PARTNER DA ROLAND BERGER, ESTIMA

Lisboa deve aumentar para 800 as receitas de hotelaria até 2019

Reforço do segmento congressos e incentivos

Plano Regional de Turismo para Lisboa antecipa crescimento do número de dormidas totais em 4% e recuperação nos proveitos médios por dormida de 1%/ano, disse Pedro Galhardas, ‘partner’ da Roland Berger.

VE - Quais os segmentos que serão alvo de maior atenção no âmbito deste plano?PG - Em termos de segmentos, o Plano Estratégico reforça a aposta no Meetings Industry, através do desenvolvimento do novo Centro

de Grandes Congressos em Lisboa, que permite reforçar a oferta da região nos grandes congressos. Mantém-se também o enfoque nos segmentos de casais entre os 35 e os 54 anos como principal segmento-alvo para city/short-

breaks, bem como um reforço dos jovens, especialmente europeus. O novo terminal de cruzeiros deverá permitir também desenvolver o segmento de cruzeiristas na região, e em particular o segmento de ‘fly and cruise’.

TURISMO

Salão das Viagens de Negócios decorre hojeO Pavilhão de Portugal – Parque das Nações, em Lisboa, será hoje o palco do Salão das Viagens de Negócio, entre as 10 h e as 18 h. O certame conta com a presença de cerca de expositores com oferta específica para os viajantes de negócios. No evento será apresentado o resultado do Barómetro das Viagens de Negócio 2014, realizado entre empresas portuguesas acerca das viagens de negócio.

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MARC [email protected]

O regime fi scal dos residentes não habituais (RNH) tem colo-cado Portugal na rota do inves-timento por parte de cidadãos estrangeiros e, ao mesmo tempo, mobilizado os operadores, espe-cialmente do setor do turismo

residencial, na promoção externa da sua oferta.

Nesse sentido, o cidadão estran-geiro que pretenda viver em Portu-gal ao abrigo do regime deve per-manecer em Portugal, em cada ano, mais de 183 dias; caso permaneça menos tempo, deve possuir em Portugal a sua residência fi scal habi-

tual e manter no país o seu “centro de interesses vitais”.

Para obter o estatuto de RNH, o cidadão estrangeiro deve obter o NIF português, apresentar o pe-dido de concessão do estatuto de RNH até 31 de Março do ano se-guinte ao primeiro ano de residên-cia fi scal em Portugal, sendo que

o tempo médio de atribuição doRNH é de seis meses, sendo que os efeitos retroagem até ao ano fi scal da chegada.

O principal fator atrativo desteregime reside no facto de o pro-ponente estar isento de quaisquer taxas sobre rendimentos obtidos noexterior, incluindo pensões.

Regime fi scal de residentes não habituais mobiliza operadoresmilhões

Short Break, MI, Cruzeiros), mas inclui também produtos com al-guma escala que benefi ciam do conceito de região (p.e., Turismo Residencial, Surf) e produtos de nicho (p.e., Náutica, Turismo de Natureza) como alavancas de cres-cimento futuro.

Adicionalmente, e no caso es-pecífi co dos operadores turísticos, este plano propõe um reforço da promoção junto de operadores tu-rísticos em mercados emissores es-pecífi cos em que estes mantêm um peso signifi cativo, por exemplo na Alemanha.

VE - Ao nível das ligações aé-reas, que papel está reservado para a TAP nesta estratégia?

PG - A classifi cação dos dife-rentes mercados emissores e a de-fi nição da abordagem aos mesmos, prevista no plano, teve como um dos fatores determinantes a quali-dade das acessibilidades existentes.

A abordagem proposta aos mercados emissores assenta nos mercados tradicionais, como os principais países europeus, ou o Brasil, que são os mercados por ex-celência para o turismo da região e com acessibilidades já bastante desenvolvidas.

De entre estes, dada a sua rele-vância, potencial de crescimento e qualidade das acessibilidades, selecionaram-se os mercados espa-nhol, alemão e brasileiro para de-senvolver uma abordagem regional assente numa análise aprofundada dos seus comportamentos en-quanto turistas. Assim, a TAP tem uma grande relevância na concre-tização da estratégia para os mer-cados emissores prioritários, dado o seu posicionamento no Brasil e a integração na Star Alliance.

VE - O acréscimo do número de turistas pode ainda benefi -ciar outras regiões do turismo do país?

PG – O plano introduz o con-ceito de região alargada, incluindo por exemplo Fátima, permitindo que o crescimento previsto para a região de Lisboa benefi cie tam-bém outras regiões do país. O conceito foi introduzido de forma a permitir o enriquecimento da oferta com produtos de elevada relevância para o desenvolvimento de mercados emissores de grande potencial (p.e., o turismo religioso associado a Fátima para os merca-dos emissores da América Latina).

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO 2014 39

Turismo rural em debate no AlentejoA atualidade e os desafi os do turismo rural são o centro do debate num congresso internacional a realizar em Reguengos de Monsaraz, nos dias 30 e 31 de outubro. Este contará com oradores oriundos da Lituânia, Espanha, Alemanha, Holanda, França, Portugal, Reino Unido ou Brasil, e terá lugar no Pavilhão Multiusos de Reguengos de Monsaraz.

