estação do oriente

175

Upload: carina-goncalves

Post on 26-Nov-2015

100 views

Category:

Documents


22 download

TRANSCRIPT

  • ISBN 972-8418-58-2

    I III 9 7897

  • ESTAO DO ORIENTE ESTACIN DE ORIENTE ORIENTE STATION

  • A propsito de uma Cabeleira Prateada A propsito de una Cabellera Plateada

    Concerning a Silvery Roof .

    109

    Estao do Oriente: Plataforma Intermodal de Efeitos Urbanos Marcantes Estacin de Oriente: Plataforma Intermodal con importantes consecuencias Urbanas

    Oriente Station: an Intermodal Concourse with Important Consequences for the City

    111

    A Estao do Oriente vista por um Engenheiro de Estruturas La Estacin de Oriente vista por un I ngeniero de Estructuras

    The Oriente Station seen by a Struclural Engineer

    Lisboa. Cidade Mgica Lisboa. Ciudad Mgica

    Lisbon. MagicaI City

    Concepo e Projecto Concepcin y Proyecto

    Conception and Project

    119

    Olhar a Obra La Obra Contemplada

    Contemplating Work

    A cidade. a estao e o rio La ciudad. la estacin y el rio

    The city. the station and the river

    1117

    Dados tcnicos. ficha tcnica da obra Datas tcnicos. ficha tcnica de la obra

    Technical data. technical credits

    1173

    Alvaro Siza

    Antnio Pinto

    Arantes e Oliveira

    Joo Soares

    Santiago Calatrava

    Renato Monteiro

    Phi lp Jodidio

  • A PROPSITO DE UMA CABELEIRA PRATEADA

    A PROPSITO DE UNA CABELLERA PLATEADA

    CONCERNING A SILVERY ROOF

    LVARO SIZA

    ESTAO DO ORIENTE: PLATAFORMA INTERMODAL DE EFEITOS URBANOS MARCANTES

    ESTACIN DE ORI ENTE: PLATAFORMA I NTERMODAL CON I MPORTANTES CONSECUENCIAS URBANAS

    ORIENTE STATION: AN I NTER-MODAL CON COURSE WITH I MPORTANT CONSEQUENCES FOR THE CITY

    ANTNIO PINTO

    A ESTAO DO ORIENTE VISTA POR UM ENGENH EIRO DE ESTRUTURAS

    LA ESTACIN DE ORIENTE VISTA POR UN INGEN IERO DE ESTRUCTURAS

    THE ORIENTE STATION SEEN BY A STRUCTURAL ENGINEER

    ARANTES E OLIVEIRA

    LISBOA. CIDADE MGICA

    LISBOA. CIUDAD MGICA

    L lSBON. MAGI CAL CITY

    JOO SOARES

  • lvaro Siza A propsito de uma cabeleira prateada A propsito de una cabellera plateada Concerning a silvery rool

    A escolha do projecto de Santiago Calatrava para a Estao

    do Oriente s pode ter uma interpretao: o desejo de dispor

    de um t rao fundador da nova rea da cidade de Lisboa.

    igualmente capaz de influncia transformadora em relao

    aos terrenos interiores que o Plano s debilmente inclura.

    Seria por isso legtimo pensar que o desenvolvimento pro

    gressivo desse Plano se iria referir claramente cruz tra

    balhada por Calatrava. glorificando a slida base e a delica

    da cabeleira propostas pelo arquitecto.

    Nada disso. O valor do projecto est na compreenso da fun

    cionalidade de uma estao onde se interligam caminho de

    ferro. metropolitano e transporte rodovirio. Recusando a

    nostalg ia ante a quase irresistvel memria das estaes de

    outros tempos. a Estao do Oriente assumida como um

    outro signo da cidade. diferente e indispensvel. Nem monu

    mental nem diluda no tecido urbano.

    Aparentemente sujeito a uma cedncia indiscriminada a no

    sei que presses. o desenvolvimento do Plano ignorou a

    importncia do que promovera. Ficou. assim. a meio cami

    nho entre o conceito convencional de um 'Plan Masse' e a

    crena (eventualmente j ustificada) na criatividade indefinvel

    da catica sobreposio que caracteriza o crescimento de

    tantas cidades contemporneas. quando distantes de um

    ncleo histrico (ordenador. por introduo. ou inibidor. por

    receio).

    Entretanto e independentemente disso. a cabeleira prateada

    no deixar de t ransmitir uma mensagem de vontade de

    cidade; ou ento. carregada de gente. partindo os carris.

    saltando obstculos. percorrer o curto espao at ao mar.

    sobre u m Tejo esplndido e difci l de conspurcar. acenando

    ao Terreiro do Pao. aos Jernimos. ao Centro Cultural e

    Torre de Belm - jangada de ao e de vidro e de beto.

    Porto. Novembro 1998

    lvaro Siza Arquitecto

    La eleccin deI proyecto de Santiago Calatrava para la

    Estacin de Oriente slo puede tener una interpretacin : el

    deseo de disponer de un rasgo distintivo y creador en esta

    nueva zona de la ciudad de Lisboa. capaz igualmente de

    ejercer un influjo transformador sobre los terrenos que el

    Plan slo contemplaba marginalmente. Parecera. por tanto.

    legt imo pensar que el desarrollo progresivo deI Plan iba a

    aludir sin ambages a la cruz elaborada por Calatrava. glori

    ficando la slida base y la delicada cabellera propuestas por

    el arquitecto.

    Nada de eso. El valor deI proyecto est en la comprensin de

    la funcionalidad de una estacin en la que confluyen ferro

    carril. metropolitano y transporte por carretera . Rechazando

    la nostalg ia ante el casi irresistible recuerdo de las esta

    ciones de otros tiempos. la Estacin de Oriente fue concebi

    da como otro smbolo. diferente e indispensable. de la ciu

    dad: ni monumental ni diluido en el tej ido urbano.

    Aparentemente sujeto a una cadencia indiscriminada. a no

    se sabe qu presiones. el desarrollo deI Plan ignor la

    importancia de lo que promova . Qued as a medio camino

    entre el concepto convencional de un Plan Director y la

    creencia (eventua lmente justif icada) en la creatividad

    indefinible de la catica superposicin que caracteriza aI

    crecimiento de tantas urbes contemporneas alejadas de un

    ncleo histrico (que ordena por induccin. o inhibe por

    receIo) .

    Entretanto. y con independencia de lo anterior. la plateada

    cabellera no dejar de tra nsmit ir un mensaje de voluntad

    urbana . Atestada de gente. divi diendo las vias. superando

    obstculos. recorrer el corto trecho hasta el mar sobre un

    Tajo esplndido e incorruptible. saliendo aI encuentro deI

    Terreiro do Pao. deI Centro Cultural y de la Torre de Belm:

    armada de acero. cristal y horm ign .

    Oparto, noviembre de 1988

    lvaro Siza Arquitecto

    The choice of Santiago Calatrava plan for the Oriente Station

    can be interpreted only one way: it denotes a desire to create

    a feature whieh would serve as a foundation for the new area

    of the city of Lisbon and be capable of exerting a transform

    ing influence over the a reas which the Plan had included

    somewhat weakly. II would therefore be legitimate to think

    that the progressive development of this Plan would refer

    clearly to Calatrava's cross. glorifying its solidly bui lt base

    together with the delicate roof proposed by the architect.

    Nothing could be further from the truth. The value of the pro

    ject lies in understanding the functionality of a station which

    combines tra ins. the underground and road transport.

    Tuming its back on nostalgia for the almost irresistible

    memory of stations from another age. the Oriente Station is

    dearly meant as a new. different and indispensable sign

    within the city - neither monumentally isolated nor diluted

    into the rest of the urban tissue.

    The development of the plan appears to have been subject

    ed to an indiscriminate bowing to unknown pressures.

    ignoring the importance of what it had originally promoted. II

    therefore got stuck halfway between the conventional con

    cept of a Plan Masse and the (possibly justified) belief in the

    indefinable creativity of the chaotic inter-layering which now

    characterises the growth of so many contemporary cities.

    away from their historie centres (which induce some kind of

    order. or inhibit change through fear of breaking with the past)o

    Meanwhile. independently of this. the silvery roof will contin

    ue to transmit the message that there is a will to create a

    city; otherwise. loaded with people. breaking the rails and

    jumping over obstades. it will walk the short distance down

    to lhe sea. and sail out over a splendid Tagus i mpossible to

    sully. Waving as it passes Terreiro do Pao. Jernimos and

    the Tower of Belm. it will continue its voyage - a raft ma de

    of steel and glass and concrete.

    Oporto. November 1998

    lvaro Siza Archilect

  • Antnio Pinto Estao do Oriente: Plataforma intermodal de efeitos urbanos marcantes Estacin de Oriente: Plataforma intermodal con importantes consecuencias urbanas Oriente Station: An Inter-modal Concourse with Important Consequences for the City

    Sonhar. Conceber. Programar e Executar tudo de forma me

    tdica. com grande perseverana e com permanente apelo ao

    entusiasmo e brio profissional dos que participaram nessa

    esplndida obra de arte que a Estao do Oriente. Gare In

    temodal de Lisboa. a melhor sntese do trabalho realizado.

    Em 1993. quando se iniciaram os estudos para a definio do

    conceito urbano da profunda reconverso da Zona de Inter

    veno da Expo '98. houve. desde logo. a percepo que a

    criao de uma nova centralidade na rea Metropolitana de

    Lisboa. implicava u m ambicioso programa de infra-estrutu

    ras de acessibilidades e de novos sistemas de transportes.

    Nesse processo de planeamento. em que a Parque Expo

    funcionou como animador da reflexo conjunta dos vrios

    operadores. designadamente a C.P. (Caminhos de Ferro Por

    tugueses). o Metropolitano de Lisboa. a Carris. a Ana (Trans

    portes e Navegao Area) e a Cmara Municipal de Lisboa

    (Departamento de Circulao e Trfego). foi relativamente'

    fcil entender que estava criada a oportunidade para se

    construi r a primeira grande Plataforma Intermodal de Pas

    sageiros escala metropolitana.

    Ou seja. no bastava vir a dispor de meios de transporte pe

    sado de passageiros. condio essencial ao escoamento dos

    fluxos de visitantes da Exposio durante os cerca de 5 me

    ses do seu funcionamento. A estrutura urbana do novo peda

    o de cidade e da rea oriental de Lisboa. exigiam a garantia.

    para o futuro. de eficcia do modelo baseado no transporte

    pblico: todos os modos a conflurem no mesmo local. o

    transporte individual. o transporte suburbano e o transporte

    de longo curso a rebaterem no transporte pblico urbano.

