estado de goiÁs secretaria de estado da segurança pública

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ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás Academia Bombeiro Militar Curso de Formação de Oficiais PROPOSTA DE CUIDADOS PARA CONSERVAÇÃO DAS MANGUEIRAS DE INCÊNDIO APÓS AS OCORRÊNCIAS, NO ÂMBITO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. DÉRIKI SULLIVAN CASTRO GOIÂNIA 2014

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Page 1: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

ESTADO DE GOIÁS

Secretaria de Estado da Segurança Pública

Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás

Academia Bombeiro Militar

Curso de Formação de Oficiais

PROPOSTA DE CUIDADOS PARA CONSERVAÇÃO DAS MANGUEIRAS DE

INCÊNDIO APÓS AS OCORRÊNCIAS, NO ÂMBITO DO CORPO DE BOMBEIROS

MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS.

DÉRIKI SULLIVAN CASTRO

GOIÂNIA

2014

Page 2: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

DÉRIKI SULLIVAN CASTRO

PROPOSTA DE CUIDADOS PARA CONSERVAÇÃO DAS MANGUEIRAS DE

INCÊNDIO APÓS AS OCORRÊNCIAS, NO ÂMBITO DO CORPO DE BOMBEIROS

MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS.

GOIÂNIA

2014

Artigo monográfico apresentado como

exigência para conclusão do Curso de

Formação de Oficiais 2012/2 do Corpo de

Bombeiros Militar do Estado de Goiás sob

orientação do Cap. QOC BM Gustavo

Moura Jorge

Page 3: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

DÉRIKI SULLIVAN CASTRO

PROPOSTA DE CUIDADOS PARA CONSERVAÇÃO DAS MANGUEIRAS DE

INCÊNDIO APÓS AS OCORRÊNCIAS, NO ÂMBITO DO CORPO DE BOMBEIROS

MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS.

APROVADO POR:

_____________________________________________

TC QOC – Jonas Henrique Moreira Bueno

_____________________________________________

TC QOC – Ami de Souza Conceição

_____________________________________________

Maj QOC – Emerson Divino G. Ferreira

GOIÂNIA

2014

Artigo apresentado como exigência para

conclusão do Curso de Formação de

Oficiais 2012/2 do Corpo de Bombeiros

Militar do Estado de Goiás sob orientação

do Cap. QOC BM Gustavo Moura Jorge

Avaliado em ______/_____/_______

Page 4: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

“Um ao outro ajudou,

e ao seu companheiro disse:

Esforça-te.”

Isaias 41:06

Palavra da Salvação

Page 5: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente pela paciência, força, inteligência e

saúde dispensada sobre este pequeno ser;

Agradeço a minha esposa por estar ao meu lado suportado as

incertezas desta missão;

Agradeço ao meu orientador por ter empenhado junto comigo forças

para enfrentar esta batalha;

Agradeço a meus pares pelas contribuições positivas que me ajudaram

a chegar a este momento.

Page 6: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

RESUMO

A falta de um procedimento único e padrão dentro das ações

realizadas pelos militares do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, dado o

trato com as mangueiras de incêndio, assim como sua inadequada aplicação e

principalmente a carência de uma estrutura básica para manejo, limpeza e

conservação, nos exige propor formas de agir. Normas Técnicas, recomendações

dos fabricantes e ações aplicadas em empresas de ponta fornecem o

direcionamento. Este trabalho procura propor alternativas que sejam viáveis à

nossas estruturas padrão. De forma simples e pouco dispendiosa conceder meios

para uma correta conservação e manutenção das mangueiras de incêndio, evitando

surpresas desagradáveis em possíveis sinistros, assim como macular a credibilidade

do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás perante a sociedade e,

sobretudo, fazer um bom uso do dinheiro público evitado reposições desnecessárias

e não planejadas.

Palavra-chave: CECIU – Combate a Incêndio Urbano; Mangueiras de

Combate a Incêndio. Conservação e Manutenção. Corpo de Bombeiros.

Page 7: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

ABSTRACT

The lack of a single standard within the military actions taken by the

Fire Fighting of the State of Goiás, given the deal with fire hoses procedure as

inadequate implementation and especially the lack of a basic structure for handling,

cleaning and conservation, requires us to propose ways of acting. Technical

Standards, manufacturers' recommendations and actions implemented at leading

companies provide the direction. This paper aims to propose alternatives that are

viable to our standard structures. A simple and inexpensive means to provide a

correct conservation and maintenance of fire hoses, avoiding unpleasant surprises in

potential losses as well as tarnish the credibility of the Fire Fighting of the State of

Goiás in society and, above all, make a good use of public funds avoided

unnecessary and unplanned replacements.

Keyword: CECIU - Urban Fire Fighting; Fire Fighting hoses.

Conservation and Maintenance.Fire Department.

