estado de goiás secretaria de estado da segurança pública corpo

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1 ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR HUGO BRITO – CAD BM ANÁLISE DO PROCEDIMENTO DE HEMOSTASIA EM MEMBROS REALIZADO NO RESGATE PRÉ-HOSPITALAR DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS GOIÂNIA 2013

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ESTADO DE GOIÁS

SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR

HUGO BRITO – CAD BM

ANÁLISE DO PROCEDIMENTO DE HEMOSTASIA EM MEMBROS

REALIZADO NO RESGATE PRÉ-HOSPITALAR DO CORPO DE

BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

GOIÂNIA

2013

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HUGO BRITO

ANÁLISE DO PROCEDIMENTO DE HEMOSTASIA EM MEMBROS

REALIZADO NO RESGATE PRÉ-HOSPITALAR DO CORPO DE

BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

Artigo Científico apresentado em

cumprimento às exigências para

término do Curso de Formação de

Oficiais – CFO sob orientação do TC

QOC Jonas Henrique Moreira Bueno.

GOIÂNIA

2013

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Resumo

O serviço de resgate pré-hospitalar no Estado de Goiás tem procurado

evoluir em diferentes aspectos, e este referido artigo vem em consonância com este

pensamento analisando de maneira crítica os métodos e equipamentos utilizados

pelos socorristas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) para

realizar hemostasia em pacientes pós-trauma, vítimas de hemorragias externas em

membros. Verifiquei no presente estudo que, necessário se faz uma capacitação

contínua dos profissionais socorristas do CBMGO, pelo motivo do protocolo a se

adotar nestas situações de hemorragia ser muito dinâmico. E, ainda constatei que é

preciso a corporação investir em instrumentos/equipamentos mais atuais para a

realização de uma hemostasia com maior eficiência, o que evitaria conforme

afirmações de literaturas apresentadas, a evolução de hemorragias nos pacientes

em choque hipovolêmico, podendo estes sofrer danos irreparáveis à saúde, ou ainda

virem a óbito.

Portanto, almejando a melhoria do serviço prestado à população goiana, e

prezando pelo conhecimento e modernização no CBMGO, proponho neste trabalho,

atualização constante do profissional Bombeiro Militar enquanto socorrista, e

aquisição de novos instrumentos/equipamentos para melhor amparar este no

atendimento pré-hospitalar, tudo isto relacionado à hemostasia em hemorragias

externas em membros, visto que o choque hipovolêmico, segundo levantamento

atual do Ministério da Saúde, é o principal motivo de óbitos em traumas.

Palavras-Chave : hemorragia; hemostasia; torniquete.

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Abstract

The service of prehospital rescue in the State of Goiás has sought to evolve

in different ways, and this Article is in line with this thinking critically analyzing the

methods and equipment used by paramedics of the Fire Brigade of the State of

Goiás (CBMGO ) to achieve hemostasis in patients after trauma, victims of external

bleeding limb. Verified in this study that, if necessary makes a continuous training of

the professional rescuers CBMGO, by reason of the protocol to be adopted in these

situations bleeding be very dynamic. And yet I found that the corporation must invest

in instruments / equipment more current to achieve hemostasis with a higher

efficiency, which would prevent literatures presented as assertions, the evolution of

hemorrhage in patients in shock, hypovolemic, and these may be damaged

irreparable damage to health or even death to come.

Therefore, aiming to improve the service provided to the population of Goiás,

and valuing the knowledge and modernization in CBMGO propose in this work,

constant updating of professional Firefighter Military rescuers while, and acquisition

of new instruments / equipment to better support this in the prehospital, all related to

hemostasis in bleeding in external members, as hypovolemic shock, according to a

survey of the current Ministry of Health, is the primary cause of death in trauma.

Keywords : hemorrhage; hemostasis; tourniquet.

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Introdução

O atendimento de resgate pré-hospitalar prestado à população pelo

CBMGO, é regido por um protocolo de modo a padronizar e ofertar qualidade em

atendimento aos que deste necessitarem. O manual elaborado por esta instituição

para se adotar no serviço de Resgate Pré-Hospitalar é o Protocolo para o Suporte

Básico de Vida, o qual tem como principal referência o Manual de Suporte Pré-

Hospitalar de Vida no Trauma – Prehospital Trauma Life Support (PHTLS), sendo

este, portanto, a principal fonte bibliográfica a ser usada no presente artigo, pois

como descreve o Dr. Norman McSwain (editor do PHTLS):

“O PHTLS promove o espírito crítico como ponto de

partida para que sejam efetivados cuidados de qualidade,

(...) Sempre defendeu que, se for fornecida uma boa base

de conhecimentos, os profissionais são capazes de tomar

as melhores decisões sobre a prestação de cuidados.”

Analisei por meio de questionário aplicado à tropa, alguns métodos de

hemostasia utilizados pelos socorristas do CBMGO, verificando se estes estão em

acordo com o Protocolo para o Suporte Básico de Vida. Observei se a hemostasia

realizada por estes profissionais em seus pacientes é eficaz, e, após análise dos

resultados proponho melhoria na técnica, e implantação de materiais atuais,

práticos, eficazes e com valor de compra acessível à corporação, para auxilio a

estes profissionais.