    O programa funcional da Plataforma Intermodal foi ento

    elaborado com base nas especificaes fornecidas pela CP

    (componente ferroviria). Metropolitano de Lisboa (compo

    nente metropolitana). Cmara Municipal de Lisboa (compo

    nente rodoviria e parque de estacionamento dissuasor) e

    ANA na componente de articulao com o Aeroporto de Lis

    boa ('check-in ' na prpria Estao do Oriente).

    Os termos de referncia do concurso internacional para a

    seleco e contratao da equipa projectista. lanado pela

    Parque Expo no final de 1993. vieram a definir os princpios

    funcionais da Plataforma. designadamente:

    Separao entre os fluxos de transporte suburbano (pendu

    lar e de curta distncia) e os fluxos de transporte interurba

    no (ocasional e de mdia/longa distncia);

    Segregao entre espaos de c irculao pedonal e os referi

    dos meios de transporte: autocarros urbanos e suburbanos.

    comboios. metropolitano e txis:

    Sonar. concebir. programar y ejecutar. sta es. en m i

    opinin. la mejor sntesis de un trabajo realizado con mto

    do. con gran perseverancia y recurriendo siempre ai entusi

    asmo y la profesionalidad de aquellos que han participado

    en esa esplndida obra de arte que es la Estacin de Oriente.

    la nueva plataforma intermodal de Lisboa.

    En 1 993. cuando se in iciaron los estudios para defin ir el con

    cepto de la profunda recuperacin urbanstica de la Zona de

    I ntervencin de la Expo '98. comprendimos de inmediato

    que la creacin de un nuevo centro en el rea Metropolitana

    de Lisboa implicaba un ambicioso programa de infraestruc

    turas de acceso y nuevos sistemas de transporte.

    Durante el proceso de planificacin. en el que Parque Expo

    fue el gran impulsor de la reflexin conjunta de los diversos

    operadores en j uego -CP (Caminhos de Ferro Portugueses) .

    Metropolitano de Lisboa. la empresa de autobuses Carris .

    Ana (Transportes e Navegao Area)- y dei Ayuntamiento

    de Lisboa (Concejala de Circulacin y Trfico). no fue difcil

    darse cuenta de que s ta era la oportunidad para constru i r

    la primera gran estacin intermodal de pasajeros dei rea

    metropolitana.

    En otras pala bras. no bastaba con proporcionar infraestruc

    turas adecuadas para el transporte de pasajeros a g ran

    escala. condicin s ine qua non para asegurar de manera efi

    caz el flujo de visitantes de la Exposicin durante los cerca

    de cinco meses que iba a durar: la estructura urbanstica de

    esta nueva parte de la ciudad y dei rea oriental de Lisboa

    requera la garanta. para el futuro. de la eficacia de este

    modelo basado en el transporte pblico en el que confluyen

    en un mismo punto distintos modos de transporte: el indi

    vidual. el suburbano y el de larga distancia. todos ellos articu

    lados con el urbano.

    En consecuencia. el programa funcional de la plataforma

    intermodal se elabor sobre la base de las especificaciones

    suministradas por CP (el componente ferroviario). el Metro

    polotano de Lisboa (Metro). el Ayuntam iento de Lisboa (ter

    minal de autobuses y estacionamiento disuasorio) y ANA. en

    lo referente ai enlace con el Aeropuerto de Lisboa (con fac

    turacin en la propia Estacin de Oriente).

    Las condiciones fijadas en el concurso internacional. convoca

    do a finales de 1 993 por Parque Expo para la seleccin y con

    tratacin dei equipo que se encargara dei proyecto. definieron

    los principios funcionales dei intercambiador. Especialmente:

    Separacin entre los flujos de transporte suburbano (de

    corta distancia y con horas punta) e interurbano (ocasional y

    de media y larga distancia):

    The best way for me to summarise the project for the

    Oriente Station. Lisbon's inter-modal Iransport concourse.

    is lo say that the whole thing was dreamed. conceived. pro

    grammed and executed methodically and wilh g real perse

    verance. drawing permanently on lhe enlhusiasm and pro

    fessionalism of ali Ihose involved.

    ln 1 993. when we began sludies lo deline the urban concept

    for the far-reaching renovation of the EXPO '98 Redevelop

    ment Area. we i mmediately realised thal the creation of a

    new central focus in the Lisbon Metropolitan Area would

    i nvolve an ambitious programme to build access and new

    transporl system infrastructures.

    Throughout this planning processo in which Parque EXPO

    was the great moving force for j oint refleclion by the various

    Iranspor! operalors CP (Porluguese Rai lways) . the Lisbon

    Metro. the Carris bus company. ANA (air transpor!) it was

    relalively easy to see Ihat an opportunily had been created

    to build the first inter-modal passenger concourse for the

    metropolitan area.

    ln olher words. ii was nol enough simply lo provi de large

    scale passenger transport facililies. an absolutely essential

    condil ion to ensure effective visitor flow throughout the five

    months 01 the Exposition. The urban structure of lhe new

    chunk of city and eastern Lisbon required a guarantee of

    future effectiveness 01 this model of public transporto ali

    means 01 transporl flowing to lhe same pia ce. ind ividual

    transporto suburban and long-haul road and rail transport

    all articulating with urban public transporto

    The lunclional programme of the Inter-modal concourse

    was drawn up based on lhe specifications provided by CP

    (the rail componen!). Metropolitano de Lisboa (Melro).

    Lisbon Municipal Council (Bus Terminal and Car Park) and

    ANA. for the pari concerned wilh arliculation with Lisbon

    Airport (check- in ai Oriente Stal ion) . The terms 01 reference

    for lhe inlernalional tender for the seleclion and conlracl

    ing of lhe design team. launched by Parque EXPO ai lhe end

    of 1 993. delined the funclional principies for lhe concourse.

    namely:

    Separation between suburban transport (short distance and

    with peaks and troughs) and i nler-urban transport (occa

    sional and over medium to long distances):

    Segregation between pedeslrian areas and transporl: city

    and suburban buses. trains. melro and taxis:

    The creation 01 arrival and departure areas wilh i ndividu

    alised and specific Ireatmenl for each means of Iransport

    under consideration:

  • 1 2 1 3

    Criao de zonas de chegada e zonas de partida com trata

    mento individualizado e especfico a cada modo de transpor

    te considerado;

    Dotao de complementos logsticos como reas de 'Kiss

    and Ride' (viaturas ligeiras e txis) e parques de estaciona

    mento de apoio (utilizadores, longo curso da CP e parque

    and 'ride').

    Finalmente, tinha que se garantir a permeabilidade urbana,

    por forma a que a acessibilidade entre as zonas poente e

    nascente da l inha do caminho de ferro fosse o mais facilita

    da possvel e que evitasse o efeito de barreira tradicional das

    vias frreas.

    Mas havia a inda que servir os utentes o melhor possvel e

    proporcionar-lhes servios complementares que, para o seu

    dia-a-dia, eram importantes: lojas de convenincia, galeria

    comercial. zona de cafetarias e restaurao, espaos de ani

    mao.

    O Arqo Santiago Calatrava foi. de entre os vrios grandes no

    mes internacionais convidados, aquele que melhor com

    preendeu as especificaes funcionais e o que apresentou o

    produto arquitectnico mais singular, de melhor integrao

    urbana e de maior valor emblemtico. Da a sua seleco

    como projectista da Gare lntermodal de Lisboa (Estao do

    Oriente). Da o resultado obtido de uma Plataforma Intermo

    dai que uma grande praa urbana, no s na sua configu

    rao de praa arborizada (de rvores de ao e vidro), como

    tambm local de encontro de gentes, de fruio de espaos,

    de passar, de ir, de vir e de estar.

    Lisboa. Oulubro de 1998

    Antnio Pinto , Presidente do Conselho de Administrao

    da Gare Inlermodal de Lisboa. S.A.

    de 1994 a 1998

    Segregacin entre los espacios de circulacin peatonal y los

    referidos medios de transporte: autobuses urbanos y subur

    banos, tren, metro y taxis;

    Creacin de zonas de llegada y de salida con un tratamiento

    individualizado y especfico para cada modo de transporte

    contemplado;

    Dotacin de respaldo logstico, como por ejemplo zonas de

    "Kiss and Ride" (vehculos ligeros y taxis) y aparcamientos

    de apoyo (para usuarios, viajeros de larga distancia en fer

    rocarri l y pblico en general) ,

    Finalmente, tena que garantizarse la permeabilidad urbana,

    facilitando todo lo posible la accesibilidad entre las zonas

    occidental y oriental de las vas frreas y evitando su tradi

    cional efecto barrera.

    Pero tambin era necesario brindar a los usuarios las mxi

    mas prestaciones posibles y proporcionarles servicios com

    plementarios importa ntes para su vida cotidiana: autoservi

    cios, galera comercial. cafeteras, restaurantes y zonas de

    esparcimiento.

    De entre los grandes nombres internacionales invitados, el

    arqu itecto Santiago Calatrava fue quien mejor comprendi

    las especificaciones funcionales y quien present el proyecto

    ms singular; el que mejor se integraba en el conjunto

    urbano y el de ms valor emblemtico. De a h que resultara

    seleccionado para realizar la plataforma intermodal de

    Lisboa (Estacin de Oriente). De a h. tambin, que el resul

    tado obtenido sea una gran plaza urbana, no slo por su con

    figuracin como espacio arborizado (con palmeras de acero

    y cristal), sino tambin como punto de encuentro, como un

    lugar donde disfrutar dei espacio, donde pasear, de ir y venir

    o, s implemente, estar.

    Lisboa. oclubre de 1998

    Antnio Pinto Presidente del Consejo de Administracin

    de la Gare Inlermodal de Lisboa. S.A.

    de 1994 a 1998

    Provision of logistical back-up like, Kiss and areas (light

    vehicles and taxis) and support car parks (users. long

    range rail Iravel and park and ride).

    Finally, there had lo be a guaranlee Ihal the urban mesh

    would remain permeable, ensuring thal Ihere would be

    easy access belween the western and eastern sides of the

    railway and avoiding the traditional effect of railway lines.

    Bul. in addilion lo this, iI was also necessary to serve users

    aI lhe h ighesl possible levei and provide exlra services thal

    are imporlanl in Iheir day-to-day lives: convenience stores,

    a shopping gallery. areas with cafes and restaurants,

    leisure areas.

    Of all the various big international names inviled lo take parI

    in the tender, Architecl Santiago Calatrava was lhe one who

    besl understood the funclional specificity of lhe projecl and

    presented an archileclural design thal was unique. lhe one

    which was most well integraled in lhe city. in addilion to

    a dding value through its symbolism. This is why he was

    selecled lo be the architect of lhe Lisbon Inter-modal

    Transporl Concourse (Oriente Station). This is why the end

    resull is a great cily square, not only in its configuralion a s

    a Iree-lined square (lhe trees are ma d e o f sleel and glass)

    bul also as a meeting place for people, where Ihey can enjoy

    lhe space. move around, come and go. and simply be.