Page 8: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10

2. REFERÊNCIAL TEORICO ................................................................................. 12

3. AS MANGUEIRAS ............................................................................................. 13

3.1 Histórico das Mangueiras de Incêndio ......................................................... 13

3.2 Fabricação das Mangueiras de Incêndio ...................................................... 15

3.2.1 Tubo Interno .......................................................................................... 16

3.2.2 Reforço Têxtil ......................................................................................... 17

3.2.3 Mangueiras com Revestimento de Borracha ......................................... 18

3.2.4 Uniões ................................................................................................... 19

3.2.5 Empatação da mangueira à União ........................................................ 19

3.3 Tipos de Mangueiras .................................................................................... 20

4. MÉTODOS APLICADOS .................................................................................... 22

4.1 Visitas Técnicas ........................................................................................... 22

4.2 Levantamento de Licitações Realizadas ...................................................... 24

4.3 Levantamento de Estatísticas de Ocorrências ............................................. 24

4.4 Observações preliminares e dificuldades encontradas ................................ 25

5. CUIDADOS GERAIS COM AS MANGUEIRAS DE INCÊNDIO ......................... 26

5.1 Antes do Uso ................................................................................................ 26

5.2 Durante o Uso .............................................................................................. 27

5.2.1 Inspeção e Manutenção ........................................................................ 27

5.3 Depois do Uso .............................................................................................. 28

6. METODOLOGIA ................................................................................................. 29

7. A PROPOSTA .................................................................................................... 30

7.1 Objeto ........................................................................................................... 30

7.1.1 Limpeza das Mangueiras de incêndio ................................................... 30

Page 9: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

7.1.2 Secagem e Armazenamento ................................................................. 32

7.2 Orçamento.................................................................................................... 34

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 36

9. REFERÊNCIAS NORMATIVAS E BIBLIOGRÁFICAS ...................................... 38

10. APÊNDICE A - LISTA DE FOTOS ..................................................................... 39

11. APÊNDICE B - LISTA DE FIGURAS ................................................................. 40

12. APÊNDICE C - LISTA DE TABELAS ................................................................ 41

13. APÊNDICE D - LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................... 42

Page 10: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

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1. INTRODUÇÃO

Baseado nas Normas ABNT NBR 11.861/1998 e NBR 12.779/2009,

que trata das questões de tipos, inspeções e manutenção das mangueiras de

incêndio, e fixa as condições e cuidados necessários para manter a mangueira de

incêndio apta para uso, percebe-se no âmbito do CBMGO que essas prescrições

não são aplicadas.

As mangueiras de incêndio não apresentam um prazo de validade

especifico. Basta serem inspecionadas a cada seis meses e submetidas a ensaio

hidrostático a cada doze meses, devendo estes serviços ser realizados por

empresas capacitadas.

Os certificados de inspeção e manutenção das mangueiras de

incêndio, emitidos por empresas capacitadas, podem ser exigidos pelo Corpo de

Bombeiros, Prefeitura e Companhias de Seguro, assim como outras autoridades. A

falta desse documento poderá acarretar em não indenização dos danos por

seguradoras, bem como responsabilizar engenheiros, técnicos de segurança,

proprietários e síndicos por eventuais ações judiciais relativas à proteção de vidas e

patrimônios.

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás já consolidou a sua

credibilidade junto à sociedade, e, apesar de ter como carro chefe de suas ações as

ocorrências de resgate pré-hospitalar, principalmente em Goiânia e região

metropolitana, ainda povoa no imaginário popular como principal atividade do Corpo

de Bombeiros o combate a incêndios.

Como ícones destas referidas ações, é papel deste mesmo Corpo de

Bombeiros fornecerem o exemplo correto de manejo e conservação dos

equipamentos utilizados. Demonstrar que com baixo custo pode-se padronizar e

Page 11: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

11

facilitar o trabalho dos bombeiros militares em relação aos cuidados recomendados

às mangueiras de incêndio.

Torna-se objetivo deste trabalho, propor um espaço adequado e

eficiente para a manutenção das mangueiras de incêndio, proporcionar o aumento

da vida útil das mangueiras de incêndio, evitando reposições desnecessárias e não

planejadas e sistematizar uma conduta de manutenção das mangueiras de incêndio

assim como um controle das mangueiras em uso;

Page 12: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

12

2. REFERÊNCIAL TEORICO

Como referencial teórico utilizou-se o livro de Marina de Andrade de

Marconi e Eva Maria Lakatos, Fundamentos de Metodologia Cientifica que disserta

sobre o conceito de ciência e de conhecimento cientifico.

Sobre o histórico de mangueiras de incêndio utilizou-se o trabalho de

conclusão de curso de Sandro Fonseca da Universidade do Vale do Itajaí.

Sobre as técnicas utilizadas usaram-se as NBR 11.861 e NBR 12.779

das quais se extraíram as aplicações, os cuidados e métodos recomendados para os

cuidados propostos.

Page 13: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

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3. AS MANGUEIRAS

3.1 Histórico das Mangueiras de Incêndio

A destruição causada por incêndios ainda hoje assola o homem com

bastante intensidade. Há milhares de anos os incêndios destroem e causam

diversos prejuízos, muitas vezes dizimando vidas. Apesar do avanço progressivo em

diversas áreas do conhecimento, pouco se mudou como as formas primitivas de

combate a incêndio. Os Bombeiros de diversas nações, apesar dos avanços, ainda

utilizam as mangueiras como principal ferramenta para enviar água ao incêndio, e a

água continua sendo o meio mais barato e abundante para o combate a incêndios

além de ser o mais eficiente. Por este e deste modo as mangueiras de incêndio tem

participação crucial nas ações de combate a incêndio.