Zmar apresenta “réveillon” O Zmar apresentou o seu programa de “réveillon”. O Eco Resort decidiu fechar o ano de

2014 e entrar em 2015 em grande com a produção de uma Festa «White Nonsense Party».O programa inclui cocktail, jantar, ceia, animação, música ao vivo e brunch no dia 1, e lançou uma promoção para os primeiros alo-jamentos reservados, com tarifas deste 376 euros para duas pessoas.

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atravessar uma vida activa sem

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João Passos , Presidente APAVT

Também disponível em formato digital

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ASSINATURA

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Fala-se muito hoje na necessidade de rein-dustrializar a Europa. E Portugal, é claro.O que é obviamente um disparate. De-fender a indústria contra os serviços faz tanto sentido como há algumas décadas defender a agricultura contra a indústria.Após a IIª Guerra Mundial a generalidade dos países europeus tinha mais de 20% da população empregue na agricultura. Hoje oscila entre 2/3%. E no entanto a produ-ção agrícola aumentou exponencialmente.O que importa numa economia não é o tipo de trabalho: agricultura, indústria, serviços. É a natureza do trabalho: se cria ou não alto valor acrescentado.Em todos os sectores há pechisbeque. Que não enriquece ninguém (a não ser com enormes investimentos em fábricas colos-sais para se ter custos muito baixos, fruto de economias de escala). Como diz o pro-vérbio: um cêntimo (de preço) nunca deu um euro (de lucro).Veja-se o caso dos semicondutores (vulgo chips). As drams (memórias), enquanto produto estandardizado, levaram a Qi-monda à falência. A Intel deixou de os produzir, especializou-se nos chips lógicos (microprocessadores), onde o factor de sucesso é a qualidade – potência e peque-no tamanho – não o preço e tornou-se na grande empresa de sucesso de hoje.Vem isto a propósito de um estudo muito interessante feito pela BCG (e para o qual José António de Sousa, CEO da Liberty Seguros me alertou) que compara, na ac-tualidade e temporalmente, os custos de produção na indústria de transformação entre 25 países e usando quatro variáveis: salário, produtividade, custos de energia e taxas de câmbio (infelizmente Portugal não faz parte da amostra).E começando pela evolução temporal há quatro grupos de países:Os sob pressão, tradicionalmente os ba-rateiros do mundo que desde 2004 enca-receram: a China p.e., que hoje é só 4% (!) em média mais barata que os EUA. Ou o Brasil, que hoje é mais caro que muitos pa-íses europeus (Espanha, Holanda, Áustria, Alemanha, Itália, etc.).Há depois entre os países desenvolvidos aqueles que perdem terreno face aos EUA devido à diferença na evolução de custos de energia e produtividade: Bélgica, Fran-ça, Suécia, Suíça.Mantendo a sua posição há a Indonésia e a Índia. Os salários sobem exponencial-

mente. Mas a produtividade também. E a depreciação das moedas ajuda.Finalmente, há as estrelas em ascensão: o México, o qual (devido a ganhos de pro-dutividade, contenção salarial, os custos de energia e a taxa cambial) tem hoje custos unitários mais baixos que a China (!).E sobretudo os EUA, cujos ganhos cons-tantes de produtividade fazem com que seja mais barato que todos os dez maiores exportadores do mundo (com excepção da China e Coreia do Sul).O que nos leva, fi nalmente à comparação entre países. Para um custo unitário de 100 nos EUA, os mais baratos de todos no mundo são a Indonésia (83), a Índia (87), o México e a Tailândia (91) e a China (96).E acima (mais caros que os EUA) estão a Po-lónia, Coreia do Sul, República Checa, Japão e a Itália e Brasil (ambos com 123), etc.No fundo este interessante estudo ilustra o que já sabemos: salários baixos não são sinónimo de produtos baratos. E os custos de contexto (perda de tempo com buro-cracia)? E os custos energéticos? E (sobre-tudo) a baixa produtividade?Que no caso português (por pessoa em-pregue a PPC) é 70% da média europeia (a produtividade da Espanha está acima da média com 102%). E a pouco mais de me-tade da da Irlanda.Com a suprema ironia, de se por um lado, Portugal tem a produtividade mais baixa dos 15, por outro lado o país com maior produtividade na Europa (Luxemburgo) é precisamente aquele com maior percenta-gem de portugueses na sua população em-pregue (22%).Produzindo cada português no Luxembur-go numa hora mais do que cada português cá (2,1 x), se viessem a Portugal fariam o nosso trabalho e entrariam de fi m-de--semana às 12h00 de 4ª feira ou de férias anuais em 23 de Junho.Sendo certo que o Luxemburgo é um país de serviços (fi nanceiro, comércio, informação, hotelaria, transportes, etc.) e onde consequentemente a indústria só pesa 11% contra 29% em Portugal. O sa-lário mínimo?: é “apenas” 1921 euros.Donde a questão fulcral não é como in-dustrializar o país. Mas duas outras. Pri-meira, onde estão as actividades de alto valor acrescentado? E, segunda, onde Portugal tem vantagem competitiva? Seja qual for o sector. A indústria. Ou o seg-mento.