    Lisboa. Oclober 1998

    Antnio Pinto Chairman af lhe Board of Management or Gare Inlermodel de Lisboa. SA rrom 1994 lo 1998

  • Arantes e Oliveira A Estao do Oriente vista por um engenheiro de estruturas La Estacin de Oriente vista por un ingeniero de estructuras lhe Oriente Station seen by a struclurat engineer

    Construda em Lisboa. junto da EXPO '98. a Estao do Ori

    ente. . como estao intermodal. uma obra de arquitectura

    muito complexa.

    Foi com o engenheiro de estruturas que. porm. nos coube

    coment-la. Sendo assim. e sem pretender diminuir o inte

    resse estrutural que a obra toda oferece. entendemos dever

    lim itar as nossas consideraes parte da estao que. com

    razo. mais impressiona as pessoas que a visitam ou a con

    templam: a nave onde passam os comboios.

    A impresso que parece colher-se de todas essas pessoas

    a de que se sentem perante uma construo que. parecen

    do-lhes indubitavelmente moderna. consideram estranha

    mente familiar. E a uma catedral gtica que a comparam

    com frequncia. Pensmos. pois. orientar os nossos comen-.

    t rios no sentido de analisar at que ponto tm razo. isto .

    em que medida se aproxima ou se afasta de uma nave gti

    ca a nave de Santiago Calatrava.

    Confrontados com a necessidade de conceber a geometria

    das estruturas que pretendiam construir. os antigos cons

    trutores desde sempre se sentiram limitados pelos mate

    riais de que dispunham. Constrangimentos. a estes devidos.

    obrigaram-nos a basear-se num vocabulrio de formas

    muito l imitado.

    Nas construes de pedra. a convenincia de usar aduelas

    todas iguais conduziu. nomeadamente. a formas circulares

    ou esfricas. e foi. pois. no espao de idealizaes corres

    pondentes a estas formas que os construtores medievais

    procuraram encontrar solues para os problemas que pela

    cobertura de grandes vos lhes eram postos.

    A utilizao de directrizes constitudas. no j por um. mas

    por dois arcos circulares que se cruzam. isto . de geratri

    zes ogivais. abriu grandemente o leque das possibil idades.

    Permitiu nomeadamente resolver o problema da cobertura

    de uma planta rectangular por uma cruzeta de ogivas que

    faz descarregar as cargas da cobertura nos quatro vrtices

    do rectngulo de base Foi desta soluo que nasceu a arquitectura gtica.

    Na cruzeta de ogivas. intersectam-se segundo linhas sen

    sivelmente semicirculares duas abbadas de eixos ortogo

    nais com directrizes ogivais de vrtices mesma altura.

    So horizontais as linhas de fecho das abbadas que se in

    tersectam. . pois . horizontal a l inha de fecho da abbada

    longitudinal das n aves gticas. aspecto essencial do parti

    do arquitectnico geralmente tomado na construo das

    igrejas do Ocidente.

    medida que as primeiras naves gticas se foram cons-

    La Estacin de Oriente construida en Lisboa junto a la Expo

    98 es. como estacin intermodal. una obra de arquitectura

    muy compleja .

    Es en m i condicin de i ngeniero de estructuras como puedo

    comentaria . Por tanto. y sin pretender subesti mar el i nters

    estructural que la obra en su conjunto merece. entiendo que

    debo l im itar mis consideraciones a la parte de la estacin

    que -con razn- ms impresiona a las personas que la visi

    tan o contemplan: la gran nave por la que pasan los trenes.

    La impresin que parece desprenderse de la mayora de

    estas personas es que se encuentran ante una construccin

    que. aunque de aspecto indudablemente moderno. les

    resulta extra na mente familiar. Con frecuencia la comparan a

    una catedral gtica . Por tanto. me propongo orientar mls

    comenta rios en el sentido de a nalizar hasta qu punto t ienen

    razn: es decir. en qu medida la nave de Santiago Calatrava

    se acerca o se aleja de las naves gticas.

    Ante la necesidad de concebir la geometra de las estruc

    turas que pretendan levantar. los antiguos constructores

    siempre se vieron l imitados por los materiales de que

    disponan. La constriccin resultante les obligaba a basar su

    trabajo en un vocabulario formal muy limita do.

    En las construcciones de piedra. la conveniencia de usar

    dovelas idnticas condujo principalmente ai empleo de lor

    mas circulares o eslricas: lue. por tanto. en el mbito de

    idealizacin de estas formas donde los constructores

    medievales buscaron soluciones para los problemas que

    planteaba la cubierta de grandes espacios .

    El empleo de directrices constituidas no ya por una semicir

    cunlerencia. sino por dos arcos que se corta n - es decir. el

    uso de oj ivas como generatrices -. abri mucho el abanico de

    posibi lidades. Sobre todo. permiti resolver el problema de

    la cubertura de una planta rectangular mediante una bve

    da de crucera que descargaba el peso de la techumbre en los

    apoyos de los cuatro vrtices dei rectngulo de base . La arquitectura gtica naci a partir de esta solucin constructiva .

    En el crucero oj iva l. la interseccin de dos bvedas de ejes

    octogonales. generadas a partir de directrices oj ivales con

    vrtices situados a la misma altura. produce unas lneas

    diagona les ostensiblemente semicirculares. Las lneas de

    cierre - las aristas en la clave - de a mbas bvedas son hori

    zontales. caracterstica esencial de la arquitectura relig iosa

    de Occidente.

    A medida que se lueron levantando las primeras naves gti

    cas. los constructores se dieron cuenta de que la bveda de

    crucera poda reducirse a las dos lneas de cierre. perpen-

    Buitl in Lisbon. alongside EXPO '98. the Orient Station is a

    complex work 01 architecture. like any inter-modal facility.

    However. I have been asked to comment on it in my capaci

    Iy as a structural engineer. Therelore. without intending to

    d iminish the struclural interesl which lhe work as a whole

    offers. I Ih ink I should l imil my considerations to lhe part 01

    the stalion which quite rightly most i mpresses the people

    who visil or contemplale ii: the great nave that the Irains

    pass Ihrough.

    The impression that most people have is Ihat they leel as iI . they are in a construction which. although i t seems

    undoubtedly moderno they st i l l consider strangely lamiliar. It

    is frequently compared to a Golhic cathedral. My comments

    will therefore be guided towards analysing how far true th is

    is . i .e . . what s imilari ties and dissimilarities there are

    between this nave by Santiago Calatrava and a Gothic nave.

    Conlronted wilh the need to conceive the geometry of lhe

    struclures Ihey wanted to build. the builders of a former age

    a lways felt l imited by the materiais available lo Ihem. The

    conslraints resulting from this obliged them to base their

    work on a very l imited vocabulary of forms.

    ln stone bui ldings. the use of slone sections of the same

    size led above ali to circular or spherical forms. and i t was

    in the i deatisation corresponding to Ihese forms that medi

    aeval builders sought solutions to lhe problems posed by

    having to construct roofs over large spans.

    The use 01 directrices formed not by one but by two circular

    arcs which cross each other. i.e . . which generated ogives.

    greatly expanded the range 01 possibitities. Above alI. it

    made it possible to solve the problem 01 building a rool over

    a rectangular floor-plan. using crossed arches which dis

    placed the load 01 the rool i nto the lour vertices of the base

    rectangle @. Gothic architecture was born out 01 this device. At the crossing of the ogival arches. two orthogonal axis

    vaults with ogival directrices on vertices at the same height

    intersect on sem i-circular t ines. The closing lines 01 the

    intersecting vaults are horizontal. So the closing tine 01 the

    longitudinal vault 01 Gothic naves is horizontal. an essential

    aspect of the architectural design generally used in building

    churches in lhe West.

    As the lirst Gothic naves were built. the bui lders realised

    that the crossing 01 ogives could be reduced to the closing

    tines of the vaults. perpendicular one to the other. and to the

    arcs. both ogival (the ones perpendicular to the axes 01 the

    vaults) and semi-circular (diagonal). which conduct the load

    into the pi llars located at t he lour verti ces 01 the rectangle.

    @

  • 1 4 1 5

    truindo. os construtores deram-se conta de que a cruzeta de

    ogivas podia reduzir-se s linhas de fecho das abbadas.

    perpendiculares uma outra. e aos arcos. tanto ogivais (os

    perpendiculares aos eixos dessas abbadas) como semi

    c irculares (os diagonais). que conduzem as cargas para os

    pilares localizados nos quatro vrtices do rectngulo. As

    abbadas. lanadas entre os elementos estruturais princi

    pais. limitam-se de facto. essencialmente. a garantir o tra

    vamento destes. a comunicar-lhes as cargas que sobre elas

    se distribuem e a desempenhar uma funo arquitectnica

    de tapamento. Podem. pois. considerar-se elementos estru

    turais secundrios.

    A estrutura da nave da Estao do Oriente inspira-se sem

    dvidas nestas ideias. Outros. porm. so os materiais utili

    zados. Por outras palavras. enquanto que os construtores

    gticos usaram a pedra. material que convm fazer traba

    lhar compresso. Santiago Calatrava utilizou. na estrutura

    principal da sua nave. o ao. material que traco trabalha

    idealmente. De ao so tambm as barras da estrutura se

    cundria. qual foi no entanto retirada a funo de tapa

    mento. atribuda a chapas planas de vidro translcido que

    nelas ficaram apoiadas.

    Num ponto quis Calatrava. talvez por razes de continuidade

    cultural. aproximar-se dos seus antecessores medievais: no

    recurso a formas ogivais. Nada a estas o obrigava. j que os

    materiais modemos lhe davam total liberdade. Mas so de

    facto ogivais os elementos curvos dos prticos espaciais que

    suportam as trelias tridimensionais que constituem a estru

    tura secundria em que se apoiam as chapas da cobertura . Em contrapartida. Calatrava rompeu absolutamente com a

    tradio medieval da horizontalidade da linha de fecho. hori

    zontalidade esta que. como atrs referimos. caracterstica.

    no s das naves gticas. como das igrejas em geral.

    Pode entender-se que esta ruptura deliberada resulta de as

    circunstncias serem. para a sua nave. claramente diferen

    tes. De facto. enquanto na nave de uma igreja a linha de fe

    cho da abbada longitudinal termina na glria do transepto

    e da capela-moro na Estao do Oriente no se proporciona

    um tal clmax: em a mbas as extremidades. a nave abre-se

    para espaos indefinidos. Por outro lado. as cpulas poli

    dricas construdas sobre cada mdulo. no s so apropria

    das utilizao do vidro em chapas. mas. facetadas como Sti

    de enormes brilhantes se tratasse. afastam do esprito qual

    quer comparao com a cobertura de uma nave industrial.