No entanto, o que ocorre são controvérsias relativas a procedimentos a se

adotar em determinadas circunstâncias, das quais uma delas é o tema proposto, ou

seja, o método para melhor contenção de uma hemorragia. Por haver divergentes

bibliografias sobre o assunto, fica a cargo da corporação (CBMGO), escolher qual

adotar, sendo que já há algum tempo, esta segue o já mencionado manual PHTLS,

em busca de uma padronização de atendimento pré-hospitalar com as maiores

escolas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Brasília).

Ainda há problemas referentes à atualização dos materiais a se utilizar para

o desenvolvimento adequado da prestação de serviço por parte da corporação

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(CBMGO); ora por falta de recursos, ora por desconhecimento da existência destes.

Levando assim, a necessidade de se realizar periódicas revisões e atualizações de

materiais especializados, com o intuito de melhor atender a população, e dar

melhores condições de serviço ao socorrista bombeiro militar.

Partindo do princípio que no atendimento a traumas em geral o socorrista

deve estabilizar o quadro clínico do paciente, não permitindo que o mesmo se

agrave (Protocolo Para o Suporte Básico de Vida do CBMGO, 2011), e o que leva

este paciente de trauma, na sua grande maioria, a se manter instável são

hemorragias diversas (American Heart Association, 2010), vê-se a importância de

um conhecimento técnico por parte do socorrista e também de condições materiais

para que este desenvolva um bom trabalho. Portanto é de suma importância que

nestes casos específicos, hemorragias provindas de trauma, o profissional esteja

habilitado e equipado para desenvolver seu serviço com eficiência, pois este “poderá

ser a diferença entre a vida ou a morte daquele paciente” (Dr. Norman McSwain).

Dessa forma, o profissional bombeiro militar, deve estar preparado para

realizar técnicas de hemostasia em seus pacientes de maneira eficaz, em especial

em hemorragias em que possa agir de maneira ampla e que possa fazer a diferença,

ou seja, em casos de hemorragias externas. Sendo que, o proposto artigo tem como

foco principal a hemostasia em hemorragias externas severas, pois estas possuem

características em que o profissional bombeiro militar possa agir de modo a interferir

em sua intensidade e evitar o choque hipovolêmico (presença de perfusão orgânica

e oxigenação tecidual inadequadas) por parte do paciente, e consequente óbito se

não tratado.

Objetivo, portanto, responder a indagação: “Como melhorar a ação do

socorrista bombeiro militar do CBMGO, de modo a otimizar os métodos de

hemostasia em pacientes vítimas de hemorragias traumáticas em membros?”

Visando ao final do estudo, atingir um bom resultado relativo à diminuição da

mortalidade em vítimas de trauma por hemorragias, e obter consequências mínimas

advindas dessas aos pacientes.

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Para justificar o tema escolhido é relevante mencionar que o Protocolo para

o Suporte Básico de Vida utilizado pelo CBMGO, documento no formato de manual

que contém as atividades a serem realizadas pelo bombeiro militar em situações de

atendimento pré-hospitalar, contém todas as técnicas atualmente utilizadas em

hemorragias externas pelas melhores escolas de resgate pré-hospitalar do mundo,

mas, o que é distante à corporação é a implantação de novos materiais para que

ocorra melhor aplicação das técnicas impressas em seu manual, e provável

treinamento por parte dos socorrista bombeiro militar dessas técnicas com os

devidos equipamentos. Lembrando que “para se obter melhor resultados diante

grandes hemorragias externas, deve-se haver uma somatória de técnica apurada,

profissional habilitado e recursos disponíveis.” (Dr. Norman McSwain).

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Revisão da Literatura

Hemorragia e Choque Hipovolêmico

É tido como hemorragia todo derramamento de sangue do organismo

humano para fora dos vasos sanguíneos. “O sangue tem uma função vital e

fundamental no organismo, além de transportar os nutrientes e o oxigênio para as

células, ele leva o gás carbônico e outros resíduos e substâncias para os órgãos

excretores do corpo, se fazendo, portanto, componente essencial ao nosso

organismo” (VELASCO, 2010), o que nos leva a concluir que a perda de tal

elemento em nosso corpo é extremamente prejudicial e, dependendo da quantidade,

mortal.

Uma hemorragia com muita perda de sangue não devidamente tratada pode

levar a vítima a um estado de choque e, posteriormente, a óbito. Por isso se faz

necessário uma rápida e eficaz intervenção neste processo de perda sanguínea,

estabilizando a vítima até que se encontre serviço especializado médico que sane

esse derramamento.