O surgimento das mangueiras de incêndio adveio bastante tempo apos

o aparecimento dos bombeiros propriamente ditos. Conta a historia que os primeiros

bombeiros surgiram dentre os povos romanos e chineses. Até então o transporte de

água até os locais de incêndio eram feitos através de odres (espécie de sacos de

couro). Os bombeiros da época além de se esforçarem demasiadamente tinham que

contar com a ajuda amistosa e voluntaria da população que movida por um desejo

de forte emoção ajudavam a transportar a água até o local do incêndio. FONSECA

(2007).

Após algum tempo começam a surgir às primeiras mangueiras de

incêndio, as quais eram produzidas com pedaços de couro curtido e costuradas com

grampos de latão, o que as tornava duras e extremamente pesadas quando úmidas.

Também eram de difícil acoplamento e seu manuseio nos climas frios era tão

complicado quanto à de um cano de ferro. Além disso, quando se aplicava pressão,

frequentemente havia inúmeras rupturas por suas fendas e por isso chegava pouca

água ao esguicho. Adequações e melhoramentos ao longo do tempo, mais

precisamente no século dezessete, facilitam o trabalho dos bombeiros em suas

ações, porem eram muitos os corpos de bombeiros que ainda utilizavam o transporte

Page 14: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

14

de água em baldes, passados de mão em mão até o lugar do sinistro. FONSECA

(2007).

As primeiras mangueiras de incêndio satisfatórias começaram a ser

fabricadas a partir do século XIX. Na Inglaterra em 1811, apareceram às primeiras

mangueiras de tecido advindas com o surgimento dos teares circulares, eram

tecidas em fibras naturais, como algodão, linho, juta e cânhamo e não possuíam

revestimento interno, apresentando problemas de vazamento. Sua parcial

imobilização era obtida pelo inchamento das fibras que aumentavam de volume

quando molhadas, contudo, eram sensíveis ao ataque de fungos, vindo a apodrecer,

apesar de todo o cuidado dispensado.

A partir de 1868 começa o processo de produção com uma nova

tecnologia para o momento que consistia em um tubo de borracha inserido dentro da

mangueira pela ação de altas temperaturas, este processo patenteado por J. B.

Forsyth foi conhecido como vulcanização. Processo que começa a ser utilizado

apenas um século depois de sua criação.

Apesar de todos os avanços, foi a partir dos anos 60 que as fibras

naturais começam a serem substituídas pelas fibras sintéticas, estas apresentavam

inúmeras vantagens como: redução de peso, pressões de trabalho mais elevadas,

pouca absorção de água, resistência a fungos e menor manutenção.

Atualmente o processo de produção das mangueiras de incêndio é

relativamente simples e rápido, sem maior protelação. Não há duvidas o quanto

ainda carece ser aperfeiçoadas, contudo a inserção de materiais aplicados oriundos

dos avanços da tecnologia espacial muito tem contribuído para redução das

imperfeições o que diretamente minimiza os efeitos trágicos causados pelos

incêndios às vidas, a propriedade e ao meio ambiente. FONSECA (2007).

Page 15: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

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3.2 Fabricação das Mangueiras de Incêndio

A mangueira de incêndio atual é constituída por um tubo flexível tendo

em suas pontas juntas de união do tipo storz destinadas ao engate rápido para a

atividade bombeiro além de possuir capacidade de conduzir água sob pressão. O

revestimento interno contém um tubo de borracha que impermeabiliza a mangueira,

evitando rupturas por onde sai água. A capa do tubo flexível é composta de uma

lona, confeccionada em fibras naturais ou sintéticas, que permitem à mangueira

suportar alta pressão, tração e as difíceis condições de trabalho exigidas pela

atividade bombeiro militar além de que todo o processo de produção atual é regido

por um conjunto de normas e exigências de qualidade que contribuem para

credibilidade nas ações de combate a incêndio.

O tipo mais comum é a mangueira com reforço têxtil sintético e tubo

interno de borracha. É constituída de um tubo de borracha vulcanizada revestido de

um ou mais reforços têxteis. O tubo interno torna a mangueira resistente a

vazamentos e reduz o atrito da água com as paredes do tubo, o que reduz perda de

carga. Já o reforço têxtil lhe confere resistência à deformação, à abrasão e a altas

temperaturas (Foto 1). FONSECA (2007).

Foto 1: Mangueira de 2 ½” Tipo 2

Fonte: do autor

Page 16: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

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3.2.1 Tubo Interno

As características essenciais dos forros internos das mangueiras de

incêndio (também chamados tubos) são ausência de defeitos e de pontos de

vazamentos, boas características de envelhecimento e baixa rugosidade da

superfície. Características desejáveis de resistência ao envelhecimento são exigidas

para evitar o aparecimento de rachaduras nas dobras e subsequente falha em

serviço. Essa característica é muito importante já que a mangueira fica armazenada

por grande parte de sua vida útil. O tubo interno é constituído por polímeros:

borracha, plástico ou composto de borracha/plástico flexível.

A composição do forro interno de borracha das mangueiras de incêndio

envolve a seleção de matérias primas apropriada para assegurar as propriedades

desejadas. A primeira e a mais importante dessas seleções é a borracha. Há setenta

anos, a borracha natural era a única escolha possível. Hoje, entretanto, diversas

borrachas sintéticas tornaram-se disponíveis comercialmente.