    Acrescentam-se as evidentes vantagens de ordem estrutu

    ral decorrentes de as barras das cpulas em questo forma-

    diculares entre s. y a los arcos . tanto ojivales (los perpen

    diculares a los ejes de las bvedas) como de medio punto

    (los diagonales) . que transmiten las cargas sobre los pilares

    localizados en los cuatro vrtices dei rectngulo. Las

    bvedas en s. corridas entre los elementos estructurales

    principales. se l imitan a garantiza r la trabazn de stos. a

    transmitir las cargas repartidas sobre ellos y a desempenar

    una funcin arquitectnica de cubrimiento. Por tanto. po

    demos considerarias elementos estructurales secunda rios.

    La estructura de la nave de la Estacin de Oriente sin duda

    est inspirada en estos conceptos. pero no se puede decir lo

    mismo de los materiales emplea dos. En otras palabras.

    mientras los constructores gticos utilizaban piedra . mate

    rial res istente sobre todo a la compres in. Santiago

    Calatrava ha optado para la estructura principa l de su nave

    por el acero. material idneo para soportar esfuerzos de

    traccin. De acero es tambin el entramado de cubierta . si

    bien su mis in es portante: la cubricin se ha confiado a

    planchas de vidrio tra nslcido.

    Hay un aspecto en el que Calatrava. tal vez por razones de

    cont inuida d cultura l. se acerca a sus a ntecesores

    medievales: el recurso a las formas oj ivales. Nada le obli

    gaba a hacerlo: los m ateriales modernos proporcionan una

    total libertad. Pero oj ivales son los elementos curvos de los

    prticos espaciales que soportan el entramado trid imen

    sional sobre el que. a su vez. se apoyan las planchas de

    cubierta .

    Como contrapartida . Calatrava cort radicalmente con la

    tradicin medieval de la horizontalidad de la lnea de cierre.

    horizontalidad que. como ya dije. es caracterstica no slo de

    las naves gticas. sin o d e las iglesias e n general.

    Cabe pensar que esta ruptura deliberada se deba a que las

    circunstancias son muy distintas en el caso de la obra de

    Calatrava. Mientras en la nave central de una iglesia la lnea

    de cierre de la bveda culmina en el esplendor del transep

    to y el presbiterio. en la Estacin de Oriente no existe tal cl

    max: la nave abre en ambos extremos a espacios

    indefinidos. Por otra parte. las cpulas polidricas construi

    das sobre cada mdulo no slo son apropiadas para la uti

    lizacin de vidrio en planchas: afaceta das como si de

    enormes diamantes se tratase. disipan cualquier nimo de

    comparacin con la cubierta de una nave industrial. a lo que

    hay que sumar las evidentes ventajas de orden estructural

    que se derivan del hecho de que los nervios de las cpulas

    en cuestin formen un entramado tridimensional apropiado

    para descargar el peso de la techumbre.

    Essentially. the vaults. stretching between the main parts of

    the structure. merely provi de a girder structure for them.

    channelting the loads weigh ing on them and filling a gap.

    architecturally spealdng. They may theretore be considered

    secondary structural elements.

    The structure of the nave of the Oriente Station is undoubt

    edly based on these ideas. However. the materiais used here

    are differenl. ln other words. whereas lhe Golhic builders

    used stone. a malerial which works under compression.

    Santiago Calatrava used steel for the main struclure of h is

    nave. a material which works ideally under traction

    The girders of the secondary structure are also made of

    steel. although this secondary structure does not form the

    roof. in this case. The roof consists of panes of opaque glass

    supported by lhe steel structure.

    Perhaps for reasons of cultural continuity. Calatrava fol

    lowed his mediaeval predecessors. in the use of ogival

    forms. There was nothing forcing him to do this. since mod

    ern materiais gave him complete freedom. Sut this is the

    form of the curved parts of the spalial porticoes supporting

    the three-dimensional Irellises making up lhe secondary

    structure on which lhe glass panes are supported . On the

    other hand. Calatrava ma de an absolute break with lhe

    mediaeval tradition of lhe horizontal closing tine. which. as

    I have already pointed oul. is a feature not on ly of Gothic

    naves but of churches in general.

    This detiberate break can be seen as resulting trom the fact

    that the circumstances for this nave are clearly different.

    Whereas in a church nave. the closing t ine of the longitudi

    nal vault culminates in the g lory of the transept and chan

    ce!. there is no such climax in the Oriente Station: at both

    ends the nave opens into undefined space. On the other

    hand. the polyhedral cupolas built on each module a re not

    only appropriate for the use of glass panes. but since they

    are multifaceted like large crystals. they remove a ny sug

    gestion of comparison with the roof of a factory nave. ln

    a ddition. I should point out the clear advantages in structur

    aI terms resulting from the fact that the bars of the cupolas

    in question form three-dimensional treltises able to take the

    load of the roof.

    Given the capacity of steel to resist flexiono the metal porti

    coes of the main structure are ab le to resist horizontal

    action . There is therefore no need for a system of butlress

    es and butlressing arches which provide lateral stability i n

    traditional Gothic naves.

    Modern materiaIs have also brought another a dvantage

  • rem trelias tridimensionais apropriadas para que nelas

    descarreguem as cargas da cobertura.

    Dada a capacidade do ao para resistir a flexes. os prticos

    metlicos da estrutura principal so susceptveis de resistir

    a aces horizontais. Tornou-se pois desnecessrio o siste

    ma de arcos botantes e contrafortes que nas naves gticas

    assegura a estabilidade lateral da estrutura.

    Os materiais modernos trouxeram ainda uma vantagem que

    o material pedra no oferece: o de permitirem a pr-fabrica

    o. E assim. ao contrrio do que se passou com as constru

    es gticas. muitas das quais levaram sculos a ser acaba

    das. foi possvel erguer com extraordinria rapidez uma

    obra de to vastas propores.

    Os sentimentos m istos de novidade e familiaridade que a

    admirvel nave de Santiago Calatrava desperta nos que a

    contemplam so certamente devidos a que ele aproveitou.

    da tradio. o que nesta a inda vlido e. da modernidade. o

    que o desenvolvimento tecnolgico tornou possvel.

    A estrutura de Cala trava to lgica como a de uma catedral

    gtica. se considerarmos as claras diferenas nos objectivos

    e. bem assim. nos recursos ento e agora disponveis.

    Diferente de facto. na passagem do milnio. o ambiente

    cientfico. tcnico e social. tanto no que se refere aos mate

    riais que se utilizam . capacidade dos construtores para

    prever as aces a que ficaro sujeitas as obras que conce

    bem e aos mtodos que permitem analisar o comportamen

    to destas para tais aces. como aos recursos econmicos e

    organizao geral da sociedade. nomeadamente a organi

    zao industrial que tornou possvel inovar profundamente

    em matria de processos de construo.

    Pesadas as diferenas. -nos porm grato constatar a con

    tinuidade cultural que Santiago Calatrava tanto procurou evi

    denciar. E de tal modo o conseguiu que esta sua obra nos

    aparece como uma ponte entre o passado e o futuro.

    Lisboa. Agosto 1998

    Aranles e Oliveira Presidente do laboratrio Nacional de Engenharia Civil

    Dada la resistencia deI acero a la flexin . los prticos metli

    cos de la estructura principal est n capacitados para sopor

    tar tensiones horizontales. Resultaba. por tanto. innecesario

    recurrir aI sistema de contrafuertes y arbotantes que en las

    naves gticas asegura la estabi li dad lateral de la estructura .

    Los materiales modernos han aportado asim ismo otra ven

    taja de la que la piedra carece: admiten el prefabricado. En

    consecuencia. aI contrario de lo que ocurra con las cons

    trucciones gticas - muchas de las cuales precisaron siglos

    para ser acabadas -. fue posible erigir con extraordinaria

    rapidez una obra de tan vastas proporciones.

    Los sentimientos encontrados de asombro y familiaridad que

    la admirable nave de Santiago Calatrava despierta en

    quienes la contem plan se deben. ciertamente. a que ha

    sabido aprovechar lo que la tra dicin tiene an de vlido y lo

    que la modernidad ofrece en cuanto a desarrollo tecnolgico.

    La estructura de Calatrava es tan lgica como la de una cate

    dral gtica. considerando las manifiestas diferencias en los

    objetivos. por no mencionar el abismo de recursos entonces

    y ahora disponibles.

    Lo que es radicalmente distinto. en este fin de mi lenio. es el

    ambiente cientfico. tcnico y social. Esto es as en lo que se

    refiere a los materiales utilizados. a la capacidad de los cons

    tructores para prever las tensiones a las q ue se vern

    sometidas las obras que conciben y a los mtodos que per

    miten analizar su comportamiento bajo tales tensiones. Sin

    olvidar. por otra parte. la importancia de los recursos

    econmicos y la organ izacin genera l de la sociedad. espe

    cialmente el tejido industrial. que ha hecho posible una pro

    funda innovacin en mate ria de mtodos constructivos.

    Sopesadas las diferencias. es muy g ratificante constatar la

    continuidad cultural que Santiago Calatrava ha procurado

    poner de relieve. Hasta tal punto lo ha logrado. que su obra

    se alza ante nosotros como un puente tendido entre el pasa

    do y el futuro.

    Lisboa. agosto de t 998

    Aranles e Olive i ra Presidente dei Laboralorio Nacional de Ingeniaria Civil

    which stone does not have: they can be pre-fabricated.

    Thus. unlike what happened with Gothic constructions.

    many of which took centuries to complete. it was possible to

    build such a huge work in an extraordinarily short spa ce of

    time.

    The mixed feelings of novelty and fam iliarity which Santiago

    Calatrava' s admirable nave arouses in those who see it are

    certainly due to the fact Ihat he took advantage of what is

    still valid in tradition and combined it with what technologi

    cal development has made possible in the moderno

    Calatrava' s structure is as logical as that of a Gothic cathe

    dral. if we consider the clear differences in objectives and

    the resources available then and now.

    What is really different. as the mi llenn ium draws to a close.

    is the scientific. technical and social context. with regard to

    the materiaIs used. the builders abi lity to foresee the action

    to which the work they design will be subjected and the

    methods which make it possible to analyse the structure' s

    likely behaviour when such action takes place. and the eco

    nomic resources and the general organisation of society.

    especially the industrial organisation which has made it

    possible to make profound innovation in terms of construc

    tion processes.

    Once a ll the differences have been weighed up. it is g ratify

    ing to see the cultural continuity that Santiago Calatrava has

    sought to display. 50 successful is he that this work seems

    to me to form a bridge between the past and the future.