Estudando a classificação das hemorragias verifica-se que há hemorragias

internas e hemorragias externas, sendo que esta última é objeto de meu estudo, e

assim classificada: “hemorragia externa é o tipo de sangramento exterior ao corpo,

ou seja, que é facilmente visível. Pode ocorrer em camadas superficiais da pele por

corte ou perfurações, ou mesmo atingindo áreas mais profundas através de

aberturas ou orifícios gerados por traumas. Pode ser contida, utilizando-se de

técnicas de primeiros socorros” (Velasco Neto A., Emergências Clínicas: Abordagem

Prática).

As hemorragias ainda têm outro tipo de classificação, que se dá quanto ao

tipo de vaso sanguíneo rompido. Podem ser: Hemorragia Arterial, quando uma

artéria é rompida ou cortada e o sangramento ocorre em jatos intermitentes, na

mesma pulsação das palpitações cardíacas. Costuma ser mais grave por ter uma

perda mais rápida de sangue; Hemorragia venosa, quando o sangramento se dá em

decorrência do rompimento ou corte de uma veia, e tem uma coloração vermelha

escura, típica de um sangue rico em gás carbônico, tendo um fluxo contínuo e mais

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lento que o da hemorragia arterial; e, Hemorragia capilar, que é um sangramento

lento e com menos volume de sangue, que ocorre nos vasos capilares (encontrados

na extremidade interna da pele), e é observado em arranhões e pequenos cortes

superficiais, não sendo consideravelmente agressivo ao organismo, portanto não

sendo alvo de meu estudo.

Faz-se importante evidenciar que o alvo maior de meu estudo será as

hemorragias externas arteriais e venosas, por estas apresentarem características e

gravidade que propiciam e justificam a intervenção do socorrista bombeiro militar. Na

Tabela 1 segue um comparativo da quantidade de sangue perdida em uma

hemorragia (percentualmente) e as consequências e/ou sinais observados em cada

estágio.

Tabela 1 – Consequências da perda de sangue

Perda Sanguínea Sinais

15 a 30% Ansiedade, pulso fraco,sudorese, sede, taquicardia, taquipnéia

30 a 50% Taquicardia, hipotensão, torpor, estado de choque

Acima de 50% Taquicardia, hipotensão, inconsciência, e não tratado morte

Verifica-se assim, a importância de se efetuar o estancamento de uma

hemorragia em um organismo o mais breve possível, pois a perda gradativa de

sangue neste, o leva a desencadear um progressivo colapso de todo o sistema, em

que se chega a um momento que nada mais se pode fazer.

O choque hipovolêmico também chamado choque hemorrágico, é “a

principal causa de morte de vítimas politraumatizadas (acidentes, quedas, etc.)”

(Organização Mundial de Saúde - OMS, 2009), sendo que no Brasil a hemorragia é

a causa mais comum de choque nas vítimas de trauma (Ministério da Saúde, 2013),

e este é ocasionado por uma diminuição do fluxo sanguíneo proporcionando uma

perfusão tecidual diminuída e lesão celular irreversível, isto pode levar a falência do

sistema circulatório. Este se inicia de maneira em que o organismo ainda consiga

compensá-lo e com isso se recuperar de determinada quantidade de perda

sanguínea (Choque Compensado). Porém, se a hemorragia não for tratada

corretamente com sua devida hemostasia e em tempo, a quantidade extravasada de

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sangue levará o organismo a um consequente débito cardíaco devido à isquemia

levando o organismo a um fatídico fim (Choque Descompensado), podendo assim,

só se reverter este quadro clínico, com medidas de reposição de volume ao sistema

circulatório, o que não pode ser realizado pelo socorrista bombeiro militar no resgate

pré-hospitalar, por ser uma manobra invasiva ao organismo do paciente.

O intuito, portanto, da melhoria da hemostasia realizada em pacientes

vítimas de hemorragias externas, é evitar que estes venham a desencadear o

Choque hipovolêmico, mas se o ocorrer, que este não evolua de um quadro clínico

de Choque Compensado, para um de Choque Descompensado, o que limitaria em

muito a ação do socorrista num ambiente extra-hospitalar, diminuindo a

probabilidade de vida do paciente.

Métodos de Hemostasia

Os principais e mais conhecidos métodos de hemostasia a hemorragias

externas realizados no ambiente pré-hospitalar são:

• Elevação do membro

• Compressão arterial

• Torniquete

• Pressão direta sobre ferimento

• Curativo Compressivo

Constantemente discute-se a eficiência de um ou outro método, mas sabe-

se que todos possuem uma lógica em sua aplicação. Porém, atualmente, literaturas

aboliram alguns destes métodos, seja por falta de efetividade prática, seja por

ausência de comprobabilidade científica de sua eficácia quando usada.

Atualmente, há divergências relativas a métodos de hemostasia a serem

usados no atendimento pré-hospitalar, pois alguns destes não possuem

comprovação científica de sua eficácia (PHTLS). Devido a estas controvérsias

bibliográficas, o CBMGO tem a necessidade de optar por métodos que julgue mais

eficientes, visto que não há unanimidade entre os estudiosos.