Essas borrachas (natural ou sintética) são combinadas com cargas

(sílica, negro defumo, caulim, etc.), óleos de processamento, antioxidantes,

aceleradores e agentes de vulcanização para alcançar as propriedades físicas

desejadas no tubo acabado. O composto de borracha sintética possui uma

resistência muito maior do que a borracha natural a óleos e a combustíveis, bem

como contra todos os efeitos do tempo. FONSECA (2007).

O tubo é fabricado de duas formas: por calandras ou por extrusão.

Calandra é o processo no qual a borracha é comprimida entre dois rolos opostos

para produzir uma lâmina plana. O tubo é então formado dobrando-se e unindo-se

às extremidades da lâmina. Esse método foi virtualmente substituído pela extrusão,

um processo no qual uma massa de borracha ou de plástico aquecido é forçado, sob

pressão, através de um molde de uma máquina de extrusão, para produzir um tubo

contínuo, sem costura. A baixa rugosidade no interior do tubo reduz a perda de

carga, a qual seria causada pela passagem da água através da mangueira à alta

Page 17: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

17

velocidade. Após os tubos serem extrudados, é aplicada uma fina camada de

adesivo. A seguir o tubo é introduzido no reforço têxtil e tem lugar a vulcanização. O

calor e a pressão do vapor no processo de vulcanização provocam a aderência do

tubo interno às fibras do reforço têxtil, que transformam o tubo e o reforço em uma

peça só. FONSECA (2007).

3.2.2 Reforço Têxtil

A função do reforço têxtil é proteger o tubo interno de borracha e dar

resistência ao conjunto. Tecido em um tear circular, o reforço têxtil possui dois

elementos básicos: o urdume e a trama, conforme mostrado (Figura 1)

O urdume é o conjunto de fios que estão dispostos no sentido

longitudinal da mangueira. A trama é o conjunto de fios que estão dispostos no

sentido transversal da mangueira. A trama está disposta ao longo da circunferência

do reforço têxtil e cobre o urdume. Como a mangueira está sujeita às altas pressões

quando em carga, o urdume resiste aos componentes da pressão interna no sentido

do comprimento e a trama resiste à pressão no sentido da circunferência. Diversas

fibras sintéticas são utilizadas na confecção do reforço têxtil, principalmente o náilon

e o poliéster. A trama e urdume emprestam os módulos de elasticidades de seus

componentes à trama, que por sua vez, forma um conjunto com o tubo de borrachas,

Figura 1: Ilustração de como se posta à trama e o urdume.

Fonte: FONSECA, Sandro FireHouse Pratices, p 14.

Page 18: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

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dando às mangueiras um módulo de elasticidade específico no sentido longitudinal e

transversal, impondo-lhe a propriedade de aumentar e diminuir de diâmetro e

comprimento de acordo com os esforços mecânicos a que forem submetidas. A

característica mais importante de qualquer mangueira de incêndio é o seu

comportamento sob pressão. Alongamento, dobramento, torção ou qualquer

distorção sob pressão devem ser razoavelmente minimizadas, a fim de que o

desempenho desejado possa ser alcançado. A concepção e a resistência do reforço

têxtil é fator fundamental para atingir tal desempenho.

3.2.3 Mangueiras com Revestimento de Borracha

Como o termo indica, é a mangueira que possui um revestimento

externo de borracha, o qual resiste ao mofo, resiste a danos por abrasão e ao

contato com produtos químicos. Há vários processos para a produção desse tipo de

mangueira. Em um dos processos, o reforço têxtil é passado através de uma

máquina de extrusão que o reveste interna e externamente com material

emborrachado. O reforço têxtil é feito de poliéster, náilon ou uma combinação de

ambos. Como o reforço passa através da máquina, um composto de borracha

nitrílica é injetado sob pressão e calor, de modo que ele penetre nas fibras do

reforço, unindo o interior e o exterior. A borracha nitrílica, assim, serve tanto como

uma cobertura ou como um tubo interno liso e à prova de vazamentos.

Outro tipo de mangueira recoberta com borracha é fabricado em um

processo de três camadas, no qual a proteção externa é vulcanizada à superfície

interior do reforço de poliéster. Em seguida a mangueira é virada no seu avesso e o

tubo interno de borracha é então introduzido na mangueira e esta é novamente

vulcanizada. FONSECA (2007).

Page 19: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

19

3.2.4 Uniões

As uniões utilizadas em mangueiras de incêndio são as do tipo engate

rápido tipo storz. São uniões que não possuem peça macho ou fêmea, facilitando e

dando maior rapidez à execução das conexões. São conectadas juntando-se as

duas uniões e girando-as para a direita até o seu travamento.

Os componentes de travamento consistem em aletas e reentrâncias

feitas na face década união giratória. Quando juntadas, as aletas de cada união

ajusta-se a um recesso na reentrância da oposta, então deslizam até a posição de

travamento com um giro de 180º (cento e oitenta graus). Ressaltos na parte de trás

da união giratória fornecem apoio para as chaves de mangueira (Foto 2). FONSECA

(2007).

3.2.5 Empatação da mangueira à União

Denomina-se empatação a fixação da mangueira à união. Uma das

mais antigas formas de fixar a mangueira à união e adotada no Brasil, envolve o uso

de um anel de metal maleável, chamado anel de expansão, usualmente feito de

cobre recozido. O anel de expansão, que possui diâmetro externo ligeiramente

Foto 2: União do tipo Storz

Fonte: do autor.