O primeiro-ministro deixou a garantia que, no âmbito da reforma do IRS, será criada “uma espécie de cláusula de sal-vaguarda que impedirá que as famílias sem fi lhos sejam prejudicadas”. De facto, aquela reforma visa sobretudo benefi ciar os casais com fi lhos, mas aqueles que os não têm não podem sair prejudicados.

Em princípio, quando os contribuin-tes entregarem as respetivas declarações

de IRS (com ou sem fi lhos) poderá colo-car em prática a referida cláusula de sal-vaguarda. Existirá então uma opção que implica a não validação da declaração ele-trónica, que faz com que a AT proceda à comparação entre a liquidação de im-posto de acordo com as regras de 2014 e 2015. Feita a comparação, caberá ao con-tribuinte escolher qual aquela que preten-de validar.

Vide artigos e gráficosblog: http://economiadasemana.blogspot.pt twitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ Mestre Drucker School PhD Columbia UniversityProfessor CatedráticoE-mail: [email protected] In: http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesaTwitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa

NOTA DE FECHO

Nº 1561 / 24 de outubro 2014 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Reindustrialização?

Uma edição

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IRS com “cláusula de salvaguarda” para casais sem fi lhos

A indústria da construção ainda não saiu da crise. No entanto, os empresá-rios do setor acreditam na recuperação, refere o estudo da Federação Portuguesa da Indústria da Construção (Fepicop), relativa aos sete primeiros meses do ano.

O otimismo dos empresários assenta sobretudo na carteira de encomendas e na opinião favorável em termos de emprego. “Mais significativa ainda é a avaliação do nível de atividade atual das empresas, que aponta para um crescen-te dinamismo do setor, tendência que já não era observada há alguns anos”, congratula-se aquela federação.

Ainda assi, a construção continua a debater-se com problemas graves, sendo

que muitas empresas apenas sobrevivem porque optaram pela internacionaliza-ção.

O emprego ainda está em contração. O setor perdeu mais de 24 mil postos de trabalho, entre abril e junho, em termos homólogos, e quase 14 mil, face aos três primeiros meses do ano. Entretanto, os licenciamentos de edifícios para habita-ção estão em retração, mas, em contra-partida, a construção de edifícios novos está a melhorar.

O acesso ao crédito mantém-se com-plicado, fazem notar os empresários do setor. Também preocupante é o facto do malparado assumir um peso de um quinto do setor.

O Governo decidiu dotar o Banco de Fo-mento com um capital de 100 milhões de euros e será tutelado pelo Ministério da Eco-nomia. A instituição terá a sua sede no Porto, “com o objetivo de colmatar as falhas de mer-cado no fi nanciamento das PME de cariz não fi nanceiro e que sejam viáveis”.

O Estado é o acionista único das ações com um valor nominal de um euro. De notar

que o banco não poderá investir em dívida pública nacional, cabendo-lhe antes garantir a gestão de instrumentos fi nanceiros com recurso a fi nanciamento de fundos europeus estruturais e de investimento. O presidente da instituição é também designado pelo Estado. O Banco de Fomento terá ainda funções de apoio técnico sobre modelos de fi nanciamen-to público.

Construção dá sinais de melhorias

Banco de Fomento fi ca dotado de 100 milhões de euros

OBJETIVOS: amiliarizar os ormandos com os principais conceitos contabilísticos e nanceiros básicos

Permitir uma sensibilização aos problemas concretos do dia adia

Apreciar o impacto das decis es uotidianas sobre os resultados

globais da empresa Proporcionar aos participantes, a a uisição duma cultura nanceira indispensável a

todos os elementos com responsabilidades numa empresa.

FORMADOR: Dr. Agostinho Costa

PREÇOS: Público em Geral: €120 + IVAAssinantes VE: €90 + IVA

PROGRAMA: Compreender um balanço Analisar a ormação dos resultados Calcular e interpretar os indicadores de gestão mais signi cativos

As noç es base para analisar o e uilíbrio nanceiro de uma empresa

As noç es base para a análise económica e nanceira

O Ponto Crítico da Empresa ( rea Even Point)

Aspetos ue contribuem para a classi cação de risco das empresas

Os empr stimos bancários no conte to atual

As causas das necessidades de nanciamento

Os principais atores condicionantes da rentabilidade

Construir um ableau de ord para acompanhamento da gestão operacional de cada área da empresa

E emplos práticos

inanças para Não inanceiros

Ana Rita essa (Dep. ormação) Vida Económica Editorial SA. l : 223 399 427/00 / a : 222 0 8 098 Email: anabessa vidaeconomica.pt

novembro | PORTO 20 e 21 | LISBOA 27 e 28orário: 09h30 às 13h /14h30 às 18h (14 horas)