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Algumas bibliografias trazem como eficientes os métodos de hemostasia

como: Elevação do Membro, Curativo Compressivo, e Compressão Arterial, não

excluindo a Pressão Direta sobre o Ferimento, porém repudiando o uso do

Torniquete, utilizando-o apenas em situações extremas, assim encontrado no

Manual do Socorro Básico de Emergência do Estado de Minas Gerais (9ª edição,

2009).

Porém, visto que o CBMGO adota como referência o PHTLS como

bibliografia, hoje o socorrista bombeiro militar deve adotar basicamente dois

métodos de hemostasia: a Pressão Direta sobre o Ferimento e o Torniquete, assim

descrito:

“A compressão direta aplicada sobre o local do

sangramento é a técnica inicial empregada para o

controle de hemorragia externa. (...)

No passado era dada ênfase na elevação de uma

extremidade e na compressão sobre um ponto de

pressão como etapas intermediárias no controle de

hemorragias, não sendo publicado nenhuma pesquisa

sobre a eficiência dessas.

Dessa forma, na ausência de dados convincentes, essas

intervenções não são mais recomendadas...”

No entanto, a adoção ou não de algum desses métodos de hemostasia

apresentados por literaturas especializadas, mesmo por unanimidade entre os

doutrinadores, não quer dizer que o determinado método foi descartado

permanentemente. Pois muito frequente é reavivar-se métodos antigos, já não

usados e tidos como ultrapassados, e usá-los como atuais e eficientes, após

devidamente estudados, como no caso da Técnica do Torniquete (técnica

hemostática que interrompe totalmente a passagem do fluxo de sangue em um

membro), assim descrito pelo PHTLS:

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“Tradicionalmente, o torniquete foi projetado a partir de

uma gravata dobrada em uma largura de cerca de10 cm

e enrolada duas vezes em torno da extremidade – o

cabresto espanhol.

Um estudo militar concluiu que somente três produtos

eram 100% eficazes para ocluir o fluxo sanguíneo arterial

distal em um estudo de laboratório; o Torniquete de

Aplicação em Combate (CAT), o Torniquete Militar de

Emergência (EMT), e o Torniquete Tático da Força de

Operações Especiais (SOOFTT)”.

Os torniquetes foram deixados de ser usados devido às suas complicações,

mas estudos científicos comprovam que aplicados adequadamente podem salvar

vidas (Protocolo Para o Suporte Básico de Vida do CBMGO, 2011). As principais

complicações são as lesões em nervos e vasos, que podem levar à perda potencial

do membro, se usado o torniquete por um tempo demasiadamente prolongado. Mas,

se em casos adversos, ”tiver que escolher entre perder um membro da vítima ou

salvar a vida desta, a decisão é óbvio no uso do torniquete” (Dr. Norman McSwain).

Lembrando que as situações mais comuns de utilização do torniquete são

amputações, esmagamento de membros e lesões de grandes vasos, as quais por si

só já comprometem esses membros lesionados, observando que para se evitar

problemas relativos ao uso do torniquete recomenda-se não utilizá-lo por mais de 2

horas (Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular

Care, 2010).

Óbvio dizer que mesmo as técnicas antigas, reempregadas em tempos

modernos se adaptam por meio de novas tecnologias. Tecnologias estas que são

implementadas por empresas especializadas no mercado de pronto-socorrismo, que

realizam estudos com ajuda de profissionais habilitados, tais como médicos,

paramédicos, enfermeiros e projetistas. Sendo relevante lembrar que, em grande

parte, o desenvolvimento destes equipamentos de socorro são desenvolvidos e

patrocinados pelas forças armadas das Nações. Isto por estas vislumbrarem grande

utilidade destes em campo de batalha, e, posteriormente sendo adaptados à

realidade dos traumas ocorridos aos civis no meio urbano.

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Para bem usar equipamentos hemostáticos sem levar riscos ao paciente

(especialmente o Torniquete), o socorrista deve conhecer o mínimo relativo à

fisiologia do corpo humano, em especial sobre a sensibilidade das células à falta de

oxigênio (isquemia), que varia de um órgão para outro (Manual Básico de Socorro

de Emergência – RJ, 2007).

Verifica-se conforme Tabela 2 que os tecidos em que é realizado o

Torniquete, possuem uma considerável resistência à isquemia. Portanto, a técnica

do Torniquete se demonstra altamente válida considerando que não haverá mais

hemorragia naquele membro, evitando o choque em decorrência desta, desde que

devidamente aplicada por profissional habilitado.

Tabela 2 - Tolerância dos órgãos à isquemia

ÓRGÃO TEMPO DE ISQUEMIA

Coração, cérebro, pulmões 4-6 minutos

Rins, fígado, trato gastrointestinal 45-90 minutos

Músculo, osso, pele 4-6 horas

Portanto vê-se que uma técnica antes abolida por provocar possíveis males

aos pacientes, volta a ser usada; e mais do que isso, a ser indicada como principal

método para se obter uma boa hemostasia em hemorragias severas. Lógico é que, a

modernização de técnicas mais antigas por meio de novos materiais/equipamentos,

vem a diminuir riscos existentes. Pois estes atuais materiais/equipamentos

aumentam a qualidade do atendimento prestado ao paciente, além de conforto, e

demonstra o quão atualizado está a corporação que os usa; mesmo que utilizando

técnicas tradicionais de hemostasia, tais como a Compressão Direta e Torniquete.