Page 20: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

20

menor do que o diâmetro interno da mangueira é introduzido e alinhado com a borda

da mangueira. A mangueira é introduzida na união e então o anel é expandido

contra a mangueira com uma máquina (manual ou hidráulica). Esse processo

comprime fortemente a mangueira contra a superfície interna da união. O anel

expandido fica com o mesmo diâmetro do forro interno da mangueira, de tal forma

que ele não obstrui a passagem da água. Esse método não é somente usado nas

fábricas de mangueiras, mas também nas oficinas dos Quartéis de Bombeiros, para

reempatar as mangueiras que, por qualquer motivo, necessitem de tal serviço ou de

reparos (Foto 3). FONSECA (2007).

3.3 Tipos de Mangueiras

No Brasil, as mangueiras de incêndio atendem às especificações da

NBR 11861(ABNT, 1998) que dispõe sobre os tipos de mangueiras de incêndio

existentes no mercado, e estabelece: O tipo da mangueira, o nome ou marca do

fabricante deve estar marcado nas duas extremidades do duto flexível com

caracteres de 25 mm de altura à distância de 0,5 m a 1,4 m das uniões.

Foto 3: União de 1 ½ “ empatada (fixada) em uma mangueira de Tipo 1

Fonte: do autor

autorAutor

Page 21: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

21

Certifica-se de que o tipo de mangueira de incêndio é adequado ao

local e as condições de aplicação da seguinte forma:

Mangueira Tipo 1 – Construída com um reforço têxtil, destina-se a edifícios de

ocupação residencial. Pressão de trabalho máxima de 980 kPa (10 kgf/cm2 ou 100

mca);

Mangueira Tipo 2 – Construída com um reforço têxtil, destina-se a edifícios

comerciais e industriais ou Corpo de Bombeiros. Pressão de trabalho máxima de

1.370 kPa (14 kgf/cm2 ou 140 mca);

Mangueira Tipo 3 - Construída com dois reforços têxteis sobrepostos, destina-se a

área naval e industrial ou Corpo de Bombeiros, onde é indispensável maior

resistência à abrasão.Pressão de trabalho máxima de 1.470 kPa (15 kgf/cm2 ou 150

mca);

Mangueira Tipo 4 - Construída com um reforço têxtil, acrescida com uma película

externa de plástico, destina-se à área industrial, onde é desejável maior resistência à

abrasão.Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2 ou 140 mca);

Mangueira Tipo 5 - Construída com um reforço têxtil, acrescida de um revestimento

externo de borracha, destina-se à área industrial, onde é desejável uma alta

resistência à abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2 ou 140

mca).

Tabela 1 – Comportamento da Mangueira sob pressão.

Fonte: NBR 11.861 (ABNT, 1998).

Page 22: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

22

4. MÉTODOS APLICADOS

Intentou colher os dados referentes a licitações realizadas pelo

CBMGO relativo à aquisição de mangueiras de incêndio no âmbito da corporação e

posteriormente saber quantas destas mangueiras foram disponibilizadas para as

unidades pesquisadas. Com estes dados em mãos cruzá-los com os atendimentos

reais de combate a incêndio que objetivaram o uso das mangueiras, e por fim, saber

a quantidade de mangueiras avariadas e suas principais avarias.

4.1 Visitas Técnicas

Foram realizadas algumas vistas técnicas em unidades da capital

acompanhando o trabalho de militares ligados à atividade de combate a incêndio e

suas ações frente ao tema abordado neste trabalho: cuidados com as mangueiras

de incêndio e o que se viu é o que se segue (Fotos 4,5 e 6):

Foto 4: Armazenamento inadequado das mangueiras de incêndio.

Fonte: quartel da capital

Page 23: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

23

Foto 5: Presença de óleos e graxas com a mangueira de incêndio.

Foto 6: Secagem inadequada da mangueira após limpeza.

Fonte: quartel da capital

Fonte: quartel da capital

Page 24: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

24

4.2 Levantamento de Licitações Realizadas

Segundo levantamento realizado junto ao DECOL – Departamento de

Compras e Licitações do Corpo de Bombeiros de Goiás, foram adquiridas nos

últimos três anos (2012 a 2014) um total de aproximadamente 220 mangueiras de

combate a incêndio de acordo como segue:

- 115 (cento e quinze) mangueiras de 1 ½ do tipo 2 a um preço unitário de R$

216,12 totalizando R$ 24.854,56;

- 85 (oitenta e cinco) mangueiras de 2 ½ do tipo 2 a um preço unitário de R$ 299,10

totalizando R$ 25.424,06;

- foram adquiridos ainda 04 caminhões de combate a incêndio os quais se

encontram atualmente nas seguintes unidades: 1º BBM, 8º BBM, 7º BBM e 2º CIBM

e nestes vieram acompanhando 5 (cinco) mangueiras de 1 ½ tipo 2 e 5 (cinco)

mangueiras de 2 ½ tipo 2, totalizando 20 mangueiras;

4.3 Levantamento de Estatísticas de Ocorrências

Segundo levantamento realizado junto a BM/1, secção de estatística e

analise da informação, segue a quantidade de incêndios urbanos atendidos na

capital (Tabela 2):

Tabela 2 – Ocorrências de Incêndio na Capital (2012 e 2013).