    Lisbon. August 1998

    Aranles e Oliveira Chairman of laboratrio Nacional de Engenharia Civil

  • Joo Soares Lisboa. cidade mgica

    Lisboa. ciudad mgica

    Lisbon. magicaL city

    o esprito que molda a matria o grande arquitecto constru

    tor das cidades. universo feito para as pessoas viverem em

    plenitude e felicidade. Por isso so to diversas as cidades

    que habitamos. mesmo quando as vivemos nos estados de

    alma que nos fazem cidados inquietos de um mundo cada

    vez mais pequeno medida que a sociedade de informao

    se instala e a nossa percepo do cosmos se vai alargando.

    Lisboa tambm ela fruto dos espritos criadores que ao

    longo dos tempos. com inspiraes vindas de todos os

    quadrantes do mundo. a foram moldando e marcando. com

    sinais indelveis de poesia e cultura.

    A Lisboa que hoje nos recebe como espao nosso de viver e

    trabalhar uma cidade fruto de muitas e antigas culturas. de

    desafios e de inovao. cidade feita de memrias. descober

    tas e aventurosos desafios que entre o mito e a vontade

    tornaram rica e esplendorosa a cidade de Ulisses.

    Do Mar da Palha ganhou a vocao e o sinal de cidade de

    encontros entre o mar e a terra. entre o oriente e o ocidente.

    entre o conhecido e o desconhecido feito familiar: no Mar da

    Palha se reencontra com a memria. a histria. a cultura. o

    passado que a vontade colectiva vem transformando em

    presente apontado ao futuro.

    Aqui se lhe desenham os novos campos de mar a descobrir.

    os m istrios a buscar de novo. a vontade de ser. a inda mais.

    a cidade que fez Portugal. na pluralidade dos territrios que

    aqui se juntam e das gentes que na diversidade a fazem sua.

    Para esta Lisboa que todos os dias nos maravi lha. concorrem

    os homens e as vontades que no respeito pelo que fomos

    nos indicam os caminhos a percorrer no sentido da cidade

    feita felicidade.

    Ruas. largos. praas. edifcios ricamente vulgares. monu

    mentos. objectos para nosso uso e comodidade que percorrem

    a cidade e a agitam. gentes que entram e saem. que das

    ruas .fazem espao seu e consigo transportam a energia

    vital da g rande cidade. com tudo isso. e a luz. a luz nica de

    Lisboa. se fez esta cidade.

    Do mistrio das catedrais com que se fez o mundo que

    agora nosso. ficou uma certeza: a de que o mistrio sem

    pre origem de conhecimento. de encantamento e caminho

    da perfeio. Do oriente nos vem esta luz e por ele nos

    chegam e a ele se dirigem os caminhos do nosso descobri

    mento.

    Tambm em Lisboa. oriente significa mistrio. encantamento.

    sabedoria e beleza. aquilo que descobrimos quando toma

    mos contacto com a estrutura asctica e de porte grandioso

    que a Expo '98 tornou possvel.

    La mente que moldea la materia es el gran arquitecto cons

    tructor de ciudades, ese universo hecho para que las per

    sonas vivan plena y felizmente. Por eso son tan distintas las

    ciudades que habitamos. incluso cuando las vivi mos con ese

    estado de nimo que nos convierte en inquietos ciudadanos

    de un mundo cada vez ms pequeno a medida que la

    sociedad de la informacin gana terreno y nuestra percep

    cin deI cosmos se expande.

    Lisboa es tambin fruto de esos espritus creadores que. con

    el decorrer del tiempo. con inspiraciones venidas de todos

    los rincones deI mundo. la han moldeado y distinguido con

    signos indelebles de poesia y cultura .

    La Lisboa que hoy nos acoge como espacio propio para vivi r y

    trabajar es una ciudad fruto de muchas y antiguas culturas.

    de retos e innovaciones. una ciudad hecha de recuerdos. des

    cubrimientos y aventurados desafos que. entre el mito y la

    voluntad. han Irado riqueza y esplendor a la ciudad de Ulises.

    El esluario deI Tajo le Iransmili la vocacin y la idenlidad de

    lugar de encuentro enlre el mar y la tierra . entre Oriente y

    Occidente. enlre lo conocido y lo desconocido tornndolo

    familiar. En el estuario la ciudad se reencuentra con su

    memoria . su h istoria . su cultura: con un pasado que la volun

    lad colecliva ha Iransformado en presente orientado ai fuluro.

    En Lisboa se abren nuevos campos marinos por descubrir.

    nuevos misterios que explorar y se percibe la volunlad de

    ser. adems. el corazn de Portugal. con la pluralidad de

    lerritorios que en ella confluyen y de las gentes que en su

    diversidad la hacen suya.

    Esta Lisboa que a lodos nos fascina. rene genles y volun

    tades que. respelando nueslro pasado. nos mueslran el

    camino que debemos seguir para conseguir una ciudad feliz.

    Calles. plazas. mercados. edificios corri entes pero her

    mosos. monumentos. objelos para nuestro uso y disfrule

    que salpican la ciudad y la animan, genles que entran y

    salen. que hacen de las calles su espacio y llevan consigo la

    energa vilal de una gran urbe. De lodo eso. y de la luz. la luz

    incomparable y nica de Lisboa. esl hecha esla ciudad.

    El misterio de las catedrales con las que se hizo el mundo.

    nueslro mundo. nos ha revelado una certeza, que ese mislerio

    es siempre fuente de conocimiento. de hechizo. camino de

    perfeccin. Oriente nos ilumina, de all vienen tambin. y all se

    dirigen. los caminos de nueslro descubrimienlo.

    En Lisboa. O riente significa mislerio. hechizo. sabidura y

    belleza. lo m ismo que descubrimos cuando enlramos en

    contacto con esa asctica y g randiosa eslructura que la Expo

    98 ha hecho posible.

    The mind Ihat moulds matler is lhe g real archilecl and

    builder of cities. a world made for people to live in . in full

    ness and happinss. This is why lhe cities we live in are so

    different. even when we experience them in the state of

    mind Ihal makes us concerned cilizens of a world which is

    shrin ing as lhe informalion society gains ground and our perception of the cosmos expands.

    Lisbon is also the fruil of the creative minds Ihat. with lhe

    passage of time and based on inspiralion from all parts of

    the world. have moulded and marked it with indelible signs

    of poetry and culture.

    The Lisbon Ihat welcomes us now as our space to live and

    work is a city resulting from a blend of many ancient cul

    tures. of challenges and innovation. a city made of memo

    ries. discoveries and adventurous challenges that Ihrough

    myth and will have made the city founded by Ulysses rich

    and splendid.

    Its location on the esluary of lhe Tagus has ma de it a city of

    encounters between land and sea. Easl and Wesl. the

    known and the unknown made familiar. Here the city meels

    once again with its own memory. its h istory and culture. and

    a past which the collective wil l has transformed i nto a pre

    sent a imed at the future.

    Here we gl impse new areas of sea to discover. mysteries to

    search again. the will to be the city that made Portugal. in

    lhe plurality of territories which come together here and the

    people who in their diversity make the city their own.

    This Lisbon that fascinates us alI. unites people and wills

    that respect what we have been. yet indicate the route to be

    followed to reach the city made happiness.

    Streets. squares. richly ordinary bui ldings. monuments.

    objects for our use and comfort scatlered Ihroughout the

    city. people who enter and leave. who make lhe streets their

    own space and bring with Ihem lhe vital energy of the great

    city. and lhe lighl. lhe unique l ighl of Lisbon - a li this makes

    lhe cily.

    One certainty has remained trom the mystery of the cathe

    drals with which the world was made, that myslery is always

    the origin of knowledge. of enchanlmenl and the way lo per

    feclion. This light comes from the Easl and it is by way of lhe

    East that lhe paths lo discovery came and can be atlained.

    ln Lisbon too. Easl means mystery. enchanlment. wisdom

    and beauty. somelhing we discover when we come into con

    tacl with the ascelic slruclure and g randiose slructure of lhe

    Orienle Stalion in a tolally renewed Lisbon made possible

    by EXPO '98.

  • 1 8 1 9

    Torna-se. d e facto. uma imponente massa edificada. onde a

    subtileza das formas anuncia o domnio das formas. a sin

    geleza dos arcos seguros e uma clara percepo de como o

    engenho arte. quando se trata de criar. moldando. para

    nosso usufruto. vivncia e deleite.

    Por isso a Estao do Oriente j um 'ex-libris' da cidade

    que nela se rev.

    Percorrendo o seu interior ou apenas desfruta n do na

    paisagem urbana da tranquila silhueta. vamo-nos perdendo

    e encontrando na potica floresta de ferro e vidro por onde o

    cu se funde com a terra ou na floresta de luz e forma que

    faz da arquitectura um estado de alma. Este um edifcio

    feito para celebrar os valores do esprito criador. da inovao

    e do progresso.

    A arquitectura que muitas vezes um estado de alma revela

    -se aqui como uma afirmao de vigor e ao mesmo tempo

    como um cam inho para o reencontro das pessoas com elas

    prprias. Gare. plataforma de encontros. de partidas. de

    chegadas. ligao de mundos e gentes. este um edifcio

    emblemtico que marca um momento alto da vida da

    cidade.

    Aos que nela colaboraram devida por isso uma palavra de

    apreo e de parabns.

    A Santiago Calatrava. arquitecto. engenheiro. poeta das for

    mas. que nos ofereceu esta obra maior. devida a a dmi

    rao por quem to bem soube sent ir o esprito de moder

    nidade da cidade de Lisboa. Com ela ganha a cidade um dos

    seus grandes arquitectos.

    Razo pela qual. como Presidente da Cmara Municipal de

    Lisboa. no posso deixar de dar. na apresentao desta

    obra. uma palavra de particular satisfao em poder com

    partilhar. no uso. na vivncia diria. com os cidados de

    Lisboa. esta obra que. sendo de Calatrava. hoje da cidade.

    e que mostra como de coisas to s imples e vulgares como a

    areia. o ferro ou o cimento. se fazem as novas catedrais.

    Com mistrio. com engenhosa sabedoria. procurando na luz

    o tnue material que transforma a construo em arquitectura.

    So estas coisas simples que fazem de Lisboa uma cidade

    mgica.

    Lisboa. Outubro de 1998

    Joo Soares Presidente da Cmara Municipal de Lisboa

    Se trata de una imponente edificacin en la que la sutileza de

    las formas proclama su maestra . la senci llez y firmeza de

    sus arcos y la clara percepcin de cmo el ingenio se trans

    forma en arte a la hora de crear y moldear espacios para

    nuestro uso y disfrute .