Por estas ainda se mostrarem altamente eficientes no atendimento a vítimas de

hemorragias médias a graves.

É importante enfatizar a necessidade de atualização dos materiais usados no

resgate pré-hospitalar para proporcionar maior eficiência e segurança no uso das

técnicas de hemostasia usadas pelo socorrista do CBMGO, tendo como

consequência uma diminuição no número de complicações advindas de

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hemorragias, como por exemplo, o Estado de Choque Hipovolêmico, e por

consequência um menor número de óbitos em decorrência destas hemorragias. Pois

como cita o paramédico Eduard Colliman, Nova York - EUA (JEMS - Journal of

Emergency Medical Service): “um profissional bem amparado por bons instrumentos

pode fazer a diferença entre a vida e a morte em situações adversas em um

acidente”; e ainda como comentado pelo Dr. Norman McSwain: “Os Equipamentos

pré-hospitalares de um socorrista na rua, é o bisturi de um cirurgião na mesa de

cirurgia, ou seja, imprescindível para um atendimento bem sucedido”.

Os materiais usados na atualidade no pronto-socorrismo, em ajuda ao

profissional para a realização de hemostasia em hemorragias externas, possuem

variadas características e especificações próprias. Assim sendo, relaciono a seguir,

alguns destes materiais que se adquiridos pelo CBMGO, aumentarão

consideravelmente a qualidade de atendimento no serviço pré-hospitalar inerente à

hemostasia em membros, e o percentual de sucesso na estabilização do paciente.

Eis os materiais que proponho o CBMGO a adquirir, por motivos já citados:

Curativos Hemostáticos a base de Quitosana (Hemo-Band, Hemcon), figura 1: Características:

• Adere-se firmemente ao local de aplicação;

• Forma um coágulo não oclusivo forte e durável;

• Impede futuros sangramentos e evita a ação de agentes infecciosos

externos.

Indicações:

• Tratamento externo para ativar a homeostase e prevenir sangramentos;

• Rápido controle de sangramentos em pacientes submetidos à hemodiálise;

• Pacientes com danos arteriais com alto risco de sangramentos;

• Projetado para usos em emergências médicas e pré-hospitalar.

Propriedades: • Rápido controle externo de hemorragias moderadas e severas;

• Seguro, durável, leve e de fácil manuseio;

• Pode ser armazenado por longos períodos, em variadas temperaturas;

• Não contém proteínas humanas ou fatores coagulantes.

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Validade e valor:

Em geral 3 anos de validade (estando integra a embalagem), e tendo um

custo médio de R$ 80,00 (5 x5 cm) à R$ 150,00 (10x10 cm) - variando de acordo

com o tipo de importação.

Figura 1 - Curativos hemostáticos a base de quitosana (Hemcon).

Bandagem de compressão, figura 2:

Para uso em traumas moderados a graves, este material é composto por

uma atadura elástica que realiza compressão direta no local da hemorragia, fixando

bem o curativo no local da lesão por meio de seu fecho. E, também composto por

gase estéril em algodão, que realisa um tamponamento acelerando o processo de

coagulação sanguínea naquele local.

Este simples curativo hemostático é fornecido em diversos tamanhos, e

possui um baixo valor no mercado (de R$ 5,00 a R$ 15,00 a unidade, variando

coforme o tamanho), sendo um ótimo custo-benefício para o CBMGO.

Figura 2 – Bandagem de compressão.

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Torniquetes: de Avanço Mecânico (MAT), figura 3; Tático de Combate (CAT), figura 4

Os torniquetes MAT e CAT são versáteis e eficientes, proporcionando rápida

aplicação (10 segundos ou menos), operação simples e eficaz com apenas uma

mão. Cessa a perda de sangue, com oclusão completa em cerca de 50 segundos,

sendo completamente ajustáveis.

Projetados para serem administrados individualmente por militares,

médicos, ou civis, vêm de encontro com o que se procura para sanar problemas de

hemorragias severas em membros. No MAT, seu sistema de catraca previne que o

torniquete deslize e solte, e possui um custo médio de R$ 100,00, já o CAT possui

sistema de tirante com boa fixação da haste, e possui um custo médio de R$65,00.

Figura 3 - Torniquete de avanço mecânico (MAT). Figura 4 - Torniquete Tático de Combate (CAT).

Estes, dentre outros materiais disponíveis no mercado, somados a um

profissional habilitado para usá-los, farão uma significativa diferença em um cenário

de sinistro com vítimas, dando a elas maior possibilidade de vida e diminuindo a

probabilidade de doenças ou lesões decorridas do socorro. Sendo então de grande

aplicabilidade no CBMGO, em benefício da população goiana.