Fonte: BM/1 em 27/05/2014.

Page 25: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

25

4.4 Observações preliminares e dificuldades encontradas

Quanto às licitações realizadas, verifica-se que, para os moldes do

Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás - CBMGO, não foi uma compra

acentuada. Sabe-se que algumas unidades receberam um máximo de 5 (cinco)

mangueiras de combate a incêndio, o que é uma quantidade ínfima se comparado

ao porte desta instituição. Segundo pesquisa realizada no sitio do CBMGO em

07/06/2014 a instituição conta hoje com 12 (doze) Batalhões de Bombeiros, 02

(duas) Companhias Operacionais, 15 (quinze) Companhias Independentes, 8 (oito)

Pelotões e 13 (treze) Destacamentos entre ativos e em implantação, totalizando 45

(quarenta e cinco) municípios atendidos diretamente .

As ocorrências atendidas na área metropolitana nos demonstram o

quanto houve atuação dos bombeiros nos mais diversos tipos de edificação, contudo

é insuficiente em demonstrar em quantos dos tais houve a real utilização das

mangueiras de combate a incêndio. Observa-se que o sistema de informações e

controle de dados do CBMGO encontra-se em aprimoramento e espera-se em um

futuro bem próximo alcançar a fidedigna aproximação de dados mais detalhados.

Outros dados que ficaram obscuros foram as quantidades e os tipos de

mangueiras que sofreram avarias neste período, e quantas destas foram

descartadas devido sua impossibilidade para o uso, não é uma pratica recorrente a

documentação deste tipo de informação em meios de fácil acesso.

Page 26: ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Segurança Pública

26

5. CUIDADOS GERAIS COM AS MANGUEIRAS DE INCÊNDIO

Para aumentar a vida útil das mangueiras de combate a incêndios

devem-se seguir todas as instruções contidas na Norma NBR 12.779 (ABNT, 2009)

que trata sobre inspeção, manutenção e cuidados em mangueiras de incêndio,

orientando cuidados para antes, durante e depois do uso semelhantemente as

recomendações do fabricante que nada mais é do que um espelho da norma.

5.1 Antes do Uso

A mencionada norma determina ser necessário verificar se a pressão

na linha é compatível com a pressão de trabalho da mangueira, em alguns casos

não observados por nossas guarnições (Foto 7).

Observa ainda que a mangueira de incêndio deva ser utilizada por

pessoal treinado. Não se deve arrastar a mangueira sem pressão, pois isso causa

furos no vinco. Não se deve armazená-la sob a ação direta dos raios solares e/ou

vapores de produtos químicos agressivos e não utilizar a mangueira para nenhum

outro fim (lavagem de garagens, pátios etc.) que não seja o combate a incêndio. Por

fim, devem-se evitar quedas das uniões e nunca guardar a mangueira molhada após

a lavagem, uso ou ensaio hidrostático.

Foto 7: Mangueira de tipo 1 encontrada em quartel na capital.

Fonte: do autor

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27

5.2 Durante o Uso

Deve-se evitar a passagem da mangueira sobre cantos vivos, objetos

cortantes, ou pontiagudos que possam danificá-la. Não se deve curvar

acentuadamente a extremidade conectada com o hidrante, pois isso pode causar o

“desempatamento” da mangueira (união). Deve-se orientar os usuários a ter cuidado

com golpes de aríete na linha causados por entrada de bomba ou fechamento

abrupto de válvulas e esguicho, pois pode romper ou desempatar uma mangueira.

Quando não for possível evitar a passagem de veículos sobre a mangueira, deve ser

utilizado um dispositivo de passagem de nível.

5.2.1 Inspeção e Manutenção

Toda mangueira, quando em uso (em prontidão para combate a

incêndio), deve ser inspecionada a cada 3 (três) meses e ensaiada

hidrostaticamente a cada 12 (doze) meses, conforme a norma NBR 12.779 (ABNT,

2009). Estes serviços devem ser realizados por profissional ou empresa

especializada. O ensaio hidrostático em mangueira de incêndio deve ser executado

utilizando-se equipamento apropriado, sendo totalmente desaconselhável o ensaio

efetuado por meio da expedição de bomba da viatura, hidrante ou ar comprimido, a

fim de evitar acidente. Estabelece a norma que, para lavagem da mangueira, deve-

se utilizar água potável, sabão neutro e escova macia; e secar a mangueira à

sombra, utilizando um plano inclinado ou posicionando-a na vertical, nunca

diretamente ao sol. Além disso, o usuário deve identificar individualmente as

mangueiras sob sua responsabilidade e manter registros históricos de sua vida útil.

Recomenda-se o uso da ficha de controle individual para Mangueira de Incêndio.

Assim, após o ensaio hidrostático, a mangueira deve retornar, preferencialmente,

para o mesmo hidrante ou abrigo em que se encontrava antes do ensaio.

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5.3 Depois do Uso

As mangueiras de combate a incêndios após seu uso devem ser

desalagadas, ou seja, toda água residual no seu interior deve ser retirada com o

auxílio da gravidade. Deve-se também, lavar sua parede externa com detergente

neutro e escova macia, colocando-a para secar a sombra.

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6. METODOLOGIA

Primeiramente verificou-se nas unidades estudadas uma carência de

um procedimento básico e padrão para o trato com as mangueiras de incêndio.