    Por eso la Estacin de Oriente es ya un smbolo de la ciudad

    que en ella se refleja . AI recorrer su interior. o simplemente

    aI disfrutar de su sereno paisaje urbano. nos vamos per

    diendo y encontrando en una potica floresta de hierro y

    cristal en donde el cielo se funde con la tierra ; en una flo

    resta de luz y de formas que hacen de la arquitectura un

    estado de nimo. Es un edificio hecho para celebrar los val

    ores de la creat ividad . la innovacin y el progreso.

    Ese estado de nimo que es la arquitectura se revela aqui

    como una afirmacin de vigor y. aI mismo tiempo. como una

    va para el reencuentro de la persona consigo misma. La

    Estacin. plataforma de encuentros. partidas y llegadas. nexo

    de unin entre mundos y gentes. es un edificio emblemtico

    que senala un momento lgido en la vida de esta ciudad.

    Este proyecto ha conjugado la creatividad y pericia tcn ica de

    su autor y arquitecto. Santiago Calatrava . con la capacidad

    de las dos empresas que lo han realizado con el esti lo. la

    ciencia. la destreza y la maestra tecnolgica que caracteri

    zan a la ingeniera portuguesa .

    Se imponen. por tanto. unas pala bras de aprecio y felici

    tacin para todos los que han colaborado en l.

    Por lo que se refiere a Santiago Calatrava - arquitecto. inge

    niero. poeta de las formas que nos brinda esta obra de primer

    orden - nos inspira u na gran admiracin por haber sabido

    captar tan bien el espritu de modernidad de la ciudad. Con

    ella . Lisboa ha ganado uno de sus grandes a rquitectos.

    Por esta razn. en la presentacin de esta obra y como presi

    dente del Ayuntamiento de Lisboa. no puedo dejar de expre

    sar una particular satisfaccin por poder compartir su uso. en

    la vida cotidiana. con los ciudadanos de Lisboa; esta obra que.

    siendo de Calatrava. es ya de la ciudad; esta obra que nos mu

    estra cmo se hacen de materiales tan vulgares y corri entes

    como la arena. el hierro o el cemento las nuevas catedrales.

    Con misterio. con ingeniosa sabidura. buscando en la luz el te

    nue material que transforma la construccin en arquitectura.

    Son estas cosas sencillas las que hacen de Lisboa una ciudad

    mgica .

    Lisboa. octubre de 1998

    Joo Soares Presidente del Ayuntamiento de Lisboa

    The Station is an imposing bui lding where subtlety of form

    shows mastery of formo the simplicity of secure acts and a

    clear perception of how the technical can be artistic when

    used creatively. shaping spaces for our use and delight .

    The Oriente Station has therefore now become a symbol of

    the city which i t mirrors.

    Walking inside the building or simply enjoying its tranquilli

    ty within the context of the cityscape. we g radually los e and

    f ind ourselves in the poetic forest of iron a n d g lass through

    which heaven is l inked to earth . or in the forest of l ight and

    form which makes a rchitecture a state of mind. This is a

    bui lding ma de to celebrate the values of the creative spirit.

    of innovation and progresso

    Architecture. which is oflen a state of mind. is revealed here

    to be an affirmation of vigour ando at the same time. as a

    way for people to fin d themselves. The station. a platform

    for meetings. departures. arrivals. l inking worlds and peo

    pIe. is a symbolic building which marks a h igh point in the

    life of the city.

    This project has broug ht together the creative and technical

    skill of its author and architect. Santiago Calatrava. and the

    capacity 01 the two companies that bu i lt i t with the style. sci

    ence. skill and technological mastery that are the hallmark

    of Portuguese engineering.

    For this reason. my thanks and congratulations to those

    who worked on the projecto

    To Santiago Calatrava. architect. engineer. the poet 01 the

    forms which this g reat work has offered uso we owe the

    greatest admiration for h is having been able to leel the spir

    it of modernity of the city of Lisbon. With this project. he has

    beco me one of the city's g reat architects.

    For this reason. as Chairman of Lisbon City Council. I must

    express particular satisfaction at being a ble to share th is

    station. as I use i t i n my everyday lile. along with ali the cit

    izens 01 Lisbon . Although it was created by Calatrava. it now

    belongs to the city. and it shows how such simple and ordi

    nary things as sand. iron or cement can be used to mal

  • CONCEPO E PROJECTO

    CONCEPCIN Y PROYECTO

    CONCEPTIO N ANO PROJECT

    SANTIAGO CALATRAVA

    Arquitecto. engenheiro. poeta das formas

    Arquitecto. ingen iero. poeta das formas

    Architect. eng ineer. poet of the forms

  • "H uma grande tenso quando se projecta . preciso alguma tranqui lidade e pacincia . . . pensar que posso sempre fazer melhor. preciso tempo." Cuando se proyecta hay una gran tensin . Es preciso tener tranqu i lidad y paciencia . . . pensar que puedes hacerlo mejor. Se necesita t iempo"

    'There is always great tension when one is producing architectural plans. I need a measure of tranquillity and patience . . . to th ink I can a lways do better. I need time."

  • . ,

    -==--""-.

    {::s-;:-.-. ,,- L J ItJ:>t:"C . ...-'\\1 . IS "'I t,

    Gava.. co (!) ...... (!.i..\'C4.: " X O\KS

    _LV'>'

    ---

  • 22 23

    \ -,._ .... _._._---

    .T '.:.\ .... --""" ..........

    ..... ',. \\.

    ;; : ::

  • "Desenhar um sentimento ser-se livre" "Disefar um sentimiento es senti rse l ibre" "Drawing a feeling is to be free"

  • "Uma interveno como esta tem uma relao especial com a escala" "Una intervencin como sta t iene una relacin especia l com la escala"

    "An intervention of this type has a special relationship with scale"

    -----...---.... _-

  • ; I J

  • 26 27

    "No tenho mais nenhum apoio. s tenho a imaginao" "No tengo n ingn apoyo. ma que la i mag inacin" " I have no support other than my i magination"

  • '(''\ , . J " . . / , > . V '
  • 28 29

    t !! t I' I' . ,

    "H nestes desenhos a constante presena da figura humana" "En estas disenos la presencia

    '2-- ,." kJ." ,k :.

  • de la figura humana es una constante" "ln these drawings the human figure is a constant presence"

  • 30 31

    "Gostaria bastante que a estrutura da estao respondesse ao carcter de Lisboa" "Me gustara que la estructura de la

  • 32 33

    "Os artistas devem basear os seus conhecimentos na tcn ica que o suporte do l irismo" "Los artistas deben basar sus conocim ientos en la tcn ica . qu

  • es el soporte deI lir ismo" "Artists should base their knowledge o n techn ique. which is a basic support for lyricism"

  • 34 35

    "Queria, neste projecto, reflectir sobre a ideia de como as rvores crescem" "En este proyecto deseaba reflexionar sobre la idea de cmo crecen los rboles"

    " ln th is project. I wanted to reflect on the i dea of how trees grow"

  • 36 37

  • fb L\l3 () [b 1'L'" ' d-. "?b'c.. s ID c;J-.. "" \,\J..... ....: L...- J ..J.: -.' ,, eLo ...:: c:A... .' .
  • 41

    "Neste projecto procurei uma l iberdade formal" "En este proyecto he buscado una ll' bertad formal"

    'r g,. .... c..' '; '-- r J cL:

    " ln this project I sought freedom of form"

  • 42 43

    ====s-===-===========

    . ,

  • ....'!!!. 45

    (0\

  • '[j 2 c- \ -i...t A +a-.! u R\' \t-+ \

    3J o.cc.w u..

    d w c. r '

    t> -Z'-'--- D. '""'j c..: C) \.4 C

  • J

  • 48 49

    --- - -

    -

    /

    n LI II

    o

    ----- - : L -. ------- ---'.---_-L -1 L

    -- - - 0 - -

    -- --=--=.=---:.======- o c ----- -r , - -:- - -r- - -:- -T - -:- ._ -: ..7

    --- ---;::--=-'" -----

    l _J\/_ -- ---'=1------\ _ __ \ \I:::- J_ -- - - - - \ , , , , , , I ---_ , , , , , o

    )

    o

    / \

    JlIl. k::-F ...::....-=--:--

    ------ =-

    ,---_":=1= r--- --f-; --- -

    r-=-=-

    \ ,

  • , U l--l ------

    c:============ ----------,-- \\

    "As cores so um estado de esprito" "Los colores son un estado de nimo" "Colour is a state of m ind"

  • 51

    \

  • 52 53

    r r . ... ...... - - ....,.._ . . , . . ....... --:-

    f \' I. '---- ----- t

    "Com as cores traduzo os planos de estrutura. com as sombras as suas formas" "Con los colores traduzco los planos de la estructura . Con las sombras. sus formas"

    '" use colour to tra nslate the planes of the structure. And shadow to translate its forms"

  • j

  • 54 55

  • - . _ - - - - - - - - - - - - - - - - -

    - - - - - -1- - - - - - - -- - - - - -

  • I I

    , I

    ----j , I

    . = .=

    ---'----j---L ______ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

    I , I ,

    52-

    ,

    I ! I I

    -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - -

  • 58 59

    =

    . 1

    . !

    I < to=

    "S desenhando o geral que se chega ao detalhe" "Slo d isenando lo genera l

    1

    ' -=,

    .. _----

  • se llega a I deta lle" "Only by drawing the general does one get down to detail"

  • 61

    , )

    ..;:,. H , ." -.._#-

    '-' ...... --... ...., .. -.... . .

  • '.

    ,F

  • f= \

  • I ----'---r---'

  • WR:--

    _._.y,'fP , .... /

    1-

    /.3

    .------------.........

  • 66 67

    "H uma s imbiose entre a arqu itectura e a engenharia que sempre me fascinou. como um regresso s origens."' "Hay una sim biosis entre arqu itectura e ingeniera que siempre me ha fascinado. Es como un regreso a 19s orgenes ." 'There is a type of symbiosis between a rchilecture and engi neering that h a s a lways fascinaled m e . I I i s l ike return ing to my roots."

    ' " - -

    o c======-: ... __

    7 - ----_. - ---_.-- -- --- - -_. - - ,_. .---------- I I . ?' {

    !':\ {N {M VN . . --- .. I (W} - lJ..r I ( ) I / I rmmrn J !---- I-- f---f--- (I o o o c:;o o I-- I IJllllllIl ,

    . WL I ( ) f----- N I------ - W 1-f---- /J \iJ 11 f-----IV 1----I \.!/ \l.J'

    - - - --- - LC; , .... _---.. ,--- . . --- - ----- -o

  • ./

    L

    -h I , "

    'I \ 1J...Ir-,H,---,Hr--rfir--+Ir---lHr-tHr-rl-lr-tlir--tiT

    o

    Ih Ir-----" I

    1I+tf-lt-t-tet-ttt--tttttl '"'tttt-HiG j-

    f- G - 1- 0-- I

    lIIJ - t .... :---I I iI- I

    't-- o

    t:::::::L.l I

    o -r---

    iLti -

    -

    j l ----

    ---- ---

    \ '" -----

  • OLHAR A OBRA

    LA OBRA CONTEMPLADA

    CONTEM PLATING WORK

    RENATO MONTEIRO

  • ---.ZQ 71

  • ..B. 73

  • 79

  • -----_.----_._-------

  • 82 83

  • 85

  • 87

  • j 05

  • -- 89

  • .-2Q 91

  • -- --------- -_.-,,,--"'---, ,-,- - -------

  • ..J!! 95

  • ------

    . '-

  • ' -::;:-:, .. , ._-.... -... e' .,.