Page 17: estado de goiás secretaria de estado da segurança pública corpo

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Metodologia

O presente trabalho amparou-se em um levantamento de produtos em

mercado especializado para resgate pré-hospitalar, em uma pesquisa de campo

(questionário), e em um vasto levantamento bibliográfico sobre o tema.

O levantamento de produtos em mercado especializado se deu com o intuito

de apresentar novas soluções a atingir o proposto pelo trabalho, maior eficácia na

hemostasia pós-traumática em hemorragias externas em membros no atendimento

pré-hospitalar do CBMGO.

A pesquisa com o escopo para o cumprimento dos objetivos propostos, e o

convencimento do leitor com o que será exposto. Sendo que para melhor entender

e amparar meu artigo adotei uma pesquisa por amostragem no CBMGO (Anexo),

aplicando um questionário com 16 questões objetivas à tropa das unidades da

região metropolitana que mais se destacam em números com ocorrências de

resgate pré-hospitalar, as quais são: o Batalhão de Salvamento em Emergência

(BSE) – amostra de 73 militares, o 7º Batalhão Bombeiro Militar – amostra de 34

militares, e a 1ª Companhia Independente Bombeiro Militar – amostra de 30

militares, além de militares do Estágio de Adaptação de Sargentos (EAS) da

Academia Bombeiro Militar - amostra de 40 militares, totalizando assim, um total de

177 militares. Após realizar a coleta destes dados, analisando-os e interpretando-os

para a devida fundamentação de meu artigo, “os sistematizei, de modo a conseguir

analiticamente uma resposta ao tema proposto” (Ardinete Rover, 2006).

A pesquisa mediu e quantificou o grau de conhecimento dos métodos atuais

de hemostasia realizados pelos socorristas do CBMGO, assim como verificou a

realidade em materiais utilizados por eles para execução de suas missões,

verificando percentualmente as respostas às indagações realizadas a estes

profissionais (Gráficos 1 e 2). Portanto se fez indispensável a pesquisa de campo no

presente trabalho, pois como bem lembram Lakatos e Marconi em sua obra (2002,

p.83), pesquisa de campo é:

Page 18: estado de goiás secretaria de estado da segurança pública corpo

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“aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações

e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual

se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se

queira comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos

ou as relações entre eles”.

Já o levantamento bibliográfico realizou-se por consultas a teses, manuais,

artigos científicos, monografias, páginas na internet, lojas especializadas em

materiais pré-hospitalares, protocolos e obras diversas que versam sobre métodos,

técnicas e materiais sobre hemostasia traumática, “recuperando o conhecimento

científico acumulado sobre o problema apresentado” (William Costa Rodrigues,

Metodologia Científica, 2007). Confrontando autores e manuais para que assim se

alcance a melhor técnica a se adotar no atendimento pré-hospitalar relativo ao tema

proposto.

Page 19: estado de goiás secretaria de estado da segurança pública corpo

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Resultados e Discussão dos Resultados

Após aplicação do questionário, tratamento, e análise dos resultados das

respostas dadas ao mesmo verificou-se que, entre os militares envolvidos 77% já

atenderam ocorrências que envolvam amputações, lacerações, ou esmagamento de

membros, porém apenas 46% destes adotaram o procedimento correto relativo à

hemostasia em conformidade com o Protocolo para o Suporte Básico de Vida

(CBMGO), gráficos 1 e 2. Importante enfatizar que apenas 41% dos envolvidos

souberam responder corretamente de quando é a última atualização do citado

protocolo.

Verificou-se ainda que os militares não têm conhecimento adequado do que

é o Estado de Choque Hipovolêmico, 78% sabem o que é, e como tratá-lo, 65%

sabem como. Sendo que dentre os que detêm conhecimento do que se trata, 92% já

se depararam com este quadro clínico, e 68% afirmaram já presenciarem um óbito

por motivo provável de um Choque Hipovolêmico.

Confirmou-se que apenas parte dos militares envolvidos tem o conhecimento

de como se utilizar o Torniquete de maneira adequada, estes são 55%, porém aqui

um destaque à tropa do BSE, a qual 85% sabia como utilizá-lo.

Aferiu-se ainda se os militares têm dificuldade para efetuar o controle de

hemorragias externas em membros, o resultado foi que 42% possui essa dificuldade,

gráfico 3; e ainda verificou-se que 82% dos envolvidos acham que os materiais

fornecidos pelo CBMGO para realizar o controle de hemorragias externas graves em

membros não são eficazes.

Os resultados encontrados demonstram estatisticamente que há uma

necessidade de recapacitações periódicas da tropa, ou como traz a NORCAFE do

CBMGO em seu inciso VII do artigo 6º no Capítulo 2, de Atualizações Profissionais,

para manter o conhecimento do socorrista bombeiro militar em conformidade com as

técnicas de atendimento pré-hospitalar atuais, e ampliar seu conhecimento relativo

ao tratamento à vítimas de hemorragias externas em membros, assim como ao seu

consequente choque hipovolêmico. Pois, como cita Rodrigo Diaz, paramédico (EMT-

P / Especialista en Medicina Táctica y de situaciones extremas) “a simples intenção

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do socorrista em melhorar o seu atendimento ao público já é uma grande

transformação”.