Posteriormente buscaram-se bibliografias com normas e assuntos correlatos,

justificando a proposta em questão.

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7. A PROPOSTA

7.1 Objeto

Mesmo com a difícil condição em confrontar os dados obtidos, sabe-se

que esta é uma instituição que cresce a cada dia. Melhoras substanciais são

aguardadas no âmbito do processamento de dados, licitações e outros. Sabe-se

ainda que os procedimentos realizados atualmente em relação às mangueiras de

incêndio não se assemelham aos recomendados pelos fabricantes e que a norma

especifica pouco é divulgada entre os profissionais da área de combate a incêndio.

Segundo Plano de Gestão 2014 - CBMGO, em seu Mapa Estratégico

Institucional, dinamizar a gestão operacional e administrativa é uma perspectiva

central desta administração. Dentre outros, os seguintes passos estão previstos:

a) Estender a presença do CBMGO em Goiás;

b) Capacitar os bombeiros;

c) Aperfeiçoar a doutrina operacional e administrativa e;

d) Atender com profissionalismo e excelência.

Observa neste contexto a necessidade de aprimorar nossas ações,

sedimentar nossas capacidades de organização adaptando nossos espaços físicos

de forma a dispensar um melhor cuidado com nossas ferramentas de trabalho, alem

de: oferecer condições necessárias para que nossos militares, bem treinados,

possam cumprir com aquilo que lhes é exigido.

7.1.1 Limpeza das Mangueiras de incêndio

Torna-se necessário um espaço adequado para a realização da

limpeza destas mangueiras de incêndio cogitando algo próximo de semelhante

estrutura, como segue (Figura 2):

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7.1.1.1 Legenda da Figura 2 (Área de limpeza para mangueiras usadas):

- a) piso acabado;

- b) rebaixamento do piso de 8cm a 12cm;

- c) inclinação de 1% a 2% no sentido da seta;

- d) presilhas de fixação de mangueiras;

- e) ralos de drenagem;

- f) escova macia;

- g) sabão neutro.

Pode se utilizar o próprio piso construído em área definida com detalhe

para um sensível rebaixamento inclinado somado a dois ralos nas extremidades.

Observa-se ainda a fixação da mangueira de incêndio com duas presilhas de fixação

em suas extremidades e a utilização de sabão neutro e escova macia propiciando

um menor desgaste dos revestimentos e do próprio tubo da mangueira.

Figura 2: Área de limpeza para mangueiras usadas.

Fonte: do autor

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7.1.2 Secagem e Armazenamento

Observou-se nas unidades visitadas que foi uma práxis encontrar

mangueiras de incêndio armazenadas e aparentemente secas, dispostas nas

próprias viaturas, e que, após um analise mais detalhado, encontrar em seu interior

bastante água acumulada. Conclui-se assim que não foi realizada uma secagem

adequada e que a água acumulada no interior das mangueiras favorece a

proliferação de fungos acelerando o processo de deterioração do tubo interno.

Verificou-se ainda que, o processo de expor a mangueira ao sol a fim

de obter secagem é um habito recorrente nas unidades visitadas. Ledo engano,

pois, a ação direta de raios solares apressa o processo natural de desgaste

danificando tanto o revestimento externo como ressecando o tubo de borracha.

Sugere-se a administração, a adequação do espaço físico existente de

forma a propiciar uma correta secagem das mangueiras de incêndio contribuindo

para um completo desalagamento. Observa-se ainda que este espaço deva ser

coberto, reduzindo os efeitos dos raios solares com incidência direta, como segue

(Figuras 3 e 4):

Figura 3: Base da estrutura própria de secagem.

Fonte: do autor.

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7.1.2.1 Legenda da Figura 3 (Base da estrutura própria de secagem):

- a) barras de tubo redondo de 2½” #13, totalizando 8m de altura;

- b) barra de tubo redondo 1½” #13, totalizando 3m;

- c) barra de tubo redondo 1½” #13, totalizando 3m. Esta a 1m do solo fixando as

catracas de içamento;

- d) catracas de içamento dispostas a 0,3m entre si;

- e) estrutura de fixação em concreto ao solo;

- f) cabos de aço de 8 mm;

- g) gancho de suporte fixado ao cabo de aço;

- h) roldanas para o cabo de aço;

7.1.2.2 Legenda da Figura 4 (Cobertura da estrutura própria de secagem):

- a) folhas de cobertura 3,66mm;

- b) barra de tubo redondo 1½” #13, totalizando 3m;

Figura 4: Cobertura da estrutura própria de secagem.

Fonte: do autor

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7.2 Orçamento

Figura 5: Estrutura completa de secagem das mangueiras de

incêndio.

Fonte: do autor

Tabela 3 – Planilha de orçamento estrutural.

Fonte: do autor

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Observa-se com este estudo que não se trata de um investimento

oneroso para a unidade uma vez levando em conta os benefícios e retornos com o

tempo.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como instituição de referencia no combate a incêndios, devemos ter

um mínimo de cuidados necessários com nossas ferramentas de trabalho. Sabe-se

que para cada finalidade exige-se um tipo especifico de mangueira. Como

observado em algumas unidades, deve-se retirar todas as mangueiras de tipo 1 dos

caminhões de combate a incêndio pois não são adequadas ao trabalho de

bombeiros, assim como efetuar sua permuta para mangueiras do tipo 2, mínimo

exigido para as atividades.