  • 99

  • . -_ ... ..-..

  • 1 00 101

  • 1 0 2 1 03

  • 1 08 1 09

    \

    I.

    . " . . '

    -----------------------

  • rQ2P.'!I

  • 1 1 2 113

    !

  • -.t,- .. .

    ''; a" , , . -

    ','

    . ',0"

    .# o.l 0 l " \ .

    "

    . . .

    " .

    --,

    "

    .. _o ..

    :'- - . ..

    . "

    ..... '"< . : .. , I

    , '

  • :02 ',--

    .. .......

    . .;.JJ'

    -' - ' 7:". :._-

    " U .. _, . " ':"'''. ' i , . . -; . .; {:' '.' ;;:;'. :iA,:s;>:.' ... .' .. - . .

    ' :,'

    :., !..

  • A CIDADE, A ESTAO E O RIO

    LA CIUDAD, LA ESTACIN Y EL RIO

    THE CITY. THE STATION AND THE RIVER

    PHILlP JODIOIO

  • Philip Jodidio A cidade. a estao e o rio

    La ciudad. la estacin y el rio The city. the station and the river

    Antes da cidade. vinha o rio. O Tejo o mais extenso curso

    de gua da Pennsula Ibrica. Nasce na Serra de Albarracn.

    no leste de Espanha. a cerca de cento e cinquenta qui lme

    tros da costa mediterrnica e corre para ocidente atravs da

    Espanha e de Portugal ao longo de mais de mil quilmetros.

    indo desaguar no Atlntico. junto a Lisboa. Situada na mar

    gem direita do Tejo. Lisboa foi edificada nas colinas suaves

    viradas para o vasto esturio a que se chama Mar da Palha.

    Embora seja provvel que a cidade tenha sido fundada cerca

    de 1 200 a. C. como uma feitoria fencia. no existem provas

    desta teoria. Sabe-se que esta rea foi dominada pelos Ro

    manos entre 205 a. C. e 405 d. C. e que Jlio Csar elevou a

    povoao categoria de municpio com o nome de Felicitas

    Julia. Lisboa esteve sob o domnio mouro desde o sculo

    VI I I . durante quatrocentos e trinta e trs anos e foi conquis

    tada pelo rei D: Afonso Henriques em 1 1 47. Existem poucos

    vestgios da Lisboa dos primeiros tempos. embora o labirin

    to formado pelas ruas medievais do bairro de Alfama seja

    testemunho dessa cidade que cresceu dentro das muralhas

    rabes. O rei D. Dinis (1 279-1 325) transformou o dialecto portu

    gus. at ento o dialecto falado na regio do Porto. na lngua

    nacional. fundou a Universidade de Lisboa em 1 290 e construiu

    numerosas igrejas e conventos nas vrias colinas da cidade.

    No i ncio do sc. xv. Lisboa contava com sessenta e cinco mil

    habitantes nas suas vinte e trs freguesias. Foi precisamente

    nesta poca que o pas entrou na era das Descobertas (1 41 5-

    -1 578) que viria a transformar a capital num centro cosmopo

    lita da civilizao europeia. Em 1 494. o Tratado de Tordesi

    lhas confirmou o direito de Portugal a explorar a frica e o

    cam inho martimo para a rndia. dividindo. assim. o mundo

    conhecido com a Espanha. Trs anos mais tarde. em Julho

    de 1 497. Vasco da Gama fez-se ao mar com quatro navios

    iniciando a primeira expedio rndia. Chegaram a Calicute

    na Primavera seguinte. rompendo o monoplio veneziano do

    comrcio do oriente e. passado pouco tempo. Lisboa torna

    va-se um importante centro para os comerciantes de todo o

    mundo.

    Em Lisboa. a corte e algumas indstrias importantes. como

    a construo naval. estavam naturalmente instaladas perto

    das margens do Tejo. A Torre de Belm. com os seus cinco

    andares. construda em 1 5 1 5. durante o reinado de D. Ma

    nuel l (1 495- 1 521 ) para funcionar como forte no meio do Tejo

    . a inda hoje. um testemunho desses tempos de glria . Em

    bora o seu interior seja gtico. os torrees e as a meias de

    nunciam uma influncia do norte de frica. D . Manuel I foi o

    impulsionador da criao da praa do Rossio e mandou

    Antes que la ciudad. lleg el ro. El Tajo . o Tejo . es el curso

    de agua ms largo de la Pennsula I brica . Nace en la Sierra

    de Albarracn . en el este de Espana. a unos ciento cincuenta

    kilmetros de la costa mediterr nea. y fluye hacia el oeste a

    travs de Espana y Portugal durante ms de mil kilmetros.

    desembocando en el Atlntico cerca de Lisboa. Situada en la

    orilla sur dei Tajo. Lisboa fue construi da en las colinas bajas

    y sinuosas que se ciernen sobre el amplio estuario llamado

    Mar da Palha . literalmente Mar de la Paja . Aunque es proba

    ble que la ciudad fuera fundada por los fenicios hacia el 1 200

    a .C. como un puesto avanzado. no existen pruebas de esta

    teoria. Se sabe que la regin estuvo dominada por los

    romanos entre el 205 a .C. y el 409 d.C. y que Julio Csar

    elev el asentamiento a la categoria de municipio bajo el

    nombre de Felicitas Julia . Bajo dominio musulmn durante

    cuatrocientos treinta y tres a nos a partir dei s ig lo V I I I . Lisboa

    cay en poder dei rey portugus Afonso Henriques en 1 1 47.

    Apenas quedan vestigios de los primeros tiempos de Lisboa.

    aunque la intrincada configuracin medieval de las calles

    dei barrio de Alfama es testimonio de la ciudad que se alz

    dentro de las murallas moras. El rey Dinis I (1 279-1 325) con

    virti el portugus. hasta entonces dialecto hablado en la

    regin de Oporto. en el idioma nacional. Ta mbin fund la

    Un iversidad de Lisboa en 1 290 e h izo construi r n umerosas

    ig lesias y conventos sobre las colinas de la ciudad.

    A principios dei sig lo Xv. Lisboa contaba con u nos sesenta y

    cinco mi l habitantes repartidos entre sus veintitrs parro

    quias. Fue precisamente en aquella poca cuando el pais

    entr en la Era de los Descubrim ientos (1 4 1 5- 1 578) que

    haba de transformar la ciudad en un centro cosmopolita de

    la civilizacin europea. En 1 494. el Tratado de Tordesillas rat

    ific el derecho de Portugal a la exploracin de frica y de la

    ruta a la I ndia . repartindose asi con Espana el mundo cono

    cido. Tres anos ms tarde. en 1 497. Vasco de Gama parti

    con cuatro navios en la primera expedicin a las Indias .

    Llegaron a Calicut en la primavera s iguiente. poniendo fin a i

    monopolio veneciano sobre e l comercio oriental. con l o cual

    Lisboa no tard en converti rse en uno de los centros con

    curridos por comerciantes de toda Europa.

    Naturalmente. en Lisboa. la corte real y las industrias

    importantes tales como los astilleros estaban situadas junto

    ai Tajo. La Torre de Belm de cinco plantas. construida en

    1 5 1 5 bajo el reinado de Manuel I (1 495- 1 521 ) como un fuerte

    en medio dei Tajo. ha permanecido hasta nuestros das

    como testimonio de este pasado g lorioso. Aunque su inte

    rior es gtico. las torretas y las almenas revelan la influencia

    Before the city. came the river. The Tagus or rio Tejo is the

    longest waterway of the Iberian Peninsula. It rises in the

    Sierra de Albarracn of eastern Spain. about one hundred

    and fifty kilometers from the Mediterranean coas\. and flows

    westward across Spain and Portugal for more than a thou

    sand kilometers. emptying into the Atlantic near Lisbon.

    Located on the south bank of the Tagus. Lisbon was bui lt in

    the low. rolling h i lls that look out onto the vast estuary called

    the Mar da Palha. literally the Sea of Straw. Although it is

    probable that the city was founded around 1 200 SC as a

    Phoenician outpos\. there is no proof of this theory. II is

    known that the area was dominated by the Romans from 205

    BC to 409 AD and that Julius Caesar raised the setUement to

    the dignity of a m unicipum called Felicitas Julia. Under

    Muslim domi nation for four h undred and thirty three years

    beginning in the 8th century.

    Lisbon fell to the Portuguese king Afonso Henriques in

    1 1 47. Little trace remains of lhe early l imes of Lisbon.

    though the labyrinthine medieval street paliem of the

    Alfama quarter is testimony to the city which rose within the

    Moorish walls. King Dinis I (1 279-1 325) made Portuguese.

    until then the dialecl of the region of Porto into the national

    language. H e a lso founded lhe University of Lisbon in 1 290

    and built numerous churches and convents on lhe h ills of

    the c ity.

    ln the early 1 5th century. Lisbon counted some sixty five

    thousand inhabilants in ils twenty-three parishes. It was

    precisely aI this t ime that the counlry entered its Age of

    Discovery ( 14 15 - 1 578) which was lo transform the capital

    into a cosmopolitan center of European civilizat ion. ln 1 494.

    the Trealy of Tordesillas confirmed Portugal's rights lo the

    exploralion of Africa and the seaway to I ndia. effectively

    divid ing the Imown world with Spa in . Three years later in

    July 1 497. Vasco da Gama set sai l with four ships on the first

    expedition to India . They reached Calicut the following

    spring. effectively breaking the Venetian monopoly on

    Oriental commerce. and Lisbon soon became a center for

    traders from ali oveI' Europe.

    Naturally. in Lisbon. lhe royal court and significant indus

    tries such as shipbuilding were located near lhe shores of

    the Tagus. The five story Tower of Belm built in 1 51 5 under

    King Manuel I ( 1 495- 1 52 1 ) as a fort i n the middle of the

    Tag us. remains lo th is day a s testimony to Ih is glorious past.

    Though its inleriors are Gothic. the turrets and crenellations

    speak of a North African i nfluence. Manuel I was instru

    mental in the creation of lhe Rossio square. and he also

  • 1 20 12 1

    construir um novo palcio beira-rio. o Pao da Ribeira. um

    marco importante no desenvolvimento de Lisboa.