Notou-se também a necessidade e anseio que a tropa tem de obtenção por

parte do CBMGO de novos materiais para auxílio no atendimento a vítimas de

hemorragias em membros, podendo assim, estes socorristas apresentarem uma

menor dificuldade em realizar hemostasia em seus pacientes, e consequentemente

se depararem em um menor número com quadros clínicos que evoluam de

hemorragia para Choque Hipovolêmico; e isto sendo confirmado no comentário do

médico e cientista político João Marcos Krowisk (Revista Política em Foco, 2011), “o

investimento financeiro na saúde do contribuinte tem um retorno também financeiro

ao Estado, além de demonstrar o quanto o administrador se preocupa com aquele”.

Gráfico 1 – Técnica de hemostasia usada pelos militares em hemorragia externa severa em membros

no Resgate Pré-Hospitalar do CBMGO (número de militares).

Gráfico 2 – Percentual de militares que utilizam Gráfico 3 – Grau de dificuldade da tropa

a técnica de hemostasia correta. relativo à hemostasia em membros.

0

10

20

30

40

50

60

Torniquete CompressãoDireta

Elevação doMembro

CurativoCompressivo

CompressãoArterial

53

50

12

3

1611

1 4 27 6

2

105

125

0

20

3

BSE

7° BBM

1ª CIBM

EAS

Correta46%

Errônea54%

25%

42%

32%

1%

Colunas2

Não tem

Tem

Às vezes

Nãorespondeu

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Conclusão

Após o estudo de vasto levantamento bibliográfico sobre o tema e a análise

dos resultados obtidos por meio da aplicação de questionário à tropa (pesquisa de

campo), que em sua grande maioria realiza constantemente o serviço de resgate

pré-hospitalar inerente ao tema, concluo que apesar da realização constante dos

cursos de especialização de resgate à tropa do CBMGO, esta ainda necessita de

maior contato com o assunto relativo a hemorragias externas em membros, em

especial em hemorragias severas. Portanto, se torna notório a necessidade de

atualizações profissionais constantes inerentes ao assunto e talvez em um âmbito

geral concernente à matéria de Atendimento Pré-Hospitalar (a se estudar a

necessidade), devido a matéria ser bastante dinâmica; mas certo é que o

conhecimento das consequências de uma hemorragia, e o procedimento de

hemostasia, ainda levam dúvidas ao socorrista bombeiro militar do CBMGO, com a

devida ressalva à tropa do BSE, que se mostrou com um conhecimento mais amplo

referente ao tema proposto.

Concluo ainda que para que o socorrista do CBMGO realize de maneira

eficaz uma hemostasia, atuando de maneira profilática em doenças provindas da

hemorragia, como o Choque Hipovolêmico, se faz necessário que a corporação

caminhe em consonância com a atualização de materiais e equipamentos

desenvolvidos para resgates pré-hospitalares, visto que estes são específicos,

necessários, e não demandam, em sua maioria, de grandes valores para aquisição,

se tornando viáveis no custo e eficientes no atendimento, otimizando assim os

resultados esperados para se obter uma boa hemostasia.

É considerável lembrar que, segundo estudos do Ministério da Saúde, o

sangramento é o grande responsável pelos óbitos ocorridos nas primeiras 24 horas

após o trauma, devendo este, portanto, ser controlado com o intuito de se cumprir

uma das máximas da corporação, salvar vidas. Sendo assim, se supridas ambas as

dificuldades citadas neste estudo, e assim somando o conhecimento e a técnica do

socorrista bombeiro militar com a utilização de materiais atuais e adequados no

atendimento pré-hospitalar, tem-se a certeza que os profissionais desta conceituada

corporação prestarão um serviço melhor ao público goiano, mantendo-o seguro

concernente ao atendimento pré-hospitalar.

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Referências Bibliográficas

1) AMERICAN HEART ASSOCIATION, Guidelines for Cardiopulmonary

Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care, 2010. 2) CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Atendimento

Pré-Hospitalar. Rio de Janeiro, 2008. 3) SALOMONE J, Pons P. Prehospital Trauma Life Support: PHTLS Tradução

da 7ª edição. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 4) MARTINS H., Neto R., NETO A., Velasco I. Emergências Clínicas:

Abordagem

5) Prática. 3ª ed. Barueri: Manole, 2007. 6) JÚNIOR C. R., Alvarez F. S., CANETTI, Silva S. P.. Manual Básico de

Socorro de Emergência, 2ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2007. 7) DOYLE GS TAILLAC PP.Torniquetes: Uma revisão de uso atual. Cuidados de

Emergência Pré-hospitalar. 2008, 12:241-256. 8) MARKENSON D., FERGUSON J. D., Chameides L.. American Heart

Association, 2010. 9) FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário da

língua portuguesa. 7. ed. Curitiba: Positivo, 2008.. 10) FONSECA, Jairo S.; MARTINS, Gilberto de A. Curso de estatística. 6.ed. São

Paulo: Atlas, 1996. 11) MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS. Cruz Vermelha - dist. pelo Sem.