Compartimentos destinados a abrigo de mangueiras devem ser

utilizados exclusivamente para este fim evitando o uso compartilhado com materiais

impróprios, a exemplo de: mangueiras com óleos, mangueiras com gasolina,

mangueiras com graxas e outros.

O uso de detergente neutro para limpeza das mangueiras de incêndio

assim como um lugar adequado para esta finalidade são procedimentos básicos

para uma instituição que cresce a cada dia. Sugere-se aproveitar nossa estrutura

padrão e adequar um lugar propicio para secagem de mangueiras de incêndio, a

exemplo de como é feito no Batalhão de Salvamento e Emergência – BSE, em

relação aos materiais de primeiros socorros. Permitir uma secagem à sombra e sem

possibilidade de resquícios de água em seu interior, atentando sobretudo, para um

correto armazenamento.

Ainda não se observa em nossa instituição um controle das

mangueiras em uso. Recomenda-se o uso da ficha de controle individual para

mangueiras de Incêndio assim como o teste hidrostático para aquelas que atingem

12 meses de uso. Avarias em mangueiras devem constar em documentação de fácil

acesso e consulta.

Palestras do gênero com orientações e fiscalização é uma solução.

Primar por sedimentar e transmitir os cuidados que nos é exigido é o mesmo que

zelar da missão de estar presente em todas as cidades com população superior a 30

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mil habitantes. É parte de um processo aparentemente simples, mas que pode fazer

grande diferença quando dimensionado ao nosso continuo crescimento.

Este estudo foi realizado com o intuito de propor cuidados mínimos

para conservação das mangueiras de incêndio após as ocorrências. Não houve a

preocupação do discente em esgotar totalmente o assunto, mas sim apresentar

meios de execução e alertar para o cumprimento das recomendações dos

fabricantes e normas pertinentes. Trazer para esta instituição a iniciação de uma

nova postura frente aos desafios que se apresenta.

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9. REFERÊNCIAS NORMATIVAS E BIBLIOGRÁFICAS

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia

cientifica. 3 ed. rev e amp. São Paulo: Atlas, 1991.

FONSECA, Sandro. O golpe de aríete nas mangueiras de combate a incêndio. 2007,

49 f (monografia) - Curso de tecnólogo em gestão de emergências, Centro

Tecnológico da Terra e do Mar, Santa Catarina, 2007.

______, NBR 11.861: mangueiras de incêndio: aspectos construtivos e desempenho

das mangueiras de incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 1998.

______, NBR 12.779: inspeção, manutenção e cuidados com mangueiras de

incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.

ALVES, Armindo Branco de Oliveira. Manobras de Mangueiras e Motobombas,

manual de formação inicial do bombeiro, vol. XIV, Ranholas – Portugal, 2004.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL, Manual básico de

combate a incêndio, 715 p. Distrito Federal, 2006.

Unidades do Corpo de Bombeiros Militar. Disponível em

http://www.bombeiros.go.gov.br/contatos-enderecos-comunidade> Acesso em 07 de

junho de 2014;

Materiais para Construção. Disponível em

<http://www.brasutil.com/departamento/Construcao-e-Ferragens> Acesso em 07 de

junho de 2014.

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10. APÊNDICE A - LISTA DE FOTOS

1. Foto 1 (Mangueira de 2 ½” Tipo 2); .................................................................... 15

2. Foto 2 (União do tipo storz); ............................................................................... 19

3. Foto 3 (União de 1 ½ “ empatada (fixada) em uma mangueira de Tipo 1); ........ 20

4. Foto 4 (Armazenamento inadequado das mangueiras de incêndio); .................. 22

5. Foto 5 (Presença de óleos e graxas com a mangueira de incêndio); ................. 23

6. Foto 6 (Secagem inadequada da mangueira pós limpeza); ................................ 23

7. Foto 7 (Mangueira de Tipo 1 encontrada em quartel CBMGO na capital); ......... 26

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11. APÊNDICE B - LISTA DE FIGURAS

1. Figura 1 (Ilustração de como se posta à trama e o urdume); ............................. 17

2. Figura 2 (Área de limpeza para mangueiras usadas); ........................................ 31

3. Figura 3 (Base da estrutura própria de secagem); ............................................. 32

4. Figura 4 (Cobertura da estrutura própria de secagem); ...................................... 33

5. Figura 5 (Estrutura completa de secagem das mangueiras de incêndio); .......... 34

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12. APÊNDICE C - LISTA DE TABELAS

1. Tabela 1 (Comportamento da Mangueira sob pressão);..................................... 21

2. Tabela 2 (Ocorrências de Incêndio na Capital em 2012 e 2013); ...................... 24

3. Tabela 3 (Planilha de orçamento estrutural); ...................................................... 34

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13. APÊNDICE D - LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora;

CBMGO – Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás;

Kpa – Unidade de Pressão Quilopascal;

Kgf/cm² – Quilograma força por centímetro quadrado;

Mca – Metros de Coluna D´aguá;

DECOL – Departamento de Compras e Licitações;

BBM – Batalhão de Bombeiros Militares;

CIBM – Companhia Independente de Bombeiros Militares;

1 ½” – Uma Polegada e Meia;

2 ½” – Duas Polegadas e Meia;