    No Rossio. o tribunal da Inquisio desempenhou um papel

    questionvel na h istria de Lisboa durante o reinado de

    D. Joo I I I . o Pio (1 52 1 - 1 557) actuando. por exemplo. contra

    judeus ricos obrigando-os a fugir para outros pases. e fazendo

    surgir os primeiros sinais de um declnio histrico. O ele

    mento mais significativo deste declnio foi. sem dvida. o sonho

    de riqueza que atraiu quase metade da populao portugue

    sa para as novas colnias. As quintas foram abandonadas.

    os alimentos passaram a ser comprados a preos elevados

    noutros pases europeus e os operrios especializados es

    casseavam. ocasionando assim uma subida acentuada do

    custo de vida. Em resumo. foi durante este perodo que Lis

    boa perdeu muito da sua importncia como centro de co

    mrcio cosmopolita. perodo este que antecedeu o domnio

    espanhol (1 580-1 640).

    O objectivo desta breve exposio histrica explicar que.

    medida que a importncia de Lisboa como centro martimo

    se desvanecia, diminua tambm a atraco da cidade pelas

    margens do Tejo. Aps o grande terramoto de 1 775, a cidade

    virou-se a inda mais para o interior, voltando quase literal

    mente as costas vastido da paisagem do esturio. Esta

    tendncia veio a acentuar-se em tempos mais recentes

    quando algumas indstrias se instalaram nos terrenos ribei

    rinhos. Os 340 hectares que hoje abrangem a chamada rea

    de Redesenvolvimento cujo centro ocupado pela Expo '98 e

    pela Estao do Oriente, estiveram ocupados at 1 990 por

    depsitos de combustvel. armazns de contentores, o mata

    douro municipal. e estaes de tratamento de esgotos e de

    tritos. Apesar de grande parte do passado glorioso de Lisboa

    permanecer inscrito nas suas ruas e praas, a ntima relao

    da cidade com o Tejo. em tempos fonte de riquezas in imagi

    nveis. quase se perdeu nas brumas do tempo.

    Foi dentro deste contexto que a Associao de Arquitectos

    Portugueses lanou um "Concurso de Ideias para a Zona Ri

    beirinha", em 1 988. A construo do Centro Cultural de Be

    lm (1 988-92) . perto da beira-rio. representa um i mportante

    primeiro passo na reabilitao dos laos histricos que

    unem Lisboa ao Tejo. Em Novembro de 1 993. comeou a tomar

    forma uma deciso poltica e cultural ainda mais i mportante.

    quando a Parque Expo '98 SA. confiou ao Arquitecto Vassalo

    Rosa um primeiro "Plano de Urbanizao para a rea de Re

    desenvolvimento". A inteno dos responsveis pelo rede

    senvolvimento desta rea foi. desde o princpio. criar algo

    mais do que a arquitectura efmera tpica de uma feira mun-

    norteafrica na. Manuel I jug un papel fundamental en la

    creacin de la plaza dei Rossio, e hizo constru ir tambin un

    nuevo palacio junto a i Tajo, el Pao de la Ribeira , que supuso

    un punto crucial para el desarrollo de Lisboa.

    Localizada en el Rossio, la sede de la Inquis icin jug un

    papel cuestionable en la h istoria de Lisboa bajo el reinado dei

    rey Juan I I I el Po (1 521 -1 557). AI actuar, por ejemplo, contra

    la rica comunidad juda, que huy a otros pases, sent las

    bases para el declive h istrico lisboeta . El elemento ms sig

    nificativo de este declive estuvo unido sin duda ai anhelo de

    riqueza, que atrajo hacia las colonias a nada menos que la

    mitad de la poblacin portuguesa. Muchas g ranjas fueron

    abandonadas, hubo que importar alimentos a alto precio

    desde otros pases europeos y los trabajadores especializa

    dos escasearon. lo cual hizo aumentar enormemente los

    costes. En defin itiva, Lisboa perdi gran parte de su impor

    tancia como centro comercial cosmopolita durante este perio

    do, ai que s igui el de la dominacin espanola (1 580-1 640) .

    El sentido de este breve recorrido histrico es senalar que. a

    medida que el papel de Lisboa como potencia martima decli

    naba, disminua , a su vez la atraccin que la cuidad tena por

    las mrgenes dei rio. lras el catastrfico terremoto de 1 755

    la ciudad se orient an ms claramente hacia el interior,

    dndole casi literalmente la espalda a las amplias vistas dei

    estuario. Esta tendencia aument en tiempos ms recientes

    a medida que los suelos de baja calidad de la orilla dei ro se

    convertan en el emplazamiento de instalaciones industri

    ales. Las trescienta s cuarenta hectreas que comprenden

    hoy en da la denominada rea de Reurbanizacin, en cuyo

    corazn se encuentra n la Expo '98 y la Estacin de Oriente,

    estuvieron ocupadas hasta los anos noventa por depsitos

    de combustible, alma cenes, el matadero municipal y diver

    sas instalaciones de tratamiento de residuos. Aunque gran

    parte dei glorioso pasado de Lisboa permanece grabado en

    sus calles y plazas, su ntma relacin con el Tajo, antigua

    mente una fuente de riquezas ms all de la imagnacin , se

    ha perdido casi totalmente en las t in ieblas del tiempo.

    Es dentro de este marco donde la Asociacin de Arquitectos

    Portugueses lanz un "Concurso de ideas para la zona

    riberena" en 1 988. La construccin dei Centro Cultural de

    Belm (1 988-92) cerca de la orilla dei ro represent un

    primer paso importa nte hacia la rehabilitacin de los vncu

    los h istricos de Lisboa con el lajo. Una decisin poltica y

    cultural an ms sig nificativa comenz a tomar forma en

    noviembre de 1 993 cuando Parque Expo '98 le encarg un

    Plan Urbanstico para la Zona de Reurbanizacin ai arqui-

    bui lt a new Palace, lhe Paos da Ribeira near the Tag us, s ig

    nifying a high point of Lisbon's development.

    Localed in lhe Rossio, lhe office of the Inquisilion was to play

    a queslionable role in the h islory of Lisbon under King John I I I

    t h e Pious ( 1 521 - 1 557), acting for example against wealthy

    Jews. who tled lo other countries, bringing the first signs of

    an historie decline. lhe most significanl elemenl of Ihis

    decline was undoubtedly linked lo lhe very lure of wealth,

    which altracled as much as half of Portugal's population

    loward lhe new colonies. Farms were abandoned. food had

    to be imported ai high prices from other European countries,

    and skilled workers were scare, leading costs lo rise

    sharply. Simply pul. Lisbon losl much of its imporlance as a

    cosmopolilan Irading cenler in th is period, which was fol

    lowed by lhe Spanish domination (1 580-1 640).

    lhe point of Ihis brief hislorie overview is Ihat as Lisbon's

    status as a maritime center declined. so 100 did its altraction

    lo lhe shores of lhe Tagus. Following the cataslrophic earth

    quake of 1 755. lhe cily oriented itself even more clearly

    toward the interior, turning its back almosl literally on the

    broad vistas of lhe esluary. This lendency was amplified in

    more recenl limes, as poor landfill on the river's edge

    became lhe sile for induslrial facililies. lhe Ihree hundred

    forty heclares which loday comprise lhe so-called

    Redevelopmenl Area, wilh Expo '98 and lhe Orienle Stalion

    a I ils hearl, were occupied until the 1 990's by fuel depois.

    conlainer warehouses, lhe cily's slaughler house, and sewer

    or wasle treatment facilities. Although much of lhe Lisbon's

    glorious past remains inscribed in its slreets and squares, ils

    inlimale relation lo lhe lagus. formerly lhe source of weallh

    beyond imagination, was almosl losl in lhe misls of l ime.

    I! is in Ihis conlexl Ihal lhe Associalion of Porluguese

    Archilecls launched an "Ideas Conlesl for lhe Riversi de

    Zone" in 1 988. lhe conslruclion of lhe Belm Cultural Cenler

    (1 988-92) near the river's edge represenls a firsl significant

    slep loward lhe rehabililalion of Lisbon's h isloric lies lo lhe

    ragus. An even more imporlanl polilical and cultural deci

    sion began lo lake form in November 1 993 when Parque

    Expo '98 SA confided a firsl "Urbanization Plan for lhe

    Redevelopmenl Area" lo lhe architecl Lus Vassalo Rosa.

    From lhe oulsel. lhe i nlenlion of lhe developers of Ih is Iracl

    was lo creale somelhing more Ihan lhe Iypically ephemeral

    archileclure of a World's Fai r. lhe Redevelopmenl Area was

    lo become a vibranl new cenler for a revi talized Lisbon. As

    Lus Jorge Bruno Soares wriles, "lhe I deas Contesl. lhe

    planning and conslruction of the Belm Cultural Cenler, lhe

  • dial. Pretendia-se que a rea de Desenvolvimento se tomasse

    num novo e vibrante centro de uma Lisboa revitalizada. Con

    forme escreve Lus Jorge Bruno Soares: "O Concurso de

    Ideias. o planeamento e construo do Centro Cultural de

    Belm. o Plano Estratgico e o Plano-Di rector de Lisboa

    (1 990-1 994). o Plano de Ordenamento da rea Ribeirinha

    POZOR (1993-94) e a deciso de realizar a Expo '98 na zona

    oriental de Lisboa so marcos recentes que testemunham

    uma viragem no modo como vista a relao entre a cidade

    e o rio e a oportunidade de repensar Lisboa como uma cidade

    ribeirinha. O Concurso de Ideias lanou o debate administrati

    vo. tcnico e pblico sobre a relao entre a cidade e o rio. en

    volvendo um vasto leque de organismos da administrao p

    blica sob o patrocnio do ento Presidente Dr. Mrio Soares."(1 ) .

    Situada no extremo oriental da cidade com uma frente de

    cinco quilmetros sobre o Tejo. a rea de Redesenvolvimento

    fica perto da ponte Vasco da Gama. Inaugurada em 29 de

    Maro de 1 998. esta estrutura impressionante abrange os 1 2

    qui lmetros de largura do Tejo e a sua altura mxima de

    quarenta e cinco metros. Simbolicamente. a concluso de

    uma ponte com o nome do grande explorador e a localizao

    da Expo '98 no podiam ser um sinal mais claro: Lisboa. e

    tambm Portugal. pretendiam reclamar a sua herana hist

    rica e voltar a abrir-se para o Tejo e para o mundo alm dele.

    Escolhido para construir a Estao do Oriente aps uma

    competio limitada na qual participaram tambm Terry

    Farrel. Nicholas Grimshaw. Rem Kool