Meira Filho em 1992. 12) COSTA RODRIGUES, William. Metodologia Científica, FAETEC/IST,

Paracambi; 2007. 13) CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Protocolo para

o Suporte Básico de Vida. Goiânia, GO -2011. 14) AIDAR MARTINS, Felipe José, Manual de Primeiros Socorros de Minas

Gerais, 9ª edição, 2009. 15) BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. 16) Fundamentos de Metodologia Científica. 2a ed. ampliada. São Paulo: Makron Books, 2000.

17) CASARIM, JLB, Ribeiro LFG, Faria CN. Trauma: pré-hospitalar e hospitalar –

adulto e criança. Rio de Janeiro: Medsi; 1997. 18) AEHLERT, Barbara. Adanced Cardiac Life Support: ACLS. Tradução da 3a

ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 19) INSTITUTO AVM. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência.

Brasília-DF, 2011. 20) KROWISK, João Marcos. Revista Política em Foco. Saúde no Brasil. Rio de

Janeiro, 2011. 21) PORTARIA Nº 1.365, DE 8 DE JULHO DE 2013. Ministério da Saúde, Brasil.

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Anexo

Este questionário destina-se a complementação com dados estatísticos e comprobatórios para realização de Artigo Científico do Curso de Formação de Oficiais do CBMGO. Unidade em que é destacado:_______________________________________ Graduação:______________________________________________________ Tempo de serviço:________________________________________________

Questionário

1) Você já foi a ocorrências de resgate pré-hospitalar em que houve vítimas de amputações, lacerações, ou esmagamento de membros? ( ) Sim ( ) Não

2) Qual procedimento você adotaria neste trauma específico? (pode-se marcar mais de uma alternativa). ( ) Elevação do membro ( ) Compressão arterial ( ) Torniquete ( ) Pressão direta sobre ferimento ( ) Curativo Compressivo

3) De que ano é a última atualização do Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGO? ( ) 2007 ( ) 2009 ( ) 2010 ( ) 2011 ( ) 2012

4) Qual o método mais eficiente para realizar uma hemostasia em vítimas de hemorragias severas em membros? (Segundo o Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGO). ( ) Elevação do membro ( ) Compressão arterial ( ) Torniquete ( ) Pressão direta sobre ferimento ( ) Curativo Compressivo

5) O que uma perda de 30 % do volume de sangue de um paciente pode provocar ao mesmo se não tratada? ( ) Inconsciência sempre ( ) Morte sempre ( ) Choque hipovolêmico ( ) Apenas desconforto

6) Você sabe identificar um paciente em choque hipovolêmico? ( ) Sim ( ) Não

7) Você já atuou em alguma ocorrência, a qual a vítima veio a entrar em estado de choque hipovolêmico, ou veio a óbito por hipovolemia? ( ) Sim ( ) Não

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8) Você já utilizou a Manobra de Torniquete em algum paciente? ( ) Sim ( ) Não

9) Em que natureza de ocorrência utilizou essa manobra? ( ) Amputação ( ) Laceração ( ) Esmagamento ( ) Ferimentos diversos ( ) Corte contuso com grave hemorragia

10) Como a realizou? ( ) Com esfigmomanômetro ( ) Com garrote ( ) Com atadura ( ) Aparelho específico ( ) Outros. Qual?______________________________________

11) Você identificou o Torniquete?(TQ/Tempo) ( ) Sim ( ) Não

12) Quanto tempo é orientado manter um Torniquete em um paciente? ( ) Até 30 minutos ( ) Até 1 hora ( ) Até 2 horas ( ) Até 6 horas ( ) Até 12 horas

13) Quanto ao uso da Manobra de Torniquete, quando devo usá-la? ( ) Nunca, pois é uma manobra já ultrapassada ( ) Quando nenhuma outra manobra surtir efeito ( ) Apenas em casos extremos, havendo risco de morte ( ) Em qualquer hemorragia de membros ( ) Em hemorragia severa em membros

14) Qual a sequência de técnicas a se adotar em uma hemorragia grave em membro? ( ) Elevação do membro, Compressão arterial, Curativo Compressivo. ( ) Compressão arterial, Curativo Compressivo. ( ) Apenas Torniquete. ( ) Pressão direta sobre ferimento, Torniquete. ( ) Pressão direta sobre ferimento, Curativo Compressivo.

15) Já teve dificuldade em controlar algum tipo de hemorragia em membros? ( ) Sempre ( ) Às vezes ( )Nunca

16) Você acha que os materiais oferecidos pelo CBMGO para realizar o controle de hemorragias externas graves em membros são eficazes? ( ) Sim ( ) Não

Agradeço a colaboração!